Projeto Ete Acl

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Projeto de estação de tratamento de esgoto por variante de lodo ativado, na cidade de Umuarama - PR.

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    Sistema de esgotamento sanitrio do

    municpio de Umuarama PR

    Perodo 2014 2034

    Projeto Tcnico Estao de tratamento de

    esgotos e emissrio final

    Responsveis tcnicos:

    A C L Engenharia Ltda.

    Engenheiro Ambiental Andr Almagro

    Engenheira Ambiental Caroline Alves Gil da Costa

    Engenheira Ambiental Letcia Ferreira Queiroz

    Contratante:

    Prefeitura Municipal de Umuarama PR

    Secretaria Municipal de Habitao e Projetos Tcnicos

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    Apresentao

    O presente documento apresenta o projeto tcnico do Sistema de

    Esgotamento Sanitrio do municpio de Umuarama PR. Para o tratamento

    dos esgotos domsticos da cidade de Umuarama PR foi adotado a variao

    do sistema de tratamento por lodos ativados. O processo se dar com fluxo

    intermitente, denominado reao em batelada. O ps-tratamento se dar por

    sistemas de filtros biolgicos, seguidos por decantador.

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    SUMRIO

    Volume I Memorial descritivo

    1. Introduo .................................................................................................. 10

    2. Objetivo ...................................................................................................... 11

    3. Justificativa ................................................................................................ 11

    4. Caracterizao fsica do municpio ............................................................ 12

    4.1. Histrico do municpio ......................................................................... 12

    4.2. Localizao ......................................................................................... 14

    4.3. Dados gerais ....................................................................................... 16

    4.4. Clima ................................................................................................... 16

    4.5. Geologia .............................................................................................. 17

    4.6. Relevo ................................................................................................. 18

    4.7. Solos ................................................................................................... 19

    4.8. Hidrografia ........................................................................................... 20

    4.9. Cobertura vegetal ................................................................................ 21

    5. Caraterizao socioeconmica .................................................................. 22

    5.1. Populao ........................................................................................... 22

    5.2. Evoluo populacional ........................................................................ 22

    5.3. Populao residente............................................................................ 23

    5.4. Sade .................................................................................................. 23

    5.5. Educao ............................................................................................ 23

    5.6. Economia ............................................................................................ 24

    6. Caracterizao dos componentes do sistema ........................................... 25

    6.1. Unidade de pr-tratamento ................................................................. 25

    6.2. Variante de lodo ativado: reator sequencial em bateladas .................. 26

    6.3. Filtro biolgico ..................................................................................... 28

    7. Demandas de projeto................................................................................. 29

    7.1. Populao de projeto .......................................................................... 29

    7.2. Vazes de projetos.............................................................................. 30

    7.3. Infiltrao ............................................................................................. 31

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    7.4. Contribuio de esgotos domsticos................................................... 31

    7.5. Vazes de esgoto ............................................................................... 32

    7.6. Carga orgnica de projeto ................................................................... 32

    7.7. Localizao da estao de tratamento de esgoto ............................... 32

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    Volume II Memorial de clculo

    1. Parmetros de projeto ............................................................................... 35

    1.1. Contribuio de infiltrao de incio de plano ...................................... 35

    1.2. Contribuio de infiltrao de final de plano ........................................ 35

    Contribuio mdia inicial de esgoto ................................................... 36

    1.4. Contribuio mdia final de esgoto ..................................................... 36

    1.5. Vazo mdia inicial de esgoto ............................................................. 37

    Vazo mdia final de esgoto ............................................................... 37

    1.7. Vazo mxima de esgoto .................................................................... 37

    Vazo mnima de esgoto ..................................................................... 38

    1.9. Carga orgnica de projeto ................................................................... 38

    Concentrao de DBO5 no esgoto ................................................... 38

    1.11. Concentrao de DBO5 de projeto ................................................... 39

    2. Dimensionamento da calha Parshall ......................................................... 40

    2.1. Altura mdia da lmina lquida antes do ressalto ................................ 41

    Altura mxima da lmina lquida antes do ressalto ............................. 41

    2.3. Altura mnima da lmina lquida antes do ressalto .............................. 42

    2.4. Rebaixo da Calha Parshall .................................................................. 42

    Lmina de gua na entrada da Calha Parshall ................................... 42

    3. Dimensionamento do ltimo trecho da tubulao da rede coletora ........... 43

    3.1. Declividade mnima ............................................................................. 43

    3.2. Declividade do terreno ........................................................................ 43

    3.3. Declividade adotada ............................................................................ 44

    3.4. Determinao do dimetro .................................................................. 44

    3.5. Velocidade final de plano .................................................................... 45

    3.6. Raio Hidrulico .................................................................................... 45

    3.7. Velocidade crtica ................................................................................ 45

    3.8. Tenso trativa ..................................................................................... 46

    4. Dimensionamento do tratamento preliminar .............................................. 47

    4.1. Gradeamento ...................................................................................... 47

    4.1.1. Recomendaes ........................................................................... 47

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    4.1.2. Parmetros de dimensionamento ................................................. 47

    4.1.3. Eficincia da grade ....................................................................... 47

    4.1.4. rea til da grade ......................................................................... 48

    4.1.5. Seo do canal junto grade ....................................................... 48

    4.1.6. Largura do canal de acesso ......................................................... 48

    4.1.7. Verificao das velocidades ......................................................... 49

    4.1.8. Quantidade de barras ................................................................... 49

    4.1.9. Comprimento til da grade ........................................................... 49

    4.1.10. Perda de carga com obstruo de 50% da grade......................... 50

    4.2. Desarenador ....................................................................................... 50

    4.2.1. Recomendaes de projeto .......................................................... 51

    4.2.2. Parmetros de dimensionamento ................................................. 51

    4.2.3. Largura da caixa de areia ............................................................. 51

    4.2.4. Comprimento da caixa de areia .................................................... 52

    4.2.5. Verificao da taxa de escoamento superficial ............................. 52

    4.2.6. Verificao da velocidade de entrada para vazo mdia final,

    mxima e mnima. ..................................................................................... 52

    4.2.7. Volume dirio na caixa de areia.................................................... 53

    4.2.8. Altura diria de areia acumulada na caixa de areia ...................... 53

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    Lista de Figuras

    Figura 1 - Localizao do Municpio de Umuarama ......................................... 15

    Figura 2 - Permetro Urbano. Fonte: Google Maps. ......................................... 15

    Figura 3 - Grfico Temperaturas histricas 1974 a 2008. Fonte: IAPAR ......... 16

    Figura 4 - Precipitao mensal - srie histrica 1974 a 2008. Fonte: IAPAR ... 17

    Figura 5 - Mapa geolgico do noroeste do estado do Paran .......................... 18

    Figura 6 - Mapa de declividade de Umuarama - PR ........................................ 19

    Figura 7 - Mapa de solos do noroeste do Estado do Paran. .......................... 20

    Figura 8 - Mapa de localizao de Umuarama e crregos. .............................. 21

    Figura 9 - Grfico Evoluo populacional. Fonte: IBGE ................................... 22

    Figura 10 - Grfico Matrculas por nvel (srie). Fonte: IBGE........................... 23

    Figura 11 - Grfico Produto Interno Bruto de Umuarama. Fonte: IBGE ........... 24

    Figura 12 - Representao dos fenmenos bsicos de degradao de

    substratos em biofilmes. ................................................................................... 29

    Figura 13 - Populao de Umuarama e Linha de Tendncia ........................... 30

    Figura 14 - Possveis localizaes de ETE em Umuarama - PR ...................... 32

    Figura 15 - Calha Parshall Convencional ......................................................... 41

    Figura 16 - Tenso Trativa na tubulao .......................................................... 46

    Figura 17 - Mecanismo de Raspagem ............................................................. 54

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    Lista de Tabelas

    Tabela 1 - Evoluo populacional. Fonte: IBGE. .............................................. 22

    Tabela 2 - Taxa de analfabetismo segundo faixa etria. Fonte: IBGE. ............ 23

    Tabela 3 - Sequncia operacional de um reator em bateladas. ....................... 27

    Tabela 4 - Caractersticas das reas analisadas. ............................................. 33

    Tabela 5 - Parmetros de projeto ..................................................................... 35

    Tabela 6 - Dimenses da Calha Parshall ......................................................... 40

    Tabela 7 - Valores de W, K e n. ....................................................................... 40

    Tabela 8 - Vazes de projeto. .......................................................................... 43

    Tabela 9 - Dimetros. ....................................................................................... 44

    Tabela 10 - Velocidade de final de plano. ........................................................ 45

    Tabela 11 - Relao y/D e Rh/D ....................................................................... 45

    Tabela 12 Recomendaes de projeto. ......................................................... 47

    Tabela 13 - Parmetros de Dimensionamento. ................................................ 47

    Tabela 15 - Velocidades de passagem e montante. ..................................... 50

    Tabela 16 - Recomendaes de projeto. ......................................................... 51

    Tabela 17 - Parmetros de dimensionamento.................................................. 51

    Tabela 18 - Verificao da velocidade de entrada. .......................................... 53

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    Sistema de esgotamento sanitrio do

    municpio de Umuarama PR

    Perodo 2014 2034

    Projeto Tcnico Estao de tratamento de

    esgotos e emissrio final

    Volume I Memorial descritivo

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    1. Introduo

    Esgoto o termo usado para as guas que, aps a utilizao humana,

    apresentam as suas caractersticas naturais alteradas conforme o uso

    predominante: comercial, industrial ou domstico. Essas guas apresentaro

    caractersticas diferentes e so genericamente designadas de guas residuais

    (ou guas servidas).

    As excrees humanas podem transmitir uma srie de doenas, tais

    como: hepatite A, febre tifide, clera, amebase, giardase, verminoses e

    diarrias infecciosas. Por esse motivo, fundamental o destino adequado do

    esgoto domiciliar, impedindo que ele entre em contato com o ser humano,

    guas de abastecimento, alimentos, vetores (moscas, baratas, ratos e outros).

    Os dejetos industriais so igualmente nocivos ao homem pela

    contaminao de produtos que o afetam diretamente e tambm os animais, tais

    como substncias txicas, metais pesados, entre outros. Os dejetos industriais

    tambm lanam no meio ambiente substncias que interferem no conjunto dos

    ecossistemas degradando o mesmo.

    No campo de tecnologias para o tratamento de esgotos sanitrios, a

    escolha entre as diversas alternativas disponveis ampla e depende de

    diversos fatores, dentre eles, podem ser citados:

    rea disponvel para implantao da ETE;

    Topografia dos possveis locais de implantao e das bacias de

    drenagem e esgotamento sanitrio;

    Volumes dirios a serem tratados e variaes horrias e sazonais da

    vazo de esgotos;

    Caractersticas do corpo receptor de esgotos tratados;

    Disponibilidade e grau de instruo da equipe operacional responsvel

    pelo sistema;

    Disponibilidade e custos operacionais de consumo de energia eltrica;

    Clima e variaes de temperatura da regio;

    Disponibilidade de locais e/ou sistemas de reaproveitamento e/ou

    disposio adequados dos resduos gerados pela ETE.

    O tratamento de esgotos pode ser dividido em nveis de acordo com o

    grau de remoo de poluentes ao qual se deseja atingir. O tratamento

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    11

    preliminar destina-se a remoo de slidos grosseiros em suspenso

    (materiais de maiores dimenses e os slidos decantveis como areia e

    gordura). So utilizados apenas mecanismos fsicos (gradeamento e

    sedimentao por gravidade) como mtodo de tratamento. Esta etapa tem por

    finalidade, proteger as unidades de tratamento subsequentes e dispositivos de

    transporte, como, por exemplo, bombas e tubulaes, alm de proteo dos

    corpos receptores quanto aos aspectos estticos. O tratamento primrio, alm

    dos slidos sedimentveis, remove tambm uma pequena parte da matria

    orgnica, utilizando-se de mecanismos fsicos como mtodo de tratamento.

    O tratamento secundrio, geralmente constitudo por reator biolgico,

    remove grande parte da matria orgnica, podendo remover parcela dos

    nutrientes como nitrognio e fsforo. Os reatores biolgicos empregados para

    essa etapa do tratamento reproduzem os fenmenos naturais da estabilizao

    da matria orgnica que ocorreriam no corpo receptor.

    O tratamento tercirio, nem sempre presente, geralmente constitudo de

    unidade de tratamento fsico-qumico, tem como finalidade a remoo

    complementar da matria orgnica, dos nutrientes, de poluentes especficos e

    a desinfeco dos esgotos tratados.

    2. Objetivo

    Este projeto tem por finalidade propor um tratamento de esgotos

    domsticos, visando garantir eficincia no sistema de esgotamento sanitrio do

    municpio de Umuarama, PR, conforme legislao, e classificao do corpo

    receptor.

    3. Justificativa

    O saneamento bsico constitudo pelos servios de abastecimento de

    gua, coleta e tratamento de esgotos, coleta da drenagem pluvial, e coleta de

    lixo, condio fundamental para a sade pblica. Os dados do Censo 2010,

    divulgados pelo IBGE, confirmam que o saneamento bsico a maior carncia

    do Pas na rea de servios pblicos e infraestrutura: apenas 55,4% dos 57,3

    milhes de domiclios esto ligados rede geral de esgoto. Outros 11,6%

    utilizam fossa sptica. Os demais 32,9% no tm saneamento bsico. Esto

    nessa situao 18,9 milhes de domiclios brasileiros. Atualmente, apenas 10%

    do total de esgotos produzido recebem algum tipo de tratamento, enquanto os

    outros 90% so despejados "in natura" nos solos, rios, crregos e nascentes,

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    12

    constituindo-se na maior fonte de degradao do meio ambiente e proliferao

    de doenas.

    Este estudo de concepo tem como justificativa a necessidade da

    implantao de um sistema de coleta e tratamento de efluentes domsticos, de

    forma a assegurar a sade da populao por meio da reduo de doenas de

    veiculao hdrica.

    4. Caracterizao fsica do municpio

    4.1. Histrico do municpio

    Em 1924, o tcnico em agricultura e reflorestamento da Comisso

    Inglaterra Montagu, Lord Lovat, veio ao Brasil e numa de suas viagens exigidas

    por suas funes, chegou ao Norte do Paran. A falta de estradas o impediu de

    ir alm dos 25 km da primitiva estrada de ferro que existia. Com o intuito de

    desbravar aquela imensa floresta mais de 350 km at as margens do Rio

    Paran, Lovat organizou a Brasil Plantations, empresa que adquiriu no Leste

    paranaense duas fazendas e iniciou plantao de algodo. Como o resultado

    no foi o esperado, em 1937 esta companhia foi absorvida por um grupo maior,

    a Paran Plantations Ltda, fundada em Londres em 1925. Ao mesmo tempo

    em que a absoro ocorreu em Londres, estabelecia-se no Brasil uma

    companhia subsidiria, com escritrio central instalado em So Paulo, que

    iniciou suas atividades com capital de mil contos. Era a Companhia de Terras

    Norte do Paran.

    O ento gerente da Empresa, Arthur Tomas, assumiu a direo

    gerencial, mantendo-se nesse cargo at 1949. Depois de realizado estudo das

    condies climticas e fertilidade do solo entre outras vantagens a Cia adquiriu

    um total de 515 mil alqueires de ricas terras florestais na regio Norte do

    Paran em meios a conflitos por lutas de posse dessa regio. A Companhia

    Melhoramento Norte do Paran instalou escritrio nessas terras e passou a

    dedicar-se explorao e estudo do povoamento, bem como os meios de

    acesso regio, construindo as primeiras estradas e rodovias e no fim de 1930

    recebeu os primeiros colonizadores.

    A dcada de 1930 se deu com lento desenvolvimento devido s

    dificuldades da poca, advindas da insegurana poltico-econmica do pas.

    Durante essa poca a Companhia subsidiria, Companhia de Terras do Norte

    do Paran, garantiu aos colonos meios de transporte para si e seus produtos,

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    auxlio na construo de moradias, cuidados mdicos e preos baixos, etc. Em

    1944, as dificuldades consequentes da Guerra levaram os ingleses a venderem

    a Cia. Um grupo brasileiro composto por Gasto Vidigal, Cssio Vidigal, Gasto

    de Mesquita Filho, Fbio Prado, Silvio Bueno Vidigal e Arthur Tomaz, este

    ltimo antigo gerente da Companhia Norte do Paran. Levando a Companhia

    adiante esse grupo conseguiu, enfim, concretizar os planos dos antigos donos,

    fazendo a regio se desenvolver, redistribuindo as terras, organizando

    fazendas de caf e engorda de gado, dando surgimento a vrias cidades, entre

    elas nascia Umuarama. Em vista de tantas melhorias a Companhia passou a

    se chamar Companhia Melhoramentos Norte do Paran, em 1951.

    A Cia Melhoramento Norte do Paran no seu crescente desenvolvimento

    atingiu a regio denominada Cruzeiro onde se processou a colonizao de

    uma rea de 30 mil alqueires de propriedade de terceiros, entregue

    Companhia para a colonizao; foi da Gleba Cruzeiro que surgiu Umuarama

    que era distrito do municpio de Cruzeiro do Oeste, tendo o distrito como

    subprefeito o Sr. Durval Seifert a convite do ento prefeito de Cruzeiro do

    Oeste Sr. Aparecido Teixeira D'avila atravs da Portaria n 319.

    Posteriormente o distrito vem se tornar municpio com o

    desmembramento em 25/07/1960 pela Lei n 4.245. Segundo historiadores, os

    primeiros habitantes que vieram para esta regio eram aventureiros atrados

    pela nova regio a ser explorada. Alojaram-se em pequenas povoaes s

    margens dos rios. Esses aventureiros vinham dos mais diversos estados,

    nordeste, Minas Gerais, Bahia, etc, tinham hbitos e costumes diferenciados,

    dormiam em qualquer lugar, vinham sem famlia para trabalhar na empreitada

    para derrubar a mata, alguns deles vinham com a famlia, faziam a derrubada

    dando lugar a plantao de caf e cereais em geral, foram tempos difceis,

    principalmente quando chovia dificultando os meios de acesso em busca de

    recursos. Os colonos que aqui primeiramente se instalaram eram paulistas,

    catarinenses, gachos, nordestinos, mineiros, entre outros. A formao social,

    segundo dados histricos, alm dos j citados formava a etnia assim

    representada: portugueses, 20%; italianos, 60%; japoneses, 15%; e outros, 5%.

    A lngua falada na regio, predominantemente, era a portuguesa, alm do

    dialeto indgena, Tupi Guarani quase puro, pois por entre 1949 e 1958

    expedies comandadas por Loureiro Fernandes e Universidade do Paran

    respectivamente, constataram na regio de Serra dos Dourados a presena de

    ndios, aps estudos descobriu-se tratar de um grupo sobreviventes de ndios

    Xets de aproximadamente 200 a 300 indivduos, foi montado ento um

    pequeno posto de socorro, instalado na Fazenda Santa Rosa aos cuidados do

    Sr. Antonio Lustoso de Freitas, porm, no foi o suficiente para que segurasse

    o grupo que com a devastao da floresta, evadiram-se da regio, restando

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    14

    apenas um pequeno grupo de remanescentes.

    A regio de Serra dos Dourados foi explorada e posteriormente

    transformada em um pequeno vilarejo pela Colonizadora Miamora em 1950,

    sendo governado por Moiss Lupion. Depois de trs anos de colonizao

    comeou a demanda pela troca de governo, passando o comando do governo

    a Bento Munhoz da Rocha, em 1957 a colonizadora Miamora foi vendida para

    a Companhia Cobrinco. O distrito de Serra dos Dourados foi reconhecido pelo

    municpio de Umuarama no ano de 1961.

    O Verbete Umuarama, segundo o seu autor, professor Francisco da

    Silveira Bueno, significa Lugar ensolarado, alto, de bom clima, para encontro

    de amigos. A primeira forma que demos foi Emburana - explica o professor -

    de embu(lugar) ara(claridade, dia, sol), ama(sufixo com ideia coletiva).

    Consultando o ento presidente do Instituto Histrico e Geogrfico de So

    Paulo, Afonso A. de Freitas, de comum acordo, suavizamos, o vocbulo

    transformando-o em Umuarama (idioma indgena e significa Reunio de

    Amigos ). O significado continuava o mesmo.

    O Braso do Municpio inspirado na trade universal de igualdade,

    fraternidade e liberdade de autoria do heraldista professor Arcino Antonio

    Peixoto de Faria, tendo sido oficializado junto com a bandeira. A Bandeira de

    Umuarama tambm de autoria do professor Arcino, foi oficializada em 1963,

    atravs da Lei 4245, que criou o municpio de Umuarama, tem cores e formato

    que simboliza o equilbrio, a riqueza e a fertilidade da terra. O Hino Municipal

    tem a letra de Vera Vargas e msica de Sebastio de Lima, foi oficializado pela

    Lei nmero 467 de 22 de maio de 1978.

    4.2. Localizao

    O municpio de Umuarama est localizado na poro Noroeste do

    Estado do Paran, na microrregio de Umuarama, de coordenadas 234551S

    e 531906O. Apresenta como municpios limtrofes: Cruzeiro do Oeste, Maria

    Helena, Mariluz, Perobal, Xambr, Alto Paraso, Cafezal do Sul, Ivat,

    Douradina e Icarama. A malha viria do municpio apresenta como principais

    vias de acesso as rodovias PR-323, PR-489, PR-482, PR-487 e PR-180.

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    Figura 1 - Localizao do Municpio de Umuarama

    Figura 2 - Permetro Urbano. Fonte: Google Maps.

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    4.3. Dados gerais

    Populao: 100.716 habitantes;

    rea do Municpio: 1.232,767 km

    Distncia da Capital (Curitiba): 580 km;

    Altitude: 447 m acima no nvel do mar;

    4.4. Clima

    O clima da regio segundo a classificao de Maack (2002)

    considerado rea de transio entre o clima tropical e subtropical mido

    mesotrmico. Situa-se na zona pluvial tropical quente apresentando clima

    chuvoso, com tendncias de concentraes das chuvas nos meses de vero

    sem estao seca definida.

    Para caracterizar as particularidades climticas da rea de estudo foi

    selecionada a estao meteorolgicas mais prxima (Umuarama), obtendo-se

    dados referentes temperatura e precipitao srie histrica mensal entre os

    anos de 1974 a 2008. A temperatura mnima variou entre 13,8 C a 21,2 C, os

    messes de maio, junho, julho e agosto apresentaram as menores temperaturas

    oscilando entre 13,8C a 15, 3 C. Nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e

    maro ocorrem as temperaturas mais elevadas com temperatura mxima

    mensais em torno de 30,0C, correspondendo ao perodo de vero. Nesse

    perodo as temperaturas variam 23,8C e 30,6C.

    Figura 3 - Grfico Temperaturas histricas 1974 a 2008. Fonte: IAPAR

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    De acordo com a mdia das precipitaes pluviomtricas mensais

    (Figura 4), obtidas no perodo entre 1974 a 2008, foi possvel verificar que os

    maiores ndices de precipitao, ocorrem nos meses de outubro, dezembro e

    janeiro. A precipitao mdia variou entre 175,1mm a 178,6mm, enquanto que

    no perodo mais seco que se concentra nos meses de julho e agosto a

    precipitao mdia variou entre 66,1 a 73,3mm.

    Figura 4 - Precipitao mensal - srie histrica 1974 a 2008. Fonte: IAPAR

    4.5. Geologia

    As principais formaes geolgicas do noroeste do Estado esto

    apresentadas no mapa de geologia (Figura 5), sendo possvel identificar a

    disposio espacial e a abrangncia predominante da Formao Caiu. Onde

    se encontra o municpio de Umuarama.

    Os arenitos da Formao Caiu so friveis, textura fina a mdia,

    avermelhados e com presena de argilas intercaladas. So depsitos com

    cerca de 250 metros formados em ambiente fluvial e desrtico. H baixa

    proporo de argila nestas rochas, e quando presentes so comuns a presena

    de argilo-minerais do tipo esmectitas e caulinitas (EMBRAPA, 1984).

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    18

    Figura 5 - Mapa geolgico do noroeste do estado do Paran

    4.6. Relevo

    O noroeste do Paran caracteriza-se por apresentar duas unidades

    morfoestruturais (Bacia Sedimentar do Paran e Bacias Sedimentares

    Cenozicas). Nestas esto includas duas unidades morfoesculturais (Terceiro

    Planalto Paranaense e Plancies). Estas, por sua vez, apresentam quatro

    subunidades (Plancies fluviais, Planalto de Campo Mouro, Planalto de

    Paranava e Planalto de Umuarama).

    O Planalto de Umuarama apresenta mdia dissecao, com topos

    alongados e aplainados, vertentes convexas e vale em V. Apresenta

    amplitude altimtrica de aproximadamente 400 metros, com altitudes que

    variam de 200 m a 600 m.

    O mapa de relevo de Umuarama PR apresenta os valores da

    declividade para a rea abrangida pelo municpio (Figura 6).

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    19

    Figura 6 - Mapa de declividade de Umuarama - PR

    4.7. Solos

    Os principais solos encontrados correspondem aos Latossolos

    Vermelhos, textura arenosa, Latossolos Vermelhos com textura argilosa, os

    Nitossolos no extremo leste da rea de estudo e os Argissolos. Em menor

    proporo encontram-se os Neossolos Litlicos, Neossolos Quartzarnicos e

    os Chernossolos. De acordo com o mapa de solos do noroeste do estado do

    Paran (Figura 7), em Umuarama h predominncia de Latossolos Vermelho

    Escuro (textura arenosa e mdia arenosa) e Argissolo Vermelho Amarelo

    (textura arenosa e mdia arenosa).

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    Figura 7 - Mapa de solos do noroeste do Estado do Paran.

    4.8. Hidrografia

    O municpio de Umuarama localiza-se sobre o interflvio entre os rios

    Iva ao sul e Piquir ao norte, ambos desguam no rio Paran. Sendo estes trs

    rios suas delimitaes naturais. Na cidade de Umuarama encontram-se as

    cabeceiras de drenagens de vrios ribeires e crregos destacando-se: o rio

    Vermelho que nasce no fundo do seminrio Bom Pastor e desgua no rio

    Xambr; o crrego Pinhalzinho II tem sua nascente no bosque do ndio e

    desgua no rio Goioer; o rio do Veado que nasce na farinheira Companhia

    Lorenz e desgua no rio Paran; e o rio Piava que abastece a cidade de

    Umuarama e desgua no rio Anta, j na bacia do rio Iva.

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    Figura 8 - Mapa de localizao de Umuarama e crregos.

    4.9. Cobertura vegetal

    A regio Noroeste do Paran caracterizada principalmente pela

    Floresta Estacional Semidecidual Submontana. De acordo com Silva (2004)

    esse tipo de vegetao constitudo por elementos arbreos que podem atingir

    30 a 40 metros de altura. Os troncos das rvores emergentes so grossos e

    compridos, sendo que parte destas perde totalmente suas folhas durante o

    inverno, quando se torna visvel um segundo estrato arbreo muito denso sob o

    qual se desenvolve arvoretas e poucas ervas de folhas largas, inclusive muitas

    pteridfitas. Segundo Veloso (1992) este tipo de vegetao est associado a

    condies climticas que predominam nessa regio, ou seja, variao de

    perodos chuvosos com temperaturas elevadas, intercaladas com perodos de

    estiagens com temperaturas mais amenas. Esta formao ocorre geralmente

    nos planaltos centrais capeados pelos arenitos da Formao Caui.

    Atualmente, a cobertura vegetal da rea caracterizada principalmente, por

    pastagens e policulturas temporrias (milho, soja), permanente (caf),

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    22

    semipermanente (cana-de-acar) e secundariamente por reas de florestas e

    mata ciliar. Algumas reas de reflorestamento, sobretudo com Eucaliptusspp e

    Grevillea robusta, aparecem na regio.

    5. Caraterizao socioeconmica

    5.1. Populao

    Umuarama possui atualmente 100.716 habitantes e uma densidade

    populacional 81,7 hab/km.

    5.2. Evoluo populacional

    A Tabela 1 demonstra a evoluo populacional do municpio de

    Umuarama, PR, do perodo de 1991 2010.

    Tabela 1 - Evoluo populacional. Fonte: IBGE.

    Figura 9 - Grfico Evoluo populacional. Fonte: IBGE

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    5.3. Populao residente

    Segundo o IBGE, a populao residente na rea urbana do Municpio

    em 2010 era de 93.455 habitantes e a populao residente na rea rural, 7.221

    habitantes.

    5.4. Sade

    Em Umuarama existem 93 estabelecimentos de sade, sendo 63

    unidades do Sistema nico de Sade SUS.

    5.5. Educao

    Segundo o Censo Demogrfico do IBGE 2010, 31,25% da populao de

    Umuarama analfabeta.

    Tabela 2 - Taxa de analfabetismo segundo faixa etria. Fonte: IBGE.

    Figura 10 - Grfico Matrculas por nvel (srie). Fonte: IBGE

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    5.6. Economia

    A histria de ocupao da mesorregio Noroeste do Estado do Paran

    se dividiu em dois momentos, primeiramente com a produo do caf e com a

    transio para a pecuria. No incio dos anos de 1970 a regio era uma das

    mais populosas do estado, iniciando em seguida um movimento decrescente

    do seu fluxo migratrio. Umuarama conhecida como cidade universitria (

    sede de uma das mais importantes instituies de ensino superior privada do

    estado a Universidade Paranaense), tendo sua fora econmica baseada

    principalmente na agricultura e pecuria, cana-de-acar e sericultura (bicho-

    da-seda).

    Em Umuarama encontra-se instalada a Usina Costa Bioenergia, que

    considerada importante por sua representatividade na economia da regio.

    Esta Usina iniciou suas atividades em 2009, trabalhando com o beneficiamento

    de cana-de-acar que utiliza tecnologias avanadas para produzir acar

    cristal, lcool hidratado e energia eltrica. A energia produzida, limpa e

    renovvel, utilizada na prpria Usina, fazendo dela uma empresa

    autossustentvel. Calcula-se que em breve a co-energia gerada ser suficiente

    para abastecer uma cidade de 400 mil habitantes (COSTA BIOENERGIA,

    2012).

    Alm do plantio prprio da Usina, a cana-de-acar tambm obtida por

    meio de parcerias com produtores locais, que so apoiados por programas de

    suporte e melhoria da produo. A colheita da cana-de-acar tem sido feita

    90% de forma mecanizada e 10% de forma manual, empregando 1.049

    funcionrios.

    Dados do IBGE apontam que o PIB per capita de Umuarama em 2009

    foi de 12.575,52 reais.

    Figura 11 - Grfico Produto Interno Bruto de Umuarama. Fonte: IBGE

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    25

    6. Caracterizao dos componentes do sistema

    6.1. Unidade de pr-tratamento

    O tratamento preliminar consiste na etapa a qual se submete o esgoto

    com o objetivo de remover slidos grosseiros, gorduras e areia. Nessa etapa,

    os mecanismos bsicos de remoo so de ordem fsica. Inclui-se tambm

    uma unidade destinada medio de vazo de esgoto que chega estao

    tratamento. Esta unidade constituda por uma calha, denominada Calha

    Parshall, com dimenses padronizadas, onde, atravs do nvel de liquido

    medido, pode-se estimar a vazo correspondente, atravs de uma curva-

    chave.

    Dentre as finalidades da remoo dos slidos grosseiros, destacam-se a

    proteo dos dispositivos de transporte dos esgotos, como bombas e

    tubulaes, a proteo das unidades de tratamento subsequentes, alm da

    proteo dos corpos receptores.

    Usualmente, a remoo dos slidos grosseiros feita atravs de um

    mecanismo de gradeamento. Nesse processo, o material presente no esgoto

    que possui dimenses superiores ao espaamento entre as barras das grades,

    retido. O espaamento entre as barras varia conforme o tipo de grade

    utilizada. Existem grades classificadas como grossas, mdias e finas. Aps a

    passagem do esgoto, o material retido nas grades removido de forma manual

    ou mecanizada.

    Aps a remoo dos slidos grosseiros, o esgoto passa por um

    processo para a remoo de areia. Segundo Von Sperling (2005), as

    finalidades bsicas da remoo de areia so: evitar abraso nos equipamentos

    e tubulaes, eliminar ou reduzir a possibilidade de obstruo em tubulaes,

    tanques, orifcios e sifes, alm de facilitar o transporte do lquido,

    principalmente a transferncia de lodo. Para a remoo de areia, as estaes

    de tratamento de esgoto so equipadas com unidades denominadas

    desarenadores. Nesses equipamentos, o mecanismo de remoo segue o

    princpio da sedimentao, onde os gros de areia, mais densos e de maior

    dimenso, acumulam-se no fundo dos tanques, ao passo que a matria

    orgnica, cuja sedimentao ocorre de forma mais lenta, permanece em

    suspenso e segue para as unidades subsequentes.

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    Figura 9 Pr-tratamento.

    6.2. Variante de lodo ativado: reator sequencial em bateladas

    A operao do reator e sequencial, cumprindo um determinado nmero

    de ciclos dirios, em cada um dos quais funciona inicialmente como tanque de

    aerao e, em seguida, como decantador final. O ciclo se inicia com a abertura

    da entrada de esgoto, enquanto permanece fechada a sada, permitindo-se que

    o liquido aflua para o tanque ate que seja totalmente preenchido seu volume

    til ou, quando a vazo afluente e muito reduzida, at o fim da fase de aerao.

    A aerao, por sua vez, pode comear a qualquer instante entre o incio

    do ciclo e o trmino do enchimento do volume til do reator, quando fecha-se a

    entrada de esgoto, mantendo-se nulos ambos os fluxos: afluente ao tanque e

    dele efluente. Transcorrido o tempo de aerao, tem princpio a fase de

    sedimentao do lodo, quando o liquido fica em descanso no reator.

    Completada a sedimentao do lodo, e liberado o fluxo efluente, deixando-se

    bloqueada a entrada do esgoto no reator e efetuando-se a remoo da poro

    superior do lquido clarificado, ao longo da fase de descarga do efluente final

    tratado. Em seguida, e fechada a sada do esgoto, podendo-se ter, ou no,

    uma fase de repouso antes do encerramento do ciclo. A sequncia operacional

    de um reator em bateladas e ilustrada pelo diagrama mostrado na Tabela 3.

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    Tabela 3 - Sequncia operacional de um reator em bateladas.

    O reator sequencial, portanto, funciona sucessivamente, hora como

    tanque de aerao, hora como decantador final.

    O processo de lodos ativados consiste na introduo de oxignio por

    meios artificiais, no esgoto a ser tratado, com o objetivo de manter o ambiente

    aerbio, e assim possibilitar o desenvolvimento de uma grande populao de

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    microrganismos responsveis pela biodegradao aerbia da matria orgnica.

    O lquido no interior do tanque de aerao constitui-se em uma

    suspenso de biomassa no esgoto tratado com baixa concentrao de matria

    orgnica. Este lquido aps a aerao submetido decantao final, quando

    se efetua a separao entre as fases.

    A fase lquida o esgoto tratado em nvel secundrio. A fase slida,

    sedimentada no decantador final, consiste em uma suspenso concentrada de

    biomassa, denominada lodo ativado.

    Em sistemas de tratamento por lodos ativados de operao continua,

    nos quais o tanque de aerao e uma unidade fisicamente diversa do

    decantador final, o lodo ativado e retido por intermdio da recirculao do lodo

    sedimentado no decantador final para o tanque de aerao. Todo o lodo

    ativado enviado continuamente ao decantador e retornado ao tanque de

    aerao, a exceo de uma parcela correspondente ao crescimento

    populacional da biomassa, a qual parcela, denominada excesso de lodo, e

    regularmente descartada. Mantem-se, assim, constante a massa de

    microrganismos atuantes no processo.

    No sistema em batelada, a massa de lodo ativado mantida constante

    no complexo tanque de aerao decantador final, como ocorre nos sistemas

    contnuos convencionais. O excesso de lodo e removido de forma semelhante,

    porm a sedimentao ocorre no prprio reator, no havendo necessidade da

    recirculao de lodo.

    6.3. Filtro biolgico

    O filtro biolgico um sistema constitudo de um meio suporte material

    grosseiro, tal como pedras, ripas ou material plstico, sobre o qual os esgotos

    so aplicados continuamente por meio de distribuidores rotativos ou

    estacionrios. Aps a aplicao, os esgotos percolam pelo meio suporte em

    direo aos drenos de fundo. Esta percolao permite o crescimento

    bacteriano na superfcie do material de enchimento, formando uma pelcula

    gelatinosa ativa, constituda de fungos, bactrias aerbias e anaerbias, algas,

    protozorios, insetos e larvas.

    O lquido escoa rapidamente pelo meio suporte, entrando em contato

    com os microrganismos existentes no biofilme, responsveis pela

    decomposio do material orgnico. A matria orgnica adsorvida pela

    pelcula microbiana, ficando retida tempo suficiente para a sua estabilizao.

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    A remoo do substrato atravs dos biofilmes inclui trs fenmenos

    bsico: difuso, reao e transporte dos produtos da reao para o interior do

    biofilme. A matria orgnica adsorvida pela camada biolgica, ocorrendo

    degradao aerbia na interface externa do biofilme. A medida que os

    microrganismos crescem, a espessura da camada biolgica aumenta, o

    oxignio no consegue penetrar nas camadas mas internas, ocorrendo na

    interface interna a degradao por via anaerbia.

    Figura 12 - Representao dos fenmenos bsicos de degradao de substratos em

    biofilmes.

    7. Demandas de projeto

    O presente item detalha as demandas de projeto, as vazes para incio e

    fim de plano e a localizao da ETE. O horizonte de projeto de 20 anos.

    Desta forma, a estimativa de vazo considera o crescimento populacional no

    horizonte descrito.

    7.1. Populao de projeto

    Para o correto dimensionamento do sistema de tratamento de esgotos,

    deve-se adotar a populao contribuinte no fim do horizonte de projeto, no caso

    20 anos. Para estimar a populao do ano de 2034, que ser utilizada nos

    clculos, foram coletados dados referentes ao nmero de habitantes do

    perodo compreendido entre o ano de 1996 e 2013. Aps, foi aplicada uma

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    regresso polinomial de ordem 2, que resultou na curva caracterstica da

    populao e sua respectiva equao, com correlao de 0,98.

    Figura 13 - Populao de Umuarama e Linha de Tendncia

    A partir desta equao, foi possvel determinar a populao de fim de

    plano (Figura 13).

    Populao de incio de plano: 107.283 habitantes

    Populao de fim de plano: 180.438 habitantes

    7.2. Vazes de projetos

    A maioria das cidades brasileiras est em constante crescimento, com

    isso o projeto dever atender a uma populao varivel, afetando diretamente

    a contribuio de esgoto (vazo). No incio do projeto ser dada a menor

    contribuio de esgoto e a maior ser no horizonte de projeto, ou seja, no final

    do perodo de funcionamento da rede.

    Essas vazes so oriundas das atividades domsticas, industriais e

    institucionais. Alm das vazes de incio e final de projeto, a vazo de

    infiltrao ao longo da rede coletora foi considerada no dimensionamento,

    y = 71,24x2 - 284.721,77x + 284.573.525,19 R = 0,98

    80000

    85000

    90000

    95000

    100000

    105000

    110000

    1995 2000 2005 2010 2015

    Po

    pu

    la

    o d

    e U

    mu

    aram

    a

    Ano Populao

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    31

    sendo esta oriunda da drenagem.

    Para este projeto foi adotado o sistema coletor de separador absoluto,

    ou seja, as redes de esgoto e drenagem so independentes. No entanto, por

    questes de infraestrutura, deve-se considerar taxa de infiltrao passvel de

    contribuir com a vazo de esgoto.

    7.3. Infiltrao

    Para clculo da contribuio de infiltrao estimou-se o comprimento da

    rede coletora de esgoto de final de projeto a partir do nmero de casas

    atendidas no horizonte de projeto. No incio de plano so atendidas 30 mil

    casas, sendo uma populao de aproximadamente 107 mil habitantes,

    conforme informado pela SANEPAR.Para a populao de fim de plano (180 mil

    habitantes) estima-se que sero atendidas 54 mil casas, havendo um aumento

    de 80% no atendimento. O comprimento total inicial da rede coletora de

    esgotos de 400 km, segundo a SANEPAR.Abrangendo toda a rea municipal,

    o comprimento final, considerando o aumento de 80%, ser de 720 km.

    A taxa de infiltrao citada pela NBR 9649 e deve ser entre 0,05 l/s.km

    e 1,0 l/s.km. No projeto considera-se 0,2 l/s.km, devido a natureza dos

    subsolos, nvel de gua do lenol fretico (cerca de 80 cm em alguns pontos do

    municpio) e dos materiais utilizados nas tubulaes.

    Considerando o total da rede de incio de plano, a vazo de contribuio

    por infiltrao de 80 l/s e no final do projeto ser de 144 l/s. Estes valores

    sero adicionados s vazes de projeto.

    7.4. Contribuio de esgotos domsticos

    Considerando as populaes de incio e fim de projeto, o consumo

    mdio per capita de 175 l /hab.dia, segundo dados fornecidos pela SANEPAR,

    e o coeficiente de retorno de esgoto (c) de 0,8 segundo NBR 9649, obteve-se

    os seguintes valores de contribuio de esgotos domsticos:

    Contribuio mdia inicial de esgoto domstico: 173,84 l/s;

    Contribuio mdia final de esgoto domstico: 292,38 l/s.

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    7.5. Vazes de esgoto

    As vazes de infiltrao, as contribuies mdias de esgoto domstico e

    os coeficientes de vazo mxima diria (k1), vazo mxima horria (k2) e vazo

    mnima horria (k3) foram consideradas na determinao das vazes de esgoto

    do projeto. Desta forma:

    Vazo mdia de esgoto: 253,84 l/s;

    Vazo mxima de esgoto: 785,48 l/s;

    Vazo mnima de esgoto: 126,92 l/s.

    7.6. Carga orgnica de projeto

    De acordo com a NBR 12209, a carga de DBO5 mdia per capita 54

    gDBO5/hab.dia. Buscando a estimativa da carga orgnica de esgoto bruto que

    chegar a estao de tratamento, considerou-se a populao urbana de fim de

    plano 180.438 habitantes, sendo assim, a carga orgnica de projeto ser de

    9743,65 KgDBO5/hab.dia.

    7.7. Localizao da estao de tratamento de esgoto

    A partir de anlise preliminar de imagem de satlite, foram pr-

    determinados trs localidades no municpio de Umuarama PR, como mostra

    a figura abaixo:

    Figura 14 - Possveis localizaes de ETE em Umuarama - PR

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    As caractersticas de cada rea so descritas a seguir:

    Tabela 4 - Caractersticas das reas analisadas.

    Polgono1 (vermelho)

    Polgono 2 (azul)

    Polgono 3 (verde)

    rea 90.593 m 65.890 m 72.200 m Altitude 368 m 425 m 335 m

    Declividade 4% 4% 2% Risco de

    inundao No

    No

    No

    Necessita desmatamento?

    No

    Sim

    No

    Ventos Favorvel Favorvel Desfavorvel Condies de

    acesso Via

    asfaltada Via

    asfaltada

    Via asfaltada

    Forma da rea Favorvel Favorvel Desfavorvel

    Tendo em vista os itens acima, e atribuindo como essencial a altitude da

    rea e a posio em relao aos ventos, adota-se o Polgono 1 como rea de

    instalao da estao de tratamento de esgoto de Umuarama PR.

    Desta forma, o corpo receptor do esgoto tratado ser o Crrego

    Pinhalzinho II, enquadrado como guas de classe II pelo CONAMA 357/2005.

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    Sistema de esgotamento sanitrio do

    municpio de Umuarama PR

    Perodo 2014 2034

    Projeto Tcnico Estao de tratamento de

    esgotos e emissrio final

    Volume II Memorial de clculo

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    1. Parmetros de projeto

    Tabela 5 - Parmetros de projeto

    Parmetro Notao Valor Unidade

    Populao de incio de plano 107.283 Populao de final de plano 180.438

    Concentrao urbana 85 Consumo mdio per capita 175 Carga de DBO5 per capita 54

    Comprimento da rede de incio de plano

    400

    Comprimento da rede de final de plano

    720

    Temperatura mdia do ar 17,8 Precipitao anual mdia 1.628 Evaporao anual mdia 1.574

    Coeficiente de mxima vazo diria 1,2 Coeficiente de mxima vazo

    horria 1,5

    Coeficiente de mnima vazo horria

    0,5

    Coeficiente de retorno 0,8 Taxa de contribuio por infiltrao 0,2

    1.1. Contribuio de infiltrao de incio de plano

    Onde:

    i contribuio de infiltrao de incio de plano (L s );

    axai taxa de contribuio por infiltrao (L s. m );

    Li comprimento da rede de incio de plano ( m).

    1.2. Contribuio de infiltrao de final de plano

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    36

    Onde:

    f contribuio de infiltrao de final de plano (L s );

    axai taxa de contribuio por infiltrao (L s. m );

    Lf comprimento da rede de final de plano ( m).

    1.3. Contribuio mdia inicial de esgoto

    Onde:

    esg 1 contribuio mdia inicial de esgoto (L s );

    P1 populao de incio de plano (hab);

    q consumo mdio per capita (L hab.dia );

    c coeficiente de retorno.

    1.4. Contribuio mdia final de esgoto

    Onde:

    esg 2 contribuio mdia final de esgoto (L s );

    P2 populao de final de plano (hab);

    q consumo mdio per capita (L hab.dia );

    c coeficiente de retorno.

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    1.5. Vazo mdia inicial de esgoto

    Onde:

    Q1 vazo mdia inicial de esgoto (L s );

    esg 1 contribuio mdia inicial de esgoto (L s );

    i contribuio de infiltrao de incio de plano (L s ).

    1.6. Vazo mdia final de esgoto

    Onde:

    Q2 vazo mdia final de esgoto (L s );

    esg 2 contribuio mdia final de esgoto (L s );

    f contribuio de infiltrao de final de plano (L s ).

    1.7. Vazo mxima de esgoto

    Onde:

    Qmx vazo mxima de esgoto (L s );

    Q2 vazo mdia final de esgoto (L s );

    k1 coeficiente de mxima vazo diria;

    k2 coeficiente de mxima vazo horria.

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    1.8. Vazo mnima de esgoto

    Onde:

    Qmn vazo mnima de esgoto (L s );

    Q1 vazo mdia inicial de esgoto (L s );

    k3 coeficiente de mnima vazo horria;

    1.9. Carga orgnica de projeto

    Onde:

    L carga org nica de projeto ( gDBO5 hab.dia);

    P2 populao de final de plano (hab);

    CDBO carga de DBO5 per capita ( gDBO5 hab.dia).

    1.10. Concentrao de DBO5 no esgoto

    ( )

    (Q )

    Onde:

    Se concentrao de DBO5 no esgoto (mg L );

    L carga org nica de projeto ( gDBO5 hab.dia);

    Q2 vazo mdia final de esgoto (L s );

  • ACL Engenharia Ltda.

    39

    1.11. Concentrao de DBO5 de projeto

    (Se ) ( )

    Q

    ( ) ( )

    Onde:

    So concentrao deDBO5 de projeto (mg L );

    Se concentrao de DBO5 no esgoto (mg L );

    esg 2 contribuio mdia final de esgoto (L s );

    Si concentrao deDBO5 nas guas de infiltrao (mg L );

    f contribuio de infiltrao de final de plano (L s ).

    Q2 vazo mdia final de esgoto (L s );

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    40

    2. Dimensionamento da calha Parshall

    Tabela 6 - Dimenses da Calha Parshall

    W A B C D E F G K N Qmn Qmx

    Pol cm cm L/s

    1 2,5 36,3 35,6 9,3 16,8 22,9 7,6 20,3 1,9 2,9 0,3 5,0

    3 7,6 46,6 45,7 17,8 25,9 38,1 15,2 30,5 2,5 5,7 0,9 53,8

    6 15,2 62,1 61,0 39,4 40,3 45,7 30,5 61,0 7,6 11,4 1,5 110,4

    9 22,9 88,0 86,4 38,0 57,5 61,0 30,5 45,7 7,6 11,4 2,6 251,9

    1 30,5 137,2 134,4 61,0 84,5 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 3,1 455,6

    1 45,7 144,9 142,0 76,2 102,6 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 4,3 696,2

    2 61,0 152,5 149,6 91,5 120,7 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 11,9 936,7

    3 91,5 167,7 164,5 122,0 157,2 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 17,3 1426,3

    4 122,0 183,0 179,5 152,5 193,8 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 36,8 1924,5

    5 152,5 198,3 194,1 183,0 230,3 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 62,8 2422,0

    6 183,0 213,5 209,0 213,5 266,7 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 74,4 2929,0

    7 213,5 228,8 224,0 244,0 303,0 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 115,4 3440,0

    8 244,0 244,0 239,2 274,5 340,0 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 130,7 3950,0

    10 305,0 274,5 427,0 366,0 475,9 122,0 91,5 183,0 7,6 34,3 200,0 5660,0

    Tabela 7 - Valores de W, K e n.

    W k n

    3 3,074 0,646

    6 1,842 0,636

    9 1,486 0,633

    1 1,276 0,657

    1 0,966 0,650

    2 0,795 0,645

    3 0,608 0,639

    4 0,505 0,634

    5 0,436 0,630

    6 0,389 0,627

    8 0,324 0,623

  • ACL Engenharia Ltda.

    41

    Figura 15 - Calha Parshall Convencional

    2.1. Altura mdia da lmina lquida antes do ressalto

    (

    )

    (

    )

    Onde:

    a altura mdia da l mina lquida antes do ressalto (m);

    Qf vazo mdia final de esgoto (L s).

    2.2. Altura mxima da lmina lquida antes do ressalto

    (

    )

    (

    )

    Onde:

    a mx altura mxima da l mina lquida antes do ressalto (m);

    Qmx vazo mxima de esgoto (L s).

  • ACL Engenharia Ltda.

    42

    2.3. Altura mnima da lmina lquida antes do ressalto

    (

    )

    (

    )

    Onde:

    a mn altura mnima da l mina lquida antes do ressalto (m);

    Qmn vazo mnima de esgoto (L s).

    2.4. Rebaixo da Calha Parshall

    ( ) ( )

    ( )

    ( ) ( )

    ( )

    Onde:

    rebaixo da Calha Parshall (m);

    a mn altura mnima da l mina lquida antes do ressalto (m);

    Qmn vazo mnima de esgoto (m s)

    a mx altura mxima da l mina lquida antes do ressalto (m);

    Qmx vazo mxima de esgoto (m s).

    2.5. Lmina de gua na entrada da Calha Parshall

    Para a mx e a mn, temos:

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    43

    3. Dimensionamento do ltimo trecho da tubulao da rede coletora

    A partir dos dados de populao previstos e dos mtodos de clculo

    utilizados anteriormente, foram obtidos os seguintes dados:

    Tabela 8 - Vazes de projeto.

    Ano Populao

    Vazes do Esgoto Sanitrio (m/s) DBO5

    Mdia Mxima Qi Mnimo Carga

    (kg/dia)

    Conc.

    (mg/l)

    2014 107.283 0,254 0,457 0,381 0,127 5793,282 153,656

    2024 136.736 0,324 0,584 0,487 0,162 7383,744 195,840

    2034 180.438 0,436 0,785 0,655 0,218 9743,652 258,432

    Para o dimensionamento do ltimo trecho da tubulao foram

    considerados, alm dos valores acima, a declividade do terreno, o comprimento

    inicial e final da rede, a contribuio mdia inicial e final de esgoto (Tesg1 e

    Tesg2) e o coeficiente de mxima vazo horria (k2). A seguir, os clculos

    realizados:

    3.1. Declividade mnima

    Onde:

    I0=declividade mnima (m/m);

    Qi=vazo mxima de esgoto de incio de projeto (m/s).

    3.2. Declividade do terreno

    A declividade do terreno (It) encontrada por meio de software livre foi de

    4%.

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    44

    3.3. Declividade adotada

    Ao comparar a declividade mnima (I0) com a declividade do terreno (It)

    deve-se adotar a maior.

    3.4. Determinao do dimetro

    O dimetro foi determinado a partir da relao Qf e y D, em que y a

    altura da lmina de esgoto na tubulao e D o dimetro. Essa relao feita

    para adequar a tubulao para final de plano.

    Onde:

    Qf=vazo mxima de final de plano (m/s);

    I = declividade adotada (m/m).

    Para o valor de Qf encontrado, foram relacionados os di metros da

    tabela abaixo. Os valores de y/D foram extrados de M. T. Tsutiya e T. M. Pinto

    Neto (1999), e os valores em destaque foram resultados da interpolao do

    intervalo tabelado em que se encontra.

    Os dimetros relacionados so de 450 mm, 500 mm e 600 mm. Como a

    tubulao dever permitir elevaes de nvel decorrentes de uma grade 50%

    obstruda, ou seja, a relao y/D dever ser prxima ou igual a 0,50 e no

    superior a 0,75, as tubulaes de 450 mm e 500 mm so desabilitadas. O

    dimetro mais adequado ser o de 600 mm.

    Tabela 9 - Dimetros.

    DN (mm) Y/D Qf

    450

    0,65 2,156

    0,68 2,285

    0,7 2,381

    500

    0,55 2,211

    0,56 2,285

    0,6 2,536

    600

    0,4 2,069

    0,42 2,285

    0,45 2,558

  • ACL Engenharia Ltda.

    45

    3.5. Velocidade final de plano

    A partir do dimetro encontrado foi feita interpolao para os valores

    tabelados da relao V , e a partir do resultado encontrado, determinou-se a

    velocidade final de projeto, como pode ser visto na tabela abaixo.

    Tabela 10 - Velocidade de final de plano.

    DN (mm) V Qf Vf (m/s)

    600

    19,59 2,069

    4,018 20,09 2,285

    20,72 2,558

    3.6. Raio Hidrulico

    O valor de y/D encontrado foi relacionado com o valor de Rh/D, na

    tabela de M. T. Tsutiya e T. M. Pinto Neto (1999).

    Tabela 11 - Relao y/D e Rh/D

    y/D Rh/D

    0,42 0,222

    Logo,

    Onde:

    Rh = raio hidrulico da tubulao (m);

    D = dimetro da tubulao (m).

    3.7. Velocidade crtica

    Onde:

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    46

    Vc = velocidade crtica (m/s);

    g = acelerao da gravidade (m/s);

    Rh = raio hidrulico da tubulao (m).

    A velocidade crtica deve ser superior a velocidade final de projeto, como

    a velocidade final foi de 4,02 m/s, ento o dimensionamento est adequado.

    3.8. Tenso trativa

    Onde:

    tenso trativa (Pa);

    peso especfico do esgoto (N m );

    Rh = raio hidrulico (m);

    I = declividade (m/m).

    Segundo a NBR 9649/86, cada trecho de tubulao deve ter tenso

    trativa mdia igual ou superior a 1,0 Pa. Assim, o valor encontrado para tenso

    trativa est acima do valor especificado pela norma, sendo adequada ao

    dimensionamento.

    Figura 16 - Tenso Trativa na tubulao

  • ACL Engenharia Ltda.

    47

    4. Dimensionamento do tratamento preliminar

    4.1. Gradeamento

    4.1.1. Recomendaes

    Tabela 12 Recomendaes de projeto.

    Parmetro Notao Valor Fonte

    Velocidade atravs da grade Vo 1,50 m s NBR 12.208 Velocidade antes da grade Vm 0,60 m s NBR 12.208

    Perda de carga para limpeza manual hg 0,15 m NBR 12.208 Inclinao da grade para limpeza

    manual I

    De 45 a 60

    NBR 12.208

    4.1.2. Parmetros de dimensionamento

    Tabela 13 - Parmetros de Dimensionamento.

    Parmetro Notao Valor Unidade

    Vazo mdia final Qf 0,43638 Vazo mxima 0,78548 Vazo mnima 0,12692

    Lmina de gua a montante da calha Parshall

    0,35

    Valor mximo da lmina de gua a montante da calha Parshall

    0,56

    Valor mnimo da lmina de gua a montante da calha Parshall

    0,09

    Espaamento entre as barras 4,0 Espessura das barras 1,0 Inclinao da grade 60

    Velocidade de passagem na grade 1,0 Acelerao da gravidade 9,806

    4.1.3. Eficincia da grade

    ( )

    Onde:

  • ACL Engenharia Ltda.

    48

    efici ncia da grade ( );

    espaamento entre as barras (cm);

    espessura das barras (cm).

    4.1.4. rea til da grade

    Onde:

    rea til da grade (m );

    vazo mxima de esgoto (m s);

    velocidade de passagem na grade (m s).

    4.1.5. Seo do canal junto grade

    Onde:

    seo do canal junto grade (m );

    rea til da grade (m );

    efici ncia da grade ( ).

    4.1.6. Largura do canal de acesso

    Onde:

    largura do canal de acesso (m);

    valor mximo da l mina lquida a montante da calha Parshall (m);

  • ACL Engenharia Ltda.

    49

    seo do canal junto grade (m ).

    4.1.7. Verificao das velocidades

    A velocidade de passagem para vazo mdia, mxima e mnima de

    esgoto deve ser menor ou igual velocidade de passagem estipulada em

    projeto para que seja feito a verificao, ou seja, 1m s.

    14 - Verificao das velocidades.

    ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

    0,43638 0,35 0,6125 0,490 0,891

    0,78548 0,56 0,9800 0,784 1,00

    0,12692 0,09 0,1575 0,126 1,00

    4.1.8. Quantidade de barras

    ( )

    Onde:

    n mero de barras;

    largura do canal de acesso (m);

    espaamento entre as barras (m);

    espessura das barras (m).

    4.1.9. Comprimento til da grade

  • ACL Engenharia Ltda.

    50

    4.1.10. Perda de carga com obstruo de 50% da grade

    A NBR 12.208 recomenda que a perda de carga mnima seja de 0,15 m

    considerando uma obstruo de 50% da grade de limpeza manual. Para isto

    calcula-se uma nova velocidade de passagem, considerando 50% de obstruo

    da grade e a velocidade montante da grade para vazo mdia, mnima e

    mxima de esgoto (Tabela 15). Em seguida, calcula-se a perda de carga pela

    frmula:

    (

    )

    Onde:

    perda de carga (m);

    velocidade de passagem com obstruo de 50 da grade ( );

    velocidade de passagem a montante da grade ( );

    acelerao da gravidade ( ).

    Tabela 15 - Velocidades de passagem e montante.

    ( ) ( ) ( )

    1,782 0,714 0,19

    2,000 0,800 0,25

    2,000 0,800 0,25

    4.2. Desarenador

    Etapa na qual ocorre a remoo da areia por sedimentao. Este

    mecanismo ocorre da seguinte maneira: os gros de areia, devido s suas

    maiores dimenses e densidade, vo para o fundo do tanque, enquanto a

    matria orgnica, de sedimentao bem mais lenta, permanece em suspenso,

    seguindo para as unidades seguintes (SILVA & CARVALHO, 2012).

    As finalidades bsicas da remoo de areia so: evitar abraso nos

    equipamentos e tubulaes; eliminar ou reduzir a possibilidade de obstruo

    em tubulaes, tanques, orifcios, sifes, e facilitar o transporte do lquido, a

    transferncia de lodo, em suas diversas fases e a interferncia negativa nos

    processos biolgicos(SILVA & CARVALHO, 2012;Engenharia LTDA, 2012).

  • ACL Engenharia Ltda.

    51

    4.2.1. Recomendaes de projeto

    Tabela 16 - Recomendaes de projeto.

    Parmetro Notao Valor Unidade

    Taxa de escoamento 600 a 1.300

    Velocidade de entrada 0,3 a 0,4

    Dimetro efetivo da areia 0,2 a 0,4

    Massa especfica da areia 2.650

    4.2.2. Parmetros de dimensionamento

    Tabela 17 - Parmetros de dimensionamento.

    Parmetro Notao Valor Unidade

    Vazo mdia final de esgoto Qf 0,43638 Vazo mxima de esgoto 0,78548 Vazo mnima de esgoto 0,12692

    Lmina de gua a montante da calha Parshall

    0,35

    Valor mximo da lmina de gua a montante da calha Parshall

    0,56

    Valor mnimo da lmina de gua a montante da calha Parshall

    0,09

    Velocidade de entrada 0,40 Taxa de areia sedimentada 0,041 Acelerao da gravidade 9,806

    4.2.3. Largura da caixa de areia

    Onde:

    largura da caixa de areia (m);

    vazo mxima de esgoto (m s);

    velocidade de entrada ( );

    valor mximo da l mina lquida a montante da calha Parshall (m).

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    52

    4.2.4. Comprimento da caixa de areia

    Onde:

    comprimento da caixa de areia (m);

    valor mximo da l mina lquida a montante da calha Parshall (m).

    Para fins de projeto, adotaremos

    4.2.5. Verificao da taxa de escoamento superficial

    Onde:

    taxa de escoamento superficial ( ) .

    vazo mxima de esgoto (m s);

    largura da caixa de areia (m);

    comprimento da caixa de areia (m);

    De acordo com a NBR 12.209, como 1.292,68 m/m.dia est entre 600

    a 1300 m/m.dia, vlido.

    4.2.6. Verificao da velocidade de entrada para vazo mdia final, mxima

    e mnima.

    A velocidade de entrada para vazo mdia final, mxima e mnima de

    esgoto deve ser menor ou igual velocidade de 0,40 m/s estipulada em projeto

    para que seja feito a verificao.

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    53

    Tabela 18 - Verificao da velocidade de entrada.

    ( ) ( ) ( ) ( )

    0,43638 0,35 1,225 0,36

    0,78548 0,56 1,960 0,40 0,12692 0,09 0,315 0,40

    4.2.7. Volume dirio na caixa de areia

    Onde:

    volume dirio na caixa de areia (m );

    vazo mxima de esgoto (m s);

    taxa de areia sedimentada (L m );

    4.2.8. Altura diria de areia acumulada na caixa de areia

    ( )

    De acordo com o valor da altura diria de areia, ser criado um rebaixo

    de 50 cm na caixa de areia, para que a limpeza ocorra a cada 10 dias, atravs

    de mecanismo de raspagem com acionamento central atravs de motor redutor

    e campo de ao circular, na qual a areia sedimentada raspada e lanada

    num poo lateral onde um parafuso far o transporte ascendente da areia at

    seu lanamento em container ou caamba (Figura X). Alm disso, sero

    implantados dois desarenadores, em paralelo, sendo um deles para

    reserva/rodzio.

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    54

    Figura 17 - Mecanismo de Raspagem

  • ACL Engenharia Ltda.

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