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1 As minhas férias no Zoológico
3 No ZOO
4 Festival Panda
6 Lenny Kravitz
8 Colónia de Férias em Inglaterra
10 Viagem { Provença
47 A Scorpion’s Kiss
48 Final Nacional em Futsal
49 Iron Maiden
52 Finl}ndia & Noruega
Eu fui ao Jardim Zoológico e adorei porque fiz imensas atividades e jogos.
2.ª feira foi o dia de nos conhecermos a todos, conhecemos o Jardim Zoo-
lógico e fizemos jogos.
3ª feira foi o dia dos répteis. Aprendi que os répteis têm de ter escamas.
Vimos cobras, lagartos, crocodilos e tartarugas.
4.ª feira foi o dia dos mamíferos. Jog|mos um jogo: eram rapazes contra
raparigas. Tínhamos pistas e íamos { procura dos animais em conjunto.
Depois, a animadora corrigia. Se conseguíssemos acertar, ganh|vamos
uma risca no braço. Quem tivesse mais riscas ganhava o jogo.
5.ª feira foi o dia das aves. Fizemos uma caderneta de aves. A animadora
dava pistas e nós tínhamos de ir { procura. Depois desenh|vamos as
aves. A animadora dava-nos o p|ssaro e dizia onde ele vive na natureza e
nós coloc|vamos no mapa.
6.ª feira foi o dia da conservaç~o, ou seja, de cuidar dos animais. Dividimo
-nos em três grupos de quatro pessoas, cada grupo fez um desenho em
conjunto e comemos um gelado.
Foi uma semana muito divertida com os animais e os amigos novos.
Constança, 7 anos
Destaques As minhas férias no
Jardim Zoológico
01 mar - Slava Snowshow
01 mar - And the Oscar goes to … Lisbon Film Orchestra
02 mar - Teatro: GOD
03 mar - Carnaval de Torres
08 mar - Tango Pasión
08 mar - A história do Hip-Hop tuga
09 mar - Pesca Desportiva: Entrega de Prémios 2018
09 mar - Tito Paris
09 mar - Fantasia Lírica
09 mar - Música para Bebés
10 mar - Rapunzel
Próximas Iniciativas
www.clubegalpenergia.com 2 # 255 julho 2018
O meu nome é Mariana, tenho 14
anos e participei na Colónia de Fe-
rias de Basket nas minhas férias de
ver~o.
A minha experiência no campo foi
incrível.
Conheci treinadores fant|sticos e
fiz novos amigos.
O que eu gostei mais do campo foi
de como nos ajudamos uns aos
outros e aprendemos a trabalhar
em equipa.
Outra parte que também gostei
muito foi de como socializamos
t~o facilmente uns com os outros
ou até bastava alguém começar a
fazer um jogo divertido e toda a
gente alinhava.
Para mim esta experiência foi ines-
quecível e aconselho a toda a gen-
te que gosta de basket.
Mariana
Neste ver~o, eu e o meu irm~o Afonso, estivemos no jardim zoológico a passar
alguns dias das nossas férias. Aprendemos muito sobre os animais selvagens e
como todos podemos proteger a natureza. Para o ano queremos voltar!
Manuel Vil~o (7 anos)
Campo de Férias
Basketball
Colónia de Férias no Zoológico de Lisboa
www.clubegalpenergia.com 3 # 255 julho 2018
Eu gostei muito da semana que
passei no Jardim Zoológico.
Fiz novos amigos e os monitores
eram superdivertidos e muito
simp|ticos. Os almoços eram deli-
ciosos e para quem n~o gostar da
ementa tem sempre alternativa.
Os grupos s~o divididos de acordo
com a idade dos participantes.
Fiquei a conhecer mais sobre os
animais e muitas curiosidades acer-
ca do seu modo de vida, habitat,
de como vivem em comunidade,
se est~o em vias de extinç~o, entre
outras.
Fizemos v|rias atividades, uma
delas o Quebra-gelo para permitir
que o grupo se conhecesse
melhor, peddy papers, cri|mos o
nosso próprio Jardim Zoológico,
fizemos uma conferência via Skype
com outro zoo da Tail}ndia, onde
apresent|mos dois dos nossos ani-
mais e eles outros dois, típicos do
seu país, ouvimos palestras sobre
as girafas e outros animais ficando
a conhecer mais sobre eles.
Foi uma semana incrível e muito
bem passada. Eu adorei a ex-
periência e quero repetir para o
ano.
Mariana Duarte
____
Eu adorei a semana que passei no
Jardim Zoológico, foi incrível.
Gostei principalmente de ter feito
e observado coisas que os visitan-
tes normais n~o podem fazer nem
ver, ter aprendido muito sobre os
animais.
Os animadores eram simp|ticos e
muito divertidos. Enquanto desen-
volvíamos as atividades propostas
aprendíamos e divertiam-nos
muito.
Gostava de ter tido oportunidade
de interagir mais com alguns dos
animais e participado mais no auxí-
lio aos tratadores o que me daria
essa possibilidade.
Adorei e recomendo!
Matilde Caeiro
Este ano eu fui ao ATL do jardim
zoológico.
Um ATL que eu gostei muito de ir,
fui com 2 amigas mas saí de l| com
mais, esta é uma experiência que
eu recomendaria a qualquer amigo
meu pois foi muito divertida e en-
graçada.
Neste ATL eu aprendi mais sobre
os animais que est~o no zoo e para
que foi formado o zoo … fiz ativid-
ades muito divertidas e novas
onde pude participar em grupo e
rir-me muito.
N~o pensaria duas vezes em voltar
a este ATL n~o só pelos monitores
que me acompanharam, mas tam-
bém pelos amigos que fiz e que j|
tenho saudades.
Tantas coisas que aprendi divertin-
do-me. Foi t~o Bom!
Laura Carvalho
No ZOO
www.clubegalpenergia.com 4 # 255 julho 2018
Mais um ano em que o Festival
Panda veio criar magia entre tan-
tas crianças que o adoram e vi-
bram ao som das suas músicas.
E este ano foi a estreia da minha
pequena Maria que, claro est|, é
mais uma f~ desta enigm|tica per-
sonagem do mundo encantado
dos mais pequenos.
No recinto do festival h| inúmeras
atividades e diversões para além
dos espet|culos musicais: h| pintu-
ras faciais, piscinas de bolas, insu-
fl|veis e muitas outras atividades
que os fazem vibrar.
Convém ir cedinho para aproveitar
ao m|ximo todas as atrações. A
frase mais ouvida é: “O Panda é
fixeeeee!”.
Foi uma manh~ muito bem passa-
da entre família e amigos. Obriga-
da ao Clube Galp pela promoç~o
deste tipo de eventos em que nós
próprios adultos nos sentimos um
bocadinho crianças ao entrar na-
quele recinto.
Mafalda Gonçalves
O NOS Alive é um festival incrível
no qual j| estive presente em di-
versas edições.
A primeira foi sem dúvida marcan-
te, o que me levou a ir quase todos
os anos.
Este ano, com o regresso de Pearl
Jam, n~o podia falhar.
Enviei mensagem { grupeta do
costume e marcamos na agenda.
No entanto, os bilhetes j| estavam
esgotados quando fui comprar.
Felizmente o Club Galp reservou
alguns bilhetes e consegui marcar
presença em mais uma ediç~o.
Mal posso esperar pela próxima
ediç~o!
Catarina Guerra
Festival Panda NOS Alive
www.clubegalpenergia.com 5 # 255 julho 2018
8 anos!!!!
E as espectativas s~o as mesmas…
Longe da cidade, viva a liberdade,
todos se v~o divertir
My Camp,
Quinta da Broeira, é só brincadeira,
todos se v~o divertir
My Camp
Mais um ano e l| fomos eu e a mi-
nha irm~ até ao Vale da Pinta no
Cartaxo, para uma semana que
sabíamos que iria ser fant|stica!
É bom regressar e reencontrar os
monitores e as caras dos anos an-
teriores, mas também existe sem-
pre a novidade… .
...novos monitores novas amizades
que durante 7 dias v~o ser a nossa
família.
Sim porque levamos a irm~, mas só
a voltamos a ver 7 dias depois….
Foi uma semana fant|stica, fize-
mos escalada, slide, gincanas, tiro
ao arco, paintball, piscina, equita-
ç~o entre muitas atividades.
Passamos um dia muito divertido
em Valada, onde fizemos canoa-
gem, andamos numa boia puxada
por uma moto de |gua e tomamos
grandes banhos de rio!
Para o ano… claro que voltamos.
Beatriz e Leonor Silva 16 / 11 anos
Foi a 10 de julho, no Est|dio Muni-
cipal de Oeiras, que consegui ver
Kiss pela segunda vez em Portugal!
A primeira vez tinha sido em 1983,
era eu um miúdo e lembro-me de
ter ido juntamente com uns ami-
gos ao Pavilh~o Dram|tico de Cas-
cais, 35 anos o ritual manteve-se e
aqui fui eu vestido com roupa a
rigor que n~o pode faltar nestas
alturas e disfrutar das músicas que
ao vivo têm sempre um toque dife-
rente.
Começaram com a Deuce, seguin-
do a Shout it out loud um imperdí-
vel solo de guitarra do Tommy
Thayer, passando por diversos hits
que esta banda foi colecionando
ao longo dos anos incluindo a Rock
and Roll All Nite, tema emblem|ti-
co com que terminaram a sua atua-
ç~o.
Espero que tenham gostado do
público português que vibrou du-
rante toda a sua atuaç~o e que pa-
ra o ano voltem a escolher Portu-
gal como palco da sua tour.
MyCamp Kiss
www.clubegalpenergia.com 6 # 255 julho 2018
Este foi o meu segundo ano no My
Camp e o ano passado j| tinha sido
uma experiencia espetacular.
Este ano achava que n~o ia ser t~o
giro como o ano passado apesar
de ter ido com um extraordin|rio
grupo de amigos que fiz no ano
anterior no acampamento.
Essa é uma das coisas boas no My
Camp: criar mesmo amizades que
ficam connosco.
No entanto afinal foi ainda melhor,
e divertimo-nos imenso logo desde
o primeiro dia que nos junt|mos
em grupo.
N~o senti de modo nenhum que as
atividades fossem repetidas ou
que fosse a mesma experiência do
ano passado, parecia tudo novo
porque na realidade este acampa-
mento é incrível.
Foi uma semana em que mais uma
vez posso dizer que foi a melhor
do meu ver~o.
Inês Borralha
01 de julho, domingo, rumo ao Alti-
ce Arena para assistir ao concerto
de um dos meus ídolos.
A primeira parte do concerto cou-
be aos londrinos MF Robots, n~o
conhecia o trabalho desta banda
mas foi uma agrad|vel surpresa.
21h45! As luzes apagam-se, o entu-
siasmo envolve todos os presen-
tes, Lenny Kravitz est| a chegar!
Com a sua inconfundível imagem
(carapinha e óculos escuros) en-
trou em palco no centro de um
anel a tocar Fly Away.
E assim começa a grande noite!
A partir daí foi uma sequência de
temas inesquécíveis como Ameri-
can Woman, Mamma Said, It Ain’t
Over ‘Till It’s Over, Cant’t Get You
Off My Mind, Always On The Run,
Again.
Em regime encore Let Love Rule e
You Going My Way foi o pretexto
para Lenny percorrer a zona do
Golden Circle.
Duas horas de concerto e Lenny
Kravitz confirma que continua a
saber a tocar rock como ninguém.
Volta novamente!!!!!!
Emília Pereira
MyCamp Lenny Kravitz
www.clubegalpenergia.com 7 # 255 julho 2018
Catorze anos depois da primeira
aventura, assistimos ao regresso
da família Pêra.
Na sequela de The Incredibles, é a
m~e, Helena, também conhecida
como Mulher-El|stica, quem assu-
me o protagonismo, enquanto o
pai fica em casa. Depois de, no fil-
me anterior, terem falhado em dar
conta do assalto ao Banco de Me-
troville, a polícia decide fechar o
programa de realocaç~o de super-
heróis. Eles s~o obrigados a viver
permanentemente numa identida-
de secreta e, no caso da família
Pêra, v~o ter de mudar-se para um
motel. Até que, um dia, o diretor
de uma companhia de telecomuni-
cações decide convocar super-
heróis para uma publicidade, para
lhes devolver a credibilidade junto
da populaç~o. Entretanto, a Mu-
lher-El|stica é chamada para uma
miss~o contra um novo vil~o que
invade ecr~s para controlar os es-
petadores. Quando, finalmente,
consegue vencê-lo, percebe que
h| alguém por detr|s dele que
quer tornar ilegal o estatuto de
super-heróis.
Felizmente, tem a ajuda de Rober-
to Sr. Incrível Pêra para combater
os vilões e desmontar essa conspi-
raç~o. E ao seu lado v~o estar os
seus filhos – Violeta, Flecha e o be-
bé Jack, que agora descobre que
tem superpoderes –, além do ami-
go Gelado.
E é desta sequela que a Direç~o do
Clube Galp – Núcleo Centro vem
sortear, entre os seus Associados,
quatro DVDs. Para se inscreverem
devem, os Associados do Clube
Galp – Núcleo Centro, enviar, até
ao dia 20 de março próximo, um
mail para o endereço interno
“Clube GalpEnergia – Secretaria”
ou telefonar para a Secretaria do
Clube Galp - Núcleo Centro através
do número 21 724 05 31 (extens~o
interna 10 531).
Carl~o lançou, no dia 14 de setem-
bro, Entretenimento?, o seu novo
|lbum. Este novo trabalho disco-
gr|fico de Carl~o conta com 12 te-
mas originais, entre eles, os singles
Agulha no Palheiro, Viver Pra Sem-
pre e o recentemente editado Con-
tigo, cujo videoclip j| ultrapassou 1
milh~o de visualizações.
Este |lbum conta também com
convidados especiais como Antó-
nio Zambujo, Manel Cruz, Slow J,
entre outros artistas e produtores
que ajudam Carl~o a questionar as
atuais formas e contexto de entre-
tenimento de uma forma crítica e
criativa.
E, a Direç~o do Clube Galp - Núcleo
Centro sorteou, entre os seus As-
sociados, quatro exemplares desta
obra, tendo sido contemplados:
Rita Serr~o
Dora Bai~o
Pedro Custódio
José Santos Henriques
Sorteio The Incredibles II Sorteados Carlão
www.clubegalpenergia.com 8 # 255 julho 2018
No passado mês de julho, integra-
dos num grupo de jovens entre os
13 e 17 anos, liderado pela Fun Lan-
guages do Alto dos Moinhos em
conjunto com o Clube Galp, embar-
c|mos numa emocionante e muito
divertida viagem de duas semanas
para um campo de férias em Ingla-
terra com o objetivo de melhorar
os nossos conhecimentos da lín-
gua e cultura inglesas.
O nosso destino final foi um típico
colégio interno inglês chamado
Stonar, situado em Bath, uma cida-
de termal muito antiga no sul de
Inglaterra, a cerca de duas horas
de Londres.
A nossa ida para o campo de férias
foi antecedida por um fim-de-
semana em Londres, onde tivemos
a oportunidade de visitar as mais
emblem|ticas atrações turísticas e
experimentar um pouco o ambien-
te cosmopolita desta cidade.
Este primeiro fim-de-semana teve
ainda a grande vantagem de nos
conhecermos todos melhor e de-
senvolver um fant|stico o espírito
de grupo.
Chegados finalmente a Stonar
School, fomos muito bem recebi-
dos por uma equipa de professo-
res ingleses e tivemos a oportuni-
dade de conhecer os nossos cerca
de 50 colegas de curso: chineses,
italianos, uma francesa e uma pe-
ruana.
Após a realizaç~o de um teste inici-
al fomos todos divididos em tur-
mas de acordo com o nível de in-
glês de cada um.
O dia a dia era passado { inglesa,
acord|vamos pelas 7h00 e to-
m|vamos o pequeno almoço {s
8h.
As aulas decorriam entre as 9h00 e
as 12h30, hora a que almoç|vamos
antes do início das atividades da
tarde: desportos, artes, culin|ria,
teatro, jogos...
Colónia de Férias em Inglaterra
www.clubegalpenergia.com 9 # 255 julho 2018
No fim da tarde, pelas 18h30, jant|-
vamos.
A atividade noturna era iniciada no
anfiteatro da escola com um brie-
fing do dia e depois realizadas as
atividades programadas: jogos,
espet|culos.
Durante as duas semanas havia um
conjunto de excursões programa-
das a diversas cidades e atrações
inglesas: Windsor, Bristol, termas
romanas de Bath, Oxford e ao fan-
t|stico Thorpe Park.
Nesses dias de excurs~o saíamos
cedo de manh~ e só volt|vamos
para jantar.
No final das duas semanas, muito
divertidos, bem dispostos e a falar
inglês muito melhor, volt|mos a
casa, agradecidos por esta oportu-
nidade "once-in-a-lifetime".
N~o podemos deixar de agradecer
ao Clube Galp e aos nossos pais
esta oportunidade e elogiar a Ma-
ria Jo~o Almeida, da Fun Langua-
ges, pela forma como nos liderou,
acompanhou e confiou em nós,
garantindo-nos uma experiência
inesquecível.
Jo~o Martins da Costa (15 anos)
Luís Martins da Costa (13 anos).
Stonar
www.clubegalpenergia.com 10 # 255 julho 2018
Rota da Lavanda
e
Rota dos Impressionistas
de 15 a 23 de julho de 2018
Apesar de ficar t~o perto de nós, a
França é um país do qual conheço
pouco. Além de Paris, Normandia,
Bretanha e regi~o dos Castelos do
Loire, o meu conhecimento de
França é reduzido. Por isso, esta
viagem pela regi~o da lavanda e
dos pintores impressionistas era
aliciante… E foi com entusiasmo
que me decidi a ir.
Após o encontro com os 24 com-
panheiros de viagem, l| seguimos
(chefiados pela liderança tranquila
e competente do Bruno e apoia-
dos pelo Pedro Baptista) com des-
tino a Marselha, a segunda mais
populosa cidade de França depois
de Paris e a mais antiga cidade
francesa, onde cheg|mos depois
de uma viagem de cerca de 2 horas
e 30 minutos.
Fica situada numa enseada e é
uma cidade portu|ria importante,
que se destaca pelo porto antigo,
pelos seus bairros e pelas belíssi-
mas vistas que se podem admirar
de muitos pontos da cidade. Du-
rante muito tempo foi o principal
porto que tinha ligaç~o com as co-
lónias francesas, especialmente
em \frica, sendo muito interessan-
te a forte influência que \frica e o
colonialismo tiveram sobre Marse-
lha.
Uma vez em terra, éramos aguar-
dados pelo Rogério, um guia que
nos acompanhou durante todo o
passeio e que se veio a revelar do
mais competente que temos en-
contrado.
Dos primeiros contactos com Mar-
selha fica na memória a volta pela
cidade e a paragem no alto da coli-
na de Marselha, aos pés da impo-
nente Basílica de Notre Dame de la
Garde, considerada o símbolo da
cidade, com a sua est|tua monu-
mental da Virgem, dourada, com
uma altura de 9,70 metros.
Esta imagem da virgem recorta-se
no céu e domina a cidade do alto.
Com a sua arquitetura de inspira-
ç~o romano-bizantina, foi consa-
grada em 5 de junho de 1864 e
substituiu uma capela que havia
sido construída em 1214, que tinha
o mesmo nome. A partir da Idade
Média, esta Basílica foi considera-
da a guardi~ dos pescadores e pes-
soas do mar. Da esplanada, pude-
mos admirar a mais bela vista de
Marselha. N~o entr|mos na Basíli-
ca, por esta j| estar fechada.
Depois de uma visita panor}mica
pelas ruas e locais mais conhecidos
da cidade, fomos para o Hotel.
Viagem { Provença
www.clubegalpenergia.com 11 # 255 julho 2018
O tr}nsito começava a adensar-se,
pois a França tinha acabado de ga-
nhar o título de campe~ do Mundo
de Futebol. Parece que o est|dio
n~o ficava longe do nosso Hotel e
toda a gente convergia para a
Avenue du Prado, onde o mesmo
estava situado. Eram dezenas, até
centenas de pessoas a gritar, algu-
mas empunhando bandeiras de
França, outras com as bandeiras {
volta do corpo e o entusiasmo era
enorme.
Mas achei que quando Portugal
ganhou o Europeu em 2016, a ale-
gria e as manifestações de júbilo
foram superiores.
Quando foram retiradas as malas
do autocarro, um rapaz apoderou-
se da mochila do nosso motorista.
Um aborrecimento!...
J| depois de terminado o jantar no
Hotel, alguns de nós subimos a pé
a Avenida para apreciar o movi-
mento e o entusiasmo dos adep-
tos do futebol.
Na manh~ seguinte (16 de julho),
quando saímos do Hotel, repar|-
mos que havia um mercado na
Avenida, com roupas, fruta, legu-
mes e muito mais coisas. Apetecia
ficar por ali um pedaço e apreciar
aquilo que vendiam. Mas n~o havia
tempo para isso. A manh~ ia ser
toda dedicada { visita do Parque
Nacional da Camargue.
A temperatura estava um pouco
fresca e as nuvens ameaçavam
chuva.
A Camargue é um território situa-
do no Sul de França, onde o rio Ró-
dano se lança no mar e abrange
uma |rea de 150 000 hectares en-
tre a terra e o mar.
Criado em 1970 e gerido por uma
fundaç~o, este Parque Nacional
possui uma aç~o global na prote-
ç~o dos espaços e das espécies e
de apoio {s atividades económicas
tradicionais. A Reserva Nacional da
Camargue foi fundada em 1927 pe-
la sociedade nacional de proteç~o
da natureza. Foi classificada como
Reserva Natural em 1975.
Os habitantes da Camargue dedi-
cam-se a conservar e a promover a
cultura local por meio de manifes-
tações que fazem reviver os costu-
mes antigos ao longo do ano. Têm
um gosto acentuado pelo espet|-
culo taurino. A Camargue também
apresenta um passado histórico
excepcionalmente rico.
Quase desértica, coberta de lagos
e lagoas, é uma terra de criaç~o de
cavalos e de touros, que aí vivem
em liberdade no meio de flamin-
gos cor de rosa e de muitas outras
espécies animais, em especial
aves, tendo sido aqui observadas
mais de 300 espécies.
Viagem { Provença
www.clubegalpenergia.com 12 # 255 julho 2018
A proteç~o deste espaço natural
condiciona a diversidade e o equilí-
brio ecológico da fauna e da flora
desta regi~o e a existência de pas-
tagens naturais é indispens|vel {
manutenç~o da criaç~o tradicional
do touro e do cavalo da Camargue.
Tínhamos apanhado um barco que
nos levou ao longo das margens
dos p}ntanos onde pudemos ver, a
curta dist}ncia, todos estes ani-
mais. E ao reparar que a obser-
v|vamos do barco, uma amazona
n~o deixou de nos mostrar a maes-
tria com que dominava o cavalo
que montava e a forma como en-
caminhava as manadas de touros e
os cavalos na direç~o que queria.
Após o passeio de barco, fomos
almoçar. Adoro a comida francesa
que, na minha opini~o, faz juz {
sua fama. E na verdade, foi um al-
moço delicioso!
A seguir ao almoço continu|mos
para Saintes Maries de la Mer, que
é a capital da Camargue.
As origens da cidade s~o bastante
interessantes.
A lenda conta que cerca do ano 40
d.C., três mulheres foram persegui-
das e capturadas pelos judeus, em
Jerusalém e, juntamente com ou-
tros companheiros de fé, meteram
-nas numa barca sem remos, sem
velas e sem comida, deixando-as {
mercê das ondas. Essas mulheres
eram Maria Jacobé, irm~ da Vir-
gem Maria, Maria Salomé, m~e dos
apóstolos Santiago e Jo~o e tam-
bém Sara - uma egípcia, que era a
criada negra das duas. Os outros
companheiros eram L|zaro, o ho-
mem que Jesus ressuscitou, Maria
Madalena e Marta.
Milagrosamente a barca atracou
aqui e as mulheres construíram um
pequeno oratório dedicado { Vir-
gem Maria. Depois os discípulos
separaram-se para converter e
evangelizar as populações: Maria
Madalena partiu para Sainte-
Baume, Marta para Tarascon e L|-
zaro tornou-se o primeiro bispo de
Marselha. Maria Salomé, Maria Ja-
cobé e Sara permaneceram aqui e
aqui morreram e o local onde fo-
ram sepultadas e guardadas as su-
as relíquias, tradicionalmente em
Saintes-Maries, tornou-se um im-
portante local de culto e de pere-
grinaç~o, bem como uma paragem
no caminho francês de Santiago de
Compostela.
Este local de culto deu lugar a uma
igreja –Notre Dame de la Mer, que
foi construída neste local no sécu-
lo IX e redesenhada pelos monges
de Montmajour nos séculos XII e
XIV para incorporar as fortificações
da cidade.
Viagem { Provença
www.clubegalpenergia.com 13 # 255 julho 2018
Esta vila pitoresca e pequena é fa-
mosa pela peregrinaç~o que o po-
vo cigano realiza todos os anos em
devoç~o a Santa Sara. Efetivamen-
te, a cripta da igreja é dedicada a
Sara e todos os anos ciganos vin-
dos de toda a Europa retiram do
interior da igreja a imagem da sua
protetora, a Virgem Negra, para a
grande prociss~o e bênç~o do mar.
A igreja conhece duas vezes por
ano momentos de fervor intenso
por ocasi~o destas peregrinações,
que se realizam no final de maio e
no final de outubro.
As duas peregrinações s~o histori-
camente muito antigas e evocam
uma tradiç~o crist~, a do desem-
barque dos primeiros crist~os no
rio da Camargue. A dos ciganos,
mais recente, data de meados do
século XIX.
N~o muito longe, situada a 6 km
do mar, no meio duma bela paisa-
gem de lagoas e canais encontra-
mos a cidade medieval fortificada
de Aigues-Mortes, que foi fundada
por Luís IX em 1240, numa |rea de
p}ntanos e areia, a fim de ter aces-
so ao mar.
Luís IX, o Santo, construiu aqui ini-
cialmente duas torres; as muralhas
foram depois construídas por seu
filho.
Daqui partiram as cruzadas de
1248 e 1270. Hoje estas muralhas
s~o um dos encantos da cidade.
Existem 1.640 metros de muralhas
originais que s~o not|veis pela sua
altura e pelo seu estado de conser-
vaç~o. Do castelo construído por
Luis IX só resta uma torre, a torre
de Constance, de forma cilíndrica,
que est| unida {s muralhas por
uma ponte e que também foi usa-
da como farol.
Posteriormente e durante 5 sécu-
los foi uma pris~o.
As muralhas constituem, junta-
mente com a torre de Constance,
um testemunho not|vel na Europa
Ocidental da arquitetura militar
num meio pantanoso nos séculos
XIII e XIV.
No início, Aigues-Mortes era uma
pequena aldeia de pescadores e de
salineiros.
Ao longo dos séculos foi marcada
sucessivamente pelo cunho das
cruzadas e dos templ|rios, depois
pelas guerras religiosas e atual-
mente é uma cidade bem agrad|-
vel, orgulhosa da sua história e das
suas terras selvagens.
Mas Aigues-Mortes tem outra par-
ticularidade: as suas marismas sal-
gadas, que têm estado activas
desde a época romana.
O lugar é ideal para esta forma tra-
dicional de apanha de sal.
Viagem { Provença
www.clubegalpenergia.com 14 # 255 julho 2018
Marismas s~o ambientes onde
existe uma grande quantidade de
matéria org}nica que contribui
com grandes quantidades de detri-
tos vegetais para as teias alimenta-
res que lhe est~o associadas; além
disso, as marismas têm importante
papel na atenuaç~o dos processos
erosivos da costa e na oferta de
abrigo a diversas espécies de crus-
t|ceos, moluscos e peixes que utili-
zam esse ambiente para a reprodu-
ç~o, além de servir de local de re-
pouso para aves migratórias.
Aigues-Mortes significa águas mor-
tas. Mas embora n~o haja peixes
visíveis, a |gua n~o est| morta. Al-
gas e microorganismos vivem nas
marismas de sal, mas s~o os únicos
seres encontrados neste ambiente
extremadamente salgado. N~o po-
deriam sobreviver em |gua do mar
normal, porque n~o seria suficien-
temente salgada para eles, mas
crescem, por exemplo, no Mar
Morto. As bactérias s~o respons|-
veis pela cor laranja e rosa das ma-
rismas.
Estes microorganismos s~o uma
comida deliciosa para a artemia
salina, um tipo de lagosta pequena
que gosta de sal e tinge a |gua
com a cor do último alimento que
ingeriu.
Os flamingos que vivem nas maris-
mas salgadas comem estas peque-
nas lagostas e é por isso que as
suas penas se tingem de rosa e la-
ranja, ficando com aquela lindíssi-
ma cor que os caracteriza.
Em agosto o sal cristalizado flutua
nos talhões com |gua rosada. O
que fica é uma capa de cerca de 20
cm de cristais finos. Tudo se reduz
nisto: flor de sal, a essência do sal.
O lento processo de evaporaç~o
faz que o sal se cristalize em flocos
que parecem flores, daí o nome de
flor de sal. É importante começar a
apanha imediatamente: se n~o se
apanhar a flor de sal rapidamente,
vai para o fundo dos talhões e co-
meça a endurecer.
J| tive oportunidade de estar por
v|rias vezes em Tavira, no Algarve,
um local com grandes salinas e
também especializado na apanha
da flor de sal, que é um produto
muito apreciado.
Na antiguidade, parte do paga-
mento dos legion|rios romanos
era feita com sal, o salarium que
deu origem ao nome sal|rio. Atual-
mente em Aigues-Mortes com mui-
to sol e o forte vento mistral, as
condições s~o ideais para uma eva-
poraç~o m|xima.
Viagem { Provença
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É por isso que as salinas j| existiam
aqui na antiguidade.
A bordo de um pequeno comboio
fizemos uma viagem de mais de
uma hora passando pelos lagos
salgados e descobrindo como nas-
ce o sal. A meio do percurso fize-
mos uma paragem e pudemos su-
bir aos montes de sal, que eram
duros e acinzentados, parecendo
terra, pelo que n~o foi difícil cami-
nhar sobre eles.
No final do passeio de comboio,
obtivemos outras informações
acerca desta natureza intacta, sel-
vagem e generosa no Museu do
Sal e na Loja do Sal, por meio de
fotos e, com a observaç~o de fer-
ramentas e recipientes antigos,
pudemos apreciar a atividade sali-
neira através dos anos. O sal é con-
siderado o ouro branco do mar, o
principal recurso económico de
Aigues-Mortes.
Ao final do dia regress|mos a Mar-
selha. O jantar foi num restaurante
junto ao porto da cidade.
No dia seguinte - 17 de julho - fize-
mos uma visita panor}mica de
Marselha, percorrendo as suas
ruas e apreciando os lugares mais
significativos.
J| a caminho de Arles, visit|mos a
Igreja de Notre Dame des Sablons,
um templo gótico que é o último
testemunho do embarque de S~o
Luís e dos seus cavaleiros para as
cruzadas.
N~o se sabe ao certo, mas parece
que esta igreja foi construída em
meados do século XIII.
Durante a Revoluç~o francesa ser-
viu de quartel e de depósito de sal.
Tornou-se igreja católica em 1804 e
foi restaurada num estilo neo-
cl|ssico barroco bastante carrega-
do.
A igreja foi considerada monumen-
to histórico em 6 de dezembro de
1949. De 1964 a 1967 foi dado {
Igreja um cunho muito mais
sóbrio, que é o que vemos hoje.
A partir de 1991, os vitrais criados
por Claude Viallat, artista contem-
por}neo que pertence ao movi-
mento artístico Supports / Sur-
faces, d~o ao edifício uma luz e
uma cor extraordin|rias-
Viagem { Provença
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Contudo acho que n~o têm nada a
ver com os vitrais que estamos ha-
bituados a ver nas igrejas e, talvez
por isso mesmo, n~o os apreciei
particularmente.
Continu|mos o nosso passeio e
prosseguimos para Arles, uma ci-
dade de arte e história que foi con-
siderada em 1981 pela UNESCO co-
mo Património Mundial da Huma-
nidade.
Mais de 100 dos seus monumen-
tos, situados no centro histórico,
s~o classificados de Monumentos
Históricos, nomeadamente e para
só citar alguns, o anfiteatro roma-
no, o teatro antigo, as termas ro-
manas de Constantino e também o
claustro e o pórtico da Igreja de
S~o Trophime, que é considerada
uma das mais bonitas da Provença.
S~o Trophime era parente de San-
to Estêv~o, o primeiro m|rtir cris-
t~o.
E quando decidiu converter os Pro-
vençais { fé crist}, S~o Trophime
decidiu ficar em Arles, de onde foi
bispo.
A fachada da Igreja tem um magní-
fico portal, que foi esculpido no
final do século XII, com proporções
perfeitas e grande riqueza de de-
corações que o fazem lembrar um
arco de triunfo romano. O interior
da Igreja é severo. Tem 3 naves,
tendo a do meio uma abóbada ogi-
val. As naves laterais s~o muito es-
treitas. O claustro é a parte mais
bonita da igreja e com a sua rique-
za de decorações esculpidas
(dedicadas aos Apóstolos) é consi-
derado o claustro mais famoso da
regi~o.
Sob um sol intenso, continu|mos
para o anfiteatro romano , que é
parecido com o de Nimes e é um
dos mais antigos do mundo roma-
no. Consta que foi construído du-
rante o reinado de Adriano. Tem
capacidade para 24.000 especta-
dores e é formado por dois anda-
res de arcos, com 60 arcos cada
um. Mas h| um pormenor que dis-
tingue este anfiteatro do de Ni-
mes: tem forma elíptica, com 136
metros de comprimento e 107 de
largura. Também a parede da pista
é diferente. A parede da pista de
Arles é mais alta, talvez para prote-
ger os espectadores que estavam
mais perto da pista dos ataques
dos animais ferozes. Foi restaura-
da em 1825 e atualmente é princi-
palmente utilizada para corridas
de touros.
Viagem { Provença
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J| no século XX foram criadas
obras importantes como o centro
hospitalar Joseph Imbert e o Mu-
seu de Arles antigo.
O antigo hospital de Arles, onde o
pintor Van Gogh esteve internado
mais de uma vez devido {s suas
crises de loucura, é atualmente a
sede do Espaço Van Gogh, o cen-
tro cultural criado recentemente e
que lhe é dedicado e que visit|-
mos. Possui atualmente a mediate-
ca, os arquivos comunais, o colégio
internacional dos tradutores liter|-
rios, uma sala de exposições e
também algumas lojas. Foi em Ar-
les que Van Gogh pintou numero-
sas telas.
Arles é uma cidade alegre e colori-
da, cheia de gente e cujos vestígios
romanos testemunham ainda o
esplendor passado.
Situada no coraç~o da Provença é
orgulhosa das suas tradições e da
sua maneira de viver, que todos
aqui se dedicam a perpetuar ao
longo das gerações.
Para além do seu património, a lín-
gua, os costumes e as festas tradi-
cionais fazem de Arles a capital da
cultura provençal e aqui têm lugar
numerosas manifestações cultu-
rais ao longo do ano.
Após mais um magnífico almoço,
desta vez no Restaurante La Cara-
velle, era indispens|vel irmos ao
Café de la Nuit, situado na Praça
do Forum e representado no famo-
so quadro Terraço do Café à Noite,
uma conhecida obra de Van Gogh
que foi pintada durante o período
que o artista passou na cidade.
Ainda hoje, o café representado na
pintura de Van Gogh, pode ser en-
contrado no mesmo local, com o
nome de Café Van Gogh.
No início dos anos 90, a sua facha-
da foi pintada em tons de verde e
amarelo, aproximando-a da forma
como é vista no quadro.
Uma cópia do quadro est| num
cavalete, { esquina da Praça.
Continu|mos para Baux-de-
Provence, classificada como uma
das mais belas aldeias de França.
As suas praças e os terraços som-
breados, as ruelas inundadas de
sol bordeadas de pequenos hotéis,
salpicados aqui e ali por elementos
de arquitetura Renascentista, justi-
ficam este nome, tal como os vestí-
gios do castelo de Baux, parcial-
mente construído e em parte esca-
vado na rocha.
Tudo isto num local onde existe
muita pedra e vegetaç~o e onde
encontramos também pequenas
capelas e algumas casas troglodi-
tas ainda subsistem, banhadas de
poesia e que fazem desta aldeia
um postal ilustrado da Provença.
Viagem { Provença
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A aldeia é rodeada pelo Parque
Natural Regional dos Alpilles, que
alterna paisagens de matagal, vi-
nhedos e olivais. Com tudo isto, a
aldeia é um dos lugares de topo do
turismo provençal.
Alpilles é um sítio natural encanta-
dor situado a noroeste do departa-
mento das Bouches do Ródano.
Esta cadeia de montanhas de cal-
c|rio tem uma altura m|xima de
498 metros e oferece um panora-
ma que vai até { Camargue.
Aqui h| muito para ver e visitar: a
cidadela de Les Baux de Provença
e as Carrières de Lumières, a anti-
ga cidade romana de Glanum e
muitas outras aldeias cheias de en-
canto.
Os nobres de Baux-de-Provence
utilizaram a fortaleza como praça
forte nas guerras locais (século XII)
e nas guerras religiosas (século
XVI). A cidadela foi desmantelada
por ordem de Luis IX em 1483.
No parque do castelo alguns ca-
nhões d~o testemunho das t|cti-
cas militares medievais.
O parque oferece um panorama
extraordin|rio: abraça toda a regi-
~o desde Aix até Arles, os Alpilles e
a montanha.
Como o tempo estava claro, conse-
guíamos ver o mar Mediterr}neo,
o que confirma as virtudes defensi-
vas do local.
Muito perto de Baux, as salas sub-
terr}neas das Carrières de Lu-
mières servem de écran gigante
para um fabuloso espet|culo mul-
timédia.
Atualmente estas salas subterr}-
neas s~o o palco dum magistral
espet|culo de luz e som.
Obras de arte digitalizadas s~o
projetadas nas paredes, nos pila-
res, no ch~o e até no tecto, explo-
rando as dimensões, mas também
a beleza mineral do lugar.
Todos os anos, as Carrières de Lu-
mières exploram um tema ou a
obra de um conjunto de artistas,
reinterpretando quadros e univer-
sos artísticos. A finalidade é revolu-
cionar a aproximaç~o dos grandes
mestres, renovar o olhar do públi-
co sobre as obras e fazê-lo entrar
no século XXI.
Cézanne, Van Gogh, Marc Chagall e
também Veneza e o Mediterr}neo,
j| foram aqui mostrados.
Em 2018, as Carrières de Lumières
apresentam pela primeira vez uma
monografia de homenagem a Pi-
casso e aos Mestres Espanhóis,
com as obras primas digitalizadas
de Picasso, Goya e Sorolla.
Esta criaç~o multimédia mostra um
século de pintura espanhola numa
experiência artística intensa.
Passamos da Corte {s cenas cam-
pestres de Goya, das cenas { beira-
mar de Sorolla ao abundante uni-
verso pictórico de Picasso.
Viagem { Provença
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A obra magistral de Picasso trans-
porta o espectador ao centro do
seu génio criativo. Concebida com
uma deambulaç~o através da arte
ibérica, esta exposiç~o põe em mo-
vimento milhares de obras digitali-
zadas que se animam pelos meios
técnicos atuais.
As nossas deslocações pelo espaço
também fazem parte do espet|cu-
lo.
É uma verdadeira experiência en-
volvente e sensorial que nos espe-
ra, um mergulho num mar de cores
cintilantes.
A emoç~o que senti foi grande e as
palavras que pudesse proferir n~o
tinha significado perante o que me
foi mostrado!...
Foi nestas antigas carrières de cal-
c|rio que Cocteau rodou, em 1959,
v|rias cenas do seu filme O Testa-
mento de Orfeu.
O vale de Baux é famoso pelos
seus vinhos e o seu azeite.
Toda a regi~o é banhada pelo sol e
inebriada todo o ver~o pelo canto
das cigarras. Numerosos produto-
res cultivam simultaneamente a
vinha e a oliveira.
Esta associaç~o nas terras calc|rias
e argilosas deve bastante ao mis-
tral, o vento frio e seco que pro-
porciona as trocas de aromas en-
tre as duas culturas.
Quando saímos de Les Baux, faze-
mos uma paragem em Les Anti-
ques, onde existe um arco romano
que indica o acesso { antiga cidade
romana de Glanum.
O sítio de Glanum estende-se por 2
hectares e é uma das maiores su-
perfícies arqueológicas de França.
A cidade de Glanum foi abandona-
da no século III e as suas pedras
foram utilizadas para construir
uma nova cidade, que seria a futu-
ra Saint Rémy de Provença.
O local é testemunha de 1.000
anos de ocupaç~o pelos Gauleses,
Gregos e Romanos. As influências
de cada uma destas civilizações
traduzem-se no urbanismo e na
arquitetura.
Viagem { Provença
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Junto {s falésias dos Alpilles en-
contramos vestígios do fórum, das
termas, de templos e de casas de
habitaç~o helenísticas com peristi-
los.
Continuamos agora para Saint
Remy de Provença, uma pequena
cidade no Parque dos Alpilles que
nos convida a descobrir as suas
riquezas: cultura, património e fes-
tivais.
No coraç~o deste Parque, Saint-
Rémy oferece-nos terraços de café
acariciados pelo sol, becos que se
abrem para praças decoradas com
fontes, um mercado inebriante,
para n~o mencionar as ruínas ro-
manas, aninhadas no sopé das coli-
nas de calc|rio e que s~o testemu-
nhas de um passado rico.
Esta beleza n~o deixou de seduzir
os artistas que ali se instalaram,
muitos nos passos de Van Gogh e
do compositor Charles Gounod.
Nesta capital provençal onde nas-
ceu Nostradamus, encontramos
gastronomia, produtos locais, oli-
vais, hotéis encantadores, artesa-
nato, um mercado, artistas, belas
lojas e galerias de arte, os lugares
pintados por Van Gogh, as tradi-
ções, os festivais e muitos dias de
sol por ano.
As avenidas circulares de Saint Ré-
mi de Provença cheias de pl|tanos
e bordadas de terraços encerram a
cidade antiga.
As ruas peatonais com aspectos
medievais abrigam bonitos hotéis
particulares.
Para todos aqueles que gostam de
pintura (e acho que todas as pes-
soas do nosso grupo estavam nes-
ta situaç~o), um caminho peatonal
e um percurso campestre sobre os
passos de Van Gogh ligam o centro
de Saint Rémy ao mosteiro Saint
Paul (cerca de 1,5 km).
Ao longo deste caminho alguns
painéis reproduzem muitas das
suas telas, nas paisagens que tanto
inspiraram o artista. Van Gogh es-
teve internado durante um ano
(no pavilh~o dos homens) no mos-
teiro de Saint Paul, devido a sofrer
de episódios psicóticos e alucina-
ções.
Os médicos receavam a sua estabi-
lidade mental e frequentemente
Van Gogh negligenciava a sua saú-
de física, n~o comendo e bebendo
muito.
Aqui pudemos observar o seu
quarto simplesmente mobilado,
com a cama de ferro e um cavalete
com a cópia de um quadro.
Viagem { Provença
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Faziam ainda parte do seu quarto
uma pequena mesa e duas cadei-
ras, a sua cadeira de rodas e a sua
banheira de tratamento.
Vemos também uma reproduç~o
da sua famosa pintura O quarto de
Van Gogh. Suicidou-se com apenas
33 anos de idade, com um tiro no
peito.
Depois desta visita, prosseguimos
para Nimes -a capital do departa-
mento de Gard, que tem uma po-
pulaç~o de cerca de 150.000 habi-
tantes.
A cidade de Nimes é um dos assen-
tamentos urbanos mais antigos da
G|lia Romana. A sua localizaç~o
estratégica estava numa encruzi-
lhada entre dois corredores, um
que liga a península italiana { Pe-
nínsula Ibérica e outro entre o Me-
diterr}neo e o norte da atual Fran-
ça, Alemanha e Benelux através do
Ródano e do Reno.
Nimes é famosa pela quantidade
de vestígios da época romana que
est~o bem preservados, nomeada-
mente o anfiteatro romano conhe-
cido como as Arenas, onde comba-
tiam os gladiadores e se lutava
contra as feras.
Atualmente realizam-se aqui v|rios
géneros de espet|culos.
Outro símbolo de Nimes é o tem-
plo romano conhecido como La
Maiisno Carrée.
Estes dois monumentos s~o uma
autêntica jóia do passado romano
no sul da França.
E é por isso que Nimes é chamada
de Roma Francesa.
Numa das duas noites que aqui
pass|mos, cantava o Sting nas Aré-
nes. Muita gente, muita segurança
e, apesar de alguém do nosso gru-
po ter pedido a um dos seguran-
ças, com o olhar mais sedutor pos-
sível, para dar só uma olhada ao
espet|culo, o guarda n~o se dei-
xou impressionar e n~o autorizou.
E outra pessoa do grupo também
enganou os restantes, dizendo que
se espreit|ssemos por uma deter-
minada abertura, podíamos ver o
Sting no palco. Mas n~o era verda-
de! A figura que se via no meio das
luzes azuladas era, na realidade,
um dos seguranças do cantor. E
estes episódios foram motivo para
muita divers~o e boa disposiç~o!
Viagem { Provença
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Demos ainda um longo passeio a
pé, para sentir a atmosfera desta
cidade cheia de movimento e, j|
com a noite adiantada. regress|-
mos ao hotel.
Na manh~ seguinte (18 de julho)
pudemos confirmar que Nimes es-
t| cheia de recantos encantadores,
embora o legado dos romanos seja
t~o importante que quase pode-
mos dizer que eclipsa tudo o resto.
Também caminhar pelas suas ruas
é muito interessante.
Quando caminhamos pela cidade
encontramos pequenas placas re-
dondas com a representaç~o de
um crocodilo.
Temos de recuar no tempo até 31
a.C. para sabermos porquê.
Foi nesse ano que Oct|vio derro-
tou António e Cleópatra e assegu-
rou o domínio do Império.
Numa moeda cunhada na época
aparece uma imagem que come-
mora o anivers|rio com um croco-
dilo amarrado a uma palmeira co-
roada de louros, simbolizando o
derrotado Egipto.
Com o tempo, essa representaç~o
passou a simbolizar a cidade, tor-
nando-se o seu escudo.
E se entrarmos na C}mara Munici-
pal, vemos que aí, suspensos no ar
e coroando a escadaria principal,
n~o h| nada além de quatro belos
espécimes de crocodilos disseca-
dos que parecem voar.
E foi com surpresa que numa das
ruas da cidade, vimos uma loja cha-
mada Queijaria Nacional com mui-
tos produtos e uma enorme ban-
deira portuguesa.
Nesta manh~, e ao contemplarmos
{ luz do dia as Arénes de Nimes,
vemos um edifício colossal da épo-
ca, capaz de comportar cerca de
25.000 espectadores e, { medida
que nos aproximamos, podemos
distinguir as sessenta secções da
fachada com os seus correspon-
dentes arcos.
As Arénes de Nimes é um exemplo
evidente do poder do Império Ro-
mano que podemos apreciar num
excelente estado de conservaç~o.
É impressionante a sensaç~o que
temos quando chegamos {s arqui-
bancadas, j| que de fora do edifí-
cio ou mesmo passando pelas ga-
lerias e corredores da estrutura, é
impossível adivinhar a majestade e
a amplitude do palco interior.
Viagem { Provença
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E das trinta e poucas bancadas,
que foram organizadas de acordo
com a categoria social dos espec-
tadores, a visibilidade é excelente.
Ao percorrer o interior das Aréne-
es de Nimes, podemos apreciar a
boa técnica da construç~o romana
no primeiro século de nossa era e
alguns painéis explicativos revelam
detalhes acerca da obra.
Mas a melhor coisa é que o bom
estado do edifício parece impulsio-
nar a nossa imaginaç~o para colo-
car na arena os gladiadores e os
lutadores que vinham de terras
distantes para combater. Ou ent~o
imaginamos as lutas de animais
nunca antes vistos no sul da Euro-
pa!
Mas atualmente as distrações s~o
diferentes e a cidade aproveita o
recinto para apresentações cultu-
rais, shows e eventos.
E também organizam touradas,
das quais os habitantes de Nimes
se orgulham muito.
E ao lado das Arénes podemos ver
a est|tua de um toureiro, com a
sua capa, numa pose em que pare-
ce estar { espera que o touro invis-
ta.
O outro grande monumento da
cidade é a Maison Carré, centro do
antigo Fórum Romano, localizado
na atual cidade velha.
Quando chegamos { grande praça
onde est| situada a Maison Carré,
vemos que o edifício é muitíssimo
bonito.
Foi erguido em homenagem aos
dois filhos de Agripa (Caio César e
Lúcio César) e nele se inspirou Na-
pole~o para construir a Madeleine,
em Paris. Apesar de construído no
século I, este monumento chegou
até nós num estado de conserva-
ç~o quase perfeito.
O edifício n~o é exatamente qua-
drado: mede 26 metros de compri-
mento, 15 de largura e 17 de altura.
No interior existe um pequeno Mu-
seu de Antiguidades. E aqui pude-
mos ler algumas informações acer-
ca da utilizaç~o da Maison Carré ao
longo dos séculos e também vimos
um filme inspirado em persona-
gens reais (Sextus Adgennius Ma-
crinus e sua mulher Licinia Flavilla)
que viveram no século I da nossa
era.
Ao longo da história, os usos que
foram dados ao edifício foram os
mais diversos, mas felizmente, es-
te chegou quase intacto aos nos-
sos dias.
Viagem { Provença
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Sabemos que, desde a Idade Mé-
dia, foi usado das mais diversas
formas: C}mara Municipal, igreja
dos monges agostinhos e centro
dos arquivos de Gard, entre ou-
tros. Cada uso deixou as suas mar-
cas na pedra.
Finalmente, em 1840, ao ser decla-
rado monumento histórico de
França, a sua conservaç~o ficou
plenamente garantida.
Diferentes trabalhos de restauro
(as fachadas beneficiaram duma
restauraç~o completa entre 2006 e
2010) fazem com que as suas anti-
gas pedras pareçam muito limpas
e resplandecentes, ainda mais se
as compararmos com o anfiteatro,
que tem as pedras bastante escu-
recidas.
As 30 colunas de estilo coríntio
que ficam numa base elevada na
praça d~o ao templo uma aparên-
cia graciosa e muito elegante.
Todo o conjunto é apresentado
com proporções harmoniosas que
foram certamente premeditadas e
bem calculadas quando o templo
foi projetado.
Na mesma praça (Praça da Maison
Carrée) o arquiteto Norman Foster
projectou o edifício do centro de
arte da cidade, chamado Carré
d’Art, que acolhe o Museu de Arte
Contempor}nea e a Biblioteca de
Nimes.
O templo romano e a fachada de
vidro de Foster fazem um interes-
sante contraste.
No entanto, da grande cidade ro-
mana pouco resta. Nimes tornou-
se uma calma cidade da província.
Tranquila durante a maior parte do
ano, enche-se de vitalidade duran-
te as Feiras ou Festas: a do Pente-
costes, que geralmente tem lugar
em maio ou no início de junho e a
das colheitas, realizada em setem-
bro.
Durante estas duas Feiras a cidade
enche-se de alegria.
As touradas e o flamenco domi-
nam tudo, com a música e a atmos-
fera festiva típica das grandes fes-
tas do norte de Espanha.
No resto do ano, apenas o centro
de Nimes tem alguma vitalidade.
Após estas visitas continu|mos o
nosso passeio, com paragem no
Aqueduto romano de Pont du
Gard.
A Pont du Gard é um aqueduto do
século I, construído por Agripa,
por volta do ano 50 d.C., que faz
parte do Património Universal da
Humanidade.
Foi usado para levar |gua pot|vel
para Nimes e fica a uma dist}ncia
de cerca de 20 quilómetros desta
cidade.
Viagem { Provença
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A Pont du Gard pode orgulhar-se
de ser o mais alto aqueduto de
pontes do mundo romano e fazer
parte das maravilhas da antigui-
dade e aquilo que hoje podemos
ver é a parte mais grandiosa da
obra, que permaneceu quase
intacta durante cerca de 2 mil
anos.
N~o só é admir|vel do ponto de
vista técnico, mas também estéti-
co, pela delicada cor da pedra e
pela eleg}ncia e originalidade da
construç~o.
A ponte é formada por 3 fileiras de
arcos sobrepostos que têm dife-
rentes dimensões e s~o totalmen-
te independentes entre si.
A altura total da ponte desde o ní-
vel da |gua do rio é de 40 metros.
A primeira fileira é composta por
seis arcos. A segunda fileira é com-
posta por 11 arcos e a fileira superi-
or tem 35 arcos e 275 metros de
comprimento.
Se o aqueduto foi realizado com
uma grande precis~o, a ponte tam-
bém é uma maravilha da engenha-
ria: foi completamente construída
sem a necessidade de materiais de
alvenaria.
As pedras, algumas das quais pesa-
vam cerca de 6 toneladas, foram
levantadas a 40 metros de altura e
mantidas no seu lugar por juntas
cinzeladas.
Somente na parte mais alta foi usa-
da argamassa.
Mas a beleza magnífica da Pont du
Gard deve-se principalmente {s
suas formas elegantes e ao ambi-
ente natural onde se encontra, n~o
tendo sofrido as devastações do
tempo durante os seus 20 séculos
de existência.
Foi aqui que almoç|mos no restau-
rante Les Terrasses, tendo depois
continuado para Avignon, a cidade
capital do departamento de Vau-
cluse, da regi~o Provença - Alpes -
Côte d’Azur.
Est| situada na margem leste do
rio Ródano e foi a capital do papa-
do de 1309 a 1377.
Reconhecido pela sua beleza arqui-
tectónica e import}ncia histórica,
o centro histórico de Avignon foi
designado Património Mundial da
Humanidade pela UNESCO em
1995, e a cidade foi a capital euro-
peia da cultura em 2000.
Escavações indicam que o primeiro
assentamento em Avignon data de
h| cerca de 5.000 anos.
No século XII, Avignon tornou-se
independente, com um comércio
florescente, mas no século XIII foi
ocupada pelo rei Luís VIII e, poste-
riormente, perdeu a sua indepen-
dência.
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A import}ncia histórica de Avignon
data principalmente do século XIV,
quando n~o estava em solo fran-
cês, mas pertencia ao duque de
Anjou, um vassalo do Papa.
Em 1309 foi escolhida como resi-
dência papal por Clemente V, em
parte porque estava mais central-
mente localizada dentro da cristan-
dade do que Roma.
Além disso, a situaç~o na It|lia
Central era incerta e a influência
francesa na corte papal cresceu
durante o século XIII.
Em 1348, Avignon foi comprada
por Clemente VI, o quarto dos sete
papas de Avignon.
A presença do Papa na cidade, e o
facto da cidade ter permanecido
propriedade papal até { Revoluç~o
Francesa, fez com que se tivesse
expandido significativamente a
partir dessa altura.
Apesar dos repetidos apelos de
Santa Cristina de Siena e outros
para que os papas regressassem a
Roma, Avignon permaneceu como
a única capital da igreja até 1377 e
continuou a ser uma das residên-
cias do papado durante o Grande
Cisma do Ocidente (1378–1417),
quando dois papas governaram
simultaneamente: um em Avignon
e o outro em Roma.
Os italianos da corte papal em Avi-
gnon n~o gostavam da cidade.
Mesmo servindo o papa, o famoso
escritor Petranca, que primeiro se
referiu a Avignon como Babilónia,
descreveu-a como o lugar onde os
ventos do inverno sopram amarga-
mente, “um esgoto onde se acu-
mula todo o lixo do universo”.
A cidade e o papado no século XIV
têm uma m| reputaç~o. Poucos
papas s~o conhecidos pela sua pie-
dade e até mesmo os melhores
deles estavam mais preocupados
com questões legais e financeiras
do que com suas responsabilida-
des pastorais. Foram acusados de
corrupç~o e foram considerados
fantoches dos reis franceses.
Os legados papais continuaram a
governar Avignon até 1791, quando
foi anexada pela Assembleia Naci-
onal Francesa. Na sua anexaç~o,
houve derramamento de sangue e
o interior do Pal|cio dos Papas foi
destruído.
O pal|cio, uma fortaleza de oito
torres construída sobre um roche-
do de 58 metros acima de Avi-
gnon, foi usado como quartel de
1822 a 1906.
Sendo um dos maiores castelos-
fortes ainda de pé, o Pal|cio dos
Papas é formado, na verdade, por
dois edifícios:
Viagem { Provença
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o Pal|cio Antigo (1334-1342) cons-
truído por Bento XII é austero, en-
quanto que o Novo Pal|cio (1342-
1352) erguido sob Clemente VI, é
rico em dispositivos arquitectóni-
cos e embelezamento. Existem
numerosas pequenas capelas e
três grandes capelas decoradas
com frescos do século XIV.
Além do pal|cio dos Papas, um dos
lugares mais visitados em Avignon
é a catedral rom}nica (século 12)
de Notre-Dame-des-Doms, onde
est~o sepultados dois papas. As
muralhas construídas pelos papas
ainda rodeiam a cidade, com amei-
as, torres e portões.
Avignon é um centro administrati-
vo e comercial no coraç~o de uma
das regiões agrícolas mais ricas da
França, especializada em frutas e
legumes.
A comercializaç~o e distribuiç~o
dos produtos representa uma im-
portante atividade económica,
dando origem a um grande núme-
ro de empresas de transporte.
O turismo é também um factor im-
portante na economia de Avignon.
Continu|mos para a mundialmente
conhecida Ponte de Avignon
(Ponte de S~o Benezet): é uma
ponte medieval, que foi construída
sobre o rio Ródano, em madeira,
entre 1177 e 1185 e reconstruída em
pedra entre 1234 e 1237. Tinha 850
metros de comprimento.
Era uma ponte estratégica, pois
foi usada por peregrinos e co-
merciantes a caminho de Espa-
nha ou It|lia.
Originalmente tinha 22 arcos. Foi
reconstruída por v|rias vezes até
ao século XVII, devido a numero-
sos deslizamentos de terra du-
rante as cheias do rio.
Atualmente restam apenas qua-
tro arcos, como resultado de inú-
meros danos ao longo dos sécu-
los.
Diz a lenda que a construç~o e,
consequentemente, o nome da
ponte, teve origem num jovem
pastor – chamado Benezet – que
quando apascentava as suas ove-
lhas, ouviu a voz de Jesus Cristo
pedindo-lhe para construir uma
ponte sobre o rio. Ridicularizado
pela populaç~o de Avignon, o pas-
tor provou a sua inspiraç~o divina
levantando “milagrosamente” um
enorme bloco de pedra. Depois
disto, teve todo o apoio para a
construç~o da ponte.
Ainda segundo a lenda, após a
morte, Bénézet foi enterrado nu-
ma pequena capela na própria
ponte.
Mas a verdade é que a Capela
S~o Bénézet existe e est| situada
em cima do terceiro pilar (entre
o segundo e o terceiro arco) sob
uma outra capela, a capela de
S~o Nicholas, patrono dos mari-
nheiros.
Viagem { Provença
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Aqui par|mos para tirar fotogra-
fias e recordei-me de uma canç~o
infantil muito conhecida – “Sur le
pont d'Avignon” e que é cantada
por Tintim no |lbum A Estrela
Misteriosa.
A cidade é também a sede da
Universidade de Avignon.
No topo do grande parque da
cidade fica a Torre Magna, uma
parte do que antes era uma im-
ponente torre que dominava to-
da a cidade. Foi construída no
ano 15 a.C. e fazia parte das mu-
ralhas que protegiam a cidade.
Da Torre Magna podemos obser-
var belas vistas da cidade e dos
seus arredores.
Esta Torre est| inserida nos Jar-
dins de la Fontaine, que, segundo
se diz, s~o os primeiros jardins
públicos abertos na Europa. Fo-
ram criados em 1745 a pedido ex-
presso do rei Luís XV.
Destacam-se também a Catedral
de S~o Miguel Castor (cuja cons-
truç~o se iniciou no século XI),
uma casa de ópera, o Petit Palais
- um pal|cio do século XIV que foi
a residência do cardeal e mais
tarde do arcebispo e é especiali-
zado em pinturas e esculturas
medievais, bem como v|rios mu-
seus de arqueologia.
Depois de terminada a visita do
Museu do Pal|cio dos Papas, foi-
nos dado algum tempo livre. O
calor era muitíssimo intenso e
passei esse tempo sentada numa
esplanada, a beber |gua gelada.
Estava-se aí muito bem, porque
debaixo dos chapéus de sol, caí-
am aquelas minúsculas gotículas
de |gua, que agora colocam nas
ruas e esplanadas quando o tem-
po est| muito quente.
Mas era tempo de regressar a
Nimes. No caminho, fomos avisa-
dos que no dia seguinte tínha-
mos de deixar o Hotel muito ce-
do, porque havia um longo per-
curso a fazer.
Logo a seguir ao jantar, algumas
pessoas do nosso grupo decidi-
ram fazer uma caminhada de 4
quilómetros, finda a qual regres-
sariam de t|xi ao Hotel.
Mas o que aconteceu foi que, al-
guns minutos depois de o grupo
ter saído, teve lugar um apag~o
geral. Esper|mos sentados no
lobby do Hotel que a luz voltas-
se, apenas iluminados por uma
luz muito fraca, de uma pequeno
gerador. Mas ao fim de uma hora
e meia, a luz ainda n~o tinha vol-
tado. E foi iluminados pelas luzes
das lanternas dos telemóveis que
atravess|mos os corredores até
aos quartos. O grupo ainda n~o
tinha aparecido…
No dia seguinte (19 de julho) acor-
d|mos muito cedo, conforme ti-
nha sido combinado.
Mas aí outra surpresa nos espera-
va: o autocarro tinha tido uma ava-
ria.
Viagem { Provença
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Na verdade, na véspera tínhamos
ouvido uns ruídos um tanto estra-
nhos no autocarro, j| fazendo adi-
vinhar que qualquer coisa n~o es-
tava a correr bem. E n~o estava
mesmo, como se viu!... Esper|mos
2 horas que viesse um novo auto-
carro. E neste período de tempo,
cada um fez o melhor que pôde
para passar o tempo: Uns foram
beber café, outros deambulavam
pela praça em frente ao hotel, ou-
tros conversavam… Como ao lado
do Hotel havia uma Igreja, fui até
l|, com outros companheiros de
viagem, apesar de a visita da mes-
ma n~o fazer parte do programa.
Era a Igreja de Santa Perpétua e
Santa Felicidade. A altura das tor-
res desta igreja é o que chama
mais a atenç~o. Fica bastante per-
to das Arénes.
A igreja foi construída entre 1852 e
1864 e a pedra inaugural foi colo-
cada por Louis-Napoleon Bonapar-
te - Napole~o III, sobrinho de Na-
pole~o, que tal como o tio, se pro-
clamou imperador da França.
O prédio tem inspirações em dife-
rentes formas arquitectónicas.
Santa Perpétua e Santa Felicidade
foram m|rtires: foram presas pe-
los romanos, porque confessaram
que eram crist~s e foram condena-
das { morte na arena de Cartago
(no Norte de África) no ano 203.
Quando finalmente o autocarro
chegou, seguimos para Gordes,
que fica apenas a 38 quilómetros
de dist}ncia.
Antes de chegarmos, j| temos uma
vis~o quase fant|stica deste vilare-
jo que cresceu em volta de uma
rocha e foi construído em pedra.
N~o h| muito que fazer em Gor-
des, a n~o ser caminhar pelas ruas
íngremes pavimentadas de pedra,
apreciar a vista para o vale do Lu-
béron e observar os muitos muros
e casas construídos através da téc-
nica “pedra seca”, que é a sobre-
posiç~o de pedras sem qualquer
tipo de argamassa.
O castelo, uma fortificaç~o medie-
val, que tem duas imponentes tor-
res circulares, só pode ser admira-
do por fora, j| que do seu interior,
só se pode visitar um sal~o, onde
existe uma exposiç~o de arte con-
tempor}nea.
A falta de espaço neste compacto
vilarejo fez com que os artes~os
cavassem ateliers trogloditas, na
própria rocha, onde trabalhavam {
luz do azeite, até ao século 19. Mui-
tas oficinas com v|rios andares
subterr}neos funcionavam desta
forma.
Temos também o pal|cio de S~o
Firmin, que depois de muitos anos
de descobertas e restauraç~o, foi
aberto ao público em 1999.
Saímos de Gordes para a Abadia de
Notre Dame de Senanque, situada
a curta dist}ncia e que é uma das
três abadias cirtercienses de Fran-
ça.
Viagem { Provença
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Este é talvez um dos locais mais
fotografados da Provença, princi-
palmente quando o campo de la-
vandas em frente a esta abadia,
fundada em 1148, est| florido, fa-
zendo com que esta construç~o
pareça flutuar sobre os delicados
ramos de lavanda, cultivados pelos
monges desde os fim dos anos
1960 e que atingem a floraç~o m|-
xima nas duas primeiras semanas
de julho (a colheita acontece na
terceira semana, quando os cam-
pos ficam vazios).
S~o os monges que ainda l| vivem
que colhem a lavanda para fabricar
os seus próprios óleos, mel, essên-
cia de lavanda e licores.
Todos tir|mos fotografias, encan-
tados com a paisagem. Mas isto foi
apenas uma pequena amostra do
que estava para vir e do que íamos
ver mais tarde!...
Cheg|mos { Abadia depois de ca-
minhar um pouco.
A Abadia foi construída num vale
solit|rio, rodeada pelo verde dos
bosques e longe das tentações do
mundo, de acordo com uma das
primeiras normas de Bernardo de
Clairvaux, o fundador da Ordem de
Cister. A Ordem de Cister é uma
ordem mon|stica católica fundada
no final do século XI, onde os mon-
ges pregavam, entre outros valo-
res, a renúncia ao prazer e a manu-
tenç~o das pr|ticas religiosas, o
ascetismo e o rigor litúrgico.
A beleza da paisagem faz ressaltar
a austeridade típica da arquitectu-
ra cisterciense. O interior da Igreja
é em cruz latina, com três naves e
cinco |bsides e uma cúpula octo-
gonal. Vimos também o dormitório
dos monges, sem enfeites e auste-
ro. O magnífico claustro é de gosto
acentuadamente provençal, com
as arcadas que se sucedem em re-
dor do jardim, dominado por um
campan|rio quadrado. Neste local
os monges levavam uma vida de
trabalho e de oraç~o, na maior
simplicidade.
Atualmente levam uma vida con-
templativa de acordo com a tradi-
ç~o da Ordem.
Hoje vivem muito poucos monges
na abadia e sua subsistência é basi-
camente dos produtos derivados
da lavanda.
Após a visita da Abadia, prossegui-
mos para Rustrel, cidade situada
no departamento de Vaucluse, um
local onde encontramos os famo-
sos ocres.
Fica situada mesmo no coraç~o da
Provença.
Este local é muitas vezes compara-
do ao Colorado devido aos v|rios
tons de cores que o vestem.
Viagem { Provença
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O local abrange mais de 30 hecta-
res entre a colina de Caseneuve e
as montanhas de Vaucluse. Os v|-
rios tons oscilam entre o ocre e o
beige e contrastam com a floresta
verde de Luberon.
O lugar foi explorado a partir do
final do século 17 até 1992 para ex-
trair o ocre.
O Colorado provençal é composto
de trilhas de terra e falésias com
v|rios tons de ocre. Milhões de
anos atr|s, o mar recuou desde
este lugar e deixou para tr|s ban-
cos de areia enriquecidos com argi-
la marinha contendo ferro e glau-
conite. Estas areias, com mais de
30 metros de espessura, est~o na
origem do ocre, graças { glauconi-
te que lhes d| essa tonalidade t~o
especial.
As múltiplas cores presentes em
Rustrel devem-se { alteraç~o da
areia que oxida. Os graus de oxida-
ç~o s~o respons|veis pelas múlti-
plas cores do solo.
Existem cerca de 20. Rapidamente,
os homens investiram nesta regi~o
para explorar o ocre.
Foi no final do século XVII que um
habitante desta regi~o teve a idéia
de passar areia na superfície de
lagoas para extrair o ocre. A subs-
t}ncia era depois cozida para man-
ter as suas propriedades de colora-
ç~o. V|rias regiões desenvolveram
esta técnica e a chegada do cami-
nho de ferro levou { intensificaç~o
da exploraç~o.
Foi em 1929 que a produç~o foi
mais alta. Mas o aparecimento de
cores sintéticas começou a compe-
tir com os ocres naturais e a explo-
raç~o cessou. Em 1992, foi forma-
da uma associaç~o para proteger o
local. A partir daí, o turismo come-
çou a aumentar.
As trilhas s~o semi-marcadas com
portões e foram colocadas algu-
mas escadas para preservar o local
e orientar as passagens. O local é
bastante íngreme, mas acessível.
Os ocres de Rustrel s~o uma das
maravilhas da paisagem que po-
dem ser descobertas nesta zona
de França.
Vilarejos “empoleirados”: é assim
que é conhecida a maioria dos vila-
rejos fortificados típicos da Pro-
vença, que crescem no alto das
montanhas - sempre com belíssi-
mas vistas - para se protegerem
das constantes invasões ao longo
dos séculos, principalmente duran-
te a Idade Média e o Renascimento
(por causa da Guerra das Religiões
no século XVI, entre católicos e
protestantes).
E Gordes e Roussillon, os dois vila-
rejos “empoleirados” medievais e
únicos que hoje conhecemos, s~o
bastante diferentes (mas igual-
mente surpreendentes), mas j|
eram habitados durante a época
galo-romana (quando a G|lia, atual
França, foi ocupada pelos romanos
no século I a.C.) e hoje fazem parte
da lista das Mais Belas Aldeias de
França.
Viagem { Provença
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A cerca de 30 minutos da Abadia
de Notre Dame de Sénanque, che-
gamos a Roussillon.
Este curto percurso é margeado
por campos de oliveiras, vinhas e
trigo, compartilhando o seu espa-
ço no campo com bastantes giras-
sóis. Roussilon é uma aldeia única
e um local encantador.
Além da típica aldeia
“empoleirada” num monte, todas
as casas de Roussillon s~o pintadas
em tons de terra, ou mais alaranja-
do, ou mais avermelhado, pelo mo-
tivo de aqui se encontrar o maior
depósito de ocre do mundo. È uma
aldeia que parece estar sempre no
outono.
O ocre é um composto de óxido de
ferro e areia argilosa e as suas co-
lorações v~o desde o branco dou-
rado ao amarelo claro, do amarelo
açafr~o ao vermelho púrpura e {
terracota. É um pigmento muito
est|vel e é usado desde a pré-
história (por exemplo nas pinturas
das cavernas, como as grutas de
Altamira). É explorado em Roussil-
lon desde a ocupaç~o romana e só
recentemente passou a sofrer a
concorrência dos corantes sintéti-
cos.
Na verdade, o passeio pelo Sentier
des Ocres é imperdível: parece que
aquelas montanhas de terra v~o
desabar a qualquer momento, mas
o contraste dos 18 tons de ocre
com o verde vivo das vegetaç~o é
lindo. Ao chegarmos, subimos pe-
las ruas estreitinhas e ficamos per-
to da entrada do Sentier. No Sen-
tier des Ocres ficava a exploraç~o
de ocre da cidade, hoje devida-
mente sinalizada para receber to-
dos aqueles que querem conhecer
o curioso resultado da aç~o huma-
na sobre a natureza.
Ao chegarmos, subimos pelas ruas
estreitinhas e ficamos perto da en-
trada do Sentier. H| dois percursos
possíveis: um curto, que demora
cerca de 30 minutos e que foi o
escolhido pelo nosso grupo.
Depois do almoço, prosseguimos
o nosso caminho para a elegante
cidade de Aix-en- Provence ou
simplesmente Aix, que foi sede
da Galia Narbonense e mais tarde
sede de um arcebispado e con-
vertida em capital a partir do sé-
culo XII, quando os condes da
Provença tinham aí uma elegante
corte, liter|ria e artística.
Viagem { Provença
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A superioridade de Aix sobre a
restante regi~o durou mais de 2
séculos, tendo alcançado o apo-
geu no século XV.
Depois de v|rios golpes do desti-
no, Aix continuou a ser um polo
de atracç~o para os artistas, lite-
ratos e poetas.
Tem um maravilhoso clima enso-
larado – as suas ruas e praças s~o
sempre vibrantes e cheias de vi-
da.
A história é aqui o plano de fun-
do da vida quotidiana: a graça e o
esplendor da arquitetura barroca
est~o presentes em todo o lado.
Cada fonte tem os seus segre-
dos, cada mans~o tem a sua his-
tória para contar. O centro do
movimento da cidade é o Cours
Mirabeau, em homenagem ao
grande escritor e político Gabriel
Honoré, conde de Mirabeau.
Par|mos aqui: antigamente era
uma rua de carruagens puxadas
por cavalos e agora é um dos lu-
gares mais movimentados e ani-
mados da cidade, mergulhado na
história. Esta avenida est| flan-
queada de fachadas elegantes de
edifícios e sofisticados hotéis
com portões ricamente esculpi-
dos e varandas de ferro forjado.
Tem também muitas lojas, livrari-
as e cafés. Um destes, muito fa-
moso, é o Café des Deux Gar-
çons, que foi frequentado por
personagens ilustres do mundo
artístico e liter|rio, como Pablo
Picasso, Émile Zola e Jean Coc-
teau.
A nossa próxima visita levou-nos
{ Catedral de S~o Salvador, que é
o mais antigo edifício religioso da
cidade.
Tem como particularidade apre-
sentar diferentes estilos arquitec-
tónicos, com 3 naves de estilos di-
ferentes: rom}nico, gótico e barro-
co.
O baptistério octogonal, que data
do século V-VI é o elemento mais
antigo. A quando da sua constru-
ç~o o baptistério era alimentado
pelas |guas quentes provenientes
das termas romanas. Oito colunas
monumentais (duas de granito e
seis de m|rmore) ornamentam o
baptistério e sustêm a cúpula. Ca-
da nicho do baptistério possui qua-
dros pintados (de 1846 a 1849).
Aqui existe uma imagem de Santo
António com um pormenor que eu
nunca tinha visto: o Menino Jesus
a afagar o rosto do Santo.
O claustro é magnífico.
Embora de pequenas dimensões,
constitui um verdadeiro tesouro.
Viagem { Provença
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Com as suas 28 colunas dominadas
cada uma por um capitel único e
representando um episódio do No-
vo ou do Antigo Testamento. Os
quatro pilares dos }ngulos repre-
sentam os evangelistas: o anjo sim-
boliza S~o Mateus, o le~o é o sím-
bolo de S~o Marcos, a |guia sim-
bolizando S~o Jo~o e o touro sím-
bolo de S~o Lucas.
Aix é um mosaico de imagens, bri-
lho, com as cores de festivais e tra-
dições, mercados provençais chei-
os de flores e inúmeras atividades
de lazer.
Paul Cézanne nasceu aqui em 1839
e, depois de muito viajar por luga-
res distantes, aqui voltou, tendo
falecido em 1906. Durante toda a
vida, Cézanne pintou as cores e a
luz de Aix.
Em Aix, podemos conhecer o pai
da pintura moderna, entre os luga-
res e paisagens que marcaram a
sua vida, a sua vis~o e o seu traba-
lho.
Podemos caminhar nos passos de
Cézanne, seguindo o mesmo cami-
nho que ele percorria diariamente
(a chamada estrada de Cézanne
que est| marcada com placas me-
t|licas no ch~o), visitar a casa onde
nasceu, no nº 2 da Rua de l ‘Ópera,
a loja de chapéus do pai e o atelier
da Rua Boulegon, onde faleceu.
Aqui, ao abrir-se a porta do estúdio
de Cézanne, entramos no mundo
privado do artista. Foi neste local
que ele começou a pintar. Pode-
mos também explorar os terrenos
e a propriedade familiar de Jas de
Bouffan.
Mas as suas obras n~o est~o aqui
expostas. Algumas delas podem
ser vistas na sala que lhe é dedica-
da no primeiro andar do Museu
Granet, nomeadamente o famoso
quadro “Les Baigneuses”, que ocu-
pou Cézanne até ao fim da vida.
Banhada pelo sol de seu clima ma-
ravilhoso, a eleg}ncia de Aix-en-
Provence pode ser vista em todos
os lugares nas suas ruas e praças
animadas.
Viagem { Provença
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A história é o cen|rio para a vida
quotidiana que combina o gosto
de fazer compras com a nobre he-
rança da cidade, o prazer de tomar
café num terraço com beleza ar-
quitectónica e de passear pela ci-
dade cheia de esplendor barroco.
Almoç|mos num restaurante en-
cantador - Chez Thomé - onde est|
uma placa que refere que o rei
Eduardo VII esteve ali em 3 de abril
de 1906, conduzido de automóvel
por um tal Sr. Gras.
A cidade é sempre acolhedora e
oferece muito para ver, experi-
mentar e descobrir.
Ao redor de Aix, descobrimos mo-
numentos, castelos, capelas, san-
tu|rios e outros maravilhosos edifí-
cios históricos, as belas aldeias
com os estúdios dos seus artistas e
oficinas de artesanato, os seus
magníficos panoramas e as paisa-
gens espectaculares.
Assim, foi um prazer n~o perder
nenhuma das suas belezas, desco-
brir as suas decorações ocultas,
aprender sobre o seu passado de
prestígio, a sua arquitectura, o seu
património e os seus monumen-
tos.
Identificado principalmente com a
cidade de Aix-en-Provence, o calis-
son é um doce tradicional francês
que consiste numa pasta suave e
homogénea, de cor amarela p|li-
da, com aromas a frutas (em espe-
cial a mel~o e laranjas), açúcar e
amêndoas moídas recobertas por
folha de hostia e s~o cobertos com
uma capa de caramelo blanco –
glacé real.
Os calissons têm uma textura se-
melhante ao massap~o, mas com
um toque mais frutado, ao qual o
mel~o d| um sabor característico.
Os calissons têm forma trapezoi-
dal, que faz lembrar as amêndoas
e costumam ter dois centímetros
de largura.
A maior parte da produç~o mun-
dial de calissons provém da regi~o
da Provença.
O nosso guia Rogério contou-nos
que s~o v|rias as explicações para
a origem do nome, mas a mais co-
nhecida é que o doce foi criado
especialmente para o casamento
do rei René com Jeane de Laval e
que a futura esposa, que nunca
sorria, quando provou estes doces,
fez um grande sorriso e disse: “ce
sont des c}lins” (s~o carinhos); daí
o nome Calisson.
A confecç~o destes doces tem as-
sim origem no século XV, na regi~o
da Provença.
Viagem { Provença
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Todos os anos, no primeiro domin-
go de setembro tem lugar a tradici-
onal bênç~o dos calissons, recor-
daç~o de uma promessa que a ci-
dade de Aix fez { Virgem Maria,
quando sofreu a peste em 1630.
Durante a prociss~o tem lugar uma
generosa distribuiç~o de calissons.
O clima ameno de Aix-en-
Provence faz da cidade um ótimo
lugar para a vida noturna, com
um casino, três cinemas, mais de
dez discotecas e muitos bares e
pubs, n~o esquecendo as salas
de concertos, teatros e cafés-
teatros.
No dia seguinte (20 de junho)
continuamos a nossa viagem em
direç~o ao Planalto de Valensole.
Com uma |rea de 800 quilómetros
quadrados, o planalto de Calensole
est| situado a 500 metros de alti-
tude, no sul do departamento dos
Alpes da Alta Provenca.
Este território, coberto de campos
de lavanda e de trigo, é igualmente
cravejado de encantadoras locali-
dades. Diz-se que a melhor época
para visitar esta regi~o é o mês de
julho. E foi o que fizemos, quando
a lavanda, nesta altura em flor, se
ilumina com as suas tonalidades
azuis, o que é um encantamento
para os olhos e o olfacto.
O planalto é essencialmente dedi-
cado { cultura da lavanda e dos
cereais, sendo chamado de “o ce-
leiro da Provença”. Apresenta dife-
rentes aspectos conforme as esta-
ções do ano: em Julho os múltiplos
tons de azul das lavandas ondulam
em altern}ncia com os girassóis e
o ouro do trigo, que atualmente é
cultivado em grande escala.
Possui um relevo pouco acentuado
e a mistura de argilas e calc|rios
constitui o chamado «complexo de
Valensole» que desempenha um
papel importante na vegetaç~o,
que permite a altern}ncia de zonas
|ridas e húmidas.
O planalto de Valensole é hoje um
dos lugares mais importantes no
que diz respeito { cultura da lavan-
da. Os romanos perfumavam os
banhos e a roupa com lavanda e
sabemos que colocavam saqui-
nhos de lavanda nos arm|rios. Im-
plantada em França h| séculos, a
lavanda encontrou a sua terra pre-
dileta na Provença, graças ao clima
que favorece a sua produtividade.
A cultura est| atualmente muito
desenvolvida e na década de 20
vimos aparecer a lavandina cujo
rendimento é maior e a sua produ-
ç~o de essência até 10 vezes supe-
rior { da lavanda tradicional.
A aldeia de Valensole é conhecida
pelo seu mel de lavanda de sabor
subtil e delicado.
Aqui têm lugar muitas festividades
em honra da lavanda, nomeada-
mente a festa da lavanda em julho
e o Corso da Lavanda e a feira da
lavanda em Agosto.
Viagem { Provença
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Eu esperava cheia de curiosidade o
momento de ver as lavandas em
flor. E { medida que nos aproxim|-
vamos da regi~o de Valensole, co-
meç|mos a ver, cada vez com mais
frequência, os terrenos cheios de
tufos de cor azul, embora nem to-
dos tivessem a mesma tonalidade:
uns eram mais claros, outros eram
mais escuros.
A certa altura descemos do auto-
carro. O ar tinha um intenso perfu-
me e os campos estavam todos
cheios de flores de lavanda.
É difícil descrever a beleza do lo-
cal… Da mesma forma quando ve-
mos pela primeira vez uma paisa-
gem que nos impressiona, fiquei
como que hipnotizada pela paisa-
gem.
Perdemo-nos todos no meio das
flores, que apetecia afagar.
Desliz|vamos as m~os suavemente
sobre cada tufo de flores. Parecia
que estav|mos caminhando sobre
nuvens. Fazíamos isso de forma
solit|ria, o que era curioso. Assimi-
l|vamos algo novo e parecia que
n~o queríamos dividir o espaço
com ninguém. Talvez isso, o inter-
ferir no espaço dos outros, pudes-
se “atrapalhar” aquele momento
m|gico.
O silêncio era grande. Falav|mos
muito pouco. E foi assim que mais
uma vez nos apercebemos daque-
le ruído que encheu os nossos ou-
vidos ao longo de toda a viagem: o
canto das cigarras.
Mas a plantaç~o estava também
tomada por abelhas e outros inse-
tos que n~o se importavam com a
nossa presença e o zumbido que
faziam era igualmente grande.
Colhemos algumas flores, para tra-
zer connosco um bocadinho da-
quela beleza.
Depois reparei que num dos terre-
nos um tractor ia colhendo as flo-
res, deixando apenas no solo a
parte inferior da planta, que é ver-
de.
Se tivéssemos demorado mais um
dia a chegar ali, estou convencida
que aquele campo, o maior e o
mais belo de todos, j| estaria todo
colhido.
Dali seguimos para o Museu da La-
vanda. Tivemos oportunidade de
ver um filme sobre o cultivo da
planta e as fases por que passa até
se tornar no óleo perfumado e na
essência que conhecemos.
Viagem { Provença
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Ao fim de bastantes minutos a
apreciar a beleza deslumbrante
daquele campo de lavanda, pros-
seguimos a nossa viagem: o desti-
no era Moustiers-Sainte-Marie,
uma aldeia situada no Departa-
mento dos Alpes-de-Alta Provença,
no centro do Parque Natural Regi-
onal de Verdon, com uma história
e uma herança arquitectónica im-
portantes.
Construída entre duas encostas
rochosas, oferece vistas especta-
culares tanto do alto dos seus 630
metros de altitude, como na pró-
pria aldeia.
Moustiers-Sainte-Marie tem uma
situaç~o geogr|fica excepcional e
est| situada no centro das princi-
pais rotas do rio Verdon e desde os
desfiladeiros do Verdon até ao la-
go de Santa Cruz, que fica no sul
da cidade. Barragens, torrentes,
cascatas, rios e lagos s~o os princi-
pais elementos desta paisagem.
Tem um clima temperado quente
com amplas precipitações.
A história de Moustiers-Sainte-
Marie recua até ao século V: os
monges das Ilhas Lérins ocuparam
a aldeia e fundaram aqui um mos-
teiro no século VI.
A construç~o dos edifícios, das for-
tificações, das casas e dos moinhos
continuou durante os séculos XII e
XIII. No século XVI teve lugar o de-
senvolvimento de v|rias indústrias,
com a implantaç~o de f|bricas de
papel, f|bricas de cortumes, ofici-
nas de oleiro e moinhos e Mousti-
ers-Sainte-Marie conheceu um pe-
ríodo de florescimento.
Aqui, os recursos do território e
nomeadamente a associaç~o de
|gua, madeira e argila fina permiti-
ram desde muito cedo o apareci-
mento duma tradiç~o ceramista.
Mas o período de ouro das f|bricas
de faiança, as faianças de Mousti-
ers-Sainte-Marie, terminou em
1873. Apenas em 1925 Marcel Pro-
vence decidiu reacender o prestí-
gio desta faiança e do seu renome
mundial.
Graças ao entusiasmo deste ho-
mem abriram cerca de 20 olarias e
esta profiss~o expandiu-se de no-
vo. Em 1929 abriu o museu históri-
co da faiança.
Atualmente, no museu da faiança
est~o expostas as mais belas peças
do século XVII e também peças
contempor}neas.
Moustiers-Sainte-Marie é também
famosa pela lenda da estrela que
brilha por cima da cidade.
A lenda conta que durante uma
das cruzadas, um cavaleiro, prisio-
neiro dos mouros, fez uma pro-
messa: se o futuro lhe permitisse
regressar a esta terra, iria pendu-
rar uma estrela e a sua cadeia mui-
to alto, em honra de Santa Maria.
A verdadeira história desta estrela
continua a ser um mistério e o Ro-
gério referiu que h| muitas ver-
sões da mesma, mas ainda n~o se
sabe qual a verdadeira.
Viagem { Provença
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Atualmente a estrela est| pendu-
rada numa corrente sobre a cida-
de, entre duas montanhas; é co-
berta por uma camada de ouro fi-
no e mede 1,25 metros; a cadeia
tem 135 metros de comprimento e
as duas pesam em conjunto 150
quilos.
Esta estrela é o símbolo da cidade.
Moustiers-Sainte-Marie é rodeada
de colinas com terraços plantados
de oliveiras e est| situada muito
perto dos desfiladeiros do Verdon,
apresentando uma paisagem com
as cores da Provença: o verde-
esmeralda da |gua do Verdon, a
cor azul da lavanda, o azul do céu e
o amarelo, símbolo de um sol que
est| presente na maior parte dos
dias do ano.
Após o almoço no restaurante La
Treille Muscate, continu|mos o
nosso percurso e, um pouco mais
adiante, par|mos nas Lavandas
Angelvin, em Valensole.
A família Angelvin h| 4 gerações
que se dedica { exploraç~o da la-
vanda.
O nosso grupo teve a possibilidade
de ver o sistema de destilaç~o da
lavanda em circuito fechado e o
transporte das flores de lavanda
apanhadas nos campos e que eram
trazidas em enormes molhos circu-
lares, por grandes tratores, para
um armazém onde seriam trata-
das.
Também pudemos apreciar uma
projeç~o – vídeo comentada, que
nos permitiu seguir a evoluç~o das
técnicas de apanha da lavanda des-
de 1970 até atualmente.
Na loja encontr|mos óleos essenci-
ais, flores, sabões e outros produ-
tos locais.
A tarde foi dedicada a apreciar os
desfiladeiros do Verdon ou
“Gorges du Verdon”. É um desfila-
deiro considerado por muitos o
mais belo desfiladeiro da Europa e
é o segundo maior do mundo, com
cerca de 25 km de comprimento.
Em certos pontos o desfiladeiro
chega a ter mais de 800 metros de
profundidade, tornando-se assim
no mais profundo de toda a Euro-
pa. É por isso muitas vezes apelida-
do de “A vers~o Europeia do
Grand Canyon”.
Foi formado pelo rio Verdon, que
tem este nome devido { sua sur-
preendente cor verde-turquesa,
uma das características mais belas
do desfiladeiro, que s~o referidos
como um dos “Grandes locais de
França”.
A aç~o da |gua do rio Verdon du-
rante mais de 25 milhões de anos
sobre as rochas de calc|rio daque-
la regi~o originou grutas, túneis e
o desfiladeiro que termina no lago
Viagem { Provença
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artificial de Santa-Cruz do Verdon,
de uma cor azul intensa.
A parte mais impressionante situa-
se entre as cidades de Castellane e
Moustiers-Sainte-Marie, onde o rio
cortou uma profunda ravina atra-
vés do maciço calc|rio. Devido {
sua proximidade com a Riviera
Francesa, o desfiladeiro é muito
popular. As paredes de calc|rio,
que têm v|rias centenas de metros
de altura, s~o consideradas um ex-
celente local para escalada, pelo
que atraem muitos escaladores.
Em 1905, o espeleólogo Edouard
Alfred Martel chefiou uma equipa
para exploraç~o da |rea que até
ent~o apenas era conhecida pelos
habitantes locais, mas que rapida-
mente se viria a tornar numa im-
portante atraç~o turística.
Em 1997 foi criado o Parque Natu-
ral Regional do Verdon para prote-
ger a riqueza natural da |rea.
A tarde aproximava-se do fim e foi
com os olhos cheios de panoramas
maravilhosos que regress|mos a
Aix en Provence para jantar e dor-
mir.
J| est|vamos no sétimo dia da
nossa viagem (21 de julho).
A manh~ ainda foi passada em Aix,
a fazer mais algumas visitas, nome-
adamente ao Museu Granet. Este
museu foi inaugurado em 1838 e
apresenta a exposiç~o-
acontecimento deste Ver~o – Pi-
casso - Picabia, a pintura do desa-
fio.
Obras essenciais de Pablo Picas-
so e Francis Picabia, saídas das
coleções do Museu Nacional Pi-
casso, em Paris, de grandes insti-
tuições mundiais, mas também
de colecções particulares, ali-
mentam um di|logo inédito en-
tre estes dois grandes nomes da
pintura moderna.
Em mais de 150 obras, esta expo-
siç~o propõe um percurso tem|-
tico e cronológico das obras-
primas deste encontro inespera-
do, destes “irm~os inimigos” que
oscilam entre divergências irre-
concili|veis e um intrigante pa-
rentesco.
A seguir ao almoço continu|mos
para Saint Tropez, que foi e ainda é
uma das mais famosas regiões de
praia de todo o mundo.
Viagem { Provença
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Atualmente, grande parte da eco-
nomia da cidade e também da regi-
~o, depende quase inteiramente
do turismo. Além de visitantes de
todo o mundo, procurando as be-
las praias locais, também conta
com grandes nomes da moda, da
cultura, da arte e até mesmo do
cinema, todos em busca dos gran-
des eventos ali realizados. Na regi-
~o costeira mais próxima, as cida-
des famosas no cen|rio internacio-
nal de grande classe s~o Cannes e
Nice.
Hoje em dia, Saint Tropez é um dos
locais de grande classe do Mediter-
r}neo.
Diferente do aspecto de aldeia das
praias gregas ou dos conhecidos
destinos espanhóis, Saint Tropez é
um lugar para quem aprecia o que
é bom, nomeadamente em termos
de culin|ria, com o inconfundível
estilo provençal. Encontramos bar-
cos e iates de grande luxo ancora-
dos ao longo do porto.
Esta cidadezinha foi ícone da moda
nas décadas de 50 e 60, quando
Brigitte Bardot veio para aqui vi-
ver, trazendo consigo muitos ad-
miradores e é a regi~o precursora
do top-less, do nudismo nas praias
e de diversas tendências na alta
costura.
Entrou na década de 70 j| como
um paraíso de ricos e famosos, on-
de pescadores e moradores locais
dividiam a praia com personalida-
des mundiais.
A areia grossa e pesada, t~o dife-
rente da das nossas praias, é ba-
nhada por |guas calmas e cristali-
nas, embora bastante frias, o que é
uma constante na regi~o.
Toda a zona da Côte D’Azur, que
inclui Saint Tropez e outras cida-
des, sempre teve grande import}n-
cia económica e militar. O turismo
só despontou como principal ativi-
dade na regi~o no início do século
XX.
Com os milion|rios de toda a Euro-
pa a comprar casas, mansões e ter-
renos ao longo da costa, estas
tranquilas cidades portu|rias fo-
ram transformadas em centros cul-
turais e de compras para pessoas
famosas e endinheiradas.
Saint Tropez é um dos lugares na
França que oferece melhor vista
sobre as |guas do Mediterr}neo.
Mas depois de uma visita que n~o
foi muito demorada, continu|mos
para Cannes, situada { beira do
mar Mediterr}neo, também na
Côte d'Azur, que é o destino per-
feito para todos aqueles que
amam o luxo.
Viagem { Provença
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Desde a Idade Média até ao início
do século XIX, Cannes foi uma pe-
quena aldeia de agricultores e pes-
cadores.
No início da década de 1830, a aris-
tocracia francesa e estrangeira
construiu residências de férias na
regi~o, transformando gradual-
mente a cidade num centro turísti-
co.
O respons|vel pelo crescimento de
Cannes foi Lord Henry Peter
Broughham (1778-1868), que na-
quela época era um respeitado e
talentoso político, que descobriu
Cannes em 1834, a caminho da It|-
lia.
Depois de ter comprado terras na
regi~o, aproveitou os seus v|rios
contactos com os políticos france-
ses para ajudar a desenvolver a
Riviera francesa.
A regi~o em redor de Cannes tam-
bém se desenvolveu num pólo de
alta tecnologia.
A cidade de Cannes est| ligada {
Academia de Nice, que possui 230
instituições de ensino públicas e
privadas. Nestas últimas encontra-
mos escolas católicas e escolas ju-
daicas e na cidade h| v|rias insti-
tuições de ensino superior e técni-
co.
Mas Cannes é conhecida mundial-
mente por sediar o Festival de Ci-
nema de Cannes, ou simplesmente
o Festival de Cannes, o maior e
mais célebre festival de cinema do
mundo. Iniciado em 1939, é realiza-
do todos os anos, habitualmente
em Maio.
E 200.000 pessoas deslocam-se em
média a esta cidade todos os anos,
durante a quinzena do Festival.
Ao longo da Croisette, a avenida
mais conhecida de Cannes, de 5
metros de largura, situada { beira -
mar, vemos belos edifícios, nume-
rosos hotéis de luxo (como os fa-
mosos Hoteis Martinez, Splendid,
Majestic Barriere e Carlton, onde
ficam alojadas as estrelas durante
o Festival), lojas de marca e de alta
costura, elegantes restaurantes e
bares.
Esta avenida é um dos principais
pontos turísticos da cidade e o lu-
gar para ver e para ser visto das
pessoas do mundo inteiro.
A principal atividade de Cannes é,
sem dúvida, o turismo.
Na primeira das duas noites que
fic|mos em Cannes, fomos até per-
to do Pal|cio do Festival e aí tive-
mos oportunidade de apreciar um
bom espet|culo de fogo de artifí-
cio.
Viagem { Provença
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E também observ|mos as placas
de bronze com as m~os e as assi-
naturas de gente famosa como
Angelina Jolie, Johnny Hallyday,
Claudia Cardinale, Catherine De-
neuve, Julie Andrews, Pedro Al-
modôvar e muitos outros.
Também pass|mos pelo Quai Saint
Pierre, inaugurado em 1838, que se
situa perto do bairro histórico e
mais antigo de Cannes– o Suquet.
Situado no Monte Chevalier, o Su-
quet oferece uma vista soberba da
baía e do interior da cidade.
E tínhamos chegado ao penúltimo
dia da nossa viagem (22 de julho).
Tivemos a manh~ livre para poder-
mos visitar Cannes { nossa vonta-
de.
Cannes é uma cidade lindíssima,
com numerosos pontos de interes-
se e uma tentaç~o para as com-
pras, pois aqui encontramos de
tudo o que é bom e bonito!
Ao contr|rio do que acontece em
Paris, onde as pessoas n~o s~o
simp|ticas, aqui s~o-no e muito.
Ao passar por uma loja onde um
rapaz bordava figuras em T-shirts
com uma m|quina de costura, ele
chamou-me e perguntou-me o no-
me, que bordou em poucos segun-
dos numa folha de papel. Gostei!...
Aqui também encontrei uma loja
que só vendia trufas, o chamado
ouro negro ou diamante negro. A
trufa é preciosa e delicada e mui-
tíssimo cara! É um fungo ou um
tubérculo que se encontra enter-
rado no solo, { sombra dos car-
valhos e é aos c~es e aos porcos,
com o olfato bastante desenvol-
vido, que s~o confiadas as buscas
da mesma. A sua miss~o é desen-
terrar o tesouro, escondido per-
to das raízes que o alimentam.
A Provença tem 80 % da produ-
ç~o francesa. E entre os 30 tipos
de trufas que aqui aparecem, a
principal é a trufa negra.
É um produto de luxo vendido no
estado rústico. E quando se abre,
surge um labirinto de filamentos
castanhos e brancos { volta dos
quais se liberta um sabor ligeira-
mente picante enfeitado por aro-
mas de arbustos.
Almoç|mos no Bairro do Suquet e
depois o nosso grupo quis tirar fo-
tografias em frente do edifício on-
de tem lugar o Festival, bem como
na escadaria que d| acesso ao inte-
rior do mesmo e onde todas as
stars pousam para os fotógrafos
durante o Festival.
Estivemos bastante tempo numa
fila de espera, mas por fim, l| con-
seguimos tirar as desejadas foto-
grafias.
Viagem { Provença
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Prosseguimos depois para Antibes,
uma cidade situada na Riviera
Francesa entre Cannes e Nice. Na
zona do porto de Antibes est~o
ancorados enormes e belíssimos
iates.
Na nossa visita n~o pudemos dei-
xar de caminhar ao longo da beira-
mar, para apreciar as vistas da baía
dos Anjos e do Cap de Antibes. A
costa em redor de Antibes apre-
senta muitos quilómetros de prai-
as para todos os gostos. A praia
principal fica no centro de Antibes
e é a Praia de la Gravette (praia de
areia próxima das muralhas). Pas-
s|mos algum tempo a percorrer
esta zona, onde havia uma exposi-
ç~o de esculturas muito modernis-
ta.
Antibes é um dos locais mais atra-
entes e interessantes para visitar
nesta zona da costa, com uma
agrad|vel {rea em frente ao mar,
edifícios históricos e uma cidade
antiga muito interessante com um
mercado tradicional e alguns mu-
seus.
A cidade antiga é muito agrad|vel
de explorar, com as suas ruas es-
treitas e sinuosas rodeadas de ca-
sas bonitas, lojas e boutiques, ca-
fés e bares. O centro histórico de
Antibes est| ainda rodeado de mu-
ralhas defensivas.
Existem alguns locais de interesse
histórico no centro, incluindo as
torres da igreja medieval e a forta-
leza do século XVI.
Visit|mos a Catedral de Notre Da-
me da Imaculada Conceiç~o que
foi construída sobre as fundações
de um templo pag~o, o templo de
Diana e de Minerva. Diz-se que S~o
Paulo aí teria parado no ano 63, a
caminho duma viagem para Espa-
nha. Ao longo dos séculos, a Cate-
dral foi destruída e construída por
v|rias vezes, mas a última recons-
truç~o foi ordenada por Luís XV,
em 1747. A est|tua da Virgem Ma-
ria que ornamenta a fachada foi
oferecida { paróquia por uma ben-
feitora – Cécile Guiraud, que tam-
bém mandou pavimentar o interior
da Catedral com lajes de m|rmore
pretas e brancas, alternadas.
O edifício foi completamente res-
taurado em 1991 e a fachada em
2016.
Também vimos fontes tradicionais
e pequenas praças rodeadas por
casas antigas que s~o um dos en-
cantos de Antibes, tal como um
bom mercado coberto, com frutas,
especiarias, queijos, enchidos, etc.
Viagem { Provença
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Apreci|mos igualmente alguns jar-
dins bem cuidados com boas vistas
para o mar, como pano de fundo.
No castelo Grimaldi encontra-se o
Museu Picasso. Picasso passou
uma grande parte da vida nesta
regi~o e teve um estúdio no caste-
lo Grimaldi durante alguns meses,
após a segunda guerra mundial.
Além de cerca de 50 trabalhos de
Picasso (a maior parte deles consi-
derados “menores” se os compa-
rarmos com os seus trabalhos mais
famosos, mas apesar de tudo fasci-
nantes), o Museu também apre-
senta um conjunto de obras de ou-
tros artistas modernos de meados
do século XX, como Joan Miro e
Max Ernst.
Aqui também existe um museu de-
dicado a Napole~o e um museu
arqueológico.
O nosso jantar no restaurante
“L’Opaline” foi muitíssimo anima-
do e divertido.
A refeiç~o foi demorada, mas para
ajudar a passar o tempo, foram
passados num televisor da sala de
jantar alguns vídeos e fotografias
da autoria de um dos nossos com-
panheiros, que deram motivo a
grande risota, para n~o fugir { re-
gra!
E j| era tarde quando regress|mos
a Cannes.
Est|vamos mesmo no final da nos-
sa magnífica viagem (23 de Julho).
Mais umas horas e todos nos iría-
mos separar, regressando a nossas
casas.
Após o pequeno almoço, partimos
para Cassis, uma pequena vila pis-
catória situada nesta zona da Rivie-
ra Francesa. Este lugar est| inseri-
do num contexto natural de gran-
de beleza, resguardado pelas ro-
chas. Começ|mos por dar uma vol-
ta pela cidade num pequeno com-
boio e depois caminh|mos pelas
ruazinhas estreitas e coloridas da
vila em direç~o ao porto.
É tudo encantador. O porto tam-
bém é uma beleza e h| a possibili-
dade de fazer um passeio de barco
para ir {s calanques. E foi o que o
nosso grupo fez, num passeio que
teve a duraç~o de cerca de uma
hora.
As sensacionais calanques de Cas-
sis s~o fruto da eros~o das |guas e
dos ventos que ao longo dos milé-
nios modelaram as rochas e que
hoje constituem uma paisagem
extraordin|ria, apresentando-se
sob a forma de enseada ou baía
com cristas escarpadas e pequenas
praias escondidas.
Foram classificadas como o 10º Par-
que Nacional Francês, garantindo
ao local uma proteç~o consider|-
vel.
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Embora se possam descobrir a pé,
caminhando por meio de rochas e
de trilhos, o nosso grupo desco-
briu-as num passeio de barco pelas
|guas azul-turquesa do Mediterr}-
neo, o que nos permitiu uma pers-
petiva única das calanques, consi-
deradas as jóias da coroa de Cassis
e deixou os nossos sentidos im-
pregnados desta natureza envol-
vente. Na verdade, este conjunto
de rochas impõe-se pela sua massa
e pela verticalidade dos seus rele-
vos, ganhando em imponência e
beleza o que perde em acessibili-
dade.
A abordagem por mar d| {s Calan-
ques aquela dist}ncia que as torna
mais míticas, uma fortaleza de cal-
c|rio erigida no Mediterr}neo.
Durante o passeio, fomos sempre
acompanhados pelo sol, pelo chei-
ro do mar, pela contemplaç~o das
rochas e pelo vento mistral, que
proporcionaram uma recompensa
aos nossos sentidos.
E para completar esta aventura, a
|gua do mar também nos fustigou
com força algumas vezes. Foi, na
verdade, uma experiência única.
E olhando para aquelas paisagens,
n~o havia dúvida que nos sentía-
mos no paraíso.
Devemos sentir-nos uns privilegia-
dos por termos conhecido este
lugar m|gico!
Olhando para as colinas circundan-
tes de Cassis fizemos uma pausa
para admirar o penhasco mais alto
do mar na Europa, o Cap Canaille,
um rochedo que vai mudando de
cor ao longo do dia.
Após o almoço no restaurante “Le
Grand Large”, debruçado sobre o
mar, seguimos para o aeroporto.
De todas as viagens que j| fiz com
a Galp (e foram muitas) nenhuma
foi t~o animada como esta.
O riso, as gargalhadas, a alegria e a
boa disposiç~o foram uma cons-
tante.
Todos contribuíram para isso, mas
alguns de nós mais do que outros
e uma de nós mais do que todos.
N~o quero citar nenhum nome,
mas quem ler este relato e esteve
na viagem, saber| a quem me que-
ro referir.
A viagem de regresso a Lisboa de-
correu sem problemas e j| em ca-
sa, nos meus ouvidos ainda ecoa-
vam aquelas risadas saud|veis que
nos acompanharam durante 9 di-
as. Foi maravilhoso!
Maria Isabel Soares da Costa
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The Legends of Rock: só o nome
do evento j| era prometedor.
E conhecido o elenco, apesar de se
tratar de apenas quatro bandas, as
expectativas n~o foram goradas:
Kiss, Megadeth, Scorpions e The
Dead Daisies.
No primeiro dia, atuaram os vice-
reis do Thrash Metal: os Mega-
deth, do ex-Metallica Dave Mustai-
ne, reforçados com o grande gui-
tarrista brasileiro Kiko Loureiro.
Problemas organizativos na entra-
da no recinto impediram muita
gente de assistir a todo o concerto
da banda, mas quem o conseguiu
pôde presenciar uma enérgica per-
formance com algum do melhor
Heavy Metal que se faz por esse
mundo.
Embora num registo diferente, a
noite de 10 de julho foi completada
com os históricos Kiss.
Apresentaram-se pela primeira vez
em Portugal com as suas habituais
maquilhagens, depois do histórico
concerto de 1983, em Cascais: o
primeiro da história da banda sem
make-up.
Foram duas horas de pura festa,
iniciadas com “Deuce” e com pas-
sagens pela inesquecível “Detroit
Rock City” ou pela famosa “I Was
Made For Loving You”, por exem-
plo.
A segunda noite começou com o
grupo menos conhecido do even-
to: The Dead Daisies.
Trata-se de uma superbanda que
conta com nomes como Marco
Mendoza (baixo) e Doug Aldrich
(guitarra), que passaram pelos
Whitesnake, ou Deen Castronovo,
que foi baterista dos Journey.
Foram 10 músicas de puro Rock n’
Rol, que incluiu uma vers~o de
Bitch, dos The Rolling Stones.
A terminar estas noites com lendas
do Rock, o enésimo concerto de
despedida dos Scorpions em Por-
tugal.
Com um alinhamento semelhante
ao dos mais recentes concertos no
nosso país, merece destaque a via-
gem aos temas dos anos 70: Top
of the Bill/Steamrock Fever/
Speedy's Coming/Catch Your Train.
Em suma, dois dias de concertos
com muita qualidade, sob o lema
“I Wanna Rock n’ Roll All Night and
Party Every Day”.
Porque o Rock jamais morrer|!
Bernardo Faria
e
Nuno Carvalho
!
A Scorpion’s Kiss
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Foi a primeira vez que a minha
equipa teve oportunidade de parti-
cipar neste evento e o balanço foi
excelente.
Uma organizaç~o muito boa, alia-
da { simpatia e fair-play de todos
os participantes fizeram com que o
fim-de-semana corresse da melhor
forma possível.
Naquele que é o evento mais im-
portante do Campeonato de Futsal
do Clube Galp, fiquei bastante sa-
tisfeito por verificar que, ao longo
do fim-de-semana, o bom ambien-
te que se viveu durante os almo-
ços/jantares/convívios foi exata-
mente o mesmo que se viveu du-
rante os jogos dentro de campo.
Quando assim é, n~o h| derrota-
dos, só vencedores.
Obrigado ao Clube Galp pela orga-
nizaç~o.
Texto de David Prazeres Algarvio
Final Nacional do Campeonato Interno de Futsal
www.clubegalpenergia.com 49 # 255 julho 2018
Iron Maiden, uma banda que atra-
vessa gerações.
Lembro-me de ouvir os Iron Mai-
den durante a minha adolescência.
N~o era das minhas bandas favori-
tas mas gostava de algumas músi-
cas.
Durante muitos anos, e até o filho
se tornar f~ deste icónico grupo de
heavy metal, os Iron Maiden n~o
faziam parte da minha playlist.
Através do Clube Galp, em 2016,
fomos ver o nosso primeiro con-
certo dos brit}nicos Iron Maiden e
dois anos mais tarde repetimos a
experiência, e adoramos!
Toda a din}mica, a inteligente
construç~o do alinhamento e os
cen|rios criados numa série de pal-
cos diferentes deixou toda a pla-
teia ao rubro!
Num desfile constituído por v|rios
temas cl|ssicos ficou visível que,
passadas quase quatro décadas de
existência, os Iron Maiden est~o
de ótima saúde e que a relaç~o en-
tre estes músicos veteranos e o
público continua inabal|vel.
Cerca de 18.000 pessoas de v|rias
gerações a entoar v|rios refrões a
plenos pulmões.
Um espet|culo épico e memor|-
vel.
Fiquei f~. No próximo espet|culo,
estaremos l| com certeza.
Resta-me agradecer e elogiar o
Clube Galp, pela escolha de um
cartaz t~o vasto e variado que pro-
move cultura e entretenimento de
qualidade ao universo Galp.
Carla Valad~o
Iron Maiden
www.clubegalpenergia.com 50 # 255 julho 2018
Ozzy, considerado por muitos co-
mo um Deus do metal, decidiu pas-
sar por Portugal no ano em que
celebra cinco décadas de Rock.
Após colocar um ponto final defini-
tivo nos Black Sabbath, Ozzy Os-
bourne prepara-se agora para fa-
zer o mesmo com a sua carreira a
solo, com uma última digress~o.
Assim sendo, desloquei-me ao Alti-
ce Arena, no dia 02 de julho, para
assistir ao vivo n~o só a este se-
nhor do metal, mas também pre-
senciar ao vivo Judas Priest que
foram os special guests deste tour.
Este último tour de Ozzy teve iní-
cio este ano no México e est| pro-
gramada terminar apenas em
2020.
Segundo se consta, Ozzy ir| dar
como encerrada a sua carreira a
solo, mas nada o impede de voltar
a atuar em concertos espor|dicos.
Obrigado Clube por mais um espe-
t|culo de excelência!
Foi a primeira vez que entrei numa
atividade do género pelo Clube, e
é uma experiência a repetir.
Bem organizado!
Bom convívio!
Obrigada!
Olívia Faria
Ozzy Osbourne The Color Run
www.clubegalpenergia.com 51 # 255 julho 2018
Mais uma iniciativa do nosso Clu-
be, no Auditório dos Oceanos do
Casino de Lisboa, desta vez uma
deliciosa comédia de nome Rabo
de Saia, de Roberto Pereira.
Depois de terem alcançado o su-
cesso com Depois da Crise dos 40 e
da Loucura dos 50, que tive o pra-
zer de assistir, os compinchas Al-
meno Gonçalves, António Melo,
Joaquim Nicolau e Fernando Fer-
r~o voltam aos palcos com esta
divertida comédia.
Esta história dos j| conhecidos
quatro amigos Quim (António Me-
lo), António (Fernando Ferr~o),
Xavier (Joaquim Nicolau) e Manel
(Almeno Gonçalves) que agora é
Manela. Ou T}nia, ou Rute. Ainda
n~o escolheu bem… uma vez que
este decidiu mudar de sexo uma
vez que ser homem j| n~o tinha
para Manuel nenhum segredo.
Um espet|culo de imensa divers~o
e boa disposiç~o é o que se pode
contar com este elenco! Obrigado!
A publicaç~o deste inédito de Fer-
nando Pessoa revela um texto
que, ao contr|rio da maior parte
dos seus inéditos, estava comple-
to, dactilografado e pronto para
ser publicado.
Trata-se de um guia de Lisboa, o
Universo fundamental de Pessoa a
que chama o seu lar, escrito em
inglês, propositadamente turístico,
despojado de retórica, onde se
percorre todo o património impor-
tante da cidade, seja ele arquitec-
tónico, intelectual ou de puro la-
zer.
E a Direç~o do Clube Galp - Núcleo
Centro procedeu ao sorteio de dez
exemplares desta obra, cujos con-
templados foram:
Gracinda Vicente
Maria da Luz Fonseca
Richard Goldschmidt
Carlos Alexandre Barbosa
Constança Silva
Alfredo Marques
Ac|cio Ant~o
Maria Helena Viotti
Virgílio Pio
Carlos Alexandre Alenquer
Rabo de Saia Sorteados Fernando Pessoa
www.clubegalpenergia.com 52 # 255 julho 2018
Notas sobre a Viagem à Finlândia
e à Noruega, organizada pelo Clu-
be Galp, entre 2 e 11 de julho de
2018
A Viagem
2 de julho - 2ªfeira
Lisboa / Helsínquia / Rovaniemi
O dia vai ser longo, temos de estar
no Aeroporto pelas 4,30h, pois o
voo saia de Portugal daí a 2 horas.
J| no aeroporto, encontr|mos o
acompanhante do Clube { viagem,
o Daniel Bertelo que nos apresen-
tou o guia da agência: o Rui André.
Incluindo estes elementos a comi-
tiva é de 24 pessoas, a quem se
juntar|, no destino, a guia local.
A viagem de avi~o, com cerca de
4,30 horas, correu bem { exceç~o
de alguma trepidaç~o sobre o Gol-
fo de Biscaia, que interrompeu por
duas vezes o abastecimento de
café ou ch| (fraco repasto a que
tivemos direito).
A chegada ao aeroporto de desti-
no trouxe-nos uma boa surpresa.
Finl}ndia & Noruega
www.clubegalpenergia.com 53 # 255 julho 2018
Em vez de ficarmos a secar cerca
de 6 horas para o voo para Rovani-
emi, foi organizada para esse tem-
po uma visita a Helsínquia.
Na capital da Finl}ndia almoçamos
por nossa conta, tendo muitos dos
participantes ido a um mercado de
artesanato onde o prato novidade
era composto por peixe frito com
2/4 cm, regado com cerveja, que
era também bastante apreciado
por umas gaivotas de cabeça pre-
ta que atacavam os pratos na m~o
dos utentes.
Depois de uma pequena deambu-
laç~o pelo centro, o grupo reorga-
nizou-se e fizemos de autocarro
uma visita pela cidade que foi re-
construída pelo czar russo Alexan-
dre II, após a sua conquista { Sué-
cia no século XVIII, daí a semelhan-
ça arquitectónica do seu centro
com o da cidade de S. Petersbur-
go. Visitamos:
A catedral é luterana como todas
as que Iríamos visitar.
Tem o nome do czar Alexandre e é
arejada, luminosa e simples.
Seguimos para um um lago que
tinha uma construç~o em madeira,
que parecia um cais onde a guia
local brasileira Ana nos pôs { prova
para a sua identificaç~o e, por bi-
zarro que pareça, era um local pa-
ra lavagem de tapetes que parece
ter bastante frequência.
Seguimos para um belo parque
com um monumento em memória
do músico Sibélius, em forma de
tubos de órg~os e pass|mos por
outros parques e bairros, que nos
mostraram uma cidade limpa e
com elevado nível de vida.
A guia chamou a nossa atenç~o
para uns espaços destinados a se-
rem utilizados pelos donos e seus
c~es, sendo a sua manutenç~o e
limpeza paga pelos donos com
uma taxa mensal de 50 €.
Ouvimos as estatísticas habituais
para o conhecimento do país e fi-
c|mos a saber que que têm bons
sistema de saúde e educaç~o, am-
bos públicos, que têm bons sal|-
rios calculados { hora com elevada
taxa de imposto sobre o rendimen-
to, que o valor da habitaç~o é bas-
tante elevado e que a sauna é uma
instituiç~o nacional que é diaria-
mente utilizada, na própria habita-
ç~o ou condomínio.
De regresso ao Aeroporto rum|-
mos a Rovaniemi, uma viagem que
durou cerca de 1,5 hora, onde nos
esperava uma temperatura alta e,
pelo adiantar da hora, sujeit|-mo-
nos a uma sandes no hotel.
Para aqueles que ainda se acha-
vam com forças, ainda deu para
uma saída que só n~o foi noturna
por j| estarmos na zona do sol da
meia noite.
Finl}ndia & Noruega
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3 de julho - 3ª feira
Rovaniemi / Saariselka (260 km)
Depois do pequeno almoço, uma
caminhada pela capital da Lapónia
finlandesa foi iniciada junto ao rio.
O dia estava magnífico de tempe-
ratura e luz.
Visitamos uma igreja, onde nos
aguardava uma guia local que nos
fez a apresentaç~o de um fresco
que representa Cristo rodeado por
personagens da Lapónia, enqua-
dradas num ambiente nórdico- foi
bonito de ver.
Seguimos de visita para o Centro
Artikum, composto por uma estru-
tura de vidro virada ao norte em
forma de tubo, a dar uma ideia da
ligaç~o entre o povo e o norte.
No seu interior encontra-se o mu-
seu da regi~o a que os elementos
do grupo n~o ficaram indiferentes,
tanto mais que j| foi considerado o
melhor da Europa.
Estava em causa a geografia, a fau-
na, a flora, a história antiga e re-
cente dos autóctones (os Samis),
as suas habitações e formas de
transporte, a pesca e a import}n-
cia da rena na sua vida.
Ficou-nos marcada a experiência
de assistirmos deitados numa sala
{ projeç~o no teto de auroras bo-
reais, com projeç~o da mitologia
local.
Depois do almoço fomos ao local
de demarcaç~o do Círculo Polar
\rtico, latitude a partir da qual j|
se pode assistir ao sol da meia noi-
te.
Neste lugar situa-se o empreendi-
mento turístico "Santa Claus Villa-
ge", com muitas lojas de souvenirs
e onde se situa uma oficina de cor-
reios onde as crianças podem man-
dar cartas ao Pai Natal.
Tirada uma fotografia de Grupo no
local onde passa o paralelo do cír-
culo polar (lat 66º 33´ 44" N), inici-
ou-se a viagem para Saariselka.
A nossa guia Marcela, brasileira do
Rio e a viver em Oslo, fez-nos uma
boa apresentaç~o do povo Sami e
das incompreensões, maus tratos
e perseguições de que foram
objeto durante séculos, mas que
hoje em dia est| j| em apazigua-
mento apesar de se manterem ca-
sos pontuais de racismo.
Na viagem, com pouco tr}nsito,
numa uma estrada ladeada de la-
gos e floresta composta por bétu-
las e pinheiros nórdicos, apareceu
{ frente do autocarro, e a passear
no mesmo sentido, a primeira rena
até que se dignou desviar para a
berma.
Foi uma festa para o Grupo, mas
fiquei na dúvida se alguém lhe con-
seguiu tirar uma foto.
Antes de chegar ao destino, o nos-
so 1º motorista:-Jari Karttelainen,
homem bastante af|vel, levou-nos
a um local de sua predileç~o, um
teleférico para transporte de es-
quiadores .
Finl}ndia & Noruega
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Neste espaço est| um empreendi-
mento para os desportistas e um
miradouro em madeira que foi visi-
tado por alguns elementos do gru-
po.
N~o sendo um local de muita alti-
tude, esta foi a suficiente para alte-
rar completamente a paisagem- as
|rvores, que deram lugar a espa-
ços abertos na paisagem a que j|
n~o est|vamos habituados.
E cheg|mos ao destino, um hotel
de montanha que faz parte de uma
est}ncia de turismo moderna des-
tinada aos desportos de inverno.
Aqueles que, por cansaço, ainda
n~o tinham visto o sol da meia noi-
te, puderam satisfazer essa novi-
dade, se é que n~o mantinham o
cansaço com mais uma jornada.
4 de julho . 4ª feira
Saariselka / Honninsvag (240 km +
ida e volta ao Cabo Norte = 34 km)
E aí vamos nós a caminho do Cabo
Norte, o local mais a norte do con-
tinente europeu.
A falar bem verdade existe um ou-
tro cabo vizinho -o Knivskjello-
dden - que fica 1,5 k m mais a nor-
te, mas como n~o ter| acesso ro-
dovi|rio e n~o tem a sumptuosida-
de da plataforma do Cabo Norte,
ficamos confortados com o desti-
no.
Depois de volvidos alguns quilóme-
tros, depar|mos com mais 3 renas
ao lado da estrada (Oh, que giro!)
pouco depois mais 4 renas e daí a
bocado mais uma.
Foi uma alegria para a comitiva,
para cada avistamento.
Mas tendo em conta o aumento da
sua frequência parecia que iria de
deixar de ser assunto de manifes-
taç~o de regozijo. Puro engano,
para cada avistamento futuro, e
n~o foram poucos, era uma alga-
zarra no autocarro.
Eis que cheg|mos perto de Inari,
onde nos estava reservada uma
surpresa antes da visita ao parque
da cultura Sami.
iríamos visitar o parlamento Sami.
Azar, estava fechado para férias
pelo que fomos recebidos na bibli-
oteca do Parlamento, onde nos
fizeram uma pequena apresenta-
ç~o do funcionamento desta orga-
nizaç~o.
Fic|mos a saber que este povo te-
ve dez línguas, mas atualmente
três delas j| n~o se utilizam; Que
os Sami est~o dispersos por 4 paí-
ses (Noruega, Suécia, Finl}ndia e
Rússia) e que é na Noruega que
vive 50% desta populaç~o.
Na Rússia vivem menos Sami por-
que no final da II Guerra, a Finl}n-
dia teve que devolver território
(regi~o de Petsamo) { Rússia e daí
resultou que muitos Sami optaram
por viver na Finl}ndia.
Finl}ndia & Noruega
www.clubegalpenergia.com 56 # 255 julho 2018
De seguida visitamos o Parque da
Cultura Sami, onde duas belas Sa-
mi, vestidas com o traje samoiedo,
nos mostraram as habitações, ma-
nufaturas de materiais provenien-
tes da natureza, nomeadamente
das renas, instrumentos de caça e
pesca e o redil com renas.
Foi momento agrad|vel deste en-
contro a apresentaç~o de um por-
tador de bebés, com a parte inferi-
or em couro e a superior em tecido
Sami, que apresentava a particula-
ridade de se voltar para cima, caso
caísse { |gua.
Assistiu-se ainda a um filme de um
casamento Sami e a um espet|culo
de luz e som, com aurora boreal e
a sua mitologia das conversa dos
vivos com os seus antepassados…
O almoço, no local, brilhou com o
salm~o, o bacalhau fresco e a sopa
de tomate.
De regresso { estrada, passamos
por um túnel de 7 km e que passa-
va 400 metros abaixo do nível das
|guas, mas do qual saímos secos e
eis-nos a passar a fronteira para a
Noruega e assim a abandonar a
Uni~o Europeia.
Durante os 250 km que nos separa-
vam do destino, começamos a ve-
rificar que a paisagem se ia alteran-
do.
Apesar de se manterem os pinhei-
ros nórdicos e as bétulas (ou
abécolas como dizia, com piada,
uma nossa companheira) a sua
densidade baixava, a planície e os
lagos foram sendo substituídos
por relevo bem mais acentuado e
começaram a dominar os fiordes.
As habitações em madeira, verme-
lhas, apareciam com mais periodi-
cidade e cheg|mos após umas ho-
ras de viagem a Honninsvag, a po-
voaç~o mais a norte da Europa e
do mundo.
Depois de um pequeno descanso,
fomos beber umas bebidas sem
|lcool ao bar de gelo, onde se viu
um filme sobre a sua construç~o
que se inicia com o seu corte na
natureza.
Fomos informados que todos os
anos o bar é de novo refeito.
De seguida avançamos para o Ca-
bo Norte.
Para este trajeto, de 17 km e volta,
fomos conduzidos pelo motorista
José Maria , um catal~o simp|tico.
O tempo estava a ficar frio e nebu-
loso, começando a perder-se a es-
peranças de ver o sol da meia noi-
te no Cabo.
A viagem de ida demorou 40 minu-
tos, as |rvores desapareceram e
deram lugar a montanhas de pe-
dras que l| se conseguiam manter
num equilíbrio aparentemente ins-
t|vel.
Finl}ndia & Noruega
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Chegados, o crescente nevoeiro
transformou-se numa barreira de
difícil visualidade, n~o nos permi-
tindo admirar a beleza do local {
exceç~o de um rasgo que existia
na rocha que nos permitiu ter uma
ideia do que seria a paisagem
(alguns de nós acharam que aque-
la mudança do tempo n~o se ajus-
tava com o bom tempo desse dia,
ali|s um companheiro disse ao
meu lado que tinha a sensaç~o que
algo de estranho estava a aconte-
cer, mas eu n~o liguei a esse pres-
s|gio).
Ainda foi possível tirar uma foto do
grupo junto ao monumento que
assinala o local e toca a correr para
a loja de souvenirs e o restaurante
que o tempo n~o est| de feiç~o...
Recebemos o certificado da visita
e fomos para uma refeiç~o de três
pratos que nos alegrou.
E percorremos os 17 km de retorno
a Honningsvaeg, cidade que é a
base das visitas ao Cabo Norte,
quer por via terrestre ou marítima,
ainda a tempo de assistir { partida
de um cruzeiro das |guas profun-
das do porto.
5 de julho
Honningsvaeg - Tromso (304 km)
Após percorridos cerca de 100 km
em sentido contr|rio ao do dia an-
terior, cortamos { direita para o
interior.
Era uma zona mais montanhosa
com mais neve e claro com bétulas
(ou seriam abécolas) e cheg|mos a
Alta, a cidade que tem a pretens~o
de vir a ser a capital da Aurora Bo-
real.
Começamos pela Catedral planea-
da para atrair as pessoas em que a
simbologia est| presente - o Cristo
com uma m~o fechada e outra
aberta representa o poder e o
apoio aos necessitados.
Ainda na Catedral, destaque para
as luzes com som que represen-
tam a aurora boreal, os 32 tons de
azul no altar, a |gua que reflete a
luz do ouro da pia batismal nos
braços do pastor, s~o a moderni-
dade ao serviço do desfrutar.
Almoçados, eis-nos de visita ao es-
paço da Arte Rupestre, considera-
da Património Mundial da Humani-
dade.
Trata-se de um enorme espaço
com muito ainda por descobrir,
pois as rochas ainda mantêm mui-
to musgo e líquenes milen|rios na
sua superfície.
Parte das pinturas encontram-se
marcadas a vermelho de forma a
que o visitante as possa admirar.
S~o cenas do quotidiano que re-
montam a um período de 5 mil
anos iniciados antes da era crist~.
Finl}ndia & Noruega
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Cenas de caça (homens com arcos,
alces, renas, ursos, aves marinhas)
e pesca (pescadores nos barcos,
linhas de pesca com peixe, baca-
lhau, baleias e halibut, este um pei-
xe local em forma de losango, ain-
da hoje utilizado na medicina) e
ainda desenhos geométricos que
pretendem transmitir ideias que os
antepassados queriam transmitir a
alguém.
Enfim um regalo para a vista e con-
templaç~o.
De volta aos fiordes e porque o
novo motorista (agora Helmo J{r-
vi) tinha que descansar por exces-
so de tempo de conduç~o, fomos
a um miradouro num plano mais
alto, onde contemplamos a paisa-
gem numa curva do fiorde que n~o
cansa.
Tomou-se qualquer coisa acompa-
nhada de mais uns souvenirs e de
regresso { estrada efetuaram-se 2
travessias em ferry-boat que de-
moraram 40 e 20 minutos.
Com estas travessias inesquecíveis
dos fiordes de Lyngen e Ullfs, pou-
param-se 134 km em estrada, o
que n~o foi de pouca monta…
Chegados { Paris do Norte, deu
para dar uns passeios calmos ao
centro da cidade, antes e depois
do jantar, onde se cantaram os
"parabéns a você" ao companhei-
ro Amílcar que festejava 85 prima-
veras.
6 de julho - Tromso
O n~o ter que fazer e transportar
malas, deu algum alento { comiti-
va.
Passeamos com calma para usufru-
ir e comprar no centro da também
conhecida Capital do Norte.
Visitamos a Catedral do Gelo, que
afinal é igreja e n~o Catedral (pois
esta é em parte de madeira e n~o
era visit|vel por se encontrar em
manutenç~o). Mas se toda a gente
lhe chama Catedral esta merece-o.
Tem um desenho espetacular em
"V" invertido e foi projetada por
Jan Inge Horig e acabada de cons-
truir em 1961 e pretende tributar a
convivência entre o Homem e a
Natureza.
[ entrada, deparamo-nos em fren-
te com o maior vitral da Noruega,
bastante colorido. Tem um Cristo
estilizado com uma pequena cabe-
ça e um corpo longo em pé, pre-
tendendo mostrar Cristo em crian-
ça e o seu crescimento. Este vitral
n~o teve a aceitaç~o de Horig, que
planeava a utilizaç~o de cores mais
consent}neos com o gelo. E tal foi
o seu desagrado ao ver o vitral,
que nunca mais entrou na igreja.
Este episódio narrado por uma
guia local, parece ser uma história
mal contada, pois n~o parece razo-
|vel que Horig n~o tivesse outras
oportunidades de manifestar o seu
desagrado, durante os meses que
teria levado a desenvolver o pro-
jeto do vitral, o seu fabrico e a sua
construç~o.
Finl}ndia & Noruega
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Contudo esta história foi motivo
de acesa e salutar discuss~o no dia
seguinte no autocarro, entre as
que concordavam com o projectis-
ta e os que defendiam que compe-
tia aos financiadores a última pala-
vra.
De visita ao Museu Polar (Pol|ria),
foi o contacto com o mundo do
\rtico desde a fauna ao vivo atra-
vés de aqu|rios. onde n~o se vai
esquecer um que faz labirintos em
que tanto estamos de baixo, como
no centro ou no meio de leões ma-
rinhos, focas e outros bichos.
Ao contacto com explorações ao
\rtico e Ant|rtico levadas a cabo
por noruegueses, bem como uma
excelente apresentaç~o das ilhas
Svalbard, possess~o norueguesa
mais a Norte.
Enquanto decorria o almoço, o
tempo preparava-se para nos pre-
parar uma partida na subida ines-
quecível { montanha Storstein,
que se apresenta 490 metros aci-
ma e em frente a Tromso.
E assim foi. Quando saímos do te-
leférico, veloz e silencioso, n~o se
via palmo { nossa frente e o tempo
desagrad|vel n~o permitia sair da
casa do elevador (salvo os aventu-
reiros) .
Parece que j| n~o restavam dúvi-
das, depois do que acontecera no
Cabo Norte, o deus Ódin n~o esta-
va de satisfaç~o com os viajantes
do Sul e n~o permitia mais uma vez
que pudéssemos apreciar as bele-
zas da Noruega.
Segundo o que se dizia, n~o have-
ria duas sem três.
O que nos estaria ainda reservado?
No final da tarde, foi a altura de
irmos lanchar com os Sami, num
lavvu (uma enorme tenda com a
forma da dos índios em madeira,
com uma fogueira no centro. N~o
ficamos a tossir com o fumo por-
que a casa estava apetrechada
com um exaustor em inox até ao
buraco do teto).
Fomos recebidos por duas gentis
Sami que nos instalaram em mesas
no interior do lavvu e nos serviram
ch| (em pacotes de supermerca-
do) e café tirado dum panel~o na
fogueira acompanhados de delicio-
sos doces que nos disseram serem
de sua confecç~o (mas honra lhes
seja feita, piscaram-nos o olho).
E eis que chega o guardador de
renas que, com algum aparato, nos
conta a sua vida ao redor das renas
e das dificuldades que se sentem
com o crescimento das povoações
que cada vez ocupam mais os tri-
lhos dos animais com novas habi-
tações e vias.
Informou que as renas demoram 5
ou 6 anos a adaptarem-se aos no-
vos obst|culos.
A Marcela tinha-nos avisado que,
das perguntas a fazer, era tabu
tentar saber sobre a quantidade
de renas que possuía, pois eles n~o
gostam que se saiba qual sua ri-
queza.
Finl}ndia & Noruega
www.clubegalpenergia.com 60 # 255 julho 2018
Afinal, n~o muito diferente de nós.
Depois de uma apresentaç~o que
ia longa, cantou-nos uma canç~o
Sami sobre o seu maior amigo que,
aconteça o que acontecer, est|
sempre de acordo com ele: o seu
c~o preto e branco.
Depois foram as despedidas.
Ah! j| me esquecia o nosso lanche
foi também composto por uma
sopa de rena - um prato que mal
comparado se parecia com a nossa
sopa de pedra.
7 de julho
Tromso / Henningsvaer (445 km)
A caminho das ilhas Lofoten, a via-
gem é mais do mesmo, a beleza
dos fiordes e as abécolas (ou as
bétulas?) a estorvar a tiragem de
fotos a partir do autocarro.
Começa a notar-se uma maior den-
sidade populacional. H| mais povo-
ações e o tr}nsito é maior.
As habitações multicores, com pre-
valência do vermelho, parecem
ainda mais alegres.
Paramos para esticar as pernas
num espaço/acampamento Sami
com loja de souvenirs Sami.
As idas ao WC n~o deixaram sauda-
des {queles que n~o puderam, co-
mo a maioria, optar por fazer as
necessidades no bosque.
Mas isto também faz parte da via-
gem..
De retorno { estrada, almoçamos
num restaurante agrad|vel, junto
a um lago.
Depois de muitos km, chegamos {s
Ilhas Lofoten, onde a paisagem
parecia ainda mais exuberante de-
vido { grandeza das montanhas e
desfiladeiros antes de se chegar
mais perto do mar.
Aqueles fiordes eram de parar a
respiraç~o.
Pouco antes do destino, par|mos
em Solvaer, uma povoaç~o moder-
na e bela.
Visitou-se um mercado artesanal
com roupas, enchidos, queijos etc.
Os mesmos do costume beberam
mais uma cerveja.
No meio da rua estava exposta
uma mina marítima, a dizer-nos
que ali perto o horror da II Guerra
Mundial j| fizera parte de um quo-
tidiano.
E cheg|mos. Honningvsaer, que é
um aglomerado de 4 mil habitan-
tes e que j| fora um grande centro
piscatório.
Bem nos tinha avisado o Rui Duar-
te que os casais deviam passar pa-
ra uma única mala todos os bens
de que iríamos necessitar, pois an-
tes de chegar { recepç~o tínhamos
que subir uma escadaria.
Finl}ndia & Noruega
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Esta particularidade única do hotel
acompanhada de outras caracterís-
ticas sui-generis, demonstraram a
boa escolha da organizaç~o por
esta estada.
Era o primeiro contacto com a vi-
vência daquele mundo.
Antes do jantar, visitou-se o mais
bonito campo de futebol do mun-
do, cuja entrada é ladeada por es-
truturas de seca do bacalhau e {
volta do relvado est| um mar cal-
mo, onde ser| frequente a visita
da bola (n~o se esqueçam de visi-
tar a net para matar saudades des-
te lugar no tempo).
Houve tempo livre antes do jantar,
onde a surpresa foi um carpaccio
de baleia.
A maioria teria gostado, outros
nem por isso e ainda alguns n~o
lhe tocaram para n~o participarem
no banquete ecológico.
Ainda houve tempo para dar mais
uma volta, para os que n~o quise-
ram assistir a mais um jogo do
campeonato do mundo na tv.
8 de julho-
Honingsvaer / Moskenes (130 km) /
Bodo
O acordar naquele hotel de madei-
ra plantado a 5 metros do mar deu
uma alegria matinal pela dimens~o
daquela natureza.
O trajeto numa estrada apertada
obrigava a que, com frequência, se
parasse para dar lugar, aos de sen-
tido contr|rio, as enseadas espan-
tosas e os fiordes no seu melhor.
Tudo isto fez r|pida a chegada {
casa museu Viking - Lofotir.
Trata-se de uma edificaç~o recons-
truída a poucos metros onde este-
ve a habitaç~o de origem.
A guia local era francesa.
No interior da habitaç~o senhorial
em madeira, com 83 metros de
comprimento (quando o normal
era n~o ultrapassarem os 20 me-
tros), informou que:
- a civilizaç~o Viking durou cerca de
500 anos entre os séculos VII e XII;
- para além do seu espírito de guer-
reiro, de ladr~o e comerciante no
exterior, era um povo pacífico na
sua terra;
- a casa que est|vamos a visitar era
de uma família muito rica, constitu-
ída por cerca de 10 pessoas, cujo
chefe era o implac|vel
“Sobrancelha Dupla”. Viviam na
casa cerca de 40 dos trabalhado-
res, alguns dos quais escravos, que
o ajudavam nas fazendas . O Chefe
tinha o poder de praticar sacrifí-
cios em animais e também tinha
poder sobre a vida de humanos.
Os escravos mais próximos eram
mortos e enterrados com o Chefe
ou familiares importantes quando
estes morriam, de forma a acom-
panh|-los na viagem para o além;
-a casa tinha 4 grandes divisões
com a fogueira sempre acesa:
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(o que d| para pensar das condi-
ções de vida curta em que viviam
com a constante fumarada.)
- na habitaç~o havia um espaço
destinado a guardar cerca de 50
reses;
- a religi~o era um aspecto funda-
mental da sua vida.
Na continuidade da viagem, passa-
mos por um estendal de seca de
peixe seco, que tinha a particulari-
dade de só ter cabeças de baca-
lhau que se destinavam { exporta-
ç~o para um país de \frica.
Também se utilizavam na confec-
ç~o de farinha para rações.
E cheg|mos a A, onde, depois do
almoço, fomos visitar o museu do
Bacalhau, composto por um con-
junto de habitações, que incluía:
- o local onde viviam os pescadores
que vinham de toda a Noruega,
para trabalharem durante 4 meses
na pesca nos mares e fiordes de
Lofoten;
- uma f|brica de produç~o de óleo
de fígado de bacalhau (Para além
da sua utilizaç~o como reforço ali-
mentar, é fundamental na pintura
e revestimento das casas com cor
vermelha. As habitações pintadas
a branco ou cinza existem em me-
nor quantidade e essas tintas n~o
de óleo eram utilizadas por famí-
lias com maiores posses);
- um local para construç~o de em-
barcações e guarda de aprestos
marítimos;
- uma padaria;
- uma loja onde os pescadores se
abasteciam e hoje transformada
em loja de souvenirs (onde foi pos-
sível comprar em português um
livro sobre o bacalhau).
De salientar que todo este empre-
endimento, que funcionou até aos
anos de 1960, era de propriedade
de um particular e que o resultado
de toda a pesca do bacalhau e ou-
tras espécies tinha como destino a
antiga Liga Hanse|tica, empresa
alem~ que detinha o monopólio
comercial.
Era enorme a pobreza dos pesca-
dores, ali|s em conson}ncia com o
que acontecia com a maioria dos
noruegueses na altura.
Após a visita ao museu, o tempo
começou a piorar com bastante
chuva, o que levou a organizaç~o a
cancelar o tempo livre e a ficarmos
enclausurados no restaurante.
Estava consumada a terceira vin-
gança de Odin, n~o nos possibili-
tando desfrutar melhor da beleza
das Lofoten. Jantamos cedo.
Chegados a Moskenes, apanhamos
o barco para Bodo. Foi uma via-
gem de 4 horas com algum bam-
bolear.
Mesmo antes da chegada a Bodo,
chegou a meia noite.
Toda a comitiva foi para a proa do
ferry a tirar fotos ao sol, pois as
condições do tempo estavam mag-
níficas.
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Cheg|mos ao hotel era 1 hora da
manh~, com sol a recomendar que
o dia ainda era uma criança.
Mas o cansaço venceu.
9 de julho
Bodo / Oslo
Manh~ dedicada ao passeio na ca-
pital da Nordland, com cerca de 40
mil pessoas.
Inicia-se com uma ida ao supermer-
cado, onde a Marcela nos quis pôr
em contato com alguns produtos
locais que recomendou.
Entre outros para trazer para ca-
sa, mostra a pasta de caviar com
ovas de bacalhau, o doce de lak-
kahillo de que j| tinha falado no
autocarro e que é uma espécie de
amora laranja, a aquavit, uma
aguardente nórdica feita de batata
e o óleo de fígado de bacalhau em
drageias ou em frascos com sabo-
res que lhe tira aquele sabor re-
pugnante a que nos sujeitaram
quando alguns de nós eram crian-
ças.
Seguimos para a Catedral que fora
destruída, em 1940, pelos nazis e
que foi reconstruída com base
num modelo dos tempos medie-
vais
Foi contada com algum pormenor
a história e caraterísticas do tem-
plo e distribuído um panfleto.
A est|tua do rei Haakon VII foi pre-
texto para mais uma fotografia do
Grupo e para nos dar a conhecer
alguns dados sobre esta figura im-
portante na história do país.
O facto de n~o ter pactuado com
Hitler obrigou ao seu exílio e origi-
nou bombardeamentos que des-
truíram cidades importantes da
Noruega, onde se insere Bodo e a
Catedral que acab|vamos de ter
visitado. O rei regressa do exílio
após o fim da guerra. Aceita ser de
novo rei se fosse eleito, o que veio
a acontecer demonstrando a esti-
ma que tinha na populaç~o este
importante símbolo nacional.
Nesta explicaç~o também soube-
mos da indignaç~o dos noruegue-
ses perante a Suécia, por esta ter
apoiado os nazis e ter recusado os
refugiados noruegueses que fugi-
am aos bombardeamentos.
Antes do almoço, ainda se visitou
um espaço dedicado { aquacultura
no país, com especial relev}ncia {
dedicada ao salm~o.
Vimos um filme seguido de explica-
ções sobre a relev}ncia desta ativi-
dade, do seu enquadramento legal
relacionado com a saúde, a rigoro-
sa alimentaç~o, taxas de oxigena-
ç~o, níveis de temperatura, o
transporte dos animais vivos, o
método de abate, a utilizaç~o da
pele do salm~o nomeadamente
em roupa, etc.
Uma "quinta" aquícola é composta
em média por entre 4 a 6 redes
que podem ter 60 metros de pro-
fundidade e 50 metros de di}me-
tro.
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Estes equipamentos podem conter
entre 3 e 4 mil toneladas de pesca-
do.
Mais uma foto do Grupo, agora a
pedido da respons|vel do estabe-
lecimento, que quis ficar com uma
recordaç~o dos lusitanos.
Após o almoço, fomos visitar o
Museu da Aviaç~o Norueguesa.
desde os primórdios da aviaç~o, os
problemas criados na I Guerra
Mundial, quando ainda n~o havia
experiência, o período entre guer-
ras e o início da II guerra para a
qual a Noruega n~o estava prepa-
rada (o que levou a que se com-
prassem aviões { última hora, al-
guns dos quais nunca chegaram a
ser desembalados ou montados e
outros até nunca recebidos) para a
II Guerra e a evoluç~o da aviaç~o
até aos dias de hoje.
Dos v|rios pormenores explicados
por uma guia com traje muçulma-
no, { frente das dezenas de aviões
em exposiç~o.
Mereceu especial atenç~o um avi-
~o todo pintado de negro, o avi~o
fantasma, que os EUA utilizaram
em espionagem na Uni~o Soviética
em voos baixos e noturnos para
n~o serem detectados.
Este avi~o foi abatido e originou
um conflito entre as duas superpo-
tências, que poderia ter chegado a
outros fins, caso n~o tivesse sido
abafado por um conflito ainda mai-
or, a crise dos mísseis em Cuba.
Do museu partimos diretamente
para o Aeroporto com destino a
Oslo, deixando assim o Círculo Po-
lar \rtico. O voo foi calmo e demo-
rou cerca de 1,5 hora.
Chegados ao Aeroporto de desti-
no, partimos para Oslo que fica a
cerca de 40 minutos de viagem. A
meio do trajeto fomos jantar num
hotel na cidade de Lillestrom. A
particularidade da refeiç~o foi a de
termos direito a um copo de vinho
(tinto ou branco), o que n~o este-
ve mal a n~o ser de que soube a
pouco.
10 de Julho - Oslo
Est| um dia de sol e temperatura
elevada.
O termómetro hoje, como nos últi-
mos dias, atinge os 28 º C, quando
em Lisboa est~o 25ºC.
Temos um novo motorista, o quar-
to, chama-se Otto, é norueguês e
est| reformado, vive na ilha de
Lanzarote nas Can|rias e de vez
em quando vem { terra fazer uns
biscates para ajudar ao valor da
reforma.
O dia começou cedo com uma visi-
ta { Opera. O Grupo foi dividido
por duas guias.
N~o é f|cil falar desta visita ao in-
terior dados os aspetos técnicos
com que nos defrontamos e difí-
ceis de transmitir. Só vendo.
A plateia e o seu ch~o e as cadeiras
amovíveis, cuja cobertura de teci-
do difunde o som; o pano do palco
concebido por uma artista ameri-
cana.
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Esse pano tinha desenhos que
mais pareciam mercúrio ou outros
metais (foi-nos mostrada uma fo-
tografia e afinal era tecido, o que
n~o era aquilo que estamos a ver
a cerca de 30 metros); as dezenas
de holofotes de todo o tamanho
dispersos pela plateia; os espaços
destinados {s dezenas de profis-
sões que fazem parte do apoio
(entre outras: sapateiros, costurei-
ros, peruqueiros, guarda roupas,
preparadores de cen|rios que só
por si se subdividem em v|rias pro-
fissões).
Um pormenor: -foi-nos apresenta-
do um cen|rio em maquete e que
era uma porca deitada a amamen-
tar uma quantidade de humanos.
A passagem da maquete para o
tamanho real com todo o porme-
nor levou um ano a concretizar, o
que demonstra a planificaç~o para
um espet|culo.
O fosso do palco com 16 metros
abaixo do nível do mar.
As dezenas de suportes elevató-
rios que podem construir e substi-
tuir com rapidez qualquer palco
desde que se possa imaginar.
O exterior do edifício é em m|rmo-
re e com v|rios planos até ao teto,
onde a populaç~o e os turistas v~o
passeando em planos inclinados,
usufruindo da beleza do espaço e
das condições de tempo.
Faz parte do conjunto da Ópera
um lago com uma plataforma que
d| a ideia de um navio inclinado e
que é amovível ao sabor do vento.
Enfim uma maravilha que n~o vai
esquecer t~o depressa.
E j| estamos a chegar ao Parque
Vigeland, em honra do escultor
Gustav Vigeland que criou 214 es-
culturas, fundamentalmente em
bronze e granito, com 758 figuras,
ao longo da sua vida e que aqui
est~o expostas em 3 grupos que
representam 3 maneiras diferentes
de ver a vida das pessoas.
Nas suas v|rias fases, desde o nas-
cimento até { morte.
Uma maior parte das esculturas
s~o de f|cil entendimento, mas
outras s~o mais subjetivas porque
simbólicas.
Na primeira parte - o Poente, refe-
re-se como mero exemplo um con-
junto de obras em bronze em que
o lagarto e as suas lutas com o Ho-
mem têm um forte símbolo sexual
e guerreiro e apresentam a Mulher
como figura com papel próprio.
O segundo grupo de obras, tam-
bém em bronze é a Fonte, onde a
|gua e a |rvore, representar~o a
fonte da Vida, neste grupo e na
sua borda encontram-se 60 altos
relevos, onde do fim da vida renas-
ce a nova vida, mas com muitos
mais interpretações.
Por fim chegamos ao terceiro gru-
po, em que o granito manda.
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É o Labirinto da marcha pela vida,
onde uma am|lgama de muitos
bebés entrelaçados aponta para a
garantia do futuro e que culmina
no Monólito ao cimo de uma esca-
daria com a repetida e sempre di-
ferente forma da vida.
O Monólito tem cerca de 17 me-
tros, dos quais 14 acima da base é
representado por figuras.
Enfim um monumento a culminar
o tema deste grande obra que ape-
la de forma repetitiva, mas diferen-
te, { inf}ncia, { puberdade, { des-
coberta do outro sexo, ao primeiro
amor, ao desentendimento, { zan-
ga, ao ciúme, { cobiça, { gravidez,
ao carinho da m~e com o filho ao
colo e depois de m~os dadas nos
primeiros passos, { brincadeira en-
tre pai e filho, { fase de criaç~o de
riqueza, { pobreza, ao poder, ao
envelhecimento mas ainda com
pujança, { brincadeira com os ne-
tos { falta da força e da vontade,
até ao fim.
Almoçados, estamos no Pal|cio
Real, onde vive atualmente a famí-
lia real.
No parque em redor est~o umas
Adoradoras do Sol a aproveitarem
em bikini a raridade daqueles raios.
Assistimos ao render da guarda
com jovens que n~o ter~o mais de
16 anos, rapazes e raparigas.
No interior, vemos os locais onde o
governo vai a despacho e onde
foram recebidas grandes figuras
mundiais como Churchill ou Man-
dela, este com honras de ter uma
sala com o seu nome.
Foi-nos contada a história do pal|-
cio que se confunde com a história
da Noruega, desde as invasões na-
poleónicas, passando pela sua de-
pendência da Suécia e posterior
independência, até { atualidade.
Tendo em conta que o pal|cio é
mais pequeno do que outros pela
Europa, devido a dificuldades orça-
mentais da altura, os governantes
faziam passar os visitantes por um
labirinto, passando mais que uma
vez pela mesma sala para dar ideia
de maior dimens~o.
E j| estamos nos arredores de Os-
lo, no famoso trampolim de saltos
de esqui de Holmenkollen, com
cerca de 420 metros.
Subimos até ao seu topo em eleva-
dor e, na falta de neve, assistimos
as descidas de visitantes em rap-
pel, e j| que n~o h| gelo h| a
adrenalina, comprovada pelos
comportamentos dos participan-
tes.
Vimos as paisagens fant|sticas
desta altura e, j| no interior da pla-
taforma, assistimos a uma proje-
ç~o de saltos acrob|ticos na neve
de esquiadores noruegueses da
atualidade e a mais uma exposiç~o
sobre as explorações ao \rtico e
Ant|rtico por figuras do país.
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Jantamos num restaurante pano-
r}mico junto { pista de saltos.
A paisagem é exuberante, com Os-
lo l| em baixo com o mar azul com
um cruzeiro a sair do porto e as
ilhas verdes em frente da cidade.
N~o podia ser um fim de dia mais
cheio.
11 julho
Oslo / -Lisboa
E sem sabermos bem como, esta-
mos no último dia da viagem.
Fomos visitar o Museu dos barcos
Viking, que é o maior sobre esta
civilizaç~o.
No seu interior encontram-se 3
barcos Vikings, dois deles em exce-
lente conservaç~o, pois parecendo
que foram acabados de construir,
foram afinal objecto de escava-
ções num terreno que ao tempo
era o fundo de um rio. Isto deve-se
ao facto terem sido naufragados
de propósito e terem ficado con-
servados no lodo.
Serviram de túmulo a uma rainha
com todos os seus, que foi acom-
panhada no seu leito da morte pe-
la fiel aia, morta para o efeito.
Fad|rio da história - dos dois es-
queletos hoje, apesar das técnicas
com o ADN, n~o se consegue dis-
tinguir quais dos ossos s~o os da
rainha e quais os da serva.
Este achado dos barcos, com cons-
truç~o forte permite saber como
eles efetuaram com segurança as
viagens até ao interior da Rússia,
aos mares Negro e C|spio, ao Me-
diterr}neo com chegada a Biz}n-
cio, { Isl}ndia , Groenl}ndia e Terra
Nova.
Em exposiç~o no museu est~o ou-
tros bens retirados dos barcos, co-
mo uma cama, carroças, um trenó,
todos eles em madeira esculpida,
ferramentas agrícolas e tecidos
muito bem conservados.
Após a projeç~o de um filme sobre
esta civilizaç~o Viking que durou
cerca de 500 anos, soubemos que
ela foi extinta com a chegada aos
países nórdicos do catolicismo,
que arredou da face da terra tudo
aquilo que diziam ser paganismo.
Afinal, este fora o motivo porque
o deus Odin, nos tinha tratado t~o
mal, quer no Cabo Norte, quer no
monte frente a Tromso e ainda nas
ilhas Lofoten.
Mas n~o tinha raz~o para tanta
crueldade, pois apesar de termos
vindo do Sul,. temos toda a admi-
raç~o pela civilizaç~o Viking, mes-
mo depois de sabermos que a utili-
zaç~o dos cornos na sua indumen-
t|ria foi inventada em Hollywood.
Regressados a Oslo, fomos { C}-
mara Municipal, onde s~o distin-
guidos os prémios Nobel.
Este edifício dos anos 50 foi cons-
truído para comemorar os 900
anos da cidade.
Finl}ndia & Noruega
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Numa rua, cerca da C}mara, foi-
nos mostrado um painel a cerca de
10 metros de altura que apresenta-
va um casal jovem da burguesia,
bem trajados { época.
Ao dobrarmos a esquina, o painel
tinha continuaç~o e a senhora es-
tava a dar as m~os a um rufia.
É que aquele bairro luxuoso, onde
se edificou a C}mara, no princípio
do século XX fora um local de do-
cas, bares e prostituiç~o. .
A ladear a entrada do C}mara, es-
t~o 12 painéis que evidenciam
obras da literatura norueguesa.
No seu interior somos confronta-
dos com um grande espaço ladea-
do de murais de estilos diversos
onde pintores noruegueses desen-
volvem a história real e a mitológi-
ca da cidade.
É neste hall que todos os anos se
realiza a cerimónia da entrega, pe-
los reis, do prémio Nobel da Paz.
Tivemos a oportunidade de visitar
v|rias salas deste pal|cio, depois
de subirmos uma escadaria des-
lumbrante, a ladear aquele espaço.
Depois do almoço, em restaurante
na cidade, tivemos tempo livre pa-
ra passear e fazer as últimas com-
pras.
No final do dia partimos para o Ae-
roporto, onde ainda se fizeram as
últimas compras.
As recomendadas ou n~o.
Os apreciadores beberam a última
cerveja norueguesa e a viagem de
regresso decorreu durante menos
de 4 horas com toda a normalida-
de.
E assim, acabou!
Para alguns, infelizmente n~o aca-
bou assim t~o bem, pois extravia-
ram-se algumas malas, tendo o
problema sido resolvido só no dia
seguinte.
Seria com alguma angústia que os
nossos companheiros passaram
aquelas horas, quando o que o cor-
po queria era descanso
Ser| que o Odin teria estado meti-
do neste trabalho?
2. A OUTRA VIAGEM
No conforto do autocarro, enquan-
to a vista pairava sobre uma casa
com telhado de colmo com relva
em cima que mais parecia um cam-
po de golf, ou na curva do fiorde,
ou ainda num pico { dist}ncia com
mais neve, a mente vai fabricando
coisas, umas sem sentido e outras
assim, assim, decorrentes da varie-
dade de novas informações que
foram chegando, conjugadas com
os arquivos da memória e vai cons-
truíndo uma viagem diferente da
real, mas n~o menos importante
pois que esta fica gravada por mais
tempo no nosso disco rígido.
Finl}ndia & Noruega
www.clubegalpenergia.com 69 # 255 julho 2018
Cada um dos companheiros de via-
gem ter| construído a sua viagem.
Da minha anoto:
Desmaterialização da moeda J| se
sabia que podia ser assim, mas
chegar a um país novo com moeda
própria diferente do euro e andar
quase uma semana sem lhe ver
uma nota ou uma moeda, n~o dei-
xa de criar algum desconforto para
um turista que se preze.
Ent~o, n~o é que desapareceu o
folclore de ir “gastar a últimas pe-
setas antes de passar a fronteira”.
Ent~o j| n~o se pode ficar com al-
guma variedade de moedas para a
coleç~o, mesmo que o destino des-
tas seja ficarem abandonadas nu-
ma gaveta. Mas que é isto!
Países da Escandinávia. Nunca ti-
nha reparado que a Finl}ndia n~o
pertencia { Escandin|via, como
acontece com a Noruega e com a
Suécia.
A Finl}ndia, geograficamente, é
mais uma continuaç~o da Rússia,
pois n~o passa do istmo da penín-
sula.
E enquanto a Finl}ndia é plana e é
a terra dos 180 mil lagos (ser| que
para esta conta também entram as
lagoas, rias, rios e grandes char-
cos?), a Noruega é montanhosa e
com muitos fiordes.
Nunca me passou pela cabeça que
estes países fossem assim t~o dife-
rentes na geografia, j| que na polí-
tica, a n~o ades~o da Noruega {
UE demonstrava que n~o era o
mesmo povo e agora fic|mos a
saber que em relaç~o { Suécia, a
Noruega tem razões para n~o es-
quecer o que lhe foi feito com os
seus refugiados durante a II Guerra
Mundial.
Afinal, nem todos s~o iguais.
Atos de civilização 1. O tratamento
que os noruegueses d~o a um po-
vo nómada como os Sami (e aqui,
honra também seja feita aos finlan-
deses e suecos) n~o é possível de
comparaç~o com as barbaridades
cometidas com outros povos nó-
madas pelo mundo fora, dando
apenas como exemplos: Os índios
da América do Norte (o general
Custer para os proteger do frio
mandava entregar-lhes cobertores
com os micróbios do tifo, fazendo
assim uma razia limpa), os da
América do Sul ( j| nos tempos
atuais os garimpeiros e os madei-
reiros os caçam para explorarem
as suas terras), com; os aborígenes
da Austr|lia; com o povo indígeno
da Tasm}nia que foram extintos
assim como o foram os guanches
nas ilhas Can|rias e outros povos
antigos das ilhas das Caraíbas ou
da Terra do Fogo ao sul da Pata-
gònia,
Quantos mais? A Noruega apresen-
ta sem qualquer dúvida um eleva-
do estado de civilizaç~o.
Finl}ndia & Noruega
www.clubegalpenergia.com 70 # 255 julho 2018
Mas com como conciliar este esta-
do de coisas com a n~o proibiç~o
pela Noruega da caça { baleia, de
que s~o t~o criticados.
Dever| ser porque gostam muito
do carpaccio de baleia.
Conhecer um país. O que nos faz
gostar de viajar?
Se é para ficar a conhecer bem um
um país ou uma regi~o e a sua po-
pulaç~o, podemos tirar daí o cava-
linho da chuva, pois quanto { po-
pulaç~o cada vez o que vemos s~o
mais outros turistas e nos hotéis
quem nos recebe s~o cada vez
mais emigrantes, quantos deles
portugueses.
Se é para conhecer, é por certo
mais eficaz a leitura, os vídeos e a
net .
Ser| por motivos mais profundos
que a nossa raz~o desconhece.
No caso especial da visita ao Círcu-
lo Polar \rtico, esta falta de ficar a
conhecer dobra, porque se formos
no período do sol da meia noite,
desconhecemos completamente a
outra metade do ano, que ser| a
noite do meio dia.
O que n~o é f|cil de imaginar, para
aqueles que ainda ficaram com difi-
culdades em compreender bem
aquilo de correr a cortina do quar-
to { uma ou duas da manh~ e de-
pararem-se com o sol.
A visita { Lapónia da noite frequen-
temente alvitrada pela Marcela,
(que sofre como outros da falta de
trabalho nesse período) é por cer-
to uma boa ideia para o Clube
Galp.
Mas c| por mim, acho que n~o te-
ria grande aderência..
Atos de civilização 2. A guia local
que nos aturou no museu da Avia-
ç~o em Oslo era muçulmana.
Vestia traje a condizer e tinha co-
mo funç~o apresentar aos visitan-
tes a evoluç~o da aviaç~o militar
num país que n~o só pertence {
NATO, como tem o presidente des-
ta organizaç~o.
Poder~o dizer que tem um conte-
údo de propaganda, mas isso n~o
basta para explicar uma evoluç~o
cultural.
Como se reagiria em Portugal en-
tregar uma funç~o destas a uma
refugiada muçulmana?
O futuro de algumas profissões.
H| profissões que est~o a desapa-
recer.
Todos nós j| sabemos disso, mas
quando numa viagem de avi~o
com mais de 4 horas e que n~o é
de low cost, apenas serve um café
ou um ch|, o que é que leva aque-
les gestores da Finnair a esperar
para dar o golpe de misericórdia {
reduç~o dos custos com pessoal,
bem mais elevados que os de uma
refeiç~o?
Finl}ndia & Noruega
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O voo de regresso de Oslo foi em
avi~o da TAP que continua a dar
refeições agrad|veis.
Talvez as hospedeiras portuguesas
tenham ainda mais uns anos de
trabalho.
Atos de civilização 3. Como expli-
car a semelhança da arte rupestre
com mais de 5 mil anos praticada
pelo Homem de Alta e pelos artis-
tas de Foz Côa ou do Tejo (cujas
|guas cobriram os desenhos de
círculos concêntricos, que eu vi
antes de encherem a barragem do
Fratel) ou os da \frica Saariana ou
da Austr|lia.
Enquanto umas têm renas, outras
têm veados, outras girafas e ou-
tras cangurus, mas as cenas s~o as
mesmas.
Esta maravilha que n~o pode ser
explicada pela comunicaç~o que
n~o podia existir a t~o grandes dis-
t}ncias.
Evidência que, na essência, as aspi-
rações do Homem s~o as mesmas
e universais, independentemente
da regi~o, da cor da pele ou do se-
xo.
E que h| necessidade absoluta de
transmitir experiências e, conse-
quentemente, o conhecimento.
Por certo aqueles caçadores e pes-
cadores visavam informar os seus
contempor}neos das suas faça-
nhas ou quanto muito os seus fi-
lhos ou netos, mas o ato de escre-
ver na pedra j| levou a que fossem
percorridos estes milhares de
anos.
Se os desenhos n~o vierem a ser
destruídos, muitos mais milhares
de anos os aguardam.
3 DIVERSOS
Bebidas. A |gua é sem dúvida a
bebida dos países que visitamos e
por regra n~o é usual comprar-se
|gua, antes gasta-se a da torneira.
Esta é de excelente qualidade, uti-
lizando-se qualquer torneira, nem
que sejam as das casas de banho.
Países ricos que n~o desperdiçam
as suas riquezas.
A cerveja, como os restantes bens,
é cara para o nosso nível de vida.
Uma caneca de 0,5 litros custa em
qualquer lugar entre 7 e 8 € e no
Hard Rock em Oslo, chegou a pa-
gar-se 9,5 €.
A nossa comitiva demonstrou n~o
ser muito f~ de cerveja, mas tive-
mos dois grandes apreciadores
que compuseram o ramalhete: o
Daniel Bertelo e Rui André.
Dava gosto o seu aproveitamento
dos tempos livres.
Para ficar registado, ficam as mar-
cas com que se pôde apreciar esta
bebida.
Finl}ndia & Noruega
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Na Finl}ndia: a Lapin Kulta e a Kar-
liv e na Noruega: a Nordlands. a
Carlsberg, a Hansa, a Mack e a Lo-
fotpils, esta de Lofoten..
Os motorista Helmo. Foram todos
óptimos profissionais, mas houve
um, o Helmo que nos acompanhou
mais tempo cujo comportamento
n~o nos deixou alheios.
No primeiro dia da sua chegada {
partida de Honningsvag era um
homem casmurro e de mau feitio.
Na estrada teve comportamentos
que apontavam para que iríamos
ter problemas, pois apertava com
os carros que lhe apareciam pela
frente e fazia acelerações e trava-
gens desagrad|veis. N~o cumpri-
mentava, antes resmungava.
Com o passar das horas foi alteran-
do o seu comportamento, diria
que a mudança começou na para-
gem que se teve de fazer no mira-
douro, por excesso de tempo de
conduç~o.
Tive a oportunidade de almoçar
um dia com ele em frente na mesa.
Como o meu inglês é muito fraco,
n~o tive oportunidade de manter
di|logo, mas verifiquei que estava
perante um homem isolado, fazen-
do-me lembrar aqueles nórdicos,
que s~o mais dados { solid~o e que
est~o mais propícios ao suicídio.
Deus leve o agouro desta suposi-
ç~o.
No dia da sua despedida em Bodo,
fiz quest~o de me ir despedir dele
e fiquei grato quando ele me esbo-
çou um sinal de sorriso.
AGRADECIMENTOS
Claro que tinha que acabar assim.
Em primeiro lugar ao Clube Galp
pela força e vontade em levar a
cabo este objectivo, com muita
organizaç~o e competência.
Ao Rui André e por extens~o { sua
agência de viagens, pelo apoio,
profissionalismo e conversas avul-
sas algumas delas sobre a varieda-
de e qualidade da cerveja.
[s Guias Locais, sem as quais sería-
mos em alguns casos, bois a olhar-
mos para um pal|cio, sendo verda-
de que é pelo seu profissionalismo
que s~o pagas.
Aos motoristas que pelo seu de-
sempenho nos proporcionaram
uma viagem no conforto e segu-
rança.
[ Marcela que foi excelente em
todos os aspectos, nomeadamen-
te pela sua informaç~o e mais que
tudo pela sua paciência em nos
aturar nas nossas maneiras de ser-
mos todos diferentes -tinha arte
em dar volta ou ser evasiva, quan-
do n~o dominava os temas ou
achava que a conversa estava a
resvalar.
Finl}ndia & Noruega
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Aos companheiros da viagem, a
maior parte dos quais n~o conhe-
cia ou que { muito tempo estavam
longe - foi um prazer este convívio.
Por fim queria dar um especial
abraço ao Daniel Bertelo, n~o só
por ter feito bem aquilo que lhe
competia na sua funç~o de apoio e
de me ter aturada em pequenas
conversas, a maioria delas sobre as
variedades da cerveja e dos seus
locais, mas fundamentalmente por
me ter alvitrado em Helsínquia se
eu n~o quereria escrever umas no-
tas sobre a viagem.
Primeiro pensei em dar-lhe nega,
invocando que estava em lazer,
mas tal n~o convencia porque em
lazer ando eu h| muito tempo.
Criou-me uma obrigaç~o e discipli-
na de ir tomando algumas notas
durante o dia e gastar meia hora a
resumi-las antes de deitar.
Podem os eventuais leitores faze-
rem críticas a minha forma de es-
crita, podem n~o gosta da ênfase
que dou a alguns pormenores des-
curando temas mais importantes,
podem n~o aceitar algum sentido
de humor que vem a despropósito.
Mas apesar de tudo, foi com pra-
zer que criei um método que vou
tentar manter em futuras viagens,
para que fique com uma memó-
ria escrita de um prazer que é o de
viajar. Obrigado Daniel.
EG
Finl}ndia & Noruega
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No dia 7 de julho de 2018 decorreu,
em Oeiras/Jamor, mais uma ediç~o
da j| famosa The Color Run - corri-
da/caminhada, conhecida como os
5.000 metros mais felizes e colori-
dos do planeta.
Cheg|mos ao local equipados a
rigor, com a t-shirt branca, lenço
na cabeça e com uma boa disposi-
ç~o e grande vontade de partici-
par.
Eram muitas as famílias, um mar
de gente que, mal iniciada a corri-
da, logo ali na meta, viraram um
arco-íris de cores, brindando e pre-
senteando-se com tintas arremes-
sadas em todas as direções, o que
gerou um alvoroço na multid~o,
pondo-se a rir e a cantar.
A cada km passado, uma cor era
despejada sobre nós, dando-nos
uma sensaç~o de liberdade e com
muitas emoções { mistura.
Pelo meio houve ainda tempo para
um banho de espuma.
Esse banho deixou miúdos e graú-
dos em êxtase, e com mais energia
para percorrer os restantes km até
{ meta.
No final houve ainda tempo para
uma confraternizaç~o, para assistir
a espet|culos de música e
workshops de alimentaç~o saud|-
vel com a presença da Mafalda Tei-
xeira, em que as crianças participa-
ram, saboreando a experiência iné-
dita de confecionarem receitas
saud|veis.
Foi o dia perfeito para se ser feliz,
cheio de magia e de sorrisos.
Ficou a recordaç~o deste dia único
na nossa cabeça e no coraç~o e na
t-shirt que trouxemos, que era
branca e terminou feita num cal-
deir~o de cores.
Para o ano l| estarei com a minha
família e aconselho todos a partici-
parem… Venham!
Lara Viegas
A colónia de férias no ZOO foi uma
oportunidade m|gica para as crian-
ças viverem no mundo da selva,
dos animais selvagens, das aves
exóticas, dos golfinhos e leões ma-
rinhos, fazendo novas descobertas
a cada dia.
Foram dias de jogos e aventura ao
ar livre, em grupos animados e di-
vertidos.
Uma experiência a repetir!
Sandra Almeida Pacheco.
The Color Run Colónia de Férias de
Ver~o no ZOO de Lisboa
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A experiência de inscrever o Dinis
na colónia de férias do ZOO foi
muito positiva, é algo que o mar-
cou e ainda recorda com muita ale-
gria.
Foi uma oportunidade de conhecer
ao vivo os animais e espécies pre-
sentes, aprender mais sobre os
seus h|bitos, diferenças e também
habitats naturais. Esteve em conta-
to com o dia a dia dos tratadores,
e pôde alimentar e tratar de alguns
dos animais, algo de que gostou
muito.
A organizaç~o da colónia de férias
proporcionou ainda a possibilidade
de os grupos de crianças realiza-
rem diversas atividades em conjun-
to, com muita brincadeira e alegria
{ mistura.
Para os pais foi também uma expe-
riência positiva pois a colónia est|
bem organizada, existe sempre
uma pessoa de contacto com
quem se pode falar.
O espaço apresenta ainda boas
condições para a recepç~o das cri-
anças.
Sem dúvida um excelente protoco-
lo que o Clube Galp têm e umas
férias que o Dinis quer repetir.
Nuno e Dinis Isaías
Foi com muita satisfaç~o que algu-
mas crianças do universo Galp par-
ticiparam na colónia de Férias de
Ver~o no ZOO, com o lema Toca e
Descobre.
Estes ateliers interativos de desco-
berta, investigaç~o e aprendiza-
gem, utilizando um método ativo,
foram um sucesso entre as crian-
ças participantes, uma vez que,
através da experimentaç~o e vi-
vência de situações concretas,
conseguiram compreender que,
paralelamente ao ZOO, h| animais
que podem viver na natureza, pelo
que a devemos respeitar e preser-
var. Toda a din}mica em torno dos
ateliers foi muito interessante, até
pelos objetivos que foram atingi-
dos, nomeadamente, o respeito
pelos animais, o conhecimento das
diferentes espécies, o estabeleci-
mento de relações entre os ani-
mais e o espaço onde habitam, a
sua alimentaç~o, …
Tratou-se de uma iniciativa segura-
mente a repetir.
No Zoológico de Lisboa No ZOO
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Para organizar as férias de ver~o
dos meus filhos, mais uma vez op-
tei por espreitar as ofertas de pro-
tocolos do Clube Galp.
Tendo em conta a ótima experiên-
cia no Ver~o passado, voltei a es-
colher o Mycamp.
Desta vez, além do meu filho mais
velho, o Guilherme, e dos meus
afilhados, a Luana e Jo~o - todos
com 12 anos - foi também o meu
filho mais pequeno, o Rodrigo, de
10 anos.
Com a confiança no Campo e nos
seus monitores proporcionada pe-
lo ano passado, sabia que j| pode-
ria mandar o mais pequeno tam-
bém!
O Mycamp é um campo de férias
que se localiza numa quinta bas-
tante grande, com o seu próprio
parque aqu|tico e atividades radi-
cais (slide, escalada, canoagem,
percursos de cordas).
Tem ainda uma quinta pedagógica,
campos de futebol e de paintball,
sal~o de festas para discoteca…
Bom, uma quinta muito bem equi-
pada para lhes proporcionar uma
semana de grandes emoções, des-
porto e muita animaç~o! As noites
s~o de festas ou de atividades no-
turnas, e mais uma vez, nos telefo-
nemas para casa, a voz deles vibra-
va de emoç~o nos relatos de tanta
atividade que tinham feito durante
o dia.
Assim, apesar das saudades que
apertavam, tinha a certeza que es-
tavam a aproveitar tudo e a gostar
a valer…!
Os momentos de tirar a respiraç~o
da semana s~o, tipicamente, o Ba-
loiço 3G e o Labirinto Subterrâneo,
porque as atividades arrojadas s~o
sempre as que aguçam mais os
nervos e os meus rapazes nunca
dizem não a um desafio de adrena-
lina!
O companheirismo nos grupos, os
jogos tradicionais e as diversões
mais radicais, proporcionaram-lhes
dias indiscutivelmente memor|-
veis! No Mycamp, eles estreitaram
amizades, conheceram novos ami-
gos, correram, saltaram, cantaram,
dançaram, sempre acompanhados
por monitores que imprimiram {s
atividades din}micas de grupo su-
portadas em bons valores e atri-
buiç~o de responsabilidades.
É um campo que além de ter exce-
lentes condições, um cen|rio natu-
ral fant|stico, tem também uma
boa linha pedagógica de base e
que puxa pelo melhor de cada um.
Foi mais uma vez uma escolha
acertada para as férias dos miú-
dos; o campo de férias Mycamp foi
para os meus filhos uma semana
repleta de divers~o e que assegu-
rou memórias de ver~o para mais
tarde recordarem!
Mafalda Galhardas Pinto
Campos de Férias MyCamp Been there, done that & returned!