PROGRAMA RENOVABIOAVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL E CERTIFICAÇÃO

“Biodiesel e bioquerosene: sustentabilidade econômica e ambiental”

Brasília, 24 de maio de 2017

EmbrapaMarília Folegatti Matsuura

Marcelo Morandi

Nilza Patrícia Ramos

UnicampJoaquim Seabra

CBTEOtávio Cavalett

Antônio Bonomi

UFSCarCarlos Osório Xavier

Sumário

▪ Contexto e objetivos

▪ Protocolos internacionais para avaliação de desempenho ambiental

▪ Avaliação de Ciclo de Vida

▪ Avaliação de desempenho ambiental e certificação no RenovaBio▪ Aspectos gerais

▪ Escopo

▪ Dados e parâmetros agrícolas

▪ Dados e parâmetros industriais

▪ Estimação de emissões de GEE

▪ Calculadora RenovaBio

▪ O mandato do RenovaBio

Contexto

... alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética...

... aumentar a participação da bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para aproximadamente 18%, expandindo o

consumo de biocombustíveis...

Objetivos

▪ Garantir a expansão da produção de biocombustíveis▪ Previsibilidade

▪ Sustentabilidade ambiental, econômica e social

▪ Harmonia com NDC e compatível com o crescimento do mercado

▪ Bases para a construção do Programa:▪ Diálogo

▪ Busca de convergências

▪ Fomento de um mercado competitivo e harmonioso com outros produtos energéticos

▪ Regras claras, transparentes e estáveis, que reconheçam as externalidades

▪ Garantia da segurança do abastecimento e a previsibilidade do mercado

LCFS

• 10% de redução na média da intensidade de carbono (GEE) no ciclo de vida dos combustíveis em 2020.

• Não há limite mínimo para biocombustíveis individualmente. O mixde combustível deve atingir uma redução de 10% em 2020 comparado com uma linha de base.

RFS

• 36 bilhões de galões de biocombustíveis em 2022, dos quais 21 bilhões de galões de biocombustíveis avançados.

• A meta depende da categoria do biocombustível: 20%, 50% e 60% respectivamente para etanol de milho, biodiesel ou biocombustível avançado (e.g., etanol de cana-de-açúcar), e biocombustíveis celulósicos.

RED

• Meta de 10% de energia renovável no transporte; FQD exige uma redução de 6-10% das emissões de GEE no ciclo de vida em 2020.

• Biocombustíveis devem reduzir em ao menos 35% as emissões de GEE comparados às referências fósseis. O limite mínimo sobe para 50% em 2017 e 60% em 2018 para biocombustíveis produzidos em instalações novas.

RED RFS LCFS

Tipo de ACV

Atribucional e consequencial

(tratamento da energia elétrica como

coproduto)

Consequencial Consequencial

Escopob Poço à roda Poço à roda Poço à roda

Unidade funcional MJ de combustível mmBtu de combustível MJ combustível

Emissões de GEE dos

combustíveis de referência83,8 g CO2eq/MJ combustível fóssil

98.204 g CO2eq/mmBtu gasolina em

2005

96.843 g CO2eq/mmBTU diesel em 2005

99,78 g CO2eq/MJ (gasolina CARBOB);

102,01 (diesel ULSD)

Tratamento dos coprodutos

Alocação em base energética e expansão

do sistema (apenas para energia

elétrica)

Expansão do sistemaExpansão do sistema e alocação em base

energética

Gases considerados e fatores de

caraterizaçãof

CO2, CH4 e N2O; GWP100 conforme o

TAR do IPCC

CO2, CH4 e N2O; GWP100 conforme o

SAR do IPCC; COV e CO convertidos em

CO2 por relação molecular

CO2, CH4 e N2O; GWP100 conforme o

AR4 do IPCC; COV e CO convertidos em

CO2 por relação molecular

Mudança do uso da terra (LUC)

Consideram-se somente os efeitos

diretos. Não há valores “default”

atribuídos à DLUC. Emissões amortizadas

em 20 anos, sem taxa de desconto.

Janeiro de 2008 como data de referência

para o cálculo. Efeitos indiretos não são

considerados.

Modelagem dos efeitos diretos e

indiretos conjuntamente. Emissões

amortizadas em 30 anos. Há divisão

entre DLUC doméstico (EUA) e

internacional.

Modelagem dos efeitos diretos e

indiretos conjuntamente. Emissões

amortizadas em 30 anos.

Ferramentas de análiseGREET, CENTURY, DAYCENT, FASOM e

FAPRI-CARDCA-GREET, OPGEE, GTAP e AEZ-EF

Avaliação de Ciclo de Vida

▪ Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta para avaliação de impactos ambientais baseada na contabilidade de material e energia consumidos pelos processos produtivos e emitidos para o meio ambiente durante todo o ciclo de vida de um produto, desde a extração de recursos naturais, incluindo os processos de transformação, os processos de transporte e a fase de uso e disposição final do produto.

▪ É uma metodologia com forte base científica e reconhecida internacionalmente, sendo padronizada pelas normas ISO 14040:2009 (versão corrigida 2014) e 14044:2009 (versão corrigida 2014) .

▪ No protocolo de avaliação de desempenho ambiental da RenovaBio será adotada a abordagem atribucional, com alocação em base energética.

Avaliação de desempenho ambiental e certificação

Aspectos Gerais

▪ “Premiação”: processos de produção de biocombustíveis com melhor desempenho ambiental (g CO2eq/MJ), comprovado por verificação/certificação

▪ Adesão: de caráter voluntário

▪ Pré-requisito: cumprimento da legislação ambiental brasileira

▪ Revisões do protocolo: trianuais, com incremento de requisitos

▪ Validade do certificado: três anos

Avaliação de desempenho ambiental e certificação

Escopo

▪ Tipos de biocombustíveis:

▪ etanol de cana-de-açúcar (1G e 2G)

▪ etanol de milho (de usinas flex)

▪ biodiesel

▪ bioquerosene

▪ biogás, biometano

▪ biocombustíveis importados

▪ Categoria de impacto ambiental: Mudanças Climáticas

▪ Etapas do Ciclo de Vida: “well-to-gate + distribuição”

Avaliação de desempenho ambiental e certificação

Escopo

▪ Fontes de dados:

▪ À montante do processo agrícola: BD ICV – ecoinvent, Greet, ILCD, SICV-Brasil

▪ Processo industrial: dados primários

▪ Distribuição: valores “default”, por tipo de biocombustível

▪ Processo agrícola:

Para cana-de-açúcar: dados primários da área de cana-de-açúcar de propriedade da usina; dados primários ou “default” para fornecedores

Para grãos e outros tipos de biomassa: “default”

Para resíduos: carga ambiental zero

▪ Ponto crítico: rastreabilidade

Processos de background

Avaliação de desempenho ambiental e certificação

Escopo

▪ Fontes de dados:

▪ À montante do processo agrícola: BD ICV – ecoinvent, Greet, ILCD, SICV-Brasil

▪ Processo agrícola:

Para cana-de-açúcar: dados primários da área de cana-de-açúcar de propriedade da usina; dados primários ou “default” para fornecedores

Para grãos e outros tipos de biomassa: “default”

Para resíduos: carga ambiental zero

▪ Processo industrial: dados primários

▪ Distribuição: valores “default”, por tipo de biocombustível

▪ Ponto crítico: rastreabilidade

PARÂMETRO UNIDADE

Área ha

Mudança de Uso da Terra (DLUC):• Contabilizadas emissões e remoções de CO2 das mudanças de estoque de C na

biomassa, matéria orgânica morta e solos minerais• BRLUC, por abordagem proporcional. Perfil de mudança de uso da terra e de

estoques de carbono discriminado por estado• Data de conversão: 2018• Emissões amortizadas em 20 anos• iLUC desconsiderada

ha(área de expansão,

uso anterior)

Sistema de plantioplantio direto; sucessão ou

rotação de culturas

Avaliação de desempenho ambiental e certificação

Dados e parâmetros agrícolas

continua

PARÂMETRO UNIDADE

Consumo de calcário: frequência de aplicaçãoQuantidade: kgÁrea aplicação: ha

Consumo de N de fertilizantes sintéticos

Consumo de N de compostos orgânicos

Consumo de dieselL

Consumo de outros combustíveis

Produção agrícolat

Recolhimento de resíduos agrícolas

Área com queima ha

Avaliação de desempenho ambiental e certificação

Dados e parâmetros agrícolas

Valores default

PARÂMETRO UNIDADE

Rendimento industrial do biocombustível kg/t matéria-prima

Rendimento industrial dos coprodutos (exceto energia elétrica) kg/t matéria-prima

Rendimento industrial de energia elétrica excedente (coproduto) kWh/t matéria-prima

Consumo de combustíveis MJ/t matéria-prima

Consumo de energia elétrica da rede MJ/t matéria-prima

Consumo de enzimas kg/t matéria-prima

Consumo de hidrogênio kg/t matéria-prima

No caso de biodiesel, a rota de produção etílica ou metílica

Avaliação de desempenho ambiental e certificação

Dados e parâmetros industriais

Consumo de metanol (se biodiesel); Teor de C do produto; Teor de C do coproduto; Poder calorífico do produto e Poder calorífico do coproduto

valores default

Cálculos – foreground

Calculadora

Calculadora

INSPIRADA NA FERRAMENTA DE CÁLCULO BIOGRACEhttp://www.biograce.net/content/ghgcalculationtools/recognis

edtool/

“The BioGrace greenhouse gas (GHG) calculation tool has been recognised as a voluntary scheme by the European Commission. It is in line with the sustainability criteria of the Renewable Energy Directive (2009/28/EC, RED) which

are equally stated in the Fuel Quality Directive (2009/30/EC).”

Calculadora

INSPIRADA NA FERRAMENTA DE CÁLCULO DO BIOGRACE

Indicador final

INDICADOR

Combustível fóssilg CO2eq/MJ

Biocombustívelg CO2eq/MJ

Mitigaçãog CO2eq/MJ

Ano 1

Como operacionalizar o mandato de redução de emissões de GEE para biocombustíveis no contexto do RenovaBio?

1) Avaliação da distribuição normal dos índices de desempenho das unidades certificadas até a data estabelecida pelo regulamento

2) Atribuição, com base na distribuição normal, de notas entre 0 e 10

3) Aplicação de um Fator Regional4) Estimativa do volume de CRE a ser ofertado5) Dimensionamento (pelo CNPE) do mandato

vigente para o ano subsequente, dentro dos limites estabelecidos em lei

Índices de redução de emissões de GEE segundo o

RenovaBio

Obrigadamarilia.folegatti@embrapa.br