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PROVÍNCIA DO AMAZONAS: POLITICA E ADMINISTRAÇÃO Concepção da província do amazonas. Nascimento da província amazonas . Interesses alienígenas e a província. Província do amazonas no contexto político do Brasil imperial.

Província do amazonas

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PROVÍNCIA DO AMAZONAS: POLITICA

E ADMINISTRAÇÃOConcepção da província do amazonas.

Nascimento da província amazonas .

Interesses alienígenas e a província.

Província do amazonas no contexto político do Brasil imperial.

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CONCEPÇÃO DA PROVÍNCIA DO AMAZONAS

É importante assinalar o caráter dessas manifestações. Conforme a historiadora Regina Márcia Jesus de Lima, todas as que ocorreram na região do Alto Amazonas partiram sempre de uma iniciativa municipal. O movimento de 1832, entretanto, teve a maior significado e repercussão, pois não foi apenas em forma de uma representação dirigida à autoridade governamental. No entanto, nenhuma dessas manifestações apresentou tendência centrífuga, ou seja, a autonomia que elas buscavam visava somente uma ruptura dos laços políticos e administrativos com o Pará, sem comprometer a unidade política e territorial do Império. Não se deve esquecer, todavia, que no próprio meio político paraense, houve quem defendesse a ideia de autonomia da região.

Projeto Romualdo de Seixas

Ainda na década de 1820, como já se observou, o bispo Romualdo Antônio de Seixas, o marquês de Santa Cruz, deputado paraense na Assembleia Geral do Império, foi o primeiro a chamar a atenção para a necessidade de um aparelho provincial no Rio Negro. Para o bispo, a decadência do Rio Negro era resultado, não apenas da má ação de certas autoridades nomeados por Belém, mas, principalmente, da estrutura administrativa que ligava a Comarca não tinham autonomia para desenvolvê-la, e nem o Presidente da Província dava-lhe a atenção necessária. Era uma crítica sutil à absorção do Rio Negro pelo Pará.

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A crítica de D. Romualdo Seixas não ficou apenas no campo da denúncia. Sensibilizado com a causa do Rio Negro, o bispo apresentou, em 1826, à Câmara dos Deputados, um projeto para a criação da Província do Rio Negro. Este ato inaugurou um longo processo de discussões sobre a necessidade ou não de promover o Rio Negro à categoria de Província, que durou de 1826 a 1850.

Pelo projeto de D. Romualdo de Seixas a Comarca do Rio Negro receberia a denominação de Província do Rio Negro, com capital na povoação da Barra do Rio Negro, com o nome de cidade de São José da Barra. Seriam criados “nesta província o presidente, comandante militar, junta da Fazenda, Conselho Geral e Conselho administrativo da mesma categoria e vencimentos dos das províncias de segunda ordem do Império”. A nova Província, segundo Arthur Reis, contaria com um auxilio pecuniário de 12:000$000, fornecido pelo Maranhão até que as suas rendas lhe bastassem.

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O projeto de D. Romualdo tramitou de 1826 a 1832, sofrendo fortes objeções dos opositores no Parlamentos imperial, os quais alegavam falta de informações precisas que justificasse a instalação de um aparato provincial no Rio Negro. Em 1832, as discussões do problema foram adiadas até que novas informação sobre sobre a comarca chegassem à assembleia geral. Ao que tudo indica, as autoridades provinciais de Belém não deram muito crédito ao projeto de D. Romualdo seixas. Como já foi visto, ao derem execução ao código de processo criminal, em 1833, aquelas autoridades não apenas desconsideraram a busca de autonomia do Rio Negro, que teve no bispo o seu porta-voz, como também desrespeitaram os limites entre as comarcas da província do Pará, subtraindo territórios da nova comarca do Alto Amazonas.

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Projeto João Candido de Deus e Silva

Conforme Regina Márcia Lima e Arthur Reis, somente em 1839 o assunto voltou a ser debatido na câmara dos deputados, quando um novo projeto foi apresentado por outro deputado, quando um novo projeto foi apresentados por outro deputado paraense, João cândido de Deus e Silva. Por esse projeto a comarca do alto amazonas seria transformada em província do rio negro, porém de segunda ordem, isto é, associada à província do Pará, com território e limites iguais ao da comarca do alto amazonas. Como se pode perceber, este projeto continha alguns dispositivos que mantinham, dissimuladamente, certa subalternidade da futura província em relação à do Pará.

É necessário lembrar que a comarcado alto amazonas, nesse período, ainda vivia o desassossego da cabanagem. O movimento cabano tornou visível a fragilidade do governo paraense em administrar um territórios tão extenso quanto era o da província do Pará (formada pelos territórios dos atuais estados do Pará, Amapá, Amazonas e Roraima).

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No caso do alto amazonas, o governo provincial,

mesmo contando com intensa ajuda de membros da

elite dessa região, necessitava enviar e manter tropas e

autoridades judiciais, o que representava um pesado

ônus ao tesouro da província. Desse modo, a

dominação politica, tal qual as autoridades de Belém

vinham praticando em relação à em relação a comarca

do alto amazonas, não compensava mais manter as

despesas com a sua manutenção. Era necessário outro

mecanismo para manter a dominação política, sem,

entretanto, arcar com os gastos para tê-la. O projeto de

João Cândido de Deus viria, assim, ao encontro das

necessidades e dos interesses que o governo paraense

apresentava naquele contexto.

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AS POLÊMICAS

Quando às discussões que surgiram em torno do projeto de João Cândido, notam-se dois posicionamentos: o primeiro posicionamento era representado pelos deputados paraenses e maranhenses, os quis defendiam que a solução para acabar com o estado de atraso e decadência da comarca do alto amazonas, passava, necessariamente, pela elevação da mesma categoria de província. Em quanto que o segundo era representado, principalmente, pelos deputados mineiros e paulistas que eram contrários a criação da nova província, argumentando que a comarca do alto amazonas não apresentava renda suficiente para sustentar um aparelho provincial. Questionou-se até se na nova província teria pessoas capaz para p preenchimento dos cargos.

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Entretanto, o posicionamento dos parlamentares contrários a criação de uma nova província no Império, sugere uma outra razão – sobretudo entre os paulistas – seria o receio de se criar um perigoso precedente , pois a rica Comarca de Curitiba , da Província de São Paulo , já acalentava havia algum tempo , o desejo de autonomia.

Embora o projeto tivesse ocasionado tamanha polêmica , seus defensores conseguiram que fosse aprovado em primeira sessão , em agosto de 1840. Mesmo assim, sua tramitação ficou sustada por três anos. Somente voltou à baila em 1843, quando o ministro dos Negócios Estrangeiros, Honório Hermeto Carneiro Leão, em um discurso na Câmara dos Deputados , no dia 12 de maio , sugeriu a divisão da Província do Pará.

Naquela ocasião, o deputado Ângelo Custódio solicitou que o projeto de João Cândido de Deus fosse reavaliado. Esse pedido provocou ásperos debates, os quais, apesar de ressuscitarem antigos argumentos de defesa e ataque ao projeto, culminaram com aprovação deste na sessão de 19 de junho daquele ano.

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NASCIMENTO DA PROVÍNCIA

AMAZÔNAS

Da câmara dos deputados o projeto passou ao senado, onde permaneceu, inexplicavelmente, sete anos relegado ao esquecimento. Somente em julho de 1850, por iniciativa do deputado paraense João Batista de figueiredo tenreiro Aranha, é que foi novamente submetido a debates, e em 28 de agosto do mesmo ano, foi aprovado.

Levado ao conhecimento do imperador Pedro II, o projeto transformou-se na lei 582, de 5 de setembro de 1850, que criava a Província do amazonas.

A nova província teria por capital a Cidade da Barra do Rio Negro, e os mesmos limite e extensão da antiga Comarca do Rio Negro-que os herdara da Capitania de São José do Rio Negro, criado por Francisco Xavier de Mendonça Furtado em 1755-e não aqueles do alto Amazonas, fixados, em 1833, quando da aplicação do Código de Processo Criminal.

A representação parlamentar da Província do Amazonas na Assembleia Geral do Império foi Fixada em um deputado e um senador. Sua Assembleia Provincial seria composta por vinte membros.

O Imperador nomeou, em 7 de julho de 1851, para a Presidência da Província do Amazonas, o deputado João Batista de Tenreiro Aranha, e para as vice-presidências : João Ignácio Rodrigues do Carmo, coronel João Henrique de Manuel Tomaz Pinto, Manuel Gomes Correia de Miranda e o cônego Joaquim Gonçalves de azevedo.

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INTERESSES ALIENÍGENAS E A PROVÍNCIA

Conforme se pôde verificar pelos fatos precedentes

, algo de estranho ocorreu na tramitação do projeto

que elevou o Alto Amazonas à categoria de

Província. Neste sentido, cabem aqui alguns

questionamentos: a) que razões poderiam justificar

sete anos de paralisação dos debates em torno do

projeto, depois que ele passou da Câmara dos

Deputados ao Senado? b) quais motivos levariam o

Senado, já em 1850, a aprová-lo em menos de um

mês?