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Audiência Pública nº 111/2010 Proposta de regulamentação do
pagamento do frete ao Transportador Rodoviário de Cargas
Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT
Dezembro de 2010
O que é a Carta-Frete?
É uma ordem de pagamento emitida pelo contratante do
transporte, sem qualquer formalidade, e representa o
valor que o transportador teria a receber pela prestação do
serviço de transporte.
Transporte Rodoviário de Cargas
O Mecanismo da Carta-Frete
O Contratante entrega ao transportador autônomo a
carta-frete, para que ele desconte nos locais ou
entidades indicados pelo contratante.
O autônomo segue para o local indicado para o desconto da
carta-frete, onde, geralmente, é obrigado a consumir
produtos e serviços com preço majorado e receber o restante
em cheque de terceiros ou dinheiro, sempre com deságio.
A entidade credenciada pelo contratante
encaminha a Carta-Frete para reembolso no prazo acordado e recebe o valor
de face do documento.
Transporte Rodoviário de Cargas
Cadeia viciosa da Carta-Frete
Autônomo só pode descontar carta-frete nos locais indicados pelo emissor, agindo
como verdadeiros bancos.
O contratado não tem o direito de escolher onde consumir produtos
e serviços, submetendo-se ao preço estabelecido pelo
estabelecimento credenciado, o que impede a livre concorrência.
O desconto da carta-frete é feito na forma imposta pelos
estabelecimentos credenciados. Muitas vezes é exigido que um percentual do valor nominal da carta-frete seja gasto em mercadorias e serviços no estabelecimento
credenciado.
Também é comum o pagamento de um preço majorado na
compra de diesel pago via Carta-Frete,
equiparando-se ao pagamento à prazo.
Os estabelecimentos determinam limites de
crédito para os contratantes de frete no recebimento e
troca da Carta-Frete.
Dessa forma, uma vez atingido o limite de crédito, o
estabelecimento credenciado passa a não mais aceitar a carta-
frete do contratante, fazendo com que o caminhoneiro tenha que se
dirigir a outro local cadastrado.
Transporte Rodoviário de Cargas
Desafios da ANTT
Histórico Em 2 de fevereiro de 2009, a União Nacional dos Caminhoneiros – Unicam – protocolou na ANTT o “Manifesto do Movimento Sindical pelo Fim da Carta-Frete”, assinado por outras oito entidades.
Foi elaborada proposta de projeto de Lei, em consonância com as informações coletadas em reuniões realizadas com os diversos setores interessados, de forma a permitir a regulamentação do frete para atender ao mercado de forma mais eficiente.
Foi incluída emenda na Medida Provisória nº 472, de 2009, contemplando a regulamentação do pagamento dos valores referentes ao frete devido pela prestação do serviço de transporte rodoviário de cargas.
Em 11 de junho de 2010, foi editada a Lei nº 12.249, que promoveu a inclusão do art. 5º-A na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007, permitindo à ANTT a regulamentação do pagamento do frete.
Desafios da ANTT
Solucionar os problemas ocasionados pela Carta-Frete para garantir o funcionamento adequado do mercado de transporte rodoviário de cargas,
ao menor custo e com a maior eficiência possível.
83,92%
16,03%
0,06%
Autônomos
Empresas
Cooperativas
Panorama do mercado de transportadores rodoviários de cargas
Fonte: Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas
Mercado de Transporte Rodoviário de Cargas
74.038
1.073.672
131.000
790
1.205.462
Empresas comfrota > 3 veículos
Autônomos
Empresas com frota ≤ 3 veículos
Cooperativas
Fatia do mercado de transporte rodoviário de cargas sujeitos à regulamentação
Fonte: Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas
Mercado de Transporte Rodoviário de Cargas
Atores TAC – Transportador Autônomo de
Cargas
ETC – Empresa de Transporte
Rodoviário de Cargas com frota de
até três veículos
CTC - Cooperativa de Transporte de
Cargas
Contratante e Subcontratante
Proprietário e Consignatário da
Carga
Administradora de meios de
pagamento
Mercado de Transporte Rodoviário de Cargas
Desafios da ANTT
Benefícios almejados com regulamentação Caminhoneiro
•Inclusão Social.
•Fomento bancarização.
•Possibilidade de renovação da frota, tornando o transporte mais eficiente.
•Melhoria das condições de trabalho e acesso aos benefícios previdenciários.
Estado
•Auditabilidade e rastreabilidade das operações de transporte.
•Diminuição da assimetria de informação no transporte rodoviário de cargas.
•Controle fiscal.
Setor de Transportes
•Redução da informalidade.
•Melhoria dos níveis de concorrência.
•Maior eficiência no transporte.
•Redução do custo logístico nos produtos transportados.
Regulamentação pela ANTT
Outros meios de pagamento eletrônico habilitados pela ANTT
Meios de Pagamento
Crédito em conta de depósitos mantida em
instituição bancária
Regulamentação pela ANTT
Crédito em conta de depósitos mantida em instituição bancária
Depósito em Instituição Bancária fiscalizada pelo Banco Central;
O responsável pelo pagamento do frete deve informar à ANTT a utilização desse meio de pagamento utilizando qualquer Administradora de Meio de Pagamento, sem custo;
A informação deve ser qualificada com o acréscimo de itens que individualizem a viagem contratada, como: número do conhecimento de transporte, origem-destino, mercadoria, contratante, contratado, RNTRC, etc.;
Haverá fiscalização em campo, verificando as informações no conhecimento de transporte, e auditoria, realizando batimento entre as viagens realizadas, os conhecimentos de transporte emitidos e os depósitos efetuados, utilizando dados das secretarias estatuais de fazenda, da Receita Federal e das Administradoras de Meios de Pagamento.
Regulamentação pela ANTT
Outros meios de pagamento eletrônico habilitados pela ANTT: Premissas da Regulamentação
A resolução deve estabelecer garantias de que o transportador, especialmente o TAC, não será novamente capturado por uma sistemática de pagamento predatória.
O transportador deve ter total liberdade na escolha de como e onde gastar o valor que recebe em retribuição aos serviços de transporte prestados, de forma a promover a concorrência entre os prestadores de serviço.
Os valores pagos aos transportadores autônomos devem ser registrados e servirão como comprovação de renda, facilitando a obtenção de linhas de financiamento oficiais para a renovação da frota de veículos de carga.
Contrato de Transporte: estabelecimento de conteúdo mínimo como forma de dar maior segurança às partes envolvidas na contratação.
Abertura tecnológica: não deve haver vedação quanto ao tipo de tecnologia a ser utilizada para a prestação do serviço de administração do meio de pagamento de frete.
Serão exigidos requisitos mínimos às Administradoras de Meios de Pagamento de Frete de forma a garantir a confiabilidade e a continuidade das ferramentas tecnológicas utilizadas, privilegiando a concorrência.
Regulamentação pela ANTT
Outros meios de pagamento eletrônico habilitados pela ANTT: Premissas da Regulamentação
Será livre a participação de todas as organizações empresariais não vinculadas às partes. Entretanto, é necessário criar requisitos que garantam a idoneidade da empresa face à grande quantidade de recursos financeiros que ela irá gerenciar.
Será estabelecida uma corrente de fiscalização em que todos os atores envolvidos se retroalimentem com as informações quanto ao cumprimento das regras, induzindo seu cumprimento pela cadeia de transportes.
Como são corresponsáveis pela utilização de um meio de pagamento permitido, o Contratante e o Subcontratante receberá informações dos responsáveis pelo pagamento do frete quanto ao cumprimento da norma.
Regulamentação pela ANTT
Outros meios de pagamento eletrônico habilitados pela ANTT: Premissas da Regulamentação