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Provas da Consulplan Língua Portuguesa Prof. Gilber Botelho Gramática e Texto PORTUGUÊS PARA PROVAS DE CONCURSOS PÚBLICOS - CONSULPLAN @gilber_botelho 1 Material da Consulplan Formatado 2011 - TSE Prof Gilber Botelho LÍNGUA PORTUGUESA (PARA TODOS OS CARGOS): Leitura, compreensão e interpretação de textos. Estruturação do texto e dos parágrafos. Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais. Significação contextual de palavras e expressões. Equivalência e transformação de estruturas. Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. Emprego de tempos e modos verbais. Pontuação. Estrutura e formação de palavras. Funções das classes de palavras. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Ocorrência de crase. Ortografia oficial. Acentuação gráfica. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL/RS ANALISTA JUDICIÁRIA TEXTO: A Criada Seu nome era Eremita. Tinha dezenove anos. Rosto confiante, algumas espinhas. Onde estava a sua beleza? Havia beleza nesse corpo que não era feio nem bonito, nesse rosto onde uma doçura ansiosa de doçuras maiores era o sinal da vida. Beleza, não sei. Possivelmente não havia, se bem que os traços indecisos atraíssem como água atrai. Havia, sim, substância viva, unhas, carnes, dentes, mistura de resistências e fraquezas, constituindo vaga presença que se concretizava porém imediatamente numa cabeça interrogativa e já prestimosa, mal se pronunciava um nome: Eremita. Os olhos castanhos eram intraduzíveis, sem correspondência com o conjunto do rosto. Tão independentes como se fossem plantados na carne de um braço, e de lá nos olhassem abertos, úmidos. Ela toda era de uma doçura próxima a lágrimas. Às vezes respondia com má-criação de criada mesmo. Desde pequena fora assim, explicou. Sem que isso viesse de seu caráter. Pois não havia no seu espírito nenhum endurecimento, nenhuma lei perceptível. “Eu tive medo”, dizia com naturalidade. “Me deu uma fome”, dizia, e era sempre incontestável o que dizia, não se sabe por quê. “Ele me respeita muito”, dizia do noivo e, apesar da expressão emprestada e convencional, a pessoa que ouvia entrava num mundo delicado de bichos e aves, onde todos se respeitam. “Eu tenho vergonha”, dizia, e sorria enredada nas próprias sombras. Se a fome era de pão que ela comia depressa como se pudessem tirálo o medo era de trovoadas, a vergonha era de falar. Ela era gentil, honesta. “Deus me livre, não é?”, dizia ausente. Porque tinha suas ausências. O rosto se perdia numa tristeza impessoal e sem rugas. Uma tristeza mais antiga que o seu espírito. Os olhos paravam vazios; diria mesmo um pouco ásperos. A pessoa que estivesse a seu lado sofria e nada podia fazer. Só esperar. Pois ela estava entregue a alguma coisa, a misteriosa infante. Ninguém ousaria tocá-la nesse momento. Esperava-se um pouco grave, de coração apertado, velando-a. Nada se poderia fazer por ela senão desejar que o perigo passasse. Até que num movimento sem pressa, quase um suspiro, ela acordava como um cabrito recém nascido se ergue sobre suas pernas. Voltara de seu repouso na tristeza. Voltava, não se pode dizer mais rica, porém mais garantida depois de ter bebido em não se sabe que fonte. O que se sabe é que a fonte devia ser antiga e pura. Sim, havia profundeza nela. Mas ninguém encontraria nada se descesse nas suas profundezas senão a própria profundeza, como na escuridão se acha a escuridão. É possível que, se alguém prosseguisse mais, encontrasse, depois de andar léguas nas trevas, um indício de caminho, guiado talvez por um bater de asas, por algum rastro de bicho. E de repente a floresta. Ah, então devia ser esse o seu mistério: ela descobrira um atalho para a floresta. Decerto nas suas ausências era para lá que ia. Regressando com os olhos cheios de brandura e ignorância, olhos completos. Ignorância tão vasta que nela caberia e se perderia toda a sabedoria do mundo. Assim era Eremita. Que se subisse à tona com tudo o que encontrara na floresta seria queimada em fogueira. Mas o que vira em que raízes mordera, com que espinhos sangrara, em que águas banhara os pés, que escuridão de ouro fora a luz que a envolvera tudo isso ela não contava porque ignorava: fora percebido num só olhar, rápido demais para não ser senão um mistério. Assim, quando emergia, era uma criada. A quem chamavam constantemente da escuridão de seu atalho para funções menores, para lavar roupa, enxugar o chão, servir a uns e outros. Mas serviria mesmo? Pois se alguém prestasse atenção veria que ela lavava roupa ao sol; que enxugava o chão molhado pela chuva; que estendia lençóis ao vento. Ela se arranjava para servir muito mais remotamente, e a outros deuses. Sempre com a inteireza de espírito que trouxera da floresta. Sem um pensamento: apenas corpo se movimentando calmo, rosto pleno de uma suave esperança que ninguém dá e ninguém tira. A única marca do perigo por que passara era o seu modo fugitivo de comer pão. No resto era serena. Mesmo quando tirava o dinheiro que a patroa esquecera sobre a mesa, mesmo quando levava para o noivo em embrulho discreto alguns gêneros da despensa. A roubar de leve ela também aprendera nas suas florestas. (Lispector, Clarisse. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, pág. 117/119) 01) De acordo com o 1º e 2º parágrafos, é correto afirmar que a autora: (A) Por mais que procurasse, não encontrou beleza alguma em Eremita. (B) Refere-se a uma beleza, não necessariamente física. (C) Nega qualquer possibilidade de atrativos na criada que possam conferir-lhe atributos estéticos. (D) Estabelece uma oposição rígida entre carnes, dentes e unhas e a própria substância viva de Eremita. (E) N.R.A. 02) De acordo com os mesmos parágrafos 1º, 2º e parte do 3º, Eremita era: (A) Avessa a trabalhos domésticos. (B) Marcada por seu olhar libidinoso. (C) Normalmente solícita em seus afazeres. (D) De péssimo humor cotidiano. (E) Extremamente descuidada. 03) Pela leitura do 3º parágrafo, pode-se afirmar que as expressões usadas por Eremita eram: (A) Impróprias a qualquer criada. (B) Agressivas em virtude da sua formação escolar. (C) Muito cultas em relação ao nível escolar de Eremita. (D) Inverossímeis. (E) Simples e convincentes. 04) Nos parágrafos 4, 5 e 6, do texto, a autora descreve a criada como uma pessoa: (A) Com momentos de introspecção que impressionavam. (B) Impertinente.

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PORTUGUÊS PARA PROVAS DE CONCURSOS PÚBLICOS - CONSULPLAN @gilber_botelho 1

Material da Consulplan Formatado 2011 - TSE – Prof Gilber Botelho

LÍNGUA PORTUGUESA (PARA TODOS OS CARGOS): Leitura, compreensão e interpretação de textos. Estruturação do texto e dos parágrafos. Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais. Significação contextual de palavras e expressões. Equivalência e transformação de estruturas. Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. Emprego de tempos e modos verbais. Pontuação. Estrutura e formação de palavras. Funções das classes de palavras. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Ocorrência de crase. Ortografia oficial. Acentuação gráfica.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL/RS – ANALISTA JUDICIÁRIA

TEXTO: A Criada

Seu nome era Eremita. Tinha dezenove anos. Rosto confiante, algumas espinhas. Onde estava a sua beleza? Havia beleza nesse corpo que não era feio nem bonito, nesse rosto onde uma doçura ansiosa de doçuras maiores era o sinal da vida.

Beleza, não sei. Possivelmente não havia, se bem que os traços indecisos atraíssem como água atrai. Havia, sim, substância viva, unhas, carnes, dentes, mistura de resistências e fraquezas, constituindo vaga presença que se concretizava porém imediatamente numa cabeça interrogativa e já prestimosa, mal se pronunciava um nome: Eremita. Os olhos castanhos eram intraduzíveis, sem correspondência com o conjunto do rosto. Tão independentes como se fossem plantados na carne de um braço, e de lá nos olhassem – abertos, úmidos. Ela toda era de uma doçura próxima a lágrimas.

Às vezes respondia com má-criação de criada mesmo. Desde pequena fora assim, explicou. Sem que isso viesse de seu caráter. Pois não havia no seu espírito nenhum endurecimento, nenhuma lei perceptível. “Eu tive medo”, dizia com naturalidade. “Me deu uma fome”, dizia, e era sempre incontestável o que dizia, não se sabe por quê. “Ele me respeita muito”, dizia do noivo e, apesar da expressão emprestada e convencional, a pessoa que ouvia entrava num mundo delicado de bichos e aves, onde todos se respeitam. “Eu tenho vergonha”, dizia, e sorria enredada nas próprias sombras. Se a fome era de pão – que ela comia depressa como se pudessem tirálo – o medo era de trovoadas, a vergonha era de falar. Ela era gentil, honesta. “Deus me livre, não é?”, dizia ausente.

Porque tinha suas ausências. O rosto se perdia numa tristeza impessoal e sem rugas. Uma tristeza mais antiga que o seu espírito. Os olhos paravam vazios; diria mesmo um pouco ásperos. A pessoa que estivesse a seu lado sofria e nada podia fazer. Só esperar.

Pois ela estava entregue a alguma coisa, a misteriosa infante. Ninguém ousaria tocá-la nesse momento. Esperava-se um pouco grave, de coração apertado, velando-a. Nada se poderia fazer por ela senão desejar que o perigo passasse. Até que num movimento sem pressa, quase um suspiro, ela acordava como um cabrito recém nascido se ergue sobre suas pernas. Voltara de seu repouso na tristeza.

Voltava, não se pode dizer mais rica, porém mais garantida depois de ter bebido em não se sabe que fonte. O que se sabe é que a fonte devia ser antiga e pura. Sim, havia profundeza nela. Mas ninguém encontraria nada se descesse nas suas profundezas – senão a própria profundeza, como na escuridão se acha a escuridão. É possível que, se alguém prosseguisse mais, encontrasse, depois de andar léguas nas trevas, um indício de caminho, guiado talvez por

um bater de asas, por algum rastro de bicho. E – de repente – a floresta.

Ah, então devia ser esse o seu mistério: ela descobrira um atalho para a floresta. Decerto nas suas ausências era para lá que ia. Regressando com os olhos cheios de brandura e ignorância, olhos completos. Ignorância tão vasta que nela caberia e se perderia toda a sabedoria do mundo.

Assim era Eremita. Que se subisse à tona com tudo o que encontrara na floresta seria queimada em fogueira. Mas o que vira – em que raízes mordera, com que espinhos sangrara, em que águas banhara os pés, que escuridão de ouro fora a luz que a envolvera – tudo isso ela não contava porque ignorava: fora percebido num só olhar, rápido demais para não ser senão um mistério.

Assim, quando emergia, era uma criada. A quem chamavam constantemente da escuridão de seu atalho para funções menores, para lavar roupa, enxugar o chão, servir a uns e outros. Mas serviria mesmo? Pois se alguém prestasse atenção veria que ela lavava roupa – ao sol; que enxugava o chão – molhado pela chuva; que estendia lençóis – ao vento. Ela se arranjava para servir muito mais remotamente, e a outros deuses. Sempre com a inteireza de espírito que trouxera da floresta. Sem um pensamento: apenas corpo se movimentando calmo, rosto pleno de uma suave esperança que ninguém dá e ninguém tira.

A única marca do perigo por que passara era o seu modo fugitivo de comer pão. No resto era serena. Mesmo quando tirava o dinheiro que a patroa esquecera sobre a mesa, mesmo quando levava para o noivo em embrulho discreto alguns gêneros da despensa. A roubar de leve ela também aprendera nas suas florestas.

(Lispector, Clarisse. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, pág. 117/119)

01) De acordo com o 1º e 2º parágrafos, é correto afirmar que a autora: (A) Por mais que procurasse, não encontrou beleza alguma em

Eremita. (B) Refere-se a uma beleza, não necessariamente física. (C) Nega qualquer possibilidade de atrativos na criada que

possam conferir-lhe atributos estéticos. (D) Estabelece uma oposição rígida entre carnes, dentes e unhas

e a própria substância viva de Eremita. (E) N.R.A. 02) De acordo com os mesmos parágrafos 1º, 2º e parte do 3º, Eremita era: (A) Avessa a trabalhos domésticos. (B) Marcada por seu olhar libidinoso. (C) Normalmente solícita em seus afazeres. (D) De péssimo humor cotidiano. (E) Extremamente descuidada. 03) Pela leitura do 3º parágrafo, pode-se afirmar que as expressões usadas por Eremita eram: (A) Impróprias a qualquer criada. (B) Agressivas em virtude da sua formação escolar. (C) Muito cultas em relação ao nível escolar de Eremita. (D) Inverossímeis. (E) Simples e convincentes. 04) Nos parágrafos 4, 5 e 6, do texto, a autora descreve a criada como uma pessoa: (A) Com momentos de introspecção que impressionavam. (B) Impertinente.

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(C) De índole perigosa. (D) Extremamente depressiva. (E) Extremamente deprimente.

05) De acordo com os 4 últimos parágrafos pode-se afirmar que a personagem Eremita, composta pela autora, era:

(A) Essencialmente subserviente. (B) Resistente às ordens dos patrões. (C) Capaz de aliar à sua condição de criada uma dose de altivez

interior. (D) Intempestiva nas relações interpessoais. (E) Em nada diferente de qualquer criada.

06) No texto, haverá alteração de sentido, caso se substitua:

(A) “prestimosa” (2º §) por obsequiosa (B) “enredada” (3º §) por envolvida (C) “indício” (6º §) por sinal (D) “atalho” (7º §) por vereda (E) “emergia” (9º §) por escondia

07) O par de vocábulos, do texto, acentuados pela mesma razão é:

(A) atraíssem / espírito (B) água / substância (C) porém / caráter (D) lá / até (E) perceptível / mistério

08) Em todas as frases abaixo, transcritas do texto, as formas verbais estão flexionadas no mesmo tempo, EXCETO em:

(A) “Onde estava a sua beleza?” (B) “Beleza, não sei” (C) “O rosto se perdia numa tristeza impessoal e sem rugas” (D) “Eu tive medo” (E) “...ela descobrira um atalho para a floresta”

09) Na frase: “Que se subisse à tona com tudo...”, o emprego da crase está correto. Das orações feitas abaixo, aquela em que o emprego da crase está INCORRETO é:

(A) Ela fez referência à sua irmã. (B) Mariana precisou sair às escondidas de todos. (C) Os passageiros desceram à terra assim que o navio atracou

no cais. (D) Sempre que vou à Bahia visito o Pelourinho. (E) O quarto de meu filho fica à direita do meu.

10) Observe as orações:

I. Por quê você demorou tanto? II. Eu não sei o porquê de tudo isso. III. A rua porque passei estava toda enfeitada.

Há ERRO na grafia da(s) oração(ões):

(A) I (B) II (C) III (D) II e III (E) I e III

11) Transpondo para a voz passiva a frase: “ela descobrira um atalho para a floresta”, obtém-se a forma verbal:

(A) era descoberto (B) fora descoberto (C) foram descobertos (D) estava descoberto (E) tinha descoberto 12) “...ela acordava como um cabrito recém-nascido se ergue sobre as pernas”.A palavra sublinhada na frase anterior faz o plural da mesma forma que: (A) livre-pensador (B) arco-íris (C) ano-luz (D) alto-falante (E) curta-metragem 13) O segmento de texto que tem o antecedente do pronome relativo que ERRADAMENTE indicado é: (A) “Havia beleza nesse corpo que não era nem bonito...” –

corpo (B) “...constituindo vaga presença que se concretizava...” –

presença (C) “apesar de expressão emprestada e convencional, a pessoa

que ouvia entrava num mundo...” – pessoa (D) “...rosto pleno de uma suave esperança que ninguém dá...” –

rosto (E) “...tirava o dinheiro que a patroa esquecia sobre a mesa...” –

dinheiro 14) “Possivelmente não havia, se bem que os traços indecisos atraíssem...” (2º §) Assinale a alternativa que NÃO mantém na segunda oração a idéia de concessão: (A) ...embora os traços indecisos atraíssem... (B) ...ainda que os traços indecisos atraíssem... (C) ...desde que os traços indecisos atraíssem... (D) ...posto que os traços indecisos atraíssem... (E) ...conquanto que os traços indecisos atraíssem... 15) “Ignorância tão vasta que nela caberia...”, a oração – “que nela caberia” – traz uma idéia de: (A) Conseqüência. (B) Conclusão. (C) Explicação. (D) Causa. (E) Intensidade. 16) Em relação ao comentário gramatical, assinale o item INCORRETO: (A) “...mal se pronuncia um nome: Eremita” – A palavra

sublinhada é um advérbio. (B) “Às vezes respondia com má-criação...” – O acento grave foi

usado por ser uma expressão adverbial. (C) “Se a fome era de pão...” O se é uma conjunção

subordinativa. (D) “...senão desejar que o perigo passasse.” – o que é um

pronome relativo. (E) “Sempre com a inteireza de espírito que trouxera da

floresta.” – A palavra sublinhada é acentuada porque é proparoxítona.

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17) Assinale a opção em que a partícula “o” sublinhada

aparece com o mesmo emprego que se apresenta no seguinte trecho do texto: “...e era sempre incontestável o que dizia...” (3º §)

(A) Este remédio foi o que o médico receitou. (B) É necessário que se conheça a história do menino. (C) Ela sempre o encontrava pelo caminho. (D) Diga-me: o que você vai fazer hoje? (E) Ela levava presentes para o noivo.

18) “Havia (...) substância viva, unhas, carnes, dentes, mistura de resistências e fraquezas constituindo vaga presença...” Na frase anterior as vírgulas foram empregadas para:

(A) Separar orações adverbiais. (B) Separar os vocativos. (C) Separar palavras de mesma função sintática. (D) Separar os adjuntos adverbiais. (E) Separar as orações reduzidas.

19) “Ratificou” tem significado distintivo de seu parônimo

“retificou”. Das frases abaixo, assinale a que houve troca na

escolha dos parônimos entre parênteses:

(A) Ele foi preso em flagrante (flagrante – fragrante). (B) Pede-se muito a descriminação da maconha (discriminar –

descriminar). (C) A alta do petróleo é o reflexo da conjetura econômica atual

(conjuntura – conjetura). (D) O deputado exerce o seu segundo mandato (mandato –

mandado). (E) Agiu no restrito cumprimento do dever (cumprimento –

comprimento).

20) Assinale a alternativa em que a regência verbal é INCORRETA:

(A) Os colegas de Antônio implicam com o seu jeito de andar. (B) José prefere vinho a cerveja. (C) O policial visou toda a documentação do motorista. (D) Ela sempre se levanta cedo para aspirar o ar da manhã. (E) Um advogado assistiu ao motorista que atropelou aquele

rapaz.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL/RS – TÉCNICO ADMINISTRATIVO

A cidade no alto da colina “Se ainda existe alguém que duvida que os EUA são um

lugar onde tudo é possível, que ainda conjectura se os sonhos de nossos fundadores continuam vivos, que ainda questiona o poder de nossa democracia, esta noite é a resposta.” No discurso da vitória, no Grant Park de Chicago, Barack Obama foi adiante e falou ao mundo: “E para todos aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda brilha com a mesma intensidade, esta noite nós provamos uma vez mais que a verdadeira força de nossa nação não emana da capacidade de nossas armas ou do tamanho de nossa riqueza, mas do poder persistente de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e inflexível esperança.” O novo presidente retomou um fio histórico muito antigo, conectando-se à tradição do excepcionalismo americano.

(Demétrio Magnoli, O Globo, 13 de novembro de 2008 – fragmento)

01) “Se ainda existe alguém...” O vocábulo grifado anteriormente apresenta o mesmo sentido em:

(A) Proteja-se enquanto há tempo.

(B) Eles se manifestam em favor da vida. (C) Não se iluda com palavras. (D) Talvez seja possível se você chegar a tempo. (E) Caso ele se disponha a trabalhar, poderemos voltar a

conversar. 02) “...que ainda questiona o poder de nossa democracia, esta noite é a resposta.” O trecho grifado tem a mesma função sintática que o destacado em: (A) Preserve a Mata Atlântica. (B) Faça uma cuidadosa leitura da prova. (C) Ele mora perto de um grande monumento. (D) A preservação da biodiversidade é necessária às gerações

futuras. (E) Fui enganado por ambos. 03) Considerando trechos transcritos no texto anterior do discurso de Barack Obama, avalie as seguintes afirmativas: I. Ao dizer a respeito de sonhos que ainda continuam vivos, Obama usa recursos que são capazes de sensibilizar e emocionar as pessoas que o ouviam. II. Obama afirma que a resposta para quaisquer dúvidas que porventura poderiam existir a respeito do poder da democracia norte-americana está naquela noite, referindo-se à sua vitória como presidente eleito. III. Para Obama, a força dos EUA não está apenas na capacidade de suas armas ou no tamanho de sua riqueza, mas também nos ideais democráticos. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I (B) I e II (C) III (D) I e III (E) I, II e III 04) Está em desacordo com a norma culta da língua apenas: (A) O Amazonas deságua no oceano Atlântico. (B) “Os EUA são um lugar onde tudo é possível.” (C) Os Estados Unidos terão novo presidente. (D) Santos ficam em São Paulo. (E) Campos é cidade fluminense. 05) Observe o trecho a seguir: “No discurso da vitória, no Grant Park de Chicago, Barack Obama foi adiante e falou ao mundo:” O uso da vírgula tem a mesma função exercida no trecho em destaque em: (A) Dois dias depois, estavam juntos novamente. (B) Não responda, que será pior. (C) Chocolates, doces, biscoitos, eram proibidos. (D) Amigos, não tenho amigos. (E) Brasília, capital da República, foi fundada em 1960. 06) “E para todos aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda brilha...” Observando a colocação pronominal anteriormente destacada, assinale a alternativa em que há INADEQUAÇÃO quanto à norma culta da língua: (A) É necessário dizer-lhe a verdade. (B) Se acenderam as lâmpadas. (C) O político que me chamou é meu amigo. (D) Nós o persuadíamos. (E) Tudo se transforma neste mundo.

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07) O discurso de Obama usando a 1ª pessoa do plural demonstra:

(A) Supremacia de poder. (B) Impessoalidade e conseqüente ausência de compromisso. (C) A sutileza das suas palavras. (D) Certa impessoalidade que garante que o discurso não é só

dele, mas é também a voz do povo norteamericano. (E) A garantia da veracidade do discurso.

08) Ao dizer que “O novo presidente retomou um fio histórico muito antigo, conectando-se à tradição do excepcionalismo americano”, o autor:

(A) Cria uma expectativa de que o novo presidente será rígido e tradicionalista.

(B) Confirma a soberania dos Estados Unidos falando sobre a sua tradição excepcional.

(C) Retoma a história norte-americana para atribuir veracidade ao texto.

(D) Atribui ao novo presidente uma condição de imaturidade e ao mesmo tempo sensibilidade para com o povo norte-americano.

(E) Indica que o novo presidente faz uma ligação com um histórico norte-americano de excepcionalismo, de possibilidades.

09) “...conectando-se à tradição do excepcionalismo americano.” O uso correto do acento grave indicador de crase pode ser observado também em:

(A) Fui à casa dela, mas voltei rapidamente. (B) Descobri que a sua paixão é andar à cavalo. (C) O novo presidente não dá ouvidos à reclamações. (D) Oferecemos à vocês toda a oportunidade possível. (E) Dirigi-me à uma pessoa qualquer.

TEXTO II Artigo Final

Fica proibido o uso da palavra liberdade,

a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas.

A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente

como um fogo ou um rio, ou a semente do trigo

e a sua morada será sempre o coração do homem.

(Mello, Thiago de. Os estatutos do homem.

6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1986. fragmento)

10) “e do pântano enganoso das bocas.” O trecho destacado inicia-se por um vocábulo que indica, no contexto:

(A) Continuidade. (B) Adição. (C) Oposição. (D) Referência. (E) Indicação.

11) A respeito das palavras acentuadas no texto é correto afirmar que:

(A) Todas as palavras receberam acento pelo mesmo motivo. (B) O til da palavra coração também pode ser considerado um

sinal de acentuação.

(C) Apenas as palavras será e dicionários receberam acento pelo mesmo motivo.

(D) Apenas as palavras pântano e dicionários receberam acento pelo mesmo motivo.

(E) Será, dicionários e pântanos são acentuadas por motivos diferentes.

12) O texto II é a última estrofe de um dos poemas mais conhecidos do poeta Thiago de Mello, intitulado “Os estatutos do homem”. A respeito da linguagem usada no fragmento transcrito é correto afirmar que: II Predomina a linguagem coloquial para que o texto se torne

claro e objetivo. IIII Trata-se de uma linguagem técnica já que o poeta faz uma

alusão à Declaração Universal dos Direitos Humanos. IIIIII O autor aproveita poeticamente o formato e a linguagem do

texto normativo para escrever o seu poema. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I e II (B) III (C) II (D) I (E) I, II e III 13) A estrofe transcrita tem como tema principal: (A) O coração do homem. (B) D) A constante mentira em que as pessoas vivem. (C) Os direitos humanos. (D) E) A liberdade. (E) A declaração dos deveres humanos. 14) “a qual será suprimida dos dicionários” O termo grifado retoma diretamente que outro vocábulo no texto? (A) Suprimida. (B) Palavra. (C) Morada. (D) Dicionários. (E) Semente. 15) De acordo com o contexto da oração, indique a opção em que há INCORREÇÃO ortográfica: (A) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos

anos. (B) Haverá uma palestra acerca das conseqüências do

desmatamento. (C) Eles sempre demonstram idéias afins durante a discussão. (D) Estudou muito a fim de ser o primeiro colocado. (E) Ele deverá chegar a tempo, se não ninguém poderá ajudá-lo. TEXTO III

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça,

de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,

o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra,

a ter vergonha de ser honesto”. (Rui Barbosa)

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16) Assinale a alternativa que demonstra uma conseqüência em relação a fatos mencionados no texto:

(A) De tanto ver triunfar as nulidades. (B) o homem chega a desanimar da virtude. (C) de tanto ver agigantarem-se os poderes. (D) de tanto ver prosperar a desonra. (E) de tanto ver crescer a injustiça.

17) “o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra,

a ter vergonha de ser honesto”.

No trecho destacado anteriormente podemos perceber o uso correto da preposição “a”. Sabe-se que o mesmo NÃO ocorre em:

(A) Obedeço a velhos preceitos. (B) Não desobedeço a meus princípios. (C) Respondi a vários interessados. (D) Respondemos às perguntas propostas. (E) Abandonou ao velho naquela casa.

18) É correto afirmar que está de acordo com a norma culta:

(A) Venderam-se aquelas casas. (B) Divulgou-se os resultados da pesquisa. (C) Transmitiram-se a notícia aos familiares. (D) Anunciaram-se um novo acordo. (E) Comprou-se aqueles apartamentos.

19) A respeito das comunicações oficiais analise as afirmativas a seguir:

II Requerimento é a solicitação de algo de direito a uma autoridade.

IIII O ofício é um documento emitido por órgão público cujo assunto é bem variado: cumprimentos, decisões, convites e determinações.

IIIIII O memorando pode ser utilizado pelo serviço público e pela iniciativa privada, no âmbito interno ou externo.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) I (B) I e II (C) III (D) I, II e III (E) I e III

20) “Não é fácil saber _________ a situação persiste em não melhorar.” A alternativa que preenche corretamente a lacuna anterior é:

(A) por que (B) por quê (C) porque (D) porquê (E) por que ou por quê

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL/SC – ANALISTA JUDICIÁRIA

TEXTO: O homem – gravador

Dizer que ele era louco por música é pouco. Lionel Mapleson era filho do secretário musical da rainha Vitória,

sobrinho de um dos maiores empresários ingleses de óperas e já havia estudado canto e violino. Mas só sossegou quando conseguiu, aos 25 anos, virar bibliotecário do Metropolitan Opera de Nova York, desde aquela época a maior casa americana de espetáculos de música erudita.

Nascido na Inglaterra e radicado dos EUA, Mapleson era amigo pessoal de Thomas Edison, de quem adquiriu um fonógrafo. Naquele ano de 1900, esse aparelho enorme, com cilindros de cera em vez de discos e um cornetão do tamanho de uma pessoa, era o que havia de mais moderno em termos de gravação e reprodução de som.

Fascinado com seu novo brinquedinho, Mapleson teve uma idéia genial: gravar as apresentações de ópera do Metropolitan para colecioná-las e ouvi-las quando quisesse. Até então, ninguém tinha tido a sacada de gravar shows ao vivo. Mesmo porque, como já foi possível perceber, aquele gravadorzinho do começo do século 20 estava longe de ser um aparelho de bolso. Só mesmo com muita influência para convencer os administradores da casa a colocar o trambolho dentro do ponto – um buraco na beira do palco de onde auxiliares sopravam o texto da ária para os cantores. Mas, como prejudicava a visão, o fonógrafo foi gongado pela platéia. O jeito foi levá-lo para a coxia, o que justifica a péssima qualidade das gravações: “É como ouvir concerto num camarim cheio de gente através de uma porta que fica abrindo e fechando”, definiu um amigo.

Por 4 anos, Mapleson gravou centenas de cilindros de dois minutos, entre eles os únicos registros de óperas cantadas por Jean de Reszke, o maior tenor do mundo até aparecer Caruso. Também são dele as primeiras gravações de hits eruditos como a ária Ritorna Vincitor da ópera Aída, de Verdi, e o Coro dos Soldados, do Fausto de Gounod. Mas a festa acabou quando grandes gravadoras, pegando carona na idéia de Mapleson, fecharam contratos para registrar os recitais. Delicadamente, o Metropolitan pediu que ele levasse seu brinquedinho de volta para casa. E Mapleson voltou ao anonimato. Até tentou negociar com gravadoras londrinas para ter seus cilindros transformados em discos. Mas isso só aconteceu no final de sua vida, quando as gravações foram redescobertas por colecionadores e acabaram reeditadas em elepês.

Mapleson morreu aos 72 anos, ainda como bibliotecário do teatro, sem imaginar que os frutos da sua inocente idéia traria muita alegria aos fãs de música erudita e inspiraria a maior dor de cabeça da indústria fonográfica: a pirataria.

(Texto Ayrton Mugnaini Jr.Revista “ Superinteressante”. Julho/2008 p. 54.)

01) Duas palavras do texto que recebem acento gráfico em razão de regras ortográficas diferentes são: (A) música – ópera (B) idéia – platéia (C) é – já (D) até – só (E) secretário – empresários 02) No texto, haverá alteração de sentido, caso se substitua: (A) “Fascinado com seu novo brinquedinho...” (3º§) por

deslumbrado (B) “Só mesmo com muita influência para convencer... (3º§) por

prestígio (C) “... sopravam o texto da ária para os cantores.” (3º§) por

canção (D) “E Mapleson voltou ao anonimato.” (4º§) por renomado (E) “... aos fãs de música erudita e inspiraria a maior dor de

cabeça...” (5º§) por influenciaria

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03) A frase que NÃO apresenta qualquer exemplo de comparativo ou superlativo é:

(A) “... e já havia estudado canto e violino.” (B) “... desde aquela época a maior casa americana...” (C) “... havia de mais moderno em termos de gravação...” (D) “... por Jean Reszke, o maior tenor de óperas cantadas do

mundo...” (E) “... e inspiraria a maior dor de cabeça da indústria...”

04) Assinale a alternativa em que NÃO há relação entre o pronome destacado e a palavra ou expressão enunciada entre parênteses:

(A) “Dizer que ele era louco por música...” 1º§ (Lionel Mapleson)

(B) “O jeito foi levá-lo para a coxia...” 3º§ (fonógrafo) (C) “mas isso só aconteceu no final...” 4º (cilindros

transformados em discos) (D) “... para colecioná-las...” 3º§ (apresentações de óperas) (E) “... também são dele as primeiras gravações...” 4º§ (Caruso)

05) Assinale a alternativa em que há ERRO de flexão verbal:

(A) Todos diziam que ele era louco por música. (B) D) Peça a ele que leve seu brinquedinho de volta para casa. (C) Não queiram destruir as gravações das óperas. (D) E) Quando o vir, fale com ele. (E) Se as gravadoras proporem um bom negócio, ele concordará.

06) “... pegando carona na idéia de Mapleson...” (4º§); o

gerúndio, em relação à oração anterior tem valor de:

(A) Oposição. (B) Explicação. (C) Tempo. (D) Adição. (E) Conclusão.

07) Assinale a alternativa INCORRETA quanto à concordância:

(A) A maior parte dos colecionadores descobriram suas gravações.

(B) O que fizeram Lionel e eu? (C) Mapleson foi um dos que fizeram as primeiras gravações de

ópera ao vivo. (D) Mais de uma pessoa já comprou um disco pirata. (E) É necessário muita cautela nesse negócio.

08) Assinale a alternativa em que o uso da crase é facultativo:

(A) Algumas delas só puderam ser identificadas graças à tecnologia digital empregada a partir dos anos 80.

(B) Ele se referiu à platéia que vaiou o fonógrafo. (C) Várias pessoas foram ao teatro assistir às apresentações das

óperas. (D) Sempre falava com suas filhas às quais dedicava muita

atenção. (E) Mapleson foi até à coxia para guardar o aparelho.

09) Segundo o texto:

(A) Mapleson estudou música no Metropolitan Opera de Nova York.

(B) As gravações de Caruso são referências na fonografia de Mapleson.

(C) As gravações de Mapleson acabaram contribuindo para a preservação de importante tesouro musical.

(D) A utilização da coxia proporcionou uma acentuada melhoria na qualidade das gravações de Mapleson.

(E) A gravação do Coro dos Soldados, da ópera Fausto, feita por Mapleson é considerada até hoje como uma das melhores do gênero.

10) O texto faz referência à pirataria porque: (A) Mapleson copiava as gravações das audições musicais. (B) D) Desde a época de Mapleson, era comum a pirataria. (C) A atitude de Mapleson era antiética. (D) E) N.R.A. (E) As gravações de Mapleson eram bem feitas.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL/SC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO

CESAN/ES - ANALISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

TEXTO: Economia verde

Em pouco mais de dois séculos após a Primeira

Revolução Industrial (século 18), a busca por acúmulo de dinheiro ou de capital possibilitou um grande processo de industria lização que, claro, trouxe benefícios incríveis para a humanidade. No entanto, nossa civilização chegou ao limite e atualmente produz mais destruição que riqueza.

Há décadas, cientistas e analistas têm apontado que o nosso avanço econômico é produzido à custa de um preço muito alto. A gigantesca oferta de bens e serviços – inimaginável pelas gerações anteriores – é simplesmente insustentável em termos de meio ambiente.

Desde a publicação, em 1962, do clássico Primavera Silenciosa, da jornalista americana Rachel Carson, o assunto é debatido em diversas reuniões internacionais patrocinadas pela ONU. O Relatório Bruntland – mais conhecido como Nosso Futuro Comum –, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Maior Ambiente em 1987, conceitualiza a ideia de economia sustentável e defende a urgência de sua adoção. Ao contrário da economia predatória, que utiliza os recursos como se fossem infindáveis, a versão sustentável considera o impacto da produção sobre o ambiente, anulando-o.

Atualmente, um movimento em favor da economia sustentável vem se desenvolvendo e apresentando propostas alternativas ao atual modelo corporativo que guia a economia. A “economia verde” tem seu espaço e grandes distribuidoras começam a embarcar na tendência.

Na obra Designing the Green Economy the Post industrial Alternative to Corporate Globalization (Planejando a Economia Verde, a Alternativa para a Globalização Corporativa), o autor Brian Milani, do Programa de Negócios e Ambiente, da Faculdade de Estudos Ambientais da Universidade de York, em Toronto (Canadá) define economia verde como a “economia do mundo real – o mundo do trabalho, das necessidades humanas, dos materiais disponíveis na Terra e como todos esses mundos devem se combinar de forma harmoniosa”.

Tal alternativa propõe uma mudança de paradigma, pois enfatiza a qualidade em vez da quantidade, a regeneração – de indivíduos, comunidades e ecossistemas –, em vez do acúmulo de

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riqueza ou de materiais. Para Milani, a economia verde não tem a ver com “valor de troca” ou dinheiro, mas com “valor de uso”.

“A definição industrial ou capitalista de riqueza sempre esteve relacionada ao acúmulo de dinheiro ou de recursos”, escreveu o autor. Quaisquer valores de uso gerados, isto é, benefícios sociais, são secundários, pois o objetivo principal é lucro. “Um mundo pós-industrial precisa de uma economia de qualidade, em que tanto o dinheiro como os materiais tenham um status de meios para se obter um fim”. Nesse sentido, a economia verde considera a necessidade do meio ambiente de forma semelhante à necessidade humana.

A economia industrial foi constituída sobre a depredação do meio e o desperdício de recursos. É, portanto, tremendamente ineficiente. O capitalismo pressupõe que os produtos tenham uma vida útil pequena, para gerar mais consumo. “Não há justificativa para produzirmos uma quantidade tão grande de lixo tóxico ou mais mão-de-obra desqualificada do que qualificada, ou, em momentos de crise, desfazer-se dos funcionários em vez que reduzirmos os recursos para a produção. São ineficiências econômicas que só podem ser corrigidas se usarmos os meios mais eficazes para fazermos tudo”, afirma Milani. De acordo com o economista “verde” Paul Hawken, nossas crises sociais e ambientais não são problemas de gerenciamento, mas de objetivo. “Precisamos consertar o sistema inteiro”.

A implementação da economia verde não é simples. A transformação ecológica está intimamente relacionada à mudança social. Tanto o setor público como o privado devem passar por uma modificação que leve o mercado a expressar valores econômicos e sociais, em vez de buscar a obtenção de lucro a qualquer custo. Como toda mudança de paradigma, esse processo é lento. Milani afirma que o caminho deverá ser percorrido pelas empresas “pioneiras”, que deverão iniciar a mudança da “paisagem econômica” e preparar o terreno para que surjam empresas mais ecológicas e socialmente inclusivas.

Tanto o conteúdo como a forma da economia verde se opõe diametralmente ao modelo industrial corrente. A agricultura orgânica ou sustentável, os produtos fabricados de forma ambientalmente correta, as lâmpadas e os eletrodomésticos que duram mais e consomem menos energia oferecem alternativas viáveis e que não deixam de ser lucrativas. Estas alternativas atraem cada vez mais consumidores e consolidam a economia verde como tendência.

(Revista “Aquecimento Global” – Coleção Especial. Edições 4 e 5. Pág. 14)

01) Com relação ao significado das palavras empregadas no texto, apenas uma NÃO está correta. Assinale -a:

(A) “Ao contrário da economia predatória ...” (3º§) : destruidora

(B) “Tal alternativa propõe uma mudança de paradigma...”(6º§) : modelo

(C) “... sobre a depredação do meio...” (8º§): devastação (D) “ A implementação da economia verde...” ( 9º§): execução (E) “...oferecem alternativas viáveis...” (10º§): realizáveis

02) “No entanto, nossa civilização chegou ao limite e atualmente...” A palavra ou expressão que NÃO pode substituir “no entanto” é:

(A) Não obstante. (B) Apesar disso. (C) Entretanto. (D) Contudo. (E) Porquanto.

03) Pelos parágrafos 1, 2 e 3, podemos entender que o texto:

(A) Não assume uma posição definida quanto ao zelo em relação ao meio ambiente.

(B) Não reconhece a posição de cientistas e analistas ambientais. (C) Afirma a insustentabilidade do nosso avanço econômico. (D) Reconhece que a jornalista Rachel Carson não teve a tão

propagada influência nos debates que ocorreram. (E) Quase afirma que a ideia de economia sustentável é

praticamente insustentável nos dias atuais. 04) Segundo o exposto nos parágrafos 4 e 5, é correto afirmar que: (A) A chamada “economia verde” baseia -se no desenvolvimento

da agricultura, em detrimento da indústria. (B) É lamentável, mas a “economia verde” ainda não

sensibilizou nenhuma indústria no mundo atual. (C) Desenvolvimento econômico e respeito à natureza jamais

serão conciliáveis. (D) A “economia verde” é uma opção para o desenvolvimento

do mundo, harmonizando as necessidades dos homens com os limites da natureza.

(E) Os recursos naturais, embora inesgotáveis, devem ser economizados.

05) “... que utiliza os recursos como se fossem infindáveis, a versão sustentável considera o impacto da produção sobre o ambiente, anulando-o.” ( 3º§) A palavra sublinhada se refere a: (A) Grande processo. (B) Impacto. (C) Avanço econômico. (D) Assunto. (E) Ambiente. 06) “... que utiliza recursos como se fossem infindáveis...” O trecho sublinhado na frase anterior tem valor de: (A) Condição. (B) Causa. (C) Comparação. (D) Consequência. (E) Concessão. 07) Assinale, entre as alternativas abaixo, a que está em desacordo com o exposto no texto: (A) A alternativa para o desenvolvimento dá ênfase à qualidade e

não à quantidade. (B) Para o modelo industrial do capitalismo os benefícios

sociais, embora não pareça, deverão sempre superar a simples obtenção do lucro.

(C) A chamada “economia verde” propõe uma mudança de paradigma na administração da economia.

(D) É necessária uma política econômica baseada em um maior respeito à natureza.

(E) Para um mundo pós-industrial, dinheiro e materiais devem ter status de meios para a obtenção de um fim.

08) “É, portanto, tremendamente ineficiente.” ( 8º§) A palavra “ineficiente” significa “ineficaz”. De acordo com o texto, o

significado oposto para essa palavra é: (A) Inútil. (B) Incompetente. (C) Infrutífero. (D) Eficaz. (E) Prodigioso.

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09) Esse texto deve ser considerado como:

(A) Descritivo. (B) Narrativo. (C) Dissertativo. (D) Poético. (E) Dramático.

10) Assinale a alternativa em que se verifica o emprego de linguagem conotativa:

(A) “A economia industrial foi constituída sobre a depredação do meio e o desperdício de recursos.”

(B) “Precisamos consertar o sistema inteiro.” (C) “A transformação ecológica está intimamente relacionada à

mudança social.” (D) “... iniciar a mudança da “paisagem econômica” e preparar

o terreno para que surjam empresas mais ecológicas...” (E) “A agricultura orgânica ou sustentável, os produtos

fabricados de forma ambientalmente correta, as lâmpadas e os eletrodomésticos que duram mais...”

CESAN/ES - TÉCNICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO

TEXTO I: A H2ORA

O mais antigo dos filósofos gregos, Tales de Mileto, não deixou nada escrito. Do seu pensamento, só restaram interpretações. A principal delas é a de que tudo se origina da água. A síntese da sua cosmologia do Universo é mais ou menos a seguinte: a Terra flutua sobre a água, que é a causa de todas as coisas. Nos tempos atuais e especialmente hoje, Dia Mundial da Água, essa combinação química de hidrogênio e oxigênio, exaltada por Mileto nos anos 585 a.C., virou uma metáfora de vida e morte. De um recurso natural inesgotável, passou à categoria de um bem escasso, a ponto de as Nações Unidas o definirem como uma provável causa de guerras no futuro deste século. Para alguns, o Brasil pode até parecer bem na foto, porque é superdotado em recursos hídricos. Só que para os 20% mais pobres da população brasileira que não têm água limpa saindo das torneiras e convivem com seus filhos menores morrendo de diarreia, a imagem de um paraíso tropical está meio fora de foco. (...) Ainda que seja dono de 12% da água do mundo, a distribuição no Brasil é desigual e irregular. Durante a última semana, a água concentrou as atenções em Istambul, na Turquia, no 5.º Fórum Mundial da Água, onde o Brasil foi o centro das atenções devido à generosidade da sua natureza.

(Liana Melo. A H2ORA. O Globo. 22/03/2009)

01) Com base no texto I, analise:

II A nítida imagem de um paraíso tropical é vista por todo o povo brasileiro, pois no Brasil a natureza é generosa.

IIII A água envolve questões de vida e de morte. IIIIII Em “a de que” (linha 02), há um recurso coesivo: a omissão

de palavra citada anteriormente, que pode ser facilmente subtendida.

IIVV Com relação ao volume de água própria para o consumo, o Brasil tem uma situação privilegiada.

Estão de acordo com as ideias do texto:

(A) I, III (B) I, II, III, IV (C) II, III (D) II, III, IV (E) I, II, III

02) Mantém-se o sentido do texto se substituirmos “Ainda que seja dono de 12% da água do mundo” pelas alternativas a seguir, EXCETO: (A) Porque é dono de 12% da água do mundo. (B) Embora seja dono de 12% da água do mundo. (C) Mesmo sendo dono de 12% da água do mundo. (D) Apesar de ser dono de 12% da água do mundo. (E) Mesmo que seja dono de 12% da água do mundo. TEXTO II: Berço ‘ex-plêndido’

Se tamanho fosse documento, o Brasil poderia deitar-se

em berço esplêndido. Nossos rios, lagos e lagoas dão ao país a confortável posição de dono da maior reserva de água do mundo.

É uma situação invejável, considerando que até os países ricos já começam a sentir sede, porque é gente demais nos Estados Unidos, na Espanha, no Japão, mundo afora, enfim, para água de menos. Vai longe o tempo em que a falta de água era uma anomalia exclusiva de país pobre.

Em 2005, cerca de 2,8 bilhões de pessoas viviam em áreas onde o consumo de água excedia em 40% a capacidade dos recursos disponíveis.

Esse número poderá chegar a 3,9 bilhões em 2030 caso políticas mais eficientes não sejam adotadas de imediato.

(Liana Melo. A H2ORA. O Globo. 22/03/2009)

03) Tendo como base o texto II, analise: II O título foi criado a partir de um dos versos do Hino

Nacional Brasileiro, utilizando em “ex-plêndido” o prefixo ex para transmitir a ideia de que “berço esplêndido” , com relação à questão da água, é coisa do passado.

IIII Na frase “Vai longe o tempo em que a falta de água era uma anomalia exclusiva de país pobre”, a expressão em que pode ser substituída por onde.

IIIIII A palavra “anomalia” (3.º§) significa acontecimento. IIVV Poderíamos substituir, mantendo o sentido do texto, “Esse

número poderá chegar a 3,9 bilhões em 2030 caso políticas mais eficientes não sejam adotadas de imediato” por Esse número poderá não chegar a 3,9 bilhões em 2030 caso políticas mais eficientes sejam adotadas de imediato.

Estão corretas apenas as afirmativas: (A) I, II, III (B) I, IV (C) I, III, IV (D) II, III (E) II, IV 04) Na frase “Esse número poderá chegar a 3,9 bilhões em 2030 caso políticas mais eficientes não sejam adotadas de imediato”, a palavra destacada anteriormente indica ideia de: (A) Tempo. (B) Consequência. (C) Concessão. (D) Causa. (E) Condição.

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05) Analise as afirmativas abaixo:

II Em “Nossos rios, lagos e lagoas dão ao país”, a expressão ao país exerce a função de objeto direto.

IIII Em “onde o consumo de água” a expressão onde pode ser substituída por nas quais.

IIIIII “Nossos rios, lagos e lagoas”(2.º§) e “os países ricos” (3.º§) exercem a função de sujeito composto.

IIVV As palavras “esplêndido” (1.º§) e “excedia” (4.º§) significam, respectivamente, grandioso e ultrapassava.

Estão corretas apenas as afirmativas:

(A) I, II (B) I, III (C) II, IV (D) II, III (E) I, IV

TEXTO III: 2 + 2 = 5

Foi somando as estatísticas com o aquecimento global que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente chegou à triste conclusão, no final de 2008, de que já superou a barreira de um bilhão o número de pessoas que sofre com a escassez de água mundo afora.

“O mundo evoluiu rapidamente, às vezes de forma brutal, e essas mudanças afetam dramaticamente os recursos hídricos. Cada dia nos falta mais água para criar energia e para dar de beber às megalópoles.”

O alerta é do francês Loïc Fauchon, presidente do Conselho Mundial da Água, que organizou o 5.º Fórum Mundial da Água, que acontece esses dias em Istambul, Turquia.

(Liana Melo. A H2ORA. O Globo. 22/03/2009)

06) No texto III, as duas primeiras vírgulas do 3.º§ foram usadas para separar:

(A) A oração subordinada substantiva apositiva da principal. (B) O aposto “presidente do Conselho Mundial da Água”. (C) A oração coordenada sindética explicativa da oração

imediatamente anterior a ela. (D) A oração subordinada adjetiva explicativa da oração anterior

a ela. (E) Elementos que exercem a mesma função sintática.

07) No texto III, haveria modificação de informações originais ou desobediência às normas gramaticais, caso se substituísse:

II “o número de pessoas que sofre” por o número de pessoas que sofrem.

IIII “superou” por ultrapassou. IIIIII “O mundo evoluiu rapidamente, às vezes de forma brutal, e

essas mudanças afetam dramaticamente os recursos hídricos” por O mundo evoluiu velozmente, às vezes de forma violenta, e essas mudanças afetam de forma dramática os recursos hídricos.

IIVV “chegou à triste conclusão, no final de 2008, de que já superou a barreira de um bilhão o número de pessoas que sofre com a escassez de água mundo afora” por chegou, no final de 2008, à triste conclusão que já superou a barreira de um bilhão o número de pessoas que sofre com a escassez de água mundo afora.”

Estão corretas apenas as afirmativas:

(A) II, III, IV (B) II, IV

(C) I, II, III (D) I, II, IV (E) I, III, IV 08) Analise as afirmativas abaixo e marque V para as verdadeiras e F para as falsas: ( )Em “chegou à triste conclusão” (1.º§), o uso do sinal indicativo de crase é facultativo. ( )A preposição de em “de que já superou a barreira” (1.º §) é exigida pela palavra conclusão. ( )A palavra afora (final do 1º§) também pode ser escrita da seguinte forma: a fora. ( )A palavra hídricos (2.º§) significa cruzamento de espécies. A sequência está correta em: (A) F, V, F, F (B) F, F, V, V (C) V, F, F, V (D) F, F, F, V (E) V, F, V, F TEXTO IV: Gullar, o ecólogo

Ferreira Gullar estreou na poesia há 60 anos e, se outrora dedicou sua escrita a temas sociais e ao engajamento político, hoje é partidário de uma poesia cada vez mais transcendente.

No cotidiano do poeta, contudo, resta pelo menos uma bandeira:

– Sou um militante ecológico. Desligo a torneira ao me ensaboar e ao escovar os dentes – declara, por telefone, o poeta maranhense, que em seu monumental “Poema Sujo” (1975), escrito no exílio, traz à tona da memória os banhos de menino no rio Anil.

O consumo excessivo e o desperdício estão, para ele, na matriz dos problemas da sociedade contemporânea.

– Ela está alicerçada sobre o tripé “comprar, gastar, sujar”.

(Liana Melo. A H2ORA. O Globo. 22/03/2009)

09) Preservam-se o sentido e a correção gramatical do texto ao usar: (A) à temas no lugar de a temas (1.º§). (B) romântica no lugar de transcendente (1.º§). (C) a 60 anos no lugar de há 60 anos (1.º§). (D) e se antigamente dedicou no lugar de e se outrora dedicou

(1.º§). (E) No cotidiano do poeta, logo, resta pelo menos uma bandeira

no lugar de No cotidiano do poeta, contudo, resta pelo menos uma bandeira (2º§).

10) O trecho “ao me ensaboar e ao escovar os dentes” indica: (A) Modo. (B) Tempo. (C) Causa. (D) Lugar. (E) Conclusão.

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IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISA/GERAL

TEXTO I:

As questões focando a cooperação para inovação, presentes na PINTEC (Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica), buscam identificar as relações entre um amplo conjunto de atores que, interligados por canais de troca de conhecimento e/ou articulados em redes, formam o que se denomina Sistema Nacional de Inovação – SNI. A pesquisa identifica os parceiros das empresas nos projetos de cooperação e a sua localização (mesmo estado, outros estados, MERCOSUL, Estados Unidos, outros países), sendo, que na segunda versão, este bloco foi complementado com a indagação sobre o objeto da cooperação.

(Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica. Série Relatórios Metodológicos, volume 30. IBGE)

1) Observando o seguinte trecho: “As questões focando a cooperação para inovação, presentes na PINTEC (Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica), buscam identificar as relações...” aponte o referente coesivo a que se remete a palavra “presentes”:

(A) Questões. (B) Cooperação. (C) Inovação. (D) Cooperação e inovação. (E) PINTEC.

2) Ao dizer que as questões focam a cooperação para inovação, é possível verificar uma relação marcada pela preposição de:

(A) Fim. (B) Consequência. (C) Lugar. (D) Reciprocidade. (E) Sucessão.

3) Os elementos destacados estão corretamente classificados quanto às suas funções sintáticas em:

II “As questões focando a cooperação para inovação, presentes na PINTEC (Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica), buscam identificar as relações...” – Adjunto adverbial de finalidade.

IIII “A pesquisa identifica os parceiros das empresas nos projetos de cooperação e a sua localização...” – Objeto direto preposicionado.

IIIIII “...este bloco foi complementado com a indagação sobre o objeto da cooperação.” – Sujeito

Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):

(A) I, II (B) I, II, III (C) II (D) III (E) I, III

TEXTO II:

É natural que, num sistema moderno de produção, as cadeias produtivas estabeleçam um número de ligações técnico-comerciais entre as firmas, tanto no sentido fornecedores/intermediários e indústrias montadoras (a montante), como também entre as empresas e os consumidores

finais. Entretanto, essas relações que são, lato senso, cooperativas, fazem parte das ligações mercantis diretas inerentes ao processo produtivo. Por exemplo, boa parte das inovações de produto nas empresas de autopeças se faz por demanda das montadoras e segundo suas especificações.

(Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica. Série Relatórios Metodológicos, volume 30. IBGE)

4) “Entretanto, essas relações que são, lato senso, cooperativas,...” A forma equivalente ao termo destacado corretamente indicada é: (A) Contudo. (B) Quando. (C) Portanto. (D) Tanto quanto. (E) Porquanto. 5) Ainda no primeiro período do texto, ocorre um exemplo de adequação à norma culta da concordância nominal de um adjetivo, o mesmo NÃO ocorre em: (A) Seguem anexas as alterações contratuais. (B) Saem daqui bastantes pessoas a todo tempo. (C) Aquelas mulheres ficaram sós. (D) Aqueles olhos verde-claros são encantadores. (E) Havia vinte alunos surdo-mudos naquela classe. 6) No primeiro período do texto, pode-se afirmar que: (A) Existe uma relação de comparação entre o sistema moderno

de produção e as cadeias produtivas. (B) Existe uma relação de compensação entre o sistema moderno

de produção e as cadeias produtivas. (C) Existe uma relação de comparação entre as ligações de

fornecedores/intermediários e indústrias montadoras com as ligações de empresas e consumidores finais.

(D) Existe uma comprovação de que as ligações de fornecedores/intermediários e indústrias montadoras são melhores que as ligações de empresas e consumidores finais.

(E) Há certa ironia, comprovada através do contexto, quanto à expressão “é natural”.

Texto III:

IBGE divulga estudo inédito sobre setor de

Tecnologia da Informação e Comunicação no país

Em 2006, as 65.754 empresas brasileiras do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) obtiveram receita líquida de R$205,9 bilhões e geraram R$82,1 bilhões (valor adicionado e valor da transformação industrial), o que representava, naquele ano, 8,3% do valor total produzido pela indústria, comércio e serviços. Embora essa seja uma participação significativa, houve perda gradativa de peso do setor TIC, que havia sido de 8,9% em 2003, principalmente em razão da redução no ritmo de crescimento do segmento de telecomunicações.

O setor TIC é altamente concentrado, com 76,1% do valor gerado nas empresas com 250 ou mais pessoas ocupadas. Em contrapartida, as micro e pequenas empresas têm papel importante na geração de postos de trabalho. A região Sudeste concentrava, em 2006, 65,0% do valor gerado pelo setor TIC, que tinha 95,6% de suas empresas e 71,1% das pessoas ocupadas nas atividades de serviços.

Outra característica do setor TIC é a elevada remuneração, com média salarial de R$2.025,18, em 2006, contra R$937,48 do total de atividades industriais, comerciais e de

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serviços. Mais uma vez, nesse caso, as telecomunicações se destacam, com média salarial de R$3.315,26.

Essas são algumas das informações levantadas pelo IBGE neste estudo inédito do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação. O estudo analisou o setor TIC pelo lado da oferta, nos anos de 2003 a 2006, e foi realizado a partir dos resultados das pesquisas econômicas anuais do IBGE da indústria, do comércio e dos serviços e de informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

(Site: http://www.ibge.gov.br)

7) A respeito do texto, assinale a consideração correta:

(A) O tratamento dado à linguagem é de característica formal, seguindo a norma padrão da língua portuguesa.

(B) O tratamento dado à linguagem é de característica informal, seguindo a variedade coloquial da língua portuguesa.

(C) Através de uma linguagem informal são apresentadas informações técnicas em texto basicamente informativo.

(D) Através de uma linguagem formal são apresentadas opiniões e argumentos quanto ao assunto tratado.

(E) O texto possui um caráter subjetivo visto que proporciona questionamentos e discussões a respeito do tema abordado.

8) “...receita líquida de R$ 205,9 bilhões e geraram R$ 82,1 bilhões (valor adicionado e valor da transformação industrial),...” No trecho em destaque, o uso do parênteses tem como motivo:

(A) Intercalar no texto expressões de explicação. (B) Indicar interrupção do pensamento. (C) Indicar hesitação e corte de uma frase. (D) Intercalar uma exemplificação, antes de oração apositiva. (E) Indicar um questionamento indireto.

9) “Em contrapartida, as micro e pequenas empresas...” O vocábulo destacado só NÃO pode ser substituído sem prejuízo do sentido original por:

(A) Compensação. (B) Equivalência. (C) Contrapeso. (D) Correspondência. (E) Impugnação.

10) “Essas são algumas das informações levantadas pelo IBGE neste estudo inédito do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação.” A expressão “estudo inédito”, no contexto,

indica:

(A) A importância do estudo do IBGE demonstrada a partir de algumas informações apresentadas.

(B) A complexidade do estudo do IBGE demonstrada a partir de algumas informações apresentadas.

(C) A simplicidade do estudo do IBGE demonstrada a partir de algumas informações apresentadas.

(D) Que tal estudo apesar de ser inédito, não tem grande importância de acordo com as informações apresentadas.

(E) O desinteresse da população por um estudo que não seja de caráter inédito.

IBGE - AGENTE DE PESQUISA POR TELEFONE

TEXTO I:

O progresso tecnológico sempre ocupou papel fundamental na teoria econômica. Desde a descrição do processo

de trabalho na fábrica de alfinetes, que abre a Riqueza das nações, de Adam Smith, até o conceito recente de “Economia Baseada no Conhecimento”, o desenvolvimento e a incorporação de novas tecnologias sempre foram compreendidos como o motor dos ganhos de produtividade e, consequentemente, da persistente elevação dos padrões de consumo das diversas classes sociais.

(Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica. Série Relatórios Metodológicos, volume 30. IBGE)

1) Ao dizer que o “progresso tecnológico sempre ocupou papel fundamental na teoria econômica”, existe a intenção de mostrar um ___________ progresso tecnológico. Indique a palavra que completa corretamente a frase anterior: (A) inovador (B) recente (C) ultrapassado (D) essencial (E) duvidoso 2) Através do tratamento dado à linguagem textual, é possível identificar que Riqueza das nações trata-se de: (A) Uma situação econômica atual de alguns países aos quais se

refere o texto. (B) Um patrimônio financeiro de grande valor acumulado por

Adam Smith. (C) Um livro de Adam Smith. (D) Um evento patrocinado por Adam Smith. (E) Um evento em que Adam Smith distribui sua riqueza às

minorias. 3) A preposição “de” pode indicar várias relações. Em “... que abre a Riqueza das nações, de Adam Smith,...” está destacada a mesma relação que em: (A) Desde muito cedo só falava de futebol. (B) Pude ver de perto toda aquela situação. (C) Perigoso é viver de ilusões. (D) Aquele choro só poderia ser de saudade. (E) O olhar de Maísa é algo penetrante. 4) Observe o trecho destacado a seguir: “... o desenvolvimento e a incorporação de novas tecnologias sempre foram compreendidos como o motor dos ganhos de produtividade...” Assinale a alternativa em que a sua reescrita NÃO trouxe prejuízo de sentido: (A) A incorporação de novas tecnologias, assim como o seu

desenvolvimento, sempre foi compreendida como o motor dos ganhos de produtividade.

(B) O desenvolvimento e a incorporação de novas tecnologias serão compreendidos como o motor dos ganhos de produtividade.

(C) A compreensão de que o desenvolvimento e a incorporação de novas tecnologias são o motor dos ganhos de produtividade é sempre recente.

(D) O desenvolvimento em oposição à incorporação de novas tecnologias sempre foi compreendido como o motor dos ganhos de produtividade.

(E) O desenvolvimento e a incorporação de novas tecnologias já foram compreendidos como o motor dos ganhos de produtividade.

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5) De acordo com o texto, a elevação dos padrões de consumo está diretamente ligada à(ao):

(A) Desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias. (B) Trabalho das fábricas em geral. (C) Ganho de produtividade. (D) Adam Smith, respeitado nome no cenário da economia

mundial. (E) Diversidade de classes sociais existentes atualmente.

6) Relacionando a Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica, PINTEC, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com a imagem a seguir, é adequado fazer a seguinte leitura:

FOTO

(A) O acréscimo da palavra “light” ao produto gera um impedimento para a venda do produto, já que se trata de um estrangeirismo.

(B) A seta indicando uma direção do produto em que no rótulo está apenas a palavra “laranja”, para o produto em que o rótulo traz a expressão “laranja light” mostra um acréscimo para qualificação do produto.

(C) A seta está na direção errada, já que um produto com a devida qualificação tem, atualmente, a tendência de trazer um rótulo cada vez mais simplificado.

(D) O valor do produto com o rótulo “laranja light” é maior em relação ao do rótulo “laranja” porque tem capacidade de armazenar uma maior quantidade do produto.

(E) Há um erro ortográfico no rótulo da garrafa maior, o que poderá comprometer a sua credibilidade.

TEXTO II:

A indústria investe no pneu verde para reduzir o consumo e ainda evitar os problemas no descarte

Em tempos de preocupação com o ambiente, o carro passou a ser apontado por alguns como um dos vilões da causa ecológica. Depois da evolução dos sistemas de injeção e da redução de peso graças ao uso de materiais mais leves, as montadoras estão se voltando para o pneu no esforço de reduzir o consumo – e, portanto, o nível de emissões – dos veículos que elas produzem. Além de seguros e confortáveis, eles também precisam se tornar limpos o mais rápido possível. Tanto enquanto ainda estão rodando como na aposentadoria. (...)

Depois de cuidarem do meio ambiente no carro, os pneus precisam fazer sua parte também fora dele. Eles ainda não oferecem uma solução simples até pela complexidade de sua construção – há diversos materiais em um pneu, como aço, náilon, poliamida, etc. No entanto, já existem programas de reciclagem que os transformam em solado de calçado, material para fabricação de asfalto e até como fonte de energia, em fornos de cimenteiras. Mas há novidades a caminho.

A Goodyear, com o composto BioTRED, já substitui o petróleo por amido de milho na confecção de parte da borracha de alguns pneus feitos nos Estados Unidos e na Europa, eliminando a necessidade de um recurso nãorenovável na fabricação. Já a Pirelli desenvolve um composto que se decompõe mais rapidamente. Pneus comuns levam em média 300 anos para se degradar no ambiente. O novo material levaria 50 anos. E sem desvantagem prática, como redução de durabilidade ou aderência. O composto deve ser colocado no mercado em alguns anos.

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/d

esenvolvimento/conteudo_430762.shtml 7) Considerando-se a leitura global do texto, é correto afirmar que há, quanto à expressão em destaque, uma extensão do seu sentido literal: (A) A indústria investe no pneu verde . (B) Em tempos de preocupação com o ambiente . (C) há diversos mate riais em um pneu, como aço, náilon,

poliamida etc. (D) Pneus comuns levam em média 300 anos para se degradar

no ambiente . (E) O composto deve ser colocado no mercado em alguns anos. 8) Dos termos das orações destacados a seguir identifique o único que possui uma função sintática diferente dos demais: (A) Em tempos de preocupação com o ambiente, o carro passou

a ser apontado por alguns como um dos vilões da causa ecológica.

(B) Além de seguros e confortáveis, eles também precisam se tornar limpos o mais rápido possível.

(C) Depois de cuidarem do meio ambiente no carro, os pneus precisam fazer sua parte também fora dele.

(D) Eles ainda não oferecem uma solução simples até pela complexidade de sua construção.

(E) A indústria investe no pneu verde para reduzir o consumo e ainda evitar os problemas no descarte.

9) Observe: “...as montadoras estão se voltando para o pneu...” A palavra “se” possui inúmeras classificações e funções. Pode

ser identificada, a seguir, a mesma função exercida no trecho destacado anteriormente: (A) Sofia deixou-se estar à porta por alguns minutos. (B) Homem e mulher entreolharam-se. (C) Nenhum se apareceu no texto estudado. (D) Sabia que ela se queixaria mais cedo ou mais tarde. (E) Vendem-se apartamentos. 10) “No entanto, já existem programas de reciclagem que os transformam em solado de calçado,...” A conjunção ou locução conjuntiva capaz de substituir “no entanto” mantendo o

mesmo sentido é: (A) mas (B) de modo que (C) e (D) porquanto (E) por conseguinte

Texto III:

Com vistas a atender à crescente e diversificada demanda por informações econômicas, o IBGE vem promovendo extenso programa de modernização de suas pesquisas de indústria, comércio e serviços. Na área da indústria, e contando com o apoio da FINEP e do MCT, o programa consolida a implantação da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica – PINTEC.

Tendo por objetivo a construção de indicadores nacionais e regionais das atividades de inovação tecnológica nas empresas industriais brasileiras, compatíveis com as recomendações internacionais em termos conceituais e metodológicos, a pesquisa iniciou sua série com a PINTEC 2000, que levantou informações relativas ao triênio 1998 – 2000.

(Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica. Série

Relatórios Metodológicos, volume 30. IBGE)

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11) No trecho “Com vistas a atender à crescente e diversificada demanda por informações econômicas...” notamos a devida colocação de preposições. De acordo com a norma culta, identifique o exemplo em que NÃO há adequação:

(A) Cheguei a Salvador e fui direto ao hotel. (B) Todos os candidatos visam ao sucesso. (C) Nunca revidou a nenhuma agressão, física ou verbal. (D) Procurem responder a todas as questões do teste. (E) Preferimos a honestidade do que a falsidade.

12) A seguir foram destacadas algumas palavras. A sua classificação quanto à classe de palavras está correta em: (A) “Com vistas a atender à crescente e diversificada

demanda...”– adjetivo (B) “...o IBGE vem promovendo extenso programa de

modernização...”– substantivo (C) “Na área da indústria,...” – advérbio (D) “...o programa consolida a implantação da Pesquisa

Industrial de Inovação Tecnológica – PINTEC.” – pronome (E) “Tendo por objetivo a construção de indicadores

nacionais...”– preposição

13) A seguir temos um exemplo do uso do acento grave indicador da crase: “Com vistas a atender à crescente e diversificada demanda...”. A crase foi usada pelo mesmo motivo que o do exemplo dado em:

(A) O juiz determinou que ficasse à distância de dez metros do filho.

(B) Àquela época tudo era diferente. (C) À entrada do estabelecimento havia um aviso: fechado por

motivo de falecimento. (D) Não me refiro à professora, mas ao diretor. (E) Estão todos à disposição para o trabalho.

14) Dizer que “... o IBGE vem promovendo extenso programa de modernização...” é o mesmo que:

(A) O IBGE promove-se extenso programa de modernização. (B) O IBGE vinha promovendo extenso programa de

modernização. (C) O IBGE estava promovendo extenso programa de

modernização. (D) O IBGE estaria promovendo extenso programa de

modernização. (E) Extenso programa de modernização vem sendo promovido

pelo IBGE.

15)Assinale o trecho a seguir cuja pontuação foi feita corretamente:

(A) Inovação tecnológica é toda a novidade implantada pela empresa, por meio de pesquisas ou investimentos, que aumenta a eficiência do processo produtivo ou que implica em um novo ou aprimorado produto.

(B) Inovação tecnológica, é toda a novidade implantada pela empresa, por meio de pesquisas ou investimentos, que aumenta a eficiência do processo produtivo ou que implica em um novo ou aprimorado produto.

(C) Inovação tecnológica é toda a novidade implantada pela empresa por meio de pesquisas ou investimentos que, aumenta, a eficiência do processo produtivo ou que implica em um novo ou aprimorado produto.

(D) Inovação tecnológica é toda a novidade implantada pela empresa, por, meio de pesquisas ou investimentos, que

aumenta a eficiência do processo produtivo ou que implica em um novo ou aprimorado produto.

(E) Inovação tecnológica é toda, a novidade implantada pela empresa, por meio de, pesquisas ou investimentos, que; aumenta a eficiência do processo produtivo ou que implica em um novo ou aprimorado produto.

PREFEITURA MUNC. DE ALMIRANTE TAMANDARÉ/ PR – MÉDICO ESF

TEXTO: Bulas decifradas Novas regras tornam textos mais simples e respondem a dúvidas

de pacientes As bulas de remédios vendidos no Brasil deverão ser redigidas com letras maiores e linguagem de fácil compreensão, no formato de perguntas e respostas. O novo modelo foi definido em resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada ontem no Diário Oficial. As novas bulas chegarão ao mercado a partir de julho de 2010, segundo a gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Tatiana Lowande. Ela espera que todos os remédios fabricados a partir de 2011 já venham acompanhados do novo modelo. Deficientes visuais terão direito a bulas especiais, inclusive em braile. (...)

Haverá bulas diferenciadas para leigos e especialistas em saúde. A dos pacientes terá textos sem termos técnicos. Já a dos profissionais de saúde terá ficha técnica. Os remédios vendidos em farmácias trarão bulas para pacientes. O modelo para profissionais acompanhará as embalagens hospitalares. O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, disse que o objetivo é contribuir para o uso racional de medicamentos. Daí a preocupação em apresentar as informações de maneira didática.

A resolução lista nove perguntas que deverão constar nas bulas para pacientes, seguidas das respectivas respostas. A primeira é: “Para que este medicamento é indicado?”. Uma das preocupações foi substituir o termo “contra-indicações” que, segundo Dirceu Raposo, pode confundir pacientes. Assim, a pergunta de número 8 é: “Quais os males que este medicamento pode causar?”

– Queremos fazer com que o paciente entenda como fazer o uso correto do medicamento. Pesquisas nos Estados Unidos mostram que metade dos pacientes usa os remédios de forma incorreta. A informação é fundamental – disse Dirceu Raposo.

(O Globo. 10/09/09. Ciência. Fragmento.)

01) De acordo com as ideias do texto acima, analise as afirmativas:

II Depreende-se do texto que “uso racional de medicamentos” (2º§) significa possibilitar ao profissional da saúde a certeza de que o paciente obterá as informações para o seu tratamento de forma específica.

IIII O conectivo “Já” (2º§) estabelece uma relação de conclusão entre as ideias expressas em duas orações.

IIIIII A partir do desenvolvimento das ideias do texto, conclui-se que a palavra “fundamental” (4º§) está sendo empregada como “essencial, básica”.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I (B) I, II (C) II (D) III (E) I, II, III

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02) “As novas bulas chegarão ao mercado a partir de julho de 2010, segundo a gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Tatiana Lowande.” A respeito do trecho anterior é correto afirmar que:

(A) Tratando-se da citação de um discurso alheio, ajusta-se a ele o uso linguístico distanciado da modalidade culta e formal da língua.

(B) Sustenta-se uma informação através de uma autoridade reconhecida num certo domínio do conhecimento.

(C) Trata-se de um enunciado em que seu conteúdo de verdade é aceito como válido por consenso, dentro de um certo espaço sociocultural.

(D) A informação dada baseia-se em operação de raciocínio lógico, tal como implicações de causa e efeito.

(E) O enunciado é desqualificado uma vez que foi atribuído à opinião pessoal do enunciador.

03) Em “... a partir de 2011 já venham acompanhados do novo modelo.” o termo destacado expressa, no contexto, a ideia de:

(A) Tempo. (B) Intensidade. (C) Afirmação. (D) Modo. (E) Comparação.

04) A preocupação em substituir o termo “contra-indicações”

alegando uma possível confusão no entendimento dos pacientes demonstra:

(A) Que o público alvo deste texto, a bula de remédio, tem maior domínio da variedade padrão, em um nível elevado e técnico da linguagem.

(B) A importância do domínio de um nível elevado e técnico da linguagem já que é a variedade linguística de maior prestígio social.

(C) A valorização de uma linguagem rebuscada, cheia de neologismos.

(D) O objetivo de que os interlocutores possam participar do processo de interação da linguagem de forma satisfatória.

(E) Uma linguagem simples que valoriza o uso de metáforas para que haja melhor compreensão.

05) O elemento coesivo “daí” no 2º§ serve para:

(A) Dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar um outro dado.

(B) Introduzir uma argumentação contrária ao que se admite no período anterior.

(C) Iniciar um período que contém uma alternativa em relação ao que foi dito anteriormente.

(D) Introduzir uma informação decisiva, apresentada como acréscimo, como se fosse desnecessária.

(E) Introduzir retificações do que foi dito anteriormente.

PREFEITURA MUNC. DE ALMIRANTE TAMANDARÉ/ PR – AUX. DE SECRETARIA

TEXTO: Será esse o único caminho?

Para quem passa hoje, pela primeira vez, por algumas regiões de Minas, fica difícil imaginar que o território mineiro já foi totalmente coberto de verde. E que dentro desse espaço verde circulava tranquilamente uma infinidade de animais que nadavam, voavam, andavam, rastejavam ou saltavam. Animais de todas as cores e tamanhos que variavam de acordo com o tipo de vegetação, relevo e quantidade de rios do lugar.

Até que, num processo histórico de colonização, a população que se fixou aqui realizou grandes transformações ambientais em todas as regiões do estado.

O que resultou dessa ocupação foi um grande progresso econômico, a formação de muitas cidades, rodovias, ferrovias, indústrias, áreas de plantio e criação; e, da cobertura vegetal, o que restou foram pequenas manchas de florestas, cerrado e uma caatinga que correm o risco de extinção. A consequência logica é: quanto menos vegetação, menos animais, menos solo, menos água e piores condições climáticas.

Com um Planeta imenso, uma natureza pródiga e uma população relativamente pequena, não houve preocupação com a preservação ambiental, por parte de nossos ancestrais. Mas a população mundial, hoje, já ultrapassou os 6 bilhões e vive um tempo em que as respostas da natureza às agressões sofridas acontecem cotidianamente. Em função de todas essas mudanças, estudiosos mostram que se não forem feitas novas escolhas, se não modificarmos nossa visão de mundo e o modelo de “desenvolvimento”, as consequências serão catastróficas.

Assim, no mundo inteiro, existem cada vez mais cientistas, pessoas, associações, empresários e ONGs trabalhando para que ocorram as mudanças necessárias.

Se intensificarmos nossas ações para melhorar o local onde vivemos, com certeza estaremos contribuindo para a melhoria da qualidade da vida no mundo.

(Revista Semeando, Edição Anual - Ano 2 - Ano 2007.)

01) De acordo com as ideias e estrutura do texto, marque a alternativa correta: (A) O texto apresenta um narrador e uma personagem principal. (B) O texto apresenta informações sobre as mudanças da

natureza nas regiões de Minas Gerais. (C) O texto aborda o processo econômico e o desenvolvimento

do território mineiro em relação a outras regiões. (D) O texto é jornalístico, pois apresenta características de

noticiário. (E) O texto relata a extensão do Planeta e denota a população

mundial como transformadora do aumento do verde no território mineiro.

02) Em relação ao texto “Será esse o único caminho?”,

analise: II A população mineira realizou grandes transformações

ambientais. IIII Quanto menos vegetação, piores serão as condições

climáticas. IIIIII O território mineiro já foi todo coberto de verde. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I, III (B) II, III (C) I (D) I, II, III (E) II 03) No trecho “Com um Planeta imenso, uma natureza pródiga e uma população relativamente pequena...” a palavra destacada possui como significado correto: (A) estrondosa, forte (B) inquietante (C) separada, repartida (D) exorbitante (E) generosa, liberal

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04) No trecho “E que dentro desse espaço verde circulava tranquilamente uma infinidade de animais que nadavam, voavam, andavam, rastejavam ou saltavam.” as vírgulas foram utilizadas para:

(A) Marcar termos deslocados. (B) Marcar o vocativo. (C) Isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta. (D) Isolar explicações. (E) Separar palavras de mesma classe gramatical.

05) Assinale a afirmativa que apresenta a concordância correta, de acordo com os padrões da norma culta:

(A) Sucedeu, naquela época, acontecimentos inevitáveis. (B) Mais de dois animais rastejavam. (C) Espera-se os resultados, ou as consequências serão

catastróficas. (D) As Minas Gerais progrediu muito. (E) Haviam, naquela época, muitos fatos estranhos.

06) Em “...se não forem feitas novas escolhas, se não modificarmos nossa visão de mundo e o modelo de ‘desenvolvimento’, as consequências serão catastróficas.” as palavras destacadas denotam ideia de:

(A) Causa. (B) Tempo. (C) Finalidade. (D) Condição. (E) Proporção.

07) No trecho “O que resultou dessa ocupação foi um grande progresso econômico...” a palavra destacada foi acentuada pelo mesmo motivo que:

(A) consequência: paroxítona terminada em ditongo. (B) já: monossílabo tônico terminado em “a”. (C) histórico: proparoxítona. (D) você: oxítona terminada em “e”. (E) pólen: paroxítona terminada em “n”.

08) “Para quem passa hoje, pela primeira vez, por algumas regiões de Minas, fica difícil imaginar que o território mineiro já foi totalmente coberto de verde.” As palavras destacadas no trecho anterior apresentam, respectivamente:

(A) dígrafo, ditongo, ditongo (B) encontro consonantal, ditongo, dígrafo (C) encontro vocálico, dígrafo, ditongo (D) tritongo, ditongo, ditongo (E) encontro consonantal, encontro vocálico, ditongo

09) “Mas a população mundial, hoje, já ultrapassou os 6 bilhões e vive um tempo em que as respostas da natureza às agressões sofridas acontecem cotidianamente.” Quanto às classes de palavras, as palavras destacadas no trecho anterior são, respectivamente:

(A) verbo, artigo, verbo, substantivo, pronome (B) advérbio, substantivo, verbo, artigo, pronome (C) substantivo, artigo, verbo, substantivo, advérbio (D) substantivo, artigo, verbo, artigo, advérbio (E) substantivo, verbo, artigo, advérbio, adjetivo

10) Assinale a alternativa em que a palavra apresentada nos parênteses possui significado contrário ao da palavra destacada no trecho: (A) “...contribuindo para a melhoria da qualidade da vida no

mundo.” (colaborando) (B) “O que resultou dessa ocupação...” (procedeu) (C) “...a população que se fixou aqui realizou grandes

transformações ambientais em todas as regiões do estado.” (assentou, estabeleceu)

(D) “Em função de todas essas mudanças...” (uso, utilidade) (E) “Se intensificarmos nossas ações para melhorar o local

onde vivemos...” (agravar) PREFEITURA MUNICIPAL DE CARDOSO MOREIRA/RJ -ENFERMEIRO

TEXTO:

Desde criança, a leitura me dá imenso prazer, exercendo em mim o fascínio de algo mágico, intenso, estético. É a janela por onde o mundo entra na minha casa, na minha vida. A literatura dirigiu meu pensamento, minha forma de ver o mundo. Eu vivo e respiro literatura o tempo inteiro; quando não estou escrevendo livros meus, estou traduzindo obras de grandes autores.

(Lya Luft, escritora)

01) A expressão “desde criança” introduz o fato que será dito

a seguir através de uma ideia: (A) Temporal. (B) De causa. (C) Condicional. (D) De oposição. 02) Sabemos que a língua permite construções em que expressões possuem um sentido figurado, que vai além do significado da palavra. Assinale o significado no contexto do trecho “É a janela por onde o mundo entra na minha casa, na minha vida.”: (A) A leitura possibilita à autora o sucesso profissional, já que

abre as portas para o mundo. (B) A leitura é capaz de estabelecer uma ligação entre o mundo

real e imaginário, levando a autora a fugir dos problemas da realidade e, dessa forma, solucioná-los.

(C) A leitura é, para a autora, a causa e a fonte de muitas questões conflitantes estarem presentes em sua vida, já que traz o mundo para dentro da sua casa.

(D) A leitura traz para a escritora as informações, anseios, descobertas ou seja, a história da humanidade. Dessa forma, através da leitura, é possível interagir com o mundo, sobre as questões humanas, já que a leitura traz este mundo para a sua vida.

03) Ao citar as ações de escrever livros e traduzir obras a autora: (A) Comprova a afirmação anterior através de fatos concretos. (B) Assume seu papel de importância na literatura nacional. (C) Demonstra certo ar de cansaço ao relatar ações rotineiras em

seu ofício. (D) Mostra o porquê do prazer sentido através da leitura desde

criança.

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04) Indique a alternativa em que a palavra sublinhada NÃO pode ser classificada quanto à tonicidade como paroxítona:

(A) “Desde criança, a leitura me dá imenso prazer,...” (B) “... exercendo em mim o fascínio de algo mágico, intenso,

estético.” (C) “É a janela por onde o mundo entra na minha casa...” (D) “A literatura dirigiu meu pensamento, minha forma de ver o

mundo.”

05) Em “A literatura dirigiu meu pensamento,” a palavra destacada determina o substantivo, restringindo a extensão de seu significado. Trata-se de um:

(A) Adjetivo. (B) Pronome. (C) Artigo. (D) Verbo. PREFEITURA MUNICIPAL DE CARDOSO MOREIRA/RJ

- AUXILIAR DE CONTABILIDADE

TEXTO: “Olhai os lírios do campo”

Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?

Quero que abras os olhos, Eugênio, que acordes enquanto é tempo. Peço-te que pegues a minha Bíblia que está na estante de livros, perto do rádio, leias apenas o Sermão da Montanha. Os homens deviam ler e meditar esse trecho, principalmente no ponto em que Jesus nos fala dos lírios do campo, que não trabalham, nem fiam, e no entanto nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles.

É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.

Não penses que estou fazendo o elogio do puro espírito contemplativo e da renúncia, ou que acho que o povo deva viver narcotizado pela esperança da felicidade na “outra vida”. Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor e da persuasão. Considera a vida de Jesus. Ele foi antes de tudo um homem de ação e não um puro contemplativo.

(Érico Veríssimo/Fragmento/ Porto Alegre, Globo, 1980)

01) No trecho do livro “Olhai os lírios do campo”, identifique

a alternativa que corresponde à ideia principal:

(A) Há na terra um grande trabalho a realizar. (B) O amor ao dinheiro e ao sucesso são os causadores de

dramas e injustiças dessa época. (C) A vida contemplativa de Jesus. (D) Os lírios do campo, que não trabalham e nem fiam.

02) O texto identifica que mais importante que as riquezas são as relações de criatura para criatura. Assinale abaixo, o trecho que exemplifica essa ideia:

(A) “Considera a vida de Jesus.” (B) “Há na terra um grande trabalho a realizar.” (C) “De que serve construir arranha-céus se não há mais almas

humanas para morar neles?”

(D) “Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções.”

03) De acordo com o autor do texto, quando se deve olhar os lírios do campo e as aves do céu? (A) Ao conquistar o mundo com as armas do amor e da

persuasão. (B) Durante o trabalho, no dia-a-dia. (C) Se o amor ao dinheiro, ao sucesso estiver deixando o ser

humano cego. (D) Nas tarefas para seres fortes, para corações corajosos. 04) Analise as afirmativas abaixo, de acordo com o texto “Olhai os lírios do campo”: II Deve-se conquistar o mundo com as armas do amor e da

persuasão. IIII A Bíblia se encontra na estante de livros, perto do rádio. IIIIII As relações de criatura para criatura são o que a vida oferece

de melhor aos homens. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) II, III (B) I (C) II (D) I, II, III 05) Em “Não penses que estou fazendo o elogio do puro espírito contemplativo...” a palavra destacada foi acentuada pelo mesmo motivo que: (A) Eugênio (B) época (C) há (D) indispensável 06) O trecho “Considera a vida de Jesus.” apresenta como palavra no masculino: (A) de (B) considera (C) vida (D) Jesus 07) Em “Quero que abras os olhos, Eugênio, que acordes enquanto é tempo.” as vírgulas foram utilizadas para: (A) Marcar expressão de caráter explicativo. (B) Marcar termos deslocados. (C) Separar termos assindéticos. (D) Marcar o vocativo. 08) Assinale abaixo, a alternativa que apresenta o significado correto da palavra em destaque: (A) “É indispensável que conquistemos este mundo,...”

(imprescindível) (B) “...que acordes enquanto é tempo.” (despertar de sono ou

sonho) (C) “Estive pensando na fúria cega...” (privada da vista) (D) “Os homens deviam ler e meditar esse trecho,...”

(determinar, verificar)

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09) No trecho “E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos,...” as palavras destacadas apresentam, respectivamente:

(A) dígrafo / tritongo / ditongo (B) dígrafo / dígrafo / ditongo (C) hiato / dígrafo / ditongo (D) dígrafo / dígrafo / dígrafo

10) Assinale a alternativa abaixo em que o antônimo da palavra destacada encontra-se correto:

(A) “Considera a vida de Jesus.” (força, vitalidade) (B) “Quero que abras os olhos...” (fendes, furas) (C) “Eles esquecem o que têm de mais humano...” (lembram) (D) “De que serve construir arranha-céus...” (apertar)

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARAPARI/ES – PROCURADOR MUNICIPAL

TEXTO I:

A gente se acostuma a criticar os jovens por eles serem pouco educados, os homens por serem arrogantes, as mulheres por serem chatas, os governos por serem omissos ou incompetentes, quando não mal-intencionados. Políticos sendo acusados de corrupção é tão trivial que as exceções se vão tornando ícones, ralas esperanças nossas. Onde estão os homens honrados, os cidadãos ilustres e respeitados, que buscam o bem da pátria e do povo, independentemente de cargos, poder e vantagens?

(Lya Luft. Revista Veja, 11 de março de 2009, edição 2103/fragmento)

01) A respeito da ideias do texto é possível afirmar que:

(A) A crítica feita a diversos segmentos da sociedade referida no texto ignora os governos quando esses se mostram malintencionados.

(B) No texto, o trecho: “políticos sendo acusados de corrupção é tão trivial”, é o mesmo que toda corrupção é trivial.

(C) O costume com as críticas traduz certo grau de comodismo e apatia diante de atitudes contrárias a uma boa convivência social.

(D) O sentido textual é preservado se no lugar de “que” em: “Políticos sendo acusados de corrupção é tão trivial que as exceções se vão tornando ícones...” fosse usado o vocábulo “mas”.

(E) A expressão “a gente”, por ser uma gíria, tem por finalidade permitir que o texto atinja um público jovem.

02) O vocábulo “por”, repetido várias vezes no primeiro

período do texto, tem por finalidade linguística e textual expressar posteriormente:

(A) Causa. (B) Consequência. (C) Finalidade. (D) Concessão. (E) Condição.

03) No último período, é feito um questionamento que:

(A) Inverte a argumentação apresentada anteriormente mostrando um posicionamento maleável.

(B) Aponta a busca para uma possível solução mediante as acusações citadas anteriormente.

(C) Demonstra o conhecimento e o convívio com homens honrados e cidadãos ilustres.

(D) Esclarece que homens honrados e cidadãos ilustres não podem, de forma alguma, estar ligados a altos cargos de confiança e que detenham certo poder.

(E) Afirma que a busca pelo bem da pátria e do povo não pode ser exercida por homens que se tornaram exceções ou ícones.

TEXTO II:

Eis o paraíso dos transgressores: a lei é a da selva, a honradez foi para o brejo, a decência tem de ser procurada como fez há séculos um filósofo grego: ao lhe indagarem por que andava pela cidade com uma lanterna acesa em dia claro, declarou: “Procuro um homem honesto”. O que devemos dizer nós? Temos pouca liderança positiva, raríssimo abrigo e norte, referências pífias, pobre conforto e estímulo zero, quase nenhuma orientação. A juventude é quem mais sofre, pois não sabe em que direção olhar, em que empreitadas empregar sua força e sua esperança, em quem acreditar nesse tumulto de ideias desencontradas. Vivemos feito bandos de ratos aflitos, recorrendo à droga, à bebida, ao delírio, à alienação e à indiferença, para aguentar uma realidade cada dia mais confusa: de um lado, os sensatos recomendando prudência e cautela; de outro, os irresponsáveis garantindo que não há nada de mais com a gigantesca crise atual, que não tem raízes financeiras, mas morais: a ganância, a mentira, a roubalheira, a omissão e a falta de vergonha. E a tudo isso, abafando nossa indignação, prestamos a homenagem do nosso desinteresse e fazemos a continência da nossa resignação. Meus pêsames, senhores. Espero que na hora de fechar a porta haja um homem honrado, para que se apague a luz de verdade, não com grandes palavras e reles mentiras.

(Lya Luft. Revista Veja, 11 de março de 2009, edição 2103/fragmento)

04) A partir das ideias do texto II assinale a alternativa INCORRETA: (A) Ao iniciar o período com o vocábulo “eis”, a autora expressa

que a seguir haverá uma indicação conceitual estabelecida. (B) Pela natureza linguística de sua composição, modo textual,

pode-se afirmar que se trata de um texto de caráter argumentativo cuja finalidade é levar o leitor a dar sua adesão às teses nele defendidas.

(C) No primeiro período há uma construção comparativa através do tratamento dado à linguagem.

(D) Os problemas apresentados, de acordo com o texto, são resultados da total falta de liderança, já que todo desenvolvimento socialmente organizado deveria tê-la de alguma forma.

(E) Para suportar a realidade do cotidiano, soluções momentâneas são apresentadas como um escape.

05) O trecho “Eis o paraíso dos transgressores” equivale, semanticamente, a: (A) Eis o paraíso transgressor. (B) Eis o paraíso dos que transgridem. (C) Eis a transgressão do paraíso. (D) Eis os transgressores do paraíso. (E) Eis o paraíso da transgressão.

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06) “E a tudo isso, abafando nossa indignação, prestamos a homenagem do nosso desinteresse e fazemos a continência da nossa resignação.” No trecho destacado, ocorre uma relação de sentido descrita corretamente a seguir em:

(A) A indignação é realçada à medida que há um sinal de respeito diante daqueles que são os responsáveis pela atual realidade apresentada no texto.

(B) As palavras “abafando”, “homenagem” e “continência” estão empregadas no sentido conotativo, o acréscimo de um novo conteúdo significativo.

(C) A homenagem e a continência aqui representam a própria indignação e a forma de reação contra a realidade confusa mostrada no texto.

(D) O desinteresse e a resignação das pessoas são consequências de sua grande indignação.

(E) Uma homenagem é fator de demonstração de coragem em um momento de crise e dificuldades.

TEXTO III: Razão de ser

Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso,

preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece,

E as estrelas lá no céu Lembram letras no papel,

Quando o poema me anoitece. A aranha tece teias.

O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas.

Tem que ter por quê?

(Paulo Leminski. Melhores poemas de Paulo Leminski. Seleção Fred Góes e Álvaro Marins. 4.ed. São Paulo: Global, 1999. p. 133.)

07) Assinale a alternativa correta a respeito do questionamento feito no último verso do poema:

(A) Ocorre uma inversão da ordem usual de pergunta e resposta, sem que a coerência seja prejudicada.

(B) Não há resposta para o questionamento feito ao final do poema visto que não há uma continuidade para o texto.

(C) Através do questionamento feito no último verso do poema é possível um tom humorístico atribuído ao texto.

(D) A ironia atribuída ao poema é notada através do questionamento feito no último verso do poema.

(E) Tal questionamento possui um aspecto declarativo indicando a obrigatoriedade de haver o porquê para o ato de escrever.

08) O uso, repetidas vezes, do vocábulo “porque” demonstra:

(A) Inexperiência quanto ao ato de escrever. (B) Insensatez quanto ao ato de escrever. (C) Predisposição ao papel de escritor. (D) Tentativa de justificar o ato de escrever. (E) Repetição necessária para reforçar o assunto principal

tratado no poema.

09) O ofício de escrever do eu lírico é caracterizado como um exercício solitário. Tal afirmação pode ser comprovada através do seguinte verso:

(A) “Escrevo. E pronto.” (B) “preciso porque estou tonto.” (C) “Ninguém tem nada com isso.” (D) “Lembram letras no papel,”

(E) Tem que ter por quê? 10) Os versos “A aranha tece teias.” e “O peixe beija e morde o que vê.”, estabelecem a seguinte relação com as ideias do poema: (A) A casualidade das ações citadas nos referidos versos é a

mesma descrita no ato de escrever. (B) A complexidade das ações citadas nos referidos versos é a

mesma descrita no ato de escrever. (C) A necessidade das ações citadas nos referidos versos é a

mesma descrita no ato de escrever. (D) Não há qualquer relação entre as ações citadas nos versos

com as ideias do poema. (E) O tecer da teia pela aranha e o morder o que vê do peixe são

tão eficazes e casuais quanto o ato de escrever.

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARAPARI/ES – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

TEXTO: Igualdade de oportunidades

Se todos os jovens brasileiros tivessem estudado em boas escolas, com as mesmas oportunidades, muitos dos que passaram no vestibular teriam sido desclassificados, perdendo a proteção de escolas especiais desde a infância. É como se houvesse dois caminhos definidos pela renda: um deles leva à universidade, outro não.

Aqueles que têm o privilégio de acessar o caminho da universidade, no final têm que saltar o muro do vestibular, e disputar com companheiros de estrada, usando o próprio talento. Mas os que são empurrados para o outro caminho ficam impedidos de desenvolver seus talentos e de disputar o vestibular, e vão cair na vala comum dos deseducados.

A democracia das oportunidades desiguais é injusta e estúpida. Injusta porque usa seus recursos para atender diferentemente aos seus membros; estúpida porque desperdiça o seu potencial, excluindo e desestimulando talentos. A riqueza intelectual da universidade fica prejudicada pela exclusão de talentos não desenvolvidos e pela acomodação diante da falta de concorrência entre todos.

Diferentemente da universidade, que faz parte da democracia das oportunidades desiguais, o futebol é uma atividade de oportunidades iguais. Desde cedo, toda e qualquer criança das cidades brasileiras, desde que alimentada, tem chances iguais de brincar com a bola em campos improvisados. (...)

O futebol é o setor das oportunidades iguais, por isso é eficiente (o Brasil tem tantos craques e nenhum Prêmio Nobel), e justo (o Brasil tem “tantos” craques de origem pobre e tão poucos pobres entre os cientistas).

Não brincando com livros, computadores, sem escolas nem professores valorizados, formados e dedicados, a imensa maioria de nossas crianças fica sem oportunidades, sem possibilidade de desenvolver seu potencial.

Nossos Prêmios Nobel morreram sem saber ler, sem aprender matemática. E sem participar do democrático campeonato de talento e das oportunidades iguais. A democracia se diferencia da loteria porque esta só pode beneficiar a poucos, nunca a todos, e depende da sorte, não do mérito. A democracia é o regime das oportunidades iguais. E a escola é o ninho onde se constrói a democracia, oferecendo oportunidades iguais a todos.

(Cristovam Buarque. http://www.brazil-brasil.com/ fragmento)

01) Com relação às ideias do texto, assinale a afirmativa correta:

(A) Se todos tivessem as mesmas oportunidades de desenvolver seus talentos, ainda assim os ricos alcançariam os melhores resultados por serem naturalmente mais inteligentes.

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(B) Os brasileiros que conquistaram o Prêmio Nobel morreram antes que pudessem aprender a ler.

(C) “Não brincando com livros, computadores, sem escolas nem professores valorizados, formados e dedicados” é consequência em relação a “a imensa maioria de nossas crianças fica sem oportunidades, sem possibilidades de desenvolver seu potencial”.

(D) A existência de um número grande de craques do futebol no Brasil se deve ao fato de os jovens brasileiros gostarem mais de jogar bola do que de estudar.

(E) Tanto o caminho que leva quanto o caminho que não leva à universidade são definidos no Brasil pela renda.

02) O sentido original do texto e a correção gramatical serão mantidos se substituirmos:

(A) “Diferentemente da universidade, que faz parte da democracia das oportunidades desiguais”. Analogamente à universidade, que faz parte da democracia das oportunidades desiguais.

(B) “A riqueza intelectual da universidade fica prejudicada pela exclusão de talentos não desenvolvidos e pela acomodação diante da falta de concorrência entre todos”. A exclusão de talentos não desenvolvidos e a acomodação diante da falta de concorrência entre todos prejudicam a riqueza intelectual da universidade.

(C) “O futebol é o setor das oportunidades iguais, por isso é eficiente”. O futebol é o setor das oportunidades, pois é eficiente.

(D) “A escola é o ninho onde se constrói a democracia, oferecendo oportunidades iguais a todos”. A escola é o ninho o qual se constrói a democracia, oferecendo oportunidades iguais a todos.

(E) “Oferecendo oportunidades iguais a todos”. Oferecendo oportunidades iguais à todos.

03) No trecho “Diferentemente da universidade, que faz parte da democracia das oportunidades desiguais, o futebol é uma atividade de oportunidades iguais”, as vírgulas foram usadas para:

(A) Separar orações subordinadas adverbiais. (B) Separar o adjunto adverbial e a ele dar ênfase. (C) Separar orações subordinadas substantivas. (D) Isolar uma oração subordinada adjetiva explicativa. (E) Separar uma oração substantiva anteposta à principal.

04) A correção gramatical do texto será mantida caso se substitua o trecho “onde se constrói a democracia” por:

(A) onde se constrói as democracias. (B) onde se constroem a democracia. (C) onde constroem-se a democracia. (D) onde a democracia constroem-se. (E) onde a democracia é construída.

05) A substituição do segmento grifado pelo pronome está feita de modo INCORRETO em:

(A) “o privilégio de acessar o caminho da universidade” = o privilégio de acessá-lo.

(B) “no final têm que saltar o muro do vestibular” = no final têm que saltar-lhe.

(C) “ficam impedidos de desenvolver seus talentos” = ficam impedidos de desenvolvê-los.

(D) “perdendo a proteção de escolas especiais desde a infância” = perdendo-a desde a infância.

(E) “Injusta porque usa seus recursos” = injusta porque os usa.

06) Nos trechos: “Desde cedo, toda e qualquer criança das cidades brasileiras, desde que alimentada” e, “O futebol é o setor das oportunidades iguais, por isso é eficiente”, as expressões destacadas indicam, respectivamente ideias de: (A) Tempo, condição, conclusão. (B) Tempo, tempo, conclusão. (C) Condição, condição, explicação. (D) Tempo, condição, explicação. (E) Condição, condição, tempo. 07) Assinale a alternativa correta com relação às estruturas linguísticas do texto: (A) “seu potencial” (linha 17) é um objeto indireto. (B) Em “porque esta só pode beneficiar a poucos” (linha 19) o

pronome “esta” se refere ao antecedente “democracia” (linha 19).

(C) As palavras “infância”, “privilégio” e “próprio” são acentuadas graficamente, segundo a mesma regra.

(D) Obedecem à mesma regra de acentuação as palavras “infância”, “constrói” e “prêmio”.

(E) As palavras “constrói”, “iguais” e “teriam” têm o mesmo número de sílabas.

08) Assinale a alternativa na qual a modificação da frase do texto “É como se houvesse dois caminhos” resulta em

concordância que atende à norma culta: (A) É como se pudessem haver dois caminhos. (B) É como se houvessem dois caminhos. (C) É como se pudesse existir dois caminhos. (D) É como se existissem dois caminhos. (E) É como se pudesse existirem dois caminhos. 09) O “dês” de “deseducados”, o “a” de escola e o “sse” de

“tivesse” são, respectivamente: (A) Sufixo, sufixo e desinência. (B) Prefixo, vogal temática e desinência. (C) Prefixo, sufixo e sufixo. (D) Desinência, vogal temática e sufixo. (E) Radical, vogal temática e desinência. 10) “A democracia _____ o texto de Cristovam Buarque faz referência, a democracia _____ aspiramos de fato é aquela ______ todos tenham oportunidades iguais, aquela _____ nós, seres humanos, possamos nos orgulhar.” Assinale a alternativa que completa corretamente a frase anterior: (A) a que, que, em que, a qual (B) a que, que, em que, da qual (C) a que, a que, em que, da qual (D) que, que, na qual, da qual (E) que, que, em que, da qual

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PREFEITURA DE ARAÇATUBA/SP – AVAPE – ADVOGADO

TEXTO I:

Os índios paiteres-suruís são um grupo nômade, com aldeias em Mato Grosso e Rondônia. Escolarizados, os mais jovens e os líderes da comunidade aprendem a falar e escrever em português. Mas, entre si, continuam se comunicando na língua de seus antepassados, o paiter. Como na maioria dos povos indígenas, não havia até 2006, entre essa etnia, escrita que representasse o que se fala. A história e a cultura do povo eram transmitidas apenas oralmente. Porém, com a mobilização da comunidade, de associações indígenas, de especialistas da Universidade de Brasília (UnB) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), o paiter ganhou um alfabeto e regras gramaticais. Nasceu uma língua. Um dos palcos desse processo foi uma sala de aula. Seu protagonista, um professor indígena.

Como não havia nada escrito em paiter nas aldeias – nenhum panfleto, placa de rua, jornal ou revista –, a escola passou a ser o principal caminho para a disseminação do registro da língua. Joaton tomou as rédeas desse processo. Lecionando para uma turma multisseriada de 6º a 9º ano da EIEEF Sertanista José do Carmo Santana, ele desenvolveu um projeto para ensinar a nova escrita com seus 13 alunos – todos indígenas como ele. A forma escolhida foi a confecção de um livro, escrito e ilustrado pelos estudantes. “Eles ficaram ansiosos com a responsabilidade. E com razão: quando for lançado, o livro será o primeiro publicado em nossa língua materna.”

(Nova Escola, abril de 2009 – Santomauro, Beatriz.)

01) Após uma leitura interpretativa do texto, analise:

II Os índios paiteres-suruís são um grupo resistente aos avanços tecnológicos da atualidade, já que insistem em continuar se comunicando na língua de seus antepassados.

IIII A língua dos antepassados dos índios paiteres-suruís começou a nascer para a escrita graças a parcerias estabelecidas para este processo.

IIIIII A escola tornou-se o único caminho para que o registro da língua materna dos índios paiteres-suruís se concretizasse.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) II (B) I, II (C) I, III (D) III (E) II, III

02) As ideias apresentadas no primeiro parágrafo gravitam em torno do seguinte tópico principal:

(A) A escrita e a oralidade. (B) O modo de vida dos índios paiteres-suruís. (C) O nascimento de uma língua. (D) A história e a cultura de um povo. (E) A união de etnias através da comunidade e de associações

indígenas.

03) Ainda no primeiro parágrafo, a sala de aula é chamada de “um dos palcos desse processo”. Tal expressão, neste

contexto, denota para “sala de aula” o sentido de:

(A) Lugar apropriado para transmissão do conhecimento. (B) Lugar em que as pessoas têm o único objetivo de aprender. (C) Ser um ambiente de confraternização para todos.

(D) Ambiente privilegiado, em que o conhecimento e o ensino são valorizados.

(E) Um lugar comum em que as pessoas poderão aprender. 04) “Seu protagonista, um professor indígena.” O termo em destaque é um exemplo de coesão textual que faz referência à (ao): (A) Processo da passagem da linguagem oral para a escrita dos

indígenas. (B) Fundação Nacional do Índio (Funai). (C) Universidade de Brasília (UnB). (D) Mobilização da comunidade. (E) Maioria dos povos indígenas. 05) A coesão do primeiro com o segundo parágrafo foi feita através de um elemento que expressa: (A) Sentido contrário. (B) Sentido de comparação. (C) Circunstância de conformismo. (D) Justificativa daquilo que se declara. (E) Consequência daquilo que se declara. TEXTO II:

Os portugueses incorrem em muitos equívocos nos primeiros contatos com os índios. A desinteligência não se restringe à fala e aos gestos. Qual era o sentido das pinturas que revestiam o corpo dos silvícolas? Os descobridores estavam longe de imaginar que a finalidade daquelas formas coloridas, resistentes ao contato da água, era mais que estética. Escapava-lhes que naquelas linhas estivesse inscrita hierarquia, função, nacionalidade. Advertidos de que impropriamente restringimos a escrita ao alfabeto, devemos considerar aquelas cores e traços signos de um sistema de escrita pictórica, exigido pela organização social. Se os descobridores viessem menos impressionados com a revolução operada pela imprensa, teriam visto nas epidermes coloridas cartas não traçadas em pergaminho, cartas pintadas na pele viva dos homens. Se tivessem adivinhado a mensagem desses documentos ambulantes, podiam ter revisto o juízo negativo que faziam da civilização estranha.

(Donald Schülers – www.schulers.com) 06) O autor do texto usa o seguinte recurso argumentativo para expor suas ideias: (A) Primeiro apresenta sua opinião e a seguir, justifica-a através

de considerações baseados em conhecimento da cultura indígena.

(B) Apresenta, a princípio, alguns exemplos para, a seguir, expor sua opinião.

(C) Apresenta fatos aleatórios para logo em seguida, expor sua opinião.

(D) O autor usa uma narrativa para, através dela, introduzir sua argumentação.

(E) O autor utiliza dos portugueses em sua própria defesa. 07) Em relação à seguinte pergunta feita no texto: “Qual era o sentido das pinturas que revestiam o corpo dos silvícolas?” é

correto afirmar que: (A) O questionamento feito pelo autor demonstra, no texto, o seu

interesse em conhecer a cultura indígena de forma mais profunda.

(B) Ao fazer tal questionamento, o autor demonstra tratar de um assunto que ele mesmo desconhece.

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(C) Logo após a pergunta feita, o próprio autor a responde, mostrando que para tal fato os portugueses deveriam ter atentado com maior prudência.

(D) A pergunta feita demonstra o interesse do autor pelo significado das obras de arte.

(E) O autor do texto é um profundo conhecedor de pinturas e obras de arte.

08) Em “Escapava-lhes que naquelas linhas estivesse inscrita hierarquia, função, nacionalidade.”, o termo destacado equivale a:

(A) Ficavam livres. (B) Passava-lhes despercebido. (C) Sobrevivia-lhes. (D) Certificavam-se de que. (E) Registrava-lhes.

09) Sobre a afirmação: “Advertidos de que impropriamente restringimos a escrita ao alfabeto,...” pode-se inferir que, segundo o autor:

(A) A escrita não é apenas o alfabeto. (B) A escrita é apenas o alfabeto. (C) A escrita está desvinculada do alfabeto. (D) A restrição da escrita ao alfabeto é um aspecto positivo. (E) A desvinculação da escrita ao alfabeto é um aspecto

positivo.

10) O último período do texto revela:

(A) A insatisfação do autor com o comportamento dos índios diante de seus descobridores.

(B) O choque de culturas e o prejuízo a partir da incompreensão diante das diferenças.

(C) O tradicionalismo indígena a partir do momento em que não permitiram que fosse estabelecida uma comunicação entre culturas diferentes.

(D) A supremacia da cultura europeia diante do povo indígena recém-descoberto.

(E) A estranheza e o modo selvagem como vivia a civilização indígena que povoava a terra descoberta.

PREFEITURA DE ARAÇATUBA/SP – AVAPE – ASSISTENTE ADM.

TEXTO I: MEC reprova 17 cursos superiores de pedagogia

Dos 60 cursos de pedagogia e magistério que estavam sob supervisão do Ministério da Educação, 17 deles estão em fase de extinção da oferta, ou seja, não podem realizar vestibulares e receber novos alunos. Segundo o MEC, eles não atenderam às condições mínimas exigidas pela comissão de especialistas que avaliou as instituições.

De acordo com o ministério, em 12 dos 17 cursos, o pedido de encerramento da oferta foi solicitado pelas próprias instituições. Os outros cinco estão sob processo administrativo pelo não cumprimento de antigas determinações do MEC ou porque apresentaram condições insatisfatórias de qualidade do ensino oferecido.

O MEC está supervisionando 49 cursos de pedagogia e 11 cursos da modalidade normal que apresentaram conceitos insatisfatórios no Exame Nacional de Avaliação do Desempenho de Estudante (Enade). Uma comissão de supervisão visitou as instituições para verificar aspectos como o projeto pedagógico, a infraestrutura e a composição do corpo docente.

As outras instituições que não tiveram que encerrar a oferta assinarão um termo de saneamento de deficiências pelo qual se comprometem a melhorar os aspectos que foram mal avaliados pela comissão, cumprindo as recomendações determinadas pela Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC.

Nas demais situações, as instituições responsáveis pelos cursos assinarão Termo de Saneamento de Deficiências, a partir do qual se comprometem a promover as melhorias estabelecidas pela Sesu, cumprindo as recomendações da Comissão de Especialistas, necessárias para que continuem em funcionamento. Três cursos foram excluídos do processo de supervisão porque a comissão verificou que as instituições atendiam às condições de qualidades exigidas pelo MEC.

(Agência Brasil, Amanda Cieglinski. 5 de junho de 2009.)

01) Pode-se inferir do texto que: (A) O projeto pedagógico, a infraestrutura da instituição e a

equipe de professores interferem na qualidade do ensino. (B) 60 cursos de pedagogia e magistério foram extintos pelo

MEC. (C) A extinção dos cursos pelo MEC acontece de forma

inusitada. (D) Os cursos que vão mal no Enade são impedidos de

funcionar. (E) As instituições não têm chance de se reestruturarem para

atenderem às exigências do MEC. 02) O antônimo da expressão destacada está corretamente informado em: (A) de acordo com (2º§) – segundo (B) antigas (2º§) – recentes (C) deficiências (4º§) – dificuldades (D) continuem (5º§) – permaneçam (E) excluídos (5º§) – eliminados 03) Assinale a sequência em que estão devidamente classificadas as formas verbais “estavam” (1º§), “assinarão”

(4º§), “comprometem” (5º§) e “continuem” (5º§): (A) pretérito perfeito do indicativo; futuro do pretérito; presente

do indicativo; presente do subjuntivo. (B) pretérito imperfeito do indicativo; futuro do presente;

presente do subjuntivo; presente do indicativo. (C) pretérito perfeito do indicativo; futuro do presente; presente

do indicativo; presente do subjuntivo. (D) pretérito imperfeito do subjuntivo; futuro do pretérito;

presente do indicativo; presente do subjuntivo. (E) pretérito imperfeito do indicativo; futuro do presente;

presente do indicativo; presente do subjuntivo. 04) Marque a alternativa em que os termos sublinhados NÃO poderiam ser substituídos pelo pronome destacado: (A) “que avaliou as instituições” (1º§) – que as avaliou. (B) “cumprindo as recomendações da Comissão de

Especialistas” (5º§) – cumprindo-lhes. (C) “Uma comissão de supervisão visitou as instituições” (3º§)

– Uma comissão de supervisão visitou-as. (D) “melhorar os aspectos que foram mal avaliados pela

comissão” (4º§) – melhorá-los. (E) “As outras instituições que não tiveram que encerrar a

oferta” (4º§) – As outras instituições que não tiveram que encerrá-la”.

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05) Considere a frase: “O pedido de encerramento da oferta foi solicitado pelas próprias instituições.” (2º§). Ao transformar a voz passiva em voz ativa, mantendo-se o tempo verbal, tem-se:

(A) As próprias instituições solicitaram o pedido de encerramento da oferta.

(B) Foi solicitado pelas próprias instituições o pedido de encerramento da oferta.

(C) Pelas próprias instituições foi solicitado o pedido de encerramento da oferta.

(D) As próprias instituições solicitarão o pedido de encerramento da oferta.

(E) O pedido de encerramento da oferta foi solicitado pelas próprias instituições.

06) Marque a alternativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão:

(A) mínimas / pedagógicas / próprias. (B) insatisfatórios / excluídos / responsáveis. (C) magistério / insatisfatórias / responsáveis. (D) deficiências / mínimas / necessárias. (E) excluídos / ministério / pedagógicos.

TEXTO II:

07) Todas as alternativas estão de acordo com as ideias do texto, EXCETO:

(A) A mãe da Mafalda estava com medo de que ela não gostasse da escola.

(B) Mafalda tentou consolar a mãe, mas a deixou mais chateada do que ela já estava.

(C) Mafalda se enganou com relação ao motivo da preocupação de sua mãe.

(D) Não percebendo que a mãe ficou triste, Mafalda saiu satisfeita.

(E) Mafalda simulou empolgação pelos estudos para acalmar a mãe.

08) No terceiro quadrinho, as vírgulas que aparecem antes e depois da palavra “mamãe” foram usadas para:

(A) Separar o aposto. (B) Separar o vocativo. (C) Separar o sujeito. (D) Separar o predicado. (E) Isolar o objeto direto.

09) No primeiro balão, a oração “de que eu não goste” é uma:

(A) Subordinada substantiva objetiva indireta. (B) Subordinada substantiva objetiva direta. (C) Subordinada adverbial causal. (D) Subordinada substantiva completiva nominal. (E) Coordenada sindética explicativa.

10) Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos apresenta, na mesma ordem: ditongo, ditongo, ditongo, hiato: (A) coitada, infância, mais, medíocre (B) medíocre, coitada, infância, mais (C) infância, mais, medíocre, coitada (D) infância, medíocre, coitada, mais (E) medíocre, mais, coitada, infância

CÂMARA MUNICIPAL DE MANHUAÇU/MG - CONTADOR

TEXTO:

Ouve só. A gente esvaziando a casa da tia neste carnaval. Móvel, roupa de cama, louça, quadro, livro. Aquela confusão, quando ouço dois dos meus filhos me chamarem.

– Mãe! – Faaala. – A gente achou uma coisa incrível. Se ninguém quiser,

pode ficar para a gente? Hein? – Depende. Que é? Os dois falavam juntos, animadíssimos. – Ééé... uma máquina, mãe. – É só uma máquina meio velha. – É, mas funciona, está ótima! Minha filha interrompeu o irmão mais novo, dando uma

explicação melhor. – Deixa que eu falo: é assim, é uma máquina, tipo um...

teclado de computador, sabe só o teclado? Só o lugar que escreve?

– Sei. – Então. Essa máquina tem assim, tipo... uma

impressora, ligada nesse teclado, mas assim, ligada direto. Sem fio. Bem, a gente vai, digita, digita...

Ela ia se animando, os olhos brilhando. – ... e a máquina imprime direto na folha de papel que a

gente coloca ali mesmo! É muuuito legal! Direto, na mesma hora, eu juro!

Eu não sabia o que falar. Eu ju-ro que não sabia o que falar diante de uma explicação dessas, de menina de 12 anos, sobre uma máquina de escrever. Era isso mesmo?

– ... entendeu mãe?... zupt, a gente escreve e imprime, a gente até vê a impressão tipo na hora, e não precisa essa coisa chata de entrar no computador, ligar, esperar hóóóras, entrar no word, de escrever olhando na tela, mandar para a impressora, esse monte de máquina, de ter que ter até estabilizador, comprar cartucho caro, de nada, mãe! É muuuito legal, e nem precisa de colocar na tomada! Funciona sem energia e escreve direto na folha da impressora!

– Nossa, filha... – ... só tem duas coisas: não dá para trocar a fonte nem

aumentar a letra, mas não tem problema. Vem, que a gente vai te mostrar. Vem...

Eu parei e olhei, pasma, a máquina velha. Eles davam pulinhos de alegria.

(Mário Prata. Estado de S. Paulo – 12/03/2003 – fragmento: A máquina da Canabrava)

01) Assinale a alternativa correta a respeito das relações de coesão no texto: (A) O desenvolvimento das ideias no texto mostra que a

expressão “Ela ia se animando...” refere-se ao sentimento da filha ao relatar com detalhes a máquina encontrada.

(B) Em “Deixa que eu falo: é assim, é uma máquina, tipo um...”, a expressão “tipo” retoma, no desenvolvimento do texto, a ideia de “máquina”.

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(C) Em “É, mas funciona, está ótima!”, o elemento de coesão “mas” expressa uma conclusão.

(D) No período: “Se ninguém quiser, pode ficar para a gente?”, se invertermos a ordem das orações expressas, haverá uma incoerência textual.

(E) A expressão grifada em: “A gente esvaziando a casa da tia neste carnaval.” mostra uma especificação.

02) Nesta crônica de Mário Prata, é correto afirmar quanto à estrutura textual que:

(A) Verifica-se a escolha de palavras incomuns nos meios urbanos.

(B) Ocorre o emprego de elementos que caracterizam o texto, principalmente, como um exemplo de linguagem referencial.

(C) Observa-se a ocorrência de marcas da linguagem oral. (D) Observa-se o uso de uma linguagem rebuscada com o

objetivo de valorizar elementos do mundo moderno. (E) Observa-se o uso de uma linguagem hiperbólica, para

registrar a importância do achado das crianças.

03) A partir do texto, analise as afirmativas abaixo:

II No primeiro parágrafo do texto, a expressão “aquela confusão” é uma síntese do cenário descrito anteriormente.

IIII A expressão “ouve só” no primeiro parágrafo, exprime uma interferência da linguagem oral no campo da linguagem escrita.

IIIIII Em “A gente achou uma coisa incrível.”, a expressão “coisa” para designar a máquina de escrever encontrada demonstra uma diferença cultural.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) I (B) II (C) III (D) I, II (E) I, II, III

04) A respeito da descrição da máquina de escrever encontrada pelas crianças, é correto afirmar que:

(A) É feita uma descrição surrealista, já que parte de interlocutores com uma grande defasagem cultural.

(B) É uma descrição coerente tendo em vista a diferença cultural dos interlocutores.

(C) É uma descrição exagerada, já que a máquina de escrever não possui todas as propriedades atribuídas a ela pelas crianças.

(D) É uma descrição fantasiosa, fato que se confirma pelos comentários da mãe.

(E) É uma descrição deficiente diante dos comentários da mãe.

05) Assinale a alternativa em que a reescritura da passagem do texto “Eu ju-ro que não sabia o que falar diante de uma explicação dessas, de menina de 12 anos, sobre uma máquina de escrever.” NÃO altera as relações semânticas estabelecidas:

(A) Eu ju-ro que não sabia o que falar diante disso, uma explicação de uma menina de 12 anos, sobre uma máquina de escrever.

(B) Eu ju-ro que não sabia o que falar, desta forma, diante de uma explicação dessas, de menina de 12 anos, sobre uma máquina de escrever.

(C) Eu ju-ro que não sabia falar diante de uma explicação dessas, sobre uma máquina de escrever.

(D) Eu ju-ro que não sabia o que falar ainda diante de uma explicação dessas, de menina de 12 anos, sobre uma máquina de escrever.

(E) Eu ju-ro que não sabia quando falar diante de uma explicação dessas, de menina de 12 anos, sobre uma máquina de escrever.

CÂMARA MUN. DE MANHUAÇU/MG – AUX. DE

ALMOXARIFADO TEXTO: A capacidade de amar

O amor é mais que um sentimento simples: consiste num conjunto de emoções e atitudes que as pessoas experimentam em relação aos mais diferentes objetos, ideias ou seres vivos, mas principalmente em relação a outras pessoas. Amar outro ser humano é uma atividade que deve ser desenvolvida e aperfeiçoada através de um aprendizado.

Amar possui um significado tão amplo, que se torna difícil defini-lo claramente, podemos, apenas, dizer com certeza que é o sentimento mais puro e verdadeiro que o ser humano possui.

A aprendizagem do amor começa na mais terna idade, entre mãe e filho. Nesta relação a mãe é a fonte de conforto e proteção, e precisará desenvolver compreensão mais ou menos intuitiva das necessidades do bebê. Essa compreensão surge através da experiência e do reconhecimento dos sinais particulares da criança. Por outro lado, ela não pode satisfazer instantaneamente todas as necessidades do filho, e isso em benefício dele próprio. Este é o início de uma aprendizagem através da qual a criança começa a aprender e aceitar as limitações do mundo exterior.

Muitos anos podem se passar até a criança amadurecer a sua capacidade de dar amor. Mas, por fim, a criança supera o seu egocentrismo e deixa de ver as outras pessoas apenas como um simples meio de satisfação de sua própria necessidade. Dar torna-se mais importante do que receber; amar, mais importante do que ser amado.

(Lúcia Helena Salvetti De Cicco)

01) Sobre o texto “A capacidade de amar” é correto afirmar que: (A) O amor é um sentimento complexo e sublime. (B) É fácil definir o amor, pois é um sentimento puro e

verdadeiro. (C) Ser amado é muito mais importante do que amar. (D) A aprendizagem do amor começa na mais terna idade, entre

mãe e filho. (E) Amar outro ser humano é uma atividade que não deverá ser

aperfeiçoada através de um aprendizado. 02) Em relação ao amor, de acordo com o texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas: ( ) É mais do que um sentimento simples. ( ) Consiste num conjunto de emoções e atitudes que as pessoas experimentam em relação aos mais diferentes objetos, ideias ou seres vivos, mas principalmente em relação a outras pessoas. ( ) É o sentimento mais puro e verdadeiro que o ser humano possui.

A sequência está correta em:

(A) F, V, F (B) V, V, F (C) F, F, V (D) V, F, V (E) V, V, V

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03) No trecho “Essa compreensão surge através da experiência e do reconhecimento dos sinais particulares da criança.” as palavras destacadas possuem como respectivos sinônimos:

(A) percepção / envolvimento (B) prática da vida / identificação (C) infelicidade / observação (D) permanência / estímulo (E) desonra / decisão

04) De acordo com o texto “A capacidade de amar”, analise:

II Muitos anos podem passar até que a criança amadureça a sua capacidade de dar amor.

IIII Dar amor torna-se mais importante do que receber. IIIIII Amar é mais importante do que ser amado.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) II (B) I, II, III (C) I, II (D) I, III (E) III

05) No trecho “Este é o início de uma aprendizagem através da qual a criança começa a aprender e aceitar as limitações do mundo exterior.” o ponto final (.) foi utilizado para:

(A) Encerrar o período; indicar maior pausa. (B) Indicar uma pausa de curta duração. (C) Marcar termos deslocados. (D) Dar início a uma sequência que discrimina uma ideia

anterior. (E) Mostrar que a frase encontra-se em sentido diverso do usual.

06) Em “O amor é mais que um sentimento simples.” a palavra destacada foi acentuada pelo mesmo motivo que:

(A) própria (B) só (C) início (D) através (E) até

07) Assinale a afirmativa que apresenta ERRO quanto à ortografia:

(A) A aprendizagem do amor emergiu entre as pessoas. (B) O amor absolve o filho arrependido. (C) A criança tem um futuro promíscuo, inserto. (D) Não compareceu porque não tinha pureza no coração. (E) Cumprimentou-o com simplicidade e satisfação.

08) No trecho “Por outro lado, ela não pode satisfazer instantaneamente todas as necessidades do filho, ...” a palavra destacada possui como antônimo correto:

(A) demoradamente (B) subtamente (C) momentaneamente (D) claramente (E) rapidamente

09) Assinale a relação de diminutivos que se encontra INCORRETA:

(A) criança /criancinha (B) amor / amorzinho (C) conjunto / conjuntinho (D) bebê / bebezinho (E) mundo / mundoinho 10) No trecho “A aprendizagem do amor começa na mais terna idade, entre mãe e filho.” a vírgula (,) foi utilizada para: (A) Dar início a fala. (B) Isolar gírias. (C) Marcar mudança de interlocutor. (D) Isolar explicações. (E) Indicar uma pausa de curta duração.

MUNICÍPIO DE GUAXUPÊ/MG - ADVOGADO TEXTO: O funileiro

O funileiro que se instalou à sombra de uma árvore, na minha rua, é um italiano do sul. “Nós somos quase todos italianos – diz ele. Mas tem de tudo. Tem muito cigano. Aí para Engenho de Dentro tem cigano que faz até tacho de cobre.”

– O senhor não faz? Abana a cabeça. Trabalha entre Copacabana e Ipanema,

onde ninguém quer tacho de cobre. Sinto, por um instante, a tentação de lhe encomendar um tacho de cobre. Mas percebo que é um desejo pueril, um eco da infância.

O grande e belo tacho de cobre que eu desejo, ele não poderia fazê-lo; ninguém o poderia. Não é apenas um objeto de metal, é o centro de muitas cenas perdidas, e a distância no tempo o faz quase sagrado, como se o fogo vermelho e grosso em que se faziam as goiabadas cheirosas fossem as chamas da pira de um rito esquecido. Em volta desse tacho há sombras queridas que sumiram, e vozes que se apagaram. As mãos diligentes que areavam o metal belo também já secaram, mortas.

Inútil enfeitar uma sala com vasilhame de cobre; a lembrança dos grandes tachos vermelhos da infância é incorruptível, e seria transformar uma parte da própria vida em motivo de decoração. Que emigrado da roça não sentiu uma indefinível estranheza e talvez um secreto mal-estar a primeira vez que viu, pregada na parede de um apartamento de luxo, um estribo de caçamba? É como se algo de sólido, de belo, de antigo, fosse corrompido; a caçamba sustenta, no lugar da bota viril de algum alto e rude tio da lavoura, um ramalhete de flores cor-de-rosa...

A beleza, suprema bênção das coisas e das criaturas, é também um pecado, punido pelo desvirtuamento que desliga o que é belo de sua própria função para apresentá-lo apenas em sua forma. O antique tem sempre um certo ar corrupto e vazio; é como se a sua beleza viesse de sua função e utilidade; e desligada destas assume um ar equívoco... O antique é sempre falso; é uma coisa antiga que deixa de ser coisa para ser apenas antiga. A caçamba de teu apartamento jamais é autêntica. Pode tê-lo sido, não é mais: é apenas um vaso de metal, para flores.

[...] A tua caçamba, homem do apartamento, pode estar

perfeita e brilhante; falta-lhe a lama dos humildes caminhos noturnos por onde teu cavalo não marchou; nunca terás por ela a amizade inconsciente mas profunda do homem que a usou longamente como estribo, que a teve na sua função, e não como vaso de flores.

O velho italiano conversa comigo enquanto bate, sabiamente, contra o ferro do cabeceiro, com um martelo grosso, o fundo de uma panela de alumínio. Mas são longas as conversas do funileiro; são longas como as ruas em que ele anda, longas como os caminhos da recordação.

(Braga, Rubem in 200 Crônicas Escolhidas – Círculo do Livro S. A.)

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01) “Que emigrado da roça não sentiu uma indefinível estranheza e talvez um secreto mal-estar a primeira vez...” Assinale a alternativa que faz o plural da mesma forma que a palavra sublinhada anteriormente:

(A) guarda-civil (B) amor-perfeito (C) guarda-roupa (D) obra-prima (E) pombo-correio

02) O segmento do texto que tem o antecedente do pronome relativo “que” ERRADAMENTE indicado é:

(A) “Em volta desse tacho há sombras queridas que sumiram...” (4º§) – sombras

(B) “As mãos diligentes que areavam o metal belo...” (4º§) – mãos

(C) “... desliga o que é belo...” (6º§) – o (D) “... a amizade inconsciente mas profunda do homem que a

usou...” (7º§) – amizade (E) “... é uma coisa antiga que deixa de ser coisa...” (6º§) –

coisa

03) “O funileiro que se instalou à sombra de uma árvore...” Nessa frase, o acento indicativo de crase resulta da união de uma preposição com um artigo, o mesmo que ocorre em:

(A) O aluno chegou à escola bem cedo. (B) A criança se dedicava àquilo que fazia. (C) Eles caminharam em direção àquele monumento. (D) A moça entregou o embrulho à que chegou primeiro. (E) Ele se dirigiu àquela praça.

04) “... o que é belo de sua própria função para apresentá-lo apenas em sua forma...” (6º§) A palavra sublinhada nessa frase se refere a:

(A) Belo. (B) Pecado. (C) Desvirtuamento. (D) Função. (E) Antigo.

05) Observe as orações: “Mas são longas as conversas do funileiro; são longas como as ruas em que ele anda...” A relação entre elas é de:

(A) Causa. (B) Conformidade. (C) Comparação. (D) Consequência. (E) Condição.

06) O quarto parágrafo é uma explanação de um termo do segmento anterior que está citado, corretamente, na alternativa:

(A) Desejo pueril. (B) Eco da infância. (C) Caminhos da recordação. (D) Cenas perdidas. (E) Tentação da encomenda.

07) Considerando aspectos globais da composição do texto, pode-se afirmar que:

(A) O texto tem uma característica, predominantemente denotativa. Por isso, prevalece a linguagem figurada.

(B) O texto, na verdade, tem como suporte um tema previamente estabelecido e explicitado pelo autor.

(C) Ao final da leitura fica claro o motivo que levou o autor a escrever o texto em questão.

(D) A partir do título, toda a nostalgia do narrador se instala porque ele centraliza a produção de objetos que o remete às recordações mais pueris.

(E) O tom lúgubre da narrativa caracteriza o sentimento do narrador diante de suas recordações.

08) “As mãos diligentes que areavam o metal belo também já secaram, mortas.” A alternativa que contém o vocábulo que pode substituir, sem perda semântica, a palavra em destaque na frase anterior é: (A) Lancetas. (B) Ablegadas. (C) Desveladas. (D) Delicadas. (E) Preladas. 09) O vocábulo “funileiro” denota aquele que fabrica funis ou

que trabalha com folha-de-flandres, que faz ou vende obras de latão ou lata. Dessa forma pode-se entender que o sufixo eiro, dentre outros sentidos, significa ofício, profissão. Assinale a alternativa que contém um vocábulo em que o sufixo eiro significa profissão: (A) Mosqueiro. (B) Olmeiro. (C) Alvitreiro. (D) Tanoeiro. (E) Rasteiro. 10) Assinale a alternativa que exemplifica o emprego, no texto, de linguagem conotativa: (A) “Italiano do sul” (1º§) (B) “ramalhetes de flores cor-de-rosa” (5º§) (C) “coisa antiga” (6º§) (D) “martelo grosso” (8º§) (E) “humildes caminhos” (7º§)

MUNICÍPIO DE GUAXUPÊ/MG – AGENTE DE ADMINISTRAÇÃO

TEXTO: O idoso no Brasil

Palavras tropeçam em palavras, numa tentativa incansável, de captar algo bem além de nossa percepção e imaginação. Ninguém resgata uma dívida unicamente por louvar o credor. Cada dia, nós emitimos sugestões para o bem ou para o mal. O que colocamos na balança da vida depende de nós. De grande significação é reconhecer que muito mais importante, para qualquer um de nós na vida, não é bem aquilo que nos sucede, mas justamente aquilo que fazemos acontecer. Com essas sábias palavras queríamos clorofilar algumas conotações em prol daquele que é mais experiente em termos de vivência, e que na maioria das vezes dependemos dele, o idoso. Num passado recente, chamado ou alcunhado de velho, rabugento, acabado e desiludido para a vida, hoje, devido às melhores condições de vida, quem está na casa dos 60 anos, já é considerado idoso. Nós não deveríamos chamá-los de idosos e sim, mais experientes. Como a idade de aposentadoria do ser humano se insere na faixa dos 65 anos, o idoso deverá ter essa idade. Comemorado em todo País, o Dia Nacional do Idoso, foi estabelecido em 1999, pela

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Comissão de Educação do Senado Federal e serve para refletir a respeito da situação do idoso no País, seus direitos e dificuldades.

A população no mundo está ficando cada vez mais velha e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por volta de 2025, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que crianças no planeta.

O Brasil, que já foi celebrado como o país dos jovens, tem hoje cerca de 13,5 milhões de idosos, que representam 8% de sua população. Em 20 anos, o País será o sexto no mundo com o maior número de pessoas idosas.

Cada fase em nossa vida é única, e como tal deve ser vivida. O dom da vida que nos foi dado deve sempre ser valorizado no momento atual, pois não sabemos até quando será nossa missão, nesse pequeno espaço que ocupamos. Viver bem, sem preocupações e não se entregar ao ócio é muito importante para as pessoas mais maduras.

Não deixe seu idoso isolado e sem nenhuma tarefa a fazer, mantenha-o bem alimentado, hidratado e com uma ocupação ideal para que participe, se possível, de todas as atividades atinentes à sua idade. O avanço da medicina e a melhora na qualidade de vida são as principais razões dessa elevação da expectativa de vida em todo o mundo. Apesar disso, ainda há muita desinformação sobre as particularidades do envelhecimento e o que é pior: muito preconceito e desrespeito em relação às pessoas da terceira idade, principalmente nos países pobres ou em desenvolvimento. No Brasil, são muitos os problemas enfrentados pelos idosos em seu dia-a-dia: a perda de contato com a força de trabalho, a desvalorização de aposentadorias e pensões, a depressão, o abandono da família, a falta de projetos e de atividades de lazer, além do difícil acesso aos planos de saúde.

(Antônio Paiva Rodrigues / com adaptações / www.supertextos.com)

01) Infere-se do texto “O idoso no Brasil”:

(A) É muito importante na vida aquilo que nos sucede. (B) Quem está na casa dos 50 anos, já é considerado idoso. (C) A população do mundo está ficando cada vez mais jovem,

com mais crianças do que idosos no planeta. (D) Viver bem, sem preocupações e não se entregar ao ócio é

muito importante para as pessoas mais maduras. (E) Há muita informação sobre as particularidades do

envelhecimento.

02) “Ninguém resgata uma dívida unicamente por louvar o credor.” A palavra destacada anteriormente pode ser substituída sem alteração de sentido por:

(A) usa (B) restaura (C) totaliza (D) resiste (E) paga

03) Em “O dom da vida que nos foi dado deve sempre ser valorizado no momento atual, pois não sabemos até quando será nossa missão nesse pequeno espaço que ocupamos.” a vírgula foi utilizada para:

(A) Separar palavras de mesma classe. (B) Separar aposto do termo fundamental. (C) Separar o vocativo. (D) Separar orações subordinadas. (E) Separar orações coordenadas assindéticas.

04) Marque a alternativa a seguir em que as palavras dos parênteses NÃO têm o mesmo significado da palavra destacada:

(A) “O Brasil que já foi celebrado como país dos jovens...”

(3º§) (exaltado). (B) “Não deixe seu idoso isolado...” (5º§) (só, solitário). (C) “Com essas sábias palavras...” (1º§) (sensatas). (D) “... é muito importante para as pessoas mais maduras.”

(4º§) (pronto para ser colhida, ceifada). (E) “... ainda há muita desinformação sobre as particularidades

do envelhecimento...” (5º§) (características).

05) Assinale a alternativa em que a crase foi utilizada INCORRETAMENTE: (A) O desrespeito em relação às pessoas da terceira idade é

grande. (B) Não deixe seu idoso isolado e sem nenhuma tarefa à realizar. (C) Às vezes, reconheço a importância. (D) Estamos à espera de socorro. (E) Fui ao colégio às oito horas. 06) A acentuação das palavras a seguir encontra-se corretamente justificada, EXCETO em:

(A) única: proparoxítona. (B) é: monossílabo tônico. (C) além: oxítona terminada em “em”. (D) deverá: paroxítona terminada em “a”. (E) história: paroxítona terminada em ditongo. 07) Assinale a alternativa que NÃO se encontra de acordo com a norma culta da língua: (A) Os 8% de idosos representam as pessoas mais experientes da

nação. (B) Trabalha-se muito quando jovem. (C) Cada um de nós tentou valorizá-lo. (D) Mais de uma pessoa protestaram contra a decisão. (E) Sou um idoso que não tenho qualidade de vida. 08) Indique a seguir o significado correto entre parênteses relacionado aos verbos em destaque: (A) Não deixe seu idoso isolado. (adiar) (B) O ser humano se insere na faixa dos 65 anos como idoso.

(incluir) (C) A comissão reflete sobre a situação do idoso no país.

(desviar) (D) Tento captar algo além da minha imaginação. (colher nas

nascentes) (E) O idoso depende de cuidados especiais. (ter conexão ou

relação imediata) 09) Assinale a afirmativa grafada corretamente: (A) A descrição do idoso encantou a todos. (B) É preciso descriminar o bem do mal. (C) Porque não vieram seus amigos? (D) Não viajo a muito tempo. (E) Temos objetivos a fins. 10) Em “Nós não deveríamos chamá-los de idosos e sim, mais experientes.” a palavra destacada refere-se a: (A) nomes (B) idosos (C) jovens (D) nós (E) países

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CONGONHAS/MG - URBANISTA

TEXTO I: Para fugir à armadilha da simplificação

Os crimes bárbaros abalam nossa confiança no futuro. Para controlar a angústia, somos tentados a formular hipóteses simplificadoras sobre a insegurança pública e as causas da criminalidade. As explicações reducionistas ajudam a exorcizar o medo, mas não contribuem para esclarecer a complexidade da violência, em nossa sociedade. No repertório das especulações, as campeãs são: “mais polícia na rua”, “pobreza”, “desigualdade” e “vontade política”.

Mais polícia? Pesquisas internacionais mostram que mais do mesmo não resolve. Se a presença não se orientar por diagnósticos precisos e por novas metodologias, não adianta. Por falar em policiamento ostensivo, nós todos ficamos chocados quando policiais escolhem os pobres e, entre eles, os negros para revistar, numa blitz. Afinal, esse procedimento fere nossas convicções humanistas e igualitárias. Entretanto, achamos perfeitamente natural e até edificante que políticos bem intencionados digam que o crime é consequência da pobreza. Alguém já parou para pensar nesse paradoxo?

Outro argumento que logo ocorre a quem é sensível aos dramas sociais aponta para a desigualdade como a causa do crime. Mas essa hipótese tampouco se sustenta. Há muitos exemplos de nações desiguais, inclusive sociedades de castas e monarquias profundamente hierarquizadas, com poucos crimes. O fato é que nossos comportamentos sociais são aprendidos, assimilados no processo espontâneo da educação. Nenhum fator social age sozinho ou diretamente sobre nós. Entre o fator social e nossos atos, há os valores que introjetamos desde a infância, há nossas emoções e a cultura, ou seja, o modo pelo qual nosso grupo decifra a realidade em que vive e autoriza ou inibe reações violentas. Se é assim, a violência e o crime que praticamos são comportamentos nos quais somos educados. Pelas mesmas razões, pode haver uma educação para a paz.

Outra tese que faz sucesso, talvez porque permita farta manipulação política, é aquela que atribui a insegurança à falta de “vontade política” das autoridades. Como se os gestores públicos soubessem muito bem como resolver os problemas e deixassem de fazê-lo por inapetência ou desapreço pelo cumprimento do dever. Essa acusação traz consigo a suposição mistificadora de que os críticos, se estivessem no poder, saberiam exatamente o que fazer. E, dado que têm vontade, resolveriam os problemas.

Para evitar esses equívocos, é preciso pensar toda essa problemática com mais espírito crítico e humildade intelectual. As explicações para a violência e o crime não são fáceis. Sobretudo, é necessário evitar a armadilha da generalização. Não existe o crime, no singular. Há uma diversidade imensa de práticas criminosas, associadas a dinâmicas sociais muito diferentes. Por isso, não faz sentido imaginar que seria possível identificar apenas uma causa para o universo heterogêneo da criminalidade. Os roubos praticados nas esquinas por meninos pobres, que vivem nas ruas cheirando cola, abandonados à própria sorte, sem acesso à educação e ao amor de uma família que os respeite, evidentemente expressam esse contexto cruel. É claro que esses crimes são indissociáveis desse quadro social.

O mesmo vale para o varejo das drogas, nas periferias: juventude ociosa e sem esperança é presa fácil para os agenciadores do comércio clandestino de drogas. Não é difícil recrutar um verdadeiro exército de jovens, quando se oferecem vantagens econômicas muito superiores às alternativas proporcionadas pelo mercado de trabalho e benefícios simbólicos que valorizam a autoestima, atribuindo poder aos excluídos. Por outro lado, os operadores do tráfico de armas, que atuam no atacado, lavando dinheiro no mercado financeiro internacional,

não são filhos da pobreza ou da desigualdade. Suas práticas são estimuladas pela impunidade.

Em outras palavras, pobreza e desigualdade são e não são condicionantes da criminalidade, dependendo do tipo de crime, do contexto intersubjetivo e do horizonte cultural a que nos referirmos. Esse quadro complexo exige políticas sensíveis às várias dimensões que o compõem. É tempo de aposentar as visões unilaterais e o voluntarismo.

(Luiz Eduardo Soares, Revista Veja. São Paulo, Abril, 30 de janeiro de 2002)

01) O termo destacado em “...que os respeite, ...” (5º§) retoma a expressão antecedente: (A) Os roubos. (B) Meninos pobres. (C) Ao amor. (D) Família. (E) À educação e ao amor. 02) Considerando as relações de coesão do texto, analise as afirmativas: II A expressão “aquela” (4º§) promove a coesão textual por

retomar termo(s) anteriormente registrado(s). IIII A expressão “esses equívocos” (5º§) se refere à inapetência

ou desapreço dos políticos pelo cumprimento do dever. IIIIII A expressão “essa problemática” (5º§) se refere ao fato de os

políticos não promoverem a segurança da população. IIVV O termo destacado em “... que atuam no atacado...” (6º§), é

um elemento coesivo, uma vez que se refere a termos anteriormente registrados.

VV O termo “o” em “o compõem” (7º§) retoma a expressão “esse quadro complexo” (7º§).

Estão corretas apenas as afirmativas: (A) II, III (B) I, IV, V (C) I, II, V (D) II, III, V (E) I, III, IV 03) Assinale a afirmativa INCORRETA acerca do Texto I: (A) As explicações simplistas contribuem para acabar com o

medo. (B) A ideia de atribuir a violência à falta de polícia, à pobreza, à

desigualdade e à falta de vontade política não passa de especulação.

(C) As sociedades de castas com poucos crimes derrubam a tese de que a violência seja fruto da desigualdade.

(D) A impunidade é a maior causa da criminalidade. (E) A atuação dos grandes operadores do tráfico é fruto da

impunidade. 04) Haverá alteração de sentido, caso se substitua: (A) “exorcizar” (1º§) por afastar. (B) “tampouco” (3º§) por também não. (C) “hierarquizadas” (3º§) por organizadas segundo vários graus

de poder e subordinação. (D) “heterogêneo” (5º§) por universo dissimilar. (E) “indissociáveis” (5º§) por irreparáveis.

05) Acerca das ideias apresentadas pelo texto, analise: II Quanto maior for número de policiais, maior será o nível de

tranquilidade da população.

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IIII O tráfico, que tem como objetivo valorizar a autoestima dos jovens, atribui poder a eles.

IIIIII Através da observação de um crime bárbaro revelam-se as causas da criminalidade de um modo geral.

IIVV Desigualdade nem sempre gera violência. VV Se estivessem no poder, os críticos saberiam exatamente o

que fazer.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) I, V (B) I, III (C) I, II, III, V (D) III, IV (E) IV

06) Observe a palavra em destaque nos trechos a seguir:

II “Se é assim,...” (3º§) IIII “... se estivessem no poder,...” (4º§) IIIIII “... se oferecem vantagens econômicas muito superiores às

alternativas proporcionadas pelo mercado detrabalho...” (6º§)

A palavra “se”, destacada nas frases anteriores, indica hipótese apenas em:

(A) I (B) II (C) III (D) I, II (E) II, III

07) O trecho “Os roubos praticados nas esquinas por meninos pobres, que vivem nas ruas cheirando cola, abandonados à própria sorte, sem acesso à educação e ao amor de uma família que os respeite, evidentemente expressam esse contexto cruel.” ilustra a ideia:

(A) Os filhos são fadados a repetir os erros dos pais. (B) Os meninos pobres escolhem viver na marginalidade e no

crime. (C) As condições do meio em que os meninos vivem interferem

em suas atitudes. (D) A pobreza é a principal causa da criminalidade. (E) A droga é a principal causa da violência.

08) NÃO haverá alteração de sentido, caso se substitua:

(A) “Entretanto” (2º§) por no entanto. (B) “nesse paradoxo?” (2º§) por nessa especificidade. (C) “recrutar” (6º§) por contratar. (D) “lavando” (6º§) por afanando. (E) “unilaterais” (7º§) por preconceituosas.

09) Os termos destacados em “Para controlar...” (1º§), “mas não contribuem” (1º§) e “Por isso, não faz sentido...” (5º§) expressam, respectivamente, ideia de:

(A) Finalidade, oposição, conclusão. (B) Conclusão, explicação, conclusão. (C) Finalidade, explicação, explicação. (D) Conclusão, oposição, explicação. (E) Explicação, oposição, causa.

10) Com relação ao 6º§, analise as afirmativas e marque V para as verdadeiras e F para as falsas:

( ) As alternativas oferecidas pelo mercado de trabalho são superiores às vantagens oferecidas pelo tráfico, mas, ainda assim, os jovens são seduzidos pelos traficantes. ( ) Os traficantes oferecem benefícios aos jovens para atraí-los para o tráfico. ( ) A expressão “lavando” está sendo usada em sentido figurado. ( ) A falta de punição e o desejo de saírem da pobreza estimulam os grandes traficantes de armas. A sequência está correta em: (A) F, V, V, V (B) V, V, V, F (C) F, V, V, F (D) V, F, F, F (E) V, F, F, V 11) Assinale a alternativa em que as palavras destacadas NÃO sejam semanticamente opostas: (A) “generalização” (5º§) – individualização. (B) “ociosa” (6º§) – ocupada. (C) “clandestino” (6º§) – feito às claras. (D) “excluídos” (6º§) – incluídos. (E) “complexo” (7º§) – complicado. TEXTO II:

Atualmente, a violência tornou-se a tônica de nosso cotidiano. Nunca se falou tanto em violência e em como combatê-la, e, infelizmente, a sensação de insegurança nunca foi tão premente: as pessoas mudam de itinerário, evitam sair à noite, colocam grades e alarmes em suas casas; os que podem, blindam seus automóveis. E, outro dado vem se somar a estes, esse medo deixou de ser “privilégio” dos moradores das grandes cidades e se espalhou também entre as cidades interioranas, antes vistas como oásis de tranquilidade e segurança.

Atesta essa sensação de insegurança o ranking de violência elaborado pela empresa inglesa Control Risks, que, em uma escala de 1 a 7, classificou as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo como nível 5 (crimes violentos acontecem em toda cidade, a qualquer hora e muitas áreas são extremamente perigosas e devem ser evitadas).

Junto a esta violência urbana, caminham outras tantas violências: como aquela que se faz contra a mulher, a criança, o idoso, os homossexuais, os negros, os nordestinos. Todas elas tão ou mais graves que a violência urbana e que necessitam, igualmente, de combate. Porém, são todas formas de violências específicas que demandam medidas apropriadas para seu controle e erradicação.

(Folha de São Paulo, 1.º de dezembro de 2000, p. C-4. / com adaptações)

12) A ideia transmitida em “a sensação de insegurança nunca foi tão premente” (1º§) está devidamente traduzida em: (A) O sentimento de insegurança nunca foi tão urgente. (B) A sensação de vulnerabilidade nunca foi tão urgente. (C) A sensação de insegurança nunca foi tão discutida. (D) A sensação de insegurança nunca afligiu tanto. (E) A sensação de invulnerabilidade nunca afligiu tanto. 13) Analise as afirmativas e marque V para as verdadeiras e F para as falsas:

( ) As medidas de prevenção tomadas pelas pessoas em seu dia a dia revelam a sensação de insegurança. ( ) Todas as violências citadas exigem igual combate, ou seja, as mesmas medidas devem ser postas em prática em todos os lugares.

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( ) O ranking de violência revelou que entre Rio de Janeiro e São Paulo os níveis de violência se equiparam. ( ) A violência contra os negros pode até, em alguns casos, ser mais grave do que a violência urbana.

A sequência está correta em:

(A) V, V, V, F (B) F, V, V, V (C) V, F, V, V (D) V, F, F, F (E) F, F, V, V

14) No Texto II, a palavra “atesta” (2º§), significa:

(A) Mede. (B) Justifica. (C) Explica. (D) Demonstra. (E) Proporciona.

15) No Texto II, as palavras “demandam” (3º§) e “erradicação” (3º§) significam, respectivamente:

(A) Exigem, eliminação. (B) Exigem, combate gradativo. (C) Sugerem, combate paliativo. (D) Apontam, extermínio. (E) Merecem, eliminação.

PREFEITURA MUN. DE CONGONHAS/MG–FISCAL DE O. E POSTURAS

TEXTO: Onde fica o gol?

Em função da mobilização com a Copa do Mundo, andei me lembrando de uma conversa que tive com um amigo, anos atrás. Ele liderava uma equipe numa agência de publicidade e trabalhava em ritmo alucinado. No decorrer do papo, ele desabafou dizendo que era difícil conviver com colegas que não sabiam para que lado ir, o que fazer, como agir, e que, por causa dessas incertezas, perdiam tempo e faziam os outros perderem também. E exemplificou:

− Sabe por que eu sempre gostei do Pelé? Porque o Pelé pegava a bola em qualquer lugar do gramado e ia com ela reto para o gol. Ele sabia exatamente para onde tinha que chutar.

Isso que você nem é muito fã do esporte. − Comentei. − Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro:

entro em campo e já saio perguntando onde é que é o gol. É pra lá? Então é pra lá que eu vou, sem desperdiçar meu tempo, sem ficar enfeitando.

Taí o que a gente precisa se perguntar todo dia quando acorda: onde é que é o gol?

Muitas pessoas vivem suas vidas como se dopadas, chutando para todos os lados, sem nenhuma estratégia, contando apenas com a sorte. Elas acreditam que, uma hora dessas, de repente, quem sabe, a bola entrará. E até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.

Goal, em inglês significa objetivo. Você deve ter um. Conquistar um cliente, ser o padeiro mais conceituado do bairro, melhorar a aparência, sair de uma depressão, ganhar mais dinheiro, se aproximar dos seus pais. Pode até ser algo mais simples: comprar as entradas para um show, visitar um amigo doente, trocar o óleo do carro, levar flores para sua mulher. Ou você faz sua parte para colocar a bola dentro da rede ou seguirá chutando para as laterais, catimbando, sem atingir nenhum resultado.

Quase invejo quem tem tempo a perder: sinal de que é alguém irritantemente jovem, que ainda não se deu conta da ligeireza da vida. Já os veteranos não podem se dar ao luxo de acordar tarde, e, no caso, “acordar tarde” não significa dormir até meio-dia: significa dormir no ponto, comer mosca. Não dá. Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo.

Parece um jogo estafante, nervoso, mas não precisa ser. O gol que você quer marcar talvez seja justamente aprender a ter um dia a dia mais calmo, mais focado em seus reais prazeres e afetos, sem estresse. É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra. Só que não pode ser um “quem sabe”, tem que ser um gol feito.

Esta é a diferença entre aqueles que realizam as coisas e os que ficam só empatando.

(Revista O Globo, 04 de julho de 2010, Martha Medeiros)

01) Infere-se do texto que: II Há pessoas que vivem contando apenas com a sorte na vida. IIII Deve-se ter um objetivo na vida. IIIIII Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e

proativo. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I, II (B) II, III (C) I (D) II (E) I, II, III 02) De acordo com o texto “Onde fica o gol?”, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas: ( ) Há pessoas que vivem a vida sem estratégia, sem objetivo. ( ) Há pessoas que esbanjam energia à toa na vida, sem atingir nenhum resultado. ( ) Deve-se viver calmamente, focando nos prazeres reais e afetos, sem estresse.

A sequência está correta em: (A) F, V, F (B) V, V, V (C) V, V, F (D) F, F, V (E) V, F, V 03) “− Sabe por que eu sempre gostei do Pelé?” O sinal de pontuação travessão ( − ) foi utilizado anteriormente para: (A) Encerrar qualquer tipo de período. (B) Marcar uma pausa de curta duração. (C) Indicar que alguém está falando de viva voz (discurso

direto). (D) Substituir a dupla vírgula. (E) Isolar explicações. 04) “Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo.” As palavras destacadas apresentam respectivamente, como significados corretos: (A) estulto, tolo / alguém que não age corretamente. (B) cuidadoso, ponderado / alguém que antecipa futuros

problemas, necessidades ou mudanças; é ser ágil e competente.

(C) fraco, débil / inopinado, inesperado. (D) feito com intenção / equipamento de ideias. (E) degradado / alguém derribado.

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05) No trecho “E até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.” o sinal indicativo da crase foi utilizado corretamente. Assinale a alternativa em que isso NÃO acontece:

(A) Fui à feira. (B) Sentaram-se à sombra. (C) Voltamos cedo à casa dos amigos. (D) Dirijo-me à Vossa Excelência. (E) Assisti àquele filme ontem.

06) “Você deve ter um.” No trecho anterior, o ponto final ( . ) foi utilizado para:

(A) Separar expressões de caráter explicativo. (B) Marcar a omissão do verbo. (C) Encerrar o período. (D) Isolar uma palavra estranha à língua culta. (E) Marcar uma pequena pausa.

07) “− Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro...” a palavra destacada anteriormente exprime ideia de:

(A) Escolha. (B) Contraste, oposição. (C) Finalidade. (D) Explicação. (E) Soma, adição.

08) Assinale a afirmativa que apresenta a forma verbal adequada:

(A) Naquele dia, faltou dez pessoas. (B) O pessoal gritavam. (C) Ainda não chegaram os documentos. (D) Haviam muitas pessoas nesse lugar. (E) Paulo eram as alegrias daquela família.

09) Quanto à regência, assinale a afirmativa INCORRETA:

(A) Os amigos foram ao teatro. (B) João namora com Maria. (C) Prefiro cinema a teatro. (D) Lá em casa, somos três. (E) Nós aspiramos a uma boa faculdade.

10) “É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra.” As palavras destacadas apresentam, respectivamente:

(A) dígrafo / encontro vocálico e tritongo (B) encontro vocálico / dígrafo e encontro vocálico (C) hiato / ditongo e encontro consonantal (D) ditongo / hiato e encontro vocálico (E) hiato / encontro consonantal e hiato

MUNICÍPIO DE ITABAIANA/SE – ADVOGADO PÚBLICO

TEXTO: Sobre simplicidade e sabedoria

Pediram-me que escrevesse sobre simplicidade e sabedoria. Aceitei alegremente o convite sabendo que, para que tal pedido me tivesse sido feito, era necessário que eu fosse velho.

Os jovens e os adultos pouco sabem sobre o sentido da simplicidade. Os jovens são aves que voam pela manhã: seus voos são flechas em todas as direções. Seus olhos estão fascinados por dez mil coisas. Querem todas, mas nenhuma lhes dá descanso. Estão sempre prontos a de novo voar. Seu mundo é o mundo da multiplicidade. Eles a amam porque, nas suas

cabeças, a multiplicidade é um espaço de liberdade. Com os adultos acontece o contrário. Para eles, a multiplicidade é um feitiço que os aprisionou, uma arapuca na qual nunca caíram. Eles a odeiam, mas não sabem como se libertar. Se, para os jovens, a multiplicidade tem o nome de liberdade, para os adultos, a multiplicidade tem o nome de dever. Os adultos são pássaros presos nas gaiolas do dever. A cada manhã dez mil coisas os aguardam com as suas ordens (para isso existem as agendas, lugar onde as dez mil coisas escrevem as suas ordens!). Se não forem obedecidas haverá punições.

No crepúsculo, quando a noite se aproxima, o voo dos pássaros fica diferente. Em nada se parece com o seu voo pela manhã. Já observaram o voo das pombas no fim do dia? Elas voam numa única direção. Voltam pra casa, o ninho. As aves, ao crepúsculo, são simples. Simplicidade é isso: quando o coração busca uma coisa só.

(...) Na multiplicidade nos perdemos: ignoramos o nosso

desejo. Movemo-nos fascinados pela sedução das dez mil coisas. Acontece que, como diz o segundo poema do Tao-Te-Ching, “as dez mil coisas aparecem e desaparecem sem cessar”. O caminho da multiplicidade é um caminho sem descanso. Cada ponto de chegada é um ponto de partida. Cada reencontro é uma despedida. É um caminho onde não existe casa ou ninho.

(...) O caminho da ciência e dos saberes é o caminho da

multiplicidade. (...) Não há fim para as coisas que podem ser conhecidas e sabidas. O mundo dos saberes é um mundo de somas sem fim. É um caminho sem descanso para a alma. Não há saber diante do qual o coração possa dizer: “Cheguei, finalmente, ao lar”. Saberes não são lar.

(...) Diz o Tao-Te-Ching: “Na busca do conhecimento a

cada dia se soma uma coisa. Na busca da sabedoria a cada dia se diminui uma coisa.” (...) Sabedoria é a arte de degustar. A arte de degustar, distinguir, discernir. O homem dos saberes, diante da multiplicidade, “precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço”. Mas o sábio está à procura das “coisas dignas de serem conhecidas”. (...). A sabedoria é a arte de reconhecer e degustar a alegria. Nascemos para a alegria.

(...) A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela

provou e aprovou. Aprovadas foram as expectativas que deram alegria. O que valeu a pena está destinado à eternidade. A saudade é o resto da eternidade refletido no rio do tempo.

Ando pelas cavernas da minha memória. Há muitas coisas maravilhosas. Mas essas memórias, a despeito do seu tamanho, não me fazem nada. Não sinto vontade de chorar. Não sinto vontade de voltar.

Aí eu consulto o meu bolso da saudade. Lá se encontram pedaços do meu corpo, alegrias. Observo atentamente, e nada encontro que tenhas brilho no mundo da multiplicidade. São coisas pequenas, que nem foram notadas por outras pessoas.

Diz Guimarães Rosa que “felicidade só em raros momentos de distração...” Certo. Ela vem quando não se espera, em lugares que não se imagina. Dito por Jesus: “É como o vento: sopra onde quer, não sabe donde vem nem para onde vai...” Sabedoria é arte de provar e degustar a alegria, quando ela vem. Mas só dominam essa arte aqueles que têm a graça da simplicidade. Porque a alegria só mora nas coisas simples.

(Adaptação, Rubem Alves, in Concerto para Corpo e Alma)

01) O texto “Sobre Simplicidade e Sabedoria” pode ser considerado quanto às suas características como: (A) Dissertativo. (B) Publicitário.

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(C) Epistolar. (D) Descritivo. (E) Científico.

02) A ideia principal do texto é:

(A) Expor o que os idosos fazem na vida. (B) Criticar a liberdade que os jovens amam. (C) Criticar os adultos. (D) Explicar o que seja sabedoria na sociedade contemporânea. (E) Explicar que sabedoria e simplicidade estão intimamente

relacionadas.

03) Assinale a alternativa em que foi usada a linguagem conotativa (sentido figurado):

(A) Os jovens e os adultos pouco sabem sobre o sentido da simplicidade.

(B) Os jovens são aves que voam pela manhã: seus voos são flechas em todas as direções.

(C) Pediram-me que escrevesse sobre simplicidade e sabedoria. (D) Aceitei o convite sabendo que, para que tal pedido me

tivesse sido feito, era necessário que eu fosse velho. (E) Já observaram o voo das pombas ao final do dia?

04) O autor faz analogias das diversas fases da vida: dos jovens, dos adultos e dos velhos. Assinale a que se refere aos velhos:

(A) Aves que voam pela manhã. (B) Olhos fascinados por dez mil coisas, amam a multiplicidade. (C) Odeiam a multiplicidade que é uma arapuca na qual caíram. (D) O voo dos pássaros fica diferente no crepúsculo. (E) Pássaros presos nas gaiolas do dever.

05) Assinale a passagem que NÃO pode ser comprovada pelo texto:

(A) As pessoas adultas estão presas aos deveres. (B) Os adolescentes são punidos se não obedecem às ordens

agendadas. (C) Simplicidade se opõe à multiplicidade. (D) Os velhos são simples, por isso o coração busca uma coisa

só. (E) As pessoas se perdem na multiplicidade.

06) Assinale a afirmativa que está de acordo com o texto:

(A) Para os adultos a multiplicidade é o mesmo que liberdade. (B) Para os jovens a multiplicidade força-os ao cumprimento do

dever. (C) Jovens, adultos estão fascinados pelo mundo da

multiplicidade. (D) Para os idosos, a multiplicidade é um espaço de liberdade. (E) O voo pela manhã é uma referência aos voos dos jovens.

07) Analise as afirmativas a seguir:

II “Arapuca”, no segundo parágrafo pode ser substituída por “armadilha”, mantendo o valor semântico.

IIII Em: “Eles a odeiam”, no segundo parágrafo, o pronome grifado refere-se à “multiplicidade”.

IIIIII Em: “Querem todas, mas nenhuma lhes dá descanso”, no segundo parágrafo, a palavra grifada refere-se a “todas as direções”.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I, II, III (B) I, II (C) I, III (D) II, III (E) I 08) Pode-se afirmar, segundo o texto que: (A) O caminho da ciência e do conhecimento é o caminho da

simplicidade. (B) O mundo dos saberes não é um caminho de descanso para a

alma. (C) As coisas que podem ser conhecidas e sabidas não têm fim. (D) O mundo dos saberes é um caminho para descanso da alma. (E) Conhecimentos e saberes buscam as mesmas coisas. 09) Assinale a alternativa em que houve alteração semântica na reescritura do texto: (A) “No crepúsculo, quando a noite se aproxima, o voo dos

pássaros fica diferente.” / O voo dos pássaros, no crepúsculo, quando a noite se aproxima, fica diferente.

(B) “Simplicidade é isso: quando o coração busca uma só coisa.” / Quando o coração busca uma só coisa — isso é simplicidade.

(C) “Os jovens são aves que voam pela manhã: seus voos são flechas em todas direções.” / Os jovens, que voam pela manhã, são aves: seus voos são flechas em todas as direções.

(D) “Os jovens e os adultos pouco sabem sobre o sentido da simplicidade.” / Pouco sabem sobre o sentido da simplicidade os jovens e os adultos.

(E) “As dez mil coisas aparecem e desaparecem sem cessar.” / Sem cessar as dez mil coisas aparecem e desaparecem.

10) Com base no texto está INCORRETA a seguinte afirmativa: (A) Na busca da sabedoria a cada dia se diminui uma coisa. (B) Na busca do conhecimento a cada dia se soma uma coisa. (C) Sabedoria é a arte de conhecer coisas dignas de serem

conhecidas. (D) Conhecimento é buscar saber tudo a qualquer preço. (E) Sabedoria é o caminho da multiplicidade quando o coração

busca várias coisas. 11) Está correta a seguinte afirmativa: (A) Todo conhecimento está guardado no bolso da saudade. (B) No bolso da saudade, só se encontram os acontecimentos

que deram alegria. (C) Nem tudo que foi alegria, que valeu a pena, fica no bolso da

felicidade. (D) O homem não nasceu para a alegria. (E) Todo homem sabe quando a felicidade vai chegar, de onde

ela vem. 12) Considerando o texto, assinale a alternativa em que a palavra grifada não mantém o mesmo valor semântico se substituída pela do parêntese: (A) A sabedoria é arte de reconhecer e degustar a alegria. 6º§

(apreciar) (B) A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela

provou e aprovou. 7º§ (experimentou) (C) Ando pelas cavernas da minha memória. 8º§ (reminiscência)

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(D) Essas memórias, a despeito do seu tamanho, não me fazem nada. 8º§ (apesar)

(E) Mas só dominam essa arte aqueles que têm a graça da simplicidade. 10º§ (reprimem)

13) A ideia principal do último parágrafo é:

(A) “Felicidade só em raros momentos de distração.” (B) A alegria só mora nas coisas simples. (C) “É como o vento: sopra onde quer, não sabes donde vem

nem para onde vai...” (D) A felicidade vem quando não se espera. (E) As citações de Jesus e de Guimarães Rosa.

14) As palavras grifadas referem-se às que estão entre parênteses. Isso NÃO acontece em:

(A) (Os jovens são aves que voam pela manhã...) 2º§ (aves) (B) (... seus voos são flechas em todas as direções.) 2º§ (aves) (C) (Eles a amam porque, nas suas cabeças, a multiplicidade é

um espaço de liberdade.) 2º§ (cabeças) (D) (Para eles, a multiplicidade é um feitiço que os aprisionou.)

2º§ (adultos/eles) (E) (É um caminho onde não existe casa ou ninho.) 4º§

(caminho)

15) O autor usa a 3ª pessoa e algumas vezes a 1ª pessoa do singular. Entretanto, aparece o uso da 1ª pessoa do plural como na passagem: “Na multiplicidade nos perdemos: ignoramos o nosso desejo...” 4º§. Isso porque se refere:

(A) Ao autor e aos que lhe pediram para escrever. (B) Ao autor e aos leitores. (C) Ao autor e aos que trabalham na produção da obra. (D) Ao autor e aos idosos. (E) Ao autor e aos jovens.

MUNICÍPIO DE ITABAIANA/SE – AGENTE ADMINISTRATIVO

TEXTO I: Saiu da garagem, pagou

A Holanda vai cobrar tarifa por quilômetro rodado de todos os carros do país.

A intenção é diminuir os enormes congestionamentos de trânsito.

Holanda, um dos países com maior densidade populacional da Europa, é também um dos que mais sofrem com congestionamentos de trânsito. Nos horários de pico, em Amsterdã e arredores, as lentidões chegam a se estender por 1000 quilômetros. Na tentativa de diminuir essa tortura diária infligida aos cidadãos, o ministério dos transportes holandês anunciou que, a partir de 2012, passará a cobrar uma taxa por quilômetro rodado de todos os carros que circulam no país. A tarifa básica será de 3 centavos de euro por quilômetro, com previsão de reajuste gradual até chegar a 6,7 centavos em 2017. Os valores serão maiores nas vias mais movimentadas e nos horários com volume de trânsito maior. Carros híbridos e muito econômicos terão descontos. Como compensação pela nova taxa, os impostos sobre veículos serão reduzidos. Até a cobrança entrar em vigor, todos os motoristas holandeses terão de equipar seus carros com aparelhos de GPS, que enviarão as informações sobre sua movimentação a uma central responsável pela cobrança. A falta do GPS acarretará multa.

Com a medida, o governo holandês espera reduzir pela metade os congestionamentos de trânsito até 2020. Outra

consequência será a diminuição das emissões de gases do efeito estufa. Esse benefício é especialmente bem-visto num país com boa parte de seu território abaixo do nível do mar. Caso se concretize a previsão de elevação dos oceanos devido ao derretimento das geleiras do Ártico, a Holanda seria uma das primeiras vítimas da inundação das zonas costeiras.

(Nathalia Butti/Veja - Edição 2146 / 6 de janeiro de 2010 / com adaptações)

01) Acerca das ideias do texto analise: II Infere-se do texto que o ministério dos transportes da

Holanda, na tentativa de reduzir problemas de trânsito, anunciou medidas contrárias à opinião pública daquele país.

IIII De acordo com o texto, as emissões de gases do efeito estufa têm ligação direta com o grande volume de carros em circulação.

IIIIII Depreende-se do texto que, em um período de oito anos, a partir da aplicação da medida anunciada pelo governo holandês, os congestionamentos de trânsito estarão no início do processo de redução.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I (B) I, III (C) II, III (D) II (E) I, II 02) Acerca do trecho “... tortura diária infligida aos cidadãos,...”, mantém-se a coesão textual e o sentido original com a seguinte reescrita: (A) Tortura diária infligida pelos cidadãos. (B) Cidadania que inflige uma tortura diária. (C) Tortura diária mantida pelos cidadãos. (D) Imposição dos cidadãos diariamente. (E) Tortura que inflige-se diariamente aos cidadãos. 03) O segundo parágrafo do texto é iniciado por uma expressão que: (A) Retoma o assunto explicitado anteriormente. (B) Contradiz o assunto relatado anteriormente. (C) Estabelece uma relação afetiva com o tema exposto no

primeiro parágrafo. (D) Expõe argumentos contrários aos fatos apresentados no

primeiro parágrafo. (E) Indica que o tema exposto no primeiro parágrafo será

substituído por um novo tópico. 04) No segundo parágrafo, a expressão “espera reduzir” indica que, com a medida anunciada quanto ao grande congestionamento de trânsito na Holanda, o governo: (A) Está certo de que o reduzirá drasticamente. (B) Mostra-se pessimista diante da situação atual, já que não fala

em extinção do congestionamento, mas apenas em redução. (C) Possui uma expectativa de considerável redução. (D) Espera que haja uma grande melhora neste

congestionamento. (E) Mostra-se otimista diante da situação atual, não

considerando a realidade atual.

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05) Tendo em vista que cada texto é produzido em situações e contextos diferentes e que cada um deles cumpre uma finalidade específica, o texto “Saiu da garagem, pagou” tem por objetivo:

(A) Relatar experiências vividas. (B) Narrar uma história fictícia. (C) Argumentar para persuadir o interlocutor sobre um ponto de

vista. (D) Relatar experiências vividas para persuadir o interlocutor. (E) Informar o interlocutor sobre fatos da realidade.

06) Na tira a seguir, a expressão “devido a” pode ser substituída sem prejuízo do sentido original por:

(Laerte – http://p.php.uol.com.br/laerte/index.php)

(A) Com o propósito de. (B) Em virtude de. (C) Para. (D) Ignorado por. (E) Embora haja.

07) O site do Detran/SE - Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe, com acesso em 02 de maio de 2010, demonstra em sua página a seguinte enquete:

Para você, qual é a maior causa de acidentes de trânsito em Sergipe?

( ) Despreparo dos condutores. ( ) Imprudência. ( ) Estradas mal conservadas. ( ) Falta de manutenção nos veículos. ( ) Ausência de policiamento. ( ) Não sei.

(www.detran.se.gov.br)

Considerando-se a construção da pergunta a partir da qual serão colhidas informações a respeito do trânsito em Sergipe subentende-se que:

(A) Pretende-se, através de uma pesquisa, traduzida em depoimento, averiguar a possível maior causa de acidentes do trânsito em Sergipe para a opinião pública.

(B) Ao fim da enquete, será possível estabelecer um banco de dados objetivos e estatísticos a respeito da maior causa de acidentes de trânsito em Sergipe.

(C) O despreparo dos condutores está em primeiro lugar até o momento na pesquisa como a maior causa de acidentes de trânsito em Sergipe.

(D) A opção “Não sei.” deverá ser assinalada por aqueles que não possuem CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

(E) A opção “Ausência de policiamento.” não é coerente com o assunto principal da pesquisa: acidentes de trânsito.

08) O humor da tira se constrói a partir do uso da polissemia das palavras. Considerando a parte verbal e visual da tira infere-se que:

(Laerte – http://p.php.uol.com.br/laerte/index.php)

(A) As placas de trânsito do 1º e 2º quadrinhos não possuem uma

coerência com a mensagem do quadrinho final. (B) A atitude do motorista demonstra que ele possui o

conhecimento do significado assumido, no último quadrinho, pela palavra “reduza” desde o 1º quadrinho.

(C) A palavra “reduza” assume um novo sentido no último quadrinho que muda a perspectiva do motorista.

(D) Apenas a placa do 1º quadrinho possui uma coerência com a placa do quadrinho final.

(E) O motorista demonstra ser imprudente não seguindo corretamente o indicado pela sinalização.

TEXTO II:

(pensecomigo. com. / Banner Paz no Trânsito –

Trocas / Prefeitura de Brusque – SC)

09) Considerando slogan e imagem anteriores, depreende-se que tal campanha comunitária tem por finalidade: (A) Esclarecer, orientar e persuadir a população em geral,

habilitada à direção, sobre a segurança no trânsito. (B) Esclarecer sobre as leis de trânsito já existentes e seu devido

cumprimento. (C) Reduzir os congestionamentos de trânsito, principalmente

nas grandes cidades. (D) Orientar a população em geral, acerca do uso exclusivo de

peças originais nos veículos. (E) Alertar a população sobre os perigos do trânsito nas grandes

cidades.

AUTOR E ORGANIZADOR:

GILBER BOTELHO (Servidor da Secretária de Educação) é professor de Gramática, Texto e Redação Oficial no Gran Cursos e nos principais cursos preparatórios de Brasília.

E- MAIL: [email protected] Facebook: [email protected] Twitter: @gilber_botelho Blog: http://gilberbotelho.blogspot.com

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10) O slogan “Para o corpo humano não existem peças originais” associado à parte visual do banner, indica:

(A) A consequência do uso de peças não originais nos automóveis.

(B) A evolução da tecnologia no tratamento de pessoas com necessidades especiais.

(C) Uma oposição entre o slogan e a parte visual do banner. (D) Uma comparação entre o corpo humano e o automóvel. (E) A imprudência de grande parte dos motoristas atualmente.

MUNICÍPIO DE RESENDE/RJ - ADMINISTRADOR

TEXTO I:

Nascem os homens iguais; um mesmo, e igual princípio os anima, os conserva, e também os debilita, e acaba. Somos organizados pela mesma forma, e por isso estamos sujeitos às mesmas paixões, e às mesmas vaidades. Para todos nasce o Sol; a Aurora a todos desperta para o trabalho; o silêncio da noite, anuncia a todos o descanso. O tempo que insensivelmente corre, e se distribui em anos, meses e horas, para todos se compõe do mesmo número de instantes. Essa transparente região a todos abraça; todos acham nos elementos um patrimônio comum, livre, e indefectível; todos respiram o ar; a todos sustenta a terra; as qualidades da água, e do fogo, a todos se comunicam.

(Reflexões sobre a Vaidade dos Homens por Matias Aires)

01) O primeiro período do texto “Nascem os homens iguais; um mesmo, e igual princípio os anima, os conserva, e também os debilita, e acaba.” cria condições para:

(A) Uma comparação entre os homens que mostram ânimo, disposição e os que tornam-se facilmente debilitados.

(B) Uma conclusão partindo do princípio que provoca ânimo e ao mesmo tempo debilitação no ser humano.

(C) Uma atmosfera afetiva que trata da igualdade entre os homens.

(D) Um contraste entre o ânimo e a debilitação, o nascer e o acabar.

(E) Uma explicação para o nascimento de todos os homens.

02) Analise as afirmativas, referentes às ideias apresentadas no texto:

II A organização da vida dos homens dá-se de forma igual, porém a sujeição às paixões e às vaidades variam de indivíduo para indivíduo.

IIII Os elementos: Sol, Aurora e Noite indicam um plano temporal cíclico, comum a todo homem.

IIIIII O texto disserta de maneira clara sobre um tema comum, pertencente ao cotidiano de todo ser humano.

Estão corretas apenas as afirmativas:

(A) I, II (B) I, III (C) II, III (D) III (E) I, II, III

03) Com referência à coesão e ideias textuais, assinale a alternativa correta:

(A) Em “e igual princípio os anima, os conserva”, os dois registros da partícula “os” sublinhada têm o mesmo referente textual.

(B) “Somos organizados pela mesma forma”, no trecho anterior o termo “pela” pode ser substituído sem prejuízo do sentido original por “para a”.

(C) A expressão “por isso” no segundo período do texto indica a introdução de uma causa em referência à afirmativa anterior.

(D) O emprego dos verbos na primeira pessoa do plural “Somos” e “estamos” indica que o texto se caracteriza pelo tratamento objetivo e possui um caráter de relato impessoal.

(E) “todos respiram o ar; a todos sustenta a terra”, no trecho anterior, é possível manter coesão e coerência textuais acrescentando a partícula “a” antes do primeiro “todos”.

TEXTO II:

Dentre as muitas coisas intrigantes, poucas há tão misteriosas quanto o tempo. A ironia é que mal nos damos conta disso. Estando desde o nascimento submetidos a uma mesma noção de tempo, aceita por todos à nossa volta, tendemos a achar que ela é a única que corresponde à realidade. Causa um grande choque saber que outras culturas têm formas diferentes de perceber o tempo e de representar o curso da história. Ainda assim, acreditamos que elas estão erradas e nós, certos. Ledo engano.

(SEVCENKO, Nicolau. Istoé, Edição especial: Vida digital, 1999. / com adaptações)

04) Assinale a alternativa em que a reescrita do período em destaque mantém-se coerente sem alterar o sentido do texto: “Estando desde o nascimento submetidos a uma mesma noção de tempo, aceita por todos à nossa volta, tendemos a achar que ela é a única que corresponde à realidade.” (A) Quando desde o nascimento somos submetidos à mesma

noção de tempo, aceita-se que todos à nossa volta tendem a achar que ela é a única que corresponde à realidade.

(B) A noção de tempo a que fomos submetidos desde o nascimento é a única que corresponde à realidade.

(C) A tendência em acharmos que a nossa realidade é a única aceita por todos à nossa volta está vinculada à noção de tempo.

(D) Tendemos a achar que a noção de tempo, aceita por todos à nossa volta e a que estamos submetidos desde o nascimento, seja a única que corresponde à realidade.

(E) Estamos desde o nascimento submetidos a uma mesma noção de tempo, aceita para todos à nossa volta, mas tendemos a achar que ela é a única que corresponde à realidade.

05) O uso da expressão “ledo engano” no contexto em que foi usada, denota: (A) Presunçoso engano. (B) Engano óbvio. (C) Terrível engano. (D) Triste engano. (E) Engano pueril. TEXTO III: O cajueiro

O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância, belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.

Eu me lembro de outro cajueiro que era menor e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da pequena touceira de espadas-de-são-jorge e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada

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do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira, mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.

No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Caribé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.

A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira abaixo, e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados. Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.

(Rubem Braga, Cem crônicas escolhidas, Rio, José Olímpio, 1956, pp. 320-22)

06) A respeito da introdução do texto, referente ao 1º parágrafo, é correto afirmar que:

(A) A ideia-núcleo apresentada refere-se à queda do cajueiro. (B) A referência ao cajueiro “velho, belo e imenso” cria um

contraste em relação a uma atmosfera afetiva. (C) O uso de determinantes como “velho” e “belo” para o

cajueiro demonstra o antagonismo emocional vivido pelo narrador personagem.

(D) A infância remota não pode ser considerada como um tema ou ideia secundária, já que o narrador refere-se a ela como “antigas recordações”, sem influências no presente.

(E) A queda e morte do cajueiro constituem consequências das características anteriores de “velho, belo e imenso”.

07) “Tudo sumira, mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família.” São apresentadas as ideias secundárias presentes no período em destaque:

(A) Submissão, saudosismo e preservação ambiental. (B) Ruína, abandono, solidão e afinidade afetiva. (C) Pessimismo, contrariedade e regionalismo. (D) Revolta, apego aos bens materiais e preservação ambiental. (E) Indiferença, regionalismo e religiosidade.

08) Há uma infinidade de metáforas constituídas por palavras que denotam ações, atitudes ou sentimentos próprios do homem, mas aplicadas a seres ou coisas inanimadas. Tal recurso ocorre no trecho a seguir:

(A) “O cajueiro já devia ser velho quando nasci.” (B) “Eu me lembro de outro cajueiro que era menor” (C) “Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de

seu tronco” (D) “estava como sempre carregado de frutos amarelos” (E) “como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha

casa.”

09) Com referência às características textuais, é correto afirmar que o texto apresenta:

(A) A ideia principal através de fatos ou acontecimentos. (B) O desenvolvimento textual através de argumentos e uma

sucessão de fatos. (C) Dados objetivos através da discussão da ideia principal. (D) Explanação e argumentação dos fatos. (E) Um relato imparcial acerca dos fatos mencionados. 10) Quanto à situação dos fatos narrados no texto, o tempo é apresentado da seguinte forma: (A) Um único plano temporal em que o autor descreve a queda

do cajueiro. (B) Dois planos temporais: o atual e o remoto ou passado. (C) Três planos temporais: o atual, a queda do cajueiro e o

passado. (D) Dois planos temporais: o atual e a queda do cajueiro. (E) Um único plano temporal em que o autor descreve a sua

infância.

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TEXTO: Medo do medo

Tenho observado alguns esforços psicopedagógicos no sentido de tornar nossas crianças politicamente corretas – postura que muitas vezes nos transforma em seres tediosos, sem graça nem fervor. Contos de fadas, por exemplo, alimento da minha alma de criança, raiz de quase toda a minha obra adulta, sobretudo romances e contos, foram originalmente – dizem estudiosos – narrativas populares, orais, de povos muito antigos. Assim eles representavam e tentavam controlar seus medos e dúvidas, carentes das quase excessivas informações científicas de que hoje dispomos. Nascimento e morte, sexo, sol e lua, raios e trovões, o brotar das colheitas lhes pareciam misteriosos, portanto fascinantes.

Porém, faz algum tempo, há um movimento para reformular tais relatos, tirando-lhes sua essência, isto é, o misterioso e até o assustador. Lobos seriam bobalhões e vovozinhas umas pândegas, só existiriam fadas boas, e as bruxas, ah, essas passam a ser velhotas azaradas. Até cantigas de roda seculares tendem a ser distorcidas, pois atirar um pau num gato é uma crueldade, como se fosse preciso explicar isso para as crianças saberem que animais a gente ama e cuida – se é assim que se faz em casa.

Vejo em tudo isso um engano e um atraso. Impedindo nossas crianças do natural contato com essas antiguíssimas histórias, que retratam as possibilidades boas e negativas do mundo, nós as deixamos despreparadas para a vida, cujos perigos entram hoje em seus quartos, rondam escolas e clubes, esperam na esquina com um revólver na mão de um drogado, ou de um psicopata lúcido e frio, sem falar nos insidiosos pedófilos na internet.

Estamos emburrecendo nossas crianças e jovens, mesmo querendo seu bem? E, afinal, o que será o seu bem? Ignorar o que existe de sombrio e mau, caminhar feito João e Maria alegrinhos, não abandonados pelos pais, mas procurando borboletas no mato? Receio que a gente esteja cometendo um triste engano, deformando histórias e até cantigas que fazem parte do nosso imaginário mais básico com arquétipos humanos essenciais.

Em compensação, adolescentes e crianças procuram o encanto do misterioso lendo sobre vampiros, bruxos e avatares, vendo seus filmes e pesquisando na internet. Precisa conhecer o mal para se acautelar e se proteger, o belo e o bom para crescer com esperança.

(Fragmento / Lya Luft)

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01) De acordo com o texto “Medo do medo”, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:

( ) Contos de fadas são alimento da alma de criança da autora, raiz de quase toda a sua obra adulta. ( ) Cantigas de roda seculares tendem a ser distorcidas, pois atirar um pau num gato é uma crueldade. ( ) Adolescentes e crianças procuram o encanto do misterioso lendo sobre vampiros, bruxos e avatares, vendo seus filmes e pesquisando na internet.

A sequência está correta em:

(A) V, V, F (B) V, F, V (C) F, F, V (D) V, V, V (E) F, V, F

02) No trecho “Porém, faz algum tempo, há um movimento para reformular tais relatos, ...” a palavra em destaque exprime ideia de:

(A) Justificação. (B) Oposição, contraste. (C) Adição. (D) Conclusão. (E) Escolha.

03) Em “Vejo em tudo isso um engano e um atraso.” o ponto final ( · ) foi utilizado para:

(A) Finalizar uma interrogativa direta. (B) Encerrar o período e indicar maior pausa. (C) Separar orações coordenadas que tenham certa extensão. (D) Isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta. (E) Isolar explicações.

04) No trecho “Lobos seriam bobalhões e vovozinhas umas pândegas, só existiriam fadas boas, ...” a palavra sublinhada possui como significado correto:

(A) Muitas pancadas. (B) Que tem inveja. (C) Patuscadas. (D) Que não hesita, firme. (E) Orgulhosas, vaidosas.

05) Assinale a alternativa em que a forma verbal foi utilizada adequadamente:

(A) Mais de uma criança leram a história. (B) A maioria faltaram à aula. (C) Qual de nós aceitará a decisão? (D) O responsável é eu. (E) Espera-se os resultados.

06) Quanto à regência, assinale a alternativa correta:

(A) Sempre obedecia aos mais velhos. (B) Paulo namora com Marta. (C) Os alunos chegaram cedo no colégio. (D) Lá em casa, somos em quatro. (E) Os convidados custaram a chegar.

07) Assinale a alternativa em que o uso da crase encontra-se INCORRETO: (A) Graças a Deus obedecemos à sinalização. (B) Ofereceu um chocolate à linda Paola. (C) Fiéis às aspirações. (D) Estou disposto à trabalhar. (E) Chegamos cedo à casa dos amigos. 08) No trecho “Estamos emburrecendo nossas crianças e jovens, mesmo querendo seu bem?” o ponto de interrogação ( ? ) foi utilizado para: (A) Separar orações ou termos coordenados extensos. (B) Finalizar uma interrogação direta. (C) Indicar enumeração. (D) Indicar citação. (E) Destacar termos explicativos enfáticos. 09) “Receio que a gente esteja cometendo um triste engano.” As palavras destacadas no trecho anterior são, respectivamente: (A) pronome, artigo indefinido, advérbio, substantivo (B) artigo indefinido, adjetivo, pronome, substantivo (C) artigo definido, artigo indefinido, adjetivo, substantivo (D) pronome, artigo definido, adjetivo, substantivo (E) artigo definido, adjetivo, advérbio, substantivo 10) Em “Precisa conhecer o mal para se acautelar e se proteger, ...” as palavras destacadas apresentam, respectivamente: (A) hiato, dígrafo, encontro consonantal (B) encontro consonantal, dígrafo, encontro vocálico (C) dígrafo, tritongo, ditongo (D) encontro consonantal, encontro vocálico, hiato (E) hiato, ditongo, encontro vocálico

MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE UBÁ/RJ - ADVOGADO TEXTO: A mania nacional da transgressão leve

Pequenos delitos são transgressões leves que passam impunes e, no Brasil, estão tão institucionalizados que os transgressores nem têm ideia de que estão fazendo algo errado. Ou então acham esses “miniabusos” irresistíveis, apesar de causarem “minidanos” e/ou levarem a delitos maiores. Esses maus exemplos são também contagiosos. E, em uma sociedade na qual proliferam, ser um cidadão-modelo exige que se reme contra uma poderosa maré ou que se beire à santidade.

Alguns pequenos delitos – fazer barulho em casa a ponto de incomodar os vizinhos ou usar as calçadas como depósito de lixo e de cocô de cachorro – diminuem a qualidade de vida em pequenas, mas significativas, doses. Eles ilustram a frase do escritor Millôr Fernandes: “Nossa liberdade começa onde podemos impedir a dos outros”. (...)

Outros pequenos delitos causam danos porque representam uma pequena parte da reação em cadeia que corrói o tecido social. Os brasileiros que contribuem para a rede de consumo de drogas não são apenas os que as compram mas até os que as consomem de vez em quando em festas. Uma simples tragada liga você, mesmo que de modo ínfimo, ao traficante e à bala perdida, mas atos aparentemente tão inócuos e difíceis de condenar nos forçam a pensar no que constitui um pequeno delito. (...)

Um dos meus vizinhos disse que alguns desses pequenos delitos, como vários tipos de caixa dois, são fruto da

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necessidade. Ele escreve, embora não assine, monografias para que universitários preguiçosos/ocupados terminem seus cursos. É assim que põe comida na mesa. Apesar de defender sua atividade antiética dizendo que “a fome também é antiética”, ele bem que poderia perder 20 quilos. (...)

Apesar de os delitos pequenos estarem institucionalizados demais para notar ou serem tentadores demais para resistir, dizer “não” a eles beneficia a sociedade como um todo. E um “não” vigoroso o bastante pode alertar os distraídos e os fracos de espírito para que, em uma sociedade que se guia pela “lei de Gerson”, nossa bússola moral possa nos apontar o caminho.

(KEPP, Michael. A mania nacional da transgressão. In: Folha de S. Paulo, 26 ago. 2004.)

01) No primeiro período do texto, é apresentado como motivo para a falta de entendimento de que algumas atitudes possam ser consideradas pequenas transgressões:

(A) O fato de que no Brasil prevalece a impunidade. (B) A institucionalização de pequenos delitos que se trata da

desmistificação de certas atitudes. (C) A institucionalização de pequenos delitos que se trata de

caracterizá-los como aquilo que foi estabelecido, instituído, organizado.

(D) A irresponsabilidade dos transgressores para com as instituições governamentais.

(E) A irresponsabilidade dos transgressores para com as instituições nacionais.

02) De acordo com o desenvolvimento do texto, percebe-se que o uso das aspas nas expressões “miniabusos” e

“minidanos” indica:

(A) Que os pequenos delitos dos quais trata o texto são irrelevantes.

(B) A subestimação, por parte do autor, em relação aos “pequenos delitos”.

(C) O uso de termos impróprios ao contexto da linguagem formal.

(D) O uso de neologismos com um caráter irônico, já que para o autor; todo delito, ainda que “pequeno”, não deixa de ser uma transgressão.

(E) A importância dada pelos transgressores citados no texto aos pequenos delitos.

03) “E, em uma sociedade na qual proliferam, ser um cidadão-modelo exige que se reme contra uma poderosa maré ou que se beire à santidade.” No trecho em destaque, o autor faz uso de uma metáfora como recurso de argumentação que:

(A) Indica a impossibilidade de reação de qualquer cidadão diante de uma sociedade em que proliferam os maus exemplos.

(B) Estabelece parâmetros para que um ser social possa ser reconhecido como cidadão-modelo pela sociedade.

(C) Demonstra a exigência da atual sociedade de que uma pessoa seja vista e reconhecida como cidadão-modelo.

(D) Reforça a ideia anterior de que é impossível que um cidadão esteja alheio aos minidanos, miniabusos e maus exemplos que vêm ocorrendo na atual sociedade.

(E) É preciso lutar contra uma forte oposição para que haja distanciamento dos maus exemplos descritos anteriormente.

04) Ao citar alguns exemplos de pequenos delitos na construção do texto, o autor:

(A) Usa a razão para estabelecer correlações lógicas entre as partes do texto, apontando as causas e os efeitos das afirmações que produz.

(B) Agrega ao texto maior confiabilidade, dando peso às afirmações através de dados da realidade observável.

(C) Estabelece uma articulação pouco lógica entre os segmentos textuais.

(D) Provoca um distanciamento do tema central para retomá-lo apenas na conclusão.

(E) Esclarece o sentido da metáfora: “... reme contra uma poderosa maré...”

05) “Os brasileiros que contribuem para a rede de consumo de drogas não são apenas os que as compram mas até os que as consomem de vez em quando em festas.” A respeito dos elementos de coesão destacados anteriormente, é correto afirmar que se referem: (A) Todos ao mesmo antecedente expresso na oração anterior. (B) Consumo de drogas e festas, respectivamente. (C) Brasileiros e consumo de drogas, respectivamente. (D) Brasileiros e drogas, respectivamente. (E) Todos ao mesmo elemento expresso no parágrafo seguinte. 06) “... mas atos aparentemente tão inócuos...” o termo em destaque poderia ser substituído sem prejuízo de sentido, considerando-se o contexto, por:

(A) inofensivos (B) inesquecíveis (C) injustos (D) iníquos (E) insidiosos 07) Preserva-se a coerência entre as ideias do texto, ao se substituir o termo em destaque que inicia o segmento “embora não assine” por: (A) ainda que (B) e (C) todavia (D) como (E) pois 08) O autor usa a expressão “preguiçosos/ocupados” para referir-se a universitários que encomendam monografias a um de seus vizinhos. Pode-se entender pela expressão em destaque que: (A) Os universitários que encomendam monografias têm uma

justificativa considerável para este pequeno delito. (B) Os universitários que encomendam monografias são,

simultaneamente, preguiçosos e ocupados. (C) Não há uma certeza sobre a real situação dos universitários

que encomendam as monografias, preguiçosos ou ocupados, ou ainda, preguiçosos e ocupados.

(D) Os universitários que encomendam as monografias são mais preguiçosos que ocupados, já que o termo “preguiçosos” aparece primeiro.

(E) Todos os universitários são preguiçosos ou ocupados.

AUTOR E ORGANIZADOR:

GILBER BOTELHO (Servidor da Secretária de Educação) é professor de Gramática, Texto e Redação Oficial no Gran Cursos e nos principais cursos preparatórios de Brasília.

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09) “Apesar de defender sua atividade antiética”, o termo em destaque estabelece relação de coesão entre a atividade antiética e:

(A) “um dos vizinhos do autor”. (B) “um pequeno delito”. (C) “o caixa dois”. (D) “universitários preguiçosos”. (E) “universitários ocupados”.

10) Conclui-se, a partir da argumentação do texto, que:

(A) Dizer “não” aos pequenos delitos poderá trazer benefícios à sociedade de uma forma geral, ainda que os transgressores não sejam beneficiados.

(B) Lutar contra os pequenos delitos é uma ação solitária na medida em que os mesmos encontram-se institucionalizados.

(C) A negação de pequenos delitos traz um benefício não individual, mas coletivo; e ainda, tem a possibilidade de chamar a atenção dos desapercebidos para esta situação.

(D) A negação de pequenos delitos tem a possibilidade de restringir a sociedade apenas àqueles capazes de viver sem as vantagens da facilidade imprópria.

(E) Em uma sociedade que se guia por pequenos delitos institucionalizados, é possível colocar em posição de destaque aqueles que são adeptos de tal prática.

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TEXTO: O Jabuti

O funileiro desce a rua; não vai malsatisfeito porque sempre faz algum dinheiro em nossa esquina. Não se queixa da profissão, mas diz que é dura. Há os dias de chuva, por exemplo. Sim, existe um sindicato, mas ele não acredita que valha de nada. Enfim... Depois de arrumar suas ferramentas e suas folhas de zinco e alumínio ele se despediu com indiferença.

Em seu lugar, como em um ballet, aparecem três moças de short. Uma delas traz uma bola branca e as três ficam a jogá-la com as mãos, na esquina. Uma tem o corpo mais bem traçado que as outras; é mais linda quando ergue os braços para deter a bola, com um gesto ao mesmo tempo ágil e indolente. Depois elas somem, caminho da praia, e aparecem dois velhos, de guitarra e bandolim. O cego da guitarra já o conheço; não aparecia há algum tempo, e costumava passar acompanhado de uma velha. Ele tocava e os dois cantavam, com vozes finas, horríveis e tristes, os últimos sambas; a mulher vendia o jornal de modinhas e recolhia as moedas jogadas do alto dos apartamentos. Na voz daquele casal triste todos os sambas pareciam iguais, e nenhum parecia samba. Eram mais pungentes e ridículos quando tentavam cantar marchinhas alegres de carnaval. Terá morrido a velha portuguesa?

Os dois atravessam a rua vazia com um ar tão hesitante como se ambos fossem cegos. Param já longe de minha janela, e daqui ouço a mistura confusa e triste de suas vozes e instrumentos.

Um menino vem avisar que o nosso jabuti está fugindo: apanhou-o já na calçada, virado para cima; certamente perdeu o equilíbrio ao passar da soleira do portão para a calçada.

Esse filhote de jabuti tem um quintal para seu domínio, e uma casa inteira onde pode passear. Mas segue o exemplo de um outro jabuti que um vizinho deixou aqui nos meses do verão. Vem exatamente no mesmo rumo, atravessando a cozinha, a sala de jantar e o escritório até a varanda. Quando encontra uma porta fechada fica esperando. Desce penosamente os degraus, avança colado ao muro. Às vezes cai no caminho e fica de patas para cima, impotente: às vezes chega até a rua. Sempre que tem de se

lançar de um degrau a outro se detém um pouco; mas sempre arrisca.

Aonde levará essa trilha secreta dos jabutis, essa linha misteriosa do destino que eles parecem obrigados a seguir com obstinação e sacrifício? Se eu os deixasse seguir, seriam levados para alguma outra casa, esmagados por algum carro ou comidos por algum bicho quando caíssem de barriga para o ar. Neste mundo de cimento e asfalto não há maiores esperanças para eles. Entretanto, o pequeno jabuti insiste sempre em sua aventura, com o passo penoso e lerdo. Há alguma fonte secreta, algum reino fabuloso, alguma coisa que o chama de longe; e lá vai ele carregando seu casco humilde, lentamente, para atender a esse apelo secreto...

(BRAGA, Rubem. 200 Crônicas Escolhidas. Círculo do Livro S.A. São Paulo, Brasil – p. 158-159.)

01) Pela descrição do funileiro, é correto afirmar que aquele profissional: (A) Possuía um padrão econômico confortável. (B) Reclamava muito da vida, principalmente nos dias de chuva. (C) Ficara muito triste por ser substituído pelas moças de short. (D) Levava uma vida difícil. (E) N.R.A. 02) O jabuti, segundo o texto: (A) Ao ver uma porta aberta fugia em disparada para a rua. (B) Parecia seguir um ímpeto interior próprio dos da sua espécie. (C) Deita-se de costas, artificiosamente, como meio de defesa. (D) Viveria melhor na rua do que nas dependências da casa. (E) Tem como característica a precisão do salto quando desce os

degraus de uma escada. 03) “Eram mais pungentes e ridículos quando tentavam cantar...” A palavra que NÃO pode substituir o termo “pungente” é: (A) comovente (B) aflito (C) torturante (D) estimulante (E) doloroso 04) A alternativa em que a oração sublinhada expressa oposição é: (A) “... não vai malsatisfeito porque sempre faz algum dinheiro

em nossa esquina.” (B) “Sim, existe um sindicato, mas ele não acredita que valha

de nada. (C) “Uma delas traz uma bola branca e as três ficam a jogá-la

com as mãos na esquina.” (D) “Eram mais pungentes e ridículas quando tentavam cantar

marchinhas de carnaval.” (E) “Se eu os deixasse seguir seriam levados para alguma outra

casa...” 05) Assinale a alternativa em que NÃO há relação entre o pronome destacado e a palavra ou expressão enunciada entre parênteses: (A) “... mas ele não acredita...” 1º§ – (funileiro) (B) “... ficam a jogá-la com as mãos...” 2º§ – (bola) (C) “Ele tocava e os dois cantavam...” 2º§ – (cego) (D) “Se eu os deixasse seguir...” 6º§ – (jabutis) (E) “... alguma coisa que o chama de longe...” 6º§ – (reino

fabuloso)

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06) A frase cujo verbo expressa uma ação no futuro é:

(A) “Uma tem o corpo mais bem traçado que as outras.” (B) “... todos os sambas pareciam iguais...” (C) “Aonde levará essa trilha secreta dos jabutis...” (D) “Mas segue o exemplo de um outro jabuti...” (E) “... certamente perdeu o equilíbrio ao passar da soleira do

portão para a calçada.”

07) Assinale o par de palavras que NÃO tem sua acentuação gráfica justificada com base na mesma regra:

(A) três – até (B) alumínio – escritório (C) detém – parabéns (D) últimos – ridículos (E) caíssem – ruído

08) Dadas as palavras:

1. i-dei-a 2. ca-ís-sem 3. e-cli-psar

Constata-se que a separação silábica está INCORRETA apenas em:

(A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 1, 2 (E) 1, 3

09) Quanto à classe gramatical das palavras sublinhadas, tem-se a correspondência correta em:

(A) “... mas diz que é dura” (1º§) – pronome (B) “Sim existe um sindicato...” (1º§) – preposição (C) “O cego da guitarra já o conheço.” (2º§) – pronome (D) “... acompanhado de uma velha...” (2º§) – adjetivo (E) “Quando encontra uma porta fechada fica esperando.”

(5º§) – advérbio de tempo

10) Esse texto deve ser considerado como:

(A) Descritivo. (B) Narrativo. (C) Dissertativo. (D) Poético. (E) Dramático.

MUNICÍPIO DE SERTANEJA/PR - ADVOGADO

TEXTO: A educação possível A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e

escolas é mais nociva do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos.

Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e

responsáveis lutam com a dependência química de milhares de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.

Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?

É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.

Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.

No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: “cidadania”. O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.

Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de linguística em uma faculdade particular. Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o caderno de chamada, o currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto incapazes de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.

Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos.

(Lya Luft. Veja. 23 de maio de 2007. Adaptado)

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01) O sentido da palavra destacada está devidamente traduzido em:

(A) “hipócrita” (1º§) – bobo (B) “benevolente” (3º§) – benéfica (C) “inócuas” (7º§) – frequentes (D) “desalento” (7º§) – desânimo (E) “em voga” (5º§) – pouco usado

02) Explícita ou implicitamente, as ideias a seguir estão presentes no texto, EXCETO:

(A) O aprendizado do nosso idioma deve preceder o aprendizado de outras línguas.

(B) Péssimas condições na rede física das escolas causam menos mal do que uma educação permissiva, que não impõe limites.

(C) O sucesso da educação depende sobretudo dos políticos. (D) A introdução de computadores nas escolas não é fator

decisivo para o sucesso na educação. (E) O despreparo dos jovens que recebia na faculdade contribuiu

para que a autora abandonasse a profissão de professora universitária.

03) NÃO seria mantido o sentido original do texto se substituíssemos “Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à minha dificuldade de me enquadrar...” (7º§) por:

(A) Meu desgosto pela profissão – a qual depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – provocou em parte a minha dificuldade de me enquadrar.

(B) Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, apesar de gostar do contato com os alunos – foi, em parte, resultado da minha dificuldade de me adaptar.

(C) Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, mesmo gostando do contato com os alunos – deveu-se parcialmente à minha dificuldade de me enquadrar.

(D) Meu desgosto pela profissão – que posteriormente abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu se parcialmente à minha dificuldade de me enquadrar.

(E) Meu desgosto pela profissão – que abandonei posteriormente, embora gostasse do contato com os alunos – foi, em parte, resultado da minha dificuldade de me enquadrar.

04) “Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.” (6º§) De acordo com os termos destacados anteriormente, assinale a alternativa correta:

(A) Somente o primeiro tem valor explicativo. (B) Os dois têm valor conclusivo. (C) Os dois possuem valor explicativo. (D) Somente o segundo tem valor conclusivo. (E) Somente o segundo tem valor explicativo.

MUNICÍPIO DE SERTANEJA/PR - ADVOGADO

TEXTO: Um namorado a essa altura?

Quem é que tem namorado, namorada? Garotada. Antes de casar, de constituir família e cumprir com toda a formalidade, namora-se, e o verbo é de uma delícia de matar de inveja. Namorar, experimentar, entrar em alfa, curtir, viajar, brigar, voltar, se vestir para ele, se exibir para ela, telefonar, enviar torpedos, dar presentinhos, apresentar mãe, pai, amigos, ocultar

ex-ficantes, declarar-se, agarrar-se no cinema, não ter grana para morar junto, ausência dolorosa, ver-se de vez em quando, um dia tem faculdade, no outro se trabalha até mais tarde, quando então? Amanhã à noite, marca-se, aguarda-se. Namorados. Que fase. Depois vêm o casamento, os filhos, as bodas e aquela coisa toda. Dia dos Namorados vira pretexto para mais um jantar num restaurante chique, onde se pagará uma nota pelo vinho. Depois dos 3.782 “te amo” já trocados, mais um, menos um, o coração já não se exalta. Deita-se na mesma cama, o colchão já afundado, transa-se no automático, renovam-se os votos e segue o baile, amanhã estaremos de novo juntos, e depois de amanhã, e depois de depois, até os cem anos. Casados. Bem casados.

Mas namorado, não. Namorar tem frescor, é amor estreado, o choro trancado no quarto, o presente comprado com os trocados, os porta-retratos, os malfadados bichinhos de pelúcia, as camisinhas e todos os cuidados, os “pra sempre” diariamente renovados, namorados. Cada qual no seu quadrado.

Pois outro dia vi uma mulher de 56 anos dar um depoimento engraçado. Disse ela:

– Já fui casada, hoje tenho filhos adultos, um netinho, e um namorado, e me sinto quase retardada. Difícil nessa idade dizer que o que se tem não é um marido, nem mesmo um amante. Que outro nome posso dar a esse homem que vejo três vezes por semana, que me deixa bilhetinhos apaixonados e me liga para dar boa noite quando não está ao meu lado?

Minha senhora, é um namorado. Por mais fora de esquadro.

O que poderia ser constrangedor agora é um fato. Namora-se antes do casamento e depois. Com a vantagem de os namoros da meia-idade dispensarem ultimatos.

(Martha Medeiros/Fragmento/Revista O Globo)

01) Sobre o texto “Um namorado a essa altura?” analise: II Infere-se do texto que os namoros da meia-idade dispensam

ultimatos. IIII Com o casamento, o Dia dos Namorados é um pretexto para

mais um jantar num restaurante chique. IIIIII Namorar é amor estreado e os “pra sempre” são diariamente

renovados. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I, III (B) II, III (C) I (D) II (E) I, II, III 02) “Minha senhora, é um namorado.” A vírgula apresentada no trecho anterior é utilizada para: (A) Separar termos coordenados assindéticos. (B) Marcar a omissão de um verbo. (C) Separar o aposto intercalado. (D) Marcar o vocativo. (E) Marcar termos deslocados. 03) De acordo com o texto, é correto afirmar que: (A) Antes de casar e de constituir família, namora-se. (B) No namoro, o coração não se exalta. (C) Hoje em dia, namora-se apenas antes do casamento. (D) Namorar é estar bem casado. (E) Renovam-se os votos no namoro.

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04) “Mas namorado, não.” A palavra destacada anteriormente exprime ideia de:

(A) Adição, soma. (B) Oposição, adversidade. (C) Justificação, confirmação. (D) Condição. (E) Finalidade.

MUNICÍPIO DE SANTA MARIA MADALENA/RJ - ADVOGADO

TEXTO: A educação possível A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e

escolas é mais nociva do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos.

Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.

Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?

É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.

Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.

No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: “cidadania”.

O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria,

sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.

Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de linguística em uma faculdade particular. Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o caderno de chamada, o currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto incapazes de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.

Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos.

(Lya Luft. Veja. 23 de maio de 2007. Adaptado)

01) O sentido da palavra destacada está devidamente traduzido em: (A) “hipócrita” (1º§) – bobo (B) “benevolente” (3º§) – benéfica (C) “inócuas” (7º§) – freqüentes (D) “desalento” (7º§) – desânimo (E) “em voga” (5º§) – pouco usado 02) Explícita ou implicitamente, as ideias a seguir estão presentes no texto, EXCETO:

(A) O aprendizado do nosso idioma deve preceder o aprendizado de outras línguas.

(B) Péssimas condições na rede física das escolas causam menos mal do que uma educação permissiva, que não impõe limites.

(C) O sucesso da educação depende sobretudo dos políticos. (D) A introdução de computadores nas escolas não é fator

decisivo para o sucesso na educação. (E) O despreparo dos jovens que recebia na faculdade contribuiu

para que a autora abandonasse a profissão de professora universitária.

03) NÃO seria mantido o sentido original do texto se substituíssemos “Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à minha dificuldade de me enquadrar...” (7º§) por: (A) Meu desgosto pela profissão – a qual depois abandonei,

embora gostasse do contato com os alunos – provocou em parte a minha dificuldade de me enquadrar.

(B) Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, apesar de gostar do contato com os alunos – foi, em parte, resultado da minha dificuldade de me adaptar.

(C) Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, mesmo gostando do contato com os alunos – deveu-se parcialmente à minha dificuldade de me enquadrar.

(D) Meu desgosto pela profissão – que posteriormente abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu se parcialmente à minha dificuldade de me enquadrar.

(E) Meu desgosto pela profissão – que abandonei posteriormente, embora gostasse do contato com os alunos – foi, em parte, resultado da minha dificuldade de me enquadrar.

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04) “Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.” (6º§) De acordo com os termos destacados anteriormente, assinale a alternativa correta:

(A) Somente o primeiro tem valor explicativo. (B) Somente o segundo tem valor conclusivo. (C) Os dois têm valor conclusivo. (D) Somente o segundo tem valor explicativo. (E) Os dois possuem valor explicativo.

05) Os termos destacados a seguir constituem elementos coesivos por retomarem termos ou ideias anteriormente registrados, EXCETO:

(A) “Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo...” (1º§)

(B) “... na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos ganhos,...” (1º§)

(C) “... que depois abandonei,...” (7º§) (D) “Dizem que nossa economia floresce,...” (8º§) (E) “Infelizmente, isso depende dos políticos,...” (8º§)

06) A análise dos elementos destacados está INCORRETA em:

(A) “... onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo...” (1º§) – objeto direto

(B) “...de que seus atos repercutem,...” (1º§) – oração subordinada substantiva completiva nominal

(C) “Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples.” (8º§) – objeto direto

(D) “Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens...” (7º§) – objeto direto

(E) “... que nossa economia floresce,...” (8º§) – oração subordinada substantiva objetiva direta

07) No trecho “... que independe de computadores:” (3º§), a expressão em destaque exerce a mesma função sintática que a expressão sublinhada em:

(A) “Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias,...” (3º§)

(B) “A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas...” (3º§)

(C) “Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si...” (4º§)

(D) “Fui por dez anos titular de linguística em uma faculdade particular.” (7º§)

(E) “... e em parte ao desalento.” (7º§)

08) Em “...saibamos ensinar aos alunos o mais elementar,...” (3º§), o verbo destacado é:

(A) Transitivo direto. (B) Transitivo indireto. (C) Intransitivo. (D) De ligação. (E) Transitivo direto e indireto.

09) Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:

( ) Em “... enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes,...” (1º§), a expressão destacada indica tempo.

( ) Em “Dizem que nossa economia floresce,...” (8º§), a autora faz uso da linguagem conotativa. ( ) Em “só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.” (4º§), os termos destacados indicam condição. ( ) A eliminação das vírgulas altera o sentido do trecho: “No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar.” (5º§) ( ) Em “... mas a cultura, senhores, que inclui a educação...” (8º§), o uso da vírgula é facultativo. A sequência está correta em: (A) F, V, V, F, F (B) V, V, V, F, F (C) V, V, F, V, F (D) F, F, V, F, F (E) F, V, F, V, F 10) Analise as afirmativas: II Em “... desde que, muito mais e acima disso, saibamos

ensinar aos alunos o mais elementar,...” (3º§), a expressão destacada indica condição.

IIII A coerência, o sentido original do texto e a correção gramatical serão mantidos caso se substitua “... portanto incapazes de assimilar e discutir teorias.” (7º§) por “portanto incapazes de assimilar teorias e discuti-las.”

IIIIII A forma verbal “queira” (1º§) foi empregada no presente do indicativo, porque a forma verbal anterior a ela também está no presente.

IIVV O trecho “... como se preparam crianças e adolescentes...” (2º§) equivale a “... como crianças e adolescentes são preparados...”

Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s): (A) I, II, III (B) I, II, IV (C) II, III (D) III, IV (E) IV

MUNICÍPIO DE SANTA MARIA MADALENA/RJ – AGENTE ADM.

TEXTO: A vuvuzela é o som do universo

Na abertura da Copa do Mundo, fiquei comovido quando vi a seleção da África do Sul cantando e dançando na saída do vestiário, antes do jogo contra o México. Foi a primeira impressão, e vou guardar.

Os jogadores se preparavam para entrar em campo, e eu imaginava a torcida inteira cantando. Imaginava todos dançando. Que adversário não se abalaria?

Mas dentro do estádio globalizado, um som monótono surge, abafando todos os demais. A vuvuzela.

Nenhum canto se ouviu, nenhuma voz se levantou. Nem Mandela, por uma fatalidade, apareceu. E a África me pareceu menos alegre.

Talvez eu não tenha entendido o sentido. Não tenha captado a mensagem subliminar por trás do zumbido incessante. O ato revolucionário. Confesso que não vi.

Poderia imaginar uma conspiração de ultradireita. Uma sórdida distribuição de milhões de vuvuzelas. Um plano diabólico

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contra a Mãe África. Uma conspiração monoteísta. Mas não imaginei.

Talvez uma nova forma de comunicação, uma língua universal. Coliseu futurista de “Guerra nas Estrelas”. Insetos mutantes. Nada.

A Copa esquentou e, aos poucos, vou me acostumando. Só tenho ouvidos para o sopro das cornetas. Meu corpo acorda trêmulo, e só relaxo quando tomo um gole de café com vuvuzelas matinais. Meu coração anestesiado já joga do lado dos vencedores.

Atordoado e confuso me rendi. O som da vuvuzela é o som do Universo. Um mantra cósmico embalando o mundo da bola. Da bola Jabulani. Milagre tecnológico e triunfo da ciência sobre os goleiros.

A zebra nunca correu tão solta, e a América do Sul parece um rolo compressor. As holandesas continuam lindas, e os árbitros errando.

O mundo inteiro pode ver, rever, discutir. A Fifa tem uma parafernália digital à disposição de

todos. Nada escapa aos olhos do Big Brother. Mas ao árbitro nada. Precisamos de alguém para levar a culpa, e a culpa é do juiz, do goleiro ou do Dunga.

Mas a culpa pode ser minha, caso não vista a mesma camisa em todos os jogos. E, refém da minha razão esotérica, paro de escrever e vou procurá-la, no meio de outros panos desprovidos de valor sobrenatural.

Não sei se o Brasil venceu a Holanda. Não posso prever o futuro, nem me atrevo a dar palpite. Os deuses do futebol são imprevisíveis, e a verdade virá no apito final.

No dia 11 de julho, um país vai levantar a taça e a história vai falar dos vencedores, dos artilheiros das grandes jogadas.

Heróis serão recebidos por uma massa. Festa por todos os cantos de algum país campeão do mundo.

E a vida segue. Mas na memória também fica a nobreza africana

codificada pelo canto dos Bafana Bafana. (Rodrigo Maranhão/Revista O Globo, 24/07/2010)

01) Sobre o texto, analise:

II Trata-se do mundo se embalando com a bola Jabulani. IIII Infere-se que a vuvuzela é uma forma de comunicação, uma

língua universal. IIIIII Informa que os deuses do futebol são imprevisíveis.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) I, II (B) I, II, III (C) III (D) II (E) II, III

02) “O mundo inteiro pode ver, rever, discutir.” As vírgulas foram utilizadas nesse trecho para:

(A) Separar expressões de caráter explicativo. (B) Marcar termos coordenados assindéticos. (C) Indicar uma pausa de longa duração. (D) Separar orações intercaladas. (E) Marcar o aposto intercalado.

03) “Mas a culpa pode ser minha, caso não vista a mesma camisa em todos os jogos.” A palavra destacada anteriormente denota ideia de:

(A) Condição.

(B) Tempo. (C) Alternância, escolha. (D) Soma, adição. (E) Conclusão. 04) Sobre o texto “A vuvuzela é o som do universo”, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas: ( ) Precisamos de alguém para levar a culpa, e a culpa é do juiz, do goleiro ou do Dunga. ( ) A seleção da África do Sul cantou e dançou na saída do vestiário, antes do jogo contra o México. ( ) As holandesas continuam lindas, e os árbitros errando. A sequência está correta em: (A) F, F, V (B) V, F, V (C) V, V, F (D) V, V, V (E) F, V, F 05) De acordo com o texto, sobre a vuvuzela, analise: I. Apresenta um som monótono, que abafa todos os demais sons. II. É um zumbido incessante. III. É o som do universo. IV. Parece um rolo compressor. Estão corretas apenas as afirmativas: (A) I, II, III, IV (B) I, II (C) III, IV (D) II, III (E) I, II, III 06) Assinale a afirmativa que apresenta a concordância adequada: (A) Os jogadores ficaram alertas. (B) Havia bastante razões para ele jogar. (C) Ela estava meio preocupada com o resultado do jogo. (D) Mais de um avião caíram no mar. (E) Bebida alcoólica é proibida para menores. 07) Há ERRO quanto ao uso da crase na seguinte afirmativa: (A) Entreguei a vuvuzela àquele homem. (B) Pagou tudo à holandesa. (C) Ele perdoou à mulher. (D) Ficamos frente à frente com a torcida. (E) Sempre que visitava o estádio dirigia-se à mesma pessoa. 08) “Atordoado e confuso me rendi.” A palavra destacada anteriormente apresenta como significado correto: (A) Lamentável, detestável. (B) Estar na dependência, estar subordinado. (C) Uso, costume. (D) Quem coloca a beleza acima de tudo. (E) Perturbado, perplexo. 09) Assinale a afirmativa grafada corretamente: (A) Lemos a notícia na seção de esportes. (B) Ela voltará daqui há um ano. (C) Era um mal jogador de futebol.

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(D) Onde você vai? (E) Porque ele faltou à reunião?

10) Assinale a alternativa INCORRETA quanto à regência:

(A) Chegamos finalmente ao colégio. (B) Sua atitude implicará demissão. (C) Ela namora com uma aluna do segundo ano. (D) Eles eram fiéis ao amigo. (E) O presidente assiste em Brasília.

MUNICÍPIO DE SÃO LEOPOLDO/RS - PROCURADOR

TEXTO: A urna e a escola

A parte menos informada do eleitorado é em tese a mais sujeita à manipulação. Isso é um problema para a democracia porque, segundo escreveu o cientista político Leonardo Barreto na Folha de S. Paulo, “ela é um sistema interminável que funciona na base da tentativa e erro: punindo os políticos ruins e premiando os bons”. O melhor da frase de Barreto é a classificação da democracia como um “sistema interminável”. Ela não fecha. Quem fecha, e afirma-se como ponto final das possibilidades de boa condução das sociedades, é a ditadura. Por sua própria natureza, a democracia convida a um perpétuo exercício de reavaliação. Isso quer dizer que, para bem funcionar, exige crítica. Ora, mais apto a exercer a crítica é em tese – sempre em tese – quem passou pela escola.

Como resolver o problema do precário nível educacional do eleitorado? Solução fácil e cirúrgica seria extirpar suas camadas iletradas. Cassem-se os direitos políticos dos analfabetos e semianalfabetos e pronto: cortou-se o mal pela raiz. A história eleitoral do Brasil é um desfile de cassações a parcelas da população. No período colonial, só podiam eleger e ser eleitos os “homens bons”, curiosa e maliciosa expressão que transpõe um conceito moral – o de “bom” – para uma posição social. “Homens bons” eram os que não tinham o “sangue infecto” – não eram judeus, mouros, negros, índios nem exerciam “ofício mecânico” – não eram camponeses, artesãos nem viviam de alguma outra atividade manual. Sobravam os nobres representantes da classe dos proprietários e poucos mais. No período imperial, o critério era a renda; só votava quem a usufruísse a partir de certo mínimo. As mulheres só ganharam direito de voto em 1932. Os analfabetos, em 1985. Sim, cassar parte do eleitorado se encaixaria na tradição brasileira. Mas, ao mesmo tempo – que pena –, atentaria contra a democracia. Esta será tão mais efetiva quanto menos restrições contiver à participação popular. Quanto mais restrições, mais restritiva será ela própria.

Outra solução, menos brutal, e por isso mesmo advogada, esta, sim, amplamente, é a conversão do voto obrigatório em voluntário. A suposição é que as camadas menos educadas são as mais desinteressadas das eleições. Portanto, seriam as primeiras a desertar. O raciocínio é discutível. Por um lado, o ambiente em que se pode ou não votar pode revelar-se muito mais favorável à arregimentação de eleitores em troca de favores, ou a forçá-los a comparecer às urnas mediante ameaça. Por outro, a atração da praia, do clube ou da viagem, se a eleição cai num dia de sol, pode revelar-se irresistível a ponto de sacrificar o voto mesmo entre os mais bem informados. A conclusão é que o problema não está no eleitorado. Não é nele que se deve mexer. Tê-lo numeroso e abrangente é uma conquista da democracia brasileira. O problema está na outra ponta – a da escola. Não tê-la, ou tê-la em precária condição, eis o entrave dos entraves, o que expõe o Brasil ao atraso e ao vexame.

(Roberto Pompeu de Toledo. Revista Veja, 28 de julho de 2010, ed. 2175, p. 162. Fragmento, com adaptações)

01) Em relação ao texto, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) Em “Isso é um problema” (1º§), o termo “isso” retoma a ideia expressa no período antecedente.

(B) No primeiro parágrafo, em “Ela não fecha”, o termo “ela” constitui um recurso coesivo que, ao retomar uma expressão do período antecedente, ocupa o lugar de agente da forma verbal “fecha”.

(C) Em “eram os que não tinham” (2º§), causa-se alteração de sentido ao se substituir o termo “os” por aqueles.

(D) A vírgula em “Os analfabetos, em 1985.” (2º§) justifica-se por marcar a elipse de termos da oração anterior.

(E) Em “a da escola” (3º§), há um recurso coesivo: a omissão de palavra anteriormente citada, que pode ser facilmente subentendida.

02) A respeito das estruturas e dos sentidos do texto, assinale a alternativa INCORRETA: (A) A substituição de “Cassem-se os direitos políticos” (2º§) por

“Se cassem os direitos políticos” transgrediria as exigências da norma culta escrita em seu padrão formal.

(B) Em “sobravam os nobres” (2º§), por estar anteposto ao sujeito, o verbo “sobravam” também poderia, sem ferir a concordância, estar no singular.

(C) O trecho “e afirma-se como ponto final” (1º§) poderia ser alterado para “e se afirma como ponto final.”

(D) A palavra “discutível” (3º§) indica que o raciocínio é “incerto”.

(E) Em “Não é nele que se deve mexer” (3º§), a palavra destacada, que aglutina preposição e pronome, confere coesão ao texto por referir-se à expressão “eleitorado”, registrada anteriormente.

03) A substituição das palavras grifadas pelo pronome está INCORRETA em:

(A) “que transpõe um conceito moral” – que o transpõe. (B) “exige crítica” – exige-a. (C) “o que expõe o Brasil” – o que o expõe. (D) “seria extirpar suas camadas iletradas” – seria extirpar-

lhes. (E) “mais apto a exercer a crítica” – mais apto a exercê-la. 04) Haverá alteração de informações originais ou transgressão às normas gramaticais, caso se substitua:

(A) “extirpar” (2º§) por instruir. (B) “cassações” (2º§) por anulações. (C) “transpõe” (2º§) por ultrapassa. (D) “desertar” (3º§) por ausentar-se. (E) “entrave” (3º§) por obstáculo. 05) Com base no texto, analise:

II O fato de haver eleitores menos informados e sujeitos à manipulação constitui um problema para a democracia.

IIII O autor aponta como melhor solução para resolver o problema do precário nível educacional do eleitorado tornar o voto voluntário.

IIIIII Quaisquer restrições à participação popular atentam contra a democracia.

IIVV Pode-se realmente afirmar que, em caso de ser o voto voluntário, muitas das pessoas que deixariam de votar seriam as que pertencem às camadas menos educadas da população.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) I, II (B) IV (C) I, III (D) I, III, IV (E) III

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06) A expressão destacada está corretamente analisada em:

(A) “cortou-se o mal pela raiz” (2º§) (agente da passiva) (B) “só podiam eleger e ser eleitos os ‘homens bons’” (2º§)

(objeto direto) (C) “a mais sujeita à manipulação” (1º§) (objeto indireto) (D) “exige crítica” (1º§) (sujeito) (E) “No período colonial” (2º§) (adjunto adverbial de tempo)

07) Em “Portanto, seriam as primeiras a desertar”, a expressão destacada indica:

(A) Explicação. (B) Adição. (C) Condição. (D) Causa. (E) Conclusão.

08) No texto, não se provoca erro ou alteração de sentido ao se:

(A) Inserir uma vírgula antes e outra depois da expressão “em tese” (1º§).

(B) Inserir uma vírgula depois da expressão “em tese” (1º§). (C) Colocar “é em tese” entre vírgulas. (1º§). (D) Eliminar a vírgula depois da palavra “funcionar”. (1º§). (E) Colocar uma vírgula depois do termo “conclusão” em “A

conclusão é que o problema não está no eleitorado.” (3º§).

09) Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO pertence à mesma classe gramatical dos demais:

(A) “camadas iletradas” (2º§) (B) “direitos políticos” (2º§) (C) “perpétuo exercício” (1º§) (D) “ofício mecânico” (2º§) (E) “precária condição” (3º§)

10) Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:

( ) Em “a partir de certo mínimo” o uso do acento grave indicador da crase é facultativo, sendo também correto registrar à partir. ( ) Podemos substituir “o ambiente em que se pode ou não votar” (3º§) por o ambiente no qual votar é facultativo. ( ) Em “Cassem-se os direitos políticos dos analfabetos e dos semianalfabetos e pronto”, a forma verbal destacada pertence ao modo subjuntivo.

A sequência está correta em:

(A) V, F, V (B) V, V, F (C) F, F, V (D) F, V, F (E) V, F, F

MUNICÍPIO DE SÃO LEOPOLDO/RS – AGENTE ADMINISTRATIVO III

TEXTO: Normose

Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito “normal” é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se

“normaliza” acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?

Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha “presença” através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.

A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a autodepreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de autoestima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu “normal” e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.

Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.

(Martha Medeiros, Jornal Zero Hora – Porto Alegre/RS, 05/08/2007)

01) De acordo com as ideias apresentadas no texto, analise: II A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera

bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.

IIII Não é necessário fazer cursos para aprender a se desapegar de exigências fictícias.

IIIIII A autora do texto simpatiza cada vez mais com quem ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): (A) II (B) I, II, III (C) I, III (D) II, III (E) I 02) De acordo com o texto, sobre a normose, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas: ( ) A normose estimula a inveja, a autodepreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. ( ) A normose não é brincadeira. ( ) A normose é a doença de ser normal. A sequência está correta em: (A) F, V, F (B) V, V, F (C) V, V, V (D) F, F, V (E) V, F, V

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03) “Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.” O pronome destacado refere-se à terceira pessoa do discurso de modo vago e indeterminado. Trata-se de:

(A) Pronome relativo. (B) Pronome demonstrativo. (C) Pronome interrogativo. (D) Pronome possessivo. (E) Pronome indefinido.

04) No trecho Quem não se “normaliza” acaba adoecendo, as aspas (“ ”) foram utilizadas para:

(A) Realçar palavras estrangeiras que se deseja por uma evidência.

(B) Indicar reprodução literal. (C) Exprimir surpresa, espanto, indignação. (D) Encerrar a período. (E) Realçar palavras ou expressões irônicas, em sentido

figurado.

05) “O normal de cada um tem que ser original.” A palavra destacada anteriormente apresenta como significado correto:

(A) Habitual, natural. (B) Falsificação, adulteração. (C) Retidão, imparcialidade. (D) Que tem caráter próprio, que não procura imitar nem seguir

ninguém; novo. (E) Franqueza, lealdade.

06) “E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.” A palavra destacada exprime ideia de:

(A) Alternância. (B) Adversidade. (C) Justificação, confirmação. (D) Soma, adição. (E) Conclusão.

07) Assinale a afirmativa que apresenta a forma verbal adequada:

(A) Vossa Excelência pediu calma. (B) Mais de dois alunos faltou. (C) Deu duas horas no relógio da igreja. (D) Haviam sérios compromissos. (E) Faziam cinco anos que ele não vinha a São Paulo.

08) Assinale a afirmativa que apresenta INCORREÇÃO quanto à regência:

(A) Pedro está alheio a tudo. (B) Não abdicarei dos meus direitos. (C) O convite não lhe agradou. (D) Ele tem aversão à altura. (E) Agradeci os diretores.

09) Assinale a afirmativa em que o uso da crase é facultativo:

(A) Sairei às duas horas da tarde. (B) Refiro-me à Carla Regina. (C) À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar

aqui. (D) Chegamos cedo à casa de meu pai. (E) Temos amor à arte.

10) “As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal.” Assinale a alternativa que apresenta uma oração sem sujeito: (A) Bateram à porta. (B) Abolimos todas as regras. (C) Amanheceu repentinamente. (D) Andam espalhando boatos a meu respeito. (E) Ele já chegou.

CESAN/ES – ADVOGADO

A culpa é de Deus ou dos homens?

Entra ano sai ano, as tempestades de verão continuam atormentando a vida de milhares de pessoas nos estados do sul e sudeste do país. Neste verão, a tragédia maior se concentrou na região serrana do Rio de Janeiro, castigando com maior intensidade o município de Nova Friburgo, onde centenas de pessoas perderam suas vidas e milhares viram suas casas serem literalmente arrastadas pela enxurrada.

Sabemos que as enchentes não são um privilégio do Brasil, pois o noticiário internacional também nos mostra tragédias semelhantes em países como Austrália, Indonésia, Filipinas e outros. Mas o que nos distingue é o elevado número de mortes ocasionadas pelas enchentes e desabamentos. Na Austrália, por exemplo, onde uma cidade inteira ficou praticamente submersa, as mortes não chegaram a três dezenas, o que é quase nada comparado às centenas que ocorreram no estado do Rio de Janeiro. Essa diferença decorre basicamente, em nossa opinião, de dois fatores: primeiro, que na Austrália o sistema de alerta e prevenção funciona muito melhor do que no Brasil; segundo, que a ocupação territorial por lá se dá de forma mais racional e planejada.

No Brasil, infelizmente não é prática corrente se realizar estudos geotécnicos do terreno antes de se erguer construções, principalmente quando se trata de residências. Portanto, não se conhece com rigor as características do solo, sua estabilidade e outros fatores que são essenciais para garantir solidez às construções. Caso fizessem tais estudos, as pessoas poderiam saber que existem áreas onde absolutamente não se pode construir. Da mesma forma, costuma-se, ao se projetar construções, fazer a terraplanagem do terreno, modificando-se a topografia que foi moldada, durante anos, pela ação dos ventos e da água. As consequências disso são facilmente previsíveis: ao se fazer a terraplanagem, o solo que era firme fica solto. E por mais que se faça compactação – o que não ocorre, pelo menos em empreendimentos residenciais – ainda assim o solo não fica com a estabilidade que tinha antes de ser aplainado. Convém lembrar, também, que a terraplanagem retira tudo o que é mata e raiz do terreno, contribuindo para aumentar a instabilidade do solo. Cria-se, assim, o ambiente propício para a erosão e o carreamento de sólidos para os mananciais, provocando o seu assoreamento, o que facilita as enchentes, já que a água não escoa com a mesma facilidade de antes.

Portanto, embora as pessoas comuns tendam a atribuir tais tragédias à fúria divina, na verdade elas deveriam questionar a si próprias se não são elas mesmas responsáveis por suas mazelas. É claro que uma parcela da culpa cabe ao poder público, que tem a responsabilidade de zelar pelo correto ordenamento territorial. Parece-nos absurdo que em pleno século XXI o Brasil não tenha precisamente definidas as áreas de risco, pelo menos nos aglomerados urbanos, para que possa coibir a sua ocupação. Também nos parece lamentável que o poder público faça vistas grossas à especulação imobiliária desenfreada que coloca em risco a vida de milhares de pessoas. E nos surpreende que não se tenha, pelo menos em áreas onde é comum a ocorrência das tempestades de verão, um sistema de alerta e prevenção que

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possibilite a evacuação rápida das populações dessas áreas de risco.

(Francisco Alves. Revista Saneamento Ambiental – Ano XX – nº. 152 – Novembro/Dezembro – 2010)

01) Na frase “... embora as pessoas comuns tendam a atribuir tais tragédias à fúria divina...” (4º§), observa-se a utilização do sinal indicativo de crase. A utilização desse mesmo sinal também é obrigatória em:

(A) As pessoas assistiram a tragédia, desesperados. (B) É preciso que a Defesa Civil informe a todos sobre a

iminência de temporais. (C) As pessoas comuns tendem a atribuir as grandes tragédias a

Deus. (D) As tempestades começam a ocorrer no mês de dezembro. (E) É preciso lembrar a eles da necessidade de se protegerem

dos temporais.

02) Com relação ao significado das palavras empregadas no texto, todas as alternativas estão corretas, EXCETO:

(A) “... as tempestades de verão continuam atormentando a vida de milhares de pessoas...” (1º§) – afligindo

(B) “... pessoas viram suas casas serem literalmente arrastadas pela enxurrada.” (1º§) – verdadeiramente

(C) “Sabemos que as enchentes não são um privilégio do Brasil...” (2º§) – sortilégio

(D) “... se não são elas mesmas responsáveis por suas mazelas.” (4º§) – aborrecimentos

(E) “... para que possa coibir a sua ocupação.” (4º§) – impedir

03) As palavras sublinhadas, nas frases a seguir, possuem o mesmo valor semântico, EXCETO:

(A) “Neste verão, a tragédia maior se concentrou na região serrana do Rio de Janeiro...”

(B) “... a ocupação territorial por lá se dá de forma mais racional e planejada.”

(C) “No Brasil, infelizmente não é prática corrente se realizar estudos geotécnicos do terreno...”

(D) “E por mais que se faça compactação...” (E) “... elas deveriam questionar a si próprias se não são elas

mesmas responsáveis por suas mazelas.”

04) Em “Portanto, não se conhece com rigor as características do solo, sua estabilidade e outros fatores...” (3º§), a palavra sublinhada tem valor semântico de:

(A) Comparação. (B) Causa. (C) Conformidade. (D) Conclusão. (E) Concessão.

05) Segundo o texto:

(A) A terraplanagem é a ação primordial para se preparar o terreno antes de qualquer tipo de construção.

(B) Realizar a terraplanagem pouco adianta se não for feita a compactação do terreno, fator que garante a construção segura.

(C) A terraplanagem deixa o solo vulnerável, mas aliada ao estudo geotécnico pode ser feita de forma que assegure uma construção satisfatória.

(D) O estudo geotécnico é o estudo imprescindível para se conhecer efetivamente as condições do solo que garantem solidez às construções.

(E) O estudo geotécnico garante a reestruturação do solo danificada, durante anos, pela ação dos ventos e da água.

06) De acordo com o suporte/veículo em que o texto foi publicado, podemos classificá-lo quanto à tipologia textual como: (A) Instrucional. (B) Narrativo-poético. (C) Carta argumentativa. (D) Publicitário. (E) Artigo de opinião. 07) “Entra ano sai ano, as tempestades de verão continuam atormentando a vida de milhares de pessoas nos estados do sul e sudeste do país.” O excerto anterior constitui um exemplo de figura de linguagem denominada: (A) Paronomásia. (B) Antonomásia. (C) Perífrase. (D) Metonímia. (E) Prosopopeia. 08) “Mas o que nos distingue é o elevado...” A palavra que possui o sentido oposto de “distingue” é: (A) Separa. (B) Divide. (C) Confunde. (D) Iguala. (E) Discrimina. 09) “[...] que foi moldada, durante anos, pela ação dos ventos e da água.” Se pluralizarmos o vocábulo em destaque obteremos a forma “ações”. A alternativa que contém um

vocábulo que admite duas formas de plural é: (A) Construção. (B) Verão. (C) Cidadão. (D) Especulação. (E) Região. 10) O autor do texto atribui as tragédias de verão: (A) Ao poder divino, sendo o homem o único castigado. (B) À irresponsabilidade restrita do poder público que deveria

zelar pelo bem do povo. (C) À estrutura precária das construções. (D) Em parte ao próprio povo (construtores, habitantes) e ao

poder público que não toma medidas de prevenção. (E) À irresponsabilidade dos geotécnicos que omitem dados

importantes, permitindo construções em áreas de risco.

AUTOR E ORGANIZADOR:

GILBER BOTELHO (Servidor da Secretária de Educação) é professor de Gramática, Texto e Redação Oficial no Gran Cursos e nos principais cursos preparatórios de Brasília.

E- MAIL: [email protected] Facebook: [email protected] Twitter: @gilber_botelho Blog: http://gilberbotelho.blogspot.com

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CESAN/ES – APOIO ADMINISTRATIVO

A arca do tesouro da biologia

A maioria das pessoas vive a ilusão de que o planeta funciona exclusivamente como um sistema físico, no qual condições climáticas adequadas permitiram o surgimento e a manutenção da vida. Na realidade, a terra possui outro sistema vital, o biológico. Um depende do outro, e os dois são intimamente interligados. Os níveis anormais de gases do efeito estufa na atmosfera em relação aos da era pré-industrial causaram um aumento de 0,75 grau na temperatura do planeta. Esses gases são consequência do distúrbio promovido pelo homem na biologia do planeta: da queima, simultânea em toda a terra, de produtos provenientes da biologia antiga, como carvão, petróleo e gás. Também são resultantes, em quantidade aproximadamente igual, da destruição e da degradação de ecossistemas modernos.

A Amazônia é um elemento fundamental para os dois sistemas, tanto os de escala planetária quanto os da América do Sul. A floresta também é imprescindível para o futuro do Brasil, pelos seus vínculos negativos e positivos com as mudanças climáticas globais e também pelos seus enlaces com o clima regional. À medida que o Brasil e o mundo começam a eleger bens e serviços ecológicos como as melhores opções para uma economia sustentável e para o bemestar humano, aumentam as promessas de preservação e de cuidado com a floresta. Entender a importância da Amazônia para o Brasil e para o mundo deverá ser o aspecto central para o desenvolvimento de uma política para a região.

Nos últimos anos, o Brasil avançou muito na redução do desmatamento da Amazônia, e é essencial que esses esforços e que a redução continuem. No passado, o índice de desmatamento flutuou sob a influência de vários fatores, como preços de commodities e vontade política. Há muito em jogo para permitir o declínio dessa tendência promissora. Pagar pelos serviços prestados pela floresta em termos de armazenagem e sequestro de carbono para fins climáticos é uma saída para impedir que haja mais degradação.

Chegou a hora de construir sobre os avanços já conseguidos, de desenvolver uma nova política sustentável e de grande alcance para a floresta – uma política que garanta a importância da Amazônia para o Brasil e para o resto do mundo.

(Thomas Lovejoy, VEJA – Edição Especial, dez. 2010 / Fragmento)

01) De acordo com o texto de Thomas Lovejoy, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:

( ) É necessário entender a importância da floresta Amazônica para o Brasil e para o mundo. ( ) Os níveis anormais de gases do efeito estufa na atmosfera causaram aumento na temperatura do planeta. ( ) É essencial que a redução do desmatamento da Amazônia continue.

A sequência está correta em:

(A) V, V, F (B) F, F, V (C) V, F, V (D) F, V, F (E) V, V, V

02) Infere-se do texto que a floresta Amazônica:

(A) Apresenta condições climáticas adequadas. (B) É imprescindível para o futuro do Brasil.

(C) Nos últimos anos, o Brasil contribuiu para o aumento do desmatamento da Amazônia.

(D) Não há saída para impedir que haja mais degradação da floresta.

(E) As promessas de preservação e de cuidado com a floresta diminuíram.

03) Em “Há muito em jogo para permitir o declínio dessa tendência promissora.” a palavra destacada apresenta como significado correto: (A) Abundante. (B) Profunda. (C) Deserta. (D) Lamentável. (E) Próspera. 04) Em “Esses gases são consequência do distúrbio promovido pelo homem na biologia do planeta: da queima, simultânea em toda a terra, de produtos provenientes da biologia antiga, como carvão, petróleo e gás.” os dois pontos (:) foram utilizados para: (A) Dar início a fala no diálogo. (B) Separar itens de uma enumeração. (C) Iniciar uma sequência que explica uma ideia anterior. (D) Substituir a dupla vírgula. (E) Marcar a omissão do verbo. 05) Assinale a alternativa que relaciona INCORRETAMENTE as classes de palavras: (A) “Entender a importância da Amazônia para o Brasil...”

(preposição) (B) “Também são resultantes, em quantidade aproximadamente

igual,...” (adjetivo) (C) “Chegou a hora de construir sobre os avanços já

conseguidos,...” (advérbio) (D) “No passado, o índice de desmatamento flutuou...”

(substantivo) (E) “Um depende do outro, e...” (verbo) 06) A acentuação das palavras está corretamente justificada em: (A) também: paroxítona terminada em “em”. (B) físico: proparoxítona. (C) índice: paroxítona terminada em ditongo. (D) há: monossílaba átona. (E) sustentável: oxítona terminada em “l”. 07) Assinale a afirmativa INCORRETA quanto à regência: (A) Chegamos finalmente ao Brasil. (B) Todos os males procedem da mudança climática. (C) Os biólogos assistiram ao filme. (D) O indígena assiste na floresta Amazônica. (E) Entrou e saiu da floresta. 08) A palavra “ecossistema” apresenta: (A) Dígrafo. (B) Hiato. (C) Tritongo. (D) Ditongo crescente. (E) Encontro vocálico.

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09) “À medida que o Brasil e o mundo começam a eleger bens e serviços ecológicos...” A expressão destacada anteriormente exprime circunstância de:

(A) Tempo. (B) Adequação. (C) Proporção. (D) Comparação. (E) Causa.

10) Quanto à concordância nominal, assinale a afirmativa INCORRETA:

(A) Havia menos desmatamento na floresta. (B) Bastantes gases causaram aumento na temperatura do

planeta. (C) É proibida a devastação da floresta Amazônica. (D) Os biólogos tinham iniciado a pesquisa. (E) Nós próprio fizemos o pedido.

CFN – ADVOGADO

TEXTO:

Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência, os antigos gregos costumavam consultar os deuses (naquela época, não havia psicanalistas). Para isso, existiam os oráculos – locais sagrados onde os seres imortais se manifestavam, devidamente encarnados em suas sacerdotisas. Certa vez, talvez por brincadeira, um ateniense perguntou ao conceituado oráculo de Delfos se haveria na Grécia alguém mais sábio que o esquisitão Sócrates. A resposta foi sumária: “Não”.

O inesperado elogio divino chegou aos ouvidos de Sócrates, causando-lhe uma profunda sensação de estranheza. Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um grande sábio. Pelo contrário: considerava-se tão ignorante quanto o resto da humanidade. Após muito meditar sobre as palavras do oráculo, Sócrates chegou à conclusão de que mudaria sua vida (e a história do pensamento). Se ele era o homem mais sábio da Grécia, então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. Para colocar à prova sua descoberta, ele foi ter com um dos figurões intelectuais da época. Após algumas horas de conversa, percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia. E concluiu: “Mais sábio que esse homem eu sou. É provável que nenhum de nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um tantinho mais sábio que ele exatamente por não supor saber o que não sei”. A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria humana – e não havia melhor palco para essa empreitada que a vaidosíssima Atenas. Em suas próprias palavras, ele se tornou um “vagabundo loquaz” – uma usina ambulante de insolência iluminadora, movida pelo célebre bordão que Sócrates legou à posteridade: “Só sei que nada sei”.

Para sua tarefa audaz, Sócrates empregou o método aprendido com os professores sofistas. Mas havia grandes diferenças entre a dialética de Sócrates e a de seus antigos mestres. Em primeiro lugar, Sócrates não cobrava dinheiro por suas “lições” – aceitava conversar com qualquer pessoa, desde escravos até políticos poderosos, sem ganhar um tostão. Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para defender essa ou aquela posição ideológica, mas para questionar a tudo e a todos sem distinção. Ele geralmente começava seus debates com perguntas diretas sobre temas elementares: “O que é o Amor?” “O que é a Virtude?” “O que é a Mentira?” Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas, questionando o significado de cada palavra. E continuava fazendo perguntas em

cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas às que haviam dado inicialmente – e tudo isso num tom perfeitamente amigável. Assim, o pensador demonstrava uma verdade que até hoje continua universal: na maior parte do tempo, a grande maioria das pessoas (especialmente as que se consideram mais sabichonas) não sabe do que está falando.

(José Francisco Botelho. Revista Vida Simples, edição 91, abril de 2010 / com adaptações)

01) Analise as afirmativas a seguir: II As conclusões que impulsionaram a cruzada pessoal de

Sócrates contra a falsa sabedoria humana foram motivadas por um elogio divino.

IIII Ao saber que o conceituado oráculo de Delfos o havia considerado o maior sábio da Grécia, Sócrates prontamente chegou à conclusão de que transformaria sua vida.

IIIIII Os antigos mestres de Sócrates cobravam por suas “lições”. IIVV Sócrates concluiu que era mais sábio do que um dos figurões

intelectuais da época, pois, após conversar com ele, percebeu que este era incapaz de reconhecer a própria ignorância.

Explícita ou implicitamente estão presentes no texto somente as ideias registradas nas afirmativas: (A) I, II, IV (B) I, III, IV (C) II, III, IV (D) II, IV (E) I, II, III, IV 02) Em “Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência” (1º§), “percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia” (2º§) e “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas” (3º§), as expressões destacadas são, respectivamente, exemplos de: (A) Denotação, conotação, conotação. (B) Denotação, denotação, conotação. (C) Denotação, denotação, denotação. (D) Conotação, conotação, conotação. (E) Conotação, denotação, denotação. 03) NÃO haverá alteração do sentido do texto caso se substitua: (A) “A resposta foi sumária” (1º§) por A resposta foi breve,

rápida. (B) “vagabundo loquaz” (2º§) por vagabundo incansável. (C) “a autoproclamada sabedoria do sujeito” (2º§) por a

sabedoria anunciada pelo próprio sujeito. (D) “bordão” (2º§) por frase que se repete muito. (E) “Para sua tarefa audaz” (3º§) por Para sua tarefa audaciosa. 04) Em “percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia” (2º§) temos uma: (A) Personificação. (B) Antítese. (C) Perífrase. (D) Metáfora. (E) Antítese.

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05) Os termos destacados constituem elementos coesivos por retomarem termos ou ideias anteriormente registrados, EXCETO:

(A) “Para isso, existiam os oráculos” (1º§) (B) “Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um

grande sábio.” (2º§) (C) “Só sei que nada sei” (2º§) (D) “Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para

defender essa ou aquela posição ideológica” (3º§) (E) “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram

dadas” (3º§)

06) Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:

( ) Em “não havia psicanalistas” (1º§), a forma verbal “havia” poderia estar no plural, concordando com “psicanalistas”. ( ) Em “onde os seres imortais se manifestavam” (1º§) a palavra destacada pode ser substituída, sem que haja alteração do sentido do período, por nos quais. ( ) A colocação de uma vírgula depois do termo “perguntou” (1º§) mantém o sentido e a correção gramatical do período. ( ) Em “mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe” (2º§), a palavra em destaque pode ser substituída, sem alteração do sentido do período, por todavia. ( ) O emprego de preposição em “a conclusões opostas” (3º§) justifica-se pela regência de “interlocutores” (3º§).

A sequência está correta em:

(A) F, V, F, V, F (B) F, V, V, F, V (C) V, F, F, F, F (D) F, V, V, F, F (E) V, V, F, F, V

07) Assinale a alternativa em que a alteração feita tenha gerado mudança do sentido do texto e erro de concordância:

(A) “onde os seres imortais se manifestavam” (1º§) / onde os seres imortais manifestavam-se.

(B) “Mais sábio que esse homem eu sou” (2º§) / Eu sou mais sábio que esse homem.

(C) “Se ele era o homem mais sábio da Grécia, então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância.” (2º§) / Se ele era o homem mais sábio da Grécia, logo o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância.

(D) “a grande maioria das pessoas (...) não sabe” (3º§) / a maioria das pessoas (...) não sabem.

(E) “E continuava fazendo perguntas em cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas às que haviam dado inicialmente” (3º§) / E continuava fazendo perguntas em cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas às que havia dado inicialmente.

08) Analise as afirmativas a seguir:

II Em “E continuava fazendo perguntas em cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas” (3º§), o termo destacado pode ou não receber o acento grave por tratar-se de um caso em que a crase é facultativa.

IIII No trecho “Para isso, existiam os oráculos – locais sagrados onde os seres imortais se manifestavam, devidamente encarnados em suas sacerdotisas” (1º§), podemos usar a vírgula em substituição ao travessão.

IIIIII Em “e a de seus antigos mestres” (3º§), a elipse do termo “dialética” evita uma repetição desnecessária, proporcionando coesão ao texto.

IIVV Quanto à tipologia textual, podemos afirmar que o texto é predominantemente descritivo.

Estão corretas apenas as afirmativas: (A) II, III (B) I, II (C) III, IV (D) I, II, III (E) II, IV 09) Em “Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência” (1º§), “Após muito meditar sobre as palavras do oráculo” (2º§), “então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância” (2º§), “A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria” (2º§), e “Mas havia grandes diferenças entre a dialética de Sócrates e a de seus antigos mestres” (3º§), as expressões destacadas indicam, respectivamente, ideia de: (A) Tempo, tempo, conclusão, conclusão, adversidade. (B) Tempo, tempo, tempo, conclusão, adversidade. (C) Tempo, tempo, conclusão, tempo, adversidade. (D) Consequência, tempo, tempo, conclusão, adversidade. (E) Tempo, tempo, tempo, conclusão, adição. 10) Marque a alternativa em que a expressão destacada NÃO tem a mesma função sintática das demais: (A) “O inesperado elogio divino chegou aos ouvidos de

Sócrates” (2º§) (B) “causando-lhe uma profunda sensação de estranheza.”

(2º§) (C) “que Sócrates legou à posteridade” (2º§) (D) “que lhe eram dadas” (3º§) (E) “até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas”

(3º§)

CFN – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

De bem com o planeta

Você compra produtos orgânicos achando que está fazendo bem ao planeta, mas eles vêm embalados em isopor e filme plástico. Você deixou de contribuir para a contaminação do lençol freático e a intoxicação do agricultor, uma vez que o alimento não possui agrotóxicos, mas joga na natureza materiais que demoram uma eternidade para se decompor. Para ser totalmente “verde”, seria preciso procurar feiras orgânicas, onde os produtores vendem diretamente para o consumidor, sem as embalagens dos supermercados. Na falta de opções orgânicas, os alimentos da estação costumam ser mais bonitos e gostosos. Se não se dispõe de uma listinha dos melhores meses para comprar cada produto, basta observar a oferta e o preço.

Outro fator que se deve avaliar é quanto o alimento viajou até chegar a sua casa. Quanto mais distante a origem, mais poluição provavelmente foi gerada no transporte. Selos de certificação indicam que alguma etapa da produção, ou o processo inteiro, passou por critérios de proteção ao meio ambiente ou à sociedade.

E seu bife? Ajuda a derrubar florestas? No Brasil, 70% das emissões de gases do efeito estufa são decorrentes do desmatamento e das queimadas na Amazônia, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Se 80% da carne produzida na Amazônia é consumida no próprio Brasil, o melhor

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é diminuir o consumo ou exigir que os supermercados indiquem a procedência do alimento. Se comer carne contribui para o desmatamento, a forma mais “verde” de consumir proteína é a soja? Não. Uma pesquisa do Idec com 28 indústrias mostrou que 12 vendem produtos com soja transgênica sem informar o consumidor. Plantações transgênicas podem pôr em risco o equilíbrio dos ecossistemas e diminuir a biodiversidade.

A população brasileira se acostumou a fazer grandes compras de mês em épocas de inflação. Hoje, esse hábito resulta em desperdício de alimentos. Antes de sair de casa, fazer uma listinha com o que é preciso para a semana permite evitar as compras por impulso. Nas refeições, convém preparar apenas o que a família vai consumir: alimentos em decomposição liberam gás metano, um dos causadores do efeito estufa. Separar o lixo orgânico do reciclável e escolher produtos com menos embalagem possível, contanto caixa, sacos e saquinhos – de preferência, sem embalagem alguma, o que pode ser indício de menos produtos químicos –, também contribui.

(Letícia Sorg e Laura Lopes, – Revista ÉPOCA, – 18 de maio de 2009)

01) O ditado popular que melhor se adapta ao sentido global do texto é:

(A) “Em terra de cego, quem tem um olho é rei.” (B) “Todo cuidado é pouco.” (C) “De boas intenções o inferno está cheio.” (D) “Jacaré que fica parado vira bolsa.” (E) “Não há pior cego que o que não quer ver.”

02) Segundo o texto, para se consumir alimentos e ficar de “bem com o planeta” é preciso prestar atenção em:

(A) Só adquirir alimentos com embalagens de filmes plásticos e isopor.

(B) Consumir alimentos sem agrotóxicos e com embalagens de papel.

(C) Consumir alimentos orgânicos diretamente das feiras livres e sem nenhuma embalagem.

(D) Consumir alimentos apenas com selos de certificação. (E) Consumir alimentos apenas à base de soja.

03) “Se não se dispõe de uma listinha dos melhores meses para comprar cada produto, basta observar a oferta e o preço.” Os sufixos inha/inho significam diminutivo. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um vocábulo com sufixo de grau diminutivo:

(A) Bifinho. (B) Precinho. (C) Sacolinhas. (D) Saquinhos. (E) Carinho.

04) “Para ser totalmente ‘verde’ seria preciso procurar feiras orgânicas, onde os produtores vendem diretamente para o consumidor, ...” O termo em destaque na frase anterior é um exemplo de linguagem:

(A) Metafórica. (B) Regional. (C) Pejorativa. (D) Padrão. (E) Literária.

05) “Você compra produtos orgânicos achando que está fazendo bem ao planeta, mas eles vêm embalados em isopor e filme plástico.” O vocábulo que NÃO pode substituir, sem perda semântica, o termo destacado, é:

(A) Entretanto. (B) Todavia. (C) Contudo. (D) Ainda que. (E) Não obstante. 06) Assinale a alternativa em que as três palavras são acentuadas pela mesma razão: (A) você / vêm / está (B) proteína / contribuído / família (C) orgânicos / químicos / freático (D) reciclável / indício / habitável (E) é / mês / até 07) Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada é um ditongo oral crescente: (A) Você não contribuiu para a contaminação da água. (B) Após as chuvas, a cidade está um caos. (C) “... o processo inteiro passou por critérios de proteção ao

meio ambiente.” (D) “... os alimen tos da estação costumam ser mais bonitos e

gostosos.” (E) A proteína é necessária para o organismo. 08) “Quanto mais distante a origem, mais poluição provavelmente foi gerada no transporte.” A oração sublinhada na frase apresenta uma ideia de: (A) Condição. (B) Explicação. (C) Consequência. (D) Causa. (E) Proporcionalidade. 09) Com relação ao significado das palavras empregadas no texto, todas as opções estão corretas, EXCETO: (A) “... materiais que demoram uma eternidade para se

decompor.” apodrecer (B) “... 70% das emissões de gases do efeito estufa são

decorrentes do desmatamento...” originárias (C) “... os supermercados indiquem a procedência do alimento.”

proveniência (D) “A população brasileira se acostumou a fazer grandes

compras de mês em épocas de inflação.” deflação (E) “... o que pode ser indício de menos produtos químicos...”

vestígio 10 ) Dadas as palavras com separação silábica: 1. plás–ti–co 2. con–tri–bu–ir 3. a–va–liar Está(ão) correta(s) apenas a(s) palavra(s): (A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 1 e 3 (E) 1 e 2

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COFEN - ADVOGADO

TEXTO:

Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência, os antigos gregos costumavam consultar os deuses (naquela época, não havia psicanalistas). Para isso, existiam os oráculos – locais sagrados onde os seres imortais se manifestavam, devidamente encarnados em suas sacerdotisas. Certa vez, talvez por brincadeira, um ateniense perguntou ao conceituado oráculo de Delfos se haveria na Grécia alguém mais sábio que o esquisitão Sócrates. A resposta foi sumária: “Não”.

O inesperado elogio divino chegou aos ouvidos de Sócrates, causando-lhe uma profunda sensação de estranheza. Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um grande sábio. Pelo contrário: considerava-se tão ignorante quanto o resto da humanidade. Após muito meditar sobre as palavras do oráculo, Sócrates chegou à conclusão de que mudaria sua vida (e a história do pensamento). Se ele era o homem mais sábio da Grécia, então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. Para colocar à prova sua descoberta, ele foi ter com um dos figurões intelectuais da época. Após algumas horas de conversa, percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia. E concluiu: “Mais sábio que esse homem eu sou. É provável que nenhum de nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um tantinho mais sábio que ele exatamente por não supor saber o que não sei”. A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria humana – e não havia melhor palco para essa empreitada que a vaidosíssima Atenas. Em suas próprias palavras, ele se tornou um “vagabundo loquaz” – uma usina ambulante de insolência iluminadora, movida pelo célebre bordão que Sócrates legou à posteridade: “Só sei que nada sei”.

Para sua tarefa audaz, Sócrates empregou o método aprendido com os professores sofistas. Mas havia grandes diferenças entre a dialética de Sócrates e a de seus antigos mestres. Em primeiro lugar, Sócrates não cobrava dinheiro por suas “lições” – aceitava conversar com qualquer pessoa, desde escravos até políticos poderosos, sem ganhar um tostão. Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para defender essa ou aquela posição ideológica, mas para questionar a tudo e a todos sem distinção. Ele geralmente começava seus debates com perguntas diretas sobre temas elementares: “O que é o Amor?” “O que é a Virtude?” “O que é a Mentira?” Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas, questionando o significado de cada palavra. E continuava fazendo perguntas em cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas às que haviam dado inicialmente – e tudo isso num tom perfeitamente amigável. Assim, o pensador demonstrava uma verdade que até hoje continua universal: na maior parte do tempo, a grande maioria das pessoas (especialmente as que se consideram mais sabichonas) não sabe do que está falando.

(José Francisco Botelho. Revista Vida Simples, edição 91, abril de 2010 / com adaptações)

01) Analise as afirmativas a seguir:

II As conclusões que impulsionaram a cruzada pessoal de Sócrates contra a falsa sabedoria humana foram motivadas por um elogio divino.

IIII Ao saber que o conceituado oráculo de Delfos o havia considerado o maior sábio da Grécia, Sócrates prontamente chegou à conclusão de que transformaria sua vida.

IIIIII Os antigos mestres de Sócrates cobravam por suas “lições”. IIVV Sócrates concluiu que era mais sábio do que um dos figurões

intelectuais da época, pois, após conversar com ele, percebeu que este era incapaz de reconhecer a própria ignorância.

Explícita ou implicitamente estão presentes no texto somente as ideias registradas nas afirmativas: (A) I, II, IV (B) I, III, IV (C) II, III, IV (D) II, IV (E) I, II, III, IV 02) Em “Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência” (1º§), “percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia” (2º§) e “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas” (3º§), as expressões destacadas são, respectivamente, exemplos de: (A) Denotação, conotação, conotação. (B) Denotação, denotação, conotação. (C) Denotação, denotação, denotação. (D) Conotação, conotação, conotação. (E) Conotação, denotação, denotação. 03) NÃO haverá alteração do sentido do texto caso se substitua: (A) “A resposta foi sumária” (1º§) por A resposta foi breve,

rápida. (B) “vagabundo loquaz” (2º§) por vagabundo incansável. (C) “a autoproclamada sabedoria do sujeito” (2º§) por a

sabedoria anunciada pelo próprio sujeito. (D) “bordão” (2º§) por frase que se repete muito. (E) “Para sua tarefa audaz” (3º§) por Para sua tarefa audaciosa. 04) Em “percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia” (2º§) temos uma: (A) Personificação. (B) Antítese. (C) Perífrase. (D) Metáfora. (E) Antítese. 05) Os termos destacados constituem elementos coesivos por retomarem termos ou ideias anteriormente registrados, EXCETO: (A) “Para isso, existiam os oráculos” (1º§) (B) “Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um

grande sábio.” (2º§) (C) “Só sei que nada sei” (2º§) (D) “Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para

defender essa ou aquela posição ideológica” (3º§) (E) “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas”

(3º§)

COFEN – TÉCNICO ADMINISTRATIVO

Uma evolução silenciosa

No século XX, o meio ambiente despontou como a grande questão estratégica, desafiando os cânones da economia, da vida em sociedade e da cultura. No século XXI, a questão permanece no topo de nossos desafios, porém em outra dimensão e escala. O meio ambiente não está mais na defensiva, contra a corrente. Faz parte de escolhas cujo núcleo é um amálgama indissociável de soluções ao mesmo tempo econômicas, sociais, ambientais e culturais. Não há mais tempo para insistir no equivocado antagonismo entre crescimento econômico e proteção ambiental ou mesmo na sua versão amenizada de “conciliar meio ambiente e produção” como se fossem opostos buscando a convivência possível. Agora o que temos pela frente é a tarefa

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histórica de pensar todos esses termos como modelo de desenvolvimento, e não mais como retalhos dos diferentes interesses existentes na sociedade.

O século XXI é o tempo de procurar o que há de comum na diversidade de interesses e a partir daí, sem deixar de conservar o que precisa ser conservado, construir o novo inescapável. Nada pode representar mais fielmente o que nos é comum do que a nossa própria sobrevivência e a de nosso planeta, diante da gravíssima crise configurada pelo aquecimento global. A capacidade de adaptação e de rever conceitos é igualmente importante para países, instituições, empresas, indivíduos. Não tê-la (ou, no mínimo, não buscá-la) é praticamente uma autocondenação à absolescência. As economias sustentáveis, com tecnologias limpas, sepultarão antigas estruturas firmadas em modelos predatórios. Isso deve significar o fim de impérios insustentáveis que, assim como os megabancos tragados logo no início da crise financeira internacional, tendem a desaparecer. Nessa “seleção natural”, o poder de decisão estará com a consciência globalizada de uma população cada vez mais atenta, que quer saber a origem do produto, questiona a forma como ele é produzido e descartado, conhece os danos que pode causar ao meio ambiente. E exige ética do mercado e do poder político.

No atual jogo geopolítico, a preservação dos biomas e de sua diversidade é um dos maiores ativos. É isso que decidirá quem vai adiante, adaptando-se aos novos tempos, e quem fica para trás, na poeira da história. O Brasil, detentor de imensa biodiversidade, tem uma responsabilidade específica e pode colaborar fortemente para apontar as saídas, desde que ouça a voz de sua própria população e aposta em educação, inovação, pesquisa científica e integração dos saberes tradicionais associados à natureza. Estamos vivendo a era dos limites e das incertezas, como já foi apontando por inúmeros e respeitados cientistas. Diante disso, é preciso saber distinguir onde estão as riquezas e oportunidades.

(Marina Silva, com adaptações, Revista Veja, 22/12/2010)

01) Infere-se do texto “Uma evolução silenciosa” que:

II É necessário insistir no crescimento econômico e na proteção ambiental, conciliando meio ambiente e produção.

IIII O Brasil, ao apostar em educação, inovação, pesquisa científica e integração dos saberes tradicionais associados à natureza, colabora com a preservação dos biomas e de sua diversidade.

IIIIII A população atual exige ética do mercado e do poder político.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) II (B) I, II, III (C) I, III (D) III (E) II, III

02) De acordo com o texto, o século XXI é a época:

(A) Da crise financeira internacional. (B) Em que o meio ambiente encontra-se na defensiva, contra a

corrente do crescimento econômico. (C) Da preservação dos biomas e de sua diversidade. (D) De distinguir onde estão nossas verdadeiras riquezas e

oportunidades. (E) De procurar o que há de comum na diversidade de interesses,

sem deixar de conservar o que precisa ser conservado, construir o novo inescapável.

03) “O Brasil, detentor de imensa biodiversidade, tem uma responsabilidade específica...” A palavra destacada poderá ser substituída, sem perda semântica, por:

(A) Que tem, denota ou inspira piedade. (B) Proprietário, senhor. (C) Clamoroso. (D) Aquele que detém; que conserva em seu poder. (E) Monitor.

04) Observe as orações: “Estamos vivendo a era dos limites e das incertezas, como já foi apontado por inúmeros e respeitados cientistas.” A relação entre elas é de:

(A) Conformidade. (B) Proporção. (C) Concessão. (D) Causa. (E) Escolha.

05) Em “Não tê-la (ou, no mínimo, não buscá-la) é praticamente uma autocondenação à absolescência.” Os parênteses ( ) foram utilizados para: (A) Indicar interrupção do pensamento. (B) Intercalar comentário. (C) Indicar movimento contínuo. (D) Marcar abreviatura. (E) Indicar termos de gíria. 06) Quanto à classe de palavras, assinale a relação INCORRETA: (A) “E exige ética do mercado e do poder político.” (verbo) (B) “Estamos vivendo a era dos limites e das incertezas,...”

(verbo) (C) “Faz parte de escolhas cujo núcleo é um amálgama

indissociável...” (pronome) (D) “As economias sustentáveis, com tecnologias limpas,

sepultarão antigas estruturas...” (artigo definido) (E) “O meio ambiente não está mais na defensiva contra a

corrente.” (preposição)

07) Assinale a alternativa em que o uso da crase encontra-se INCORRETO: (A) Ficamos frente à frente com a crise configurada pelo

aquecimento global. (B) Ele chegou à uma hora em ponto. (C) As novas tecnologias caminhavam às pressas. (D) Voltamos cedo à casa do político. (E) Assisti àquele filme sobre a destruição da natureza. 08) Assinale a seguir uma oração sem sujeito:

(A) Come-se bem naquele restaurante. (B) Vai haver um campeonato. (C) Vive-se feliz no Brasil. (D) Paulo faz vinte anos amanhã. (E) Eles haviam feito a pesquisa.

AUTOR E ORGANIZADOR:

GILBER BOTELHO (Servidor da Secretária de Educação) é professor de Gramática, Texto e Redação Oficial no Gran Cursos e nos principais cursos preparatórios de Brasília.

E- MAIL: [email protected] Facebook: [email protected] Twitter: @gilber_botelho Blog: http://gilberbotelho.blogspot.com

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PREFEITURA MUINCIPAL DE CAMPO VERDE/MT - CONTADOR

TEXTO: A bola e o livro

A má distribuição de renda no país, os megapatrocínios, a idolatria constante na nossa cultura fazem surgir pessoas despreparadas para o uso de tanto dinheiro, enquanto escolas despencam, hospitais deixam de atender ao mais simples diagnóstico, aposentados choram pelo minguado aumento. Até quando isto vai continuar? A sociedade já não suporta ver estes “ídolos” na mídia. Por que os salários não são igualitários? Por que se concedem altos aumentos na política? Por que alguns artistas ganham a peso de ouro? Por que jogadores ganham tanto dinheiro e poder sem ter ficado nos bancos escolares? Por que tanto interesse das empresas em patrocinar estes jogadores? Será que uma bola é mais valiosa que um livro?

(Maria Marta Nascimento Cardoso – Rio In Carta dos Leitores,

O Globo 11/07/2010)

01) A ideia principal do texto é:

(A) Criticar os brasileiros que estão despreparados para o uso de muito dinheiro.

(B) Criticar as escolas e hospitais de péssima qualidade. (C) Criticar a valorização, através da mídia e megapatrocínios, a

“ídolos”. (D) Questionar as contradições sociais em relação aos salários, à

vida difícil da maioria dos brasileiros. (E) Mostrar que jogadores que vêm de classe pobre têm

ascensão social, ganham muito dinheiro e poder e isso é muito bom.

02) Percebe-se pelo título “A bola e o livro” que:

(A) No Brasil, valoriza-se tanto o futebol quanto o livro. (B) No Brasil, dá-se mais importância e valor a jogadores do que

a quem estuda e vive honestamente com baixos salários. (C) Neste país, as empresas têm grande interesse em patrocinar o

futebol e os eventos promovidos pelas escolas. (D) Bola e livro são “sonhos de consumo” dos brasileiros. (E) Todas as empresas, neste país, só patrocinam jogadores.

03) O uso de muitas frases interrogativas se justifica na seguinte alternativa:

(A) Porque a autora desconhece a realidade brasileira. (B) É um recurso argumentativo que aguça o leitor a uma

reflexão, a uma análise crítica da realidade brasileira. (C) É para buscar as respostas dos leitores, com a finalidade de

fazer uma pesquisa e obter dados sobre tal assunto. (D) É um recurso argumentativo sem sentido que desvaloriza o

texto. (E) É uma característica de carta dos leitores de jornais e

revistas.

04) Na passagem: ...já não suporta ver estes “ídolos” na

mídia..., as aspas foram usadas para:

(A) Indicar uma ironia. (B) Destacar um neologismo. (C) Indicar uma citação. (D) Indicar que o termo não é muito próprio, mas muito

conhecido. (E) Indicar que a palavra foi escrita, propositadamente, de

maneira incorreta.

05) Assinale a alternativa em que a frase tem o seu sentido original alterado na reescrita:

(A) “Por que jogadores ganham tanto dinheiro e poder sem ter ficado nos bancos escolares?” / Jogadores ganham tanto dinheiro e poder, sem ter ficado nos bancos escolares, por quê?

(B) “A má distribuição de renda no país, os megapatrocínios, a idolatria constante na nossa cultura fazem aparecer pessoas despreparadas para o uso de tanto dinheiro.” / No país, fazem aparecer pessoas despreparadas para o uso de tanto dinheiro a má distribuição de renda e os megapatrocínios, a idolatria constante de nossa cultura.

(C) “A sociedade já não suporta ver estes ‘ídolos’ na mídia.” / Já a sociedade não suporta ver estes “ídolos” na mídia.

(D) “Até quando isto vai continuar?” / Isto vai continuar até quando?

(E) “Aposentados choram pelo minguado aumento.” / Pelo minguado aumento choram aposentados.

06) Há sentido conotativo na seguinte alternativa: (A) “Será que uma bola é mais valiosa que um livro?” (B) “... aposentados choram pelo minguado aumento.” (C) “Por que se concedem altos aumentos na política?” (D) “... hospitais deixam de atender ao mais simples

diagnóstico...” (E) “Por que os salários não são igualitários?” 07) Houve ERRO de concordância em: (A) Sempre tu e ela fostes amigas inseparáveis. (B) Existem salários a peso de ouro. (C) Um grande número de jogadores não ficou nos bancos

escolares. (D) Concede-se aumentos insignificantes aos aposentados. (E) Sempre houve pessoas desonestas nesta sociedade. 08) NÃO há erro de regência verbal em: (A) Altos salários são dados os jogadores, sem terem ficado nos

bancos escolares. (B) Falta de punição implica violência. (C) Muitos preferem, como ídolos, pessoas sem princípios

morais do que pessoas honestas. (D) Todos assistem os programas de televisão que só apresentam

tragédias. (E) O povo esquece, rapidamente, dos crimes que abalam a

sociedade. 09) Houve desrespeito à norma culta quanto ao uso do acento indicador da crase em: (A) A má distribuição de renda no país é prejudicial à muitas

pessoas que trabalham. (B) A população não aguenta assistir, na mídia, à apresentação

de certos ídolos. (C) Por que se concedem altos salários àqueles que têm cargos

políticos? (D) A imprensa informa à população o esquema de corrupção

que envolve pessoas de destaque na sociedade. (E) Por que, neste país, dá-se mais valor à bola? 10) Em: “Por que jogadores ganham tanto dinheiro e poder sem ter ficado nos bancos escolares?” A oração grifada estabelece, com a oração anterior, relação de: (A) Tempo. (B) Consequência. (C) Causa. (D) Condição. (E) Concessão.

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PREFEITURA MUN. DE CAMPO VERDE/MT – AUX. ADMINISTRATIVO

TEXTO: Virou pó

Dentro do armário de mantimentos da cozinha, itens como arroz e feijão agora dividem espaço com berinjela, inhame, tomate, couve, espinafre e cenoura, todos em pó, acondicionados em saquinhos. Poderia ser na cozinha da família Jetsons, com a empregada-robô à frente do fogão preparando o cardápio do dia, mas é real. Nas prateleiras de supermercados e lojas de produtos naturais, legumes e verduras em pó vêm ganhando espaço e a dúvida em torno do tema também: como e por que devemos consumi-los? O consenso entre nutricionistas é que o melhor é sempre optar pelos alimentos frescos, claro. Mas há vantagens, sim, em consumi-los na versão “farinha”. O primeiro grupo que sai ganhando é o que torce o nariz para um prato cheio de hortaliças, já que os pós quase não têm gosto. A praticidade dos legumes ensacados também conquista a turma que alega não ter tempo para nada. Mas, alertam os especialistas, é preciso encará-los como um reforço, sem eliminar os alimentos naturais do cardápio.

(Isabela Caban / Fragmento / Revista O Globo, 13/06/2010)

01) De acordo com o texto “Virou pó”, marque V para as

afirmativas verdadeiras e F para as falsas:

( ) O texto trata-se da praticidade dos legumes ensacados. ( ) Legumes e verduras em pó vêm ganhando espaço nas prateleiras de supermercados e lojas de produtos naturais. ( ) É preciso encarar os alimentos em pó como um reforço, sem eliminar os alimentos naturais do cardápio.

A sequência está correta em:

(A) F, F, V (B) V, V, V (C) V, F, V (D) V, V, F (E) F, V, F

02) De acordo com o texto, o consenso entre nutricionistas afirma que:

(A) É necessário eliminar os alimentos naturais do cardápio. (B) Somente quem não tem tempo para nada deve usar os

alimentos ensacados. (C) Deve-se sempre optar pelos alimentos frescos. (D) Os alimentos frescos aumentam a sensação de saciedade. (E) Os alimentos em pó perdem algumas vitaminas e por isso,

não devem ser ingeridos.

03) Mas há vantagens, sim, em consumi-los na versão “farinha”. No trecho anterior, as aspas (“ ”) foram utilizadas

para:

(A) Finalizar uma interrogativa direta. (B) Marcar termos deslocados. (C) Dar início a uma sequência que explica. (D) Dar destaque a uma palavra ou expressão. (E) Isolar explicações.

04) “Mas, alertam os especialistas, é preciso encará-los como um reforço, sem eliminar os alimentos naturais do cardápio.” A palavra destacada anteriormente exprime ideia de:

(A) Conclusão.

(B) Adversidade. (C) Escolha. (D) Justificação. (E) Tempo. 05) Assinale a afirmativa que se apresenta com a forma verbal adequada: (F) Chegou os alimentos e a receita. (A) Quem foi os culpados? (B) Faltou, naquele dia, cinco alunos. (C) Conserta-se sapatos. (D) Fomos nós que pagamos os alimentos. 06) O uso da crase apresenta-se correto na seguinte alternativa: (A) Saíram num barco à vela. (B) Voltamos cedo à casa. (C) Ela estava à disposição. (D) Os marinheiros desceram à terra. (E) Nós respeitamos muito àquele homem. 07) “Nas prateleiras de supermercados e lojas de produtos naturais, legumes e verduras em pó vêm ganhando espaço.” As palavras destacadas no trecho anterior são classificadas, respectivamente: (A) substantivo / verbo / substantivo (B) substantivo / pronome / artigo (C) adjetivo / verbo / substantivo (D) verbo / verbo / advérbio (E) pronome / artigo / substantivo 08) “A praticidade dos legumes ensacados também conquista a turma que alega não ter tempo para nada.” A palavra destacada apresenta como significado correto: (A) Promove o desenvolvimento de; estimula. (B) Apresenta como explicação, desculpa ou pretexto. (C) Que explica. (D) Admite escusas de. (E) Que não tem ordem. 09) “Mas há vantagens, sim, em consumi-los...” No trecho anterior, a palavra destacada apresenta-se acentuada pela mesma razão que a seguinte palavra: (A) dúvida (B) armário (C) robô (D) pó (E) família 10) “O primeiro grupo que sai ganhando é o que torce o nariz para um prato de hortaliças, ...” No trecho anterior, as palavras destacadas apresentam, respectivamente: (A) encontro vocálico / hiato / dígrafo (B) dígrafo / tritongo / encontro consonantal (C) encontro consonantal / ditongo / encontro consonantal (D) encontro consonantal / ditongo / hiato (E) hiato / dígrafo / encontro consonantal

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CÂM. MUN. S. ANTÔNIO DO GRAMA/MS – ASSESSOR LEGISLATIVO

Por que ficamos gordos

É preciso considerar o significado da saciedade para nós

e o uso que o mercado faz disso.

Quem vai aos Estados Unidos depara necessariamente com a fat misery, obesidade mórbida – literalmente, miséria gorda. Passo de quem teme se desequilibrar, corpo precedido pela barriga, antebraços afastados das pernas e mãos como abanos, a vítima dessa forma de miséria cruza o tempo todo o seu caminho. Na rua, no restaurante, no elevador. Pode causar horror ou pena, por se tratar de um ser humano tão aberrante quanto frágil.

Assim como a de lá, a população do Brasil fica cada dia mais gorda. Quase metade dos brasileiros está acima do peso.

Ainda que os livros sobre dieta, ao menos os da categoria de autoajuda, frequentem a lista dos mais vendidos, não existe uma reflexão séria sobre o assunto, tampouco há uma política de saúde consequente que se oponha aos efeitos nefastos da indústria da alimentação. Uma reflexão séria não se limita ao estudo dos hábitos alimentares ou ao estabelecimento das relações entre o aumento do consumo de comida e a diminuição do seu preço, por exemplo. Uma reflexão séria considera o significado da saciedade para nós e o uso que o mercado faz disso. Não é preciso se saciar para estar nutrido. Pelo contrário. Os nutricionistas inclusive ensinam a sair da mesa com um pouco de fome.

Quem se entrega à gula e cultiva a desmesura não come para viver. Na verdade, morre pela boca. Exatamente como o peixe, que morre por abocanhar a isca. Além da doença, a comida continuamente abocanhada – ou seja, ingerida em demasia e à revelia dos efeitos que acarreta – provoca o envelhecimento precoce. Quem quer viver tem de cuidar para não cair na esparrela da comida. Porque, como a bebida ou a droga, ela pode matar.

(Revista Veja, Edição 2189, 03/11/2010, Betty Milan/Fragmento)

01) Infere-se do texto da psicanalista e escritora Betty Milan, que:

I. Nos Estados Unidos há muitas pessoas com obesidade mórbida. II. Para ficarem bem nutridos, as pessoas devem manter a gula e a saciedade. III. A comida também pode matar.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) I, II, III (B) I, III (C) II (D) I (E) II, III

02) De acordo com o texto, é correto afirmar que:

(A) Deve-se sair da mesa com um pouco de fome. (B) Quem se entrega à gula, come para viver. (C) A comida continuamente abocanhada não provoca o

envelhecimento precoce. (D) Há muitos obesos mórbidos na França. (E) A população do Brasil fica cada dia mais magra.

03) De acordo com o texto, “quem se entrega à gula e cultiva a desmesura...”

(A) faz uma reflexão séria sobre o significado da saciedade. (B) reflete sobre a indústria da alimentação. (C) é um ser humano aberrante e frágil. (D) não come para viver. (E) fica mais gordo. 04) Em: “Na rua, no restaurante, no elevador.” as vírgulas ( , ) foram utilizadas para: (A) Separar expressões de caráter explicativo. (B) Marcar omissão de uma palavra. (C) Separar termos coordenados assindéticos. (D) Isolar citação textual. (E) Isolar explicação. 05) De acordo com a classe de palavras, assinale a alternativa INCORRETA: (A) “Pode causar horror ou pena...” (adjetivo) (B) “... a população do Brasil fica cada dia mais gorda.”

(substantivo) (C) “Quem quer viver tem de cuidar...” (pronome) (D) “Não é preciso se saciar para estar nutrido.” (verbo) (E) “Os nutricionistas inclusive ensinam a sair da mesa....”

(artigo definido) 06) No texto, a palavra “desmesura” significa: (A) Perversidade. (B) Informalidade. (C) Indeterminação. (D) Indelicadeza. (E) Gravidade. 07) Assinale a afirmativa em que o uso da crase é facultativo: (A) Eles chegaram às pressas para comer e beber. (B) Estou disposto à continuar o tratamento. (C) Patrícia se referiu à apostila sobre dieta. (D) Se entregar a gula não interessa à ninguém. (E) Obedeço à minha nutricionista. 08) Há ERRO quanto à regência em: (A) Uma junta médica assistiu o paciente. (B) Aqueles boatos não procediam. (C) Quero a meus colegas. (D) Chegamos no consultório cedo. (E) Ele visou o alvo. 09) Na palavra “barriga” há ocorrência de: (A) Encontro vocálico. (B) Tritongo. (C) Dígrafo. (D) Hiato. (E) Ditongo crescente. 10) Assinale a alternativa em que ocorre sujeito indeterminado: (A) Algo preocupa os obesos. (B) Falaram muito bem de você na reunião. (C) Flores ornamentavam o restaurante. (D) Viajamos para os Estados Unidos. (E) Está calor.

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CÂM. MUN. S. ANTÔNIO DO GRAMA/MS – AUX. DE SECRETARIA

Onze minutos

Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida. É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama o máximo.

E quem ama o máximo, sente-se livre. Por causa disso, apesar de tudo que posso viver, fazer,

descobrir, nada tem sentido. Espero que este tempo passe rápido, para que eu possa voltar à busca de mim mesma – encontrando um homem que me entenda, que não me faça sofrer.

Mas que bobagem é essa que estou dizendo? No amor, ninguém pode machucar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso.

Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.

Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la.

(Fragmento do livro de Paulo Coelho)

01) De acordo com o texto, é correto afirmar que:

(A) O amor é uma verdadeira escravidão. (B) O amor faz as pessoas sofrerem. (C) A liberdade é uma espécie de escravidão consentida. (D) No amor, não se pode machucar o outro. (E) Sente-se livre, quem perde o seu amor.

02) De acordo com as ideias do texto “a verdadeira experiência de liberdade” é:

(A) Culpar o outro pelo sofrimento. (B) Descobrir que nada tem sentido. (C) Entregar-se totalmente. (D) Buscar a si mesmo. (E) Ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la.

03) Em “Mas que bobagem é essa que estou dizendo?” o ponto de interrogação (?) foi utilizado para:

(A) Finalizar afirmação. (B) Omitir gírias ou expressões. (C) Realizar questionamento. (D) Marcar o vocativo. (E) Iniciar uma fala.

04) “Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei.” A palavra destacada apresenta como significado correto:

(A) Conturbada. (B) Inquieta. (C) Ofendida. (D) Aliviada. (E) Deslumbrada.

05) A acentuação das palavras encontra-se corretamente justificada, EXCETO em:

(A) é: monossílaba tônica (B) máximo: proparoxítona (C) ninguém: paroxítona terminada em “em” (D) está: oxítona terminada em “a” (E) responsável: paroxítona terminada em “L”

06) Em “... a liberdade só existe quando ele está presente.” a palavra sublinhada exprime ideia de: (A) Tempo. (B) Causa. (C) Explicação. (D) Finalidade. (E) Condição. 07) “No amor, ninguém pode machucar ninguém.” Em relação à classe de palavras, a palavra destacada é: (A) Verbo. (B) Artigo. (C) Substantivo. (D) Adjetivo. (E) Pronome. 08) Encontra-se grafada INCORRETAMENTE a seguinte afirmativa: (A) Há dois meses que não o vejo. (B) Porque você não se sente livre? (C) A saudade é um mal que não tem remédio. (D) Não sei onde te encontrar. (E) Ela o cumprimentou amavelmente. 09) Na palavra “machucar” há ocorrência de: (A) Hiato. (B) Dígrafo. (C) Ditongo. (D) Tritongo. (E) Encontro vocálico. 10) Assinale a afirmativa que apresenta sujeito simples: (A) Magoaram o meu coração. (B) Fomos em busca do verdadeiro amor. (C) Os homens me fizeram sofrer. (D) A liberdade e a verdade estão presentes no amor. (E) Faz frio aqui.

MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO/GO - ADVOGADO

TEXTO I: Arca de histórias

Como os livros mudaram a vida de uma comunidade ribeirinha do interior do Pará. (Paula Nadal, de Acará, PA)

Na Comunidade Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, a 25 quilômetros de Belém, a energia elétrica só foi instalada em outubro de 2006, transformando a vida das 42 famílias que moram lá. Dez meses depois, uma nova revolução marcou a história do vilarejo: a chegada de 280 livros enviados pelo Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O acervo inclui literatura infantil, juvenil e clássica, além de obras técnicas e didáticas. Antes disso, encontrar um material de leitura era coisa rara, assim como ler histórias. Hoje isso mudou.

Quem cuida desse acervo é uma voluntária, dona Carmen Nogueira de Sousa, ex-professora da única escola local e escolhida pela comunidade para gerenciar os empréstimos e conservar as obras. Na verdade, os livros ficam guardados na sala da casa dela, dividindo espaço com uma televisão e algumas cadeiras. As portas estão sempre abertas e a busca por leituras é constante.

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Na tarde em que lá estive, enquanto passava ao vivo na TV um jogo da Copa do Mundo de Futebol, algumas crianças entraram e nem deram bola para a partida. Elas queriam é saber se O Amigo da Bruxinha, de Eva Furnari, ou alguma história de Ziraldo estavam disponíveis. Dona Carmen conta que esses títulos são os campeões de procura, já que as crianças são as principais leitoras. Até mesmo as ainda não alfabetizadas pegam livros. “Elas chegam a competir para saber quem lê mais e até trocam indicações literárias”, conta Carmen, que foi responsável por alfabetizar no passado muitos dos leitores de todas as idades que hoje procuram a sua casa.

(Nova Escola. Novembro 2010 – nº. 237 / fragmento)

01) Em todo processo de comunicação, a linguagem é expressa de acordo com a função que se deseja enfatizar. A respeito do texto “Arca de histórias”, é correto afirmar que,

predominantemente:

(A) A intenção é transmitir informações sobre o assunto tratado. (B) O objetivo é persuadir, convencer o leitor sobre o ponto de

vista do autor, claramente explicitado no texto. (C) O texto visa a uma interação verbal entre autor e leitor,

através de uma abordagem bastante coloquial. (D) A intenção é enfatizar a seleção e a disposição de palavras

no texto. (E) O texto comunica sentimentos e emoções centrados na

expressão do “eu”.

02) Quanto ao trecho “Na Comunidade Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, a 25 quilômetros de Belém, a energia elétrica só foi instalada em outubro de 2006, ...” considerando-se a preservação da coesão e coerência textuais, pode-se afirmar que:

(A) O vocábulo “só” poderia ser suprimido sem que houvesse prejuízo de sentido no texto.

(B) O vocábulo “só” modifica a informação a respeito da localização dada no início do período.

(C) O uso do vocábulo “só” demonstra que a instalação da energia elétrica em outubro de 2006 é vista como algo prejudicial à Comunidade Quilombola Jacaré-Quara.

(D) O uso do vocábulo “só” indica o “atraso” em relação à instalação de energia elétrica.

(E) O vocábulo “só” não pode ser retirado do período, pois exerce a função de sujeito da oração.

03) A oração “Até mesmo as ainda não alfabetizadas pegam livros.” poderia ser re-escrita da seguinte forma sem que haja prejuízo de sentido considerando a coesão e correção linguística:

(A) Até mesmo aos ainda não alfabetizados, que pegam os livros.

(B) Até mesmo aquelas ainda não alfabetizadas pegam livros. (C) Até que as ainda não alfabetizadas pegam livros. (D) Embora as ainda não alfabetizadas peguem livros. (E) Apesar de que as ainda não alfabetizadas pegam livros.

04) Considerando os conhecimentos sobre concordância verbal e nominal, analise as afirmativas tendo como base o período “Elas queriam é saber se O Amigo da Bruxinha, de Eva Furnari, ou alguma história de Ziraldo estavam disponíveis.” e indique a correta:

(A) “Estavam disponíveis” pode ser substituído por “estava disponível”.

(B) A forma “estavam disponíveis” é a única aceita, pois a declaração contida no predicado é atribuída a todos os núcleos do sujeito composto.

(C) Caso “estavam disponíveis” anteceda o sujeito, terá sua forma obrigatoriamente alterada para “estava disponível”.

(D) Caso “estavam disponíveis” anteceda o sujeito, sua forma poderá permanecer a mesma ou ser alterada para “estava disponível”.

(E) “Estavam disponíveis” pode ser substituído por “estavam disponível”, já que “disponível” é um adjetivo, não formando uma locução verbal.

05) Na oração “... uma nova revolução marcou a história do vilarejo: ...”, é correto afirmar que: (A) A construção verbal constitui um exemplo de voz ativa. (B) Existe uma relação de oposição. (C) Ocorre um exemplo de oração sem sujeito. (D) A expressão “nova revolução” é formada por dois adjetivos. (E) Ocorre um exemplo de indeterminação do sujeito. TEXTO II:

É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som – que mal se deram, a memória os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem às vezes, na lembrança, como se fossem uma incongruência. Só aparentemente sem razão, porque não há associação de ideias que seja ilógica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas – raízes lógicas! – de que emergem os pequenos caules isolados – aparentemente ilógicos! só aparentemente! – às vezes chegados à memória vindos do esquecimento, que é outra função ativa dessa mesma memória.

(Pedro Nava, Baú de Ossos)

06) Depreende-se da argumentação do texto a respeito dos fatos da infância que: (A) É importante que haja uma memória cronológica dos

mesmos. (B) Não é possível estabelecer uma ordem cronológica porque

em sua maioria são lembranças ruins. (C) Os fatos da infância são, em sua maioria, esquecidos. (D) Há lembranças apenas dos fatos mais recentes, menos

traumáticos. (E) A memória não estabelece uma sequência dos fatos na

ordem em que aconteceram, ela segue uma ordem que está ligada à afetividade diante deles.

07) No 1º período do texto, o vocábulo “porque” tem a função

de introduzir uma: (A) Conclusão. (B) Causa. (C) Comparação. (D) Condição. (E) Alternância. 08) Considerando-se as relações de coesão do texto, assinale a opção em que o 2º elemento faz referência ao 1º: (A) os fatos da infância – aqueles (B) tempo afora – dagora (C) carga – os outros (D) carga – miúdos fatos (E) abismos do esquecimento – eles

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09) A linguagem pode ser manipulada em função de objetivos específicos, o que caracteriza a ocorrência das figuras de linguagem. Quando se constrói uma metáfora, diz-se que houve uma transferência de um termo para um contexto de significação que não lhe é próprio. Há metáfora em:

(A) “É impossível colocar em série exata os fatos da infância...” (B) “Mesmo próximos eles viram logo passado remoto.” (C) “... não há associação de ideias que seja ilógica.” (D) “... liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes

subterrâneas – ...” (E) “... função ativa dessa mesma memória.”

10) Ainda com relação às figuras de linguagem, em “... a memória os atira nos abismos do esquecimento.” é correto afirmar que:

(A) Há uma comparação entre dois elementos. (B) Opera-se uma personificação pela atribuição de

característica própria dos seres humanos. (C) Há uma sequência de palavras sinônimas que promovem a

intensificação de uma ideia. (D) O vocábulo “abismos” foi usado com um sentido conotativo

de sátira. (E) Há uma redundância para enfatizar uma ideia importante.

MUN. DE SANTO ANTÔNIO DO DESCOBETO/GO – AUXILIAR ADM II

Reforma penal

Infelizmente, por mais que se reclame uma mudança nas leis penais, e a nação inteira pleiteie tal reforma, ela jamais ocorre. As leis brasileiras não intimidam e não punem ninguém. Existe uma infinidade de benefícios legais para todos os tipos de crime, o que é um absurdo!

Jamais homicídios e crimes bárbaros deveriam ter qualquer benefício legal. Os presos no Brasil não são obrigados a trabalhar. Outro absurdo! Inexiste um código penitenciário no Brasil que uniformize as prisões por tipo penal. Inclusive instrumentalizando a realidade das prisões no que se refere a trabalho interno, disciplina e higiene do preso.

Enfim, prisões, independentemente do crime, devem respeitar o mínimo de dignidade humana. A psiquiatria forense deveria ser mais atuante no Brasil, inclusive na caracterização dos personagens sem qualquer chance de convívio social.

(Carta dos leitores, O Globo, 20/02/2011, Paulo Roberto da Silva Alves/Rio)

01) Assinale a alternativa correta quanto ao texto:

(A) Quanto ao tipo o texto é descritivo. (B) Quanto à linguagem usada, pode-se classificá-la como

coloquial. (C) O autor faz uma severa crítica às leis penais brasileiras. (D) O tratamento prisional brasileiro ressocializa o condenado. (E) O preso no Brasil tem a responsabilidade de trabalhar para se

manter com dignidade.

02) Pode-se inferir do texto que:

(A) As leis brasileiras, por não punirem, contribuem para o aumento da criminalidade.

(B) A nação inteira pleiteia por reforma penal. (C) A psiquiatria forense é atuante. (D) Há muitos benefícios legais para qualquer tipo de crime. (E) Os crimes bárbaros devem ter benefícios, respeitando, assim,

os direitos humanos.

03) NÃO está de acordo com as normas gramaticais: (A) A primeira frase do texto: “Infelizmente, por mais que se

reclame uma mudança nas leis penais, ...” o “se” é pronome apassivador, pois o verbo “reclamar” é transitivo direto.

(B) Na primeira frase do texto o verbo “reclame” pertence à primeira conjugação.

(C) A palavra “benefícios” é acentuada porque é paroxítona terminada em ditongo.

(D) A palavra “jamais” é um advérbio de tempo. (E) A locução conjuntiva “por mais que” na primeira oração do

texto estabelece uma relação de causa entre as orações. 04) Quanto aos conhecimentos linguísticos está correta a seguinte alternativa: (A) Pode-se substituir o verbo “existe” em “Existe uma

infinidade de benefícios...” por “tem”. (B) Em “Inexiste um código penitenciário no Brasil...”, o sujeito

de “inexiste” é Brasil. (C) Em “Inexiste um código penitenciário no Brasil que

uniformize as prisões...” a palavra grifada é um pronome relativo que retoma “um código penitenciário no Brasil”.

(D) Em “As leis brasileiras não intimidam e não punem ninguém”, o “e” estabelece uma relação de oposição entre as orações.

(E) A palavra “leis” tem hiato. 05) As palavras, “benefícios”, “bárbaros”, “ninguém” são

acentuadas obedecendo às mesmas regras que: (A) penitenciários, útil, refém (B) louvável, códigos, além (C) convívio, códigos, armazém (D) órgãos, psiquiátrico, até (E) homicídios, trágicos, maracujá 06) Quanto à concordância está INCORRETA a seguinte afirmativa: (A) Quais de nós conseguiremos vencer as dificuldades que

temos? (B) Sempre houveram desentendimentos entre os profissionais

da penitenciária. (C) Existem poucos presos que se recuperam no sistema

penitenciário brasileiro. (D) Havia muitos detentos dentro de uma cela com capacidade

para duas ou três pessoas. (E) As penitenciárias brasileiras devem respeitar a dignidade

humana. 07) Quanto à regência há ERRO na seguinte afirmativa: (A) Todos assistem aos desmandos políticos passivamente. (B) Crimes bárbaros implicam em penas severas. (C) Ficamos ele, tu eu horrorizados com o que vimos nas

penitenciárias que visitamos. (D) A sala a que nos dirigimos era do diretor. (E) O detento com o qual conversamos fez reclamações. 08) Quanto aos conhecimentos linguísticos marque o INCORRETO: (A) A palavra “homicídio” tem um ditongo. (B) A palavra “Deus” é monossílaba. (C) As palavras “reforma” e “brasileiras” têm encontros

consonantais.

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(D) As palavras “ocorre”, “obrigado”, “penitenciários” têm dígrafos.

(E) Na palavra “gratuito” há ditongo “ui”.

09) Foi usado INCORRETAMENTE o acento grave, indicador da crase:

(A) As leis penais acarretam danos à sociedade brasileira. (B) O rapaz foi o primeiro à fazer uma acusação ao sistema

penitenciário. (C) Todos ficam à espera de mudanças nas leis penais. (D) As pessoas dirigiram-se à diretora da instituição. (E) O artigo faz referência às leis que trazem benefícios àqueles

que cometem crimes bárbaros.

10) Assinale a alternativa em que há ERRO de grafia:

(A) Muitos detentos têm privilégios nas prisões. (B) O rapaz teve uma paralisia facial. (C) O jeito como o rapaz nos olhou causou medo. (D) A forma de tratamento ao meretíssimo juiz é cerimoniosa. (E) O crime bárbaro, como o estupro, deve ser punido

severamente.

MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO PRATA/MG – PSICÓLOGO

Precisamos cuidar deles O massacre de Realengo é sintoma da precariedade da

rede de atendimento em saúde mental.

Logo depois do massacre de Realengo, falou-se em aumentar a segurança nas escolas e em limitar a venda de armas, para evitar novas tragédias. Curiosamente, não li nada sobre a necessidade de ampliar a rede de atendimento em saúde mental.

A doença mental é determinada por vários fatores. Para a psicanálise, o ambiente familiar disfuncional secreta carga intensa de violência emocional. Invisível a olho nu, o bullying começa em casa. E quanto mais sutil, mais destrutivo. Como a radiação que vaza de usinas nucleares, a carga tóxica afeta a autoestima da criança para sempre. O bullying ostensivo na escola é consequência disso.

Para sobreviver num ambiente enlouquecedor, o psiquismo mobiliza defesas que se manifestam como sintomas. Estes devem ser controlados com medicação. Mas o tratamento da doença mental exige um ambiente que seja, em si, terapêutico. Se as dificuldades emocionais surgem nas relações com pessoas, é nas relações com pessoas que podem ser tratadas.

Essa é a proposta do Centro de Atenção Psicossocial. O Caps oferece um espaço de convivência protegido e oficinas terapêuticas, além de medicação e psicoterapia.

Ali, os usuários partilham o cotidiano com outros pacientes e jovens psicólogos capacitados a ajudá-los a dar sentido a seu sofrimento. O tratamento acontece de forma espontânea, em meio às atividades, pois o cotidiano é organizado para oferecer tempo, espaço e meios para a expressão dos conflitos.

A humilhação, que é a pior das dores, precisa encontrar espaço de acolhimento. Isso é fundamental, porque não dá para viver sem um mínimo de amor próprio. Muitas vezes, a pessoa só vê duas saídas: suicídio ou homicídio.

A dor psíquica envergonha e cala as pessoas, que se escondem do mundo. Por isso, pode ser invisível para o leigo. Mas ela é evidente para o profissional da saúde mental que convive diariamente com os pacientes. Isso lhe permite indicar internação nos momentos em que há risco de vida para si ou para outros.

Se estivesse em tratamento numa comunidade terapêutica, Wellington poderia ter encontrado outra saída para o impasse em que se encontrava. Em vez disso, caiu na rede de comunidades virtuais, que pôs lenha na fogueira.

Não adianta tapar o sol com a peneira: o massacre de Realengo é sintoma da precariedade da rede de saúde mental. Ela tem de estar mais presente e acessível. Precisamos cuidar dos Wellingtons que estão por aí, antes que seja tarde.

(in Folha de São Paulo, Marion Minerbo, psicanalista da Sociedade Brasileira de

Psicanálise de São Paulo, autora de “Neurose e Não-Neurose”)

01) Quanto às ideias expressas no texto e ao seu objetivo, assinale a alternativa correta. (A) O objetivo do texto é justificar o massacre de Realengo e

defender o assassino por ser ele um doente mental. (B) Pode-se inferir do texto que só se aumentar a segurança nas

escolas e proibir a venda de armas tragédias, como a de Realengo, podem ser evitadas.

(C) O texto pode ser considerado dissertativo-argumentativo porque apresenta o ponto de vista da autora sobre as causas da violência nas escolas, como a de Realengo.

(D) A causa da violência nas escolas se deve somente ao bullying ostensivo.

(E) O massacre de Realengo é sintoma da ineficiência do sistema educacional.

02) Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa correta. (A) O bullying só se manifesta na escola. (B) A causa do bullying, que se manifesta na escola, está na falta

de solidariedade entre os colegas. (C) A autora defende o princípio de que as dificuldades

emocionais nos relacionamentos necessitam de tratamento médico.

(D) A doença mental é determinada somente por fatores genéticos.

(E) O assassino cometeu o massacre devido aos contatos na comunidade virtual.

03) As palavras “saúde”, “psicanálise”, “invisível” recebem acento gráfico pelas mesmas regras que as da seguinte alternativa. (A) próprio / homicídio / saída (B) aí / terapêutico / convivência (C) consequência / tóxico / próprio (D) aí / terapêutico / acessível (E) saída / suicídio / tragédias 04) “...quanto mais sutil, mais destrutivo” (2º§). No período há uma relação de (A) proporcionalidade. (B) conclusão. (C) causa. (D) consequência. (E) tempo. 05) Em relação às estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa correta. (A) “Para sobreviver num ambiente enlouquecedor, o psiquismo

mobiliza...” (3º§) A oração grifada é reduzida de infinitivo e estabelece relação de causa.

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(B) O pronome essa que inicia o 4º§ refere-se ao que foi mencionado no final do parágrafo anterior.

(C) Se a vírgula após a palavra humilhação (6º§) for eliminada, mantém-se a correção gramatical e o mesmo sentido.

(D) No último período do 6º§ os dois pontos depois de saídas podem ser eliminados, mantendo a correção gramatical.

(E) O verbo cuidar no último período do texto exige como complemento, o objeto direto.

06) Os sentidos e a correção da grafia das palavras do texto seriam mantidas caso se substituísse

(A) massacre (1º§) por assacinar (B) ampliar (1º§) por almentar (C) ostensivo (2º§) por esibido (D) precariedade (9º§) por deficiência (E) acessível (9º§) por alcanse

07) Assinale a opção INCORRETA quanto aos conhecimentos gramaticais.

(A) “Logo depois...” (1º§) estabelece ideia de proporcionalidade. (B) “Invisível a olho nu...” (2º§), “invisível” refere-se a bullying. (C) “Como a radiação que vaza...” (2º§), “como” estabelece

ideia de comparação. (D) “A dor psíquica envergonha e cala as pessoas...” (7º§), as

orações são coordenadas. (E) “Ali, os usuários partilham o cotidiano...” (5º§), “Ali”

retoma a palavra Caps.

08) Assinale a opção correta quanto às estruturas linguísticas.

(A) “Por vários fatores” (2º§) tem a função de objeto indireto. (B) “... que vaza de usinas nucleares...” (2º§) “que” é pronome

relativo e introduz oração subordinada adjetiva restritiva. (C) “... que pôs lenha na fogueira.” (8º§) “que” é conjunção

subordinativa integrante. (D) “Se as dificuldades emocionais surgem” (3º§) “Se” é

pronome. (E) “Em vez disso, caiu nas comunidades virtuais, que pôs lenha

na fogueira” (8º§), houve uso da língua coloquial.

09) O acento indicador da crase foi usado INDEVIDAMENTE em

(A) “... em meio às atividades, pois o cotidiano é organizado.” (B) Às vezes, as pessoas escondem-se do mundo. (C) Na sala, professoras e alunos estavam à vontade, sem

preocupações com a violência. (D) O rapaz se dirigiu à salas onde havia aulas. (E) O rapaz atirava à distância de um metro.

10) Houve ERRO quanto à regência em

(A) O poder público deve visar às necessidades das escolas. (B) Os professores simpatizam com os alunos. (C) Todos preferem mais trabalhar do que estudar. (D) O aluno avisou o policial sobre o massacre na escola. (E) O rapaz namora uma garota muito inteligente.

MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO PRATA/MG – MONITOR ADM.

Tudo pelo racial

O Brasil está fazendo o possível, nestes últimos tempos, para dar a si próprio algo que até hoje conseguiu não ter: um

problema racial. Se tantos outros países importantes têm questões sérias de racismo, por que o Brasil também não poderá ter a sua? Parece um motivo de desapontamento, na visão das pessoas que foram nomeadas pelo governo para defender os interesses da “população negra”, ou nomearam a si mesmas para essa tarefa, que o Brasil seja possivelmente o país menos racista do mundo. Que outros poderiam ser citados? Certamente haverá nações que têm número maior de leis contra a discriminação, são mais sérias na sua aplicação e adotam medidas de proteção especial a minorias raciais. Mas não dá para sustentar, não a sério, que haja mais racismo no Brasil do que em qualquer delas. Como poderia haver, num país onde a grande maioria da população não saber dizer ao certo qual é a sua cor, nem demonstra maior interesse em saber? “Moreno” é a sugestão de resposta mais frequente, quando a pergunta é feita para a imensa massa de brasileiros que não se identificam claramente como brancos, nem pretos, nem qualquer outra coisa.

Criar um racismo que se preze, num país assim, não é trabalho fácil – mas é possível. Uma das ferramentas mais utilizadas para isso é distribuir aos “brancos” uma espécie de culpa geral por tudo o que ocorre de errado aqui dentro. Não se citam nomes; só se cita a cor da pele. Tornou-se comum, por exemplo, o uso da expressão “elite branca” como símbolo de coisa do mal – com a agravante, em certos casos, de que essa elite, além de branca, pode ser “do sul”. A mesma gente, de “pele clara e olhos azuis”, é culpada também pelo que ocorre de errado lá fora, como a crise financeira internacional; por essa maneira de ver a vida, os desastres que produziram foram provocados por seu tipo físico, e não pelo seu comportamento individual. Outro esforço é criar repartições públicas para cuidar da questão racial – o que tem a tripla vantagem de dar uma cara oficial à existência do problema, passar a impressão de que o governo está cuidando dele e arrumar empregos para amigos.

A grande vitória da humanidade contra a discriminação racial foi excluir das leis a palavra “raça”; o objetivo era estabelecer que todos têm direitos idênticos, sejam quais forem as suas origens, dentro da ideia de que todos os homens pertencem a uma “raça” apenas – a raça humana. No Brasil de hoje, em vez de proibir o uso da noção de raça para dar ou negar direitos, tenta-se ressuscitar a tese de que os indivíduos são diferentes uns dos outros, em termos de cidadania, segundo a cor que têm.

(Revista Veja, Edição 2108, 15/04/2009, J.R.Guzzo / fragmento)

01) Infere-se do texto que (A) a maioria da população brasileira não sabe dizer ao certo

qual é a sua cor. (B) não é comum no Brasil, o uso da expressão “elite branca”. (C) não há racismo no Brasil. (D) a grande vitória da humanidade contra a discriminação racial

foi excluir das leis a palavra “racismo”. (E) uma imensa massa de brasileiros se identificam claramente

como brancos. 02) De acordo com o texto, analise. II Há racismo no Brasil. IIII Foram criadas repartições públicas para cuidar da questão

racial no Brasil. IIIIII Todos têm direitos idênticos, sejam quais forem as suas

origens.

Esta(ao) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) (A) I, II (B) II, III (C) III (D) II (E) I, II, III

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03) Em “Criar um racismo que se preze, num país assim, não é trabalho fácil – mas é possível.”, o travessao ( – ) foi utilizado para

(A) separar palavras de mesma classe gramatical. (B) indicar numeração. (C) indicar continuação do pensamento. (D) destacar termos explicativos enfáticos. (E) indicar exclamações.

04) Em “Que outros poderiam ser citados?”, o ponto de interrogacao ( ? ) foi utilizado para

(A) indicar citações. (B) indicar gíria inevitável. (C) suprimir o verbo. (D) emoldurar o aposto. (E) finalizar uma interrogação direta.

05) Quanto a classe de palavras, assinale a alternativa que apresenta a relacao INCORRETA.

(A) “Certamente haverá nações que têm um número maior de leis contra a discriminação.” (advérbio)

(B) “Outro esforço é criar repartições públicas para cuidar da questão racial...” (verbo)

(C) “A grande vitória da humanidade contra a discriminação racial foi excluir das leis...” (adjetivo)

(D) “O Brasil está fazendo o possível, nestes últimos tempos,...” (substantivo)

(E) “Tornou-se comum, por exemplo, o uso da expressão...” (pronome)

06) A palavra “racismo” quer dizer

(A) atitude de pessoa que gosta de aparecer, de sobressair. (B) preconceito ou discriminação em relação a indivíduo(s)

considerado(s) de outra(s) raça(s). (C) fazer que pareça honesto, decente. (D) tornar solitário; deixar só. (E) pessoa de inteligência incomum.

07) “Mas não dá para sustentar, não a sério, que haja mais racismo no Brasil do que em qualquer delas.” A palavra destacada anteriormente exprime circunstancia de

(A) condição. (B) conclusão. (C) oposição. (D) explicação. (E) tempo.

08) Assinale a afirmativa que apresenta regência INCORRETA.

(A) Sua atitude implicará demissão. (B) Tal direito assiste o negro. (C) Todos os preconceitos procedem da hipocrisia. (D) Ela agia sem visar a lucros. (E) Quero a meus colegas.

09) A crase foi utilizada INCORRETAMENTE em:

(A) Ela está à procura de ajuda. (B) José perdoou à mulher. (C) Estou disposto à perdoar. (D) Saímos às quatro horas. (E) Assisti àquele filme.

10) Assinale a afirmativa que apresenta a concordancia correta. (A) Algum de nós entregaremos o prêmio. (B) Haviam muitos negros na universidade. (C) São bem mais de uma hora. (D) Paulo era as emoções da casa. (E) Fazem dois anos que ele saiu.

MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR - ADMINISTRADOR

Os cabeças-sujas e seu mundinho A pessoa que joga lixo na rua, na calçada ou na praia se revela

portadora de uma disfunção mental e social que a inabilita para o sucesso no atual estágio da civilização.

Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela do carro

ou deixa a praia emporcalhada quando sai? Uma das respostas corretas é: um tipo que está se tornando mais raro. Sim. A atual geração de adultos foi criança em um tempo em que jogar papel de bala ou a caixa vazia de biscoitos pela janela do carro quase nunca provocava uma bronca paterna. Foi adolescente quando amassar o maço vazio de cigarros e chutá-lo para longe não despertava na audiência nenhuma reação especial, além de um “vai ser perna de pau assim na China”. Chegou à idade adulta dando como certo que aquelas pessoas de macacão com a sigla do Serviço de Limpeza Urbana estampada nas costas precisam trabalhar e, por isso, vamos contribuir sujando as ruas. Bem, isso mudou. O zeitgeist, o espírito do nosso tempo, pode não impedir, mas, pelo menos, não impele mais ninguém com algum grau de conexão com o atual estágio civilizatório da humanidade a se livrar de detritos em lugares públicos sem que isso tenha um peso, uma consequência. É feio. É um ato que contraria a ideia tão prevalente da sustentabilidade do planeta e da preciosidade que são os mananciais de água limpa, as porções de terra não contaminadas e as golfadas de ar puro.

E, no entanto, as pessoas ainda sujam, e muito as cidades impunemente.

Só no mês de janeiro, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias cariocas – guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de cachorro e restos de alimento. Empilhadas, essas evidências de vida pouco inteligente lotariam cinco piscinas olímpicas. Resume o historiador Marco Antônio Villa: “Ao contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, o brasileiro só vê como responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso de dever sobre os espaços que compartilha com os outros – um claro sinal de atraso”.

O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas na história, desde os tempos do Brasil colônia. No período escravocrata, a aristocracia saía a passear sempre com as mãos livres, escoltada por serviçais que não só carregavam seus pertences como limpavam a sujeira que ia atirando às calçadas. Não raro, o rei Dom João VI fazia suas necessidades no meio da rua, hábito também cultivado pelo filho, Pedro I, e ainda hoje presente. Foi com a instauração da República que o Estado assumiu, de forma sistemática, o protagonismo no recolhimento do lixo, mas isso não significou, nem de longe, nenhuma mudança de mentalidade por parte dos brasileiros. Cuidar da sujeira continuou a ser algo visto como aquilo que cabe a terceiros – jamais a si mesmo.

Existe uma relação direta entre o nível de educação de um povo e a maneira como ele lida com o seu lixo. Não por acaso, o brasileiro está em situação pior que o cidadão do Primeiro Mundo quando se mede a montanha de lixo nas ruas deixada por cada um deles.

Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que já foram insalubres um dia, só conseguiram deixar essa condição à custa de um intenso processo de urbanização, aliado à mobilização dos cidadãos e a severas punições em forma de

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multa. “A concepção do bem público como algo valoroso nunca é espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho por parte do Estado e das famílias”, diz o filósofo Roberto Romano.

(Veja 09/03/2011, pág. 72 / com adaptações)

01) Com relação às ideias expressas no texto, assinale a afirmativa correta:

(A) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido.

(B) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas. (C) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é

sinal de atraso. (D) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais

comprometidas com a limpeza pública. (E) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a

seleção do lixo.

02) De acordo com o texto, é correto afirmar que:

(A) Infere-se do texto que desde Dom João VI, o Estado assumiu a responsabilidade com a limpeza pública.

(B) Considerar o bem público como algo de valor não é espontâneo, depende do empenho do estado e das famílias.

(C) O brasileiro está na mesma situação que os países desenvolvidos quanto ao lixo deixado nas ruas.

(D) Cuidar do lixo, para o brasileiro, é responsabilidade de cada indivíduo.

(E) Depreende-se do texto que só a atual geração de adultos foi educada para não sujar os espaços públicos.

03) No que diz respeito aos aspectos gramaticais, assinale a alternativa correta:

(A) Preserva-se a correção gramatical ao se substituir a forma verbal “joga” (linha 1) por “jogam”.

(B) O adjetivo “emporcalhada” (linha 1) pode ser substituído por “enchiqueirada”, sem prejuízo à correção gramatical e ao sentido.

(C) A palavra “bronca” (linha 3) tem sentido equivalente a “repreensão”.

(D) O advérbio “nunca” (linha 3) poderia ser deslocado para antes de “jogar” na frase “em que nunca jogar papel...” sem alterar o sentido original.

(E) A substituição de “audiência” (linha 4) por “auditório” manteria a coerência e o mesmo sentido.

04) Sobre os aspectos linguísticos, assinale a alternativa correta:

(A) O travessão que delimita o trecho “guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de cachorro e restos de alimentos” (3º§) poderia ser substituído por dois pontos, mantendo-se a correção gramatical.

(B) O pronome “lo” em “chutá-lo” (1º§) refere-se a “adolescente”.

(C) A palavra “que”, no início do texto: “Que tipo de gente joga... quando sai?” e o do trecho “... é: um tipo que está se tornando...” pertencem à mesma classe gramatical.

(D) O sujeito do verbo “sujam” (2º§) é “as cidades”. (E) “Civilizatório” e “espírito” têm acento gráfico obedecendo à

mesma regra de acentuação.

05) Sobre os aspectos referentes à concordância, assinale a alternativa correta:

(A) Em “A atual geração de adultos foi criança...” o verbo “foi” poderia ser corretamente flexionado no plural concordando com “adultos”.

(B) Em “O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas...” estaria correto o uso do verbo no plural “têm”.

(C) “Existe uma relação entre o nível de educação de um povo...”, o verbo “existe” tem como referente “uma relação entre o nível...”.

(D) “A concepção de bem público como algo valoroso nunca é espontânea...”. O adjetivo “espontânea” poderia ser corretamente flexionado no masculino plural.

(E) “... 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias cariocas”, pode-se corretamente usar no singular “foi recolhido” concordando com “lixo”.

06) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao uso do acento indicador da crase: (A) As pessoas vivem à vontade nos espaços públicos sem ter

cuidado com a limpeza. (B) Cuidar da limpeza deve ser uma opção de todos, pois

estaremos prestando um bem à vida do planeta. (C) Os especialistas chamam a atenção para uma peculiaridade

que ajuda à compreender o comportamento daqueles que não se preocupam com a vida do planeta.

(D) O brasileiro é avesso às políticas que visam ao bem coletivo? (E) À beira de uma catástrofe ecológica, muitos continuam

maltratando a natureza. 07) Assinale a alternativa INCORRETA quanto à pontuação: (A) “... nenhum senso de dever sobre os espaços que

compartilha com os outros – um claro sinal de atraso”. Substituindo o travessão por vírgula ficaria incorreta a pontuação.

(B) “No período escravocrata, a aristocracia saía a passear sempre com as mãos livres...” O uso da vírgula depois de “escravocrata” justifica-se por separar termo deslocado.

(C) “Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que já foram insalubres um dia, só conseguiram...” Se a vírgula que vem após a palavra “mundo” for eliminada, a frase tem seu sentido alterado.

(D) A vírgula na última frase do texto antes da oração: “diz o filósofo Roberto Romano” pode ser substituída por travessão.

(E) Em “É feio. É um ato que contraria a ideia tão prevalente da sustentabilidade...” o ponto depois de “feio” pode ser substituído por vírgula com a mudança da letra maiúscula para minúscula, mantendo a correção gramatical.

08) Assinale a alternativa correta quanto à ortografia, à acentuação gráfica, ao vocabulário usado no texto: (A) As palavras “além”, “civilizatório” são acentuadas,

respectivamente, pelas mesmas razões que “próprios”, “ninguém”.

(B) “O flagrante descaso com o bem público...” A palavra grifada pode ser substituída por “desdém” mantendo o sentido.

(C) Estaria correta a frase se substituir “flagrante” por “fragrante” na frase que inicia o 4º§; “O flagrante descaso com o bem público...” ficando assim: “O fragrante descaso...”

(D) As aspas usadas no texto: “vai ser perna de pau lá na China” destacam citação de um historiador.

(E) Pode-se substituir, mantendo a correção gramática o verbo “haver” por “ter” na frase “Há relatos de que os aristocratas não se preocupavam com a limpeza dos espaços públicos.” “Tem relatos de que os aristocratas...”.

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MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR – TÉCNICA DE GESTÃO PÚBLICA

O livro da solidão

Os senhores todos conhecem a pergunta famosa universalmente repetida: “Que livro escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma ilha deserta...?”

Vêm os que acreditam em exemplos célebres e dizem naturalmente: “Uma história de Napoleão.” Mas uma ilha deserta nem sempre é um exílio... Pode ser um passatempo...

Não sei se muita gente haverá reparado nisso – mas o Dicionário é um dos livros mais poéticos, se não mesmo o mais poético dos livros. O dicionário tem dentro de si o universo completo.

O dicionário é o mais democrático dos livros. Muito recomendável, portanto, na atualidade. Ali, o que governa é a disciplina das letras. Barão vem antes de conde, conde antes de duque, duque antes de rei. Sem falar que antes do rei também está o presidente.

O dicionário responde todas as curiosidades, e tem caminhos para todas as filosofias. Vemos as famílias de palavras, longas, acomodadas na sua semelhança, – e de repente os vizinhos tão diversos! Nem sempre elegantes, nem sempre decentes, – mas obedecendo a lei das letras, cabalística como a dos números...

O dicionário explica a alma dos vocábulos: a sua hereditariedade e as suas mutações.

E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem ouvido! Raridades, horrores, maravilhas...

E como o bom uso das palavras e o bom uso do pensamento são uma coisa só e a mesma coisa, conhecer o sentido de cada uma é conduzir-se entre claridades, é construir mundos tendo como laboratório o dicionário, onde jazem, catalogados, todos os necessários elementos.

Eu levaria o dicionário para a ilha deserta. O tempo passaria docemente, enquanto eu passeasse por entre nomes conhecidos e desconhecidos, nomes, sementes e pensamentos e sementes das flores de retórica.

Poderia louvar melhor os amigos, e melhor perdoar os inimigos, porque o mecanismo da minha linguagem estaria mais ajustado nas suas molas complicadíssimas. E sobretudo, sabendo que germes pode conter uma palavra, cultivaria o silêncio, privilégio dos deuses, e ventura suprema dos homens.

(São Paulo, Folha da Manhã, 11 de julho de 1948, Cecília Meireles)

01) De acordo com o texto, analise:

II O dicionário explica a alma dos vocábulos. IIII O dicionário tem dentro de si o universo completo. IIIIII O dicionário é muito recomendável na atualidade.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

(A) II, III (B) I (C) I, II (D) II (E) I, II, III

02) Infere-se do texto de Cecília Meireles:

(A) O dicionário é pouco democrático. (B) Uma ilha deserta sempre é um exílio de horrores e

maravilhas. (C) Considerado o mais poético dos livros, o dicionário não é

muito recomendável. (D) O dicionário tem raridades, sementes de flores de retórica e

repetidas palavras dentro de si.

(E) A hereditariedade e as mutações das palavras são explicadas pelo dicionário.

03) Quanto à classe de palavras, assinale a relação INCORRETA: (A) “Poderia louvar melhor os amigos,...” (artigo) (B) “Não sei se muita gente haverá reparado nisso – ...”

(advérbio) (C) “E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem

ouvido!” (substantivo) (D) “Vêm os que acreditam em exemplos célebres...” (verbo) (E) “Sem falar que antes do rei também está o presidente.”

(pronome)

04) Em todas as frases a seguir, transcritas do texto, as formas verbais estão flexionadas no mesmo tempo, EXCETO: (A) “Barão vem antes de conde,...” (B) “Eu levaria o dicionário para a ilha deserta.” (C) “Os senhores todos conhecem a pergunta famosa...” (D) “Ali, o que governa é a disciplina das letras.” (E) “O dicionário responde a todas as curiosidades,...” 05) Em “Muito recomendável, portanto, na atualidade.” a palavra destacada exprime circunstância de:

(A) Conclusão. (B) Explicação. (C) Causa. (D) Finalidade. (E) Condição.

06) Assinale a afirmativa em que o uso da crase encontra-se INCORRETO:

(A) O dicionário estava à disposição. (B) Ela se referiu à ilha deserta. (C) Ficamos frente à frente. (D) Cheguei à uma hora em ponto. (E) Deram emprego àquela senhora. 07) Em “E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem ouvido!” o ponto de exclamação ( ! ) foi utilizado para: (A) Indicar uma pausa de curta duração. (B) Marcar o aposto intercalado. (C) Finalizar oração interrogativa direta. (D) Denotar surpresa. (E) Isolar expressão popular. 08) Quanto à concordância verbal, assinale a afirmativa correta:

(A) Minas Gerais revelaram grandes escritores. (B) Tratava-se de assuntos importantes. (C) Ainda não chegou os relatórios. (D) Os responsáveis são nós. (E) Aluga-se casas.

AUTOR E ORGANIZADOR:

GILBER BOTELHO (Servidor da Secretária de Educação) é professor de Gramática, Texto e Redação Oficial no Gran Cursos e nos principais cursos preparatórios de Brasília.

E- MAIL: [email protected] Facebook: [email protected] Twitter: @gilber_botelho Blog: http://gilberbotelho.blogspot.com

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GABARITO CONSULPLAN TRE/RS

ANALISTA JÚDICIÁRIO

O.Q. O.O. RESPOSTA 1 1 LETRA B 2 2 LETRA C 3 3 LETRA E 4 4 LETRA A 5 5 LETRA C 6 6 LETRA E 7 7 LETRA B 8 8 LETRA D 9 9 LETRA C

10 10 LETRA E 11 11 LETRA B 12 12 LETRA D 13 13 LETRA D 14 14 LETRA C 15 15 LETRA A 16 16 LETRA D 17 17 LETRA A 18 18 LETRA C 19 19 LETRA C 20 20 LETRA E

T.RE/RS TÉCNICO JUDICIÁRIO

21 1 LETRA D 22 2 LETRA A 23 3 LETRA B 24 4 LETRA D 25 5 LETRA A 26 6 LETRA B 27 7 LETRA D 28 8 LETRA E 29 9 LETRA A 30 10 LETRA B 31 11 LETRA E 32 12 LETRA B 33 13 LETRA E 34 14 LETRA B 35 15 LETRA E 36 16 LETRA B 37 17 LETRA E 38 18 LETRA A 39 19 LETRA D 40 20 LETRA A

T.RE/SC ANALISTA JUDICIÁRIO

41 1 LETRA E 42 2 ANULADA 43 3 LETRA C 44 4 LETRA E 45 5 LETRA A 46 6 LETRA C 47 7 LETRA E 48 8 LETRA E 49 9 LETRA D 50 10 LETRA B

CODEVASP ASSSESSOR JURIDÍCO

DIREITO 51 1 LETRA D

52 2 LETRA C 53 3 LETRA D 54 4 LETRA E 55 5 LETRA C 56 6 LETRA E 57 7 LETRA C 58 8 LETRA E 59 9 LETRA B 60 10 LETRA B

CODEVASP ASSISTENTE

ADMINISTRATIVO II 61 1 LETRA E 62 2 LETRA C 63 3 LETRA A 64 4 LETRA B 65 5 LETRA E 66 6 LETRA D 67 7 LETRA C 68 8 LETRA A 69 9 LETRA B 70 10 LETRA D

CESAN/ES ANALISTA DE PESQUISA E

DESENVOLVIMENTO 71 1 ANULADA 72 2 LETRA E 73 3 LETRA C 74 4 LETRA D 75 5 LETRA B 76 6 LETRA C 77 7 LETRA B 78 8 LETRA D 79 9 LETRA C 80 10 LETRA D

CESAN/ES TÉCNICO DE SISTEMAS DE

SANEAMENTO 81 1 LETRA D 82 2 LETRA A 83 3 LETRA B 84 4 LETRA E 85 5 LETRA C 86 6 LETRA B 87 7 LETRA C 88 8 LETRA A 89 9 LETRA D 90 10 LETRA B

IBGE SUPERVISOR DE PESQUISA 91 1 LETRA D 92 2 LETRA C 93 3 LETRA E 94 4 LETRA A 95 5 LETRA A 96 6 LETRA B 97 7 LETRA A 98 8 LETRA A 99 9 LETRA A

100 10 LETRA A IBGE – AGENTE DE PESQUISA

POR TELEFONE

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101 1 LETRA D 102 2 LETRA C 103 3 LETRA E 104 4 LETRA A 105 5 LETRA A 106 6 LETRA B 107 7 LETRA A 108 8 LETRA A 109 9 LETRA A 110 10 LETRA A 111 11 LETRA E 112 12 LETRA A 113 13 LETRA D 114 14 LETRA E 115 15 LETRA A PREF. MUN. DE ALMIRANTE TAMANDARÉ/ PR MÉDICO 116 1 LETRA D 117 2 LETRA B 118 3 LETRA A 119 4 LETRA D 120 5 LETRA A PREF. MUN. DE ALMIRANTE TAMANDARÉ/PR AUX. SECR. 121 1 LETRA B 122 2 LETRA D 123 3 LETRA E 124 4 LETRA E 125 5 LETRA B 126 6 LETRA D 127 7 LETRA C 128 8 LETRA A 129 9 LETRA C 130 10 LETRA E

PREF. MUN. CARDOSO MOREIRA/RJ ENFERMEIRO 131 1 LETRA A 132 2 LETRA D 133 3 LETRA A 134 4 LETRA D 135 5 LETRA B

PREF. MUN. CARDOSO MOREIRA/RJ AUX. CONTAB. 136 1 LETRA B 137 2 LETRA C 138 3 LETRA C 139 4 LETRA D 140 5 LETRA B 141 6 LETRA D 142 7 LETRA D 143 8 LETRA A 144 9 LETRA B 145 10 LETRA C PREF. MUN. GARAPARI/ES

PROCURADOR MUNICIPAL 146 1 LETRA C 147 2 LETRA A 148 3 LETRA B 149 4 LETRA D 150 5 LETRA B 151 6 LETRA B 152 7 LETRA A

153 8 LETRA D 154 9 LETRA C 155 10 LETRA C PREF. MUN. GARAPARI/ES

ASSISTENTE ADM. 156 1 LETRA E 157 2 LETRA B 158 3 LETRA D 159 4 LETRA E 160 5 LETRA B 161 6 LETRA A 162 7 LETRA A 163 8 LETRA D 164 9 LETRA B 165 10 LETRA C

PREF. ARAÇATUBA/SP AVAPE ADVOGADO

166 1 LETRA A 167 2 LETRA C 168 3 LETRA D 169 4 LETRA A 170 5 LETRA D 171 6 LETRA A 172 7 LETRA C 173 8 LETRA B 174 9 LETRA A 175 10 LETRA B

PREF. ARAÇATUBA/SP AVAPE ASSISSTENTE ADM.

176 1 LETRA A 177 2 LETRA B 178 3 LETRA E 179 4 LETRA B 180 5 LETRA A 181 6 ANULADA 182 7 ANULADA 183 8 LETRA B 184 9 LETRA D 185 10 LETRA A CÂM. MUN. MANHUAÇU/MG

CONTADOR 186 1 LETRA A 187 2 LETRA C 188 3 LETRA E 189 4 LETRA B 190 5 LETRA A CÂM. MUN. MANHUAÇU/MG

AUX. DE ALMOXARIFADO 191 1 LETRA D 192 2 LETRA E 193 3 LETRA B 194 4 LETRA B 195 5 LETRA A 196 6 LETRA B 197 7 LETRA C 198 8 LETRA A 199 9 LETRA E 200 10 LETRA E

MUN. GUAXUPÊ/MG ADVOGADO

201 1 LETRA C 202 2 LETRA D

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203 3 LETRA A 204 4 LETRA B 205 5 LETRA C 206 6 LETRA B 207 7 LETRA D 208 8 LETRA C 209 9 LETRA D 210 10 LETRA E

MUN. GUAXUPÊ/MG AG. ADMINISTRAÇÃO

211 1 LETRA D 212 2 LETRA E 213 3 ANULADA 214 4 LETRA D 215 5 LETRA B 216 6 LETRA D 217 7 LETRA D 218 8 LETRA B 219 9 LETRA A 220 10 LETRA B

PREF. MUN. CONGONHAS/MG URBANISTA

221 1 LETRA B 222 2 LETRA B 223 3 LETRA D 224 4 LETRA E 225 5 LETRA E 226 6 LETRA B 227 7 LETRA C 228 8 LETRA A 229 9 LETRA A 230 10 LETRA C 231 11 LETRA E 232 12 LETRA D 233 13 LETRA C 234 14 LETRA D 235 15 LETRA A

PREF. MUN. CONGONHAS/MG FISCAL DE OB. E POSTURAS 236 1 LETRA E 237 2 LETRA B 238 3 LETRA C 239 4 LETRA B 240 5 LETRA D 241 6 LETRA C 242 7 LETRA B 243 8 LETRA C 244 9 LETRA B 245 10 LETRA C

MUN. DE ITABAIANA/SE ADVOGADO PÚBLICO

246 1 LETRA A 247 2 LETRA E 248 3 LETRA B 249 4 LETRA D 250 5 LETRA B 251 6 LETRA E 252 7 LETRA B 253 8 LETRA C 254 9 LETRA C 255 10 LETRA E 256 11 LETRA B

257 12 LETRA E 258 13 LETRA B 259 14 LETRA C 260 15 LETRA B

MUN. DE ITABAIANA/SE AGENTE ADMINISTRATIVO 261 1 LETRA D 262 2 LETRA E 263 3 LETRA A 264 4 LETRA C 265 5 LETRA E 266 6 LETRA B 267 7 LETRA A 268 8 LETRA C 269 9 LETRA A 270 10 LETRA D

MUN. RESENDE/RJ ADMINISTRADOR

271 1 LETRA D 272 2 LETRA C 273 3 LETRA A 274 4 LETRA D 275 5 LETRA E 276 6 LETRA A 277 7 LETRA B 278 8 LETRA E 279 9 LETRA A 280 10 LETRA B

MUN. RESENDE/RJ ASSISTENTE ADM.

281 1 LETRA D 282 2 LETRA B 283 3 LETRA B 284 4 LETRA C 285 5 LETRA C 286 6 LETRA A 287 7 LETRA D 288 8 LETRA B 289 9 LETRA C 290 10 LETRA B MUN. SÃO JOSÉ DE UBÁ/RJ

ADVOGADO 291 1 LETRA C 292 2 LETRA D 293 3 LETRA E 294 4 LETRA B 295 5 LETRA D 296 6 LETRA A 297 7 LETRA A 298 8 LETRA C 299 9 LETRA A 300 10 LETRA C

MUN. DE SÃO JOSÉ DE UBÁ/RJ AG. ADMINISTRATIVO

301 1 LETRA D 302 2 LETRA B 303 3 LETRA D 304 4 LETRA B 305 5 LETRA E 306 6 LETRA C 307 7 LETRA A 308 8 LETRA C

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309 9 LETRA C 310 10 LETRA B

MUN.SERTANEJA/PR ADVOGADO

311 1 LETRA D 312 2 LETRA C 313 3 LETRA A 314 4 LETRA B

MUN. SERTANEJA/PR AGENTE ADMINISTRATIVO 315 1 LETRA E 316 2 LETRA D 317 3 LETRA A 318 4 LETRA B

MUN. DE SANTA MARIA MADALENA/RJ ADVOGADO 319 1 LETRA D 320 2 LETRA C 321 3 LETRA A 322 4 LETRA B 323 5 LETRA D 324 6 LETRA A 325 7 LETRA E 326 8 LETRA E 327 9 LETRA C 328 10 LETRA B

MUN. SANTA MARIA MADALENA/RJ AGENTE ADM.

329 1 LETRA B 330 2 LETRA B 331 3 ANULADA 332 4 LETRA D 333 5 LETRA E 334 6 LETRA C 335 7 LETRA D 336 8 LETRA E 337 9 LETRA A 338 10 LETRA C

MUN. SÃO LEOPOLDO/RS PROCURADOR

339 1 LETRA C 340 2 LETRA B 341 3 LETRA D 342 4 ANULADA 343 5 LETRA C 344 6 LETRA E 345 7 LETRA E 346 8 ANULADA 347 9 LETRA B 348 10 LETRA D

MUN. SÃO LEOPOLDO/RS AGENTE ADM.

349 1 LETRA B 350 2 LETRA C 351 3 LETRA E 352 4 LETRA E 353 5 LETRA D 354 6 ANULADA 355 7 LETRA A 356 8 LETRA E 357 9 LETRA B 358 10 LETRA C

CESAN/ES ADVOGADO

359 1 LETRA A 360 2 LETRA C 361 3 LETRA E 362 4 LETRA D 363 5 LETRA D 364 6 LETRA C 365 7 LETRA E 366 8 LETRA D 367 9 LETRA B 368 10 LETRA D

CESAN/ES APOIO ADMINISTRATIVO

369 1 LETRA E 370 2 LETRA B 371 3 LETRA E 372 4 LETRA C 373 5 LETRA B 374 6 LETRA B 375 7 LETRA E 376 8 LETRA A 377 9 LETRA C 378 10 LETRA E

CFN ADVOGADO

379 1 LETRA B 380 2 LETRA D 381 3 ANULADA 382 4 LETRA D 383 5 LETRA C 384 6 LETRA A 385 7 LETRA E 386 8 LETRA A 387 9 LETRA C 388 10 LETRA A

CFN ASSISTENTE ADM.

389 1 LETRA B 390 2 LETRA C 391 3 LETRA C 392 4 LETRA A 393 5 LETRA D 394 6 ANULADA 395 7 LETRA A 396 8 LETRA E 397 9 LETRA D 398 10 LETRA E

COFEN ADVOGADO

399 1 LETRA B 400 2 LETRA D 401 3 ANULADA 402 4 LETRA D 403 5 LETRA C

COFEN TÉCNICO ADM.

404 1 LETRA E 405 2 LETRA E 406 3 ANULADA 407 4 LETRA A 408 5 LETRA B

Provas da Consulplan Língua Portuguesa

Prof. Gilber Botelho Gramática e Texto

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409 6 LETRA E 410 7 LETRA A 411 8 LETRA B

MUN. CAMPO VERDE/MT CONTADOR

412 1 LETRA D 413 2 LETRA B 414 3 LETRA B 415 4 LETRA A 416 5 LETRA C 417 6 LETRA B 418 7 LETRA D 419 8 LETRA B 420 9 LETRA A 421 10 LETRA D

MUN. CAMPO VERDE/MT AUXILIAR ADM.

422 1 LETRA B 423 2 LETRA C 424 3 LETRA D 425 4 LETRA B 426 5 LETRA E 427 6 LETRA C 428 7 LETRA A 429 8 LETRA B 430 9 LETRA D 431 10 LETRA C CÂM. MUN. S. ANTÔNIO DO GRAMA/RS ASSESSOR LEG. 432 1 LETRA B 433 2 LETRA A 434 3 LETRA D 435 4 LETRA C 436 5 LETRA A 437 6 LETRA D 438 7 LETRA E 439 8 LETRA D 440 9 LETRA C 441 10 LETRA B CÂM. MUN. S. ANTÔNIO DO

GRAMA/RS AUX.SECRETÁRIA 442 1 LETRA D 443 2 LETRA E 444 3 LETRA C 445 4 LETRA C 446 5 LETRA C 447 6 LETRA C 448 7 LETRA E 449 8 LETRA B 450 9 LETRA B 451 10 LETRA C MUN. SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO ADVOGADO 452 1 LETRA A 453 2 LETRA D 454 3 LETRA B 455 4 LETRA B 456 5 LETRA A 457 6 LETRA E 458 7 LETRA B 459 8 LETRA A 460 9 LETRA D

461 10 LETRA B MUN. SANTO ANTONIO DO DESCOBERTO AUX. ADM.II 462 1 LETRA C 463 2 LETRA A 464 3 LETRA E 465 4 LETRA C 466 5 LETRA C 467 6 LETRA B 468 7 LETRA B 469 8 LETRA D 470 9 LETRA B 471 10 LETRA D

MUN. SÃO DOMNGOS DO PRATA/MG PSICOLOGO

472 1 LETRA C 473 2 LETRA C 474 3 LETRA D 475 4 LETRA A 476 5 LETRA B 477 6 LETRA D 478 7 LETRA A 479 8 LETRA E 480 9 LETRA D 481 10 LETRA C MUN. SÃO DOMINGOS DO

PRATA/MG MONITOR ADM. 482 1 LETRA A 483 2 LETRA E 484 3 LETRA D 485 4 LETRA E 486 5 LETRA E 487 6 LETRA B 488 7 LETRA C 489 8 LETRAB 490 9 LETRA C 491 10 LETRA D

MUN. LONDRINA/PR ADMINISTRADOR

492 1 LETRA C 493 2 LETRA B 494 3 LETRA C 495 4 LETRA A 496 5 LETRA C 497 6 LETRA C 498 7 LETRA A 499 8 LETRA B

MUN. LONDRINA/PR TÉC. GESTÃO PÚBLICA

500 1 LETRA E 500 2 LETRA E 501 3 LETRA E 502 4 LETRA B 503 5 LETRA A 504 6 LETRA C 505 7 LETRA D 506 8 LETRA B 507 508

Provas da Consulplan Língua Portuguesa

Prof. Gilber Botelho Gramática e Texto

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AUTOR E ORGANIZADOR:

GILBER BOTELHO (Servidor da Secretária de Educação) é professor de Gramática, Texto e Redação Oficial no Gran Cursos e nos principais cursos preparatórios de Brasília.

E- MAIL: [email protected] Facebook: [email protected] Twitter: @gilber_botelho Blog: http://gilberbotelho.blogspot.com