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PROJETO INSTITUCIONAL E POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA (UFSBA) 1 MINUTA 4.3 2 INTRODUÇÃO Este documento, de caráter preliminar, apresenta diretrizes e subsídi Projeto Institucional e Político-Pedagógico da UNIVERSIDADE FEDERAL D DA BAHIA (UFSBA), proposta pelo Governo Federal ao Congresso através do PL 2207/2011. Esta Minuta foi elaborada com base em dados parciais e info preliminares sobre contexto e demanda. Incorpora contribuições coleta uma série de audiências públicas realizadas nas sedes municipais onde a implantação de campi ; em Itabuna, em 10/11/2011 e em 23/03/2012, Porto Seguro, em 11/11/2011 e em Teixeira de Freitas, em 11/11/2011 e 24/04/2012. O contexto de criação da nova Universidade define-se, dentre seguintes aspectos: reconhecimento da missão social da Universidade, na segunda Século XX; valorização do conhecimento como fator econômico, numa conjuntura internacional de mercantilização da educação superior especializada demandas do ciclo de desenvolvimento sustentável nacional, e Brasil a partir de segundo Governo Lula; desafios decorrentes da massiva inclusão sócio-econômica resultante do modelo brasileiro de desenvolvimento; 1 Liminarmente, cabe uma consideração sobre a denominação da nova i Realmente, o nome UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA está correto e precis na medida em que a instituição engloba os territórios de identidad Extremo Sul. Entretanto, a sigla constante no PL UFESBA é pouco eufônica e pode ser melhorada. A Comissão de Implantação propõe o acrônimo UFSBA, curto mais importante, foneticamente remetendo à sigla da universidade alma mater as universidades baianas, a Universidade Federal da Bahia - UFBA. 2 Elaborada por Naomar de Almeida Filho, Joana da Luz e Marcelo Em composta após três rodadas de revisões da Minuta 4.0, com sugestões de José Lordêlo, Poty Lucena, Luiz Rogério e Dirceu Martins. Texto prelimin restrita; solicita-se não citar nem divulgar. Sugestões e recomendações são (enviar para [email protected]).

Projeto UFSBA Minuta 4.3 27.05

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Minuta de Projeto da Universidade Federal do Sul da Bahia

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PROJETO INSTITUCIONAL E POLTICO-PEDAGGICO PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA (UFSBA)1 MINUTA 4.3 2

INTRODUO Este documento, de carter preliminar, apresenta diretrizes e subsdios para o Projeto Institucional e Poltico-Pedaggico da UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA (UFSBA), proposta pelo Governo Federal ao Congresso Nacional atravs do PL 2207/2011. Esta Minuta foi elaborada com base em dados parciais e informaes ainda preliminares sobre contexto e demanda. Incorpora contribuies coletadas em uma srie de audincias pblicas realizadas nas sedes municipais onde se prev a implantao de campi; em Itabuna, em 10/11/2011 e em 23/03/2012, em Porto Seguro, em 11/11/2011 e em Teixeira de Freitas, em 11/11/2011 e em 24/04/2012. O contexto de criao da nova Universidade define-se, dentre outros, pelos seguintes aspectos: reconhecimento da misso social da Universidade, na segunda metade do Sculo XX; valorizao do conhecimento como fator econmico, numa conjuntura internacional de mercantilizao da educao superior especializada; demandas do ciclo de desenvolvimento sustentvel nacional, em curso no Brasil a partir de segundo Governo Lula; desafios decorrentes da massiva incluso scio-econmica resultante do modelo brasileiro de desenvolvimento;

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Liminarmente, cabe uma considerao sobre a denominao da nova instituio. Realmente, o nome UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA est correto e preciso, na medida em que a instituio engloba os territrios de identidade Litoral Sul e Extremo Sul. Entretanto, a sigla constante no PL UFESBA pouco eufnica e pode ser melhorada. A Comisso de Implantao prope o acrnimo UFSBA, curto, simples e, mais importante, foneticamente remetendo sigla da universidade alma mater de todas as universidades baianas, a Universidade Federal da Bahia - UFBA. Elaborada por Naomar de Almeida Filho, Joana da Luz e Marcelo Embiruu. Verso composta aps trs rodadas de revises da Minuta 4.0, com sugestes de Jos Albertino Lordlo, Poty Lucena, Luiz Rogrio e Dirceu Martins. Texto preliminar, de circulao restrita; solicita-se no citar nem divulgar. Sugestes e recomendaes so bem vindas (enviar para [email protected]).2

expanso da educao superior, promovida por programas de incentivo e investimentos, como PROUNI e REUNI; desafios trazidos pela globalizao cultural, cientfica e tecnolgica no mundo contemporneo.

O Projeto da UFSBA inspira-se em conceitos e iniciativas de praxis institucional, concebidos e aplicados pioneiramente por Ansio Teixeira (2005), em duas oportunidades histricas, a Universidade do Distrito Federal (Rio de Janeiro, 1934; reprimida pela Ditadura Vargas) e a Universidade de Braslia (com Darci Ribeiro, em Braslia, 1961; reprimida pelo Regime Militar de 1964). O eixo Poltico-Pedaggico da presente Proposta se fundamenta em dois aspectos: por um lado, uma arquitetura curricular organizada em Ciclos de Formao, com modularidade progressiva nas trajetrias formativas; em complemento, uma combinao de pedagogias ativas e uso intensivo de recursos tecnolgicos. As solues que compem a configurao tripartite (referencial tericometodolgico, matriz poltico-pedaggica e base acadmico-institucional), apresentada adiante, justificam-se pela oportunidade de contemplar os seguintes princpios: eficincia no sentido de uso otimizado de recursos pblicos, como potencial de mais vagas em relao aos quadros docentes disponveis; sustentabilidade proteo da biodiversidade e promoo de conscincia ecosocial, com mobilizao social e ao poltica; impacto implicando maior cobertura geopoltica e rapidez de resposta na formao de graduados e ps-graduados; pluralidade de reas e oferta de cursos particularmente aqueles necessrios ao desenvolvimento da Regio (engenharias, tecnologias industriais, sade); interface sistmica com a Educao Bsica ao fomentar formao interdisciplinar e flexvel de quadros docentes para os nveis mdio, fundamental e infantil de ensino.

O modelo organizativo institucional da UFSBA, concebido de acordo com esse conjunto de princpios e concepes, de modo orgnico e articulado aos vetores de desenvolvimento nacional e regional, ter como base nos seguintes aspectos: Ampla cobertura territorial; Estrutura organizacional em rede; Gesto acadmica descentralizada com base em governana digital; Integrao estreita com a rede de ensino mdio da Regio.

O presente documento tem o exclusivo propsito de fomentar um processo de debate, amadurecimento e consolidao de uma proposta inovadora de modelo curricular e estrutura institucional para a UFSBA. Com esse esprito, na primeira parte, apresentamos o contexto local da Regio Sul e Extremo Sul do Estado da Bahia, destacando alguns dados demogrficos e scio-econmicos e indicadores educacionais. Na segunda parte, discutimos de modo amplo e objetivo o referencial terico-metodolgico da proposta. Na terceira parte, apresentamos

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os elementos fundamentais da matriz poltico-pedaggica da Proposta, ressaltando modelo formativo progressivo, com foco em pedagogias ativas, alm do regime letivo quadrimestral. Na quarta parte do documento, delineamos a base acadmico desta Proposta, baseada numa arquitetura curricular modular, em regime de ciclos, buscando maior eficincia em termos de aplicao de recursos humanos e institucionais. Em continuidade, expomos o desenho institucional proposto, com base numa estrutura organizacional leve, operada por sistemas avanados de governana digital. Finalmente, na parte conclusiva do documento, apresentamos o plano de implantao propriamente dito, com estudos prospectivos de investimentos, recursos materiais e, principalmente, distribuio de recursos humanos (servidores docentes e tcnico-administrativos). Como se ver no detalhamento da proposta em pauta, a equipe de elaborao deste documento investe na possibilidade concreta de implantar uma instituio de conhecimento efetivamente inovadora, capaz de, reafirmando a vocao universalista e civilizatria da Universidade moderna, atender s especificidades sociais e econmicas e s demandas de formao de quadros profissionais e tecnolgicos para o desenvolvimento da Regio Sul e Extremo Sul do Estado da Bahia.

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REFERENCIAL TERICO O Projeto Institucional e Poltico-Pedaggico da UFSBA tem como base uma concepo da Universidade como instituio social e cultural, destinada emancipao do sujeito e fomentadora da autonomia plena. Nessa perspectiva, a UFSBA ser construda a partir dos seguintes marcos tericos: Ecologia dos Saberes de Boaventura de Sousa Santos (2010). Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire (2005) aplicada Educao Superior. Teoria da Afiliao de Alain Coulon (2007).

A concepo da Ecologia dos Saberes foi proposta e desenvolvida por Boaventura de Sousa Santos, em defesa de uma Epistemologia do Sul. Para sua aplicao em propostas de recriao da Universidade (Santos & Almeida-Filho 2008), esse importante marco conceitual pode ser desdobrado nas seguintes categorias: Etnodiversidade Epistemodiversidade Inter-transdisciplinaridade

LAMO PODER NOS AJUDAR COMPLETANDO ESTA PARTE A Pedagogia da Autonomia resulta da convergncia de distintas fontes tericas, a partir de concepes do processo pedaggico como prtica ativa de ensinoaprendizagem, oriundas principalmente da escola filosfica do pragmatismo. Em sua verso politicamente mais articulada, formulada na segunda metade do Sculo XX por Paulo Freire (2002, 2005), j sob forte influncia da fenomenologia, compreende uma perspectiva contextual aplicada alfabetizao e nveis fundamentais de educao. H reduzidas referncias no sentido de sua aplicabilidade Educao Superior. Z ALBERTINO OU ROSELI PODERO AJUDAR COMPLEMENTANDO A Teoria da Afiliao de Coulon compreende uma aplicao particular da abordagem etnometodolgica s questes sociais, culturais e institucionais da educao superior. Alain Coulon (2007) prope que a universidade constitui um espao cultural simblico peculiar, cuja entrada requer um processo de passagem, compreendendo trs tempos: o tempo do estranhamento, o tempo da aprendizagem e o tempo da afiliao. Egresso de distintas modalidades de ensino, socialmente dirigidos de modo diferenciado conforme origem social do estudante, inicialmente h uma fase de profundo estranhamento em relao ao ambiente da universidade e de rompimento com o mundo familiar ou comunitrio de origem. Aps momentos de choque cultural, o estudante passa a se adaptar ao cotidiano universitrio mediante uma aprendizagem espontnea e informal de regras e cdigos, num processo de assimilao ou aculturao.

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Essa trajetria revela-se mais longa e difcil para sujeitos oriundos de classes sociais excludas dos anis de poder para os quais, na sociedade capitalista ocidental, a universidade a principal fonte de insero diferencial, reprodutora da hegemonia social e poltica. Em terceiro lugar, a fase de afiliao corresponde ao perodo em que o estudante j domina as regras simblicas do novo (para uns) espao de convivncia, adquirindo maior capacidade de participar das redes de relaes de conhecimento, prticas e profissionalizao cultivadas nos espaos universitrios. Nas universidades clssicas, esse espao normalmente o campus universitrio. Isso implica reconhecer contextos no campo institucional da formao do conhecimento. No um, mas muitos contextos, plurais, mltiplos de produo cultural, formao intelectual e construo social. Visando construo de solues institucionais capazes de superar os desafios da afiliao socialmente seletiva dessa instituio peculiar, preciso problematizar a Universidade como um contexto simultaneamente epistemolgico, social e poltico. Como contexto epistemolgico, buscando entender os modos vigentes e as possibilidades de formao de saberes, a partir da cultura e do conhecimento sistematizado e de suas bases lgico-pedaggicas. Como contexto social, na medida em que a Universidade faz parte da sociedade, onde, de alguma forma, reproduz ou opera etapas do processo de reproduo social. Por fim, como contexto poltico, ambiente onde relaes de poder se exercem e anis polticos tm origem e determinao. Para a criao da UFSBA, como base para analisar sua futura atuao, seus compromissos, sua misso institucional, seu papel na transformao da sociedade, precisamos entender o contexto econmico, social, poltico e cultural em todos os nveis, do mais global ao mais local, a fim de compreender sua insero na histria da instituio universitria na Bahia e no Brasil.

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CONTEXTO E DEMANDA A regio a ser coberta pelas atividades e programas de ensino, pesquisa e extenso da UFSBA compe-se de 48 municpios, ocupando uma rea de 40.384 km2. Compreende os Territrios de Identidade 5 e 7 (conforme classificao da SEI/BA), denominados respectivamente de Litoral Sul e Extremo Sul. Sua populao totaliza 1.555.490 habitantes (dados do Censo 2010). A maior parte dos municpios de pequeno porte; apenas o municpio de Itabuna ultrapassa 200 mil habitantes e cinco outros (Ilhus, Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Eunpolis e Itamaraju) tm mais de 50 mil habitantes. A regio apresenta indicadores educacionais bastante precrios. Pouco mais de 300.000 alunos encontram-se matriculados em 1.871 estabelecimentos de ensino fundamental e 70.000 no ensino mdio, em 166 escolas, em sua maioria da rede estadual. Apenas 22 % dos egressos no ensino fundamental ascendem ao nvel mdio de ensino. A Universidade Estadual de Santa Cruz, situada no municpio de Ilhus, oferece anualmente 800 vagas em cursos nas reas de cincias da vida, sade e cincias humanas. Apesar da alta qualidade da formao em vrios dos seus cursos de graduao destaque para o Curso de Medicina, com foco na ateno primria em sade, portador da melhor avaliao ENADE/INEP na Bahia e de psgraduao, particularmente na rea de Biotecnologia, o porte reduzido dessa nica instituio universitria impede maior oferta de vagas pblicas aos jovens da Regio Sul da Bahia. No Extremo Sul, a situao dramtica, sem suficiente cobertura de educao superior pblica. A Universidade do Estado da Bahia, com departamentos em Eunpolis e Teixeira de Freitas, oferece apenas 265 vagas em licenciaturas especficas. O IFBA tem uma oferta de apenas 230 vagas de nvel superior, em Eunpolis e Porto Seguro. Alm disso, vrias instituies privadas atuam com reduzida articulao institucional, sem oferecer cursos nas reas estratgicas para o desenvolvimento da regio, como por exemplo engenharias e exatas.

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Investimentos estratgicos dos governos federal e estadual na regio, previstos para os prximos anos, compreendem uma via-frrea dedicada ao transporte de minrios (Ferrovia Oeste-Leste), um porto de exportao de minrios e gros (Porto Sul) e um parque industrial. Em contraste com o quadro de deficincias delineado acima, tais projetos demandaro recursos humanos qualificados para sua implantao e, posteriormente, para a consolidao dos empreendimentos e iniciativas. Para isso, ser imprescindvel a formao, urgente e em escala massiva, de mo de obra qualificada em nvel superior, nas reas acadmicas e em carreiras profissionais e tecnolgicas pertinentes. Portanto, face s carncias e s oportunidades aqui delineadas, justifica-se plenamente a iniciativa de implantar na regio uma instituio universitria da rede federal de educao superior, de porte mdio e com um desenho institucional ajustado a esse contexto de carncias e demandas. Dessa forma, pretende-se ampliar a oferta de vagas pblicas no nvel superior de formao, em paralelo e em sintonia com a melhoria dos indicadores pertinentes ao ensino bsico, reforando os programas de melhoria da qualidade do ensino fundamental e mdio na regio. ESTA SEO DEVER SER AMPLIADA E DETALHADA NO DOCUMENTOPROPOSTA

ARQUITETURA CURRICULAR Presente na construo histrica das universidades brasileiras, o isolamento das faculdades e escolas profissionais contrrio aos ideais contemporneos que estimulam a construo de sociedades democrticas sustentveis, solidrias e justas. Durante a formao universitria, apropriando-se de conceitos sobre como questes polticas, sociais e culturais interagem com os espaos da vida, com o mundo do trabalho, com os campos de saberes e prticas e com a prpria cidadania, o aluno poder, enxergando a comunidade como detentora de saberes fundamentais, realizar prticas mais efetivas para viabilizar mudanas sustentveis nas suas prprias condies de vida. A formao em Regime de Ciclos, compreendendo um primeiro ciclo comum a todos os alunos de cada rea do conhecimento com a finalidade de promover viso interdisciplinar, conscincia planetria, abertura crtica e respeito etnodiversidade a partir do ambiente universitrio, pode transformar o campo das prticas, posicionando os estudantes como integrantes de um mesmo aprendizado social em prol de objetivos compartilhados. Consagrado nos principais cenrios mundiais de formao profissional e acadmica de nvel superior, principalmente nos pases industrializados do hemisfrio Norte, a alternativa de organizao acadmica em Regime de Ciclos portadora de inmeras vantagens: Evita precocidade nas escolhas de carreira; Introduz modularidade na arquitetura curricular (aluno conclui etapas e ciclos); Flexibiliza estruturas curriculares; Permite mudanas de percurso formativo; Reduz evaso no sistema de ensino; Integra graduao e ps-graduao; Permite abertura para formao interdisciplinar; Apresenta plena compatibilidade internacional.

O modelo de ciclos no novidade histrica, no mundo e no Brasil. Na Amrica do Norte, resultou da implantao generalizada dos princpios e diretrizes da Reforma Gillman-Flexner, entre 1890 e 1920. Na Europa, aps sua adoo nos pases escandinavos e no Reino Unido na primeira metade do sculo passado, generalizou-se por praticamente todo o continente aps o Processo de Bolonha, iniciado em 1999. No Brasil, uma verso nacional de regime de ciclos foi concebida e implantada por Ansio Teixeira, em 1935 na UDF e em 1961 na UnB, sendo, em ambas as oportunidades, objeto de intensa represso polticas dos regimes totalitrios de Vargas e do Golpe de 1964 (Teixeira 2005). Na fase atual de desenvolvimento da educao superior no Brasil, esse modelo foi primeiro implantado na Universidade Federal do ABC, em 2007 (Natal et al 2011), de modo restrito (apenas BI em Cincia & Tecnologia), e na UFBA em 2008, com oferta plena de todas as reas de formao (Almeida-Filho et al 2010).

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Com base no reconhecimento das vantagens desse modelo, prope-se para a UFSBA uma arquitetura curricular com base em trs Ciclos de Formao: PRIMEIRO CICLO Bacharelado Interdisciplinar (BI) Licenciatura Interdisciplinar (LI) Curso Superior de Tecnologia (CST) Graduao Profissional (GP) Formao em Engenharias (FE) Formao Artstica (FA) Mestrados Acadmicos (MAc) Doutorados Acadmicos de Pesquisa (DAc) Mestrados Profissionais (MP) Doutorados Profissionais (DP)

SEGUNDO CICLO

TERCEIRO CICLO

Figura 2 Fluxo Geral do Regime de Ciclos PRIMEIRO CICLO: Prev-se entrada nica na UFSBA pelos cursos de Primeiro Ciclo, oferecidos em duas modalidade de entrada e quatro opes de sada, conforme apresentado nesta seo. A entrada se dar de duas maneiras: a) diretamente nos Bacharelados Interdisciplinares por meio de seleo geral; b) nos Colgios Universitrios por meio de seleo restrita a alunos de escolas pblicas. Para a concluso e sada do primeiro Ciclo de Formao, a UFSBA oferecer quatro modalidades: a) BI em Grande rea; b) BI em rea de Concentrao; c) Curso Superior de Tecnologia; d) Licenciatura Interdisciplinar.

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Figura 3 Modalidades e Opes do Primeiro Ciclo Bacharelados Interdisciplinares Os Bacharelados Interdisciplinares (BI), modalidade de formao superior modular, progressiva, flexvel e polivalente, compreendem cursos de graduao plena, com durao de trs a quatro anos, oferecidos em quatro grandes reas de formao: BI em Cincia & Tecnologia; BI em Artes; BI em Humanidades; BI em Sade. A estrutura curricular do BI compreende duas etapas: a. Formao Geral, em componentes curriculares de formao universitria geral; b. Formao Especfica, destinado aprendizagem de componentes curriculares essenciais para as carreiras acadmicas e profissionais de nvel superior, ampliando seus horizontes para alm da tendncia especializao. A etapa de Formao Geral inclui contedos essenciais para a vida civil e profissional na sociedade contempornea, em diferentes formatos de componentes curriculares, conforme segue: Estudos da Contemporaneidade (Poltica & Cidadania)* Cultura Brasileira (ciclos de conferncias e debates)* Expresso Escrita (escritura, leitura) * Lnguas Modernas (Francs, Espanhol, Alemo, Ingls*) Princpios e Usos de Informtica* Ecosustentabilidade Iniciao Cientfica Filosofia (Lgica, tica, Esttica) Histria e Filosofia das Cincias 10

Histria das Artes Antropologia (incluindo razes afro-brasileiras e amerndias) Literatura (como ler Poesia, como ver Teatro) Expresso Artstica (Msica, Artes Plsticas, Teatro, Dana) Estudos Clssicos (Cultura Clssica, elementos de Latim e Grego)

Em cada campus da UFSBA, sero implantados Institutos de Humanidades, Artes e Cincias (IHAC), conforme detalhado no captulo seguinte. Os IHAC sero responsveis pelo primeiro ciclo do regime de formao adotado, com a oferta de graduao em Bacharelados e Licenciaturas Interdisciplinares. O acesso aos BI se dar diretamente do ensino mdio atravs do ENEM/SISu, com reserva de 50% de suas vagas para egressos de escola pblica, incorporando um recorte tnicoracial equivalente proporo censitria da regio. A entrada nos BI tambm se dar indiretamente atravs do Colgio Universitrio, a ser apresentado em seguida. Alm disso, a entrada poder ocorrer com o preenchimento de vagas residuais, com prioridade para alunos de BI de outras instituies com as quais a UFSBA compartilhar sistemas de creditao e programas de mobilidade, mediante convnio. Diferentes formatos de Bacharelado Interdisciplinar j so ofertados em pelo menos 15 universidades brasileiras (Almeida-Filho & Coutinho 2011). Essa nova modalidade de curso superior foi reconhecida pelo Conselho Nacional de Educao, por meio do Parecer 204/2010/CNE/CES, de 17/12/10, homologado pelo MEC em Outubro de 2011. Colgios Universitrios Visando a contribuir para ampliar a incluso social atravs da educao superior, alunos que tenham cursado todo o ensino mdio em escolas pblicas da regio podero entrar na UFSBA por meio de uma Rede de Colgios Universitrios (Rede CUNI) implantados em Municpios que dispem de estabelecimentos da rede estadual de ensino mdio ou de plos regionais de EAD (incorporado ao sistema UAB da regio). Os Colgios Universitrios (CUNI) sero implantados em localidades com mais de 20.000 habitantes e situados a mais de 30 km do campus de referncia. Estaro organizados em rede (institucional e digital), que ofertar programas descentralizados e semi-presenciais de educao superior, com durao de at 1.200 horas, conduzindo certificao de Curso Sequencial equivalente Formao Geral inicial dos Bacharelados Interdisciplinares. Os cursos da Rede CUNI sero credenciados, coordenados, operados e supervisionados pela UFSBA. Funcionaro preferencialmente em turno noturno, em instalaes da Rede Estadual de Ensino Mdio ou em plos regionais de EAD/UAB, mediante convnio tripartite com a Secretaria Estadual de Educao e as respectivas Prefeituras Municipais. Excepcionalmente, pontos da Rede CUNI podero ser implantados em municpios que no preenchem as caractersticas demogrficas exigidas, mas que dispem de instalaes adequadas, cujas Prefeituras garantam as condies plenas de funcionamento. Em qualquer caso, a gesto da Rede ser responsabilidade institucional da UFSBA, em parceria com as instncias convenentes (Estado, Municpio ou Consrcio Intermunicipal). 11

A entrada nos CUNI se dar mediante processo seletivo baseado no ENEM, fora do sistema SISU, exclusivo para alunos residentes no respectivo municpio ou em municpios participantes de consrcios municipais organizados para esse fim especfico, que tenham cursado todo o ensino mdio em escolas pblicas do municpio participante. Indgenas aldeados e quilombolas, devidamente registrados nas entidades pertinentes (FUNAI e Fundao Zumbi dos Palmares), tero acesso direto etapa de Formao Geral (na Rede CUNI ou nos BI/IHAC), bastando para isso aprovao no ENEM, independentemente de classificao. Os IHAC coordenaro a Rede CUNI de sua rea de abrangncia, a partir das sedes estabelecidas em cada um dos campi da UFSBA. Todos os cursos, componentes curriculares e atividades didticas oferecidos nos IHAC sero disponibilizados aos alunos da Rede CUNI permitindo a cobertura da etapa de Formao Geral dos BI. O corpo docente dos IHAC contribuir na produo de contedos, organizando e elaborando material didtico, ministrando aulas, exposies e debates, transmitidos em tempo-real e gravados em plataformas digitais. Para viabilizar uma integrao pedaggica efetiva, cada ponto da Rede CUNI contar com equipamentos de tele-educao de ltima gerao, conectados a uma rede digital de alta-velocidade, a ser implantada pela RNP e gerenciada pela equipe de TIC da UFSBA. Alm disso, as equipes de superviso docente que se deslocaro aos pontos da Rede CUNI sero responsveis pela aplicao dos instrumentos de avaliao dos componentes curriculares do mdulo Formao Geral, com o mesmos parmetros, critrios e grau de rigor da avaliao de aproveitamento dos BI cursados nos IHAC em cada sede. Os tutores locais sero responsveis pelo acompanhamento e monitoramento dos alunos/as, alm da manuteno operacional das instalaes e equipamentos. Esses tutores sero recrutados nas prprias escolas, cidades ou comunidades que sediaro os CUNI, aproveitando da sua proximidade e conhecimento do alunado de cada local. Equipes especialmente treinadas sero encarregadas das atividades docentes da Rede, supervisionando os tutores locais e realizando as avaliaes de aproveitamento dos alunos. Essas equipes atuaro nos municpios da Rede CUNI aos Sbados, aproveitando uma caracterstica cultural da Regio Sul onde o dia da feira significa muitas vezes o momento de maior interao social da comunidade. Durante horrios extra-curriculares, aproveitando sua estrutura de conexo digital, os CUNI podero tambm operar como centros/pontos de cultura e de iniciao cientfica, artstica e tecnolgica. Desse modo, a rede CUNI poder contribuir para dinamizar os cenrios culturais das cidades interioranas de menor porte. Os alunos da Rede CUNI e dos BI que cumprirem com sucesso a etapa de Formao Geral (seis quadrimestres, durao mdia de 18 meses) faro jus a um Certificado de Formao Geral (CFG) como curso sequencial (conforme previsto na LDB vigente) que os habilitar a integrar-se ao programa curricular regular dos BI na etapa de Formao Especfica. Isso ocorrer por seleo direta mediante Coeficiente de Rendimento ou atravs do preenchimento de vagas residuais por evaso. Para cada vaga de acesso direto aos BI haver uma outra vaga destinada aos concluintes da Rede CUNI. Naturalmente, os egressos dos

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CUNI podero tambm concorrer ao processo seletivo dos BI, fazendo aproveitamento integral dos crditos obtidos nos CUNI, aps sua entrada. Os alunos do BI que avanarem para a etapa de Formao Especfica nos IHAC podero escolher reas de Concentrao correspondentes a componentes curriculares bsicos ou propeduticos para carreiras profissionais ou acadmicas especficas, conforme Projeto Poltico-Pedaggico a ser delineado posteriormente. Novamente, o conceito dos CUNI implica uma proposta inovadora que deve ser submetida a um teste de viabilidade logstica e operacional.Sobre o conceito de Colgio Universitrio: Ansio Teixeira formulou a ideia do "colgio universitrio" desde cedo em sua carreira de lder intelectual da educao brasileira, quando organizou a Universidade do Distrito Federal, infelizmente reprimida pela Ditadura do Estado Novo. Esta foi sua principal contribuio ao Projeto de Lei da primeira LDB (no aprovado pelo Congresso Nacional no perodo ps-Vargas). Numa audincia no Congresso Nacional, em 1952, declarou Ansio: O primeiro ciclo de dois anos do curso ginasial, aps o complementar primrio, poderia ser organizado nos grupos escolares. O segundo ciclo de dois anos isoladamente, ou em conjunto com o primeiro, seria organizado nos ginsios. O terceiro, colegial, nos estabelecimentos mais desenvolvidos. E o ltimo, o colgio universitrio, nas escolas superiores. [... Na Universidade,] o ciclo inicial, diplomaria os estudantes num primeiro grau de bacharel, o qual no importaria no direito de exercer a profisso. Este direito, para ser alcanado, exigiria que o diplomado seguisse em escola mais adequada o restante do curso, que seria o profissional propriamente dito. (TEIXEIRA, Ansio. Depoimento e debate sobre o Projeto da Lei de Diretrizes e Bases. In: Educao no Brasil. Rio: Editora UFRJ, 1982.) O conceito de Colgio Universitrio, no formato idealizado por Ansio Teixeira, constituiu ponto essencial do projeto de Reforma Universitria da UNE, no incio da dcada de 1960. Nesse momento rico e turbulento da histria recente do Pas, a entidade nacional dos estudantes realizou uma srie de eventos que tomaram como foco a questo da educao superior: Seminrio Latino-Americano de Reforma e Democratizao do Ensino Superior (Salvador, 1960); I Seminrio Nacional da Reforma Universitria (Salvador, 1961 Carta da Bahia); II Seminrio Nacional da Reforma Universitria (Curitiba, 1962 Carta do Paran); III Seminrio Nacional da Reforma Universitria (Belo Horizonte, 1963). Incorporando a Reforma Universitria no rol das reformas de base, ideia-fora da mobilizao social daquele perodo, o Colgio Universitrio foi proposto como a principal estratgia proposta para garantir o acesso das classes populares educao superior. Na Carta da Bahia (Salvador, 1961), declara-se: Como todas as chamadas reformas de base, a reforma da universidade interessa fundamentalmente ao povo, pois somente para o povo o ensino superior realmente problema, tanto quanto no tenham as classes populares acesso universidade brasileira (UNE, 1961, p. 6). Na Carta do Paran (Curitiba, 1962), consta: A Universidade deve formar [nos Colgios Universitrios] profissionais que tero uma viso global da sociedade, da qual a cincia uma interpretao funcional, e da cultura. (UNE, 1962, p. 22).

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Nesse documento, detalha-se que os Colgios Universitrios devem atuar em trs grandes vertentes: Social-humanista, Tcnico-cientfico, PolticoEducacional. Na reunio de Belo Horizonte, s vesperas do Golpe Militar que fez desmoronar todo aquele esforo de avano poltico, a UNE aprovou um Substitutivo Lei de Diretrizes e Bases da Educao. Nesse documento, reiterava-se a proposta dos Colgios Universitrios, justificada pela necessidade de superar o Vestibular: O atual sistema de vestibular possui um inquestionvel carter seletivo scioeconmico, alm de favorecer a aventura, a sorte e o protecionismo, quando deveria ser um teste para avaliar a capacidade de adquirir novos conhecimentos e a vocao do estudante pela carreira (UNE, Cadernos, 1963, p. 31). E os Colgios Universitrios novamente se destacam na agenda, enfatizando uma antecipatria perspectiva de autonomia de escolha para os estudantes: O Colgio Universitrio atenderia aos anseios da massa na medida em que, obedecendo a rigoroso planejamento, procurar dar ao aluno que nele ingresse uma viso geral das profisses, dentro de uma perspectiva mundial e brasileira, permitindo uma escolha consciente, voltada para a comunidade e no para si mesmo (p. 49). Num texto publicado em 1963, quando j era Reitor da UnB, Ansio detalha os contedos da formao no Colgio Universitrio, numa impressionante convergncia com os propsitos da etapa de Formao geral do BI: "Na Inglaterra, fez-se uma experincia de ensino universitrio - o colgio universitrio de Keele, que me parece merecer aqui uma referncia. Como sabemos, o University College of North Staffordshire surgiu em 1950 com a inteno de criar um tipo novo de ensino universitrio. No irei descrever em detalhe a experincia de Keele, mas apenas comentar o primeiro ano de estudos desse novo colgio universitrio, que constitui um exemplo do tipo global de cultura que seria necessrio ao homem moderno. O propsito desse ano inicial, chamado de fundamentos, foi o de rever, discutir e ilustrar os fundamentos, a herana, as conquistas e os problemas da civilizao ocidental. Tomo do relatrio sobre essa experincia a seguinte formulao dos objetivos desse primeiro ano de estudos. O curso comea "levando os estudantes, pela contemplao dos cus, luz da astronomia e da fsica moderna, a um sentimento de espanto, maravilha e beleza. No somente o estudante de arte, mas tambm o cientista v sob essa nova luz a f e os mtodos do fsico, numa smula do progresso cientfico a partir de Kepler, Galileu e Newton at as excitantes especulaes da moderna cosmologia. Acompanhando os passos da inquirio humana desde a indagao de Olbert "Por que a noite escura?" at a teoria da criao contnua, sentir-se- o estudante a reproduzir essa extraordinria aventura da mente humana no seu esforo de imaginar e descobrir a natureza do universo. Segue-se o gelogo com a descrio da histria da terra durante os 3.000.000.000 de anos ou mais que antecederam o aparecimento do homem. O gegrafo, depois, estuda o clima e os fatores do meio ambiente. O bilogo introduz os seres vivos e analisa as teorias da origem e a evoluo do homem. J a os estudantes tero atingido a dose de humildade suficiente para apreciar as conquistas das primeiras civilizaes, que lhe sero apresentadas pelos professores de saber clssico, pelo filsofo, pelo telogo e pelo historiador. Da prossegue o curso introduzindo o estudante na considerao das caractersticos e dos problemas da civilizao ocidental numa era industrial, conforme os vem os historiadores, os gegrafos, os cientistas polticos, os educadores e os economistas. A perspectiva j ento a dos dias de hoje, projetada desse fundo histrico, a fim de levar o estudante a sentir e apreciar os muitos e srios problemas que hoje nos defrontam. A terceira parte do curso se detm nas

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realizaes criadoras do homem - a lngua, a literatura, as artes, a msica, a arquitetura, as matemticas, as cincias e a tecnologia e, por fim, o prprio homem e sua crena sero estudados por filsofos, psiclogos, socilogos, telogos e bilogos." (TEIXEIRA, Ansio. Mestres de amanh. Revista Brasileira de Estudos Pedaggicos. Rio de Janeiro, vol. 40, n 92, out./dez. 1963. P.10-19.) A partir da dcada de 1960, com a necessidade de ampliao do acesso educao superior nos EUA, implantou-se nesse pas uma enorme rede de Colgios Universitrios (em ingls: community college ou junior college). Hoje so mais de 2.000 instituies, em geral situadas em pequenas cidades do interior, que oferecem programas de dois anos, com cursos de lnguas, formao geral, fundamentos de tecnologia e treinamento profissional, principalmente no turno noturno e em fins de semana. O ttulo concedido aos egressos desses cursos chama-se Accredited Degree (A.D.), permitindo aos alunos progresso para cursos regulares em universidades conveniadas. Essas instituies atuam em rede, geridas por consrcios municipais ou por departamentos de educao de governos estaduais. O sistema de maior porte e abrangncia o do Estado da California (http://www.cccco.edu/), que abriga 2,9 milhes de alunos em 112 colgios universitrios situados em 72 localidades, em parceria com a rede de Universidades da Califrnia. Outros pases com alto grau de desenvolvimento educacional tambm adotam modelos similares de transio e acesso socialmente mais amplo educao superior. O exemplo mais reconhecido o da Provncia do Qubec, Canad francs, onde existe uma rede CEGEP (Collge d'enseignement gnral et professionnel ou College of general and vocational education) de 98 unidades de ensino que oferecem graus de DEC (Diplme dtudes Collegiales) requisito indispensvel para acesso s universidades pblicas daquela regio.

Curso Superior Tecnolgico Os concluintes da Formao Geral, na Rede CUNI ou nos IHAC, que optarem por uma formao mais rpida, com acesso imediato ao mercado de trabalho, podero escolher uma terminalidade mais curta, na modalidade Curso Superior Tecnolgico (CST), de oferta prpria ou conveniado da rede IFET. Para isso, Formao Geral concluda com aproveitamento na Rede CUNI ou nos IHAC, o estudante agregar componentes curriculares de carter prtico, laboratorial ou em trabalhos de campo, completando a carga horria concentrada em prticas e estgios previstos nos respectivos programas de curso, conforme Projeto Poltico-Pedaggico especfico. A oferta dessa modalidade de primeiro ciclo cobrir inicialmente as seguintes opes: 1. Ecotecnologias (Processos Ambientais; Saneamento Ambiental) 2. Biotecnologias (Papel e Celulose; Biocombustveis; Alimentos; Agroindstria; Processos Qumicos; Laticnios; Silvicultura) 3. Geotecnologias (Geoprocessamento; Cartografia; Topografia; Sondagem de Solos)

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4. Tecnologias Construtivas (Civil; Transporte Terrestre; Obras Hidrulicas; Construo Naval) 5. Tecnologias de Gesto (Gesto Porturia; Gesto Pblica; Logstica; Processos Gerenciais; Gesto da Produo Industrial; Gesto de Cooperativas; Gesto Financeira) 6. Tecnologias de Controle e Automao (Gesto da Tecnologia da Informao; Gesto de Telecomunicaes; Redes de Computadores; Redes de Telecomunicaes; Segurana da Informao; Sistemas para Internet; Telemtica) 7. Videotecnologias (Jogos Digitais; Produo Audiovisual; Produo Multimdia) 8. Audiotecnologias (Produo Audiovisual; Produo Multimdia) 9. Cenotecnologias (Produo Cnica; Produo Cultural) 10. Tecnomultimdia (Produo Multimdia, Design Grfico 11. Turismo (Eventos; Gastronomia; Gesto Desportiva e de Lazer; Gesto de Turismo; Hotelaria) 12. Assistncia Jurdica (Gesto de Segurana Privada; Segurana no Trabalho; Segurana no Trnsito; Segurana Pblica; Servios Penais) 13. Gesto Social 14. Tecnologias Diagnsticas (Oftlmica; Radiologia; Sistemas Biomdicos) 15. Servios de Sade (Apoio Clnico; Apoio Cirrgico; Gesto Hospitalar; Apoio Logstico em Sade; Apoio Gesto em Sade; Tecnologias Preventivas; Tecnologias Reabilitativas). Alguns CST podero simultaneamente compor, de modo parcial ou integral, reas de concentrao do BI, mediante reconhecimento de crditos em estgios, atividades laboratoriais ou prticas, permitindo dupla-titulao Bacharelado/ Tecnolgico. Concluintes do CST que, por circunstncia ou necessidade, optaram pela sada rpida para o mercado de trabalho podero posteriormente retomar os estudos no BI e prosseguir para a fase profissionalizante dos demais cursos da UFSBA, como tambm para a PG. Licenciaturas Interdisciplinares Com o objetivo de atuar mais fortemente na superao de importante lacuna no cenrio educacional da regio e do Estado, manifesta pela carncia de professores de cincias e de lnguas no ensino mdio, alm das opes de curso superior de curta durao (CST) e do BI pleno, a UFSBA ofertar a opo de concluso do primeiro ciclo mediante Licenciaturas Interdisciplinares (LI). As Licenciaturas Interdisciplinares (LI) inicialmente previstas so as seguintes: 1. 2. 3. 4. Cincias Exatas e da Terra Cincias Biolgicas, da Sade e do Desporto Letras, Artes e Educao Cincias Humanas e Sociais

Concluintes do LI que, por circunstncia ou necessidade, optarem pela sada imediata para o mercado de trabalho docente podero posteriormente, ao preencher requisitos de seleo em vagas residuais ou formas diretas de seleo, retomar os estudos nas respectivas reas de formao profissional, seja na modalidade FA, GP ou FE e concluir o ciclo profissionalizante dos demais cursos da UFSBA, bem como prosseguir para a Ps-Graduao. 16

Em situaes cuidadosamente avaliadas e negociadas, aproveitando infraestrutura de EAD implantada e operante, Licenciaturas Interdisciplinares podero ser ministradas em pontos da Rede CUNI situados em municpios de maior porte. reas de Concentrao Para facilitar a transio daqueles alunos que pretendem tomar o BI como requisito para formao em carreiras profissionais ou acadmica na psgraduao, deve-se aplicar na UFSBA o conceito de rea de Concentrao atualmente vigente nos cursos de ps-graduao. Nesse sentido, define-se rea de Concentrao (AC), como campos do conhecimento, multidisciplinares ou interdisciplinares, constitudos de componentes curriculares, preferencialmente optativos. As reas de concentrao se organizaro como um conjunto de estudos tericos e aplicados que tenham coerncia interna e estejam a servio da construo de um perfil acadmico e/ou ocupacional definido. Dessa forma, no se define a partir do critrio de mera antecipao dos estudos bsicos de carreiras profissionais e acadmicas, mas inclui o cumprimento da funo propedutica de etapa inicial de estudos posteriores. Nesse sentido, os componentes curriculares que compem as reas de Concentrao preparatrias ao cursos profissionais de segundo ciclo sero ministrados nos Centros de Formao Profissional e Acadmica (CF), situados nos respectivos campi da UFSBA. A escolha da rea de Concentrao dar-se- no quarto semestre quando o aluno formalizar sua opo. Na etapa correspondente rea de Concentrao, os alunos escolhero um campo de conhecimento especfico, constitudo de cursos num elenco previamente definido. As reas de concentrao dos BIS sero estruturadas a partir de 4 critrios fundamentais: a) estrutura curricular leve, mnimo de pr-requisitos, com base em eixos e mdulos; b) trajetrias curriculares abertas escolha dos alunos, com componentes curriculares majoritariamente optativas, permitindo inclusive mobilidade inter-reas; c) compilao e otimizao de componentes curriculares ofertados pelos diversos cursos de graduao; d) diversificao de focos de formao, com predominncia de componentes tericos. Critrios de passagem para o Segundo Ciclo Para os concluintes do BI que desejem ingressar no Segundo Ciclo, visando a formao em carreiras profissionais, dois princpios podem ser estabelecidos: por um lado, encoraja-se a pluralidade de modalidades de processo seletivo, visando a contemplar as distintas competncias (ou inteligncias) como critrio de recrutamento; por outro lado, critrios especficos podero ser agregados ao processo de seleo. O modelo de ingresso na universidade atualmente vigente no Brasil usa, em geral, processos seletivos que privilegiam exclusivamente um tipo de

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inteligncia: aquela dos sujeitos capazes de melhor desempenho em um nico teste, de base individualista, solitria e competitiva, realizado sob tenso. Dessa forma, perde-se a riqueza da contribuio de todas as outras modalidades de inteligncia, cada vez mais valorizadas no mundo do trabalho e no mundo da vida social. Exclui-se da formao universitria aqueles que desempenham melhor de modo gradual e cumulativo, mas nem por isso com menor profundidade e consistncia; aqueles que possuem inteligncia solidria, os que trabalham melhor em equipe; sujeitos criativos, com maior inteligncia emocional. No geral, para atender aos critrios de diversidade aqui preconizados, os seguintes instrumentos ou processos de avaliao de desempenho podem ser usados, isoladamente ou, de preferncia, em combinao: Testes de conhecimento sobre contedos dos cursos FE especficos para cada opo de prosseguimento para carreira profissional. Coeficiente de Rendimento durante o BI, mediante sistemas coletivos de avaliao do desempenho mdio nos mdulos de FG e FE do BI. Coeficiente de Rendimento nas reas de Concentrao ou trajetrias prprofissionais na FE do BI; pode-se definir um Eixo Temtico dentro do qual os candidatos demonstraro seu aproveitamento. Exame de Avaliao Seriada a cada ano do BI, compondo um escore cumulativo. Comeando no fim do primeiro ano, essa avaliao pode cobrir contedos do Eixo Temtico da FG e da FE onde se encaixa a carreira profissional procurada. Seminrio/workshop para avaliar aptido/vocao; aplica-se especialmente s reas que exigem talentos especficos, indetectveis mediante formas convencionais de seleo. Avaliao de competncias sociais, interpessoais e ticas nas prticas comunitrias multiprofissionais.

Para verificao de competncias sociais, interpessoais e ticas nas atividades prticas, os alunos podero ser avaliados pelo desempenho em estgios, realizados no ltimo semestre do BI, junto s Equipes de Aprendizagem Ativa, nelas includos tutores, residentes e o docente-supervisor. As vagas residuais do segundo ciclo podem ser preenchidas por alunos de outros bacharelados que cursem os componentes curriculares obrigatrios da rea de concentrao. O ENADE dos cursos de bacharelado interdisciplinar (em fase de elaborao e implantao pelo INEP) poder ser adotado como um dos critrios de seleo para a progresso. No futuro, os testes de seleo para as reas profissionais podero ser de mbito nacional, permitindo maior mobilidade dos estudantes entre instituies participantes da Rede de BIS. Considera-se pertinente permitir ao aluno do BI participar de mais de um processo seletivo simultaneamente para progresso ao segundo ciclo. SEGUNDO CICLO: Os cursos de Segundo Ciclo sero ministrados nos Centros de Formao Profissional e Acadmica (CF), situados nos respectivos campi da UFSBA. Seu elenco compreender cursos convencionais de Graduao Profissional (GP), com 18

destaque para modalidades de Formao em Engenharias (FE) e para a Formao Artstica (FA).

Figura 4 Passagem aos cursos do Segundo Ciclo de Formao As indicaes de blocos de cursos abaixo discriminados seguiram manifestaes das respectivas comunidades sedes dos campi designados, acolhidas em recente visita da Comisso de Implantao Regio. Alm disso, pretende-se incorporar modelos mais avanados de formao, como por exemplo nas Engenharias, seguindo o exemplo da vanguarda representada pelo regime de ciclos nas reas de CTI da nova UFABC. Apresenta-se a seguir uma listagem preliminar dos cursos de graduao propostos: Formao Artstica (FA) em: 1. 2. 3. 4. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Msica Teatro Dana Cinema e Vdeo Comunicao Administrao Economia Contabilidade Servio Social Direito Medicina Enfermagem 19

Graduao Profissional (GP) em:

9. Farmcia 10. Nutrio 11. Fisioterapia 12. Psicologia Formao em Engenharias (FE), em seis clusters: 1. Geoengenharias (Engenharia Ocenica; Engenharia de Solos, Engenharia Geolgica) 2. Tecnoengenharias (Engenharia de Produo; Engenharia de Controle e Automao; Engenharia de Energia; Engenharia Qumica) 3. Cenoengenharias (Engenharia de Espetculos; Engenharia de Luz e Som) 4. Ciberengenharias (Engenharia de Computao; Engenharia Mecatrnica) 5. Ecoengenharias (Engenharia Ambiental; Engenharia de Transportes; Engenharia Sanitria e Ambiental) 6. Bioengenharias (Engenharia de Bioprocessos; Engenharia Biotecnolgica; Engenharia Agrcola; Engenharia de Alimentos; Engenharia Clnica) Em todos os casos, a reconfigurao dos cursos de Segundo Ciclo implica reduo de sua carga horria, especificando e enfatizando metodologias de ensinoaprendizagem em pequenos grupos, com forte nfase na auto-instruo e foco na prtica. A durao dos cursos se resolver da seguinte maneira, obedecendo a natureza da formao e diretrizes curriculares das profisses respectivas: Quadro 1: Durao Estimada dos Cursos de Segundo Ciclo TIPO DE GRADUAO Formao Artstica (FA): Formao em Engenharias (FE): DURAO DO SEGUNDO CICLO 3-5 quadrimestres 5-6 quadrimestres TEMPO TOTAL DE FORMAO BI + 1,5 anos BI + 2 anos BI + 1,5 anos BI + 1,5 anos BI + 1,5 anos BI + 1,5 anos BI + 2 anos BI + 2 anos BI + 2 anos BI + 2 anos

Cursos de Graduao Profissional (GP): Administrao 4-6 quadrimestres Economia 4-6 quadrimestres Contabilidade 4-6 quadrimestres Servio Social 5-6 quadrimestres Comunicao 4-6 quadrimestres Fisioterapia 5-6 quadrimestres Nutrio 5-6 quadrimestres Enfermagem 5-6 quadrimestres

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Farmcia 6-7 quadrimestres Psicologia 6-7 quadrimestres Direito 7-9 quadrimestres Medicina 11-12 quadrimestres

BI + 2,5 anos BI + 2,5 anos BI + 3 anos BI + 4 anos

Alguns cursos de segundo ciclo podero simultaneamente incluir, de modo parcial ou integral, habilitao docncia, mediante reconhecimento de crditos em estgios, atividades ou prticas docentes, permitindo dupla-titulao Graduao/Licenciatura. Desse modo, por exemplo, um engenheiro de transportes ou de processo formado na UFSBA, caso tenha cumprido crditos em componentes curriculares de base pedaggica exigidos no BI ou no LI, poder estar plenamente habilitado docncia em Matemtica, Fsica ou Cincias Naturais; um mdico ou farmacutico, cumpridas as mesmas condies no BI ou no LI, poder estar plenamente habilitado docncia em Biologia ou Qumica; um Bacharel em Direito, Comunicao ou Administrao, similarmente, poder ser considerado apto docncia em Lngua Portuguesa, Histria, Geografia ou Cincias Sociais. TERCEIRO CICLO: A formao de Terceiro Ciclo tambm ser responsabilidade dos Centros de Formao Profissional e Acadmica (CF), conforme indicados na seo seguinte. Sua implantao se dar em etapa posterior, gradualmente, respeitando-se a modularidade da estratgia de construo institucional da nova Universidade e a composio do corpo docente a ser recrutado. Compreender prioritariamente um elenco programas de formao senso-estrito na modalidade de Mestrado Profissional, articulado a programas de estgio ou treinamento em servio, redefinidos de modo ampliado e igualmente inovador: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Residncia Mdica Residncia Multiprofissional em Sade Residncia Multiprofissional em Polticas Pblicas Residncia Multiprofissional em Gesto Social Residncia Industrial/Empresarial Residncia Jridica Residncia Pedaggica Residncia Artstica

Pontos da Rede CUNI situados em municpios de maior porte podero servir como campos de prtica para alguns desses programas de residncia, aproveitando infraestrutura de EAD implantada e operante, particularmente a Residncia Pedaggica e a Residncia Multiprofissional em Polticas Pblicas. Para justificar academicamente a concesso do grau de Mestrado, essas novas modalidades de especializao sob a forma de residncia podero ser complementadas com mdulos de Metodologia da Pesquisa Cientfica, superviso/orientao de pesquisa e Tese ou Trabalho de Concluso de Curso.

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Figura 5 Opes de cursos do Terceiro Ciclo de Formao Mestrados Profissionais (MP) sero oferecidos nas seguintes reas (ainda a serem confirmadas nos respectivos PPP): 1. Educao Bsica (reas de Concentrao: Humanidades, Cincias, Artes) 2. Performance Artstica 3. Engenharias 4. Direito 5. Comunicao 6. Administrao 7. Contabilidade 8. Servio Social 9. Sade Coletiva 10. Sade Humana 11. Medicina Clnica 12. Cirurgia 13. Sade da Famlia Os Mestrados Profissionais em Educao Bsica, organizados em programas de Residncia Pedaggica, podem comear a ser oferecidos j no segundo ano da UFSBA, em articulao com UESC e UNEB. Essa modalidade uma prioridade da Capes. Bolsas podem ser acumuladas com o salrio do docente da rede pblica. Convnios com os municpios e a SEC permitiro gradualidade de cobertura, de tal sorte que se ampliar a oferta de educao superior ao tempo em que se melhora a titulao do professorado da rede pblica no municpio. Os Mestrados Acadmicos (MA) e os Doutorados de Pesquisa (DP) destinam-se formao acadmica senso-estrito. Sero ofertados nas grandes reas de atuao da UFSBA, nos respectivos campi, articuladas com demandas e incentivos dos

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setores produtivo e de governana da Regio e do Estado da Bahia. Note-se a proposio de uma modalidade nova de PG senso-estrito, o Doutorado Profissional, semelhana da oferta no contexto universitrio norteamericano. A arquitetura curricular completa, tal como delineada para a UFSBA, encontra-se esquematizada na Figura abaixo:

Figura 6 Arquitetura Curricular por Ciclos de Formao da UFSBA

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PROPOSTA PEDAGGICA A proposta pedaggica da UFSBA prev um modelo de ensino-aprendizagem de fato inspirado nas pedagogias da autonomia, implicando formao plena do estudante, no s para o mercado de trabalho ou a profissionalizao, mas tambm para a sociedade e para a auto-emancipao. Nessa perspectiva, propese uma aprendizagem significativa que, na medida do possvel, remete o conhecimento ao aprendizado experimentado em ato. Isso implica, em suma, atribuir sentido e valor s aes educativas, com foco em pedagogias ativas. Referncias conceituais nas teorias de Paulo Freire (2005) e de Edgar Morin (2010) sero tomadas criticamente, recuperando seus elementos mais aplicveis s epistemologias (ecologias cognitivas) contemporneas. A proposta pedaggica concebida para a UFSBA, apresentada nesta seo, focaliza os seguintes aspectos: regime letivo quadrimestral, com eficientizao de equipamentos, instalaes, pessoal e recursos financeiros; intenso uso de tecnologias digitais de ensino-aprendizagem; prticas pedaggicas articuladas a um modelo formativo progressivo.

Regime Letivo Considerando a natureza jurdico-poltica da UFSBA como instituio pblica, sustentada com oramento da Unio e recursos financeiros oriundos de polticas pblicas governamentais, o princpio da eficincia ser sobrevalorizado na nova Universidade. pelo menos intrigante que no Brasil se tenha desenvolvido um regime letivo apenas nominalmente semestral (pois o semestre dura de fato trs meses e meio), num sistema de gesto acadmica altamente burocratizado, onde pessoal, equipamentos e instalaes de instituies pblicas de ensino superior permanecem ociosos por quase um tero do ano letivo. Assim, para atender diretriz da eficientizao, prope-se para a UFSBA um regime curricular quadrimestral, com perodos letivos de 72 dias, totalizando 216 dias letivos a cada ano. Isso vai permitir cursos mais rpidos, intensivos e focalizados, com uso otimizado de tempo, recursos docentes, equipamentos pedaggicos, instalaes fsicas e energia institucional. Caso adotado esse regime, o calendrio anual da UFSBA poder cursar da seguinte forma: Quadrimestre Durao 1 (Outono) Recesso 1 2 (Inverno) 72 dias 2 semanas 72 dias Perodo fevereiro-maro-abril-maio fim de maio junho-julho-agosto-setembro

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Recesso 2 3 (Primavera) Frias

2 semanas 72 dias 6 semanas

meados de setembro setembro-outubro-novembro-dezembro Natal e ms de janeiro (integral)

Os perodos de recesso e frias podero ser reservados para manuteno e ampliao de instalaes, sem prejudicar o funcionamento da instituio. O ms de janeiro poder ser tambm utilizado para promoo de eventos cientficos e acadmicos, alm de cursos intensivos no perodo de frias de vero, aproveitando a atratividade turstica de todo o Litoral Sul da Bahia. Para o gerenciamento do regime curricular e seus desdobramentos, os sistemas de gesto acadmica e administrativa correlatos tero que ser completamente reajustados vis vis os parmetros burocrticos atualmente vigentes na universidade pblica brasileira. Isso implicar modelos de maior eficincia que necessariamente demandaro maior rigor gerencial. Solues de auto-servio, governana eletrnica e tcnicas modernas de gesto informatizada podero contribuir para a viabilidade dessa estrutura. Trata-se de ideia relativamente radical para o cenrio brasileiro, mas no desconhecida em outros contextos universitrios. Muitas universidades norteamericanas de grande reconhecimento internacional (Johns Hopkins, UCLA, UCBerkeley) tm implantado regimes letivos similares h dcadas, chamado de quarters (em geral, trs termos por ano). Muitas universidades reconhecidas como inovadoras no mundo (Lneburg na Alemanha, Maastricht na Holanda, York University no Canad) usam esse sistema. No Brasil, a UFABC foi inaugurada j com o regime quadrimestral e a UNILAB pretende implantar esse sistema de otimizao de calendrio curricular no seu campus na Bahia. No obstante sua atratividade, face ao carter radicalmente inovador dessa proposta, a possibilidade de alterao do regime letivo deve ser submetida a um teste de viabilidade operacional, com simulao e detalhamento dos seus efeitos, defeitos e impactos. Tecnologias Digitais A complexidade do mundo contemporneo demanda cada vez mais modalidades diversificadas de formao e nveis de educao flexveis, matizados e modulares, em funo da variedade de situaes e contextos que geram enorme volume de informaes de carter cientfico-tecnolgico e artstico-cultural. O processo educativo, nesse cenrio, deve buscar desenvolver as bases mentalcognitiva, social e tico-polticas do sujeito, bem como suas potencialidades mutantes, capacidades de realizao, canais de comunicabilidade e de expresso artstica, desenvolvimento fsico-corporal e sociabilidade. Nessa perspectiva, diversas tecnologias didticas demonstradas como eficazes para a organizao de saberes e planejamento do processo ensino-aprendizagem

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devero ser usadas de forma integrada e orientadas pelas seguintes concepes, consagradas para o aprendizado de adultos: sero estabelecidos ambientes de ensino-aprendizagem onde o estudante se motivar para experimentar e explorar questes e problemas reais ou programados; haver espaos e lugares coletivos, presenciais ou virtuais, onde o estudante se sentir confortvel para expressar pensamentos, dvidas, dilemas morais e emoes; o estudante compartilhar a responsabilidade de definio de mtodos didticos e contedos curriculares adaptados para as necessidade especficas de aprendizado em suas circunstncias, considerando as necessidades individuais; o estudante participar da formulao das metas pedaggicas, confirmando potenciais atitudes de auto-aprendizagem visando a identificar as prprias necessidades formativas, no intuito de aumentar sua motivao pelo aprendizado novo; o estudante desenvolver competncias para pesquisar, selecionar e avaliar criticamente as fontes do conhecimento e aplic-las caso a caso; o estudante ser enfim parte ativa da criao e avano do conhecimento e no simplesmente um consumidor do conhecimento.

Para a viabilizao e otimizao dos recursos pedaggicos oferecidos nos programas da UFSBA, em todos os ciclos de formao, contaremos com Dispositivos Virtuais de Aprendizagem. Os Dispositivos Virtuais de Aprendizagem (DVA) compreendem novas tecnologias de interface digital (games, sites, blogs, redes sociais, dispositivos multimdia, entre outros) e meios interativos de comunicao, por meio de redes digitais ligadas em tempo real mediante sistemas de satlite, potencializam e permitem superar o ambiente escolar tradicional, favorecendo apropriao de contedos de conhecimento e experincias pedaggicas em espaos no-fsicos e situaes no-presenciais. Esses espaos so denominados de ambientes virtuais de aprendizagem. Os DVA operam programas computacionais interativos que tm capacidade de comunicao integrada, implicando tecnologias pedaggicas capazes de realizar uma srie complexa e diversificada de tarefas educacionais. Os DVA e os AVA no significam meros complementos ou acessrios pedaggicos para mtodos convencionais de ensino e dessa forma no se limitam educao formal; novas condies e elementos pedaggicos so criados no seu emprego, permitindo novas experincias de aprendizagem que geram processos particulares de anlise, reflexo e apropriao do conhecimento. Em todos os nveis e ciclos de formao, as estratgias metodolgicas sero variadas e as equipes de educadores devero produzir dispositivos de ensinoaprendizagem (textos, roteiros de trabalho, estudos dirigidos, apostilas, exerccios etc.) sempre com foco nas escolhas e na autonomia dos alunos/as. Alm disso, os educadores sero treinados para permanente ateno aos acontecimentos em situaes ou espaos (virtuais ou fsicos) de aulas, encontros, 26

reunies e espaos de prticas, para explor-los pedagogicamente com questionamentos e problematizaes. Prticas Pedaggicas No primeiro ciclo de formao, o modelo de educao superior da UFSBA ter como fundamento o que se poderia chamar de neo-quadrivium, compreendendo lnguas essenciais (em nosso caso, Portugus e Ingls), informtica instrumental (competncia digital), pensamento lgicointerpretativo e cidadania planetria (conscincia ecolgico-histrica). Nessa etapa inicial, a metodologia formativa da nova Universidade estar pautada em dois dispositivos de definio de prticas pedaggicas: 1. mobilizao para o conhecimento mediante Compromissos de Aprendizagem Significativa; 2. construo orientada do conhecimento-na-prtica atravs de Aprendizagem Orientada por Problemas Concretos; Os Compromissos de Aprendizagem Significativa compreendem resultados de um processo de pactuao consensual informada entre educador-educando em relao a critrios, objetivos, mtodos e contedos implicados na produo compartilhada de saberes. A mobilizao para o conhecimento resulta da valorizao permanente dos elementos de contexto, mtodos e contedos implicados na produo de saberes que so significativos para os alunos, tanto do ponto de vista vivencial como na perspectiva poltico-pedaggica. Tais compromissos se definem conceitualmente pela articulao entre a realidade emprica do grupo de educandos, com suas redes de relaes, viso de mundo, percepes, linguagem e discusses acerca do seu ambiente significativo. Afim de garantir ensino de qualidade em todos os nveis, sero criados ambientes virtuais de aprendizagem e desenvolvidos dispositivos de aprendizagem autnoma como opo pedaggica ou para complementar as atividades conduzidas presencialmente em pequenos grupos, salas de aula, laboratrios, servios e espaos de prtica. A metodologia da Aprendizagem Orientada por Problemas Concretos compreende a construo orientada do conhecimento pela via da problematizao, com base em elementos da realidade concreta da prtica laboral, artstica, tecnolgica ou acadmica em pauta. Essa abordagem submete a percepo da aprendizagem inicial a um processo crtico de constante questionamento, mediado pela literatura de referncia (acadmica, cientfica etc.) para o conjunto de saberes em questo, compilado ou extrado do conhecimento disponvel ou herdado. Desse modo, essa etapa do processo educativo visa elaborao de novas questes a serem continuamente retomadas e superadas pelo educando. Esses princpios gerais e estratgias correlatas tambm serviro para balizar o funcionamento, no plano poltico-pedaggico, dos cursos de segundo ciclo. Respeitando suas especificidades, o processo formativo do segundo ciclo ser orientado para a formao de trabalhadores (onde, em casos legalmente definidos, cabe mesmo a figura do profissional) ou intelectuais capacitado a solucionar problemas usando as melhores evidncias disponveis, mobilizando

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conhecimentos e atitudes que tornem as experincias vividas e os problemas identificados no dia-a-dia da prtica em estmulos para o aprendizado crescente. Nesse ciclo de formao, o modelo pedaggico deve enfatizar ainda mais a perspectiva de compartilhamento da aprendizagem inter-pares, contribuindo para a incorporao significativa de prticas e saberes. Tais estratgias permitiro s equipes atuar, de modo articulado, seguindo programas e protocolos, por elas continuamente revisados, simultaneamente aplicando tcnicas de problematizao como ensinantes e aprendizes. Alm das estratgias tpicas do primeiro ciclo de formao, os cursos de segundo ciclo sero organizados com foco em duas estratgias pedaggicas especficas: 1. co-elaborao inter-pares em Equipes de Aprendizagem Ativa; 2. compartilhamento da vivncia pedaggica de snteses de saberes mediante co-responsabilizao dos estudantes em Estratgias de Aprendizagem Compartilhada. Amplo consenso entre tericos da educao indica a superioridade operacional e maior eficincia cognitiva de estratgias coletivas de apropriao, produo e construo de conhecimentos. A partir desse fundamento, a estratgia das Equipes de Aprendizagem Ativa constituem um elemento axial do modelo pedaggico adotado, posto que se configura como dispositivo de construo e reconstruo de snteses provisrias e compartilhadas do conhecimento. Descrio mais precisa dessa modalidade de organizao ser apresentada adiante. O quarto e ltimo aspecto, aqui designado como Estratgias de Aprendizagem Compartilhada, compreende momentos de co-elaborao da sntese de saberes. Trata-se de um regime de diviso das responsabilidades do processo pedaggico inter-pares, onde cada coorte de educandos tambm cumpre o papel de educadores para os novos afiliados e para as turmas de alunos que lhes antecedem na trajetria formativa. Tais princpios gerais do projeto poltico-pedaggico referentes ao primeiro e ao segundo ciclo tambm serviro, no plano prtico, para balizar o funcionamento dos cursos de terceiro ciclo. Compromissos de Aprendizagem Significativa. A estratgia central de mobilizao para o conhecimento concebida neste projeto compreende Compromissos de Aprendizagem Significativa, a serem construdos e pactuados entre educandos-educadores no incio de cada etapa/mdulo do processo formativo, sob a forma concreta de um contrato didtico. Nesse contrato, as partes co-estabelecem aes, estratgias e formas de enfrentamento dos desafios presentes no ato de ensinar e de apreender conhecimentos e competncias ali propostos. Os Compromissos de Aprendizagem se constituiro como documentos de contrato coletivo onde com clareza e transparncia se identificam, definem e registram elementos, critrios e parmetros norteadores do processo pedaggico, a saber: 1. Os sujeitos envolvidos e suas caractersticas;

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2. Os objetivos pretendidos (cognitivos, procedimentais e atitudinais) para educadores e educandos; 3. A justificativa da importncia daquele conhecimento; 4. A forma de abordagem que ser proposta, diretamente relacionada aos objetivos e objetos de estudo, ou seja, a metodologia pretendida; 5. A forma de definio, escolha, aplicao de estratgias de ensino e aprendizagem; 6. As normas de convivncia e aprendizado cooperativo em equipe; 7. Os instrumentos de acompanhamento e registro do processo, ou seja, a avaliao. Ao firmar-se o contrato pedaggico do Compromisso de Aprendizagem, todos os componentes curriculares da UFSBA que no envolvam participao em laboratrios ou estgios devero oferecer ao estudante, plenamente esclarecido quanto responsabilidade implicada em cada escolha, trs opes metodolgicas: a) Aprendizagem presencial (aulas, seminrios, oficinas etc.); b) Aprendizagem meta-presencial, com avaliao e acompanhamento presencial; c) Aprendizagem por passos (Mtodo Keller), auto-programada e heteroavaliada. Em todos os cenrios, suscitar-se- um processo de debate-reflexo, estimulando a pesquisa de outros recursos referenciais alm dos disponveis no momento, com a finalidade de constituir laboratrios vivenciais, redes de interaes, troca de experincias, projetos e concretizao de Compromissos de Aprendizagem concebidos dentro e fora deste espao. Equipes de Aprendizagem Ativa Os alunos do segundo ciclo de formao participaro intensamente de atividades de ensino, como monitores permanentes de colegas de anos/ciclos anteriores em Equipes de Aprendizagem Ativa (EAA) integradas por grupos de 2 a 5 alunos de cada ano do respectivo curso de formao profissionalizante. Cada equipe ser monitorada por dois ps-graduandos das Residncias (multiprofissionais, artsticas, empresariais, industriais, de gesto, mdicas etc., vide adiante). Cada duas equipes de EAA sero supervisionadas por um Docente-Preceptor do quadro permanente do respectivo centro. Assim, no eixo prtico, os alunos continuaro como membros das suas respectivas equipes de aprendizagem durante toda a durao do curso, mantendo atividades com enfoque nas prticas em graus crescentes de complexidade. Exemplo: as EAA dos Cursos de Direito ou de Engenharias, ambos com durao de 3 anos (aps o BI de 3 anos), ter 5 alunos de cada ano. Os alunos do terceiro ano sero os monitores dos alunos do segundo ano que, por sua vez, cumpriro o mesmo papel em relao aos alunos do primeiro ano. Idem em Medicina que, no regime de ciclos, ter durao de 4 anos (depois de 3 anos de BI em Sade).

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Um elemento essencial dessa proposta o desenvolvimento de aes em parceria, interna e externa, operadas em diferentes nveis e espaos. Em relao aos nveis, compreende-se: a) b) c) d) direo geral, colegiado do curso, relao educando-educador; equipe de ensino-aprendizagem; componentes curriculares atuais, antecedentes e consequentes.

Os espaos so constitudos por turmas do curso, grupos e perodos diferentes em aes integrativas dentro da instituio ou em trabalho de campo. Considerando o compromisso da UFSBA com a educao bsica, estuda-se a viabilidade de comprometer massivamente (de forma compulsria ou mediante incentivo sob a forma de bolsas) os alunos das licenciaturas em primeiro ciclo com estgios na rede de ensino mdio vinculadas aos Colgios Universitrios. Aprendizagem Orientada por Problemas Concretos No sentido de alcanar as metas e objetivos do projeto acadmico proposto (competncias, valores e conhecimentos) a abordagem PBL (Problem-Based Learning, em Ingls) ser ajustada ao contexto e objetivos da UFSBA como Aprendizagem Orientada por Problemas Concretos (AOPC). Apesar da sua centralidade no modelo pedaggico adotado, no ser a nica metodologia didtica. A nfase em AOPC se deve ao fato de que o mtodo permite ao aluno identificar o que precisa aprender sobre problemas identificados em casos prelaborados pelo tutor. AOPC permite tambm maior interao entre os estudantes contribuindo para o desenvolvimento de atitudes voltadas para o trabalho em equipe. Visando o aprendizado, fundamental que os alunos entendam em que consiste a AOBPC e os papeis que devem desempenhar. Neste sentido, os alunos devem receber material sobre o prprio mtodo e tirar as dvidas com o tutor. Atividades em AOPC envolvero todos os estudantes das EAA. O residente atuar como tutor e facilitador e o docente como supervisor e coordenador. Em uma sesso de AOPC adequadamente conduzida o docente no far intervenes. Ele deve conhecer, no entanto, os objetivos de aprendizagem pr-definidos e observar atentamente as atividades dos estudantes para se certificar de que os objetivos da aprendizagem esto sendo alcanados. O aprendizado portanto deve ser centrado no estudante. O tutor poder intervir sutilmente no sentido de conduzir a atividade para os objetivos da aprendizagem. O grupo inicia a atividade elegendo um estudante para funcionar como lder que tem como atribuio estimular e moderar a discusso, um outro estudante para desempenhar o papel de secretrio que tem como funo relatar as concluses e decises do grupo e um terceiro estudante para monitorar o tempo de discusso. As etapas (passos) de uma atividade baseada em AOPC so as seguintes: 1. Leitura do caso (a situao) que feita pelo lder. importante deixar claro no inicio o tempo de discusso; 2. identificao dos problemas pelo grupo;

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3. discusso sobre os conhecimentos que j possuem sobre os problemas. Isto abrange tanto os conhecimentos relevantes da cincia quanto os da aplicao tecnolgica ou prtica; 4. sumrio dos pontos relevantes da discusso sobre o que os estudantes sabem sobre os problemas. Esta uma tarefa do secretrio(a) com a participao de todos; 5. formulao dos objetivos de aprendizagem (o que ainda precisa aprender sobre o assunto); 6. Aps identificar o que precisam aprender os estudantes devero pesquisar a literatura, ler material, consultar experts, ou seja o que considerarem necessrio para adquirir ou aprofundar o conhecimento. 7. Aps isso os estudantes voltam a se reunir novamente para novo debate. Nesta nova sesso de discusso os estudantes apresentam os novos conhecimentos adquiridos referentes as questes que foram levantadas no passo 5 (objetivos do aprendizado). A identificao de questes, a avaliao sistemtica e o planejamento visando solucionar problemas se constituem em estmulos para o levantamento de questes, a seleo adequada de material bibliogrfico e o planejamento de estratgias de soluo de problemas. Comentrios Finais Os desafios decorrentes desta proposta so inmeros e exigem a superao do tradicional papel do educador isolado que prepara e ministra aulas. Demanda-se do educador uma postura dialgica e flexvel, aberta escuta dos seus colegas, independente do perodo em que trabalha, e o compromisso de construir coletivamente. Educandos e educadores devem-se colocar em constante posio de investigao, reconhecendo que processos dessa natureza esto em constante construo, portanto, inacabados. Valorizar a humildade do aprendiz significa dominar mtodos e tcnicas bsicas de pesquisa e de aprendizado permanente. Outro desafio pensar o educando como sujeito histrico e contextualizado, que dever assumir o rumo de sua autoconstruo e do seu processo de co-formao. Isto no se dar de forma espontnea, mas como resultante da ao coletiva dos educadores entre si e junto aos educandos, ao longo da caminhada no curso e na Universidade. A cooperao, como princpio e processo, faz-se, ento, fundamental como aspecto pedaggico nesse cenrio de gesto compartilhada dos processos pedaggicos, realando valores e dimenses referentes avaliao do curso, da aprendizagem e do impacto sobre a formao dos futuros profissionais e trabalhadores de nvel universitrio.

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ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Conforme o PL de criao, a Universidade Federal do Sul da Bahia ter campi nos municpios de Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. Desde sua concepo, prevendo uma arquitetura curricular complexa, apresentada acima, a UFSBA se prope a uma cobertura regional ampla. As distncias geogrficas, aproximadamente 200 km entre cada campus, constituem obstculo potencial eficincia de operao se a gesto institucional for realizada com base em estrutura e processos convencionais. Depender grandemente de tecnologias de informao e comunicao (TIC) com recursos de e-governo, alm de forte descentralizao e flexibilidade de gesto. Portanto, a estrutura administrativa que predomina nas instituies universitrias nacionais (Superintendncias, Pro-Reitorias, Escolas, Faculdades, Departamentos etc.) no ser a mais adequada para cri-la como instituio eficiente administrativamente, academicamente competente e socialmente inclusiva. Por tudo isso, justifica-se desenvolvimento, implantao e emprego de inovaes estruturais no projeto da nova universidade. O desafio ser reforar controle institucional e governana centralizada virtualmente e gesto acadmica descentralizada, sem perda de qualidade do processo pedaggico. Como soluo, prope-se as seguintes estratgias: descentralizar processos de gesto administrativa do cotidiano institucional; realizar forte investimento em rede digital, possibilitando gesto distncia em tempo-real; enxugar instncias de gesto administrativa (visando maior eficincia); ampliar e abrir instncias de gesto acadmica, fomentando maior participao dos segmentos da comunidade universitria e da sociedade da Regio.

Para sua gesto institucional e acadmica, a UFSBA contar com uma estrutura institucional em rede, visando otimizao administrativa e a racionalidade no uso de recursos humanos e materiais, considerando a necessidade de cobertura territorial ampliada. Considerando peculiaridades geogrficas, institucionais e acadmicas, a UFSBA ser operada por uma estrutura de gesto leve, eficiente e desburocratizada, com uso intensivo de tecnologias de informao e comunicao. Conforme j indicado no delineamento da Proposta, a estrutura institucional da UFSBA ter trs esferas de organizao, correspondendo a ciclos e nveis de formao: 1. Colgios Universitrios (CUNI) 2. Institutos de Humanidades, Artes e Cincias (IHAC) 3. Centros de Formao Profissional e Acadmica (CF) Para a operao articulada da oferta diversificada dos cursos em Regime de Ciclos, respeitando a ampla cobertura regional da instituio, prope-se a seguinte formatao e distribuio de unidades acadmicas: No Campus de Itabuna:

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Centro de Formao em Cincias e Tecnologias Inovao (CFCT) Centro de Formao em Comunicao e Artes (CFCAr) Instituto de Humanidades, Artes e Cincias Jorge Amado Rede CUNI Centro de Formao em Cincias Humanas e Sociais (CFCHS) Centro de Formao em Cincias Ambientais (CFCAm) Instituto de Humanidades, Artes e Cincias Sosgenes Costa Rede CUNI Centro de Formao em Cincias da Sade (CFCS) Instituto de Humanidades, Artes e Cincias (nome a ser designado) Rede CUNI

No Campus de Porto Seguro:

No Campus de Teixeira de Freitas:

A proposta de estrutura organizacional da UFSBA apresentada na Figura 1.

Figura 1 Estrutura Organizacional da UFSBA Conforme a Figura 1, estaro vinculados ao Instituto de Humanidades, Artes e Cincias Jorge Amado (Campus de Itabuna), os CUNI localizados nos seguintes municpios: 1. Itacar 2. Ubaitaba 3. Uruuca 33

4. 5. 6. 7. 8.

Ilhus Ibicara Camacan Una Canavieiras

Ao Instituto de Humanidades, Artes e Cincias Sosgenes Costa (Campus de Porto Seguro): 1. 2. 3. 4. 5. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Belmonte Guaratinga Cabrlia Itabela Eunpolis Itamaraju Itanhm Prado Caravelas Alcobaa Mucuri Nova Viosa Medeiros Neto

No Instituto de Humanidades, Artes e Cincias (Campus de Teixeira de Freitas):

A distribuio geogrfica dessa rede encontra-se representada em Anexo. Essa lista meramente propositiva, para fins de planejamento, sendo sua implantao condicionada s condies objetivas de apoio institucional e financeiro. Sobre os homenageados: Jorge Amado nasceu em Ferradas, municpio de Itabuna, em 1912. Sua famlia mudou-se para Ilhus quando ele tinha apenas um ano; l passou a infncia e descobriu as letras. Viveu a adolescncia em Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que desempenhou importante papel na renovao das letras baianas. Estreou na literatura em 1930. Seus primeiros romances foram "O Pas do Carnaval" (1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934). Entre 1935 a 1944, escreveu os romances "Jubiab", "Mar Morto", "Capites de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "So Jorge dos Ilhus". Militante comunista, exilou-se na Argentina e no Uruguai (1941-2), em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2). Em 1945, foi eleito deputado federal por So Paulo, tendo participado da Assemblia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Cmara Federal posterior ao Estado Novo. Entre 1946 a 1958, escreveria "Seara Vermelha", "Os Subterrneos da Liberdade" e "Gabriela, Cravo e Canela". Nas dcadas de 1960 e 1970, lanou romances de grande sucesso: "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'gua", "Os Velhos Marinheiros ", "Dona Flor e Seus Dois Maridos", "Tenda dos Milagres", "Teresa Batista Cansada de Guerra" e "Tieta do Agreste". Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Alm de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peas, histrias infantis e guias

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de viagem. Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em 2001, em Salvador. Sosgenes Marinho da Costa nasceu em Belmonte em 1901, mas passou a morar em Ilhus (BA) a partir de 1923. Foi redator do Dirio da Tarde e secretrio da Associao Comercial, e aposentou-se em 1954 como telegrafista do antigo DCT (Departamento de Correios e Telgrafos). Era um homem tmido e solitrio que escrevia e guardava seus poemas, sem se preocupar em public-los. Ainda assim publicou poemas no Dirio da Tarde, de onde era colaborador. Tambm foi colaborador das revistas O Momento e Arco & Flexa, ligadas ao modernismo baiano. Em 1934, escreveu um poema pico intitulado Iararana, onde conta a saga do cacau e a ocupao da regio, pelos portugueses e sua luta com os ndios. No fosse a insistncia de amigos no teria publicado em 1959, seu primeiro livro de poemas, intitulado Obra Potica. Este livro obteve os prmios Paula Brito, no Rio, e Jabuti, pela Cmara Brasileira do Livro, em So Paulo. Esse poeta desconhecido teve em Jorge Amado um amigo fiel que lhe reconhecia as qualidades literrias e no media esforos para que suas obras fossem reconhecidas pelo valor que possuem. Jorge Amado conseguiu que o Partido Comunista financiasse uma viagem para Sosgenes conhecer a China. Aps sua morte, o poeta, crtico e ensasta Jos Paulo Paes, iniciou um grande movimento para reconhec-lo como um dos grandes poetas do modernismo brasileiro. Hoje Sosgenes Costa considerado um cone da poesia baiana e brasileira, e foi includo na antologia Os Cem Melhores Poetas do Sculo XX. Faleceu no Rio de Janeiro em 5 de novembro de 1968. Para o IHAC de Teixeira de Freitas, ainda no identificamos uma personalidade vinculada regio. Mrio Augusto Teixeira de Freitas, fundador do IBGE, estatstico baiano nascido em So Francisco do Conde, homenageado pelo batismo do principal centro urbano do territrio de identidade do Extremo-Sul, no tem qualquer relao com a Regio.

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ESTIMATIVA DE OFERTA DE VAGAS A nova universidade comear suas atividades em 2013, oferecendo em sua primeira turma 3.000 vagas de primeiro ciclo, nas quatro modalidades de BI, sendo 1.500 em ensino presencial nos Institutos de Humanidades, Artes e Cincias (IHAC) e 1.500 na Rede de Colgios Universitrios (Rede CUNI). Ainda dependente de dimensionamento (condicionado s condies satisfatrias para funcionamento), no final do perodo de implantao da UFSBA, a oferta de vagas para a Formao Geral nos CUNIs e para o Primeiro Ciclo ter, em princpio, a seguinte distribuio: Tabela 1. Distribuio da oferta de vagas para o Primeiro Ciclo da UFSBA

MODALIDADE DE CURSOS Formao Geral Rede CUNI/EAD Bacharelados Interdisciplinares Cincias e Tecnologias Artes Humanidades Sade Total

Itabuna 800 600 200 200 100 100 1.400

Porto Seguro 500 450 100 50 200 100 950

Teixeira de Freitas 700 450 100 50 100 200 1.150

Total 2.000 1.500 400 300 400 400 3.500

Os cursos propostos e quantitativos de vagas oferecidas, nos trs campi da UFSBA e respectivas Redes CUNI/EAD, encontra-se em Anexo. No total, com a plena implantao da nova universidade, sero oferecidos 25 Certificados de Formao Geral na Rede CUNI, 12 Bacharelados interdisciplinares em 4 grandes reas de conhecimento, 22 Cursos Superiores Tecnolgicos, 30 cursos de graduao profissionalizante plena, 6 Residncias, 19 Mestrados e 9 doutorados. De acordo com essas estimativas, no final do perodo de implantao previsto, nos dois ciclos de graduao, projeta-se uma oferta de 3.000 vagas no primeiro ciclo (1.500 na Rede CUNI/EAD), quase o mesmo total em segundo ciclo, totalizando 5.790 vagas presenciais de Graduao. Acrescente-se ainda mais de mil vagas em PG. Isso importa um total geral de matrculas de 13.200 estudantes regulares, somando-se todos os nveis de ensino.

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Note-se que, nesse regime curricular, a nova instituio comear a graduar muito rpido, apenas dois anos aps iniciar sua primeira turma. Alm disso, h previso de cerca de 1.500 graduandos nos BI aos trs anos de curso e de 1.100 Licenciados aos quatro anos. Os cursos de segundo ciclo das Formaes Profissionais mais curtas podero j graduar uma primeira turma em cinco anos; Engenharias, Psicologia e Direito aos seis anos e Medicina aos sete anos (quatro anos de curso mdico depois do respectivo BI em Sade). Tabela 2. Oferta de vagas e Matrculas Projetadas. UFSBA, 2020. TOTAIS Vagas 2.000 1.500 500 1.000 5.000 Matrculas 3.000 4.000 1.200 1.800 10.000

Modalidades de Curso PRIMEIRO CICLO: Formao Geral na Rede CUNI/EAD Bacharelado Interdisciplinar (BI) Licenciaturas Interdisciplinares (LI) Licenciaturas Interdisciplinares (LI) c/ EAD SUBTOTAL SEGUNDO CICLO: Graduao nas Engenharias Bacharelados em Artes (BA) Bacharelados Profissionais (BP) Cursos Profissionais (CP) SUBTOTAL TERCEIRO CICLO: Mestrados Profissionais (MP) Mestrados Acadmicos (MAc) Doutorados Profissionais (DPr) Doutorados Acadmicos (DAc) SUBTOTAL TOTAL

240 130 250 300 920 600 150 60 30 840 6.860

600 200 600 600 2.000 800 300 200 100 1.400 13.400

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ESTUDO DE DISTRIBUIO DE VAGAS DOCENTES Na Tabela 3, apresentamos uma estimativa de necessidade de vagas docentes por matrculas projetadas, conforme o clculo da Razo Aluno/Professor. Os quantitativos de vagas representam estimativas ainda preliminares, calculadas com base em projees de evaso/desistncias e tamanho de mdulos/turmas dos cursos de segundo ciclo. Utilizamos como critrio bsico para clculo a razo aluno/professor varivel por modalidade/opo de curso. Essas estimativas devem ser refinadas no clculo dos mdulos por curso, de acordo com os respectivos PPP a serem futuramente apreciados pelas instncias de deliberao acadmica da nova universidade. Tabela 3. Estimativa de necessidade de vagas docentes por matrculas projetadas e Razo Aluno/Professor. UFSBA, 2013-2020. Total de Alunos3.000 1.800 4.000 1.200 600 600 200 600 800 300 200 100 ---

Modalidade de Curso BI/FG na Rede CUNI/EAD LI na Rede CUNI/EAD Bacharelados Interdisciplinares Licenciaturas Interdisciplinares Formao nas Engenharias Bacharelados Profissionais Formao Artstica Formao Profissional Sade Mestrados Profissionais Mestrados Acadmicos Doutorados Profissionais Doutorados Acadmicos Quota em Formao/Sabticos Gesto Acadmica

Razo Aluno/Professor100 60 50 40 30 20 10 10 8 6 5 3 ---

Total de PEq/DE30 30 80 30 20 30 20 60 100 50 40 30 52 45

TOTAL

21,7

13.400

617

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS1. 2. 3. 4. ALMEIDA-FILHO, Naomar et pro-reitores. Memorial da Universidade Nova. Salvador: EDUFBA, 2010. ALMEIDA-FILHO, Naomar; COUTINHO, Denise. Nova arquitetura curricular na universidade Brasileira. Cienc. Cult. [online]. 2011, vol.63, n.1, pp. 4-5. ISSN 0009-6725. ALMEIDA-FILHO, Naomar. Higher education and health care in Brazil. Lancet. 2011 Jun 4; 377(9781): 1898-900. Epub 2011 May 9. PubMed PMID: 21561653. BRASIL. PARECER CNE/CES No: 266/2011. Referenciais orientadores para os Bacharelados Interdisciplinares e Similares das Universidades Federais. Publicado no D.O.U. de 14/10/2011, Seo 1, Pg. 16. COULON, Alain. A Condio de Estudante. Salvador: EDUFBA, 2007. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. So Paulo: Cortez, 2005. NATAL, Camila; Dalpian, Gustavo; Capelle, Klaus; Silva, Rosana; Silva, Sidney (orgs.). UFABC 5 Anos: um novo projeto universitrio para o Brasil.Santo Andr: Universidade Federal do ABC, 2011. SANTOS, Boaventura de Sousa; ALMEIDA-FILHO, Naomar. A Universidade no Sculo XXI - Para uma Universidade Nova. Coimbra: Editora Almedina, 2008 TEIXEIRA, Ansio. Depoimento e debate sobre o Projeto da Lei de Diretrizes e Bases. In: Educao no Brasil. Rio: Editora UFRJ, 1982.

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[Atualizado em 20.05.2012]

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ANEXO 1 PROJEO DE VAGAS DE ACORDO COM OFERTA DE CURSOSMODALIDADE DE CURSO PRIMEIRO CICLO Formao Geral na Rede CUNI/EAD Bacharelado Interdisciplinar (BI) SUBTOTAL SEGUNDO CICLO Licenciaturas Interdisciplinares (LI) Lic. Interdisciplinares (LI) c/ EAD Graduao nas Engenharias Bacharelados Artsticos (BA) Bacharelados Profissionais (BP) Cursos Profissionais (CP) SUBTOTAL TERCEIRO CICLO Mestrados Profissionais (MP) Mestrados Acadmicos (MAc) Doutorados Profissionais (DPr) Doutorados Acadmicos (DAc) SUBTOTAL TOTAL 260 60 20 20 360 2.920 520 120 80 80 800 5.700 230 60 20 20 330 1.880 460 120 80 80 740 3.940 220 60 20 20 320 1.700 440 120 80 80 720 3.460 710 180 60 60 1.010 6.600 1420 360 240 240 2.260 13.100 1.460 1.900 650 950 600 600 180 80 600 600 540 160 340 820 280 680 690 1.090 200 200 60 200 200 180 200 200 200 200 1.000 1.000 180 80 250 280 2.790 1.000 1.000 540 160 550 690 3.940 600 600 1.200 1.200 1.800 3.000 450 450 900 900 1.350 2.250 350 350 700 700 950 1.650 1.400 1.400 2.800 2.800 4.100 6.900 ITABUNA Vagas Matrculas PORTO SEGURO Vagas Matrculas TEIXEIRA DE FREITAS Vagas Matrculas Vagas TOTAIS Matrculas

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ANEXO 2 PROJEO DE VAGAS DE ACORDO COM OFERTA DE CURSOS DETALHAMENTO POR CURSO/NVEL DE FORMAO ITABUNA Vagas 600 600 200 200 100 100 2.280 160 60 200 100 150 180 30 30 30 30 Matrculas 1.200 1.800 600 600 300 300 2.280 160 120 200 200 200 540 90 90 90 90 30 30 90 90 PORTO SEGURO Vagas 450 450 200 50 200 -2.280 80 60 150 100 150 Matrculas 900 900 600 150 600 -2280 160 120 200 200 200 TEIXEIRA DE FREITAS Vagas 350 350 -50 100 200 2.280 80 60 150 100 150 Matrculas 700 950 -150 300 600 2280 160 120 200 200 200

MODALIDADE DE CURSO PRIMEIRO CICLO Formao Geral na Rede CUNI/EAD Bacharelado Interdisciplinar (BI) em 1. 2. 3. 4. Cincias e Tecnologias Artes Humanidades Sade

SEGUNDO CICLO Licenciaturas Interdisciplinares (LI) em 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Cincias Exatas e da Matria Cincias Biolgicas Artes e Educao Letras Cincias Humanas e Sociais Ecoengenharia Bioengenharia Geoengenharia Tecnoengenharia

Graduao nas Engenharias

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14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33.

Cenoengenharia Ciberengenharia Msica Teatro Dana Cinema e Vdeo Comunicao Direito Administrao Economia Contabilidade Servio Social Agroecologia Cincias Florestais Cincias do Mar Medicina Enfermagem Farmcia Nutrio Fisioterapia

30 30 80 20 20 20 20 50

90 90 160 40 40 40 40 250 100 50 50 50 50 50 30 30 30 150 100 100 100 100 90 90 90 280 30 100 40 40 40 690 120 200 120 80 80 550

Bacharelados Artsticos (BA) em

Bacharelados Profissionais (BP) em

Cursos Profissionais (CP) em

42

34.

Psicologia 260 60 60 60 40 40 520 120 120 120 80 80 10 10 10 10 10 20 20 20 20 20 230 60 60 60 460 120 120 120

30 220 60 60 60

90 440 120 120 120

TERCEIRO CICLO Mestrados Profissionais (MP) em 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Ensino de Cincias Ensino de Artes Ensino de Humanidades Performance Artstica Engenharias Direito Comunicao Administrao Contabilidade

10. Servio Social 11. Sade Coletiva 12. Sade Humana 13. Medicina Clnica 14. Cirurgia Mestrados Acadmicos (MAc) em 15. Letras e Artes 16. Cincias e Tecnologias 17. Humanidades 18. Cincias da Sade 19. Cincias Sociais Aplicadas 60 30 30 120 60 60

10 10 10 10 60 30 30 120 60 60 30 30 30 60

20 20 20 20 120

60 60 60

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Doutorados Profissionais (DPr) em 1. Cincias e Tecnologias 2. Humanidades 3. Cincias da Sade 4. Cincias Sociais Aplicadas Doutorados Acadmicos (DAc) em 5. Letras e Artes 6. Cincias e Tecnologias 7. Humanidades 8. Cincias da Sade 9. Cincias Sociais Aplicadas

40 20 20

160 80 80

40 20 20

160 80 80 160 80 80

40

160

20 20 40

80 80 160

40 20 20

160 80 80

40 20 20

20 30 20

80 60 80

44

45

46