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3 APRESENTAÇÃO Este documento contém a Proposta Pedagógica do Centro de Ensino Lucas Coelho - Ensino Médio. A presente proposta pedagógica para o Ensino Médio Regular e Ensino Médio EJA foi construída coletivamente pelos profissionais desta Escola, orientados pela Equipe da URE-SÃO JOÃO DOS PATOS - MA. A proposta Pedagógica do Ensino Médio está fundamentada nas Diretrizes Curriculares do Estado do Maranhão e foi elaborada pelos docentes das disciplinas com o apoio técnico pedagógico da Escola, com o objetivo principal de adequar essa modalidade de ensino às diretrizes currilares que foram lançadas no ano de 2014 pela SEDUC-MA, que levou em consideração à reformulação curricular do Ensino Médio para a modalidade Regular e EJA. A reformulação supracitada aconteceu a partir de janeiro de 2014, na reunião de gestores organizada pela SEDUC-MA para o lançamento e estudo das novas diretrizes curriculares para o Ensino Médio. Após a implementação do estudo com os gestores foi requerido um estudo com os professores que foi feito em conjunto com Centro de Ensino Aquiles Lisboa da Cidade de São Domingos do Azeitão-MA. As diretrizes foram estudadas e posteriormente foi elaborada a proposta curricular pelos professores durante dois meses, revisada, estudada e debatida com a comudidade escolar. A presente proposta buscou contemplar, os anseios dos profissionais que atuam na instituição, com a visão de que

PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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PROPOSTA PEDAGÓGICA

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Page 1: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

3

APRESENTAÇÃO

Este documento contém a Proposta Pedagógica do Centro de Ensino Lucas

Coelho - Ensino Médio. A presente proposta pedagógica para o Ensino Médio Regular e

Ensino Médio EJA foi construída coletivamente pelos profissionais desta Escola, orientados

pela Equipe da URE-SÃO JOÃO DOS PATOS - MA.

A proposta Pedagógica do Ensino Médio está fundamentada nas Diretrizes

Curriculares do Estado do Maranhão e foi elaborada pelos docentes das disciplinas com o

apoio técnico pedagógico da Escola, com o objetivo principal de adequar essa modalidade

de ensino às diretrizes currilares que foram lançadas no ano de 2014 pela SEDUC-MA, que

levou em consideração à reformulação curricular do Ensino Médio para a modalidade

Regular e EJA.

A reformulação supracitada aconteceu a partir de janeiro de 2014, na

reunião de gestores organizada pela SEDUC-MA para o lançamento e estudo das novas

diretrizes curriculares para o Ensino Médio.

Após a implementação do estudo com os gestores foi requerido um estudo

com os professores que foi feito em conjunto com Centro de Ensino Aquiles Lisboa da

Cidade de São Domingos do Azeitão-MA. As diretrizes foram estudadas e posteriormente

foi elaborada a proposta curricular pelos professores durante dois meses, revisada,

estudada e debatida com a comudidade escolar.

A presente proposta buscou contemplar, os anseios dos profissionais que

atuam na instituição, com a visão de que a educação histórico-crítica, acentua-se na

primazia dos conteúdos construídos pela humanidade e no confronto com as realidades

sociais com as quais convivem os educandos.

Ciavata e Frigotto esclarecem que:

(...) é preciso que o ensino médio defina sua identidade como última etapa da educação básica mediante um projeto que, conquanto seja unitário em seus princípios objetivos, desenvolvida possibilidades formativas contemplem as múltiplas necessidades socioculturais e econômicas dos sujeitos que o constituem – adolescentes jovens e adultos, reconhecendo-os não como cidadãos e trabalhadores de um futuro indefinido, mas como sujeitos de direitos no momento em que cursam o ensino médio (2004,p.41).

Page 2: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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Será necessário, então, considerar as dimensões formadoras do sujeito: a

complexidade histórica e social e a singularidade. Ou seja, o estudante do Ensino Médio é

uma pessoa de tempo histórico específico, que sofre as influências dos movimentos e

das determinações deste tempo vivido. É uma pessoa que tem uma origem social, que

marca sua constituição e social porque é, também, um ser singular, alguém que

interpreta e dá um sentido ao mundo, à sua vida e à sua história (CHARLOT, 2000).

Assim, construir uma identidade para o Ensino Médio pressupõe levar em

consideração a complexidade desses sujeitos e pensar num currículo que contribua para

a sua formação crítica. Para isso, talvez um começo fosse apresentar-lhes os saberes

escolares de um ponto de vista questionador, contextualizados, numa perspectiva

interdisciplinar.

Os atuais marcos legais para a oferta do Ensino Médio, consubstanciados na

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394/96), representam um divisor na

construção da identidade da terceira etapa da educação básica brasileira.

O primeiro momento de destaque diz respeito às finalidades atribuídas ao

Ensino Médio: o aprimoramento do educando como ser humano, sua formação ética,

desenvolvimento de sua autonomia intelectual e de seu pensamento crítico, sua

preparação para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de competências para

continuar seu aprendizado (Art. 35). O segundo ponto propõe a organização curricular

com os seguintes componentes:

a) base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e

estabelecimento escolar, por uma parte diversificada que atenda a especificidades

regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e do próprio aluno (Art. 26);

b) planejamento e desenvolvimento orgânico do currículo, superando a

organização por disciplinas estanques;

c) integração e articulação dos conhecimentos em processo permanente

interdisciplinaridade e contextualização;

d) proposta pedagógica elaborada e executada pelos estabelecimentos de

ensino, respeitadas as normas comuns e as de seu sistema de ensino;

e) participação dos docentes na elaboração da proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino.

Page 3: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

Nome: CENTRO DE ENSINO LUCAS COELHO – CÓD INEP 22185590

Município: BENEDITO LEITE - MA

Dependência Administrativa: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEDUC

Unidade Regional de Educação: SÃO JOÃO DOS PATOS - MA

Entidade Mantenedora: GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO

Ato de Autorização de Funcionamento: 065/2008 - CEE

Ato de Reconhecimento: 065/2008-CEE

Regimento Escolar: REGIMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO DA REDE OFICIAL DO ESTADO DO MARANHÃO – ANO 2008

Distância do Colégio ao URE: 260 km

Localização: PRAÇA DA ALEGRIA, S/N – CENTRO – BENEDITO LEITE - MA

CEP: 65885-000

Fone/fax: (89) 3544-7090

E-mail: [email protected]

Page 4: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

1.1 ESPAÇO FÍSICO

O Centro de Ensino Lucas Coelho possui uma área edificada de 340,4 m2 em

um espaço territorial de 972,2m2. A instituição é mantida pelo Governo do Estado do

Maranhão.

A área construída está distribuída da seguinte forma: 05 salas de aula, 01

sala para a secretaria; 01 sala para os professores; 01 sala para a biblioteca e IEMA; 01

sala para a diretoria; 01 banheiro feminino; 01 banheiro masculino; 01 banheiro de uso

geral para os professores e funcionários; 01 banheiro esclusivo para PNE, 01 cozinha,

despensa, sala de mantimentos e de materiais de limpeza; 01 sala para laboratório de

Informática, 01 sala de recursos, 01 sala depósito e patio aberto/coberto.

1.2 NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO

( ) Educação Infantil

( ) Ensino Fundamental – 1ª – 4ª series

( ) Ensino undamental – 5ª – 8ª séries

( x ) Ensino Médio

( x ) Educação de Jovens e Adultos: ( ) Fundamental ( x ) Médio

( ) Educação Profissional: ( ) Integral ( )

Subsequente ( ) Educação Especial: ( x )

Sala de Recursos

( ) Centro de Atendimento Especializado:

1.3 QUADRO GERAL DE PESSOAL

Número de Turmas: 5 Número de Alunos: 111

Número de Professores: 14

Número de Pedagogos: 01

Número de Funcionários Administrativos: 03

Números de Funcionários Serviços

Gerais: 01 Número de Diretores: 02

Page 5: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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1.4 TURNOS DE FUNCIONAMENTO

( x ) Manhã – 7:10 às 12:30 – Ensino Médio - Regular

( ) Tarde – Turno Ocioso (Aulas) -

( x ) Noite – 18:45 às 23: – Ensino Médio – Regular e EJA

1.5 AMBIENTES PEDAGÓGICOS

( x ) Sala de Recursos ( ) Sala Multimídia

( ) Auditório

( x ) Salas de Professor

( x ) Laboratório de Informática

( x ) Biblioteca

( ) Classe Especial

( x ) Outros: Sala de Vídeo Conferência

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO ESCOLAR

( x ) série ( ) multisseriado ( )módulos ( ) ciclos

1.7 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

( x ) Disciplina

( ) Bloco de Disciplinas

( ) Área de Conhecimento

( ) Módulos

( x ) Competências e Habilidades

( ) Eixo Gerador

( ) Tema Gerador

( ) Projetos

1.8 AVALIAÇÃO: FORMAS DE REGISTRO

( ) Parecer Descritivo ( ) Conceitos ou menções ( X ) Notas

1.9 PERIODICIDADE DA AVALIAÇÃO

( x ) Mensal/Bimestral ( ) trimestral ( ) semestral

1.10 INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS

( x ) Recuperação de estudos

( x ) Atendimento individualizado

( ) Monitoria

Page 6: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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( x ) Sala de Recursos

( ) Intérprete

( ) Professor de apoio

permanente Outros:

1.11 ESTRATÉGIAS PARA ARTICULAÇÃO ESCOLA/FAMÍLIA/COMUNIDADE

Reuniões de acompanhamento

( ) mensal ( x ) bimestral ( ) trimestral ( ) semestral ( )

Grupo de Estudos para pais

( x ) Atendimento Individualizado ( x

) Palestras

( x ) Festividades

( x ) Eventos Culturais

( x ) Outros: Gincanas e Feiras

1.12 INSTÂNCIAS COLEGIADAS

( x ) Grêmio Estudantil ( x ) Conselho Escolar ( x ) Conselho de Classe

Page 7: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

190

NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO

Atualmente o Centro de Ensino Lucas Coelho oferta somente Ensino

Médio Regular (1ª e 2ª Série) no período matutino e Ensino Médio Regular (2ª e 3ª

Série) e na modalidade EJA (I Etapa) no período noturno. No período vespertino o Colégio

oferece Sala de Recursos e Laboratório de Informática para apoio à autoaprendizagem e

pesquisa.

O Colégio cumpre o mínimo de 200 dias letivos com 800 horas anuais

conforme a Lei 9394/96 e orientações da SEDUC/MA.

MATRIZ CURRICULAR

CURSO: ENSINO MÉDIO REGULAR TURNO: MATUTINOURE: SÃO JOÃO DOS PATOS MUNICÍPIO: BENEDITO LEITE - MA

1ª/SÉRIE 2ª/SÉRIE 3ª/SÉRIE

B A S E

N A C I O N A L

C O MUM

DISCIPLINAS CH/A CH/S CH/A CH/S CH/A CH/A

ARTE 80 2 80 2 80 2

BIOLOGIA 80 2 80 2 120 3

EDUCAÇÃO FÍSICA 80 2 80 2 80 2

FILOSOFIA 80 2 80 2 40 1

FÍSICA 120 3 80 2 120 3

GEOGRAFIA 80 2 80 2 80 2

HISTÓRIA 120 3 80 2 80 2

LÍNGUA PORTUGUESA 200 5 200 5 200 5

MATEMÁTICA 120 3 160 4 160 4

QUÍMICA 80 2 120 3 120 3

SOCIOLOGIA 80 2 80 2 40 1

SUB-TOTAL 1120 25 1120 25 1120 25

DL.E.M. INGLÊS 80 2 80 2 80 2

L.E.M. ESPANHOL 80 2 80 2 80 2

TOTAL GERAL 1280 29 1280 29 1280 29

Page 8: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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CURSO: ENSINO MÉDIO REGULAR TURNO: NOTURNOURE: SÃO JOÃO DOS PATOS MUNICÍPIO: BENEDITO LEITE - MA

1ª/SÉRIE 2ª/SÉRIE 3ª/SÉRIE

B A S E

N A C I O N A L

C O M U M

DISCIPLINAS CH/A CH/S CH/A CH/S CH/A CH/A

ARTE 80 2 80 2 80 2

BIOLOGIA 80 2 80 2 80 2

EDUCAÇÃO FÍSICA 80 2 80 2 80 2

FILOSOFIA 80 2 80 2 40 1

FÍSICA 80 2 80 2 80 2

GEOGRAFIA 80 2 80 2 80 2

HISTÓRIA 80 2 80 2 80 2

LÍNGUA PORTUGUESA 160 4 160 4 200 5

MATEMÁTICA 120 3 120 3 160 4

QUÍMICA 80 2 80 2 80 2

SOCIOLOGIA 80 2 80 2 40 1

SUB-TOTAL 1000 25 1000 25 1000 25

DL.E.M. INGLÊS 80 2 80 2 80 2

L.E.M. ESPANHOL 80 2 80 2 80 2

TOTAL GERAL 1160 29 1160 29 1160 29

Page 9: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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CURSO: ENSINO MÉDIO - EJA TURNO: NOTURNOURE: SÃO JOÃO DOS PATOS MUNICÍPIO: BENEDITO LEITE - MA

I ETAPA II ETAPA I ETAPA II

ETAPA

B A S E

N A C I O N A L

C O M U M

DISCIPLINAS CH/A CH/A CH/S CH/S

ARTE 80 80 2 2

BIOLOGIA 80 80 2 2

EDUCAÇÃO FÍSICA 40 40 1 1

FILOSOFIA 40 40 1 1

FÍSICA 80 80 2 2

GEOGRAFIA 80 80 2 2

HISTÓRIA 80 80 2 2

LÍNGUA PORTUGUESA 160 160 4 4

MATEMÁTICA 160 160 4 4

QUÍMICA 80 80 2 2

SOCIOLOGIA 40 40 1 1

SUB-TOTAL 920 920 23 23

DL.E.M. INGLÊS 40 40 1 1

L.E.M. ESPANHOL 40 40 1 1

TOTAL GERAL 1000 1000 25 25

Page 10: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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ENSINO MÉDIO: CARACTERÍSTICAS

A organização curricular do Centro de Ensino Lucas Coelho, atende os

princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 e as Diretrizes

Curriculares do Estado do Maranhão com oferta de no mínimo 200 dias letivos, divididos

em quatro periodos de 50 dias e carga horária mínima de 800 horas anuais num total de

3840 horas para o Ensino Médio Regular Diurno, 3480 horas para o Ensino Médio Regular

Noturno e 2000 horas para o Ensino Médio na modalidade EJA. Funciona organizada em 1ª,

2ª e 3ª séries para o Ensino Médio Regular e em I e II etapas para EJA, com avaliações no

período e aulas de 50 minutos no turno matutino e aulas de 45 minutos no turno noturno,

conforme orientações da SEDUC-MA.

A matriz curricular contemplará mais de 75% de disciplinas da Base

Nacional Comum e na Parte Diversificada oferta as disciplinas de Língua Estrangeira

Moderna - Inglês e Lingua Estrageira Moderna – Espanhol em todas as séries do Ensino

Médio, com duas aulas semanais na modalidade regular e uma aula semanal no

modalidade EJA.

CURRÍCULO

Identificando o currículo como provisório, inacabado e aberto para inclusão

de saberes e expressões culturais, há espaço para projetos interdisciplinares que atuarão:

a) no resgate de valores morais, éticos, religiosos, cívicos, entre outros relegados a

níveis inferiores;

b) no trabalho com a auto estima, valorizando o aluno como ser humano inteligente e

capaz;

c) nas diversidades excluindo todo tipo de preconceito;

d) na inclusão educacional responsável como direito constitucional das pessoas com

necessidades educacionais especiais;

e) na Educação Fiscal como responsabilidade, direito e dever de todos;

f) no entendimento de que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos e deveres

estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, através de Lei 8.069/90; e

g) eventos em datas comemorativas que tragam conhecimento, cultura e apresentem

Page 11: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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formas diferenciadas de aprender.

Os docentes implementadores dessa proposta entendem que o currículo não

é simplesmente a organização formal das disciplinas e conteúdos e sim um instrumento

norteador do trabalho docente, provisório e inacabado e sempre aberto à incorporação

de saberes e expressões culturais de seus agentes, conforme descrito nas propostas

curriculares de cada disciplina.

MÉTODO DIDÁTICO

A definição do método didático é fundamental na organização das práticas

pedagógicas da escola, pois, além de definir a forma de organização e de abordagem dos

conteúdos escolares, determina o tipo de aprendizagem pretendida. Os atributos da

aprendizagem dos alunos estão diretamente vinculados ao tipo de método utilizado no

processo de ensino.

Enquanto os conteúdos dizem respeito a “o que” aprender, o método se

reporta ao “como” aprender, sendo que a mesma lógica se aplica ao ensinar. Em síntese, o

método didático diz respeito à forma de fazer o ensino acontecer para que a aprendizagem

se efetive do modo esperado.

A adoção de um método torna o trabalho educativo mais eficiente, na medida

em que orienta o professor, facilitando e possibilitando aprofundamentos teóricos e

práticos, sem, contudo, ditar os procedimentos que deverão ser executados em sala de aula,

pois há diversas formas de abordar uma mesma atividade sem fugir ou contrariar o método

adotado.

Então, o trabalho pedagógico se caracteriza por ser uma atividade planejada,

com objetivos claramente estabelecidos e com ações organizadas de forma sistemática,

didaticamente preparada para que a aprendizagem se efetive. Para isso, o ensino precisa ser

organizado de modo que a mediação Sujeito–Objeto do conhecimento possa alcançar o

êxito esperado: a efetivação da aprendizagem.

Nesse sentido, o método deve ser entendido como o fio condutor das práticas

pedagógicas das escolas, independente da etapa de ensino, da disciplina ou ano escolar, que

pode ser conceituado como o conjunto de ações e procedimentos que, realizados numa

sequência lógica e ordenada, assegura a consolidação da aprendizagem dos alunos.

Page 12: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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(MARCHIORATO, 2013)

A partir dessa compreensão, é possível afirmar que o método didático é o

núcleo do ensino, o que significa que todo ensino pressupõe um determinado método e

vice-versa. O didático está intimamente vinculado às expectativas educacionais, à

compreensão do papel social e específico da escola e à concepção de aprendizagem.

É importante atentar para determinados fundamentos que orientam uma

opção metodológica que propicie a integração e articulação entre:

os conhecimentos da disciplina;

os conhecimentos da disciplina com os de outras disciplinas e áreas de

conhecimento;

os conhecimentos científicos e a prática social;

os conhecimentos e os saberes e vivências dos alunos;

a teoria e a prática;

a apropriação dos conhecimentos e a compreensão do mundo;

as aprendizagens já consolidadas e as que estão em processo de efetivação;

a educação escolar, o trabalho e a prática social.

Esses fundamentos metodológicos destacam a prática social como eixo do

trabalho pedagógico, em torno do qual a aprendizagem e o ensino se movimentam. Nesse

sentido, é possível dizer que a prática social é o ponto de partida e o ponto de chegada do

processo de ensino, considerando que o trabalho pedagógico tem como finalidade ampliar a

compreensão sobre os elementos, nexos, interrelações, contradições e fundamentos que

constituem a realidade social.

Desta forma, no sentido de assegurar maior equidade nos resultados

educacionais da Rede Estadual de Ensino do Estado do Maranhão, é essencial que seja

definido o método didático, condutor da organização do trabalho pedagógico das escolas e

da ação docente.

Com base nas finalidades das políticas educacionais e nos fundamentos

metodológicos identificados nas legislações educacionais atuais, faz-se uma opção

metodológica fundamentada no método dialético.

Essa opção metodológica “explicita o movimento do conhecimento como

passagem do empírico ao concreto, pela mediação do abstrato. Ou a passagem da síncrese à

Page 13: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

190

síntese, pela mediação da análise” (SAVIANI, 2005, p.142).

Por compreender a dinâmica existente no processo de mobilização e

construção de conhecimentos, o método dialético possibilita que o professor, consciente dos

limites e potencialidades dos alunos, estabeleça mediações entre o conhecimento científico

e o conhecimento oriundo da prática social.

Isso significa dizer que o professor, enquanto mediador do processo de ensino

e aprendizagem, deva levar em consideração o conhecimento prévio do aluno, sendo esta a

primeira premissa que possibilitará, posteriormente, a 1ª etapa do método, que é a

problematização. Logo, tanto um quanto o outro são ensinantes, na medida em que a sala

de aula passa a ser um ambiente de diálogo investigativo.

Nessa perspectiva metodológica, a compreensão da prática social

(conhecimento prévio, o contexto social, experiências do cotidiano...) é o ponto de partida

do processo de ensino e aprendizagem, pois, à proporção que é instrumentalizado pelo

conhecimento científico, o aluno apresentará uma visão sintética sobre os elementos,

relações e objetos que a constituem.

Nesse sentido, o método didático, na perspectiva dialética, estrutura-se em

quatro etapas, a saber: problematização, instrumentalização, catarse e síntese.

Page 14: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

190

PLANEJAMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

A palavra interdisciplinaridade pressupõe a interação de disciplinas, contudo,

não exclui, necessariamente, a organização dos conhecimentos em disciplinas. O conceito

de interdisciplinaridade diz respeito ao diálogo entre os conhecimentos produzidos pelas

diferentes disciplinas, com o objetivo de compreender melhor os processos, os fenômenos

e as práticas sociais, culturais e físicas que constituem a realidade.

Essa integração mútua de ideias e conceitos científicos é necessária à

compreensão mais ampla sobre os determinantes de um dado fenômeno, natural, físico,

biológico ou social, já que os conhecimentos de uma única disciplina não são suficientes

para explicá-lo. A interdisciplinaridade está intimamente relacionada a uma abordagem

metodológica que propicia maior articulação e reflexão entre as diversas disciplinas ou

entre as heterogeneidades de uma mesma ciência, garantindo uma análise mais dinâmica e

sistêmica da realidade.

Page 15: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

190

A interdisciplinaridade não anula a contribuição dos conhecimentos

específicos produzidos em cada campo ou área da ciência, pelo contrário, valoriza todo o

conhecimento produzido historicamente e busca (re) estabelecer as conexões existentes

entre eles. Essa forma de compreensão do conhecimento pressupõe ações de

reciprocidade, de diálogo entre as diversas áreas da ciência e de tentativas de (re) ligação

dos saberes.

Fazenda (2002, p.52) afirma que,

“(...) pelo próprio fato da realidade apresentar múltiplas e variadas facetas, não é

mais possível analisá-la sob um único ângulo, através de uma só disciplina.

Tornase necessária uma abordagem interdisciplinar que leve em conta o método

aplicado, o fenômeno estudado e o quadro referencial de todas as disciplinas

participantes, assim como uma relação direta com a realidade.”

Na escola, trabalhar o conhecimento nessa perspectiva exige que o trabalho

pedagógico seja também planejado de forma interdisciplinar, o que implica criar

oportunidades institucionais para a incorporação de hábitos e atitudes interdisciplinares

em que o diálogo entre professores e disciplinas estabeleça um canal comum aos

conhecimentos específicos, de modo a perceber que os limites das áreas e das disciplinas

na busca da compreensão da realidade podem ser superados.

É reconhecer a incompletude da disciplina e, ao mesmo tempo, a

complementaridade entre as diversas disciplinas e, assim, “cada disciplina dá sua

contribuição, preservando a integridade de seus métodos, conceitos chaves e sua

epistemologia.” (FAZENDA, apud MARCHIORATO, 2013).

Construir uma prática interdisciplinar requer dos professores (especialistas

das disciplinas) um olhar mais amplo e profundo sobre o objeto epistemológico de sua área

de estudo, buscando compreendê-lo a partir de outros determinantes (sociais, políticos,

econômicos, históricos, culturais, antropológicos, sociológicos, filosóficos etc.) e

procurando estabelecer as conexões com os conhecimentos de outras áreas.

Essa prática exige do especialista domínio aprofundado dos conhecimentos

de sua área específica, conhecimentos básicos de outras áreas e rigor metódico.

A organização dos conteúdos escolares em áreas do conhecimento indica a

Page 16: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

190

intencionalidade em promover a construção de determinadas competências na formação

dos alunos, de acordo com o objeto específico. Isto significa dizer que o conjunto de

aprendizagens consolidadas é responsável pelo desenvolvimento das competências da

área.

A orientação das legislações atuais estabelece que a organização curricular

deva ser constituída de uma base nacional comum e uma parte diversificada compondo um

todo integrado. A organização curricular por áreas de conhecimento aparece como ponto

comum nas legislações e, como tal, deve receber “tratamento metodológico com ênfase na

contextualização e na interdisciplinaridade ou outras formas de interação e articulação

entre diferentes campos de ‘saberes específicos’” (§ 1º, p.3, Resolução Nº

002/2012-CEB/CNE).

Essa forma de organização não exclui nem dilui os componentes disciplinares

com seus objetos específicos e seus saberes particulares, mas alerta para a integração e o

fortalecimento das relações entre eles. Na organização curricular, as disciplinas escolares

representam “recortes” dos conhecimentos científicos. Esses “recortes” são rudimentos

desses saberes selecionados, proporcionalmente, para cada nível e etapa de ensino. Fazem

parte do trabalho escolar os conhecimentos básicos da ciência e os instrumentos essenciais

à apropriação e à produção dos conhecimentos científicos, em graus de complexidade

diferentes conforme nível de escolarização.

A organização do trabalho pedagógico interdisciplinar permite o

conhecimento sobre diversos objetos de estudo, conforme as disciplinas elencadas e o

nível de aprofundamento estabelecido, a análise de seus elementos constitutivos, o

domínio de seus conceitos e a compreensão das interrelações dos conteúdos específicos de

cada disciplina. Disciplina aqui é entendida enquanto conjunto específico de

conhecimentos com suas próprias características sobre o plano de ensino, da formação dos

mecanismos, dos métodos das matérias.

A estrutura pode ser disciplinar, mas a ação pedagógica que dá o movimento

e a dinamicidade ao processo de ensino-aprendizagem deve ser interdisciplinar, o que

significa dizer que a abordagem metodológica dos conteúdos escolares nas diversas

disciplinas deve possibilitar o entendimento do papel e da função do objeto em questão

numa determinada realidade, a análise de seus elementos constitutivos, o domínio de seus

Page 17: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

190

conceitos básicos e a compreensão do conjunto de interrelações que os elementos do

objeto de estudo estabelecem entre si e destes com outros objetos e elementos da

realidade.

Assim, as Diretrizes Curriculares da Rede Estadual de Ensino definem a

organização do trabalho pedagógico no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a partir de

quatro áreas de conhecimento, desdobradas em disciplinas, a saber:

a) Linguagem, Códigos e Suas Tecnologias;

b) Matemática e suas Tecnologias;

c) Ciências Naturais e suas Tecnologias;

d) Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Ao afirmar que o processo de aprender comporta um ciclo metodológico que

tem como início a prática social e retorna a ela com a construção de um conhecimento

reelaborado significativamente, é importante considerar que a aprendizagem de um

objeto, em um dado nível, influencia o fazer em um outro nível mais complexo.

A problematização é a etapa desencadeadora de toda a construção do

conhecimento na medida em que é o elemento inquiridor e motivador dos educandos na

caminhada em prol de uma nova aprendizagem. Logo, o processo intrassubjetivo de

aprender passa pelo desenvolvimento de capacidades e competências inerentes aos

sujeitos. Nessa perspectiva, entende-se por competências/capacidades a mobilização de

operações cognitivas que envolvem saberes e variadas informações, para solucionar

situações problemas, ou mesmo “o conjunto de atributos indispensáveis ao desempenho

de práticas e atitudes essenciais à inserção social do aluno de forma mais qualitativa”.

(MARCHIORATO, Liliane)

Localizar-se numa cidade desconhecida, por exemplo, mobiliza as

capacidades espaciais de ler um mapa ou comunicar-se pedindo informações precisas,

juntamente com os saberes de referência geográfica sobre orientação. Logo, cada

competência parte de análises de situações específicas e está intrinsecamente ligada à área

de conhecimento por sua própria natureza de organização curricular.

Os conteúdos científicos - matemáticos, linguísticos, geográficos, históricos -

se constituem de princípios e informações relacionadas por operações intelectuais:

classificação, seriação, correspondência, causa e efeito, correlação, implicação,

Page 18: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

190

temporalidade, etc., numa concepção de que acontecem mudanças qualitativas que abrem

novas possibilidades de interagir com objetos do conhecimento cada vez mais complexos,

abrangentes e abstratos.

Nessa perspectiva, o conhecimento, por meio de capacidades e

competências a serem desenvolvidas, é demarcado pelo ato de raciocinar, coordenar as

informações relacionando com os saberes inerentes à área de conhecimento.

A construção dos quadros de competências por área de conhecimento,

apresentados nestas Diretrizes Curriculares, expressa a formação e desenvolvimento das

aprendizagens de forma gradativa, ou seja, ao longo de toda a Educação Básica. Uma

determinada competência será construída ao longo de toda a Educação Básica, iniciando

no Ensino Fundamental anos iniciais, perpassando pelos anos finais e concluindo o seu nível

de aprendizagem no Ensino Médio.

MATRIZES CURRICULARES

As matrizes disciplinares expressam, de modo claro e objetivo, a quantidade e

a qualidade do que deve ser aprendido e do que deve ser ensinado nas escolas,

possibilitando com isso que o trabalho pedagógico se faça de forma interdisciplinar e

transversal.

Os temas sociais explicitam em suas ementas um conjunto de conceitos,

objetivos, procedimentos, atitudes, valores e critérios de avaliação e orientações didáticas a

serem ensinados e aprendidos na escola, que devem subsidiar os planos do trabalho

docente.

Porém, o professor precisa ter clareza dos objetivos que quer alcançar e

formular, bem como as etapas do trabalho pedagógico para garantir o equilíbrio e a

coerência interna das interrelações entre os objetos de conhecimento temático e os objetos

de conhecimento disciplinar, objetivando garantir a função social da escola.

As matrizes apresentam uma modelagem inovadora que prioriza o seguinte: o

que deverá ser aprendido; o que deverá ser ensinado; como deverá ser ensinado; o que

deverá ser avaliado.

Os temas sociais exigem a elaboração de propostas pedagógicas para as

escolas, de planejamento das aulas e da análise de materiais didáticos, cujo objetivo é

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190

garantir que os alunos aprendam de forma sistemática, contínua e construtiva.

AVALIAÇÃO ESCOLAR

A avaliação educacional pode ser identificada a partir de duas dimensões:

uma interna - avaliação da aprendizagem realizada, sobretudo, pelo professor como parte

do seu fazer pedagógico, cujo objetivo é verificar se o estudante aprendeu o que o professor

se propôs ensinar após cada aula ministrada, atividade desenvolvida e/ou tarefa realizada

pelo estudante; e outra externa - avaliação do desempenho escolar em larga escala

(MEC/INEP), de natureza sistêmica, realizada por agente externo à escola, com o objetivo de

verificar o que o estudante deveria ter aprendido em determinado período e etapa da

educação básica. E, ainda, a avaliação institucional que pode ser interna (autoavaliação) ou

externa (avaliação que utiliza instrumentos produzidos e aplicados por pessoas de fora da

instituição), realizada com o objetivo de verificar o grau de satisfação e eficiência da

instituição referente ao serviço prestado.

Neste documento enfocaremos a avaliação da aprendizagem como processo

inerente ao método de ensino e ao currículo proposto com vistas à superação da concepção

de avaliação seletivista e excludente para uma avaliação a favor das aprendizagens dos

alunos.

Fundamentada nas legislações educacionais vigentes e em estudos realizados

nas últimas décadas, a concepção de avaliação ora apresentada como balizadora da prática

avaliativa das escolas da Rede Estadual de Ensino, como as que aderirem ao regime de

colaboração, encontra-se baseada na perspectiva de um currículo histórico-crítico.

Logo, a avaliação da aprendizagem permeia todo o caminho pedagógico de

apreensão dos novos conhecimentos tomando como referência a prática social do aluno. A

avaliação da aprendizagem deve ser compreendida em três dimensões: avaliação inicial,

avaliação processual e avaliação de resultado.

Assim, a avaliação faz parte do planejamento de ensino, acompanha o

desenvolvimento dos saberes, orientando intervenções, averigua construções individuais e

coletivas do conhecimento, assumindo funções e dimensões diferenciadas, de acordo com a

situação de aprendizagem.

Nesse sentido, a avaliação é inerente ao método de ensino, pois está presente

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em todos os momentos do trabalho pedagógico com foco na apreensão dos saberes na

descrição curricular para a etapa de ensino.

Avaliação inicial Todo processo de desenvolvimento da atividade docente

parte da prática social do aluno. Logo, o professor deve iniciar sua ação fazendo, além de

uma apreciação de todo o seu trabalho antes de ser executado (políticas educacionais

adotadas pela instituição, das condições de trabalho, dos conteúdos a serem ministrados,

dos objetivos, das concepções de educação, de ensino, de avaliação, e outros), um

levantamento da realidade em que os alunos estão inseridos, possibilitando aos educandos

ambiente de estudo escolar que tenha foco no conhecimento como elemento fundamental

de sua formação intelectual e social.

Quando o professor, em seu planejamento, propõe questões desafiadoras e

contextualizadas para os educandos, está pensando na problematização do processo de

ensino e aprendizagem em associação com os conteúdos conceituais, procedimentais,

factuais e atitudinais das disciplinas e temas sociais, tendo em vista as necessidades de

aprendizagem dos educandos. Segundo Gasparin (2007), a problematização conduzirá o

professor e os educandos no entendimento do conteúdo sistematizado, pois ambos se

apropriarão dos conhecimentos com significado e sentido para as suas vidas.

A avaliação inicial fornece informações aos professores sobre o desempenho

dos educandos e, com base nesse diagnóstico, o professor terá subsídios suficientes para

intervir e tomar decisões responsáveis, no que se refere ao planejamento pedagógico, e,

assim, atender as necessidades de aprendizagens dos educandos por meio do

acompanhamento de desempenho ao longo do processo. Pois, para Luckesi (2003), o ato de

avaliar implica em dois processos articulados e indissociáveis: diagnosticar e decidir.

Portanto, não é possível uma decisão sem um diagnóstico, assim como não é possível um

diagnóstico sem uma consequente decisão.

Nessa perspectiva, o professor precisa compreender que o ato de diagnosticar

é um ato de conhecimento, a partir do qual decisões podem e devem ser tomadas. Desse

modo, é relevante destacar que o conhecimento do professor sobre a realidade dos

educandos oferece elementos para uma avaliação prévia que poderá dar um novo sentido

tanto para o ensino como para aprendizagem, ponto de partida de quem ensina e de quem

aprende.

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Essa avaliação, por parte do professor, consiste em levantar hipóteses sobre

os conteúdos a serem trabalhados, e os educandos, por sua vez, responderão o que esse

desafio significa para eles em termos de aprendizagem.

Os instrumentos para a realização dessa avaliação devem contemplar

questões que permitam verificar o que, o quanto e a qualidade das aprendizagens, saberes e

domínios efetivados em processos pedagógicos antecedentes. O resultado dessa avaliação

deve ser observado no documento de registro do professor, expressando as reais condições

de aprendizagem dos estudantes no início do processo de ensino e pode servir na

comparação entre o ponto de partida e o de chegada do trabalho pedagógico.

Pois um diagnóstico é um conhecimento que o professor adquire por meio de

dados que devem ser qualificados, permitindo-lhe tomar decisões e fazer as intervenções

pedagógicas necessárias para que os estudantes avancem no seu processo de aprender.

A avaliação inicial faz parte do processo de ensinar e aprender. Sugere-se

aqui, porém, que haja sempre um momento no ano letivo, logo nas primeiras semanas de

aula, destinado ao diagnóstico das aprendizagens anteriores objetivando conhecer as

condições de aprendizagem dos educandos, com vistas à elaboração do plano de ensino

anual.

Avaliação processual A avaliação deve ser entendida como processo que

identifica os avanços no desenvolvimento do processo de construção da aprendizagem dos

estudantes, determinando a retomada ou a continuidade do ensino.

Segundo Hoffmann (2001), nessa perspectiva, pode-se pensar na avaliação

como mediadora de um processo permanente de troca de mensagens e significados, como

parte do processo de interação dialética, do espaço de encontro e do confronto de ideias

entre o professor e o estudante em busca de patamares qualitativamente superiores de

conhecimentos.

A avaliação processual deve ser formativa, possibilitando ao professoro

acompanhamento dos avanços e das dificuldades dos estudantes ao longo do processo. Para

Perrenoud (1999), pode-se considerar como formativa toda prática de avaliação contínua

que pretende contribuir para melhorar as aprendizagens.

Nessa dimensão, a avaliação permite que as intervenções pedagógicas sejam

promovidas no tempo em que as dificuldades ocorrem e, por isso, evitam resultados

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indesejados. Isso significa que a avaliação da aprendizagem deve ser um ato dinâmico, assim

como é a prática pedagógica.

É possível usar a avaliação da aprendizagem no verdadeiro significado de

avaliação, como o ato pelo qual qualificamos a realidade, a partir de dados relevantes, para

uma tomada de decisão sobre o que está ocorrendo, na perspectiva de proceder a uma

intervenção e melhorar os resultados da situação de aprendizagem do educando, garantindo

assim o direito de aprender desses estudantes, que, de posse desse conhecimento,

transformarão para melhor a realidade em que vivem.

Nesse sentido, a avaliação precisa ser aplicada na perspectiva formativa, cujo

princípio fundamental é o atendimento às diferenças individuais dos estudantes, que

precisam ser garantidas no planejamento/replanejamento de ações e atividades pedagógicas

alternativas de recuperação das falhas de aprendizagem, podendo constituir-se em fonte de

motivação para os estudantes na medida em que essas atividades avaliativas mostram em

que níveis de desempenho o educando se encontra em relação aos conhecimentos e

habilidades consideradas satisfatórias à sua formação, o quanto eles aprenderam e o quanto

ainda precisam esforçar-se para atingir o nível satisfatório. Essa mediação do professor

possibilitará a ambos a apreensão do que cada um tem a comunicar ao outro.

Quando isso acontece, realiza-se um momento de avaliação, que se relaciona

com a etapa da instrumentalização do método, em que o professor sente a realização

positiva ou o momento crítico do seu ensino. De acordo com o pensamento de Gasparin

(2007), a instrumentalização propicia um confronto essencial no processo de ensino e

aprendizagem entre os educandos e o objeto da sua aprendizagem, por meio da mediação

do educador.

No momento em que o educando faz um resumo de tudo o que aprendeu,

segundo as dimensões do conteúdo trabalhado, elabora mentalmente um novo conceito, ou

seja, constrói um conhecimento novo. No entanto, existe um momento específico no

processo escolar, em que há uma parada obrigatória, de certa forma, final e conclusiva de

uma unidade ou de tópicos de conteúdos desenvolvidos.

É nesta fase que o professor e os educandos evidenciam e apreciam o quanto

cresceram, realizando-se a avaliação no momento catártico do método dialético (SAVIANI,

2007). Essa nova aprendizagem pode ser expressa através de uma avaliação oral ou escrita,

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formal ou informal. O professor avalia seu desempenho didático-pedagógico como mediador

para tomar decisões na mediação do processo e o educando incorpora em uma nova

totalidade o conhecimento primeiro que possuía no início da unidade trabalhada, com o

novo conhecimento apresentado pelo professor.

Assim, a avaliação é sempre uma síntese, cuja base é a análise. Desse modo,

enfatiza Gasparin (2007) sobre a avaliação da aprendizagem, alertando que o educando não

deve demonstrar o que aprendeu sobre o conteúdo apenas para a realização de uma prova,

mas para expressar na prática que se apropriou de um novo conhecimento para

compreensão da realidade, visando transformá-la.

Os instrumentos avaliativos devem ser as próprias atividades que o professor

aplica durante o período letivo. Estas devem ser selecionadas pelo educando, com a

orientação do professor, para compor os seus registros. As avaliações processuais devem ser

realizadas em determinados momentos conforme a organização do trabalho pedagógico

constante nos planos de ensino.

Os resultados da avaliação processual devem ter como foco a reflexão e a

tomada de decisões acerca das intervenções pedagógicas necessárias ao avanço das

aprendizagens, com apoio dos conselhos de classe, visto que estes representam a instância

colegiada na escola.

O professor deve registrar, após cada momento avaliativo, os avanços e as

dificuldades de aprendizagem dos alunos, na ficha de acompanhamento da aprendizagem,

constante no diário de classe ou diário eletrônico.A avaliação processual diz respeito aos

resultados parciais do trabalho realizado nas etapas de problematização, instrumentalização

e catarse do método didático.

Avaliação de resultado Finalmente, o professor realiza sua avaliação a partir

do trabalho desenvolvido com os educandos e estes avaliarão em que medida o conteúdo

teórico se transformará em ação após ser trabalhado, este é o momento da prática social

final, ou seja, é o momento da avaliação na prática, em consonância com a síntese do

método didático. Nesse sentido, a prática social final se efetiva quando há mudança de

comportamento do educando, ou seja, quando o mesmo se posiciona diante das

problemáticas cotidianas, intervindo positivamente na solução destas (GASPARIN, 2007).

A avaliação de resultado pretende, na medida em que for sendo realizado,

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verificar se o processo de ensino e aprendizagem, efetivamente, está acontecendo nos

momentos precisos, com vistas a identificar os avanços esperados.

Os instrumentos devem estar estruturados com base em questões

desafiadoras e possíveis de soluções no contexto vivido pelo aluno, ou seja, o aluno precisa

articular os conhecimentos apreendidos para usá-los no cotidiano durante todo seu processo

educativo e social.

As atividades avaliativas serão catalogadas nos registros, pois subsidiarão as

análises para chegarmos aos resultados finais de cada período do ano letivo e registrados em

documento oficial da rede/escola, com vistas às tomadas de decisões sobre a promoção do

educando. O resultado do processo pedagógico é avaliado e julgado, segundo os padrões de

qualidade estabelecidos nas matrizes disciplinares.

O julgamento da aprendizagem é expresso numa escala de 0,0 (zero) a 10,0

(dez) e o valor deve ser registrado pelo professor, ao final de cada período, no sistema de

gestão acadêmica da escola. A rede estadual de ensino determina que a média mínima para

que os educandos prossigam para a série/ano seguinte é 7,0 (sete), indicando que a

aprendizagem do educando correspondeu aos padrões de aprendizagem estabelecidos

como adequados para a rede.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO/RECUPERAÇÃO

O professor deve, ao planejar o processo avaliativo, orientar-se por critérios

de avaliação que norteiem as aprendizagens essenciais e as competências básicas que o

educando precisa ter desenvolvido ao final de uma etapa ou ano, almejando prosseguir nos

seus estudos.

Os critérios de avaliação são estabelecidos tendo como base as competências

e habilidades a serem desenvolvidas e consolidadas no Ensino Fundamental e Ensino Médio,

propostos para cada área de conhecimento, assim como as aprendizagens esperadas

constantes das matrizes de cada disciplina.

No entanto, os critérios de avaliação não devem confundir-se com essas

competências e habilidades. Assim, ao planejar seus instrumentos avaliativos, é comum que

o professor selecione, entre os conteúdos trabalhados, aqueles que irão constituir as

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questões avaliativas. Uma análise desses instrumentos revela que, em alguns casos, nos

testes e outros instrumentos avaliativos, não estão sendo solicitados os conteúdos mais

significativos.

Enquanto as competências expressam expectativas mais amplas de

aprendizagem a serem desenvolvidas com os educandos, os critérios referem-se aos

aspectos fundamentais e indispensáveis para que o educando dê continuidade à sua

aprendizagem.

É importante que a definição desses critérios seja refletida, coletivamente,

pelos professores, supervisores e gestores da escola, considerando a realidade de cada sala

de aula, uma vez que são relevantes, no momento de planejar, as experiências de

aprendizagem e as atividades avaliativas. Nessa premissa, definir critérios significa ter

parâmetros democráticos de apreciação sobre o desempenho dos educandos, que pode ser

expresso sob a forma de habilidades ou saberes essenciais imprescindíveis para o

prosseguimento em etapas posteriores.

Os critérios definidos nestas Diretrizes traduzem o que queremos como

resultados das atividades. Desse modo, estabelecem relações tanto para o ato de ensinar

como para o ato de avaliar. Diretrizes Curriculares – 3ª edição – Estado do Maranhão 103 A

reorganização curricular em áreas de conhecimento, com o objetivo de facilitar o

desenvolvimento dos conteúdos, apresenta uma perspectiva de interdisciplinaridade e

contextualização.

Os professores devem buscar novas abordagens, metodologias e critérios de

avaliação apontando para:

• as expectativas de aprendizagem, considerando objetivos e conteúdos

propostos para a disciplina, ou para o curso, ou para o ciclo;

• a organização lógica e interna dos conteúdos;

• as particularidades de cada momento da escolaridade e as possibilidades de

aprendizagem decorrentes de cada etapa do desenvolvimento cognitivo, afetivo e social em

uma determinada situação, na qual os educandos tenham boas condições de

desenvolvimento, do ponto de vista pessoal e social;

• as experiências educativas a que os educandos devem ter acesso e são

consideradas essenciais para o seu desenvolvimento e socialização. Cabe ressaltar que

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nenhuma avaliação pode ser feita sem que os critérios sejam previamente estabelecidos

pelo professor e sejam conhecidos por todos os estudantes (ANTONIO, 2008).

A recuperação da aprendizagem tem caráter obrigatório, conforme legislação

vigente (LDBN nº 9.394/96), sendo de responsabilidade da escola e de seus professores.

Deve ser desenvolvida em momentos distintos: recuperação paralela e final.

A recuperação paralela ocorre no processo, de forma permanente e não

apenas em um momento pontual em sala de aula, devendo acontecer sempre que o

educando apresentar dificuldades de aprendizagem durante todo o processo educativo.

Nesse momento, os professores devem propor atividades diversificadas de compreensão e

consolidação da aprendizagem, adequadas às dificuldades dos educandos, utilizando os

instrumentos avaliativos, contidos nas Diretrizes de Avaliação da Aprendizagem da Rede

Deve-se fazer o registro provisório dessas avaliações para fins de validação do

processo de aprendizagem. A recuperação final envolve um conjunto de procedimentos

pedagógicos intensificados, dirigidos aos educandos, que, mesmo após serem submetidos à

recuperação paralela, não alcançaram um nível de aprendizagem satisfatória.

A recuperação final será realizada em período fora da carga horária mínima

anual e dos dias letivos. A nota final do educando, ao término do ano letivo, deverá ser

alterada após a prática da recuperação final. Portanto, a recuperação deverá garantir:

A recuperação de aprendizagens básicas não consolidadas e que

comprometem a construção de novas aprendizagens;

A recuperação de noções, conceitos e conhecimentos básicos para a

efetivação das aprendizagens em processo de construção.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE ARTE

A arte está presente desde os primórdios da humanidade, que é

denominado pré-história. Caracterizada como atividade fundamental que por meio de seu

trabalho e criação o homem transformou a si própria e o meio em que vive.

A educação em Arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e

da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à

experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto

ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer formas produzidas por

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ele e seus colegas, pela natureza e nas diferentes culturas.

O caráter da aula de arte deve permitir o desenvolvimento da sensibilidade

do aluno para perceber o mundo que o cerca, pois a arte é a expressão do sentimento

humano.

A aula de arte não deve ser vista como formadora de futuros artistas, mas

como espaço privilegiado de formação de seres que inventam, renovam, refletem sobre a

existência, enfim, deve privilegiar a formação de seres capazes de pensar a condição

humana.

A arte possibilita ao aluno tomar como referência o seu olhar e o seu

conhecimento, o domínio de diferentes formas de interpretação do significado dos objetos

mediante a formação dos sentidos e do domínio do conhecimento artístico, além da

construção de estratégias de produção, compreensão, apreciação e interpretação dos

objetos que constituem a produção cultural.

No ensino de Arte pretende-se que os alunos adquiram conhecimento sobre

a diversidade de pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de

criação e desenvolver o pensamento crítico, pautando-se um diálogo entre a realidade de

sala de aula e o conhecimento no campo das teorias críticas de Arte e de Educação.

Diante da complexidade de definir arte, considera-se a necessidade de

abordá-la a partir dos campos conceituais que historicamente tem produzido estudos

sobre ela, que seriam os objetos de estudo:

o conhecimento estético; originado da Filosofia, é um conhecimento teorizado

sobre a arte, produzido pela arte e as ciências humanas como; Filosofia, Sociologia,

Psicologia, Antropologia e Literatura.

o conhecimento da produção artística: está relacionado aos poemas do fazer e da

criação, toma em consideração o artista no processo da criação das obras desde

suas raízes históricas e sociais, as condições concretas que subsidiam a produção, o

saber científico e o nível técnico alcançado na experiência com materiais, são as

formas de organização e estruturação do trabalho artístico.

O ensino da Arte deve interferir e expandir os sentidos, a visão de mundo,

aquecer o espírito crítico, para que o aluno possa situar-se como sujeito de sua realidade

histórica.

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Sob a perspectiva, Vasquez (1978) aponta as três interpretações

fundamentais da arte a ser consideradas: Arte como forma de conhecimento; Arte como

ideologia e a Arte como trabalho criador.

Através destas abordagens é que norteiam e organizam a metodologia, a

aplicação dos conteúdos e a avaliação de Arte. Sendo assim, foi elaborada uma forma de

organização dos conteúdos, denominada de conteúdos estruturantes, eles podem constituir-

se em uma identidade para a disciplina de Arte e em uma prática pedagógica que contemple

as quatro áreas de arte; artes visuais, música, teatro e dança.

Apesar dos Conteúdos Estruturantes terem suas especificidades, são

interdependentes e de mútua determinação, e que deverão estar presente em toda ação

pedagógica planejada juntamente com os conteúdos específicos, dos três conteúdos

estruturantes; Elementos Formais, Composição e Movimento e Períodos, contemplando a

quatro áreas: artes visuais, música, teatro e dança.

Metodologia

Para que o conhecimento, as práticas e a função artística estejam presentes

em todos os momentos da prática pedagógica, é indispensável que seja contemplado, na

metodologia do ensino da Arte os três momentos:

Teorizar; fundamenta e possibilita ao aluno que perceba e aproprie a

obra artística, bem como, desenvolva um trabalho artístico para formar conceitos

artísticos. Sentir e perceber, são as formas de apreciação, fruição leitura e acesso a obra

de arte. Trabalho artístico; é a prática criativa, o exercício com os elementos que compôes

uma obra de arte.

O trabalho em sala de aula poderá iniciar por qualquer um desses

momentos, ou pelos três simultaneamente. Ao final das atividades, de uma ou várias

aulas, espera-se que o aluno tenha vivenciado cada um deles.

O professor também poderá trabalhar atividades que estimulem nos

alunos autonomia, a responsabilidade e o compromisso com seu desempenho escolar, de

maneira individual e coletiva. Para tal propósito utiliza-se a leitura de textos diversos,

imagens, gravuras, dobraduras, colagens, debates, seminários, recursos audiovisuais, TV

multimídia e outros.

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O professor possibilitará aos alunos o acesso às obras artísticas, para que os

mesmos possam familiarizar-se com as diversas formas de produção da arte, bem como

envolver leitura de imagens se dá inicialmente pelos sentidos que poderão ser

superficiais ou mais aprofundados, de acordo com a vivência dos alunos. Cabe ao

professor mediar esta leitura, possibilitando o acesso ao conhecimento estético

sistematizado para que o aluno possa interpretar as obras de arte e a realidade,

transcendendo as aparências, apreendendo através da arte, parte da totalidade da

realidade humana e social.

No Ensino Médio deverá priorizar a História da Arte, com raros

momentos de prática artística, centrando-se no estudo de movimentos e períodos e na

leitura de obras de Arte.

O professor deverá possibilitar o acesso e mediar a percepção e

apropriação dos conhecimentos sobre arte, para que o aluno possa interpretar as obras,

transcender aparências e apreender, pela arte, aspectos da realidade humana em sua

dimensão singular e social.

O ensino da Arte, terá a possibilidade de romper cada uma hegemonia da

cultura européia, abordando a História e Cultura Afro Brasileira e Indígena (leis

nº.10639/03 e nº.11645/08), que também estão elencados nos conteúdos estruturantes.

Critérios Avaliativos

A concepção de avaliação para a disciplina de arte é diagnóstica e

processual. É diagnóstica por ser a referencia do professor para planejar as aulas e avaliar

os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. O

planejamento deverá ser constantemente redirecionado, utilizando a avaliação do

professor da classe sobre o desenvolvimento das aulas e também, a auto-avaliação dos

alunos.

Avaliação é contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do

período sobre os de eventuais provas finais.

A avaliação almeja o desenvolvimento formativo e cultural do aluno e

deve levar em consideração a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua

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participação nas atividades realizadas.

O professor participa do processo e compartilha a produção do aluno, ou

seja, avaliação permite que se saia do lugar comum, dos gostos pessoais, de modo que se

desvincula uma prática pedagógica pragmatista, caracterizada pela produção de

resultados ou a valorização somente do espontaneísmo.

A avaliação em Arte superará o papel de mero instrumento de medição da

apreensão dos conteúdos e buscará proporcionar a aprendizagens socialmente

significativas para o aluno. Caberá ao professor avaliar como o aluno soluciona os

problemas apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões em

grupo.

O método de avaliação inclui observação e registro do processo de

aprendizagem com os avanços e dificuldades percebidos na apropriação do conhecimento

pelos alunos.

O professor deverá fazer um levantamento das formas artísticas que os

alunos já conhecem e de suas respectivas habilidades, como tocar um instrumento musical,

dançar, desenhar ou representar, portanto o conhecimento que o aluno acumula deve ser

socializado entre os colegas e, ao mesmo tempo, constitui-se como referência para o

professor propor abordagens diferenciadas.

A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e de grupo, são

necessários vários instrumentos de verificação tais como:

trabalhos artísticos individuais e em grupos;

pesquisas bibliográficas e de campo;

debates em forma de seminários e simpósios;

provas teóricas e práticas;

registros em forma de relatórios, gráficos, portfólio, áudio-visual e outros.

Por meio desses instrumentos, o professor obterá o diagnóstico necessário

para a aprendizagem e avaliação.

PROPOSTA CURRICULAR DE BIOLOGIA

No mundo atual faz se necessário compreender as relações existentes entre

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Ciência, Tecnologia e Sociedade, visando ampliar as possibilidades de compreensão e

participação efetiva nesse mundo.

A disciplina de biologia baseia-se em contemplar e explicar o fenômeno

vida em todo a sua complexidade de relações, ou seja, na organização dos seres vivos,

no funcionamento dos mecanismos biológicos, do estudo da biodiversidade no âmbito dos

processos biológicos de variabilidade genética, hereditariedade e relações ecológicas, das

implicações e avanços tecnológicos e biológicos.

A preocupação com a descrição dos seres vivos e dos fenômenos naturais

levou o homem a diferentes concepções de mundo e de seu papel enquanto parte deste

mundo.

Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das

diferentes concepções sobre o fenômeno Vida e suas implicações para o ensino,

buscando-se na história da ciência os contextos que impulsionaram mudanças conceituais

no modo como o homem passou a compreender a natureza.

O conhecimento do campo da biologia deve subsidiar a análise e reflexão

de questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de

recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção

humana no ambiente, levando-se em

conta a dinâmica dos ecossistemas dos organismos, enfim, o modo como a

natureza se comporta e a vida se processa.

Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das

diferentes concepções sobre o fenômeno Vida e suas implicações para o ensino,

buscamos na História da Ciência os contextos que impulsionaram mudanças conceituais

no modo com que o homem passou a compreender a natureza.

O conhecimento no campo da Biologia deve-se subsidiar a análise e reflexões

de questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, aproveitamento e

utilização de recursos naturais e tecnológicos que implicam em intensa intervenção

humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos

enfim do modo a natureza se comporta e a vida como se processa.

Assim, os conhecimentos apresentados pela disciplina Biologia na educação

básica representam os modelos teóricos elaborados com esforços, para levar o educando a

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190

compreensão da natureza viva e dos diferentes sistemas explicativos, a contraposição entre

os mesmos e a compreensão de que a Ciência não tem respostas definitivas para tudo,

sendo uma das suas características a possibilidade de ser questionada e transformada.

Mais que inserir conteúdos atualizados cabe ao professor trabalhar as

grandes teorias da Biologia incorporando informações a cerca das novas descobertas ao

longo do tempo. De posse desses conceitos centrais e aptos a buscar novos

conhecimentos, os educandos terão condições de inserir no mundo em que vivem e que

está em constante transformação e também de refletir sobre esse mundo.

Assumindo o ensino de Biologia como meio para transformar os educandos e

por conseguinte, a sociedade, cabe a nós professores de Biologia com entusiasmo e

criatividade, estabelecer conexões com outras disciplinas, bem como a Cultura Afro-

Brasileira e Africana, contextualizando e identificando a interferência de aspectos místicos

e culturais nos conhecimentos do censo comum relacionados a aspectos biológicos.

Mostrando que a Biologia está presente no nosso dia-a-dia e influencia diretamente as

nossas tomadas de decisões. Portanto, o estudo dessa ciência requer uma postura mais

crítica, para que possamos entender os processos biológicos numa busca constante de

compreender o fenômeno “Vida”.

Partindo-se da dimensão histórica da disciplina Biologia, foram

identificados os marcos conceituais, da construção do pensamento Biológico a partir

dos quais foram estabelecidos os conteúdos estruturantes:

organização dos seres vivos: a classificação dos seres vivos é uma tentativa de

compreender e categorizar as espécies extintas e existentes;

mecânicos biológicos: apresenta uma proposta que privilegia o estudo dos

mecanismos que explicam como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam;

biodiversidade: entende-se por biodiversidade um sistema complexo de

conhecimento biológico integrado, dinâmico, envolvendo a variabilidade genética, a

diversidade de seres vivos, as relações ecológicas estabelecidas entre eles e com a

natureza, e os processos evolutivos pelos quais os seres vivos têm sofrido

transformações;

implicações dos avanços biológicos: apresenta propostas voltadas para implicações

da engenharia genética sobre a vida, considerando-se que com os avanços da

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Biologia molecular, há a possibilidade de manipular o material genético dos seres

vivos, pois os mesmos apontam como a disciplina se constitui como conhecimento,

e como esta tem influenciado na construção de uma concepção de mundo

contribuindo para que se possam compreender as implicações sociais, políticas,

econômicas, e ambientais que envolvam a apropriação deste conhecimento

biológico pela sociedade.

Estes conteúdos foram estabelecidos buscando-se sua historicidade para que

se perceba a não neutralidade da construção do pensamento científico elaborado. Essa

compreensão é mais uma das formas de conhecimento produzido pelo desenvolvimento

do homem e determinado pelas necessidades materiais deste em cada momento histórico.

Metodologia

Para o ensino de Biologia como proposta metodológica propõe-se utilização

do método da pratica social que parte da pedagogia histórico – crítica centrada na

valorização e socialização dos conhecimentos da Biologia as camadas populares,

entendendo a apropriação crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento

de compreensão da realidade social e atuação crítica para transformação da realidade

(Saviani 1997, Libâneo 1983).

Os conhecimentos serão tratados de forma contextualizada, revelando

como e porque foram produzidos, apresentando a história da Biologia com um

movimento não linear e freqüente contraditório.

O desenvolvimento dos Conteúdos Estruturantes deve decorrer de forma

integrada, ou seja, um assunto servindo de base para outro; sendo importante

considerar a necessidade de se conhecer e respeitar a diversidade social, cultural e as

idéias básicas do educando.

O ensino dos conteúdos específicos aponta as seguintes estratégias

metodológicas:

a) prática social: senso comum a respeito do conteúdo trabalhado;

b) problematização: detectar e apontar as questões que precisam ser resolvidas;

c) instrumentalização: apresentação dos conteúdos sistematizados para que os

educandos assimilem e os transformem em instrumento de construção pessoal e

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profissional; e

d) catarse: passar da ação para a conscientização, retorno a prática social, de forma

a atuar e transformar as relações de produção.

Tendo como linha progressista numa tendência histórico-crítica dialética, a

metodologia utilizada na construção do conhecimento científico, requer as seguintes ações:

a) observação e descrição dos seres vivos;

b) seminários com educandos para aprofundar os conteúdos;

c) trabalhos em grupo, buscando relacionar fatos do cotidiano com o conteúdo científico;

d) debates sobre assuntos científicos e novas descobertas;

e) uso da internet como fonte de pesquisa para aprofundar conhecimentos;

f) palestras sobre assuntos relacionados à saúde e/ou meio ambiente;

g) leitura de jornais, revistas, etc., a fim de aprimorar o conhecimento;

h) projetos de pesquisa, onde o educando possa relacionar o conhecimento

científico com a prática;

i) aulas teóricas relacionando teoria com a prática; aula dialogada, leitura e escrita para

possibilitar a expressão dos pensamentos, percepções e confronto de idéias dos

educandos;

j) trabalhos sejam individuais ou em grupos, onde possam analisar assuntos de forma

coerente e crítica; trabalhos com filmes, questionando fatos ecológicos ou

biotecnológicos com os conhecimentos aprendidos;

k) levantamento de pesquisa bibliográfica, de campo e/ou experimental onde o

educando constrói seu conhecimento; experimentação prática e/ou demonstrativa a

fim de levar a compreensão e elaboração de conhecimentos;

l) uso de som e imagem como: vídeo, transparências, fotos, musicas, data-show, em

torno de uma problematização a fim de se demonstrar e interpretar e até mesmo

solucionar problema em questão;

m) aulas extra-classe, incluindo visitas a parques, indústrias, universidades, etc, com o

objetivo de integrar conhecimentos e ressaltar a relação homem-ambiente; jogos

didáticos com a finalidade de desenvolver habilidades de resolução de problemas; e

A abordagem pedagógica sobre a história e cultura afro-brasileira Africana e

Índígena (leis nº.10639/03 e nº.11645/08), será desenvolvida por meio de análises que

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envolvam a constituição genética da população brasileira. Os conteúdos específicos

trabalhados estarão relacionados tanto aos conteúdos básicos da disciplina de forma

contextualizada, favorecendo a compreensão da diversidade biológica e cultural . Quanto

ao trabalho envolvendo a educação ambiental, em concordância com a Lei n. 9795/99 que

instituia a Política Nacional de Educação Ambiental, e a conscientização de Prevenção a

AIDS conforme a lei n. 11734/97, estes deverão ser uma prática educativa integrada,

contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos.

No ensino de Biologia, enfim, é essencial o desenvolvimento de posturas e

valores pertinentes as relações entre os seres humanos, entre eles e o meio, entre o

ser humano e o conhecimento, contribuindo para uma educação que formará indivíduos

sensíveis e solidários, cidadãos conscientes dos processos e regularidades de mundo e da

vida, capazes assim de realizar ações práticas de fazer julgamentos e de tomar decisões.

Critérios Avaliativos

A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico que mais carece

de mudança didática para favorecer uma reflexão crítica de ideias e modificar o

comportamento dos docentes ainda muito persistentes.

Considerando o professor corresponsável pelos resultados que os alunos

obtiverem o foco da pergunta muda de “quem merece uma valorização positiva e

quem não”, “para que auxilio precisa cada aluno para continuar avançando e alcançar os

resultados desejados” (Hoffmann, 2003,p.121).

Propõe-se um trabalho pedagógico em que se perceba o processo cognitivo

contínuo, inacabado, portanto, em construção. Nesta perspectiva, a avaliação como

momento do processo ensino-aprendizagem, abandona a idéia de que o erro e a dúvida

constituem obstáculos empostos à continuidade do processo.

Avaliar implica um processo cuja finalidade é obter informações necessárias

sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para nela intervir e reformular os

processos de ensino- aprendizagem. Pressupõe-se uma tomada de decisão, em que o

aluno também tome conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e organiza-se para

as mudanças necessárias.

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Ao utilizar a problematização, parte-se do princípio da provocação e

mobilização do aluno na busca por conteúdos necessários para resolver problemas do

cotidiano de forma crítica.

O uso de diferentes imagens em vídeos, fotos, textos de apoio usados com

freqüência nas aulas de Biologia, requerem a problematização em torno da demonstração

e da interpretação. A leitura e a escrita merecem atenção, tanto quanto as atividades

experimentais. Nas atividades experimentais demonstradas é preciso permitir a

participação do aluno e não apenas tê-lo como observador passivo.

O estado do meio pode ocorrer em locais como: parques, praças, terrenos

baldios, bosques, rios, zoológicos, hortas, aterros sanitários, fábricas etc.

O jogo didático tem a finalidade de ajudar a desenvolver habilidades de

resolução de problemas.

A história e cultura afro-brasileira e africana e a dos povos indígenas e as

questões ambientais serão trabalhadas de forma contextualizadas usando os recursos e

metodologia citados.

PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

A disciplina Educação Física iniciou-se nos currículos escolares a partir do

parecer do então deputado do Império Rui Barbosa com o projeto denominado “Reforma

do ensino Primário”. Nas décadas seguintes, a Educação Física sofreu a influência de

diferentes segmentos tais como militar, médica, científica e esportiva, chegando a

atualidade com uma perspectiva da formação do professor e do profissional, com a

licenciatura e o bacharel, buscando assim ter na escola um professor capaz de

desenvolver os conteúdos da Educação Física de uma forma, reflexiva, ética e

permanente do educando.

Desta forma a Educação Física se propõe no Ensino, a integrar o aluno na

cultura corporal do movimento com as finalidades de lazer, de expressão de

sentimento, afetos e emoções, de manutenção e melhoria da saúde. Buscando o

desenvolvimento da autonomia, da cooperação e da participação social, considerando o

tipo de sociedade onde este saber foi produzido e proporcionando-lhes condições de

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análise e reflexão para reelaboração do seu saber e conseqüentemente reelaboração da

sua cultura corporal. Viabilizando assim:

a) a construção de uma postura de responsabilidade perante si e o outro, visando uma

construção de valores e atividades para a construção de sua autonomia;

b) modificar as relações sociais, conscientizando os alunos e levando-os a uma

reflexão crítica social, expressa por meio do preconceito, sexualidade, diferenciação

entre gênero e outros;

c) valorizar as culturas corporais do movimento, possibilitando aos alunos uma

variedade de vivências práticas e manifestações corporais;

d) contemplar as necessidades dos alunos em relação à coletividade, ao divertimento e

o acesso a atividades recreativas e aos espaços de lazer.

Para que se compreenda o momento atual de Educação Física é

necessário considerar a corporalidade e sua origens no contexto brasileiro, abordando as

principais influências que marcam e caracterizam a disciplina e os novos rumos que estão

se delineando.

Sendo assim, a Educação Física, na perspectiva de disciplina articuladora,

não pode ser entendida somente como prática dos movimentos, pois ela por si só não

garante efetivamente a sistematização do conhecimento. A ginástica, o esporte, a dança,

os jogos, as brincadeiras e brinquedos e o conhecimento do corpo, não podem ser

pensados unicamente em si; são antes de tudo componentes da cultura humana, da

cultura corporal, e assim devem ser dimensionadas levando-se em conta a multiplicidade

de experiências manifestadas pelo corpo os quais permeiam estas práticas, ou seja,

manifestam-se expressões de alegria, raiva, dor, violência, preconceito, sexualidade

dentre outras que tem sentido amplo no corpo e são historicamente produzidos.

De forma alguma, isto quer dizer que se deva implementar somente aulas

teóricas de Educação Física. A reflexão, organização e registro do professor e dos

alunos são elementos fundamentais para estabelecimento da relação teórica e prática no

ensino desta disciplina.

É fundamental que a disciplina de Educação Física proporcione aos alunos

um reconhecimento consciente da expressividade corporal que possibilite uma auto-

estima corporal e autonomia que direciona para limites e possibilidades de expressão

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dos indivíduos. Onde o aluno deve ser construído e não manipulado, desenvolvido e

não atrofiado nas ações e movimentos, desenvolvendo assim grandezas físicas,

psíquicas e emocionais fundamentais para formação do cidadão.

Metodologia

A Educação Física, enquanto ciência, tematiza o movimento humano. Partindo

desse pressuposto, os conteúdos serão trabalhados através de: Exposições orais,

trabalhos individuais, duplas, pequenos e grandes grupos com ou sem elementos,

demonstrações práticas, jogos interclasses, campeonatos, filmes, apostilas,

transparências, pesquisas, utilizando como suporte pedagógico o Portal dia-a-dia do

professor, TV Paulo Freire, OAC e Projeto Folhas; tendo a preocupação de ressaltar o

conhecimento e seu significado na sociedade, oportunizando ao aluno o crescimento no

contato social e desenvolvendo a expressividade corporal, permitindo a exploração

motora nas descobertas e em sua realização, vivendo através das atividades propostas

momentos que lhe deem condições de criar novos caminhos a partir das experiências

vivenciadas elaborando novas formas de movimento, podendo assim, atingir níveis

elevados no seu conhecimento.

A lei referente a História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena (leis

nº.10639/03 e nº.11645/08) será contemplada nos conteúdos de danças e lutas através

da capoeira e do folclore , entre outros.

Critérios Avaliativos

A avaliação estará em sintonia direta com os principais conteúdos e

objetivos que expressem uma perspectiva contextualizada, visando fornecer informações

que permitam compreender melhor cada aluno e entendê-lo nas suas relações. Esta busca

acontece através da observação dos alunos em experimentar situações propostas

em sala de aula, e se há boa participação, se o aluno respeita as diferenças

individuais, se interage com seus colegas, se estimatiza ou disciplina por razões físicas,

sociais ou culturais, valoriza e aprecia diferentes manifestações da cultura corporal,

identifica suas possibilidades de lazer, aprendizagem e comparação de dados (início e final

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do período).

A partir da avaliação diagnosticada, professores e alunos poderão reelaborar

o processo, desenvolvendo e identificando lacunas no processo de ensino e aprendizagem

propor outros encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constatadas.

Constará também na realização de trabalhos com os temas articuladores e avaliação

teórica.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE FILOSOFIA

Na sociedade atual, carente de valores éticos, políticos, estéticos e

epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a ocupar e uma imensa riqueza de conteúdos a

oferecer. Esses conteúdos, problemas e conceitos, gerados através e ao longo da história

da filosofia, geram discussões promissoras e criativas que desencadeiam, muitas vezes,

em ações e transformações do modo de ver a sociedade.

Um dos objetivos do Ensino Médio é a formação pluridimensional e

democrática plena, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreensão das

complexidades de um mundo contemporâneo, com suas múltiplas particularidades e

especializações, e que se manifesta quase sempre de forma fragmentada, não se pode

prescindir de um saber que opera por questionamentos, conceitos e categorias de

pensamento no sentido de articular a totalidade espaço-temporal e sócio- histórica em que

se dá o pensamento e a experiência humana.

A filosofia no espaço escolar pode exercer aquilo que lhe é específico – o

exercício do pensamento crítico, da resistência, da criação e reelaboração do

conhecimento, tornando esse espaço vivo, onde sujeitos exercitam sua inteligência

buscando no diálogo, no embate entre as diferenças a sua convivência e a construção da

sua história.

Na medida em que cria seus conceitos a partir de problemas, de questões,

de análises e de sínteses, ordenando e organizando sistemática e logicamente as suas

produções, a filosofia garante a segurança de um pensamento racional e crítico, não

aceitando que a mera aparência das coisas se faça passar por realidade.

Ao falar em ensino de filosofia é comum lembrar a clássica questão que

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se levanta a respeito da cisão entre filosofia e filosofar. Ensinamos filosofia ou ensinamos

a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível ensinar filosofia, mas sim a

filosofar, uma vez que não é possível separar a filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a

autonomia da razão filosofante diante da própria filosofia. Por outro lado, para Hegel,

não é possível conhecer o conteúdo da filosofia sem filosofar.

Deste modo, entendemos que as aulas de filosofia serão espaços de

estudo da filosofia e do filosofar. A filosofia apresentar-se-á, como conteúdo filosófico e

também como uma ferramenta que possibilita ao estudante desenvolver um estilo próprio

de pensamento que priorize a capacidade de criar conceitos. O que o ensino de filosofia

tem de específico é ser um espaço para criação de conceitos, unindo a filosofia e o

filosofar como atividades indissociáveis que dá vida à aula de filosofia.

Existem formas diversificadas de trabalhar os conhecimentos filosóficos

manifestas nos currículos escolares. Em nosso caso estamos fazendo uma opção pelo

ensino de filosofia a partir de seis conteúdos estruturantes, que são temas clássicos da

filosofia.

Os temas devem ser trabalhados na perspectiva de responder a problemas

da vida atual, com significado histórico e social para os alunos, e que podem ser

adequadamente tratados no ensino médio, dado a especificidade desta etapa de

formação.

Esses problemas, no entanto, são também problemas inseridos e decorrentes da

história da filosofia e, foram tratados pelos clássicos da filosofia. Portanto, deve

existir relação entre os conteúdos estruturantes e os problemas a serem trabalhados

com os alunos. Esses problemas serão estudados e analisados à luz da história da

filosofia com o auxílio de textos filosóficos, de modo que a leitura do texto deve dar

subsídios para que o aluno possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações, e criar

conceitos.

O problema deve ser estudado também sob a perspectiva conceitual de outras

disciplinas do ensino médio, o que permitirá ao aluno perceber que o conhecimento

filosófico não é estanque e fechado em si, mas que dialoga com outras áreas do

conhecimento.

É preciso ter as outras disciplinas como aliadas para compreender o rico mundo

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da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte. Está aí um momento

importante para que a aula de Filosofia trabalhe com os conceitos de outras disciplinas,

fazendo as relações possíveis e pertinentes, contribuindo assim para uma análise o mais

ampla possível do problema em estudo.

A aula de filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida,

por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também

com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remete o aluno a

sua própria realidade.

Deste modo, partindo de problemas atuais, estudados partir da história da

filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de

sua abordagem contemporânea, o aluno do ensino médio pode formular seus

conceitos, construir seu discurso filosófico.

A Filosofia enquanto disciplina do conhecimento apresenta benefícios como:

a) oferece aos estudantes uma possibilidade de compreensão das complexidades do

mundo contemporâneo, com suas múltiplas particularidades e especializações, e

que se manifesta quase sempre de forma fragmentada;

b) viabiliza interfaces com outras disciplinas na busca da compreensão do mundo da

linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte; e

c) possibilitar aos estudantes o acesso ao saber filosófico produzido historicamente

como fundamento do pensamento.

Metodologia

O ensino de Filosofia não se confunde apenas com o ensino de conteúdos.

Os conteúdos são elementos mediadores fundamentais para que se possa desenvolver o

ensino de filosofia e se dará através da sensibilização, da problematização, da

investigação e da criação e recriação de conceitos.

O trabalho com os conteúdos estruturantes da Filosofia e seus conteúdos

específicos dar- se-á em quatro momentos:

a) sensibilização;

b) problematização;

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c) investigação; e

d) criação de conceitos.

O ensino da Filosofia pode começar pela exibição de um filme ou de uma

imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário e da audição de uma música. São

inúmeras as possibilidades para atividades conduzidas pelo professor, para instigar e

motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser

desenvolvido, incluindo também nessas atividades a abordagem sobre a Cultura e História

Afro-brasileira e Índígena (leis nº.10639/03 e nº.11645/08).

O ensino de Filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a

vida, para isso é importante que, na busca de resolução do problema, haja preocupação

também com uma análise da atualidade, com uma abordagem contemporânea que remeta

o estudante à sua própria realidade.

Ao final desse processo, o estudante, encontrar-se-á apto a elaborar um

texto, um construto teórico; terá condições de ser construtor de idéias com caráter

inusitado e criativo e as socializará para discussão. É este o sentido que se deve atribuir à

criação de conceitos no nível Médio.

Critérios Avaliativos

A avaliação para o ensino de Filosofia não deve se restringir ao mero

cumprimento de exigências legais, para mensuração de notas. A avaliação deve estar

inserida no contexto da própria aula de Filosofia e sua especificidade. A filosofia como

prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos, encontra então seu

sentido na experiência de pensamento filosófico. Entendemos por experiência esse

acontecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém, não determinar

e, menos ainda, avaliar ou medir.

A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela

não possui uma finalidade em si mesma, mas tem por função subsidiar e mesmo

redirecionar o curso da ação do processo ensino-aprendizagem, tendo em vista garantir

a qualidade do processo educacional, que professores, estudantes e a própria

instituição de ensino construirão coletivamente. No ensino de Filosofia, a avaliação não

se trata meramente de perceber o quanto o aluno assimilou o conteúdo presente na

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história de Filosofia, o problema dos filósofos, nem tão pouco sua capacidade de tratar

deste ou daquele tema.

Ao avaliar o professor deve ter um profundo respeito pela pessoa e pelas

posições dos estudantes mesmo que o professor não concorde com elas, o que está em

jogo é a capacidade de argumentar e de identificar os limites da própria posição.

O que deve ser levado em consideração é a atividade com conceitos, a

capacidade em construir e avaliar posições em detectar os princípios subjacentes aos

temas e discursos.

Avaliar a capacidade do estudante do ensino médio em criar conceitos.

Que conceitos foram elaborados. Que pré-conceitos foram quebrados. Qual o discurso

que se tinha antes e qual o discurso se tem após o estudo. Neste sentido a avaliação de

filosofia tem início já com a sensibilização, coletando o que o aluno pensava antes e o que

pensa após o processo de criação dos conceitos. Neste sentido é possível entender a

avaliação como um processo que se dá no interior da própria aula de filosofia e não um

momento em separado destinado a avaliar.

PROPOSTA CURRICULAR DE FÍSICA

A Física é um campo de conhecimentos específicos, socialmente reconhecido

que representa uma produção cultural construída pelas relações sociais, mostrando no

universo sua evolução, transformações e interações.

A física deve mostrar a beleza da produção científica ao longo da história, a

necessidade desta dimensão do conhecimento para o estudo e o entendimento do

universo de fenômenos macroscópicos e microscópico, a não neutralidade de sua

produção, bem como os aspectos sociais, políticos e culturais desta ciência.

Há a evidência da importância da contextualização espaço temporal,

delimitando a Física como uma ciência ainda em construção, ou seja, sempre em

transformação.

A Física além de buscar o conhecimento geral em relação ao estudo do

Universo, deve também se ocupar de todos os ramos da atividade humana. Isto se deve

ao estagio atual em que se encontra a sociedade, com todos os recursos e avanços

tecnológicos que nos surpreendem a cada dia.

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Para fundamentar o estudo da Física no Ensino Médio, não podemos

esquecer das contribuições dos grandes filósofos gregos, como Aristóteles, Arquimedes, e

outros que na antiguidade questionaram, para uma melhor aceitação, a explicação para os

fenômenos naturais que os cercavam, sobretudo a Astronomia. De nomes como Ptolomeu,

Kepler, Galileu, Newton, Maxwell, Planck, Einstein, que como muitos outros não citados,

que contribuíram imensamente para o avanço da Física e conseqüentemente dos avanços

tecnológicos apresentados hoje.

Neste caso é importante dar ênfase ao estudo crítico da História da

Física, para que possamos entender as necessidades que nos levaram as grandes

descobertas científicas, entender como as relações sociais e capitalistas influenciaram nas

linhas pesquisadas e nos avanços conquistados, para entendermos como as pesquisas são

geradas atualmente.

A Física no Ensino Médio tem como objetivo desenvolver a capacidade de

investigação física, tornando o aluno capaz de classificar, organizar e sistematizar o

trabalho científico, para que possa compreender a Física presente no seu cotidiano,

compreendendo o funcionamento de novos equipamentos e novas tecnologias, que

abrangem a Física Moderna, e suas aplicações. Também deve possibilitar ao aluno

identificar situações físicas, utilizar modelos físicos, articulando tais conhecimentos com

outras áreas do saber científico.

Não é objetivo da Física apenas transmitir conhecimentos, mas também

possibilitar a formação crítica, valorizando desde a abordagem de conteúdos específicos

até suas implicações históricas.

O ensino da Física terá um significado real quando a aprendizagem partir de

ideias e fenômenos que façam parte do contexto do aluno, possibilitando analisar o senso

comum e fortalecer os conceitos científicos na sua experiência de vida, construindo um

ensino centrado em conteúdos e metodologias capazes de levar os estudantes a refletir

sobre o mundo das ciências sob as perspectivas de que esta ciência não é um fruto apenas

da pura racionalidade científica. Busca-se contribuir para o desenvolvimento de um

sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da produção científica e compreender a

necessidade desse conhecimento para entender o universo de fenômenos que o cerca,

percebendo a não neutralidade de sua produção, bem como os aspectos sociais,

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políticos, econômicos e culturais desta ciência, enfim, seu comprometimento e

envolvimento com as estruturas que representam esses aspectos.

Assim, elencaram-se como conteúdos estruturantes: Movimento,

Termodinâmica e Eletromagnetismo, escolhidos a partir da história da Física enquanto

campo de conhecimento devidamente constituídos ao longo do tempo.

Dessa forma, o espaço demarcado pelo Movimento passa a ser

associado aos objetivos que permitem, por exemplo, lidar com os movimentos de coisas

que observamos, identificando seus motores ou as suas causas, sejam de carros, aviões,

animais, objetos que caem, ou até mesmo as águas do rio ou o movimento do ar.

Nessa abordagem, o Movimento permite desenvolver aspectos práticos, concretos,

macroscópicos e mais facilmente perceptíveis, ao mesmo tempo em que propiciam a

compreensão de leis e princípios de regularidade, expressos nos princípios de

conservação. Fornece, também, elementos pra que os jovens tomem consciência de

evolução tecnológica relacionada às formas de transporte ou do aumento da capacidade

produtiva do ser humano.

O estudo da Termodinâmica será importante com a incorporação das

máquinas aos sistemas produtivos, fatos que ocorreu a partir da Revolução Industrial,

novas necessidades foram postas para os técnicos e cientistas que trabalharam para o

aprimoramento das máquinas térmicas. Fazia se necessário entender as mudanças

relacionadas às trocas de calor, os processos e propriedades térmicas de diferentes

materiais, compreender e lidar com as variações climáticas e ambientais, e ou da mesma

forma, com os aparatos tecnológicos que envolvem o controle do calor em ambientes.

O Eletromagnetismo torna-se um importante campo de estudo para o

estudante do ensino médio, visto que seu conhecimento e aplicação não estão ligados

apenas a compreensão da natureza, mas também às inúmeras inovações tecnológicas

surgidas nos últimos cem anos, a partir dos trabalhos de Maxwell, cujas equações levam às

quatro leis do Eletromagnetismo Clássico. Alias, foram as dificuldades de transformação

de referencial nestas equações que deram origem a Teorias da Relatividade Especial,

proposta em 1905, por Einstein.

Além disso, os conteúdos desenvolvidos no âmbito de estudo do

Movimento, da Termodinâmica e do Eletromagnetismo permitem o aprofundamento, as

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contextualizações e relações interdisciplinares, os avanços da Física dos últimos anos e as

perspectivas de futuro.

A Física é um conhecimento que permite elaborar modelos de evolução

cósmica, investigar mistérios do mundo microscópico, das partículas que compõem a

matéria e, ao mesmo tempo, permite desenvolver novas fontes de energia e criar novos

materiais, produtos e tecnologia.

O aluno consegue desenvolver suas próprias potencialidades e habilidades

para exercer seu papel na sociedade, compreender as etapas do método científico e

estabelecer um diálogo com temas do cotidiano que se articulam com outras áreas

do conhecimento. O quadro conceitual de referência da física possui três campos de

estudo: Movimento, Termodinâmica e Eletromagnético: Os conceitos fundamentais são:

espaço, tempo e massa: calor e entropia; carga elétrica, pólos magnéticos e campos.

Metodologia

Para que todo o processo de conhecimento possa fazer sentido é

imprescindível que ele seja instaurado por meio de um diálogo constante entre alunos e

professores, mediado pelo conhecimento. E isso somente será possível se estiverem

sendo considerados objetos, coisas e fenômenos que façam parte do universo vivenciado

pelo aluno, seja próximo, como carros, lâmpadas ou televisores, seja parte de seu

imaginário, como viagens espaciais, naves, estrelas ou o Universo.

Como exemplo, pode ser utilizado os meios de informação

contemporâneos que estiverem disponíveis na realidade do aluno, como noticiam de

jornais, livros de física, programas de televisão, vídeos, promovendo diferentes leituras e

ou análises críticas. Ou ainda pode ser sugeridas o saber de profissionais, especialistas,

ou tecnólogos, tais como, eletricista, mecânicos de automóveis, como fonte de

aquisição do conhecimento incorporando a suas respectivas práticas, utilizando

entrevista ou palestra. Ainda podemos fazer visitas a exposições, usinas hidrelétricas,

frigoríficos, instituições sociais relevantes, de forma a permitir ao aluno construir uma

percepção significativa da realidade em que vive.

É indispensável que a experimentação esteja sempre presente ao longo

de todo o processo de desenvolvimento privilegiando-se o fazer, manusear, operar, agir,

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em diferentes formas ou níveis. É dessa forma, que se pode garantir a construção do

conhecimento pelo próprio aluno, desenvolvendo sua curiosidade e o hábito de

sempre indagar, evitando a aquisição do conhecimento científico como verdade

estabelecida e inquestionável. Experimentar pode significar observar situações e

fenômenos a seu alcance, em casa, na rua ou na escola, desmontar objetos simples,

como chuveiros ou outros objetos de acesso. Pode também envolver desafios,

estimando ou buscando a resolução de situações problemas.

O ensino de Física tem enfatizado a expressão do conhecimento aprendido

através de diferentes formas de expressão do saber, desde a escrita, com a elaboração de

textos, também deve ser estimulado o uso adequado dos meios tecnológicos, como

maquina de calcular, ou das diversas ferramentas propiciadas pelos microcomputadores.

Todas essas estratégias permitem explicitar e reforçar as relações do conhecimento

científico com outras formas de expressão do saber.

A resolução de problemas é um tipo de questão que exige, sobretudo,

memorização, perde sentido se o desafio central para o aluno consiste em identificar

formulas. Não se quer dizer com isso que seja preciso abrir mão das fórmulas, ao

contrario, a formalização matemática pode ser desenvolvida como síntese dos conceitos e

relações, compreendidos anteriormente de forma fenomenológica e qualitativa. Quando

estiver colocando uma situação problema, nesse contexto, são necessários a identificação

da situação problema, o levantamento de hipótese, a escolha de caminhos para a solução,

além da analise dos resultados, principalmente no que diz respeito à sua coerência com

que o aluno conhece da realidade.

Finalmente, para a história da Física, cada lugar tem sua história, que inclui

contribuições para o desenvolvimento do saber inserido na realidade dos alunos. Investigar

e resgatar o desenvolvimento do saber técnico e científico pode ser uma estratégia

significativa na direção do estabelecimento de uma visão da ciência enquanto atividade

humana e social.

Será importante estimular a efetiva participação dos jovens,

conscientizando-os de sua responsabilidade na sociedade em que vivem, em relação às

forma de consumo, propondo ações para minimizar o consumo de água e energia ou

monitorando fluxos de tráfego, poluição ambiental ou poluição sonora, acompanhando o

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impacto ambiental, identificando problemas e tentando buscar intervenções significativas.

Ações dessa natureza podem fazer com que os alunos se sintam de fato

detentores de um saber significativo, a serviço de uma comunidade, expressão de sua

cidadania. A elaboração e a sistematização dos conteúdos de Física devem atingir de

maneira congruente, as várias dimensões da inteligência humana em virtude das

aptidões individuais e das capacidades diferenciadas de aquisição dos conhecimentos.

Para atingir as finalidades citadas anteriormente, as abordagens que serão consideradas

no processo têm papel fundamental, pois possibilitam estender aos alunos a construção

do conhecimento. Tais abordagens serão realizadas da seguinte forma:

a) relacionando-se os conteúdos com fatos concretos e palpáveis do dia-a-dia;

b) mostrando-se historicamente o processo, o desenvolvimento e a aplicação do

conhecimento físico;

c) enfatizando o raciocínio lógico e reflexivo;

d) desenvolvendo a capacidade de cálculo, a partir de resolução de problemas e,

ainda dando ênfase ao processo de construção do conhecimento e menor

importância a memorização de fórmulas e técnicas de algoritmos;

e) priorizando-se o entendimento do fenômeno físico com redução das

considerações matemáticas;

f) utilizando-se a formalística mais como instrumento de comprovação de que dedução;

e identificando-se, interpretando e construindo gráficos e tabelas com grandezas

físicas.

Dessa maneira a compreensão do todo possibilitara ao aluno a certeza do

papel da Física, como uma das ciências que mais se destacam na modificação da realidade,

por sua vasta aplicação tecnológica e social.

É importante que o processo pedagógico, na disciplina de Física parta do

conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as concepções alternativas ou

concepções espontâneas. O estudante desenvolveu suas concepções espontâneas sobre os

fenômenos físicos no dia-a-dia, na interação com os diversos objetos no seu espaço de

convivência e as traz par a escola quando inicia seu processo de aprendizagem.

A concepção científica envolve um saber socialmente construído e

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sistematizado que requer metodologias específicas no ambiente escolar. A escola é, por

excelência, o lugar onde se lida com esse conhecimento científico, historicamente

produzido.

Porém, uma sala é composta de pessoas com diferentes costumes, tradições,

pré-conceitos e idéias que dependem de sua origem cultural e social e esse ponto de

partida deve ser considerado contemplando assim a lei referente a História e Cultura Afro-

Brasileira e Africana e Indígena (leis nº.10639/03 e nº.11645/08).

Critérios Avaliativos

Para que a proposta de Física atinja seus objetivos, a avaliação deve

considerar a apropriação desses objetivos pelos estudantes. Considerar os progressos

quanto aos aspectos históricos, conceituais e culturais, a evolução das idéias em Física e a

não neutralidade da ciência.

Deve-se buscar, sempre uma avaliação do processo de aprendizagem como

um todo, não só para verificar a apropriação do conteúdo mas, a partir dela, o professor

necessita encontrar subsídios para intervir.

Coerentemente com a concepção de conteúdos e com os objetivos

propostos, a avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos

estudantes com relação à aprendizagem não só de conceitos, mas também de

procedimentos e de atitudes. As atividades práticas, observações dos fenômenos físicos,

nas atividades, produção de relatórios de leituras, de experimentos, pesquisas, seminários,

registros de debates, de entrevistas, folder, atividades no laboratório de informática,

resolução de atividades com problematização em situações do cotidiano.

A avaliação para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de

suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganizar na tarefa de aprender mais,

dando especial atenção à matéria com dificuldade, procurando empenhar-se, revendo

esquema de participação em sala de aula, revendo método de estudo. Portanto, a

proposta de avaliação é diagnóstica, contínua e cumulativa, observando e analisando o

desenvolvimento dos alunos.

Não pode ser vista ou analisada fora do contexto do trabalho de ensino e

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190

aprendizagem, fora da organização curricular. Ela é ação constituinte desse trabalho e

dessa organização. Por isso é que não há sentido um processo avaliativo que não seja

contínuo e formativo.

A avaliação oferece subsídios para que tanto o aluno quanto o professor

acompanhem o processo de ensino e aprendizagem. Para o professor, a avaliação deve

ser vista como um ato educativo essencial para a condução de um trabalho pedagógico

inclusivo, no qual a aprendizagem seja um direito de todos e a escola pública o espaço

onde a educação democrática deve acontecer.

A Escola deve oportunizar a construção do conhecimento pelos estudantes e

desempenhar seu papel na democratização deste conhecimento. Como ato educativo, a

avaliação potencializa o papel da escola quando cria condições reais para a condução do

trabalho pedagógico.

No processo de avaliação do estudante deve estar incluso a percepção da

ação do professor, que por vezes precisa buscar novos formas de compreender este

processo. Implica intervir no processo ensino aprendizagem do estudante, para que ele

compreenda o real significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo

de Física, visando uma aprendizagem realmente significativa para sua vida.

A avaliação deve verificar se os objetivos foram atingidos. Isto será

realizado através de testes, relatórios, apresentação de trabalhos e participação durante o

desenvolvimento do conteúdo em sala de aula.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE GEOGRAFIA

O ensino da Geografia nas escolas vem passando por uma crise, que pode

ser explicada pela grande velocidade com que ocorrem transformações no espaço

planetário, em um nível jamais visto na história da humanidade. Essas mudanças levam a

escola a repensar e rever conceitos que são categorias fundamentais no estudo da

Geografia, como o tempo e o espaço.

A Geografia que se propõe, parte da compreensão de que o espaço é

entendido como produto das relações reais que a sociedade estabelece entre si e com a

natureza. A sociedade não é passiva diante da natureza, existe um processo dialético entre

Page 51: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

190

ambas que produz espaços e sociedades diferenciados em função de momentos históricos

específicos e diferenciados.

Torna-se urgente romper com a compartimentalização do conhecimento

geográfico. É preciso considerar os espaços geográficos a partir de vários aspectos

interligados e interdependentes como os fenômenos naturais e a ação humana, as

transformações impostas pelas relações sociais e as questões ambientais de alcance

planetário.

Nesse contexto o homem passa a ser sujeito, social e histórico que produz o

mundo e a si próprio. É imprescindível optar pelo novo ensino de uma Geografia

comprometida com as mudanças sociais, que revele as contradições presentes na

construção do espaço e que são inerentes ao modo como homens e mulheres transformam

a natureza.

Tornar possível ao educando percebe-se como parte integrante da

sociedade, espaço e natureza, é possibilitar a ele se percebe como próprio objeto de

estudo. Daí a possibilidade dele poder pensar a realidade em que está inserido,

descobrindo-se nela e percebendo-se na sua totalidade, onde se revelam as desigualdades

e as contradições. Dessa forma, não existe conhecimento geográfico que não tenha a

construção da cidadania como finalidade.

O objetivo de estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o

espaço produzido e apropriado pela sociedade, composto por objetos (naturais,

culturais e técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticos e econômicas) inter-

relacionados.

Apoiado na geografia crítica, o espaço geográfico hoje deve ser entendido

em sua composição conceitual básica: lugar, paisagem, região, território, natureza,

sociedade, entre outros.

O conceito de lugar pode ser compreendido de diferentes enfoques. Por

um lado, é no lugar que a globalização acontece, mas por outro lado, o lugar é o

espaço onde o particular, o histórico, o cultural e a identidade permanecem presentes.

O conceito de paisagem deve ser entendido como domínio do visível,

aquilo que a vista abarca. Já que o domínio do visível está ligado à percepção e a

seletividade, mas acredita que seu significado real é alcançado pela compreensão de

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sua objetividade. A paisagem é percebida sensorialmente, empiricamente e a

materialização de um momento histórico.

No mundo globalizado, onde as trocas são intensas e constantes, a forma e o

conteúdo das regiões mudam rapidamente. Mas, o que faz a região não é a

longetividade do edifício, mas a coerência funcional que as distingue das outras

entidades vizinhas ou não. Região se baseia no controle e gestão de um território.

O território está ligado à normalização das ações tanto globais quanto locais.

No território, portanto seja ele nacional regional ou local é que acontecerá a relação

dialética de associação e confronto entre o lugar e o mundo (Santos, 1996).

O conceito de natureza deve ser visto como conjunto de elementos naturais

que possuem em sua origem uma dinâmica própria e que independente da ação

humana, mas que na atual fase histórica do capitalismo acaba sendo reduzida apenas a

recursos. Isso se deve em grande parte ao avanço dos meios técnicos e científicos, os

quais causam uma falsa idéia de domínio do homem sobre a natureza.

O Conceito de sociedade, as teorias críticas da geografia procuram

entender a sociedade em sua relação com a natureza em seus aspectos, culturais, políticos

e econômicos.

Levando em conta todos esses conceitos cabe a Geografia preparar o

aluno para uma leitura crítica da produção social do espaço, negando a “neutralidade” dos

fenômenos que imprimem certa passividade aos indivíduos, tornando-os agentes ativos na

construção do espaço.

Sendo assim, o ensino de Geografia oportuniza ao aluno diversas

possibilidades interpretativas do espaço geográfico, para nele interagir criticamente

como ser ativo e viver de forma consciente.

A contribuição da disciplina de Geografia para o Ensino Médio será em

prol de uma Geografia escolar mais crítica e menos discutiva, mais voltada à

compreensão do mundo em que vivemos para, com isso, ajudar os educandos a

desenvolver o senso de cidadania e a perceber além da paisagem visível, que é a imagem o

reflexo da construção humana, entendendo as diversidades e as mudanças que acontecem

no espaço, tornando-a capaz de “pensar” esse espaço como parte integrante dele,

procurando observar e contextualizar os conteúdos estruturantes, formulados de tal

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maneira que o educando reflita, deduza os conceitos, estabeleça relações com outras

disciplinas e com a sua realidade de vivência.

O essencial é preparar o aluno para a vida em sociedade, nesta época de

revolução técnica- científica e de globalização, neste momento em que, mais do que

adquirir conhecimentos isolados, o cidadão tem de aprender, fazer, ser e conviver.

Portanto, ter na Geografia um instrumento útil de leitura do mundo,

construindo uma escola uma sociedade mais crítica e indignada contra toda e qualquer

miséria humana.

Metodologia

Tendo por pressuposto a compreensão de espaço enquanto um processo

histórico desigual e contraditório, faz-se necessário entender a realidade

contemporânea. Realidade essa, entendida como um complexo de relações que se dá em

determinado lugar e em determinado momento, e que é possível de ser captada através

da observação orientada pelo professor para que o aluno chegue a um entendimento do

lugar onde vive de uma maneira articulada (globalizante).

Da observação do meio, da sua localização, trabalham-se as noções de

representação espacial, com vistas, a levar o aluno a compreender o espaço que rodeia e

a buscar caminhos para apropriação do domínio espacial.

A comunicação acontecerá de forma coletiva. O diálogo, a pesquisa e a

reflexão permearão esse processo contínuo, visando a transformação do

conhecimento empírico e mais elevado para questionador e reflexivo.

Além de trabalhar os conteúdos específicos de Geografia e sala de aula o

professor pode promover aulas de campo, que permitirá perceber a complexidade do

mundo; uso de linguagem cartográfica, pois esta resulta de uma construção teórica e

prática que vem desde as séries iniciais e que deve seguir até o final da Educação Básica.

A Geografia que se propõe ao longo do Ensino Médio é a que prepara o

educando e o perceba enquanto sujeito que é produto e ao mesmo tempo

transformador do espaço, através de suas ações e até mesmo das omissões. A escolha de

conteúdos possibilita ao educando mecanismos de análise e reflexão sobre essa sua

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condição. Segundo Freire (1970, p. 1830) “Não há educação fora das sociedades

humanas e não há homens isolados”, portanto é importante a valorização das sociedades

humanas dos saberes que os educandos possuem e que foram acumulados ao longo de

suas existências. Esses saberes devem ser o ponto de partida para construção de outros

saberes.

Os conteúdos devem ser significativos e as realidades dos educandos devem

ser valorizadas, para que através do diálogo se busque explicitar e oportunizar a

observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais para o desenvolvimento de “um

olhar geográfico” da realidade.

Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para

abordagem dos conteúdos ou temas incluindo e abordando sobre a Cultura e História

Afro-brasileira e Indígena (leis nº.10639/03 e nº.11645/08) e Educação Ambiental.

Problematizar significa levantar questões referentes ao tema e ao cotidiano dos

educandos, o que implica em expor as contradições que estão postas, buscar explicações e

construir conceitos.

Critérios Avaliativos

A partir dos encaminhamentos metodológicos desenvolvidos pelo

professor, a avaliação deverá ser contínua, para perceber os avanços e dificuldades dos

alunos no processo de apropriação do conhecimento. Para que isso aconteça o professor

deve acompanhar a realização das atividades desenvolvidas pelos alunos sejam elas,

relatos, pesquisas, fotos antigas e recentes, interpretação e produção de textos

geográficos, leitura e interpretação de diferentes tipos de mapas, aula de campo,

apresentação de seminários, entre outros. E também observar o avanço estabelecido

pelos alunos entre o conhecimento obtido na escola e o conhecimento cotidiano;

aprendendo como se dá a contextualização na prática, envolvendo a realidade do aluno.

O professor deverá estar atento às atividades propostas aos alunos,

avaliando-os no processo e buscando a superação das dificuldades apresentadas. Por tudo

que foi exposto, destaca- se ainda, a necessidade de clareza na proposta avaliativa para

os alunos. Além disso, a avaliação deve ser um processo não linear de construções e

reconstruções, assentados na interação e na relação dialógica que acontece entre os

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sujeitos do processo – professor e aluno.

A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade

de pensar. A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma

que o mesmo assimilem estes conhecimentos como instrumento de transformação de sua

realidade social, tornando-se sujeito na construção deste, mediante a compreensão e

participação nos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura.

O processo de avaliação será um meio que o educador usa para

incentivar e instigar a busca do conhecimento historicamente construído e, em

produção, presente em outras fontes de estudo, importante na construção da autonomia,

ocorrendo de forma diversificada e desenvolvendo no educando novas capacidades de

pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio de atividades de reflexão,

priorizando a formação de conceitos geográficos.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE HISTÓRIA

Apresentação

A finalidade do ensino da História é expressa no processo de produção do

conhecimento humano, formando a consciência histórica dos sujeitos.

A disciplina de História do Ensino Médio é intensamente compromissada

com o pleno desenvolvimento da cidadania, voltado à formação de uma juventude

crítica e que se apercebe como construtora de sua própria história, instrumentalizada

para compreender por meio de contínua reflexão, a sociedade dinâmica em que vive.

O objetivo do ensino de História, não é apenas aumentar sua cultura geral, e,

sim, formar um cidadão com preparação científica e histórico-crítica, que lhe possibilite

viver com autonomia neste mundo dinâmico, competitivo e em constante transformação.

A História tem como objeto de estudos os processos relativos às ações e as relações

humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os sujeitos deram às mesmas,

tendo ou não consciência dessas ações.

De acordo com as Diretrizes Curriculares, as correntes historiográficas que

serviram como fundamentos para o estudo e ensino de História são: a Nova História

Cultural, incluindo alguns historiadores da Nova História e a Nova Esquerda Inglesa, a

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partir de sua matriz materialista histórica dialética.

Fazendo parte desta proposta nós temos os Conteúdos Estruturantes como

dimensão cultural dos saberes, dos conhecimentos construídos historicamente e

considerados fundamentais para a compreensão do objeto e organização dos campos de

estudos de uma disciplina escolar e eles estarão enquadrados dentro dos eixos Relações

de Trabalho, Relações de Poder e Relações Culturais.

O ensino da disciplina de História no currículo dos cursos de Ensino

Fundamental e Médio é primordial, pois a História é a ciência que busca o estudo do

passado para a compreensão do presente. Por essa razão, o historiador, em seu trabalho

de investigação, deve utilizar o método do duplo movimento: conhecer o passado através

do presente e conhecer o presente através do passado.

Tendo em vista a globalização da economia e o rápido avanço tecnológico,

que impulsionam a vida contemporânea, tudo envelhece rapidamente e aparenta não ter

valor para as novas gerações. Diante do domínio do tempo presente, o passado é

desqualificado como experiência digna de conhecimento e interesse e condenado ao

esquecimento. Assim sendo, o movimento pela destruição do passado coloca para toda

a sociedade, e em particular para nós, historiadores, a difícil tarefa de combater o

esquecimento e preservar a memória coletiva, base para a afirmação da identidade cultural

de todos os povos.

Podemos concluir com base nos argumentos mencionados que a disciplina

de História visa agir na formação e transformação do pensamento dos estudantes na

valorização dos referenciais históricos e assim transformar a sociedade, pois como afirma o

historiador britânico Eric Hobsbawm:

A destruição do passado, ou melhor, dos mecanismos que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas, é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso, os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do segundo e começo do terceiro milênio (1955, p. 13).

A História é feita por todos nós, e está ligada ao passado, que nos traz até o

presente através do conhecimento e da formação econômica, social, política e cultural.

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Sendo um conhecimento construído socialmente, que tem como objetivo de estudo os

processos históricos construídos pelas ações e pelas relações humanas (atividades,

experiências ou trabalhos humanos, entre outros aspectos) praticadas no tempo é

necessário fazer uso de um método científico específico pautado na análise e na

interpretação de documentos deixados pelos sujeitos históricos do passado (fontes,

provas e evidências). São estes elementos que permitem aos Historiadores a

compreensão dos processos históricos e possibilitam a construção de uma narrativa

histórica (interpretações e explicações).

A história pode ser entendida como uma interpretação dos processos

históricos do passado e não só como uma descrição dos fatos como buscando a cada dia o

aprimoramento e o desenvolvimento da cidadania dotada de senso crítico e espírito

participativo, sabendo conviver em família, na escola e na sociedade mediante a qual se

constitui a consciência histórica, favorecendo a compreensão da vida social com seus

contrastes e desigualdades sociais.

Metodologia

A metodologia do ensino de História para o Ensino Médio tem como base a

utilização dos conteúdos estruturantes, os quais deverão estar articulados com a

fundamentação teórica e os temas selecionados no Projeto Político Pedagógico. A

problematização será o elemento-chave na transição entre a prática e a teoria, isto é, o

fazer cotidiano e a cultura elaborada. O processo de busca, de investigação para

solucionar as questões em estudo, é o caminho que predispõe o espírito do educando

para a aprendizagem significativa, uma vez que são levantadas situações problemas que

estimulam o raciocínio. É a vivência do conteúdo pelo educando.

O importante é que os alunos se conscientizem de que problematizar

significa questionar a realidade, pôr em dúvidas certezas, levantar questões acerca das

evidências, interrogarem o cotidiano. Os conteúdos estruturantes da disciplina de História

são interligados entre si e permitem a busca do entendimento da totalidade das ações

humanas que possibilitam desenvolver trabalhos em sala de aula a partir de

problemáticas contemporâneas, bem como, os que representam as demandas sociais

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estabelecidas em lei. É importante destacar a Cultura e História Afro-brasileira e Indígena

(leis nº.10639/03 e nº.11645/08) nos conteúdos trabalhados em sala de aula.

Ao longo do Ensino Médio o aluno deverá entender as relações de trabalho,

as relações de poder e as relações culturais, as quais se articulam e constituem o

processo histórico, permeando entre esses conteúdos estruturantes o tempo e espaço.

A construção do conhecimento histórico pode ser motivada através de

vários recursos pedagógicos, tais como:

pesquisas em fontes históricas;

dramatização;

pesquisas bibliográficas em documentos oficiais, textos da época e atuais, mapas,

ilustrações, imagens, viagens, panfletos, pinturas e Folhas;

utilização de recursos áudio visuais tais como: fotos, televisão, vídeo, rádio, internet,

atividades a serem desenvolvidas em sala de aula tais como: seminários, exposição

oral (narrativa, descritiva, com argumentação, explicação e problematização) e

estudo dirigido, proporcionando ao educando condições de reflexão crítica.

Critérios Avaliativos

Tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e

com acesso ao saber geral. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a

capacidade de pensar. A ação da escola será de mediação entre o educar e os saber, de

forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumento de transformação de

sua realidade social, tornando-se sujeito na construção do conhecimento, mediante a

compreensão e participação nos processos de trabalho, de criação, de produção e de

cultura.

A avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos,

permeando o conjunto das ações pedagógicas, e não como elemento externo a este

processo.

A avaliação do ensino de História deverá ser formal, processual, continuada

e diagnóstica. O aluno deverá compreender como se encontram as relações de trabalho no

mundo contemporâneo, como estas se configuram e como o mundo do trabalho se

constitui em diferentes períodos históricos, considerando os conflitos inerentes às relações

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sociais.

Ao propor maior participação dos alunos no processo avaliativo, não se

pretende desvalorizar o papel do professor, mas ampliar o significado das práticas

avaliativas para todos os envolvidos. No entanto, é necessário destacar que cabe ao

professor planejar situações diferenciadas de avaliação.

No que diz respeito as relações de poder, o aluno deve compreender que

estas se encontram-se em todos os espaços sociais e em diferentes períodos, espaços e

civilizações. Quanto às relações culturais, o aluno deverá reconhecer a si e aos outros como

construtores de uma cultura comum, compreendendo a especificidade de cada

sociedade e as relações entre elas. O aluno deverá entender como se constituíram as

experiências culturais dos sujeitos ao longo do tempo e detectar as permanências e

mudanças nas diversas tradições e costumes sociais.

A avaliação do ensino de História tem como objetivo três aspectos

importantes: a apropriação de conceitos históricos e o aprendizado dos conteúdos

estruturantes e dos conteúdos específicos. Esses três aspectos são entendidos como

complementares e indissociáveis. Para tanto serão usados como recursos que auxiliam o

ensino-aprendizagem a diferentes atividades: leitura, interpretação e análise de textos

historiográficos, mapas e documentos históricos, produção de narrativas históricas,

pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos históricos, apresentação de

seminários e avaliação escrita.

Deseja-se que, ao final do trabalho na disciplina de História, os alunos

tenham condições de identificar processos históricos, reconhecer criticamente as

relações de poder neles existentes, bem como intervirem no mundo histórico em que

vivem, de modo a se fazerem sujeitos da própria História.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

O trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa e Literatura no Ensino

Médio, é um processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto na

constituição social da linguagem quanto dos sujeitos que por meio delas interagem.

A língua é vista como ação entre os sujeitos históricos e socialmente

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situados que se constituem uns aos outros e em suas reações dialógicas. Na medida em

que possibilita a interação e a constituição humana, ela pode ser considerada como

trabalho e produto do trabalho, onde os participantes da interação dialógica se

constroem e são construídos.

Os conceitos de textos e de leitura não se restringem, aqui, à

linguagem escrita, eles abrangem além dos textos escritos e falados, a interação da

linguagem verbal com as outras linguagens dentre elas as artes visuais, a música, o

cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, as

histórias em quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas infográficas ou

qualquer outro meio de linguagem criado e utilizado pelo homem.

Nessa concepção a leitura é vista como co–produtora de sentidos e não

pode deixar de lado as linguagens não verbais, a leitura de imagens como fotos,

outdoors, propagandas, imagens digitais e virtuais que povoam nosso universo

cotidiano, contemplando o multiletramento e a própria condição da língua materna.

Ciavatta e Frigotto esclarecem que:

pensar o trabalho pedagógico com a língua materna, no Ensino Médio, implica, necessariamente, pensar que ‘é no terreno das contradições do sistema capitalista e da forma específica em que elas se produzem na sociedade brasileira que podemos vislumbrar as possibilidades e os óbices de uma política de construção e ampliação do nível médio de ensino, como educação básica e na perspectiva de escola unitária e politécnica (apud, ORIENTAÇÕES CURRICULARES PRELIMINARES, 2004, p. 2).

Para os alunos trilharem o complexo caminho das interações sociais, é

necessário inseri-los nos terrenos de contradições do currículo de Língua Portuguesa e

Literatura. Os responsáveis pelo ensino devem orientar-se para oferecer aos alunos a

ampliação do domínio das atividades com linguagem e com a língua, mais especificamente.

Atualmente podemos trabalhar o código linguístico de forma que o

educando possa exercer sua cidadania. O professor tem o papel preponderante na sala

de aula, pois a língua é o alicerce de todas as disciplinas. É preciso que o docente interaja

a língua popular do aluno com a língua padrão.

No ensino de Literatura, é importante que os alunos tenham conhecimento

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dos diferentes estilos literários. No campo de ação da disciplina de Língua Portuguesa e

Literatura, se efetivam nas diferentes estâncias sociais as práticas de uso real da língua

materna, enquanto discurso. Como postula Barros (2001) os discursos jamais são

concebidos dissociados de uma realidade material, são formados por diferentes vozes

que, por sua vez, representam ideologias muitas vezes contraditórias, opostas, justificadas

pelo seu uso em diferentes esferas sociais (apud, Diretrizes Curriculares de Língua

Portuguesa, 2006).

O trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa e a Literatura tem por

objetivo a proliferação do pensamento, o aprimoramento da expressão, da leitura crítica,

bem como da compreensão do fenômeno estético no âmbito da literatura, de maneira a

contribuir tanto na constituição da identidade dos sujeitos, quanto com a sua formação

para o efetivo exercício da cidadania.

Visto que a língua só existe em situações de interação e através das

práticas discursivas que assumem a língua em sua história e funcionamento, seria

incoerente fragmentar a língua em conteúdos estanques e arbitrariamente determinar o

que ensinar em cada série. No processo de aquisição da língua materna, não se aprende

obedecendo a uma escala de valores que parte do mais simples ao mais elaborado. A

aprendizagem não se dá de maneira linear, ela procura abarcar todos os mecanismos

envolvidos no processo de interação.

Desta forma a seriação dos conteúdos se torna dispensável, pois cabe ao

professor observar o nível da linguagem dos alunos e aprofundar os conteúdos conforme

as necessidades, visto que um mesmo conteúdo é trabalhado em diversas séries e o que

irá diferenciar é o grau de complexidade, este sim deve estar em consonância com o nível

e a série do aluno aprendiz.

Metodologia

Fundamentar a metodologia do trabalho pedagógico com a Língua Materna

na natureza social do discurso e da língua própria significa compreender quais são os

produtos das ações que constituem os objetos de ensino.

Nessa perspectiva, é a partir das experiências dos estudantes que a Língua

se transforma em objeto de reflexão, tendo em vista o resultado de sua produção oral ou

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escrita ou de sua leitura. Trabalhando dessa forma, o professor valoriza os alunos,

enquanto sujeitos da linguagem, os quais selecionam os recursos mais coerentes para

interpretar, no caso da leitura, e para significar quando produzem seu texto oral ou

escrito.

A oralidade será trabalhada em variados momentos de comunicação

através de vários gêneros e formas com fundamentação na realidade sonora. A

linguagem oral será trabalhada da informalidade para a formalidade e será considerada

como sendo uma forte influência em nossa história cultural, assumindo a fala como

conteúdo que implica conhecimentos relativos às variedades lingüísticas, às diferentes

construções da língua. Será trabalhada também a sensibilidade de saber ouvir o outro.

O professor pode planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade

que, gradativamente, permita ao aluno conhecer, usar também a variedade lingüística

padrão e entender a necessidade desse uso em determinados contextos sociais. É por meio

do aprimoramento lingüístico que o aluno será capaz de transitar pelas diferentes esferas

sociais, usando adequadamente a linguagem tanto em suas relações cotidianas quanto nas

relações mais complexas – no dizer de Bakhtin (1992) e que exigem maior formalidade.

Dessa forma, o aluno terá condições de se posicionar criticamente diante de uma

sociedade de classes, repleta de conflitos e contradições.

O trabalho com os gêneros orais deve ser consistente. Isso significa que as

atividades propostas não podem ter como objetivo simplesmente ensinar o aluno a falar,

emitindo opiniões ou em conversas com os colegas de sala de aula. O que é necessário

avaliar, juntamente com o falante, por meio da reflexão sobre os usos da linguagem, é o

conteúdo de sua participação oral. O ato de apenas solicitar que o aluno apresente um

seminário não possibilita que ele desenvolva bem o trabalho. É preciso esclarecer os

objetivos, a finalidade dessa apresentação, e explicar, por exemplo, “que apresentar um

seminário não é meramente ler em voz alta um texto previamente escrito. Também não é

se colocar à frente da turma e ‘bater um papo’ com os colegas [...]” (CAVALCANTE & MELO,

2006, p. 184).

Sugere-se que professor, primeiramente, selecione os objetivos que

pretende com o gênero oral escolhido, por exemplo:

na proposição de um seminário, além de explorar o tema a ser apresentado, é

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preciso orientar os alunos sobre o contexto social de uso desse gênero; definir a

postura diante dos colegas; refletir a respeito das características textuais

(composição do gênero, as marcas linguístico-enunciativas); organizar a sequência

da apresentação;

na participação em um debate, pode-se observar a argumentação do aluno, como

ele defende seu ponto de vista, além disso o professor deve orientar sobre a

adequação da linguagem ao contexto, trabalhar com os tons de fala, com a

interação entre os participantes, etc.;

na dramatização de um texto, é possível explorar elementos da representação

cênica (como entonação, expressão facial e corporal, pausas), bem como a estrutura

do texto dramatizado, as trocas de turnos de falas, observando a importância de

saber a fala do outro (deixa) para a introdução da sua própria fala, etc.;

ao narrar um fato (real ou fictício), o professor poderá abordar a estrutura da

narrativa, refletir sobre o uso de gírias e repetições, explorar os conectivos usados

na narração, que apesar de serem marcadores orais, precisam estar adequados ao

grau de formalidade/informalidade dos textos, entre outros pontos.

A leitura será vista como uma prática consistente do leitor perante a

realidade. A mesma será vista numa concepção interacionista, visando formar a leitores

no âmbito escolar. Os textos serão selecionados a fim de desenvolver a subjetividade do

aluno, considerando para esta seleção a preferência e a opinião do mesmo.

Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas

sociais: jornalísticas, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana,

midiática, literária, publicitária, etc. No processo de leitura, também é preciso considerar

as linguagens não-verbais. A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas,

imagens digitais e virtuais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo

cotidiano, deve contemplar os multiletramentos mencionados nestas Diretrizes.

Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva o

aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude responsiva

diante deles. Sob esse ponto de vista, o professor precisa atuar como mediador,

provocando os alunos a realizarem leituras significativas. Assim, o professor deve dar

condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura, visando a um sujeito crítico e

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atuante nas práticas de letramento da sociedade.

Desse modo, para o encaminhamento da prática da leitura, é preciso

considerar o texto que se quer trabalhar e, então, planejar as atividades. Antunes (2003)

salienta que conforme variem os gêneros (reportagem, propaganda, poemas, crônicas,

história em quadrinhos, entrevistas, blog), conforme variem a finalidade pretendida com a

leitura (leitura informativa, instrumental, entretenimento...), e, ainda, conforme variem o

suporte (jornal, televisão, revista, livro, computador...), variam também as estratégias a

serem usadas.

O ensino da prática de leitura requer um professor que “além de posicionar-

se como um leitor assíduo, crítico e competente, entenda realmente a complexidade do

ato de ler” (SILVA, 2002, p. 22). Para a seleção dos textos é importante avaliar o contexto

da sala de aula, as experiências de leitura dos alunos, os horizontes de expectativas deles e

as sugestões sobre textos que gostariam de ler, para, então, oferecer textos cada vez mais

complexos, que possibilitem ampliar as leituras dos educandos.

A Cultura Afro-brasileira Africana e Indígena (leis nº.10639/03 e

nº.11645/08) será trabalhada na oralidade e na escrita, através de leitura, debates,

depoimentos, interpretação e produção de textos diversos, em articulação com o

conteúdo pertinente. O ensino da Língua Portuguesa não deve ser fragmentado. É

importante ressaltar que partindo da prática da oralidade torna-se fundamental a

constante oferta de atividades que favoreçam o desenvolvimento das habilidades de falar

e ouvir, tais como: apresentação de temas variados, histórias familiares, comunitárias,

filmes, músicas, livros, etc. Para que isso ocorra é preciso que se utilize do discurso oral

para emitir opiniões; justificar ou defender opções tomadas, buscar e transmitir

informações, fazer e dar entrevistas, apresentar resumos, dar avisos, promover debates,

seminários, juris- simulados e outros.

A leitura e a oralidade caminham juntas e necessitam ser prática constante

na escola, como algo consistente do leitor perante a realidade. Um texto fornece várias

informações, conhecimentos, opiniões que uma vez socializados pela turma, favorecem a

reflexão e ampliação de sentido sobre aquilo que foi lido. Assim é importante que a leitura

seja vista em função de uma concepção interacionalista da linguagem, segundo o qual

busca formar leitores no âmbito escolar.

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190

O trabalho com a literatura será marcado pela criatividade e a liberdade.

Desse modo, ficará a critério do professor e do aluno, a escolha dos livros e a atividades,

dependendo do momento e da relação com outros conteúdos.

O primeiro olhar para o texto literário, tanto para alunos de Ensino

Fundamental como do Ensino Médio, deve ser de sensibilidade, de identificação. O

professor pode estimular o aluno a projetar-se na narrativa e identificar-se com algum

personagem. Numa apresentação em sala de aula o educando revela-se e, “provocado”

pelo docente, justifica sua associação defendendo seu personagem. O professor, então,

solicita aos alunos que digam o que entenderam da história lida. Esta fase é importante

para que o aluno se perceba como coautor e tenha contato, também, com ou- tras leituras,

a dos colegas de sala, que não havia percebido.

É importante que o professor trabalhe com seus alunos as estruturas de apelo,

demonstrando a eles que não é qualquer interpretação que cabe à literatura, mas aquelas

que o texto permite. As marcas linguísticas devem ser consideradas na leitura literária; elas

também asseguram que as estruturas de apelo sejam respeitadas. Agindo assim, o professor

estará oportunizando ao aluno a ampliação do horizonte de expectativa.

Um exemplo desse trabalho é a utilização, na sala de aula, de livros infanto

juvenis, cuja temática é o mágico. Em seguida, o professor apresenta textos em que o

mágico não é apenas um mero recurso narrativo, mas um elemento importante na

composição estética da obra, um fantástico que amplia a compreensão das relações

humanas, como o mágico presente em Murilo Rubião, Gabriel Garcia Márquez, José

Saramago, J. J. Veiga, entre outros.

No caso da leitura de textos poéticos, o professor deve estimular, nos alunos, a

sensibilidade estética, fazendo uso, para isso, de um instrumento imprescindível e, sem

dúvida, eficaz: a leitura expressiva. O modo como o docente proceder à leitura do texto

poético poderá tanto despertar o gosto pelo poema como a falta de interesse pelo mesmo.

Assim, antes de apresentá-lo para os educandos, o professor deve estudar, apreciar,

interpretar, enfim, fruir o poema.

O professor não ficará preso à linha do tempo da historiografia, mas fará a

análise contextualizada da obra, no momento de sua produção e no momento de sua

recepção (historicidade). Utilizará, no caso do Ensino Médio, correntes da crítica literária

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190

mais apropriadas para o trato com a literatura, tais como: os estudos filosóficos e

sociológicos, a análise do discurso, os estudos culturais, entre tantos outros que podem

enriquecer o entendimento da obra literária.

Na prática da escrita, há três etapas interdependentes e Inter complementares

sugeridas por Antunes (2003) e adaptadas às propostas destas Diretrizes, que podem ser

ampliadas e adequadas de acordo com o contexto:

Inicialmente, essa prática requer que tanto o professor quanto o aluno planejem o

que será produzido: é o momento de ampliar as leituras sobre a temática proposta;

ler vários textos do gênero solicitado para a escrita, a fim de melhor compreender

a esfera social em que este circula; delimitar o tema da produção; definir o

objetivo e a intenção com que escreverá; prever os possíveis interlocutores;

pensar sobre a situação em que o texto irá circular; organizar as ideias;

Em seguida, o aluno escreverá a primeira versão sobre a proposta apresentada,

levando em conta a temática, o gênero e o interlocutor, selecionará seus

argumentos, suas ideias; enfim, tudo que fora antes planejado, uma vez que essa

etapa prevê a anterior (planejar) e a posterior (rever o texto);

Depois, é hora de reescrever o texto, levando em conta a intenção que se teve ao

produzi-lo: nessa etapa, o aluno irá rever o que escreveu, refletir sobre seus

argumentos, suas ideias, verificar se os objetivos foram alcançados; observar a

continuidade temática; analisar se o texto está claro, se atende à finalidade, ao

gênero e ao contexto de circulação; avaliar se a linguagem está adequada às

condições de produção, aos interlocutores; rever as normas de sintaxe, bem

como a pontuação, ortografia, paragrafação.

Por meio desse processo, que vivencia a prática de planejar, escrever, revisar

e reescrever seus textos, o aluno perceberá que a reformulação da escrita não é motivo

para constrangimento. O ato de revisar e reformular é antes de mais nada um processo

que permite ao locutor refletir sobre seus pontos de vista, sua criatividade, seu imaginário.

O refazer textual pode ocorrer de forma individual ou em grupo,

considerando a intenção e as circunstâncias da produção e não a mera “higienização” do

texto do aluno, para atender apenas aos recursos exigidos pela gramática. O refazer

textual deve ser, portanto, atividade funda- mentada na adequação do texto às exigências

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circunstanciais de sua produção.

Para dar oportunidade de socializar a experiência da produção textual, o

professor pode utilizar-se de diversas estratégias, como: afixar os textos dos alunos no

mural da escola, promovendo um rodízio dos mesmos; reunir os diversos textos em uma

coletânea ou publicá-los no jornal da escola; enviar cartas do leitor (no caso dos alunos)

para determinado jornal; encaminhar carta de solicitação dos alunos para a câmara de

vereadores da cidade; produção de panfletos a serem distribuídos na comunidade; entre

outros. Dessa forma, além de enfatizar o caráter interlocutivo da linguagem, possibilitando

aos estudantes constituírem se sujeitos do fazer linguístico, essa prática orientará não

apenas a produção de textos significativos, como incentivará a prática da leitura.

Critérios Avaliativos

Reconhecendo a linguagem como processo dialógico, discursivo, a

avaliação precisa ser analisada sob novos parâmetros, precisa dar ao professor pistas

concretas do caminho que o aluno está trilhando para aprimorar sua capacidade linguística

e discursiva em práticas de oralidade, leitura e escrita.

A avaliação é um instrumento não só de verificação na medida em que é

significativa para o aluno. Sendo assim, para que ela aconteça em sua plenitude, precisa ser

contínua, formativa, diagnóstica e transformadora. É transformadora quando provoca uma

sensação de querer mais, de construção do saber, sofrido em todo o seu projeto e

arquitetado em sua dimensão.

Quando o sujeito reconhece a linguagem como sendo tal instrumento,

aprimora sua capacidade linguística e discursiva em práticas de oralidade, leitura e

escrita. Quanto à oralidade, esta será avaliada em função da adequação do discurso e os

seus diferentes interlocutores e situações.

A leitura deve considerar as estratégias utilizadas no transcorrer da leitura,

sua compreensão e o sentido atribuído ao texto, sua reflexão e sua resposta ao texto. Já o

que determina a adequação do texto escrito são as circunstâncias de sua produção e o

resultado dessa ação.

Como é no texto que a língua se manifesta em todos os seus aspectos,

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discursivos, textuais, ortográficos e gramaticais, os elementos linguísticos utilizados nas

produções dos alunos precisam ser avaliados em uma prática reflexiva e contextualizada.

Nessa concepção, a avaliação formativa, que considera ritmos e processo de

aprendizagens diferentes nos estudantes e, na sua condição de contínua e diagnóstica

aponta as dificuldades, possibilita que a intervenção pedagógica aconteça a tempo,

informando os sujeitos do processo (professor e alunos), ajudando-os a refletirem e

tomarem decisões.

A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos

de aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades,

possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. Informa ao professor

e ao aluno acerca do ponto em que se encontram e contribui com a busca de estratégias

para que os alunos aprendam e participem mais das aulas.

Sob essa perspectiva, estas Diretrizes recomendam:

• Oralidade: será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos

diferentes interlocutores e situações. Num seminário, num debate, numa troca informal

de ideias, numa entrevista, num relato de história, as exigências de adequação da fala

são diferentes e isso deve ser considerado numa análise da produção oral. Assim, o

professor verificará a participação do aluno nos diálogos, relatos e discussões, a clareza

que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da sua fala, a argumentação que

apresenta ao defender seus pontos de vista. O aluno também deve-se posicionar como

avaliador de textos orais com os quais convive, como: noticiários, discursos políticos,

programas televisivos, e de suas próprias falas, formais ou informais, tendo em vista o

resultado esperado.

• Leitura: serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para a

compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre textos,

relações de causa e consequência entre as partes do texto, o reconhecimento de

posicionamentos ideológicos no texto, a identificação dos efeitos de ironia e humor em

textos variados, a localização das informações tanto explícitas quanto implícitas, o

argumento principal, entre outros. É importante avaliar se, ao ler, o aluno ativa os

conhecimentos prévios; se compreende o significado das palavras desconhecidas a partir

do contexto; se faz inferências corretas; se reconhece o gênero e o suporte textual. Tendo

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em vista o multiletramento, também é preciso avaliar a capacidade de se colocar diante

do texto, seja ele oral, escrito, gráficos, infográficos, imagens, etc. Não é demais lembrar

que é importante considerar as diferenças de leituras de mundo e o repertório de

experiências dos alunos, avaliando assim a ampliação do horizonte de expectativas. O

professor pode propor questões abertas, discussões, debates e outras atividades que lhe

permitam avaliar a reflexão que o aluno faz a partir do texto.

• Escrita: é preciso ver o texto do aluno como uma fase do processo de

produção, nunca como produto final. O que determina a adequação do texto escrito são as

circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o texto escrito

será avaliado nos seus aspectos discursivo - textuais, verificando: a adequação à proposta

e ao gênero solicitado, se a linguagem está de acordo com o contexto exigido, a

elaboração de argumentos consistentes, a coesão e coerência textual, a organização dos

parágrafos. Tal como na oralidade, o aluno deve se posicionar como avaliador tanto dos

textos que o rodeiam quanto de seu próprio. No momento da refracção textual, é

pertinente observar, por exemplo: se a intenção do texto foi alcançada, se há relação entre

partes do texto, se há necessidade de cortes, devido às repetições, se é necessário

substituir parágrafos, ideias ou conectivos.

• Análise Linguística: é no texto – oral e escrito – que a língua se manifesta em

todos os seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais. Por isso, nessa prática

pedagógica, os elementos linguísticos usados nos diferentes gêneros precisam ser

avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilitem compreender

esses elementos no interior do texto. Dessa forma, o professor poderá avaliar, por

exemplo, o uso da linguagem formal e informal, a ampliação lexical, a percepção dos

efeitos de sentidos causados pelo uso de recursos linguísticos e estilísticos, as relações

estabelecidas pelo uso de operadores argumentativos e modalizadores, bem como as

relações semânticas entre as partes do texto (causa, tempo, comparação, etc.). Uma

vez entendidos estes mecanismos, os alunos podem incluí-los em outras operações

linguísticas, de reestruturação do texto, inclusive.

Com o uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos são avaliados

continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações com a linguagem e reflete

sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, o que lhes permite o aperfeiçoamento

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linguístico constante, o letramento.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE MATEMÁTICA

A Matemática foi inventada e vem sendo desenvolvida pelo homem em

função de necessidades sociais. É a mais antiga das ciências e, provavelmente por este

motivo é muitas vezes caracterizada como difícil, pois já caminhou muito, já sofreu muitas

rupturas e reformas, possuindo um acabamento refinado e formal.

Os povos das antigas civilizações, fundamentados em ideias que se

originaram de simples observações provenientes da capacidade humana, foram

responsáveis pelo desenvolvimento de conhecimentos matemáticos que vieram a compor

a matemática que se conhece hoje.

A partir destas observações, que marcam o nascimento da Matemática,

desencadeiam-se várias transformações dentro dos estudos dessa área do

conhecimento que revela-se como uma criação humana, ao mostrar necessidades e

preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, estabelecendo

comparações entre os conceitos e processos matemáticos do passado e do presente.

Atualmente para ensinar matemática é necessário discutir a sua história,

pois através desta história, encontramos a oportunidade de compreendermos está

ciência matemática, desde as suas origens até a matemática que se tem ensinado nas

escolas.

Dentro deste contexto, percebe-se a Matemática tendo como finalidade

principal contribuir na formação da cidadania, uma vez que permite a quem a utiliza

descrever diferentes aspectos da realidade, estabelecer relações entre eles e tirar

conclusões a partir deles. A conquista da cidadania está ligada a inserção dos indivíduos,

como cidadãos, no mundo do trabalho, no da cultura e no das relações sociais.

Para a inserção no mundo do trabalho, os novos métodos de produção

exigem indivíduos que assimilem informações rapidamente, que saibam propor e resolver

problemas, que sejam criativos e polivalentes, capazes de se adaptar a contínuas

mudanças.

Deste modo o papel do ensino da matemática não é preparar mão-de-

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obra especializada para determinados ramos de atividades, mas, sim desenvolver uma

educação que coloque o aluno diante de desafios que lhe permitam o desenvolvimento de

atividades de responsabilidade, compromisso e satisfação, possibilitando a identificação de

seus direitos e deveres.

Para a inserção do indivíduo no mundo das relações sociais, é importante

salientar que a compreensão e a tomada de decisões, diante de questões políticas e de

problemas sociais contemporâneos, dependem da leitura e interpretação de informações

complexas. Sendo assim, a Matemática não deve ser encarada como uma ciência exata,

pura, constituindo um corpo de conhecimentos construído com rigor absoluto. É

necessário olhar a matemática como uma ciência viva, fruto da criação e invenção

humanas, que não evolui de forma linear e logicamente organizada. É uma ciência em

constante construção que tem contribuído para a solução de problemas científicos e

tecnológicos.

O objeto de estudo da Educação Matemática, ainda se encontra em

processo de construção, pode-se dizer que ele está centrado na prática pedagógica da

Matemática, de forma a envolver-se com as relações entre o ensino, a aprendizagem e o

conhecimento matemático.

Visando atingir os grandes objetivos do ensino de matemática os conteúdos

foram organizados em Conteúdos Estruturantes, selecionados para que o educando possa

compreender o processo de ensino e da aprendizagem da matemática, trabalhar com

o conteúdo de Álgebra, estabelecer, nas relações entre os desdobramentos possíveis, o

pensamento algébrico enquanto linguagem “Pensar algebricamente é produzir significado

para situações em termos de números e operações aritméticas e, com base nisso,

transformar as expressões obtidas” (LINS, 1997, p.151).

Como Conteúdo Estruturante, a Geometria não deve ser trabalhada

rigidamente separada da aritmética e da Álgebra. Ao contrário, por ser a Geometria rica

em elementos que favorecem a percepção espacial e a visualização, ela constitui um

conhecimento relevante, inclusive para outras disciplinas do conhecimento. O ensino de

Geometria deve permitir que o estudante realize leituras que exijam a percepção,

linguagem e raciocínio geométricos, fatores que influenciam diretamente na relação que

envolve a construção e apropriação de conceitos abstratos e aqueles que se referem ao

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190

objeto geométrico em si.

No mesmo sentido, o estudo das Funções deve ser visto como um

importante instrumento que permeia as diversas áreas do conhecimento, modelando

matematicamente situações que a partir de resoluções de problemas possam auxiliar nas

atividades humanas. Enquanto conteúdo da disciplina de matemática, deve ser visto

como uma construção histórica e dinâmica capaz de provocar, por conta da noção de

variabilidade e possibilidade de leituras do seu objeto de estudo e atuação em outros

conteúdos específicos da matemática.

O Tratamento da Informação é instituído como Conteúdo Estruturante

diante da necessidade do estudante dominar um conhecimento que lhe dê condições

de realizar leituras críticas dos fatos que ocorrem à sua volta; interpretando informações

que se expressam por meio de tabelas, gráficos, dados, percentuais, indicadores e

conhecimento das possibilidades e chances de ocorrência de eventos. Isso se revela

necessário, pois vivemos num momento histórico, caracterizado pela facilidade e rapidez

no acesso às informações, o que exigem o desenvolvimento do espírito crítico, e a

capacidade de analisar e tomar decisões rápidas, porém conscientes, diante de diversas

situações da vida em sociedade.

O aprendizado da Matemática é parte essencial na formação de cidadãos em

sentido universal e não apenas no sentido profissionalizante. É um aprendizado útil à vida e

ao trabalho. Os conceitos matemáticos devem se transformar em instrumentos de

compreensão, intervenção, mudança e previsão da realidade. A matemática deve assumir o

papel que a sociedade espera dela: estar ao alcance dos alunos e tornar-se prática em suas

vidas, ajudando-os em suas relações com o meio social em que vivem e fazendo

interdisciplinaridade com as demais disciplinas que são que são objetos do conhecimento

humano. Para isso deve ser contextualizado, inserindo aplicações dos conceitos

matemáticos na vida real, se esquecerem, no entanto que a matemática em si é também

um objeto de estudo e produz modelos mais gerais que poderão servir de ferramenta para

a resolução de problemas que o futuro nos reserva.

Em consonância com os princípios constitucionais e com as disposições da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), com as modificações introduzidas

pela Lei 10.639/03, regulamentadas pela Resolução 01/2004 do CNE, pelo Parecer

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CNE/CP 03/04 e pela Deliberação 04/06 do CEE-PR, que objetiva valorizar a diversidade

étnico-cultural da sociedade brasileira, promover a Educação das Relações Étnico-

Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira em todo o currículo escolar,

esta proposta curricular promoverá um novo olhar sobre os conteúdos matemáticos,

valorizando as diversas contribuições étnicas em seu processo de construção, a

preocupação de seleção de imagens, utilização de linguagem e formulação de problemas

que respeitem e valorizem a diversidade étnico-racial, de forma a estimular a

convivência harmônica entre os indivíduos, o respeito ás diferenças.

Uma preocupação constante será a de não hierarquizar saberes, mas

explorar a complementaridade existente entre eles na formação do pensamento

matemático. A superação de uma visão eurocêntrica de mundo também é pressuposto

dessa proposta curricular, de tal sorte que as informações matemáticas propiciem, como

as demais disciplinas curriculares, a formação de cidadãos e cidadãs emancipados, com

autoe s t i m a elevada, com orgulho de seu pertencimento étnico-racial, com respeito à

condição social, diversidade de gênero, de orientação sexual, enfim a pluralidade em todas

as suas dimensões.

Os temas referentes à Cultura e História Afro-brasileira e Indígena (leis

nº. 10639/03 e nº. 11645/08) serão contemplados nas diferentes séries sendo

relacionados, quando conveniente, aos conteúdos que serão trabalhados.

Metodologia

A simples resolução de exercícios, o treino de técnicas de cálculos e a

memorização de fórmulas e processos não são suficientes para atingir as finalidades

do ensino da Matemática. Aprender Matemática é fazer Matemática. É por meio de

atividades matemáticas intencionais, de experiências vividas, é que se adquire

conhecimento.

Com base no que foi exposto acima, verifica-se a importância da prática

pedagógica do profissional responsável pela educação matemática, estar fundamentada

em metodologias alternativas para que os conhecimentos, por parte do aluno, ocorra de

forma significativa e permanente.

As tendências apresentadas pela Educação Matemática, constituem uma

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excelente fonte de embasamento metodológico. A resolução de problemas, através da

proposição de situações investigativas, estimulam o pensamento e possibilitam as relações

entre conteúdos matemáticos e representação de ideias.

A História da Matemática, mediante um processo de transposição didática

e juntamente com outros recursos didáticos e metodológicos, pode oferecer uma

importante contribuição ao processo de ensino e aprendizagem em Matemática, já que

conceitos abordados em conexão com sua história constituem-se veículos de informação

cultural, sociológica e antropológica de grande valor formativo.

As mídias tecnológicas, como as calculadoras e o computador, devem ser

consideradas parte integrante do ensino-aprendizagem da Matemática. Estes instrumentos

podem ser utilizados sempre que oportuno e possível, pois constituem um valioso apoio

para o aluno e para o professor.

A etnomatemática constitui uma importante fonte metodológica na medida

em que prioriza um ensino que valorize a história dos estudantes através do

reconhecimento e respeito de suas raízes culturais.

A modelagem matemática parte do pressuposto de que o ensino e a

aprendizagem podem ser potencializados quando se problematizam situações do

cotidiano. Na verdade, a utilização de todo e qualquer recurso ou material didático

deve ser aplicada se a intenção é a produção de conhecimento de qualidade.

É consensual a ideia de que não existe um caminho que possa ser

identificado como único e melhor para o ensino de qualquer disciplina, em particular,

da matemática. No entanto, não podemos deixar de conhecer e aplicar diversas

possibilidades de trabalho em sala de aula, adequando-as aos conteúdos propostos, para a

construção de nossa prática pedagógica.

A fim de atingir os objetivos propostos para o ensino de matemática, o

professor deverá agir como um facilitador entre o educando e o conhecimento a ser

adquirido, utilizando-se dos recursos tecnológicos e pedagógicos disponíveis.

Nesse contexto deve ainda demonstrar que a matemática é uma ciência em

movimento, em constante construção. Para isso desenvolverá seu plano de ensino

utilizando-se do conjunto de instrumentos metodológicos existentes (pesquisas, projetos,

entrevistas, produção de textos, palestras, seminários, visitas, atividades lúdicas, dentre

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outras), bem como os recursos tecnológicos disponível no Colégio.

A abordagem dos conteúdos deverá observar levar em consideração a

formação pluriétnica do educando. Conteúdos como Tratamento de Informação deverão

analisar as condições sócio- econômicas da população brasileira, o acesso á educação

básica, e aos serviços públicos existentes, ao emprego enfocando prioritariamente e

existência de desigualdades e discriminações, com especial atenção ao aspecto racial, ao

mesmo tempo em que contribuirá para suas superações.

Critérios Avaliativos

O professor sendo o elo entre o ensino e a aprendizagem, tem como

objetivo possibilitar a aprendizagem de conteúdos de forma clara e significativa, através de

uma metodologia dinâmica que leve o aluno a pensa, criticar, organizar, analisar,

avaliar, entender o processo, utilizando de diferentes atividades: orais, escritas e

práticas, por meio de manuseio de equipamentos e ferramentas tecnológicas e

pedagógicas.

A avaliação permite ao professor orientar-se, rever a metodologia que vem

utilizando, verificar a necessidade de retomar determinados conteúdos para oportunizar

cada vez mais aprendizagem significativa do aluno, se ele entendeu o conteúdo e sabe

solucionar problemas orais ou escritos e se encontra meios diversos para a sua resolução.

O professor deve desenvolver habilidades no aluno para que ele possa

aprender a pesquisar, elaborar conjecturas, deduções, raciocinar e aplicá-los na

resolução dos problemas, utilizando de atividades avaliativas diversificadas para que o

aluno possa expressar seu conhecimento. Ele também deve expressar uma linguagem

adequada para cada momento e considerar as nações que o estudante traz, decorrentes da

sua vivência, de modo a relacioná-las com os novos conhecimentos abordados nas aulas de

matemática.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE QUÍMICA

A química está presente em todo o processo de desenvolvimento das

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civilizações, a partir das primeiras necessidades humanas tais como a comunicação, o

domínio do fogo e posterior o conhecimento do processo de cozimento necessário à

sobrevivência, bem como a fermentação, o tingimento e a vitrificação, entre outros.

No decorrer dessa história, inicialmente o ser humano conheceu a extração,

a produção e tratamento de metais como o cobre, o bronze, o ferro e o ouro. Na cultura

ocidental, os gregos da época clássica foram os primeiros a teorizar sobre a composição

da matéria. As ideias de átomo e elemento, centrais em todo o desenvolvimento da

Química, surgiram na antiguidade, proposta primeiramente com os filósofos gregos

Leucipo e Demócrito (400 a C.).

Entretanto a revolução científica ocorreu no ocidente especificamente na

Europa devido ao desenvolvimento do modo de produção capitalista, dos interesses

econômicos, da classe dirigente, da lógica das relações de produção e das relações de

poder que marcam esse sistema produtivo.

Não se pode tratar da História da Química sem reportar os fatos

políticos, religiosos e sociais. O poder, representando pela riqueza, e a cura de todas

as doenças, sinônimo de vida eterna, foram e são busca incessante da humanidade que

atribui para o desenvolvimento dessa ciência. Segundo Erbrand (2000), afirma que esse

percurso histórico atribuiu para constituição da Química como disciplina escolar,

inicialmente na França e na metodologia era um misto de ciência pura e ciência

laboratorial. No Brasil as primeiras atividades de caráter educativo envolvendo a

química surgiram a partir do século XIX, proveniente das transformações de ordem

política e econômica que ocorriam na Europa.

Segundo Chassot (1995) a construção dos currículos, nessa época, teve por

base três documentos históricos que foram produzidos em Portugal, na França e no Brasil,

a saber: normas dos cursos de filosofia contido no estatuto da universidade e Coimbra;

texto Lavoisier: “sobre a maneira de ensinar Química”; diretrizes para cadeira de Química

da academia médico-cirúrgica da Bahia.

O ensino de química no Brasil passou por varias transformações desde a

implantação do curso de química industrial em 1919, a realização do primeiro0

Congresso Brasileiro de Química em 1922 e a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras em 1938 no Paraná.

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No período compreendido entre as décadas de 1950 e 1970 o ensino

de Química foi marcado pelo positivismo utilizando o método científico. No final da

década de 70, consolidaram- se as ideias construtivistas na educação, visando a construção

pelo aluno através de estímulos atividades dirigidas de modo a conduzi-los a relacionar

suas concepções ao conceito científico.

Nos anos 80, a secretaria de estado da Educação do Paraná, a partir de uma

nova política educacional elaborou o currículo básico baseado na pedagogia histórico-

crítica (Demerval Saviani) para o ensino do primeiro grau e elaboração de documentos

para reestruturação do ensino do segundo grau com cadernos separados para disciplinas

e para os cursos técnicos profissionalizantes.

O documento de Química apresentava uma proposta de conteúdo essencial

para as disciplinas que tinha como objetivos principais à aprendizagem dos conhecimentos

químicos historicamente constituídos.

Nos anos 90, as mudanças neoliberais realizadas no mundo do trabalho

colocaram a educação em pauta novamente efetuando as discussões a respeito de

currículo. A disciplina de Química era tratada de modo simplista no PCN onde era vista

como área do conhecimento.

Atualmente a ênfase dada na importância da História de disciplina em

seus aspectos epistemológicos, buscam uma seleção de conteúdos estruturastes que

identifique as disciplinas como campo de conhecimento que se constituiu historicamente,

nas relações políticas, econômicas, sociais e culturais das diferentes sociedades. Para que

isto aconteça é necessário uma abordagem pedagógica crítica da disciplina de Química, que

ultrapasse a postura subserviente da educação ao mercado de trabalho. O objetivo é

formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos Químicos e também seja capaz de

refletir criticamente sobre o período histórico social.

A abordagem no ensino da Química será norteada, pela construção e

reconstrução de significados dos conceitos científicos vinculados aos contextos

históricos, políticos, econômicos, sociais e culturais. Isso implica na compreensão do

conhecimento científico e tecnológico para além do domínio estrito dos conceitos de

Química (MALDANER, 2003). Propõe-se que a compreensão e a apropriação do

conhecimento químico aconteça por meio do contato do aluno com o objeto de estudo da

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química, que é o estudo da matéria e suas transformações.

Mortimer e Machado (2003) apresentam um esquema no qual se pode

localizar ao centro o objeto de estudo da Química (substância e materiais) sustentadas pela

tríade: composição, propriedade e transformações. Explicados através dos conteúdos

estruturantes: matérias e sua natureza, biogeoquímica e química sintética, além dos seus

desdobramentos em conteúdos específicos, os quais poderão ser abordados durante as

práticas pedagógicas.

A proposta apresentada neste esquema pretende estabelecer uma

integração do aluno com a química e se contrapõe a ideia de que esta ciência reduz-se a

um conjunto de inúmera forma e nomes complexos. Segundo Oliveira (2001), os conceitos

científicos devem contribuir para a formação de sujeitos que compreendam e questionem

a ciência do seu tempo.

Considera-se que na perspectiva da abordagem conceitual do conteúdo

químico, a experimentação favorece a apropriação efetiva do conceito e “o importante é a

reflexão advinda de situações na qual o professor integra o trabalho prático na sua

argumentação” (AXT, 1991, p. 81).

Para Nanni (2004), a importância da abordagem experimental está na

caracterização do seu papel investigativo e de sua função pedagógica em auxiliar o

aluno na explicação, problematização, discussão, enfim, da significação dos conceitos

químicos.

Outra questão relacionada ao ensino de química é a compreensão do

contexto em que os conceitos são utilizados não privilegiando as operações matemáticas

de cumprimento do trabalho com o conteúdo químico.

A Química será tratada com os alunos de modo a possibilitar o atendimento

do aluno do mundo e da sua interação com ele. Cabe ao professor criar situações de

aprendizagem de modo que o aluno pense mais criticamente sobre o mundo e reflita sobre

as razões dos diversos problemas em seus aspectos sócio-científicos, ou seja, questões

ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relacionas a ciência e

tecnologia. Cabe ao professor na aula de química oportunizar ao educando o

desenvolvimento científico, a apropriação dos conceitos da química e sensibilizá-lo para

um comprometimento com a vida no planeta.

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Metodologia

A química deve ser trabalhada de forma clara e objetiva, mostrando

principalmente os aspectos sociais que a envolve. Levando em consideração que os

fenômenos químicos estão presentes o tempo todo à nossa volta, e não devem ser

ignorados, mas entendidos.

Para tanto, deve-se desenvolver uma dinâmica de aula capaz de estimular

o interesse dos alunos, relacionando cada conteúdo trabalhado com situações concretas

vivenciadas por eles, buscando o conhecimento já adquirido, visando o seu

aprimoramento através de textos e pesquisas. A escola é por excelência, o lugar onde

se lida com o conhecimento científico historicamente produzido, devendo o processo

de ensino aprendizagem partir do conhecimento específico prévio dos estudantes,

respeitando as preconcepções dos mesmos, onde se inclui as alternativas (ideias pré-

concebidas sobre o conhecimento da química) ou concepção espontânea, a partir das

quais será elaborado um conceito científico.

A metodologia utilizada para o ensino de Química terá como requisito:

Respeito às preconcepções dos alunos;

As não propriedades às formulas matemáticas, pois não são os objetos central da

aprendizagem;

A utilização de modelo para explicar comportamento microscópicos devendo o

professor lembrar, que o trabalho pedagógico na escola é com os estudante e, por

isso, caberá contextualizar a produção e a validade dos conhecimentos científicos

para que tenhamos um ensino significativo; e

A experimentação para compreensão do fenômeno químicos.

Para essa proposta de ensino utilizamos a leitura de textos diverso,

imagens, gráfico, gravuras e tabelas; produção de textos, resenhas críticas e informativas,

aula pratica de laboratório, elaboração de projetos de pesquisas, relatórios de aulas

práticas e relatórios de pesquisas; e utilização de recursos audiovisuais e recursos

tecnológicos disponíveis.

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Serão realizadas atividades individuais e coletivas que viabilizem o confronto

de informações e de interpretações diversas sempre que através de situações

problematizadas, seminários, resolução de exercícios e entrevistas.

A aula expositiva e demonstrativa será uma técnica utilizada com o objetivo de

promover o diálogo e o exercício da criatividade, do trabalho em grupo e para proporcionar

o desenvolvimento dos conhecimentos científicos.

Uma sala é composta de pessoas com diferentes costumes, tradições, pré-

conceitos e ideias que dependem de sua origem cultural e social e esse ponto de partida

deve ser considerado contemplando assim a lei referente à História e Cultura Afro-

Brasileira e Africana e Indígena (leis nº. 10639/03 e nº. 11645/08) e também levantando

questões referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as

contradições que estão postas, buscar explicações e construir conceitos.

Critérios Avaliativos

A avaliação deve ser concebida de forma processual e formativa, sob as

condicionantes do diagnostico e da continuidade. Esse deve ocorrer no dia a dia, no

transcorrer da própria aula e não apenas de modo pontual, portanto sujeita a aliteração no

seu desenvolvimento.

Em Química o principal critério de avaliação e a formação de conceitos

científicos. O processo de “construção e reconstrução de significados dos conceitos

científicos” (MALDANER, 2003, p. 144) se dá a partir de uma ação pedagógica em que a

partir de conhecimentos anteriores dos alunos seja permitido aos mesmos o atendimento

e a interpretação com a dinâmica dos fenômenos naturais por meio de conceitos químicos.

Por isso em lugar de avaliar apenas por meio de provas, o professor deve

usar instrumentos de avaliação que contemplem várias formas de expressão dos alunos,

como: leitura e interpretação do texto, produção de textos, leitura e interpretação de

tabelas, gráficos, gravuras, pesquisas bibliográficas, relatórios e aula em laboratórios,

apresentação de seminário, entre outros.

Esses instrumentos devem ser selecionados de acordo com cada conteúdo

e objetivos de ensino. Em relação à leitura de mundo, o aluno deverá posicionar-se

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criticamente nos debates conceituais articulando o conhecimento químico, as questões

sociais, econômicas e políticas, ou se ja , a partir do ensino, da aprendizagem e da

avaliação.

É preciso ter clareza também de que o ensino da química como de outra

ciência deve ser sob o prisma da atividade humana, portanto sem verdades absolutas.

Visaremos uma avaliação que não dicotomize teoria e prática e que deverá considerar as

estratégias empregadas pelos alunos na articulação e reflexão dos experimentos com os

conceitos químicos. Tal prática avaliativa requer um professor que, em primeiro lugar

compreenda a concepção de ensino de química na perspectiva crítica. Finalmente é

necessário que os critérios e formas que fiquem bem claro para os alunos com direito

que tem de acompanhar todo processo.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE SOCIOLOGIA

Compreender as características das sociedades capitalistas tem sido a

preocupação da Sociologia desde o início da sua consolidação como ciência da sociedade

no final do século XIX. Nesse período, o capitalismo se configurava como uma nova

forma de organização da sociedade caracterizada por novas relações de trabalho.

Essas mudanças levaram pensadores da sociedade da época a indagações e

à elaboração de teorias explicativas dessa dinâmica social, sob diferentes olhares e

posicionamentos políticos. Desde então, essa tem sido a principal preocupação dessa

ciência, qual seja, entender, explicar e questionar os mecanismos de produção,

organização, domínio, controle e poder, institucionalizados ou não, que resultam em

relações sociais de maior ou menor exploração ou igualdade.

É preciso termos humildade para perceber que a amplitude das

transformações sociais, políticas, culturais, econômicas, e ecológicas que a sociedade e o

planeta estão vivendo não nos permite explicações estreitas ou sectárias, com pretensões

de apropriar-se da verdade.

Por outro lado, pensamos que a complexidade e a amplitude que

caracterizam as sociedades contemporâneas, também não devem nos intimidar ou

amedrontar, mas sim, nos desafiar para o estudo, para a pesquisa e para uma melhor

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compreensão e atuação política no mundo em que vivemos.

A Sociologia no presente tem o papel histórico que vai além da leitura

e explicações teóricas da sociedade. Não cabem mais as explicações e compreensões das

normas sociais e institucionais, para a melhor adequação social, ou mesmo para a mera

crítica social, mas sim a desconstrução e a desnaturalização do social no sentido de sua

transformação.

Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do acirramento das

forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial desenfreado, entre outras

causas, exigem indivíduos capazes de romper com a lógica neoliberal da destruição

social e planetária. É tarefa inadiável da escola e da Sociologia a formação de novos

valores, de uma nova ética e de novas práticas sociais que apontem para a possibilidade

de construção de novas relações sociais.

Dessa forma, a disciplina de Sociologia possui como objetivo principal que o

aluno concluinte do Ensino Médio chegue ao final do período:

a) Compreendendo as modificações nas relações sociais, decorrentes das

mudanças estruturais impostas pela formação de um novo de produção

econômica;

b) Percebendo a construção da sociedade, com suas conquistas, lutas, de forma

histórica, verificando a realidade social; e.

c) Questionando “as verdades absolutas” (conceitos, visões, “verdades”, pré-

conceitos ou pré- definições), tanto as do senso comum como as constituídas

pelas ciências;

Para tanto é papel do docente da disciplina orientar o aluno a perceber o

seu papel como sujeito social, através de sua realidade, e o que está além dela.

Metodologia

Não se pretende através dos conteúdos estruturantes responder pela

totalidade da Sociologia bem como por seus desdobramentos em conteúdos específicos,

devido a dimensão e a dinâmica próprias da sociedade e do conhecimento científico que

a acompanha, mas, por outro lado também tem-se a clareza da necessidade do

redimensionamento de aspectos da realidade para uma análise didática e critica das

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problemáticas sociais.

Os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos deles desdobrados

não devem ser pensados e trabalhados de maneira autônoma, como se bastassem por si

próprios, da mesma forma como também não exigem uma obediência sequencial, ou seja,

apesar de estarem articulados entre si, é possível o estudo e apreensão pelos alunos, de

cada um dos conteúdos sem a necessidade de uma “amarração” com os demais.

No ensino de Sociologia é fundamental a utilização de múltiplos

instrumentos metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja

a exposição, a leitura e esclarecimentos do significado dos conceitos e da lógica dos textos

(teóricos, temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica

ou outros, pois assim como os conteúdos estruturantes – e os conteúdos específicos deles

derivados – os encaminhamentos metodológicos e o processo de avaliação ensino-

aprendizagem também devem estar relacionados à própria construção histórica da

Sociologia crítica, caracterizada, p o r t a n t o por posturas teóricas e práticas

favorecedoras ao desenvolvimento de um pensamento criativo e instigante.

Sugere-se que o curso seja iniciado a título de introdução, como uma breve

contextualização da construção histórica da Sociologia e das teorias sociológicas

fundamentais, as quais devem ser constantemente retomadas, numa perspectiva crítica,

no sentido de fundamentar teoricamente as várias possibilidades de explicação sociológica

feita nos recortes da dinâmica social, que aqui são nomeados de conteúdos específicos,

além disso, deve incluir sobre a cultura e história afro-brasileira e indígena.

O conhecimento sociológico deve ir muito além da definição, classificação,

descrição e estabelecimento das correlações dos fenômenos da realidade social. É tarefa

primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais

concretas e contextualizadas, desconstruindo pé-noções e pré-conceitos que quase

sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas

direcionadas à transformação social.

O aluno de Ensino Médio deve ser considerado em sua especificidade etária

e em sua diversidade cultural, ou seja, além de importantes aspectos como a linguagem,

interesses pessoais e profissionais, e necessidades materiais, deve-se ter em vista as

peculiaridades da região em que a escola está inserida e a origem social do aluno, para

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que os conteúdos trabalhados e a metodologia utilizada possam responder a necessidades

desses grupos sociais.

Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos, e

consequentemente a agir nas diversas instâncias sociais, implica antes de tudo numa

atitude ativa e participativa. O ensino de Sociologia pressupõe metodologias que

coloquem o aluno como sujeito de seu aprendizado, não importa que o encaminhamento

seja a leitura, o debate, a pesquisa de campo, ou a análise de filmes, mas importa que o

aluno esteja constantemente provocado a relacionar a teoria como o vivido, a rever

conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.

As práticas pedagógicas presentes no ensino de Sociologia devem ser

trabalhadas com método e rigor para construção do pensamento científico, dentre

outros, dois encaminhamentos metodológicos são próprios do conhecimento sociológico:

a pesquisa de campo e o uso de recursos audiovisuais, especialmente, vídeos, músicas e

filmes e leitura e análise de textos sociológicos.

Os temas referentes à Cultura e História Afro-brasileira e Indígena leis nº.

10639/03 e nº.11645/08 serão contemplados nas diferentes séries sendo relacionados,

quando conveniente, aos conteúdos que serão trabalhados levantando questões referentes

ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as contradições que estão

postas, buscar explicações e construir conceitos.

Critérios Avaliativos

O processo de avaliação no âmbito do ensino da Sociologia deve

perpassar todas as atividades relacionadas à disciplina, portanto necessita de um

tratamento metódico e sistemático. Deve ser pensado e elaborado de forma

transparente e coletiva, ou seja, seus critérios devem ser debatidos, criticados e

acompanhados por todos os envolvidos pela disciplina. A apreensão de alguns

conceitos básicos da ciência, articulados com a prática social; a capacidade de

argumentação fundamentada teoricamente; a clareza e coerência na exposição das

ideias, seja no texto oral ou escrito, são alguns critérios possíveis de serem verificados no

decorrer do curso.

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Também a mudança na forma de olhar para os problemas sociais assim

como iniciativa e a autonomia para tomar atitudes diferenciadas e criativas, que rompam

com a acomodação e o senso comum, são dados que informarão aos professores, o

alcance e a importância de seu trabalho no cotidiano de seus alunos.

As formas de avaliação em Sociologia, portanto, acompanham as

próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos

debates, que acompanham os textos ou filmes, seja a participação nas pesquisas de

campo, seja a produção de textos que.

Demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática, enfim

várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva ao selecioná-las, a

clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão e

reflexão dos conteúdos pelo aluno.

Por fim, entende-se que professores e a instituição escolar devem

constantemente ser avaliados em suas dimensões práticas e discursivas e principalmente

em seus princípios políticos com a qualidade e a democracia.

PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA –

INGLÊS E ESPANHOL

O ensino de língua estrangeira é muito importante para a elaboração da

própria identidade, pois na medida em que se aproxima de outra língua e de outra

cultura, o aluno percebe a língua como algo que se constrói e é construído por uma

determinada comunidade, apercebendo-se também como um sujeito histórico e

socialmente constituído; e que a língua e a cultura são pilares da identidade do sujeito

como cidadão e da comunidade como formação social.

Assim podemos entender que a linguagem é outra produção construída

nas interações sociais, marcadamente dialogistas, é um espaço de construções discursivas

inseparáveis das comunidades interpretativas que as constroem e que são por elas

construídas. É na língua que se percebe, se entende e se constrói a realidade.

O ensino-aprendizagem de língua estrangeira moderna deve ser voltado para

o uso efetivo da língua e não apenas da precisão, para a autenticidade da língua e

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contextos, atendendo as necessidades dos alunos no mundo real. A Língua Estrangeira

Moderna deve estar impregnada de valores, tais como: construção de identidade,

cidadania, cultura, inclusão social, função social e formação crítica.

Portanto, o discurso entendido como prática social, sob os seus vários

gêneros (leitura, escrita e oralidade), constituirá o eixo central do ensino de Língua

Estrangeira Moderna – Inglês.

Partindo dessas reflexões críticas a respeito do Ensino de Língua Estrangeira,

entendemos que o idioma a ser ensinado na escola e a opção metodológica não são

neutros, mas marcados por questões político-econômicas e ideológicas e refletem muitas

vezes o imperialismo de uma língua.

Sendo o Inglês a língua mundialmente usada nas comunicações entre

povos, seja através da mídia, da internet ou nos meios de produções tecnológicas e

científicas, faz-se necessária a compreensão da utilidade da mesma por parte dos

educandos. É papel do professor de Língua Estrangeira promover esse entendimento

para que o aluno compreenda que deve utilizar as diferentes possibilidades que este

instrumento de comunicação oferece.

Porém há uma pergunta que deve permear o estudo da língua. Por que o

conhecimento da Língua estrangeira é importante como saber escolar? E o aluno deve

entender sua importância no ato de conhecer outra cultura e outros costumes. Para se

incluir socialmente num mundo cada vez mais globalizado. Descartar esse direito é

insensatez.

Desta forma, devemos contribuir para o aprendizado do educando

oportunizando diálogos e textos autênticos sobre assuntos diversos. Apresentando-os de

forma a permitir a expansão do seu vocabulário, o domínio da estrutura gramatical e o

aprimoramento de seu espírito crítico, além de desenvolver sua fluência na conversação e

na leitura, preparando o educando para enfrentar situações reais do cotidiano.

Desse modo, o educando vê a sua cultura e a sua língua como uma entre

várias possibilidades igualmente desejáveis e válidas e ao constatar e vivenciar criticamente

a diversidade cultural pode delinear em torno para a sua própria identidade,

cumprindo assim, um objetivo pedagógico fundamental na aula de língua estrangeira, que

é contribuir para que o aluno perceba as diferenças entre os usos, as convenções e os

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valores de seu grupo social e os da comunidade, que está em constante movimento e

transformação.

Assume-se dessa forma, como conteúdo estruturante os saberes mais

amplos da disciplina e que podem ser desdobrados nos conteúdos que fazem parte de um

corpo estruturante de conhecimento constituídos e acumulados historicamente.

Também se assume como conteúdos estruturantes da Língua Estrangeira

moderna o discurso trabalhando além das quatro habilidades empregando estratégias

como: classificar, interferir, aplicar conhecimentos prévios, tirar conclusões, selecionar e

organizar informações.

Com esta visão temos a concepção de Língua Estrangeira como prática que

se efetiva nas diferentes instâncias sociais, notando-se que o objeto de estudo da disciplina

é a língua e o conteúdo estruturante é o discurso concebido como prática social.

Metodologia

O educando é um ser em constante construção. Esse reconhecimento

aumenta a responsabilidade dos professores, uma vez que a concepção sociointeracionista

das Diretrizes considera que a língua só existe em situações de intenção e através das

práticas discursivas esses aspectos corroboram o pressuposto de que não é coerente no

ensino de língua a fragmentação desta em conteúdos estanques determinados em séries.

A seleção desses conteúdos deve considerar o aluno como sujeito de um

processo histórico, social e detentor de um repertório linguístico singular que precisa ser

considerado na busca da ampliação de sua competência comunicativa nas práticas sociais

que é efetivada por meio de práticas discursivas que envolvem leitura, oralidade e escrita.

O trabalho com a língua estrangeira na escola não deve ser entendido

apenas como um instrumento para que o aluno tenha acesso a novas informações,

mas como uma nova possibilidade de ver e entender o mundo e de construir significados.

O professor deve trabalhar de maneira a incentivar o aluno a interagir na língua-alvo de

modo que ele aprenda e sistematize conscientemente aspectos escolhidos da nova

língua. Apresentar situações reais com as quais o aluno possa interagir de uma forma

significativa como textos jornalísticos, entrevistas, filmes, textos científicos, apresentando

assuntos que ele conhece, e a que pode atribuir significados, através de comparações e

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deduções possíveis devido ao conhecimento de mundo que ele já tem.

O professor deve mostrar ao aluno que em inglês, bem como em português,

a palavra pode assumir diferentes significados, de acordo com o contexto, por isso é

importante à contextualização, contrariando antigos métodos de tradução e

estruturalização como forma de ensino/aprendizagem de uma língua. É importante

também que o professor auxilie o aluno durante esse processo e que os alunos trabalhem

em duplas/grupos, para uma interação mais efetiva.

Diante da concepção de Língua, os conhecimentos que identificam e

organizam os campos de estudos têm o discurso como prática social efetiva por meio de

práticas discursivas, as quais envolvem a leitura, a oralidade e a escrita,

O trabalho em sala de aula precisa partir de um texto, cuja linguagem esteja

presente num contexto em uso, tendo em vista que o objetivo do trabalho em sala de

aula é a construção do significado, ou seja, os alunos interagem ativamente com o

discurso, sendo capazes de comunicar- se com e em diferentes formas discursivas em

diferentes tipos de texto e situações. Os conteúdos serão desenvolvidos à medida que

aparecerem nos textos em estudo e de acordo com o nível da turma, contemplando

conhecimentos linguísticos, discursivos, culturais e sócio pragmáticos.

Os conhecimentos linguísticos dizem respeito ao vocabulário, à fonética e às

regras gramaticais, elementos necessários para que o aluno interaja com a língua que se

lhe apresenta. Os discursivos, aos diferentes gêneros discursivos que constituem a

variada gama de práticas sociais que são apresentadas aos alunos. Os culturais, a tudo

aquilo que sente, acredita, pensa, diz, faz e em uma sociedade, ou seja, a forma como

um grupo social vive e concebe a vida. Os sócios pragmáticos, aos valores ideológicos,

sociais e verbais que envolvem o discurso em um contexto sócio histórico particular.

Na abordagem de leitura discursiva, a inferência é um processo cognitivo

relevante porque possibilita construir novos conhecimentos, a partir daqueles existentes

na memória do leitor, os quais são ativados e relacionados às informações

materializadas no texto. Com isso, as experiências dos alunos e o conhecimento de

mundo serão valorizados.

Além disso, uma abordagem do discurso em sua totalidade será

realizada e garantida através de atividades significativas em língua estrangeira nas quais

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as práticas de leitura escrita e oralidade, interajam entre si e constituam uma prática

sociocultural.

As leis nº. 10639/03 e nº.11645/08 que se refere a Cultura e História

Afro-brasileira e Indígena serão contemplados nas diferentes séries sendo relacionados,

quando conveniente, aos conteúdos que serão trabalhados levantando questões

referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos.

Critérios Avaliativos

A avaliação deve ser parte integrante do processo de aprendizagem e

contribuir para a construção de saberes. Ela é útil para a verificação da aprendizagem dos

alunos e servirá principalmente para que o professor repense a sua metodologia e

planeje as suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos. São através dela que

é possível perceber quais são os conhecimentos-linguísticos, discursivos, sócios

pragmáticos ou culturais – e as práticas – leitura, escrita ou oralidade – que ainda não

foram suficientemente trabalhados e que precisam ser abordados mais exaustivamente

para garantir a efetiva interação do aluno com os discursos em língua estrangeira.

A avaliação nessa concepção de ensino deve ser constante nas aulas. Ela

deve orientar a prática docente e subsidiar a ação pedagógica. Dessa forma, não se

configura como um simples mecanismo punitivo ou quantitativo da aprendizagem, haja

vista que se corrobora em um processo contínuo.

O aluno envolvido no processo de avaliação é também construtor do seu

conhecimento e deve entender seus erros como parte deste. Ao professor cabe auxiliá-lo

nessa construção, mediano, acompanhado e orientando-o, bem como, planejar e propor

outros encaminhamentos para a superação de dificuldades.

Na Educação Básica, a avaliação de determinada produção em Língua

Estrangeira considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, como resultado do

processo de aquisição de uma nova língua. Considera-se que, nesse processo, o que

difere do simples aprender, é o fato de que adquirir uma língua é uma aquisição

irreversível. Sendo assim, o erro deve ser visto como fundamental para a produção de

conhecimento pelo ser humano, como um passo para que a aprendizagem se efetive e

não como um entrave no processo que não é linear, não acontece da mesma forma e

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ao mesmo tempo para diferentes pessoas.

Assim, a avaliação indicará caminhos que norteiem à prática pedagógica a ação

docente e as intervenções e reformulações possíveis ou necessárias, tais como:

desempenho contínuo, avaliação escritas e orais, trabalhos em grupos ou individuais e

pesquisa.

Page 91: PROPOSTA PEDAGOCIA CELC

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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