150
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e mudanças alimentares após aconselhamento nutricional Marcus Vinicius Santos do Nascimento São Cristovão 2015

Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e mudanças alimentares após aconselhamento nutricional

Marcus Vinicius Santos do Nascimento

São Cristovão

2015

Page 2: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

i

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e mudanças alimentares após aconselhamento nutricional

Marcus Vinicius Santos do Nascimento

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Orientador(a): Profª.Drª. Raquel Simões Mendes

Netto

São Cristovão

2015

Page 3: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

ii

Nascimento/Marcus Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e mudanças alimentares

após aconselhamento nutricional

.

2015

Page 4: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

iii

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

N244p

Nascimento, Marcus Vinicius Santos do

Programa nutricional entre atletas competitivos : perfil e

mudanças alimentares após aconselhamento nutricional /

Marcus Vinicius Santos do Nascimento ; orientador Raquel

Simões Mendes Netto. – São Cristóvão, 2015.

148 f. : il.

Dissertação (mestrado em Educação Física)–

Universidade Federal de Sergipe, 2015.

1. Atletas - Nutrição. 2. Aptidão física – Aspectos nutricionais. 3. Suplementos dietéticos. 4. Composição corporal. I. Mendes Netto, Raquel Simões, orient. II. Título.

CDU 796:612.39

Page 5: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

iv

Marcus Vinicius Santos do Nascimento

Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e mudanças alimentares após aconselhamento nutricional

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Aprovada em ____/____/____ _________________________________________ Orientador: Profª. Drª. Raquel Simões Mendes Netto ________________________________________ 1° Examinador: Prof. Dr. Marcos Bezerra de Almeida _________________________________________ 2° Examinador: Profa. Dra. Sandra Maria Lima Ribeiro

PARECER - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Page 6: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por ter me proporcionado todas as graças alcançadas.

A meus pais, Valdir e Gicelma e a minha irmã, Valéria, que investiram, me educaram, me deram amor, carinho e motivação para seguir em frente na minha carreira.

À minha namorada, Thalita, por toda paciência e compreensão necessários nos momentos difíceis.

A todos os professores do Programa de Pós-graduação em Educação Física por todo o conhecimento passado, e, em especial, ao professor Marco Prado, por toda a contribuição fornecida para o desenvolvimento do trabalho.

Agradeço, especialmente, à minha orientadora, Raquel Simões, com a qual além dos conhecimentos fornecidos desde a graduação, confiou e investiu em mim durante o Mestrado e com certeza se tornou um espelho do profissional que um dia quero me tornar.

A toda equipe NutriAção, e especialmente, ao meu grande amigo Tiago Vila-Nova, pelos momentos de estudo, descontração e pela amizade formada.

A Sejesp pela ajuda fornecida e à todos os atletas que participaram do trabalho. Muito Obrigado!

Page 7: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

vi

RESUMO

O programa bolsa atleta é o maior programa de patrocínio de atletas do mundo,

no entanto nenhum trabalho avaliou a alimentação desses atletas.O presente

trabalho foi dividido em duas etapas. A primeira teve o objetivo de comparar os

hábitos alimentares e o perfil nutricional entre atletas do sexo masculino e

feminino, enquanto a segunda avaliou o efeito de uma intervenção nutricional

sobre a composição corporal, a ingestão dietética e o conhecimento em

nutrição dos atletas. Oitenta atletas participaram da primeira etapa do trabalho,

sendo 47 homens e 33 mulheres. Para avaliação da alimentação foi aplicado

um recordatório de 24 horas. As atletas do sexo feminino estavam mais

inadequadas quanto à ingestão hídrica no treino e refeições pré e pós-treino.

Ambos os grupos apresentaram uma elevada prevalência de inadequações nos

grupos de hortaliças, leite e derivados, açúcares e doces e óleos e gorduras,

no entanto, as mulheres estavam mais inadequadas quanto à ingestão de

frutas e carnes e ovos. Os homens apresentaram maior ingestão nutricional e

alimentar do que as mulheres. Ambos os grupos apresentaram uma elevada

inadequação em micronutrientes, estando as mulheres mais inadequadas em

vitaminas do complexo B e ferro. Os atletas de ambos os gêneros

apresentaram inadequações nutricionais, no entanto, essas foram maiores

entre as mulheres. Na segunda etapa do estudo, 32 atletas, sendo 21 adultos e

11 adolescentes receberam acompanhamento nutricional e foram analisados

separadamente. Após o acompanhamento, ambos os grupos tiveram aumento

da massa corporal e da massa magra e os adolescentes aumentaram a área

muscular do braço. Foi observado um aumento do número de refeições e

redução no intervalo e na omissão das mesmas nos adolescentes. Os

adolescentes aumentaram a ingestão hídrica diária e no treino após a

intervenção. Ambos os grupos apresentaram uma elevada prevalência de

efeitos positivos na ingestão de energia, nutrientes e porções alimentares, além

de terem aumentado o nível de conhecimento em nutrição. O

acompanhamento nutricional proporcionou uma melhora na alimentação, na

composição corporal e no nível de conhecimento em nutrição dos atletas, no

entanto, esses efeitos foram maiores nos adolescentes.

Page 8: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

vii

Palavras-chave: Intervenção Nutricional; Atletas; Ingestão dietética;

Composição corporal.

Page 9: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

viii

ABSTRACT

The Bolsa Atleta program is the biggest athletes sponsorship program, however

no study evaluated the dietary intake these athletes. This study was divided into

two stages. The first aimed to compare the eating habits and the dietary intake

of male and female athletes, while the second evaluated the effect of a nutrition

intervention on body composition, nutritional intake, nutrition knowledge and

dietary habits of athletes. Eighty athletes participated in the first stage of the

study, being 47 male and 33 female. A 24-hour recall was applied to evaluate

athletes dietary intake. Both groups showed a high inadequacy in caloric intake.

Men were more inadequate in protein and saturated fat intake, while women

showed a higher percentage of inadequacy in monounsaturated fat. Both

groups showed a high inadequacy in vitamin A, E, D and calcium intake. Men

were more inadequate in vitamin C and sodium, while women had a higher

inadequacy in vitamin B12, B3, magnesium, folate, phosphorus, and five times

more probability of inadequate iron intake. Women had a more inadequate

intake of fruit, meat, and Low adequacy of pre and post workout meals. Athletes

of both sexes present inadequacies on dietary intake, however, these were

higher among women.In the second stage of the study, 32 athletes, 21 adults

and 11 adolescents received nutritional counseling and were analyzed

separately. After follow-up, both groups had increased body mass and lean

mass and adolescents increased arm muscle area. There was an increase in

the number of meals and reduction in the range and the omission of the them in

adolescents. Both groups increased the adequacy of pre and post workout

meals and nutrition knowledge. Teenagers increased their water intake after the

intervention. Both groups showed a high prevalence of positive effects on

energy intake, nutrients and food portions. The nutritional counselling has been

effective in promoting beneficial changes on the athlete’s nutritional knowledge,

their body composition, and their dietary intake, however, the overall effect was

greater in the adolescents than in the adults.

Keywords: Nutritional intervention; Athletes; Dietary habits; Body composition

Page 10: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

ix

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 3

2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 3

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 3

3 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 4

3.1 HÁBITO ALIMENTAR E INGESTÃO DIETÉTICA EM ATLETAS ............... 4

3.1.1 Energia ................................................................................................... 4

3.1.2 Macronutrientes e Micronutrientes ........................................................ 6

3.1.3 Frequência de refeições ........................................................................ 9

3.1.4 Ingestão hídrica .................................................................................... 11

3.2 ANTROPOMETRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ATLETAS ........ 14

3.3 INTERVENÃO NUTRICIONAL EM ATLETAS .......................................... 16

4 ARTIGO 1 .......................................................................................................... 20

INTRODUÇÃO...................................................................................................21

MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 23

RESULTADOS ..................................................................................................... 28

DISCUSSÃO ........................................................................................................ 34

CONCLUSÃO ....................................................................................................... 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 40

5 ARTIGO 2 .......................................................................................................... 45

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 47

MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 49

RESULTADOS ..................................................................................................... 58

DISCUSSÃO ........................................................................................................ 62

CONCLUSÃO ....................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 73

CONCLUSÃO....................................................................................................78

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 78

ANEXO 1- Normas de publicação do artigo 1..................................................... 94

ANEXO 2- Normas de publicação do artigo 2................................................... 113

APÊNDICE A- Quadros, figuras e tabelas do Artigo 2 ..................................... 119

Page 11: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

x

APÊNDICE B-Termo de consentimento Livre e Esclarecido ........................... 131

APÊNDICE C- Recordatório de 24 horas .......................................................... 133

APÊNDICE D- Ficha de Avaliação Antropométrica .......................................... 134

Page 12: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

xi

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Diagrama dos atletas do estudo.........................................................24

Figura 2- Inadequação do número de refeições (A), prevalência de adequação

de refeições pré e pós-treino (B) e prevalência de omissão de refeições (C) de

atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE... .................................. ..............30

Gráfico 1- Percentual de inadequação da ingestão hídrica diária e no treino de

atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE... ........................................... ......31

Quadro1-Linha do tempo do

estudo..............................................................................................................118

Figura 2- Diagrama dos atletas que participaram do estudo...........................119

Quadro 1- Temas abordados nas consultas.. ..................................... .............120

Figura 2- Número de refeições (A), Intervalo entre as refeições (B), Omissão de

refeições (C), Omissão de Lanches (D), Adequação de Lanches pré e pós-

treino, antes e após o acompanhamento nutricional... .............................. ......122

Figura 3- Mediana e intervalo interquartílico da ingestão hídrica no treino (A) e

diária (B) dos atletas........................................................................................123

Figura 4- Efeito positivo da intervenção nutricional sobre ingestão energética e

de macronutrientes.. ...................................................................................... ....124

Figura 5- Efeito positivo da intervenção nutricional sobre a ingestão de porções

alimentares... ............................................................................................... ......127

Page 13: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Média (desvio padrão) da idade, antropometria e composição

corporal de atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE, 2012-2013............29

Tabela 2- Percentual de inadequação e Mediana (intervalo interquartílico) da

ingestão de porções dos grupos alimentares em atletas do programa Bolsa

Atleta, Aracaju-SE, 2012-2013..........................................................................32

Tabela 3- Média (desvio padrão) e percentual de inadequação da ingestão

energética e de macronutrientes dos atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-

SE,2012-2013....................................................................................................34

Tabela 4- Percentual de inadequação e mediana (intervalo interquartílico) da

ingestão de vitaminas e minerais de atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-

SE, 2012-2013...................................................................................................33

Tabela I- Média (Desvio padrão) da antropometria e composição corporal dos

atletas ................................................................................................................. 121

Tabela II- Média (desvio padrão) da ingestão de gordura saturada, poli-

insaturada e monoinsaturada antes e após a intervenção

nutricional.........................................................................................................126

Tabela III. Nível de conhecimento em nutrição dos atletas antes e depois da

intervenção nutricional................................................................................ .....129

Page 14: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

1

1 INTRODUÇÃO

Com a escolha da cidade do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas

de 2016, o Brasil aumentou o investimento financeiro no esporte. Além do

legado físico das instalações esportivas, o país tem aumentado também o

investimento sobre os atletas (1). O Bolsa Atleta é o maior programa de

patrocínio individual de atletas do mundo. Por meio desse, o governo seleciona

e repassa uma contribuição financeira mensal aos atletas de destaque no alto

rendimento. As bolsas priorizam as modalidades olímpicas e paralímpicas, no

entanto, uma menor parcela também é destinada aos esportes não-olímpicos

(2).

O programa federal inspirou alguns estados e municípios a instituir

projetos semelhantes. Em 2012, a prefeitura municipal de Aracaju também

aderiu ao programa. Anualmente, 80 atletas são pleiteados, sendo cinco na

categoria ouro (destaque em competições de nível internacional), 25 na

categoria prata (destaque em competições de nível nacional) e 50 na categoria

bronze (destaque em competições de nível estadual).

Seja em nível da esfera federal ou municipal, o programa Bolsa Atleta

tem o objetivo de incentivar o desenvolvimento pleno da carreira esportiva (2).

Para obtenção do sucesso no esporte, além da rotina exaustiva de treinos, a

adoção de uma alimentação adequada às demandas do exercício é primordial.

Atletas possuem necessidades nutricionais elevadas, o que pode colocá-los em

situação de risco nutricional, aumentando a incidência de infecções, lesões e

fadiga muscular (3). Nesse contexto, uma série de trabalhos tem avaliado

atletas de diferentes nacionalidades e níveis competitivos a fim de detectar

erros alimentares que possam prejudicar a saúde e o rendimento esportivo

(4,5,6).

A avaliação da alimentação, bem como desenvolvimento de ações de

acompanhamento nutricional, de atletas de programas brasileiros de incentivo

ao esporte seria igualmente importante, já que esses são estimulados a

melhorar os seus resultados em competições a fim de atingir patamares mais

elevados no esporte, podendo manter ou ampliar o benefício. No entanto,

nenhuma pesquisa envolvendo a alimentação desses atletas foi realizada.

Page 15: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

2

O treinamento de alto rendimento deve estar associado a um programa

nutricional adaptado às necessidades do exercício, no qual os atletas precisam

estar cientes dos benefícios e da importância de uma alimentação equilibrada e

balanceada. Na década de 90, algumas universidades americanas instalaram

programas de educação nutricional ligados ao próprio departamento esportivo

(7-8). Mais recentemente, outras propostas de intervenção nutricional também

foram elaboradas (9-10). Entretanto, esses programas não tiveram a sua

eficácia avaliada, e refletem uma realidade diferente da qual a maioria dos

atletas estão expostos, já que possuem protocolos extensos e dependentes de

uma equipe multidisciplinar.

Ainda são poucos os trabalhos publicados envolvendo intervenções

nutricionais em atletas, e, em função das diferentes metodologias utilizadas, os

resultados são inconsistentes. Collison (11) não verificou alterações na

ingestão dietética de atletas, após participarem de dois workshops sobre

nutrição. Em contrapartida, Carmo, Marins e Peluzio (12) observaram uma

redução significativa na ingestão de lipídios e no percentual de gordura

corporal em atletas de Jiu-jitsu, após nove meses de um acompanhamento

nutricional.

Nesse contexto, o presente trabalho foi dividido em duas etapas. A

primeira avaliou o perfil nutricional de atletas do Programa Bolsa atleta

Municipal de Aracaju, enquanto a segunda avaliou o efeito de uma intervenção

nutricional sobre a composição corporal, a ingestão dietética e o conhecimento

em nutrição dos atletas beneficiários do programa.

Page 16: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

3

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o perfil dietético e comparar o efeito de uma intervenção

nutricional sobre a composição corporal, parâmetros dietéticos e de

conhecimento em nutrição entre atletas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a adequação de macronutrientes, micronutrientes e água da

dieta dos atletas;

Avaliar a adequação da ingestão de grupos alimentares na dieta dos

atletas;

Comparar o perfil nutricional e os hábitos alimentares entre atletas do

sexo masculino e feminino

Avaliar e comparar a ingestão de macronutrientes, micronutrientes e

água da dieta dos atletas antes e após a intervenção;

Avaliar e comparar a ingestão de grupos alimentares na dieta dos

atletas antes e após a intervenção;

Avaliar e comparar o número, a omissão e o intervalo entre as refeições

dos atletas antes e após a intervenção;

Avaliar e comparar o conhecimento em nutrição dos atletas antes e

após a intervenção;

Avaliar e comparar os dados antropométricos e de composição corporal

dos atletas antes e após a intervenção.

Page 17: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

4

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 HÁBITO ALIMENTAR E INGESTÃO DIETÉTICA EM ATLETAS

A prática de atividades esportivas pode proporcionar benefícios à saúde

(13) no entanto, o esporte competitivo nem sempre representa sinônimo de

equilíbrio no organismo. As alterações fisiológicas e os desgastes nutricionais

gerados pelo exercício físico podem levar o atleta ao limiar entre a saúde e a

doença, se não houver a compensação adequada desses eventos (3).

Em função das demandas adicionais de treino e competição, atletas

possuem necessidades nutricionais diferentes da população em geral.

Atualmente, existem várias recomendações específicas relacionadas à

ingestão de energia, macronutrientes (carboidrato, proteína, lipídeo) e

hidratação, as quais foram elaboradas a fim de promover a saúde do atleta e

otimizar o rendimento esportivo (13-17).

3.1.1 Energia

A ingestão energética é o primeiro componente nutricional a ser ajustado

na alimentação de um atleta. O Colégio Americano de Medicina do Esporte (1)

(2009) recomenda que a ingestão calórica de esportistas seja ajustada ao tipo,

duração e intensidade do exercício. Indivíduos praticantes de atividade física

moderada, podem atingir a sua necessidade energética a partir de uma dieta

comum (35 kcal/kg/dia). Entretanto, atletas envolvidos em atividades de

elevado volume e/ou intensidade, devem ingerir entre 50 e 80 kcal/kg/dia a fim

de suprir o metabolismo basal e o gasto energético de treino (1).

Apesar da importância de uma ingestão energética adequada, situações

de déficit calórico são comumente observadas (18-21). É possível que

esportistas tenham dificuldades em atingir às suas necessidades,

Page 18: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

5

primeiramente, em função da grande quantidade de alimento a ser ingerida, ou

da supressão de apetite provocada pelo exercício extenuante (22). Além disso,

atletas de modalidades que prezem pela adoção de um físico magro, podem

adotar estratégias severas de restrição alimentar a fim de regular a massa

corporal, comprometendo assim, o seu balanço energético (23-25).

No tocante à ingestão calórica, atletas adolescentes precisam de um

cuidado adicional. Nessa fase da vida, ocorre o processo de ―estirão do

crescimento‖. Estima-se que nesse período, 15 a 25% da altura adulta seja

atingida, 45% do desenvolvimento esquelético e em torno de 26% da

densidade mineral óssea sejam adquiridos (26). Dessa forma, em atletas

jovens, a ingestão energética precisa suprir, além das necessidades impostas

pelo treinamento, as demandas de crescimento e desenvolvimento (26).

Diante dos riscos de uma baixa ingestão calórica em atletas, o Comitê

Olímpico Internacional estabeleceu em 2014, um consenso definindo a

chamada síndrome da deficiência energética (SDE), situação onde a baixa

ingestão calórica impede que os processos fisiológicos ocorram normalmente

(27). A SDE está relacionada ao aparecimento de deficiências nutricionais,

fadiga crônica, infecções, problemas cardiovasculares, lesões, disfunções

menstruais, retardo da maturação sexual e redução da massa magra (27).

A prevalência dessa síndrome têm sido comum nas modalidades de

resistência aeróbia, como maratonistas, triatletas e ciclistas de rua (21, 28).

Além disso, é observada em esportes cuja restrição alimentar é praticada a fim

de manter um físico magro, como ginastas e patinadores etária (29-30). A

literatura sugere que atletas do sexo feminino, sofrem uma maior pressão

social para adquirir um físico magro, levando-as assim, à adoção de práticas de

restrição energética que as colocam em maior risco de deficiências nutricionais

em relação aos homens. Entretanto, apesar do elevado número de trabalhos

envolvendo mulheres atletas, essas conclusões são advindas daqueles que

avaliaram o gênero feminino de forma isolada (31-33). Apesar da maioria dos

trabalhos terem focado em avaliar a ingestão calórica em atletas do gênero

feminino, restrições também foram observadas no sexo masculino, em

esportes semelhantes (34, 35).

Page 19: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

6

3.1.2 Macronutrientes e Micronutrientes

O valor calórico total da dieta é calculado a partir do teor de

macronutrientes da alimentação. O método consiste na soma das quilocalorias

provenientes de carboidratos, proteínas e lipídeos da dieta, os quais, em cada

grama consumido fornecem 4, 4 e 9 quilocalorias, respectivamente (36).

Apesar de atuarem juntos no fornecimento de energia ao organismo, a

nutrição esportiva tem ressaltado, individualmente, o papel de cada

macronutriente na promoção de melhores adaptações ao treinamento.

O carboidrato recebe destaque em vista da sua atuação na síntese de

ATP no exercício. A glicose plasmática e os estoques de glicogênio muscular e

hepático são as fontes primárias de energia para o músculo em contração.

Entretanto, em função dos estoques corporais desse nutriente serem limitados,

treinamentos intensos e/ou de longa duração podem provocar a depleção

dessas reservas, levando o indivíduo à fadiga muscular (37) Nesse contexto,

preconiza-se a ingestão apropriada de carboidrato como forma de garantir o

abastecimento das reservas de energia (glicogênio muscular e hepático) e

promover uma recuperação mais eficiente (14).

As recomendações de carboidrato variam de acordo com a intensidade

do exercício, sendo 3-5g/kg/dia em atividades leves, 5-7 g/kg/dia em exercício

moderados, 6-12g/kg/dia em exercício intensos (14).

Além da elevação nas necessidades de carboidrato, atletas podem

necessitar de, aproximadamente, duas vezes mais proteína do que indivíduos

sedentários (16). Após o exercício, as taxas de síntese e degradação proteica

encontram-se elevadas por um período maior ou igual a 24 horas, podendo a

proteólise se exceder e causar um balanço proteico negativo, caso não ocorra

uma ingestão nutricional adequada (38).

A ingestão de proteína aliada ao treinamento é capaz de maximizar as

taxas de síntese proteica, quando comparada ao exercício físico ou

alimentação de forma isolada (39-41). Além disso, quando associada ao

carboidrato, tem o poder de reduzir as taxas de degradação pós-exercício e

assim, induzir um balanço proteico muscular positivo. Tal fato pode beneficiar

Page 20: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

7

tanto os atletas que visam uma melhor recuperação muscular ou hipertrofia.

Nesse sentido, é sugerida a ingestão de 1,2 a 2 gramas de proteína/kg/dia (16).

Diferente das recomendações de carboidrato e proteína, as

necessidades de lipídios em atletas são similares às de indivíduos sedentários.

Os lipídios atuam na composição das membranas celulares, síntese de

hormônios, transporte de vitaminas lipossolúveis, além da formação de

triglicerídeos intramusculares, os quais contribuem para o fornecimento de

energia no exercício (1).

Apesar da importância desse nutriente para as funções orgânicas, não

foram observadas melhoras no desempenho atlético com a ingestão de dietas

hiperlipídicas (42,43), as quais, também estão relacionadas ao aumento do

risco cardiovascular (70). Dessa forma, a ingestão de gorduras não deve

ultrapassar 30% do valor energético total (70).

Mesmo diante do papel fundamental dos macronutrientes na

alimentação do atleta, diversos trabalhos observaram que existe um

desequilíbrio na ingestão dos mesmos, independente de modalidade , gênero

ou faixa etária. Drenowatz et al. (45) verificaram que maratonistas e triatletas

atingem o seu balanço energético a partir de uma elevada ingestão de proteína

e gordura, em detrimento dos carboidratos. Resultados semelhantes foram

encontrados em esquiadores (46), jogadoras de futebol (47), voleibol (48),

tenistas adolescentes (49), atletas de caiaque polo (50), e salto em altura (51).

Achados preocupantes, visto que dietas com baixo teor de carboidrato podem

provocar fadiga muscular precoce, hipoglicemia, perda de concentração,

irritabilidade, desmaios, além de retardar a recuperação, limitando assim, o

desempenho no exercício físico (52).

Muito tem sido questionado sobre os motivos que levam o atleta a ter

esse desequilíbrio na ingestão de macronutrientes. A ingestão excessiva de

proteína pode estar relacionada à influência do ―marketing‖ utilizado pelas

empresas de suplementação, além da falta de conhecimento de treinadores e

atletas sobre as funções e necessidades proteicas. Cole et al. (53), verificaram

que mais de 50% dos jogadores de futebol avaliados acreditavam que a

proteína era a principal fonte de energia do músculo. Fox et al.(54), observaram

uma baixa ingestão de carboidrato em atletas universitários e associado a isso,

1 em cada 5 participantes acreditava que deveria ingerir no mínimo 4 gramas

Page 21: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

8

de proteína/kg de peso/dia, o que significa mais que o dobro da recomendação

máxima para atletas.

Quanto à ingestão elevada de lipídios, estima-se que essa possa estar

relacionada à presença de hábitos alimentares inadequados. O hábito

alimentar é introduzido na infância, e posteriormente deve ser desenvolvido,

priorizando a inserção de uma variedade de alimentos, nas proporções

adequadas (55). No entanto, atletas podem estar expostos à barreiras que

possam impedir a adoção de uma alimentação balanceada, por exemplo: a

rotina desgastante, em vista da elevada carga horária de treino associada à

outras obrigações (ex: trabalho, estudo), e as crenças errôneas sobre a

alimentação, as quais são fundamentadas por superstições, conselhos de

amigos, familiares e mídia não especializada (56).

Apesar do grande interesse da literatura científica em avaliar a ingestão

de nutrientes em atletas, ainda são poucos os trabalhos que analisaram as

escolhas alimentares que estão por trás dessa ingestão.

Nogueira e Da Costa (57), avaliaram 38 adolescentes triatletas e

verificaram que apesar da ingestão energética adequada, os participantes

possuíam uma alimentação rica em alimentos de baixo teor nutricional como

pizza, cachorro-quente e batata frita. Além disso, observou-se um consumo

insuficiente de frutas e hortaliças, o que refletiu em inadequações na ingestão

de vitaminas e minerais. Resultados semelhantes foram encontrados em

pesquisas mais recentes, onde o baixo consumo de cereais integrais, leite e

derivados também foi constatado (46, 58).

De forma geral, os erros alimentares podem causar sérios prejuízos ao

desportista. A ingestão excessiva de alimentos ricos em gordura saturada,

gordura trans, açúcares refinados (salgados, refrigerantes, doces) e pobres em

fibras alimentares, podem modificar o perfil lipídico do indivíduo, aumentando o

risco cardiovascular entre outras comorbidades (59). A ausência de um ou mais

grupos alimentares na dieta também pode comprometer a ingestão de

micronutrientes (57).

Micronutrientes são divididos em vitaminas e minerais, e diferem dos

macronutrientes em uma série de características. Enquanto gramas de

proteínas, carboidratos e lipídios são consumidos durante o dia, vitaminas e

minerais são encontrados e ingeridos em menores quantidades (miligramas ou

Page 22: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

9

microgramas) e não fornecem energia ao corpo, porém, regulam a utilização

dos macronutrientes. Atuam na catálise de reações químicas, transporte de

oxigênio, proteção celular (sistema imune e atividade antioxidante),

crescimento e desenvolvimento ósseo, além de integrar todos os sistemas

fisiológicos (60).

A ingestão insuficiente de vitaminas e minerais é frequentemente

observada em atletas, no entanto, maior destaque é dado aos adolescentes,

visto que os mesmos estão com requerimentos elevados em função das

alterações metabólicas características da faixa etária (29, 48, 49). A preferência

por alimentos de baixo teor nutricional, além da autonomia e independência,

próprias da idade, são acompanhadas pelo aumento das atividades diárias fora

do lar, expondo-os a alimentos de maior praticidade como guloseimas,

salgados, doces e fast-foods (55). Ao mesmo tempo, é verificada uma redução

na ingestão de frutas e hortaliças e substituição de sucos de fruta, leite e

derivados por refrigerantes e outras bebidas açucaradas (2).

Tais condutas tornam os adolescentes suscetíveis à deficiência de

nutrientes fundamentais ao crescimento muscular e ósseo, principalmente

cálcio, zinco e vitaminas A, D, E, e C (29, 48, 49).

No caso de atletas do sexo feminino, o nutriente que têm recebido maior

atenção é o ferro. Estudos mostram uma maior inadequação desse nutriente

em atletas do gênero feminino do que no masculino. Essas deficiências se

devem em parte às maiores necessidades desse nutriente nas mulheres em

função das perdas ocorridas através da menstruação (62). A carência de ferro

pode afetar negativamente o metabolismo aeróbico em decorrência da

diminuição na concentração sérica de hemoglobina e enzimas envolvidas no

processo oxidativo (63).

3.1.3 Frequência de refeições

Além da ingestão alimentar, outro fator negligenciado pela literatura

científica, têm sido a avaliação da frequência de refeições em atletas. Diante do

elevado gasto energético diário, esportistas podem necessitar de grandes

quantidades de alimento, a fim de suprir as suas necessidades energéticas.

Page 23: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

10

Nesse contexto, a divisão da ingestão calórica total em refeições frequentes

(com 3 horas de intervalo no máximo), pode trazer benefícios, como por

exemplo, o menor risco de desconforto gastrointestinal, o qual é

frequentemente associado ao consumo de grandes quantidades de alimentos

em curto período de tempo (64). Ademais, o fracionamento da alimentação

fornece maior flexibilidade na quantidade e variedade de alimentos a ser

ingerida, melhorando assim, a qualidade da dieta e facilitando a adequação da

ingestão energética total (65). É recomendado um consumo mínimo de 5

refeições diárias, sendo 3 refeições principais (desjejum, almoço e jantar) e um

mínimo de 2 lanches (64).

O número de trabalhos que avaliou a frequência de refeições em atletas

ainda é limitado e grande parte desses foram realizados no final década de 90

e início do século 20 (64-69). Também é importante ressaltar, que a maioria

das pesquisas não deixa clara a definição do que seria uma ―refeição‖ e nem a

distinção entre dados de refeições principais (desjejum, almoço e jantar) e

lanches. Entretanto, apesar da necessidade de metodologias mais detalhadas,

é possível perceber diferenças nos achados a depender do nível de

competição e do tipo de modalidade avaliada.

O hábito de se alimentar frequentemente, é comum em atletas de

resistência aeróbia que possuem uma elevada ingestão energética (66-69).

Burke (67) verificou um consumo de 5 a 6 refeições diárias em triatletas e

maratonistas, enquanto Lindeman (66) observou uma média de ingestão de 9

refeições em triatletas. Resultados semelhantes foram encontrados em ciclistas

e nadadores (68, 69). Apesar da relação entre a ingestão energética total e a

frequência de refeições não ter sido ainda sistematicamente analisada, esses

achados sugerem que o fracionamento da alimentação em uma série de

refeições e lanches, possa ser uma estratégia prática para atingir a

necessidade energética.

Esportistas de elite também tem o hábito de realizar mais que 5

refeições diárias (64, 65). Em contrapartida, trabalhos com atletas de nível

nacional e universitário, apontaram resultados negativos. Shriver, Betts e

Wollenberg (31) observaram que 36% das atletas universitárias realizavam

menos que 5 refeições. Além disso, a maioria das entrevistadas não tinha o

hábito de realizar o café da manhã. Waly et al. (70) ao avaliarem atletas de

Page 24: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

11

handebol de nível nacional, observaram que mais da metade dos atletas

realizava menos de 3 refeições diárias e somente 3% ingeriam mais do que 5

refeições ao dia.

3.1.4 Ingestão hídrica

A água compõe, aproximadamente, 60% da massa corporal total, sendo

considerado o maior constituinte do corpo humano. Nele, ela ajuda a promover

a homeostase por meio de uma série de mecanismos, como a manutenção do

volume intravascular, o transporte de nutrientes, ocorrência de reações

químicas, além da remoção de toxinas (71).

O balanço hídrico corporal é tido como a diferença entre a ingestão de

água total, feita a partir da água in natura, alimentos e bebidas, e as perdas

ocorridas nas fezes, urina, respiração e suor. Recomenda-se que essa

ingestão esteja em balanço com as perdas, a fim de manter o equilíbrio hídrico

corporal. Para indivíduos sedentários, é sugerida a ingestão de 3,7 litros e 2,7

litros de água, para homens e mulheres, respectivamente (72).

Apesar de no repouso, sob condições termoneutras, o conteúdo de água

corporal permanecer praticamente constante, a prática de exercícios físicos

pode aumentar a eliminação de água pelo organismo, principalmente, pela

sudorese. O calor produzido a partir da contração muscular, em combinação

com o calor do ambiente, estimula a produção de suor para a termorregulação

(93). Nas modalidades esportivas, a taxa de sudorese difere de acordo com o

tipo, duração, intensidade e condições ambientais em que é realizada

(temperatura, humidade, altitude, entre outros), variando entre 0,5 e 2L/h de

exercício (74, 75). A transpiração contínua pode provocar um déficit de água

corporal caso a mesma não seja reposta.

No estado de hipoidratação, a capacidade termorregulatória encontra-se

reduzida. Quando exercícios intensos são realizados em ambientes quentes e

a termorregulação encontra-se prejudicada, a temperatura corporal pode se

elevar em 2 a 3 graus (hipertermia), podendo causar danos à saúde (76).

Adolescentes podem apresentar menores taxas de sudorese, e maior produção

de calor durante a locomoção quando comparados aos adultos. Além disso,

apresentam uma maior relação superfície/ massa corporal, o que pode acelerar

Page 25: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

12

a absorção do calor do ambiente, quando o mesmo excede a temperatura do

organismo (77, 78). Essas desvantagens termorregulatórias podem colocar

atletas dessa faixa etária em maior risco de desidratação, no entanto, os

resultados encontrados em outros trabalhos ainda são divergentes (79, 80).

Mais pesquisas sobre a temática precisam ser realizadas.

Antes mesmo do desequilíbrio térmico e hídrico causarem prejuízos à

saúde, existe uma redução do desempenho físico. A maioria dos trabalhos que

avaliou a relação entre o nível de hidratação e desempenho esportivo foi

realizada em exercícios de resistência aeróbia, provavelmente por causa das

dificuldades em se hidratar nessas modalidades, e pelas maiores taxas de

sudorese observadas (81-85).

Bardis et al. (86), verificaram que uma desidratação mínima (1% da

massa corporal) foi suficiente para reduzir o desempenho de ciclistas em uma

pedalada de 5km. Resultados semelhantes foram encontrados por Lopes et al.

(87) e Casa et al. (88) em maratonistas após desidratados em 4% da massa

corporal. A desidratação gradual reduz o volume plasmático e o débito

cardíaco, prejudicando o fluxo sanguíneo aos tecidos (76). Além disso, altera o

metabolismo muscular, causando maior depleção de glicogênio, o que poderia

ter prejudicado o rendimento nas atividades (89).

Exercícios intermitentes e anaeróbicos são menos afetados pela

desidratação do que os de resistência aeróbia. Owen, Kehoe e Oliver (90)

verificaram que não houve diferença no desempenho de chutes, passes e

corrida intermitente em jogadores de futebol quando desidratados em 0,3%, 1,1

% e 2,5% da massa corporal. Ciclistas treinados também não apresentaram

mudanças na capacidade anaeróbia quando hipoidratados em 2% e 3% da

massa corporal (91).

A maioria dos estudos não verificou prejuízos na performance anaeróbia

ou intermitente com níveis de desidratação abaixo de 3% da massa corporal.

Em contrapartida, Maxwell et al. (92) observaram que quando desidratados em

4%, ciclistas treinados sofreram uma redução na potência de pico e no trabalho

total em um teste de exercício intermitente. Indivíduos treinados também

diminuíram o trabalho total em 6 séries de agachamento à 80% de uma

repetição máxima quando desidratados em 5% da massa corporal (93).

Page 26: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

13

É importante levar em consideração que, independente do grau de

hidratação, os estudos utilizam diferentes protocolos de desidratação e

avaliação do desempenho, o que pode ter gerado a inconsistência nos

resultados. Ainda são necessários estudos sistemáticos para avaliar o efeito da

desidratação nos diversos tipos de habilidades e exercícios.

Além de prejuízos no desempenho físico, também são observadas

alterações de humor como raiva, fadiga, confusão e depressão, em indivíduos

com níveis de hipoidratação moderados (2 a 3% da massa corporal) (94-96).

Funções cognitivas como memória, vigilância, atenção e percepção de espaço

também podem estar reduzidas nessas condições (94, 95, 97).

Com o intuito de regular o balanço hídrico, atletas devem consumir uma

quantidade de líquido que evite desidratações maiores que 2% da massa

corporal, sendo sugerido um mínimo de 500 ml/hora de exercício (98). Em

treinamentos com mais de 2 horas de duração, é recomendada a adição de 0,3

a 0,7g de sódio à bebida, a fim de repor as perdas pelo suor (99).

Apesar da elaboração de recomendações específicas sobre a hidratação

em atletas, evidências mostram que esportistas não se hidratam corretamente

durante o exercício. Arnoutis et al. (100) verificaram que dos 56 atletas

adolescentes avaliados, 76,3% estavam hipohidratados após o treino.

Resultados semelhantes foram encontrados em outros trabalhos, independente

da faixa etária (101-104). Mesmo nos estudos em que os atletas tiveram boas

práticas de hidratação durante o treinamento, evitando alterações de peso

maiores que 2% da massa corporal, foi constatado que a maioria iniciava o

exercício hipohidratado (105, 106).

Diversos fatores podem influenciar a ingestão hídrica de um esportista.

Alguns deles são as condições ambientais, o acesso à alimentos e bebidas, o

conhecimento sobre hidratação, assim como a palatabilidade do líquido (107-

108). A grande variabilidade na ingestão de fluidos e nível de hidratação

observados em algumas pesquisas (102, 109) demonstra que cada atleta pode

ter uma dificuldade específica em se hidratar tanto no treino, como durante o

dia. Dessa forma, torna-se imprescindível que as estratégias de hidratação

estejam adequadas às barreiras e necessidades de cada atleta.

Page 27: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

14

3.2 ANTROPOMETRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ATLETAS

A análise antropométrica e da composição corporal têm recebido

bastante interesse por parte dos profissionais que trabalham com o esporte. A

partir dela, é possível monitorar os resultados do treinamento, identificar as

condições de saúde do atleta e melhorar o desempenho físico (110).

Existem várias formas de estimar a composição corporal, as quais

diferem em função dos princípios envolvidos, tempo de aferição, custo e

precisão do método (111). A pesagem hidrostática é considerada o método

padrão ouro. Outras técnicas de referência, como a pletismografia por

deslocamento de ar (BOD POD) e a densitometria óssea de dupla absorção de

raio-X (DEXA) também foram desenvolvidas, entretanto, utilizam equipamentos

laboratoriais complexos, de alto custo e difícil aplicação, o que pode inviabilizar

o seu uso na execução de estudos científicos e no dia-a-dia de profissionais da

saúde (111, 112).

Uma das formas de avaliação corporal que recebe destaque em

situações clínicas e de campo é a que emprega medidas antropométricas, pois

com medidas simples, como dobras cutâneas, é possível estimar um ou mais

componentes corporais (111). Essa estimativa é realizada a partir de equações

de regressão, baseadas em estudos de grupos específicos de uma ou mais

modalidades esportivas. Para aumentar a confiabilidade dos dados obtidos por

essas equações, algumas delas foram validadas, obtendo alta correlação com

os métodos de referência, sendo recomendadas como uma alternativa de fácil

acesso e manuseio (112, 113).

Independente do método de avaliação utilizado, atletas possuem

características físicas, biológicas e um perfil corporal diferentes da população

em geral. Por serem fisicamente ativos, podem apresentar uma composição

corporal mais apropriada aos parâmetros de saúde que indivíduos sedentários

(110).

A composição corporal de esportistas varia também de acordo com o

nível de treinamento e a modalidade praticada, exibindo adaptações

específicas às funções desempenhadas. Atletas de esportes cujo físico magro

é primordial para a execução e/ou estética dos movimentos (exemplo: ginastas,

fisiculturistas, triatletas, maratonistas, patinadores) apresentam menor peso e

Page 28: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

15

percentual de gordura quando comparados aos de modalidades coletivas ou de

caráter técnico (exemplo: atiradores) (110). Os esportistas que apresentam

maiores níveis de muscularidade são os das modalidades de força ou potência,

como halterofilistas, velocistas e arremessadores de peso (110, 114, 115).

No meio atlético, há uma grande preocupação entre atletas e treinadores

quanto à obtenção de um baixo percentual de gordura, assim como uma massa

muscular adequada às demandas do exercício. Alguns trabalhos observaram

associações entre essas variáveis e indicadores de desempenho físico (116-

119). Menores níveis de gordura corporal foram associados a uma melhor

habilidade no surf (117), melhor desempenho em testes de dribles e saltos no

basquete (119), menor tempo de corrida em maratonas (116) e provas de triatlo

(118). O teor de massa muscular se relacionou com o aumento da força e

potência do atleta, importantes preditores da capacidade anaeróbia (120).

Apesar da influência da composição corporal sobre o rendimento

esportivo, ainda é difícil identificar qual seria o físico ideal para um esportista,

tendo em vista a escassez de valores de referência por modalidade. Nesse

contexto, Santos et al. (121) avaliaram 898 atletas de 21 modalidades e

dividiram os resultados em percentis, com intuito de fornecer parâmetros para

classificação da composição corporal. Além da utilização de estudos

epidemiológicos como ferramenta de comparação, pesquisas que avaliaram

atletas de elite de uma determinada modalidade também podem ser úteis (122,

123).

A alteração da composição corporal é um processo lento e exige bastante

dedicação por parte do atleta tanto no treinamento como na adoção de uma

alimentação balanceada. Alguns trabalhos mostraram que esportistas podem

ter dificuldades em atingir a composição corporal almejada, e assim adotar

estratégiasinapropriadas, as quais podem ser danosas à saúde (124). Essas

práticas normalmente são orientadas por treinadores, preparadores físicos e

fontes de baixa confiabilidade como revistas não-científicas, amigos, mídia não-

especializada, parentes e outros atletas (124, 125).

Brito et al. (124) analisaram 580 lutadores das modalidades de judô,

jujitsu, taekwondo e karatê. Observou-se que 60% dos atletas utilizavam

estratégias de perda de peso rápida, dentre elas, a adoção de dietas restritivas

e métodos de desidratação. Essas práticas podem provocar náuseas,

Page 29: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

16

alterações psicológicas e diminuição da capacidade anaeróbia e aeróbia (126).

É importante ressaltar que 27% dos atletas relataram ter iniciado essas práticas

ainda na adolescência. Achado preocupante já que a restrição nutricional

nessa faixa etária pode limitar o aporte de nutrientes necessários ao

crescimento e desenvolvimento adequado.

Métodos inadequados também foram observados em atletas que visam

o aumento da massa muscular (127, 128). Esses esportistas acabam ingerindo

um excesso de alimentos sem uma orientação qualificada, o que pode

aumentar o risco de uma série de doenças crônicas não-transmissíveis.

Durante oito semanas, Kirwan et al. (127) avaliaram jogadores de futebol

americano que almejavam um aumento de massa muscular. Ao final do estudo

os atletas apresentaram uma elevação do colesterol total e LDL-colesterol, os

quais permaneceram acima de níveis considerados seguros. Guo et al. (128)

ao avaliarem 261 atletas de força, observaram que atletas de modalidades

divididas por faixa de peso e que competem nas categorias mais elevadas,

apresentaram uma maior prevalência de síndrome metabólica.

Diante desses achados, é possível perceber que a manipulação da

alimentação é um dos principais fatores utilizados pelos atletas para modificar a

composição corporal, no entanto, a falta de uma orientação nutricional

adequada pode levá-los ao uso de estratégias prejudiciais à saúde e ao

rendimento esportivo.

3.3 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM ATLETAS

Uma alimentação adequada é de fundamental importância para a

melhora do desempenho físico e promoção da saúde. No entanto, uma série de

trabalhos tem mostrado inadequações na ingestão nutricional e nos hábitos

alimentares em atletas (29, 46,47, 70).

Alguns autores sugerem que os erros alimentares encontrados em

esportistas podem estar relacionados ao baixo nível de conhecimento em

nutrição dessa população, o que poderia se refletir em hábitos alimentares

inadequados (125, 129, 130). No meio atlético, esportistas recebem

informações nutricionais principalmente de treinadores e preparadores físicos,

Page 30: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

17

os quais tem mostrado um conhecimento insuficiente sobre a temática (129,

131, 132). Além disso, fontes de informação de baixa confiabilidade, a exemplo

da internet, revistas, amigos, parentes, e mídia são amplamente utilizados

(125, 133).

O treinamento de alto rendimento deve estar associado a um programa

nutricional adaptado às necessidades do exercício, no qual os atletas precisam

estar cientes dos benefícios e da importância de uma alimentação equilibrada e

balanceada.

Diante da evolução da nutrição esportiva e da detecção de hábitos

alimentares inadequados em atletas, na década de 90, algumas universidades

instalaram programas de educação nutricional ligados ao próprio departamento

esportivo. Nesses centros, nutricionistas atuam em conjunto com uma equipe

multiprofissional, a fim de proporcionar um acompanhamento específico às

necessidades de cada modalidade do campus (7, 8). É importante ressaltar

que esses programas não tiveram a sua eficácia avaliada e refletem uma

realidade diferente da qual a maioria dos atletas estão expostos.

Outras propostas de intervenção nutricional foram elaboradas para

atletas, no entanto, possuem protocolos extensos e são dependentes de uma

equipe multidisciplinar, o que pode ter inviabilizado a execução de pesquisas

relacionadas aos métodos (9, 10). Ainda é escasso o número de trabalhos

publicados envolvendo o efeito de intervenções nutricionais em atletas.

Os estudos publicados, em geral, procuraram avaliar o efeito de

intervenções sobre aspectos relacionados à alimentação, por exemplo, a

ingestão nutricional (12, 134) o conhecimento em nutrição (135, 136) ou sobre

outras variáveis que possam influenciar no desempenho e saúde do esportista,

como a composição corporal (137). As pesquisas utilizam estratégias de

intervenção diversificadas como materiais educativos (138), palestras (11, 139),

teorias comportamentais (135) e atendimento individual (12, 134), a fim de

identificar a eficácia das técnicas utilizadas.

Os primeiros trabalhos sobre a temática tiveram o objetivo de por meio

de palestras e cursos, aumentar o nível de conhecimento em nutrição dos

atletas e assim promover melhorias nos hábitos alimentares. Collison (11)

avaliou o efeito de um programa de educação nutricional em mulheres atletas.

A intervenção consistia em dois workshops sobre nutrição abordando temas

Page 31: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

18

sobre função dos nutrientes, controle do peso e saúde óssea. Ao final do

estudo, foi verificado um aumento significativo no conhecimento em nutrição

das atletas, no entanto, não houve alteração na ingestão dietética das mesmas.

Resultados semelhantes foram encontrados por Chapman et al. (139), Keller-

Grubs et al. (140). Em contrapartida, mais recentemente, Molina-López et al.

(136) implementaram um programa de educação nutricional em atletas de

handebol, os quais apresentavam uma baixa ingestão de macronutrientes. O

programa consistia em três sessões onde eram explicados temas relacionados

à nutrição básica e nutrição esportiva, como a função dos nutrientes e as

necessidades nutricionais de atletas. Ao final do trabalho foi verificado um

aumento na ingestão de carboidrato, proteína e gordura monoinsaturada pelos

jogadores.

A divergência dos resultados nos trabalhos cujas intervenções

consistiam unicamente na explicação de informações sobre nutrição, revela

que o aumento do nível de conhecimento representa uma etapa importante no

processo de educação nutricional, no entanto, nem sempre esse conhecimento

é refletido em hábitos alimentares saudáveis, tendo em vista que outros fatores

podem influenciar a alimentação, como o tempo e a disponibilidade de

alimentos (141).

Trabalhos mais recentes procuraram aplicar intervenções focadas no

atendimento individual, fornecendo orientações adaptadas às necessidades e

dificuldades de cada atleta. Ao final dessas pesquisas, também foram

monitoradas as alterações na composição corporal. Carmo, Marins e Peluzio

(12) forneceram orientações nutricionais individuais à 20 atletas de Jiu-jitsu do

sexo masculino, de forma quinzenal. Após 9 meses de acompanhamento os

atletas apresentaram uma redução significativa na ingestão de lipídios e no

percentual de gordura corporal. Valliant et al. (134) observaram um aumento na

ingestão de macronutrientes e energia em jogadoras de voleibol após 4

consultas com intervalos mensais. As atletas também apresentaram um

aumento no nível de conhecimento nutricional e uma redução significativa do

percentual de gordura. Lagowska et al. (142) verificaram um aumento na

ingestão energética, balanço energético, disponibilidade energética e na

ingestão de carboidrato, cálcio, vitamina D, folato e vitamina C em atletas do

Page 32: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

19

sexo feminino com distúrbios menstruais. Entretanto, não houve alteração na

composição corporal.

Os estudos que envolveram o acompanhamento nutricional ou

orientações individualizadas obtiveram resultados mais satisfatórios quanto à

alteração da alimentação do que aqueles que utilizaram programas de

educação nutricional, no entanto, ainda diferem muito quanto à magnitude do

seu efeito. Uma hipótese pode ser as diferenças quanto aos protocolos

adotados e tipo de população avaliada. A maior parte das pesquisas foi

realizada com indivíduos adultos (11,12,134-137,139) o que dificulta a

extrapolação de resultados para outras faixas etárias. Três trabalhos

estudaram intervenções nutricionais em adolescentes, porém só analisaram o

efeito da mesma sobre às práticas de hidratação (143,144) e o conhecimento

em nutrição (138). Além disso, a baixa adesão aos procedimentos adotados

nas pesquisas de intervenção nutricional em atletas e a baixa sensibilidade dos

inquéritos alimentares em captar pequenas alterações na alimentação, podem

ter dificultado a identificação de mudanças estatisticamente significantes.

Page 33: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

20

4 ARTIGO 1

INADEQUAÇÕES DIETÉTICAS EM ATLETAS DO PROGRAMA BOLSA ATLETA: UMA COMPARAÇÃO

ENTRE HOMENS E MULHERES

NUTRIENT AND FOOD INADEQUACIES AMONG ATHLETES OF BOLSA ATLETA PROGRAM: GENDER

COMPARISONS

RESUMO

O objetivo do estudo foi comparar e avaliar o perfil nutricional entre atletas do gênero masculino e feminino. Participaram do trabalho 80 atletas, sendo 43 do sexo masculino (58,8%). Para avaliar a alimentação dos atletas, foi aplicado um recordatório de 24 horas. Ambos os grupos apresentaram uma elevada inadequação na ingestão calórica. Os homens estavam mais inadequados quanto à ingestão de proteína e gordura saturada, enquanto as mulheres mostraram um maior percentual de inadequação em gordura monoinsaturada. Com relação aos micronutrientes, ambos os grupos apresentaram uma elevada inadequação na ingestão de vitamina A, E, D e cálcio. Os homens estavam mais inadequados em vitamina C e sódio, enquanto as mulheres apresentaram maior inadequação em vitamina B12, B3, magnésio, Folato, fósforo, além de terem uma probabilidade cinco vezes maior de inadequação em ferro. As mulheres também apresentaram maior inadequação na ingestão de frutas, carnes, ingestão hídrica e adequação de refeições pré e pós-treino. Atletas de ambos os gêneros apresentarem inadequações na alimentação, no entanto, essas foram maiores entre as mulheres.

PALAVRAS-CHAVE: Ingestão dietética, Mulheres atletas, Risco Nutricional

Page 34: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

21

ABSTRACT

The present study aimed to evaluate and compare the dietary intake between male and female athletes. The study included 80 high performance athletes, including 43 male and 37 female. The athletes dietary intake was evaluated by a 24-hour recall. Both groups showed a high inadequacy in caloric intake. Men were more inadequate in protein and saturated fat intake, while women showed a higher percentage of inadequacy in monounsaturated fat. Both groups showed a high inadequacy in vitamin A, E, D and calcium intake. Men were more inadequate in vitamin C and sodium, while women had a higher inadequacy in vitamin B12, B3, magnesium, folate, phosphorus, and five times more probability of inadequate iron intake. Women had a more inadequate intake of fruit, meat, and Low adequacy of pre and post workout meals. Athletes of both sexes present inadequacies on dietary intake, however, these were higher among women. . KEYWORDS: Dietary intake, Female athletes, Nutritional Risk

INTRODUÇÃO

Com a escolha da cidade do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016, o Brasil aumentou o investimento financeiro no esporte. Além do legado físico das instalações esportivas, o país tem aumentado também o investimento sobre os atletas (1). O Bolsa Atleta é o maior programa de patrocínio individual de atletas do mundo. Por meio desse, o governo seleciona e repassa uma contribuição financeira mensal aos atletas de destaque no alto rendimento. As bolsas priorizam as modalidades olímpicas e paralímpicas, no entanto, uma menor parcela também é destinada aos esportes não-olímpicos (2).

O programa federal inspirou alguns estados e municípios a instituir

projetos semelhantes. Em 2012, a prefeitura municipal de Aracaju também aderiu ao programa. Anualmente, 80 atletas são pleiteados, sendo cinco na categoria ouro (destaque em competições de nível internacional), 25 na categoria prata (destaque em competições de nível nacional) e 50 na categoria bronze (destaque em competições de nível estadual).

Page 35: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

22

Seja em nível da esfera federal ou municipal, o programa Bolsa Atleta tem o objetivo de incentivar o desenvolvimento pleno da carreira esportiva (2). Para obtenção do sucesso no esporte, além da rotina exaustiva de treinos, a adoção de uma alimentação adequada às demandas do exercício é primordial. Atletas possuem necessidades nutricionais elevadas, o que pode colocá-los em situação de risco nutricional, aumentando a incidência de infecções, lesões e fadiga muscular (3). Nesse contexto, uma série de trabalhos tem avaliado atletas de diferentes nacionalidades e níveis competitivos a fim de detectar erros alimentares que possam prejudicar a saúde e o rendimento esportivo (4,5,6).

A avaliação da alimentação de atletas de programas brasileiros de

incentivo ao esporte seria igualmente importante, já que esses são estimulados a melhorar os seus resultados em competições a fim de atingir patamares mais elevados no esporte, podendo manter ou ampliar o benefício. No entanto, nenhuma pesquisa envolvendo a alimentação desses atletas foi realizada.

Como homens e mulheres podem apresentar perfis nutricionais diferentes, a comparação da alimentação entre os gêneros também pode ser de grande relevância (7,8). A literatura sugere que atletas do sexo feminino sofrem uma maior pressão social para adquirir um físico magro, levando-as assim, à adoção de práticas de restrição energética que as colocam em maior risco de deficiências nutricionais, principalmente nos esportes de resistência aeróbia, lutas ou que prezem pela estética do movimento (ex: ginástica artística). Entretanto, apesar do elevado número de trabalhos envolvendo mulheres atletas, essas conclusões são advindas daqueles que avaliaram o gênero feminino de forma isolada (9, 10, 11). Além disso, apesar de menos exploradas, restrições energéticas também foram observadas em atletas do sexo masculino (5, 12).

Pesquisas que compararam a ingestão dietética entre atletas de ambos

os gêneros mostraram que os homens apresentam maior média de ingestão energética e de nutrientes, mas, que essas diferenças desaparecem quando os dados são corrigidos pela massa corporal (g/kg) (13,14,15). Além disso, vale salientar que uma ingestão energética, mesmo que adequada, não necessariamente resulta em maior adequação na ingestão de nutrientes. Nogueira e Da Costa (16) avaliaram 38 adolescentes triatletas e verificaram que apesar da ingestão energética adequada, os participantes possuíam uma alimentação rica em alimentos de baixo teor nutricional e um consumo insuficiente de frutas e hortaliças, o que refletiu em inadequações na ingestão de vitaminas e minerais.

A avaliação do consumo alimentar é fundamental para fornecer

subsídios para o desenvolvimento e implantação de planos nutricionais cujo objetivo deve ser o de estimar se a ingestão de alimentos está adequada e o de identificar hábitos inadequados e/ou a ingestão excessiva de alimentos com pobre conteúdo nutricional (17). Entretanto, ao nosso conhecimento, poucos trabalhos que compararam a alimentação entre atletas de ambos os gêneros, consideraram a ingestão de grupos alimentares além da análise da ingestão de nutrientes (14,16,18) .

Page 36: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

23

Ao comparar atletas de ambos os sexos, a análise do balanço

energético, a prevalência de adequação de nutrientes e grupos alimentares são fatores que podem promover um melhor entendimento sobre a influência do gênero na ingestão dietética, entretanto, estudos utilizam unicamente a média de ingestão como forma de avaliação (15, 18, 19) o que pode ter mascarado diferenças na adequação de nutrientes entre os sexos (19). Além disso, as pesquisas avaliaram a ingestão de micronutrientes utilizando a RDA como parâmetro (18, 19) o que pode superestimar a prevalência de inadequação (21).

Como atletas geralmente apresentam problemas na alimentação, a comparação dos perfis nutricionais entre os sexos poderia ajudar na caracterização, assim como na elaboração de estratégias de intervenções nutricionais específicas a essas populações. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar a ingestão dietética entre atletas do sexo masculino e feminino beneficiários do programa Bolsa Atleta Municipal de Aracaju.

Nossa hipótese é de que os atletas de ambos os gêneros apresentarão

inadequações na alimentação, no entanto, essas serão maiores entre as mulheres.

MATERIAIS E MÉTODOS

POPULAÇÃO E LOCAL DO ESTUDO

O presente estudo foi conduzido com atletas contemplados com o programa Bolsa Atleta municipal de Aracaju dos anos de 2012 e 2013. Esse programa contribui com ajudas financeiras mensais aos esportistas que disputam competições em modalidades olímpicas, paraolímpicas e não olímpicas, e que são destaque no alto rendimento. Dessa forma, com a implantação do programa, foi possível identificar os melhores atletas de diferentes modalidades esportivas do município.

O critério de inclusão utilizado no estudo foi ser beneficiário do programa

Bolsa Atleta municipal de Aracaju, não havendo restrição de faixa etária ou sexo. Foram excluídos os atletas que estavam lesionados e em função disso, não estavam participando dos treinamentos.

DELINEAMENTO DO ESTUDO

O trabalho consistiu em um estudo transversal com o objetivo de avaliar e comparar a ingestão dietética entre atletas do sexo masculino e feminino participantes do programa. A coleta de dados aconteceu de Fevereiro de 2012 à Março de 2013.

Page 37: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

24

Para a realização da pesquisa, foi firmada uma parceria entre a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a Secretaria da juventude e do Esporte (Sejesp). Inicialmente realizou-se uma reunião com os atletas, para um breve esclarecimento sobre os objetivos e as implicações do trabalho. Os atletas que tiveram interesse em participar receberam um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para confirmação da participação. No caso dos atletas menores de 18 anos, o TCLE foi enviado aos seus respectivos responsáveis para assinatura.

Quando corrigido pelo número de atletas que renovaram a bolsa no

segundo ano do programa, verificou-se que um total de 110 atletas participaram do mesmo nos anos de 2012 e 2013. Esse valor representa a quantidade máxima de atletas que poderia ser avaliada. A Figura 1 mostra o diagrama dos atletas que participaram da pesquisa. Os dados dos atletas paralímpicos serão publicados em outro trabalho.

.

Figura 1- Diagrama dos atletas do estudo

O estudo foi conduzido seguindo as normas da declaração de Helsinki e o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário/UFS. (C.A.A.E. 08574213.4.0000.5546).

Page 38: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

25

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

A antropometria foi realizada por um único avaliador treinado, seguindo a técnicas propostas por Lohman et al. (22). Durante a avaliação antropométrica, a massa corporal (kg) foi obtida uma única vez em balança plataforma eletrônica digital (LIDER®) com escala de 100g e capacidade máxima de 200 kg. Para a medição da estatura, um estadiômetro (ALTURA EXATA®), com escala de 0,1 cm foi utilizado. A medição foi realizada com os indivíduos descalços, com o mínimo de roupa possível e com a nuca, as nádegas e os calcanhares encostados à haste do equipamento.

Também foi aferido o perímetro da circunferência do braço relaxado

(CB), com a utilização de fita métrica flexível e inelástica com extensão de 2 m, dividida em centímetros e subdividida em milímetros (SANNY®).

Para aferição das dobras cutâneas utilizou-se um adipômetro LANGE®

com escala de 0,1 mm. As medidas foram realizadas em triplicata. Nos homens foram aferidas as dobras cutâneas tricipital (DCTR), bicipital (DCB), subescapular (DCSE), supra-ilíaca (DCSI), axilar média (DCAM), peitoral (DCP), panturrilha (DCPAN), abdominal (DCAB) e da coxa medial (DCCM). Nas mulheres, foram utilizadas as dobras tricipital (DCTR), supra-ilíaca (DCSI), abdominal (DCAB) e da coxa medial (DCCM). Em seguida, os valores médios do somatório das dobras cutâneas foram empregados nas fórmulas de Jackson et al.(23) e Jackson & Pollock (24) para a determinação da densidade corporal em atletas adultos do sexo feminino e masculino, respectivamente. Nos adolescentes o percentual de gordura foi estimado a partir dos valores médios das dobras cutâneas triciptal e subescapular por meio da equação de Lohman (25).

Para avaliação proteica muscular dos atletas utilizou-se os valores de

CB e DCTR para o cálculo da área muscular do braço (AMB) (26).

AVALIAÇÃO DIETÉTICA

Para a coleta das informações dietéticas foi utilizado um recordatório alimentar de 24 horas (R24h). Um álbum fotográfico foi utilizado como recurso para auxiliar o entrevistado a recordar a porção do alimento consumido aumentando assim a confiabilidade das informações fornecidas. Esse álbum é composto de desenhos de alimentos nas três dimensões normais (pequena, média e grande), utensílios e medidas-padrão. Foram utilizadas diferentes

Page 39: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

26

imagens objetivando um maior banco de fotos de opções de alimentos habitualmente consumidos pela população (27, 28)

A partir das informações dietéticas contidas no recordatório de 24 horas, foram efetuados cálculos para quantificar o consumo de energia, macronutrientes, micronutrientes e água. Para tal, foi utilizado o software Nutrition Data System For Research (NDSR) versão 2011. Após a tabulação de todos os alimentos, foi feita a análise de consistência de dados proposta por Fisberg (29). Essa análise teve o propósito de corrigir o valor nutricional de micronutrientes, pois o NDSR é um software americano e apresenta alimentos com políticas de fortificação diferentes do Brasil. Para isso, foi calculado o percentual de concordância de todos os micronutrientes tendo como referência o valor disponível na Tabela de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil (30). A correção do valor nutricional ocorreu para aqueles micronutrientes que estavam fora dos percentuais de concordância compreendidos no intervalo de 80%-120% em relação à Tabela Brasileira.

AVALIAÇÃO DE MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES

A necessidade energética dos atletas foi calculada segundo as fórmulas propostas pelo Instituo Americano de Medicina (21). A classificação da ingestão de energia, carboidrato e proteína dos atletas foi feita após a comparação com as recomendações específicas para a população (3, 31, 32). Para a avaliação da ingestão de lipídios, foram utilizadas as recomendações que preconizam que a mesma represente até 30% do valor energético total (33). Os teores de gordura saturada, monoinsaturada , poli-insaturada e colesterol foram comparados com as recomendações propostas pela Organização Mundial da Saúde (34). Para fibra alimentar foi utilizado o método proposto por Williams et al. (35), onde para os adolescentes a recomendação é estabelecida somando-se o valor da idade cronológica mais 5 gramas de fibra, e para os adultos a faixa de adequação é de 25 a 35g/dia. Em seguida foi calculado o percentual de inadequação dos atletas.

Para energia, o percentual de inadequação consistiu na prevalência de

indivíduos abaixo das recomendações. Para os macronutrientes cuja recomendação possui pontos de corte mínimo e máximo, foi adotado o seguinte critério para o cálculo do percentual de inadequação, levando em consideração os riscos provocados pela ingestão inadequada desses nutrientes e a prevalência de indivíduos inadequados: para carboidrato, gordura poli-insaturada e fibras, foram considerados inadequados os indivíduos com ingestão abaixo das recomendações. Para lipídios e proteína foram considerados inadequados os indivíduos com a ingestão acima do recomendado.

Com relação aos micronutrientes, a ingestão foi classificada por meio

das ingestões dietéticas de referência (IDR). Conforme o proposto pelo Instituto Americano de Medicina (21, 36), os valores de ingestão de vitaminas e minerais que estão abaixo da EAR foram considerados inadequados. Como a

Page 40: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

27

ingestão de sódio no Brasil é elevada (37) optou-se pela utilização dos valores de UL para a determinação da prevalência de indivíduos com ingestão inadequada desse nutriente.

Tendo em vista que a distribuição da necessidade de ferro é assimétrica em mulheres de idade fértil, esse nutriente não atende aos critérios para utilização da EAR. Dessa forma, para a estimativa da prevalência de inadequação de ferro foi utilizado o método da abordagem probabilística manualmente determinada. Esse método prevê o cálculo do número de indivíduos em intervalos de consumo de ferro. Esses intervalos de consumo, bem como a probabilidade de inadequação específica para cada intervalo, são determinados segundo sexo e faixas etárias (21). Assim, o risco de inadequação corresponde ao número de indivíduos em cada intervalo multiplicado pela probabilidade de inadequação.

AVALIAÇÃO DA INGESTÃO HÍDRICA E DE PORÇÕES ALIMENTARES

Por meio do recordatório de 24 horas foi estimada a ingestão hídrica diária dos atletas, assim como a ingestão hídrica durante o treino. Para a quantificação da ingestão hídrica diária levou-se em consideração a água proveniente dos alimentos, a água in natura e a água proveniente das bebidas, A ingestão hídrica durante o treino foi baseada na água in natura e na proveniente das bebidas utilizadas. Não foram considerados refrigerantes, chás ou café no cálculo de ingestão hídrica.

O total de água ingerido durante o dia foi comparado com as recomendações do Instituto Americano de Medicina (38), o qual preconiza um mínimo de 2,7 litros de água para mulheres e 3,7 litros para homens. A água ingerida durante o treinamento foi comparada com a recomendação mínima de 500 ml por hora de treino (39).

A ingestão de porções alimentares foi comparada com as recomendações propostas pela pirâmide alimentar Brasileira adaptada para atletas (16). O percentual de inadequação foi elaborado a partir da prevalência de indivíduos abaixo das recomendações propostas, com exceção dos grupos de óleos e gorduras e açúcares e doces. Nesses últimos, o percentual de inadequação foi obtido pela prevalência de indivíduos acima das recomendações.

FREQUÊNCIA E OMISSÃO DE REFEIÇÕES

A partir do inquérito alimentar também foi obtido o número de refeições o qual foi comparado com recomendações para atletas (40). A caracterização de cada refeição foi definida em função do horário da mesma, conforme a metodologia adotada por Burke et al. (40). O café da manhã foi caracterizado

Page 41: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

28

como a primeira refeição entre 5:00 e 10:00, o lanche da manhã como a refeição entre 10:00 e 11:59, o almoço como a refeição entre 12:00 e 14:59, o lanche da tarde como a refeição entre 15:00 e 17:59, o jantar como a refeição entre 18:00 e 20:59 e a ceia entre 21:00 e 04:59.

A ingestão de alimentos ou bebidas dentro de um período de 30 minutos foi considerada uma ―Refeição‖. O lanche da manhã, o lanche da tarde e a ceia foram agrupados em uma única categoria denominada de ―Lanches‖, enquanto o café da manhã, o almoço e o jantar foram considerados ―Principais refeições‖. A partir da definição de cada refeição, foi possível estimar a prevalência de omissões. Além disso, a ingestão de refeições pré e pós-treino foi analisada segundo a recomendação proposta por Aragon e Shoenfeld (41), onde o intervalo entre a refeição pré-treino e a pós-treino deve ser de 3 a 4 horas.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise estatística foi utilizado o software SPSS, versão 17.0 (SPSS Inc., Chicago, IL). O teste de Kolmorgorov-Smirnov foi aplicado para verificar a normalidade dos dados. Os dados com distribuição normal foram apresentados em média e desvio padrão (DP), enquanto os com distribuição não normal foram apresentados com mediana e intervalo interquartílico (IIC). Para os dados categóricos foram utilizadas prevalências (absoluta e relativa).

A comparação dos dados numéricos entre homens e mulheres foi

realizada por meio do teste t para amostras independentes. Os dados com distribuição não normal foram comparados por meio do teste não paramétrico de Mann-Whitney, enquanto os categóricos, pelo teste qui-quadrado de Pearson.

RESULTADOS

Participaram do estudo 80 atletas das seguintes modalidades: Lutas (Boxe, Taekwondo, Karatê, Judô, Jujitsu, Capoeira, Luta Olímpica, Kick boxing n=33), Esportes aquáticos (Polo Aquático, Natação, Surf, Remo, Iatismo, n=18), Esportes coletivos (Futsal, Handebol, n=2), Esportes de Raquete (Tênis de campo, Tênis de mesa, Badminton, n=6), Atletismo (n=6), Ciclismo (n=3), Thriatlon (n=3), Ginástica rítmica (n=6), e Vôlei de praia (n=3). Os dados de adequação de refeições pré e pós-treino e ingestão hídrica durante o treino possuem um menor número de atletas (n=71), tendo em vista que os mesmos só poderiam ser estimados pelos recordatórios referentes à dias de treinamento.

Page 42: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

29

A amostra foi constituída de 47 atletas do sexo masculino (58,8%), sendo 29 adolescentes (61,7%) e 18 adultos (38,3%) e 33 do sexo feminino (41,2%), sendo 29 adolescentes (87,9%) e 4 adultos (12,1%). A presença dos adultos no trabalho não alterou os resultados do mesmo, dessa forma, esses foram incluídos. Os homens e as mulheres tinham uma mediana de 8 (IIC: 3-12) e 10 (IIC: 5-15) horas de treino por semana, respectivamente.

No presente trabalho, foi observada diferença significativa na

composição corporal entre os gêneros (Tabela 1). Os homens apresentaram maior massa corporal, altura, AMB e massa magra, enquanto as mulheres apresentaram maior percentual de gordura (p<0,05).

Tabela 2- Média (desvio padrão) da idade, antropometria e composição corporal de atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE, 2012-2013.

Variáveis Masculino (n=47)

Feminino (n=33)

Média (DP)

Média (DP)

Idade (anos) 19(6)* 16(4)

Massa Corporal (kg) 64,7(12,6)* 54,7(12,5)

Altura (m) 1,71(1)* 1,60(0,7)

AMB (cm2) 62,3(17,4)* 45,5(13,5)

Massa Magra (kg) 57,3(17)* 40(8,5)

Gordura (kg) 10,4(6) 12,8(5)

Gordura (%) 15,5(8) 23(6)*

AMB=Área muscular do braço

*p<0,05, comparação entre os gêneros pelo teste T independente.

A figura 1 mostra a inadequação do número de refeições, a adequação de refeições pré e pós-treino e a prevalência de omissão de refeições. Os homens apresentaram uma maior prevalência de indivíduos adequados quanto às recomendações de refeições pré e pós-treino. No entanto, aproximadamente metade dos atletas de ambos os grupos estavam inadequados quanto ao número de refeições, sendo os lanches as mais omitidas.

Page 43: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

30

Figura 2- Inadequação do número de refeições (A), prevalência de adequação de refeições pré e pós-treino (B) e prevalência de omissão de refeições (C) de atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE.†p<0,05 pelo teste qui-quadrado de Pearson.

Com relação à ingestão hídrica, aproximadamente metade dos atletas de ambos os grupos estavam inadequados quanto à ingestão hídrica diária, enquanto as mulheres estavam mais inadequadas quanto à ingestão hídrica no treino (gráfico 1).

Page 44: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

31

Gráfico 1- Percentual de inadequação da ingestão hídrica diária e no treino de atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE. †p<0,05 pelo teste qui-quadrado de Pearson.

A tabela 2 mostra o percentual de inadequação e a ingestão de grupos alimentares pelos atletas. Foi observado um elevado percentual de inadequação na ingestão de cereais, hortaliças, leite e derivados, óleos e gorduras e açúcares e doces em ambos os grupos. Entretanto, as mulheres apresentaram maior prevalência de inadequação na ingestão de frutas e carnes e ovos.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Ingestão hídrica treino

Ingestão hídrica diária

Ind

ivíd

uo

s (%

)

Masculino

Feminino

Page 45: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

32

Tabela 2- Percentual de inadequação e Mediana (intervalo interquartílico) da ingestão de

porções dos grupos alimentares em atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE, 2012-

2013.

Masculino(n=47)

Feminino(n=33)

Grupos Recomendado

(Porções)a Mediana

(IIC) Inadequação

n(%) Mediana

(IIC) Inadequação

n(%)

Cereais 7-13 6(4-9)* 22(46,8)

4(2,5-6,7) 22(66,7)

Frutas 4-7 4,5(1-7)* 19(40,4)

2,2(0,5-3,9) 24(72,7)†

Hortaliças 5-7 0,8(0-1,6)* 44(93,6)

0,2(0-0,5) 33(100)

Carnes e Ovos 1,5-3 2,3(1,5-3,3)* 10(21,3)

1,1(0,5-2) 19(57,6)†

Leite e Derivados 3-4 1,7(0,7-4) 30(63,8)

1(0,2-3,4) 23(69,7)

Leguminosas 1-2 2(1-3,5) 10(21,3)

1,8(0-2) 13(39,4)

Óleos e Gorduras

1-2 1,5(0,5-3) 33(70,2)

1(0,4-2) 19(57,6)

Açúcares e doces 1-2 2,7(1,2-5) 27(57,4)

2,7(0,5-5) 18(54,5)

aRecomendações da Pirâmide Alimentar Brasileira adaptada para atletas (16).

*p<0,05, entre os gêneros pelo teste não paramétrico de Mann-Whitney. †p<0,05, entre os gêneros pelo teste qui-quadrado de Pearson.

Nas tabelas 3 e 4 estão apresentados os dados dietéticos dos atletas no que se refere a ingestão de macro e micronutrientes, respectivamente. Os atletas do sexo masculino apresentaram maior ingestão de alimentos, energia, e maior necessidade energética (tabela 3). Não houve diferença significativa entre as medianas do balanço energético entre homens e mulheres, as quais foram de 761 (IIC: -1287 a 265) kcal e 822 (IIC: -1591 a 147) kcal.

Verificou-se um maior percentual de inadequação na ingestão de

proteínas e gordura saturada nos homens e uma maior inadequação na ingestão de gordura monoinsaturada nas mulheres. Não houve diferença significativa no percentual de inadequação dos outros nutrientes, no entanto, foi observada uma elevada prevalência de atletas com ingestão inadequada de energia, carboidrato, gordura poli-insaturada e fibras.

Page 46: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

33

Tabela 3- Média (desvio padrão) e percentual de inadequação da ingestão energética e de macronutrientes dos atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE, 2012-2013.

Variáveis Masculino (n=47)

Média (DP)

Feminino (n=33)

Média (DP)

Ingestão de alimentos (g) 2190 (832)* 1548 (702)

Necessidade Energética (kcal) 3424 (472)* 2748 (357)

Energia (kcal) 2872(1085)* 2042(897)

Energia (Kcal/kg) 46(20) 39(20)

Carboidrato (g) 423(151)*

323(157)

g/kg 6,8(3) 6(3,5) % VET 58,7(8) 61,2(9)

Proteína (g) 117,7(64,5)* 73,7(40,3)

g/kg 1,86(0,8)*

1,38(0,7)

%VET 16,8(5,1)

15,2(4,7)

Lipídio (g) 83,4(44)*

54(27,6)

%VET 25,6(6,8) 24(6,3)

Gordura Saturada (%VET) 11,5(9)* 7,3(4)

Gordura Poli-insaturada (%VET) 6,1(3,0)* 4,5(2,3)

Gordura Monoinsaturada (%VET) 9(3,6)* 6,5(3,1)

Colesterol (mg) 302(160)* 218(159)

Fibras totais (g) 26,4(13,3)*

17(7)

% de Inadequação n (%) n(%)

Energia 29(61,7) 22(66,7)

Carboidrato 18(38,3) 15(45,5)

Proteína 20(42,6)† 4(12)

Lipídeo 11(23,4) 7(21,2)

Gordura Saturada 20(42,6)† 6(18,2)

Gordura Poli-insaturada 29(61,7) 25(75,8)

Gordura Monoinsaturada 30(63,8) 29(87,9)†

Colesterol 18(38,3) 9(27,3)

Fibras totais 35(74,5) 25(75,8)

%VET= Percentual do valor energético total. *p<0,05, entre os gêneros pelo teste t independente. †p<0,05 entre os gêneros pelo teste qui-quadrado de Pearson.

Quanto aos micronutrientes, os homens apresentaram maior ingestão de vitaminas do complexo B, magnésio, cálcio, zinco, ferro, sódio e fósforo, por outro lado, apresentaram maior inadequação em vitamina C e sódio (Tabela 4). As mulheres apresentaram maior inadequação na ingestão de vitamina B12,

Page 47: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

34

folato, niacina, magnésio, fósforo e maior probabilidade de inadequação em ferro. Ambos os grupos tiveram uma elevada prevalência de inadequação na ingestão de vitamina A, vitamina D, vitamina E e cálcio.

Tabela 4- Percentual de inadequação e mediana (intervalo interquartílico) da ingestão de vitaminas e minerais de atletas do programa Bolsa Atleta, Aracaju-SE, 2012-2013.

Nutrientes Masculino (n=47)

Feminino (n=33)

Mediana

(IIC) Inadequação

n(%) Mediana

(IIC) Inadequação

n(%)

Vit. A (µg/d) 326(147-460) 37(78,7)

261(150-352) 28(84,8) Vit. C (mg/d) 145(77-332) 24(51,1)†

128(57-278) 8(24,2)

Vit. B1 (mg/d) 2(1,4-2,8)* 5(10,6)

1,2(0,9-2,3) 8(24,2)

Vit. B2 (mg/d) 3,1(2-4,2)* 4(8,5)

1,7(1,3-3,1) 3(9,1)

Vit. B6 (mg/d) 4,3(2,3-7)* 3(6,4)

2,8(1,2-4,6) 7(21,2) Vit. B12(mg/d) 4(2,5-5,7)* 7(14,9)

2,2(1,4-4,0) 15(45,5)†

Folato (µg/d) 533(415-747)* 4(8,5) 404 (259-544) 13(39,4)† Niacina(mg/d) 26,3(17-34)* 3(6,4) 16(9,6-24) 9(27,3)† Vit. D (mg/d) 3(2-6) 40(85,1)

2,4(1-4,6) 32(97)

Vit. E (µg/d) 6,1(3,7-9) 38(80,9)

6(3,6-8) 29(87,9) Magnésio (mg/d)

362(258-517)* 21(44,7)

220(157-338) 25(75,8)†

Cálcio (mg/d) 776(549-1491)* 30(63,8)

685(269-1032) 25(75,8)

Zinco (mg/d) 15(10-19)* 11(23,4)

8,2(5,5-12,7) 11(33,3)

Ferro (mg/d) 13,5(9-18)* 8,9a

8(5-15) 56,6a

Sódio (mg/d) 3294(2400-5081)* 37(78,7)† 1994(1194-3057) 11(33,3)

Fósforo(mg/d) 1342(995-2128)* 7(14,9) 866(618-1363) 17(51,5)† aEstimado pelo método probabilístico

*p<0,05, entre os gêneros pelo teste não paramétrico de Mann-Whitney †p<0,05 entre os gêneros pelo teste qui-quadrado de Pearson.

DISCUSSÃO

Esse é o primeiro trabalho que avaliou detalhadamente a ingestão dietética de atletas participantes de um programa brasileiro de incentivo ao esporte de alto rendimento. Para fornecer um maior número de informações sobre a alimentação dos participantes, foi avaliada além da ingestão de nutrientes, a frequência das refeições e a ingestão de porções dos grupos alimentares. Em seguida esses dados foram comparados entre os gêneros a fim de verificar a existência de padrões diferentes de comportamento alimentar. Os achados mostraram que os atletas do programa apresentaram inadequações nutricionais, entretanto, essas foram maiores entre as mulheres.

Page 48: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

35

FREQUÊNCIA DE REFEIÇÕES

No presente estudo, apesar dos homens terem apresentado uma maior prevalência de indivíduos adequados quanto às recomendações de refeições pré e pós-treino, aproximadamente metade dos atletas de ambos os grupos estavam inadequados quanto ao número de refeições, sendo os lanches as mais omitidas.

O número de trabalhos que avaliou a frequência de refeições em atletas

ainda é limitado e grande parte desses foram realizados no final década de 90 e início do século 20 (5, 42-44).Também é importante ressaltar, que a maioria das pesquisas não deixa clara a definição do que seria uma ―refeição‖ e nem a distinção entre dados de refeições principais (desjejum, almoço e jantar) e lanches. Entretanto, apesar da necessidade de metodologias mais detalhadas, é possível perceber diferenças nos achados a depender do nível competitivo.

Esportistas de elite apresentam o hábito de realizar mais que cinco refeições diárias (5, 42) Em contrapartida, trabalhos com atletas de nível nacional e universitário, apontaram resultados negativos. Shriver, Betts e Wollenberg (9) observaram que 36% das atletas universitárias realizavam menos que 5 refeições. Além disso, a maioria das entrevistadas não tinha o hábito de realizar o café da manhã. Resultados semelhantes também foram encontrados em atletas universitários de handebol de nível nacional, onde mais da metade desses realizava menos de 3 refeições diárias e somente 3% ingeriam mais do que 5 refeições ao dia (45)

INGESTÃO HÍDRICA

Ambos os grupos apresentaram uma ingestão hídrica diária abaixo do recomendado, no entanto, a prevalência de inadequação foi maior entre as mulheres atletas. Como a ingestão de alimentos contribui de forma importante para a ingestão de água corporal, a restrição alimentar observada pode ter contribuído para essa inadequação.

Outras evidências também mostram que atletas tem dificuldade em se

hidratar corretamente. Arnoutis et al. (46) verificaram que dos 56 atletas avaliados, 76,3% estavam hipohidratados após o treino. Resultados semelhantes foram encontrados em outros trabalhos (47,48). Mesmo nos estudos em que os atletas tiveram boas práticas de hidratação durante o treinamento, evitando alterações de peso maiores que 2% da massa corporal, foi constatado que a maioria iniciava o exercício hipohidratado (49, 50) o que pode trazer prejuízos ao desempenho físico além de causar alterações psicológicas.

Page 49: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

36

A grande variabilidade na ingestão de fluidos observados no presente trabalho (dados não apresentados) e no nível de hidratação em outras pesquisas (48, 51) demonstra que cada atleta pode ter uma dificuldade específica em se hidratar tanto no treino, como durante o dia. Dessa forma, torna-se imprescindível que as estratégias de hidratação estejam adequadas às barreiras e necessidades de cada atleta.

ENERGIA E MACRONUTRIENTES

Os atletas do sexo masculino apresentaram maior ingestão de energia, carboidrato e lipídio, mas essas diferenças desapareceram quando os dados foram normalizados pela massa corporal ou analisada a contribuição energética (%VET), resultados semelhantes aos de outras pesquisas (13-15).

A avaliação dietética foi complementada por meio do cálculo do

percentual de inadequação dos atletas. Esse método permite uma identificação mais detalhada do quanto os atletas estão seguindo as recomendações nutricionais, já que o uso da média, apesar de ser útil para comparar quantitativamente a ingestão de nutrientes entre grupos, pode causar uma interpretação errônea na avaliação da adequação (20) Por exemplo, comparando as médias de ingestão de proteína (g/kg) e carboidrato (g/kg), pode-se concluir que, ambos os grupos estariam adequados quanto às recomendações de 1,2 a 2 gramas de proteína/kg e 6 a 10 gramas de carboidrato/kg. Em contrapartida, pelo percentual de inadequação, verificou-se uma maior prevalência de homens com ingestão excessiva de proteína, e que aproximadamente 40% dos atletas de ambos os grupos estavam com deficiência na ingestão de carboidrato.

Apesar de dietas com baixo teor de carboidrato limitarem o desempenho

no exercício físico (52), a substituição desse nutriente por proteína é um comportamento comum na alimentação de atletas (12, 15). Esse desequilíbrio pode estar relacionado à supervalorização das funções e necessidades proteicas. Fox et al. (53) observaram uma baixa ingestão de carboidrato em atletas universitários e associado a isso, 1 em cada 5 participantes acreditava que deveria ingerir no mínimo 4 gramas de proteína/kg de peso/dia, o que significa mais que o dobro da recomendação máxima para atletas.

Como a proteína é comumente associada ao ganho de massa

muscular, o seu excesso entre os homens pode ser justificado pelas diferenças nos padrões de imagem corporal que afetam os gêneros. Apesar de atletas de algumas modalidades sofrerem elevada pressão social para aquisição de um baixo percentual de gordura, o gênero masculino possui uma maior preocupação com a muscularidade que atletas do sexo feminino. Dessa forma, podem apresentar maior ingestão de alimentos e suplementos proteicos, além de maior prevalência de uso de esteroides anabolizantes (54).

Atletas de ambos os grupos também apresentaram uma baixa ingestão

de fibras alimentares e uma ingestão lipídica de baixa qualidade. Esses

Page 50: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

37

achados podem estar relacionados à alta prevalência de atletas com elevada ingestão de porções de doces e de óleos e gorduras. Resultados semelhantes foram encontrados em outras pesquisas com atletas brasileiros (16) e de outras nacionalidades onde o baixo consumo de cereais integrais, leite e derivados também foi constatado (55, 56). Esses erros alimentares podem causar prejuízos, principalmente, à saúde do atleta, já que a ingestão excessiva de alimentos ricos em gordura saturada, açúcares refinados (salgados, refrigerantes, doces) e pobres em fibras alimentares, pode modificar o perfil lipídico do indivíduo, aumentando o risco cardiovascular entre outras comorbidades (57).

Os atletas do sexo masculino apresentaram maior ingestão energética,

entretanto, 60% dos atletas de ambos os grupos estavam abaixo das recomendações de energia. A restrição calórica observada pode ter sido em função da grande prevalência de atletas de modalidades de resistência aeróbia e lutas que são beneficiados pelo programa (70% dos homens e 84% das mulheres , p>0,05). Atletas dessas modalidades tendem a adotar estratégias de restrição alimentar a fim de manter o peso ideal, adquirir um baixo percentual de gordura e maior agilidade (12, 58).

No presente estudo, o déficit calórico em ambos os grupos foi de

aproximadamente 800 kcal. Também não houve diferença significativa entre os grupos quando calculou-se o percentual de déficit energético em relação às necessidades (dados não apresentados). No entanto, mesmo com volume de treino semelhante, as mulheres, por possuírem menor massa corporal, altura e massa magra (importantes preditores do gasto energético) apresentam menor necessidade energética. Dessa forma, a mesma restrição calórica limita em maior grau a ingestão de alimentos e calorias nas mulheres do que nos homens.

Apesar da escassez de estudos avaliando os efeitos da restrição

energética no gênero masculino, estima-se que essa possa ser mais deletéria no sexo feminino. A deficiência energética pode provocar uma redução nos níveis de estrogênio e progesterona, ocasionando disfunções menstruais e redução da densidade mineral óssea em mulheres (59). Alguns autores sugerem que enquanto atletas do sexo feminino precisam manter um percentual de gordura mínimo de 17% a fim de evitar a amenorreia, atletas do sexo masculino possuem maior facilidade em sustentar um baixo percentual de gordura sem sintomas clínicos graves (60). Weimann (61) avaliou a alimentação, o perfil hormonal e a maturação sexual de ginastas de elite e observou que atletas de ambos os gêneros apresentaram uma ingestão energética inadequada, o que esteve associado à redução dos níveis de estrogênio, baixo percentual de gordura e retardo da menarca no sexo feminino. Entretanto, nenhuma alteração foi observada na maturação sexual no gênero masculino.

Page 51: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

38

MICRONUTRIENTES

Apesar da deficiente ingestão de vitaminas e minerais nos atletas, essas foram maiores entre as mulheres. Os homens apresentaram uma maior ingestão de micronutrientes, mas, não houve diferença na densidade nutricional entre os grupos. Isso demonstra que a maior adequação no gênero masculino não ocorreu por eles terem uma dieta com maior qualidade, mas sim, por ingerirem maior quantidade de alimentos e calorias. Resultados semelhantes foram encontrados por Aerenhouts et al. (62). Isso poderia justificar a maior inadequação das mulheres em vitaminas do complexo B, as quais estão relacionadas à baixa ingestão energética (62). Essas vitaminas atuam nas vias do metabolismo energético, síntese de hemoglobina, além de promoverem o reparo tecidual (63).

Outros estudos que compararam a ingestão de micronutrientes entre

atletas do sexo feminino e masculino não apresentaram diferenças na adequação entre os gêneros (18, 19, 55). Nossa hipótese é de que a forma de análise tenha prejudicado a interpretação dos resultados, já que esses compararam a ingestão de vitaminas e minerais com a RDA, o que pode ter superestima a prevalência de inadequação em ambos os grupos (20).

Ao nosso conhecimento, Hinton et al. (14) foram os únicos que

compararam a ingestão de micronutrientes entre atletas do sexo masculino e feminino utilizando uma análise semelhante ao do presente estudo. Nesse trabalho, os homens estavam mais inadequados quanto à ingestão de micronutrientes, o que foi justificado pela menor qualidade da dieta.

Mulheres costumam apresentar uma alimentação de melhor qualidade

em função da maior ingestão de frutas e hortaliças e menor ingestão de sal quando comparadas aos homens. Pesquisas em populações não atléticas mostram que isso se deve em parte à maior consciência da importância de uma alimentação balanceada e maior motivação para adoção de hábitos alimentares saudáveis (8). Entretanto, no presente trabalho, as atletas do sexo feminino apresentaram uma maior inadequação na ingestão de frutas e todas estavam inadequadas quanto às recomendações de hortaliças. Nossa hipótese é de que a maior restrição observada nas mulheres tenha limitado em maior grau a variedade e o equilíbrio da dieta.

Para avaliar a ingestão de ferro foi utilizado o método da abordagem probabilística manualmente determinada. Esse é um dos métodos recomendados para avaliação da ingestão dietética de ferro, já que o mesmo não cumpre os requisitos para utilização da EAR (21).

Durante o exercício físico, uma série de fatores contribuem para a

redução dos níveis corporais de ferro, como a hemólise por impacto e pela ação de radicais livres, sangramento gastrointestinal e secreção de citocinas pró-inflamatórias, aumentando o risco de depleção desse nutriente. O estado deficitário desse mineral, na maioria das vezes, tem como etiologia uma ingestão abaixo das recomendações (64).

Page 52: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

39

As mulheres apresentaram uma probabilidade de inadequação de ferro

sete vezes maior que os homens. A carência desse nutriente pode afetar negativamente o metabolismo aeróbico em decorrência da diminuição na concentração sérica de hemoglobina e enzimas envolvidas no processo oxidativo (64).

A maior inadequação de ferro em atletas do sexo feminino também foi

encontrada em outros estudos (14,19). Essa deficiência se deve em parte às maiores necessidades desse nutriente no gênero feminino em função das perdas ocorridas através da menstruação (21). Além do déficit energético, a menor ingestão de alimentos de origem animal, também pode ter contribuído para as inadequações de ferro assim como vitamina B12. Atletas do sexo feminino podem evitar a ingestão de carnes em função da associação desses alimentos com a gordura da dieta (64), no entanto, como essas são as principais fontes de ferro heme, pode-se estipular que além da ingestão de ferro insuficiente, o mesmo possui baixa biodisponibilidade.

Atletas de ambos os grupos apresentaram uma elevada prevalência de

inadequação principalmente em vitaminas antioxidantes (vitaminas A, C e E) e nutrientes relacionados à saúde óssea (cálcio e vitamina D). A partir desse achado pôde-se constatar que independente da maior ingestão energética observada nos homens, os mesmos podem apresentar um risco nutricional semelhante ao das mulheres para alguns nutrientes, podendo o mesmo ser até maior, como foi no caso da vitamina C. Esses resultados ressaltam a importância de se analisar, além dos nutrientes, os grupos alimentares que estão por trás dessa ingestão, a fim de obter um maior detalhamento da ingestão dietética.

As vitaminas antioxidantes desempenham um papel importante na

proteção das membranas celulares contra o estresse oxidativo induzido pelo exercício físico (65). A deficiência dessas vitaminas no presente trabalho se deve em parte à baixa ingestão de hortaliças e frutas observada nos atletas. Apesar dos homens terem mostrado uma maior ingestão de frutas, os mesmos estavam mais inadequados quanto à ingestão de vitamina C, nutriente comumente encontrado nesse grupo alimentar. Essa discrepância pode ter sido em função da maior ingestão de frutas com baixo teor desse nutriente, como por exemplo, a banana.

Os nutrientes cálcio e vitamina D estão envolvidos no desenvolvimento,

manutenção e reparo ósseo, assim como na regulação da contração muscular e condução nervosa, estando sua deficiência relacionada ao aumento no risco de baixa densidade mineral óssea e fraturas, principalmente em adolescentes e nos atletas que treinam em locais fechados (3).

A ingestão deficiente de cálcio pode estar relacionada à baixa ingestão

de leite e derivados observada. No caso da vitamina D, essa pode ser justificada pela restrita quantidade de alimentos-fonte dessa vitamina, fator discutido também em outras pesquisas (64, 66).

Page 53: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

40

Apesar das diferenças entre os gêneros, os resultados do presente trabalho mostraram que os atletas beneficiários do programa Bolsa Atleta possuem uma alta prevalência de inadequações nutricionais, as quais foram semelhantes a outros atletas brasileiros e de outros países. Isso mostra que mesmo com o incentivo financeiro, os atletas do programa dão pouca atenção para a alimentação.

Diante da detecção de erros alimentares, esses atletas passaram a fazer

parte de um protocolo de acompanhamento nutricional, no entanto, os resultados serão publicados em outro estudo.

A investigação da alimentação de atletas de outros programas de

incentivo ao esporte viria a ser de grande utilidade, principalmente de programas como o Bolsa Atleta Federal e o Bolsa Pódio, já que beneficiam os melhores atletas do país. Além disso, a depender dos resultados, essa avaliação influenciaria os atletas de menor nível competitivo a terem uma maior preocupação com a alimentação.

CONCLUSÃO

Os achados do presente estudo mostraram que atletas de ambos os grupos apresentaram inadequações nutricionais, caracterizando assim, uma dieta de baixa qualidade. No entanto, em função da menor ingestão energética, as inadequações foram maiores entre as mulheres.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Figuerôa KM, Mezzadri FM, Moraes M. Rio 2016: possibilidades e desafios para o esporte brasileiro. Motrivivência. 2013(41):140-54.

2- Corrêa AJ, Moraes M, Mezzadri FM, Cavichiolli FR. Financiamento do esporte olímpico de verão brasileiro: mapeamento inicial do programa ―Bolsa Atleta‖( 2005-2011). Pensar a Prática. 2014;17(4).

3- Rodriguez NR, DiMarco NM, Langley S. Position of the American dietetic association, dietitians of Canada, and the American college of sports medicine: nutrition and athletic performance. J Am Diet Assoc. 2009;109(3):509-27.

4- Carlsohn A, Nippe S, Heydenreich J, Mayer F. Carbohydrate Intake and Food Sources of Junior Triathletes During a Moderate and an Intensive Training Period. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2012;22(6):438.

5- Kirwan R, Kordick L, McFarland S, Lancaster D, Clark K, Miles M. Dietary, Anthropometric, Blood Lipid, and Performance Patterns of College Football Players During 8 Weeks of Training. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2012; 22:444 -451.

6- Pérez R, Casimiro Andújar A, Sánchez Muñoz C, Muros Molina J, Zabala Díaz M. Hábitos alimentários de los jóvenes Pilotos de Motociclismo de élite. Rev int med cienc act fís deporte 2012; 12(46):195-207.

Page 54: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

41

7- Wardle J, Haase AM, Steptoe A, Nillapun M, Jonwutiwes K, Bellisie F. Gender differences in food choice: the contribution of health beliefs and dieting. Ann Behav Med. 2004;27(2):107-16.

8- Arganini, C., Saba, A., Comitato, R., Virgili, F. and Turrini, A. (2012) Gender Differences in Food Choice and Dietary Intake in Modern Western Societies. In: Maddock, J., Ed., Public Health—Social and Behavioral Health, InTech, 84-95.

9- Shriver LH, Betts NM, Wollenberg G. Dietary intakes and eating habits of college athletes: are female college athletes following the current sports nutrition standards?. J Am Coll Health. 2013;61(1):10-6.

10- DellaValle D, Rousseau D, Wadsten S, Haas J. Examining the Relationships Between Dietary Intake, Iron Status, and Physical Performance in Female Collegiate Rowers. FASEB J. 2015;29(1 Supplement):733.17.

11- Da Costa NF, Schtscherbyna A, Soares EA, Ribeiro BG. Disordered eating among adolescent female swimmers: dietary, biochemical, and body composition factors. Nutr. 2013;29(1):172-7.

12- Drenowatz C, Eisenmann JC, Carlson JJ, Pfeiffer KA, Pivarnik JM. Energy expenditure and dietary intake during high-volume and low-volume training periods among male endurance athletes. Appl Physiol Nutr Metab. 2012;37(2):199-205.

13- Koehler K, Braun H, Achtzehn S, Hildebrand U, Predel H-G, Mester J, et al. Iron status in elite young athletes: gender-dependent influences of diet and exercise. Eur J Appl Physiol. 2012;112(2):513-23.

14- Hinton PS, Sanford TC, Davidson MM, Yakushko OF, Beck NC. Nutrient intakes and dietary behaviors of male and female collegiate athletes. Int J Sport Nutr and Exerc Metab. 2004;14:389-405.

15- Bogdanis GC, Veligekas P, Selima E, Christofi E, Pafili Z. Elite high jumpers exhibit inadequate nutrient intakes. J Physic Educ Sports. 2013;13(3):330.

16- Nogueira J, Da Costa T. Nutrient intake and eating habits of triathletes on a Brazilian diet. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2004;14(6):684-97.

17- Fisberg RM, Marchioni DML, Colucci ACA. Avaliação do consumo alimentar e da ingestão de nutrientes na prática clínica. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):617-24.

18- Waititu LM, Mugalavai VK, Serrem CA. Dietary Intake of College Athletes in Tertiary Institutions in the North Rift Region of Kenya. Afr J Environ Sci. 2013:115.

19- Farajian P, Kavouras S, Yannakoulia M, Sidossis L. Dietary intake and nutritional practices of elite Greek aquatic athletes. Int J Sport Nutr Exerc Metabol. 2004;14:574-82.

20- Heaney S, O'Connor H, Gifford J, Naughton G. Comparison of strategies for assessing nutritional adequacy in elite female athletes' dietary intake. Int J Sport Nutr. 2010;20(3):245.

21- Otten J, Pitzi Helliwig J, Meyers LD. The dietary reference intakes: the essential guide to nutrient requirements. Washington, DC: National Academies Press; 2006.

22- Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization reference manual. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books; 1988.

Page 55: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

42

23- Jackson AS, Pollock ML, Ward A. Generalized equations for predicting body density of women. Med Sci Sports Exerc. 1979;12(3):175-81.

24- Jackson AS, Pollock ML. Generalized equations for predicting body density of men. Br J Nutr., v. 40, p.497- 504, 1978.

25- Lohman T. Applicability of body composition techniques and constants for children and youths. Exerc Sport Sci Rev. 1985;14:325-57.

26- Martorell R, Yarbrough C, Lechtig A, Delgado H, Klein RE. Upper arm anthropometric indicators of nutritional status. Am J Clin Nutr. 1976;29(1):46-53.

27- Galeazzi M, Meireles A, Viana R, Zabotto C, Domene S, Cunha D. Registro fotográfico para inquéritos dietéticos: utensílios e porções. Goiânia: Unicamp. 1996.

28- Lopez RPS, Botelho RA. Álbum fotográfico de porções alimentares. Metha; 2008.

29- Fisberg RM, Marchioni DML. Manual de Avaliação do Consumo Alimentar em estudos populacionais: a experiência do inquérito de saúde em São Paulo (ISA). São Paulo: Grupo de Avaliação de Consumo Alimentar da P/USP); 2012. Disponível em: www.gac-usp.com.br.

30- Brasil.Ministério da Saúde. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009 : tabelas de composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011.

31- Burke LM, Hawley JA, Wong SH, Jeukendrup AE. Carbohydrates for training and competition. J Sports Sci. 2011;29(sup1):S17-S27.

32- Churchward-Venne TA, Burd NA, Phillips SM. Nutritional regulation of muscle protein synthesis with resistance exercise: strategies to enhance anabolism. Nutr Metab. 2012;9(1):40.

33- Kris-Etherton P, Daniels SR, Eckel RH, Engler M, Howard BV, Krauss RM, et al. AHA Scientific Statement: Summary of the Scientific Conference on Dietary Fatty Acids and Cardiovascular Health Conference Summary From the Nutrition Committee of the American Heart Association. J Nutr. 2001;131(4):1322-6.

34- Organization WH. Interim summary of conclusions and dietary recommendations on total fat & fatty acids. Genebra: Joint FAO/WHO Expert Consultation on Fats and Fatty Acids in Human Nutrition. 2008.

35- Williams CL, Bollella M, Wynder EL. A new recommendation for dietary fiber in childhood. Pediatrics. 1995;96(5):985-8.

36- Del Valle HB, Yaktine AL, Taylor CL, Ross AC. Dietary reference intakes for calcium and vitamin D: National Academies Press; 2011.

37- Sarno F, Claro RM, Levy RB, Bandoni DH, Ferreira SRG, Monteiro CA. Estimated sodium intake by the Brazilian population, 2002-2003. Rev Saúde Pública. 2009;43(2):219-25.

38- Institute of Medicine. DRI, dietary reference intakes for water, potassium, sodium, chloride, and sulfate: National Academy Press; 2005.

39- Marquezi ML, Lancha Jr A. Estratégias de reposição hídrica: revisão e recomendações aplicadas. Rev paul educ fís. 1998;12:219-27.

40- Burke LM, Slater G, Broad EM, Haukka J, Modulon S, Hopkins WG. Eating patterns and meal frequency of elite Australian athletes. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2003;13:521-38.

41- Aragon AA, Schoenfeld BJ. Nutrient timing revisited: is there a post-exercise anabolic window. J Int Soc Sports Nutr. 2013;10(1):5.

Page 56: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

43

42- Erdman KA, Tunnicliffe J, Lun VM, Reimer RA. Eating Patterns and Composition of Meals and Snacks in Elite Canadian Athletes. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2013;23(3):210-9.

43- Hawley J, Williams M. Dietary intakes of age-group swimmers. Br. J. Sports Med. 1991;25(3):154-8.

44- Lindeman A. Eating and training habits of triathletes: a balancing act. J Am Diet Assoc. 1990;90(7):993-5.

45- Waly MI, Kilani HA, Al-Busafi MS. Nutritional Practices of Athletes in Oman: A Descriptive Study. Oman Med J. 2013;28(5):360.

46- Arnaoutis G, Kavouras SA, Angelopoulou A, Skoulariki C, Bismpikou S, Mourtakos S, et al. Fluid Balance During Training in elite young athletes of different sports. [published online ahead of print February 10, 2014]. J Strength Cond Res. doi: 10.1519/JSC.0000000000000400

47- Silva RP, Mündel T, Natali AJ, Bara Filho MG, Lima JR, Alfenas RC, et al. Fluid balance of elite Brazilian youth soccer players during consecutive days of training. J Sports Sci. 2011;29(7):725-32.

48- Cunniffe B, Fallan C, Yau A, Evans G, Cardinale M. Assessment of Physical Demands and Fluid Balance in Elite Female Handball Players During a 6-Day Competitive Tournament. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2015. 25(1):78-88.

49- O’Neal E, Poulos S, Bishop P. Hydration profile and influence of beverage contents on fluid Intake by women during outdoor recreational walking. Eur J Appl Physiol. 2012;112(12):3971-82.

50- Yeargin SW, Casa DJ, Judelson DA, McDermott BP, Ganio MS, Lee EC, et al. Thermoregulatory responses and hydration practices in heat-acclimatized adolescents during preseason high school football. J Athl Train. 2010;45(2):136.

51- Cosgrove SD, Love TD, Brown RC, Baker DF, Howe AS, Black KE. Fluid and Electrolyte Balance During Two Different Preseason Training Sessions in Elite Rugby Union Players. J Strength Cond Res. 2014;28(2):520-7.

52- Ørtenblad N, Westerblad H, Nielsen J. Muscle glycogen stores and fatigue. J Physiol. 2013;591(18):4405-13.

53- Fox EA, McDaniel JL, Breitbach AP, Weiss EP. Perceived protein needs and measured protein intake in collegiate male athletes: an observational study. J Int Soc Sports Nutr. 2011;8(9).

54- Baum A. Eating disorders in the male athlete. Sport Med. 2006;36(1):1-6. 55- Papadopoulou SK, Gouvianaki A, Grammatikopoulou MG, Maraki Z,

Pagkalos IG, Malliaropoulos N, et al. Body Composition and Dietary Intake of Elite Cross-country Skiers Members of the Greek National Team. Asian J Sports Med. 2012;3(4):257.

56- Frączek BG, Maria. Frequency of consumption of food products by a group of polish athletes in relationship to the qualitative recommendations included in the Swiss Food Pyramid. Med Sport. 2013;17(1):13

57- Misra A, Sharma R, Gulati S, Joshi SR, Sharma V, Ibrahim A, et al. Consensus dietary guidelines for healthy living and prevention of obesity, the metabolic syndrome, diabetes, and related disorders in Asian Indians. Diabetes Technol Ther. 2011;13(6):683-94.

Page 57: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

44

58- Pettersson S, Ekström MP, Berg CM. Practices of weight regulation among elite athletes in combat sports: a matter of mental advantage? J Athl Train. 2013;48(1):99.

59- Mallinson RJ, De Souza MJ. Current perspectives on the etiology and manifestation of the ―silent‖ component of the Female Athlete Triad. Int J Womens Health. 2014;6:451.

60- Johnson C, Powers PS, Dick R. Athletes and eating disorders: the National Collegiate Athletic Association Study. Int J Eat Disord. 1999 Sep; 26 (2): 179-88

61- Weimann E. Gender-related differences in elite gymnasts: the female athlete triad. J Appl Physiol. 2002;92(5):2146-52.

62- Aerenhouts D, Hebbelinck M, Poortmans JR, Clarys P. Nutritional habits of Flemish adolescent sprint athletes. Int J Sport Nutr. 2008;18(5):509.

63- Woolf K, Manore MM. B-vitamins and exercise: does exercise alter requirements? Int J Sport Nutrition Exerc Metab. 2006;16(5):453.

64- McClung JP, Gaffney-Stomberg E, Lee JJ. Female athletes: A population at risk of vitamin and mineral deficiencies affecting health and performance. J Trace Elem Med Biol. 2014;28(4):388-92.

65- Powers S, Nelson WB, Larson-Meyer E. Antioxidant and vitamin D supplements for athletes: sense or nonsense? J Sports Sci. 2011; 29(sup1):S47-S55.

66- Bailey RL, Dodd KW, Goldman JA, Gahche JJ, Dwyer JT, Moshfegh AJ, et al. Esti-mation of total usual calcium and vitamin D intakes in the United States. J Nutr. 2010;140:817–22.

Page 58: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

45

5 ARTIGO 2

Effect of a nutrition intervention by a registered dietitian in athletes: a

comparison between adults and adolescents.

Efeito de uma intervenção nutricional em atletas: uma comparação entre

adultos e adolescentes.

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar e comparar o efeito de uma intervenção nutricional sobre

conhecimento em nutrição, a ingestão dietética e a composição corporal em

atletas adultos e adolescentes.

MÉTODOS: Em um estudo clínico quasi-experimental do tipo antes e depois,

32 atletas (21 adultos e 11 adolescentes) participaram de um acompanhamento

nutricional, que consistia em quatro consultas separadas por um intervalo de 45

a 60 dias. Nas consultas os participantes foram avaliados quanto à composição

corporal por meio de dobras cutâneas e quanto à alimentação pelo recordatório

de 24 horas. Além disso, preencheram um questionário de conhecimento em

nutrição no início e ao final do acompanhamento. Para a avaliação de energia,

nutrientes e porções alimentares foi criada a variável efeito positivo da

intervenção nutricional, a qual consistia na prevalência de indivíduos que se

mantiveram ou aproximaram das recomendações.

RESULTADOS: Ambos os grupos tiveram um aumento no nível de

conhecimento em nutrição, e um aumento da massa corporal e da massa

magra (p<0,05). Somente os adolescentes aumentaram a área muscular do

braço, o número de refeições, ingestão hídrica e de gordura monoinsaturada e

poli-insaturada. Além disso, diminuíram a prevalência de omissão de lanches

(p<0,05). Ambos os grupos aumentaram a adequação de refeições pré e pós-

treino e tiveram efeitos positivos na ingestão de nutrientes e grupos

alimentares. Os adolescentes tiveram maior efeito positivo com relação à

ingestão de açúcares e doces do que os adultos (p<0,05).

CONCLUSÃO: O acompanhamento nutricional foi eficaz em promover

mudanças benéficas na composição corporal, no conhecimento em nutrição e

na alimentação de ambos os grupos, no entanto, o efeito foi maior nos

adolescentes.

PALAVRAS-CHAVE: Body composition, Nutrition Status, Athletes, Eating

behavior, Adolescents

Page 59: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

46

ABSTRACT

AIM: To evaluate and compare the effect of a nutritional intervention in

adolescent and adult athletes concerning body composition, dietary intake, and

nutritional knowledge.

METHODS: In a before and after quasi-experimental clinical study, 32 athletes

(21 adults and 11 adolescents) participated in a nutritional counselling

consisting of four consultations separated by an interval of 45 to 60 days. The

athlete’s nutrient intake was evaluated by a 24-hour recall. The participant’s

body composition was estimated by a skinfold thickness. The athletes also

completed a nutritional knowledge test at the beginning and at the end of the

protocol and participated in a nutritional educational workshop. For the nutrient

and the food portion analysis, a variable called the ―Positive Effect of Nutritional

Intervention‖ was created. It consisted of the prevalence of individuals who

remained at, or approached, the course’s guidelines.

RESULTS: Both of the groups showed an increment in their nutritional

knowledge and in their total and lean body mass. Only the adolescents

exhibited an increase in the arm muscle area. Both of the groups showed a high

prevalence of athletes with both positive effects on macro nutrients and micro

nutrients, and with an energy intake, but only the adolescents increased their

mono-unsaturated and polyunsaturated fat intake. The adolescents increased

their meal frequency and water intake. Both of the groups increased the

adequacy of their pre- and post- workout meals and the course had positive

effects on the food intake of the groups. However, with respect to their intake of

sweets, the positive effect was greater in the adolescents than in the adults.

CONCLUSION: The nutritional counselling has been effective in promoting

beneficial changes on the athlete’s nutritional knowledge, their body

composition, and their dietary intake, however, the overall effect was greater in

the adolescents than in the adults.

KEYWORDS: Body composition, nutritional status, athletes, eating behaviour,

adolescents

Page 60: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

47

INTRODUÇÃO

Uma alimentação balanceada é de fundamental importância para a

melhora do desempenho físico e promoção da saúde. No entanto, atletas têm

apresentado inadequações nutricionais (1-4). Alguns autores sugerem que os

erros alimentares encontrados nessa população podem estar relacionados ao

baixo nível de conhecimento em nutrição e a falta de uma orientação nutricional

adequada (5).

O treinamento de alto rendimento deve estar associado a um programa

nutricional adaptado às necessidades do exercício, no qual os atletas precisam

estar cientes dos benefícios e da importância de uma alimentação equilibrada e

balanceada. Na década de 90, algumas universidades instalaram programas

de educação nutricional ligados ao próprio departamento esportivo (6-7). Mais

recentemente, outras propostas de intervenção nutricional também foram

elaboradas (8-9). Entretanto, esses programas não tiveram a sua eficácia

avaliada, e refletem uma realidade diferente da qual a maioria dos atletas estão

expostos, já que possuem protocolos extensos e dependentes de uma equipe

multidisciplinar.

Ainda são poucos os trabalhos publicados envolvendo intervenções

nutricionais em atletas, e, em função das diferentes metodologias utilizadas, os

resultados são inconsistentes. Collison (10) não verificou alterações na

ingestão dietética de atletas, após participarem de dois workshops sobre

nutrição. Em contrapartida, Carmo, Marins e Peluzio (11) observaram uma

redução significativa na ingestão de lipídios e no percentual de gordura

corporal em atletas de Jiu-jitsu, após nove meses de um acompanhamento

nutricional.

Page 61: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

48

Atletas adolescentes são considerados uma população de risco

nutricional, pois, além do elevado gasto energético dos treinamentos, nutrientes

adicionais são necessários para os processos de crescimento e

desenvolvimento. Entretanto, poucos trabalhos estudaram intervenções nessa

população. Além disso, os estudos realizados focaram somente na melhora

das práticas de hidratação (12, 13) e no conhecimento em nutrição dos atletas

(14).

Apesar da nutrição ser um fator crucial para o sucesso esportivo, atletas

poderiam responder de formas diferentes ao acompanhamento nutricional em

função de características próprias da faixa etária, como o aumento das

demandas nutricionais na adolescência e o maior número de responsabilidades

adquiridas na fase adulta. A investigação desses efeitos pode ajudar na

elaboração de estratégias de intervenções nutricionais específicas a essas

populações, no entanto, ao nosso conhecimento, nenhum trabalho foi realizado

com essa temática.

Nesse contexto, o presente trabalho teve o objetivo de comparar e

avaliar o efeito de uma intervenção nutricional sobre a composição corporal, o

conhecimento em nutrição e a ingestão dietética entre atletas adolescentes e

adultos.

Esse estudo visa contribuir no fornecimento de informações sobre a

elaboração de estratégias de intervenção nutricional para atletas. Nossa

hipótese é de que a intervenção proporcionará melhor ingestão dietética,

conhecimento em nutrição e composição corporal aos atletas, no entanto, os

adolescentes responderão de uma melhor forma.

Page 62: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

49

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente tudo foi conduzido seguindo as normas da declaração de

Helsinki e o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital

Universitário/UFS no dia 22/04/2013 (C.A.A.E. 08574213.4.0000.5546,

coordenadora: Anita Hermínia Oliveira Souza).

O trabalho foi realizado com atletas contemplados com o programa

Bolsa-Atleta (programa governamental brasileiro de apoio ao atleta) do

município de Aracaju, Brasil, dos anos de 2012 e 2013. Esse programa

contribui com ajudas financeiras mensais aos atletas que disputam

competições em modalidades olímpicas, paralímpicas e não olímpicas, e que

são destaque no alto rendimento.

Os dados referentes ao número de atletas beneficiários do programa

foram disponibilizados pela SEJESP (Secretaria da Juventude e do Esporte).

Anualmente, 80 atletas fazem parte do programa, sendo cinco na categoria

ouro (participação de competições em nível internacional), 25 na categoria

prata (competições em nível nacional) e 50 na categoria bronze (competições

em nível estadual). A cada ano podem ser inseridos novos atletas ao

programa, a depender dos resultados obtidos.

O critério de inclusão utilizado no estudo foi ser beneficiário do

programa, não havendo restrição de faixa etária ou sexo. Os critérios de

exclusão foram: estar em acompanhamento nutricional concomitante e/ou

possuir alguma patologia que necessitasse de um planejamento dietético

especializado.

Page 63: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

50

DELINEAMENTO DO ESTUDO

O trabalho consistiu em um estudo clínico quasi-experimental do tipo

antes e depois a fim de avaliar o impacto de uma intervenção nutricional na

alimentação, no conhecimento em nutrição e na composição corporal dos

atletas. A coleta de dados aconteceu no período de Fevereiro de 2012 à Março

de 2014.

Os participantes foram informados sobre os objetivos e as implicações

da pesquisa e os que tiveram interesse em participar receberam um termo de

consentimento livre e esclarecido específico (TCLE) para confirmação da

participação. No caso dos atletas menores de 18 anos, o TCLE foi enviado aos

seus respectivos responsáveis para assinatura.

Durante a intervenção, foram realizadas avaliações dietéticas e

antropométricas, uma oficina de educação nutricional sobre a pirâmide

alimentar e foram fornecidas orientações nutricionais individualizadas. Ao final

do trabalho, foram comparados os dados obtidos antes (primeira consulta) e

após a intervenção nutricional (quarta consulta). O Quadro 1 mostra a linha do

tempo do estudo.

Quadro 1- Linha do tempo do estudo.

Um total de 67 atletas se interessaram em participar do

acompanhamento nutricional. Desses, 32 completaram o protocolo de quatro

consultas. A Figura 1 mostra o diagrama dos atletas que participaram do

estudo.

Figura 1- Diagrama dos atletas que participaram do estudo.

Page 64: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

51

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

A antropometria foi realizada seguindo as técnicas propostas por

Lohman et al. (15). Durante a avaliação antropométrica, a massa corporal (kg)

foi obtida uma única vez em balança eletrônica digital (LIDER®) com precisão

de 100g e capacidade máxima de 200 kg. Para a medição da estatura, um

estadiômetro (ALTURA EXATA®), com precisão de 0,1 cm foi utilizado. A

medição foi realizada com os indivíduos descalços, com o mínimo de roupa

possível e com a nuca, as nádegas e os calcanhares encostados à haste do

equipamento.

Também foi aferido o perímetro da circunferência do braço relaxado

(CB), com a utilização de fita métrica flexível e inelástica com extensão de 2 m,

dividida em centímetros e subdividida em milímetros (SANNY®).

Para aferição das dobras cutâneas utilizou-se um adipômetro LANGE®

com precisão de 0,1 mm. As medidas foram realizadas em triplicata. Nos

homens foram aferidas as dobras cutâneas tricipital (DCTR), bicipital (DCB),

subescapular (DCSE), supra-ilíaca (DCSI), axilar média (DCAM), peitoral

(DCP), panturrilha (DCPAN), abdominal (DCAB) e da coxa medial (DCCM).

Nas mulheres, foram utilizadas as dobras tricipital (DCTR), supra-ilíaca (DCSI),

abdominal (DCAB) e da coxa medial (DCCM). Em seguida, os valores médios

do somatório das dobras cutâneas foram empregados nas fórmulas de Jackson

et al. (16) e Jackson & Pollock (17) para a determinação do percentual de

gordura em atletas adultos do sexo feminino e masculino, respectivamente.

Nos adolescentes o percentual de gordura foi estimado a partir dos valores

Page 65: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

52

médios das dobras cutâneas triciptal e subescapular por meio da equação de

Lohman (18).

Para avaliação proteica muscular dos atletas utilizou-se os valores de

CB e DCTR para o cálculo da área muscular do braço (AMB) (19).

AVALIAÇÃO DIETÉTICA

Para a coleta das informações dietéticas foi utilizado um recordatório

alimentar de 24 horas (R24h). Esse inquérito consiste no relato de informações

escritas ou verbais sobre a ingestão alimentar das últimas 24 horas, com dados

sobre os alimentos atualmente consumidos e informações sobre peso/tamanho

das porções. Informações sobre a técnica de preparo dos alimentos e a adição

de açúcar nas bebidas também foram coletadas.

Um álbum fotográfico foi utilizado como recurso para auxiliar o

entrevistado a recordar a porção do alimento consumido aumentando assim a

confiabilidade das informações fornecidas. Esse álbum é composto de

desenhos de alimentos nas três dimensões normais (pequena, média e

grande), utensílios e medidas-padrão (20, 21).

A partir das informações dietéticas contidas no recordatório de 24 horas,

foram efetuados cálculos para quantificar o consumo de energia,

macronutrientes, micronutrientes e água. Para tal, foi utilizado o software

Nutrition Data System For Research (NDSR) versão 2011. Após a tabulação de

todos os alimentos, foi feita a análise de consistência de dados proposta por

Fisberg (22). Essa análise teve o propósito de corrigir o valor nutricional de

micronutrientes, pois o NDSR é um software americano e apresenta alimentos

com políticas de fortificação diferentes do Brasil. Para isso, foi calculado o

Page 66: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

53

percentual de concordância de todos os micronutrientes tendo como referência

o valor disponível na Tabela de Composição Nutricional dos Alimentos

Consumidos no Brasil (23). A correção do valor nutricional ocorreu para

aqueles micronutrientes que estavam fora dos percentuais de concordância

compreendidos no intervalo de 80%-120% em relação à Tabela Brasileira.

Para a quantificação da ingestão hídrica diária levou-se em

consideração a água proveniente dos alimentos, a água in natura e a água

proveniente das bebidas. A ingestão hídrica durante o treino foi baseada na

água in natura e na proveniente das bebidas utilizadas. Não foram

considerados refrigerantes, chás ou café no cálculo de ingestão hídrica.

A ingestão de porções alimentares foi comparada com as

recomendações propostas pela pirâmide alimentar brasileira adaptada para

atletas (4).

A partir do inquérito alimentar também foi obtido o número de refeições e

o intervalo entre as mesmas. O intervalo entre as refeições foi calculado a partir

da média de intervalo entre cada refeição. A caracterização de cada refeição foi

definida em função do horário da mesma, conforme a metodologia adotada por

Burke et al. (3). O café da manhã foi considerado como a primeira refeição

entre 5:00 e 10:00, o lanche da manhã como a refeição entre 10:00 e 11:59, o

almoço como a refeição entre 12:00 e 14:59, o lanche da tarde como a refeição

entre 15:00 e 17:59, o jantar como a refeição entre 18:00 e 20:59 e a ceia entre

21:00 e 04:59.

A ingestão de alimentos ou bebidas dentro de um período de 30 minutos

foi considerada uma ―Refeição‖. O lanche da manhã, o lanche da tarde e a ceia

foram agrupados em uma única categoria denominada de ―Lanches‖, enquanto

Page 67: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

54

o café da manhã, o almoço e o jantar foram considerados ―Principais

refeições‖. A partir da definição de cada refeição, foi possível estimar a

prevalência de omissões. Além disso, a ingestão de refeições pré e pós-treino

foi analisada segundo a recomendação proposta por Aragon e Shoenfeld (24),

onde o intervalo entre a refeição pré-treino e a pós-treino deve ser de 3 a 4

horas.

INTERVENÇÃO NUTRICIONAL

O protocolo de acompanhamento nutricional dos atletas está dividido em

quatro consultas presenciais, com duração de 45 a 60 minutos, conforme o

Quadro 1. Os atletas foram acompanhados por um único nutricionista a fim de

minimizar o viés das orientações fornecidas. Na primeira consulta foram

coletados dados de identificação pessoal, treinamento, hábitos alimentares e

antropometria. A partir da análise inicial dos hábitos alimentares e de rotina do

atleta foram traçadas orientações nutricionais e metas a serem cumpridas

objetivando a adequação da qualidade da alimentação. Para aumentar a

adesão ao protocolo, três dias da semana foram disponibilizados para os

atendimentos. Ao final das consultas, ou, por telefone, os esportistas foram

agendados para as reavaliações, as quais ocorreram num intervalo de 45 a 60

dias após a consulta anterior.

Durante o acompanhamento, os atletas, de forma individual,

participaram de uma oficina de educação nutricional sobre a Pirâmide

Alimentar Brasileira (2ª consulta). Nessa, foram apresentados e esclarecidos os

princípios da alimentação saudável, focando na importância de cada grupo

alimentar. O protocolo educativo teve como objetivo dar suporte às orientações

Page 68: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

55

nutricionais na conscientização e na motivação para adoção de práticas

alimentares que favoreçam a saúde e o desempenho do atleta.

Em cada reavaliação foi verificada a adesão às orientações, bem como

efetuados os ajustes dietéticos necessários considerando-se os objetivos

atuais do treinamento e/ou competição. Ao final de cada consulta, os atletas

recebiam por escrito uma lista de orientações nutricionais específicas. Além

dessas, também eram abordados nas consultas os aspectos descritos no

Quadro 2. Para manter a motivação dos atletas no período entre as consultas,

foi formado um grupo em uma Fan page, onde esses recebiam dicas e receitas

de refeições saudáveis.

Quadro 2- Temas abordados nas consultas.

EFEITO POSITIVO DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL

Para avaliar as mudanças benéficas da intervenção nutricional sobre a

ingestão de energia, macronutrientes, micronutrientes e porções alimentares,

foi desenvolvida neste estudo a variável denominada efeito positivo da

intervenção nutricional.

O efeito positivo da intervenção nutricional corresponde à prevalência de

indivíduos que se aproximaram ou se mantiveram dentro das recomendações

após a intervenção. Para macronutrientes foram adotadas as recomendações

específicas para atletas (25-27), enquanto para porções alimentares o

parâmetro utilizado foi a Pirâmide alimentar brasileira adaptada para atletas(4).

No caso dos micronutrientes, utilizou-se a RDA ou AI como parâmetro

de recomendação, tendo em vistas que esses são os valores que satisfazem

Page 69: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

56

as necessidades nutricionais de ao menos 98% de uma população saudável.

Os valores compreendidos entre a RDA e a UL foram considerados dentro da

faixa de adequação (28). O efeito positivo da intervenção nutricional sobre as

vitaminas foi calculado a partir das médias das prevalências de efeito positivo

de vitamina A, D, B1, B2, B6, B12, C, E e Folato. O efeito positivo sobre os

minerais foi determinado pela média de efeitos positivos sobre a ingestão de

cálcio, zinco, fósforo, ferro, potássio, selênio e sódio.

CONHECIMENTO EM NUTRIÇÃO

Para avaliar o conhecimento em nutrição, foi utilizado um teste de

conhecimento baseado nos estudos de Gonçalves (29) e Zawila, Steig e

Hoogenboom (30). O questionário possui 14 questões divididas em 3 seções. A

primeira seção contém três perguntas de múltipla escolha sobre conhecimentos

básicos de nutrição. A segunda parte consiste em uma questão relacionada

com a Pirâmide Alimentar Brasileira, onde os atletas tinham que preencher a

pirâmide com os grupos corretos de alimentos. A terceira seção aborda a

temática da nutrição esportiva e é composta de uma questão que contém 10

afirmações às quais os atletas deviam marcar "sim" se concordassem com a

afirmação, "não" se não concordassem com a declaração ou "não sei‖. As

questões corretas valiam um ponto positivo e as erradas ou ―não sei‖ valiam

zero. As médias de percentual de acerto foram calculadas, comparadas entre

os grupos e antes e depois da intervenção.

O questionário teve sua validação discriminante determinada em um

estudo anterior do nosso grupo de pesquisa, o qual está em submissão. Nesse,

Page 70: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

57

o teste foi aplicado em 19 graduandos do 4º período de nutrição e 16 atletas

adolescentes. Para ser considerado válido, o questionário deveria ser capaz de

diferenciar os participantes em diferentes níveis de conhecimento. Após a

aplicação foi observada uma média de percentual de acerto significativamente

maior nos estudantes (97,4%), do que para os atletas (57%).

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise estatística foi utilizado o software SPSS, versão 17.0

(SPSS Inc., Chicago, IL). Em relação ao questionário utilizado, a verificação da

consistência interna, ou seja, o grau pelo qual as questões de cada

subcategoria são coesivas e homogêneas em conteúdo, foi obtido por

intermédio do coeficiente de fidedignidade de Alfa Cronbach (α). Sua

variabilidade está compreendida entre 0,00 (ausência de confiabilidade) a 1,00

(confiabilidade perfeita). O valor mínimo de 0,70 foi recomendado por Rowland,

Arkkelin e Crisler (31) para definir que os itens avaliam consistentemente o

mesmo constructo (grupo de perguntas).

O teste de Kolmorgorov-Smirnov foi aplicado para verificar a

normalidade dos dados. Os dados com distribuição normal foram apresentados

em média e desvio padrão (DP), enquanto os com distribuição não normal

foram apresentados com mediana e intervalo interquartílico. Para os dados

categóricos foram utilizadas prevalências (absoluta e relativa).

A comparação dos dados numéricos entre adultos e adolescentes nas

foi realizada por meio do teste t para amostras independentes. Os dados com

distribuição não normal foram comparados por meio do teste não paramétrico

Page 71: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

58

de Mann-Whitney, enquanto os categóricos, pelo teste qui-quadrado de

Pearson.

Para analisar as mudanças ocorridas nos dados numéricos ao longo do

tempo (comparação intragrupo) utilizou-se o teste t pareado. A análise

intragrupo dos dados não normais foi realizada por meio do teste de Wilcoxon

pareado e a dos dados categóricos a partir do teste de Mcnemar. Os valores de

p<0,05 foram considerados estatisticamente significantes.

RESULTADOS

Fizeram parte do estudo 32 atletas, das seguintes modalidades: Lutas

(Boxe, Taekwondo, Karatê, Judô, Jujitsu, Capoeira, Luta Olímpica, n=16),

Atletismo (n=3), ciclismo (n=1), natação (n=6), tênis de campo (n=2), vôlei de

praia (n=1), Surf (n=1), Remo (n=1) e Iatismo (n=1). A amostra foi constituída

de 21 adolescentes (65,6%) e 11 adultos (34,4%), com média de idade de 15,4

anos (DP:2) e 23,7 anos (DP:3), respectivamente (p<0,05). Todos os adultos

são do sexo masculino, enquanto seis adolescentes (28,6%) são do sexo

feminino e 15 do sexo masculino (71,4%). Não houve diferença nos resultados

quando os mesmos foram analisados sem as adolescentes do sexo feminino,

dessa forma, as mesmas foram incluídas no estudo. Os adolescentes e os

adultos tinham uma média de 12,8 (DP: 5,5) horas e 16,2 (DP:6,6) horas de

treino por semana, respectivamente.

A maioria dos atletas de ambos os grupos (95,2% dos adolescentes e

81,8% dos adultos) tinham o objetivo de manutenção/ganho de massa magra.

Somente um adolescente (4,8%) e dois adultos (18,2%) tinham o intuito de

reduzir a massa corporal.

Page 72: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

59

A Tabela I mostra os valores de antropometria e composição corporal

dos atletas antes e após o acompanhamento nutricional. A análise intergrupos

mostrou que os adultos apresentaram maiores valores de massa corporal, área

muscular do braço e massa magra (kg) do que os adolescentes em ambos os

momentos. Ao longo do tempo, houve um aumento da massa corporal, e

massa magra (kg) em ambos os grupos, além de um aumento da área

muscular do braço nos adolescentes.

Tabela I- Média (Desvio padrão) da antropometria e composição corporal dos

atletas.

A análise intragrupo mostrou um aumento do número de refeições entre

os atletas adolescentes, assim como uma redução significativa do intervalo

entre as mesmas ao longo do tempo (Figura 2). Além disso, esses também

apresentaram uma redução significativa na omissão de refeições e de lanches.

Após o acompanhamento nutricional, ambos os grupos aumentaram a

prevalência de indivíduos adequados quanto à adequação de refeições pré e

pós-treino (Figura 2). Como todos os adultos se adequaram à recomendação,

não foi possível realizar inferência estatística intragrupo ou intergrupo após o

protocolo.

Figura 2- Número de refeições (A), Intervalo entre as refeições (B), Omissão

de refeições (C), Omissão de Lanches (D), Adequação de Lanches pré e pós-

treino, antes e após o acompanhamento nutricional. As linhas vermelhas

sinalizam as recomendações de no mínimo 5 refeições diárias (A) e no máximo

três horas de intervalo entre as refeições (B) (3). *p<0,05 intragrupo.

Page 73: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

60

A análise intragrupo mostrou que houve um aumento estatisticamente

significante da ingestão hídrica no treino e diária entre os adolescentes (Figura

3).

Figura 3- Mediana e intervalo interquartílico da ingestão hídrica no treino (A) e

diária (B) dos atletas.• Outlier do Box Plot; *p<0,05 intragrupo; †p<0,05 intergrupos

antes da intervenção.

Com relação à ingestão de macronutrientes, foi verificada uma redução

significativa na ingestão de carboidrato nos adultos (Figura 4), no entanto, não

houve diferença significativa intragrupo nas outras variáveis.

O presente estudo apresenta uma proposta de avaliação da influência

das orientações nutricionais sobre as mudanças positivas na ingestão de

nutrientes dos atletas. Verificamos por esta metodologia que em ambas as

faixas etárias houve uma elevada prevalência de efeitos positivos após o

acompanhamento nutricional (Figura 4). À exceção do efeito positivo da

adequação da ingestão energética entre adultos, onde cerca de 45% desses

apresentaram melhoras, para todas as outras variáveis estudadas tanto em

adultos quanto entre adolescentes, mais da metade dos atletas avaliados

melhoraram suas ingestões.

Figura 4- Efeito positivo da intervenção nutricional sobre ingestão energética e

de macronutrientes. As barras mostram a média e o desvio padrão da ingestão

do nutriente. As linhas vermelhas mostram a faixa de recomendação. Os

percentuais entre setas mostram a prevalência de efeitos positivos da

intervenção nutricional. *p<0,05 intragrupo.

Page 74: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

61

A Tabela II mostra a ingestão de gordura saturada, monoinsaturada e

poli-insaturada dos atletas antes e após a intervenção nutricional. Os

adolescentes apresentaram um aumento da ingestão de gordura poli-

insaturada e monoinsaturada

Tabela II- Média (desvio padrão) da ingestão de gordura saturada, poli-insaturada e

monoinsaturada antes e após a intervenção nutricional.

Quanto à ingestão de porções alimentares, a análise intragrupo revelou

que os adultos apresentaram um aumento significativo na ingestão de doces ao

longo do tempo (Antes: 1,4; intervalo interquartílico 0,8-1,6; Depois: 3,4;

intervalo interquartílico: 1,8-5,9; p<0,05). Não houve diferença significativa

intragrupo para nenhuma das outras variáveis, no entanto, foi observada uma

elevada prevalência de efeitos positivos da intervenção nutricional (Figura 5).

Os adolescentes apresentaram um maior efeito positivo em relação à ingestão

de doces do que os adultos (p<0,05).

Figura 5- Efeito positivo da intervenção nutricional sobre a ingestão de porções

alimentares. As linhas vermelhas mostram a faixa de recomendação. Os

percentuais entre setas mostram a prevalência de efeitos positivos da

intervenção nutricional. .• Outlier do Box Plot; *p<0,05 intragrupo.

Não houve diferença significativa na ingestão de micronutrientes ao

longo do tempo, no entanto, os adolescentes e os adultos apresentaram uma

prevalência média de 72,4% (DP: 19) e 72,3% (DP: 19) de efeitos positivos em

vitaminas, respectivamente. Quando analisados os minerais, os adolescentes

Page 75: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

62

apresentaram uma prevalência média de 70% (DP: 15) de efeitos positivos e os

adultos uma média de 70% (DP: 15).

Tabela III. Nível de conhecimento em nutrição dos atletas antes e depois da

intervenção nutricional.

O valor da consistência interna das respostas do questionário foi obtido

através do coeficiente de Cronbach. Os valores encontrados apresentaram

fidedignidade aceitável, acima de 0,7 para adultos (0,84), e adolescentes

(0,81). Ambos os grupos tiveram um aumento no nível de conhecimento em

nutrição total e nas questões relativas à Pirâmide Alimentar (Tabela III).

DISCUSSÃO

Esse é o primeiro estudo a avaliar e comparar o efeito de uma

intervenção nutricional sobre a ingestão dietética, a composição corporal e o

conhecimento em nutrição entre atletas adultos e adolescentes. Verificou-se

que o acompanhamento nutricional promoveu melhoras na composição

corporal e na alimentação de ambos os grupos, no entanto, as mudanças

foram maiores entre os adolescentes.

O delineamento do trabalho procurou explorar a realidade do

atendimento nutricional comumente enfrentada por atletas e nutricionistas.

Nesse contexto, atletas de diferentes modalidades eram agendados e se

deslocavam, dentro da sua rotina diária de treinos e competições, para serem

atendidos, o que também influenciou na escolha dos métodos utilizados.

Page 76: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

63

COMPOSIÇÃO CORPORAL

Após aproximadamente oito meses de acompanhamento nutricional,

atletas de ambos os grupos aumentaram a massa magra sem sofrer alterações

no percentual de gordura. No entanto, somente os adolescentes tiveram um

aumento na AMB. A especificidade das orientações fornecidas podem ter

contribuído para as mudanças na composição corporal, já que os resultados

foram coerentes com os objetivos traçados nas consultas, onde a maioria dos

atletas referiu ter manutenção/ganho de massa magra como meta.

Estima-se que, por a massa magra ser composta de água, minerais e

músculo (32) ambos os grupos possam ter aumentado a massa muscular, mas,

diante das alterações na AMB, esse aumento foi maior nos adolescentes.

Apesar de não ter sido avaliada a maturação sexual dos participantes em

função de dificuldades na logística do trabalho, nossa hipótese é de que, pela

média de idade dos mesmos (aproximadamente 15 anos), esse efeito tenha

sido em função da maior produção de hormônios anabólicos (ex: testosterona,

IGF-1, GH) característicos da fase, os quais estimulam os processos de

crescimento e desenvolvimento (33). Com isso, por possuírem um perfil mais

anabólico, atletas adolescentes podem ter maior facilidade em ganhar massa

muscular do que os adultos. O teor de massa muscular está relacionado ao

aumento de força e potência do atleta, sendo assim, um importante preditor da

capacidade anaeróbia (34).

Outros trabalhos de intervenção nutricional que apresentaram mudanças

significativas na composição corporal de atletas, também tiveram o seu

Page 77: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

64

planejamento direcionado ao objetivo dos participantes. Garthe et al. (2012)

acompanharam por 8 a 12 semanas um total de 21 atletas que tinham como

objetivo o ganho de massa corporal. Os participantes foram acompanhados

individualmente por dois nutricionistas e ao final do estudo apresentaram um

aumento da massa corporal e da massa magra (aproximadamente 1,7kg). Mais

recentemente, Carmo, Marins e Peluzio (2014) verificaram uma redução

significativa na massa corporal e no percentual de gordura em 20 atletas de

jiujitsu após participarem por nove meses de um acompanhamento nutricional

com orientações específicas para redução da massa corporal.

Esses resultados são de grande relevância, já que atletas podem ter

dificuldades em atingir a perfil corporal almejado, e assim adotar estratégias

inapropriadas, as quais podem ser danosas à saúde e ao desempenho

esportivo (11). Nessas situações, o acompanhamento nutricional deve ser

indicado como estratégia para promover alterações com maior eficiência e

qualidade.

Vale salientar que a investigação dos objetivos de composição corporal

torna-se fundamental no atendimento nutricional a atletas e principalmente na

elaboração de pesquisas sobre a temática, pois além de ajudar no

direcionamento das orientações, pode evitar vieses como o agrupamento de

participantes com objetivos diferentes (ex: ganho de massa corporal e redução

do percentual de gordura) o que poderia inviabilizar a detecção de mudanças.

Além disso, é importante que o protocolo de intervenção tenha uma duração

longa o suficiente para possibilitar a verificação das alterações.

Page 78: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

65

FREQUÊNCIA DE REFEIÇÕES

Com relação à alimentação, além da ingestão de nutrientes o presente

trabalho também analisou a ingestão alimentar, hídrica e a frequência de

refeições dos atletas, com o intuito de fornecer uma avaliação mais completa

do efeito do acompanhamento nutricional no comportamento alimentar dos

mesmos.

A divisão da ingestão calórica total em refeições frequentes (com 3

horas de intervalo no máximo) pode trazer benefícios para atletas, já que

diminuir o risco de desconforto gastrointestinal e proporciona maior flexibilidade

na quantidade e variedade de alimentos a ser ingerida, fatores que podem

ajudar a melhorar a qualidade da dieta e a distribuição de nutrientes ao longo

do dia (2). No entanto, atletas de ambas as faixas etárias apresentaram uma

elevada prevalência de omissão de refeições, principalmente lanches, o que

colaborou para a inadequação no número de refeições e do intervalo entre as

mesmas.

O aumento da disponibilidade de alimentos saudáveis é visto como um

facilitador da mudança de hábitos alimentares, principalmente em

adolescentes, já que os mesmos sofrem uma alta exposição à alimentos de

baixo teor nutricional e elevada densidade energética, especialmente nas

escolas (36). Dessa forma, durante as consultas, os atletas receberam

orientações referentes à preparação de lanches práticos e de elevado teor

nutricional, para serem consumidos em casa, no trabalho ou no colégio, a fim

Page 79: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

66

de aumentar o acesso ao alimento e a frequência de refeições. Essas

orientações também foram reforçadas na fanpage, onde os mesmos receberam

dicas sobre exemplos de refeições saudáveis.

Após o acompanhamento nutricional, os adolescentes aumentaram o

número de refeições, reduziram o intervalo entre as mesmas, assim como a

omissão de lanches. Além disso, ambos os grupos aumentaram a prevalência

de indivíduos que se adequaram às recomendações de refeições pré e pós-

treino.

Apesar da escassez de estudos sobre a temática em atletas, a literatura

sugere que esses possam ter dificuldade em manter uma frequência de

refeições adequada em função da rotina desgastante provocada pela elevada

carga horária de treino associada à outras tarefas (ex: trabalho, estudo) (37).De

acordo com a anamnese realizada, todos os adolescentes frequentavam o

colégio pela manhã e treinavam nos horários da tarde e/ou noite, enquanto os

adultos, além dos treinos e estudos, tinham grande parte do dia preenchidos

pelas horas de trabalho (dados não apresentados). Nossa hipótese é de que

por possuírem um maior número de obrigações do que os adolescentes

(família, estudos e emprego), os adultos tenham encontrado maior dificuldade

em se alimentar, principalmente entre as ―grandes refeições‖, apesar de terem

aproximado as mesmas dos horários do treino.

Estudos que focaram na análise das barreiras encontradas por adultos

para adoção de uma alimentação saudável observaram que o motivo mais

citado é a falta de tempo para preparo e consumo do alimento (38). Diante

disso, ao se depararem com atletas não profissionais (atletas que treinam e

participam de competições de nível regional, nacional ou internacional, mas,

Page 80: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

67

que possuem outra forma de sustento financeiro) (39) é importante que o

nutricionista leve em consideração tempo para preparo da refeição, assim

como a possibilidade de estoque da mesma, principalmente no caso dos

lanches. As refeições devem ser gradualmente inseridas para facilitar a

adaptação do atleta. Talvez seja necessário um maior tempo de

acompanhamento ou um menor intervalo entre as consultas a depender das

dificuldades encontradas.

INGESTÃO HÍDRICA

Alguns trabalhos sugerem que atletas adolescentes podem apresentar

maior risco de desidratação, já que possuem menores taxas de sudorese e

maior produção de calor durante a locomoção quando comparados aos

adultos. Além disso, apresentam uma maior relação superfície/ massa corporal,

o que pode acelerar a absorção do calor do ambiente, quando o mesmo

excede a temperatura do organismo (40, 41).

Apesar da importância da temática, ao nosso conhecimento, somente

dois trabalhos analisaram o efeito de intervenções nutricionais sobre a

hidratação em atletas. Kavouras et al. (13) e Cleary et al. (12) melhoraram o

nível de hidratação de atletas adolescentes por meio da prescrição

individualizada e pelo aumento da acessibilidade à esse nutriente,

respectivamente.

No presente estudo, os participantes foram orientados a ingerir água em

garrafas de aproximadamente 500 ml em diversos turnos do dia. Essa tática

poderia facilitar a quantificação e percepção da água ingerida, assim como

Page 81: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

68

ampliar o acesso à mesma em locais onde não houvesse. Após o

acompanhamento nutricional, os adolescentes aumentaram tanto a ingestão

hídrica diária quanto a do treino. No caso dos adultos, apesar do aumento da

ingestão de água no treino não ter sido estatisticamente significante, o

resultado foi clinicamente relevante, já que os mesmos passaram a atingir a

recomendação mínima de 500 ml/h (42).

A elaboração de estratégias práticas para aumentar o acesso à água

podem ser úteis, principalmente nos locais onde o mesmo é feito por meio de

bebedouros e em treinos realizados em espaços abertos, como praias e

campos. Mesmo com a existência de recomendações gerais de hidratação, é

importante que, antes de tudo, seja respeitada a tolerância do atleta à

quantidade de líquido prescrita.

Não houve alteração na ingestão hídrica diária dos adultos, no entanto, é

importante ressaltar que os mesmos já se encontravam acima da

recomendação mínima de 3,7 litros, motivo pelo qual o acompanhamento pode

não ter provocado grandes alterações, mas sim, ajudado na manutenção do

hábito (43).

INGESTÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Existem diversas formas de se avaliar a ingestão dietética, seja a partir

da média de ingestão ou a partir do grau de adequação dos indivíduos frente à

um parâmetro de referência. Algumas considerações precisam ser analisadas

quanto à forma de avaliação ao se realizar estudos de intervenções

nutricionais. A literatura sugere que as pequenas mudanças progressivas na

Page 82: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

69

alimentação são mais eficazes e sustentáveis do que as bruscas (44). O

tempo para que haja mudança no comportamento alimentar pode variar a

depender dos fatores sociais e ambientais específicos de cada indivíduo. Com

isso, esperar que um indivíduo passe de uma categoria de ingestão

―inadequada‖ para ―adequada‖ pode ser uma forma conservadora de avaliação

(ex: não ingerir nenhuma porção de fruta e passar a consumir quatro porções),

inviabilizando a detecção de pequenas alterações. Alguns trabalhos utilizaram

a média como forma de avaliação, no entanto, como atletas podem apresentar

diferentes tipos de problemas na alimentação dentro da mesma amostra, a

média de ingestão de um nutriente pode englobar atletas que possuem uma

ingestão adequada e aqueles cuja mesma é inadequada. Esse agrupamento

pode levar a um viés na interpretação dos resultados a depender do número de

participantes do trabalho, já que os que possuem a ingestão dentro das

recomendações serão orientados a mantê-la, contribuindo para a inalteração

da média de ingestão após a intervenção.

Para avaliar o efeito da intervenção nutricional sobre a ingestão de

porções alimentares e nutrientes, foi criada a variável ―efeito positivo da

intervenção nutricional‖, a qual é referente à prevalência de participantes que

se aproximaram, se adequaram ou se mantiveram adequados quanto às

recomendações. Dessa forma foi possível identificar também as pequenas

mudanças benéficas que ocorressem na alimentação. Como atletas estão

expostos a inúmeras barreiras que impossibilitem uma alimentação balanceada

e, que mesmo sendo cumpridas, as orientações foram reforçadas a cada

consulta, a manutenção da ingestão adequada também foi considerada um

―efeito positivo‖.

Page 83: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

70

Verificou-se uma elevada prevalência de efeitos positivos na ingestão de

nutrientes e porções alimentares em ambos os grupos. Os adolescentes

mostraram uma melhora na qualidade do lipídio ingerido já que aumentaram a

ingestão de gordura poli-insaturada e monoinsaturada.

A preferência por alimentos de sabor doce tem sido identificada em

trabalhos envolvendo tanto adolescentes como adultos, se tornando uma

barreira para a ingestão de outros grupos alimentares (45,46). No presente

trabalho, os adolescentes tiveram maior efeito positivo sobre a ingestão de

doces do que os adultos. É possível que a presença dos pais dos adolescentes

nas consultas possa ter ajudado na adesão às orientações, principalmente no

tocante à ingestão alimentar, já que esses eram os responsáveis pelo preparo

e organização da alimentação, fornecendo assim, um maior suporte. Iglezias-

Gutiérrez et al. (47) observaram que as preferências alimentares podem não

influenciar a ingestão dietética de adolescentes pois a influência do ambiente

familiar na compra e na seleção das refeições pode reduzir as chances desses

ingerirem os alimentos tidos como ―preferidos‖. Stevenson et al. (46)

verificaram que adolescentes que autoavaliaram a alimentação como sendo

saudável, se consideravam dependentes dos pais para adoção das mesmas e

referiam que sem esse controle, não conseguiriam manter o mesmo padrão de

hábito alimentar.

CONHECIMENTO EM NUTRIÇÃO

Ambos os grupos tiveram um aumento no nível de conhecimento sobre

nutrição, principalmente, nas questões relativas à Pirâmide Alimentar Brasileira.

Page 84: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

71

Esse achado é de grande importância, já que no meio atlético, atletas recebem

informações nutricionais de diversas fontes, principalmente de treinadores e

preparadores físicos, os quais tem mostrado um conhecimento insuficiente

sobre a temática. Além disso, fontes de informação de baixa confiabilidade, a

exemplo da internet, revistas, amigos, parentes, e mídia são amplamente

utilizados (5).

Os primeiros trabalhos de intervenção nutricional tiveram o objetivo de

por meio de palestras e cursos, aumentar o nível de conhecimento em nutrição

dos atletas e assim promover melhorias nos hábitos alimentares. Collison (10)

avaliou o efeito de um programa de educação nutricional em mulheres atletas.

A intervenção consistia em dois workshops sobre nutrição abordando temas

sobre função dos nutrientes, controle do peso e saúde óssea. Ao final do

estudo, foi verificado um aumento significativo no conhecimento em nutrição

das atletas, no entanto, não houve alteração na ingestão dietética das mesmas.

Resultados semelhantes foram encontrados por Keller-Grubs et al. (48). Em

contrapartida, mais recentemente, Molina-López et al. (49) verificaram um

aumento na ingestão de carboidrato, proteína e gordura monoinsaturada em

jogadores de handebol após três palestras sobre temas relacionados à nutrição

básica e nutrição esportiva.

A divergência dos resultados dos trabalhos sobre a temática pode ser

atribuída, além das diferentes metodologias utilizadas e à complexidade de

fatores que influenciam na mudança do comportamento alimentar. Apesar de

estar implícito que um conhecimento mínimo sobre nutrição possa atuar como

um ―guia‖ para a escolha de alimentos, esse conhecimento só irá ser

transformado em hábito, caso se sobreponha às outras barreiras físicas e

Page 85: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

72

socioculturais que o influenciam, como o tempo, as preferências alimentares, a

influência dos familiares, entre outros (36). Dessa forma, constata-se que o

conhecimento em nutrição, sozinho, é ineficiente em promover mudanças no

hábito alimentar.

No presente trabalho, além da disseminação de informações sobre

temas relacionados à alimentação, orientações específicas às necessidades e

dificuldades de cada atleta foram fornecidas, o que pode ter proporcionado

melhores resultados do que os estudos que utilizaram somente estratégias de

educação nutricional, como seminários e palestras (10, 48).

No atendimento nutricional, o esclarecimento e a disseminação de

informações básicas sobre nutrição é importante para motivar o cliente a

promover a reeducação alimentar, no entanto, a especificidade e praticidade

das orientações podem ajudar a transformar esse conhecimento em atitudes.

Apesar da estratégia de acompanhamento nutricional ter provocado

mudanças benéficas na composição corporal, na alimentação e no

conhecimento em nutrição dos atletas, vale destacar a baixa aderência ao

tratamento. Somente 50% dos participantes que iniciaram o protocolo

finalizaram as quatro consultas. Trabalhos futuros devem focar na investigação

das principais barreiras encontradas por atletas para a adoção de uma

alimentação saudável e dos fatores que influenciam na adesão aos tipos de

intervenção nutricional. Diante da influencia dos familiares e treinadores sobre

a alimentação dos atletas, os protocolos das pesquisas também devem incluir

essa população.

Page 86: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

73

CONCLUSÃO

O presente estudo verificou que o acompanhamento nutricional foi eficaz

em promover mudanças benéficas na composição corporal, na ingestão

dietética e no conhecimento em nutrição dos atletas, no entanto, essas foram

maiores entre os adolescentes, principalmente no tocante à frequência de

refeições e à ingestão de doces.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Dwyer J, Eisenberg A, Prelack K, Song WO, Sonneville K, Ziegler P.

Eating attitudes and food intakes of elite adolescent female figure

skaters: a cross sectional study. J Int Soc Sports Nutr. 2012;9(1):53.

2- Erdman KA, Tunnicliffe J, Lun VM, Reimer RA. Eating Patterns and

Composition of Meals and Snacks in Elite Canadian Athletes. Int J Sport

Nutr Exerc Metab. 2013;23(3):210-9.

3- Burke LM, Slater G, Broad EM, Haukka J, Modulon S, Hopkins WG.

Eating patterns and meal frequency of elite Australian athletes. Int J

Sport Nutr Exerc Metab 2003;13:521-38.

4- Nogueira J, Da Costa T. Nutrient intake and eating habits of triathletes

on a Brazilian diet. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2004;14(6):684-97.

5- Heaney S, O'Connor H, Michael S, Gifford J, Naughton G. Nutrition

knowledge in athletes: a systematic review. Int J Sport Nutr Exerc Metab.

2011;21(3):248-61.

6- Vinci DM. Effective nutrition support programs for college athletes. Int J

Sport Nutr. 1998;8:308-20.

7- Clark K. Working with college athletes, coaches, and trainers at a major

university. Int J Sport Nutr. 1994;4(2):135-41.

8- Quatromoni PA. Clinical observations from nutrition services in college

athletics. J Am Diet Assoc. 2008;108(4):689-94.

Page 87: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

74

9- Karpinski C. Exploring the Feasibility of an Academic Course That

Provides Nutrition Education to Collegiate Student-Athletes. J Nutr Educ

Behav. 2012;44(3):267-70.

10- Collison SB. Impact of Nutrition Education on Female Athletes. Am J

Health Behav. 1996;20(1):14-23.

11- Carmo MCLd, Marins JCB, Peluzio MdCG. Intervenção Nutricional em

Atletas de Jiu-Jitsu. Rev Bras Ciênc Mov. 2014;22(1):97-110.

12- Cleary MA, Hetzler RK, Wasson D, Wages JJ, Stickley C, Kimura IF.

Hydration Behaviors Before and After an Educational and Prescribed

Hydration Intervention in Adolescent Athletes. J Athl Train.

2012;47(3):273.

13- Kavouras S, Arnaoutis G, Makrillos M, Garagouni C, Nikolaou E, Chira

O, et al. Educational intervention on water intake improves hydration

status and enhances exercise performance in athletic youth. Scand J

Med Sci Sports. 2012;22(5):684-9.

14- Gonçalves CB, Nogueira JAD, Costa THMd. The food pyramid adapted

to physically active adolescents as a nutrition education tool. Rev Bras

Ciênc Esporte. 2014;36(1):29-44.

15- Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization

reference manual. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books; 1988.

16- Jackson AS, Pollock ML, Ward A. Generalized equations for predicting

body density of women. Med Sci Sports Exerc. 1979;12(3):175-81.

17- Jackson AS, Pollock ML. Generalized equations for predicting body

density of men. Br J Nutr., v. 40, p.497- 504, 1978

18- Lohman T. Applicability of body composition techniques and constants

for children and youths. Exerc Sport Sci Rev 1985;14:325-57.

19- Martorell R, Yarbrough C, Lechtig A, Delgado H, Klein RE. Upper arm

anthropometric indicators of nutritional status. Am J Clin Nutr.

1976;29(1):46-53.

20- Galeazzi M, Meireles A, Viana R, Zabotto C, Domene S, Cunha D.

Registro fotográfico para inquéritos dietéticos: utensílios e porções.

Goiânia: Unicamp. 1996.

21- Lopez RPS, Botelho RA. Álbum fotográfico de porções alimentares.

Metha; 2008.

Page 88: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

75

22- Fisberg RM, Marchioni DML. Manual de Avaliação do Consumo

Alimentar em estudos populacionais: a experiência do inquérito de

saúde em São Paulo (ISA). São Paulo: Grupo de Avaliação de Consumo

Alimentar da P/USP); 2012. Disponível em: www.gac-usp.com.br.

23- Brasil.Ministério da Saúde. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-

2009 : tabelas de composição nutricional dos alimentos consumidos no

Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011.

24- Aragon AA, Schoenfeld BJ. Nutrient timing revisited: is there a post-

exercise anabolic window. J Int Soc Sports Nutr. 2013;10(1):5.

25- Burke LM, Hawley JA, Wong SH, Jeukendrup AE. Carbohydrates for

training and competition. J Sports Sci. 2011;29(sup1):S17-S27.

26- Churchward-Venne TA, Burd NA, Phillips SM. Nutritional regulation of

muscle protein synthesis with resistance exercise: strategies to enhance

anabolism. Nutr Metab. 2012;9(1):40.

27- Rodriguez NR, DiMarco NM, Langley S. Position of the American dietetic

association, dietitians of Canada, and the American college of sports

medicine: nutrition and athletic performance. J Am Diet Assoc.

2009;109(3):509-27.

28- Otten J, Pitzi Helliwig J, Meyers LD. The dietary reference intakes: the

essential guide to nutrient requirements. Washington, DC: National

Academies Press; 2006.

29- Gonçalves CB. Consumo alimentar e entendimento da pirâmide

alimentar adaptada em adolescentes fisicamente ativos do Distrito

Federal. Brasília, DF. Dissertação (Mestrado em Educação Física),

Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

30- Zawila LG, Steib CSM, Hoogenboom B. The female collegiate cross-

country runner: nutritional knowledge and attitudes. J Athletic Training.

2003; 38 (1):67-74.

31- Rowland D, Arkkelin D, Crisler L. Computer-based data analysis: using

SPSSx iIn the social and Behavioral Sciences Chicago: Nelson-Hall;

1991.

32- Lopes AS, Pires Neto CS. Composição corporal e equações preditivas

da gordura em crianças e jovens. Rev Bras Ativ Fis e Saúde. 1996,

1(4):38-52.

Page 89: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

76

33- Meylan C, Cronin JB, Oliver J, Hopkins W, Contreras B. The effect of

maturation on adaptations to strength training and detraining in 11–

15‐year‐olds. Scand J Med Sci Sports. 2014; 24(3):156-64.

34- Vardar SA, Tezel S, Öztürk L, Kaya O. The relationship between body

composition and anaerobic performance of elite young wrestlers. J

Sports Sci Med. 2007;6(CSSI-2):34.

35- Garthe I, Raastad T, Refsnes PE, Sundgot-Borgen J. Effect of nutritional

intervention on body composition and performance in elite athletes. Eur J

Sport Sci. 2013;13(3):295-303.

36- Nestle M, Wing R, Birch L, DiSogra L, Drewnowski A, Middleton S, et al.

Behavioral and social influences on food choice. Nutr Rev.

1998;56(5):50-64.

37- Martínez Sanz JM, Urdampilleta A, Micó L, Soriano JM. Aspectos

psicológicos y sociológicos en la alimentación de los deportistas. Cuad

Psicol Dep. 2012;12:39-48.

38- Kearney J, Mcelhone S. Perceived barriers in trying to eat healthier–

results of a pan-EU consumer attitudinal survey. Br J Nutr.

1999;81(S1):S133-S7.

39- Krieger M.Disposições relativas ao atleta no direito desportivo brasileiro.

Revista Brasileira de Direito Desportivo. 2003, pág. 160.

40- Bar-Or O, Hay J, Ward D, Blimkie C, MacDougall J, Wilson W. Voluntary

dehydration and heat intolerance in cystic fibrosis. Lancet.

1992;339(8795):696-9.

41- Falk B. Effects of thermal stress during rest and exercise in the paediatric

population. Sport Med. 1998;25(4):221-40.

42- Marquezi ML, Lancha Jr A. Estratégias de reposição hídrica: revisão e

recomendações aplicadas. Rev paul educ fís. 1998;12:219-27.

43- Institute of Medicine. DRI, dietary reference intakes for water, potassium,

sodium, chloride, and sulfate: National Academy Press; 2005.

44- Hill JO. Can a small-changes approach help address the obesity

epidemic? A report of the Joint Task Force of the American Society for

Nutrition, Institute of Food Technologists, and International Food

Information Council. Am J Clin Nutr. 2009;89(2):477-84.

Page 90: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

77

45- Macdiarmid J, Loe J, Kyle J, McNeill G. ―It was an education in portion

size‖. Experience of eating a healthy diet and barriers to long term

dietary change. Appetite. 2013;71:411-9.

46- Stevenson C, Doherty G, Barnett J, Muldoon OT, Trew K. Adolescents’

views of food and eating: Identifying barriers to healthy eating. J Adolesc.

2007;30(3):417-34.

47- Iglesias-Gutiérrez E, García-Rovés PM, García Á, Patterson ÁM. Food

preferences do not influence adolescent high-level athletes’ dietary

intake. Appetite. 2008;50(2):536-43.

48- Keller-Grubbs G, Landis W, Lowe J, Finn A. Differences in nutrition

knowledge and dietary intake among female runners upon completion of

a nutrition education program. J Am Diet Assoc. 1994;94(9):A86.

49- Molina-López J, Molina JM, Chirosa LJ, Florea D, Sáez L, Jiménez J, et

al. Implementation of a nutrition education program in a handball team;

consequences on nutritional status. Nutr Hosp. 2013;28(4):1065-76.

Page 91: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

78

6 CONCLUSÃO

Os achados da dissertação mostraram que os atletas do programa Bolsa

Atleta apresentaram inadequações nutricionais, caracterizando assim, uma

dieta de baixa qualidade. No entanto, em função da menor ingestão energética,

as inadequações foram maiores entre as mulheres. Em seguida, o presente

trabalho verificou que o acompanhamento nutricional foi eficaz em promover

mudanças benéficas na composição corporal, na ingestão dietética e no

conhecimento em nutrição dos atletas, no entanto, essas foram maiores entre

os adolescentes, principalmente no tocante à frequência de refeições e à

ingestão de doces.

Page 92: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

79

REFERÊNCIAS

1- Figuerôa KM, Mezzadri FM, Moraes M. Rio 2016: possibilidades e

desafios para o esporte brasileiro. Motrivivência. 2013(41):140-54.

2- Corrêa AJ, Moraes M, Mezzadri FM, Cavichiolli FR. Financiamento do

esporte olímpico de verão brasileiro: mapeamento inicial do programa

―Bolsa Atleta‖( 2005-2011). Pensar a Prática. 2014;17(4).

3- Rodriguez NR, DiMarco NM, Langley S. Position of the American dietetic

association, dietitians of Canada, and the American college of sports

medicine: nutrition and athletic performance. Journal of the American

Dietetic Association. 2009;109(3):509-27.

4- Carlsohn A, Nippe S, Heydenreich J, Mayer F. Carbohydrate Intake and

Food Sources of Junior Triathletes During a Moderate and an Intensive

Training Period. International Journal of Sports Nutrition and Exercise

Metabolism.2012;22(6):438.

5- Kirwan R, Kordick L, McFarland S, Lancaster D, Clark K, Miles M.

Dietary, Anthropometric, Blood Lipid, and Performance Patterns of

College Football Players During 8 Weeks of Training. International

Journal of Sports Nutition and Exercercise Metabolism. 2012; 22:444 -

451.

6- Pérez R, Casimiro Andújar A, Sánchez Muñoz C, Muros Molina J,

Zabala Díaz M. Hábitos alimentários de los jóvenes Pilotos de

Motociclismo de élite. Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la

Actividade Física e del Deporte 2012; 12(46):195-207.

7- Vinci DM. Effective nutrition support programs for college athletes. .

International Journal of Sport Nutrtion. 1998;8:308-20.

8- Clark K. Working with college athletes, coaches, and trainers at a major

university. International Journal of Sport Nutrtion. 1994;4(2):135-41.

9- Quatromoni PA. Clinical observations from nutrition services in college

athletics. Journal of the American Dietetic Association. 2008;108(4):689-

94.

Page 93: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

80

10- Karpinski C. Exploring the Feasibility of an Academic Course That

Provides Nutrition Education to Collegiate Student-Athletes. Journal of

Nutrition Education and Behavior. 2012;44(3):267-70.

11- Collison SB. Impact of Nutrition Education on Female Athletes. American

Journal of Health Behavior. 1996;20(1):14-23.

12- Carmo MCLd, Marins JCB, Peluzio MdCG. Intervenção Nutricional em

Atletas de Jiu-Jitsu. Revista Brasileira de Ciência e Movimento.

2014;22(1):97-110.

13- Drake KM, Beach ML, Longacre MR, MacKenzie T, Titus LJ, Rundle AG,

et al. Influence of sports, physical education, and active commuting to

school on adolescent weight status. Pediatrics. 2012;130(2).

14- Burke LM, Hawley JA, Wong SH, Jeukendrup AE. Carbohydrates for

training and competition. Journal of Sports Sciences.

2011;29(sup1):S17-S27.

15- Potgieter S. Sport nutrition: A review of the latest guidelines for exercise

and sport nutrition from the American College of Sport Nutrition, the

International Olympic Committee and the International Society for Sports

Nutrition. South African Journal of Clinical Nutrition. 2013;26(1):6-16

16- Churchward-Venne TA, Burd NA, Phillips SM. Nutritional regulation of

muscle protein synthesis with resistance exercise: strategies to enhance

anabolism. Nutrition & Metabolism. 2012;9(1):40.

17- Shirreffs SM, Sawka MN. Fluid and electrolyte needs for training,

competition, and recovery. Journal of Sports Sciences.

2011;29(sup1):S39-S46.

18- Reed JL, De Souza MJ, Kindler JM, Williams NI. Nutritional practices

associated with low energy availability in Division I female soccer

players. Journal of Sports Sciences. 2014(ahead-of-print):1-11.

19- Silva M-R, Paiva T. Low energy availability and low body fat of female

gymnasts before an international competition. European Journal of Sport

Science. 2014(ahead-of-print):1-9.

20- Hoch AZ, Pajewski NM, Moraski L, Carrera GF, Wilson CR, Hoffmann

RG, et al. Prevalence of the female athlete triad in high school athletes

and sedentary students. Clinical Journal of Sport Medicine: official

journal of the Canadian Academy of Sport Medicine. 2009;19(5):421.

Page 94: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

81

21- Hoch AZ, Stavrakos JE, Schimke JE. Prevalence of female athlete triad

characteristics in a club triathlon team. Archives of Physical Medicine

and Rehabilitation. 2007;88(5):681-2.

22- Stensel D. Exercise, appetite and appetite-regulating hormones:

implications for food intake and weight control. Annals of Nutrition and

Metabolism. 2011;57(Suppl. 2):36-42.

23- Pettersson S, Ekström MP, Berg CM. Practices of weight regulation

among elite athletes in combat sports: a matter of mental advantage?

Journal of Athletic Training. 2013;48(1):99.

24- Kazemi M, Rahman A, De Ciantis M. Weight cycling in adolescent

Taekwondo athletes. The Journal of the Canadian Chiropractic

Association. 2011;55(4):318.

25- Artioli GG, Gualano B, Franchini E, Scagliusi FB, Takesian M, Fuchs M,

et al. Prevalence, magnitude, and methods of rapid weight loss among

judo competitors. Medicine & Science in Sports & Exercise.

2010;42(3):436-42.

26- Matos NF, Winsley RJ, Williams CA. Prevalence of nonfunctional

overreaching/overtraining in young English athletes. Medicine & Science

in Sports & Exercise. 2011;43(7):1287-94.

27- Mountjoy M, Sundgot-Borgen J, Burke L, Carter S, Constantini N, Lebrun

C, et al. The IOC consensus statement: beyond the Female Athlete

Triad—Relative Energy Deficiency in Sport (RED-S). British journal of

sports medicine. 2014;48(7):491-7.

28- Melin A, Tornberg ÅB, Skouby S, Møller SS, Sundgot-Borgen J, Faber

J,Sidelmann JJ, Aziz M, Sjödin A. Energy availability and the female

athlete triad in elite endurance athletes. Scandinavian Journal of

Medicine & Science in Sports. 2014. doi: 10.1111/sms.12261. [Epub

ahead of print]

29- Dwyer J, Eisenberg A, Prelack K, Song WO, Sonneville K, Ziegler P.

Eating attitudes and food intakes of elite adolescent female figure

skaters: a cross sectional study. Journal of the International Society of

Sports Nutrition. 2012;9(1):53.

Page 95: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

82

30- Silva M-R, Paiva T. Low energy availability and low body fat of female

gymnasts before an international competition. European Journal of Sport

Science. 2014(ahead-of-print):1-9.

31- Shriver LH, Betts NM, Wollenberg G. Dietary intakes and eating habits of

college athletes: are female college athletes following the current sports

nutrition standards? The Journal of American College

Health.2013;61(1):10-6.

32- DellaValle D, Rousseau D, Wadsten S, Haas J. Examining the

Relationships Between Dietary Intake, Iron Status, and Physical

Performance in Female Collegiate Rowers. The FASEB Journal.

2015;29(1 Supplement):733.17.

33- Da Costa NF, Schtscherbyna A, Soares EA, Ribeiro BG. Disordered

eating among adolescent female swimmers: dietary, biochemical, and

body composition factors. Nutrition. 2013;29(1):172-7.

34- Sundgot-Borgen J, Torstveit M. Aspects of disordered eating continuum

in elite high-intensity sports. Scandinavian Journal of Medicine & Science

in Sports. 2010;20(s2):112-21.

35- Hackney A. Effects of endurance exercise on the reproductive system of

men: the ―exercise-hypogonadal male condition‖. Journal of

Endocrinological Investigation. 2008;31(10):932-8.

36- Pregnolatto W, Pregnolatto N. Normas analíticas do instituto Adolfo Lutz.

1985.

37- Katz A, Westerblad H. Regulation of glycogen breakdown and its

consequences for skeletal muscle function after training. Mammalian

Genome. 2014:1-9.

38- Phillips SM, Tipton KD, Aarsland A, Wolf SE, Wolfe RR. Mixed muscle

protein synthesis and breakdown after resistance exercise in humans.

American Journal of Physiology-Endocrinology And Metabolism.

1997;36(1):E99.

39- Areta JL, Burke LM, Camera DM, West DW, Crawshay S, Moore DR, et

al. Reduced resting skeletal muscle protein synthesis is rescued by

resistance exercise and protein ingestion following short-term energy

deficit. American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism.

2014;306(8):E989-E97.

Page 96: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

83

40- Areta JL, Burke LM, Ross ML, Camera DM, West DW, Broad EM, et al.

Timing and distribution of protein ingestion during prolonged recovery

from resistance exercise alters myofibrillar protein synthesis. The Journal

of Physiology. 2013;591(9):2319-31.

41- Witard OC, Jackman SR, Breen L, Smith K, Selby A, Tipton KD.

Myofibrillar muscle protein synthesis rates subsequent to a meal in

response to increasing doses of whey protein at rest and after resistance

exercise. The American journal of Clinical Nutrition. 2014;99(1):86-95.

42- Hawley JA. Effect of increased fat availability on metabolism and

exercise capacity. Medicine and Science in Sports and Exercise.

2002;34(9):1485-91.

43- Hawley JA, Burke LM, Angus DJ, Fallon KE, Martin DT, Febbraio MA.

Effect of altering substrate availability on metabolism and performance

during intense exercise. British Journal of Nutrition. 2000;84(06):829-38.

44- Kris-Etherton P, Daniels SR, Eckel RH, Engler M, Howard BV, Krauss

RM, et al. AHA Scientific Statement: Summary of the Scientific

Conference on Dietary Fatty Acids and Cardiovascular Health

Conference Summary From the Nutrition Committee of the American

Heart Association. The Journal of Nutrition. 2001;131(4):1322-6.

45- Drenowatz C, Eisenmann JC, Carlson JJ, Pfeiffer KA, Pivarnik JM.

Energy expenditure and dietary intake during high-volume and low-

volume training periods among male endurance athletes. Applied

Physiology Nutrition and Metabolism. 2012;37(2):199-205.

46- Papadopoulou SK, Gouvianaki A, Grammatikopoulou MG, Maraki Z,

Pagkalos IG, Malliaropoulos N, et al. Body Composition and Dietary

Intake of Elite Cross-country Skiers Members of the Greek National

Team. Asian journal of Sports Medicine. 2012;3(4):257.

47- Reed JL, De Souza MJ, Kindler JM, Williams NI. Nutritional practices

associated with low energy availability in Division I female soccer

players. Journal of Sports Sciences. 2014(ahead-of-print):1-11.

48- Papadopoulou SK, Papadopoulou SD, Gallos GK. Macro-and micro-

nutrient intake of adolescent Greek female volleyball players.

International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism.

2002;12:73-80.

Page 97: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

84

49- Juzwiak CR, Amancio OM, Vitalle MS, Pinheiro MM, Szejnfeld VL. Body

composition and nutritional profile of male adolescent tennis players.

Journal of Sports Sciences. 2008;26(11):1209-17.

50- Alves CRR, Pasqua L, Artioli GG, Roschel H, Solis M, Tobias G, et al.

Anthropometric, physiological, performance, and nutritional profile of the

Brazil National Canoe Polo Team. Journal of Sports Sciences.

2012;30(3):305-11.

51- Bogdanis GC, Veligekas P, Selima E, Christofi E, Pafili Z. Elite high

jumpers exhibit inadequate nutrient intakes. Journal of Physical

Education and Sport. 2013;13(3):330.

52- Ørtenblad N, Westerblad H, Nielsen J. Muscle glycogen stores and

fatigue. The Journal of Physiology. 2013;591(18):4405-13.

53- Cole CR, Salvaterra GF, Davis JE Jr, Borja ME, Powell LM, Dubbs EC,

et al. Evaluation of dietary practices of National Collegiate Athletic

Association Division I football players. The Journal of Strength &

Conditioning Research. 2005;19(3):490-4.

54- Fox EA, McDaniel JL, Breitbach AP, Weiss EP. Perceived protein needs

and measured protein intake in collegiate male athletes: an observational

study.Journal of the International Society of Sports Nutrition. 2011;8(9).

55- Aguirre ML, Castillo D, Le Roy O. Desafíos Emergentes en la Nutrición

del Adolescente. Revista Chilena de Pediatría. 2010;81:488-97.

56- Martínez Sanz JM, Urdampilleta A, Micó L, Soriano JM. Aspectos

psicológicos y sociológicos en la alimentación de los deportistas.

Cuadernos de Psicología del Deporte. 2012;12:39-48.

57- Nogueira J, Da Costa T. Nutrient intake and eating habits of triathletes

on a Brazilian diet. International Journal of Sport Nutrition and Exercise

Metabolism. 2004;14(6):684-97.

58- Frączek BG, Maria. Frequency of consumption of food products by a

group of polish athletes in relationship to the qualitative

recommendations included in the Swiss Food Pyramid. Medicina

Sportiva. 2013;17(1):13

59- Misra A, Sharma R, Gulati S, Joshi SR, Sharma V, Ibrahim A, et al.

Consensus dietary guidelines for healthy living and prevention of obesity,

Page 98: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

85

the metabolic syndrome, diabetes, and related disorders in Asian

Indians. Diabetes technology & therapeutics. 2011;13(6):683-94.

60- Lukaski HC. Vitamin and mineral status: effects on physical performance.

Nutrition. 2004;20(7):632-44.

61- Araújo MC, de Moura Souza A, Bezerra IN, dos Santos Barbosa F,

Sichier R, Pereira RA. Inadequate nutrient intake in Brazilian

adolescents. Revista de Saúde Pública. 2013;47:1.

62- Otten J, Pitzi Helliwig J, Meyers LD. The dietary reference intakes: the

essential guide to nutrient requirements. Washington, DC: National

Academies Press; 2006.

63- McClung JP, Gaffney-Stomberg E, Lee JJ. Female athletes: A population

at risk of vitamin and mineral deficiencies affecting health and

performance. Journal of Trace Elements in Medicine and Biology.

2014;28(4):388-92.

64- Burke LM, Slater G, Broad EM, Haukka J, Modulon S, Hopkins WG.

Eating patterns and meal frequency of elite Australian athletes.

International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism.

2003;13:521-38.

65- Erdman KA, Tunnicliffe J, Lun VM, Reimer RA. Eating Patterns and

Composition of Meals and Snacks in Elite Canadian Athletes.

International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism.

2013;23(3):210-9.

66- Lindeman A. Eating and training habits of triathletes: a balancing act.

Journal of the American Dietetic Association. 1990;90(7):993-5.

67- Burke L, Gollan R, Read R. Dietary intakes and food use of groups of

elite Australian male athletes. International Journal of Sport Nutrition.

1991;1(4):378-94.

68- Kirsch K, Von Ameln H. Feeding patterns of endurance athletes.

European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology.

1981;47(2):197-208.

69- Hawley J, Williams M. Dietary intakes of age-group swimmers. British

Journal of Sports Medicine. 1991;25(3):154-8.

70- Waly MI, Kilani HA, Al-Busafi MS. Nutritional Practices of Athletes in

Oman: A Descriptive Study. Oman Medical Journal. 2013;28(5):360.

Page 99: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

86

71- Kleiner SM. Water: an essential but overlooked nutrient. Journal of the

American Dietetic Association. 1999;99(2):200-6.

72- Institute of Medicine. DRI, dietary reference intakes for water, potassium,

sodium, chloride, and sulfate: National Academy Press; 2005.

73- Sawka MN, Cheuvront SN, Carter R. Human water needs. Nutrition

Reviews. 2005;63(s1):S30-S9.

74- Rehrer N, Burke L. Sweat losses during various sports. Australian

Journal of Nutrition and Dietetics. 1996;53(Supplement 4):S13-S6.

75- Kilding A, Tunstall H, Wraith E, Good M, Gammon C, Smith C. Sweat

rate and sweat electrolyte composition in international female soccer

players during game specific training. International Journal of Sports

Medicine. 2009;30(06):443-7.

76- Cheuvront SN, Kenefick RW, Montain SJ, Sawka MN. Mechanisms of

aerobic performance impairment with heat stress and dehydration.

Journal of Applied Physiology. 2010;109(6):1989-95.

77- Bar-Or O, Hay J, Ward D, Blimkie C, MacDougall J, Wilson W. Voluntary

dehydration and heat intolerance in cystic fibrosis. The Lancet.

1992;339(8795):696-9.

78- Falk B. Effects of thermal stress during rest and exercise in the paediatric

population. Sports Medicine. 1998;25(4):221-40.

79- Inbar O, Morris N, Epstein Y, Gass G. Comparison of thermoregulatory

responses to exercise in dry heat among prepubertal boys, young adults

and older males. Experimental physiology. 2004;89(6):691-700.

80- Rivera-Brown A, Rowland T, Ramirez-Marrero F, Santacana G, Vann A.

Exercise tolerance in a hot and humid climate in heat-acclimatized girls

and women. International Journal of Sports Medicine. 2006;27(12):943-

50.

81- Armstrong LE, Whittlesey MJ, Casa DJ, Elliott TA, Kavouras SA, Keith

NR, et al. No effect of 5% hypohydration on running economy of

competitive runners at 23 degrees C. Medicine and Science in Sports

and Exercise. 2006;38(10):1762-9.

82- Cheuvront SN, Carter III R, Castellani JW, Sawka MN. Hypohydration

impairs endurance exercise performance in temperate but not cold air.

Journal of Applied Physiology. 2005;99(5):1972-6.

Page 100: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

87

83- González-Alonso J, Mora-Rodriguez R, Below PR, Coyle EF.

Dehydration markedly impairs cardiovascular function in hyperthermic

endurance athletes during exercise. Journal of Applied Physiology.

1997;82(4):1229-36.

84- Gigou P-Y, Lamontagne-Lacasse M, Goulet ED. Meta-Analysis Of The

Effects Of Pre-Exercise Hypohydration On Endurance Performance,

Lactate Threshold And Vo2max: 1679: Board# 116 June 2 3: 30 PM-5:

00 PM. Medicine & Science in Sports & Exercise. 2010;42(5):361-2.

85- Sawka MN, Cheuvront SN, Kenefick RW. High skin temperature and

hypohydration impair aerobic performance. Experimental physiology.

2012;97(3):327-32.

86- Bardis CN, Kavouras SA, Arnaoutis G, Panagiotakos DB, Sidossis LS.

Mild dehydration and cycling performance during 5-kilometer hill

climbing. Journal of Athletic Training. 2013;48(6):741-7.

87- Lopez RM, Casa DJ, Jensen KA, DeMartini JK, Pagnotta KD, Ruiz RC,

et al. Examining the influence of hydration status on physiological

responses and running speed during trail running in the heat with

controlled exercise intensity. The Journal of Strength & Conditioning

Research. 2011;25(11):2944-54.

88- Casa DJ, Stearns RL, Lopez RM, Ganio MS, McDermott BP, Yeargin

SW, et al. Influence of hydration on physiological function and

performance during trail running in the heat. Journal of Athletic Training.

2010;45(2):147.

89- Bennett A. Thermal dependence of muscle function. American Journal of

Physiology-Regulatory, Integrative and Comparative Physiology.

1984;247(2):R217-R29.

90- Owen JA, Kehoe SJ, Oliver SJ. Influence of fluid intake on soccer

performance in a temperate environment. Journal of Sports Sciences.

2013;31(1):1-10.

91- Naharudin MN, Yusof A. Fatigue Index and Fatigue Rate during an

Anaerobic Performance under Hypohydrations. PloS One.

2013;8(10):e77290.

Page 101: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

88

92- Maxwell NS, Mackenzie RW, Bishop D. Influence of hypohydration on

intermittent sprint performance in the heat. International Journal of Sports

Physiology and Performance. 2009;4(1):54-67.

93- Judelson DA, Maresh CM, Farrell MJ, Yamamoto LM, Armstrong LE,

Kraemer WJ, et al. Effect of hydration state on strength, power, and

resistance exercise performance. Medicine and Science in Sports and

Exercise. 2007;39(10):1817.

94- D´anci Ke, Mahoney CR, Vibhakar A, Kanter JH, Taylor HA. Voluntary

dehydration and cognitive performance in trained college athletes 1, 2.

Perceptual and Motor Skills. 2009;109(1):251-69.

95- Ely BR, Sollanek KJ, Cheuvront SN, Lieberman HR, Kenefick RW.

Hypohydration and acute thermal stress affect mood state but not

cognition or dynamic postural balance. European Journal of Applied

Physiology. 2013;113(4):1027-34.

96- Masento NA, Golightly M, Field DT, Butler LT, van Reekum CM. Effects

of hydration status on cognitive performance and mood. British Journal of

Nutrition. 2014;111(10):1841-52.

97- Smith MF, Newell AJ, Baker MR. Effect of acute mild dehydration on

cognitive-motor performance in golf. The Journal of Strength &

Conditioning Research. 2012;26(11):3075-80.

98- Marquezi ML, Lancha Jr A. Estratégias de reposição hídrica: revisão e

recomendações aplicadas. Revista Paulista de Educação Física.

1998;12:219-27.

99- Lewis EJ, Fraser SJ, Thomas SG, Wells GD. Changes in hydration

status of elite Olympic class sailors in different climates and the effects of

different fluid replacement beverages. Journal of the International Society

of Sports Nutrition. 2013;10(1):11.

100- Arnaoutis G, Kavouras SA, Angelopoulou A, Skoulariki C,

Bismpikou S, Mourtakos S, et al. Fluid Balance During Training in elite

young athletes of different sports. [published online ahead of print

February 10, 2014]. The Journal of Strength and Conditioning Research.

doi: 10.1519/JSC.0000000000000400

101- Silva RP, Mündel T, Natali AJ, Bara Filho MG, Lima JR, Alfenas

RC, et al. Fluid balance of elite Brazilian youth soccer players during

Page 102: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

89

consecutive days of training. Journal of Sports Sciences.

2011;29(7):725-32.

102- Cosgrove SD, Love TD, Brown RC, Baker DF, Howe AS, Black

KE. Fluid and Electrolyte Balance During Two Different Preseason

Training Sessions in Elite Rugby Union Players. The Journal of Strength

& Conditioning Research. 2014;28(2):520-7.

103- Arnaoutis G, Kavouras SA, Kotsis YP, Tsekouras YE, Makrillos M,

Bardis CN. Ad libitum fluid intake does not prevent dehydration in

suboptimally hydrated young soccer players during a training session of

a summer camp. International Journal of Sport Nutrition and Exercise

Metabolism. 2013;23(3):245-51.

104- Gibson JC, Stuart-Hill LA, Pethick W, Gaul CA. Hydration status

and fluid and sodium balance in elite Canadian junior women’s soccer

players in a cool environment. Applied Physiology, Nutrition, and

Metabolism. 2012;37(5):931-7.

105- Thigpen Lauren K, Green James M, O’Neal Eric K. Hydration

Profile and Sweat Loss Perception of Male and Female Division II

Basketball Players during Practice. The Journal of Strength &

Conditioning Research. 2014; 28(12):3425-31

106- Yeargin SW, Casa DJ, Judelson DA, McDermott BP, Ganio MS,

Lee EC, et al. Thermoregulatory responses and hydration practices in

heat-acclimatized adolescents during preseason high school football.

Journal of Athletic Training. 2010;45(2):136.

107- Winger JM, Hoffman MD, Hew-Butler TD, Stuempfle KJ, Dugas

JP, Fogard K, et al. The effect of physiology and hydration beliefs on

race behavior and postrace sodium in 161-km ultramarathon finishers.

Internatinal Journal of Sports Physiology and Performance. 2013;8:536-

41.

108- O’Neal E, Poulos S, Bishop P. Hydration profile and influence of

beverage contents on fluid Intake by women during outdoor recreational

walking. European Journal of Applied Physiology. 2012;112(12):3971-82.

109- Cunniffe B, Fallan C, Yau A, Evans G, Cardinale M. Assessment

of Physical Demands and Fluid Balance in Elite Female Handball Players

Page 103: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

90

During a 6-Day Competitive Tournament. International Journal of Sport

Nutrition and Exercise Metabolism. 2015. 25(1):78-88.

110- Klungland TM, Sundgot-Borgen J. Are under-and overweight

female elite athletes thin and fat? A controlled study. Medicine and

Science in Sports and Exercise. 2012;44(5):949-57.

111- Lopes AS, Pires Neto CS. Composição corporal e equações

preditivas da gordura em crianças e jovens. Revista Brasileira de

Atividade Física & Saúde. 2012;1(4):38-52.

112- Shakeryan S, Nikbakht M, Kashkoli HB. Validation of percent body

fat using skinfold-thickness, bioelectrical impedance analysis and

standard hydrostatic method in male wrestlers. Journal of Public Health

and Epidemiology. 2013;5(1):15-9.

113- Silva DR, Ribeiro AS, Pavão FH, Ronque ER, Avelar A, Silva AM,

et al. Validade dos métodos para avaliação da gordura corporal em

crianças e adolescentes por meio de modelos multicompartimentais:

uma revisão sistemática. Revista da Associação Médica Brasileira.

2013;59(5):475-86.

114- Huygens W, Claessens A, Thomis M, Loos R, Van Langendonck

L, Peeters M, et al. Body composition estimations by BIA versus

anthropometric equations in body builders and other power athletes. The

Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. 2002;42(1):45-55.

115- Ochoa A, Mattozzi R, Notarki D, Castillo N, Rodríguez R. Una

comparativa de la composición corporal de los culturistas de élite en

cuatro sociedades. Revista Electrónica de Divulgación de la

Investigación, 2014: 7

116- Knechtle B, Knechtle P, Barandun U, Rosemann T, Lepers R.

Predictor variables for half marathon race time in recreational female

runners. Clinics. 2011;66(2):287-91.

117- Barlow MJ, Findlay M, Gresty K, Cooke C. Anthropometric

variables and their relationship to performance and ability in male

surfers. European Journal of Sport Science. 2014;14(sup1):S171-S7.

118- Knechtle B, Wirth A, Rüst CA, Rosemann T. The relationship

between anthropometry and split performance in recreational male

Ironman triathletes. Asian Journal of Sports Medicine. 2011;2(1):23.

Page 104: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

91

119- Torres-Unda J, Zarrazquin I, Gil J, Ruiz F, Irazusta A, Kortajarena

M, et al. Anthropometric, physiological and maturational characteristics in

selected elite and non-elite male adolescent basketball players. Journal

of Sports Sciences. 2013;31(2):196-203.

120- Vardar SA, Tezel S, Öztürk L, Kaya O. The relationship between

body composition and anaerobic performance of elite young wrestlers.

Journal of Sports Science & Medicine. 2007;6(CSSI-2):34.

121- Santos DA, Dawson JA, Matias CN, Rocha PM, Minderico CS,

Allison DB, et al. Reference Values for Body Composition and

Anthropometric Measurements in Athletes. PloS One. 2014;9(5):e97846.

122- Landers GJ, Ong KB, Ackland TR, Blanksby BA, Main LC, Smith

D. Kinanthropometric differences between 1997 World championship

junior elite and 2011 national junior elite triathletes. Journal of Science

and Medicine in Sport. 2013;16(5):444-9.

123- Carvajal W, Betancourt H, León S, Deturnel Y, Martínez M,

Echevarría I, et al. Kinanthropometric profile of cuban women olympic

volleyball champions. MEDICC review. 2012;14(2):16-22.

124- Brito CJ, Roas AF, Brito IS, Marins JC, Cordova C, Franchini E.

Methods of body mass reduction by combat sport athletes. International

Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism. 2012;22(2):89-97.

125- Jessri M, Jessri M, RashidKhani B, Zinn C. Evaluation of Iranian

college athletes' sport nutrition knowledge. International Journal of Sport

Nutrition and Exercise Metabolism. 2010;20(3):257-63.

126- Franchini E, Brito CJ, Artioli GG. Weight loss in combat sports:

physiological, psychological and performance effects. Journal of The

International Society of Sports Nutrition. 2012;9(1):52.

127- Kirwan R, Kordick L, McFarland S, Lancaster D, Clark K, Miles M.

Dietary, Anthropometric, Blood Lipid, and Performance Patterns of

College Football Players During 8 Weeks of Training. International

Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism. 2012; 22:444 -451.

128- Guo J, Zhang X, Wang L, Guo Y, Xie M. Prevalence of Metabolic

Syndrome and Its Components among Chinese Professional Athletes of

Strength Sports with Different Body Weight Categories. PloS One.

2013;8(11):e79758.

Page 105: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

92

129- Torres-McGehee TM, Pritchett KL, Zippel D, Minton DM,

Cellamare A, Sibilia M. Sports nutrition knowledge among collegiate

athletes, coaches, athletic trainers, and strength and conditioning

specialists. Journal of Athletic Training. 2012;47(2):205-11.

130- Davar V. Nutritional Knowledge and Attitudes Towards Healthy

Eating of College-going Women Hockey Players. Journal of Human

Ecology. 2012;37(2):119-24.

131- Nascimento MVS, Raposo OFF, Brito CJ, Mendes Netto RS.

Nutritional knowledge of fitness instructors in Aracaju-SE. Revista

Brasileira de Ciências do Esporte. 2013;35(4):1051-70.

132- Cockburn E, Fortune A, Briggs M, Rumbold P. Nutritional

Knowledge of UK Coaches. Nutrients. 2014;6(4):1442-53.

133- Abdullah AT, Mal-Allah Y. Nutrition information sources of female

athletes at a girls’ sports club in Kuwait: An exploratory study of sources,

usefulness, accessibility, and obstacles. The International Information &

Library Review. 2011;43(1):43-52.

134- Valliant MW, Pittman Emplaincourt H, Kieckhaefer Wenzel R,

Garner BH. Nutrition education by a registered dietitian improves dietary

intake and nutrition knowledge of a NCAA female volleyball team.

Nutrients. 2012;4(6):506-16.

135- Abood DA, Black DR, Birnbaum RD. Nutrition education

intervention for college female athletes. Journal of Nutrition Education

and Behavior. 2004;36(3):135-9.

136- Molina-López J, Molina JM, Chirosa LJ, Florea D, Sáez L,

Jiménez J, et al. Implementation of a nutrition education program in a

handball team; consequences on nutritional status. Nutricion

Hospitalaria. 2013;28(4):1065-76.

137- Garthe I, Raastad T, Refsnes PE, Sundgot-Borgen J. Effect of

nutritional intervention on body composition and performance in elite

athletes. European Journal of Sport Science. 2013;13(3):295-303.

138- Gonçalves CB, Nogueira JAD, Costa THMd. The food pyramid

adapted to physically active adolescents as a nutrition education tool.

Revista Brasileira de Ciências do Esporte. 2014;36(1):29-44.

Formatado: Fonte: 12 pt, Inglês(Estados Unidos)

Page 106: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

93

139- Chapman P, Toma RB, Tuveson RV, Jacob M. Nutrition

knowledge among adolescent high school female athletes. Adolescence.

1996;32(126):437-46.

140- Keller-Grubbs G, Landis W, Lowe J, Finn A. Differences in

nutrition knowledge and dietary intake among female runners upon

completion of a nutrition education program. Journal of the American

Dietetic Association. 1994;94(9):A86.

141- Heaney S, O'Connor H, Naughton G, Gifford J. Towards an

understanding of the barriers to good nutrition for elite athletes.

International Journal of Sports Science and Coaching. 2008;3(3):391-

401.

142- Łagowska K, Kapczuk K, Friebe Z, Bajerska J. Effects of dietary

intervention in young female athletes with menstrual disorders. Journal of

the International Society of Sports Nutrition. 2014;11:21.

143- Cleary MA, Hetzler RK, Wasson D, Wages JJ, Stickley C, Kimura

IF. Hydration Behaviors Before and After an Educational and Prescribed

Hydration Intervention in Adolescent Athletes. Journal of Athletic

Training. 2012;47(3):273.

144- Kavouras S, Arnaoutis G, Makrillos M, Garagouni C, Nikolaou E,

Chira O, et al. Educational intervention on water intake improves

hydration status and enhances exercise performance in athletic youth.

Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports. 2012;22(5):684-

9.

Page 107: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

94

ANEXO 1- Normas de publicação do artigo 1

Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la Actividad Física y el Deporte

NORMAS DE PUBLICACIÓN PARA INFORMACIÓN DE AUTORES Y LECTORES

Normas actualizadas en febrero de 2015

Las normas que presentamos resumidas se basan en las normas internacionales Vancouver, APA, UNE e ISO para publicaciones periódicas.

La Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la Actividad Física y del Deporte es una revista multidisciplinar, científico-técnica, en torno a las Ciencias de la Actividad Física y del Deporte, que abarca temas tales como: actividades acuáticas, antropomotricidad, desarrollo y aprendizaje motor, arquitectura y equipamiento deportivo, bellas artes y deporte, biofísica, física y biomecánica del deporte, economía y deporte, bioquímica del deporte, biomatemáticas y estadística del deporte, comunicación y deporte, técnica y táctica deportiva, derecho deportivo, documentación deportiva, Educación Física y ciencias de la educación, educación física especial y deporte adaptado, expresión corporal, epistemología, ética y filosofía del deporte, medicina y salud de la actividad física, fisiología del ejercicio, sociología del deporte, psicología del deporte, motricidad humana, psicomotricidad, geografía y deporte, geología y deporte, gestión deportiva, historia de la educación física y del deporte, juegos motores, kineantropometría, literatura y lingüística del deporte, meteorología y deporte, ocio y recreación, olimpismo o tecnología del deporte. Todos los temas son publicables siempre que estén relacionados con la actividad física y el deporte y sea explícita esta relación en el artículo.

El contenido de los artículos (papers) debe ser ORIGINAL e INÉDITO. Con aportaciones novedosas relevantes.

Los artículos que publicamos deben tener carácter científico y/o técnico, basados en la investigación, con objetivos claramente especificados (tanto del trabajo realizado como de lo que se pretende comunicar), con datos bibliográficos internacionales consistentes, metodologías adecuadas al estudio, las conclusiones relacionadas con los objetivos planteados y con resultados originales y novedosos.

También se publicarán artículos generales, entre ellos REVISIONES (reviews) sobre temas actuales siempre que al menos se revise toda la bibliografía aparecida durante los últimos 5 años. Se entiende que en las revisiones se revisa un tema en todas sus vertientes, no se aceptan revisiones parciales (Ej: no se aceptaría una revisión sobre el test ―sit and reach‖ ―en jóvenes‖, si se hace la revisión del test hay que presentarla en todas las condiciones publicadas). Para hacer una revisión en condiciones aceptables

Page 108: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

95

recomendamos leer las normas de la base de datos Cochrane. O artículos TEÓRICOS, HISTÓRICOS o FILOSÓFICOS siempre que incluyan revisión sistemática de lo publicado sobre el tema, revisión crítica fundada y fundamentada (no opiniones sin contrastar) y resultados originales.

No se publicarán ensayos, artículos de opinión, discursivos, explicativos, reflexivos o de tipo parecido, si no se demuestra fehacientemente en el desarrollo del artículo, los aspectos que hacen de él un trabajo original y novedoso, contrastado con lo publicado hasta la fecha y cuando las afirmaciones que en ellos se vierten estén contrastadas científicamente por los autores o por la bibliografía existente.

En estos momentos, nuestra revista no admite réplicas localizadas de trabajos que reiteran las mismas conclusiones con instrumentos similares en poblaciones determinadas. Actualmente esperamos estudios que nos digan que ocurre cuando se aplica un determinado trabajo de actividad física para ver si se modifican hábitos y actitudes y en virtud de qué (fundamentalmente en trabajos de cineantropométría o Actividad Física saludable…)

Los artículos enviados a nuestra revista no podrán ser enviados a ninguna otra mientras dure el proceso de revisión, ni podrá estar paralelamente en ningún otro proceso de evaluación de otra revista.

Los artículos son enviados de forma anónima a dos evaluadores externos, profesionales especialistas en la materia, para su supervisión académica (método doble ciego, por pares). Si hay discrepancia se enviará a un tercer evaluador.

Los artículos deben tener claramente identificados los objetivos del trabajo que pretenden publicar y las conclusiones deben estar referidas a estos.

El manuscrito se enviará en ESPAÑOL, se evaluará y corregirá en dicha lengua. Si se acepta la publicación deberá enviarse la versión definitiva en ESPAÑOL e INGLÉS. Siempre se entenderá que la versión original es la española. En la versión en inglés deberá aparecer debajo del nombre de los autores los nombres y apellidos, e-mail y centro de trabajo de los traductores detrás de la siguiente frase ―Spanish-English translators‖ (Ej: Spanish-English translators: Vicente Martínez de Haro, e-mail: [email protected], Universidad Autónoma de Madrid). Y se añadirán título, resumen y palabras clave en español.

ATENCIÓN PAGO DE CANON: En los artículos aceptados a partir de 1 de abril de 2014 y hasta el 1 de enero de 2013, si son aceptado por los revisores para publicación, se deberán abonar 150 € por la maquetación y publicación en el momento que sea aceptado definitivamente y antes de que pase a la lista ―in press‖ de artículos pendientes de publicación. A partir de 1 de abril de 2014, el canon será de 300 € para autores españoles o extranjeros con renta per cápita igual o superior a la española, para los extranjeros de países

Page 109: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

96

de renta per cápita menor, será una cantidad proporcional según la renta per cápita de su país tomando como referencia los datos del FMI, y la española como 100%. El pago siempre se efectuará en euros. El pago del canon junto a la traducción del artículo al inglés cierra el proceso de edición. Los autores pueden elegir el momento del pago entre la aceptación del artículo y la fecha probable de publicación. En el momento en que se realice este pago el artículo será subido a la zona ―In press‖ y no se realizará la devolución de dicho importe si se retira el artículo posteriormente.

FORMATO

Texto en formato Word, tipo de letra Arial (color automático, negro, salvo títulos). Espaciado 1, dejando un espacio en blanco entre párrafos; márgenes (superior, inferior y laterales) 3 cm. Tamaño del texto 12 puntos, salvo títulos y datos de los autores. En diseño de página seleccionar en espaciado, tanto antes como después 1 pto.

TÍTULO en español, en mayúsculas, centrado, no se pone la

palabra ―título‖, en color verde, negrita, tamaño 16 puntos, no más de 80 pulsaciones (contando espacios en blanco) o doce palabras.

TITLE en inglés, en mayúsculas, centrado, en color rojo, negrita,

tamaño 16 puntos, no más de 80 pulsaciones (contando espacios en blanco) o doce palabras.

Títulos de apartados (RESUMEN, PALABRAS CLAVE, INTRODUCCIÓN;

OBJETIVOS, MATERIAL Y MÉTODOS, RESULTADOS, DISCUSIÓN,

CONCLUSIONES Y BIBLIOGRAFÍA u otros que el autor considere oportunos) irán en

mayúscula, negrita y sin punto final. Se recomienda que para los artículos que utilicen

una metodología cualitativa, los títulos de apartados contemplen, además del

Resumen y de las Palabras clave, INTRODUCCIÓN (estructura de la investigación),

DESARROLLO DE LA INVESTIGACIÓN (descripción del contexto de investigación,

metodología utilizada y exposición de los hallazgos del estudio), CONCLUSIÓN

(síntesis final de lo más representativo de la investigación) y BIBLIOGRAFÍA.

Debe estar escrito en español (normas gramaticales y ortográficas de las Academias de la Lengua Española), aunque se puede mandar la traducción completa en otros idiomas porque buscamos la difusión más amplia posible (Para evitar los errores más repetidos recordamos que títulos y subtítulos no deben acabar con punto y final y que los párrafos en español empiezan con sangrado, no así en inglés…).

Obligatoriamente debe figurar el título, resumen y palabras clave en español e inglés.

Page 110: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

97

El autor o los autores, deben aparecer debajo del título en negrita (arial tamaño 12), se entiende que todos los firmantes han contribuido igualitariamente en su elaboración, se recuerda que no hay normas internacionales relativas a la importancia del orden de firma (EJ: Martínez de Haro, V.). Recordamos a los autores que no hay una norma respecto a los apellidos, nos pueden enviar uno o dos apellidos, separados con guión o no, como crean que son identificados mejor (Ej: Martínez de Haro, V.; Martínez-de-Haro, V.; Martínez, V.;). Las bases de datos anglosajonas suelen eliminar el primer apellido si no va unido con guión (aunque el artículo siempre es reconocible por el resto de los datos). Una vez aceptado el artículo para publicación, no se admitirán cambios en los autores. Cualquier duda sobre la autoría hará que se retire el artículo.

Debajo de los autores aparecerán, en letra tamaño 10 puntos, las direcciones de correo electrónico de todos los autores (dato que servirá para comprobar que todos los autores aceptan firmar el trabajo) y páginas web personales, si las tienen. Deben poner su título profesional y su centro de trabajo, incluyendo el país donde se encuentra; pueden acompañarlo de fotografías de los autores.

No se pondrá autor ―receptor de correspondencia‖, ni dirección postal alguna.

Si el trabajo ha sido financiado, o se deben poner agradecimientos, aparecerán

en éste momento, entre los autores y las clasificaciones, en tamaño 10. Los autores

están obligados a declarar, si este es el caso, el apoyo o financiación recibida para

realizar la investigación que se pretende publicar, así como los proyectos de

investigación o contratos financiados de la que es resultado.

A continuación se pondrá el código UNESCO (al menos 4 cifras) en el cual se clasifica el artículo y el epígrafe al que pertenece (en español e inglés). Y también la clasificación del Consejo de Europa:

Clasificación del Consejo de Europa:

1. Administración organización y gestión del deporte / Administration and management

of sport organization

2. Bioquímica del deporte / Biochemistry of sport

3. Biomecánica del deporte / Biomechanics of sport

4. Educación Física y deporte comparado / Physical Education and sport compared

5. Didáctica y metodología / Didactics and methodology.

Page 111: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

98

6. Fisiología del ejercicio / Exercise Physiology.

7. Historia del deporte / History of sport

8. Cinantropología / Kineanthropology

9. Cinantropometría / Kineanthropometry

10. Legislación del deporte / Legislation sport.

11. Medicina del deporte / Sports Medicine.

12. Aprendizaje motor / Motor learning

13. Filosofía del deporte / Philosophy of sport

14. Fisioterapia y rehabilitación / Physiotherapy and rehabilitation

15. Psicología del deporte / Sport Psychology

16. Sociología del deporte / Sociology of sport

17. Otras (especificar) / Other (specify)

A continuación se pondrá el RESUMEN y las PALABRAS CLAVE.

RESUMEN y ABSTRACT: habrá un resumen en español y otro en inglés (abstract). No deben tener más de 150 palabras. El resumen debe contar los objetivos, la metodología y los resultados. No es una introducción.

PALABRAS CLAVE (KEY WORDS): Se presentarán entre 3 y 10 palabras clave contenidas en el tesauro de SportDiscus o la base de datos más adecuada al artículo (Medline, Eric,…).

Si se numeran los apartados se utilizarán las normas ISO (1 / 1.1 / 1.1.1 / 2 / 2.1 / 2.1.1, etc.).

La extensión del trabajo, como norma general, no deberá ser superior a 15 páginas. Se numeran todas las páginas en el borde inferior derecho incluyendo la primera hoja.

No se pondrán notas a pie de página.

TÍTULO (máx. 12 palabras, Arial, 16 ptos, negrita, centrado,

Page 112: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

99

mayúscula)(no poner la palabra ―Título‖)

TÍTLE (Arial, 16 ptos, negrita, centrado, mayúscula)(no poner la palabra ―Title‖)

Apellidos, N.1 1 Cargo, centro de trabajo, país y e-mail (Arial, 10 ptos)

Spanis-English translators: Nombre y apellidos (Arial, 12 ptos) e-mail (Arial, 10

ptos) (en la versión inglesa) AGRADECIMIENTOS O FINANCIACIÓN (Arial, 10 ptos)

Código UNESCO / UNESCO code: xxxx epígrafe ( Ej.: 3212 Salud Pública / Public Health)

Clasificación Consejo de Europa / Council of Europe classification: xx epígrafe (Ej.: 17. Otras: Actividad Física y Salud / Others: Physical Activity and Health)

RESUMEN (máx. 150 palabras)

PALABRAS CLAVE: (de Tesauros de bases de datos)

ABSTRACT

KEY WORDS:

TODOS LOS TÍTULOS Y SUBTÍTULOS DEL TRABAJO APARECERÁN EN MAYÚSCULAS

Tras las REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS (no se utilizará la palabra BIBLIOGRAFÍA):

Número de citas totales / Total references: xx (xx%)

Número de citas propias de la revista / Journal's own references: xx (xx%)

El texto de los artículos de observación y experimentación se dividen habitualmente, pero no necesariamente, en los siguientes apartados:

INTRODUCCIÓN (presentación, estado de la cuestión, objetivos)

MATERIAL Y MÉTODOS (incluyendo permisos y aspectos éticos)

RESULTADOS

DISCUSIÓN

CONCLUSIONES (en relación a los objetivos)

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS (sólo las aparecidas en el texto y con normas internacionales)

Page 113: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

100

El texto de los artículos de investigación cualitativa se divide habitualmente, pero no necesariamente, en los siguientes apartados:

INTRODUCCIÓN (estructura de la investigación),

DESARROLLO DE LA INVESTIGACIÓN (descripción del contexto de investigación, metodología utilizada y exposición de los hallazgos del estudio),

CONCLUSIÓN (síntesis final de lo más representativo de la investigación)

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS

OTRAS FUENTES

Los títulos de estos apartados, así como RESUMEN, PALABRAS CLAVE, ABSTRACT y KEY WORDS se escribirán en mayúsculas y negrita.

El texto puede estar acompañado por ilustraciones, fotos, gráficos o croquis, siempre originales o acompañados del permiso del editor o autor para su publicación, en formato digital (.jpg o .gif) en color o blanco y negro; también sonido en formato .mid o mp3, animación computada en formato .FLI, .AVI u otro formato compatible con HTML. Deberán ir incrustadas en el texto en el lugar donde correspondan.

Cada gráfico o dibujo deberá formar un conjunto único y no estar separado en partes para que al manipularlo en la maquetación se desplace todo el conjunto aunado.

Todos los gráficos, tablas o cuadros irán numerados y con el texto que corresponda (Arial 10 ptos) y centrado.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Las citas bibliográficas son obligatorias. Sólo deben aparecer las citas bibliográficas utilizadas para el artículo y citadas dentro del texto. Se entiende que sólo están referenciadas aquellas que son pertinentes y adecuadas al trabajo y actualizadas a la fecha en que se envía el trabajo.

Las citas bibliográficas deben ser actuales y sólo en trabajos históricos se permite sobrepasar el margen razonable para perder la actualidad y considerarse antiguas.

Recomendamos utilizar preferentemente las normas APA en su última edición, aunque en artículos biomédicos recomendamos el uso de las normas Vancouver y no pondremos objeción a la utilización de otras normas internacionales siempre que todas las citas se ajusten a ese formato y sea fácil localizar el trabajo citado.

Page 114: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

101

Se entiende que los autores conocen los artículos publicados en nuestra revista sobre el tema del cual escriben. Con el fin de elaborar un índice de endogamia, los autores después de las referencias bibliográficas darán el número de referencias totales citadas y el número de referencias citadas correspondientes a nuestra revista.

Las referencias bibliográficas deberán estar escritas en la lengua original de publicación.

Si los revisores y/o editores (o lectores a posteriori) detectaran alguna cita en la que sea evidente que no se ha utilizado como fuente primaria, y en el artículo se haga entender así, dicho artículo será inmediatamente retirado dando lugar los autores a una falta ética que les impedirá publicar en lo sucesivo en nuestra revista.

La no inclusión de citas bibliográficas sobre el mismo tema de los propios autores será considerado como un intento de reproducir total o parcialmente el artículo, lo que constituye una falta de ética por artículo ―similar‖ o ―redundante‖.

Se pueden y deben añadir, si así ha ocurrido, otro tipo de fuentes, por ejemplo orales.

PRINCIPIOS ÉTICOS Y LEGALES

No se publican textos con contenido que promueva algún tipo de discriminación social, racial, sexual o religiosa; ni artículos que ya hayan sido publicados en otros lugares.

Los trabajos deben atenerse a las normas éticas del trabajo con seres humanos o animales, respetando la Declaración de Helsinki y la de Derechos Humanos o cualquier otra redactada al respecto. Los trabajos realizados en instituciones deben tener permiso de sus comisiones éticas.

La revista no se hace responsable de las opiniones, imágenes, textos y trabajos de los autores o lectores que serán responsables legales de su contenido. Y entiende que todos los autores firmantes han dado su consentimiento para figurar, de lo que se hará responsable el autor o autora remitente.

En caso de conflicto legal con algún aspecto de un trabajo publicado, el demandante debe demostrar fehacientemente y mediante denuncia, el presunto delito o falta cometido por los autores, en cuyo caso se retirará el trabajo hasta la publicación de la sentencia o acuerdo. El resultado se anunciará en la revista.

Los artículos pueden ser reproducidos siempre que se cite claramente su procedencia y el servicio sea gratuito En servicios de pago deberán pedir

Page 115: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

102

expresamente permiso y abonar los derechos correspondientes a la revista y a los autores. El copyright es conjunto de los autores y la revista, teniendo esta última los derechos de distribución y divulgación.

Siguiendo las norma Vancouver el artículo estará firmado por aquellas personas que efectivamente hayan participado en su elaboración, reservándose la revista el derecho de investigar la participación concreta de alguno o todos sus miembros. Se entiende que todos los firmantes han colaborado en la misma proporción sea cual sea el orden de firma.

La comprobación de que un autor o autores que presenten a esta revista un artículo para evaluación (o que se publique) en el que se compruebe que han plagiado algún trabajo de ésta u otra publicación hará que automáticamente sea rechazado, y en lo sucesivo, los trabajos en los que figure dicho autor o autores no serán aceptados.

En procedimientos utilizados para los trabajos, no publicados pero creados por otras personas, serán citadas explícitamente en el artículo. Se consideran fuentes orales.

Cuando los datos del trabajo no hayan sido recogidos por los autores del trabajo se citará la fuente y se tendrá que aportar la autorización para utilizar dichos datos.

Los datos publicados conservarán en todo momento el anonimato personal e institucional salvo permiso explícito de personas o instituciones para que sean nombrados. En todo caso se atendrán a las normas legales relativas a la protección de datos.

Respecto a las normas éticas aplicables a los autores nos remitiremos fundamentalmente a lo dictado por el Committee of Publications Ethics (COPE) http://publicationethics.org/ y por los requisitos requeridos para manuscritos enviados a revistas biomédicas (ICMJE) http://www.icmje.org/.

Están prohibidos los artículos duplicados o similares (aquellos que relatan lo mismo aunque sea con redacción diferente) y los redundantes (aquellos que tratan el mismo tema, con los mismos o similares objetivos o hipótesis, parecida muestra pero añadiendo datos o casos, metodología idéntica o parecida, resultados similares, no se aporta información nueva o es muy poco relevante).

Está prohibido el fraccionamiento de artículos. Se entiende artículo fraccionado aquel que se hace pasar por independiente cuando deriva de un proyecto general y se oculta intencionadamente que es la misma muestra, y

Page 116: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

103

que los trabajos están relacionados. La detección de esta falta ética dará lugar a que los autores no publiquen en nuestra revista en los sucesivo.

En caso de detectar o ser denunciado un artículo o sus autores, se abrirá un proceso de investigación en el cual serán oídos los autores y se determinarán las consecuencias dentro de nuestro ámbito privado y el marco general de las normas éticas internacionales para publicaciones periódicas (no procede, retractación del artículo, suspensión de participación en la revista por un periodo de tiempo o indefinidamente, comunicación a empresas y financiadores de los autores…).

UNIDADES DE MEDIDA

Se utilizará el Sistema Internacional de Unidades (SI) y no el sistema anglosajón de unidades (sistema inglés o sistema imperial), salvo en la traducción a este último idioma. Ejemplos: En miles, 1.000 y no 1000; en decimales, 2,6 y no 2.6; poner siempre el cero previo a la coma en los decimales, 0,26 y no .26

ESTADÍSTICA

Las muestras deben ser adecuadas a la población estudiada cuando se traten de realizar conclusiones generalizadas para dicha población. Si se pretenden sacar conclusiones poblacionales, la muestra debe representar a la población y debe demostrarse estadísticamente en el trabajo.

Las muestras utilizadas deben estar en consonancia con las conclusiones. Pueden presentarse estudios de caso único o casos múltiples y las conclusiones deben referirse a esa muestra, nunca a la población.

Los métodos y técnicas estadísticas deben ser pertinentes para desarrollar los objetivos planteados.

Uno de los errores más frecuentes, a evitar, es tratar los datos estadísticos sin traducir a la realidad (Ej: los autores pueden escribir que la media de canastas realizadas por los jugadores de un equipo es de ―7,6‖, es decir, se traduciría como que los jugadores encestan cerca de 8 canastas de media, porque las canastas realizadas son indivisibles).

OPINIONES O CRÍTICAS SOBRE LOS ARTÍCULOS POR LECTORES

Cualquier lector puede pedir que se incorpore su crítica y discusión al final de cualquier artículo publicado, solo tienen que enviar un e-mail con dicha opinión, debidamente identificado el autor de dicha nota. Los lectores se hacen responsables únicos de sus opiniones. Los autores a su vez podrán incorporar su contestación.

Las opiniones deben ser realizadas con lenguaje claro y, en el caso de una crítica puntual, especificar el artículo y el autor de referencia. No se deben

Page 117: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

104

usar términos despectivos o peyorativos y se tratará respetuosamente a autores y críticos. El autor de la opinión debe estar debidamente identificado.

NOVEDADES EDITORIALES Y RECENSIONES

Se publicará noticia de las novedades editoriales enviadas a la redacción de la revista. Pueden venir acompañadas de recensiones anónimas o firmadas.

RECEPCIÓN DE LOS ARTÍCULOS Y COMUNICACIÓN CON LOS AUTORES

Enviar los artículos a la dirección institucional [email protected], además se incorporarán en CC (carbón copy) a todos los coautores, para que estos estén al tanto del envío del artículo a la revista. Se acusará recibo de recepción y pasarán a evaluación si cumple los requisitos formales. Una vez evaluados se comunicará a los autores si se les aconseja hacer alguna modificación; si no, sólo recibirán comunicación de su publicación inmediata. Todos los e-mails enviados a la revista deben tener en cc a TODOS los coautores SIEMPRE.

La revista no emite certificados que acrediten que se ha entregado un artículo o que se ha publicado. La publicación de un artículo es un certificado en sí mismo.

La revista NO mantiene comunicación con los autores, salvo mensaje de recepción comunicando que pasa a evaluación si cumple los aspectos formales de publicación, comunicación sobre aspectos a modificar después de la evaluación, si fuera necesario, y comunicación de su inminente publicación. El mensaje de recepción explícita del artículo, comunicando que pasa a evaluación, es el resguardo de recepción del artículo a todos los efectos.

DECLARACIÓN QUE DEBE IR EN EL MENSAJE DE REMISIÓN DEL

ARTÍCULO

―Sr. Director:

Adjunto le remito el manuscrito titulado: ―_________________________‖ para que considere su Publicación en la Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la Actividad Física y el Deporte.

Page 118: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

105

Tanto mis coautores: (nombres y apellidos), como yo (nombre y apellidos), constatamos (o constato) que en este manuscrito se presentan los resultados de un trabajo original (o de revisión) [quitar lo que no proceda]. Asimismo le informamos que los datos de la investigación no han sido publicados previamente, ni sometidos a su consideración en ninguna otra revista científica y han sido recogidos por nosotros (o nos han sido facilitados por ___________ [entidad o persona, poner lo que proceda] y dado el correspondiente permiso para su utilización).

Declaramos que hemos respetado todos los principios éticos exigidos por su revista, así como pedidos todos los permisos oportunos.

Declaramos que conocemos y acatamos las normas de la Revista.

Todos los autores estamos de acuerdo en remitir este manuscrito a la consideración de la Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la Actividad Física y el Deporte, lo que acredito enviando también este correo a todos mis coautores, y asumo personalmente la responsabilidad de la recepción de los comentarios y revisiones que pudieran derivarse, sirviendo de nexo entre la revista y mis coautores.‖

A continuación exponemos las aportaciones novedosas relevantes

Page 119: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

106

que aparecen en el artículo y por las cuales merece ser publicado:

REVISIÓN Y PUBLICACIÓN

Una vez superadas las nomas formales (diseño, ética, aportación original) pasará a dos evaluadores de forma anónima. Si los dos rechazan el trabajo, resultará rechazado. Si uno lo rechaza y otro lo acepta, se enviará a un tercer evaluador. El informe de este tercer evaluador decidirá. Si lo acepta, resultará aceptado y si lo rechaza, resultará rechazado. Los autores en cualquiera de los casos recibirán íntegros los informes de los evaluadores.

ATENCIÓN: Actualmente el proceso de evaluación podría durar más de un año.

Si el artículo resulta aceptado con modificaciones, los autores leerán los informes y en función de ellos decidirán qué y cómo deberán cambiar el artículo, en algún caso pueden decidir no cambiarlo. Al remitir el artículo corregido, deben enviar en el cuerpo del mensaje o en carta anexa, justificación de los cambios o explicación de por qué no se han hecho. Una vez remitida esta corrección, el comité editorial decidirá su aceptación definitiva, salvo casos muy concretos, que se enviarán a una segunda reevaluación al revisor porque éste lo haya recomendado previamente y la dirección de la revista lo haya aceptado.

La doble evaluación ciega tiene por objeto seleccionar y mejorar los artículos enviados, aumentando la calidad de la revista. Los evaluadores pueden ser más o menos expertos en el tema, ser más o menos exhaustivos o concretos y son dos o tres opiniones muy importantes y decisivas, pero sobre todo es importante, para todos los profesionales, la opinión y la crítica de los lectores.

No es intención de la revista, al rechazar un artículo, señalar que el tema carezca de interés, pero que en opinión de los evaluadores, tal y como está, no se puede publicar. Animamos a los autores a rehacer el trabajo, en cuyo caso entrará como un nuevo artículo que volverá a ser evaluado, iniciándose nuevamente el proceso.

Los artículos aceptados definitivamente serán publicados en riguroso orden de entrada independientemente del tiempo empleado en la evaluación. Salvo interés muy relevante y actual y excepcionalmente, decidido por el comité editorial y el equipo de dirección, asesorados por el comité científico, se optará por adelantar su publicación. El listado de artículos aceptados se puede consultar en el apartado de la página principal de la revista ―In Press / Artículos aceptados pendientes de publicación‖.

Page 120: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

107

Cada fin de año, la dirección propondrá el plan editorial del año siguiente al Comité Científico, en función de la marcha del proceso editorial del año en curso (2007: 7 artículos por número, 2008: 4 artículos por número, 2009: 7 artículos por número, 2010: 10 artículos por número; a partir de 2011: 12 artículos por número).

EVALUADORES

Los evaluadores que han aceptado dicha función para esta revista aceptan y declaran que no tienen interés financiero, ni intelectual, ni personal en relación con el artículo y que no difundirán la información obtenida a través de la revisión del artículo previamente a su publicación.

Rogamos a nuestros evaluadores redactar el informe con el rigor, claridad y cordialidad necesarios para poder enviarlo directamente (de forma anónima) a los autores. Que nos envíen el Informe de evaluación en el plazo señalado -pues en ocasiones el trabajo y los compromisos ciertamente no lo permiten- le rogamos que nos lo indique con el fin de no perjudicar a los autores ni, en último término, a la comunidad investigadora en esa línea de investigación y que mantengan la confidencialidad del contenido de los artículos sometidos a evaluación, que no puede ser utilizado ni citado sin el permiso expreso de los autores, o hasta su publicación. Los trabajos son inéditos y es responsabilidad de la Revista y sus evaluadores observar estrictamente esta norma.

Los evaluadores pueden solicitar no evaluar un trabajo si tienen dudas sobre su capacidad técnica para evaluarlo o se da cualquier circunstancia ética que les impida dicha evaluación.

Los evaluadores analizarán los trabajos desde el punto de vista técnico y no ideológico. Podrán mostrar su desacuerdo con dicha línea de trabajo pero dicho desacuerdo ideológico no podrá ser causa de rechazo de un artículo aunque sí de abstención para su evaluación.

Los autores pueden solicitar no ser evaluados por una determinada persona por razones motivadas.

Todos los evaluadores de nuestra revista figuran en los títulos de crédito.

TRADUCTORES QUE COLABORAN CON LA REVISTA

Para beneficiarse del convenio realizado con nuestra publicación es imprescindible demostrar que el artículo está publicado o aceptado.

- Víctor Gutiérrez Martínez [email protected]

- Bob Brustad [email protected]

Page 121: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

108

- Enrique Martínez Gorroño [email protected]

- Ana Casimiro [email protected]

- Steve Galache [email protected]

- Rocío Domínguez Castells [email protected]

OTRAS INFORMACIONES IMPORTANTES

La revista tiene un carácter eminentemente científico y técnico y bajo ningún concepto se supedita a ninguna norma nacional de evaluación de científicos o profesores, sobre todo en temas de plazos y certificados. La revista siempre se ajustará a las normas internacionales de publicaciones científicas.

La revista tiene una periodicidad trimestral y suele tener un plazo de espera para la publicación de artículos entre tres y seis meses (año 2008), en 2011 es un año. En cada artículo aparecerá la fecha de su recepción y de aceptación.

En el año 2008 tuvo una media de aproximadamente 9.000 visitas mensuales y 10.000.000 Kb descargados mensualmente.

Entre las revistas científico-técnicas españolas de ciencias de la actividad física y el deporte (26 analizadas) ésta es la revista que presentaba en solitario un mayor índice de normalización (muy elevado, índice GGN – grado general de normalización-: 0,84 e índice GFN –grado fundamental de normalización-: 0,97) en 2004 (Devis Devis, J.; Villalón Herrera, M.; Antolín Jimeno, L.; Valenciano Valcarcel, J. y Moreno Doña, A. ―Las revistas científico-técnicas españolas de ciencias de la actividad física y el deporte: adecuación a las normas ISO y grado de normalización‖ Ci.Inf., Brasilia, v.33, n.1, p. 38-47, jan./abril 2004).

Esta Revista ha superado con éxito la II Edición de Evaluación voluntaria de calidad de Revistas Científicas Españolas 2009-2010 convocada por la Fundación Española para la Ciencia y la Tecnología (FECYT) del Ministerio de Ciencia e Innovación de España, siendo calificada como EXCELENTE, pudiendo hacer uso del logo de calidad correspondiente.

El índice de impacto en IN-RECS de 2009, en el ámbito de Educación es de 0,098.

En 2011 se publicó el primer índice de impacto correspondiente al JCR (ISI) de 2010, en el área de las Ciencias del Deporte, que abarca los años 2008 y 2009, y ha sido de 0,380 y en 2011 (años 2009 y 2010), 0,265. Los

Page 122: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

109

indicadores de calidad aparecen actualizados en la portada de cada número y en el apartado general de la revista ―indicadores de calidad‖.

ERRORES MÁS FRECUENTES AL ENVIAR TRABAJOS

- Títulos con más de 12 palabras.

- Citas bibliográficas en el texto que no aparecen en la bibliografía.

- Referencias en la bibliografía que no aparecen en el texto.

- No poner todos los e-mails de los autores.

- No incluir en todos los e-mails a los coautores en carbon copy (CC).

- Poner la dirección física del autor principal.

- Resúmenes que no resumen el trabajo completo sino que sólo es una introducción.

- No sangrar la primera línea de los párrafos del texto en castellano.

- Sangrar la primera línea de los párrafos del texto en inglés.

- Poner punto final en títulos y subtítulos.

- Utilizar la notación científica anglosajona en vez de la internacional, sin poner puntos en los miles y comas en los decimales, o ceros antes de comas en la versión en español.

- Hacer generalizaciones en las conclusiones cuando las muestras presentadas no lo permiten.

- No contestar a los objetivos con las conclusiones.

SANCIONES DE LA REVISTA A GRUPOS DE AUTORES POR FALTAS ÉTICAS EN LOS DOCUMENTOS REMITIDOS

- Dos grupos sancionados con retirada del artículo y a no publicar durante tres años en nuestra revista intentar que publicáramos un artículo idéntico a otro que tenían publicado en otra revista (artículo duplicado o similar).

- Un grupo sancionado durante un año a no publicar en la revista por ―artículo redundante”.

- Un grupo sancionado a no publicar durante un año por ―artículo redundante por fraccionamiento‖.

- Un grupo apercibido por autoplagiar unas pocas frases literales en el artículo de una comunicación suya en un congreso y en una tesis.

- Un grupo sancionado durante un año y retirada del trabajo por enviar el trabajo simultáneamente a varias revistas.

- Un grupo apercibido y rechazado el artículo por sospechosa similitud con otro artículo ajeno de la misma temática.

Artículo redundante: Aquel que trata un mismo aspecto, prácticamente con la misma metodología, a veces cambios de autores, añadido de casos o sucesos o situaciones y no advertir en ellos continuidad alguna o justificación en artículos anteriores o posteriores. No se justifica que pertenecen a la misma

Page 123: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

110

investigación. No sería redundante si es un artículo de carácter evolutivo o longitudinal donde se aprecia claramente y se advierte en los sucesivos artículos que el añadir casos o sucesos enriquece la investigación con causa justificada.

Artículo fraccionado: de una misma investigación, sin justificación y sin advertir que provienen del mismo estudio hacer artículos diferentes, observándose que es la misma muestra en todos los artículos aunque el tema tratado sea diferente. No se entiende falta de ética, ni artículo fraccionado, si al publicar diferentes temas en diferentes artículos recogidos en una misma investigación se advierte lo que ya se ha publicado y que se recogió u observó en la misma muestra y circunstancias.

Artículo similar o duplicado: En el que se copia parte o la totalidad de otro artículo publicado aún con títulos diferentes.

Autoplagio: copia de algo que ya se había escrito antes. Los autores se deben autocitar cuando reproducen una idea. Un mismo trabajo de investigación puede exponerse en libros, artículos o comunicaciones pero NUNCA con la misma redacción aunque cuente el mismo interesante tema y siempre citando aquello que se hizo antes.

DATOS DE EDICIÓN 2008

- Artículos publicados en 2008 (recibidos en 2007: 8, recibidos en 2008:14): 22

- Artículos recibidos en 2008: 47 (100%)

- Rechazados: 11 (23,40%)

- Retirados por los autores: 2 (4,25%)

- Artículos con 3 evaluaciones: 11 (6 rechazados) (23,40%)

- Publicados: 14 (aceptados sin modificaciones 2) (29,79%)

- Publicados 2009: 18 (38,30%)

- Nivel de endogamia 0

o 24 artículos firmados por 64 autores

o Ningún artículo firmado por equipo de Dirección y Consejo

editorial

o 4 artículos donde firman 2 Asesores y 6 evaluadores

(considerados externos a efectos de endogamia).

o Ningún artículo encargado.

- Tiempo de evaluación (43 artículos):

o Tiempo medio: 4 meses.

DATOS DE EDICIÓN 2009

- Artículos publicados en 2009 (recibidos en 2008: 18, recibidos en 2009: 20): 48

- Artículos recibidos en 2009: 108 (100%)

Page 124: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

111

o Rechazados: 25 (23,15 %)

Por los editores: 1

Por los evaluadores: 24

o Retirados por los autores: 3 (2,78 %)

o Artículos con 3 evaluaciones: 55 (15 rechazados) (50,93%)

o Publicados en 2009: 7 (6,48 %)

o Publicados: 80 (74,07%)(aceptados sin modificaciones 2)

- Tiempo de evaluación:

o 1 a 3 meses: 39 artículos.

o 4 a 6 meses: 19 artículos.

o 7 a 9 meses: 31 artículos.

o 10 meses a 1 año: 13 artículo.

o Más de 1 año y menos de 2: 7 artículos.

o Dos años: 1 artículo.

- Tiempo medio de evaluación: 6 meses.

DATOS DE EDICIÓN 2010

- Artículos publicados en 2010 (recibidos en 2009: 18, recibidos en 2009: 20): 48

- Artículos recibidos en 2010: 104 (100%)

o Rechazados: 30 (28,8%)

Por los editores: 8

Por los evaluadores: 22

o Retirados por los autores: 4 (3,84%)

o Retirados por los editores: 2 (1,92%)

o Artículos con 3 evaluaciones: 35 (8 rechazados) (33,65%)

- Tiempo de evaluación (92 artículos):

o 1 a 3 meses: 29 artículos.

o 4 a 6 meses: 20 artículos.

o 7 a 9 meses: 14 artículos.

o 10 meses a 1 año: 12 artículos.

o Más de 1 año y menos de 2: 16 artículos.

o Dos años: 1 artículo.

- Tiempo medio de evaluación: 8 meses.

DATOS DE EDICIÓN 2011

- Artículos recibidos en 2011: 151 (100%)

o Rechazados: 70 (46,36%)

Por los editores: 22 (14,57%)

Por los evaluadores: 43 (27,81%)

Sancionados: 4 (2,65%)

o Retirados por los autores: 0 (0%)

o Artículos con 3 evaluaciones: 42 (19 rechazados) (27,81%)

Page 125: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

112

o Aceptados: 81 (aceptados sin modificaciones 0) (53,64%)

- Tiempo de evaluación (122 artículos):

o 1 a 3 meses: 29 artículos.

o 4 a 6 meses: 21 artículos.

o 7 a 9 meses: 8 artículos.

o 10 meses a 1 año: 46 artículos.

o Más de 1 año y menos de 2: 16 artículos.

o Dos años: 6 artículos.

- Tiempo medio: 11 meses.

ATENCIÓN: Actualmente el tiempo de las evaluaciones está oscilando entre 6 y 18 meses.

Page 126: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

113

ANEXO 2- Normas de publicação do artigo 2

INSTRUCTIONS TO AUTHORS

The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness publishes scientific papers

relating to the area of the applied physiology, preventive medicine, sports medicine

and traumatology, sports psychology. Manuscripts may be submitted in the form

of editorials, original articles, review articles, case reports, therapeutical notes,

special articles and letters to the Editor.

Manuscripts are expected to comply with the instructions to authors which

conform to the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical

Editors by the International Committee of Medical Journal Editors

(http://www.icmje.org).

Articles not conforming to international standards will not be considered for

acceptance.

Submission of manuscripts

Papers should be submitted directly to the online Editorial Office at the Edizioni

Minerva Medica website: http://www.minervamedicaonlinesubmission.it

Duplicate or multiple publication

Submission of the manuscript means that the paper is original and has not yet

been totally or partially published, is not currently under evaluation elsewhere,

and, if accepted, will not be published elsewhere either wholly or in part.

Splitting the data concerning one study in more than one publication could be

acceptable if authors justify the choice with good reasons both in the cover letter

and in the manuscript. Authors should state the new scientific contribution of their

manuscript as compared to any previously published article derived from the same

study. Relevant previously published articles should be included in the cover letter

of the currently submitted article.

Permissions to reproduce previously published material

Material (such as illustrations) taken from other publications must be

accompanied by the publisher’s permission.

Copyright

The Authors agree to transfer the ownership of copyright to The Journal of Sports

Medicine and Physical Fitness in the event the manuscript is published.

Ethics committee approval

All articles dealing with original human or animal data must include a statement

on ethics approval at the beginning of the methods section, clearly indicating that

the study has been approved by the ethics committee. This paragraph must contain

the following information: the identification details of the ethics committee; the

name of the chairperson of the ethics committee; the protocol number that was

attributed by the ethics committee and the date of approval by the ethics

committee.

The journal adheres to the principles set forth in the Helsinki Declaration

(http://www.wma.net/en/30publications/10policies/b3/index.html) and states that

all reported research concerning human beings should be conducted in accordance

with such principles. The journal also adheres to the International Guiding

Principles for Biomedical Research Involving Animals

(http://www.cioms.ch/index.php/12-newsflash/227-cioms-and-iclas-release-the-

Código de campo alterado

Código de campo alterado

Código de campo alterado

Código de campo alterado

Page 127: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

114

new-international-guiding-principles-for-biomedical-research-involving-animals)

recommended by the WHO and requires that all research on animals be conducted

in accordance with these principles.

Patient consent

Authors should include at the beginning of the methods section of their manuscript

a statement clearly indicating that patients have given their informed consent for

participation in the research study.

Every precaution must be taken to protect the privacy of patients. Authors should

obtain permission from the patients for the publication of photographs or other

material that might identify them. If necessary the Editors may request a copy of

such permission.

Conflicts of interest

Authors must disclose possible conflicts of interest including financial agreements

or consultant relationships with organizations involved in the research. All

conflicts of interest must be declared both in the authors’ statement form and in

the manuscript file. If there is no conflict of interest, this should also be explicitly

stated as none declared. All sources of funding should be acknowledged in the

manuscript.

Authorship

All persons and organizations that have participated to the study must be listed

among the Authors or in the acknowledgements. The manuscript should be

approved by all co-authors, if any, as well as, tacitly or explicitly, by the

responsible authorities of the institution where the work was carried out. Authors

must meet the criteria for authorship established by the Uniform Requirements for

Manuscripts Submitted to Biomedical Editors by the International Committee of

Medical Journal Editors (http://www.icmje.org).

Authors’ statement

Papers must be accompanied by the authors’ statement

(http://www.minervamedica.it/en/journals/sports-med-physical-fitness/index.php)

relative to copyright, originality, authorship, ethics and conflicts of interest, signed

by all authors.

Disclaimer

The Publisher, Editors, and Editorial Board cannot be held responsible for the

opinions and contents of publications contained in this journal.

The authors implicitly agree to their paper being peer-reviewed. All manuscripts

will be reviewed by Editorial Board members who reserve the right to reject the

manuscript without entering the review process in the case that the topic, the

format or ethical aspects are inappropriate. Once accepted, all manuscripts are

subjected to copy editing. If modifications to the manuscript are requested, the

corresponding author should send to the online Editorial Office the revised

manuscript under two separate files, one file containing the revised clean version

and another containing both a letter with point-by-point responses to the

reviewers’ comments and the revised version with corrections highlighted.

Correction of proofs should be limited to typographical errors. Substantial

changes in content (changes of title and authorship, new results and corrected

values, changes in figures and tables) are subject to editorial review. Changes that

do not conform to the journal’s style are not accepted. Corrected proofs must be

sent back within 3 working days to the online Editorial Office of Journal of The

Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. In case of delay, the editorial

staff of the journal may correct the proofs on the basis of the original manuscript.

Código de campo alterado

Código de campo alterado

Page 128: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

115

Publication of manuscripts is free of charge. Colour figures, linguistic revision, and

excessive alterations to proofs will be charged to the authors. Authors will receive

instructions on how to order reprints and a copy of the manuscript in PDF.

For further information about publication terms please contact the Editorial

Office of The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, Edizioni Minerva

Medica, Corso Bramante 83-85, 10126 Torino, Italy – Phone +39-011-678282 – Fax

+39-011-674502 – E-mail: [email protected].

ARTICLE TYPES

Instructions for the most frequent types of articles submitted to the journal.

Editorials. Commissioned by the Editor in Chief or the Managing Editor,

editorials deal with a subject of topical interest about which the author expresses

his/her personal opinion. No more than 1000 words (3 typed, double-spaced pages)

and up to 15 references will be accepted.

Original articles. These should be original contributions to the subject. The text

should be 3000-5500 words (8 to 16 typed, double-spaced pages) not including

references, tables, figures. No more than 50 references will be accepted. The article

must be subdivided into the following sections: introduction, materials and

methods, results, discussion, conclusions. In the introduction the aim of the study

should be clearly summed up. The materials and methods section should describe

in a logical sequence how the study was designed and carried out, how the data

were analyzed (what hypothesis was tested, what type of study was carried out,

how randomization was done, how the subjects were recruited and chosen, provide

accurate details of the main features of treatment, of the materials used, of drug

dosages, of unusual equipments, of the statistical method ...). In the results section

the answers to the questions posed in the introduction should be given. The results

should be reported fully, clearly and concisely supported, if necessary, by figures,

graphs and tables. The discussion section should sum up the main results, critically

analyze the methods used, compare the results obtained with other published data

and discuss the implica-tions of the results. The conclusions should briefly sum up

the significance of the study and its future implications. For randomised controlled

trials it is suggested to the authors to follow the guidelines reported by the

CONSORT statement (http://www.consort-statement.org).

Review articles. Commissioned by the Editor in Chief or the Managing Editor,

review articles should discuss a topic of current interest, outline current knowledge

of the subject, analyze different opinions regarding the problem discussed, be up-

to-date on the latest data in the literature. The text should be 6000-12000 words (17

to 34 typed, double-spaced pages) not including references, tables, figures. No

more than 100 references will be accepted. For systematic reviews and meta-

analyses it is suggested to the authors to follow the guidelines reported by the

PRISMA statement (http://www.prisma-statement.org).

Case reports. These give a description of particularly interesting cases. The text

should be 2000-3000 words (6 to 8 typed, double-spaced pages) not including

references, tables, figures. No more than 30 references will be accepted. The article

must be subdivided into the following sections: introduction, case report or clinical

series, discussion, conclusions. It is suggested to the authors to follow the guidelines

reported by the CARE statement (http://www.care-statement.org).

Therapeutical notes. These are intended for the presentation and assessment of

new medical and surgical treatments. The text should be 3000-5500 words (8 to 16

typed, double-spaced pages) not including references, tables, figures. No more than

30 references will be accepted. The article must be subdivided into the following

Código de campo alterado

Código de campo alterado

Código de campo alterado

Page 129: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

116

sections: introduction, materials and methods, results, discussion, conclusions.

Special articles. These are articles on the history of medicine, health care delivery,

ethics, economic policy and law concerning sports medicine. The text should be

3000-7000 words (8 to 20 typed, double-spaced pages) not including references,

tables, figures. No more than 50 references will be accepted.

Letters to the Editor. These may refer to articles already published in the journal

or to a subject of topical interest that the authors wish to present to readers in a

concise form. The text should be 500-1000 words (1 to 3 typed, double-spaced

pages) not including references, tables, figures. No more than 5 references will be

accepted.

Guidelines. These are documents drawn up by special committees or authoritative

sources.

The number of figures and tables should be appropriate for the type and length of

the paper.

PREPARATION OF MANUSCRIPTS

Text file

Manuscripts must be drafted according to the template for each type of paper

(editorial, original article, review, case report, therapeutical note, special article,

letter to the Editor).

The formats accepted are Word and RFT. The text file must contain title, authors’

details, notes, abstract, key words, text, references and titles of tables and figures.

Tables and figures should be submitted as separate files.

Title and authors’ details

• Short title, with no abbreviations.

• First name and surname of the authors.

• Affiliation (section, department and institution) of each author.

Notes

• Dates of any congress where the paper has already been presented.

• Mention of any funding or research contracts or conflict of interest.

• Acknowledgements.

• Name, address, e-mail of the corresponding author.

Abstract and key words

Articles should include an abstract of between 200 and 250 words. For original

articles and therapeutical notes, the abstract should be structured as follows: aim

(aim of the study), methods (experimental design, patients and interventions),

results (what was found), conclusion (meaning of the study). Key words should

refer to the terms from Medical Subject Headings (MeSH) of MEDLINE/PubMed.

No abstracts are required for editorials or letters to the Editor.

Text

Identify methodologies, equipment (give name and address of manufacturer in

brackets) and procedures in sufficient detail to allow other researchers to

reproduce results. Specify well-known methods including statistical procedures;

mention and provide a brief description of published methods which are not yet

well known; describe new or modified methods at length; justify their use and

evaluate their limits. For each drug generic name, dosage and administration

routes should be given. Brand names for drugs should be given in brackets. Units

of measurement, symbols and abbreviations must conform to international

standards. Measurements of length, height, weight and volume should be given in

metric units (meter, kilogram, liter) or their decimal multiples. Temperatures must

be expressed in degrees Celsius. Blood pressure must be expressed in millimeters

Page 130: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

117

of mercury. All clinical chemistry measurements should be expressed in metric

units using the International System of Units (SI). The use of unusual symbols or

abbreviations is strongly discouraged. The first time an abbreviation appears in

the text, it should be preceded by the words for which it stands.

References

It is expected that all cited references will have been read by the authors. The

references must contain only the authors cited in the text, be numbered in Arabic

numerals and consecutively as they are cited. Bibliographical entries in the text

should be quoted using superscripted Arabic numerals. References must be set out

in the standard format approved by the International Committee of Medical

Journal Editors (http://www.icmje.org).

Journals

Each entry must specify the author’s surname and initials (list all authors when

there are six or fewer; when there are seven or more, list only the first six and then

“et al.”), the article’s original title, the name of the Journal (according to the

abbreviations used by MEDLINE/PubMed), the year of publication, the volume

number and the number of the first and last pages. When citing references, please

follow the rules for international standard punctuation carefully.

Examples:

– Standard article.

Sutherland DE, Simmons RL, Howard RJ. Intracapsular technique of transplant

nephrectomy. Surg Gynecol Obstet 1978;146:951-2.

– Organization as author

International Committee of Medical Journal Editors. Uniform requirements for

manuscripts submitted to biomedical journals. Ann Int Med 1988;108:258-65.

– Issue with supplement

Payne DK, Sullivan MD, Massie MJ. Women’s psychological reactions to breast

cancer. Semin Oncol 1996;23(1 Suppl 2):89-97.

Books and monographs

For occasional publications, the names of authors, title, edition, place, publisher

and year of publication must be given.

Examples:

– Books by one or more authors

Rossi G. Manual of Otorhinolaryngology. Turin: Edizioni Minerva Medica; 1987.

– Chapter from book

De Meester TR. Gastroesophageal reflux disease. In: Moody FG, Carey LC, Scott

Jones R, Ketly KA, Nahrwold DL, Skinner DB, editors. Surgical treatment of

digestive diseases. Chicago: Year Book Medical Publishers; 1986. p. 132-58.

– Congress proceedings

Kimura J, Shibasaki H, editors. Recent advances in clinical neurophysiology.

Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical

Neurophysiology; 1995 Oct 15-19; Kyoto, Japan. Amsterdam: Elsevier; 1996.

Electronic material

– Standard journal article on the Internet

Kaul S, Diamond GA. Good enough: a primer on the analysis and interpretation of

noninferiority trials. Ann Intern Med [Internet]. 2006 Jul 4 [cited 2007 Jan

4];145(1):62-9. Available from:

http://www.annals.org/cgi/reprint/145/1/62.pdf

– Standard citation to a book on CD-ROM or DVD

Kacmarek RM. Advanced respiratory care [CD-ROM]. Version 3.0. Philadelphia:

Código de campo alterado

Page 131: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

118

Lippincott Williams & Wilkins; ©2000. 1 CD-ROM: sound, color, 4 3/4 in.

– Standard citation to a homepage

AMA: helping doctors help patients [Internet]. Chicago: American Medical

Association; ©1995-2007 [cited 2007 Feb 22]. Available from: http://www.ama-

assn.org/.

Footnotes and endnotes of Word must not be used in the preparation of references.

References first cited in a table or figure legend should be numbered so that they

will be in sequence with references cited in the text taking into consideration the

point where the table or figure is first mentioned. Therefore, those references

should not be listed at the end of the reference section but consecutively as they are

cited.

Titles of tables and figures

Titles of tables and figures should be included both in the text file and in the file of

tables and figures.

File of tables

Each table should be submitted as a separate file. Formats accepted are Word and

RTF. Each table must be typed correctly and prepared graphically in keeping with

the page layout of the journal, numbered in Roman numerals and accompanied by

the relevant title. Notes should be inserted at the foot of the table and not in the

title. Tables should be referenced in the text sequentially.

File of figures

Each figure should be submitted as a separate file. Formats accepted: JPEG set at

300 dpi resolution preferred; other formats accepted are TIFF and PDF (high

quality). Figures should be numbered in Arabic numerals and accompanied by the

relevant title. Figures should be referenced in the text sequentially.

Reproductions should be limited to the part that is essential to the paper.

Histological photographs should always be accompanied by the magnification ratio

and the staining method.

If figures are in color, it should always be specified whether color or black and

white reproduction is required.

Page 132: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

119

APÊNDICE A- Quadros, figuras e tabelas do Artigo 2

Quadro 1- Linha do tempo do estudo.

Acompanhamento Nutricional

(45 a 60 dias de intervalo entre as

consultas)

1ª 2ª 3ª 4ª

Avaliação

Antropométrica

X

X

Avaliação

Dietética

X

X

X

X

Orientações

Nutricionais

X

X

X

X

Oficina

Alimentação

Saudável e

Pirâmide

Alimentar

X

X

Page 133: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

120

Figura 1- Diagrama dos atletas que participaram do estudo.

Page 134: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

121

Quadro 2- Temas abordados nas consultas.

Tema Abordado Orientação Objetivo

Hidratação Utilização de garrafas de

água (500 ml) durante o

treinamento, colégio ou

outras atividades diárias;

Ingerir pelo menos uma

garrafa pela manhã, pela

tarde e a cada hora de

treino.

Aumentar a

ingestão e

acesso à água.

Frequência de Refeições Levar ou comprar

lanches no trabalho ou

colégio, para serem

consumidos, no mínimo,

a cada duas horas;

Se alimentar pelo menos

uma hora antes dos

treinos;

Se alimentar no máximo

uma hora após o

exercício.

Aumentar o

acesso ao

alimento e a

frequência de

refeições.

Qualidade da alimentação Ingerir diariamente

legumes e verduras

associados a um óleo

vegetal cru, ao menos no

almoço;

Ingerir diariamente

diferentes tipos de frutas

nos lanches e café da

manhã;

Reduzir a ingestão de

doces, salgados, frituras

e refrigerantes.

Aumentar a

ingestão de

frutas e

hortaliças, e

reduzir a

ingestão de

frituras, doces

e salgados.

Page 135: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

122

Tabela I- Média (Desvio padrão) da antropometria e composição corporal dos

atletas.

Variáveis Grupos Intervenção

(n=32)

Antes Depois

Massa Corporal (kg) Adultos

Adolescentes

69,2 (6,8)†

56,1 (10,2)

71,4 (7)*†

58 (8,7)*

AMB (cm2) Adultos

Adolescentes

63,8 (11)†

45(12)

65,5 (12)†

51(15)*

Ʃ Dobras Cutâneas Adultos

Adolescentes

80,4 (31,4)

20,6 (9,5)

93,1 (43,7)

20,3 (6,6)

Gordura (%) Adultos

Adolescentes

11,7 (4,9)

15,8 (7)

12,53 (6,1)

16 (5)

Massa magra (kg) Adultos

Adolescentes

57,4 (6,6)†

46,9 (8,4)

61,1 (7,5)*†

48,1(7,5)*

Gordura (kg) Adultos

Adolescentes

8,2 (3,9)

9,1 (5)

10,3 (3,7)

9,4 (4)

AMB= Área muscular do braço. Não foi realizada comparação intergrupos para o somatório das dobras. *p<0,05 intragrupo;

†p<0,05 intergrupos; .

Page 136: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

123

Figura 2- Número de refeições (A), Intervalo entre as refeições (B), Omissão

de refeições (C), Omissão de Lanches (D), Adequação de Lanches pré e pós-

treino, antes e após o acompanhamento nutricional. As linhas vermelhas

sinalizam as recomendações de no mínimo 5 refeições diárias (A) e no máximo

três horas de intervalo entre as refeições (B) (3). *p<0,05 intragrupo.

Page 137: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

124

Figura 3- Mediana e intervalo interquartílico da ingestão hídrica no treino (A) e

diária (B) dos atletas.• Outlier do Box Plot; *p<0,05 intragrupo; †p<0,05 intergrupos

antes da intervenção.

Page 138: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

125

Figura 4- Efeito positivo da intervenção nutricional sobre ingestão energética e

de macronutrientes. As barras mostram a média e o desvio padrão da ingestão

do nutriente. As linhas vermelhas mostram a faixa de recomendação. Os

Page 139: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

126

percentuais entre setas mostram a prevalência de efeitos positivos da

intervenção nutricional. *p<0,05 intragrupo.

Page 140: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

127

Tabela II- Média (desvio padrão) da ingestão de gordura saturada, poli-insaturada e

monoinsaturada antes e após a intervenção nutricional.

*p<0,05 intragrupo

Nutrientes Grupo Intervenção

(n=32)

Recomendação

(g/d)

Antes Depois

Gordura saturada

(g/d)

Adultos

Adolescentes

28,7(10,2)

25,6(16,1)

29,6(15,7)

24,6(14,6)

28

Gordura poli-insaturada

(g/d)

Adultos

Adolescentes

19,3(7,6)

14,6(9,3)

12,9(5,0)

19,0(12,8)*

17

Gordura monoinsaturada

(g/d)

Adultos

Adolescentes

25,2(7,9)

22,4(13,3)

22,6(10,7)

25,1(17,4)*

34

Page 141: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

128

Figura 5- Efeito positivo da intervenção nutricional sobre a ingestão de porções

Page 142: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

129

alimentares. As linhas vermelhas mostram a faixa de recomendação. Os

percentuais entre setas mostram a prevalência de efeitos positivos da

intervenção nutricional. .• Outlier do Box Plot; *p<0,05 intragrupo

Page 143: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

130

Tabela III. Nível de conhecimento em nutrição dos atletas antes e depois da

intervenção nutricional

*p <0,05 intragrupo

Conhecimento Grupo Intervenção

(n=32)

Antes Depois

Total Adultos

Adolescentes

70 (9)

73,6 (15)

89 (10)*

84,6 (11)*

Nutrição básica Adultos

Adolescentes

89,7 (23)

92 (12)

92 (18)

97 (13)

Pirâmide alimentar Adultos

Adolescentes

28,4 (26)

37 (28)

77 (14)*

52 (25)*

Nutrição esportiva Adultos

Adolescentes

84,5 (11)

83,3 (18,7)

87,2 (24)

92 (17)

Page 144: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

131

APÊNDICE B-Termo de consentimento Livre e Esclarecido

Caro(a) Atleta;

Venho, por meio desta, convidar o Senhor(a) a participar do projeto de

pesquisa ―Diagnóstico e Orientação Nutricional de atletas beneficiários do

programa Bolsa-Atleta da cidade de Aracaju-SE‖, que será desenvolvido, pelo

Nutricionista Marcus Vinicius Santos do Nascimento , tendo como orientadora a

professora Doutora Raquel Simões Mendes Netto, por meio de uma parceria

entre a UFS- Universidade federal de Sergipe e a SEMEL – Secretaria

municipal de esporte e lazer ,visando promover articuladamente ações

conjuntas destinadas a parceria para os estudos de diagnóstico e orientação

nutricional dos atletas vinculados ao programa Bolsa-atleta.

O projeto de pesquisa acima mencionado tem por objetivos: Avaliar o

estado nutricional de atletas, condições de saúde, aptidão física, uso de

suplementos/medicamentos, conhecimento em nutrição e sua influência sobre

o desempenho esportivo e condições nutricionais da população estudada;

planejar, orientar e acompanhar os atletas quanto ao seguimento dietético e de

suplementação específicos para o treinamento e competições, promover e

incentivar a prática de uma alimentação saudável e equilibrada e; elaborar e

divulgar materiais educativos que visem a prática de uma alimentação saudável

e/ou as estratégias nutricionais indicadas para cada modalidade esportiva;

divulgar resultados e promover campanhas educativas para o público de

atletas, técnicos e familiares.

A participação no projeto tem caráter voluntário. Caso, em qualquer

momento da pesquisa, você não deseje realizar alguma atividade, ou prefira

cancelar seu consentimento, poderá fazê-lo, sem que isso lhe traga qualquer

prejuízo ou penalização. Todos os dados fornecidos são confidenciais, sendo

totalmente garantidos o sigilo das informações e a sua privacidade.

PELO PRESENTE COMPROMETO-ME A COMPARECER AOS ATENDIMENTOS QUE SERÃO

MARCADOS PELA CLÍNICA DE NUTRIÇÃO ESPORTIVA, FICANDO A MESMA DESDE JÁ,

AUTORIZADA A SUSPENDER O TRATAMENTO CASO HAJA, DE MINHA PARTE, 2 (DUAS)

OU MAIS FALTAS NÃO JUSTIFICADAS. ESTOU CIENTE DE QUE ESTA É UMA CLÍNICA

ESCOLA, QUE SEREI ATENDIDO TAMBÉM POR ESTAGIÁRIOS, QUE ESTÃO SOB A

SUPERVISÃO DA PROFESSORA DOUTORA RAQUEL SIMÕES MENDES NETTO.

Aracaju, de___ de_____________ de __________

Page 145: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

132

Assinatura:________________________________________

Raquel Simões de Mendes Netto (Nutricionista e professora do curso de

Nutrição da Universidade Federal de Sergipe). Telefone: (79) 2105-6574.

[email protected]

Marcus Vinicius Santos do Nascimento (Nutricionista). Telefone: (79)

99826584. [email protected]

Page 146: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

133

APÊNDICE C- Recordatório de 24 horas

Nome:..........................................................................Peso:..........Altura:..........

Entrevistador: ______________________

RECORDATÓRIO DE 24 HORAS

Page 147: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

134

APÊNDICE D- Ficha de Avaliação Antropométrica

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL Data da coleta:_____/_____/_____

Nome: ______________________________________________ Sexo: ( ) M ( ) F

Data de Nascimento: ____/____/____. Idade: ___________Peso: ______ Estatura: ______

Houve alteração no peso corporal nos últimos meses (S/N)? ( ) S ( ) N.

( ) Perdeu ( ) Ganhou. Quanto? _______Kg.

Observação:

Meninas (Idade da menarca): ______________ Data da última menstruação:_____________

Meninos (definição de voz adulta?) SIM NÃO

MEDIDAS DO TECIDO SUBCUTÂNEO E CIRCUNFERÊNCIAS CORPÓREAS

Masculino/ Feminino 1a 2a 3a média

Circ.Cintura

Circ. Quadril

Circ. Braço Relaxado

Circ. braço contraído

Dobra Tríceps

Dobra Subescapular

Dobra Bíceps

Dobra Suprailíaca

Dobra Peitoral

Dobra da panturrilha

Dobra Abdominal

* Axilar média

*Dobra da coxa

Page 148: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

135

MEDIDAS DO TECIDO SUBCUTÂNEO E CIRCUNFERÊNCIAS CORPÓREAS

ADOLESCENTES

MENINOS/MENINAS

(até 19 anos)

1a 2a 3a média

Circ. Cintura

Circ. Quadril

Circ. Braço Relaxado

Circ. braço contraído

Dobra cutânea Triciptal

Dobra Subescapular

RESULTADO (DIAGNÓSTICO ANTROPOMÉTRICO):

IMC: ________________

% de Gordura: ____________

Somatória das dobras:______

OBSERVAÇÔES:

Page 149: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

136

ANEXO 1

QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTO NUTRICIONAL DE ATLETAS

IDENTIFICAÇÃO:

Data: ___ / ____ / ___ (dd/mm/aa)

Nome:_______________________________________ E-mail: _______________________

Idade:____________ 2) Sexo: ( ) M ( ) F

Modalidade Esportiva: ____________________________________

Categoria: ____________________________________

Há quanto tempo você treina regularmente (pelo menos 3x/semana)?:

( ) menos de 6meses ( ) entre 6 e 12meses ( ) mais de 12 meses

Em que ano da escola você está? _______

Você já foi a um nutricionista ? ( ) sim ( ) não

CONHECIMENTO EM NUTRIÇÃO

1) Para você, o que é uma alimentação saudável?

( ) Devo consumir os alimentos em grandes quantidades

( ) Devo consumir uma variedade de alimentos nas quantidades adequadas

( ) Devo selecionar alguns alimentos e consumi-los em grandes quantidades

2) Assinale a opção que deixa a frase correta;

a) O pão pertence ao mesmo grupo de alimentos: ( ) da maçã ( ) do macarrão ( ) da carne ( ) não sei

b) A laranja pertence ao mesmo grupo de alimentos: ( ) da uva ( ) da margarina ( ) do iogurte ( ) não

sei

c) O pepino pertence ao mesmo grupo de alimentos: ( ) do tomate ( ) do açúcar ( ) do arroz ( ) não

sei

d) O frango pertence ao mesmo grupo de alimentos: ( ) do peixe ( ) do feijão ( ) da farofa ( ) não sei

e) A manteiga pertence ao mesmo grupo de alimentos: ( ) do mel ( ) da geléia ( ) da margarina ( )

não sei

f) O leite pertence ao mesmo grupo de alimentos: ( ) do bolo ( ) do suco de uva ( ) do iogurte ( ) não

sei

3) Analise as alternativas abaixo e assinale a que a fornece uma refeição mais equilibrada:

( ) arroz + macaxeira + salada + farofa

( ) leite + iogurte + fruta + queijo

( ) arroz + feijão + carne + salada

( ) não sei

4) Você conhece a pirâmide alimentar? ( ) sim ( ) não

Se você respondeu SIM, complete a pirâmide com os números correspondentes ao lado:

Grupos de alimentos:

1 – Feijões

2 – Doces e açúcares

3 – Leite, queijo e iogurtes

4 – Carnes e ovos

5 – Verduras e legumes

6 – Pães, farinha, macarrão

7 – Frutas

8 – Gorduras e óleos (frituras)

Page 150: Programa Nutricional entre Atletas Competitivos: perfil e ... · ficha catalogrÁfica elaborada pela biblioteca central universidade federal de sergipe n244p ... 3.2 antropometria

137

Leia as afirmações abaixo e marque SIM (se você concordar); NÃO (se você não concordar) ou NÃO SEI

(se você não souber)

N0 Pergunta SIM NÃO NÃO SEI

5 Uma boa prática alimentar para atletas é consumir uma grande variedade de

alimentos dia a dia

6 Durante o treino eu só devo beber água se sentir sede

7 Os atletas precisam consumir mais carboidratos que os sedentários

8 Se eu almoçar meio-dia e for treinar depois das três da tarde, não preciso comer

mais nada antes, pois o almoço me dá energia suficiente para o treino

9 O que um atleta come somente é importante se ele quer ganhar ou perder peso

10 Pães e batatas devem ser evitados por atletas em treinamento

11 Comer após uma competição só é importante se eu estiver com fome

12 É impossível ganhar uma prova sem tomar suplementos

13 Uma dieta balanceada é necessária apenas antes da competição

14 Líquidos devem ser tomados antes, durante e após uma competição.

Entregue seu questionário.

Suas informações serão mantidas confidenciais. Obrigado por participar!