Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
COLÉGIO ESTADUAL
WALFREDO SILVEIRA CORRÊA
PROJETO
POLÍTICO PEDAGÓGICO
2012
ARAPONGAS - PARANÁ
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................1
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................2
JUSTIFICATIVA..........................................................................................................5
OBJETIVOS................................................................................................................6
OBJETIVO GERAL..................................................................................................6
OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................6
1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO.............................................................................7
2 HISTÓRICO DO COLÉGIO......................................................................................8
3 OFERTA EDUCACIONAL .......................................................................................9
3.1 NÍVEIS/MODALIDADES DE ENSINO: ..............................................................9
4 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR ..................................................................................10
4.1 ORGANIZAÇÃO DOS PERÍODOS/TURMAS/N° DE ALUNOS .......................10
4.2 HORÁRIO DE INÍCIO E TÉRMINO DAS AULAS ............................................10
4.3 RECURSOS HUMANOS .................................................................................10
4.4 RECURSOS MATERIAIS E TECNOLÓGICOS ...............................................13
4.5 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO ...........................................................13
4.5.1 Laboratório De Ciências, Física, Química E Biologia ..........................16
4.5.2 Biblioteca .................................................................................................16
4.5.3 Laboratório de Informática .....................................................................17
4.6 ORGANIZAÇÃO INTERNA..............................................................................17
4.6.1 Secretaria.................................................................................................17
4.6.2 Equipe Pedagógica .................................................................................18
5 REGIME ESCOLAR...............................................................................................21
5.1 DO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO...........................................................21
5.2 DO PROCESSO DE RECLASSIFICAÇÃO......................................................22
5.3 DA PROGRESSÃO PARCIAL .........................................................................23
5.4 DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM...........................................................23
5.5 DA RECUPERAÇÃO E APROVEITAMENTO DE ESTUDOS .........................24
6 FORMAS DE GESTÃO..........................................................................................27
6.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA ..............................................................................27
6.2 INSTÂNCIAS COLEGIADAS ...........................................................................34
6.2.1 Conselho Escolar ....................................................................................35
6.2.2 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários.........................36
6.2.3 Conselho de Classe ................................................................................38
6.2.4 Representante de Turma ........................................................................39
6.2.5 Grêmio Estudantil ...................................................................................41
6.3 Gestão de Recursos Financeiros..............................................................42
6.4 GESTÃO DEMOCRÁTICA: IMPLEMENTAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E O SUCESSO ESCOLAR...........................................................43
7 MARCO SITUACIONAL ........................................................................................48
7.1 A REALIDADE EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEA ....................................48
7.2 ALGUNS PROBLEMAS ENFRENTADOS.......................................................49
7.2.1 Problemas enfrentados pelo Ensino Noturno ......................................51
7.3 PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS DISCENTES..........................................52
7.4 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS DA PRÁTICA DOCENTE..53
8 MARCO FILOSÓFICO CONCEITUAL...................................................................54
8.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................54
8.1.1 Princípios Pedagógicos..........................................................................56
8.1.2 O Ensino Fundamental de Nove Anos ..................................................60
8.2 CONCEPÇÃO DE ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA EDUCAÇÃO.........63
8.2.1 Concepção de Mundo .............................................................................63
8.2.2 Concepção de Sociedade.......................................................................64
8.2.3 Concepção de Homem............................................................................65
8.2.4 Concepção de Educação ........................................................................66
8.2.5 Concepção de Cidadania/Ética ..............................................................69
8.2.6 Concepção de Escola .............................................................................70
8.2.7 Concepção de Alfabetização e Letramento ..........................................72
8.2.8 Concepção de infância ...........................................................................74
8.2.9 Concepção de Adolescência..................................................................79
8.2.10 Concepção de Cultura ..........................................................................83
8.2.11 Concepção de Conhecimento ..............................................................84
8.2.12 Concepção de Ensino e Aprendizagem ..............................................85
8.2.13 Concepção de Avaliação ......................................................................87
8.2.14 Concepção de Currículo .......................................................................89
8.3 PSICOLOGIA HISTÓRICO CULTURAL DE VYGOTSKY E A PEDAGOGIA
HISTÓRICO-CRÍTICA DE SAVIANI SOB O OLHAR DE GASPARIN ...................92
8.3.1 Prática Social Inicial................................................................................94
8.3.2 A problematização do conteúdo ............................................................96
8.3.3 A instrumentalização ..............................................................................96
8.3.4 A catarse ..................................................................................................98
8.3.5 A Prática Social Final..............................................................................99
8.4 O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO ...............................................100
8.5 O MÉTODO DIALÉTICO ...............................................................................102
8.6 DIDÁTICA PARA A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA .............................104
8.7 O PROCESSO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA 107
9 MARCO OPERACIONAL ....................................................................................110
9.1 IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS....................................110
9.2 ATIVIDADES COMPLEMENTARES EM CONTRA TURNO .........................112
9.2.1 CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) ........................112
9.2.2 Basquetebol...........................................................................................113
9.2.3 Sala de Apoio.........................................................................................114
9.3 IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO E CUMPRIMENTO ÀS LEGISLAÇÕES
VIGENTES...........................................................................................................115
9.3.1 Lei Federal n° 11645/08 – Das culturas africanas, afro-brasileiras e
indígenas ........................................................................................................116
9.3.1.1 Equipe Multidisciplinar...................................................................118
9.3.2 Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503 .......................................118
9.3.3 Lei da Educação Ambiental – nº 9.795 ................................................119
9.3.4 Lei nº 13381 - Obrigatoriedade no Ensino Fundamental e Médio da
Rede Pública Estadual de Ensino, conteúdos da disciplina História do Paraná. ............................................................................................................120
9.2.5 Educação Tributária - Dec. Nº 1143/99 - Programa de Educação Fiscal
.........................................................................................................................120
9.3.6 Educação Musical – Lei nº 11.769........................................................121
9.4 DESAFIOS DA ESCOLA E DE SEUS EDUCADORES.................................123
9.5 INTERVENÇÕES/AÇÕES NECESSÁRIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE
NOVE ANOS .......................................................................................................127
9.6 FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.......131
9.7 LINHAS DE AÇÃO.........................................................................................133
9.7.1 No trabalho pedagógico .......................................................................133
9.7.2 Na Gestão Escolar.................................................................................136
10 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ..................................138
REFERÊNCIAS.......................................................................................................142
ANEXOS .................................................................................................................148
ANEXO 1 -PROPOSTA DE PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-
CRÍTICA ..............................................................................................................148
ANEXO 2 – ESQUEMA DE AULA SEGUNDO GASPARIN.................................151
ANEXO 3 – PLANO DE ESTÁGIO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ..........152
ANEXO 4 PROGRAMA DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR CURRICULAR EM
CONTRATURNO.................................................................................................162
ANEXO 5 QUADRO DE METAS DA GESTÃO ESCOLAR 2012-2014 ...............165
“O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer. Quero educar os educadores. E isso me dá grande prazer porque não existe coisa mais importante que educar. Pela educação o indivíduo se torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas práticos da vida. Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais capaz de conviver com os outros. A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar. Por não saber pensar tomamos as decisões políticas que não deveríamos tomar”
(Rubem Alves)
INTRODUÇÃO
No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu, que significa
lançar para adiante. Na definição de Alvarez (1998) o projeto representa o laço
centre presente e futuro, sendo ele a marca da passagem do presente para o futuro.
Ao construirmos o projeto político pedagógico de nossa instituição, planejamos o
que temos intenção de fazer e realizar. Lançamo-nos para adiante, com base no que
temos, buscando o possível.
Nas palavras de Gadotti:
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinada ruptura. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores”.(2000, p.45)
Nessa perspectiva, o projeto político-pedagógico é construído e vivenciado
em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da
escola.
Pensar um projeto de educação implica pensar o tipo e qualidade de escola, a
concepção de homem e de sociedade que se pretende construir.
Esse Projeto tem como prioridade a Gestão Democrática efetiva como um
processo contínuo e de conjunto, pois é um trabalho que não é encerrado em si,
mas sempre resgata a discussão sobre a realidade educativa e as atividades mais
relevantes desenvolvidas pelos educadores em seu contexto profissional e, também
o envolvimento nesse processo de toda a comunidade local.
As metas estão focadas no pleno desenvolvimento dos educandos, na
formação continuada de todos os educadores e em um ambiente saudável,
estruturado que dê condições para que todos possam alcançar seus objetivos.
Sabemos que ao valorizar as relações interpessoais e apostando na
capacidade de todos, certamente estaremos nos preparando para uma sociedade
mais justa e solidária, e, são por meio de posicionamentos construtivos, idéias
inovadoras e pensar coletivamente que expomos esta proposta de trabalho.
2
APRESENTAÇÃO
A construção da Proposta Pedagógica do Colégio Estadual “Walfredo Silveira
Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio, sempre foi um trabalho coletivo da Direção,
Equipe Técnico-Pedagógica, Professores, Pedagogos, Pais, Alunos e Funcionários,
empenhados em colocar suas preciosas contribuições a serviço da democratização
do Ensino.
Para isso, nossa Proposta Educacional tem em vista a qualidade e a
continuidade de formação da cidadania ativa para o desenvolvimento integral, a ser
oferecida a todos os estudantes ao mesmo tempo, respeitando a diversidade étnica,
social e cultural de todos os envolvidos. Essa exigência se concretiza com a
possibilidade de uma prática educativa que está centrada nas necessidades sociais,
políticas, econômicas e culturais garantindo as aprendizagens essenciais para
formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com
competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem.
Assim, não apenas a Direção do Colégio ou os Órgãos superiores da
Educação estarão definindo o que é prioritário para a unidade escolar. Todos os
segmentos escolares adquirem papel fundamental no processo de elaboração e
discussão das necessidades da escola.
Procuramos superar grandes obstáculos, apostando em novos processos
educativos, em novas metodologias de ensino e na formação daqueles que são e
serão os educadores das atuais e futuras gerações e, refletindo constantemente
sobre a autonomia, cidadania e participação gerando assim grandes perspectivas
para o futuro.
Alicerçados na Gestão Democrática estamos construindo uma escola cidadã,
conscientes e fortalecidos para enfrentarmos novos desafios contribuindo para a
construção de novas formas de ver, entender, organizar e representar o mundo.
O projeto político-pedagógico, como o próprio nome diz, comporta
basicamente duas dimensões que se integram e se complementam, a pedagógica e
a política, que são indissociáveis. Saupe (1997, p.1), diz que, na dimensão
pedagógica, "reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da instituição,
que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e
criativo." Para essa mesma autora, o projeto pedagógico é também político, por
várias razões: tem uma ação intencional, com sentido explícito e com compromisso
3
definido coletivamente; está articulado intimamente ao compromisso sócio-político
com os interesses reais e coletivos da população; possui um compromisso com a
formação do cidadão para um tipo de sociedade.
Alguns trabalhos sobre esse tema (Veiga, 1996; Saupe, 1997), reforçam a
idéia de que toda elaboração, avaliação e acompanhamento de um projeto político-
pedagógico precisa seguir alguns pressupostos básicos, dentre eles, o de ser um
processo coletivo, construído e vivenciado em todos os momentos com a
participação de todas as pessoas envolvidas com o processo educativo da
instituição; precisa ser concebido como uma atividade natural, desejável, necessária,
sistematizada e permanente; não é apenas um processo técnico, mas sim uma
questão política e social; é um processo contínuo de reflexão-ação. Nesse sentido,
após a decisão acerca da necessidade de revisitar e explicitar as concepções de
cunho teórico-filosófico que dão suporte a nossa cotidiana (ou seja, a elaboração de
um marco filosófico-conceitual) o processo de formação de professores passa a ter
como objetivo, num momento específico, essa elaboração.
Cabe colocar aqui que a decisão acerca dos conceitos e valores que
deveriam ser explicitados no documento, foi partilhada por todos os segmentos a
partir do critério de concretização no cotidiano. Em outras palavras, decidir sobre o
que era relevante, passou fundamentalmente pela coerência: só mereceriam
destaque os conceitos e valores que são visíveis nas relações que são
estabelecidas na escola, ou seja, aqueles que efetivamente são vividos e, por isso,
transformam-se em atitudes/posturas.
Buscaremos na implementação deste Projeto Político Pedagógico, conforme
estabelece a Resolução nº 7 de 14 de Dezembro de 2010, do Ministério da
Educação, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
de 9 (nove) anos, trabalhar o cuidar e o educar, funções indissociáveis da escola,
que resultem em ações integradas, articuladas pedagogicamente no interior da
escola, e também externamente, com os serviços de apoio aos sistemas
educacionais e com as políticas de outras áreas, para assegurar a aprendizagem, o
bem-estar e o desenvolvimento do aluno deste Estabelecimento de Ensino em todas
as suas dimensões.
Ao realimentarmos esse Projeto Político Pedagógico estamos compartilhando
as responsabilidades, num contexto de flexibilidade de ações
pedagógicas/administrativas buscando assegurar o direito à Educação de qualidade
4
para todos, bem como a construção da cidadania, tendo como meta o ideal de uma
crescente igualdade de direitos dos cidadãos baseados na Gestão Democrática,
acolhendo com autonomia e senso de justiça o princípio da identidade pessoal e
coletiva de todos os envolvidos no processo educacional.
5
JUSTIFICATIVA
Buscar uma nova organização para a escola constitui uma missão ousada
para os educadores, pais, alunos e funcionários. E, para enfrentarmos com ousadia
essa missão, necessitamos de um referencial que fundamente a construção do
Projeto Político Pedagógico. A questão é, pois, saber qual referencial temos que
recorrer para compreensão da prática pedagógica. Nesse sentido, temos que nos
alicerçar nos pressupostos de uma prática pedagógica que seja crítica, viáveis, que
parta da prática social e esteja compromissada em solucionar os problemas da
educação e do ensino desta escola.
Nesse contexto, este projeto justifica-se pela importância da necessidade de
não somente explicitar concepções pedagógicas a cerca do processo de ensino,
mas também, de firmar um compromisso coletivo de caminhada visando alcançar
objetivos comuns. Não se trata de definição de modelos prontos e acabados, mas de
incentivo a inovações que direcionem sempre para um mesmo ponto: A BUSCA DA
QUALIDADE DO ENSINO QUE ENGLOBE O AMPLO EXERCÍCIO DA CIDADANIA
DE TODOS AQUELES QUE COMPÕEM A COMUNIDADE ESCOLAR.
6
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
O objetivo maior deste projeto é servir de referencial a toda e qualquer
atividade político- pedagógica desenvolvida ou desejada pela instituição, oferecendo
condições para que a comunidade escolar participe da vida Escolar, de maneira
crítica e criativa, intervindo na realidade, buscando a construção e reconstrução de
conhecimentos e assegurando o exercício pleno da cidadania.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mobilizar a escola, família e comunidade para a realização de uma prática
pedagógica consciente e crítica tendo em vista a formação plena do indivíduo
na sua totalidade, como agente transformador;
Propiciar ao corpo docente momentos de estudo e reflexão, colaborando na
complementação e dinamização de programas de ensino desenvolvidos na
escola, buscando sua própria identidade;
Movimentar e organizar todas as forças e meios disponíveis na luta pelo
Ensino Público de qualidade;
Buscar avanços necessários para que a Escola Pública assuma a
responsabilidade na democratização da sociedade, por meio da melhoria de
qualidade do Ensino Público e da inserção de bons cidadãos que dêem
continuidade à construção de uma sociedade alicerçada na justiça e no amor
ao próximo;
Planejar ações a longo e em curto prazo que sejam assumidas por todos com
responsabilidade e competência.
7
1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO
Colégio Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio
Código: 00163
Endereço: Rua Japim, 483 ; Bairro: Jardim Bandeirantes
CEP: 86.703-090
Fones: (43) 3276-3067 - (43) 3276-7666
Site: www.apswalfredocorrea.seed.pr.gov.br
e-mail: [email protected]
Município: Arapongas - Código: 0150
NRE: Apucarana - Código: 01
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
Localização do Colégio: Urbana
8
2 HISTÓRICO DO COLÉGIO
O primeiro prédio do Colégio Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino
Fundamental e Médio, foi construído em 1952, como Escola Isolada, prolongamento
do Grupo Escolar “Antonio Racanello Sampaio”, da Vila Araponguinha.
Em 11 de Dezembro de 1970, pelo Decreto nº 21.883, o Colégio foi elevado a
denominação de Grupo Escolar “Walfredo Silveira Corrêa”.
Através do Decreto nº 2.435/76, publicado no Diário Oficial de 29/10/1976, foi
autorizado o seu funcionamento e recebeu a denominação de Escola “Walfredo
Silveira Corrêa” – Ensino de 1º Grau.
No ano de 1985 iniciou-se o ensino de 5ª a 8ª Série, sendo reconhecido o
curso de 1º Grau e também do Estabelecimento, por meio da Resolução nº 4979/87,
do Diário Oficial de 08/01/1988.
O programa de Educação Especial na área de Deficiência Mental foi
implantado pela autorização contida na Resolução nº 699 de 25/02/2987, publicada
no Diário Oficial de nº 2.481 de 11/03/1987.
Com a Resolução nº 3.729/97, Diário Oficial de 21/11/1997 foi reconhecido o
curso de 2º Grau – Educação Geral – Preparação Universal.
A partir de 01/10/1998, pelo Parecer nº 098/98 – NRE, houve alteração na
nomenclatura do Estabelecimento de Ensino conforme Resolução Secretarial nº
3.120/98 – SEED e Deliberação 003/98 – CEE, que passou a denominar-se Colégio
Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio.
9
3 OFERTA EDUCACIONAL
3.1 NÍVEIS/MODALIDADES DE ENSINO:
Educação Básica:
Ensino Fundamental – (6° a 9°ano)
Ensino Médio
Centro de Língua Estrangeira Moderna: CELEM
Disciplina: Língua Inglesa
Programa de Atividades Complementares – Macro Campo: Esporte e
Lazer: Basquetebol
Programa de Atividades Complementares – Macro Campo
Aprofundamento da Aprendizagem: Sala de Apoio para 6º ano e 9º ano -
Disciplinas: Língua Portuguesa e Matemática
10
4 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
4.1 ORGANIZAÇÃO DOS PERÍODOS/TURMAS/N° DE ALUNOS
Período Ano N° de turmas N° alunos
Matutino 8º 3 106
9º 3 104
1°EM 3 92
2°EM 2 64
3°EM 1 36
Vespertino 6º 4 127
7º 6 185
8º 2 64
Noturno 1°EM 1 34
2°EM 1 31
3°EM 1 42
Total de alunos atendidos 885
4.2 HORÁRIO DE INÍCIO E TÉRMINO DAS AULAS
Período Matutino 7h30min às 11h55min
Período Vespertino 13h às 17h15min
Período Noturno 19h às 23h10min
4.3 RECURSOS HUMANOS
LISTAGEM DE PROFESSORES – 2012
Nº NOME CARGO/FUNÇÃO 1. Alessandra Carmello
Martelozo Substituição. Arte
2. Ana Paula Machado Geografia 3. Ana Paula Sanches de
Campos Rossetti Matemática
4. Anair Mª Escobozo Leitão História
11
5. Anália Sanches Cano Geografia 6. Carla Fany Matsuo Anção Língua Portuguesa 7. Catia Rossana Golon de
Oliveira PDE 100%
Ed. Física
8. Claudia Simone do Prado PDE 25%
Matemática
9. Cláudio da Silva Ribeiro Manhã(Professor Matemática) Tarde Direção Auxiliar..
10. Daniela Torres Zanin Língua Portuguesa 11. Dayenne Christine Ribeiro
de Miranda Substituição.. Língua Portuguesa
12. Deise Cristina Nasser Readaptação.Definitiva Matemática
13. Diego Henrique Alexandrino Ciências / Biologia
14. Dirce Valentina Chirea Geografia/ Ensino.Religioso
15. Douglas Ercolin Tavares Educação Física 16. Edimar Monteiro Costa Ensino Religioso 17. Ednalda Maria Montanha
PDE 100% Língua Portuguesa /Inglês -
18. Elen Cristina Batista dos Santos Biologia
19. Elis Cristina Correr Química 20. Fabio Ribeiro de Freitas Arte 21. Fernando Antonio Santiago História/ Filosofia 22. Flavia Cristina Guimarães Física/ Matemática 23. Franci Elisa Pinzan Ciências 24. Gisleine Adamis do Carmo Ciências 25. Ivani Maria dos Santos Educação Física 26. Janie Geraldini da Cruz Biologia 27. Jeferson José Gevigier Ensino Religioso
28. João Vagner Cavalari Educação Física 29. Joceir José de Oliveira Educação Física 30. Jocelise Martins da Silva Biologia 31. Josianny Humai Maurício de
Freitas Matemática
32. Julie Francisco Rodrigues PDE 25% Língua Portuguesa./Inglês.
33. Julio Belcho de Mello Arte 34. Lídia Kirylko Língua Portuguesa 35. Lisete Von Mühlen Bolzon História 36. Louise Cristine Silva
Gonçalves de Araújo Arte
37. Luciana Aparecida Manoel Borges Biologia
38. Luciana Teresa Quinhone Poli Geografia
39. Luzia Sarzi Geografia 40. Manoel Simões Neto Filosofia 41. Márcia Regina Bieleski Língua Portuguesa 42. Marcos César Beneli Matemática 43. Maria Aparecida Leitão Língua Portuguesa 44. Maria de Lourdes dos Anjos Matemática /Física 45. Marinalva Dias dos Santos Inglês 46. Marlene Nonis Sociologia
12
47. Marly Gorzoni Matemática 48. Michele Hirata Arte 49. Milene Pires Rodrigues Língua Portuguesa 50. Neiva Mara Zanin Garcia Inglês 51. Quésia de Castro e Souza Arte 52. Simone Margarete Alves
Mendonça Matemática
53. Susana Maria Merci Filosofia 54. Suzete da Silva Ferreira História 55. Tânia Regina Broeitti
Mendonça Espanhol
56. Tânia Aparecida Gonçalves Substituição. Matemática 57. Vânia Regina Zanetti
Manosso Espanhol
58. Mônica Alves da Silva Substituição..Matemática 59. Gislaine Ferreira Gomes Substituição.. Matemática 60. Sandra Cristina Vogel Substituição. Matemática 61. Raquel Aparecida Carlos Língua Portuguesa 62. Patrícia Batista da Silva Substituição..Geografia 63. Cristiane Regina Antunes Substituição..Geografia 64. Gesiele Aparecida da Silva Substituição..Geografia 65. Ana Paula de Souza Substituição..Ensino. Religioso 66. Claudia Elaine Madrona Atividade Complementar
Basquetebol
LISTAGEM DE FUNCIONÁRIOS – 2012
NOME CARGO/FUNÇÃO 1 Alenice de Lima Pereira
Ribeiro Auxiliar.Administrativo.
2 Claudete Marlene Marchi Di Gennaro
Pedagoga
2 Claudilaine Tomitão Pedagoga 4 Cláudio da Silva Ribeiro Diretor Auxiliar 5 Norma Koglin Vidotto Pedagoga 6 Renata Batista da Silva Agente Educacional. II 7 Rodrigo Lima da Silva Auxiliar. Administrativo. 8 Rosmari de Fátima
Hespanhol Agente Educacional. II
9 Valdecir Alves Diretor 10 Vânia Mariulda Paoli Pedagoga 11 Zenilda Pinetti Marquezoni Secretária 12 Francisco da Silva Agente Educacional. I 13 Helena Kaminski Galuch Agente Educacional c. I 14 Ireneide Aparecida da Silva Agente Educacional. I 15 Lucia Aparecida Decki Agente Educacional I 16 Maria Izabel Oliveira Agente Educacional. I 17 Maria Roseli da Silva da
Fonseca Auxiliar. Serviços.Gerais
18 Neusa Leite da Silva Agente Educacional. I 19 Olímpia Trindade Ferreira Agente Educacional c. I 20 Teresinha Fiel Chaves Agente Educacional. I 21 Sandra Della Rovere
Joaquim Substituição Pedagogo
22 Marta Grizoste de Carvalho Auxiliar Administrativo.
13
4.4 RECURSOS MATERIAIS E TECNOLÓGICOS
O Colégio hoje dispõe de recursos materiais, tanto pedagógicos como
administrativos satisfatórios. Não faltam materiais pedagógicos à disposição dos
professores e pedagogos. Caso o professor precise de um material do qual a escola
não dispõe, imediatamente o mesmo é providenciado pela direção, sempre com a
preocupação de não deixar faltar materiais para que os professores possam
desenvolver um ótimo trabalho pedagógico. O acervo bibliográfico para professores
e alunos também é satisfatório.
Hoje dispomos de recursos tecnológicos valiosíssimos: a TV Pendrive é um
recurso muito utilizado por nossos professores. Em cada sala dispomos de um
aparelho que tem contribuído em muito para melhorar a qualidade das aulas
ministradas. Também temos à disposição de professores e alunos os computadores
do laboratório de informática e da Sala de Hora Atividade, as impressoras, o data-
show, aparelhos de Dvds e vídeo-cassete, instrumentos laboratoriais usados no
laboratório de Biologia. Na secretaria o número de computadores também é
suficiente para o bom desenvolvimento dos trabalhos administrativos.
4.5 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
Neste Colégio, as instalações físicas e a organização de espaço estão
compatíveis para atender os alunos, proporcionando um ambiente agradável e
acolhedor propício à aprendizagem. Podemos afirmar que o patrimônio público está
bem conservado.
O espaço disponível às atividades escolares é adequado e ordenado,
permitindo a integração de todos os envolvidos no processo educativo. É composto
por:
• 11 salas de aula;
• 01 sala de apoio à aprendizagem
• 01 laboratório Ciências, Biologia, Física e Química;
• 01 laboratório de informática;
• 01 sala para realização da Hora Atividade;
14
• 01 biblioteca;
• 02 banheiros para alunos (masculino com 3 vasos, 5 chuveiros, 3 mictórios –
feminino com 5 vasos e 5 chuveiros)
• 01 sala de direção;
• 02 sala de coordenação pedagógica;
• 01 secretaria;
• 01 sala de professores;
• 02 banheiros para professores (masculino e feminino)
• 01 cozinha;
• 01 sala de arquivo morto;
• 01 depósito de materiais de limpeza ;
• 01 quadra de esportes coberta
• 01 quadra de esportes aberta;
• 01 pátio coberto;
• 01 pátio descoberto
• 01 cantina;
• 01 estacionamento
Contamos com 12 (doze) salas de aulas das quais 1(uma) é utilizada como
laboratório de Ciências, Biologia, Física e Química. Todas as salas estão com a
iluminação e ventilação adequadas para atender bem alunos e professores. Quanto
às carteiras, são em número suficiente. Apenas temos encontrado dificuldades para
manter os “reparos das carteiras”, devido ao custo dos materiais necessários para os
consertos.
Com o aumento da demanda de alunos e o recebimento e instalações das
TVs Pendrives, a Sala de Vídeo foi desativada. Hoje os vídeos são usados nas
próprias salas de aula com os recursos tecnológicos disponíveis e a sala foi
reformulada para atender aos alunos da Sala de Apoio das disciplinas de Língua
Portuguesa e Matemática., possibilitando a professores e alunos desenvolverem um
bom trabalho. A sala está instalada na parte administrativa por falta de sala de aula,
mas no momento é o espaço que temos para o atendimento.
O pátio de recreação atende às necessidades dos alunos; apenas o pátio
coberto é um pouco pequeno, o maior problema está nos dias de chuva onde é difícil
controlar as crianças num espaço tão pequeno.
15
A higiene e limpeza são práticas diárias em todo o colégio, proporcionando
um ambiente agradável a todos que aqui trabalham e visitam.
Conheça um pouco mais sobre nossos espaços:
A Biblioteca que atende alunos, professores, funcionários e pessoas da
comunidade para leituras, pesquisas e confecções de trabalhos tem
hoje uma área pequena; dependendo do momento a da atividade que
está sendo realizada, torna-se insuficiente, necessitando de ampliação;
Depósito onde são armazenados os alimentos destinados à merenda
escolar é um ambiente limpo, ventilado e seguro; esse espaço foi
construído na última reforma, ao final de 2009.
A cozinha, também reformada em 2009; é ampla favorecendo a
circulação das merendeiras quanto à preparação da merenda e
também na distribuição da mesma. Os utensílios são suficientes e
adequados no preparo das refeições;
O laboratório de informática é um espaço de pesquisa a atende aos
alunos, professores e comunidade, inserindo-os no universo multimídia
e no mundo globalizado. Contamos com 20 computadores, mas nem
sempre todos estão funcionando. Infelizmente, quando há necessidade
de mão de obra para os reparos técnicos, ficamos à mercê da Equipe
Responsável no NRE que, devido a grande demanda, demora no
atendimento ficando alguns computadores indisponíveis para o uso.
Cantina escolar, gerenciada pela APMF é pequena e necessita de
ampliação de espaço, porém atende razoavelmente alunos e
professores;
Laboratório de Ciências, Física Química e Biologia: possui espaço
adequado para as aulas práticas de tais disciplinas. Durante os dois
últimos anos letivos recebemos novos e diversos materiais,
proporcionando aos professores desenvolverem com os alunos um
ótimo trabalho de experiências e pesquisas;
16
4.5.1 Laboratório De Ciências, Física, Química E Biologia
O laboratório está à disposição com o objetivo de assessorar e incentivar
professores de diferentes áreas, facilitando o desenvolvimento e a compreensão dos
conteúdos que estão sendo trabalhados. Através de Projetos Pedagógicos para
aulas práticas os professores enfatizam as pesquisas, análises, observações e
experimentações conduzidas a partir da socialização do saber. Essas aulas são
preparadas de acordo com os conteúdos curriculares e também baseadas nas
necessidades dos próprios alunos buscando significativos que os levem a conhecer
a lógica empregada para chegar a um resultado, promovendo uma aprendizagem
ativa, concreta, consciente e crítica.
Infelizmente não contamos com os serviços de um laboratorista, o que acaba
prejudicando e dificultando o trabalho a ser desenvolvido por professores e alunos
dentro desse espaço.
4.5.2 Biblioteca
A Biblioteca “Cecília Meireles” atende ao corpo docente, discente,
funcionários e comunidade, fornecendo suporte técnico e científico para pesquisa e
extensão.
Horário de Funcionamento : de 2ª(segunda-feira) a 6ª (sexta-feira):
Manhã: 7h30min às 11h30min
Tarde: 13h00min às 17h00min
Noite: 18h00min às 22h00min
A utilização do acervo é para empréstimo dos alunos de 5ª a 8ª séries e/ou 6º
ao 9° ano e Ensino Médio. Os alunos valem-se do empréstimo mediante fichas,
sendo ela pessoal e intransferível, necessária para o empréstimo, devolução e
reserva de todo e qualquer material.
Atualmente contamos com funcionários para atendimento durante os três
turnos de funcionamento do colégio, o que facilita e contribui muito o trabalho dos
17
professores, em especial aos de Língua Portuguesa, que trabalham frequentemente
com literaturas do acervo da biblioteca.
4.5.3 Laboratório de Informática
Atualmente o laboratório conta com vinte computadores e uma impressora à
disposição de professores e alunos. Pode ser usado para pesquisa de alunos em
horário contrário ao seu período de aula, com agendamento antecipado; para
pesquisa e elaboração de provas por professores; pesquisa de funcionários; para
uso como recurso didático, ou seja, os professores podem usá-lo como recurso
pedagógico levando seus alunos para o laboratório durante a aula.
Contamos com uma professora readaptada que faz o trabalho como ADM
Local e atende professores e alunos no período da tarde. Infelizmente nos períodos
da manhã e noite não podemos contar com esse valioso serviço de apoio.
Horário de Funcionamento : de 2ª(segunda-feira) a 6ª (sexta-feira):
Manhã: 7h30min às 11h30min
Tarde: 13h00min às 17h00min
Noite: 18h00min às 22h00min
4.6 ORGANIZAÇÃO INTERNA
4.6.1 Secretaria
Serviços prestados: atendimento ao público, expedição, recebimento,
escrituração, registro e arquivamento de documentos do colégio, do aluno, do
professor e dos funcionários, em consonância com as normas estabelecidas no
Regimento Escolar.
Horário de Atendimento: de 2ª(segunda-feira) a 6ª (sexta-feira):
Manhã: 7h30min às 12h00min
Tarde: 13h00min às 17h00min
18
Noite: 18h00min às 22h00min
4.6.2 Equipe Pedagógica
O trabalho da Equipe Pedagógica prioriza o acompanhamento e atendimento
a toda comunidade escolar, cujas competências são:
Subsidiar a Direção com critérios para a definição do Calendário Escolar,
Matriz Curricular, organização das classes, distribuição dos alunos, das aulas
e montagem de horário;
Colaborar com o corpo docente na elaboração e realimentação do Currículo
pleno do Estabelecimento em consonância com as Diretrizes Pedagógicas da
Secretaria de Estado da Educação;
Assessorar e avaliar a implementação dos programas de ensino e dos
projetos pedagógicos desenvolvidos no estabelecimento;
Subsidiar a elaboração e organização do Regulamento da Biblioteca Escolar
bem como normas para utilização juntamente com seu responsável;
Orientar o funcionamento da Biblioteca Escolar para garantir o seu espaço
pedagógico;
Acompanhar o processo de ensino, junto aos professores, alunos e pais, no
sentido de analisar os resultados da aprendizagem com o objetivo de:
Conhecer a totalidade do processo pedagógico para orientar e acompanhar o
desempenho docente e discente;
Detectar possíveis inadequações no trabalho pedagógico, discutindo com os
profissionais envolvidos, possíveis soluções e alternativas;
Detectar, junto aos professores, casos de alunos que apresentem problemas
específicos, tomando decisões que proporcionem encaminhamento e/ou
atendimento adequado pela escola, família e outras instituições;
Subsidiar a Direção e o Conselho Escolar com dados e informações relativas
aos serviços de ensino prestados pelo estabelecimento e ao rendimento do
trabalho escolar;
Promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo para o
aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido;
19
Elaborar, com o corpo docente, os planos de recuperação paralela de estudos
a serem proporcionados aos alunos que obtiverem resultados de
aprendizagem abaixo dos esperados;
Analisar e emitir, juntamente com a Secretaria o Plano Especial de estudos
sobre adaptações e dependências, de acordo com a legislação vigente;
Viabilizar e elaborar junto à Direção a implementação de Projetos a serem
desenvolvidos pelo estabelecimento de ensino e coordená-los;
Coordenar o processo de seleção de livros didáticos, paradidáticos, apostilas,
etc., obedecendo às Diretrizes e os critérios estabelecidos pela SEED;
Instituir uma sistemática permanente de Avaliação do Plano Anual do
Estabelecimento de Ensino, a partir do Rendimento Escolar, do
acompanhamento de egressos, de consultas e levantamentos junto à
comunidade;
Colaborar com a Direção do Colégio nos trabalhos de elaboração e/ou
realimentação do Regimento Escolar, orientando o mesmo conforme o que
prescreve a legislação vigente;
Participar, sempre que convocado, ou por livre iniciativa de cursos,
seminários, reuniões, encontros, grupos de estudos e outros eventos;
Buscar, junto aos setores competentes (NRE e/ou SEED), orientações e
alternativas relativas ao desenvolvimento do seu trabalho;
Exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e no que
concerne à especificidade de sua função.
Além das competências acima mencionadas, a Equipe de Pedagogos deve
desenvolver outras ações pedagógicas:
Grupos de Trabalho, com reuniões periódicas, encarregados de buscar
soluções para atender problemas de natureza pedagógica, bem como para
trocar experiências entre as áreas;
Reuniões bimestrais, buscando alternativas para os problemas de ordem
social e pedagógica;
Encontros Pedagógicos semestralmente para busca de soluções pedagógicas
bem como avaliação do rendimento curricular e atuação docente;
20
Atuação dinâmica e constante da Equipe Pedagógica nos Conselhos de
Classe, tomando conhecimento dos problemas existentes e colocando em
discussão as propostas para melhoria, bem como supervisionando sua
aplicação prática;
Acompanhamento do Sistema de Avaliação para avaliar o desempenho
docente e discente bem como os índices de evasão e repetência;
Assessoria do Pedagogo quanto à apropriação do conhecimento do
educando, verificando a distribuição dos conteúdos na avaliação;
Acompanhamento dos índices de evasão e repetência, pela Equipe
Pedagógica, estando em constante debate com professores e Direção
buscando propostas para a sua diminuição ;
Incentivo constante à integração escola-comunidade, proporcionando
atividades de natureza sócio-cultural, cívica e desportiva;
Coordenação das Diretrizes Pedagógicas emanadas da Secretaria de Estado
da Educação;
Incentivo à realização de Projetos para melhoria da qualidade de ensino;
Assessoria ao professor no processo de seleção de livros didáticos, apostilas,
e demais materiais essenciais para o bom desenvolvimento das aulas;
Recuperação de estudos, reforço em contra-turno e projetos especiais para
alunos com dificuldades e/ou em defasagem;
Práticas inovadoras para estimular avanços;
Divulgação e demonstração de todo material pedagógico disponível no
colégio bem como momentos de troca de experiências entre nossos
professores e também com professores de outros estabelecimentos de
ensino;
Organizar a Formação continuada e capacitação de professores através de:
seminários, fóruns, cursos, palestras, assembléias, grupos de estudos,
reuniões, etc. visando a melhoria da prática pedagógica, do atendimento aos
alunos e à comunidade, bem como nas relações pessoais e afetivas, visando
um ambiente escolar prazeroso.
21
5 REGIME ESCOLAR
5.1 DO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO
A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o
estabelecimento de ensino adota, segundo critérios próprios, para posicionar o aluno
na etapa de estudos compatível com a idade, experiências e desenvolvimento
adquiridos por meios formais ou informais, podendo ser realizada:
I. por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase
anterior, na própria escola;
II. por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do
exterior, considerando a classificação da escola de origem;
III. independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para
posicionar o aluno na série compatível ao seu grau de desenvolvimento e
experiência, adquiridos por meios formais ou informais.
A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige as
seguintes ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos
profissionais:
I. Organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da escola para
efetivar o processo;
II. Proceder a avaliação diagnóstica documentada pelo professor ou equipe
pedagógica;
III. Comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, para
obter o respectivo consentimento;
IV. Arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;
V. Registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.
22
5.2 DO PROCESSO DE RECLASSIFICAÇÃO
A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o
grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano,
levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de
estudos compatível com sua experiência e desenvolvimento, independentemente do
que registre o seu Histórico Escolar.
Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na
aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com freqüência na série, dar
conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma possa iniciar o processo de
reclassificação.
O aluno, quando maior, ou seus responsáveis, poderão solicitar aceleração
de estudos através do processo de reclassificação, facultando à escola aprová-lo ou
não.
A equipe pedagógica comunicará, com a devida antecedência, ao aluno e/ou
seus responsáveis, os procedimentos próprios do processo a ser iniciado, a fim de
obter o devido consentimento.
A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, assessorada pela equipe
do Núcleo Regional de Educação, instituirá Comissão, conforme orientações
emanadas da Secretaria de Estado da Educação, a fim de discutir as evidências e
documentos que comprovem a necessidade da reclassificação.
Cabe à Comissão elaborar relatório dos assuntos tratados nas reuniões,
anexando os documentos que registrem os procedimentos avaliativos realizados,
para que sejam arquivados na Pasta Individual do aluno.
O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe pedagógica,
durante dois anos, quanto aos seus resultados de aprendizagem.Art. 88 O resultado
do processo de reclassificação será registrado em Ata e integrará a Pasta Individual
do aluno.
O resultado final do processo de reclassificação realizado pelo
estabelecimento de ensino será registrado no Relatório Final, a ser encaminhado à
Secretaria de Estado da Educação.
A reclassificação é vedada para a série inferior à anteriormente cursada.
23
5.3 DA PROGRESSÃO PARCIAL
O Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa – Ensino Fundamental e Médio,
não adota o Regime de Progressão Parcial, sendo que os alunos aprovados neste
regime, tanto do Estabelecimento (em anos anteriores) quanto os recebidos em
transferência (em até três disciplinas), serão atendidos na forma de adaptação,
mediante plano especial de estudos.
É vedada a matrícula inicial no Ensino Médio ao aluno com dependência de
disciplina no Ensino Fundamental.
5.4 DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e
aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do
conhecimento pelo aluno.
A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à
elaboração pessoal, sobre a memorização.
A avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e
instrumentos diversificados, coerentes com as concepções e finalidades educativas
expressas no Projeto Político-Pedagógico da escola.
É vedado submeter o aluno a uma única oportunidade e a um único
instrumento de avaliação.
Os instrumentos utilizados pelo professor serão definidos de acordo com os
critérios pré-estabelecidos no Plano de Trabalho Docente, podendo ser, entre
outros:
a) seminários;
b) atividades escritas ( provas, relatórios, dissertações, sínteses);
c) atividades orais (provas, debates, palestras);
24
d) pesquisas (de campo, bibliográficas);
e) trabalho em grupo e/ou individual.
Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em
consonância com a organização curricular e descritos no Projeto Político-
Pedagógico.
A avaliação deverá utilizar procedimentos que assegurem o acompanhamento
do pleno desenvolvimento do aluno, evitando-se a comparação dos alunos entre si.
O resultado da avaliação deve proporcionar dados que permitam a reflexão
sobre a ação pedagógica, contribuindo para que a escola possa reorganizar
conteúdos/instrumentos/métodos de ensino.
Na avaliação do aluno devem ser considerados os resultados obtidos durante
todo o período letivo, num processo contínuo, expressando o seu desenvolvimento
escolar, tomado na sua melhor forma.
O Sistema de Avaliação adotado pelo estabelecimento de ensino é bimestral
e será composto pela somatória da nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente a
atividades diversificadas especificadas, mais a nota 5,0 (cinco vírgula zero)
proveniente de, no mínimo, uma prova escrita, totalizando nota final de 10,0 (dez
vírgula zero).
A avaliação do Ensino de Educação Física e de Artes, deverá adotar
procedimentos próprios, visando o desenvolvimento formativo e cultural do aluno,
conforme art. 8º da Deliberação nº 07/99 – CEE.
Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período
letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades
detectadas, para o estabelecimento de novas ações pedagógicas.
5.5 DA RECUPERAÇÃO E APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do
nível de apropriação dos conhecimentos básicos.
§ 1º - A recuperação de estudos em nosso Estabelecimento, ocorrerá de duas
formas:
a) como retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
25
instrumentos de avaliação;
b) como a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e
concomitante ao processo ensino e aprendizagem e será organizada com atividades
significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados, não
devendo incidir sobre cada instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados.
O peso da recuperação de estudos deverá ser proporcional as avaliações
como um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos
conteúdos.
Os estudos de Recuperação não poderão ser considerados como um adendo
a nota. A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma
escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Para efeito de cálculo da média anual
será aplicada a seguinte fórmula matemática:
Média Anual = 1ºB + 2ºB + 3ºB + 4ºB
4
Os resultados das avaliações dos alunos serão registrados em documentos
próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade de sua vida
escolar.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o bimestre, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento
escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.
Os resultados bimestrais, anuais e finais serão transcritos pela secretaria nos
documentos escolares e comunicados aos alunos e/ou responsáveis através de
instrumentos próprios.
A revisão dos resultados das avaliações poderá ser requerida no prazo de 72
(setenta e duas) horas, de dias úteis, a partir da comunicação dos mesmos. A
promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno, aliada à
apuração da sua freqüência.
Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino
Fundamental e Ensino Médio, a média final mínima exigida é de 6,0 (seis vírgula
zero), observando a freqüência mínima exigida por lei.
26
Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que
apresentarem freqüência mínima de 75% do total de horas letivas e média anual
igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, serão considerados
aprovados ao final do ano letivo.
Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio serão
considerados retidos ao final do ano letivo quando apresentarem:
I. freqüência inferior a 75% do total de horas letivas, independentemente do
aproveitamento escolar;
II. freqüência superior a 75% do total de horas letivas e média inferior a 6,0 (seis
vírgula zero) em cada disciplina.
Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do ano letivo serão devidamente
inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de
documentação escolar.
A disciplina de Ensino Religioso não se constitui em objeto de retenção do
aluno, não tendo registro de notas na documentação escolar, contudo haverá
registro de freqüência.
27
6 FORMAS DE GESTÃO
6.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA
A partir da década de 80, a gestão democrática vem se tornando objeto de
discussões, em razão, especialmente, do que determina o inciso IV do art.206 da
Constituição Federal promulgada em dezembro de 1988: “a gestão democrática na
forma de Lei”. Na década de 90, esse princípio foi reforçado com a promulgação da
nova LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, cujo
artigo 14 contém as seguintes determinações:
Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do
ensino público na Educação Básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme
os seguintes princípios:
I. participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto político-pedagógico da escola;
II. participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares e equivalentes.
Desde então, para se adequar à legislação, as escolas vêm passando por um
processo de redefinição de espaços e de organização interna e externa. Esse
processo tem sido longo, pois as mudanças não ocorrem repentinamente, nem de
maneira tão simples. Exigem tempo, esforço coletivo e predisposição de todos os
envolvidos no processo.
Atualmente, gestão assume um significado que vai além de “ação ou efeito de
gerir; gerência; administração” (Luft, 2000 p.532). De acordo com Cury (apud
Borges, 2007, p.117):
Sendo a transmissão do conhecimento (ação da escola) um serviço público, o princípio associa-se à democracia. [...] lembrando que gestão é um termo latino que vem de gestio, que por sua vez vem de gerere - trazer em si, produzir. Fica claro que gestão não é só o ato de administrar um bem fora de si (alheio), mas é algo que traz em si, porque nele está contido. E o conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação,
28
sinal maior da democracia. Só que aqui é a gestão de um serviço público, o que (re) duplica o seu caráter público (re / pública).
A pouco tempo,o modelo de gestão escolar se configurava num diretor
autoritário e submisso aos órgãos centrais e seu função se restringia a de
administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores.O
processo de autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta quando
tomaram posse os primeiros governantes eleitos pelo voto direto.A parti daí a
discursam por uma educação democrática ganhou amplitude e vários movimentos
começaram a incentivar a luta por uma escola participativa, autônoma e de
qualidade.
Atualmente, a participação é o principal meio de assegurar a gestão
democrática da escola,possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no
processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar.Além
disso,proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas,da estrutura
organizacional e de sua dinâmica das relações da escola com a comunidade,e
favorece uma aproximação maior entre professores,alunos e pais.
Sabe-se que organizar o trabalho pedagógico em escola pública não é uma
tarefa fácil é algo abrangente, requer uma formação de boa qualidade além de exigir
do gestor um trabalho coletivo que busque incessantemente a autonomia,
liberdade,emancipação e a participação na construção do projeto político-
pedagógico.Numa gestão democrática,o gestor precisará saber como trabalhar os
conflitos e desencontros,deverá ter competência para buscar novas alternativas e
que as mesmas atendas aos interesses da comunidade escolar,deverá compreender
que a qualidade da escola dependerá da participação ativa de todos
membros,respeitando individualidade de cada um e buscando nos conhecimentos
individuais novas fontes de enriquecer o trabalho coletivo.
A educação é o objeto de estudo da escola, ela é um instrumento primordial
que viabiliza a prática da gestão democrática, pois seu papel é dirimir a filosofia,o
pensamento,o comportamento e as relações humanas que os alunos necessitam
para viver numa sociedade,pois dessa forma estarão aptos a construir uma visão
sólida e crítica da realidade educativa,buscando alternativas coletivas para os
problemas no âmbito social e escolar.
A organização do trabalho pedagógico é uma estratégia educacional para
democratizar o processo ensino-aprendizagem, então é de suma relevância para um
29
gestor implementar novas formas de administrar em que a comunicação e o diálogo
estejam inseridos na prática pedagógica do docente.Cabe ao gestor assumir a
liderança deste processo com competência técnica e política.
Ao assumir esse papel o gestor deve, necessariamente buscar a articulação
dos diferentes atores em torno de uma educação de qualidade, o que implica uma
liderança democrática, capaz de interagir com todos os segmentos da comunidade
escolar.A liderança do gestor requer uma formação pedagógica crítica e autônoma
dos ideais neoliberais.Nesse sentido,o objetivo é construir uma verdadeira educação
com sensibilidade e também com destrezas para que se possa obter o máximo de
contribuição e participação dos membros da comunidade, afirma Libâneo
(2001,p.102).
De acordo com Armelin (2008):
“o papel do gestor escolar não se resume em cumprir e fazer cumprir as leis e regulamentos ,as decisões, os prazos para desenvolvimento dos trabalhos e transmitir a seus subordinados a estratégia a ser adotada no desenvolvimento desses trabalhos. O gestor deve ser democrático, opinar e propor medidas que visem o aprimoramento dos trabalhos escolares, o sucesso de sua instituição, além de exercer sua liderança administrativa e pedagógica, visando a valorização e desenvolvimento de todos na escola. A liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida e exercida a cada dia.” (pág. 74)
Logo, o gestor escolar deve agir como líder, pensando no progresso de todos
que fazem parte de sua equipe. Um gestor líder é capaz de desenvolver o potencial
de trabalho de toda sua equipe, fazendo com que esta sinta-se capaz de transformar
e realizar com sucesso todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino,
ou seja, para conduzir a equipe o gestor competente sempre tem um propósito a ser
concretizado e uma estratégia de ação para conquistar seus objetivos. Esse é o
ponto de partida para que as ações da equipe escolar sejam bem sucedidas e,
quando uma das estratégias falha, o gestor educacional incentiva a equipe a
descobrir o que é necessário fazer para dar um passo a diante.
É necessário também, que o gestor escolar deve tenha consciência de que
sua equipe não limita-se a alunos, professores e demais funcionários internos da
instituição, pois, a equipe escolar é composta também pelos pais dos alunos e por
toda a comunidade de forma geral, que deve ser mobilizada para que juntos possam
promover o principal objetivo de toda equipe escolar: a aprendizagem dos alunos.
30
Assim, uma escola que viabiliza o sucesso escolar dos alunos, tem nesse
fator sua maior propaganda de marketing, pois justamente por se sentirem
satisfeitos com o sucesso escolar de seus filhos, os pais se empenharão mais em
colaborar com o desenvolvimento das atividades escolares, projetos e até mesmo na
divulgação do nome da instituição de ensino.
É fundamental ao gestor a habilidade em gerenciar conflitos, pois toda
instituição escolar, assim como qualquer outra instituição muitas vezes se depara
com conflitos que podem ocorrer entre os membros da equipe, já que cada ser
humano possui características individuais; conflitos esses que podem ser
ocasionados por fatores externos ou internos ao ambiente de trabalho.
O dia-a-dia do gestor escolar é repleto de desafios que não se resumem
apenas à parte burocrática de instituições educacionais. O gestor se vê diante de
problemáticas sociais que interferem direta e indiretamente no ambiente escolar.
Diante disso ele deve adquirir competências para administrar democraticamente a
escola, buscando a participação de todos os envolvidos para garantir resultados
satisfatórios de educandos e educadores.
Gerir a escola democraticamente, contemplando a participação de todos no
processo educativo, é uma tarefa que requer responsabilidade e habilidades para
interagir com o pensar individual de cada membro da equipe, de modo que as
experiências de cada um dos profissionais envolvidos no processo educativo
contribua para o bem coletivo da comunidade escolar. O Projeto Político Pedagógico
(PPP), identidade da escola; é o que melhor reflete a maneira como o gestor
desenvolve o trabalho e como a equipe se relaciona entre si e com a comunidade.
Sobre a gestão democrática, Gadotti (2002, p.33) afirma:
A gestão democrática deve estar impregnada por uma certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informações, na divisão do trabalho, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição de aulas, no processo de elaboração ou de criação de novos cursos ou de novas disciplinas, na formação de grupos de trabalho, na capacitação de recursos humanos, etc.
Os principais instrumentos para se estabelecer uma gestão democrática são a
comunicação, o diálogo e o comprometimento com o saber. De acordo com Lück
(1991, p.15),
31
(...) o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agir sobre elas em conjunto.
Neste colégio pode-se observar a liderança de um gestor comprometido com
a qualidade da educação e com as transformações sociais e que possibilita o aluno
avançar nos mais variados aspectos:social, político,intelectual e humano.
Organizar o trabalho pedagógico requer enfrentar contradições oriundas das
diversas realidades que se encontram numa escola pública, daí a necessidade da
escola educar para a democracia, e essa tendência pedagógica deverá ser
observada ao longo dessa labuta.
A organização e a gestão do trabalho escolar requerem o constante
aperfeiçoamento profissional-político, científico,pedagógico - de toda a equipe
escolar.Dirigir uma escola implica conhecer bem seu estado real,observar e avaliar
constantemente o desenvolvimento do processo de ensino,analisar com objetividade
os resultados,e fazer compartilhar as experiências docentes bem-sucedidas.
Nessas condições evidencia-se no Colégio Walfredo Silveira Corrêa uma
gestão qualificada que garante a eficiência do ensino. Acreditamos que o trabalho
coletivo torna-se indispensável para desenvolver competências que permitam
realmente aprender com o outro e construir de forma participativa, a cada dia que
passa, uma escola efetivamente democrática.
Acreditamos que a gestão participativa é uma necessidade de qualquer gestor
que pretende priorizar a qualidade do trabalho pedagógico. A escola não avança
sem unidade do grupo,portanto a participação plena promovida pela gestão escolar
pode dar sustentabilidade ao processo educacional fortalecendo o desenvolvimento
de uma consciência social crítica direcionada a formação humana.
Uma gestão de qualidade requer liderança abalizada e dedicação, visando
valores que inspirem a todos a trabalharem em prol de uma escola produtiva.
Pensando assim os responsáveis pela Gestão do colégio procuram criar um
ambiente estimulador para o aprendizado e para a participação de todos no
processo educativo. Para tanto algumas ações são necessárias:
Reuniões com os pais e comunidade; palestras sobre diversos
assuntos para pais, alunos, comunidade como: Estatuto da Criança e
32
do Adolescente, Cidadania, Violência, Educação no Trânsito,
Amamentação, Ética e outras, com a participação de voluntários, e
membros de entidades e profissionais de diferentes áreas.
Apresentação dos problemas para a comunidade escolar e busca de
soluções conjuntas.
Horas/atividades organizada de forma a atender as necessidades
pedagógicas do corpo docente e discente, elaborado a partir da opção
do professor, a princípio individualmente mas que este tenha sempre
algum um ou mais professores de outras áreas/disciplinas para
enriquecer o seu trabalho com troca de idéias.
APMF ativa e atuante em todos os momentos; contato direto com
Conselho Escolar, Conselho Tutelar, Patrulha Escolar, CIEE e
entidades que atuam com a escola;
Reuniões pedagógicas, Encontros Pedagógicos, Grupos de Estudos,
passeios, comemorações, momentos de espiritualidade e de dinâmicas
para o corpo docente, discente e comunidade escolar.
Promoções, confraternizações e atividades recreativas envolvendo
APMF,Conselho Escolar, corpo administrativo e docentes e discentes;
Viagens, confraternizações, comemorações, atividades esportiva. entre
as turmas, com alunos, APMF,Conselho Escolar, professores e
funcionários.
Incentivar a participação da comunidade, APMF, Conselho Escolar,
professores, pais, alunos e funcionários em atividades como:
exposição de trabalhos, mostra cultural e de talentos, formatura,
campanhas, atividades extra-classe, excursões e demais promoções.
Algumas ações administrativas sob a responsabilidade do gestor:
Acompanhamento do trabalho executado pela equipe técnico-pedagógica,
administrativa e serviços gerais, obedecendo a Lei vigente, incentivando o
trabalho de todos os setores, mantendo assim o bom funcionamento do
Estabelecimento;
33
Manutenção do fluxo de informações dentro do Estabelecimento, entre a
comunidade escolar, órgãos da Administração Estadual de Ensino, entidades
e outros setores;
Responsabilidade pela conservação e manutenção do prédio, para assegurar
o bem estar dos elementos da Comunidade Escolar;
Supervisão e controle da exploração da cantina comercial, respeitando a lei
vigente;
Propostas de inovações à Secretaria de Estado da Educação, após
aprovação do Conselho Escolar no tocante à melhoria desta Gestão;
Aplicação de normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela
Secretaria de Estado da Educação;
Aplicação dos recursos recebidos (conforme plano), e, elaboração das
respectivas prestações de contas após serem submetidas à apreciação e
aprovação do Conselho Escolar/APMF;
Manutenção de um ambiente harmonioso que transmita o respeito mútuo,
ética e solidariedade entre o corpo docente, discente e funcionários.
Constituição da APMF do Colégio, conforme as normas do Estatuto que rege
a APMF, tendo como componentes elementos da comunidade escolar
inteirado ao Estabelecimento, atuando diretamente com o mesmo;
Elaboração do Plano Anual de Atividades a serem realizadas no decorrer do
ano letivo, juntamente com a APMF. Onde após cada evento, são realizadas
reuniões para avaliação do trabalho executado e análise dos resultados
obtidos, os quais são apresentados à comunidade, através da prestação de
contas, em conformidade com a lei vigente;
Assegurar a APMF/Conselho Escolar o direito à participação ativa, no
funcionamento diário do Colégio, atuando em todas as atividades realizadas;
Auxiliar a APMF em promoções gerais, que tenham como objetivo angariar
fundos para complementar a manutenção do Colégio e/ou promover a ajuda
solidária às famílias de nossa comunidade;
Realização de atividade festivas e esportivas, com a finalidade de integrar o
Colégio com a comunidade e com os diversos segmentos da sociedade.
34
6.2 INSTÂNCIAS COLEGIADAS
As instâncias colegiadas são os espaços de representação dos segmentos da
escola: discentes, docentes, pais e comunidade. É pela utilização desses espaços,
fruto da conquista da própria comunidade, que a gestão democrática ganha força e
pode transformar a realidade escolar. Isso depende, como já mencionamos, das
relações que se estabelecem entre os segmentos e a direção da escola.
Segundo Veiga (1998, p.113):
“Podemos considerar que a escola é uma instituição na medida em que a concebemos como a organização das relações sociais entre os indivíduos dos diferentes segmentos, ou então como o conjunto de normas e orientações que regem essa organização. (...) Por isso se torna relevante as discussões sobre a estrutura organizacional da escola, geralmente composta por conselho Escolar e pelos conselhos de Classe que condicionam tanto sua configuração interna, como o estilo de interações que estabelece com a comunidade.”
Outras instâncias de ação colegiada, institucionalizadas ou não, como a
Associação de Pais, Mestres e Funcionários e o Grêmio Estudantil, podem ser
importantes ferramentas para o aprimoramento do processo educativo e para o
exercício da democracia no interior das escolas. Confirmando a importância dos
colegiados para a efetivação do processo democrático.
O fato de a participação nos colegiados apresentar-se como uma nova forma
considerar o coletivo de gestão não significa que o diretor perderá seu caráter de
autoridade responsável pela escola. Por meio dos colegiados, ele poderá contar com
o apoio de outras pessoas envolvidas no processo educacional para conseguir
implementar os projetos de melhoria na escola e no ensino. Dessa forma, mais do
que administrador preocupado em oferecer pessoas competentes para responder às
exigências do mercado de trabalho, ele será um gestor preocupado com a formação
do cidadão consciente, participativo. Deixará de exercer uma ação individual e
passará a considerar o coletivo.
35
6.2.1 Conselho Escolar
É um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza
deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora. Ele dá pareceres referentes ao
trabalho de organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da
instituição escolar, em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da
SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-pedagógico e o
Regimento Escola/Colégio , para o cumprimento da função social e específica da
escola.
O Conselho Escolar é a instituição que coordena a gestão escolar,
especialmente no que diz respeito ao estudo, planejamento e acompanhamento das
principais ações no dia-a-dia da escola. É um espaço privilegiado para o exercício
da vivência cidadã e apropriação de diferentes saberes que favorecem a
democracia.
Em face do exposto, constata-se que o Conselho Escolar é o grande aliado
da direção na gestão da escola. No entanto, para que essa parceria realize um
trabalho de acordo com o esperado e satisfaça a comunidade, é preciso que haja
sintonia entre os parceiros e abertura por parte da direção para ouvir e aceitar a voz
do conselho. É fundamental que se estabeleça uma relação de respeito,
cumplicidade nas tomadas de decisão e, principalmente, que todos tenham objetivos
comuns. A participação do conselho deve se dar de forma autônoma, espontânea e
consciente.
Segundo Werle (2003, p.60):
[...] não existe um Conselho no vazio, ele é o que a comunidade escolar estabelecer, construir e operacionalizar. Cada conselho tem a face das relações que nele se estabelecem. Se forem relações de responsabilidade, de respeito, de construção, então, é assim que vão se constituir as funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras.
Para que as decisões do Conselho Escolar não sejam monopolizadas pelo
diretor, seu presidente nato é necessário que haja a conscientização dos segmentos
envolvidos. Isso de certa forma começa a acontecer.
A Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, por meio da
Coordenação-Geral de Articulação e Fortalecimento Institucional dos Sistemas de
36
Ensino, em consonância com o processo de democratização da sociedade, criou,
mediante a Portaria Ministerial n.2.896/04, o Programa Nacional de fortalecimento
dos Conselhos Escolares. Entre seus objetivos, constam: ampliar a participação da
comunidade escolar e local na gestão administrativa, financeira e pedagógica das
escolas públicas; apoiar a implantação e o fortalecimento dos Conselhos; promover,
em parcerias com os sistemas de ensino, a capacitação dos conselheiros escolares;
apoiar os Conselhos Escolares na construção coletiva de um projeto educacional no
âmbito da escola. (BRASIL, 2004)
Neste colégio, o Conselho Escolar sendo um órgão colegiado de suma
importância na Gestão, tendo caráter consultivo, deliberativo e fiscal, participa de
importantes decisões com relação ao dia-a-dia do Estabelecimento de Ensino.
Cada Conselheiro deve assumir sua função ciente de que representa um
segmento (alunos, pais, professores, pedagogos, funcionários e segmentos da
sociedade, além da própria direção) e que devem visar quais as melhores formas de
se oferecer uma gestão democrática, participando do planejamento, execução e
acompanhamento e avaliação, onde a comunidade, aqui representada, opine sobre
como resolver cada questão, de acordo com a lei e o bom senso.
Cabe ao Conselho Escolar visar o interesse dos alunos, da educação,
assegurar o cumprimento da função da Escola. Ele tem papel decisivo na
democratização da educação e da escola. É um importante espaço no processo de
democratização, na medida em que reúne diretor, professores, funcionários,
estudantes, pais e outros representantes da comunidade para discutir, definir e
acompanhar o desenvolvimento do projeto político-pedagógico do nosso colégio.
6.2.2 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários
A APMF, pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos
Pais, Mestres e Funcionários do Estabelecimento de Ensino, que não tem caráter
político-partidário, religioso, racial, nem fins lucrativos. Seus dirigentes e
conselheiros não são remunerados, são constituídos por prazo indeterminado e
devem obedecer ao objetivo de promover a integração escola-comunidade.
37
Sua regulamentação definitiva e sua estrutura atual foram definidas em 1978
em substituição à antiga Caixa Escolar, criada em 1956, com o intuito de arrecadar
fundos para a assistência escolar.
Atualmente, o espaço de participação da APMF é muito amplo. Além de
“gerenciar” o financeiro da escola, tem como atribuições: acompanhar o
desenvolvimento da Proposta Pedagógica, sugerindo as alterações que julgar
necessárias ao Conselho Escolar; estimular a criação e o desenvolvimento de
atividades para pais, alunos professores, funcionários, assim como para a
comunidade, após análise do Conselho escolar; mobilizar a comunidade escolar, na
comunidade expresse suas expectativas e necessidades.
Os objetivos da APMF na comunidade escolar é:
Discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de acompanhamento ao
educando, de aprimoramento do ensino e integração família - escola -
comunidade, enviando sugestões em consonância com a Proposta
Pedagógica, para apreciação do Conselho Escolar e equipe - pedagógica -
administrativa.
Prestar atendimento aos educandos, professores e funcionários,
assegurando-lhes melhores condições de qualidade de ensino, em
consonância com a Proposta Pedagógica do Estabelecimento de Ensino.
Buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada, no contexto
escolar, discutindo a política educacional, visando sempre à realidade da
comunidade.
Proporcionar condições ao educando, para participar de todo o processo
escolar, estimulando sua organização em Grêmio Estudantil com o apoio da
APMF e o Conselho Escolar.
Representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo dessa
forma, para a melhoria da qualidade de ensino, visando uma escola pública,
gratuita e universal.
Promover o entrosamento entre pais, alunos, professores e funcionários e
toda a comunidade, através de atividades sócio-educativa-cultural-
desportivas, ouvido o Conselho Escolar.
Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem
repassados por meio de convênios, de acordo com as prioridades
38
estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho Escolar, com registro em
livro ata.
Colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas
instalações, conscientizando sempre a comunidade sobre a importância desta
ação.
A Associação de Pais, Mestre e Funcionários do Colégio Walredo Silveira
Corrêa deve atuar como um “elo” entre o Estabelecimento de Ensino e a
Comunidade Escolar, representado de forma significativa os reais interesses de
cada segmento (pais, professores e funcionários). Deve demonstrar, de forma
transparente, o que se espera da Gestão. Para tanto, cada membro precisa ser
participativo, consciente e engajado em sua função.
Não pode a Associação limitar-se a gerenciar promoções e recursos ou
mesmo gastos e necessidades materiais.
Cabe à APMF acompanhar o desenvolvimento da Proposta Pedagógica,
buscar a integração, visar a realidade da comunidade em que está inserida,
assegurar melhores condições de eficiência escolar e também administrar/gerir
recursos financeiros.
Enquanto Associação, deve comprometer-se com o interesse primordial da
entidade educacional: o aluno e seu aprendizado. Necessita buscar meios para
promover uma educação de qualidade, voltada para a cidadania, para a
profissionalização, para o alcance dos objetivos da instituição em sua função de
educar, de aperfeiçoar e, conseqüentemente, de estimular o educando na busca do
conhecimento, de bons valores e de uma vida produtiva.
6.2.3 Conselho de Classe
O Conselho de Classe é um colegiado de natureza consultiva e deliberativa
em assuntos didático–pedagógicos e seus objetivos são: avaliar a apropriação pelos
alunos dos conteúdos curriculares estabelecidos no Projeto Político Pedagógico da
Escola; refletir sobre a relação professor/aluno e analisar a prática pedagógica,
buscando alternativas que garantam a efetivação do processo ensino aprendizagem.
39
Os objetivos do Conselho de Classe, segundo o INEP - Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais, são: efetuar uma avaliação contínua do aluno e
da turma em seus aspectos qualitativos e quantitativos, aperfeiçoar o trabalho com o
aluno por meio de subsídios fornecidos pela equipe pedagógica, despertar no
professor a consciência de que é necessário realizar a auto-avaliação contínua de
seu próprio trabalho, com base na qual ele deve replanejar suas atividades e
métodos, criando condições para um aprendizado mais eficiente por parte do aluno.
O Conselho de Classe deve ter condições para fazer uma avaliação do
desempenho de alunos e professores, analisar as práticas pedagógicas e traçar
metas coletivas ou individuais para solucionar ou amenizar problemas decorrentes
do processo ensino-aprendizagem.
O Conselho de Classe do Colégio Walfredo Silveira Corrêa, formado por
professores, equipe pedagógica, direção pedagógica e representante dos alunos,
tem caráter decisivo e está diretamente ligado ao desenvolvimento da aprendizagem
dos alunos. Procuramos trabalhar sempre na tentativa de que, de fato, o Conselho
cumpra sua função: propor mudanças, novas formas de avaliar, contribuir para o
desenvolvimento pessoal e intelectual dos alunos. Estamos procurando fazer com
que o Conselho seja um lugar onde se discuta sobre o aproveitamento das
atividades, onde haja divisão de trabalho, troca de experiências, e tomada de
decisões; onde se concretize a democracia do trabalho coletivo; onde são propostos
e avaliados a prática pedagógica, as inovações, a busca de alternativas, onde é feito
a análise de casos, e tomadas de decisões conjunta sempre objetivando o avanço
da aprendizagem e o desenvolvimento do educando.
6.2.4 Representante de Turma
Aos alunos representantes cabe a organização na sala de aula. Os alunos
são eleitos por seus pares e/ou por professores das turmas. A turma é orientada
para eleger os alunos que melhor representem essa instância e, a partir daí
participam ativamente dos problemas que envolvam a sala de aula, buscando
soluções e reflexões sobre o andamento de sua turma (disciplina, conteúdos,
assiduidade, participação em gincanas e apresentações, etc.). Os alunos
representantes mantém contato direto com o pedagogo e com o professor
40
representante de sua turma. Procuram estar atentos às ações do Grêmio Estudantil
e participarem do Conselho de Classe de sua turma representando-a com dignidade
e respeito. Com a intervenção do Pedagogo do colégio os alunos representantes,
sempre que necessário, analisem o andamento das aulas, dos conteúdos, a
metodologia de trabalho dos professores, o desempenho pedagógico e disciplinar da
turma e outros assuntos que sejam de interesse e apropriados no momento da
discussão..
Essa instância é muito importante para o crescimento dos alunos, para o seu
engajamento na busca de soluções aos problemas em destaque, à maior atenção e
responsabilidade aos problemas encontrados em sala de aula.
Segue abaixo algumas qualidades que um representante de turma deve ter:
1. RESPONSABILIDADE - pessoa capaz de cumprir os compromissos, de inspirar
confiança, de levar a sério o que deve fazer, assíduo e pontual, organizado.
2. ESPÍRITO DE INICIATIVA - saber tomar decisão, ser realizador, saber imprimir
dinamismo ao grupo.
3. ESPÍRITO DEMOCRÁTICO - saber acolher; respeitar as idéias dos outros;
estimular as idéias do grupo; sentir-se igual em direitos e deveres.
4. PARTICIPATIVO e envolvido com a escola.
5. DISPONIBILIDADE - ter tempo e disposição para o grupo e para com os
compromissos de um representante.
6. FACILIDADE DE COMUNICAÇÃO E DE RELACIONAMENTO.
7. ESPÍRITO DE EQUIPE.
É importante observar que não há ninguém que possua todas essas
qualidades. O líder não nasce feito. Há sempre muito a aprender, a aperfeiçoar, a
mudar e exercitar para bem desenvolver a representatividade.
O representante de turma é um elo entre a turma e a comunidade escolar. É o
porta-voz da turma, isto é, o elemento que transmite as sugestões, reivindicações e
problemas do grupo. Incentiva a turma a participar de eventos, solenidades, visitas
etc. Além dessas tarefas o representante deve:
1. Incentivar a turma a ser um grupo coeso e unido.
41
2. Auxiliar o grupo a determinar seus objetivos e a utilizar os meios adequados para
atingi-los.
3. Ajudar a turma a colaborar com os objetivos básicos e projetos da escola.
4. Comparecer e participar das reuniões e eventos para os quais for convocado.
5. Exercer uma liderança positiva.
6. Solicitar a intervenção da Equipe de Direção da EMC quanto a assuntos
específicos da sua turma.
6.2.5 Grêmio Estudantil
O Grêmio é a organização que representa os interesses dos estudantes na
escola. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras
possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade.
O Grêmio é também um importante espaço de aprendizagem, cidadania,
convivência, responsabilidade e de luta por direitos. É formado apenas por alunos de
forma independente, não tendo caráter político-partidário, religioso, racial nem fins
lucrativos.
É um órgão de apoio à Direção que tem uma gestão colegiada; tem um
estatuto próprio e eleição direta, é a concreta representação dos estudantes e uma
grande contribuição para a formação e democratização de nossos jovens.
Suas ações são voltadas para atividades culturais, desportivas e sociais,
sendo muito importante para o desenvolvimento de muitos jovens que tem como
participação sócio-cultural apenas a escola em que estuda.; também é neste
ambiente “entre jovens” que nascem as principais formas de organização e debates
acerca dos problemas sociais que eles vivenciam e que na grande maioria das
vezes não são discutidos.
Seus objetivos visam representar o corpo discente, defender os interesses
individuais e coletivos dos alunos, incentivar a cultura literária, artística e desportiva
de seus membros e de toda a comunidade escolar, promover a cooperação entre
todos os segmentos da escola, buscar aprimoramento no trabalho escolar, realizar
intercâmbios e colaboração de caráter cultural e educacional com outras instituições.
Enfim, seus objetivos é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas
atividades de sua escola, organizando campeonatos, palestras, projetos e
42
discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem – junto com pais,
funcionários, professores, coordenadores e diretores – da programação e da
construção das regras dentro da escola.
O Grêmio que desejamos para o Colégio Walfredo Silveira Corrêa deve:
Colaborar na construção da comunidade escolar, como elo entre alunos, o
corpo docente e técnico-administrativo; junto com a direção da unidade de
ensino e professores, busque as mudanças necessárias para a educação.
Apresentar propostas e sugestões concretas para minimizar os problemas da
escola e da comunidade na qual esteja inserido.
Desenvolver o espírito de solidariedade e cooperação entre os estudantes e a
escola.
Promover atividades recreativas, culturais, desportivas, literárias e
educacionais, estimulando a união de toda a classe estudantil.
Criar mecanismos que possibilitem incentivar, desenvolver e estimular o
estudante em sua vida educacional, social e profissional. Mas, sobretudo, que
possa unir a classe, tornando-a mais participativa e consciente de seus
direitos e deveres.
Apesar da importância do Grêmio Estudantil, ele ainda não foi constituído no
colégio. Sua implementação está prevista para o ano letivo de 2012.
6.3 Gestão de Recursos Financeiros
O Colégio recebe recursos do Fundo Rotativo e estes são gerenciados pelo
Diretor e supervisionados pelo Conselho Escolar/APMF;
A cantina escolar gera recursos para pequenos reparos do prédio, bem como
atende às necessidades básicas. A prestação de contas é realizada mensalmente.
A APMF organiza no início do ano letivo, um calendário de atividades e
promoções para angariar fundos, com diversas finalidades: assistência aos alunos,
pequenos reparos, compra de material de consumo e permanente;
Os materiais permanentes deste estabelecimento constam no Inventário de
Bens Patrimoniais Móveis relacionados conforme o proprietário (Fundepar, SEED,
43
APMF, outros), encaminhado com seus respectivos Termos de Responsabilidade
para o órgão responsável.
6.4 GESTÃO DEMOCRÁTICA: IMPLEMENTAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E O SUCESSO ESCOLAR
Até bem pouco tempo, o modelo de direção da escola, era o de diretor
submisso aos órgãos centrais, e seu papel se restringia a de guardião e
administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores. A
intensificação sobre a autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta,
quando tomou posse os primeiros governadores eleitos pelo voto direto. O debate
sobre a autonomia da escola toma corpo e possibilita modificação na terminologia e
avaliação da atuação administrativa, que passa a ser denominada como gestão e,
mais particularmente, gestão democrática. A autonomia da escola não deve ser um
discurso vazio.
O principal objetivo da escola é promover a educação e isso se faz através da
gestão democrática, capaz de viabilizar a aquisição do saber e dessa forma
desenvolver nos alunos aptidões que os possibilitem tornar-se indivíduos críticos,
formadores de opinião e capazes de buscar alternativas para os problemas no
âmbito escolar e social. Piaget afirma em uma de suas célebres frase que não basta
apenas criar homens capazes de repetir o que outras gerações já fizeram. A escola
deve formar cidadãos capazes de criar, criticar, descobrir e investigar com
autonomia.
O que significa então, uma gestão democrática na escola? Primeiramente,
para que a escola represente um espaço democrático de idéias, pensamentos,
conhecimento faz-se necessário existir um respeito à diversidade, as diferenças, as
realidades que estão presentes no campo educacional e que se chocam a todo o
momento, pois cada pessoa que está presente no ambiente escolar tem sua opinião
própria sobre o mundo que o cerca, suas idéias, mitos e crenças, caberão ao gestor
encontrar a melhor maneira de lidar com essa pluralidade de pessoas de maneira
agradável, simpática respeitosa, conjunta a fim de que todos, juntos, promovam a
real função da escola que é ensinar a totalidade de seus alunos, com ensino de
ótima qualidade.
44
Gestão democrática é uma nova maneira de administrar a escola, é gerir
coletivamente, por força disso tem como princípios norteadores: participação – é o
principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, pois possibilita
envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no
funcionamento da organização escolar democrática; implica não só na participação
na gestão, mas a gestão da participação, em função dos objetivos da escola;
descentralização - processo que visa a importantes mudanças em relação à forma
de gestão, pela distribuição e/ou delegação do poder, relacionados às estruturas,
aos atores e aos processos estratégicos em certas áreas e funções; autonomia –
construção da identidade institucional, constituída pela formação da capacidade da
escola em elaborar o seu projeto educacional e em gerenciar os recursos destinados
ao seu desenvolvimento.
A democratização da gestão da escola implica o aprendizado e a vivência do
exercício de participação e tomadas de decisões. Trata-se de processo a ser
construído coletivamente e considerando a especificidade e possibilidade histórica
de cada escola.
Atualmente o diretor assume uma série de funções, tanto de natureza
administrativa, quanto pedagógica. Do ponto de vista administrativo, compete-lhe: a
organização e articulação de todas as unidades competentes da escola; o controle
dos aspectos materiais e financeiros da escola; a articulação e controle dos recursos
humanos; a articulação escola-comunidade; a articulação da escola com o nível
superior de administração do sistema educacional; a formulação de normas,
regulamentos e adoção de medidas condizentes com os objetivos e princípios
propostos; a supervisão e orientação a todos aqueles a quem são delegadas
responsabilidades.
Do ponto de vista pedagógico, é de sua alçada: a dinamização e assistência
aos membros da escola para que promovam ações condizentes com os objetivos e
princípios educacionais propostos; a liderança e inspiração no sentido de
enriquecimento desses objetivos e princípios; a promoção de um sistema de ação
integrada e cooperativa; a manutenção de um processo de comunicação claro e
aberto entre os membros da escola e entre a escola e a comunidade; a estimulação
à inovação e melhoria do processa educacional.
Na gestão democrática respeita-se as diferenças e a pluralidade de idéias;
admite-se a participação dos membros (docente, discente, funcionários, comunidade
45
e pais) nos assuntos, discussões, votações e decisões do ambiente escolar; existe
uma coordenação de esforços individuais e coletivos com o objetivo de si obter um
resultado positivo para o funcionamento da escola e do aprendizado do aluno. A
gestão democrática deixa os membros da escola flexíveis ao diálogo, livres para
opinarem, comprometidos com o espaço educativo, existe uma organização não
hierarquizada e em fim, todos são os protagonistas do ato de gerir.
Um bom gestor deve também estar “antenado” com as novas tecnologias,
pois nos dias atuais, é de extrema importância que todos no ambiente escolar
conheçam e usem os recursos tecnológicos disponíveis na escola, com o intuito de
melhorar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos e executados.
A incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) vem se
concretizando com maior freqüência nas situações em que diretores e comunidade
escolar se envolvem nas atividades como sujeitos do trabalho em realização, uma
vez que o sucesso dessa incorporação está diretamente relacionado com a
mobilização de todo o pessoal escolar, cujo apoio e compromisso para com as
mudanças não se limitam ao âmbito estritamente pedagógico da sala de aula, mas
se estendem aos diferentes aspectos envolvidos com a gestão do espaço e do
tempo escolar, com a esfera administrativa e pedagógica. Daí a importância da
formação de todos os profissionais que atuam na escola, fortalecendo o papel da
direção na gestão das TIC e na busca de condições para o seu uso no ensino e
aprendizagem e na gestão escolar (ALMEIDA, 2003, p. 84).
Os cursos de formação, inclusive os ofertados pela SEED, vêm lentamente
incorporando o uso das TIC como recursos para ampliar o acesso à informação e
para favorecer a criação de ambientes de aprendizagem que enfatizem a construção
de conhecimento. A transformação que se busca exige uma nova visão: mais
criativa, menos acomodada, mais participativa, mais ética, mais democrática e
tecnologicamente mais exigente. Requer, portanto, a preparação de profissionais
dinâmicos, professores e administradores escolares capazes de promover e
conduzir as mudanças necessárias. Segundo Scarpa (2009), no mundo de hoje, não
há mais espaço para quem não sabe trabalhar com o computador.
A tecnologia é apontada como um instrumento fundamental para propiciar a
mudança da escola e para auxiliar o gestor na organização do processo
educacional, fazendo ―uma articulação entre o administrativo e o pedagógico,
facilitando o processo de comunicação interna e externa e possibilitando a gestão do
46
conhecimento produzido pela escola e/ou adquirido pelos vários meios de
informação disponíveis (ALONSO, 2007, p. 33).
A integração dos aspectos pedagógicos e administrativos apresenta
implicações na melhoria do ensino e da aprendizagem. Porém, a forma como os
gestores encaram essa questão e as ações desenvolvidas no sentido de facilitar ou
dificultar esse processo, podem ou não estimular os professores a adotarem as TIC
na prática docente.
“O fato de utilizar diferentes mídias na prática escolar nem sempre significa integração entre as mídias e a atividade pedagógica. Integrar – no sentido de completar, de tornar inteiro – vai além de acrescentar o uso de uma mídia em uma determinada situação da prática escolar. Para que haja a integração, é necessário conhecer as especificidades dos recursos midiáticos, com vistas a incorporá-los nos objetivos didáticos do professor, de maneira que possa enriquecer com novos significados as situações de aprendizagem vivenciadas pelos alunos” (PRADO, 2005).
Esta mesma idéia pode ser ampliada para a gestão escolar com e para o uso
da tecnologia. Integrar as TIC à gestão significa ir além do seu uso, mas incorporar
suas especificidades e contribuições na própria gestão da escola. A incorporação de
tecnologias nas atividades da escola envolve distintos aspectos da gestão
decorrentes do efeito de gerir, administrar, proteger, manter, colocar em ordem, ou
seja, de tornar utilizáveis os recursos tecnológicos. Isto significa registrar, organizar,
recuperar e atualizar as informações; produzir estratégias de comunicação e
participação; abrigar e administrar as atividades, conteúdos e recursos; gerir
ambientes e processos de avaliação; estabelecer novas relações com a história
consigo mesmo, com o mundo e com o saber.
A incorporação das TIC vem se concretizando com maior freqüência nas
situações em que diretores e comunidade escolar se envolvem nas atividades como
sujeitos do trabalho em realização, uma vez que o sucesso dessa incorporação está
diretamente relacionado com a mobilização de todo o pessoal escolar, cujo apoio e
compromisso para com as mudanças não se limitam ao âmbito estritamente
pedagógico da sala de aula, mas se estendem aos diferentes aspectos envolvidos
com a gestão do espaço e do tempo escolar, com a esfera administrativa e
pedagógica. Daí a importância da formação de todos os profissionais que atuam na
escola, fortalecendo o papel da direção na gestão das TIC e na busca de condições
47
para o seu uso no ensino e aprendizagem e na gestão escolar (ALMEIDA, 2003, p
31).
48
7 MARCO SITUACIONAL
7.1 A REALIDADE EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEA
Um dos desafios encontrados atualmente no setor educacional é a mudança
de ideologia impregnada na sociedade, uma alteração da concepção de ensino e do
papel da escola enquanto instituição social. Busca-se uma escola democrática,
pluralista, que venha valorizar a diversidade frente às problemáticas sociais
perpassadas pelo educador e educando.
Diante dos vários problemas da sociedade contemporânea, como:
desvalorização profissional, desemprego, violência, modificações das relações
familiares, etc., tem-se como papel fundamental da área educacional, o de fornecer
o conhecimento, para que as pessoas possam ter possibilidades e autonomia de
participar efetivamente das políticas, continuando assim, a lutar por igualdade de
direitos. Nesse sentido, a educação, em termos de Brasil, deve ser tratada como
uma política social, que tem como compromisso fundamental à garantia dos direitos
do cidadão, ou, ainda a escola deve assumir um novo papel frente à sociedade, que
é o de propiciar ações para a efetivação dos direitos sociais.
No Brasil, têm-se várias legislações como a Constituição Federal de 1988, a
atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB de 1996 e o Estatuto da Criança
e do Adolescente – ECA de 1990, que garantem o direito à educação a criança e ao
adolescente, direitos estes que precisam ser perseguidos por todos os profissionais
que atuam no contexto escolar.
A escola hoje, mais do que nunca, tem como papel diante da sociedade,
propiciar ações para a efetivação dos direitos sociais. Neste contexto, o setor
educacional tem o papel de possibilitar e de oferecer alternativas para que as
pessoas que estejam excluídas do sistema possam ter oportunidade de se reintegrar
através da participação, bem como da luta pela universalidade de direitos sociais e
do resgate da cidadania.
Um dos maiores desafios apresentados à escola atual é trabalhar com a
reelaboração crítica e reflexiva do educando, a fim de prepará-lo para a luta e o
enfrentamento das desigualdades sociais presentes na sociedade capitalista. Nesta
ótica, a escola deve transcender o sentido de ascensão material, que é dado à
49
educação, transformando-a não em só um meio de retorno financeiro, mas também
em um instrumento de crescimento pessoal.
A escola que se deseja, deve estar pautada na lógica de um espaço ideal
para a construção de uma sociedade sadia, uma escola democrática com formação
para a cidadania. Aquela que combata de todas as formas a exclusão social e que
entenda o aluno como ser integral. E que possa, ao mesmo tempo, trabalhar a
relação escola-aluno-família, tendo-se assim a necessidade de incluir a família em
suas ações.
Para isso, devemos romper com as visões tradicionais, funcionalistas ou
sistêmico-mecanicistas da escola, superando a visão desta como um depósito do
saber, buscando assim uma escola includente, libertadora, que valorize a
diversidade e construa a cidadania.
Construir a cidadania, atualmente, é: tornar viável a existência dos homens,
na realidade histórica e social em que estes estejam inseridos; garantir a todos os
indivíduos humanos, sem qualquer discriminação, as condições para o exercício
pleno de todos os aspectos da vida; prover o benefício universal dos produtos do
trabalho humano, dos bens sociais e dos bens culturais de uma sociedade.
Baseando-se nestes conceitos, a construção do Projeto Político-Pedagógico,
de forma coletiva e democrática, deve buscar valorizar todos os atores vinculados à
instituição, para, assim, construir uma educação de caráter transformador, que
compreenda as contradições, limites e também as possibilidades existentes, dentro
de uma prática reflexiva. Esta participação coletiva amplia o debate sobre as
práticas sociais e culturais, desmascarando as diversas formas da manifestação das
relações autoritárias estabelecidas na prática escolar vigente, e amplia a
contribuição coletiva para a construção de novas formas de organização escolar.
7.2 ALGUNS PROBLEMAS ENFRENTADOS
O Estado do Paraná, na atual gestão, busca a melhoria da Educação, o
incentivo dos funcionários das Escolas e o aprimoramento do Corpo Docente.
A Secretaria de Estado da Educação está empenhada, contribuindo para a
melhoria da educação paranaense e para a formação de cidadãos conscientes,
compromissados, competentes e atuantes na sociedade, tendo em vista sua efetiva
50
atuação na construção dessa sociedade mais justa e democrática que almejamos
para todos.
A educação ofertada pelas Escolas Estaduais deve contribuir para a
aprendizagem dos alunos e na sua inserção e atuação consciente na sociedade.
Para isso é fundamental resgatar o seu verdadeiro papel.
O Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa busca ofertar educação de
qualidade através de uma prática pedagógica que supere o Ensino Tradicional,
adotando propostas inovadoras. para uma prática que se pretende transformadora.
No entanto constata-se que há problemas e necessidades que precisam ser
sanadas a curto e médio prazo para melhorar o andamento dos trabalhos neste
Estabelecimento de Ensino. Entre eles, citemos alguns:
Alunos imediatistas e sem perspectivas.
Alunos mal-educados, sem objetivos, desinteressados.
Dificuldade em ministrar as aulas devido ao índice elevado de indisciplina.
Professores desestimulados, cansados e doente.;
Cansaço físico e mental devido à sobrecarga de trabalho.
Desinteresse dos pais.
Violência, drogas e sexualidade precoce.
Alunos sem limites familiares, pais omissos.
Falta de apoio dos pais ou responsáveis.
Falta de valorização dos profissionais da educação pela sociedade.
Falta segurança nas proximidades da escola.
Insegurança dos vários segmentos da escola em relação à violência.
Elevado índice de evasão no ensino noturno.
Expressivo número de alunos aprovados em Conselho de Classe.
Carga horária insuficiente da equipe pedagógica para condução adequada
dos problemas do dia-a-dia com os professores, pais e alunos.
Falta de funcionários.
Inadequação dos conteúdos em relação à carga horária.
Formação Continuada insuficiente.
51
7.2.1 Problemas enfrentados pelo Ensino Noturno
Os sistemas educacionais enfrentam uma profunda crise e enfrentam a
emergência de um falso conceito de cidadania, que leva os atores sociais presentes
na escola a encararem a instituição somente pelo que podem extrair dela de
vantagens individuais. Isso tira o foco do real papel da escola, desorienta e
desmotiva os atores, ao mesmo tempo em que cria ansiedades sobre o
cumprimento de seus respectivos papéis. Em nossa instituição, a desigualdade
social brasileira tem seu reflexo. Essa situação faz com que a vivência de problemas
relacionados à permanência dos alunos na escola seja uma constante,
principalmente no período noturno.
Os maiores determinantes dos problemas relativos ao ensino no período
noturno são:
a) Falta de motivação para o estudo, devido ao esgotamento produzido pela jornada
de trabalho;
b) Dificuldades cognitivas para a apreensão dos conteúdos;
c) Calendário letivo até o mês de dezembro, que coincide com o período de vendas
noturnas, compulsório para os alunos comerciários;
d) Obrigatoriedade ou necessidade de cumprimento de horas-extras, com
periodicidade regular ou irregular;
e) Priorização do trabalho para a garantia de subsistência;
f) Falta de uma maior adequação da escola para atender às necessidades do aluno
trabalhador. Causa grande preocupação a evasão escolar;
Os aspectos acima abordados para o ensino fundamental noturno podem ser
aqui aplicados, ao que se acrescentam os seguintes determinantes:
g) Necessidade de ingresso no mercado de trabalho, o que ocorre com alunos
adolescentes de famílias de baixa renda;
h) Ineficiência da sociedade e do setor público de educação em conscientizar o
aluno e a família em relação a importância da educação formal e para a cidadania;
i) Ausência de recursos didáticos e práticas pedagógicas mais estimulantes que
proporcionem um ambiente escolar mais motivador.
52
Os dados consolidados relativos ao aproveitamento dos alunos têm
demonstrado que uma parcela significativa dos alunos tem obtido resultados
insuficientes nas avaliações. Esse cenário levanta alguns pontos a serem
repensados, ressaltando que o planejamento de reuniões constantes (pelo menos
bimestrais) é primordial para analisar estas situações e outras, visando a melhoria
contínua da qualidade no ensino.
7.3 PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS DISCENTES
Os alunos são em grande parte proveniente de área urbana, atendendo
principalmente os Jardins: Bandeirantes, Bononi, do Carmo; os Conjuntos
Habitacionais Flamingos I e III, San Rafael, Del Condor, Nossa Senhora das Graças,
Águias; Vilas Araponguinha e Cascata. A maioria dos alunos pertence à faixa etária
entre 10 a 21 anos aproximadamente. No tocante à estrutura familiar, os pais, no
que concerne ao estado civil são casados, separados, viúvos, mães solteiras,
formando famílias com, em média, de 02 a 04 filhos. Todos professam uma religião.
A grande maioria dos pais possui instrução primária e parte dos mesmos
apresenta dificuldades no que se refere ao acompanhamento dos filhos nas
atividades escolares: tarefas, trabalhos e pesquisas.
Quanto à questão habitacional muitos dos pais residem em casas alugadas,
sendo que a principal fonte de renda é o trabalho assalariado, do qual fazem parte
as seguintes profissões: motorista, pedreiro, auxiliar geral, operador de máquinas,
vigia-noturno, marceneiro, estofador, serralheiro, diarista, cabeleireira, costureira e
outras.
No ano de 2011 muitos alunos do Ensino Médio matutino foram transferidos
para o período noturno para poderem auxiliar na renda familiar. Na maioria das
vezes trabalham como office-boy, auxiliar-geral, empacotador, vendedor, doméstica,
babá, auxiliar de mecânico, auxiliar de marceneiro, etc. Eles se locomovem ao
Colégio a pé, de bicicleta ou com transporte escolar. Poucos são os alunos que
chegam ao nível superior, muitos alegam dificuldades financeiras para dar
continuidade aos estudos, ocasionando também a evasão escolar, pois os mesmo
têm que trabalhar e nem sempre o horário de trabalho permite que freqüentem
regularmente a escola.
53
7.4 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS DA PRÁTICA DOCENTE
A análise dos problemas encontrados deve estar pautada na cobertura das
seguintes questões:
a) A forma avaliativa está adequada ou está excludente? Ela está sendo avaliada
em termos de sua adequação, visando demonstrar aspectos do processo de ensino-
aprendizado que precisam ser reforçados, nos quais o professor irá nortear seu
trabalho em sala de aula? Ou, simplesmente, tem uma função punitiva e autoritária?
b) Qual a intensidade da rotatividade dos professores no decorrer do ano letivo? A
substituição, muitas vezes lenta, dos vários professores que entraram em licença
(médica ou prêmio), ou que se deslocam para participar de cursos de capacitação
prejudica a temporalidade do processo ensino-aprendizado em nossa escola?
c) Nossa escola está preparada para trabalhar os temas educacionais
contemporâneos?
d) A mudança constante de horário para a adequação de professores substitutos é
prejudicial ao processo ensino-aprendizado?
e) A retirada excessiva dos alunos da sala de aula pelos professores, muitas vezes
por motivos de fácil resolução, é uma prática didático-pedagógica recomendável?
f) As ações para propiciar o processo de inclusão de alunos com necessidades
especiais, em nossa escola, são adequadas em função da demanda?
g) A organização da hora-atividade está sendo viabilizada a contento?
Estes tópicos, entre outros, são o ponto de partida para o reconhecimento da
necessidade de melhorias na educação de forma geral, na qual a prática seja
intencional, fecundada na real construção e formação dos nossos alunos em
cidadãos conscientes e dotados de conhecimentos para as práticas diárias de suas
vidas.
54
8 MARCO FILOSÓFICO CONCEITUAL
8.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Levando em conta a realidade brasileira a qual estamos inseridos,
necessitamos urgentemente de uma Proposta Educacional que tenha em vista a
qualidade da formação a ser oferecida a todos os estudantes. O ensino de qualidade
que a sociedade demanda atualmente expressa-se aqui como uma grande
possibilidade de uma prática educativa voltada às necessidades sociais, políticas,
econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e as
motivações dos alunos e garanta a aprendizagem essencial para a formação de
cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência,
dignidade e responsabilidade na sociedade bem como seu enriquecimento cultural e
científico.
O exercício da cidadania exige o acesso de todos à totalidade dos recursos
culturais relevantes para a intervenção e a participação responsável na vida social: o
domínio da língua falada e escrita, os princípios da reflexão matemática, as
coordenadas espaciais e temporais que organizam a percepção de mundo, os
princípios da explicação científica, as condições de fruição da arte e das mensagens
estéticas, os domínios de saberes tradicionalmente presentes nas diferentes
concepções do papel da educação no mundo democráticos, até outras tantas
exigências que se impõem no mundo contemporâneo.
Essas exigências apontam a relevância de discussões sobre a dignidade do
ser humano, a igualdade de direitos, a recusa categórica de formas de
discriminação, a importância da solidariedade e do respeito. Cabe ao campo
educacional propiciar aos alunos vivenciar as diferentes formas de inserção sócio-
política e cultural. Apresenta-se para a escola, hoje mais do que nunca, a
necessidade de assumir-se como espaço social de construção dos significados
étnicos necessários e constitutivos de toda e qualquer ação de cidadania.
Para tanto, é necessário que, no processo de ensino aprendizagem, sejam
exploradas: metodologias capazes de priorizar a construção de estratégias de
verificação e comprovação de hipóteses na construção do conhecimento, na
argumentação capaz de controlar os resultados desse processo, no
desenvolvimento do espírito crítico capaz de favorecer a criatividade, a
55
compreensão dos limites e alcances lógicos das explicações propostas. Além disso,
é necessário uma dinâmica de ensino que favoreça não só o descobrimento das
potencialidades do trabalho individual, mas também, sobretudo do trabalho coletivo.
Vivemos em uma sociedade injusta, fragmentada, discriminatória, capitalista e
consumista, na qual a má distribuição de renda é aspecto preponderante; onde
ainda há alto índice de desemprego; famílias vivendo com “programas
emergenciais”, desestruturadas, gerando conflitos educacionais que encontramos
nas salas de aula, à qual vão em contra ponto ao processo ensino aprendizagem e o
que é pior, o crescimento do “descompromisso” com a função social dessas famílias.
Essas dramáticas transformações familiares estão ocasionando mudanças
sociais, criando novos contextos para a constituição das identidades pessoais,
fazendo com que, mais do que nunca, toda a Escola tenha que estar preparada e
ligada a estas “modernidades”.
No âmbito escolar temos uma escola que ainda não é emancipadora nem
transformadora, que tem exercido um papel assistencialista em razão das condições
socioeconômicas apresentadas pelos alunos. Percebemos, infelizmente, que o
alunado deste Colégio demonstram-se desinteressado e desmotivado, alheios ao
processo ensino-aprendizagem, não dão importância à escola e aos conhecimentos
a serem adquiridos, reflexo de toda a desestruturação social em que vive.
Professores e funcionários também estão desmotivados diante de tantas
dificuldades enfrentadas no dia-a-dia da escola.
Todos esses problemas têm funcionado como um entrave para que uma parte
considerável da população possa fazer valer os seus direitos e interesses
fundamentais.
Cada segmento Público Educacional tem feito a sua parte, hora coerente,
hora sonhador, mas, cabe à Escola a grande missão de fazer valer, na sua prática
pedagógica o que rege a LDB, principalmente reconhecer as diversas identidades
pessoais, suas peculiaridades básicas e transformá-las em valores aplicáveis na
sociedade em que vivemos.
Analisar as responsabilidades educacionais dos Governos, da sociedade civil
e das famílias pode nos levar à argumentações sociológicas sobre “transformações
sociais”, mas, há que se pensar na natureza dos afetos, sentimentos e capacidades
dos educandos, propiciando-lhes igualdade de oportunidades e dignidade humana.
Esse caminho se faz ao longo de um processo que não nos oferece exemplos
56
prontos e fechados para seguir, mas um horizonte social que inclui um conjunto de
princípios que servem de rumo para uma proposta educacional planejada e
construída conjuntamente.
8.1.1 Princípios Pedagógicos
A prática administrativa e pedagógica deste Colégio, as formas de
convivências no ambiente escolar, os mecanismos de formulação e das situações de
aprendizagem e os procedimentos de avaliação, são coerentes com os princípios
inspiradores da Constituição e da LDB; as múltiplas inteligências, as diversidades
sócio-culturais e os valores trabalhados nessa escola tornam a prática pedagógica
qualificada para que o ensino e aprendizagem dos alunos tragam contribuições
positivas na formação do caráter e da personalidade do cidadão do futuro.
Entendemos que a grande missão da Educação é formar indivíduos para a
cidadania, assegurar a transmissão de conhecimentos e de cultura, desenvolver
aptidões pessoais e qualificar jovens para as necessidade econômicas do presente
e do futuro.
Diante dessa missão, nos organizamos em torno dos princípios que
fundamentam a nossa escola que é garantir a gratuidade do Ensino Público com
qualidade, valorizando toda e qualquer experiências e bagagem cultural trazida
pelos alunos; resguardar o direito de igualdade de condições para que as crianças e
jovens ingressem e permaneçam na escola, rejeitando toda e qualquer atitude de
discriminação, preconceitos e rotulação; preparando o ambiente escolar com
responsabilidade e segurança para que este seja propício à pesquisa, ao livre
pensamento, à crítica, à aceitação e respeito às diversidades culturais, à busca de
valores éticos e morais e à liberdade de expressão; valorização de todos os
educadores visível através de uma gestão democrática voltada para a busca de
novas propostas que integrem e preparem a todos para o enfrentamento de novos
desafios.
Procuramos estabelecer aqui princípios que acreditamos, possam subsidiar
toda a prática institucional, seja dentro ou fora da sala de aula. O importante e
fundamental é ter em mente que os princípios que são apresentados neste projeto,
em linhas gerais, expressam o pensamento que deverá prevalecer em todas as
57
ações dessa Instituição de Ensino para que sua verdadeira missão se manifeste:
EDUCAR PARA A CIDADANIA.
Cada etapa da educação ou nível de ensino, bem como as diversas
modalidades de ensino, tem sua identidade e especificidade. Porém, quando se fala
em Educação, existem premissas básicas que orientam não só o trabalho docente,
como a postura político-pedagógica da Instituição. Educação, seja ela qual for, é,
antes de tudo, Educação. E nesse contexto podem-se ressaltar alguns dos
princípios e fins da Educação Nacional, dispostos na LDB 9394/96:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a
arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V -...
VI -...
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII -...
IX - garantia do padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extracurricular;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;
Todas as atividades oferecidas pelo colégio, relacionadas à Educação Básica,
ensino fundamental ou médio, deverão orientar-se pelos princípios supra-citados,
como também, reger-se pelo respeito aos valores Estéticos, Políticos e Éticos e a
Educação de Valores.
- A estética da sensibilidade tem como objetivo estimular a criatividade, o espírito
inventivo, a curiosidade pelo inusitado, a afetividade, para facilitar a constituição de
identidades capazes de suportar a inquietação, conviver com o incerto, o
imprevisível e o diferente. Procura não limitar o lúdico a espaços e tempos
exclusivos, mas integrar diversão, alegria e senso de humor a dimensões de vida
muitas vezes consideradas afetivamente austeras como a escola, o trabalho, os
deveres, a rotina cotidiana. Busca-se também educar pessoas que saibam
58
transformar o uso do tempo livre num exercício produtivo criador, aprendendo a
fazer do prazer, do entretenimento, da sexualidade, um exercício de liberdade
responsável. Finalmente a estética da sensibilidade não exclui outras estéticas,
próprias de outros tempos e lugares. Como forma mais avançada de expressão ela
as sub-assume, explica, entende, crítica, contextualiza porque não convive com a
exclusão, a intolerância e a intransigência.
- A política da igualdade incorpora a igualdade formal. Seu ponto de partida é o
reconhecimento dos direitos humanos e o exercício dos direitos e deveres da
cidadania, como fundamento da preparação do educando para a vida civil. Se
expressa na busca da equidade no acesso à educação, ao emprego, à saúde, ao
meio ambiente saudável, e outros benefícios sociais e no combate a todas as formas
de preconceito e discriminação por motivo de raça, sexo, religião, cultura, condição
econômica, aparência ou condição física. A política da igualdade se traduz pela
compreensão e respeito ao Estado de Direito e a seus princípios constitutivos, nessa
perspectiva a política da igualdade deverá fortalecer uma forma contemporânea de
lidar com o público e o privado. E aqui ela se associa à ética ao valorizar atitudes e
condutas responsáveis. Um dos fundamentos da política da igualdade é a estética
da sensibilidade. É dessa que lança mão quando denuncia os estereótipos que
alimentam as discriminações e quando, reconhecendo a diversidade, afirma que
oportunidades iguais são necessárias, mas não suficientes para oportunizar
tratamento diferenciado visando promover igualdade entre desiguais.
- A ética da identidade, promoverá o humanismo, e o desenvolvimento da
consciência, pois tem como objetivo a qualificação humana. Esse princípio
reconhece que a educação é um processo de construção de identidades. Uma das
formas pelas quais a identidade se constitui é a convivência e, nesta, pela mediação
de todas as linguagens que os seres humanos usam para compartilhar significados.
A ética da identidade se expressa por um permanente reconhecimento da identidade
própria e do outro, torna-se extremamente importante na formação da identidade
das futuras gerações, tendo como fim mais importante: a autonomia ancorada na
ética, para construir identidades mais aptas a incorporar a responsabilidade e a
solidariedade. Nesse sentido a ética da identidade visa formar pessoas solidárias e
responsáveis por serem autônomas.
59
- A educação de valores: Embora a educação para a cidadania não se reduza à
educação para os valores, acreditamos ser necessário desempenhar um papel mais
ativo no desenvolvimento de valores como justiça, o respeito pelo outro, a equidade,
o respeito pela verdade, apesar da heterogeneidade dos mesmos na sociedade
contemporânea. E para que os conceitos de justiça, respeito e solidariedade sejam
compreendidos pelos alunos, precisam ser, primeiramente, vivificados no convívio
intraescolar, entre os pares da ação escolar, especialmente, entre professores e
alunos.
Trabalharemos ainda, como estabelece a Resolução nº7, de 14 de Dezembro
de 2010 (Ministério da Educação – Conselho Nacional de Educação – Câmara de
Educação Básica), artigo 6º, como norteadores das políticas educativas e das ações
pedagógicas deste Estabelecimento de Ensino, os seguintes princípios:
I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à
dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos,
contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
II – Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de
respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos
ambientais; da busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos
bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade de tratamento para
assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes
necessidades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.
III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade;
do enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; da
valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente a da cultura
brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias.
Com a implantação simultânea do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos a
partir do ano letivo de 2012, e de acordo com a Deliberação N.º 03/06,do Conselho
Estadual de Educação, respeitando a divisão que já existe na prática do sistema de
ensino, os anos iniciais serão destinados à alfabetização, ao letramento, ao
desenvolvimento do raciocínio lógico e à compreensão da vida em sociedade, no
espaço e no tempo presentes, enquanto que os anos finais, que atendem os alunos
de onze a catorze anos, sendo a continuidade dessa primeira etapa de
60
aprendizagens, devem favorecer as especificidades do desenvolvimento do aluno
em todas as suas potencialidades.
Obedecendo a deliberação citada no parágrafo acima, os princípios
norteadores da organização curricular em 9 (nove) anos, obrigatoriamente, serão: o
enfoque da formação humana em sua inteireza, calcado no princípio da eqüidade,
com a finalidade de democratizar as oportunidades educacionais para o
cumprimento da absoluta prioridade expressa na Constituição Federal e no Estatuto
da Criança e do Adolescente, no respeito e na consideração das condições concreta
de vida e de atividade do ser humano; as experiências escolares e as ofertas de
condições educacionais acompanhadas de processo de avaliação, tomados como
indicadores para interferências pedagógicas, as quais conduzam à qualidade do
ensino e ao desenvolvimento humano pleno; a consolidação no compromisso
compartilhado, na interação de alunos, professores, comunidade, no
redimensionamento do processo ensino/aprendizagem, significando a função social
da escola; a conceituação da instituição escolar como tempo e espaço de
experiências de cultura, de vida .
8.1.2 O Ensino Fundamental de Nove Anos
Com a aprovação da lei 11.274, em fevereiro de 2006, alterou-se a duração
do ensino fundamental de oito para nove anos, transformando o último ano da
educação infantil no primeiro ano do ensino fundamental.
Desse modo, o aluno deve ser matriculado na primeira série (agora chamada
de “primeiro ano”) com seis, e não com 7 anos de idade (como era até 2006). Outra
lei, 11.114, de 2005, que alterava a LDB (Lei nº 9.394, de 96), já aceitava a matrícula
de alunos com seis anos de idade no ensino fundamental.
O importante de se discutir e refletir sobre esse assunto é se, realmente,
essas mudanças estão melhorando o ensino nas escolas e irão preparar melhor o
aluno, ou se essas novas mudanças apenas servirão para se trocar o nome do
último estágio da educação infantil pelo nome de primeira série do ensino
fundamental.
Para as escolas que já ofertavam a educação infantil, foi apenas uma questão
de mudar a nomenclatura. Veja o quadro a seguir:
61
9 anos 8 séries
1º ano Pré IV
2º ano 1ª série
3º ano 2ª série
4º ano 3ª série
5º ano 4ª série
6º ano 5ª série
7º ano 6ª série
8º ano 7ª série
9º ano 8ª série
Para os anos finais do Ensino Fundamental, que passam a receber os alunos
provenientes do Ensino de 9 (nove) a partir do ano letivo de 2012, é uma questão de
alterar a nomenclatura. Não haverá alterações significativas, visto que a Proposta
Curricular do Estabelecimento de Ensino, que segue as orientações das Diretrizes
Curriculares Estaduais(SEED), já estavam adaptadas para 5ªsérie/6ºano, e assim
consecutivamente para as séries seguintes.
Com a ampliação do ensino fundamental, com 9 (nove) anos de duração, se
faz prioridade, a efetivação de um Regime de Colaboração que traga como fruto, a
superação da ruptura entre o 1º e o 2º . segmento do Ensino Fundamental,ou seja,
dos anos iniciais e dos anos finais, nas suas diferentes formas de organização das
pessoas, dos saberes, das práticas, dos tempos e dos espaços que necessitam de
articulação e integração, como sugere a SEED, nas Orientações Pedagógicas para
os Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Nove Anos. De acordo com esse
documento, mais que uma determinação legal, o Ensino Fundamental de nove anos
configura-se como a efetivação de um direito, especialmente às crianças que não
tiveram acesso anterior às instituições educacionais.
Considerando que o cumprimento da determinação legal, isoladamente, não
garante a aprendizagem das crianças, é fundamental um trabalho de qualidade no
interior da escola, que propicie a aquisição do conhecimento, respeitando a
especificidade da infância nos aspectos físico, psicológico, intelectual, social e
cognitivo.
Na perspectiva de superação do distanciamento, muitas vezes, evidenciado
entre as séries iniciais e finais do Ensino Fundamental, é necessário que se realize
62
um trabalho que possibilite complementaridade e continuidade de processos de
aprendizagem, assegurando a característica de aprofundamento da complexidade
dos conhecimentos sistematizados. Isso significa que os conteúdos próprios do
Ensino Fundamental estão articulados aos conteúdos de outros níveis de ensino e
se ampliam gradualmente, conforme as possibilidades de compreensão dos alunos.
As Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental (DCE), estabelece que
em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma
base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação
pedagógica na diversidade nacional; a base nacional comum e sua parte
diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa
estabelecer a relação entre a educação fundamental com a vida cidadã,( através da
articulação entre vários dos seus aspectos como: a saúde, a sexualidade; a vida
familiar e social, o meio ambiente, o trabalho; a ciência e a tecnologia; a cultura; as
linguagens); com as áreas de conhecimento de: Língua Portuguesa; Língua Materna
(para populações indígenas e migrantes); Matemática, Ciências, Geografia; Língua
Estrangeira, Educação Artística , Educação Física; Educação Religiosa (na forma do
art. 33 da LDB) (LDB, art. 9º. In: PARECER CEB 04/98, p.7).
De acordo com as Orientações Pedagógicas para os Anos Iniciais do Ensino
Fundamental de Nove Anos (SEED/2010), é fundamental que os professores
tenham clareza acerca da perspectiva teórica adotada e expressa na proposta
pedagógica da escola e ainda sobre como conduzir este processo de trabalho,
conferindo importância a todas as disciplinas escolares. É o professor o sujeito que
possibilita aos estudantes a compreensão de que os conteúdos escolares são
resultados do trabalho humano. Trabalho que pode resultar tanto em produtos
materiais quanto intelectuais. É por meio do trabalho que a humanidade produz,
além de objetos, também valores, hábitos e os conhecimentos das mais diferentes
áreas das ciências, as formas de expressão artística, musical, corporal, afetiva, e
outros.
É a práxis pedagógica (relação dialética entre teoria e ação), como
responsabilidade direta dos professores, que possibilitará aos alunos esta
compreensão, por meio de um trabalho que evidencie desde os anos iniciais a
relação teórico-prática, portanto, intencional e transformadora, como marca da ação
humana. (SEED/2010)
63
O professor é diretamente responsável pelo processo pedagógico na sala de
aula, portanto, cabe a esse profissional, num encontro dialógico com outros
profissionais da escola, tais como outros professores, pedagogos e direção, definir,
de maneira organizada e planejada, o processo intencional de ensino. Nesse
sentido, cabe à escola a superação do conhecimento espontâneo, por meio do
acesso e aquisição do conhecimento sistematizado, conferindo um tratamento
articulado a esses conhecimentos, visando uma análise crítica da
realidade.(SEED/2010).
A superação do conhecimento espontâneo não significa desconsiderar ou
minimizar o conhecimento espontâneo, mas utilizar-se de estratégias didáticas,
portanto intencionais, como por exemplo, a contraposição, a comparação e o
confronto entre o conhecimento trazido pelo aluno e o conhecimento sistematizado,
para que este se aproprie do conhecimento nas suas dimensões artístico, filosófico e
científico, direito do aluno e papel da escola. Nesse sentido, é papel do professor o
domínio acerca dos conteúdos a serem ensinados e da metodologia mais adequada
à sua assimilação pelos alunos e, consideramos importante, que o professor tenha o
conhecimento sobre as características de desenvolvimento das crianças e dos
adolescentes, visto que os alunos ingressam nos anos finais do Ensino Fundamental
entre 10 e 11 anos de idade.
8.2 CONCEPÇÃO DE ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA EDUCAÇÃO
8.2.1 Concepção de Mundo
Os processos de globalização do mundo econômico e da aculturação,
desencadeados pela sociedade tecnológica em que vivemos, recolocam as
questões da sociabilidade humana em espaços cada vez mais amplos, trazendo as
questões de identidade pessoal e social cada vez mais complexas.
No contexto em que o homem é um ser que interage socialmente no seu
meio, faz-se necessário que ele tenha uma formação básica geral, com
desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico, atuante e com habilidades
múltiplas para poder, com maior facilidade, ter acesso ao mundo do trabalho, mas
64
também vincular-se à prática social, na qual o exercício da afetividade, da
sensibilidade e da ética far-se-ão presentes.
Quando a ciência e a tecnologia caminham a passos gigantescos, não é mais
possível conduzir o processo ensino-aprendizagem de forma estanque,
compartimentalizada, especializada, como se cada um, professor e aluno, olhassem
apenas ao redor de seu umbigo e alheio ao que se passa no mundo.
A visão de mundo precisa ser global. A economia e a sociedade necessitam
de homens com formação básica geral, capazes de transformar sua realidade, com
flexibilidade e criatividade, para enfrentar novos padrões de produtividade e
competitividade, empreendedorismo e outros.
8.2.2 Concepção de Sociedade
Hoje temos uma sociedade em que o poder está centrado em uma minoria
oligarca a qual possui todos os privilégios relegando os deveres de trabalhos aos
demais membros de seu entorno, com famílias desestruturadas, má distribuição de
renda; uma sociedade injusta, fragmentada, discriminatória, capitalista e consumista;
onde não são priorizadas as questões sociais como saúde, educação e segurança;
percebemos crescendo um sentimento de descrédito quanto aos nossos
governantes diante de tanta corrupção e abuso político.
Sempre que a sociedade se defronta com mudanças significativas em suas
bases econômicas, sociais e tecnológicas, novas atribuições passam a ser exigidas
da escola, da educação e de sua gestão. Conseqüentemente porém, também sua
função social necessita ser revista, pois a escola e as diversas formas de se fazer
educação estão inseridas nesta “sociedade global”, onde as violentas e profundas
transformações no mundo do trabalho e nas relações sociais vem causando
impactos desestabilizadores a toda a humanidade e conseqüentemente exigindo
novos conteúdos, novas formas de organização e gestão, ressignificando o valor da
teoria e da prática na Educação.
65
8.2.3 Concepção de Homem
Partindo do que nos traz Morin (2001: 40) ao se referir sobre à complexidade
do ser humano: " ser, ao mesmo tempo,totalmente biológico e totalmente cultural",
procuramos estruturar a concepção de homem e, em conseqüência desta, a
expectativa em relação ao cidadão que queremos formar. Entendendo o sujeito tanto
físico como social, temos a intenção de desenvolver no aluno a consciência e o
sentimento de pertencer à Terra, de modo que possa compreender a
interdependência entre os fenômenos e seja capaz de interagir de maneira crítica,
criativa e consciente com seu meio natural e social.
Concordando ainda com Morin (2001: 16), alguns desafios são fundamentais
no que se refere à formação do sujeito, desenvolver uma aptidão para contextualizar
e integrar , para situar qualquer informação em seu contexto , para colocar e tratar
os problemas , ou seja, o grande desafio de formar sujeitos que possam enfrentar
realidades cada vez mais complexas (polidisciplinares, transversais,
multidimensionais, transnacionais, globais, planetárias). Assim, acreditamos ser
possível formar um cidadão menos acuado e mais indignado, um cidadão que sabe
mediar conflitos, propondo soluções criativas em favor da solidariedade humana e
do equilíbrio ambiental.
Para tanto esse sujeito necessita visualizar processos, enfim, ter uma visão
sistêmica da realidade. Compartilhamos também com o que nos traz o físico francês
Basarab Nicolescu (in Weill,...), quando nos diz que " o homem aparece como
participante do real, até como instrumento de medida dele. Ele é o elo de unificação
entre o invisível (abstrato) e o visível (órgãos dos sentidos e instrumentalização)" .
Nesse sentido, vislumbramos o homem como um catalizador das transformações,
porém um ser complexo.
A sua formação ou a deformação está intimamente ligada ao meio
sociocultural e à base biológica, suas características tipicamente humanas não estão
presentes desde o seu nascimento, nem são meras pressões do meio externo
(como afirma Vygotsky), elas resultam da interação dialética do homem e seu meio
sociocultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para
atender suas necessidades básicas, transforma-se a si próprio.
A base biológica do funcionamento psicológico é o cérebro, visto como um
órgão principal da atividade mental. O cérebro é um sistema aberto, de grande
66
plasticidade, que poderá ser moldado, ao longo do processo educativo. O
desenvolvimento da atividade mental se processará por meio da mediação dos
seres humanos entre si e deles com o mundo, com a utilização de instrumentos
técnicos e sistemas de signos, destacando-se entre eles a linguagem; e, é à escola,
como instituição social de educação, que compete propiciar meios para o
desenvolvimento intelectual do homem, na busca de sua autonomia e realização
pessoal em toda a plenitude.
8.2.4 Concepção de Educação
Segundo Meksenas (2002), a educação nasce quando se transmite e se
assegura as outras pessoas o conhecimento de crenças, técnicas e hábitos que um
grupo social já desenvolveu, a partir de suas experiências de sobrevivência. Neste
sentido, pode-se afirmar que o nascimento da educação surge quando o ser humano
sente a necessidade de converter as suas práticas cotidianas ao seu semelhante.
A educação é uma das dimensões essenciais na evolução do ser humano,
pois em cada conquista rumo à civilização, faz-se presente junto a esta, a
necessidade de transmissão aos semelhantes. Assim, pode-se dizer que a
educação nasce como meio de garantir às outras pessoas àquilo que um
determinado grupo aprendeu.
Meksenas (2002), ainda afirma que, em uma visão funcionalista, a educação
nas sociedades tem a tarefa de mostrar que os interesses individuais só se realizam
plenamente através dos interesses sociais. Sendo assim, a educação ao socializar o
indivíduo, mostra a este que sozinho, o ser humano não sobrevive, e que ele só
pode desenvolver as suas potencialidades estando em contato com o meio social,
ou seja, com as outras pessoas.
Com a educação, o homem pode se instrumentalizar culturalmente,
capacitando-se para transformações tanto materiais, quanto espirituais. A educação
é o cerne do desenvolvimento social. Sem ela, até mesmo as sociedades mais
avançadas retornariam ao estado primitivo em pouco tempo. Ela oferece uma base
de conhecimento para todas as pessoas.
A educação reproduz a sociedade, pois a contradição e o conflito não são tão
manifestos na sociedade, porque a reprodução é dominante, observando-se que a
67
educação acaba por fazer o que a classe dominante lhes pede. Como a sociedade,
a educação é um campo de luta entre várias tendências e grupos. Ela não pode
fazer sozinha a transformação social, pois ela não se consolida e efetiva-se sem a
participação da própria sociedade (GADOTTI, 1995).
A Educação tem como base duas vertentes, a primeira é a educação de
formação, isto é, o polimento do indivíduo, que inclui valores como respeito,
responsabilidade, honestidade, boas maneiras, bons hábitos, etc. e a outra é a de
conhecimento adquirido ao longo da vida, através de leitura, meios de comunicação,
experiências, curiosidade, ou uma simples conversa com amigos. Ela deve
estimular, promover e trabalhar a todo o momento o exercício da reflexão, da análise
e do pensamento.
Conforme afirma Brandão, a educação ajuda a pensar tipos de homens, mais
do que isso, ela ajuda a criá-los, através de passar uns para os outros o saber que o
constitui e legitima. Produz o conjunto de crenças e idéias, de qualificações e
especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em
conjunto constroem tipos de sociedades.(pág. 28)
À escola e aos professores cabe a função de mediar os conhecimentos
científicos que adquirimos ao longo de nossa vida por experiências pessoais e ou
acadêmicos transformadas em procedimentos e explicações atrativas e prazerosas.
Considerando que a educação possibilita a compreensão da realidade
histórico-social e explicita o papel do sujeito que a constrói e a transforma , nos
fundamentamos na Pedagogia Progressista , que tem como um dos expoentes
Paulo Freire e, segundo o autor ( 1996, p. 50- 90):
- “Ensinar exige consciência do inacabamento”. O inacabamento do ser
humano, sua inconclusão é o que o faz estar presente na escola, portanto devemos
ter a consciência dessa característica presente no aluno e não ter a pretensão de
que esta venha a se concluir na escola.
- “ Ensinar exige reconhecimento de ser condicionado”. A educação é um
processo permanente e para isso é preciso estarmos sempre a procura de
respostas, adaptando- se às novas mudanças e desafios, sendo sujeitos e
participando da história. Sem ação não é possível viver.
- “Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando”. Como educador
devo estar constantemente advertido com relação a esse respeito que implica
igualmente que devo ter por mim mesmo.
68
- “ Educar exige bom senso” . Ao pensar sobre o dever que tem o professor,
de respeitar a dignidade do educando, sua autonomia, sua identidade em processo,
deve- se pensar também, em como ter uma prática educativa em que esse respeito,
que sabe- se dever ter ao educando, se realize em lugar de ser negado.
- “Educar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos
educadores”. O respeito do professor à pessoa do educando, à sua curiosidade, à
sua timidez, que não deve inibir os alunos e nem agravá-los, exige o cultivo da
humildade e tolerância. Mas além disso o professor deve valorizar- se e engajar- se
na busca de melhores condições de trabalho, para, como o exemplo, educar para a
conquista dos direitos humanos.
− “ Ensinar exige apreensão da realidade”. É preciso conhecer as diferentes
dimensões que caracterizam a essência da prática, o que pode tornar o
desempenho profissional mais seguro. A capacidade de aprender não deve ser vista
apenas para que o indivíduo se adapte a realidade, mas sim que atue nessa
realidade, podendo transformá-la. Teorizar então, passar do senso comum para os
conceitos científicos e a consequente compreensão da realidade.
- “Acreditar exige alegria e esperança”. Professor e aluno podem juntos
aprender, ensinar, produzir e igualmente juntos podem lutar e resistir aos obstáculos
que tendem a impedir que se faça tudo isto com alegria., num movimento constante
de busca, como se buscasse a esperança.
- “Educar exige a convicção de que a mudança é possível”. É importante
pensarmos o saber como possibilidade e não como determinação,não podemos ficar
no discurso acomodado de que não ´há o que fazer, pois é na curiosidade que nos
move, nos inquieta e nos insere na busca do aprender e do ensinar. É natural do ser
humano sempre querer e ser mais.
- “Ensinar exige curiosidade”. O exercício da curiosidade implica na
capacidade crítica da observação, aproximação metódica dos objetos, capacidade
de comparar, perguntar. Professores e alunos devem ser pesquisadores. O estímulo
ao questionamento e à reflexão tornam as aulas sempre desafiadoras, não cansam,
e os alunos permanecem atentos e surpresos com suas dúvidas e incertezas. A
curiosidade aguça a imaginação, as emoções e a investigação. Quanto mais se
pratica essas emoções, mais se aproxima do conhecimento.
69
8.2.5 Concepção de Cidadania/Ética
Para nós, cidadania é o conceito que envolve a relação entre direitos e
deveres dos indivíduos, abrangendo também a garantia do exercício dos direitos
sociais e que o indivíduo não seja visto como objeto pelo mercado.
A palavra CIDADANIA é derivada de cidadão, que vem do latim civitas . Na
Roma Antiga, o conjunto de cidadãos que constituíam uma cidade era chamado de
civitate. A cidade era a comunidade organizada politicamente. Era considerado
CIDADÃO aquele que estava integrado na vida política da cidade. Naquela época, e
durante muito tempo, a noção de cidadania esteve ligada á idéia de privilégio, pois,
os direitos de cidadania eram explicitamente restritos e determinadas classes e
grupos. A definição de cidadania foi sofrendo alterações ao longo do tempo, seja
pelas alterações dos modelos econômicos, políticos e sociais ou como conquistas,
resultantes das pressões exercidas pelos excluídos dos direitos e garantias a
poucos preservados. O fato, é que, modernamente, uma vasta quantidade de
direitos já está estabelecida pela legislação, direitos esses que alcançam todos os
indivíduos, sem restrições.
O que ocorre, na verdade, é que, embora garantidos pela Constituição
Federal e pelas leis, o que se verifica, na prática, é uma reiterada e ostensiva
inobservância desses direitos de cidadania contra a maioria da população excluída
dos bens e serviços desfrutados pelas elites. O grande desafio é , portanto, além de
incorporar novos direitos aos já existentes, integrar cada vez um número maior de
indivíduos ao gozo dos direitos reconhecidos. Já, o exercício da cidadania é a forma
de fazer valer os direitos garantidos. Exigir a observância dos direitos e zelar para
que não sejam desrespeitados.
E para que isso efetivamente aconteça, ou seja, que individuo seja consciente
de seus deveres e direitos e ativamente participativo na sociedade, contribuindo
assim para o desenvolvimento do seu país, é que se faz urgente e necessário uma
maior cobrança no que diz respeito aos direitos de todos os brasileiros preservando
o que está na Constituição.
Para os educadores, a garantia de Educação de qualidade para todos é uma
realidade imposta, pois, muitas vezes esta “qualidade” está atrelada aos direitos dos
alunos e professores à saúde, segurança, moradia, lazer... e isso não acontece
70
dignamente, ferindo os princípios de Lei e também os de cada “cidadão” (que só se
sente assim no teórico)
Entende-se a ética como elemento estruturador das relações sociais que
incluem o respeito à diversidade cultural, a responsabilidade ecológica, a
capacidade de lidar com desafios e a possibilidade de estabelecer relações
solidárias.
Uma das principais questões que impedem o homem de agir pelos princípios
éticos acima citados é a fragmentação do saber e, conseqüentemente, da realidade.
Ver a realidade de maneira compartimentada leva à intolerância, ao
enfraquecimento do senso de responsabilidade (cada um tende a se responsabilizar
somente pela sua área) e o enfraquecimento da solidariedade. Conforme Weill
(1993: 44) " Diga-se de passagem que o isolamento da inteligência dentro do próprio
homem e a prevalecência do raciocínio lógico-formal na procura do conhecimento
são fatores essenciais da crise contemporânea". Nesse sentido, reiteramos a
necessidade de apostar na compreensão da condição humana em sua totalidade
(cósmica, física, biológica, cultural, cerebral, espiritual,...), investindo no propósito de
favorecer a inteligência geral, a aptidão para problematizar, a realização da ligação
dos conhecimentos.
8.2.6 Concepção de Escola
Entendemos por “Escola”, em seu sentido amplo, como sendo o
estabelecimento público ou privado que ministra sistematicamente o ensino coletivo,
ou seja, local no qual se constitui a aprendizagem, onde há troca de experiências,
vivências e ensinamentos. Se a escola é o local onde se transmite o saber, ela
levanta princípios filosóficos, étnicos e morais que são fundamentais para a
compreensão do papel da escola na sociedade moderna.
Algumas tendências pedagógicas influem na formação do cidadão e que a
nosso ver necessitam constantes reflexões como:
Tendência filosófica: conhecimento e reflexão sobre problemas éticos e
morais.
71
Tendência cognitivista: problemas morais a serem discutidos em grupos,
procurando a sua legalidade e alternativas de solução.
Tendência afetivista: técnicas psicológicas para que a comunidade escolar
encontre o equilíbrio pessoal, e que possibilite o crescimento intelectual de
forma harmoniosa.
Tendência moralista: evidencia valores e os impõe. O objetivo desta
tendência é normalizar, ensinar valores e levar à atitudes corretas.
Tendência democrática: democratizar relações entre a comunidade escolar,
elaborar regras, discutir e tomar decisões a respeito de problemas ocorridos
no dia-a-dia, desenvolvendo competências básicas para a vida na sociedade
moderna.
Dessa forma, para que a escola cumpra seu compromisso, ela deve repensar
sua prática pedagógica. Seus profissionais precisam ter o conhecimento das
condições sociais, econômicas, culturais e políticas do aluno de forma a perceber de
um lado como esses aspectos refletem em sua própria atividade pedagógica, de
outro, como agir nesse contexto para exercer influência sobre esses mesmos
aspectos e assim, realmente constituir um instrumento no processo de
transformação.
Ela devem buscar novas estratégias de trabalho, novas formas de ensinar,
novas alternativas pedagógicas partindo sempre do concreto: hábitos da
comunidade, suas experiências de trabalho, o saber que o educando já possui (o
aluno real e não o ideal) tornando-o capaz de ler, escrever, fazer cálculos, fazê-lo
repensar suas ações do dia-a-dia, realizar atividades práticas de pesquisas e
interpretação, criticar e expressar a realidade, aumentando assim suas chances de
luta para alcançar melhores condições de vida.
Ao contrário de uma escola desconectada, isolada da vida, onde são
fabricados saberes para ser reproduzidos por aqueles que ali passam, almejamos
uma escola onde a vida (com toda sua complexidade) se faça presente. Nossa
principal finalidade é possibilitar que o sujeito possa atuar com autonomia, criticidade
e alegria no contexto em que vive, vinculando o saber a uma prática social.
Concordamos com Morin (2001: 11) quando refere-se ao Ensino Educativo
que tem como missão transmitir mais que o mero saber, ou seja, "transmitir uma
72
cultura que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que
favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre".
Baseado na Deliberação 03/2006, do Conselho Estadual de Educação que
estabelece o Ensino Fundamental de nove anos no Sistema Estadual de Ensino do
Estado do Paraná, a escola deve ser entendida como o espaço de inserção cultural
e de desenvolvimento humano pleno. Sob um processo constante de reflexão crítica
de seu trabalho pedagógico e de co-responsabilidade coletiva, assumirá como
função precípua a transformação do conhecimento acumulado historicamente em
conteúdos de ensino assimiláveis. Tomará a aquisição do conhecimento como
mediação em toda a atividade de objetivação humana como prioridade. Enfocará os
instrumentos técnicos e os signos construídos historicamente, que fazem a
mediação dos seres humanos entre si e deles com o mundo.
8.2.7 Concepção de Alfabetização e Letramento
De acordo com a SEED (2010) o sistema de escrita e as convenções para
seu uso constituem uma tecnologia inventada e aperfeiçoada pela humanidade ao
longo de milênios: desde os desenhos e símbolos usados inicialmente até a
extraordinária descoberta de que, em vez de desenhar ou simbolizar aquilo de que
se fala, podiam ser representados os sons da fala por sinais gráficos, criando-se
assim o sistema alfabético; desde a escrita em tabletes de barro, em pedra, em
papiro, em pergaminho, até a também extraordinária invenção do papel; desde o uso
de estiletes e pincéis como instrumentos de escrita até a invenção do lápis, da
caneta. E convenções foram sendo criadas: convenções sobre o uso do sistema
alfabético, resultando no sistema ortográfico; a convenção de que as palavras
devem ser separadas, na escrita, por um pequeno espaço em branco; no mundo
ocidental, a convenção de que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a
direita.
Assim, um dos passaportes para a entrada no mundo da escrita é a aquisição
de uma tecnologia – a aprendizagem de um processo de representação: codificação
de sons em letras ou grafemas e decodificação de letras ou grafemas em sons; a
aprendizagem do uso adequado de instrumentos e equipamentos: lápis, caneta,
borracha, régua...; a aprendizagem da manipulação de suportes ou espaços de
73
escrita: papel sob diferentes formas e tamanhos, caderno, livro, jornal...; a
aprendizagem das convenções para o uso correto do suporte: a direção da escrita
de cima para baixo, da esquerda para a direita.
A essa aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de escrita e das
técnicas para seu uso é que se chama ALFABETIZAÇÃO.
O processo de descoberta do código escrito pela criança letrada é mediado
pelas significações que os diversos tipos de discursos têm para ela, ampliando seu
campo de leitura através da alfabetização. Antigamente, acreditava-se que a criança
era iniciada no mundo da leitura somente ao ser alfabetizada, pensamento este
ultrapassado pela concepção de letramento, que leva em conta toda a experiência
que a criança tem com leitura, antes mesmo de ser capaz de ler os signos escritos.
Atualmente, não se considera mais como alfabetizado quem apenas consegue ler e
escrever seu nome, mas quem sabe escrever um bilhete simples.
De acordo com a SEED (2010)Apenas com a aquisição da tecnologia da
escrita – um dos “passaportes” – não se tem entrada no mundo da escrita, um outro
“passaporte” é necessário: o desenvolvimento de competências para o uso da leitura
e da escrita nas práticas sociais que as envolvem. Ou seja, não basta apropriar-se
da tecnologia – saber ler e escrever apenas como um processo de codificação e
decodificação, como quando dizemos: esta criança já sabe ler, já sabe escrever; é
necessário também saber usar a tecnologia – apropriar-se das habilidades que
possibilitam ler e escrever de forma adequada e eficiente, nas diversas situações em
que precisamos ou queremos ler ou escrever: ler e escrever diferentes gêneros e
tipos de textos, em diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com
diferentes interlocutores, para diferentes funções: para informar ou informar-se, para
interagir, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para
seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para
catarse.
Processo de aprendizado do uso da tecnologia da língua escrita. Isto é, a
criança pode utilizar recursos da língua escrita em momentos de fala, mesmo antes
de ser alfabetizada. Esse aprendido se dá a partir da convivência dos indivíduos
(crianças/adultos, crianças/crianças), com materiais escritos disponíveis - livros,
revistas, cartazes, rótulos de embalagens, entre outros -, e com as práticas de leitura
e de escrita da sociedade em que se inscrevem. Esse processo acontece pela
74
mediação de uma pessoa mais experiente através dos bens materiais e simbólicos
criados em sociedade.
O nível do letramento é determinado pela variedade de gêneros de textos
escritos que a criança ou adulto reconhece. A criança que vive em um ambiente em
que se lêem livros, jornais, revistas, bulas de remédios, enfim, e qualquer outro tipo
de literatura (ou, em que se conversa sobre o que se leu, ou mesmo, em que uns
lêem para os outros em voz alta, lêem para a criança enriquecendo com gestos e
ilustrações), o nível de letramento será superior ao de uma criança cujos pais não
são alfabetizados e não teve o privilégio de conviver com pessoas que pudessem
favorecer este contato com o mundo letrado.
A esse desenvolvimento de competências para o uso da tecnologia da escrita
é que se chama LETRAMENTO.
Portanto, letramento decorre das práticas sociais que leituras e escritas
exigem nos diferentes contextos que envolvem a compreensão e expressão lógica e
verbal. É a função social da escrita. Enquanto que a alfabetização se refere ao
desenvolvimento de habilidades da leitura e escrita.
8.2.8 Concepção de infância
No decorrer do processo histórico, o conceito infância foi considerado de
formas diferenciadas pela humanidade. Elaborar definições e refletir sobre o que se
entende por infância nos dias atuais requer um olhar atento e retrospectivo às
significações sociais atribuídas a tal conceito. Implica também a sensibilidade às
diferentes maneiras de ser criança na sociedade, marcada por distintas classes e
conseqüentes condições políticas, econômicas e culturais – que acabam por
determinar papéis e funções sociais a seus membros constituintes.
Tentativas de conceituação da infância dar-se-iam no sentido de defini-la
como a primeira etapa do desenvolvimento humano; como uma fase de imaginação
e de fantasia; como um estágio de descobertas e conflitos marcado pela formação
da personalidade; como um estado de ser pequenino (a), de ser frágil e alegre;
como uma etapa de construção de valores para toda a vida...Contudo, tais
definições parecem não abranger os diversos sentidos da infância, do ser criança,
do ser pequenino(a) na sociedade.
75
Nos tempos atuais, surge uma nova concepção de criança, totalmente
diferente da visão tradicional. Se por séculos a criança era vista como um ser sem
importância, quase invisível, hoje ela é considerada em todas as suas
especificidades, com identidade pessoal e histórica.
Essas mudanças originaram-se de novas exigências sociais e econômicas,
conferindo à criança um papel de investimento futuro, esta passou a ser valorizada,
portanto o seu atendimento teve que acompanhar os rumos da história. Sendo
assim, a Educação Infantil de uma perspectiva assistencialista transforma-se em
uma proposta pedagógica aliada ao cuidar, procurando atender a criança de forma
integral, onde suas especificidades (psicológica, emocional, cognitiva, física, etc.)
devem ser respeitadas.
A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns séculos
atrás. É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo
historicamente construído, por isso é que se pôde perceber os grandes contrastes
em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que hoje pode
parecer uma aberração, como a indiferença destinada à criança pequena, há
séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que se cause, a
humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito
tempo a tratou como um adulto em miniatura.
De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo
secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo
olhar. Segundo Áries, “o sentimento de infância não significa o mesmo que afeição
pelas crianças, corresponde à consciência da particularidade infantil, essa
particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem”.
(Áries, 1978 : 99).
Nessa perspectiva o sentimento de infância é algo que caracteriza a criança,
a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia da do
adulto, e, portanto merece um olhar mais específico.
Mas nem sempre foi assim. As mudanças no conceito de infância iniciaram-se
a partir do século XVII.Entre os moralistas e os educadores, formou-se o sentimento
de infância que viria inspirar toda a educação do século XX (Áries, 1978). Daí vem a
explicação dos tipos de atendimento destinados às crianças, de caráter repressor e
compensatório.
76
De um lado a criança é vista como um ser inocente que precisa de cuidados,
do outro como um ser fruto do pecado. Segundo Kramer, “nesse momento, o
sentimento de infância corresponde a duas atitudes contraditórias: uma considera a
criança ingênua, inocente e graciosa e é traduzida pela paparicação dos adultos, e a
outra surge simultaneamente à primeira, mas se contrapõe à ela, tornando a criança
um ser imperfeito e incompleto, que necessita da “moralização” e da educação feita
pelo adulto” (Kramer, 2003:18 ).
As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram
decisivamente para a construção de um sentimento de infância. As mais importantes
foram as reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um novo olhar
sobre a criança e sua aprendizagem. Outro aspecto importante é a afetividade, que
ganhou mais importância no seio na família.
Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização
que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes se dava na
convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-
se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou
a ser responsável pelo processo deformação. As crianças foram então separadas
dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a vida em sociedade.
(Ariès, 1978 ).
Baseado nos estudos realizados por Souza (2009), ainda nos séculos XVII e
XVIII, nomes significativos do pensamento pedagógico, como Comenius (1592-
1670), Rousseau (1712-1778), Pestalozzi (1746-1827) e Froebel (1782-1852)
surgem com uma nova idéia ou "sentimento de infância" que visa auxiliar este grupo
etário a conquistar um lugar enquanto categoria social.
A principal inovação curricular introduzida na educação pré-escolar é o estudo da natureza, ciência considerada particularmente interessante para as crianças, que assume, com o método intuitivo, a posição de conteúdo escolar central pelo fato de possibilitar o conhecimento da forma, da força e do movimento. (VALDEMARIN, 1998, p.71 apud SOUZA, 2004, p.174)
A educação pré-escolar na modernidade tem suas raízes no pensamento
desses estudiosos, porém cabe ressaltar que as instituições pré-escolares são
resultado das mudanças relacionadas a urbanização e a industrialização, visto que a
organização social precisa acompanhar transformação gradual e progressiva.
77
As idéias de Comenius, precursor de Rousseau e Froebel, nos remetem a
relação estabelecida entre natureza e a criança a partir de sua obra Didactica
Magna: Esta maneira de instruir e educar a juventude pode comparar-se também ao cultivo dos jardins. Com efeito, as criancinhas de seis anos, bem-exercitadas pelos cuidados dos pais e das amas, parecem semelhante às arvorezinhas que foram plantadas, enraizaram bem e começaram a lançar pequeninos ramos (COMENIUS, 1957, p. 413 apud SOUZA, 2004)
Rousseau (1721-1778) complementa Comenius, pois além do destaque que
ele dá a infância, ele sugere uma educação voltada aos sentidos, a liberdade e a
naturalidade da criança quando em contato com a natureza, além de “exigir que a
educação se orientasse para a criança e não para o conteúdo”. Na seqüência,
observamos Pestalozzi (1746-1827), o qual valoriza a primazia da percepção
sensorial para a busca do conhecimento e a observação como recurso para alcançar
a intuição. (KISHIMOTO, 1988, p. 10)
Tanto para a escola primária, como para a educação infantil, era patente a presença da adoção do método intuitivo, e o programa para a educação infantil voltava-se para “lições de cousas”, “canto”, “recitação”, “desenho”, entre outros conteúdos (...) (SOUZA, 2004, p.171)
Hoje, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e
que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e
sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. Ela
deve ter todas as suas dimensões respeitadas. Segundo Zabalza ao citar Fraboni, a
etapa histórica que estamos vivendo, fortemente marcada pela “transformação”
tecnológico-científica e pela mudança ético-social, cumpre todos os requisitos para
tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança, legitimando-a finalmente
como figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito social” (1998:68).
Assim, a concepção da criança como um ser particular, com características
bem diferentes das dos adultos, e contemporaneamente como portador de direitos
enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na Educação Infantil,
tornando o atendimento às crianças de 0 a 5 anos ainda mais específico, exigindo
do educador uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com as
crianças pequenas, quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto
cidadão.
78
A educação voltada para criança pequena só ganhou notoriedade quando
esta passou a ser valorizada pela sociedade, se não houvesse uma mudança de
postura em relação à visão que se tinha de criança, a Educação Infantil não teria
mudado a sua forma de conduzir o trabalho docente, e não teria surgido um novo
perfil de educador para essa etapa de ensino. Não seria cobrado dele especificidade
no seu campo de atuação, e a criança permaneceria com um atendimento voltado
apenas para questões físicas, tendo suas outras dimensões, como a cognitiva, a
emocional e a social despercebidas.
Entretanto, de acordo com Corrêa (2006), como definir infância de maneira
unívoca ao se perceber diferentes maneiras de ser criança e de se viver a infância?
De que modo estabelecer um conceito que abarque não só um modo de ser e ver o
universo infantil? E de que forma defini-la como alegre e colorida se muitas crianças
não vivem em um espaço tão alegre e colorido como outras? Com quais estratégias
poder-se-ia conceituar infância sem excluir o grupo de crianças que já trabalha para
ajudar no sustento de suas famílias ou aquelas que não freqüentam o espaço
escolar? E como pensar a infância sem considerar as diferentes e, muitas vezes,
injustas condições de vida em que sobrevivem nossas crianças – em contraposição
a outras que têm oportunidades privilegiadas e diferenciadas destas?
Frente a essas questões, concernentes ao ato de conceituar a infância,
poder-se-ia simplesmente falar da infância como um período de crescimento, de
construção individual e social em que há o reconhecimento do eu como sujeito
dentre as instituições (família, escola, comunidade) a que se pertence; como uma
fase marcada pela conquista de saberes a partir da exploração do meio e das
experiências individuais e em grupo vivenciadas. A infância ainda poderia ser vista
como uma fase singular, fidedigna de cuidados e carinho, como um estágio de
curiosidade, de alegria, de surpresas, de descobrires e de ingenuidade.(Corrêa,
2006)
Faz-se necessário buscarmos possíveis resoluções dos problemas sociais e
educacionais, que a partir de um trabalho conjunto e reflexivo, mobilize professores,
pais, autoridades e, de forma geral, toda a sociedade. No entanto, buscar entender
as significações sobre o que se entende por infância na sociedade não pode ser
tarefa desconexa do olhar atento às condições de escolarização que estão sendo
oferecidas às crianças.
79
8.2.9 Concepção de Adolescência
De acordo com ARIES (apud SALLES, 1998), até o Renascimento, a
adolescência não era distinguida como uma etapa do desenvolvimento do ser
humano. Só no século XIX e no início do século XX, com a distinção entre a criança
e o adulto, a adolescência começou a ser percebida como período à parte no
desenvolvimento humano.
SALLES (1998) enfatiza que a adolescência, hoje, tem características
específicas, de acordo com o nível socioeconômico em que o jovem está inserido e
isto acaba determinando formas diferentes de ser adolescente. O contexto social
define o modo de ser adolescente, assim como sua conduta, aspirações e
responsabilidades.
“As pesquisas, teorias e idéias veiculadas pelos meios de comunicação
impõem um estilo de vida, um modo de vestir e calçar que se generaliza por toda a
sociedade e contribui para criar a ótica pela qual a sociedade vê, compreende e se
relaciona com o adolescente,acabando, provavelmente, por influenciar a forma como
é elaborada a representação social da adolescência e do adolescente” (SALLES,
1998, p.43).
Segundo a autora, a primeira idéia que se tem de um adolescente,
geralmente, é associada a pessoas de determinada faixa etária, uniformizadas, no
uso característico de jeans, tênis, walkman e rádios, que adoram aventuras,
namorar, dançar e ouvir música, freqüentadores de Shopping Center e em busca de
independência.
De acordo com CALLIGARIS (2000), a adolescência é uma das formações
culturais mais poderosas de nossa época. Dentre as características que melhor
definem a adolescência, cita as seguintes:
1- Adolescência como moratória (tempo de suspensão entre a chegada à
maturação do seu corpo e a autorização para ser adulto).
2- Adolescência como reação e rebeldia (percepção da contradição entre o
ideal de autonomia e a continuação de sua dependência, imposta pela moratória).
3- Adolescência idealizada (a cultura idealiza a adolescência como se fosse
um tempo feliz e o adolescente se sente na obrigação de sê-lo).
80
Há muitas tentativas de se definir adolescência, embora nem todas as
sociedades possuam esse conceito. Cada cultura possui um conceito de
adolescência, baseando-se sempre nas diferentes idades para definir esse período.
No Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente define essa fase como
característica dos 13 aos 18 anos de idade, e segundo a Organização Mundial da
Saúde, a adolescência é um período da vida, que começa aos 10 e vai até os 19
anos, onde acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais.
Adolescência, uma etapa maravilhosa da vida, que muitos insistem em chamar de
“aborrescência”.
A adolescência corresponde ao período em que o ser humano sofre
mudanças orgânicas, cognitivas, sociais e afetivas. As mudanças sofridas pelo
adolescente têm consequências ao nível do seu relacionamento interpessoal,
familiar, escolar e social. A concepção de adolescência apresentada por Martins
apud Seligman (2011) diz que “ a adolescência surge como um período de grandes
mudanças físicas que alteram a sua imagem corporal e intelectual começando a
possibilitar a formação do conhecimento de si próprio e a prepará-lo para tomar
decisões. Porém, esse período de desenvolvimento é bastante complexo porque
passa por um confronto de forças interiores e exteriores que afetam o auto
conhecimento, tais como o contexto socioeconômico e cultural e a importância da
família e dos seus pares que influenciam as expectativas dos jovens em relação ao
futuro”.
É, também, durante esse período que o adolescente realiza um percurso,
muitas vezes difícil, em que procura a sua identidade. Durante esse percurso o
jovem encontra-se em busca de uma uniformidade capaz de lhe proporcionar
segurança e autoestima. Razão pela qual a companhia dos pais é, nessa fase,
preterida relativamente à companhia dos amigos assim como é, igualmente, durante
esse período que parece ocorrer a identificação com o espírito de grupo.
Especialmente quando o adolescente busca uma maior autonomia em relação
aos pais na adolescência, os grupos de pares emergem como fontes importantes de
identificação e referência comportamental dos adolescentes. (Maffesoli, 2000).
Segundo Martins (2011), as duas grandes tendências para definir a
adolescência oscilam entre aqueles que defendem que a adolescência é um
processo de natureza individual (baseiam a sua teoria colocando em evidência os
aspectos biológicos e psicológicos) e os que defendem que se trata de um período
81
identificado e reconhecido culturalmente (colocam a ênfase nos aspectos
sociológicos, antropológicos e ideológicos). Nunes de Souza (1997) considera que o
período da adolescência se caracteriza por ser um período difícil para os
adolescentes não apenas pelas transformações físicas a que estão sujeitos nesta
fase da vida, como também considera que este período constitui um período de crise
para toda a família. Durante este processo o adolescente sente necessidade de
contestar os valores que lhe foram incutidos pela família numa tentativa de se
afirmar enquanto indivíduo com existência e características próprias. Esta fase
caracteriza-se, igualmente, por o autoritarismo dos pais ter muitas vezes de ser
substituído por uma atitude de negociação com os filhos relativamente às tomadas
de decisão. Quanto maior for o grau de afetividade existente entre a criança e a
figura de autoridade maior será o nível de aceitação das regras impostas, no
entanto, no período da adolescência o jovem tende a rejeitar o que lhe foi
anteriormente incutido. O jovem que teve a oportunidade de ter uma referência de
autoridade positiva na infância tem mais facilidade em integrar-se socialmente, ou
seja, em acatar as regras necessárias para viver em sociedade.
Essa é a concepção de adolescência que corroboramos uma vez que
consideramos ser um processo que extrapola o indivíduo e que envolve a família, a
escola, as instituições e os grupos de pares.
Um outro processo que tende a desenvolver-se na adolescência é o
desenvolvimento moral acompanhado pela aquisição de valores e ideais de justiça,
liberdade ou equidade. Kolhberg apud Martins (2011) diz-nos que o período da
adolescência corresponde a uma etapa de construção de valores sociais e de
manifestações de interesse, por parte do adolescente, por problemas éticos e
ideológicos. O jovem adolescente aspira à existência de um mundo perfeito
relativamente aos valores morais é altruísta, o que não raras vezes origina revoltas
por descobrir que a sociedade não se pauta pelos valores que defende.
De todas as reflexões e estudos sobre infância e adolescência, se alguma
coisa pode ser mais ou menos consensual é que, crescentemente, as crianças estão
mais sozinhas ou mais na convivência com seus pares da rua do que no seio de
suas famílias. O pai, a mãe, ou qualquer outra figura de ligação familiar está se
tornando cada vez mais rara no dia a dia da criança e do adolescente.
Embora dentro de sua casa, mas distante do convívio doméstico e familiar, o
adolescente ou a criança está solitariamente assistindo à tevê, na internet ou está
82
fora de casa, em bandos perambulando pelas ruas, nos shoppings, nos lugares de
lazer.
Por outro lado, parece razoável atenuar o peso atribuído à hegemonia da
televisão, tendo em mente a redução das oportunidades de convivência e
brincadeiras ao ar livre. Isso porque os espaços livres das ruas, antes utilizados
pelas crianças e adolescentes para brincadeiras, já não estão mais disponíveis,
estão intensamente habitados por carros, prédios, marginais, ladrões. A rua perdeu
seu lugar de expressão coletiva dos jogos e das brincadeiras.
“A ótica pela qual a sociedade vê, compreende e se relaciona com o adolescente é muitas vezes fruto das idéias disseminadas pelos meios de comunicação, pelas pesquisas e teorias que abordam essa faixa etária. Difundidas socialmente, tais idéias contribuem para criar a forma como é elaborada a representação social da adolescência” (SALLES, 1998, p. 15).
Percebe-se, infelizmente, que os adolescentes estão cada vez mais solitários
e à mercê de seus pares da rua, da escola e do apelo cultural para que se tornem,
rapidamente, adultos esbeltos, ricos, formosos, na moda e plenamente
sexualizados.
De acordo com Sudbrack (2005) as vivências escolares do adolescente são
valiosas no seu processo de socialização e de desenvolvimento. Cabe lembrar que
os professores representam modelos de autoridade alternativos aos da família e o
processo de transformação vivido pelo adolescente na sua relação com as figuras
parentais estará sendo transferido, ou ampliado para suas relações com os
educadores. Estes passam a exercer uma influência muito importante enquanto
modelos alternativos de identificação, permitindo que o jovem reconstrua suas
próprias referências e relações com as figuras de autoridade. Aos educadores cabe,
pois, além das tarefas pedagógicas em si, a função de oferecer a continência de que
o jovem necessita neste seu momento de incertezas, angústias, instabilidade e
necessidade de afirmação. Na medida em que os professores representam um
prolongamento de suas relações com a autoridade, a postura do jovem face aos
mesmos tenderá a ser, igualmente, permeada de conflitos e ambivalências. Se, por
um lado, estão buscando segurança e proteção, precisam também confrontá-los,
questioná-los. Por essa razão, a possibilidade de exercitar sua postura crítica aos
modelos de autoridade e de receber o retorno dos mesmos numa relação sincera e
83
de respeito constitui ingrediente fundamental para a formação de uma postura crítica
madura.
A escola precisa oportunizar contextos de expressão para que o jovem possa
elaborar este turbilhão de energia e também de angústias que afloram em seu ser.
Nesse sentido, são fundamentais atividades artísticas e de expressão de todo o
gênero: literárias, cênicas, musicais, esportivas, entre outras. Um recurso precioso,
são oficinas de discussão sobre os temas de interesse da idade através das quais o
jovem possa exercitar a habilidade de expressão verbal de seus sentimentos e de
seus posicionamentos críticos, devendo sempre ser estimulado a construir
propostas, num processo participativo e coletivo de resolução dos problemas ou
situações colocadas. A sala de aula constitui um excelente fórum para exercício de
cidadania no qual as habilidades e valores relativos à vida comunitária podem ser
exercitados (Sudbrack,2005).
Acreditamos que seja importante compartilhar da visão de Prata (2002),
fazendo a transposição para o contexto escolar. O autor nos alerta para o fato de
que a desordem pode produzir novas formas. No caos pode-se produzir ordem, e
desorganização nem sempre é sinônimo de desperdício de energia: a ordem e a
desordem são indissociáveis. Nesse contexto, a grandeza do grau de
desorganização da energia de um sistema nem sempre precisa ser relacionada à
degradação e ao desperdício, pode ser fonte do novo. Há que se manter vivo ao
menos um pouco de otimismo em relação à raça humana.
8.2.10 Concepção de Cultura
Entendemos como conjunto de atividades e modos de agir, costumes e
instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de
existência transformando a realidade. Cultura é um processos em permanente
evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma
comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e
materiais; é uma espécie de educação do berço que na esfera social confere brilho à
educação, mantém e completa a instrução escolar. É a cultura que traz à luz os
valores adquiridos com a tradição (aceitação consciente de uma cultura) ou hábito
84
(aquisição inconsciente, quase mecânica). Surge-nos como uma herança, um
legado que se frutifica antes de passarmos para nossos filhos e alunos.
Hoje sabemos que a educação que então se dava em casa foi transferida
para a escola e, assim sendo, sem subestimar a responsabilidade prima dos pais na
educação dos filhos, a escola só pode ser o que deveria ser quando as tutelas hoje
disseminadas pelos ministérios da educação, da cultura e do audiovisual
trabalharem sob a mesma missão e objetivos a aprendizagem das crianças e dos
jovens.
A escola dever ser o habitat o mais abrangente possível do que somos (a
cultura) não para educar ou ensinar, mas para aprender e, neste contexto, nenhuma
área cultural deve ser escamoteada, desde a matemática e do português até a
música e ao teatro, à dança ou às artes plásticas.
A escola pode e deve promover práticas pedagógicas que favoreçam a
reflexão e a interação do estudante com as demais atividades humanas de natureza
cultural e artística.
8.2.11 Concepção de Conhecimento
O ser humano possui conhecimento adquirido através do senso comum, ou
seja, o conhecimento real, não científico, que é constituído no cotidiano, de forma
espontânea.
Ao logo do desenvolvimento, aprende-se a abstrair e generalizar
conhecimentos aprendidos espontaneamente, mas é bem mais difícil formalizá-los
ou explicá-los em palavras porque, diferentemente da experiência escolar, não são
conscientes, deliberados ou sistemáticos.
O processo de aquisição do conhecimento é ascendente, isto é, inicia-se de
modo inconsciente e até caótico, de acordo com uma experiência que não é
controlada, e encaminham-se para níveis mais abstratos, formais e conscientes já o
processo de aquisição do conhecimento sistemático escolar tem uma direção oposta
à do conhecimento espontâneo, é descendente, de níveis formais e abstratos para
aplicações particulares.
85
Na prática, o conhecimento espontâneo auxilia dando significado ao
conhecimento escolar, o conhecimento escolar por sua vez, reorganiza o
conhecimento espontâneo e estimula o processo de sua abstração.
A contextualização, um dos princípios da organização curricular, facilita a
aplicação da experiência escolar para a compreensão, da experiência pessoal em
níveis mais sistemáticos e abstratos e o aproveitamento da experiência pessoal para
facilitar o processo de concreção dos conhecimentos abstratos que a escola
trabalha. Isto significada que a ponte entre teoria e prática, recomendado pela LDB
deve ser de mão dupla.
Cabe à Escola desenvolver o conhecimento espontâneo, encaminhando-o a
níveis mais abstratos, formais, conscientes e sistematizados, com a utilização das
competências cognitivas básicas: raciocínio abstrato, comparação, capacidade de
compreensão de situações novas que é a base para a solução de problemas,
construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário, crítico,
ético e participativo.
A contextualização é um recurso pedagógico para tornar a construção de
conhecimentos um processo permanente de formação de capacidades intelectuais
superiores. Para isso, é indispensável socializar o saber sistematizado,
historicamente acumulado, como patrimônio universal da humanidade, fazendo com
que esse saber seja criticamente apropriado pelos estudantes, que já trazem
consigo o saber popular, o saber da comunidade em que vivem e atuam. A
interligação e a apropriação desses saberes pelos estudantes e pela comunidade
local representam, certamente, um elemento decisivo para o processo de
democratização da própria sociedade.
8.2.12 Concepção de Ensino e Aprendizagem
O ensino, no mundo contemporâneo, em transformação acelerada imposta
pela nova geografia política do Planeta, globalização econômica e revolução
tecnológica, precisa formar cidadãos competentes e desenvolvidos para a
criatividade, autonomia e capacidade em solucionar problemas, e, como
aprendizagem de caráter geral, a capacidade de aprender é decisiva.
86
Conscientes das Leis que direcionam a política educacional Brasileira e da
Proposta Curricular Escolar, é preciso e urgente o planejamento da proposta de
ação juntamente com todos os envolvidos no processo de ensino, para uma atuação
integrada tendo em vista a preparação básica do cidadão para sua prática social.
Para o desenvolvimento dos conteúdos é necessário estabelecer as
atividades, tendo em mente os princípios pedagógicos estruturadores do Currículo
(interdisciplinaridade e contextualização), e os valores éticos, estéticos e políticos
desenvolvidos na prática social e escolar, no dia-a-dia e através dos
relacionamentos.
À escola compete desenvolver os conhecimentos construídos na experiência
pessoal dos educandos, os chamados conceitos cotidianos ou espontâneos, por
meio de um ensino sistemático, elaborado em sala de aula, transformando-o em
conceitos científicos.
É preciso que o meio ambiente seja desafiador, exija e estimule o intelecto da
criança e do adolescente, caso contrário o processo de desenvolvimento poderá
atrasar ou mesmo não se completar impedindo que nossos educandos conquistem,
não apenas pelo seu próprio esforço, mas pela qualidade do ensino, estágios mais
elevados de raciocínio.
Entendemos como Aprendizagem o processo de mudança de comportamento
obtido através de experiências construídas por fatores emocionais, neurológicos,
relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas
mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase educacional, centrada na
aprendizagem, o professor é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos.
Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construído e
reconstruído continuamente.
Quando a educação é construída pelo sujeito da aprendizagem prevalecem a
resignificação dos sujeitos, novas formas de comunicação e a construção de novas
habilidades. Nos bastidores da aprendizagem há um novo ambiente, remodelização
dos papéis dos atores e co-autores do processo, desarticulação de incertezas e
novas formas de interação mediadas pela orientação, condução e facilitação dos
caminhos a seguir.
A Educação como interatividade contempla tempos e espaços novos, diálogo,
problematização e produção própria dos educandos. O professor exerce a sua
habilidade de mediador das construções de aprendizagem. Mediar é intervir para
87
promover mudanças. Como mediador, o docente passa a ser comunicador,
colaborador e exerce a criatividade do seu papel de co-autor do processo de
aprender dos alunos.
Na relação desse novo encontro pedagógico, professores e alunos interagem
usando a co-responsabilidade, a confiança, a dialogicidade fazendo a auto-avaliação
de suas funções. Isso é fundamental, pois nesse encontro, professor e alunos vão
construindo novos modos de se praticar a educação, onde os objetivos da
aprendizagem classificados em domínio cognitivo (ligados a conhecimentos,
informações ou capacidades intelectuais), domínio afetivo (relacionados a
sentimentos, emoções, gostos e atitudes), domínio psicomotor (que ressaltam o uso
e a coordenação dos músculos), resgatam a oportunidade do aluno em ser levado
em consideração, em desenvolver o conhecimento como cooperação, criatividade e
criticidade, fomentando assim a liberdade e a coragem para transformar, fazendo
com que nossos jovens sejam protagonistas da sua própria aprendizagem... “Porque
nós estamos na educação formando o sujeito capaz de ter história própria, e não
história copiada, reproduzida, na sombra dos outros, parasitária. Uma história que
permita ao sujeito participar da sociedade”.(Pedro Demo)
8.2.13 Concepção de Avaliação
A avaliação nos é concebida como instrumento de registro diário, voltado
exclusivamente para auxiliar o aluno a aprender, se desenvolver e se avaliar,
fazendo parte integrante das atitudes dentro e fora dos muros escolares.
Não aceitamos mais uma avaliação como mera contagem de acertos e erros
ou como utilização de resultados para classificar e selecionar (rotular) os alunos,
afastando da aprendizagem escolar justamente os que mais precisam dela.
A avaliação é um instrumento de aprendizagem e não de reprovação; a
avaliação serve de parâmetro tanto para observar o desempenho do aluno quanto
para acompanhar o processo pedagógico, onde o resultado obtido deve indicar o
ponto em que o conteúdo deve ser retomado e em que aspecto o processo
pedagógico deve ser reformulado.
88
Centrada na formação humana, na mediação do saber historicamente
produzido e na construção da cidadania, propõe-se o desafio de avaliar de forma
crítica e transformadora: processual e evolutiva; formativa e emancipadora.
A escola é responsável pela verificação do rendimento do estudante,
mediante instrumentos previstos no Regimento Escolar e observadas as diretrizes
da Lei. Esse é um dos aspectos que constitui um permanente desafios para nós,
educadores.
De acordo com a legislação vigente, podem ser consideradas a avaliação
contínua e a cumulativa, em que prevalecem os aspectos qualitativos sobre os
quantitativos, bem como os resultados a longo do ano sobre os de provas ou
exames finais, quando adotados.
A avaliação constitui um elemento central na organização da prática
pedagógica, na medida em que favorece o processo de construção do
conhecimento. Por meio dos mecanismos de avaliação pode-se constatar,
compreender e intervir nos processos de construção do conhecimento. Processual,
reflexiva e cumulativa, a avaliação concorre, entre outros aspectos, para a definição
do tempo e das formas de promoção do estudante.
Baseado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de
9 (nove) anos, a avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela
escola como parte integrante da proposta curricular e da implementação do
currículo, deve ser redimensionadora da ação pedagógica e assumir um caráter
processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, com
vistas a identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar
problemas de ensino; subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e
abordagens de acordo com as necessidades dos alunos, criar condições de intervir
de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o
trabalho docente; manter a família informada sobre o desempenho dos alunos;
reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de avaliação,
inclusive em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos sempre que as
reivindicações forem procedentes.
89
8.2.14 Concepção de Currículo
Já se tem acentuado o quanto o currículo constitui, nos dias de hoje, tema de
importância crucial para professores, gestores, pesquisadores, estudantes, pais e
políticos. Nos sistemas educacionais e nas escolas, inúmeros têm sido os esforços
por elaborar propostas curriculares que venham a favorecer a construção de uma
escola de qualidade no país. Muitos desses esforços têm apresentado resultados
bastante positivos e têm propiciado o sucesso dos alunos em suas trajetórias
escolares, contribuindo para que se consolide a construção de qualidade na
educação básica.
Defendemos uma educação de qualidade que torne o sujeito capaz de se
mover de uma forma restrita de viver seu cotidiano, até uma participação ativa na
transformação de seu ambiente. Esse processo é facilitado por um processo
educativo que propicie ao aluno: um bom desempenho no mundo imediato, a
habilidade de criticar e transcender suas experiências culturais, a capacidade de
auto-reflexão, a compreensão da sociedade em que está inserido (e de seus
problemas), bem como o domínio de processos de aquisição de novos saberes e
conhecimentos.
Relevância, nesse enfoque, corresponde ao potencial que certos saberes e
certos procedimentos apresentam para capacitar as pessoas a reconhecer e a
aceitar seus papéis na mudança de seus ambientes e no crescimento da sociedade
mais ampla. Relevância sugere, então, conteúdos e atividades que contribuam para
formar pessoas autônomas, críticas e criativas, aptas a compreender como as coisas
são, porque são assim e como podem ser modificadas por ações humanas. Em
resumo, uma concepção renovada de qualidade incorpora a crença em uma escola
reformulada e ampliada, assim como em uma ordem social mais justa e menos
excludente (Avalos, 1992).
Na escola, o currículo – espaço em que se concretiza o processo educativo –
pode ser visto como o instrumento central para a promoção da qualidade na
educação. É por meio do currículo que as ações pedagógicas se desdobram nas
escolas e nas salas de aula. É por meio do currículo que se busca alcançar as
metas discutidas e definidas, coletivamente, para o trabalho pedagógico. O currículo
corresponde, então, ao verdadeiro coração da escola. Daí a necessidade de
90
permanentes discussões sobre o currículo, que nos permitam avançar na
compreensão do processo curricular e das relações entre o conhecimento escolar, a
sociedade, a cultura, a auto-formação individual e o momento histórico em que
estamos situados.
Consideramos o conhecimento como a matéria-prima do currículo, o que nos
leva a entender o currículo como o conjunto de experiências pedagógicas
organizadas e oferecidas aos alunos pela escola e que, de acordo com a Resolução
nº 7, de 14 de Dezembro de 2010 (Ministério da Educação), se desdobram em torno
do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando articular vivências e
saberes dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e
contribuindo para construir as identidades dos estudantes.
O foco nas experiências escolares significa que as orientações e as propostas
curriculares que provêm das diversas instâncias só terão concretude por meio das
ações educativas que envolvem os alunos. As experiências escolares abrangem
todos os aspectos do ambiente escolar:, aqueles que compõem a parte explícita do
currículo, bem como os que também contribuem, de forma implícita, para a aquisição
de conhecimentos socialmente relevantes. Valores, atitudes, sensibilidade e
orientações de conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por meio
de rotinas, rituais, normas de convívio social, festividades, pela distribuição do tempo
e organização do espaço educativo, pelos materiais utilizados na aprendizagem e
pelo recreio, enfim, pelas vivências proporcionadas pela escola.
Os conhecimentos escolares são aqueles que as diferentes instâncias que
produzem orientações sobre o currículo, as escolas e os professores selecionam e
transformam a fim de que possam ser ensinados e aprendidos, ao mesmo tempo em
que servem de elementos para a formação ética, estética e política do aluno.
O currículo do Ensino Fundamental tem uma base nacional comum (deve
abranger, obrigatoriamente, conforme o art. 26 da Lei nº 9.394/96, o estudo da
Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da
realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a
Educação Física e o Ensino Religioso: de matrícula facultativa ao aluno, é parte
integrante da formação básica do cidadão e constitui componente curricular dos
horários normais de aula, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do
Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº
9.394/96.), complementada em cada estabelecimento escolar por uma parte
91
diversificada. No Colégio Walfredo Silveira Corrêa a opção da parte diversificada
ficou assim estabelecida, após definida a última versão da Matriz Curricular com
implantação simultânea a partir do ano letivo de 2012: nos anos finais do Ensino
Fundamental (6º ao 9º ano) LEM Inglês; no Ensino Médio LEM Espanhol.
A história e as culturas indígena e afro-brasileira, presentes, obrigatoriamente,
nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar deste
Estabelecimento de Ensino e, em especial, no ensino de Arte, Literatura e História
do Brasil, assim como a História da África, deverão assegurar o conhecimento e o
reconhecimento desses povos para a constituição da nação (conforme art. 26-A da
Lei nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua inclusão possibilita ampliar o
leque de referências culturais de toda a população escolar e contribui para a
mudança das suas concepções de mundo, transformando os conhecimentos
comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção de identidades
mais plurais e solidárias ( Baseado na Resolução nº 7 de 14 de Dezembro de 2010
do Ministério da Educação).
A Resolução nº 7/2010 prevê ainda que os componentes curriculares e as
áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a partir das
possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes
e contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local,
bem como na esfera individual. Temas como saúde, prevenção ao uso indevido de
drogas; sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das
crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de
educação ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal,
trabalho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural devem permear o
desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do
currículo. Outras leis específicas que complementam a Lei nº 9.394/96 determinam
que sejam ainda incluídos temas relativos à condição e aos direitos dos idosos (Lei
nº 10.741/2003) e à educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97). A SEED determina
ainda que desenvolvamos trabalhos com: História do Paraná (Lei nº 13381/01);
Educação Tributária (Dec. nº 1143/99); música (Lei nº 11.769/2008); Direito das
Crianças e Adolescente ( Lei Federal nº 11525/07).
Temos que dar atenção especial a partir do ano de 2012 ao currículo do
Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, que exige a estruturação de um
92
projeto educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e
de se desenvolver das crianças e adolescentes nos diferentes contextos sociais.
8.3 PSICOLOGIA HISTÓRICO CULTURAL DE VYGOTSKY E A PEDAGOGIA
HISTÓRICO-CRÍTICA DE SAVIANI SOB O OLHAR DE GASPARIN
A pedagogia Histórico-Crítica, proposta por Dermeval Saviani e por ele
chamada, inicialmente, de Revolucionária, sugere uma prática pedagógica que parta
da realidade social concreta, ou Prática Social Inicial, e leve os alunos a
compreenderem as diversas dimensões ou relações, que os conteúdos ensinados
têm com suas vidas, objetivando ações na comunidade, reforçando valores e
contribuindo para a cidadania.
“O método de ensino preconizado pela pedagogia histórico-crítica, considerado um meio de apropriação de conhecimento, inspira-se na concepção dialética da ciência e assume a forma de uma trajetória a ser percorrida, um caminho cujos momentos particulares são vistos como passos dinamizadores de um movimento único e orgânico, pois funda-se na realidade e mantém permanentemente o vínculo entre educação e sociedade, realçando a necessidade da educação ter um ponto de partida e um ponto de chegada.” (Wachowicz apud Scalcon, 2002, p.123)
Essa proposta pedagógica baseia-se na teoria dialética do conhecimento, ou
seja, no uso do método dialético prática-teoria-prática, a qual considera que o
conhecimento se origina do mundo material e não das idéias (Idealismo). Portanto,
através da ação humana na natureza, criando as bases materiais para sua
sustentação e desenvolvimento, é que o homem cria os conhecimentos e se
constitui como um ser histórico, transformando-se num ser com as características do
momento específico vivido.
“Sendo assim, o conhecimento se origina na prática social dos homens e nos processos de transformação da natureza por ele forjados (...). Agindo sobre a realidade os homens a modificam, mas numa relação dialética, esta prática produz efeitos sobre os homens, mudando tanto seu pensamento, como sua prática.” (Corazza apud Gasparin, 2005, p.04)
E, nessa incessante interação do homem com o meio e entre os outros
homens de sua convivência, através do trabalho, que este vai refletindo sobre suas
93
ações e elaborando novos conhecimentos, que lhe permite novas transformações
sociais.
“Ao construírem um sistema explicativo da história e da sociedade, Marx e Engels elaboraram e estabeleceram os princípios epistemológicos que orientam sua análise. Ainda que de forma implícita seja possível perceber uma proposta para a produção do conhecimento. De acordo com a perspectiva dialética, sujeito e objeto de conhecimento se relacionam de modo recíproco (um depende do outro) e se constituem pelo processo histórico social. Podemos entender então que as idéias são decorrência da interação do homem com a natureza e o conhecimento é determinado pela matéria, pela realidade objetiva. O homem faz parte da natureza e a recria em suas idéias, a partir de sua interação com ela.” (Rego, 1995, p.98)
Para Corazza (Gasparin, 2005), o conhecimento origina-se na experiência, no
empírico, a síncrese; é abstraído, a análise; e finalmente transformado em um novo
conhecimento, a síntese. Dessa forma o conhecimento é assimilado e, portanto,
uma metodologia educacional de aprendizagem que queira ser realmente
transformadora deverá ser aquela que leva em conta estes fatores, como diz Saviani
(1991, p.83):
“(...) o movimento que vai da síncrese (“a visão caótica do todo”) à síntese (“uma rica totalidade de determinações e de relações numerosas”) pela mediação da análise (“as abstrações e determinações mais simples”) constitui uma orientação segura tanto para o processo de descoberta de novos conhecimentos (o método científico) como para o processo de transmissão-assimilação de conhecimentos (o método de ensino).”
Para que os ritmos de aprendizagem dos alunos sejam conhecidos e o
professor sinta-se seguro para dar seqüência à proposta, é fundamental que o
mesmo conheça os fundamentos básicos postos pela “Psicologia Histórico Cultural”
de Vygotsky, que complementa as idéias da “Pedagogia Histórico-Crítica” no que se
refere à aprendizagem.
Para essa psicologia o processo cognitivo do conhecimento também
aconteceria por meio do método dialético, quer seja, a prática-teoria-prática. A ação
do professor teria início a partir daquilo que os alunos conhecem sua experiência
social concreta ou “zona de desenvolvimento imediato”. Através da mediação do
professor e seu planejamento, o método, os alunos chegariam a um conhecimento
mais elaborado ou “zona de desenvolvimento atual”, permitindo-lhes mudar sua
maneira de ver o mundo e interferirem na sua prática social. É urgente colocar em
prática encaminhamentos didático-metodológicos que estejam articulados com as
94
camadas populares, as quais continuam sendo excluídas da escola, conforme
comprovam algumas pesquisas.
Tais métodos, segundo Saviani (1991, p.79):
“(...) se situarão para além dos métodos tradicionais e novos, superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. Portanto, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e os desenvolvimentos psicológicos, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos (...)”.
É importante salientar, em relação às palavras de Saviani (1991), que essa
concepção não significa uma somatória de vários métodos, optando por um
ecletismo, visto que nas concepções tradicionais e novas prega-se a autonomia da
educação em relação à sociedade, que neste caso, é tratada como determinada
socialmente. Antes, porém, se trata de uma apropriação do que convém de técnicas
e instrumentos que obtiveram resultado positivo na prática docente, facilitando o
trabalho do professor e dos alunos, tidos aqui como agentes sociais e não em suas
individualidades. Assim entendendo, Saviani (1991) organiza seu método em cinco
passos ou etapas, reescrito por Gasparin (2005), como “uma didática possível para
a Pedagogia Histórico-Crítica”, cujo teor orienta a grande parte dos escritos que
seguem.
Tendo como base o livro de João Luiz Gasparin, será exposto os cinco
passos a se seguir no planejamento docente para se efetivar uma prática docente na
perspectiva histórico-crítica: “'Prática social inicial do conteúdo', 'problematização',
'instrumentalização', 'catarse' e 'Prática social final do conteúdo' – nos quais se
tentou explicitar o novo processo dialético da aprendizagem escolar” (GASPARIN,
2007, p.9). Tais passos serão brevemente explicitados a seguir.
8.3.1 Prática Social Inicial
A abordagem inicial de um assunto é o que se chama de Prática Social Inicial.
Diferente da Pedagogia Tradicional que é a simples apresentação do conteúdo a ser
estudado, nesse momento da aula se questiona o conhecimento prévio dos alunos a
respeito do tema a ser tratado. Dessa forma o conteúdo passa a ter sentido para
95
cada um, na medida em que os alunos vão se dando conta dos momentos em que o
tema acontece na rotina do mundo vivido, através do noticiário, ou que faz parte do
cotidiano de cada um, no seu bairro, na sua cidade.
“A Prática Social Inicial é sempre uma contextualização do conteúdo. É um momento de conscientização do que ocorre na sociedade em relação aquele tópico a ser trabalhado, evidenciando que qualquer assunto a ser desenvolvido em sala já está presente na prática social, como parte constitutiva dela.” (Gasparin, 2005, p.24)
Esse conhecimento prévio que o professor passa a ter do que os alunos já
sabem é a “zona de desenvolvimento real” ou atual dos alunos, e evita uma série de
explicações repetitivas sobre determinado ponto do conteúdo já conhecido.
Proporciona ainda a contextualização do assunto e funciona também como um
diagnóstico que indica onde o professor precisa intervir, direcionando a condução do
processo até que surjam respostas para as questões postas inicialmente, pois como
afirma Vygostsky (apud Gasparin, 2005, p.17), “Em essência a escola nunca
começa no vazio. Toda a aprendizagem com que a criança se depara na escola
sempre tem uma pré-história. (...)”:
De acordo com Gasparin, a Prática Social Inicial vem a ser o ponto de partida
de todo o processo pedagógico. Nela, devem ser trazidos para a sala de aula todas
as vivências e experiência que o educando já tem sobre o conteúdo a ser
trabalhado. Isso se faz necessário para que conteúdo a ser trabalhado mostre, de
fato, vinculação com a realidade, sendo assim socialmente necessário. Na visão do
autor: “O primeiro passo do método caracteriza-se por uma preparação, uma
mobilização do aluno para a construção do conhecimento escolar. É uma primeira
leitura da realidade, um contato inicial com o tema a ser estudado.[...] Uma das
formas para motivar os alunos é conhecer sua prática social imediata a respeito do
conteúdo curricular proposto” (2007, p.15)
Cabe ao professor nesse momento, instigar os alunos para que os mesmos
possam “viver” este conteúdo, mostrando-lhes que o mesmo, de uma forma ou de
outra, está presente no seu cotidiano, tirando-lhes da tradicional posição de meros
receptores de um conteúdo já pronto.
96
8.3.2 A problematização do conteúdo
Na Problematização, após ter sido feito o levantamento das questões,relativas
à prática social inicial, normalmente, fica evidenciado para os alunos que será
necessário dominar determinados conteúdos em profundidade para encontrar
respostas que solucionem os problemas apresentados. É o momento em que
“(...) começa a análise da prática e da teoria. Inicia-se o desmonte da realidade, mostrando ao aluno que ela é formada por múltiplos aspectos interligados. São evidenciadas também as diversas faces sob as quais pode ser visto o conteúdo, verificando sua pertinência e suas contradições (...)” (Gasparin, 2005, p.36)
Na continuidade, o professor formula novas questões envolvendo outros
aspectos da vida social, econômica, política, cultural, filosófica, histórica, antes não
mencionados na prática social inicial, demonstrando a relação do conteúdo com a
vida de cada um. É o desabrochar de uma consciência crítica, mas significativa, uma
vez que foram os próprios alunos que contribuíram para que fosse possível chegar
até este estágio.
Nesta etapa de problematização, de acordo com Gasparin, ocorre a
discussão de questões inerentes ao conteúdo proposto. É aqui inclusive, que ocorre
o ato de vislumbrar o conteúdo em diferentes dimensões sociais. Um conteúdo
problematizado deverá mostrar-se através de dimensões várias: conceitual,
histórica, social, política, estética, religiosa, etc. Nos termos do autor (2007, p. 35), “o
processo de busca, de investigação para solucionar as questões em estudo, é o
caminho que predispõe o espírito do educando para a aprendizagem significativa”.
Tal procedimento de problematização, faz-se como elo fundamental de
transição entre prática social inicial e teoria. É o momento de ligar aquela vivência do
conteúdo percebida no momento da prática social inicial ao conteúdo em sua teoria,
é quando se aproximam conhecimentos espontâneos dos conhecimentos científicos.
8.3.3 A instrumentalização
A Instrumentalização, segundo Saviani (1991), é a apropriação pelas
97
camadas populares dos instrumentos necessários para superarem sua condição de
explorados na sociedade capitalista, quer sejam os conhecimentos culturais
acumulados pela humanidade. “É o caminho através do qual o conteúdo
sistematizado é posto à disposição dos alunos para que o assimilem e o recriem, e
ao incorporá-lo, transformem-no em instrumento de construção pessoal e
profissional.” (Gasparin, 2005, p.53)
Esse momento do método é especialmente importante, porque por meio da
mediação do professor, interferindo na zona de desenvolvimento proximal dos
alunos, auxiliando-os na análise dos conceitos cotidianos em relação aos científicos,
os conteúdos passam a ter significado para eles, motivando-os. É importante para o
êxito da proposta que o professor procure compreender, minimamente, como se dá
a formação cognitiva do conhecimento. Em outras palavras, como as crianças
aprendem, utilizando-se das contribuições da “Psicologia Histórico Cultural”
propostas pelo psicólogo russo Vygotsky e seus seguidores, a base psicológica que
fundamenta a “Pedagogia Histórico-Crítica”.
Instrumentalização não é senão o momento em que o educando vai se
apropriar de instrumentos culturais e científicos necessários para transformar,
melhorar, enfim, modificar aqueles conhecimentos espontâneos mostrados na
prática social inicial e “realiza-se nos atos docentes e discentes necessários para a
construção do conhecimento científico” GASPARIN (2007, p.51) Para isso, o
professor deve se colocar como mediador entre o aluno e o conhecimento científico
que muitas vezes estará nele próprio, professor.
Para explicar melhor esse processo, Gasparin (2007, p,52) faz referência a
Vasconcellos. Nos seus termos, “neste processo, parte-se do conhecimento que se
tem (sincrético) e aos poucos (pela mediação da análise) este conhecimento anterior
vai se ampliando, negando, superando, chegando a um conhecimento mais
complexo e abrangente (sintético = 'concreto')”.
Nessa etapa, o professor deve trabalhar o conteúdo de modo sistematizado,
buscando equacionar, conceitualmente, os problemas levantados na etapa anterior.
Isso só ocorrerá, havendo aprendizagem desses conteúdos pelos educandos. Na
obra de Gasparin (2007, p.80-1), o conceito de Zona de Desenvolvimento proximal é
usado para elucidar como se dá essa aprendizagem: “a zona de desenvolvimento
imediato – nome do segundo nível de desenvolvimento da criança – também se
refere a ações que a criança é capaz de realizar não sozinha, mas com ajuda de
98
outra pessoa.[...] Dessa maneira, o nível de desenvolvimento de uma criança resulta
daquilo que ela consegue realizar sozinha e daquilo que ela desempenha com a
ajuda dos outros.”
Somente entendendo em cada um de seus alunos esses níveis, o professor
será capaz de otimizar o seu processo de ensino.
8.3.4 A catarse
Na Catarse os alunos são estimulados a demonstrar, teoricamente, por meio
da avaliação da aprendizagem se conseguiram encontrar algumas respostas para os
problemas sociais levantados pelo grupo. É o momento de uma síntese. Inicialmente
os alunos vêem sua realidade de forma sincrética e dispersa, considerando-a
natural. Espera-se que, após a passagem pelas etapas do processo pedagógico e
ao chegar à catarse, adquiram uma visão histórica desta realidade, construída pelos
homens em determinado tempo e lugar, segundo suas necessidades. Que saibam
generalizar o todo aprendido para poderem atuar nesta tarefa de transformação de
seu meio.
“Na catarse o educando é capaz de se situar e entender as questões sociais postas no início e trabalhadas nas demais fases (...). Percebe, então, que não aprendeu apenas um conteúdo, mas algo que tem significado e utilidade para a sua vida, algo que lhe exige o compromisso de atuar na transformação social.” (Gasparin, 2005, p.130)
A catarse é o momento em que ocorre a síntese mental por parte do
educando dos conteúdos trabalhados. Essa síntese é expressa quando o educando
compreende e disserta sobre aquele conteúdo, mostrando que o mesmo foi
assimilado e auxiliou na transformação de seus conceitos prévios Nas palavras de
Gasparin (2007, p.130), neste momento, o aluno “traduz oralmente ou por escrito a
compreensão que teve de todo o processo de trabalho. Expressa a sua nova
maneira de ver o conteúdo e prática social. É capaz de entendê-los em um novo
patamar, mais elevado, mais consistente e mais bem estruturado. Compreende, da
mesma forma, com mais clareza, tanto a Problematização quanto a
Instrumentalização”.
Ao professor cabe, nesse momento, criar mecanismos avaliativos para
99
perceber se, de fato, essa síntese mental ocorreu e como ocorreu, para, com isso,
propiciar a realização do último passo – prática social final.
8.3.5 A Prática Social Final
A Prática Social Final e a prática social inicial são as mesmas, pois partem da
análise de uma mesma realidade. Nessa etapa, se a proposta foi conduzida
adequadamente, estas adquirem novas características, pois os agentes sociais,
professor e alunos, alteraram-se qualitativamente e não vêem esta realidade como a
viam anteriormente.
Como os alunos já atingiram uma visão sintética do todo no momento
catártico, que para Saviani (1991) é o ponto culminante do processo educativo, na
prática social final eles se encontram em condições de análise semelhantes às do
professor.
“Desenvolver ações reais e efetivas não significa somente realizar atividades que envolvam um fazer predominantemente material, como plantar uma árvore, fechar uma torneira, assistir a um filme, etc. Uma ação concreta, a partir do momento em que o educando atingiu o nível do concreto pensado, é também todo o processo mental que possibilita análise e compreensão mais amplas e críticas da realidade, determinando uma nova maneira de pensar, de entender e julgar os fatos, as idéias. É uma nova ação mental.” (Gasparin, 2005, p.144)
Assim descrito, o processo ensino-aprendizagem torna-se significativo para
ambos, na medida em que possibilita ao professor e aos alunos construírem e
reconstruírem os conhecimentos continuamente.
Prática social final é o momento em que o aluno demonstra através de ações
ou intenções que aquele conteúdo vivido, problematizado, teorizado e sintetizado
mentalmente, agora é capaz de transformar a sua existência. Novamente, Gasparin
(2007, p.146) vai explicar que:
“desenvolver ações reais e efetivas não significa somente realizar atividades que envolvam um fazer predominantemente material, como plantar uma árvore, fechar uma torneira, assistir a um filme etc. Uma ação concreta, a partir do momento em que o educando atingiu o nível do concreto pensado, é também todo o processo mental que possibilita análise e compreensão
100
mais amplas e críticas da realidade, determinando uma nova maneira de pensar, de entender e julgar os fatos, as idéias. É uma nova ação mental.”
De nada serve portanto, uma proposta Histórico-crítica sem esse momento de
“chegada”, no qual o educando, através de sua transformação individual auxilia na
transformação de sua realidade social.
8.4 O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO
Para compreender o que é Educação e o contexto atual é necessário buscar
uma visão crítica de todo seu processo histórico. Consideramos ser o materialismo
histórico dialético um dos instrumentos teóricos que pode nos possibilitar essa visão
a partir da análise das interferências do contexto sócio-econômico-político no qual
ela esteve e está inserida, das relações entre a educação e as estruturas sociais,
das exigências colocadas pela sociedade, das finalidades da educação nos
diferentes momentos históricos e, conseqüentemente, o papel e o modelo de
educação que se criou; da posição que ocupou e ocupa nas prioridades
governamentais, dos movimentos e lutas para garantir a democracia e as limitações
enfrentadas. Para tanto, precisa-se necessariamente compreender como seria
leitura da história a educação a partir deste referencias teórico.
Para que possamos fazer uma leitura crítica da história da educação há
necessariamente que resgatar a idéia de Marx (1978), pois, não se pode pensar no
indivíduo e sociedade separadamente das condições materiais em que estas se
apóiam, ou seja, as condições materiais condicionam as demais relações sociais, a
produção é a base, a raiz que condiciona toda a sociedade. Sendo assim só é
possível entender cultura, educação e política à partir do estudo das relações
básicas de produção, ou seja, na produção social da própria vida o homem
estabelece relações determinadas, necessárias e involuntárias, que formam base da
estrutura econômica da sociedade sobre a qual se constrói uma superestrutura
política e jurídica, pois como afirma Saviani (1999, p.98): “Toda prática educativa
contém inevitavelmente uma prática política”. Pode-se dizer que, educar significa
estabelecer uma posição política.
101
GADOTTI (1988, p. 74) considerando as idéias de Gramsci conceitua: A
educação é um processo contraditório (unidade e oposição) uma totalidade de ação
e reflexão:eliminado a autoridade caímos no espontaneísmo libertário onde não se
dá educação; eliminado a liberdade, caímos no autoritarismo, onde também há
domesticação ou puro adestramento. O ato educativo realiza-se nessa tensão
dialética entre a liberdade e necessidade.
Entende-se a dialética como uma possibilidade de compreender da realidade,
o que significa pensar a história, como uma construção social, contraditória e em
permanente transformação e conflitos, superando a visão do senso-comum, ou seja,
a compreensão da realidade estática. Saviani (1991), ao apontar a necessidade de o
educador brasileiro passar do senso comum para a consciência filosófica na
compreensão de sua prática educativa, aponta o método materialista histórico
dialético como instrumento desta prática e explica, para isto, a superação da etapa
de senso comum educacional (conhecimento da realidade empírica da educação),
por meio da reflexão teórica (movimento do pensamento, abstrações), para a etapa
da consciência filosófica (realidade concreta da educação, concreta pensada,
realidade educacional plenamente compreendida).
Considerando que a história da humanidade se constitui através do trabalho,
e que este se centra nas relações sociais de produção material da realidade,
entende-se como afirma Saviani, (1991, p.24) que a educação ou: “o trabalho
educativo é o ato de produzir,em cada indivíduo singular, a humanidade que é
produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”.
Levando em conta as idéias de Gramsci, pode-se dizer que a dialética é uma
oposição ao formal, à lógica formal clássica: a realidade não é formal, linear, é
contraditória. O modo de pensar dialético não permite uma visão fechada, unilateral.
Esta permite uma visão da totalidade, do conjunto. Não se pode analisar um
problema isolado, individual; tem que se estabelecer uma relação, observando as
causas e as conseqüências. A dialética não está separada dos problemas históricos
e econômicos; economia, política, história formam um conjunto complexo que
precisa ser compreendido à luz da dialética, esta é um modo de pensar diferente,
uma crítica ao formal. Na perspectiva dialética, a história é entendida como um
movimento dinâmico da ação do homem em sua realidade, envolvidos pelas
mudanças de estrutura política (transformadas ou superadas) segundo sua tomada
de consciência como sujeito no contexto social, ou seja, a história é um caminho
102
tecido a muitas mãos, revela contradições, mediações, interferências e recorrências
críticas do homem primando pela transformação de seu espaço, de sua realidade,
de seu mundo. Ou seja, o homem é um ser ativo na história, portanto sua
conscientização política e crítica são fundamentais para superar, transformar a
realidade.
O Homem é o elemento que movimenta a história e movimenta-se com a
História, portanto história é uma construção social, construída coletivamente. A
concepção de educação dialética é uma prática de liberdade onde o indivíduo
aprende a reorganizar o seu espaço social e a superar sua visão ingênua de mundo,
levando-o a refletir e interagir com a realidade, mudar sua mentalidade, sua postura
diante dos fatos, tornar-se sujeito da sua própria história. (LIMA, 2001)
8.5 O MÉTODO DIALÉTICO
Os elementos do esquema básico do método dialético são a tese, a antítese e
a síntese.
A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma
oposição à tese. Do conflito entre tese e antítese surge a síntese, que é uma
situação nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A
síntese, então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova antítese
gerando uma nova síntese, em um processo em cadeia infinito.
A filosofia descreve a realidade e a reflete, portanto a dialética busca, não
interpretar, mas refletir acerca da realidade. Por isso, seus três momentos (tese,
antítese e síntese) não são um método, mas derivam da dialética mesma, da
natureza das coisas.
A dialética é a história do espírito, das contradições do pensamento que ela
repassa ao ir da afirmação à negação. Em alemão aufheben significa supressão e
ao mesmo tempo manutenção da coisa suprimida. O reprimido ou negado
permanece dentro da totalidade.
Essa contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade, já que ser
e pensamento são idênticos. Essa é a proposição da dialética como método a partir
de Hegel Tudo se desenvolve pela oposição dos contrários: filosofia, arte, ciência e
religião são vivos devido a dialética. Então, tudo está em processo de constante
103
devir. A visão total é necessária para enxergar, e encaminhar uma solução a um
problema. Hegel dizia que a verdade é o todo. Que se não enxergamos o todo,
podemos atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando a
compreensão de uma verdade geral. Essa visão é sempre provisória, nunca alcança
uma etapa definitiva e acabada, caso contrário a dialética estaria negando a si
própria.
Logo é fundamental enxergar o todo. Mas nunca temos certeza que estamos
trabalhando com a totalidade correta. Porém a teoria fornece indicações: a teoria
dialética alerta nossa atenção para as sínteses, identificando as contradições
concretas e as mediações específicas que constituem o “tecido” de cada totalidade.
Sendo que a contradição é reconhecida pela dialética como princípio básico do
movimento pelo qual os seres existem.
Segundo Politizer (In:Lakatos e Marconi, 1985), a dialética é a "grande idéia
fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo
de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na
aparência estáveis, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no nosso
cérebro, as idéias, passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência, em
que finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos
momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje".
Isso significa que para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade
de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está "acabada", encontrando-
se sempre em vias de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre
o começo de outro.
Porém as coisas não existem isoladas, destacadas uma das outras e
independentes, mas como um todo unido, coerente. Stalin, pelo método de
interdependência e ação recíproca, afirma "que o método dialético considera que
nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido, quando encarado
isoladamente, fora dos fenômenos cincundantes; porque, qualquer fenômeno, não
importa em que domínio da natureza, pode ser convertido num contra-senso quando
considerado fora das condições que o cercam, quando destacado destas condições;
ao contrário, qualquer fenômeno pode ser compreendido e explicado, quando
considerado do ponto de vista de sua ligação indissolúvel com os fenômenos que o
rodeiam, quando considerado tal como ele é, condicionado pelos fenômenos que o
circundam".
104
Segundo Politizer (In: Lakatos e Marconi, 1985), "para a dialética não há nada
de definitivo, de absoluto, de sagrado; apresenta a caducidade de todas as coisas e
em todas as coisas e, para ela, nada existe além do processo ininterrupto do devir e
do transitório".
8.6 DIDÁTICA PARA A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
“Aprender criticamente o conhecimento científico”: meta real ou utópica?
Almejando subsidiar esta construção, João Luiz Gasparin questiona a instrução
pedagógica que vem norteando a prática educacional brasileira. O autor lança uma
proposta de trabalho inovadora ao educador, subsidiando-o didaticamente com um
“novo jeito de ensinar”. É um estudo de fôlego que busca interligar a prática social
do aluno com a teoria no intuito de melhorar a qualidade da formação do educando.
Na sua obra, o autor define as questões que encaminharam a construção do
trabalho: qual a finalidade social dos conteúdos escolares? A escola tem
acompanhado as transformações promovidas pela sociedade? Ela responde às
necessidades sociais da atualidade? O que hoje a escola faz e para quê?
A nova metodologia de ensino-aprendizagem, norteada pela pedagogia
histórico-crítica, procede da teoria dialética do conhecimento. Sua construção dá-se
no movimento dinâmico entre o conhecimento empírico (visão caótica do todo) e o
conhecimento científico (proporcionado pelo ambiente escolar). Este fazer
pedagógico não envolve apenas a esfera escolar. Sua intencionalidade ultrapassa
eminentemente a técnica, abrangendo um cunho sociopolítico revolucionário para
toda a sociedade.
O autor define essa teoria dialética do conhecimento em três palavras chaves:
prática – teoria – prática, ou seja, a partir da prática social, questionar e analisar a
ação cotidiana, buscando conhecimento teórico do que aconteceu, o que tornar-se-á
um guia para a nova ação/transformação.
A grosso modo, o autor propõe uma ruptura da memorização que vem
norteando a esfera escolar oficial desde sua institucionalização no Brasil. A Teoria
Histórico-Crítica traduz a práxis dialética proposta pelo materialismo histórico:
desenvolvimento da idéia pela sucessão de momentos de afirmação (tese), de
negação (antítese) e de negação da negação (síntese).
105
Transferindo este segmento para a prática didática, Gasparin propõe cinco
passos para o trabalho em sala de aula:Prática Social Inicial (o que os alunos e os
professores já sabem); Problematização (reflexão dos principais problemas da
prática social); Instrumentalização (ações didático-pedagógicas); Catarse (nova
forma de entender a prática social) e por fim, a Prática Social Final (nova proposta
de ação a partir do novo conteúdo sistematizado).
Gasparin fundamenta sua proposta na teoria Histórico-Cultural de Vigotski.
ressalta a importância de contextualizar primeiramente os saberes do educando,
pois sua aprendizagem inicia-se bem antes do contato escolar. O objetivo é
despertar a consciência crítica do aluno sobre o que ocorre ao seu redor.
Este momento de conscientização é mediado pelo professor que, “a partir da
explicitação da Prática Social Inicial, toma conhecimento do ponto de onde deve
iniciar sua ação” (p.20). A partir da leitura do cotidiano, tomada como um objeto de
estudo, é o momento de problematizar o que os alunos vivenciam.
O objetivo deste procedimento é despertar a consciência crítica do educando
sobre o “seu” contexto social, instigando-o a questionar a realidade ao qual se
insere. Assim, transformada em uma proposta didática, a problematização servirá
como conteúdo a ser analisado e estudado.
Entretanto, nem todos os problemas da prática social podem ser analisados
em cada área do conhecimento. Por isso, a problematização deve detectar quais
questões precisam ser trabalhadas e que são essenciais à prática social.
Teoricamente, esta “seleção” de conteúdo corresponde ao currículo escolar.
Gasparin destaca que “de acordo com essa proposta teórico-metodológica, as
grandes questões sociais precedem a seleção de conteúdos escolares” (p.37). O
desastroso é que as escolas, acabam trabalhando apenas com conteúdos pré-
estabelecidos pelo currículo oficial, sistematizados ideologicamente por um corpo
docente superior, Conselhos Nacionais ou Estatuais de Educação. Frente a isso,
questiona-se: “na prática da escola, o que vem primeiro, o conteúdo, ou as grandes
questões sociais?”(p.38).
Infelizmente, a grande maioria dos docentes limita seu ano letivo orientados
pelas ementas das disciplinas pré-determinadas pela autoridade superior
independentemente do conjunto social. Para piorar, ainda enfatizam que o conteúdo
comunicado ao educando é científico e que, portanto, deve ser aprendido como tal.
Esquecem que essa ‘ciência’ é fruto do conhecimento historicamente acumulado,
106
nascido das necessidades sociais, econômicas, políticas e culturais. A limitação
conceitual-científica do conteúdo apenas distancia o aluno da percepção da
dimensão social que o conteúdo incorpora. Dessa forma, enquanto resultado da
ruptura prática-teoria-prática, o conhecimento assimilado não reflete as
necessidades sociais práticas do grupo humano.
Essa nova diretriz pedagógica, que prioriza a conexão prática + conteúdo,
“não consiste mais apenas em estudar para reproduzir algo, mas sim em
encaminhar soluções […] para os desafios que são colocados pela realidade”,
cumprindo o fim proposto: apropriação do conhecimento. A problematização é a fase
preparatória do processo. Neste nível, as indagações levantadas exercem apenas a
função de instigar o aprendiz. Cabe a instrumentalização respondê-las. É o início do
terceiro passo na construção do
conhecimento científico. Segundo Gasparin, “a aprendizagem somente é
significativa a partir do momento em que os educandos […] apropriam-se do objeto
do conhecimento em suas múltiplas determinações” (p.52). Essa construção se dá
numa relação triádica, ocorrida entre alunos, professores e conteúdo.
Sua ação conjunta proporciona um momento de ruptura entre o conhecimento
cotidiano e o científico. Esse confronto é apresentado pelo professor, que define
características intrínsecas de cada conteúdo, não perceptíveis aparentemente para
o educando. Essa tarefa é desenvolvida por meio da Instrumentalização, momento
que consiste na solução das questões emergidas na fase da Problematização.
A Instrumentalização é a fase de estruturação do conhecimento
científico.“Uma vez incorporado os conteúdos […], chega o momento em que o
aluno é solicitado a mostrar o quanto se aproximou da solução dos problemas
anteriormente levantados sobre o tema em questão” (p.127). É o momento de o
educando sistematizar o que assimilou, mostrando que atingiu um nível intelectual
mais elevado de compreensão. Essa elaboração, transmitida oralmente ou por
escrito, é definida como Catarse.
Esse é o momento em que o educando consegue visualizar a totalidade
integradora daquilo que antes lhe era compartimentado. Nessa fase percebe que a
realidade, vista “como ‘natural’, não é exatamente desta forma, mas é “histórica”
porque produzida pelos homens em determinado tempo e lugar, com intenções
políticas explícitas ou implícitas, atendendo a necessidades socioeconômicas
desses homens” (p. 129). Isso não significa que a aprendizagem ocorra somente
107
durante a Catarse. “Ela se dá no processo inteiro, nos
cinco passos, mas a Catarse é a expressão mais evidente de que o aluno se
modifica intelectualmente” (p.134).
Mediante a nova posição do aluno com relação ao conteúdo, inicia-se o
momento de transpor o estudo incorporado da teoria para a prática. O processo de
compreensão agora requer uma aplicação. Uma forma de evidenciar o que o aluno
realmente incorporou, agora explicitado em atos. A nova forma de pensar a
realidade constitui a Prática Social Final. De passo em passo, foi-se construindo a
autonomia do ser, que ao superar os desafios, ocupa-se de um novo nível de
desenvolvimento: o de uso social dos conteúdos científicos aprendidos na escola.
A manifestação da prática social sempre estará submetida ao
aperfeiçoamento intelectual de seus agentes construtores, que de forma contínua se
desafiam dialeticamente a transformar a contradição existente entre o velho (Prática
Social Inicial) e o novo (Prática Social Final).
Essa fase é o ponto de chegada do processo pedagógico. Contudo,
infelizmente, o indivíduo tornou-se meramente cidadão do mundo e a escola ainda
não superou a fragmentação organizacional e continua a repassar, alienadamente, o
conhecimento fragmentado. É por isso que a socialização e a produção de novos
conhecimentos ainda são utópicas, mas Gasparin mostra que são viáveis.
Como nós, educadores, não vivemos sem utopia, esse Projeto Político
Pedagógico baseia-se na Teoria Histórico-Crítica dos Conteúdos e no método
dialético e, é nessa tendência que vamos procurar, na medida do possível, basear o
trabalho dos nossos professores em sala de aula. Para tanto é preciso mais estudos
sobre tal teoria, pois sabemos que muitos de nossos professores ainda têm
dificuldades para planejar suas aulas baseando-se no método dialético. Acreditamos
que essa dificuldade poderá ser superada através de capacitação oferecida aos
professores (responsabilidade não só do colégio, mas também da SEED), através
de estudos individuais e da prática da utilização do método dialético em sala de aula.
8.7 O PROCESSO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA
Para trabalharmos com segurança dentro das salas de aula, precisamos ter
claro e entender o processo de ensino numa perspectiva histórico-crítica da
108
educação. Expõem-se para isso, os postulados de João Luiz Gasparin, que
evidencia cinco etapas para o trabalho docente nessa perspectiva: Pŕatica social
inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social final. Evidencia-
se, com auxílio deste e de outros autores, também que o processo de ensino nessa
perspectiva baseia-se, fundamentalmente na dialética (prática – teoria – prática).
No quadro de tendências pedagógicas progressistas, a Pedagogia Histórico-
crítica norteia o Projeto Político Pedagógico das escolas Estaduais do estado do
Paraná. Tal tendência é nascida no momento da redemocratização brasileira e tem,
como seu “fundador” Dermeval Saviani que escreveu o livro homônimo a essa
tendência. Em linhas gerais a Pedagogia Histórico-crítica, buscava-se colocar-se
como uma tendência que revisitasse o papel da escola, de modo a transformá-la
numa escola contextualizada com a realidade local, atingindo assim as camadas
populares.
Nas palavras de Saviani (2008, p. 31),
“[...] trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade por meio da escola significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino de melhor qualidade possível nas condições históricas atuais.”
Já a sua “popularização” como prática pedagógica, se deu fundamentalmente
após a publicação do livro “Uma didática para a pedagogia histórico-crítica” de João
Luiz Gasparin (2007). Na referida obra, Gasparin (2007, p.5) mostra que “é possível
delinear também uma concepção metodológica dialética do processo educativo.
Para isso, tenta elencar cinco “passos” pedagógicos necessários para uma prática
docente e discente a partir de uma perspectiva histórico-crítica de educação –
Prática Social Inicial, Problematização, Instrumentalização, Catarse e Prática Social
Final. Essa seqüência de “passos” tem muitas vezes sido entendida como regra
geral a se seguir (sublinhe-se: de modo, muitas vezes, equivocado), para se efetivar
um trabalho pedagógico histórico-crítico.
Temos a intenção, através deste Projeto Político Pedagógico, de tentar
limpar” um pouco essa cristalização do processo pedagógico na perspectiva
histórico-crítica, buscando evidenciar o que, de fato, lhe é peculiar e substancial – a
dialética prática – teoria – prática. Para isso, primeiramente, explana-se sobre a
proposta de trabalho pedagógico contida no livro de Gasparin, mostrando, inclusive,
109
a sua total pertinência com a Pedagogia Histórico-crítica, para, depois, mostrar que
outras práticas pedagógicas – além dessa seqüência de passos – são possíveis,
sem, por isso, estar ferindo essa tendência.
110
9 MARCO OPERACIONAL
9.1 IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Para que se efetive o processo de ensino e aprendizagem a prática docente
deverá sempre ser composta de métodos e as técnicas variadas, de acordo com os
objetivos propostos. É fundamental que o professor tenha flexibilidade na escolha de
procedimentos de ensino mais adequados ao momento, privilegiando, sempre que
possível, àqueles mais criativos, que traduzam o respeito pelas diferenças e que
incentivem o desenvolvimento da autonomia dos alunos, a habilidade da
convivência, a coragem para o exercício da incerteza, o espírito crítico, entre outros.
Nesse sentido podem ser citadas algumas práticas pedagógicas serem
desenvolvidas pelos professores:
Trabalhar regularmente com situações problemas(problematização).
Uso da TV Paulo Freire.
Uso dos recursos da TV Pendrive.
Organização de seminários e pesquisas.
Aulas práticas no laboratório de Física, Química e Biologia.
Aulas ministradas no laboratório de informática com o uso dos
computadores.
Buscar a prática de uma avaliação formativa.
Criar novas formas de avaliar.
No processo ensino e aprendizagem, indissociáveis, temos que ter claro que
tipo de cidadão queremos formar.
Nesta instituição de ensino pretendemos formar cidadãos capazes de agir
com autonomia, aprofundar conhecimentos através da pesquisa, organizar tanto sua
vida pessoal quanto escolar, torna-los agentes participativos e modificadores da
realidade e que estão inseridos, tomando a consciência de que a integração social é
feita por meio de um ambiente acolhedor, respeitando-se as diferenças.
Pretendemos oferecer uma educação, onde o processo ensino-aprendizagem
deverá, através dos conteúdos ministrados, da relação professor-aluno, das
111
vivências, da pesquisa, das estratégias cotidianas, levaram á reflexão de que o
conhecimento adquirido é um instrumento de intervenção social, portanto é nossa
prioridade oferecer uma educação centrada na interatividade, na
interdisciplinaridade e na co-autoria do conhecimento.
Um bom trabalho pedagógico deve partir de um planejamento reflexivo, que
acompanhará o educador no seu cotidiano, suas principais metas deverão ser:
1º- Buscar entender o desenvolvimento do educando em suas características
sociais afetivas, cognitivas e biológicas dentro da série em que ministrar suas aulas.
2º- Preocupar-se em conhecer o educando, selecionando os temas,
conteúdos e conceitos a serem apresentados buscando sempre aproximar os
mesmos da realidade em que os alunos estão inseridos, no intuito de conferir maior
significado ao processo de aprendizagem.
3º- Com os conteúdos já selecionados, o professor irá definir os objetivos que
nortearão esses temas e conceitos, não se esquecendo de que os objetivos tenham
três propósitos principais: conceituais/factuais (o que o educando deverá saber para
poder organizar a realidade em que está inserido), procedimentais (como os
conteúdos apresentados levarão o aluno ao saber fazer, desenvolvendo
efetivamente suas habilidades e competências) e atitudinais (como os conteúdos
trabalhados poderão transformar as atitudes e os valores dos educandos).
4º Dando prosseguimento, o professor deverá pesquisar, evidenciar e
considerar o conhecimento prévio do educando, utilizando-o como suporte
necessário á aprendizagem pertinente a série
5º- Dentro das estratégias desenvolvidas diariamente, deve-se dar atenção ao
ambiente de aprendizagem (sala de aula), possibilitado o movimento adequado a
cada proposta, utilizar recursos, espaços e instrumentos que dêem suporte á ação
pedagógica, bem como orientar o educando em sua organização de estudos.
O processo de avaliação deve possibilitar ao educador à verificação de sua
prática e o alcance dos objetivos estabelecidos no planejamento da ação
pedagógica, permitindo, dessa forma replanejar as estratégias necessárias para
assegurar a oportunidade de aprendizagem significativa para todos os alunos que
atende.
112
É papel dos professores levar o aluno a aprender para conhecer, o que pode
ser traduzido por aprender a aprender, em que o aluno é capaz de exercitar a
atenção, a memória e o pensamento autônomo.As maiores dificuldades dos
docentes residem nas deficiências próprias do processo de formação acadêmica.
Nas universidades brasileiras, os cursos de formação de professores (as chamadas
licenciaturas) se concentram muito nos conteúdos que vêm de ciências duras, mas
se descuidam das competências e habilidades que deve ter o futuro professor, em
particular, o domínio de estratégias que permitam se comportar docentes eficientes,
autônomos e estratégicos.
9.2 ATIVIDADES COMPLEMENTARES EM CONTRA TURNO
9.2.1 CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas)
A partir do ano letivo de 2011, o Colégio Walfredo Silveira Corrêa passou a
ofertar o CELEM (entro de Línguas Estrangeiras Modernas), como um ensino
extracurricular, plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica,
matriculados no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, Educação
Profissional e Educação de Jovens e Adultos, sendo também extensivo à
comunidade, professores e agentes educacionais.
De acordo com reunião realizada com o Conselho Escolar, será ofertado o
Curso Básico de Língua Inglesa.
O CELEM é regulamentado pela Resolução nº 3904/2008 e pela Instrução
Normativa nº 019/2008, além de ser subordinado às determinações do Projeto
Político Pedagógico e do Regimento Escolar. Segue, ao final deste documento a
Proposta Curricular do CELEM.
Para dinamizar a oferta de CELEM e a participação mais intensa dos alunos,
todo final de ano letivo, no período de matrículas para o Ensino Regular, será
realizada a divulgação do CELEM para toda a comunidade escolar.
Esse ensino justifica-se pela necessidade de oportunizar aos alunos o acesso
aos diferentes discursos que circulam globalmente, com os quais eles
provavelmente não teriam contato em outro ambiente, pois a escola é, muitas vezes,
a principal fonte de conhecimento. Dessa forma, esta oferta representa o
113
comprometimento deste estabelecimento de ensino em promover um trabalho
inclusivo.
As turmas do CELEM, bem como os professores deverão participar de todas
as atividades realizadas pela escola, de modo que haja uma integração entre essas
turmas e as turmas do ensino regular.
Com a oferta a partir do ano de 2011 do CELEM de Língua Inglesa
esperamos estar contribuindo para o aperfeiçoamento cultural e profissional dos
alunos, com vistas a um ensino que oportunize o conhecimento de uma outra língua.
A Língua Inglesa foi escolhida por ser uma língua usada em grande parte do
mundo, permitindo ao educando conhecer outra cultura e estar se preparando
melhor para ingressar no Ensino Superior e para o mundo do trabalho.
A avaliação e a recuperação de estudos do CELEM seguirá os mesmos
moldes e critérios da avaliação do Ensino Regular constantes no Regimento Escolar.
Deverá ser uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e aprendizagem,
com a função de diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno.
Será contínua, cumulativa e processual devendo refletir o desenvolvimento global do
aluno; aspectos qualitativos deverão ter preponderância sobre os aspectos
quantitativos.
Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período
letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades
detectadas, para o estabelecimento de novas ações pedagógicas.
9.2.2 Basquetebol
Com a necessidade de se ampliar tempos, espaços e oportunidades
educativas para os alunos da rede estadual de ensino, a Secretaria de Estado da
Educação instituiu o Programa de Atividade Complementar Curricular em Contra
turno. O objetivo é o empoderamento educacional dos sujeitos envolvidos através do
contato com os conhecimentos e os equipamentos sociais e culturais existentes na
escola ou no território em que ela está situada.
Esse programa constitui-se de atividades integradas ao Currículo Escolar, que
oportunizam a aprendizagem e visam ampliar a formação do aluno. O atendimento
do programa é para alunos que se encontram em situação de vulnerabilidade social,
114
bem como para as necessidades socioeducacionais, considerando o contexto social
descrito no Projeto Político-Pedagógico da Escola.
A oferta das Atividades Complementares Curriculares em Contra turno foi
regulamentada na Resolução n. 1.690/2011 e na Instrução n. 004/2011, e deve estar
contemplada nos projetos político-pedagógicos, garantindo desta forma a
continuidade das atividades. Para tanto, é necessário que a escola estabeleça
critérios de avaliação das atividades complementares ofertadas, observando os
benefícios para a comunidade escolar.
As Atividades Complementares Curriculares em Contra turno do colégio estão
organizadas nas áreas do conhecimento, articuladas aos componentes curriculares,
nos seguintes Macrocampos: Aprofundamento da Aprendizagem e Esporte e Lazer.
O objetivo do programa é promover a melhoria da qualidade do ensino por
meio da ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas em contra-turno,
na escola ou no território em que ela está situada, a fim de atender às necessidades
socioeducacionais dos alunos; ofertar atividades complementares ao currículo
escolar vinculadas ao Projeto Político-Pedagógico da Escola, respondendo às
demandas educacionais e aos anseios da comunidade; possibilitar maior integração
entre alunos, escola e comunidade, democratizando o acesso ao conhecimento e
aos bens culturais.
9.2.3 Sala de Apoio
Entendemos que o espaço escolar é voltado ao trabalho para o êxito, o
sucesso e o crescimento de educando. Sendo assim, quando não atingido o êxito, é
o momento de a escola abrir novas oportunidades para o alcance dos objetivos.
Cabe à escola organizar o trabalho pedagógico de forma que a recuperação seja
paralela e diária; ou seja, é a oportunidade de o educador observar no dia-a-dia a
assimilação dos conhecimentos trabalhados pelo grupo. Após trabalhar determinado
conteúdo, avalia-se qualitativamente, através de uma nova estratégia, se os
objetivos propostos foram alcançados ou não, possibilitando-se a revisão do mesmo.
O Programa Salas de Apoio à Aprendizagem tem o objetivo de atender às
dificuldades de aprendizagem de crianças que frequentam as séries finais do Ensino
Fundamental.
115
Esses alunos participam de aulas de Língua Portuguesa e Matemática no
contra-turno, participando de atividades que visam à superação das dificuldades
referentes aos conteúdos dessas disciplinas.
A freqüência na Sala de Apoio das disciplinas de Língua Portuguesa e
Matemática para alunos matriculados no 6° ano do Ensino Fundamental e, a partir
do segundo semestre do ano de 2011, estendendo o atendimento aos alunos do
9ºano, de acordo com instruções da SEED, é mais um recurso de que o colégio
dispõe na recuperação de alunos com dificuldades ou déficit de aprendizagem. Os
alunos do 6º ano são atendidos no período matutino e os alunos do 9º ano no
período vespertino.
Os resultados obtidos por nossos alunos são informados aos seus
responsáveis através de comunicação constante com as famílias, assinatura de
boletins e reuniões com pais. Quando o aluno demonstra algum problema durante o
processo de aprendizagem a pedagoga, através de orientações ao alunos e seus
pais ou responsáveis, faz as intervenções necessárias (inclusive, junto aos
professores) e passa a acompanhar mais atentamente o desenvolvimento
pedagógico do discente..
9.3 IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO E CUMPRIMENTO ÀS LEGISLAÇÕES
VIGENTES
A Resolução nº 7/2010 prevê ainda que os componentes curriculares e as
áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a abordagem de temas
abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana em sociedade. Partindo
dessa perspectiva de Educação, faz-se necessário a implementação na prática
pedagógica de professores e alunos temas importantes e que devem contribuir para
a formação integral dos alunos.
116
9.3.1 Lei Federal n° 11645/08 – Das culturas africanas, afro-brasileiras e
indígenas
Historicamente falando, a escola tem dificuldades para lidar com a
diversidade. As diferenças representam problemas ao invés de oportunidades para
produzir saberes em diferentes níveis de aprendizagens. A escola deveria ser o
lugar em que todos os alunos tivessem as mesmas oportunidades, mas com
estratégias de aprendizagens diferentes. Para garantir a apropriação de
conhecimentos científicos, atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos à
pluralidade etnicossocial para garantir o respeito aos direitos legais, à valorização da
identidade e das raízes africanas e indígenas da nação brasileira bem como o
reconhecimento da sua história e cultura, o Governo Federal aprovou a Lei
10639/2003, de obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e
Africana na Educação Básica, complementada pela Lei 11645/2008, incluindo a
obrigatoriedade do ensino da História e cultura dos povos indígenas. As referidas
leis reafirmam uma posição de combate ao racismo e à discriminação, consoante a
Constituição Brasileira.
A educação é uma oportunidade dos sujeitos aprenderem sobre o valor da
cultura e manterem contatos com as diferentes práticas culturais. A escola é um dos
espaços privilegiados neste processo. Nas discussões sobre currículo, têm lugar os
debates sobre os conhecimentos escolares, os procedimentos pedagógicos, as
relações sociais, os valores e as identidades dos alunos. Assim partimos da
premissa de que o docente é um mediador do processo ensino-aprendizagem que
valoriza a experiência dos educandos e suas contribuições, sem perder de vista que
o conhecimento consiste num processo de construção em que estão presentes
influências da sociedade, da história e da cultura. Portanto, as Leis 10 639/2003 e 11
645/2008 representam mais do que o resgate da cultura afro-brasileira e indígena,
contemplam a possibilidade de se abordar o preconceito na escola num sentido que
ultrapassa o pertencimento etnicorracial.
Ao manifestarem a preocupação com esse tema no cotidiano escolar, sua
atenção se volta para o desenvolvimento de uma cultura dos direitos humanos como
um eixo fundamental para a construção democrática de que, no momento, os afro-
descendentes e os indígenas se encontram excluídos. Diante da diversidade de
117
culturas dentro de diversas culturas, é de competência do professor organizar
adequadamente o ensino de forma a atender a todos os alunos
A inclusão e a diversidade cultural estão contempladas no Art. 210 da
Constituição Federal. Estão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,
de maneira a assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e
artísticos, nacionais e regionais, Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da
Educação –LDB.
A Lei Federal n° 11645/08 determina que os currículos escolares valorizem a
história e cultura africanas, afro-brasileiras e indígenas, e destaquem a importância
da participação de negros e negras e dos povos indígenas na formação da
sociedade brasileira. A idéia não é criar uma disciplina específica para tratar dessas
temáticas, nem muito menos direcionar tais estudos exclusivamente para a matéria
História. Na verdade, o objetivo é que questões étnico-raciais diversas façam parte
do currículo de todas as disciplinas.
É evidenciada hoje nas Escolas Públicas Estaduais a necessidade de
implementação da Lei 11.645/08, que torna obrigatória a abordagem escolar das
histórias e das culturas negras e indígenas. Ressaltar tais culturas e histórias não
implica vê-las fechadas em si mesmas; não é necessário estabelecer oposição
frontal entre brancos, negros e índios; importa evidenciar o silenciado, os
mecanismos de dominação e de exploração entre os grupos humanos e dissolver
nossas certezas para que, ao descobrirmos outros significados, desconstruamos
nossas percepções e categorizações, tornando-nos mais capazes de abordar tais
histórias e culturas.
Portanto, essa unidade escolar incluirá como conteúdo programático, em
atendimento à Lei 11.645/08, os diversos aspectos da história e da cultura que
caracterizam a formação da população brasileira, tais como o estudo da história da
África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura
negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes
à história do Brasil.
Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos
indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em
especial nas áreas de educação artística e de literatura e histórias brasileiras.
118
9.3.1.1 Equipe Multidisciplinar
A partir do ano 2010, o Colégio organizou uma Equipe Multidisciplinar, que é
uma instância de organização do trabalho escolar e instituídas pela Instrução da
SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 –
CEE/PR, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações
relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira, Africana e Indígena, ao longo do período letivo. Esta foi composta,
conforme orientação nº 002/2010 – DEDI/SEED, em decorrência da publicação da
Resolução n° 3399/2010 e da Instrução nº 010/2010.
A Equipe Multidisciplinar se constitui por meio da articulação das disciplinas
da Base Nacional Comum, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais
da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Etnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana, com a finalidade de a tratar da História e Cultura da África, dos Africanos,
Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, na perspectiva de contribuir para
valorização da história do povo, da cultura, da contribuição para o país e a
humanidade, do aluno negro e indígena.
9.3.2 Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503
Em seu Capítulo VI – Da Educação para o Trânsito, em seu Artigo 76
estabelece que a educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas
escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre
os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de
atuação.
O objetivo é promover a adoção, em todos os níveis de ensino, de um
currículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito.
119
9.3.3 Lei da Educação Ambiental – nº 9.795
De acordo com a Lei, entendem-se por educação ambiental os processos por
meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida
e sua sustentabilidade. A educação ambiental é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-
formal.
A sociedade deve manter atenção permanente à formação de valores,
atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a
prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais. Portanto, como
parte integrante e extremamente importante na sociedade, a escola deve promover
a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que
desenvolve, como parte do seu processo educativo.
Os princípios básicos da Educação Ambiental que devem ser trabalhados no
ambiente escolar são: o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; a
concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência
entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da
sustentabilidade; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva
da inter, multi e transdisciplinaridade; a vinculação entre a ética, a educação, o
trabalho e as práticas sociais; a abordagem articulada das questões ambientais
locais, regionais, nacionais e globais; o reconhecimento e o respeito à pluralidade e
à diversidade individual e cultural.
São objetivos fundamentais da educação ambiental: o desenvolvimento de
uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas
relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,
econômicos, científicos, culturais e éticos; a garantia de democratização das
informações ambientais; o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica
sobre a problemática ambiental e social; o incentivo à participação individual e
coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente,
entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do
exercício da cidadania; a construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada,
120
fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça
social, responsabilidade e sustentabilidade; o fomento e o fortalecimento da
integração com a ciência e a tecnologia; o fortalecimento da cidadania,
autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da
humanidade.
9.3.4 Lei nº 13381 - Obrigatoriedade no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual de Ensino, conteúdos da disciplina História do Paraná.
Em seu Art. 1º.a Lei torna obrigatório um novo tratamento, na Rede Pública
Estadual de Ensino, dos conteúdos da disciplina História do Paraná, no Ensino
Fundamental e Médio, objetivando a formação de cidadãos conscientes da
identidade, potencial e valorização do nosso Estado.
A disciplina História do Paraná deverá permanecer, como parte diversificada,
no currículo, em mais de uma série ou distribuídos os seus conteúdos em outras
matérias, baseada em bibliografia especializada. Os professores são orientados a
trabalhar este conteúdo de forma interdisciplinar.
A aprendizagem dos conteúdos curriculares deverão oferecer abordagens e
atividades, promovendo a incorporação dos elementos formadores da cidadania
paranaense, partindo do estudo das comunidades, municípios e microrregiões do
Estado. A Bandeira, o Escudo e o Hino do Paraná deverão ser incluídos nos
conteúdos da disciplina História do Paraná.
A Lei ainda estabelece que o hasteamento da Bandeira do Estado e o canto
do Hino do Paraná se constituirão atividades semanais regulares e, também, nas
comemorações festivas nos estabelecimentos da Rede Pública Estadual.
9.2.5 Educação Tributária - Dec. Nº 1143/99 - Programa de Educação Fiscal
Esse programa tem como objetivo promover e institucionalizar a Educação
Fiscal para o pleno exercício da cidadania. A proposta da Educação Fiscal busca:
sensibilizar o cidadão para refletir sobre a função socioeconômica do tributo;
possibilitar aos cidadãos conhecimentos sobre administração pública; incentivar o
121
acompanhamento, pela sociedade, da aplicação dos recursos públicos; criar
condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.
Todas as atividades desenvolvidas pelos professores e alunos devem ser
realizadas com base na concepção de educação da SEED, preconizada nas
Diretrizes Curriculares para a Educação Básica.
9.3.6 Educação Musical – Lei nº 11.769
A Lei nº 11.769 – Altera a Lei no 9.394 , de 20 de dezembro de 1996, Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da
música na Educação Básica.
A partir de 2011 torna-se obrigatória a implantação da disciplina de Música na
Educação Básica (Artigo 26; § 6º). Alguns especialistas afirmam que é possível
vislumbrar um movimento em direção a abertura e a um reavivamento do tempo
escolar para a música com a atual legislação.
A educação musical deve contribuir para a função social da escola de ensino
básico que é oferecer acesso aos conceitos científicos fundamentais para o
desenvolvimento do sujeito visando a sua formação integral e o pleno exercício da
cidadania.
De acordo com a Lei Federal nº 11.769/08, os alunos da educação básica das
escolas públicas terão mais conteúdo, já que, além de noções básicas de música e
de cantos cívicos, serão estimulados a conhecer ritmos, danças e sons de
instrumentos regionais e folclóricos. A intenção é ampliar as possibilidades de
desenvolvimento das crianças através da música. O objetivo da música na Escola é
dar acesso a todas as crianças ao conhecimento
A grande preocupação em relação à lei da música nas Escolas é a não
exigência de que o professor seja formado em Música. Cabe à SEED proporcionar e
investir na Formação e Capacitação de seus profissionais, para que a música acabe
não se configurando apenas como uma distração, um passatempo, não Educação
Musical.
A música na Escola deve ser ensinada numa perspectiva multicultural. O
aluno deve trazer a música com a qual tem contato em casa e ela não pode ser
122
excluída. Não se propõe aula de música para formar artistas. O ensino da
musicalização visa sensibilizar para a linguagem artística.
Para que o ensino da música siga um critério lógico e crescente, a rede
estadual do Paraná criou tabelas com conteúdos divididos por séries e em qualquer
uma delas, a música pode ser trabalhada.
Considerar ou não a educação musical como uma disciplina importante para a
formação de um indivíduo pleno, garante ou não sua permanência na grade de
disciplinas da escola brasileira. Segundo Fonterrada (2005):
“O fato de a música ter ou não seu valor reconhecido coloca-a dentro ou fora do currículo escolar, dependendo de quanto é ou não considerada pelo grupo social. Se, em determinada cultura, a música for uma das grandes disciplinas do saber humano, o valor da educação musical também será alto, em pé de igualdade com o de outros campos do conhecimento. Se, porém, seu valor não for reconhecido, sua posição em relação às demais áreas será, também, marginal. Esta é a questão crucial com que se depara hoje o Brasil: o resgate do valor da música perante a sociedade, é o único modo de recoloca-la no processo educacional”.(Fonterrada, 2005).
A lei nº 5692 de 1971 retirou a disciplina educação musical que fazia parte
dos currículos da escola publica brasileira desde 17 de Fevereiro de 1854. Após um
período de quase trinta anos de ausência dos currículos da escola pública, a música
recebeu novamente o status de disciplina com a LDBN nº 9394/96 e recentemente a
lei 11769/08 a torna, por mais uma vez, obrigatória em todas as escolas brasileiras
de ensino básico. Porém, esse grande período de ausência obriga-nos a repensar
como implantar novamente seu ensino e sua prática levando em consideração que a
música não faz mais parte da escola, perdeu-se a tradição. Apesar de entendermos
como um avanço esse retorno da educação musical, os educadores terão muito o
que lutar para que aconteça de forma efetiva e proporcione uma educação musical
transformadora. A nova concepção de educação musical, desvinculada do
aprendizado de um instrumento, acredita e defende que todos podem e devem ter
acesso à linguagem musical, e que o domínio dessa linguagem é parte fundamental
para a formação de um cidadão pleno.
123
9.4 DESAFIOS DA ESCOLA E DE SEUS EDUCADORES
Analisando os problemas existentes no mundo moderno, nos deparamos com
extremos como a riqueza e a pobreza, a fome, a falta de moradia, de trabalho, muita
violência e corrupção, e, sabemos que todas as ações do ser humano refletem em
situações que podem ser negativas em uma sociedade.
No âmbito escolar o que mais encontramos é a desestruturação familiar, a
falta de valores morais e espirituais bem como a falta de limites; a crise
política/econômica e as diferenças sociais têm um grande impacto na vida de
nossos jovens, causando falta de perspectivas para o futuro, gerando um
descontentamento que eles mesmos não conseguem definir e compreender.
Hoje em dia, um dos maiores desafios da Escola é buscar soluções
adequadas para todos estes problemas sociais e a ela pertinentes, não soluções
temporárias e/ou imediatas, que é o que muitas vezes fazemos, mas sim, uma
reflexão clara e objetiva sobre o papel da Escola na vida de cada ser humano e
sobre a importância de nossas ações para a construção de uma sociedade mais
humana, mais justa, mais criativa, pois é esta a nosso ver, a finalidade da Educação
Escolar = formar um novo cidadão capaz de uma inserção social crítica e
transformadora no meio em que vive.
Sabemos que o que buscamos/idealizamos não é simples de ser conseguido
e, é a contribuição de todos, pois é dentro e fora de uma sala de aula que se
constrói uma sociedade. É com esta visão que direcionamos nossos trabalhos:
planejando ambientes e condições que possibilitem aos alunos ampliarem seus
conhecimentos científicos e tecnológicos, participação dos alunos em atividades e
projetos que os estimulem a se engajarem cada vez mais em atitudes sociais de
cooperação; envolvimento da comunidade escolar em ações educacionais e na
promoção de valores éticos e politicamente corretos.
Sendo este homem em formação um ser complexo, é preciso atentar para a
sua formação integral, proporcionando meios para o desenvolvimento intelectual de
cada ser humano, na busca de sua autonomia e realização pessoal.
A educação escolar objetiva o exercício pleno da cidadania, sua formação
ética, sua autonomia intelectual, e sua inserção no mercado de trabalho e na prática
social; cabe, portanto, à Escola desenvolver a capacidade de compreensão de
situações novas que são a base para a solução de problemas, tornando a
124
construção de conhecimentos uma atitude espontânea, tranqüila, encaminhando-a a
níveis mais abstratos, formais, conscientes e sistematizados.
Todo o desenvolvimento do ser humano depende do aprendizado que ele
realiza em sua vida, seja no âmbito pessoal ou social. Esta aprendizagem se
processa informalmente fora da escola mas, é na Escola que são introduzidos novos
elementos para a formação do ser humano. Para isto é preciso que haja desafios e
estímulos a fim de que os conhecimentos construídos a partir das experiências
pessoais dos educandos possam ser por eles sistematizadas e elaboradas em sala
de aula transformado-as em verdadeiras aprendizagens. Cabe a nós educadores,
envolvidos diretamente neste processo propiciar e garantir o acesso e permanência
de todos os jovens e crianças na Escola e priorizar a conquista de resultados
positivos que com certeza nos levará a um concreto processo de formação e
construção da cidadania.
A qualidade do ensino não se efetiva apenas pelo que rege nossa Lei da
Educação, LDB 9394/96, sobre nossos deveres de ofertar, atender e garantir uma
Educação de qualidade para todos; é preciso gestores compromissados com a
qualidade do ensino para que estas leis sejam cumpridas. Faz-se necessário
envolver toda a comunidade em prol de resultados positivos que caracterizem uma
boa administração, engajada primeiramente em uma política educacional
democrática, ética e que valorize o desenvolvimento integral de toda a comunidade
escolar.
Temos consciência que tudo isto só será possível se houver muito diálogo,
reflexão e redirecionamento do olhar para identificar como estamos caminhando...
para saber o que precisamos mudar... a fim de alcançarmos os objetivos.
A participação de toda a comunidade escolar (professores, pais, alunos,
funcionários, diretores, etc.) é o maior desafio, e terá maior empenho, pois
acreditamos ser este o caminho para a melhoria do ensino; também reconhecemos
a necessidade de assumir compromissos com a Educação em prol de uma
sociedade mais justa através do aprimoramento da qualidade educacional.
Percebemos durante nossa trajetória na Educação que somente obteremos
sucesso se todo o trabalho estiver voltado para uma gestão
democrática/participativa, onde a redistribuição das responsabilidades, a busca pela
solução de problemas, as tomadas de decisão e estabelecimentos de objetivos,
terão efetivamente resultados positivos se forem tomadas e decisões em conjunto,
125
pelo trabalho associado, mediante reciprocidade e responsabilidade de “todos”
sempre orientados por uma vontade/desejo coletivo.
Sabemos que somos responsáveis diretos pela promoção, criação e
sustentação de um ambiente propício à participação plena de toda a comunidade
escolar; temos uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo,
clima de confiança, valorização das capacidades e aptidões de cada um.
Trabalharemos arduamente para romper com ações individualistas e divisórias,
integrando e associando esforços no sentido de desenvolver a prática de se
trabalhar em conjunto.
A Educação é a esperança de muitos jovens desempregados, marginalizados;
é a única e verdadeira chance de inclusão social. Precisamos e devemos estar
acompanhando de perto todo o tipo de mudança, seja tecnológica ou social, e
estarmos preparados para ensinar a pensar, a aprender fazendo, a pesquisar, a
arriscar, a empreender.
Acreditamos em uma Educação capaz de formar cidadãos produtivos e
conscientes de sua liberdade e responsabilidade, de levar as pessoas a refletirem
sobre o sentido das coisas, de entender nosso passado e sermos capazes de
construir nosso futuro; e, para isto estamos dispostos e conscientes de que a busca
de soluções que viabilizem uma escola para todos dever passar por alternativas
audaciosas, que revolucionem a compreensão do papel da Educação e que busque
novas formas de pensar, fazendo parcerias que tornem esta escola uma
organização social, gerenciadora de suas próprias atividades e que o nosso projeto
educativo esteja centrado na construção de valores culturais, éticos, morais e sociais
de tal forma que possamos ter a certeza de que estamos educando uma geração de
cidadãos corretos e dignos.
A escola está assumindo tarefas antes exclusivas da família. E agora, cabe à
escola não só a transmissão de informação, ou a formação do homem cordial,
cidadão, mas inclusive cuidar da saúde física e mental de seus alunos. Nos últimos
anos têm surgido síndromes e transtornos psíquicos do mais alto grau de desajuste,
fazendo com que os profissionais da educação ampliem sua atuação e passem a
ocupar funções de neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, mentores espirituais, e
todas as funções que permeiam a formação física e psíquica do aluno. Nessa
multiplicidade de competências, o professor deve estar preparado para lidar com
essa realidade, abandonar, algumas vezes, o seu papel de detentor de um
126
conhecimento empírico para resgatar o seu aluno que espera, ardentemente, uma
palavra, uma frase, algum sinal de afeto. Sem ser radical, já sendo, o professor deve
dar aos pais a segurança de ter seu filho amparado e a escola, por sua vez, busca
preparar e confiar estas tarefas aos seus profissionais.
O desafio maior da educação, hoje, não é formar o cidadão do futuro, mas
resgatar o cidadão do presente. Somente um professor comprometido com sua
profissão é capaz desse resgate e não há outra maneira senão a observação afetiva
do jovem em seus movimentos, suas atitudes que denunciem necessidades e
desabrochem talentos. O papel maior do profissional da educação, seja ele
professor ou não, é devolver ao aluno a potência natural de todo ser humano, a
capacidade de transformar sua realidade, de criar caminhos e de realizar-se dentro
de sua tipologia de inteligência, pois todos somos seres inteligentes em áreas
diversas.
O comprometimento, entretanto, não está somente no lado cognitivo do
processo de aprendizagem, mas também no compromisso com a sua atuação direta
em sala de aula, nas avaliações realmente medidoras de conteúdos, na busca de
motivação que envolva o ir e vir dos conceitos ora de forma criativa e lúdica, ora
tradicional e comportamental, na verificação do grau de aprendizagem e formulação
de ações concretas para suprirem defasagens nos pré-requisitos, na pontualidade e
respeito à estrutura da instituição que acolhe o profissional e, por isso, pode e deve
avaliá-lo.
Não é tarefa fácil ser professor, não é fácil cumprir todas essas funções em
poucas horas de contato com seres tão diferentes e, muitas vezes, inadequados
àquilo que queremos para nossos filhos ou ao que fomos quando estudantes. Mas
se essas responsabilidades confiadas pelos pais cabem à escola, então não há o
que pensar. A escola do futuro fará a diferença quando perceber que o cidadão do
futuro deve ser visto como um ser do presente em toda a sua complexidade
existencial.
Não dá para planejar uma aula sem se por nos dois lugares: o do professor e
o do aluno. No mínimo se faz necessário que o professor se preocupe com o ponto
de vista do aluno, com o seu conhecimento prévio e reconheça as suas limitações.
Não se pode planejar uma aula de uma hora sem que se deixe espaço para as
interações, para a exposição dos pontos de vista dos alunos, ainda que para muitos
o exposto não faça sentido, deve-se ouvir e compreender que, se para o professor
127
não faz sentido, talvez para esse aluno falte apenas um detalhe: a correção ou
orientação do professor. Além disso, professor tem que ser psicoterapeuta. Deve
saber cuidar do lado emocional do aluno, com sensibilidade, carinho e paciência.
Faz-se necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento psicológico para
enfrentar seu ofício em sala de aula. Um dia um aluno lhe vem com um problema
pessoal, outro com um problema de saúde, de relacionamento, financeiro (...) e o
professor precisa estar preparado para enfrentar esses problemas. Ele é, muitas das
vezes, a única pessoa que o aluno tem para se abrir, com quem imagina contar e
esse professor não pode decepcioná-lo. Aconselhável é, nesses momentos, o uso
da PEDAGOGIA DO AMOR, pois só a demonstração de afeto, carinho e respeito do
professor, pode fazer o aluno sentir-se importante e capaz de transpor essas
barreiras.
O verdadeiro professor é aquele que ajuda ao aluno a encontrar as respostas
sem em nenhum momento mostrar onde essa resposta está. Deve ser criativo e
capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada.
9.5 INTERVENÇÕES/AÇÕES NECESSÁRIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE
NOVE ANOS
A intervenção pedagógica nos 6ºanos do Ensino Fundamental é urgente e
necessária, prioritariamente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. O
que temos percebido e nos preocupado, é o grande número de alunos que estamos
recebendo no 6ºano “semianalfabetos”. A defasagem nos conteúdos básicos de
português e matemática demonstram-se graves: um percentual altíssimo de alunos
estão sendo aprovados para o 6ºano sem o domínio mínimo do processo para se
efetuar divisão, multiplicação, subtração e até adição; com deficiências graves na
ortografia, pontuação, segmentação de palavras, na produção de pequenos textos
ou mesmo de frases.
Temos claro, diante da situação acima citada que o processo de alfabetização
das escolas municipais de Arapongas pode estar deixando falhas graves. Diante de
tais constatações, os professores de Língua Portuguesa e Matemática que
receberão e trabalharão com esses alunos, precisam ter claro a necessidade de
retomar conteúdos básicos dos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano),
128
complementando o processo de alfabetização de um número significativo de alunos.
No entanto é sabido que os alunos estarão deixando de aprender conteúdos
selecionados para o 6ºano das disciplinas de Português e Matemática (previstos e
elencados nas DCE), pois os professores devem se empenhar, nos primeiros meses
de aula, em retomar os conteúdos básicos, sem os quais não há como dar
continuidade ao trabalho pedagógico.
A preocupação com a qualidade do ensino é compartilhada por todas as
áreas do conhecimento, visto que o prejuízo para os alunos se estende para as
demais disciplinas dos anos finais do Ensino Fundamental. Devido a extrema
dificuldade de ler e interpretar, os educando tem dificuldades em acompanhar e
entender os conteúdos dos livros didáticos.
Na tentativa de amenizar o problema sugerimos aos professores do Colégio
Walfredo alguns encaminhamentos e/ou intervenções que poderão auxiliar o melhor
rendimento em sala de aula:
O trabalho mais intensivo na oralidade.
Todos os professores, não importa a disciplina, deve auxiliar os alunos
na escrita, intervir durante a execução e correção das atividades
propostas.
O trabalho conjunto dos professores de todas as disciplinas durante o
período de planejamento do início do ano. A proposta é que, na
medida do possível, eles trabalhem, ao mesmo tempo, conteúdos
afins, na tentativa dos alunos perceberem esta interdisciplinaridade e
dar mais significado ao conteúdo que está aprendendo. Já tivemos
experiências que comprovaram que esta interdisciplinaridade
apresenta resultados positivos no trabalho pedagógico.
Rever continuamente o planejamento: ajuda os professores a
observarem o que está dando certo e quais as estratégias que estão
ou não funcionando. O planejamento não pode ser esquecido na
gaveta. Avaliá-lo e/ou realimentá-lo deve ser uma prática constante.
Repensar a recuperação de estudos em todas as séries: é uma ação
que se faz necessária. O que percebemos é que apenas
oportunizamos aos alunos que façam outra avaliação (substitutiva). O
formato real da recuperação é bem diferente do formato ideal (teoria X
129
prática). A retomada de conteúdos tem que se dar de forma efetiva e
significante a fim de atingir os objetivos a que se propõe, ou seja, que
o maior percentual possível de alunos compreendam de forma
significativa os conteúdos trabalhados.
Conhecer melhor o aluno: aproximar-se mais da sua realidade,
“perder” (ou ganhar?) tempo escutando o que nossos alunos tem a
dizer pode ser outra estratégia de sucesso dentro de sala de aula. O
interessar-se pela vida, pelos problemas que os alunos enfrentam,
enfim, esse relacionamento interpessoal pode trazer bons frutos no
resultado do trabalho pedagógico, pois o aluno sente que ele não é só
mais um número na lista de chamada, mas que ele é importante para
os professores .Com o estreitamento dos laços afetivos acreditamos
que o aluno pode sentir uma maior confiança nos docentes e melhorar
significativamente, tanto no aspecto disciplinar quanto no rendimento
escolar.
Vemos aí a importância enquanto educadores, em exercitarmos mais a
abertura para o aluno expressar-se, prestar mais atenção nas expectativas de vida
que eles têm, oportunizar momentos de diálogo entre discentes e docentes,
conhecer um pouco mais sobre a rotina diária da vida que eles levam, valorizar o
relacionamento com os alunos. Muitas vezes uma única frase dita pelo professor
pode mudar o curso da vida inteira de seu aluno.
Outro fator que temos percebido é que, os alunos que chegam ao 6ºano
encontram um ambiente educacional muito diferente daquele que conheciam. Eles
estavam acostumados com o uso de muito lúdico, brincadeiras, algumas disciplinas,
porém ministradas por no máximo 2 professores. De repente sua rotina muda
bruscamente. A estrutura das aulas é totalmente diferente: a cada 50 minutos entra
um professor diferente, ela nem consegue relacionar o professor à disciplina
ministrada, o tempo de recreio parece mais curto, a escola parece bem maior, os
professores já não os paparicam mais, ora são mais considerados crianças, ora são
chamados de adolescentes. É adaptação muito grande pra um ser tão pequeno;
afinal eles ainda têm em média 10 anos de idade ao iniciar o ano letivo.
Como proposta de ação para amenizar tanto desconforto e insegurança no
ingresso ao 6ºano, é o esforço conjunto de todos os professores, pedagogos e
130
também da direção em trabalhar as rotinas diárias dessa nova etapa na vida escolar
desses alunos, orientando-os constantemente durante o 1º semestre : horários das
aulas, rotina na troca de professores, rotinas durante o intervalo do recreio,
organização de trabalhos dentro e fora de sala de aula, avaliações, aulas vagas,
indisciplina, direito e deveres a cumprir. Enfim, a organização de todo o trabalho
pedagógico que lhe será cobrado e a organização da escola como um todo.
Consideramos importante que ainda no 5ºano a escola municipal trabalhe ao
final do ano letivo, rotinas semelhantes à que eles enfrentarão no ano seguinte para
que os alunos não sintam tanto o impacto da mudança.
Outra ação que poderá dar resultados positivos é uma reunião com os pais
desses alunos em fase de adaptação. É de extrema importância que os pais
conheçam a rotina e a organização de todo o trabalho pedagógico do
estabelecimento de ensino, para que possam auxiliar e acompanhar a vida escolar
de seus filhos e ajudá-los durante essa fase de adaptação.
Percebendo a importância de ações a serem desenvolvidas pelo coletivo
escolar, tendo em vista a especificidade dos alunos do Ensino Fundamental, com
vistas a promover uma maior integração entre os anos iniciais e finais dessa etapa
da Educação Básica, preservando a continuidade do processo de ensino e
aprendizagem, outra proposta que buscaremos efetivar, é buscar junto aos
coordenadores e direção das escolas municipais das quais recebemos a grande
maioria do nosso alunado, encaminhamentos conjuntos com o propósito de
repensar, refletir e analisar as formas/metodologias pedagógicas no intuito de
melhorar o ensino e a aprendizagem dos alunos.
Acreditamos que toda ação deve ser permeada através do diálogo entre as
redes de ensino, visando a troca de informações que direcionem o trabalho dos
professores, bem como a promoção de discussões sobre os problemas enfrentados
pelos professores do Ensino Fundamental, a fim de minimizarmos o déficit
educacional que hoje vivenciamos. Essa comunicação entre as redes de ensino
Municipal e Estadual se faz necessária para que uma conheça a realidade da outra
e, a partir das informações coletadas, possamos construir juntos uma educação
básica integrada.
A tentativa de um trabalho conjunto tem o objetivo de uma unicidade entre as
escolas (estadual e a municipal), pensando sempre no sucesso dos alunos, como
sugere a Instrução nº 008/2011 – SUED/SEED e o caderno da SEED: Orientações
131
Pedagógicas para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Nove Anos (2010).
Acreditamos que quando o aluno tem uma boa base, um bom domínio dos
conteúdos básicos do 1º ao 5ºano, principalmente nas disciplinas de Português e
Matemática, as chances dele ter sucesso na aprendizagem do 6ºano em diante é
significativamente maior, reduzindo assim o índice de reprovação nos anos
seguintes. Por isso, a tentativa de buscarmos soluções conjuntas para os alunos que
hoje são da esfera municipal e amanhã serão da esfera estadual, não estejam
fadados ao fracasso e sim, tenham sucesso em sua vida escolar.
Apesar da ação ( na tentativa de unicidade) que o colégio Walfredo propõe, o
Estado(SEED) precisa, com urgência, articular mecanismos juntamente às
Secretarias Municipais de Educação, na busca de diminuir a distância entre o ensino
dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. Podemos dizer que atualmente
não existe nenhuma ponte para fazer essa unicidade (tão veementemente proposta
pela SEED) entre Estado e Município. Faz-se necessário uma política pública de
Governo para fazer tal articulação, que com toda certeza, só beneficiará a qualidade
do ensino e aprendizagem oferecido aos alunos.
9.6 FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº.
9.394/96 a formação e qualificação dos profissionais da Educação são fundamentais
para o aperfeiçoamento da sua prática. Torna-se importante as reflexões e debates
sobre a formação e qualificação dos educadores que estão envolvidos com a
educação, pois estes, constituem um componente imprescindível do sistema
educacional.
Diante dos desafios enfrentados no âmbito escolar há a necessidade da
ressignificação na formação do educador, para a preparação do enfrentamento de
novos desafios e possibilidades, que possam reputar a intencionalidade da ação
educativa..Uma tentativa de superar o caráter fragmentado das práticas educativas,
gera esperanças e exercício do trabalho coletivo, visando racionalizar esforços e
recursos, para que sejam atingidos os fins do processo educacional.
132
É nesse complexo e num processo coletivo que é possível a troca de
experiências e a partir delas, construir o conhecimento, transformando sua práxis
sob a real necessidade do contexto em que está inserida.
O momento de capacitação deve levar o educador, a refletir sobre a produção
do conhecimento, na formação e qualificação do seu trabalho, tais como:
Propiciar condições para que os educadores reflitam sobre sua prática
através de palestras e ou/ grupos de estudo, que se realiza no decorrer do
ano;
Motivar a formação continuada, visando à produção do conhecimento e uma
melhor qualificação do professor;
Estimular a troca de experiências, tendo em vista o trabalho interdisciplinar.
O que se pretende neste Projeto Pedagógico, é desenvolver um trabalho
integrado entre direção, equipe pedagógica, corpo docente e funcionários, visando à
qualificação e formação dos envolvidos no processo Ensino-Aprendizagem.
Através da Formação Continuada,possibilitamos aos participantes um
momento de reflexão da prática pedagógica, com debates e procedimentos, no
intuito de traçar alternativas de mudanças e uma ressignificação da prática
pedagógica.
A formação continuada para professores da escola acompanha as atividades
oferecidas pela SEED/NRE. Fazem parte da formação continuada dos professores:
Semanas pedagógicas – acontecem em fevereiro e julho de cada ano letivo.
DEB/Itinerante – acontece uma vez ao ano.
Grupos de estudos a partir de temáticas e áreas de atuação dos professores
–acontecem aos sábados durante o ano letivo.
PDE para os professores que estão no último nível de elevação da carreira –
desenvolvido durante 1 ou 2 anos.
GTR (Grupo de Trabalho em Rede) desenvolvido pelos professores PDE.
A partir dos encontros de capacitação, previstos em calendário escolar,
procura-se realizar :
133
Levantamento de questões que possam ser alvos de questionamentos sobre
o cotidiano escolar, trazendo desta forma, subsídios para sustentáculo do
referencial teórico do projeto.
Discussões e reflexões sobre a prática pedagógica através de leitura de
textos previamente selecionados e/ou sugeridos pelos participantes.
Palestras de profissionais da área educacional.
Dinâmicas com temas que levem à reflexão da prática dos educadores.
Sistematização dos questionamentos e debates sobre a problemática da
prática em sala de aula.
9.7 LINHAS DE AÇÃO
O Colégio Walfredo Silveira Corrêa prima pela gestão democrática . Assim
sendo exige-se que as ações, decisões e encaminhamentos a serem adotados
partam de decisões tomadas em conjunto pensando sempre na melhoria da
qualidade de ensino e na da aprendizagem dos alunos.
Envolvidos constantemente numa prática pedagógica consciente e
responsável, visando sempre uma educação de qualidade, os Profissionais da
Educação do Colégio buscam a melhoria do trabalho desenvolvido, seja este
administrativo ou pedagógico.
Cada segmento da escola deve procurar cumprir o seu papel e realizar com
eficiência o seu trabalho, buscando sempre uma convivência harmônica e o bom
relacionamento entre todos, tendo sempre como foco principal o sucesso dos alunos
e de cada profissional da educação. A organização e a disciplina são indispensáveis
para que a escola seja uma instituição séria e de boa qualidade.
9.7.1 No trabalho pedagógico
Considerando a realidade da escola e as concepções que deverão respaldar o
trabalho pedagógico com a finalidade de melhorar a qualidade do ensino
aprendizagem, o coletivo da escola propõe algumas linhas de ação:
134
Adotar e aperfeiçoar práticas coletivas de gestão democrática para o bom
desenvolvimento do trabalho pedagógico.
Buscar maior sintonia entre os educadores, funcionários e direção do Colégio
e Comunidade a fim de beneficiar o desenvolvimento de um trabalho de
qualidade.
Envolver a comunidade escolar em estudos, debates, leituras e discussões
sobre problemas e desafios a serem vencidos.
Aumentar e dinamizar os encontros com pais e responsáveis pelos alunos
para incentivar e conscientizar sobre a função deles em relação aos filhos.
Realizar reuniões bimestrais com pais ou responsáveis pelos alunos para
acompanhamento do processo de ensino e de aprendizagem.
Criar condições para a participação de toda a comunidade escolar e assim
promover a real efetivação do processo de gestão democrática, priorizando o
desenvolvimento de valores éticos essenciais para o bom relacionamento na
escola e no contexto social mais amplo. Dentre estes valores destacamos:
solidariedade, respeito à pessoa humana, responsabilidade e compromisso.
Promover palestras para todos os segmentos da comunidade escolar
voltadas à formação humana e ética com objetivo de instituir uma
convivência pacífica na escola e na sociedade.
Empenho da Equipe Pedagógica e Direção na realização de trabalhos
específicos, buscando a formação e/ou desenvolvimento de valores
pessoais, envolvendo professores, alunos, pais e comunidade.
Realizar comemorações cívicas, artísticas e esportivas, buscando a
formação unilateral do indivíduo, a integração entre professores, alunos, pais
e comunidade.
Adquirir recursos de ensino necessários ao bom desempenho das atividades
docentes e discentes solicitados pelos professores e aprovados pelos
pedagogos.
Atender alunos com necessidades especiais (quando houver), com apoio e
assessoria pedagógica do Núcleo Regional de Educação, bem como
contando com o suporte técnico e o fornecimento de recursos de ensino
necessários e demais materiais de estudo que possam auxiliar o docente e a
135
equipe pedagógica a superar os desafios encontrados no dia-a-dia e a
alcançar o sucesso escolar do aluno incluso.
Desenvolver Atividades Curriculares contemplando a diversidade em
atendimento à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº9394/96
que estabelece a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira na Educação Básica e a Inclusão Social de alunos com
necessidades educacionais especiais
Desenvolver trabalhos da Cultura Afro-Brasileira e Africana (através de
apresentações teatrais ,dança e palestras) incluindo a história e luta dos
negros no Brasil ,as características da cultura negra brasileira e a influência
do negro na formação da sociedade nacional e o resgate da sua contribuição
nas áreas social,econômica e política.
Proporcionar momentos de discussão do tema Inclusão Educacional e Social
na Escola para toda a comunidade escolar, seguindo as orientações
repassadas pela SEED propondo leitura de textos e discussões sobre
inclusão, com a finalidade de desenvolver um trabalho visando minimizar as
diferenças e evitar o bullyng dentro do colégio.
Organizar, quando possível, a hora atividade de modo que professores da
mesma disciplina possam estar juntos para trocar idéias e sugestões, a fim
de que os conteúdos e projetos caminhem em uma mesma linha de
pensamento.
Apoiar e articular a formação continuada dos profissionais da escola uma vez
que a instituição está comprometida com a qualidade do ensino e o
desenvolvimento total do aluno, realizada através de simpósio e cursos
oferecidos pela SEED e também por reuniões pedagógicas;
Incentivar os educadores ao aperfeiçoamento constante, utilizando os
recursos presenciais e interativos existentes (Profuncionário, PDE,
Plataforma Freire, Escola de Governo, Ambiente Moodle);
136
9.7.2 Na Gestão Escolar
Apresenta-se a seguir algumas ações na gestão escolar com a finalidade de
alcançar a meta de dinamizar a prática pedagógica, a melhoria do rendimento
escolar, do atendimento administrativo, da gestão de recursos humanos e
financeiros:
Oferecer condições para o desenvolvimento das capacidades dos alunos,
proporcionando aprendizagem significativa e exercício da cidadania.
Respeitar o educando em todos os aspectos, físico, social e econômico, sem
qualquer espécie de discriminação.
Realizar ações voltadas para a recuperação, defasagem de conteúdos e
distorção idade-série, utilizando adequadamente as horas atividade e
conselhos de classe.
Compreender a avaliação como processo permanente de aprendizagem,
dinâmico e transformador do contexto social, político, econômico e cultural na
construção da educação.
Proporcionar meios para estimular a retomada dos estudos de alunos
egressos.
Criar estratégias para melhoria do desempenho e participação dos
estudantes na Prova Brasil, Exame Nacional do Ensino Médio- ENEM,
concurso vestibular, continuidade dos estudos e inserção no mercado de
trabalho.
Promover atividades de complementação curricular em contra-turno com
vistas ao pleno desenvolvimento dos alunos.
Disponibilizar espaços adequados para pesquisa e produção do
conhecimento (biblioteca, laboratório de informática, laboratório de ciências)
com estratégias de aprendizado.
Motivar a participação democrática das Instâncias Colegiadas (Conselho
Escolar, APMF e Grêmio Estudantil) efetivando a representatividade de toda
comunidade, através de seus segmentos, no planejamento e tomada de
decisões do âmbito escolar para aprimoramento pedagógico.
137
Instituir o Grêmio Estudantil, incentivando e possibilitando a participação
efetiva dos alunos.
Buscar a integração da escola com a família através de atividades culturais e
esportivas, incluindo reflexões e debates, implementando parcerias.
Estabelecer metas, através da construção coletiva, para realização das
tarefas com base em melhor atender a clientela.
Mobilizar os segmentos na construção e realimentação do Projeto Político
Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular e Regimento Escolar, com
acompanhamento constante.
Resguardar os direitos de docentes e discentes através dos registros e
documentação escolar.
Incentivar os educadores ao aperfeiçoamento constante, utilizando os
recursos presenciais e interativos existentes (Profuncionário, PDE,
Plataforma Freire, Escola de Governo, Ambiente Moodle).
Verificar as reais necessidades de bens e serviços para aplicação de
recursos, efetuando solicitações de reparos e melhorias, prestando contas
com transparência.
Repassar as informações pertinentes a cada grupo, em tempo hábil, inclusive
através de ambiente virtual, site da escola, orientando o uso das tecnologias
disponíveis na internet e Portal da Educação.
Organizar o serviço de atendimento ao público de forma ágil e eficiente,
utilizando adequadamente as ferramentas disponíveis.
Recorrer aos órgãos e serviços de apoio educacionais (Patrulha Escolar,
Conselho Tutelar, Rede de Apoio à Criança e ao Adolescente) no diagnóstico
e tomada de decisões quanto à evasão, situações de risco ou violência.
Conscientizar os usuários sobre o zelo e conservação do prédio, bens e
equipamentos existentes na escola, com vistas ao desenvolvimento da
cidadania.
Viabilizar alimentação saudável e reeducação alimentar através da merenda
e cantina escolar .
Fortalecer a prática de relações interpessoais e ambiente harmonioso, com
atendimento e direcionamento ético-profissional a alunos, educadores, pais e
comunidade.
138
10 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Um projeto pedagógico, segundo Veiga (2000, p.11), deve ser exeqüível e
prever condições necessárias ao desenvolvimento e a avaliação. O Projeto político-
pedagógico deverá ser avaliado considerando a definição dos objetivos e do perfil do
aluno concluinte. Essa avaliação se constituirá num instrumento de aferição do que
foi estabelecido e para o planejamento de atividades a serem desenvolvidas.
A avaliação do projeto deverá ser:
- Diagnóstica
- Crítica
- Dinâmica
- Coletiva e participativa
- De inclusão e não de exclusão
A avaliação do Projeto Político-Pedagógico deverá partir da necessidade de
se conhecer a realidade escolar, buscando explicar e compreender criticamente as
causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas mudanças e se
esforçar para propor ações alternativas. Deve ser contínua e possibilitar os ajustes
das ações propostas pela comunidade escolar e sua adequação aos dispositivos
legais.
Numa gestão democrática e participativa todos se tornam construtores e
avaliadores do projeto. Portanto toda a comunidade deverá acompanhar o
desenvolvimento das atividades previstas e também sugerir modificações,
alterações, redirecionando o trabalho. É importante e oportuno ressaltar a
necessidade de participação da representatividade da comunidade: Grêmio
estudantil, Pais de alunos, Conselho Escolar e APMF.
O Projeto deve ser visto pelos avaliadores não como algo estanque, e sim,
dinâmico e passível de reformulações constantes. Há, portanto, que se considerar
os objetivos traçados, observando a natureza da atividade.
Testar a eficiência e eficácia das ações é importante, porém a avaliação do
projeto político-pedagógico tem um compromisso mais amplo. ACOMPANHAR E
AVALIAR O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO É AVALIAR OS RESULTADOS
DA PRÓPRIA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO. O importante é que
139
o objetivo macro de toda e qualquer avaliação seja sempre conhecer a realidade e
propor alternativas de solução.
A avaliação deve estar centrada no conhecimento das necessidades que
nossa comunidade escolar tem e da nossa realidade, buscando a princípio
compreender esta realidade e propor ações coletivas e alternativas na busca de
soluções para o que há de vir.
Todos os nossos ideais correspondem a ações democráticas que visam
favorecer o desenvolvimento de toda a comunidade, a fim de gerar melhores formas
de organização do trabalho e avançar de maneira positiva rumo aos objetivos.
Para tanto, a nosso ver, a melhor forma de avaliação é a reflexão constante e
a tomada de um posicionamento politicamente correto diante das ações em
andamento e redirecionamento das metas objetivando momentos produtivos de
construção da democracia e da cidadania, do espírito cooperativo e principalmente
do compromisso e engajamento de todos.
A previsão para a Avaliação Institucional, para realimentação do Projeto
Político Pedagógico, será anualmente, em momento específico com a participação
de todos os segmentos (quando possível) para discutir e analisar nossa prática
diária. Acreditamos que tudo o que é realizado em conjunto, pode ser concretizado;
e, olhando para nossa trajetória profissional temos convicção de que faremos o
possível para que a escola seja um lugar aprazível de iguais condições de
aprendizagens, de fortalecimento social, de busca de parcerias e melhorias para o
pleno desenvolvimento da cidadania.
Queremos que o papel da escola seja realmente o de Educar e isto
conseguiremos avaliar durante toda a nossa gestão que aqui se apresenta aberta ao
diálogo e prestando “contas” de tudo o que for executado, errando e acertando, mas
acima de tudo ousando e acreditando que podemos fazer a diferença.
A construção e execução do projeto político-pedagógico e do plano da escola
precisam ser sustentadas por um acompanhamento contínuo e sistemático da
equipe gestora. É importante que haja responsáveis pela mobilização da escola,
para que a comunidade como um todo possa estar periodicamente discutindo os
rumos que o projeto político-pedagógico e o plano da escola vão tomando. Como
partes desse processo de acompanhamento, são sugeridas algumas ações:
140
Análise dos planos de trabalho dos professores, para verificar sua relação
com os objetivos, com os conteúdos curriculares e com as opções
metodológicas da proposta pedagógica.
Construção, juntamente com os professores, de um instrumento de
acompanhamento das aulas, a partir de parâmetros previamente discutidos,
de forma que eles possam participar da avaliação da sua própria prática de
trabalho.
Observação da sala de aula, a partir de um instrumento de acompanhamento,
para estabelecer relações entre a dinâmica da aula e os objetivos e
conteúdos curriculares da proposta pedagógica e identificar aspectos que
precisam ser mais bem trabalhados com os professores.
Acompanhamento do desempenho dos alunos, identificando pontos nesse
desempenho que precisam ser melhorados e que precisam ser discutidos
com os professores.
Acompanhamento do desenvolvimento de projetos propostos por professores
e por alunos.
Supervisão da qualidade dos recursos didáticos disponíveis, observando sua
variedade, sua adequação ao número de alunos e aos objetivos e conteúdos
curriculares da proposta pedagógica.
Reunião que faça parte da programação normal da escola, com os
professores, para estudo teórico e discussão de questões práticas.
É importante considerar permanentemente, com a comunidade escolar, se o
projeto político-pedagógico, que é o plano global da instituição, está efetivamente
sendo cumprido e quais as reformulações que precisam ser feitas para que o seu
cumprimento represente, de fato, a construção de uma escola de qualidade
acadêmica e social.
141
Para refletir “...para construir um processo participativo com distribuição do poder, não é suficiente pedir sugestões e aproveitar aquelas que pareçam mais simpáticas ou que coincidam com pensamentos ou expectativas dos que coordenam: é necessário que o plano se construa com o saber, com o querer e com o fazer de todos”. (Danilo Gandim)
142
REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria Elizabeth B. Tecnologias e gestão do conhecimento na escola. In: VIEIRA, Alexandre Thomaz, et. al (orgs.). Gestão Educacional e Tecnologia. São Paulo: Avercamp, 2003. ALONSO, Myrtes. Formação de Gestores Escolares: Um Campo de Pesquisa a Ser Explorado. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de & ALONSO, Myrtes (orgs.). Tecnologias na formação e na gestão escolar. São Paulo: Avercamp, 2007. AQUINO, Julio Groppa. org. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo, Summus, 1996. ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro. LTC, 1978. ARMELIN, Sâni E. Afinal, qual é o papel do Gestor Escolar? 2008. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/963581>. Acesso em: 08 jun. 2011. AVALOS, B. Education for the poor: quality or relevance? British Journal of Sociology of Education, v.13, n. 4, p. 419-436, 1992. BORGE S, Benedito. Gestão democrática da escola pública – perguntas e respostas. In: CARVALHO, Elma Júlia (org). Caderno Temático – Gestão escolar. Material pedagógico produzido no PDE. Maringá, 2007. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 28º ed., 1993. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para Educação Básica. Currículo em movimento: o compromisso com a qualidade da educação básica.Brasília: mimeo, 2008. BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Brasília, 2004. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=337&Item id=319. A acesso em: 20/04/2010 BRASIL. Portaria Ministerial n°. 2.896 de 17 de setembro de 2004. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2004. Caderno Grêmio em Forma, do Instituto Sou da Paz. Site: http://www.soudapaz.org. CALLIGARIS, C. A adolescência. São Paulo: Piblifolha, 2000. CANÇADO, Marília Batista. Escola Hoje. Brasília, DF, MEC/SEED, 1996. COLL, César. Psicologia e currículo. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1987.
143
DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo, Cortez, 2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Parecer nº 15/98. MEC/CNE/CEB. Brasília, DF, 1998. Deliberação nº 03/2006 do CEE/CEB, que estabelece a obrigatoriedade do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Deliberação 016/99 do CEE que Ampara o Regimento Escolar. Deliberação 014/99 e Indicação 004/99 do CEE que Auxiliam na Elaboração da Proposta Pedagógica. Decreto Federal nº 3298 que Regulamenta a Lei nº 7853 e Dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro, Nova Fronteira. FLEURI, Reinaldo Matias. Educar para quê?: contra o autoritarismo da relação pedagógica na escola. São Paulo, Cortez, 1990. ______________________. Educar para quê? Minas Gerais, Cortez, 1990. FONTERRADA, M. T. Tramas e Fios, Um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Unesp. 2005. FRABBONI, Franco. A Escola Infantil entre a cultura da Infância e a ciência pedagógica e didática. In: ZABALZA, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre. Artmed, 1998. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. GADOTTI, Moacir. Concepção Dialética da Educação: um estudo introdutório. 6. ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1988. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro:Paz e Terra. 1983. GADOTTI, Moacir; ROMÃO, José E. Autonomia da escola: princípios e propostas. 5 Ed. São Paulo: Cortez, 2002. GADOTTI, M. Pedagogia da Terra. Editora Fundação Peirópolis, São Paulo, 2001. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da práxis. São Paulo: Cortez, 1995. GASPARIN, J. L. Uma didática para a Pedagogia Histórico-crítica. 4. ed. rev. e ampl. Campinas – SP: Autores Associados, 2007. (Coleção educação contemporânea). ___________. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. 3. ed.
144
Campinas – SP: Cortez; Autores Associados, 1992. (Coleção Polêmicas do nosso tempo, vol. 40). KISHIMOTO, T.M. A pré-escola em São Paulo (1877 a 1940). São Paulo: Loyola, 1988. KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2003. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica/Eva Maria Lakatos, Marina de Andrade Marconi. São Paulo: Atlas, 1985. Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/98. Brasília, DF, 1996. Lei nº 9394/96 MEC/CNE que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2004. LIMA, Paulo Gomes. Tendências Paradigmáticas na Pesquisa Educacional. Campinas: UNICAMP, 2001, (Dissertação de Mestrado), Universidade Estadual de Campinas. LUCK, Heloísa et. al. A Escola Participativa o Trabalho do Gestor Escolar. DP & CA, 1998. LÜCK, Heloisa. Planejamento em orientação educacional. 10 Ed. Petrópolis: Vozes, 1991. LUCK, Heloísa. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos teórico-metodológico. Rio de Janeiro, Vozes, 1994. LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo. Ática, 2000. MARTINS, Elsa Maria Candeias. Artigo: Adolescência, identidade e crise de valores Disponível: <http://www.redem.org/boletin/boletin150208b.html> Membro Consultor REDEM (Rede Educativa Mundial) em Portugal. MAFFESOLI, M. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. 2000, 3ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária. MARX, Karl. Para a crítica da economia política. In: Manuscritos econômicos-filosóficos e outros textos escolhidos. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p.129. Col. Os Pensadores. MEKSENAS, Paulo. Sociologia da educação: introdução ao estudo da escola no processo de transformação social. 10 ed. São Paulo: Loyola, 2002.
145
Michelle Souza. Universidade Tuiuti do Paraná. Artigo: Concepção de Infância no século XIX e XXI: estudo comparativo a partir da prática pedagógica dos Centros Municipais de Educação Infantil. (Brasil) 2009. MORIN, Edgar. “Os sete saberes necessários à educação do futuro” NEVES, Iara Conceição Bitencourt. org. et al. Ler e escrever um compromisso de todas as áreas. Porto Alegre, EDUFRGS, 1998. NUNES de SOUZA, A.M. (1997). A Família e Seu Espaço: Uma Proposta de Terapia Familiar. Rio de janeiro: Agir OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky – Aprendizado e Desenvolvimento um Processo Sócio-histórico. São Paulo, Scipione, 1993. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio/Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília. MEC; SEMTEC; 2002. Parecer nº 05/97 CEB/CNE que apresenta Proposta de Regulamentação da Lei nº 9394/96. Parecer nº 15/98 CEB/CNE que Delibera sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar. São Paulo, Artes Médicas Sul Ltda., 1996. ___________________. Pedagogia diferenciada: das intenções à ação. Porto Alegre, Artes Médicas Sul, 2000. PIAGET, Jean. Disponível em: < http://www.psicoloucos.com/Jean-Piaget/frases-e-pensamentos-de-jean-piaget.html>. Acesso em: 05 ago. 2011. PRADO, Maria Elisabette B.B. Integração de mídias e a reconstrução da prática pedagógica. 2005. PRATA, M. R. (2002). Transgressões e Violência na Atualidade in: PLASTINO, C. (org), Transgressões. Rio de Janeiro, Contra Capa Livraria, 2002. REGO, Teresa Cristina. Vygotsky, Uma Perspectiva Histórico-cultural da Educação. Rio de Janeiro, Vozes, 1997. Resolução nº 03/98 CEB/CNE que Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Resolução nº 3492/98 SEED que Determina o Início da Implantação da Reforma do Ensino Médio no Estado do Paraná.
146
Resolução nº 07/2010 do Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica, que fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. REDIN, Euclides. Nova Fisionomia da Escola Necessária. São Leopoldo, RS:Unisinos (mimeo.p 07),1999. SACRISTÁN, J. Gimeno, GÓMEZ, A.I.Pérez. Compreender e transformar o Ensino. Porto Alegre, Artmed, 1998. SALLES, L. M. F. Adolescência, escola e cotidiano: contradições entre o genérico e o particular. Piracicaba: Editora UNIMEP, 1998. SALVADOR, César Coll. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre, Artmed, 1994 SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 32. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1999. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: Primeiras aproximações. 2.ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1991. SAVIANI, Dermeval. “Escola e Democracia”. Mercado de Letras. 20ª ed.1994. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo, Cortez, 1996. Simpósio Internacional do Adolescente May. 2005. Artigo: Escola como contexto de proteção: refletindo sobre o papel do educador na prevenção do uso indevido de drogas. Maria Fátima Olivier Sudbrack; Carla Dalbosco (Instituto de Psicologia / PRODEQUI-Programa de Estudos e Atenção às Dependências Químicas - Universidade de Brasília - UnB - Brasília - Distrito Federal) UNI revista - Vol. 1, n° 2: (abril 2006) Artigo: A infância, suas significações históricas e a escola brasileira. Mariana Luzia Corrêa (Acadêmica do Curso de Pedagogia) Universidade Federal de Santa Maria, RS. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação, Concepção Dialética-Libertadora do Processo de Avaliação Escolar. São Paulo, Libertad, 1994. VEIGA, Ilma Passos Alencastro et al. Projeto Político-Pedagógico da Escola: Uma Construção Possível. Campinas, Papirus, 1995. VEIGA, Zilah de Passos Alencastro. As instâncias colegiadas da escola. In: VEIGA, Ilma P. e RESENDE, Lúcia M.G. de (orgs). Escola: Espaço do projeto político – pedagógico. Campinas: Papirus, 1998. VEIGA, Ilma P.A. (org) “Projeto Pedagógico da Escola: uma construção possível”. 11ª ed. Campinas, Papirus, 2000.
147
VEIGA, I. P.(org). Projeto político-pedagógico da escola: Uma construção possível. 13.ed. Campinas: Papirus,2001 WERLE, Flávia Obino correia. Conselhos Escolares: implicações na gestão da Escola Básica. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. WERNECK, Hamilton. Você finge que ensina, eu finjo que aprendo. Petrópolis, Rio de Janeiro, Vozes, 1996. ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre, Artmed, 1998. SAVIANI, D. Escola e democracia. 40. ed. Campinas – SP: Autores Associados, 2008. (Coleção Polêmicas do nosso tempo, vol. 5). SCARPA, Regina. Formação para trabalhar com tecnologia: O Grande Desafio de Quem Ensina. 2009. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/o-grande-desafio de-quem-ensina-519559.shtml?page=1>. Acesso em: 08 ago. 2011. SOUZA, Gizele de. Instrução, o talher para o banquete da civilização: cultura escolar dos jardins-de-infância e grupos escolares no Paraná, 1900-1929. Tese de Doutorado – Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, PUC/SP, 2004.
148
ANEXOS
ANEXO 1 -PROPOSTA DE PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA
PROPOSTA DE PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA
UNIDADE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL - OBJETIVOS: O quê? Conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais), habilidades e competências. Para quê? Finalidade social do aprendido – prática social. Geral:
Específicos: 1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO: Listagem do conteúdo: (listar unidade e tópicos) Vivência cotidiano dos alunos: O que o aluno e o professor já sabem sobre o tema e relação com sua vida. O que os alunos gostariam de saber a mais? 2. PROBLEMATIZAÇÃO: Segundo Gasparin a problematização é um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o educando, através de sua ação, busque o conhecimento. Discussão sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo. Os principais problemas são as questões fundamentais que foram apreendidas pelo professor e pelos alunos e que precisam
149
ser resolvidas, não pela escola, ou na escola, mas no âmbito da sociedade como um todo. Pode ser em forma de perguntas. Dimensão científica: Dimensão social: Dimensão histórica: Outras dimensões Outras dimensões:
3 INSTRUMENTALIZAÇÃO: Descrever o passo a passo da aula em si, ou seja, como fará a ligação da prática social inicial com o tema selecionado na problematização para iniciar a aula, introduzindo o novo assunto e desenvolvendo o conteúdo, as atividades, fechamento ou síntese integradora, onde o aprendiz poderá expressar a sua catarse (durante as atividades ou no final). A metodologia da aula deverá prever a dialética: aula expositiva dialogada, leitura de mundo, leitura orientada de textos selecionados, trabalhos em grupo, pesquisa sobre o tema, seminário, entrevistas com pessoas-fontes, palestras, análises de vídeos ou filmes, entre outros. Prever como vai trabalhar cada uma das dimensões propostas e interdisciplinarmente.
Ações docentes (Professor) Ações discentes (Aprendizes)
Recursos pedagógicos necessários para a aula: (colocar em anexo os textos e atividades, jogos, imagens, etc.)
150
4 CATARSE: Momento em que o aluno se aproxima da solução do problema. É quando o conteúdo empírico se torna científico. Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Totalidade concreta 4.1 Síntese: (Texto que expressa a síntese da aula, o que o aluno deverá se apropriar ao final das atividades) 4.2 Avaliação: Expressão da síntese: avaliação, atendendo às dimensões trabalhadas 5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO: Nova postura prática ante a realidade: Intenções / predisposições / prática / novo conhecimento. 5.1 Intenções do aluno: nova postura prática, nova atitude sobre o conteúdo 5.2 Ações do aluno: nova prática social do conteúdo - transformação social REFERÊNCIAS DE TODOS OS RECURSOS UTILIZADOS:
151
ANEXO 2 – ESQUEMA DE AULA SEGUNDO GASPARIN
ESQUEMA DA AULA PRÁTICA NÍVEL DE
DESENVOLVIMENTO ATUAL
TEORIA ZONA DE DESENVOLVIMENTO IMEDIATO
PRÁTICA NOVO NÍVEL DE
DESENVOLVIMENTO ATUAL
Prática inicial do conteúdo Problematização Instrumentalização Catarse Prática final do
conteúdo
Listagem do conteúdo Vivência cotidiana do conteúdo: - O que o aluno já
sabe: visão da totalidade empírica. Mobilização
- Desafio: o que o gostaria de saber a mais?
Identificação da e discussão sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo. Dimensões do conteúdo a serem trabalhadas.
Ações docentes e discentes para construção do conhecimento. Relação aluno x objeto do conhecimento através da mediação docente.
Recursos humanos e materiais.
Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Construção da nova totalidade concreta.
Expressão da síntese. Avaliação: deve atender às dimensões e aos objetivos.
Intenções do aluno. Manifestação da nova postura prática, da nova atitude sobre o conteúdo e da nova forma de agir.
Ações do aluno. Nova prática social do conteúdo ou das habilidades e competências.
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Cortez, 2003.
152
ANEXO 3 – PLANO DE ESTÁGIO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
PLANO DE ESTÁGIO
IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa – Ens Fund e
Médio
ENDEREÇO: Rua Japin, 483
ENTIDADE MANTENEDORA: SEED – Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: Arapongas - Paraná
NRE: Apucarana
IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
Habilitação: ENSINO MÉDIO
Nome do Professor Orientador: _______________________
Ano Letivo: _________
JUSTIFICATIVA
O Estágio Profissional não obrigatório é uma atividade curricular, um ato
educativo assumido intencionalmente pela instituição de ensino que propicia a
integração dos estudantes com a realidade do mundo do trabalho. Sendo um
recurso pedagógico que permite ao aluno o confronto entre os desafios profissionais
e a formação teórico-prática adquiridas nos estabelecimentos de ensino,
153
oportunizando a formação de profissionais com percepção crítica da realidade e
capacidade de análise das relações técnicas do trabalho.
O Estágio é desenvolvido no ambiente de trabalho, cujas atividades a serem
executadas devem estar devidamente adequadas às exigências pedagógicas
relativas ao desenvolvimento pessoal, profissional e social do educando,
prevalecendo sobre o aspecto produtivo.
O Estágio se distingue das demais disciplinas em que a aula prática está
presente por ser o momento de inserção do aluno na realidade, para o entendimento
do mundo do trabalho, com o objetivo de prepará-lo para a vida profissional,
conhecer formas de gestão e organização, bem como articular conteúdo e método
de modo que propicie um desenvolvimento ominilateral. Sendo também, uma
importante estratégia para que o aluno trabalhador tenha acesso às conquistas
científicas e tecnológicas da sociedade.
O Estágio Profissional, de caráter não obrigatório, atende as necessidades da
escola conforme previsto na legislação vigente:
• Lei nº 9.394/1996, que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
• Lei N° 11.788/2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes;
• Lei Nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, em
especial os artigos, 63, 67 e 69 entre outros, que estabelece os princípios de
proteção ao educando;
•o Art. 405 do Decreto Lei que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
que estabelece que as partes envolvida devem tomar os cuidados necessários para
a promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes, considerando
principalmente, os riscos decorrentes de fatos relacionados aos ambientes,
condições e formas de organização do trabalho;
•Deliberação N° 02/2009 – do Conselho Estadual de Educação.
•Instrução Nº 006/2009 – SUED/SEED.
O Plano de Estágio é o instrumento que norteia e normatiza os Estágios dos
Alunos do Ensino Médio.
154
OBJETIVO GERAL DO ESTÁGIO
Conhecer formas de gestão e organização na realidade do mundo do
trabalho, propiciando o desenvolvimento pessoal, profissional, a partir da prática
social, contemplando as diversas áreas que contribuem para a formação integral do
aluno, bem como reconhecer as dimensões pedagógicas que se desenvolvem em
todos os aspectos da vida social e produtiva.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO ESTÁGIO
Proporcionar ao aluno o contato com as atividades relacionadas ao currículo
do Ensino Médio;
Oportunizar experiência profissional diversificada de acordo com proposta
Curricular;
Relacionar teoria e prática profissional a partir das experiências realizadas no
campo de estágio;
Possibilitar a inserção do educando no mundo do trabalho.
LOCAIS DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
O estágio poderá ser realizado em instituições públicas ou privadas desde
que esteja relacionado com o Projeto Político Pedagógico e com a Proposta
Curricular do curso.
ATIVIDADES DO ESTÁGIO
O Estágio Supervisionado, como ato educativo, representa o momento de
inserção do aluno na realidade do mundo do trabalho, permitindo que coloque os
conhecimentos construídos ao longo das séries em reflexão e compreenda as
relações existentes entre a teoria e a prática.
155
Por ser uma experiência pré-mundo do trabalho, servirá como instante de
seleção, organização e integração dos conhecimentos construídos, porque
possibilita ao estudante contextualizar o saber, não apenas como educando, mas
como cidadão crítico e ético, dentro de uma organização concreta do mundo
trabalho, no qual tem um papel a desempenhar.
ATRIBUIÇÕES DA MANTENEDORA/ESTABELECIMENTO DE ENSINO
O Estágio Profissional não obrigatório, concebido como procedimento
didático-pedagógico e como ato educativo intencional é atividade pedagógica de
competência da instituição de ensino, sendo planejado e avaliado em conformidade
com os objetivos propostos para a formação profissional dos estudantes, previsto no
Projeto Político-Pedagógico e no Plano de Estágio. A instituição de ensino é
responsável pelo desenvolvimento do estágio nas condições estabelecidas no Plano
de Estágio, observado:
Elaborar Termo de Compromisso para ser firmado com o educando ou com
seu representante ou assistente legal e com a parte concedente, indicando
as condições adequadas do estágio à proposta pedagógica do curso;
Etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e
calendário escolar;
Respeitar legislação vigente para estágio não obrigatório;
Celebrar Termo de Compromisso com o educando, se for ele maior de 18
anos; com seu assistente legal, se idade superior a 16 e inferior a 18 (idade
contada na data de assinatura do Termo) ou com seu representante legal, se
idade inferior a 16 anos e com o ente concedente, seja ele privado ou
público;
Celebrar Termo de Cooperação Técnica para estágio com o ente público ou
privado concedente do estágio;
Contar com o professor orientador de estágio, o qual será responsável pelo
acompanhamento e avaliação das atividades;
Exigir do aluno o planejamento/plano e o relatório de seu estágio;
156
Realizar avaliações que certifiquem as condições para a realização do
estágio previstas no Plano de Estágio e firmadas no Termo de Cooperação
Técnica e Convênios que deverão ser aferidas mediante relatório elaborado
pelo professor orientador de estágio;
O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção ao
estudante, vedadas atividades:
a) incompatíveis com o desenvolvimento do adolescente;
b) noturnas, compreendidas as realizadas no período entre vinte e duas horas
de um dia às cinco horas do outro dia;
c) realizadas em locais que atentem contra sua formação física, psíquica e
moral;
d) perigosas, insalubres ou penosas.
PROFESSOR ORIENTADOR DE ESTÁGIO
O estágio deverá ser desenvolvido com a mediação do professor orientador
de estágio, especificamente designado para essa função, o qual será responsável
pelo acompanhamento e avaliação das atividades.
COMPETE AO PROFESSOR ORIENTADOR
Solicitar juntamente da parte concedente relatório, que integrará o Termo de
Compromisso, sobre a avaliação dos riscos, levando em conta: local de
estágio; agentes físicos, biológicos e químicos; o equipamento de trabalho e
sua utilização; os processos de trabalho; as operações e a organização do
trabalho; a formação e a instrução para o desenvolvimento das atividades de
estágio;
Exigir do estudante a apresentação periódica, de relatório das atividades, em
prazo não superior a 6 (seis) meses;
Esclarecer juntamente com a parte concedente do estágio, o Plano de
Estágio e o Calendário Escolar;
157
Planejar com a parte concedente os instrumentos de avaliação e o
cronograma de atividades a serem realizadas pelo estagiário;
Proceder as avaliações que indiquem se as condições para a realização do
estágio estão de acordo com as firmadas no Plano de Estágio e no Termo de
Compromisso, mediante relatório;
Zelar pelo cumprimento do Termo de Compromisso;
Conhecer o campo de atuação do estágio;
Esclarecer aos estagiários as determinações do Termo de Compromisso;
Orientar os estagiários quanto à importância de articulação dos conteúdos
aprendidos à prática pedagógica;
Orientar os estagiários quanto às condições de realização do estágio, ao
local, procedimentos, ética, responsabilidades, comprometimento, dentre
outros;
Atuar como um elemento facilitador da integração das atividades previstas no
estágio;
Promover encontros periódicos para a avaliação e controle das atividades
dos estagiários;
Manter o registro de classe com freqüência e avaliações em dia.
ATRIBUIÇÕES DO ÓRGÃO/INSTITUIÇÃO QUE CONCEDE O ESTÁGIO
A instituição de ensino e a parte concedente de estágio poderão contar com
serviços auxiliares de agentes de integração, públicos ou privados, mediante
condições acordadas em instrumento jurídico apropriado.
Considerar-se-ão parte concedente de estágio, os dotados de personalidade
jurídica pública ou privada e profissionais liberais, desde que estejam devidamente
registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional.
Uma vez formalizado o Termo de Compromisso de Estágio, cumpridos os
requisitos citados anteriormente, e estará criada a condição legal e necessária para
a realização do estágio supervisionado na organização concedente de estágio.
A organização escolhida como concedente do estágio deverá possuir
condições mínimas de estrutura, que permitam ao aluno observar, ser assistido e
158
participar das atividades, durante a execução do estágio supervisionado. Ofertando
instalações que tenham condições de proporcionar ao aluno, atividades de
aprendizagem social, profissional e cultural.
O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção ao
estagiário contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo vedadas
algumas atividades, (ver Arts. 63, 67 e 69, entre outras do ECA e também 405 e 406
da CLT).
Fica a critério da instituição concedente a concessão de benefícios
relacionados a transporte, alimentação e saúde entre outros, por si só, não
caracterizando vínculo empregatício.
A empresa concedente ou Instituição de ensino deverão viabilizar
acompanhamento de profissionais especializados aos estagiários com necessidades
educativas especiais.
A documentação referente ao estágio, deverá ser mantida a disposição para
eventual fiscalização. A oferta de estágio pela parte concedente será efetivada
mediante:
Celebração do Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o
estudante;
A oferta de instalações que tenham condições de proporcionar ao estudante
atividades de aprendizagem social, profissional e cultural;
Indicação de funcionário do seu quadro de pessoal, com formação ou
experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do
estagiário, para orientar e supervisionar o desenvolvimento das atividades de
estágio;
Entrega do termo de realização do estágio à instituição de ensino por ocasião
do desligamento do estagiário, com indicação resumida das atividades
desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;
Relatório de atividades, enviado à instituição de ensino, elaborado pelo
funcionário responsável pela orientação e supervisão de estágio;
Zelar pelo cumprimento do Termo de compromisso.
Conhecer o plano de atividades do estágio proposto pelo estabelecimento de
ensino;
159
Orientar as atividades do estagiário em consonância com o plano de estágio;
Orientar e acompanhar a execução das atividades do estagiário na empresa;
Manter contatos com o Orientador de estágio da escola;
Oportunizar ao estagiário vivenciar outras situações de aprendizagem que
permitam uma visão real da profissão;
Indicar um responsável para supervisionar para acompanhar as atividades de
estágio.
ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO
A jornada de estágio deve ser compatível com as atividades escolares e
constar no Termo de Compromisso, considerando:
A anuência do estagiário, se maior, ou concordância do representante ou
assistente legal, se menor;
A concordância da instituição de ensino;
A concordância da parte concedente;
O estágio não pode comprometer a freqüência às aulas e o cumprimento dos
demais compromissos escolares;
A eventual concessão de benefícios relacionados ao auxílio-transporte,
alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício;
Fica assegurado ao estagiário que recebe bolsa ou outra forma de
contraprestação, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1
(um) ano, um período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado
preferencialmente durante suas férias escolares.
Ao estagiário aplica-se a legislação relacionada à saúde e segurança no
trabalho, sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente
do estágio.
ANTES DA REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO, O ESTAGIÁRIO DEVE:
•Estabelecer contatos com Unidades Concedentes para fins de estágios;
160
•Participar de atividades de orientação sobre o estágio;
•Observar sempre o regulamento de Estágios da Escola;
•Zelar pela documentação do estágio entregue pelo Professor Orientador de
Estágio.
DURANTE A REALIZAÇÃO:
Conhecer a organização da Unidade Concedente;
Respeitar o Cronograma de Estágio para garantir o cumprimento da carga
horária no período estabelecido pelo o professor orientador de Estágio;
Acatar as normas estabelecidas pela Unidade Concedente;
Zelar pelo nome da Instituição e da Escola;
Manter um clima harmonioso com a equipe de trabalho;
Cumprir o Termo de Compromisso firmado com a Instituição de Ensino e a
Unidade Concedente.
Manter contatos periódicos com o Professor Orientador de Estágio para
discussão do andamento do estágio;
Zelar pelos equipamentos, aparelhos e bens em geral da Empresa e
responder pelos danos pessoais e materiais causados;
DEPOIS DA REALIZAÇÃO:
Elaborar o relatório final de atividades, de acordo com as normas exigidas;
Apresentar sugestões que contribuam para o aprimoramento do Estágio não
obrigatório.
FORMA DE ACOMPANHAMENTO DO ESTÁGIO
O aluno deverá ser acompanhado durante seu Estágio em Instituições
Públicas e/ou Privadas, por um responsável que deverá ter conhecimento na área.
161
Três profissionais da área estarão envolvidos no processo de encaminhamento:
2 - Professor Orientador de Estágio, que dará o direcionamento durante a realização
do Estágio;
2 - Supervisor da empresa será responsável pela condução e concretização do
Estágio na Instituição ou propriedade concedente, procurando seguir o plano
estabelecido pelo Aluno e pelo Professor Orientador.
As formas de acompanhamento serão de acordo com a realidade da situação
do estágio. Podendo ser através de visitas, relatórios, contatos telefônicos,
documentação de estágio exigida pela escola, de maneira a propiciar formas de
integração e parceria entre as partes envolvidas. Oportunizando o aperfeiçoamento
das relações técnicas-educativas a serem aplicadas no âmbito do trabalho e no
desenvolvimento sustentável.
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO:
A avaliação do Estágio Profissional não obrigatório é concebida como um
processo contínuo e como parte integrante do trabalho, devendo, portanto, estar
presente em todas as fases do planejamento e da construção do currículo, como
elemento essencial para análise do desempenho do aluno e da escola em relação à
proposta.
a) Avaliação do Supervisor do Estágio da Unidade Concedente;
b) Relatório apresentando pelo educando.
162
ANEXO 4 PROGRAMA DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR CURRICULAR EM
CONTRATURNO
CONTEÚDO:
Conteúdo Estruturante - Esporte - Básico - Coletivo - Conteúdo Específico:
Basquetebol.
Fundamentos (arremessos, condução de bola, passes, dribles, fintas, etc.)
Treinamento técnico tático
Histórico do esporte, origem e desenvolvimento
O jogo como instrumento de convivência social.
OBJETIVOS:
Promover a melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação de
tempos, espaços e oportunidades educativas em contraturno, na escola, a
fim de atender as necessidades socioeducacionais dos alunos;
Ofertar atividades complementares ao currículo escolar vinculadas ao Projeto
Político-Pedagógico da Escola, respondendo às demandas educacionais e
aos anseios da comunidade;
Possibilitar maior integração entre alunos, escola e comunidade,
democratizando o acesso ao conhecimento e aos bens culturais.
Dar continuidade a socialização da disciplina Educação Física, interando o
aluno na troca de experiência pela prática do jogo proporcionando ao
educando compreender a relação existente entre o basquetebol e sua vida
em sociedade.
163
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS:
A proposta contará com planejamento técnico utilizando metodologia específica
de trabalho para a modalidade de basquetebol. As atividades serão realizadas em
horário de contraturno escolar, tendo como metodologia o desenvolvimento de
atividades físicas independentemente do enfoque competitivo. As atividades físicas
concorrerão para o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e sócio-cultural e
afetividade, com apoio e integração familiar. As aulas começarão com aquecimentos
e alongamentos, explicação das atividades do dia e execução dos exercícios
proporcionando aos alunos o conhecimento dos sistemas táticos e posicionamento
em quadra e a função de cada jogador.
LOCAL DE REALIZAÇÃO:
No próprio Colégio, na Quadra Esportiva.
RESULTADOS ESPERADOS
Para o aluno:
Maior comprometimento e envolvimento na entrega das atividades propostas
pelo professor;
Melhor assimilação dos conteúdos propostos, por meio da recriação de jogos
e regras;
Conseguir resolver, de maneira criativa, situações problemas sem
desconsiderar a opinião do outro, respeitando o posicionamento do grupo e
propondo soluções para as divergências;
Conhecimento da modalidade, oportunizando participação em vários níveis
de jogos oficiais.
Para a escola:
Promover a melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação de
tempos, espaços e oportunidades educativas em contraturno
164
Possibilitar maior integração entre alunos, escola e comunidade,
democratizando o acesso ao conhecimento e aos bens culturais.
Para a comunidade:
Oportunizar um local para prática esportiva, orientada por professor
qualificado. Que este Programa atenda alunos da Comunidade, buscando
sua autonomia e a inserção no meio em que vive, tornando-os cidadãos
responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRACHT, Valter, A constituição das teorias pedagógicas de Educação Física. Cadernos CEDES, v. 19, nº 48. Campinas, 1999.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Educação Física. Curitiba, 2008.
Regras da FIBA; Basquete Aprendendo a Jogar; Basquetebol na Escola: Iniciação ao Treinamento .
AVALIAÇÃO:
A avaliação será feita no cotidiano, tendo como aperfeiçoamento os diferentes
estágios de treinamento, observados, de modo especial durante a participação em
jogos.
Esta se dará num processo contínuo,permanente e cumulativo, onde o
professor organizará o seu trabalho, sustentado nas diversas práticas, dentro da
modalidade de Basquetebol, onde verificará se o aluno conquistou os objetivos
propostos pelas atividades desenvolvidas durante as aulas.
165
ANEXO 5 QUADRO DE METAS DA GESTÃO ESCOLAR 2012-2014
A ESCOLA QUE TEMOS A ESCOLA QUE PRETENDEMOS
AÇÕES
INDICADORES POTENCIALIDADES DIFICULDADES
1. Gestão de resultados
educacionais
- IDEB de 4,5.. -Aproveitamento escolar médio de 80%; Reprovação média de 20%. Evasão significativa nos 1º ano Ensino Médio.
- Melhorar bienalmente o índice do IDEB. - Baixar o índice de reprovação para média de 10%. -Diminuir o índice de evasão escolar no Ensino Médio Noturno. - Oferecer condições para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, proporcionando aprendizagem significativa e exercício da cidadania.
- Realizar ações voltadas para a recuperação, defasagem de conteúdos e distorção idade-série, utilizando adequadamente as horas atividade e conselhos de classe. - Proporcionar meios para estimular a retomada dos estudos de alunos egressos. - Criar estratégias para melhoria do desempenho e participação dos estudantes na Prova Brasil, Exame Nacional do Ensino Médio- ENEM, concurso vestibular, continuidade dos estudos e inserção no mundo de trabalho. - Melhorar a qualidade do ensino, motivando e efetivando a permanência do aluno na Escola, evitando a evasão. - Promover atividades de complementação curricular em contra turno com vistas ao pleno desenvolvimento dos alunos. Incentivar os educadores ao aperfeiçoamento constante, utilizando os recursos presenciais e interativos existentes (Profuncionário, PDE, Plataforma Freire, Escola de Governo, Ambiente Moodle)
166
2. Gestão participativa/democrática
- Reuniões c/ APMF e Conselho Escolar. - Prestação de contas freqüentes. - Participação parcial dos pais. - Acesso de toda a comunidade ao regimento Escolar e PPP (Projeto Político Pedagógico) no site. -
- Maior participação da comunidade escolar. - Integração mais efetiva da escola-comunidade. - Maior participação dos pais na construção do PPP. - Assegurar a APMF/Conselho Escolar o direito à participação ativa, no funcionamento diário do Colégio, atuando em todas as atividades realizadas. -
- Motivar a participação democrática das Instâncias Colegiadas (Conselho Escolar, APMF e Grêmio Estudantil) efetivando a representatividade de toda comunidade, através de seus segmentos, no planejamento e tomada de decisões do âmbito escolar para aprimoramento pedagógico. - Buscar a integração da escola com a família através de atividades culturais e esportivas, incluindo reflexões e debates, implementando parcerias. - Mobilizar a comunidade na realimentação do PPP através de reuniões regulares. - Auxiliar a APMF em promoções gerais, que tenham como objetivo angariar fundos para complementar a manutenção do Colégio e/ou promover a ajuda solidária às famílias de nossa comunidade. - Reuniões com os pais e comunidade; palestras sobre diversos assuntos para pais, alunos, comunidade como: Estatuto da Criança e do Adolescente, Cidadania, Violência, Educação no Trânsito, Amamentação, Ética e outras, com a participação de voluntários, e membros de entidades e profissionais de diferentes áreas. - Apresentação dos problemas para a comunidade escolar e busca de soluções conjuntas. - Promoções, confraternizações e atividades recreativas envolvendo APMF,Conselho Escolar, corpo
167
administrativo e docentes e discentes.
3. Gestão Pedagógica
- Busca-se soluções para a melhora da educação como um todo, e do ensino e aprendizagem. - Horas atividades nem sempre bem aproveitadas. - Preocupa-se em conhecer o educando e a realidade em que vivem. - Procura-se dar suporte pedagógico necessário e possível aos professores e alunos.
- Estimular novas estratégias de compreensão da realidade. - Criar mecanismos de participação que traduzam o compromisso de todos na melhoria da qualidade de ensino e com o aprimoramento do processo pedagógico. - Criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para a vida em sociedade. - Mobilizar os segmentos na construção e realimentação do Projeto Político Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular e Regimento Escolar, com acompanhamento constante.
- Buscar entender o desenvolvimento do educando em suas características sociais afetivas, cognitivas e biológicas dentro da série em que ministrar suas aulas. - Oferecer uma educação centrada na interatividade, na interdisciplinaridade e na co-autoria do conhecimento. - Reuniões pedagógicas, Encontros Pedagógicos, Grupos de Estudos, passeios, comemorações, momentos de espiritualidade e de dinâmicas para o corpo docente, discente e comunidade escolar. - Horas/atividades organizada de forma a atender as necessidades pedagógicas do corpo docente e discente, elaborado a partir da opção do professor, a princípio individualmente mas que este tenha sempre algum um ou mais professores de outras áreas/disciplinas para enriquecer o seu trabalho com troca de idéias. - Incentivar os professores à pesquisa. - Dentro das estratégias desenvolvidas diariamente, deve-se dar atenção ao ambiente de aprendizagem (sala de aula), possibilitado o movimento adequado a cada proposta, utilizar recursos, espaços e instrumentos que dêem suporte á ação pedagógica, bem como orientar o educando em sua
168
organização de estudos. - Articular a formação continuada dos profissionais da educação como forma de melhoria da prática e finalidade educacional - Disponibilizar espaços adequados para pesquisa e produção do conhecimento (biblioteca, laboratório de informática, laboratório de ciências) com estratégias de aprendizado. - Recorrer aos órgãos e serviços de apoio educacionais (Patrulha Escolar, Conselho Tutelar, Rede de Apoio à Criança e ao Adolescente) no diagnóstico e tomada de decisões quanto à evasão, situações de risco ou violência.
4. Gestão de
Inclusão/Socioeducação
- Busca-se formar cidadãos capazes de agir com autonomia, aprofundar conhecimentos através da pesquisa, organizar tanto sua vida pessoal quanto escolar, torna-los agentes participativos e modificadores da realidade e que estão inseridos, tomando a consciência de que a integração social é feita por meio de um ambiente acolhedor, respeitando-se as diferenças. - Procura-se acolher a todos indiscriminadamente.
- Pretende-se a transformação dos sistemas educacionais a partir do pressuposto das mudanças estruturais na educação para a efetivação dos princípios da educação inclusiva no âmbito escolar. - Redefinir conceitos, atitudes e práticas são abordadas na ótica da gestão democrática, constituindo uma rede de relações de promoção da participação, construção coletiva da identidade escolar e valorização da diversidade no contexto educacional. - Enfocar a inclusão como movimento de transformação, trazendo a gestão educacional como elemento dinâmico e impulsionador da inclusão e no
- Incentivo à formação de professores, promoção da acessibilidade, participação da comunidade e ampliação da identificação e da oferta do atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, construindo um repensar da gestão para a inclusão. - Proporcionar a presença do aluno na escola enquanto sujeito de direito, estar na escola, junto aos demais colegas da sua faixa etária e na sua comunidade., estar na escola, participando, aprendendo e se desenvolvendo. -Zelar pelo relacionamento livre de preconceito e discriminação, em ambiente acessível para que realmente todos participem das
169
desenvolvimento do programa Educação lnclusiva: direito à diversidade do Ministério da Educação, com o objetivo de disseminação das políticas públicas de educação inclusiva com vistas a expandir nacionalmente as idéias de participação e valorização da diversidade, a luz do paradigma da inclusão.
atividades escolares, com um currículo aberto e flexível.
5. Gestão de Pessoas
- Procura-se manter um bom relacionamento entre todos os segmentos do colégio e comunidade escolar. - Busca-se, na medida do possível e dentro das Legislações vigentes, atender às solicitações dos professores e funcionários.
- APM ativa e atuante em todos os momentos; contato direto com Conselho Escolar, Conselho Tutelar, Patrulha Escolar, CIEE e entidades que atuam com a escola. - Estabelecer metas, através da construção coletiva, para realização das tarefas com base em melhor atender a clientela. - Fortalecer a prática de relações interpessoais e ambiente harmonioso, com atendimento e direcionamento ético-profissional a alunos, educadores, pais e comunidade. -
- Promoções, confraternizações e atividades recreativas envolvendo APMF,Conselho Escolar, corpo administrativo e docentes e discentes. - Viagens, confraternizações, comemorações, atividades esportivas entre as turmas, com alunos, APMF,Conselho Escolar, professores e funcionários. - Incentivar a participação da comunidade, APMF, Conselho Escolar, professores, pais, alunos e funcionários em atividades como: exposição de trabalhos, mostra cultural e de talentos, formatura, campanhas, atividades extra-classe, excursões e demais promoções. - Manutenção de um ambiente harmonioso que transmita o respeito mútuo, ética e solidariedade entre o corpo docente, discente e funcionários.
6. Gestão de serviços de apoio - Prima-se pela manutenção do fluxo de informações dentro do
- Propostas de inovações à Secretaria de Estado da Educação,
- Elaboração do Plano Anual de Atividades a serem realizadas no
170
(recursos físicos e financeiros) Estabelecimento, entre a comunidade escolar, órgãos da Administração Estadual de Ensino, entidades e outros setores . - Observa-se responsabilidade pela conservação e manutenção do prédio, para assegurar o bem estar dos elementos da Comunidade Escolar. - Aplica-se as normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela Secretaria de Estado da Educação. - Observa-se transparência na aplicação dos recursos recebidos (conforme plano), e, elaboração das respectivas prestações de contas após serem submetidas à apreciação e aprovação do Conselho Escolar/APMF.
após aprovação do Conselho Escolar no tocante à melhoria desta Gestão. - Verificar as reais necessidades de bens e serviços para aplicação de recursos, efetuando solicitações de reparos e melhorias, prestando contas com transparência
decorrer do ano letivo, juntamente com a APMF. Onde após cada evento, são realizadas reuniões para avaliação do trabalho executado e análise dos resultados obtidos, os quais são apresentados à comunidade, através da prestação de contas, em conformidade com a lei vigente. -Repassar as informações pertinentes a cada grupo, em tempo hábil, inclusive através de ambiente virtual, site da escola, orientando o uso das tecnologias disponíveis na internet e Portal da Educação. - Organizar o serviço de atendimento ao público de forma ágil e eficiente, utilizando adequadamente as ferramentas disponíveis. - Conscientizar os usuários sobre o zelo e conservação do prédio, bens e equipamentos existentes na escola, com vistas ao desenvolvimento da cidadania. - Viabilizar alimentação saudável e reeducação alimentar através da merenda e cantina escolar .
171
METAS E MELHORIAS NO PROCESSO EDUCATIVO
PRIORIDADES OBJETIVOS AÇÕES PERÍODO PUBLICO RECURSOS RESPON-
SÁVEIS RESULTADOS ESPE-RADOS
Envolvimento efetivo da comunidade escolar.
Envolver a comunidade escolar.
Reuniões; Assembléias Oficinas, agenda.
Durante todo o mandato.
Pais ou responsáveis professores., e toda comunidade escolar.
Humanos Materiais Físicos Financeiros
Direção, Equipe.Pe-dagógica, Conselho Escolar e APMF
Envolvimento efetivo da comunidade escolar nos âmbitos administrativo e pedagógico.
IDEB Alcançar o IDEB projetado.
PTD(Plano de Trabalho Docente) comprometido com o currículo escolar. Envolvimento dos alunos no processo de avaliação Aplicação de diferentes metodologias Suporte pedagógico (sala de apoio....) às dificuldades dos alunos
Durante toda a gestão
Equipe Pedagógica. Professores, alunos, pais
Humanos Materiais Físicos Financeiros
Direção, Equipe Pedag. Profs. e alunos
Alcançar a projeção do IDEB com qualidade no ensino e aprendizagem.
Integração entre Equipe pedagógica, professores e funcionários.
Integrar equipe pedagógica , prof. e funcionários
Reuniões Pedagógicas; Aproveitamento na hora atividade; Confraternização; Grupo de estudos; Formação Continuada(fev/julh)
Durante toda a gestão
Direção, Equipe Pedagógica, profs. e funcionários
Humanos Materiais Físicos Financeiros
Direção, Equipe Pedagógi-ca Prof. e funcion.
Integração efetiva entre equipe pedagógica, professores e funcionários.
Acessibilidade Tornar o espaço escolar acessível a todos.
Solicitar ao mantenedor o levantamento para acessibilidade Adequar os espaços escolares para acessibilidade: rampa, banheiro, corrimão, carteiras, recursos multimídia, dentre outros.
Durante o 1º semestre de 2012.
Comunidade escolar.
Humanos Materiais Físicos Financeiros
SEED, NRE e direção.
Tornar o espaço escolar acessível a todos.
172
Instâncias colegiadas
Integrar as instâncias colegiadas
Promover reuniões entre as instâncias colegiadas; Palestras motivacionais; Realização de Mini-cursos com o jurídico/ouvidoria do NRE
Durante o toda a gestão
Membros das instâncias colegiadas
Humanos Materiais Físicos Financeiros
Direção, NRE
Integração efetiva entre as instâncias colegiadas e maior participação das mesmas durante a gestão.
Transparência na gestão
Tornar conhecidos os atos da gestão.
Discutir com as instâncias colegiadas as ações da gestão para tomada de decisões. Divulgar as prestações de contas de todos os atos que envolvem os recursos financeiros
Durante toda a Gestão
Toda a comunidade escolar
Humanos Materiais Físicos Financeiros
Diretor APMF Conselho Escolar
Transparência dos atos da gestão