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EDI ÇÃ O 14 > MAIO 2016 w w w . p s i c o b e l a . c o m . b r Emocione-se com o case da psicóloga Talita Marques Joice Goveia e a anatomia do seu processo de engordar e emagrecer Entrevista com Maria Marta Ferreira, autora do RAFCAL 35 quilos a menos, mais leve, mais linda, mais livre. Saiba como ela conseguiu Carol Pascoal 18 anos! Edição

Psicobela Digital 14 - Rafcal 18 anos

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Edição inteirinha dedicada à celebração dos 18 anos do Programa RAFCAL. Carol Pascoal ilustra a capa com sua história inspiradora e não vem sozinha. Talita Marques, parceira, competente psicóloga e grande ser, nos brinda com um depoimento sobre sua experiência com o RAFCAL e junto com ela uma paciente muito especial e sua história transformadora.

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EDIÇÃO 14 > MAIO 2016

w w w. p s i c o b e l a . c o m . b r

Emocione-se com o case da psicóloga Talita Marques

Joice Goveia e a anatomia do seu processo de engordar e emagrecer

Entrevista comMaria Marta Ferreira,autora do RAFCAL

35 quilos a menos, mais leve, mais linda, mais livre. Saiba

como ela conseguiu

Carol Pascoal

18 anos!

Edição

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Sabemos que cada edição tem uma personalidade muito própria, não apenas pela pessoa que ilustra a capa e nos brinda com sua entrevista, mas todo o entorno e sua alma singular.

Inteirinha dedicada à celebração dos 18 anos do Programa RAFCAL, não nego a empolgação e o frio na barriga que essa edição produz em mim.

18 anos é um marco importante, a maioridade. Embora saibamos que não se trata de uma maturidade plena, afinal há muito o que desenvolver, aprender, amadurecer. Mas, em se tratando de vidas modificadas, cada ano é uma vida. Até porque algumas conquistas não se medem em anos, mas na intensidade deles.

Carol Pascoal ilustra a capa com sua história inspiradora e não vem sozinha. Talita Marques, parceira, competente psicóloga e grande ser, nos brinda com um depoimento sobre sua experiência com o RAFCAL e junto com ela uma paciente muito especial e sua história transformadora.

Simplesmente surpreendente, é a história que Joice Goveia nos traz. Nessa edição nossa colaboradora habitual, faz mais que uma narrativa em primeira pessoa, desenha com a cor das emoções a anatomia do seu processo de engordar e a construção do seu emagrecer. Encantada Joice!

editorialMaria Marta Ferreira

CRP 08/07401

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Essa edição especial é uma prévia de um livro em construção que vai compartilhar casos clínicos de pacientes; mulheres fascinantes que se dispuseram a mudar a sua realidade com o corpo, a relação com a balança, com a comida e consigo mesmas.

Eu participo nessa edição, assinando um artigo sobre as conexões do Programa RAFCAL com pesquisas recentes sobre manutenção de peso. E se todas as vezes estive nos bastidores curtindo cada palavra de nossos entrevistados, dessa vez foram palavras minhas que nosso jornalista Clecyo de Sousa capturou numa entrevista para essa edição, que celebra o aniversário de 18 anos de práticas na Psicologia e a criação do Programa RAFCAL.

É dele também o ensaio fotográfico da Carol, realizado no MON. Simplesmente lindo! Mais talentos relevados desse nosso discreto e dedicado jornalista.

Enfim essa edição é Nossa!! Uhuuu!!

Com muita alegria, grande emoção convidamos você para celebrar conosco. Que possamos colher toda essa energia para os muitos e novos anos que se Deus quiser, virão!

Um beijo e muito obrigada!

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nestaedição

nº 14 { maio 2

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e o RAFCAL

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depoimento

entrevista

afiliados

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Talita Lopes Marques

Joice Rocha

Especial

[exp

edie

nte

]

Direção geral: Psicóloga Maria Marta Ferreira[CRP 08/07401] Projeto editorial: Clecyo de Sousa [clecyo.com] (41) 9986 3768Sistema web: ProjetualRua Dom Alberto Gonçalves, 66 | Mercês - Curitiba/PR(41) 3015-8818 | (41) 9186-1464

Psicobela é marca registrada na República Federativa do Brasil, através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI. | ® 2013 – Todos os direitos são reservados.

www.psicobela.com.br

@psicobelammpsicobela.saudeemocional

[email protected]

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Um método para praticar mudança

em vez de fazer dieta

Muitas pessoas, muitas mesmo, que sofrem com problemas relacionados

ao peso conhecem o “certo e o errado” da alimentação.

Um número importante delas passa muitos anos de suas vidas

aprendendo hábitos que de fato não as ajudam a manterem uma relação

saudável com a comida e com seu peso, apesar de emagrecerem.Há quase duas décadas nosso

trabalho é motivar essas pessoas que estão fadigadas de desistirem,

cansadas de fazer e refazer o mesmo percurso a mudarem de direção. Ao

abrirem mão da sedutora velocidade para emagrecer e a focarem na

construção de uma nova relação com a comida, com seus corpos, suas emoções, seu peso e consigo mesmas.

e o RAFCAL

emagrecimentosustentável

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Trata-se de um pedido difícil de ser atendido, porque elas precisarão retirar de dentro de si mesmas o aprendizado que as fazem recair no mesmo lugar e investir na construção de novos e saudáveis hábitos. Pois não é segredo que muitos planos de emagrecimento carregam consigo muitos e inúteis maus hábitos.

O efeito sanfona é uma condição sofrível, prejudica não apenas o organismo, mas fere com força a autoestima, testa a resistência, a saúde e a autoconfiança.

Nunca se falou e se teve acesso a tanta informação, mas por quê as pessoas continuam engordando, emagrecendo e voltando a engordar?

“Com todo o dinheiro e energia que se desperdiça com a perda de peso, me pergunto se não há uma supervalorização da mesma. Estratégias de manutenção de peso em longo prazo não seriam muito mais importantes? Certamente a manutenção de peso é o maior desafio quando se observa a progressão natural da obesidade (...). Perder peso – muito ou pouco – tem um valor limitado se nós negligenciarmos estratégias de manutenção do benefício no longo-prazo. Perda de peso é um Sprint. Vencer a obesidade é uma maratona”.

Esse texto extraído do Informativo Evidências em Obesidade, número 73, janeiro/fevereiro de 2015 da ABESO – Associação para os Estudos da Obesidade e Síndrome Metabólica sugere lucidez e compreensão para essa nobre causa.

Sim precisamos focar em lucidez, fazer diferente o que muitas vezes repetimos erroneamente da mesma forma, do mesmo jeito. Questionar o aprendizado que internalizamos e reaprender, aprender novamente de uma nova forma. Afinal como descreveu Jorge Luis Borges “Tudo está dito”, falta aposta.

A maioria das pessoas que vive essa condição sabe o que precisa fazer, mas a dificuldade consiste em fazer e em continuar fazendo o que precisa ser feito. A motivação inicial é insuficiente para manutenção das conquistas. Muitas pessoas repetiram e continuam repetindo por anos fórmulas para emagrecer, mas não aprenderam que não existem fórmulas, apenas formas de fazer com que as coisas deem certo.

Bem provável que estivessem ausentes de si mesmas. Desatentas, distraídas. E não há aprendizado sem atenção, reflexão e esforço continuado. E esforço, vale lembrar, não é sacrifício, porque ninguém consegue sacrificar-se por muito tempo, e na maioria das conquistas, basta o esforço inteligente, moderado e contínuo.

Fala-se muito em mudança de hábitos, mas pouco sobre como os desenvolvemos, como os mantemos. Se por um lado precisamos simplificar para realizar, a banalização de que é fácil demais, elimina a atenção necessária para que o aprendizado ocorra e alimenta a ilusão de que os fins justificam os meios.

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Uma meta importante do processo é compreender que a informação é necessária, mas insuficiente para uma mudança efetiva. Uma transformação, como ter um diploma, não garante sucesso profissional. As pessoas, muitas vezes, mesmo sabendo fazem o que não deveriam estar fazendo. Somos seres complexos. E emagrecer para alguns é apenas uma questão de balanço calórico. Para outras provavelmente o maior desafio de vencer a si mesmas.

O emagrecimento precisa ser compreendido como um processo e não apenas como atitudes isoladas ou ações temporárias. Como já citado emagrecer é correr uma maratona. Não é a mesma coisa que uma corrida de cem ou duzentos metros em que a velocidade da arrancada determina a vitória.

Percorrer as fases do emagrecimento, aprender sobre o estilo de vida, sobre a personalidade da pessoa que emagrece é fundamental para

que as ações praticadas sejam internalizadas e aplicadas por bem mais tempo que algumas semanas ou meses. É imprescindível focar o desenvolvimento de hábitos, o aprendizado, a gestão das emoções, o equilíbrio no convívio social, e a prática constante dos comportamentos saudáveis.

Gostaria de comentar uma recente pesquisa sobre os Segredos dos Magros Saudáveis realizada pela Universidade Cornell nos Estados Unidos e destacada na Revista Saúde, da Editora Abril, edição de janeiro de 2016.

Encontramos na leitura da matéria aspectos que se assemelham e ratificam as práticas adotadas na condução do Programa RAFCAL por isso vamos comentá-las sublinhando ações do programa que reforçam os pontos destacados.

Seguir um plano de emagrecimento adequado às reais necessidades e potenciais da pessoa que emagrece, mediado por profissionais que possam conduzir as questões particulares percebidas no processo com adequação e compromisso, auxilia a quem precisa emagrecer e aprender a continuar magro, a fazer o esforço na direção certa.

O Programa RAFCAL é uma metodologia que atende e reorienta os fatores emocionais que podem agir como deflagradores do comportamento alimentar disfuncional e concomitantemente na geração, monitoramento e manutenção de hábitos alimentares saudáveis.

São desenvolvidas no processo três fases: conscientização, habituação e manutenção.

O RAFCAL é alicerçado sobre dois pilares: a psicologia clínica (reeducação afetiva) e a educação na revisão e formação de hábitos que adota os critérios de mediação da Teoria da Aprendizagem Mediada, desenvolvida pelo psicólogo e educador Reuven Feuerstein (teoria proveniente de Israel).

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é necessário que seja elucidativa, auxiliando o paciente a descontruir e a reconstruir novos hábitos.

As qualidades do vínculo, da confiança, dos planos para execução do processo são compartilhados, acompanhados visando não apenas que se cumpra as tarefas propostas, mas que se aprenda aquilo que está sendo proposto, levando em consideração as particularidades do processo de aprender de cada um, que envolvem perfil de personalidade, temperamento e histórico de vida da pessoa que busca o emagrecimento.

O Programa RAFCAL destina ao clínico o papel de mediador nesse processo de reaprendizagem,

Estas etapas não estão vinculadas a um tempo específico, visto acolher a necessidade particular de cada indivíduo.

O RAFCAL é alicerçado sobre dois pilares: a psicologia clínica (reeducação afetiva) e a educação na revisão e formação de hábitos que adota os critérios de mediação da Teoria da Aprendizagem Mediada, desenvolvida pelo psicólogo e educador Reuven Feuerstein (teoria proveniente de Israel). A abordagem em maior profundidade encontra-se na obra Psicologia do Emagrecimento, publicado pela editora Revinter, e disponível para venda no site da Psicobela.

Essa teoria ilumina a relação, a qualidade do vínculo, de quem ensina e quem aprende. Nesse contexto, profissional e paciente têm papéis importantes para o êxito do aprendizado. Uma ação comprometida do profissional que orienta, não pode ser meramente informativa,

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potencializando o aprendizado de novos hábitos de vida e sua manutenção.

Falando em hábitos, estamos falando em aprendizado, mudança, que é o objetivo que uma boa educação deve promover. A adesão do paciente ao processo, a geração da autonomia e a mudança são compromissos da dupla terapeuta-paciente, e de toda a equipe profissional.

Hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, herança genética são pilares do problema da obesidade, mas não estão sozinhos. Emoções em desequilíbrio, má administração da ansiedade, ingerência das rotinas, hábitos ruins adquiridos em programas mal-sucedidos de emagrecimento, bem como outros aspectos relativos à personalidade do paciente e seu contexto vital não podem ser negligenciados se o que visamos é um emagrecimento sustentável.

A matéria da revista Saúde destaca 11 itens favoráveis a sustentabilidade do peso saudável e estável. O item 1 destaca que os magros não pulam o café da manhã. O Fracionamento, ou seja, não pular refeições é um hábito saudável e magro fundamental para a saúde e manutenção do peso. Auxilia as pessoas a manterem a fome sob controle, evitando excessos e beliscos fora do plano alimentar. O desenvolvimento das rotinas alimentares e a escolha do padrão alimentar são cuidadosamente observados no RAFCAL.

O item 2 observa que os magros gostam de frango. O hábito magro e saudável impresso nesse comportamento possivelmente seja a compreensão de que substituição e

restrição de alimentos, inclusive das carnes são indispensáveis para uma alimentação balanceada. Trata-se de escolhas mais magras e saudáveis como padrão de comportamento magro.

O item 3 da pesquisa destaca o interesse contínuo dos magros pelas saladas. Verduras e legumes estão presentes na alimentação de quem se compromete com a saúde, e isso não se restringe a períodos específicos de restrição e substituição alimentar.

A adaptação do paladar é fator importante nesse processo. Aprender como inserir esses alimentos nas refeições é papel do profissional que sugere, organiza, orienta e acompanha o paciente na construção de hábitos saudáveis.

O item 4 observa que os magros jantam. Naturalmente que escolhem alimentos balanceados. É senso comum pessoas com dificuldade em manter o peso reclamar que a noite é um horário difícil. Isso muitas vezes ocorre porque as refeições são mal planejadas durante o dia. Muitas vezes come-se de menos ou sem fracionamento adequado e isso dificulta o comportamento alimentar noturno.

Relaxar depois de um dia intenso de trabalho está associado a se dar prazer e isso muitas vezes pode levar ao excesso ou más escolhas alimentares. A vida social também precisa ser observada para que não atrapalhe os planos para comportamento magros.

O item 5 da pesquisa informa que pessoas que mantêm o peso magro e são saudáveis adotam frutas e oleaginosas (castanhas) nos lanches. Uma orientação dietoterápica equilibrada

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procura inclui-los no cardápio. É importante destacar aqui o saudável habito de lanchar, de não fazer longos períodos de jejum que podem prejudicar a atividade metabólica, bem como favorecer os excessos alimentares na próxima refeição.

Primar pelo fracionamento, o planejamento alimentar são ações presentes no Programa RAFCAL.

O item 6 sublinha o fato dos magros não abusarem dos refrigerantes. Pessoas conscientes da necessidade de uma alimentação saudável como já observamos adotam a substituição e a restrição dos alimentos como fator de controle calórico e riqueza nutricional. Isso não significa que esporadicamente não possam consumir esses alimentos, mas quando fazem são exceções, não regra. Lidam com isso

compreendendo que são atitudes pontuais e o retorno à rotina alimentar saudável está logo ali na próxima refeição.

O item 7 destaca o fato dos magros não abrirem mão de bebidas alcóolicas, observando o termo moderação. Esse aspecto é importante porque elimina as idealizações de uma alimentação perfeccionista e abre espaço para a negociação, a adequação. Especialmente porque as proibições são contraproducentes e insustentáveis a longo prazo. E o mais importante: a vida social das pessoas precisa ser preservada porque saúde implica vida social e relacionamentos saudáveis. E esses relacionamentos muitas e muitas vezes ocorrem ao redor de uma mesa. E não há nada de errado nisso. O erro seria eliminar esse aspecto tão fundamental da vida. A alternativa é moderar, agir com bom senso.

O item 8 da pesquisa informa que os magros têm consciência do que comem. Atenção e esforço são atitudes que reforçamos no RAFCAL. Desenvolver essa habilidade é simplesmente fundamental. Apenas a atenção sem o esforço também não ajuda, é preciso ligar o sensor do que fazer e fazê-lo. Sair do automático e operar no manual. Praticar alternativas e suspender justificativas. Estar presente naquilo que se faz, incluindo o ato de comer.

Vivemos uma era de forte tendência a alienação, a automação. A atenção a construção das rotinas, o desenvolvimento da autopercepção são comportamentos observados

Vivemos uma era de forte tendência a alienação, a automação. A atenção a construção das rotinas, o desenvolvimento da autopercepção são comportamentos observados e desenvolvidos no RAFCAL - terapia orientada ao emagrecimento, manutenção de peso e desenvolvimento pessoal.

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e desenvolvidos no RAFCAL - terapia orientada ao emagrecimento, manutenção de peso e desenvolvimento pessoal.

O item 9 da pesquisa destaca que pessoas magras não fazem dietas. Esse item deixa explícito esse aspecto tão fundamental para uma relação saudável e sustentável com a alimentação. Mas, vale sublinhar que é muito difícil de ser assimilado por quem não abre mão de cardápios fechados e limitantes e por quem está continuamente em busca da dieta da moda ou da mais perfeita.

Ou que infelizmente desacreditou, desaprendeu que é possível sim construir uma relação saudável e equilibrada com a alimentação, e com a vida, abortando comportamentos restritivos e temporários que além do enfraquecimento da autoestima

e do cansaço pelo desgaste da convivência com o efeito sanfona, pode levar a transtornos e disfunções alimentares difíceis de superar.

O RAFCAL não é uma dieta. Trata-se de uma atitude de não fazer dieta, de cuidar da alimentação, como deve-se cuidar de outros importantes comportamentos que se traduzem em saúde e qualidade de vida. Focamos os cuidados, cuidamos dos meios para obter bons e duradouros fins, como o peso sustentável, por exemplo. E especialmente a sensação de leveza característica não apenas de corpos mais leves, mas de mentes mais maduras e tranquilas. A psicoterapia aliada a revisão e reedição dos hábitos produzem um novo cenário comportamental.

O item 10 da pesquisa da Universidade Cornell destaca a importância da prática de exercício físico. Um ponto sensível que no cotidiano pode ser prejudicado pela má administração do tempo, excesso de expectativas, cansaço e tantos outros fatores. Nesse item vale sublinhar que muito além do emagrecimento a atividade física é essencial para qualidade de vida.

E finalmente o item 11 destaca a importância do monitoramento do peso. Sublinhando que excessos de pesagem são tão desastrosos quanto a negligência do acompanhamento adequado do peso.

No RAFCAL o monitoramento do peso em todo o processo se dá de forma coadjuvante, mas não menos importante. Diferenciar

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{MARIA MARTA}Psicóloga [CRP 08/07401][email protected] do Programa RAFCAL – 1998/2016

oscilação de reganho de peso, transferir os aferidores externos para indicadores internos, gerar a disciplina do monitoramento de peso e especialmente dos comportamentos magros e estados emocionais, produzem uma forma menos tensa e mais eficaz de controle.

Alguns aspectos como os observados aqui, demonstram um pouco do programa RAFCAL. Um programa com etapas e roteiro terapêutico definidos, mas não rígidos, com foco na construção de uma relação saudável do indivíduo com a alimentação, com o corpo e consigo mesmo. O Programa RAFCAL está formatado nas versões Individual (Psicoterapia com ênfase no Emagrecimento e saúde Global). e Grupos (RAFCAL Grupos, RAFCAL Teen, RAFCAL Gestantes, RAFCAL Fitness, RAFCAL Estética, RAFCAL In Company).

O programa é um tratamento complementar ao trabalho do médico em diferentes especialidades: nutricionista, professor de educação física e abordagens terapêuticas afins numa perspectiva multiprofissional que leva em consideração as causas multifatoriais da obesidade.

O RAFCAL não é dieta, é mudança!

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liberação

manutençãoda dieta

do pesoPrincípios magros

O que comer? Quanto comer? Quando comer?

alimentarconscientização reeducação Comportamento alimentar magro

10 práticas

atenção e esforço

habituação fase da Adequação

[Reuven Feuerstein]

Teoria da Aprendizagem

Mediada

PsicologiaClínica

[reeducaçãoafetiva]

[1998]

Maria MartaFerreira

Metodologiaaprovada peloCOF - CRP/08

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liberação

manutençãoda dieta

do pesoPrincípios magros

O que comer? Quanto comer? Quando comer?

alimentarconscientização reeducação Comportamento alimentar magro

10 práticas

atenção e esforço

habituação fase da Adequação

[Reuven Feuerstein]

Teoria da Aprendizagem

Mediada

PsicologiaClínica

[reeducaçãoafetiva]

[1998]

Maria MartaFerreira

Metodologiaaprovada peloCOF - CRP/08

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Carol Pascoal

Carol Pascoal

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O desejo de mudar, a necessidade de fazê-lo. Em alguns momentos a sirene toca tão forte e tão alto, que já não temos mais como conviver com aquilo que precisa urgentemente ser alterado.Foi assim que em abril de 2011 Ana Carolina chegou a terapia. Acuada, assustada, com sobrepeso sobre o corpo e sobre a alma, precisando mudar, desejando fazê-lo. Uma história maior que superação, essa história é de transformação.Nas próximas páginas você vai conhecer Carol Pascoal, se inspirar e se encantar por ela.Carol despejou gentilmente seu coração e nos contou não apenas como emagreceu 35 quilos, mas como aprendeu a confiar em si mesma, mudar seus hábitos, transformar suas atitudes e ser sua melhor parceira nessa grande empreitada.Uma mulher encantadora, sempre fora. Agora mais leve, mais livre, mais linda.

POR {CLECYO DE SOUSA}

NA POLTRONA

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Psicobela Digital – Carol, estamos em 2016 e te vendo cheia de energia e alegria com sua conquista, nos conte o que a frase seguinte já significou para você?

Carol Pascoal – “Não me olho mais no espelho, vou me escondendo de mim mesma; não compro roupas, não saio de casa. Trinta e três (33 quilos) é uma barreira muito grande, muito difícil, porque a comida é mais forte que eu. Para ser feliz eu tenho que superar isso”.

CP – Quando eu estava acima do peso – 33 kg para ser exata –, não conseguia ver mais nada além disso. Olhar para o espelho, comprar roupas, sair de casa; eram uma tortura para mim; porque eu tinha que olhar para o meu pior, encarar a minha pior porção. Se nem eu mesma gostava do que via no espelho, como as demais pessoas poderiam gostar de mim? Eu não me aceitava daquela forma. Queria poder me amar quando me olhasse. Queria saber qual era a sensação de ver meu reflexo no espelho sem me odiar. Eu acreditava que somente seria feliz quando fosse magra.

PD– Há cinco anos, você pesava 91 kg. Como iniciou o seu histórico de sobrepeso/obesidade?

CP – Ah, eu sempre fui uma criança gordinha. Não me lembro de ter sido magra algum dia. Nem mesmo a adolescência me salvou do sobrepeso. Pelo contrário, foi quando eu realmente perdi o controle da situação. Problemas familiares na época, mudança de

cidade, distância dos amigos, colaboraram para que eu iniciasse minha relação conflituosa com a comida.

PD – Você nos contou que por muito tempo a sua vida acontecia em torno da obesidade, que parecia ser o maior problema da sua vida. Como sua vida girou em torno desse tema e como você fez parar de girar?

CP – Penso que grande parte das pessoas acima do peso, acreditam que isso seja o motivo das suas infelicidades. Eu realmente acreditava que somente seria feliz, aceita e amada, se perdesse todos aqueles quilos que eu carregava como se pesassem uma tonelada. Só passaria a viver após isso. Que as pessoas só me aceitariam se eu fosse magra. Eu acreditei nisso por muito tempo. Apenas quando inicie uma terapia, foi que a minha percepção sobre esse problema foi modificando aos poucos. Ela foi abrindo a minha visão para outras áreas da minha vida . Ou seja, me fez entender que na verdade eu tinha outros problemas que até então eu desconhecia ou negava. Aprender a descobri-los, e a lidar com eles, tirou o meu foco exclusivamente do processo de emagrecimento.

PD– Quando você fez o primeiro movimento para emagrecer? Alcançou o objetivo? Porque tendo alcançado o objetivo em fases anteriores não conseguiu sustentá-lo. O que faltava?

CP – Por muitas vezes eu tentei emagrecer. Sozinha, ou com acompanhamento médico. Tomova alguns remédios ou ficava sem comer. Até cheguei a emagrecer umas 2 vezes, mas em

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poucos meses eu já havia recuperado todos os quilos e alguns outros vinham de brinde. Eu não tinha a consciência de que minha obesidade estava muito mais relacionada com o meu descontrole emocional, minhas inseguranças, minha dependência afetiva, do que de fato apenas um problema estético ou saúde.

PD– Você compartilhou que comia muito de alguma coisa, que muitas vezes se segurava, mas aquilo martelava na sua cabeça e você precisava comer tudo, que parecia que a comida ia acabar. Como era essa sensação Carol e como se sente hoje?

CP – Eu descrevo como uma relação de amor e ódio. Eu tinha vontades incontroláveis. Se eu desejava comer algo, poderia ficar horas ou dias até, pensando naquilo. Até o ponto em que eu me rendia e comia tudo, até acabar. Se que queria brigadeiro, fazia uma panela e comia sozinha, de uma vez. Logo depois me sentia culpada por não ter resistido e mais uma vez falhado nas inúmeras tentativas de dieta.

Hoje eu lido melhor com essas vontades “incontroláveis”. Não nego que elas ainda me assombrem, rs. Mas consigo tirar meu foco apenas disso e relaxar. Eu ainda cedo aos meus desejos de vez em quando. Só que hoje eu tenho controle maior sobre eles. Sou eu quem digo se irei ou não comer algo, e não o contrário.

Por exemplo, eu posso passar a semana com vontade de comer chocolate. Mas não me torturo diariamente por isso. É certo que irei comer uma barra toda no final de semana. Mas não me culpo mais por isso. Como feliz, porque sei que não preciso mais repetir o padrão na

Eu não me aceitava daquela forma. Queria poder me amar quando me olhasse. Queria saber qual era a sensação de ver meu reflexo no espelho sem me odiar. Eu acreditava que somente seria feliz quando fosse magra.

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segunda, na terça, na quarta. Não é mais um ciclo vicioso.

PD- Você relatou que houve tempo em que seu problema, seus problemas pareciam os maiores do mundo, que você os colocava na frente de tudo, chegou a dizer que se sentia egoísta, imatura por agir assim. O que aprendeu sobre isso, o que mudou?

CP- O que mudou na verdade foi a minha visão sobre eles. Hoje eles tem a proporção que devem ter.

Eu não sabia lidar com meus problemas. Acreditava que as pessoas ao meu redor precisavam resolvê-los por mim. E como ninguém tinha essa obrigação, ficava insatisfeita por isso e me irritava com facilidade ou me vitimava pela situação. Descontava minhas frustrações nas pessoas mais próximas. Com o tempo passei a pensar que isso fosse egoísmo de minha parte. Na verdade era imaturidade. Eu não queria crescer! Não queria me responsabilizar pela minha própria vida.

Tudo realmente mudou quando eu me apropriei deles e comecei a dar a devida proporção à cada um. Problemas são só problemas. Hoje em dia cada um tem seu lugar na minha vida. Não significa que a vida seja ruim.

PD– Você mencionou que sofria constantemente com forte irritação, com

tudo. De que forma isso atrapalhava seu emagrecimento e sua vida. O que aprendeu sobre isso?

CP – Na ocasião o meu maior problema era emagrecer. Mas não queria assumir a minha responsabilidade pelo processo. Queria ser emagrecida, mas como ninguém poderia fazer isso por mim, eu descontava essa insatisfação nas pessoas. A partir do momento em que eu assumi essa responsabilidade e aceitei que seria um processo longo, entendi que cada passo que eu desse por menor que fosse, seria uma evolução para eu atingir meu objetivo.

PD– Um dos aspectos que pressiona e transtorna a vida de muitas pessoas que têm o objetivo de emagrecer é a pressa. O desejo de resultados rápidos. A sua trajetória respeitou o tempo, você realmente seguiu um processo. Um

Na ocasião o meu maior problema era emagrecer. Mas não queria assumir a minha responsabilidade pelo processo. Queria ser emagrecida, mas como ninguém poderia fazer isso por mim, eu descontava essa insatisfação nas pessoas.

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passo após o outro. Como conseguiu? Em que se apoiou? Conte-nos como foi percebendo, se apropriando das pequenas mudanças durante o processo. Como foi vencer a pressa?

CP – Essa consciência veio aos poucos. Não de uma hora para outra. As vezes passava meses estagnada. Mas passei a me cobrar menos por isso, porque tirei um pouco o foco daquilo que pensava ser o único problema da minha vida. Havia outras coisas que eu devia dar a atenção e que eu negligenciava. Foi então que eu percebi que a pressa era a minha inimiga. Eu tinha que levar o processo junto com os outros problemas, simultâneamente. E não emagrecer primeiro para depois resolver minha vida.

PD– A partir de que momento, mesmo ainda não tendo atingido seu objetivo pleno (peso ideal) passou a se sentir melhor, mais confiante, mais forte, mais perto do alvo?

CP – Para ser sincera, eu acho que a minha ficha ainda não caiu completamente. Eu olho para trás e muitas vezes não consigo dar o devido valor ao meu trabalho. Às vezes tenho a sensação de que eu realmente acordei em um dia lindo se sábado ensolarado magra. Fui presenteada! Mas passaram-se 3 anos, e apenas quando Atingi a casa dos 50 kg, RS, falei... puxa, não acredito que cheguei até aqui! Se eu pude fazer isso, posso fazer qualquer outra coisa que me julgo incapaz.

PD– Você destacou que além da dificuldade com a alimentação era totalmente sedentária.

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Como iniciou a atividade física, que caminho você percorreu para superar a inércia?

CP – Eu tinha muita vergonha de freqüentar uma academia. Me sentia um peixe foram d’agua. Mesmo sem a mínima disposição me propus à iniciar uma atividade física qualquer que fosse na academia do meu prédio. Sempre num horário em que ela estinveste vazia e ainda que fosse apenas 20 minutos por dia, eu lutava para vencer a preguiça. Inicialmente foi um sacrifício, mas com o tempo eu me acostumei. Hoje em dia meu corpo pede para se mexer.

PD- Quando atingimos o objetivo, para muitos parece até que foi fácil, que o caminho foi

retilíneo, sem tropeços, quedas, mas sabemos que não é assim. Quais foram os principais obstáculos, dificuldades nesses anos, em que fase ocorreram e como os superou?

CP – O meu vício sempre foi compensar minhas frustrações na comida. Sempre que me sentia insatisfeita com algo ou deprimida precisava comer para me sentir melhor. Era automático. Fazia sem perceber. A forma que encontrei de me livrar dessa atitude em primeiro lugar foi encarar a comida como um alimento. Não como mais para satisfazer emoções ou para me sentir feliz, mas apenas para alimentar meu organismo. E o ponto principal foi encarar de frente minhas próprias insatisfações, porque fugir delas através da

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Não como mais para satisfazer emoções ou para me sentir feliz, mas apenas para alimentar meu organismo. E o ponto principal foi encarar de frente minhas próprias insatisfações, porque fugir delas através da comida não era uma atitude inteligente. Na vida sempre teremos algo à resolver, e a comida não solucionará nada.

comida não era uma atitude inteligente. Na vida sempre teremos algo à resolver, e a comida não solucionará nada.

PD- É verdade que você é, já foi muito perfeccionista, que desejava fazer tudo, sempre certo? Carol isso de ter tudo sobre controle, sempre certo é possível, ou você mudou a respeito disso?

CP – RS, eu ainda tenho esse pequeno defeito. Apenas aceito o fato de que não posso manter tudo sob controle o tempo todo e sou mais tolerante quanto à isso, comigo e com os outros. Não me cobro tanto por não ter dado meu 100% em uma tarefa. 50% de algo feito já é bem mais do que 100% de algo por fazer.

PD- Tem uma frase sua que diz: “Eu odiava a comida. Passei a vida comendo escondido de mim mesma porque achava que não podia comer porque engordava, ou porque achava que para emagrecer era preciso parar de comer”. Essa briga com a comida, esse relacionamento conflituoso é um empecilho para um emagrecimento saudável e sustentável. O que você pode nos ensinar sobre isso?

CP – O que levei anos para descobrir... Que comemos para alimentar o organismo e não para alimentar emoções. A comida para mim sempre foi uma válvula de escape. Eu encontrava nela alguns segundos de satisfação que queria ter na vida. Foi muito difícil desvincular a comida da minha parte afetiva.

Infelizmente não funciona como um botão da

consciência que a gente liga e ele funciona. Nada disso. Esse aprendizado veio apenas com o meu crescimento emocional.

PD- Uma travessia desse porte não é uma conquista solitária. Divida conosco, quais áreas profissionais, situações, parcerias foram importantes e apoiadoras das suas conquistas?

CP – Todo o meu processo se iniciou com a terapia. Depois de ter tentado de todas as formas emagrecer, comecei a considerar que talvez precisasse de ajuda psicológica para atingir minha meta. Pesquisei muito sobre isso na internet e felizmente cheguei até a Maria Marta, que foi uma das grandes mentoras do meu crescimento. Ela me recomendou também o acompanhamento psiquiátrico em uma fase difícil do processo. A Dra. Ângela Caron também foi muito importante nessa travessia.

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Na época também encontrei no Instagram uma ferramenta que me ajudou a manter o foco e tive o prazer e a felicidade de começar grandes amizades que me ajudaram no processo.

Sou imensamente grata à cada um deles, que foram peça fundamental para o que eu pudesse alcançar esse sonho.

No fim eu já nem me queixo mais de toda a dificuldade da travessia. O que ganhei de aprendizado e os amigos que fiz valeram a pena.

PD- A psicoterapia é uma jornada, um caminhar para dentro de si mesmo. Para compreender o que somos, entender como nos tornamos quem somos e fazer descobertas na direção do que queremos e podemos realmente nos tronar. Como foi essa experiência na sua vida?

CP – Foi incrível! A melhor decisão que poderia ter tomado . Cada descoberta pessoal foi um passo a mais na minha jornada. Não foi apenas um processo de emagrecimento.Tudo está interligado. E quando se acende uma luz sobre a escuridão, passamos a ver o que antes não víamos. Não foi apenas meu peso que mudou. Eu mudei. Minha vida mudou. Por esse motivo que não consigo separar o meu emagrecimento de todo o crescimento pessoal que tive. Construi uma vida nova baseada naquilo que eu descobri sobre mim mesma. Foi uma jornada de auto

conhecimento, muito Além do peso, eu me encontrei. A vida nem sempre é fácil, mas ela é linda! E eu aprendi isso lindamente!

PD – Carol iniciamos essa entrevista com uma frase sua e vamos finalizá-la com outra: “Eu tenho medo, mas eu quero chegar lá para ver como vai ser”! Você chegou. O que quer dizer sobre essa experiência? O que diria para quem deseja e precisa chegar lá também?

CP – Eu nunca desisti. Apesar de me sentir incapaz após ter fracassado inúmeras vezes tentando atingir o meu objetivo de emagrecimento, eu sempre acreditei que haveria uma forma de eu chegar lá para ver como seria. Jamais desista! Ainda que você sinta que não é capaz. Que já fez de tudo e não teve nenhum resultado. Não existe atalhos. O caminho ideal é o mais longo, mais trabalhoso. Mas eu garanto é o mais lindo! Porque será o caminho construído por você. E que você vai aprender a segui-lo tão bem, que não precisará mais se torturar para manter-se nele. Busque a ajuda de profissionais que possam, assim como eu encontrei, lhe dar as mãos neste processo. A jornada é sua, mas sozinho não se faz uma travessia dessas.

Você também pode chegar lá para ver como é.

Acredite em você!

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Eu nunca desisti. Apesar de me sentir incapaz após ter fracassado inúmeras vezes tentando atingir o meu objetivo

de emagrecimento, eu sempre acreditei que haveria uma forma de eu chegar lá

para ver como seria.

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Esporte: Dança

Uma pessoa: Minha mãe

Música: Cherish the day - Sade

Um Filme: Se beber não case

Uma flor: Orquídeas

Estação do Ano: Verão

Prato preferido: Café com bolo de laranja

Um lugar perfeito: Minha casa

Pior pesadelo: Perder a fé

Lazer: Estar com amigos

Um sonho: Tornar- me quem eu sou

pra você

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Estante

Emagrecer e manter o peso são desejos de todos os que lutam contra o efeito sanfona. Muitos estão à procura da fórmula ideal, da dieta definitiva, mas será que a solução está na dieta ou está na pessoa que faz a dieta? Será que o foco deve ser o produto ou o processo?

Na obra Emagrecimento Sustentável estas questões estão em pauta. A experiência de alguns anos acompanhando histórias sobre emagrecer, traz alguma compreensão destas intrincadas questões. É hora de mudar o foco, investir esforços sim, mas na direção certa. Aprendermos a pescar em vez de esperar o “grande peixe”.

Psicologia do Emagrecimento tem a proposta de abranger questões da saúde emocional e da alimentação de uma forma terapêutica. Marcos Meier e Maria Marta Ferreira ensinam as pessoas a mudarem seus comportamentos

alimentares. A obra foca sua atenção nos aspectos psicológicos que a obesidade envolve. Escrito numa

linguagem acessível, o livro pretende compreender a relações que a comida tem com as emoções.

EMAGRECIMENTO SUSTENTÁVELJuruá: 2014

PSICOLOGIA DO EMAGRECIMENTO Revinter: 2009

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A conquista do equilíbrio e bem estar através do RAFCALAo conhecer a Maria Marta e o Programa RAFCAL fiquei muito satisfeita por perceber que, este método se adequa as necessidades dos pacientes, sem perder sua finalidade, enriquecendo minha prática com Transtornos Alimentares e Obesidade.

Talita Lopes Marques

Tive o prazer de fazer parte da primeira turma de formação no RAFCAL, delineando os primeiros passos do RAFCAL Fitness e, na sequência pude, junto à Maria Marta, desenvolver o RAFCAL Grupos, contribuindo também com a capacitação de algumas turmas nesta modalidade.

O RAFCAL contempla o óbvio: como tornar a informação um novo comportamento. Nestes 11 anos de clínica e 15 estudando comportamento alimentar, constato dia a dia como o conhecimento que as pessoas têm sobre dietas é incoerente, pois desconsideram como nosso organismo funciona. Ao compreender os mecanismos de fome e saciedade, preservação e ansiedade, o modus operandi da pessoa passa a fazer sentido. E é somente a partir

depoimento

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deste momento que mudar torna-se significativo.

O RAFCAL favorece que o paciente se responsabilize, pelo seu processo e nos instrumentaliza com etapas estruturadas e monitoradas de modificações de comportamento, o auxiliando nesta difícil aquisição de um estilo de vida saudável. Afinal, emagrecer transcende o “fechar a boca”, implica reestruturação da forma de pensar, de relacionar-se com a comida, de regras e conceitos, manejar a tendência natural do ser humano de refugiar-se no doloroso conhecido ao invés de encarar o desconhecido.

A psicoterapia quebra as barreiras do medo pois, a pequenos passos, a habituação ao novo padrão de comportamento é facilitada. Assim, o paciente tem o suporte e conhecimento necessários para emagrecer e manter-se magro de forma saudável: frequência alimentar adequada, ingerir alimentos de boa qualidade nutricional nas quantidades ideais e ter suas emoções em equilíbrio, tornando o comer um hábito puro.

A seguir, temos o relato da paciente Priscila Avlis. Com 26 anos, buscou a terapia no final de 2008 por causa da Bulimia Nervosa e Depressão, quadros que a estavam deixando incapacitada de seguir com suas atividades habituais, como trabalho e faculdade. Após anos de terapia, melhorou diversos aspectos que a engessavam como o perfeccionismo e a grande auto exigência e, mesmo tendo uma imensa resistência a mudar seus padrões alimentares, conseguiu vencer o hábito de provocar vômitos.

No entanto, a compulsão permanecia, o que a levou à Obesidade Mórbida. Após mais um período de terapia e duas internações em hospital psiquiátrico, PS se convenceu de que seu problema com a obesidade só seria solucionado com uma Cirurgia Bariátrica. Com muita relutância, por saber que esta não seria a solução do seu problema, assim como a obesidade não era a causa, cedi aos seus pedidos de avalia-la e prepara-la para o procedimento.

Relutei, pois acompanhando de perto sua evolução, tinha certeza de que esta era apenas mais uma alternativa para provar que nada para ela funcionava, assim como todos os tratamentos psiquiátricos que já havia tentado.

Após alguns meses de avaliação e preparo, já no final do processo quando precisa orientar sua mãe, ouvi dela o que estava esperando ouvir em todos esses anos: “Então, Talita... eu estava pensando, e, acho que não vou fazer a cirurgia agora. Acho que eu quero tentar o que você vem sugerindo neste tempo todo”. Finalmente Priscila havia tido a coragem de se responsabilizar por seu processo de mudança e tinha a intenção de tornar sua vida positiva, saudável!

Ao compreender os mecanismos de fome e saciedade, preservação e ansiedade, o modus operandi da pessoa passa a fazer sentido. E é somente a partir deste momento que mudar torna-se significativo.

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A partir deste momento, combinamos pequenas mudanças, semana a semana, até que no final de 1 ano e 8 meses 56 quilos foram eliminados. Agora, nos encontramos num processo de lidar com recaídas e auto sabotagens tanto de velhos hábitos alimentares quanto de padrões cognitivos.

Priscila Avlisdepoimento“Minha trajetória como bulímica me fez

compreender que o transtorno alimentar vai muito além de hábitos alimentares

inadequados, existe um sofrimento. Meu tratamento foi cansativo e desgastante, e,

quando parei de vomitar, no período de um ano, engordei mais de 40 quilos, por causa

da compulsão alimentar. Depois de um ano sem vomitar, iniciei o Programa

RAFCAL e durante um ano e oito meses eliminei 56 quilos.

Nesse processo, a Terapia Cognitvo-comportamental foi de fundamental

importância pois, fui capaz de adquirir subsídios internos para fazer pequenas

mudanças dia após dia nos meus pensamentos, e consequentemente nos

meus comportamentos. E, assim consegui uma melhora gradativa, baseada na tomada

de consciência e na mudança dos meus hábitos alimentares inadequados, pois fui

capaz de controlar as compulsões e escolher o que eu iria comer. Durante a reeducação

do comportamento alimentar, algumas ferramentas como o diário alimentar e o

registro de pensamentos, foram essenciais para que pudéssemos fazer as mudanças

necessárias.

Além da equipe multidisciplinar que me acompanhou, a terapia foi de extrema

importância, pois com certeza os remédios me ajudaram no controle das compulsões e

da depressão, mas foi por meio da terapia que consegui resolver o foco do transtorno

alimentar, aprender a lidar e controlar meus pensamentos e comportamentos, me

responsabilizar e reassumir o controle da minha alimentação e da minha vida, o que

me proporcionou qualidade de vida”.

{TALITA LOPES MARQUES}CRP08/10841Esp. Transtornos Alimentares e ObesidadeEsp. Intervenção CognitivaPsicologia do Emagrecimento - Programa RAFCALPsicologia Cognitivo-comportamentalPsicologia do EsporteTerapia Crâniossacral

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NÃO FAÇA DIETA,PRATIQUEMUDANÇA!

Informe-se sobre nosso workshop através do WhatsApp:41 9576-4145http://www.psicobela.com.br/contato/

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Informações e WhatsApp:

41 9576-4145http://www.psicobela.com.br/contato/

Maria Marta FerreiraPsicóloga [CRP 08/07401]

O Curso compartilha a experiência de 18 anos de atuação na prática clínica, pesquisas e acompanhamentos de pacientes com sobrepeso, obesidade e sua delicada relação com a comida e com a vida.

Capacitação no Protocolo RAFCALpara Psicólogos e Nutricionistas

Reeducação Afeto Cognitiva do Comportamento Alimentar

CursoCurso

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MariaMarta

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Tem gente que nos recebe com os olhos. Outras pessoas nos dizem

tudo apenas sorrindo. Maria Marta Ferreira, psicóloga e diretora da

Clínica Psicobela é capaz de acolher a todos com um sorriso nos olhos

capaz de quebrar qualquer mal humor.

Formada em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná em

1998. Em 2016 celebra 18 anos de experiência em psicoterapia,

tratamento e prevenção da obesidade. Nessa bagagem também

estão muitas horas dedicadas a palestras, workshops, pesquisas,

Especialentrevista

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cursos de formação e entrevistas a diversos canais de comunicação. Além de livros e inúmeros artigos

para sites e revistas.Mas ainda tem mais: comentarista

sobre relacionamentos há oito anos em rádio (programa Light

News 95,1 FM- com Maria Rafart, parceria que também rendeu um

ano de programa na TV Evangelizar, atualmente TVCI). Para essa

comunicadora que parece colorir as palavras, traduzindo temas difíceis de forma a pousar com bom humor, clareza e simplicidade no cotidiano das pessoas, ouvintes e colegas não

poupam elogios e reconhecimento pelas redes sociais e e-mails que

são guardados como relíquias embaladas com gratidão.

Mãe do João Pedro – um dos seus motivos de sorrir sempre – Maria Marta nos conta um pouco sobre

sua carreira como psicóloga e transparece com seu jeito de ser a

importância do equilíbrio em nossas vidas, para que tudo possa fazer

sentido.

POR {CLECYO DE SOUSA}

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Psicobela Digital – Nos conte um pouco do início da sua trajetória profissional. Por que escolheu a psicologia clínica?

MM – Eu entendi com a experiência que não escolhi a Psicologia, foi ela quem me escolheu. Não fui para faculdade imediatamente após o ensino médio. Antes disso trabalhei para acolher uma nova fase de vida que começava aos 17 anos com minha vinda do interior para Curitiba. Foi aos 22 que iniciei a Faculdade, e a participação no vestibular foi motivada por uma amiga especial até hoje presente para o que der e vier (Eliana Muniz).

Me apaixonei pela Psicologia já no início da faculdade que cursei com muita dedicação e dificuldades financeiras. Tive o apoio de novos e queridos amigos em todo o percurso e logo que finalizei a faculdade, tinha o foco e o desejo alinhados para fazer o meu melhor possível como psicóloga. A clínica mostrou-se naturalmente como o caminho.

PD – Existe uma ideia pré-concebida de que “psicologia é pra quem tem problema”. De onde você acha que as pessoas enxergam a psicologia desta forma?

MM – É sim - é fato que todos temos problemas. Alguns são mais hábeis na solução dos mesmos, outros não. Aos primeiros confere-se uma vida melhor, aos segundos problemas que obliteram a felicidade possível. Mas sobre os preconceitos que ainda pairam sobre a

Nos anos 80 com as pesquisas do psicólogo Daniel Goleman e o neurocientista António Damásio, muitas elucidações sobre as emoções foram feitas trazendo nova luz ao que parecia subjetivo demais.

terapia, desde os primórdios da civilização lidamos com fatores subjetivos que foram tratados como ocultismo e causavam assombro por serem desconhecidos. Os transtornos emocionais e psiquiátricos eram tratados como possessões e provocavam medo.

Nos anos 80, com as pesquisas do psicólogo Daniel Goleman e o neurocientista António Damásio, muitas elucidações sobre as emoções foram realizadas, trazendo nova luz ao que parecia subjetivo demais.

Ainda existem preconceitos, mas temos avançado larga e rapidamente na superação deles com uma ação bem dirigida da Psicologia em suas diferentes vertentes, o que deixa mais explícita sua ação em empresas, esportes... de forma que os benefícios têm superado as desconfianças. A informação está mais disponível, e em tempos em que a longevidade é nova realidade, a psicologia a acompanha como ferramenta de qualidade de vida.

PD – Vivemos um momento de múltiplos desafios nos relacionamentos pessoais e

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profissionais. Como o trabalho da psicologia se insere nestas questões e como pode auxiliar as pessoas a viver melhor?

MM – No final das contas tudo acaba em relacionamento. Naquele que temos com a gente mesmo (intrapsíquico) e aqueles que mantemos com outros (interpsíquico). O resultado de como agimos em relação a nós mesmos, interfere diretamente na forma como lidamos com as pessoas e o mundo que elas formam em nossa volta.

A comunicação é um dos fatores fundamentais dos relacionamentos nos âmbitos pessoal ou profissional, e a psicologia se dedica a iluminar, desenvolver e transformar a comunicação. Nos dois âmbitos é essencial para todo o resto.

Outro ponto fundamental é a autoestima, o apreço que se tem consigo mesmo e a valorização ao próximo. A qualidade dos relacionamentos passa por esse filtro. Um dos focos de intervenção da Psicologia é a autoestima, favorecendo seu desenvolvimento e transformação. O resultado recai diretamente no êxito dos relacionamentos.

PD – A ideia de que “descontamos” na comida nossos problemas é verdadeira? Nossa relação com a alimentação possui aspectos psicológicos?

MM - Certamente. Desde que se inicia a vida o ato de amamentar dá início a conexão alimentação – comportamento. Além de nos nutrir para que sobrevivamos, a alimentação encerra fatores emocionais, espirituais e

culturais fortemente arraigados em todas as culturas. Impossível dissociar uma da outra.

Naturalmente que com a evolução das sociedades, muitas mudanças chegaram e interferiram de forma a desorganizar essa conexão, como a industrialização que altera o cenário alimentar, o favorecimento ao estresse presente nas sociedades contemporâneas. Todas as transformações que passamos, nossa relação com a alimentação passa também. Afinal é um item essencial para sobrevivência.

PD – Como surgiu o conceito de psicologia do emagrecimento e emagrecimento sustentável na sua carreira?

MM – Eu peço licença ao leitor pra contar essa história, que é longa, mas que é como ela aconteceu…

Há 18 anos o tema não era tratado com tanta elucidação como nos tempos atuais. A participação da psicologia era bem mais discreta no cenário da obesidade.

No período anterior a faculdade vivenciei uma relação disfuncional com a alimentação, tendo crises compulsivas e uma relação excessiva com alimentos hipercalóricos. Provavelmente pelo estresse natural que vivi naquele período de mudança, tão jovem, tendo deixado a casa dos pais, vivendo numa cidade grande e passando pelas dificuldades pertinentes à situação e fase de vida.

Ao iniciar a faculdade, comecei também um tratamento nutricional e minha experiência com a psicoterapia. No percurso da faculdade emagreci e reestruturei minha relação com a comida e com meus afetos.

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Ao terminar a faculdade, não tive dúvida, como numa epifania sabia ao que queria me dedicar: ajudar as pessoas a ajustarem a sua relação com a comida.

Passei a estudar intensamente o tema e a construir um protocolo de conduta terapêutica para lidar com o problema. Preparei um material informativo e iniciei um processo de divulgação do trabalho. Contato com nutricionistas, espaços voltados a alimentação saudável, e tantos outros. Sugeri como pauta nos programas de TV e rádio locais (fui minha primeira assessora de imprensa, rsrsrs) e segui trabalhando e estudando.

Vi com alegria e espanto minha agenda do consultório cada vez mais cheia e experiências cada vez mais ricas se desenvolverem no consultório.

Certo dia liguei para um querido amigo e incentivador (Marcos Meier) e compartilhei o que estava acontecendo. Me lembro como se fosse hoje das suas palavras: “Martinha você está fazendo algo muito legal. E nem sabia o quanto. Seu trabalho está pautado por uma teoria da educação a qual tenho me dedicado – a Mediação. Você precisa escrever sobre isso, compartilhar o que tem desenvolvido” (Me contou sobre seus estudos, sobre o psicólogo Reuven Feuerstein e suas descobertas profissionais).

Escrevemos juntos o livro “Psicologia do Emagrecimento”, publicado pela Editora Revinter - RJ, em 2004. Pessoas que leram o livro trocavam experiências e o trabalho seguiu evoluindo e se expandiu.

Mais tarde, outro amigo querido e parceiro de batalhas (Roberte Metring) entrou em cena. Enquanto compartilhava com ele

sobre minhas experiências, não hesitou e, como os amigos mandam e a gente obedece, recomendou: “Maria Marta, não é mais possível guardar essa experiência contigo, hora de dividir com outros profissionais essas experiências).

Em 2005 realizei para colegas psicólogos (e as outras edições abrangeram nutricionistas) o primeiro Curso de Capacitação no Programa RAFCAL - Reeducação Afeto Cognitivo do Comportamento Alimentar.

De lá para cá os cursos são realizados frequentemente e procurado por colegas de todo o Brasil, que vem à Curitiba para realizarmos ricas trocas.

Nesses 18 anos tenho acompanhado com cuidado, alegria e gratidão histórias transformadoras, como a da capa dessa edição – Carol Pascoal.

Passei a estudar intensamente o tema e a construir um protocolo de conduta terapêutica para lidar com o problema. Preparei um material informativo e iniciei um processo de divulgação do trabalho. Contato com nutricionistas, espaços voltados a alimentação saudável, e tantos outros. Sugeri como pauta nos programas de TV e rádio locais (fui minha primeira assessora de imprensa, rsrsrs) e segui trabalhando e estudando.

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PD – O que significa RAFCAL e para quem se destina?h

MM – RAFCAL significa Reeducação Afeto Cognitiva do Comportamento Alimentar. A tese que originou o programa busca entender e atender a seguinte questão: “por que a maioria das pessoas, sabe tudo o que precisa fazer para emagrecer. Emagrece, mas não consegue se manter magra (o)?

Para algumas pessoas emagrecer é somente uma questão de equilíbrio entre calorias ingerias e gastas. Mas não é assim para todos! Nunca vimos tanta informação como atualmente se tem sobre obesidade, emagrecimento e afins e nunca a população esteve tão obesa, e não apenas no Brasil.

Aspectos da personalidade, estados emocionais como a gestão dos impulsos, das alegrias, tristezas interferem nesse cenário provocando desequilíbrio. Saber não é suficiente para agir.

O efeito sanfona é uma realidade cruel. Dificilmente encontramos pessoas que nunca tenham emagrecido, infinitas vezes emagreceram, mas voltaram a engordar.

O RAFCAL propõe analisar como esse aprendizado foi construído. Muitas vezes a pessoa repetiu infinitas vezes as mesmas fórmulas para chegar aos mesmos resultados. Conduzimos uma reavaliação e mudança na forma como é realizado o processo. Isso é o que aborda a parte cognitiva do programa.

No aspecto afetivo, examinamos o perfil de personalidade, os estados de humor, a organização das rotinas, a qualidade da autoestima, dos relacionamentos, a presença de disfunções, ou transtornos

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de humor e personalidade para que compreendamos que fatores possam estar interferindo negativamente no processo de emagrecimento e reorientá-los.

Emagrecer é mais que a adoção de uma dieta por um período específico. Buda dizia que aprender é mudar. Se não mudamos efetivamente é porque não aprendemos. Porque aprender de fato, é transformar o que está ao seu redor e a si mesmo.

Por isso o RAFCAL não prega velocidade. Abolimos a pressa porque é inimiga do aprendizado e da manutenção. Focamos atenção e esforço continuados às emoções e aos hábitos para preservar as conquistas do processo.

O RAFCAL é para aquelas pessoas que já fizeram dietas e brigaram muito com a balança. Emagreceram e engordaram muitas vezes. Fizeram diversas dietas, ou as mesmas de sempre, mas não chegaram onde precisavam. Estão fadigadas e precisam acreditar e experimentar uma maneira nova, e fazer de outra forma para alcançar novos resultados.

Mas é também para quem nunca viveu esse dilema, para quem quer pegar uma rota, escolher um caminho para cuidar da saúde do corpo e da mente.

PD – Parece que a maioria das dietas acaba focando a questão estética. Como isto afeta a questão do emagrecimento e manutenção do peso?

MM – Embora a maioria dos discursos recaiam sobre a importância da saúde, muitas práticas não a consideram. Nossa sociedade supervaloriza a magreza e a

juventude. Estabelece padrões rígidos do que considera beleza e isso influencia muito as pessoas que em busca do peso e da beleza ideias sacrificam a saúde e o bom senso.

Respeitar seu biótipo, seu estilo de vida, fase da vida e escolher métodos coerentes são questões fundamentais para quem quer sentir-se bem de fato.

PD – Parece que a cada dia surge uma nova dieta para perder peso. Quais são os principais obstáculos das dietas de emagrecimento?

MM – Visto por aspectos econômicos este é um viés rentável da economia. Rapidez e pouco esforço são palavras mágicas que colorem o imaginário de muitos. “Emagreça rápido e sem sacrifício” – rende produtos e serviços infindáveis e muito lucro.

O efeito sanfona está aí para corroborar que se esses métodos fossem efetivos, as pessoas não voltariam a engordar.

Emagrecer é um processo, não um produto. Assim um dos principais obstáculos do processo de emagrecer é a pressa. Em alta velocidade não é possível ler as placas de sinalização ao longo do caminho, e que estão levando você ao abismo. Outro ponto desastroso são os maus hábitos que as próprias dietas radicais carregam em si, difíceis de serem modificados.

Muitas pessoas perdem tempo, dinheiro, agridem a autoestima e a autoconfiança por insistirem nessas direções. E quando essa é a meta, os fins justificam os meios No RAFCAL focamos a direção, não a velocidade. Trabalhamos os meios, para que os fins sejam saudáveis e sustentáveis.

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Emagrecer é um processo, não um produto. Assim um dos principais obstáculos do processo de emagrecer é a pressa. Em alta velocidade não é possível ler as placas de sinalização ao longo do caminho, que estão levando você ao abismo.

PD – Porque voltamos a ganhar peso depois de fazer alguma dieta? Seria possível comer bem e manter o peso?

MM – O emagrecimento como processo abrange 4 fases basicamente: a primeira delas refere-se a restrição e substituição de alimentos. Não é possível emagrecer comendo tudo o que se ser, nem tudo do que se deseja. A restrição, redução da quantidade do que ingerimos favorece o emagrecimento. Observando que restrição é diferente de proibição. Essa última produz privação, um veneno para a manutenção. Visto que esta prática alimenta a compulsão. A pessoa passa dias comendo “quase nada” – isso fará mais tarde comer “quase tudo”. Diferente da restrição, que permite comer um pouco de tudo e pouco do tudo. O que a longo prazo, faz mais sentido.

A substituição ajuda você a melhorar a qualidade do que ingere, e a restringir também nisso o teor calórico do que se come. Essa combinação de restrição e substituição, leva a uma alimentação mais saudável e por consequência a redução de peso.

A segunda fase do processo é a liberação com adequação. Nesse ponto o emagrecimento já está em curso e você pode liberar alguns alimentos, ou comer um pouco mais em algumas oportunidades. Mas, isso não significa liberação geral, ou seja, voltar a comer sem seguir os critérios de restrição e substituição.

Quando você não presta atenção nesses detalhes, é provável que volte a comer como fazia antes de iniciar os cuidados com a

alimentação. Liberando geral. E isso faz você voltar a ganhar peso.

(Entre a primeira e a segunda fase instala-se o efeito sanfona se os critérios de mudança forem suspensos).

A terceira fase é manutenção da dieta (Nesse caso lê-se estilo de vida, novos hábitos). Por isso a adequação é tão importante. Buscar orientação para adotar uma dieta sustentável, sem radicalismos, mas com regras. Mantendo os critérios da restrição, da substituição, cuidando do fracionamento, praticando atividade física e os demais fundamentos de qualidade de vida. É possível seguir com atenção e esforço uma dieta sem prazo determinado.

E com isso chegar a quarta fase do processo de emagrecimento, que é a manutenção do peso. Se você sabe o que fazer, desenvolveu as habilidades de como fazer e pratica os cuidados, seu peso continuará onde está, ou seja, terás atingido um emagrecimento sustentável. Em outras palavras é sim possível comer bem e manter-se magro.

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PD – Maria Marta, como surgiu o termo Psicobela que dá nome à sua clínica, ao site e à revista digital, que tem se dedicado a publicar temas contemporâneos de interesse da sociedade, destacando também as personalidades que os realiza?

MM – Já teve quem achasse que era um gesto narcísico de se intitular uma psicóloga bonita, rsrsrs. Longe disso... Não sei exatamente quando esse título surgiu. Sou inquieta, minha mente está sempre produzindo, brotando algo. Como o comportamento alimentar, queira ou não, está atrelado a estética, a beleza, desejava unir a isso um termo que fosse capaz de falar da beleza que os olhos não podem ver, mas que a alma delata, transcende.

Um belo dia acordei com esse nome na cabeça, registrei o domínio do meu site, coloquei como razão social da minha clínica e batizei mais tarde a Revista. O logotipo, uma borboleta pensada em co-criação com a designer Ana Camargo, com alusão ao corpo feminino e sua força, buscou traduzir a

transformação, a metamorfose, próprias das borboletas, os vôos ao encontro de si mesmo e para longe do que não somos.

A cor magenta não tinha a pretensão de quaisquer demarcação de território feminino, tão somente uma cor que infere espiritualidade, maturidade.

PD – Tem um chavão que diz que a pessoa faz o que é ou o que ela faz traduz o que ela é. Você concorda. Isso pode se aplicar a você e a sua prática como psicóloga?

MM – Sim e também não. Simplesmente porque tudo pode mudar, pode ser e deixar de ser. Uma psicoterapia descontrói e também refaz. A psicologia me abriu muitas portas, e eu também bati em muitas portas com ela. Minha terapia pessoal foi a entrada para as maiores descobertas e a transformação que precisava e continuo precisando.

Conhecer muitas das pessoas que conheço, realizar muitos projetos. Me sinto realizada. Uma travessia que nem sempre foi fácil, mas tem valido a muito a pena.

Me sinto feliz em fazer o que acredito e gosto de fazer, e de viver dignamente do meu trabalho.

Por muitas vezes as pessoas me perguntam: “não deve ser fácil trabalhar ouvindo problemas”. Minha resposta nesse quesito também se repete: não trabalho ouvindo problemas, trabalho ouvindo e acompanhando pessoas em desenvolvimento. Os problemas são apenas o meio, não o fim. O destino é outro, o surpreendente passo para a evolução”.

Uma psicoterapia descontrói e também refaz. A psicologia me abriu muitas portas, e eu também bati em muitas portas com ela. Minha terapia pessoal foi a entrada para as maiores descobertas e a transformação que precisava e continuo precisando.

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Trabalho com pessoas e com mudança. E a via é de mão dupla. Impossível não ser afetada.

Psicobela Digital – Maria Marta você está de aniversário - de profissão, gostaria de “ao apagar as velinhas” fazer algum pedido, algum agradecimento em especial?

Maria Marta – Sim. Agradeço especialmente aos meus pacientes, os que foram, os que são, aos que virão protagonistas do meu trabalho. São eles que no dia-a-dia da clínica são os mestres nos meandros dessa encantadora e desafiadora profissão. Fortalecem a minha fé na mudança, na transformação. Sou grata pela confiança.

Agradeço aos meus amigos e colegas, todos, todos. E especialmente aos supracitados. Eliana Muniz uma amiga para todas as horas e que me “empurrou” naquele ano para o vestibular, Marcos Meier e Roberte Metring fundamentais na empreitada de início do RAFCAL, a minha colega e colaboradora

no RAFCAL Grupos (o RAFCAL tem várias versões veja no esquema nessa edição) Talita Marques, profissional dedicada e competente.

Gratidão a todos os colegas psicólogos e nutricionistas que compartilham conhecimento comigo. Cada edição do curso enriqueço não apenas a experiência no manejo do programa, mas reforço minha crença nessa profissão por encontrar grandes profissionais que realizam seu trabalho com competência e ética.

Gratidão a minha ex estagiária, hoje assistente e futura colega de profissão Alessandra Bevilaqua que faz toda a diferença no dia-a-dia da Psicobela nesses últimos 05 anos. A você Clecyo, por essa entrevista e sua assessoria na comunicação da clínica.

Agradeço a Maria Rafart por me convidar a compor com ela “as quintas com as Marias” no programa que comanda na Transamérica Ligth 95, 1 FM e a todos os ouvintes que dividem comigo por e-mails, mensagens suas histórias e palavras de carinho e reconhecimento.

Preencheria infinitas folhas com agradecimentos, mas vou me conter, rsrs. Antes agradeço a minha família, especialmente ao meu filho que é sim um motivo para sorrir todos os dias.

O que não contenho e nem quero é mesmo minha alegria e gratidão por ter sido escolhida por essa profissão!

Agradeço especialmente aos meus pacientes, os que foram, os que são, aos que virão protagonistas do meu trabalho. São eles que no dia-a-dia da clínica são os mestres nos meandros dessa encantadora e desafiadora profissão.

às vezes, fala-se muito e não se diz o essencial.

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às vezes, fala-se muito e não se diz o essencial.

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O que me pesa além do peso?

Joice Goveia da Rocha

Pode parecer simples ou até mesmo gostoso, mas engordar não é fácil: é preciso envolver-se amorosamente com a comida, dedicar-se a pensar constantemente nela e ter atenção especial com as melhores formas de adquiri-la ou prepará-la. Também é preciso desenvolver um paladar especial, a mastigação voraz e descuidar-se em relação às quantidades e qualidade do que se come. Mais do que tudo, é fundamental reconhecer que não se engorda de uma hora para outra – ganhar peso é consequência de vários hábitos mantidos ao longo de semanas, meses ou anos. Manter o excesso de peso, então, exige dedicação permanente!

No livro “Emagrecimento sustentável”, nossa querida Maria Marta Ferreira descreve quatro importantes pilares para uma obesidade bem sucedida: (1) hábitos alimentares inadequados, (2) sedentarismo, (3) herança genética da obesidade e

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(4) fatores emocionais e transtornos comportamentais.

Estes pilares não acontecem separadamente, um a cada vez. As circunstâncias dos hábitos, heranças e emoções que propiciam o ganho de peso se interpolam e frequentemente são interdependentes.

Em minha experiência pessoal e clínica, noto que estamos, de forma geral, habituados a nos preocupar primordialmente em como emagrecer, ignorando ou refletindo pouco sobre um fator igualmente importante: como fizemos para engordar. Cada pessoa tem uma história, uma relação complexa com a alimentação, com influências genéticas e metabólicas, de seus aprendizados sociais, crenças e preferências.

Não escrevo como profissional especialista no tema, mas como quem tem uma longa história de amor e ódio com a alimentação, o próprio corpo e uma certeza paralisante de que qualquer mudança seria impossível. Quero compartilhar partes de minha experiência pessoal para transbordá-la de mim e fornecer um testemunho de que é possível ser feliz gorda. E de que também é possível emagrecer quando se coloca a mudança efetiva em foco.

Veio da família a herança genética para a tendência ao excesso de peso que se juntou à herança cultural de fartas comemorações, a valorização da comida e o prazer em comer. Em minha família quase todos sabem cozinhar muito bem e a maioria dos momentos felizes em grupo se passam ao redor da mesa.

Recebi da minha família uma vida alimentar de alta qualidade nutricional e também desenvolvi um gosto especial por alimentos doces ou bastante calóricos. Na infância fazia bastante charme – e birra – para convencer os adultos a me darem doces e quem cedia mais facilmente era a vovó. Era tanta gula que mamãe escondia biscoitos e outros doces para conseguir regular horários e quantidades em que eu devia comê-los; eu acabava encontrando e comendo-os escondida.

Além disso, aprendi cedo a associar a comida com felicidade ou alívio. Até que comer se tornou uma estratégia recorrente para processar emoções. Os adultos passaram por crises importantes e eu, criança, definitivamente não sabia lidar com as emoções que estas situações me causavam.

Ouvi pela primeira vez que estava “oficialmente” acima do peso aos 9 anos, durante uma consulta com a pediatra. Nesta época, os adultos me falavam palavras de incentivo para emagrecer ou cobravam da minha mãe alguma mudança. Em contrapartida, também ouvia da minha

Além disso, aprendi cedo a associar a comida com felicidade ou alívio. Até que comer se tornou uma estratégia recorrente para processar emoções.

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família elogios por ser uma criança fofa, gorda e sadia.

De modo geral, ouvia comentários que associavam uma pessoa bonita, boa e disciplinada como magra, já a pessoa gorda como feia, preguiçosa e ansiosa. Na escola ouvi não sei quantas chacotas por ser uma das meninas maiores da turma (não só no peso, mas na altura também). E foi nesta idade que aprendi que existia dieta, contagem de pontos e calorias em tudo que a gente come. Apesar dos incentivos familiares, da médica, da nutricionista, dos vigilantes do peso, vivi com muita dificuldade cada dieta e parecia que nunca aparecia o resultado bom o bastante. Estava sempre uns cinco quilos longe do ideal.

Imagino que talvez existisse também a dificuldade da família em balancear as mudanças de hábitos, quando e quanto controlar mais ou menos minha alimentação e atividades físicas. É importante ressaltar que dificilmente uma criança (sem problemas de saúde que justifiquem) engorde sozinha. O sistema familiar pode estar engordando junto ou mantendo comportamentos que mantém o peso excessivo, sem ao menos se dar conta.

As fotos da minha família mostram as variações significativas de peso de quase todos os membros ao longo dos anos. Então “puxei” a gula, o prazer em comer, a tendência para engordar e também a pouca motivação para atividade física.

Quanto mais os adultos falaram sobre emagrecer ou fazer exercícios, mais irritada

e ansiosa com o tema eu me tornei. Passei a brincar menos fora de casa, evitar os amigos que tinha na vizinhança ou idas ao clube. Gradativamente empreendi mais tempo em atividades paradas como assistir TV ou usar o computador. Lembro-me de sentir muitas vezes entediada e com uma vontade voraz de comer. Meu peso foi aumentando gradativamente, constantemente um pouco além do esperado para a idade ou altura.

Comecei a reparar que todas as pessoas tinham algo a dizer sobre meu corpo e meu peso. Isso me revoltava e angustiava. Foi surgindo em mim um tipo de pensamento insistente que só trazia críticas e defeitos autodirigidos, passei a antecipar que seria criticada por alguma coisa sempre.

Aos 14 anos alcancei o grau um de obesidade e emagreci bastante em seguida. Os elogios sobre o emagrecimento ao invés de incentivar me magoavam ou me deixavam com raiva. Desde então passei a detestar qualquer comentário sobre meu corpo, sobre emagrecer ou estar gorda. Me sentia constantemente com raiva como se tivesse desistido de querer emagrecer como forma de desafiar o mundo ficando gorda.

Aos quinze aprendi muitas dietas malucas altamente restritivas que incluíram o uso de medicamentos para inibir a fome, chás miraculosos, shakes, laxantes, etc. Antes de terminar o ensino médio engordei e emagreci várias vezes, variando bastante desde o menor peso 69kg e o maior 92kg.

Estas mudanças físicas refletiam momentos e crises emocionais da vida familiar, questões individuais de identidade, sabores e dissabores da adolescência. Ao longo

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do tempo foram tantos inícios de dieta, inscrições em academias, tantos processos frustrados que um senso de incompetência foi se fortalecendo e minando partes de minha autoestima.

Aquele pensamento insistente de que meus esforços não adiantariam só confirmava a falta de constância no cuidado com a alimentação e exercícios. Comecei a aumentar as quantidades de doces ingeridos, comia com cada vez mais facilidade um pacote todo de biscoito recheado ou uma caixa de chocolate bis, por exemplo. Com o tempo fui me acostumando até com o mal estar de comer uma grande quantidade de comida numa mesma refeição. A fome/vontade de comer foi ficando cada vez mais frequente, quase que de hora em hora.

As vontades começaram a sair do controle se tornando compulsões. Eram esporádicas e raramente alguém me via num ataque porque eu fazia o possível para esconder quando comia demais. Dava um jeito de juntar o que tivesse na despensa para aumentar os lanches. Num lanche poderia comer dois ou três pães com queijo e presunto, pepino azedo, um pacote de fruta seca que estivesse abandonado no fundo do armário, muitos biscoitos tipo maisena, iogurte, ovos, café, leite condensado e o que mais tivesse disponível. Foram muitas as broncas recebidas por não dividir a comida, como por acabar com a caixa de bombons antes que os demais da casa pudessem comê-los também.

Apesar desta crescente dificuldade com a alimentação e as emoções, não posso dizer

que minha adolescência foi só ruim. Como todo adolescente vivi alguns terrores e ao mesmo tempo muitos momentos gostosos com a família e amigos.

Esta ambivalência emocional de sentir muito feliz e infeliz ao mesmo tempo me motivou a escolher a Psicologia como formação. Queria entender o que se passava não apenas comigo, mas com a felicidade ou infelicidade que observava em muitas pessoas. Ainda antes do vestibular minha mãe me incentivou a procurar ajuda e iniciei um processo de psicoterapia. Na época eu não sabia dizer ao certo, mas esperava que a psicóloga consertasse a parte que não funcionava em mim e me mantinha com raiva de emagrecer, raiva da minha mãe, raiva de qualquer coisa, raiva de mim mesma. Meu temperamento era de sair jogando coisas, gritando alto, chorando e fazendo grandes dramas quando insatisfeita. Especialmente se o assunto envolvia largar o computador.

Até mais ou menos dezoito anos observei quanto as influências externas propiciaram que os sintomas de ansiedade e depressão surgissem, bem como as crises de comer compulsivo. Acho que até então me sentia bastante vítima das circunstâncias e de mim mesma, sem a noção de que houvesse qualquer responsabilidade minha perante o problema. Sequer pensava em meu peso como problema meu; era um problema que diziam que eu tinha. Acredito que por não sentir a responsabilidade em controlar ou mudar meus próprios hábitos, esperava também que a solução do problema viesse de fora.

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A variação de peso e de meu autoconceito fortaleceu uma certa inibição social. Se estava (ou me sentia) mais magra gostava de sair, mas se me sentia gorda ou feia tendia a fugir dos convites. Perdi alguns amigos por isso ou outros se tornaram amigos distantes.

Me sentindo mal com o próprio corpo e com a permanente dificuldade em comprar roupas legais para meu tamanho, desejava ficar o mais escondida possível. Preferia

sair para casa de amigos ou lugares que me sentisse segura, nos quais não precisasse me “arrumar” muito. Não sei o quanto as pessoas que conviveram comigo neste período percebiam estas crises de reclusão e falta de autoestima.

De fachada sempre fui muito animada, de falar alto e dar risadas, as roupas favoritas eram coloridas, esvoaçantes e decotadas, sempre me mostrando com um “ar” de

Ao longo do tempo foram tantos inícios de dieta, inscrições em academias, tantos processos frustrados que um senso de incompetência foi se fortalecendo e minando partes de minha autoestima.

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inteligência, ironia e superioridade a tudo e todos como se nada me abalasse.

Optei por trocar de psicóloga porque acreditei que a primeira não estava sendo eficaz para me ajudar a resolver três temas principais: a raiva constante, o medo de relacionamentos amorosos e a dificuldade em emagrecer. A verdade é que eu raras vezes me mantinha em qualquer um destes assuntos em sessão. Perdia um tempão falando de tudo e todos, querendo consertar os outros mesmo quando a psicóloga insistia em perguntar sobre mim.

Ainda sem aplicar as teorias e reflexões psicológicas à minha própria realidade, mantive meus comportamentos de “engorda e emagrece” apontando as falhas da dieta ou nos profissionais que as prescreviam e não da minha forma de comer e gastar energia.

Era um jeito de não admitir a incompetência para efetivamente emagrecer e manter um peso magro. De novo, a responsabilidade ainda estava fora de mim.

Não percebia que essa crença de “me criaram assim, gorda e ansiosa” não colava mais. Já tinha crescido o bastante para tomar conta do problema. Aprendi muito e amadureci em tantos outros aspectos pessoais e profissionais, e este estava pendente. O segundo processo de psicoterapia, de abordagem sistêmica, foi importante para desenvolver a percepção de que estava muito emaranhada a questões familiares, o que me fazia perder minha própria identidade. Além disso, ainda tinha a expectativa irreal por um milagre emagrecedor instantâneo e sem esforços.

Quando terminei a faculdade pesava 117kg, vinte e cinco mais gorda do que quando a comecei. Logo após a formatura comecei a prática clínica e passei não apenas pelos desafios de divulgação, contatos e adesão de clientes. O maior desafio foi lidar com minha própria maturidade frente a temas dos clientes que eu mesma ainda não havia superado em mim como raivas, ansiedades e dificuldades com o próprio corpo e autoestima. Eram versões diferentes de partes do que eu havia vivido.

Nossa capacitação como psicólogos nos ensina muito bem a sair de nossa própria existência e estar presente plenamente ao cliente. Então, comecei a empreender sábias intervenções para ajudar meus clientes e por vezes ia embora para casa ansiosa e me sentindo hipócrita por não aplicar na vida

Nossa capacitação como psicólogos nos ensina muito bem a sair de nossa própria existência e estar presente plenamente ao cliente. Então, comecei a empreender sábias intervenções para ajudar meus clientes e por vezes ia embora para casa ansiosa e me sentindo hipócrita por não aplicar na vida meu próprio discurso de mudança.

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meu próprio discurso de mudança. Como poderia estimular alguém a “se aceitar exatamente como é” se não estava vivendo esta aceitação em mim mesma?

Comecei esta aceitação desistindo de emagrecer, mas cuidando dos fatores que me mantinham obesa, o descarrego emocional da ansiedade na compulsão alimentar.

Hoje sei que até então minhas desistências em emagrecer tiveram a ver com expectativas irreais sobre o processo. Já começava uma dieta pensando “se emagrecer tantos quilos por semana, em tanto tempo terei resolvido o problema, serei magra e feliz”. Como nunca cheguei ao “peso ideal”, o pote de ouro continuou lá no pé do arco íris.

Depois de uns 45 dias em dieta e observando os avanços compassados mais lentamente que esperava, começava a desanimar. Com humor deprimido comia bastante num ataque compulsivo e a recaída já valia a perda de todo o processo. Exigia perfeição de resultado ou nada, desistindo repetidas vezes.

Passei a me perguntar constantemente para que conservava tanta gordura em mim, se ficava tão insatisfeita com ela. Para que me entregava aos ataques compulsivos se me faziam me sentir doente e enjoada. Qualquer resposta não faria sentindo algum, entretanto, tais questionamentos me levaram a aceitar que havia um problema sério a ser tratado, estava em obesidade e ganhando mais peso. Mais que magra eu precisava me sentir bem, feliz comigo mesma.

Eu tinha (e em algum nível ainda devo ter) um padrão de entender como algo funciona para poder me submeter. Assim, ao invés de agendar uma sessão com a Maria Marta Ferreira para saber do RAFCAL, fiz minha inscrição no curso de formação. Estava me aproximando do assunto pela curiosidade acadêmica. Mais uma vez cheguei prepotente querendo compreender numa distância “científica” o tal pensamento magro que ela anunciava.

Minha psicóloga na época apontou para a soberba em querer compreender o processo ao invés de assumir a responsabilidade e humildade de investir plenamente no tema da obesidade. Me dispensou da terapia porque eu já havia superado a depressão e boa parte do sentimento permanente de raiva, estava com excesso de autoconhecimento e falta de colocá-lo em prática. Recomendou que eu buscasse o RAFCAL como cliente finalmente.

Gostaria de poder dizer que foi apenas seguir o RAFCAL que o emagrecimento desenrolou ou o sofrimento de comer demais cessou, mas aos 25 anos e carregando uns 120kg no corpo ainda vivia crises compulsivas como se fossem parte do hábito alimentar que baseava minha relação com a comida. Por pior que fosse a crise compulsiva, ela oferecia uma recompensa além do prejuízo, o prazer instantâneo.

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Além disso, ainda resistia à ideia de retomar exercícios físicos justificando com a falta de tempo ou dinheiro para fazê-los. Nesta época também foi diagnosticado um problema no funcionamento da minha tireóide e segundo a médica endocrinologista não era um hipotireoidismo intenso o bastante para justificar a obesidade, mas suficiente para dificultar a perda de peso.

Sentia muita dificuldade em manter o foco, sentia-me travada e cansada do assunto. Já haviam se passado mais de dez anos convivendo com o problema e estava farta de me sentir “sempre errada”.

A partir desta percepção refinamos o foco da terapia. Como uma primeira etapa o objetivo estava em descobrir como “procrastinar a recompensa”, aprendendo a quantificar a alimentação evitando repetições ou porções exageradas motivadas pelas emoções. Ou seja, observar os princípios magros do RAFCAL: (1) o que comer; (2) quanto comer e (3) quando comer.

Outro aspecto importante foi de cuidar melhor do corpo, da aparência e roupas, estratégias para não evitar o envolvimento social ou mesmo romântico com justificativas do peso.

Com o RAFCAL foi possível apreciar melhor o ponto de partida sem pressa pelo resultado, como uma longa jornada no qual o objetivo não estava em me forçar a emagrecer. Foi uma jornada de me encontrar em meu próprio corpo, (re)construir minha identidade, aprender novos hábitos e aceitar minhas incompetências. Ao

mesmo tempo um exercício de humildade e empoderamento pessoal.

Este relaxamento de objetivo me permitiu encontrar o alívio de ser eu mesma e gostar muito de quem eu me tornei apesar de toda adversidade emocional e física de ser uma pessoa obesa. Afinal de contas, obesidade era apenas uma das características que poderiam me descrever. Interrompi a terapia porque encontrei uma relativa paz com o meu tamanho.

Foram uns quatro anos de afastamento total do tema de emagrecimento e foco em seguir com a vida adiante no desenvolvimento profissional, melhorando relacionamentos e me efetivamente vivendo sem peso minha relação com a comida. Passei a me sentir uma pessoa melhor, mais calma e amável.

Outro aspecto importante foi de cuidar melhor do corpo, da aparência e roupas, estratégias para não evitar o envolvimento social ou mesmo romântico com justificativas do peso. Com o RAFCAL foi possível apreciar melhor o ponto de partida sem pressa pelo resultado, como uma longa jornada no qual o objetivo não estava em me forçar a emagrecer.

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Nesta época descobri amor em algum exercício físico: o pilates. Pela primeira vez persisti em um atividade e observei seus benefícios.

Estive em paz com meu corpo por algum tempo, mas chegou a um limite que talvez tenha tido a ver com a crise de passar dos 30 anos de idade. Em 2014, em exames de rotina fui forçada a tomar consciência que apesar hábitos mais estáveis de alimentação,

sem as graves crises compulsivas continuei aumentando o peso, chegando a 128kg. Passei a pensar mais nas consequências ao longo dos anos de tanto excesso.

Desta vez a culpa estava justamente na estabilidade com a obesidade. O corpo obeso sofre para se manter e o metabolismo torna-se mais lento. Mesmo não carregando comorbidades como hipertensão ou

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diabetes, por exemplo, passei a me preocupar com o futuro e estes riscos.

Ser obesa me exigiu dedicação pela persistência em hábitos que engordam como consumo excessivo de doces, desinteresse por atividades físicas, repetição de dietas radicais insustentáveis, o comer emocional e a recusa em obedecer padrões e regras impostos pelos outros. Quando cheguei ao limite de aceitação desta estabilidade, decidi emagrecer e retornei ao apoio de Maria Marta e o programa RAFCAL.

A diferença desta vez foi o desafio de ir além das incompetências e escolher um caminho eficaz para a mudar o corpo a partir de novos hábitos. Ao longo de algumas quinzenas preparamos alguns passos, considerando por quais profissionais de apoio buscar, dietas e quais exercícios incluir na rotina.

Para emagrecer foi necessário uma “equipe” de profissionais para cuidar e motivar o processo: a psicóloga, a endocrinologista, a fisioterapeuta do pilates e educadores físicos da academia de musculação. Pela primeira vez estava seguindo o plano por mais daqueles mais ou menos 45 dias.

O foco se tornou muito maior que emagrecer, mas de adquirir uma identidade renovada neste processo. Certa vez de um cliente que não queria parar de usar drogas, mas estava buscando tratamento, afirmou “o meu jeito não funciona, então preciso seguir o jeito dos outros para ter saúde”. Adotei como lema para meu processo também.

O primeiro “tropeço” do processo foi aumentar quase 4kg chegando ao assustador 131,8kg na balança. Ganhei massa muscular e obviamente o peso subiu. Desta vez tomei este problema como sinal da necessidade de tomar atitudes maiores. Outra cliente me ajudou sem saber naquele momento. Ela havia me procurado para tratar dos problemas de estresse e compulsão alimentar e considerava fazer a cirurgia bariátrica. Como ela estava em dúvida sobre o procedimento a questionei “o que lhe impede de considerar a cirurgia como parte do processo de seu emagrecimento?”. Depois da sessão dela guardei esta pergunta para mim mesma.

A partir disto considerei muito, conversei com a família e, claro, em terapia. Até então eu via a cirurgia como uma saída mágica e potencialmente tão ruim quanto tomar remédios, as dietas radicais e outras formas que via como agressão e restrição

Para emagrecer foi necessário uma “equipe” de profissionais para cuidar e motivar o processo: a psicóloga, a endocrinologista, a fisioterapeuta do pilates e educadores físicos da academia de musculação. Pela primeira vez estava seguindo o plano por mais daqueles mais ou menos 45 dias.

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demasiada. Nunca havia olhado como uma alternativa válida.

Foi então que à “equipe” de emagrecimento adicionei um médico gastroenterologista e toda a avaliação física necessária para a cirurgia. Quis saber exatamente qual estrago já tinha feito e quais ganhos a cirurgia poderia me trazer. Além da psicologia, passei pela avaliação de uma nova nutricionista, fisioterapeuta, endocrinologista, cardiologista, pneumologista e talvez mais alguns que não lembro no momento. Por fim, optei por este recurso.

E eu estava certa em minha pergunta para a cliente. A cirurgia foi apenas um recurso para emagrecer. Passados os primeiros meses de grande mudança física e, em

especial, bastante restrição alimentar precisei me a ver com os novos hábitos necessários.

Há mais de um ano sou uma dessas pessoas que paga e vai à academia, faço pilates três vezes na semana, caminho com a cachorra, me movimento muito mais. E sabe o qual o desafio permanece? O que, quanto e quando comer.

Hoje sei que o processo não tem fim. Estou bem feliz mesmo 57kg mais magra. As pessoas ficam felizes por mim e me elogiam, mas já perguntam das cirurgias plásticas ou de quanto falta para o peso ideal. A cobrança nos comentários ainda é a mesma de ouvi desde os nove anos. Eu que estou diferente e não me ofendo mais. Não tenho mais raiva.

Com tudo isso posso dizer que o caminho de engordar ou emagrecer são diferentes em qualidade, mas similares em estrutura. Para emagrecer com saúde é preciso envolver-se amorosamente com a comida, dedicar-se a pensar nela e ter atenção especial com as melhores formas de adquiri-la ou prepará-la. Também é preciso desenvolver um paladar especial, a mastigação paciente e cuidar-se em relação às quantidades e qualidade do que se come. Mais do que tudo, é fundamental reconhecer que não se emagrece de uma hora para outra – perder peso é consequência de vários hábitos mantidos ao longo de semanas, meses ou anos. Manter o peso, então, exige dedicação permanente!

58}{JOICE GOVEIA DA ROCHA}[email protected]

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Afiliados

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Nutricionistas

Aleda Caroline ErbsJoinville – Bairro: Atiradores(47) 3026-5450(47) [email protected]

Andrielle PetryRua: 57 – Numero 107 – CentroBalneário Camboriu(47) [email protected]

Fernanda Anita Ramos do AmaralBalneário Camboriú – Centro(47) [email protected]

Katia Kegel DieckmannNutricionistaBlumenau-SC(47) 3397 – [email protected]

Lidiane de Carvalho AtalaJaraguá do Sul – Bairro: Centro(47) 3376-3608(47) [email protected]

Luana Bertamini WachholzNutricionistaBalneário – Camboriu – Centro(47) : [email protected]

Maria do Carmo de Lima MartinsNutricionistaFlorianópolis(48) 9604 – [email protected]

Psicólogos (as)

Celeneh Assad Moreira DiasJaraguá do Sul – Bairro: Centro

SANTA CATARINA

(47) 3371 – 9303(47) 9946 – [email protected] Christie Dinon Lourenço da SilvaItapema – Meia Praia(47)99687321 –(47) [email protected]

Diandra VolpiJaraguá do Sul – Bairro: Chico de Paula(47) 9119 – [email protected]

Fabiane Braun BurgerFlorianópolis(48) [email protected]

Francine Firpo PassettiBlumenau(47) 3326-4828(47) [email protected] Janaina Rocha de Oliveira BaschirottoCriciúma(48) 3439-3252(48) [email protected]

Janara VanderlindeRio do Sul47 3521-891747 [email protected] Luciana Guimarães BoeingFlorianópolis(48) [email protected]

Lucieli Cristina AlvesJoaçaba(49) 9984 – [email protected]

Marilu de Campos LemosFlorianópolis(48) [email protected] Marisa Sandra LorencetiJaraguá do Sul(47) 3275-3274(47) [email protected]

Marizete Ramos Uchikawo WelterBlumenau(47) 9163 – [email protected]

Michelle CarvalhoJaraguá do Sul(047)[email protected]

Pollyane Maria Lattmann CheminBalneário Camboriu(47) 9176 – [email protected]

Taiana Fernandes KowalskyItajaí(47) 3344-3761(47) [email protected] Tatiana P. Sant’Ana M. da SilvaJaraguá do sul(47) 3275-3224(47) [email protected] Thais ZanottiJoinville(47) [email protected] Valeria Guergel Ponte ZadroznyBlumenau – Bairro: Testo Salto(47) 9922- [email protected]

Psicólogos e nutricionistas que realizam o Curso de Capacitação RAFCAL tornam-se AFILIADOS, preparados para o manejo clínico do programa. Segue a relação de profissionais e endereços afiliados. Disponível também no site: www.psicobela.com.br/afiliados/

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PARANÁ

Nutricionistas

Alcionê Pereira Grivot MandarinoCuritiba/PR(41) 3244-2041(41) [email protected]

Aline de Paula Jardim GolasApucarana – Bairro: Vila Regina(43) 3152-1410(43) [email protected]

Andrea Mendonça Cavalim DuarteCuritiba/PR(41) 3373 4297(41) 8501-7822 [email protected]

Andressa Cristina CardosoCuritiba(41) 3026-5271(41) [email protected]

Aniele Graciano dos SantosCuritiba(41) 8433 [email protected]

Bruna Mansur LagoCuritiba(41) 3223-5754(41) [email protected]

Cássia Caracanha BertoccoCuritiba(41) 9206 – [email protected]

Dagmárcia Neuza David TumeoCuritiba(41) 9164 – [email protected]

Daniela Thais CasagrandeCuritiba(41) 9108 – [email protected]

Danusa YanesNutricionistaCuritiba

[email protected]

Elisa Patta NunesCuritiba(41) [email protected]

Elisangela Faria CembraniCuritiba(41) [email protected]

Emily Budant KliemannCuritiba(41) [email protected]

Fárida Nichele CortezCuritiba – Bairro: Centro Cívico(41) 3079 [email protected]

Fernanda RibasCuritiba(41) [email protected]

Giliane Canova NassifCuritiba(41) 9916 [email protected]

Giovana Leiner VenciNutricionistaCuritiba(41) 3343-7960(41) [email protected]

Graziela [email protected]

Jane Lucia Oswald TulioCuritiba(41) 3014 4914 : Consultório(41) 9977 1309: [email protected]

Jesinez Rezende das Chagas DuarteNutricionistaFoz do Iguaçu(45) 9935 1763

[email protected]

Josiane Manesco BonfanteNutricionistaCascavel – Bairro: Alto Alegre(45) 3035 – 4616(45) 9916 – [email protected] Juliana Trevilini GarciaNutricionistaCuritiba(41) 9699 6601

Larissa Ap. BusattoCuritiba(41) 3019-1770(41) [email protected]

Lilian TanikawaCuritiba(41) [email protected]

Luciana Maira BatistaNutricionistaCuritiba(41) 8812 [email protected]

Marcela CaronNutricionistaCuritiba(41) 9207 [email protected]

Maria Linei LopesNutricionistaCuritiba(41) 9649 [email protected]

Marilize TamaniniNutricionistaCuritiba(41) 9909 – [email protected]

Mary Evelyn PistoriNutricionistaCuritiba(41) [email protected]

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Meire Cristine dos ReisNutricionistaCuritiba(41) [email protected]

Paula da Silva SouzaNutricionistaSão José dos Pinhais(41) [email protected]

Regina BraintaNutricionistaCuritiba(41) [email protected]

Rosalva Jacobsen de AlmeidaNutricionistaCuritiba(41) [email protected]

Rosângela M. QueirozNuricionistaCuritiba(41) [email protected]

Taty Cecilia BertoccoNutricionistaBigorrilho – [email protected]

Teresa Cristina Reese FrigoNutricionistaCuritiba(41) [email protected]

Psicólogos (as)

Adriana Genitori MontiniPsicólogaCascavel – Bairro: Centro(45) 9973 – [email protected]

Ana Cristina da Silva AraujoPsicólogaCianorte(44) 3018-3772(44) 9925 5337

[email protected]

Ana Cristina Paes G. Cilião TorresPsicólogaCambé(43) 3035 6002(43) 9981 [email protected]

Ana Cristina S. A. PaschoareliPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Ana Luisa PesserlPsicólogaCuritiba(41) 3015-6769(41) [email protected]

Ana Paula Stolf SimõesPsicólogaCuritiba(41) 9988 [email protected]

Andrea LoureiroPsicólogaArapongas – Centro(43) 9603 – 0353(43) 3275 – [email protected]

Andréia Aparecida da MataPsicólogaColombo(41) 3666-1911(41) [email protected]

Angélica BerkenrochPsicólogaCuritiba(41) 3346-4147(41) [email protected]

Angélica Borges PereiraPsicóloga(41) [email protected]

Anneliese Moraes Vieira WiedemannPsicólogaCuritiba – Vila [email protected]

Ariane ReolonPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Berenice Maria Fioreze BorsariPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Camila Helena LunardelliPsicólogaCuritiba(41) 9252-7045 – Secretária(41) 9232-4996(41) [email protected]

Carla Cristina Porfirio RockenbachPsicólogaCuritiba(41) 9655 – 0146(41) 3338 – [email protected]

Carlos Eduardo de Souza GonçalvesPsicólogoLondrina(43) [email protected]

Carolina MocellinPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Caroline Moraes e Silva PereiraPsicólogaPonta Grossa(42) [email protected]

Claudia Maria PiaseckiPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Cristina Caproni da SilvaPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Debora Trindade LannaPsicóloga

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Curitiba(41) [email protected]

Denise de Paola MagalhãesPsicólogaCuritiba(41) 3243-0156(41) [email protected]

Devanira Domingues DemarquePsicólogaLondrina(43) [email protected]

Dilvana Zbonik FantinPsicólogaLapa(41) 8406 – [email protected]

Dinadéia A Cabral BrandalizzePsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Elaine FavaroPsicólogaCuritiba(41) 3014-0994(41) [email protected]

Elci Marilia dos Santos GirardPsicólogaCuritiba(41) 3323-4094(41) [email protected]

Emy UgojiPsicólogaCuritiba(41) 3018-8132(41) [email protected]

Fernanda Braga MaiaPsicólogaCuritiba(41) 3342-2973(41) [email protected]

Fernanda WosnyPsicólogaUnião da Vitória(42) 8811 – 3334

[email protected]

Francielli Scharnovski GonçalvesPsicólogaCascavel – Bairro: Centro(45) 9942 – [email protected]

Giuliane Oliveira dos SantosPsicólogaBrasilandia do Sul – Bairro: Centro(44) 3654-1109(44) [email protected]

Ilziane Scarpeta GilPsicó[email protected]

Irani Arantes TeresinPsicólogaCuritiba(41) 3276-6016(41) [email protected]

Jaqueline Almeida VicelliPsicólogaCuritiba(41) 3545-5765(41) [email protected]

Jaqueline Andrea da LuzPsicólogaCuritiba(41) 3021-5720(41) [email protected]

Jaqueline K. MayerPsicólogaCuritiba(41) 3229-7509(41) [email protected]

Joice Goveia RochaPsicólogaCuritiba(41) 3023-9372(41) [email protected]

Jorge Luiz VieiraPsicólogoCuritiba(41) 3254-7493(41) [email protected]

Josiane Erica Foltran LealPsicólogaCuritiba(41) 3338-7416(41) [email protected]

Juliana MoratelliPsicólogaCuritiba(41) 3015-3774(41) 9101- [email protected]

Karin Zardo ChagasPsicólogaCuritiba – Alto da Gló[email protected]

Kelly de Lara SoczekPsicólogaPonta Grossa – Centro(42) 9988-0862(42) [email protected]

Ketty Ana Odorizzi RamalhoPsicólogaCuritiba(41) 3024-7710(41) [email protected]

Larissa Andrioli MarchioratoPsicólogaCuritiba – [email protected]

Lenir Zen MullerPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Letícia Boaretti MattosPsicólogaCuritiba – Juveve9616 – 50158481 – [email protected]

Leticia TrevisanPsicólogaCuritiba

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(41) 3026-4384(41) [email protected]

Leyla LabhardtPsicólogaCuritiba(41) 3261-2446(41) [email protected]

Ligia FukahoriPsicólogaLondrina(48) 3439-3252(48) [email protected]

Lúcia Helena Martins da SilvaPsicólogaCuritiba(41) 3527-2879(41) [email protected]

Luciana KotakaPsicó[email protected]

Luciane Dianin de LaraPsicólogaToledo(45) [email protected]

Lucila Maria Pacheco RibasPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Manoela Rocha de MedeirosPsicólogaLondrina(43) [email protected]

Manolita Moreira PintoPsicólogaCuritiba- Champagnat(41) 2105-0623(41) [email protected]

Mara Cristina dos SantosPsicólogaFoz do Iguaçu(45) [email protected]

Maria Cristina S. OrcelliPsicólogaLondrina43 [email protected]

Maria da Graça T. de Sá PiccininPsicólogaLondrina(43) 3322-5269(43) [email protected]

Maria Elena P. F. ToschokePsicólogaCampo Largo(41) 3032 – [email protected]

Maria Helena Souza VerniziPsicólogaCuritiba – Bairro: Mercês(41) 3339 – 6969(41) 3013 – 6699(41) 9105 – [email protected]

Maria Juceleida Miranda GuedesPsicólogaMaringá(44) 3028 7790(44) 9961 [email protected]

Maria Lúcia Juk BileskiPsicólogaCuritiba(41) 9956 – [email protected]

Maria Lúcia LupepsaPsicólogaIrati(42) [email protected]

Mariane do Rocio Makoski MirandaPsicólogaÁgua Verde – Centro(41) [email protected]

Michele Monique MabaPsicó[email protected]

Michelle MunchenPsicólogaCuritiba(41) 9633 – [email protected]

Narjara da Silva MartinsPsicólogaCuritiba41 3015-881841 9667-7805

Nely Raquel Moroz TeixeiraPsicólogaCuritiba(41) 9962 – 1482

Rosa Maria do Rocio RizzardoPsicólogaCuritiba41 3264-969141 [email protected]

Rosi Nodari BandeiraPsicó[email protected]

Rosileia Maria Silva de MatosPsicólogaCuritiba(41) 3362-7159 e (41) [email protected]

Sandra Cristina GapskiPsicólogaSão José dos [email protected]

Sandy Cristine de MatosPsicólogaCuritiba – Bairro: Cajuru(41) 3538 -1859(41) 9649 – [email protected]

Sergio Artur M. Ferreira FilhoPsicólogoCuritiba(41) 3264-6011(41) [email protected]

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Silmara PorfirioPsicólogaCuritiba41 3035-631041 [email protected]

Silvane BianchiPsicólogaPato Branco(46) 9101-1881(46) 9101-2797(46) [email protected]

Silvia Luciana A. D. KotakaPsicólogaCuritiba(41) 9113-1212(41) [email protected]@uol.com.br

Simone Cristina Steilein NosimaPsicóloga – Bairro – Cabral(41) 3387-2732(41) [email protected]

Simone de Fátima Bortolotto CortezPsicó[email protected]

Simone MuraraPsicólogaCuritiba(41) 3029-3061(41) [email protected]

Taiana Fernandes KowalskyPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Talita Lopes MarquesPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Tania Evelise EichlozPsicó[email protected]

Tathiane MiquelinoPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Tatiana Siqueira VillarPsicólogaLondrina

(43) 3324-6881 e (43) [email protected]

Thailine Ellen Chimin WoicolescoPsicólogaIrati(45) [email protected]

Ursolina Abdul HamidPsicólogaLondrina(43) 3322-5902(43) [email protected]

Valquíria Pereira RennóPsicólogaIrati(42) [email protected]

Vanessa Slaviero BarbosaPsicólogaCuritiba(41) [email protected]

Wilma Silva RibeiroPsicólogaLondrina(43) 3026 – 3720(43) 9992 – [email protected]

Nutricionistas

Bruna de Barros RomãoGuarulhos(11) [email protected]

Karina De NadaiLimeira-Bairro Vila Claudia(19) 3444 – [email protected]

Psicólogas

Aline Tamachunas TracentiPsicólogaBauru

SÃO PAULO

(14) [email protected]

Ana Carolina Paes LamasLimeira- Bairro Vila Claudia(19) 3444 – [email protected]

Karina Vieira de Almeida PacherSanto André(11 ) [email protected]

Lígia de Souza Oliveira(18) [email protected]

Paula Gil CoccoPalmital(18) 3351-3047(18) [email protected]

Renata Calza FerrazSão Paulo(11) [email protected]

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Psicólogas

Carla Castro RibeiroVolta Redonda(24) [email protected]

Claudia Vianna CorrêaTijuca(21) 9505 – 8135E-mail: [email protected]

Flávia Cristina A. N. Brito BezerraCentro(21) [email protected]

Nutricionistas

Mariana de Paula Teixeira CoelhoNutricionistaAraxá(34) 3661-0946(34) 9142 – [email protected]

Psicólogas

Cecily Beatriz Barros Ferreira MartinsAlfenas35 [email protected]

Psicólogas

Camila Maria Curvo MuraPsicólogaCuiabá – Boa Esperança(65) [email protected]

RIO DE JANEIRO

MINAS GERAIS

MATO GROSSO

Glaucia Silva TavaresVolta Redonda(24) [email protected]

Lilia Maria da Silva Bittencourt

Leblon(21) 22363433 /87879840E-mail: [email protected]://www.mutatisemagrecimento.com/

Patrícia Maria Gouvea Estrela da Silva(21) 96409-2728

[email protected]

Soraya Venancio FariasFreguesia(21) 3185-2488(21) [email protected]

Lidina Cristina Teles SantosAraxá(34) 3661- 8270(34) 8882 – [email protected]

Maria Aparecida da SilveiraClinica IntegrarMG – Montes Claros-Centro(38) 3081-9424(38) [email protected]

Sandra Araújo ProcópioPouso Alegre35 [email protected]

Cinthia Farinha ValezeCuiabá – Boa Esperança(65) [email protected]

Psicóloga

Filipa Pereira NobreRua do Cerrinho n.º 5 R/C8700-156, Olhão, PortugalFone Comercial: +351 962141516Celular: +351 962141516E-mail: [email protected]

PORTUGAL

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CertificaçãoPor orientação do CRP08, a Clínica Psicobela Saúde Emocional, em parceria com a Universidade Positivo, realizaram pesquisas com a Metodologia RAFCAL.

O objetivo: acompanhar grupos e observar como a aplicação do Protocolo de Intervenção RAFCAL poderia auxiliar terapeuta e paciente na condução e abordagem das dificuldades relativas ao emagrecimento sustentável.

O resultado: as experiências foram bem sucedidas e finalizamos o processo de pesquisa com a devida devolutiva documentada para o CRP 08 em dezembro de 2014.

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