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PREFEITURA MUNICIPAL DE BARUERI SE – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO EMEF JÚLIO GOMES CAMISÃO PROF. ELI FERNANDES DE SOUZA Língua Portuguesa Projeto Giz de Ouro DIFERENTES, MAS IGUAIS Barueri

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BARUERI SE – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

EMEF JÚLIO GOMES CAMISÃO

PROF. ELI FERNANDES DE SOUZA Língua Portuguesa

Projeto Giz de Ouro DIFERENTES, MAS IGUAIS

Barueri

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2012

PROF. ELI FERNANDES DE SOUZA Língua Portuguesa

Projeto DIFERENTES, MAS IGUAIS.

Projeto apresentado à Comissão de Avaliação, (Secretaria da Educação – PREFEITURA MUNI-CIPAL DE BARUERI), como um dos requisitos para o concurso do Prêmio Professor Giz de Ou-ro – 2012.

Barueri 2012

Quanto mais sistemas comuns da sociedade adotarem

a inclusão, mais cedo se completará a construção de

uma verdadeira sociedade para todos – a sociedade

inclusiva. Romeu Kazumi Sassaki (2006)

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APRESENTAÇÃO

Apresentar um projeto cujos personagens são alunos interessados em ler, representar,

pesquisar, discutir, pensar e, sobretudo, respeitar o semelhante é realmente um trabalho

magnífico, gratificante e, além de tudo, desafiante.

MAGNÍFICO, pois, como a própria etimologia da palavra sugere, no latim, o vocábulo

magnificus significa algo esplêndido, magnificente. É magnífico constatar que os alunos

podem e sabem trabalhar. É magnífico saber que, além de aprenderem o conteúdo pre-

visto nos Planos da Secretária da Educação, eles são – e estão – dispostos a participar

de vários projetos. Inclusive, neles é que se percebem os dons especiais que cada um

dos alunos possui. Uns escrevem, outros reescrevem; uns narram, outros argumentam;

uns resumem, outros tiram conclusões; uns analisam, outros sintetizam; uns discursam,

outros criticam, uns desenham, outros pintam; uns representam e outros lideram. Isso é

salutar!

GRATIFICANTE, por verificar que os alunos também ensinam, como ressalta Freire

(1993) e, além disso, observa-se a voluntariedade e disponibilidade para o trabalho. É

gratificante para o docente constatar que seus alunos são capazes de ultrapassar positi-

vamente o que foi solicitado. Sabendo disso, o professor não dá aulas (como comumente

se fala), ele compartilha saberes. Isso é impagável!

DESAFIANTE, porque trabalhamos com uma diversidade de alunos. Uns com lares bem

estabelecidos; alguns com lares totalmente desestruturados e outros discriminados na

sociedade em que vivem por possuírem algum tipo de limitação física ou mental. Esse foi

o grande desafio dos que participaram deste projeto. Desafio que foi suplantado pelo res-

peito, pela empatía, pelo convívio como se verá, detalhadamente, no capítulo dos resulta-

dos obtidos. Desafio que deu lugar à convivência em grupo. Isso é incomparável!

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1. TEMA

Respeito aos alunos com necessidades educacionais especiais.

2. PÚBLICO-ALVO

Alunos dos 8ºs anos (A, B, C) e do 9º ano (A).

3. PERÍODO

Ano de 2012.

4. INTRODUÇÃO AO PROJETO - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Já é um consenso, entre os pesquisadores – que se debruçam sobre a educação,

que a criança, e por extensão o aluno, precisa correr, falar, brincar, aprender, em

suma: ações que, juntas, convergem para compor, ter a sua identidade. Esse direi-

to não deve ser exclusivo de parte da comunidade discente. Devem gozar disso,

crianças de todos os estratos, não apenas os sociais, os religiosos, os étnicos, mas

também as com necessidades educacionais especiais,

Entre esses estudiosos, constam os teóricos Donald Winnicott (1975), Lev

Vygotsky (1987), Jean Piaget, (1995), Henri Wallon (1979). Para o psicanalista in-

glês Winnicott (1975), a criança deve ser respeitada na esfera de seu desenvolvi-

mento emocional. Já o psicólogo russo Vygotsky (1987) defende que devemos es-

tudar a criança no aspecto do seu desenvolvimento intelectual. O estudioso francês

Piaget mostrou como as ações dos indivíduos sobre o meio são o motor da aquisi-

ção de conhecimento. O médico e filósofo francês Wallon contribui, com seus estu-

dos, uma visão holística do tema, uma vez que pensa na criança no aspecto inte-

gral, pois considera que a escola deve proporcionar formação intelectual, afetiva e

social às crianças.

Tais considerações não devem ser limitadas a apenas um grupo de alunos, uma

vez que, o público atendido pela escola é composto também por crianças

com necessidades educacionais especiais.

Um dos mais responsáveis estudiosos, sobre o assunto de inclusão é o assistente

social e escritor brasileiro Romeu Kazumi Sassaki. O assunto que ora elencamos

Autoria: Fernanda (8ª A) e Victória (7ª C)

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encontra-se alicerçado na obra Inclusão: construindo uma sociedade para to-dos. É na esfera deste “todos” que está o grupo que abordamos neste projeto.

Com as ações do projeto, procuraremos minimizar a exclusão social. Inclusive os

alunos olharão para seus colegas, não apenas dentro de uma perspectiva inclusi-

va, mas principalmente interativa. Para Sassaki (1997, p. 35 a 44), a comunidade

precisa, além de incluir as pessoas especiais (com rampa, oportunidade de em-

prego), interagir com elas, vendo-as como seu igual, sem olhá-las como necessi-

tadas, ou coitadas.

Outro conceito importante apresentado pelo estudioso brasileiro (p. 37) é o empo-

deramento, processo que constitui o aumento do grau de autonomia da relação en-

tre o nível de prontidão físico-social. O referido estudioso ressalta que o “empode-

ramento é o processo pelo qual uma pessoa [...] usa o seu poder pessoal inerente

à sua condição – por exemplo: deficiência [sic], gênero, idade, cor [sic] – para fazer

escolhas e tomar decisões, assumindo, assim, o controle de sua vida”.

Outro ponto a se considerar é que o empoderamento – a sua independência – não

é outorgado por ninguém, já é algo inerente à pessoa. Há, porém, um ledo engano

entre a sociedade (família, escola, empresas e demais instituições), pois, muitas

vezes, ela não tem consciência de que uma pessoa com limitações físicas e men-

tais também possui esse poder pessoal (Rogers, p. 1978).

4.1 O porquê do título do projeto

A ideia de “DIFERENTES, MAS IGUAIS” é que, externamente, todos são diferen-

tes. Trata-se do conceito da DIVERSIDADE; contudo, mesmo com essas diferen-

ças temos os mesmos direitos à educação; à saúde; ao exercício pleno da cidada-

nia (inclusive votar e, principalmente ser votado). Daí sermos iguais. Trata-se, aqui,

do conceito da IDENTIDADE.

Com esses dois pontos esclarecidos, devemos ressaltar que os alunos ao tomarem

conhecimento de casos de portadores da Síndrome de Talidomida – descritos no

livro didático distribuído pela Prefeitura Municipal de Barueri (Linguagem criação e

interação, de Cássia de Souza e de Márcia Cavéquia (2009, p. 127 a 129) – inte-

ressaram-se pelo tema e pediram para pesquisar o assunto com mais profundida-

de. Isso ocorreu, ao verem pessoas com a Síndrome de Talidomida atuando em

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diversas áreas, como no caso de uma triatleta que possui uma perna mecânica e

pratica muitas atividades esportivas.

Talidomida foi um medicamento desenvolvido na Alemanha, em 1954, inicialmente

como sedativo; contudo, a partir de sua comercialização, em 1957, gerou milhares

de casos de Focomelia, uma síndrome caracterizada pela aproximação ou encur-

tamento dos membros junto ao tronco do feto [...]. Utilizado durante a gravidez,

também provocou graves defeitos visuais, auditivos, na coluna vertebral, em casos

mais raros, do tubo digestivo e problemas cardíacos. ABPST/2012 (Associação

Brasileira dos Portadores da Síndrome de Talidomida).

A ABPST utiliza vários desenhos para representar sua filosofia de estímulo ao res-

peito aos que tem alguma necessidade especial. Um exemplo é o Saci-Pererê, pa-

ra ele a Associação usa o seguinte lema: “O Saci tem apenas uma perna e você

gosta dele assim mesmo”. Para o Horácio, do desenhista Maurício de Souza, ela

desafia: “O Horácio tem bracinhos curtos e você gosta dele assim mesmo.” Dessa

forma, a Associação procura demonstrar que não se pode considerar alguém, que

tenha alguma necessidade física (ou mental), como menor do que aquele que não

tem.

Apesar das diferenças externas, mostraremos que todos são iguais, já que os alu-

nos com necessidades educacionais especiais também possuem sonhos, desafios,

sentimentos como qualquer outro ser humano.

Assim, diante do exposto, entendemos apropriado desenvolver as ações previstas

neste projeto com os alunos.

5. OBJETIVOS

a)Geral

o Incentivar o aluno para que este tenha maior respeito, empatia e envolvimento

com seus colegas com alguma necessidade educacional especial.

b)Específicos

o Incentivar o aluno para que tenha maior conhecimento do tema, através de:

pesquisas; rodas de conversa; conversas informais com o professor; trabalhos

em pequenos grupos, dentro e fora da sala de aula.

o Demonstrar maior conhecimento do tema.

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o Respeitar o outro.

o Ter ideia sobre o conceito de outridade.

o Respeitar a identidade do outro.

o Demonstrar maior envolvimento com os seus semelhantes.

o Compartilhar positivamente para que seu semelhante ele a autoestima, princi-

palmente os que têm alguma necessidade educacional especial.

6. FOCO NA APRENDIZAGEM – CONTEÚDOS

O presente projeto não perde de vista os conteúdos necessários a serem apresen-

tados ao aluno, isto é, os conceituais (factuais), os procedimentais e os atitudinais.

Com o primeiro, o conceitual, procuraremos passar, aos alunos, o projeto científi-

co contido no Planejamento Anual da U.E. Por ser mais abstrato, o conteúdo pro-

cedimental será passado aos alunos através de incentivos de atividades que os es-

timulem a agir com reflexão, análise e comparação e com experiências de conhe-

cimentos pré-existentes.

O segundo tipo de conteúdo, o procedimental (aquele que diz respeito a ações

ordenadas com um fim determinado) serão apresentados através dos diferenciados

tipos de atividades.

Por fim, o terceiro tipo de conteúdo, o atitudinal, está envolvido com os valores a

serem absorvidos pelos alunos. O objetivo não será apenas fazer com que o eles

entendam, por exemplo, quem são alunos especiais, mas também entenderão

qual o sentido filosófico e prático desse saber científico. Com as atividades proce-

dimentais o corpo discente agirá como um indivíduo pensante e solidário, respei-

tando o outro.

Ressaltamos que concomitantemente ao projeto, o aluno estará recebendo o con-

teúdo previsto no Plano de Referência; contudo, para não cair na rede do conteu-

dismo, o cerne, o carro motriz do projeto é a reflexão, a oralidade, a produção tex-

tual coesa e coerente e a leitura, a fim de:

desenvolver a oralidade por meio da escuta atenta, da exposição, da dis-cussão e da expressão corporal; ler utilizando diferentes estratégias para re-

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8 fletir e criticar; apreciar as atividades de leitura; analisar a compreensão tex-tual através de leituras diversificadas, de vários suportes textuais; produzir textos com coerência e coesão; [...]; [...] articular os parágrafos utilizando os sinais de pontuação; identificar e empregar corretamente os elementos e as características do gênero textual, a partir da escuta atenta, da transforma-ção de um gênero em outro, da autocorreção e da autoavaliação; compre-ender, empregar e identificar a análise e reflexão da língua por meio da con-textualização; utilizar os diversos gêneros textuais para o uso e a prática da gramática; identificar e empregar as classes gramaticais e a sintaxe. (SE-CRETARIA DA EDUCAÇÃO - PROJETO A HORA É AGORA, p. 5, 2012)

CONTEÚDOS CONCEITUAIS CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS CONTEÚDOS ATIDUDINAIS

· Síndrome de Talido-mida;

· Síndrome de Down;

· Conceito de necessi-dades especiais;

· Empoderamento;

· Autonomia;

· Independência;

· Inclusão;

· Respeito;

· Diversidade em sala de aula;

· Oralidade: debate regrado.

· Produção de texto: entrevista/reportagem

· Gêneros Textuais: Tabela, cartaz.

· TIC (Tecnologia da Informação e da Co-municação)

· Sensibilização corpo-ral (Artes)

· Discussões e debates sobre a importância de crianças com ne-cessidades no ambi-ente escolar;

· Reflexão e constru-ção de ideias no que-sito respeito ao outro;

· Produção escrita so-bre o tema;

· Pesquisa de cromos-somos resgatando saberes obtidos em Ciências;

· Entrevista com país de alunos com ne-cessidade especiais.

· Confecção de carta-zes, resgatando sa-beres obtidos em Ar-tes;

· Confecção de um blog.

· Confecção de uma conta no Facebook.

· Participação ativa em ações que valorizam as pessoas com ne-cessidades especiais;

· Desenvolvimento de senso crítico em rela-ção às pessoas com necessidades espe-ciais;

· Elevação de autoes-tima a partir da valo-rização de habilida-des artísticas manu-ais e intelectuais

· Estímulo para convi-vência em grupo vi-sando a organização de interesse coletivo (indivíduos com ou sem necessidade es-peciais, ou seja, to-das são iguais inde-pendentemente das diferenças exterio-res);

· Percepção da impor-tância do resgate e da inserção do sujeito na sociedade;

· Respeito a si e ao ou-tro.

7. PROBLEMATIZAÇÃO (Demanda Real)

De que maneira os alunos com necessidades educacionais especiais podem ser

vistos como iguais na comunidade escolar?

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8. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO INICIAL DA IMPLEMENTAÇÃO

Percebe-se que o corpo discente tem bom relacionamento com os seus colegas

com necessidades educacionais especiais; contudo, procura-se com o projeto au-

mentar positivamente a relação do grupo que é composto por alunos com e sem

essas necessidades.

9. CRONOGRAMA DE AÇÕES

Atividades Fev Mar Abr Mai Jun Ago

Apresentação do Projeto à Direção da U.E. X X

Apresentação do Projeto aos alunos X Divulgação em cartazes X Roda de conversa X Reescrita e colocação de folhas em cartoli-nas para exposição nos murais da U.E.

X

Presença da Secretaria de Comunicação Social para comunicação do evento “Aluno com necessidade por um dia”

X

Mesas-redondas X Comunicação aos pais dos alunos sobre o Projeto

X

Retomada do assunto – Recepção dos Do-cumentos escritos pelos pais.

X

Relato de alunos e de seus pais X Mesa-redonda com mãe de alunos especiais X

10. INTERVENÇÕES EFETUADAS E PASSOS METODOLÓGICOS

No início do ano letivo, os alunos tomaram conhecimento de casos de portadores

da Síndrome de Talidomida, como descrevemos na “Justificativa da escolha do te-

ma”: após isso, tomamos os seguintes passos:

a) Rodas de conversa sobre o tema.

b) Conversas informais com o professor.

c) Trabalhos em pequenos grupos abordando o tema.

d) Exposições no Quadro de Atividades da Unidade Escolar.

e) Para que os alunos sintam, e não apenas saibam, como se sentem os colegas

com necessidades educacionais especiais, propusemos o seguinte:

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· Escolher cinco ou seis alunos de cada sala;

· Colocar uma venda nos olhos de alguns, a tal ponto que fiquem impedi-

dos de ver;

· Colocar uma tala nas pernas de outros para que fiquem imobilizados.

· Colocar talas nos braços de alguns, de tal maneira que fiquem impedidos

de mexerem suas mãos.

A execução do item “e” ocorrerá durante o intervalo/almoço. Será nesse período

que eles – agora considerados “alunos especiais” – serão conduzidos, no pátio, por

seus colegas. Estes deverão, dependendo da necessidade, pegar nos braços, em-

purrar cadeira de rodas, ou mesmo colocar comida na comida na boca do que não

tiver mãos.

Tudo será discutido em mesas-redondas e/ou partilhado em relato, para posterior

divulgação nos pátio em na web (blog/facebook).

No dia, as cozinheiras deverão ser avisadas, pois esse grupo deverá ter prioridade

na fila de almoço.

11. ORGANIZAÇÃO DO TEMPO PEDAGÓGICO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Conforme o Programa de Pró-letramento do MEC (2007) “analisam-se situações de

ensino e aprendizagem a partir do ponto de vista da organização do tempo escolar

e do planejamento das atividades por parte do docente”. É nesse ambiente que o

presente projeto se desenvolve, pois procura executar o presente projeto sem ex-

trapolar os conteúdos propostos pelo PDE, até porque se dá “especial atenção às

práticas de leitura e escrita na rotina escolar, recuperando e desenvolvendo a no-

ção de letramento”, mantendo assim a consistência pedagógica.

Concomitantemente a este tempo, trabalhar-se-á com alunos com dificuldades de

aprendizagem, visto que o “Projeto Diferentes, Mas Iguais” se desenvolve em har-

monia com o “Projeto A Hora é Agora”.

Uma atividade que teve boa recepção pelos alunos foi a de “transposição de gêne-

ros” (História em Quadrinhos para Conto). O aluno leu a história, compreendeu e

passou para outro gênero. Atendendo, assim, às Habilidades previstas no Projeto

A Hora é Agora-2012. (Anexo 001).

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12. REGISTRO FORMATIVO

Vale ressaltar que e os registros têm como finalidade, não só deixar marcados os

momentos das atividades para consultas futuras, mas também para se avaliar co-

mo o aluno se comportava – no que diz respeito ao seu processo ensino-

aprendizagem – antes e depois dessas atividades. Os mecanismos para registro

serão os seguintes: Fotos; Relatos (feitos pelo professor, pelos alunos e pelos

pais); Filmagens; Diário de Classe; Quinzenários; As atividades serão amplamente

registradas, para compor o portfólio do professor e da U.E. Algumas atividades vão

ao encontro da proposta do Projeto A Hora é Agora/2012, assim poderão compor

o processofólio da escola. Em momento oportuno, (ver cronograma) fotos serão di-

vulgadas nos murais da escola e na Web (esta última atendendo os princípios da

T.I.C.). Em meados de agosto, será feita uma entrevista com alguns alunos para

ver se suas expectativas foram atingidas. Essas entrevistas também serão divulga-

das nos murais.

Também em agosto, os pais de alguns alunos também serão entrevistados, para

verificar se o presente projeto tem modificado positivamente o aluno em casa.

13. CONSISTÊNCIA COM A PROPOSTA PEDAGÓGICA

Para tornar o projeto exequível, procurou-se manter o fim principal do PDE bem

como o da proposta curricular de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental que

visa ao apoio do projeto educativo existente nas unidades escolares municipais e

nortear o processo de ensino e aprendizagem com referências teóricas e suges-

tões para a organização e elaboração de propostas didáticas desta disciplina.

14. PLANO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Além da avaliação, no final do projeto, a cada atividade será reconsiderado cada i-

tem para fazer com que o projeto melhore ainda mais. Isso poderá culminar, se ne-

cessário, uma reformulação do Cronograma.

15. INTERDISPLINARIDADE

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As ações praticadas estão focadas – entre seus objetivos principais – na interdis-ciplinaridade. Assim, as atividades dialogaram com os seus conhecimentos pree-

xistentes das Artes e das Ciências. Através desses saberes, os alunos pesquisa-

ram as causas e o tratamento e as consequências das doenças que tornam as cri-

anças em indivíduos especiais. Seja na composição de cartazes, seja na pesquisa

de deficiências ou na construção de gráficos, os alunos mostraram-se sabedores

que seus estudos não são seccionados, mas que são possuidores de um conheci-

mento integral.

16. PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS E DA COMUNIDADE

Umas das ações que estão no foco do projeto – além do processo ensino-

aprendizagem – é a questão da participação dos sujeitos envolvidos.

Em hipótese alguma, serão trazidas tarefas prontas para os alunos para apenas

verem o final de uma citada tarefa. Desde um cartaz até a confecção de um blog

(T.I.C.) para organização e divulgação serão desenvolvidos por todos os envolvi-

dos.

Certamente, as famílias serão convidadas a participar, por exemplo, a fazerem re-

latos dando, assim, uma devolutiva de como os seus filhos se comportaram após o

desenvolvimento do projeto (Relatos nos Anexos 002 a 007).

17. T.I.C. - TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO

Segundo a Especialista Souza (2009), “vive-se atualmente em um mundo onde a

informação e a tecnologia andam juntas e a cada dia estão mais presentes na vida

de todos os indivíduos. O universo infantil também faz parte dessa realidade”. Sou-

za afirma também que “agora, mais do que nunca, as crianças estão sendo envol-

vidas por uma intensa onda de jogos e diversões eletrônicas”.

Foi necessário, assim, inserir o presente projeto dentro da T.I.C. (Tecnologias da

Informação e da Comunicação) (e-mails, blogs), pois os alunos nesta faixa etária

são conhecidos, na atualidade, nativos digitais. Para Prensky (2001), nativos digi-

tais (digital natives), são aqueles que já nasceram submersos no mundo conhecido

como high-tech (alta tecnologia) e os imigrantes digitais (digital immigrants) (adul-

tos que se valem do uso dos computadores) são aqueles que não nasceram no

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mundo digital. Em outras palavras, assim como os nativos digitais estão para o “di-

gital”, os imigrantes digitais estão para o “analógico” e enquanto o mundo real está

para este, o virtual está para aquele.

18. ALCANCE

Além dos objetivos propostos, o presente projeto tem como desafio fazê-lo conhe-

cido no ambiente extraclasse, através de todas as formas disponíveis. Além dos

meios mais comuns como murais e verbalmente, o projeto será divulgado virtual-

mente (TIC). Para tanto, a aluna Vitória de Almeida Silva, do 8º ano C e a aluna Ale-

xia Leticia Carvalho da Cruz, do 9º ano A, construíram um blog (http://projetodiferentes

masiguais.blogspot.com.br/). A aluna Bárbara Fernanda Flor Mota, do 8º ano B, criou

um grupo no Facebook (http://www.facebook.com/groups/332886503468392/) e uma pági-

na nessa comunidade (http://www.facebook.com/projetodiferentesmasiguais). Tudo para

um alcance mais amplo, assim o projeto ficará disponível na rede mundial de compu-

tadores. (Anexos 8).

19. PROPAGANDA

Para fazer com que o projeto seja mais participativo por vários setores, procuramos

divulgá-lo, em todo instante, via interclasses; nos murais da escola; através de co-

municação aos pais, por meio do caderno do aluno, de bilhetes, de relatos.

Os alunos se apropriaram de seus conhecimentos obtidos nas aulas de Artes e fi-

zeram belíssimos cartazes (ANEXO 009 e 010). A divulgação foi massiva também

pela internet, uma vez que os alunos – na sua condição de nativos digitais – colo-

caram seu conhecimento de informática em ação e fizeram um blog e um grupo no

facebook – já citados.

20. RESULTADOS OBTIDOS

Neste ponto do projeto, pôde-se verificar que a relação interpessoal dos alunos

com seus colegas com necessidades educacionais especiais, passou – do que já

era positivo – para muito mais visível ainda. Podemos comprovar, primeiramente,

através das mesas-redondas para discutir a vivência do que ficou conhecido entre

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os docentes de “Especial por um dia”. Nessas discussões os alunos apresenta-

ram acréscimo em seu senso-crítico em relação às pessoas com necessidades

educacionais especiais.

Em segundo lugar, através dos relatos de alunos e de seus pais e, principalmente,

no dia a dia dos alunos, quando se percebeu o maior respeito e conscientização da

identidade do outro, independentemente de sua condição física. Em outras pala-

vras, o seu próximo apesar de ser diferentes, exteriormente, é igual a ele na interio-

ridade, apesar do respeito mútuo no quesito da individualidade.

Outro ponto de imenso destaque, nos resultados obtidos, ocorrido no dia

28/08/2012, refere-se à iniciativa dos alunos e de seus pais em fazer uma MESA-

REDONDA para discutir o Projeto Diferentes, Mas Iguais. Eles perceberam que o

projeto ultrapassou os limites do muro da escola, em virtude da preocupação de

seus filhos sobre o assunto (isso fica comprovado nos relatos dos pais e aluno –

ANEXO ---------). Nesse dia, vieram as seguintes mães de alunos especiais para fa-

lar sobre assunto, tais como: “quais os principais problemas enfrentados pelos pais

ao descobrirem que seus filhos eram especiais”; “relacionamento de seus filhos

com demais coleguinhas da região”; “qual mensagem a ser dada aos pais que re-

jeitam seus filhos especiais”: 1) D. Eli Regina Maria dos Santos, (funcionária e mãe

de dois alunos com deficiência visual completa), ela trouxe uma máquina de escre-

ver em braille, (foto no Anexo -----) usada por seus filhos; (também fez um relato –

Anexo ----). 2) D. Tânia Regina de Moura Soares (mãe do aluno Lucas, 8º ano A,

[ele nasceu com insuficiência de oxigênio no cérebro]); 3) Rosita Ribeiro dos San-

tos (mãe da aluna Jaynne dos Santos Valente, 8º ano A, [autista]). O relato deste

dia será enviado a pedido da assessoria de relações públicas para divulgação no

próximo número do Jornal Oficial de Barueri.

Outro resultado obtido foi com referência às crianças com necessidades educacio-

nais especiais. É visível o aumento de sua au toestima – e de seus pais – ao serem

aceitas pelo grupo e por saberem que suas, podemos dizer, obras-primas estão

expostas em murais e disponíveis na Internet (através de blog e facebook).

Finalmente, ressaltamos que as ações tomadas no projeto fomentaram, favorece-

ram – ainda mais – a preocupação, o envolvimento, a consideração e o acréscimo

no relacionamento de toda a comunidade escolar, e extraescolar, com o público

considerado especial, confirmando – e respondendo – a problemática inicial, pois

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foram com os mecanismos (ações) utilizados no projeto que os alunos aumentaram

o seu respeito, simpatia (e, principalmente, empatia) para com aos alunos

com necessidades educacionais especiais.

As atitudes tomadas foram MAGNÍFICAS, GRATIFICANTES E DESAFIANTES...

21. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E BIBLIOGRAFIA

ALVES, Rubem. Alegria de ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1994.

ANDRE, M. (orgs). Pedagogia das diferenças na sala de aula. 5. ed. Campinas: Papirus, 1995.

ARAÚJO, Elaine. Recanto das Letras. Disponível em: <http://recantodas le-tras.uol.com.br/resenhas/1040196>. 18/06/2008. Acesso em: 10 fev. 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PORTADORES DE TALIODOMIDA. Disponível em: < http://www.talidomida.org.br/campanhas_1999.asp#>. Acesso em: 21 fev. 2012. BARUERI. Secretaria da Educação. Projeto a hora é agora. Barueri: 2012.

COLL, César, MARCHESI, Jésus e PALACIOS, Álvaro. Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. vol. 3. 2. ed., Porto Alegre: Artmed, 2004. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

_____________. Pedagogia do oprimido. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

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Prof. Ms. Eli Fernandes de Souza

(Português)

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