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REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA TRABALHO DE FIM DE CURSO TEMA: AGLOMERADO RURAL RECOLHA E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Alunos: Albertino Chiwale Catarina Contreiras Pipa Isaac Xavier Sala n. 44 (Turma CC12B) CURSO DE CONSTRUÇÃO CIVIL TÉCNICO DE OBRAS ______________________ (Docente: Daniel Ganda) ______________________________ (Orientadora: Esperança da Conceição)

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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA

TRABALHO DE FIM DE CURSO

TEMA: AGLOMERADO RURAL RECOLHA E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Alunos: Albertino Chiwale

Catarina Contreiras Pipa Isaac Xavier

Sala n. 44 (Turma CC12B) CURSO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

TÉCNICO DE OBRAS

______________________ (Docente: Daniel Ganda)

______________________________ (Orientadora: Esperança da Conceição)

ÍNDICE  AGRADECIMENTOS ......................................................................................................................... 1  ABREVIATURAS ............................................................................................................................... 2  

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3  RESÍDUOS SÓLIDOS. CONCEITO .................................................................................................. 4  

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................... 5  Resíduos Urbanos ............................................................................................................................ 5  

Resíduos Industriais ......................................................................................................................... 6  Resíduos de serviços de saúde ......................................................................................................... 7  

Resíduos radioactivos ...................................................................................................................... 7  COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................... 8  

Características físicas dos resíduos urbanos .................................................................................... 8  Características químicas dos resíduos urbano .................................................................................. 9  

Características Biológicas dos resíduos urbanos ............................................................................. 9  PROBLEMAS RESULTANTES DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................... 10  

Poluição da água ............................................................................................................................ 10  Poluição do ar ................................................................................................................................. 11  

RECOLHA DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................ 12  TIPOS DE RECOLHA DE RESÍDUOS ....................................................................................... 12  

FACTORES CONSIDERADOS PARA RECOLHA DE RESÍDUOS ......................................... 13  CÁLCULOS – VARIÁVEIS NA RECOLHA DE RESÍDUOS ....................................................... 15  

Quantidade de resíduos .................................................................................................................. 15  Quantidade de resíduos para geração futura .................................................................................. 15  

Peso especifico ............................................................................................................................... 16  Quantidade de lixo por sector ........................................................................................................ 16  

SERVIÇOS DE LIMPEZA ................................................................................................................ 17  Acondicionamento. ........................................................................................................................ 17  

Varrição e raspagem de vias .......................................................................................................... 18  Coleta de materiais diversos e entulhos ......................................................................................... 18  

Remoção de animais mortos .......................................................................................................... 18  Limpeza de feiras livres e mercados .............................................................................................. 18  

Limpeza de praias .......................................................................................................................... 19  MÉTODOS DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ......................................................... 20  

ESTUDO DE CASO - COMUNA DA FUNDA (Funda I) ............................................................... 21  Limites geográficos ........................................................................................................................ 21  

VISITA À COMUNA DA FUNDA .................................................................................................. 23  

LIXO PRODUZIDO ...................................................................................................................... 23  NUMERO DE VIAGENS ............................................................................................................. 23  

TEMPO DE COLETA POR NÚMERO DE VEÍCULOS ............................................................. 23  NUMERO DE VEÍCULOS POR DIA .......................................................................................... 24  

AMOSTRA RECOLHIDA ............................................................................................................ 24  DEPOSIÇÃO DO LIXO ................................................................................................................ 25  

RECOLHA DO LIXO ................................................................................................................... 26  TRATAMENTO DO LIXO ........................................................................................................... 27  

Aterro Sanitário dos Mulenvos ...................................................................................................... 27  CONSTRUÇÃO DA ESTRUTURA ............................................................................................. 28  

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................ 30  CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 31  

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 32  

1 Grupo: Isaac Xavier, Catarina Pipa e Albertino Chiwale

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos que contribuíram para realização deste projeto, agradecimento especial ao amigo Pedro Alione pelo constante incentivo. À nossa orientadora professora Esperança da Conceição, e ao professor Daniel Ganda pela orientação durante a elaboração deste projeto e finalmente aos nossos pais pelo carinho e pelo apoio. Agradecemos ao Aterro Sanitário dos Mulenvos pela recepção e por todo material de apoio que nos forneceram.

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ABREVIATURAS

ASM - Aterro sanitário dos Mulenvos

BAS- Best African Solutions RSU- Resíduos Sólidos Urbanos

ELISAL- Empresa de Saneamento e Limpeza de Luanda SGO - Sunninvest, Gênesis e Odilon Santos

PEAD - Polietileno de Alta Densidade

3 Grupo: Isaac Xavier, Catarina Pipa e Albertino Chiwale

INTRODUÇÃO

O atual desenvolvimento da sociedade trouxe consigo a urbanização. Define-se urbanização como o processo pelo qual zonas rurais adquirem características urbanas, estas características estão associadas ao desenvolvimento da civilização e tecnologia.

A urbanização junto da atual industrialização concedem às sociedades a possibilidade de consumir de forma mais rápida, como é o caso dos produtos enlatados. Essa forma atual de consumo traz consigo a geração de muitos resíduos sólidos. A urbanização tem igualmente como consequência a aglomeração ou concentração da população em centros, o aumento dessa concentração vem agravando ainda mais a capacidade natural para absorver o lixo.

Portanto, a nível mundial tem se criado meios e vários sistema para contenção e gestão dos resíduos produzidos pelas sociedade.

A quatro décadas atrás, antes da revolução industrial a produção do lixo não era uma problemática como é hoje. Porém, a revolução industrial trouxe consigo a produção rápida, a satisfação rápida fez crescer produtos descartáveis (fraudas, papéis higiénicos, pratos e talheres), enlatados (vários produtos alimentares), e outros mais.

Um relatório emitido recentemente mostra que a produção de resíduos sólidos pode saltar de 1,3 bilhões de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas, realça o Programa das Organizações das Nações Unidas: “As necessidades humanas básicas, como água limpa, ar puro, e segurança alimentar são prejudicados por práticas de gestão de resíduos impróprios, com graves consequências para a saúde pública” Este trabalho visa então expor não só a importância e a grande necessidade de se ter um sistema sólido e apropriado para gestão do resíduos, bem como clarear sobre a natureza dos resíduos, como são gerados e a proposta para o estudo de caso.

Utilizou-se a comuna da Funda, município Cacuaco, como caso de estudo, foram feitas várias visitas sobre esta Comuna, avaliou-se a natureza dos resíduos ali produzidos, e como são tratados. E deste trabalho resultaram propostas que se implementadas melhorarão a qualidade do meio ambiente da comuna.

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RESÍDUOS SÓLIDOS. CONCEITO

Fig.1 - Resíduos sólidos Fonte: http://images.google.com

Resíduos sólidos também chamados lixo podem ser definidos como tudo o que resulta das atividades humanas bem como da natureza, que não podem aproveitados (ou que não possuam mais nenhuma utilidade). Resultam geralmente das indústrias, comércios, residências, e são de natureza diversas, podem ser orgânicos, inorgânicos e inertes. Os resíduos sólidos são muitas vezes perigosos para a saúde humana, para o meio ambiente, económicos e por vezes estéticos, podem ser muitas vezes tóxicos, bacteriológicos.

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CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos podem ser classificados:

Dependendo da velocidade com que degradam, nesse caso da sua biodegradabilidade, alguns resíduos degradam-se mais rápidos que os outros como o caso da resto de comidas, animais mortos e outros mais, e outros degradam dificilmente, como madeira, e existem alguns itens que não degradam, como pedras, vidros, ferros.

Sendo assim temos:

• Facilmente Degradáveis: leite, animais mortos, comidas, etc. • Moderadamente Degradáveis, tecidos, papel, etc. • Dificilmente Degradáveis, madeira, borracha, cerâmica, etc. • Não Degradáveis, ferro, vidro, pedras, etc.

Dependendo dos locais de onde foram gerados, ou ainda das atividades que os originou, os resíduos podem resultar de hospitais, construções, indústrias, residências, portanto, segundo a origem os resíduos podem ser:

Resíduos Urbanos

Fig.2 - Contentores de lixo. comummente usado em sítios urbanos

Fonte: http://images.google.com/ Existem dentro dessa categoria os resíduos domiciliares, que são aqueles gerados nas atividades residenciais. Constituídos por elevado percentual de matéria orgânica (restos de alimentos) e as embalagens plásticas, vidros, latas material de varredura, folhagens, etc. E os resíduos comerciais, que são os resultantes de atividades comerciais e de serviços, tais como, supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, hotéis, armazéns. Geralmente constituídos por papéis, vidros, plásticos, alguma matéria orgânica. Existem também alguns tipos de resíduos diferentes dos comummente encontrados e que são denominados tóxicos. Estes necessitam de um destino especial para que não contaminem o ambiente e os seres que nele habitam, como aerossóis vazios, pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, restos de medicamentos e outros.

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Estima-se que cada pessoa produza, em média, 1,3 kg de resíduo sólido por dia. Desta forma, uma pequena cidade de apenas 10 000 habitantes produziria mais de 10 toneladas de lixo diariamente. A coleta dos resíduos urbanos pode ser indiferenciada ou seletiva. É indiferenciada quando não ocorre nenhum tipo de seleção na sua coleta e acabam rotulados como lixo comum. E é seletiva quando os resíduos são recolhidos já com os seus componentes separados de acordo com o tipo de resíduo e destino para o qual são enviados. Após a coleta, o lixo comummente pode ser encaminhado para três lugares:

• Um aterro sanitário, • Uma unidade de incineração • Uma unidade de valorização e tratamento de resíduos.

Resíduos Industriais

Fig.3 - Emissões gasosas provenientes da industria

Fonte: http://images.google.com São originários das diferentes atividades industriais. Sua composição depende do tipo de indústria e do seu processamento. Algumas indústrias inseridas no meio urbano, tipo padarias e confecções, tem seu lixo classificado como domiciliar ou comercial.

Nos resíduos industriais existem várias classes dependendo da norma em causa, usando a norma brasileira, temos:

CLASSE I – perigosos São aqueles que apresentam periculosidade para o meio envolvente, como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. CLASSE II – não inertes

Geralmente apresentam apenas propriedades em combustilidade, biodegradabilidade e solubilidade em água, como por exemplo, papéis, papelão, matéria vegetal e outros.

CLASSE III – inertes São definidos como quaisquer resíduos que quando submetidos a um contacto estático ou dinâmico, à temperatura ambiente com água destilada ou deionizada não apresentarem nenhum componente seu solubilizado a concentrações elevadas, é o caso de tijolos, vidros, certos plásticos, e borrachas.

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Resíduos de serviços de saúde

Fig.4 - resíduos medicamentais

Fonte: http://images.google.com

Constituem os resíduos provenientes de hospitais, postos de saúde, farmácias, drogarias, laboratórios, clínicas médicas e odontológicas. Podem ser: Infectantes ou séptico: contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Ex. agulhas, seringas, gazes, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados em testes, sangue coagulado, luvas descartáveis, etc.

Resíduos comuns: resíduos de atividades administrativas dos serviços de varrição e limpeza, restos de alimentos que não tiveram contato com pacientes, etc.

Rejeitos radioativos: materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia.

Resíduos radioativos

Quanto à destinação dos rejeitos radioativos provenientes dos serviços de saúde e das atividades industriais, a matéria é regida por normas internacionais especiais.

Podendo acatar com graves consequências quando não tratadas devidamente.

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COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Fig.5 - Análise microscópica

Fonte: http://images.google.com

Sendo de elevada complexidade a determinação da composição físico-química dos resíduos uma vez que é gerados de fontes inúmeras conforme listados em cima, porém, de modo geral os lixos se compõe de alguns matérias fundamentais, geralmente são, constituídos de metais ferrosos, não ferrosos, papéis, vidros, madeira, matéria orgânicas.

Características físicas dos resíduos urbanos Composição gravimétrica consiste em determinar a quantidade proporcionada de um elemento, radical ou composto presente em uma amostra, eliminando todas as sustâncias que interferem e convertendo o constituinte ou componente desejado em um composto de composição definida, que seja suscetível de pesar-se. Peso específico, é definido como o peso por unidade de volume. Sua determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações; Teor de humidade, esta característica tem influência decisiva, principalmente nos processos de tratamento e destinação do lixo. Varia muito em função das estações do ano e da incidência de chuvas;

Compressibilidade ou grau de compactação, também conhecida como grau de compactação, indica a redução de volume que uma massa de lixo pode sofrer, quando submetida a uma pressão determinada. A compressividade do lixo situa-se entre 1:3 e 1:4 para uma pressão equivalente a 4 kg/cm2 . Tais valores são utilizados para dimensionamento de equipamentos compactadores;

Geração per capita - relaciona quantidade do lixo gerado diariamente e o número de habitantes de determinada região

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Características químicas dos resíduos urbano

Poder calorífico: indica a capacidade potencial de um material despender determinada quantidade de calor quando submetido à queima; Potencial de hidrogênio (pH): indica o teor de acidez ou alcalinidade do material;

Teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras: importante conhecer, principalmente quando se estudam processos de tratamento aplicáveis ao lixo; Relação C/N ou relação carbono/nitrogênio: indica o grau de decomposição da matéria orgânica do lixo nos processos de tratamento/disposição final.

Características Biológicas dos resíduos urbanos

O estudo da população microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo urbano, ao lado das suas características químicas, permite que sejam discriminados os métodos de tratamento e disposição mais adequados. Nessa área são necessários procedimentos de pesquisa.

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PROBLEMAS RESULTANTES DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Fig. 6 - Local de deposição de lixo Fonte: http://images.google.com

Desde o surgimento dos primeiros centros urbanos, a produção de lixo se apresenta como um problema de difícil solução. A partir da Revolução Industrial, com a intensificação da migração dos trabalhadores do campo para a cidade, aumentaram as dificuldades referentes à produção de resíduos sólidos de diferentes naturezas (domésticos, industriais, serviços de saúde, etc.), os quais constituem-se atualmente numa das principais fontes de degradação do meio ambiente. A poluição dos mananciais (rios, lagos, águas subterrâneas,...) pode ser causada por influentes líquidos e resíduos sólidos originários dos resíduos domésticos (banheiro, cozinha, lavandeira,...), das atividades agropecuárias (uso de agroquímicos, fertilizantes e corretivos; bovino cultura; suíno cultura e avicultura) e atividades agroindustriais (conservas, laticínios, curtumes, frigoríficos).

Poluição da água

Geralmente, este tipo de poluição é gerado em zonas industriais.Com o avanço da tecnologia e da indústria, aumenta o número de fábricas, e muitas delas, trabalham com povos, que depois de utilizados são jogados indevidamente fora. O que há de errado é o fato de rios e lagos servirem como local de depósito esses mesmos químicos. A principal fonte de poluição hídrica é o homem, quer seja através de fábricas, quer seja através de simples gestos de lançar resíduos na água. O lançamento de esgoto doméstico também é um problema ambiental para ser enfrentado, em muitas cidades, o esgoto não é tratado e é lançado diretamente aos rios, afetando o ambiente onde se encontra o rio, consequentemente, abalando todo um ecossistema.

Mas, quais são as reais consequências da poluição hídrica? A água é um ambiente de vida para muitos seres vivos. Com a poluição e contaminação da água, várias espécies poderão morrer. Além das consequências para as espécies marinhas, são também consideráveis as possíveis consequências para o homem.

Também cavamos demais causando a falta de abastecimento de lenções freáticos e também alagamentos na partes baixas da cidade.

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Poluição do ar

A poluição gerada nas cidades de hoje é resultado, principalmente, da queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e derivados do petróleo(gasolina e diesel). A queima destes produtos tem lançado uma grande quantidade de monóxido de carbono e dióxido de carbono (gás carbônico) na atmosfera .Esta poluição tem gerado diversos problemas nos grandes centros urbanos. A saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada com a poluição. Doenças respiratórias como a bronquite, rinite alérgica, alergias e asma levam milhares de pessoas aos hospitais todos os anos. Fruto desta poluição, a chuva ácida mata plantas, animais e vai corroendo, com o tempo, monumentos históricos.

Fontes de poluição, efeito estufa, chuva ácida, combustíveis fósseis, consequências da poluição, combustíveis não poluentes, poluição ambiental e poluição atmosférica.

Poluição do solo A poluição do solo é a alteração prejudicial de suas características naturais, com eventuais mudanças na estrutura física, resultado de fenômenos naturais: terramotos, vendavais e inundações ou de atividades humanas: disposição de resíduos sólidos e líquidos, urbanização e ocupação do solo, atividades agropecuárias e extrativas e acidentes no transporte de cargas. A contaminação do solo pode ser de origem orgânica ou inorgânica: materiais contaminados ou em decomposição presentes no lixo; substâncias químicas perigosas; pesticidas empregados na produção agropecuária. Alguns mais cedo ou mais tarde chegam ao corpo humano, não somente por respiração da poeira, como principalmente através da água que se contamina pelo solo e através dos alimentos produzidos.

Resumindo: 1. Poluição do ar por gases poluentes gerados, principalmente gerados por animais chamados

de jubileu, que em sua maioria moram em Colombo, no Paraná, pela queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, gasolina e diesel) e indústrias.

2. Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocada por despejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vazamento de petróleo), etc.;

3. Poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos) e descarte incorreto de lixo;

4. Queimadas em matas e florestas como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura; 5. Desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercialização de madeira; 6. Esgotamento do lixo 7. Falta de água para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdício),

contaminação e poluição dos recursos hídricos; 8. Aquecimento Global, causado pela grande quantidade de emissão de gases do efeito estufa; 9. Diminuição da Camada de Ozônio, provocada pela emissão de determinados gases (CFC,

por exemplo) no meio ambiente.

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RECOLHA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Fig. 7 - recolha de resíduos em locais urbanos

Fonte: http://images.google.com

Uma vez contemplado as diversas fontes de resíduos urbanos, nesse capitulo queremos então desembuçar sobre a coleta desses resíduos até ao seu destino final.

Coleta é o termo atribuído à atividade de recolha de resíduos encontrados nos mais diversos locais para sua deposição em locais destinados, esta coleta também chamada de recolha, é geralmente levada ao cabo por empresas especializadas, e até por voluntários.

TIPOS DE RECOLHA DE RESÍDUOS

Existem várias formas1 de recolha de resíduos, conforme alistados abaixo: 1 - Coleta Regular: Corresponde à remoção de lixo domiciliar, resíduos de varrição, de feiras, praias, resíduos de serviços de saúde. Coleta de resíduos sólidos executados em intervalos determinados.

2 - Coleta Especial - É a coleta destinada a remover resíduos, que não são removíveis pela coleta regular em virtude de suas características próprias, origem e quantidade. Exemplos: Entulhos, animais mortos, móveis velhos, colchões, podação, materiais diversos, monturos, etc. 3 - Coleta Particular - É a coleta de qualquer tipo de resíduo urbano, pelo qual cidadãos ou empresas pagam para retirar os resíduos. Exemplo: Lixo industrial, entulho de construção, etc. 4 - Coleta de resíduos de serviços de saúde - Ela é apresentada à parte por apresentar riscos de saúde superiores à coleta domiciliar. É dividido em: a) Coleta Hospitalar - É a coleta de hospitais, aeroportos, portos, presídios e outros estabelecimentos similares. b) Coleta de Farmácias, Centros de saúde, Laboratórios, Clínicas Veterinárias, etc.

2 Esta taxa varia conforme o país, bem como com o tempo. O valor aqui usado é comumente aceite.

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Esta coleta é executada por veículos exclusivos, de forma a não ocorrerem problemas de espalhamento de resíduos, o derramamento de líquidos em vias públicas ou problemas de contato manual.

5 - Coleta de resíduos de feiras, praias ou calçadões - Coleta regular dos resíduos oriundos da limpeza e varrição de feiras, praias e calçadões.

6 - Coleta Seletiva - Coleta que remove os resíduos previamente separados pelo gerador, tais como: papéis, latas, vidros e outros.

7 - Coleta de varrição ou varredura - Coleta regular dos resíduos oriundos da varrição de vias e logradouros públicos.

Sendo assim, dependo do local e do tipo de resíduo gerado, determina-se que tipo coleta deve se realizar.

FACTORES CONSIDERADOS PARA RECOLHA DE RESÍDUOS O dimensionamento e a programação da coleta estão relacionados à estimativa :

1. Recursos necessários a. Tipo de veículo,

b. Frota necessária, o maior número de veículos que precisam operar, simultaneamente, num mesmo dia e horário. O dimensionamento deve ser dinâmico e monitorado, pois poderá haver modificações dos dados originais, tais como:

i. Ampliação dos serviços em áreas novas.

ii. Substituição ou renovação dos veículos por outros com características diferentes (capacidade, velocidade, etc.).

iii. Baixa produtividade. iv. Alterações da frequência e horários.

v. Satisfação dos munícipes, quanto à frequência e horários. c. Quantidade de pessoal

2. Definição de como o serviço será executado a. Frequências, é o número de dias por semana onde acontece a coleta, em uma mesma

zona ou mesmo itinerário. b. Horários, dias da semana e horas

c. Roteiros, d. Itinerários de coleta é o percurso ou trajeto que o veículo coletor deve percorrer

dentro de um mesmo sector, num mesmo período. O ideal é transformar a máxima quantidade de lixo num percurso bem produtivo, com o menor desgaste possível para o veículo e a guarnição

e. Pontos de destino

3. Definição dos sectores da Colecta a. No mapa da cidade, dividir os sectores de coleta, os quais representem regiões

homogêneas. (geração lixo/habitante e uso e ocupação do solo). Definir, para cada sector de coleta, a frequência e horário de coleta. Definir quais os dias da coleta, por sector (Segunda, Quarta e Sexta, por exemplo).

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Em geral, quando se contrata serviços de coleta domiciliar são contratadas juntas as empresas particulares. O poder público define seus requisitos básicos, tais como, frequências, horários da coleta, locais e destino final, etc.

Cabe as empresas seu dimensionamento e programação. No entanto, é necessário o envolvimento do poder público no dimensionamento e na programação dos serviços. Isto visa assegurar que atendam aos padrões de desempenho e de nível de serviço julgados adequados e garantir a justa remuneração pelos serviços prestados.

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CÁLCULOS – VARIÁVEIS NA RECOLHA DE RESÍDUOS

Um fator na determinação da quantidade de resíduo a ser coletado é a quantidade resíduo produzido pela população em causa. Tal quantidade determinará, o tamanho do veículo da recolha, o pessoal que deve ser envolvido na recolha, o horário da recolha, e a frequência de recolha. Quantidade de resíduos

Estimam-se três métodos de calcular a quantidade de resíduos que uma dada população pode gerar: A primeira seria monitorar a quantidade total de lixo coletado diariamente, através da pesagem no destino final, de todos os veículos. Essa pesagem determina a quantidade coletada num só dia. Deve-se repetir em mais de um dia, para obter dados mais precisos.

A segunda, seria calcular o total coletado de lixo, em regiões homogêneas (uso e ocupação do solo, área geográfica, tipo de lixo, geração de lixo, etc.). A partir destas informações, é possível expandir a amostra considerando a divisão da cidade em regiões homogêneas. Calculado o número de habitantes, encontra-se o índice de geração de resíduos domiciliares “per capita”. A terceira, é através de uma estimativa. Adotando-se o valor da taxa de geração de lixo domiciliar2 de 1,5kg/hab./dia.

Q = 1,5 kg x nº de habitantes

Os horários ou períodos de uma coleta podem ser diurnos ou noturnos. Abaixo, são descritos alguns aspectos comparativos para coleta noturna.

As colectas noturnas são vantajosas pelas razões abaixo alistadas 1. Maior produtividade dos veículos de coleta, através de maior velocidade média (menor

quantidade de tráfego ). 2. Menor transtorno em vias de circulação mais intensa.

3. Aproveitamento melhor da frota (trabalho em 2 turnos). 4. Redução do tempo de espera na descarga.

Quantidade de resíduos para geração futura Previsões podem ser feitas para o futuro, sobre a tendência da quantidade de lixo que será produzida por geração ao longo do tempo.

QF = (1 + D) x (A x (1 + E)) x (B x ( 1 + C)))

QF = Quantidade de Lixo Domiciliar para Geração Futura A = 0,65 kg/hab./dia B = população a ser atendida. C = Taxa de crescimento populacional - % D = Taxa de incremento futuro do serviço de limpeza pública - % E = Taxa de incremento por geração per capita de lixo - %

2 Esta taxa varia conforme o país, bem como com o tempo. O valor aqui usado é comumente aceite.

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Peso especifico O peso específico (densidade) aparente é aquele referido aos resíduos sólidos nas condições em que ele se apresenta inicialmente, pronto para ser coletado, ou seja, sem descontar os vazios. Este valor varia de cidade para cidade, pois os resíduos urbanos têm suas condições variáveis em consequência das mudanças de hábitos, em função dos novos produtos de consumo, do seu poder aquisitivo e da evolução dos padrões de cultura. O peso específico aparente vem diminuindo progressivamente devido à crescente industrialização, ao consumo cada vez mais de alimentos preparados, acarretando, portanto, uma redução de teor de matéria orgânica no resíduo sólido doméstico, bem como aumento do teor de invólucros, de papéis e de plásticos.

Peso Especifico = Peso (Kg) / Volume (M3)

O peso especifico de uma determinada quantidade é o principal obstáculo na deposição e arranjo nos aterros sanitários, para que se garanta um bom aterro do lixo, utilizam-se compactadores que compactam o lixo ao menor volume possível. Um compactador é capaz de em 15m3, coleta do lixo com peso total de cerca de 9 toneladas. O peso especifico será: 15m3/9 ton. = 600 Kg/m3. Comparando com o peso específico do lixo solto, que é 273 Kg/m3, tem-se mais que o dobro para o lixo compactado. Quantidade de lixo por sector Este fato é importante, porque permite às empresas preverem o tipo de resíduos sólidos e seu consequente volume, resíduos domiciliares tendem a ser de pequeno volume/peso especifico e em grandes quantidades, os resíduos industriais tendem a ser grande em volume e em quantidade. Estima-se a quantidade de lixo por cada sector pela seguinte expressão:

Ns = (1/J) (( L/VC) + 2 ( DG/VT) + 2 ( DD/VT ) x ( Q/C)) J = duração útil da jornada de trabalho de guarnição da saída da garagem até o seu retorno. C = capacidade dos veículos de coleta = 70% da capacidade nominal (ton ou m3). DG = distância entre a garagem da empresa coletora e o sector de coleta. DD = distância entre o sector de coleta e o ponto de descarga (aterro ou transbordo). L = percurso total da coleta. VC = velocidade média da coleta - de 4 a 6,5 km/h. VT = velocidade média dos percursos entre a garagem e o sector, e entre o sector e o ponto de descarga e vice-versa. - de 15 a 30km/h. em geral é medido em campo e depende de fatores como: trânsito, carga, etc. As distâncias a um sector (DG e DD), estimam-se considerando o centro geográfico.

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SERVIÇOS DE LIMPEZA

A preocupação com os resíduos não está somente relacionada com a saúde, ou com o meio-ambiente está igualmente relacionada à estética.

Existem vários serviços que podem ser citados aqui.

Acondicionamento.

Fig.8 cesto colocado nas vias publicas

Fonte: http://images.google.com

Acondicionamento é a fase inicial, na qual os resíduos são preparados de modo a serem mais facilmente manuseados nas etapas de coleta e de destinação final. Acondicionar significa dar ao lixo uma embalagem adequada, cujos tipos dependem de suas características e da forma de remoção, aumentando assim a segurança e a eficiência do serviço.

O acondicionamento acontece em duas etapas: interno ou externo. Na etapa interna o gerador é responsável e na etapa externa a responsabilidade é do poder público, com exceção dos grandes geradores ou geradores de resíduos especiais (entulhos de construção, industriais, radioativos, etc.).

Na etapa que precede a coleta externa, os resíduos devem ser acondicionados em locais e recipientes adequados para serem confinados, evitando acidentes (lixo infectante e perfuro-cortante), proliferação de insetos e animais indesejáveis e poluição ambiental.

Os limites máximos aceitáveis de peso e de volume do lixo a ser coletado regularmente são estabelecidos por normas que devem refletir as peculiaridades locais, orientando e educando a população, cuja colaboração é fundamental para a boa execução das atividades.

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Um mau acondicionamento retarda o serviço e encarece. Recipientes inadequados ou improvisados, pouco resistentes, mal fechado ou muito pesado e com materiais sem a devida proteção, aumentam o risco de acidentes de trabalho.

Os materiais agressivos ou perigosos devem ser acondicionados em separado do restante do lixo, para uma correta disposição. Os líquidos devem ser retirados. Vidros quebrados e superfícies cortantes devem ser embrulhados em jornal.

Nisto, vários recipiente são colocados na via pública onde o cidadão pode depositar seus resíduos.

Varrição e raspagem de vias A limpeza das calçadas e das ruas não depende apenas da atuação da prefeitura, e sim, principalmente, da educação e conscientização da população. Deve-se promover campanhas educativas para conscientizar a população. A limpeza das vias é fator importante na atração de turistas, que normalmente reparam em detalhes dos locais que visitam.

O objetivo da varrição é manter a cidade limpa, evitar riscos à saúde pública e prevenir enchentes e assoreamento de recursos hídricos.

A varrição das ruas e logradouros públicos pode ser feita manualmente ou mecanicamente.

Coleta de materiais diversos e entulhos Os grandes vilãos das administrações municipais são os entulhos de origem de construções ou reformas de residências ou escritórios. O custo desta coleta é bastante caro, pois utiliza equipamentos "pesados" e caçambas. No entanto, a situação se torna mais grave, quando estes resíduos não são coletados, pois propicia a proliferação de vetores, atrapalha o tráfego de pedestres e automóveis, destrói a paisagem e atrai outros resíduos.

Quando a coleta é feita clandestina por equipamentos das empreiteiras, o seu custeio (preço por tonelada), tende a crescer. O peso específico de um resíduo domiciliar, sem compactação, chega em torno de 425 Kg/m3 e de entulho de construção de 1.280 Kg/m3. Como o custeio é pago por peso, os veículos infratores "ganham" bastante.

A coleta de materiais diversos também tem seu custo alto, pelo mesmo motivo do seu peso específico. A coleta de restos de móveis e eletrodomésticos, e outros resíduos constitui o tipo desta coleta.

Uma das formas que as administrações municipais encontraram, foi a setorização da cidade e programa de coleta, informando previamente à população quando o veículo coletor de materiais diversos irá passar. Estas operações são também chamadas de "bota-fora", "cata-tralha", etc.

A coleta especial, por parte da administração, mediante solicitação e pagamento do serviço pelo cidadão, está prevista em diversos códigos municipais.

Remoção de animais mortos Este serviço pode ser feito com equipamentos dotados de carroceiras fechadas ou abertas, munidas de guincho.

Limpeza de feiras livres e mercados A limpeza deve ser feita imediatamente após o seu encerramento, por garis munidos de vassourões, pás e carrinhos de mão. As áreas de feiras, principalmente os locais onde foram comercializados peixes, carnes e frutas, devem ser lavados, desinfetados ou desodorados. Contêineres podem ser utilizados quando houver grandes volumes de lixo.

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Estes resíduos, por se tratar de um lixo quase que totalmente orgânico, constituem uma possibilidade de uma futura compostagem.

Limpeza de praias A frequência da limpeza e o número de equipes nas praias dependem da época de grande movimento. Cestos e tambores devem estar dispostos ao longo da praia.

Limpeza de bocas de lobo, galerias, córregos e canais

Podem ser feitas manualmente, utilizando-se garis munidos de pás, picaretas, enxadas, aspirador, motor e mangueira para jateamento de água, e mecanicamente, com equipamentos tipo multiuso.

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MÉTODOS DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O tratamento de resíduos consiste no conjunto de métodos e operações necessárias para respeitar as legislações aplicáveis aos resíduos, desde a sua produção até o destino final com o intuito de diminuir o impacto negativo na saúde humana, assim como no ambiente. Pode consistir numa deposição final, ou um tratamento intermediário, que diminua a perigosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem.

Várias são as formas de processamento e disposição final aplicáveis ao lixo urbano. Na maioria das vezes, ocorrem associadas. As mais conhecidas são: Compactação: Trata-se de um processamento que reduz o volume inicial de lixo de 1/3 a 1/5, favorecendo o seu posterior transporte e disposição final. Isto pode se dar nas estações de transferência, conforme já comentado.

Trituração: Consiste na redução da granulometria dos resíduos através de emprego de moinhos trituradores, objetivando diminuir o seu volume e favorecer o seu tratamento e/ou disposição final.

Incineração: Este processo visa a queima controlada do lixo em fornos projetados para transformar totalmente os resíduos em material inerte, propiciando também uma redução de volume e de peso. Do ponto de vista sanitário é excelente. A desvantagem fica por conta dos altos custos de instalação e operação, além dos riscos de poluição atmosférica, quando o equipamento não for adequadamente projetado e/ou operado. Reciclagem

A reciclagem dos materiais recuperáveis no lixo urbano tem cada vez maior aceitação no mundo. As vantagens econômicas, sociais, sanitárias e ambientais sobre os outros métodos são evidentes.

Este processo constitui importante forma de recuperação energética, especialmente quando associado a um sistema de compostagem. Apenas alguns componentes do lixo urbano não podem ser reaproveitados. É o caso de louças, pedras e restos de aparelhos sanitários, que até o momento, pelo menos, não tem nenhum aproveitamento econômico. Outros são considerados resíduos perigosos, como restos de tinta e pilhas, por exemplo, e devem ser separados para evitar a contaminação do composto. Dependendo das características regionais, a reciclagem pode representar um fator importante de redução de custos dentro do sistema de limpeza urbana. Aterro (sanitário e controlado)

A rigor, é o único método de disposição final propriamente dito. Consiste basicamente em: a) compactação dos resíduos em camadas sobre o solo, empregando-se, por exemplo, um trator de esteira; b) o seu recobrimento com uma camada de terra ou outro material inerte;

Compostagem Trata-se de método para decomposição do material orgânico existente no lixo, sob condições adequadas, de forma a se obter um composto orgânico para utilização na agricultura. Apesar de ser considerado um método de tratamento, a compostagem também pode ser entendida como um processo de destinação do material orgânico presente no lixo. Isto porque possibilita enorme redução da quantidade de material a ser disposto no aterro sanitário (somente o que for rejeitado no processamento).

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ESTUDO DE CASO - COMUNA DA FUNDA (Funda I)

Fig.9 - mapa da comuna da Funda

A comuna da Funda é representada por um administrador comunal que responde pelos problemas locais a nível da comuna e as orientações da administração de Cacuaco, que visa assegurar as atividades a nível da comuna, e a realizações das distribuições da administração local do estudo. A comuna foi fundada nas décadas de 60.

A Funda é uma comuna do município de Cacuaco a sua extensão territorial é de 256,80 Km2 é uma região de Luanda situa-se no município de Cacuaco, dista da sede desde 25 Km, com estradas asfaltadas e fica no trajeto com o município do Icóle Bengo.

Limites geográficos

• Norte com o município do Icole Bengo • Sul com o município do Icole Bengo • Este com a província do Bengo • Oeste com a localidade do Kifangondo

Tem a sua população estimada por 70.636 (Funda I com cerca de 1500) habitantes por estimativa, com certa inexistência de demográficos. a população é maioritariamente camponesa com o domínio de Kimbundu e Ovimbundo. As principais atividades insere-se na agricultura e pesca

Serviços públicos saúde, educação, agricultura, ordem publica, cemitérios, saneamento básico, igrejas centro cultural e parques infantil.

A comuna tem um clima tropical seco com temperaturas médias anual, variando entre 24 grau celsius.

A comuna também conta com 23 bairros controlados pelas comissões dos moradores e a colaboração das autoridades tradicionais

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Os seus recursos naturais são recursos hídricos e florestais.

Podemos verificar a mesma conheceu algumas melhorias na situação socioeconómica e produtiva da comuna , ao longo do período , houve melhorias significativas em alguns sectores ligados direita ou indiretamente a produção de bens de serviços

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VISITA À COMUNA DA FUNDA

A fim de proceder com a parte experimental desse projeto. Realizou-se várias visitas à comuna da Funda. Estas visitas visaram:

• Fazer um levantamento sobre as características dos resíduos produzidos naquela comuna, • Analisar o atual método de deposito, recolha e deposito em função dos resíduos produzidos • Providenciar um parecer acadêmico com formas possíveis de melhoria o sistema de recolha

e tratamento ali praticado. Os resultados dessa visita são apresentados a seguir:

LIXO PRODUZIDO

A. Usando uma taxa de 1.5 kg/dia estima-se com base em 1.500 habitantes, que em média esta comuna produza, 2.250 kg de lixo por dia, o que perfaz 15750 quilogramas de lixo semanalmente.

1.500 habitantes x 1,5 kg/hab/dia = 2.250 kg

B. Dados recolhidos a volta do mercado da comuna, identificou um contentor com capacidade para 1m3 e 450 kg de resíduos completamente cheio. Identificamos uma produção de lixo maior nos domicilios do que comercial (excluído o lixo hospital) . Estimou-se então uma taxa de 450 kg/dia de lixo comercial.

C. Sendo assim temos: 2.250 kg/dia + 450 kg/dia = 2.700 kg/dia = 27 ton./dia

NUMERO DE VIAGENS A. Em média pode-se transportar até 9 toneladas de lixo dia por cada viagem, sendo assim tem-

se: Numero de viagens = ( 27 t/dia ) / (9 t /dia) = 3 viagens por dia

B. Estima-se que precisam-se de pelo aproximadamente 3 viagens com carros colectores com capacidade de 9 tonelas dia para a recolha dos resíduos na comuna da Funda.

TEMPO DE COLETA POR NÚMERO DE VEÍCULOS

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Plás%cos  48%  

Vidros  3%  

Papel  13%  

Tecido  6%  

Madeira  1%  

Metal  29%  

A. Assumindo um tempo médio de coleta 20 minutos, B. A base da Recolix situada perto do Aterro Sanitário dos Mulenvos fica em média 54

minutos (desconsiderando as condições do trafego) da Funda. C. Calcula-se então

20 minutos + 1 h e 48 minutos = 2 h e 8 minutos/viagem

NUMERO DE VEÍCULOS POR DIA

Com um tempo de 2h e 8 minutos, pode-se se efetuar potencialmente 12 viagens num dia. E para recolha de 27 toneladas requer-se apenas 3 viagens num dia, logo, estima-se com base nos cálculos seguintes que precisamos de no mínimo 1 veículo. Uma vez que em uma viagem, 9 toneladas podem ser recolhidas num tempo (ida/recolha/volta) de 2 horas e 8 minutos. Estima-se que:

A. 1 veiculo: 9 ton/viagem, tempo gasto: 6 horas e 40 minutos B. 2 veículos: 18 ton/viagem, tempo gasto: 4 horas e 20 minutos C. 3 veículos: 27 ton/viagem, tempo gasto: 2 horas e 8 minutos

AMOSTRA RECOLHIDA Também várias amostras foram recolhidas, recolheu-se amostra das casas de alguns moradores, tomou-se amostra dos locais onde se costuma são depositados os resíduos pelos moradores, e através de um tratamento analítico, verificou-se, como se vê no gráfico a seguir, que a maior parte dos resíduos produzidos são:

• Plásticos (sacos, bidões, embalagens, etc.) 49% • Metal (latas de refrigerantes, ferros, chapas, etc.) 29% • Papel (papelões, caixas, catujal) 13% • Tecidos 6% • Vidros (garrafas) 3% • Madeira 1%

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DEPOSIÇÃO DO LIXO

O lixo produzido pelas atividades domésticas nas moradias acumulam-se em caixotes, sacos de diversos tamanhos, baldes a fim de obter um determinado volume para então ser levado a um destino final.

Os moradores dessa comuna têm diversos hábitos:

1. Queima de Lixo Alguns moradores simplesmente após certo volume de lixo (conforme a figura a seguir), juntam o lixo em algum local de suas moradias (lavras, quintais, etc.) e queimam-no:

Fig. 11 - Deposito domestico de lixo Fonte: Própria

2. Lixeiras

Alguns moradores depositam o lixo nas grandes lixeiras perto de suas casas, estes constituem a maioria.

Fig. 12 - Lixeira local

Fonte: Própria

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3. Depósito para recolha

Alguns, perto de locais como mercado, depositam o seu lixo em caixotes (contentores) apropriados para tal.

Fig. 13 - Contentores apropriados para lixo

Fonte: Própria

RECOLHA DO LIXO Algumas empresas que atuam nesse sector na recolha dos resíduos são:

- RECOLIX (no ramo hospitalar) - MESACLIM

- SGO - ELISAL

As recolhas são feitas com uma frequência diária em torno de toda comuna. Os resíduos recolhidos são acondicionados no aterro sanitário do Mulenvos.

Em alguns pontos, verificam-se um sistema eficaz de recolha do lixo, bem como uma produção moderada de lixo, em outros locais. A vida rural da comuna contribui em grande parte para esse baixo índice de produção de lixo, a pouca dependência de produtos enlatados como os centros urbanos, bem como grande consumo de produtos agrícolas.

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TRATAMENTO DO LIXO

Pode-se observar igualmente que os resíduos produzidos pelas unidades hospitalares da comuna são recolhidos pela RECOLIX e são incinerados.

Os resíduos domésticos recolhidos são transportados até na comuna do Mulenvos onde é aterrado, pela BAS -- Best Africans Solutions.

Fig. 14 - Área Total disponível do Aterro Sanitário dos Mulenvos

Aterro Sanitário dos Mulenvos O Aterro Sanitário dos Mulenvos -- ASM foi inaugurado pelo Exmo. Sr. presidente da república, Eng.º. José Eduardo dos Santos em 14 de dezembro de 2007. A primeira etapa, iniciada nessa data, termina no dia 31 de Agosto de 2011 .

Até hoje , o ASM em andamento operacional , contou com a movimentação de cerca um milhão e meio de metros cúbicos de terra além de outros serviços também expressivos.

A ELISAL mantém na entrada e saída do aterro sanitário dos Mulenvos -- ASM, equipes de avaliação e controlo electrónico de recebimento dos resíduos sólidos urbanos, com atuação de 24 horas sobre 24 horas, desde o primeiro dia do ano até o ultimo, sem qualquer interrupção. Alguns pontos chaves sobre o ASM:

• 5 anos e 3 meses tempo de produção do ASM • 9.184.596 toneladas de RSU • 7.300 ton/dia produção média atual • 600-800 viagens camiões/dia média atual

BALANÇA

Eventual Ampliação do Aterro Sanitário

Etapa 8 Etapa 6

Etapa7 Etapa 5

Etapa 4 Etapa 2

Etapa 3 Etapa 1

LAGOAS DE TRATAMENTO

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• 350.000 m3 de terra de cobertura • 2.000.000m3 de escavação • 100 drenos verticais para o biogás • 40km de drenos horizontais para o lixiviado • 80.000m3 de capacidade das lagoas de tratamento de lixiviado • 7,2 km de perímetro de vedação da área do ASM • 270 há área disponível do aterro sanitário • 156 km de ruas internas e de acessos aos vários níveis de deposição

As atividades do ASM consiste em duas fases, a fase da construção da estrutura onde será embarcado o lixo, e a fase da deposição dos resíduos e seu tratamento.

CONSTRUÇÃO DA ESTRUTURA

A preparação de uma estrutura consiste de 4 etapas que são:

1. Escavação. O aterro começa com a escavação de um grande buraco. Mas, antes disso, o solo é perfurado até o lençol freático para verificar se não é arenoso demais e calcular o limite da escavação: o fundo não pode ficar a menos de 2 metros do lençol.

Fig. 15 - Escavação

Fonte: Vídeo de apresentação do aterro sanitário dos Mulenvos

2. Impermeabilização do solo.

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Tratores compactam a terra do fundo do buraco. Sobre o solo compactado é colocada uma espécie de manta de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e, sobre ela, uma camada de pedra britada, por onde passam os líquidos e gases liberados pelo lixo. A cada 5 metros de lixo é feita uma camada de impermeabilização.

Fig-16 impermeabilização do solo

Fonte: Vídeo de apresentação do aterro sanitário dos Mulenvos

3. Teste da Geomembranas de PEAD. São efectuados testes de pressões sobre as geomembranas para verificar a sua resistência à quantidade de resíduos sólidos.

Fig-17 teste da Geomenbrana de PEAD

Fonte: Vídeo de apresentação do aterro sanitário dos Mulenvos

4. Realização de drenos verticais e horizontais. Para drenar o percolado (líquido que sai do lixo misturado à água da chuva) a cada 20 metros são instaladas calhas de concreto, que levam a mistura liquida até a lagoa de acumulação.

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Fig. 18 - Drenos

Fonte: Vídeo de apresentação do aterro sanitário dos Mulenvos

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Uma vez construída a vala de depósito e preparada as condições, prodece-se com a entrada dos resíduos sólidos. Essa fase compreende as seguintes etapas:

• Descarga de resíduos sólidos. É feita pelos camiões que fazem a recolha nos bairros da nossa cidade. Esses camiões ao entrarem para o aterro são pesados em balanças que controlam a quantidade de lixo que chega ao aterro em cada caminhão. Caminhões coletores como os que vemos nas ruas carregam de 7 a 9 toneladas, mas há carretas capazes de levar até 40 toneladas por viagem.

• Espalhamento e nivelamento. Depois da descarga de resíduo, os tratores espalham e nivelam o lixo de modo a permitir mais espaço livre.

• Compactação. Depois de espalhado os resíduos os camiões compactadores compactam os resíduos ao solo. Essa compactação permite a redução dos espaços não preenchidos.

• Cobertura. Um quantidade de terra por cima do solo. O nivelamento final da vala é efetuado numa cota superior à do terreno, prevendo-se prováveis recalques, de forma a evitar o acúmulo de água. Esta cobertura final geralmente é executada com uma camada de solo de, aproximadamente, 60 centímetros, com uma declividade de, no mínimo, 7 % na menor dimensão da vala.

• Chaminé para biogás. O lixo solta gases, que são captados por uma rede de tubos verticais cheios de furinhos. Por esses canos, os gases sobem e chegam à superfície do aterro. Alguns gases são recolhidos em tambores e outros são liberados na atmosfera - o metano, em contato com o ar, pega fogo.

• Regularização dos taludes. • Drenagem de águas fluviais

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CONCLUSÃO

Como conclusões, pôde se apreciar através dos resultados que:

- Em média, a higiene na comuna da Funda é boa, apenas seu sistema de tratamento necessita de algumas melhorias, uma vez que a maior parte do lixo é queimado e depositado em locais impróprios. O que prejudicam a natureza. - O ambiente verde da comuna, as lavras e plantações contribuem fortemente para ruas e cidades limpas. Algumas recomendações surgiram deste trabalho:

- Campanhas de sensibilização deviam ser dadas regularmente na comuna (distribuição de folhetos, etc.), sensibilizando os moradores sobre o perigo da queima do lixo sobre o meio-ambiente

- As empresas deviam se dispor não apenas em recolher o lixo nos locais onde tenham colocado contentores, mas em ir nas grandes lixeiras recolher o lixo, e após limpeza, colocar nesses locais contentores apropriados para os moradores. A existência dessas lixeiras revela quais são os locais mais fáceis em termos de deslocação para os populares.

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BIBLIOGRAFIA

• Fundação Nacional de Saúde, FUNASA , Ministério da Saúde 2006 -1 Reimpressão, Editora

Assessoria de comunicação e Educação em Saúde.

• ABES – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA A E AMBIENTAL, INSTRUTORES: FRANCISCO HUMBERTO CARVALHO JUNIOR, RAIMUNDO COSTA NOGUEIRA.

• Revista Cuidando do meio ambiente, BAS -- Best African Solutions

• Manual de Operação em Aterro Sanitário em Valas, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo 2010.

• Execução de Serviços de Terraplenagem, UFBA - Escola Politécnica, Prof. Denise Ribeiro.

• Websites:

o “Resíduos Sólidos” consultado aos 9/10/2013 em http://pt.wikipedia.org/residuos_solidos

o Mundo Estranho, “Como é construído em aterro sanitário?” consultado aos 29/10/2013 em http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-e-construido-um-aterro-sanitario

o “Projeto de Norma Brasileira para a Instalação de Geomembranas | Seagro Eng.- Reservatórios e Geomembrana PEAD” consultado em http://www.seagro.com.br/projeto-de-norma-brasileira-para-a-instalacao-de-geomembranas/