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Derlei Maria Correa de Macedo Dantas
PROVA BRASIL E OS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE CONTEÚDOS CURRICULARES DE MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL:
ATUAÇÃO DA COORDENADORA PEDAGÓGICA DE UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE MANAUS
Manaus 2018
2
Derlei Maria Correa de Macedo Dantas
Tese apresentada à banca examinadora do Programa de
Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática
(PPGECEM) da Rede Amazônica de Educação em
Ciências e Matemática (REAMEC) como exigência
parcial à obtenção do título de Doutora em Educação
em Ciências e Matemática, sob a orientação do
Prof. Dr. Jair Lopes Junior UNESP - Campus Bauru.
Área de Concentração: Educação em Ciências e
Matemática
Linha de Pesquisa: Fundamentos e Metodologias para a
Educação em Ciências e Matemática.
Polo: Universidade do Estado do Amazonas – UEA.
Manaus 2018
3
4
5
DEDICATÓRIA
Dedico esta Tese a minha mãe Deltrudes, carinhosamente chamada de Dedé, que
aos 86 anos apresenta-se lúcida e torcendo sempre pela minha felicidade. Amo-te
mãezinha.
Ao meu pai Fernando (in memoriam) que está sempre nos olhando lá do alto, que
mesmo com toda sua simplicidade, reconhecia o valor da educação e da importância
dos estudos. Sinto tanto a sua falta. Como te amo pai!
Aos meus filhos, Bruna, Brenda e George Junior, pelo apoio, carinho e por
entenderem minha ausência. Meus amores. Amor incondicional.
Ao meu marido, George, pelas palavras de otimismo, pelo apoio e por estar sempre
ao meu lado. Meu amor, verdadeiro companheiro.
Aos meus irmãos e sobrinhos pela torcida. Amo vocês queridos.
Aos amigos, mesmo de longe na torcida. Verdadeiros amigos nunca os
esqueceremos.
6
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof. Dr. Jair Lopes Junior, por ter aceito o convite para orientação desta Tese, principalmente pelo respeito, por seus conhecimentos, parceria nessa caminhada e por acreditar na realização da pesquisa. Seus direcionamentos foram primordiais. Obrigada imensamente. Aos membros da Banca pela solicitude, respeito, atenção demonstrados na qualificação e pelas valiosas contribuições na Tese. Muito obrigada, Profa. Dra. Josefina Diosdada Barrera Kalhil, Profa. Dra. Rosa Oliveira Marins Azevedo, Profa. Dra. Ana Clédina Rodrigues Gomes, Prof. Dr. Pedro Franco de Sá, Prof. Dr. Yuri Expósito Nicot e Prof. Dr. José Félix da Costa Filho Neto. Obrigada imensamente. A Universidade Federal de Mato Grosso, a Universidade do Estado do Amazonas e ao Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática – PPGECEM, da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática – REAMEC Doutorado em Educação em Ciências e Matemática. Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT. Universidade do Estado do Amazonas - por esta titulação, pelo aprendizado e conhecimentos obtidos. Obrigada, a todos que fizeram parte direta e indiretamente dessa jornada. Aos professores do Programa que fizeram parte desta caminhada, o meu muito obrigada. À Diretora da escola por ter permitido essa pesquisa e pela acolhida. Obrigada de coração Diretora. À Coordenadora Pedagógica e à Professora pelo maravilhoso recebimento, por sua dedicação nos encontros, sem elas não seria possível esta pesquisa. Parabéns pelo profissionalismo. Muito obrigada! Aos alunos, pelo carinho e respeito em sala de aula. Aos colegas e amigos que encontrei no Doutorado, em especial à Isabel Lobato uma amiga parintinense muito, mas muito querida. À querida Atayane, outra parintinense arretada de boa. Dividimos angústias e alegrias. Rimos muito também, às vezes de nós mesmas. Todos os momentos ficaram na memória. Obrigada meninas pelo apoio e carinho. Ao Robson da secretaria do Doutorado, pelo profissionalismo e competência. Aos funcionários da escola pela atenção e respeito.
Obrigada, meu Deus, Ser Maior! Obrigada por essa conquista!!! Obrigada! Obrigada!
7
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina
8
RESUMO
A presente pesquisa diz respeito ao tema Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC–Prova Brasil), cujas unidades escolares têm acesso de modo censitário e bianual a conjuntos de medidas de desempenho dos seus alunos através de provas de conteúdos curriculares de Língua Portuguesa e de Matemática. Neste estudo foram investigados os conhecimentos e as metodologias da Coordenadora Pedagógica que poderiam favorecer e ampliar a função diagnóstica dos resultados da avaliação de Matemática da Prova Brasil. A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de Manaus que apresenta os resultados do Indice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB acima da meta [nacional/estadual] prevista. As investigações fundamentaram-se em uma proposta metodológica qualitativa. A constituição do corpus empírico deu-se em entrevistas consecutivas semiestruturadas com três participantes. As análises dos dados apontaram que, embora os relatos indiquem diferentes modalidades de recursos diretamente vinculados à obtenção dos desempenhos positivos nas provas, bem como a redução significativa de evasão, foram identificadas restrições quanto ao âmbito formativo proporcionado nas interações cotidianas, especialmente em termos da compreensão mais ampliada de dimensões relevantes dos descritores presentes nas Matrizes de Referência. Os relatos evidenciaram que, a despeito dos elevados valores de IDEB registrados, a escola sustenta uma redução no incremento de tais valores, considerando as quatro últimas versões da Prova Brasil, bem como às atualizações aos materiais oficiais fornecidos como estratégias de preparação dos alunos. De modo acentuado e reinicidente, foram constatadas restrições quanto às explicações e as exemplificações de conhecimentos profissionais definidos por interpretações pedagógicas do alcance dos descritores em termos do planejamento de interações em sala de aula. Diferentemente constatou-se a prioridade na execução de exercícios e de padrões previsíveis de resolução como estratégias para aprendizagem dos descritores e, ainda, conforme a coordenadora pedagógica configura-se pertinente e relevante a proposição de programas de formação inicial e continuada para subsídios na promoção da Prova Brasil. Palavras-chave: Ensino-aprendizagem de Matemática. Coordenadora pedagógica. Conhecimentos profissionais. Prática pedagógica.
9
ABSTRACT
This research is about the the National Assessment of income school, whose school
units have census and biannual access to sets of measures of their students
performance through evidence of curricular contents of Portuguese Language and
Mathematics. This study investigated the knowledge and methodologies of the
Pedagogical Coordinator that could favor and broaden the diagnostic function of the
results of the Brazilian Mathematics Assessment. . The research was carried out at
municipal school of Manaus that presents the results of the Índice de
Desenvolvimento da Educaçao Básica (the Basic Education Development Index)
)above the predicted [national / state] target. The investigations were based on a
qualitative methodological proposal. The empirical corpus was constituted in
consecutive semi-structured interviews with three participants. Data analysis
indicated that, although the reports indicate different modalities of resources directly
linked to the achievement of positive tests, as well as the significant reduction of
avoidance, restrictions were identified regarding the training scope provided in
everyday interactions, especially in terms of more relevant dimensions of the
descriptors understanding present in the Reference Matrices. The reports showed
that, in spite of the high values of registered IDEB, the school sustains a reduction in
the increment of such values, considering the last four versions of the Prova Brasil (
An Important brazilian Test ), as well as the updates to the official materials provided
as strategies of preparation of the students. Restrictions on the explanations and
examples of professional knowledge defined by pedagogical interpretations of the
reach of the descriptors in terms of the planning of classroom interactions were found
in a strong and restarted way. Differently, it was verified the priority in the execution
of exercises and predictable patterns of resolution as strategies to learn the
descriptors and, according to the pedagogical coordinator, it is pertinent and relevant
to propose initial and continuing training programs for subsidies in the promotion of
Prova Brasil.
Keywords: Teaching-learning Mathematics. Educational coordinator. Professional
knowledge. Pedagogical practice.
10
LISTA DE SIGLAS
ADE - Avaliação de Desempenho Escolar
ANA - Avaliação Nacional da Alfabetização
ANEB - Avaliação Nacional da Educação Básica
ANRESC - Avaliação Nacional do Rendimento Escolar
CEMASP - Centros Municipais Sociopsicopedagógicos
DAM - Divisão de Avaliação e Monitoramento
DDZ - Divisões Distritais Zonais
ENCCEJA - Exame Nacional Certificação Competências de Jovens e Adultos
ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio
GIDE - Gestão Integrada da Educação
HTP - Hora do tempo do professor
IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
IFAM - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC - Ministério da Educação
PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais
PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
PNLD - Programa Nacional do Livro e do Material Didático
PPGECEM - Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática
RADM - Relatório de Análise de Desvio de Metas
SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica
SEMED - Secretaria Municipal de Educação
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UEA - Universidade do Estado do Amazonas
UEPA - Universidade do Estado do Pará
UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso
UFPA - Universidade Federal do Pará
UNESP - Universidade Estadual Paulista
UNIFESSPA - Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
11
LISTA DE IMAGENS
Imagem 1- Avaliação Nacional do Rendimento Escolar - ANRESC (Prova Brasil) 20
Imagem 2 - SAEB - Avaliações Externas em Larga Escala 24
Imagem 3 - Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática –
Tema Espaço e Forma, para o 5º Ano
26
Imagem 4 - Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática –
Tema Grandezas e Medidas, para o 5º Ano
27
Imagem 5 - Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática –
Tema Números e Operações/Álgebra e Funções, para 5º ano
27
Imagem 6 – Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática –
Tema Tratamento da Informação, para o 5º ano
28
Imagem 7 - Distribuição percentual de alunos do 5º ano por nível de proficiência
no componente curricular de Matemática
28
Imagem 8 - Exemplo da média de proficiência obtidas pelos alunos da unidade
escolar de Matemática do 5º ano
29
Imagem 9 - Resultado das médias de proficiência das redes municipais,
estaduais e federais no ano da Prova Brasil - Matemática do 5º ano
30
Imagem 10 - Médias de proficiência obtidas pelos alunos da Escola A e de
escolas similares de Matemática do 5º ano
31
Imagem 11 – Indicador - Nível socioeconômico e formação docente - Escola A 31
Imagem 12 - Resultados e Metas do IDEB da Escola da pesquisa 60
Imagem 13 - Distribuição percentual de alunos do 5º ano por nível de
proficiência de Matemática da “Escola da pesquisa” - 2011 a 2015
61
Imagem 14 - Evolução dos valores do IDEB e metas da Escola da pesquisa 62
Imagem 15 - Caderno da ADE 72
Imagem 16 - Situação-Problema com Descritor D5 104
Imagem 17 - Situação-Problema com Descritores D15; D17; D18 106
Imagem 18 - Módulo Prova Brasil 115
Imagem 19 - Problemas matemáticos - D 24 115
Imagem 20 - Situações-problemas da Prova Brasil 135
Imagem 21- Situações-problemas da Prova Brasil 135
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Delineamento das Fases da Pesquisa 56
Tabela 2 – Categorias 59
Tabela 3 - Descrição da estrutura do corpo empírico da Pesquisa 64
Tabela 4 - Formação acadêmica das participantes da pesquisa 65
Tabela 5 - Números de participação de alunos na avaliação da ADE 2016 75
Tabela 6 - Desempenhos dos alunos de 3º e de 4º Anos na ADE 76
Tabela 7 - Desempenhos dos alunos de 3º e 4º anos da Escola na ADE de 2016
no componente curricular de Matemática
76
Tabela 8 - Descritores de Referência do SAEB/Matemática. Tema Grandezas e
Medidas, para o 5º Ano - ADE de 2016
77
Tabela 9 - Descritor de Referência do SAEB/Matemática. Tema: Números e
Operações/Álgebra e Funções, para o 5º - ADE de 2016
77
Tabela 10 - Níveis de avaliação da ADE 78
Tabela 11 - Pontos positivos e negativos na formação dos professores da escola
em relação a Prova Brasil
87
Tabela 12 - Planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo,
etapas para o desenvolvimento das atividades curricular e da Prova Brasil
97
Tabela 13 - Síntese das observações da CP das aulas ministradas pela
professora de matemática dos 5º anos e as práticas utilizadas pela professora
102
Tabela 14 - Síntese das Práticas dos professora não discutidas previamente
com a coordenação. Retorno de atividades envolvendo os descritores
109
Tabela 15 - Percepção da CP das interações com a professora - Prova Brasil 109
Tabela 16 - Atividades prévias da coordenadora pedagógica, observações aulas 111
Tabela 17 - Versões anteriores da Prova Brasil 113
Tabela 18 - Descritores de Referência do SAEB/Matemática – Tema: Números e
Operações/Álgebra e Funções, para o 5º Ano do Ensino Fundamental
118
Tabela 19 - Matrizes de Referência - Descritores de Matemática 5º Ano 119
Tabela 20 - Devolutiva da pesquisa 121
Tabela 21 - Matrizes de Referência - Descritores de Matemática 5º Ano 139
13
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 15
CAPÍTULO I 20
Pressupostos Teóricos 20
1.1 Avaliação Nacional do Rendimento Escolar - ANRESC: Prova Brasil 20
1.1.1 Política Pública - Avaliação Larga Escala Educação Básica: Prova Brasil 22
1.1.2 Componente curricular Matemática no SAEB (Prova Brasil) 25
1.1.3 A interpretação pedagógica dos resultados das avaliações em larga escala: conhecimentos profissionais e aspectos metodológicos
34
1.1.4 Pesquisas relacionadas a Prova Brasil e atuação de professores 38
CAPÍTULO II 45
Contextualização e Percurso da Pesquisa 45
2.1 Tipo de Pesquisa 45
2.1.1 Participantes da Pesquisa 47
2.1.2 Local da pesquisa 48
2.1.3 Estrutura do corpo empírico 49
2.1.4 Análises dos Resultados 51
2.1.5 Delineamentos para constituição dos dados 52
CAPÍTULO III 57 RESULTADOS E DISCUSSÃO 57
Um caminho de significados 57
3.1 Passos da Pesquisa - Fase 2 – A equipe Pedagógica da Escola 63
3.1.1 Passos da Pesquisa – Fase 2 Formação para atuar na função específica 65
3.1.2 Passos da Pesquisa – Fase 2 - Atividades de formação - foco na Prova Brasil, de modo mais geral, foco nas avaliações externas desempenho escolar
67
3.1.3 Passos da Pesquisa – Fase 2- Destaque dos pontos positivos e negativos na formação para a promoção do contato dos professores com os resultados da Prova Brasil e com as Matrizes de Referência do SAEB
82 3. 4 Passos da Pesquisa – Fase 3 – Planejamento das ações que estejam relacionadas com a apresentação e discussão de temas relacionados com a Prova Brasil e as avaliações externas do desempenho escolar
87 3.4.1 Passos da Pesquisa – Fase 3 - Planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo, etapas para o desenvolvimento das atividades
91
3.4.2 Passos da Pesquisa - Fase 3 - Definição de agenda para execução posterior de observações, registros de situações mediação da coordenadora (CP) com os professores
97 3.5 Passos da Pesquisa - Fase 04 - Observação das aulas ministradas pelos professores de matemática dos 5º anos
98
3.5.1 Passos da Pesquisa – Fase 4 - Práticas da professora se mostraram coerentes com o que foi discutido com a CP. Destaque: pontos de coerência
99
14
3.5.2 Passos da Pesquisa – Fase 4 - Existência de práticas utilizadas pela professora que não foram previamente discutidas com a coordenadora pedagógica
101
3.5.3 Passos da Pesquisa – Fase 4 - Momento retorno das atividades de aula em relação a exercícios envolvendo descritores da professora e coordenadora
102
3.5.4 Passos da Pesquisa – Fase 4 - Descrição e discussão: planejamentos e procedimentos no 5°Ano após professora finalizar as correções das atividades
103
3.5.5 Passos da Pesquisa – Fase 4 - Percepção da CP das interações com a professora em se tratando de Prova Brasil
107
3.6 Passo da Pesquisa - Fase 05 - Análises das atividades prévias da CP e registros referentes observação aulas da professora
109
3.7 Passo da Pesquisa - Fase 06 – Versões anteriores da Prova Brasil - componente curricular Matemática, discussão sobre os resultados obtidos pela escola. Condução de reuniões planejadas envolvendo a P e CP
111 3.8 Passo da Pesquisa - Fase 07 - Execução das observações das aulas 113
3.9 Passo da Pesquisa - Fase 08 – Devolutiva 121
CAPÍTULO IV 126
Caracterizando a concepção da coordenado pedagógica (CP) e as Categorias
126
4. 1 Os conhecimentos profissionais e os aspectos metodológicos necessários para funções diagnósticas da Prova Brasil - componente curricular Matemática
126
4.1.1 Para garantir a implementação das propostas de mediação do contato dos professores com os resultados da Prova Brasil segue a fala da CP
128
4.1.2 As práticas pedagógicas e o processo ensino-aprendizagem 129
4.1.3 Recurso pedagógico, aprimoramento componente curricular Matemática 132
4.1.4. A Formação Continuada de coordenadores e professores como ferramenta no processo ensino-aprendizagem
135
CONCLUSÕES 142
REFERÊNCIAS 147
ANEXOS 153
APÊNDICES 160
15
INTRODUÇÃO
A convivência cotidiana e acadêmica com os resultados negativos na
demonstração de aprendizagens de conteúdos curriculares de matemática no
Ensino Fundamental, indicados em evidências de severas dificuldades de
compreensão lógica de conteúdos matemáticos, de raciocínio geométrico e
algébrico, tanto quanto na resolução de problemas apresentam-se como forte
indutor da presente Tese aqui submetida. De modo complementar, o contato com
este cenário educacional, deveras adverso, igualmente suscitou reflexões acerca de
fatores de âmbito educacional direta e indiretamente vinculados com as políticas
públicas educacionais implantadas para o enfrentamento e a superação de tais
adversidades.
No cenário da Educação, a sociedade brasileira convive com políticas
públicas que objetivam intervir sobre os resultados desfavoráveis em termos da
qualidade identificada nos necessários processos de alfabetização matemática.
No âmbito da presente pesquisa, destacamos que, desde a segunda metade
da década de 1980, foram instituídos no Brasil, em contexto federal, estadual e,
posteriormente, municipal, os denominados sistemas de avaliação externa do
desempenho escolar em larga escala. Em última instância, os objetivos principais de
tais sistemas residem em fornecer informações consistentes e qualificadas sobre os
desempenhos de alunos da Educação Básica.
Desse modo, busca-se garantir visibilidade quanto às condições de ensino
predominantes no cenário da educação pública nacional, bem como o de
instrumentalizar, em termos diagnósticos, os procedimentos de planejamento e de
intervenção em contextos escolares nos quais os resultados salientam dificuldades e
insuficiências das condições de ensino no desenvolvimento das aprendizagens
preconizadas em documentação oficial correspondente.
Cumpre destacar, como exemplo, que após mais de duas décadas de
implantação de tais sistemas, estima-se necessário investigar se práticas de ensino
e de avaliação da aprendizagem de conteúdos curriculares de Matemática no Ensino
Fundamental prescindem de fundamentação, de conhecimentos e de estratégias
metodológicas amparadas na interpretação pedagógica dos resultados das
16
avaliações em larga escala, a despeito da sofisticação paramétrica no tratamento
dos dados referentes aos desempenhos dos alunos da Educação Básica.
Reconhecendo uma complexa e intrincada rede de fatores associados com tal
constatação, envolvendo variáveis de naturezas distintas, a presente pesquisa
concentrou ênfase em investigar um aspecto estimado pertinente e relevante para a
ampliação dos conhecimentos profissionais e metodológicos da coordenadora
pedagógica sobre a Prova Brasil quanto aos componentes curriculares de
Matemática.
De modo mais específico, estima-se que no cenário da consolidação do
“estado avaliador” conforme Bonamino; Sousa, 2012; Coelho (2008), parcela
expressiva das restrições de alcance das funções diagnósticas das avaliações em
larga escala estejam relacionadas com lacunas nos necessários conhecimentos
profissionais e estratégias metodológicas que possam garantir que a interpretação
pedagógica dos resultados seja devidamente convertida em planejamentos e em
intervenções suficientemente capazes de desenvolver as aprendizagens esperadas.
(BONAMINO; SOUSA, 2012; COELHO, 2008).
Assim, para elucidar está pesquisa propomo-nos a investigar o seguinte
Problema Científico: De que maneira, a Coordenadora Pedagógica realiza as
mediações, as interações em relação ao conhecimento profissional e a proposição
de metodologias capazes de ampliar a função diagnóstica dos resultados da
avaliação de Matemática da Prova Brasil?
Para delineamento do Problema Científico levantado, configuram-se, portanto,
as seguintes Questões de Pesquisa:
1. Quais seriam os conhecimentos e a proposição de metodologias capazes de
ampliar a função diagnóstica dos resultados da avaliação de Matemática da Prova
Brasil?
2. Quais seriam os conhecimentos profissionais necessários para que a
coordenadora pedagógica possa efetuar a mediação e interação do contato dos
professores da Educação Básica com os resultados obtidos da avaliação de
Matemática da Prova Brasil?
3. Quais seriam as estratégias metodológicas necessárias para garantir a eficácia e
a eficiência das ações de mediação da coordenadora pedagógica?
17
4. As discussões, a elaboração e as mediações da coordenadora pedagógica com a
professora para apresentação dos resultados da Prova Brasil se apresentam como
condições formativas e fomentadoras de conhecimentos profissionais dcoentes
relacionados com a tradução dos resultados em estratégias de intervenção em sala
de aula?.
Esta pesquisa possui como Objetivo Geral: investigar os conhecimentos e as
metodologias da Coordenadora Pedagógica que poderiam favorecer e ampliar a
função diagnóstica dos resultados da avaliação de Matemática da Prova Brasil.
Como objetivos específicos cumpre mencionar:
a. Averiguar os conhecimentos e as metodologias que são capazes de ampliar a
função diagnóstica dos resultados da avaliação de Matemática da Prova Brasil para
a Coordenadora Pedagógica;
b. Descrever os conhecimentos da Coordenadora Pedagógica na mediação e
interação efetuada com os professores da Educação Básica em relação aos
resultados obtidos nos descritores de Matemática da Prova Brasil;
c. Averiguar se as estratégias metodológicas da Coordenadora Pedagógica são
suficientemente eficazes para promoção do contato dos professores com os
resultados obtidos da Prova Brasil;
d. Verificar, numa perspectiva qualitativa, a partir da caracterização e da realização
de intervenções colaborativas com a Coordenadora Pedagógica, como acontecem
as discussões e elaboração capazes de garantir a implementação das propostas de
mediação do contato dos professores com os resultados das edições da Prova
Brasil.
Nesta pesquisa foram abordados assuntos que potencialmente subsidiaram a
avaliação externa, especificamente, a Prova Brasil. Tais assuntos possibilitaram
verificar como se apresenta o processo de ensino-aprendizagem em relação aos
descritores de Matemática no ensino básico e os resultados alcançados na Prova
Brasil.
A despeito da propalada consolidação dos Sistemas de Avaliação em Larga
escala de desempenho na Educação Básica, em especial da Prova Brasil, há
18
restrições nos impactos dos resultados de tais exames para fomentar alterações em
práticas de ensino e em estratégias de avaliação no cotidiano escolar que poderiam
se mostrar consistentes com o desenvolvimento das aprendizagens preconizadas.
Desse modo, a partir do nosso objeto de estudo, a Prova Brasil: os componentes
curriculares de Matemática, defendemos a seguinte Tese:
A efetivação da finalidade precípua da Prova Brasil, a saber, a melhoria da
qualidade das condições do processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos
curriculares, em particular, de Matemática, mostra-se dependente de conhecimentos
profissionais e de conhecimentos metodológicos diretamente relacionados com a
constituição de funções diagnósticas dos resultados das avaliações, sendo que tais
conhecimentos devem ser desenvolvidos e construídos de modo conjunto e
colaborativo, a partir da mediação e da interação entre a Coordenadora Pedagógica
e a professora que atua diretamente com os alunos que realizam as provas.
Por conseguinte, cumpre aprimorar a interpretação pedagógica dos
resultados mediante o estabelecimento de correspondências pelos professores,
entre dimensões da Prova Brasil (descritores, escalas e de níveis de proficiência) e
ações profissionais executadas pelos próprios professores nas condições efetivas de
interação com os respectivos alunos no cotidiano da realidade escolar.
Desse modo, estruturou-se a Tese em quatro capítulos. No primeiro capítulo,
são expostas as referências estimadas como importantes para fundamentar e
justificar os estudos, tais como: Avaliação em Larga Escala na Educação Básica: A
Prova Brasil; Política Pública de Avaliação em Larga Escala na Educação Básica: A
Prova Brasil; O componente curricular de Matemática no Sistema de Avaliação da
Educação Básica (Prova Brasil); A interpretação pedagógica dos resultados das
avaliações em larga escala: conhecimentos profissionais e aspectos metodológicos
e Pesquisas relacionadas à Prova Brasil e atuação de professores. No segundo
capítulo, ocorre a apresentação do percurso metodológico. No terceiro capítulo,
tratamos, ainda, da discussão dos resultados obtidos. E no quarto capítulo,
caracterizando a concepção da coordenado pedagógica (CP) e as Categorias.
Posteriormente, é feita a conclusão e apresentamos as referências que
fundamentaram esta Tese.
Esperamos com esta temática, que contempla o Programa de Pós-graduação
em Educação em Ciências e Matemática da REAMEC, contribuir com as pesquisas
19
científicas para a comunidade acadêmica e os profissionais da Educação. E, ainda,
possibilitar um olhar sobre a abrangência para a Avaliação Externa. Remetemos-nos
à Avaliação Externa, em especial, à Prova Brasil, haja vista que a disciplina de
Matemática faz parte dessa avaliação e é nosso foco de estudo. Partindo desse
feito, espera-se que as demais disciplinas futuramente sejam incluídas na Avaliação
Externa, possibilitando, assim, melhorar cada vez mais a qualidade da Educação no
Brasil com base em diagnósticos gerados por políticas públicas de avaliação externa
do desempenho escolar em Larga Escala.
A consolidação dos Sistemas de Avaliação em Larga Escala do desempenho
escolar na Educação Básica, em particular, da Prova Brasil convive com um robusto
acervo de publicações. Este, por seu turno, salienta, ora severas restrições nas
incidências dos resultados das avaliações no planejamento e na atuação profissional
de coordenadores e de professores nas unidades escolares, ora retratam
incidências definidas por uma submissão ou uma subordinação que restringe o
currículo aos conteúdos e às habilidades diretamente avaliadas nas provas, bem
como as práticas escolares ao “treino” dos alunos com questões semelhantes
àquelas exigidas nas provas.
Admite-se que o referidodo contexto compromete sobremaneira a consecução
dos principais objetivos deste importante sistema de qualificação do ensino na
Educação Básica, em particular, para o contexto da alfabetização matemática no
Ensino Fundamental. Tal cenário, adicionalmente, justifica a proposição de
investigações que se mostrem potencialmente capazes de produzir conhecimentos
que garantam a atuação cotidiana dos professores nas unidades escolares, em
particular, referente ao planejamento e à execução de práticas de ensino e de
avaliação, evidenciem fundamentação, argumentação e análises críticas nos
conjuntos de resultados registrados pelos alunos daquela unidade escolar em
versões da Prova Brasil.
20
CAPÍTULO I
Pressupostos Teóricos
Neste capítulo são apresentados os aportes teóricos que sustentaram a
pesquisa e, foram fundamentais para o estudo em evidência. Desse modo, ofereceu
a fundamentação teórica sobre a temática, norteando o desenvolvimento desse
trabalho. A revisão de literatura possibilitou a contextualização teórica do trabalho
dentro da área de pesquisa, que é imprescindível em um diálogo científico.
1.1 Avaliação Nacional do Rendimento Escolar - ANRESC: A Prova Brasil
A Imagem 1 apresenta os dados sobre a Avaliação Nacional do Rendimento
Escolar - ANRESC (Prova Brasil).
Imagem 1: Avaliação Nacional do Rendimento Escolar - ANRESC (Prova Brasil).
Fonte: Brasil, 2016
Destacamos, nesta tese, a Avaliação em Larga Escala, a Avaliação Nacional
do Rendimento Escolar (ANRESC), a Prova Brasil, que está presente no cenário
educacional brasileiro, compondo o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação
Básica) e cumpre a função de abordar o contexto da educação no país.
A Prova Brasil foi idealizada no ano de 2005 pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A Prova Brasil é realizada
21
a cada dois anos e possui o caráter amostral ou censitário. O amostral contempla os
orgãos sobre a evolução do Sistema Educacional. Sendo neste caso, selecionada
uma mostra representativa do universo que se tem interesse. Por sua vez, o
censitário considera o contingente total da escola, gerando informações com maior
alcance de visibilidade e que permitam subsídios para realização das atividades
pedagógicas. A partir dessa avaliação os gestores deveriam conhecer a qualidade
de ensino que compõem sua rede e suas escolas e, dessa maneira, ou seja,
fundamentados em tais informações, deveriam atuar para elevar a qualidade do
ensino.
Sendo assim, é importante frisar que a Avaliação Externa exige
comprometimento, experiência, estrutura operacional e gerenciamento para garantir
a eficiência e eficácia do processo, aperfeiçoando as ações da política educacional.
Nesse sentido,
A Prova Brasil foi idealizada para atender a demanda dos gestores públicos, educadores, pesquisadores e da sociedade em geral por informações sobre o ensino oferecido em cada município e escola. O objetivo da avaliação é auxiliar os governantes nas decisões e no direcionamento de recursos técnicos e financeiros, assim como a comunidade escolar, no estabelecimento de metas e na implantação de ações pedagógicas e administrativas, visando à melhoria da qualidade do ensino, Inep (BRASIL, p. 2012).
Devido a Avaliação em Larga Escala possuir uma forma peculiar, sugere-se
que uma equipe de profissionais especialistas e técnicos atuem de maneira
cooperativa para construção e execução da avaliação, afirma Vianna (2005). Essas
ações fornecem subsídios para construção dos itens abrangendo as competências e
habilidades essenciais ao término de cada ciclo de aprendizagem. Dessse modo,
o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) apresenta uma metodologia
para contemplar a Prova Brasil. A Matriz de Referência é utilizada na elaboração dos
itens que são as questões que compreendem os testes do SAEB e da Prova Brasil.
A elaboração da Matriz de Referência deu-se em 1990 e, posteriormente, em
1999 e 2001 houve revisão. Para tanto, sua elaboração necessitou de consultas às
Secretarias Estaduais de Educação. E ainda, examinou os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), estados da arte de cada disciplina, informar-se com os
professsores das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática (disciplinas
contempladas na Prova Brasil) sobre os conteúdos abordados em sala de aula.
22
Assim como, consulta aos livros didáticos mais utilizados, preferência teórica
cognitivista para a elaboração dos descritore e a avaliação de conteúdos no aspecto
das competências e habilidades.
Do ponto de vista dos descritores, realiza-se a conexão entre conteúdos
curriculares e as operações mentais desenvolvidas pelos alunos que se transformam
em determinadas competências e habilidades. Os descritores são os responsáveis
em dar origem aos distintos itens. Diante das análises das respostas dos alunos,
verifica-se o que eles conhecem e conseguem realizar com os conhecimentos
adquiridos.
A Prova Brasil é uma ferramenta que bem utilizada e empregada contribuirá
nos processos ensino-aprendizagem.
1.1.1 Política Pública de Avaliação em Larga Escala na Educação Básica: a
Prova Brasil
Desde a segunda metade da década de 1980, em franca consonância com
orientações generalizadas que advogam a primazia da submissão de
procedimentos, de práticas profissionais e de políticas públicas ao escrutínio
criterioso de eficácia e de eficiência (COELHO, 2008; MAUÉS, 2011), foram
instituídos, no Brasil, em contexto federal e estadual, e, posteriormente municipal, os
denominados sistemas de avaliação de desempenho escolar em larga escala
(CASTRO, 2009).
Atualmente, o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anisio Teixeira) apresenta-se como a autarquia federal vinculada ao Ministério da
Educação (MEC) responsável pelo planejamento, pela gestão e pela execução de
cinco programas ou sistemas que definem a realização da avaliação escolar em
larga escala no país: 1) Provinha Brasil; 2) Sistema de Avaliação da Educação
Básica (SAEB); 3) Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM); 4) Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (PISA); 5) Exame Nacional para Certificação
de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA).
Por seu turno, as secretarias estaduais e municipais de educação gerenciam
todos os processos de planejamento, de execução e de divulgação dos resultados
23
de sistemas regionais e locais de avaliação de desempenho escolar em larga
escala.
Nesta pesquisa a ênfase concentra-se nas avaliações de desempenho da
Educação Básica coordenadas pelo INEP, a saber, a Prova Brasil e, mais
especificamente, nas provas do componente curricular de Matemática aplicadas
bianualmente para alunos regularmente matriculados nos 5º anos do Ensino
Fundamental.
Em termos oficiais, a Educação Básica no Brasil é definida e delimitada pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB; Lei 9394 de 20/12/1996),
sendo constituída por três etapas: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio. Sustenta, como objetivo principal, assegurar a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer meios para que o aluno
possa progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Dentre as etapas constituintes da Educação Básica, a presente pesquisa
prioriza o denominado Ensino Fundamental. A Lei no. 11.274, de 6 de fevereiro de
2006, determinou a duração de nove anos para o Ensino Fundamental, com
matrícula obrigatória a partir dos seis anos de idade. Considerando estes aspectos
estruturais, com relativo consenso, admite-se a necessidade de mecanismos que
permitam avaliar o aproveitamento dos estudantes durante este período de
escolaridade obrigatória.
Quanto aos mecanismos de avaliação, o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB) foi criado em 2007 com a finalidade de medir a qualidade
do aprendizado nacional e determinar as metas para a melhoria do ensino. O IDEB
reúne em um só indicador os resultados de dois conceitos equitativamente
importantes para a qualidade da educação. Tudo isso é determinado com base em
dois conjuntos de informações: a) informações sobre o rendimento escolar
(aprovações, reprovações, abandonos) extraídas do Censo Escolar da Educação
Básica; e b) informações sobre o desempenho dos estudantes em exames
padronizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP).
Oficialmente, de acordo com a Portaria no. 931, de 21/3/2005, o sistema de
avaliação da Educação Básica passou a ser constituída por dois processos: o
primeiro análisa a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB), efetuado por
24
amostragem nas redes de ensino e direciona para a gestão dos sistemas
educacionais e abrange os alunos de escolas públicas e privadas que não atendem
aos critérios da Prova Brasil; o segundo é a Avaliação Nacional do Rendimento
Escolar (ANRESC), conhecida também como Prova Brasil, que prioriza a unidade
escolar, sendo aplicada, de modo censitário, em todas as escolas públicas urbanas
brasileiras com mais de 20 alunos por série avaliada.
E, ainda, fazendo parte da estrutura organizacional do INEP, a Avaliação
Nacional da Alfabetização (ANA), prevista no Pacto Nacional pela Alfabetização na
Idade Certa – PNAIC, passou a compor o Sistema de Avaliação da Educação Básica
(SAEB) na edição de 2013. Nessa mesma edição foi incluido em caráter
experimental a avaliação de Ciências, os alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental e
do 3º Ano do Ensino Médio participaram dessa avaliação.
A imagem 2 apresenta o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e
como é composto o seu conjunto de Avaliações Externas em Larga Escala.
Imagem 2. SAEB - Avaliações Externas em Larga Escala
Fonte: Pesquisadora (2018).
Estima-se que, em seu conjunto, este sistema de avaliação com os dois
processos acima descritos cumpre função de inconteste relevância em termos do
25
fornecimento de visibilidade para a identificação de fatores adversos ao bom
aproveitamento escolar e para a proposição de estratégias de intervenção que
possam garantir, em última análise, uma educação de qualidade.
Assim, o propósito principal dos Sistemas de Avaliação em Larga Escala
consiste em fundamentar intervenções voltadas para uma melhor qualificação das
condições de ensino.
Neste sentido, a presente pesquisa concentra ênfase nos desempenhos dos
alunos na Prova Brasil do componente curricular de Matemática, mais
especificamente, nos conhecimentos profissionais definidos pela interpretação
pedagógica dos resultados obtidos pelos alunos do Ensino Fundamental nas provas
de Matemática e na conversão ou tradução de tais conhecimentos em estratégias
metodológicas que possam amparar o planejamento e a execução de intervenções
em processos de ensino e de avaliação de aprendizagens.
1.1.2 O componente curricular de Matemática no Sistema de Avaliação da
Educação Básica (Prova Brasil)
No âmbito da Prova Brasil, a prioridade relativa ao componente curricular de
Matemática encontra-se na resolução de problemas. Os objetos de avaliação são
especificados nas respectivas Matrizes de Referência (BRASIL, 2011).
E ainda,
as Matrizes de Referência especificam, como referenciais curriculares, quais são os objetos passíveis de avaliação pelos itens que compõem a Prova Brasil, ou seja, designam as aprendizagens, sob a forma de descritores, preconizados ao final do 5º. e do 9º. anos do Ensino Fundamental. As Matrizes constituem-se em documento oficial de referência para a elaboração das questões (itens) da Prova Brasil. Elas expressam um recorte no currículo escolar, “um recorte com base no que é possível aferir por meio do tipo de instrumento de medida utilizado na Prova Brasil e que, ao mesmo tempo, é representativo do que está contemplado nos currículos vigentes no Brasil” (BRASIL, 2011; p. 17).
As Matrizes de Referência explicitam as habilidades (descritores)
relacionadas com conhecimentos e procedimentos passíveis de verificação objetiva.
Por conseguinte, os itens (testes) devem priorizar a apresentação de situações que
se mostrem significativas e capazes de mobilizar recursos cognitivos.
26
Cada descritor fará a ligação entre os conteúdos curriculares e as operações
mentais desenvolvidas pelos alunos. Essa associação determinará quais
competências e habilidades eles conseguem desenvolver.
Como instrumentos de avaliação o SAEB dispõe de testes cognitivos e
questionários contextualizados. Esses instrumentos oferecem subsídios para a
avaliação da qualidade da educação básica. Os testes cognitivos dos conteúdos
curriculares de Matemática e de Língua Portuguesa são aplicados aos alunos de
todas as séries avaliadas. As questões são de múltipla escolha, com quatro
alternativas de resposta, com apenas uma correta. Durante o preenchimento do
formulário de respostas, o aluno deve assinalar um "X" na resposta escolhida.
A imagem 3 apresenta os descritores dispostos nas Matrizes de Referência
para Matemática no SAEB, para cada um dos quatro temas considerados, no 5º. ano
letivo.
Imagem 3: Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática – Tema
Espaço e Forma, para o 5º. Ano
Fonte: Inep/Daeb (BRASIL, 2013).
A imagem 4 apresenta os descritores dispostos nas Matrizes de Referência
para Matemática no SAEB, para cada um dos quatro temas considerados, no 5º. ano
letivo.
27
A imagem 4: Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática – Tema
Grandezas e Medidas, para o 5º. Ano.
Fonte: Brasil (2011, p. 107).
A imagem 5 apresenta os descritores dispostos nas Matrizes de Referência
para Matemática no SAEB, para cada um dos quatro temas considerados, no 5º. ano
letivo.
A imagem 5: Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática – Tema Números e Operações/Álgebra e Funções, para o 5º. Ano
Fonte: Inep/Daeb (BRASIL, 2013).
28
A imagem 6 apresenta os descritores dispostos nas Matrizes de Referência
para Matemática no SAEB, para cada um dos quatro temas considerados, no 5º.
ano.
Imagem 6: Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática – Tema
Tratamento da Informação, para o 5º. Ano
Fonte: Brasil (2011, p. 108).
Em termos genéricos, o INEP fornece quatro conjuntos de informações às
unidades escolares cujos alunos foram expostos à Prova Brasil (BRASIL, 2013).
O primeiro conjunto consiste na distribuição percentual dos alunos avaliados
pelos níveis das escalas de proficiência. Este resultado indica, considerando o
contingente de alunos de uma dada unidade escolar, a porcentagem de alunos que
efetuaram a Prova Brasil, que estão matriculados naquela unidade, posicionados em
cada nível da escala.
Para efeito de exemplo, considere a distribuição percentual hipotética do nível
de proficiência no componente curricular de Matemática ilustrada na imagem 7.
Imagem 7: Distribuição percentual de alunos do 5º. ano do Ensino Fundamental por
nível de proficiência no componente curricular de Matemática
Fonte: Inep/Daeb (BRASIL, 2013, p. 33).
29
Neste primeiro conjunto de resultados, fica disponível aos gestores e aos
professores de cada unidade escolar a distribuição percentual (relativa) de alunos
pelos diferentes níveis de proficiência em Matemática para o 5º. Ano. Assim, no
exemplo considerado, há visibilidade, em termos quantitativos da distribuição dos
alunos do 5º. ano matriculados em determinada unidade escolar e que efetuaram a
prova nos diferentes níveis de desenvolvimento das habilidades envolvidas nos
quatro temas considerados para a área de Matemática.
O segundo conjunto de resultados informado a cada unidade escolar consiste
nas médias de proficiência da escola nas áreas avaliadas. A partir da pontuação
obtida pelos alunos na prova, os gestores e os professores têm acesso às médias
de proficiência da escola e não aos resultados individuais de alunos. As médias
obtidas pela unidade escolar podem ser cotejadas com informações agregadas das
redes municipais, estaduais e federais no âmbito do município e do Estado no qual
se situa a unidade escolar, tanto quanto do país.
A imagem 8 simula tais resultados da média de proficiência obtidas pelos
alunos da unidade escolar de Matemática do 5º Ano.
Imagem 8: Exemplo da média de proficiência obtidas pelos alunos da unidade
escolar de Matemática do 5º Ano
A imagem 9 simula as médias de proficiência das redes municipais, estaduais
e federais registradas no ano de realização da Prova Brasil.
30
A imagem 9. Simula os resultados das médias de proficiência das redes municipais,
estaduais e federais registradas no ano de realização da Prova Brasil de Matemática
do 5º Ano
Fonte: Inep/Daeb (BRASIL, 2013).
No terceiro conjunto de dados, tem o propósito de ampliar as possibilidades
de gestores, de coordenadores pedagógicos e de professores da unidade escolar
relacionarem os desempenhos obtidos pelos alunos da respectiva unidade com os
resultados de outras escolas, mas com características semelhantes àquelas da
unidade escolar na qual eles estão lotados. O INEP fornece dados das escolas
designadas como “escolas similares” à unidade escolar em questão. Considerando
uma determinada unidade escolar (p.ex., “Escola A”), os dados das escolas
similares consistem em dados de um grupo de escolas que pertencem à mesma
microrregião geográfica, à mesma localização e que sustentam valores próximos em
termos do Indicador de Nível Socioeconomico.
A imagem 10 ilustra o terceiro conjunto de dados, considerando uma
determinada unidade escolar como exemplo (“Escola A”) de Matemática do 5º Ano
31
Imagem 10: Médias de proficiência obtidas pelos alunos da Escola A e de escolas
similares1 de Matemática do 5º Ano
Fonte: Inep/Daeb (BRASIL, 2013).
A imagem 11 ilustra os indicadores de nível socioeconômico e de formação
docente da “Escola A”.
Imagem 11: Indicadores de nível socioeconômico e de formação docente da “Escola
A”
Fonte: Inep/Daeb (BRASIL, 2013).
Enquanto nos três conjuntos de dados a prioridade recaiu sobre as medidas
de desempenho obtidas pelos alunos nas provas, o quarto e último conjunto
concentra ênfase na explicitação de informações contextuais, a saber, de
1 “Um Perfil de escola que serve de referência para a análise de seus resultados, mas que considerasse o contexto
socioespacial em que está inserida e as características sociodemográficas dos alunos atendidos. Esse Perfil foi chamado de “Escolas Similares” e sintetiza os resultados de um grupo de escolas com características semelhantes, ou seja, que pertencem à mesma microrregião geográfica e à mesma localização (urbana e rural) e que possuem os valores absolutos do Indicador de Nível Socioeconômico próximos” (INEP, BRASIL, 2013).
32
informações sobre dois indicadores: de nível socioeconômico e de formação
docente.
No indicador de nível socioeconômico pode-se situar o público atendido pela
unidade escolar em um determinado estrato social, que abrange escolas com
índices socioeconômicos mais baixos até escolas situadas no nível mais elevado.
Esses indicadores contextuais apresentam, ainda, as condições em que ocorre o
trabalho da escola, e o indicador de Adequação da Formação Docente analisa a
formação dos professsores que atuam nos anos iniciais e finais do ensino
fundamental.
Por seu turno, o indicador de formação docente informa o percentual de
disciplinas nos anos finais e iniciais, que são ministradas por professores com
formação superior de licenciatura (ou de bacharelado com complementação
pedagógica) na mesma disciplina que leciona.
Desse modo, as respectivas Matrizes de Referência (BRASIL, 2011)
apresentam o que será avaliado na Prova Brasil. Entretanto, as Matrizes de
Referência não compreendem todo o currículo escolar.
Em suma, a consolidação dos sistemas de avaliação de desempenho escolar
em larga escala, em particular da Prova Brasil, desde a década de 80, certamente,
não se mostrou isenta de controvérsias (ALVES; SOARES, 2013; BONAMINO;
SOUSA, 2012; CASTRO, 2009; COELHO, 2008; MAUÉS, 2011).
Reconhecendo a relevância e a necessidade da devida demarcação de tais
controvérsias, pela explicitação das condições e das tendências que definiram tal
consolidação, a presente pesquisa prevê, no delineamento de execução do mesmo,
uma fase com investigação, de natureza documental e bibliográfica, da literatura
que, com a devida fundamentação, estabeleceu as referências que, de modo
imperativo, orientam as reflexões sobre a primazia e as prioridades incontestes
assumidas por políticas públicas educacionais de avaliação em larga escala.
Contudo, mesmo admitindo a consolidação dos sistemas de avaliação em
larga escala no cenário educacional do Brasil, a pesquisa concentra ênfase nas
análises das incidências de tal consolidação ou, em outros termos, das demandas
geradas com tal consolidação em termos de conhecimentos e de estratégias
metodológicas que pudessem fundamentar e que se mostram necessários para a
33
consecução efetiva e eficaz dos objetivos principais da política pública educacional
que se estima consolidada.
Admite-se, nesta pesquisa, que as edições recorrentes, a cada dois anos, da
Prova Brasil, com ênfase no componente curricular de Matemática, colocaram
gestores e professores diante de dimensões como Matrizes de Referência, níveis de
proficiência, escalas de proficiência, dentre outras, cuja compreensão e conversão
(ou tradução) em modos de atuação profissional exigem conhecimentos e
metodologias, que se constituem em relevante objeto de investigação.
De modo mais específico, a indicação, pelas matrizes de referência, das
aprendizagens preconizadas (descritores, habilidades) no âmbito de cada
componente curricular, efetivou-se pela designação dos descritores de desempenho.
Os descritores enunciam as interpretações hierárquicas e estruturais das
aprendizagens previstas ao longo dos ciclos (anos iniciais e anos finais, por
exemplo). Cada descritor admite as classificações em termos de: a) esquemas
cognitivos correspondentes (p.ex., esquemas representativos, esquemas
operatórios, esquemas procedimentais); b) qualidade das relações estabelecidas
entre o sujeito e o objeto do conhecimento (p.ex., nível básico, nível operacional e
nível global; BRASIL, 1999).
Em suma, admite-se que de um mesmo descritor podem ser derivados itens
(questões da prova, teste de múltipla escolha) de distintos graus de complexidade e
suficientemente capazes de aferir níveis de proficiência dos alunos quanto aos
conteúdos matemáticos envolvidos na questão (item).
Com tal diferenciação imposta aos conteúdos e às habilidades, a implantação
dos sistemas de avaliação em larga escala salientou a necessidade de uma equipe
gestora (coordenação pedagógica) e de um corpo docente, profissionalmente,
preparados e capazes de interpretar a presença de diferentes qualidades de
aprendizagem nas interações dispostas com os alunos.
Em acréscimo, cumpre destacar que a devida compreensão e conversão de
conhecimentos sobre a diferenciação imposta aos conteúdos e habilidades em
formas de atuação profissional, constitui-se em condição necessária para as
atividades com os conjuntos de resultados obtidos após a exposição dos alunos à
Prova Brasil.
34
Assim, diante de um cenário que discute de modo oportuno e adequado a
consolidação da política pública educacional da avaliação em larga escala (ALVES;
SOARES, 2013; BONAMINO; SOUSA, 2012; CASTRO, 2009; COELHO, 2008;
MAUÉS, 2011), cumpre investigar quais seriam e como desenvolver os
conhecimentos profissionais e as condições metodológicas necessárias para que, na
unidade escolar, as ações cotidianas dos gestores e dos professores, efetiva e
eficazmente, evidenciem fundamentação nas funções diagnósticas da Prova Brasil.
Estamos diante de demandas para a atuação profissional dos gestores,
professores e, em especial, da coordenação pedagógica. Demarcar tal função
apresenta-se como tema da seção.
1.1.3 A interpretação pedagógica dos resultados das avaliações em larga
escala: conhecimentos profissionais e aspectos metodológicos
No âmbito da administração escolar, a saber, da utilização fundamentada e
racional dos recursos para a concretização de metas, dois conceitos, distintos e
complementares, assumem relevância: gestão educacional e gestão escolar. A
gestão educacional define um conjunto variado de procedimentos e de intervenções
no espaço ou no patamar das ações sistêmicas, que se referem às ações de
governo. Por seu turno, a gestão escolar concentra ou circunscreve suas
intervenções às unidades escolares, ou seja, especificamente a cada
estabelecimento de ensino (FREITAS, 2007; VIEIRA, 2007).
Nesta pesquisa, a prioridade é na investigação acerca das incidências dos
resultados obtidos na atuação da coordenadora pedagógica e da professora em
unidade escolar a respeito da Prova Brasil. Portanto, o interesse se desloca para o
conceito de gestão escolar.
As mudanças originadas pelas relações sociais capitalistas interferem no
papel da educação e da escola e como resultado intervêm na organização da gestão
escolar. Desse modo, esta deve garantir, em termos genéricos, a organização do
trabalho escolar pelo estabelecimento de prioridades, pela definição de padrões de
ação, pela mediação de soluções para questões pedagógicas, pela intervenção em
conflitos e pela promoção de encaminhamentos e de condições que, efetivamente,
possam contribuir para o desenvolvimento das unidades escolares.
35
De modo mais específico, a literatura salienta seis áreas de atuação e de
organização das ações da gestão escolar (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSHI, 2006).
Três áreas designam finalidades da escola, a saber: a) planejamento e projeto
político; b) currículo; c) ensino. Por sua vez, duas áreas tratam dos meios, dos
mecanismos para obtenção das finalidades: d) práticas administrativas e
pedagógicas; e) desenvolvimento profissional. E, por fim, a última área, e) avaliação
institucional e da aprendizagem, ocupa-se da análise acerca dos objetivos e dos
resultados.
Basicamente, as funções de direção e de coordenação pedagógica compõem
a gestão escolar. Ao diretor, enquanto dirigente e responsável principal pela unidade
escolar, cabe a integração e a articulação de diferentes setores, a definição de
estratégias para superação de obstáculos e de conflitos de naturezas diversas.
Atribuições distintas são designadas ao coordenador pedagógico ou ao
professor coordenador. Desse modo, espera-se que o coordenador pedagógico
deva viabilizar, integrar e articular o trabalho pedagógico e didático diretamente com
os professores com prioridade para a qualidade de ensino (LIBÂNEO, 2004), bem
como gerenciar, de modo cotidiano, a implantação e a execução de políticas
públicas nas unidades escolares (ROSISTOLATO; VIANA, 2014).
Em síntese, as funções do coordenador pedagógicos podem ser definidas em
três eixos (“papéis”) de atuação profissional (ALMEIDA; PLACCO, 2009; PLACCO;
SOUZA; ALMEIDA, 2012; PLACCO; ALMEIDA; SOUZA, 2011): a) o eixo formador –
o coordenador pedagógico deve garantir condições aos professores para que
conhecimentos (saberes) sejam, devidamente, transformados ou traduzidos em
formas de ação (práticas de ensino); b) o eixo articulador – o coordenador
pedagógico deve promover condições de interação entre os professores com o
propósito de instaurar o significado do trabalho coletivo e a elaboração de sentidos
consonantes com os compromissos assumidos com a realidade escolar na qual
atuam; c) o eixo transformador – o coordenador pedagógico deve manter constante
o estímulo para reflexão, comunicação, autonomia, criatividade e inovação.
Existe um crescente interesse sobre a atuação do coordenador pedagógico,
com produções que envolvem temáticas mais abrangentes (identidade profissional,
carreira), tanto quanto temas que priorizam habilidades e competências do
coordenador pedagógico (DE SORTI; DA SILVA, 2009; PAES; RAMOS, 2014;
36
PLACCO; ALMEIDA; SOUZA, 2011; PLACCO; SOUZA; ALMEIDA, 2012;
ROSISTOLATO; VIANA, 2014; SOUSA; PIMENTA; MACHADO, 2012; SOUZA;
SEIXAS; MARQUES, 2013).
De modo relevante para esta Tese, admite-se que a execução das funções
concernentes aos três eixos de atuação do coordenador pedagógico impõe o
desenvolvimento e o domínio de conhecimentos profissionais ou de saberes
docentes ou profissionais.
Placco, Almeida e Souza (2011) nos advertem que a ação de coordenar
envolve articular e dominar tipos distintos de saberes (gerenciais, curriculares,
pedagógicos, experienciais), induzir e estimular inovações, considerar mudanças e
transformações em contextos sociais e, de modo constante, planejar e discutir as
condições de formação dos professores no ambiente da unidade escolar. Portanto,
as ações que definem a atuação do coordenador pedagógico sustentam a
correspondência com os repertórios de conhecimentos que os coordenadores
desenvolvem na e para a ação de coordenar, isto é, os conhecimentos que são
delineados no contexto educacional com vistas a balizar a atuação do coordenador
diante das necessárias intervenções na mediação do contato dos professores com
os conjuntos de resultados das avaliações em larga escala que, em última instância,
fornecem, direta e indiretamente, medidas dos processos de ensino e de
aprendizagem de conteúdos curriculares do componente de Matemática.
O aspecto central, ora em discussão, reside em mapear os conhecimentos
profissionais e metodologias que garantiriam especificidade à atuação profissional
do coordenador pedagógico.
Em termos da caracterização do perfil do coordenador pedagógico, dados da
literatura nas perspectivas de Placco; Almeida; Souza, (2011), Placco; Souza e
Almeida, (2012), salientam que os coordenadores pedagógicos relatam que a
formação inicial se mostrou insuficiente e incapaz de fornecer a preparação
adequada para o exercício das funções de coordenador. Apontam, igualmente, para
uma expressiva diluição ou pulverização de atribuições, na unidade escolar, em
concorrência com a prioridade da gestão pedagógica. Informam que, mesclado com
as atividades administrativas e burocráticas na escola, com substituição de
professores, com o atendimento aos pais de alunos, também estão envolvidos com
gestão de aprendizagens, acompanhamento pedagógico dos alunos, atividades com
37
o projeto político pedagógico da escola e com questões disciplinares (PLACCO;
ALMEIDA; SOUZA, 2011; PLACCO; SOUZA; ALMEIDA, 2012).
Em termos da legislação correspondente, cumpre mencionar que as
atribuições designadas ao coordenador pedagógico salientam algumas
características: a) há atribuições explicitamente formativas, conferindo ao
coordenador a função de formação de professores; b) atribuições, potencialmente,
formativas (congregam o maior contingente de atribuições); c) atribuições destituídas
de funções formativas (administrativas e de assessoramento da direção); d) acúmulo
de atribuições distintas, sem clareza quanto às prioridades (PLACCO; ALMEIDA;
SOUZA, 2011).
Neste cenário que explicita, em tom prescritivo, as funções do coordenador
pedagógico de alcance mais amplo e universal, tanto quanto destaca a necessária
adaptação de tais funções para as especificidades de unidades escolares são
configurados ajustes e delineadas adequações em tais funções para a pesquisa, a
saber, a atuação profissional do coordenador pedagógico no contexto da gestão dos
resultados dos sistemas de avaliação em larga escala e da mediação do contato dos
professores com tais resultados.
Assim, a centralidade e a consolidação dos sistemas de avaliação em larga
escala colocaram em evidência, na atuação cotidiana dos coordenadores
pedagógicos, uma demanda bem específica no âmbito das distintas atribuições
deste profissional: a mediação do contato dos professores da Educação Básica com
os resultados obtidos em tais sistemas de avaliação, em especial, nas unidades
escolares nas quais os mesmos encontram-se lotados.
Em termos de evidências geradas por investigações empíricas, os principais
resultados já obtidos podem ser subdivididos em três categorias. De acordo com as
pesquisas de SOUZA e OLIVEIRA (2010), citamos a primeira e a segunda
categorias que se referem à pesquisa de Adrião e Borgui (2008), e a terceira está
relacionada à pesquisa de Parro ( 2012).
Apresentamos abaixo os estudos realizados por teóricos sobre a
interpretação pedagógica dos resultados das avaliações em larga escala e também
sobre os conhecimentos profissionais e aspectos metodológicos em forma de
categorias.
38
Na Categoria 1 estão localizados os estudos, os quais praticamente não há
utilização dos resultados obtidos pelas unidades escolares (SOUZA; OLIVEIRA;,
2010), apesar de mais de duas décadas de implementação dos sistemas de
avaliação em larga escala.
A Categoria 2 congrega os estudos nos quais os coordenadores relatam
alterações no projeto da escola, nas práticas dos professores com a construção
conjunta de habilidades, sendo todas as alterações vinculadas aos resultados das
avaliações. Contudo, enquanto os coordenadores sustentam que os resultados se
constituem em mecanismos de indução e de alterações em práticas educativas, por
parte dos professores não há evidencia de consenso em reconhecer ou admitir a
pertinência e a adequação da escola em direcionar, de modo amplo e desprovido de
análises críticas, as ações dos professores à tutela dos resultados de avaliações
externas em larga escala. (ADRIÃO; BORGUI, 2008).
Por fim, na Categoria 3 estão os estudos nos quais os sujeitos das escolas
(gestores e professores) assumiram explicitamente a prioridade dos resultados, a
partir de ações planejadas e organizadas para a elevação de índices, nos quais o
currículo é reduzido ou minimizado aos conteúdos priorizados nas provas e os
alunos, por sua vez, são direta e explicitamente treinados a responder exemplos de
itens sobre os conteúdos recorrentemente indagados em versões anteriores da
Prova Brasil (PARRO, 2012).
1.1.4 Pesquisas relacionadas à Prova Brasil e a atuação de professores
O Estado da Arte é um conjunto significativo de pesquisas em nível de
conhecimentos científicos. Estes contribuem imensamente com o professor-
pesquisador, pois abordam diferentes áreas. Dessa maneira, permite que o
pesquisador adentre o universo das pesquisas e, ainda, possibilita analisar e discutir
as diferentes produções realizadas.
Dentre os trabalhos realizados, destacaremos, sistematicamente, os artigos
científicos, publicados sobre a Avaliação externa em larga escala. Entretanto, nos
remeteremos especificamente à Prova Brasil.
Em relação à Avaliação em Larga Escala, Khamis (2016), destaca as ideias
de teóricos que consideram a Avaliação em Larga Escala uma extensão da
39
avaliação educacional, necessitando frequentemente de análise, discussão e
estudos por vários pontos de vista, devido ser considerada, não somente uma
prática escolar, mas ainda é uma prática social, e, também, instrumentos de
pesquisa com o objetivo de ajudar a levantar informações sobre a Prova Brasil e sua
repercussão.
Diante desses levantamentos, percebeu-se a Prova Brasil como um campo de
conhecimento e pesquisa acadêmica influeunciado na investigação diagnóstica das
escolas públicas no que tange as políticas públicas e a melhoria do processo ensino-
aprendizagem.
E, ainda, notam-se os desafios de muitas escolas do país, que se utilizam da
prova, a fim de elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Acreditamos que para os conteúdos curriculares da matemática conceberem-se
mais significativos, é importante que os descritores da Prova Brasil estejam
relacionados aos conteúdos curriculares.
Em se tratado de pesquisas realizadas sobre a importância dos descritores da
Prova Brasil, enfatizamos a de Barbosa (2014). Este autor salienta que os
descritores contidos no tema Números e Operações são do bloco no qual os
professores dedicam maior parte do tempo de suas aulas (MANDARINO, 2009).
Entretanto, o autor considera que as habilidades avaliadas por esses descritores são
pouco exploradas pelos professores, principalmente nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Ele analisa que esse fato se encontra relacionado às lacunas na
formação dos professores para o ensino de Matemática, uma vez que os que atuam
nos anos iniciais, na sua maioria possuem formação em Pedagogia,
especificamente. Quando se trata dos conteúdos matemáticos mais complexos de
ensino, como o de Números Racionais, Números Decimais e Frações aquelas são
evidenciadas. Assim também, pela inexistência de análises decorrentes de
interpretações sobre o ensino desses conteúdos para alunos dos anos iniciais.
Conforme Barbosa (2014) essas ideias, foram descutidas por pesquisas como
as de: Curi (2000, 2004), Mandarino (2009, 2010), Pires (2012), Nacarato, Mengali e
Passos (2009).
Percebemos a importância de abordar o tema Números e Operações que
investigam habilidades referentes à compreensão dos alunos sobre o sistema de
numeração decimal, o valor posicional dos algarismos, a resolução de problemas do
40
campo aditivo, multiplicativo e a utilização de cálculos numéricos. Descritores esses
que são muito ulitilzados em sala de aula e ensinados desde a Educação Básica,
dando subsídios para as séries seguintes. Esses descritores estão dispostos nas
Matrizes de Referência do SAEB/Matemática – Tema Números e Operações/Álgebra
e Funções, para o 5º. Ano do Ensino Fundamental demostrado na imagem 5.
De acordo com Brasil (2011) “cada descritor é uma associação entre
conteúdos curriculares e operações mentais desenvolvidas pelos alunos que
traduzem certas competências e habilidades”.
Partindo desse pressuposto, percebemos que os descritores da Prova Brasil
buscam abranger competências e habilidades que são necessárias para se
compreender a visão de mundo e a sociedade em que estamos inseridos no final de
cada série.
Nossa proposta remete-se a essa perspectiva mais ampla do Sistema de
Avaliação da Educação Básica (SAEB), enfatizando os conhecimentos profissionais
e a proposição de metodologias da coordenadora pedagógica, que são capazes de
ampliar a função diagnóstica dos resultados das avaliações da Prova Brasil
referentes aos componentes curriculares de Matemática.
Diante disso, percebe-se a necessidade de verificar o resultado da Prova
Brasil, utilizando os descritores como parâmetro para a disciplina de Matemática, a
fim de contribuir com o processo de ensino-aprendizagem.
Na pesquisa realizada por Silva; Muzardo; Maran e Dorta (2010), o fator
determinante do desempenho das unidades escolares é o trabalho pedagógico
intencional dos conteúdos. Desse modo, as escolas com melhores resultados eram
aquelas nas quais o trabalho pedagógico era mais sistematizado e os docentes
dessas escolas também tinham maior conhecimento sobre a Prova Brasil.
É imprescindível que coordenadores pedagógicos e docentes se apropriem
do significado de tais resultados e direcionem seus planejamentos para a superação
das dificuldades demonstradas na avaliação externa. Os resultados da Prova Brasil
também devem ser encarados como algo mais do que índices estatísticos e
classificatórios das escolas. Contudo essa avaliação externa deve estar presente
também em todas as áreas de ensino para melhoria da educação. Estas afirmações
estão presentes nas pesquisas de Silva; Muzardo; Maran e Dorta (2014, p.71), [....]
"as avaliações externas devem do ponto de vista das políticas públicas, subsidiar os
41
governos na compreensão da realidade das escolas, orientando ações para a
melhoria na qualidade da educação".
As pesquisas de Sousa e Oliveira (2010) destacam que os resultados e os
impactos das avaliações externas precisam ser mais investigados.
Ademais, temos outra consideração a esse respeito [....] “Essas
preocupações ganham relevância quando se constata que os principais processos
avaliativos em larga escala, o SAEB e a Prova Brasil, têm o rendimento do aluno
como ponto nuclear para as apreciações da educação básica” (SOUSA, 2001, p.88).
Diante desses pressupostos, entendemos que há de se considerar ainda que,
para o sucesso das avaliações externas é fundamental que haja um posicionamento
por parte dos órgãos competentes e mais cursos de formação continuada sobre a
Prova Brasil. Uma vez que percebemos que no processo de formação, as lacunas
dos professores e coordenadores em relação ao ensino de Matemática são
insuficientes.
O artigo de Lima (2012) retrata a importância da base para a formação
matemática que é iniciado nos primeiros anos do Ensino Fundamental, do primeiro
ao quinto ano de escolarização dos alunos. Nessas séries, geralmente, são os
graduados em cursos de Licenciatura em Pedagogia e concomitante profissionais de
outras áreas de conhecimento que atuam.
Considerando essas especificidades e a necessitade de ensinar os conteúdos
matemáticos de forma que os alunos compreendam a construção das habilidades
que envolvem cada descritor, acreditamos que devem ser adminstrados por
professores experientes e conhecedores dos conteúdos especificos.
Almeida e Lima (2012) revelam que os conhecimentos específicos aos
conteúdos matemáticos e à natureza da matemática necessitam que sejam vistos de
forma agradável pelo professor, relacionando ideias próprias ou procedimentos com
a matemática, conhecendo as razões e os procedimentos, assim como, quando
utilizá-las. Para tal, o professor necessita compreender a matemática de forma
ampla, a paritr do aspecto histórico, da importância do seu papel na sociedade e na
formação do sujeito. (PIRES, 2002).
A respeito do conhecimento matemático que o professor executa em sala de
aula, é visto na concepção de Curi (2005), é ressaltado nos estudos de Almeida e
42
Lima (2012), e representa um desafio para os programas de formações de
professores. (p. 457).
Considerando as falas das participantes da pesquisa, quanto a lacuna no
conhecimento na área específica o nosso ponto de vista é que este é um assunto
bastante relevante. Desse modo, estaremos nos remetendo a Almeida e Lima
(2012). O presente artigo investiga a formação inicial matemática recebida pelos
alunos concluintes do curso de Pedagogia para o exercício da docência em
matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental, buscando levantar
questionamentos e discussões referentes a essa formação. Desse modo, as autoras
ressaltam:
Que apesar das mudanças no decorrer do tempo no curso de Pedagogia, a formação específica para docentes das séries iniciais fica em um nível menos privilegiado, devido as várias ações e espaços pedagógicos existentes do profissional da Pedagogia. (ALMEIDA; LIMA, 2012, p. 453).
Almeida e Lima (2012) relatam que a formação inicial de professores está
inserida em um contexto mais amplo de formação, com avanços e retrocessos ao
longo do tempo e que o curso de Pedagogia sofreu inúmeras críticas na década de
80, devido a fragmentação de forte caráter tecnicista e o destaque para a
distribuição técnica do trabalho escolar. Nessa mesma época, os movimentos pela
reformulação dos cursos de formação dos profissionais da educação foram
marcantes, colocando o curso de Pedagogia a nível elevado alicerçado na formação
de professores para os anos iniciais do Ensino Fundamental.
As reformulações não são recentes, a organização dos cursos superior
sofreram mudanças ao longo do tempo. A reforma universitária como ficou
conhecida a Lei 5540, de 28 de novembro de 1968, propiciou o aumento das
matrículas em instituições, principalmente em estabelecimentos de ensino superior
privados. Essas mudanças são muito importantes para à qualidade de ensino e
fomentam a prática docente e o saber pedagógico.
Nas pesquisas de Bandeira (2006) sustentado por Pimenta (2005) está
enfatizado que os saberes são constituídos no dia a dia, na prática docente, com a
experiência e através do conhecimento do saber pedagógico estabelecido com a
ação. Para tanto, a prática deverá ser reflexiva e ressignificada pelos profissionias
da educação.
43
Nesse sentido, percebe-se que a formação dos professores contribui com os
saberes que servem de base para a prática pedagógica.
Ao abordarmos a Prova Brasil e as Matrizes de Referência que colocam o
aprendizado dos alunos em investigação e os conhecimentos profissionais e
metodológicos de coordenadores pedagógicos e professores na mediação desses
saberes, nos remetemos às concepções de Bandeira (2006), que diante dos
problemas concretos discutidos nos dias atuais, em relação à formação de
professores, conforme Tardif (2002), o entendimento dos professores, enquanto
agentes e transmissores do conhecimento, deve ser situado no centro das
pesquisas pertinentes ao ensino e à escola.
Na garantia do aspecto democrático, devemos ter consciência da
responsabilidade de todos no processo de gerar saberes, de compreender e mudar
a realidade. Saber atrelado e adquirido através da experiência vivida, de forma
dinâmica, diante das exigências sociais de conhecimento e crescimento dos anseios
sobre educação, frente à resposta das incertezas e imprecisão do século.
(BANDEIRA, 2006).
Esses resgates são imprescindíveis para a pesquisa que pretendemos
realizar no contexto da avaliação em larga escala. A compreensão do Sistema de
avaliação precisa ser analisada, a fim de fornecer dados e subsídios para gestores,
coordenadores pedagógicos e professores no que tange ao diagnóstico, à avaliação
da aprendizagem em Matemática, às políticas educacionais e políticas públicas
implementadas pelas diferentes esferas de governo, destacando o desempenho e a
evolução específica das escolas públicas e urbanas do país, visando o
primoramento das habilidades e da qualidade da educação.
Para fundamentar a proposição metodológica do ensino da Matemática,
trazemos o que propõe o artigo de Rodrigues e Magalhães (2012). Este nos remete
à Resolução de Problemas como uma metodologia de ensino de Matemática
bastante eficiente. Esta metodologia permite articular os saberes nas respostas que
apresentam às soluções dos problemas matemáticos. A finalidade é fazer com que o
aluno realize estratégias, execute as atividades, raciocionando e propriciando o
amadurecimento das estruturas cognitivas. Para Rodrigues e Magalhães (2012), que
asseveram Dante (1998), deve-se valorizar a resolução de problemas. Entretanto,
esta é uma forma de ensino pouco explorada pelos professores nas aulas. E, ainda,
44
ressalta que o problema pode apontar algo além do que a simples resolução das
operações. Sendo assim, adquire estratégias e formas diversas para solucioná-lo.
Para Dante (1998), citado por Rodrigues e Magalhães (2012), um problema,
diferentemente de exercícios, centra-se em atividades cuja resolução necessita, ou
seja, impõe a emissão de repertórios matemáticos. Temos, assim, as diferenças
básicas entre exercícios e problemas. No exercício, o aluno não precisa decidir
sobre o procedimento a ser usado para solucioná-lo. Os problemas possuem
procedimentos mais elaborados. Os exercícios, também, são utilizados para praticar
e colocar em ação algum procedimento em relação ao algoritmo. O problema limita-
se à descrição de um evento desconhecido, não se tem a solução antecipada. Em
outros termos, o problema requer a emissão de repertórios, dentre os quais os
repertórios que evidenciam a compreensão sobre qual o repertório necessário para
efetivar a resolução. O que define uma situação como problema é justamente a
ausência inicial deste repertório. A presença do repertório define a situação como
um exercício (DANTE, 1998).
Rodrigues e Magalhães (2012), afirmando Pozo (1998, apud, SOARES &
PINTO 2001), salientam que as tarefas em que se utilizam fórmulas nas atividades
em sala de aula fomentam a consolidação e a automatização de certas técnicas,
habilidades e resolução posteriores dos problemas.
Pela análise dos referidos teóricos conclui-se que existe uma considerável
distância entre as teorias vivenciadas pelos acadêmicos e a prática nas escolas
públicas. O problema levantado pelos autores nos remete às questões de nossa
pesquisa, posto que os estudiosos salientam que o problema abordado é limitado e
existe relação positiva e significativa entre o desempenho na Prova Brasil e o
resultado da aprendizagem em sala de aula. Essa representação se encontraria na
média anual dos alunos. Por conseguinte, estamos buscando o Estado da Arte para
fundamentar nossa análise dos resultados em relação à Prova Brasil.
Esses resgates científicos nos permitiram conhecer as pesquisas publicadas
em diversas áreas da Avaliação Externa e a Formação Continuada. Assim como,
contribuem com a sustentação Epistemológica desta pesquisa.
45
CAPÍTULO II Contextualização e Percurso da Pesquisa
A pesquisa foi desenvolvida com a gestora, a coordenadora pedagógica e a
professora que ministra aulas para os turnos matutino e vespertino nos 5º Anos do
Ciclo I do Ensino Fundamental em uma Escola Pública na cidade de Manaus.
O primeiro encontro com a gestora aconteceu em agosto de 2016 com a
finalidade de solicitar autorização para desenvolvermos a pesquisa. No momento,
houve necessidade de esclarecer o objetivo da pesquisa, deixando claros os
procedimentos éticos adotados no período que iria permanecer na escola campo de
estudo. Em seguida, o contato deu-se com a coordenadora pedagógica e com a
professora do 4º ano que ministrava, também, a disciplina de Matemática. Após o
consentimento das participantes, iniciamos os esclarecimentos do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (APÊNDICE A), no qual todas as etapas
foram devidamente sinalizadas, para que as convidadas pudessem se manifestar
em relação aos procedimentos.
Posteriormente, tratamos sobre os momentos para iniciarmos as
entrevistas, as entregas dos questionários, assim como sua devolutiva, as
participações (observações) em sala de aula e a devolutiva da pesquisa.
A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de relacionar os conheciemntos
profissionais e as principais concepções metodológicas da coordenadora
pedagógica no planejamento docente, quanto aos componentes curriculares de
Matemática e as principais mediações com a professora em relação a Prova Brasil.
2.1 Tipo de Pesquisa
As investigações desta pesquisa fundamentaram-se em uma proposta
metodológica qualitativa. Esta modalidade permite alcançar e explorar o ponto de
vista dos sujeitos ou do grupo, com ênfase em um problema social ou humano.
Leva-se, também, em consideração uma das características da pesquisa qualitativa
em que, os participantes vivenciam o problema que está sendo estudado
(CRESWELL, 2010), permitindo que os pesquisadores trabalhem na interpretação
das observações em relação ao que presenciam. Assim, não se pode separar do
seu próprio contexto, origem e história pessoal (CRESWELL, 2010).
46
Os pesquisadores que escolhem essa forma de investigação baseiam-se no
pressuposto de que a pesquisa honra um estilo indutivo, possuindo um
direcionamento no significado subjetivo e na relevância da interpretação que a
situação se apresenta. Este tipo de pesquisa contribui para a aproximação do
pesquisador e entrevistado, não se limita somente à teoria e ao contexto, mas,
sobretudo, às verificações dos dados e ação dos sujeitos frente aos fenômenos
apresentados, caracterizando, portanto, uma modalidade de produção de
conhecimentos em colaboração, em parceria com os coordenadores e professores e
não sobre eles (CRESWELL, 2010).
Outro forte indicador para optar pela pesquisa qualitativa foi devido a sua
característica peculiar, trabalhando em um ambiente natural em contato face a face,
coletando os dados, diretamente. Participando de observação na sala de aula,
entrevistando a coordenadora pedagógica e a professora, utilizando um protocolo
para as anotações. Estando envolvida, diretamente, em uma experiência apoiada e
ativa com os sujeitos da pesquisa. Ficando atenta ao significado que os sujeitos
deram ao problema e não ao que está escrito nas teorias e no ponto de vista da
pesquisadora, assim como a interpretação do que experienciou no ambiente natural.
Partindo em direção a outro campo que envolve a construção da pesquisa,
apesar de, muitas vezes, não estar em evidência, é indiscutível a importância da
Concepção Filosófica neste processo de elucidação e concretização da pesquisa.
Assim sendo, adotamos a concepção Construtivista Social, que de acordo com
Creswell (2010), defende as hipóteses de que o indivíduo busca compreender o
mundo em que habita e o seu local de trabalho. Essas pessoas atribuem
significados para as suas vidas. Assim, o pesquisador vai ao encontro para conhecer
essas ideias e seu posicionamento diante de tal situação. Este tipo de pesquisa é
definido pelo arranjo ordenado das anotações de campo, das transcrições das
entrevistas, dos questionários, das observações em sala de aula. Esse processo
possibilita uma maior abrangência de todo material utilizado. Esse pensamento em
relação à pesquisa qualitativa é também assinalado por Bogdan e Biklen (1994).
Como estratégia qualitativa, o processo de pesquisa ora relatado encontra-se
amparado no Estudo de Caso. Conforme Creswell (2010), o Estudo de Caso é uma
estratégia de investigação que possibilita o pesquisador explorar uma atividade,
evento ou um programa, um processo com um ou mais pessoas. O pesquisador
47
utiliza variados procedimentos para coletar os dados durante determinado período
prolongado. Na concepção de Chizzotti (2006), o estudo de caso torna possível
buscar um conjunto de informações a respeito do objeto de estudo e, dessa forma,
alcançar conhecimentos mais definidos sobre esse objeto, tornando possível
elucidar questões para o entendimento do fenômeno. Esse método busca
informações para analisar um caso específico e atual.
Nesse caso, os procedimentos iniciaram-se em 2016 com a gestora,
coordenadora pedagógica e a professora. Sendo realizadas entrevistas individuais e
aplicação de questionário. E ainda, os encontros agendados com a coordenadora
pedagógica e as observações em sala de aula no horário das aulas de Matemática
com a professora no período de 2017. As aulas dispunham de 2 tempos
consecutivos, cada um com duração de 50 minutos. A professora ministrava aulas
de Matemática no turno matutino e vespertino. Em 2016 a professora ministrava
aulas nos 4º anos, dando sequência em 2017 nos 5º anos. ano de realização da
Prova Brasil.
A continuidade com as turmas nos 5º anos, abordando os componentes
curriculares de Matemática que se encontra na resolução de problemas e, ainda, na
elaboração dos itens, que são as questões que compreendem a Prova Brasil, o que
possibilita efetivar a prática da teoria aprendida em sala de aula.
2.1.1 Participantes da Pesquisa
Para a escolha dos participantes da pesquisa, como critério de inclusão foram
selecionadas uma gestora, uma coordenadora pedagógica e uma professora do
Ensino Fundamental I. A professora ministrou aulas em 2016 para os 4° anos e em
2017 permanece com as turmas dos 5° anos nos turnos matutino e vespertino. A
professora está habilitada para ministrar nos cinco anos letivos do Ciclo I do Ensino
Fundamental às disciplinas curriculares, à exceção de Artes, Educação Física e
Língua Estrangeira.
Como critérios de exclusão não participaram docentes da Educação Infantil e
turmas do 1° aos 3° anos. Apesar de a Língua Portuguesa ser contemplada na
Prova Brasil, a ênfase deste trabalho foi somente nas aulas da professora que
ministrava os componentes curriculares de Matemática.
48
Iniciamos as entrevistas e aplicação dos questionários em 2016 com a
gestora, coordenadora pedagógica e a professora. Tanto a gestora como a
professora desempenham funções relevantes no que concerne à Prova Brasil.
Desse modo, a participação da gestora e da professora foram de suma importância
em relação a esse instrumento. Entretanto, centramos a pesquisa na atuação e na
mediação da Coordenadora Pedagógica.
A participação deu-se precedida pela assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecida (APÊNDICE A) pela Professora e Coordenadora Pedagógica,
bem como pela diretora da respectiva unidade escolar, além da assinatura dos
Termos de Anuência (ANEXO A). Os termos constaram no processo submetido à
Plataforma Brasil. Parecer Consubstanciado aprovado (ANEXO B).
2.1.2 Local da pesquisa
Iniciaremos, descrevendo os critérios para a seleção da escola que
realizamos a pesquisa. A Escola escolhida localiza-se em uma capital da Região
Norte do país, na cidade de Manaus, Estado do Amazonas. Sendo
administrativamente vinculada com a Rede Pública Municipal. A escolha deu-se
primeiro pelo fato de estarmos em uma Universidade pública, e, especialmente
devido à realidade dos alunos da escola privada divergir dos da escola pública
principalmente, em relação ao aspecto socioeconômico dos alunos. A Escola, pois,
assim será designada, apresenta 437 alunos regularmente matriculados e com
atuação no Ensino Infantil e Ensino Fundamental - Ciclo I.
A Escola mudou-se para o endereço atual localizada na zona Centro-Sul para
melhor atender aos alunos e aos funcionários. Com uma infraestrutura que
compreende alimentação escolar para os alunos, biblioteca, água filtrada, água de
poço artesiano, energia da rede pública, esgoto da rede pública, lixo destinado à
coleta periódica e acesso à Internet. As dependências constam de 11 salas de
aulas, 30 funcionários, sala de diretoria, cozinha, refeitório, banheiros adultos e
infantil e pátio para as atividades de educação física. Todos os professores possuem
nível Superior e Pós-graduação.
49
Todas as atividades previstas no delineamento desta pesquisa ocorreram na
unidade escolar na qual a docente e a coordenadora, sujeitos colaboradores deste
estudo, encontram-se lotadas.
2.1.3 Estrutura do corpo empírico
Caracterização dos procedimentos adotados na construção dos dados
Para a coleta de dados da Escola optou-se pelo método da observação não
participante. Conforme Marconi e Lakatos (2003), “na observação não
participante, o pesquisador está inserido na comunidade, grupo ou realidade
estudada, porém, permanece de fora, sem influenciar na relação”.
Partindo dessa premissa, a pesquisadora somente observou as aulas
ministradas na sala de aula da professora nos turnos matutino e vespertino, sem
influenciar na relação professor-aluno. O interesse nas observações em sala de aula
relacionou-se, diretamente, à prática pedagógica, às mediações da coordenadora
pedagógica e às interações da professora com os alunos que participaram da Prova
Brasil na edição de 2017. Neste caso, realizando-se as observações qualitativas em
sala de aula.
Conforme Creswell (2010), o pesquisador está inserido no local da pesquisa
realizando anotações de campo sobre o comportamento e as atividades
desenvolvidas pelos sujeitos no local da pesquisa.
Dessa forma, a pesquisa foi realizada no período de agosto de 2016 a
setembro de 2018. Foram 12 observações em sala de aula, que tinham dois (02)
tempos consecutivos de 50 minutos cada um. Efetuamos oito (8) encontros com a
professora às terças-feiras. No turno matutino realizamos seis (6) encontros e dois
(2) no turno vespertino no momento que os alunos estavam na aula de Educação
Física, igualmente de 40 a 50 minutos cada um. Em 2017 aconteceram doze (12)
rpreuniões com a coordenadora pedagógica, com duração de 40 a 50 minutos cada
uma.
Ademais, foram acompanhadas duas reuniões, uma de pais e uma reunião
com a assessora da DDZ2 Sul para retorno da edição da ADE3 de 2016 com duração
de uma hora e meia cada uma.
2 Divisões Distritais Zonais – DDZs.
50
Em 2018 retorna-se para os encontros com as participantes para discutir a
fase oito (8). Tivemos dois (2) encontros cada um com duração de duas (2) horas.
O Protocolo de Observação exposto no (APÊNDICE E) foi utilizado na
organização das transcrições dos registros efetuados.
Em acréscimo, realizamos as entrevistas com a gestora, com a coordenadora
Pedagógica e com a professora. Esses procedimentos permitiram subsídios para as
análises das respostas aos questionários e às falas das participantes.
As entrevistas viabilizaram indagar e verificar a validade da correlação entre
os fatos observados e as mediações da coordenadora pedagógica com a professora
ao realizar atividades com os alunos em sala de aula. Conforme Triviños (1987)
esse tipo de entrevista possui assuntos característicos relacionados à temática
sustentada por teorias e hipóteses.
Os questionários com perguntas semiestruturadas que foram aplicados
individualmente (APÊNDICE C), ofereceram oportunidade de outras hipóteses
decorrente das respostas dos participantes. De acordo com Marconi e Lakatos
(2003) o questionário é uma ferramenta de coleta de dados, composto por uma série
ordenada de perguntas, devendo ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador. Geralmente, o pesquisador encaminha o questionário ao destinatário,
pelo correio, por um portador ou mesmo pessoalmente. Após o seu preenchimento,
o participante devolve-o do mesmo modo. Lakatos (2003).
Deve-se explicar a natureza da pesquisa através de uma nota ou carta, sua
importância e a necessidade de obter respostas. O intuito é que a pessoa responda
todas as questões e devolva o mais rápido possível. Nesta pesquisa, a
Coordenadora Pedagógica e a Professora da Escola receberam o material
pessoalmente, juntamente com as explicações necessárias para ser respondido no
momento mais adequado.
O questionário era composto por questões subjetivas e sua aplicação
acontece de forma autoadministrada e, individualmente. O qu e s t i o n á r i o
c o m p õ e u m instrumento de pesquisa, contendo uma série de perguntas
ordenadas, que necessitam ser respondidas pelos participantes.
( M A R C O N I ; L A K A T O S , 2 0 0 3 ) .
A finalidade do questionário é o de compor com os demais instrumentos
3 Avaliação de Desempenho Escolar – ADE.
51
utilizados a sustentação da pesquisa. Este modelo serve para verificar que
diferenças podem refletir entre os sujeitos da pesquisa e não nas perguntas
(MARCONI; LAKATOS, 2003). Assim como, para a obtenção de respostas do
problema científico, das questões da pesquisa, do objetivo geral e dos específicos e,
por fim, para evidenciar a Tese.
O pesquisador-investigador é o responsável em focalizar o fenômeno. Este
ato fornece descrição, faz esclarecimento e compreensão dos fenômenos sociais,
fazendo com que o pesquisador participe e mantenha-se, ativamente, no momento
da coleta de informações. Em relação a entrevista (APÊNDICE B) ela foi importante
para conhecer como a Coordenadora Pedagógica realizou as mediações com a
professora e, como a professora realizou as atividades acadêmicas com os seus
alunos. Esses procedimentos metodológicos adotados foram fundamentais para
elucidar os questionamentos da pesquisadora.
2.1.4 Análises dos Resultados
Para analisar as informações coletadas no ambiente natural, optou-se pela
Análise de Conteúdo da professora de Psicologia Laurence Bardin. A Análise de
Conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações. (ROCHA,
DEUSDARÁ, 2005). O objetivo da utilização deste método é alcançar significação
quando estiver realizando sua produção textual.
O principal intuito de utilizar a Análise de Conteúdo é o de decompor com
clareza a possibilidade de prover técnicas precisas e objetivas que sejam
satisfatórias que garanta o acesso ao possível significado da análise (BARDIN,
1977) e identificar os relatos da atuação da Coordenadora Pedagógica e da
Professora em relação aos componentes curriculares de Matemática da Prova
Brasil. Para tanto, os dados da Escola foram tratados frente às evidências e às
interpretações propostas. A partir da fala das entrevistadas realizamos, então, as
transcrições, a análise, as inferências e as discussões. Tomamos como base
referencial teórico pertinente ao objeto de estudo, nesse caso, os componentes
curriculares de Matemática, a Prova Brasil.
Desse modo, a Análise de Conteúdo mostra-se coeso com a pesquisa
qualitativa para a análise dos dados. A Análise de Conteúdo, segundo Bardin (2010),
52
objetiva analisar as vozes das entrevistas e/ou observações pelo pesquisador,
buscando perceber realmente o que está contida na mensagem, e o enriquecimento
da leitura (BARDIN 2010). A seguir, esboçamos algumas das categorias que
emergiram nas análises dos materiais, assim como, as principais inferências de
conhecimentos relativos à Prova Brasil na percepção das entrevistadas.
A seguir apresentamos as categorias estabelecidas a partir das análises das
transcrições e interpretações dos resultados:
1. As práticas pedagógicas e o processo ensino-aprendizagem;
2. Recursos pedagógicos para aprimoramentos dos componentes curriculares de
Matemática;
3. A Formação Continuada de coordenadores e professores como ferramenta no
processo ensino-aprendizagem.
A Categoria Formação Continuada de coordenadores e professores como
ferramenta no processo ensino-aprendizagem recebeu uma ênfase maior por parte
da gestora, da coordenadora pedagógica e da professora. Possibilitou evidenciar a
importância que as participantes atribuem na formação continuada para o processo
ensino-aprendizagem. Principalmente, em se tratando de Prova Brasil. A Formação
Continuada apresenta-se como forte indutor nas falas das participantes. Desse
modo, a formação continuada de professores demonstra ser um processo bastante
necessário para os sujeitos entrevistados, considerando-se que o aperfeiçoamento
dos saberes são necessários à atividade docente e, consequentemente, à qualidade
de ensino.
Nos itens 4.1.2; 4.1.3 e 4.1.4 na análise e discussão dos resultados,
mencionamos mais eficazmente as categorias nas falas da gestora, da
coordenadora pedagógica e da professora, assim como, as linhas epistemológicas
que sustentam a pesquisa.
2.1.5 Delineamentos para constituição dos dados
Primeiramente, fizemos o mapeamento na Secretaria Municipal de Educação
(SEMED) em relação à aplicação da Prova Brasil. A SEMED gerencia a área
educacional do município, nos níveis de Educação Infantil e Ensino Fundamental. O
mapeamento nos possibilitou saber se o estudo teria condições operacionais de
execução. Posteriormente, a proposta envolveu a realização de análises de
53
documentos, entrevistas individuais e atividades de observação não participante em
sala de aula. Tais atividades estão organizadas de acordo com o delineamento e o
cronograma.
A constituição dos dados ocorreu de modo consecutivo, a saber, inicialmente
envolvendo os profissionais da educação (uma gestora, uma coordenadora
Pedagógica e uma professora, dos anos iniciais, que ministra aulas nos turnos
matutino e vespertino).
Em termos dos valores obtidos no IDEB, considerando os anos de 2011,
2013, 2015 e 2017 (última edição), da Escola mostraram-se com valores superiores
às metas nacionais. Os valores numéricos que fundamentam tais informações estão
explicitados na imagem 12 (Escola).
A constituição dos dados segue a partir das seguintes fases:
Fase 01
Caracterização e análise dos seguintes temas a partir de consulta ao material
bibliográfico:
Avaliação Nacional do Rendimento Escolar - ANRESC: A Prova Brasil; Política
Pública de Avaliação em Larga Escala na Educação Básica: A Prova Brasil; O
componente curricular de Matemática no Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Prova Brasil); A interpretação pedagógica dos resultados das avaliações em larga
escala: conhecimentos profissionais e aspectos metodológicos e Pesquisas (Estado
da Arte) relacionadas a Prova Brasil e atuação de professores.
Fase 02
Caracterização e análise de informações obtidas pela pesquisadora, mediante
entrevista semiestruturada, com a gestora, coordenadora pedagógica e a professora
sobre: a) a formação acadêmica; b) as atividades de formação profissional; c) as
condições de atuação da coordenadora pedagógica (anos iniciais); d) atividades de
formação com foco no Prova Brasil, ou de modo mais geral, com foco nas
avaliações externas de desempenho escolar; e) destaque dos pontos positivos e
negativos na formação para a promoção do contato dos professores da escola com
os resultados da Prova Brasil e com as Matrizes de Referência do SAEB/Prova
Brasil) os principais resultados já obtidos diante das condições de formação e de
atuação profissional relatadas; g) planejamentos atuais para atividades de mediação
54
do contato da professora da escola com os resultados da Prova Brasil referentes ao
desempenho nas avaliações de Matemática para o 5º Ano.
Fase 03
Planejamento das ações relacionadas com a apresentação e discussão de temas
relacionados com a Prova Brasil.
a. Definição de agenda de atividades de observação das interações previstas da
coordenadora pedagógica com a professora para apresentação e discussão dos
dados de desempenho dos alunos em Matemática da Prova Brasil; Discussões e
definições de protocolos de registro das observações;
b. execução das observações das atividades de interação da coordenadora
pedagógica com a professora e validação posterior da coordenadora pedagógica.
Fase 04
a. Definição de agenda de atividades de observação das aulas ministradas pela
professora de Matemática que foram acompanhadas pela coordenadora
pedagógica.
b. execução das observações das aulas previamente selecionadas e que foram
acompanhadas pela coordenadora, com transcrição, edição de episódios e
validação posterior da coordenadora.
Fase 05
a. Participação nas atividades previstas pela coordenadora pedagógica de
apresentação e de discussão (devolutivas) dos registros referentes às aulas
observadas para a respectiva professora;
b. caracterização e análise das devolutivas elaboradas pela coordenadora
pedagógia para a professora referentes às aulas observadas.
Fase 06
Condução de reuniões planejadas envolvendo a professora e coordenadora
pedagógica com prioridade para:
a. a exposição, das aulas ministradas pela professora e que foram observadas pela
coordenadora pedagógica, respectivamente, com ênfase nas discussões sobre: i)
55
possíveis evidências de medidas de aprendizagem consistentes com os descritores
direta e indiretamente envolvidos com os conteúdos curriculares ministrados; ii)
práticas de ensino e de avaliação diante das quais as evidências foram constatadas;
a. cotejamento de características das interações em sala de aula ressaltadas
nos episódios com características das atividades de mediação conduzidas pela
coordenadora pedagógica nas discussões dos conjuntos de dados da Prova
Brasil/Matemática;
b. execução de dinâmicas planejadas com a professora e respectivamente
coordenadora pedagógica; i) discutiram relações entre os descritores preconizados
nas Matrizes de Referência com os conteúdos e as habilidades priorizadas nas
aulas já ministradas e nos planos de ensino; ii) relacionaram resultados da Prova
Brasil de domínio público.
Fase 07
Execução das observações das aulas, com registro de episódios para posteriores
discussões com a respectiva coordenadora pedagógica.
Fase 08
Execução de reuniões planejadas envolvendo a pesquisadora e: a) professora e
coordenadora pedagógica com a seguinte pauta:
a. cotejamento dos episódios editados referentes às aulas observadas na fase
anterior com os planos de aula elaborados na Fase 06;
b. discussões sobre evidências, nos episódios editados, dos descritores
preconizados nas Matrizes de Referência; Devolutiva da pesquisadora para a
coordenadora pedagógica.
A seguir a tabela 1 exemplificando as fases da pesquisa.
56
Tabela 1. Delineamento das Fases da Pesquisa
Fase Descrição procedimento
1 Caracterização dos aportes teóricos e temas relacionados a pesquisa
2 Caracterização e análise de informações da gestora, coordenadora pedagógica e professora
3 Planejamento das ações relacionadas com a apresentação e discussão de temas relacionados com a Prova
Brasil; Definição de agenda de atividades de observação das interações previstas da coordenadora
pedagógica com a professora para apresentação e discussão dos dados de desempenho dos alunos em
Matemática da Prova Brasil; Discussões e definições de protocolos de registro das observações;
4 Definição de agenda de atividades de observação das aulas ministradas pela professora de Matemática que
foram acompanhadas pela coordenadora pedagógica; execução das observações das aulas previamente
selecionadas e que foram acompanhadas pela coordenadora.
5 Participação nas atividades previstas pela coordenadora pedagógica de apresentação e de discussão
(devolutivas) dos registros referentes às aulas observadas para a respectiva professora; caracterização e
análise das devolutivas elaboradas pela coordenadora pedagógia para a professora referentes às aulas
observadas.
6 Condução de reuniões planejadas envolvendo a professora e coordenadora pedagógica com prioridade
para: exposição, das aulas ministradas pela professora e que foram observadas pela coordenadora
pedagógica, respectivamente, com ênfase nas discussões sobre: i) possíveis evidências de medidas de
aprendizagem consistentes com os descritores direta e indiretamente envolvidos com os conteúdos
curriculares ministrados; ii) práticas de ensino e de avaliação diante das quais as evidências foram
constatadas; cotejamento de características das interações em sala de aula ressaltadas nos episódios com
características das atividades de mediação conduzidas pela coordenadora pedagógica nas discussões dos
conjuntos de dados da Prova Brasil/Matemática; execução de dinâmicas planejadas com a professora e
respectivamente coordenadora pedagógica; i) discutiram relações entre os descritores preconizados nas
Matrizes de Referência com os conteúdos e as habilidades priorizadas nas aulas já ministradas e nos
planos de ensino; ii) relacionaram resultados da Prova Brasil de domínio público.
7 Execução das observações das aulas, com registro de episódios para posteriores discussões com a
coordenadora pedagógica.
8 Execução de reuniões planejadas envolvendo a pesquisadora e: a) professora e coordenadora pedagógica
com a seguinte pauta: cotejamento dos episódios editados referentes às aulas observadas na fase anterior
com os planos de aula elaborados na Fase 06; discussões sobre evidências, nos episódios editados, dos
descritores preconizados nas Matrizes de Referência; Devolutiva da pesquisadora para a coordenadora
pedagógica.
Fonte: Pesquisadora (2018).
57
CAPÍTULO III
RESULTADOS E DISCUSSÃO Um caminho de significados
Este capítulo expõe os dados obtidos na pesquisa de campo que foi realizada
com a Gestora, a Coordenadora Pedagógica e a Professora da Escola no período
de 2016 a 2018. As participações foram fundamentais para compor as informações
sobre a coordenadora pedagógica. Entretanto, salientamos que a pesquisa está
centrada na Prova Brasil, nos processos de ensino-aprendizagem de conteúdos
curriculares de Matemática, nos conhecimentos profissionais e, por fim, na atuação
da coordenadora pedagógica frente à Prova Brasil.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres
Humanos. (ANEXO B). Para tanto foram utilizadas siglas a fim de denominar as
participantes da pesquisa tais como: Gestora (G), Coordenadora Pedagógica (CP) e
Professora (P). Todas as falas foram transcritas na íntegra, para não perdemos a
essência de seu significado.
Para obtermos as respostas dos questionários (APÊNDICES F; G; H)
distribuímos e solicitamos que fossem devolvidos em uma semana. Realizamos a
coleta de dados por meio de entrevistas individuais com a coordenadora
pedagógica, com a professora e a gestora. Para isso, utilizamos um questionário
com roteiro de elaboração de entrevista. Após a finalização das entrevistas,
iniciamos as observações na sala de aula com a professora.
Realizamos quatro (4) encontros com a gestora e doze (12) encontros com a
coordenadora pedagógica com duração de 40 a 50 minutos cada uma em 2017. Em
2018 tivemos mais dois encontros com duração de duas horas cada um. Os
encontros aconteceram no 2º semestre do ano letivo, um no turno matutino e outro
no turno vespertino.
Iniciamos a pesquisa no 2º semestre de 2016. Os primeiros encontros foram
para reafirmar os procedimentos e verificar a agenda para os encontros com a
gestora, coordenadora pedagógica e professora. E, ainda, Iniciamos o levantamento
dos documentos referentes à Prova Brasil (ANEXO C; D; E; F ). Ademais, foram
acompanhadas em 2016 duas reuniões, uma com a coordenadora pedagógica da
DDZ e a outra com os pais. A reunião teve a participação da coordenadora
pedagógica e da professora. Além da acolhida aos presentes, a reunião forneceu
58
informações sobre o acompanhamento dos alunos e os esclarecimentos sobre as
aplicações das avaliações internas e externas. Neste caso, ADE e Prova Brasil. A
coordenadora pedagógica informou o que é a Prova Brasil, a ADE e sua importância
para a escola e para os alunos.
Outra reunião foi com a assessora pedagógica da DDZ para retorno da edição
da ADE de 2016. O encontro aconteceu no turno vespertino, com duração de uma
hora e meia. Nesse dia não houve aula. Com exceção da professora do 4º Ano,
todos os demais professores estavam presentes.
Em 2017 aconteceram doze (12) reuniões com a coordenadora pedagógica,
com duração de 40 a 50 minutos cada uma com a finalidade de dar andamento à
esta pesquisa.
Efetuamos oito (8) encontros com a professora às terças-feiras. No turno
matutino realizamos seis (6) encontros e dois (2), no turno vespertino, momento em
que os alunos estavam na aula de Educação Física, igualmente de 40 a 50 minutos
cada um.
Em 2017, foram realizadas doze (12) observações em sala de aula com a
professora. Todas as observações foram feitas nos horários de aula da disciplina de
Matemática, cada um com dois tempos consecutivos de 50 minutos. No turno
matutino realizamos oito (8) observações e no turno vespertino quatro (4)
observações.
Esses momentos foram para realizarmos entrevistas, esclarecimentos de
dúvidas decorrentes das perguntas do questionário e retorno das fases. Assim,
como para acompanhar as atividades que a P realizava com o apoio e
assessoramentos da CP em relação as atividades em sala de aula sobre os
descritores.
Em setembro de 2018, retornamos os encontros na escola com a
coordenadora pedagógica. Os momentos tiveram duas (2) horas de duração cada
um. Um aconteceu no turno matutino e o outro no turno vespertino. A professora
encontrava-se de licença. Quando retornasse, conforme a coordenadora, ficaria
responsável por acompanhar a turma do 1º Ano do ciclo.
O intuito do retorno com a coordenadora pedagógica foi para obter
esclarecimentos referentes a algumas questões pendentes, conhecer sua percepção
em relação ao resultado do IDEB de 2017, fornecer a devolutiva da pesquisa e
59
agradecer à equipe pelo acolhimento e participação no presente estudo. E, ainda,
colocarmo-nos à disposição para realizar palestras com a temática do Autismo e
repassar informações sobre as habilidades e competências dos blocos de
descritores. A Coordenadora Pedagógica demonstrou interesse pela proposta.
Precisávamos desse percurso metodológico para conhecer as percepções e
as inferências das participantes a partir dos dados obtidos, através dos instrumentos
e técnicas utilizadas. Os questionários, as entrevistas e as observações realizadas
com as participantes da pesquisa relativas aos planejamentos desenvolvidos na
escola constituíram ao lado da experiência vivida, os pontos de sustentação para
nortear o Estudo de Caso da Escola.
Trata-se, ainda, das respostas do Problema Científico, das questões da
pesquisa, quanto aos objetivos da Tese e as categorias que surgiram na análise dos
dados complementando as oito fases que delimitaram a pesquisa. Apresentamos as
três categorias que permeiam o processo ensino-aprendizagem conforme os dados
obtidos, sendo que as mesmas encontram-se explicitadas nos itens 4.1.2; 4.1.3 e
4.1.4.
Tabela 2. Categorias de análise dos dados obtidos
1. As práticas pedagógicas e o processo ensino-aprendizagem
2. Recursos pedagógicos para aprimoramentos dos componentes curriculares de Matemática
3. A Formação Continuada de coordenadores e professores como ferramenta no processo ensino-aprendizagem
Fonte: Pesquisadora (2018).
Com o propósito de demarcar influências desta avaliação externa em larga
escala, a Prova Brasil, no trabalho cotidiano dos professores nas respectivas salas
de aula, essa parte da pesquisa expõe descrições e análises da percepção da
gestora, coordenadora pedagógica e professora em relação à Avaliação Externa nos
componentes curriculares de Matemática da Escola.
Incidindo em um dos pontos desta análise, o objeto da pesquisa centra no
ensino e na aprendizagem de conteúdos curriculares de Matemática e, consiste em
investigar as condições metodológicas da Coordenadora Pedagógica que poderiam
favorecer a identificação, a caracterização e o aprimoramento de conhecimento
60
profissional com ênfase nos descritores de Matemática para os anos iniciais do
Ensino Fundamental.
Primeiramente, apresentaremos o IDEB da Escola. Na sequência,
apresentaremos os resultados e a discussão de cada Fase.
Desse modo, apresentamos os quadros de distribuição percentual da Escola.
Para efeito de exemplo, considera-se a distribuição dos resultados da Escola no
Quadro abaixo.
Na imagem 12 apresentamos os valores do IDEB e as metas da Escola onde
foi realizada a pesquisa, a partir das edições de 2007 a 2017 da Prova Brasil.
Imagem 12: Resultados e Metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica-IDEB da Escola selecionada para a pesquisa
Fonte: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (BRASIL, 2018).
Na imagem 13 apresentamos o percentual de alunos do 5º. ano do Ensino
Fundamental por nível de proficiência no componente curricular de Matemática
referente à “Escola” nos resultados de 2011 a 2015. Os resultados de 2017 ainda
não estavam disponíveis até a presente data.
61
Imagem 13: Distribuição percentual de alunos do 5º. Ano por nível de proficiência no
componente curricular de Matemática referente a “Escola selecionada para a
pesquisa” dos resultados de 2011 a 2015.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ Fonte: QEdu.org.br. Dados do Ideb/Inep (2018).
62
Na imagem 14 apresentamos a evolução dos valores do IDEB e as metas da
Escola da pesquisa.
Imagem 14: Evolução do IDEB e das metas da Escola selecionada para a pesquisa obtidos a partir das edições de 2007 a 2017 da Prova Brasil
Fonte: QEdu (2018).
As edições apontam um crescimento nos valores de IDEB obtidos na Escola.
Em 2007 registrava um IDEB de 4.3, em 2009 permanece com 4.3 e passa para 5.6
em 2011, em 2013 atinge 6.2 e em 2015 alcança 6.6.
Na edição de 2017 alcança 6.7. A meta para 2017 de acordo com G e CP
seria a nota 8.0 na escala. No entanto, desde de 2011, o IDEB está acima das
metas projetadas. Esse índice se apresentava de forma favorável para a escola.
Uma vez que a Prova Brasil/SAEB, apresenta notas na escala de zero a dez.
Em termos dos valores obtidos do IDEB, registram-se aumentos progressivos
consecutivos. Nota-se que o IDEB dessa escola atingiu valores acima das metas.
Entretanto, caberia questionar se esses valores mostram-se consistentes com os
desempenhos dos alunos no cotidiano das interações em sala de aula, bem como
nas avaliações internas elaboradas pelos próprios professores da escola. Em
63
acréscimo, caberia indagar se as habilidades definidas em cada descritor foram
adquiridas, ou seja, se os alunos exibem as medidas comportamentais que
correspondem às habilidades nas diferentes situações e problemas impostas pelos
itens da prova.
Em razão dos resultados e em prol do aprendizado dos alunos, as atividades
escolares continuam no decorrer dos semestres na Escola. Dessa forma, esses
resultados são indicadores que sintetizam aspectos quantitativos e qualitativos da
Educação Básica da Escola. Para atingir os resultados, de acordo com a CP, a
escola atua de forma multidisciplinar e multiprofissional. Nesse caso, é importante
que o aluno perceba que cada disciplina possui determinada ligação com outra.
Nesse contexto, o pedagogo e o professor surgem como articuladores e
mediadores do processo de ensino-aprendizagem. Na visão da pedagoga, os
valores do IDEB estão relacionados às interações da atuação da equipe
multiprofissional.
Entretanto, percebe-se, ainda, a necessidade de profissionais como:
assistentes sociais e psicólogos para atuarem nas questões sociais e psicológicas.
Conforme relato da pedagoga, a escola recebe alunos com diagnósticos de autismo
e dificuldades de aprendizagens. No entanto, a escola não dispõem de profissionais
especializados para atendê-los. Na sala do 5º Ano matutino havia um aluno
necessitando de acompanhamentos psicopedagógicos. E, podemos, nesse caso
inferir, ao observar as aulas e o comportamento do aluno, que as dificuldades
escolares nem sempre estão relacionadas ao processo ensino-aprendizagem. Para
isso, deverá possibilitar ao aluno oportunidades de compreensão das atividades
escolares, demanda atrelar os saberes e a prática dos profissionais especialistas.
Para conhecermos mais detalhadamente essas mudanças no âmbito
educacional e no índice do IDEB da escola, realizamos observações na sala de aula
da professora, fazendo aplicação de questionários e entrevistas com os profissionais
diretamente envolvidos na Avaliação Externa.
3.1 Passos da Pesquisa - Fase 2 – A equipe Pedagógica da Escola
A seguir, apresentamos as fases propostas no delineamento para coleta e
análises dos dados. A Fase 1 foi apresentada anteriormente na caracterização e
64
análise dos temas a partir de consulta ao material bibliográfico pertinente (página 19
à 43). A seguir apresentamos a caracterização e a análise sobre a formação
acadêmica das participantes da pesquisa.
As atividades de formação profissional da Gestora, da Coordenadora
Pedagógica e da Professora e, ainda, as condições de atuação da Coordenadora
Pedagógica (CP), a formação e atuação profissional, assim como os planejamentos
das atividades de mediação com a professora estão nas fases que contemplam o
delineamento adotado.
De acordo com a Fase 02 do delineamento proposto, passaremos, a
descrever os dados obtidos a partir da realização de entrevistas com a gestora (G),
a coordenadora pedagógica (CP) e a professora (P) da Escola. A fim de
conhecermos suas experiências formativas (cursos, oficinas, jornada pedagógica)
relacionadas com a promoção do contato dos professores da escola com
informações (dados, tabulações, diretrizes, orientações) da Prova Brasil.
A gestora, a coordenadora pedagógica e a professora atuam na Rede
Municipal em escola cujos alunos são expostos, a cada biênio, à Avaliação Nacional
do Rendimento Escolar também conhecida como Prova Brasil.
Estamos diante de demandas para a atuação profissional da gestora, da
professora e da coordenadora pedagógica. A seguir apresentamos a descrição da
estrutura do corpo empírico da Pesquisa.
Tabela 3. Descrição da estrutura do corpo empírico da Pesquisa
Série
IDEB
Escola (Escola Municipal)
Participantes
5º. Ano
IDEB 4.3 (2007)
IDEB 4.3 (2009)
IDEB 5,6 (2011)
IDEB 6,2 (2013)
IDEB 6.6 (2015)
IDEB 6,7 (2017)
Gestora (G)
Coordenadora Pedagógica (CP)
Professora (P)
Fonte: Pesquisadora (2016).
65
Na tabela 4 apresentamos a formação acadêmica das participantes da
pesquisa.
Tabela 4: Formação acadêmica e trajetória profissional da gestora, da
coordenadora pedagógica e da Professora
Formação
Função
Tempo de
serviço
Escola
Pedagogia (1992) Especialização em Gestão Escolar
Gestora
15 anos
Pedagogia com habilitação em Supervisão e Orientação. Especialista em Educação Infantil
e Pedagogia do Movimento Humano
Coordenadora Pedagógica
09 anos
Formada em pedagogia com especialização em Gestão Escolar
Professora 09 anos
Fonte: Pesquisadora (2018).
3.1.1 Passos da Pesquisa – Fase 2 - Formação para atuar na função específica
A gestora possui Especialização em Gestão Escolar. Informa que participou
de diversos cursos de aperfeiçoamentos. De acordo com a gestora iniciou sua
carreira como pedagoga após concurso na Secretaria Municipal de Educação -
SEMED.
A trajetória como gestora iniciou em 2004. Nesse período, foi realizado
concurso público para ocupação do cargo. Hoje, o cargo é de confiança. Estando na
função há mais de 10 anos na Escola. Quando iniciou suas atividades, a escola
atendia somente o Ensino Fundamental. Atualmente, a escola é mista, atendendo a
Educação Infantil e Ensino fundamental até o 5° Ano.
A coordenadora pedagógica é formada em Pedagogia, com habilitação em
Supervisão e Orientação. Especialista em Educação Infantil e Pedagogia do
Movimento Humano. Atua há nove (9) anos como pedagoga e está trabalhando na
Escola há seis (6) anos.
A coordenadora pedagógica demonstra dedicação, disponibilidade e interesse
em sua função. Podemos constatar ao elencar alguns pontos destacados por ela na
entrevista realizada em 2016.
66
Trabalho gratificante, mas ao mesmo tempo é um trabalho que a gente tem que estar se motivando, para motivar os professores. Eu penso que a supervisão parte disso. Nós temos muitos desafios a serem superados. E o trabalho da pedagoga é esse de estar buscando estratégias juntamente com os professores para que a gente possa alcançar os alunos. ( CP).
A coordenadora pedagógica salienta que não realizou nenhuma formação
especifica quando começou atuar como pedagoga.
“Na verdade, o que se aprende na faculdade é voltado para a teoria. E os profissionais vão aprender e obter experiência na escola”. CP.
Essas afirmativas nos remetem a Almeida e Lima (2012), que consideram a
existência de lacunas na formação de professores e destacam, que geralmente, os
pedagogos ministram a maioria das disciplinas nas séries iniciais. Diante dessas
conjunturas, denota-se que o curso de Pedagogia, apesar dos avanços, ainda
possuem lacunas a serem preenchidas e revistas na atuação do professor na
Educação Básica nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Entre essas, percebe-
se as relacionadas à Prova Brasil.
“Não realizei nenhum curso relacionado à Prova Brasil antes de retornar para
a escola. Fiquei afastada da SEMED”. CP.
Apesar da CP não ter realizado nenhuma formação específica, ao retornar
suas atividades, ela parabenizou a SEMED e salientou que fez um curso de
formação voltado para os pedagogos em novembro de 2016. Conforme seu relato,
os cursos são importantes e primordiais para o desempenho dos pedagogos.
A professora é formada em pedagogia com especialização em Gestão
Escolar. Em sua informação ressalta as dificuldades que as escolas públicas
vivenciam e salienta a discrepância em relação às escolas privadas, afirmando:
“As escolas públicas possuem salas lotadas, a estrutura física não é
apropriada, os recursos são limitados e os pais participam mais das atividades
escolares dos filhos”. P.
Ainda, de acordo com seu relato, no início pensou em deixar de exercer a
profissão de professora. Entretanto, após conhecer o Sistema e passar a conviver
em sala de aula, compreendeu que as dificuldades poderiam ser superadas. Porém,
ela admite que a profissão exige esforço, preparo, pesquisa, tempo, dedicação e,
ainda, requer compromisso e comprometimento com os alunos, compartilhando
67
conhecimentos, informações e recursos conceituais. Fatores importantes para a
aquisição do desenvolvimento cognitivo.
Partindo dessas premissas, em relação à formação, podemos enfatizar a
concepção de Ghedin (apud GARRIDO, 2008), quando destaca que os fatores
sociais e educacionais que regulam a prática do docente devem ser percebidos por
ele.
Por esse pressuposto, percebe-se a relação da aprendizagem com a prática
pedagógica. O professor ao preocupar-se com sua prática docente busca
aperfeiçoar sua maneira de atuar em sala de aula. E, o profissional pedagogo que
exerce o papel de mediador na função do trabalho pedagógico, deve sempre refletir
sobre a importância da formação continuada.
Podemos evidenciar a importância desses profissionais no processo ensino-
aprendizagem, uma vez que a aprendizagem é um processo pelo qual o indivíduo
adquire conhecimento, comportamentos e habilidades. Para José e Coelho (2008), a
aprendizagem está relacionada ao resultado dos estímulos que o indivíduo que já
maturo posiciona-se sobre situações problemas, mudando, assim, seu
comportamento decorrente de suas experiências.
3.1.2 Passos da Pesquisa – Fase 2 - Atividades de formação com foco na Prova
Brasil, ou de modo mais geral, com foco nas avaliações externas de desempenho
escolar
Existem algumas práticas que são executadas em relação às atividades de
formação com foco no Prova Brasil, conforme relato da gestora, da coordenadora
pedagógica e da professora, as atividades acontecem em forma de oficinas e cursos
de formação continuadas, começando no início do ano.
As formações são proporcionadas pela SEMED e executadas pelas Divisões
Distritais Zonais (DDZs). As DDZs são uma interconexão que busca potencializar a
comunicação e a troca de informações entre a Secretaria Municipal de Educação. As
Divisões Distritais Zonais, Zona Sul, Zona Oeste, Zona Leste, Zona Centro-Sul e
Zona Norte, articula com os gestores, coordenadores pedagógicos e professores de
acordo com a localização da área.
68
Iniciamos as entrevistas com a Gestora, para conhecermos a dinâmica sobre
as atividades da equipe pedagógica. E, principalmente, conhecer a gestão
participativa na escola.
Acreditamos que a escola necessita possuir autonomia e identidade para
desenvolver um trabalho junto a comunidade e a equipe pedagógica. A gestão
participativa na escola não é algo recente. Segundo Bastos (2003), a participação na
gestão escolar pública iniciou com a gestão de Anísio Teixeira, quando exercia o
cargo de Secretário da Educação no período de 1931-1935, sendo o primeiro a
correlacionar democracia com a administração da Educação.
a) Percepção da Gestora (G): Atividades de formação com foco na Prova
Brasil, ou de modo mais geral, com foco nas avaliações externas de
desempenho escolar
Segundo a gestora, os professores são muito comprometidos. Possuem
autonomia para realizar atividades, expor suas dificuldades e buscar estratégias em
prol do aprendizado dos alunos. Em relação às matrizes de Referências sempre
realizam atividades para que os alunos compreendam, aos poucos, as formas de
raciocínio matemático, a relação entre ideias e conceitos. Ela ressalta que o
aumento no índice do IDEB demonstra que o empenho da equipe pedagógica e dos
alunos estão gerando bons resultados.
Para esses esclarecimentos a gestora nos passou as seguintes informações:
Oficinas, os cursos de formação, qualificação e capacitação continuada são oferecidos. No início do ano é solicitado um Plano de Ação pela Secretaria, conhecido como Plano de Ação Pró-IDEB. Nessas formações são trabalhados os Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática, para o 5º. Ano do Ensino Fundamental de Língua Portuguesa e Matemática. Essas informações são subsídios para o coordenador pedagógico e posteriormente os professores. G.
O Plano de Ação Pró-IDEB é uma ferramenta de gestão utilizada para o
planejamento de todas as atividades que definem as ações referente a Prova Brasil.
As ações são realizadas no decorrer dos semestres. O planejamento é construído
em parceria com a escola e a DDZ Sul. A coordenadora pedagógica é a responsável
por elaborar o planejamento do Plano de Ação Pró-IDEB, levando em consideração
o currículo. Uma vez que o currículo não contempla todos os itens da Prova Brasil.
69
Os descritores que a gestora ressalta que são “trabalhados” nas formações,
são formulados através de exercícios em equipe ou individuais e, posteriormente,
compartilhado com os cursistas. Todas essas informações foram repassadas para a
gestora através da coordenadora pedagógica e professora que participaram dos
cursos de formação.
Outras atividades citadas pela gestora são os simulados da prova e as
reuniões com os pais. Elas proporcionam informações, conhecimentos e preparação
para a atuação com os alunos que participam da Prova Brasil. Esses alunos
realizam atividades de reforço e simulados.
As aulas de reforço são realizadas no contraturno, às segundas, quartas e
sextas-feiras. As práticas são programadas pela coordenadora pedagógica e pela
professora readaptada (professora que está fora da sala de aula). As professoras
encaminham as demandas para a coordenadora pedagógica sobre a necessidade
do reforço para os alunos. Os conteúdos não são exclusivos da Prova Brasil. A
coordenadora pedagógica salienta a necessidade da compreensão dos enunciados
que é devido às dificuldades apresentadas pelos alunos em Língua portuguesa, a
professora enfatiza muito mais a leitura.
O reforço foi elaborado para atender os alunos que apresentavam
dificuldades com os conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática. Os
responsáveis pelos alunos são informados da existência de mais esse recurso. A
leitura é o foco principal. Os exercícios de Matemática não possuem a mesma
equivalência.
Os simulados são realizados de 15 em 15 dias, mas em ano de prova eles
são realizados uma vez por semana. Os simulados são elaborados tanto pela escola
como pela DDZ. Quando são elaborados pela escola, a coordenadora pedagógica é
a responsável. As questões tanto da DDZ, como a da escola são baseadas nas
edições anteriores das ADE e Prova Brasil seguindo o mesmo formato de prova.
As correções na escola são realizadas pela CP e P. Quando elaboradas pela
DDZ, são corrigidas pelos assessores pedagógicos da DDZ.
Um dos objetivos das formações é familiarizar coordenadores e professores
com os descritores, com as questões da prova, com a resolução de problemas e
com metodologias das avaliações extermas.
70
As formações, por sua vez, são subsídios para a mediação da coordenadora
pedagógica com a professora e, adiante, a interação com os alunos no processo
ensino-aprendizagem.
As avaliações externas e internas colaboram com o aprendizado e ainda torna
possível o conhecimento matemático, o raciocínio lógico, o estímulo a curiosidade,
desenvolve as competências e as habilidades que os alunos devem obter no final de
cada série. Propricia, ainda, ao aluno realizar a correlação dos conhecimentos
matemáticos e aplicar de forma correta no seu cotidiano os símbolos matemáticos.
As competências e as habilidades de resolver problemas são decorrentes desse
processo.
Conforme a gestora essas informações são compartilhadas com os demais
professores e não somente aos participantes da Prova Brasil: “Essa preparação
começa na Educação Infantil. Ela é à base de todo o percurso educacional”.
b) Percepção da coordenadora pedagógica (CP): Atividades de formação com
foco no Prova Brasil, ou de modo mais geral, com foco nas avaliações
externas de desempenho escolar
Em relação às atividades formativas obtivemos o relato da coordenadora
pedagógica que expõe:
Eu penso que pode até ter ocorrido essas formações direcionadas para pedagogos, mas eu não participei antes, porque fiquei 02 anos afastada da SEMED, e quando retornei, encontrei esse novo trabalho da SEMED com a Avaliação de Desempenho do Estudante (ADE) com a Prova Brasil. Então, fui aprendendo aos poucos com o nosso cotidiano. De repente, pode ter ocorrido, mas eu não participei, agora que estou participando. Por essa questão (CP).
A coordenadora pedagógica participa principalmente das formações em
relação à Prova Brasil através das DDZ. Não é denominada pela DDZ de curso de
formação continuada para os pedagogos, mas, de reuniões pedagógicas que
abordam conteúdos da Prova Brasil. As formações continuada que ela participa não
são exclusivos sobre a Prova Brasil. Existem assuntos diversos sendo abordados.
Entretanto, nas reuniões pedagógicas da DDZ são direcionados para a Avalição
Externa.
Dessa forma, a mediação da coordenadora pedagógica na promoção do
contato com professores da Escola acontece no dia do planejamento, uma vez por
71
mês ou em qualquer momento propício. Esses momentos são para abordar os itens,
verificar se esses itens estão sendo contemplados nas atividades em sala de aula.
Ao ser questionada sobre como transmite as informações obtidas nas
reuniões pedagógicas para a professora, ela passou a seguinte explicação:
“Revisando os assuntos abordados nas reuniões através dos materiais
fornecidos pela equipe pedagógica da DDZ. Mostrando os modelos de exercícios
que foram realizados, especificando o bloco de descritores de forma didática” (CP).
Ela ainda pontuou que nem sempre consegue repassar todo o assunto, sendo
necessários novos encontros. O tempo segundo ela, não é adequado.
Esses procedimentos entre a coordenadora pedagógica e a professora são
necessários para o processo de ensino-aprendizagem e, ainda, colaboram na
observação dos desempenhos dos alunos. Porém, a coordenadora pedagógica
denota que existe na maioria das vezes, somente repasses de conteúdos e
materiais.
Entretanto, a CP esclarece que a busca por conhecimentos sobre a avaliação
externa, abrange a gestora, parceiros e os demais professores. Um dos recursos
para analisar o desempenho dos alunos nas disciplinas de Português e Matemática
é a Avaliação de Desempenho do Estudante - ADE. Inclusive a DDZ disponibiliza
uma assessora pedagógica que esclarece dúvidas e orienta na aplicação da
Avaliação de Desempenho do Estudante e da Prova Brasil.
Percebe-se nas falas das participantes que a ADE é um instrumento bastante
significativo para fornecer subsídios para a Prova Brasil. E ainda, que os cursos
oferecidos de formações não são suficientes para obter conhecimentos sobre os
descritores.
c) Conhecendo a Avaliação de Desempenho Escolar - ADE
A ADE refere-se à Avaliação de Desempenho Escolar. Trata-se de um
instrumento desenvolvido pelo município através da Secretaria Municipal de
Educação (SEMED), órgão que gerencia a área educacional do município de
Manaus, nos níveis de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Este instrumento é
um parâmetro da Prova Brasil, possuindo os mesmos critérios de aplicação. Ela é
aplicada três (3) vezes ao ano nos 3°, 4°, 5° Anos.
72
A periodicidade de aplicação da ADE acontecem três (3) vezes ao ano. São
aplicadas para os alunos da 3º, 4º e 5º Anos. As séries selecionadas dependerão do
ano da Prova Brasil.
No 3º Ano, a professora realiza a leitura para os alunos, nos 4º e 5º Anos não
é permitida a leitura. O tempo de aplicação é de duas horas e meia. Todas as
questões seguem o formato da Prova Brasil.
A aplicaçao da ADE é realizada pelas próprias professoras da escola, porém
elas não aplicam com a sua turma de origem, as professoras aplicam em salas
diferenciadas.
Adiante, em reunião é colocado para os professores o nível de acerto de cada
aluno pela assessora pedagógica da DDZ. Na imagem 15 apresentamos o modelo
do caderno da ADE de 2016 aplicados para os alunos do 4º Ano.
Imagem 15: Caderno da ADE edição 2016
Fonte: Acervo da escola (2016).
Após as correções realizadas pelos assessores pedagógicos lotados na
DAM4, os professores também realizam as correções com os alunos e, na
sequência, entregam os cadernos para eles.
A ADE é utilizada na preparação dos simulados, exercícios em sala de aula,
nas avaliações internas e no reforço escolar.
4 Divisão de Avaliação e Monitoramento – DAM, vinculada a DDZ.
73
d) Procedimento de devolutiva da ADE – 2016
Ocorreu o encontro em que a assessora pedagógica informa os totais de
acertos das disciplinas de Português e de Matemática, assim como apresenta os
maiores erros e acertos das questões. E, solicita que sejam expostas as maiores
dificuldades dos professores frente aos descritores. Com exceção da professora do
4º Ano, todos estavam presentes. A professora justificou sua ausência. A presença
da professora era muito importante nessa reunião. As questões de Matemática
foram as mais debatidas pela assessora pedagógica.
A devolutiva dos resultados é realizada pela assessora pedagógica da DDZ.
Ela reúne com os professores e segue a priori a agenda. Anteriormente, havia o
HTP5 para esses encontros. Atualmente acontecem no dia de planejamento, nesse
dia não tem aula. Porém, nem sempre o tempo é suficiente, necessitando de outros
encontros com a assessora pedagógica.
A seguir apresentamos o procedimento de devolutiva da ADE, um dos
recursos mais empregado pela escola como parâmetro para Prova Brasil.
A Avaliação de Desempenho do Estudante é um recurso e um meio para os
alunos se habituarem ao modelo da Prova Brasil. Haja vista, que a Prova Brasil não
faz parte do dia a dia do aluno. A ADE é elaborada conforme os blocos de
descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática e os conteúdos
relacionados à Língua Portuguesa. A nota da ADE não engloba a avaliação interna.
Os assuntos das avaliações são bimestrais e acumulativos. Conforme a CP, é
fundamental esse olhar sobre os conteúdos da avaliação interna e externa. Os
responsáveis por esse processo são os assessores pedagógicos lotado na DAM
vinculada a SEMED.
Após a aplicação da ADE, a assessora pedagógica da SEMED reúne-se com
os professores e a Coordenadora Pedagógica da Escola. A natureza da participação
da pesquisadora deu-se somente de natureza observacional. Nesse sentido, houve
anotações dos esclarecimentos em relação à Prova Brasil e a ADE.
Nesta sequência, descrevemos o retorno da reunião da ADE, momento
estimado como de importância vital para futura análise dos dados. Na passagem das
entrevistas para a escrita, procurou-se respeitar, dentro dos limites individuais, as
características próprias do registro oral. Nesse sentido, pautamos-nos na Análise de
5 Hora do tempo do professor.
74
Contéudo de Bardin (2011) e do ponto de vista de Creswel (2010), que ressaltam a
importância dos procedimentos éticos em uma pesquisa científica.
Antes de iniciar a reunião, a Coordenadora Pedagógica realizou a
apresentação da pesquisadora e perguntou se todos concordavam com a presença.
Os professores deram as boas vindas e começaram a reunião. Estavam presentes
os técnicos, a assessora pedagógica representante da DDZ, professores do 3º ano e
de Educação Física, com exceção da professora do 4º ano que justificou a ausência.
A reunião aconteceu na própria escola em novembro de 2016, o objetivo era
compartilhar os resultados da ADE de 2016 e avaliar a aprendizado dos alunos.
A coordenadora pedagógica, com a assessora pedagógica da SEMED
responsável pela DDZ, conduziram a reunião e o retorno da aplicação da ADE.
Nesse caso, quando fecha o ano a assessora pedagógica de gestão da SEMED e a
equipe pedagógica fazem o levantamento dos dados, os instrumentos utilizados, os
campos de devem ser revistos e depois acontece a devolutiva para a escola.
Esse processo é tanto pedagógico quanto gerencial. Nesse caso, o assessor
pedagógico trabalha em conjunto com o assessor de gestão. O objetivo é levantar
os dados, compartilhar os instrumentos, verificar os blocos de descritores, realizar
inferências de quantitativos e avaliar os descritores das Matrizes de Referência do
SAEB. Devido ser uma metodologia, fundamenta-se em fatos e dados. Não se
baseia em hipóteses. Nesse sentido, coletam-se os dados para serem analisados e
revistos.
A equipe atua com o objetivo de manter ou aumentar os valores que estão em
baixa e manter os que estão em alta. Os que estão em baixa informar a equipe,
principalmente, os professores que estão à frente desse processo com os alunos
Esse procedimento contribuem para o resultado do IDEB.
Vários são os fatores que colaboram para o aumento do índice. Entre eles,
está a participação maciça dos alunos na avaliação, o acompanhamento individual
para os alunos com maiores dificuldades, o trabalho em equipe, a participação nas
reuniões com a gestora, com a coordenadora pedagógica, o índice de abandono, ou
seja, o fluxo escolar. Nessa escola o fluxo escolar é zero. Por isso, a escola
monitora o potencial de abandono. Uma nota padronizada é uma nota do fluxo
escolar, que vai acarretar no índice da escola.
75
Esse é um processo dinâmico que acontece na escola, constantemente, e
anualmente. Além dos esclarecimentos repassados verbalmente, a assessora
pedagógica exibe vídeo sobre a importância da avaliação, os procedimentos, as
normas e os dados anteriores da ADE.
Sobre os procedimentos relativos à Prova Brasil, designadamente no que se
refere ao IDEB, a assessora expôs a importância em alcançar a meta para uma nota
maior. Visando dirimir as dúvidas de alguns, quanto à meta, ela esclareceu que para
se alcançar êxito em uma atividade, às vezes é trabalhoso e cansativo, mas, os
resultados obtidos são cada vez mais positivos para a escola.
Um relato importante da coordenadora pedagógica em relação à taxa de
aprovação interna da escola foi de 95%. Por isso, que os conteúdos da avaliação
interna devem ser do ano corrente. A coordenadora pedagógica cita um exemplo:
“não podemos avaliar um aluno do 4° Ano com conteúdos de 2° Ano. Por isso, que a
taxa da escola fica abaixo, ou seja, a nota padronizada é diferente da taxa de
aprovação. Que é o indicativo de fluxo da escola”. O IDEB utiliza a nota padronizada
para obter resultados.
O gráfico apresentado pela assessora pedagógica de alunos ausentes e
presentes foi bastante significativo. Nessa avaliação, foi um total de 03 alunos
ausentes de 89 que deveriam participar. Esse é um fato que a coordenadora
pedagógica e a assessora pedagógica parabenizaram o comprometimento dos
professores e o monitoramento dos alunos em sala de aula. Quando o aluno falta
por mais de 2 dias, a escola entra em contato com o responsável para saber o
motivo da ausência do aluno. Abaixo apresentamos as tabelas com os dados dos
alunos presentes e ausentes, assim como, os totais de erros e acertos na avaliação
da ADE de 2016.
Apresentamos a Tabela 5 com os números de participação de alunos na
avaliação da ADE 2016.
Tabela 5: Números de participação de alunos na avaliação da ADE 2016
Total de alunos
Séries
Presentes
Ausentes
89
3° e 4° Anos
86
3
Fonte: Acervo da Escola (2016).
76
Apresentamos a Tabela 6 com os acertos da disciplina de Matemática. A
avaliação foi realizada nos 3° e 4° Anos em 2016.
Tabela 6: Desempenhos dos alunos de 3º e de 4º Anos da Escola na ADE realizada
em 2016
Acertos
Séries Matemática
3ª 67.78
4ª 46.4
Fonte: Acervo da Escola (2016).
Nesses resultados, não se alcançou a média do município, que seriam 5 no 4ª
ano de Matemática. Apresentamos na Tabela 7 os desempenhos dos alunos de 3º e
de 4º Anos da Escola na ADE.
Tabela 7. Desempenhos dos alunos de 3º e de 4º Anos da Escola na ADE realizada
em 2016 no componente curricular de Matemática
Relação de acertos por questões
Turma %
3°ano A 7.86 %
3° ano B 8.25 %
4° ano A 5.49 %
4° ano B 5.32 %
Fonte: Acervo da Escola (2016).
A maior nota refere-se ao 3° Ano B do turno matutino. Nenhum 4° Ano
alcançou 6%. A coordenadora pedagógica e a assessora pedagógica mostraram-se
preocupadas com os resultados, mas, principalmente, com os resultados de
Matemática. Sendo assim, junto com a professora de Matemática, irão verificar quais
dificuldades os alunos estão enfrentando. Principalmente, aqueles alunos com
deficiências intelectuais e o aluno com o diagnóstico de Transtornos do Espectro
Autista.
O aluno com Transtornos do Espectro Autista não possue atendimento
educacional especializado para acompanhá-lo. Somente no dia da prova da ADE
77
que a mediadora participa na leitura. A inclusão existe, porém a necessidade cada
vez mais presente do profissional especializado se faz necessária na escola.
A assistência para os alunos são os Centros Municipais
Sociopsicopedagógicos – CEMASPs. Os alunos são encaminhados pela escola e os
profissionais realizam os atendimentos, levando em consideração as necessidades e
as queixas identificadas.
Em se tratando dos descritores do 4° Ano, a coordenadora pedagógica e a
assessora pedagógica apresentam a classificação dos índices. A seguir a Tabela 8
refere-se aos resultados da classificação dos blocos de Descritores das Matrizes de
Referência do SAEB/Matemática.
Tabela 8. Blocos de Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática Tema Grandezas e Medidas, para o 5º. Ano - Tema Grandezas e Medidas, resultados ADE de 2016
Descritores 4º/5º
EF
Classificação
Estimar a medida de grandezas utilizando unidades de medida convencionais ou não. D6 Muito ruim
Resolver problemas significativos utilizando unidades de medida padronizadas como
km/m/cm/mm, kg/g/mg, l/ml.
D7
Muito ruim
Estabelecer relações entre unidades de medida de tempo. D8 Muito ruim
Estabelecer relações entre o horário de início e término e/ou o intervalo da duração de um
evento ou acontecimento.
D9
Muito ruim
Num problema, estabelecer trocas entre cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro
em função de seus valores.
D10
Muito ruim
Resolver problema envolvendo o cálculo do perímetro de figuras planas, desenhadas em
malhas quadriculadas.
D11
Muito ruim
Resolver problema envolvendo o cálculo ou a estimativa de áreas de figuras planas,
desenhadas em malhas quadriculadas.
D12
Muito ruim
Fonte: Pesquisadora (2018).
A seguir a Tabela 9 apresenta o resultado da classificação de Descritor D 18
das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática.
Tabela 9. Descritor das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática – Tema
Números e Operações/Álgebra e Funções, para o 5º. Ano da ADE de 2016
Descritores 4 º/5 º EF Classificação
Calcular o resultado de uma multiplicação ou divisão de números naturais
D18
Baixa
Fonte: Pesquisadora (2018).
78
No término da reunião ao entrevistar a coordenadora pedagógica sobre os
resultados da ADE, a mesma ressalta a necessidade de rever os descritores com
classificação muito ruim e baixa com a professora e os alunos. Segundo ela, os
descritores serão revistos com a professora, através de atividades em sala de aula,
na avaliação interna e dos simulados, sendo discutidos novamente. Entretanto, uma
das maiores dificuldades encontra-se no ato de ler. Sendo assim, a leitura precisa
ser aprofundada.
A coordenadora pedagógica relata que as dificuldades estão principalmente
na interpretação dos enunciados. À vista disso, as dificuldades em interpretar as
questões de problemas matemáticos dependem da qualidade da leitura. Uma
estratégia é encaminhar os alunos com dificuldades para a aula de reforço
promovendo e intensificando o hábito da leitura.
Para a Prova Brasil, faz-se necessário verificar quais os descritores que os
alunos apresentam maiores dificuldades, revisar as edições anteriores da Prova
Brasil, da ADE e executar exercícios e esclarecimentos para os alunos que
envolvam os descritores. O ano de 2017 foi ano de Prova Brasil. Sendo assim, foram
aplicadas três avaliaçoes da ADE nos 5° anos. Considerando que os alunos do 3°
ano participarão da Prova Brasil em 2019, por isso, desde 2017 participam das
atividades da ADE.
Em virtude da edição da Prova Brasil em 2017, foram intensificados os
acompanhamentos nos 5° anos. Haja vista que, os cadernos da ADE possuem 16
tipos e cinco níveis para ser avaliado. Na Tabela 10 apresentamos os cinco níveis
de avaliação da ADE.
Tabela 10: Os níveis de avaliação da ADE:
1. Difícil
2. Fácil
3. Moderado
4. Muito difícil
5. Muito fácil
Fonte: Pesquisadora (2018).
Em 2016 as turmas que se encontravam nos 4° anos obteveram 50% no nível
muito difícil.
Outra questão debatida foi o apoio da família, da importância dessa parceria
para o acompanhamento e o aprendizado do aluno. Conforme relatos, nem sempre
os responsáveis participam de reuniões e apoio pedagógico ao aluno.
79
Os professores e a coordenadora pedagógica ressaltaram a relevância do
envolvimento de todos nas Avaliações Externas.
Conforme relato da coordenadora pedagógica, as professoras percebem a
importância do trabalho interdisciplinar e de novas estratégias na preparação da
Avaliação Externa. No entanto, no início da implementação da ADE houve
resistências por parte dos professores. Para eles, seria mais um instrumento para
ser aplicado no horário escolar. Hoje, concebem a ADE de modo positivo e
lamentam o fato da avaliação não ser aplicada em todas as séries.
No ponto de vista da coordenadora pedagógica e da professora, o ideal seria
iniciar na Educação Infantil. Os alunos estariam mais preparados e familiarizados
com o formato da Prova. Haja vista que a Avaliação externa não faz parte da rotina
dos alunos.
A reunião pedagógica foi bastante produtiva. Os assuntos foram tratados em
prol da melhoria das notas da ADE e consequentemente da Prova Brasil. Todavia,
esses momentos são também espaço de discussão e reflexão.
A reunião pedagógica foi marcada antecipadamente, seguindo a agenda da
escola, elaborada pela gestora e a coordenadora pedagógica. Nesses encontros são
dados os retornos das demandas pedagógicas e administrativas, que muitas vezes
não são prioritárias para o trabalho pedagógico. Contudo, o trabalho em equipe deve
ser valorizado para o sucesso da escola e dos alunos. Os alunos fazem parte desse
processo, eles percebem o ambiente e tudo que os rodeiam. Cada pessoa
representa uma parcela do resultado final nesse trabalho.
O papel do coordenador pedagógico é essencial. Além da reflexão da prática,
devem ser priorizadas as trocas de experiências e ideias dos professores para
desenvolver as melhores estratégias visando o alcance dos objetivos propostos para
cada turma.
Esse procedimento serve de base para verificar as dificuldades de cada
aluno, elaborar novas estratégias, rever as questões dos simulados, encaminhar
para aula de reforço e auxiliar nas dificuldades dos alunos.
A coordenadora pedagógica recebe suporte da administração municipal que
trabalha em conjunto com o Instituto Áquila contratado pela Prefeitura de Manaus,
via SEMED. O suporte dos assessores pedagógicos consiste nas tabulações das
80
questões da ADE, reuniões devolutivas da ADE, elaboração de simulados, aplicação
de simulados e assessoramento pedagógico direto nas escolas.
O assessoramento consiste em reforçar as orientações em torno das
atividades que serão desenvolvidas pela escola, objetivando a aprendizagem,
alfabetização e o êxito nos resultados na Prova Brasil.
A SEMED ainda dispõe de assessores pedagógicos que fazem parte da
GIDE6, as ações da GIDE nas escolas consistem em realizar a avaliação do Radm7
nos bimestres. O intuito é obter resultados satisfatórios na Prova Brasil.
O objetivo é utilizar a metodologia, para isso, temos reunião da GIDE no 2º semestre, mas estamos sempre nos reunindo com a gestora e professores para planejamento e execução da Prova Brasil e o fazer pedagógico. O planejamento acontece nos encontros pedagógicos no início do ano. Temos datas focadas para formação dos pedagogos, antes era focada somente para os professores (CP).
De modo geral, a análise da ADE permite a reflexão da equipe pedagógica
em torno dos resultados para a ampliação e busca de conhecimentos profissionais.
e) Relato da Professora (P): Atividades de formação com foco no Prova Brasil,
ou de modo mais geral, com foco nas avaliações externas de desempenho
escolar
Em relação às Atividades de formação com foco no Prova Brasil, ou de modo
mais geral, com foco nas avaliações externas de desempenho escolar a professora
informou:
Existem as formações, os workshops, as oficinas e cursos proporcionados pela SEMED, que são oferecidos pelas DDZs (P).
No ano passado foram duas formações e este ano aconteceram três formações para revisão de conhecimentos e de práticas em relação aos conteúdos curriculares de Matemática e Língua Portuguesa(P).
De acordo com a professora são selecionados os descritores que estão
sempre presentes na Prova Brasil. Ela salientou, ainda, não existir informações
anteriores sobre o conteúdo que é ministrado nos cursos de formação continuada
sobre os descritores. Nos dois primeiros cursos o foco estava nas informações sobre
6 Gestão Integrada da Educação – Avançada (Gide-Avançada). A Gide-Avançada baseia sua
metodologia no método científico PDCA (sigla em inglês para Plan, Do, Check and Act, que em tradução livre significa Planejar, Executar, Verificar e Agir). 7 Relatório de Análise de Desvio de Metas - Radm
81
o caderno da prova e os questionários. Desse modo, são utilizadas as edições
anteriores para os participantes se familiarizarem com os modelos. Em relação ao
questionário são vistas as questões em que tratam a formação profissional, as
práticas pedagógicas, o nível socioeconômico e cultural, os estilos de lideranças e
formas de gestão que são aplicados aos professores e aos gestores.
Nas formações posteriores foram abordados: organização da prova. Sendo
assim, os tipos de caderno, o tempo estabelecido para a realização das provas de
2h30 minutos e o total de itens de cada discipina.
As diferenças nos cursos quando se trata dos componentes curriculares de
Matemática estão nos blocos de descritores. Elas não informaram quantas
atividades foram realizadas dos itens dos descritores na formação.
No entanto, a professora específica que os descritores D17. D18, D19 e D20
que envolvem cálculos com diferentes operações aritméticas são os mais
abordados. As práticas utilizadas na formação são exercícios práticos envolvendo os
descritores individuais ou em equipe e manuseios dos cadernos para
esclarecimentos de quaisquer dúvidas.
A Divisão Distrital Zona Sul da qual a Escola faz parte, promoveu no início do
primeiro semestre letivo de 2016 um workshop intitulado “Prova Brasil: práticas
pedagógicas do chão da escola para o avanço dos resultados do IDEB na Zona Sul
de Manaus”. Tanto a gestora, a coordenadora pedagógica e a professora
participaram do curso. Com o intuito de conhecer as atividades direcionadas à Prova
Brasil, solicitamos autorização para participar do evento.
Assim, foi necessário contactar a DDZ para ser autorizada a participar do
evento e da oficina. Uma vez que, o workshop era direcionado para as escolas.
No entanto, devemos preservar a ética e a confiança dos participantes da
pesquisa. Creswell (2010), salienta que a questão ética numa relação de confiança
que se constitui entre o pesquisador e os participantes da pesquisa, primeiramente
que “a ideia básica da pesquisa de ação/participatória é que o investigador não
marginalize ou incapacite ainda mais os participantes do estudo”.
Foi uma experiência bastante gratificante. Estávamos acompanhando a
equipe pedagógica da escola a qual estava realizando a pesquisa. Além de
conhecer as atividades de formação com foco no Prova Brasil. Nada mais
gratificante para o pesquisador está inserido no ambiente natural.
82
O encontro proporcionou debates sobre os conteúdos exigidos na avaliação
externa, promoveu o entendimento da metodologia de formulação dos itens, pois
trataram de metodologias específicas de leitura e da resolução de problemas e
promoveram o entendimento dos resultados. Permitindo assim, situar a escola no
processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos de Língua Portuguesa e
Matemática.
Em tese, são atividades pertinentes, para as ações futuras o coordenador
pedagógico mediar o contato dos professores com a Prova Brasil. O intuito das
atividades era proporcionar informações, conhecimentos, preparação para a atuação
junto aos profissionais, especificamente, no tratamento de assuntos relacionados
com avaliações externas em larga escala da Educação Básica, bem como sobre a
Prova Brasil.
3.1.3 Passos da Pesquisa – Fase 2 - Destaque dos pontos positivos e negativos na
formação para a promoção do contato dos professores da escola com a Prova Brasil
e com as Matrizes de Referência do SAEB/Prova Brasil
a) Percepção da Gestora (G)
Os cursos de capacitação do Programa de Educação Continuada da
SEMED possibilitam outra visão para os professores. Os cursos contribuem para o professor responder e saber qual a meta que o órgão deseja alcançar. Para conhecer o Sistema da Prova. Eles precisam estar bem preparados para poder desenvolver essa metodologia (G).
O engajamento da equipe que avalia os dados é outro ponto positivo, sendo
fundamental para se conhecer a potencialidade e as dificuldades dos alunos de
acordo com a gestora:
De posse dos resultados, a coordenadora pedagógica, a assessora pedagógica da SEMED e os professores avaliam as estratégias necessárias para potencializar e ajudar nas dificuldades relacionadas às Matrizes de Referências que compõem a Prova Brasil (G).
Outros pontos positivos relatados pela gestora são as reuniões de pais.
Novamente percebemos a importância na fala da G do engajamento dos pais na
educação dos filhos.
A Avaliação Externa, como a ADE que são realizadas nas 3°, 4° e 5° Anos,
tiveram destaque na fala da gestora. Considerando um instrumento bastante
83
promissor. Assim, como a formação continuada. Segundo ela, estão vinculadas à
qualidade do ensino e da aprendizagem.
Em se tratando dos pontos negativos a gestora mencionou que: “Sempre a
questão do tempo. A jornada pedagógica seria de uma semana e se realiza em dois
dias. Assim não dá para planejar direito. Ter mais formação e professor de apoio
para ficar no contraturno” (G).
b) Percepção da Coordenadora Pedagógica (CP)
Destaque dos pontos positivos e negativos na formação para a promoção do
contato dos professores da escola com a Prova Brasil e com as Matrizes de
Referência do SAEB/Prova Brasil
Como ponto positivo a qualificação profissional originou um novo olhar sobre
a concepção e percepção dos profissionais da Educação:
Entendemos que a formação para a promoção do contato dos professores das escolas com os resultados da Prova Brasil são pensadas de modo a possibilitar um melhor desempenho metodológico dos professores em sala de aula, pois esses docentes precisam repensar suas práxis pedagógicas de modo a atender as necessidades dos discentes em suas dificuldades de aprendizagem, a fim de poder contribuir com o processo educativo, pois acreditamos que a formação inicial do docente, por si só não basta. A formação continuada no contexto escolar possui relevância, aja vista que fomenta questões que norteiam as dúvidas individuais e grupais (CP).
Ainda, a respeito dos pontos positivos segue relato da CP expressam:
Não..., com certeza, essas formações são muito plausíveis e são muito importantes sim, porque o pedagogo deve estar a par de todo esse procedimento para poder orientar o professor. Então, essas formações são importantes sim, porque ajudam o professor a trabalhar aquelas matrizes dentro da sala de aula. Logo no inicio quando foi implantada, a gente viu que os professores tinham muitas dificuldades. E nós os pedagogos também. Então, a gente tem que buscar, tem que se aprofundar para orientar os professores. Nos poucos tempos que nós temos no planejamento, que é o dia que a gente pode reunir todos os professores, a gente dá essas informações. E a própria SEMED ela já nos deu CD com resoluções com atividades, pautadas nas matrizes da Prova Brasil e da ADE. E todos os professores receberam esses CDs. Porque hoje, não tem mais aquelas provas marque o que você entendeu, é muito mais. Fazer interpretação. Desde as provas internas do bimestre, os professores trabalham durante o semestre assim, como a Prova Brasil (CP).
A CP relata que as reuniões pedagógicas sobre os descritores são pontos
importantes e positivos para compartilhar com a professora. Entretanto, conforme a
CP na maioria das vezes, as informações são meramente reproduzidas. Não
84
existindo o aprofundamento das resoluções dos problemas matemáticos. Desse
modo, entendemos que as formações são os repasses de informações para os
professores. Não percebemos as apropriações dessas formações nas atribuições de
novos significados dos conteúdos matemáticos, que pudessem contribuir com a
aprendizagem dos alunos.
Outras informações passadas pela DDz são as disponibilidades de CD como
recurso. Os CDs contêm exercícios das edições anteriores da Prova Brasil e da
ADE. O Objetivo é utilizar como exercícios em sala de aula, formular questões para
os simulados e para a avaliação interna. Todas as atividades seguem o modelo de
aplicação da Prova Brasil. Inclusive a avaliação interna. Dessa forma, as questões
possuem itens de múltipla escolha, resposta múltipla com afirmativas para serem
analisadas como falsa ou verdadeira e logo após o aluno escolherá a alternativa que
corresponde ao resultado da análise efetuada conforme seu entendimento.
c) A seguir a concepção da coordenadora pedagógica (CP) em relação aos
pontos negativos:
Para a CP as principais dificuldades estão em realizar os cursos em dias
letivos. Para os professores, ausentarem-se das aulas, causa prejuízo para os
alunos e atrasos nos conteúdos. Por isso, quando foram implementadas as
formações, os professores tiveram resistência para realizarem os cursos.
Ela destaca ainda, que o período das reuniões pedagógicas não são
suficientes para as pautas elaboradas. Outro aspecto mencionado foi em relação às
atribuições da professora no decorrer dos semestres, ela explica:
“A professsora elabora as provas internas, participa das reuniões
pedagógicas, dos cursos de formação, dos simulados, das reuniões de pais e as
demandas que ocorrerem, ficando sobrecarregada” (CP).
Outro aspecto considerado negativo que gerou conflito, segundo a
coordenadora pedagógica, relacionou-se aos professores da Educação Infantil. Uma
vez que somente os professores do Ensino Fundamental eram contemplados com o
14° ou 15° salários conforme o resultado IDEB.
Conforme o entendimento da coordenadora pedagógica existe um trabalho
anterior dos professores da Educação Infantil, responsáveis pelos conhecimentos
que fundamentam as séries seguintes. Esse aspecto foi revisto pela SEMED. Diante
85
disso, a partir de 2016 os professores da Educação Infantil foram incluidos na
bonificação. Essa decisão está pautada na legislação.
O pagamento do benefício está previsto na Lei Municipal 1.627/ 2011, e é
regulamentada pelo decreto 1497/2012, que versa sobre o „Prêmio de Incentivo ao
Cumprimento de Metas do Ensino Fundamental‟, instituído no âmbito da Rede
Pública Municipal de Ensino. Sendo agraciada com o 14º as escolas de Anos Iniciais
(1º ao 5º ano) que atingiram notas iguais ou superiores a 6,2; e 15º as que
alcançaram a partir de 7,5. O anos Finais (6º ao 9º ano), terão 14º somente se
atingirem nota a partir de 5,2 e 15º a partir de 6,5.
De acordo com o relato da coordenadora pedagógica, o sucesso para a
aprendizagem e seus subsídios para a Prova Brasil começam na base. Nesse
sentido, os profissionais da Educação Infantil deveriam também receber a
bonificação.
Podemos perceber que os incentivos refletem na motivação por parte da
equipe pedagógica e, principalmente, no aprendizado dos alunos. Uma vez que os
professores se dedicam muito mais, a fim de receberem a bonificação.
Todavia, o comportamento da equipe pedagógica em relação ao desempenho
para elevar o índice da Prova Brasil, deverá estar atrelada aos conhecimentos
profissionais e não a bonificação.
Levando em consideração os profissionais da educação, especificamente
nesse caso, os professores da Escola quanto à bonificação recebida, quando se
trata dos resultados do índice do IDEB, questionamos se essa forma de gratificação
influencia na efetivação de um comportamento ou se assegura a presença de uma
aprendizagem dos alunos.
Realizando uma análise crítica, a bonificação é um fator motivacional ou uma
conveniência para os profissionais da educação da Rede Municipal? Conforme
relatos anteriores, nas falas das entrevistadas, denota-se que existe tanto interesse
no aprendizado dos alunos, como no ganho da bonificação.
A CP considera imprescindível nestas ações de formação continuada o papel
do pedagogo. Conforme relato, ele é muito importante na escola. É esse profissional
que realiza as mediações com o professor.
No seu ponto de vista, os colegas de trabalho demonstram comprometimento
com a Prova Brasil. As metas traçadas no planejamento do Pró-IDEB (ANEXO C)
86
em relação ao tempo integral para os alunos com dificuldades no aprendizado,
reunião com os pais, aplicação de simulados e conteúdos relativos a Prova Brasil
receberam devolutivas exitosas. Conforme a CP as evidências são decorentes das
notas das avaliações internas, externas e o aumento da nota do IDEB de 2017.
d) Percepção da Professora (P)
Destaque dos pontos positivos e negativos na formação para a promoção do
contato dos professores da escola com a Prova Brasil e com as Matrizes de
Referência do SAEB/Prova Brasil
A professora declarou que considera positivo conhecer:
A elaboração da Prova Brasil, tomar conhecimento das Matrizes de Referencias para se trabalhar em sala de aula com os descritores que serão cobrados. Acho positivo conhecer como são formuladas as questões que depois irão direcionar para os tipos de atividades que vamos cobrar dos alunos, principalmente relacionados ao cotidiano das crianças. A prova Brasil tem essa característica, as questões se aproximarem do cotidiano do aluno (P).
As afirmativas da professora nos possibilita verificar a influência do
conhecimento da Prova Brasil na prática em sala de aula. Segundo ela, essa
compreensão é importante para organizar as ações pedagógicas, formular as
questões das avaliações internas e dos exercícios para aos alunos. A professora
relata que considera as ações da Coordenadora Pedagógica positivas ao
compartilhar conhecimentos obtidos nas reuniões pedagógicas da DDZ.
No seu ponto de vista, a coordenadora pedagógica atua como mediadora na
aquisição de novos conhecimentos da Prova Brasil. Dado que, nas formações
específicas sobre descritores que a Coordenadora Pedagógica participa, são
repassados na sequência para os professores. Segue fragmento da professora a
esse aspecto. “A coordenadora passa pra gente tudo que ela aprendeu na
formação”(P).
As formações são importantes para o conhecimento dos profissionais, no
entanto, percebemos que não são suficientes para o contato da promoção da Prova
Brasil com os professores. Na tabela 11 apresentamos os destaques da escola.
87
Tabela 11: Síntese dos pontos positivos e negativos na formação dos professores da
escola em relação à Prova Brasil
Pontos positivos Pontos negativos
G Capacitação do Programa de
Ed. Continuada SEMED;
Engajamento da equipe;
Reuniões de pais e ADE.
• A jornada pedagógica seria de
uma semana e se realiza em dois dias.
CP Formação Continuada;
Qualificação Profissional.
Cursos de formação realizados em dias letivos;
Período de reuniões pedagógicas são
insuficientes;
Atribuições da professora nos semestres
(sobrecarregada) para participar dos cursos nos
dias letivos.
P Formação Continuada (conhecer
descritores);
Formação Continuada
(repasse da CP).
Informações sobre Curso de
formação são insuficientes
As formações são em dias letivos.
Fonte: Pesquisadora (2018).
3. 4 Passos da Pesquisa – Fase 3 – Planejamento das ações que estejam
relacionadas com a apresentação e discussão de temas relacionados com a Prova
Brasil e as avaliações externas do desempenho escolar
a) Relato da Gestora (G):
Em relação ao planejamento das ações que estão relacionadas à Prova Brasil,
a gestora relatou o seguinte:
No início do ano o Diretor faz o Plano Anual de trabalho (ANEXO D). Nesse plano se determina as atividades que serão realizadas no ano. No plano são elaborados os procedimentos educativos e os recursos utilizados em relação aos conteúdos dos blocos da Matriz de Referência de Língua Portuguesa e Matemática(G). Faço o Plano com a coordenadora pedagógica. E, depois com a equipe pedagógica ou com o apoio da DDZ, fazemos todas as modificações que não deram certo no ano anterior (G).
Os planejamentos também são compartilhados com a DDZ. Segundo a G a
finalidade é realizarem em conjunto as atividades para elevar o índice do IDEB e
contribuirem com o aprendizado do aluno.
A G esclarece que a CP em reunões com a P discute as práticas das tarefas
que visam às atividades que serão exploradas na sala de aula sobre os descritores,
principalmente, após os resultados da ADE, a fim de abordarem as maiores
dificuldades dos alunos em relação aos descritores apontados na ADE.
88
Esse planejamento começa no ano anterior ao da Prova Brasil. Dessa forma,
os alunos dos 4° e dos 5° Anos estão sendo acompanhados em suas limitações e
dificuldades em aulas de reforço. Principalmente, os alunos dos 5° anos, que
participam da Prova Brasil.
O planejamento acontece no ano anterior, quando são realizadas reuniões
prévias com a coordenadora pedagógica e todos os professores para discutirem as
estratégias utilizadas no ano posterior. Desse modo, na primeira semana do retorno
às aulas, a gestora, a coordenadora pedagógica e os professores fazem a primeira
reunião pedagógica.
A gestora ressalta que o trabalho em equipe é essencial para o sucesso das
Avaliações Externas. Várias sugestões são propostas para melhoria do aprendizado
dos alunos. Entretanto, os simulados e aplicação da ADE são prioridades na
efetivação da aplicação com os alunos dos 3°, 4° e 5° Anos.
O reforço acontece na escola no contraturno. Cada professor indica os
alunos, ou a família solicita o apoio para a criança. Foi proposto para a professora
readaptada, responsável pela sala de tecnologia, realizar o reforço. A professora é
formada em Normal Superior. A mesma dispõe de tempo mais flexível para trabalhar
o reforço com os alunos, pois não está mais em sala de aula. No ano da Prova Brasil
o reforço é intensificado.
Para isso, faz-se o levantamento para saber quem são os alunos com
maiores dificuldades. A escola faz o levantamento e direciona os alunos para o
reforço. Sendo as atividades realizadas em forma de exercícios tanto de Língua
portuguesa, como de Matemática com a professora readaptada e a coordenadora. A
CP fica responsável pelos alunos que apresentam o Transtorno do Desenvolvimento
Intelectual. Entretanto, o foco principal é a leitura. O objetivo é ampliar o
conhecimento, a prática da leitura para elevar o vocabulário, ajudar na construção
textual, na interpretação e estimular o hábito de ler.
Devido à prioridade na leitura, os conteúdos dispostos das Matrizes de
Referências dos componentes curriculares de Matemática são realizados com
menos intensidade.
89
b) Relato da Coordenadora Pedagógica (CP)
Em relação ao planejamento das ações que estão relacionadas à Prova Brasil
Em se tratando do planejamento, a escola possui uma agenda das aulas de
reforço, das avaliações internas e dos simulados. A SEMED repassa a agenda da
ADE.
Em relação ao planejamento das ações relacionadas com a apresentação e
discussão de temas relacionados com a Prova Brasil, as DDZs organizam os cursos
relativos aos descritores, encaminha o convite para a Escola que informa os
professores.
Referente à Prova Brasil os conteúdos são abordados nas reuniões
pedagógicas com a DDZ com os pedagogos. Os coordenadores também participam
de formação, mas os assuntos são diversificados, tratando temas como drogas,
violências doméstica, gravidez na adolescência, agressividade entre outros.
A avaliação interna faz parte das ações envolvendo os conteúdos da
avaliação externa. A cooordenadora pedagógica cita o procedimento desenvolvido:
“As professoras elaboraram as provas internas e passam para eu verificar se
estão dentro do que foi estabelecido sobre os descritores. Após o aval, elas aplicam
as provas” (CP).
Tais procedimentos são relevantes para o acompanhamento dos
conhecimentos profissionais da coordenadora. Para isso o planejamento necessita
estar em consonância com todos.
Em relação ao planejamento Calazans (apud PENTEADO, 2001, p. 17) afirma
que, nas últimas décadas o planejamento possui um caráter autoritário e
manipulador. O outro caráter explicitado é o pedagógico. Planeja as ações que vão
"desembocar" na sala de aula, na prática do professor e do aluno.
O Planejamento de Ensino é um dos elementos que compõe o dia a dia da
escola. Desse modo, concordamos com Libâneo (2005), que comenta sobre o
planejamento escolar ou planejamento da escola, de acordo com a atividade de
previsão da ação a ser realizada, implicando na definição de necessidades a atender
os objetivos. O planejamento envolve processos de organização das ações das
metas educacionais. Assim, fica claro que todos os objetivos da escola necessitam
de planejamento prévio e, que, necessita ser pensado de acordo com as
necessidades e a realidade do ambiente em que ele está sendo construído.
90
c) Relato da Professora (P) Em relação ao planejamento das ações que estão
relacionadas à Prova Brasil
As informações sobre a formação e sobre quais grupos de descritores não
são repassados para os professores com antecedência, conforme a P seria
importante conhecer antes o conteúdo a ser debatido. Dessa forma, o professor
poderia pontuar e sanar suas dúvidas, como esclarece:
Trabalhar exemplos com o professor, se informar como são cobrados os descritores. O que cada descritor aborda, mas trabalhar de modo prático. Como vai estar na prova com o seu aluno. Existem conteúdos que se repetem muito. Quais as possibilidades disso estar na prova? Como o aluno vai interpretar? Como você pode trabalhar em sala de aula cada descritor? Porque a gente precisa ter um direcionamento desses(P).
As dificuldades apontadas evidenciam a importância de formações mais
dinâmicas e explicativas. As formações não podem se apresentar de modo
conceitual, posto que o processo ensino-aprendizagem deve ser dinâmico e
esclarecedor. Para isso, trazemos a concepção de Almeida e Lima (2012),
especificando que os conhecimentos específicos aos conteúdos matemáticos e à
natureza da matemática necessitam que seja visto de forma agradável pelo
professor, relacionando particulares ou procedimentos com a matemática, conhecer
as razões e procedimentos quando utilizá-las. Para tal, o professor necessita
compreender a matemática de forma ampla, a paritr do aspecto histórico, da
importância do papel na sociedade e na formação do sujeito. (PIRES, 2002).
Ao questionar a professora sobre o que ela considera ser imprescindível
abordar na Prova Brasil, salientou como exemplo que na Língua Portuguesa deve-se
rever descritor por descritor, assim como na matemática.
Veja os descritores da matemática, existem conteúdos que sabemos que serão cobrados como, por exemplo: ordem de valor e lugar é fato, é cobrada, fração com certeza, sólidos geométricos, perímetros, hora com certeza. A gente precisa ter esse tipo de informação. Eu sei, decorrente dos anos que venho convivendo e sendo realizada a Prova Brasil (P).
A respeito do conhecimento matemático que o professor trabalha em sala de
aula, na concepção de Curi (2005), ressaltado por Almeida e Lima (2012),
representa um desafio para os programas de formações de professores.
Neste contexto, cabe questionar a professora sobre os instrumentos que ela
utiliza para executar as ações com os alunos. Referente a esse aspecto, ela informa
91
que a coordenadora pedagógica contribui com atividades complementares. Todavia,
quando ela não pode elaborar, ela mesma procura exemplos na internet, utiliza
jogos (jogo da tabuada, dominó, quadro de valor e lugar), material que ela constrói
para explicar a Resolução de Problemas Matemáticos, tanto para os blocos de
descritores das Matrizes de Referência, como para os conteúdos que fazem parte do
currículo.
d) Em relação às evidências para garantir que suas ações realmente causaram
efeitos
Na visão da professora, os momentos avaliativos são os retornos das
avaliações internas, externas e o IDEB. Essa mesma visão dos retornos são
compartilhadas pela CP1 em um de seus relatos. Abaixo o posicionamento da P.
Primeiro conversar com eles para saber o conhecimento deles em relação ao assunto. A partir do momento que eu sei o que eles conhecem, eu preparo as atividades mais completa e concreta. Depois passo para parte teórica. Por exemplo: se for realizar soma ou adição, uso material concreto para perceber se eles estão entendendo e se sabem trabalhar com reserva ou sem reserva, que cada número tem que estar na casa na sua ordem especifica. Unidade embaixo de unidade, dezena embaixo de dezena, se sabe fazer empréstimo, subir o número pra casa seguinte, depois disso usa-se o material concreto. Mas precisam conhecer os temos para entender. Os resultados eu tenho a partir dos momentos avaliativos, eles me mostram esse conhecimento (P).
Os resultados das avaliações externa e interna de cada escola são frutos de
conhecimentos profissionais e metodológicos da equipe pedagógica. Nos registros
de Silva; Muzardo; Maran e Dorta para (2010), sobre as ideias de Jacobsen e Mori
(2010), as ações da equipe pedagógica ressaltam o compromisso da escola.
Entretanto, carece de mais esclarecimentos sobre os descritores.
3.4.1. Passos da Pesquisa – Fase 3 - Planejamento e cronograma de ações
envolvendo fases, intervalo, etapas para o desenvolvimento das atividades curricular
e da Prova Brasil
Os planejamentos da Escola partem de uma ação coletiva. São elaborados
pela gestora em parceria com a DDZ e a coordenadora pedagógica. São traçadas as
metas para executar as atividades. Dentro de cada bimestre os conteúdos
selecionados devem contemplar o currículo. Os dias dos planejamentos acontecem
uma vez por mês. O reforço ocorre no contraturno as segundas, terças e quartas-
92
feiras. Os simulados e as ADEs são programados pela DDZ e executados no prazo
estabelecido.
Não existe uma agenda para o retorno da ADE. As avalições internas seguem
o cronograma da SEMED. Em relação às formações continuadas a professora
gostaria que fossem agendadas previamente.
Averiguando as funções para obter resultados satisfatórios na aprendizagem
dos alunos e o alcance da meta planejada para o IDEB, esse trabalho deverá
sempre ser realizado em parcerias.
É importante salientar que por mais que tenham funções diferenciadas no
ambiente escolar, a diretora e a coordenadora pedagógica estão à frente pela
manutenção de um desenvolvimento satisfatório das atividades escolares, da
formação continuada e as condições necessárias para que seja possível a o
processo ensino-aprendizagem.
a) Relato da Gestora (G)
Planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo, etapas para
o desenvolvimento das atividades curricular e da Prova Brasil
Nesse sentido, realizamos a entrevista com a gestora para conhecer o
planejamento referente a Prova Brasil, assim, ela salienta que uma agenda foi
organizada no ano anterior e, reprogramada de acordo com a necessidade no início
do semestre.
O dia do planejamento acontece uma vez por mês. E o dia de falar sobre a Prova Brasil também (G).
A distribuição do cronograma de ações envolvendo as fases, os intervalos das etapas para o desenvolvimento das atividades acontecem de acordo com a demanda da SEMED e da escola (G).
Para isso, a gestora envolve a coordenadora pedagógica e a DDZ,
considerando a importância dessa organização.
b) Relato da Coordenadora Pedagógica (CP)
Planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo, etapas para
o desenvolvimento das atividades curricular e da Prova Brasil
93
Em relação ao planejamento e o cronograma a CP tece considerações, sobre
a relevância dessas ações:
O Planejamento e cronograma de ações envolvendo o desenvolvimento das tarefas é diversificado, de acordo com as séries e as atividades (CP). No dia do planejamento que ocorre uma vez por mês, falamos sobre os descritores. Porém, se houver necessidade marcamos novo encontro. Esse dia não são exclusivos para comentar sobre a Prova Brasil (CP).
A CP declara que a professora possui autonomia para desenvolver atividades
e direcionar em sala de aula. Dessa forma, elas escolhem estratégias para contribuir
com o aprendizado do aluno. Nesse sentido, ela pontua: “A professora do 4°Ano
utiliza o método Kumon em algumas aulas. A escolha do método partiu dela. Não é
uma escolha exclusiva em relação aos descritores” (CP).
Ela complementa que, caso não tenha êxito, as professoras são orientadas a
introduzirem outras estratégias.
A professora do 4°Ano, a qual a coordenadora pedagógica se refere,
ministrou aulas em 2016. Em 2017, ela deu sequência com os alunos no 5°Ano.
Fato bastante significativo para a turma. Com o tempo, o professor passa a
conhecer as limitações e o desempenho de cada um. Estreitando também o laço de
relação com os alunos.
Para que as atividades sejam bem sucedidas é importante que sejam vistas
as evidências em relação às estratégias utilizadas. Segundo a CP as evidências
podem ser vistas nos resultados das avaliaçoes externas, nos simulados, na
avaliação interna e na nota do IDEB.
Conforme a CP, além de discutir os planejamentos com a gestora, como
forma de acompanhamento das atividades, passa nas salas e verifica o andamento
das aulas dos professores. Não existe um tempo determinado para ficar na sala,
geralmente ela entra, observa a aula, faz anotações e segue para outras salas. A
frequência do acompanhamento varia de acordo com a disponibilidade da
coordenadora pedagógica, principalmente, após o bom dia da turma. Como afirma:
“Passo nas salas de aulas, mas, não existe uma agenda específica para as
observações. Geralmente é depois do bom dia”. CP.
A coordenadora pedagógica não interrompe a professora, os momentos de
discussão sobre as atividades, geralmente, são no dia do planejamento ou em
algum tempo livre da professora.
94
Lamentavelmente, conforme seu relato, ela não dispõe de tempo suficiente
para permanecer na sala. Por sua vez as atribuições da coordenadora são vastas, e
isso dificulta a supervisão.
Podemos comprovar suas observações em 2017. Dentre as doze (12) aulas
observadas, a CP realizou duas observações na sala de aula. Ela entrou, ficou perto
da porta observando por uns quinze minutos aproximadamente. Não realizou
nenhuma anotação nesses dias.
A Coordenadora pedagógica também elabora os simulados com os conteúdos
voltados para os descritores selecionados. Dessa maneira, ela presencia as aulas
para realizar ainda mais essa supervisão. A CP relatou que o acompanhamento das
aulas fornecem subsídios nos encontros no dia de planejamento.
Uma das finalidades em assistir à prática da professora, pauta nas divisões
dos conteúdos dos descritores. Então, elas separam os descritores de cada
bimestres e realizam atividades voltadas para os blocos de descritores selecionados.
Uma vez que os mesmo estão dispostos na proposta pedagógica.
Percebe-se que o planejamento e o cronograma fornecem para a CP um
retorno sobre atividades de discussão, de formação e de mediação com os
professores. Esse posicionamento nos leva a considerar que o papel do
coordenador pedagógico não se limita aos aspectos burocráticos ou está
direcionado somente na intervenção de pequenos problemas escolares.
As reuniões pedagógicas devem ser vistas como troca de experiências, de
saberes e com integração entre coordenador pedagógico e professores. Assim
como, o retorno das avaliações internas e externas. Viabilizando o conhecimento
das práticas dos professores e ao mesmo tempo, possuir o panorama do
aproveitamento dos alunos.
No ponto de vista da CP, a escola possui uma equipe pedagógica
comprometida. Conforme sua fala, tendo a participação de todos professores desde
os da Educação Infantil estão envolvidos para a melhoria da educação e não
somente os professores que ministram aula para os alunos que participam da Prova
Brasil.
A Prova Brasil ela é aplicada com os alunos do 5°ano, mas, a gente sempre deixa claro. Que o todo o sucesso não vai acontecer somente com os professores do 5°ano. Todos os professores, a partir da Educação Infantil tem que estar trabalhando esses alunos, para quando eles chegarem no 5°ano, eles já estejam com uma base para realizar a prova. Não é somente o professor do 5°ano que é o responsável. Os outros
95
também devem participar. Eu acho que essa consciência dos professores, de trabalhar desde a Educação Infantil faz com que a gente tenha um bom índice no IDEB (CP).
O objetivo é familiarizar os alunos com conteúdos das Matrizes de Referência
desde o 3° Ano, pois a Prova Brasil não é uma avaliação habitual para os alunos.
Além de realizar atividades com adição, multiplicação, subtração e divisão, são as
principais dificuldades, segundo a CP, que são enfrentadas pelos alunos nas
operações matemáticas.
Questionada sobre a influência do planejamento e cronograma de ações no
aumento do índice do IDEB, a CP salienta que: “A escola registrou aumentos em três
anos consecutivos (2011, 2013 e 2015). Quando a Escola atinge um IDEB maior que o
atual, os professsores recebem o décimos-quarto quando ultrapassa a meta o décimos-
quinto salários. Fator motivacional para a equipe pedagógica” (CP).
Em termos de análise, sobre o efeito da bonificação, pré-estabelecidas pela
Redes Estaduais e Municipais do Amazonas, oportuniza-nos refletir sobre a ação da
equipe pedagógica e o desempenho das proficiências dos alunos do 5º ano.
Essa bonificação seria adequada para provocar o aumento do IDEB das
escolas? O efeito da política de bonificação pode ser tanto favorável quanto
desfavorável, depende do comprometimento dos profissionais pelo ensino.
c) Relatos da Professora
Planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo, etapas para
o desenvolvimento das atividades curricular e da Prova Brasil
Em relação ao curso de formação continuada a professora informa:
”Nem sempre sabemos os dias das formações e o assunto a ser tratado.
Somos informadas, mas, não sabemos quais descritores serão visto” (P).
“O horário das formações atrapalham o dia letivo, ficamos fora de sala nesse
dia”( P).
A análise acima nos proporciona dizer que o planejamento escolar visa
organizar as ações da escola e influencia nas tomadas de decisões futuras. Nesse
caso, Libâneo (2001), argumenta, o planejamento é o documento mais completo
trazendo orientações gerais que resumem a articulação do Projeto Político
Pedagógico - PPP da unidade com os planos de ensino elaborados.
96
Conforme declarou a professora, as informações pertinentes à escola são
passadas previamente. Sendo que, existe um cronograma a seguir das atividades
propostas em relação à Prova Brasil.
Ela realiza, conforme relatos anteriores, as atividades que serão
concretizadas referentes aos conteúdos na Prova Brasil, seja em forma de
simulados, aplicação da ADE, de exercícios em sala de aula, nas aulas de reforço
escolar ou na avaliação externa e interna. No entanto, destacou novamente a
importância dos cursos de formação realizados pela SEMED obedecerem uma
programação. Um fato que incomoda a professora é participar dos cursos em dias
letivos.
Percebemos que essas atitudes e estratégias merecem atenção especial no
cenário educacional. Entretanto, devem ser bem planejadas para não interferir nas
práticas educacionais.
Denota-se que o êxito do planejamento, reflete nos principais resultados no
IDEB e a mediação para garantir o contato dos professores com a Prova Brasil,
sendo articulados a partir de intervenções pedagógicas.
Ao mesmo tempo, o papel de pesquisador nos impõe nessa tarefa o olhar
crítico. Permitindo-nos compreender o trabalho docente, com base em uma
perspectiva da ação pedagógica, através de uma abordagem interdisciplinar e
contextualizada, desenvolvendo uma prática centrada na articulação dos
conhecimentos profissionais.
Na tabela 12 apresentamos a síntese do planejamento e do cronograma de
ações envolvendo fases, intervalo, etapas para o desenvolvimento das atividades
curricular e da Prova Brasil
97
Tabela 12: Planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo,
etapas para o desenvolvimento das atividades curricular e da Prova Brasil
Atividades curricular Prova Brasil
G Plano com a CP e DDZ;
Planejamento uma vez por mês.
Agenda organizada no ano anterior e,
reprogramada de acordo com a necessidade no início do
semestre;
Demanda da SEMED;
Reuniões com a CP (práticas);
Planejamento começa no ano anterior a Prova
Brasil;
Os alunos dos 4°e dos 5°Anos participam da
ADE, simulado e aulas de reforço.
CP “A escola possui uma agenda das aulas de
reforço, das avaliações internas e dos
simulados. A SEMED repassa a agenda da
ADE”. CP
“O Planejamento e cronograma de ações é
diversificado, de acordo com as séries e as
atividades”.CP
Os planejamentos da Escola parte
de uma ação coletiva.
Planejamento (ADE, Simulados,
aulas de reforço, avaliação interna; cursos de formação);
Autonomia da professora;
DDZs organizam os cursos
relativos aos descritores;
Dificuldades dos alunos em
relação aos descritores (aplicação da ADE na
contribuição da Prova Brasil);
Reunião pedagógicas;
P Planejamento Curso de Formação;
Avaliação interna e externa,
simulados, aulas de reforço e ADE.
• Curso de Formação Continuada
“Conteúdos que sabemos que serão cobrados como, por
exemplo: ordem de valor e lugar é fato, é cobrada, fração
com certeza, sólidos geométricos, perímetros, hora com
certeza”. P.
Reuniões com a CP para repasse dos conteúdos
abordados nas reuniões pedagógicas sobre os descritores.
Fonte: Pesquisadora (2018).
3.4.2 Passos da Pesquisa - Fase 3 - Definição de agenda para a execução
posterior de observações e de registros de situações de mediação da coordenadora
(CP) com os professores
O objetivo dessa fase foi a definição de agenda para a execução posterior de
observações e de registros de situações de mediação dos coordenadores (CP) com
os professores da unidade escolar.
Dessa maneira, um roteiro foi estabelecido para obter informações sobre as
atividades da coordenadora junto à professora, especialmente no que concerne às
datas em que há planejamento de trabalho com os professores sobre temas
relacionados com a Prova Brasil, os resultados das avaliações externas e discussão
dos dados de desempenho dos alunos em Matemática da Prova Brasil.
O objetivo dessa agenda é para, posteriormente, identificar, descrever e
avaliar quais são as características do planejamento das situações de mediação
98
entre esses profissionais no que norteia as dimensões da Prova Brasil (resultados,
Matrizes de Referência, cálculo do IDEB, logística de aplicação da prova, etc.).
Abaixo descrevemos os planejamentos das ações referentes à Prova Brasil.
3.5 Passos da Pesquisa - Fase 04 - Observação das aulas ministradas pela
professora de matemática dos 5º anos
O objetivo dessa fase era a observação das aulas ministradas pelos
professores de matemática dos 5º anos, acompanhadas pela observação da
coordenadora pedagógica. Devido o acompanhamento de a CP ser casual,
encontramos dificuldades quanto ao acompanhamento da CP na sala da P.
Das doze aulas observadas, somente presenciamos duas vezes a presença
da coordenadora na sala de aula. Nesses dias, a coordenadora ficou observando
sem interferir na prática da professora. Permaneceu por quinze (15) minutos no
máximo e não fez nenhuma anotação. A coordenadora manteve-se neutra.
Os estímulos externos afetam a concentração dos alunos, comprometendo a
dinâmica da sala de aula. A observação no contexto escolar é uma ação importante,
mas requer cuidados para não comprometer a autonomia do professor. Esses
momentos podem auxiliar o professor a uma reflexão de sua práxis possibilitando
novas intervenções para melhoria do processo ensino-aprendizagem.
Para obtermos mais informações, um questionário (APÊNDICE D) foi
elaborado para conhecermos como transcorreram esses momentos de observação
com a professora por parte da coordenadora pedagógica.
A entrevista foi gravada em áudio e transcrita abaixo. Pautamos-nos na
Análise de Contéudo de Bardin (2010), em relação a análise das comunicações,
analisando o que é relatado nas entrevistas ou observado nas diferentes fontes de
conteúdos verbais ou não-verbais.
Não temos uma agenda com dias e período para ficar na sala. Passo geralmente pela manhã. Fico um tempo em uma sala, depois vou para outra. É muito difícil fazer esse acompanhamento, não temos tempo. A nossa agenda é lotada. As atividades adminstrativas (receber pai, organizar material, preparar festas comemorativas, atender Conselho Tutelar, atender alunos que passam mal e ver as demandas dos alunos), nos toma tempo (CP).
99
A coordenadora não soube precisar quantas observações realizou em 2017.
Declarou que os professores também passam com ela na coordenação quando
necessitam tirar dúvidas, rever planejamento, ou informar alternativas pedagógicas.
3.5.1 Passos da Pesquisa – Fase 4 - As práticas utilizadas pela professora se
mostraram coerentes com o que foi discutido com a CP. Destaque para os pontos de
coerência
a) Relato da Coordenadora Pedagógica (CP)
Ao ser questionada se as práticas discutidas em momentos de orientação são
coerentes com as práticas observadas nas aulas ministradas pela P com os alunos,
CP relatou:
Eu vejo que a professora é bem flexível, trabalha os conteúdos para que eles evoluam e todas as vezes que ela tem dificuldade, ela nos procura. Para que tenhamos êxito, é preciso que ela nos passe o feedback. E, ela nos informa quando o aluno não está conseguindo e progredindo. Esses alunos são selecionados e participam do Programa Novo Mais Educação da SEMED. Essa parceria conosco, faz com que dê certo em sala de aula. Os pontos de coerência estão entrelaçados com o que ficou acordado no início do ano. Sobretudo, na correção dos simulados precisam ser visto porque o aluno tirou uma pontuação baixa, alinhando para esses descritores. Ela tenta motivá-los, proporciona gincanas. As vezes usa de seu próprio recurso para adquirir algum material pedagógico. Essa parceira é importante, pois, ela poderia diante das dificuldades não tomar iniciativas e não realizar o que foi acordado, mas, a gente acertou uma coisa e ela tem feito (CP).
O Programa Novo Mais Educação foi idealizado em 2016 pelo MEC e em
2017 inicia sua implementação nas escolas do Brasil. Sua finalidade é favorecer a
alfabetização escolar, assim como aperfeiçoar a proficiência nas disciplinas de
Língua Portuguesa e Matemática, reduzir a evasão escolar e aumentar o período de
permanência dos alunos na escola, através de reforço escolar e atividades
complementares no contraturno escolar.
O Ministério da Educação - MEC estipulou critérios para a escola participar do
Programa. Entre eles, a unidade deverá pelo menos ter 50% dos estudantes como
beneficiários do programa Bolsa Família.
A SEMED em março de 2018 promoveu encontro para repassar orientações
sobre o funcionamento do programa e suas responsabilidades, tanto pedagógica,
como administrativo-financeiro para os articuladores.
O articulador junto com a escola fará a seleção dos alunos que participarão
do Projeto Novo Mais Educação, da formação das turmas, organizando os horários,
100
contratação dos mediadores e dos facilitadores, facilitando o diálogo entre
professores do Ensino Regular, pais ou responsáveis dos alunos.
A Escola participou em 2017 e a mediadora/professora foi selecionada pela
SEMED, estando à frente do Novo Mais Educação no contraturno com os alunos
que apresentam dificuldades de aprendizagem nos componentes de Língua
Portuguesa e Matemática. Essas disciplinas ainda continuam sendo consideradas as
mais difíceis na compreensão dos alunos.
A escola precisa de parceria para caminhar em prol do aprendizado dos
alunos e da Educação.
b) Relato da Coordenadora Pedagógica (CP)
Para conhecer melhor o processo de ensino e aprendizagem em vista da
nossa pesquisa analisamos os relatos da CP que expõe sua visão nesse contexto.
As práticas são resultados das necessidades percebidas pelos professores em relação a aprendizagem dos alunos. Os professores possuem autonomia para buscarem alternativas para facilitar o entendimento dos alunos. A Gincana é um exemplo citado pela coordenadora pedagógica, a iniciativa e a elaboração do projeto partiu da professora que ministra aulas para o 4º e 5º anos nos turno matutino e vespertino(CP).
O lúdico também foi citado pela coordenadora pedagógica como estratégia
pedagógica. Segundo ela, existe um diferencial nas aulas repetitivas e nas aulas
lúdicas. A participação e o interesse dos alunos são maiores. As gincanas são
relacionadas aos conteúdos das disciplinas.
O uso de jogos lúdicos como auxilio para o Ensino de Matemática que podem
ser utilizados em sala de aula, como uma estratégia de ensino para a aquisição de
conceitos matemáticos, facilita a proximidade do aluno com o conteúdo.
Ao analisar a fala da CP correlacionando o lúdico no favorecimento do ensino
de Matamática, remetemos-nos aos grupos de Descritores das Matrizes de
Referência do SAEB/Matemática – Tema Números e Operações/Álgebra e Funções,
para o 5º. Ano do Ensino Fundamental, introduzido nas brincadeiras que envolva
números e operações.
Para isso, o professor poderá explor as operações matemáticas nos jogos.
Diante disso, trazemos para essa discussão e compactuando com a percepção da
coordenadora pedagógica da importância de se utilizar o lúdico no auxílio do
aprendizado, desenvolvendo a criatividade, a habilidade e a competência na
101
utilização dos números naturais. As atividades lúdicas usadas como ferramenta no
processo de ensino-aprendizagem no ensino de Matemática deve ser explorada por
parte dos docentes. Para Brasil (2011), as brincadeiras em forma de jogos
colaboram na evolução do raciocínio lógico matemático, ajuda professores
resolverem de forma mais prática os problemas matemáticos considerados difíceis
para os alunos.
Na sala de aula não observamos nenhuma prática lúdica, pois as aulas
seguiam mais o modelo tradicional de transmissão de informações. Apesar do relato
da coordenadora pedagógica sobre o lúdico ser uma alternativa para o ensino e para
o favorecimento do desenvolvimento cognitivo.
Para Piaget (2011), o desenvolvimento cognitivo acontece através de estágios
que perpetua até a adolescência. Diante desses pressupostos, faz-se necessário
reconhecer os estágios de desenvolvimento e as limitações dos alunos para
introdução de novas práticas.
3.5.2 Passos da Pesquisa – Fase 4 - Existência de práticas utilizadas pela
professora que não foram previamente discutidas com a coordenadora pedagógica
A única prática utilizada pela professora, que não foi previamente discutida
com a coordenadora foi a utilização do método Kumom. As demais os professores
compartilharam com a coordenadora pedagógica as práticas utilizadas nas aulas.
“O Método Kumon foi uma iniciativa dela” disse a CP se referindo à
professora.
Compreendemos que não foi discutida a utilização do método com a
coordenadora, que não soube explicar o motivo da escolha da professora. Nesse
sentido subentende-se que os professores possuem autonomia para as escolhas de
práticas e estrtatégias para a contribuição e melhoria do aprendizado.
Na tabela 13 apresentamos a síntese das observações da CP nas aulas
ministradas pela professora de matemática dos 5º Anos e as práticas utilizadas pela
professora mostrando-se coerentes com o que foi discutido com a CP.
102
Tabela 13: Síntese das observações da CP das aulas ministradas pela professora
de matemática dos 5º Anos e as práticas utilizadas pela professora
Observações da CP das aulas da professora
Práticas utilizadas pela professora
Respostas da CP Respostas da CP
Acompanhamento da CP ( casual);
2 aulas observadas pela CP durante a pesquisa
(CP ficou observando sem interferir na prática da
professora. Permaneceu por 15 minutos no máximo e não
fez nenhuma anotação. A coordenadora manteve-se neutra;
“Não temos uma agenda com dias e período para ficar na
sala [....] É muito difícil fazer esse acompanhamento, não
temos tempo. [....] As atividades adminstrativas (receber
pai, organizar material, preparar festas comemorativas,
atender Conselho Tutelar, atender alunos que passam mal e
ver as demandas dos alunos), nos toma tempo”. CP.
A CP1 não soube precisar quantas observações
realizou em 2017. Os professores procuram na coordenação
quando necessitam tirar dúvidas, rever planejamento ou
informar alternativas pedagógicas.
A professora realiza atividades com as
discussão dos descritores;
Quando os alunos apresentam
dificuldades são realizadas novas
estratégias;
Simulados precisam ser vistos porque o
aluno tirou uma pontuação baixa (descritores);
“As práticas são resultados das necessidades
percebidas pelos professores em relação a
aprendizagem dos alunos”.
Fonte: Pesquisadora (2018).
3.5.3 Passos da Pesquisa – Fase 4 - Retorno das atividades desenvolvidas na sala
de aula em relação aos exercícios envolvendo os descritores da professora para a
coordenadora
a) Relato da Coordenadora Pedagógica (CP)
Na realidade não existe uma agenda exclusiva para as devolutivas das
atividades desenvolvidas na sala de aula em relação aos exercícios envolvendo os
descritores.
Devido às várias atribuições da professora e da coordenadora, esses
momentos acontecem aleatoriamente. Em momentos disponíveis a professora
convida a CP quando vai executar alguma atividade em relação à Prova Brasil.
“Ela me recebe bem, a hora que eu puder e quiser ir eu entro e fico na sala,
não a manhã toda ou o dia todo. A gente tem uma demanda de trabalho que não
permite. As horas que eu passo na sala, eu consigo ter um feedback do trabalho
dela” (CP).
Outros momentos de devolutiva são nos encontros do dia de planejamento.
Essas reuniões são feitas com todos os professores. Mas, a professora do 5° Ano
discute com a coordenadora os assuntos da Prova Brasil. Esses momentos são para
rever o plano de aplicação, fazer o plano de aula e as demandas que surgirem. Em
ano de avaliação externa, o enfoque é mais direcionado a esta. Entretanto, ela
103
esclarece que as demais turmas não são prejudicadas decorrentes das atividades
da Prova Brasil.
Nessa perspectiva, Tardif e Lessard (2007), sustenta a ideia de que o trabalho
intelectual está ligado às atividades de observação, de interpretação, análise e
entendimento.
Essa relação entre a professora e coordenadora é a essência da interação, e
deve ser preservada. Podemos, assim, nos remeter à fala de Freire (1987), cujo
diálogo ajuda a transformar a natureza de uma educação, que confere um caráter
humano, realizado pela manifestação verbal entre as pessoas.
Desse modo, devemos perceber o diálogo como papel preponderante no
contexto educacional. O ser humano é relacional, mas nem sempre é tão simples
para o aluno essa relação. E, as dificuldades apresentadas, prejudica o aprendizado.
Essa relação fornece elementos para a aprendizagem. Sommer (2007)
destaca o cotidiano escolar e ressalta as reflexões sobre o papel do docente, na
participação e preparação de um ambiente de aprendizado. Por conduzir e
proporcionar a produção da aprendizagem dos alunos.
3.5.4 Passos da Pesquisa – Fase 4 - Descrição e discussão sobre os
planejamentos e os procedimentos após a professora do 5°Ano ter finalizado as
correções das atividades
Foram observadas doze aulas da professora e na maioria delas foram
expostos os resultados na lousa pela professora (aulas 1, 2, 3 e 4), entretanto, o
exemplo (imagem 16) nos permite verificar a decomposição da situação-problema
com os alunos. Fato elevante para a compreensão da resolução dos problemas
matemáticos. Nessa observação presenciamos o uso da Teoria da Modelagem
Matemática. Diante do exposto, podemos verificar a importância do domínio do
professor em relação às teorias para utilizar em sala de aula. Apresentamos a
imagem 16 para elucidar o exemplo.
104
Imagem 16: Situação-Problema com Descritor D5
Fonte: Acervo da Escola (2017).
A seguir, estão os procedimentos realizados pela professora sobre a aula
citada acima. O descritor D5 estava presente nessa questão (aula 4). As ações da
professora para efetuar a resolução do problema iniciam identificando as operações
aritméticas da adição, subtração, multiplicação e a divisão. Depois, passo a passo
começa a resolver a atividade.
A professora realiza as correções dos exercícios correlacionando situações
cotidianas na resolução da operação aritmética da divisão.
A seguir o exemplo citado pela professora (aula 4):
Uma pessoa vai à feira e compra 24 frutas para dividir para 4 pessoas, com quantas
frutas cada pessoa ficaria? A grande maioria fizeram os cálculos no caderno. Na
sequência, cada um coloca sua resposta para a classe, seguindo sempre as
explicações e retorno da professora. A maioria dos alunos acerta as respostas. A
professora continua explicando e colocando na lousa os resultados. O mesmo
raciocínio segue com as divisões dos números 28 e 30.
A Teoria utilizada pela professora colabora com a resolução do problema
Matemático. Nesse sentido, a vivência dos estudantes está bastante presente na
Teoria da Modelagem Matemática conforme Bassanezi (2002). Quando a professora
relacionou as experências do cotidiano utilizou a Modelagem Matemática.
A Modelagem Matemática pode ser utilizada como metodologia de ensino dos
conteúdos matemáticos. As atividades das escolas devem estar pautadas em teorias
de conhecimentos de professores e coordenadores. Dessa forma, a busca para
transformar os problemas reais em problemas matemáticos, para resolvê-los através
de conhecimentos reais seria importante para a melhor compreensão dos alunos.
105
Na sala de aula não havia frutas, que seria o ideal para os alunos
visualizarem e separarem para efetuarem os cálculos. Na turma existem alunos com
idade que se apresentam no estágio do pensamento lógico concreto. Entretanto, a
realização configurava-se nas operações abstratas. Esse estágio compreende o
raciocínio hipotético-dedutivo.
Conforme Piaget (2011), os fatores internos e externos estão presentes na
sustenção do comportamento. Esses estágios fazem parte do desenvolvimento
cognitivo. Razão pela qual, a faixa etária predomina nas séries.
Nesse dia, foram apresentados mais seis exercícios, seguindo o mesmo
padrão de resolução de problema.
Percebeu-se, durante a correção, uma tentativa de equilibrar os
conhecimentos abstratos e concretos dos descritores e não apenas a forncecer os
resultados dos exercícios. E, ainda, a introdução de exemplos seria para melhor
compreensão dos alunos.
Entretanto, em três observações anteriores (aulas 1,2,3) uma no turno
vespertino (imagem 17) e duas no turno matutino, a professora segue outra forma de
ensinar. Ela relaciona na lousa as questões do livro didático, inicia a correção e
solicita para os alunos conferirem suas respostas.
Esse procedimento evidenciou que a ação da professora em realizar a
correção na lousa e não discutir com os alunos, estão ainda, muito presente nas
aulas de matemática.
Uma hipótese para essa mudança situacional seria a vasta quantidade de
conteúdos a serem ministrados no decorrer do semestre. Porém, o ideal seria que
os alunos sempre realizassem a operação lógica, relacionando as informações com
os símbolos matemáticos, fazendo uso das operações mentais e a compreensão
dos enunciados. Para isso, a organização dos dados, em se tratando da
Matemática, principalmente, dos números precisam se apresentar de forma
sequêncial para atribuir significados e obter resultado final.
Apresentamos a imagem 17 como exemplo da atividade realizada pela
professora com os descritores D15; D17 e D18.
106
Imagem 17: Situação-Problema com Descritores D15; D17; D18
Fonte: Acervo da Escola (2018).
Em nenhuma aula a professora relacionou as habilidades e as competências
que cada descritor fornece. E, segundo Garcia e Abed (2010) a ação educativa
sustenta a concepção de sujeito, com base no conhecimento, de ensino,
aprendizagem e inteligência.
A forma de ensinar e de aprender precisa ser repensada. Considerando que,
segundo D´Ambrósio (2011) o ensino de Matemática tem passado por momentos de
intensa reflexão, devido aos elevados índices de reprovação e evasão escolar.
Partindo dessa conjuntura, podemos considerar que o Ensino da Matemática,
apesar das mudanças no decorrer dos anos, ainda apresenta conteúdos
tradicionais.
Quando nos referimos à definição de agenda para as observações nas aulas
da professora de matemática a CP declarou:
O tempo do pedagogo é bem corrido. Então, a gente não trabalha com agenda. Todos os dias a gente vai dar o bom dia. Nesses dias a gente aproveita e fica um pouquinho. Faz de tudo pra estar ali, não por muito tempo, mas acompanhar por 10 ou mais minutos (CP).
Apesar de relatar a inexistência de uma agenda, percebe-se um
comprometimento por parte da escola e, em especial, da coordenadora pedagógica
para o acompanhamento dos pontos discutidos sobre a Prova Brasil com a
professora. Entretanto, se formos levar em consideração o tempo de 10 minutos ou
15 minutos, percebemos que não são suficientes para futuras interações com a
professora. A coordenadora pedagógica aproveita esse tempo para observar a aula
e não consegue interagir e discutir os conteúdos com a professora.
107
O ideal seria uma agenda com dia e horário compatatível para as discussões
e análises das atividades relativas aos descritores.
Analisando o contexto, realizar discussões em sala de aula nos momentos
das atividades da professora, prejudicaria o andamento das aulas com os alunos. Os
alunos necessitam de concentração e dedicação por parte do professor. Qualquer
estímulo externo provoca uma ação imedita. Além disto, compromete a autonomia
do professor.
Na perspectiva da ADE a coordenadora pedagógica afirma:
Em se tratando da ADE os resultados são corrigidos e disponibilizados pela SEMED. Que pode ser acessado no sistema. O trabalho da ADE é uma forma de ver como o aluno está. A partir desse retorno, conhecer os alunos que não foram bem naquele descritor. A ideia é saber o que fazer com o resultado e não somente aplicar a prova. Existe uma classificação para as escolas em relação a ADE. No entanto, não existe prêmio, mas, a escola é reconhecida. O importante é conseguir visualizar os alunos que apresentam dificuldades no aprendizado. A ADE é uma prova que vai nos ajudar a crescer mais na Prova Brasil (CP).
As notas da ADE não contemplam as médias da avaliação interna. Entretanto,
o resultado efetivamente se reveste em informação diagnóstica para conhecer os
descritores com resultados insatisfatórios. Eles apresentam-se em forma de
tabulação dos dados informados pela SEMED que chega por classe e por alunos.
Desse modo, passa a exigir um conhecimento pedagógico para transformar esses
micros dados em intervenção.
Percebe-se que as ações das escolas, pensando em Prova Brasil, são vistas
com clareza. A interação da coordenadora pedagógica com os professores, a
aplicação da avaliação externa a ADE, a avaliação interna, os simulados, as
oficinas, o Livro de Boas Práticas e as aulas de reforço são ferramentas na melhoria
do fazer pedagógico.
3.5.5 Passos da Pesquisa – Fase 4 – Percepção da coordenadora pedagógica
(CP) das interações com a professora em se tratando de Prova Brasil
a) Relato da Coordenadora Pedagógica (CP)
Nesta seção apresentamos o relato da CP no que se refere ao desenvolvimento de ingteração na escola;
É uma boa interação. Ela recebe não como crítica. E nesse processo, a gente tem que estimular a professora, porque a professora também é pressionada. A gente tem que dá um parabéns, se colocar a disposição do
108
que ela precisar. Damos a liberdade pra ela escolher o simulado de acordo com o conteúdo que ela trabalhou em sala de aula. Ela tem essa autonomia. A gente faz de tudo pra preparar o material pra ela. Essa é bem receptiva, e nós devemos sempre estar estimulando a professora (CP).
A coordenadora complementa que lamenta não poder estar mais presente
com o corpo docente. Que os encontros seriam mais produtivos se tivesse uma
agenda destinada à Prova Brasil.
Eu gostaria de poder estar mais presente, ajudar mais, poder passar mais tempo na sala de aula, mas não tem como. Você tá vendo, toda hora chega mãe querendo falar com a gente. Pessoas querendo informações. O admistrativo acaba tirando o tempo que gostaria de estar com eles. Temos muitas coisas pra fazer (CP).
Diante das dificuldades enfrentadas pela coordenadora pedagógica,
consideramos, assim como Placco; Almeida e Souza (2011), o coordenador
pedagógico em termos de Legislação é responsável por algumas atribuições, entre
elas as formativas dos professores, as potencialmente, formativas reunindo um
contingente maior de atribuições, as administrativas e assessoramento. Um acúmulo
de atribuições, que houve um esclarecimento quanto as suas prioridades.
Em vista do contexto acima exposto, o cuidado com a saúde mental é
essencial nesse processo. As atividades diárias e as responsabilidades são fatores
estressantes. Profissionais estressados adoecem, não produzem e não interagem
de forma harmoniosa.
Nas análises iniciais, percebemos que as respostas da coordenadora
pedagógica vêm ao encontro das informações da gestora e a professora no que se
referem ao planejamento e as intervenções pedagógicas no engajamento da equipe.
Na Tabela 14, apresentamos a síntese das existências de práticas utilizadas
pela professora que não foram previamente discutidas com a coordenação e os
momentos de retorno das atividades desenvolvidas na sala de aula em relação aos
exercícios envolvendo os descritores da professora para a coordenadora.
109
Tabela 14: Síntese das Práticas utilizadas pela professora que não foram previamente discutidas com a coordenação e o retorno das atividades desenvolvidas pela professora envolvendo os descritores
Práticas utilizadas pela professora que não foram
previamente discutidas com a coordenação
Retorno das atividades desenvolvidas pela
professora envolvendo os descritores
Respostas da CP Respostas da CP
O O Método Kumon foi a única prática utilizada
pela professora que não previamente discutida;
“O Método Kumon foi uma iniciativa dela”. CP.
Não existe uma agenda exclusiva
para as devolutivas;
Momentos disponíveis a professora
convida a CP para abordarem os descritores;
Os dias de planejamento são para as
demandas pedagógicas e assuntos
direcionados a Prova Brasil.
Fonte: Pesquisadora (2018).
Na tabela 15 apresentamos a síntese da percepção da CP das interações
com a professora em se tratando de Prova Brasil.
Tabela 15: Percepção da CP das interações com a professora em se tratando de
Prova Brasil
Percepção da CP das interações com a professora em se tratando de Prova Brasil
A professora é receptiva
Não recebe como crítica as orientações;
A CP1 lamenta não poder estar mais presente com o corpo docente;
“Eu gostaria de poder estar mas presente, ajudar mais, poder passar mais tempo na sala de aula, mas não tem
como. Você tá vendo, toda hora chega mãe querendo falar com a gente. Pessoas querendo informações. O
admistrativo acaba tirando o tempo que gostaria de estar com eles. Temos muitas coisas pra fazer”. CP.
Fonte: Pesquisadora (2018)
3.6 Passos da Pesquisa - Fase 05 - Análises das atividades prévias da
coordenadora pedagógica e registros das observações das aulas da
professora
Nessa fase, apresentamos as análises das atividades previstas pela
coordenadora pedagógica frente às devolutivas dos registros referentes às aulas
observadas da professora.
Os discursos são direcionados às observações em sala de aula e aos
encontros no dia do planejamento da coordenadora com a professora.
110
Para isso, dispusemos de reuniões pré-agendadas e reuniões que precisaram
serem remarcadas. Os momentos foram para conhecer à prática docente, os
conteúdos abordados pela professora, os conhecimentos profissionais e os aspectos
metodológicos necessários para as funções diagnósticas da Prova Brasil para o
componente curricular de Matemática da Coordenadora Pedagógica.
a) Relato da Coordenadora Pedagógica (CP)
A professora realiza as atividades sobre os descritores. Elabora e corrige os exercícios com eles. Eu não consigo acompanhar todas as aulas, não temos uma agenda pra isso. Mas vejo que os conteúdos estão sendo passados. Ela distribui os conteúdos da Prova Brasil nos semestres. Todos os conteúdos são vistos, então, acho que estamos indo no caminho certo (CP).
Quando a professora percebe que o aluno apresenta maior dificuldade em
determinado descritor, através do retorno da ADE, ela elabora estratégia para
intensificar o conteúdo e melhorar a compreensão do aluno, afirma a CP:
“Quando ela percebe que a dificuldade centra-se na subtração, ela trabalha
essa semana todinha na subtração ou em duas aulas seguindas só na subtração.
Chama o pai pra orientar e trabalhar com ele em casa” (CP).
Percebe-se no discurso da coordenadora pedagógica, que a prática
estabelecida pela professora abrange toda a turma. Entretanto, quando é ano de
Prova Brasil, se for detectado aluno com maiores dificuldades nos descritores, são
encaminhados para o reforço. Nesse caso, existe um direcionamento individual.
Observando as aulas, foi percebido que a professora realizava atividades com
os Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática. Porém, nem todas
as situações-problemas houve a resolução da problematização.
A finalidade dos descritos é avaliar os blocos sobre as habilidades e
competências de cada um. No entanto, não foi percebida nenhuma interação com a
turma a esse respeito.
Para Mandarino (2009), as habilidades avaliadas pelos descritores são pouco
exploradas pelos professores, principalmente nos anos iniciais do Ensino
Fundamental.
Sobre esse fato, as lacunas na formação dos professores para o ensino de
Matemática são provenientes da formação deles. Os professores que atuam nos
anos iniciais, possuem formação em Pedagogia. A disciplina de Matemática requer
111
um conhecimento mais amplo. Nesse sentido, a equipe pedagógica constrói um
espaço de troca de conhecimentos. As lacunas nos conhecimentos profissionais e
as estratégias metodológicas são avaliadas por Bonamigo; Sousa, (2012); Coelho,
(2008) no efeito das aprendizagens esperadas.
Esses conhecimentos profissionais, decorrentes principalmente da falta de
embasamentos do ensino da Matemática, são fatores preponderantes na resolução
dos problemas matemáticos.
Na Tabela 16 apresentamos a síntese das atividades prévias da
coordenadora pedagógica e registros referentes observações das aulas da
professora:
Tabela 16: Atividades prévias da coordenadora pedagógica e registros referentes observações das aulas da professora
Análises das atividades prévias da coordenadora pedagógica e registros referentes observações das aulas
da professora
Os discursos são direcionados as observações em sala de aula e aos encontros no dia do planejamento
da coordenadora com a professora. (reuniões pré-agendasa e remarcadas);
“A professora realiza as atividades sobre os descritores ”.
“Professora distribui os conteúdos da Prova Brasil nos semestres. Todos os conteúdos são vistos”.
Quando a professora percebe que o aluno apresenta maior dificuldade em determinado descritor,
através do retorno da ADE, ela elabora estratégia (realiza atividades a semana somente com esses descritores)”.
CP.
Ano de Prova Brasil, se for detectado aluno com maiores dificuldades nos descritores, são
encaminhados para o reforço;
A finalidade dos descritos é avaliar os blocos sobre as habilidades e competências de cada um. No
entanto, não percebemos na observação nenhuma interação com a turma a esse respeito;
A CP salienta que as lacunas na formação dos professores para o ensino de Matemática são provenientes da formação. Os professores que atuam nos anos iniciais, possuem formação em Pedagogia.
Novamente ressalta a importância dos cursos de formação continuada.
Fonte: Pesquisadora (2018) .
3.7. Passos da Pesquisa - Fase 06 – Versões anteriores da Prova Brasil dos
componentes curriculares de Matemática e discussão de informações relacionadas
aos resultados obtidos pela escola. Condução de reuniões planejadas envolvendo a
coordenadora pedagógica e a professora
Nessa fase, são tratadas as versões anteriores da Prova Brasil do
componente curricular de Matemática para apresentação e discussão de
informações relacionadas com os resultados obtidos pela escola.
112
As reuniões planejadas seguem o calendário do planejamento, a saber, uma
vez por mês, sendo que o retorno sempre acontece no dia do planejamento.
Em relação às evidências de medidas de aprendizagem consistentes com os
descritores direta e, indiretamente, envolvidos com os conteúdos curriculares
ministrados apresentamos abaixo.
a) Relato da Coordenadora Pedagógica (CP)
A CP fez esclarecimentos sobre as avaliações: “O aumento do IDEB
consecutivos demonstra que o trabalho realizado com os alunos está sendo
significativos na aprendizagem com desempenho escolar satisfatório”(CP).
Na concepção da coordenadora pedagógica as evidências que favoreceram a
aprendizagem foram observadas: “Através de atividades no livro didático, na
correção dos exercícios na lousa pelos alunos. Na construção de novos
planejamentos pedagógicos, principalmente, após os resultados dos simulados e da
ADE” (CP).
Conforme a coordenadora, as versões da Prova Brasil, a elaboração dos
simulados, a ADE e da avaliação interna favorecem com os resultados do IDEB. A
coordenadora ressalta a importância de seguir o modelo da Prova Brasil:
“Temos que seguir o modelo da Prova Brasil, não adianta fazer atividades
diferentes, o aluno precisa se familiarizar com o modelo da prova” (CP).
O professor é o agente na construção de novos conhecimentos em sala de
aula. O retorno para a coordenadora pedagógica possibilita conhecer o andamento
das aulas, reformular o plano de aula, utilizar novos recursos e o mais importante,
conhecer a evolução do aprendizado dos alunos.
b) Relato da Professora (P)
Em relação às evidências de medidas de aprendizagem consistentes com os
descritores direta e indiretamente, envolvidos com os conteúdos curriculares
ministrados apresentamos relatos da professora:
Os resultados do IDEB demonstra que o trabalho está gerando resultados positivos com os alunos. (P). Tanto a avaliação como as práticas de ensino são importantes. Os resultados da ADE e a realização de atividades em sala de aula influenciam nos resultados. (P).
113
Os resultados das avaliações internas e externas da ADE, dos simulados
refletem sobre a prática e as ações pedagógicas futuras são instrumentos bastante
valorizados na escola.
A didática utilizada em sala de aula oportuniza a compreensão dos
conteúdos. Dentro do Ensino da Matemática a resolução de problemas é
considerada difícil. E, ainda, deve ser considerada uma prática educacional
(ONUCHIC e ALLEVATO, 2004).
Na Tabela 17 apresentamos a síntese das versões anteriores da Prova Brasil
dos componentes curriculares de Matemática e a discussão de informações
relacionadas aos resultados obtidos pela escola. Condução de reuniões planejadas
envolvendo a coordenadora pedagógica e a professora.
Tabela 17. Discussão e informações relacionadas da Prova Brasil
Versões anteriores da Prova Brasil e discussão de informações relacionadas aos resultados obtidos pela
escola. Condução de reuniões planejadas envolvendo a professora e coordenadora pedagógica
CP
“O aumento do IDEB consecutivos
demonstra que o trabalho realizado com os
alunos está sendo significativo na
aprendizagem com desempenho escolar
satisfatório”. CP.
As versões da Prova Brasil, a
elaboração dos simulados, a ADE e da
avaliação interna favorecem os resultados
do IDEB;
O dia do planejamento também
são abordados assuntos da Prova Brasil.
Percebemos os resultados “Através de atividades no livro
didático, nas correções dos exercícios na lousa pelos
alunos. Na construção de novos planejamentos
pedagógicos, principalmente, após os resultados dos
simulados e da ADE”. CP.
Realizar as atividades internas, a ADE e os
simulados no modelo da Prova Brasil;
Nas reuniões são discutidas as aplicações dos
simulados e da ADE.
P “Os resultados do IDEB demonstra que o
trabalho está gerando resultados positivos
com os alunos”. P.
Nas aplicações dos simulados e
Da ADE.
“Tanto a avaliação como as práticas de ensino são
importantes. Os resultados da ADE e a realização de
atividades em sala de aula influenciam nos resultados”. P.
Fonte: Pesquisadora (2018)
3.8. Passos da Pesquisa - Fase 07 – Execução das observações das aulas
Execução das observações das aulas planejadas na Fase 06, com registro de
episódios para posteriores discussões com a coordenadora pedagógica das aulas.
As aulas foram observadas nos dois bimestres em 2017. No primeiro dia de
observação, a professora ficou à frente das apresentações para as turmas. As
observações transcorreram normalmente.
114
Para melhor compreensão desse processo, observamos as aulas a fim de
conhecermos a prática, os conteúdos ministrados pela professora e, com bases
nelas, a mediação da coordenadora com a professora. O interesse recai nos
Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática para o 5º. Ano do
Ensino Fundamental.
A observação (aula 1) aconteceu no turno matutino. As duas observações
seguintes aconteceram uma no turno vespertino (aula 2) e a outra no turno matutino
(aula 3), seguindo o mesmo padrão de correção da aula 2. Os exercícios são os
mesmos para as duas turmas.
Na aula 1, a professora começou explicando o enunciado e na sequência
inicia a resolução dos problemas na lousa. Na aula 2, a professora realizou as
correções das questões do livro didático. Para tanto, a professora faz perguntas para
a turma e as respostas são atribuídas às questões. Os alunos mencionam suas
respostas, após cada resultado, a professora inicia a explicação e coloca na lousa
sua resposta. Essa turma (turno matutino) possui um aluno diagnosticado com o
Transtorno do Espectro do Autismo. A professora precisa estar solicitando que ele
permaneça sentado e fique atento à tarefa. O comportamento é bastante disperso.
Na observação percebeu-se a dificuldade no acompanhamento das correções das
atividades. Ficando nítido que seu aprendizado fica comprometido. Não existe um
mediador para acompanhá-lo.
Nas aulas seguintes, para diversificar a metodologia a professora utiliza o
recurso do data show para esclarecer todos os tópicos para os alunos. Antes do
início da aula (aulas 5, turno matutino e 6 turno vespetino) a professora esclarece
para os alunos que o conteúdo contemplava a Prova Brasil. E faz referência da
importância do conhecimento e entendimento dos exercícios.
Na sequència, solicitou que os alunos resolvessem as questões. Após o
término das resoluções de cada questão, a professora mostrava os resultados e
específicava os procedimentos. Os esclarecimentos aconteceram de forma coletiva
e individual. A seguir a imagem 18 mostra o slide do módulo da Prova Brasil.
115
Imagem 18: Módulo Prova Brasil
Fonte: Acervo da Escola (2018).
Em outra observação no turno vespertino (aula 7), a professora dá
prosseguimento com os problemas na lousa e solicita um aluno para resolver a
questão. O aluno é auxiliado pela professora sobre a atividade. Os alunos que
apresentam dificuldades na resolução do problema, a professora acompanha
individualmente. Na imagem 19 apresentamos o problema envolvendo frações e
símbolos de maior e menor. A professora resolve na lousa e explica para a turma
cada operação.
Imagem 19. Problemas matemáticos - D 24
Fonte: Acervo da Escola (2018).
No dia do planejamento, segundo a coordenadora, acontece a devolutiva do
andamento das aulas, principalmente, para tratar sobre as dificudades dos alunos.
116
Nesses dias ainda, permite-se discutir os conteúdos ensinados, os procedimentos
utilizados e as dificuldades enfrentadas em sala de aula. Assim como, realizar
orientações sobre na Prova Brasil.
Ao observar as aulas, percebeu-se a importância do domínio dos
conhecimentos matemáticos. Existem problemas envolvendo várias operações,
exigindo do professor conhecimentos específicos no ensino de Matemática.
Um aspecto pertinente e relevante tanto nos planejamentos e cronograma de
ações envolvendo fases, intervalo, etapas para o desenvolvimento das atividades e
no processo ensino-aprendizagem, como na relação professor-aluno. A professora
do 4º Ano, prossegue com a turma no 5º Ano.
a) Concepção da Coordenadora Pedagógica (CP)
Em se tratando das execuções das aulas planejadas a CP ressaltam que: “As
mudanças utilizadas na prática pedagógica, no plano de aula são decorrentes dos
diagnósticos individuais, das observações das aulas, das dificuldades de
aprendizado, dos resultados da ADE e dos simulados”CP).
A CP salienta que novos conteúdos são acrescentados dependendo da
necessidade. Principalmente, os relacionados a Prova Brasil. Apesar disso, não
detalhou os conteúdos acrescidos no plano de aula, mas explica:
“A professora introduz os conteúdos da Prova Brasil. Não existe uma escolha
determinada de descritores”. ”O importante que os descritores sejam todos
trabalhados no semestre” CP.
Nesse sentido a CP se refere ao Plano de Ação Pró-IDEB que consta que
todos os blocos de descritores precisam ser ministrados nos dois semestres.
b) Concepção da Professora (P)
A professora específica que as mudanças ocorrem decorrentes das
dificuldades apresentadas pelos alunos. Ela esclarece que no dia do planejamento
elaboraram os planos das aulas e acrescentam novas propostas pedagógicas.
A professora utiliza como referência o livro didático, os simulados e a ADE
para elaborar as atividades. A predominância desses recursos é muito valorizada
pela equipe pedagógica.
117
Do total de doze (12) aulas observadas no período de 2017, em seis (6) aulas
a professora esclarece para os alunos que os assuntos são conteúdos a serem
cobrados na Prova Brasil. Tomamos como exemplo os descritores D5, D15 e D18
vistos pela professora.
Esse procedimento possibilita aos alunos acostumar-se com a natureza das
questões e o modelo de avaliação da Prova Brasil, priorizando, assim, a qualidade
do ensino.
Outro procedimento utilizado no planejamento ou na execução das aulas
planejadas são as ações Pró-IDEB que precisam ser executada nos semestres.
(Anexo C).
A despeito dessas concepções, notamos que o desempenho escolar se
apresenta decorrente das mediações da coordenadora pedagógica e professora.
Para isso, a coordenadora precisa do retorno da professora. Embora, a
coordenadora pedagógica assegure que o tempo disponível para os encontros não
seja suficientes, mesmo assim, ela coloca-se à disposição para atender os
professores.
Outro ponto observado na devolutiva por parte da coordenadora pedagógica
sobre os conteúdos ensinados pela professora refere-se às Matrizes de Referência e
aos respectivos descritores avaliados na Prova Brasil que necessitam ser revistos
em outras aulas, quando os alunos apresentam dificuldades. Entre os descritores
abordados estavam os D15, D17, D18, D19, D20, D25 e D26 (tabela 18) das
Matrizes de Referência do SAEB/Matemática–Tema Números e Operações/Álgebra
e Funções, para o 5º. Ano do Ensino Fundamental.
A coordenadora pedagógica salienta as dificuldades dos alunos nas quatro
operações aritméticas e porcentagem. Quando isso acontece, novos planos de aula
são elaborados para atender essa demanda. Assim, situações-problemas são
realizadas em aulas sequenciais.
A CP ressalta a importância de rever de outras formas os problemas
matemáticos. Trazer a experiência dos alunos é uma alternativa para ajudar no
entendimento das atividades.
Percebemos que é importante conhecer os conteúdos específicos,
principalmente as habilidades e orientações metodológicas necessárias a sua
118
aplicabilidade. Apresentamos na tabela 18 os descritores descritos pela
coordenadora e os objetivos do bloco de descritores.
Tabela 18: Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática – Tema Números e Operações/Álgebra e Funções, para o 5º. Ano
Descritores 4º/5 ºEF
Reconhecer a decomposição de números naturais nas suas diversas ordens D15
Reconhecer a composição e a decomposição de números naturais em sua forma polinomial D16
Calcular o resultado de uma adição ou subtração de números naturais D17
Calcular o resultado de uma multiplicação ou divisão de números naturais D18
Resolver problema com números naturais, envolvendo diferentes significados da adição ou
subtração: juntar, alteração de um estado inicial (positiva ou negativa), comparação e mais de uma
transformação (positiva ou negativa).
D19
Resolver problema com números naturais, envolvendo diferentes significados da multiplicação ou
divisão: multiplicação comparativa, ideia de proporcionalidade, configuração retangular e
combinatória.
D20
Resolver problema com números racionais expressos na forma decimal envolvendo diferentes
significados da adição ou subtração D25
Resolver problema envolvendo noções de porcentagem (25%, 50%, 100%). D26
Fonte: Inep/Daeb (BRASIL, 2013). Reprodução.
Apresentamos na Tabela 19 alguns objetivos dos quatros blocos de descritores de
do 5º ano do Ensino Fundamental.
119
Tabela 19: Matrizes de Referência - Descritores de Matemática do 5º Ano Descritores I. Espaço e Forma
D1 Identificar a localização e movimentação de objeto em mapas, croquis e outras representações gráficas D2 Identificar propriedades comuns e diferenças entre poliedros e corpos redondos, relacionando figuras tridimensionais com suas
planificações
D3 Identificar propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais pelo número de lados, pelos tipos de ângulos [ D4 Identificar quadriláteros observando as posições relativas entre seus lados (paralelos, concorrentes, perpendiculares)
D5 Reconhecer a conservação ou modificação de medidas dos lados, do perímetro, da área em ampliação e/ou redução de figuras
poligonais usando malhas quadriculadas
O trabalho com noções geométricas contribui para a aprendizagem de números e medidas, estimulando a criança a observar, perceber
semelhanças, e diferenças entre figuras bidimensionais e tridimensionais, relacionando-as com suas planificações. Outro ponto importante
nesse descritor é a identifição das propriedades de tri ngulos pela comparação das medidas de lados e ngulos assim como, também a relação entre quadriláteros, por meio de suas propriedades. Também enfatizamos a import ncia de reconhecer ngulos como mudança de
direção ou giros, reconhecendo que as imagens de uma figura construída por uma transformação homotética são semelhantes, identificando
propriedades e ou medidas que se modificam ou não se alteram. A resolução de problemas utilizando a propriedade dos polígonos também é importante neste descritor pois, ajuda o aluno a interpretar
informações apresentadas por meio de coordenadas cartesianas, desse modo favorecendo a utilização das relações métricas do tri ngulo
ret ngulo para resolver problemas significativos, além de ajudar o mesmo a reconhecer círculo circunfer ncia, seus elementos e algumas de
suas relações. Enfim, o aluno ao concluir a 4a XXsérie/5o ano do Ensino Fundamental, deve conseguir observar que o espaço é constituído
por três dimensões: comprimento, largura e altura. A localização de um objeto ou a identificação de seu deslocamento, assim como a
percepção de relações de objetos no espaço com a utilização de vocabulário correto, são, também, noções importantes para essa fase de aprendizagem do aluno.
A import ncia desse descritor está na contribuição de resolução de situações que envolvam o cálculo de perímetro e de área de figuras planas. Ajuda também na resolução de problemas em que envolvam noções de volume, relações entre diferentes unidades de medida.
Também facilita a identificar a localização de números inteiros e racionais na reta numérica, possibilitando-os a efetuar cálculos com
números inteiros envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação).
A import ncia desse descritor está na contribuição de resolução de situações que envolvam o cálculo de perímetro e de área de figuras
planas. Ajuda também na resolução de problemas em que envolvam noções de volume, relações entre diferentes unidades de medida. Também facilita a identificar a localização de números inteiros e racionais na reta numérica, possibilitando-os a efetuar cálculos com
números inteiros envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação).
O descritor tratamento da informação além de de possibilitar o aluno a resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e ou gráficos também lhe permite associar informações apresentadas em listas e ou tabelas simples aos gráficos que as representam
e vice-versa. A organização de uma lista ou uma tabela, bem como as informações sobre o assunto estimulam os alunos a observar e
estabelecer comparações sobre a situação ou o fenômeno em questão e propiciam até mesmo uma melhor compreensão dos fatos mostrados. Como conseqüentemente, favorecem o desenvolvimento de sua capacidade de estimativa, de emissão de opiniões e de tomada
de decisão.
Fonte:www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/provabrasil_descritoresmat.pdf
Descritores II. Grandezas e medidas
D6 Estimar a medida de grandezas utilizando unidades de medida convencionais ou não D7 Resolver problemas significativos utilizando unidades de medida padronizadas como km/m/cm/mm, kg/g/mg, l/ml
D8 Estabelecer relações entre unidades de medida de tempo
D9 Estabelecer relações entre o horário de início e término e/ou o intervalo da duração de um evento ou acontecimento D10 Num problema, estabelecer trocas entre cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro em função de seus valores
D11 Resolver problema envolvendo o cálculo do perímetro de figuras planas, desenhadas em malhas quadriculadas D12 Resolver problema envolvendo o cálculo ou a estimativa de áreas de figuras planas, desenhadas em malhas quadriculadas
Descritores III. Números e operações/Álgebra e funções
D13 Reconhecer e utilizar características do sistema de numeração decimal, tais como agrupamentos e trocas na base 10 e princípio do valor posicional
D14 Identificar a localização de números naturais na reta numérica
D15 Reconhecer a decomposição de números naturais nas suas diversas ordens D16 Reconhecer a composição e a decomposição de números naturais em sua forma polinomial
D17 Calcular o resultado de uma adição ou subtração de números naturais
D18 Calcular o resultado de uma multiplicação ou divisão de números naturais D19 Resolver problema com números naturais, envolvendo diferentes significados da adição ou subtração: juntar, alteração de um estado
inicial (positiva ou negativa), comparação e mais de uma transformação (positiva ou negativa)
D20 Resolver problema com números naturais, envolvendo diferentes significados da multiplicação ou divisão: multiplicação comparativa, ideia de proporcionalidade, configuração retangular e combinatória
D21 Identificar diferentes representações de um mesmo número racional
D22 Identificar a localização de números racionais representados na forma decimal na reta numérica D23 Resolver problema utilizando a escrita decimal de cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro
D24 Identificar fração como representação que pode estar associada a diferentes significados
D25 Resolver problema com números racionais expressos na forma decimal envolvendo diferentes significados da adição ou subtração D26 Resolver problema envolvendo noções de porcentagem (25%, 50%, 100%)
Descritores IV, Tratamento da informação
D27 Ler informações e dados apresentados em tabelas
D28 Ler informações e dados apresentados em gráficos (particularmente em gráficos de colunas)
120
Por isso, as experiências dos alunos precisam ser valorizadas. Nesses
moldes, na perspectiva de Machado (2005), D‟Ambrósio (1996), Pessoa, Geverttz;
Silva (1979) e Amaral (1988) complementam que a Matemática deve estar
relacionada à vida cotidiana, sendo uma maneira melhor de aprender.
Em vista disto, podemos dizer que os descritores nada mais são do que, o
detalhamento de uma habilidade cognitiva que está associado a um conteúdo que o
estudante deve dominar numa determinada etapa de ensino (MARTINS, 2012). Por
isso, o professor necessita realizar a explicação detalhada para a compreensão do
aluno.
Para isso, é necessário o aluno identificar as operações, decompor os dados
e entender o problema matemático. O aluno precisa saber encontrar a resposta ou
seja, qual operação ou operações utilizar na resolução do problema matemático.
Levando em consideração que alguns problemas apresentam-se com mais de uma
operação aritmética.
Em seguida, o aluno deverá efetuar as operações matemáticas. Após esse
processo, uma revisão seria conveniente, ou seja, voltar ao problema matemático
para verificar o resultado final. Um processo que exige racíocinio lógico.
Os conhecimentos específicos são subsidios para o professor atuar em sala
de aula com os componentes curriculares de matemática.
Nas aulas observadas notou-se a importância do entendimento sobre a
articulação dos saberes teóricos e práticos. Compreender o ensino da Matemática
não é tarefa fácil. Principalmente, para quem não é matemático. Em suma, podemos
verificar que esse diálogo entre os saberes matemáticos e a práxis no contexto
escolar favorece o ensino e a aprendizagem.
Na Tabela 20 apresentamos a síntese da execução das observações das
aulas planejadas na Fase 06, para posteriores discussões das aulas com a
coordenadora pedagógica.
121
Tabela 20: Observações das aulas planejadas na Fase 06 e discussões com a
coordenadora pedagógica
Observação das aulas e discussão com a CP
As aulas foram observadas nos dois bimestres em 2017. Para melhor compreensão desse processo,
observamos as aulas para conhecermos a prática, os conteúdos ministrados pela P1 e, com bases nelas, a
mediação da coordenadora com a professora. O interesse recai nos Descritores das Matrizes de Referência do
SAEB/Matemática para o 5º. Ano do Ensino Fundamental
A observação (aula 1) aconteceu no turno matutino. As duas observações seguintes aconteceram uma no turno
vespertino (aula 2) e a outra no turno matutino (aula 3) seguindo o mesmo padrão de correção. A professora
utiliza os mesmos exercícios para as duas turmas.
A professora começa explicando o enunciado, na sequência inicia a resolução dos
problemas na lousa. (aula 1).
A professora realiza a correção das questões do livro didático. (aula 2).
A professora pergunta para a turma as respostas atribuídas as questões do livro. (aula 2).
Os alunos mencionam suas respostas. A Professora inicia as explicações na lousa. (aula 2).
A professora utiliza práticas diversificadas nas aulas. Conforme a CP as práticas da professora são para
favorecer no aprendizado dos alunos que apresentam maiores dificuldades com as situações-problemas
relacionadas aos descritores.
“A professora introduz os conteúdos da Prova Brasil. Não existe uma escolha determinada de descritores”. CP.
”O importante que os descritores sejam todos trabalhados nos semestres”. CP.
A professora utiliza o recurso do data show (aulas 5, turno matutino e 6 turno vespetino) para chamar a
atenção dos alunos com aulas menos tradicionais;
A professora Solicita que resolvam as questões para esclarecimentos de dúvidas. Os esclarecimentos
aconteceram de forma coletiva e individual.
Das doze (12) aulas observadas, seis (6) a professroa esclarece que os assuntos são da Prova Brasil
(D5, D15 e D18);
A CP salienta as dificuldades dos alunos nas quatro operações aritméticas e porcentagem.
Fonte: Pesquisadora (2018).
3.9. Passos da Pesquisa - Fase 08 – Contextualização da pesquisa e devolutiva
para a coordenadora pedagógica
Apresentamos, nessa fase, a contextualização da pesquisa realizada com a
gestora, a coordenadora pedagógica e a professora do 5º Ano do Ensino
fundamental da Escola, e ainda, a devolutiva da pesquisadora para a coordenadora
pedagógica.
Foram objeto de análise nesse momento os resultados obtidos nas fases
anteriores, envolvendo a pesquisadora, a gestora, a professora e a coordenadora
pedagógica.
Em uma perspectiva qualitativa, mostraremos a interação entre a
coordenadora pedagógica e a professora que foram capazes de fomentar
conhecimentos profissionais diretamente relacionados com a execução da mediação
do contato dos professores com os conjuntos de resultados das avaliações em larga
escala disponibilizados pelo INEP (Prova Brasil). E ainda, especificar as
122
metodologias que garantam a implementação das propostas de mediação do
contato dos professores com os resultados da Prova Brasil.
De posse dos dados contidos nas fases anteriores, analisamos como a
coordenadora pedagógica e a professora realizaram o tratamento e as mediações
em relação aos Descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Matemática para o
5º. Ano do Ensino Fundamental.
Os questionamentos foram norteadores referentes à formação e trajetórias
profissionais, agendas das atividades da Prova Brasil, reuniões pedagógicas,
aplicação das avaliações internas e externas, planejamento escolar, observações
em sala de aula por parte da coordenadora pedagógica e os recursos pedagógicos
utilizados formentando os procedimentos e as mediações com foco na Prova Brasil.
O destaque se deu nos relatos, principalmente, sobre a importância dos
cursos de Formação Continuada tanto para coordenadores, como para professores
sobre a avaliação externa. Essencialmente, em ano de realização da Prova Brasil. A
aplicação da ADE surge como fator preponderante como parâmetro da Prova Brasil.
A CP demonstra que a aplicação da ADE e as estratégias são fundamentais para a
realização das atividades envolvendo os descritores.
Um fato considerado falho pela coordenadora pedagógica e pela professora
remete-se a forma de abordagem sobre os descritores na formação, porque são
muito genéricos. Para elas, não existe detalhamentos de cada descritor.
A professora, em entrevistas anteriores, expõe a necessidade de
conhecimentos profissionais sobre cada descritor. Ao abordarmos o assunto a CP
salienta que mais cursos de formação seriam necessários para explorarem os
descritores. Nesse sentido, retornamos às literaturas sobre a necessidade de
conhecimentos profissionais específicos. Para tanto, trazemos Tardif (2002),
especificando que os conhecimentos profissionais do docente são oriundos, de suas
experiências pessoais, de sua formação, de sua cultura e de suas vivências
profissionais. O percurso pessoal de aprendizagem profissional dos professores
funciona como elementos do conhecimento profissional do docente. (TARDIF, 2002).
Do ponto de vista das entrevistadas, segue fragmentos em consenso da
professora e da coordenadora pedagógica sobre a importância dos conhecimentos
sobre os descritores.
123
É necessário ter conhecimento como será elaborada as questões. Desse modo, podem-se realizar atividades iguais aos modelos com os alunos. O ideal é revisar os conteúdos para não repeti-los. Saber quais as possibilidades dos conteúdos ministrados serem cobrados na prova e como o aluno vai interpretar. Todas as informações são pertinentes, a fim de, realizar atividades desses descritores. O direcionamento é fundamental. CP.
A professora fala a respeito de conhecer os assuntos que serão discutidos
antes de iniciar a formação.
A gente não é informada dos assuntos que serão abordados. O ideal é saber, o que será tratado, assim fica mais fácil tirar as dúvidas. (P). A formação é importante, mas não concordo em fazer em dias de aula. (P).
Outro fragmento, da professora refere-se à necessidade de efetivar exercícios
com cada descritor, ou seja, descritor por descritor. Existem descritores que sempre
constam na Prova Brasil.
Os descritores que sempre são cobrados são Números naturais (D15), medidas de grandezas (D6) é fato. O outro, fração (D 24), perímetros (D11 e D5), horário ( D9). Se houvesse mais informações a esse respeito seria ideal. (P).
Nessa perspectiva, as evidências presentes nos relatos, causa-nos a
impressão de que a repetição de exercícios não atribui a efetivação dos
conhecimentos profissionais e da aprendizagem efetiva. O processo de análise
necessita de aprofundamentos. Percebe-se a necessidade de estabelecerem
exercícios relacionados à Prova Brasil. Entretanto, não nos parece totalmente
apropriado realizá-los por meio de fixação de exercícios. Os alunos necessitam
realizar as operações e entender seus resultados.
O praticar está muito presente nos exercícios. A resolução do problema, no
entanto, assegura a descrição de uma situação na busca de algo que não
conhecemos antecipadamente, ou seja, não sabemos qual algoritmo garante a
solução. A resolução do problema nos leva ao algoritmo adequado (DANTE,1998).
Diante dessa reflexão, analisamos a teoria de Dante (1998), que embora seja
bastante valorizada, a resolução de problemas ainda se apresenta como um dos
itens mais difíceis de serem concretizados na sala de aula. É muito frequente os
alunos saberem efetuar os algoritmos e não saberem resolver um problema que
envolva um ou mais desses algoritmos. O motivo se baseia à forma com que os
problemas matemáticos são efetivados na sala de aula e postos nos livros didáticos,
quase sempre como meros exercícios de fixação dos conteúdos admininstrados.
124
Dante (1998) destaca a valorização da resolução de problemas, todavia essa
metodologia não é tão explorada pelos professores na sala de aula (DANTE, 1998).
Percebe-se a importância da exploração dos conteúdos, uma vez que um problema
pode apresentar muito mais do que a simples resolução das operações,
possibilitando estratégias e diversas maneiras para solucioná-lo. Pozo (1998, apud,
SOARES & PINTO 2001), elucida sobre as tarefas que necessitam utilizar fórmulas
para resolvê-las em sala de aula, possuindo a finalidade de estabelecer e
concretizar os procedimentos para consequentemente solucionar os problemas
matemáticos.
Conforme os PCN‟s de Matemática (BRASIL, 1998), a resolução de
problemas visa proporcionar aos estudantes estimular conhecimentos e ampliar a
capacidade para organizar as informações que os rodeia. A finalidade é oportunizar
os alunos a cerca de conceitos e procedimentos matemáticos.
Os processos de ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares de
matemática, os conhecimentos profissionais e metodológicos na atuação da
coordenadora pedagógica necessitam estar pautados para sua efetivação. Visto que
as intervenções existem, as interações e mediações da CP estão presentes em seus
planejamentos, mas o uso de teoria é pouco explorado ou conhecido.
Levamos em consideração a Teoria da Modelagem Matemática que foram
percebidas (aula 4) e não exploradas pela professora. De acordo com Bassanezi
(2002), a vivência dos estudantes está bastante presente nessa Teoria. Quando a
professora relacionou o uso das frutas à resolução do problema, utilizou a
Modelagem Matemática. Necessitou utilizar os materiais concretos, mesmo que
fossem somente na imagem mental.
Conforme Machado (2005), na concepção de Carraher; Schliemann e
Carraher (1995), a aprendizagem da Matemática está relacionada com a vida
cotidiana, sua linha de pensamento engloba desde estudos da Filosofia, Sociologia,
Psicologia e finalmente a Matemática.
Partindo dessa premissa, o contexto social e cultural dos alunos deve estar
presente no dia a dia da sala de aula. Cada aluno traz consigo uma história, que
deve ser valorizada e explorada, a fim de favorecer o aprendizado ao final de cada
etapa da escolaridade a partir da Educação Infantil até o Ensino Médio.
125
Para isso, levamos em consideração as ideias de André (2009), que relata a
importância de introduzir as experiências diárias dos alunos no contexto matemático.
Retratando as experiências de uma criança no dia a dia, utilizando seus próprios
métodos para resolver os problemas matemáticos com outras pessoas, fazendo uso
das experências e do racíocinio frente aos fenômenos matemáticos.
Os processos cognitivos estão presentes nas ações do indivíduo, por isso
André (2009), salienta que a Matemática e a Psicologia estão juntas na resolução
dos problemas. Levando em consideração que para se efetuar as operações
matemáticas, o sujeito necessita realizar as operações mentais.
Outro aspecto que consideramos pertinente discutir com a CP, foi a ausência
de informações para os alunos sobre quais habilidades e competências cada bloco
de descritores apresenta. A CP reconheceu a importância das informações.
Abordamos ainda, os encontros meses para reuniões pedagógicas. Em
relação ao dia do planejamento, a coordenadora pedagógica expõe que são
insuficientes para debaterem as questões da Prova Brasil, e na maioria das vezes,
acontecem somente repasses de conteúdos, não possibiltando de tempo para
explorar as Teorias. A falta de conhecimentos específicos foi detectado a referente
ao Autismo.
Desse modo, foi proposto, além de palestra trantando do Transtorno do
Aspecto Autista, também sobre as competências dos blocos de descritores (tabela
12) em forma de contribuição para a escola. A Coordenadora mostrou-se
interessada pela proposta. Para tanto, ficou acordado que no primeiro semestre do
próximo ano, apresentaremos um projeto para efetivação da proposta.
Pela descrição apresentada nesta seção, pode-se evidenciar de que modo se
processam as ações que são consideradas pertinentes para o resultado satisfatório
relacionado à Prova Brasil.
126
CAPÍTULO IV
Caracterizando a Concepção da Coordenadora Pedagógica (CP) e as
Categorias
Frente às análises, conforme foi evidenciado referente à Prova Brasil, para o
componente curricular de Matemática, viabilizamos a concepção da coordenadora
pedagógica (CP) a fim de complementar as investigações em relação aos aspectos
a serem investigados na Tese, a saber:
4.1 Os conhecimentos profissionais e os aspectos metodológicos necessários
para as funções diagnósticas da Prova Brasil para o componente curricular de
Matemática
Investigando com a coordenadora pedagógica os conhecimentos profissionais
e a proprosição metodológica que se mostrem capazes de garantir, desenvolver e
ampliar as funções diagnósticas da Prova Brasil para o componente curricular de
Matemática. A CP declarou o seguinte:
“Na graduação se aprende que existem várias metodologias científicas e as
metodologias de ensino, possuem suas especificidade. Os professores têm
autonomia para introduzirem novas formas de ensinar. É importante utilizar uma
metodologia que contemple as necessidades educacionais das turmas. Conhecer as
necessidades de cada aluno. Pra isso, temos que buscar novas formas de ensinar,
para garantir que o aluno entenda os conteúdos”.
”Realizamos as reuniões pedagógicas, no planejamento falamos sobre as
aulas com os descritores, a professora utiliza recursos, participamos de formação,
me informo e procuro ajuda da DDZ”. Acho que estamos no caminho certo”. CP.
Partindo destes esclarecimentos, pautamos-nos nas ideias de Freitas e Vieira
(2007), sobre a administração escolar, que a define como um conjunto variado de
procedimentos e de intervenções no espaço ou no patamar das ações sistêmicas, a
saber, das ações de governo. (FREITAS, 2007; VIEIRA, 2007). A CP executa as
atividades repassadas pela Secretaria e busca assegurar que seus efeitos sejam
produtivos para o ensino. Entretanto, para ela, as Formações Continuadas
127
aparecem como forte indutor para se obter conhecimentos profissionais e
metodológicos.
“Penso assim, se é ano de IDEB as Formações Continuadas para o pedagogo
seriam focadas para os descritores da avaliação externa, a Prova Brasil. Embora,
não só isso, precisamos buscar informações, aqui não temos tempo. A Formação
Continuada é uma alternativa para obtermos os conhecimentos profissionais para
mediar depois com os professores. Eu precisaria conhecer mais os descritores, as
formações nos permite isso”. CP.
Frente as dificuldades colocadas pela coordenadora pedagógica acima,
trazemos Bonamino; Sousa, 2012; Coelho, (2008) que salienta ” [....] das restrições
de alcance das funções diagnósticas das avaliações em larga escala estejam
relacionadas com lacunas nos necessários conhecimentos profissionais e
estratégias metodológicas que possam garantir que a interpretação pedagógica dos
resultados seja devidamente convertida em planejamentos e em intervenções
suficientemente capazes de desenvolver as aprendizagens esperadas“.
“Acho que acompanhar as aulas da professora, formular e aplicar o simulado,
reunir com as professoras, discutir os componentes das Matrizes contribuem muito,
mas não são suficientes.” CP.
“A professora trabalha os descritores em sala de aula, quando ela precisa nos
reunimos. Eu vou nas salas, vejo como ela trabalha os assuntos da Prova Brasil. Eu
gostaria de poder contribuir mais”. CP.
Os conhecimentos epistemológicos são utilizados mesmo sem
aprofundamentos. A Teoria da Resolução de problemas não está presente em todas
as atividades, mas fundamentou (aula 4) a professora na resolução dos problemas
matemáticos.
Visto dessa maneira, as Teorias em relação aos problemas matemáticos,
seriam subsídios na efetivação das atividades em sala de aula.
128
4.1.1 Realização da implementação das propostas de mediação do contato dos
professores com os resultados da Prova Brasil
A coordenadora relata como são realizadas as atividades pedagógicas para
garantir a implementação das propostas de mediação do contato dos professores
com os resultados da Prova Brasil.
“O IDEB é o resultado da equipe. Então precisamos reunir com os
professores mais vezes. Trabalhar em equipe e realizar os simulados, as ADES, o
reforço, elaborar as provas internas no molde da Prova Brasil. Trabalhar os
descritores. Preciso do fedebeck dos professores nos planejamentos”. CP.
A mediação da coordenadora pedagógica é essencial, todas as ações
contribuem com o resultado da Prova Brasil. Entretanto, todas as ações necessitam
encaminhar-se para as Matrizes de Referência que explicitam habilidades
(descritores) relacionadas com conhecimentos e procedimentos passíveis de
verificação objetiva. Por conseguinte, os itens (testes) devem priorizar a
apresentação de situações que se mostrem significativas e capazes de mobilizar
recursos cognitivos. (BRASIL, 2011).
Desse modo, as respectivas Matrizes de Referência apresentam o que será
avaliado na Prova Brasil. Entretanto, as Matrizes de Referência não englobam todo
o currículo escolar (BRASIL, 2011). Nesse sentido, as mediações do coordenador
pedagógico buscam suprir essas lacunas.
Atribuições distintas são designadas ao coordenador pedagógico ou ao
professor coordenador. Nessa percepção, espera-se que o coordenador pedagógico
deve viabilizar, integrar e articular o trabalho pedagógico e didático diretamente com
os professores com prioridade para a qualidade de ensino (LIBÂNEO, 2004), bem
como gerenciar, de modo cotidiano, a implantação e a execução de políticas
públicas nas unidades escolares (ROSISTOLATO; VIANA, 2014).
Por todas essas atribuições, fica difícil a CP atuar como elo na atualização de
teorias e práticas. Considerando, que o professor que ministra a disciplina de
Matemática nas séries iniciais, não possui formação em Matemática. Kenski (2001),
corrobora com essa afirmativa quando declara que o professor exerce um papel
importante na efetivação da aprendizagem.
129
Denota-se que a coordenadora possui um papel importante na mediação
sobre a Prova Brasil com a equipe pedagógica.
A necessidade dos cursos de Formação Continuada foi bastante enfatizados.
Conforme os relatos, a autonomia intelectual na busca de informaçoes sobre a
avaliação externa, e, principalmente, os cursos direcionados à Prova Brasil
oferecidos pela SEMED, são fontes essenciais para os conhecimentos profissionais
e as metodologia utilizadas na melhoria do ensino e da aprendizagem dos
conteúdos curriculares de Matemática.
Dessa forma, percebemos a importância da mediação do coordenador
pedagógico com o professor. A escola é o espaço de busca da construção de
conhecimento.
Entendemos o fazer pedagógico como um conjunto de procedimentos na
melhoria do ensino. Assim, apresentamos a seguir as categorias conforme os relatos
das ações pedagógicas que contribuem com o resultado do IDEB e o aprendizado
da Escola.
4.1.2 As práticas pedagógicas e o processo ensino-aprendizagem
A prática pedagógica opera com instrumento que auxilia o professor em sala
de aula. Dessa forma, a prática pedagógica é uma aliada na atuação docente.
Principalmente, levando em consideração que a Matemática é considerada
complexa e de difícil compreensão para os alunos.
Diante disso, trazemos a concepção de Machado e D‟Ambrósio (2014), que
reconhece as falhas nos resultados com o ensino de Matemática. Ele coloca ainda,
que as dificuldades no ensino de Matemática encontram-se na didática, associadas
a metodologias inadequadas.
Certamente, o ensino de Matemática precisa ser revisto para a efetivação do
aprendizado dos alunos. Pois, como Machado e D‟Ambrósio (2014), afirma que, de
acordo com pesquisas acadêmicas, o ensino de Matemática nas escolas básicas
apresenta-se desfavorável, ou como ele mesmo cita: “vai mal” com algumas
exceções.
Por essa análise o interesse do aluno pode ser despertado espontaneamente
através de sua vivência, aproveitando os aspectos culturais e sociais que cada
130
estudante traz para a sala de aula. No entanto segundo D´Ambrósio (1996), as
dificuldades em motivar os atos e as situações atuais derivam da Matemática como
Ciência, que se originou e desenvolveu-se dos problemas da época, com olhares
diferentes, necessidades e acontecimentos imediatos que não conhecemos.
Essas concepções fazem a diferença nas ações de planejamento e prática
pedagógica. Assim, nos remetemos ao nosso problema científico proposto: Do que
dependeria o conhecimento e a proposição de metodologias da coordenadora
pedagógica capaz de ampliar a função diagnóstica dos resultados das avaliações da
Prova Brasil?
Desse modo, Machado e D‟Ambrósio (2014), cita que as ações dos
professores contêm reflexos das suas concepções em relação ao ensino da
Matemática. Relacionado esse fato ao conhecimento e as matérias que se propõe a
ensinar. Nesse caso, a percepção do professor em associar o ato de ensinar a
simplesmente repassar os conteúdos ou ao fato de considerar a Matemática
imprescindível, apesar de ser ainda considerada complexa e difícil.
Sendo assim, podemos inferir que a ação pedagógica está atrelada à
concepção do cidadão que se quer formar.
“Tudo influencia no resultado da avaliação externa, quando o pai entende a
importância da Prova Brasil, o aumento do índice do IDEB facilita o trabalho de
todos. Para se obter bom êxito, a escola envolve responsáveis pelos alunos, toda
sua equipe, administrativos e os professores. CP.
Conforme a coordenadora pedagógica, a professora necessita de todo apoio
para realizar as atividades com os alunos. Para isso, a escola está sempre
buscando recursos para faciltar a prática pedagógica.
De acordo a coordenadora pedagógica, a introdução de novas práticas se
baseam nas observações da professora. Quando a professora percebe que os
alunos não entenderam as explicações, ela seleciona os descritores e utiliza novas
estratégias para explicar as tarefas.
"Primeiro a gente verificar os conteúdos normais da proposta curricular, se trabalha os conteúdos da proposta curricular e os descritores. Porque são os descritores que são trabalhados na Prova Brasil. E ai com base nos conteúdos, a gente verifica quais os descritores que as crianças têm mais dificuldades com base nas provas anteriores. Ai esses descritores são trabalhados com mais afinco. Porque a gente vai realizar da base. Se as dificuldades são na interpretação, vamos trabalhar a questão da leitura,
131
trabalhar os conteúdos que são pré-requisitos para desenvolver aquele problema". (CP).
Conforme a coordenadora pedagógica, a professora busca estratégias para
alcançar a compreensão dos alunos. Na concepção de Pozo e Gómez Crespo
(2009), essas diversidades utilizadas em sala de aula configuram um dos meios
mais aplicados para ensinar e consolidar os diferentes conhecimentos.
Para isso, utilizam-se formas diversificadas de ensinar, segundo a professora,
o lúdico é uma estratégia que envolve os alunos. No entanto, não presenciei
nenhuma atividade lúdica em sala de aula.
A dificuldade para organizar a prática pedagógica construída a partir das
necessidades dos alunos na compreensão da resolução dos problemas matemáticos
é bastante desafiadora. As mudanças exigem romper com paradigma, com práticas
pedagógicas fundamentadas na repetição e memorização de conteúdos repassados.
A coordenadora pedagógica ressalta que os professores possuem autonomia
pra introduzirem novas práticas. A coordenadora ressalta;
“A professora utiliza o método Kumom nas aulas. Foi uma iniciativa dela para
ajudar com os conceitos e prática matemáticas”. CP.
Para isso, utilizam-se formas diversificadas de ensinar. Segundo a professora,
o lúdico é uma estratégia que envolve os alunos. No entanto, não presenciei
nenhuma atividade lúdica em sala de aula.
Percebe-se que as práticas acontecem no decorrer do processo, quando são
realizadas medidas para melhoria da aprendizagem. A experiência docente na
construção dos saberes atua como facilitador no processo ensino-aprendizagem.
Como destaca Tardif (2002), a experiência docente é primordial para os
professores, visto que a construção dos saberes acompanha a evolução da
formação do profissional.
Em se tratando de experiências individuais e em grupo, reportamos-nos à
afirmação de Tardif (2002), que salienta a importância dos saberes, aliando os
mesmos às experiências individuais e grupais sob a forma de hábitos e habilidades,
de saber, do fazer e de saber-ser.
132
4.1.3 Recursos pedagógicos para aprimoramentos dos componentes
curriculares de Matemática
O trabalho que a professora executa em sala de aula, quando realiza
atividades envolvendo os descritores seja no livro didático, seja em atividades livres,
consequentemente servem de parâmetros aos resultados já obtidos nas situações
de mediação para garantir o contato dos professores com dimensões das Matrizes
de Referências. Nesta visão consideramos resursos perdagógicos pertinentes neste
contexto.
O Programa Novo Mais Educação é outro recurso desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem. O objetivo é melhorar a aprendizagem em Língua
Portuguesa e Matemática no Ensino Fundamental, por meio da ampliação da
jornada escolar de crianças adolescentes, que participarão de atividades no
contraturno com duração de 5 a 15 horas semanais.
Os jogos didáticos utilizados nas aulas de Educação Física e nas demais
disciplinas, na visão da coordenadora pedagógica, estimulam e favorecem o
conhecimento matemático.
A ADE é outro recurso elaborado pela SEMED que é aplicado pelos
coordenadores pedagógicos da DZZ através da DAM.
Na concepção da CP a ADE é um treino, uma preparação para a Prova Brasil.
A ADE é um instrumento bastante explorado para “treinar” a formatação e questões
da Prova Brasil.
O simulado é outro recurso bastante utilizado na preparação da Prova Brasil.
Sendo realizado pela escola e pela DDZ. E ainda há outro recurso pedagógico que é
o livro de Boas Práticas.
Dentre as atividades realizadas, a escola adota o livro de Boas Práticas, uma
ação desenvolvida pela GIDE e executada pela escola. No livro são anotadas as
estratégias, como o registro de fotos, o tipo de instrumento que o professor utilizou,
programação das atividades e, principalmente, como foi o desenvolvida a tarefa em
sala de aula ou no ambiente externo.
São práticas que obtiveram êxito, que os alunos realizaram. Desse modo, a
professora faz um relatório, ilustra com fotos, entrega para a coordenadora que
133
registra no livro. A coordeandora apresenta para os demais professores, a fim de
reproduzirem com sua turma.
O objetivo do livro de Boas Práticas serve para nortear as atividades dos
demais professores que, posteriormente, podem utilizar em suas aulas. O livro fica à
disposição de todos. Ele é um recurso que possibilita análise crítica das atividades
internas e externas propostas pelos professores.
Qualquer professor tem acesso ao livro. Nele são anotados os procedimentos
das tarefas. Uma das finalidades das anotações é disponibilizar para os outros
professores suas experiências para que possam utilizar com seus alunos.
Os critérios para o registro de uma Boa Prática no livro são baseados nos
retornos das atividades realizadas pelos alunos, demonstrando interesse e
aprendizado. Um exemplo considerado pela CP bastante proveitoso. Exemplificando
uma prática elaborada pela professora:
Um aluno é selecionado ou sorteado para levar um livro para casa na sexta-
feira. Na segunda-feira ele socializa a história e a professora realiza a mediação com
a turma. Principalmente, para estimular o interesse de outros alunos.
Outro exemplo: a professora criou uma atividade designada maleta viajante.
Dentro da maleta ela colocou livros que o aluno leva para casa na sexta-feira.
Escolhe e faz a leitura. Na segunda, ele relata ou apresenta em forma de ilustração,
desenho ou por escrito. Desse modo, a maleta circula entre os alunos.
O objetivo da maleta viajante é estimular, despertar o hábito da leitura, do
raciocínio lógico e contribuir com as demais disciplinas.
Como foi relatado, uma das principais dificuldades em resolverem as
questões das avaliações internas e externas, pauta-se nas dificuldades dos alunos
na leitura. Conforme a coordenadora pedagógica, nem todos possuem a
competência esperada na leitura para as séries que se encontram.
As anotações possibilitam visibilidade das experiências com os alunos e a
utilização pelos demais professores.
Os simulados são realizados pela DDZ e pela escola. Após as correções, os
alunos são informados das suas pontuações e classificação. Para incentivar os
alunos, os três primeiros colocados recebem premiação.
Os professores conseguem verificar os resultados nas avaliações. O ritmo de
aprendizado entre as crianças é uma característica muito singular. Devido ao
134
número de alunos em sala de aula e o tempo restrito para cada disciplina, em
termos de conteúdo planejado durante o ano letivo, fica difícil acompanhar o
progresso de ensino para cada aluno e suas particularidades. A estratégia de
acompanhar o aluno que apresenta dificuldade desde o início do ano e colocá-lo na
aula de reforço contribuem para o aprendizado.
As aulas de reforço são atividades diferenciadas que iniciam na escola e
continuam com a família. Assim, os pais participam de reuniões que estão no
planejamento ou são agendadas reuniões conforme a demanda. Nessas reuniões,
são passadas informações sobre o processo evolutivo do aluno, a Prova Brasil e da
importância do IDEB para a escola, e, consequentemente, para a educação dos
alunos. Quando é percebido que o aluno não está tendo acompanhamento em casa,
os responsáveis são convidados para conversar com a gestora, coordenadora
pedagógica ou a professora. E, solicitado para os responsáveis acompanharem as
atividades dos alunos em casa.
Os principais resultados já obtidos nas situações de mediação são
importantes para mostrar que a prática de mediação requer e treinamento específico
de técnicas próprias, devendo o mediador qualificar-se e aperfeiçoar-se, melhorando
continuamente suas atitudes e suas habilidades profissionais.
Mais um recurso pedagógico que a professora considera significativo é o uso
de equipamento como o data show. Em 2017 foram observadas duas (2) aulas da
professora fazendo uso dessa ferramenta. Todas as aulas estavam direcionadas
para a Prova Brasil. A ferramenta possibilita diminuir as aulas expositivas em lousa.
Nas observações constatou-se que os alunos estavam atentos às imagens, todos
participaram da atividade.
Na primeira aula a professora era a leitora das questões e explicava a
situação-problema para os alunos. As atividades foram resolvidas em grupo com a
mediação da professora. Apresentamos as imagens 20 e 21 com situações-
problemas da Prova Brasil de Matemática para o 5º Ano.
135
Imagens 20 e 21: Situações-problemas da Prova Brasil
Fonte: Acervo da Escola Fonte: Acervo da Escola
Na segunda aula a professora solicitou aos alunos que copiassem as
situações-problemas no caderno. Na sequência os alunos resolviam.
Posteriormente, a professora realizava as correções em conjunto.
Vale destacar que o conjunto delimitado de habilidades e competências e os
descritores devem estar presentes no final das séries. E, certamente, o uso de
tecnologias é um atrativo, principalmente para o aluno. Entretanto, necessita estar
além de encantamento, mas pautado em uma aprendizagem significativa.
Para isso, é importante envolver as demais disciplinas, utilizar todos os
materiais e instrumentos para auxiliar nesse aprendizado. Inclusive, nas atividades
de Educação Física o professor realiza atividades com jogos para contribuir com o
raciocínio lógico dos alunos. Outra forma de contribuir é intensificando o plano de
ação nas séries e, principalmente, realizar a mediação dos alunos que precisam de
atenção especial.
4.1.4. A Formação Continuada de coordenadores e professores como
ferramenta no processo ensino-aprendizagem
Na fala da coordenadora pedagógica, a Formação Continuada aparece como
fator predominante na busca de conhecimentos profissionais e a proposição de
metodologias na mediação com os professores com a Prova Brasil.
As Formações Continuadas da Escola são realizadas pela DDZ Sul. A
responsável pela Formação Continuada é a SEMED que disponibiliza os assessores
136
pedagógicos das DDZs para execução dos cursos. A programação dos cursos varia
de acordo com cada DDZ. Em ano de Prova Brasil eles acontecem mensalmente
para as escolas com IDEB abaixo da meta.
A coordenadora afirma que desde o início de 2018 a agenda para as
formações foram disponibilizadas. “Esse ano já passamos a agenda para os
professores, eles sabem os dias das formações” CP.
Fator importante, em uma das falas da professora, referiu-se à falta de
informações anteriores sobre a programação das formações continuadas.
A Escola, campo de estudo, está acima da meta desde 2011, e está
classificada nos grupos das Escolas notáveis. As escolas notáveis são aquelas que
estão com IDEB na meta ou acima da meta. Devido estarem na classificação das
escolas notáveis, os professores participam geralmente de cinco formações
continuadas ao ano. Além das formações continuadas existem as reuniões
pedagógicas que as coordenadoras pedagógicas participam nas DDZs em relação à
Prova Brasil.
Em 2017 a coordenadora pedagógica não recorda os números exatos de
reuniões pedagógicas que ela participou, imagina serem aproximadamente 3 a 4.
Em 2018 ela participou de duas reuniões pedagógicas na DDZSul sobre a Prova
Brasil.
Nos encontros são realizadas atividades com grupos de descritores no molde
de situação-problemas e revisadas as questões dos simulados elaborados pela
DDZ. E, assim, como nas formações, a coordenadora repassa para a professora de
Matemática a metodologia utilizada e os descritores abordados.
Segundo a coordenadora pedagógica, os grupos são visto de uma forma
geral. O período das reuniões pedagógicas são de quatro (4) horas. A coordenadora
pedagógica não explicitou detalhes sobre os descritores. Abaixo a fala da CP.
“Eu não conheço todos os descritores, são muitos, os professores conhecem
mais que os pedagogos. Na reunião pedagógica são abordados os grupos de
descritores das provas aplicadas nos simulados da Escola. Primeiro verificam os
erros e acertos dos alunos, depois são revisados”. CP.
Essas informações são repassadas no dia do planejamento (nesse dia não
tem aula) que inicia no turno matutino e termina às dezessete horas. Esses horários
são destinados para elaborar plano de aulas e o compatilhamento dos assuntos
137
discutidos na reunião pedagógica da DDZ (informação sobre descritor). A
coordenadora comenta as dificuldades do retorno para o professor.
“E muito difícil, nas reuniões temos quatro (4) horas de estudo. O
planejamento não é exclusivo para debatermos os assuntos vistos no curso. Por
isso, é passado para eles de forma reduzida. Explico tudo que foi visto no data
show. A DDZ encaminha via e-mail o material que compartilho com eles”.
A coordenadora pedagógica repassa o material e as informações sobre a
Prova Brasil. Segundo ela, não possuem tempo suficientes para refazerem as
atividades, ficando na maioria das vezes, meramente repasses de informações.
“O ideal seria que tivesse mais formações, verificar cada descritor
detalhadamente. Eu não conheço todos os descritores”. CP.
Na percepção da coordenadora, deveria existir mais formações, direcionadas
para a Prova Brasil. O número de Formações é insuficiente de acordo com ela.
Outra observação recai em cima dos detalhamentos dos descritores, ou seja,
conheccer as habilidades e as competências de cada bloco.
Os descritores estão dispostos na proposta pedagógica, as professoras e
coordenadora buscam modelos dos itens através dos simulados, exemplos do Blog
do Warles disponível na internet e questões anteriores da ADE. As avaliações
internas são todas no formato da Prova Brasil.
“As avaliações internas são nos moldes da Prova Brasil. Não adianta fazer
diferente, precisamos que o aluno conheça como será cobrado na Prova Brasil. As
formações precisam trabalhar os descritores com a gente”. CP.
“Precisamos ter mais formações. A Formação sobre os descritores são
poucas. Os pedagogos participam de reuniões pedagógicas que é uma ação da
DDZ a respeito dos descritores. As formações são mais voltadas pro professor sobre
a Prova Brasil”. CP.
Percebe-se na fala da coordenadora pedagógica que há necessidade de mais
Formações sobre a Prova Brasil. Principalmente, dos conteúdos que não estão
contemplados no currículo em relação à Resolução de Problemas.
Os objetos de avaliação são especificados nos blocos das Matrizes de
Referência (BRASIL, 2011). Assim como:
as Matrizes de Referência especificam, como referenciais curriculares, quais são os objetos passíveis de avaliação pelos itens que compõem a Prova Brasil, ou seja, designam as aprendizagens, sob a forma de descritores,
138
preconizados ao final do 5º. e do 9º. anos do Ensino Fundamental. As Matrizes constituem-se em documento oficial de referência para a elaboração das questões (itens) da Prova Brasil. Elas expressam um recorte no currículo escolar, “um recorte com base no que é possível aferir por meio do tipo de instrumento de medida utilizado na Prova Brasil e que, ao mesmo tempo, é representativo do que está contemplado nos currículos vigentes no Brasil” (BRASIL, 2011; p. 17).
Apresentamos na tabela 21 os grupos de Descritores das Matrizes de
Referência do SAEB/Matemática que avaliam as habilidades na Resolução de
Problemas do 5º ano.
139
Tabela 21: Matrizes de Referência - Descritores de Matemática do 5º Ano
Espaço e forma
Grandezas e medidas Números e operações / Álgebra
e funções Tratamento da
informação
D1 Identificar a localização e movimentação de objeto em mapas,
croquis e outras representações
gráficas.
D6 Estimar a medida de
grandezas utilizando unidades de medida convencionais ou
não.
D13 Reconhecer e utilizar
características do sistema de numeração decimal, tais como
agrupamentos e trocas na base 10
e princípio do valor posicional.
D27 Ler informações e
dados apresentados em tabelas.
D2 Identificar propriedades
comuns e diferenças entre poliedros
e corpos redondos, relacionando figuras tridimensionais com
suas planificações.
D7 Resolver problemas
significativos utilizando
unidades de medida padronizadas como
km/m/cm/mm, kg/g/mg, l/ml.
D14 Identificar a localização de
números naturais na reta
numérica.
D28 Ler informações e
dados apresentados em
gráficos (particularmente em gráficos de colunas).
D3 Identificar propriedades
comuns e diferenças entre figuras bidimensionais pelo número de
lados, pelos tipos de ângulos.
D8 Estabelecer relações entre
unidades de medida de tempo.
D15 Reconhecer a decomposição
de números naturais nas suas diversas ordens.
D4 Identificar quadriláteros observando as posições relativas
entre seus lados (paralelos,
concorrentes, perpendiculares).
D9 Estabelecer relações entre o horário de início e término e/ou
o intervalo da duração de um
evento ou acontecimento.
D16 Reconhecer a composição e a decomposição de números
naturais em sua forma polinomial.
D5 Reconhecer a conservação ou modificação de medidas dos lados,
do perímetro, da área em ampliação
e/ou redução de figuras poligonais usando malhas quadriculadas.
D10 Num problema, estabelecer trocas entre cédulas
e moedas do sistema monetário
brasileiro em função de seus valores.
D17 Calcular o resultado de uma adição ou subtração de números
naturais.
D11 Resolver problema envolvendo o cálculo do
perímetro de figuras planas,
desenhadas em malhas quadriculadas.
D18 Calcular o resultado de uma multiplicação ou divisão de
números naturais
D12 Resolver problema
envolvendo o cálculo ou a estimativa de áreas de figuras
planas, desenhadas em malhas
quadriculadas.
D19 Resolver problema com
números naturais, envolvendo diferentes significados da adição
ou subtração: juntar, alteração de
um estado inicial (positiva ou negativa), comparação e mais de
uma transformação (positiva ou
negativa).
D20 Resolver problema com números naturais, envolvendo
diferentes significados da
multiplicação ou divisão: multiplicação comparativa, ideia
de proporcionalidade,
configuração retangular e combinatória.
D21 Identificar diferentes
representações de um mesmo número racional.
D22 Identificar a localização de
números racionais representados
na forma decimal na reta numérica.
D23 Resolver problema
utilizando a escrita decimal de cédulas e moedas do sistema
monetário brasileiro.
D24 Identificar fração como representação que pode estar
associada a diferentes
significados.
D25 Resolver problema com números racionais expressos na
forma decimal envolvendo
diferentes significados da adição ou subtração.
D26 Resolver problema
envolvendo noções de porcentagem (25%, 50%, 100%).
Fonte: Fonte: Inep/Daeb (BRASIL, 2018). Reprodução.
140
Nesse sentido, são realizadas oficinas pedagógicas em que são abordadas,
em forma de exercícios, as matrizes de referências. Assim, os exercícios são
elaborados nos moldes da Prova Brasil.
Conforme a CP, essas informações são repassadas posteriormente para os
professores. Para isso, a coordenadora pedagógica reune-se com a professora e
compatilha as atividades em forma de reprodução. Todo o material é repasssado
para a professora e os exercícios são revistos e analisados.
Segundo a coordenadora pedagógica, ela e a professora possuem inúmeras
atribuições e não dispõem de tempo suficiente para explicações mais detalhadas.
Existe uma agenda para execução das atividades e encontros de planejamento. Às
vezes, faz-se necessário os encontros esporádicos, quando surgem dúvidas de
algum membro envolvido na Avaliação Externa. Porém nem sempre há tempo livre
para debaterem. As reuniões acontecem no dia do planejamento. Nesse dia a
coordenadora e professora tratam de assuntos pertinentes à Prova Brasil e os
demais conteúdos curriculares. Nota-se que o tempo não é suficiente para debater
sobre a Prova Brasil.
Os assuntos tratados no planejamento no que diz respeito à Prova Brasil
centram-se nos blocos de descritores. Sendo necessários, conforme a CP, conhecer
cada um para realizar exercícios direcionados nos simulados, nas aulas de reforço,
nas questões da ADE e nas avaliações internas. Anteriormente, as formações eram
realizadas somente com os professores sobre a Prova Brasil. Agora, professores e
pedagogos participam de oficinas, jornadas pedagógicas e Formação sobre os
descritores. A coordenadora pedagógica complementa que outros temas fazem
parte das formações. Entre eles, substâncias ilícitas, abuso e violência infantil e as
demandas que são sugeridas pelos professores ou coordenadores.
Esse processo formativo de aperfeiçoamento dos saberes, a nosso ver, faz-se
necessário para a prática docente e pedagógica. Essas ações realizadas ao longo
da trajetória profissional são necessárias para assegurar uma ação docente efetiva
na promoção do processo de ensino-aprendizagem.
Partindo desses esclarecimentos, pautamos-nos nos embasamentos
epistemológicos anteriores de Bonamino; Sousa, 2012 e Coelho, (2008), os quais
consideram que as lacunas em relação às avaliações externas devem estar
141
relacionadas nos necessários conhecimentos profissionais e estratégias
metodológicas para os profissionais (BONAMINO; SOUSA, 2012;COELHO, 2008).
Nesse sentido, as formações, os cursos, as jornadas pedagógicas e os
demais recursos, permeiam o processo avaliativo dos profissionais da educação,
consequentemente, os que estão à frente na Prova Brasil. Essas lacunas interferem
na interpretação pedagógica dos resultados, dificultando planejamentos e
intervenções suficientemente capazes de desenvolver as aprendizagens esperadas.
Diante do exposto, nota-se a necessidade da formação continuada para a prática de
ensino dos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental e demais áreas.
De acordo com Schon (1992), os subsídios que os docentes precisam para
alcançar a competência pedagógica precisarão, pois, ser encontrados, em parte, no
processo de formação continuada, em que eles se encontram envolvidos e que
atinge, severamente, em um modo reflexivo sobre a própria prática, o que lhes
permite tomar consciência dos fundamentos de suas ações, em sala de aula, e
numa atitude crítica diante dos erros e acertos cometidos.
Sendo assim, o desenvolvimento das competências irá depender da
existência de condições favoráveis à mudança na escola, o que permite a troca de
ideias, o incentivo à experiência e a valorização do professor. Nesse sentido, a
competência a ser mediada nos cursos de formação de professores deve envolver a
capacidade de construção do conhecimento, resultado da coordenação entre os
conceitos vistos por diferentes teóricos e os elementos oriundos de sua prática
escolar.
Fica evidente que a competência pedagógica também é constituída no
contato com a prática e na formação de um pensamento prático reflexivo do
professor.
142
CONCLUSÕES
Idealizada em 2005, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a cada dois anos, a Prova Brasil é realizada
com alunos do 5º e do 9º Ano do Ensino Fundamental das escolas da Rede
Pública e que possuem, no mínimo, 20 alunos matriculados nas séries/anos.
Tem caráter amostral ou censitário. O amostral contempla os orgãos sobre a
evolução do Sistema Educacional. Sendo nesse caso, selecionado uma mostra
representativa do universo que se tem interesse. Por sua vez no censitário, o foco é
a escola que gera as informações que possibilitam subsídios para realização das
atividades pedagógicas.
Nesse sentido, com essa avaliação é possível conhecer a qualidade de
ensino que compõe as escolas. No entanto, é importante destacar que a Avaliação
Externa exige comprometimento, experiência, estrutura operacional e
gerenciamento, para garantir a eficiência e a eficácia do processo em prol da
Educação Básica.
Para isso, retornemos ao nosso ponto de partida, que nos remete a nossa
investigação do Problema da Pesquisa: de que maneira a Coordenadora
Pedagógica realiza as mediações, as interações em relação ao conhecimento
profissional e à proposição de metodologias capaz de ampliar a função diagnóstica
dos resultados da avaliação de Matemática da Prova Brasil? Destacando, ainda, o
nosso objetivo de investigar os conhecimentos e as metodologias da Coordenadora
Pedagógica que poderiam favorecer e ampliar a função diagnóstica dos resultados
da avaliação de Matemática da Prova Brasil.
Quanto aos objetivos específicos cumpre mencionar: a. Averiguar os
conhecimentos e as metodologias que são capazes de ampliar a função diagnóstica
dos resultados da avaliação de Matemática da Prova Brasil para a Coordenadora
Pedagógica; b. Descrever os conhecimentos da Coordenadora Pedagógica na
mediação e interação efetuada com os professores da Educação Básica em relação
aos resultados obtidos nos descritores de Matemática da Prova Brasil; c. Averiguar
se as estratégias metodológicas da Coordenadora Pedagógica são suficientemente
eficazes para promoção do contato dos professores com os resultados obtidos da
Prova Brasil; d. Verificar, numa perspectiva qualitativa, a partir da caracterização e
da realização de intervenções colaborativas com a Coordenadora Pedagógica, como
143
acontecem as discussões e elaboração capazes de garantir a implementação das
propostas de mediação do contato dos professores com os resultados das edições
da Prova Brasil.
E, ainda, a Tese: A efetivação das finalidades da Prova Brasil, a saber, a
melhoria da qualidade das condições do processo de ensino-aprendizagem dos
conteúdos curriculares de Matemática está atrelada aos conhecimentos profissionais
e os conhecimentos metodológicos que devem ser desenvolvidos e construídos de
modo conjunto e colaborativo, a partir da mediação e interação entre a
coordenadora pedagógica e a professora.
Para tal, estabeleceu-se a busca por respostas para questões pertitnetes ao
objeto de nosso estudo e, em consequência, iniciamos a pesquisa. À medida que
tomávamos conhecimento da análise documental, dos relatos e das percepções dos
participantes, apropriávamos-nos da percepção da coordenadora pedagógica em
relação à Prova Brasil e aos conteúdos curriculares de Matemática.
Os resultados obtidos indicam que a coordenadora pedagógica, juntamente
com os professores realizam, em conjunto, ações pedagógicas em relação à Prova
Brasil. Nessa atuação são vistas as demandas a serem realizadas nos semstres.
Para isso, nos dias de planejamento são abordadas as ações Pro-IDEB, os
encontros pedagógicos para discussão e repasses das informações das reuniões
pedagógicas pela DDZ para coordenadores, nos retornos da ADE e dos simulados,
realizando atividades sobre as edições anteriores da ADE e da Prova Brasil, e ainda,
discutidas as observações em sala de aula pela coordenadora pedagógica das aulas
de Matemática para posteriores mediações com a professora.
O IDEB de 2017 atingiu 6.7 de pontuação, mas para isso, a escola utilizou
diversas estratégias para atingir seu objetivo. Desse modo, os resultados para atingir
a nota na média ou acima da méda no IDEB, conforme a coordenadora pedagógica,
estão atrelados às ações pedagógicas da escola. Fatos que foram constatados
conforme os subitens (3.1.2; 3.4; 3.4.1) e item (4.1.3 da categoria).
Apesar do aumento na pontuação do IDEB e de todas as ações da escola
sobre a Prova Brasil, percebeu-se que as estratégias metodológicas da
coordenadora pedagógica não são suficentes para a promoção do contato dos
professores com os resultados obtidos nas edições da Prova Brasil, ficando
constatado em seus relatos que: a. necessitam de mais cursos de formações
144
continuadas direcionadas a Prova Brasil; b. o tempo de observação em sala de aula
são insuficientes na promoção da interação com a professora; c. o planejamento não
possui tempo determinado para tratar assuntos direcionados a Prova Brasil; d. as
várias atribuições da coordenadora pedagógica dificultam novos encontros com os
professores; e. as informações repassadas sobre os descritores obtidos nas reunões
com a DDZ são meramente reprodutivos.
Os resultados demonstram a importância dos cursos de formação continuada
direcionados aos conteúdos da Prova Brasil que poderiam favorecer e ampliar a
função diagnóstica dos resultados da avaliação de Matemática.
As análises, por fim, apontaram que, embora os relatos das participantes
indicassem diferentes modalidades de recursos diretamente vinculados com a
obtenção desempenhos positivos nas provas, bem como com a redução significativa
de evasão, foram identificadas restrições quanto ao âmbito formativo proporcionado
nas interações cotidianas, especificamente, em relação à compreensão mais
ampliada de dimensões relevantes dos descritores presentes nas Matrizes de
Referência.
Os relatos evidenciaram que, à despeito dos elevados valores de IDEB
registrados, a escola sustenta redução no incremento de tais valores considerando
as quatro últimas versões da Prova Brasil, bem como às atualizações e utilizações
aos materiais oficiais fornecidos como estratégias de preparação dos alunos. De
modo acentuado e reinicidente, foram constatadas restrições quanto às explicações
e exemplificações de conhecimentos profissionais definidos por interpretações
pedagógicas do alcance dos descritores em termos do planejamento de interações
em sala de aula.
Diferentemente constatou-se a prioridade na execução de exercícios e de
padrões previsíveis de resolução como estratégias para aprendizagem dos
descritores. Em síntese, os dados e as análises convergiram para vincular valores
elevados do IDEB a uma variedade de recursos disponíveis (simulados, avaliações
externas municipais, aulas de reforço, cursos de formação etc..) que priorizam
subordinar os conteúdos curriculares aos exercícios exigidos na prova, prescindindo
de compreensões e de interpretações de dimensões dos descritores necessários
para ampliar e garantir as funções diagnósticas dos resultados das provas, tanto
quanto a autonomia docente para elaboração, execução e avaliação de condições
145
didáticas vinculadas com aprendizagens significativas e expandidas dos conteúdos
curriculares envolvidos.
Sendo assim, para um resultado mais efetivo, denota-se á necessidade de
maiores mediações da coordenadora pedagógica com os professores, mais reuniões
pedagógicas para devolutivas, mais ações nas políticas públicas, programas
educacionais e principalmente, cursos de Formação Continuada para coordenadores
pedagógicos e professores direcionados a Prova Brasil.
Considerando que a formação acadêmica e a formação continuada obteve
destaque nas falas da coordenadora pedagógica frente às lacunas de
conhecimentos profissionais e as metodológias para ampliar a função diagnóstica da
Prova Brasil. Percebe-se a necessidade de cursos de Formação Continuada para
pedagogos e professores, que possam suprir as lacunas existentes em torno dos
conhecimentos profissionais e metodológicos evidenciados pela coordenadora
pedagógica.
Ademais, como forma de agradecimento pela contribuição nesta pesquisa e
observando lacunas em relação às competências e habilidades que os blocos de
descritores desenvolvem no final de cada série, presentes nas observações em sala
de aula e nas análises dos dados, sugeriu-se para a coordenadora pedagógica e à
gestora, a realização de palestras com tema sobre as habilidades e competências
dos descritores. Outra sugestão foi o desenvolvimento de oficinas ou palestras
direcionadas aos Transtornos do Espectro Autista. Nosso objetivo era contribuir com
os profissionais da Escola em relação aos esclarecimentos dessas temáticas, haja
vista que existe aluno com o diagnóstico de Transtornos do Espectro Autista.
É válido destacar que o IDEB na média ou acima da média deverá ser uma
consequência dos saberes e competência dos alunos pela interação e mediação da
coordenadora pedagógica, e não somente ter como meta o IDEB elevado.
Diante dos referidos resultados e para a efetivação da qualidade de ensino,
os conhecimentos profissionais e os conhecimentos metodológicos que norteiam o
processo de ensino, ainda que apresentem papéis diferenciados, devem atuar de
forma colaborativa com interação e mediação para a melhoria do processo ensino-
aprendizagem.
Pelo exposto, configura-se, portanto, ser pertinente e relevante a proposição
de programas de formação inicial e continuada para professores da Educação
146
Básica de modo que priorizem o desenvolvimento dos conhecimentos profissionais
de gestão e de docência que sejam compatíveis com a consolidação de políticas
públicas de avaliação de desempenhos na Educação Básica.
147
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153
ANEXOS
Anexo A – Termo de Anuência Escola
Anexo B – Parecer Consubstanciado do CEP
Anexo C – Plano de Ação Pró-iDEB
Anexo D – Plano Didático Pedagógico anual 4º e 5º anos
Anexo E – Cadernos da ADE
Anexo F – Caderno de Simulado
154
ANEXO A
Termo de Anuência – Escola
Eu, M. de L. C. S, gestora da Escola Municipal Profª A. T. de M., venho por meio
desta, autorizar a pesquisadora Derlei Maria Correa de Macedo Dantas, Doutoranda
do Programa de Pós Graduação stricto sensu em Educação em Ciências
(REAMEC), Polo Acadêmico da Universidade do Estado do Amazonas UEA, a
realizar coleta de dados na Escola Municipal Profª A. T. de M. na cidade de Manaus
para o desenvolvimento de sua pesquisa intitulada: “Prova Brasil e os processos de
ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares de matemática do ensino
fundamental: atuação da coordenadora pedagógica de uma escola pública na cidade
de Manaus”, sob orientação do Prof. Dr. Jair Lopes Junior, após aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Manaus,..........de...................................... de..............
M. de L. C. S.
Gestora
155
ANEXO B
Parecer Consubstanciado do CEP
156
ANEXO C
Plano de Ação Pró-IDEB
157
ANEXO D
Plano Didático Pedagógico Anual 4º e 5º anos
158
ANEXO E
Cadernos da ADE
159
ANEXO F
Caderno de Simulado
160
APÊNDICES
Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Apêndice B – Protocolo de Entrevista 1 – Gestora
Apêndice C – Protocolo de Entrevista 2 – Coordenadora Pedagógica
Apêndice D – Protocolo de Entrevista 3 – Coordenadora Pedagógica
Apêndice E – Protocolo de Entrevista 4 – Professora
Apêndice F – Questionário 1 – Gestora
Apêndice G – Questionário 2 – Coordenadora Pedagógica
Apêndice H – Questionário 3 – Professora
Apêndice I – Protocolo de Observação
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APÊNDICE A
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
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APÊNDICE B
Protocolo de entrevista 1 – Gestora
DANTAS, Derlei Maria Correa Macedo. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática, da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática–REAMEC. Doutorado em Educação em Ciências e Matemática.
Perguntas
1. Comente sobre o planejamento das ações relacionadas com a apresentação e discussão de temas relacionados com a Prova Brasil e as avaliações externas do desempenho escolar. 2. Como acontecem a organização do planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo, etapas para o desenvolvimento das atividades em relação a avaliação externa? 3. Quais os procedimentos sobre os planejamentos adotados após a professora a finalização das correções dos simulados e da ADE? 4. Quais as percepções das interações com a professora em se tratando de Prova Brasil e quais análises das atividades de observação da professora?
163
APÊNDICE C
Protocolo de entrevista 2 – CP
1. Quais os conhecimentos profissionais e a proposta de metodologias capazes de ampliar a função diagnóstica dos resultados das avaliações externas para a coordenadora pedagógica? 2. As estratégias metodológicas mediadas pelo coordenador pedagógico são suficientemente eficazes para os professores na mediação dos resultados da Prova Brasil? 3. Como acontecem, mediações e modelos de interação com a professora para implementação das propostas para a Prova Brasil? 4. Comente sobre o planejamento das ações relacionadas com a apresentação e discussão de temas relacionados com a Prova Brasil e as avaliações externas do desempenho escolar. 5. Quais as evidências que garantiram que suas ações possibilitaram resultados positivos na mediação com a professora em relação aos componentes curriculares de Matemática? 6. Como são elaborados o planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo, etapas para o desenvolvimento das atividades em relação a avaliação externa? 7. Como é definida a agenda para a execução posterior de observações e de registros de situações de mediação com a professora? 8. Qual o procedimento para a observação das aulas ministradas pelos professores de matemática dos 5º anos? 9. As práticas utilizadas pela professora se mostraram coerentes com o que vocês discutem no planejamento? 10. Existem práticas utilizadas pela professora que não foram previamente discutidas? 11. Em que momento acontece o retorno das atividades desenvolvidas na sala de aula em relação aos exercícios envolvendo os descritores? 12. Quais os procedimentos sobre os planejamentos adotados após a professora a finalização das correções dos simulados e da ADE? 13. Quais as percepções das interações com a professora em se tratando de Prova Brasil e quais análises das atividades de observação da professora?
164
14. Como ocorre a discussão de informações relacionadas aos resultados obtidos pela escola sobre a Prova Brasil? E a execução das observações das aulas planejadas? 15. Como descreveria em uma perspectiva colaborativa a interação com a professora capaz de fomentar conhecimentos profissionais e metodologias que garantam os resultados da Prova Brasil?
165
APÊNDICE D
Protocolo de entrevista 3 – CP
DANTAS, Derlei Maria Correa Macedo. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática, da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática–REAMEC. Doutorado em Educação em Ciências e Matemática.
1. A Sra. organiza uma agenda para realizar as observações de registros das
mediação com os professores?
2. Como realiza as observações das aulas ministradas pela professora dos 5º anos?
3. Quantas vezes são executadas? Por quê?
4. Existe interação com a professora na hora da observação?
5. Como percebe as atividades executadas pela professora?
6. Quais as maiores dificuldades apresentadas nesse procedimento?
166
APÊNDICE E
Protocolo de entrevista 4 – Professora
1. Comente sobre o planejamento das ações relacionadas com a apresentação e discussão de temas relacionados com a Prova Brasil e as avaliações externas do desempenho escolar. 2. Como são elaborado o planejamento e cronograma de ações envolvendo fases, intervalo, etapas para o desenvolvimento das atividades em relação a avaliação externa? 3. Quais os procedimentos sobre os planejamentos adotados após finalização das correções dos simulados e da ADE? 4. Como acontecem as discussões sobre as versões anteriores da Prova Brasil relacionadas aos resultados obtidos pela escola?
167
APÊNDICE F
Questionário 1 – Gestora
DANTAS, Derlei Maria Correa de Macedo. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática, da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática–REAMEC. Doutorado em Educação em Ciências e Matemática.
Cara Gestora
Considerando a necessidade de profissionais comprometidos e engajado com a Pesquisa Cientifica. Elaboramos este questionário que se destina ao estudo que está sendo realizado por está pesquisadora, intitulada: Prova Brasil e os processos de ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares de matemática do ensino fundamental: atuação da coordenadora pedagógica de uma escola pública na cidade de Manaus. Necessitando de informações que possam subsidiar esta Pesquisa Científica pedimos que responda todas as questões.
As respostas dos dados são opcionais
Nome completo:............................................................................................................ Telefone........................................................E-mail:...................................................... Instituição:....................................................Tempo de serviço:..................................... Qualificação: ( ) Licenciatura ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado Formação:..............................................Instituição:.............................Ano:..................
Perguntas
1. Como você se sente sendo gestora de uma escola da Rede Pública?
2. Fale sobre sua formação.
3. Fale a respeito das atividades de formação com foco na Prova Brasil, ou de modo mais geral, com foco nas avaliações externas de desempenho escolar. 4. Fale sobre as atividades formativas em relação à Prova Brasil. 5. Cite as atividades e Formação Continuada que na sua avaliação, proporcionaram informações, conhecimentos, preparo para a sua atuação junto a equipe pedagógica e quais foram os órgãos responsáveis pelas atividades, cursos, oficinas ou Formação Continuada. 7. O que destacaria como pontos positivos nestas ações de formação para a promoção do contato dos professores das escolas com os resultados da Prova Brasil e com as Matrizes de Referência do SAEB/Prova Brasil? 8. O que destacaria como pontos negativos nestas ações de formação e que dificultaram as atividades para a promoção do contato dos professores com resultados, com as Matrizes da Prova Brasil?
168
APÊNDICE G
Questionário 2 – CP
DANTAS, Derlei Maria Correa de Macedo. Programa de Pós-graduação em
Educação em Ciências e Matemática, da Rede Amazônica de Educação em
Ciências e Matemática–REAMEC. Doutorado em Educação em Ciências e
Matemática.
Prezada Coordenadora Pedagógica
Considerando a necessidade de profissionais comprometidos e engajado com a Pesquisa Cientifica. Elaboramos este questionário que se destina ao estudo que está sendo realizado por está pesquisadora, intitulada: Prova Brasil e os processos de ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares de matemática do ensino fundamental: atuação da coordenadora pedagógica de uma escola pública na cidade de Manaus. Necessitando de informações que possam subsidiar esta Pesquisa Científica pedimos que responda todas as questões.
As respostas dos dados são opcionais Nome completo:............................................................................................................. Telefone........................................................E-mail:...................................................... Instituição:...................................................Tempo de serviço:...................................... Qualificação: ( ) Licenciatura ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado Formação:..............................................Instituição:.............................Ano:..................
Perguntas
1. A Sra. passou por atividades de formação com foco no Prova Brasil, ou de modo mais geral, com foco nas avaliações externas de desempenho escolar? 2. Fale sobre as atividades formativas em relação à Prova Brasil. 3. Cite as atividades/cursos/oficinas e Formação Continuada que participou e que, na sua avaliação, proporcionaram informações, conhecimentos, preparo para a sua atuação junto aos professores, especificamente no tratamento de assuntos relacionados com avaliações externas e em larga escala da Educação Básica, bem como sobre a Prova Brasil. 4. Quais foram os órgãos responsáveis pelas atividades, cursos, oficinas ou Formação Continuada e quando foram realizadas? 5. O que você destacaria como pontos positivos nestas ações de formação para a promoção do contato dos professores das escolas com os resultados da Prova Brasil e com as Matrizes de Referência do SAEB/Prova Brasil? 6. O que você destacaria como pontos negativos nestas ações de formação e que dificultaram as atividades para a promoção do contato dos professores com resultados, com as Matrizes da Prova Brasil?
169
APÊNDICE H
Questionário 3 – Professora
DANTAS, Derlei Maria Correa Macedo. Programa de Pós-graduação em Educação
em Ciências e Matemática, da Rede Amazônica de Educação em Ciências e
Matemática–REAMEC. Doutorado em Educação em Ciências e Matemática.
Prezada Professora
Considerando a necessidade de profissionais comprometidos e engajado com a Pesquisa Cientifica. Elaboramos este questionário que se destina ao estudo que está sendo realizado por está pesquisadora, intitulada: Prova Brasil e os processos de ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares de matemática do ensino fundamental: atuação da coordenadora pedagógica de uma escola pública na cidade de Manaus. Necessitando de informações que possam subsidiar esta Pesquisa Científica pedimos que responda todas as questões.
As respostas dos dados são opcionais
Nome completo (opcional):............................................................................................. Telefone: ( )..........................................E-mail: ........................................................ Instituição:..........................................................Tempo de serviço:............................... Qualificação: ( ) Licenciatura ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado Formação:.......................................................Instituição:......................Ano:.................
Perguntas
1. A Sra. passou por atividades de formação com foco no Prova Brasil, ou de modo mais geral, com foco nas avaliações externas de desempenho escolar? 2. Fale sobre as atividades formativas em relação à Prova Brasil. 3. Cite as atividades/cursos/oficinas e Formação Continuada que participou e que, na sua avaliação, proporcionaram informações, conhecimentos, preparo para a sua atuação junto aos professores, especificamente no tratamento de assuntos relacionados com avaliações externas e em larga escala da Educação Básica, bem como sobre a Prova Brasil. 4. Quais foram os órgãos responsáveis pelas atividades, cursos, oficinas ou Formação Continuada e quando foram realizadas? 5. O que você destacaria como pontos positivos nestas ações de formação para a promoção do contato dos professores das escolas com os resultados da Prova Brasil e com as Matrizes de Referência do SAEB/Prova Brasil? 6. O que você destacaria como pontos negativos nestas ações de formação e que dificultaram as atividades para a promoção do contato dos professores com resultados, com as Matrizes da Prova Brasil?
170
APÊNDICE I
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO
DANTAS, Derlei Maria Correa Macedo. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática, da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática–REAMEC. Doutorado em Educação em Ciências e Matemática.
Nome:.......................................................................................Data:.............................
Observações realizadas em sala de aula
Conteúdos Observações
Prática Pedagógica
Teorias Ensino de Matemática
Procedimento Metodológico
Recursos Pedagógicos
Descritores abordados
Interação coordenadora
pedagógica e Professora