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MANUAL DO FACILITADOR
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
EMPREENDER NO CAMPO
© 2012, SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio sem autorização por escrito do SENAR.
SENARServiço Nacional de Aprendizagem Rural
CONSELHO DELIBERATIVO
Senadora Kátia AbreuPresidente
Titular: Júlio da Silva Rocha JúniorPresidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo
Suplente: Roberto SimõesPresidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais
Titular: Carlos Rivaci SperottoPresidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul
Suplente: Ágide MeneguettePresidente da Federação da Agricultura do Paraná
Titular: Ângelo Crema Marzola JúniorPresidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins
Suplente: Francisco Ferreira CabralPresidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia
Titular: Renato Simplício lopesPresidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal
Suplente: José Mário SchreinerPresidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás
Titular: Raimundo Coelho de SouzaVice-Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão
Suplente: João Martins da Silva JúniorPresidente da Federação da Agricultura do Estado e Pecuária da Bahia
Ministério do trabalho e Emprego (MTE)
Ministério da Educação (MEC)
Agroindústria (CNI)
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA)
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG)
Daniel Klüppel CarraraSecretário Executivo
Andréa Barbosa AlvesChefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social
MANUAL DO FACILITADOREMPREENDER NO CAMPO
Aqui vai a ficha catalográfica
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
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Palavra da Presidente
Para começo de conversa
DIA 01 - APRESENTAÇÃO DE EXPECTATIVAS
Atividade 1. Apresentação/Expectativas
Atividade 2. Contrato de treinamento e responsabilidade pessoal
Atividade 3. Introdução às competências empreendedoras
DIA 02 - VISÃO E COOPERAÇÃO
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Atividade 2. Processamento da autoavaliação
Atividade 3. Visualização criativa
Atividade 4. Orientação para resultados
DIA 03 - INICIATIVA E OPORTUNIDADE
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Atividade 2. Ideias X Oportunidades de negócio
Atividade 3. Lançamento do Desafio Empresarial
DIA 04 - EFICÁCIA E EFICIÊNCIA
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Atividade 2. Planejamento e plano de negócio – Desafio Empresarial
Atividade 3. Bola ao cesto em grupo
DIA 05 - CORAGEM E FLEXIBILIDADE
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Atividade 2. Propaganda Desafio Empresarial
Atividade 3. Bola ao cesto individual
Atividade 4. A força do grupo
Sumário
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
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172
SumárioDIA 06 - PERSEVERANÇA E RESPONSABILIDADE
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Atividade 2. Vermelho e preto (Individual)
Atividade 3. Petecas
DIA 07 - INFORMAÇÃO E INFLUÊNCIA
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Atividade 2. Perdidos no deserto
Atividade 3. Buscando informações
Exemplo de estudo de caso
DIA 08 - BUSCA DE INFORMAÇÃO
Atividade 1. Apresentação e processamento do exercício de busca de informações
DIA 09 - PROCESSAMENTO DO DESAFIO EMPRESARIAL
Atividade 1. Apresentação/Expectativas
Atividade 2. Poder pessoal e contextual
Atividade 3. Processamento do Desafio Empresarial
DIA 10 - PREPARAÇÃO DAS PRÓXIMAS ETAPAS
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Atividade 2. Plano de desenvolvimento pessoal e profissional
Atividade 3. Encerramento
Referências bibliográficas
3MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Palavra da Presidente
Prezado(a) aluno(a)
Tanto quanto aprender sobre novas técnicas para produzir mais e melhor, é fundamental
saber como planejar, organizar e gerenciar a propriedade.
Não basta mais apenas plantar e colher, é necessário conhecer as técnicas básicas de
administração dos funcionários, do dinheiro, das máquinas e equipamentos, enfim, de
todos os recursos usados para produzir mais e melhor.
Por isso, incluímos em todos os nossos cursos um módulo de empreendedorismo, para
que cada aluno, seja ele o dono, seja ele um empregado, aprenda a ser um gerente da
propriedade rural.
O módulo Empreender no Campo vai levar até você as melhores práticas de planejamento,
para você aprender a analisar, avaliar , tomar as melhores decisões , colocando a técnica e a
criatividade a serviço da produtividade e da lucratividade.
Vamos ensinar a transformar qualquer propriedade em um excelente negócio.
Vamos ensinar os fundamentos para que todos possam ser bons gestores, bons
administradores.
Esse é o nosso compromisso.
Senadora Kátia Abreu
Presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
5MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Para começo de conversa
Caro(a) facilitador(a),
Todos nós sabemos que a capacidade de empreender constitui forte atrativo profissional,
ainda mais valioso para quem pensa em montar um negócio próprio, quer ampliar o
que já tem ou está em busca de novas formas de atuação no mercado. Termos como
empregabilidade, autoemprego, autossustento e trabalho autônomo ganham significados
cada vez mais importantes dentro do cenário econômico brasileiro, apresentando-se como
alternativas ao mercado de trabalho assalariado, seja essa a realidade da cidade ou, como
veremos aqui, da família rural.
Nesse sentido, programas e ações políticas e estratégicas que visam a educação
empreendedora por meio de treinamento estão sendo abraçados pelos principais
organismos de formação e qualificação profissional. O SENAR se destaca como um desses
organismos que, entre outros propósitos (tais como integração, qualidade de vida e
cidadania), vem assumindo o importante papel de levar o empreendedorismo ao homem
do campo.
Assim, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec),
o SENAR tem o prazer de apresentar o treinamento Empreender no Campo. Este módulo
de 40 horas é parte integrante dos cursos profissionalizantes, com carga horária de a
partir de 160 horas, desenvolvidos pelo SENAR/Pronatec.
Cursos oferecidos pelo SENAR:
Avicultor.
Fruticultor.
Cultivador e Beneficiador de Mandioca.
Bovinocultor de Leite.
Bovinocultor de Corte.
Operador de Máquinas e Implementos Agrícolas.
6 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Operador de Processamentos de Embutidos e Defumados.
Suinocultor.
Operador de Sistema de Irrigação.
Apicultor.
Equideocultor.
Horticultor.
O Pronatec é um conjunto de ações que visam ampliar a oferta de vagas na Educação
Profissional brasileira, melhorando as condições de inserção no mundo do trabalho. O
objetivo do programa é expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos para alunos
do Ensino Médio público e para trabalhadores rurais, contribuindo com a ampliação das
oportunidades educacionais por meio do incremento da formação profissional.
O Pronatec se destina a:
Estudantes do Ensino Médio da rede pública, inclusive da Educação de Jovens e
Adultos.
Trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores,
extrativistas e pescadores.
Beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de transferência de
renda.
Pessoas com deficiência.
Povos indígenas, comunidades quilombolas e adolescentes e jovens em cumprimento
de medidas socioeducativas.
Públicos prioritários dos programas do Governo Federal associados à Bolsa-
Formação do Pronatec.
Este manual tem como objetivo instrumentalizar você, facilitador(a), para ministrar o
treinamento Empreender no Campo. Ele foi elaborado com base em várias experiências de
aplicação de uma metodologia que utiliza o modelo vivencial de aprendizagem e totaliza
40 horas, distribuídas igualmente ao longo de dez dias de treinamento.
7MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
O objetivo geral do treinamento é proporcionar aos participantes a compreensão e a prática
das sete competências empreendedoras:
visão e cooperação;
resultados e planejamento;
eficácia e eficiência;
iniciativa e oportunidade;
coragem e flexibilidade;
perseverança e responsabilidade; e
informação e influência.
Ao final dele, esperamos que os participantes estejam sensibilizados para a importância
de uma conduta empreendedora diante dos desafios profissionais e possam transferir a
aprendizagem para seu ambiente rural familiar e/ou de trabalho.
No manual, você encontrará o passo a passo para conduzir todas as atividades propostas,
incluindo os slides e os materiais didáticos necessários para cada uma delas. Além disso,
foram acrescentados textos de apoio a seu processo de formação como facilitador(a), que
servirão para o estudo dos conteúdos e a preparação da aplicação.
Buscamos uma estruturação que dispusesse de um conjunto de informações suficientes para
a elaboração dos planos de instrução e aplicação da metodologia. Para melhor apoiar você,
estamos explicando a lógica dessa estruturação. Vamos lá?
Todas as atividadeforam desenvolvidas e estruturadas com base nas abordagens do Ciclo de
Aprendizagem Vivencial (CAV) e da dinâmica de grupo (aquecimento, desenvolvimento e
fechamento). Entendemos que essas abordagens são complementares e as mais apropriadas
para o desenvolvimento de competências empreendedoras, além de favorecerem a formação
de novos facilitadores por sua simplicidade e efetividade.
Há materiais de apoio sobre o CAV disponíveis em sua Biblioteca Virtual. Quanto à dinâmica
de grupo, apresentamos a seguir os três estágios para sua aplicação, de maneira geral:
8 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Aquecimento: Momento para apresentação, motivação e integração. A etapa
de aquecimento deve estar a serviço do rompimento da inércia do grupo e não
somente da redução da ansiedade do facilitador. É um momento que exige elevada
energia por parte do facilitador para que ele possa movimentar adequadamente
o grupo. Tomaremos como base para o aquecimento as primeiras discussões que
antecedem o desenvolvimento da atividade.
Desenvolvimento: Etapa em que é proposto o tema/conteúdo principal da atividade.
São utilizadas dinâmicas que facilitam a reflexão e o aprofundamento nesse espaço
em que ocorrem as principais atividades, jogos, vivências, dramatizações, entre
outros exercícios estruturados conforme a metodologia.
Fechamento: Momento da síntese final, dos encaminhamentos, da conclusão. É
a oportunidade de o facilitador tratar de todos os assuntos pendentes, quando
ocorre a maioria dos processamentos em que estabelecemos generalizações,
amarrações conclusivas, conceitos e aplicabilidade efetiva vinculadas à realidade
dos participantes na abordagem do tema.
Pensamos em alguns elementos para introduzir o dia, que servem para o aquecimento.
Entre eles se destacam:
Aprendizagem mais significativa de ontem (AMSO): Normalmente é um bloco de
15 a 20 minutos, no qual um ou dois indivíduos falam sobre o que consideram ser
sua maior aprendizagem do dia anterior. Isso não pretende ser um resumo. Após
uma ou duas pessoas terem falado, você pode passar a palavra a mais algumas
pessoas. Dúvidas e questionamentos também fazem parte deste momento.
Síntese do dia de hoje (SDH): É uma síntese dos pontos chaves dos conteúdos do
dia, com duração de três a quatro minutos.
A AMSO e a SDH são recursos didáticos inseridos na atividade Colheita de aprendizagem
que ocorre todos os dias no primeiro horário do curso.
É importante atentar-se par o fato de que a preparação do treinamento começa no dia
anterior ao de seu início. Se for possível, estabeleça um conhecimento prévio do contexto
em que ele se dará. Também se lembre de chegar ao local do treinamento antes dos
participantes, de se certificar da adequação de ambiente (iluminação, limpeza, disposição
9MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
das mesas em “U” ou “espinha de peixe”) e de checar os materiais dos participantes e os
seus próprios, como facilitador(a).
Sabemos que a melhor aprendizagem só se dá na prática continuada da função. Aprendemos
melhor fazendo! Portanto, será importante aplicar para vivenciar o método, apropriar-se
dos conteúdos e, assim, fortalecer-se como facilitador(a). Acreditamos que a partir disso e
de sua preparação consistente, de sua motivação para aprender, da utilização deste manual,
de sua atenção às videoaulas, de sua participação nos fóruns e do esclarecimento de suas
dúvidas, teremos todos um resultado de excelência com o Empreender no Campo.
Bom trabalho!
10 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
ANOTE AÍ
DIA 01
APRESENTAÇÃO DE EXPECTATIVAS
13MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Crachás.
Folhas de flipchart e pincéis atômicos para trabalhos em grupo.
Folhas de trabalho:
ft01. Expectativas.
ft02b. Cronograma de atividades.
Slides:
Slide 01.1. Sejam bem-vindos(as) ao treinamento!
Slide 01.2. Expectativas.
Atividade 1. Apresentação/Expectativas
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Sinta-se bem-vindo ao processo de aprendizagem.
Sinta-se integrado ao grupo.
Conheça colegas e encarregados do grupo/do treinamento.
Compartilhe suas expectativas sobre o treinamento.
Conheça objetivos e informações procedimentais do treinamento.
Tempo previsto
1 hora e 45 minutos.
14 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Ressalte que este treinamento provavelmente será diferente daqueles que os
participantes têm feito, uma vez que este não é essencialmente técnico, mas sim
comportamental; um treinamento em que os participantes aprenderão fazendo.
Apresente-se de forma breve e descontraída e faça uma rápida apresentação
do Pronatec. Em seguida, convide todos a se apresentarem, porém de
maneira diferente: informe que distribuirá crachás e pincéis atômicos para
que todos escrevam como gostariam de ser chamados e avise que farão
várias atividades ao mesmo tempo e que trabalharão em trios.
Antes de distribuir os crachás e os pincéis, oriente cada participante a abrir o Manual
do Aluno na página 15 , onde encontrará a ft01. Expectativas e deve registrar:
seu nome;
o local onde mora;
um fato relevante em sua vida; e
suas expectativas em relação ao treinamento.
Ao mesmo tempo, abra o slide 01.2. Expectativas e explique que cada ponto
elencado é exatamente o que cada um registrará no Manual do Aluno.
Explique que, após inserirem os nomes nos crachás e as informações no
Manual do Aluno, os participantes formarão trios, onde compartilharão as
expectativas que registraram, verificando o que há de comum entre elas. Diga
que, em seguida, prepararão uma apresentação (em uma folha de flipchart),
O slide 01.1. Sejam bem-vindos(as) ao
treinamento! deve está aberto antes mesmo
de o primeiro participante entrar na sala.
ANOTE AÍ
Passo a passo
Inicialmente, dê boas-vindas ao grupo que está começando o treinamento
Empreender no Campo.
15MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Cada participante deve se sentir estimulado a se apresentar, contando para o grupo seu nome, um fato relevante sobre sua vida e onde estuda/mora.
registrando o que consideram mais relevante em relação a suas expectativas
e/ou pontos em comum entre elas. Por fim, informe que os trios irão à frente
do grupo para que seus membros se apresentem individualmente, bem como
o cartaz (folha de flipchart) preparado.
Escreva numa folha de flipchart e informe o grupo sobre a distribuição de
tempo para realização das atividades:
Distribuição do tempo:
Atividade individual: 10 minutos.
Atividade em grupo: 30 minutos.
Apresentações dos grupos: 30 minutos.
Ao final de cada apresentação, parabenize a todos os participantes.
Solicite que todos abram o Manual do Aluno na página 17, onde está
a ft02. Cronograma de atividades, para análise do cronograma do
treinamento.
Faça uma leitura dirigida dos objetivos e do cronograma, relacionando-os
com as expectativas apresentadas.
Comente que expressar o que não se espera que aconteça já diminui
as chances de acontecer, além de servir para que vocês fiquem atentos
durante todo o treinamento, sendo que tudo que não estiver bom pode ser
compartilhado e corrigido ao longo dele.
Atente-se para aquelas expectativas
que não estiverem alinhadas com os
objetivos do treinamento e esclareça esse
desalinhamento aos participantes.
ANOTE AÍ
16 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft03. Contrato de treinamento.
Slides:
Slide 01. 3. Conduta de pessoas voltadas para o sucesso.
Slide 01.4. Exemplos de palavras que afastam da responsabilidade.
Atividade 2. Contrato de treinamento e responsabilidade pessoal
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Comprometa-se com as regras e os resultados esperados do treinamento.
Reconheça a importância da responsabilidade pessoal para o
comprometimento e o atingimento de objetivos.
Tempo previsto
30 minutos
ANOTE AÍ
17MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passo a passo
Faça uma introdução dizendo que um contrato que estabelece regras ou
compromissos é uma garantia do resultado desejado por ambas as partes
envolvidas por ele: no casamento, no namoro, na educação dos filhos, no
aluguel de uma casa, no fechamento de uma parceria... As pessoas vivem
permanentemente “fazendo contratos”.
Esclareça que, se o grupo pretende alcançar um objetivo comum, tem
que encarar o treinamento tão seriamente como, com certeza, trata
suas atividades particulares. Além disso, reforce que você conta com a
colaboração individual de cada um presente na sala para que haja maior
comprometimento de todos.
Todos – participantes e facilitador – devem assumir responsabilidade pessoal por ações e omissões.
Conscientize os participantes de que a forma como participarão do
treinamento refletirá seus comportamentos rotineiros. Proponha fazer do
local de estudo um laboratório, um ambiente de construção, onde todos
poderão aperfeiçoar suas formas de atuação e melhorar seus comportamentos
para empreender. Lembre-os que uma das dimensões mais importantes
das experiências pessoais são os compromissos de trabalho assumidos e a
responsabilidade diante de tais compromissos.
Abra o slide 01. 3. Conduta de pessoas voltadas para o sucesso, leia-o e
comente que cada pessoa é responsável pelos resultados que obtém, sejam
eles positivos ou negativos. É importante ressaltar que nenhum evento
ocorre sem que as pessoas tenham uma parcela de responsabilidade sobre
ele. Isso não significa que não existem fatores externos, mas sim que cada
um pode agir sobre eles ou se omitir em relação a eles, uma vez que apontar
fatores externos ou outras pessoas é o caminho mais fácil para se justificar
pelo que você não fez: falta de tempo, colega que não ajuda, irmão que
atrapalha, distância, clima ruim...
Em seguida, abra o slide 01.4. Exemplos de palavras que afastam da
18 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
responsabilidade e comente que, quando as pessoas querem mudar, é
importante que possam se observar; observar o que fazem e o que dizem, já
que sua linguagem revela verdadeiramente suas crenças. Esse é um exercício
simples de tomada de consciência, mas de alto impacto, que contribui para
que as pessoas tomem consciência de um aspecto fundamental em seu
desenvolvimento: como se relacionam com a responsabilidade pessoal e
com a realidade objetiva.
Referindo-se ao slide, comente que cuidar da forma como usam aquelas
palavras permite às pessoas se vigiarem para desenvolverem características
diretamente vinculadas à responsabilidade pessoal. Pondere que essas
palavras são apenas exemplos, que servem como pistas e indícios, e não
verdades absolutas. O mais importante é analisar o contexto em que elas
são ditas, com sensibilidade e bom senso, procurando detectar se elas não
estão sendo usadas apenas como justificativa para um erro, uma omissão
ou um resultado inadequado, simplesmente para livrar as pessoas da
sensação de culpa. Para encerrar, conte alguma história relacionada com
responsabilidade pessoal.
Zorro e Tonto – seu companheiro índio – entraram num desfiladeiro e se viram cercados por centenas de índios. Zorro virou-se para Tonto e disse:– Nós estamos fritos! Tonto olhou para Zorro questionando:– Nós quem, cara-pálida?
É importante ressaltar que é preciso usar tanto eu quanto nós, analisando
qual é a forma mais adequada para cada circunstância e dando atenção
ao uso da maneira correta. Certifique-se de que todos entenderam essa
questão de responsabilidade pessoal, ressaltando que será algo estimulado
e reforçado durante todo o treinamento.
Em seguida, informe ao grupo que, para exercitar o compromisso, você
vai propor um contrato de trabalho que valerá por todo o período do
treinamento. Explique que, apesar de esse contrato não ter valor legal ou
jurídico, ele representa um acordo, um pacto fundamental para que você e
o grupo alcancem resultados de excelência.
19MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Solicite que os participantes abram o Manual do Aluno na página 18 , onde
se encontra a ft03. Contrato de treinamento, e faça uma leitura dos itens
com os participantes. Pergunte se alguém tem dúvidas ou comentários, veja
se todos concordam com a redação – e, caso exista qualquer dúvida, altere
o texto, chegando a uma afirmação com que todos concordem – e esclareça
que existe um espaço em branco para que se acrescente qualquer proposição
que o grupo queira, embora você acredite que os itens fundamentais já
estejam lançados.
Comente que, como em qualquer outra parte do treinamento, vocês
tratarão de colocar em prática o que acordaram ou aprenderam e que, se
o grupo tratar o curso com a mesma seriedade com que trata as coisas que
lhe interessam, as duas semanas que vocês passarão juntos podem ser muito
importantes para sua vida profissional e pessoal.
Por fim, solicite a todos os participantes que datem e assinem seu contrato.
Você, facilitador, deve assinar todos os contratos.
Para otimizar o uso do tempo, solicite
aos participantes que deixem seus manuais
abertos para que você os assine durante o
intervalo.
ANOTE AÍ
Hora do intervalo
Horário previsto: 10h 15min.
Duração: 15 minutos.
20 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de papel ofício.
Folhas de trabalho:
ft04. Matriz de competências empreendedoras.
ft05. Matriz de competências empreendedoras.
Slides:
Slide 01.5. Competência se revela na ação.
Slide 01.6. Competência e desempenho.
Slide 01.7. Modelo de treinamento.
Slide 01.8. A única coisa que não podemos melhorar é aquilo que não fizemos.
Slide 01.9. Postura eficaz.
Atividade 3. Introdução às competências empreendedoras
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compreenda o conceito de competências individuais.
Relacione as competências individuais com as competências empreendedoras
do treinamento.
Perceba a importância da prática das competências para o desenvolvimento
do comportamento empreendedor.
Comece a se familiarizar com as sete competências empreendedoras do
treinamento.
Conheça o modelo vivencial de aprendizagem utilizado no treinamento.
21MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Tempo previsto
1 hora e 30 minutos.
Passo a passo
Retome as atividades informando que vocês entrarão no ponto central
do treinamento: o desenvolvimento das competências empreendedoras –
afinal, o principal motivo de todos estarem ali é aprender como empreender
melhor, gerando melhores resultados profissionais e em negócios por meio
de uma conduta empreendedora produtiva.
Neste momento haverá uma condução com foco na interação ativa. Pergunte:
“O que é uma pessoa competente pra vocês?”.
Espere as diversas respostas do grupo (“Uma pessoa boa no que faz.”, “Uma
pessoa que sabe o que quer.”, “Alguém que faz bem o seu trabalho.” etc.) e
reforce positivamente todas elas. Em seguida, abra o slide 01.5. Competência
se revela na ação, leia-o e comente que, em resumo, tudo o que o grupo
disse está relacionado com o conceito de competência.
Siga comentando que competência não se limita a uma quantidade de
conhecimentos adquiridos por uma pessoa, mas se refere à sua capacidade
de assumir a iniciativa, de ir além do que se espera, de ser hábil em entender
e dominar novas situações no ambiente de negócios e de trabalho e de ser
responsável e reconhecida pela adequação de suas atitudes.
Reforce que todos têm capacidade de desenvolver suas competências por
meio de treinamentos, práticas, erros, reflexões e repetições.
Dê espaço para intervenções, perguntas
e esclarecimentos do grupo, sobretudo
porque este é um momento conceitual.
ANOTE AÍ
22 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
A porta da mudança está no coração e só tem maçaneta pelo lado de dentro. Podem bater insistentemente para que ele seja aberto para a mudança, mas só a própria pessoa pode abrir e mostrar que quer ser competente naquilo.
Levante uma questão e a responda em seguida: “Para aprender as
competências – ou aprender a ser uma pessoa competente em algo – basta
ir lá e fazer? Não! Como foi dito antes, as competências aparecem a partir
de uma combinação de fatores.”.
Abra o slide 01.6. Competência e desempenho e indague: “Como é possível
ser competente em algo que não se conhece? Que não se compreende?”.
Informe que o conhecimento está, simbolicamente, na cabeça, na mente.
As atitudes estão no coração: o afeto, as crenças e os valores têm papel
fundamental quando se aprende algo novo.
Por fim, fale da terceira dimensão: as habilidades, que são representadas
pelas mãos e pelos pés, denotando o fazer habilidosamente, ter prática em
algo.
Ao final dessa exposição, introduza as competências empreendedoras do
treinamento. Solicite aos participantes que abram o Manual do Aluno na
página 21, onde está a ft04. Matriz de competências empreendedoras,
e solicite voluntários para a leitura das competências – uma de cada vez.
Informe que vocês farão um voo panorâmico sobre todas as competências,
mas que verão cada uma em seu momento específico durante o treinamento.
Faça breves comentários sobre cada uma das competências.
Visão e cooperação: Visão é a capacidade que as pessoas têm de
enxergar o futuro, de se verem lá de forma bem definida e clara. Se
puderem contar com outras pessoas para isso, o percurso se torna mais
fácil. Se alguém tiver a oportunidade de visitar um lugar fantástico, não
vai preferir levar alguns amigos juntos a ir sozinho? Vale lembrar Raul
Seixas: “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas
sonho que se sonha junto é realidade.”.
23MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Resultados e planejamento: Para uma longa viagem, é importante
que as pessoas tenham um mapa do caminho, os pontos onde podem
verificar se estão indo na direção correta. Mas é preciso ter cuidado:
planejamento é uma trilha, não um trilho, portanto, tem que ser flexível.
Eficácia e eficiência: Em síntese, significam buscar fazer o certo e
encontrar a melhor forma de fazê-lo pensando em tempo e custo.
Iniciativa e oportunidade: Iniciativa é sinônimo de fazer as coisas sem
ser mandado ou pressionado pelas circunstâncias. Oportunidade é agir
para atender a uma necessidade ou resolver um problema a fim de
satisfazer o cliente. Há um ditado que diz: “A oportunidade é um bicho
cabeludo na frente e careca atrás. Se não pega quando vem, quando
passa não pega mais.”.
Certifique-se de que você está usando
linguagem clara, questionando o grupo:
“Estou me fazendo entender?”.
ANOTE AÍ
Coragem e flexibilidade: Coragem é uma qualidade que “empurra” as
pessoas para fora da zona de conforto; é a capacidade que elas têm
de correr riscos calculados, de buscar situações desafiantes; é uma
característica que exige flexibilidade nas tomadas de decisão, para
que elas avaliem seus reais recursos e competências pessoais a fim de
alcançarem os resultados que se propõem atingir.
Perseverança e responsabilidade: Perseverança é uma qualidade que
emerge do compromisso que as pessoas têm consigo e com o que
pretendem realizar. Como diz o ditado, “Água mole em pedra dura,
tanto bate até que fura.”. Já a responsabilidade que elas têm sobre suas
ações e omissões está intimamente ligada à liberdade que querem para
fazer suas escolhas, uma vez que só são livres na medida em que são
pessoalmente responsáveis pelo que manifestam.
24 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Informação e influência: Informação é poder – embora aqui seja vista
como matéria-prima para um atendimento adequado ao cliente, para
monitoramento e atualização do negócio – e serve como recurso para
que as pessoas tenham influência junto a outras, a fim de serem apoiadas
na busca de seus objetivos.
Em seguida, questione: “Já que todos os presentes querem melhorar
suas competências empreendedoras e com treinamento se aprendem ou
se desenvolvem competências, qual é o melhor jeito de se ensinar a ser
competente? Lendo um livro eu consigo desenvolver minhas competências?
Assistindo a uma palestra ou a uma aula é a melhor maneira de aprender
essas competências?”.
Espere as respostas do grupo e vá construindo a ideia de que apenas ler um
livro ou assistir a uma palestra não leva alguém ao resultado almejado em
termos de competências empreendedoras, uma vez que praticar é a melhor
maneira de aprender a empreender. Reforce que a prática leva à excelência e
que é importante saber que praticar carrega consigo a possibilidade de errar.
Abra o slide 01.7. Modelo de treinamento e comente sucintamente que este
treinamento pode ser incomum ou diferente para muitos por apresentar
diversos jogos, dinâmicas e desafios para que seus participantes possam
experimentar como fazem os empreendedores. Esclareça que a compreensão
nesse tipo de treinamento se dá por via da experimentação e que, quanto
maior forem a participação e o envolvimento em jogos e dinâmicas, maior é
a possibilidade de compreensão e aprendizagem.
Convide todos a participarem de uma experiência, perguntando quem sabe
desenhar um rosto. Enquanto os participantes respondem, distribua folhas
de papel ofício e oriente o grupo a aguardar instruções antes de utilizar o
material distribuído.
Como praticamente ninguém responderá que sabe desenhar, informe que
você conhece uma técnica que faz com que as pessoas aprendam a desenhar
muito rapidamente, que pode parecer estranha, mas é muito eficaz: todos
devem tirar o sapato e a meia que correspondem à mão com que escrevem
(do pé direito para os destros; do pé esquerdo para os canhotos). Em seguida,
25MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
devem desenhar um rosto com o pé, segurando a caneta ou o lápis entre
os dedos, em um minuto. Incentive os participantes a colocarem a folha de
papel no chão.
Este é um momento de bastante
descontração. Muitos vão sorrir ou fazer
comentários engraçados. Viva o clima de
descontração com os participantes, mas
sempre mantendo o foco na atividade.
ANOTE AÍ
Não permita que os participantes questionem ou discutam o que foi
solicitado. Repita as instruções e diga que já se passaram dez segundos e que
eles estão atrasados. Coloque “pressão” para que o exercício seja realizado
rapidamente, de forma suave, mas firme. Marque o tempo em voz alta:
“Faltam 30 segundos.”, “Faltam 15 segundos.”.
Conforme os desenhos forem concluídos, recolha-os sem fazer comentários.
Seja um pouco “frio”, como um professor recolhendo uma prova cujo tempo
de execução acabou.
Segure os desenhos e pergunte aos participantes por que o enganaram
(num tom amigável, mas parecendo decepcionado), afinal, eles tinham dito
que não sabiam desenhar, ou, se alguém sabia, não havia se manifestado e,
no entanto, você dispõe de vários desenhos.
Mostre os desenhos um a um para o grupo, perguntando se são rostos.
Quase em sua totalidade, os desenhos podem ser reconhecidos como rostos
– praticamente todos têm boca, olhos e nariz e muitos têm até cabelo.
Volte a questionar o grupo. Pergunte quantos tinham experiência em
desenhar com o pé. Como quase ninguém tinha, pergunte como explicam
terem desenhado. Diga que, na realidade, a explicação é bem simples: os
participantes não tiveram oportunidade para duvidar; as instruções foram
dadas com ênfase, fazendo-lhes executar sem questionar o que podia ou não
ser feito – logo, obtiveram um resultado. Agora, se quiserem um resultado
diferente do obtido, devem treinar e aperfeiçoar suas técnicas.
26 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
O principal problema está na excessiva autocrítica. Quando se pergunta se alguém sabe desenhar um rosto, logo se estabelece como referencial a Mona Lisa – a obra perfeita. As pessoas querem ser as melhores antes de terem qualquer referência sobre suas reais habilidades.
Ainda com os desenhos dos rostos em mãos, comente que os resultados
do que o grupo fez, próximos ou distantes do idealizado, são resultados. E
todo resultado pode ser aperfeiçoado! Mas, a única forma de fracassar no
exercício proposto é não tentar desenhar, não ter nenhum traço na folha.
Apresente o slide 01.8. A única coisa que não podemos melhorar é aquilo que
não fizemos e comente que este será o tom do trabalho: aprender fazendo.
Complemente dizendo que o mesmo acontecerá com as competências
empreendedoras: elas serão desenvolvidas à medida que o grupo participar
das atividades e dinâmicas como acabou de fazer com o desenho dos rostos.
Pergunte se todos os participantes estão prontos para esse desafio,
encorajando-os a mergulharem no treinamento e aproveitarem todos os
momentos de aprendizagem.
Reforce isso apresentando o slide 01.9. Postura eficaz, comentando
brevemente cada aspecto conectado com as atividades desta manhã:
Permitir-se experimentar novos comportamentos.
Colocar a mente, o coração e as mãos à disposição para buscar se
desenvolver.
Ter comprometimento com a própria aprendizagem.
Entregar-se nestas duas semanas à busca do desenvolvimento de novas
competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) empreendedoras.
Busque com o grupo o entendimento dos assuntos trabalhados neste
primeiro dia e esclareça possíveis dúvidas que ainda tenham restado. Diga
que o treinamento Empreender no Campo é um processo e que haverá
muitas oportunidades para vocês retornarem a qualquer ponto que requeira
maiores esclarecimentos.
27MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Não havendo mais perguntas, lance a atividade a ser entregue no dia
seguinte, às 8 horas da manhã. Solicite aos participantes que abram o Manual
do Aluno na página 24, que apresenta a ft05. Matriz de competências
empreendedoras, e leia com eles a folha de trabalho. Solicite que a
respondam com honestidade e já lhes adiante que, provavelmente, haverá
muitos rostos brancos marcados – o que é muito importante para que eles
compreendam quais pontos precisam melhorar.
Oriente o grupo a anotar o que não compreender nas questões e afirme
que as dúvidas serão esclarecidas ao longo do treinamento, já que, a cada
encontro, vocês terão a oportunidade de tornar mais clara cada uma das
sete competências empreendedoras.
Finalize com entusiasmo, agradecendo pela manhã.
ANOTE AÍ
28 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
ANOTE AÍ
DIA 02
VISÃO E COOPERAÇÃO
31MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Materiais utilizados
Slides:
Slide 02.1. Colheita de aprendizagem.
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compartilhe suas reflexões, decisões, pensamentos ou o que vier como
emergente relacionado ao dia anterior.
Apresente as tarefas do dia anterior.
Tenha uma visão geral sobre as atividades e a abordagem do dia.
Tempo previsto
30 minutos.
Competências empreendedoras do dia:
• Visão e cooperação.
• Resultados e planejamento.
32 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Faça as perguntas chaves da colheita: “Para vocês, qual foi a aprendizagem mais
importante de ontem?”, “Sobre o que vocês refletiram de ontem pra hoje?”,
“Como foi o primeiro dia do treinamento pra vocês?”.
Escute os participantes ativamente, interagindo com eles e fazendo breves
comentários quando for pertinente.
Após a escuta, pergunte quem realizou a tarefa solicitada no dia anterior, reforce
positivamente a importância da contribuição do grupo ao realizar a tarefa e
solicite que cada um pegue a autoavaliação no Manual do Aluno.
Já fazendo o link com a abordagem do Dia 02, comente que vocês iniciarão
as atividades do dia com a autoavaliação e, em seguida, realizarão atividades
relacionadas à primeira competência empreendedora do treinamento: visão
e cooperação. Ressalte que o foco do dia será a visão e que vocês focarão na
cooperação mais adiante. Informe o grupo que, ainda no Dia 02, vocês trabalharão
a competência resultados e planejamento.
Todas as partilhas e aprendizagens sobre o
dia anterior são bem-vindas a esse momento.
Além disso, ele também está reservado para a
cobrança das tarefas propostas ontem.
ANOTE AÍ
Passo a passo
Às 8h, inicie as atividades abrindo o slide 02.1. Colheita de aprendizagem.
Informe que a colheita de aprendizagem será a primeira atividade realizada
ao longo de todos os dias do treinamento.
33MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft06. Meu foco para desenvolvimento pessoal das competências
empreendedoras.
Slides:
Slide 02.2. Janela de Johari.
Atividade 2. Processamento da autoavaliação
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Valorize sua autoavaliação como empreendedor.
Identifique possíveis pontos fracos e fortes na função empreendedora.
Aceite a autoavaliação como ponto de partida para o desenvolvimento das
competências empreendedoras.
Compreenda o instrumento Janela de Johari e os conceitos de exposição e
feedback.
Tempo previsto
45 minutos.
34 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passo a passo
Comece o processamento da autoavaliação escutando sobre os resultados da
autoavaliação. Verifique o que os participantes acharam de seus resultados
e como se sentiram em relação a eles. Escute-os e corresponda.
Comente que a maneira mais efetiva para que as pessoas trabalhem e
melhores seus pontos fortes e fracos é por meio de informações que sejam
produzidas por sua atuação e possam ser vistas do modo mais imparcial
possível.
Abrindo o slide 02.2. Janela de Johari, diga que você vai apresentar um
instrumento que será usado durante todo o treinamento e que reflete como
as pessoas podem se desenvolver: a Janela de Johari.
Explique que numa relação sempre existem duas fontes de informação:
eu e os outros. Há informações pertinentes que são conhecidos pelo
eu e, do mesmo modo, informações pertinentes que influenciam seus
relacionamentos e sua forma de atuação, embora sejam ainda desconhecidas
pelo eu. Também há informações relevantes conhecidas pelo outro (ou pelos
outros) e informações igualmente relevantes desconhecidas pelo outro. As
combinações das informações conhecidas e desconhecidas pelo eu e pelo
outro formam as quatro regiões do espaço interpessoal, que produzem as
realidades relevantes do relacionamento a que se refere a Janela de Johari.
O espaço público constitui a porção do espaço interpessoal totalmente
dedicada à compreensão mútua e ao compartilhamento de informações.
Essa faceta do relacionamento interpessoal, conhecida pelo eu e
pelo outro, é considerada a parte do relacionamento que controla a
produtividade interpessoal, ou seja, supõe-se que a produtividade e
a eficácia interpessoal estão diretamente relacionadas à quantidade
de informações possuídas mutuamente num relacionamento. Assim,
quanto maior se torna o espaço público, mais gratificante, eficaz e
produtivo também se torna o relacionamento.
35MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
O espaço cego é a porção do espaço interpessoal que possui informações
conhecidas pelo outro, mas desconhecidas pelo eu; é o espaço onde as
pessoas percebem o que eu faz, mas que o próprio desconhece. Esse é um
espaço onde o eu pode encontrar seus pontos fracos, suas deficiências,
mas também seus pontos fortes. Alguns chamam este espaço de “zona
de mau hálito” – já que quando uma pessoa tem mau hálito, todos
percebem, menos ela.
O espaço privado trata daquela porção do relacionamento caracterizada
pela presença de informações conhecidas pelo eu, mas desconhecida
pelos outros. É considerado inibitório à eficácia interpessoal, devido a
um desequilíbrio de informações que parecem favorecer apenas o eu e
constitui uma “muralha protetora” para relacionamentos. Esse espaço
contém informações que o eu julga potencialmente prejudiciais ao
relacionamento, ou que guarda por medo ou desejo de poder, ou o que
quer que seja que realiza uma função defensiva para o eu.
O espaço inconsciente constitui a porção do relacionamento que
abrange material nem conhecido pelo eu nem pelos outros envolvidos
no relacionamento. A informação nessa área desconhecida parece
refletir potenciais desconhecidos, idiossincrasias aprendidas e funções
básicas da criatividade. O espaço inconsciente é área que pode trazer
“grandes sacadas”.
Para resumir, diga que o que está contido em todas as áreas pode ser:
qualquer espécie de sentimento, informações concretas, comportamentos
proativos e reativos, suposições, dados sobre qualificações para o trabalho e
preconceitos, sendo tudo relevante para o relacionamento.
Lembre o grupo que à medida que um relacionamento cresce, aumenta o
número de informações relevantes; portanto, a Janela de Johari deve ser
encarada como um sistema aberto, dinâmico e passível de modificação.
Ou seja, seus quadrantes se alteram durante o relacionamento, havendo
dois elementos chaves para isso: exposição para que surjam elementos do
espaço privado e feedback para que as pessoas possam conhecer como estão
atuando.
36 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
No processo de desenvolvimento de competências, feedback é um processo de ajuda para mudanças de comportamento; é comunicação a uma pessoa ou a um grupo, no sentido de lhe fornecer informações sobre como sua atuação está afetando outras pessoas, seu próprio desempenho e o alcance de seus objetivos.
Comente que, para ser considerado útil, o feedback precisa cumprir alguns
requisitos tanto no processo de dá-lo quanto no de recebê-lo:
Descritivo ao invés de avaliativo: O relato de um evento evita reações
defensivas e possibilita que a pessoa utilize os dados recebidos da forma
que achar mais conveniente.
Específico ao invés de geral: Indicar um comportamento numa
determinada ocasião é mais adequado do que dizer que “isso sempre
acontece assim”.
Dirigido: O receptor se sente incapaz de reagir sobre algo que não esteja
ao seu alcance e, por isso, deve ter apontados comportamentos que
podem ser modificados.
Oportuno: O feedback é mais útil na medida em que está próximo do
comportamento analisado, considerando fatores como a disponibilidade
da pessoa para ouvi-lo, apoio dos outros, clima emocional etc.
Esclarecido: Para assegurar uma comunicação precisa, o receptor deveria
repetir o feedback recebido para ver se seu entendimento corresponde
ao que o emissor quis dizer. Em termos de vivência grupal, há mais
possibilidades de se verificar o efeito do feedback sobre os participantes
do grupo por meio das impressões individuais ou coletivas.
Peça aos participantes para auxiliarem você com exemplos pessoais. Enfatize
que os ganhos no treinamento – sobretudo a melhoria do desempenho
como empreendedores – ocorrerá com mais efetividade se eles utilizarem os
mecanismos de exposição e feedback, buscando ampliar o espaço público da
janela. Exporem-se e estarem abertos ao feedback dos colegas e do próprio
facilitador pode auxiliar na consecução de seus objetivos e planos como
empreendedores.
37MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Atenção às necessidades do grupo! Muitos
participantes podem não entender o significado do
termo feedback. Prepare-se para explicá-lo de maneira
simples, usando expressões como “retorno”, “opinião
do outro” e “visão d0 outro sobre seu resultado”, e se
lembre de checar o entendimento do grupo.
ANOTE AÍ
Conclua o processamento solicitando a todos que abram o Manual do Aluno
na página 29 , onde está a ft06. Meu foco para desenvolvimento pessoal das
competências empreendedoras, e elejam três competências que gostariam
de focar e de observar em si mesmos durante o treinamento. Sugira que
escolham uma composição de características incluindo fortes e fracas entre
as identificadas em sua autoavaliação – uma fraca e duas fortes ou uma
forte e duas fracas.
Por fim, informe que vocês já podem começar a trabalhar com o eixo central
do treinamento: as competências empreendedoras.
ANOTE AÍ
38 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft07. Perguntas instigantes sobre o futuro.
ft08. Visão de futuro profissional e pessoal.
Slides:
Slide 02.3. Visão e cooperação.
Slide 02.4. Perguntas instigantes sobre o futuro.
Atividade 3. Visualização criativa
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Desenvolva e clarifique visão de longo prazo de seu propósito de vida e
profissional/empresarial.
Estabeleça objetivos pessoais desafiantes e aja de acordo com eles.
Compreenda a importância da cooperação para o alcance de resultados.
Tempo previsto
1 hora e 15 minutos.
39MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Introduza a atividade dizendo que vocês começarão a trabalhar as
competências empreendedoras olhando para o futuro, enfatizando que as
pessoas precisam, antes de tudo, saber o que querem, que alvo gostariam
de atingir, como enxergam seu futuro. Questione: “Como é possível criar o
futuro, lucrar com ele e realizá-lo sem imaginá-lo?”.
Abra o slide 02.3. Visão e cooperação e comente que é por isso que vocês
vão começar com a competência visão e cooperação. Leia as definições
operacionais, fazendo breves comentários sobre cada uma, e leve exemplos
para o grupo, interagindo com ele. Lembre-o de que o foco do dia será visão
e que o tema cooperação será retomado na segunda semana de treinamento.
Em seguida, pergunte se todos estão prontos para pensarem em seu futuro
e visualizá-lo. Então, informe que eles vão começar se perguntando o que
querem, fazendo todas as perguntas necessárias para tornarem mais clara
sua visão de futuro – uma maneira de mapear as possibilidades do futuro.
Abra o slide 02.4. Perguntas instigantes sobre o futuro, leia suas perguntas e
comente que eles já podem até ter respostas ou ideias para muitas perguntas.
Solicite aos participantes que abram o Manual do Aluno na página 31,
ft07. Perguntas instigantes sobre o futuro, e peça-lhes que respondam às
perguntas apresentadas, enfatizando que o mais importante é que eles
deixem vir toda e qualquer questão relacionada a seu futuro pelo menos
em relação aos próximos cinco anos.
Em seguida, solicite ao grupo que partilhe algumas perguntas. Cada
participante deve ler uma de suas perguntas instigantes, não sendo necessário
comentá-la nem justificá-la – nem você, facilitador, deve fazer isso.
Essa deve ser uma rodada rápida, em que
as perguntas de alguns participantes podem
auxiliar outros a construírem suas próprias.
ANOTE AÍ
Passo a passo
40 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Finalizada essa etapa das perguntas, convide todos para um exercício de
visualização criativa. Solicite a todos que se sentem numa posição confortável
e desliguem os celulares, não deixando nem no modo “vibrar”, nem mesmo
no silencioso. Explique que a ideia é criar um ambiente favorável para que
todos alcancem uma imagem mental do futuro.
Complemente falando que a imaginação é a capacidade que uma pessoa tem
de criar uma ideia ou representação em sua mente. Na visualização criativa,
a imaginação é usada para produzir uma imagem mental bem definida
de algo que a pessoa deseja. Em seguida, ela continua se concentrando
regularmente nessa representação, transmitindo-lhe energia positiva, até
que seu desejo se transforme numa realidade objetiva, até que ela realmente
alcance o que está visualizando.
Convide o grupo para fazer um exercício simples a fim de ver como funciona
a visualização criativa. Estimule o grupo como se estivesse falando com cada
participante:
Sente-se numa posição confortável. Movimente a cabeça lentamente, para trás e para frente. Para a esquerda e para a direita.
Concentre-se na tarefa de relaxar cada músculo do corpo. Um de cada vez. Tome consciência de que eles estão relaxando. Comece pelos pés e, lentamente, vá subindo até a cabeça.
Respire de forma lenta e profunda. Tome consciência do ar que entra quando inspira e do ar que sai quando expira. Perceba a musculatura da barriga. Perceba a barriga se enchendo, como um balão, e se esvaziando em cada movimento respiratório.
Quando estiver totalmente relaxado, quero que você visualize um lugar tranquilo e acolhedor, onde você vai assistir a um filme. O título do filme é “A história de minha vida”.
O filme começa no início de sua vida. Observe a si mesmo quando era bebê, depois criança. Veja-se brincando, correndo com os amigos, indo para a escola. Recorde-se de acontecimentos de muita importância em sua vida. Eles não necessitam ser grandiosos, mas significativos para você... Um trabalho de escola bem feito... Uma atividade produtiva que lhe deu prazer... Uma ótima nota numa matéria difícil... A superação de um ano difícil de estudo... Talvez ter chegado a este treinamento...
41MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Chegamos até o dia de hoje. Reflita sobre seus desejos, sobre suas conquistas, sobre suas fraquezas e sobre suas potencialidades. Quem é você? Lembre-se de que você é a estrela principal do filme que está vendo.
Sem abrir os olhos, deixe o filme continuar até chegar ao ano de dois mil e... (cinco anos no futuro). Dentro de cinco anos, você conseguiu atingir um nível e chegar a uma situação onde tudo está rendendo resultados positivos em sua vida. Observe detidamente essa situação tão gratificante.
O que está você fazendo? O que você conquistou que o faz se sentir tão orgulhoso de si mesmo? Como você é visto por seus familiares, por seus amigos, pelas pessoas que convivem com você?
Agora, deixe o filme avançar até chegar ao ano de dois mil e... (dez anos no futuro). Você já alcançou suas mais altas aspirações em termos pessoais, profissionais, familiares, sociais e econômicos. Procure captar claramente essa visão e permaneça um pouco estudando a situação.
Se quiser ver o final do filme, avance mais uns 20 anos no futuro. Você, o ator principal, atingiu todos os seus objetivos de vida, conseguiu fazer tudo o que se propôs fazer. Tem a satisfação profunda e sossegada do vencedor porque pôde triunfar graças a seus talentos, sua determinação, seu trabalho criativo, sua persistência e muitos desafios que você mesmo se colocou durante sua vida.
Chegamos ao final do filme, que deixou você com uma sensação de satisfação depois de ver as últimas cenas.
Lentamente, retorne a esta sala, ao dia de hoje. Movimente lentamente as extremidades do corpo: mãos e pés. Quando se sentir confortável, abra seus olhos.
Ao final do exercício, solicite aos participantes que abram o Manual do
Aluno na página 32, onde está a ft08. Visão de futuro profissional e pessoal,
e descrevam a visão que tiveram dos seus próximos anos, iniciando pelos
mais distantes – 20 anos.
Dê um tempo para que todos escrevam e solicite àquele que não conseguirem
concluir que façam isso em casa, reforçando o quanto isso é importante.
Em seguida, converse um pouco sobre o filme com os participantes. Questione:
“Foi difícil para vocês se imaginarem daqui a 20 anos?”, “Surpreenderam-se
com o filme?”, “Tinham uma imagem clara de vocês mesmos?”, “Como se
sentem em relação aos seus filmes?”.
42 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Você pode utilizar qualquer técnica de relaxamento
que o deixe confortável para esse exercício. Se possível,
coloque uma música suave de fundo num volume que não
atrapalhe sua condução. Realizá-lo lenta e pausadamente
permite que as pessoas visualizem com mais facilidade o
que você está propondo. Algumas pessoas podem não
conseguir, mas isso não importa, pois o pensamento segue
a intenção.
ANOTE AÍ
Agradeça a todos pela disponibilidade e pela participação e convide-os para
um intervalo de 15 minutos
Hora do intervalo
Horário previsto: 10h 30min.
Duração: 15 minutos.
ANOTE AÍ
43MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Materiais utilizados
Caneta hidrocor para cada participante.
Cartão 10 cm x 30 cm ou ¼ de folha A4 para cada participante.
Flipchart com folhas em branco.
Fita adesiva.
Slides:
Slide 02.5. Resultados e planejamento.
Slide 02.6. Orientações para metas eficazes.
Atividade 4. Orientação para resultados
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Vivencie e analise as dificuldades para definir objetivos claros e realistas.
Conheça critérios e elementos centrais para definir metas eficazes.
Tempo previsto
1 hora e 15 minutos.
44 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Passo a passo
Comente que a competência da visão que vocês acabaram de trabalhar está
altamente relacionada à próxima competência – resultados e planejamento.
Apresente o slide 02.5. Resultados e planejamento e faça uma leitura
interativa, usando exemplos.
Em seguida, convide todos a participarem de uma dinâmica. Entregue uma
caneta hidrocor e um cartão 10 cm x 30 cm ou ¼ de folha A4 para cada
participante e dê a seguinte instrução: “Escrevam uma meta que possa ser
atingida nesta sala, com os meios disponíveis, no prazo de três minutos.”.
Após essa instrução, podem surgir questionamentos por parte dos
participantes que percebem metas como algo muito grande e importante.
Diga-lhes que metas são apenas algo a ser realizado (observado) e alcançado
dentro de determinado tempo.
Os participantes também podem questionar se a meta será realizada depois.
Deixe-os na dúvida ou despiste-os, para que a meta não seja condicionada
a uma busca cuidadosa. Para isso, use respostas como: “Agora vocês devem
se concentrar em escrever suas metas. Em seguida, darei as próximas
orientações.”.
Aguarde que cada um escreva sua meta e separe o grupo em dois subgrupos
– A e B – com aproximadamente o mesmo número de participantes.
Cada integrante do subgrupo A deve ler sua meta, dirigir-se até o flipchart
e fixá-la nele com fita adesiva.
Em seguida, oriente o subgrupo B a observar o subgrupo A enquanto executa
suas metas no tempo marcado – três minutos.
Inicie a atividade do subgrupo A com o comando “Podem iniciar.”. Cronometre
cuidadosamente os três minutos de execução das metas. Ao final do tempo,
oriente: “Tempo finalizado. Podem parar.”. Solicita ao subgrupo que está
observando que anote suas observações.
Solicite aos participantes do segundo subgrupo (B) que troquem os cartões
com as metas entre si. Ninguém deve permanecer com a meta que escreveu.
45MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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A maioria das metas, na realidade, são tarefas.
Se você perguntar se foi fácil realizá-las, quase todos
dirão que sim, pois os participantes tendem a procurar
uma meta infalível: beber um copo d’água, fazer um
desenho no flipchart, aprender algo, ler o contrato,
cumprimentar os participantes etc.
ANOTE AÍ
Diga ao grupo que uma meta necessita ser desafiante. Verifique se alguém
teve que fazer um esforço maior para atingir sua meta. Se sim, provavelmente
seu grau de satisfação será maior do que o dos que fizeram coisas fáceis.
Continue perguntando: “E o tempo? Quem utilizou todo o tempo disponível?
E quem não utilizou, o que fez com o tempo restante?”.
Reforce que quem não utiliza todo o tempo tende a se sentar e ficar
aguardando que o tempo passe. Isso é uma atitude comum para quem não
tem metas. Como não sabe bem o que fazer com o tempo disponível, acaba
fazendo qualquer coisa ou não fazendo nada. Também é comum que auxilie
os outros a cumprirem suas metas, já que está sem ocupação.
Lembre os participantes de que o subgrupo B teve uma dificuldade que o
primeiro não encontrou: cumprir metas escritas por outros. Pergunte: “Qual
foi a maior dificuldade em cumprir metas escritas por outras pessoas?”.
Repita o procedimento anterior: ler, afixar no flipchart e executar.
Agora, o subgrupo A deve assumir a função de observador. Dê o comando
para o subgrupo B: “Podem iniciar.”. Outra vez, cronometre cuidadosamente
os três minutos de execução das metas. Ao final do tempo, oriente: “Tempo
finalizado. Podem parar.”. Solicita ao subgrupo que está observando que
anote suas observações.
Conduza uma discussão em que serão abordadas as observações anotadas.
Para inicia-la, pergunte: “Quem realizou a meta proposta?”. Praticamente
todos dirão que realizaram.
46 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Amplie a discussão usando perguntas como:
“O que vocês sentiram?”.
“Quais critérios utilizaram quando escreveram suas metas?”.
“Quem cumpriu sua meta?”.
“Como é possível aproveitar o tempo disponível?”.
“O que possibilitou que vocês realizassem suas metas?”.
“Quem não cumpriu sua meta? Por quê?”.
“Como o grupo percebeu o não cumprimento de metas? E o cumprimento?
As pessoas realmente realizaram o que deveriam realizar?”.
“Alguém poderia ter auxiliado no estabelecimento ou na realização das
metas? Como e por quê?”.
“Sentiram suas metas como um desafio ou foi algo seguro, facilmente
realizável?”.
“Alguém mudaria sua meta?”.
“Perceberam diferenças entre a execução das metas do subgrupo A
(que executou suas próprias metas) e do subgrupo B (que executou as
metas dos outros)?”.
“Que conclusões vocês tiram desse exercício?”.
Sintetize as informações sobre metas com o slide 02.6. Orientações para
metas eficazes.
Em seguida, solicite aos participantes que escrevam uma meta que
pretendem realizar entre os próximos três e seis meses, a partir da presente
O principal problema encontrado na execução de uma meta escrita por outra pessoa é ter dificuldade para entender claramente o que seu autor quer que seja realizado ou não ter as habilidades necessárias para sua execução, além de não se sentir comprometido por não ter participado de sua elaboração, o que não a impregna de significado pessoal.
47MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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data. Pergunte se alguém pode compartilhar sua meta e peça permissão
para analisá-la por meio de um instrumento de análise de metas e objetivos.
Apresente o acróstico METAS, mostrando ao grupo como é possível verificar
a validade de uma meta ou objetivo por meio deste lembrete:
M ensurável
E specífica
T emporal
A lcançável
S ignificativa
Anote o acróstico no flipchart, tomando-o como uma lista de verificação de
validade e correção para análise da meta do participante. Apoie-o e oriente-o,
questionando cada um dos itens e refletindo sobre eles. Reescreva a meta até
que esteja de acordo com os critérios ressaltados nas palavras do acróstico.
Mensurável: Um atleta de salto com vara foi submetido a um teste.
Primeiramente, ele fez séries de dez saltos com a barra em uma altura
fixa que exigia algum esforço. Nessas circunstâncias, a cada dez saltos,
ele ultrapassava oito vezes a barra. Depois que monitoraram seu
desempenho, retiraram a barra e colocaram um sensor eletrônico.
Ele repetiu as séries. Nessa condição, para cada dez saltos, ele obteve
resultado positivo somente em três. Por não poder observar sua meta (a
barra), seu desempenho caiu em mais de 50%. Mensurar um resultado,
uma meta, é estabelecer numericamente um conjunto de fatores que, no
futuro, vai permitir uma avaliação do que foi alcançado. Uma meta tem
que ser visível e mensurável; se as pessoas não conseguirem enxergar
claramente o que devem atingir, nunca saberão se o fizeram. Uma
meta não mensurável apresenta o sério agravante de ser uma fonte de
angústia para quem deve executá-la, por ser um “mais ou menos” que
somente engana as pessoas.
Específica: A meta “Fluência em língua inglesa.” permite várias interpretações.
Mas se ela for reescrita como “Atingir X pontos no exame de proficiência
Y.”, todas as dúvidas desaparecem. Uma meta precisa ser colocada
em termos claros e concisos, sem deixar margem para interpretações
48 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Temporal: As pessoas tendem a protelar a definição de uma data para que
as coisas se realizem porque a data final denuncia se o que elas almejavam
foi alcançado ou não. No entanto, toda meta requer um prazo definido para
ser realizada. Com uma data final, é mais fácil eliminar distrações, focar no
essencial, pensar com mais clareza e ser criativo. E data final significa dia, mês
e ano! Usar tempos vagos é apenas uma maneira de “enganar” o prazo.
Alcançável: Quando as pessoas transformam um desejo ou um sonho em
uma meta observável, devem analisar se ela realmente pode ser atingida.
Tratando-se de metas, é necessário avaliar o que pode ser realizado em
bases concretas. Nem sempre o que é desejado é possível ou o que é possível
é o que se deseja. Toda meta deve ser analisada à procura de problemas
ou empecilhos prováveis, pois algo inalcançável se transforma numa fonte
de desânimo e frustrações. Para que as pessoas se mantenham dentro da
realidade, é fundamental que as metas sejam manejáveis, que possam ser
mudadas quando as circunstâncias se alterarem, que apresentem certo
grau de flexibilidade. Só vale ressaltar que, quanto mais longe suas metas
estiverem fixadas, mais audaciosa e imaginativa uma pessoa pode ser – o
que configura uma forma de ampliar seus horizontes.
Significativa: Muitas vezes, as pessoas se predispõem a atingir metas que não
têm nada a ver com suas necessidades. Seja lá o que se queira atingir, uma meta
tem que ter significado pessoal, deve ser importante para quem “corre atrás”
dela. Ninguém deve perder seu tempo encontrando motivos em outras pessoas.
Necessidades são pessoais! Se outros puderem ser beneficiados, ótimo; mas é
equivocadas. Deve permitir que as pessoas visualizem exatamente o
que desejam atingir. Precisa possibilita que seu autor e qualquer outra
pessoa saibam exatamente o que se deseja.
Se uma meta não estiver escrita, em nenhuma hipótese é uma meta. O simples ato de escrever o resultado a ser atingido pode aumentar em até 60% as possibilidades de atingi-lo.
Sem estar escrita, como uma meta pode ter seus avanços acompanhados? A memória falha! Normalmente, não registrar uma meta é uma boa estratégia que as pessoas usam para se defenderem da frustração por não atingi-la.
49MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
legítimo que as pessoas pensem em si mesmas em primeiro lugar, afinal, talvez
não possam resolver os problemas do mundo, mas podem muito bem cuidar de
seus quintais.
Se nenhum participante tiver se sentido estimulado a apresentar uma meta, escreva
a seguinte no flipchart, usando-a como exemplo: “Falar inglês em dois anos.”.
Comente que isso parece uma meta, mas chame o grupo para uma reflexão: “O
que significa falar inglês? É saber dizer “yes” ou “how are you”? Certamente
não!”. Então, proponha um refinamento da meta, que pode ser “dominar a
língua inglesa” ou “poder se comunicar em um país de língua inglesa” ou “ler
publicações em língua inglesa”. Continue especificando, até que a meta seja
transformada em “obter proficiência no exame TOEFL de língua inglesa”.
O TOEFL é um exame reconhecido
internacionalmente que assegura o domínio da língua.
Proficiência é a designação técnica para quem lê, fala,
escreve e interpreta como se fosse alfabetizado na
língua. Com essas especificações, a meta passa a ser,
além de específica, observável.
ANOTE AÍ
Continue dizendo que dois anos é um prazo provocativo, desafiante, que
certamente vai requerer muita dedicação e esforço para ser suficiente para o
alcance da meta. Questione: “Mas, são dois anos a partir de quando? Qual é a
data final?”. Enfatize que esse normalmente é um aspecto negligenciado pelas
pessoas, que costumam estabelecer tempo, mas não prazo. Prazo implica tempo
final, com dia, mês e ano.
Reescreva a meta, mostrando como ela fica escrita corretamente: “Obter
proficiência no exame de língua inglesa TOEFL até 31 de dezembro de 2014.”
(ou um prazo que indique dois anos no futuro).
Solicite a todos os participantes que releiam suas metas e as reescrevam de
forma correta.
50 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Comente que é fundamental que as pessoas saibam de que recursos dispõem para
alcançarem suas metas: tempo, dinheiro, pessoas, tecnologia, conhecimento,
habilidade etc. Além disso, ressalte que as pessoas cumprem muitas metas
ao mesmo tempo e que precisam buscar um equilíbrio entre as pessoais, as
empresariais e as sociais para não se dedicarem exclusivamente a uma área e se
esquecerem das outras.
No fechamento, comente que é fundamental que se estabeleçam metas para
a execução de qualquer empreendimento. Os empreendedores aprendem
por meio de seus resultados negativos e reavaliam constantemente onde se
encontram, de acordo com seu objetivo. Para monitorar um caminho, construir
um aprendizado, resolver um problema, lançar um produto ou oferecer um
serviço é primordial que se tenham metas claras e específicas.
Para o dia seguinte, solicite ao grupo que compartilhe suas metas pelo menos
com alguém de sua confiança e reforce que começarão o dia seguinte com essa
tarefa.
Solicita, também, que os participantes levem uma garrafa PET de qualquer tipo
ou modelo no dia seguinte.
Agradeça a todos pela presença e pelas contribuições, lembrando-os de como
isso é importante para o alcance dos resultados (metas!) almejados no início do
treinamento.
ANOTE AÍ
DIA 03
INICIATIVA E OPORTUNIDADE
53MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Slides:
Slide 03.1. Colheita de aprendizagem.
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compartilhe suas reflexões, decisões, pensamentos ou o que vier como
emergente relacionado ao dia anterior.
Apresente as tarefas do dia anterior.
Tenha uma visão geral sobre as atividades e a abordagem do dia.
Tempo previsto
30 minutos.
Competências empreendedoras do dia:
• Iniciativa e oportunidade.
Passo a passo
Às 8h, inicie as atividades abrindo o slide 03.1. Colheita de aprendizagem.
Informe que, como comentado no dia anterior, a colheita de aprendizagem
será a primeira atividade realizada ao longo de todos os dias do treinamento.
54 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Faça as perguntas chaves da colheita: “Para vocês, qual foi a aprendizagem
mais importante de ontem?”, “Sobre o que vocês refletiram de ontem pra
hoje?”, “Como foi o segundo dia do treinamento pra vocês?”.
Escute os participantes ativamente, interagindo com eles e fazendo breves
comentários quando for pertinente.
Após a escuta, pergunte quem realizou a tarefa solicitada no dia anterior,
reforce positivamente a importância da contribuição do grupo ao realizar
a tarefa e solicite que um voluntário comente a experiência da partilha das
metas com alguém de confiança. Escuta duas ou três pessoas (dependendo
do seu tempo) e siga para a abordagem do dia.
Informe que o Dia 03 reserva boas surpresas para o grupo, pois um grande
desafio será lançado! Solicite que todos aguardem o momento desse
lançamento e prossiga perguntando se todos levaram a garrafa PET solicitada
no dia anterior, que será utilizada na próxima atividade.
ANOTE AÍ
55MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de flipchart para trabalho em grupo.
Seis rolos de fita crepe para trabalho em grupo.
Seis tesouras com ponta para trabalho em grupo.
Seis tubos de cola para trabalho em grupo.
Pincéis atômicos para trabalho em grupo.
Folhas de papel ofício.
Cinco garrafas tipo PET usadas e lavadas para reciclagem (de qualquer marca
ou tamanho).
Folhas de trabalho:
ft. 09 Divisão de terreno.
Slides:
Slide 03.2. Divida este terreno em quatro partes iguais.
Slide 03.3. Iniciativa e oportunidade.
Slide 03.4. Brainstorming.
Atividade 2. Ideias X Oportunidades de negócio
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compreenda a relação entre problemas e oportunidades de negócio.
Identifique a diferença entre ideias e oportunidades de negócio.
Sensibilize-se para a importância de trabalhar na ideia de negócio e ter
iniciativa.
Exercite a criatividade voltada para a identificação de oportunidades.
56 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Tempo previsto
2 horas e 10 minutos.
Slide 03.5. Regras.
Slide 03.6. Orientações da atividade.
Slide 03.7. Todo negócio procura atender a uma necessidade.
Slide 03.8. Ideias são inúteis se não há clientes dispostos a pagar por elas.
Passo a passo
Aproveite o aquecimento da colheita de aprendizagem para anunciar ao grupo
que é hora de introduzir uma nova competência empreendedora: iniciativa e
oportunidade. Antes de apresentá-la, diga que você quer propor um desafio.
Abra o slide 03.2. Divida este terreno em quatro partes iguais e solicite ao
grupo que abra o Manual na do Aluno na página 41, onde se encontra a ft. 09
Divisão de terreno, que é a miniatura desse slide, e resolva a questão. Diga aos
participantes que eles podem repetir o desenho em um caderno, se preferirem.
Dê um tempo de dois a três minutos rodando pela sala,
checando o progresso de cada um. Em seguida, avise que
dará uma dica: “A solução do problema está no próprio
problema.”. Aguarde mais dois ou três minutos, sempre
checando se alguém consegue resolver a questão. Se
alguém conseguir, convide a pessoa para ir à frente
mostrar ao grupo o que fez. Se não, vá você mesmo,
facilitador, ao flipchart e mostra a solução.
Em seguida pergunte: “Essa solução é aceitável?”. Aguarde a manifestação
do grupo e continue: “Minha dica foi: a solução está no próprio problema.
O que vocês estavam buscando? Tentavam solucionar o problema com base
nos esquemas mentais que aprenderam? Procuravam a solução por meio de
retas horizontais, verticais ou inclinadas?”. Dificilmente as pessoas enxergam
o L que traz a solução do problema.
57MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
A partir daí, desenvolva o tema paradigma (modelo mental aprendido)
versus limitações, como perguntas como:
“Por que imediatamente as pessoas se fixam nos modelos de soluções
que conhecem?”.
“Por que ficar presa num modelo já conhecido pode atrapalhar uma
pessoa?”.
“Por que enxergar outras soluções é importante para o empreendedor?”.
“O que é paradigma?”.
“No que o paradigma ajuda e no que pode atrapalhar?”.
“Como é possível quebrar paradigmas, fazer diferente?”.
Busque explorar a necessidade de eliminar pressupostos desnecessários
quando se quer buscar algo novo e de buscar um novo caminho, tentando
algo que não foi tentado.
Após esse momento de interação com o grupo, pergunte: “O que tudo isso
tem a ver com a competência iniciativa e oportunidade?”. Após algumas
contribuições, abra o slide 03.3. Iniciativa e oportunidade, solicite que algum
voluntário leia os comportamentos apresentados e faça breves comentários
com exemplos sobre cada um deles.
Informe ao grupo que vocês chegaram a um momento de prática e que
começarão usando uma técnica chamada brainstorming. Explique que
brainstorming significa “chuva de ideias” ou, como dizem em Minas Gerais,
“toró de parpite”.
Apresente o slide 03.4. Brainstorming e siga explicando que a técnica
consiste em colocar para fora qualquer ideia que se tenha sobre determinado
assunto, sem qualquer bloqueio. Para tanto, as pessoas precisam se livrar dos
pressupostos desnecessários e ninguém pode ridicularizar a ideia do outro.
Use um exemplo para ilustrar.
58 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Numa fábrica de vidro, os artefatos eram embalados com jornal. A produtividade dos funcionários apresentava problemas, pois, enquanto embalavam, eles paravam para ler alguma notícia interessante. Os projetistas se reuniram para encontrar uma solução, mas todas as soluções implicavam mais custos. Um projetista que já estava sem paciência gritou do fundo: “Furem os olhos deles!”. Todos riram, embora a piada parecesse de mau gosto. Entretanto, como a técnica de brainstorming exige que todas as respostas sejam anotadas, essa também foi. Depois, enquanto se liam as soluções apresentadas, perceberam que furar os olhos não era viável, mas contratar cegos sim. Contrataram cegos.
Encerre a explicação apresentando o slide 03.5. Regras.
Peça a todos que coloquem na sua frente as garrafas PET que trouxeram. Caso
alguém tenha esquecido, disponha as garrafas reservas constantes do material.
Avise que gostaria de utilizar a chuva de ideias / brainstorming para vocês
descobrirem o que podem fazer com aquela garrafa e diga que, para isso,
anotará todas as ideias que surgirem.
Pergunte: “Que ideias vocês têm?”, “O que é possível fazer com uma garrafa
PET?”. Anote rapidamente todas as ideias no Flipchart e estimule o grupo
dando alguma ideia esdrúxula como, por exemplo, um biquíni. Se alguém
censurar sua ideia, lembre que isso não é válido.
Ao finalizar, leia todas as ideias (sempre num clima de descontração) e
pergunte se todas elas são úteis ou viáveis. Aguarde manifestações e
complemente dizendo que, por enquanto, vocês ainda não sabem.
Comente que vocês irão para o segundo passo da atividade, que será realizado em
grupos e explique-a: os participantes devem formar subgrupos de quatro ou cinco
pessoas e discutir algumas ideias a partir do que consideram ser possível executar.
Informe que você entregará cola, tesoura, fita crepe, papel, folha de flipchart
e pincel atômico para cada subgrupo e dará um tempo para que ele decida
que ideia vai executar e apresente um protótipo (modelo pronto) do produto.
Comunique que todos devem estar preparados para explicar qual é a
utilidade do produto desenvolvido, a que necessidade ele atende ou que
problema ele resolve. Abra o slide 03.6. Orientações da atividade.
59MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Solicite aos participantes que formem os subgrupos, distribua o material
para cada um deles e avise que é hora de colocar a mão na massa!
Hora do intervalo
Horário previsto: Antes do início das apresentações.
Duração: 15 minutos.
Após o intervalo, cada subgrupo deve ir à frente apresentar o protótipo do
produto que desenvolveu, defender sua utilidade e dizer a que necessidade ou
problema ele atende. Lembre-se dos aplausos ao final de cada apresentação.
Na amarração conclusiva, pergunte: “Qual é a diferença entre as primeiras
ideias geradas no brainstorming e os produtos que vocês apresentaram?”.
Busque respostas como “A ideia foi pensada, discutida e baseada numa
necessidade.” ou “Procuramos ver se era possível executá-la, se não era uma
ideia complicada demais.” e enfatize que o principal critério sempre deve
ser reforçar a conexão entre oportunidade e necessidade do cliente. Feche
com o slide 03.7. Todo negócio procura atender a uma necessidade.
Comente que um dos grandes erros que se comete ao empreender é
simplesmente copiar um negócio que dá certo em outro lugar sem se
perguntar “Aqui tenho o mesmo tipo de cliente?”, “O cliente está disposto
a pagar o valor suficiente para gerar lucro para mim?”. Apresente o slide
03.8. Ideias são inúteis se não há clientes dispostos a pagar por elas.
É importante que você explique a atividade e
tire dúvidas sobre ela antes de formar os subgrupos,
inclusive estabelecendo o tempo para sua execução
antecipadamente: 40 minutos para discussão, execução
do protótipo e preparação da apresentação e até cinco
minutos para apresentação por subgrupo.
ANOTE AÍ
60 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Questione: “Então, qual deve ser o próximo passo?”. Busque respostas como:
“Pesquisa.”, “Busca de informações.”, “Análise do mercado para saber se
há cliente disposto a pagar.”. Reforce que uma ideia, por mais brilhante
que seja, somente se transforma em oportunidade de negócio se puder
encontrar clientes em número suficiente para remunerar corretamente todo
o trabalho que se tem ao começar um negócio – e, principalmente, para
poder mantê-lo.
Comente que a técnica que vocês experimentaram nessa atividade será
muito importante para o desafio que será proposto.
ANOTE AÍ
61MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
ANOTE AÍ
62 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft10. Desafio Empresarial.
Slides:
Slide 03.9. Objetivos do Desafio Empresarial.
Atividade 3. Lançamento do Desafio Empresarial
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Conheça as diretrizes do exercício Desafio Empresarial.
Exercite intencionalmente suas competências empreendedoras.
Vivencie todas as etapas de um negócio.
Tempo previsto
40 minutos.
63MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passo a passo
Explique os objetivos do Desafio Empresarial, ressaltando que é muito difícil
fortalecer as competências empreendedoras somente com a compreensão
intelectual; para entender realmente a força da função empreendedora, é
necessário experimentá-la. Comente que existem aprendizados que somente
podem se dar com a experiência prática e que não é possível antecipar com o
pensamento aquilo que somente a vivência pode promover.
Abra o slide 03.9. Objetivos do Desafio Empresarial e leia-o, explicando
aos participantes o que eles serão capazes de fazer ao longo do Desafio
Empresarial.
Solicite que abram o Manual do Aluno na página 42 , ft10. Desafio
Empresarial, e apresenta as regras do exercício:
Cada empresa pode ter, no máximo, dois sócios. Ou seja, cada participante
pode trabalhar sozinho ou com mais um colega.
Os negócios criados no Desafio Empresarial terão vida útil até o penúltimo
dia do treinamento Empreender no Campo. Se os proprietários desejarem
mantê-los no mercado, podem fazê-lo. Mas, para análise do Desafio
Empresarial, os resultados deverão ser contabilizados nesse prazo.
O negócio criado deve ser um negócio “de verdade”, que compre ou
fabrique e venda, que ofereça um serviço, enfim, que seja operado
como uma empresa real – que só não será uma empresa formal porque
o prazo não permite.
Todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa deverão ser
comprovadas.
Haverá um prêmio para a empresa que obtiver o melhor desempenho,
ou seja, o maior lucro (entradas menos saída de dinheiro) dividido pelo
número de sócios, lembrando que uma empresa que lucra R$ 300,00 e
tem um sócio tem melhor resultado do que uma que lucra R$ 500,00
com dois sócios (R$ 250,00 por sócio).
64 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Comente que a confiança é a base de todas as relações entre os proprietários
das empresas criadas e você. Entretanto, ter um controle (ou registro) de
todas as entradas e saídas é necessário para dirimir quaisquer dúvidas que
apareçam no encerramento do exercício.
Informe que todos devem pensar em como vão:
Identificar sua empresa (nome, marca, logotipo).
Identificar seu produto ou serviço (nome, marca, logotipo, palavras que
o diferenciem ou estimulem os clientes a comprar).
Conduzir uma busca de informações para identificar a que necessidades
podem atender e se existem clientes em número suficiente para pagar
por suas ideias.
Preparar um planejamento sobre seu negócio, um registro sobre as
principais informações sobre ele, que será visto no Dia 04.
Liquidar a empresa com lucro (ou prejuízo) ao final do exercício e pagar
suas eventuais dívidas.
Comunique que, na página 42 do Manual do Aluno (ft10. Desafio
Empresarial), há uma série de perguntas que podem auxiliar o grupo na
estruturação de seus negócios. Informe que não é necessário responder a
todas por escrito nesse momento, mas que é importante entender que cada
pergunta não respondida é um ponto vulnerável no negócio.
Reforce que, embora seja importante as pessoas serem otimistas quando
vão começar um empreendimento, o otimismo não garante que elas serão
bem sucedidas.
Comunique que no quinto dia do treinamento, na primeira hora, cada
empresa disporá de dois minutos para realizar a apresentação de seus
produtos / serviços.
Procure incentivar a participação de todos, dizendo que descobrirão
novas capacidades e habilidades, que o exercício é um desafio preparado
especialmente para empreendedores e que somente eles são capazes de
superá-lo. Informe o grupo que você lhe dará todo apoio necessário.
65MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Diga, ainda, que para alcançarem resultados positivos no exercício,
os participantes terão que ter iniciativa, determinação, esforço e
comprometimento.
Antes do encerramento, verifique se todos compreenderam a tarefa. Faça
uma revisão das regras do exercício (número de sócios, tipo de negócio,
período do exercício) e, somente então, despeça-se, incentivando o grupo a
abraçar o desafio!
ANOTE AÍ
66 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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ANOTE AÍ
DIA 04
EFICÁCIA E EFICIÊNCIA
69MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Materiais utilizados
Slides:
Slide 04.1. Colheita de aprendizagem.
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compartilhe suas reflexões, decisões, pensamentos ou o que vier como
emergente relacionado ao dia anterior.
Apresente as tarefas do dia anterior.
Tenha uma visão geral sobre as atividades e a abordagem do dia.
Competências empreendedoras do dia:
• Eficácia e eficiência.• Resultados e planejamento.
Tempo previsto
30 minutos.
70 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Passo a passo
Às 8h, inicie as atividades abrindo o slide 04.1. Colheita de aprendizagem.
Em seguida, faça as perguntas chaves da colheita: “Para vocês, qual foi a
aprendizagem mais importante de ontem?”, “Sobre o que vocês refletiram de
ontem pra hoje?”, “Como foi o terceiro dia do treinamento pra vocês?”.
Escute os participantes ativamente, interagindo com eles e fazendo breves
comentários quando for pertinente.
A colheita do quarto dia provavelmente terá bastante
conteúdo sobre o Desafio Empresarial. Embora seja uma
atividade transversal, que só será encerrada no último dia
do treinamento, você deve corresponder aos participantes,
reforçando positivamente todas as iniciativas, incentivando
aqueles que ainda se encontram bloqueados e lembrando que
repetir a atividade de brainstorming realizada no dia anterior
para estimular a criatividade pode auxiliar na ideia do produto.
ANOTE AÍ
Entre com a abordagem do dia, informando que a primeira atividade
contribuirá bastante com o Desafio Empresarial porque o grupo terá um tempo
específico para pensar sobre o negócio e colocar suas ideias no papel, ou seja,
planejar. Comente que, em seguida, o grupo conhecerá e colocará em prática a
competência eficiência e eficácia.
71MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft11. Planejamento orientado para resultados.
ft12. Plano de negócio – Desafio Empresarial.
Slides:
Slide 04.2. Planejar com foco nos resultados.
Slide 04.3. Resultados e planejamento.
Slide 04.4. Planejamento orientado para resultados.
Slide 04.5. Razões para se planejar.
Atividade 2. Planejamento e plano de negócio – Desafio Empresarial
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Entenda os conceitos básicos de planejamento orientado para resultados.
Reconheça o planejamento como uma atividade simples e o desmistifique
como uma tarefa de alta técnica e complexidade.
Pratique o planejamento para o negócio do exercício Desafio Empresarial.
Tempo previsto
1 hora e 15 minutos.
72 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Passo a passo
Comente que, como já visto anteriormente, a designação de metas e objetivos
implica riscos e que a análise criteriosa dos riscos calculados é possível por meio
de um planejamento. Diga que, embora o planejamento seja considerado algo
complexo, você pretende mostrar como é possível levá-lo a bom termo por
meio de perguntas simples.
Introduza o assunto planejamento questionando os participantes sobre que
perguntas eles fariam se fossem convidados a participarem de um acampamento.
Anote as respostas numa folha de flipchart. O grupo fará perguntas como:
onde será, quem irá, quem será responsável pelo que, como é o local, quantos
dias permanecerão, o que precisam levar, como é o terreno, como é o clima,
quanto vai custar etc.
A partir das anotações, mostre que é possível levantar perguntas básicas a partir
do planejamento (o que, como, quando, quem, quanto), demonstrando que as
pessoas normalmente planejam, mesmo de forma empírica, em síntese porque
planejar significa pensar antes de agir.
Em seguida, abra o slide 04.2. Planejar com foco nos resultados, fazendo uma
leitura dinâmica e confirmando tudo que o grupo perguntou como sendo
planejar. Use como analogia uma longa viagem de carro: para ter tranquilidade
na viagem, a pessoa faz uma revisão; programa as paradas para abastecimento,
descanso e alimentação; faz uma previsão de gastos; estabelece um tempo
médio para cada trecho da viagem; marca os pontos em que deve prestar mais
atenção para não se desviar do caminho...
Em primeiro lugar, designa-se uma meta acordada, algo a ser alcançado,
um resultado desejado, mensurável e realista a ser atingido.
Relembre o grupo que metas e objetivos devem ser verificados pelo acróstico METAS.
73MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Lembre os participantes de que eles podem delegar qualquer tarefa, mas a responsabilidade final por sua execução será deles
Sintetize dizendo que o planejamento pode ser definido como a divisão de
grandes tarefas em pequenas tarefas, ou, repetindo, simplesmente em pensar
antes de agir.
Abra o slide 04.3. Resultados e planejamento e comente com os participantes que
eles já conhecem a competência ali apresentada – Resultados e planejamento,
mas que neste momento vocês vão vê-la com foco em planejamento.
Pergunte ao grupo quais dos três comportamentos são voltados para o
planejamento. A resposta certamente será o segundo e o terceiro. Reforce
positivamente a resposta e informe que então é hora de praticar.
Solicite aos participantes que abram o Manual do Aluno na página 47 , ft11.
Planejamento orientado para resultados, e oriente-os a planejarem pelo menos
um resultado que gostariam de alcançar.
Apresente o slide 04.4. Planejamento orientado para resultados, realizando
uma transposição em relação ao instrumento que eles têm no Manual do Aluno.
Em segundo lugar, faz-se uma lista das atividades que são necessárias
e suficientes para alcançar a meta. São os passos intermediários que
conduzem aos resultados, realizados no presente para atingir aquilo
que se deseja no futuro.
Em terceiro lugar, desenvolve-se um calendário que determine o prazo
de execução das atividades. O calendário pode ser substituído por um
diagrama ou uma tabela.
Em quarto lugar, identifica-se a pessoa responsável pela realização de
cada uma das atividades.
Por fim, em quinto lugar, determinam-se os recursos (matéria-prima,
local, tecnologia, pessoas, equipamentos etc.) e os custos das atividades
e dos recursos.
74 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Determine que transcrevam a meta que escreveram no dia anterior (aquela a
ser cumprida num período de três a seis meses), incluindo a data. Lembre-os de
estabelecerem metas que permitam mensuração ou quantificação do resultado
desejado. Por exemplo: eles podem desejar ter a melhor empresa da região,
mas necessitam saber como verificar isso estabelecer uma meta, como “Obter
90% em uma pesquisa de satisfação dos clientes.”.
Ressalte que, por enquanto, é importante
que os participantes escrevam a lápis.
ANOTE AÍ
Outra vez, reforce: “Se a meta é sua, toda a responsabilidade é sua; mas, você pode delegar ações a serem cumpridas por outras pessoas. Não caia na tentação de colocar seu nome como responsável pela execução de todas as atividades. E não se preocupe: se o local para inserção do nome do responsável pela realização da tarefa estiver em branco, você é o responsável por isso.”.
Por fim, diga-lhes que precisam indicar os custos que cada etapa vai gerar.
É importante que você, facilitador, circule entre os participantes, apoiando-os no
preenchimento da atividade, lembrando que planejar não é difícil, mas trabalhoso.
Complemente dizendo que este modelo pode ser utilizado para diferentes
prazos e que a opção de fazê-lo para três é boa porque ele pode ser revisado
a cada mês. Por isso é importante escrever a lápis: para poder ajustar o
planejamento a cada passo. E, ainda, três meses é o prazo mais longo em que a
mente humana consegue manter o foco sem demasiado esforço.
Depois disso, é necessário que identifiquem as atividades e tarefas que devem
executar para alcançarem seus objetivos, listando as ações fundamentais,
que, quanto mais detalhadas, mais eficazes serão. Ao lado, devem marcar
com um X o período em que a ação deve ser realizada – quando precisa ser
iniciada e terminada.
Oriente-os a designarem um responsável para cada tarefa ou atividade
depois de executarem os passos intermediários.
75MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Após finalizar a atividade de planejamento, solicite aos sócios (para quem tem
sociedade) que se sentem juntos, porque irão trabalhar com o planejamento
da empresa criada para o Desafio Empresarial. Se ainda não estabeleceram um
negócio, este é o momento para fazê-lo.
Solicite que abram o Manual do Aluno na página 48, onde se encontra a ft12.
Plano de negócio – Desafio Empresarial, faça uma leitura comentada e tire
dúvidas de cada item do plano de negócio.
Em seguida, avise que é hora de escrever. Reserve pelo menos 20 minutos
da atividade para que os participantes façam o planejamento, enquanto
você circula pela sala, esclarecendo dúvidas e incentivando-os a planejarem e
refletirem sobre o negócio que estão montando.
Para finalizar, feche a atividade parabenizando todos pela concentração e abra
o slide 04.5. Razões para se planejar, comentando que o planejamento é flexível
e deve ser monitorado e revisado constantemente de acordo com as mudanças,
as novas estratégias, enfim, durante todo o período de funcionamento do
negócio.
Faça breves comentários sobre transparência:
Uma meta escrita tem até 60% mais chances de ser alcançada. Estudos
mostram que o simples fato de escrever uma meta possibilita um aumento
de até 60% na capacidade de as pessoas atingirem o que se propõem fazer;
é uma forma de visualizarem com mais clareza seus sonhos e desejos.
Faz com que se trabalhe com inteligência, não somente com dedicação. Um
ditado diz que quem não tem cabeça, tem que ter pernas. Quantas vezes as
pessoas se esquecem de fazer algo importante, sendo que a possibilidade
disso acontecer seria reduzida se a tarefa tivesse sido escrita.
Orienta para o futuro, para os resultados, permitindo que as pessoas vejam
com mais nitidez as coisas importantes, já que elas perdem a maior parte
do seu tempo trabalhando com o que é urgente. Permite-lhes fazerem
melhores escolhas – “O que estou fazendo agora é importante para o meu
futuro?”.
76 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Identifica todos os recursos necessários e imprescindíveis para o negócio.
Se uma empresa fabrica camisetas que precisa de uma etiqueta com
determinado tamanho e esse tamanho acaba, toda a produção pode ser
parada por falta de uma simples etiqueta. Não é por acaso que dizem que
Deus mora nos detalhes – e o diabo também.
Ajuda a antever problemas/obstáculos e sua resolução. Faz com que as
pessoas troquem a função de bombeiro pela de engenheiro de segurança:
em vez de apagarem incêndios todo dia, podem prever onde estão os riscos
e tomar medidas preventivas, agindo proativamente.
Aumenta a motivação. Cada pequeno passo dado em direção a uma meta
pode servir de estímulo para o próximo. Quem anota o que precisa resolver
num dia sabe a satisfação de cada item que se risca.
Comente que, se um plano está escrito, é possível voltar a ele e corrigi-lo, não
se enganando quanto ao que quer – é a diferença entre fazer uma viagem com
um mapa em mãos e ouvir sobre o caminho.
Antes de liberar o grupo para o intervalo, diga que na próxima atividade os
participantes poderão melhorar sua habilidade para estabelecer resultados e
planejar.
Hora do intervalo
Horário previsto: 10h.
Duração: 15 minutos.
77MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Fita crepe.
Folha de flipchart.
Cesto de lixo.
Folhas de papel A4.
Slides:
Slide 04.6. Conceitos de eficácia e eficiência.
Slide 04.7. Eficácia e eficiência.
Slide 04.8. Custo da matéria-prima x Remuneração por lançamento.
Slide 04.5. Razões para se planejar.
Atividade 3. Bola ao cesto em grupo
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compreenda os conceitos de eficiência e eficácia e a relação entre eles.
Pratique métodos sistemáticos para melhorar eficiência e eficácia nos
negócios.
Sensibilize-se sobre a importância do planejamento para o alcance de
processos eficientes e resultados eficazes.
Tempo previsto
2 horas.
78 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passo a passo
Enquanto os participantes estiverem no intervalo, providencie a arrumação
da sala para a próxima atividade. Monte um conjunto de linhas paralelas
com fita crepe, conforme esquema a seguir.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Fita crepe
Cesto de lixo
Numeração para as posições
A distância entre cada linha de fita crepe deve ser de cerca de 50 cm. A
largura deve corresponder à largura de uma pessoa – cerca de 60 cm. Uma
folha de flipchart dobrada ao meio pode servir de orientação para montar
todo o jogo (tanto na largura quanto na distância entre linhas).
O cesto de lixo deve estar à mesma distância – 50 cm – da posição 1.
Corte folhas de papel A4 em quatro partes iguais e enumere dez pedaços de 1 a
10. Em seguida, coloque os números ao lado de cada posição, como no diagrama.
Deixe a sala montada antes de você sair para o intervalo e os participantes
voltarem dele. Quando eles retornarem, vão começar a perguntar para que
aquilo ali. Diga-lhes que aguardem um pouco, pois você já explicará tudo.
79MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Informe o grupo que você introduzirá uma nova competência: Eficiência e eficácia.
Pergunte aos participantes se eles sabem a diferença entre os conceitos de eficiência
e eficácia. Provavelmente poucas pessoas saberão conceituar essa diferença.
Comente que é muito comum as pessoas fazerem uma confusão entre os
dois conceitos e que, portanto, você começará esclarecendo essa diferença.
Para tanto, abra o slide 04.6. Conceitos de eficácia e eficiência, solicite que
algum participante leia seu conteúdo e verifique com o grupo se a diferença
ficou clara.
Explique que a eficácia diz respeito ao que fazer, a fazer as coisas certas, à
decisão de que caminho seguir; é o grau em que os resultados de um negócio
atendem às necessidades e aos desejos dos clientes e dos proprietários,
dando lucro; está relacionada à escolha e, depois de escolhido o que fazer,
fazer a coisa de forma produtiva leva à eficiência.
Eficiência trata de como fazer, não de o que fazer. Trata de fazer certo as
coisas, e não fazer as coisas certas. Quando se fala em eficiência, está se
falando em produtividade, em fazer mais com o mínimo de recursos possíveis
(menos tempo, menor custo, menos pessoas, menos matéria-prima etc.).
Eficiência é cavar, com perfeição técnica, um poço artesiano; eficácia é encontrar a água.
Após ter esclarecido a diferença entre os conceitos de eficácia e eficiência,
o próximo passo é a apresentar o slide 04.7. Eficácia e eficiência. Leia-o de
forma interativa, buscando compartilhar exemplos com o grupo.
Em seguida, convide o grupo a praticar os conceitos vistos por meio de uma
dinâmica.
Explique que o grupo será dividido em subgrupos com, no máximo, cinco
pessoas. Ou seja, se tiver 25 alunos, você terá cinco subgrupos (1, 2, 3, 4 e 5).
Dê um número para cada subgrupo, numerando seus participantes com o
mesmo número.
80 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Informe que a tarefa do subgrupo consiste em elaborar um planejamento
para fabricar seis bolinhas de papel e lançá-las num cesto de lixo com o
objetivo de obter o melhor lucro.
Para garantir a compreensão de suas instruções, escreva-as no flipchart,
enfatizando que esta etapa é de planejamento, ou seja, os participantes
devem pensar em como vão realizar as tarefas de fabricação das bolinhas e
lançamento delas ao cesto de lixo.
Deixe registrado no flipchart um quadro de resultados semelhante ao
exemplo abaixo:
Grupo Distância Acertos Bônus Custo Lucro Meta 123456
Esclareça que lucro é igual a custo da matéria-prima adquirida para fabricação
das bolinhas menos resultado (bolinhas acertadas de cada posição) dos
lançamentos (bônus).
Você, facilitador, será fornecedor de matéria-prima. A fabricação das bolinhas
terá um custo de acordo com a matéria-prima empregada, conforme tabela
apresentada no slide 04.8. Custo da matéria-prima x Remuneração por
lançamento.
Matéria-prima extra é qualquer elemento além de papel e fita crepe que
os participantes queiram utilizar: clips, algum peso extra, água para molhar
as bolinhas para ficarem mais pesadas ou qualquer outro material que se
origine de sua criatividade.
Embora os participantes possam usar matéria-prima extra,
não ofereça dicas que os induzam a usarem materiais extras.
Deixe isso por conta da criatividade deles!
ANOTE AÍ
81MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Explique que os lançamentos ocorrerão em duas rodadas: primeiramente,
poderão ser lançadas as três primeiras bolinhas. Após os lançamentos, o grupo
retorna ao seu lugar para rever sua estratégia para as três próximas bolinhas.
O tempo para revisão do plano de lançamento corresponde ao disponível
para os outros subgrupos fazerem seus lançamentos. Ou seja, quando o
último subgrupo efetuar seu lançamento, o primeiro deverá retornar e
completar o lançamento das bolinhas restantes. E assim sucessivamente até
que todos os subgrupos tenham lançado todas as seis bolinhas.
Acrescente que o planejamento não registrado por escrito dificulta o
monitoramento e, portanto, tem baixíssima eficiência. Portanto, os
subgrupos deverão entregar seus planejamentos a você antes de realizarem
suas jogadas.
Lembre os participantes que eles podem planejar como melhor lhes parecer,
pois o mais significativo é que tenham seu planejamento por escrito. Reforce
que devem prestar atenção ao definirem a meta do grupo, o custo que terão
e a estratégia para os lançamentos.
Após a divulgação das regras, determine o tempo de planejamento e informe
que haverá um período para compra de matéria-prima e fabricação das
bolinhas. Anote os tempos para cada etapa no flipchart e forme os grupos,
indicando seus respectivos lugares de trabalho.
Distribuição do tempo!
Planejamento: 15 minutos
Compra de matéria-prima e confecção das bolinhas de papel: 10 minutos
Jogadas: 30 minutos
Processamento da atividade: 50 minutos
Acompanhe o planejamento, verificando se os subgrupos entenderam
claramente as regras.
Ao término do período de planejamento, comunique que você está vendendo
matéria-prima. Conforme os subgrupos comprarem, registre no quadro de
resultados o custo do material adquirido.
82 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
No exemplo abaixo, foi acrescentado um registro completo como exemplo
para orientá-lo no preenchimento. No caso, o subgrupo 1 comprou quatro
folhas de papel e 1 m de fita adesiva (custo: 13 pontos) e tinha o objetivo de
conseguir 16 pontos. Para tanto, deveria acertar, no mínimo, duas bolinhas
da posição 5 e duas da posição 6. Durante a realização da atividade, acertou
somente uma bolinha da posição 5 e uma da posição 6, portanto, sua
remuneração foi de 11 pontos pelos lançamentos. Subtraindo-se o custo da
matéria-prima, o resultado final obtido é de dois pontos negativos – prejuízo.
Grupo Distância Acertos Bônus Custo Lucro Meta 1 5-5-6-6-6-6 0-1-0-0-0-1 11 13 - 2 1623456
Determine que o tempo de planejamento e fabricação está encerrado e
oriente os subgrupos a se prepararem para executarem a tarefa planejada,
indagando qual grupo gostaria de iniciar os lançamentos.
Solicite que o grupo venha para frente da sala e faça a leitura de sua
estratégia de lançamento, registrando-a no quadro, conforme modelo
anteriormente descrito. Em seguida, o subgrupo deve realizar o lançamento
e, a cada lançamento, você deve registrar as pontuações correspondentes no
quadro de resultados.
Após o primeiro subgrupo lançar as três primeiras bolinhas, solicite que
retorne ao seu lugar e revise sua estratégia, enfatizando que as três bolinhas
restantes serão lançadas na segunda rodada.
Finalizada essa etapa, quando todos os subgrupos já tiverem lançado as seis
bolinhas, encaminhe o processamento da atividade.
Inicie o processamento pelos subgrupos que ficaram abaixo dos objetivos
propostos. Faça uma leitura de cada subgrupo, pedindo-lhes que expliquem
como realizaram o planejamento, como o executaram e como analisam os
resultados. Oriente o processamento pelas seguintes perguntas:
83MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
“Vocês tiveram dificuldades para estabelecer um objetivo comum?”.
“Que dificuldades/facilidades encontraram na elaboração do
planejamento?”.
“Fizeram planos alternativos para o caso de imprevistos na realização do
planejado?”.
“Quem lançou as bolinhas se sentiu apoiado durante a execução? Havia
apoio do restante do grupo (aplausos quando acertava, pedidos de calma,
palavras de apoio quando errava etc.)?”.
“Alguém pensou em alterar o planejamento depois de um insucesso no
lançamento? Seria útil fazê-lo? Por que não foi feito?”.
“Como se sentem comparando o resultado obtido com o desejado?”.
“Se pudessem realizar de novo alguma das etapas, mudariam algo? Por
quê?”.
“O que puderam aprender sobre eficiência e eficácia com a atividade?”.
Enquanto conversa com os subgrupos sobre os resultados da atividade, vá
anotando os principais tópicos da aprendizagem. Vários assuntos serão
abordados durante esse processamento, essencialmente buscando-se a relação
entre metas e planejamento em equipe e a busca da eficiência e da eficácia.
É importante que você aborde aspectos referentes a liderança, comunicação
e decisão no momento do planejamento e o quanto eles influenciam nos
resultados. Você também deve ressaltar que a busca pela eficiência nos
processos deve ser constante e permanente, lembrando que, embora muitas
vezes a competência eficiência ocorra dentro da empresa (em seus processos),
ela aparece para o cliente na conveniência dos serviços, na qualidade dos
produtos, na rapidez das entregas etc.
Você pode fechar as aprendizagens sobre planejamento dizendo, uma vez
definidas as metas, a pergunta a ser respondida é: “Qual caminho tomarei
para atingir cada meta?”. Isso se vincula ao fato de que geralmente não há
um único caminho para chegar a ela. Por exemplo: se a meta de uma pessoa
consiste em obter R$ 1.000,00 até 31 de dezembro do ano presente para fazer
uma viagem, os caminhos são múltiplos:
84 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
fazer “bicos” como pintor durante quatro finais de semana;
organizar uma rifa;
fazer horas extras no trabalho;
comprar um bilhete de loteria que custa R$ 2,00 (ou dois que custam R$
1,00 cada um);
vender a geladeira e o fogão e comer sanduíches até o fim do ano;
comprar uma batedeira e se associar a uma amiga para preparar tortas de
aniversário, com a condição de vender 20 tortas todas as semanas.
As diferentes atividades necessárias para atingir o objetivo supõem diferenças
nos recursos, no tempo previsto, nas técnicas aplicadas e, finalmente, na
forma de combinar todos esses elementos. Os recursos necessários em cada
um dos caminhos mencionados variam substancialmente: enquanto as opções
realizar horas extras ou vender tortas de aniversário exigem horas de tempo
livre, a opção vender geladeira e fogão supõe desfazer-se de bens básicos e
baixar o nível de consumo.
Reforce que o tempo necessário para realizar as atividades que conduzem ao
atingimento da meta vão desde quatro finais de semana – no caso dos “bicos”
como pintor – a alguns minutos para escolher e comprar os números da loteria.
Por outro lado, as pessoas devem escolher a alternativa que apresentar maior
probabilidade de êxito, considerando, também, seus custos e riscos.
Destaque que ser flexível é estar com a mente aberta na hora de escolher
entre os diferentes caminhos possíveis e é uma atitude indispensável, já que
se limitar a um único plano para alcançar uma meta faz as pessoas correrem o
risco de não atingi-la – o que provavelmente aconteceria por outros caminhos,
mesmo que a um custo maior.
Assim como é necessário determinar as atividades a serem desenvolvidas para
o alcance das metas, é muito importante deixar claramente estabelecidas as
responsabilidades pela execução das mesmas. Enquanto não forem definidas
as responsabilidades, é difícil exigir ou cobrar pelo trabalho mal ou não
realizado. No exemplo dado, se a pessoa optar por produzir ou vender tortas
de aniversário e não estabelecer quem se encarregará de comprar diariamente
85MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
as matérias-primas frescas, talvez a meta não seja alcançada porque não se atingiu
a produção diária solicitada, ou pela dissolução da sociedade em consequência de
desavenças, uma vez que as responsabilidades de cada um não estão claras.
Explique que definidas as atividades, os tempos, os recursos e as responsabilidades,
é possível começar a execução. Para que o planejamento seja efetivo, é necessário
organizar e realizar acompanhamento e controle, pois isso permite detectar se o
que se está efetivamente fazendo, separadamente ou não, é o planejado, e em que
aspectos. Por outro lado, para que esse controle contribua para o alcance da meta
e permita fazer reformulações efetivas, as pessoas devem saber claramente quais
são os pontos chaves que asseguram o cumprimento da meta – e é nesses pontos
que se deve concentrar a atenção na hora do controle. Retomando o exemplo
da produção de tortas, é necessário verificar se é possível vender semanalmente
20 tortas ou não; além disso, seria conveniente identificar os pontos chaves que
asseguram a produção e a venda das 20 tortas semanais.
Mostre que, para avaliar o andamento do processo e de seu resultado, é necessário
estabelecer indicadores que permitam quantificar o nível alcançado em cada uma das
metas. Um indicador de controle seria o número de tortas vendidas semanalmente
e a forma de verificar se a meta foi atingida deve ser o valor poupado até 31
de dezembro. Somente assim as pessoas têm condições de saber onde pararam e
quais são as eventuais reformulações e mudanças a serem implementadas.
Leve a reflexão de que o planejamento não faz parte de nossa cultura: algumas
pessoas dizem que não se pode prever o futuro; outras, que as coisas nunca saem
como o planejado; outras ainda, que as coisas mudam a todo instante. Antigamente
se culpava a economia, a inflação... Para quem não quer planejar, sempre existe algum
motivo plausível, mas, na realidade, há muito aspectos favoráveis para o planejamento.
Encerre o dia agradecendo o grupo pela presença e pela contribuição, informando
as tarefas para o dia seguinte: completar o plano de negócio do Desafio Empresarial
e preparar a propaganda do Desafio Empresarial. Lembre os participantes que eles
terão um minuto para fazerem a propaganda de seus produtos/serviços e estimule-
os, convidando-os a serem criativos e “venderem seu peixe”.
Por fim, complemente dizendo que muitas atividades que já foram planejadas por
eles no dia de hoje começam a ser executadas de hoje para amanhã.
86 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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ANOTE AÍ
DIA 05
CORAGEM E FLEXIBILIDADE
89MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Materiais utilizados
Slides:
Slide 05.1. Colheita de aprendizagem.
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compartilhe suas reflexões, decisões, pensamentos ou o que vier como
emergente relacionado ao dia anterior.
Apresente as tarefas do dia anterior.
Tenha uma visão geral sobre as atividades e a abordagem do dia.
Competências empreendedoras do dia:
• Coragem e flexibilidade.
Tempo previsto
40 minutos.
Passo a passo
Às 8h, inicie as atividades abrindo o slide 05.1. Colheita de aprendizagem.
90 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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No Dia 05, a colheita prevê mais dez minutos
para que as dúvidas do plano de negócio –
Desafio Empresarial sejam esclarecidas.
ANOTE AÍ
Em seguida, faça as perguntas chaves da colheita: “Para vocês, qual foi a
aprendizagem mais importante de ontem?”, “Sobre o que vocês refletiram
de ontem pra hoje?”, “Como foi o terceiro dia do treinamento pra vocês?”.
Escute os participantes ativamente, interagindo com eles e fazendo breves
comentários quando for pertinente.
Após a escuta ativa, solicite que peguem a tarefa do dia anterior (plano
de negócios do Desafio Empresarial) e pergunte quem ficou com alguma
dúvida ou gostaria de compartilhar algo. Tenha um PN em mãos (ou projete
o plano de negócio na tela) para acompanhar eventuais dúvidas. Relembre
que o plano é uma ferramenta de trabalho do negócio e, portanto, deve
revisado sempre que necessário.
Faça a abordagem do dia comentando que vocês iniciarão as propagandas
do Desafio Empresarial e, logo depois, entrarão em mais uma competência
empreendedora muito importante para a tomada de decisões.
É importante que você, facilitador, esteja atento à
movimentação para a propaganda desde a colheita. Se
perceber que o grupo está muito agitado com a atividade,
indique que vai disponibilizar um tempo (cerca de dez
minutos) para que os participantes possam se preparar antes
de iniciarem as propagandas.
ANOTE AÍ
91MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Materiais utilizados
Folhas de papel A4.
Flipchart.
Canetas.
Pincéis atômicos.
Atividade 2. Propaganda Desafio Empresarial
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Vivencie um ambiente de propaganda/apresentação de produtos/serviços
Sinta-se estimulado para realizar o Desafio Empresarial.
Tempo previsto
1 hora.
Passo a passo
Prepare o local adequadamente para a apresentação, conforme necessidades
dos participantes. Disponibilize todos os recursos – folhas de papel A4, flipchart,
canetas, pincéis atômicos etc. – para que eles possam preparar sua apresentação,
caso ainda não tenha preparado. Antes de eles iniciarem, é importante que você
ressalte que cada empresa terá um minuto para apresentar seu produto/serviço.
Controle o tempo de cada apresentação – aproximadamente um minuto
– com discrição. Ao fazer isso, seja flexível e tolerante, dê prioridade à
apresentação ao mesmo tempo em que se preocupa com o tempo final.
Se for necessário intervir na apresentação em função do tempo, você deve
garantir que a mensagem seja finalizada, sem prejuízo à apresentação.
92 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Aplauda os participantes ao final de cada propaganda, tendo o cuidado
de manter o mesmo envolvimento com todos os participantes e valorizar a
apresentação de todos os produtos/serviços.
Verifique se todos os participantes estão participando do Desafio Empresarial
e reforce sua importância.
Parabenize todo o grupo pelo cumprimento da tarefa.
Após as apresentações, interaja com o grupo, usando perguntas como:
“Como surgiu a ideia? Alguém fez um processo de análise de necessidades
e de formas de satisfazê-las ou confiou em sua inspiração?”.
“Como confiar que existem clientes para seu produto/serviço?”.
“Por que as pessoas comprarão seu produto/serviço?”.
“O que você fará para se diferenciar de seus concorrentes?”.
Forneça aos participantes uma visão do que deverão fazer nos próximos dias:
essencialmente, colocar as mãos à obra. Oriente-os a se comprometerem com
o Desafio Empresarial, em particular no final de semana, quando terão mais
tempo disponível para produzirem e venderem. Reforce que a proposta não
é que eles façam uma atividade para você, facilitador, mas que vivam uma
oportunidade única de aprenderem sobre suas capacidades (reforçando-as)
e suas limitações (superando-as).
Assinale a importância do planejamento e da coleta de informações para
a tomada de decisões na implantação de empresas e que essa atividade é
contínua, pois a cada venda é possível aprender mais sobre clientes e sobre
as estratégias para satisfazê-los.
Comente que, após as apresentações, os participantes podem ter a sensação
de missão cumprida, pelo desafio que é tornar pública sua empresa. Mas
alerte-os que o Desafio Empresarial está só começando e que, a partir
daquele momento, ficará claro quem realmente está comprometido.
93MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Hora do intervalo
Horário previsto: 9h 45min.
Duração: 15 minutos.
ANOTE AÍ
94 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Materiais utilizados
Fita crepe.
Folha de flipchart.
Cesto de lixo.
Folhas de papel A4.
Folhas de trabalho:
ft13. Tomada de decisão.
Slides:
Slide 05.2. Processo de tomada de decisão.
Slide 05.3. Uma pessoa com atuação empreendedora.
Slide 05.4. Uma pessoa com atuação empreendedora (Continuação).
Slide 05.5. Coragem e flexibilidade.
Atividade 3. Bola ao cesto individual
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compreenda o risco como fator inerente a toda ação e/ou omissão.
Experimente a tomada de decisão e suas consequências.
Sensibilize-se para a importância da atitude de coragem para empreender.
Atente-se para a flexibilidade como característica fundamental diante de
um contexto de mudanças.
Tempo previsto
2 horas.
95MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Passo a passo
Enquanto os participantes estiverem no intervalo, providencie a arrumação da
sala para a próxima atividade. Monte um conjunto de linhas paralelas com fita
crepe, conforme esquema a seguir – exatamente como no dia anterior.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Fita crepe
Cesto de lixo
Numeração para as posições
A distância entre cada linha de fita crepe deve ser de cerca de 50 cm. A
largura deve corresponder à largura de uma pessoa – cerca de 60 cm. Uma
folha de flipchart dobrada ao meio pode servir de orientação para montar
todo o jogo (tanto na largura quanto na distância entre linhas).
O cesto de lixo deve estar à mesma distância – 50 cm – da posição 1.
Corte folhas de papel A4 em quatro partes iguais e enumere dez pedaços
de 1 a 10. Em seguida, coloque os números ao lado de cada posição, como
no diagrama.
Amasse quatro folhas de papel A4 em formato de bolinha.
96 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Deixe a sala montada antes de você sair para o intervalo e os participantes
voltarem dele. Quando eles retornarem, vão começar a perguntar para que
aquilo ali. Diga-lhes que aguardem um pouco, pois você já explicará tudo.
Você deve ter uma postura absolutamente neutra durante todo o jogo.
Imagine-se como um comissário de bordo repassando normas de segurança.
Essa é a melhor postura para não influenciar o grupo.
A atividade a ser realizada é um jogo de muita aprendizagem, embora
extremamente simples. Os participantes podem buscar se defender dos
resultados, dizendo que não é possível tirar conclusões sobre uma atividade
tão primária. A melhor forma de atuar é escutá-los, respeitando seus pontos
de vista e não tentando, em nenhuma hipótese, impor uma aprendizagem. Se
houver alguém muito defensivo, peça-lhe que aguarde um pouco mais, que
fique atento ao que os outros dizem e que tire suas próprias reflexões sobre a
validade ou não da atividade.
A atividade deve oferecer subsídios para sua própria avaliação de como se comporta. Procure desfazer qualquer tentativa de julgamento, pois a função do facilitador é orientar as informações disponíveis para o autoconhecimento do participante e não fazer o papel de juiz.
Inicie as orientações falando que pode não parecer verdade, mas o risco é um dos
aspectos mais comuns na vida das pessoas e as acompanha constantemente em
seu dia a dia. Embora o conceito de risco determine que esse aspecto geralmente
se torne presente somente em situações extremas, em outras é assumido sem que
as pessoas percebam – mesmo sem fazer nada, existe o risco da inércia.
Vale a pena descobrir o impacto e a influência das situações de risco (em
particular, aqueles que são calculados) dentro de cada pessoa em toda
sua dimensão, justamente para integrá-las conscientemente e com maior
naturalidade ao desenvolvimento da vida.
É necessário observar mais de perto o que significa correr riscos calculados e
quais são os elementos que compõem isso. Como ponto básico, é importante
salientar que os seres humanos não fazem nada sem intenção. Também é
possível relacionar metas ou objetivos à intenção com um prazo de tempo
determinado.
97MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Entretanto, melhor do que falar, é praticar. Chame o grupo para a atividade
com a seguinte mensagem: “Isto é um jogo e seu objetivo é colocar estas
bolinhas de papel no cesto. Para fazer isso, você pode escolher qualquer
uma das dez posições, não importa qual. Pode ser a de que você mais goste,
se é que deseja jogar.”.
Qualquer pergunta que for feita deve ser respondida com a repetição da
regra. Não dê nenhuma sinalização que influencie a forma como o grupo
deve jogar. Repita as regras quantas vezes forem necessárias. Estimule
o grupo apresentando as bolinhas, segurando-as como se estivesse as
entregando a todos. Os participantes têm total liberdade para escolherem
a melhor forma de jogar.
Depois que o primeiro arremessar, não toque mais nas bolinhas. Deixe que
o próximo jogador as pegue ou quem jogou as recolha e entregue para o
participante seguinte. Escolha uma posição neutra e apenas observe o jogo.
Preste muita atenção a cada jogada e faça anotações (de maneira discreta)
sobre a forma como cada um está atuando. Anote, principalmente, a posição
que o participante escolheu para jogar e se acertou ou não.
Após todos jogarem, solicite que abram o Manual do Aluno na página
57, onde está a ft13. Tomada de decisão, para marcação dos resultados da
atividade e solicite que descrevam sua jogada conforme o modelo. Diga-lhes
que devem escrever detalhadamente o que pensaram, fizeram e sentiram,
ressaltando a importância de preencherem todos os espaços. Se não tiverem
informações sobre algum item, oriente-os a explicar (escrevendo) por quê.
Solicite que deixem em branco o espaço para conclusões, que será preenchido
após a discussão em conjunto dos resultados obtidos.
Após o preenchimento da atividade, inicie a discussão perguntando quem
jogou das posições iniciais (1, 2 ou 3) e por que escolheu essas posições. As
respostas mais comuns são: “Para fazer o que foi solicitado.”, “Para cumprir a
tarefa.”, “Porque tinha medo de errar.”, “Porque não queria arriscar.”.
Depois, pergunte quem jogou das últimas posições (8, 9 ou 10) e por que
escolheu essas posições. As respostas usuais são: “Para fazer algo divertido.”,
“Pela emoção de fazer algo muito difícil.”, “Para ver se conseguiria acertar.”.
98 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Escute atentamente todas as respostas e não interfira no que o grupo está
dizendo – apenas não o deixe divagar demasiadamente. Também não é
necessário escutar todos os participantes; procure aqueles que jogaram a
maioria das bolinhas das posições que você está escutando.
Por fim, pergunte aos participantes que jogaram das posições intermediárias
(4, 5, 6 ou 7) por que escolheram essas linhas. As respostas prováveis são:
“Para fazer algo que valesse a pena.”, “Por me trazer mais satisfação.”,
“Estava me testando.”, “Queria conhecer minha habilidade.”, “A posição
apresentava um risco intermediário.”.
Se algum participante jogou das posições 1 ou 2 e, ainda assim, errou alguma
bolinha, indague se era difícil acertar. Quando ele disser que não, pergunte
por que ele não acertou. Como você quer que o grupo reflita sobre fazer
bem feito, mesmo tarefas mais simples, diga que a única possibilidade de
erro na primeira posição é jogar com displicência, por ser algo extremamente
simples. Complete dizendo que não é a tarefa que dá importância (valor) à
pessoa, mas a pessoa que dá importância à tarefa. Ela é importante porque
aquela pessoa a está fazendo.
As posições inferiores (1, 2, 3) indicam a possibilidade de que o participante
queira ficar bem com o facilitador, ou deseje ser bem avaliado, ou seja
excessivamente autocrítico, não se permitindo errar mesmo diante de uma
situação simples, que não causa maiores prejuízos. Quem lança dessas
posições normalmente faz isso para cumprir a tarefa, o que indica um
referencial de controle externo por pessoas mais poderosas.
Nas posições elevadas, os participantes tendem a se comportar como
estivessem num jogo de sorte ou azar, e não de habilidades. A distância é
tão elevada que, se for superada, deixará o lançador famoso. Se não, a culpa
foi da bolinha que era muito leve, o grupo atrapalhou, foi azar etc. Essa
forma de atuar também indica um referencial de controle externo, nesse
caso, mais orientado ao azar ou à sorte. Aqueles que jogam de distâncias
mais longas dificilmente sentem que alcançam algo por seu próprio esforço;
alcançar ou não a meta depende muitíssimo da sorte.
99MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Comente que alguns participantes levaram a tarefa a sério e buscaram uma
meta de acordo com seus próprios critérios. Isso significa que a meta se torna
relevante quando as pessoas consideram que, de acordo com suas próprias
habilidades, alcançá-la seria considerado um resultado positivo. Quem fez
isso, simplesmente ponderou entre cumprir a tarefa e se propor um desafio
razoável. Esses aspectos indicam um referencial de controle interno – atribuir
a si mesmo as causas de sucesso e fracasso.
Outro aspecto a ser explorado é a flexibilidade em relação ao objetivo. Pergunte
quem mudou de posição e quem não mudou. Lembre os participantes de que
não havia nenhuma regra que os impedisse de realizarem cada jogada de uma
posição diferente. Muitas vezes, as pessoas escolhem uma posição e se fixam nela;
não aprendem com resultados anteriores, perdem a flexibilidade e não se adaptam
a novas circunstâncias. Um dos motivos é fazer as coisas de forma automatizada:
definir como algo será feito e manter essa escolha rígida, mesmo que seus resultados
estejam sendo desfavoráveis. Por exemplo: uma pessoa joga a primeira bolinha da
posição 8 e erra; joga a segunda e a terceira da mesma posição e também erra; e,
mesmo parecendo ilógico jogar a quarta da mesma posição, joga.
Para exemplificar, pergunte se alguém decidiu como ia jogar e jogou exatamente
dessa forma, qualquer que tenha sido o resultado. Quem jogou assim fez todo
o jogo antecipadamente no vértice “pensar” e executou a ação de forma
mecânica. A flexibilidade se mostra quando as pessoas focam no resultado
desejado e o monitoram a cada jogada para fazerem as correções necessárias.
Questione se alguém sabe o que aconteceria com uma rã que fosse colocada
numa panela com água fria e levada ao fogo. Alguns dirão que ela saltaria
para fora da panela. Diga que, na realidade, ela morreria cozida, porque não
conseguiria perceber as lentas mudanças da temperatura. Alerte os participantes
para que tomem cuidado e não sejam cozinhados vivos como a rã!
Quando uma ação produzir um resultado, é necessário ver até que ponto ele está
de acordo com a intenção original – o que, de certa maneira, é um “resultado
imaginário”. Aqui entram em jogo dois pontos que determinam a dimensão do
risco no empreendimento de uma ação: a probabilidade do fracasso e as perdas
resultantes dele.
100 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
O termo “perdas” deve ser entendido de
forma ampla, indo além do econômico e do
material, visto que até uma diminuição no bem-
estar anímico deve ser considerada perda.
ANOTE AÍ
A probabilidade de fracasso depende, em grande parte, da combinação
entre método e meio(s) escolhidos para a ação, assim como de alguns fatores
subjetivos ou pessoais (sexo, idade, situação econômica e familiar etc.), que
podem ter maior ou menor peso de acordo com cada caso.
Apresente o slide 05.2. Processo de tomada de decisão e diga que, no caso do
lançamento de bolas ao cesto, é necessário analisar alguns dos elementos que
interferem no processo de tomada de decisão sobre de que distância e como jogar:
Primeiramente, o resultado imaginado e sua recompensa (ficar
satisfeito por vencer um desafio ou ter uma tarefa bem concluída). Isso
é contrabalançado pela comparação das perdas resultantes (ficar mal
diante dos colegas ou diminuir uma autoimagem positiva).
Em segundo lugar, com base na avaliação da própria habilidade motriz, da
experiência prévia em situações similares e das características da bolinha
e, se possível, pela observação dos outros, a escolha de um meio (lançar
com a mão direita) e um método (de baixo para cima) de lançamento.
Por último, a cada lançamento, a verificação do resultado – O imaginado
está sendo alcançado? Qual é o alcançado?
O círculo gira para cada ação empreendida (realizada) em busca de um resultado desejado.
Em seguida, pergunte se alguém se sentiu influenciado por haver mais
pessoas observando, se escolheu uma posição em que não passasse vergonha
ou se queria jogar de um ponto em que seria admirado como exímio
lançador. Fazendo um paralelo com o futebol, diga que você quer saber se
os participantes estavam jogando para o time ou para a torcida. Explique
que isso quer dizer que uma pessoa pode atuar de acordo com seus próprios
critérios, competindo consigo mesma, ou tentar competir com os outros.
101MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Esclareça participantes que a decisão é de cada um, mas provoque o grupo:
“Não é demasiadamente arriscado colocar seus resultados sob julgamento
de outros?”.
Diga que vocês vai apresentar o slide 05.3. Uma pessoa com atuação
empreendedora e o slide 05.4. Uma pessoa com atuação empreendedora
(Continuação), onde os participantes poderão ver a maneira como um
empreendedor atuaria nessa situação. Exponha os slides interagindo com o
grupo.
Cheque com os participantes se há alguma dúvida ou se alguém gostaria
de dar alguma contribuição e pergunte se vocês podem fechar este terceiro
momento do dia.
Abre o slide 05.5. Coragem e flexibilidade e faça uma leitura da competência
do dia: coragem e flexibilidade, construindo o conceito com os participantes
e contando fatos que exemplifique os comportamentos.
ANOTE AÍ
102 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Petecas.
Atividade 4. A força do grupo
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Sinta-se integrado ao grupo no final da primeira semana.
Mostre como a força do grupo depende do empenho de cada um.
Tempo previsto
20 minutos.
Passo a passo
Forme subgrupos com cinco ou seis pessoas e entregue uma peteca para cada
subgrupo.
Explique que o objetivo do jogo é não deixar a peteca cair. Cada subgrupo deve
procurar manter sua peteca no ar pelo maior tempo possível.
Observe os subgrupos jogando. Após um tempo, solicita que eles se abram,
formando um círculo único, mas que continuem jogando com todas as petecas.
Dessa forma, haverá um único grupo com cinco ou seis petecas no ar.
Diga que o objetivo continua o mesmo: não deixar as petecas caírem.
103MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Você, facilitador, também pode participar
da atividade, estimulando os participantes a se
divertirem, sorrirem, brincarem.
ANOTE AÍ
Depois de cerca três minutos, vá retirando as petecas que caírem, uma a uma, até
a última.
Continue envolvido com círculo, ainda de pé, sentindo o clima de descontração.
Após o grupo serenar, inicie o processamento da atividade lúdica.
Diga que vocês estão finalizando a primeira semana do treinamento e isso deve
ser comemorado. Reforce que você está convicto de que já aconteceram muitas
aprendizagens significativas, mas ainda há muito trabalho pela frente e vocês
precisarão do empenho individual e do esforço de cada um para conseguirem a
união e o comprometimento do grupo.
Ressalte que, durante o jogo, você observou que muitos se esforçaram, correram
atrás, jogaram-se no chão para a peteca não cair, procurando, ainda, colocá-la
numa boa posição para o outro.
Enfatize que, assim como no jogo, é necessário acreditar que o grupo, e cada
um em particular, está empenhado em “não deixar a peteca do Empreender no
Campo cair”, fazendo a parte que lhe cabe e colaborando no que for preciso
para que o outro faça a sua.
Encerre o dia estimulando o grupo a aproveitar o final de semana para praticar
as competências empreendedoras nas empresas do Desafio Empresarial, pois
esse é o grande momento para empreender: muitos bons negócios se fazem no
final de semana!
104 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
ANOTE AÍ
DIA 06
PERSEVERANÇA E RESPONSABILIDADE
107MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Slides:
Slide 06.1. Colheita de aprendizagem.
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compartilhe suas reflexões, decisões, pensamentos ou o que vier como
emergente relacionado ao dia anterior.
Apresente as tarefas do dia anterior.
Tenha uma visão geral sobre as atividades e a abordagem do dia.
Competências empreendedoras do dia:
• Visão e cooperação.• Perseverança e responsabilidade.
Tempo previsto
50 minutos.
108 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passo a passo
Às 8h, inicie as atividades abrindo o slide 06.1. Colheita de aprendizagem.
No Dia 06, o momento da colheita se refere à
sexta-feira anterior e ao final de semana, por isso
o tempo destinado a ela foi estendido.
ANOTE AÍ
Em seguida, faça as perguntas chaves da colheita: “Para vocês, qual foi a
aprendizagem mais importante de sexta-feira?”, “O que vocês fizeram no
final de semana?”, “Quais aprendizagens vocês aplicaram?”, “Como foi
realizar o Desafio Empresarial?”.
Escute os participantes ativamente, interagindo com eles e fazendo breves
comentários quando for pertinente.
Faça a abordagem do dia comentando que vocês iniciarão a semana com
novas competências empreendedoras que serão fundamentais para os
próximos passos do Desafio Empresarial.
ANOTE AÍ
109MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft14. Matriz de resultados.
Slides:
Slide 06.2. Matriz de resultados – Exemplo.
Slide 06.3. Postura ganha/ganha.
Slide 06.4. Passos básicos da filosofia ganha/ganha.
Slide 06.5. Visão e cooperação.
Atividade 2. Vermelho e preto (Individual)
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Perceba sua forma de atuar como negociador e se sensibilize para uma
atitude ganha/ganha.
Sensibilize-se para a importância da cooperação para o crescimento dos
negócios.
Tempo previsto
1 hora e 30 minutos.
110 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passo a passo
Este é um jogo simples. E, como todas as coisas simples, requer muita atenção aos
detalhes. Todas as instruções devem ser seguidas passo a passo e, a cada etapa,
você deve verificar se os participantes compreenderam o que foi demandado.
Não passe informações além das necessárias, principalmente se elas disserem
como os participantes devem jogar.
Procure transparecer neutralidade e distanciamento. Os participantes devem
atuar da forma mais natural possível. Para que isso aconteça, procure instalar um
certo clima de competição entre eles.
Diga que vocês verão uma questão essencial, que é parte integrante de toda
atividade humana: a negociação.
As pessoas negociam permanentemente com outras pessoas e consigo mesmas; negociam para realizar desejos e sonhos, para satisfazer necessidades. “Se a vida é um jogo, a negociação é um meio de vida”, diz Herb Cohen, considerado o maior negociador do mundo. Em princípio, ninguém negocia se pode obter sozinho um resultado mais satisfatório.
Avise que vocês não se aprofundarão nessa questão, mas abordarão alguns
valores que são suporte para uma negociação eficaz e buscarão identificar
seus focos chave e as consequências de cada forma de negociar.
Para isso, proponha ao grupo uma atividade em que os participantes negociarão
de forma extremamente simples entre si. Solicite a todos que abram o Manual
do Aluno na página 61, onde encontrarão a ft14. Matriz de resultados, ao
mesmo tempo em que apresenta o slide 06.2. Matriz de resultados – Exemplo.
Explique que a atividade é um jogo simples, que envolve tomada de decisão.
Eles deverão escolher entre duas cores – vermelho (V) ou preto (P) – e o
procedimento será o seguinte: dois participantes se sentam frente a frente a
cada rodada, observam o outro, anotam o nome dele e escolhem uma das duas
cores. O tempo máximo para escolha será de um minuto. Quando for dado o
sinal para a próxima rodada, os negociadores mostram suas escolhas e anotam
a pontuação. Imediatamente trocam de negociador e assim sucessivamente até
o final das rodadas. Serão executadas 15 rodadas de um minuto cada uma.
111MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Nessa atividade, como em qualquer outra negociação cada escolha traz uma
consequência. As consequências serão as seguintes: se os dois negociadores
escolherem vermelho, cada um perderá cinco pontos. Se os dois escolherem
preto, cada um ganhará cinco pontos. Se um escolheu preto e outro vermelho,
quem escolheu preto perde dez pontos e quem escolheu vermelho ganha
dez pontos.
Certifique-se de que todos entenderam as regras até este ponto. Alguns
talvez já vão querer saber qual é o propósito do jogo. Solicite que aguardem
até todas as perguntas referentes às regras estarem esclarecidas. O
funcionamento do jogo deve estar claro para todos os jogadores. Avise que,
depois de ser dado o propósito do jogo, vocês iniciarão as negociações e
nenhuma outra pergunta será respondida.
Quando não houver mais nenhuma pergunta, diga ao grupo que o propósito
do jogo é ganhar e solicite que os participantes repitam com você: “O
propósito do jogo é ganhar.”. Complete dizendo que ganhar é acumular
pontos positivos, procurando dar mais ênfase ao aspecto de que o propósito
é ganhar. Procure passar um espírito de competição. Não responda a mais
nenhuma pergunta e faça o sinal para que se inicie o jogo.
Cronometre um minuto para cada rodada e vá avisando ao final de cada
uma. Enquanto as rodadas se completam, vá percorrendo a sala e verificando
se todos estão jogando corretamente.
Após os participantes encerrarem as jogadas, aguarde até que todos
tenham calculado a pontuação obtida em suas negociações e pergunta
quem ganhou. As respostas trarão algumas frustrações, pois várias pessoas
terão obtido pontos negativos. Normalmente, alguém que obteve pontos
positivos é a exceção.
Hora do intervalo
Horário previsto: Após o cálculo da pontuação anotada na matriz de resultados.
Duração: 15 minutos.
112 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Retomando a análise da atividade, volte a perguntar após o intervalo:
“Quem ganhou?”.
Pergunte também qual era o propósito do jogo. Quando o grupo responder
que o propósito era ganhar, pergunte o que significa ganhar. Provavelmente os
participantes responderão que ganhar é acumular pontos positivos, conforme você
disse mais cedo. Diga que, nesse caso, todos deveriam acumular pontos positivos – o
que não aconteceu em função de o grupo ter escutado algo que não havia na regra:
que ganhar deveria ser ganhar de alguém. Esse aspecto permite que se acompanhe
a essência de uma relação. Ultimamente, muito se tem dito que as melhores
negociações são as ganha/ganha; uma negociação onde as duas partes ganham. Na
atividade realizada, ganha/ganha seria todos terem acumulado pontos positivos.
Essencialmente, em uma negociação, as pessoas querem ocupar uma posição
superior, querem ter poder sobre. A questão básica é: “Sobre o quê?”. É
possível estabelecer poder sobre alguém ou sobre fazer algo. Esses são os
dois enfoques básicos que determinam a estratégia a ser adotada. Explique
que os enfoques determinam o estilo de negociação adotada.
Quando as pessoas negociam, têm que estabelecer um propósito para a
negociação. Dependendo disso, podem escolher um estilo de atuação.
Há dois elementos chaves para determinação desse estilo: o elemento
relacionamento, o alguém (Você está negociando uma única vez ou quer
estabelecer uma parceria?) e o elemento resultado, o algo que as pessoas
querem obter. Esses dois vértices permitem a montagem de uma matriz
como a do slide 06.3. Postura ganha/ganha. Apresente-o.
Explique que, se uma pessoa deseja o máximo de resultado e não está
interessada em ter um relacionamento com quem está negociando, é
comum adotar uma postura ganha/perde. Um exemplo prático: vender
um carro que tem problemas, mas que não são facilmente identificáveis,
para alguém que nunca mais verá.
Em contrapartida, se a mãe do dono do carro do caso acima quiser
comprá-lo, ele recusar e ela insistir, pois o carro lhe traz boas recordações,
o dono provavelmente será capaz de vendê-lo pela metade do preço ou
por um valor simbólico, priorizando o relacionamento em detrimento
do resultado; afinal, a “velha” já fez tanto por ele.
113MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
O quadrante perde/perde pode ser sintetizado pela seguinte história:
um casal estava quase concluindo a construção de uma casa quando
se casou em regime de separação parcial de bens. A casa foi registrada
depois do casamento. Em alguns anos, o casal se separa, a ex-mulher
entra com um pedido de partilha sobre a casa, o juiz dá ganho de causa
a ela e manda que o ex-marido venda a casa e divida o dinheiro com ela.
A casa vale R$ 50.000,00 e ele a anuncia por R$ 30.000,00. O ex-marido
perde, mas fica satisfeito porque pelo menos a ex-mulher não vai mais
“meter a mão” em seu dinheiro.
Outro exemplo, numa situação com o carro: ele vale R$ 10.000,00 e
aparece alguém que se mostra entusiasmado para comprá-lo; realmente
adorou, nem pergunta quanto custa e oferece R$ 12.000,00. O comprador
quer levar o carro na hora, dizendo que vai dá-lo de presente para a filha.
Percebendo que pode tirar uma enorme vantagem disso, o proprietário
corre para fazer a transferência e recebe R$ 2.000,00 em dinheiro e o
restante em cheque. O comprador leva o carro com todos os documentos
em ordem e o proprietário (agora ex) fica com um cheque sem fundo e
vai arrancar todos os seus cabelos para cobrar.
O último quadrante é o mais complexo, pois implica uma postura ética
diante da vida: quem negocia quer o resultado justo e quer manter o
relacionamento. No exemplo dado, vai mostrar ao possível comprador
todos os problemas do carro e pedir o preço justo ele, estabelecendo
uma negociação em que ambas as partes ganham, atuando com
transparência. Um exemplo desses pode ser lido na página 62 do Manual
do Aluno – Uma história para lembrar.
Solicite aos participantes que continuem com o Manual do Aluno aberto e
sigam para a página 63 , onde encontrarão o texto Filosofia ganha/ganha.
Convide o grupo para ajudá-lo na leitura e faça pausas para comentários
necessários e possíveis esclarecimentos de dúvidas.
Reforce que adotar uma postura ganha/ganha requer alguns pilares para
sua continuidade. O primeiro deles é o caráter; tem a ver com a mentalidade
com que as pessoas olham o mundo. Estão focadas numa mentalidade de
abundância, onde creem que há recursos disponíveis para todos, onde
114 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
veem que todos podem ganhar? Ou estão orientadas para a escassez, onde
não há recursos disponíveis para todos e devem proteger o que têm ou
tomar, a qualquer custo, os recursos que os outros têm? Essa postura exige
integridade, que não é um valor mutável em qualquer negociação; é um
princípio, portanto, não é flexível.
Deve existir flexibilidade na negociação, mas não nos princípios das pessoas, no que as sustenta.
A partir disso, é possível construir relacionamentos. O caráter está diretamente
vinculado ao nível de confiança. Em um relacionamento contínuo, quanto
mais confiança se deposita nos outros, mais eles corresponderão a ela. Uma
alternativa é começar sendo desconfiado, pois a desconfiança acaba se
justificando pela ideia de que a única forma de precaução do pior é a espera
do melhor.
Comente que este é um ponto complexo, onde não se deve atuar com
ingenuidade. Para a maioria das pessoas, o mundo funciona de uma forma
competitiva. Por isso, é importante que as pessoas reconheçam em que
situação estão e qual é a melhor estratégia de atuação, sendo perigoso
quando levam uma única forma de atuação para todas as situações.
Pergunte qual perda real que havia no jogo. Após ouvir os participantes,
diga que se tratava de pontos, mas pontos que não representam nada.
A questão era, essencialmente, de postura. Na sala, as pessoas não são
totalmente estranhas, pois já tiveram a oportunidade de interagir em outras
situações. Entretanto, o grupo ainda utilizou estratégias ganha/perde ou
perde/ganha.
Destaque que quem adotou preto em todas as situações teve que conviver
com um sentimento de frustração, afinal, muitas pessoas não viram o que
ele estava vendo. Esta é a situação real de um ganhador: dar o exemplo
esperando que as pessoas o sigam; provavelmente estará sozinho no início,
mas pouco a pouco poderá encontrar outros jogadores que pensam como
ele e agem de acordo com ele. Nessa situação nada havia a se perder, a não
ser princípios. É necessário ter coragem para atuar dessa forma.
115MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Quem quer atuar de maneira ganha/ganha necessita conhecer a opção plena,
que se chama ganha/ganha ou nada feito. Se realmente não for possível chegar
a uma solução satisfatória para ambas as partes envolvidas, ainda existe a
opção da separação amistosa, sem cair numa das estratégias destrutivas e/
ou autodestrutivas antes descritas. Dessa maneira, a porta para uma efetiva
interação ficará aberta para outro momento mais oportuno. Esse é um caso
particular, que precisa ser levado em conta durante uma negociação.
Comente que, para se construir uma relação de cooperação onde o foco é
que todos os envolvidos ganhem, é necessário utilizar alguns passos básicos.
Apresente o slide 06.4. Passos básicos da filosofia ganha/ganha.
O principal foco dessa questão é a mentalidade com que as pessoas atuam.
Para quem tem uma mentalidade de escassez, os recursos sempre serão
finitos. A questão a que você deve trazer à tona é: “Como cada um de vocês,
participantes, vê o mundo?”.
Pergunte ao grupo qual é o nome do jogo de que participaram. Caso ninguém
saiba, diga que ele usualmente é chamado de jogo da vida. Siga comentando
que as pessoas tendem a repetir no jogo a mesma postura que utilizam na
vida. Pode-se dizer que as pessoas são assim e não se poderá negar; ou se pode
dizer que as pessoas podem mudar e ninguém poderá negar. Instigue o grupo
perguntando: “O que impede, verdadeiramente, as pessoas de mudarem?”.
Caso, ninguém saiba a resposta, traga uma: “Só o desejo de cada um.”.
Mostre que é verdadeiro que as pessoas atuam no automático e refletem pouco
sobre qualquer situação. Talvez um pouco de reflexão sobre qual seria o propósito
do jogo permitisse que todos obtivessem um resultado melhor. A questão chave
é a atenção. Todos devem estar atentos a seus propósitos em cada situação.
A questão da negociação está vinculada à questão do poder, de quanto
poder cada um dispõe para se permitir jogar com o princípio ganha/ganha. A
principal forma de atuação está estabelecida pela transparência; atuar com
transparência é atuar com confiança. Aqui está um ponto chave do poder:
as pessoas não devem falar da confiança que os outros depositam nelas, mas
de quanta confiança elas depositam em si mesmas, pois a autoconfiança
com que atuam é a mesma que depositarão em outras pessoas.
116 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Mostre que uma atuação com transparência depende do grau de confiança
que se tem nas pessoas. E esse grau depende do grau em que as pessoas
confiam em si mesmas. Em essência, a possibilidade de estabelecer uma
relação ganha/ganha depende do grau em que as pessoas confiam em sua
própria capacidade.
Abra o slide 06.5. Visão e cooperação e mostre que vocês acabaram de
aprender um pouco mais sobre o comportamento empreendedor cooperação.
Leia-o e abra um espaço para perguntas ou comentários.
ANOTE AÍ
117MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Petecas.
Folhas de papel A4.
Canetas.
Slides:
Slide 06.6. Diferenças entre culpa e responsabilidade.
Slide 06.7. Perseverança e responsabilidade.
Atividade 3. Petecas
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Conscientize-se sobre importância de ter perseverança para alcançar os
objetivos.
Perceba o quanto a responsabilidade pessoal está conectada com a
perseverança em relação aos objetivos e metas.
Tempo previsto
1 hora e 15 minutos.
Passo a passo
Entregue uma peteca para cada participante e informe que a tarefa consiste em
jogar a peteca o melhor que eles puderem durante dez minutos.
Permita que o grupo jogue à vontade, sem interferir. Simplesmente assista o que
quer que os participantes estejam fazendo com as petecas.
118 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passados os dez minutos, recolha as petecas e solicite que todos escrevam
numa folha o que fizeram nos últimos dez minutos. Aguarde até todos
terminarem de escrever e solicite que cada um leia o que escreveu.
Após escutar todas as leituras, pergunte se alguém estabeleceu objetivo
para o jogo. Provavelmente alguns dirão que sim. Solicite a esses que leiam
novamente o que escreveram, recordando que o acróstico METAS também
vale para esta atividade.
Continue o processamento levando o grupo à reflexão sobre a importância
de perseverar, sobretudo em função de algum objetivo. Diga que se as
pessoas não estabelecem objetivos, a perseverança fica sem sentido,
podendo se tornar teimosia. Fazer a mesma coisa sem sentido (sem meta) é
uma repetição cega.
Pergunte por que as pessoas têm dificuldade em estabelecer metas,
lembrando que uma meta tem que ser específica e necessita ter algum
indicador de desempenho, medida.
Provoque uma discussão sobre o medo que as pessoas têm de estabelecer
metas. Se não há metas, não há fracassos, logo elas se defendem de uma
frustração não estabelecendo objetivos. Esse é um comportamento muito
comum e é o principal motivo pelo qual as pessoas começam muitas
atividades e não as terminam. No entanto, se não há possibilidade de
fracasso, também não há possibilidade de obtenção de sucesso. Então, se
as pessoas estabelecem objetivos, podem comemorar quando alcançá-los,
justificando, assim, sua perseverança.
Pergunte aos participantes de quem é a responsabilidade de estabelecer
o que eles querem. Comente que estabelecer objetivos implica tomar
decisões sobre o que se deseja alcançar e depois agir para conseguir. Prossiga
questionando: “E se a pessoa não conseguir, de quem é a culpa?”. Aproveite
o momento para trabalhar a diferença entre culpa e responsabilidade.
Explique que há uma diferença básica entre culpa e responsabilidade,
embora muitas vezes ambas sejam usadas como sinônimos. Na sua raiz, culpa
vem do hebraico antigo e era uma palavra utilizada para designar um tiro
com arco e flecha que errava o alvo – ou seja, a intenção (acertar o alvo) não
119MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Apresente o slide 06.7. Perseverança e responsabilidade e faça uma leitura
usando exemplos para cada comportamento empreendedor.
Encerre a atividade solicitando a todos que estabeleçam um objetivo para o
Desafio Empresarial; algo que seja relevante, pois um objetivo fácil demais
de ser alcançado não motiva as pessoas e algo difícil demais pode frustrá-las.
Recorde os participantes que ainda há tempo para que eles se superem
no Desafio Empresarial, podendo fazer um último esforço em busca de
melhores resultados.
acompanhava a ação (errar o alvo). É uma palavra que infantiliza e carrega
um peso. Quando é substituída por responsabilidade, o comportamento
muda. A raiz da palavra responsabilidade é a mesma de resposta. As pessoas
são responsáveis por oferecerem uma nova resposta, uma mudança de
comportamento que seja mais adequada à situação sob sua responsabilidade.
Abra o slide 06.6. Diferenças entre culpa e responsabilidade e complemente
seus comentários.
Comente que se as pessoas assumem a responsabilidade por seus resultados,
significa que têm nas mãos o poder de ajustar erros e corrigir a rota, se for
necessário, para que alcancem os objetivos propostos.
Quando alguém pergunta “De quem foi a culpa de isso ter sido quebrado?”, tudo se paralisa. As pessoas olham umas para as outras em busca de um culpado. Lamenta-se pelo que foi quebrado e dedos e olhares acusam em todas as direções, pois ninguém gosta de se sentir culpado. Em contrapartida, quando há um responsável, tudo se movimenta. O ambiente se torna mais leve e as pessoas podem pensar em como podem evitar que o fato se repita, buscar soluções, olhar para o futuro.
A responsabilidade é irmã da liberdade. Uma pessoa só pode ser livre e fazer suas próprias escolhas se se tornam responsáveis por suas ações e omissões.
120 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
ANOTE AÍ
DIA 07
INFORMAÇÃO E INFLUÊNCIA
123MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Slides:
Slide 07.1. Colheita de aprendizagem.
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compartilhe suas reflexões, decisões, pensamentos ou o que vier como
emergente relacionado ao dia anterior.
Apresente as tarefas do dia anterior.
Tenha uma visão geral sobre as atividades e a abordagem do dia.
Competências empreendedoras do dia:
• Informação e influência.
Tempo previsto
40 minutos
Passo a passo
Às 8h, inicie as atividades abrindo o slide 07.1. Colheita de aprendizagem.
Em seguida, faça as perguntas chaves da colheita: “Para vocês, qual foi a
aprendizagem mais importante de ontem?”, “Sobre o que vocês refletiram?”.
124 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Escute os participantes ativamente, interagindo com eles e fazendo breves
comentários quando for pertinente.
É provável que haja um destaque apara
os conteúdos de filosofia ganha/ganha e
perseverança.
ANOTE AÍ
Faça a abordagem do dia comentando que vocês terão um dia de trabalho
muito desafiante novamente.
ANOTE AÍ
125MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft15. Situação de sobrevivência no deserto.
Slides:
Slide 07.2. Resultados.
Atividade 2. Perdidos no deserto
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Experiencie um situação de tomada de decisão em grupo.
Valorize aspectos de liderança e planejamento para obtenção de resultados
grupais.
Tempo previsto
1 hora e 30 minutos.
Passo a passo
Para iniciar a atividade, comente que, a partir daquele momento, os participantes
terão a oportunidade de vivenciar uma situação de sobrevivência no deserto.
Informe que a atividade será em grupo. Atribua números (de 1 a 5) a cada
participante e depois os oriente da seguinte maneira: todas as pessoas que
receberam o número 1 formarão o grupo 1, as pessoas que receberam número 2
serão componentes do grupo 2 e assim por diante.
126 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Uma vez que os grupos estejam formados, solicite aos participantes que
abram o Manual do Aluno na página 69 , ft15. Situação de sobrevivência no
deserto, e comente que esta é uma atividade em que eles terão que tomar
decisões em grupo.
Solicite a todos que acompanhem a leitura das instruções e explique como
se dará o preenchimento das fases:
Fase 1 – É a fase individual. Todos devem preenchê-la sem consultar os
demais integrantes do grupo. Embora juntos, a atividade será solitária.
Fase 2 – Deve ser respondida quando todos terminarem a fase 1. Reforce
que a fase 2 não pode ser iniciada sem que todos tenham finalizado a
primeira. Essa fase é respondida a partir do consenso do grupo.
Fase 3 – É a resposta do especialista em sobrevivência no deserto. Avise
que será apresentada quando todos os grupos terminarem a fase 2 – ou
ao final do tempo estipulado.
Fase 4 – É a diferença entre as fases 1 e 3 (maior número subtraindo o
menor – não há resultado negativo).
Fase 5 – É a diferença entre as fases 2 e 3 .
Após totalizadas as fases 4 e 5, os participantes passarão para as fases de 6 a
10 para chegarem ao resultado final do trabalho.
Fase 6 – Representa a marcação individual média (soma de todas as
marcações individuais divida pelo número de integrantes do grupo).
Essa fase merece sua atenção e conferência entre os grupos.
Fase 7 – Representa a marcação do grupo. Basta transcrever o total da
fase 5.
Fase 8 – Representa a marcação de ganho (ou sinergia) que resulta da
diferença entre as fases 6 e 7.
Fase 9 – É a marcação individual mais baixa. Ou seja, é a marcação da
pessoa que obteve o menor número na fase 4, quem mais entendia de
sobrevivência no deserto no grupo.
127MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Fase 10 – Representa o número de integrantes do grupo que atingiram
uma pontuação na fase 4 mais baixa que a pontuação do grupo (fase 5).
Você só deve explicar até a fase 3 e comentar que as fases seguintes
dependerão da resposta do especialista e, nessa ocasião, explique as fases
seguintes.
Após checar o entendimento do grupo, estabeleça o tempo de 30 minutos
para que as fases 1 e 2 sejam concluídas, enfatizando que não haverá
flexibilização do tempo e que os resultados que ultrapassarem o tempo
estabelecido não serão considerados.
No momento da computação dos resultados, passe pelos grupos tirando
dúvidas e contribuindo como for necessário para fechar essa etapa da
atividade.
Passados os 30 minutos, anuncie para os grupos o encerramento do tempo
estipulado e, caso haja algum grupo que não tenha finalizado sua atividade,
solicite que pare onde estiver e passe um traço nos itens que ficaram sem
resposta para anulá-los.
Apresente o resultado do especialista.
A seguir, você encontrará a solução do jogo, juntamente com os motivos
pelos quais os especialistas chegaram à conclusão de que certas peças seriam
mais importantes que outras.
Espelho. Extremamente importante para dar sinal em caso de
aproximação de socorro, pois seu reflexo pode ser visto a quilômetros
de distância no deserto.
Lona. Útil para fazer uma cobertura e proteger do sol escaldante do dia.
Cobertor. Importante, pois à noite no deserto o frio facilmente atinge
temperaturas abaixo de 0ºC.
Água. Útil, mas o ser humano pode sobreviver até quatro dias sem ela.
Comida. Útil, mas dispensável, uma vez que o socorro deverá chegar em
breve e as pessoas podem sobreviver até 28 dias sem comida.
128 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Óculos. Praticamente sem utilidade. No máximo protegeria a visão
numa queda do avião.
Bússola. Idem, já que todos devem ficar próximos ao avião aguardando
socorro.
Mapa. Desnecessário pelo mesmo motivo da bússola.
Sal. Além de ser extremamente prejudicial à saúde, resulta numa mistura
explosiva somado com o sol.
Justificativa
Em termos aéreos, 150 km representam poucos minutos. Provavelmente, em pouco tempo o avião seria encontrado, já que sua falta seria sentida rapidamente. No máximo em cinco horas, que era o tempo previsto para o voo, as buscas começariam.
A melhor estratégia seria manter todos juntos, próximos ao avião, e aguardar o socorro, além de estar preparado para orientar o resgate e manter a sobrevivência por um período maior se fosse necessário.
Auxilie os grupos que finalizarem a atividade no preenchimento das demais
fases e transcreva os resultados para o flipchart para serem processados. Os
grupos que não finalizaram no tempo de 30 minutos não devem ter seus
resultados expostos para serem processados.
Para o processamento, busque o entendimento do grupo sobre o quadro de
respostas lançando mão do slide 07.2. Resultados. Se for necessário, explique
novamente os números correspondentes a cada fase.
Esclareça que, para aqueles que não finalizaram a atividade no tempo estipulado,
não há resultados para serem processados, mas você gostaria de escutar o que
atrapalhou o grupo ou o que o impediu de chegar a um resultado.
Depois de explicar o quadro novamente, certifique-se de que todos na sala
compreenderam o significado dos números. É importante que todos entendam
que se trata de uma situação inversamente proporcional, ou seja, quanto maiores
forem os números nas fases 6 e 7, menor é o conhecimento sobre o tema.
129MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Pergunte a cada grupo (começando por aqueles que não tiveram resultados)
o que ocorreu no grupo. Sua grande tarefa nesse processamento é escutar
cada participante e buscar o que poderia ser melhorado no processo grupal.
Questione o grupo: “O que está presente no trabalho em grupo que não se
pode ver, mas se pode medir?”. Aguarda as respostas, que podem ter várias
associações com o trabalho em grupo, e introduza o conceito de sinergia.
Sinergia é sinônimo de o resultado do trabalho de um grupo ser maior ou melhor do que a soma das partes. É como se dois mais dois fossem iguais a cinco!
Geralmente os grupos que alcançam boa pontuação na fase 8 atuam de forma
sinérgica e dão depoimentos como: “O grupo ponderou.”, “Determinados
participantes do grupo cederam em algum momento.”, “O grupo estava
aberto ao posicionamento de todos os participantes.”, “Todos souberam
escutar.”, “O tempo disponível foi distribuído antes de os participantes
começarem a preencher individualmente.”, “Alguém controlou o tempo.”,
“Alguém assumiu a liderança.” e assim por diante.
Já nos grupos onde não há sinergia, os participantes geralmente narram que
tiveram dificuldades, que houve centralização, que o grupo se dividiu, que não
souberam ouvir, que não dividiram os tempos para preenchimento individual
e grupal, que alguns falavam demais, que não chegaram um consenso sobre
ficar esperando socorro ou caminhar, que todos queriam mandar etc.
À medida que escutar as colocações dos participantes, escreva palavras
chaves no flipchart para o fechamento da atividade: “planejamento”,
“prioridades”, “escutar”, “administração do tempo” e “liderança” são
exemplos de palavras normalmente compartilhadas como dificuldades do
grupo no alcance de resultados satisfatórios.
Feche a atividade fazendo uma amarração conclusiva com as palavras do flipchart.
Confirme com os participantes se eles consideram que atuando com mais
planejamento, escutando melhor etc. eles teriam resultados melhores. Há uma
tendência de os grupos afirmarem que, se tivessem uma nova chance, fariam
muito melhor. Em seguida, oriente-os a manterem os grupos, pois terão uma nova
oportunidade para trabalhar com os mesmos participantes num novo desafio.
130 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Hora do intervalo
Horário previsto: 10h.
Duração: 15 minutos.
ANOTE AÍ
131MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Estudo de caso.
Folhas de trabalho:
ft16. Componentes da análise FOFA.
ft17. Instruções para realização da atividade de busca de informações.
Slides:
Slide 07.3. Informação e influência.
Slide 07.4. Matriz FOFA.
Slide 07.5. Informações importantes.
Slide 07.6. Quais serão os critérios de avaliação?
Atividade 3. Buscando informações
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Elabore roteiros de pesquisa para coletar e organizar informações sobre
clientes, fornecedores e concorrentes.
Preveja os riscos envolvidos em uma situação por meio da análise crítica das
informações do mercado.
Valorize a obtenção pessoal de informações junto a clientes, fornecedores
e concorrentes, em vez de buscá-la apenas em fontes secundárias, como
internet e revistas.
Valorize a consulta a especialistas sempre que for necessário tomar uma
decisão que envolva conhecimentos técnicos sobre determinado assunto.
132 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passo a passo
Na volta do intervalo, solicite a todos que mantenham os mesmos grupos para a
próxima atividade, que será mais um desafio!
Explique que antes da atividade você apresentará uma nova competência
empreendedora fundamental para a tomada de decisão do empreendedor.
Apresente o slide 07.3. Informação e influência.
Faça a exposição da competência utilizando exemplos e interagindo com o grupo.
Ao final, verifique o entendimento dos três comportamentos empreendedores
e ressalte que é muito importante que os grupos tenham essa compreensão
porque precisarão praticá-los para conseguirem bons resultados na atividade que
você proporá.
Informe que você apresentará um instrumento
que possibilita melhorar o desempenho das
pessoas na análise e tomada de decisão. Siga
dizendo que um aspecto fundamental na análise
do cenário é poder visualizar claramente o maior
número de variáveis possíveis e os elementos que
podem influenciar positiva ou negativamente
uma situação de negócio. Por isso você vai
apresentar esse instrumento, que é muito
simples, mas oferece um enorme potencial de trabalho e pode ser utilizado para:
identificação de projetos, desenvolvimento de produtos, solução de problemas e
tomada de decisões.
Solicite que eles enumerem coisas que facilitam a realização de uma serenata:
estar apaixonado, lua cheia, um bom cantor, uma noite agradável, a moça estar
em casa, um violão etc.
Tempo previsto
1 hora e 15 minutos.
Serenata
facilitam
dificultam
133MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Depois de esgotados os fatores que facilitam a realização de uma serenata,
trabalhe os elementos que dificultam: o pai da moça, chuva, quebrar a corda do
violão, um cachorro bravo, não ter ninguém em casa etc.
Depois de ter listado todos os itens, retira a
folha do flipchart e a coloque ao lado. Pergunte
ao grupo se existem fatores que podem ser
controlados e outros que fogem ao controle das
pessoas. A resposta óbvia é “Sim!”. Remonte o
flipchart, incluindo os termos “controláveis” e
“incontroláveis”, conforme esquema a seguir.
Em seguida, insira as respostas dadas pelos participantes e anotadas na folha que
você colocou de lado há pouco no esquema dessa nova divisão.
Facilitam e são controláveis: estar apaixonado, um bom cantor, um violão.
Facilitam e são incontroláveis: lua cheia, uma noite agradável, a moça estar
em casa.
Dificultam e são controláveis: o pai da moça, quebrar a corda do violão, um
cachorro bravo, não ter ninguém em casa.
Dificultam e são incontroláveis: chuva.
A partir dessa análise, solicite aos participantes que abram o Manual do Aluno na
página 74 , onde se encontra a ft16. Componentes da análise FOFA e comente
que, por meio do trabalho realizado com a situação da serenata, vocês podem
identificar os mesmos elementos que aparecem na matriz:
Fortalezas: facilitam e são controláveis.
Oportunidades: facilitam e são incontroláveis.
Fraquezas: dificultam e são controláveis.
Serenata
facilitam
controláveis incontroláveis
dificultam
controláveis incontroláveis
134 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Ameaças: dificultam e são incontroláveis.
Diga que a matriz FOFA é o instrumento ao qual você se referia e que é por meio
dela que os grupos realizarão uma nova atividade, a partir de uma situação real.
Provoque-os: “Vocês estão preparados para o novo desafio?”.
Para essa atividade, você precisará preparar um estudo de caso
a partir de sua percepção do grupo. O caso deve ser relacionado ao
setor produtivo rural ou à realidade do grupo em particular – estudo
de caso de uma empresa de criação de avestruz; estudo de caso de
uma empresa de terra vegetal; estudo de caso de uma agroindústria
de polpa de frutas etc. Sempre que possível, utilize uma oportunidade
identificada na região.
Ao final desta seção, há um exemplo de estudo de caso a ser adaptado
aos casos que você escolher para suas turmas.
ANOTE AÍ
Distribua folhas com o estudo de caso preparado por você, faça uma leitura dele
com o grupo e verifique se todos entenderam a atividade proposta perguntando:
“O que vocês devem fazer?”. Os participantes responderão o que entenderam
e você deve ajustar respostas e esclarecer dúvidas dizendo que todos deverão
apresentar uma matriz FOFA a partir da busca de informações sobre o negócio
seguindo a lista de informações a serem coletadas.
Diga que as informações a serem coletadas devem seguir o mesmo roteiro do
plano de negócio do Desafio Empresarial, acrescentando-se a matriz FOFA.
Apresente o slide 07.5. Informações importantes.
Solicite aos participantes que abram o Manual do Aluno na página 79, ft17.
Instruções para realização do exercício de busca de informações, onde
encontraram as orientações para realização da atividade. Leia as orientações em
voz alta e abra um espaço para perguntas.
Verifique se todos compreenderam a atividade e arremate dizendo que a essência
dela é a busca de informações e que o plano de negócio e a matriz FOFA são
apenas instrumentos para registro das informações encontradas e uma forma de
comparar os trabalhos dos diferentes grupos.
135MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Avise que a estratégia de apresentação será livre. Os participantes podem usar
o recurso que quiserem, desde uma apresentação elaborada com folhas de
flipchart até uma apresentação em PowerPoint. Afirme que haverá uma banca
de juízes que avaliará o melhor trabalho e que o grupo que vencer receberá uma
premiação. Apresente o slide 07.6. Quais serão os critérios de avaliação?.
Defina que o critério “pontualidade da entrega” será julgado por você – os
trabalhos entregues até as 10h receberão nota 10; já os trabalhos entregues
depois do horário receberão nota 0. Todas as demais notas serão entre 5 e 10 e
dadas pelos juízes. Portanto, mesmo que seja entregue com atraso, o trabalho
ainda poderá ser apresentado.
Informe que cada grupo terá dez minutos para se apresentarem no dia seguinte
e que, para que seja justo, o tempo será cronometrado.
Esclareça que eles ainda terão 30 minutos até o encerramento do dia de hoje
para começarem a planejar.
É importante que você esteja disponível para
esclarecimento de todas as dúvidas e que o grupo saia
focado em realizar a busca de informações. Reforça
permanentemente a importância da atividade e a
capacidade que o grupo tem de realizá-la. Mostre que
ela pode ser trabalhosa, mas não difícil.
ANOTE AÍ
Informe que, no dia seguinte, vocês começarão as atividades às 10h em ponto,
com o recebimento dos trabalhos e início das apresentações. Informe que o
coffee break será servido às 9h 45min para quem quiser chegar mais cedo ou
estiver presente mais cedo.
Comunique que, no dia seguinte, você estará disponível na sala a partir das 8h
para tirar todas as dúvidas que surgirem na execução da atividade.
Despeça-se dos participantes desejando-lhes bom trabalho e dizendo que os
aguarda no dia seguinte às 10h.
136 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Exemplo de estudo de caso
Estudo de caso de uma loja de produtos alimentícios derivados do coco (cidade/ local)
Bonifácio passou cinco anos no exterior. Quando retornou à sua cidade (nome da cidade) para viver
com sua família, decidiu que era hora de abrir seu próprio negócio. Seus amigos e parentes lhe
apresentaram detalhadamente os problemas que enfrentaria diariamente em sua comunidade.
Entretanto, Bonifácio vislumbrou muitas oportunidades de negócios, pois enquanto estava fora
do país, estudou Administração de Pequenos Negócios Rurais e se sentiu confiante de que seria
um empresário bem-sucedido em sua terra natal.
Utilizando técnicas de busca de oportunidades que havia aprendido, estudou as oportunidades
mais promissoras e optou por uma empresa na área de alimentação: uma loja de produtos
alimentícios derivados do coco.
Percebeu que, apesar de ser uma fruta nativa, abundante e muito apreciada pelos moradores e
turistas da região, o coco ainda era bastante subutilizado. Desse modo, pensou que, em sua loja,
os clientes poderiam encontrar um conjunto de produtos derivados do coco, que iriam desde
batidas e sucos até tortas e cocadas variadas.
Havia alguns locais na região que poderiam ser apropriados para instalação de um negócio como
esse. A ideia era lançar uma loja com certa proximidade dos produtores e beneficiadores do coco.
Ele sabia que enfrentaria alguns obstáculos, mas acreditava que seria capaz de fornecer um
serviço de excelente qualidade, além de um local agradável onde o cliente poderia apreciar os
mais variados sabores das iguarias derivadas do coco. Após ter feito essa avaliação inicial, decidiu
ir em frente com sua ideia. Sua primeira tarefa foi a avaliar se o risco envolvido compensaria todo
o trabalho. Havia muita coisa para ser pesquisada...
DIA 08
BUSCA DE INFORMAÇÃO
139MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Premiação: um prêmio para cada participante da equipe vencedora.
Folhas de trabalho:
ft18. Planilha de pontuação dos juízes.
ft19. Desafio Empresarial.
Slides:
Slide 08.1. Pontuações.
Slide 08.2. Informação é poder!
Slide 08.3. Para obter informações precisamos de.
Slide 08.4. Informação e influência.
Atividade 1. Apresentação e processamento do exercício de busca de informações
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Perceba que é capaz de buscar as informações necessárias para realizar uma
análise realista sobre fortalezas, fraquezas, ameaças e oportunidades de um
empreendimento.
Sensibilize-se sobre a importância de ir pessoalmente buscar informações
sobre clientes, fornecedores e concorrentes.
Competências empreendedoras do dia:
• Informação e influência.
140 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Tempo previsto
50 minutos.
Passo a passo
A partir das 10h, inicie as atividades assim que constatar que todos os
participantes estão presentes ou, pelo menos, que todas as equipes têm
representantes na sala.
Neste dia não haverá a atividade Colheita de
aprendizagem. A aprendizagem será compartilhada e
processada ao final das apresentações dos trabalhos do
exercício de Busca de informações/FOFA.
ANOTE AÍ
Solicite que cada equipe escolha um de seus membros para compor a
comissão julgadora dos trabalhos. Se necessário, quem estiver ocupando a
função de juiz poderá participar da apresentação de seu trabalho.
Após se certificar que os juízes estão preparados, informe-lhes sobre como
deverão proceder para julgar os trabalhos, solicitando que abram o Manual
do Aluno na página 83 , ft18. Planilha de pontuação dos juízes. Cheque
se todos têm clareza quanto aos critérios de julgamento e reforce que a
pontuação mínima será 5 e a máxima 10.
Informe que cada equipe terá dez minutos para se apresentar e, em seguida,
cada juiz poderá fazer uma única pergunta, que a equipe terá que responder
em um minuto. O juiz indicado pela equipe que estiver se apresentando
não dará notas para sua própria apresentação, nem poderá fazer perguntas
sobre ela.
Recorde que a regra do dia anterior indicava que os trabalhos entregues
até as 10h receberiam nota 10, enquanto os trabalhos entregues após esse
horário receberiam nota 0. Diga que todas as demais notas serão entre 5 e
10, atribuídas pelos juízes.
141MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Sem mostrar aos participantes, registre as avaliações em uma folha de
flipchart reproduzindo a ft18. Planilha de pontuação dos juízes. Se for
possível, utilize a planilha que se encontra no slide 08.1. Pontuações.
Parabenize cada equipe após suas apresentações, mas procure demonstrar
neutralidade. Não torça por nenhuma equipe e controle o tempo com
precisão; se alguma equipe não tiver encerrado sua apresentação dentro do
tempo, comunique: “Seu tempo está esgotado. Conclua seu pensamento.”.
Abra espaço para perguntas dos juízes logo após cada apresentação,
cuidando para que elas sirvam para esclarecer informações que não tenham
ficado claras.
Após todas as apresentações, inicie o processo de discussão da aprendizagem
indagando: “O que vocês aprenderam sobre busca de informações de ontem
para hoje?”.
Mantenha o foco do grupo nas aprendizagens.
Talvez alguém queira falar sobre as dificuldades
encontradas na execução do trabalho ou sobre os
conflitos do grupo; isso não é significativo neste
momento. O importante é que a atividade foi
realizada: os participantes buscaram informações.
ANOTE AÍ
Reforce as aprendizagens, perguntando:
“Foi difícil obter informações?”.
“Onde vocês foram buscá-las?”.
“Para quem perguntaram?”.
“Qual é a utilidade de ir pessoalmente pesquisar sobre um negócio que
se quer implantar?”.
Demonstre aos participantes a disponibilidade de informações existentes e
sua qualidade. Faça-os perceberem que muitas das informações levantadas
estavam disponíveis a quem quisesse obtê-las e de maneira muito fácil, já
que eles obtiveram informações em órgãos públicos, pela internet, falando
142 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
com donos de negócios semelhantes aos seus, conversando com professores
de outras disciplinas...
Destaque que, muitas vezes, não é difícil obter informações, apenas
trabalhoso. Elabore a ideia de que, possivelmente, muitas pessoas já perderam
diversas oportunidades por não disporem das informações necessárias para
tomarem a decisão correta ou porque ficaram inertes esperando que a
informação fosse até elas.
Pergunte por que as pessoas têm dificuldade para pedir informações. A
resposta está, basicamente, em um sentimento de inferioridade, pois parece
que quem tem informação está num patamar superior a quem pede. Muito
disso vem do ambiente escolar, onde recebe boas notas quem responde
corretamente. Entretanto, isso é uma crença negativa, afinal, só aprende
quem pergunta; e na vida, diferentemente de na escola, “tem melhores
notas” (sucesso) quem faz perguntas. E obter informações é, simplesmente,
perguntar.
Desmitifique a crença de que as pessoas não gostam de dar informações.
Provavelmente o grupo encontrou donos de negócios (possíveis concorrentes)
que se dispuseram a falar sobre sua atividade produtiva. Na maioria das
vezes, as pessoas têm orgulho de falar do que fazem e não se furtam de
falar se encontram alguém disposto a ouvi-las.
Abra o slide 08.2. Informação é poder! e desenvolva o tema provocando o
grupo: “Por que quem tem informação tem poder?”.
Recorde que uma boa avaliação de riscos depende de informação; sem
informações de qualidade, as tomadas de decisão ficam comprometidas.
Além disso, a informação é base para o conhecimento e se tornou primordial
para todos que devem ter conhecimentos sobre o negócio e, em particular,
sobre seus clientes e suas necessidades.
Diga que, muitas vezes, as pessoas deixam de buscar informações importantes
das quais precisam por julgarem que não estarão disponíveis. Portanto,
muitas vezes não fazem nada e, consequentemente, não ganham nada.
143MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Lembre os participantes de que eles conseguiram muitas informações graças à
sua rede de contatos e à forma como abordaram os diversos informantes – alguns
disseram que eram alunos de um curso de empreendedorismo, outros usaram o
nome do SENAR, talvez algum tenha usado o nome do pai ou de algum conhecido...
Os donos de negócio devem ter em mente, de forma clara, de que informações
precisam, onde estão essas informações e qual é a estratégia adequada para
obtê-las, incluindo a estratégia de persuasão a ser adotada.
Projete o slide 08.3. Para obter informações precisamos de e ressalte que as equipes
que obtiveram os melhores resultados provavelmente seguiram o caminho indicado
no slide. Fale sobre a importância de se estabelecerem metas claras e específicas
que levem à priorização de informações mais relevantes e ao planejamento do
processo. Fale também sobre a importância da maneira como o informante (aquele
que detém a informação) é abordado, pois quando as pessoas que perguntam se
colocam em uma posição humilde, fazem com que as outras as ajudem.
Comente que mais um aspecto precisa ser valorizado; algo que parece simples
ou bobo, mas é onde tudo começa; uma atitude muito importante de quem tem
humildade pra aprender; três palavras chaves que o empreendedor deve usar
antes de partir para buscar informações: “Eu não sei.”. Escreva isso no flipchart.
Reforce que toda informação deve ser obtida a partir dessa atitude ou
crença de que sempre há algo ainda pode ser descoberto ou aprendido
sobre o negócio, seja sobre o cliente, o processo, as melhorias etc. Dizer “Eu
não sei.” é uma atitude de humildade essencial para quem deseja conhecer
mais sobre algo. E, a partir dessas três palavras, um fenômeno começa a
acontecer: a pessoa passa a saber, a aprender.
Vá para o slide 08.4. Informação e influência e solicite aos participantes que
recordem e indiquem o que fizeram que está de acordo com as definições
operacionais (comportamentos) descritas por essa competência.
Para finalizar a atividade, pergunte aos participantes: “Quem ganhou com
essa atividade?”. Repita a pergunta até ouvir os participantes responderem:
“Todos!”. Quando isso acontecer, concorde com o que disseram e solicite
uma salva de palmas a todos os ganhadores.
144 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Ressalte que, embora todos tenham obtido ganhos significativos, somente uma
equipe venceu e apresente a pontuação registrada no flipchart com os resultados
das notas dos juízes.
Convide a equipe vencedora para receber seu prêmio e solicite ao grupo uma salva
de palmas para ela.
Encerre o dia parabenizando mais uma vez a todos pelo envolvimento na atividade
e diga que vocês estão chegando ao fim do treinamento Empreender no Campo e
que os participantes terão até o dia seguinte para realizarem os últimos esforços de
venda e fechamento do Desafio Empresarial.
Para finalizar, indique que na página 85 do Manual do Aluno, ft19. Desafio
Empresarial, os participantes dispõem de um livro caixa. Para facilitar o encerramento
das empresas e apurar os resultados financeiros, solicite que utilizem esse modelo.
Informe que o objetivo do livro caixa é fornecer um local para anotação de todas as
transações referentes às atividades do negócio que possam ser expressas em dinheiro.
Lembre o grupo de que a boa operação de um negócio requer conhecimento de
quanto dinheiro foi recebido, quanto foi gasto e, o mais importante de tudo, como
foi gasto. Boas informações evitam “adivinhação” dos negócios.
Solicite aos participantes que leiam o formulário para apuração de resultados
financeiros e esclareça possíveis dúvidas.
Encerre dizendo ao grupo que vocês iniciarão o dia seguinte conversando sobre
poder pessoal e, em seguida, encerrarão o Desafio Empresarial compartilhando
aprendizagens. Reforce a necessidade de que todos levem seus registros financeiros
de compra e venda com os resultados.
Despeça-se do grupo agradecendo pelas contribuições dadas ao longo de mais um
dia de trabalho e diga que você conta com cada um nessa reta final do treinamento.
DIA 09
PROCESSAMENTO DO DESAFIO EMPRESARIAL
147MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Slides:
Slide 09.1. Colheita de aprendizagem.
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compartilhe suas reflexões, decisões, pensamentos ou o que vier como
emergente relacionado ao dia anterior.
Tenha uma visão geral sobre as atividades e a abordagem do dia.
Tempo previsto
15 minutos.
Passo a passo
Às 8h, inicie as atividades abrindo o slide 09.1. Colheita de aprendizagem.
O tempo desta atividade será reduzido para 15
minutos porque a essência do dia anterior foi processada
extensamente após a apresentação do exercício Busca
de informações. Se os participantes levarem aspectos
relacionados ao Desafio Empresarial, peça-lhes que os
anotem, pois vocês trabalharão no Desafio Empresarial
após o intervalo.
ANOTE AÍ
148 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Em seguida, faça as perguntas chaves da colheita: “Para vocês, qual foi a
aprendizagem mais importante de ontem?”, “Sobre o que vocês refletiram?”.
Escute os participantes ativamente, interagindo com eles e fazendo breves
comentários quando for pertinente.
Faça a abordagem do dia comentando que vocês se aprofundarão em uma
questão chave para a expansão de qualquer empreendimento: o poder.
Complemente dizendo que, em seguida, dialogarão sobre as aprendizagens
do Desafio Empresarial.
ANOTE AÍ
149MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft20. A natureza do poder.
Slides:
Slide 09.2. Duas fontes de poder.
Slide 09.3. Poder contextual.
Slide 09.4. Poder pessoal.
Slide 09.5. Duas fontes de poder.
Slide 09.6. Poder contextual.
Slide 09.7. Duas fontes de poder.
Slide 09.8. Poder pessoal.
Slide 09.9. Duas fontes de poder.
Slide 09.10. Quem tem mais poder?
Atividade 2. Poder pessoal e contextual
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Reconheça em si mesmo, analise e compreenda a natureza do poder e as
formas mais usuais de se relacionar com o poder.
Tempo previsto
1 hora e 45 minutos.
150 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Passo a passo
Comece dizendo aos participantes que vocês trabalharão uma questão chave
para que suas ações se tornem mais efetivas: o assunto da vez é poder.
A palavra poder vem do latim, “potere”, e significa “ser capaz”. A capacidade de reconhecer a natureza do poder permite às pessoas o utilizarem em sua plenitude. Em essência, poder é a capacidade de fazer as coisas acontecerem, de transformar sonhos, desejos e propósitos em realidade. Poder é um instrumento: só é bom ou ruim pela forma como é utilizado.
Comente com os participantes que, para que eles entendam como o poder
funciona e como as pessoas se relacionam com ele, vocês começarão usando
um instrumento de autodiagnóstico. Solicite que abram o Manual do Aluno
na página 89 , onde encontrarão a ft20. A natureza do poder.
Peça aos participantes que respondam ao questionário encontrado no
Manual do Aluno procurando enfocar um único grupo de pessoas (um grupo
de estudo, os colegas de trabalho, a família etc.) com o qual se relacionem.
Reforce que eles não precisarão entregar a atividade e só terão acesso às
suas respostas quem eles quiserem. Portanto, podem – e devem! – responder
com a maior sinceridade possível.
Após responderem o questionário, solicite que somem as três primeiras bases
(posição, coerção, recompensa) e depois somem as três últimas (conhecimento,
relação, competência intrapessoal). A base de poder Informação não entra
nos cálculos. O objetivo dessa somatória é verificar com qual base de poder
(pessoal ou contextual) os participantes contam para sua atuação.
Comente que a base Informação é, de certa maneira, única. Prossiga dizendo que
embora você já tenha falado que informação é poder, não é tão simples. O que gera
poder é o que as pessoas fazem com a informação. Dentro das organizações ela tem
servido para criar feudos – “O que eu sei, não conto.” – e acaba, muitas vezes, sendo
utilizada para manipulação. Porém, ela não serve apenas para as organizações.
O princípio de autoconhecimento está baseado nela. O aprimoramento pessoal
ou profissional depende de informação e da forma ela é processada, interligada
à realidade e adaptada a novos contextos. Sendo assim, a informação se adapta
tanto ao poder contextual quanto pessoal.
151MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Para que os participantes possam compreender melhor como o poder
pessoal e o contextual operam, diga que você apresentará um filme que,
provavelmente, muitos deles conhecem, mas que terão a oportunidade
de assistir sob uma nova ótica. Solicite que prestem atenção e busquem
relacionar o que assistirem com as questões que levantadas na atividade.
Comece a rodar o filme O Rei Leão desde o início, quando surgem os animais
de todos os cantos para reverenciar o nascimento do herdeiro, Simba, filho
do Rei Mufasa. O sábio macaco Rafiki batiza Simba e o apresenta para os
animais do reino que o recebem com reverência. Pare quando aparece o
título do filme.
Pergunte aos participantes: “Quais animais tinham poder? Por quê?”.
De forma intuitiva, todas as pessoas reconhecem manifestações de poder
nos outros. Nessa parte do filme, os personagens nos quais aparece poder
declarado são:
Mufasa, o Rei Leão, pelo simples motivo de ser rei. Todos o reverenciam,
poucos têm contato direto com ele (apenas Rafiki, o macaco, Zazu, o
pássaro, a rainha e seu filho, Simba). Ele está no topo da Pedra do Rei e
sua posição é reconhecida por todos porque, na estrutura da sociedade,
é o cargo mais elevado.
Rafiki, o macaco, não tem aparentemente nenhum cargo, mas todos
também o reverenciam. Aliás, é o único que abraça o rei. Seu poder
emana de si mesmo; é um sábio. Está autorizado por todos a batizar o
herdeiro e o poder pessoal legitima o poder contextual.
Presume-se que Zazu, o pássaro, tem poder porque está no alto da
pedra, próximo a Mufasa, e porque é aceito no círculo de poder.
O leãozinho e sua mãe estão com poder porque ela é a esposa do rei e
ele o herdeiro do trono.
Eventualmente alguém pode comentar que o elefante tem poder. Diga que
esse poder é presumido, em essência por seu tamanho, força física e porque
os pássaros estão pousados em seus dentes, sob sua proteção.
152 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Inicie apresentando o slide 09.2. Duas fontes de poder, com o esquema de
poder pessoal e contextual. A partir dessa breve apresentação, introduza as
características de cada fonte e base de poder.
Abra o slide 09.3. Poder contextual e defina o poder contextual, destacando
que ele pode ser atribuído às pessoas (criam-se cargos, postos, títulos) ou
pode ser distribuído (eliminando-se níveis hierárquicos, por exemplo); ele
pode ser retirado (demite-se o gerente) ou concentrado nas mãos de uma
minoria (elegem-se três pessoas que pensam na empresa).
Abra o slide 09.4. Poder pessoal e defina o poder pessoal, enfatizando
que ele está baseado nas características de personalidade, no conjunto
de experiências e vivências, no autoconhecimento, na energia vital, nas
motivações, na criatividade, na capacidade de enfrentar desafios, na
maturidade emocional, na assertividade, na intuição e na competência
interpessoal.
Após definir as fontes de poder, abra o slide 09.5. Duas fontes de poder e,
em seguida, o slide 09.6. Poder contextual e apresente as bases que formam
cada fonte de poder contextual.
Após definir as fontes de poder, abra o slide 09.7. Duas fontes de poder e, em
seguida, o slide 09.8. Poder pessoal e apresente as bases que formam cada
fonte de poder pessoal. Diga que a segunda fonte de poder é o pessoal, mas
que chamar de segunda fonte de poder não significa que ela seja inferior,
somente diferente.
Apresente o slide 09.9. Duas fontes de poder e observe que o aspecto
Informação pode ser atribuído tanto ao contexto quanto à pessoa e é, de
certa maneira, único.
Verifique se as fontes de poder e suas respectivas bases estão claras para
todos, pois é significativo que todos saibam usá-las sempre que necessário,
em diferentes situações. Comente que os participantes vão adquirir mais
força em relação a elas se atuarem com flexibilidade, afinal, todas as bases
são úteis e, quanto mais flexível a pessoa for em seu uso, melhores resultados
poderá obter.
153MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Apresente o slide 09.10. Quem tem mais poder? e questione: “Quem tem
poder nessa pirâmide?”. O senso comum diz que quem está no topo da
pirâmide tem mais poder. Entretanto, qualquer parte da pirâmide tem sua
parcela de poder. Comente que, aliás, poder é uma das poucas coisas no
mundo que, quando dividido, multiplica-se; quanto mais poder cada um
tiver individualmente, mais poder todo o grupo terá. Voltando à pirâmide,
observe que quem está no centro e abaixo parece ocupar a posição mais
inferior, entretanto, toda a sustentação da pirâmide se dá a partir dali e, por
isso, quem está no alto pode ver mais longe.
Essa pirâmide também remete a outra base: poder presumido, que é o poder
delegado a alguém por indícios presumidos; não é um poder “real” e está
no terreno do “eu acho que ele tem”.
Finalize dizendo que reconhecer as fontes do próprio poder permite que as
pessoas atuem com mais eficácia em relação a seus projetos e que elas não
pode impedir sua própria atuação por verem o poder como algo negativo.
Culturalmente, pessoas poderosas são vistas como pessoas más. Entretanto, toda liderança está baseada em poder. Gandhi, líder pacifista indiano que libertou a Índia da Inglaterra, era poderoso, assim como Hitler. A natureza do poder é neutra. Tudo depende dos propósitos, do que as pessoas querem conseguir com o poder e que preço estão dispostas a pagar por ele.
Relembrando o filme O Rei Leão, pontue que o poder contextual pode ser
dignificado pelo poder pessoal: a cerimônia de celebração do nascimento do
filho do rei mostra que os súditos apoiam Mufasa; o fato de estarem alegres
e satisfeitos demonstra que consideram Mufasa um bom rei; entretanto,
independentemente disso, ele é rei. O bom ou mau uso do poder tem a ver
com como as pessoas se relacionam com ele e, principalmente, com como o
utilizam em relação às outras.
Comente que poder é uma necessidade do ser humano; é impossível realizar
algo e contar com o apoio de outras pessoas sem reconhecer seu próprio
poder. Lembre o grupo que poder significa ser capaz e o provoque com
algumas reflexões vinculadas a essa perspectiva:
154 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
“O que acontece quando as pessoas não reconhecem seu próprio
poder?”.
“Quem dá poder às pessoas além delas mesmas?”.
“E se outras pessoas dão, também podem retirar poder?”.
“Qual poder não pode ser retirado?”.
“Como as pessoas veem o poder? Como se sentem com poder? Para que
desejam tê-lo?”.
Conscientize o grupo que responder a essas perguntas possibilita que as
pessoas melhorem sua atitude diante da questão do poder. Esclareça que
não existem respostas certas ou erradas para elas, pois seu intuito é levar os
participantes a compreenderem como se postam diante do poder.
Encerre esse momento dizendo que o sucesso está vinculado ao poder. Se
as pessoas se sentem bem com o sucesso, vão se sentir bem com o poder. A
relação com o poder está diretamente vinculada às crenças das pessoas: se
elas acreditam em si mesmas com poder, começarão a tê-lo.
Hora do intervalo
Horário previsto: 10h.
Duração: 15 minutos.
Aproveite o intervalo para receber os resultados
do Desafio Empresarial, solicitando aos participantes
que os entreguem antes de saírem.
ANOTE AÍ
155MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Pincel atômico.
Folhas de papel A4.
Calculadora.
Slides:
Slide 09.11. Apuração de resultados.
Slide 09.12. Por que se preocupar?
Atividade 3. Processamento do Desafio Empresarial
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Identifique a aplicação das competências empreendedoras em sua atividade
empresarial.
Reconheça quais foram seus pontos fortes e fracos no Desafio Empresarial.
Tempo previsto
1 hora e 30 minutos.
Passo a passo
Prepare pincel atômico, folhas de papel A4 e calculadora para receber
individualmente os resultados das empresas do Desafio Empresarial e
registre os resultados de cada uma no quadro de resultados.
156 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Ao analisar os resultados, solicitar às empresas do Desafio Empresarial o livro
caixa final, os registro de compra e venda e de outras despesas coletadas
durante a operacionalização.
Apresente os resultados das empresas para os participantes, utilizando o
slide 09.11. Apuração de resultados como quadro de resultados.
Se lhe parecer mais confortável,
reproduza o quadro de resultados numa folha
de flipchart.
ANOTE AÍ
Solicite aos participantes que abram o Manual do Aluno na página 21 , Matriz
de competências empreendedoras, onde se encontram as sete competências
empreendedoras e reflitam sobre qual competência poderiam ter utilizado
com mais ênfase que lhes permitiria terem obtido melhores resultados.
Analise particularmente cada empresa do Desafio Empresarial, citando os
nomes das empresas e dos sócios e os resultados alcançados. Inicie pela
empresa de pior resultado e siga até a empresa vencedora – do menor
lucro até o maior lucro por sócio. Se alguma empresa tiver prejuízo, será a
primeira.
Inicie o processamento da atividade pedindo aos sócios de cada empresa que
descrevam o que fizeram para alcançar aquele resultado e quais competências
acreditam que, se houvessem praticado com maior intensidade, fariam com
que alcançassem um resultado melhor. Cuide para não usar um tom de voz
que sugira decepção ou algum reforço negativo para os participantes.
Recorde que se tentaram algo e isso não foi alcançado (relembrando o
desenho com o pé) significa que eles obtiveram um resultado que pode ser
melhorado. Reforce que o verdadeiro fracasso é não ter feito nada e ter sido
simples observador durante todos os dias do Desafio Empresarial.
Conduza a discussão de maneira que os participantes de todas as empresas
se sintam motivados a identificar as competências que exibiram mais
vigorosamente e quais foram mais fracas.
157MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Após a análise de cada empresa, diga aos seus sócios que lhes dará de
presente aquela competência em que eles próprios se julgaram mais
fracos, para que possam refletir e buscar formas de fortalecê-las e aplicá-las
convenientemente em seus futuros negócios.
Para a empresa vencedora, pergunte: “O que foi feito para alcançar aquele
resultado e quais competências foram mais utilizadas na condução da empresa?”.
Parabenize os vencedores e todos os participantes, ressaltando o esforço
e o empenho de todo o grupo. Lembre-os que não devem se sentir
desmoralizados se, por acaso, obtiveram um resultado negativo no Desafio
Empresarial, pois isso não implica possibilidade de fracassar em negócios
reais. Diga aos participantes que a linha divisória entre sucesso e fracasso
é arbitrária e não é particularmente importante e o mais importante é a
aprendizagem construída com o Desafio Empresarial.
Comente que empresários de sucesso também já fracassaram, mas souberam
(e sabem!) tirar do fracasso as aprendizagens necessárias para atingir o
êxito e, para cada êxito alcançado, há um correspondente aumento na
autoconfiança e, consequentemente, maior disposição para enfrentar novos
desafios.
Reforce que as pessoas em busca de desenvolver seu poder pessoal não
veem o fracasso, nem acreditam nele. Os super sucessos não são pessoas
que não falham, mas simplesmente pessoas que sabem que se tentarem
alguma coisa e não obtiverem o resultado desejado, pelo menos tiveram
uma experiência de aprendizagem.
O verdadeiro fracasso é nunca tentar, não se disponibilizar a agir e a errar. O verdadeiro sucesso é sempre tentar. Não importa se as pessoas caem 99 vezes; o segredo é levantar pela centésima vez, dispondo-se a agir, mesmo frente às dificuldades e aos obstáculos.
Apresente o slide 09.12. Por que se preocupar? e solicite aos participantes que
reflitam profundamente sobre suas aprendizagens no período do treinamento
e sobre como elas poderão ser úteis na implantação de seus próprios negócios.
Diga-lhes que é interessante que eles usem a expressão “Na próxima vez em
que me deparar com (desafio, tarefa, trabalho etc.), agirei...”.
158 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Convide os ganhadores do Desafio Empresarial para irem à frente da sala
receber do prêmio a que fizeram justiça de suas mãos.
Finalize o dia informando que o dia seguinte será muito importante para
os próximos passos, pois, ao final do treinamento, é importante que os
participantes planejem o que farão com seus objetivos e entendam como
poderão exercitar e desenvolver as competências empreendedoras dali em
diante.
ANOTE AÍ
DIA 10
PREPARAÇÃO DAS PRÓXIMAS ETAPAS
161MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Slides:
Slide 10.1. Colheita de aprendizagem.
Atividade 1. Colheita de aprendizagem
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Compartilhe suas reflexões, decisões, pensamentos ou o que vier como
emergente relacionado ao dia anterior.
Tenha uma visão geral sobre as atividades e a abordagem do dia.
Tempo previsto
40 minutos.
Passo a passo
Às 8h, inicie as atividades abrindo o slide 10.1. Colheita de aprendizagem.
Em seguida, faça as perguntas chaves da colheita: “Para vocês, qual foi a
aprendizagem mais importante de ontem?”, “Sobre o que vocês refletiram?”.
Escute os participantes ativamente, interagindo com eles e fazendo breves
comentários quando for pertinente.
Faça a abordagem do dia comentando que vocês fecharão o treinamento neste
dia e utilizarão as aprendizagens dos dez dias para focarem em um plano de
desenvolvimento pessoal. Diga que vocês ainda poderão reforçar algumas
competências que o grupo considere mais significativas.
162 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
É importante que você ressalte que um treinamento sobre competências
empreendedoras pode ter um momento que marque seu início, mas é um
processo que não tem necessariamente um prazo de finalização.
Como qualquer treinamento, este também exige três Ds: dedicação, determinação e disciplina. Você, facilitador, pode até contribuir com a disciplina (a forma de fazer), mas a dedicação e a determinação são uma escolha pessoal de cada um; é a parcela do poder pessoal que exige uma escolha do participante.
ANOTE AÍ
163MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Materiais utilizados
Folhas de trabalho:
ft21. Plano de desenvolvimento pessoal.
Slides:
Slide 10.2. Plano de desenvolvimento pessoal.
Atividade 2. Plano de desenvolvimento pessoal e profissional
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Assuma responsabilidade pessoal para o estabelecimento de objetivos
pessoais e o planejamento de suas etapas.
Comprometa-se com sua aprendizagem.
Tempo previsto
1 hora e 30 minutos.
Passo a passo
Comece a atividade dizendo que este é um momento de compromisso de cada
um consigo mesmo; um momento em que todos podem tomar posse de seu
próprio desenvolvimento pessoal ou profissional.
164 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Explique que, na realidade, o treinamento Empreender no Campo está
recomeçando naquele momento, e não acabando, pois a partir de então
é hora de todos colocarem em prática o que aprenderam. Comente que
desafios mais significativos se apresentarão na vida pessoal, estudantil
e profissional dos participantes e muitos observarão que mudaram
quando reencontrarem colegas que ainda não participaram deste
treinamento. Alerte-os sobre a necessidade de confiança em si mesmos
e em suas aprendizagens para não caírem na armadilha da comodidade.
Solicite que abram o Manual do Aluno na página 64 , onde está a ft21. Plano
de desenvolvimento pessoal, e peça-lhes que dediquem um tempo para
pensarem e responderem às nove perguntas elencadas. Apresente o slide 10.2.
Plano de desenvolvimento pessoal, leia-o e explique cada uma das perguntas.
É para valer? Quero levar à prática?
Os participantes devem refletir sobre por que estão fazendo esta
atividade: porque você, facilitador, mandou ou porque acreditam que lhes
trará benefícios? Eles estão dispostos a se dedicarem verdadeiramente
para experimentarem a mudança pelo prazo proposto?
Qual é o primeiro passo que vou dar? O que vou fazer?
Uma grande caminhada começa com um pequeno passo. Qual é ação necessária
para começar? Reservar 15 minutos do dia, fazer uma pesquisa, estudar um
assunto e procurar se informar sobre outra capacitação são alguns exemplos.
Cabe no meu dia a dia? Eu preciso abandonar algo para dar esse passo?
É possível?
Os participantes têm tempo para fazerem o que estão se propondo ou
isso exige que eles parem de fazer outras coisas? Se sim, estão dispostos
a abrir mão de algo que fazem hoje ou isso será um grande sacrifício?
Como vou fazê-lo? Quais as etapas desses passos? Preciso de preparação
anterior?
O grupo tem que refletir sobre atividades ou ações necessárias para
atingir seus objetivos, sobre um plano de ação e sobre condições
(conhecimentos ou habilidades) necessárias para o desafio.
165MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Com quem eu posso contar? Dependo de alguém? O que pode me
ajudar?
Cada um deve analisar quem pode lhe apoiar entre seus amigos, colegas
e familiares em sua empreitada e descobrir se pode encará-la sozinho,
sem depender de ninguém. Ainda, precisa entender se há algum espaço,
equipamento, tecnologia etc. que possa facilitar o cumprimento de seu
plano.
Quais são os pontos críticos? O que/Quem pode me atrapalhar? Como
pretendo lidar com isso?
É necessário que os participantes detectem onde estão as armadilhas
de seus planos, as pessoas que podem desestimulá-los e as vozes que
dirão “Você não é capaz” e determinem o que farão para não serem
contaminados negativamente.
Que desculpas eu tenho para não dar esse passo? Eu sei o que/quanto
ele vai me custar (tempo, dinheiro, emocional)?
Muitas pessoas são hábeis em arrumar boas explicações para justificarem
suas falhas; cada participante necessita enxergar quais pode dar. Ainda,
tem que reconhecer com que custo (tempo, dinheiro, emocional) não
consegue arcar.
Meu planejamento tem consistência? Quando vou começá-lo (e
terminá-lo)?
Revisando um plano, as pessoas conseguem encontrar consistência nele.
Nesse momento, o olhar de outra pessoa pode mostrar o que elas não
estão vendo, qualquer possível autoengano que estejam cometendo.
Como e quando vou avaliá-lo?
Aqui é importante que os participantes estabeleçam um prazo máximo de 30
dias e, se desejarem mantê-lo, podem revisá-lo depois dos 30 dias e depois fazer
isso a cada 30 dias. Um mês é um prazo bem razoável as pessoas experimentem
qualquer mudança desejada e elas sempre poderão refazer seu compromisso
com base em sua aprendizagem. Vale ressaltar que nesses 30dias, devem ser
feitas revisões periódicas ou, pelo menos, nas etapas mais significativas.
166 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
PRONATECPROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AOENSINO TÉCNICO E EMPREGO
Como vou fazer para não esquecê-lo?
Cada participante necessita pensar em uma estratégia para que não
se esqueça do compromisso que assumiu. Uma tática é reproduzir seu
plano e colocar cópias dele em vários lugares ou colá-lo num lugar muito
visível e favorável.
Enfatize que os participantes não precisam se apressar, pois terão uma hora
para escrever e compartilhar suas respostas com um colega. Por isso, devem
responder com calma e focados em seus objetivos de desenvolvimento
profissionais e pessoais. Oriente os participantes a elegerem um colega para
compartilharem seus planos.
Ao final do tempo, convide as duplas a retornarem ao grupo e compartilharem,
em poucas palavras, como estão se sentindo e como foi a partilha sobre seus
planos.
Finalize dizendo que, por meio das práticas das competências vistas no
treinamento, os participantes poderão observar se estão evoluindo em seu
percurso de empreendedores, lembrando-os que as competências podem
ser aprendidas, desde que isso seja um propósito.
Hora do intervalo
Horário previsto: 10h.
Duração: 15 minutos.
167MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Materiais utilizados
Folhas de papel A4.
Envelopes.
Tubos de cola.
Folhas de trabalho:
ft22. Síntese.
Slides:
Slide 10.3. Não quero ser uma pessoa comum.
Slide 10.4. Boa sorte!!!
Atividade 3. Encerramento
Objetivos da atividade
Com esta atividade, esperamos que o participante:
Reflita sobre suas aprendizagens e decisões neste treinamento.
Forneça feedback sobre as aprendizagens do treinamento.
Confraternize depois de uma jornada de treinamento intensivo.
Tempo previsto
40 minutos.
168 MANUAL DO FACILITADOR | EMPREENDER NO CAMPO
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Passo a passo
Em primeiro lugar, comunique que vocês estão começando a última atividade
do treinamento e complemente dizendo que chegou um momento que
normalmente não é muito fácil: o desligamento do grupo. Ressalte que, no
entanto, o grupo poderá manter seus laços de outras maneiras: comunicando-se,
trocando experiências, estando constantemente conectados de alguma forma. Os
elos construídos podem se fortalecer e isso só depende de cada um. De qualquer
forma, os participantes ainda se encontrarão nos outros módulos do Pronatec.
Comente que você tem certeza de que ninguém está retornando às suas atividades
sendo a mesma pessoa que chegou ao treinamento. Todos aprenderam com os
outros, trocaram experiências valiosas, construíram novas amizades, conheceram
novas pessoas, compreenderam sua função para gerar mudanças positivas no
mundo... Na realidade, construíram muitos laços de afinidade.
Antes de passar à atividade, diga aos participantes que você quer ler um pequeno
texto do livro “Cem Dias entre o Céu e o Mar”, de Amir Klink. Informe que esse
é o livro que narra a travessia do Atlântico empreendida por Amir Klink num
barco a remo e faça a ponte dizendo que como atuar com uma competência
empreendedora exige que as pessoas façam muitas travessias, talvez o grupo
possa aprender um pouco com esta:
“Se caminhar para um objetivo, sobretudo um grande e distante objetivo, as menores coisas se tornam fundamentais. Uma hora perdida é uma hora perdida, e quando não se tem um rumo definido é muito fácil perder horas, dias ou anos, sem se dar conta disso. O mínimo progresso que eu conseguisse fazer num dia em direção ao Brasil era importante, ainda que fosse de centímetros apenas. Com o tempo eu acumularia todos os progressos e os centímetros se transformariam em quilômetros. Senti que estava cumprindo uma obra de paciência e disciplina. E percebi como é simples conseguir isso. Nada de sacrifícios extremos ou esforços impossíveis. Nada de grandes sofrimentos. Ao contrário, bastava apenas o simples, minúsculo e indolor esforço de decidir. E ir em frente. Então, tudo se tornava mais fácil. Os problemas encontravam solução. “Decidir sem medo de errar”, escrevi à página 84 do diário e apontei na direção de Salvador. Estava decidido e certo.”
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Diga aos participantes que sempre que alguém participa de alguma atividade,
é marcado por ela de alguma forma; sempre fica um resíduo, consciente ou
inconsciente. Ao final deste treinamento, todos obtiveram aprendizagens e, de
alguma maneira, tomaram decisões de como agirão dele em diante – podendo
até ser a decisão de permanecerem como estão, mas é uma decisão.
Comente que você crê que seja importante que todos saibam claramente
quais decisões e aprendizagens individuais e coletivas foram obtidas. Solicite
aos participantes que abram o Manual do Aluno na página 100 , ft22. Síntese,
e peça-lhes que façam uma síntese de suas aprendizagens e decisões pessoais.
Enfatize que mesmo que uma aprendizagem ou decisão possa lhes parecer de
pequena importância, ainda assim devem registrá-la. Dê ao grupo dez minutos
para execução dessa atividade individual.
Após concluírem individualmente suas atividades, solicite aos participantes que
façam quatro subgrupos na sala e preencham a síntese de suas aprendizagens e
decisões grupais, registrando-as na segunda página da ft22. Síntese. Se quiserem,
os subgrupos podem adotar os pontos em comum entre seus participantes ou
aceitar os pontos particulares como do subgrupo. Qualquer que seja a estratégia
adotada, o importante é que haja consenso – não necessariamente unanimidade.
Encontrar um consenso não significa que todos concordam integralmente com uma decisão, mas que aqueles que discordam dela podem conviver bem com ela.
Explique que, após a realização da parte grupal da atividade, cada subgrupo
relatará suas conclusões ao restante da sala. Informe que os subgrupos terão 15
minutos para realizarem a atividade.
Após todos os subgrupos encerrarem suas sínteses grupais, solicite que cada um
vá à frente da sala e leia para todos suas aprendizagens e decisões. Você não
necessita fazer comentários sobre a leitura, mas é importante que parabenize
cada subgrupo por seu trabalho e, em particular, por suas aprendizagens e
decisões.
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Em seguida, informe que você vai propor a última tarefa do treinamento. Entregue
uma folha de papel A4 para cada participante e solicite que eles escrevam uma
breve carta para si mesmos, recordando o empreendedor que habita cada um
deles. Diga que eles podem narrar como estão se sentindo naquele momento,
dizer algumas palavras de apoio que gostariam de ouvir, falar dos 30 dias que
virão ou o que desejarem, desde que seja positivo. Comente que, embora seja
incomum, essa atividade pode apoiá-los em suas decisões e dar continuidade ao
trabalho que iniciaram durante o treinamento. Por fim, informe que depois dirá
como a carta chegará até as mãos de cada um.
Enquanto os participantes escreverem suas cartas, distribua envelopes e cola
entre eles. Após todos terminarem, solicite que envelopem suas cartas, escrevam
seus nomes na frente dos envelopes e, no canto superior direito, com bastante
destaque, coloquem a data em que a carta deverá ser lida: dentro de um mês.
Oriente-os a colocarem a carta fechada em um local onde possam vê-la
diariamente: numa gaveta que usam todos os dias, sobre uma escrivaninha em
seu quarto ou colada com fita adesiva na parte interna da porta do armário.
Diga que seria muito bom se eles pudessem contatar outro participante com
quem tenham construído afinidade quando abrissem suas cartas para contar
como foi a experiência. Enalteça a importância de compartilhar essa experiência
com alguém do grupo dizendo que ela poderá ser melhor compreendida por
alguém que tenha vivenciado algo semelhante.
Anuncie que vocês estão encerrando o treinamento Empreender no Campo. É
importante que recordar os participantes que, muitas vezes, as pessoas tomam
decisões e obtêm aprendizagens que consideram muito importantes. O valor
dado a essas aprendizagens faz com que as pessoas queiram colocá-las em prática
o mais breve possível. Ressalte que, no entanto, eles devem procurar atuar com
tolerância, não se propondo mudanças muito radicais; ainda, devem procurar
valorizar sua aprendizagem, aprendendo com seus erros.
Lembre-os de que o fracasso é uma fonte de aprendizagem – e não deveria ser
de angústia. Aconselhe-os a procurarem focar mais seus acertos que seus erros,
a aprenderem a compartilhar, mas, sempre, acima de tudo, a serem tolerantes
consigo mesmos.
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Tolerar não significa ser negligente ou acomodado, mas sim aprender com alegria e ludicidade.
Por fim, diga-lhes que você gostaria de deixar um último pensamento, que pode
ser considerado o “Credo” de um empreendedor. Projete o slide 10.3. Não quero
ser uma pessoa comum e leia-o para o grupo.
Comunique que você entregará os certificados de participação de todos e informe
que eles serão colocados com a frente virada para baixo nas mesas de cada um.
Solicite que não os virem.
Após a entrega de todos os certificados, explique aos participantes que eles
devem, gradativamente, um a um, em sequência, verificar o nome que está no
certificado sobre suas mesas e, sem seguida, ir à frente do grupo e chamar o
colega para entregar o certificado que lhe coube, mencionando uma qualidade
que aprecia nele. Por exemplo: “Eu aprecio seu dinamismo.”, “Eu aprecio sua
sinceridade.” etc. Em seguida, aquele que recebeu deve chamar o colega a quem
deve entregar o certificado, repetindo o mesmo procedimento.
Incentive os aplausos e o desenvolvimento de um clima de confraternização.
Apresente o último slide –10.4. Boa sorte!!! –e diga suas palavras finais.
ANOTE AÍ
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