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1 As minhas férias no Zoológico 3 No ZOO 4 Festival Panda 6 Lenny Kravitz 8 Colónia de Férias em Inglaterra 10 Viagem { Provença 47 A Scorpion’s Kiss 48 Final Nacional em Futsal 49 Iron Maiden 52 Finl}ndia & Noruega Eu fui ao Jardim Zoológico e adorei porque fiz imensas atividades e jogos. 2.ª feira foi o dia de nos conhecermos a todos, conhecemos o Jardim Zoo- lógico e fizemos jogos. 3ª feira foi o dia dos répteis. Aprendi que os répteis têm de ter escamas. Vimos cobras, lagartos, crocodilos e tartarugas. 4.ª feira foi o dia dos mamíferos. Jog|mos um jogo: eram rapazes contra raparigas. Tínhamos pistas e íamos { procura dos animais em conjunto. Depois, a animadora corrigia. Se conseguíssemos acertar, ganh|vamos uma risca no braço. Quem tivesse mais riscas ganhava o jogo. 5.ª feira foi o dia das aves. Fizemos uma caderneta de aves. A animadora dava pistas e nós tínhamos de ir { procura. Depois desenh|vamos as aves. A animadora dava-nos o p|ssaro e dizia onde ele vive na natureza e nós coloc|vamos no mapa. 6.ª feira foi o dia da conservaç~o, ou seja, de cuidar dos animais. Dividimo -nos em três grupos de quatro pessoas, cada grupo fez um desenho em conjunto e comemos um gelado. Foi uma semana muito divertida com os animais e os amigos novos. Constança, 7 anos Destaques As minhas férias no Jardim Zoológico 01 mar - Slava Snowshow 01 mar - And the Oscar goes to … Lisbon Film Orchestra 02 mar - Teatro: GOD 03 mar - Carnaval de Torres 08 mar - Tango Pasión 08 mar - A história do Hip-Hop tuga 09 mar - Pesca Desportiva: Entrega de Prémios 2018 09 mar - Tito Paris 09 mar - Fantasia Lírica 09 mar - Música para Bebés 10 mar - Rapunzel Próximas Iniciativas

Próximas - clubegalpenergia.com · 3 No ZOO 4 Festival Panda 6 Lenny Kravitz 8 Colónia de Férias em Inglaterra ... muito foi de como socializamos t~o facilmente uns com os outros

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1 As minhas férias no Zoológico

3 No ZOO

4 Festival Panda

6 Lenny Kravitz

8 Colónia de Férias em Inglaterra

10 Viagem { Provença

47 A Scorpion’s Kiss

48 Final Nacional em Futsal

49 Iron Maiden

52 Finl}ndia & Noruega

Eu fui ao Jardim Zoológico e adorei porque fiz imensas atividades e jogos.

2.ª feira foi o dia de nos conhecermos a todos, conhecemos o Jardim Zoo-

lógico e fizemos jogos.

3ª feira foi o dia dos répteis. Aprendi que os répteis têm de ter escamas.

Vimos cobras, lagartos, crocodilos e tartarugas.

4.ª feira foi o dia dos mamíferos. Jog|mos um jogo: eram rapazes contra

raparigas. Tínhamos pistas e íamos { procura dos animais em conjunto.

Depois, a animadora corrigia. Se conseguíssemos acertar, ganh|vamos

uma risca no braço. Quem tivesse mais riscas ganhava o jogo.

5.ª feira foi o dia das aves. Fizemos uma caderneta de aves. A animadora

dava pistas e nós tínhamos de ir { procura. Depois desenh|vamos as

aves. A animadora dava-nos o p|ssaro e dizia onde ele vive na natureza e

nós coloc|vamos no mapa.

6.ª feira foi o dia da conservaç~o, ou seja, de cuidar dos animais. Dividimo

-nos em três grupos de quatro pessoas, cada grupo fez um desenho em

conjunto e comemos um gelado.

Foi uma semana muito divertida com os animais e os amigos novos.

Constança, 7 anos

Destaques As minhas férias no

Jardim Zoológico

01 mar - Slava Snowshow

01 mar - And the Oscar goes to … Lisbon Film Orchestra

02 mar - Teatro: GOD

03 mar - Carnaval de Torres

08 mar - Tango Pasión

08 mar - A história do Hip-Hop tuga

09 mar - Pesca Desportiva: Entrega de Prémios 2018

09 mar - Tito Paris

09 mar - Fantasia Lírica

09 mar - Música para Bebés

10 mar - Rapunzel

Próximas Iniciativas

www.clubegalpenergia.com 2 # 255 julho 2018

O meu nome é Mariana, tenho 14

anos e participei na Colónia de Fe-

rias de Basket nas minhas férias de

ver~o.

A minha experiência no campo foi

incrível.

Conheci treinadores fant|sticos e

fiz novos amigos.

O que eu gostei mais do campo foi

de como nos ajudamos uns aos

outros e aprendemos a trabalhar

em equipa.

Outra parte que também gostei

muito foi de como socializamos

t~o facilmente uns com os outros

ou até bastava alguém começar a

fazer um jogo divertido e toda a

gente alinhava.

Para mim esta experiência foi ines-

quecível e aconselho a toda a gen-

te que gosta de basket.

Mariana

Neste ver~o, eu e o meu irm~o Afonso, estivemos no jardim zoológico a passar

alguns dias das nossas férias. Aprendemos muito sobre os animais selvagens e

como todos podemos proteger a natureza. Para o ano queremos voltar!

Manuel Vil~o (7 anos)

Campo de Férias

Basketball

Colónia de Férias no Zoológico de Lisboa

www.clubegalpenergia.com 3 # 255 julho 2018

Eu gostei muito da semana que

passei no Jardim Zoológico.

Fiz novos amigos e os monitores

eram superdivertidos e muito

simp|ticos. Os almoços eram deli-

ciosos e para quem n~o gostar da

ementa tem sempre alternativa.

Os grupos s~o divididos de acordo

com a idade dos participantes.

Fiquei a conhecer mais sobre os

animais e muitas curiosidades acer-

ca do seu modo de vida, habitat,

de como vivem em comunidade,

se est~o em vias de extinç~o, entre

outras.

Fizemos v|rias atividades, uma

delas o Quebra-gelo para permitir

que o grupo se conhecesse

melhor, peddy papers, cri|mos o

nosso próprio Jardim Zoológico,

fizemos uma conferência via Skype

com outro zoo da Tail}ndia, onde

apresent|mos dois dos nossos ani-

mais e eles outros dois, típicos do

seu país, ouvimos palestras sobre

as girafas e outros animais ficando

a conhecer mais sobre eles.

Foi uma semana incrível e muito

bem passada. Eu adorei a ex-

periência e quero repetir para o

ano.

Mariana Duarte

____

Eu adorei a semana que passei no

Jardim Zoológico, foi incrível.

Gostei principalmente de ter feito

e observado coisas que os visitan-

tes normais n~o podem fazer nem

ver, ter aprendido muito sobre os

animais.

Os animadores eram simp|ticos e

muito divertidos. Enquanto desen-

volvíamos as atividades propostas

aprendíamos e divertiam-nos

muito.

Gostava de ter tido oportunidade

de interagir mais com alguns dos

animais e participado mais no auxí-

lio aos tratadores o que me daria

essa possibilidade.

Adorei e recomendo!

Matilde Caeiro

Este ano eu fui ao ATL do jardim

zoológico.

Um ATL que eu gostei muito de ir,

fui com 2 amigas mas saí de l| com

mais, esta é uma experiência que

eu recomendaria a qualquer amigo

meu pois foi muito divertida e en-

graçada.

Neste ATL eu aprendi mais sobre

os animais que est~o no zoo e para

que foi formado o zoo … fiz ativid-

ades muito divertidas e novas

onde pude participar em grupo e

rir-me muito.

N~o pensaria duas vezes em voltar

a este ATL n~o só pelos monitores

que me acompanharam, mas tam-

bém pelos amigos que fiz e que j|

tenho saudades.

Tantas coisas que aprendi divertin-

do-me. Foi t~o Bom!

Laura Carvalho

No ZOO

www.clubegalpenergia.com 4 # 255 julho 2018

Mais um ano em que o Festival

Panda veio criar magia entre tan-

tas crianças que o adoram e vi-

bram ao som das suas músicas.

E este ano foi a estreia da minha

pequena Maria que, claro est|, é

mais uma f~ desta enigm|tica per-

sonagem do mundo encantado

dos mais pequenos.

No recinto do festival h| inúmeras

atividades e diversões para além

dos espet|culos musicais: h| pintu-

ras faciais, piscinas de bolas, insu-

fl|veis e muitas outras atividades

que os fazem vibrar.

Convém ir cedinho para aproveitar

ao m|ximo todas as atrações. A

frase mais ouvida é: “O Panda é

fixeeeee!”.

Foi uma manh~ muito bem passa-

da entre família e amigos. Obriga-

da ao Clube Galp pela promoç~o

deste tipo de eventos em que nós

próprios adultos nos sentimos um

bocadinho crianças ao entrar na-

quele recinto.

Mafalda Gonçalves

O NOS Alive é um festival incrível

no qual j| estive presente em di-

versas edições.

A primeira foi sem dúvida marcan-

te, o que me levou a ir quase todos

os anos.

Este ano, com o regresso de Pearl

Jam, n~o podia falhar.

Enviei mensagem { grupeta do

costume e marcamos na agenda.

No entanto, os bilhetes j| estavam

esgotados quando fui comprar.

Felizmente o Club Galp reservou

alguns bilhetes e consegui marcar

presença em mais uma ediç~o.

Mal posso esperar pela próxima

ediç~o!

Catarina Guerra

Festival Panda NOS Alive

www.clubegalpenergia.com 5 # 255 julho 2018

8 anos!!!!

E as espectativas s~o as mesmas…

Longe da cidade, viva a liberdade,

todos se v~o divertir

My Camp,

Quinta da Broeira, é só brincadeira,

todos se v~o divertir

My Camp

Mais um ano e l| fomos eu e a mi-

nha irm~ até ao Vale da Pinta no

Cartaxo, para uma semana que

sabíamos que iria ser fant|stica!

É bom regressar e reencontrar os

monitores e as caras dos anos an-

teriores, mas também existe sem-

pre a novidade… .

...novos monitores novas amizades

que durante 7 dias v~o ser a nossa

família.

Sim porque levamos a irm~, mas só

a voltamos a ver 7 dias depois….

Foi uma semana fant|stica, fize-

mos escalada, slide, gincanas, tiro

ao arco, paintball, piscina, equita-

ç~o entre muitas atividades.

Passamos um dia muito divertido

em Valada, onde fizemos canoa-

gem, andamos numa boia puxada

por uma moto de |gua e tomamos

grandes banhos de rio!

Para o ano… claro que voltamos.

Beatriz e Leonor Silva 16 / 11 anos

Foi a 10 de julho, no Est|dio Muni-

cipal de Oeiras, que consegui ver

Kiss pela segunda vez em Portugal!

A primeira vez tinha sido em 1983,

era eu um miúdo e lembro-me de

ter ido juntamente com uns ami-

gos ao Pavilh~o Dram|tico de Cas-

cais, 35 anos o ritual manteve-se e

aqui fui eu vestido com roupa a

rigor que n~o pode faltar nestas

alturas e disfrutar das músicas que

ao vivo têm sempre um toque dife-

rente.

Começaram com a Deuce, seguin-

do a Shout it out loud um imperdí-

vel solo de guitarra do Tommy

Thayer, passando por diversos hits

que esta banda foi colecionando

ao longo dos anos incluindo a Rock

and Roll All Nite, tema emblem|ti-

co com que terminaram a sua atua-

ç~o.

Espero que tenham gostado do

público português que vibrou du-

rante toda a sua atuaç~o e que pa-

ra o ano voltem a escolher Portu-

gal como palco da sua tour.

MyCamp Kiss

www.clubegalpenergia.com 6 # 255 julho 2018

Este foi o meu segundo ano no My

Camp e o ano passado j| tinha sido

uma experiencia espetacular.

Este ano achava que n~o ia ser t~o

giro como o ano passado apesar

de ter ido com um extraordin|rio

grupo de amigos que fiz no ano

anterior no acampamento.

Essa é uma das coisas boas no My

Camp: criar mesmo amizades que

ficam connosco.

No entanto afinal foi ainda melhor,

e divertimo-nos imenso logo desde

o primeiro dia que nos junt|mos

em grupo.

N~o senti de modo nenhum que as

atividades fossem repetidas ou

que fosse a mesma experiência do

ano passado, parecia tudo novo

porque na realidade este acampa-

mento é incrível.

Foi uma semana em que mais uma

vez posso dizer que foi a melhor

do meu ver~o.

Inês Borralha

01 de julho, domingo, rumo ao Alti-

ce Arena para assistir ao concerto

de um dos meus ídolos.

A primeira parte do concerto cou-

be aos londrinos MF Robots, n~o

conhecia o trabalho desta banda

mas foi uma agrad|vel surpresa.

21h45! As luzes apagam-se, o entu-

siasmo envolve todos os presen-

tes, Lenny Kravitz est| a chegar!

Com a sua inconfundível imagem

(carapinha e óculos escuros) en-

trou em palco no centro de um

anel a tocar Fly Away.

E assim começa a grande noite!

A partir daí foi uma sequência de

temas inesquécíveis como Ameri-

can Woman, Mamma Said, It Ain’t

Over ‘Till It’s Over, Cant’t Get You

Off My Mind, Always On The Run,

Again.

Em regime encore Let Love Rule e

You Going My Way foi o pretexto

para Lenny percorrer a zona do

Golden Circle.

Duas horas de concerto e Lenny

Kravitz confirma que continua a

saber a tocar rock como ninguém.

Volta novamente!!!!!!

Emília Pereira

MyCamp Lenny Kravitz

www.clubegalpenergia.com 7 # 255 julho 2018

Catorze anos depois da primeira

aventura, assistimos ao regresso

da família Pêra.

Na sequela de The Incredibles, é a

m~e, Helena, também conhecida

como Mulher-El|stica, quem assu-

me o protagonismo, enquanto o

pai fica em casa. Depois de, no fil-

me anterior, terem falhado em dar

conta do assalto ao Banco de Me-

troville, a polícia decide fechar o

programa de realocaç~o de super-

heróis. Eles s~o obrigados a viver

permanentemente numa identida-

de secreta e, no caso da família

Pêra, v~o ter de mudar-se para um

motel. Até que, um dia, o diretor

de uma companhia de telecomuni-

cações decide convocar super-

heróis para uma publicidade, para

lhes devolver a credibilidade junto

da populaç~o. Entretanto, a Mu-

lher-El|stica é chamada para uma

miss~o contra um novo vil~o que

invade ecr~s para controlar os es-

petadores. Quando, finalmente,

consegue vencê-lo, percebe que

h| alguém por detr|s dele que

quer tornar ilegal o estatuto de

super-heróis.

Felizmente, tem a ajuda de Rober-

to Sr. Incrível Pêra para combater

os vilões e desmontar essa conspi-

raç~o. E ao seu lado v~o estar os

seus filhos – Violeta, Flecha e o be-

bé Jack, que agora descobre que

tem superpoderes –, além do ami-

go Gelado.

E é desta sequela que a Direç~o do

Clube Galp – Núcleo Centro vem

sortear, entre os seus Associados,

quatro DVDs. Para se inscreverem

devem, os Associados do Clube

Galp – Núcleo Centro, enviar, até

ao dia 20 de março próximo, um

mail para o endereço interno

“Clube GalpEnergia – Secretaria”

ou telefonar para a Secretaria do

Clube Galp - Núcleo Centro através

do número 21 724 05 31 (extens~o

interna 10 531).

Carl~o lançou, no dia 14 de setem-

bro, Entretenimento?, o seu novo

|lbum. Este novo trabalho disco-

gr|fico de Carl~o conta com 12 te-

mas originais, entre eles, os singles

Agulha no Palheiro, Viver Pra Sem-

pre e o recentemente editado Con-

tigo, cujo videoclip j| ultrapassou 1

milh~o de visualizações.

Este |lbum conta também com

convidados especiais como Antó-

nio Zambujo, Manel Cruz, Slow J,

entre outros artistas e produtores

que ajudam Carl~o a questionar as

atuais formas e contexto de entre-

tenimento de uma forma crítica e

criativa.

E, a Direç~o do Clube Galp - Núcleo

Centro sorteou, entre os seus As-

sociados, quatro exemplares desta

obra, tendo sido contemplados:

Rita Serr~o

Dora Bai~o

Pedro Custódio

José Santos Henriques

Sorteio The Incredibles II Sorteados Carlão

www.clubegalpenergia.com 8 # 255 julho 2018

No passado mês de julho, integra-

dos num grupo de jovens entre os

13 e 17 anos, liderado pela Fun Lan-

guages do Alto dos Moinhos em

conjunto com o Clube Galp, embar-

c|mos numa emocionante e muito

divertida viagem de duas semanas

para um campo de férias em Ingla-

terra com o objetivo de melhorar

os nossos conhecimentos da lín-

gua e cultura inglesas.

O nosso destino final foi um típico

colégio interno inglês chamado

Stonar, situado em Bath, uma cida-

de termal muito antiga no sul de

Inglaterra, a cerca de duas horas

de Londres.

A nossa ida para o campo de férias

foi antecedida por um fim-de-

semana em Londres, onde tivemos

a oportunidade de visitar as mais

emblem|ticas atrações turísticas e

experimentar um pouco o ambien-

te cosmopolita desta cidade.

Este primeiro fim-de-semana teve

ainda a grande vantagem de nos

conhecermos todos melhor e de-

senvolver um fant|stico o espírito

de grupo.

Chegados finalmente a Stonar

School, fomos muito bem recebi-

dos por uma equipa de professo-

res ingleses e tivemos a oportuni-

dade de conhecer os nossos cerca

de 50 colegas de curso: chineses,

italianos, uma francesa e uma pe-

ruana.

Após a realizaç~o de um teste inici-

al fomos todos divididos em tur-

mas de acordo com o nível de in-

glês de cada um.

O dia a dia era passado { inglesa,

acord|vamos pelas 7h00 e to-

m|vamos o pequeno almoço {s

8h.

As aulas decorriam entre as 9h00 e

as 12h30, hora a que almoç|vamos

antes do início das atividades da

tarde: desportos, artes, culin|ria,

teatro, jogos...

Colónia de Férias em Inglaterra

www.clubegalpenergia.com 9 # 255 julho 2018

No fim da tarde, pelas 18h30, jant|-

vamos.

A atividade noturna era iniciada no

anfiteatro da escola com um brie-

fing do dia e depois realizadas as

atividades programadas: jogos,

espet|culos.

Durante as duas semanas havia um

conjunto de excursões programa-

das a diversas cidades e atrações

inglesas: Windsor, Bristol, termas

romanas de Bath, Oxford e ao fan-

t|stico Thorpe Park.

Nesses dias de excurs~o saíamos

cedo de manh~ e só volt|vamos

para jantar.

No final das duas semanas, muito

divertidos, bem dispostos e a falar

inglês muito melhor, volt|mos a

casa, agradecidos por esta oportu-

nidade "once-in-a-lifetime".

N~o podemos deixar de agradecer

ao Clube Galp e aos nossos pais

esta oportunidade e elogiar a Ma-

ria Jo~o Almeida, da Fun Langua-

ges, pela forma como nos liderou,

acompanhou e confiou em nós,

garantindo-nos uma experiência

inesquecível.

Jo~o Martins da Costa (15 anos)

Luís Martins da Costa (13 anos).

Stonar

www.clubegalpenergia.com 10 # 255 julho 2018

Rota da Lavanda

e

Rota dos Impressionistas

de 15 a 23 de julho de 2018

Apesar de ficar t~o perto de nós, a

França é um país do qual conheço

pouco. Além de Paris, Normandia,

Bretanha e regi~o dos Castelos do

Loire, o meu conhecimento de

França é reduzido. Por isso, esta

viagem pela regi~o da lavanda e

dos pintores impressionistas era

aliciante… E foi com entusiasmo

que me decidi a ir.

Após o encontro com os 24 com-

panheiros de viagem, l| seguimos

(chefiados pela liderança tranquila

e competente do Bruno e apoia-

dos pelo Pedro Baptista) com des-

tino a Marselha, a segunda mais

populosa cidade de França depois

de Paris e a mais antiga cidade

francesa, onde cheg|mos depois

de uma viagem de cerca de 2 horas

e 30 minutos.

Fica situada numa enseada e é

uma cidade portu|ria importante,

que se destaca pelo porto antigo,

pelos seus bairros e pelas belíssi-

mas vistas que se podem admirar

de muitos pontos da cidade. Du-

rante muito tempo foi o principal

porto que tinha ligaç~o com as co-

lónias francesas, especialmente

em \frica, sendo muito interessan-

te a forte influência que \frica e o

colonialismo tiveram sobre Marse-

lha.

Uma vez em terra, éramos aguar-

dados pelo Rogério, um guia que

nos acompanhou durante todo o

passeio e que se veio a revelar do

mais competente que temos en-

contrado.

Dos primeiros contactos com Mar-

selha fica na memória a volta pela

cidade e a paragem no alto da coli-

na de Marselha, aos pés da impo-

nente Basílica de Notre Dame de la

Garde, considerada o símbolo da

cidade, com a sua est|tua monu-

mental da Virgem, dourada, com

uma altura de 9,70 metros.

Esta imagem da virgem recorta-se

no céu e domina a cidade do alto.

Com a sua arquitetura de inspira-

ç~o romano-bizantina, foi consa-

grada em 5 de junho de 1864 e

substituiu uma capela que havia

sido construída em 1214, que tinha

o mesmo nome. A partir da Idade

Média, esta Basílica foi considera-

da a guardi~ dos pescadores e pes-

soas do mar. Da esplanada, pude-

mos admirar a mais bela vista de

Marselha. N~o entr|mos na Basíli-

ca, por esta j| estar fechada.

Depois de uma visita panor}mica

pelas ruas e locais mais conhecidos

da cidade, fomos para o Hotel.

Viagem { Provença

www.clubegalpenergia.com 11 # 255 julho 2018

O tr}nsito começava a adensar-se,

pois a França tinha acabado de ga-

nhar o título de campe~ do Mundo

de Futebol. Parece que o est|dio

n~o ficava longe do nosso Hotel e

toda a gente convergia para a

Avenue du Prado, onde o mesmo

estava situado. Eram dezenas, até

centenas de pessoas a gritar, algu-

mas empunhando bandeiras de

França, outras com as bandeiras {

volta do corpo e o entusiasmo era

enorme.

Mas achei que quando Portugal

ganhou o Europeu em 2016, a ale-

gria e as manifestações de júbilo

foram superiores.

Quando foram retiradas as malas

do autocarro, um rapaz apoderou-

se da mochila do nosso motorista.

Um aborrecimento!...

J| depois de terminado o jantar no

Hotel, alguns de nós subimos a pé

a Avenida para apreciar o movi-

mento e o entusiasmo dos adep-

tos do futebol.

Na manh~ seguinte (16 de julho),

quando saímos do Hotel, repar|-

mos que havia um mercado na

Avenida, com roupas, fruta, legu-

mes e muito mais coisas. Apetecia

ficar por ali um pedaço e apreciar

aquilo que vendiam. Mas n~o havia

tempo para isso. A manh~ ia ser

toda dedicada { visita do Parque

Nacional da Camargue.

A temperatura estava um pouco

fresca e as nuvens ameaçavam

chuva.

A Camargue é um território situa-

do no Sul de França, onde o rio Ró-

dano se lança no mar e abrange

uma |rea de 150 000 hectares en-

tre a terra e o mar.

Criado em 1970 e gerido por uma

fundaç~o, este Parque Nacional

possui uma aç~o global na prote-

ç~o dos espaços e das espécies e

de apoio {s atividades económicas

tradicionais. A Reserva Nacional da

Camargue foi fundada em 1927 pe-

la sociedade nacional de proteç~o

da natureza. Foi classificada como

Reserva Natural em 1975.

Os habitantes da Camargue dedi-

cam-se a conservar e a promover a

cultura local por meio de manifes-

tações que fazem reviver os costu-

mes antigos ao longo do ano. Têm

um gosto acentuado pelo espet|-

culo taurino. A Camargue também

apresenta um passado histórico

excepcionalmente rico.

Quase desértica, coberta de lagos

e lagoas, é uma terra de criaç~o de

cavalos e de touros, que aí vivem

em liberdade no meio de flamin-

gos cor de rosa e de muitas outras

espécies animais, em especial

aves, tendo sido aqui observadas

mais de 300 espécies.

Viagem { Provença

www.clubegalpenergia.com 12 # 255 julho 2018

A proteç~o deste espaço natural

condiciona a diversidade e o equilí-

brio ecológico da fauna e da flora

desta regi~o e a existência de pas-

tagens naturais é indispens|vel {

manutenç~o da criaç~o tradicional

do touro e do cavalo da Camargue.

Tínhamos apanhado um barco que

nos levou ao longo das margens

dos p}ntanos onde pudemos ver, a

curta dist}ncia, todos estes ani-

mais. E ao reparar que a obser-

v|vamos do barco, uma amazona

n~o deixou de nos mostrar a maes-

tria com que dominava o cavalo

que montava e a forma como en-

caminhava as manadas de touros e

os cavalos na direç~o que queria.

Após o passeio de barco, fomos

almoçar. Adoro a comida francesa

que, na minha opini~o, faz juz {

sua fama. E na verdade, foi um al-

moço delicioso!

A seguir ao almoço continu|mos

para Saintes Maries de la Mer, que

é a capital da Camargue.

As origens da cidade s~o bastante

interessantes.

A lenda conta que cerca do ano 40

d.C., três mulheres foram persegui-

das e capturadas pelos judeus, em

Jerusalém e, juntamente com ou-

tros companheiros de fé, meteram

-nas numa barca sem remos, sem

velas e sem comida, deixando-as {

mercê das ondas. Essas mulheres

eram Maria Jacobé, irm~ da Vir-

gem Maria, Maria Salomé, m~e dos

apóstolos Santiago e Jo~o e tam-

bém Sara - uma egípcia, que era a

criada negra das duas. Os outros

companheiros eram L|zaro, o ho-

mem que Jesus ressuscitou, Maria

Madalena e Marta.

Milagrosamente a barca atracou

aqui e as mulheres construíram um

pequeno oratório dedicado { Vir-

gem Maria. Depois os discípulos

separaram-se para converter e

evangelizar as populações: Maria

Madalena partiu para Sainte-

Baume, Marta para Tarascon e L|-

zaro tornou-se o primeiro bispo de

Marselha. Maria Salomé, Maria Ja-

cobé e Sara permaneceram aqui e

aqui morreram e o local onde fo-

ram sepultadas e guardadas as su-

as relíquias, tradicionalmente em

Saintes-Maries, tornou-se um im-

portante local de culto e de pere-

grinaç~o, bem como uma paragem

no caminho francês de Santiago de

Compostela.

Este local de culto deu lugar a uma

igreja –Notre Dame de la Mer, que

foi construída neste local no sécu-

lo IX e redesenhada pelos monges

de Montmajour nos séculos XII e

XIV para incorporar as fortificações

da cidade.

Viagem { Provença

www.clubegalpenergia.com 13 # 255 julho 2018

Esta vila pitoresca e pequena é fa-

mosa pela peregrinaç~o que o po-

vo cigano realiza todos os anos em

devoç~o a Santa Sara. Efetivamen-

te, a cripta da igreja é dedicada a

Sara e todos os anos ciganos vin-

dos de toda a Europa retiram do

interior da igreja a imagem da sua

protetora, a Virgem Negra, para a

grande prociss~o e bênç~o do mar.

A igreja conhece duas vezes por

ano momentos de fervor intenso

por ocasi~o destas peregrinações,

que se realizam no final de maio e

no final de outubro.

As duas peregrinações s~o histori-

camente muito antigas e evocam

uma tradiç~o crist~, a do desem-

barque dos primeiros crist~os no

rio da Camargue. A dos ciganos,

mais recente, data de meados do

século XIX.

N~o muito longe, situada a 6 km

do mar, no meio duma bela paisa-

gem de lagoas e canais encontra-

mos a cidade medieval fortificada

de Aigues-Mortes, que foi fundada

por Luís IX em 1240, numa |rea de

p}ntanos e areia, a fim de ter aces-

so ao mar.

Luís IX, o Santo, construiu aqui ini-

cialmente duas torres; as muralhas

foram depois construídas por seu

filho.

Daqui partiram as cruzadas de

1248 e 1270. Hoje estas muralhas

s~o um dos encantos da cidade.

Existem 1.640 metros de muralhas

originais que s~o not|veis pela sua

altura e pelo seu estado de conser-

vaç~o. Do castelo construído por

Luis IX só resta uma torre, a torre

de Constance, de forma cilíndrica,

que est| unida {s muralhas por

uma ponte e que também foi usa-

da como farol.

Posteriormente e durante 5 sécu-

los foi uma pris~o.

As muralhas constituem, junta-

mente com a torre de Constance,

um testemunho not|vel na Europa

Ocidental da arquitetura militar

num meio pantanoso nos séculos

XIII e XIV.

No início, Aigues-Mortes era uma

pequena aldeia de pescadores e de

salineiros.

Ao longo dos séculos foi marcada

sucessivamente pelo cunho das

cruzadas e dos templ|rios, depois

pelas guerras religiosas e atual-

mente é uma cidade bem agrad|-

vel, orgulhosa da sua história e das

suas terras selvagens.

Mas Aigues-Mortes tem outra par-

ticularidade: as suas marismas sal-

gadas, que têm estado activas

desde a época romana.

O lugar é ideal para esta forma tra-

dicional de apanha de sal.

Viagem { Provença

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Marismas s~o ambientes onde

existe uma grande quantidade de

matéria org}nica que contribui

com grandes quantidades de detri-

tos vegetais para as teias alimenta-

res que lhe est~o associadas; além

disso, as marismas têm importante

papel na atenuaç~o dos processos

erosivos da costa e na oferta de

abrigo a diversas espécies de crus-

t|ceos, moluscos e peixes que utili-

zam esse ambiente para a reprodu-

ç~o, além de servir de local de re-

pouso para aves migratórias.

Aigues-Mortes significa águas mor-

tas. Mas embora n~o haja peixes

visíveis, a |gua n~o est| morta. Al-

gas e microorganismos vivem nas

marismas de sal, mas s~o os únicos

seres encontrados neste ambiente

extremadamente salgado. N~o po-

deriam sobreviver em |gua do mar

normal, porque n~o seria suficien-

temente salgada para eles, mas

crescem, por exemplo, no Mar

Morto. As bactérias s~o respons|-

veis pela cor laranja e rosa das ma-

rismas.

Estes microorganismos s~o uma

comida deliciosa para a artemia

salina, um tipo de lagosta pequena

que gosta de sal e tinge a |gua

com a cor do último alimento que

ingeriu.

Os flamingos que vivem nas maris-

mas salgadas comem estas peque-

nas lagostas e é por isso que as

suas penas se tingem de rosa e la-

ranja, ficando com aquela lindíssi-

ma cor que os caracteriza.

Em agosto o sal cristalizado flutua

nos talhões com |gua rosada. O

que fica é uma capa de cerca de 20

cm de cristais finos. Tudo se reduz

nisto: flor de sal, a essência do sal.

O lento processo de evaporaç~o

faz que o sal se cristalize em flocos

que parecem flores, daí o nome de

flor de sal. É importante começar a

apanha imediatamente: se n~o se

apanhar a flor de sal rapidamente,

vai para o fundo dos talhões e co-

meça a endurecer.

J| tive oportunidade de estar por

v|rias vezes em Tavira, no Algarve,

um local com grandes salinas e

também especializado na apanha

da flor de sal, que é um produto

muito apreciado.

Na antiguidade, parte do paga-

mento dos legion|rios romanos

era feita com sal, o salarium que

deu origem ao nome sal|rio. Atual-

mente em Aigues-Mortes com mui-

to sol e o forte vento mistral, as

condições s~o ideais para uma eva-

poraç~o m|xima.

Viagem { Provença

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É por isso que as salinas j| existiam

aqui na antiguidade.

A bordo de um pequeno comboio

fizemos uma viagem de mais de

uma hora passando pelos lagos

salgados e descobrindo como nas-

ce o sal. A meio do percurso fize-

mos uma paragem e pudemos su-

bir aos montes de sal, que eram

duros e acinzentados, parecendo

terra, pelo que n~o foi difícil cami-

nhar sobre eles.

No final do passeio de comboio,

obtivemos outras informações

acerca desta natureza intacta, sel-

vagem e generosa no Museu do

Sal e na Loja do Sal, por meio de

fotos e, com a observaç~o de fer-

ramentas e recipientes antigos,

pudemos apreciar a atividade sali-

neira através dos anos. O sal é con-

siderado o ouro branco do mar, o

principal recurso económico de

Aigues-Mortes.

Ao final do dia regress|mos a Mar-

selha. O jantar foi num restaurante

junto ao porto da cidade.

No dia seguinte - 17 de julho - fize-

mos uma visita panor}mica de

Marselha, percorrendo as suas

ruas e apreciando os lugares mais

significativos.

J| a caminho de Arles, visit|mos a

Igreja de Notre Dame des Sablons,

um templo gótico que é o último

testemunho do embarque de S~o

Luís e dos seus cavaleiros para as

cruzadas.

N~o se sabe ao certo, mas parece

que esta igreja foi construída em

meados do século XIII.

Durante a Revoluç~o francesa ser-

viu de quartel e de depósito de sal.

Tornou-se igreja católica em 1804 e

foi restaurada num estilo neo-

cl|ssico barroco bastante carrega-

do.

A igreja foi considerada monumen-

to histórico em 6 de dezembro de

1949. De 1964 a 1967 foi dado {

Igreja um cunho muito mais

sóbrio, que é o que vemos hoje.

A partir de 1991, os vitrais criados

por Claude Viallat, artista contem-

por}neo que pertence ao movi-

mento artístico Supports / Sur-

faces, d~o ao edifício uma luz e

uma cor extraordin|rias-

Viagem { Provença

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Contudo acho que n~o têm nada a

ver com os vitrais que estamos ha-

bituados a ver nas igrejas e, talvez

por isso mesmo, n~o os apreciei

particularmente.

Continu|mos o nosso passeio e

prosseguimos para Arles, uma ci-

dade de arte e história que foi con-

siderada em 1981 pela UNESCO co-

mo Património Mundial da Huma-

nidade.

Mais de 100 dos seus monumen-

tos, situados no centro histórico,

s~o classificados de Monumentos

Históricos, nomeadamente e para

só citar alguns, o anfiteatro roma-

no, o teatro antigo, as termas ro-

manas de Constantino e também o

claustro e o pórtico da Igreja de

S~o Trophime, que é considerada

uma das mais bonitas da Provença.

S~o Trophime era parente de San-

to Estêv~o, o primeiro m|rtir cris-

t~o.

E quando decidiu converter os Pro-

vençais { fé crist}, S~o Trophime

decidiu ficar em Arles, de onde foi

bispo.

A fachada da Igreja tem um magní-

fico portal, que foi esculpido no

final do século XII, com proporções

perfeitas e grande riqueza de de-

corações que o fazem lembrar um

arco de triunfo romano. O interior

da Igreja é severo. Tem 3 naves,

tendo a do meio uma abóbada ogi-

val. As naves laterais s~o muito es-

treitas. O claustro é a parte mais

bonita da igreja e com a sua rique-

za de decorações esculpidas

(dedicadas aos Apóstolos) é consi-

derado o claustro mais famoso da

regi~o.

Sob um sol intenso, continu|mos

para o anfiteatro romano , que é

parecido com o de Nimes e é um

dos mais antigos do mundo roma-

no. Consta que foi construído du-

rante o reinado de Adriano. Tem

capacidade para 24.000 especta-

dores e é formado por dois anda-

res de arcos, com 60 arcos cada

um. Mas h| um pormenor que dis-

tingue este anfiteatro do de Ni-

mes: tem forma elíptica, com 136

metros de comprimento e 107 de

largura. Também a parede da pista

é diferente. A parede da pista de

Arles é mais alta, talvez para prote-

ger os espectadores que estavam

mais perto da pista dos ataques

dos animais ferozes. Foi restaura-

da em 1825 e atualmente é princi-

palmente utilizada para corridas

de touros.

Viagem { Provença

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J| no século XX foram criadas

obras importantes como o centro

hospitalar Joseph Imbert e o Mu-

seu de Arles antigo.

O antigo hospital de Arles, onde o

pintor Van Gogh esteve internado

mais de uma vez devido {s suas

crises de loucura, é atualmente a

sede do Espaço Van Gogh, o cen-

tro cultural criado recentemente e

que lhe é dedicado e que visit|-

mos. Possui atualmente a mediate-

ca, os arquivos comunais, o colégio

internacional dos tradutores liter|-

rios, uma sala de exposições e

também algumas lojas. Foi em Ar-

les que Van Gogh pintou numero-

sas telas.

Arles é uma cidade alegre e colori-

da, cheia de gente e cujos vestígios

romanos testemunham ainda o

esplendor passado.

Situada no coraç~o da Provença é

orgulhosa das suas tradições e da

sua maneira de viver, que todos

aqui se dedicam a perpetuar ao

longo das gerações.

Para além do seu património, a lín-

gua, os costumes e as festas tradi-

cionais fazem de Arles a capital da

cultura provençal e aqui têm lugar

numerosas manifestações cultu-

rais ao longo do ano.

Após mais um magnífico almoço,

desta vez no Restaurante La Cara-

velle, era indispens|vel irmos ao

Café de la Nuit, situado na Praça

do Forum e representado no famo-

so quadro Terraço do Café à Noite,

uma conhecida obra de Van Gogh

que foi pintada durante o período

que o artista passou na cidade.

Ainda hoje, o café representado na

pintura de Van Gogh, pode ser en-

contrado no mesmo local, com o

nome de Café Van Gogh.

No início dos anos 90, a sua facha-

da foi pintada em tons de verde e

amarelo, aproximando-a da forma

como é vista no quadro.

Uma cópia do quadro est| num

cavalete, { esquina da Praça.

Continu|mos para Baux-de-

Provence, classificada como uma

das mais belas aldeias de França.

As suas praças e os terraços som-

breados, as ruelas inundadas de

sol bordeadas de pequenos hotéis,

salpicados aqui e ali por elementos

de arquitetura Renascentista, justi-

ficam este nome, tal como os vestí-

gios do castelo de Baux, parcial-

mente construído e em parte esca-

vado na rocha.

Tudo isto num local onde existe

muita pedra e vegetaç~o e onde

encontramos também pequenas

capelas e algumas casas troglodi-

tas ainda subsistem, banhadas de

poesia e que fazem desta aldeia

um postal ilustrado da Provença.

Viagem { Provença

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A aldeia é rodeada pelo Parque

Natural Regional dos Alpilles, que

alterna paisagens de matagal, vi-

nhedos e olivais. Com tudo isto, a

aldeia é um dos lugares de topo do

turismo provençal.

Alpilles é um sítio natural encanta-

dor situado a noroeste do departa-

mento das Bouches do Ródano.

Esta cadeia de montanhas de cal-

c|rio tem uma altura m|xima de

498 metros e oferece um panora-

ma que vai até { Camargue.

Aqui h| muito para ver e visitar: a

cidadela de Les Baux de Provença

e as Carrières de Lumières, a anti-

ga cidade romana de Glanum e

muitas outras aldeias cheias de en-

canto.

Os nobres de Baux-de-Provence

utilizaram a fortaleza como praça

forte nas guerras locais (século XII)

e nas guerras religiosas (século

XVI). A cidadela foi desmantelada

por ordem de Luis IX em 1483.

No parque do castelo alguns ca-

nhões d~o testemunho das t|cti-

cas militares medievais.

O parque oferece um panorama

extraordin|rio: abraça toda a regi-

~o desde Aix até Arles, os Alpilles e

a montanha.

Como o tempo estava claro, conse-

guíamos ver o mar Mediterr}neo,

o que confirma as virtudes defensi-

vas do local.

Muito perto de Baux, as salas sub-

terr}neas das Carrières de Lu-

mières servem de écran gigante

para um fabuloso espet|culo mul-

timédia.

Atualmente estas salas subterr}-

neas s~o o palco dum magistral

espet|culo de luz e som.

Obras de arte digitalizadas s~o

projetadas nas paredes, nos pila-

res, no ch~o e até no tecto, explo-

rando as dimensões, mas também

a beleza mineral do lugar.

Todos os anos, as Carrières de Lu-

mières exploram um tema ou a

obra de um conjunto de artistas,

reinterpretando quadros e univer-

sos artísticos. A finalidade é revolu-

cionar a aproximaç~o dos grandes

mestres, renovar o olhar do públi-

co sobre as obras e fazê-lo entrar

no século XXI.

Cézanne, Van Gogh, Marc Chagall e

também Veneza e o Mediterr}neo,

j| foram aqui mostrados.

Em 2018, as Carrières de Lumières

apresentam pela primeira vez uma

monografia de homenagem a Pi-

casso e aos Mestres Espanhóis,

com as obras primas digitalizadas

de Picasso, Goya e Sorolla.

Esta criaç~o multimédia mostra um

século de pintura espanhola numa

experiência artística intensa.

Passamos da Corte {s cenas cam-

pestres de Goya, das cenas { beira-

mar de Sorolla ao abundante uni-

verso pictórico de Picasso.

Viagem { Provença

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A obra magistral de Picasso trans-

porta o espectador ao centro do

seu génio criativo. Concebida com

uma deambulaç~o através da arte

ibérica, esta exposiç~o põe em mo-

vimento milhares de obras digitali-

zadas que se animam pelos meios

técnicos atuais.

As nossas deslocações pelo espaço

também fazem parte do espet|cu-

lo.

É uma verdadeira experiência en-

volvente e sensorial que nos espe-

ra, um mergulho num mar de cores

cintilantes.

A emoç~o que senti foi grande e as

palavras que pudesse proferir n~o

tinha significado perante o que me

foi mostrado!...

Foi nestas antigas carrières de cal-

c|rio que Cocteau rodou, em 1959,

v|rias cenas do seu filme O Testa-

mento de Orfeu.

O vale de Baux é famoso pelos

seus vinhos e o seu azeite.

Toda a regi~o é banhada pelo sol e

inebriada todo o ver~o pelo canto

das cigarras. Numerosos produto-

res cultivam simultaneamente a

vinha e a oliveira.

Esta associaç~o nas terras calc|rias

e argilosas deve bastante ao mis-

tral, o vento frio e seco que pro-

porciona as trocas de aromas en-

tre as duas culturas.

Quando saímos de Les Baux, faze-

mos uma paragem em Les Anti-

ques, onde existe um arco romano

que indica o acesso { antiga cidade

romana de Glanum.

O sítio de Glanum estende-se por 2

hectares e é uma das maiores su-

perfícies arqueológicas de França.

A cidade de Glanum foi abandona-

da no século III e as suas pedras

foram utilizadas para construir

uma nova cidade, que seria a futu-

ra Saint Rémy de Provença.

O local é testemunha de 1.000

anos de ocupaç~o pelos Gauleses,

Gregos e Romanos. As influências

de cada uma destas civilizações

traduzem-se no urbanismo e na

arquitetura.

Viagem { Provença

www.clubegalpenergia.com 20 # 255 julho 2018

Junto {s falésias dos Alpilles en-

contramos vestígios do fórum, das

termas, de templos e de casas de

habitaç~o helenísticas com peristi-

los.

Continuamos agora para Saint

Remy de Provença, uma pequena

cidade no Parque dos Alpilles que

nos convida a descobrir as suas

riquezas: cultura, património e fes-

tivais.

No coraç~o deste Parque, Saint-

Rémy oferece-nos terraços de café

acariciados pelo sol, becos que se

abrem para praças decoradas com

fontes, um mercado inebriante,

para n~o mencionar as ruínas ro-

manas, aninhadas no sopé das coli-

nas de calc|rio e que s~o testemu-

nhas de um passado rico.

Esta beleza n~o deixou de seduzir

os artistas que ali se instalaram,

muitos nos passos de Van Gogh e

do compositor Charles Gounod.

Nesta capital provençal onde nas-

ceu Nostradamus, encontramos

gastronomia, produtos locais, oli-

vais, hotéis encantadores, artesa-

nato, um mercado, artistas, belas

lojas e galerias de arte, os lugares

pintados por Van Gogh, as tradi-

ções, os festivais e muitos dias de

sol por ano.

As avenidas circulares de Saint Ré-

mi de Provença cheias de pl|tanos

e bordadas de terraços encerram a

cidade antiga.

As ruas peatonais com aspectos

medievais abrigam bonitos hotéis

particulares.

Para todos aqueles que gostam de

pintura (e acho que todas as pes-

soas do nosso grupo estavam nes-

ta situaç~o), um caminho peatonal

e um percurso campestre sobre os

passos de Van Gogh ligam o centro

de Saint Rémy ao mosteiro Saint

Paul (cerca de 1,5 km).

Ao longo deste caminho alguns

painéis reproduzem muitas das

suas telas, nas paisagens que tanto

inspiraram o artista. Van Gogh es-

teve internado durante um ano

(no pavilh~o dos homens) no mos-

teiro de Saint Paul, devido a sofrer

de episódios psicóticos e alucina-

ções.

Os médicos receavam a sua estabi-

lidade mental e frequentemente

Van Gogh negligenciava a sua saú-

de física, n~o comendo e bebendo

muito.

Aqui pudemos observar o seu

quarto simplesmente mobilado,

com a cama de ferro e um cavalete

com a cópia de um quadro.

Viagem { Provença

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Faziam ainda parte do seu quarto

uma pequena mesa e duas cadei-

ras, a sua cadeira de rodas e a sua

banheira de tratamento.

Vemos também uma reproduç~o

da sua famosa pintura O quarto de

Van Gogh. Suicidou-se com apenas

33 anos de idade, com um tiro no

peito.

Depois desta visita, prosseguimos

para Nimes -a capital do departa-

mento de Gard, que tem uma po-

pulaç~o de cerca de 150.000 habi-

tantes.

A cidade de Nimes é um dos assen-

tamentos urbanos mais antigos da

G|lia Romana. A sua localizaç~o

estratégica estava numa encruzi-

lhada entre dois corredores, um

que liga a península italiana { Pe-

nínsula Ibérica e outro entre o Me-

diterr}neo e o norte da atual Fran-

ça, Alemanha e Benelux através do

Ródano e do Reno.

Nimes é famosa pela quantidade

de vestígios da época romana que

est~o bem preservados, nomeada-

mente o anfiteatro romano conhe-

cido como as Arenas, onde comba-

tiam os gladiadores e se lutava

contra as feras.

Atualmente realizam-se aqui v|rios

géneros de espet|culos.

Outro símbolo de Nimes é o tem-

plo romano conhecido como La

Maiisno Carrée.

Estes dois monumentos s~o uma

autêntica jóia do passado romano

no sul da França.

E é por isso que Nimes é chamada

de Roma Francesa.

Numa das duas noites que aqui

pass|mos, cantava o Sting nas Aré-

nes. Muita gente, muita segurança

e, apesar de alguém do nosso gru-

po ter pedido a um dos seguran-

ças, com o olhar mais sedutor pos-

sível, para dar só uma olhada ao

espet|culo, o guarda n~o se dei-

xou impressionar e n~o autorizou.

E outra pessoa do grupo também

enganou os restantes, dizendo que

se espreit|ssemos por uma deter-

minada abertura, podíamos ver o

Sting no palco. Mas n~o era verda-

de! A figura que se via no meio das

luzes azuladas era, na realidade,

um dos seguranças do cantor. E

estes episódios foram motivo para

muita divers~o e boa disposiç~o!

Viagem { Provença

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Demos ainda um longo passeio a

pé, para sentir a atmosfera desta

cidade cheia de movimento e, j|

com a noite adiantada. regress|-

mos ao hotel.

Na manh~ seguinte (18 de julho)

pudemos confirmar que Nimes es-

t| cheia de recantos encantadores,

embora o legado dos romanos seja

t~o importante que quase pode-

mos dizer que eclipsa tudo o resto.

Também caminhar pelas suas ruas

é muito interessante.

Quando caminhamos pela cidade

encontramos pequenas placas re-

dondas com a representaç~o de

um crocodilo.

Temos de recuar no tempo até 31

a.C. para sabermos porquê.

Foi nesse ano que Oct|vio derro-

tou António e Cleópatra e assegu-

rou o domínio do Império.

Numa moeda cunhada na época

aparece uma imagem que come-

mora o anivers|rio com um croco-

dilo amarrado a uma palmeira co-

roada de louros, simbolizando o

derrotado Egipto.

Com o tempo, essa representaç~o

passou a simbolizar a cidade, tor-

nando-se o seu escudo.

E se entrarmos na C}mara Munici-

pal, vemos que aí, suspensos no ar

e coroando a escadaria principal,

n~o h| nada além de quatro belos

espécimes de crocodilos disseca-

dos que parecem voar.

E foi com surpresa que numa das

ruas da cidade, vimos uma loja cha-

mada Queijaria Nacional com mui-

tos produtos e uma enorme ban-

deira portuguesa.

Nesta manh~, e ao contemplarmos

{ luz do dia as Arénes de Nimes,

vemos um edifício colossal da épo-

ca, capaz de comportar cerca de

25.000 espectadores e, { medida

que nos aproximamos, podemos

distinguir as sessenta secções da

fachada com os seus correspon-

dentes arcos.

As Arénes de Nimes é um exemplo

evidente do poder do Império Ro-

mano que podemos apreciar num

excelente estado de conservaç~o.

É impressionante a sensaç~o que

temos quando chegamos {s arqui-

bancadas, j| que de fora do edifí-

cio ou mesmo passando pelas ga-

lerias e corredores da estrutura, é

impossível adivinhar a majestade e

a amplitude do palco interior.

Viagem { Provença

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E das trinta e poucas bancadas,

que foram organizadas de acordo

com a categoria social dos espec-

tadores, a visibilidade é excelente.

Ao percorrer o interior das Aréne-

es de Nimes, podemos apreciar a

boa técnica da construç~o romana

no primeiro século de nossa era e

alguns painéis explicativos revelam

detalhes acerca da obra.

Mas a melhor coisa é que o bom

estado do edifício parece impulsio-

nar a nossa imaginaç~o para colo-

car na arena os gladiadores e os

lutadores que vinham de terras

distantes para combater. Ou ent~o

imaginamos as lutas de animais

nunca antes vistos no sul da Euro-

pa!

Mas atualmente as distrações s~o

diferentes e a cidade aproveita o

recinto para apresentações cultu-

rais, shows e eventos.

E também organizam touradas,

das quais os habitantes de Nimes

se orgulham muito.

E ao lado das Arénes podemos ver

a est|tua de um toureiro, com a

sua capa, numa pose em que pare-

ce estar { espera que o touro invis-

ta.

O outro grande monumento da

cidade é a Maison Carré, centro do

antigo Fórum Romano, localizado

na atual cidade velha.

Quando chegamos { grande praça

onde est| situada a Maison Carré,

vemos que o edifício é muitíssimo

bonito.

Foi erguido em homenagem aos

dois filhos de Agripa (Caio César e

Lúcio César) e nele se inspirou Na-

pole~o para construir a Madeleine,

em Paris. Apesar de construído no

século I, este monumento chegou

até nós num estado de conserva-

ç~o quase perfeito.

O edifício n~o é exatamente qua-

drado: mede 26 metros de compri-

mento, 15 de largura e 17 de altura.

No interior existe um pequeno Mu-

seu de Antiguidades. E aqui pude-

mos ler algumas informações acer-

ca da utilizaç~o da Maison Carré ao

longo dos séculos e também vimos

um filme inspirado em persona-

gens reais (Sextus Adgennius Ma-

crinus e sua mulher Licinia Flavilla)

que viveram no século I da nossa

era.

Ao longo da história, os usos que

foram dados ao edifício foram os

mais diversos, mas felizmente, es-

te chegou quase intacto aos nos-

sos dias.

Viagem { Provença

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Sabemos que, desde a Idade Mé-

dia, foi usado das mais diversas

formas: C}mara Municipal, igreja

dos monges agostinhos e centro

dos arquivos de Gard, entre ou-

tros. Cada uso deixou as suas mar-

cas na pedra.

Finalmente, em 1840, ao ser decla-

rado monumento histórico de

França, a sua conservaç~o ficou

plenamente garantida.

Diferentes trabalhos de restauro

(as fachadas beneficiaram duma

restauraç~o completa entre 2006 e

2010) fazem com que as suas anti-

gas pedras pareçam muito limpas

e resplandecentes, ainda mais se

as compararmos com o anfiteatro,

que tem as pedras bastante escu-

recidas.

As 30 colunas de estilo coríntio

que ficam numa base elevada na

praça d~o ao templo uma aparên-

cia graciosa e muito elegante.

Todo o conjunto é apresentado

com proporções harmoniosas que

foram certamente premeditadas e

bem calculadas quando o templo

foi projetado.

Na mesma praça (Praça da Maison

Carrée) o arquiteto Norman Foster

projectou o edifício do centro de

arte da cidade, chamado Carré

d’Art, que acolhe o Museu de Arte

Contempor}nea e a Biblioteca de

Nimes.

O templo romano e a fachada de

vidro de Foster fazem um interes-

sante contraste.

No entanto, da grande cidade ro-

mana pouco resta. Nimes tornou-

se uma calma cidade da província.

Tranquila durante a maior parte do

ano, enche-se de vitalidade duran-

te as Feiras ou Festas: a do Pente-

costes, que geralmente tem lugar

em maio ou no início de junho e a

das colheitas, realizada em setem-

bro.

Durante estas duas Feiras a cidade

enche-se de alegria.

As touradas e o flamenco domi-

nam tudo, com a música e a atmos-

fera festiva típica das grandes fes-

tas do norte de Espanha.

No resto do ano, apenas o centro

de Nimes tem alguma vitalidade.

Após estas visitas continu|mos o

nosso passeio, com paragem no

Aqueduto romano de Pont du

Gard.

A Pont du Gard é um aqueduto do

século I, construído por Agripa,

por volta do ano 50 d.C., que faz

parte do Património Universal da

Humanidade.

Foi usado para levar |gua pot|vel

para Nimes e fica a uma dist}ncia

de cerca de 20 quilómetros desta

cidade.

Viagem { Provença

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A Pont du Gard pode orgulhar-se

de ser o mais alto aqueduto de

pontes do mundo romano e fazer

parte das maravilhas da antigui-

dade e aquilo que hoje podemos

ver é a parte mais grandiosa da

obra, que permaneceu quase

intacta durante cerca de 2 mil

anos.

N~o só é admir|vel do ponto de

vista técnico, mas também estéti-

co, pela delicada cor da pedra e

pela eleg}ncia e originalidade da

construç~o.

A ponte é formada por 3 fileiras de

arcos sobrepostos que têm dife-

rentes dimensões e s~o totalmen-

te independentes entre si.

A altura total da ponte desde o ní-

vel da |gua do rio é de 40 metros.

A primeira fileira é composta por

seis arcos. A segunda fileira é com-

posta por 11 arcos e a fileira superi-

or tem 35 arcos e 275 metros de

comprimento.

Se o aqueduto foi realizado com

uma grande precis~o, a ponte tam-

bém é uma maravilha da engenha-

ria: foi completamente construída

sem a necessidade de materiais de

alvenaria.

As pedras, algumas das quais pesa-

vam cerca de 6 toneladas, foram

levantadas a 40 metros de altura e

mantidas no seu lugar por juntas

cinzeladas.

Somente na parte mais alta foi usa-

da argamassa.

Mas a beleza magnífica da Pont du

Gard deve-se principalmente {s

suas formas elegantes e ao ambi-

ente natural onde se encontra, n~o

tendo sofrido as devastações do

tempo durante os seus 20 séculos

de existência.

Foi aqui que almoç|mos no restau-

rante Les Terrasses, tendo depois

continuado para Avignon, a cidade

capital do departamento de Vau-

cluse, da regi~o Provença - Alpes -

Côte d’Azur.

Est| situada na margem leste do

rio Ródano e foi a capital do papa-

do de 1309 a 1377.

Reconhecido pela sua beleza arqui-

tectónica e import}ncia histórica,

o centro histórico de Avignon foi

designado Património Mundial da

Humanidade pela UNESCO em

1995, e a cidade foi a capital euro-

peia da cultura em 2000.

Escavações indicam que o primeiro

assentamento em Avignon data de

h| cerca de 5.000 anos.

No século XII, Avignon tornou-se

independente, com um comércio

florescente, mas no século XIII foi

ocupada pelo rei Luís VIII e, poste-

riormente, perdeu a sua indepen-

dência.

Viagem { Provença

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A import}ncia histórica de Avignon

data principalmente do século XIV,

quando n~o estava em solo fran-

cês, mas pertencia ao duque de

Anjou, um vassalo do Papa.

Em 1309 foi escolhida como resi-

dência papal por Clemente V, em

parte porque estava mais central-

mente localizada dentro da cristan-

dade do que Roma.

Além disso, a situaç~o na It|lia

Central era incerta e a influência

francesa na corte papal cresceu

durante o século XIII.

Em 1348, Avignon foi comprada

por Clemente VI, o quarto dos sete

papas de Avignon.

A presença do Papa na cidade, e o

facto da cidade ter permanecido

propriedade papal até { Revoluç~o

Francesa, fez com que se tivesse

expandido significativamente a

partir dessa altura.

Apesar dos repetidos apelos de

Santa Cristina de Siena e outros

para que os papas regressassem a

Roma, Avignon permaneceu como

a única capital da igreja até 1377 e

continuou a ser uma das residên-

cias do papado durante o Grande

Cisma do Ocidente (1378–1417),

quando dois papas governaram

simultaneamente: um em Avignon

e o outro em Roma.

Os italianos da corte papal em Avi-

gnon n~o gostavam da cidade.

Mesmo servindo o papa, o famoso

escritor Petranca, que primeiro se

referiu a Avignon como Babilónia,

descreveu-a como o lugar onde os

ventos do inverno sopram amarga-

mente, “um esgoto onde se acu-

mula todo o lixo do universo”.

A cidade e o papado no século XIV

têm uma m| reputaç~o. Poucos

papas s~o conhecidos pela sua pie-

dade e até mesmo os melhores

deles estavam mais preocupados

com questões legais e financeiras

do que com suas responsabilida-

des pastorais. Foram acusados de

corrupç~o e foram considerados

fantoches dos reis franceses.

Os legados papais continuaram a

governar Avignon até 1791, quando

foi anexada pela Assembleia Naci-

onal Francesa. Na sua anexaç~o,

houve derramamento de sangue e

o interior do Pal|cio dos Papas foi

destruído.

O pal|cio, uma fortaleza de oito

torres construída sobre um roche-

do de 58 metros acima de Avi-

gnon, foi usado como quartel de

1822 a 1906.

Sendo um dos maiores castelos-

fortes ainda de pé, o Pal|cio dos

Papas é formado, na verdade, por

dois edifícios:

Viagem { Provença

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o Pal|cio Antigo (1334-1342) cons-

truído por Bento XII é austero, en-

quanto que o Novo Pal|cio (1342-

1352) erguido sob Clemente VI, é

rico em dispositivos arquitectóni-

cos e embelezamento. Existem

numerosas pequenas capelas e

três grandes capelas decoradas

com frescos do século XIV.

Além do pal|cio dos Papas, um dos

lugares mais visitados em Avignon

é a catedral rom}nica (século 12)

de Notre-Dame-des-Doms, onde

est~o sepultados dois papas. As

muralhas construídas pelos papas

ainda rodeiam a cidade, com amei-

as, torres e portões.

Avignon é um centro administrati-

vo e comercial no coraç~o de uma

das regiões agrícolas mais ricas da

França, especializada em frutas e

legumes.

A comercializaç~o e distribuiç~o

dos produtos representa uma im-

portante atividade económica,

dando origem a um grande núme-

ro de empresas de transporte.

O turismo é também um factor im-

portante na economia de Avignon.

Continu|mos para a mundialmente

conhecida Ponte de Avignon

(Ponte de S~o Benezet): é uma

ponte medieval, que foi construída

sobre o rio Ródano, em madeira,

entre 1177 e 1185 e reconstruída em

pedra entre 1234 e 1237. Tinha 850

metros de comprimento.

Era uma ponte estratégica, pois

foi usada por peregrinos e co-

merciantes a caminho de Espa-

nha ou It|lia.

Originalmente tinha 22 arcos. Foi

reconstruída por v|rias vezes até

ao século XVII, devido a numero-

sos deslizamentos de terra du-

rante as cheias do rio.

Atualmente restam apenas qua-

tro arcos, como resultado de inú-

meros danos ao longo dos sécu-

los.

Diz a lenda que a construç~o e,

consequentemente, o nome da

ponte, teve origem num jovem

pastor – chamado Benezet – que

quando apascentava as suas ove-

lhas, ouviu a voz de Jesus Cristo

pedindo-lhe para construir uma

ponte sobre o rio. Ridicularizado

pela populaç~o de Avignon, o pas-

tor provou a sua inspiraç~o divina

levantando “milagrosamente” um

enorme bloco de pedra. Depois

disto, teve todo o apoio para a

construç~o da ponte.

Ainda segundo a lenda, após a

morte, Bénézet foi enterrado nu-

ma pequena capela na própria

ponte.

Mas a verdade é que a Capela

S~o Bénézet existe e est| situada

em cima do terceiro pilar (entre

o segundo e o terceiro arco) sob

uma outra capela, a capela de

S~o Nicholas, patrono dos mari-

nheiros.

Viagem { Provença

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Aqui par|mos para tirar fotogra-

fias e recordei-me de uma canç~o

infantil muito conhecida – “Sur le

pont d'Avignon” e que é cantada

por Tintim no |lbum A Estrela

Misteriosa.

A cidade é também a sede da

Universidade de Avignon.

No topo do grande parque da

cidade fica a Torre Magna, uma

parte do que antes era uma im-

ponente torre que dominava to-

da a cidade. Foi construída no

ano 15 a.C. e fazia parte das mu-

ralhas que protegiam a cidade.

Da Torre Magna podemos obser-

var belas vistas da cidade e dos

seus arredores.

Esta Torre est| inserida nos Jar-

dins de la Fontaine, que, segundo

se diz, s~o os primeiros jardins

públicos abertos na Europa. Fo-

ram criados em 1745 a pedido ex-

presso do rei Luís XV.

Destacam-se também a Catedral

de S~o Miguel Castor (cuja cons-

truç~o se iniciou no século XI),

uma casa de ópera, o Petit Palais

- um pal|cio do século XIV que foi

a residência do cardeal e mais

tarde do arcebispo e é especiali-

zado em pinturas e esculturas

medievais, bem como v|rios mu-

seus de arqueologia.

Depois de terminada a visita do

Museu do Pal|cio dos Papas, foi-

nos dado algum tempo livre. O

calor era muitíssimo intenso e

passei esse tempo sentada numa

esplanada, a beber |gua gelada.

Estava-se aí muito bem, porque

debaixo dos chapéus de sol, caí-

am aquelas minúsculas gotículas

de |gua, que agora colocam nas

ruas e esplanadas quando o tem-

po est| muito quente.

Mas era tempo de regressar a

Nimes. No caminho, fomos avisa-

dos que no dia seguinte tínha-

mos de deixar o Hotel muito ce-

do, porque havia um longo per-

curso a fazer.

Logo a seguir ao jantar, algumas

pessoas do nosso grupo decidi-

ram fazer uma caminhada de 4

quilómetros, finda a qual regres-

sariam de t|xi ao Hotel.

Mas o que aconteceu foi que, al-

guns minutos depois de o grupo

ter saído, teve lugar um apag~o

geral. Esper|mos sentados no

lobby do Hotel que a luz voltas-

se, apenas iluminados por uma

luz muito fraca, de uma pequeno

gerador. Mas ao fim de uma hora

e meia, a luz ainda n~o tinha vol-

tado. E foi iluminados pelas luzes

das lanternas dos telemóveis que

atravess|mos os corredores até

aos quartos. O grupo ainda n~o

tinha aparecido…

No dia seguinte (19 de julho) acor-

d|mos muito cedo, conforme ti-

nha sido combinado.

Mas aí outra surpresa nos espera-

va: o autocarro tinha tido uma ava-

ria.

Viagem { Provença

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Na verdade, na véspera tínhamos

ouvido uns ruídos um tanto estra-

nhos no autocarro, j| fazendo adi-

vinhar que qualquer coisa n~o es-

tava a correr bem. E n~o estava

mesmo, como se viu!... Esper|mos

2 horas que viesse um novo auto-

carro. E neste período de tempo,

cada um fez o melhor que pôde

para passar o tempo: Uns foram

beber café, outros deambulavam

pela praça em frente ao hotel, ou-

tros conversavam… Como ao lado

do Hotel havia uma Igreja, fui até

l|, com outros companheiros de

viagem, apesar de a visita da mes-

ma n~o fazer parte do programa.

Era a Igreja de Santa Perpétua e

Santa Felicidade. A altura das tor-

res desta igreja é o que chama

mais a atenç~o. Fica bastante per-

to das Arénes.

A igreja foi construída entre 1852 e

1864 e a pedra inaugural foi colo-

cada por Louis-Napoleon Bonapar-

te - Napole~o III, sobrinho de Na-

pole~o, que tal como o tio, se pro-

clamou imperador da França.

O prédio tem inspirações em dife-

rentes formas arquitectónicas.

Santa Perpétua e Santa Felicidade

foram m|rtires: foram presas pe-

los romanos, porque confessaram

que eram crist~s e foram condena-

das { morte na arena de Cartago

(no Norte de África) no ano 203.

Quando finalmente o autocarro

chegou, seguimos para Gordes,

que fica apenas a 38 quilómetros

de dist}ncia.

Antes de chegarmos, j| temos uma

vis~o quase fant|stica deste vilare-

jo que cresceu em volta de uma

rocha e foi construído em pedra.

N~o h| muito que fazer em Gor-

des, a n~o ser caminhar pelas ruas

íngremes pavimentadas de pedra,

apreciar a vista para o vale do Lu-

béron e observar os muitos muros

e casas construídos através da téc-

nica “pedra seca”, que é a sobre-

posiç~o de pedras sem qualquer

tipo de argamassa.

O castelo, uma fortificaç~o medie-

val, que tem duas imponentes tor-

res circulares, só pode ser admira-

do por fora, j| que do seu interior,

só se pode visitar um sal~o, onde

existe uma exposiç~o de arte con-

tempor}nea.

A falta de espaço neste compacto

vilarejo fez com que os artes~os

cavassem ateliers trogloditas, na

própria rocha, onde trabalhavam {

luz do azeite, até ao século 19. Mui-

tas oficinas com v|rios andares

subterr}neos funcionavam desta

forma.

Temos também o pal|cio de S~o

Firmin, que depois de muitos anos

de descobertas e restauraç~o, foi

aberto ao público em 1999.

Saímos de Gordes para a Abadia de

Notre Dame de Senanque, situada

a curta dist}ncia e que é uma das

três abadias cirtercienses de Fran-

ça.

Viagem { Provença

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Este é talvez um dos locais mais

fotografados da Provença, princi-

palmente quando o campo de la-

vandas em frente a esta abadia,

fundada em 1148, est| florido, fa-

zendo com que esta construç~o

pareça flutuar sobre os delicados

ramos de lavanda, cultivados pelos

monges desde os fim dos anos

1960 e que atingem a floraç~o m|-

xima nas duas primeiras semanas

de julho (a colheita acontece na

terceira semana, quando os cam-

pos ficam vazios).

S~o os monges que ainda l| vivem

que colhem a lavanda para fabricar

os seus próprios óleos, mel, essên-

cia de lavanda e licores.

Todos tir|mos fotografias, encan-

tados com a paisagem. Mas isto foi

apenas uma pequena amostra do

que estava para vir e do que íamos

ver mais tarde!...

Cheg|mos { Abadia depois de ca-

minhar um pouco.

A Abadia foi construída num vale

solit|rio, rodeada pelo verde dos

bosques e longe das tentações do

mundo, de acordo com uma das

primeiras normas de Bernardo de

Clairvaux, o fundador da Ordem de

Cister. A Ordem de Cister é uma

ordem mon|stica católica fundada

no final do século XI, onde os mon-

ges pregavam, entre outros valo-

res, a renúncia ao prazer e a manu-

tenç~o das pr|ticas religiosas, o

ascetismo e o rigor litúrgico.

A beleza da paisagem faz ressaltar

a austeridade típica da arquitectu-

ra cisterciense. O interior da Igreja

é em cruz latina, com três naves e

cinco |bsides e uma cúpula octo-

gonal. Vimos também o dormitório

dos monges, sem enfeites e auste-

ro. O magnífico claustro é de gosto

acentuadamente provençal, com

as arcadas que se sucedem em re-

dor do jardim, dominado por um

campan|rio quadrado. Neste local

os monges levavam uma vida de

trabalho e de oraç~o, na maior

simplicidade.

Atualmente levam uma vida con-

templativa de acordo com a tradi-

ç~o da Ordem.

Hoje vivem muito poucos monges

na abadia e sua subsistência é basi-

camente dos produtos derivados

da lavanda.

Após a visita da Abadia, prossegui-

mos para Rustrel, cidade situada

no departamento de Vaucluse, um

local onde encontramos os famo-

sos ocres.

Fica situada mesmo no coraç~o da

Provença.

Este local é muitas vezes compara-

do ao Colorado devido aos v|rios

tons de cores que o vestem.

Viagem { Provença

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O local abrange mais de 30 hecta-

res entre a colina de Caseneuve e

as montanhas de Vaucluse. Os v|-

rios tons oscilam entre o ocre e o

beige e contrastam com a floresta

verde de Luberon.

O lugar foi explorado a partir do

final do século 17 até 1992 para ex-

trair o ocre.

O Colorado provençal é composto

de trilhas de terra e falésias com

v|rios tons de ocre. Milhões de

anos atr|s, o mar recuou desde

este lugar e deixou para tr|s ban-

cos de areia enriquecidos com argi-

la marinha contendo ferro e glau-

conite. Estas areias, com mais de

30 metros de espessura, est~o na

origem do ocre, graças { glauconi-

te que lhes d| essa tonalidade t~o

especial.

As múltiplas cores presentes em

Rustrel devem-se { alteraç~o da

areia que oxida. Os graus de oxida-

ç~o s~o respons|veis pelas múlti-

plas cores do solo.

Existem cerca de 20. Rapidamente,

os homens investiram nesta regi~o

para explorar o ocre.

Foi no final do século XVII que um

habitante desta regi~o teve a idéia

de passar areia na superfície de

lagoas para extrair o ocre. A subs-

t}ncia era depois cozida para man-

ter as suas propriedades de colora-

ç~o. V|rias regiões desenvolveram

esta técnica e a chegada do cami-

nho de ferro levou { intensificaç~o

da exploraç~o.

Foi em 1929 que a produç~o foi

mais alta. Mas o aparecimento de

cores sintéticas começou a compe-

tir com os ocres naturais e a explo-

raç~o cessou. Em 1992, foi forma-

da uma associaç~o para proteger o

local. A partir daí, o turismo come-

çou a aumentar.

As trilhas s~o semi-marcadas com

portões e foram colocadas algu-

mas escadas para preservar o local

e orientar as passagens. O local é

bastante íngreme, mas acessível.

Os ocres de Rustrel s~o uma das

maravilhas da paisagem que po-

dem ser descobertas nesta zona

de França.

Vilarejos “empoleirados”: é assim

que é conhecida a maioria dos vila-

rejos fortificados típicos da Pro-

vença, que crescem no alto das

montanhas - sempre com belíssi-

mas vistas - para se protegerem

das constantes invasões ao longo

dos séculos, principalmente duran-

te a Idade Média e o Renascimento

(por causa da Guerra das Religiões

no século XVI, entre católicos e

protestantes).

E Gordes e Roussillon, os dois vila-

rejos “empoleirados” medievais e

únicos que hoje conhecemos, s~o

bastante diferentes (mas igual-

mente surpreendentes), mas j|

eram habitados durante a época

galo-romana (quando a G|lia, atual

França, foi ocupada pelos romanos

no século I a.C.) e hoje fazem parte

da lista das Mais Belas Aldeias de

França.

Viagem { Provença

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A cerca de 30 minutos da Abadia

de Notre Dame de Sénanque, che-

gamos a Roussillon.

Este curto percurso é margeado

por campos de oliveiras, vinhas e

trigo, compartilhando o seu espa-

ço no campo com bastantes giras-

sóis. Roussilon é uma aldeia única

e um local encantador.

Além da típica aldeia

“empoleirada” num monte, todas

as casas de Roussillon s~o pintadas

em tons de terra, ou mais alaranja-

do, ou mais avermelhado, pelo mo-

tivo de aqui se encontrar o maior

depósito de ocre do mundo. È uma

aldeia que parece estar sempre no

outono.

O ocre é um composto de óxido de

ferro e areia argilosa e as suas co-

lorações v~o desde o branco dou-

rado ao amarelo claro, do amarelo

açafr~o ao vermelho púrpura e {

terracota. É um pigmento muito

est|vel e é usado desde a pré-

história (por exemplo nas pinturas

das cavernas, como as grutas de

Altamira). É explorado em Roussil-

lon desde a ocupaç~o romana e só

recentemente passou a sofrer a

concorrência dos corantes sintéti-

cos.

Na verdade, o passeio pelo Sentier

des Ocres é imperdível: parece que

aquelas montanhas de terra v~o

desabar a qualquer momento, mas

o contraste dos 18 tons de ocre

com o verde vivo das vegetaç~o é

lindo. Ao chegarmos, subimos pe-

las ruas estreitinhas e ficamos per-

to da entrada do Sentier. No Sen-

tier des Ocres ficava a exploraç~o

de ocre da cidade, hoje devida-

mente sinalizada para receber to-

dos aqueles que querem conhecer

o curioso resultado da aç~o huma-

na sobre a natureza.

Ao chegarmos, subimos pelas ruas

estreitinhas e ficamos perto da en-

trada do Sentier. H| dois percursos

possíveis: um curto, que demora

cerca de 30 minutos e que foi o

escolhido pelo nosso grupo.

Depois do almoço, prosseguimos

o nosso caminho para a elegante

cidade de Aix-en- Provence ou

simplesmente Aix, que foi sede

da Galia Narbonense e mais tarde

sede de um arcebispado e con-

vertida em capital a partir do sé-

culo XII, quando os condes da

Provença tinham aí uma elegante

corte, liter|ria e artística.

Viagem { Provença

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A superioridade de Aix sobre a

restante regi~o durou mais de 2

séculos, tendo alcançado o apo-

geu no século XV.

Depois de v|rios golpes do desti-

no, Aix continuou a ser um polo

de atracç~o para os artistas, lite-

ratos e poetas.

Tem um maravilhoso clima enso-

larado – as suas ruas e praças s~o

sempre vibrantes e cheias de vi-

da.

A história é aqui o plano de fun-

do da vida quotidiana: a graça e o

esplendor da arquitetura barroca

est~o presentes em todo o lado.

Cada fonte tem os seus segre-

dos, cada mans~o tem a sua his-

tória para contar. O centro do

movimento da cidade é o Cours

Mirabeau, em homenagem ao

grande escritor e político Gabriel

Honoré, conde de Mirabeau.

Par|mos aqui: antigamente era

uma rua de carruagens puxadas

por cavalos e agora é um dos lu-

gares mais movimentados e ani-

mados da cidade, mergulhado na

história. Esta avenida est| flan-

queada de fachadas elegantes de

edifícios e sofisticados hotéis

com portões ricamente esculpi-

dos e varandas de ferro forjado.

Tem também muitas lojas, livrari-

as e cafés. Um destes, muito fa-

moso, é o Café des Deux Gar-

çons, que foi frequentado por

personagens ilustres do mundo

artístico e liter|rio, como Pablo

Picasso, Émile Zola e Jean Coc-

teau.

A nossa próxima visita levou-nos

{ Catedral de S~o Salvador, que é

o mais antigo edifício religioso da

cidade.

Tem como particularidade apre-

sentar diferentes estilos arquitec-

tónicos, com 3 naves de estilos di-

ferentes: rom}nico, gótico e barro-

co.

O baptistério octogonal, que data

do século V-VI é o elemento mais

antigo. A quando da sua constru-

ç~o o baptistério era alimentado

pelas |guas quentes provenientes

das termas romanas. Oito colunas

monumentais (duas de granito e

seis de m|rmore) ornamentam o

baptistério e sustêm a cúpula. Ca-

da nicho do baptistério possui qua-

dros pintados (de 1846 a 1849).

Aqui existe uma imagem de Santo

António com um pormenor que eu

nunca tinha visto: o Menino Jesus

a afagar o rosto do Santo.

O claustro é magnífico.

Embora de pequenas dimensões,

constitui um verdadeiro tesouro.

Viagem { Provença

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Com as suas 28 colunas dominadas

cada uma por um capitel único e

representando um episódio do No-

vo ou do Antigo Testamento. Os

quatro pilares dos }ngulos repre-

sentam os evangelistas: o anjo sim-

boliza S~o Mateus, o le~o é o sím-

bolo de S~o Marcos, a |guia sim-

bolizando S~o Jo~o e o touro sím-

bolo de S~o Lucas.

Aix é um mosaico de imagens, bri-

lho, com as cores de festivais e tra-

dições, mercados provençais chei-

os de flores e inúmeras atividades

de lazer.

Paul Cézanne nasceu aqui em 1839

e, depois de muito viajar por luga-

res distantes, aqui voltou, tendo

falecido em 1906. Durante toda a

vida, Cézanne pintou as cores e a

luz de Aix.

Em Aix, podemos conhecer o pai

da pintura moderna, entre os luga-

res e paisagens que marcaram a

sua vida, a sua vis~o e o seu traba-

lho.

Podemos caminhar nos passos de

Cézanne, seguindo o mesmo cami-

nho que ele percorria diariamente

(a chamada estrada de Cézanne

que est| marcada com placas me-

t|licas no ch~o), visitar a casa onde

nasceu, no nº 2 da Rua de l ‘Ópera,

a loja de chapéus do pai e o atelier

da Rua Boulegon, onde faleceu.

Aqui, ao abrir-se a porta do estúdio

de Cézanne, entramos no mundo

privado do artista. Foi neste local

que ele começou a pintar. Pode-

mos também explorar os terrenos

e a propriedade familiar de Jas de

Bouffan.

Mas as suas obras n~o est~o aqui

expostas. Algumas delas podem

ser vistas na sala que lhe é dedica-

da no primeiro andar do Museu

Granet, nomeadamente o famoso

quadro “Les Baigneuses”, que ocu-

pou Cézanne até ao fim da vida.

Banhada pelo sol de seu clima ma-

ravilhoso, a eleg}ncia de Aix-en-

Provence pode ser vista em todos

os lugares nas suas ruas e praças

animadas.

Viagem { Provença

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A história é o cen|rio para a vida

quotidiana que combina o gosto

de fazer compras com a nobre he-

rança da cidade, o prazer de tomar

café num terraço com beleza ar-

quitectónica e de passear pela ci-

dade cheia de esplendor barroco.

Almoç|mos num restaurante en-

cantador - Chez Thomé - onde est|

uma placa que refere que o rei

Eduardo VII esteve ali em 3 de abril

de 1906, conduzido de automóvel

por um tal Sr. Gras.

A cidade é sempre acolhedora e

oferece muito para ver, experi-

mentar e descobrir.

Ao redor de Aix, descobrimos mo-

numentos, castelos, capelas, san-

tu|rios e outros maravilhosos edifí-

cios históricos, as belas aldeias

com os estúdios dos seus artistas e

oficinas de artesanato, os seus

magníficos panoramas e as paisa-

gens espectaculares.

Assim, foi um prazer n~o perder

nenhuma das suas belezas, desco-

brir as suas decorações ocultas,

aprender sobre o seu passado de

prestígio, a sua arquitectura, o seu

património e os seus monumen-

tos.

Identificado principalmente com a

cidade de Aix-en-Provence, o calis-

son é um doce tradicional francês

que consiste numa pasta suave e

homogénea, de cor amarela p|li-

da, com aromas a frutas (em espe-

cial a mel~o e laranjas), açúcar e

amêndoas moídas recobertas por

folha de hostia e s~o cobertos com

uma capa de caramelo blanco –

glacé real.

Os calissons têm uma textura se-

melhante ao massap~o, mas com

um toque mais frutado, ao qual o

mel~o d| um sabor característico.

Os calissons têm forma trapezoi-

dal, que faz lembrar as amêndoas

e costumam ter dois centímetros

de largura.

A maior parte da produç~o mun-

dial de calissons provém da regi~o

da Provença.

O nosso guia Rogério contou-nos

que s~o v|rias as explicações para

a origem do nome, mas a mais co-

nhecida é que o doce foi criado

especialmente para o casamento

do rei René com Jeane de Laval e

que a futura esposa, que nunca

sorria, quando provou estes doces,

fez um grande sorriso e disse: “ce

sont des c}lins” (s~o carinhos); daí

o nome Calisson.

A confecç~o destes doces tem as-

sim origem no século XV, na regi~o

da Provença.

Viagem { Provença

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Todos os anos, no primeiro domin-

go de setembro tem lugar a tradici-

onal bênç~o dos calissons, recor-

daç~o de uma promessa que a ci-

dade de Aix fez { Virgem Maria,

quando sofreu a peste em 1630.

Durante a prociss~o tem lugar uma

generosa distribuiç~o de calissons.

O clima ameno de Aix-en-

Provence faz da cidade um ótimo

lugar para a vida noturna, com

um casino, três cinemas, mais de

dez discotecas e muitos bares e

pubs, n~o esquecendo as salas

de concertos, teatros e cafés-

teatros.

No dia seguinte (20 de junho)

continuamos a nossa viagem em

direç~o ao Planalto de Valensole.

Com uma |rea de 800 quilómetros

quadrados, o planalto de Calensole

est| situado a 500 metros de alti-

tude, no sul do departamento dos

Alpes da Alta Provenca.

Este território, coberto de campos

de lavanda e de trigo, é igualmente

cravejado de encantadoras locali-

dades. Diz-se que a melhor época

para visitar esta regi~o é o mês de

julho. E foi o que fizemos, quando

a lavanda, nesta altura em flor, se

ilumina com as suas tonalidades

azuis, o que é um encantamento

para os olhos e o olfacto.

O planalto é essencialmente dedi-

cado { cultura da lavanda e dos

cereais, sendo chamado de “o ce-

leiro da Provença”. Apresenta dife-

rentes aspectos conforme as esta-

ções do ano: em Julho os múltiplos

tons de azul das lavandas ondulam

em altern}ncia com os girassóis e

o ouro do trigo, que atualmente é

cultivado em grande escala.

Possui um relevo pouco acentuado

e a mistura de argilas e calc|rios

constitui o chamado «complexo de

Valensole» que desempenha um

papel importante na vegetaç~o,

que permite a altern}ncia de zonas

|ridas e húmidas.

O planalto de Valensole é hoje um

dos lugares mais importantes no

que diz respeito { cultura da lavan-

da. Os romanos perfumavam os

banhos e a roupa com lavanda e

sabemos que colocavam saqui-

nhos de lavanda nos arm|rios. Im-

plantada em França h| séculos, a

lavanda encontrou a sua terra pre-

dileta na Provença, graças ao clima

que favorece a sua produtividade.

A cultura est| atualmente muito

desenvolvida e na década de 20

vimos aparecer a lavandina cujo

rendimento é maior e a sua produ-

ç~o de essência até 10 vezes supe-

rior { da lavanda tradicional.

A aldeia de Valensole é conhecida

pelo seu mel de lavanda de sabor

subtil e delicado.

Aqui têm lugar muitas festividades

em honra da lavanda, nomeada-

mente a festa da lavanda em julho

e o Corso da Lavanda e a feira da

lavanda em Agosto.

Viagem { Provença

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Eu esperava cheia de curiosidade o

momento de ver as lavandas em

flor. E { medida que nos aproxim|-

vamos da regi~o de Valensole, co-

meç|mos a ver, cada vez com mais

frequência, os terrenos cheios de

tufos de cor azul, embora nem to-

dos tivessem a mesma tonalidade:

uns eram mais claros, outros eram

mais escuros.

A certa altura descemos do auto-

carro. O ar tinha um intenso perfu-

me e os campos estavam todos

cheios de flores de lavanda.

É difícil descrever a beleza do lo-

cal… Da mesma forma quando ve-

mos pela primeira vez uma paisa-

gem que nos impressiona, fiquei

como que hipnotizada pela paisa-

gem.

Perdemo-nos todos no meio das

flores, que apetecia afagar.

Desliz|vamos as m~os suavemente

sobre cada tufo de flores. Parecia

que estav|mos caminhando sobre

nuvens. Fazíamos isso de forma

solit|ria, o que era curioso. Assimi-

l|vamos algo novo e parecia que

n~o queríamos dividir o espaço

com ninguém. Talvez isso, o inter-

ferir no espaço dos outros, pudes-

se “atrapalhar” aquele momento

m|gico.

O silêncio era grande. Falav|mos

muito pouco. E foi assim que mais

uma vez nos apercebemos daque-

le ruído que encheu os nossos ou-

vidos ao longo de toda a viagem: o

canto das cigarras.

Mas a plantaç~o estava também

tomada por abelhas e outros inse-

tos que n~o se importavam com a

nossa presença e o zumbido que

faziam era igualmente grande.

Colhemos algumas flores, para tra-

zer connosco um bocadinho da-

quela beleza.

Depois reparei que num dos terre-

nos um tractor ia colhendo as flo-

res, deixando apenas no solo a

parte inferior da planta, que é ver-

de.

Se tivéssemos demorado mais um

dia a chegar ali, estou convencida

que aquele campo, o maior e o

mais belo de todos, j| estaria todo

colhido.

Dali seguimos para o Museu da La-

vanda. Tivemos oportunidade de

ver um filme sobre o cultivo da

planta e as fases por que passa até

se tornar no óleo perfumado e na

essência que conhecemos.

Viagem { Provença

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Ao fim de bastantes minutos a

apreciar a beleza deslumbrante

daquele campo de lavanda, pros-

seguimos a nossa viagem: o desti-

no era Moustiers-Sainte-Marie,

uma aldeia situada no Departa-

mento dos Alpes-de-Alta Provença,

no centro do Parque Natural Regi-

onal de Verdon, com uma história

e uma herança arquitectónica im-

portantes.

Construída entre duas encostas

rochosas, oferece vistas especta-

culares tanto do alto dos seus 630

metros de altitude, como na pró-

pria aldeia.

Moustiers-Sainte-Marie tem uma

situaç~o geogr|fica excepcional e

est| situada no centro das princi-

pais rotas do rio Verdon e desde os

desfiladeiros do Verdon até ao la-

go de Santa Cruz, que fica no sul

da cidade. Barragens, torrentes,

cascatas, rios e lagos s~o os princi-

pais elementos desta paisagem.

Tem um clima temperado quente

com amplas precipitações.

A história de Moustiers-Sainte-

Marie recua até ao século V: os

monges das Ilhas Lérins ocuparam

a aldeia e fundaram aqui um mos-

teiro no século VI.

A construç~o dos edifícios, das for-

tificações, das casas e dos moinhos

continuou durante os séculos XII e

XIII. No século XVI teve lugar o de-

senvolvimento de v|rias indústrias,

com a implantaç~o de f|bricas de

papel, f|bricas de cortumes, ofici-

nas de oleiro e moinhos e Mousti-

ers-Sainte-Marie conheceu um pe-

ríodo de florescimento.

Aqui, os recursos do território e

nomeadamente a associaç~o de

|gua, madeira e argila fina permiti-

ram desde muito cedo o apareci-

mento duma tradiç~o ceramista.

Mas o período de ouro das f|bricas

de faiança, as faianças de Mousti-

ers-Sainte-Marie, terminou em

1873. Apenas em 1925 Marcel Pro-

vence decidiu reacender o prestí-

gio desta faiança e do seu renome

mundial.

Graças ao entusiasmo deste ho-

mem abriram cerca de 20 olarias e

esta profiss~o expandiu-se de no-

vo. Em 1929 abriu o museu históri-

co da faiança.

Atualmente, no museu da faiança

est~o expostas as mais belas peças

do século XVII e também peças

contempor}neas.

Moustiers-Sainte-Marie é também

famosa pela lenda da estrela que

brilha por cima da cidade.

A lenda conta que durante uma

das cruzadas, um cavaleiro, prisio-

neiro dos mouros, fez uma pro-

messa: se o futuro lhe permitisse

regressar a esta terra, iria pendu-

rar uma estrela e a sua cadeia mui-

to alto, em honra de Santa Maria.

A verdadeira história desta estrela

continua a ser um mistério e o Ro-

gério referiu que h| muitas ver-

sões da mesma, mas ainda n~o se

sabe qual a verdadeira.

Viagem { Provença

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Atualmente a estrela est| pendu-

rada numa corrente sobre a cida-

de, entre duas montanhas; é co-

berta por uma camada de ouro fi-

no e mede 1,25 metros; a cadeia

tem 135 metros de comprimento e

as duas pesam em conjunto 150

quilos.

Esta estrela é o símbolo da cidade.

Moustiers-Sainte-Marie é rodeada

de colinas com terraços plantados

de oliveiras e est| situada muito

perto dos desfiladeiros do Verdon,

apresentando uma paisagem com

as cores da Provença: o verde-

esmeralda da |gua do Verdon, a

cor azul da lavanda, o azul do céu e

o amarelo, símbolo de um sol que

est| presente na maior parte dos

dias do ano.

Após o almoço no restaurante La

Treille Muscate, continu|mos o

nosso percurso e, um pouco mais

adiante, par|mos nas Lavandas

Angelvin, em Valensole.

A família Angelvin h| 4 gerações

que se dedica { exploraç~o da la-

vanda.

O nosso grupo teve a possibilidade

de ver o sistema de destilaç~o da

lavanda em circuito fechado e o

transporte das flores de lavanda

apanhadas nos campos e que eram

trazidas em enormes molhos circu-

lares, por grandes tratores, para

um armazém onde seriam trata-

das.

Também pudemos apreciar uma

projeç~o – vídeo comentada, que

nos permitiu seguir a evoluç~o das

técnicas de apanha da lavanda des-

de 1970 até atualmente.

Na loja encontr|mos óleos essenci-

ais, flores, sabões e outros produ-

tos locais.

A tarde foi dedicada a apreciar os

desfiladeiros do Verdon ou

“Gorges du Verdon”. É um desfila-

deiro considerado por muitos o

mais belo desfiladeiro da Europa e

é o segundo maior do mundo, com

cerca de 25 km de comprimento.

Em certos pontos o desfiladeiro

chega a ter mais de 800 metros de

profundidade, tornando-se assim

no mais profundo de toda a Euro-

pa. É por isso muitas vezes apelida-

do de “A vers~o Europeia do

Grand Canyon”.

Foi formado pelo rio Verdon, que

tem este nome devido { sua sur-

preendente cor verde-turquesa,

uma das características mais belas

do desfiladeiro, que s~o referidos

como um dos “Grandes locais de

França”.

A aç~o da |gua do rio Verdon du-

rante mais de 25 milhões de anos

sobre as rochas de calc|rio daque-

la regi~o originou grutas, túneis e

o desfiladeiro que termina no lago

Viagem { Provença

www.clubegalpenergia.com 40 # 255 julho 2018

artificial de Santa-Cruz do Verdon,

de uma cor azul intensa.

A parte mais impressionante situa-

se entre as cidades de Castellane e

Moustiers-Sainte-Marie, onde o rio

cortou uma profunda ravina atra-

vés do maciço calc|rio. Devido {

sua proximidade com a Riviera

Francesa, o desfiladeiro é muito

popular. As paredes de calc|rio,

que têm v|rias centenas de metros

de altura, s~o consideradas um ex-

celente local para escalada, pelo

que atraem muitos escaladores.

Em 1905, o espeleólogo Edouard

Alfred Martel chefiou uma equipa

para exploraç~o da |rea que até

ent~o apenas era conhecida pelos

habitantes locais, mas que rapida-

mente se viria a tornar numa im-

portante atraç~o turística.

Em 1997 foi criado o Parque Natu-

ral Regional do Verdon para prote-

ger a riqueza natural da |rea.

A tarde aproximava-se do fim e foi

com os olhos cheios de panoramas

maravilhosos que regress|mos a

Aix en Provence para jantar e dor-

mir.

J| est|vamos no sétimo dia da

nossa viagem (21 de julho).

A manh~ ainda foi passada em Aix,

a fazer mais algumas visitas, nome-

adamente ao Museu Granet. Este

museu foi inaugurado em 1838 e

apresenta a exposiç~o-

acontecimento deste Ver~o – Pi-

casso - Picabia, a pintura do desa-

fio.

Obras essenciais de Pablo Picas-

so e Francis Picabia, saídas das

coleções do Museu Nacional Pi-

casso, em Paris, de grandes insti-

tuições mundiais, mas também

de colecções particulares, ali-

mentam um di|logo inédito en-

tre estes dois grandes nomes da

pintura moderna.

Em mais de 150 obras, esta expo-

siç~o propõe um percurso tem|-

tico e cronológico das obras-

primas deste encontro inespera-

do, destes “irm~os inimigos” que

oscilam entre divergências irre-

concili|veis e um intrigante pa-

rentesco.

A seguir ao almoço continu|mos

para Saint Tropez, que foi e ainda é

uma das mais famosas regiões de

praia de todo o mundo.

Viagem { Provença

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Atualmente, grande parte da eco-

nomia da cidade e também da regi-

~o, depende quase inteiramente

do turismo. Além de visitantes de

todo o mundo, procurando as be-

las praias locais, também conta

com grandes nomes da moda, da

cultura, da arte e até mesmo do

cinema, todos em busca dos gran-

des eventos ali realizados. Na regi-

~o costeira mais próxima, as cida-

des famosas no cen|rio internacio-

nal de grande classe s~o Cannes e

Nice.

Hoje em dia, Saint Tropez é um dos

locais de grande classe do Mediter-

r}neo.

Diferente do aspecto de aldeia das

praias gregas ou dos conhecidos

destinos espanhóis, Saint Tropez é

um lugar para quem aprecia o que

é bom, nomeadamente em termos

de culin|ria, com o inconfundível

estilo provençal. Encontramos bar-

cos e iates de grande luxo ancora-

dos ao longo do porto.

Esta cidadezinha foi ícone da moda

nas décadas de 50 e 60, quando

Brigitte Bardot veio para aqui vi-

ver, trazendo consigo muitos ad-

miradores e é a regi~o precursora

do top-less, do nudismo nas praias

e de diversas tendências na alta

costura.

Entrou na década de 70 j| como

um paraíso de ricos e famosos, on-

de pescadores e moradores locais

dividiam a praia com personalida-

des mundiais.

A areia grossa e pesada, t~o dife-

rente da das nossas praias, é ba-

nhada por |guas calmas e cristali-

nas, embora bastante frias, o que é

uma constante na regi~o.

Toda a zona da Côte D’Azur, que

inclui Saint Tropez e outras cida-

des, sempre teve grande import}n-

cia económica e militar. O turismo

só despontou como principal ativi-

dade na regi~o no início do século

XX.

Com os milion|rios de toda a Euro-

pa a comprar casas, mansões e ter-

renos ao longo da costa, estas

tranquilas cidades portu|rias fo-

ram transformadas em centros cul-

turais e de compras para pessoas

famosas e endinheiradas.

Saint Tropez é um dos lugares na

França que oferece melhor vista

sobre as |guas do Mediterr}neo.

Mas depois de uma visita que n~o

foi muito demorada, continu|mos

para Cannes, situada { beira do

mar Mediterr}neo, também na

Côte d'Azur, que é o destino per-

feito para todos aqueles que

amam o luxo.

Viagem { Provença

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Desde a Idade Média até ao início

do século XIX, Cannes foi uma pe-

quena aldeia de agricultores e pes-

cadores.

No início da década de 1830, a aris-

tocracia francesa e estrangeira

construiu residências de férias na

regi~o, transformando gradual-

mente a cidade num centro turísti-

co.

O respons|vel pelo crescimento de

Cannes foi Lord Henry Peter

Broughham (1778-1868), que na-

quela época era um respeitado e

talentoso político, que descobriu

Cannes em 1834, a caminho da It|-

lia.

Depois de ter comprado terras na

regi~o, aproveitou os seus v|rios

contactos com os políticos france-

ses para ajudar a desenvolver a

Riviera francesa.

A regi~o em redor de Cannes tam-

bém se desenvolveu num pólo de

alta tecnologia.

A cidade de Cannes est| ligada {

Academia de Nice, que possui 230

instituições de ensino públicas e

privadas. Nestas últimas encontra-

mos escolas católicas e escolas ju-

daicas e na cidade h| v|rias insti-

tuições de ensino superior e técni-

co.

Mas Cannes é conhecida mundial-

mente por sediar o Festival de Ci-

nema de Cannes, ou simplesmente

o Festival de Cannes, o maior e

mais célebre festival de cinema do

mundo. Iniciado em 1939, é realiza-

do todos os anos, habitualmente

em Maio.

E 200.000 pessoas deslocam-se em

média a esta cidade todos os anos,

durante a quinzena do Festival.

Ao longo da Croisette, a avenida

mais conhecida de Cannes, de 5

metros de largura, situada { beira -

mar, vemos belos edifícios, nume-

rosos hotéis de luxo (como os fa-

mosos Hoteis Martinez, Splendid,

Majestic Barriere e Carlton, onde

ficam alojadas as estrelas durante

o Festival), lojas de marca e de alta

costura, elegantes restaurantes e

bares.

Esta avenida é um dos principais

pontos turísticos da cidade e o lu-

gar para ver e para ser visto das

pessoas do mundo inteiro.

A principal atividade de Cannes é,

sem dúvida, o turismo.

Na primeira das duas noites que

fic|mos em Cannes, fomos até per-

to do Pal|cio do Festival e aí tive-

mos oportunidade de apreciar um

bom espet|culo de fogo de artifí-

cio.

Viagem { Provença

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E também observ|mos as placas

de bronze com as m~os e as assi-

naturas de gente famosa como

Angelina Jolie, Johnny Hallyday,

Claudia Cardinale, Catherine De-

neuve, Julie Andrews, Pedro Al-

modôvar e muitos outros.

Também pass|mos pelo Quai Saint

Pierre, inaugurado em 1838, que se

situa perto do bairro histórico e

mais antigo de Cannes– o Suquet.

Situado no Monte Chevalier, o Su-

quet oferece uma vista soberba da

baía e do interior da cidade.

E tínhamos chegado ao penúltimo

dia da nossa viagem (22 de julho).

Tivemos a manh~ livre para poder-

mos visitar Cannes { nossa vonta-

de.

Cannes é uma cidade lindíssima,

com numerosos pontos de interes-

se e uma tentaç~o para as com-

pras, pois aqui encontramos de

tudo o que é bom e bonito!

Ao contr|rio do que acontece em

Paris, onde as pessoas n~o s~o

simp|ticas, aqui s~o-no e muito.

Ao passar por uma loja onde um

rapaz bordava figuras em T-shirts

com uma m|quina de costura, ele

chamou-me e perguntou-me o no-

me, que bordou em poucos segun-

dos numa folha de papel. Gostei!...

Aqui também encontrei uma loja

que só vendia trufas, o chamado

ouro negro ou diamante negro. A

trufa é preciosa e delicada e mui-

tíssimo cara! É um fungo ou um

tubérculo que se encontra enter-

rado no solo, { sombra dos car-

valhos e é aos c~es e aos porcos,

com o olfato bastante desenvol-

vido, que s~o confiadas as buscas

da mesma. A sua miss~o é desen-

terrar o tesouro, escondido per-

to das raízes que o alimentam.

A Provença tem 80 % da produ-

ç~o francesa. E entre os 30 tipos

de trufas que aqui aparecem, a

principal é a trufa negra.

É um produto de luxo vendido no

estado rústico. E quando se abre,

surge um labirinto de filamentos

castanhos e brancos { volta dos

quais se liberta um sabor ligeira-

mente picante enfeitado por aro-

mas de arbustos.

Almoç|mos no Bairro do Suquet e

depois o nosso grupo quis tirar fo-

tografias em frente do edifício on-

de tem lugar o Festival, bem como

na escadaria que d| acesso ao inte-

rior do mesmo e onde todas as

stars pousam para os fotógrafos

durante o Festival.

Estivemos bastante tempo numa

fila de espera, mas por fim, l| con-

seguimos tirar as desejadas foto-

grafias.

Viagem { Provença

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Prosseguimos depois para Antibes,

uma cidade situada na Riviera

Francesa entre Cannes e Nice. Na

zona do porto de Antibes est~o

ancorados enormes e belíssimos

iates.

Na nossa visita n~o pudemos dei-

xar de caminhar ao longo da beira-

mar, para apreciar as vistas da baía

dos Anjos e do Cap de Antibes. A

costa em redor de Antibes apre-

senta muitos quilómetros de prai-

as para todos os gostos. A praia

principal fica no centro de Antibes

e é a Praia de la Gravette (praia de

areia próxima das muralhas). Pas-

s|mos algum tempo a percorrer

esta zona, onde havia uma exposi-

ç~o de esculturas muito modernis-

ta.

Antibes é um dos locais mais atra-

entes e interessantes para visitar

nesta zona da costa, com uma

agrad|vel {rea em frente ao mar,

edifícios históricos e uma cidade

antiga muito interessante com um

mercado tradicional e alguns mu-

seus.

A cidade antiga é muito agrad|vel

de explorar, com as suas ruas es-

treitas e sinuosas rodeadas de ca-

sas bonitas, lojas e boutiques, ca-

fés e bares. O centro histórico de

Antibes est| ainda rodeado de mu-

ralhas defensivas.

Existem alguns locais de interesse

histórico no centro, incluindo as

torres da igreja medieval e a forta-

leza do século XVI.

Visit|mos a Catedral de Notre Da-

me da Imaculada Conceiç~o que

foi construída sobre as fundações

de um templo pag~o, o templo de

Diana e de Minerva. Diz-se que S~o

Paulo aí teria parado no ano 63, a

caminho duma viagem para Espa-

nha. Ao longo dos séculos, a Cate-

dral foi destruída e construída por

v|rias vezes, mas a última recons-

truç~o foi ordenada por Luís XV,

em 1747. A est|tua da Virgem Ma-

ria que ornamenta a fachada foi

oferecida { paróquia por uma ben-

feitora – Cécile Guiraud, que tam-

bém mandou pavimentar o interior

da Catedral com lajes de m|rmore

pretas e brancas, alternadas.

O edifício foi completamente res-

taurado em 1991 e a fachada em

2016.

Também vimos fontes tradicionais

e pequenas praças rodeadas por

casas antigas que s~o um dos en-

cantos de Antibes, tal como um

bom mercado coberto, com frutas,

especiarias, queijos, enchidos, etc.

Viagem { Provença

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Apreci|mos igualmente alguns jar-

dins bem cuidados com boas vistas

para o mar, como pano de fundo.

No castelo Grimaldi encontra-se o

Museu Picasso. Picasso passou

uma grande parte da vida nesta

regi~o e teve um estúdio no caste-

lo Grimaldi durante alguns meses,

após a segunda guerra mundial.

Além de cerca de 50 trabalhos de

Picasso (a maior parte deles consi-

derados “menores” se os compa-

rarmos com os seus trabalhos mais

famosos, mas apesar de tudo fasci-

nantes), o Museu também apre-

senta um conjunto de obras de ou-

tros artistas modernos de meados

do século XX, como Joan Miro e

Max Ernst.

Aqui também existe um museu de-

dicado a Napole~o e um museu

arqueológico.

O nosso jantar no restaurante

“L’Opaline” foi muitíssimo anima-

do e divertido.

A refeiç~o foi demorada, mas para

ajudar a passar o tempo, foram

passados num televisor da sala de

jantar alguns vídeos e fotografias

da autoria de um dos nossos com-

panheiros, que deram motivo a

grande risota, para n~o fugir { re-

gra!

E j| era tarde quando regress|mos

a Cannes.

Est|vamos mesmo no final da nos-

sa magnífica viagem (23 de Julho).

Mais umas horas e todos nos iría-

mos separar, regressando a nossas

casas.

Após o pequeno almoço, partimos

para Cassis, uma pequena vila pis-

catória situada nesta zona da Rivie-

ra Francesa. Este lugar est| inseri-

do num contexto natural de gran-

de beleza, resguardado pelas ro-

chas. Começ|mos por dar uma vol-

ta pela cidade num pequeno com-

boio e depois caminh|mos pelas

ruazinhas estreitas e coloridas da

vila em direç~o ao porto.

É tudo encantador. O porto tam-

bém é uma beleza e h| a possibili-

dade de fazer um passeio de barco

para ir {s calanques. E foi o que o

nosso grupo fez, num passeio que

teve a duraç~o de cerca de uma

hora.

As sensacionais calanques de Cas-

sis s~o fruto da eros~o das |guas e

dos ventos que ao longo dos milé-

nios modelaram as rochas e que

hoje constituem uma paisagem

extraordin|ria, apresentando-se

sob a forma de enseada ou baía

com cristas escarpadas e pequenas

praias escondidas.

Foram classificadas como o 10º Par-

que Nacional Francês, garantindo

ao local uma proteç~o consider|-

vel.

Viagem { Provença

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Embora se possam descobrir a pé,

caminhando por meio de rochas e

de trilhos, o nosso grupo desco-

briu-as num passeio de barco pelas

|guas azul-turquesa do Mediterr}-

neo, o que nos permitiu uma pers-

petiva única das calanques, consi-

deradas as jóias da coroa de Cassis

e deixou os nossos sentidos im-

pregnados desta natureza envol-

vente. Na verdade, este conjunto

de rochas impõe-se pela sua massa

e pela verticalidade dos seus rele-

vos, ganhando em imponência e

beleza o que perde em acessibili-

dade.

A abordagem por mar d| {s Calan-

ques aquela dist}ncia que as torna

mais míticas, uma fortaleza de cal-

c|rio erigida no Mediterr}neo.

Durante o passeio, fomos sempre

acompanhados pelo sol, pelo chei-

ro do mar, pela contemplaç~o das

rochas e pelo vento mistral, que

proporcionaram uma recompensa

aos nossos sentidos.

E para completar esta aventura, a

|gua do mar também nos fustigou

com força algumas vezes. Foi, na

verdade, uma experiência única.

E olhando para aquelas paisagens,

n~o havia dúvida que nos sentía-

mos no paraíso.

Devemos sentir-nos uns privilegia-

dos por termos conhecido este

lugar m|gico!

Olhando para as colinas circundan-

tes de Cassis fizemos uma pausa

para admirar o penhasco mais alto

do mar na Europa, o Cap Canaille,

um rochedo que vai mudando de

cor ao longo do dia.

Após o almoço no restaurante “Le

Grand Large”, debruçado sobre o

mar, seguimos para o aeroporto.

De todas as viagens que j| fiz com

a Galp (e foram muitas) nenhuma

foi t~o animada como esta.

O riso, as gargalhadas, a alegria e a

boa disposiç~o foram uma cons-

tante.

Todos contribuíram para isso, mas

alguns de nós mais do que outros

e uma de nós mais do que todos.

N~o quero citar nenhum nome,

mas quem ler este relato e esteve

na viagem, saber| a quem me que-

ro referir.

A viagem de regresso a Lisboa de-

correu sem problemas e j| em ca-

sa, nos meus ouvidos ainda ecoa-

vam aquelas risadas saud|veis que

nos acompanharam durante 9 di-

as. Foi maravilhoso!

Maria Isabel Soares da Costa

Viagem { Provença

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The Legends of Rock: só o nome

do evento j| era prometedor.

E conhecido o elenco, apesar de se

tratar de apenas quatro bandas, as

expectativas n~o foram goradas:

Kiss, Megadeth, Scorpions e The

Dead Daisies.

No primeiro dia, atuaram os vice-

reis do Thrash Metal: os Mega-

deth, do ex-Metallica Dave Mustai-

ne, reforçados com o grande gui-

tarrista brasileiro Kiko Loureiro.

Problemas organizativos na entra-

da no recinto impediram muita

gente de assistir a todo o concerto

da banda, mas quem o conseguiu

pôde presenciar uma enérgica per-

formance com algum do melhor

Heavy Metal que se faz por esse

mundo.

Embora num registo diferente, a

noite de 10 de julho foi completada

com os históricos Kiss.

Apresentaram-se pela primeira vez

em Portugal com as suas habituais

maquilhagens, depois do histórico

concerto de 1983, em Cascais: o

primeiro da história da banda sem

make-up.

Foram duas horas de pura festa,

iniciadas com “Deuce” e com pas-

sagens pela inesquecível “Detroit

Rock City” ou pela famosa “I Was

Made For Loving You”, por exem-

plo.

A segunda noite começou com o

grupo menos conhecido do even-

to: The Dead Daisies.

Trata-se de uma superbanda que

conta com nomes como Marco

Mendoza (baixo) e Doug Aldrich

(guitarra), que passaram pelos

Whitesnake, ou Deen Castronovo,

que foi baterista dos Journey.

Foram 10 músicas de puro Rock n’

Rol, que incluiu uma vers~o de

Bitch, dos The Rolling Stones.

A terminar estas noites com lendas

do Rock, o enésimo concerto de

despedida dos Scorpions em Por-

tugal.

Com um alinhamento semelhante

ao dos mais recentes concertos no

nosso país, merece destaque a via-

gem aos temas dos anos 70: Top

of the Bill/Steamrock Fever/

Speedy's Coming/Catch Your Train.

Em suma, dois dias de concertos

com muita qualidade, sob o lema

“I Wanna Rock n’ Roll All Night and

Party Every Day”.

Porque o Rock jamais morrer|!

Bernardo Faria

e

Nuno Carvalho

!

A Scorpion’s Kiss

www.clubegalpenergia.com 48 # 255 julho 2018

Foi a primeira vez que a minha

equipa teve oportunidade de parti-

cipar neste evento e o balanço foi

excelente.

Uma organizaç~o muito boa, alia-

da { simpatia e fair-play de todos

os participantes fizeram com que o

fim-de-semana corresse da melhor

forma possível.

Naquele que é o evento mais im-

portante do Campeonato de Futsal

do Clube Galp, fiquei bastante sa-

tisfeito por verificar que, ao longo

do fim-de-semana, o bom ambien-

te que se viveu durante os almo-

ços/jantares/convívios foi exata-

mente o mesmo que se viveu du-

rante os jogos dentro de campo.

Quando assim é, n~o h| derrota-

dos, só vencedores.

Obrigado ao Clube Galp pela orga-

nizaç~o.

Texto de David Prazeres Algarvio

Final Nacional do Campeonato Interno de Futsal

www.clubegalpenergia.com 49 # 255 julho 2018

Iron Maiden, uma banda que atra-

vessa gerações.

Lembro-me de ouvir os Iron Mai-

den durante a minha adolescência.

N~o era das minhas bandas favori-

tas mas gostava de algumas músi-

cas.

Durante muitos anos, e até o filho

se tornar f~ deste icónico grupo de

heavy metal, os Iron Maiden n~o

faziam parte da minha playlist.

Através do Clube Galp, em 2016,

fomos ver o nosso primeiro con-

certo dos brit}nicos Iron Maiden e

dois anos mais tarde repetimos a

experiência, e adoramos!

Toda a din}mica, a inteligente

construç~o do alinhamento e os

cen|rios criados numa série de pal-

cos diferentes deixou toda a pla-

teia ao rubro!

Num desfile constituído por v|rios

temas cl|ssicos ficou visível que,

passadas quase quatro décadas de

existência, os Iron Maiden est~o

de ótima saúde e que a relaç~o en-

tre estes músicos veteranos e o

público continua inabal|vel.

Cerca de 18.000 pessoas de v|rias

gerações a entoar v|rios refrões a

plenos pulmões.

Um espet|culo épico e memor|-

vel.

Fiquei f~. No próximo espet|culo,

estaremos l| com certeza.

Resta-me agradecer e elogiar o

Clube Galp, pela escolha de um

cartaz t~o vasto e variado que pro-

move cultura e entretenimento de

qualidade ao universo Galp.

Carla Valad~o

Iron Maiden

www.clubegalpenergia.com 50 # 255 julho 2018

Ozzy, considerado por muitos co-

mo um Deus do metal, decidiu pas-

sar por Portugal no ano em que

celebra cinco décadas de Rock.

Após colocar um ponto final defini-

tivo nos Black Sabbath, Ozzy Os-

bourne prepara-se agora para fa-

zer o mesmo com a sua carreira a

solo, com uma última digress~o.

Assim sendo, desloquei-me ao Alti-

ce Arena, no dia 02 de julho, para

assistir ao vivo n~o só a este se-

nhor do metal, mas também pre-

senciar ao vivo Judas Priest que

foram os special guests deste tour.

Este último tour de Ozzy teve iní-

cio este ano no México e est| pro-

gramada terminar apenas em

2020.

Segundo se consta, Ozzy ir| dar

como encerrada a sua carreira a

solo, mas nada o impede de voltar

a atuar em concertos espor|dicos.

Obrigado Clube por mais um espe-

t|culo de excelência!

Foi a primeira vez que entrei numa

atividade do género pelo Clube, e

é uma experiência a repetir.

Bem organizado!

Bom convívio!

Obrigada!

Olívia Faria

Ozzy Osbourne The Color Run

www.clubegalpenergia.com 51 # 255 julho 2018

Mais uma iniciativa do nosso Clu-

be, no Auditório dos Oceanos do

Casino de Lisboa, desta vez uma

deliciosa comédia de nome Rabo

de Saia, de Roberto Pereira.

Depois de terem alcançado o su-

cesso com Depois da Crise dos 40 e

da Loucura dos 50, que tive o pra-

zer de assistir, os compinchas Al-

meno Gonçalves, António Melo,

Joaquim Nicolau e Fernando Fer-

r~o voltam aos palcos com esta

divertida comédia.

Esta história dos j| conhecidos

quatro amigos Quim (António Me-

lo), António (Fernando Ferr~o),

Xavier (Joaquim Nicolau) e Manel

(Almeno Gonçalves) que agora é

Manela. Ou T}nia, ou Rute. Ainda

n~o escolheu bem… uma vez que

este decidiu mudar de sexo uma

vez que ser homem j| n~o tinha

para Manuel nenhum segredo.

Um espet|culo de imensa divers~o

e boa disposiç~o é o que se pode

contar com este elenco! Obrigado!

A publicaç~o deste inédito de Fer-

nando Pessoa revela um texto

que, ao contr|rio da maior parte

dos seus inéditos, estava comple-

to, dactilografado e pronto para

ser publicado.

Trata-se de um guia de Lisboa, o

Universo fundamental de Pessoa a

que chama o seu lar, escrito em

inglês, propositadamente turístico,

despojado de retórica, onde se

percorre todo o património impor-

tante da cidade, seja ele arquitec-

tónico, intelectual ou de puro la-

zer.

E a Direç~o do Clube Galp - Núcleo

Centro procedeu ao sorteio de dez

exemplares desta obra, cujos con-

templados foram:

Gracinda Vicente

Maria da Luz Fonseca

Richard Goldschmidt

Carlos Alexandre Barbosa

Constança Silva

Alfredo Marques

Ac|cio Ant~o

Maria Helena Viotti

Virgílio Pio

Carlos Alexandre Alenquer

Rabo de Saia Sorteados Fernando Pessoa

www.clubegalpenergia.com 52 # 255 julho 2018

Notas sobre a Viagem à Finlândia

e à Noruega, organizada pelo Clu-

be Galp, entre 2 e 11 de julho de

2018

A Viagem

2 de julho - 2ªfeira

Lisboa / Helsínquia / Rovaniemi

O dia vai ser longo, temos de estar

no Aeroporto pelas 4,30h, pois o

voo saia de Portugal daí a 2 horas.

J| no aeroporto, encontr|mos o

acompanhante do Clube { viagem,

o Daniel Bertelo que nos apresen-

tou o guia da agência: o Rui André.

Incluindo estes elementos a comi-

tiva é de 24 pessoas, a quem se

juntar|, no destino, a guia local.

A viagem de avi~o, com cerca de

4,30 horas, correu bem { exceç~o

de alguma trepidaç~o sobre o Gol-

fo de Biscaia, que interrompeu por

duas vezes o abastecimento de

café ou ch| (fraco repasto a que

tivemos direito).

A chegada ao aeroporto de desti-

no trouxe-nos uma boa surpresa.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 53 # 255 julho 2018

Em vez de ficarmos a secar cerca

de 6 horas para o voo para Rovani-

emi, foi organizada para esse tem-

po uma visita a Helsínquia.

Na capital da Finl}ndia almoçamos

por nossa conta, tendo muitos dos

participantes ido a um mercado de

artesanato onde o prato novidade

era composto por peixe frito com

2/4 cm, regado com cerveja, que

era também bastante apreciado

por umas gaivotas de cabeça pre-

ta que atacavam os pratos na m~o

dos utentes.

Depois de uma pequena deambu-

laç~o pelo centro, o grupo reorga-

nizou-se e fizemos de autocarro

uma visita pela cidade que foi re-

construída pelo czar russo Alexan-

dre II, após a sua conquista { Sué-

cia no século XVIII, daí a semelhan-

ça arquitectónica do seu centro

com o da cidade de S. Petersbur-

go. Visitamos:

A catedral é luterana como todas

as que Iríamos visitar.

Tem o nome do czar Alexandre e é

arejada, luminosa e simples.

Seguimos para um um lago que

tinha uma construç~o em madeira,

que parecia um cais onde a guia

local brasileira Ana nos pôs { prova

para a sua identificaç~o e, por bi-

zarro que pareça, era um local pa-

ra lavagem de tapetes que parece

ter bastante frequência.

Seguimos para um belo parque

com um monumento em memória

do músico Sibélius, em forma de

tubos de órg~os e pass|mos por

outros parques e bairros, que nos

mostraram uma cidade limpa e

com elevado nível de vida.

A guia chamou a nossa atenç~o

para uns espaços destinados a se-

rem utilizados pelos donos e seus

c~es, sendo a sua manutenç~o e

limpeza paga pelos donos com

uma taxa mensal de 50 €.

Ouvimos as estatísticas habituais

para o conhecimento do país e fi-

c|mos a saber que que têm bons

sistema de saúde e educaç~o, am-

bos públicos, que têm bons sal|-

rios calculados { hora com elevada

taxa de imposto sobre o rendimen-

to, que o valor da habitaç~o é bas-

tante elevado e que a sauna é uma

instituiç~o nacional que é diaria-

mente utilizada, na própria habita-

ç~o ou condomínio.

De regresso ao Aeroporto rum|-

mos a Rovaniemi, uma viagem que

durou cerca de 1,5 hora, onde nos

esperava uma temperatura alta e,

pelo adiantar da hora, sujeit|-mo-

nos a uma sandes no hotel.

Para aqueles que ainda se acha-

vam com forças, ainda deu para

uma saída que só n~o foi noturna

por j| estarmos na zona do sol da

meia noite.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 54 # 255 julho 2018

3 de julho - 3ª feira

Rovaniemi / Saariselka (260 km)

Depois do pequeno almoço, uma

caminhada pela capital da Lapónia

finlandesa foi iniciada junto ao rio.

O dia estava magnífico de tempe-

ratura e luz.

Visitamos uma igreja, onde nos

aguardava uma guia local que nos

fez a apresentaç~o de um fresco

que representa Cristo rodeado por

personagens da Lapónia, enqua-

dradas num ambiente nórdico- foi

bonito de ver.

Seguimos de visita para o Centro

Artikum, composto por uma estru-

tura de vidro virada ao norte em

forma de tubo, a dar uma ideia da

ligaç~o entre o povo e o norte.

No seu interior encontra-se o mu-

seu da regi~o a que os elementos

do grupo n~o ficaram indiferentes,

tanto mais que j| foi considerado o

melhor da Europa.

Estava em causa a geografia, a fau-

na, a flora, a história antiga e re-

cente dos autóctones (os Samis),

as suas habitações e formas de

transporte, a pesca e a import}n-

cia da rena na sua vida.

Ficou-nos marcada a experiência

de assistirmos deitados numa sala

{ projeç~o no teto de auroras bo-

reais, com projeç~o da mitologia

local.

Depois do almoço fomos ao local

de demarcaç~o do Círculo Polar

\rtico, latitude a partir da qual j|

se pode assistir ao sol da meia noi-

te.

Neste lugar situa-se o empreendi-

mento turístico "Santa Claus Villa-

ge", com muitas lojas de souvenirs

e onde se situa uma oficina de cor-

reios onde as crianças podem man-

dar cartas ao Pai Natal.

Tirada uma fotografia de Grupo no

local onde passa o paralelo do cír-

culo polar (lat 66º 33´ 44" N), inici-

ou-se a viagem para Saariselka.

A nossa guia Marcela, brasileira do

Rio e a viver em Oslo, fez-nos uma

boa apresentaç~o do povo Sami e

das incompreensões, maus tratos

e perseguições de que foram

objeto durante séculos, mas que

hoje em dia est| j| em apazigua-

mento apesar de se manterem ca-

sos pontuais de racismo.

Na viagem, com pouco tr}nsito,

numa uma estrada ladeada de la-

gos e floresta composta por bétu-

las e pinheiros nórdicos, apareceu

{ frente do autocarro, e a passear

no mesmo sentido, a primeira rena

até que se dignou desviar para a

berma.

Foi uma festa para o Grupo, mas

fiquei na dúvida se alguém lhe con-

seguiu tirar uma foto.

Antes de chegar ao destino, o nos-

so 1º motorista:-Jari Karttelainen,

homem bastante af|vel, levou-nos

a um local de sua predileç~o, um

teleférico para transporte de es-

quiadores .

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 55 # 255 julho 2018

Neste espaço est| um empreendi-

mento para os desportistas e um

miradouro em madeira que foi visi-

tado por alguns elementos do gru-

po.

N~o sendo um local de muita alti-

tude, esta foi a suficiente para alte-

rar completamente a paisagem- as

|rvores, que deram lugar a espa-

ços abertos na paisagem a que j|

n~o est|vamos habituados.

E cheg|mos ao destino, um hotel

de montanha que faz parte de uma

est}ncia de turismo moderna des-

tinada aos desportos de inverno.

Aqueles que, por cansaço, ainda

n~o tinham visto o sol da meia noi-

te, puderam satisfazer essa novi-

dade, se é que n~o mantinham o

cansaço com mais uma jornada.

4 de julho . 4ª feira

Saariselka / Honninsvag (240 km +

ida e volta ao Cabo Norte = 34 km)

E aí vamos nós a caminho do Cabo

Norte, o local mais a norte do con-

tinente europeu.

A falar bem verdade existe um ou-

tro cabo vizinho -o Knivskjello-

dden - que fica 1,5 k m mais a nor-

te, mas como n~o ter| acesso ro-

dovi|rio e n~o tem a sumptuosida-

de da plataforma do Cabo Norte,

ficamos confortados com o desti-

no.

Depois de volvidos alguns quilóme-

tros, depar|mos com mais 3 renas

ao lado da estrada (Oh, que giro!)

pouco depois mais 4 renas e daí a

bocado mais uma.

Foi uma alegria para a comitiva,

para cada avistamento.

Mas tendo em conta o aumento da

sua frequência parecia que iria de

deixar de ser assunto de manifes-

taç~o de regozijo. Puro engano,

para cada avistamento futuro, e

n~o foram poucos, era uma alga-

zarra no autocarro.

Eis que cheg|mos perto de Inari,

onde nos estava reservada uma

surpresa antes da visita ao parque

da cultura Sami.

iríamos visitar o parlamento Sami.

Azar, estava fechado para férias

pelo que fomos recebidos na bibli-

oteca do Parlamento, onde nos

fizeram uma pequena apresenta-

ç~o do funcionamento desta orga-

nizaç~o.

Fic|mos a saber que este povo te-

ve dez línguas, mas atualmente

três delas j| n~o se utilizam; Que

os Sami est~o dispersos por 4 paí-

ses (Noruega, Suécia, Finl}ndia e

Rússia) e que é na Noruega que

vive 50% desta populaç~o.

Na Rússia vivem menos Sami por-

que no final da II Guerra, a Finl}n-

dia teve que devolver território

(regi~o de Petsamo) { Rússia e daí

resultou que muitos Sami optaram

por viver na Finl}ndia.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 56 # 255 julho 2018

De seguida visitamos o Parque da

Cultura Sami, onde duas belas Sa-

mi, vestidas com o traje samoiedo,

nos mostraram as habitações, ma-

nufaturas de materiais provenien-

tes da natureza, nomeadamente

das renas, instrumentos de caça e

pesca e o redil com renas.

Foi momento agrad|vel deste en-

contro a apresentaç~o de um por-

tador de bebés, com a parte inferi-

or em couro e a superior em tecido

Sami, que apresentava a particula-

ridade de se voltar para cima, caso

caísse { |gua.

Assistiu-se ainda a um filme de um

casamento Sami e a um espet|culo

de luz e som, com aurora boreal e

a sua mitologia das conversa dos

vivos com os seus antepassados…

O almoço, no local, brilhou com o

salm~o, o bacalhau fresco e a sopa

de tomate.

De regresso { estrada, passamos

por um túnel de 7 km e que passa-

va 400 metros abaixo do nível das

|guas, mas do qual saímos secos e

eis-nos a passar a fronteira para a

Noruega e assim a abandonar a

Uni~o Europeia.

Durante os 250 km que nos separa-

vam do destino, começamos a ve-

rificar que a paisagem se ia alteran-

do.

Apesar de se manterem os pinhei-

ros nórdicos e as bétulas (ou

abécolas como dizia, com piada,

uma nossa companheira) a sua

densidade baixava, a planície e os

lagos foram sendo substituídos

por relevo bem mais acentuado e

começaram a dominar os fiordes.

As habitações em madeira, verme-

lhas, apareciam com mais periodi-

cidade e cheg|mos após umas ho-

ras de viagem a Honninsvag, a po-

voaç~o mais a norte da Europa e

do mundo.

Depois de um pequeno descanso,

fomos beber umas bebidas sem

|lcool ao bar de gelo, onde se viu

um filme sobre a sua construç~o

que se inicia com o seu corte na

natureza.

Fomos informados que todos os

anos o bar é de novo refeito.

De seguida avançamos para o Ca-

bo Norte.

Para este trajeto, de 17 km e volta,

fomos conduzidos pelo motorista

José Maria , um catal~o simp|tico.

O tempo estava a ficar frio e nebu-

loso, começando a perder-se a es-

peranças de ver o sol da meia noi-

te no Cabo.

A viagem de ida demorou 40 minu-

tos, as |rvores desapareceram e

deram lugar a montanhas de pe-

dras que l| se conseguiam manter

num equilíbrio aparentemente ins-

t|vel.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 57 # 255 julho 2018

Chegados, o crescente nevoeiro

transformou-se numa barreira de

difícil visualidade, n~o nos permi-

tindo admirar a beleza do local {

exceç~o de um rasgo que existia

na rocha que nos permitiu ter uma

ideia do que seria a paisagem

(alguns de nós acharam que aque-

la mudança do tempo n~o se ajus-

tava com o bom tempo desse dia,

ali|s um companheiro disse ao

meu lado que tinha a sensaç~o que

algo de estranho estava a aconte-

cer, mas eu n~o liguei a esse pres-

s|gio).

Ainda foi possível tirar uma foto do

grupo junto ao monumento que

assinala o local e toca a correr para

a loja de souvenirs e o restaurante

que o tempo n~o est| de feiç~o...

Recebemos o certificado da visita

e fomos para uma refeiç~o de três

pratos que nos alegrou.

E percorremos os 17 km de retorno

a Honningsvaeg, cidade que é a

base das visitas ao Cabo Norte,

quer por via terrestre ou marítima,

ainda a tempo de assistir { partida

de um cruzeiro das |guas profun-

das do porto.

5 de julho

Honningsvaeg - Tromso (304 km)

Após percorridos cerca de 100 km

em sentido contr|rio ao do dia an-

terior, cortamos { direita para o

interior.

Era uma zona mais montanhosa

com mais neve e claro com bétulas

(ou seriam abécolas) e cheg|mos a

Alta, a cidade que tem a pretens~o

de vir a ser a capital da Aurora Bo-

real.

Começamos pela Catedral planea-

da para atrair as pessoas em que a

simbologia est| presente - o Cristo

com uma m~o fechada e outra

aberta representa o poder e o

apoio aos necessitados.

Ainda na Catedral, destaque para

as luzes com som que represen-

tam a aurora boreal, os 32 tons de

azul no altar, a |gua que reflete a

luz do ouro da pia batismal nos

braços do pastor, s~o a moderni-

dade ao serviço do desfrutar.

Almoçados, eis-nos de visita ao es-

paço da Arte Rupestre, considera-

da Património Mundial da Humani-

dade.

Trata-se de um enorme espaço

com muito ainda por descobrir,

pois as rochas ainda mantêm mui-

to musgo e líquenes milen|rios na

sua superfície.

Parte das pinturas encontram-se

marcadas a vermelho de forma a

que o visitante as possa admirar.

S~o cenas do quotidiano que re-

montam a um período de 5 mil

anos iniciados antes da era crist~.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 58 # 255 julho 2018

Cenas de caça (homens com arcos,

alces, renas, ursos, aves marinhas)

e pesca (pescadores nos barcos,

linhas de pesca com peixe, baca-

lhau, baleias e halibut, este um pei-

xe local em forma de losango, ain-

da hoje utilizado na medicina) e

ainda desenhos geométricos que

pretendem transmitir ideias que os

antepassados queriam transmitir a

alguém.

Enfim um regalo para a vista e con-

templaç~o.

De volta aos fiordes e porque o

novo motorista (agora Helmo J{r-

vi) tinha que descansar por exces-

so de tempo de conduç~o, fomos

a um miradouro num plano mais

alto, onde contemplamos a paisa-

gem numa curva do fiorde que n~o

cansa.

Tomou-se qualquer coisa acompa-

nhada de mais uns souvenirs e de

regresso { estrada efetuaram-se 2

travessias em ferry-boat que de-

moraram 40 e 20 minutos.

Com estas travessias inesquecíveis

dos fiordes de Lyngen e Ullfs, pou-

param-se 134 km em estrada, o

que n~o foi de pouca monta…

Chegados { Paris do Norte, deu

para dar uns passeios calmos ao

centro da cidade, antes e depois

do jantar, onde se cantaram os

"parabéns a você" ao companhei-

ro Amílcar que festejava 85 prima-

veras.

6 de julho - Tromso

O n~o ter que fazer e transportar

malas, deu algum alento { comiti-

va.

Passeamos com calma para usufru-

ir e comprar no centro da também

conhecida Capital do Norte.

Visitamos a Catedral do Gelo, que

afinal é igreja e n~o Catedral (pois

esta é em parte de madeira e n~o

era visit|vel por se encontrar em

manutenç~o). Mas se toda a gente

lhe chama Catedral esta merece-o.

Tem um desenho espetacular em

"V" invertido e foi projetada por

Jan Inge Horig e acabada de cons-

truir em 1961 e pretende tributar a

convivência entre o Homem e a

Natureza.

[ entrada, deparamo-nos em fren-

te com o maior vitral da Noruega,

bastante colorido. Tem um Cristo

estilizado com uma pequena cabe-

ça e um corpo longo em pé, pre-

tendendo mostrar Cristo em crian-

ça e o seu crescimento. Este vitral

n~o teve a aceitaç~o de Horig, que

planeava a utilizaç~o de cores mais

consent}neos com o gelo. E tal foi

o seu desagrado ao ver o vitral,

que nunca mais entrou na igreja.

Este episódio narrado por uma

guia local, parece ser uma história

mal contada, pois n~o parece razo-

|vel que Horig n~o tivesse outras

oportunidades de manifestar o seu

desagrado, durante os meses que

teria levado a desenvolver o pro-

jeto do vitral, o seu fabrico e a sua

construç~o.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 59 # 255 julho 2018

Contudo esta história foi motivo

de acesa e salutar discuss~o no dia

seguinte no autocarro, entre as

que concordavam com o projectis-

ta e os que defendiam que compe-

tia aos financiadores a última pala-

vra.

De visita ao Museu Polar (Pol|ria),

foi o contacto com o mundo do

\rtico desde a fauna ao vivo atra-

vés de aqu|rios. onde n~o se vai

esquecer um que faz labirintos em

que tanto estamos de baixo, como

no centro ou no meio de leões ma-

rinhos, focas e outros bichos.

Ao contacto com explorações ao

\rtico e Ant|rtico levadas a cabo

por noruegueses, bem como uma

excelente apresentaç~o das ilhas

Svalbard, possess~o norueguesa

mais a Norte.

Enquanto decorria o almoço, o

tempo preparava-se para nos pre-

parar uma partida na subida ines-

quecível { montanha Storstein,

que se apresenta 490 metros aci-

ma e em frente a Tromso.

E assim foi. Quando saímos do te-

leférico, veloz e silencioso, n~o se

via palmo { nossa frente e o tempo

desagrad|vel n~o permitia sair da

casa do elevador (salvo os aventu-

reiros) .

Parece que j| n~o restavam dúvi-

das, depois do que acontecera no

Cabo Norte, o deus Ódin n~o esta-

va de satisfaç~o com os viajantes

do Sul e n~o permitia mais uma vez

que pudéssemos apreciar as bele-

zas da Noruega.

Segundo o que se dizia, n~o have-

ria duas sem três.

O que nos estaria ainda reservado?

No final da tarde, foi a altura de

irmos lanchar com os Sami, num

lavvu (uma enorme tenda com a

forma da dos índios em madeira,

com uma fogueira no centro. N~o

ficamos a tossir com o fumo por-

que a casa estava apetrechada

com um exaustor em inox até ao

buraco do teto).

Fomos recebidos por duas gentis

Sami que nos instalaram em mesas

no interior do lavvu e nos serviram

ch| (em pacotes de supermerca-

do) e café tirado dum panel~o na

fogueira acompanhados de delicio-

sos doces que nos disseram serem

de sua confecç~o (mas honra lhes

seja feita, piscaram-nos o olho).

E eis que chega o guardador de

renas que, com algum aparato, nos

conta a sua vida ao redor das renas

e das dificuldades que se sentem

com o crescimento das povoações

que cada vez ocupam mais os tri-

lhos dos animais com novas habi-

tações e vias.

Informou que as renas demoram 5

ou 6 anos a adaptarem-se aos no-

vos obst|culos.

A Marcela tinha-nos avisado que,

das perguntas a fazer, era tabu

tentar saber sobre a quantidade

de renas que possuía, pois eles n~o

gostam que se saiba qual sua ri-

queza.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 60 # 255 julho 2018

Afinal, n~o muito diferente de nós.

Depois de uma apresentaç~o que

ia longa, cantou-nos uma canç~o

Sami sobre o seu maior amigo que,

aconteça o que acontecer, est|

sempre de acordo com ele: o seu

c~o preto e branco.

Depois foram as despedidas.

Ah! j| me esquecia o nosso lanche

foi também composto por uma

sopa de rena - um prato que mal

comparado se parecia com a nossa

sopa de pedra.

7 de julho

Tromso / Henningsvaer (445 km)

A caminho das ilhas Lofoten, a via-

gem é mais do mesmo, a beleza

dos fiordes e as abécolas (ou as

bétulas?) a estorvar a tiragem de

fotos a partir do autocarro.

Começa a notar-se uma maior den-

sidade populacional. H| mais povo-

ações e o tr}nsito é maior.

As habitações multicores, com pre-

valência do vermelho, parecem

ainda mais alegres.

Paramos para esticar as pernas

num espaço/acampamento Sami

com loja de souvenirs Sami.

As idas ao WC n~o deixaram sauda-

des {queles que n~o puderam, co-

mo a maioria, optar por fazer as

necessidades no bosque.

Mas isto também faz parte da via-

gem..

De retorno { estrada, almoçamos

num restaurante agrad|vel, junto

a um lago.

Depois de muitos km, chegamos {s

Ilhas Lofoten, onde a paisagem

parecia ainda mais exuberante de-

vido { grandeza das montanhas e

desfiladeiros antes de se chegar

mais perto do mar.

Aqueles fiordes eram de parar a

respiraç~o.

Pouco antes do destino, par|mos

em Solvaer, uma povoaç~o moder-

na e bela.

Visitou-se um mercado artesanal

com roupas, enchidos, queijos etc.

Os mesmos do costume beberam

mais uma cerveja.

No meio da rua estava exposta

uma mina marítima, a dizer-nos

que ali perto o horror da II Guerra

Mundial j| fizera parte de um quo-

tidiano.

E cheg|mos. Honningvsaer, que é

um aglomerado de 4 mil habitan-

tes e que j| fora um grande centro

piscatório.

Bem nos tinha avisado o Rui Duar-

te que os casais deviam passar pa-

ra uma única mala todos os bens

de que iríamos necessitar, pois an-

tes de chegar { recepç~o tínhamos

que subir uma escadaria.

Finl}ndia & Noruega

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Esta particularidade única do hotel

acompanhada de outras caracterís-

ticas sui-generis, demonstraram a

boa escolha da organizaç~o por

esta estada.

Era o primeiro contacto com a vi-

vência daquele mundo.

Antes do jantar, visitou-se o mais

bonito campo de futebol do mun-

do, cuja entrada é ladeada por es-

truturas de seca do bacalhau e {

volta do relvado est| um mar cal-

mo, onde ser| frequente a visita

da bola (n~o se esqueçam de visi-

tar a net para matar saudades des-

te lugar no tempo).

Houve tempo livre antes do jantar,

onde a surpresa foi um carpaccio

de baleia.

A maioria teria gostado, outros

nem por isso e ainda alguns n~o

lhe tocaram para n~o participarem

no banquete ecológico.

Ainda houve tempo para dar mais

uma volta, para os que n~o quise-

ram assistir a mais um jogo do

campeonato do mundo na tv.

8 de julho-

Honingsvaer / Moskenes (130 km) /

Bodo

O acordar naquele hotel de madei-

ra plantado a 5 metros do mar deu

uma alegria matinal pela dimens~o

daquela natureza.

O trajeto numa estrada apertada

obrigava a que, com frequência, se

parasse para dar lugar, aos de sen-

tido contr|rio, as enseadas espan-

tosas e os fiordes no seu melhor.

Tudo isto fez r|pida a chegada {

casa museu Viking - Lofotir.

Trata-se de uma edificaç~o recons-

truída a poucos metros onde este-

ve a habitaç~o de origem.

A guia local era francesa.

No interior da habitaç~o senhorial

em madeira, com 83 metros de

comprimento (quando o normal

era n~o ultrapassarem os 20 me-

tros), informou que:

- a civilizaç~o Viking durou cerca de

500 anos entre os séculos VII e XII;

- para além do seu espírito de guer-

reiro, de ladr~o e comerciante no

exterior, era um povo pacífico na

sua terra;

- a casa que est|vamos a visitar era

de uma família muito rica, constitu-

ída por cerca de 10 pessoas, cujo

chefe era o implac|vel

“Sobrancelha Dupla”. Viviam na

casa cerca de 40 dos trabalhado-

res, alguns dos quais escravos, que

o ajudavam nas fazendas . O Chefe

tinha o poder de praticar sacrifí-

cios em animais e também tinha

poder sobre a vida de humanos.

Os escravos mais próximos eram

mortos e enterrados com o Chefe

ou familiares importantes quando

estes morriam, de forma a acom-

panh|-los na viagem para o além;

-a casa tinha 4 grandes divisões

com a fogueira sempre acesa:

Finl}ndia & Noruega

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(o que d| para pensar das condi-

ções de vida curta em que viviam

com a constante fumarada.)

- na habitaç~o havia um espaço

destinado a guardar cerca de 50

reses;

- a religi~o era um aspecto funda-

mental da sua vida.

Na continuidade da viagem, passa-

mos por um estendal de seca de

peixe seco, que tinha a particulari-

dade de só ter cabeças de baca-

lhau que se destinavam { exporta-

ç~o para um país de \frica.

Também se utilizavam na confec-

ç~o de farinha para rações.

E cheg|mos a A, onde, depois do

almoço, fomos visitar o museu do

Bacalhau, composto por um con-

junto de habitações, que incluía:

- o local onde viviam os pescadores

que vinham de toda a Noruega,

para trabalharem durante 4 meses

na pesca nos mares e fiordes de

Lofoten;

- uma f|brica de produç~o de óleo

de fígado de bacalhau (Para além

da sua utilizaç~o como reforço ali-

mentar, é fundamental na pintura

e revestimento das casas com cor

vermelha. As habitações pintadas

a branco ou cinza existem em me-

nor quantidade e essas tintas n~o

de óleo eram utilizadas por famí-

lias com maiores posses);

- um local para construç~o de em-

barcações e guarda de aprestos

marítimos;

- uma padaria;

- uma loja onde os pescadores se

abasteciam e hoje transformada

em loja de souvenirs (onde foi pos-

sível comprar em português um

livro sobre o bacalhau).

De salientar que todo este empre-

endimento, que funcionou até aos

anos de 1960, era de propriedade

de um particular e que o resultado

de toda a pesca do bacalhau e ou-

tras espécies tinha como destino a

antiga Liga Hanse|tica, empresa

alem~ que detinha o monopólio

comercial.

Era enorme a pobreza dos pesca-

dores, ali|s em conson}ncia com o

que acontecia com a maioria dos

noruegueses na altura.

Após a visita ao museu, o tempo

começou a piorar com bastante

chuva, o que levou a organizaç~o a

cancelar o tempo livre e a ficarmos

enclausurados no restaurante.

Estava consumada a terceira vin-

gança de Odin, n~o nos possibili-

tando desfrutar melhor da beleza

das Lofoten. Jantamos cedo.

Chegados a Moskenes, apanhamos

o barco para Bodo. Foi uma via-

gem de 4 horas com algum bam-

bolear.

Mesmo antes da chegada a Bodo,

chegou a meia noite.

Toda a comitiva foi para a proa do

ferry a tirar fotos ao sol, pois as

condições do tempo estavam mag-

níficas.

Finl}ndia & Noruega

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Cheg|mos ao hotel era 1 hora da

manh~, com sol a recomendar que

o dia ainda era uma criança.

Mas o cansaço venceu.

9 de julho

Bodo / Oslo

Manh~ dedicada ao passeio na ca-

pital da Nordland, com cerca de 40

mil pessoas.

Inicia-se com uma ida ao supermer-

cado, onde a Marcela nos quis pôr

em contato com alguns produtos

locais que recomendou.

Entre outros para trazer para ca-

sa, mostra a pasta de caviar com

ovas de bacalhau, o doce de lak-

kahillo de que j| tinha falado no

autocarro e que é uma espécie de

amora laranja, a aquavit, uma

aguardente nórdica feita de batata

e o óleo de fígado de bacalhau em

drageias ou em frascos com sabo-

res que lhe tira aquele sabor re-

pugnante a que nos sujeitaram

quando alguns de nós eram crian-

ças.

Seguimos para a Catedral que fora

destruída, em 1940, pelos nazis e

que foi reconstruída com base

num modelo dos tempos medie-

vais

Foi contada com algum pormenor

a história e caraterísticas do tem-

plo e distribuído um panfleto.

A est|tua do rei Haakon VII foi pre-

texto para mais uma fotografia do

Grupo e para nos dar a conhecer

alguns dados sobre esta figura im-

portante na história do país.

O facto de n~o ter pactuado com

Hitler obrigou ao seu exílio e origi-

nou bombardeamentos que des-

truíram cidades importantes da

Noruega, onde se insere Bodo e a

Catedral que acab|vamos de ter

visitado. O rei regressa do exílio

após o fim da guerra. Aceita ser de

novo rei se fosse eleito, o que veio

a acontecer demonstrando a esti-

ma que tinha na populaç~o este

importante símbolo nacional.

Nesta explicaç~o também soube-

mos da indignaç~o dos noruegue-

ses perante a Suécia, por esta ter

apoiado os nazis e ter recusado os

refugiados noruegueses que fugi-

am aos bombardeamentos.

Antes do almoço, ainda se visitou

um espaço dedicado { aquacultura

no país, com especial relev}ncia {

dedicada ao salm~o.

Vimos um filme seguido de explica-

ções sobre a relev}ncia desta ativi-

dade, do seu enquadramento legal

relacionado com a saúde, a rigoro-

sa alimentaç~o, taxas de oxigena-

ç~o, níveis de temperatura, o

transporte dos animais vivos, o

método de abate, a utilizaç~o da

pele do salm~o nomeadamente

em roupa, etc.

Uma "quinta" aquícola é composta

em média por entre 4 a 6 redes

que podem ter 60 metros de pro-

fundidade e 50 metros de di}me-

tro.

Finl}ndia & Noruega

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Estes equipamentos podem conter

entre 3 e 4 mil toneladas de pesca-

do.

Mais uma foto do Grupo, agora a

pedido da respons|vel do estabe-

lecimento, que quis ficar com uma

recordaç~o dos lusitanos.

Após o almoço, fomos visitar o

Museu da Aviaç~o Norueguesa.

desde os primórdios da aviaç~o, os

problemas criados na I Guerra

Mundial, quando ainda n~o havia

experiência, o período entre guer-

ras e o início da II guerra para a

qual a Noruega n~o estava prepa-

rada (o que levou a que se com-

prassem aviões { última hora, al-

guns dos quais nunca chegaram a

ser desembalados ou montados e

outros até nunca recebidos) para a

II Guerra e a evoluç~o da aviaç~o

até aos dias de hoje.

Dos v|rios pormenores explicados

por uma guia com traje muçulma-

no, { frente das dezenas de aviões

em exposiç~o.

Mereceu especial atenç~o um avi-

~o todo pintado de negro, o avi~o

fantasma, que os EUA utilizaram

em espionagem na Uni~o Soviética

em voos baixos e noturnos para

n~o serem detectados.

Este avi~o foi abatido e originou

um conflito entre as duas superpo-

tências, que poderia ter chegado a

outros fins, caso n~o tivesse sido

abafado por um conflito ainda mai-

or, a crise dos mísseis em Cuba.

Do museu partimos diretamente

para o Aeroporto com destino a

Oslo, deixando assim o Círculo Po-

lar \rtico. O voo foi calmo e demo-

rou cerca de 1,5 hora.

Chegados ao Aeroporto de desti-

no, partimos para Oslo que fica a

cerca de 40 minutos de viagem. A

meio do trajeto fomos jantar num

hotel na cidade de Lillestrom. A

particularidade da refeiç~o foi a de

termos direito a um copo de vinho

(tinto ou branco), o que n~o este-

ve mal a n~o ser de que soube a

pouco.

10 de Julho - Oslo

Est| um dia de sol e temperatura

elevada.

O termómetro hoje, como nos últi-

mos dias, atinge os 28 º C, quando

em Lisboa est~o 25ºC.

Temos um novo motorista, o quar-

to, chama-se Otto, é norueguês e

est| reformado, vive na ilha de

Lanzarote nas Can|rias e de vez

em quando vem { terra fazer uns

biscates para ajudar ao valor da

reforma.

O dia começou cedo com uma visi-

ta { Opera. O Grupo foi dividido

por duas guias.

N~o é f|cil falar desta visita ao in-

terior dados os aspetos técnicos

com que nos defrontamos e difí-

ceis de transmitir. Só vendo.

A plateia e o seu ch~o e as cadeiras

amovíveis, cuja cobertura de teci-

do difunde o som; o pano do palco

concebido por uma artista ameri-

cana.

Finl}ndia & Noruega

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Esse pano tinha desenhos que

mais pareciam mercúrio ou outros

metais (foi-nos mostrada uma fo-

tografia e afinal era tecido, o que

n~o era aquilo que estamos a ver

a cerca de 30 metros); as dezenas

de holofotes de todo o tamanho

dispersos pela plateia; os espaços

destinados {s dezenas de profis-

sões que fazem parte do apoio

(entre outras: sapateiros, costurei-

ros, peruqueiros, guarda roupas,

preparadores de cen|rios que só

por si se subdividem em v|rias pro-

fissões).

Um pormenor: -foi-nos apresenta-

do um cen|rio em maquete e que

era uma porca deitada a amamen-

tar uma quantidade de humanos.

A passagem da maquete para o

tamanho real com todo o porme-

nor levou um ano a concretizar, o

que demonstra a planificaç~o para

um espet|culo.

O fosso do palco com 16 metros

abaixo do nível do mar.

As dezenas de suportes elevató-

rios que podem construir e substi-

tuir com rapidez qualquer palco

desde que se possa imaginar.

O exterior do edifício é em m|rmo-

re e com v|rios planos até ao teto,

onde a populaç~o e os turistas v~o

passeando em planos inclinados,

usufruindo da beleza do espaço e

das condições de tempo.

Faz parte do conjunto da Ópera

um lago com uma plataforma que

d| a ideia de um navio inclinado e

que é amovível ao sabor do vento.

Enfim uma maravilha que n~o vai

esquecer t~o depressa.

E j| estamos a chegar ao Parque

Vigeland, em honra do escultor

Gustav Vigeland que criou 214 es-

culturas, fundamentalmente em

bronze e granito, com 758 figuras,

ao longo da sua vida e que aqui

est~o expostas em 3 grupos que

representam 3 maneiras diferentes

de ver a vida das pessoas.

Nas suas v|rias fases, desde o nas-

cimento até { morte.

Uma maior parte das esculturas

s~o de f|cil entendimento, mas

outras s~o mais subjetivas porque

simbólicas.

Na primeira parte - o Poente, refe-

re-se como mero exemplo um con-

junto de obras em bronze em que

o lagarto e as suas lutas com o Ho-

mem têm um forte símbolo sexual

e guerreiro e apresentam a Mulher

como figura com papel próprio.

O segundo grupo de obras, tam-

bém em bronze é a Fonte, onde a

|gua e a |rvore, representar~o a

fonte da Vida, neste grupo e na

sua borda encontram-se 60 altos

relevos, onde do fim da vida renas-

ce a nova vida, mas com muitos

mais interpretações.

Por fim chegamos ao terceiro gru-

po, em que o granito manda.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 66 # 255 julho 2018

É o Labirinto da marcha pela vida,

onde uma am|lgama de muitos

bebés entrelaçados aponta para a

garantia do futuro e que culmina

no Monólito ao cimo de uma esca-

daria com a repetida e sempre di-

ferente forma da vida.

O Monólito tem cerca de 17 me-

tros, dos quais 14 acima da base é

representado por figuras.

Enfim um monumento a culminar

o tema deste grande obra que ape-

la de forma repetitiva, mas diferen-

te, { inf}ncia, { puberdade, { des-

coberta do outro sexo, ao primeiro

amor, ao desentendimento, { zan-

ga, ao ciúme, { cobiça, { gravidez,

ao carinho da m~e com o filho ao

colo e depois de m~os dadas nos

primeiros passos, { brincadeira en-

tre pai e filho, { fase de criaç~o de

riqueza, { pobreza, ao poder, ao

envelhecimento mas ainda com

pujança, { brincadeira com os ne-

tos { falta da força e da vontade,

até ao fim.

Almoçados, estamos no Pal|cio

Real, onde vive atualmente a famí-

lia real.

No parque em redor est~o umas

Adoradoras do Sol a aproveitarem

em bikini a raridade daqueles raios.

Assistimos ao render da guarda

com jovens que n~o ter~o mais de

16 anos, rapazes e raparigas.

No interior, vemos os locais onde o

governo vai a despacho e onde

foram recebidas grandes figuras

mundiais como Churchill ou Man-

dela, este com honras de ter uma

sala com o seu nome.

Foi-nos contada a história do pal|-

cio que se confunde com a história

da Noruega, desde as invasões na-

poleónicas, passando pela sua de-

pendência da Suécia e posterior

independência, até { atualidade.

Tendo em conta que o pal|cio é

mais pequeno do que outros pela

Europa, devido a dificuldades orça-

mentais da altura, os governantes

faziam passar os visitantes por um

labirinto, passando mais que uma

vez pela mesma sala para dar ideia

de maior dimens~o.

E j| estamos nos arredores de Os-

lo, no famoso trampolim de saltos

de esqui de Holmenkollen, com

cerca de 420 metros.

Subimos até ao seu topo em eleva-

dor e, na falta de neve, assistimos

as descidas de visitantes em rap-

pel, e j| que n~o h| gelo h| a

adrenalina, comprovada pelos

comportamentos dos participan-

tes.

Vimos as paisagens fant|sticas

desta altura e, j| no interior da pla-

taforma, assistimos a uma proje-

ç~o de saltos acrob|ticos na neve

de esquiadores noruegueses da

atualidade e a mais uma exposiç~o

sobre as explorações ao \rtico e

Ant|rtico por figuras do país.

Finl}ndia & Noruega

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Jantamos num restaurante pano-

r}mico junto { pista de saltos.

A paisagem é exuberante, com Os-

lo l| em baixo com o mar azul com

um cruzeiro a sair do porto e as

ilhas verdes em frente da cidade.

N~o podia ser um fim de dia mais

cheio.

11 julho

Oslo / -Lisboa

E sem sabermos bem como, esta-

mos no último dia da viagem.

Fomos visitar o Museu dos barcos

Viking, que é o maior sobre esta

civilizaç~o.

No seu interior encontram-se 3

barcos Vikings, dois deles em exce-

lente conservaç~o, pois parecendo

que foram acabados de construir,

foram afinal objecto de escava-

ções num terreno que ao tempo

era o fundo de um rio. Isto deve-se

ao facto terem sido naufragados

de propósito e terem ficado con-

servados no lodo.

Serviram de túmulo a uma rainha

com todos os seus, que foi acom-

panhada no seu leito da morte pe-

la fiel aia, morta para o efeito.

Fad|rio da história - dos dois es-

queletos hoje, apesar das técnicas

com o ADN, n~o se consegue dis-

tinguir quais dos ossos s~o os da

rainha e quais os da serva.

Este achado dos barcos, com cons-

truç~o forte permite saber como

eles efetuaram com segurança as

viagens até ao interior da Rússia,

aos mares Negro e C|spio, ao Me-

diterr}neo com chegada a Biz}n-

cio, { Isl}ndia , Groenl}ndia e Terra

Nova.

Em exposiç~o no museu est~o ou-

tros bens retirados dos barcos, co-

mo uma cama, carroças, um trenó,

todos eles em madeira esculpida,

ferramentas agrícolas e tecidos

muito bem conservados.

Após a projeç~o de um filme sobre

esta civilizaç~o Viking que durou

cerca de 500 anos, soubemos que

ela foi extinta com a chegada aos

países nórdicos do catolicismo,

que arredou da face da terra tudo

aquilo que diziam ser paganismo.

Afinal, este fora o motivo porque

o deus Odin, nos tinha tratado t~o

mal, quer no Cabo Norte, quer no

monte frente a Tromso e ainda nas

ilhas Lofoten.

Mas n~o tinha raz~o para tanta

crueldade, pois apesar de termos

vindo do Sul,. temos toda a admi-

raç~o pela civilizaç~o Viking, mes-

mo depois de sabermos que a utili-

zaç~o dos cornos na sua indumen-

t|ria foi inventada em Hollywood.

Regressados a Oslo, fomos { C}-

mara Municipal, onde s~o distin-

guidos os prémios Nobel.

Este edifício dos anos 50 foi cons-

truído para comemorar os 900

anos da cidade.

Finl}ndia & Noruega

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Numa rua, cerca da C}mara, foi-

nos mostrado um painel a cerca de

10 metros de altura que apresenta-

va um casal jovem da burguesia,

bem trajados { época.

Ao dobrarmos a esquina, o painel

tinha continuaç~o e a senhora es-

tava a dar as m~os a um rufia.

É que aquele bairro luxuoso, onde

se edificou a C}mara, no princípio

do século XX fora um local de do-

cas, bares e prostituiç~o. .

A ladear a entrada do C}mara, es-

t~o 12 painéis que evidenciam

obras da literatura norueguesa.

No seu interior somos confronta-

dos com um grande espaço ladea-

do de murais de estilos diversos

onde pintores noruegueses desen-

volvem a história real e a mitológi-

ca da cidade.

É neste hall que todos os anos se

realiza a cerimónia da entrega, pe-

los reis, do prémio Nobel da Paz.

Tivemos a oportunidade de visitar

v|rias salas deste pal|cio, depois

de subirmos uma escadaria des-

lumbrante, a ladear aquele espaço.

Depois do almoço, em restaurante

na cidade, tivemos tempo livre pa-

ra passear e fazer as últimas com-

pras.

No final do dia partimos para o Ae-

roporto, onde ainda se fizeram as

últimas compras.

As recomendadas ou n~o.

Os apreciadores beberam a última

cerveja norueguesa e a viagem de

regresso decorreu durante menos

de 4 horas com toda a normalida-

de.

E assim, acabou!

Para alguns, infelizmente n~o aca-

bou assim t~o bem, pois extravia-

ram-se algumas malas, tendo o

problema sido resolvido só no dia

seguinte.

Seria com alguma angústia que os

nossos companheiros passaram

aquelas horas, quando o que o cor-

po queria era descanso

Ser| que o Odin teria estado meti-

do neste trabalho?

2. A OUTRA VIAGEM

No conforto do autocarro, enquan-

to a vista pairava sobre uma casa

com telhado de colmo com relva

em cima que mais parecia um cam-

po de golf, ou na curva do fiorde,

ou ainda num pico { dist}ncia com

mais neve, a mente vai fabricando

coisas, umas sem sentido e outras

assim, assim, decorrentes da varie-

dade de novas informações que

foram chegando, conjugadas com

os arquivos da memória e vai cons-

truíndo uma viagem diferente da

real, mas n~o menos importante

pois que esta fica gravada por mais

tempo no nosso disco rígido.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 69 # 255 julho 2018

Cada um dos companheiros de via-

gem ter| construído a sua viagem.

Da minha anoto:

Desmaterialização da moeda J| se

sabia que podia ser assim, mas

chegar a um país novo com moeda

própria diferente do euro e andar

quase uma semana sem lhe ver

uma nota ou uma moeda, n~o dei-

xa de criar algum desconforto para

um turista que se preze.

Ent~o, n~o é que desapareceu o

folclore de ir “gastar a últimas pe-

setas antes de passar a fronteira”.

Ent~o j| n~o se pode ficar com al-

guma variedade de moedas para a

coleç~o, mesmo que o destino des-

tas seja ficarem abandonadas nu-

ma gaveta. Mas que é isto!

Países da Escandinávia. Nunca ti-

nha reparado que a Finl}ndia n~o

pertencia { Escandin|via, como

acontece com a Noruega e com a

Suécia.

A Finl}ndia, geograficamente, é

mais uma continuaç~o da Rússia,

pois n~o passa do istmo da penín-

sula.

E enquanto a Finl}ndia é plana e é

a terra dos 180 mil lagos (ser| que

para esta conta também entram as

lagoas, rias, rios e grandes char-

cos?), a Noruega é montanhosa e

com muitos fiordes.

Nunca me passou pela cabeça que

estes países fossem assim t~o dife-

rentes na geografia, j| que na polí-

tica, a n~o ades~o da Noruega {

UE demonstrava que n~o era o

mesmo povo e agora fic|mos a

saber que em relaç~o { Suécia, a

Noruega tem razões para n~o es-

quecer o que lhe foi feito com os

seus refugiados durante a II Guerra

Mundial.

Afinal, nem todos s~o iguais.

Atos de civilização 1. O tratamento

que os noruegueses d~o a um po-

vo nómada como os Sami (e aqui,

honra também seja feita aos finlan-

deses e suecos) n~o é possível de

comparaç~o com as barbaridades

cometidas com outros povos nó-

madas pelo mundo fora, dando

apenas como exemplos: Os índios

da América do Norte (o general

Custer para os proteger do frio

mandava entregar-lhes cobertores

com os micróbios do tifo, fazendo

assim uma razia limpa), os da

América do Sul ( j| nos tempos

atuais os garimpeiros e os madei-

reiros os caçam para explorarem

as suas terras), com; os aborígenes

da Austr|lia; com o povo indígeno

da Tasm}nia que foram extintos

assim como o foram os guanches

nas ilhas Can|rias e outros povos

antigos das ilhas das Caraíbas ou

da Terra do Fogo ao sul da Pata-

gònia,

Quantos mais? A Noruega apresen-

ta sem qualquer dúvida um eleva-

do estado de civilizaç~o.

Finl}ndia & Noruega

www.clubegalpenergia.com 70 # 255 julho 2018

Mas com como conciliar este esta-

do de coisas com a n~o proibiç~o

pela Noruega da caça { baleia, de

que s~o t~o criticados.

Dever| ser porque gostam muito

do carpaccio de baleia.

Conhecer um país. O que nos faz

gostar de viajar?

Se é para ficar a conhecer bem um

um país ou uma regi~o e a sua po-

pulaç~o, podemos tirar daí o cava-

linho da chuva, pois quanto { po-

pulaç~o cada vez o que vemos s~o

mais outros turistas e nos hotéis

quem nos recebe s~o cada vez

mais emigrantes, quantos deles

portugueses.

Se é para conhecer, é por certo

mais eficaz a leitura, os vídeos e a

net .

Ser| por motivos mais profundos

que a nossa raz~o desconhece.

No caso especial da visita ao Círcu-

lo Polar \rtico, esta falta de ficar a

conhecer dobra, porque se formos

no período do sol da meia noite,

desconhecemos completamente a

outra metade do ano, que ser| a

noite do meio dia.

O que n~o é f|cil de imaginar, para

aqueles que ainda ficaram com difi-

culdades em compreender bem

aquilo de correr a cortina do quar-

to { uma ou duas da manh~ e de-

pararem-se com o sol.

A visita { Lapónia da noite frequen-

temente alvitrada pela Marcela,

(que sofre como outros da falta de

trabalho nesse período) é por cer-

to uma boa ideia para o Clube

Galp.

Mas c| por mim, acho que n~o te-

ria grande aderência..

Atos de civilização 2. A guia local

que nos aturou no museu da Avia-

ç~o em Oslo era muçulmana.

Vestia traje a condizer e tinha co-

mo funç~o apresentar aos visitan-

tes a evoluç~o da aviaç~o militar

num país que n~o só pertence {

NATO, como tem o presidente des-

ta organizaç~o.

Poder~o dizer que tem um conte-

údo de propaganda, mas isso n~o

basta para explicar uma evoluç~o

cultural.

Como se reagiria em Portugal en-

tregar uma funç~o destas a uma

refugiada muçulmana?

O futuro de algumas profissões.

H| profissões que est~o a desapa-

recer.

Todos nós j| sabemos disso, mas

quando numa viagem de avi~o

com mais de 4 horas e que n~o é

de low cost, apenas serve um café

ou um ch|, o que é que leva aque-

les gestores da Finnair a esperar

para dar o golpe de misericórdia {

reduç~o dos custos com pessoal,

bem mais elevados que os de uma

refeiç~o?

Finl}ndia & Noruega

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O voo de regresso de Oslo foi em

avi~o da TAP que continua a dar

refeições agrad|veis.

Talvez as hospedeiras portuguesas

tenham ainda mais uns anos de

trabalho.

Atos de civilização 3. Como expli-

car a semelhança da arte rupestre

com mais de 5 mil anos praticada

pelo Homem de Alta e pelos artis-

tas de Foz Côa ou do Tejo (cujas

|guas cobriram os desenhos de

círculos concêntricos, que eu vi

antes de encherem a barragem do

Fratel) ou os da \frica Saariana ou

da Austr|lia.

Enquanto umas têm renas, outras

têm veados, outras girafas e ou-

tras cangurus, mas as cenas s~o as

mesmas.

Esta maravilha que n~o pode ser

explicada pela comunicaç~o que

n~o podia existir a t~o grandes dis-

t}ncias.

Evidência que, na essência, as aspi-

rações do Homem s~o as mesmas

e universais, independentemente

da regi~o, da cor da pele ou do se-

xo.

E que h| necessidade absoluta de

transmitir experiências e, conse-

quentemente, o conhecimento.

Por certo aqueles caçadores e pes-

cadores visavam informar os seus

contempor}neos das suas faça-

nhas ou quanto muito os seus fi-

lhos ou netos, mas o ato de escre-

ver na pedra j| levou a que fossem

percorridos estes milhares de

anos.

Se os desenhos n~o vierem a ser

destruídos, muitos mais milhares

de anos os aguardam.

3 DIVERSOS

Bebidas. A |gua é sem dúvida a

bebida dos países que visitamos e

por regra n~o é usual comprar-se

|gua, antes gasta-se a da torneira.

Esta é de excelente qualidade, uti-

lizando-se qualquer torneira, nem

que sejam as das casas de banho.

Países ricos que n~o desperdiçam

as suas riquezas.

A cerveja, como os restantes bens,

é cara para o nosso nível de vida.

Uma caneca de 0,5 litros custa em

qualquer lugar entre 7 e 8 € e no

Hard Rock em Oslo, chegou a pa-

gar-se 9,5 €.

A nossa comitiva demonstrou n~o

ser muito f~ de cerveja, mas tive-

mos dois grandes apreciadores

que compuseram o ramalhete: o

Daniel Bertelo e Rui André.

Dava gosto o seu aproveitamento

dos tempos livres.

Para ficar registado, ficam as mar-

cas com que se pôde apreciar esta

bebida.

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Na Finl}ndia: a Lapin Kulta e a Kar-

liv e na Noruega: a Nordlands. a

Carlsberg, a Hansa, a Mack e a Lo-

fotpils, esta de Lofoten..

Os motorista Helmo. Foram todos

óptimos profissionais, mas houve

um, o Helmo que nos acompanhou

mais tempo cujo comportamento

n~o nos deixou alheios.

No primeiro dia da sua chegada {

partida de Honningsvag era um

homem casmurro e de mau feitio.

Na estrada teve comportamentos

que apontavam para que iríamos

ter problemas, pois apertava com

os carros que lhe apareciam pela

frente e fazia acelerações e trava-

gens desagrad|veis. N~o cumpri-

mentava, antes resmungava.

Com o passar das horas foi alteran-

do o seu comportamento, diria

que a mudança começou na para-

gem que se teve de fazer no mira-

douro, por excesso de tempo de

conduç~o.

Tive a oportunidade de almoçar

um dia com ele em frente na mesa.

Como o meu inglês é muito fraco,

n~o tive oportunidade de manter

di|logo, mas verifiquei que estava

perante um homem isolado, fazen-

do-me lembrar aqueles nórdicos,

que s~o mais dados { solid~o e que

est~o mais propícios ao suicídio.

Deus leve o agouro desta suposi-

ç~o.

No dia da sua despedida em Bodo,

fiz quest~o de me ir despedir dele

e fiquei grato quando ele me esbo-

çou um sinal de sorriso.

AGRADECIMENTOS

Claro que tinha que acabar assim.

Em primeiro lugar ao Clube Galp

pela força e vontade em levar a

cabo este objectivo, com muita

organizaç~o e competência.

Ao Rui André e por extens~o { sua

agência de viagens, pelo apoio,

profissionalismo e conversas avul-

sas algumas delas sobre a varieda-

de e qualidade da cerveja.

[s Guias Locais, sem as quais sería-

mos em alguns casos, bois a olhar-

mos para um pal|cio, sendo verda-

de que é pelo seu profissionalismo

que s~o pagas.

Aos motoristas que pelo seu de-

sempenho nos proporcionaram

uma viagem no conforto e segu-

rança.

[ Marcela que foi excelente em

todos os aspectos, nomeadamen-

te pela sua informaç~o e mais que

tudo pela sua paciência em nos

aturar nas nossas maneiras de ser-

mos todos diferentes -tinha arte

em dar volta ou ser evasiva, quan-

do n~o dominava os temas ou

achava que a conversa estava a

resvalar.

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Aos companheiros da viagem, a

maior parte dos quais n~o conhe-

cia ou que { muito tempo estavam

longe - foi um prazer este convívio.

Por fim queria dar um especial

abraço ao Daniel Bertelo, n~o só

por ter feito bem aquilo que lhe

competia na sua funç~o de apoio e

de me ter aturada em pequenas

conversas, a maioria delas sobre as

variedades da cerveja e dos seus

locais, mas fundamentalmente por

me ter alvitrado em Helsínquia se

eu n~o quereria escrever umas no-

tas sobre a viagem.

Primeiro pensei em dar-lhe nega,

invocando que estava em lazer,

mas tal n~o convencia porque em

lazer ando eu h| muito tempo.

Criou-me uma obrigaç~o e discipli-

na de ir tomando algumas notas

durante o dia e gastar meia hora a

resumi-las antes de deitar.

Podem os eventuais leitores faze-

rem críticas a minha forma de es-

crita, podem n~o gosta da ênfase

que dou a alguns pormenores des-

curando temas mais importantes,

podem n~o aceitar algum sentido

de humor que vem a despropósito.

Mas apesar de tudo, foi com pra-

zer que criei um método que vou

tentar manter em futuras viagens,

para que fique com uma memó-

ria escrita de um prazer que é o de

viajar. Obrigado Daniel.

EG

Finl}ndia & Noruega

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No dia 7 de julho de 2018 decorreu,

em Oeiras/Jamor, mais uma ediç~o

da j| famosa The Color Run - corri-

da/caminhada, conhecida como os

5.000 metros mais felizes e colori-

dos do planeta.

Cheg|mos ao local equipados a

rigor, com a t-shirt branca, lenço

na cabeça e com uma boa disposi-

ç~o e grande vontade de partici-

par.

Eram muitas as famílias, um mar

de gente que, mal iniciada a corri-

da, logo ali na meta, viraram um

arco-íris de cores, brindando e pre-

senteando-se com tintas arremes-

sadas em todas as direções, o que

gerou um alvoroço na multid~o,

pondo-se a rir e a cantar.

A cada km passado, uma cor era

despejada sobre nós, dando-nos

uma sensaç~o de liberdade e com

muitas emoções { mistura.

Pelo meio houve ainda tempo para

um banho de espuma.

Esse banho deixou miúdos e graú-

dos em êxtase, e com mais energia

para percorrer os restantes km até

{ meta.

No final houve ainda tempo para

uma confraternizaç~o, para assistir

a espet|culos de música e

workshops de alimentaç~o saud|-

vel com a presença da Mafalda Tei-

xeira, em que as crianças participa-

ram, saboreando a experiência iné-

dita de confecionarem receitas

saud|veis.

Foi o dia perfeito para se ser feliz,

cheio de magia e de sorrisos.

Ficou a recordaç~o deste dia único

na nossa cabeça e no coraç~o e na

t-shirt que trouxemos, que era

branca e terminou feita num cal-

deir~o de cores.

Para o ano l| estarei com a minha

família e aconselho todos a partici-

parem… Venham!

Lara Viegas

A colónia de férias no ZOO foi uma

oportunidade m|gica para as crian-

ças viverem no mundo da selva,

dos animais selvagens, das aves

exóticas, dos golfinhos e leões ma-

rinhos, fazendo novas descobertas

a cada dia.

Foram dias de jogos e aventura ao

ar livre, em grupos animados e di-

vertidos.

Uma experiência a repetir!

Sandra Almeida Pacheco.

The Color Run Colónia de Férias de

Ver~o no ZOO de Lisboa

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A experiência de inscrever o Dinis

na colónia de férias do ZOO foi

muito positiva, é algo que o mar-

cou e ainda recorda com muita ale-

gria.

Foi uma oportunidade de conhecer

ao vivo os animais e espécies pre-

sentes, aprender mais sobre os

seus h|bitos, diferenças e também

habitats naturais. Esteve em conta-

to com o dia a dia dos tratadores,

e pôde alimentar e tratar de alguns

dos animais, algo de que gostou

muito.

A organizaç~o da colónia de férias

proporcionou ainda a possibilidade

de os grupos de crianças realiza-

rem diversas atividades em conjun-

to, com muita brincadeira e alegria

{ mistura.

Para os pais foi também uma expe-

riência positiva pois a colónia est|

bem organizada, existe sempre

uma pessoa de contacto com

quem se pode falar.

O espaço apresenta ainda boas

condições para a recepç~o das cri-

anças.

Sem dúvida um excelente protoco-

lo que o Clube Galp têm e umas

férias que o Dinis quer repetir.

Nuno e Dinis Isaías

Foi com muita satisfaç~o que algu-

mas crianças do universo Galp par-

ticiparam na colónia de Férias de

Ver~o no ZOO, com o lema Toca e

Descobre.

Estes ateliers interativos de desco-

berta, investigaç~o e aprendiza-

gem, utilizando um método ativo,

foram um sucesso entre as crian-

ças participantes, uma vez que,

através da experimentaç~o e vi-

vência de situações concretas,

conseguiram compreender que,

paralelamente ao ZOO, h| animais

que podem viver na natureza, pelo

que a devemos respeitar e preser-

var. Toda a din}mica em torno dos

ateliers foi muito interessante, até

pelos objetivos que foram atingi-

dos, nomeadamente, o respeito

pelos animais, o conhecimento das

diferentes espécies, o estabeleci-

mento de relações entre os ani-

mais e o espaço onde habitam, a

sua alimentaç~o, …

Tratou-se de uma iniciativa segura-

mente a repetir.

No Zoológico de Lisboa No ZOO

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Para organizar as férias de ver~o

dos meus filhos, mais uma vez op-

tei por espreitar as ofertas de pro-

tocolos do Clube Galp.

Tendo em conta a ótima experiên-

cia no Ver~o passado, voltei a es-

colher o Mycamp.

Desta vez, além do meu filho mais

velho, o Guilherme, e dos meus

afilhados, a Luana e Jo~o - todos

com 12 anos - foi também o meu

filho mais pequeno, o Rodrigo, de

10 anos.

Com a confiança no Campo e nos

seus monitores proporcionada pe-

lo ano passado, sabia que j| pode-

ria mandar o mais pequeno tam-

bém!

O Mycamp é um campo de férias

que se localiza numa quinta bas-

tante grande, com o seu próprio

parque aqu|tico e atividades radi-

cais (slide, escalada, canoagem,

percursos de cordas).

Tem ainda uma quinta pedagógica,

campos de futebol e de paintball,

sal~o de festas para discoteca…

Bom, uma quinta muito bem equi-

pada para lhes proporcionar uma

semana de grandes emoções, des-

porto e muita animaç~o! As noites

s~o de festas ou de atividades no-

turnas, e mais uma vez, nos telefo-

nemas para casa, a voz deles vibra-

va de emoç~o nos relatos de tanta

atividade que tinham feito durante

o dia.

Assim, apesar das saudades que

apertavam, tinha a certeza que es-

tavam a aproveitar tudo e a gostar

a valer…!

Os momentos de tirar a respiraç~o

da semana s~o, tipicamente, o Ba-

loiço 3G e o Labirinto Subterrâneo,

porque as atividades arrojadas s~o

sempre as que aguçam mais os

nervos e os meus rapazes nunca

dizem não a um desafio de adrena-

lina!

O companheirismo nos grupos, os

jogos tradicionais e as diversões

mais radicais, proporcionaram-lhes

dias indiscutivelmente memor|-

veis! No Mycamp, eles estreitaram

amizades, conheceram novos ami-

gos, correram, saltaram, cantaram,

dançaram, sempre acompanhados

por monitores que imprimiram {s

atividades din}micas de grupo su-

portadas em bons valores e atri-

buiç~o de responsabilidades.

É um campo que além de ter exce-

lentes condições, um cen|rio natu-

ral fant|stico, tem também uma

boa linha pedagógica de base e

que puxa pelo melhor de cada um.

Foi mais uma vez uma escolha

acertada para as férias dos miú-

dos; o campo de férias Mycamp foi

para os meus filhos uma semana

repleta de divers~o e que assegu-

rou memórias de ver~o para mais

tarde recordarem!

Mafalda Galhardas Pinto

Campos de Férias MyCamp Been there, done that & returned!