13
1 PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016 Matriz Teórica 1. INTRODUÇÃO O Projeto NOVAS ROTAS (NR) é um projeto de inovação pedagógica que visa criar uma escola pública alternativa às existentes que possa responder às necessidades educativas das crianças e jovens do pré-escolar até ao 9º ano de escolaridade. Na fase da sua implementação será monitorizada e avaliada diretamente pela Direção Regional da Educação, orientada pelo Professor José Pacheco, fundador da Escola da Ponte, e alvo de investigação pela Universidade dos Açores, na pessoa do Professor Doutor Pedro González. Tendo por base: a legislação, que permite desenvolver um projeto piloto, de acordo com o Decreto Legislativo Regional nº 7/2006/A; os pressupostos teóricos das Ciências da Educação em geral, os fundamentos do CReb, em particular, e a Educação Holística, proposta pela Aliança Global pela Educação Transformadora, no documento Educação 2000; os princípios matriciais e a lógica organizativa do Projeto Educativo da Escola da Ponte, em São Tomé de Negrelos, Distrito do Porto, que existe com sucesso reconhecido desde 1976 1 e os pressupostos dos Projetos: “Sementes para o Sucesso” 2 e “Âncora” 3 ; 1 Esta escola tem sido alvo de várias avaliações externas que apontam no reconhecimento da especificidade, da coerência e da sustentabilidade das práticas educativas e da organização pedagógica da Escola. Uma destas avaliações foi levada a cabo pela Universidade de Coimbra, em 2003. 2 “Sementes para o sucesso” é um projeto de inovação pedagógica da Escola Básica Integrada 2/3 de Ginetes, elaborado no ano letivo de 2012/2013, que foi sancionado cientificamente por dois Professores Doutores das Ciências da Educação da Universidade dos Açores. Este projeto foi apresentado ao Senhor Secretário da Educação da altura, Duarte Fagundes, mas não chegou a ser implementado, porque o Conselho Pedagógico desta Escola não o aprovou.

Projeto de inovação pedagógica NOVAS ROTAS · 2 “Sementes para o sucesso” é um projeto de inovação pedagógica da Escola Básica Integrada 2/3 de Ginetes, elaborado no ano

  • Upload
    phamque

  • View
    218

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

Matriz Teórica

1. INTRODUÇÃO

O Projeto NOVAS ROTAS (NR) é um projeto de inovação pedagógica que visa criar uma escola

pública alternativa às existentes que possa responder às necessidades educativas das crianças e

jovens do pré-escolar até ao 9º ano de escolaridade. Na fase da sua implementação será

monitorizada e avaliada diretamente pela Direção Regional da Educação, orientada pelo Professor

José Pacheco, fundador da Escola da Ponte, e alvo de investigação pela Universidade dos Açores, na

pessoa do Professor Doutor Pedro González.

Tendo por base:

a legislação, que permite desenvolver um projeto piloto, de acordo com o Decreto

Legislativo Regional nº 7/2006/A;

os pressupostos teóricos das Ciências da Educação em geral, os fundamentos do CReb, em

particular, e a Educação Holística, proposta pela Aliança Global pela Educação Transformadora, no

documento Educação 2000;

os princípios matriciais e a lógica organizativa do Projeto Educativo da Escola da Ponte, em

São Tomé de Negrelos, Distrito do Porto, que existe com sucesso reconhecido desde 19761 e os

pressupostos dos Projetos: “Sementes para o Sucesso”2 e “Âncora”3;

1 Esta escola tem sido alvo de várias avaliações externas que apontam no reconhecimento da especificidade, da coerência e dasustentabilidade das práticas educativas e da organização pedagógica da Escola. Uma destas avaliações foi levada a cabo pelaUniversidade de Coimbra, em 2003.2 “Sementes para o sucesso” é um projeto de inovação pedagógica da Escola Básica Integrada 2/3 de Ginetes, elaborado no ano letivode 2012/2013, que foi sancionado cientificamente por dois Professores Doutores das Ciências da Educação da Universidade dosAçores. Este projeto foi apresentado ao Senhor Secretário da Educação da altura, Duarte Fagundes, mas não chegou a serimplementado, porque o Conselho Pedagógico desta Escola não o aprovou.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

elaboramos este documento que explicita as finalidades, objetivos, linhas de ação e cronogramas

do desenvolvimento do projeto de inovação pedagógica que pretendemos implementar no sentido

de responder melhor às necessidades específicas da comunidade educativa.

2. JUSTIFICAÇÃO DO PROJETO

Razões que justificam este projeto:

Necessidade de testar uma estrutura organizacional e funcional alternativa de escola pública

que continua cristalizada no modelo do século XIX. Neste sentido, introduzir modificações e/ou

adaptações na organização de uma escola e nos métodos e práticas de ensino dos professores que

se voluntariaram para o efeito, a fim de permitir e facilitar a participação mais ativa dos alunos e

dos encarregados de educação nas dinâmicas da escola, no contexto de EDUCAÇÃO INCLUSIVA

(TODOS aprendem uns com os outros, sem estarem separados por níveis e valorizando as

diferenças de cada um) (Ainscow, 1999; Booth & Ainscow, 2002; Pacheco, et al, 2007);

Criar uma verdadeira COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM (Hargreaves, 2003; Pacheco, 2014),

com uma equipa coesa e solidária (os orientadores educativos4 trabalham em conjunto, em áreas

abertas, de forma interdisciplinar e em contínua articulação curricular, numa lógica de trabalho

horizontal, vertical e transversal) e, nesta comunidade, incrementar uma intencionalidade educativa

reconhecida e assumida por todos (alunos, pais, orientadores educativos e demais agentes

educativos);

Formar pessoas e cidadãos cada vez mais cultos, autónomos, responsáveis e solidários,

através do TRABALHO COOPERATIVO entre pares (Niza, 1998) e dos DISPOSITIVOS PEDAGÓGICOS5 e

GRUPOS DE RESPONSABILIDADES6 para que os alunos fiquem democraticamente empenhados na

construção de uma comunidade educativa que valorize e potencie o desenvolvimento das

qualidades e das competências de cada um;

3 Projeto “Âncora” é um projeto fundado em 1995 por Walter Steurer, que, em 2012, alcançou o sonho do seu fundador: tornou-seuma escola alternativa às tradicionais que segue uma inovadora filosofia educacional, baseada na Escola da Ponte. Este projeto éorientado no Brasil por José Pacheco, fundador da Escola da Ponte.4 Neste projeto-piloto, os professores serão designados por orientadores educativos para enfatizar a sua função de promotores daeducação e orientadores do percurso educativo e processos de aprendizagem dos seus alunos.5 Os dispositivos pedagógicos são entendidos por alguns (Cortesão, citada em Araújo (1999, pág. 71) como sendo um conjunto de“estratégias e materiais a que se pode recorrer na prática educativa, concebidos criticamente e elaborados como propostaseducativas adequadas às características socioculturais identificadas pelos professores como estando presentes no grupo de alunoscom quem trabalham (…) por serem extremamente úteis na conquista de aprendizagens curriculares (…) procuram também valorizaraos próprios olhos a sua imagem e a do grupo a que pertencem”. Segundo Pacheco (2014), “dispositivo ultrapassa o nível dasestratégias e materiais, agrega suportes de uma cultura organizacional, enquadrada num projeto educativo específico, não selimitando ao domínio do desenvolvimento curricular”.. Exemplos dos dispositivos pedagógicos que se pretende utilizar: “Direitos eDeveres”; “Assembleia de Escola”; “Preciso de Ajuda”; “Já Sei”; “Pesquiso”; “Caixinha dos Segredos”; “Partilhas; “Plano da Quinzena”;Plano do Dia”, “Debate”, “Mural”, “Acho Bem/Acho Mal”, entre outros.6 Os GRUPOS DE RESPONSABILIDADES são constituídos por equipas de alunos assessorados pelos orientadores pedagógicos. Estesgrupos formam-se no início do ano e asseguram uma gestão dos espaços de trabalho e das diferentes formas de intervenção dosalunos na vida da escola. Exemplos de grupos de responsabilidades: “Datas e Eventos”; “Refeitório”; “Espaços de lazer e jardins”;“Correspondência”; “Biblioteca”; “Solidariedade”, “Comissão de Ajuda”, entre outros.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

Melhorar o interesse e empenhamento das nossas crianças e jovens (Por um lado, o

interesse e o empenhamento são variáveis apontadas como significativas nos resultados dos alunos,

na maioria das atas dos Conselhos de Turma; por outro lado, é por demais conhecido o papel que a

dimensão afetiva da aprendizagem tem no sucesso educativo (Lopez & Silva, 2010; Rosário, 2005;

Pacheco, 2013);

Desenvolver a autorregulação das emoções (necessidade de uma educação emocional

preventiva, promocional ou compensatória para evitar a indisciplina e o bullying7) e promover a

autogestão das aprendizagens (Rosário et al. 2007)8, permitindo que os alunos desenvolvam

projetos do seu interesse, de forma autónoma e trabalhem colaborativamente com os seus pares e

com a comunidade educativa;

Desenvolver o aluno enquanto um todo, de acordo com a Educação Holística, integrando a

sua natureza multidimensional, nas vertentes emocionais e psicológicas, físicas e espirituais,

intuitivas e criativas, racionais e lógicas, conforme as múltiplas inteligências defendidas por Gardner

(2010);

Assegurar o acompanhamento permanente e individualizado do percurso curricular de cada

aluno e a sua avaliação contínua, através do processo de TUTORIA9;

Adotar uma perspetiva integradora e sócio-construtivista no desenvolvimento das oito

competências do CReb10 nos alunos, em consonância com as três funções essenciais da educação

básica: personalizadora, instrutiva/do conhecimento e socializadora (Escamilla, 2008);

Reconhecer aos pais o direito indeclinável de participarem ativamente no projeto educativo

dos filhos (Lima, 2002a; Rosário et al. 2005);

Promover o desenvolvimento pessoal, interpessoal e profissional dos professores (Zeichner,

1999), através de um modelo baseado no isomorfismo da formação, no âmbito de uma comunidade

aprendente (Pacheco, 2014).

3. FINALIDADES

1. Formar cidadãos mais responsáveis, autónomos, críticos, solidários e

competentes (capazes de mobilizarem recursos na resolução de problemas);

7 O bullying é um problema multifatorial nas escolas que só pode ser erradicado quando a sua existência for reconhecida e setomarem medidas para o prevenir (Beane, 2006).8 Cada vez mais a literatura demonstra que é necessário dotar as crianças de estratégias de aprendizagem que as auxiliem a enfrentare a realizar aprendizagens mais significativas e as coloque no centro do seu percurso académico, responsabilizando-as pelo seu agireducativo para que se possa verificar uma aprendizagem com maior qualidade e profundidade.9 Em vez de um diretor de turma, neste modelo organizativo, os alunos têm tutores que os ajudam, em tempo útil, a promover assuas competências e a alcançarem os objetivos que delineiam para cada quinzena.10 As competências definidas no CReb são: competência em Línguas, Matemática, Científica e Tecnológica; Cultural e Artística; Digital;Social e de Cidadania; Físico-motora e de Autonomia e Gestão da Aprendizagem.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

2. Criar uma verdadeira comunidade de aprendizagem, num contexto de educação

inclusiva (onde todos aprendem com todos, valorizando as diferenças de cada

um);

3. Experimentar um modelo organizacional alternativo de escola pública estatal que

favoreça o desenvolvimento da cidadania democrática, ativamente participada

em estruturas de cooperação educativa, e promova o sucesso académico.

4. Promover um maior envolvimento dos pais no projeto educativo dos filhos e

aumentar a cooperação escola-família.

5. OBJETIVOS

A nível da organização e gestão pedagógica

Introduzir modificações ou adaptações na organização da escola, ao nível de espaços,

métodos e condições de ensino, horários e avaliação para que possam ser criadas as condições para

todos os professores serem orientadores educativos de todos os alunos do NR e onde os grupos

cooperativos e heterogéneos, base essencial da educação para (e na) cidadania, sejam uma

realidade;

Criar uma solução orgânica que permita promover nos diversos contextos em que decorrem

os processos formativos uma solidariedade ativa e uma participação responsável entre os diferentes

agentes educativos, entre estes e os alunos e entre os próprios alunos;

Incrementar o trabalho cooperativo e de projeto entre os alunos e desenvolver os

dispositivos pedagógicos necessários à sua participação ativa na gestão democrática da Escola e na

tomada de decisões que respeitam à organização e funcionamento desta;

Criar grupos de responsabilidades onde os alunos, assessorados pelos seus orientadores

educativos, possam assegurar o bom funcionamento dos espaços de trabalho e de lazer e garantir a

eficácia das suas diferentes formas de intervenção na vida da Escola;

Estabelecer a Assembleia de NR11, com todos os alunos do projeto, todas as sextas feiras,

para garantir a participação das crianças e jovens na tomada de decisões relacionadas com a

organização e funcionamento da Escola e acompanhar o trabalho dos Grupos de Responsabilidade;

Ensinar a aprender a aprender12 (Delors et al., 1996), isto é, intencionalizar o educar, num

aprender fazendo, projetado, planificado, viabilizado por diferentes formas, destacando-se o

11 A Assembleia é um dispositivo pedagógico que permite a participação democrática dos alunos na tomada de decisões. Todos osalunos desta experiência integrarão esta estrutura de organização educativa, assim como os orientadores educativos,pais/encarregados de educação. Só os alunos têm direito a voto e a Mesa da Assembleia é constituída exclusivamente por eles.12 Esta designação é adotada em vários documentos oficiais nos quais a “autonomia e iniciativa pessoal” e a “capacidade de aprendera aprender” são definidas como duas competências autónomas. No contexto desta experiência, tal como o é no âmbito do CReb,decidiu-se integrar numa só.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

permanente incentivo à investigação, à exploração, à procura, à descoberta, à pesquisa e à reflexão

para promover o desenvolvimento de aptidões e métodos de pensar e de agir nos alunos;

Garantir o acompanhamento permanente e individualizado do percurso educativo e dos

processos de aprendizagem de cada aluno, através da Tutoria13;

Concretizar um ensino diferenciado, um mesmo currículo para todos os alunos, mas

desenvolvido de modo diferente por cada um, de acordo com os estilos cognitivos e ritmos de

aprendizagem individuais;

Operacionalizar uma efetiva diferenciação curricular e pedagógica (González, 2002;

Perrenoud, 2000, Tomlinson, 2008; Roldão, 2003; Sousa, 2010), tendo por referência uma política

de direitos humanos que garanta as mesmas oportunidades educacionais e de realização pessoal a

todos os alunos, respeitando o fato de cada um ser um indivíduo único e irrepetível;

Garantir uma avaliação processual (Fernandes, 1997; Pacheco, 2012) que oriente

construtivamente o percurso escolar de cada aluno, permitindo-lhe, em cada momento, tomar

consciência, pela positiva, do que já sabe e do que já é capaz de fazer, através dos vários

instrumentos de pilotagem, dos dispositivos pedagógicos concebidos para o efeito e do processo de

Tutoria.

A nível colegial (relação entre todos os agentes educativos)

Promover a cultura colaborativa entre os orientadores educativos entre si e entre estes e os

demais agentes educativos, através do estabelecimento de objetivos comuns, de alguns dispositivos

pedagógicos e de encontros formais e informais (Fullan & Hargreaves, 2001; Lima, 2002b, Pacheco,

2014);

Estabelecer dinâmicas/atividades/projetos, que permitam uma aliança maior entre a escola

e as famílias/comunidade e garantam uma participação mais ativa dos encarregados de educação

na cooperação com a escola e no percurso educativo dos alunos.

Operar transformações nas estruturas de comunicação, pela intensificação de interações

entre os diferentes agentes educativos (Marques, 1993; Pacheco, 2014).

A nível dos recursos humanos e materiais

Integrar neste projeto de inovação pedagógica, numa primeira fase, os

professores/educadores que já iniciaram o processo de formação e mostraram a sua

13 Neste projeto, todos os orientadores educativos serão Tutores, cabendo-lhes (1) providenciar no sentido de regular a atualizaçãodo dossier individual dos alunos tutorados; (2) acompanhar e orientar o seu percurso educativo e os seus processos deaprendizagem; (3) manter os encarregados de educação permanentemente informados sobre o percurso educativo e os processos deaprendizagem dos seus tutorados.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

disponibilidade para reconfigurar as suas práticas. Enquadrá-los nos Núcleos14 e Dimensões

Curriculares15 onde se sintam mais vocacionados, pela sua formação ou experiência

profissionais, para apoiarem e orientarem o percurso de aprendizagem dos alunos;

Organizar os horários dos orientadores educativos de forma a estarem sempre presentes,

pelo menos 2, em cada Dimensão, no tempo de funcionamento normal da escola;

Dispor os mapas de desenvolvimento curricular (conteúdos programáticos das várias

disciplinas), os instrumentos de pilotagem (presenças, cronogramas de atividades, registos

da realização dos trabalhos, registos das avaliações…), os dispositivos pedagógicos (já sei,

preciso de ajuda, caixinha dos segredos, planificação quinzenal e diária, pesquiso …) e os

recursos pedagógicos (diferentes manuais escolares, livros, dossiers, ficheiros temáticos,

material on line…) de forma acessível aos alunos para que os possam consultar livremente e

realizar o seu trabalho o mais autonomamente possível.

A nível da formação

Promover o desenvolvimento pessoal, interpessoal e profissional dos professores, através de

um processo de autoformação cooperada, num modelo de comunidade de aprendizagem que

contemple a investigação feita nesta área específica (Alarcão, 1996, 1995, 1994, 1991; Amaral et al.,

1996; Estrela & Estrela, 1997; Moreira & Alarcão, 1997; Nóvoa, 1992; Pacheco, 1995; Pacheco,

2014; Schon, 1987; Silva, 2000; Vieira, 1993). Com este propósito, criar espaços de partilha de

práticas, de reflexão e de questionamento onde haja a oportunidade de promover o confronto de

diferentes conceções, crenças e modelos sobre o modo como se ensina e como os alunos aprendem

e desenvolvem competências, comparando-os com os resultados de investigações desenvolvidas no

campo da educação (Lopes & Silva, 2010).

Implementar programas de parentalidade consciente para pais e encarregados de educação.

Implementar programas de Coaching Escolar, Mindfulness, Yôga, Reiki (entre outras terapias

integrativas) para as crianças e os adultos da comunidade educativa.

6. LINHAS DE ESTRATÉGIA

14 No 1º ano deste projeto, haverá dois núcleos: Iniciação e Autonomia. Ao núcleo da Iniciação pertencerão alunos da educação pré-escolar e 1.º ciclo. Ao núcleo de Autonomia, pertencerão alunos do 5º ano, Programa Oportunidades I e II e alunos com NEE.

15 No 1º ano deste projeto, funcionarão 5 dimensões curriculares fundamentais: Linguística; Lógico-Matemática; Naturalista;Identitária e Artística.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

Criar uma associação para começar a dinamizar ações nos tempos livres das crianças; poder

implementar o desenvolvimento da autoformação cooperada e iniciar/continuar as oficinas

de formação “Comunidades de aprendizagem: cuidar das pessoas, reconfigurar práticas” e

“Coaching Escolar para professores”

Criar grupos de trabalho/reflexão para estudar formas possíveis da operacionalização do

projeto de inovação pedagógica no próximo ano letivo, tendo por base os princípios matriciais e

lógica organizativa da Escola da Ponte, Projetos: “Sementes para o Sucesso” e “Âncora”, da

Educação Holística e as especificidades do contexto educativo;

Promover sessões de divulgação/ informação/esclarecimento sobre a natureza do projeto de

inovação pedagógica junto de toda a comunidade educativa, utilizando o vídeo “Fazer a Ponte” e a

“caixinha das perguntas frequentes”;

Mobilizar pais e comunidade educativa em geral e sensibilizá-los para a necessidade de haver

uma escola alternativa à tradicional;

Reunir com todos os parceiros de NR e formalizar os protocolos de cooperação;

Promover encontros com os pais/encarregados de educação das crianças e jovens que já

integraram este projeto de inovação pedagógica;

Promover a reflexividade dos orientadores educativos envolvidos, levando-os a pensar sobre

as práticas inovadoras que vão implementando entretanto nas suas escolas (reflexão na ação e

sobre a ação, Schön, 1987);

Constituir uma comissão de acompanhamento do projeto piloto que integre não só os

elementos propostos pela legislação em vigor, mas também o professor doutor Pedro González da

área das Ciências da Educação, da Universidade dos Açores e o professor José Pacheco, fundador da

Escola da Ponte.

7. Público-alvo

56 alunos (rácio de 8 alunos por orientador educativo), do pré-escolar, 1.º ciclo, 5º ano, Programa

Oportunidades I e II e alunos com NEE

8. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA

a. Fase do Planeamento (estamos nesta fase)

b. Fase da Execução (próximo ano letivo)

9. FUNCIONAMENTO (Regulamento Interno, a elaborar, de acordo com o contexto)

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

10. IMPLICAÇÕES ORÇAMENTAIS

As verbas inerentes ao funcionamento de uma escola do sistema educativo e as correspondentes ao

pagamento dos formadores das oficinas de formação e acompanhamento do projeto.

11. PROTOCOLOS/ACORDOS DE COOPERAÇÃO

Câmara Municipal

Santa Casa da Misericórdia

DCE da Universidade dos Açores

ISSA

Todas as entidades e/ou serviços que resultarem do mapeamento de lugares e pessoas com

potencial educativo. Por exemplo, na área da R. Grande seriam: Museu Municipal da Ribeira

Grande (MMRG) - núcleo sede; Museu Casa do Arcano (Núcleo de arte Sacra do MMRG); Museu da

Emigração Açoriana (Núcleo da emigração Açoriana da MMRG); Museu Vivo do Franciscanismo;

Centro de Artes Comtemporâneas - O Arquipélago; Teatro Ribeiragrandense; Centro de Artesanato

da Ribeira Grande; Azores Surf Center; Santa Bárbara Surf School; Bombeiros Voluntários da Ribeira

Grande; Rádio Nova Cidade; Escola Profissional da Ribeira Grande; Bel; Ezequiel Moreira da Silva;

Roveredo e Filhos Lda; Padaria Madalena; Padaria dos Foros Lda; Insulac - produtos lácteos

Açoreanos SA.

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ainscow, M. (1999). Understanding the development of inclusive schools. London: Falmer Press.

Alarcão, I. (1991). Reflexão crítica sobre o pensamento de D. Schön e os programas de formação de

professores. Cadernos CIDInE, 1, 5-22.

Alarcão, I. (1994). Supervisão de Professores e Reforma Educativa. In IGE Informação, Ano 3, nº1,

28-38.

Alarcão, I. (1995). Supervisão de professores e inovação pedagógica. Aveiro: Edições CIDInE.

Alarcão, I. (1996)(org.). Formação Reflexiva de Professores: Estratégias de Supervisão. Porto: Porto

Editora.

Alonso, L. (2005). Reorganização curricular do ensino básico: Potencialidades e implicações de uma

abordagem por competências. In Encontro de Educadores de Infância e Professores do 1º Ciclo do

Ensino Básico (pp. 15-29). Porto: Areal Editores.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

Alonso, L., Roldão, M. C. & Vieira, F. (2006). Construir a competência de aprender a aprender:

Percurso de um projeto. In Atas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (3º Colóquio Luso-

Brasileiro) (pp. 3105-3118). Braga: Universidade do Minho.

Amaral et al.(1996). O papel do supervisor no desenvolvimento do professor reflexivo: Estratégias

de Supervisão. In Alarcão, I. (org.), Formação reflexiva de Professores: Estratégias de Supervisão (PP.

89-122). Porto: Porto Editora.

Araújo, D. (1999). Encontro entre margens- Um olhar sobre uma escola na sua relação com a

comunidade. Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação na especialidade de educação e

diversidade cultural. Porto: FPCE –UP.

Beane, A. L. (2006). A sala de aula sem bulling: Mais de 100 sugestões e estratégias para

professores. Porto: Porto Editora.

Booth, T, & Ainscow, M. (2002). Index for inclusion: developing learning and participation in schools

(revised edition). Bristol. UK: CSIE [on line] (acedido em 17.02.09)

http://inclusion.uwe.ac.uk/csie/indexlaunch.htm.

CReb, Referencial Curricular para a Educação Básica na Região Autónoma dos Açores. Direção

Regional da Educação e Formação.

Delors et al. (1996). Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da Comissão

Internacional sobre Educação para o Séc. XXI. S. Paulo: Cortez.

Escamilla, A. (2008). Las competências básicas: Claves y propuestas para su desarrollo en los

centros. Barcelona: Graó.

Estrela , M. T. & Estrela, A. (1997). Perspectivas Actuais sobre Formação de Professores. Lisboa:

Editorial Estampa.

Fernandes, D. (1997). Avaliação na Escola Básica Obrigatória: Fundamentos para uma Mudança de

Práticas (pp. 275-299). In Educação em debate. Departamento de Ciências Psicopedagógicas da

Faculdade de Ciências Humanas: Universidade Católica Editora.

Fullan, M. & Hargreaves, A. (2001). Por que vale a pena lutar? O trabalho de equipa na escola.

Porto: Porto Editora.

Gardner, H. (2010). Frames of Mind: the Theory of Multiple Intelligences. McGraw-Hill: N.Y.

Goleman, D. (2003). Inteligência Emocional. Lisboa: temas & Debates.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

Goleman, D. (1996). Inteligência Emocional: A Teoria Revolucionária que Redefine o que é Ser

Inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva.

González, P. F. (2002) O Movimento da Escola Moderna. Porto Editora: Porto.

Gottman, J. & Declaire, J. (2000). A Inteligência Emocional na Educação. Cascais: Pergaminho

Hargreaves, A. (1998). Os Professores em Tempos de Mudança: O Trabalho e a Cultura dos

Professores na Idade Pós-Moderna. Alfragide: McGraw-Hill de Portugal. Lda.

Hargreaves, A. (2003). O ensino na sociedade do conhecimento: A educação na era da

insegurança.Porto: Porto editora.

Lanz, R. (1990). A Pedagogia Waldorf. S. Paulo: Editora Antroposófica.

Lima, J. Á. (1999). Teacher Collegiality as a Lever for School Change. Comunicação apresentada na

9th Biennial Conference-International Study Association on Teachers & Teaching- Dublin, July 27th-

31st.

Lima, J. Á. (Org.) (2002a). Pais & professores, um desafio à cooperação. Porto: Asa.

Lima, J. Á. (2002b). As culturas colaborativas nas escolas: Estruturas, processos e conteúdos. Porto:

Porto Editora.

Lima, J. Á. (2008). Em busca da boa escola: Instituições eficazes e sucesso educativo. Vila Nova de

Gaia: Fundação Manuel Leão.

Lopes, J. & Silva, H. S. (2010). O professor faz a diferença. Lidel – Edições técnicas Lda. Porto.

Marques, R. (1993) (4ª Edição). A Escola e os Pais: Como Colaborar? Porto: Porto Editora.

Moreira, M. & Alarcão, I. (1997).A investigação-acção como Estratégia de Formação inicial de

Professores Reflexivos. In Sá-Chaves, I (org.) Percursos de Formação e Desenvolvimento Profissional

(pp. 119-138). CIDInE. Porto: Porto Editora.

Neto, L. M. & Araújo, H. (2002). Otimismo e Inteligência Emocional. Lisboa: Editorial Presença.

Niza, S. (1998). A organização social do trabalho de aprendizagem no 1º CEB. Inovação, vol. 11, nº 1

Lisboa: IIE.

Nóvoa, A. (org.) (1992). Os Professores e a sua Formação. Publicações D. Quixote. IIE.

Pacheco, J. (1995). Formação de Professores: Teoria e Práxis. Braga: Instituto de Educação e

Psicologia da Universidade do Minho.

Pacheco, J. (2012). A Avaliação da Aprendizagem na Escola da Ponte. Belo Horizonte, WAK.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

Pacheco, J. (2013). Dicionário dos Valores em Educação. Porto Alegre, Edições SM.

Pacheco, J.(2014). Aprender em Comunidade. Edições SM. São Paulo,.

Perrenoud, P. (2008) Diez nuevas competencias para enseñar. Editorial Graó. Barcelona.

Rief, S. F. & Heimburge, J. A. (2000). Como ensinar todos os alunos na sala inclusiva: Estratégias

prontas a usar, lições e actividades concebidas para ensinar alunos com necesidades de

aprendizagem diversas. Porto: Porto Editora.

Roldão, M. C. (2003). Diferenciação curricular revisitada: Conceito, discurso e práxis. Porto: Porto

Editora.

Rosário, P. (1997). Facilitar a aprendizagem através do ensinar a pensar. Psicopedagogia, educação

e cultura, 1(2), 237–249.

Rosário, P. (2005). Motivação e aprendizagem: uma rota de Leitura. In M.C. Taveira (Coord.). Temas

de Psicologia Escolar. Contributos de um projecto científico–pedagógico (pp. 23–60). Coimbra:

Quarteto Editora.

Rosário, P., Costa, J., Mourão, R., Chaleta, E., Grácio, L. Núñez, J.C. & González–Pienda, J. (2007). De

pequenino é que auto–regula o destino. Educação. Temas e Problemas, 4(2), 281-293.

Rosário, P., Mourão, R., Salgado, A., Rodrigues, A., Silva, C., Marques, C., Amorim, L., Machado, S.,

Núñez, J. C., Pienda–González, J., & Hernandéz–Pina, F. (2006). Trabalhar e estudar sob a lente dos

processos e estratégias de autorregulação da aprendizagem. Psicologia, Educação e Cultura. 10 (1),

77–88.

Rosário, P., Mourão, R., Soares, S., Chaleta, E., Grácio, L., Núnez, J. C., & González–Pienda, J. (2005).

Trabalho de casa, tarefas escolares, autorregulação e envolvimento parental. Psicologia em Estudo,

10 (3), 343–351.

Rosário, P., Núñez, J. C., & González–Pienda, J. (2007). Auto–regulação em crianças sub–10: Projecto

Sarilhos do Amarelo. Porto: Porto Editora.

Schön, D. (1987). Educating de Reflexive Practioner. New York: Jossey-Bass.

Silva, M. C. C. (2000). Da supervisão colaborativa à didáctica da escrita na língua materna: Um

estudo de casos. Dissertação de Mestrado. Universidade de Aveiro.

Sousa, F. (2010) Diferenciação curricular e deliberação docente. Porto: Porto Editora.

Steiner, C. & Perry, p. (2000).

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

Tomlinson, C. A. (2008). Diferenciação Pedagógica e Diversidade: Ensino de alunos em turmas com

diferentes níveis de capacidades. Porto: Porto Editora.

Vieira, F. (1993). Supervisão- Uma Prática Reflexiva de Formação de Professores. Rio Tinto: Edições

ASA.

Zeichner, K. (1999). A Formação Reflexiva de Professores: Ideias e Práticas. Lisboa: EDUCA.

Educação Emocional. Cascais: Pergaminho.

13. BIBLIOGRAFIA DE APROFUNDAMENTO

Bautista, R. (1997). Necessidades educativas especiais. Lisboa: Dinalivro.

Black-Hawkins, K., Florian, L., & Rouse, M. (2007). Achievement and Inclusion in Schools. London:

Routledge Chapman & Hall.

Cardona, M. João (1992) - “A Organização do Espaço e do Tempo na sala de Jardim de Infância”,

Cadernos da Educação de Infância, Nº24, pp.8-15.

Castanho, M.E. (2001). Professores marcantes. In S. Castanho & M.E. Castanho (orgs.). Temas e

textos em Metodologia do Ensino Superior (pp.153-162). Campinas: Papirus.

Correia, L. M. (2ª edição) (2008). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais: Um guia para

educadores e professores. Porto: Porto Editora.

Costa, A. M. B. (1999). Uma educação inclusiva a partir da escola que temos. In Conselho Nacional

de Educação, Uma educação inclusiva a partir da escola que temos (pp. 25-36). Lisboa: Editorial do

Ministério da Educação.

Dockrell, J., & McShane, J. (2000). Crianças com dificuldades de aprendizagem: uma abordagem

cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas.

European Commission (2007). Key competencies for lifelong learning: European reference

Framework. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities.

Freire, P. (2002). Pedagogia da Autonomia. Coletivo Sabotagem (acessível on line em

www.sabotagem.revolt.org ).

Freire, P. (1994) (17ª Edição). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Freire, L.G.L. (2009). Autorregulação da aprendizagem. Ciências & Cognição, 14(2), 276-286.

1

PROJETO DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA NOVAS ROTAS 2016

Freire, P. (2002) – Pedagogia de la Autonomia – Saberes necesarios para la prática educativa– Siglo

Veintiuno Editores. Buenos Aires.

Formosinho, J. O. (1996). Modelos Curriculares para a Educação-de-Infância. Porto Editora.

Gardner, H. (1991). The unschooled mind: how children think and how schools should teach. New

York: Basic Books.

Gonçalves, T. V. (2005). A escola inclusiva e a oportunidade do virar da página na educação dos

surdos. In O. Coelho (Coord.), Perscrutar e escutar a surdez (pp. 39-57). Porto: Edições

Afrontamento.

Grave-Resendes, L. & Soares, J. (2002) – Diferenciação Pedagógica. Universidade Aberta. Lisboa.

Ileris, K. (2008). International perspetives on competence development. London: Routledge.

Hargreaves, A. & Fullan, M. (1992). Understanding Teacher Development. New York: Cassell.

Joyce, B. e Weil, M. (2002) - Modelos de Enseñanza. Gedisa. Barcelona.

Leitão, M. L. H. (2007). Inclusão de alunos com necessidades educativas especiais: atitudes dos

educadores de infância e dos professores do 1º ciclo do ensino básico da Região Autónoma dos

Açores. Tese de doutoramento não publicada, Universidade dos Açores, Angra do Heroísmo.

Lopes da Silva, M. I. (1997) - Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, Lisboa,

Ministério da Educação.

Moreira, P. (2005). Ser Professor: Competências básicas…4. Resolução de problemas, tomada de

decisões e promoção da saúde. Porto: Porto Editora.

Niza, S. (2007). As práticas pedagógicas contra a exclusão escolar no Movimento da Escola

Moderna. In Escola Moderna. Nº 30, 38-44.

Niza, S. (1997), Formação Cooperada, Lisboa; Ed. Educa e MEM.

Niza, S. (1996). Necessidades especiais de educação: da exclusão à inclusão na escola comum.

Inovação, 9, 139-149.

Rodríguez, S., Núñez, J. C, Valle, A., Blas, R., & Rosário, P. (2009). Auto–eficacia docente, Motivación

del profesor y estrategias de enseñanza. Escritos de Psicología 2(4), 1 - 7.