47
PREFEITURA DE BENTO GONÇALVES- RS SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BENTO GONÇALVES, 23 DE FEVEREIRO DE 2015. PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA NO ÂMBITO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

  • Upload
    ngokien

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

PREFEITURA DE BENTO GONÇALVES- RS SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

BENTO GONÇALVES, 23 DE FEVEREIRO DE 2015.

PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA NO ÂMBITO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Page 2: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

2

MUNICÍPIO DE BENTO GONÇALVES- RS

Prefeito Municipal

Guilherme Rech Pasin

Secretária Municipal de Habitação e Assistência Social

Rosali Faccio Fornazier

Diretora do Departamento de Assistência Social

Cristiane Rohrig Ferronatto

Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social

Maria da Graça Lorenzini

Elaboração

Adriana Fernanda da Silva Pavão- Assistente Social CRESS 8566

Adriane Lazzarotto- Coordenadora do Cadastro Único para Programas Sociais

Colaboração

Caroline Tessaro- Nutricionista

Franciele Michelon

Page 3: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

3

Parecer do CMAS

Data da reunião: 26/02/2015

Ata nº: 01

Resolução nº: 01/2015

APROVAÇÃO DO

CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Page 4: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

4

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 05

1.

1.1

1.2

MARCO TEÓRICO

De quê pobreza estamos falando? ................................................................

A política de assistência social e a atenção à pobreza .................................

06

10

2.

2.1.

2.2.

MARCO SITUACIONAL ...............................................................................

O Cadastro Único como instrumento de vigilância socioassistencial ............

O cenário da extrema pobreza no município ................................................

13

14

16

3. DIRETRIZES ................................................................................................. 21

4. OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 22

5. EIXOS DE ATUAÇÃO

EIXO 1- MAPEAMENTO DA POBREZA ....................................................... 23

EIXO 2- BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS E PROGRAMAS DE

TRANSFERÊNCIA DE RENDA ..................................................................... 27

EIXO 3- INTEGRAÇÃO DOS BENEFICIOS COM OS SERVIÇOS

SOCIOASSISTENCIAIS ................................................................................ 33

EIXO 4- INCLUSÃO PRODUTIVA ................................................................ 39

EIXO 5- SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL ................................ 42

REFERÊNCIAS ............................................................................................. 45

LISTA DE SIGLAS ........................................................................................ 47

ÍNDICE

Page 5: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

5

O Programa Municipal de Enfrentamento à Pobreza é destinado a

contribuir com o rompimento dos ciclos geracionais de pobreza e proporcionar

a materialização do direito humano a uma vida condigna, refletindo a decisão

da Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social- SEMHAS,

responsável pela Política Municipal de Assistência Social, em dar vistas a

organização da atenção às famílias e indivíduos que vivem os efeitos dessa

perversa condição.

Primeiramente, para situarmos o tema há uma breve reflexão sobre as

concepções de pobreza e a situação no município de Bento Gonçalves. A

seguir, são traçadas as ações, os objetivos e as diretrizes orientadoras do

Programa, que estão fundamentados prioritariamente no rompimento de ciclos

de pobreza, na qualificação do atendimento a esse público e como fomentador

e orientador para implantação e implementação de serviços, programas,

projetos e benefícios pelo poder público e pelas entidades de assistência

social.

É sabido que o objetivo de combater à pobreza não diz respeito

somente à política de assistência social, mas às demais políticas sociais e

econômicas do município. Contudo, esse programa refletirá o combate à

pobreza no âmbito das responsabilidades da política de assistência social.

As propostas operacionais estão expressas em cinco eixos

estratégicos e articulados entre si, a saber: 1) Mapeamento da pobreza; 2)

Benefícios assistenciais e programas de transferência de renda; 3) Integração

dos benefícios com os serviços socioassistenciais; 4) Inclusão produtiva; 5)

Segurança Alimentar e Nutricional.

A construção desse Programa Municipal de Enfrentamento à Pobreza

no âmbito da assistência social representa o reconhecimento da importância

desta política no tema. O Programa não consiste em um fim em si mesmo, mas

um instrumento orientador para a atuação articulada de serviços públicos e de

entidades privadas sem fins lucrativos, na busca por respostas mais eficazes e

efetivas à população.

INTRODUÇÃO

Page 6: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

6

1.1 De quê pobreza estamos falando?

A pobreza é um fenômeno complexo que marca profundamente a

maioria da população brasileira. As concepções e meios de tratamento da

pobreza vêm desenvolvendo-se ao longo do século XX, mas ainda carecendo

de reflexão e caracterização, pois, é importante haver uma definição clara do

que é estar em situação de pobreza para a elaboração de políticas públicas

condizentes ao seu enfrentamento.

É forte a conceituação de pobreza categorizada como pobreza absoluta

e pobreza relativa.

O primeiro enfoque é objetivo, pois fixa padrões para atendimento as

necessidades mínimas de uma pessoa, conhecido como linha da pobreza. É

avaliado sob diversos aspectos como nutricionais, de moradia e vestuário,

calculando a renda necessária para custeá-los. Assim, aquele indivíduo cuja

renda domiciliar per capita situa-se abaixo desse patamar de necessidades é

considerado pobre (CRESPO; GUROVITZ, 2002).

Segundo a Declaração da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento

Social, de Copenhague em 1995, caracteriza-se a vivência em situação de

pobreza absoluta:

Uma grave privação de bens de importância vital: comida, água potável, instalações de saneamento, cuidados de saúde, habitação, instrumentos e informação. Essas situações dependem não só dos rendimentos, mas também da possibilidade de aceder aos serviços sociais.

Por outra via, a pobreza relativa tem relação direita com a desigualdade

na distribuição de renda, são pobres aqueles que não conseguem usufruir do

padrão de vida médio da população em determinado espaço geográfico. O que

ambas tem em comum é que assinalam a pobreza somente a partir da renda

1. MARCO TEÓRICO

Page 7: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

7

monetária, sem analisar o consumo efetivo de uma família (CRESPO;

GUROVITZ, 2002).

Já para o Banco Mundial, são consideradas extremamente pobres as

pessoas que vivem com menos de US$ PPC1 1,25 dólar per capita por dia. Na

avaliação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio- ODM2 no ano de 2012

“[...] a linha de pobreza extrema internacional correspondia a R$ 2,36 por dia,

ou R$ 71,75 por mês” (BRASIL, 2004, p.16).

Por outro lado, para a Comissão Econômica para a América Latina e o

Caribe- CEPAL, a referência para medição da linha da extrema pobreza é uma

estimativa do valor de uma cesta de alimentos com o mínimo de calorias

necessárias para suprir adequadamente uma pessoa e para a linha da pobreza

a estimativa é a cesta de alimentos em dobro da anterior (BRASIL, 2004). Se

analisarmos nesse horizonte, o valor de uma cesta básica, conforme dados do

mês de outubro de 2014, do Departamento Intersindical de Estatística e

Estudos Socioeconômico- DIEESE, uma pessoa extremamente pobre

perceberia uma renda mensal de R$340,63, sendo o dobro considerado para a

pessoa em situação de pobreza.

Em termos mundiais, países da Europa mensuram a pobreza monetária

inferior a 60% da renda mediana nacional (IBGE, 2011). O Brasil não dispõe de

linhas oficiais de pobreza, foi construída uma referência pelo governo federal

em 2004, que identifica como pobre a pessoa que possua rendimento

familiar per capita de até meio salário mínimo, e extremamente pobre

aquele com per capita de até ¼ do salário mínimo (BRASIL, 2004).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE realiza estudos e

linhas de pobreza nessa mesma perspectiva de renda auferida mensalmente

pelas famílias. Todavia há críticas à aferição de pobreza somente pela renda, a

1 “Os chamados fatores de Paridade de Poder de Compra (PPC) são uma taxa de conversão,

calculada pelo Banco Mundial, de quantos reais são necessários para adquirir os mesmos produtos que um dólar americano compraria nos Estados Unidos” (BRASIL, 2004, p. 20). 2 Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, com o apoio de 191 nações, e ficaram

conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que devem ser alcançados por meio de ações específicas de combate à fome e à pobreza, associadas à implementação de políticas de saúde, saneamento, educação, habitação, promoção da igualdade de gênero e meio ambiente. Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é um direito humano fundamental.

Page 8: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

8

idéia é de conceituar a pobreza além da renda monetária, somando a esta o

consumo de uma família e as condições de acesso a serviços públicos,

trazendo no cerne a busca pelo atendimento das necessidades humanas

básicas (IBGE, 2011).

A abordagem mais atualizada da concepção de pobreza é a do

economista Amartya Sen que contribui para uma compreensão ampliada sobre

o tema. Para ele a pobreza deve ser encarada como [...] privação de

capacidades básicas em vez de meramente como baixo nível de renda, que é o

critério tradicional de identificação de pobreza (2010, p.120).

Em outras palavras, a pobreza não pode ser mensurada apenas pela

renda, mas pelo nível de privação do acesso a bens e serviços, pois essa

privação impede a sua superação. No entanto, considera que o rendimento é

um meio importante para as potencialidades humanas por ampliar a

capacidade individual da pessoa, sua ausência ou insuficiência é obviamente

uma das principais causas da pobreza (SEN, 2010).

Nessa perspectiva, destacamos um dos argumentos de Sen, utilizados

para defender sua tese de pobreza como privação de capacidades, a da

relação instrumental entre baixa renda e baixa capacidade como variável

condicional, pois é afetada pela idade da pessoa, pelos papéis sexuais e

sociais, pelos riscos afetos em determinada localidade, pelas condições

epidemiológicas, e outras que fogem a controle ou tem pouco controle

humano (2010). É nesses termos que ele introduz a exponencial desvantagem

de determinados grupos, ao acoplar renda e funcionamentos, por exemplo, a

idade avançada reduz a capacidade de auferir renda.

Sen acredita no papel do desenvolvimento econômico de um país na

superação da pobreza. Pois, conforme ele, “a utilidade da riqueza está nas

coisas que ela nos permite fazer- as liberdades substantivas que ela nos ajuda

a obter” (2010, p.28). Para Sen o desenvolvimento não é um fim em si mesmo,

é para além do crescimento do Produto Interno Bruto, do aumento das rendas

pessoais, do avanço tecnológico ou da modernização, ele representa a

ampliação das capacidades humanas e das liberdades.

Page 9: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

9

Segundo Sen “o desenvolvimento tem de estar relacionado, sobretudo

com a melhoria da vida que levamos e das liberdades que desfrutamos” (2010,

p.29). As liberdades substanciais a que se refere são as liberdades essenciais

para evitar privações como da fome, desnutrição, dificuldade de acesso a

serviços públicos como de saúde e educação, bem como as liberdades de

participação política e dos direitos civis.

Amartya Sen avalia que,

O que as pessoas conseguem positivamente realizar é influenciado

por oportunidades econômicas, liberdades políticas, poderes sociais e

por condições habilitadoras, como boa saúde, educação básica e

incentivo e aperfeiçoamento de iniciativas. As disposições

institucionais que proporcionam essas oportunidades são ainda

influenciadas pelo exercício das liberdades das pessoas, mediante a

liberdade de participar da escolha social e da tomada de decisões

públicas que impelem o progresso dessas oportunidades (2010, pág.

18).

O autor ainda ressalta que o aumento das capacidades pode ser

ampliado pela política pública, ou ao inverso, a direção da política pública pode

ser influenciada pelo uso efetivo das capacidades participativas de um povo,

contribuindo no desafio de combater a pobreza.

Na condução das políticas para combate a pobreza é importante não

perder de vista “o fato fundamental de que a redução da pobreza de renda não

pode, em si, ser a motivação suprema de combater à pobreza” (SEN, 2010, p.

125). No caso do Brasil, há uma alta taxa de concentração de renda e riqueza,

o nível de concentração de renda em um país pode ser medido pelo Índice de

Gini3, em 2013 foi de 0,498, mostrando a desigualdade do país. Porém, é

preciso olhar além dessa modalidade de renda, mas às liberdades essenciais

da população bentogonçalvense.

3 O Índice de Gini é uma medida do grau de concentração de distribuição de renda, cujo valor

varia de zero até um, sendo que quanto mais próximo a 0 maior igualdade de renda.

Page 10: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

10

1.2. A política de assistência social e a atenção à pobreza

Para atuar frente a essa desigualdade houve grandes avanços na

construção de um sistema de proteção social à população, mais precisamente

com a promulgação da Constituição Federal- CF de 1988, pressionando o

Estado a assumir sua responsabilidade na minimização da desigualdade social

e na garantia dos direitos de cidadania.

Para Sposati a CF vem afiançar direitos humanos e sociais, já que

“acrescentou na agenda dos entes públicos um conjunto de necessidades até

então consideradas de âmbito pessoal ou individual” (2009, p.12). Diante disso,

houve a definição de políticas públicas voltadas à proteção social e

garantidoras de direitos, dentre elas a assistência social que ao lado de outras

políticas sociais públicas, passa a ser vista como um dever do Estado e direito

do cidadão.

Todavia, não basta estar na CF, é preciso a regulamentação das

políticas sociais, como no caso da assistência social que somente em 1993

constitui a Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS, regulamentando os

artigos 203 e 204 da referida Constituição. Estabelecendo uma nova matriz

para a assistência social brasileira, tornando-a visível como política pública de

direito dos que dela necessitam.

A assistência social desde então vem avançando significativamente,

com um saldo qualitativo em dezembro de 2004, ao editar a Política Nacional

de Assistência Social- PNAS, na qual refere que essa política se concretizará

de forma integrada às políticas setoriais, tendo em vista o enfrentamento

às desigualdades sociais e territoriais, à garantia dos mínimos sociais, o

provimento das contingências sociais e à universalização dos direitos

sociais.

Criando a base necessária para a implantação do Sistema Único de

Assistência Social- SUAS, em todo o território nacional, ponto crucial na

transformação dessa política social, como referido na NOB SUAS 2012:

Art. 1º A política de assistência social, que tem por funções a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos, organiza-se sob a forma de sistema público não contributivo,

Page 11: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

11

descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social - SUAS. Parágrafo único. A assistência social ocupa-se de prover proteção à vida, reduzir danos, prevenir a incidência de riscos sociais, independente de contribuição prévia, e deve ser financiada com recursos previstos no orçamento da Seguridade Social.

O SUAS tem por função a gestão e organização da oferta de serviços,

programas, projetos e benefícios da política pública de assistência social;

organizados em proteções sociais ofertadas por níveis de proteção básica e

especial; na intenção de materializar princípios e diretrizes que contornam a

assistência social e instituir alicerces e instrumentos que possibilitam o

rompimento com o assistencialismo secular.

No que tange ao enfrentamento da pobreza, é fato que a política de

assistência social se ocupasse, dentre seus usuários, daqueles cidadãos

e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade social devido

à pobreza. Ao descrever entre seus objetivos:

Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais (NOB-SUAS 2012).

Estando expresso na NOB-SUAS 2012 a competência dos municípios

na execução de projetos de enfrentamento da pobreza, inclui a parceria com

organizações da sociedade civil (art. 15, inciso III); e proclama sobre os

Projetos de Enfrentamento da Pobreza, em seu artigo 25, declarando que:

Os projetos de enfrentamento da pobreza compreendem a instituição de investimento econômico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão para melhoria das condições gerais de subsistência, elevação do padrão da qualidade de vida, a preservação do meio-ambiente e sua organização social.

Os projetos de enfrentamento à pobreza não estão tipificados, porém,

seguem as diretrizes do SUAS, onde destacamos uma de extrema importância-

a matricialidade sociofamiliar, ou seja, a centralidade das ações na família,

pois:

Page 12: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

12

[...] é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade de protagonismo social, superando a concepção apenas de referência econômica, mas como [...] núcleo afetivo, vinculado por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade, que circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e de gênero. (PNAS, 2004, p. 90).

Nesse sentido, para a família desempenhar sua função social há de ter

condições de garantir a provisão de suas necessidades integrais, pois como

referido na CF/88 é a base da sociedade, tendo especial proteção do Estado. A

premissa da centralidade das ações na família é da superação da focalização,

em particular, apontamos as ações de enfrentamento à pobreza,

tradicionalmente direcionadas tão somente a complementação de renda.

O redimensionamento da atuação com famílias em situação de pobreza,

em seu cerne a importância de “olhar” para a família e seu cotidiano, pois é

onde se expressam as vulnerabilidades e riscos, estabelecendo uma efetiva

intervenção social que fortaleça a família, contribui para a melhoria das suas

condições socioeconômicas, com uma articulação de ações que facilitem às

famílias o acesso às oportunidades e condições para superar a pobreza,

promovendo sua emancipação.

Page 13: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

13

O Município de Bento Gonçalves está localizado na Encosta Superior do

Nordeste do Rio Grande do Sul, no alto da Serra Gaúcha. Tem uma área

territorial total de 274.070 Km2. É o maior e o mais expressivo pólo moveleiro

do Estado, merecendo destaque na economia da cidade também os setores

vinícola, metalúrgico, de transportes e frutícola.

Entre os municípios com população acima de 100 mil habitantes no RS,

segundo o IDESE, no quesito renda em 2012, Bento Gonçalves referiu 0,825,

ficando em quarto lugar no Estado (FEE). O Índice de Desenvolvimento

Humano (IDHM) de Bento Gonçalves é 0,778, em 2010, o que situa esse

município na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e

0,799).

A população ampliou desde o Censo Demográfico de 2010 para o ano

de 2014, de 107.278 habitantes passamos para uma estimativa de 112.318

habitantes. Esse aumento no número de habitantes é superior a taxa de

crescimento anual registrada no Estado do Rio Grande do Sul, essa expressão

é vista nas principais cidades da Serra Gaúcha e podemos ter como hipóteses

dessa procura pela cidade o seu desenvolvimento socioeconômico e a

influência da mídia na divulgação do município, especialmente por ser um

município turístico.

Esses aspectos contribuem para atrair novos contingentes de

trabalhadores em busca de novas oportunidades, migrantes de outros

municípios da região, do Estado e um grupo expressivo de imigrantes

internacionais do Haiti, que segundo a Associação de Direitos Humanos do

Imigrante Contemporâneo, formada pelos imigrantes, cerca de 1.300 haitianos

estão residindo na cidade.

O alto fluxo migratório é um fator determinante na expansão acelerada,

em especial das periferias urbanas, realizado por família à procura de

2. MARCO SITUACIONAL

Page 14: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

14

oportunidade de emprego e melhores condições de vida. Um número

significativo dessas famílias chega com precárias condições socioeconômicas.

Segundo análise dos Centros de Referência de Assistência Social-

CRAS os bairros que se encontram em maior vulnerabilidade pela pobreza são:

bairros Municipal, Conceição, Zatt, Eucaliptos, parte do Nossa Senhora da

Saúde e do Aparecida; e os Loteamentos Tancredo Neves (Conceição) e

Loteamento Ida (Progresso). A população que reside nessas áreas convive

com problemas efetivos que influenciam na qualidade de vida, destacando-se a

precária infra-estrutura habitacional e de seu entorno e a violência, em especial

pela decorrência do tráfico de drogas.

2.1. O Cadastro Único como instrumento de vigilância

socioassistencial

Para aferição da situação de pobreza em Bento Gonçalves utilizamos

como referência os dados do Cadastro Único para Programas Sociais-

CadÚnico, que permite conhecer a realidade socioeconômica dessas famílias,

trazendo informações de todo o núcleo familiar, das características do

domicílio, das formas de acesso a serviços públicos essenciais e, também,

dados de cada um dos componentes da família. Esse instrumento identifica e

caracteriza as famílias de baixa renda, entendidas como aquelas que têm

renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou renda mensal total de

até três salários mínimos.

Na base de dados do CadÚnico há um total de 7.075 famílias, sendo

19.804 pessoas (mês de referência outubro de 2014).

Para uma breve análise sobre a situação de pobreza, caracterizadas em

pobreza às famílias com até ½ salário mínimo e em extrema pobreza com até

¼ do salário mínimo; foram utilizados os dados contidos nos cadastros novos e

atualizados cuja entrevista foi realizada de janeiro a outubro de 2014. Nesse

período foram entrevistadas 2.027 famílias, na soma de 5.617 pessoas desses

núcleos, no percentual de 28,7% do total dos cadastrados. A partir dessa

amostragem, apresenta-se o seguinte panorama:

Page 15: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

15

Total de

Famílias

Total de

pessoas

Percentual de cadastros

em relação ao total da

amostra

Famílias Pobres

1.187 3.857 58,6%

Famílias Extremamente Pobres

709 2.284 35%

Fonte: Cadastro único, referente a outubro 2014.

Entretanto, a pobreza não pode ser caracterizada tão somente pela

renda, mas outras situações de vulnerabilidade4 ou risco social5 que agregadas

à insuficiência de renda se entrelaçam em uma intrínseca relação em que

algumas condições de vida afetam a renda, ao mesmo que a insuficiência de

renda dificulta que se transponha ou minimize essa condição que expõe a

família à situação de diminuição de sua capacidade. Para melhor elucidar essa

afirmativa trazemos como exemplo o caso de Joana:

Joana é uma mulher de 40 anos que vive com seus três filhos: Zé 13

anos, Pedro 07 anos e Maria 05 anos. Namora o pai de sua última filha, ele não

mora com ela, devido ao alcoolismo somente algumas vezes contribui

financeiramente, existe muita briga entre o casal, resultando em violência

física. Os demais filhos nada recebem do pai, nem a convivência. Residem em

uma casa cedida pela avó de Joana, em uma peça de 4m x 4m, sem banheiro,

nem água, em um dos bairros mais pobres e violentos do município devido ao

tráfico de drogas. Para suprir suas necessidades com uso de água, como

4 Segundo a PNAS (2004) “a vulnerabilidade se constitui em situações ou ainda em identidades

que podem levar a exclusão social dos sujeitos. Estas situações se originam no processo de produção e reprodução de desigualdades sociais, nos processos discriminatórios, segregacionista engendrados nas construções sociohistóricas que privilegiam alguns pertencimentos em relação a outros”. 5 “O conceito de risco é utilizado em diversas áreas do conhecimento e tem aplicação distinta

no âmbito de diversas políticas públicas, tais como, saúde, meio-ambiente, segurança etc. Via de regra, a operacionalização do conceito, numa perspectiva objetivista, visa identificar a probabilidade ou a iminência de um evento acontecer e, consequentemente, está articulado com a disposição ou capacidade de antecipar-se para prevení-lo, ou de organizar-se para minorar seus efeitos, quando não é possível evitar sua ocorrência. Sendo assim, a aplicação do conceito de risco está necessariamente associada à pré-definição de um evento (ou de certo conjunto de eventos), tendo em vista a peculiaridade de cada área” (Secretaria Nacional de Assistência Social, 2009).

Page 16: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

16

banho e fazer comida, precisa ir até o poço atrás da casa e retirar com balde a

água. As crianças frequentam a escola, havendo várias queixas da escola

quanto à higiene. O filho mais velho, adolescente, com dificuldades escolares,

está em distorção série-idade e tem pouco incentivo para manter-se na escola.

Para a sobrevivência, Joana trabalha informalmente com faxinas, tem baixa

escolaridade, completou o 3º ano do ensino fundamental. A renda é em torno

de R$300,00 e tem uma complementação pelo Programa Bolsa Família de

R$150,00, algumas vezes recebe benefício eventual de alimentos do CRAS e

de doações da comunidade. Joana apresenta indicativos em sua fala e

comportamento de dificuldade de compreensão sobre a organização familiar e

baixa perspectiva em projetos de vida.

A vida de Joana com seus filhos é marcada pela pobreza, pelo acesso

precário ao mercado de trabalho e nulo a política habitacional, e de exposição

à violência tanto em seu núcleo, como no bairro. É mulher, e a única

responsável pelo cuidado e provisão das necessidades de sua família. A

história de Joana é uma das muitas que habitam a cidade, algumas com menos

dificuldades, outras com vidas ainda mais complexas.

2.2. O cenário da extrema pobreza no município

Apresentamos nesse item um breve cenário de situações de

vulnerabilidade das famílias em extrema pobreza de Bento Gonçalves:

Fonte: Cadastro único, referente a outubro/2014.

Total de Famílias

Total de pessoas

Percentual em relação ao total da amostra para extrema pobreza

Cadastros com renda média de até ¼ de Salário Mínimo- situação de extrema pobreza

709 2.284 100%

Localização do domicílio

Urbano 668 2.149 94,1% Rural 41 135 5,9%

Média de pessoas por família 3,2

Page 17: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

17

São 2.284 pessoas em extrema pobreza, ou seja, com renda per

capita de até ¼ de Salário Mínimo, ou seja, renda R$0,00 a R$ 181,00 per

capita, com registro no Cadúnico, residentes em Bento Gonçalves, sendo

2,03% do total de habitantes do município, e sua maioria concentra-se na

zona urbana da cidade.

Desta amostragem, tratando-se do número de famílias que dividem uma

mesma casa, há 132 domicílios com 02 ou mais famílias que dividem a mesma

residência. Quanto ao número de integrantes por família apresentamos abaixo:

Realidade populacional dos domicílios

Total de Famílias

Percentual em relação ao total da amostra para extrema pobreza

01 a 03 pessoas na família 338 47,7%

04 a 06 pessoas na família 294 41,5%

07 a 09 pessoas na família 40 5,6%

10 ou mais pessoas na família

37 5,2%

Fonte: Cadastro único, referente a outubro/2014.

Ainda, apresenta-se um índice maior de mulheres em situação de

extrema pobreza, como mostra o gráfico abaixo:

Sexo Total de

pessoas

Percentual em relação ao total da amostra para extrema

pobreza

Masculino 992 43,4%

Feminino 1292 56,6%

Fonte: Cadastro único, referente a outubro/2014.

Das 709 famílias da amostragem, somente 211 possuem cônjuge,

demonstrando que acompanha os indicadores nacionais de aumento de

famílias monoparentais, onde na maioria o único adulto é responsável por

prover a sua família.

Page 18: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

18

Para refletirmos sobre o acesso ao trabalho, na faixa produtiva de 15 a

50 anos de idade, das 2.284 pessoas, 1.131 estão nessa faixa, o que não

significa que estão exercendo atividade laboral. Apresentamos a seguir as

principais ocupações do responsável familiar dos 709 núcleos familiares:

Principal ocupação do Responsável Familiar6 Mulheres Homens

Trabalhador por conta própria (bico, autônomo)

129 14 20%

Empregado sem carteira de trabalho assinada 08 04 1,70%

Empregado com carteira de trabalho assinada 91 29 17,0%

Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 04 01 0,70%

Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 02 00 0,28%

Trabalhador não remunerado

02 00 0,28%

Militar ou Servidor Público

01 00 0,14%

Estagiário

01 01 0,28%

Sem marcação de trabalho na semana anterior à entrevista 378

Fonte: Cadastro único, referente a outubro/2014.

Deste modo, o trabalho humano é a base de toda sociedade e reflete

nossa posição dentro dela, em concordância com a autora Iamamotto:

Os homens necessitam trabalhar, precisam ter base para a sobrevivência [precisam produzir meios que permitam a satisfação de suas necessidades]. [Essa] produção envolve a vida material, mas ao trabalharem os homens estabelecem relações entre si, portanto relações sociais. [grifo do autor] (2007, p.26).

A ausência ou precarização do trabalho reflete no desprovimento ou

insuficiência de renda e de proteção social por meios dos direitos trabalhistas e

de previdência social.

Ao analisarmos os dados supracitados, somando as situações de

trabalhadores que não possuem carteira assinada, na hipótese de que não

contribuam à Previdência Social, observamos que 22,96% não estão em

6 O responsável familiar é o responsável pela Unidade Familiar (RF), seguindo as orientações

do MDS, deve ser um dos componentes da família e morador do domicílio, com idade mínima de 16 anos. Recomenda-se que seja, preferencialmente, mulher.

Page 19: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

19

condição de segurado, não podendo usufruir no momento de adoecimento,

gestação ou velhice de benefícios monetários.

Além disso, descobertos de benefícios trabalhistas prestados às

pessoas com carteira assinada, como férias remuneradas, e no caso de

demissão o uso do FGTS e seguro-desemprego, como meio de ter uma renda

provisória até adquirir um novo emprego. Sem considerar os 422 responsáveis

familiares que estavam desempregados no momento da entrevista, sendo

59,52%.

Outra situação de suma importância a se destacar é a questão da faixa

etária em condição de extrema pobreza.

O gráfico mostra um número significativo de 484 crianças na primeira e

segunda infância extremamente pobres, influenciando no alcance do seu

potencial de desenvolvimento. No quesito de acesso à educação, se

considerarmos aquelas em idade para educação infantil, de 0 a 5 anos de

idade, são um total de 413 crianças, destas em torno de 69% não estão

frequentando a escola.

Da amostra de crianças frequentando a escola, podemos estabelecer

algumas ponderações sobre os alunos em situação de distorção ou defasagem

idade-série7. O número é de 164 crianças em extrema pobreza nessa situação,

que estão nos anos iniciais do ensino fundamental (1º a 5º ano, iniciando aos 6

7 Pela legislação que organiza a oferta de ensino no país, a Lei 9.394/1996, a criança deve

ingressar aos 6 anos no 1º ano do ensino fundamental e concluir a etapa aos 14 anos. Na faixa etária dos 15 aos 17 anos, o jovem deve estar matriculado no ensino médio. O valor da distorção é calculado em anos e representa a defasagem entre a idade do aluno e a idade recomendada para a série que ele está cursando, ou seja, quando a diferença entre a idade do aluno e a idade prevista para a série é de dois anos ou mais.

Faixa etária Total de Pessoas

Percentual em relação ao total da amostra para extrema pobreza

0 a 6 anos 484 21,2%

7 a 17 anos 733 32,1%

Mais de 60 anos 27 1,2%

Page 20: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

20

e finalizando aos 10 anos)8. As principais causas apontadas em pesquisas

nacionais são devido à evasão e ao abandono escolar, todavia existem causas

primárias que contribuem para estas, e apesar de muitas vezes estarem

intimamente ligadas à situação socioeconômica do aluno, isso nem sempre é

fator determinante.

Na continuidade da reflexão sobre escolaridade, dentre as 709

referências familiar, há 57 pessoas que não sabem ler ou escrever ou nunca

frequentaram a escola.

Outra condição que afeta os indivíduos em sua participação e inclusão

social é a deficiência. O Cadastro Único identifica as deficiências por cegueira,

baixa visão, surdez profunda, surdez moderada, deficiência física, deficiência

mental ou intelectual, síndrome de down e transtorno/doença mental, segundo

os dados existem nesses núcleos familiares 66 pessoas com deficiência.

A respeito da insuficiência de renda, destacamos que nas despesas

dessas famílias, 58,95% das famílias tem despesas com aluguel atingindo

diretamente a sua renda, aliado à inconstância de moradia. Outro dado é

quanto ao valor com gastos da família em alimentação, higiene e limpeza, onde

a média mensal é de R$292,90.

Por fim, este breve panorama situacional expõe as condições de vida de

algumas famílias de Bento Gonçalves possibilitando o direcionamento do olhar

do poder público e das entidades de assistência social que tem o interesse de

trabalhar com projetos de enfrentamento à pobreza, com a clareza que para

sua execução a simples “boa vontade” não é suficiente, é preciso recursos

financeiros e recursos humanos, conforme os apontados na NOB RH SUAS

para atender a essa demanda, além da interlocução entre os eixos

apresentados no próximo item, caso contrário, não estaremos trabalhando com

direitos, mas sim reiterando o assistencialismo e a caridade, e esse não é o

lugar de uma política social pública.

8 Reordenou-se o período do ensino fundamental, pela Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de

2006, que altera a LDB e amplia o Ensino Fundamental para nove, onde o ingresso é aos 6 anos e o término aos 14 anos.

Page 21: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

21

a) Reconhecimento de que a atuação estratégica no enfrentamento da

pobreza exige a articulação e integração da política de assistência social

com as demais políticas setoriais;

b) Participação das entidades reconhecidas como de assistência social nas

ações de enfrentamento à pobreza, na perspectiva do SUAS;

c) Centralidade na família e suas necessidades integrais para a elaboração

de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social,

eliminando a focalização de ações no simples repasse financeiro ou de

alimentos; pois não configura uma política emancipatória de combate à

exclusão;

d) Reconhecimento das diversidades socioculturais, das competências e

potencialidades da família no processo de superação da situação de

vulnerabilidade em decorrência da condição econômica; respeitando

suas decisões e as formas de vida, sem o uso de atos coercitivos;

e) Garantia de trabalho técnico especializado na execução dos serviços,

programas, projetos e benefícios da assistência social para combate à

pobreza.

3. DIRETRIZES

Page 22: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

22

Contribuir com a efetivação do direito humano a um padrão de uma vida

digna, por meio do direcionamento das ações no âmbito das atribuições da

assistência social para o enfrentamento da pobreza, a serem desenvolvidas

pelo poder público e entidades de assistência social do município de Bento

Gonçalves.

4. OBJETIVO GERAL

Page 23: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

23

EIXO 1- MAPEAMENTO DA POBREZA

CONCEITO

Trata-se do desenvolvimento de capacidades9 e meios técnicos para que

os gestores e profissionais da Assistência Social possam identificar, cadastrar

e caracterizar as famílias que vivem em situação de pobreza, bem como as

incidências desta que se expressam nos diferentes territórios do município.

PÚBLICO-ALVO

Famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza entendidas como

aquelas que têm renda mensal de até ½ (meio) salário mínimo por pessoa ou

renda mensal de até ¼ (um quarto) de salário mínimo por pessoa,

respectivamente.

OBJETIVO

Contribuir para um diagnóstico social permanente nos territórios do

Município, pela potencialização da produção e organização de dados e

indicadores que subsidiem o planejamento, implantação, implementação,

monitoramento e avaliação dos serviços, programas, projetos e benefícios no

âmbito da Assistência Social, qualificando e intensificando sua atuação sobre

as reais necessidades deste público.

____________________________ 9 Conjunto de habilidades e recursos necessários ao indivíduo para a realização de uma tarefa

específica. Está ligado à educação, num processo de incorporação de novas ferramentas e o desenvolvimento de possibilidades positivas.

5. EIXOS DE ATUAÇÃO

Page 24: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

24

NORMATIVAS LEGAIS

Lei nº 8.742/1993. Lei Orgânica da Assistência Social. Dispõe sobre a

organização da Assistência Social e dá outras providências.

Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004. Resolução nº 145, de 15

de outubro de 2004.

Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social-

NOB/SUAS. Resolução nº 33, de 12 de dezembro de 2012.

Orientações Técnicas da Vigilância Socioassistencial. Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome- MDS. 2013.

Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007. Dispõe sobre o Cadastro Único para

Programas Sociais.

Portarias nº 177, de 16 de junho de 2011 e nº 274, de 10 de outubro de 2011.

Dispõe sobre a operacionalização do Cadastro Único para Programas Sociais.

Instruções Normativas nº1 e nº2, de 26 de agosto de 2011, e nº3 e nº4, de 14

de outubro de 2011. Dispõe as definições técnicas sobre a operacionalização

do Cadastro Único para Programas Sociais.

DESCRIÇÃO DA AÇÕES

(*) Ações de execução exclusiva da gestão.

1) Implementar ações a partir do Cadastro Único para Programas Sociais,

no que tange a:

a) (*)Identificar e cadastrar as famílias que compõem o público em

situação de pobreza e extrema pobreza no território de Bento

Gonçalves, potencializando o acesso aos programas sociais;

b) (*)Promover a utilização dos dados do Cadastro Único pela

Vigilância Socioassistencial para o planejamento e gestão de

Page 25: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

25

políticas públicas locais voltadas à população de baixa renda,

executadas no âmbito do governo local;

c) (*)Adotar medidas para o controle e a prevenção de fraudes ou

inconsistências cadastrais, disponibilizando canais para o

recebimento de denúncias;

d) (*)Permitir acesso do Conselho Municipal de Assistência Social-

CMAS às informações cadastrais, sem prejuízo das implicações

ético-legais relativas ao uso dessas informações.

2) Manter a atualização permanente das informações sobre as situações

vividas pelas famílias em condição de pobreza, seja em meios

eletrônicos ou físicos, zelando pela guarda e sigilo dos registros.

3) (*)Executar ações de fomento à produção e sistematização da

informação sobre a incidência de situações de pobreza e suas

demandas nos diferentes territórios.

4) (*)Produzir e sistematizar informações, construindo indicadores e índices

territorializados das situações de risco e vulnerabilidade social, que

incidem sobre famílias e sobre os indivíduos nos diferentes ciclos de

vida.

5) (*)Produzir e sistematizar informações sobre as potencialidades dos

territórios e das famílias neles residentes.

6) (*)Monitorar a incidência das situações de violência, negligência e maus

tratos, abuso e exploração sexual, que afetam famílias e indivíduos, com

especial atenção para aquelas em que são vítimas crianças,

adolescentes, idosos e pessoas com deficiência.

7) Identificar em instrumento próprio, as pessoas com deficiência,

caracterizando como: deficiência física, deficiência auditiva, deficiência

Page 26: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

26

visual, deficiência intelectual, transtorno global do desenvolvimento,

síndrome de down e outras.

8) Identificação em instrumento próprio, de famílias em atendimento que

são beneficiárias do Programa Bolsa Família, Benefício de Prestação

Continuada ou outros de complementação de renda que sejam criados.

9) Identificar e encaminhar famílias em situação de pobreza para

cadastramento no Cadastro Único para Programas Sociais.

10) (*)Fortalecer o papel dos CRAS e do CREAS como unidades

responsáveis pelo referenciamento, respectivamente, de Proteção Social

Básica e da Proteção Social Especial, por meio da regulação de fluxos

de articulação com a rede de serviços socioassistenciais, das demais

políticas públicas e órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.

RESULTADOS ESPERADOS

1) Conhecer de forma objetiva e profunda as necessidades da

população e a organização e dinâmica dos territórios, na perspectiva

da consolidação de uma política de assistência social capaz de

contribuir para a redução das desigualdades e de assegurar proteção

social a todo cidadão que dela necessitar, nos termos da

Constituição Federal e da Lei Orgânica da Assistência Social –

LOAS.

2) Fortalecimento da gestão gerencial da política de assistência social,

a partir de processos de produção, análise e utilização de

informações que qualifiquem a intervenção dos agentes públicos,

possibilitando resultados gradualmente mais condizentes com as

expectativas e necessidades da população em geral e, em particular,

dos segmentos sociais mais vulneráveis.

Page 27: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

27

EIXO 2- BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS E PROGRAMAS DE

TRANSFERÊNCIA DE RENDA

CONCEITO

Os benefícios assistenciais e os programas de transferência de renda

promovem apoio às famílias em situação de pobreza, por meio da garantia de

renda e provisões materiais, atenuando os efeitos decorrentes da precariedade

nas condições mínimas de subsistência. Consistem no Benefício de Prestação

Continuada – BPC, Benefícios Eventuais e Programa Bolsa Família - PBF.

PÚBLICO-ALVO

1) Benefício de Prestação Continuada – BPC: Idosos, com idade de 65

anos ou mais, e pessoas com deficiência, de qualquer idade, com

impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou

sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir

sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de

condições com as demais pessoas; com renda per capita de até ¼ do

salário mínimo.

2) Benefícios Eventuais: Famílias ou indivíduos com renda per capita igual

ou inferior a ½ salário mínimo.

3) Programa Bolsa Família – PBF: Famílias ou indivíduos cadastrados no

Cadastro Único para Programas Sociais, com renda mensal por pessoa

menor ou igual ao limite de extrema pobreza (R$ 77,00); e com renda

mensal por pessoa entre os limites de extrema pobreza e pobreza (R$

77,01 e R$ 154,00), desde que possuam crianças e/ou adolescentes de

0 a 17 anos na sua composição; considerando o processo de seleção de

alçada do Governo Federal.

Page 28: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

28

OBJETIVO

Benefício de Prestação Continuada: consiste no repasse de 1 (um)

salário mínimo mensal ao idoso (com 65 anos ou mais) e à pessoa com

deficiência que comprovem não ter meios para suprir sua subsistência ou de

tê-la suprida por sua família. Esse benefício compõe o nível de proteção social

básica, sendo seu repasse efetuado diretamente ao beneficiário. É

intransferível e não possui caráter vitalício.

Benefícios Eventuais: são previstos no art. 22 da LOAS, disposto em Lei

Municipal nº 4.729, de 27 de outubro de 2009, e revistos anualmente pelo

Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, sendo as formas prestadas:

auxílio natalidade, auxílio funeral e outros benefícios eventuais para atender

necessidades advindas de vulnerabilidades temporárias e de calamidade

pública. As provisões relacionadas ao campo da Saúde, Educação e demais

políticas, não se incluem na condição de benefícios eventuais da Assistência

Social.

Programa Bolsa Família: O PBF possui três eixos principais: a

transferência de renda direta aos beneficiários na intenção de promover o alívio

imediato da pobreza; as condicionalidades que reforçam o acesso a direitos

sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social; e as ações

e programas complementares que objetivam o desenvolvimento das famílias,

de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade.

NORMATIVAS LEGAIS

Lei nº 8.742/1993. Lei Orgânica da Assistência Social. Dispõe sobre a

organização da Assistência Social e dá outras providências.

Lei nº 9.720, de 30 de novembro de 1998. Dá nova redação a dispositivos da

Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da

Assistência Social, e dá outras providências.

Page 29: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

29

Lei Federal nº 10.836, de 09 de janeiro de 2004. Cria o Programa Bolsa Família

e dá outras providências; e suas alterações.

Portaria MDS/MEC nº 3.789/04, de 17 de novembro de 2004. Define as

atribuições do MEC e das Secretarias Municipais e Estaduais de Educação.

Decreto 5.209, de 17 de setembro de 2007. Regulamenta a Lei no

10.836/2004, que cria o Programa Bolsa Família, e dá outras providências; e

suas alterações.

Portaria MDS/MS nº 2.509, de 18 de novembro de 2004. Trata das

condicionalidades de saúde do PBF.

Portaria nº 555, de 11 de novembro de 2005. Estabelece normas e

procedimentos para a gestão de benefícios do Programa Bolsa Família.

Portaria nº 341, de 07 de outubro de 2008. Dispõe sobre procedimentos

operacionais necessários ao ingresso de famílias no Programa Bolsa Família.

Portaria nº 617, de 11 de agosto de 2010. Estabelece normas e procedimentos

para a revisão cadastral dos beneficiários do Programa Bolsa Família.

Portaria nº 204, de 08 de julho de 2011. Disciplina procedimentos relativos ao

pagamento e aos cartões de benefícios do Programa Bolsa Família – PBF.

Portaria nº 251, de 12 de dezembro de 2012. Regulamenta a gestão das

condicionalidades do PBF.

Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de

Renda no Âmbito do Sistema Único de Assistência Social – Aborda a interação

do PBF com a área de Assistência Social.

Resolução CNAS nº 212, de 19 de outubro de 2006 – Propõe critérios

orientadores para a regulamentação da provisão de benefícios eventuais no

âmbito da Assistência Social.

Page 30: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

30

Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007. Regulamenta o benefício de

prestação continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência e

ao idoso.

Decreto nº 6.307, de 14 de dezembro de 2007. Dispõe sobre os benefícios

eventuais de que trata o art. 22 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

Decreto nº 6.564, de 12 de setembro de 2008. Altera o Regulamento do

Benefício de Prestação Continuada.

Resolução CIT nº 07, de 10 de setembro de 2009. Protocolo de Gestão

Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do

Sistema Único de Assistência Social-SUAS.

Lei Municipal nº 4.729, de 27 de outubro de 2009. Regulamenta a concessão

dos benefícios eventuais da Política de Assistência Social.

Resolução CNAS nº 39, de 09 de dezembro de 2010. Dispõe sobre o processo

de reordenamento dos benefícios eventuais no âmbito da Assistência Social.

Lei nº 12.435, de 06 de julho de 2011. Altera a Lei no 8.742, de 7 de dezembro

de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social.

Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011. Altera os arts. 21 e 24 da Lei nº 8.212,

de 24 de julho de 1991. Altera os arts. 20 e 21 e acrescenta o art. 21-A à Lei no

8.742, de 7 de dezembro de 1993, para alterar regras do benefício de

prestação continuada da pessoa com deficiência.

Decreto nº 7.617, de 17 de novembro de 2011. Altera o Regulamento do

Benefício de Prestação Continuada.

Portaria Conjunta SPS/INSS/SNAS nº 2, de 19 de setembro de 2014 –

Estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pelo Instituto Nacional

do Seguro Social na operacionalização do Benefício de Prestação Continuada.

Page 31: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

31

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES

(*) Ações de execução exclusiva da gestão.

1) Identificar as famílias que compõem o público-alvo em relação ao BPC,

Benefícios Eventuais e PBF, nos diferentes territórios do Município, e

dar encaminhamento aos órgãos competentes.

2) Manter a atualização permanente das informações sobre as famílias em

condição de pobreza, seja nos meios eletrônicos ou físicos, zelando pela

guarda e sigilo dos registros.

3) (*)Intensificar a intersetorialidade do PBF, por meio da articulação da

Coordenadoria Municipal do PBF, efetivando a complementaridade das

ações para atingir os objetivos, à luz das legislações vigentes.

4) (*)Intensificar a intersetorialidade do BPC, por meio da articulação do

Grupo Gestor do BPC, efetivando a complementaridade das ações para

atingir os objetivos, à luz das legislações vigentes.

5) (*)Buscar articulação com as unidades de atendimento do INSS locais

ou mais próximas visando maior qualidade na operacionalização do

BPC.

6) (*)Garantir que a rede de serviços socioassistenciais se estruture para a

prestação dos Benefícios Eventuais com vistas ao atendimento das

necessidades humanas básicas.

7) Efetivar avaliação técnica e acompanhamento no que tange ao processo

de dispensação de benefícios eventuais, bem como da evolução do

nível de necessidade e capacidade de superação.

8) Realizar a ampla divulgação do direito ao BPC e PBF, tendo como

objetivo favorecer as condições de acesso aos potenciais beneficiários.

Page 32: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

32

9) (*)A equipe do CRAS deve realizar mapeamento periódico da incidência

de beneficiários dos Benefícios Eventuais, com vistas a adequação do

recurso financeiro para atender a real demanda.

RESULTADOS ESPERADOS

1) Garantia de isonomia no acesso ao BPC, Benefícios Eventuais e

Programa Bolsa Família, em relação a todas as famílias e indivíduos em

iguais condições.

2) Contribuir para a superação e minimização das situações de pobreza e

extrema pobreza.

3) Aprimoramento da aliança intersetorial, visando a evolução constante de

processos de trabalho que propiciem a complementariedade de ações, a

articulação de parcerias e assegure o compromisso de todos para o

alcance dos objetivos estabelecidos em relação ao BPC, Benefícios

Eventuais e PBF.

4) Alcance das metas estabelecidas no Pacto de Aprimoramento do SUAS,

fundamentado na NOB SUAS, no que tange aos temas abordados

nesse eixo.

Page 33: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

33

EIXO 3- INTEGRAÇÃO DOS BENEFÍCIOS COM OS SERVIÇOS

SOCIOASSISTENCIAIS

CONCEITO

Os benefícios e programas que transferem renda ou provisões materiais

consistem em respostas emergenciais para garantia da sobrevivência das

famílias pobres. Contudo, a pobreza não se caracteriza somente pela

insuficiência de renda, mas esta, agregada às demais vulnerabilidades,

influencia na capacidade de uma família. Nesse sentido, é necessária a

integração do público beneficiário aos serviços, programas e projetos da

Assistência Social, gerando a oferta simultânea de renda e ações

socioassistenciais.

PÚBLICO-ALVO

Famílias e indivíduos beneficiários do Programa Bolsa Família, Benefício

de Prestação Continuada da Assistência Social e Benefícios Eventuais.

OBJETIVO

Intensificar o acesso prioritário destes beneficiários a serviços,

programas e projetos socioassistenciais do Município, visando potencializar o

desenvolvimento integral das famílias, contribuindo para sua autonomia e

emancipação.

NORMATIVAS LEGAIS

Lei nº 8.742/1993. Lei Orgânica da Assistência Social. Dispõe sobre a

organização da Assistência Social e dá outras providências.

Page 34: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

34

Lei nº 9.720, de 30 de novembro de 1998. Dá nova redação a dispositivos da

Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da

Assistência Social, e dá outras providências.

Lei Federal nº 10.836, de 09 de janeiro de 2004. Cria o Programa Bolsa Família

e dá outras providências; e suas alterações.

Portaria MDS/MEC nº 3.789/04, de 17 de novembro de 2004. Define as

atribuições do MEC e das Secretarias Municipais e Estaduais de Educação

Decreto 5.209, de 17 de setembro de 2007. Regulamenta a Lei no

10.836/2004, que cria o Programa Bolsa Família, e dá outras providências; e

suas alterações.

Portaria MDS/MS nº 2.509, de 18 de novembro de 2004. Trata das

condicionalidades de saúde do PBF.

Portaria nº 555, de 11 de novembro de 2005. Estabelece normas e

procedimentos para a gestão de benefícios do Programa Bolsa Família.

Portaria nº 341, de 07 de outubro de 2008. Dispõe sobre procedimentos

operacionais necessários ao ingresso de famílias no Programa Bolsa Família.

Portaria nº 617, de 11 de agosto de 2010. Estabelece normas e procedimentos

para a revisão cadastral dos beneficiários do Programa Bolsa Família.

Portaria nº 204, de 08 de julho de 201. Disciplina procedimentos relativos ao

pagamento e aos cartões de benefícios do Programa Bolsa Família – PBF

Portaria nº 251, de 12 de dezembro de 2012. Regulamenta a gestão das

condicionalidades do PBF.

Resolução CNAS nº 212, de 19 de outubro de 2006. Propõe critérios

orientadores para a regulamentação da provisão de benefícios eventuais no

âmbito da Assistência Social.

Page 35: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

35

Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007. Regulamenta o benefício de

prestação continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência e

ao idoso.

Decreto nº 6.307, de 14 de dezembro de 2007. Dispõe sobre os benefícios

eventuais de que trata o art. 22 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

Decreto nº 6.564, de 12 de setembro de 2008. Altera o Regulamento do

Benefício de Prestação Continuada.

Resolução CIT nº 07, de 10 de setembro de 2009. Protocolo de Gestão

Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do

Sistema Único de Assistência Social-SUAS.

Lei Municipal nº 4.729, de 27 de outubro de 2009. Regulamenta a concessão

dos benefícios eventuais da Política de Assistência Social.

Resolução CNAS nº 39, de 09 de dezembro de 2010. Dispõe sobre o processo

de reordenamento dos benefícios eventuais no âmbito da Assistência Social.

Lei nº 12.435, de 06 de julho de 2011. Altera a Lei no 8.742, de 7 de dezembro

de 1993.

Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011. Altera os arts. 21 e 24 da Lei nº 8.212,

de 24 de julho de 1991. Altera os arts. 20 e 21 e acrescenta o art. 21-A à Lei no

8.742, de 7 de dezembro de 1993, para alterar regras do benefício de

prestação continuada da pessoa com deficiência.

Decreto nº 7.617, de 17 de novembro de 2011. Altera o Regulamento do

Benefício de Prestação Continuada.

Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de

Renda no Âmbito do Sistema Único de Assistência Social – Aborda a interação

do PBF com a área de Assistência Social.

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES

(*) Ações de execução exclusiva da gestão.

Page 36: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

36

1) (*)Realizar a gestão integrada entre benefícios e programas de

transferência de renda com os serviços, programas e projetos

socioassistenciais públicos e privados, no âmbito municipal,

considerando promover o desenvolvimento de fluxos de informação,

identificação e encaminhamento que garantam a oferta prioritária de

serviços para os indivíduos e as famílias beneficiárias.

2) Implementar os processos de gestão da informação, por meio de

ferramentas tecnológicas e outros registros, qualificando a coleta de

dados e geração de informações e indicadores que subsidiem o

monitoramento e a avaliação do atendimento às famílias e indivíduos,

bem como dos benefícios repassados.

3) Planejar estratégias de atendimento/acompanhamento das famílias

beneficiárias do PBF e BPC, por meio dos serviços ofertados pelo CRAS

e pelo CREAS, de acordo com a situação de vulnerabilidade ou risco

social.

4) (*)Favorecer meios que fortaleçam sistematicamente a articulação da

rede socioassistencial, de educação e saúde, bem como de outras

políticas e do Sistema de Garantia de Direitos, para monitorar e avaliar o

atendimento das famílias e indivíduos.

5) (*)Analisar e sistematizar as informações recebidas da União,

considerando o local de moradia das famílias com beneficiário (s) do

BPC e PBF, encaminhando sistematicamente as listas de beneficiários

do BPC e PBF, bem como das listas das famílias em descumprimento

de condicionalidades do PBF, aos CRAS e CREAS.

6) Elaborar estratégias, em consonância, principalmente, com a Política de

Educação, Saúde, Direitos Humanos, Transporte, para garantir o acesso

e permanência na escola das crianças e adolescentes beneficiários do

BPC.

Page 37: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

37

7) Os procedimentos para atendimento das famílias poderão ser

diferenciados, conforme a situação de vulnerabilidade e risco social

vivenciada pela família. Serão priorizadas, no acompanhamento familiar,

as famílias que vivenciam situações de risco social e, no caso do PBF,

as famílias em situação de descumprimento de condicionalidades, em

especial, aquelas que estão em “suspensão do benefício por dois

meses”, a fim de garantir a segurança de renda das famílias.

8) As famílias devem ser incentivadas a participar do Serviço de Proteção e

Atendimento Integral à Família (PAIF) e serviços de convívio,

socioeducativo e de fortalecimento de vínculos, a fim de afiançar as

seguranças de convívio familiar e comunitário, e de desenvolvimento da

autonomia.

9) (*)A equipe do CRAS deverá manter atualizado o diagnóstico do

território, especificando as condições de vida das famílias com membros

beneficiários do BPC e os serviços da rede necessários para

atendimento de suas demandas.

10) Serão priorizadas para acompanhamento familiar as famílias com

beneficiários do BPC que se encontrem em situação de maior

vulnerabilidade, dentre elas: idosos ou pessoas com deficiência vivendo

em serviços de acolhimento; idosos ou pessoas com deficiência

representados legalmente para fins de recebimento das parcelas

referentes ao BPC; idosos ou pessoas com deficiência que se

encontram em situação de dependência e/ou sob cuidados de terceiros;

Idosos ou pessoas com deficiência vivendo em situação de rua; criança

de 0 a 6 anos, com deficiência que não frequenta atividades educativas

ou de reabilitação; e, criança e/ou adolescente com deficiência que está

fora da escola e de atividades socioeducativas.

11) Implementar o processo de acompanhamento das famílias beneficiárias

do PBF junto aos serviços das áreas de assistência social, saúde e

educação, considerando ainda o caráter prioritário das que estiverem em

Page 38: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

38

descumprimento de condicionalidades, sobretudo com o benefício

suspenso.

12) (*)Realizar processo de monitoramento da gestão integrada dos

benefícios do PBF e BPC, a partir de indicadores de

atendimento/acompanhamento desse público.

RESULTADOS ESPERADOS

1) Garantia da oferta prioritária de serviços socioassistenciais, e de outras

políticas quando couber, para os indivíduos e as famílias beneficiárias

do BPC, Benefícios Eventuais e PBF, nos termos da legislação.

2) Efetivação das premissas do BPC, Benefícios Eventuais e PBF, que

preconizam uma assistência emergente e não uma transferência

financeira permanente.

3) Obter um macro panorama com o perfil evolutivo, para além dos índices

quantitativos, das famílias e indivíduos beneficiários do BPC, Benefícios

Eventuais e PBF, considerando o período de ingresso/acesso até a

superação da necessidade.

4) Aprimoramento da aliança intersetorial, visando a evolução constante de

processos de trabalho que propiciem a complementariedade de ações, a

articulação de parcerias e assegure o compromisso de todos para o

alcance dos objetivos estabelecidos em relação ao BPC, Benefícios

Eventuais e PBF.

5) Alcance das metas estabelecidas no Pacto de Aprimoramento do SUAS,

fundamentado na NOB SUAS, no que tange aos temas abordados

nesse eixo.

Page 39: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

39

EIXO 4- INCLUSÃO PRODUTIVA

CONCEITO

A Inclusão Produtiva consiste em uma estratégia de superação da

extrema pobreza baseada em políticas de geração de renda e inserção no

mercado de trabalho. Este eixo visa a articulação de ações e programas que

favoreçam o acesso da população em situação de vulnerabilidade social a

oportunidade de ocupação e renda, no meio urbano e rural, estimulando o

aumento da produção no campo e a geração de ocupação e de renda na

cidade. Esta inserção se dá por meio do emprego formal, qualificação

profissional e intermediação de mão-de-obra, que visam a colocação dos

indivíduos em postos de emprego com carteira de trabalho e previdência, ou

ainda fomenta para abertura de negócio próprio ou a organização

empreendimentos de economia solidária.

PÚBLICO-ALVO

Pessoas em situação de vulnerabilidade social, com prioridade para

situações de extrema pobreza e pessoas com deficiência.

OBJETIVO

Promover ações que possibilitem a qualificação profissional e a inserção

de pessoas em situação de vulnerabilidade social no mundo do trabalho,

contribuindo para um processo de emancipação e protagonismo.

NORMATIVAS LEGAIS

Page 40: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

40

Lei nº 8.742/1993. Lei Orgânica da Assistência Social. Dispõe sobre a

organização da Assistência Social e dá outras providências.

Resolução CNAS 33 de 28 de novembro de 2001. Define a Promoção da

Integração ao Mercado de Trabalho no campo da Assistência Social e

estabelece seus requisitos.

Resolução CNAS 18/2012, cria o Programa Nacional de Promoção ao Acesso

ao Mundo do Trabalho (ACESSUAS).

Lei 12.513, de 2011, cria o PRONATEC, prevê cursos gratuitos para pessoas

inscritas ou em processo de inclusão no Cadastro Único.

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES

1) Articular com outras políticas públicas de integração ao mundo do

trabalho e entidades que ofertem qualificação profissional, inclusão

produtiva e intermediação de mão-de-obra e também com entidades que

atuam no apoio à pessoa com deficiência.

2) Mobilizar e sensibilizar os indivíduos para o acesso a oportunidades de

qualificação e inclusão produtiva no mundo do trabalho (trabalho formal,

empreendedorismo ou economia solidária).

3) Divulgação do programa ACESSUAS e do PRONATEC por meio de

reuniões, palestras, oficinas, mídia, entre outros.

4) Orientação a pessoas com deficiência e suas famílias sobre as ações de

inclusão produtiva do município.

5) Encaminhamento dos usuários com perfil de cursos do PRONATEC para

cadastramento no CadÚnico e para outras políticas, conforme a

necessidade.

Page 41: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

41

6) (*)Acompanhamento da trajetória dos usuários que estão realizando

cursos do PRONATEC para que não haja abandono, realizando as

ações junto às instituições ofertantes dos cursos.

RESULTADOS ESPERADOS

1) Ampliar as oportunidades de qualificação profissional dos usuários da

assistência social.

2) Geração ou aumento da renda dos usuários, por meio da inclusão no

mercado de trabalho.

3) Ampliar a rede social dos usuários, buscando a interação com outros

sujeitos ou organizações que lhe permitam mobilidade social

ascendente.

4) Estimular o protagonismo social dos usuários, para que estes tenham

um empoderamento como sujeitos, tomando para si o controle de suas

próprias vidas.

Page 42: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

42

EIXO 5- SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

CONCEITO

Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é a realização do direito ao

acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade

suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo

como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a

diversidade cultural, e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente

sustentáveis.

PÚBLICO ALVO

Famílias e indivíduos em situação de insegurança alimentar e

nutricional, em atendimento nos serviços, programas e projetos

socioassistenciais.

OBJETIVO

Garantir o direito à alimentação adequada e de qualidade para as

famílias e indivíduos que se encontrem em insegurança alimentar e nutricional

do público alvo, por meio de programas, projetos e benefícios específicos, no

âmbito municipal.

NORMATIVAS LEGAIS

Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Lei Orgânica de Segurança

Alimentar e Nutricional- LOSAN.

Page 43: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

43

Portaria nº 345, de 20 de dezembro de 2011. Art. 1º. Composição do Grupo

Técnico previsto na Cláusula Nona do Acordo de Cooperação nº 001/2010.

Lei Municipal n° 4.729, de 27 de outubro de 2009. Regulamenta a concessão

dos benefícios Eventuais da Política de Assistência Social do município de

Bento Gonçalves.

Lei nº. 10.696, de 2 de julho de 2003, art. 19 e regulamentado pelo Decreto nº.

4.772, de 02 de julho de 2003, o qual foi alterado pelo Decreto nº. 5.873, de 15

de agosto de 2006.

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES

1) (*)Repasse de cestas básicas às entidades de atendimento, cadastradas

no Conselho Municipal de Assistência Social, que ofertam alimentação

no local.

2) (*)Repasse de cestas básicas aos CRAS do município na forma de

benefício eventual à população.

3) Oferta de alimentação ao público-alvo referenciado nesse eixo, na forma

de lanches ou refeições.

4) (*)Coordenação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA),

compondo as ações desse programa: avaliação técnica, cálculo técnico

de per capita de alimentos, controle do repasse de alimentos às

entidades, organização da produção e demanda de produção com os

agricultores e repasse financeiro.

5) (*)Execução de acompanhamento técnico dos serviços prestados pela

SEMHAS de alimentação e nutrição, compras, elaboração de cardápios,

controle de estoques, treinamentos anuais de Boas Práticas para os

colaboradores do serviço de alimentação.

Page 44: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

44

6) Oficinas de educação alimentar e nutricional para a população em geral,

priorizando as pessoas em atendimento na rede de serviços da

assistência social.

7) (*)Repasse de doações (empresas privadas, eventos, rede Banco de

Alimentos de Porto Alegre) às entidades cadastradas no Conselho

Municipal de Assistência Social que servem refeições e lanches a

população em atendimento.

RESULTADOS ESPERADOS

1) Diminuir a situação de insegurança alimentar e nutricional da população

de Bento Gonçalves.

2) Garantir o direito humano à alimentação adequada em quantidade e

qualidade.

3) Acesso a alimentos saudáveis e de qualidade à população em situação

de insegurança alimentar e nutricional.

4) Fortalecer o processo de superação de pobreza e extrema pobreza.

Page 45: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

45

BRASIL. Relatório nacional de acompanhamento: Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio. Brasília. 2004.

_____. Constituição Federal de 1988. 8. ed., atual. e ampl. São Paulo, 2002.

_____. Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS. Lei nº 8.742, de 7 de

dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá

outras providências.

_____. Política Nacional de Assistência Social- PNAS/2004. Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de

Assistência Social, Brasília, 2005.

IBGE. Indicadores Sociais Municipais: Uma análise dos resultados do

universo o Censo Demográfico 2010. Estudos & Pesquisa: informação

demográfica e socioeconômica. RJ. 2011. Disponível em:

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv54598.pdf>. Acesso em: out.

2014.

CRESPO; Antônio Pedro Albernaz. GUROVITZ; Elaine. A pobreza como um

fenômeno multidimensional. RAE-eletrônica, Volume 1, Número 2, jul-

dez/2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a03. Acesso

em: out. 2014.

DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE AÇÃO DA CÚPULA MUNDIAL SOBRE

DESENVOLVIMENTO SOCIAL - Copenhague 1995. Disponível em:

<http://www.direitoshumanos.usp.br/dh/index.php/Confer%C3%AAncias-de-

C%C3%BApula-das-Na%C3%A7%C3%B5es-Unidas-sobre-Direitos-

Humanos/declaracao-e-programa-de-acao-da-cupula-mundial-sobre-

desenvolvimento-social.html>. Acesso em: nov. 2014.

REFERÊNCIAS

Page 46: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

46

DIEESE- Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico.

Disponível em:

<http://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2014/201410cestabasica.pdf>

Acesso em: out. de 2014.

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Cia. das

Letras, 2010.

SPOSATI, Aldaiza. Modelo brasileiro de proteção social não contributiva:

concepções fundantes. In: Concepção e Gestão da Proteção Social não

contributiva no Brasil. Brasília: MDS/UNESCO, 2009, p.12.

FALCÃO, T. É possível crescer incluindo. Disponível em

http://www.brasilsemmiseria.gov.br/noticias/ultimos-artigos/2013/agosto/e-

possivel-crescer-incluindo. Acesso em 07 jan. 2014.

Lei Orgânica da Assistência Social. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em 08 jan. 2014.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Guia de Geração de

Trabalho e Renda: nova perspectiva na elaboração de políticas , programas e

projetos de geração de trabalho e renda. São Paulo, 2008.

PRONATEC Brasil Sem Miséria. Disponível em

http://portal.iff.edu.br/campus/pronatec/documentos-de-

referencia/Cartilha%20PRONATEC%20BSM%20-%20MDS%20-

%20v.%202013.pdf/view. Acesso em 09 jan. 2014.

Resolução N° 18, de 24 de maio de 2012. Disponível em:

http://www.mds.gov.br/cnas/legislacao/resolucoes/arquivos-2012/arquivos-

2012/. Acesso em 08 jan. 2014.

Resolução N° 33, de 28 de novembro de 2011. Disponível em:

http://www.mds.gov.br/cnas/legislacao/legislacao/resolucoes/arquivos-

2011/arquivos-2011/. Acesso em 08 jan. 2014.

Page 47: PROGRAMA MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO À POBREZA … · Ao encontro das deliberações da UNESCO pela promoção da conscientização para o fato de que a libertação da pobreza é

47

BPC- BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA CADÚNICO- CADASTRO ÚNICO PARA PROGRAMAS SOCIAIS CEACRI- CENTRO DE ATENDIMENTO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE CECAD- CONTROLE, SELEÇÃO E EXTRAÇÃO DE INFORMAÇÕES DO CADÚNICO CRAS- CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL CREAS- CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ECA- ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ESF- ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA FICAI- FICHA DE COMUNICAÇÃO DO ALUNO INFREQUENTE IBGE- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA LA- LIBERDADE ASSISTIDA LDO- LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS LOAS- LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL MEC- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NOB RH- NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE RECURSOS HUMANOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NOB SUAS- NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL PAEFI- SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO ESPECIALIZADO À FAMÍLIA E INDIVÍDUOS PAIF- SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL À FAMÍLIA PEC- PRAÇA ESPORTE E CULTURA PIA- PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO PMAS- PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL PNAS- POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL PNPCD- PLANO NACIONAL DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA PPA- PLANO PLURI ANUAL PRONATEC- PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO PSB- PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA PSC- PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE PSE AC- PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE ALTA COMPLEXIDADE PSE MC- PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE RMV- RENDA MENSAL VITALÍCIA SAGI- SECRETARIA DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DA INFORMAÇÃO SENAI- SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAT- SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE SEST- SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE SMS- SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE SUAS- SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL UBS- UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

LISTA DE SIGLAS