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PPRROOGGRRAAMMAA ““PPRRÓÓ--BBEEMM””
Experiência Piloto no Concelho de Lagoa
Relatório Final 2011
Lorena Crusellas
Inês Xufre Pereira
Associação Prevenir. N.I.F.: 506 124 428. Av. António Augusto de Aguiar 163, 5.º Dto., sala 7. 1050-014 Lisboa.
Tel.: 21 3808241 [email protected] // www.aprevenir.com
2
ÍÍNNDDIICCEE
I. Introdução ………………………………………………………………………………….................. 3
II. Metodologia ………………………………………………………………………………………………. 6
2.1. Amostra ……………………………………………………………………………….................. 6
2.2. Instrumentos ……………………………………………………………………………………….. 6
III. Formação dos Técnicos…… ………..................................................................... 8
3.1. As Sessões e sua Programação …………………………………............................ 8
3.2. Avaliação da Acção de Formação pelos Formandos ………........................ 10
IV. Avaliação do Processo ………………………………………………………………................... 12
4.1. Seguimento/ Acompanhamentos dos Técnicos ……………………………………. 12
4.2. Estratégias/ Metodologias Desenvolvidas …………………………………………… 12
4.3. Feedback dos Idosos …………………………………………………………………………… 13
V. Avaliação Qualitativa e de Resultados …………………..…………………………………. 15
5.1. Avaliação Qualitativa ……………………………………………………………………..……. 15
5.2. Avaliação de Resultados ……………… ……………………………….…………………….. 16
VI. Conclusões/ Comentários Técnicos ……………………………………………………………. 21
VII. Anexos ……………………………………………………………………………………….................. 23
7.1. Formulário de Acompanhamento do Processo …………………………………..… 24
7.2. Questionário de Avaliação do Programa “PRÓ-BEM” …………………………… 27
3
II –– IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
Para contextualizar a experiência piloto do Programa “PRÓ-BEM” no Concelho de
Lagoa, importa considerar as alterações ocorridas nos últimos vinte anos, originadas pelo
aumento da esperança média de vida e pela diminuição da taxa de natalidade têm
produzido mudanças significativas no contexto social.
Em 2002 a OMS definiu como meta para a primeira década do século XXI, o
Envelhecimento Activo (WHO, 2002). Este conceito define-se como um processo de
optimização de oportunidades para a saúde, participação e segurança, no sentido de
aumentar a qualidade de vida durante o envelhecimento.
Segundo os dados divulgados pelo INE (2002) a população idosa ultrapassa já em
número a população jovem. Deste modo, o novo panorama demográfico incita à criação,
desenvolvimento e implementação de novas estratégias, capazes de responder não só às
necessidades como também aos recursos emergentes.
Por conseguinte, a receita básica para os idosos de futuro poderá então ser (1) um
estilo de vida saudável que ajuda a manutenção de altos padrões de saúde; (2) no caso dos
países da União Europeia, o privilégio de vivermos em segurança e, (3) talvez a chave do
sucesso, a participação social, nas diversas formas que vão desde trocas interpessoais
significativas, até ao exercício dos direitos e deveres da cidadania, estendendo a participação
às estruturas e associações comunitárias, em prol do bem comum.
Neste sentido, cabe aos profissionais, que trabalham de modo directo ou indirecto
com idosos, em contextos sociais ou institucionais, garantir a implementação de estratégias
continuadas de Envelhecimento Activo e produtivo, como meio para garantir a manutenção
dos papéis e, consequentemente, o seu bem-estar e qualidade devida. Existe então a
necessidade clara de Programas de Promoção de Competências Biopsicossociais para idosos.
O “PRÓ-BEM” é um programa de Promoção de Competências Biopsicossociais, que
tem como público-alvo os adultos idosos que frequentam Centros de dia ou Centros
Comunitários. A construção deste programa baseia-se no pressuposto que o
desenvolvimento da pessoa, nas diferentes áreas que a compõem, se prolonga até ao fim da
vida. Deste modo, e com base num dos princípios do Programa de Apoio Integrado a Idosos,
4
que aponta para a formação dos recursos humanos, este programa aposta na formação
multidisciplinar dos agentes (técnicos, auxiliares e cuidadores), para que estes adquiram
conhecimentos e desenvolvam competências adequadas, com o objectivo de promoverem o
bem-estar físico, social, emocional e intelectual dos idosos.
De forma a potenciar um envelhecimento bem sucedido o programa assenta sobre os
seguintes objectivos específicos:
• Identificar os problemas que se colocam à pessoa idosa na actualidade (luto,
solidão, sexualidade, etc.) e potenciar diferentes formas de resolução de problemas;
• Reconhecer a importância das pessoas idosas na forma como contribuem para uma
cidadania interveniente e responsável (ser útil, projecto de vida, etc.);
• Identificar e relacionar os diferentes aspectos sociais e do desenvolvimento na
velhice (doenças, saúde, limitações, etc.);
O objectivo geral do programa é a promoção de competências biopsicossociais e a
promoção de um envelhecimento activo bem sucedido para reduzir problemáticas
associadas à baixa auto-estima, isolamento e solidão. Para isso pretende-se: promover
hábitos de vida saudáveis; definir estratégias para ajudar os idosos a manter a sua
autonomia; potenciar o auto-conceito e a auto-estima dos idosos, corrigindo os modos de
ver a realidade derivados dos padrões cognitivos do próprio; sensibilizar e promover
competências para lidar com os processos de influência social; estimular competências de
planeamento para o futuro, através do treino de resolução de problemas relacionados com
mudanças ocorridas ao longo de vida; esclarecer os mitos e realidades sobre a velhice.
Assim, estimula-se o envelhecimento “com qualidade”, através da interacção com os
técnicos, auxiliares e cuidadores e da oferta de um conjunto da actividades (22 sessões
práticas) que estão adaptadas e relacionadas com as necessidades de manter um baixo risco
de doença (estilo de vida saudável), um funcionamento físico e mental elevado, bem como,
manter um envolvimento/ compromisso activo com a vida.
No “PRÓ-BEM”, a formação aos profissionais é peça essencial da intervenção. Os
profissionais para além de participarem na formação (5/6 sessões de formação), devem
desenvolver um trabalho continuado com os idosos de forma a promoverem um
envelhecimento activo bem sucedido.
5
Em suma, o “PRÓ-BEM”, na linha das intervenções desenvolvidas pela Associação
Prevenir, aposta na promoção de competências biopsicossociais, através da implementação
de sessões de formação dirigidas aos profissionais, do acompanhamento do terreno
(avaliação do processo) e avaliação da intervenção (resultados).
Foi pelas excelentes relações que a Associação Prevenir mantém com a Câmara
Municipal de Lagoa desde há vários anos, que a proposta de adesão à experiência piloto foi
apresentada a àquele Município. Desde o primeiro momento Lagoa abraçou com todo o
interesse o “PRÓ-BEM” e reconheceu-lhe importância e utilidade, pelo que a 27 de Janeiro
de 2011 arrancou o Programa naquele Concelho.
6
IIII –– MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
22..11.. AAMMOOSSTTRRAA
Na experiência piloto que decorreu entre Janeiro e Novembro de 2011, o “PRÓ-BEM”
abrangeu no Concelho de Lagoa, um total de 5 Instituições, 16 Técnicos e cerca de 82
Idosos. Estiveram envolvidas no Programa 5 freguesias do Concelho de Lagoa,
nomeadamente, Lagoa, Estombar, Parchal, Ferragudo e Porches.
IINNSSTTIITTUUIIÇÇÕÕEESS FFRREEGGUUEESSIIAA TTÉÉCCNNIICCOOSS NNºº DDEE IIDDOOSSOOSS
Santa Casa Misericórdia de Estombar Estombar 3 17
Centro Popular de Lagoa Lagoa 5 19
Che-Lagoense Parchal 2 28
Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo Ferragudo 2 10
Centro de Apoio Social de Porches Porches 4 08
TTOOTTAALL 16 82
22..22.. IINNSSTTRRUUMMEENNTTOOSS
MMAANNUUAALL
O manual “PRÓ-BEM” é uma ferramenta útil que de forma lúdica trabalha temas
essenciais do desenvolvimento do Idoso: Aspectos Sociais da Velhice e Mudanças Físicas;
Saúde/ Doenças; Aspectos Psicológicos e Alterações da Personalidade; Qualidade de Vida na
3ª Idade: Promoção da Auto-estima; Gestão Emocional (Lidar com o Luto e a Depressão).
Incorpora, assim, 6 módulos temáticos compostos por conteúdos teóricos e 22 sessões
práticas.
IINNSSTTRRUUMMEENNTTOOSS DDEE AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO QQUUAALLIITTAATTIIVVAA
FFOORRMMUULLÁÁRRIIOO DDEE AACCOOMMPPAANNHHAAMMEENNTTOO DDOO PPRROOGGRRAAMMAA
O Formulário de Acompanhamento, Monitorização do Programa (ver anexo 7.1.), é um
instrumento desenvolvido pela Associação Prevenir. Tem como objectivo sintetizar o
7
trabalho que os Técnicos realizaram com os Idosos e preparar os momentos de
acompanhamento do terreno efectuados pela equipa da Associação Prevenir, para que haja
uma uniformidade de funcionamento. Permite ainda retirar informação de como os Técnicos
estão a desenvolver o Programa.
Este instrumento engloba itens gerais e comuns a todos os módulos do “PRÓ-BEM”,
como por exemplo: adaptação à dinâmica institucional, metodologias e estratégias,
materiais desenvolvidos, dificuldades, dúvidas, melhorias no grupo, feedback dos idosos,
feedback dos Técnicos, e observações dos Técnicos.
QQUUEESSTTIIOONNÁÁRRIIOO DDEE AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO
Antes e após a implementação das sessões práticas com a população-alvo (os Idosos),
os Técnicos preencheram um Questionário de Avaliação do Programa “PRÓ-BEM” por
Idoso (ver anexo 7.2.). Este é, também, um instrumento desenvolvido pela Associação
Prevenir, de forma a podermos retirar informação quantitativa e qualitativa sobre o
Programa, de forma a avaliar a eficácia do Programa.
O questionário contém 22 itens cujas respostas variam numa escala de 1 a 5 de forma
a medir a percepção dos técnicos (responsáveis da implementação do “PRÓ-BEM”) das
mudanças/ melhorias observadas no grupo alvo, relacionadas com os aspectos/ variáveis
abordadas no Programa (ex: “Sente-se bem com seu aspecto físico, aceita-se tal como é?”,
“Procura investir no seu projecto de vida, tem objectivos de vida?”, “É activo, prática exercício ou
actividade física?”, etc.).
Para além destes 22 itens, o questionário inclui 3 perguntas específicas relacionadas
com a percepção dos técnicos da saúde e condição de cada um dos idosos.
Foto 1 – Actividade do “PRÓ-BEM” com os Idosos da Che-Lagoense
8
IIIIII –– FFOORRMMAAÇÇÃÃOO DDOOSS TTÉÉCCNNIICCOOSS
Com as Acções de Formação, procurou-se dotar os Técnicos com intervenção junto da
população idosa de instrumentos e estratégias práticas para conseguirem lidar com os
problemas do grupo (doenças, perda de autonomia, gestão de emoções negativas …), além
de poderem trabalhar com os idosos determinadas competências que lhes permitam:
- Aprender estratégias que os ajudem a viver melhor com o desenvolvimento próprio
da terceira idade,
- Promover a prevenção de doenças próprias do envelhecimento,
- Facilitar a adaptação à institucionalização.
Com estas Acções de Formação, os formandos interiorizaram os conteúdos teórico-
práticos do Programa “PRÓ-BEM”, centrados na aprendizagem de determinadas
competências psicossociais que conduzem à melhoria do bem-estar e da qualidade de vida
do Idoso, nomeadamente: Aspectos Sociais da Velhice e Mudanças Físicas; Saúde/ Doença;
Aspectos Psicológicos e Alterações da Personalidade; Qualidade de Vida na 3ª Idade:
Promoção da Auto-estima; Gestão Emocional (Lidar com o Luto e a Depressão).
33..11.. AASS SSEESSSSÕÕEESS EE SSUUAA PPRROOGGRRAAMMAAÇÇÃÃOO
As Acções de Formação decorreram entre Janeiro e Novembro de 2011 e no total
foram realizadas 5 sessões, com conteúdos de componente prática e teórica, tendo por base
apresentações multimédia com suporte informático Power Point, Dinâmicas de grupo, Role
Play, assim como o manual do Programa “PRÓ-BEM”.
As sessões de formação realizaram-se de acordo com a seguinte planificação:
SESSÃO 1
Data: 27 de Janeiro de 2011
Local: CEFLA
Conteúdos:
• Boas vindas e apresentação da Associação Prevenir: breve apresentação da Prevenir e do
“PRÓ-BEM” em power-point; dinâmica “Concordo, Não Sei, Discordo”.
• Avaliação: breve contextualização acerca do processo de avaliação no “PRÓ-BEM”;
entrega dos questionários de avaliação aos técnicos para preenchimento.
9
• O Desenvolvimento do Idoso e Aspectos Sociais da Velhice e Mudanças Físicas:
apresentação dos componentes teóricos relacionados com “O Desenvolvimento do Idoso”
e “Aspectos Sociais da Velhice e Mudanças Físicas”; apresentação das sessões práticas.
• Conclusões.
SESSÃO 2
Data: 18 de Março de 2011
Local: CEFLA
Conteúdos:
• Boas vindas da Associação Prevenir: breve apresentação da Lorena; dinâmica oral de
quebra-gelo: “O Meu Compromisso Saudável”.
• Módulo II: Saúde/ Doenças: apresentação dos componentes teóricos relacionados com
“Saúde/ Doenças”; apresentação das sessões práticas.
• Dinâmica “O Meu Termómetro da Saúde”: reprodução da dinâmica da sessão 5 (anexo 2).
• Troca de experiências.
• Conclusões.
SESSÃO 3
Data: 19 de Maio de 2011
Local: CEFLA
Conteúdos:
• Boas vindas da Associação Prevenir: dinâmica oral de quebra-gelo “A característica
psicológica que melhor me caracteriza é…”.
• Módulo III – Aspectos Psicológicos e Alterações da Personalidade: apresentação dos
componentes teóricos relacionados com “Aspectos Psicológicos e Alterações da
Personalidade”; apresentação das sessões práticas.
• Dinâmica “O que faria nesta situação?”: reprodução da dinâmica da sessão 12 (anexo 5)
devidamente adaptada aos técnicos.
• Troca de experiências.
• Conclusões.
SESSÃO 4
Data: 15 de Setembro de 2011
Local: CEFLA
Conteúdos:
10
• Boas vindas da Associação Prevenir: dinâmica oral de quebra-gelo “A característica
positiva que melhor me caracteriza é…”.
• Troca de experiências.
• Dinâmica “O Rio da Vida”: reprodução da dinâmica da sessão 15 devidamente adaptada
aos técnicos.
• Módulo IV – Qualidade de Vida na 3ª Idade: Promoção da Auto-estima: apresentação dos
componentes teóricos relacionados com “Qualidade de Vida na 3ª Idade: Promoção da
Auto-estima”; apresentação das sessões práticas.
• Conclusões.
SESSÃO 5
Data: 03 de Novembro de 2011
Local: CEFLA
Conteúdos:
• Boas vindas da Associação Prevenir.
• Troca de experiências.
• Dinâmica “As Pessoas Importantes da Minha Vida”: reprodução da dinâmica da sessão 18
devidamente adaptada aos técnicos.
• Módulo V – Gestão Emocional: Lidar com o Luto e a Depressão: apresentação dos
componentes teóricos relacionados com “Gestão Emocional: Lidar com o Luto e a
Depressão”; apresentação das sessões práticas; pedir para depois de aplicarem todas as
sessões preencherem novamente os questionários de avaliação (1 por idoso) e que mos
enviem através de correio.
• Conclusões.
33..22.. AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDAA AACCÇÇÃÃOO DDEE FFOORRMMAAÇÇÃÃOO PPEELLOOSS FFOORRMMAANNDDOOSS
Na última sessão, foi pedido aos Técnicos para elaborarem um pequeno relatório
individual a respeito de todo o trabalho elaborado a propósito do Programa “PRÓ-BEM” no
qual deveriam especificar a importância das acções de formação para o seu
desenvolvimento (ver anexo 7.2. e ponto 2.2. Instrumentos).
Seguem algumas das opiniões dos Técnicos a respeito da utilidade e pertinência das
acções de formação para a implementação do Programa.
Neste sentido, os Técnicos do Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo, no seu relatório
conjunto a propósito do trabalho desenvolvido, referiram que: “Relativamente às acções de
formação estas foram bastante importantes essencialmente no que diz respeito à
implementação do programa, apesar do manual estar bastante explicito, durante as
11
formações foi possível tirar dúvidas e aprofundar os conhecimentos sobre os temas centrais
(aspectos socais da velhice, saúde e doença, aspectos psicológicos e alterações da
personalidade, qualidade de vida na terceira idade, gestão emocional – luto e depressão).”.
A este respeito, uma das Técnicas da Santa Casa da Misericórdia de Estombar
considerou que: “No que respeita à formação aos técnicos tenho a salientar que a estratégia
da formação por temas do conteúdo programático pareceu-me a mais correcta bem como a
aplicação de uma das actividades para que o grupo de certa forma se pusesse como
elemento Participante e não mero ouvinte. A partilha de informação e de experiencias tanto
profissionais como pessoais possibilitou a que o grupo de formandos conseguisse perceber
que não pode ser um trabalho estanque.”.
Para terminar, a Técnica do Centro de Apoio Social de Porches, refere que: “foram
imprescindíveis as formações dos técnicos através de várias sessões com apresentações dos
diferentes módulos do programa”.
Por conseguinte, podemos concluir que a pertinência das Acções de Formação para o
desenvolvimento do programa “PRÓ-BEM” é inequívoca, pois para além servir como
momento de transmissão de conteúdos, concretizam-se como oportunidades excelentes de
partilha de experiências entre as entidades envolvidas.
Foto 2 – Idosos do Centro Popular de Lagoa numa das
sessões do “PRÓ-BEM”
Foto 4 – Placard com actividade desenvolvida na Santa Casa da Misericórdia de Estombar
Foto 3 – Idosas do Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo numa das sessões do “PRÓ-BEM”
Foto 5 – Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Estombar numa das sessões do “PRÓ-BEM”
12
IIVV –– AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDOO PPRROOCCEESSSS00
44..11.. SSEEGGUUIIMMEENNTTOO// AACCOOMMPPAANNHHAAMMEENNTTOO DDOOSS TTÉÉCCNNIICCOOSS
O acompanhamento fornecido individualmente aos Técnicos na Instituição que
representam teve como apoio o “Formulário de Acompanhamento do Programa” referido
no ponto 2.2. Instrumentos deste Relatório. Procurou-se efectivar duas visitas ao terreno
por Instituição, sendo que ao Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo foi apenas realizada
uma monitorização presencial dadas as incompatibilidades de agenda.
As sessões foram implementadas na maioria dos grupos 1 ou 2 vezes por semana,
contudo, as variáveis abordadas no “PRÓ-BEM” eram trabalhadas no dia-a-dia com os
Idosos. A maioria dos Técnicos aproveitava diversas situações que surgiam no quotidiano,
para abordar os conteúdos adjacentes ao Programa.
Todos os Técnicos integraram o Programa na dinâmica institucional, desenvolveram
materiais criativos e alguns deles conseguiram envolver os Familiares dos Idosos e a
Restante Comunidade Institucional.
44..22 EESSTTRRAATTÉÉGGIIAASS// MMEETTOODDOOLLOOGGIIAASS DDEESSEENNVVOOLLVVIIDDAASS
Foram várias as estratégias e metodologias desenvolvidas pelos Técnicos responsáveis
da implementação do Programa.
Na maioria das instituições optaram por trabalhar o Programa em grande grupo,
desenvolvendo nomeadamente cartazes, cartolinas, desenhos, pinturas, etc., tentando
sempre “tornar as sessões mais apelativas, evitando a monotonia” como referem os
Técnicos do Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo que para além das metodologias
sugeridas no “PRÓ-BEM”, utilizaram a música, especialmente na fase dos movimentos “quer
fossem os utentes a cantar, quer fosse um CD a tocar e os participantes acompanhavam com
movimentos e palmas. A música é uma das actividades que os idosos gostam muito”.
Em muitas ocasiões e seguindo as sessões, também foram realizados trabalhos em
pequenos grupos (ex. apresentar as histórias e o que aprenderam aos colegas, construírem
cartazes e outros materiais). Para além disso, a maior parte das Instituições, aproveitaram as
situações do dia-a-dia (pequenas quezílias que surgiam entre os Idosos, novas entradas de
13
Idosos na Instituição, etc.) para trabalharem as variáveis do Programa, nomeadamente a
Gestão Emocional. E mesmo os próprios Técnicos aplicaram as estratégias propostas nas
formações e no manual, às suas situações pessoais.
A este respeito, na sua reflexão pessoal, uma das Técnicas da Santa Casa da
Misericórdia de Estombar refere: “É um projecto que visa muito as emoções, sem dúvida que
foi das Cóias mais bem aproveitadas nestes tempos de execução do programa tanto por
técnicos como pelos próprios utentes, as sessões emocionais tais como “a rede sócia” e “as
nossas memorias e a minha memória” foram das mais proveitosas, tal como a sessão
“diferentes perspectivas” isto porque respeitar os outros é extremamente importante para
um melhor convívio e esta sessão foi levada muito a sério”.
Importa referir ainda, que o “PRÓ-BEM”, privilegia o envolvimento das Famílias no
desenvolvimento das suas actividades. Assim, nomeadamente, na sessão “Este Espaço é de
Todos”, foi com o apoio das famílias que foi possível os idosos institucionalizados terem
acesso a algo que tinham em sua casa e que puderam usar na decoração do espaço em que
decorriam as sessões deste Programa. Também, na sessão “A Minha Memória e as Nossas
Memórias”, aquando da execução dos Álbuns de Memorias, as famílias ajudaram na procura
das fotografias para os mesmos. Outro dos exemplos da participação das famílias no
Programa, teve que ver com a presença das mesmas nas festas em que os idosos
participaram e puderam apresentar o resultado do seu trabalho no “PRÓ-BEM”.
A Comunidade Institucional, também é uma preocupação do Programa, esta deverá
estar envolvida no “PRÓ-BEM”. Na experiência de Lagoa, podemos considerar que todas as
Instituições se envolveram no Programa. Na Che-Lagoense, por exemplo, os idosos partilham
momentos de intercâmbio com as crianças que frequentam o jardim-de-infância da
Instituição. Em todas as Instituições, os idosos que participaram no “PRÓ-BEM” tiveram a
oportunidade de partilhar a sua experiência em conversas informais com outros membros
das mesmas e expor os seus trabalhos nas paredes das Instituições e nas festas realizadas.
44..33 FFEEEEDDBBAACCKK DDOOSS IIDDOOSSOOSS
Ao longo dos 10 meses de implementação do “PRÓ-BEM” os Idosos demonstraram
sempre muito interesse pelo programa. Uma das Técnicas da Santa Casa da Misericórdia de
Estombar ilustra bem isso na sua reflexão individual, referindo: “os idosos aderiram muito
14
bem ao programa, participando activamente nas sessões. Para além disso, muitos foram os
desabafos, muitas foram as histórias, muitos foram os sorrisos e muitas foram as lágrimas
partilhadas. Com o decorrer do programa foi visível o espírito de equipa, de cooperação e
inter-ajuda entre os utentes. Estas sessões facilitaram também a proximidade entre estes
idosos”.
Não foram raras as vezes, em que nas idas ao terreno, a Formadora pôde ouvir as
Técnicas locais referirem que eram os próprios idosos a pedirem que se fizessem as sessões
e a perguntar-lhes sobre quando iriam “fazer mais trabalhos”. Isto revela o seu interesse
pelo Programa e a existência de uma dinâmica na Instituição associada à implementação do
“PRÓ-BEM”.
Foto 6 – Idosas do Centro de Apoio a Idosos de
Ferragudo numa das sessões do “PRÓ-BEM”
Foto 7 – Idoso do Centro Popular de Lagoa a colaborar numa das sessões do “PRÓ-BEM”
Foto 8 – Materiais construídos pelos Idosos do Centro Popular de Lagoa
Foto 9 – Momento de Movimento com os Idosos da Che-Lagoense
15
VV –– AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO QQUUAALLIITTAATTIIVVAA EE DDEE RREESSUULLTTAADDOOSS
55..11.. AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO QQUUAALLIITTAATTIIVVAA
De forma a obter uma avaliação qualitativa, que complementasse a avaliação da
eficácia do “PRÓ-BEM” e para poder adequar o Programa às necessidades dos Idosos e dos
Técnicos no futuro, foi pedido aos Técnicos que realizassem um pequeno relatório/ reflexão
sobre o trabalho desenvolvido ao longo do Programa “PRÓ-BEM”.
Em todos os relatórios efectuados, a avaliação dos Técnicos foi muito positiva.
Apresentamos em seguida os resultados obtidos:
- No Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo, as Técnicas são peremptórias na sua
avaliação e referem que “no que diz respeito à adaptação do programa na Instituição
podemos considerar que as sessões e os temas focados em cada uma delas foram bastante
adequados às características pessoais e interesses de cada utente. Consideramos que o
Programa teve uma importância relevante para os Idosos, em especial pelos temas
abordados que foram do interesse geral dos que participaram, depois porque proporcionou
momentos de partilha e convívio. Foi também importante para nós técnicas, no sentido em
que nos valorizou pessoalmente e transmitiu-nos após cada sessão um sentimento de bem-
estar. O Programa permitiu aos idosos serem criativos, “trabalhar a cabeça” tal como foi
referido por uma utente, libertar tensões e emoções (essencialmente naquelas actividades
em que envolviam a família e as pessoas importantes), reflectir sobre a vida, o dia-a-dia,
aumentar o contacto e as relações de amizade entre eles, partilhar experiências, divertir, ter
predisposição e vontade para participar na sessão seguinte. Algumas das melhorias
alcançadas com este Programa foram o tornar os utentes mais próximos e comunicativos
entre si. Este Programa permitiu e permite, pois espera-se continuar a aplicar algumas das
sessões, actuar em todos os campos do desenvolvimento da qualidade de vida dos Idosos,
quer seja a nível mental, físico e afectivo. Permite o acesso a uma vida mais activa, de
melhoria no que diz respeito à relação e comunicação com os outros, para uma melhor
participação na vida da comunidade e da Instituição.”
- Uma das Técnicas da Santa Casa da Misericórdia de Estombar reforça estas ideias,
na sua reflexão pessoal, dizendo que “o Pró-Bem, enquanto programa de promoção de bem-
estar e qualidade de vida no idoso apresentou resultados positivos em vários níveis nos
16
utentes da presente instituição. Os idosos aderiram muito bem ao programa, participando
activamente nas sessões. Para além disso, muitos foram os desabafos, muitas foram as
histórias, muitos foram os sorrisos e muitas foram as lágrimas partilhadas. Com o decorrer
do programa foi visível o espírito de equipa, de cooperação e inter-ajuda entre os utentes.
Estas sessões facilitaram também a proximidade entre estes idosos”.
55..22.. AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDEE RREESSUULLTTAADDOOSS
De forma a avaliar a eficácia do Programa “PRÓ-BEM” na amostra de idosos das
instituições que participaram no grupo experimental do Concelho de Lagoa, foi
implementado no grupo estratégico (os técnicos que desenvolveram o programa junto aos
idosos) um instrumento especifico “Questionário de Avaliação PRÓ-BEM” (apresentado no
ponto 2.2. deste relatório) que pretende medir as melhorias observadas no grupo alvo,
através da percepção dos técnicos, em relação às variáveis abordadas com o programa,
nomeadamente o cuidado e atenção da saúde, o relacionamento social, a capacidade de
gestão emocional e a auto-estima ligada á continuidade do projecto de vida.
Após um primeiro estudo do instrumento utilizado, através da análise do pré-teste, o
questionário “Questionário de Avaliação PRÓ-BEM” revelou resultados muito interessantes
em relação as características da amostra, nomeadamente em termos da composição do
grupo alvo e da percepção por parte do grupo estratégico da saúde dos idosos.
Uma vez que o instrumento utilizado é baseado numa medida de percepção, convém
lembrar que não podemos fazer extrapolações dos resultados e limitar sua explicação ao
facto de estar sujeitos à percepção dos técnicos responsáveis pela implementação do
Programa. Portanto, ao definirmos ou caracterizarmos a amostra em termos de condições
ou aspectos da saúde, lembramos que falamos de percepções, não sustentadas
directamente por análises directas.
Para além disso, relativamente a amostra em avaliação, esta sofreu uma grande
alteração num segundo momento de avaliação (pós-teste) devido a questões inerentes ao
grupo alvo (ex: doenças, mortes, mobilidade ou ausência, frequência descontinuada no
centro de dia, etc.) ficando mais de 30% da amostra fora da análises.
Antes de apresentar detalhadamente os resultados obtidos na comparação do
primeiro e segundo momento de avaliação (Pré e Pós-teste) vamos apresentar brevemente a
17
caracterização da amostra avaliada que, devido ao exposto anteriormente, vai diferir entre
o primeiro e o segundo momentos de avaliação.
A amostra avaliada teve diferenças significativas em relação ao Sexo, pois a % de
mulheres foi sempre mais elevada da que os homens em ambos momentos de avaliação.
Quadro 1 – Caracterização da amostra segundo Sexo e momento de Avaliação
Pré-teste % Pós-teste %
Homens 22 27 17 33
Mulheres 60 73 34 67
TOTAL 82 100 51 100
Em relação à idade do grupo alvo, encontramos uma amostra de idosos com grande
diferencia de idade, sendo o mais novo de 58 anos e o mais velho de 93 anos. O intervalo de
idade com mais idosos é o de 86-88 anos de idade.
Segundo os técnicos, o grupo de idosos é bastante saudável. Os técnicos consideram
que mais do 80% do grupo alvo está fisicamente bem para sua idade. Isto confirma-se
também com a percepção do grau de dependência dos idosos. Os técnicos referem que 58%
dos idosos não é “nada dependente”, 26% “depende um pouco” e apenas 4% “depende
muito” dos cuidadores/ técnicos para desenvolverem suas tarefas diárias.
Porém, em média, os Técnicos, referem entre o primeiro e o segundo momentos de
avaliação que mais de um 60% dos idosos sofrem de alguma doença degenerativa. Entre as
doenças referidas destacamos: as doenças Cardiovasculares (maioritariamente referidas no
Pré-teste) em 32% dos idosos; as doenças Músculo-esqueléticas e a Diabetes em 17% dos
idosos; a doença de Alzheimer que aumentou de 6% dos idosos no Pré-teste para 17 % dos
idosos no Pós-teste e as doenças Oncológicas referidas em 8% dos idosos apenas no Pré-
teste.
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Gráfico 1 – Tipo de Doença
Para medir o efeito do Programa no Grupo Experimental, procedeu-se a uma análise
estatística dos resultados do “Questionário de Avaliação PRÓ-BEM” utilizando o teste T de
Student para amostras emparelhadas a dois momentos. Estes resultados correspondem às
respostas dos técnicos relativamente à percepção de cada um dos idosos dos grupos com
quem trabalharam o Programa perante determinadas situações (ex. “Esforça-se por manter
hábitos alimentares adequados?”, “É activo, prática exercício ou actividade física?”,
“Costuma colaborar em aquilo que lhe é pedido para fazer sem protestar?”) em que lhes foi
pedido que escolhessem uma das cinco respostas possíveis de uma escala entre 1 e 5 (sendo
o 1 o valor menos positivo e o 5 o mais positivo). Portanto os resultados devem ser lidos da
seguinte maneira “quanto maior a pontuação, maior é a capacidade de resposta e/ ou a
melhoria observada no grupo alvo”. Para facilitar a leitura dos dados, os resultados são
apresentados através dos Quadros 2, 3 e 4.
Quadro 2 – Médias do Grupo Experimental segundo o Sexo e o Momento de Avaliação “Questionário de Avaliação PRÓ-BEM”
Pré-teste N Pós-teste N
Homens 3,51 22 3,90 17
Mulheres 3,44 60 3,93 34
TOTAL 3,47 82 3,92 51
As médias do grupo experimental melhoraram no segundo momento de avaliação,
quer nos homens quer nas mulheres. Ou seja, a percepção dos técnicos acerca das
mudanças e melhorias observadas no grupo de idosos, melhorou no segundo momento de
avaliação, pois aumentou a média de pontuação da escala de 1 até 5 em 0,45 pontos.
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Quadro 3 – Resultados do Teste t de Student para amostras emparelhadas a dois momentos
“Questionário de Avaliação PRÓ-BEM”
Paired Differences
T P
Média DP
PRÓ-BEM -45 ,91 -3,52 ,001**
**p ⊆ 0,01
No quadro 3 observamos como a diferença de médias encontrada no segundo
momento de avaliação (Pós-teste) no Grupo Experimental em relação ao primeiro, foi
estatisticamente significativa. O teste T de Student revelou uma diferença estatisticamente
significativa de 0,001, o que significa que a percepção dos técnicos sobre as melhorias
observadas no grupo de idosos em relação às variáveis trabalhadas com o Programa foi
estatisticamente significativa. Não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas segundo o Sexo, ou seja quer os homens quer as mulheres tiveram pontuações
parecidas.
A seguir observamos no Quadro 4 uma descrição mais detalhada da evolução dos
idosos do Grupo Experimental em cada um dos grupos das Instituições envolvidas no
Programa.
Quadro 4 – Médias do “Questionário de Avaliação PRÓ-BEM” em função das Instituições Envolvidas e do
momento de avaliação (Pré e Pós-Teste)
Instituições Pré-teste Pós-teste N
Centro Popular de Lagoa 3,26 3,70 17
Santa Casa Misericórdia Estombar
3,83 3,88 9
Centro Apoio Social Porches 2,47 3,87 8
Centro Apoio Idosos Ferragudo 3,31 4,43 6
ACD – Che Lagoense 4,30 4,04 11
TOTAL 3,47 3,92 51
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Neste quadro observamos como a maioria dos grupos de idosos de todas as
instituições envolvidas no PRÓ-BEM melhoraram no Pós-teste, com excepção do grupo de
idosos do ACD – Che Lagoense que teve menor valor na escala de medida em comparação
com o primeiro momento de avaliação (Pré-teste) mas esta diferença não foi
estatisticamente significativa.
No geral, todos os idosos revelaram um desenvolvimento das competências
trabalhadas com o programa “PRÓ-BEM”. A explicação da pequena diferença encontrada no
ACD – Che Lagoense no sentido contrário ao resto da amostra do grupo experimental, pode
estar relacionada com a influência de alguma das respostas em uma amostra tão pequena.
Neste estilo de instrumentos utilizados e, nomeadamente, quando analisamos amostras tão
pequenas, qualquer resposta extrema, basta que um item tenha diminuído e muito o valor
no segundo momento de avaliação, para que encontremos esta diferença que afecta à
media total do grupo.
Seria preocupante se o valor tivesse sido muito diferente e se houvesse uma diferença
estatisticamente significativa entre os dois momentos, mas não é este o caso e ainda o resto
das turmas tiveram uma tendência completamente diferente, revelando melhorias
estatisticamente significativas após a intervenção. Note-se que este grupo tem característica
muito diferentes dos demais, dado que se trata de uma Universidade Sénior.
No sentido positivo destacamos duas instituições por terem melhorado a média após a
implementação do Programa em mais de 1 ponto na escala de valores, o qual é mesmo
muito significativo. Este foi o caso do Centro de Apoio de Idosos de Ferragudo e do Centro
de Apoio Social de Porches. Importa lembrar que no inicio da implementação do Programa O
Centro de Apoio Social de Porches era apenas um Centro de Noite e que no decorrer do
PRÓ-BEM passou a ser Lar de Idosos, pelo que o apoio dado aos idosos foi diferente, o que
influí na intervenção pela positiva.
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VVII –– CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS// CCOOMMEENNTTÁÁRRIIOOSS TTÉÉCCNNIICCOOSS
Em geral, através da avaliação qualitativa e da avaliação de resultados podemos
afirmar que a experiência piloto do programa “PRÓ-BEM” revelou resultados muito
positivos ao nível das melhorias nos idosos nas variáveis trabalhadas no Programa,
nomeadamente, nas Estratégias de Coping e de Regulação Emocional, nas Competências
Sociais, na Auto-estima/ Projecto de Vida, no Cuidado e Atenção com a Saúde, etc.
Os resultados ultrapassaram as nossas expectativas, uma vez que estamos a falar de
variáveis muito complexas, que precisam cada vez mais um trabalho intensivo e contínuo,
que não passa apenas pela simples implementação de um manual, mas sim pelo
desenvolvimento de estratégias que permitam lidar da melhor maneira possível com o
envelhecimento, tornando os idosos activos e responsáveis do seu próprio Bem-estar.
Estes resultados confirmam-se com os resultados positivos obtidos na avaliação
qualitativa desenvolvida ao longo destes 10 meses de intervenção do “PRÓ-BEM“, com a
monitorização do terreno, nos momentos da formação e através dos relatórios de avaliação
apresentados por cada Instituição.
Sendo no início assuntos difíceis de abordar e referidos pela maioria dos Técnicos
como “temáticas muito complexas e abstractas”, com as ferramentas adequadas e com a
formação específica dos diferentes agentes, conseguem-se resultados surpreendentes,
como demonstramos ao longo do relatório.
A modelo de intervenção do Programa (com monitorização do terreno e com acções
de formação que acompanham um programa estruturado), favorece a consecução de seus
objectivos, pois graças ao apoio técnico recebido, os Técnicos das Instituições não só
interiorizaram os conteúdos da formação, como aproveitaram os momentos de formação
para partilhar as suas experiências, dúvidas e dificuldades surgidas na implementação do
Programa, assim como na sua função diária de Apoio e de Busca da Melhoria da Qualidade
de Vida dos Idosos.
Quer as acções de formação quer os momentos de acompanhamento no terreno,
foram também momentos de reflexão, sobre os componentes trabalhados ou já abordados
em módulos anteriores, permitindo organizar e facilitar o trabalho quotidiano dos Técnicos
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que, com o “PRÓ-BEM” sistematizam o seu serviço e adequam as experiencias sugeridas às
necessidades da sua população.
Para concluir achamos pertinente sublinhar alguns pontos fortes desta intervenção:
- Todos os Técnicos aquando da reflexão final, manifestaram “MUITO INTERESSE” no
desenvolvimento do “PRÓ-BEM”, sendo que reforçaram a necessidade de continuarem a
implementar as sessões junto da população-alvo e de receberem algum tipo de
acompanhamento especializado no desenvolvimento das mesmas.
- A partilha de sentimentos, pensamentos e experiências, contribuiu para uma melhor
relação entre os Idosos, contribuindo para uma maior proximidade no grupo.
- As formações para além de transmitirem conhecimentos, promoveram a troca de
experiências entre Técnicos (permitindo que partilhassem estratégias e as pudessem
adaptar aos seus grupos), funcionaram como ponto de partida para gerar novas ideias e
como eles próprios referiram, foram momentos onde eles falavam sobre os seus problemas,
frustrações e alegrias que viviam profissionalmente.
- O Programa funcionou como uma “ferramenta” de trabalho e é um ponto de partida
para trabalhar competências que fazem parte do quotidiano do Idoso e da Instituição.
- Todos os Técnicos manifestaram o desejo de continuar a replicar o Programa com
estes e outros Idosos e realçaram a importância do mesmo.
Por estes motivos e principalmente porque queremos compensar o grande esforço
demonstrado pelos Técnicos este ano de experiencia piloto de implementação do Programa,
reconhecemos e valorizamos a assiduidade, o empenho e a motivação nas Acções de
Formação e na implementação das Sessões Práticas, o envolvimento das Instituições e
também, a criatividade nas estratégias e metodologias utilizadas, nomeadamente na
construção de materiais muito criativos.
Da nossa parte, podemos concluir que as nossas expectativas foram ultrapassadas e
que esta Experiencia Piloto servirá de Guia para as futuras intervenções, sendo um ponto
de partida e um modelo de referência!
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FFOORRMMUULLÁÁRRIIOO DDEE AACCOOMMPPAANNHHAAMMEENNTTOO DDOO PPRROOGGRRAAMMAA
1. Última sessão do Programa implementada _________________________________ 2. Com que frequência são implementadas as sessões?
Menos de 1 vez por semana
1 Vez por semana
2/3 Vezes por semana
Mais de 3 vezes por semana
3. Para além da metodologia sugerida no manual, abordou as sessões de alguma outra forma?
Sim Não
Se sim, que estratégias utilizou? Seleccione uma ou mais alternativas.
Metodologia
Nº Sessão
Expressão Oral
Meios Audiovisuais (televisão, rádio, dvd, …)
Meios Técnicos (livros, revistas, internet, …)
Expressão Plástica (desenho, rendas, …)
Expressão Artística (dramática, musical, …)
Outras Estratégias
Se seleccionou a hipótese outras estratégias, descreva-as.
4. Desenvolveu algum material com o grupo? Se sim, descreva o material e em que sessão/ sessões é que foi desenvolvido.
Avaliação de Processo
Instituição: _________________________________
Técnico Responsável: ________________________
Data: ___/ ___/ ___
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5. Utilizou alguma(s) estratégia(s) para envolver a comunidade (família, instituição, amigos, …) no Programa? Se sim, identifique-as.
6. Qual é o seu feedback sobre as estratégias e/ ou metodologias propostas? 7. Qual o feedback dos idosos? 8. Dificuldades e dúvidas. Refira a sessão em que surgiram estes constrangimentos.
9. Deixe-nos as suas sugestões e/ ou observações.
Muito obrigado pela sua colaboração!
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Questionário Avaliação “PRÓ-BEM”
Instituição _________________________________________ Data: ___/___/_____
Nome do Técnico ______________________________________________________
Nome do Utente ___________________________________ Idade _____ F M
1 2 3 4 5
1. Costuma passar tempo com os outros colegas/ amigos?
2. Esforça-se por manter hábitos alimentares adequados? (Ex.: come fruta e vegetais, bebe água, etc.)
3. Preocupa-se por ter um aspecto cuidado/ estar apresentável?
4. É dinâmico, costuma envolver-se nas actividades?
5. Tenta dar atenção e cuida do seu corpo? (Ex.: evita magoá-lo, tenta protegê-lo, etc.)
6. É activo, prática exercício ou actividade física?
7. É positivo, perante as adversidades, tenta ultrapassá-las?
8. Desenvolver actividades que exercitam sua memória (cartas, palavras cruzadas, leitura, etc.)
9. Preocupa-se com a sua saúde, toma a medicação e está atento aos sinais de risco?
10. Desenvolve actividades das quais sempre gostou? (Ex.: pintar, cozinhar, fazer renda, passear, etc.)
11. Costuma colaborar em aquilo que lhe é pedido para fazer sem protestar?
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1 2 3 4 5
12. Desfruta com as novas actividades propostas, tem interesse em aprender coisas novas?
13. Os outros (colegas, amigos, etc.) gostam de passar tempo e falar com ele?
14. Costuma dormir e descansar o necessário?
15. Costuma falar com os outros (amigos, colegas, técnicos) do que sente e gosta?
16. É optimista e bem-disposto?
17. É uma pessoa que se sente útil, que contribui para a dinâmica da comunidade?
18. Não respeita as opiniões e gostos dos outros?
19. Procura investir no seu projecto de vida, têm objectivos de vida?
20. Sente-se bem com seu aspecto físico, aceita-se tal como ele é?
21. Procura o apoio dos outros quando se sente só ou está desanimado?
22. Costuma participar em actividades, brincadeiras e jogos em grupo?
A seguir pedimos que responda as seguintes perguntas para podermos analisar a saúde e condição de cada um dos idosos.
A) Considera que para a sua idade, o idoso está fisicamente bem (é forte e saudável)? Sim Não
B) O idoso sofre de alguma doença degenerativa? Sim Não Se Sim, indique a doença ________________________________
C) Necessita sempre da ajuda dos cuidadores, técnicos para desenvolver as suas tarefas e cuidados diários? Indique na seguinte escala de valores, Qual é o grau de dependência do idoso? Sendo “1”= menor dependência e “5”= maior dependência.
1 2 3 4 5 Observações: _____________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________