Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CELY TEREZA GREZZANA – ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
SÃO FRANCISCO – CHOPINZINHO
2014
2
SUMÁRIO
SUMÁRIO ...................................................................................................................................... 2
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 6
1.1 APRESENTAÇÃO DO PPP ................................................................................................. 6
1.2 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO .................................................................... 7
1.3 HISTÓRICO DO COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CELY TEREZA GREZZANA . 8
1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO .............................................................................. 9
1.5 OFERTAS DE CURSOS E TURMAS ................................................................................. 9
1.6 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ........................................................................................ 10
1.7 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR .................................................... 10
1.8 OBJETIVOS DA ESCOLA .................................................................................................. 11
1.8.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 11
1.8.2 OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL ............................................. 11
1.8.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 12
2 MARCO SITUACIONAL ......................................................................................................... 14
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO
E DA ESCOLA ............................................................................................................................ 14
2.2 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA
DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO-PRÁTICA ...................................................................... 17
3 MARCO CONCEITUAL .......................................................................................................... 20
3.1 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE ....................................................................................... 20
3.2 CONCEPÇÃO DE HOMEM ................................................................................................ 21
3.3 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO ........................................................................................ 22
3.4 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO .............................................................................. 22
3.5 CONCEPÇÃO DE ESCOLA ............................................................................................... 23
3.6 CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM ........................................................... 24
3.7 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA ........................................................ 24
3.8 CONCEPÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO .............................................. 26
3.9 CONCEPÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA ................................................................ 27
3.10 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA .................................................................................. 28
3.11 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO – Avaliação Formativa ............................................. 30
3
3.12 AVALIAÇÃO E SUAS DIFICULDADES ......................................................................... 32
3.13 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO ............................................................... 33
3.14 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL .......................................... 35
3.15 CONCEPÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA .... 35
3.16 CONCEPÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA .............................................. 37
3.17 CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO ........................................................................................ 37
4 MARCO OPERACIONAL ....................................................................................................... 39
4.1 REDIRECIONAMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO ............................................ 39
4.2 FUNÇÕES DO GESTOR ESCOLAR ................................................................................ 40
4.3 ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR PEDAGOGO ............................................................ 43
4.4 FUNÇÕES DO CORPO DOCENTE ................................................................................. 47
4.5 PAPEL DO DISCENTE ....................................................................................................... 49
4.6 FUNÇÕES DA EQUIPE ADMINISTRATIVA ................................................................... 51
4.7 FUNÇÕES DO AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS ........................................................ 56
4.8 RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAÇÃO DE PROJETOS. ...... 60
4.9 CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR ........................ 60
4.10 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
EDUCATIVOS ............................................................................................................................. 61
4.11 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO DE AULAS 61
4.12 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE E
NÃO DOCENTE: do Currículo, das Atividades Extracurriculares e do Projeto Político-
Pedagógico. ................................................................................................................................. 62
4.13 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA ........................................ 63
4.14 PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA ................................................................ 64
4.15 O CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA / DINÂMICA DO CURRÍCULO. ................ 67
4.16 FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO EM TEMPO
INTEGRAL ................................................................................................................................... 69
4.17 FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO
FUNDAMENTAL ......................................................................................................................... 71
4.18 FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO ........... 74
4.19 ATIVIDADES COMPLEMENTARES .............................................................................. 75
4
4.19.1 CELEM ............................................................................................................................. 75
4.19.2 PROGRAMA DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES CURRICULARES EM
CONTRATURNO ........................................................................................................................ 77
4.19.3 PROMOÇÃO DE SAÚDE .............................................................................................. 78
4.19.4 AULAS ESPECIALIZADAS EM TREINAMENTO ESPORTIVO ............................. 78
4.19.5 PROGRAMA PRONTIDÃO ESCOLAR PREVENTIVA (PEP) ................................ 79
4.20 TRABALHO COLETIVO ................................................................................................... 79
4.21 COMO FAZER UMA ESCOLA PARA CIDANANIA? ................................................... 82
4.22 PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS .................................................................... 85
4.22.1 CONSELHO ESCOLAR ................................................................................................ 85
4.22.2 GRÊMIO ESTUDANTIL ................................................................................................. 86
4.22.3 CONSELHO DE CLASSE ............................................................................................. 87
4.22.4 APMF ................................................................................................................................ 89
4.23 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS ...................................................................................... 89
4.23.1 PRÁTICA TRANSFORMADORA – PEDAGOGIA PROGRESSISTA .................... 89
4.24 INCLUSÃO E DIVERSIDADE .......................................................................................... 90
4.24.1 INCLUSÃO ESCOLAR .................................................................................................. 92
4.24.2 O ALUNO COM PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM NÃO DEVE SER
CONFUNDIDO COM O ALUNO DEFICIENTE MENTAL .................................................... 94
4.24.3 ADAPTAÇÕES CURRICULARES ............................................................................... 96
4.25 FORMAÇÃO CONTINUADA ............................................................................................ 96
4.26 INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS ........................................ 98
4.26.1 PROGRAMA DE COMBATE AO ABANDONO ESCOLAR ..................................... 98
4.26.2 ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ..................................... 99
4.27 PRÁTICAS AVALIATIVAS .............................................................................................. 100
4.27.1 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA ESCOLA ................................................................. 100
4.27.2 OPERACIONALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO ............................................................... 103
4.27.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS/PARALELA ......................................................... 105
4.28 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................ 106
4.29 RECLASSIFICAÇÃO ....................................................................................................... 107
4.30 PLANO PERSONALIZADO DE ATENDIMENTO (PPA) ........................................... 108
5
4.31 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS ............................................... 108
4.31.1 PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS .................................................. 109
4.31.2 ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS ............................................. 110
4.31.3 HISTÓRIA E CULTURA AFRO BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA. .......... 110
4.31.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL .......................................................................................... 111
4.31.5 SEXUALIDADE ............................................................................................................. 111
4.31.6 EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO ............................................................................. 112
4.31.7 EDUCAÇÃO FISCAL ................................................................................................... 113
4.31.8 EDUCAÇÃO DO CAMPO ........................................................................................... 113
4.31.9 HISTÓRIA DO PARANÁ ............................................................................................. 114
4.31.10 AS TECNOLOGIAS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ................... 114
4.31.11 MÚSICA ....................................................................................................................... 115
4.31.12 EDUCAÇÃO TRIBUTÁRIA ....................................................................................... 116
4.31.13 EDUCAÇÃO TEMPO INTEGRAL ............................................................................ 117
4.31.14 EDUCAÇÃO PARA O ENVELHECIMENTO DIGNO E SAUDÁVEL: Uma
Questão Curricular .................................................................................................................... 118
4.32 PROGRAMA BRIGADA ESCOLAR .............................................................................. 119
4.33 AVALIAÇÃO DO PROJETO .......................................................................................... 120
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 120
6
1 INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO DO PPP
O Projeto Político Pedagógico está amparado pela LDB nº 9394\ 96, em seu
artigo 12, inciso I, embasado nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná,
deliberação nº 14/ 1999 – CEE, deliberação do Tempo Integral 02/10 CEE/CEB.
O PPP tem a intenção de refletir sobre a organização do trabalho na escola, o
mesmo exige a colaboração de todos os segmentos (direção, pedagogos, professores,
temos e o que queremos de nossas escolas; estas definições deverão estar colocadas
nas atitudes de solidariedade, reciprocidade e participação coletivas levando-se em
conta as condições concretas em que a escola se encontra.
Através de reuniões, questionários e estudos com as pessoas diretamente
ligadas a escola percebe-se a grande disparidade que o nosso país apresenta
desemprego, corrupções, violência, desigualdade social... Entre outros, mas também
podemos observar a grande vontade de mudanças, de investir na educação, pois
quanto mais o fizemos maior será nossa qualidade de vida e melhoria de ensino.
Com esse intuito, pretendemos criar um projeto que estimule a organização de
atividades que favoreçam o convívio escolar extraclasse: festivais, mostras,
campeonatos, apresentações culturais, shows.
Queremos incentivar os alunos a propor a organizar suas atividades, com o
apoio que se fizer necessário por parte da escola, incentivando a responsabilidade dos
alunos por todas as tarefas que forem viáveis.
Pretendemos manter nossos alunos informados sobre seus direitos e anuncia-los
naquilo que sintam faltas, pretendemos facilitar o contato dos alunos com pessoas de
fora da escola, fornecer-lhes informações, sugerir temas ou questões a serem
trabalhadas, ceder locais para a realização de suas atividades. Ao mesmo tempo, e de
forma complementar a liberdade de organização, pretendemos favorecer e incentivar
uma comunicação intensa e livre: murais, debates, reuniões, jornais...
7
A escola, com todas as suas contradições e limites, ocupa um espaço
privilegiado na vida dos adolescentes e jovens, e influi, intencionalmente ou não, na
construção de suas identidades e projetos de vida, entre outros aspectos.
Termina o século XX, e se até esse a escola considerava que as crianças aprendiam
basicamente ouvindo o professor e repetindo o que ele dizia, hoje sabemos que essa
forma de aprendizagem é limitada, que existem diferentes processos e maneiras de
aprender, sabemos também o quanto ás teorias educacionais ainda estão distantes da
prática cotidiana.
O ensino público de qualidade é possível com a colaboração de todos
promovendo as mudanças que se fazem necessária, principalmente na cultura com
uma educação inovadora e transformadora.
Não resta dúvida de que será preciso que todos cresçam em competências,
determinação, buscando fazer a escola uma instituição formadora e transformadora de
alunos, professores e comunidade em geral. Para que isso aconteça, ela precisa de
autonomia, isto implica em ter responsabilidades tanto pelos acertos quanto para os
erros.
Educadores voltados para o futuro necessitam buscar nas atividades didáticas as
respostas e os caminhos para um ensino mais eficiente considerando que o aluno é o
centro da aprendizagem e que ele necessita de uma escola de qualidade.
1.2 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana, autorizado pela SEED,
através da Resolução nº 1786/12.
O Colégio é mantido com recursos do Estado e da A.P.M.F., está localizado na
Rodovia PR 281, Km 484, Distrito de São Francisco, município de Chopinzinho - PR.
Com telefone 46 91174287 e no e-mail: [email protected].
Atende alunos residentes na comunidade e localidade próximas oriundas do
campo.
8
1.3 HISTÓRICO DO COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CELY TEREZA GREZZANA
Precisamos conhecer o nosso passado para que possamos agir no presente e
nos prepararmos para o futuro.
Inicialmente a escola era municipal e localizava-se em Gramados, interior de
Chopinzinho, chamava-se Rui Barbosa e tinha na Direção a professora Maria de Fátima
Abreu. Passou a ofertar ensino regular de 5ª a 8ª séries a partir de 1983,
gradativamente através do decreto nº15/82 e a localizar-se em São Francisco.
Em 20 de Março de 1994, a escola foi estadualizada pela Resolução nº
1.793/94 do Secretário do Estado da Educação, passando a denominação: Escola
Estadual “Cely Tereza Grezzana.” _ Ensino de 1º grau, homenageando a professora
que muito lutou em prol das causas da educação.
Nesse ano o Estado assumiu integralmente a escola que até então era mantida
com recursos da prefeitura.
No ano de 2002 foi implantado na escola o Ensino médio, passando assim a
escola a chamar: Colégio Estadual Cely Tereza Grezzana.
Desde que foi implantado o Ensino de 5ª a 8ª séries o Núcleo de São Francisco
teve na direção as seguintes professoras Aldair Grasiani Patel de 1998 a 2000 , Elaine
Giunta de 2001 a 2005, reeleita para gestão de 2006 a 2007 e prorrogado até 2008 e
atualmente a direção é Claudia J. G. Lemos. O Colégio hoje tem 194 alunos oriundos
do campo. Possui A.P.M.F. regularizada.
A partir do dia 21 de março de 2012 conforme a Resolução nº 1786/12 o
Colégio passou a denominar-se Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana.
No ano de 2013 foi implantado no Colégio a Educação Integral e a oferta de
Educação em Tempo Integral conforme a Del. 02/10 CEE/CEB, a qual será
implementada de forma gradativa, justificando-se esta com o compromisso da
integralidade da formação unilateral por meio da ampliação da jornada escolar como
oportunidade de uma educação pública de elevada qualidade.
9
1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
O Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana proporcionará um
ambiente agradável e acolhedor a sua clientela, propício à aprendizagem dos alunos e
também dos que frequentam o ensino em Tempo Integral.
Dispõe de:
09 salas de aula
01 Biblioteca
01 Sala para direção e supervisão
01 Secretaria
01 Sala de professores
01 Cozinha
01 Almoxarifado
01 Banheiro para professores
Banheiros masculino e feminino para alunos
01 Quadra de esportes coberta
01 Laboratório de Ciências
01 Laboratório de Informática
02 saguões cobertos
1.5 OFERTAS DE CURSOS E TURMAS
I. Ensino Fundamental: anos finais, matutino, das 07:30h às 11:40 h.
II. Ensino Médio: Regime escolar em séries, turno de funcionamento:
vespertino das 13:00 às 17:10 h.
III. Ensino Extracurricular e Plurilinguista de Língua Estrangeira Moderna –
CELEM Espanhol; em forma de jornada ampliada.
IV. Atividades de Complementação Curricular, em forma de jornada ampliada:
V. Aulas Especializadas de Treinamento Esportivo e Promoção da Saúde.
VI. Salas de Apoio à Aprendizagem, em forma de jornada ampliada.
10
VII. Tempo Integral com vagas que suficientes para atender a todos os alunos
do Ensino Fundamental Anos Finais, com carga horária de 09 horas diárias. O Tempo
Integral vem sendo ofertado a partir do ano de 2013, de forma gradativa, conforme a
Deliberação 02/10 CEE/CEB.
1.6 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
A organização curricular é por disciplina com matriz curricular composta de
75%, na base nacional comum é de 25% na parte diversificada, a organização do
tempo escolar é por ano.
1.7 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
A reconstrução do PPP deve ser uma construção planejada, coletiva onde
passamos superar a educação parcelada é fragmentada, um dos maiores desafios é o
desenvolvimento de uma educação moderna que valorize a cidadania, ética, cultura,
sexualidade, meio-ambiente, cultura religiosa e principalmente que contemple a
diversidade através da inclusão.
Sabemos que o comprometimento com a educação depende de nós e que
precisamos do apoio dos pais de nossos alunos. A nossa escola conta com alunos
oriundos do campo, filhos de agricultores ou agro pecuarista, mas em sua maioria é
composta por famílias de classe baixa sem uma venda fixa, pois dependem da
agricultura.
Como diz Ana Teberoski (Nova Escola, Novembro/ 2005) “Acreditar que o aluno
pode aprender é a melhor atitude de um professor para chegar a um resultado positivo”.
Portanto, em nossa escola temos um quadro de profissionais, atualmente
composto por 25 professores graduados, maioria pós-graduados, 01 com PDE
concluído, outro com PDE em andamento, 08 funcionários agentes educacionais 1 e 2,
04 pedagogos e 01 Diretor com título de mestre, todos estes comprometidos com a
11
educação e com o crescimento dos alunos, sem esquecer que, ao professor cabe a
responsabilidade de organizar a situação de aprendizagem de forma a ofertar
informações adequadas, observando as ações dos alunos, problematizando suas
produções, intervindo sempre que considerar a possibilidade de fazer reflexões que os
auxiliem a avançar.
Quanto ao corpo discente, atualmente está composto por 117 alunos
distribuídos nas três turmas de Ensino Fundamental e nas outras 03 turmas de Ensino
Médio.
Em relação aos pais e à população da comunidade na qual a escola se
encontra inserida, a grande maioria são agricultores que habitam as comunidades do
entorno do Distrito de São Francisco, cujo grau de instrução é o Ensino Fundamental,
muitos incompleto, alguns com Ensino Médio, e outros casos raros com formação
Superior. Quanto à renda, é muito variável, há proprietários de grandes granjas, há
pequenos agricultores, há empregados e há aqueles que dependem de ajuda social
dada pelos governos.
1.8 OBJETIVOS DA ESCOLA
1.8.1 OBJETIVO GERAL
Valorizar a Educação do Campo como a Educação de Tempo Integral como um
instrumento de humanização e de interação social, proporcionando uma educação de
qualidade através de um trabalho de parceria entre pais, alunos e profissionais da
educação, num processo cooperativo de formação de indivíduos plenos e aptos a
construir a sua própria autonomia e cidadania, reconhecendo-se, como ser único, mas
também coletivo.
1.8.2 OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
12
Ofertar uma educação pública e gratuita de qualidade, presente que
respeite e valorize a diversidade humana, contribuindo assim, com a construção de uma
sociedade cada vez mais justa e solidária.
Oportunizar uma educação compatível com a construção de
conhecimentos potencializadores que garantam a melhoria da qualidade de vida
daqueles que vivem e sobrevivem do campo;
Efetivar o princípio pedagógico do papel da escola enquanto formadora de
sujeitos, articulada a um projeto de emancipação humana;
Garantir o princípio pedagógico dos espaços e tempos de formação dos
sujeitos da aprendizagem;
Oportunizar espaços educativos em tempo integral, garantindo momentos
diferenciados de aprendizado.
1.8.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Desenvolver trabalho de ensino/ aprendizagem adequado às
necessidades dos alunos, acreditando que todos são capazes;
Explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade
entre seus agentes educativos voltados para uma realidade específica;
Propiciar aos professores situações que lhes permitam aprender a pensar
e a realizar o fazer pedagógico coerentemente;
Encarar os alunos como pessoas que precisam ter sucesso em suas
aprendizagens para se desenvolverem pessoalmente e para terem uma imagem
positiva de si mesmos;
Compreender a cidadania como participação social e política, adotando,
no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, sabendo respeitar o outro e exigindo para si;
Atender a diversidade, não é considerando as capacidades intelectuais
que o aluno dispõe, mas seus interesses, motivações, tendo um compromisso com a
equidade;
13
Refletir a realidade da escola propiciando ao professor situações que
permitam aprender a pensar e realizar o fazer pedagógico;
Reconsiderar os métodos de avaliação, proporcionando variadas
oportunidades e estímulos para o aluno demonstrar suas capacidades e aprendizado.
Valorizar a cultura local e regional, vendo o educando como transformador
do ambiente no qual está inserido, reconhecendo e respeitando a diversidade existente.
Aproximar escola e família através de visitas, palestras e troca de
experiências como propostas pedagógicas construídas pelas escolas.
Direcionar os conteúdos curriculares com intuito de integrar os
conhecimentos empíricos e científicos no cotidiano do aluno.
Ofertar programas para a comunidade escolar que visem a valorização da
vida no campo.
Oportunizar formação continuada para os profissionais da educação do
campo através de parcerias com entidades ligadas a mesma.
Oportunizar dentro de cada disciplina, um resgate histórico da vida no
campo.
Manter os estudantes com atividades, no instante em que os pais estão
buscando o sustento da família no mundo do trabalho;
Educar os alunos para o pleno exercício da cidadania, orientando-os para
a vida;
Suprir a falta de opções oferecidas pelos pais no campo social, cultural,
esportivo e tecnológico;
Desenvolver as habilidades do educando desde o cultivo da terra à
eletrônica, levando em consideração sua origem ou procedência, bem como suas
tendências e habilidades;
Possibilitar aos estudantes, oriundos de famílias de baixa renda, ambiente
adequado e assistência necessária para a realização de suas tarefas;
Incentivar a participação responsável da comunidade, buscando, através
do seu engajamento no processo educacional, diminuir as desigualdades sociais e,
consequentemente, reduzir os altos índices de violência;
Promover ampliação e humanização do espaço da sala de aula.
14
2 MARCO SITUACIONAL
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO
MUNICÍPIO E DA ESCOLA
Durante séculos o estudante não passou de uma tabula rasa ou adulto em
miniatura, somente a partir de Rousseau é que se passou a ter uma visão de que este
era um ser, como todo ser humano, social e histórico, portador de uma natureza
singular, pensando o mundo de um jeito muito próprio.
Desde seu sentido original, a escola surge como um lugar separado, reservado
às elites, destinadas aos ofícios servis e não ofertados aos filhos das camadas
inferiores, à medida que o crescimento da população e a conseqüente redução de
recursos ambientais vão aumentando e exige-se uma nova organização e a escola
passa a ser institucionalizada na esfera da sociedade.
A educação então, passa a ser um processo de humanização do homem,
levando-o ao conhecimento, ao autodomínio e auto realização como resultados da
interação que o homem mantém com o meio que o cerca.
O quadro educacional brasileiro ainda é insatisfatório. Temos um longo caminho
a percorrer, comparações com outros países nos deixam em desvantagem. Os dados
revelam desigualdades regionais, baixo aproveitamento escolar, defasagem
idade/série, índices de evasão e repetência. Esses resultados refletem o processo de
extrema concentração de renda e de níveis elevados de pobreza existentes no país.
No entanto, a sociedade brasileira vem tomando consciência de que, sem uma
educação séria o seu futuro fica comprometido e assim avançando em alguns pontos.
Portanto, o desafio da educação está em construir fundamentos mais
promissores para o desenvolvimento de uma educação mais moderna.
Este desafio da qualidade de ensino deve estar centrado no aluno. O educador
deve precisa lutar contra o paternalismo social, as ideologias dominantes, como diz
Paulo Freire (1997) “... essa libertação não é uma luta individual, é coletiva, social e
política”.
15
Para responder a este desafio, é necessário explicitar os novos pressupostos
conceituais de educação; a função histórica e social da escola; os fundamentos e
epistemológicos e os princípios pedagógicos aplicados; os novos papéis da interação
professor, aluno e realidade: uma nova concepção e um novo enfoque da avaliação
vinculada ao desenvolvimento e a produtividade da escola; a indicação de diversos
recursos e fontes de pesquisa destinada a professores e alunos para a produção do
conhecimento.
É certo que não há escola sem sociedade, mas, no contexto atual,
desafortunada será a sociedade sem escola. Cabe a escola focalizar o seu papel de
principal responsável pela organização sistematização e de desenvolvimento das
capacidades cientifica, éticas e tecnológicas de uma nação.
Em nossa escola desenvolvemos atividades nas quais os alunos possam
participar permitindo a todos vivenciar as atividades, valorizando experiências, emoções
e sentimentos de cada um, promovendo mudanças, para isso fez-se necessário que o
conhecimento seja transmitido de uma forma prazerosa, propiciando condições para
uma aprendizagem significativa.
Sendo assim, a missão da escola deve ser a de construir a cidadania; fazer
com que os alunos abandonem a postura passiva e assumam responsabilidades,
fazendo a sua parte, começando pelo que estão ao seu lado, propiciando assim
desenvolvimento de capacidades de modo a favorecer a compreensão e a intervenção
nos fenômenos sociais usufruindo a paixão que é o conhecimento.
A escola deve tornar os alunos ativos. Desenvolver atividades nas quais os
jovens possam participar permitindo a todos vivenciar as atividades, valorizando as
experiências, emoções e sentimentos de cada um, construindo um novo saber e
promovendo mudanças. Para isso é necessário que o conhecimento seja transmitido de
uma forma prazerosa, oferecer ensino de excelência, propiciar condições para uma
aprendizagem significativa, atualizada e eficaz, que prepare alunos competentes, éticos
e com argumentação sólida.
A escola deve construir a cidadania, que precisa ser compreendida além da
cobrança de direitos individuais e coletivos, abrangendo, também, o cumprimento dos
deveres. A missão da escola deve ser a de fazer com que seus alunos abandonem a
16
postura passiva – e abraçar uma atitude ativa consigo própria, com o outro e com o
ambiente. Significa assumir responsabilidades com o coletivo, fazendo a sua parte na
construção de um mundo melhor, começando pelo que está mais próximo, ou seja, sua
família, escola e comunidade.
A escola deve criar meios e espaços que propiciem momentos de reflexão, de
análise, aprendam a escolher, tomar iniciativa, perseverar.
Diante disso, acreditamos estar trabalhando conforme o previsto na LDB,
cumprindo o proposto, o padrão de qualidade do ensino e das aprendizagens dos
alunos corresponde aos princípios da estética, da sensibilidade e da política da
igualdade.
A escola deve ter o papel vital na formação do perfil do cidadão assim,
queremos que a “Nossa Escola” seja uma agência de socialização, intermediando o
processo entre a família e a sociedade. É uma etapa de transição para entrar na
sociedade. Portanto, não será grande novidade dizer que a escola tem um papel de
extraordinária importância de desenvolvimento da cidadania. Cobre um intervalo de
idade decisivo no desenvolvimento de um ser humano. Entre sete e quinze anos
acontece quase tudo que há para acontecer nesse processo de socialização. E quem
perder o bonde está mal. Não só está individualidade mal, mas provavelmente será um
ônus para a sociedade, com forte probabilidade de comportamentos antissociais.
A função da escola é, pois decisiva. Obviamente, não é fácil, mas não é
impossível. Se a escola captura a imaginação das crianças, há uma esperança de que
possa socializá-la com valores sadios e coerentes com uma sociedade harmoniosa.
O lado mais complicado da equação é que ao chegar à escola a criança já teve
sete anos de socialização na família. A família com certo nível social e educacional é
um cursinho preparatório para a escola e para a socialização que vem com ela. E uma
educação para a cidadania ora, se falha este processo, o trabalho da escola se torna
muito mais árduo. De fato, isso é um problema sério no caso de crianças de famílias
destruídas, de meios miseráveis, de situações de pobreza abjeta, de comportamentos
antissociais dos pais.
Mas qualquer que seja o quadro, o papel da escola na formação de valores e
na cidadania é vital e fatal para qualquer sociedade.
17
Por fim, é necessário que a escola promova a vinculação entre educação
escolar, o trabalho e as práticas sociais para que haja transformação da realidade.
2.2 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA
DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO-PRÁTICA
Acredita-se que hoje, o professor, é cada vez mais um profissional consciente.
Preocupa-se em compreender a realidade da qual ele e seus alunos fazem parte,
empenha-se em participar da transformação do que há de desumano na sociedade, a
começar pela sua situação funcional, sem deixar de lado a marginalidade
socioeconômica em que vive a família de muitos de seus alunos. Nesta perspectiva,
cabe ao professor de hoje interagir com aluno valorizando e respeitando diferenças
individuais, vendo-o como autor de sua aprendizagem, tendo presente o mundo
concreto dele, reconhecendo a importância da dimensão social do seu trabalho.
O professor é um portador de preocupações, interesses e responsabilidades
sociais, devendo entender-se, organizar-se e apaixonar-se quotidianamente pelo que
faz e pelo que pensa, passando aos que o cercam e principalmente, aos alunos, o
brilho desta paixão e a riqueza do saber viver e conviver com os outros, isto fará da
educação, uma educação de corpo inteiro.
Para que isso ocorra, o professor precisa aceitar a si próprio, tendo consciência
de sua ação pedagógica avaliando sempre métodos e técnicas de ensino.
É válido e apropriado afirmar que ensinar e aprender são os produtos da troca
das informações e das experiências pessoais entre professores e alunos. Nessa troca
os resultados são marcantes e especiais, na medida em que o empenho, a
responsabilidade e as influências mútuas de quem ensinam aprendendo e de quem
aprende se educando.
Nesse processo existem vários fatores: a habilidade para aprender, o afeto, o
desejo e a autoestima, interesses que podem facilitar a caminhada rumo ao saber como
diz Vygostsky que “aprender é mais que pensa: é desenvolver habilidades especiais
para pensar sobre muitas coisas, as mais variadas e diferentes que o dever nos oferece
18
e entender todas as mensagens que a atenção e a observação possam captar do
mundo que nos cerca”.
Há que se levar em conta que a ação de ensinar é influenciada pela formação e
ação do professor e por trás de destas há sempre um conjunto de idéias que os orienta.
Para compreender a prática pedagógica, a ação do professor é preciso analisá-
la com o objetivo de desvelar alguns aspectos qual a concepção que o professor tem, e
que se expressa em seus atos, do conteúdo que ele espera que o aluno aprenda do
processo de aprendizagem e de como deve ser o ensino.
A valorização profissional da educação é um dos pressupostos mais
importantes para que haja uma transformação da realidade. Quando um profissional
trabalha satisfeito, o seu rendimento cresce e o efeito de sua ação atinge proporções
maiores.
Perguntamo-nos então, que alunos queremos formar e para qual sociedade?
Queremos um aluno que seja capaz de exercer seus direitos e deveres políticos, civis e
sociais e que possa no seu dia-a-dia adotar atitudes de solidariedade, cooperação e
repúdio às injustiças, que saiba posicionar-se de maneira crítica, responsável e
construtiva em diferentes situações sociais, fazendo uso do diálogo para mediar
conflitos e que seja capaz de tomar decisões só e coletivamente. Um aluno que
questione a realidade formulando problemas e resolvendo-os. Esse aluno precisa estar
preparado para uma sociedade que está em crise de identidade com os valores morais
e humanos, onde vale mais aquele que tem e não aquele que é; onde se convive com
preconceitos de diversas origens. Uma sociedade que aplaude o político demagogo,
enganador; que não valoriza o trabalho honesto, que confunde e desnorteia o indivíduo;
que não tem emprego para os que conseguem terminar seus estudos.
Através dessa realidade triste, vemos o quanto estamos longe daquilo que
pensamos e dizemos, ser e ter, não basta falarmos que somos todos e iguais é
necessário vivenciarmos situações de não descriminação, de respeito; é fundamental
buscar o certo, a partir dos erros. Segundo Paulo Freire (1993):
[...] é vivendo não importa se com deslizes, com incoerências, mas disposto a superá-los, humilde, com amorosidade, coragem, tolerância, competência, capacidade de decidir, segurança, eticidade, justiça, tensão entre paciência e a impaciência, parcimônia verbal, que contribuo para criar, para forjar a escola
19
feliz, a escola alegre. A escola que é aventura que marcha que não tem medo do risco, por isso recusa o imobilismo. A escola em que pensa, a escola em que se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que emudece e silencia.
É certo que a qualidade da formação dos educadores não garante, por si , a
qualidade da educação escolar. Mas é uma condição indispensável. As outras
condições são: valorização profissional; adequadas condições de trabalho; contexto
institucional favorável ao espírito de equipe, ao trabalho em colaboração, à construção
coletiva e ao exercício responsável da autonomia. As transformações que a realidade
hoje exige só poderão ser conquistadas com investimentos simultâneos em todos esses
aspectos – já há alguns anos, a prática vem comprovando que são bem poucos os
efeitos da priorização de um determinado aspecto, em detrimento dos demais.
Isso significa que as políticas públicas para a educação só terão eficácia real se
tiverem como meta melhorias relacionadas ao mesmo tempo:
ao desenvolvimento profissional e ás condições institucionais necessárias para
um trabalho educativo sério – consolidação de projetos educativos nas escolas,
formas ágeis e flexíveis de organização e funcionamento da rede, quadro estável
de pessoal e formação adequados dos professores e técnicos;
á infraestrutura material – adequação do espaço físico e das instalações,
qualidade dos recursos didáticos disponíveis, existência de biblioteca e de
acervo de materiais diversificados de leitura e pesquisa, tempo adequado de
permanência dos alunos na escola e proporção apropriada na relação alunos-
professor:
a carreira – valorização profissional real, salário justo e tempo previsto na
jornada de trabalho para o desenvolvimento profissional permanente, o
planejamento, o estudo e a produção coletiva.
Sempre que se põe em foco a formação dos educadores, é fundamental
contextualizá-la, considerando o conjunto de variáveis que interferem na qualidade das
aprendizagens dos alunos. Do contrário, corre-se o risco de responsabilizar unicamente
os educadores por resultados que apenas em parte lhes dizem respeito.
A grande pergunta a ser respondida é: por que os cursos de formação inicial
não habilitam adequadamente os profissionais da educação para o exercício do
20
magistério? É essa distorção (cursos de habilitação que, de fato, não habilitam) que
provoca em nosso país outra distorção, com a qual temos nos debatido há vários anos:
o papel compensatório da formação em serviço.
Em geral, os jovens professores – que são maiorias em várias regiões do país –
já foram alunos de uma escola pública que não lhes garantiu os conteúdos básicos a
que todo cidadão brasileiro tem direito (conforme relevam os indicadores de
desempenho escolar das últimas décadas); passaram por um curso de magistério que,
além de não habilita-los adequadamente para o exercício profissional, roubaram-lhes o
direito à formação de nível médio ( ao ocupar do ensino médio com as disciplinas ditas
profissionalizantes); e não contam com um processo assistido de inserção na carreira,
como professores iniciantes. Não é raro que essa inserção ocorra por “tratamento de
choque”: nas escolas mais distantes, nas classes mais difíceis, sem apoio para o
trabalho pedagógico.
Nessas condições, manter-se professor é um ato de valentia. Não é justo que
os sistemas de ensino e seus gestores assumam uma posição de responsabilizar
pessoalmente os educadores pelo fracasso do ensino. Se a sociedade demanda
profissionais bem formados para prestar um serviço de qualidade à população, é
preciso que as instituições formadoras cumpram a tarefa de habilitá-los adequadamente
para o exercício da profissão.
3 MARCO CONCEITUAL
3.1 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
Espaço de interação humana na qual se reflete a maneira de ser, agir e pensar
de um povo. É o espaço humano onde são vivenciadas as experiências de
socialização, solidariedade e amizade. A sociedade é, portanto uma criação que será
mais ou menos complexa de acordo com as relações que se dão nela.
21
Ela é uma mediadora do saber e da educação presente no trabalho, cria novas
possibilidades de cultura e de agir social a partir das contradições geridas pelo
processo de transformação da base econômica.
Não podemos falar de sociedade sem falar de organização do trabalho: sendo
este, a atividade humana de transformação da natureza e do ser humano. Estudar as
atividades que os povos do campo desenvolvem a divisão social do trabalho exercido,
os meios de produção empregados e o gerenciamento financeiro da produção é uma
forma de valorizar a cultura dos povos do campo, e, valorizar essa cultura significa criar
vínculos com a comunidade e gerar um sentimento de pertencer ao lugar e a
determinado grupo social. Todo esse contexto favorece a criação de uma identidade
sociocultural dos sujeitos.
Como escola, precisamos repensar nossa função social e política. Além de
transmitir os conhecimentos, precisamos nos preocupar com a formação global dos
alunos. Seu papel só será significativo se ela estiver em sintonia com os processos
sociais vivenciados e se ela mesma consegue se constituir como um processo social.
3.2 CONCEPÇÃO DE HOMEM
O homem é autor e criador da história e da cultura, um ser naturalmente
pedagógico, histórico, incompleto, inacabado, que se faz humano na relação com o
mundo histórico-social e na convivência com as demais pessoas.
Historicamente, os povos do campo demonstram sua organização por meio da
reivindicação de condições de trabalho, divisão da terra, com o intuito de preservar a
produção de subsistência, a reforma agrária e direitos trabalhistas.
O homem deve ser considerado um ser situado num mundo material, concreto,
econômico, social e ideologicamente determinado. Sendo assim, resta-lhe transformar
essa situação. A busca do conhecimento é imprescindível, é uma atividade inseparável
da prática social e não deve se basear no acúmulo de informações, mas sim, numa
reelaboração mental que deve surgir em forma de ação sobre o mundo social.
22
Uma das funções da escola é trabalhar com os processos de percepção e de
formação de identidades, no duplo sentido de ajudar a construir a visão que a pessoa
tem de si mesma – autoconsciência de quem é e com o que ou com quem se identifica
e, de trabalhar vínculos das pessoas com identidades coletivas, sociais: identidade de
camponês, de trabalhador, de membro de uma comunidade, de participante de um
movimento social, identidade de gênero, de cultura, de povo, de Nação. Segundo,
Roseli Salete Caldart, isso se dará basicamente com ênfase em três aspectos:
autoestima, memória e resistência cultural e militância social.
3.3 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
A educação é dos canais pelo qual se adquire conhecimento; educação e
realidade são condizentes e autodeterminantes através de uma educação
contextualizada que o conhecimento poderá ser difundida a todos, pois, ela não muda o
mundo, mas o mundo poderá ser mudado pela sua ação da sociedade.
A educação tem suas finalidades voltadas por seu aperfeiçoamento do homem
que dela necessita para constituir-se e transformar a realidade.
O campo e sua educação apontam vários desafios para superar os problemas
do acesso, da qualidade, da viabilidade da escola do campo e da construção de sua
identidade. Sua especificidade exige uma reestruturação nos sistemas de ensino, nas
escolas, na formação de professores e na organização de toda a comunidade escolar
enquanto movimento social para que seja efetivada como política pública. Deve incluir
em seu debate político e pedagógicos quais saberes são mais necessários aos sujeitos
do campo e sua contribuição na preservação e na transformação de processos
culturais, de relações de trabalho, de gênero e de relações entre as gerações do
campo.
3.4 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO
23
O conhecimento não pode advir de um ato de doação que o educador faz ao
educando, mas sim de um processo que se realiza no contato do homem com o mundo
vivenciado, o qual é dinâmico e em transformação contínua.
O conhecimento busca explicitar as relações entre homem e natureza
produzido assim nas relações social medidas pelo trabalho.
O conhecimento não ocorre individualmente, acontece no social gerando
mudanças internas e externas no cidadão e nas relações sociais. Para Boff (2000, p.
82), conhecer implica em:
[...] fazer uma experiência e a partir dela ganhar consciência e capacidade de concepção. O ato de conhecer, portanto, representa um caminho privilegiado para a compreensão da realidade. O conhecimento sozinho não transforma a realidade. Transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em ação.
Desta forma, o conhecimento é o mais eficiente instrumento do homem, sem o
qual não é possível êxito pessoal e coletivo.
3.5 CONCEPÇÃO DE ESCOLA
A escola é a principal responsável pela organização, sistematização e
desenvolvimento das capacidades científica, ética e tecnológicas de uma nação. Seu
foco principal é a ciência, a produção humana determinada historicamente por fatores
econômicos, sociais e culturais.
Sua função é criar e promover curiosidade, criar e manter possibilidades para
produção, construção e reconstrução do conhecimento.
A tarefa educativa é o mesmo tempo um direito e um dever de todo cidadão da
sociedade civil organizada, e, sobretudo, do estado. Por essa razão, a escola tem de
ser vista como prioridade estratégica do governo.
Compreender o lugar da escola na educação do Campo é ter claro que ser
humano ela precisa ajudar a formar e qual sua contribuição na formação de novos
sujeitos sociais do campo na atualidade. Não se trata de propor um novo modelo
24
pedagógico, mas sim, de oportunizar o debate coletivo na busca de referências que a
identifique como Educação do campo.
A socialização, a construção de uma visão de mundo e o cultivo de identidades
são alguns aspectos que merecem atenção no contexto pedagógico de cada
modalidade de escola. Sendo assim, “é tarefa específica de a escola ajudar a construir
um ideário que orienta a vida das pessoas, e inclui também as ferramentas culturais de
uma leitura mais precisa da realidade em que vivem”. (Caderno temático: Educação do
Campo).
3.6 CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
O processo de ensino e aprendizagem é um fenômeno pelo qual o sujeito torna
seu ou torna sua uma nova forma de conduta, uma informação, transformando-a em
conhecimento, em atitude.
Portanto, o processo de ensino e aprendizagem dá-se num quadro de uma
intersubjetividade específica, que supõe sujeito diferenciado a busca de se entenderem
de si mesmos e seus mundos.
Em termos gerais a avaliação é um processo de coleta e análise de dados,
tendo em vista verificar se os objetivos propostos foram atingidos, sempre respeitando
as características individuais e o ambiente em que o educando vive. A avaliação deve
ser integral considerando o aluno como um ser total e integrado e não de forma
fragmentada.
É sabido que a escola põe em movimentos diferentes saberes e esta é também
uma de suas tarefas: socializar e produzir diferentes tipos de saberes e oportunizar
ferramentas de cultivo dos mesmos em seu interior.
3.7 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
25
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, todas as crianças são
sujeitos de direitos, com necessidades específicas, decorrentes de seu
desenvolvimento peculiar, e que, por conta disso, deveriam receber uma política de
atenção integral a seus direitos construídos social e historicamente.
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres
que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio, possuem uma cultura própria,
e através das interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são
próximas e com o meio que as circundam, as crianças revelam seu esforço para
compreender o mundo em que vivem, a relações contraditórias que presenciam e, por
meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que são submetidas e seus
anseios e desejos.
A educação deve contribuir para que a criança se desenvolva sendo atuante,
criativa, que seja um indivíduo participante de se processo de aprendizagem e não um
indivíduo passivo que só receber. É necessário que a mesma desenvolva a sua
independência, a confiança sem suas capacidades. Com isto, a prática educativa deve
buscar compreender um ensino que alcance esses objetivos, valorizando esses
aspectos da infância, não pensando a criança somente no amanhã e sim na sua
formação no presente.
A adolescência é uma etapa intermediária do desenvolvimento humano, entre a
infância e a fase adulta, caracterizada por aspectos biológico, psicológicos, sociais e
culturais. Não se pode definir com exatidão o início e fim da adolescência, pois varia de
pessoa para pessoa, porém, na maioria dos indivíduos ela ocorre entre os 10 e 20 anos
de idade, período definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde.
A adolescência é uma etapa da vida dos alunos em que a necessidade de
educação, entendida como serviço ao desenvolvimento global da pessoa, mais se faze
sentir. A escola é hoje um lugar privilegiado de vivência da adolescência.
Esse ambiente educativo deverá proporcionar ao adolescente a possibilidade
do encontro consigo mesmo, num contexto simultaneamente protegido e aberto, que
lhe dê todo o tempo necessário para ir se consolidando como pessoa, sem ter que
esconder ou reprimir suas fragilidades, dúvidas e descobertas.
26
O desafio da escola é de educar os adolescentes integralmente,
acompanhando o seu desenvolvimento pessoal, social, vocacional e espiritual, e não
apenas de prepará-los academicamente.
O aluno adolescente, na sua imensa riqueza humana, ainda desconhecida
mesmo para ele próprio, a sua forma de ser única e irrepetível, a sua personalidade que
quer desabrochar, exigem um olhar que o envolva em seu todo.
3.8 CONCEPÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Enquanto alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou
grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de
uma sociedade (TFOUNI, 1995, p.20). Alfabetização consiste no aprendizado do
alfabeto e de sua utilização como código de comunicação.
A alfabetização promove a socialização já que possibilita o estabelecimento de
novos tipos de trocas simbólicas, acesso a bens culturais. Alfabetizar é promover o
indivíduo na socialização da gramática, suas variações, codificação e decodificação.
Um dos maiores desafios da escola é a superação da fragmentação do ensino.
Neste sentido, a escola busca a qualidade e a apropriação dos conteúdos básicos e a
consequente aquisição dos conhecimentos representados na capacidade do aluno em
processar a leitura, a escrita e o raciocínio lógico-matemático para a resolução de
problemas. Essa proposta pedagógica contempla um enfoque histórico-cultural, que vai
além da teoria da aquisição da língua escrita, mas abrange um conjunto de
pressupostos teóricos que representam uma nova postura diante do conhecimento e da
relação professor-aluno.
Não basta se apropriar da tecnologia - saber ler e escrever apenas como um
processo de codificação e decodificação (...), é necessário também saber usar a
tecnologia, apropriar-se das habilidades que possibilitem ler e escrever de forma
adequada e eficiente, nas diversas situações em que precisamos ou queremos ler e
escrever: ler e escrever diferentes gêneros e tipos de textos, em diferentes
suportes, para diferentes objetivos, em interação com diferentes interlocutores, para
27
diferentes funções: para informar ou informar-se, para interagir, para imergir no
imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para seduzir ou induzir, para
divertir-se, para orientar-se, para o apoio à memória, para a catarse (SEED, 2010,
p.22).
Nessa perspectiva, o ensino deve pautar-se na concepção do reconhecimento
da importância da participação do aluno no processo de construção do conhecimento,
mas também e, simultaneamente, incluir-se como sujeito fundamental desse processo,
e a tarefa do professor é intervir pedagogicamente de modo a promover o
desenvolvimento das capacidades cognitivas do aluno. Isso requer da escola e de seus
agentes o investimento em um espaço de formação e informação real no
desenvolvimento das capacidades do aluno de maneira a torná-lo cidadão capaz de
refletir, interagir e promover mudanças na realidade vivenciada.
Portando nossa escola está procurando a melhor forma para acolher os alunos
que virão para o 6º ano, as pedagogas da escola participam do Conselho de classe dos
anos iniciais, para conhecer a realidade na qual o aluno estava inserido, fazendo uma
sondagem de suas dificuldades e proporciona encontros para uma interação entre os
professores dos anos iniciais e finais, tornando -se mais fácil a adaptação do aluno a
nova escola.
3.9 CONCEPÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA
Conforme Lück (2000, p. 11), gestão escolar: [...] constitui uma dimensão e um
enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação
de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos
processos sócio-educacionais dos estabelecimentos de ensino orientadas para a
promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de
enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia
centrada no conhecimento, bem como o desenvolvimento integral do educando.
O gestor escolar deve agir como líder, pensando no progresso de todos que
fazem parte de sua equipe. Ele deve ter consciência de que sua equipe não se limita a
28
alunos, professores e demais funcionários internos da instituição. A equipe escolar é
composta também pelos pais dos alunos e por toda a comunidade de forma geral, que
deve ser mobilizada para que juntos possam promover o principal objetivo de toda
equipe escolar: a aprendizagem dos alunos. Um gestor líder é capaz de desenvolver o
potencial de trabalho de toda sua equipe, fazendo com que esta se sinta capaz de
transformar e realizar com sucesso todos os programas desenvolvidos pela instituição
de ensino.
O projeto pedagógico é um fator muito importante no desenvolvimento do curso
escolar, o papel do gestor da escola no desenvolvimento do projeto pedagógico escolar
deve influir de maneira determinante nos resultados acadêmicos positivos da escola,
por que consideramos que o trabalho de controle do gestor da escola, é fator
determinante no desenvolvimento das atividades pedagógicas. O gestor escolar deve
visualizar sempre em sua atuação, de que o administrativo deve estar a serviço do
pedagógico, isto é, deve servir de suporte para a consecução dos objetivos
educacionais da unidade escolar.
O gestor deve ter autonomia para atuar pro ativamente, desafiando os
processos tradicionais de gestão em favor de um modelo normativo mais interveniente
e desafiador do status quo; dando apoios efetivos e desafiadores na construção de
identidades organizacionais diferenciadas e isto só se concretizará na prática se o
gestor for atuante e conhecedor de sua função.
3.10 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA
O mundo vive um acelerado desenvolvimento, em que a tecnologia está
presente direta ou indiretamente em atividades bastante comuns. A escola faz parte do
mundo e para cumprir sua função de contribuir para a formação de indivíduos que
possam exercer plenamente sua cidadania, participando dos processos de
transformação e construção da realidade, deve estar aberta e incorporar novos hábitos,
comportamentos, percepções e demandas.
29
Há um falso pensamento de que a tecnologia salvará a educação, ao contrário,
se ela não for utilizada corretamente será mais um instrumento de exclusão e aumento
da desigualdade quando ocorre o mau uso, com uma pseudo-educação, relegando
somente a tecnologia a função intransferível de educar o ser humano.
Com outro olhar a tecnologia será uma excelente ferramenta no enriquecimento
do processo escolar, dinamizando as atividades, oportunizando o contato com o
conhecimento atual, real, produzido e acervado pelo homem, mesmo em locais mais
isolados.
O Colégio tentará inserir a tecnologia de uma formam que favoreça a melhoria
do processo educativo e da aprendizagem, oportunizando situações de estudo e
reflexão para os professores assimilarem o melhor uso da tecnologia disponível e,
consequentemente a sua extensão do trabalho diário com seus alunos.
Nos dias atuais a tecnologia está cada vez mais presente na vida de todos nós.
Apesar desse avanço, a escola sente-se impotente para acompanhar essas novidades
e dar um suporte à sua clientela de modo que a mesma esteja integrada à realidade
buscando informações para construir o conhecimento. Uma grande dificuldade também
está na falta de profissionais que deem suporte e auxiliem os alunos no manuseio
dessas tecnologias que estão, a cada dia, mais sofisticadas.
É de grande importância que se considere a compreensão de se interar das
tecnologias e tomar consciência de que as mesmas devem ser usadas seu favor,
aprender a escolher, saber selecionar e entender o peso do que se buscou avaliando-o.
Deve-se também oferecer ao aluno um direcionamento do que se quer que ele
pesquise, orientá-lo a interpretar as informações, pois mesmo com tantos avanços até
os meios tecnológicos possuem falhas e nem tudo o que ali se encontra é verdadeiro,
principalmente a internet, o meio mais utilizado hoje.
A escola, sendo o espaço social mais freqüentado pelos alunos, deve estar
preparada para preparar os homens para o futuro, ofertando os mesmos meios
possíveis de tecnologias para não deixa-los fora dos avanços, mas acompanhá-los para
que não se comprometa a confiabilidade das informações buscadas.
As tecnologias se incorporam no dia-a-dia das escolas levando os professores
a repensarem suas praticas pedagógicas, criando assim a flexibilidade dos mesmos
30
quanto ao seu uso, não permitindo que se fique só no livro didático e aulas rotineiras,
mas numa diversidade de fontes de informação.
3.11 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO – Avaliação Formativa
O termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões como: fazer
prova fazer exame, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Esta associação, tão
frequente em nossa escola é resultante de um, a concepção pedagógica arcaica, porém
tradicionalmente dominante. Nela a educação é concebida como mera transmissão e
memorização de informações prontas e o aluno é visto como um ser passivo e
receptivo.
Dentro de uma concepção pedagógica mais moderna, baseada na psicologia
genética a educação é concebida como experiência de vivencia multiplicada e variadas,
tendo em vista o desenvolvimento motor, cognitivo, objetivo social do educando. Nessa
abordagem o educando é um ser ativo e dinâmico, que participa da construção de seu
próprio conhecimento.
Dentro dessa visão, em que educar é formar e aprender é construir o próprio
saber, a avaliação, contempla dimensões, e não se reduz apenas em atribuir notas. Se
o ato de ensinar e aprender, consiste na realização em mudanças e aquisições de
comportamentos motores, cognitivos, afetivos e sociais, o ato de avaliar consiste
verificar se eles estão sendo realmente atingidos e em que grau se dá essa
consecução, para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na construção do seu
saber. Nessa perspectiva, a avaliação assume um sentido orientador e cooperativo.
Assim a avaliação assume uma dimensão orientadora, pois permite que o aluno
tome consciência de seus avanços e dificuldades, para continuar progredindo na
construção do conhecimento.
A forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor em sua
interação com a classe bem como sua relação com o aluno. Por exemplo, um professor
em sua interação com a classe bem como sua relação com o aluno. Por exemplo, um
professor autoritário e inseguro, poderá ver na avaliação uma arma de tortura ou
31
punição para os alunos apáticos ou indisciplinados. Por sua vez, seu professor sério e
responsável, que orienta as atividades de aprendizagem dos educandos, tenderá a
encarar a avaliação como uma forma de diagnóstico dos avanços e dificuldades dos
alunos e como indicador para o replanejamento de seu trabalho docente. Nessa
perspectiva, a avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem, e o professor
aperfeiçoar a sua prática pedagógica.
Em termos gerais a avaliação é um processo de coleta e análise de dados,
tendo em vista verificar se os objetivos propostos foram atingidos, sempre respeitando
as características individuais e o ambiente em que o educando vive. A avaliação deve
ser integral considerando o aluno como um ser total e integrado e não de forma
fragmentada.
Os professores precisam verificar o conhecimento prévio de seus alunos, com
isso, conseguindo planejar os conteúdos e detectar o que o aluno aprendeu nos anos
anteriores. Precisa também identificar as dificuldades de aprendizagem, diagnosticando
e tentando identificar e caracterizar as possíveis causas.
O professor também deve estabelecer ao iniciar o período letivo, os
conhecimentos que seus alunos devem adquirir bem como as habilidades e atitudes a
serem desenvolvidas. Esses conhecimentos e habilidades devem ser constantemente
avaliados durante a realização da atividade, fornecendo informações tanto para o
professor como para o aluno sobre o que já foi assimilado e o que ainda precisa ser
dominado. Caso o aluno não consiga atingir as metas propostas, cabe ao professor
organizar novas situações de aprendizagem para dar a todos, condições de êxito nesse
processo.
O ato de avaliar fornece dado que permitem verificar diretamente o nível de
aprendizagem dos alunos, e também, indiretamente determinar a qualidade do
processo de ensino. Ao avaliar o progresso de seus alunos na aprendizagem, o
professor pode obter informações valiosas sobre seu próprio trabalho. Nesse sentido a
avaliação tem uma função de retro alimentação ou feedback, porque fornece ao
professor dados para que ele possa repensar e replanejar sua atuação didática,
visando aperfeiçoá-la, para que seus alunos obtenham mais êxito na aprendizagem.
32
3.12 AVALIAÇÃO E SUAS DIFICULDADES
Segundo pesquisas, o ato de avaliar deve estar fundamentado nos seguintes
pontos:
1. Continuidade: a avaliação deve estar presente durante todo o processo
educacional e não somente em períodos específicos;
2. Compatibilidade com o objetivo proposto: a avaliação deve estar em
conformidade com os objetivos definidos como norteadores do processo
educacional para que venha realmente cumprir a função diagnóstica;
3. Amplitude: a avaliação deve estar presente em todas as perspectivas do
processo educacional, avaliando assim todos os comportamentos do domínio
(cognitivo afetivo e psicomotor);
4. Diversidade de forma: para avaliar devemos utilizar as várias técnicas possíveis
visando também todos os comportamentos do domínio.
Com base nestes pressupostos, podemos afirmar que a realidade do processo
avaliativo é completamente oposta a filosofia da educação problematizadora necessária
em nossas escolas.
Avaliar é um ato extremamente complexo, cuja responsabilidade não é
competência única do professor, mas sim de todos os elementos integrantes do
processo educacional. Essa centralização no professor apenas consolida o modelo
econômico mundial e suas relações de poder, plenamente exercida em nossas escolas.
O sistema econômico atual não precisa educar todos os homens, pois se trata
de um sistema excludente, que não está preocupado com a totalidade, vendo a
educação, e consequentemente suas formas de avaliação e desempenho, como meio
para agilizar o desenvolvimento econômico, é não como compromisso ético com as
pessoas.
Rever a concepção de avaliação é rever, sobretudo as concepções de
conhecimento, de ensino, de educação e de escola. Impõe pensar em um novo projeto
pedagógico apoiado em princípios e valores comprometidos com a criação do cidadão.
33
Somente após essa consciente revolução é que a avaliação será vista como função
diagnóstica e transformadora da realidade.
3.13 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO
Entendemos por Educação do Campo o disposto na Resolução CEB/CNE nº2,
de 28 de abril de 2008:
A Educação do Campo compreende a educação básica em suas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional Técnica de nível médio integrada com o Ensino Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em suas mais variadas formas de produção da vida – agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da Reforma Agrária, quilombolas, caiçaras, indígenas e outros.
A Educação do Campo é uma política pensada mediante a ação do governo e
sociedade organizada apresenta também como expressão de uma política nacional,
caracterizada do campo o resgate da divida histórica social, aos sujeitos do campo,
uma vez que os modelos pedagógicos, muitas vezes ignoram a diversidade
sociocultural do povo brasileiro.
As Diretrizes Curriculares do Campo têm como objetivo, contribuir para a
gestão e a prática pedagógica nas escolas de campo e, destina-se a todos os
educadores das escolas do campo e gestores da educação. Ela está organizada em
três subitens: Histórico da Educação do campo, Concepção de Educação do Campo,
Eixos Temáticos e encaminhamentos metodológicos, apresentando sugestão de
conteúdos e alternativas para a Educação do campo.
A escola do Campo é pensada a partir das particularidades dos povos do
campo. A sua definição está referendada no parágrafo único do art. 2º das Diretrizes
operacionais para a educação Básica nas escolas do campo. É definida pela vinculação
às questões inerentes a sua realidade. Deve corresponder á necessidade da formação
integral dos povos do campo e garantir o acesso a todos os níveis e modalidades de
ensino, de acordo com o artigo 6º das referidas Diretrizes.
34
A educação do Campo também faz parte dos temas contemporâneos agora
incluídos nos conteúdos a serem ministrados aos alunos atendendo ao desejo da
comunidade escolar de atualização e de aprofundamento de conceitos formulados em
diferentes campos de conhecimento.
O desafio teórico atual é o de construir o paradigma da Educação do Campo;
ou, pelo menos, avançar na elaboração de uma teoria da Educação do Campo: clarear,
construir, consolidar e disseminar nossas concepções, ou seja, os conceitos, o modo de
ver, as idéias que conformam nossa compreensão e tomada de posição diante da
realidade que se constitui pela relação entre campo e educação. Trata-se, ao mesmo
tempo, de socializar/quantificar a compreensão do acúmulo teórico e prático que já
temos e de continuar a elaboração e o planejamento dos próximos passos.
A Educação do Campo assume sua particularidade, que é vínculo com sujeitos
sociais concretos, mas sem se desligar da universidade: antes de tudo ela é educação,
formação de seres humanos. Ou seja, a Educação do Campo faz o diálogo com a teoria
pedagógica desde a realidade particular dos camponeses, ou mais amplamente da
classe trabalhadora do campo e de suas lutas.
A Educação do Campo tem se desenvolvido em muitos lugares por meio de
programas de práticas comunitárias, de experiências pontuais. Não se trata de
desvalorizar ou de ser contra essas iniciativas porque elas têm sido uma das marcas de
nossa resistência. A educação somente se universaliza quando se torna um sistema,
necessariamente público. Não se pode ser apenas soma de projetos e programa. Por
isso nossa luta é no campo das políticas públicas porque esta é a única maneira de
universalizar o acesso de todo o povo do campo à educação.
Compreender o lugar da escola na Educação do Campo é ter claro que o ser
humano precisa ajudar a formar, e como pode contribuir com a formação dos novos
sujeitos sociais que se constituem no campo, hoje. A escola precisa cumprir a sua
vocação universal de ajudar no processo de humanização, com as tarefas específicas
que pode assumir nesta perspectiva. Ao mesmo tempo, é chamada a estar atenta à
particularidade dos processos sociais do seu tempo histórico e ajudar na formação das
novas gerações de trabalhadores e de militantes sociais.
35
Na educação do Campo é preciso refletir sobre como se ajuda desde a infância
uma visão de mundo crítica e histórica; como se aprende e como se ensina a tomar
posição diante das questões do seu tempo; como se aprendem e como se ensinam
utopias sociais e como se educam valores humanistas; também como se educa o
pensar por conta própria e o dizer a sua palavra, e como se respeita uma organização
coletiva.
3.14 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
A concepção de educação integral é a do currículo como vivência e experiência
na aprendizagem articulada a projetos temáticos, onde um tema é proposto como ponto
de partida e seu desenvolvimento desencadeia vivências e conhecimentos articulados
entre si a partir de uma metodologia participativa conectada à realidade, às
necessidades de aprender dos sujeitos e à pesquisa (GUARÁ, 2005).
Seguindo nesta direção, há a concepção de educação integral como formação
dos sujeitos em suas múltiplas dimensões, que reconhece o sujeito como um todo,
integral, não fragmentado em sua dimensão biopsicossocial, formando-o para participar
no mundo em que vive no curso de toda a vida. E ainda a concepção de educação
integral que está vinculada ao tempo de permanência do aluno na escola, que neste
caso, suscita a meu ver, o cuidado prévio, de “não reproduzir, em dobro, as práticas
pedagógicas que ocorrem no tempo parcial”, ou ainda, “estaríamos dando mais do
mesmo”? (COELHO, 2004, p. 205).
Partindo do princípio de que o termo integral remete-se a uma dimensão
qualitativa, relacionada à concepção da formação social do sujeito e saberes da vida
em sociedade, assim a educação integral reside no encontro dialógico de tempo e
qualidade ou ainda qualidade com tempo.
3.15 CONCEPÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA
36
Na história social brasileira, não se destacam a presença de africanos e afros
descendentes na cultura e na história do Brasil. Esta ausência se dá devido ao não
reconhecimento da contribuição da África ao conhecimento da humanidade. Deveriam
africanos e afro descendentes, estarem presentes em todos os momentos da história
brasileira dando a sua participação em todos os setores da produção.
Desta forma, as ações têm sido direcionadas, para a implementação da Lei
10639/03. No Paraná entre as ações estão: Grupo de trabalho para o acompanhamento
da implementação da lei; Realização de seminários de formação, a constituição do
Fórum Estadual da Diversidade; encontros de Educadores negros; Aquisição de livros
para as escolas relacionados a temática; elaboração de caderno temático sobre a lei;
Atividades de formação para professores e funcionários das escolas públicas;
Campanhas educativas e de valorização das etnias e implementação de políticas de
inclusão social, uma vez que todos devem educar-se enquanto cidadãos atuantes na
sociedade multicultural e pluriétnica, capazes de construir uma nação democrática.
Aos estabelecimentos de ensino está sendo atribuída responsabilidade de
acabar com o modo falso de tratar a contribuição dos africanos e seus descendentes
para a construção da nação brasileira assumir esta responsabilidade é compromisso
com o entorno sociocultural da escola, com a formação de cidadãos atuantes e
democráticos, capazes de assumir o desafio e executar propostas educacionais,
compatíveis com a diversidade local, valorizando as diferenças, a criatividade, a
solidariedade, incentivando a cooperação, proporcionando o respeito e a preservação
de idéias e patrimônio cultural e reelaboração de novas práticas sociais. Capacitando a
cada um individual e coletivamente, proporcionando condições necessárias de
progresso e desenvolvimento.
O Brasil tem uma dívida histórica e cultural com os povos africanos, como uma
imensa familiaridade de gostos, músicas, comidas e jeito de ser. Da população
brasileira, 47% são afrodescendentes, por isso, refazer relações mais solidárias com a
África é nos relacionarmos com nossas raízes e respeitar nossa história.
37
3.16 CONCEPÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA
É notória a importância de uma prática interdisciplinar e transversal para a
renovação do ensino brasileiro. A exigência de um trabalho interdisciplinar, com a
temática da História Indígena, vem corroborar com este desejo de inovação.
O papel da escola hoje mudou não se trata mais de aquisição cumulativa de
informações, mas de formação de atitudes diante do conhecimento formal que
possibilita ao indivíduo transformar-se como individualidade sociocultural, por meio de
sua participação na ação coletiva do ensino e aprendizagem.
As identidades sociais e culturais são construídas no processo educacional
como resultado de relações de poder e dos regimes de verdades existentes na
estrutura curricular.
Devemos procurar entender de que maneira podemos perpetuar essas
relações. Diante do exposto, concluímos que a inclusão da história e da cultura afro-
brasileira e indígena nos currículos da Educação básica brasileira, através da
promulgação das Leis 10.639, de 2003, e 11.645, de 2008, é um momento histórico
ímpar, de crucial importância para o ensino da diversidade cultural no Brasil. Trata-se
de um momento em que a educação brasileira busca valorizar devidamente a história e
a cultura de seu povo afro descendente e indígena. É uma oportunidade histórica de
reparar danos, que se repetem há cinco séculos.
3.17 CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO
A elaboração do Projeto Político Pedagógico, deve promover a ação coletiva
voltada para inclusão e diversidade, a inclusão é um processo para a construção de um
novo tipo de sociedade através de transformações seja nos ambientes físicos ou na
mentalidade de todas as pessoas.
Para que ocorra a inclusão é necessário o compromisso de todos os
envolvidos, pois é um longo processo, que exige mudanças de atitudes e
comportamentos. A diversidade é o eixo norteador da inclusão educacional, pois
38
entendemos que não basta colocar o aluno, é necessária uma organização para que os
objetivos sejam alcançados, assim asseguramos os direitos sociais da pessoa com
deficiência, criando condições para promover sua autonomia, inclusão social e
participação efetiva na sociedade, deve ser uma luta diária e de cada um. Os princípios
da inclusão devem ser aplicados a todos e não só àqueles com deficiências.
Cabe, portanto, à sociedade eliminar todas as barreiras físicas, e atitudinais,
arquitetônicas para que as pessoas com necessidades especiais possam ter acesso
aos serviços, lugares, informações e bens necessários ao seu desenvolvimento
pessoal, social, educacional e profissional. Que a família incentive, apoie, ajude e a
escola faça currículo adaptado quando necessário para atender as diferenças
individuais.
A sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que
precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros. O desenvolvimento
(por meio da educação, reabilitação, qualificação profissional) das pessoas com
deficiência deve ocorrer dentro do processo de inclusão e não como um pré-requisito
para estas pessoas poderem fazer parte da sociedade, como se elas “precisassem
pagar ingressos para integrar a comunidade”. (FILHO, 1996, p. 4)
Quanto à diversidade existente na escola, é necessária a compreensão e
orientação a respeito das diferenças. A inclusão social o respeito às diversidades, é um
processo e a escola contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através
de transformações, pequenas e grandes, que fazem toda a diferença. A educação
inclusiva se faz com ações que se desenvolvem em conjunto com a sociedade e assim
podemos nos transformar numa sociedade igual para todos. Mas todas essa mudanças
exigem um novo perfil de professor, com conhecimentos diversos, capaz de perceber
as necessidades especiais no processo de aprendizagem e saber conviver com as
diferenças, sem preconceitos.
39
4 MARCO OPERACIONAL
4.1 REDIRECIONAMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Um dos vários desafios que a escola vem enfrentando nos últimos anos é a
interação das contribuições de diferentes paradigmas teóricos no planejamento e no
dia-a-dia da sala de aula. Se até o século XX a escola considerava que as crianças
aprendiam basicamente ouvindo o professor e repetindo o que ele dizia, hoje nós
sabemos que essa forma de ensino-aprendizagem é muito limitada, além de
desconsiderar o que a ciência tem-nos ensinado o respeito dos processos de
aprendizagem.
Tal preocupação parece levar-nos para a questão de como se processa a
escolarização. Isto pressupõe, sem dúvida, o trabalho que a escola busca realizar junto
a seus alunos, a fim de possibilitar-lhes um percurso de aprendizagens significativas,
construção de conhecimentos e saberes úteis para a vida pessoal e numa sociedade
em permanente estado de transformação.
E como a escola tem executado tal tarefa? Por base em princípios? De que
forma a escola tem-se articulado e organizado para desempenhar a contento suas
funções, distintas das que já foram sua responsabilidade tempos atrás? É preciso que
alunos e professores aprendam a aprender uns com os outros e de forma
independente, numa verdadeira construção autossuficiente, mas coletiva de saberes e
de sujeitos sociais competentes e atualizados, numa sociedade mais justa, solidária e
não-excludente.
O problema é que na educação brasileira o sistema público insiste em
reproduzir-se como uma forma autônoma de processos de ensino/aprendizagem, sem
assimilar e dialogar com as múltiplas formas de produção de conhecimentos que a
sociedade desenvolve.
O processo de trabalho desenvolvido na escola é segmentado e fragmentado,
isto dificulta ou até mesmo impossibilita a compreensão do processo de trabalho,
inibindo a capacidade de estabelecer relações, de analisar a própria prática, de elaborar
sínteses, produzindo, consequentemente, um conhecimento distante da realidade,
40
preparando indivíduos com dificuldades para uma leitura contextualizada do mundo que
os rodeia.
Portanto, mais do que instruir os alunos, é preciso mostrar que eles possuem
capacidades intelectuais e emocionais, é preciso que os pedagogos, os professores
estejam aptos a lidar com a sensibilidade desses alunos, e saiba que isso faz parte do
desenvolvimento de cada um.
A demanda existente no campo por uma política educacional específica fez com
que o CNE mobilizasse audiências públicas para ouvir as propostas dos diferentes
setores da sociedade. Em março de 2002 foram homologadas as diretrizes
operacionais para a educação básica nas Escolas do campo onde “a identidade da
escola do campo é definida a partir dos sujeitos sociais a quem se destinam
agricultores, familiares, assalariados, assentados, ribeirinhos, caiçaras, extrativistas,
pescadores, indígenas, remanescentes de quilombolas; enfim, todos os povos do
campo brasileiro.” Assim, o compromisso Pedagógico, numa concepção progressista é
com a democratização do saber – apropriação do saber sistemático e produção do
novo saber. Segundo Paulo Freire:
Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim à vida.
4.2 FUNÇÕES DO GESTOR ESCOLAR
A função de diretor (a), como responsável pela efetivação da gestão
democrática, é a de assegurar o alcance dos objetivos educacionais definidos no
Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino.
Compete ao diretor (a):
cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;
responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da
posse;
41
coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto
Político-Pedagógico da escola, construído coletivamente e aprovado pelo Conselho
Escolar;
coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da
educação;
implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, em
observância às Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
coordenar a elaboração do Plano de Ação do estabelecimento de ensino e
submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;
convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando
encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;
elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade,
consultando a comunidade escolar e colocando-os em edital público;
prestar contas dos recursos recebidos, submetendo-os à aprovação do
Conselho Escolar e fixando-os em edital público;
coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância
com a legislação em vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho Escolar e, após,
encaminhá-lo ao NRE para a devida aprovação;
garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste
com os órgãos da administração estadual;
encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no
ambiente escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;
deferir os requerimentos de matrícula;
elaborar o calendário escolar, de acordo com as orientações da SEED,
submetê-lo à apreciação do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao NRE para
homologação;
acompanhar o trabalho docente, referente às reposições de horas aula
aos discentes;
assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas atividade
estabelecidos;
42
promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas de
estudar e propor alternativas para atender aos problemas de natureza pedagógico-
administrativa no âmbito escolar;
propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de
Educação, após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e
abertura ou fechamento de cursos;
participar e analisar da elaboração dos Regulamentos Internos e
encaminhá-los ao Conselho Escolar para aprovação;
supervisionar a cantina comercial e o preparo da merenda escolar, quanto
ao cumprimento das normas estabelecidas na legislação vigente relativamente a
exigências sanitárias e padrões de qualidade nutricional;
presidir o Conselho de Classe, dando encaminhamento às decisões
tomadas coletivamente;
definir horário e escalas de trabalho da equipe técnico administrativa e
equipe auxiliar operacional;
articular processos de integração da escola com a comunidade;
solicitar ao NRE suprimento e cancelamento de demanda de funcionários
e professores do estabelecimento, observando as instruções emanadas da SEED;
organizar horário adequado para a realização da Prática Profissional
Supervisionada do funcionário cursista do Programa Nacional de Valorização dos
Trabalhadores em Educação – Pro funcionário, no horário de trabalho, correspondendo
a 50% (cinquenta por cento) da carga horária da Prática Profissional Supervisionada,
conforme orientação da SEED, contida no Plano de Curso;
participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a
serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino,
juntamente com a comunidade escolar;
cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância
sanitária e epidemiológica;
disponibilizar espaço físico adequado quando da oferta de Serviços e
Apoios Pedagógicos Especializados, nas diferentes áreas da Educação Especial;
43
assegurar a realização do processo de avaliação institucional do
estabelecimento de ensino;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
4.3 ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR PEDAGOGO
A equipe pedagógica é responsável pela coordenação, implantação e
implementação no estabelecimento de ensino das Diretrizes Curriculares definidas no
Projeto Político-Pedagógico e no Regimento Escolar, em consonância com a política
educacional e orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação.
Compete à equipe pedagógica:
coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto
Político-Pedagógico e do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;
orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico,
em uma perspectiva democrática;
participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho
Pedagógico escolar, no sentido de realizar a função social e a especificidade da
educação escolar;
coordenar a construção coletiva e a efetivação da proposta pedagógica
curricular do estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais da SEED e
das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto
ao coletivo de professores do estabelecimento de ensino;
acompanhar o trabalho docente, quanto às reposições de horas aula aos
discentes, salvo em caso de capacitações oferecidas pela SEED;
44
promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para
reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à
elaboração de propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;
participar da elaboração de projetos de formação continuada dos
profissionais do estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade a realização e
o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;
organizar, junto à direção da escola, a realização dos Pré - Conselhos e
dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de reflexão ação
sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no estabelecimento de ensino;
coordenar a elaboração e acompanhar a efetivação de propostas de
intervenção decorrentes das decisões do Conselho de Classe;
subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de
professores do estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de
experiência, debates e oficinas pedagógicas;
organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino,
de maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;
proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a
desencadear um processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar,
com vistas a promover a aprendizagem de todos os alunos;
coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do
Regimento Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade
escolar;
participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento,
subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da
organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;
coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção
de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir do Projeto
Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;
participar da organização pedagógica da biblioteca do estabelecimento de
ensino, assim como do processo de aquisição de livros, revistas, fomentando ações e
projetos de incentivo à leitura;
45
acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química,
Física e Biologia e de Informática;
propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua
participação nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;
coordenar o processo democrático de representação docente de cada
turma;
acompanhar os estagiários das instituições de ensino superior quanto às
atividades a serem desenvolvidas no estabelecimento de ensino;
acompanhar o desenvolvimento do Programa Nacional de Valorização dos
Trabalhadores em Educação – Pro funcionário, tanto na organização do curso, quanto
no acompanhamento da Prática Profissional Supervisionada dos funcionários cursistas
da escola e/ou de outras unidades escolares;
promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas
as formas de discriminação, preconceito e exclusão social;
coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político-
Pedagógico do estabelecimento de ensino;
acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de
ensino;
participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços
pedagógicos;
orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-
pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de classificação,
reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e progressão parcial, conforme
legislação em vigor;
organizar as reposições de aulas, acompanhando junto à direção as
reposições de dias, horas e conteúdos aos discentes;
orientar, acompanhar e visar periodicamente os Livros de Registro de
Classe e da Ficha Individual de controle de nota e frequência;
organizar registros de acompanhamento da vida escolar do aluno;
organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos
profissionais do estabelecimento de ensino;
46
solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da
Avaliação Educacional do Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis necessidades
educacionais especiais;
coordenar e acompanhar o processo de Avaliação Educacional no
Contexto Escolar, para os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem,
visando encaminhamento aos serviços e apoios especializados da Educação Especial,
se necessário;
acompanhar os aspectos de socialização e aprendizagem dos alunos,
realizando contato com a família com o intuito de promover ações para o seu
desenvolvimento integral;
acompanhar a frequência escolar dos alunos, contatando as famílias e
encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;
acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que
houver necessidade de encaminhamentos;
orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com
necessidades educativas especiais, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e
curriculares e no processo de inclusão na escola;
manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados
de alunos com necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de informações
e trocas de experiências, visando à articulação do trabalho pedagógico entre Educação
Especial e ensino regular;
assegurar a realização do processo de avaliação institucional do
estabelecimento de ensino;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas,
alunos, pais e demais segmentos da comunidade escolar;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
elaborar seu Plano de Ação;
cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
47
4.4 FUNÇÕES DO CORPO DOCENTE
A equipe docente é constituída de professores regentes, devidamente
habilitados.
Compete aos docentes:
participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político-
Pedagógico do estabelecimento de ensino, construído de forma coletiva e aprovado
pelo Conselho Escolar;
elaborar, com a equipe pedagógica, a proposta pedagógica curricular do
estabelecimento de ensino, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico e as
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica,
dos livros e materiais didáticos, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico do
estabelecimento de ensino;
elaborar seu Plano de Trabalho Docente;
desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão
crítica do conhecimento pelo aluno;
proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos
alunos, quando se fizer necessário, a fim de cumprir o calendário escolar, resguardando
prioritariamente o direito do aluno, salvo quando a capacitação for oferecida pela SEED;
proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos,
utilizando-se de instrumentos e formas diversificadas de avaliação, previstas no Projeto
Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;
promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os
alunos, estabelecendo estratégias diferenciadas de ensino e aprendizagem, no decorrer
do período letivo;
participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos
alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e
acompanhamento do pedagogo, com vistas à identificação de possíveis necessidades
educacionais especiais e posterior encaminhamento aos serviços e apoios
especializados da Educação Especial, se necessário;
48
participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da
escola, com vistas ao melhor desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem;
participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;
assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminatório
em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero e orientação sexual, de credo,
ideologia, condição sociocultural, entre outras;
viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na
escola, respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada
aluno, no processo de ensino e aprendizagem;
participar de reuniões e encontros para planejamento e acompanhamento,
junto ao professor de Serviços e Apoios Especializados, da Sala de Apoio à
Aprendizagem, da Sala de Recursos e de Contra turno, a fim de realizar ajustes ou
modificações no processo de intervenção educativa;
estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa e
criação artística;
participar ativamente dos Pré-Conselhos e Conselhos de Classe, na busca
de alternativas pedagógicas que visem ao aprimoramento do processo educacional,
responsabilizando-se pelas informações prestadas e decisões tomadas, as quais serão
registradas e assinadas em Ata;
propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico, visando ao exercício consciente da cidadania;
zelar pela freqüência do aluno à escola, comunicando qualquer
irregularidade à equipe pedagógica;
cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-
atividade estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a estudos,
pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da equipe
pedagógica, conforme determinações da SEED;
49
manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da
equipe pedagógica e secretaria escolar, deixando-os disponíveis no estabelecimento de
ensino;
participar do planejamento e da realização das atividades de articulação
da escola com as famílias e a comunidade;
desempenhar o papel de representante de turma, contribuindo para o
desenvolvimento do processo educativo;
dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação educacional
em vigor e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da prática
profissional e educativa;
participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a
serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;
comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho
ordinárias que lhe forem atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
participar da avaliação institucional, conforme orientação da SEED;
cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
4.5 PAPEL DO DISCENTE
São deveres dos alunos:
manter e promover relações de cooperação no ambiente escolar;
realizar as tarefas escolares definidas pelos docentes;
atender às determinações dos diversos setores do estabelecimento de
ensino, nos respectivos âmbitos de competência;
participar de todas as atividades curriculares programadas e
desenvolvidas pelo estabelecimento de ensino;
50
comparecer às reuniões do Conselho Escolar, quando membro
representante do seu segmento;
cooperar na manutenção da higiene e na conservação das instalações
escolares;
compensar, junto com os pais, os prejuízos que vier a causar ao
patrimônio da escola, quando comprovada a sua autoria;
cumprir as ações disciplinares do estabelecimento de ensino;
providenciar e dispor, sempre que possível, do material solicitado e
necessário ao desenvolvimento das atividades escolares;
tratar com respeito e sem discriminação professores, funcionários e
colegas;
comunicar aos pais ou responsáveis sobre reuniões, convocações e
avisos gerais, sempre que lhe for solicitado;
comparecer pontualmente a aulas e demais atividades escolares;
manter-se em sala durante o período das aulas;
apresentar os trabalhos e tarefas nas datas previstas;
comunicar qualquer irregularidade de que tiver conhecimento ao setor
competente;
apresentar justificativa dos pais ou responsáveis, quando criança ou
adolescente, para poder entrar após o horário de início das aulas;
apresentar atestado médico e/ou justificativa dos pais ou responsáveis,
quando criança ou adolescente, em caso de falta às aulas;
responsabilizar-se pelo zelo e devolução dos livros didáticos recebidos e
os pertencentes à biblioteca escolar;
observar os critérios estabelecidos na organização do horário semanal,
deslocando-se para as atividades e locais determinados, dentro do prazo estabelecido
para o seu deslocamento;
respeitar o professor em sala de aula, observando as normas e critérios
estabelecidos;
cumprir as disposições do Regimento Escolar no que lhe couber.
51
4.6 FUNÇÕES DA EQUIPE ADMINISTRATIVA
A função de técnicos administrativos é exercida por profissionais que atuam nas
áreas da secretaria, biblioteca e laboratório de Informática do estabelecimento de
ensino.
Compete ao Secretário Escolar:
conhecer o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;
cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da
SEED, que regem o registro escolar do aluno e a vida legal do estabelecimento de
ensino;
distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos demais
técnicos administrativos;
receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;
organizar e manter atualizados a coletânea de legislação, resoluções,
instruções normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;
efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula,
transferência e conclusão de curso;
elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem
encaminhados às autoridades competentes;
encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem
ser assinados;
organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o
inativo, de forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da
regularidade da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos escolares;
responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar do
aluno, respondendo por qualquer irregularidade;
manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema
informatizado;
organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida legal
da escola, referentes à sua estrutura e funcionamento;
52
atender a comunidade escolar, na área de sua competência, prestando
informações e orientações sobre a legislação vigente e a organização e
funcionamento do estabelecimento de ensino, conforme disposições do
Regimento Escolar;
zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos da
secretaria;
orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de
Classe com os resultados da freqüência e do aproveitamento escolar dos alunos;
cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades
administrativas da secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à
documentação comprobatória, de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão
parcial, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;
organizar o livro-ponto de professores e funcionários, encaminhando ao
setor competente a sua freqüência, em formulário próprio;
secretariar os Conselhos de Classe e reuniões, redigindo as respectivas
Atas;
conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;
comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer
na secretaria da escola;
participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional de sua função;
manter atualizado o Sistema de Controle e Remanejamento dos Livros
Didáticos;
fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria escolar,
quando solicitado;
participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
53
organizar e acompanhar a documentação legal dos alunos que
frequentam as Escolas Itinerantes e Casas Familiares Rurais quando matriculados na
Escola Base (somente para as Escolas Base que servirão de referência às Escolas
Itinerantes e às Casas Familiares Rurais);
participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as
específicas da sua função.
Compete aos técnicos administrativos que atuam na secretaria dos
estabelecimentos de ensino, sob a coordenação do(a) secretário(a):
cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da
secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação
comprobatória, necessidades de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão
parcial, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;
atender a comunidade escolar e demais interessada, prestando
informações e orientações;
cumprir a escala de trabalho que lhe for previamente estabelecida;
participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional de sua função;
controlar a entrada e saída de documentos escolares, prestando
informações sobre os mesmos a quem de direito;
organizar, em colaboração com o(a) secretário(a) escolar, os serviços do
seu setor;
efetivar os registros na documentação oficial como Ficha Individual,
Histórico Escolar, Boletins, Certificados, Diplomas e outros, garantindo sua idoneidade;
organizar e manter atualizado o arquivo ativo e conservar o arquivo inativo
da escola;
classificar, protocolar e arquivar documentos e correspondências,
registrando a movimentação de expedientes;
54
realizar serviços auxiliares relativos à parte financeira, contábil e
patrimonial do estabelecimento, sempre que solicitado;
coletar e digitar dados estatísticos quanto à avaliação escolar,
alimentando e atualizando o sistema informatizado;
executar trabalho de mecanografia, reprografia e digitação;
participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e
aquelas que concernem à especificidade de sua função.
Compete ao técnico administrativo que atua na biblioteca escolar, indicado pela
direção do estabelecimento de ensino:
cumprir e fazer cumprir o Regulamento de uso da biblioteca, assegurando
organização e funcionamento;
atender a comunidade escolar, disponibilizando e controlando o
empréstimo de livros, de acordo com Regulamento próprio;
auxiliar na implementação dos projetos de leitura previstos na proposta
pedagógica curricular do estabelecimento de ensino;
auxiliar na organização do acervo de livros, revistas, gibis, vídeos, DVDs,
entre outros;
encaminhar à direção sugestão de atualização do acervo, a partir das
necessidades indicadas pelos usuários;
zelar pela preservação, conservação e restauro do acervo;
registrar o acervo bibliográfico e dar baixa, sempre que necessário;
receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos da
biblioteca;
55
manusear e operar adequadamente os equipamentos e materiais, zelando
pela sua manutenção;
participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional de sua função;
auxiliar na distribuição e recolhimento do livro didático;
participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e
aquelas que concernem à especificidade de sua função.
Compete ao técnico administrativo indicado pela direção para atuar no
laboratório de Informática do estabelecimento de ensino:
cumprir e fazer cumprir Regulamento de uso do laboratório de Informática,
assessorando na sua organização e funcionamento;
auxiliar o corpo docente e discente nos procedimentos de manuseio de
materiais e equipamentos de informática;
preparar e disponibilizar os equipamentos de informática e materiais
necessários para a realização de atividades práticas de ensino no laboratório;
assistir aos professores e alunos durante a aula de Informática no
laboratório;
zelar pela manutenção, limpeza e segurança dos equipamentos;
participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional de sua função;
receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos do
laboratório de Informática;
56
participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e
aquelas que concernem à especificidade de sua função.
4.7 FUNÇÕES DO AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS
O auxiliar operacional tem a seu encargo os serviços de conservação,
manutenção, preservação, segurança e da alimentação escolar, no âmbito escolar,
sendo coordenado e supervisionado pela direção do estabelecimento de ensino.
Compete ao auxiliar operacional que atua na limpeza, organização e preservação
do ambiente escolar e de seus utensílios e instalações:
zelar pelo ambiente físico da escola e de suas instalações, cumprindo as
normas estabelecidas na legislação sanitária vigente;
utilizar o material de limpeza sem desperdícios e comunicar à direção,
com antecedência, a necessidade de reposição dos produtos;
zelar pela conservação do patrimônio escolar, comunicando qualquer
irregularidade à direção;
auxiliar na vigilância da movimentação dos alunos em horários de recreio,
de início e de término dos períodos, mantendo a ordem e a segurança dos estudantes,
quando solicitado pela direção;
atender adequadamente aos alunos com necessidades educacionais
especiais temporárias ou permanentes, que demandam apoio de locomoção, de higiene
e de alimentação;
57
auxiliar na locomoção dos alunos que fazem uso de cadeira de rodas,
andadores, muletas, e outros facilitadores, viabilizando a acessibilidade e a participação
no ambiente escolar;
auxiliar os alunos com necessidades educacionais especiais quanto a
alimentação durante o recreio, atendimento às necessidades básicas de higiene e as
correspondentes ao uso do banheiro;
auxiliar nos serviços correlatos à sua função, participando das diversas
atividades escolares;
cumprir integralmente seu horário de trabalho e as escalas previstas,
respeitado o seu período de férias;
participar de eventos, cursos, reuniões sempre que convocado ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional;
coletar lixo de todos os ambientes do estabelecimento de ensino, dando-
lhe o devido destino, conforme exigências sanitárias;
participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e
aquelas que concernem à especificidade de sua função.
São atribuições do auxiliar operacional, que atua na cozinha do estabelecimento
de ensino:
zelar pelo ambiente da cozinha e por suas instalações e utensílios,
cumprindo as normas estabelecidas na legislação sanitária em vigor;
selecionar e preparar a merenda escolar balanceada, observando padrões
de qualidade nutricional;
58
servir a merenda escolar, observando os cuidados básicos de higiene e
segurança;
informar ao diretor do estabelecimento de ensino da necessidade de
reposição do estoque da merenda escolar;
conservar o local de preparação, manuseio e armazenamento da merenda
escolar, conforme legislação sanitária em vigor;
zelar pela organização e limpeza do refeitório, da cozinha e do depósito da
merenda escolar;
receber, armazenar e prestar contas de todo material adquirido para a
cozinha e da merenda escolar;
cumprir integralmente seu horário de trabalho e as escalas previstas,
respeitado o seu período de férias;
participar de eventos, cursos, reuniões sempre que convocado ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional;
auxiliar nos demais serviços correlatos à sua função, sempre que se fizer
necessário;
respeitar as normas de segurança ao manusear fogões, aparelhos de
preparação ou manipulação de gêneros alimentícios e de refrigeração;
participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as
específicas da sua função.
São atribuições do auxiliar operacional que atua na área de vigilância da
movimentação dos alunos nos espaços escolares:
59
coordenar e orientar a movimentação dos alunos, desde o início até o
término dos períodos de atividades escolares;
zelar pela segurança individual e coletiva, orientando os alunos sobre as
normas disciplinares para manter a ordem e prevenir acidentes no estabelecimento de
ensino;
comunicar imediatamente à direção situações que evidenciem riscos à
segurança dos alunos;
percorrer as diversas dependências do estabelecimento, observando os
alunos quanto às necessidades de orientação e auxílio em situações irregulares;
encaminhar ao setor competente do estabelecimento de ensino os alunos
que necessitarem de orientação ou atendimento;
observar a entrada e a saída dos alunos para prevenir acidentes e
irregularidades;
acompanhar as turmas de alunos em atividades escolares externas,
quando se fizer necessário;
auxiliar a direção, equipe pedagógica, docentes e secretaria na divulgação
de comunicados no âmbito escolar;
cumprir integralmente seu horário de trabalho e as escalas previstas,
respeitado o seu período de férias;
participar de eventos, cursos, reuniões sempre que convocado ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional;
zelar pela preservação do ambiente físico, instalações, equipamentos e
materiais didático-pedagógicos;
auxiliar a equipe pedagógica no remanejamento, organização e instalação
de equipamentos e materiais didático-pedagógicos;
atender e identificar visitantes, prestando informações e orientações
quanto à estrutura física e setores do estabelecimento de ensino;
participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;
zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
60
manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as
específicas da sua função.
4.8 RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAÇÃO DE PROJETOS.
Os recursos que a escola disporá para a execução do Projeto Político
Pedagógico serão providos de verbas oriundas da SUDE, Fundo Rotativo, Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e também da PROINFO, eventos e promoções
realizados em datas estabelecidas.
4.9 CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR
A escola se organiza de forma a proporcionar oportunidades e satisfação para a
maioria daqueles que aqui trabalham e estudam, pois a totalidade é impossível. Uma
prática democrática de gestão tem no planejamento participativo a forma de integrar
interesses individuais e garantir a representação de aspirações do calendário.
A elaboração do calendário escolar se fará em reuniões com representantes
dos segmentos que atuam na escola e principalmente atendendo a legislação que o
rege.
Os horários escolares e atividades extraclasse serão previstos em reuniões de
planejamento, levando-se em conta os Projetos Interdisciplinares, os da escola e os de
outros níveis, como os do Estado e União.
O calendário escolar é elaborado conforme Resolução da Secretaria de Estado
da Educação 3979/2010, sempre contemplando início das atividades escolares,
planejamentos, capacitação, período de férias docente e discente, recessos, feriados e
término do ano letivo.
Também fazemos contato com a Secretaria Municipal de Educação, a fim de
que, na medida do possível, façamos calendário único ou semelhante.
61
4.10 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS
Os espaços físicos educativos do estabelecimento são todos utilizados
coletivamente, pois há um sistema de dualidade administrativa que acontece em
conjunto com a Escola municipal de educação infantil e ensino fundamental anos
iniciais. Dispõe-se de biblioteca com acervo de livros didáticos, de pesquisa e de leitura
para todos os níveis e modalidades de ensino; laboratório de informática com 30
computadores ligados à internet pelo sistema Paraná digital; laboratório de Ciências,
Química, Física e Biologia com uma estrutura ainda a ser melhorada; um saguão que
serve de refeitório, um saguão para atividades variadas, uma quadra coberta, espaço a
céu aberto com mesas e bancos.
Para a utilização dos espaços a Equipe pedagógica faz a distribuição, quando
necessário, entre os professores com sistema de agendamento prévio do local e do
horário.
4.11 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO DE AULAS
A distribuição de aulas acontece seguindo a legislação em vigor, a escola se
organiza em séries nos Ensinos Fundamental Anos Finais, atualmente com o 9º Ano
ainda no sistema regular em meio período, no caso o matutino e com os 6º e 7º Anos
na Educação em Tempo Integral, e no Médio com as 03 Séries, em um meio período,
sendo este o Vespertino, o repasse dos conteúdos é feito pelo sistema de distribuição
por disciplinas.
A distribuição e organização das turmas é realizada de acordo com a
necessidade e solicitação da Comunidade Escolar, nos turnos matutino e vespertino e a
oferta de vagas é igual para os anos de ambos os períodos.
Quanto à distribuição das aulas esta acontece seguindo a legislação em vigor,
que em geral determina que sejam atribuídas sempre, primeiramente aos professores
62
das disciplina efetivos da escola, depois aos efetivos do município e aos extraordinários
(QPM e SCO2), por último aos professores com contrato temporário (PSS), seguindo-se
a classificação geral estabelecidas na listagem de classificação.
Para isso, é organizado um quadro mural com as aulas disponíveis e cada
professor, na sua disciplina de concurso ou de formação, escolhe as turmas/turnos de
acordo com sua preferência, dando atenção especial à prática pedagógica do
professor, com mais afinidade em trabalhar com crianças e pré-adolescentes e até
mesmo com adultos.
4.12 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE: do Currículo, das Atividades Extracurriculares e do Projeto Político-Pedagógico.
Nos mais variados momentos de estudos e reflexão, como nas semanas
pedagógicas de início e meio de ano, nos conselhos de classe, nos planejamentos e
replanejamentos, entre outros, são buscados, apresentados e discutidos os resultados
educacionais da escola. As reflexões acerca de cada dos elementos dentro do todo, no
qual se concentra a instituição escola e em particular com os variados segmentos que a
compõem.
Há uma constante busca pela melhoria da qualidade educacional dos
estudantes, no intuito de que esta chegue também à comunidade escolar e em geral.
Para isso, são analisados os resultados de aprovação e reprovação ano a ano, para
que esta se torne inexistente dentro do estabelecimento, são realizadas com os
educandos, quando necessário, avaliações de reclassificação no intuito de adequar a
idade e série do aluno, são estudados e considerados os índices conquistados pela
escola nas avaliações externas, como o IDEB e outros, e, diante de tais números, são
propostas estratégias de melhoria e adequação dos resultados.
A escola possui uma gestão democrático-participativa, em que são discutidos
os assuntos fundamentais pela coletividade e em conjunto são promovidos os ajustes e
melhorias em todos os setores, na qual as sugestões são bem vindas a ambas as
partes, a equipe pedagógica é auxiliadora da gestão e do trabalho docente procurando
63
orientar e ajudar os professores na busca pelos melhores resultados. Quanto aos
discentes, são dadas as mais variadas alternativas e oportunidades para o
aprimoramento dos conhecimentos.
O Projeto Político Pedagógico é constantemente discutido e avaliado pelo
coletivo dos segmentos da escola na intenção de estar adequado às novas diretrizes e
às mudanças que ocorrem na sociedade.
Com relação à avaliação do pessoal, esta é feita seguindo os critérios
estabelecidos pela SEED-PR, para a qual são estabelecidos momentos em conjunto
para o registro da avaliação de professores e funcionários que lhes permitirão progredir
ou ser promovidos na carreira. Quanto aos funcionários contratados em regime
diferente dos efetivos a avaliação é feita em conjunto com o Conselho Escolar e são
seguidos os critérios estabelecidos no regimento interno.
Suscintamente dizendo, o desempenho dos profissionais da educação e da
escola como um todo atenderá sempre à legislação vigente, ou seja: Avaliação
Institucional, avaliação para avanços e outros. Já este Projeto Político Pedagógico, o
Currículo Escolar e as Atividades Extracurriculares serão avaliados através de um
instrumento próprio a cada ano, onde todos poderão opinar, o que será feito por
representatividade, ou seja, 10% da população total envolvida será pesquisada.
4.13 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA
A escola mantém em seu regime de funcionamento o Ensino Fundamental de
09 Anos nos anos finais, ou seja do 6º ao 9º, contando atualmente com o 9º regular em
meio período e os 6º e 7º Anos em Tempo Integral, ainda as três séries do Ensino
Médio. A organização curricular segue o disposto na LDB Nº 9394/96, sendo compostas
pela Base Nacional Comum e a uma parte diversificada, conforme estará disposto na
matriz curricular em item adiante.
No Tempo Integral, a Matriz Curricular, síntese da Proposta Pedagógica
Curricular para Educação em Tempo Integral, é composta da Base Nacional Comum da
Educação Básica – LDB Nº 9394/96 e uma parte diversificada. A Parte Diversificada
está constituída de forma que estabelece relação com entre as áreas do conhecimento
e os componentes da Base Nacional Comum. As disciplinas definidas para a Parte
64
Diversificada estão concentradas nos três eixos: obrigatórias, prioritárias e eletivas, cuja
definição foi estabelecida em conjunto com a comunidade escolar e de acordo com as
demandas da escola. Em item mais adiante apresenta-se a matriz curricular atual da
escola no que tange ao ensino na educação em tempo integral.
4.14 PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
O processo de gestão democrática constrói-se no interior da escola, na
correlação de forças entre o instituído politicamente e o construído democraticamente.
A construção de um processo de gestão centrada nos valores e nos princípios
democrático é tarefa política e educativa da escola, que representa uma das mais
importantes e essenciais atividades públicas de formação do cidadão como ser social,
histórico e sujeito de relações.
Percebemos que uma gestão democrática busca uma educação que valorize o
conhecimento do aluno, fortalecendo uma democracia no processo ensino-
aprendizagem. Numa gestão democrática, diretores, equipe pedagógica, professores,
funcionários, alunos e pais devem estar envolvidos, participando efetivamente para que
o espaço escolar se torne um ambiente onde se possa exercitar a democracia. Para se
alcançar esse objetivo, é preciso que esse processo se dê desde a educação infantil,
para assim formar cidadãos autônomos, participativos e independentes, para tanto, os
professores devem estar dispostos a desenvolver relações democráticas na sala de
aula tornando o ambiente em que elas convivem num local verdadeiramente
democrático.
A escola necessária para fazer frente a essa realidade é a que prevê formação cultural e científica, que possibilita o contato dos alunos com a cultura, provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética, pela ética. Especialmente , uma escola de qualidade é aquela que inclui, uma escola contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagógica. Mesmo considerando a imensa oferta de meios de comunicação social, extra-classe, de meios informacionais, ainda assim há lugar para a escola tecnológica e da informação...(CAVALCANTI:2002, pág.51)
65
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola,
possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de
decisões e no funcionamento da organização escolar.
As decisões, as ações, devem ser elaboradas e executadas de forma não
hierarquizada, todos os envolvidos no cotidiano escolar devem participar. Qualquer
decisão e ação tomada ou implantada na escola têm que ser de conhecimento de
todos.
Para ser cidadão, no sentido literal da palavra, temos que ter ética e viver em
democracia. Aprendemos esses conceitos na escola, onde cada dia temos que conviver
com outras pessoas, iguais a nós, mais diferentes em suas individualidades. Sendo
a escola, um espaço encontra-se o professor. E para que o aluno possa entender o que
é conviver com ética e democracia o professor passa muitas vezes a ser um modelo a
ser seguido pelos alunos podendo ser alvo de críticas sobre suas atitudes.
Mas então o que fazer?
Acompanhamento individual, com atividades diversificadas e diferenciadas,
transporte escolar, atividades extraclasse, aulas inovadoras com recursos diferenciados
e tecnológicos são alguns dos segredos para mantermos nossos alunos em sala de
aula.
É também necessário um esforço maior dos pais para que mandem seus filhos
à escola, esse compromisso deve ser tanto dos pais como para o poder público com
relação ao transporte escolar; é preciso parcerias com conselhos tutelares e conselhos
da criança e adolescente para que os auxiliem na busca e nos casos mais graves e
principalmente um esforço da escola como um todo, ela necessita encontrar o aluno
que lhe oferecer projetos que o façam gostar de estar presentes. É fundamental no
processo educativo, a participação direta dos pais e das sociedades.
O princípio da pluralidade de alunos e concepções pedagógicas serve como
referencial para que a sociedade e a escola se organizem de maneira adversa e
progridam juntas. Liberdade e tolerância são princípios para que ocorram mudanças na
sociedade.
A valorização do profissional da educação escolar é um pressuposto mais
importante para que haja uma transformação da realidade. Quando um profissional
66
trabalha satisfeito seu rendimento cresce e o efeito de suas ações atinge proporções
maiores. Para isso é necessário continuação da formação continuada, DEB, grupos de
estudos que correspondam as expectativas dos profissionais em relação ao processo
de aprendizagem estabelecendo metas a curto e longo prazo com objetivos claros.
É preciso que se ganhem tempo de estudo, leitura, discussão entre os
professores, dando condições e acesso às informações, devendo assim, serem
profissionais capazes de conhecer os alunos, adequar o ensino à aprendizagem,
elaborando atividades que possibilitem a ação reflexiva dos alunos.
É necessário criar uma cultura que favoreça e estimule o acesso dos
profissionais da educação a atividades culturais; é preciso melhorar as condições da
escola (recursos didáticos, tecnológicos) e estimular o envolvimento e a participação da
comunidade escolar criando mecanismos de envolvimento no projeto educativo das
escolas.
Há de se levar em conta também que a ação de ensinar é influenciada pela
formação do professor e principalmente pela corrente pedagógica que o mesmo segue.
Pois como explica Libâneo (1991):
[...] as ações de ensinar e aprender formam uma unidade, mas cada uma tem sua função especificidade, pois, busca-se o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades individuais mediante a transformação e assimilação ativa dos conteúdos escolares articulando, no mesmo processo, a aquisição de noções sistematizadas e as qualidades individuais dos alunos se possibilita a alta atividade e busca independente e criativa da ações.
Assim, educadores ampliando conhecimentos, poderão garantir qualidade de
ensino/ aprendizagem, nisso é importante lembrar e afirmar que nem todos os alunos
têm os mesmos interesses, aprendem da mesma maneira e isso exige atenção e
especial dos educadores.
A partir do reconhecimento das diferenças a escola poderá potencializar as
capacidades dos alunos de modo a auxiliá-los e desenvolver suas capacidade, a
aprenderem a resolver problemas, construir atitudes, estabelecer metas, expressar
emoções, valorizar e compreender o Eu, o outro e o trabalho escolar.
Portanto, o conhecimento no ensino e aprendizagem é resultado de um
processo de construção, modificação e reorganização em que os alunos passam, por
67
mais que o professor, colegas, materiais didáticos contribuam nada pode substituir a
ação do próprio aluno na tarefa de construir significados sobre esse processo.
A escola, ao considerar as diferenças é não o elogio às desigualdades. As
diferenças não são obstáculos da ação educativa, ao contrário fato de enriquecimento.
A exclusão nas escolas lança as sementes do descontentamento e da
discriminação social. Alunos com necessidades especiais devem fazer parte da escola,
as quais precisam e devem modificar seu funcionamento, realizar adaptações físicas e
curriculares para incluir esses alunos. O ensino inclusivo e a prática da inclusão de
todos independentes de seus talentos, eficiência, origem sócio-econômica ou cultural.
Inclusive, no caso do Paraná, a Educação Indígena e a Educação do campo,
constituem-se a inclusão.
Atitudes positivas com relações os alunos com necessidades especiais
desenvolvem interação e comunicação e ajudam os alunos a compreenderem a ser
sensíveis, a compreender a respeitar e a crescer com as diferenças e semelhanças. É
preciso oferecer a esses alunos os serviços de que necessitam ambientes integrados e
profissionais capacitados. Os professores terão a oportunidade de desenvolver suas
habilidades em uma atmosfera de coleguismo e colaboração, melhorando suas
habilidades sobre a aprendizagem dos alunos.
4.15 O CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA / DINÂMICA DO CURRÍCULO.
O termo currículo assume vários significados sem diferentes contextos da
pedagogia. Currículo pode significar, por exemplo, as matérias constantes de um curso,
essa definição é a que foi adotada historicamente pelo ministério da Educação e do
Desporto quando indicavam quais as disciplinas que deveriam constituir o ensino
fundamental ou de diferentes cursos do ensino médio. Currículo é um termo muitas
vezes utilizado para se referir aos programas de conteúdo de cada disciplina. Mas,
currículo pode também significar também a expressão de princípios e metas de projetos
educativos, que precisam ser flexíveis para promover discussões e reelaboração
quando realizado em sala de aula, pois é o professor que a traduz os princípios
elencados na prática didática.
68
Os currículos escolares do ensino fundamental são constituídos de um conjunto
de disciplinas, sendo alguns campos de saber representados e outros não. Quais os
critérios para que exista disciplina ligada ao conhecimento matemático, as ciências
naturais, ao estudo da língua, a geografia e a história? Porque o privilégio dessas áreas
em detrimento das áreas sociais, das ciências, da filosofia, da geologia, por exemplo?
Os critérios para seleção dos campos no saber representados no currículo escolar não
são científicos. Poder-se-ia argumentar sobre a obviedade da importância do
conhecimento matemático e cientifica da língua materna.
A temática que aborda a questão das teorias educacionais ou das tendências
pedagógicas foi por demais discutidas, tanto nos meios acadêmicos quando dentro das
instituições escolares dos mais diversos níveis de ensino.
Como fruto de nossa experiência profissional, não nos resta dúvidas que,
autores como Saviani, Libâneo, Paulo Freire e outros foram lidos e discutidos por
professores e alunos da área educacional até a exaustão. Acredita-se também que o
ideário proposto por eles veio servindo de base no redimensionamento do papel da
educação a partir de denominada “período pós- revolucionário.”
Hoje é frequente constatar, através de conversas informais com outros colegas
a presença de argumentos dos mais diversos que propõem novas possibilidades para o
ensino, bem como meios alternativos para a educação convencional.
O desenvolvimento dos processos cognitivos aponta para uma tendência de
currículo que enfatiza, no estudante, a capacidade resolução de problemas,
sobrepondo a atitude investigativa e o pensamento reflexivo às informações
decorrentes do conteúdo escolar, o aluno não é um mero receptor de conteúdos, mas
um ser individual, capaz de conseguir o seu próprio desenvolvimento a partir da
dinâmica da aprendizagem e o problema do educador é a identificação do mais
destacado e eficiente processo educacional.
Jamais um currículo perderá sua “especificidade” se for enriquecido com
atividades complementares, que na verdade são partes constitutivas do mesmo. Hoje, a
comunidade escolar deveria considerar o fato de que todo conhecimento que se
constrói no ato de educar faz parte do currículo, independente do local onde ele
aconteça. É mister compreender que uma disciplina ou atividade proposta emerge da
69
conjunção dos múltiplos aportes do processo do conhecimento, entendido como um
contato permanente entre o homem e o mundo. O currículo desenvolvido (uma aula,
por ex.) não está efetivamente delimitado pelo que se costuma denominar “matéria de
ensino”. Sua abrangência se estende muito além desses horizontes. Nós, professores,
precisamos superar o reducionismo com que é visto esta área da educação e
pensarmos nas suas inter-relações com outras atividades sem separar essa natural
confluência.
O compromisso da escola é zelar pela aprendizagem, associando a teoria com
a prática devendo ser um lugar onde esta aprendizagem aconteça.
Para promover estas mudanças prazerosas, o conjunto dos agentes da
educação, professores, orientadores, coordenadores, direção, alunos, pais de alunos,
precisam debater intensamente os chamados impasses pedagógicos, sua origens não
podem ser impostas de cima para baixo, pela decretação de novos modelos e novas
teorias. A construção das novas relações, da nova estrutura conceitual curricular, da
nova escola, da nova metodologia, enfim, do novo plano de ação pedagógico, que
tenha como princípio inspirador o movimento conceitual a partir da participação
conscientemente motivada da parcela mais significativa e importante das coletividades
escolar e familiar.
Tudo o que foi estudado prova mais uma vez que a escola precisa ter
AUTONOMIA, para poder realizar o seu trabalho sem pressões, pois cada escola
possui sua diversidade.
4.16 FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO EM TEMPO
INTEGRAL
A matriz Curricular, síntese da proposta Pedagógica Curricular, para Educação
em tempo Integral, será composta da Base Nacional Comum da Educação Básica –
LDB Nº 9394\96 e uma Parte Diversificada.
A parte diversificada deverá ser constituída de tal modo que estabeleça relação
entre as áreas do conhecimento e os componentes curriculares da Base Nacional
70
Comum. As disciplinas definidas na parte Diversificada deverão ser concentradas a
partir de três eixos: obrigatórias, prioritárias e eletivas, sendo estas prerrogativas da
comunidade escolar. Essa organização curricular visa constituir um todo integrado, a
partir das demandas apresentadas pela escola, conforme segue:
a) obrigatórias – LEM, aprofundamento da Aprendizagem de Língua Portuguesa e
de Matemática.
b) Prioritárias – preservação do Meio Ambiente e Tecnologias da Comunicação e
Informação.
c) Eletivas – Arte e Esporte.
MATRIZ CURRICULAR DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
NRE: 023 - Pato Branco MUNICÍPIO: 0540 - Chopinzinho
ESTABELECIMENTO: 01509 – Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana – EFM ENDEREÇO: Rodovia PR 281, Km 484 – São Francisco TELEFONE: (46) 9117 4287 ENT. MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
CURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º ano TURNO: Integral ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2014 FORMA: Simultânea
DISCIPLINAS / ANOS
6º 7º 8º 9º
BA
SE
NA
CIO
NA
L
CO
MU
M
Arte 3 3 3 3
Ciências 3 3 4 4
Educação Física 3 3 3 3
Ensino Religioso* 1 1 - -
Geografia 3 3 3 3
História 3 3 3 3
Língua Portuguesa 6 6 6 6
Matemática 6 6 6 6
SUBTOTAL 28 28 28 28
PA
RT
E
DIV
ER
SIF
ICA
DA
L.E.M. Inglês** 3 3 3 3
Matemática: Matemática Financeira
- - 2 2
L. Portuguesa: Literatura Infanto Juvenil
2 2 - -
Ciências: Educação Científica e Cidadania
2
2
2
2
Geografia: Espaço cultural e
71
paranaense 2 2 2 2
Educação Física: Aprofundamento Esportivo
3
3
3
3
Arte: Dança 2 2 - -
Arte: Audiovisual na arte - - 2 2
Componente Curricular*** 3 3 3 3
SUBTOTAL 17 17 17 17
TOTAL GERAL 45 45 45 45
Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96.
*Ensino religioso – Disciplina de matrícula facultativa.
**Definido pela comunidade escolar.
*** Componente Curricular a ser definido conforme Proposta Pedagógica Curricular Do
Estabelecimento de Ensino.
4.17 FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO
FUNDAMENTAL
A Matriz curricular do Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana a
partir de 2012 passou a ofertar os anos finais do Ensino fundamental de nove anos com
alteração de séries para anos de forma simultânea (mudança de nomenclatura) e
utilizará os mesmos Atos de Autorização de Funcionamento, de Reconhecimento e de
Renovação do Reconhecimento para a oferta dos anos finais (6° ao 9° ano).
A distribuição do número de aulas não será modificada, apenas a alteração das
séries (5ª a 8ª série) para anos (6º a 9ºano), a matriz curricular será composta pelas
disciplinas de Arte, Ciências, Educação Física, Geografia, História, Língua Portuguesa e
Matemática. Na Parte Diversificada da Matriz Curricular será ofertada a Língua
Estrangeira moderna (Inglês) como disciplina obrigatória, com 02 (duas) horas-aula
semanais e como disciplina facultativa (Espanhol) na modalidade CELEM com 04
(quatro) horas-aula semanais. A disciplina de Ensino Religioso será ofertada com carga
horária de 01(uma) hora-aula semanal, no 6ª e no 7º ano, com matrícula facultativa
para alunos, sendo sua carga horária computada no Total Geral da Matriz Curricular.
O Histórico Escolar do Ensino Fundamental será um documento único que
retratará a trajetória escolar do aluno A instituição de ensino deverá registrar no
72
Histórico Escolar os estudos realizados pelo aluno no Ensino Fundamental de 08 anos
bem como no Ensino Fundamental de 09 anos.
Nos Históricos Escolares do Ensino Fundamental em que surjam lacunas,
desde que não caracterize irregularidades deverá ser registrado no Campo
Observações: “Estudos convalidados pelo Parecer 407/2011 – CEE/PR”.
Todas as alterações na matriz curricular foram previstas conforme instrução
008/2011 SUED/SEED.
O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, iniciando-se
aos 6 (seis) anos de idade, tem por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
As disciplinas oferecidas estão em conformidade com matriz curricular
aprovada.
73
Nota: Matriz Curricular de acordo com a LDB n. 9394/96
* Disciplina de Matricula Facultativa para o aluno.
Núcleo:23 – Pato Branco Município: 0540 – Chopinzinho
Estab.: 01509 – Cely Tereza Grezzana, C E – E. Fund.
Ent. Mant: Governo do Estado do Paraná
Curso: 4039 – Ens. Fund. 6/9 A-S Ano Implant. : 2012- Simultânea
Módulo: 40 semanas
Disciplinas
Séries
6 7 8 9
BNC
BNC
Arte
Ciências
Educação Física
Ensino Religioso
Geografia
História
Língua Portuguesa
Matemática
Sub-total
2
3
3
1
3
3
4
4
23
2
3
3
1
3
3
4
4
23
2
3
3
3
4
4
4
23
2
4
3
3
3
4
4
23
PD
PD
L.E.M. Inglês
Sub-total
2
2
2
2
2
2
2
2
Total Geral 25 25 25 25
74
4.18 FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO
O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração de três anos,
tem como finalidades:
A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas
condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina;
As disciplinas oferecidas estão em conformidade com matriz curricular
aprovada.
75
Nota: Matriz Curricular de acordo com a LDB N. 9394/96.
* Disciplina de matrícula facultativa ofertada no turno contrário no CELEM.
4.19 ATIVIDADES COMPLEMENTARES
4.19.1 CELEM
Núcleo:23 – Pato Branco Município: 0540 – Chopinzinho
Estab.: 01509 – Cely Tereza Grezzana, C E – E. Fund.
Ent. Mant: Governo do Estado do Paraná
Curso:0009 –Ensino Médio Turno: Tarde Ano Implant. : 2012 Simultânea
Módulo: 40 semanas
Disciplinas
Séries
1 2 3
BNC
BNC
Arte
Biologia
Educação Física
Filosofia
Física
Geografia
História
Língua Portuguesa
Matemática
Química
Sociologia
Sub-total
2
2
2
2
2
2
2
2
3
2
2
23
2
2
2
2
2
2
4
3
2
2
23
2
2
2
2
2
2
3
4
2
2
23
PD
PD
L.E.M. Espanhol
L.E.M. Inglês
Sub-total
2
4
6
2
4
6
2
4
6
Total Geral 29 29 29
76
Curso de Língua Espanhola oferecido gratuitamente nas escolas públicas
estaduais de educação básica aos alunos, professores, funcionários e também à
comunidade como um curso extracurricular. No estado do Paraná, o CELEM trabalha
com os idiomas: espanhol, inglês, alemão, francês, mandarim, polonês e ucraniano.
Professores e funcionários da rede pública podem frequentar as aulas do
CELEM, aos quais são disponibilizadas 10% das vagas. Já para os membros da
comunidade que comprovem ter no mínimo ensino fundamental inicial completo são
ofertadas 30% das vagas. O CELEM entra como uma opção para as escolas.
As aulas de Espanhol se configuram como espaços de interações entre
professores e alunos e pelas representações e visões de mundo que se revelam no dia-
a-dia. Objetiva-se que os alunos analisem as questões sociais-políticas-econômicas da
nova ordem mundial, suas implicações e que desenvolvam uma consciência crítica a
respeito do papel das línguas na sociedade.
Busca-se, também, superar a ideia de que o objetivo de ensinar Língua
Estrangeira na escola é apenas o linguístico ou, ainda, que o modelo de ensino dos
Institutos de Idiomas seja parâmetro para definir seus objetivos de ensino na Educação
Básica.
O Centro de Línguas Estrangeiras Modernas é uma oferta extracurricular e
gratuita de ensino de Línguas Estrangeiras nas escolas da rede pública do estado do
Paraná, regulamentado pela Resolução nº3904/2008.
As atividades do CELEM deverão estar integradas às demais atividades do
estabelecimento, subordinando-se a todas as suas instâncias pedagógicas e
administrativas.
O curso é ofertado para alunos de Educação Básica, matriculados no Ensino
fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional e Educação de Jovens e Adultos;
para professores e funcionários que estejam no efetivo exercício de suas funções em
estabelecimento de ensino da Rede Pública e a Comunidade, com duração de 2 anos,
sendo 4 horas-aula semanais.
O Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana está oferecendo nesse
ano de 2012 duas turmas, sendo duas turma de Língua Inglesa P1 e P2 no período
77
matutino , e duas de Língua Espanhola no período vespertino P1 e P2 , envolvendo
67 alunos.
4.19.2 PROGRAMA DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES CURRICULARES EM
CONTRATURNO
O Programa de Atividades Complementares Curriculares visa a expansão de
atividades pedagógicas realizadas na escola como complementação curricular,
vinculadas ao Projeto Político Pedagógico, a fim de atender às especificidades da
formação do aluno e de sua realidade. Tem como, a expansão gradativa da jornada
escolar e da Educação em Tempo Integral para a Educação Básica Estadual do
Paraná. A oferta das Atividades Complementares Curriculares em Contraturno foi
regulamentada na Resolução n. 1.690/2011 e na Instrução n. 007/2012- Seed/Sued.
Este Programa deve ser concebido como um projeto educativo, integrado, com
a ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas, visando maior
abrangência do sistema educacional através do contato com os equipamentos sociais e
culturais existentes na escola em que está situada. Assim, este Programa estará
contribuindo para uma cidade educadora visualizando e ampliando as possibilidades
educativas fora do espaço escolar, ou seja, espaços externos poderão ser usados em
parcerias com órgãos e entidades locais, sempre de acordo com o Projeto Político
Pedagógico da escola.
O Programa de Atividades Complementares Curriculares funcionará em
contraturno e atenderá os anseios da comunidade visando obter resultados para o
aluno escola e comunidade. O Programa será organizado por área de conhecimento
articuladas aos componentes curriculares nos seguintes macrocampos:
aprofundamento da aprendizagem; Experimentação e Iniciação Cientifica; Cultura e
Artes; Esporte e Lazer; Tecnologias da Informação, da Comunicação e uso de Mídias;
línguas Estrangeiras Modernas; Meio-Ambiente; Direitos Humanos: respeito às
identidades de gênero, à orientação sexual, à diversidade étnico-racial, religiosa,
cultural, geracional, ao desenvolvimento da cidadania e promoção da inclusão;
78
Promoção da Saúde; Demandas especificas da Comunidade Escolar como:
enfrentamento à violência e uso indevido de drogas; Atividades relacionadas ao mundo
do trabalho e geração de rendas.
4.19.3 PROMOÇÃO DE SAÚDE
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é o estado de
completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças.
Portanto, saúde não é um estado estável em que se atinja e permaneça o tempo todo
nessas condições, e, além disso, ter ou não saúde depende do referencial de valores
que o indivíduo e a sociedade atribuem a uma determinada situação.
Ainda pode-se justificar este projeto sendo um meio de integração entre escola,
pais de alunos e comunidade em geral, uma maneira de trazer a família para escola,
valorizando seus conhecimentos no que diz respeito à área da saúde e contribuindo
para o bem estar social das pessoas que vivem próximas da escola também.
O projeto tem como objetivos principais a compreensão que a saúde é um
direito de todos e uma dimensão essencial do crescimento e desenvolvimento do ser
humano e que o estudo e o conhecimento da realidade do aluno poderá melhorar a
qualidade de vida dos mesmos.
No Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana o projeto funciona no
período vespertino, totalizando 04 horas semanais com 20 alunos do Ensino
Fundamental.
4.19.4 AULAS ESPECIALIZADAS EM TREINAMENTO ESPORTIVO
As aulas de Treinamento Esportivo na Escola têm 20 alunos do Ensino
Fundamental praticando atletismo e futsal, no período vespertino, totalizando 04 horas
semanais. O Atletismo e o futsal têm como objetivo principal possibilitar aos alunos da
Escola do Campo o acesso à prática esportiva de aperfeiçoamento e aprofundamento
nas modalidades, de maneira organizada e sistematizada, diferenciando-se assim da
79
prática simplesmente recreativa a qual estão familiarizados, promovendo assim a
descoberta e valorização de talentos esportivos no âmbito escolar e na comunidade
onde o Colégio está inserido.
4.19.5 PROGRAMA PRONTIDÃO ESCOLAR PREVENTIVA (PEP)
O Programa Prontidão escolar Preventiva – PEP é um programa de natureza
pedagógica que visa preparar os profissionais que atuam nas escolas e o corpo
discente a executar ações de prevenção de incêndios, desastres naturais e situações
de risco nas escolas. É importante que docentes discentes e toda a comunidade
escolar estejam preparadas para, de maneira eficaz, enfrentar esses acontecimentos.
Na eventualidade de um sinistro é de grande valia que todos saibam os primeiros
passos de enfrentamento de princípios de incêndio, procedimentos de segurança
pessoal, bem como noções de primeiros socorros a serem utilizados até que o socorro
especializado chegue ao local.
No Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana o Programa Prontidão
escolar Preventiva – PEP foi implantado no 2º semestre de 2010, em parceria com o
município, pois no mesmo estabelecimento funciona a escola municipal.
Conforme a Instrução Nº. 02/10 – DAE/SUDE foram seguidas todas as etapas
obrigatórias de conscientização e mobilização com todos os professores, funcionários,
alunos e comunidade. Também foi criada a Comissão de Gerenciamento do Programa,
implantada a Brigada de Emergência com a inclusão do Programa nas Propostas
Curriculares e no Plano de trabalho Docente.
4.20 TRABALHO COLETIVO
Prática transformadora
O que a escola pretende do ponto de vista político pedagógico?
80
A escola deverá despertar no educando o amor no conhecimento para que
possam no futuro integrar-se ao mundo do trabalho tornando-se um profissional
realizado.
Como cita Jaques Delors (1999), “[...] é o sistema educativo e em especial a
escola oferece as melhores oportunidades e talvez a única esperança de iniciar o
processo de aprendizagem e de interação social”.
Esta é uma questão polêmica, pois cada um pensa a escola de uma forma.
Sabe-se que o papel da escola é de viabilizar uma ação educativa em todos os níveis,
integrando escolas e comunidade.
A escola deverá proporcionar o desenvolvimento crítico e criativo do aluno, para
que o mesmo encontre seu espaço no mundo do trabalho, proporcionando-lhe um
maior número de conhecimentos relacionado entre o presente e o passado para a
construção do futuro. A escola e o mundo do trabalho estão interligados, pois há um
pressuposto de que uma escola forma boa profissional.
A prática multidisciplinar vem se delineando com frequência, pois, é uma prática
totalmente cooperativa, tendo o educando como principal objetivo do trabalho, exigindo
assim uma abertura total tanto da escola como dos professores, proporcionando
situações em que a criança sinta prazer pelo conhecimento.
Assim como enfatiza Jaques Delores (1999):
No passado os alunos eram obrigados a aceitar o que a escola lhes oferecia... Hoje em dia é cada vez mais importante para as pessoas terem uma palavra a dizer nas decisões relativas à organização escolar. Essas decisões também influenciam nas condições de trabalho.
Isso nos leva a repensar o papel da escola na sociedade atual, tão conturbada,
leva-nos a perceber que são influências da relação sociedade/escola.
Buscar uma nova organização para a escola constitui uma ousadia para os
educadores, pais, alunos, funcionários e a sociedade em que está inserida.
A construção da Proposta Pedagógica se dá na medida em que toda a
comunidade escolar, coletivamente discute, analisa, se posiciona e se organiza.
Então, a partir disso, nos perguntamos que tipos de alunos querem e para qual
sociedade?
81
A escola quer e precisa formar um aluno que seja capaz de exercer seus
direitos e deveres políticos, civis e sociais e que possa no seu dia-a-dia adotar atitudes
de solidariedade, cooperação, repúdio às injustiças, que saiba respeitar o outro e que
exija para si o mesmo respeito. Um aluno que saiba questionar a realidade sabendo
que a nossa sociedade nem sempre lhe dará apoio, que essa sociedade tem problemas
de ordem econômica, política, social e ideológica.
Existem várias questões fundamentais da educação que exige decisões
básicas. Questões como: o que ensinar? Para que ensinar? Como ensinar? A resposta
de uma precisa estar articulada com as outras, no entanto é necessário dar uma
resposta específica para cada uma mediante uma prática envolvente e contextualizada.
São aqui elencadas algumas decisões consideradas básicas para responder às
questões acima. Primeiramente é necessário fazer uma revisão do currículo e adequá-
lo para que os conteúdos sejam tratados de maneira mais racional e prática, levando
assim os alunos à compreensão e a uma atitude permanente de busca de respostas às
situações desafiadoras comas quais possam se deparar.
É importante que a escola:
Assegure o desenvolvimento e a capacidade de análise e síntese e que
estimule a busca constante, estabelecendo uma correspondência com as exigências da
realidade;
Incorpore novas experiências e inovações à teoria e à tecnologia educacional a
fim de possibilitar a participação cada vez mais consciente dos alunos no processo de
aprendizagem;
Vista o enfoque interdisciplinar para o desenvolvimento da capacidade de
análise crítica;
Desenvolva o saber reflexivo em contraposição ao saber enciclopédico com o
propósito permanente de busca e problematizarão, visando produzir um conhecimento
cada vez mais extenso em seu alcance e mais intenso em qualidade;
Programe uma prática educativa que permita a participação ativa ao aluno na
descoberta, criação e produção de conhecimentos;
82
Desenvolva o espírito crítico, entendido como algo que vai além de uma simples
resistência ou um conjunto de objeções. É importante que além do espírito haja
disposições em se criar alternativas para a solução de problemas;
Trace estratégias que, através do espírito crítico e da inovação não permitam
que se alcancem níveis de satisfação ou de conformismo voltados para o imediatismo.
4.21 COMO FAZER UMA ESCOLA PARA CIDANANIA?
Queremos moralidade e civismo na escola.
Esse assunto é envenenado. Há uma memória viva (ou quase viva) da iniciativa
do governo militar de criar cursos de educação moral e cívica.
Independentemente de seus méritos ou vícios intrínsecos, a conexão entre esta
iniciativa e discutir o assunto é eletrizada pelas falsas verdadeira mazelas do período
militar.
Tentemos passar a borracha sobe estes coloridos ideológicos e perguntemos o
que se pode esperar da introdução de cursos de educação cívica ou educação para
valores ou educação para a democracia. Mesmo fora do Brasil, este é um assunto
contaminado, não para ideologia, mas pelo corporativismo dos professores de
educação cívica. De fato, há um círculo de ferrenhos defensores destes cursos.
Não seria este o momento, o autor ou local para acertar de uma vez por todas
tais questões. Mas há uma tendência para achar que tais cursos ensinam sobre os
direitos e deveres do cidadão, sobre leis e constituição, como funciona o governo e
coisas desse tipo. Todavia, não têm impacto sobre o comportamento ético ou não ético
dos alunos na sua vida cotidiana. Há alguma pesquisa sugerindo poucas ou nulas
consequências do que se aprendem nestes cursos sobre o comportamento dos alunos.
São úteis, seguramente, mal não fazem, mas não seriam a ferramenta básica de quem
está preocupado com o desenvolvimento de uma cidadania ativa.
Por outro lado, há suficiente evidência de que os valores se aprendem na
escola pelo que ela é, pelo que ela pratica no seu funcionamento cotidiano. Civismo e
comportamento éticos são assuntos da escola como um todo, não de disciplinas que
83
tentam ensiná-los especificamente. A escola em todas as suas atividades é que recebe
a tarefa da educação para valores. Isso não é uma atribuição específica como decidir
que raiz quadrada se aprende no curso de matemática.
Há hoje uma experiência interessante de focalizar mais os esforços da escola
no seu intento de tornar-se uma agência mais competente de desenvolvimento de
valores. Isso se dá, sobretudo nos Estados Unidos, um país que, ao mesmo tempo, tem
problemas sérios de lidar com uma franja difícil de sua sociedade e mostra grande
criatividade na busca de soluções. Vejamos algumas lições que se derivam dos
experimentos e das pesquisas que se realizam naquele país.
1. A escola ensina pelo exemplo, não pelo sermão.
Aprende-se civismo e ética vendo funcionar uma organização honesta, justa,
tolerante, generosa, disciplinada. A grande lição da escola vem pelo que os estudantes
presenciam na sua prática cotidiana. E tomando a escola mais digna, mais íntegra que
se obtém o ensino da dignidade e da ética. A escola boa e séria ensina, educa para os
valores, sem fazer força, sem tentar.
2. Valores se ensinam em cada uma e em todas as disciplinas.
Cada lição da escola é uma oportunidade para explorar suas implicações éticas
e morais. A literatura é um excelente ponto de partida. A história tem a cada momento
um dilema ético. As próprias ciências têm implicações éticas, como se premissas de
honestidade do método cientifico. Observa-se que não se aprende pelo sermão, mas
pela narrativa contextualizada. É contando histórias, é vivendo situações concretas que
se avança nessa direção. As parábolas bíblicas são umas aplicações explícitas deste
princípio. Aprende-se participando, sendo ator mais que espectador.
A escola é um grande laboratório onde se podem criar microcosmos sociais e
aprendem no processo de participar do seu funcionamento: clubes, associações,
sociedades, tribunais (muitos de verdade, julgado estripulias grandes e pequenas de
alunos) e representações políticas. Tudo isso são simulações com méritos educativos,
sobre tudo do ponto de vista do desenvolvimento de responsabilidades de julgamento.
A contraparte é que as patologias na atuação destas associações criam os modelos de
onde se aprende errado. Participações estudantis manipuladas por minorias, práticas
84
manobras políticas para obter decisão sem maioria efetiva, técnicas de manipulação de
reuniões são, antes de tudo, deseducativas.
3. Visitas e excursões trazem uma pitada de mundo real.
Se a essência do aprendizado de valores está na discussão de situações reais,
as visitas podem criar o detonado inicial para alguns processos interessantes. Visitas a
instituições de caridade, orfanatos, asilos de idosos, penitenciárias e inúmeras outras
podem criar a visão de primeira mão que dará origem a um processo de discussão e
elaboração conceptual. Mas note bem, não é a visita que ensina. A visita é apenas o
estopim para criar um clima de discussão aberta em torno do tema. Tudo isso abre
portas para avançar a capacidade da escola de educar para valores. Na medida em
que a escola é séria, muitas coisas boas já passam a acontecer. Educação e escola
não sã assunto de governo, mas de todos. O governo não pode criar escolas boas sem
o apoio da sociedade.
Para que isso aconteça os professores optaram por desenvolver conteúdos
relacionados aos objetivos propostos que conduzem ao desenvolvimento e a aquisição
de competências básicas para inserir nosso aluno no mundo do trabalho, dando
continuidade a estudos futuros, fazendo com que o mesmo aprende ao longo da vida,
tal como manda a LDB (Lei e diretrizes e Bases da Educação.) Também foram
discutidas pelos professores do colégio as metodologias utilizadas e analisadas a fim
de adequá-las para atingir os objetivos propostos; analisaram-se os recursos didáticos,
bem como o papel do livro didático, que servirá de apoio e não de roteiro. O desafio que
se apresenta para as escolas é o de abrir-se para debates, objetivando formar um
cidadão com uma identidade, isto é, com a marca da escola onde estuda. O Colégio
Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana, reconhece a necessidade, de construção
de uma educação voltada para o exercício da cidadania, oferecendo um ensino de
qualidade, ministrados por professores capazes de incorporar ao seu trabalho os
avanços nas diferentes áreas do conhecimento e de estar atento às dinâmicas sociais e
suas implicações no âmbito escolar, garantido assim o acesso aos conhecimentos
indispensáveis para o exercício da cidadania.
85
4.22 PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS
4.22.1 CONSELHO ESCOLAR
A efetivação de uma lógica de gestão democrática é sempre processual e,
portanto, permanente vivência e aprendizado. É um processo eminentemente
pedagógico, que envolve, entre outros, o conhecimento da legislação, a discussão e a
participação nas modalidades de provimento ao cargo de dirigente escolar, a
implantação e consolidação de mecanismos de participação, tais como o Conselho
Escolar.
Em uma unidade escolar, normalmente, o diretor assume o papel de
coordenador das atividades gerais da escola e, nesse sentido, assume um conjunto de
responsabilidade a serem partilhadas com os diferentes segmentos da escola como o
Conselho Escolar que é o espaço de decisão e deliberação das questões pedagógicas,
administrativas, financeiras e políticas da escola. Ou seja, o Conselho Escolar é um
grande aliado na luta pelo fortalecimento da unidade escolar e pela democratização das
relações escolares.
Esse processo de mudança, que amplia o estabelecimento de ações
compartilhadas na escola e fortalece a forma de organização coletiva, com a estrutura
de equipe gestora, e a criação e atuação dos Conselhos Escolares têm se mostrado um
dos caminhos para se avançar na democratização da gestão escolar. Nessa direção,
definir claramente as atribuições e o papel político da equipe gestora e do Conselho
Escolar é fundamental.
A esse respeito, Paro (2001, p.81-82) afirma que:
Inteirado o conselho numa política mais ampla da gestão escolar, parece que outra importante questão a ser enfrentada refere-se à necessidade de uma definição mais precisa de suas funções, dotando-o de atribuições e competências que o tornem co-responsável pela direção da escola, sem provocar choque de competências com o diretor.
Uma solução que se poderia imaginar para essa questão é a de dotar o
conselho escolar de funções diretivas, semelhantes às que tem hoje o diretor. Dessa
forma, o responsável último pela escola deixaria de ser o diretor, passando a ser o
86
próprio conselho, em corresponsabilidade com o diretor, que dele também faz parte. A
vantagem desse tipo de solução é que o conselho, na condição de entidade coletiva,
fica menos vulnerável, podendo tomar medidas mais ousadas, sem que uma pessoa,
sozinha corra o risco de ser punida pelos escalões superiores.
A democratização da gestão por meio do fortalecimento dos mecanismos de
participação na escola, em especial do Conselho Escolar, pode-se apresentar como
uma alternativa criativa para envolver os diferentes segmentos das comunidades local e
escolar nas questões e problemas vivenciados pela escola. Esse processo, certamente,
possibilitaria um aprendizado coletivo, cujo resultado poderia ser o fortalecimento da
gestão democrática na escola.
Fortalecer instâncias de participação, como o Conselho Escolar, buscando
formas de ampliar a participação ativa dos professores, pedagogos, estudantes,
funcionários, pais de estudantes e comunidade local é muito importante para a
efetivação de um processo de gestão inovador que expresse, a cada dia, as
possibilidades de construção de uma nova cultura escolar.
Por fim, esperamos que as instâncias colegiadas possam contribuir de algum
modo, para que a escola se preocupe com formas alternativas para a construção de
sua identidade, tendo em vista uma educação de qualidade sustentada em concepções
cooperativas e solidárias intra e interescolares.
4.22.2 GRÊMIO ESTUDANTIL
O grêmio representa os interesses dos estudantes na escola, permitindo que os
alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio
ambiente escolar como a comunidade. Também é um espaço de aprendizagem,
cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos.
Um dos seus objetivos principais é contribuir para aumentar a participação dos
alunos nas atividades de sua escola, organizando campeonatos, gincanas, palestras,
projetos e discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem junto com
87
pais, funcionários, professores, pedagogos, diretor da programação e da construção
das regras dentro da escola.
O Grêmio Estudantil é uma das primeiras oportunidades que os jovens têm de
participar da sociedade. Com o Grêmio, os alunos têm voz na administração da escola,
apresentando suas ideias e opiniões.
Toda participação exige responsabilidade, e o Grêmio deve procurar defender
os interesses dos alunos, firmando, sempre que possível, uma parceria com todas as
pessoas que participam da escola.
O nosso Grêmio procura trabalhar principalmente com a diretora, pedagoga e
professores, pois assim atua verdadeiramente em benefício da escola e da
comunidade.
4.22.3 CONSELHO DE CLASSE
O conselho de Classe constitui-se um momento de reflexão sobre as práticas
presentes do cotidiano escolar, com o objetivo de acompanhar o processo de
aprendizagem dos alunos e redirecionar as práticas pedagógicas docentes.
A LDBEM nº 9.394, de 24 de dezembro de 1996, em seu artigo 3º, inciso VIII,
afirma que o ensino será ministrado com base no princípio da gestão democrática; e
esta aponta as instâncias colegiadas na organização escolar como fundamentais para
sua efetivação.
Nesse contexto, o Conselho de Classe como uma dessas instâncias
desempenha importante papel, como um dos poucos espaços que permitem a
discussão pedagógica do ensino e da aprendizagem de forma situada e integrada;
configurando-se também, como espaço interdisciplinar de estudo e tomada de decisão
sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na escola.
É constituído pelo (a) diretor (a), pelo pedagogo, por todos os docentes e os
alunos representantes que atuam na mesma turma, por meio de:
Pré-Conselho de Classe com toda a turma em sala de aula, sob a coordenação
do professor representante e turma ou pedagogo.
88
Conselho de Classe Integrado, com a participação da direção, equipe
pedagógica, professores, da representação facultativa de alunos e pais de
alunos por turma e ou série.
DEFINIÇÃO Reunião liderada pela equipe pedagógica de uma determinada
turma.
FUNÇÃO Compartilhar informações sobre a classe e sobre cada aluno
para embasar a tomada de decisões.
VANTAGENS Favorecem a integração entre professores, a análise do
currículo e a eficácia dos métodos utilizados; facilita a
compreensão dos fatos com a exposição de diversos pontos
de vista.
ATENÇÃO Fazer sempre observações concretas e não rotular os alunos;
cuidar para que a reunião não se torne apenas confirmação de
aprovação ou de reprovação.
PLANEJAMENTO Conhecendo a pauta de discussão, listar os itens que pretende
comentar. Todos os participantes devem ter direito à palavra
para enriquecer o diagnóstico dos problemas, suas causas e
soluções.
ANÁLISE O resultado final deve levar a um consenso da equipe em
relação às intervenções necessárias no processo de ensino-
aprendizagem considerando as áreas afetiva, cognitiva e
psicomotora dos alunos.
COMO UTILIZAR
AS INFORMAÇÕES
O professor deverá usar essas reuniões como ferramenta de
auto-análise. A equipe deve prever mudanças tanto na prática
diária de cada docente como também no currículo e na
dinâmica escolar, sempre que necessário.
89
4.22.4 APMF
É um órgão de representação dos Pais, Mestres e funcionários do
estabelecimento de Ensino, com o objetivo de discutir, no seu âmbito de ação, sobre
ações de assistência ao educando, de aprimoramento de ensino e integração família-
escola comunidade, enviando sugestões, em consonância com a proposta pedagógica
para a apreciação do Conselho Escolar e equipe Pedagógico-administrativa.
4.23 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
4.23.1 PRÁTICA TRANSFORMADORA – PEDAGOGIA PROGRESSISTA
Se a educação não transforma sozinha a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, não temos outro caminho senão viver plenamente nossa opção. Encarná-la, diminuindo assim distância entre o que dizemos e o que fazemos (Paulo Freire).
As tendências pedagógicas originam-se de movimentos sociais e filosóficos,
num dado momento histórico, que acabem por promover a junção das práticas didático-
pedagógicas, com os desejos, as aspirações da sociedade de forma a favorecer o
conhecimento, sem, contudo querer ser uma verdade única e absoluta. Seu
conhecimento é importante para o professor que deseja construir sua prática.
É a partir desses conhecimentos que podemos propor mudanças que propiciem
o desenvolvimento do fazer, representar e exprimir. Diante disso, o professor provocar
desequilíbrios e através de situações desafiadoras construir sua prática embasada em
uma delas, pois são elementos norteadores e não receitas prontas.
A Pedagogia progressista é a mais que se adapta a nossa escola, já que
reproduz o sistema e as desigualdades sociais, enfatiza as relações interpessoais e do
crescimento que delas resulta, é centrada no desenvolvimento da personalidade da
pessoa, em seus processos de construção e organização pessoal da realidade e em
sua capacidade de atuar como pessoa integrada.
90
Diante disso, nossa escola trabalha a linha crítica, pois serve os interesses dos
alunos e garante a eles um bom ensino, isto é, a apropriação de conteúdos básicos que
tenham ressonância em suas vidas, e que não basta que sejam ensinados, ainda que
bem ensinados, é preciso que se ligue, de forma indissociável, a sua significação
humana, social e cultural.
Nesta perspectiva, trabalhar a pedagogia progressista é valorizar o aluno como
sujeito da história, é valorizar e respeitar a individualidade de cada aluno, privilegiar a
aquisição do saber, do saber vinculado às realidades sociais e da educação
comprometida com os problemas da comunidade. Portanto, não partem de um saber
artificial, mas de uma relação direta com a vida social do aluno, vale dizer: ponto de
partida e chegada da educação.
Acreditar numa sociedade mais justa, mais humana e mais igualitária significa
estar inserido na luta pela superação da relação opressor-oprimido, luta esta que, por
uma questão de princípio, ninguém pode estar fora. Acreditar na transformação do
mundo pelos caminhos Freireanos da comunhão, do diálogo amoroso, da
conscientização e da libertação é acreditar na capacidade de todos os seres humanos
alimentarem juntos os ideais utópicos das mudanças, no qual a inclusão é, nos nossos
dias um dos maiores de todos os sonhos: uma realidade em que opressores e
oprimidos se façam de fato livres dos elos aprisionados do preconceito, da
discriminação e da injustiça.
4.24 INCLUSÃO E DIVERSIDADE
A sociedade brasileira tem vivido transformação nos diversos campos. Isto afeta
a relação sociedade e escola. A sociedade é feita pelos sujeitos que compõem e
também os sujeitos são socialmente elaborados.
O ser humano é processo e produto das relações sociais: historicamente a
sociedade se identifica com os processos humanos que transformam os modos de
pensar, agir, sentir e ser. E nesse processo temos toda uma história de vários povos
91
que tiveram a negação dos direitos, que foi passada de geração a geração, fruto de um
longo período de escravidão, forjando toda uma cultura.
Pensar inclusão e diversidade é também pensar a escola e a educação básica
como ferramenta de transformação.
Exige-se da escola rever o seu papel e assegurar as crianças e jovens a
ampliarem seus horizontes e saberes para o exercício de uma cidadania. A escola tem
o papel de assegurar o conhecimento superando a distribuição desigual do saber e do
acesso à cultura.
A Educação Básica precisa enfrentar o desafio que é trabalhar a inclusão e a
diversidade. Precisamos de ações afirmativas, um caminho para a construção da tão
almejada igualdade. Através de conhecermos os direitos e ações já em movimento.
É fundamental que os temas não devem ser esquecidos pelo currículo escolar,
chamando atenção para o fato de que a maioria dos estudantes de escolas públicas é
afro-brasileira, mas não se vê representada no material didático trabalhado nas escolas.
A formação das identidades depende dos processos de socialização e de ensino
e aprendizagem que ocorrem de acordo com as características físicas, cognitivas,
afetivas, sexuais, culturais e étnicas dos envolvidos nos processos educativos.
Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na escola é
aceitarmos que os agentes que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e
culturas diferentes e nenhum de nós tem o monopólio da verdade, da inteligência e da
beleza. Daí a necessidade de negociações permanentes para que todos façam
concessões, e todos tenham ao menos parte dos seus interesses e valores
contemplados no espaço público da escola.
Ao tratar diversidade humana na escola, podemos ter como parâmetro a
necessidade de reconhecimento que caracteriza os seres humanos.
Para interpretarmos quem somos como coletividade, ou quem sou como
indivíduo, dependemos do reconhecimento que nos é dado pelos outros. “Ninguém
pode edificar a sua própria independentemente das identificações que os outros fazem
dele”, nos ensina Habermas (1983: 22).
É comum lermos ou ouvirmos dos intelectuais afirmações do tipo “estamos
vivendo uma crise de paradigmas”, “um novo paradigma de conhecimento está
92
surgindo”, “os paradigmas atuais estabelecem novos marcos de compreensão das
pessoas e do mundo”, entre outras profecias interessantes.
A crise de identidade que se origina nesse processo faz com que toda “norma”, ou
tendência à normalização ou homogeneização sejam questionadas, repudiadas e
banidas das práticas sociais.
A visão que norteia debates nos inúmeros segmentos sociais, é que são as
diferenças que constituem os seres humanos. Os sujeitos têm suas identidades
determinadas pelo contexto social e histórico em que sua existência é produzida. A vida
em sociedade pressupõe o reconhecimento das multiculturas, advindas da acelerada
tecnologização e das complexas transformações nos modos de produção social que
fazem surgir novas formas de acúmulo do capital e distribuição de renda.
No que se refere à educação, a tradução desse direito compreende a construção
de um espaço dialógico no quais as diferenças se complementam, e não sejam fatores
de exclusão, e os currículos tornem-se abertos e flexíveis, oportunizando a reflexão
crítica sobre a história das minorias, dos estigmatizados, dos colonizados, dos
dominados.
4.24.1 INCLUSÃO ESCOLAR
A pessoa com deficiência nem sempre foi valorizada e respeitada pelos seus
diferentes, por muito tempo representou segmento totalmente ignorado, sendo,
portanto, vítima de abandono rejeição, maus-tratos e até mutilações. Foi a partir do
século x que começou a ter uma melhor aceitação do deficiente, momento em que se
iniciou a sua desinstitucionalização e educação escolar. Até este período eram
segregados e praticamente privados de convívio social. Entretanto, verifica-se que as
conquistas ainda foram poucas, pois o preconceito, a ignorância e a discriminação
ainda são muito fortes em relação ao deficiente e a deficiência.
Pode-se afirmar que mesmo depois de muitas discussões em torno da inclusão
social, continua o deficiente sofrendo pelo estigma e pelo preconceito de sua diferença.
Existe todo um discurso pró à inclusão em vários segmentos da sociedade, dentre os
quais no ambiente escolar. A inclusão no contexto escolar é algo que vem se
93
efetivando, mesmo que a duras penas, buscando superar toda uma história de
isolamento, discriminação e preconceito.
A ideia de integração de alunos deficientes mentais na escola de ensino regular
tem como objetivo primordial promover a integração social e constitui numa meta cada
vez mais presente nos diferentes sistemas educacionais. Atender a esse objetivo
requer o desprendimento das atitudes tradicionais que sustentam o sistema escolar.
Isto porque a característica mais marcante na abordagem de um ensino tradicional
consiste em reduzir as oportunidades oferecidas aos alunos.
Assim sendo, o currículo mostra-se limitado e não proporciona uma interação
nas relações que se estabelecem entre professores-aluno e alunos-alunos.
Segundo D’Antino ( 1997,p.102):
[..].na educação ainda se reflete a ideologia político-social de qualquer sociedade, há de se tentar compreender a educação especial que hoje temos de conformidade com a sociedade em que vivemos. Sociedade essa que atende a excluir as minorias e delas esperar sempre muito pouco.(...) sabe-se que a idéia de isolar e segregar está presente em muitos que pensam na educação dos portadores de deficiência mental, por considerar que a sua plena integração social jamais se consolidará numa sociedade competitiva que preconiza o desempenho, a produtividade, o vigor a beleza, etc.
É necessário que o sistema assuma os objetivos da educação com relevância e
desperte no aluno o desejo de desenvolver sua auto-estima. A escola deve fazer
intervenções e oferecer desafios adequados ao aluno deficiente, além de valorizar suas
habilidades, trabalhar sua potencialidade intelectual, reduzir as limitações provocadas
pela deficiência, apoiar as inserções familiares, escolares e sociais, bem como prepará-
lo para uma adequada formação profissional, almejando seu desenvolvimento integral.
Osório (199, p.9) Sinaliza que “a integração não é só do portador de deficiência, mas de
todas as crianças da escola. Ela tem duas mãos, e não apenas o sentido de adaptação
dos alunos com necessidades especiais”.
Os estudos de Sassaki (1997, p.34-35)) revelam que a integração social ocorre
pelas seguintes formas:
Pela inserção pura e simples daquelas pessoas com deficiência que conseguiram ou conseguem, por méritos pessoais e profissionais próprios, utilizar os espaços físicos e sociais, bem como seus programas e serviços, sem
94
nenhuma modificação por parte da sociedade, ou seja, da escola comum, da empresa comum, do clube comum, etc. Pela inserção daqueles portadores de deficiência que necessitavam ou necessitam de alguma adaptação específica no espaço físico comum ou no procedimento da atividade comum a fim de poderem, só então, estudar, trabalhar, ter lazer, enfim, conviver com pessoas não-deficientes. Pela inserção de pessoas com deficiência em ambientes separados dentro dos sistemas gerais. Por exemplo: escola especial junto com à comunidade; classe especial numa escola comum; setor separado dentro de uma empresa comum; horário exclusivo para pessoas deficientes num clube comum etc. Esta forma de integração, mesmo com todos os méritos, não deixa de ser segregativa.”
A verdadeira inclusão deverá ter como alicerce um processo de construção de
consensos (valores, políticas e princípios) provenientes de uma reflexão coletiva sobre
o que é a escola, quais as suas funções, os seus problemas e a maneira de solucioná-
los. Deve-se buscar uma reflexão orientada para o diagnóstico e para a ação, e isso
não se limita ao atendimento dos princípios normativos legais que justificam a inclusão.
É preciso, como sublinhamos anteriormente, adotar a concepção de homem que traça
as ações e orienta as formas para pensar na própria integração.
Apoiados neste referencial poderemos atingir a globalidade da organização
escolar. Se não for assim, estaremos na presença de um processo de inclusão
individual, reforçando sobremaneira o paradigma da integração norteado pelo princípio
de normalização, isto é, estaremos desenvolvendo as habilidades em ambientes
segregados (escola especial e/ou classe especial). Conclui-se que os valores, os
princípios e as políticas devem priorizar tais fatores para fomentar o princípio da
inclusão. Isso significa que cada comunidade, para gerar o processo de inclusão,
deverá ter liderança forte e mediadora, bem como estabelecer e impulsionar os valores,
a cultura e os princípios do processo de inclusão.
4.24.2 O ALUNO COM PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM NÃO DEVE SER
CONFUNDIDO COM O ALUNO DEFICIENTE MENTAL
“Um grande homem demonstra sua grandeza pela forma como trata os
pequenos” (CARLYLE).
Num grupo heterogêneo de crianças, algumas podem apresentar problemas de
aprendizagem, o que não significa que elas se enquadrem, necessariamente, no grupo
95
de crianças excepcionais. Para essas crianças, a expectativa da aprendizagem se dá
em longo prazo.
Acredita-se que esses problemas que atingem esse grupo são causados por
fatores genéticos ou bioquímicos, pela má nutrição, por lesão cerebral ou por privação
ambiental.
Distúrbios nas áreas do conhecimento – incluem problemas de visão, audição
lateralidade e imagem corporal, a partir dos quais o aluno terá dificuldade para ler,
soletrar, na matemática e na escrita.
Distúrbios de aprendizagem relativos ao desenvolvimento - são os problemas de
aprendizagem, precisa, em primeiro lugar, tratá-lo com carinho e fazer um trabalho
paciente que envolva três aspectos: a observação, o contato com a família e suas
próprias atitudes frente ao problema apresentado.
Atender o aluno com aprendizagem lenta é uma tarefa desafiadora para o ajuste
e a adaptação dele na escola.
Para tanto, o seu plano de ensino deve contar com algumas características
básicas:
Maior necessidade de usar experiências concretas para aprender;
Maior necessidade de elogio individual ou em grupo;
Maior necessidade de atenção individual;
Menor aptidão para trabalhar com abstrações;
Menor aptidão para transferir a aprendizagem;
Maior necessidade de estímulos e motivação para a aprendizagem;
Menor aptidão para concentrar-se.
Para realmente auxiliar o aluno de aprendizagem lenta, você, professor, deve observar
os seguintes princípios:
Aceitar o seu ritmo;
Apresentar sugestões positivas;
Dar-lhe segurança, deixando-o perceber por palavras e ações que pode estar
confiante;
Encorajá-lo, não sendo crítico em demasia;
96
Lembrar-se de que ele tem mais semelhanças que diferenças com seus
companheiros que aprendem mais depressa.
4.24.3 ADAPTAÇÕES CURRICULARES
As adaptações curriculares para a educação especial visam promover o
desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos que apresentam necessidades
educacionais especiais.
A escola diversifica e flexibiliza o processo de ensino aprendizagem de modo
a atender às diferenças individuais dos alunos, priorizando recursos e meios favoráveis,
adotando currículos abertos e propostas curriculares diversificadas, flexibilizando
quanto a organização e ao funcionamento da escola, atendendo a demanda dos
alunos.
Os critérios de adaptação curricular são indicadores do que os alunos devem
aprender, de como e quando aprender, das distintas formas de organização do ensino e
de avaliação da aprendizagem com ênfase na necessidade de previsão de recursos e
apoio adequados.
4.25 FORMAÇÃO CONTINUADA
Há algumas décadas, acreditava-se que, quando terminada a graduação, o
profissional estaria apto para atuar na sua área o resto da vida. Hoje a realidade é
diferente, principalmente para o profissional docente. Este deve estar consciente de que
sua formação é permanente, e é integrada no seu dia-a-dia nas escolas.
O professor não deve se abster de estudar, o prazer pelo estudo e a leitura deve
ser evidente, se não irá conseguir passar esse gosto para seus alunos ” o professor
que não aprende com prazer não ensinará com prazer.” Snyders. (1990)
São grandes os desafios que o profissional docente enfrenta, mas manter-se
atualizado e desenvolver práticas pedagógicas eficientes, são as principais.
97
Nóvoa (2002, p.23) diz que: “O aprender contínuo é essencial se concentra em
dois pilares: a própria pessoa, como gente, e a escola, como lugar de crescimento
profissional permanente.” Para este estudioso português, a formação continuada se dá
de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão como instrumentos
contínuos de análise.
Estudos apontam que existe a necessidade de que o professor seja capaz de
refletir sobre sua prática e direcioná-lo segundo a realidade em que atua, voltada aos
interesses e às necessidades dos alunos.
Nesse sentido, Freire, (1996, p.43) afirma que: “é pensando criticamente a
prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática”.
Donald Schon, foi idealizador do conceito de Professor prático-reflexivo,
percebeu que em várias profissões, não apenas na prática docente, existem situações
conflitantes, desafiantes, que a aplicação de técnicas convencionais, simplesmente não
resolve problemas.
Não se trata aqui de abandonar a utilização da técnica na prática docente, mas
haverá momentos em que o professor estará em situações conflitantes e ele não terá
como guiar-se somente por critérios técnicos pré-estabelecidos.
Para Nóvoa (1997, p.27):
As situações conflitantes que os professores são obrigados a enfrentar( e resolver) apresentam características únicas, exigindo portanto características únicas: o profissional competente possui capacidade de auto desenvolvimento reflexivo (...) A lógica da racionalidade técnica opõe-se sempre ao desenvolvimento de uma práxis reflexiva.
Os bons profissionais lançam mão de uma série de estratégias não planejadas,
cheias de criatividade, para resolver problemas no dia-dia.
Schon identifica nos bons profissionais uma combinação de ciência, técnica e
arte. É esta dinâmica que possibilita o p o professor agir em contextos instáveis como o
da sala de aula. O processo é essencialmente meta cognitivo, onde o professor dialoga
com a realidade que lhe fala, em reflexão permanente.
Ora, para maior mobilização do conceito de reflexão na formação de professores
é necessário criar condições de trabalho em equipe entre os professores. Sendo assim,
isso sugere que a escola deve criar espaço para esse crescimento.
98
Nesse sentido, Schon (1997, p.87) diz que:
(...) Nessa perspectiva o desenvolvimento de uma prática reflexiva eficaz tem que integrar o contexto institucional. O professor tem de se tornar um navegador atendendo à burocracia. E os responsáveis escolares que queiram encorajar os professores a tornarem-se profissionais reflexivos devem criar espaços de liberdade tranqüila onde a reflexão seja possível. Estes são os dois lados da questão - aprender a ouvir a fazer da escola um lugar no qual seja possível ouvir os alunos devem ser olhados como inseparáveis.”
A proposta prático-reflexiva propõe-se a levar em conta esta série de variáveis
do processo didático, seja aproveitando, seja buscando um processo de meta cognição,
onde o professor perceba os efeitos de sua atuação na aprendizagem de seus alunos.
A formação oportuniza o professor não só o saber em sala de aula. Ele precisa
conhecer as questões educação, as diversas práticas analisadas na perspectiva
histórico e sociocultural. E ainda, precisa conhecer o desenvolvimento do seu aluno nos
seus múltiplos aspectos: afetivo, cognitivo, e social, bem como refletir criticamente
sobre seu papel diante de seus alunos e da sociedade.
Munido desses saberes elementares, os frutos serão colhidos no ambiente de
sala de aula ou fora dele.
4.26 INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS
A escola como uma instituição educacional não só acompanhará os seus atuais
alunos como também tentará acompanhar os egressos através de correspondências
pessoais e às instituições onde estiverem estudando e também em reuniões anuais de
confraternização. É importante esse contato, pois esses alunos representam a escola
onde estiverem.
4.26.1 PROGRAMA DE COMBATE AO ABANDONO ESCOLAR
99
Com base nas diretrizes da Secretaria de Estado da Educação do Paraná –
SEED, que contemplam a articulação, integração e conscientização de todos os
envolvidos no processo de ensino da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, a
Coordenação de Gestão Escolar com o apoio do Ministério Público do Estado do
Paraná e da Associação dos Conselhos Tutelares, atendendo ao disposto no Termo de
Convênio de Cooperação Técnica celebrado em 21/11/2012, apresenta o Caderno de
Orientações do Programa de Combate ao Abandono Escolar no Paraná. As ações
previstas neste documento visam contemplar roteiro técnico de atuação e modelo de
notificação obrigatória de aluno ausente, visando assegurar a permanência e o sucesso
da aprendizagem dos estudantes matriculados nas escolas públicas do Paraná. Os
agentes do Programa são: professor, equipe pedagógica e diretor, orientando e
adotando procedimentos que possibilitem o retorno do aluno.
Sendo assim, o Programa de Combate ao Abandono Escolar no Paraná contará
com o envolvimento de estudantes, funcionários, professores, equipes pedagógicas e
diretivas e também todas as instâncias colegiadas da comunidade escolar: Associação
de Pais, Mestres e Funcionários - APMF, Conselho Escolar, Conselho de Classe,
Grêmio Estudantil e da Rede de Proteção Social da Criança e do Adolescente existente
no município. Todos concentrando esforços para identificar e resgatar os (as)
estudantes com faltas seguidas e injustificadas.
Esgotadas as possibilidades internas de reinserção do (a) estudante
infrequente, a escola deve acionar diretamente a Rede de Proteção dos Direitos da
Criança e do Adolescente, da qual também é integrante, para que outras ações
destinadas a promover o retorno do(a) estudante à escola sejam desencadeadas, a
partir da análise das peculiaridades de cada caso.
4.26.2 ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instaurado pela lei 8.069,
estabelece que é dever do Estado, da família e da sociedade garantir o direito de
crianças e adolescentes à liberdade, à dignidade, à convivência familiar e comunitária,
100
à saúde, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à profissionalização e à proteção
do trabalho. Além disso, prevê a proteção contra qualquer forma de exploração,
discriminação, violência e opressão.
Sendo que se encontra disposto na Lei Nº 11.525, de 25 de setembro de 2007,
que Acrescenta o § 5o ao art. 32 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do ensino
fundamental:
“§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate
dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei 8.069, de 13 de
julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a
produção e distribuição de material didático adequado.”
4.27 PRÁTICAS AVALIATIVAS
4.27.1 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA ESCOLA
Toda e qualquer sociedade avalia sistematicamente cada um dos seus membros.
A dinâmica das inter-relações sociais exige do indivíduo demonstração da sua
competência. O caráter competitivo, seletivo e até discriminatório parece inerente à
avaliação.
Será que este “determinismo cultural” se aplica à escola? Ou a avaliação
educacional tem que se reger por outros parâmetros?
Também na escola a avaliação é o ponto nevrálgico. Através dela se apura a
validade e a eficiência das teorias, dos recursos e das práticas pedagógicas. A
qualidade da avaliação revela a qualidade da escola.
Numa perspectiva progressista, a pedagogia baseada na ação do aluno será,
necessariamente, produtiva. Segundo seus fundamentos epistemológicos e princípios
pedagógicos, todo o aluno desenvolve trabalho, pesquisa, produção, visando obter
resultados.
101
Conceber uma escola desvinculada do sistema produtivo é simplesmente castrá-
la. Aliás, preconizar uma educação crítica e transformadora sem que se vise à
preparação à capacitação para o trabalho e para a vida social é demagogia ideológica.
Não se trata de confundir a escola com a fábrica ou com o escritório, mas
entender que sem a produtividade do aluno fica difícil justificar a própria existência da
avaliação. Avaliar o quê?
E se os resultados do trabalho escolar forem errados? Aqui está o diferencial: é
uma avaliação de e para a aprendizagem. Ela tem sua própria racionalidade que não é
mais condenar ou reprimir o aluno. Isto é um pernicioso absurdo antieducativo.
Na atualidade, a dúvida e o próprio erro estão sendo vistos sob uma nova
perspectiva. Eles são variáveis inerentes ao processo da construção do conhecimento,
tendo mais uma conotação de “hipóteses”, “experimentação” do que de “conclusão”. Só
erra quem faz. E na aquisição do conhecimento, o erro não é estigma da ignorância do
aluno, mas pista científica para o professor.
Nesse sentido, todas as conclusões do aluno têm valor. Se elas não estiverem
de acordo com o saber científico, deve-se aproveitar esta oportunidade para avançar e
incentivar novas descobertas. Em hipótese alguma se trata de aplaudir o erro, mas
inteligentemente se aproveitar dele para superá-lo. Pedagogicamente, avaliar é dar
valor, valorizar, objetivando o aperfeiçoamento da capacidade criativa e construtora.
Esta nova perspectiva faz verdadeiros milagres na escola.
Se os resultados esperados não forem satisfatórios, há que se rever o
planejamento, o processo produtivo e o desempenho de todas as pessoas envolvidas e
não simplesmente condenar o aluno.
No enfoque escola, professores e alunos devem ser avaliados não apenas pelo
volume de informações adquiridas, mas, sobretudo, pelo desenvolvimento da
capacidade de produzir conhecimento. Avaliação consistente é aquela que considera a
capacidade de observar e interpretar situações dadas, realizar comparações,
estabelecer relações, proceder a registros e criar novas soluções através das mais
diversas linguagens.
102
O acompanhamento e a reorganização do processo de ensino e aprendizagem
na escola incluem uma avaliação inicial, para o planejamento do professor e uma
avaliação ao final de uma etapa de trabalho.
Considerando essas preocupações, o professor realiza a avaliação por meio de:
Observação sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem dos
alunos, utilizando alguns instrumentos, como registro em tabelas, listas de controle,
diário de classe e outros;
Análise das produções dos alunos: considerar a variedade de produções
realizadas pelos alunos, para que se possa ter um quadro real das aprendizagens
conquistadas. Por exemplo: se a avaliação se dá sobre a competência dos alunos na
produção de textos, deve-se considerar a totalidade dessa produção, que envolve
desde os primeiros registros escritos, no caderno de lição, até os registros das
atividades de outras áreas e das atividades realizadas especificamente para esse
aprendizado, além do texto produzido pelo aluno para os fins específicos desta
avaliação;
Atividades específicas para a avaliação: os alunos devem ter objetividade ao
expor sobre um tema, ao responder um questionário. Para isso, é importante, em
primeiro lugar, garantir que sejam semelhantes às situações de aprendizagem
comumente realizadas em sala de aula; em segundo lugar, deixar claro para os alunos
o que se pretende avaliar, pois inevitavelmente, estarão mais atentos a esses aspectos.
A avaliação, apesar da responsabilidade do professor, não deve ser considerada
função exclusiva dele. Delegá-la aos alunos, em determinados momentos, é uma
condição didática necessária para que construam instrumentos de auto regulação para
as diferentes aprendizagens. A auto avaliação é uma situação de aprendizagem em
que o aluno desenvolve estratégias de análise e interpretação de suas produções e dos
diferentes procedimentos para se avaliar. Além de esse aprendizado ser, em si,
importante, porque é central para a construção da autonomia dos alunos, cumpre o
papel de contribuir com a objetividade desejada na avaliação, uma vez que esta só
poderá ser construída com a coordenação dos diferentes pontos de vista tanto do aluno
quanto do professor.
103
Tão importante quanto “o que” e “como” avaliar as decisões pedagógicas
decorrentes dos resultados da avaliação; elas orientam a reorganização da prática
educativa do professor no seu dia-a-dia e ações como o acompanhamento
individualizado feito pelo professor fora da classe, a constituição de grupos de apoio, as
lições extras, dentre outras que cada escola pode criar, incluindo a solicitação de
profissionais externos à escola para debate sobre questões emergentes ao trabalho.
É importante ressaltar que a não realização das aprendizagens esperadas,
muitas vezes não é problema do aluno, mas tem suas origens em problemas do próprio
sistema educacional, que precisam ser identificados e solucionados.
Os critérios de avaliação explicitam as expectativas de aprendizagem,
considerando objetivos e conteúdos propostos para a área e para o ciclo, a organização
lógica e interna dos conteúdos, as particularidades de cada momento da escolaridade e
as possibilidades de aprendizagem decorrentes de cada etapa do desenvolvimento
cognitivo, afetivo e social em uma determinada situação, na qual os alunos tenham
condições de desenvolvimento do ponto de vista pessoal e social.
Os critérios de avaliação apontam as experiências educativas a que os alunos
devem ter acesso e que são consideradas essenciais para o seu desenvolvimento e
socialização. Nesse sentido, eles devem refletir de forma equilibrada os diferentes tipos
de capacidade e as três dimensões de conteúdos (conceitos, procedimentos e
atitudes), e servir para encaminhar a programação e as atividades de ensino e
aprendizagem.
4.27.2 OPERACIONALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO
Para cumprir a finalidade de introduzir melhorias no processo avaliativo, o
professor deve pensar para além dos instrumentos e seus resultados. É necessário que
se apoie em uma intenção educacional que dê sentido à coleta de informações sobre o
aluno, pois a intencionalidade do professor é um dos elementos que mais influencia na
realização de mudanças significativas na prática da avaliação.
104
Na avaliação da aprendizagem, os critérios são princípios que servirão de base
para o julgamento da qualidade dos desempenhos, compreendidos não apenas como
execução de uma tarefa, mas como mobilização de uma série de atributos que para ele
convergem.
A avaliação será resultado da soma dos valores atribuídos a cada avaliação.
Sendo realizada através de:
Cobrança de conteúdos
Trabalhos, pesquisas e testes avaliando assim a criatividade;
Avaliações escritas e orais sobre os conteúdos do trimestre;
Observação quanto a participação e aproveitamento do aluno nas aulas.
A avaliação seguirá rigorosamente a sequência do ensino/ aprendizagem como
orientação do currículo.
Os resultados obtidos durante o período letivo definirão a aprovação do aluno.
Os resultados obtidos na avaliação serão expressos em notas de 0,0 à 10,0
(zero à dez).
O aluno terá a oportunidade de passar por no mínimo 2 (duas) avaliações no
trimestre em cada disciplina.
As notas serão registradas em documentos próprios assegurando a regularidade
e a autenticidade da vida escolar do educando.
A comunicação dos resultados da avaliação será feita através de boletins
escolares.
A média mínima exigida por disciplina, para aprovação final é 6,0 (seis).
Serão adotados por este estabelecimento de ensino os critérios de avaliação
trimestrais, sendo avaliados os conteúdos estudados no respectivo trimestre.
O professor terá como auxílio o Conselho de classe nos casos em que sentir
dificuldades na aprendizagem do educando.
Para o cálculo da média anual das avaliações obtidas pelo educando durante o
período letivo, será usada a média aritmética simples das médias obtidas nos
três trimestres.
A avaliação deve buscar a comprovação da aprendizagem do aluno, mas,
sobretudo o porquê dessa aprendizagem não ter sido realizada. Um instrumento não
105
faz milagres; ele fornece elementos para análise e interpretação dos resultados, mas
precisa ser usado em nome de uma avaliação que, além do julgamento sobre o aluno,
interfira na realidade educacional, transformando-a para melhor. Uma avaliação que
permita:
Situar o aluno no grupo, completando os procedimentos que utilizam a média,
que, sozinha, pode ser enganosa.
Reconhecer o avanço do aluno e definir onde começar no ano seguinte.
Planejar ações de aceleração, recuperação e apoio pedagógico.
Analisar criticamente o trabalho do professor e identificar ajustes ou reparos a
serem feitos no trabalho da escola e da sala de aula.
A avaliação da aprendizagem das atividades do Tempo Integral será realizada da
mesma forma acima citada.
4.27.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS/PARALELA
A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível de
apropriação dos conhecimentos básicos.
A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante ao
processo ensino e aprendizagem.
A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de
procedimentos didático-metodológicos diversificados.
A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de estudos e os
conteúdos da disciplina.
A avaliação da aprendizagem terá registros de notas expressos em uma escala
de 0 (zero) a 10,0 (dez) e prevalecerá a maior nota obtida pelo aluno.
Os resultados das avaliações dos alunos serão registrados em documentos
próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade de sua vida
escolar.
106
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento
escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.
4.28 CLASSIFICAÇÃO
A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o
estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos
compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquiridos por meios formais
ou informais, podendo ser realizada:
por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase
anterior, na própria escola;
por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do
exterior, considerando a classificação da escola de origem;
independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para
posicionar o aluno na série, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu grau de
desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.
A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige as
seguintes ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos
profissionais:
organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da escola para
efetivar o processo;
proceder a avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou equipe
pedagógica;
comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, para
obter o respectivo consentimento;
arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;
registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.
O aluno, após o processo de classificação nas disciplinas do Ensino
Fundamental e Ensino Médio, de acordo com o percentual de carga horária avançada,
terá as seguintes quantidades de registros de notas:
107
I – Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e Literatura, o aluno
classificado com:
a) 25%, deverá ter 04 (quatro) registros de notas;
b) 50%, deverá ter 03 (três) registros de notas;
c) 75%, deverá ter 02 (dois) registros de notas;
d) 100%, no Ensino Fundamental - Fase II, concluirá a disciplina.
II – Geografia, História, Ciências Naturais, Língua Estrangeira Moderna,
Química, Física e Biologia, o aluno classificado com:
a) 25%, deverá ter 03 (três) registros de notas;
b) 50%, deverá ter 02 (dois) registros de notas;
c) 75%, deverá ter 01 (um) registro de notas;
d) 100%, no Ensino Fundamental - Fase II, concluirá a disciplina.
III – Artes, Arte, Filosofia, Sociologia, Educação Física, o aluno classificado com:
a) 25%, deverá ter 02 (dois) registros de notas;
b) 50%, deverá ter 01 (um) registro de notas;
c) 75%, deverá ter 01 (um) registro de notas;
d) 100%, no Ensino Fundamental - Fase II, concluirá a disciplina.
4.29 RECLASSIFICAÇÃO
A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o
grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano, levando
em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de estudos
compatível com sua experiência e desenvolvimento, independentemente do que
registre o seu Histórico Escolar.
Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na
aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com freqüência na série/disciplina,
dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma possa iniciar o processo de
reclassificação.
108
Os alunos, quando maior, ou seus responsáveis poderão solicitar aceleração de
estudos através do processo de reclassificação, facultando à escola aprová-lo ou não.
A equipe pedagógica comunicará, com a devida antecedência, ao aluno e/ou
seus responsáveis, os procedimentos próprios do processo a ser iniciado, a fim de obter
o devido consentimento.
A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, assessorada pela equipe
do Núcleo Regional de Educação, instituirá Comissão, conforme orientações emanadas
da SEED, a fim de discutir as evidências e documentos que comprovem a necessidade
da reclassificação.
Cabe à Comissão elaborar relatório dos assuntos tratados nas reuniões,
anexando os documentos que registrem os procedimentos avaliativos realizados, para
que sejam arquivados na Pasta Individual do aluno.
O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe pedagógica, durante
dois anos, quanto aos seus resultados de aprendizagem.
O resultado do processo de reclassificação será registrado em Ata e integrará a
Pasta Individual do aluno.
O resultado final do processo de reclassificação realizado pelo estabelecimento
de ensino será registrado no Relatório Final, a ser encaminhado à SEED.
A reclassificação é vedada para a etapa inferior à anteriormente cursada.
4.30 PLANO PERSONALIZADO DE ATENDIMENTO (PPA)
Havendo alunos com distorção idade/série maior que dois anos a escola
poderá realizar o Plano Personalizado de Atendimento Distorção Idade/Série, que prevê
antes do processo de Reclassificação, a organização de estudos independentes aos
alunos inseridos no plano, de acordo com a Instrução 08/2012.
4.31 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
109
Os desafios educacionais sociais contemporâneos - Prevenção ao Uso de
Drogas, Enfrentamento à Violência nas Escolas, História e Cultura Afro Brasileira,
Africana e indígena, Educação Ambiental, Sexualidade, Educação para o Trânsito,
Educação Fiscal e Educação para o Envelhecimento Digno e Saudável: Uma questão
Curricular - serão trabalhados durante todo o ano, devido sua importância e
necessidade, dando prosseguimento a caminhada a fim de atender as reais
necessidades da escola e o desenvolvimento global do aluno, oportunizando
desenvolver o senso de participação, respeito, direitos, autonomia, para assim alcançar
a formação de um cidadão conhecedor e capaz.
Os temas precisam perpassar todas às disciplinas, o tempo todo. Assim, ao
abordar os temas, o professor oportuniza aos alunos refletirem para que possam
construir conceitos, em vez de apenas coletar informações, ou seja, é preciso, antes da
ação, uma reflexão profunda. Trata-se de um trabalho contínuo, que não depende
apenas do planejamento de cada disciplina, mas, podem ser trabalhados pelo coletivo
da escola em projetos interdisciplinares.
4.31.1 PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS
A sociedade em geral e de modo especial à escola, tem sido chamada a se
posicionar frente ao aumento crescente da experimentação e do consumo de
substâncias psicoativas, destacadamente por educandos em idade produtiva.
No Estado do Paraná foi criada a Lei Nº 11.273 de 21 de dezembro de 1995,
criando a obrigatoriedade da realização de palestras sobre drogas tóxicas e
entorpecentes em geral, nas atividades das escolas da rede pública estadual do
Paraná. Para que se possa afastar dos paradigmas usuais da justiça e da saúde, que
normalmente tem tratado da questão e se avançar para uma questão educacional do
problema, tem-se como meta a prevenção e a valorização da vida.
Observando-se a necessidade de apoio e informação, desenvolve-se dentro da
escola trabalhos com a prevenção ao uso indevido de drogas devem mostrar que a vida
sempre terá momentos de transtornos, porém, se o indivíduo estiver íntegro, a chance
110
de vencer os obstáculos será grande. Do contrário, aqueles que se drogam, além de
não conseguirem superar os obstáculos, ainda buscam novos problemas, pois haverá
deteriorização da mente e corpo, problemas sociais e de convivência na família e na
sociedade.
Devem-se educar as novas gerações sobre o perigo das drogas psicotrópicas
fornecendo bases e orientações, dando condições ao homem de viver a sua realidade.
Portanto, prevenção ao uso de substâncias químicas, na adolescência, é muito
mais um processo de se trabalhar a autoestima positiva, abrindo um caminho para a
valorização pessoal, ajudando os adolescentes e jovens a perceberem que eles podem
ser felizes sem drogas.
4.31.2 ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
A sociedade convive com diversidades étnicas, cultural, religiosa, econômica,
valores sociais, o que pode gerar conflitos entre os indivíduos. A falta de tolerância e
respeito a essas diversidades também se fazem presente na escola e na comunidade
escolar. Para Bourdieu e Passeron, a verdadeira violência da escola é “primeiramente a
violência simbólica, invisível, que mascara uma dominação social e naturaliza o viés da
suposta insuficiência do “mau aluno”, que é um desajustado à ordem dominante,
reforçado pela escola (apud Debardieux, 200, p.400)
A escola deve conscientizar e trabalhar para a cultura da paz e respeito à
individualidade, transformando o poder da força em poder de conhecimento e
discernimento para a construção de uma sociedade justa e igualitária, onde o diálogo
se faz necessário no processo educacional e social.
4.31.3 HISTÓRIA E CULTURA AFRO BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA.
Ao longo da história da educação brasileira, as políticas educacionais se
caracterizam por pensar a escola como instituição destinada a homogeneizar a
111
sociedade marcada pela diversidade sociocultural uma concepção negativa que deve
ser superada.
A Educação Cultural Afro-brasileira africana e indígena passa a ser obrigatório
nas escolas através das Leis 10.639/03 e 11.645/08, sendo trabalhada em todas as
disciplinas.
Acreditamos que a diversidade enriquece a sociedade da qual fazemos parte,
dentro desse contexto, podemos afirmar que o colégio procura trabalhar de forma
democrática e transformadora, oferecendo espaços para discutirmos de forma aberta e
críticas questões das relações étnico-raciais a cultura Afro-brasileira africana e
indígena, para que os alunos percebam que vivemos ainda em um país de muitas
desigualdades sociais e que podemos educar esta e as futuras gerações para
revertermos tal quadro, através de ações concretas valorizarmos e acolhermos a cultura
afro-brasileira, o negro, o pardo e o índio para que nossos alunos possam conhecer e
valorizar a diversidade cultural.
4.31.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Educação ambiental Lei 9.795/99 A Educação Ambiental deverá contribuir para a
formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e a atuar na realidade sócio
ambiental de modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da
sociedade local e global. Desenvolvendo no aluno atitudes “ambientalmente corretas”
trabalhando na formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e
procedimentos.
4.31.5 SEXUALIDADE
A sexualidade, entendida como uma construção social, histórica e cultural,
precisa ser discutida na escola, sendo um espaço privilegiado para o tratamento
pedagógico desse desafio educacional contemporâneo.
112
O trabalho sobre sexualidade é muito importante, pois muitas vezes é na escola
que o educando espera respostas para suas indagações, bem como orientações,
porque nem sempre contam com diálogo na família sobre o assunto.
Deste modo, cabe à escola, através de discussões, palestras e outras atividades
que sirvam de base para esclarecer e orientar os educandos sobre a sexualidade,
sobre os cuidados básicos, que devem ter em relação ao sexo e sexualidade;
prevenção à gravidez precoce e indesejada, às Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DST’s), bem como a valorização do ser humano como pessoa digna, que tem
sentimentos, sendo necessário o respeito a si próprio e a pessoa do outro.
É importante que a escola trabalhe a conscientização para que o
jovem/adolescente viva com preparo emocional bem sucedido, saiba tomar as decisões
importantes e fazer sua escolha de forma consciente, com maturidade e
responsabilidade. Assim, cabe à escola levar o jovem/adolescente a preparar-se e ter
segurança e determinação diante das questões e decisões em relação à sua
sexualidade, por meio de conhecimento científico e não apenas por meio de valores e
crenças pessoais.
4.31.6 EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
Ao trazer para o interior da escola um assunto, como a educação para o trânsito,
falar sobre o modo como nos locomovemos pode estimular uma discussão a respeito
da convivência social, das condutas sociais frente às diferenças, enfim, pode tornar o
ambiente escolar um espaço de modo a oportunizar o trabalho com temáticas que
mobilizem a sociedade para um comportamento adequado, onde seja respeitado o
direito pleno de ir e vir com segurança.
Organizar um trabalho pedagógico, reflexivo-crítico, aproveitando ainda seu
próprio espaço escolar para analisar o transitar na própria comunidade escolar.
Como se dá o comportamento de cada um? Como nossas ações refletem na
vida do outro?
113
Cabe à escola realizar um trabalho contínuo e sistemático na área da educação
para o trânsito, colocando em foco as relações entre as pessoas, resgatando a prática
de valores positivos e o efetivo exercício da cidadania.
4.31.7 EDUCAÇÃO FISCAL
Diante das mudanças que ocorre em todas as áreas: econômicas, sociais
culturais, científicas, tecnológicas, institucionais e do capital humano. Há de
desenvolver no âmbito escolar um trabalho – Educação Fiscal - visando à
conscientização da sociedade quanto à função do estado de arrecadar imposto e ao
dever do cidadão contribuinte.
A Educação Fiscal tem como objetivo a compreensão enquanto inserção de
valores na sociedade, como a percepção do tributo, que assegura o desenvolvimento
econômico e social, seu conceito, sua função, sua aplicação e sua contribuição para
uma sociedade justa e eticamente responsável.
A Educação Fiscal é um trabalho de sensibilidade da sociedade para a função
socioeconômica do tributo. Nesta função, o aspecto econômico, refere-se à otimização
da receita pública, e o aspecto social, diz respeito à aplicação dos recursos em
benefício da população.
A Educação Fiscal tem escopo muito mais amplo; busca o entendimento, pelo
cidadão, da necessidade e da função social do tributo, assim como dos aspectos
relativos à administração dos recursos públicos.
Com o envolvimento do cidadão no acompanhamento da qualidade e dos gastos
públicos, estabelece-se controle social o desempenho dos administradores públicos e
asseguram-se melhores resultados sociais.
4.31.8 EDUCAÇÃO DO CAMPO
114
O entendimento do campo como um modo de vida social contribui para
autoafirmação da identidade dos povos do campo, no sentido de valorização do seu
trabalho, sua história, seu jeito de ser dos seus conhecimentos, para tanto é necessário
compreender a educação do campo como construção de um paradigma de
desenvolvimento que tenha como elemento fundamental o ser humano.
Faz-se necessário que a escola discuta, resgate o contexto da educação do
campo, no sentido de subsidiar os educadores e educandos, na valorização e
compreensão em relação à vida da “pessoa do campo” em sua função cotidiana.
4.31.9 HISTÓRIA DO PARANÁ
O Estado do Paraná é um dos estados da federação brasileira, que faz parte dos
estados mais privilegiados, por sua posição geográfica e também no que se refere à
parte física e climática, quanto ao desenvolvimento econômico, social, educacional,
vislumbrando de ótimas perspectivas para o futuro.
O ensino da História do Paraná tornou-se obrigatório a partir da criação da Lei
Nº. 13.381/01 de 18/12/2001, no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de
ensino. Os conteúdos de história do Paraná serão trabalhados de forma integrada à
História do Brasil, onde será enfocado de forma mais explícita a História do Paraná
(Paraná Colonial, Paraná Imperial, Paraná Republicano e o Paraná na atualidade).
O ensino da história do Paraná parte de uma relação crítica com o presente, o
tempo vivido, que debatido e refletido, gera questionamentos do passado, para
compreensão da relação com presente.
4.31.10 AS TECNOLOGIAS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Nos dias atuais a tecnologia está cada vez mais presente na vida de todos nós.
Apesar desse avanço, a escola sente-se impotente para acompanhar essas novidades
e dar um suporte à sua clientela de modo que a mesma esteja integrada à realidade
115
buscando informações para construir o conhecimento. Uma grande dificuldade também
está na falta de profissionais que deem suporte e auxiliem os alunos no manuseio
dessas tecnologias que estão, a cada dia, mais sofisticadas.
É de grande importância que se considere a compreensão de se inteirar das
tecnologias e tomar consciência de que as mesmas devem ser usadas seu favor,
aprender a escolher, saber selecionar e entender o peso do que se buscou avaliando-o.
Deve-se também oferecer ao aluno um direcionamento do que se quer que
pesquise, orientá-lo a interpretar as informações, pois mesmo com tantos avanços até
os meios tecnológicos possuem falhas e nem tudo o que ali se encontra é verdadeiro,
principalmente a internet, o meio mais utilizado hoje.
A escola, sendo o espaço social mais frequentado pelos alunos, deve estar
preparada para preparar os homens para o futuro, ofertando os mesmos meios
possíveis de tecnologias para não deixa-los fora dos avanços, mas acompanhá-los para
que não se comprometa a confiabilidade das informações buscadas.
As tecnologias se incorporam no dia-a-dia das escolas levando os professores a
repensarem suas praticas pedagógicas, criando assim a flexibilidade dos mesmos
quanto ao seu uso, não permitindo que se fique só no livro didático e aulas rotineiras,
mas numa diversidade de fontes de informação.
4.31.11 MÚSICA
A Lei Federal nº11. 769 que tornou obrigatório o ensino de Música começou a
ser implantada gradativamente desde agosto de 2011.
Os sistemas educacionais do Brasil em seus vários níveis terão o prazo de três
anos a partir da aprovação da Lei Federal 11.769, de 18 de agosto de 2008, para se
adaptarem às exigências estabelecidas nos artigos aprovados desta Lei, por meio do
plano político pedagógico, do currículo de arte, no sentido de contemplar o retorno dos
conteúdos de música e sua prática nas escolas.
O Brasil possui uma riqueza cultural e artística que precisa ser incorporada, de
fato, no seu projeto educacional. Isso só acontecerá se escola e espaços que trabalham
116
com educação começarem a valorizar e incorporar, também, conteúdos e formas
culturais presentes na diversidade da textura social.
4.31.12 EDUCAÇÃO TRIBUTÁRIA
O tema Educação Tributária vem sendo discutido, no País, no sentido de vencer
a resistência do brasileiro à função do Estado de arrecadar tributos e o consequente
dever dos cidadãos contribuintes de pagar tributos.
Atualmente, a Educação Tributária ganha espaços importantes na mídia e nos
meios escolares. O estudo do tema tem culminado com a implementação, em alguns
estados brasileiros, de programas de educação tributária nas escolas, e campanhas
educativas junto à sociedade, chamando atenção para o cumprimento das obrigações
tributárias pelos cidadãos contribuintes.
Entretanto, o que se observa é que a inserção do tema tributário na vida
profissional dos funcionários públicos, nos currículos escolares de algumas disciplinas,
e no dia a dia das empresas, das entidades de classe e associações, não tem sido
suficiente formadora de opiniões, na sociedade, para romper com a premissa: defesa
dos “sonegadores de impostos” e crítica ao papel arrecadador do Estado.
Entender a Educação Tributária como uma luta contra resistências não é a
melhor forma de encará-la. Ressalte-se que já à época da “Inconfidência Mineira”, as
lutas travadas pelos homens de Vila Rica, não se caracterizavam como mera
resistência à exigência de tributos, mas como a defesa de nossos potenciais
econômicos e do uso racional de recursos pelo Estado.
Educação Tributária é sim, um desafio, quando se trata de um processo de
inserção de valores na sociedade com o retorno de longo prazo: da formação de futuros
cidadãos conscientes do seu dever de cumprimento das obrigações tributárias, e do
seu direito ao exercício da cidadania mediante a cobrança da coerente destinação dos
recursos provenientes dos tributos arrecadados pelo Estado.
O conhecimento do papel social do tributo através da conscientização para o
exercício da cidadania deve ser o objetivo primordial de um Programa de Educação
117
Tributária - PET. Alterar a visão da sociedade é tarefa árdua; e para tanto, é
imprescindível colocar a educação ao alcance de todos. Como perceber o tributo como
meio de assegurar o desenvolvimento econômico e social, sem o devido conhecimento
do seu conceito, da sua função, e da sua aplicação?
A realidade econômica que ora se delineia, com a forte tendência de inversão do
papel do Estado, de executor para coordenador, requer uma constante demonstração
de contas e satisfação de atos do Estado para a população. As pessoas necessitam de
informações, para conhecer melhor o trabalho dos que arrecadam e aplicam recursos
no fornecimento dos serviços públicos.
A Educação Tributária deve caminhar nesse sentido: informar, para que todos
conheçam; educar, para que todos pratiquem. O Estado deve exercer, além do papel
de fornecedor de condições sociais básicas, o de provedor de informações e valores,
na missão de promover o exercício da cidadania por cada membro da sociedade.
4.31.13 EDUCAÇÃO TEMPO INTEGRAL
Legalmente, a oferta de Educação Integral encontra respaldo na Constituição
Federal, artigos 205, 206, e 207; Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº
9.089/90; LDB 9394/96, artigos 34 e 87; PNE, Lei 10.172/01; Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação e de Valorização dos Profissionais da Educação, Lei nº
11.494/07 e Resolução CNE/CEB Nº 7/10.
A Secretaria de Estado da Educação, por meio da Coordenação do Ensino
Fundamental, vinculada ao Departamento de Educação Básica – DEB, responde pela
implantação da oferta de Educação em Tempo Integral nas escolas da rede pública,
bem como gerencia os programas de atividades complementares curriculares
desenvolvidos nas escolas da rede estadual, os quais já possibilitam a ampliação de
jornada.
A educação em tempo integral é, antes de tudo, um compromisso. Compromisso
esse que não se aplica às políticas assistencialistas, mas que traz a integralidade da
118
formação unilateral por meio da ampliação da jornada escolar como oportunidade de
uma educação pública de elevada qualidade.
Educação que possibilite uma formação que integre as dimensões fundamentais
da vida na práxis social, seja na questão intelectual, desenvolvimento físico ou no
desenvolvimento de questões técnicas.
4.31.14 EDUCAÇÃO PARA O ENVELHECIMENTO DIGNO E SAUDÁVEL: Uma
Questão Curricular
Os marcos legais nacionais e estaduais da Política da Pessoa Idosa determinam
a tarefa da educação em todos os seus níveis e modalidades de ensino e se torna uma
revestida de urgência considerando a realidade atual e porque as crianças e os jovens
que frequentam a escola nos dias atuais serão os adultos que viverão a realidade
demográfica que, em 2050, os fará conviver com 25% de pessoas idosas. Ainda,
segundo publicação recente do IBGE, em 2060, o Brasil terá 218 milhões de habitantes,
sendo que 58 milhões serão pessoas idosas.
Considere-se também que nossos estudantes de hoje, dependendo da idade
atual, farão parte do contingente de cidadãos e cidadãs idosos brasileiros. Portanto,
tanto para o convívio, quanto para o próprio envelhecimento digno e saudável é
necessária à preparação devida. O envelhecimento não é um fato social isolado. É um
fato biológico com suas decorrências e especificidades, que se estabelece nas
sociedades, requerendo o entendimento adequado e a preparação de todos para tal.
Assim, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná coloca à disposição de
seu Sistema de Educação alguns subsídios capazes de dar base às disciplinas que
precisam disponibilizar os saberes que dão conta da preparação de nossos estudantes
para sua vida – entendida como valor máximo de uma sociedade e que tem ciclos que
se completam com o envelhecimento, de igual importância dos demais.
Deste modo e assim determinado, o colégio deverá integrar às disciplinas do
currículo escolar estudo o artigo 22 do estatuto do idoso que assim, determina: "Nos
currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos
119
voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de
forma a eliminar preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria". Então,
entendendo-se que a escola é um espaço democrático de socialização do
conhecimento e que, os professores, ao organizarem o trabalho pedagógico, devem
fazê-lo “a partir dos conteúdos estruturantes de sua disciplina” (DCE, 2008, p. 27),
estabelece-se às disciplinas que sigam a diretriz disciplinar e a ela some-se o tema em
questão, conforme disposto na legislação vigente.
4.32 PROGRAMA BRIGADA ESCOLAR
Estabelecido pela SEED no intuito de promover a conscientização e
capacitação da Comunidade Escolar do Estado do Paraná para ações mitigadoras e de
enfrentamento de eventos danosos, naturais ou humanos, bem como o enfrentamento
de situações emergenciais no interior das escolas para garantir a segurança dessa
população e possibilitar, em um segundo momento, que tais temas cheguem a um
grande contingente da população civil do Estado do Paraná, institui-se o Programa das
Brigadas Escolares.
Sendo assim, o Colégio assume como Objetivo do programa, o de levar o corpo
docente, o discente e toda a comunidade escolar a conhecer e se capacitar para as
ações da Brigada Escolar, que são para abrandar os efeitos danosos naturais ou
humanos ou enfrentar as situações emergenciais no interior no interior das escolas, de
forma a garantir a segurança dos alunos e possibilitar que as informações cheguem ao
conhecimento da maior quantidade possível de pessoas.
Para cumprir tal disposto, as ações da Brigada Escolar do Colégio Estadual do
Campo Cely Tereza Grezzana - EFM estão regidas e determinadas nos artigos do
Regimento Escolar da instituição, o que, pelo qual estão definidas as funções de cada
um dos seus integrantes e as ações a serem efetuadas em caso da ocorrência de
sinistro.
120
4.33 AVALIAÇÃO DO PROJETO
A proposta que ora se apresenta é de relevante importância e, acreditamos ter
crescido bastante, pois, houve reflexão coletiva sobre as mudanças e se todos que
estão engajados na luta por uma educação de qualidade, aderir a nova proposta,
formaremos cidadãos competentes, sensíveis e éticos. A escola pode ser autônoma em
certos aspectos, mas deve prestar contas pelas decisões que torna para comunidade e
aos órgãos aos quais está jurisdicionada.
Acreditamos que este projeto foi um processo participativo de decisões
preocupando-nos em instaurar uma forma de organização do pedagógico que
desvelasse os conflitos e contradições voltadas para uma realidade específica
explicitando sempre o compromisso com o cidadão. O presente projeto reflete a
realidade de nossa escola, esperamos que propicie aos docentes situações que lhe
permitam aprender a pausar e realizar de forma espontânea, o fazer pedagógico
coerentemente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVAY, Mirian. (coord). Escolas inovadoras: experiências bem sucedidas em escolas públicas. Mirian Abramovay et allii. Brasília: UNESCO, Ministério da Educação, 2004. APPLE, Michael W. - Educação e Poder, Porto Alegre, Artes Médicas, 1989. AQUINO, Julio Groppa (org)– Autoridade e Autonomia na Escola , São Paulo, Summus, 1999. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1996, p. 219. CARDOSO, Jarbas José. A gestão democrática da Escola. P. 36. 1996. Declaração de Salamanca. Linha de ação sobre necessidades educativas especiais. OREAL/UNESCO. Brasília: CORDE, 1994.
121
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FRIGOTTO, Gaudêncio – A Cidadania Negada, São Paulo, Cortez, 2002. GADOTTI, Moacir – Autonomia da escola, São Paulo, Cortez, 2004. GASPARIN, João L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica, Campinas, Autores Associados, 2003. GIMENO SACRISTAN, J.A e PEREZ GOMEZ, A.I. Compreender e Transformar o Ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. HADJI, C. Avaliação Desmistificada. Porto Alegre, Artes Médicas, 2001. LOKOMY, Ana Maria – Teorias Cognitivas da Aprendizagem. Curitiba 2003. Editora IBPEX LUCKESI, C.C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo, Cortez, 1999. MOREIRA, Antonio Flávio – Currículo, Cultura e Sociedade ,Brasil, Papirus Editora, 1990. NÓVOA, Antonio. Formação de Professores e Profissão Docente, Dom Quixote, 1995. PARO, V.H. Gestão Democrática na Escola Pública, São Paulo, Ática, 2001. PINTO, Maria Lucia Mariotto – Inclusão: um princípio igualitário e democrático, Curitiba, Editora Base, 2002. SANTOS, Tânia Brandt – Processos de Aprendizagem: Diagnóstico e avaliação, Curitiba, Editora IBPEX.
122
SÉRIES IDÉIAS, n 22 São Paulo, FDE, 1994. STAINBACK, Susan, STAINBACK, Willian. Inclusão, um guia para educadores, Porto Alegre. Editora Artmed.
Revista Gestão em Rede Revista Educação Revista Profissão Mestre Revista Pátio