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ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO MARANHÃO GERÊNCIA REGIONAL DE SÃO LUÍS CENTRO DE ENSINO “VICENTE MAIA” REC. RESOLUÇÃO Nº 078 / 2002 – C.E.E PROJETO LIDERANÇA E CIDADANIA Responsável: Setor de Coordenação Pedagógica São Luís 2010

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ESTADO DO MARANHÃO

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO MARANHÃO GERÊNCIA REGIONAL DE SÃO LUÍS

CENTRO DE ENSINO “VICENTE MAIA” REC. RESOLUÇÃO Nº 078 / 2002 – C.E.E

PROJETO LIDERANÇA E CIDADANIA

Responsável: Setor de Coordenação Pedagógica

São Luís

2010

ESTADO DO MARANHÃO

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO MARANHÃO GERÊNCIA REGIONAL DE SÃO LUÍS

CENTRO DE ENSINO “VICENTE MAIA” REC. RESOLUÇÃO Nº 078 / 2002 – C.E.E

PROJETO LIDERANÇA E CIDADANIA

1. APRESENTAÇÃO:

O projeto consiste em direcionar os alunos do Ensino Médio regular e EJA

para a compreensão do conceito de liderança, processo democrático, e todas as

questões relacionadas à representatividade estudantil.

Compreende-se esse um passo importante para a democratização da gestão

escolar, posto que ao compartilhar a liderança com as lideranças intermediárias que

existem na escola, estaremos conferindo sentido a autonomia e descentralização

administrativa, além de possibilitar a avaliação institucional inserida no cotidiano do

espaço escolar.

Candidatos

Serão escolhidos dois representantes em cada turma. A divisão das funções

ficará por conta das figuras de representante e vice-representante.

Métodos

O projeto irá trabalhar com as turmas a concepção de líder e seus

desdobramentos. Na oportunidade nas aulas de História será trabalhado com os alunos o

contexto histórico do movimento estudantil no processo de democratização do país

aproveitando para abordar a questão da participação popular, considerando o ano

eleitoral.

Professor Conselheiro

Será responsável pelo monitoramento de todo o processo visando sua

eficácia, contribuindo diretamente na realização das ações programadas. Assim, realizará

junto com a turma o levantamento e escolha dos candidatos, registrará as candidaturas

junto a Coordenação Pedagógica e acompanhará o processo de escrutínio, eleição e

posse dos representantes.

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2. OBJETIVOS:

· Desenvolver ações com foco na publicidade e impessoalidade;

· Descentralizar e aperfeiçoar as ações pedagógicas e administrativas;

· Realizar avaliação institucional pedagogicamente;

· Democratizar a direção escolar instaurando lideranças intermediárias;

· Instaurar um processo educativo de co-participação dos líderes e grupos escolares.

· Desenvolver lideranças positivas, possibilitando ao aluno representante de turma

atuar como um elo entre a sua turma e o CE Vicente Maia visando solucionar

problemas pertinentes a cada turma como: indisciplina, desmotivação, insegurança,

questões didáticas e pedagógicas, comunicação, questões administrativas, etc.

· Realizar formação para os alunos representantes para aprimorar suas habilidades

dos líderes.

· Fortalecimento da instituição escolar para o enfrentamento do novo e o

aperfeiçoamento das qualidades já existentes.

3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO COTIDIANO ESCOLAR ü Avaliação administrativa processual, buscando formas de ampliar a participação.

ü Os alunos têm a oportunidade de melhorar a liderança, aprendendo a lidar com as

diversidades encontradas em sala de aula.

ü O exercício da liderança se torna ainda mais importante e fundamental na

condução de grupos.

ü Manter uma relação de diálogo entre educador, educando e coordenação

pedagógica, para que juntos possam estabelecer uma relação de afetividade,

cumplicidade, exercendo um papel fundamental para as práticas do cotidiano

escolar.

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4. PERFIL DO LÍDER ESTUDANTIL · Ser criativo, solidário, ético.

· Ter espírito de liderança.

· Ser responsável.

· Mostrar-se comprometido com as atividades propostas.

· Ser entusiasta e idealista

· Ter conduta adequada aos valores da instituição.

· Ser aberto ao diálogo.

5. REGULAMENTO DA ELEIÇÃO PARA LÍDER DE TURMA · A seleção constará de votação simples dos alunos candidatos para líder.

· Poderão votar os alunos regularmente matriculados.

· A votação dos candidatos será realizada com a presença de um professor que será

o mediador responsável pelo processo eletivo e pela validação de seus resultados.

· Será eleito para a função de representante de turma o candidato que obtiver,

através de votação simples, a maioria dos votos válidos.

· Por ocasião da votação deverá estar presente em sala de aula, um quorum mínimo

de metade mais um dos alunos regularmente matriculados.

· Em caso de ter apenas um candidato a representante de turma, deverá ser

realizada uma votação que contemple as opções a favor ou contra o candidato a

representante, no intuito de favorecer o comprometimento da turma com o resultado

do pleito.

6. PROGRAMAÇÃO

1. Conscientização

A primeira etapa do processo consiste na conscientização dos alunos sobre o tema.

Depois, os professores conselheiros farão o levantamento dos candidatos por sala e, por

fim, haverá a eleição e posse dos alunos mais votados.

Por fim, os alunos poderão colocar em prática tudo o que aprenderam, ao elegerem

os representantes de turma.

Os alunos eleitos deverão criar rotinas e comprometer-se de fato com seu

cumprimento.

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2. Levantamento dos candidatos

Cada turma apresentará até três chapas ao Professor Conselheiro, com líder e vice-

líder. Após o devido registro, poderão realizar a campanha para angariar votos da

respectiva turma, sempre em respeito às normas estabelecidas.

3. Formação de Líderes

Os líderes e vice-líderes participarão de dinâmicas e ouvirão sobre técnicas de

organização e rotina escolar. Ainda trabalharão questões como características,

atribuições e procedimentos do líder, perfil de liderança e compromisso ético.

As ações formativas junto aos alunos promoverão a compreensão da escola como um

espaço onde é possível transformar e conviver com as diferenças e que o bem-estar

individual passa pelo bem estar coletivo.

A partir do processo formativo, espera-se que os alunos sejam capazes de

sensibilizar as pessoas e grupos na ação individual e coletiva para a realização de um

determinado objetivo percebido por todos como comum.

O projeto ainda prevê encontros no final de cada bimestre.

4. Eleição

A eleição ocorrerá em dia e hora marcada pela direção da escola, devendo ser

acompanhada em cada turma pelo professor conselheiro.

5. Posse solene dos representantes

Após a eleição, a direção da escola apresentará a todos os representantes eleitos por

turma, dando posse aos mesmos, com a entrega de diplomas durante a solenidade.

7. Cronograma

03 a 12 de maio – Conscientização

13 a 19 de maio – Levantamento e registro dos candidatos

25 de maio – Eleição

29 de maio – Posse solene dos representantes

01 a 05 de junho – Formação de Líderes.

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São Luís, maio de 2010 Anexo1

Cadastro de Candidatura à Eleição de Líder de Classe

Rua Estados Unidos, S/N, Anjo da Guarda São Luís – MA – CEP65085-000 Fone: (98) 3242 - 5747 / 3228 - 2664

Centro de Ensino Vicente Maia Ensino Médio Regular e EJA

SÉRIE/ETAPA TURMA

Declaro que as informações aqui prestadas são verdadeiras e dou fé.

Assinatura do(a) Candidato(a)

Candidatura aprovada em

Assinatura do responsável pelo DE

Indicação interna

1ª VIA - DE

CENTRO D EENSINO VICENTE MAIA PROJETO LIDERANÇA E CIDADANIA

São Luís, maio de 2010 Anexo3

Cadastro de Candidatura à Eleição de Líder de Classe

Rua Estados Unidos, S/N, Anjo da Guarda São Luís – MA – CEP65085-000 Fone: (98) 3242 - 5747 / 3228 - 2664

Centro de Ensino Vicente Maia Ensino Médio – Regular e EJA

SÉRIE/ETAPA TURMA

Declaro que as informações aqui prestadas são verdadeiras e dou fé.

Assinatura do(a) Candidato(a)

Candidatura aprovada em

Assinatura do responsável pelo DE

Indicação interna

2ª VIA - CANDIDATO

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São Luís, maio de 2010 Anexo3

TEXTO DOS SLIDES PARA O PROJETO LIDERANÇA E CIDADANIA

• REPRESENTANTE DA TURMA

Ø É o elemento de ligação entre a turma e a comunidade escolar, elemento este que

transmite à gestão escolar as sugestões, reivindicações e problemas desta.

• REQUISITOS PARA O REPRESENTANTE DESEMPENHAR BEM A SUA FUNÇÃO:

Ø RESPONSABILIDADE: capacidade de cumprir os compromissos assumidos;

Ø ESPÍRITO DE INICIATIVA: ação de preparar ou executar alguma coisa antes dos

outros;

Ø ESPÍRITO DEMOCRÁTICO: saber pensar, reconhecer ou estimular as idéias do

grupo;

Ø COMPREENSÃO: saber compreender as pessoas e seus problemas;

Ø INTERESSE: demonstrar-se sempre interessado pelo grupo e por cada um

particular;

Ø ESPÍRITO CRÍTICO: saber julgar e questionar quando necessário;

Ø OTIMISTA: precisa ter atitudes positivas, acreditar naquilo que faz.

• REQUISITO IMPORTANTE: SER UM EXEMPLO DIANTE DA TURMA

• CARACTERÍSTICAS DO REPRESENTANTE DA TURMA

Ø Ser honesto

Ø Ser responsável

Ø Ter facilidade de comunicação

Ø Estar aberto e atento às necessidades da turma

Ø Ser criativo e animado

Ø Transmitir segurança à turma

Ø Saber posicionar-se diante da turma

Ø Ser aberto ao diálogo

Ø Ter bom relacionamento

Ø Ter boa vontade e querer ser representante de turma

Ø Ser educado

Ø Ter poder de iniciativa

Ø Saber admitir erros.

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São Luís, maio de 2010 Anexo3

• LÍDER: é uma pessoa que se destaca no grupo, devido às qualidades apresentadas a

qual é atribuída formal ou informalmente, a responsabilidade de dirigir, coordenar,

desempenhar e avaliar atividades relacionadas ao grupo ao qual dirige.

• LIDERANÇA: é a maneira como o líder irá desempenhar sua função dentro do grupo

ao qual pertence.

• TIPOS DE LIDERANÇA

Ø AUTOCRÁTICO: é aquele que não se importa com a opinião dos outros. É irritável,

egoísta e incapaz de compreender os outros. Só gosta de mandar.

Ø LIBERAL: é inseguro e tem medo de assumir responsabilidades. Não dá ordens.

Ø DEMOCRÁTICO: procura fazer as coisas com cooperação, participação

espontânea e boa vontade. Saber pedir ajuda: vamos fazer?

• QUALIDADES E FUNÇÕES DO LÍDER

Ø Conduzir, dirigir e coordenar as atividades do grupo.

Ø O líder não deve dar ordens e sim trabalhar com o grupo.

Ø Ter determinação e direção nos trabalhos e não se omitir diante do grupo.

Ø Ser ponderado a fim de evitar violência.

Ø Ter vontade e não desistir diante de uma dificuldade.

Ø Em qualquer ambiente social o líder deve ter comportamento exemplar.

Ø O líder deve ser amigo, solidário, democrático, paciente e tranqüilo.

Ø Deve ser comunicativo para transmitir entusiasmo e facilitar o relacionamento do

grupo.

Ø Deve ser educado, dinâmico, organizado e respeitador.

Ø É o representante do grupo, mas não deve pensar pelo grupo e sim pensar com o

grupo.

• ATRIBUIÇÃO DOS LÍDERES NA ESCOLA

Ø Elo entre: Alunos-Professores-Coordenação-Direção;

Ø Participar do Conselho de Classe;

Ø Representar os demais alunos da sala nas questões relativas ao processo ensino–

aprendizagem.

• O CONSELHO DE CLASSE TEM SUSTENTAÇÃO:

Ø Art.176 do Regimento Escolar dos Estabelecimentos de Ensino Médio da Rede

Oficial do Estado.

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São Luís, maio de 2010 Anexo3

• O QUE É O CONSELHO DE CLASSE?

É a primeira instância para acolher e apreciar matérias referente ao processo ensino-

aprendizagem, será constituído pelos professores, pelos representantes estudantis da

série e dos técnicos pedagógicos a quem compete presidir as reuniões.

• ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE CLASSE

Ø Analisar o processo ensino-aprendizagem, considerando todos os elementos

envolvidos;

Ø Propor medidas que visem à melhoria do processo ensino-aprendizagem;

Ø Incentivar o bom relacionamento entre professor e aluno, a fim de que, trabalhem

num clima de amizade e respeito mútuo;

Ø Acolher e analisar as reivindicações dos alunos;

Ø Revisar provas, testes, exames ou qualquer outro instrumento de avaliação durante

o ano letivo, quando solicitado, e, conforme o caso, criar uma nova oportunidade de

avaliação para o aluno.

• OBSERVAÇÕES

Ø Os Conselhos reunir-se-ão, no mínimo quatro vezes por ano e, extraordinariamente

quantas vezes forem necessárias;

Ø Todos os elementos participantes do Conselho deverão manter uma postura ética a

respeito dos assuntos nele abordados.

Ø Os casos omissos e especiais, serão resolvidos por acordo da própria instância ou

pela instância superior.

Ø O Conselho de Classe instala os seus trabalhos com quorum de 2/3 dos

componentes curriculares envolvidos e delibera por maioria simples.

Ø Deverá ser lavrada a ata de cada reunião, aprovada e assinada por todos os

componentes do Conselho de Classe.

• O PAPEL DO LÍDER NO CONSELHO DE CLASSE

Ø Levar as principais reivindicações da turma referente ao processo ensino-

aprendizagem para serem discutidas e analisadas;

Ø Apresentar sugestões de melhoria nas questões relativas ao processo ensino–

aprendizagem.

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• Quais são os professores que nos ajudarão no processo de eleição dos líderes?

Ø 100 –

Ø 101 –

Ø 102 –

Ø 103 –

Ø 104 –

Ø 200 –

Ø 201 –

Ø 202 –

Ø 203 –

Ø 204 –

Ø 300 –

Ø 301 –

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MOVIMENTO ESTUDANTIL

História

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) representa os alunos dos Ensinos Fundamental, Médio, Técnico, Profissionalizante e Pré-Vestibular de Brasil. Reúne em torno de si todos os grêmios das escolas públicas e particulares, além das entidades estaduais e municipais secundaristas. Desde 1948, a UBES defende a juventude, a educação e uma nação livre e soberana, ao lado dos principais movimentos sociais. Os estudantes secundaristas participaram de diversos momentos da história do país, como na época da ditadura militar, no governo Collor com os cara pintadas, durante o governo FHC contra o neoliberalismo no Brasil e na América Latina. Qualquer estudante pode fazer parte desta história e se unir à UBES. Basta procurar o movimento estudantil na sua escola.

RESUMO HISTÓRICO Liceus - Desde as décadas de 30 e 40, os estudantes secundaristas já se organizavam em diversas regiões para debater e transformar a educação no Brasil. A maioria desses grupos surgia dentro das escolas, nos grêmios dos antigos colégios estaduais, os chamados Liceus. Nessa época, o contingente de estudantes crescia muito e sua participação na vida política do país era cada vez mais urgente. Era preciso que o movimento se organizasse em uma só entidade, para fortalecer a representação e a luta estudantil.

Nasce a UBES - Os secundaristas conseguiram com muito esforço realizar o seu primeiro congresso nacional em 1948, no Rio de Janeiro. A UBES foi criada no dia 25 de julho, mesma data em que foi oficializada a colaboração entre UNE e a UBES. Nos seus primeiros anos de existência, ainda em fase de estruturação, a entidade enfrentou o conturbado período do fim da era Vargas. Após o suicídio do ex-presidente, em 1954, a ameaça de golpe rondava o país e os secundaristas juntaram forças para lutar pela democracia e pela realização das eleições.

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A UBES cresceu e expandiu suas bandeiras, os estudantes se mobilizavam por mais bolsas de ensino, material didático e melhores condições para os alunos carentes. No início da década de 60, durante os governos Jânio Quadros e João Goulart, os estudantes passaram a integrar a Frente de Mobilização Popular, que envolvia outros importantes movimentos sociais brasileiros da época.

Golpe Militar - Mas a UBES recebeu um duro golpe com a chegada dos militares ao poder. Logo que a ditadura se instalou, em 1964, a sede da UBES e da UNE, que funcionavam no mesmo prédio, na praia do Flamengo, foi atacada e incendiada. As lideranças estudantis foram perseguidas e presas. Muitos militantes fugiram ou foram exilados, mas, mesmo assim, a UBES se organizou como pôde. O movimento continuou dentro das escolas, com os grêmios, e através de diversas passeatas e manifestações. Houve muita luta contra o acordo MEC e a USAID, instituição norte-americana que iria buscava intervir diretamente na educação brasileira.

Edson Luís - A situação se tornou mais complicada com o Ato Institucional 5, em 1968. Todas as atividades estudantis foram postas na ilegalidade, a repressão era intensa e violenta. Um episódio então marcou a história da UBES e do país no dia 28 de março de 1968. Uma manifestação no Rio de Janeiro contra o fim de um restaurante popular resultou no assassinato do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, de 16 anos. Edson tornou-se o símbolo da resistência não só para os estudantes, mas para todos os que lutaram e sonharam com o fim da ditadura e a recuperação da liberdade.

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O cortejo de seu enterro, com saída da Cinelândia, onde foi velado, até o cemitério São João Batista, reuniu milhares de pessoas, comparável somente ao de Getúlio Vargas. Nas palavras de Arthur Poerner, no livro O Poder Jovem, temos um relato impressionante ao dizer que “coberto pela bandeira nacional, o caixão desceu as escadarias da Assembléia sob os acenos de milhares lenços brancos. O povo entoava o Hino Nacional. Do alto dos edifícios caíam pétalas de flores e papéis picados, a multidão gritava “desce”, “desce!” para os que, nas janelas, se limitavam a içar bandeiras negras. Muitos desciam e se integravam ao acompanhamento. Mas os gritos mais ouvidos – igualmente inscritos em centenas de faixas – eram “Poderia ser seu filho!”, “Fora assassinos!”, “Brasil, seus filhos morrem por você!”.(sic)

Reconstrução - A repressão continuou e a UBES precisou se manter em pequenos congressos secretos com menos participantes, mas que mesmo mantiveram a unidade e a chama do movimento estudantil acessa. A reconstrução veio aos poucos, a partir de 1977. Algumas entidades secundaristas conseguiram fortalecer a sua atuação nos chamados centros cívicos de algumas cidades e começaram a reaparecer alguns grêmios e um movimento nacional pelo renascimento da UBES. A consolidação aconteceu com muito esforço em 1981, em Curitiba. Um antigo galpão, sem teto, banheiros, salas e cadeiras, serviu de base pra as discussões. No local, apenas muita poeira. Muitos estudantes foram para o sul do país sem dinheiro para voltar. Pedágios foram armados para levantar recursos. A polícia chegou a invadir o Congresso com a cavalaria. Mesmo com tantas dificuldades, a UBES renasceu.

Diretas Já - Em 1984, a UBES participou ativamente da campanha Diretas Já e apoiou a eleição de Tancredo Neves. O então presidente da entidade Apolinário Rebelo foi o primeiro a discursar no famoso Comício da Candelária que reuniu um milhão de pessoas. Os estudantes pintaram o rosto de verde e amarelo e foram para as ruas exigir a democracia de volta no país.

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28º Congresso - 1989 - Em plena campanha presidencial em andamento, quase cinco mil estudantes estiveram em Santo André, discutindo assuntos relacionados com o Movimento Estudantil, as primeiras eleições presidenciais brasileiras (o congresso recebeu quatro candidatos a vice-presidência da república para um debate com os delegados), a onda de manifestações contra os aumentos das mensalidades e das passagens de ônibus. Neste congresso, os delegados decidiram que os próximos congressos seriam compostos a partir de congressos estaduais e que a diretoria eleita no próximo ano teria mandato de dois anos. Um acontecimento importante foi a mobilização em torno do voto aos dezesseis anos no Brasil, novidade introduzida com a nova Constituição Brasileira. Outra característica importante do congresso foi o fato de ter-se iniciado nele a grande unidade do movimento estudantil, com a eleição de Manoel Rangel (presidente da UBES) e Danilo Zimbres (vice-presidente da UBES). Tais conquistas foram obtidas, após intensas mobilizações estudantis, no processo de aprovação, pelas câmaras municipais, das leis orgânicas dos municípios.

Fora Collor - Pouco tempo depois, durante o governo do presidente Fernando Collor, os secundaristas de caras pintadas seriam novamente protagonistas de um episódio marcante na vida do país. Em 1992, ainda em fase de reestruturação, a UBES foi uma das protagonistas do movimento que ficou conhecido como o “Fora Collor”, com participação de vários seguimentos da sociedade. Os secundaristas eram maioria nas manifestações que pipocavam por todo país exigindo o impeachment do presidente corrupto.

Era FHC - O forte posicionamento dos secundaristas foi marca registrada durante o governo FHC, quando os estudantes defenderam a manutenção do ensino público de qualidade, o passe livre nos transportes e o fim da política neoliberal na educação. Desde o início do governo Lula, a UBES apoiou as reformas importantes para o país, defendendo, entretanto, mudanças na política econômica e mais recursos para a educação e a cultura.

Após quase 60 anos de história, a UBES está enraizada na sociedade brasileira e presente nas principais discussões em curso no país. As lutas dos secundaristas de hoje são pelo Passe Estudantil (Meio Passe ou Passe Livre) no transporte público municipal e intermunicipal para os estudantes, o combate à evasão escolar e pela obrigatoriedade do ensino da Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. A UBES também defende a reserva de vagas para estudantes da rede pública nas universidades e a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, o Fundeb. A instituição participa do

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São Luís, maio de 2010 Anexo 4

Conselho Nacional de Juventude e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), ao lado da UNE, MST, CUT movimentos de moradia, pastorais e diversos sindicatos. Sempre a favor da juventude e da cultura, os secundaristas continuam rebeldes, com causa e personalidade para transformar o Brasil.

"Meia entrada","passe livre" e "educação pública e gratuita para todos" - Após anos de intensas mobilizações dos estudantes pela reconstrução dos grêmios estudantis e das entidades estaduais de estudantes (AMES, UMES, etc.), o 28° Congresso da UBES, realizado em 1989, representou o grande momento da reconstrução do movimento estudantil secundarista. Com o lema "Unidade para Lutar", a diretoria da UBES conclamou os estudantes a lançaram-se às ruas de todo o país, em grandes passeatas, pela conquista do passe livre nos transportes, da meia entrada no cinema e da garantia de educação pública gratuita e de qualidade para todos na Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira. Sob a liderança unificada e combativa da UBES, estudantes secundaristas organizaram, nas principais cidades do país, dezenas de grandes passeatas, que marcaram o retorno dos estudantes ao centro da vida política nacional. Essas passeatas, alegres e coloridas, culminaram com a obtenção de importantes vitórias, como a aprovação do passe livre no Rio de Janeiro e da meia-entrada nos cinemas e teatros em diversas capitais do Brasil. Organizados em associações municipais de estudantes em todas as capitais, os estudantes retornavam, com toda força, ao cenário político nacional e preparavam o caminho para seu próximo grande ato: o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.