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Aula 1. O PROJETO DE TCC – CONCEITO, ETAPAS E ESTRUTURA DISCIPLINA: PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO VI Objetivo desta aula Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 1. Identificar os objetivos e as características de um trabalho científico de caráter monográfico; 2. distinguir a especificidade do TCC do Curso de Pedagogia da Estácio; 3. analisar a proposta definida para o projeto de TCC: conceito, etapas e estrutura. (p.3) Iniciaremos a primeira aula falando sobre o projeto monográfico. Fique atento aos conteúdos que serão apresentados! Os professores são profissionais cuja principal atividade envolve a produção e disseminação de conhecimento. Sua atividade laboral é eminentemente uma atividade intelectual. Dessa forma, os professores, como intelectuais, precisam ultrapassar uma consciência ingênua da realidade e desenvolver uma consciência crítica. Entretanto, a crítica não é mera contestação aos fatos. Ela envolve um conjunto de processos intelectuais. Como vimos, muitos autores hoje no campo educacional consideram importante a iniciação científica dos alunos. Eles defendem que é importante para os educadores em formação compreenderem os processos de produção de conhecimento científico tomá-los como instrumento de reflexão crítica e de ação na sua prática pedagógica. (p.4) Embora sejam múltiplas as visões e práticas de pesquisa na formação docente, parece consensual que a experiência de pesquisa vivida pelos professores durante sua formação inicial ou continuada é uma das mais eficazes formas de qualificação docente. (p.5) Pesquisas apontam que a experiência de pesquisa pode desestabilizar formas de ver e pensar a realidade, exigir maior autonomia intelectual, dar novo sentido à formação e prática de professores-formadores e professores-estudantes na busca de alternativas às problemáticas que vivenciam, apontando para outros horizontes possíveis na construção da identidade docente. (BORTOLINI, 2009) Por isso, o trabalho monográfico passou a ter mais importância nos cursos de formação de professores, posto que deixa de ser visto como mero trabalho de conclusão de curso para ser considerado oportunidade de pesquisa e síntese dos conhecimentos e aprendizagens desenvolvidos ao longo do curso. (p.6) O curso de Pedagogia da UNESA permite: • A sistematização dos conhecimentos teóricos adquiridos; • uma reflexão profunda sobre as questões práticas com as quais o aluno(a) se deparou; • a possibilidade de articulá-los e poder ressignificar tanto a teoria como a prática a partir de um projeto de investigação e estudo; • o desenvolvimento de habilidades cognitivas de investigação, análise e formação de conceitos que permitam o desenvolvimento de certa autonomia intelectual.

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Aula 1. O PROJETO DE TCC – CONCEITO, ETAPAS E ESTRUTURADISCIPLINA: PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO VI

Objetivo desta aulaAo final desta aula, o aluno será capaz de:

1. Identificar os objetivos e as características de um trabalho científico de caráter monográfico; 2. distinguir a especificidade do TCC do Curso de Pedagogia da Estácio; 3. analisar a proposta definida para o projeto de TCC: conceito, etapas e estrutura.

(p.3) Iniciaremos a primeira aula falando sobre o projeto monográfico. Fique atento aos conteúdos que serão apresentados!Os professores são profissionais cuja principal atividade envolve a produção e disseminação de conhecimento.

Sua atividade laboral é eminentemente uma atividade intelectual. Dessa forma, os professores, como intelectuais, precisam ultrapassar uma consciência ingênua da realidade e desenvolver uma consciência crítica.

Entretanto, a crítica não é mera contestação aos fatos. Ela envolve um conjunto de processos intelectuais.

Como vimos, muitos autores hoje no campo educacional consideram importante a iniciação científica dos alunos.

Eles defendem que é importante para os educadores em formação compreenderem os processos de produção de conhecimento científico tomá-los como instrumento de reflexão crítica e de ação na sua prática pedagógica.

(p.4) Embora sejam múltiplas as visões e práticas de pesquisa na formação docente, parece consensual que a experiência de pesquisa vivida pelos professores durante sua formação inicial ou continuada é uma das mais eficazes formas de qualificação docente.

(p.5) Pesquisas apontam que a experiência de pesquisa pode desestabilizar formas de ver e pensar a realidade, exigir maior autonomia intelectual, dar novo sentido à formação e prática de professores-formadores e professores-estudantes na busca de alternativas às problemáticas que vivenciam, apontando para outros horizontes possíveis na construção da identidade docente. (BORTOLINI, 2009)

Por isso, o trabalho monográfico passou a ter mais importância nos cursos de formação de professores, posto que deixa de ser visto como mero trabalho de conclusão de curso para ser considerado oportunidade de pesquisa e síntese dos conhecimentos e aprendizagens desenvolvidos ao longo do curso.

(p.6) O curso de Pedagogia da UNESA permite:

• A sistematização dos conhecimentos teóricos adquiridos;

• uma reflexão profunda sobre as questões práticas com as quais o aluno(a) se deparou;

• a possibilidade de articulá-los e poder ressignificar tanto a teoria como a prática a partir de um projeto de investigação e estudo;

• o desenvolvimento de habilidades cognitivas de investigação, análise e formação de conceitos que permitam o desenvolvimento de certa autonomia intelectual.

(p.7) A elaboração da monografia permite uma experiência ímpar de reflexão, momento em que a prática pode ser problematizada e analisada mais cuidadosamente à luz da teoria.

Toda monografia é “um estudo sobre um tema específico... que obedece rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade mas também em todos os seus ângulos e aspectos...”.

(p.8) Dessa forma, as monografias são, em alguma medida, resultado de investigação científica. As monografias podem ter caráter apenas teórico ou teórico-empírico. Elas envolvem também um certo estilo textual e uma formatação própria, segundo as normas da ABNT.

(p.9) No curso de Pedagogia da UNESA, embora não seja obrigatório, defendemos que os alunos desenvolvam monografias teórico-empíricas.

As monografias teóricas já permitem o exercício de releitura das teorias/autores estudados, o aprofundamento da abordagem de temas/assuntos específicos e o desenvolvimento de elaboração própria, porém, as teórico-empíricas permitem uma aproximação mais criteriosa ao campo de trabalho, exigindo uma articulação entre a teoria e os dados empíricos, que muito frequentemente provoca uma rica e significativa reflexão sobre as questões relativas à prática pedagógica.

(p.10) Em nosso curso organizamos uma programação de estudos em PPE de modo que progressivamente você possa desenvolver a sua monografia sob nossa orientação.

Assim, em PPE V você fez sua primeira aproximação com a bibliografia e definiu um tema de pesquisa.

em PPE VI elaborará seu projeto monográfico e iniciará a revisão teórica (1ª etapa).

em PPE VII você vai avançar na revisão da literatura e realizar o trabalho de campo (2ª etapa).

Em cada etapa, além dos estudos teóricos ou de campo, você vai elaborar o seu texto monográfico, de modo que em PPE VIII (3ª etapa) será necessário apenas fechar a análise e finalizar a redação do texto, para apresentá-lo à banca.

(p.11) Assim, antes de iniciarmos o desenvolvimento de nossas atividades na elaboração do projeto, é preciso que você tenha uma visão geral dos elementos que constitui o projeto monográfico.

“O projeto funciona como uma visão antecipada, um planejamento dos passos que serão dados pela pesquisa”. (MARCONI e LAKATOS)

(p.12) Atendendo a rigorosidade que a ciência pede, a pesquisa monográfica deve ser precedida de um planejamento cuidadoso. O planejamento materializa-se em um PROJETO MONOGRÁFICO. A elaboração do projeto permite definir a escolha do tema, delimitar o objeto/problema de estudo, prever os autores/teorias que devem fundamentar o trabalho, a metodologia a ser usada...

Ele leva o estudante a fazer alguns estudos e formulações preliminares sobre sua monografia, a organizar o seu estudo e disciplinar a sua atividade. Assim como em qualquer projeto de pesquisa (DESLANDES, 1994), o projeto monográfico envolve opções teórico--metodológicas e admite regras estabelecidas e reconhecidas pelo campo científico para a sua elaboração. Como em outros trabalhos, o projeto tem elementos de pré-texto, texto e pós-texto. Conheça-os mais detalhadamente nas telas a seguir.

(p.13) Veja agora, quais são os elementos do Pré-texto:

CAPATem a finalidade de identificar o trabalho. Nela são indicados o nome da instituição e do curso, nome do autor, título do trabalho, cidade e ano em que foi finalizado.

PÁGINA DE ROSTOContém informações mais detalhadas sobre o trabalho. Nela consta: nome do autor, título e subtítulo (se houver) do trabalho, texto de apresentação segundo modelo institucional em que consta a modalidade do trabalho e nome do orientador, local e ano de sua finalização.

RESUMOApresentação concisa dos pontos relevantes do projeto: tema, justificativa, objeto/objetivo, metodologia e principais referentes teóricos. Ao final, faz-se indicação de palavras-chave.

SUMÁRIOEnumeração das divisões/seções do projeto, com indicação de páginas para a sua localização.

(p.14) Agora você conhecerá os elementos de Texto:

APRESENTAÇÃO DO TEMAO texto do projeto deve ser iniciado com a apresentação do tema da pesquisa. Deve-se procurar contextualizar/situar o tema da pesquisa na realidade educacional e no campo de conhecimento onde se insere. A apresentação deve ser iniciada por um panorama geral e progressivamente focar o objeto de estudo. É importante mostrar diferentes ângulos da questão, pois é o confronto de diferentes perspectivas que vai permitir a sua problematização.

A Definição do problemaA problematização do tema deve levar à definição de um problema de estudo/investigação. A definição do problema deve ser iniciada com a exposição da inquietação, dúvida teórica ou da dificuldade prática que fomentou a busca pela compreensão do fenômeno e culminar com a formulação de uma pergunta central que irá orientar todo o estudo.

Questões norteadoras ou hipóteses Um pesquisador pode trabalhar tanto com questões como com hipóteses para orientar seu estudo. Quando faz opção por questões de estudo ele deve apresentar uma sequência de questões que problematizam, decompõem o objeto, demonstrando uma abordagem analítica e consistente do problema da pesquisa. Se optar por trabalhar com hipóteses deve fazer as formulações provisórias que irá testar e validar ou não a partir da pesquisa. De uma forma ou de outra, deve indicar as variáveis, os elementos, os processos, as relações que o pesquisador pretende tomar no estudo do fenômeno.

JustificativaA Justificativa geralmente é iniciada por uma exposição de dados, situações, que demonstrem a gravidade e/ou a magnitude da problemática social onde se insere o tema/problema da pesquisa, seguida da defesa das contribuições que a compreensão do problema proposto tem a dar para o estado atual da ciência e para solução/ encaminhamento da problemática apresentada.

ObjetivosUma decorrência da delimitação do objeto e da discriminação de questões de estudo, assim como da exposição de justificativa para o estudo é a definição de certos objetivos que o pesquisador/estudante tem com sua investigação. Deve-se lembrar de que, embora qualquer atividade acadêmica tenha finalidade educativa (esteja voltada para a formação profissional do estudante), os objetivos de uma pesquisa científica não estão restritos a essa experiência formativa. Toda a pesquisa científica e a monografia como tal tem finalidade social.

Assim, os objetivos devem estar voltados para a compreensão do objeto e as contribuições da pesquisa. De acordo com a abrangência dos objetivos, eles podem ser gerais ou específicos. No primeiro caso, indicam a compreensão mais ampla do problema e, no segundo, procuram descrever aspectos mais específicos que se supõem merecerem uma verificação científica. Devem ser iniciados por verbos no infinitivo como, por exemplo, analisar, investigar, descrever, pesquisar, verificar, identificar, etc.

ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO Para poder amadurecer suas ideias acerca do seu objeto de estudo o estudante realiza uma pesquisa exploratória. Nesta pesquisa ele conversa com professores/pesquisadores experientes no campo temático de seu interesse buscando discutir e ter indicações sobre teorias e autores que possam ajudá-lo a dar mais consistência às suas reflexões e a precisar melhor os conceitos básicos envolvidos em seu estudo. Esse movimento envolve um levantamento e estudo de bibliografia, teorias, autores pertinentes, etc.

No projeto o estudante deve apresentar na forma de um texto preliminar uma relação de subtemas com as contribuições teóricas que serão referencias para a fundamentação de sua pesquisa.

ReferênciasLista as fontes consultadas e citadas no texto do projeto, em ordem alfabética, por auto, segundo as normas da ABNT.

Acesse a Biblioteca Virtual e visualize este modelo de projeto monográfico na íntegra.

(p.15) Mais uma vez você pode estar pensando que é muita coisa, que você não vai dar conta...Muitos elementos, coisas para pensar e definir.Mas, lembre-se: você irá desenvolver o projeto em etapas...Vamos acompanhar e orientá-lo ao longo de todo esse processo. Através dos fóruns temáticos você poderá dialogar com seus colegas e professor on-line acerca de suas dúvidas.

Se você seguir as orientações e for realizando as tarefas indicadas em cada aula, terá tempo necessário para amadurecer as suas ideias e elaborar o seu projeto adequadamente. Nosso propósito com a aula de hoje era que você pudesse ter uma visão do todo, mas cada etapa será revista ao longo da disciplina.

(p.16) Agora, antes de avançar para a próxima aula, releia o seu MEMORIAL DESCRITIVO. Reveja suas motivações e inquietações acerca do tema de sua escolha. Essa revisão é importante, porque na aula 2 vamos ver as características textuais e formais dos itens “Apresentação do tema” e “Contextualização do problema” do projeto monográfico e você descobrirá como foi importante o esforço realizado no período passado.

Bom estudo! Até lá!

(p.17) O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA O tema e sua escolha: motivação/relevância/fontes de pesquisa; o papel da pesquisa exploratória na problematização do tema e focalização do objeto de estudo; critérios para definição de problemas de pesquisa; a elaboração do problema de pesquisa; características textuais e formais dos itens “Apresentação do tema” e “Contextualização do problema”.

SÍNTESE DA AULANessa aula você: Compreendeu o que é a metodologia de uma pesquisa, diferenciou a pesquisa teórica/empírica, pesquisas

exploratórias/descritivas/ explicativas, conheceu e identificou alguns modelos de pesquisa de acordo com o delineamento metodológico;

foi orientado a elaborar e redigir a metodologia da pesquisa, indicando os procedimentos e técnicas que serão adotados, bem como as fontes empíricas e documentais a serem utilizadas.

Aula 2. A APRESENTAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMADISCIPLINA: PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO VI

(p.1)capa

(p.2) Objetivo desta aulaAo final desta aula, o aluno será capaz de:1. Compreender o significado da problematização a ser elaborada sobre o tema; 2. analisar os critérios para a definição de problemas de pesquisa e conhecer as características textuais e formais dos itens “Apresentação do tema” e “Definição do problema”; 3. fazer uma análise do Memorial Descritivo elaborado em PPEV. Você também será orientado a realizar uma focalização progressiva do tema até a delimitação de um problema de pesquisa e elaborar o item Apresentação do Tema, especificando os motivos pessoais para a escolha do tema; 4. avaliar o item Situação-problema, apresentando a origem (antecedentes) do problema, bem como o quadro de referência conceitual e o contexto que explica o problema de pesquisa, mostrando familiaridade com a literatura (teoria e/ou estudos anteriores).

(p.3) O PROJETO MONOGRÁFICOMaria Regina BortoliniNo período passado, vimos que toda pesquisa envolve a problematização de um tema e a delimitação de um objeto de estudo.

Vimos também que a pesquisa exploratória é etapa importante porque nos coloca em contato com pesquisadores da área que vão nos dar orientações para a pesquisa, envolve uma observação mais cuidadosa da realidade e o levantamento das produções no campo de estudos em que nos situamos, permitindo o amadurecimento de nossas opções teórico-metodológicas e a progressiva delimitação de um objeto de investigação.

(p.4) Vimos como esse processo é importante para ampliar a abordagem do tema e desenvolver uma visão menos ingênua dos fenômenos estudados. Primeiro porque as escolhas teóricas passam a ser resultado do confronto de diferentes abordagens e teorias que, muitas vezes, têm pontos de partida e opõe explicações distintas para os mesmos fenômenos. Segundo porque, dessa forma, “enxergamos” elementos, contradições, situações que antes não considerávamos.

(p.5) A problematização do tema é o caminho necessário para a progressiva focalização e delimitação mais precisa de um problema de investigação. Mas nem todo problema pode ser objeto de estudo científico, ou seja, nem todo tipo de indagação que formulamos sobre a realidade são “problemas de conhecimento”, passíveis de observação e análise à luz dos instrumentos próprios da ciência.“Um problema de pesquisa é um problema que se pode ‘resolver’ com conhecimentos e dados já disponíveis ou com aqueles factíveis de serem produzidos”. (LAVILLE E DIONNE, 1999)

(p.6) Dessa forma, segundo Gil (1991), problemas do tipo “Como aumentar a autoestima dos professores?”“Como alfabetizar as crianças?” ou “O que precisa ser feito para reduzir os índices de analfabetismo?”Não são problemas científicos,  pois embora a pesquisa e o conhecimento científico possam fornecer dados e indicar pistas que favoreçam a elaboração de planos de ação, esses problemas não indagam sobre as causas e características de fenômenos, mas sobre como fazer alguma coisa.Assim como inquietações do tipo “Qual o melhor jogo para ensinar matemática?”, “De que maneira os professores devem tratar seus alunos?” não são problemas científicos porque remetem a juízos de valor, a posicionar-se diante de situações considerando o que é bom ou ruim, certo ou errado, questões de natureza ética. Não que eles não sejam problemas importantes para educação. Apenas não são problemas cuja resposta possa ser alcançada pelos métodos de pesquisa científica.

(p.7) Os problemas científicos, portanto, são aqueles voltados para a compreensão dos processos e elementos constituintes e das características dos fenômenos e cuja solução possa ser encontrada a partir da coleta e análise sistemática de dados, e da produção de conhecimentos.

Formular um problema consiste em “dizer, de maneira explícita, clara compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver”. (RUDIO, 1986) Deve ser formulado como pergunta, pois essa é a forma mais direta e fácil de torná-lo compreensível.

Quando dizemos... “As teorias sobre aprendizagem”, quem nos ouve não tem como saber quais são nossas dúvidas, inquietações, acerca desse tema. A frase em caráter afirmativo indica uma certeza e não uma dificuldade. Ao contrário, se formulamos como pergunta “Quais as várias teorias de aprendizagem que orientam as práticas dos professores na escola?”, imediatamente somos remetidos à necessidade de investigar, de pesquisar para poder encontrar respostas e solucionar a questão.

(p.8) O rigor necessário à geração de resultados confiáveis exige a delimitação de um objeto específico e de um campo de observação (universo). Por exemplo:“O que pensam os professores”? é um problema cuja formulação não está clara e precisa.O que definimos por “pensar”?Queremos saber sobre processos fisiológicos ou cognitivos?Queremos saber o que pensam os  professores, mas em relação a quê?Ou seja, o objeto não está precisamente definido. Os termos usados na sua formulação não se referem a conceitos, mas a expressões de linguagem cotidiana, são ambíguos, passíveis de múltiplas interpretações.  Os problemas de pesquisa devem ser formulados  de forma clara, precisa e interrogativa, evidenciando uma dúvida teórica ou empírica. Se não temos clareza do que estamos querendo saber, não será possível decidir sobre os fundamentos teóricos e os instrumentos para coletar e analisar os dados.Além disso... De que professores estamos falando? De ensino fundamental ou médio?  De Recife, São Paulo ou de Buenos Aires?  O problema precisa estar delimitado a uma dimensão viável, ou seja, a um campo de observação, um universo de estudo, compatíveis com os meios de investigação. Quantos pesquisadores estão envolvidos no estudo, quais os recursos e tempo disponíveis?

(p.9) Estudos que trabalham com um universo muito amplo exigem equipes numerosas e muitos recursos.  Estudos documentais ou experimentais podem requerer instrumentos que exigem conhecimentos técnicos mais elaborados.A elaboração de um problema de pesquisa não se encerra na delimitação de um objeto e de um universo. A partir de um quadro teórico de referência, vamos assumir uma determinada abordagem para o problema. Não é preciso dizer que a escolha desse quadro de referência e da

abordagem do tema/problema deve ser expressão dos desejos e interesses do pesquisador, mas também deve levar em conta as condições para o desenvolvimento da pesquisa.

(p.10) Assim, a primeira questão que se coloca ao aluno(a) em processo de elaboração de seu projeto de monografia diz respeito ao desejo. Todo projeto monográfico deve partir de uma inquietação que de fato mobiliza o estudante. A monografia, como trabalho que encerra um ciclo de formação, é oportunidade para a aplicação dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso na análise e reflexão de problemas que se colocam na prática pedagógica.A problematização da experiência vivida no estágio ou na prática docente geralmente resulta em processo estimulante porque ressignifica a formação e a prática docente.O que me chamou a atenção no estágio?Quais as dificuldades que enfrento na minha prática?  O que mais me interessa?O que quero conhecer melhor?O que posso conhecer através da pesquisa?Meu tema de interesse tem origem em que experiência vivida?Meus valores orientaram minha escolha do tema/problema?  Quais são minhas motivações para esse estudo?

(p.11) Sobre a segunda questão é preciso considerar que, em nosso caso, a pesquisa monográfica é um empreendimento sem muitos recursos e que se dá dentro de um campo específico de formação/pesquisa. Assim, uma consideração importante é a que se refere à abordagem de seu tema de interesse.

Antes de tudo, é preciso ultrapassar a abordagem meramente pessoal e buscar dar a amplitude e profundidade necessária ao tema/problema de modo que ele tenha relevância social. Não se faz pesquisa apenas para atender aos nossos desejos, mas para contribuir para o avanço do conhecimento e do enfrentamento de problemas realmente significativos, importantes para o campo.

(p.12) Para além do meu interesse pessoal, é um problema relevante para os profissionais e estudiosos no campo educacional?Sua solução daria contribuições importantes?   Quais?Além disso, frequentemente os temas/problemas eminentemente educacionais podem ser tomados a partir da perspectiva de outras ciências, de um olhar que se afina com outros campos de estudo que não a Pedagogia. No entanto, é preciso ter clareza de que não é razoável que um(a) estudante de Pedagogia assuma uma abordagem médica ou psicológica, por exemplo, na formulação de seu problema de monografia, pois, obviamente, ele não tem a formação adequada ao tratamento do problema nesses termos.

A  maior ou menor afinidade e domínio do estudante-pesquisador a uma teoria ou metodologia também devem ser considerados nesse processo. Nada impede que em outro momento de sua trajetória acadêmica ele faça um investimento de estudo que permita isso, mas, nesse momento, considerando os outros compromissos a que geralmente está  comprometido(a) é mais prudente  restringir as dimensões do estudo para poder desenvolver o trabalho sem apuro e com qualidade.

(p.14) Quais são, dentre os conhecimentos que possuo, os que se relacionam com meu tema de interesse e que podem me ajudar a delimitar o meu problema?Com quais linhas de pesquisa e teorias, concepções e autores que trabalham com esse tema me afino e como elas podem contribuir para delimitar melhor meu objeto e universo de estudo?

(p.15) Outra questão é a das condições efetivas em que se desenvolve a pesquisa. A realização da monografia é um empreendimento quase sempre solitário, sem recursos que apoiem a sua realização, onde o aluno-pesquisador tem que conciliar tempo de estudo e trabalho, desenvolver novas competências, entre outros desafios.Por isso, também é preferível trabalhar com uma delimitação mais restrita do universo que permita o aprofundamento no tratamento dos dados, a buscar ampliar sobremaneira o campo de observação e comprometer a adequação dos instrumentos e o rigor metodológico.

(p.16) Ainda que o problema seja interessante,  são adequadas as minhas competências e condições reais para sua investigação?Os recursos e tempo que tenho disponíveis são compatíveis para realizar a investigação?Ao longo dessa aula, discutimos critérios para a formulação de problemas de pesquisa. Em qualquer pesquisa, a definição do problema de investigação é processo fundamental, sem o qual a pesquisa não existe. Assim, num projeto de pesquisa, é preciso apresentar o tema e a formulação do problema.

(p.17) Agora, então, você deve começar a construir seu projeto de pesquisa monográfica. Levando em conta o Memorial Descritivo elaborado em PPEV, reveja a abordagem que deu ao tema, avalie se desenvolveu uma focalização progressiva do mesmo até a delimitação de um problema para a sua pesquisa monográfica. Verifique se  ele foi formulado adequadamente.Lembre-se: na “Apresentação do tema”, deve-se procurar contextualizar/situar o objeto de estudo na realidade educacional e no campo de conhecimento onde se insere. O texto da apresentação deve ser iniciado por um panorama geral sobre o assunto e progressivamente focar o objeto de estudo. É importante mostrar diferentes ângulos da questão, pois é o confronto de diferentes perspectivas que vai permitir a sua problematização. Em um outro item, o problema será colocado.

(p.18) A  “Definição do problema” deve ser iniciada com a exposição da inquietação, dúvida teórica ou da dificuldade prática que fomentou a busca pela compreensão do fenômeno e culminar com a formulação de uma pergunta central que irá orientar todo o estudo.Algumas perguntas podem ajudar sua revisão e, se necessário, a reformulação do texto iniciado em PPEV:A apresentação do tema se inicia por uma exposição mais geral sobre o assunto situando-o na realidade (nacional, regional, local)?Essa contextualização do objeto, na realidade, é seguida de discussão teórica que situe o objeto no campo de estudo?Há referência às principais teorias explicativas do objeto, suas aproximações e divergências?A definição do problema é iniciada pela exposição das inquietações e dúvidas que motivaram a busca pela compreensão do fenômeno através da pesquisa?O problema está formulado como pergunta? Está claro e preciso quanto ao que se refere? Os termos utilizados são adequados?

Conduz a julgamento de valor? Exige a implementação de uma ação para sua solução? Pode ser observado e analisado com os instrumentos da pesquisa científica? Sua abordagem é pertinente ao campo dos estudos pedagógicos? Está limitado a uma dimensão viável? O universo delimitado está ao meu alcance?

O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA Definição e tipos de hipóteses; conceito e tipos de variáveis; a operacionalização de hipóteses; enunciação de hipóteses ou questões?; características textuais e formais do item “Hipóteses/questões de estudo” do TCC.  SÍNTESE DA AULANessa aula você: ComPreendeu o significado da problematização a ser elaborada sobre o tema; analisou os critérios para a definição de problemas de pesquisa e conheceu as características textuais e formais dos itens “Apresentação do tema” e “Definição do problema”. Levando em conta o Memorial Descritivo elaborado em PPEV, você também realizou a focalização progressiva do tema até a delimitação de um problema para a sua pesquisa monográfica.

Aula 03. A FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES/QUESTÕES DE ESTUDODisciplina: PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO VI

(p.2) Objetivo desta aulaAo final desta aula, o aluno será capaz de:

1. Perceber a importância da formulação de questões/hipóteses de estudo e saber diferenciá-las; 2. conhecer diferentes tipos de variáveis; 3. compreender a operacionalidade de hipóteses e variáveis e analisar a conveniência ou não na elaboração de hipóteses de acordo com as características do estudo; 4. realizar estudos e reflexões que permitam a elaboração de questões ou hipóteses para o seu projeto monográfico levando em conta o Memorial Descritivo elaborado em PPEV.

(p.3) FORMULAR QUESTÕES OU HIPÓTESES DE ESTUDO?Como temos visto, o processo de problematização é vital para a pesquisa, pois é a partir dele que vamos formular uma reflexão conscistente sobre o tema de modo a conceber um objeto de estudo. Mas a problematização não se encerra na delimitação de um objeto. A partir do nosso modo de ver as coisas, das teorias que conhecemos, das ideologias as quais nos filiamos, somos impelidos a desmembrar o problema de investigação em seus processos e elementos constituintes. Afinal, nenhum pesquisador dá conta de compreender toda a multiplicidade de dimensões de um fenômeno.Maria Regina Bortolini

(p.4) Como vimos em PPEV, por exemplo, o estudo do problema da evasão escolar envolve diferentes dimensões, o que nos remete a diferentes fatores e questões a serem investigados:

Dimensão econômica: os alunos evadem para ir trabalhar? Para ajudar suas famílias? Para ter acesso a bens de consumo? Por que querem independência econômica?

Dimensão psicológica: como se percebem? Têm uma imagem positiva ou negativa de si mesmos? Experimentam um sentimento de fracasso?

Dimensão pedagógica: quais os fatores intraescolares que contribuem para a evasão? Os materiais e métodos de ensino são diversificados de modo a atender diferentes condições de aprendizagem? As relações humanas na escola são motivadoras?

(p.5) As perguntas formuladas nessa etapa da problematização nortearão o processo de investigação.Elas são “uma tentativa de criar indagações [formulações] a serem verificadas na investigação”. (DESLANDES, 1994).A elaboração de questões/hipóteses de estudo é um exercício de imaginação criativa. Geralmente elas têm origem na nossa observação da realidade, análise dos resultados de outras pesquisas e reflexão teórica aliada a certa intuição.

(p.6) Na formulação de questões/hipóteses de estudo, necessariamente vamos buscar compreender como alguns fatores se articulam na determinação do objeto de estudo, ou seja, vamos estabelecer relações entre algumas variáveis.

(p.7) Variáveis são aspectos de um fenômeno que podem ser observados e que podem variar ( comportar-se de modo diferente em relação ao mesmo ou a outros fenômeno). Existem vários tipos de variáveis:

Variáveis nominais: servem para caracterizar e nomear as coisas. Ex: sexo e estado civil.

Variáveis ordinais: além de caracterizar, estabelecem uma ordem entre as coisas. Ex: escolaridade e renda

Variáveis dependentes: são aquelas que estão estreitamente relacionadas, que dependem do objeto e das condições da pesquisa.

Variáveis independentes: são aquelas que independem do objeto e das condições de investigação, mas que serão consideradas no estudo.

(p.8) As questões/hipóteses podem trabalhar com uma ou mais variáveis, que podem ter entre si uma relação de causalidade, complementaridade, direção etc.Como nossa aproximação à realidade é sempre resultado de um recorte, toda pesquisa exige uma delimitação mais precisa de que dimensões estaremos valorizando em nosso estudo, com que aspectos, fatores estaremos trabalhando.

(p.9) Ander-Egg (apud MARKONI e LAKATOS) aponta três níveis de limites a que a pesquisa pode estar limitada: Quanto ao objeto: selecionando um maior ou menor número de variáveis que intervêm no fenômeno a ser estudado (Quais dimensões serão consideradas? Que aspectos dessas dimensões serão estudados?).

Quanto ao campo de investigação: localizando o fenômeno no tempo e no espaço ( A que período temporal nos referimos? Estaremos estudando a manifestação do fenômeno no presente ou no passado? Em que espaço geopolítico ele se insere? Em que dimensão:internacional, nacional, regional, local, institucional?).Considerada a pesquisa nas ciências humanas, poderíamos incluir aqui uma outra limitação de campo referente aos sujeitos a serem investigados (Que grupos serão considerados? No campo educacional: professores, alunos, pais, funcionários?).

Quanto ao nível de investigação: exploratório, de investigação ou comprovação de hipóteses.

(p.10) A consideração de algumas variáveis e não de outras está relacionada ao modo como vemos o problema de investigação. Há portanto, diferentes maneiras de organizarmos esses elementos. Esse processo pode se mais ou menos estruturado, ou seja, envolver a definição prévia e mais detalhada das variáveis e hipóteses a serem observadas no trabalho de campo ou trabalhar com variáveis que, embora estejam presentes na formulação das questões de estudo, vão ser melhor detalhadas e organizadas após a coleta de dados ao longo da categorização dos resultados.

IMPORTANTENos dois casos, os pesquisadores vão organizar as variáveis em categorias (categorias a priori oi a posteriori) e formular algumas ideias (questões ou hipóteses) acerca do seu problema de investigação.

(p.11) Por exemplo, para o problema das causas do fracasso escolar há várias possibilidades de abordagem.Um modo de concebê-lo seria formular uma pergunta mais aberta a diferentes possibilidades de resposta como:“Quais as causas do fracasso escolar?”Neste caso, estamos elaborando uma questão para a qual não temos uma perspectiva de resposta e, apenas no trabalho de campo, com a coleta dos dados, é que estaremos nos aproximando dos fatores/causas possíveis. Não queremos testar nenhuma ideia que tivemos, queremos estar livres para ver o que o trabalho de campo nos trará. Ou seja, não estaremos abertamente trabalhando com variáveis que identificamos antes de ir a campo, mas estaremos formulando categorias a partir do trabalho de campo.Mas também poderíamos considerar, a partir de nossas leituras e reflexão apurada, uma resposta provisória para nosso problema antes mesmo de ir a campo. Neste caso, estaríamos formulando uma hipótese de estudo.

(p.12) As hipóteses podem se referir às características do objeto, à frequência dos acontecimentos, aos processos e condições de funcionamento das coisas. A hipótese geralmente é apresentada na forma de uma afirmativa que terá sua validade confirmada ou não a partir dos dados de campo. Em nosso exemplo: A causa do fracasso escolar é diferença entre a cultura da escola e a cultura do universo social de origem da criança.

(p.13) Estabelecemos as variáveis determinantes do fenômeno e suas relações antes mesmo de ir a campo. Em nosso exemplo, estamos considerando como variáveis cultura da escola e cultura do aluno. Dentre as possíveis relações entre essas variaveis estamos considerando a sua diferença. Essa forma de organizar essas variáveis a partir dessa relação expressa nossa ideia que temos como resposta ao nosso problema e que queremos verificar sua validade através da pesquisa.Mas, para ser uma hipótese aplicável a uma pesquisa científica, é fundamental que ela esteja relacionada a evidências empíricas ou formulações teóricas e esteja ao alcance das técnicas disponíveis para a coleta de dados (Gil, 1996), ou seja, uma hipótese deve estar bem fundamentada, não deve se basear em valores. (DESLANDES, 1994).Ou seja, a hipótese é uma “suposição objetiva e não uma mera opinião”. Embora em nossa vida cotidiana, frequentemente, elaboremos hipóteses para responder às nossas dúvidas mais imediatas (Será que vai chover? Considerando o vento úmido, acho que sim. Se chover, confirmamos nossa hipótese, se não chover nossa hipótese não é confirmada, simples assim), não se concebe que na pesquisa científica se gaste tempo e recursos para testar hipóteses que não consideraram todo o conhecimento disponível ( o conhecimento científico é cumulativo, o que permite seu avanço, seu desenvolvimento).

(p.14) Embora não haja regras para a elaboração de hipóteses, vários autores vão apresentar alguns critérios que devem ser considerados na sua formulação. Segundo Rudio, as hipóteses devem:

Ser plausíveis, indicar uma situação, condição possível dentro dos parâmetros da realidade; Ter consciência, não admitir enunciados contraditórios e não estar em contradição com a teoria que a fundamenta; Ser específicas, bem delimitadas, evidenciando aquilo que deve ser observado; Ser formuladas em termos e conceitos claros, que não levem a uma interpretação ambígua do seu significado; Ser explicativas, ou seja, não são mera repetiçã do problema, mas explicação, resposta para o problema.

(p.15) Os estudos quantitativos geralmente trabalham com categorias/hipóteses muito estruturadas, pois partem do pressuposto de que o rigor científico está fundado nesse controle das variáveis. Nos estudos qualitativos, busca-se uma relação dialógica com o campo, com abertura para a emergência e o reconhecimento de aspectos que o pesquisador não havia considerado antes de sua investigação empírica.

De qualquer forma, o rigor acadêmico exige que o pesquisador tenha a clareza e o cuidado necessários em sua análise do problema para identificar as variáveis que permitem a elaboração de explicações plausíveis para os fenômenos investigados. Ou seja, ainda que ele opte por trabalhar com questões norteadoras, como é o nosso caso, ele deve se preocupar em fazer ima consistente revisão da bibliografia pertinente de modo a não formular questões ingênuas.

Dessa forma, faça uma cuidadosa revisão da bibliografia que voce levantou e reflita sobre as teorias, pesquisas e dados encontrados. A partir daí, procure desmembrar o seu problema de pesquisa em diferentes aspectos e dimensões. Identifique que variáveis vai considerar em seu projeto e como elas podem estar relacionadas. Elabore questões para orientat sua investigação.

(p.16) Lembre-se, o fato de estarmos trabalhando com questões não elimina sua construção a partir de algumas ideias que voce gostaria de verificar a validade ou não no campo, mas exige a sua redação na forma de pergunta.

Bem...reveja o item “Questões norteadoras no modelo de projeto” e... Mãos à obra!

(p.17)

O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA Definição e tipos de hipóteses; conceito e tipos de variáveis; a operacionalização de hipóteses; enunciação de hipóteses ou questões; características textuais e formais do item "Hipóteses/questões de estudo" do TCC.

 SÍNTESE DA AULANessa aula você:

Compreendeu o significado da problematização a ser elaborada sobre o tema; analisou os critérios para a definição de problemas de pesquisa e conheceu as características textuais e formais dos itens “Apresentação do tema” e “Definição do problema”. Levando em conta o Memorial Descritivo elaborado em PPEV, você também realizou a focalização progressiva do tema até a delimitação de um problema para a sua pesquisa monográfica.

Aula 4: A Elaboração de Objetivos e da JustificativaTela 2

Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1. Analisar a função social do conhecimento e da pesquisa científica;

2. compreender os critérios de valoração de uma pesquisa;

3. analisar a viabilidade e as consequências de uma pesquisa;

4. conhecer as características textuais e formais dos itens “Objetivo” e “Justificativa”;

5. ser orientado a realizar estudos e reflexões que permitam a elaboração dos objetivos e da justificativa de seu projeto monográfico.

Tela 3

Tela 4

Tela 5

Tela 6

Tela 7

Tela 8Mas, como saber se o seu tema ou problema tem essa dimensão, se é relevante para a sociedade?

Tela 9

Tela 10

Tela 11

Tela 12

Tela 13

Tela 14

Na próxima aula você estudará os seguintes assuntos:; a importância do referencial teórico para o desenvolvimento do TCC; alguns campos de pesquisa em Educação; a pesquisa da bibliografia pertinente.

ANEXO 4 - MODELO PARA ELABORAÇÃO DO TCC CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

O tema do TCC do Curso de Graduação em Odontologia da UFPR deverá se relacionar com a Odontologia e com áreas afins de atuação do profissional CD devendo estar enquadrado nas seguintes modalidades:I -   Relato de caso clínico ou de série de casos;II -   Revisão da literatura;III -  Pesquisa.

O trabalho escrito deve ser digitado, utilizando fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5 em folha tamanho A4, com margens de 2 cm, indicando o número de páginas no rodapé direito e ocupando, no máximo, 25 páginas.

As figuras, quadros e/ou tabelas devem ser numerados seqüencialmente e apresentadas no corpo do trabalho com título adequado. Nas figuras, o título deve aparecer abaixo das mesmas e nos quadros ou tabelas, acima.

1. ESTRUTURA DO TCC

RELATO DE CASO REVISÃO DE LITERATURA

PESQUISA

Elementos Pré-textuais

Capa Capa CapaFolha de rosto Folha de rosto Folha de rostoResumo em português Resumo em português Resumo em portuguêsPalavras Chave Palavras Chave Palavras ChaveAbstract (Resumo em Inglês)

Abstract (Resumo em Inglês)

Abstract (Resumo em Inglês

Key Words Key Words Key WordsElementos Textuais

Introdução Introdução IntroduçãoRelato de Caso Desenvolvimento Material e MétodosDiscussão Conclusão Resultados Conclusão ------- Discussão

------- ------- ConclusãoPós-textuais Referências Referências Referências

Anexo Anexo Anexo

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

1. Capa : Deve conter o nome do aluno, o título do trabalho (deve ser conciso e significativo, em letra maior que o

nome do aluno), a cidade e o ano de conclusão. Ex.:

Nome do Aluno

Título do Trabalho

Curitiba2010

2. Folha de Rosto : Deve conter o nome do aluno, o título do trabalho, natureza acadêmica do trabalho, nome do orientador(a),

a cidade e o ano de conclusão. Ex.:

Nome do Aluno

Título do Trabalho

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Odontologia da Universidade Federal do Paraná como requisito à obtenção do título de Cirurgião Dentista. Orientador(a):

Curitiba2010

3. Resumo : É a síntese dos pontos relevantes do documento, em linguagem clara, concisa e direta. Os objetivos, a relevância do

tema e as conclusões devem ser apresentadas de forma sucinta. Na modalidade de pesquisa devem, ainda, conter o material e método e os resultados. Deve conter no máximo 250 palavras.

4. Palavras-chave : Listar no máximo cinco palavras-chaves que identifiquem o assunto. A escolha das palavras-chave pode ser feita

com base nos Descritores em Ciências da Saúde, disponível no site: www.decs.bvs.br

5. Abstract : É a tradução do resumo em língua estrangeira, em geral o inglês. Deve seguir os mesmos critérios do resumo em

português.

6. Key Words : São as palavras-chave em língua estrangeira, disponível no site: www.decs.bvs.br

ELEMENTOS TEXTUAIS DO RELATO DE CASO

1. Introdução : É a parte do trabalho em que o assunto é definido claramente, de modo a abranger sua importância, justificativa e

objetivo(s). Neste campo, os autores referenciam trabalhos anteriormente realizados para situar o tema do trabalho. Ao final da introdução, os autores devem apresentar o(s) objetivo(s) do trabalho proposto.

2. Relato de caso : Descrição de um ou mais casos, relatando a história clínica do(s) paciente(s), características (clínicas,

radiográficas, histológicas, etc...) da doença ou alteração observada, com enfoque no tratamento proposto e/ou realizado. É necessária a apresentação de figuras (fotografias, radiografias e ilustrações) para melhor compreensão dos procedimentos envolvidos.

3. Discussão :É o momento em que os autores apresentam seu raciocínio e a argumentação dos procedimentos que envolvem o

caso relatado. Ex.: exames realizados, materiais utilizados, técnicas empregadas, etc...

4. Conclusão :É a parte final do texto na qual se apresenta o fechamento das ideias respondendo ao(s) objetivo(s) do trabalho.

Pode ser apresentada de forma dissertativa ou de tópicos.

ELEMENTOS TEXTUAIS DA REVISÃO DE LITERATURA

1. Introdução: É a parte do trabalho em que o assunto é definido claramente, de modo a abranger sua importância, justificativa e

objetivo(s). Neste campo, os autores referenciam trabalhos anteriormente realizados para situar o tema do trabalho. Ao final da introdução, os autores devem apresentar o(s) objetivo(s) do trabalho proposto.

2. Desenvolvimento :Principal parte do texto, este capítulo tem por finalidade a exposição ordenada e detalhada sobre o assunto

pesquisado. O autor deve demonstrar conhecimento da literatura básica do assunto. A literatura citada deve mostrar a evolução do tema de maneira integrada, devendo ter relação direta e específica com o tema abordado.

O autor deverá, ainda, apresentar seu raciocínio, comparando os resultados apresentados nas pesquisas, examinando colocações similares e/ou conflitantes, estabelecendo relações entre causas e efeitos e deduzindo as generalizações e princípios básicos que tenham comprovação nos fatos experimentais.

3. Conclusão :É a parte final do texto na qual se apresenta o fechamento das ideias respondendo ao(s) objetivo(s) do trabalho.

Pode ser apresentada de forma dissertativa ou de tópicos.

ELEMENTOS TEXTUAIS DE PESQUISA

1. Introdução: É a parte do trabalho em que o assunto é definido claramente, de modo a abranger sua importância, justificativa e

objetivo(s). Neste campo, os autores referenciam trabalhos anteriormente realizados para situar o tema do trabalho. Ao final da introdução, os autores devem apresentar o(s) objetivo(s) do trabalho proposto.

2. Material e Métodos:Descrição da metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho. Embora breve, deve ser completa e clara,

descrevendo as técnicas e processos empregados, bem como o delineamento experimental.

3. Resultados:É a apresentação de forma detalhada dos resultados obtidos. Se conveniente, incluir ilustrações como figuras e

tabelas.

4. Discussão:É a parte do trabalho que o autor apresenta seu raciocínio, comparando os resultados obtidos com os

apresentados nas pesquisas, examinando colocações similares e/ou conflitantes, estabelecendo relações entre causas e efeitos e deduzindo as generalizações e princípios básicos que tenham comprovação nos fatos experimentais.

5. Conclusão :É a parte final do texto na qual se apresenta o fechamento das ideias respondendo ao(s) objetivo(s) do trabalho.

Pode ser apresentada de forma dissertativa ou de tópicos.ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

1. Referências :As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética de sobrenome e todos os autores incluídos no

texto deverão ser listados. As referências devem ser efetuadas conforme os exemplos abaixo, baseados na NBR 6023, ago. 2002. Para trabalhos com até três autores, citar o nome de todos; acima de três, citar o primeiro seguido da expressão et al.

Artigos de periódicoMORAIS, I. J.; ROSA, M. T. S.; RINALDI, W. O treinamento de força e sua eficiência como meio de prevenção da osteoporose. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, v. 9, n. 2, p. 129-134, 2005.OBICI, A. C. et al. Degree of conversion and Knoop hardness of Z250 composite using different photo-activation methods. Polymer Testing, v. 24, n. 7, p. 814-818, 2005.

Livros - Autor de todo o livroBONFIGLIO, T. A.; EROZAN, Y. S. Gynecologic cytopathology. New York: Lippincott Raven, 1997. 550 p.SILVA, P. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 1314 p.Livro - Autor de capítulo dentro de seu próprio livroSILVA, P. Modelos farmacocinéticos. In: _____. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. p. 16-17.

Livro - Autor de capítulo dentro de um livro editado por outro autor principalCIPOLLA NETO, J.; CAMPA, A. Ritmos biológicos. In: AIRES, M. M. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. p. 17-19.

Teses, dissertações e monografiasOBICI, A. C. Avaliação de propriedades físicas e mecânicas de compósitos restauradores odontológicos fotoativados por diferentes métodos. 2003. 106 f. Tese (Doutorado em Materiais Dentários) - Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade de Campinas, Piracicaba, 2003.SANT’ANA, D. M. G. Estudo morfológico e quantitativo do plexo mioentérico do colo ascendente de ratos adultos normoalimentados e submetidos à desnutrição protéica. 1996. 30 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Celular) - Centro de Ciências Biológicas – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 1996.DANTAS, I. S. Levantamento da prevalência do tabagismo entre alunos do 2o grau noturno da Escola Estadual Manoel Romão Neto do Município de Porto Rico – PR. 1997. 28 f. Monografia (Especialização em Biologia) – Universidade Paranaense, Umuarama, 1997.

Evento como um todo (em anais, periódico e meio eletrônico)ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E FÓRUM DE PESQUISA, 4., 2005, Umuarama. Anais... Umuarama: UNIPAR, 2005, 430 p.REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PESQUISA ODONTOLÓGICA, 20., 2003, Águas de Lindóia. Pesquisa Odontológica Brasileira. v. 17, 2003, 286 p. Suplemento 2.CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPE, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: UFPE, 1996. Disponível em:<http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.

Resumo de trabalho apresentado em eventoVISCONSINI, N. J. C. et al. Grau de translucidez de resinas compostas micro-híbridas fotopolimerizáveis: estudo piloto. In: JORNADA ODONTOLÓGICA DA UNIPAR, 10., 2005, Umuarama. Anais... Umuarama: UNIPAR, p. 8-11, 2005. CD-ROM.OBICI, A. C. et al. Avaliação do grau de conversão do compósito Z250 utilizando duas técnicas de leitura e vários métodos de fotoativação. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PESQUISA ODONTOLÓGICA, 20., 2003, Águas de Lindóia. Pesquisa Odontológica Brasileira. v. 17, p. 235, 2003. Suplemento 2. Periódico on-lineKNORST, M. M.; DIENSTMANN, R.; FAGUNDES, L. P. Retardo no diagnóstico e no tratamento cirúrgico do câncer de pulmão. J. Pneumologia, v. 29, n. 6, 2003. Disponível em : <http://www.scielo.br/>. Acesso em: 10 jun. 2004.

Entidade ColetivaBRASIL. Ministério da Saúde, Instituto do Câncer, Coordenação de Controle de Câncer (Pro-Onco), Divisão da Educação. Manual de orientação para o “Dia Mundial sem Tabaco”. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer. 1994. 19 p.

Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônicoJORGE, S. G. Hepatite B. 2005. Disponível em: <http://www.hepcentro.com.br/hepatite_b.htm>. Acesso em: 15 fev. 2006.BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus: informações de saúde. Disponível em: <www.datasus.gov.br/tabnet/tabnet.htm>. Acesso em: 10 fev. 2006.

Documentos jurídicosBRASIL. Lei no 10216, de 6 de abril de 2001. Estabelece a reestruturação da assistência psiquiátrica brasileira. Diário oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 10 abr. 2001.

2. Anexos :Consiste em um texto ou documento, elaborado ou não pelo autor, com o intuito de fundamentar, ilustrar e

comprovar. Ex.: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), ficha clínica, ilustração de outra autoria, etc...