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P roposta de A l teração ao P lano D irector Munic ipa l de A lenquer
Fundamentação da Oportunidade de Alteração
JUNHO DE 2011
P r o p o s t a d e A l t e r a ç ã o a o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e A l e n q u e r F u n d a m e n t a ç ã o d a O p o r t u n i d a d e d e A l t e r a ç ã o
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1. Introdução
O presente documento, que se submete à apreciação da Câmara Municipal de Alenquer, para
efeitos do disposto no artigo 74.º do Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de Setembro, na redacção
dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro, denominado Regime Jurídico dos
Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) pretende estabelecer e fundamentar a
oportunidade de alteração ao Plano Director Municipal (PDM) de Alenquer, definindo os
períodos de participação e os prazos de elaboração.
Cabe ainda à Câmara Municipal decidir da necessidade, ou não, de proceder à avaliação
ambiental tendo em conta os critérios estabelecidos no anexo ao Decreto-Lei 232/2007, de 15
de Junho, bem como definir, caso atenta a essa valência, o tipo de acompanhamento mais
indicado para a elaboração da alteração ao PDM, de acordo com o artigo 75.º - C do RJIGT.
A área objecto da proposta de alteração ao Plano Director Municipal tem aproximadamente
18ha, situando-se na sua totalidade na freguesia de Ota, Concelho de Alenquer.
Figura 1 - Localização sobre ortofotomapa
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O presente documento pretende igualmente estabelecer os processos que, em função da
matéria e do território terão de, necessariamente, correr em paralelo com a presente
alteração, fundamentando acerca da necessidade dos mesmos.
De sublinhar que este documento não pretende efectuar exaustivamente a fundamentação da
alteração, que terá de ser tecnicamente suportada e completada com os documentos que
permitem avaliar acerca da respectiva sustentabilidade ambiental e territorial. Neste contexto,
estabelece-se um apontamento sumário da fundamentação e estabelece-se o quadro de
desenvolvimento procedimental, matérias que a posteriori terão de ser desenvolvidas.
Figura 2 - Extracto da Carta Militar
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2. Enquadramento Legal e Procedimentos para a Alteração ao PDM
O PDM de Alenquer foi ratificado pelo Conselho de Ministros em 5 de Janeiro de 1995,
conforme Resolução n.º 15/95, publicada no Diário da República n.º 38/95 – I série – B, de 14
de Fevereiro, alterado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 119/98, publicada no
Diário da República n.º 233/98 – I série – B, de 9 de Outubro.
Posteriormente, foi sujeito a uma alteração por adaptação ao PROT OVT, na sequência da
entrada em vigor da Resolução de Conselho de Ministros n.º 64-A/2009, de 6 de Agosto (Aviso
n.º 5086-A/2010, Diário da República, 2ª Série, n.º 48 de 10 de Março de 2010). Esta alteração
enquadra-se no âmbito do disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 97.º do RJIGT e incidiu sobre
os artigos 43.º, 45.º, 47.º e 48.º do Regulamento do Plano Director Municipal.
De acordo com o preconizado pelo Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial,
Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º
46/2009, de 20 de Fevereiro, designadamente na sua alínea a) do n.º 2 do Artigo 93º, “a
alteração dos instrumentos de gestão territorial pode decorrer: (…) Da evolução das condições
económicas, sociais, culturais e ambientais que lhes estão subjacentes e que fundamentam as
opções definidas no plano, desde que se revista carácter parcial, designadamente se restrinja a
uma parte delimitada da respectiva área de intervenção.” No n.º 1 do artigo 95º é ainda
referido que “Os planos municipais (…) de ordenamento do território só podem ser objecto de
alteração decorridos três anos sobre a respectiva entrada em vigor”.
É com base nestas duas disposições que se procura legitimar a alteração do PDM.
Efectivamente, o PDM encontra-se em vigor há quase 16 anos sendo que o prazo de vigência
normal destes planos deve ser 10 anos, período ao fim do qual os mesmos devem ser revistos.
De facto, e não obstante o Plano se encontrar actualmente em processo de revisão, entende-
se ser necessário proceder de imediato à sua alteração fundamentada, essencialmente, na
evolução das condições económicas e ambientais experienciadas durante este longo período
no concelho, e que serão abordadas com maior pormenor mais adiante.
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Assim, esta proposta de alteração ao PDM de Alenquer, com enquadramento legal na alínea
a) do n.º 2 do artigo 93.º do RJIGT, seguirá o procedimento constante no artigo 96.º desse
mesmo diploma.
Neste quadro legal, a tabela abaixo inscrita sistematiza as etapas do procedimento de
alteração - constitui anexo ao documento cronograma detalhado da presente alteração.
FASE DE PROCESSO
ENTIDADES ENVOLVIDAS
DESCRIÇÃO DA FASE
I Deliberação
Câmara
Municipal
Sobre o documento que define a oportunidade de se desencadear o procedimento de alteração, a Câmara Municipal (CM) delibera a intenção de alterar o Plano Director Municipal (PDM) (RJIGT, Artº 74º.1) e faz publicar a Deliberação em Diário da República (II Série) (RJIGT, Artº 148º.4 b), na comunicação social e na página da Internet (RJIGT, Artº 74º.1). Nota: A Deliberação estabelece os objectivos a prosseguir com a Alteração do Plano (RJIGT, Artº 6º.3, a), o prazo de elaboração da Alteração e o prazo do período de participação pública (não inferior a 15 dias), sendo este destinado à formulação de sugestões e à apresentação de informações sobre quaisquer questões que possam ser consideradas no âmbito do processo de elaboração do Plano (RJIGT, Artº 77º.2). Da deliberação deve constar igualmente a decisão de sujeição da alteração a procedimento de Avaliação Ambiental Estratégica.
II Apreciação da Proposta
Equipa
(Consulta a
entidades no
âmbito da
AAE)
A Equipa prepara a totalidade de peças que constituem os processos necessários para que ocorra a alteração. No caso vertente, este procedimento ocorre em dois momentos distintos:
A. Relatório de Definição de Âmbito e Relatório de Fundamentação da Alteração; B. Após consulta a entidades relativo à Definição de Âmbito da AAE, a Equipa produz o
Relatório Ambiental, o dossier de RAN e a versão Final do Relatório de Fundamentação, complementada com as peças gráficas do PDM alteradas.
Câmara /
Entidades
competentes
A Câmara Municipal apresenta à CCDR-LVT a Proposta de Alteração do Plano e elementos relativos aos processos complementares, os Pareceres recebidos (se necessários), para efeitos da Conferência de Serviços (RJIGT, Artº 75º-C nº3). São enviados exemplares suficientes consoante as entidades que a CM entenda e proponha consultar.
CCDR-LVT A CCDR-LVT convoca a Conferência de Serviços com 15 dias de antecedência em relação à data da sua realização (RJIGT, Artº 75º-C nº5).
ERIP
As ERIP (Entidades Representativas do Interesse Público) reúnem-se em Conferência de Serviços, dirigida por representante da CCDR-LVT, nos 22 dias seguintes à recepção dos elementos (RJIGT, Artº 75º-C nº3). Nota: Nos termos da Lei, na conferência de serviços ocorre igualmente a pronuncia sobre os processos paralelos ao da Alteração.
CCDR-LVT A CCDR-LVT remete à Câmara a Acta e os pareceres das Entidades
III Concertação CM / ERIP
A Câmara Municipal pode convocar e realizar reuniões de Concertação com as e ERIP que hajam formalmente discordado das soluções de Alteração ao PDM, ou realizar nova Conferência de Serviços (RJIGT, Artº 76º nº3).
Câmara
Municipal
A Câmara Municipal publica Aviso sobre o período de Discussão Pública no Diário da República (II Série), Comunicação Social e na sua página da Internet, com 5 dias de antecedência em relação ao início desse período (RJIGT, Artº 77º nº3 e 4 e Artº 148º nº 4 a). Notas: 1. O período de discussão pública não pode ser inferior a 30 dias. 2. No Aviso devem constar as seguintes indicações:
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Quadro 1 - Procedimento de Alterações, nos termos do RJIGT
IV
Participação
- O período de discussão pública; - As eventuais sessões públicas a que haja lugar; - Os locais onde se encontra disponível a proposta de Alteração do Plano, o parecer da CCDR, os demais pareceres eventualmente emitidos e os resultados da concertação; - A forma como os interessados podem apresentar as suas reclamações, observações ou sugestões.
Câmara Municipal
A Câmara Municipal recebe as reclamações, observações, sugestões e pedidos de esclarecimento e responde por escrito ou directamente, respectivamente nos casos previstos no Artigo 77º nº 5, 6 e 7 do RJIGT (RJIGT, Artº 77º nº 5, 6 e 7).
Câmara Municipal
A Câmara Municipal pondera os resultados da Discussão Publica que divulga, designadamente, na Comunicação Social e na sua página da Internet (RJIGT, Artº 77º nº 8).
V
Versão Final e Parecer da
CCDR-LVT
Equipa
A equipa elabora a versão final da Proposta de Alteração do PDM Nota: A CM elabora a versão resultante da discussão pública, identificando as alterações introduzidas e as Entidades com competências nessas matérias.
Câmara Municipal
A CM remete a versão final da Proposta de Alteração do PDM à CCDRLVT para parecer (RJIGT, Artº 78º nº 1).
CCDR-LVT
A CCDRLVT emite Parecer Final que envia à CM no prazo de 10 dias, improrrogáveis, contados a partir da recepção da versão final da Proposta de Alteração do Plano (RJIGT, Artº. 78º nº 1.) Nota: O parecer da CCDRLVT não possui carácter vinculativo e incide apenas sobre a conformidade com as disposições legais e regulamentares vigentes e a compatibilidade ou conformidade com os instrumentos de gestão territorial eficazes (RJIGT, Artº 78º nº 1 e 2).
VI Aprovação
pela Assembleia Municipal
Câmara Municipal / Assembleia Municipal
Sob proposta da Câmara Municipal, a Assembleia Municipal discute e aprova a Alteração do PDM (RJIGT, Artº 79º nº1)
VII
Ratificação, Publicação e
Registo
Câmara Municipal
Verificando-se que a proposta de alteração não é incompatível com plano sectorial ou plano regional de ordenamento do território, a CM manda publicar a deliberação de aprovação no DR (II Série), no prazo máximo de 3 meses após a aprovação pela AM (RJIGT, Artº 81º.2 e 148º. 4 d).
Câmara Municipal /
DGOTDU
A CM envia uma colecção completa do processo de Alteração do PDM à DGOTDU, para depósito, no prazo de 15 dias após a publicação no DR (RJIGT, Artº. 151º.1)
Câmara Municipal
A CM divulga a Alteração do PDM na sua página da Internet, no boletim municipal, caso exista, bem como em dois jornais diários e num semanário de grande expansão nacional (RJIGT, Artº: 83º-A e 149º.2).
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3. Acerca da Oportunidade em encetar o procedimento de Alteração ao PDM
Ao Universo PRAGOSA encontra-se atribuído através de concurso público, um conjunto de
obras significativas de beneficiação da rede rodoviária nacional, em particular no distrito de
Lisboa e da rede ferroviária.
Estas obras, já em curso, geram um volume de resíduos verdes não despiciendo, cujo
armazenamento, tratamento e valorização é vital para o bom desempenho ambiental da obra,
sendo inclusive, uma obrigação por força do caderno de encargos de obra, em particular do
Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos.
Assim, existe necessidade premente de resolver a questão da gestão dos resíduos em causa,
sendo que esta é uma situação e condição imediata uma vez que já se iniciaram as obras.
A área de intervenção da presente proposta de alteração ao PDM encontra-se numa posição
geográfica privilegiada, se considerarmos a sua proximidade à EN 1 e, a partir desta, à vila de
Alenquer e ao Nó do Carregado, onde se estabelece a ligação ao IP1/A1 (Lisboa-Porto), ficando
o Norte de Lisboa a uma distância de 45 Km.
Entende-se por tal que a concentração destes resíduos numa localização central permitirá
reduzir significativamente os impactes sobre o meio, designadamente atendendo à:
• Concentração num único local dum sistema de ponta de recepção, armazenamento,
gestão e valorização de resíduos;
• Redução significativa dos tempos e distâncias de deslocação de pesados, que na
ausência deste local, teriam de efectuar deposição de resíduos verdes nos mais
diversos locais;
• Anulação do impacte acrescido na rede viária nacional e municipal.
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Esta situação brevemente descrita, justifica a oportunidade de alterar o PDM naquele local,
matéria que deve ser devidamente abordada, especificada e detalhada no Relatório de
Fundamentação da Alteração.
Em suma, entende-se que esta é uma questão de relevante interesse público, permitindo-se
assim que o Concelho de Alenquer ofereça uma área com dimensão e relevo na gestão destes
resíduos, actividade esta geradora de emprego directo e de actividades a montante e jusante
cuja problemática é cada vez mais premente.
A definição da oportunidade e a sua fundamentação técnica, com dados objectivos, será
desenvolvida após a deliberação camarária de início do procedimento de alteração, em sede
de relatório de fundamentação, assim como, nos documentos técnicos de suporte à AAE e à
exclusão da RAN.
a. Da Recuperação dos Resíduos Verdes
O pressuposto base da proposta de alteração e da respectiva oportunidade do momento,
relaciona-se com a recuperação do material verde resultante das obras a executar no âmbito
da empreitada de obras de beneficiação da rede nacional de estradas no distrito de Lisboa.
Realça-se que os verdes – terras, matos, canaviais, entre outros -, são um dos resíduos gerados
neste tipo de obra (é inclusive parte muito significativa dos mesmos), sendo por norma uma
dificuldade acrescida no que respeita à deposição / valorização dos resíduos.
É este o facto que alavanca a necessidade de se encetar desde já a localização neste terreno
central e de fácil acessibilidade, a alteração ao uso do solo com vista à localização deste centro
de valorização de resíduos verdes.
O programa a definir para a área de valorização de resíduos, terá necessariamente que
acautelar o melhoramento do acesso existente de acordo com a legislação para a circulação de
pesados, uma área de portaria, uma zona de compostagem e maturação, pretendendo-se
através da recuperação dos resíduos verdes a entrar neste centro, obter composto com
propriedade químicas e biológicas de melhoramento dos solos ou dos meios de crescimento.
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Constitui por tal, uma alternativa ambientalmente sustentável em relação aos correctores de
solos artificiais, sendo também uma alternativa que permite o desvio de matéria orgânica dos
aterros sanitários, aumentando o respectivo tempo útil de utilização.
A oferta de uma área considerável para este fim, permite também a eventual recolha de fluxos
específicos de resíduos urbanos (verdes), assim como, de outros resíduos, desiganadamente
de obras e de lamas de depuração geradas por ETAR`s, cuja recolha e oferta de tratamento
sustentado é escassa a nível nacional.
A localização deste centro poderá contribuir para o desenvolvimento sócio – económico do
Concelho, através da oferta de emprego, contribuindo de igual forma para a melhoria do
ambiente a nível local e regional, posicionando o Concelho de Alenquer num eixo económico
com grande margem de crescimento: o ambiente e a recuperação de resíduos.
Por fim, salienta-se que a aplicação destes compostos no solo derivados dos verdes e das
lamas depuradas não são prejudiciais à saúde humana, nem às águas ou solos, beneficiando
através da sua deposição a qualidade destes últimos, sendo ainda um composto fertilizante
mais económico que o corrente, de produção artificial.
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4. Acerca da necessidade em se alterar o PDM
A natureza das instalações a executar na área de intervenção e o regime do uso do solo
previsto no PDM de Alenquer, assim como, a existência de condicionantes legais a afectarem o
local, não permitem em rigor a instalação de equipamentos de depósito e valorização de
resíduos, por tal, existe necessidade de se proceder à alteração do PDM.
As alterações necessárias a executar em sede de PDM, com vista à classificação de solo
compatível com a instalação pretendida, devem ser devidamente explicitadas no Relatório de
Fundamentação e peças complementares, a executar em fase posterior à deliberação de início
de procedimento.
4.1 Enquadramento da área objecto de alteração na disciplina do Plano Director Municipal de Alenquer
O PDM de Alenquer estabelece a classificação e a qualificação do solo em toda a área do
território concelhio, através da qual é regulamentado o uso, a ocupação e transformação do
solo.
De acordo com a Planta de Ordenamento do PDM em vigor, a área de intervenção encontra-
se integrada maioritariamente em solos classificados como “Espaços Florestais”, abrangendo
ainda, “Espaços Agrícolas Integrados na RAN” e “Espaços de Indústria Extractiva”, com
respectiva faixa de protecção.
Os “Espaços Florestais” têm como objectivo central a defesa da permanência da estrutura
verde dominante, salvaguardando a topologia do solo e o coberto vegetal.
O regime de uso do solo estabelecido no artigo 47.º do RPDMA define para estes espaços uma
admissibilidade construtiva diversificada quanto aos usos, nomeadamente: habitação,
equipamentos colectivos, estabelecimentos industriais e de armazenagem ligados à actividade
agro-pecuária, agro-alimentar e transformação de madeira e de cortiças.
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Figura 3 - Extracto da Planta de Ordenamento
O regime estabelecido para os solos classificados como “Espaços Agrícolas Integrados na RAN”
é fundamentado pelo regime legal da Reserva Agrícola Nacional, conforme remissão constante
do artigo 43.º do RPDMA.
A área referente a Industria Extractiva cinge-se à estrema norte da propriedade, pelo que não
deverá intervir com a implantação do equipamento em causa.
4.2 Condicionantes Legais
Reserva Agrícola Nacional (RAN)
A área de intervenção é abrangida por solos da RAN, identificados na Planta de Condicionantes
do PDM, caso em que se aplica o disposto no seu regime legal, consubstanciado no D.L. n.º
196/89, de 14 de Junho, alterado pelo D.L. n.º 73/2009, de 31 de Março
A RAN destina-se a defender as áreas de maiores potencialidades agrícolas, ou que foram
objecto de importantes investimentos destinados a aumentar a sua capacidade produtiva,
sendo constituída por solos de capacidade de uso das classes A e B, bem como por solos de
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baixas aluvionares e coluviais e ainda por outros, cuja integração se mostre conveniente para a
prossecução dos fins previstos na lei.
Nos solos da RAN são proibidas todas as acções que diminuam ou destruam as suas
potencialidades agrícolas.
Figura 4 - Extracto da Planta de Condicionantes
Domínio Hídrico
A área de intervenção é igualmente abrangida pela servidão do Domínio Hídrico, a qual
corresponde a uma faixa de 10 metros paralela a cada uma das margens, abrangendo também
as áreas inundáveis.
O Domínio Hídrico abrange os terrenos das faixas costeiras e demais águas sujeitas à influência
das marés, as correntes de água, lagos ou lagoas, com os seus leitos, margens e zonas
adjacentes, com o respectivo subsolo e espaço aéreo correspondente, bem como as águas
subterrâneas.
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Extracção de massas minerais
De acordo com a Planta de Condicionantes, o local abrange uma área mínima afecta a
indústria extractiva (estrema norte da área de intervenção).
Síntese Conclusiva
Atendendo à disciplina relativa aos espaços florestais, que abrange a quase totalidade da
área de intervenção da presente proposta de alteração ao PDM de Alenquer, conclui-se que
a implantação deste tipo de equipamento, não é compatível com a presente regulamentação
do uso do solo do Concelho de Alenquer.
De resto, não seria de esperar outra situação, na medida em que o modelo de ordenamento
do PDM em vigor não perspectivou as significativas transformações ocorridas durante a sua
vigência, particularmente em matéria de triagem, selecção e valorização de resíduos.
Entende-se, portanto, que não sendo este projecto enquadrável na actual disciplina do PDM, é
necessária uma alteração do mesmo, na área em causa, de forma a compatibilizar o seu
regime de uso do solo com a intervenção preconizada.
Destes factos deriva, assim, a necessidade de qualificar o solo, de forma a permitir o uso
pretendido – Depósito, Valorização, Reciclagem e Tratamento de Resíduos (verdes).
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5. Sujeição da Alteração do PDM a Procedimento de Avaliação Ambiental
O Decreto-lei n.º232/2007, de 15 de Junho, alterado pelo decreto-lei n.º 58/2011, de 4 de
Maio, estabelece o regime a que fica sujeita a avaliação dos efeitos de “…determinados planos
e programas no ambiente…”, transpondo para a ordem jurídica interna as Directivas n.os
2001/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Junho, e 2003/35/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho.
A integração da avaliação ambiental ao nível do planeamento é um contributo para assegurar
que os eventuais impactes ambientais negativos são equacionados e mitigados numa fase
anterior à fase de projecto, condicionando e orientando o processo de planeamento.
O RJIGT clarifica que o procedimento de Avaliação Ambiental deve ser acautelado nos Planos
Especiais e nos Planos Municipais de Ordenamento do Território, entre outros, mas, no caso
particular das alterações a Planos Municipais, designadamente Planos Directores Municipais,
clarifica que, “…as pequenas alterações aos instrumentos de gestão territorial só são objecto
de avaliação ambiental no caso de se determinar que são susceptíveis de ter efeitos
significativos no ambiente…” – n.º3 do art.º 96.º DL 46/09, de 20 de Fevereiro, podendo a
decisão ser precedida de consulta, em caso de dúvida às entidades competentes em função do
território e da matéria.
Segundo o disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de
Junho, estão sujeitos à Avaliação ambiental os “Planos e Programas para os sectores da
agricultura, floresta, pescas, energia, indústria, transportes, gestão de resíduos, gestão das
águas, telecomunicações, turismo, ordenamento urbano e rural ou utilizações dos solos e que
constituam enquadramento para a futura aprovação de projectos mencionados nos anexos I e
II do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, na sua redacção actual”.
Atendendo à natureza da proposta que fundamenta o presente procedimento de Alteração,
sem prejuízo de que à partida se espera que a instalação de uma área de depósito e
valorização de diversos tipos de resíduos traga claros benefícios sobre o meio, a nível local,
P r o p o s t a d e A l t e r a ç ã o a o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e A l e n q u e r F u n d a m e n t a ç ã o d a O p o r t u n i d a d e d e A l t e r a ç ã o
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trará certamente impactes não desprezíveis, os quais, por tal, devem ser ponderados em sede
própria, ou seja o procedimento de AAE.
Aliás, o próprio licenciamento de actividade poderá estar sujeito a processo de Avaliação de
Impacte Ambiental, caso o(s) projecto(s) a desenvolver se enquadrem nas tipologias descritas
no Decreto-Lei n.º 69/2000, de 03 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 08 de
Novembro.
De sublinhar que, do cruzamento desta moldura legal, se depreende que a AAE do plano
(neste caso da alteração) não prejudica a posterior análise (de maior pormenor) decorrente de
uma AIA.
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6. Períodos de Participação e Prazos de Elaboração
O período de participação, nos termos do n.º 2 do artigo 77.º do RJIGT, decorrerá durante os
15 dias, a contar da data de publicação em Diário da República.
Estima-se que o prazo para a elaboração da alteração ao PDM seja entre 9 a 12 meses.
Acrescem a estes prazos os inerentes à tramitação e procedimentos decorrentes de períodos
dependentes de outras entidades, de acordo com o faseamento estabelecido no cronograma
em anexo.
Os estudos a efectuar no âmbito do procedimento de alteração do PDM serão elaborados de
acordo com o conteúdo documental e material legalmente previstos e exigidos.