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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA: EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO 1 JULHO DE 2011 Nivalde J. de Castro Eduardo Mattos Kamaiaji de Souza Castor

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR …€¦ · No mês de julho, a ABB registrou um lucro líquido de US$ 893 milhões no segundo trimestre, um aumento de 43% em relação

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE

O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:

EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO1 JULHO DE 2011

Nivalde J. de Castro

Eduardo Mattos

Kamaiaji de Souza Castor

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ÍNDICE

1.ABB ............................................................................................................................................................4

2.Ceb.............................................................................................................................................................4

3.Celesc.........................................................................................................................................................5

4.Celg ............................................................................................................................................................5

5.Cemig.........................................................................................................................................................5

5.1 Investimentos ......................................................................................................................................5

6. Copel .........................................................................................................................................................7

6.1 Investimentos ......................................................................................................................................7

6.2 Multas .................................................................................................................................................8

7.CPFL ...........................................................................................................................................................8

8.CTEEP.........................................................................................................................................................8

8.1 Investimentos ......................................................................................................................................8

9.EDP Energias do Brasil ................................................................................................................................9

9.1 Receitas e Lucros .................................................................................................................................9

10.Eletrobrás...............................................................................................................................................10

10.1 Negócios da Eletrobrás ....................................................................................................................10

10.2 Ações...............................................................................................................................................10

10.3 Subsidiárias......................................................................................................................................11

10.3.1 Eletrobras Amazonas Energia ....................................................................................................11

10.3.2 Eletrobras Distribuição Piauí .....................................................................................................11

10.3.3 Eletronorte ...............................................................................................................................11

10.3.4 Furnas.......................................................................................................................................12

10.3.5 Itaipu Binacional .......................................................................................................................12

10.4 Relatório de Sustentabilidade ..........................................................................................................13

11.Eletropaulo.............................................................................................................................................13

11.1 Investimentos ..................................................................................................................................13

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11.2 Multas .............................................................................................................................................14

11.3 Lucros e Receitas .............................................................................................................................15

12.Endesa....................................................................................................................................................16

13.GE ..........................................................................................................................................................17

14.Iberdrola ................................................................................................................................................17

15.Light .......................................................................................................................................................17

15.1 Investimentos ..................................................................................................................................17

15.2 Multas .............................................................................................................................................18

1 Este Relatório faz parte do Projeto Provedor de Informações Econômica – Financeira do Setor Elétrico desenvolvido para a Diretoria Financeira da ELETROBRAS. Sua base metodológica está assentada em pesquisa diária, coleta e sistematização de informações disponíveis em periódicos e sites. As informações aqui apresentadas não expressam posição da ELETROBRAS.

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ACOMPANHAMENTO POR EMPRESA

1.ABB

No mês de julho, a ABB registrou um lucro líquido de US$ 893 milhões no segundo trimestre, um aumento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado, puxado pelo forte crescimento industrial, ganhos na divisão de Sistemas de Energia, aliada a contribuições de recentes aquisições, especialmente a Baldor Electric. As receitas aumentaram 17%, segundo a companhia, e as encomendas, 18% no período, em relação ao segundo trimestre do ano anterior. De acordo com a companhia, a demanda por energia no setor industrial aumentou, devido ao crescimento econômico, principalmente nos países emergentes, o que fez crescer a demanda por soluções no segmento de distribuição. Os investimentos relacionados ao setor de transmissão mantiveram-se em níveis baixos. O Ebtida operacional da ABB aumentou 22% no trimestre, devido ao forte crescimento da receita. De acordo com CEO da companhia, Joe Hogan, deverá haver uma recuperação na demanda de transmissão no segundo semestre do ano.

2.Ceb

Em julho a Ceb entrou em uma negociação da Companhia Energética de Brasília (CEB) com a Aneel para parcelamento de multas tornou possível limpar o nome da empresa para operações de crédito. A CEB Distribuição foi incluída no Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal (Cadin) em julho de 2010, devido a punições aplicadas por falhas na prestação dos serviços nos últimos anos. A CEB conseguiu parcelar R$ 17 milhões dos R$ 57 milhões devidos atualmente à Aneel e passa a fazer jus a incentivos fiscais e financeiros, celebrar convênios, acordos ou contratos que envolvam desembolso de recursos públicos. A previsão da direção da CEB é levantar ajuda federal para investimentos em melhorias, ampliação e reforma do sistema de distribuição de energia elétrica no DF. As multas foram originadas por interrupções de energia, falta de prestações de contas e descumprimento de prazos para implantação de projetos.

Ainda neste mês a empresa juntamente com a GDF com o objetivo de quitar uma dívida de R$ 800 milhõese Companhia Energética de Brasília (CEB) buscou financiamento junto ao BNDES. A negociação das dívidas da CEB vai permitir que a empresa invista recursos para acabar com o sucateamento da rede de energia elétrica da capital federal. Mas para obter financiamento, a companhia terá que colocar no mercado imobiliário um terreno de 284 mil metros quadrados. A CEB acumula uma dívida que já bateu na casa dos R$ 800 milhões. Anualmente, a companhia gasta pelo menos R$ 100 milhões só para pagar os encargos e juros. Desde janeiro, a nova gestão da CEB trabalha em um plano de recuperação para reestruturar as finanças da empresa. A estratégia envolve, a negociação com credores e a cobrança mais rígida de devedores. Mas a grande aposta da companhia e do GDF é a busca por um empréstimo do BNDES. Nesse negócio, os imóveis da companhia entrariam como garantia do financiamento e poderiam ser comercializados pelo Executivo.

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3.Celesc

Em julho, A Celesc realizou no dia 8, às 16 horas, leilão de venda de energia hidrelétrica para o mercado livre. Segundo a empresa, o leilão ofertou um produto, cuja quantidade foi divulgada momentos antes do leilão, com ponto de entrega no centro de gravidade do submercado Sul e período de suprimento entre 1° e 30 de junho. O preço mínimo também foi divulgado no dia do leilão, a base de Preço de Liquidação de Diferenças médio de junho, referente ao submercado, acrescido de spread. Os lotes tinham 0,2 MWmed.

Por outro lado, a empresa procurou em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia, desenvolver uma metodologia para implantação de subestações compactas em locais de ocupação restrita, como zonas urbanas altamente povoadas. Segundo explicou o gerente da Divisão de Engenharia e Normas da Celesc, Guilherme Kobayashi, as condições ambientais de cada local irá indicar se será instalada uma SE convencional ou compacta. De acordo com o engenheiro, as subestações compactas diferem das convencionais do ponto de vista do funcionamento. A operação também sofre algumas mudanças, como por exemplo as configurações, que poderão ter utilização de barras simples.

4.Celg

A Celg registrou saldo positivo de R$ 116,971 milhões no primeiro semestre deste ano, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (13). Esse resultado foi alcançado devido a uma redução de despesas de R$ 33,2 milhões. Além disso, a companhia também recuperou R$ 83,6 milhões, sendo R$ 75,6 milhões junto a órgãos públicos inadimplentes e empresas com débito com a companhia. Segundo a empresa, houve também um aumento de 3,58% em sua receita arrecadada no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso significa que a receita passou de R$ 1,672 bilhão para R$ 1,732 bilhão. De acordo com o relatório, o fornecimento de energia pela Celg aumentou em 17% no primeiro semestre. A empresa também conseguiu reduzir a inadimplência, o tempo caiu de 300 para 24 dias, entre janeiro e junho. Em ICMS, a Celg já quitou 66% do encargo, significando que já pagou à administração goiana aproximadamente R$ 310 milhões.

5.Cemig

5.1 Investimentos

A Cemig, dona de 10% do consórcio que vai construir a hidrelétrica de Santo Antônio, quer aumentar sua participação no negócio. Mira nas ações pertencentes ao Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia. Formado com recursos do banco português Banif e do FI FGTS, leiase Caixa Econômica, o fundo tem 20% das ações.

Por outro lado, além da Eletrobras, outra empresa brasileira apresentou uma proposta para compra de participação na EDP. Segundo apurou a reportagem da Agência CanalEnergia, a Cemig também fez uma oferta. Contudo, de acordo com a fonte, a avaliação interna na EDP é de que seria mais fácil a Eletrobras levar uma participação na empresa portuguesa do que a Cemig. Isso porque o anúncio do governo português de que iria se desfazer de sua participação de 25% da companhia atraiu o interesse de outros investidores, como fundos soberanos, o que

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dificultaria a venda da fatia do governo português a duas empresas do mesmo país. Portugal terá que privatizar ou vender ações de empresas, além de reduzir despesas e aumentar impostos, como parte do pacote de ajuda costurado com FMI e União Europeia, que viabilizou um empréstimo de € 80 bi. A Eletrobras já confirmou que está estudando a compra de uma participação na estatal portuguesa. Procurada pela reportagem a Cemig disse que não se manifestaria sobre o assunto.

Mantendo a postura dinâmica observada, a Cemig, por meio da distribuidora Light, aprovou parceria com a Renova Energia, empresa negociada em bolsa e que investe em PCHs e usinas eólicas. Com o negócio, de cerca de R$ 400 mi, a Light passará a deter 26% do capital total e 50% do bloco de controle da Renova. A parceria vai reforçar a iniciativa da distribuidora fluminense de retomar projetos de produção de energia e atender o mercado livre. Os projetos tocados pela Light seguem a mesma linha dos empreendimentos da Renova, focados em energia limpa. Hoje a empresa tem três PCHs em operação, de 41,8 MW. Mas o chamariz são os parques eólicos, que ela tem em carteira.

Neste processo, o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, afirmou que a Light irá emitir dívidas para financiar o seu ingresso na Renova Energia. Pelos termos da operação, a Light aportará R$ 360 milhões na Renova Energia, o que levará a companhia a deter 26,2% de participação acionária na empresa de investimentos em fontes alternativas. Com o negócio, a Light passará a integrar o bloco de controle da Renova, que irá deter 36,3% da companhia após a conclusão da operação. A expectativa é de que a captação de recursos ocorra após a aprovação do negócio pelos órgãos reguladores. O DRI da Cemig destacou que uma emissão de ações pela Light não está sendo avaliada. O executivo também afirmou que não está sendo considerada, neste momento, a possibilidade de a Cemig transferir os seus ativos em fontes alternativas, como usinas eólicas e PCH, para a Renova Energia.

Além da Renova Energia, a Cemig informou que sua coligada Parati Participações adquiriu o controle da Luce, que possui 75% das quotas do fundo de investimento Luce Brasil, detentor de 13% do capital total da Light. A Luce foi comprada da americana Enlighted Partners Venture Capital por R$ 515,94 milhões. Com a operação, a Cemig passa a deter 32,58% do capital social e votante da empresa fluminense. Em outubro, a estatal de energia mineira já havia comunicado ao mercado que a Enlighted tinha interesse em exercer opção de venda de sua parcela no controle da Light. A Cemig esclarece que, com a transação, a Braslight, detentora dos 25% restantes das quotas do fundo de investimento Luce Brasil, passa a ter uma opção de venda de sua participação à Parati ou à Luce. Essa decisão deve ser tomada em até 60 dias.

Para consolidar ainda a mais a posição da empresa no mercado, o executivo da Cemig, Luiz Fernando Rolla, disse que a estatal mineira tem interesse em adquirir a participação acionária da Suzano Papel e Celulose no Consórcio Capim Branco Energia, que opera as hidrelétricas Capim Branco I e II (MG). De acordo com o ele, a expectativa é de que a saída da Suzano do consórcio aconteça ainda no segundo semestre deste ano. Apesar do apetite, o diretor reconheceu que o processo não é tão simples, tendo em vista que a Suzano ingressou no projeto na condição de autoprodutora. Hoje, a Suzano detém 17,89% de participação acionária do consórcio. Os outros sócios são a Vale, com 48,42%, a Cemig, com 21,05%, e a Votorantim Metais, com 12,63%. Segundo o executivo, os acionistas têm o direito de

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preferência para adquirir as participações acionárias dentro do consórcio. As duas hidrelétricas possuem uma capacidade instalada total de 450 MW e estão localizadas no Rio Araguari.

Neste mês ainda, o diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner, publicou nesta terça-feira (12/07) no Diário Oficial da União resolução que transfere para a Cemig a concessão da UHE Dona Rita, até então pertencente ao Instituto Mineiro de Águas (IGAM). A hidrelétrica está localizada no município de Santa Maria de Itabira (MG) e tem potência instalada de 2,4 MW, destinados ao abastecimento de instalações públicas. A usina fica no rio Tanque e começou a operar em 1959.

Por outro lado a empresa, em julho, esteve com licitação para contratação de serviços de recapacitação da linha de transmissão Neves 1- Três Marias. O contrato inclui atividades de elaboração de projeto executivo, fornecimento de materiais e atividades de campo. A Eletrobras Distribuição Piauí abre licitação para aquisição de comutadores para serviços de recuperação de transformadores de distribuição. A Eletronorte abre pregão eletrônico para compra de instrumentos de medição, grupo gerador e torre de iluminação. Todos os projetos tem como data limite a próxima terça-feira, 12 de julho.

6. Copel

6.1 Investimentos

A Copel (PR) inaugurou no dia 7, a subestação Tangará, no município de Arapongas, região norte do estado. O empreedimento consumiu investimentos da ordem de R$ 17 milhões. A nova subestação vai beneficiar 11 mil consumidores residenciais e 420 indústrias, atingindo um terço do município e terá controle e operação feito em tempo real por comando remoto. A unidade está dotada de dois transformadores que somam potência de 63 MVA. Além de aumentar a oferta de energia para os consumidores da região, a nova unidade traz mais flexibilidade operacional ao sistema, dando mais opções de manobra em casos de situação de emergência.

A empresa espera ampliar a sua capacidade instalada, elevar a participação em fontes alternativas e expandir a malha de transmissão de energia até 2015. Só em 2011, a expectativa de investimento em sistemas de transmissão é de R$ 500 milhões. Em seu planejamento estratégico para o período de 2011 a 2015, divulgado sexta-feira, a empresa condicionou seus objetivos à aquisição de ativos e à obtenção de concessões por leilões do governo. Até 2015, a Copel espera incrementar a sua capacidade de geração de energia em até 44% e alcançar 22% de participação em fontes alternativas na sua matriz energética.

Neste sentido, a Copel cresceu 4% no semestre no mercado cativo de energia elétrica sendo responsável pelo consumo de 11.086 GWh no período. Na comparação com o ano passado, a classe comercial mostrou o maior crescimento no semestre. O segmento a aumentou em 6,8% seu consumo de energia. A fim de junho, essa classe representava 21,7% do mercado cativo da Copel. Também se destacaram as classes rural e residencial, ambas com aumento de 4,7% de energia vendida. No primeiro semestre a companhia registrou um crescimento de 4% no número de consumidores residenciais, totalizando mais de 3 milhões. A prévia operacional divulgada hoje pela companhia mostra ainda que a quantidade de energia

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vendida da distribuidora avançou para 11.443 GWh na primeira metade de 2011, o que configura um crescimento de 4,6%.

6.2 Multas

Em julho, a Copel foi afetada pela liminar obtida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso que paraliso as obras da UHE de Colíder (300 MW), da Copel. Segundo o MP, a retomada do empreendimento somente poderia ocorrer após a elaboração, aprovação, implementação e execução do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. A liminar foi concedida no dia 11 pela juíza substituta de Nova Canaã do Norte, Anna Paula Gomes de Freitas. Na decisão, a juiza também proibia os responsáveis pelo empreendimento de promover o lançamento de resíduos sólidos no 'lixão' do município ou em qualquer outro local cujo receptor seja desprovido de licença de operação emitida pelo órgão ambiental. Caso a liminar não fosse cumprida, foi estabelecida multa diária no valor de R$ 500 mil. Por outro lado a Copel informou no dia 13, que ainda aguarda a notificação de liminar da Justiça de Mato Grosso, conseguida pelo Ministério Público Estadual. Segundo a assessoria de imprensa, a Copel irá analisar o conteúdo da decisão para determinar o que irá fazer.

7.CPFL

A CPFL Brasil realizou no dia 6 leilão simultâneo de compra e venda de energia. A empresa colocou à venda quatro produtos oriundos de fontes convencionais. Cada produto tem como ponto de entrega correspondente um dos quatro submercados do país - Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. De acordo com a empresa, cada empresa credenciada a participar dos leilões só poderá atuar na disputa de um produto. No mês a CPFL também esteve envolvida nas negociações entre o BNDES e Previ para a fusão das três maiores distribuidoras de energia de São Paulo -Eletropaulo, CPFL e Elektro, que atuam na capital, interior e litoral- para criar uma "superelétrica". A Camargo Corrêa e a Previ já são sócias na CPFL. O mais difícil é incorporar a Eletropaulo, empresa multada por falhas no serviço, que está nas mãos dos americanos da AES e do BNDES. Para isso, o BNDES quer vender sua participação de 49% na Brasiliana, holding que controla a Eletropaulo, para a Camargo Corrêa. Só que os americanos têm preferência para levar essa fatia e se opõem à fusão. A Folha apurou que a AES tenta inviabilizar o projeto. Procuradas, as empresas não comentaram o negócio.

8.CTEEP

8.1 Investimentos

A CTEEP investirá, por meio da sua subsidiária IE Pinheiros, R$ 341 milhões na construção de cinco subestações e uma linha de transmissão de energia. Todas as unidades ficam no interior de São Paulo, principalmente na região noroeste do Estado, e já estarão em funcionamento no início do ano que vem, afirma o presidente da companhia, César Ramírez. Na cidade de Mirassol, a empresa vai duplicar a capacidade de energia elétrica disponível, segundo Ramírez. Os principais fornecedores dos transformadores de alta tensão das cinco novas unidades, que atenderão 2,4 milhões de pessoas, são Siemens e Areva. A construção das subestações foi definida após vitória da companhia em leilão da Aneel em 2008. Até o final deste ano, serão inauguradas mais duas estações em São Paulo, nas cidades de Jandira e Salto,

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que foram construídas pela Interligação Elétrica Serra do Japi, outra subsidiária da CTEEP. Os investimentos foram de R$ 167 milhões.

Em julho ainda, o MME aprovou o enquadramento de projetos de reforços e melhorias em instalações de transmissão de energia da Chesf no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da infraestrutura. A Cteep também recebeu enquadramento no Reidi para o mesmo assunto. Foram aprovados ainda para o Reidi projetos de reforços e melhorias da Afluente Transmissão de Energia (BA) e da Cooperativa Regional de Energia Taquari Jacuí (Certaja Energia), no Rio Grande do Sul. O MME também aprovou o enquadramento ao Reidi da termelétrica UTE Bioenergética Vale do Paracatu, localizada na cidade de João Pinheiro (MG) e da Central Geradora Termelétrica UTE Sepé Tiaraju, da Petrobras, em Canoas (RS). A Central Geradora Eólica EOL Canaã (CE), de titularidade da Central Eólica Fleixeiras, também foi enquadrada no regime. A usina eólica tem potência instalada de 30MW.

8.2 Multas

A empresa também neste mês procurou recorrer de multa paga de R$ 3 milhões da Aneel em 2009 por problemas de comunicação, em função da queda da rede da Embratel de R$ 3 milhões da Aneel. Multa aplicada e ratificada duas vezes pela diretoria da agência. O diretor de operações da Cteep, Celso Cerchiari, diz entretanto que a companhia vai recorrer novamente da decisão. O motivo, segundo Cerchiari, é que, apesar de a queda do sistema da Embratel ter impedido a transmissão de dados, não houve interrupção na comunicação com o ONS para recompor o sistema. Cerchiari explica que a rede da Embratel, pelo próprio blecaute, também caiu, mas somente no momento em que a comunicação era feita com a Eletropaulo e não com o operador do sistema. Em contingências, as empresas precisam acionar corredores que restabelecem energia em determinadas regiões e somente depois interligar ao sistema.

9.EDP Energias do Brasil

9.1 Receitas e Lucros

Neste mês a Energias do Brasil (EDP) aprovou em Conselho de Administração a contratação de R$ 307 milhões de capital de giro com o Banco do Brasil para o projeto Eólico de Tramandaí, com vencimento para até 30 de novembro deste ano, segundo comunicado enviado à CVM. Também foi aprovado a celebração de um aditivo contratual com o objetivo de aumentar o valor financiado em até R$ 120 milhões, bem como prorrogar o seu vencimento para até 30 de junho de 2012.

Neste mês ainda a venda de ações da EDP Brasil rendeu a matriz portuguesa R$ 810,7 milhões, após a venda no dia 12, do lote suplmentar de 1.991.950 ações, corrrespondente a 10% das 19.919.950 ações inicialmente oferecidas. Os dois blocos de ações foram vendidos ao mercado pelo pereço unitário de R$ 37,00. Com o negócio, a EDP passará de 64,8% para 51% do capital social, segundo comunicado enviado nesta quarta-feira, 13.

A EDP Brasil anunciou ainda no dia 19 de julho, que as vendas de energia para clientes finais de suas duas distribuidoras - EDP Bandeirante (SP) e EDP Escelsa (ES) - cresceram 2,2% no segundo trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período anterior. As vendas somaram 3,629 milhões de MWh. No acumulado do primeiro semestre, as vendas cresceram

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2,6%, totalizando 7,347 milhões de MWh. As classes residencial e comercial puxaram o desempenho com altas de 3,7% e 3,2%, respectivamente, nos meses de abril a junho. A área de geração vendeu 2.032,4 GWh no segundo trimestre, com alta de 7,9% sobre o mesmo período anterior. No acumulado do ano, as vendas cresceram 9,5% para 4.014 GWh. Segundo a EDP, o aumento deve-se a estratégia de sazonalização dos contratos de venda de energia, com uma alocação maior no primeiro semestre deste ano.

Neste sentido, a EDP no Brasil fechou o primeiro semestre deste ano com lucro líquido de R$ 316,5 milhões, 2,5% a mais do que no mesmo período de 2010. O Ebitda atingiu R$ 875,4 mi, com alta de 7,8%. "O resultado foi bom, porém, impactado pela provisão que fizemos por razão judicial relativa a uma ação de 11 anos atrás", disse António Pita de Abreu, presidente do grupo no Brasil. Quanto ao volume de energia vendida no semestre, o aumento na comercialização no mercado livre foi de 28,2%. Na geração, registrou alta de 9,5% e de 3,4% na distribuição, com acréscimo de 2,4% na EDP Escelsa (ES) e de 3,9% na EDP Bandeirante (SP). "A média de 3% deve ficar próxima do que deverá ser o PIB no semestre."

10.Eletrobrás

10.1 Negócios da Eletrobrás

No mês de julho, a Eletrobrás participou de negociações com a Telebrás e com a empresa portuguesa EDP. Em relação à Telebrás, as conversas envolveram a possibilidade da criação de uma empresa, em sociedade, para administrar redes de fibras ópticas para serem utilizadas no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A possibilidade da exploração comercial de tal serviço foi bem recebida pela presidente Dilma Rousseff.

No tocante à empresa EDP, a Eletrobrás apresentou uma proposta formal para a aquisição de 10% do capital da elétrica portuguesa, no valor de 1 bilhão de euros. Em participação no Seminário GESEL/UFRJ, António Ferreira da Costa, administrador da EDP Produção, considerou, primeiramente, como bem possível a entrada da empresa no seu capital, mas ressalta que a palavra final sobre o negócio será do governo de Portugal. Por fim, esclareceu que a participação da companhia brasileira na EDP não estabeleceria necessariamente uma relação imediata e direta da Eletrobrás com a filial da estatal portuguesa no Brasil.

10.2 Ações

No mês de julho, as ações da Eletrobrás seguiram uma tendência de queda ao passo que, no dia 1 de julho, as ações ON e PNB estavam cotadas, respectivamente a R$ 20,85 e R$ 26,20, enquanto que, no dia 28 de julho, tais ações estavam cotadas, respectivamente, a R$ 18,20 e R$ 22, 72. Apenas nos pregões dos dias 12, 13, 21 e 22, os dois tipos de ações registraram variações positivas. As ações, comprovando a tendência do mês, tiveram variações negativas de 2,10% e 1,89% nas ações ON e PNB respectivamente no último dia analisado, dia 27 de julho

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10.3 Subsidiárias

10.3.1 Eletrobras Amazonas Energia

O mês de julho foi importante para a subsidiária amazonense da Eletrobras. A empresa se tornou a primeira distribuidora a receber autorização da Aneel para usar o sistema de pré-pagamento de energia. Os medidores de energia devem entrar em funcionamento até o fim de julho. Geraldo Vasconcelos Arruda Neto, um dos engenheiros da Eletrobras Amazonas Energia que elaboraram o projeto, fez uma breve explicação sobre o mecanismo: "Quando faltar um determinado número de kW/h, que ainda será definido, para o fim da conta, o sistema alerta com sinais sonoros e uma luz piscando no medidor, possibilitando ao consumidor adquirir mais créditos sem precisar interromper o fornecimento de energia”.

A empresa também inaugurou quatro miniusinas fotovoltaicas na comunidade de Sobrados, em Novo Airão no Amazonas. O investimento realizado foi de R$ 6,6 milhões, que atenderá 222 famílias de 12 comunidades de seis municípios. Por meio do software Sage, as usinas terão operação remota de Manaus. O programa foi desenvolvido pelo Eletrobras Cepel e é usado em usinas de grande porte. A energia gerada pela luz solar será distribuída por minirredes. O sistema, que foi projetado para suportar até dois dias sem captação de luz, funciona da seguinte forma: caso haja aumento da demanda por energia, um novo bloco gerador pode ser instalado no barramento de distribução do sistema, permitindo o aumento da eletricidade provocado pelo desenvolvimento da comunidade.

10.3.2 Eletrobras Distribuição Piauí

A Eletrobras Distribuição Piauí desenvolveu um sistema que permite a identificação, pela empresa, de clientes inadimplentes. Batizado de Mapin, o programa permite que se quantifique e qualifique clientes inadimplentes, bem como descobrir informações como as classes que devem mais e a localização dos consumidores. Segundo a distribuidora, a inadimplência totaliza R$ 314,6 milhões, sendo que desse total, 63,66% são referentes a dívidas com mais de 360 dias. O sistema deve entrar em funcionamento em caráter definitivo no segundo semestre deste ano. O software foi desenvolvido como um projeto do programa de P&D da Eletrobras Distribuição Piauí e também abre espaço para a realização de pesquisa de campo com clientes.

10.3.3 Eletronorte

A Eletronorte fará uma captação de até R$ 519,404 milhões junto a Eletrobras para investimentos em Belo Monte no período de 2011-2012. A Aneel autorizou a subsidiária dar em garantia recebíveis, até o limite de 1,71% da receita líquida, no período de 2011 a 2023. A Eletronorte tem participação de 19,98% na Norte Energia, responsável pela usina. Chesf tem outros 15% e a Eletrobras outros 15%.

A empresa fechou um acordo de cooperação técnica com a Telebrás para acelerar a entrada em operação do PNBL na Região Norte do Brasil. Tal acordo permitirá antecipar de seis a oito meses a universalização do acesso à internet rápida pela rede da companhia nos Estados do MA, PA, AP, AC, RO, MT e oeste de GO. O acordo foi fechado no gabinete do Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em Brasília.

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10.3.4 Furnas

No mês de julho, Furnas obteve licença do Ibama para a linha de transmissão – Viana 2 (500 kV). Tal linha começa em Santana do Paraíso (MG) e percorre cerca de 248 km até Viana (ES). O Ibama também autorizou a construção de LT de 345 kV entre as subestações Viana 2 e Viana, com 10 km. A licença também abrange a construção da SE Viana 2 e a ampliação as SEs Mesquita e Viana. A empresa havia arrematado os empreendimentos no Lote G do segundo leilão de transmissão realizado em 2009, com RAP de R$ 23 milhões e deságio de 28,03%. O consórcio MGE Transmissão é formado por Furnas (49%), Malucelli (20%), e Engevix (31%).

A empresa também abriu licitação para construção da Linha de Transmissão de 500 kV Boa Despacho 3 - Outro Preto e execução das obras civis e montagem eletromecânica para as subestações associadas.

Além disso, Furnas teve, obrigada pela Justiça Federal do DF, que pagar a multa de R$ 766 mil aplicada pela Aneel pelo atrado em mais de um ano para concluir obras de reforço em instalações de transmissão no estado do Paraná. Os reparos têm como objetivo assegurar o limite de sobrecarga admissível em caso de emergências em um dos bancos de transformadores, evitando a necessidade do desligamento das turbinas da hidrelétrica de Itaipu e a interrupção no fornecimento de energia. A Procuradoria-geral Federal da 1ª Região e a Procuradoria Federal junto a Aneel argumentaram, perante a 9ª Vara da seção Judiciária, que a empresa tem acionista com obrigação de garantir os recursos necessários para o cumprimento das obrigações da empresa. A empresa informou à Aneel que não pôde cumprir o prazo estabelecido em virtude de cortes orçamentários feitos pela Eletrobras.

Por fim, a companhia receberá empréstimo de US$ 128 milhões do BID para modernização de equipamentos das hidrelétricas Furnas e Luiz Carlos Barreto, que passam por trabalhos de manutenção constantemente, já que ultrapassaram a vida útil de 30 anos. O objetivo é dobrar a vida útil dos equipamentos de forma que eles possam gerar energia até depois de 2040. Segundo o BID, os constantes consertos fazem com que a produção seja reduzida nas duas UHEs em um momento em que a demanda no país cresce 5,2% ao ano. E a construção de novas usinas custaria até quatro vezes mais por MW. Com isso, Furnas decidiu por investir cerca de US$ 600 milhões na restauração de turbinas, geradores e equipamentos mecânicos e modernizar ainda sistemas de controle, supervisão e proteção das usinas. Após concluído o processo, o custo final de investimento será de US$ 270 mil por MW em capacidade de geração.

10.3.5 Itaipu Binacional

A Itaipu Binacional recebeu na último dia 7 de julho em Curitiba o 1º Prêmio 5 de Junho, promovido pelo Instituto de Negócios Públicos do Brasil. Itaipu foi premiada com o Programa Cultivando Água Boa, na categoria Manejo de Recursos Naturais, como melhor projeto de preservação de biodiversidade e dos ecossistemas. A empresa concorria com a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, a Apremavi de Santa Catarina e o Instituto Chico Mendes - Parque Nacional do Iguaçu.

Além disso, a empresa fechou um contrato de US$ 80 milhões com a ABB, grupo líder em tecnologia de energia e automação, para construir uma nova subestação no Paraguai e

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expandir a instalação existente no Brasil. Os recursos serão gerados pelo FOCEM - Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul. As obras civis serão realizadas pela ICE, empresa de construção civil paraguaia. A ABB irá construir uma nova subestação de disjuntores isolados a ar (AIS) de 500/220/66 kV para conectar a eletricidade gerada em Itaipu a uma nova linha de transmissão de 500 kV em construção, que ajudará a atender à crescente demanda por eletricidade no Paraguai. A subestação existente em Itaipu, de 500 kV, também será expandida para permitir a conexão.

10.4 Relatório de Sustentabilidade

Em seu relatório de sustentabilidade 2010, onde mostra os avanços conseguidos pelo sistema e os desafios a frente para atingir seus objetivos, a Eletrobras mostra precisa vencer um desafio mais premente: o fim do prazo para as concessões de ativos de geração, transmissão e distribuição a partir de 2015. Caso sejam mantidas as regras atuais, os ativos irão a leilão. Apesar da busca por alternativas, a empresa sublinha que não há soluções definitivas à vista. "No escopo do mapeamento de riscos da organização, a holding tem estudado diversos cenários alternativos para a continuidade de seus negócios", completa. Superado esse obstáculo, a companhia quer se tornar o maior sistema empresarial global de energia limpa em 2020. Para isso, a atuação internacional será vital, sendo destacado os projetos de geração sendo desenvolvidos na Argentina, Nicarágua e Peru. Além da linha de transmissão interligando o Brasil ao Uruguai. 11.Eletropaulo

11.1 Investimentos

A AES Eletropaulo (SP) irá implantar a partir de agosto um projeto piloto de smart grid em 2 mil unidades consumidoras no bairro de Ipiranga, em São Paulo. A ideia é fazer um acompanhamento, durante um ano, do comportamento do sistema para tirar as conclusões necessárias e preparar a distribuidora para a regulamentação do mecanismo pela Aneel. Em entrevista, o diretor de Tecnologia e Serviços da empresa, Ricardo Van Erven, explicou que este projeto vem sendo estruturado há um ano e meio antes de colocá-lo em prática. Serão investidos cerca de R$ 4 milhões.

Ainda na carteira de investimentos, a AES Eletropaulo, anunciou no dia 5 um aporte adicional de R$ 120 milhões, sendo que R$ 44 milhões serão voltados para atendimento e R$ 76 milhões para operação. A companhia vai contratar 580 eletricistas, para somar um total de 4.645 funcionários responsáveis pela manutenção, poda e expansão da rede. As equipes, vão tornar mais ágeis serviços como ligações, mudanças de tensão e, principalmente, reestabelecimento de energia. O call center também será ampliado, com 150 novas posições de atendimento a partir de setembro, somadas às 400 atuais. Para isso, serão contratadas mais 300 pessoas. A empresa também vai criar 300 novas posições, com 600 atendentes, que funcionarão apenas em situações de emergência. A capacidade do atendimento eletrônico, será ampliada em outubro para 54 mil chamadas por hora, enquanto o potencial de recebimento de SMS passará a 100 mil por dia setembro. Soares nega que os investimentos sejam uma resposta à pressão dos órgãos do governo.

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Por outro lado, em resposta aos rumores recentes de que o BNDES planeja vender sua participação na Eletropaulo, o presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, afirmou que a companhia não recebeu qualquer comunicado formal sobre o assunto. Perguntado se a empresa vai exercer a preferência de compra caso isso ocorra, Soares diz que o Brasil é um país estratégico para a AES. “Caso venha a ocorrer algum tipo de processo, assim como em 2007, a AES vai se preparar. O Brasil é base de crescimento da AES”, disse. Segundo Soares, a Eletropaulo não tem mais uma linha de crédito disponível para o caso de ter que comprar a participação do BNDES. “Mas temos confiança de ter linhas à disposição se necessário”, afirmou. Perguntado sobre o interesse da CPFL em comprar a participação na empresa, o presidente da AES foi incisivo: “Não tenho avaliação sobre terceiros interessados, o que posso dizer é do interesse da AES”.

A AES Eletropaulo (SP) está investindo também em R$ 6 milhões em um projeto para entregar as faturas de energia elétrica no momento da medição. Até o fim deste ano, cerca de 200 mil clientes participarão de projeto-piloto e a expectativa é de que até o segundo semestre de 2012, 5,5 milhões de clientes residenciais e comerciais, atendidos em baixa tensão façam parte da iniciativa. No ato da leitura do consumo de energia, o colaborador da AES Eletropaulo utiliza um aparelho coletor de dados, que se comunica com o sistema de faturamento da concessionária. O processo é online. No final da leitura, o profissional imprime a fatura e entrega ao cliente. A ação faz parte do plano de melhorias que a distribuidora vem implementando na área de faturamento, o que inclui a modernização dos processos de leitura e entrega. No ano passado, foi implantado sistema de registro fotográfico de medidores e, a utilização de coletores de dados integrados com tecnologia Bluetooth.

11.2 Multas

Em meio aos problemas apresentados pela Eletropaulo,O Governo do Estado de São Paulo e a Comissão de Minas e Energia da Câmara convidaram o presidente da AES Eletropaulo, Britaldo Soares, a comparecer em audiência para explicar os eventos ocorridos em sua área de concessão e a queda de qualidade dos serviços prestados aos consumidores. A tendência é de que os parlamentares e a Secretaria de Energia solicitem à Aneel, o endurecimento das ações de fiscalização onde será questionada a capacidade de atendimento e de gestão da concessionária que poderá culminar em pedido de revisão da concessão de distribuição de energia na Grande São Paulo. O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, argumentou que a qualidade do fornecimento de energia da AES Eletropaulo piorou, ao mesmo tempo em que o lucro da distribuidora avançou. A empresa enviou nota em que afirma que o executivo comparecerá ao debate na Comissão onde falará sobre os investimentos e estará à disposição para esclarecer os questionamentos sobre a atuação da distribuidora.

Por outro lado, o presidente da Eletropaulo, Britaldo Soares, defendeu durante audiência pública na Câmara dos Deputados o fluxo de investimentos da companhia em melhorias no atendimento e manutenção. "Em relação a 2002, que foi o ponto mais baixo de investimento da Eletropaulo, temos hoje um volume quatro vezes maior", diz Soares. "Para o período de 2011 a 2015, temos um fluxo de investimentos previstos de R$ 3 bilhões", completa. O executivo rebateu as críticas alegando que, nos últimos três anos, a companhia teve lucros recorrentes de eventos específicos. As origens dos recursos foram variadas: ganho de causa no ano de 2008 em uma ação no valor de R$ 300 milhões; acordo com a Prefeitura de

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São Paulo, recuperando uma dívida do período de 1996 a 2001 que totalizava R$ 800 milhões e foi reduzida a R$ 350 milhões que era o valor original da dívida; acordo com a prefeitura, em 2010, fruto de uma recuperação de crédito junto ao Banco Santos e a venda por cerca de R$ 300 mihões na AES Telecom no mesmo ano. Em relação aos problemas da companhia com a qualidade do atendimento aos seus clientes, Soares afirma que a empresa está revisitando seu plano de operação e de investimento. Um aporte de R$ 120 milhões será aplicado para adicionar 150 posições na central de atendimento. Será implementada a opção de contato via mensagem de texto pelo celular (SMS) e serão contratados 300 atendentes.

O fato é que no mês a Eletropaulo, no mês, foi punida duas vezes. Na primeira vez a multa aplicada pela Arsesp no dia 12 foi de R$ 26,76 milhões à empresa por irregularidades detectadas entre 2009 e maio de 2010. No dia 23, Arsesp aplicou nova multa no valor de R$ 4,84 milhões devido ao apagão ocorrido no início do mês passado em várias localidades de São Paulo e região. Com as duas decisões, as multas acumulam R$ 31,6 milhões. Mas a expectativa é de que recorra da punição, como acontece em quase todas as multas. No caso da primeira, a distribuidora ainda está analisando o processo. O Estado apurou que, desta vez, o argumento usado pela agência reguladora para multar a companhia é o tempo excessivamente longo para o atendimento das ocorrências e o número insuficiente de equipes para atender a população.

Por contas dos problemas apresentandos pela Eletropaulo, a insatisfação do governo do Estado de São Paulo com a questão da qualidade dos serviços da Eletropaulo poderá se refletir em outra questão importante para a AES: o cumprimento do edital de privatização da Tietê. O secretário de Energia do Estado, José Aníbal, disse que já está sendo estudada a possibilidade de se cobrar multa pelos anos de atraso na entrega da ampliação do parque gerador da Tietê. A questão vai acabar respingando na Duke Energy Geração Paranapanema, que tem a mesma obrigação que a AES Tietê. As duas empresas, pelo edital de privatização, tinham obrigação de ampliar em 15% seus parques geradores, até o ano de 2008. Vários foram os motivos alegados pelas empresas para não terem realizado os investimentos. A viabilidade vislumbrada pelas duas empresas é a construção de térmicas a gás, mas para isso precisam vender primeiro a energia em leilão. Pela primeira vez, o governo do Estado fala oficialmente em aplicar multas às empresas pelo atraso.

11.3 Lucros e Receitas

Em relação aos lucros, a venda da Atimus para a TIM terá impacto positivo de cerca de R$ 450 milhões no lucro líquido da Eletropaulo neste ano. A estimativa foi feita pelo presidente da AES Brasil, Britaldo Soares. O total de R$ 1,6 bilhão que a TIM vai pagar à Companhia Brasiliana de Energia está dividido da seguinte maneira: R$ 1,128 bilhão refere-se à Eletropaulo Telecom e R$ 473 milhões equivale à fatia da AES Com Rio. Os ativos dessas duas empresas constituem a Atimus. No ano passado, a AES Eletropaulo já recebeu R$ 296 milhões pela transferência da Eletropaulo Telecom à Brasiliana, holding que tem AES e BNDESPar como principais acionistas. O contrato previa que, em caso de venda dos ativos de telecomunicações por um valor superior a esse montante, a AES Eletropaulo receberia um adicional da Brasiliana. Segundo Soares, a venda da Atimus visa concentrar o foco da AES no setor de energia. O executivo afirmou que os sócios da holding ainda vão decidir qual a destinação dos recursos.

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Ainda neste sentido, o presidente do Grupo AES no Brasil, Britaldo Soares, afirmou nesta sexta-feira, 8, que a companhia juntamente com o BNDES, sócias na Brasiliana, irão decidir a melhor destinação dos recursos obtidos com a venda da AES Atimus para a TIM, cuja operação totaliza quase R$ 1,6 bilhão. Uma das alternativas é o pagamento da dívida da Brasiliana, holding que congrega a AES Eletropaulo e a AES Tietê. "A Brasiliana tem uma dívida de R$ 800 milhões relacionada a uma debênture", afirmou o executivo durante entrevista com a imprensa há pouco. Soares não descartou a possibilidade de a Brasiliana utilizar esses recursos para novos investimentos. Dos R$ 1,6 bilhão que entrarão no caixa da Brasiliana, R$ 680 milhões serão repassados à AES Eletropaulo.

Em relação aos reajustes a Aneel decidiu adiar o reajuste de tarifas da Eletropaulo até que seja definida a metodologia a ser aplicada no 3º ciclo de revisão tarifária. De acordo com o contrato de concessão, a revisão tarifária da Eletropaulo deveria ter ocorrido segunda (4). Por enquanto ficam valendo as tarifas praticadas desde 2010. A empresa informará o mercado quando a Aneel definir a data da revisão tarifária.

12.Endesa

O presidente do conselho de administração da Endesa Brasil, Mário Santos, afirmou que o grupo espanhol pretende participar do próximo leilão de energia eólica, a ser realizado em agosto pela Aneel. Santos também afirmou que a empresa sempre espera por parcerias, mas deverá mesmo participar sozinha. Os projetos estudados somam cerca de 400 MW. Santos afirmou que o grupo quer crescer no Brasil, incluindo investimentos em fontes renováveis. Todas as empresas do grupo somam investimentos de R$ 1 bilhão em 2011, sobretudo em distribuição. Santos disse que a empresa estuda projetos também em hidrelétricas. "Estamos avaliando os projetos disponíveis nas bacias hidrográficas. Na medida que se identifiquem projetos que sejam rentáveis, com certeza estaremos no Brasil." O presidente ainda destacou que a companhia pretende investir cerca de R$ 1 bilhão no país este ano. De acordo com ele, ao menos R$ 800 milhões serão destinados às distribuidoras Ampla (RJ), e Coelce (CE). "[Os investimentos serão] Sobretudo em distribuição, com R$ 400 milhões a R$ 500 milhões na Ampla, e algo dessa ordem também na Coelce", acrescentou. Santos confirmou ainda que o objetivo da companhia é elevar a participação no setor elétrico brasileiro. Com isso, o executivo frisou que não haverá vendas de ativos e destacou que poderá haver investimento em "projetos que sejam rentáveis.

A Endesa Brasil ainda pretende investir R$ 31 milhões para implementar a primeira fase do programa Cidade Inteligente em Búzios (RJ). O projeto promete novidades como iluminação pública com lâmpadas de LED, tarifas residenciais diferenciadas de acordo com os horários, implementação de carros elétricos e pode levar a uma economia entre 30% e 40% na conta de luz residencial. A estimativa foi feita pelo presidente da Endesa Brasil, Marcelo Llévenes, que prevê o início da instalação dos novos medidores – que permitirão a cobrança diferenciada por horário – no ano que vem, o que poderá levar a até seis tarifas diferentes ao longo do dia. Llévenes acrescentou que o início da instalação depende da homologação dos medidores e aprovação da cobrança diferenciada pela Aneel. Búzios será a primeira cidade na América Latina a ter um sistema inteligente de distribuição de energia implementado pela companhia espanhola.

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13.GE

O lucro da General Electric subiu 21% no segundo trimestre, impulsionado pelo fortalecimento no importante segmento de infraestrutura de energia e pelo aumento das encomendas, embora a empresa tenha sido afetada pela ausência dos resultados da NBC Universal após a venda de sua posição majoritária na companhia de mídia. Às 9h05 (de Brasília), as ações da GE subiam 1,25% no pré-mercado em Nova York. O lucro da GE subiu para US$ 3,76 bilhões, ou US$ 0,35 por ação, no segundo trimestre, de US$ 3,11 bilhões, ou US$ 0,28 por ação, no mesmo período do ano passado. O lucro operacional aumentou para US$ 0,34, de US$ 0,29, por ação. Segundo a empresa, as encomendas totais de infraestrutura aumentaram 24% de abril a junho. A receita recuou 3,5%, para US$ 35,63 bilhões. Excluindo o impacto da NBC Universal, a receita teve alta de 7%. Os analistas ouvidos pela Thomson Reuters tinham previsto um lucro por ação de US$ 0,32 e receita de US$ 34,7 bilhões. (Estado de S. Paulo – 22.07.2011)

14.Iberdrola

A espanhola Iberdrola informou que seu lucro líquido subiu 6,6% no primeiro semestre deste ano, para 1,56 bilhão de euros, em comparação com o mesmo período do ano passado, graças ao aumento das tarifas de energia em mercados regulados e ao crescimento da demanda em mercados de rápido crescimento, como o Brasil. A previsão dos analistas era de que a empresa reportasse um crescimento de 7,8%, para 1,58 bilhão de euros. O Ebitda, subiu 4,4%, superando 4 bilhões de euros. É a primeira vez que a companhia registra um Ebitda acima desse valor para um período de seis meses.O lucro operacional bruto da companhia no Brasil subiu 28,8%, para 364,1 milhões de euros, representando cerca de 9% do Ebitda do grupo no primeiro semestre. (Estado de S. Paulo – 21.07.2011)

15.Light

15.1 Investimentos

Em relação aos investimentos, A Light firmou um acordo estratégico com a Renova Energia que prevê o investimento de R$ 360 milhões na empresa de energias renováveis. O aporte será feito por meio de uma operação de aumento de capital, em que a Light ingressará no capital social da Renova por meio da subscrição de ações ordinárias da companhia. Com o negócio, a Light passará a deter 35,1% das ações ordinárias da Renova e 26,2% do capital total. Em fato relevante publicado na noite de sexta-feira, as companhias informaram ainda que será celebrado um novo acordo de acionistas envolvendo a RR Participações, controladora da Renova, e a Light. O investimento está sujeito a análise pela Aneel.

A Light investiu ainda R$ 3,919 milhões na melhoria da rede de distribuição e nas vilas olímpicas do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, que recebem os atletas que disputam os Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro. Desse montante, a empresa aplicou R$ 1,590 milhão na substituição de 26,1 Km de rede e média tensão e 2,6 Km de alta tensão pelo padrão spacer-cable e multiplexado, respectivamente, para dar maior robustez ao sistema na região

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dos jogos. A distribuidora carioca também realizou manutenção preventiva em 14 subestações da região e outras 24 internas dos locais onde o evento esportivo é realizado.

A Light vai investir ainda um total de R$ 320 milhões na sua rede subterrânea no Rio de Janeiro no biênio 2012-2013. O anúncio feito pelo presidente da companhia, Jerson Kelman, afirmou que a cada ano serão aportados R$ 160 milhões. O executivo ressaltou que este ano serão aplicados R$ 88 milhões e explicou que a expectativa era manter esse nível para 2012 e 2013, mas os recentes acontecimentos de explosões em bueiros na cidade levou a companhia a elevar os aportes. Kelman afirmou ainda que tentará antecipar ao máximo esses investimentos e frisou que não há limitação de recursos, mas de mão de obra especializada e de equipamentos necessários. Confrontado com os números que apontam um aumento de 1.420% nos investimentos nas câmaras subterrâneas entre 2004 e 2012, Morais garantiu que a aposta na Light "não está sendo mais cara." Para ele, a distribuidora continua sendo um ótimo negócio. "Ao adquirir a Light, já sabíamos que problemas existiam e eles estavam no nosso risco".

15.2 Multas

A Light foi afetada seriamente no mês por conta dos episódios que envolveram a explosão de bueiros nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. Por conta disso, a empresa se viu obrigada a aceitar depois de dois meses de negociação a previsão de multa para cada explosão de bueiro na cidade. A decisão, anunciada hoje (1º) na última reunião com os promotores de Justiça de Defesa do Consumidor, só vai ser formalizada pela empresa na próxima quarta-feira (6). O valor da multa proposto pelos advogados da Light, de R$ 100 mil por ocorrência, é muito inferior à proposta inicial da promotoria, de R$ 1 milhão. Outro ponto que deve ser definido pela diretoria da Light até o dia 6 diz respeito à aplicação da multa. O MP não quer abrir mão da aplicação de multa sobre todas as ocorrências que ponham em risco a integridade física das pessoas. Mas a equipe jurídica da concessionária de energia elétrica defende que a multa seja aplicada apenas nos casos em que a explosão resultar em lesão corporal grave, gravíssima ou morte. Na reunião também foi acertado um novo cronograma para as ações que a empresa terá que adotar.

A Light também sofreu multas por parte da prefeitura do Rio que emitiu nota no dia 4 informando as punições por danos ao patrimônio público e interrupção de vias públicas. O valor, no entanto, não foi divulgado. Ainda de acordo com o documento, a Procuradoria-Geral do Município do Rio está preparando uma medida legal contra a empresa diante da “exposição a perigo da população da cidade do Rio de Janeiro causada pelas recorrentes explosões”. A administração municipal também classificou como “inaceitáveis” as ocorrências. Na nota, a prefeitura lembra, ainda, que foi criada uma comissão de acompanhamento da situação após explosão, em abril deste ano, de uma caixa subterrânea em Copacabana, na zona sul da cidade. Coordenado pela Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, o grupo se reuniu com a Light por diversas vezes, mas, conforme o documento, a companhia informou à prefeitura que não tinha conhecimento “de risco iminente em qualquer logradouro da cidade”.

Diante das dúvidas sobre as causas das explosões, uma equipe do Instituto de Criminalística Carlos Éboli deve concluir na tarde de hoje a perícia nas instalações subterrâneas da Light, que ficam no centro da cidade. Os peritos recolheram amostras de gás para averiguar as causas da explosão de quatro bueiros na tarde de ontem, que deixou duas

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pessoas levemente feridas. O laudo deve ficar pronto no prazo de 15 a 30 dias, de acordo com a assessoria de imprensa do instituto. O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Rodrigo Terra informou que o Ministério Público do estado acompanha os novos fatos em “compasso de espera”, já que está prevista para amanhã a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prevê multa de R$ 100 mil em caso de novas explosões em bueiros na cidade. Ele disse, no entanto, que a nova ocorrência aumenta a pressão sobre a companhia. Caso não o TAC não seja firmado, a Light poderá ser multada em valores ainda mais altos.

Por outro lado, a Aneel convocou no dia 5 reunião de emergência com a diretoria da Light para discutir os problemas ocorridos nas câmaras subterrâneas da companhia na cidade do Rio de Janeiro. O encontro foi presidido pelo diretor-geral da Agência, Nelson Hubner. Dia, 4, quatro bueiros explodiram, ferindo duas pessoas levemente, no final da tarde no centro da cidade. Os incidentes colocaram a prefeitura do Rio e o Ministério Público Estadual em estado de alerta. Não por acaso a Aneel informou no dia 5 que vai intensificar a fiscalização da Light (RJ), devido às ocorrências em bueiros ligados à rede subterrânea da companhia. Segundo a Aneel, a área de fiscalização vai verificar mensalmente as ações desenvolvidas pela empresa para sanar o problema, designando um fiscal para acompanhar exclusivamente o trabalho da distribuidora nas instalações. A decisão ocorreu durante reunião entre a diretoria da Aneel e representantes da Light, ocorrida hoje. Segundo o diretor geral da Aneel, Nelson Hubner, todas as informações sobre essas ocorrências serão consideradas no processo de fiscalização, que avaliará eventual aplicação de penalidade à empresa. Nos últimos dias, uma série de explosões afetaram instalações subterrâneas da companhia.

A empresa também sofreu punições por parte do Procon-RJ que notificou no dia 5 de julho a Light pela explosão em quatro bueiros do centro da cidade no dia anterior. A empresa teve dez dias para justificar os ocorridos em sua rede subterrânea. No final do prazo, um processo será instaurado e a empresa poderá ser multada em até R$ 6,4 milhões. Essa poderá ser a segunda multa contra a distribuidora, do mesmo valor, aplicada pelo órgão de defesa do consumidor em decorrência dos problemas. A penalidade aplicada no início de junho, em primeira instância de julgamento, decorre pela forma inadequada e prejudicial da prestação dos serviços à população.