10
Proposta para Ocupação da Área do MPA no Bairro da Ribeira – Ilha do Governador Elaborado por Alberto Frega ([email protected]) 1. Objetivo O Ministério da Pesca e Aquicultura vem realizando a estruturação do setor pesqueiro nacional, através de um conjunto de ações e medidas, definidas dentro do projeto de políticas públicas preconizadas, juntamente com os demais setores da Administração Pública, entidades, empresas, setor pesqueiro e sociedade. Nesta seara, faz-se necessária a instalação e implantação das estruturas compatíveis e fundamentais para a execução das atividades pesqueiras, consonantes com as demandas do mercado consumidor e da sociedade local. O Estado do Rio de Janeiro é o principal mercado consumidor e distribuidor de pescado do país. Diante disso, o governo federal, através do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), vem buscar a criação de Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ, no Rio de Janeiro, com vistas a atender às demandas do setor no que tange a promover a capacitação e formação de profissionais em pesca e aquicultura; a capacitação e formação de profissionais de culinária de pescado; a promoção da pesca turística; o consumo de pescado; bem como outras atividades afins. Para este fim, apresentamos uma proposta de empreendimento com vistas à ocupação adequada e exeqüível da área do MPA, sito à Rua Pires da Mota, no Bairro da Ribeira, Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, com 24.438,15 m², na qual seria instalado o Terminal Pesqueiro Público do Rio de Janeiro, inviabilizado por manifestação de impedimento da Secretaria Municipal de Urbanismo – SMU, por se tratar de rua para fins residencial. A proposta atual visa à manutenção da área para fins de atendimento às demandas da Pesca e Aquicultura, entendendo a necessidade da instalação do Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ, bem como de uma área destinada ao Programa Minha Casa, Minha Vida, atendendo à demanda de moradia digna às famílias que atuam no setor Pesqueiro e Aquicola, cujos membros sejam registrados na Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura no Rio de Janeiro – SFPA-RJ. 2. Identificação do Objeto Elaboração de um projeto e construção de um Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ, de funcionamento de tempo integral para filhos de pescadoras e pescadores, bem como de aquicultoras e aquicultores, cujo ensino formal seria atendido no turno da manhã, enquanto o turno da tarde seria para formação e capacitação como profissional da pesca e aquicultura. Cabe salientar que o turno da noite poderia vir a ser adotado para atualização e capacitação dos profissionais adultos do setor, em novas tecnologias adotadas e na inclusão digital.

Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

Proposta para Ocupação da Área do MPA no Bairro da Ribeira – Ilha do Governador

Elaborado por Alberto Frega ([email protected])

1. Objetivo

O Ministério da Pesca e Aquicultura vem realizando a estruturação do setor pesqueiro nacional, através de um conjunto de ações e medidas, definidas dentro do projeto de políticas públicas preconizadas, juntamente com os demais setores da Administração Pública, entidades, empresas, setor pesqueiro e sociedade. Nesta seara, faz-se necessária a instalação e implantação das estruturas compatíveis e fundamentais para a execução das atividades pesqueiras, consonantes com as demandas do mercado consumidor e da sociedade local.

O Estado do Rio de Janeiro é o principal mercado consumidor e distribuidor de pescado do país. Diante disso, o governo federal, através do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), vem buscar a criação de Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ, no Rio de Janeiro, com vistas a atender às demandas do setor no que tange a promover a capacitação e formação de profissionais em pesca e aquicultura; a capacitação e formação de profissionais de culinária de pescado; a promoção da pesca turística; o consumo de pescado; bem como outras atividades afins.

Para este fim, apresentamos uma proposta de empreendimento com vistas à ocupação adequada e exeqüível da área do MPA, sito à Rua Pires da Mota, no Bairro da Ribeira, Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, com 24.438,15 m², na qual seria instalado o Terminal Pesqueiro Público do Rio de Janeiro, inviabilizado por manifestação de impedimento da Secretaria Municipal de Urbanismo – SMU, por se tratar de rua para fins residencial.

A proposta atual visa à manutenção da área para fins de atendimento às demandas da Pesca e Aquicultura, entendendo a necessidade da instalação do Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ, bem como de uma área destinada ao Programa Minha Casa, Minha Vida, atendendo à demanda de moradia digna às famílias que atuam no setor Pesqueiro e Aquicola, cujos membros sejam registrados na Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura no Rio de Janeiro – SFPA-RJ.

2. Identificação do Objeto

Elaboração de um projeto e construção de um Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ, de funcionamento de tempo integral para filhos de pescadoras e pescadores, bem como de aquicultoras e aquicultores, cujo ensino formal seria atendido no turno da manhã, enquanto o turno da tarde seria para formação e capacitação como profissional da pesca e aquicultura.

Cabe salientar que o turno da noite poderia vir a ser adotado para atualização e capacitação dos profissionais adultos do setor, em novas tecnologias adotadas e na inclusão digital.

Page 2: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

Observa-se a exequibilidade e adequabilidade de construção de 304 apartamentos, com 36 m2, construindo-se cerca de 10 Blocos de 4 andares. Tal construção ocuparia cerca de 10.000 m2, incluindo área de lazer, circulação e estacionamento, objetivando oferecer moradia digna para as famílias das trabalhadoras e trabalhadores do Setor Pesqueiro e Aquicola, com o Programa Minha Casa, Minha Vida que poderia vir a ser aplicado na área em questão.

Percebe-se que para a construção do Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ, o qual deverá ser construído à beira mar, seriam disponibilizados cerca de 14.000 m2, já que a atual área que possui cerca de 24.000 m2.

3. Justificativa da Proposição

3.1 Da Demanda do Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ

Há de se perceber a inexistência de cursos profissionalizantes que considerem as características econômicas da cadeia produtiva da pesca na cidade do Rio de Janeiro.

Verifica-se, ainda, que, embora a pesca seja uma alternativa de renda para grande número de famílias da Baía de Guanabara, os filhos dos pescadores não vêem como seguir esta atividade tradicional, pois a profissão de pescador é muito pouco valorizada social e economicamente, pois, o apelo do setor de serviços, com o trabalho em escritórios, ou do setor industrial, como o Petróleo e Gás, é muito maior.

Outra questão percebida é que, mesmo as crianças e adolescentes interessados em atuar no setor pesqueiro, não dispõem de meios de se capacitarem profissionalmente. A capacitação profissional, realizada tradicionalmente de pai para filho ao longo das viagens ao mar, foi dificultada desde que a lei proibiu a presença de menores de 18 anos em barcos pesqueiros, que, buscando proteger os pescadores e evitar o trabalho infantil, exige licença de Aprendiz de Pesca para menores, da Marinha, para se estar em alto-mar a bordo de um navio pesqueiro.

Muito embora a legislação tenha criado o ofício de aprendiz para estes menores, tal condição é pouco adotada por armadores em virtude das viagens serem muito dispendiosas para que se possam levar os aprendizes, visto que estes apresentam baixa produtividade, não atendendo ao interesse financeiro de alguns armadores.

Além destas questões, o ofício de aprendiz tende a levar ao êxodo escolar, na medida em que o jovem se sente compelido a buscar seu próprio ganho material, com vistas a atender suas demandas características da idade, ou seja, ter seu tênis e sua roupa nova, dentre outras necessidades de ordem pessoal ou familiar.

Ao buscarmos soluções para atender a tais demandas, a escola deve se abrir para a realidade da economia local, que gira em torno da pesca.

Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ aliado ao Projeto Minha Casa, Minha Vida para o Setor Pesqueiro e Aquicola facilitará aos filhos de pescadores a oportunidade da educação formal e, também, de se profissionalizarem, resgatando a importância da atividade produtiva de seus pais.

Page 3: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

Assim, o Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ irá propiciar manter vivo um conhecimento tradicional da pesca.

Cabe salientar, ainda, que o resgate da importância desta atividade profissional proporcionará a recuperação de uma parcela da cadeia produtiva que havia se retraído em virtude do êxodo dos profissionais da pesca para outros setores econômicos, gerando novos empregos e renda para a região da cidade do Rio de Janeiro.

Conforme indicado no estudo O Mercado de Pescado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro – 2010, realizado por INFOPESCA na Cidade Maravilhosa, verifica-se a situação de aumento da comercialização e uma redução da produção de pescado, conforme indica a figura abaixo.

Tais informações vêm corroborar com a necessidade de implantação de um Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ como instrumento de formação e recuperação da mão de obra necessária ao desenvolvimento da cadeia produtiva da pesca em nosso estado, bem como promoverá a retomada da economia deste setor, tão depauperado.

A título de informação, indicamos a seguir os pontos de desembarque de pescado na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.

11. Sede da Colônia Z10 - Ilha do Governador (22˚49,39 S 043˚10,65 W) 12. Cabaceira (22˚49,63 S 043˚10,39 W) 13. Ribeira (22˚49,53 S 043˚10,11 W) 14 Engenhoca (22˚49,29 S 043˚10,18 W) 15. Zumbi (22˚49,17 S 043˚10,49 W) 16. Ponta do Tiro (22˚48,80 S 043˚10,58 W) 18. Freguesia (22˚47,50 S 043˚10,25 W) 19. Bancários (22˚47,09 S 043˚11,14 W) 20. Tubiacanga (22˚47,24 S 043˚13,67 W) 21. Galeão (22˚49,23 S 043˚13,67 W)

Page 4: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

3.1 Da Demanda de Moradia Digna para o Pescador – Minha Casa, Minha Vida

Um dos maiores desafios do Ministério da Pesca e Aquicultura se encontra na promoção de políticas públicas para o setor pesqueiro artesanal, ou seja, incluir social e economicamente as pescadoras e os pescadores artesanais.

É preciso aprofundar o processo de valorização da pesca artesanal e da cultura das populações tradicionais, assegurando os direitos dessas populações e considerando o reconhecimento de suas diversidades culturais.

Nesse contexto, as Conferências Nacionais de Aquicultura e Pesca apresentaram uma extensa compreensão do assunto, a partir da discussão de promoção dos direitos sociais da pescadora e do pescador, associando o tema da Inclusão Social e Econômica do setor à obtenção da carteira de pescador, previdência, seguro-defeso, habitação, saúde, educação, saneamento, etc...

Os governos do Presidente Lula e da Presidenta Dilma apresentaram como proposta a promoção de programa nacional de habitação para trabalhadores de baixa renda, surgindo, assim, o Programa Minha Casa, Minha Vida.

Tal propósito de inclusão social também tem sido contemplado nas Conferências Nacionais de Aquicultura e Pesca, com a proposição de um Programa Nacional de Habitação para Pescadores e Pescadoras, com vistas a enfrentar o déficit habitacional do setor pesqueiro.

Neste sentido, a integração de um Projeto Minha Casa, Minha Vida para Pescadoras e Pescadores Artesanais, com a implantação da Escola de Pesca na Área que seria instalado o Terminal Pesqueiro Público do Rio de Janeiro, se apresenta como um empreendimento de excelência a ser promovido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro.

4. Concepção Estrutural da Proposta para Ocupação da Área do MPA no Bairro da Ribeira – Ilha do Governador

4.1 Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ

O CFCAP/RJ deverá:

i. Propiciar a educação escolar formal aos filhos dos profissionais da Pesca e Aquicultura, bem como aos próprios adultos do setor, em conformidade com a demanda de atendimento.

ii. Oferecer aos filhos dos profissionais da Pesca e Aquicultura, a oportunidade de se qualificarem para a atividade pesqueira e aquicola, profissionalizando-os nas diversas etapas da cadeia produtiva da pesca e aquicultura.

iii. Proporcionar dos profissionais da Pesca e Aquicultura capacitação e atualização no conhecimento de novas técnicas operacionais adotadas pela modernização do setor.

iv. Promover as práticas de preservação de ecossistemas importantes para a manutenção da vida marinha, favorecendo o ingresso dos alunos no setor pesqueiro como profissionais que saibam explorar os recursos marinhos de forma racional e sustentável.

Page 5: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

v. Desenvolver projetos na área de educação ambiental junto ao corpo discente, bem como junto à comunidade local.

vi. Incentivar e promover o cooperativismo e o associativismo como instrumentos de organização da cadeia produtiva da pesca e aquicultura.

vii. Favorecer a participação dos alunos e pescadores nos projetos de maricultura, para que tenham fontes alternativas de renda.

Assim, além de justapor um aprendizado formal à capacitação profissional na pesca e aquicultura, a iniciativa ajudaria a contrapor a mentalidade de algumas famílias de pescadores, cuja visão conservadora favorece a valores tais como: “aprender a profissão é mais importante do que aprender as matérias pouco relacionadas aos aspectos práticos da vida, oferecidas nas escolas de ensino regular”.

Para uma adequada configuração da estrutura escolar de capacitação nas atividades da cadeia produtiva do setor, faz-se necessário levantar as aptidões dos membros da comunidade pesqueira, identificando aquelas atinentes à atuação nos cruzeiros de pesca; nas atividades de fabricação e manutenção dos petrechos; na construção e manutenção das embarcações; nas atividades de processamento e beneficiamento do pescado; na comercialização dos produtos; na administração dos resultados das atividades da comunidade pesqueira; nas atividades culinárias na preparação de pescado; na formação em turismo pesqueiro; dentre outras a serem determinadas.

As estruturas organizacionais previstas para o Centro de Formação do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ seriam:

a) Centro de Capacitação Profissional de Pescadores e Aquicultores Marítimos. b) Centro de Capacitação e Formação de Profissionais em Culinária de Pescado. c) Centro Gastronômico de Pescado, com restaurante e pontos de consumo de iguarias

a base de pescado. d) Centro de Capacitação em Pesca Turística. e) Alojamentos para alunos oriundos de outras regiões do estado.

O Centro de Capacitação Profissional de Pescadores e Aquicultores Marítimos deverá oferecer, além da formação escolar prevista pelo MEC, as seguintes cadeiras básicas:

i. Arte de Pesca: que inclui uma parte teórica sobre todas as artes, suas características operacionais (petrechos usados, tipo de embarcação e equipamentos adotados, espécies capturadas, dentre outros conhecimentos específicos de cada arte) e a formação em ictiologia, bem como o reconhecimento das diversas espécies de peixes e de outros viventes dos mares; e uma parte prática sobre tais artes, com aprendizado na fabricação e o conserto de petrechos, uso de anzóis e iscas, operação de equipamentos de bordo específicos para dada arte.

ii. Tecnologia do Pescado: com uma parte teórica, relativa às técnicas de sanidade, de conservação, de seleção e processamento de pescado, beneficiamento e agregação de valor ao pescado, conhecimentos técnicos de operação e conservação de equipamentos e sistemas adotados; e uma parte prática, com a aplicação dos conhecimentos teóricos ao produto, através da

Page 6: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

operação de esteiras de seleção de pescado, das atividades de beneficiamento (tais como: filetagem; a defumação e a produção de embutidos de peixe; dentre outras atividades), da operação de túnel de congelamento e frigorífico, da manutenção de equipamentos adotados nas aulas práticas, com noções de higienização e sanidade do pescado e seus produtos.

iii. Arte Naval: com uma parte teórica, no ensino das embarcações adotadas nas diversas Artes de Pesca, dos arranjos característicos, dos equipamentos e acessórios de bordo gerais, suas características e aplicações, dos equipamentos e sistemas de conservação do pescado a bordo, dentre outras noções necessárias à vida a bordo ( primeiros socorros e noções de segurança).

iv. Construção Naval: começando com aulas sobre aspectos e características estruturais das embarcações pesqueiras, materiais empregados na sua construção, e a conservação do casco e de elementos primários da estrutura; noções de carpintaria e produção de pequenas peças em madeira (inclusive barquinhos e peixes, que poderão ser vendidos em uma loja de artesanato). Salienta-se para importância no ensinamento de novos paradigmas da questão ambiental com vistas a um processo de conscientização e o conflito ambiental quanto à adoção de madeiras nobres, apresentando-se o uso de materiais alternativos para a construção de embarcações pesqueiras.

v. Mecânica Naval: funcionamento e conserto de motores, manutenção e conservação de equipamentos de bordo nas embarcações pesqueiras

vi. Técnicas de Captura: localização de cada tipo de pescado e utilização de equipamentos, como termômetros e sondas, associando-os à pesca. Complementando essas aulas, são ensinadas Técnicas de Navegação, com o treinamento para uso dos equipamentos modernos de localização e direção, como o uso do GPS (Global Positioning System), conhecimentos sobre o Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite - PREPS, dentre outras técnicas.

vii. Cooperativismo e Associativismo: ensinamentos sobre o conceito de associativismo, que está relacionado à adoção de métodos de trabalho que estimulem a confiança, a ajuda mútua, o fortalecimento do capital humano, entre outros fatores; e sobre o conceito de cooperativismo, o qual está ligado à união de pessoas para o atendimento de aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de sociedade coletiva. Poderão fazer parte deste ensinamento as técnicas de economia e de comercialização.

viii. Legislação Pesqueira e Ambiental: apresentação e atualização do conhecimento das normas aplicáveis à pesca e aquicultura, bem como sua interface com a legislação ambiental e marítima.

ix. Educação Artística: o conteúdo dessa disciplina visa à produção de artesanato ligado à cultura da pesca e pode vir a ser complementado pelas aulas de marinharia.

x. Atividades de pescarias e aquiculturas monitoradas: Seriam aulas de campo que auxiliariam na familiarização dos alunos com todas as condições de trabalho e a realidade do Setor Pesqueiro e Aquicola. Estas poderiam ser promovidas por meio de convênio com as entidades profissionais que atuam no

Page 7: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

setor, tais como: Colônias de Pescadores, Sindicatos dos Armadores de Pesca, Associações de Aquicultores, dentre outras.

xi. Formação em Turismo Pesqueiro: ensinamento de técnicas de turismo e de línguas estrangeiras para o adequado atendimento ao turista.

Cabe salientar que as cadeiras que requerem aulas práticas deverão dispor de laboratórios, oficinas e locais com arranjo operacional simulando as condições de bordo de equipamentos e sistemas.

As cadeiras específicas de assuntos técnicos poderão ser ministradas por professores do Curso de Oceânica e Engenharia Naval, da UFRJ, e de outras Universidades Federais que ofereçam o Curso de Engenharia de Pesca, através de acordo de cooperação dessas entidades com o MPA.

O Centro de Capacitação de Profissionais em Culinária de Pescado visa o dito popular de “culinária se aprende mesmo é na cozinha”, assim, haveria a previsão de instalações de cozinha e de gastronomia modernas, sendo equipado de infraestrutura a fim de possibilitar o domínio completo dos profissionais nesta arte. Tal ambiente educacional permitirá que quando formados já saiam para o mercado de trabalho com grande experiência, com a atuação como aprendizes no Centro Gastronômico de Pescado.

O Centro Gastronômico de Pescado, com restaurante e pontos de consumo de iguarias a base de pescado, visa à promoção do consumo de pescado e o turismo local, a ser instalado na cobertura predial permitindo a ampla visão de toda a Baía de Guanabara. O restaurante poderá funcionar enquanto restaurante-escola na especialidade de culinária de pescado, enquanto os pontos de consumo de iguarias a base de pescado poderão atuar como locais de lazer e turismo a beira da Baía de Guanabara.

O restaurante-escola atenderia também à alimentação dos alunos de tempo integral do CFCAP/RJ.

Para uma boa estruturação do corpo docente destes centros, o MPA poderia se buscar um convênio com o SESC e cursos de Nutrição e Engenharia de Alimentos de Universidades Públicas Federais ou Estaduais no Rio de Janeiro.

O Centro de Capacitação em Pesca Turística se apresenta sob dois aspectos:

i. A operação do barco pesqueiro com turistas apreendendo a verdadeira

atividade profissional da pesca, nas diversas modalidades de pesca,

durante o período do defeso de espécies, as quais ao serem capturadas

seriam devolvidas ao mar, criando-se no turista uma consciência da

importância e a valorização da atividade pesqueira, enquanto atividade

profissional e produtiva.

ii. A visitação das instalações do CFCAP/RJ por turistas e grupos escolares para

o conhecimento das atividades profissionais atinentes ao Setor Pesqueiro

e Aquícola, atuando como instrumento educacional, no que tange às

Page 8: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

condições sanitárias de consumo de pescado, e incentivador do consumo

de pescado pelos turistas e por crianças e jovens em período escolar.

A Pesca Turística se diferencia da Pesca Amadora no modus operandis destas, ou seja, enquanto na Pesca Amadora o turista se encontra a bordo de um barco de passeio, seu ou alugado, na Pesca Turística a atividade é fornecida por um armador pesqueiro, uma empresa de pesca, uma colônia de pescadores ou uma cooperativa de pescadores e de pesca costeira ou artesanal, para embarcar em seus barcos de pesca um número de turistas, para o desenvolvimento da atividade pesqueira tradicional e turístico-recreativa.

A Pesca Turística possibilita uma interação entre a atividade turística e a atividade profissional da pesca, resultando na viabilidade de redução do conflito de interesses, bem como reduzindo a atividade turística executada por pescadores sem a profissionalização requerida.

A Pesca Turística englobaria:

i. A pesca recreativa a bordo de um navio de pesca profissional. ii. O turismo e atividades recreativas (disseminação da cultura do mar e da pesca)

a bordo de uma embarcação pesqueira. iii. Explanações aos turistas sobre a atividade de pesca profissional, seja artesanal

ou industrial, a bordo de uma embarcação pesqueira. iv. A degustação da gastronomia baseada em produtos extraídos do mar. v. O conhecimento e valorização das áreas marinhas e costeiras (protegidas ou

não), onde o turista irá praticar a pesca profissional, bem como obter conhecimento do mundo tão próximo e, ao mesmo tempo, tão longe de sua realidade pessoal.

A Pesca Turística há muito vem sendo desenvolvida por países como a Itália e Espanha, com grandes benefícios sociais e econômicos para o Setor Pesqueiro.

Ressalta-se que o Turismo Pesqueiro poderá ser executado durante o defeso das espécies sobrexplotadas, desde que a atividade seja feita com os cuidados requeridos para a manutenção das espécies, tal como: devolução dos indivíduos/exemplares após a captura, adoção de anzóis apropriados que não ferem os indivíduos/exemplares capturados, dentre outras medidas a serem estabelecidas pelos especialistas em conservação.

Cabe salientar, ainda, que na medida em que há o engajamento de profissionais da pesca na atividade do Turismo Pesqueiro durante o período de defeso de determinadas espécies, seria possível a cancelamento do pagamento de Seguro Defeso àqueles profissionais da pesca engajados nesta atividade complementar da pesca.

Para que haja um amplo atendimento aos filhos de pescadores e aquicultores de todas as regiões do estado do Rio de Janeiro, faz-se necessária a implantação de Alojamentos para alunos oriundos de outras regiões do estado.

Page 9: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

5. Projeto Minha Casa, Minha Vida para Pescadoras e Pescadores Artesanais - RJ

Para este projeto recomenda-se o seu desenvolvimento através de um Acordo de Cooperação entre o Governo Federal e a Caixa Econômica Federal.

O material ora proposto se trata apenas de um esboço das informações disponíveis na Internet sobre o Programa, com uma sugestão de planta de apartamento com 36 m2, formando um condomínio de dois conjuntos de cinco blocos de 4 pavimentos, os quais teriam três blocos com seis apartamentos por andar e outros dois blocos com 10 apartamentos por andar, perfazendo-se um total de 304 famílias de pescadoras e pescadores, ou seja, 1216 moradores, considerando-se uma família de quatro membros.

Planta de Apartamento (36 m2)

Sugestão do Conjunto de Blocos

Page 10: Proposta para a Área do TPP RJ Ilha do Governador UOL Sridb

6. Conclusão

Por ocasião da visita de representantes governamentais da Pesca e Aquicultura no Rio de Janeiro, foi observada a importância de projetos de empreendimentos para a área prevista para o TPP do Rio de Janeiro, desta atender às demandas sociais e de desenvolvimento da cadeia produtiva deste estado.

Desta forma, a implantação de uma escola que seja a excelência para o atendimento das demandas da cadeia produtiva da pesca e da aquicultura, deve vir acompanhada de um projeto que também atenda à demanda social por moradia digna para os profissionais do setor e seus familiares.

A proposta de implantação do Centro de Formação da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura na Cidade do Rio de Janeiro – CFCAP/RJ em conjunto com Projeto Minha Casa, Minha Vida para Pescadoras e Pescadores Artesanais – RJ vem atender de maneira adequada às atuais demandas do setor pesqueiro e aquicola, bem como de moradia digna para os profissionais da Pesca e Aquicultura.

Composição dos Conjuntos Habitacionais na Área da Ponta da Ribeira