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Proposta Nº 7165 Situação do OAC: Rascunho Autor: ADRIANA CRISTINA BERNARDIM Estabelecimento: CEEBJA GUARAPUAVA - ENS FUND MED Assessor de Tecnologia: NELZA IRENE IATSKIV Ensino: Médio Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Conteúdo Estruturante: Discurso enquanto prática social Conteúdo Específico: Oralidade, leitura, escrita e análise lingüística Palavras-chave: Análise, mulher, gênero textual Este OAC faz parte do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional)? Sim 1- Problematização do Conteúdo: Vivemos em plena revolução tecnológica e científica mas ainda presenciamos cenas de discriminação e violência contra o gênero feminino. É de fundamental importância para os alunos - aqui queremos contemplar os educandos jovens e adultos - conhecerem a caminhada das conquistas femininas e para isso, levamos o debate para a sala de aula a fim de : - estimular nos alunos e alunas, o gosto em participar de debates e mesas redondas para o melhor desempenho de um dos eixos básicos da língua – o trabalho com a oralidade; - desenvolver o espírito crítico e criativo, tendo em vista a formação do cidadão e cidadã conscientes e participativos nas principais mudanças da sociedade humana; - propiciar múltiplas leituras, com vários gêneros textuais (aqui: cartaz, poema,conto,carta,etc), a respeito do tema mulher em seus vários pontos de vista, fazendo com que o educando observe a intertextualidade e contextualização; - oportunizar aos educandos subsídios essenciais para a produção escrita de seus pensamentos e opiniões a respeito do tema que vai gerar todo o OAC; - criar, através dos diversos gêneros textuais, uma prática de entendimento dos usos da língua e suas variantes, assim como a referência à língua culta, para a eficácia da comunicação e o avanço para além da gramatiquice, pois é a partir das funções e informatividade dos gêneros textuais que deriva a gramática e não ao contrário; 2- Investigação disciplinar A Língua Portuguesa numa perspectiva discursiva-interacionista Ao lermos as Diretrizes Curriculares do estado do Paraná - DCEs de Língua Portuguesa, temos claro que a Língua deve ser trabalhada nas salas de aula, numa perspectiva dinâmica e interacionista-discursiva, considerando a

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Proposta Nº 7165 Situação do OAC: Rascunho Autor: ADRIANA CRISTINA BERNARDIM Estabelecimento: CEEBJA GUARAPUAVA - ENS FUND MED Assessor de Tecnologia: NELZA IRENE IATSKIV Ensino: Médio Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Conteúdo Estruturante: Discurso enquanto prática social Conteúdo Específico: Oralidade, leitura, escrita e análise lingüística Palavras-chave: Análise, mulher, gênero textual Este OAC faz parte do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional)? Sim 1- Problematização do Conteúdo: Vivemos em plena revolução tecnológica e científica mas ainda presenciamos cenas de discriminação e violência contra o gênero feminino. É de fundamental importância para os alunos - aqui queremos contemplar os educandos jovens e adultos - conhecerem a caminhada das conquistas femininas e para isso, levamos o debate para a sala de aula a fim de : - estimular nos alunos e alunas, o gosto em participar de debates e mesas redondas para o melhor desempenho de um dos eixos básicos da língua – o trabalho com a oralidade; - desenvolver o espírito crítico e criativo, tendo em vista a formação do cidadão e cidadã conscientes e participativos nas principais mudanças da sociedade humana; - propiciar múltiplas leituras, com vários gêneros textuais (aqui: cartaz, poema,conto,carta,etc), a respeito do tema mulher em seus vários pontos de vista, fazendo com que o educando observe a intertextualidade e contextualização; - oportunizar aos educandos subsídios essenciais para a produção escrita de seus pensamentos e opiniões a respeito do tema que vai gerar todo o OAC; - criar, através dos diversos gêneros textuais, uma prática de entendimento dos usos da língua e suas variantes, assim como a referência à língua culta, para a eficácia da comunicação e o avanço para além da gramatiquice, pois é a partir das funções e informatividade dos gêneros textuais que deriva a gramática e não ao contrário; 2- Investigação disciplinar A Língua Portuguesa numa perspectiva discursiva-interacionista Ao lermos as Diretrizes Curriculares do estado do Paraná - DCEs de Língua Portuguesa, temos claro que a Língua deve ser trabalhada nas salas de aula, numa perspectiva dinâmica e interacionista-discursiva, considerando a

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constituição social da linguagem dos sujeitos que estão interagindo dentro e fora da escola. É neste horizonte dialógico que colocamos nosso OAC para apreciação, tentando mostrar ao professor e professora de LP, novas metodologias, mas calcados numa base teórica fortalecida como: Bakhtin, Irandé Antunes, Travaglia e outros autores que sustentam as DCEs. Quanto à Análise Lingüística que é o objeto de nosso plano de trabalho no PDE, recorre-se ao professor para que ele tenha uma percepção múltipla dos usos e funções da língua, que seja capaz de reconhecer as diferentes ligações para construção das frases, que junto com seu educando descubram atividades metalíngüísticas. O estudo da língua deve estar amparado pelo discurso do aluno, busca-se os elementos verbais (que a própria língua disponibiliza) e extraverbais ( condições para que se produza um texto) para dar sentido ao texto. Portanto os diferentes gêneros textuais + oralidade, leitura, escrita, reescrita + análise lingüística compõe hoje, o “kit básico” para o trabalho numa concepção que valorize e respeite a voz do educando. 3- Perspectiva interdisciplinar A figura feminina A escolha de um tema interessante, neste caso a figura da “Mulher”, facilita o trabalho interdisciplinar. Neste OAC, podemos trabalhar com as relações sociais de gênero, cabendo aqui portanto a disciplina de Sociologia. Outra abordagem interessante é com a História da humanidade, recompondo alguns períodos históricos onde a mulher foi ou não, respeitada pelo fato de ser mulher. Também podemos fazer uma pesquisa sobre a figura feminina no desenvolvimento econômico de nosso estado, cidade ou país, fazendo um link com a disciplina de Geografia e a própria Matemática usando gráficos, tabelas e operações. Por exemplo a pesquisa pode ser feita com as alunas da própria turma ou mulheres de suas famílias, mães ou avós, uma vez que este OAC está sendo direcionado às classes de EJA. Podemos ainda ligar nosso tema às artes, como: a mulher representada por pinturas ou descritas em prosa ou poesia, nos determinados movimentos artístico-literários ou estéticos: barroco, cubismo, impressionismo, romantismo. O importante é não trabalhar de forma fragmentada, mas sim abrir o leque para as possíveis abordagens de acordo com as necessidades e interesses do

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educando, nunca perdendo de vista o foco, que é a língua, seus usos e suas variantes, unindo-os à análise lingüística. 4- Contextualização A mulher - gênero lutador Apesar de estarmos no século XXI e vivermos em plena revolução tecnológica e científica, ainda presenciamos cenas primitivas de discriminação, preconceito e violência contra o sexo feminino. Desde o tempo das cavernas as mulheres vêm evoluindo na sua caminhada, passaram por momentos importantes da história humana, enclausuradas nos conventos ou nos prostíbulos, sem ter lhes dado direito “moral” para decidir os rumos da humanidade. A história oficial pouco ou quase nada registra sobre os que recusam a opressão: crianças, servos (podemos chamar aqui: de povo) , negros, indígenas, mulheres ou qualquer outro segmento social que se julga oprimido. Escolhemos a mulher, pois elas apresentam uma história muito bonita de luta, por ex: fim da discriminação no trabalho, violência doméstica, acesso à educação, ao voto. Falar disso com nossos alunos é não negar a história, o papel social do homem e da mulher na sociedade, é conhecer um pouco dos preconceitos e conquistas que atravessam o gênero feminino. Porém, mesmo diante de todo o machismo e preconceito, muitas vezes por parte delas mesmas, por meio da educação moral, cívica e religiosa que receberam, as mulheres estão conseguindo o seu lugar de direito na sociedade, ao lado do homem, tomando decisões, trabalhando em profissões que antes eram consideradas masculinas, buscando sua felicidade no casamento ou fora dele e principalmente construindo uma identidade, antes negada pelo homem, pela igreja e pelo próprio estado. 5- Sítios Escritoras Suicidas - http://www.escritorassuicidas.com.br As autoras escolhem um tema e escrevem sobre ele, podem usar voz feminina, masculina, gay, infantil, animal, angelical, divina, pode ser crônica, conto, poema, mas unidas na defesa dos direitos sociais femininos..."inclusive há homens-autores fingindo ser mulher". Mulheres no Brasil - http://www.mulheresnobrasil.org.br Neste sítio encontramos uma série de conquistas das mulheres brasileiras e informações sobre o que ainda falta para as mulheres avançarem nas diversas áreas, direitos, políticas, saúde, trabalho. Rede de escritoras brasileiras - http://www.geocities.com/~rebra

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Rede de Escritoras Brasileiras- Proporcionar mútuo conhecimento e rápida troca de informações entre as escritoras mulheres do Brasil entre outras finalidades. Secretaria Especial de Políticas para Mulheres - http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm/ A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres estabelece políticas públicas que contribuem para a melhoria da vida de todas as brasileiras e que reafirmam o compromisso do Governo Federal com as mulheres do país.Ministra Professora Nilcéa Freire. Site em homenagem à Pagú - http://www.patriciagalvao.org.br Neste site podemos encontrar muitas informações sobre a luta da sociedade em geral no combate à violência praticada contra mulheres e meninas.Site em homenagem à Patrícia Galvão – a Pagú mulher de Oswald de Andrade (ver Modernismo Brasileiro), que foi entre outras coisas, revolucionária, comunista,artista,irreverente e presa por 5 anos por defender suas idéias políticas, na década de 30. 6- Sons e vídeos Vídeo Zuzu Angel Sergio Rezende http://br.cinema.yahoo.com/filme/13884/sinopse/zuzuangel Comentário: Cinebiografia de Zuzu Angel (Patrícia Pillar), estilista responsável pela fama do Brasil no mundo da moda internacional. O filme enfoca o drama vivido pela estilista mineira, cujo único filho, Stuart (Daniel de Oliveira), desapareceu durante a Ditadura Militar, nos anos 70. http://wwws.br.warnerbros.com/zuzuangel/projeto_escola/home.html Este site oferece possibilidades para que as temáticas propostas pelo filme sejam utilizadas pelos professores, incorporando-as ao currículo formal das escolas, com ênfase em História, Língua Portuguesa, Geografia e Artes. As questões propostas pelo filme permitem ainda explorar em sala de aula temas como exercício da cidadania, direitos humanos, ditadura, juventude, violência, papel da mulher na sociedade e muito mais. Exemplo do que encontramos no site indicado. O filme em sala de aula Atividades para o tema “Guerra Fria” Atividade 1 Stuart e Sônia dizem não haver liberdade e citam o espancamento de atores de teatro. Zuzu contesta, afirmando que o povo luta pela sobrevivência e não tem tempo para política. Stuart diz: “Pois saiba que o capitalismo está agonizando

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no mundo todo”. Depois acrescenta: “Sou militante político, socialista”. Divida a turma em dois grupos para fazerem um seminário sobre o tema, seguido de debate. Uma equipe deverá pesquisar sobre o capitalismo e a outra, sobre o socialismo. Sugira que discutam as principais diferenças entre os dois sistemas. É importante discutir também a queda do muro de Berlim e o fim da Guerra Fria e da URSS. Atividade 2 Zuzu procura Henry Kissinger, na época, secretário de Estado dos EUA. (Prêmio Nobel da Paz, Kissinger envolveu-se no golpe do Chile e no apoio à ditadura militar na Argentina.) Peça que pesquisem quem é Henry Kissinger e quais foram suas relações com as ditaduras do Chile e da Argentina. Eternamente Pagú Norma Benguell http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/eternamente-pagu/eternamente-pagu.asp Comentário: Fins dos anos vinte, Pagú - Patricia Galvão - já encanta os meios intelectuais avançados da “paulicéia desvairada”, e escandaliza os puritanos. É apresentada aos membros da ala radical do movimento modernista, até que Pagú e Oswald têm um filho, militam no Partido Comunista. Participa de uma greve em Santos e é presa, depois sai pelo mundo para conviver com artistas e militantes de esquerda. Por intermédio do filme o professor poderá entrar no Modernismo Brasileiro e apresentar aos alunos a arte modernista como a literatura, pintura, escultura. Música Mulheres de Atenas Chico Buarque e Augusto Boal Meus Caros Amigos http://chicobuarque.uol.com.br/ Comentário: Composta em 1976 em parceria com Augusto Boal, para a peça Mulheres de Atenas, de Boal. A música sem dúvida, tem uma das letras mais expressivas de toda a obra de Chico Buarque. Na época em que foi composta, o cantor teve medo que sua obra fosse censurada pela ditadura, mesmo ele explicando que se tratava “da sexualidade feminina”.

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Pode ser utilizada também, para fazer a intertextualidade entre as mulheres da Odisséia e Ilíada de Homero e a condição feminina atual...será que ainda existem “mulheres de Atenas”? Mulheres de Atenas - Chico Buarque - Augusto Boal Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem, imploram Mais duras penas Cadenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Sofrem por seus maridos, poder e força de Atenas Quando eles embarcam, soldados ... Pagú Rita Lee 3001 http://vagalume.uol.com.br/rita-lee/pagu.html Comentário: Aqui é possível fazer um encadeamento com a condição das mulheres, no que diz respeito, por exemplo, à figura mercadológica do corpo feminino explorado na mídia – talvez "a mulher-bunda" da letra de Rita Lee. Mexo, remexo na inquisição Só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão Eu sou pau pra toda obra, Deus dá asas à minha cobra Minha força não é bruta, não sou freira nem sou puta

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Porque nem toda feiticeira é corcunda, nem toda brasileira é bunda ... 7- Imagens http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/preces_meditacoes/PAF083000006_pq.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/Variedades/olimpiapq.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/saude_ciencia/16289HSD_pq.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/saude_ciencia/16360HSD_pq.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/esportes/00113008_pq.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/outros/1148p.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/saude_ciencia/16290HSD_pq.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/outros/P.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/Variedades/camponesapq.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/jerusalem/PAF081000075_pq.jpg http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/images/Praticas_pedagogicas/799pq.jpg É importante que o (a) professor (a) faça uma leitura profunda das imagens, mostrando a figura feminina não de uma forma romântica, mas na ótica de pessoa constituída de direitos e deveres dentro da sociedade. Banir a figura" Rainha do Lar", conceito tipicamente "pequeno-burguês". Trazer à tona noções de trabalho, gravidez, religiosidade, estética, impostas ou conquistadas pelas mulheres? A mulher negra tem a mesma luta que a branca ou é uma dupla jornada? Assim como as mães solteiras, e as mulheres do campo, as casadas, as lésbicas, as prostitutas, as grandes empresárias ou políticas, todas têm a mesma luta? Quais são as diferenças, se elas existem. 8-Propostas de Atividades Trabalhando com o discurso social Proponho que o trabalho do (a) professor (a) seja voltado sempre aos eixos fundamentais do ensino de LP: leitura, oralidade, escrita e análise lingüística, para finalmente a reescrita do texto do aluno que será uma das avaliações.

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Por exemplo ao trabalhar com a música de Chico Buarque: LEITURA a) Ouvir a música de uma forma mais contemplativa, depois, ouvir ou ler com os alunos a letra já despertando a vontade dos alunos em relatar suas primeiras impressões sobre a mensagem que vem com a música. (LER) ORALIDADE b) Num segundo momento pode-se fazer uma roda para o debate e ir um pouco mais além do que sugere a canção, fazendo uma contextualização da figura feminina com o momento presente... (FALAR) ESCRITA c) Pode-se propor a produção de um cartaz (é interessante que o prof. capte qual gênero é mais apropriado depois do debate, orientando ou pesquisando junto com os educandos as características do gênero escolhido). (LEITURA,ESCRITA) Por exemplo, ver modelo de cartaz no site www.patriciagalvao.org.br/.../cartaz_monstro.jpg Dicas para fazer cartazes O cartaz serve para motivar ou divulgar. Atraente: as pessoas passam apressadas e só um cartaz interessante pode chamar-lhes a atenção. Simples: para ser entendido rapidamente.Tratar de um só assunto.Ilustração: A ilustração deve ser auto-explicativa. Texto: poucas palavras, mas bem significativas e adequadas ao público alvo. http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=orientacao/docs/cartazes 22/08/2007 Baseado no debate sobre a condição feminina, em duplas, elaborem um cartaz de não-violência às mulheres e coloquem no mural de sua escola. (o que escrever, para quê, como, para quem – isso deve ficar claro para os alunos. Aqui os alunos podem desenvolver a criatividade no “design” do cartaz (pintura, desenho,etc) com o professor de Artes. Análise lingüística e produção de sentidos: d) O professor volta à letra, agora explorando tudo o que for possível ex: texto, estrofes, versos, o esquema fixo de rimas: o primeiro verso rima sempre com o segundo, explicar sobre o gênero lírico, a presença do personagem principal num poema é chamado de "eu-lírico" e assim vai apresentando aos alunos as características desse gênero textual.

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e) Entrando um pouco mais na questão linguìstica, chamar atenção para os verbos, sempre em 3ª pessoa do plural, já apresentando o sujeito principal da canção, as mulheres de Atenas. Analisar o significado dos verbos: vivem, sofrem, despem-se,secam, que parecem formar um ciclo que se inicia com viver e se fecha com o verbo secar, isto é, morrer. O significado das palavras no seu sentido denotativo e conotativo. O uso das metáforas: “Se banham com leite” - ou seja ficam cheirosas para os seus homens. f) As palavras próximas aos seus possíveis sentidos (do mesmo campo lexical) : amadas... carinhos; pedem... imploram; Por outro lado, tem outras distantes: amadas... fustigadas; violentos... amantes. Mas o grande sentido de distanciamento se fecha na grande antítese do poema: vivem... secam. Os eufemismos são empregados no texto para suavizar a condição de dramaticidade exposta pelo autor. g) A figura de linguagem - Gradação : Se ajoelham, pedem, imploram... a ironia, um elemento que está em toda a canção e consiste em dizer o contrário do que se está pensando ou para refletirmos sobre certo tipo de postura feminina ou masculina. OBS: Há outros gêneros sugeridos, além do cartaz e da canção, como a sinopse de filmes, reportagem,etc. O importante é ampliar os potenciais de leitura do aluno para que consigam focalizar os recursos que a linguagem usa para os sentidos do que se quer dizer. Lembrando que a Análise Lingüística é ferramenta para ler,falar e escrever e por que não dizer escutar. Métodos: Trabalho em duplas ou grupos (fica a cargo do professor decidir o nº de alunos) e Expositivo. Recursos utilizados: Aparelho de som - para escutar as músicas indicadas em Sons e Vídeos. Vídeo ou DVD - para fragmentos dos filmes indicados em Sons e Vídeos. Cartolinas, pincéis, guache, pincel atômico, canetas, lápis de cor, etc - para a confecção de cartazes. TV Pendrive para a mostra de telas modernistas brasileiras, textos literários dos diversos estilos de época ou textos e figuras que retratam a mulher nos diversos períodos históricos, propagandas onde é bem explorada a questão do corpo da mulher, frases de caminhão ( que são extremamente preconceituosas) enfim o que o(a) professor(a) decidir ser relevante mostrar ao educando dessa modalidade de ensino.

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Avaliação: A avaliação acontecerá durante todo o processo, por meio da observação atenta do professor ao trabalho de pesquisa com o gênero trabalhado, à exposição oral dos grupos, à argumentação durante as questões polêmicas, os questionamentos e possíveis conclusões durante a análise lingüística até finalmente a produção escrita ou refacção dos textos propostos (individual e ou em grupo depende do comando) que será o registro de que o educando assimilou determinado conteúdo ou proposta de ensino. 9- Sugestões de Leitura Jornal 30 de agosto Maria Rosa Chaves Kunzle http://www.app.com.br/portalapp/publicacoes.php Jornal 30 de Agosto - Neste exemplar é discutido a questão de gênero dentro da educação, bem interessante para levar o debate aos seus colegas professores e aos alunos, inclusive têm sugestões de atividades para sala de aula. Fonte: Jornal de 30 de Agosto Especial – Dia Internacional da Educação Não-Sexista – 21 de junho de 2007 Minha história das mulheres Michele Perrot Contexto http://www.livrariacultura.com.br é a obra mais acessível e instigante da historiadora Michelle Perrot. Nasceu de um programa de rádio francês que fez enorme sucesso ao divulgar com clareza e entusiasmo, para um público de não especialistas, o conteúdo de mais de 30 anos de pesquisas e reflexões acadêmicas. Transformado em livro, narra em cinco capítulos o processo da crescente visibilidade das mulheres em seus combates e suas conquistas nos espaços público e privado. Mães e feiticeiras, trabalhadoras e artistas, prostitutas e professoras, feministas e donas-de-casa e muitas outras personagens fazem parte desse relato de uma das pesquisadoras mais conceituadas da história das mulheres. Mulheres que correm com lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem Clarissa Pinkola Estes Rio de Janeiro Rocco O livro trata da questão feminina pela via das fábulas, dos mitos, dos contos de fada. Ele anula nossas defesas racionais e nos toma pela força do simbólico até a alma.

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Passeio ao farol Virginia Woolf Rio de Janeiro Nova Fronteira O tempo é o tema principal onde os personagens percebem a vida como uma série de momentos insignificantes onde tudo se resolve no mistério da vida e da morte. As imagens do mar e da água metaforizam o tempo em Virginia, e este, recebe um tratamento trágico na vida pessoal da autora, levando-a ao suicídio aos 59 anos de idade. O filme As Horas protagonizado por Nicole Kidman e Meryl Streep conta um pouco da vida dessa grande escritora, que foi também uma lutadora das causas femininas. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres Clarice Lispector Rio de Janeiro Rocco Descreve a difícil viagem de Loreley para amar, depois de algumas experiências sem sucesso. Seu companheiro é Ulisses, um professor de filosofia que carrega no nome a alusão ao herói homérico que precisava ir cada vez mais longe para voltar para sua casa, na ilha de Ítaca e tinha por esposa, a fiel Penélope - esse livro pode fazer um grande diálogo com a música Mulheres de Atenas de Chico. OLYMPE DE GOUGES: AS MULHERES E A REVOLUÇÃO Alain Tramont Silva/ Pedro Henrique Nunes http://www.historia.uff.br/nec/dezembro2005/olympedegouges.html Em 1791, Olympe de Gouges escreve o panfleto Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, um modelo explicitamente feminizado e provocador da Declaração ... Olympe de Gouges Preâmbulo As mães, as filhas, as irmãs, representantes da nação, reivindicam constituir-se em Assembleia Nacional. Considerando que a ignorância, o esquecimento, ou o desprezo da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos governantes, resolverem expor em uma Declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis, e sagrados da mulher, a fim de que esta Declaração, constantemente, apresente todos os membros do corpo social seu chamamento, sem cessar, sobre seus direitos e seus deveres, a fim de que os atos do poder das mulheres e aqueles do poder dos homens, podendo ser a cada instante comparados com a finalidade de toda instituição política, sejam mais respeitados; a fim de que as reclamações das cidadãs, fundadas

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doravante sobre princípios simples e incontestáveis, estejam voltados à manutenção da Constituição, dos bons costumes e à felicidade de todos. Em consequência, o sexo superior tanto na beleza quanto na coragem, em meio aos sofrimentos maternais, reconhece e declara, na presença e sob os auspícios do Ser superior, os Direitos seguintes da Mulher e da Cidadã: ARTIGO PRIMEIRO A mulher nasce e vive igual ao homem em direitos. As distinções sociais não podem ser fundadas a não ser no bem comum. II A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis da mulher e do homem: estes direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança, e sobretudo a resistência à opressão. ... Veja mais em: http://www.eselx.ipl.pt/ciencias-sociais/tratados/1789mulher.htm 10- Destaques Josefina Álvares de Azevedo http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/catalogo/josefina_obra.html Sua obra jornalística e literária, produzida essencialmente em função da sua militância pelos direitos da mulher, é um retrato quase completo do que foi sua vida. Sua prosa (artigos, contos, esboços biográficos, traduções), seus versos, sua dramaturgia – praticamente tudo o que escreveu e publicou foi com um único objetivo: intervir na ordem social e política do seu tempo de modo a criar condições mais justas e igualitárias para os dois sexos. Obra: AZEVEDO, Josefina Álvares de (dir.). A Família: jornal literário dedicado à mãe de família. São Paulo, 1888-89; Rio de Janeiro, 1889-98. _. Retalhos. Rio de Janeiro : Typ. de A Família, 1890. _. A mulher moderna: trabalhos de propaganda. Rio de Janeiro : Typ. Montenegro, 1891. _. Galleria Illustre (Mulheres celebres). Rio de Janeiro : Typ. A Vapor, 1897. Texto anexo: Josefina Álvares de Azevedo Vida:

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Diferentemente das informações biográficas registradas por Sacramento Blake (Dicionário Bibliográfico Brasileiro) e repetidas pela maioria dos autores que se referem à Josefina Álvares de Azevedo – de que ela era irmã, por parte de pai, do famoso poeta Manoel Antônio Álvares de Azevedo (1831-1852) e que nascera em Itaboraí (RJ) –, depoimentos pessoais da autora, localizados recentemente nas páginas do jornal A Família (1888-1897), indicam que ela era natural de Recife (PE) e que Álvares de Azevedo era seu primo e não seu irmão. Quanto à data do seu nascimento, 05 de março de 1851, não há divergências. Já sobre outros fatos de sua vida pessoal, sabe-se que ela foi mãe exemplar e que viveu em Recife até os 26 anos, mas não há registros sobre o nome de seus pais, a data e o local de sua morte, seu estado civil, quantos filhos teve, como passou sua infância e juventude, onde fez seus estudos. Em compensação, sua obra jornalística e literária, produzida essencialmente em função da sua militância pelos direitos da mulher, é um retrato quase completo do que foi sua vida. Sua prosa (artigos, contos, esboços biográficos, traduções), seus versos, sua dramaturgia – praticamente tudo o que escreveu e publicou foi com um único objetivo: intervir na ordem social e política do seu tempo de modo a criar condições mais justas e igualitárias para os dois sexos. Tendo saído da terra natal em 1877, já no ano seguinte, então radicada em São Paulo, manifesta-se em defesa da emancipação social da mulher. No final de 1888, nessa mesma cidade, funda o jornal A Família, transferindo-o, seis meses depois, para o Rio de Janeiro, onde o faz circular regularmente até 1897-98. Nas páginas desse jornal, a primeira causa que defendeu em prol da elevação do status das mulheres na sociedade brasileira, a exemplo do que também fizeram algumas outras feministas pioneiras, foi a educação. Radical como talvez nenhuma outra de suas companheiras do final do século XIX, reivindica para o sexo feminino um tipo de educação que desenvolva sua capacidade para exercer não só a direção da família, mas também as mais altas funções de Estado. Em meados de 1889, determinada a expandir e fortalecer sua propaganda pela libertação das mulheres, empreende uma viagem pelo Nordeste do país, onde visita escolas públicas e particulares, repartições públicas e escritórios de vários jornais, fazendo diversos contatos, visando sempre conquistar mais leitoras e leitores para A Família e, obviamente, mais adesões e simpatias para a causa que abraçava. Após a proclamação da República, A Família passa a defender também o direito de voto para as mulheres e sua redatora-chefe faz dele um autêntico veículo panfletário. Entre várias outras matérias relacionadas, publica uma série de artigos sob o título O direito de voto, neles expondo sobretudo sua convicção de que, sem esse direito, a igualdade prometida pelo novo regime político não passava de uma utopia. Daí em diante, suas iniciativas serão no sentido de ampliar ainda mais e principalmente diversificar os espaços utilizados para suas batalhas pelo direito eleitoral das mulheres. No início de 1890 publica o opúsculo intitulado Retalhos, em que reúne vários dos seus artigos já publicados no jornal, entre eles os da série citada e outros relativos à educação feminina. Pouco depois, instigada sobretudo pela negativa do governo em incluir a lei do voto feminino no Projeto da Constituição que se elaborava, escreve uma

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comédia intitulada O voto feminino, que faz representar em maio do mesmo ano. Embora bastante aplaudida – e, aliás, elogiadíssima pela imprensa antes da representação –, a comédia não volta ao palco. Mas a urgência de continuar pressionando as lideranças do país para que a nova Carta não fosse omissa como a anterior quanto aos direitos civis e políticos das mulheres aguça o senso estratégico da autora, que encontra alternativas para exibir sua comédia de novo. E em seguida a peça reaparece em cena – dessa vez em forma impressa, como livro e como folhetim nos rodapés de seu jornal e ainda uma terceira vez, como parte de uma coletânea, A mulher moderna: trabalhos de propaganda, publicada no ano seguinte, quando a Constituinte ainda se encontrava reunida. Em termos de eficiência com relação aos seus objetivos, o fracasso d’O voto feminino é evidente, pois como se sabe as mulheres brasileiras só conquistaram o direito de voto em 1932, quer dizer, quase meio século depois dessa tentativa pioneira. Por outro lado, em termos de eficiência com relação ao uso das técnicas de dramaturgia, a comédia é um sucesso. Apesar do fôlego curto e certas fraquezas de composição, seus diálogos têm vivacidade, suas personagens são convincentes, seu humor é afiado e inteligente. Mais que isso, a inclusão de alguns dos recursos formais e estilísticos que mais tarde viriam a compor o perfil do teatro de agit-prop, faz d’O voto feminino uma peça que antecipa em mais de meio século, a experiência mais efetiva desse teatro no Brasil, só realizada no início dos anos Sessenta pelo movimento teatral do CPC (Centro Popular de Cultura) da UNE (União Nacional dos Estudantes). Usado abertamente como instrumento de agitação e propaganda na luta pelos direitos políticos das mulheres, O voto feminino impõe-se como emblema do feminismo no Brasil em sua fase inicial. Um dos últimos registros a respeito de Josefina Álvares de Azevedo é a publicação, em 1897, de sua terceira coletânea, intitulada Galeria ilustre: mulheres célebres. Em formato semelhante ao então usado por autores masculinos para colecionar figuras exemplares de homens notáveis e mulheres virtuosas, essa Galeria de celebridades femininas sinaliza claramente para os novos papéis sociais imaginados por sua autora para as brasileiras, ao expor retratos de famosas, entre elas rainhas e figuras políticas, além de outras nada exemplares para os padrões da época, como Cleópatra e George Sand. Após 1899, quando se publica na revista A Mensageira o artigo Solidariedade feminina traduzido do francês por Josefina de Azevedo, nenhuma outra referência é feita a seu respeito. Obra: AZEVEDO, Josefina Álvares de (dir.). A Família: jornal literário dedicado à mãe de família. São Paulo, 1888-89; Rio de Janeiro, 1889-98. _. Retalhos. Rio de Janeiro : Typ. de A Família, 1890. _. A mulher moderna: trabalhos de propaganda. Rio de Janeiro : Typ. Montenegro, 1891. _. Galleria Illustre (Mulheres celebres). Rio de Janeiro : Typ. A Vapor, 1897. _. A solidariedade feminina. A Mensageira, São Paulo, 15 dez. 1899. p. 206-8. Ed. fac-similar. São Paulo : IMESP : Secretaria de Estado da Cultura, 1987. Trad. do artigo de [Eugénie] Potonié Pierre. Inédita:

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- Os companheiros do Sol. Trad. do drama de Paul Jay. (repres. Rio de Janeiro, 1890). http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/catalogo/josefina_obra.html em 14/08/200 _. A solidariedade feminina. A Mensageira, São Paulo, 15 dez. 1899. p. 206-8. Ed. fac-similar. São Paulo : IMESP : Secretaria de Estado da Cultura, 1987. Trad. do artigo de [Eugénie] Potonié Pierre. Inédita: - Os companheiros do Sol. Trad. do drama de Paul Jay. (repres. Rio de Janeiro, 1890). Lei Maria da Penha http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Maria_da_Penha Lei Maria da Penha O nome da lei é uma homenagem à Maria da Penha Maia que virou símbolo da luta contra a violência às mulheres. Em 1983, Maria da Penha ficou paraplégica, depois de ser baleada pelo marido, Marco Antonio Heredia. Em 2003, o ex-marido de Maria da Penha foi preso. Versões sobre o dia 8 de março http://www.coleguinhas.jor.br/pensata/2004/03/uma-outra-verso-sobre-origem-do-8-de.html A versão conhecida sobre a origem do 8 de Março até o início dos anos 90, é a de uma greve em 8 de março de 1857, em Nova Iorque, onde 129 operárias têxteis morreram queimadas lutando pela redução da jornada de trabalho. Os patrões teriam incendiado a fábrica. O Dia 8 de Março foi instituído em 1910. Essa primeira versão surge na década de 60, em boletins da CGT francesa e da Federação Internacional Democrática das Mulheres da República Democrática Alemã. Segundo essa versão, em 1910, durante a 2ª Conferência da Mulher Socialista, a dirigente do Partido social-democrata Alemão, Clara Zetkin, em lembrança à data da greve das tecelãs americanas, de 53 anos antes, teria proposto o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher. E uma nova versão difundida no Brasil na segunda metade da década de 90, foi a da greve de tecelãs e costureiras que explodiu em 1917, em Petrogrado, na Rússia. Nesse dia, um grande número de mulheres operárias, na maioria tecelãs e costureiras, contrariando a decisão do Partido, que achava que aquele não era o momento, saíram às ruas em manifestação por pão e paz e declararam-se em greve. A manifestação foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa, conhecida depois como a Revolução de Fevereiro. Em outubro, o Partido Bolchevique lidera a grande Revolução Russa. A Conferência das Mulheres Comunistas, realizada em Moscou, em 1921, adota o dia 8 de Março como data unificada do Dia Internacional da Mulher, para celebrar a greve das costureiras de 1917. Até este ano, o Dia da Mulher não tinha data fixa.

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11- Notícias MARIA DA PENHA - Lei não reduz violência contra a mulher- Cristina Oliveira Jornal Folha de Boa Vista http://www.folhabv.com.br/noticia.php?Id=30251 A pesquisa apontada na matéria do jornal, diz que apenas 40% das vítimas denunciam o agressor. Nem a aprovação da Lei nº 11.340, de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, garantiu que essas mulheres procurassem uma Delegacia da Mulher. Texto anexo: MARIA DA PENHA - Lei não reduz violência contra a mulher Cristina Oliveira Titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Giuliana Castro: “Vítimas precisam denunciar” Fonte: Setor de Estatística e Análise Criminal (Seap), da Secretaria de Estado da Segurança Pública Na região Norte, uma em cada 5 mulheres afirma que já foi vítima de violência. O índice é fruto de uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, organização não-governamental paulista que desenvolve projetos sobre violência contra a mulher. Esse tipo de crime é grave e fere, além do corpo, a auto-estima de milhares de brasileiras, que agüentam caladas as agressões impostas por maridos, companheiros, amantes e namorados. A pesquisa ainda aponta que apenas 40% das vítimas denunciam o agressor. Nem a aprovação da Lei nº 11.340, de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, garantiu que essas mulheres procurassem uma Delegacia da Mulher. Em Roraima, os casos são ainda mais graves. Aqui se mata por ciúmes, por sentimento de posse, por raiva ou por ignorância. E, na maioria das vezes, utilizando-se da forma mais cruel possível. A delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Giuliana Castro, disse que não existe um perfil da mulher vítima de violência doméstica e nem do agressor. “Fatos como esses ocorrem em todas as classes sociais, sem distinção”, afirmou. Em 28 de setembro, a vítima desse tipo de agressão foi Viviana da Silva Lima, 26 anos. Ela foi morta com 14 facadas pelo ex-marido, Elias Monteiros, 32 anos, no meio da rua. Uma discussão entre os dois resultou na morte da mulher. Em junho foi a dona-de-casa Elenira Carlos da Silva, 43 anos, morta a facadas pelo companheiro, Gerson Macedo dos Santos, 60 anos, em Caracaraí.

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O uso de armas brancas (facas e terçados) é a forma mais comum de matar mulheres em Roraima. Ameaças e lesão corporal também apresentam índices altos, de acordo com dados do Setor de Estatística e Análise Criminal (Seac) da Secretaria de Estado de Segurança Pública. As estatísticas ainda apontam que a violência contra a mulher está aumentando. Em 2006 ocorreram seis homicídios em Roraima. Este ano, até junho, já foram cinco. Em nível nacional, segundo o Instituto Patrícia Galvão, de 2004 a 2006 aumentou o nível de preocupação com a violência doméstica nas regiões brasileiras, menos nas regiões Norte e Centro-Oeste, aonde os índices de violência chegam a 62%. Muitos são os motivos que levam uma mulher a esconder a sua situação: medo de que a denúncia só faça aumentar as agressões sofridas, vontade de preservar o casamento e a família, medo de não acontecer nada com o agressor, dependência econômica em relação ao agressor e falta de uma Delegacia da Mulher no local onde vive. Também há casos de mulheres que são aconselhadas na própria delegacia a não denunciar o agressor. A mesma pesquisa do instituto ainda aponta que, de acordo com as mulheres que sofreram agressões, os maridos e companheiros foram os responsáveis por 87% dos casos de violência. Em relação à violência sofrida, 59% apontaram violência física, 11% violência psicológica e 17% já sofreram todos os tipos de violência. A Lei Maria da Penha qualifica cinco tipos de violência doméstica: violência física, violência moral, violência psicológica, violência patrimonial e violência sexual. As mulheres entrevistadas pelo Instituto Patrícia Galvão apontam como os principais motivos da violência doméstica o uso do álcool (45%) e o ciúme dos maridos (23%). Para 28% das mulheres agredidas, a violência doméstica é uma prática de repetição, ou seja, ela é constante dentro de casa. A pesquisa também mostra que apenas 8% das mulheres brasileiras se sentem respeitadas no país. Mais de 50% declaram que não se sentem respeitadas no Brasil. Agressor não se sente intimidado com nova lei A Lei Maria da Penha está em vigor desde 22 de agosto do ano passado, mas não parece intimidar os agressores. A lei abriu a possibilidade de o agressor ser preso em flagrante ou preventivamente e o tempo máximo de permanência na prisão aumentou de um para 3 anos. De acordo com a delegada da Mulher, Giuliana Castro, antes da Lei Maria da Penha, os crimes de ameaça, lesão corporal e injúria (ofensa verbal) – os campeões em denúncias – eram considerados de menor potencial ofensivo. A vítima procurava a delegacia, registrava uma ocorrência e era lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência, que depois era encaminhado ao Juizado Especial. Na maioria das vezes aplicavam-se penas alternativas, como o pagamento de cestas básicas, aos agressores.

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A lei acabou com as penas alternativas. Agora, é feito um inquérito policial. Se for feito o flagrante, o agressor é preso e são arbitradas fianças que variam de acordo com a condição sócio-econômica do acusado e a gravidade do crime, variando de R$ 300 a R$ 1,5 mil. Nas estatísticas de violência doméstica é levado em conta o número de denúncias feitas. Por isso, destacou Giuliana, é tão importante a formulação da denúncia pela vítima. “As denúncias aumentaram porque a população demonstra mais confiança para denunciar. A Lei Maria da Penha deu mais segurança para as vítimas. A maioria delas já foi agredida outras vezes e resolveu dar um basta nessa situação”, explicou. A delegada disse que a vítima é estimulada a denunciar porque, na maioria dos casos, o agressor não volta a praticar a violência. “Em mais de 85% dos casos, a violência não volta a ocorrer. A culpa do agressor é só dele, de mais ninguém. A punição acaba gerando um efeito pedagógico nesses agressores”. Questionada sobre o caso do assassinato de Viviana da Silva Lima, que havia registrado ocorrência contra o ex-companheiro após uma discussão e, na ocasião, foi feito um pedido de medidas restritivas à Justiça para resguardar sua vida, mas que acabou morta a facadas praticamente um ano depois, Giuliana disse que das mais de duas mil denúncias de ameaça registradas, apenas nessa a vítima acabou assassinada. “É uma exceção. Na maioria dos casos, o agressor pára com as agressões. Mas, infelizmente, é impossível detectarmos se ele vai continuar com as agressões ou não”, disse. A delegada aconselha mulheres vítimas de agressão a registrar a denúncia o quanto antes. “Existe um sentimento de posse em relação a essas mulheres. Tudo se baseia na relação de poder dentro do relacionamento. O agressor começa xingando, ofendendo, depois agride com um tapa na cara, um puxão de cabelo, até partir para agressões muito mais graves. É preciso que essas mulheres saibam se impor dentro de casa”, afirmou. Violência contra a mulher Em 2006 Ameaça – 2.369 Estupro – 98 (também contabilizados casos envolvendo crianças e adolescentes) Homicídio – 6 Lesão corporal – 1.644 Maus-tratos – 52 Seqüestro – Cárcere privado – 8 Tentativa de estupro – 30 Tentativa de homicídio – 38 Total – 4.245

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Em 2007 (de janeiro a junho) Ameaça – 1.226 Estupro – 60 (também contabilizados casos envolvendo crianças e adolescentes) Homicídio – 5 Lesão corporal – 810 Maus-tratos – 32 Seqüestro – Cárcere privado – 4 Tentativa de estupro – 8 Tentativa de homicídio – 13 Total – 2.160 Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a mulher –Rede Sul de Notícias http://www.redesuldenoticias.com.br/noticias/noticia.asp?id=10807 Reportagem sobre alguns casos graves de violência contra a mulher no município de Guarapuava - PR. Texto anexo: Fonte: http://www.redesuldenoticias.com.br/noticias/noticia.asp?id=10807 Hoje (25/11) é Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher domingo, 25 de novembro de 2007 Uma entre três mulheres é espancada, forçada ao sexo ou maltratada de alguma outra maneira. Em Guarapuava, uma mulher perdeu a vida na última semana em decorrência de agressões do próprio marido. Mariza Kapp Caldeira, 43 anos foi agredida fisicamente pelo marido, Armando Reichart Caldeira, no dia 15 de novembro, por volta das 20h30. Segundo uma testemunha, ela ficou desacordada após levar inúmeros socos e chutes. A família se calou e não acionou a polícia. No dia seguinte, às 13 horas, após reclamar de muita dor, o próprio agressor chamou o Samu e ela foi levada para o hospital Estrela de Belém. Tarde demais, pois quem se calava naquele dia era Mariza. Apesar do laudo oficial não ter sido emitido ainda, a agressão foi considerada a causa da morte. Caso que choca e entristece quando o mundo chama a atenção neste domingo, 25, para o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. De acordo com a presidente do Clube Soroptimista Internacional de Guarapuava, Telma Abreu Wagner, o objetivo é colocar a agressão às mulheres em evidência com o intuito de conseguir sua eliminação. “A violência doméstica é uma realidade em nossa sociedade e precisamos eliminá-la.

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Estatisticamente constatamos que uma entre três mulheres é espancada, forçada ao sexo ou maltratada de alguma outra maneira”, comenta. Dados da Delegacia da Mulher de Guarapuava apontam 46 inquéritos policiais instaurados de janeiro até o dia 21 de novembro. A maior parte das ocorrências de violência contra a mulher é a sexual. A escrivã da Delegacia da Mulher, Magda Bastos Semchechen (foto), afirma que há mulheres que convivem com agressores por vinte anos sem denunciar. “A frase que mais ouço aqui é `Fora da bebida ele é uma excelente pessoa, mas bêbado ele vira o bicho´”, conta a escrivã. Segundo ela, a maioria das que procuram a Delegacia da Mulher são pessoas de classe mais baixa. As das chamadas classe “A” e “B” somam cerca de 5% das denúncias. Uma explicação apontada pela escrivã é a preocupação de “ficar mal na sociedade”. Para Magda, a denúncia é fundamental e deve ser feita já na primeira agressão. “Elas não devem vir como um último suspiro e que não esperem chegar ao extremo para denunciar”, ressalta. Um dos avanços na luta contra esse tipo de violência foi a Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (sancionada 07/08/06) e batizada de Lei Maria da Penha, uma homenagem a uma militante dos direitos das mulheres. Entre as modificações trazidas por ela está o endurecimento à punição dos agressores, que não podem mais pagar com penas alternativas. A legislação também aumenta de uma para três anos o tempo máximo de detenção previsto para os agressores. Outro benefício foi a possibilidade da prisão em flagrante ou ainda a expedição imediata de um mandado de prisão preventiva, caso a mulher na hora da denúncia alegue que corre alto risco à integridade física ou até de morte. Antes da Lei Maria da Penha, a Delegacia da Mulher de Guarapuava tinha em seus registros, num período de nove meses, um total de 20 inquéritos. Após a legislação, o número saltou para 66 em apenas três meses. CASOS QUE CHOCARAM A CIDADE Assassino continua foragido: No dia 1º de março deste ano a assistente social Elizabeth Eurich, 40 anos, foi assassinada. Ela foi encontrada no apartamento onde morava pelas colegas de trabalho. O corpo estava coberto por um edredon, as pernas estavam roxas e ensangüentadas, tinha sido degolada. Pouco tempo depois a polícia confirmou o namorado como o autor do crime, Célio Roberto Szierconski, 29 anos. Pertences da vítima (boneca de porcelana, equipamento de som, aparelho celular) foram encontrados num barraco de propriedade dele, na Vila Moriá. Ele teve a prisão preventiva decretada desde o dia 3 de março, mas até o momento continua foragido.

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Caso de universitária continua sem solução: A universitária Lúcia Machado Penteado, 32 anos, foi encontrada morta no dia 26 de junho deste ano. Ela estava desaparecida desde o dia 23. Seu corpo estava à beira de uma estrada secundária, paralela ao Rio das Mortes, no distrito de Guairacá. Além de estrangulamento, apresentava escoriações pelo corpo. Em depoimento à policia, o esposo (um militar do 26º GAC) disse que não se preocupou com o desaparecimento porque isso era uma prática. O marido disse que na noite em que ela desapareceu, tinham ido a um aniversário e na volta acabaram discutindo. Segundo a delegada chefe da 14ª SDP, Maritza Haisi, o inquérito está bastante adiantado. “O que dificulta é o relacionamento da vítima com muitas pessoas. Mas as investigações continuam”, conta. Mulher é agredida por marido e morre: Mariza Kapp Caldeira, 43 anos, foi agredida pelo marido Armando Reichart Caldeira, 44 anos, no dia 15 de novembro. Segundo depoimento de testemunha, a vítima levou socos e chutes inúmeras vezes, desmaiando em seguida. Foi ajudada pela testemunha que a levou ao quarto, onde voltou a ser agredida, inclusive com cabo de vassoura, e pisoteada. A agressão aconteceu na casa da família, na localidade de Lageadinho. Por volta das 7 horas do dia 16, a vítima começou a reclamar de muita dor e o marido ligou para o Samu por volta das 13 horas. Ela foi atendida no hospital Estrela de Belém e morreu às 22h20 do mesmo dia. Embora ainda não tenha saído o laudo oficial, a agressão é considerada a causa da morte. O marido se apresentou à polícia, foi interrogado e está sendo indiciado por lesão corporal seguida de morte. O processo está em andamento. Medo de Mulher Marcelo Carneiro – Revista Veja http://veja.abril.com.br/especiais/mulher_2007/p_053.html A resistência em não deixar que as mulheres participem das questões políticas não é atual,na Antiguidade a competência feminina já era colocada em dúvida pelos homens. Texto anexo: Medo de mulher Pesquisa aponta que 14% dos americanos não votariam em uma mulher para presidente, quem quer que fosse ela. A maior resistência vem dos mais velhos. MARCELO CARNEIRO http://veja.abril.com.br/especiais/mulher_2007/p_053.html Foi em 1960, com a eleição de Sirimavo Bandaranaike, no Sri Lanka, que uma mulher assumiu pela primeira vez a direção de um país. Mas o verdadeiro gostinho do poder as mulheres só sentiram mesmo em 1979, com a ascensão

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de Margaret Thatcher ao governo britânico. Naquele tempo, a dama de ferro figurava como a única mulher do planeta no comando de um país rico. Quase três décadas se passaram e... nada mudou. Ao menos em termos quantitativos, a situação continua rigorosamente a mesma: hoje, apenas a alemã Angela Merkel se senta à mesa dos chefes de estado do G7, grupo que reúne as nações mais ricas do mundo. Ségolène Royal, a candidata socialista à Presidência da França, teve uma chance, mas foi barrada por 2 milhões de votos, diferença que definiua vitória do candidato de centro-direita, Nicolas Sarkozy. Hillary Clinton passará pelo teste em breve, caso seja indicada candidata do Partido Democrata à disputa pela Presidência dos Estados Unidos nas eleições do ano que vem. Nos últimos meses, porém, pesquisas de intenção de voto mostram que a senadoratem perdido terreno para o colega Barack Obama. Eleitores têm medo de mulher? Ao menos no caso dos mais velhos, a resposta parece ser sim. Um estudo feito nos Estados Unidos no fim do ano passado pelo instituto Rasmussen indicou que, quanto mais velho o eleitor, seja ele homem ou mulher, maior a sua resistência em votar em uma candidata para a Presidência. Na pesquisa, perguntados se dariam seu voto a uma mulher – sem que a questão incluísse referências a nomes ou a plataformas eleitorais –, 82% dos eleitores entre 18 e 29 anos responderam que sim. Entre os americanos com mais de 65 anos, essa porcentagem caiu para 71%. Na média geral, 14% dos americanos disseram que não votariam em uma candidata do sexo feminino, independentemente de quem fosse ela ou quais fossem suas idéias. Scott Rasmussen, presidente do instituto, tem motivos para acreditar que essa porcentagem é ainda maior. Isso porque, no mesmo levantamento, ao serem perguntados se parentes e colegas de trabalho estariam dispostos a votar em uma mulher para presidente dos Estados Unidos, apenas 51% dos entrevistados disseram acreditar que sim. Como, na pergunta imediatamente anterior, 78% haviam declarado que dariam seu voto a uma candidata à Presidência, a conclusão é óbvia: alguém está mentindo. A tática de perguntar "a opinião do vizinho" é usada pelos institutos de pesquisa quando as perguntas envolvem temas polêmicos, como a regulamentação do uso de drogas ou políticas de imigração. "Isso porque, quando estão em dúvida, os entrevistados tendem a dar respostas que consideram politicamente corretas", diz Rasmussen. A resistência em colocar mulheres em funções de chefe de estado não é exatamente nova. "Desde a Grécia antiga, passando pela teologia cristã e chegando aos modernos pensadores, a capacidade feminina para cuidar da coisa pública sempre foi posta em dúvida", diz o filósofo Roberto Romano, da Unicamp. Ele aponta um trecho da Filosofia do Direito, texto clássico do pensador alemão Friedrich Hegel, como exemplo desse temor. O trecho é uma pérola do chauvinismo. Diz Hegel: "Se as mulheres estão no ápice do governo, o estado corre perigo. A formação das mulheres se faz não sabemos bem como, mais pelas circunstâncias da vida do que pela aquisição de conhecimento". O avanço das mulheres nessa área foi ínfimo, se comparado às conquistas femininas em outros campos. No Brasil, as mulheres já detêm 40% das vagas de juiz do trabalho, por exemplo, profissão até recentemente reservada aos homens. "Onde a mulher depende apenas de si mesma e o mérito está em questão, caso das profissões liberais e das que envolvem concursos públicos,

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o avanço foi bem maior", diz a cientista política Lucia Hippolito. Não é o caso da política, em que se depende do voto do eleitor. Na Inglaterra, estudo da Equal Opportunities Commission mostrou que, a julgar pelo ritmo de crescimento da participação feminina no Legislativo (apenas 19,5% dos membros do Parlamento são mulheres), levará 200 anos para que elas consigam se igualar aos homens em número de cadeiras. Nas nações onde há grande participação da mulher nesse poder, a situação, regra geral, é resultado da aplicação de políticas de cotas. Na Argentina e na Suécia, por exemplo, onde a presença feminina no Parlamento varia entre 35% e 45%, há leis obrigando os partidos a reservar pelo menos uma entre três vagas para candidatas do sexo feminino. Mesmo assim, os maiores avanços registrados se dão no campo do Legislativo. No caso do Poder Executivo, o mundo segue com parcas doze governantes. Ainda levará muito tempo para que o sexo dos candidatos seja, aos olhos do eleitor, apenas um detalhe. 12- Paraná Lei nº 1350/2004 Conselho da Mulher Lei que institui o Conselho Municipal da Mulher em Guarapuava PR http://www.pmg.pr.gov.br/leis/arquivos/2004/1350_04.pdf. Texto anexo: MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA Prefeitura Municipal de Guarapuava ▪ www.guarapuava.pr.gov.br Câmara Municipal de Guarapuava ▪ www.cmg.pr.gov.br LEI N.º 1350/2004 Súmula: Institui o Conselho Municipal da Mulher de Guarapuava. A Câmara Municipal de Guarapuava, Estado do Paraná, aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - Fica instituído o Conselho Municipal da Mulher de Guarapuava, que tem por finalidade assegurar melhores condições à mulher, visando o exercício pleno de seus direitos, sua participação e integração no desenvolvimento econômico, social, político e cultural do Município. Art. 2º - Constituem objetivos do Conselho Municipal da Mulher de Guarapuava, dentre outros: I – promover uma política global, visando eliminar as discriminações que atingem a mulher, possibilitando a sua integração como cidadã, em todos os aspectos da vida econômica, social, política e cultural; II – criar instrumentos que permitam a organização e a mobilização feminina, dando total apoio às organizações existentes relativas à mulher ou que venham a existir; III – zelar pelo respeito e ampliação dos direitos da mulher, como cidadã trabalhadora;

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IV – firmar convênios com órgãos governamentais ou não, concernentes às mulheres e promover entendimento com organizações e instituições afins, obedecidas as disposições legais; V – assegurar-se, junto à Administração Municipal, no que se referir ao Planejamento e execução das ações inerentes a mulher. Art. 3º - As funções das Conselheiras serão considerados como serviço público relevante, sem remuneração. Art. 4º - O Conselho Municipal da Mulher de Guarapuava será composto por 13 Conselheiras Titulares e 13 suplentes, nomeadas pelo Chefe do Poder Executivo, mediante indicação de Órgãos, entidades e instituições, a saber: I – 01 (uma) representante da Secretaria Municipal de Saúde; II – 01 (uma) representante da Secretaria Municipal de Educação e Cultura; III – 01 (uma) representante da Secretaria Municipal de Promoção Social; IV – 01 (uma) representante da Delegacia da Mulher; V – 01 (uma) representante da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO; VI – 01 (uma) representante do Núcleo Regional de Educação; VII – 01 (uma) representante do Conselho da Mulher Executiva da ACIG; VIII – 01 (uma) representante do Clube Soroptimista Internacional de Guarapuava; IX – 01 (uma) representante da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB; X – 01 (uma) representante da Mitra Diocesana de Guarapuava; XI – 01 (uma) representantes das Senhoras Rotarianas de Guarapuava. XII – 01 (uma) representante do Conselho de Pastores de Guarapuava; XIII – 01 (uma) representante da União Guarapuava das Associações de Moradores – UGAM. Art. 5º - O Regimento Interno do Conselho Municipal da Mulher de Guarapuava regulamentará as disposições da presente Lei, num prazo de 60 (sessenta) dias, após, será encaminhado ao Chefe do Poder Executivo para as formalidades legais. Art. 6º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Gabinete do Prefeito do Município de Guarapuava, em 29 de maio de 2004. VITOR HUGO RIBEIRO BURKO PREFEITO MUNICIPAL

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