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Psicologia Da Educacão

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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

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PSICOLOGIA DA

EDUCAO

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SOMESBSociedade Mantenedora de Educao Superior da Bahia S/C Ltda.

Psicologiada

Educao

Presidente Vice-Presidente Superintendente Administrativo e Financeiro Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extenso

Gervsio Meneses de OliveiraWilliam OliveiraSamuel SoaresGermano TabacofPedro Daltro Gusmo da Silva

FTC - EaDFaculdade de Tecnologia e Cincias - Ensino a DistnciaCoord. de Softwares e Sistemas Coord. de Telecomunicaes e Hardware Coord. de Produo de Material Didtico Diretor GeralDiretor AcadmicoDiretor de TecnologiaGerente AcadmicoGerente de EnsinoGerente de Suporte Tecnolgico

Waldeck OrnelasRoberto Frederico MerhyReinaldo de Oliveira BorbaRonaldo CostaJane FreireJean Carlo NeroneRomulo Augusto MerhyOsmane ChavesJoo Jacomel

EQUIPE DE ELABORAO/PRODUO DE MATERIAL DIDTICO:

PRODUO ACADMICA

Gerente de Ensino Jane FreireAutor (a) Rodrigo ArajoReviso de Contedo Isa CarvalhoSuperviso Ana Paula Amorim

PRODUO TCNICA

Reviso Final Carlos Magno e Idalina NetaEquipe Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,Ederson Paixo, Fabio Gonalves, Francisco Frana Jnior,Israel Dantas, Lucas do Vale e Marcus BacelarIlustrao Francisco Frana JniorImagens Corbis/Image100/Imagemsource

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SUMRIOA PSICOLOGIA DA EDUCAO NO ESTUDO DOCOMPORTAMENTO HUMANO

PSICOLOGIA DA EDUCAO

A Psicologia: uma breve retrospectiva de sua evoluo histricaPsicologia da Educao: origem e evoluo histrica

Natureza, dimenso epistemolgica, fundamentos cientficos,objetos de estudo e os contedos da Psicologia da EducaoAtividades Complementares

UMA VISO PSICOLGICA DO DESENVOLVIMENTOHUMANO E SUAS PERSPECTIVAS TERICAS

Conceitos Bsicos

Perspectivas Tericas sobre o Desenvolvimento Humano

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Aspectos do Desenvolvimento Humano: Desenvolvimento Fsico,Cognitivo e PsicossocialAtividades Complementares

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PSICOLOGIA DA EDUCAO: ESTUDOS DA PRTICAPEDAGGICA EM FACE DA APRENDIZAGEM HUMANA

UMA VISO PSICOLGICA DA APRENDIZAGEM HUMANAE SUAS DIFERENTES CONCEPES TERICAS

Panorama Terico da Psicologia da Aprendizagem

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As Teorias Associativas: BehaviorismoAs Teorias Cognitivas: Gestalt Clssica,Piaget e Vygotsky

Psicologiada

Educao

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A Teoria Psicodinmica: Psicanlise de Freud

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Atividades Complementares

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APLICABILIDADE DO CONHECIMENTO PSICOLGICO PRXIS EDUCATIVA PEDAGGICA

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Atividades Complementares

Atividade OrientadaGlossrio

Referncias Bibliograficas

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Apresentao da Disciplina com satisfao e expectativa que iniciamos esta caminhada pelomundo de uma das mais atraentes reas do conhecimento humano, a Psicologia,que nesse caso vem, especificamente, voltar seu olhar e suas reflexes para aEducao. Esperamos que este seja um marco de frutfera, intensa e verdadeirarelao de trabalho, comunicao e produo cientfica.A Disciplina que se intitula PSICOLOGIA DA EDUCAO tem por objetivogeral sensibilizar e capacitar voc para uma prtica pedaggica orientada pelarelao interdisciplinar entre a Psicologia e a Educao. Partindo de um estudointrodutrio da Psicologia, apresentada em seus vrios aspectos, em direo aum estudo reflexivo da prxis pedaggica no seio das contribuies que esta, aPsicologia, enquanto cincia do comportamento, tem efetivamente prestado parao desenvolvimento e melhoria das condies de vida e das produes do homemmoderno.Essa disciplina est planejada para um estudo de 72 horas e desenvolverse- em dois momentos lgicos, aqui identificados como Blocos Temticosque contemplaro dois temas nucleares, cada um desenvolvido em seuscontedos principais.O Bloco Temtico I - A PSICOLOGIA DA EDUCAO NO ESTUDODO COMPORTAMENTO HUMANO - pretende lev-lo a conhecer e discutir aPsicologia, enquanto cincia do comportamento humano, e a Psicologia daEducao, sua origem, evoluo terica, sua situao no campo doconhecimento, seus objetos e contedos de estudo e suas principais abordagenstericas contemporneas. Ainda nesse Bloco, buscamos direcionar os estudose reflexes psicolgicas para a multideterminao do desenvolvimento e docomportamento humano, discorrendo sobre temas bsicos e focalizando ofenmeno do desenvolvimento humano, nas diversas perspectivas tericas,quanto a suas noes conceituais e seus principais aspectos, a fim de permitira voc, educando e educador, uma melhor compreenso e assimilao dasvariedades de aspectos envolvidos no desenvolvimento e no processo deaprendizagem humana.O Bloco Temtico II - PSICOLOGIA DA EDUCAO: ESTUDOS DAPRTICA PEDAGGICA EM FACE DA APRENDIZAGEM HUMANA - visafocalizar a ateno dos estudos na aprendizagem, a partir das contribuiesque a Psicologia vem substancialmente dar Educao, voltando-se para oestudo da Psicologia da Educao, como rea de especializao do saber e deatuao do psiclogo e do educador, e mais diretivamente aplicabilidade dessesaber na prxis educativa escolar.A disciplina foi estruturada para potencializar sua aprendizagem, dessaforma, leia com ateno o material especialmente elaborado para voc. Realizetodas as atividades propostas, pois elas visam auxili-lo a uma construosignificativa e consistente de conhecimento sobre os temas.Esperamos estar contribuindo de modo significativo para o repensar deseu fazer enquanto ser no mundo.Desejamos discernimento, iniciativa e realizaes.Cordialmente,Prof. Rodrigo Arajo.

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Psicologiada

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Educao

A PSICOLOGIA DA EDUCAO NOESTUDO DO COMPORTAMENTOHUMANOPSICOLOGIA DA EDUCAOA Psicologia: uma breve retrospectiva de sua evoluo histricaA Psicologia, enquanto tentativa de conhecer o comportamento humano, tem sidoatravs dos tempos uma atividade natural do ser humano, praticada informal eassistematicamente no cotidiano das pessoas, nas situaes mais curiosas e com vriossentidos.Estamos a falar da chamada Psicologia do senso comum, resultado dasexperincias de vida dos homens em geral, e que, por isso mesmo, na maior parte dasvezes se constitui de erros e acertos.J a Psicologia enquanto cincia que busca compreender o processo evolutivo e ocomportamento do ser humano tem sua origem inegavelmente nas especulaes maisremotas, emergidas do dia-a-dia do senso comum, para uma atividade mais sistemtica,mais racional, profundamente influenciada pela viso de mundo do investigador, pelo seusistema de crenas e valores a Filosofia.Muitas e significativas foram s influncias da Filosofia no processo de cientificaoda Psicologia, as quais sero, por ns, oportunamente estudadas.

Para refletir...Voc v alguma contribuio da Psicologia do sensocomum para a educao?DEFINIO DE PSICOLOGIAO termo Psicologia tem origem grega, sendoderivado da juno de duas palavras - Psych e logos significando o estudo da mente ou da alma. Mas,vejamos: como se define Psicologia?Em meio a uma gama variada de definies,hoje, define-se Psicologia como a cincia queestuda o comportamento e os processos mentaisdo ser humano.Embora ainda existam controvrsiasentre os tericos a respeito de ter ou noalcanado um estatuto de cincia, j claro,entretanto, que a Psicologia j unanimemente reconhecida na cultura ocidentalcontempornea. , pois, a atividade humana de busca do conhecimento sobre a realidade7

do ser humano, de forma metodolgica e sistemtica, ordenada e orientadapelo uso da razo e de um mtodo caracterizado como cientfico, para aconstruo de um corpo coerente e coeso de informaes verdadeiras sobrePsicologia o homem, seu objeto de estudo.Pense comigo: Conceber que a Psicologia evoluiu e evolui atravs dosda Educaotempos, tambm implica reconhecer que ela tambm construiu uma evoluocientfica. Isto quer dizer que hoje existem mtodos especficos de seu domnio, para oestudo de seu objeto, o qual tambm j est definido, recortado da realidade como umobjeto determinado e delimitado o homem, seu comportamento e sua subjetividade.Posto isto, no hcomo negarmos que oO OBJETO DE ESTUDO dessa cincia admite:objeto de estudo daas funes bsicas do comportamento humano (aprendizagem,Psicologia, por sua prpriamemria,linguagem, pensamento, emoes e motivaes);natureza e essncia, questes sociais, tpicas da natureza gregria e das formas deamplo, em possibilidades,vida social do Ser humano;traando para a Psicologia,os ciclos de vida e os aspectos do processo de desenvolvimentopor sua vez, um mbito dedo Ser humano;a sade, suas perturbaes e as patologias apresentadas peloatuao que cobre umSerhumano, bem como pelas organizaes humanas.amploespectrodeassuntos.

INFLUNCIAS FILOSFICAS SOBRE A PSICOLOGIAINFLUNCIASFILOSFICASPSICOLOGIAAgora, como combinado antes, vamos ver brevemente emque termos a Filosofia e a Psicologia se relacionaram.Os antecedentes da Psicologia moderna apontam para umaforte tradio filosfica em sua origem. Desde a Antigidade, osfilsofos se ocuparam com os mesmos questionamentos, asmesmas reflexes acerca da natureza do ser humano, os quaispermanecem sendo investigados pelos psiclogos at hoje.Contudo, a distino significativa entre a Psicologia modernae seus antecedentes filosficos aponta para a abordagemmetodolgica e as tcnicas empregadas, por uma e por outra, noestudo da natureza humana.Vejamos:Desde a Antigidade Clssica at o ltimo quarto do sculoXIX, os filsofos preocupavam-se em estudar a natureza humana e para isso empregavamcomo mtodo a especulao, a intuio e a generalizao baseadas em sua limitadaexperincia sensorial.J no sculo XVII, a filosofia que iria alimentar a nova Psicologia estava impregnadado esprito do mecanicismo, o qual concebia o universo como uma grande mquina.Segundo essa doutrina, todos os processos naturais podem ser explicados pelas leis dafsica, porque so mecanicamente determinados.Como era, entoama dessa poca?era,ento,, o panorpanoramaA cincia se desenvolvia, mtodos eram descobertos, lado a lado com os avanosalcanados pela tecnologia.

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A observao e a experimentao tomavam as marcas distintivas da cincia,seguidas de perto pela medio. S era considerado Cientfico aquilo que pudesse seermensurado.A Fsica, ento conhecida como Filosofia Natural, serviu de modelo orientador paraos estudos psicolgicos.O fsico ingls Robert Boyle, o astrnomo alemo Johannes Kepler e o filsofo francsRen Descartes reafirmam o modelo mecanicista, que traz em si a idia do determinismo(todo ato determinado por eventos passados).Do determinismo decorre naturalmente a previsibilidade dos fenmenos, e issoautoriza os cientistas a adotarem o reducionismo como mtodo de anlise caractersticode todas as cincias em desenvolvimento, inclusive a nova Psicologia.

Sugesto:

Pesquise um pouco mais sobre Mecanismo;Determinismo e Reducionismo.

PRIMEIRAS ABORDAGENS TERICAS DAABORDADAOGIA MODERNAPSICOLPSICOLOGIAMODERNAVimos que, a partir do sculo XVII, o mundo se organizava em torno de novasconcepes, novos valores, um novo paradigma.Fcil perceber que uma nova Psicologia tambm estava sendo germinada, eque para ser reconhecida e instituda teria que adotar os mesmos mtodos utilizadospara o estudo do universo fsico, para explorar, estudar e prever os processos e ocomportamento humano. Esses mtodos, considerados eficazes, eram experimentaise quantitativos.

Para refletir...Voc v possibilidades de se estudar a variedadede comportamentos de crianas na escola apenas pormtodos quantitativos?Ao longo da histria, o conhecimento at ento obtido por esses mtodos, osconceitos, a viso que se tinha das coisas, os dogmas filosficos e teolgicos do passadoque vinculavam a cincia passaram a ser questionados, gerando um processo de mudanaque vai dar lugar ao domnio do empirismo.O Empirismo, diferente do racionalismo, afirma que todo conhecimento adquiridopela percepo do mundo externo ou pelo exame da nossa atividdade mental, reconhecendoa experincia como nica fnte vlida de conhecimento.A histria da Psicologia se confunde nos seus primrdios com a Filosofia. No sepode negar que diversos filosofos contriburam na elaborao de questes que se fizerammuito importantes para esta mudana de paradigma.Dentre estes filsofos destaca-se a contribuio de Ren Destcartes para osurgimento da Psicologia Cientfica, afastando-a dos dogmas teologicos e tradicionaisrgidos que dominaram o conhecimento, especialmente na Idade Mdia.

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Dentre muitas, a maior contribuio de Descartes para a Histria daPsicologia Moderna foi tentativa de resolver o problema corpo-mente queera uma questo controvertida e que perdurava desde oPsicologia tempo de Plato, quando a maioria dos pensadoresda Educao deixou de adotar uma viso monista (mente e corpoera uma s entidade) e adotaram essa visodualista (mente e corpo eram de naturezas distintas).A viso dualista sobre a relao mente e corpo implicavanuma outra questo:Saber qual a relao entre mente e corpo. A mente e ocorpo influenciam-se mutuamente ou s a mente influencia o corpoconforme se pensava at ento?Descartes responde a essa questo com a Teoria dointeracionismo mente-corpo, segundo a qual mente e corpo,apesar de serem duas entidades distintas, so capazes de exercer influncias mtuas einteratuar no organismo humano. Ele concluiu que a razo mediava todas as relaes objeto/sujeito, e s atravs dela que se pode chegar verdade sobre as coisas. Fez severacrtica ao sensualismo, afirmando que os sentidos poderiam enganar.Descartes fez uma passagem pela histria da Psicologia que fica inscrita. Aps ele,a cincia moderna e a Psicologia se desenvolveram rapidamente e em meados do sculoXIX o pensamento europeu foi impregnado por um novo esprito: o Positivismo.Agora responda:ositivismo?Quem o pai do PPositivismo?Dica: Este filsofo se limitou apenas a fatos cuja verdade estava acima de qualquersuspeita, ou seja, que poderiam ser comprovados cientificamente, que poderiam serobservados e eram indiscutveis.J sabe?

Estamos falando de Auguste Comte.

Voc sabia que...Nos alicerces filosficos de uma nova Psicologia estavam o Positivismo, oMaterialismo e o Empirismo e da tinha-se um panorama de idias onde se entendiaque os fenmenos psicolgicos eram constitudos de provas factuais, observacionaise quantitativas, e eram sempre baseados na experincia sensorial.Por muito tempo, a Psicologia tinha sido considerada puramente mecanicista.Posteriormente, o esprito materialista gerou idias de que a conscincia poderia serexplicada atravs e em termos da Fsica e da Qumica e os pesquisadores seconcentraram na estrutura anatmica e fisiolgica do crebro.

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Para saber mais acesse:

http://www.marxists.org/portugues/wallon/1942/psicologiematerialismodialetico.htm

Sugesto:PESQUISE UM POUCO MAIS SOBRE POSITIVISMO;MATERIALISMO E EMPIRISMO.

A Origem da Psicologia CientficaAinda tentando contextualizar essa evoluo histrica da Psicologia, voc no podedesconsiderar que, como todos os acontecimentos humanos, a constituio do referencialcientfico esteve, como est, diretamente correlacionada com as necessidades dahumanidade.Tambm natural conceber que, subjacente ordem econmica e social, est sempreum sistema de pensamento, de valores e assim, contemporneo ao surgimento edesenvolvimento da cincia, desenvolvia-se um novo sistema de pensamento, que poderiaser sintetizado assim:o homem passou a ser concebido como um ser livre, capaz de construirseu futuro;os dogmas da Igreja foram questionados;o conhecimento tornou-se independente da f;a racionalidade do homem apareceu, ento, como a grandepossibilidade de construo do conhecimento.Estavam dadas as condies materiais para o desenvolvimento da cincia moderna.

As idias dominantes no panorama da cincia moderna podem ser assim traduzidas:o conhecimento fruto da razo;a possibilidade de desvendar a Natureza e suas leis pela observaorigorosa e objetiva;a busca de um mtodo rigoroso, que possibilitasse a observaopara a descoberta dessas leis;a necessidade (decorrente) de os homens construrem novas formasde produzir o conhecimento.

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Educao

Ouvindo falar tanto em cincia voc deve estar a se perguntar o que isso tem aver com a Psicologia.Em verdade, a Psicologia cientfica como tal no escapa das influncias dessemovimento histrico da cincia em geral. Especificamente, algumas descobertas nocampo da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia so bastantes relevantes para oavano da prpria Psicologia cientfica.A participao decisiva de Wilhelm Wundt ao desenvolver a noo do paralelismopsicofsico, criar o mtodo do introspeccionismo e, na Alemanha, na Universidade deLeipzig, o primeiro laboratrio de Psicofisiologia, o que lhe fez merecer o ttulo dePai da Psicologia Cientfica.

Por qu?PorPorque ele quem, nos primeiros anos da evoluo da Psicologia como disciplinacientfica distinta, influencia essa nova cincia e determina seu objeto de estudo, seu mtodode pesquisa, os tpicos a serem estudados e seus objetivos.O bero da Psicologia Cientfica , portanto, a Alemanha do final do sculo XIX.A Psicologia cientfica nasce quando, no sculo XIX, Wundt preconiza a Psicologiasem alma e passa a ligar-se s especialidades da Medicina, adotando o mtodo deinvestigao das cincias naturais como critrio rigoroso de construo do conhecimento.J vimos que a Psicologia Cientfica vai se libertando da Filosofia, e isso se d medida que define seuobjeto de estudo, delimitaseu campo de estudo,Se a Psicologia nasce na Alemanha, nos Estados Unidos queencontra seu desenvolvimento cientfico, que se d o surgimentodiferenciando-o de outrasdas PRIMEIRAS ABORDAGENS TERICAS OU ESCOLAS EMreas do conhecimento,PSICOLOGIA:formula mtodos de estudoprprios para seu objetofuncionalismo, de William James (1842-1910),prprio de estudo e formulaestruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927) e oteorias, que vo constituirum corpo consistente deassociacionismo, de Edward L. Thorndike (1874-1949).conhecimento,comautonomia metodolgica, eassim galga o estatuto deCincia.O Funcionalismo pode ser considerado a primeira sistematizao de conhecimentosem Psicologia, uma Psicologia que por ser construda numa sociedade pragmtica, estvoltada para seu desenvolvimento econmico, e preocupa-se em responder o que fazemos homens e por que o fazem.Os estudos funcionalistas elegeram a conscincia como o centro de suaspreocupaes e traaram como objetivo a busca pela compreenso de seu funcionamento.O Estruturalismo - um sistema de pensamento que tambm se volta para acompreenso do mesmo fenmeno que o Funcionalismo: a conscincia. Mas, Titchnerprope, contudo, que se estude a conscincia em seus aspectos estruturais, isto , osestados elementares da conscincia tomados como estruturas do sistema nervoso central,adotando o mesmo mtodo de observao de Wundt, o introspeccionismo.Ainda uma noo estruturalista a de que todos os conhecimentos psicolgicos soeminentemente experimentais, produzidos em pesquisas de laboratrio.

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Edward L. ThorndikePrincipal representante da escola associacionista, foi o responsvel pelaformulao da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia. Sua produo deconhecimento se dava em torno da viso de utilidade deste conhecimento, muito maisdo que por questes filosficas, como sempre ocorrera na Psicologia.O termo associacionismo origina-se da concepo de que a aprendizagem se dpor um processo de associao das idias das mais simples s mais complexas, demodo que a aprendizagem de um contedo complexo, requer primeiro o aprendizado deidias mais simples, que estariam associadas quele contedo.Thorndike ainda formulou tambm a Lei do Efeito, que viria a ser de grande utilidadepara a Psicologia Comportamentalista e de acordo com a qual, todo comportamento de umorganismo vivo (um homem, um rato etc.) tende a se repetir, se for recompensado (efeito)assim que emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento tender a no acontecer,se o organismo for castigado (efeito) aps sua ocorrncia.Pela Lei do Efeito, o organismo ir associar essas situaes com outras semelhantes,generalizando essa aprendizagem para o contexto maior da vida.As trs escolas Associacionismo, Estruturalismo e Funcionalismo da PsicologiaCientfica constituram-se em matrizes para o desenvolvimento de outras abordagenstericas, no sculo XX, dentre as quais as trs mais importantes so: o Behaviorismo, aGestalt e a Psicanlise que ns vamos conhecer mais, em breve. Por ora, importa a vocsaber desde j:O Behaviorismo uma teoria tambm conhecida como Teoria S-R (Estmulo-Resposta), nasceucom John Watson, psiclogo americano, e teve um desenvolvimento grande nos EstadosUnidos, em razo de sua aplicabilidade prtica.Sua contribuio mais importante foi definio do fato psicolgico, de modoconcreto, a partir da noo de comportamento (behavior). Essa tendncia terica, poresse motivo, foi designada como Behaviorismo, ou tambm, Comportamentalismo,Teoria Comportamental, Anlise Experimental do Comportamento, Anlise doComportamento. Atualmente, entende-se o comportamento como uma interao entreaquilo que o sujeito faz e o ambiente, ou seja, o comportamento no mais visto comouma ao isolada. As interaes entre o ambiente (as estimulaes) e as aoes doindivduo (suas respostas), so objetos de estudo do Behaviorismo.

Saiba mais...O mais importante dos behavioristas que sucederam Watson foiB. F. Skinner (1904-1990), cuja produo terica tem, at hoje,influenciado muito a Psicologia americana e a Psicologia dos pases ondeesta tem grande penetrao, como o Brasil.Conhecida por BEHAVIORISMO RADICAL, termo cunhado peloprprio Skinner, em 1945, para designar uma filosofia da Cincia doComportamento (que ele se props defender) por meio da Anlise

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Experimental do Comportamento, tem sua base terico-conceitual naformulao do comportamento operante.O Condicionamento operante a modificao do comportamentoPsicologia (reaes e aes de do ser humano), atravs do controle das conseqnciasda Educao que se seguem a um determinado comportamento.A GestaltDiferentemente do Behaviorismo, tem seu bero na Europa, onde surge paranegar e combater a fragmentao das aes e processos humanos, nos estudosrealizados pelas tendncias da Psicologia cientfica do sculo XIX.Teve como postulado principal a necessidade de se compreender o homemcomo uma totalidade, e a tendncia terica do sculo XX mais ligada Filosofia,alm de se apresentar como uma das tendncias tericas mais coerentes e coesasda histria da Psicologia.Tem na noo de percepo o ponto de partida e tambm um dos temascentrais de suas investigaes e postulaes tericas. A forma como o indivduopercebe os processos, so dados importantes para a compreenso docomportamento humanoDefende a idia de que o comportamento deve ser estudado nos seus aspectosmais globais, levando em considerao as condies que alteram a percepo dosujeito.

Saiba mais...Gestalt um termo alemo de difcil traduo em nossa lngua, na qual o termomais prximo seria forma ou configurao. Esses termos, entretanto, no so empregadospor no corresponderem exatamente ao seu real significado em Psicologia.Max Wertheimer (1880-1943), WolfgangKhler (1887-1967) e Kurt Koffka(1886-1941), sorepresentantes de peso desta teoria. Eles seocuparam em seus estudos de tentar compreenderquais os processos psicolgicos envolvidos napercepo.

Wertheimer, Khler e Koffka.

A Psicanlise uma teoria nascida do trabalho de Sigmund Freud (18561939), na ustria, a partir de sua prtica mdico-clnica, e traz paraa Psicologia uma grande contribuio que consiste em terrecuperado a importncia da afetividade.Tem como grande inovao a elaborao do conceito deinconsciente, tomado como seu objeto de estudo, e a descobertada sexualidade infantil, rompendo assim com a tradio daPsicologia, at ento definida como a cincia da conscincia e darazo. Continuando seus estudos, FREUD formula A SegundaTeoria do Aparelho Psiquico , introduzindo os conceitos de ID,EGO e SUPEREGO, referindo-se aos trs sistemas dapersonalidade.14

Freud

Voc sabia que...Hoje a prtica psicanaltica avana alm dos limites doconsultrio clnico, constituindo-se, em verdade, num discurso quepode evidenciar-se na prtica teraputica, de orientao, deaconselhamento educacional, formao de professores,psicopedagogos etc., bem como de estudo, anlise e compreensoda realidade social, como tambm de interveno nas organizaessociais?O termo Psicanlise tambm usado para refeerir-se a ummtodo de investigao e uma prtica profissional.

Para refletir...Em que o estudo do inconsciente, na sua opinio, auxilia oprocesso de ensino-aprendizagem? Reflita e discuta com seuscolegas!Por fim, perfazendo a linha histrica de evoluo da Psicologia cientfica, temosevidente que no panorama atual da Psicologia, vrias e diversificadas abordagenspsicolgicas tm espao, como frutos de questionamento, reelaborao e evoluo dasmatrizes tericas da Psicologia: o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanlise.Assim, sinteticamente teramos:

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Do Behaviorismo, o surgimento das abordagens do Behaviorismo Radical(B. F. Skinner) e do Behaviorismo Cognitivista (A. Bandura e, atualmente, K. Hawtone A. Beck).

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O quase desaparecimento da Gestalt, enquanto teoria psicofisiolgica.Entretanto, a tradio filosfica que a fundamenta a Fenomenologia avanou porcaminhos diferentes, dentre eles o de associar-se ao campo da PsicologiaExistencialista, configurando contemporaneamente uma vertente da Psicologia quese volta para discutir as bases da conscincia atravs dos ensinamentos de JeanPaul Sartre.

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Da Psicanlise originaram-se inmeras abordagens, como a PsicologiaAnaltica (Cari G.Jung) e a Reichiana (W. Reich) dissidncias que construramcorpos prprios de conhecimento; e a Psicanlise Kleiniana (Melanie Klein) e aPsicanlise Lacaniana (J. Lacan), que deram continuidade teoria freudiana.

4Na Psicanlise, a histria do sujeito singular e cada palavra, expresso ousimbolgica, tem um significado nico que diz respeito a histria pessoal de cada um.

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Psicologia da Educao: origem e evoluo histricaAps essa viso panormica da Psicologia Cientfica, campo de ondese especializa a Psicologia da Educao, iremos falar sobre esse mbito ouPsicologiarea de atuao que assim se intitula: a Psicologia da Educao.da Educao

Como voc acha que surgiu a Psicologia da Educao?Vejamos:Como resultado natural do esforo empreendido por muitos psiclogos e pedagogos,interessados em aplicar o conhecimento, os princpios, as explicaes e os mtodos daPsicologia, sobre um campo particularmente importante e controvertido, o campo dasprticas educativas em geral e, em particular, da educao escolar, a Psicologia da Educaofoi se delineando como campo especfico e individualizado da Psicologia cientfica.Assim, parece lgico que como fruto do trabalho de psiclogos e pedagogos, ahistria da origem e da evoluo da Psicologia da Educao confunde-se com a histriada prpria Psicologia cientfica, por um lado, e com a evoluo do pensamento educativo,por outro.Vejamos:At o final do sculo XIX as relaes entre Psicologia e Educao eram mediadaspela Filosofia, no se podendo falar de uma Psicologia da Educao, pelo menos at osidos de 1890.Nessa poca, a teoria educativa vigente era a das faculdades ou funes cognitivas.Talvez voc no saiba, mas remonta a essa poca e a esse fato a justificativa para o empregodo mtodo da disciplina formal, que, orientado pela principal finalidade de exercitar asfaculdades humanas dos alunos - inteligncia, memria, raciocnio, ateno, concentrao,imaginao etc. - priorizou os contedos.Voc j viu que no sculo XIX, a Psicologia comea a se distanciar e a ganharautonomia da Filosofia.Ora, o mesmo ocorre com a teoriaeducativa, que passou a buscar umafundamentao cientfica para si mesma.Em sntese, era do mbitoinvestigativoda Psicologia daEsse o contexto de nascimento daEducaooconhecimentosobre aPsicologia da Educao, cronologicamente emcriana que a Cincia produzira, detorno da primeira dcada do sculo XX. Uma reamodo que as diferenas individuaishistoricamente recente, portanto.pudessem ser reconhecidas,Todas as abordagens investigativas daestudadas e consideradas na anlisedos processos de ensinoPsicologia so consideradas potencialmente teisaprendizagem, e para, alm disso,para a educao.ainda importava elaborar testesA Psicologia da Educao se delineia epsicolgicos que se prestassem comocaracteriza como uma rea para onde convergeminstrumentos de medio, deinteresses e questionamentos sobre aquantificao dessas diferenas.aprendizagem e tudo quanto correlacionado, diretaou indiretamente, problemtica educativa eescolar. Contudo, trs campos de interesse sesobressaem, constituindo-se no ncleo da Psicologia da Educao:

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o estudo e a mensurao das diferenas individuais, bem como as mudanas decomportamento do sujeito, vinculadosa sua participao em situaes educativas;a anlise dos processos de aprendizagem, desenvolvimento e socializao;desenvolvimento infantil.

Natureza, dimenso epistemologica, fundamentos cientficos,objetos de estudo e contedos da Psicologia da EducaoPela sua prpria natureza e origem, hbridas, os especialistas da Psicologia daEducao giram em torno de divergncias quanto s consideraes sobre sua autonomiaepistemolgica.Existem basicamente trs correntes ou posicionamentos, a esserespeito:

1. a Psicologia da Educao entendida como mera etiqueta dedesignao para o corpo de explicaes e princpios psicolgicos pertinentes erelevantes educao e ao ensino, no tendo autonomia didtica.Essa corrente de especialistas entende que Psicologia da Educao apenas a terminologia empregada para designar o corpo de princpios e explicaesalcanados pela Psicologia, decorrente de uma seleo de conceitos prprios deoutros segmentos do saber psicolgico, como a Psicologia da Aprendizagem, doDesenvolvimento etc., aplicveis situao educativa;2. a Psicologia da Educao entendida como uma disciplina comautonomia cientfica e didtica, uma vez que tem j determinados objetivos econtedos, bem como programas de pesquisa prprios, e realiza contribuiesoriginais e significativas para a situao educativa, extrapolando a mera aplicaodos princpios psicolgicos aos fenmenos educativos;3. a Psicologia da Educao entendida como uma disciplina ponte,com um objeto de estudo, alguns mtodos, marcos tericos e conceitos prprios,caracterizando-se como uma disciplina de natureza aplicada.

Para refletir...

O que se pode entender por uma disciplinaponte?.

A Psicologia da Educao, em razo de sua natureza e, em face da dimenso dosresultados de suas pesquisas e estudos, do valor e do alcance objetivo dos mesmos para aprtica educativa pedaggica, tem sido reconhecida como disciplina psicolgica eeducativa de natureza aplicada (disciplina ponte).

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OBJETIVOS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA DAOBJETIVOSDAPSICOLOGIADAEDUCAOPsicologiada

Educao

A Psicologia da Educao tem estudado os processos educativos orientada porobjetivos que podem ser considerados e configurados numa trplice dimenso:

dimenso Terica ou Explicativa estudam-se os processos educativos como objetivo de contribuir para a elaborao de uma teoria explicativa destes processos;dimenso Projetiva ou Tecnolgica estudam-se os processos educativoscom o objetivo de elaborar modelos e programas de interveno voltados para a prxiseducativa;dimenso Prtica ou Aplicada estudam-se os processos educativos com oobjetivo de colaborar para a construo de uma prxis educativa coerente com aspropostas tericas formuladas.

OBJETOS DE ESTUDO E OS CONTEDOS DAOBJETOSDAPSICOLOGIA DA EDUCAOPSICOLOGIADAVamos pensar mais um pouco sobre as conseqncias para a Psicologia daEducao de ser ela classificada como uma disciplina-ponte, de natureza aplicada.Dessa classificao, em verdade, decorrem algumas situaes:A definio de seu objeto de estudo: os processos de mudana comportamentaisprovocados ou induzidos nas pessoas, como resultado de sua participao em atividadeseducativas.A sistematizao dos fatores ou variveis interferentes nas situaes educativas(direta ou indiretamente) em dois grupos, a saber:A. Fatores Intrapessoais ou Internos aoaluno, assim enumerados:maturidade fsica e psicomotora;mecanismos de aprendizagem;nvel e estrutura dos conhecimentosprvios;

B. Fatores Ambientais ou Situacionais,considerados assim:caractersticas do professor (capacidadeintelectual, conhecimento da matria,capacidade pedaggica, traos depersonalidade, caractersticas afetivas);fatores de grupos sociais (relaesinterpessoais);

nvel de desenvolvimento evolutivo;caractersticas das aptides afetivas(motivao e atitudes) e de personalidade(ansiedade, autoconceito e sistema devalores).

condies materiais (recursos didticos emeio de ensino em geral);natureza das intervenes pedaggicas(metodologia de ensino).

Como voc pode vislumbrar, a partir do quanto at aqui falado, muitos so osaspectos estudados pela Psicologia da Educao, e muitas so as contribuies que delapodem advir para o profissional de educao.A ao exige essa reflexo e a porta foi aberta!

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Atividades

Complementares

1.

No tema 1 estudamos a Psicologia, sua origem, a evoluo da sua definio e asdiferentes abordagens.A partir destes assuntos, fale sobre o atual conceito da Psicologia eem que se baseia o seu objeto de estudo.

2.

Cite as 3 abordagens tericas mais importantes da Psicologia, e as suas principaiscaractersticas.

3.

De que forma a Psicologia da Educao vem contribuindo com a prtica pedaggicae com o processo de ensino-aprendizagem?

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Psicologiada

Educao

UMA VISO PSICOLGICA DODESENVOLVIMENTO HUMANO E SUASDIFERENTES PERSPECTIVAS TERICAS

Conceitos BsicosComo j foi dito, a Psicologia, em sua amplitude de campos de estudo, acabapor especializar-se no mbito que concentra seus interesses, e assim, temos aPsicologia do Desenvolvimento e a Psicologia cientfica que se ocupa de estudar odesenvolvimento humano, ou seja, a forma pela qual se processam as etapas da vidade um ser humano e suas mudanas psicolgicas.A educao, por sua natureza, recebe contribuies de diversas reas de saberhumano, e a Psicologia da Educao, por sua vez, acaba tambm por valer-se doconhecimento construdo por toda e qualquer rea de conhecimento sobre o homem,inclusive as especialidades da Psicologia, que possam contribuir para uma maior emelhor compreenso acerca do mesmo, de modo a que suas aes e intervenessejam mais eficientes na soluo dos problemas com que se defronta.Entendemos que estudar o desenvolvimento humano pode auxili-lo, comoeducador, a conhecer e compreender melhor determinadas condutas evidenciadaspela criana no seu processo de conquistas e de evoluo pessoal, e, portanto, a lidarmelhor com essa realidade que envolve a aprendizagem contnua em que a criana sev envolvida, nas diferentes etapas do seu desenvolvimento.Considera-se que em razo de tomar como objeto de estudo vidas reais, oestudo do desenvolvimento pela Psicologia revela-se fascinante, embora seja tambmcomplexo. Essa complexidade se explica pelo fato de que o ser humano, em suaevoluo, est sujeito a influncias diversas, como: o contato com outras pessoas, asexperincias anteriores, sua prpria realidade individual, suas capacidades, suasdificuldades, havendo, assim, muitas questes internas e externas a influenciar esseprocesso.

Masoc dev e estar se perguntando ffinalmenteinalmentee o que aMas,, vvocdevperguntandoinalmente,, sobrsobrePsicologia do Desenvolvimento concentra seus estudos?

Sabe-se que esse campo especializado daPsicologia tem delimitado como objeto de estudo ede seu interesse o processo de mudanas etransformaes do indivduo humano, as quaisocorrem ininterrupta e continuamente desde a suaconcepo at a sua morte.Voc pode, contudo, estar se perguntando:qual seria a utilidade desse estudo?Para voc, professor, educador, a utilidadedesse estudo acerca da Psicologia dodesenvolvimento pode estar relacionada necessidade de se determinar valores e normaspara uma interveno adequada, de forma a que ela

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no venha a se constituir num obstculo aodesenvolvimento harmnico das potencialidades doeducando. J para os pais, por exemplo, o objetivoest correlacionado com a necessidade de secompreender mais profundamente o comportamentoe as reaes de seus filhos, de modo a saber lidarcom eles, saudavelmente.Seja qual for o objetivo, contudo, no hcontrovrsias quanto ao fato de que as mudanas navida do indivduo humano so numerosas,diversificadas e em geral aleatrias, e essacircunstncia dificulta sobremaneira seu estudo.

Entretanto, preciso distinguir trs aspectos bsicos:a maturao, tem a ver com mudanas naturais e espontneas, em geral,geneticamente programadas;o crescimento, tem a ver com mudanas basicamente ligadas ao gentico, aohereditrio, ao fsico;o desenvolvimento, tem a ver com as mudanas decorrentes da aprendizagem detodo tipo que o ser humano realiza constantemente para sobreviver.

Para refletir...

Em qual desses processos, maturao,crescimento e desenvolvimento, voc como educadortem um papel importante? Por qu?Pergunta-se:Maturao, crescimento e desenvolvimento se correlacionam? primeira vista, at mesmo pelo senso comum, tendemos a pensar que crescer desenvolver-se e desenvolver-se tornar-se maduro. Contudo, importa saber pelo menosem relao ao crescimento e a maturao, que esses processos no ocorremnecessariamente de forma coordenada, justaposta ou concomitante; apesar de poderemser simultneos, eles podem evidenciar-se, por vezes de forma bastante distinta.O termo desenvolvimento, em Psicologia, no seu sentido mais amplo, faz referncias mudanas que ocorrem no ser vivo (humano ou animal) entre o nascimento e a morte, demodo ordenado e que se mantm por um perodo de tempo razoavelmente longo e queainda resultam em comportamentos mais adaptativos, organizados, complexos e eficazesno sentido da sobrevivncia do indivduo.A Psicologia do Desenvolvimento se debrua sobre esses tipos de mudana, qualchama de mudanas de desenvolvimento e sobre as quais existem algumas coisas quevoc deve saber. Vejamos:

Primeiro: as mudanas exigem da criana um espao para se processar, e este espaoassume duas caractersticas: INTERNA (espao fsico, fisiolgico, psicolgico e afetivo)e EXTERNA (toda a realidade objetiva na qual a criana est inserida) e o CORPO omeio de comunicao entre esses dois espaos experimentados pela criana.Segundo: voc deve saber que a mudana de desenvolvimento pode ser de dois tipos:qualitativa - aquela mudana marcada pelo aparecimento de novos fenmenos navida do indivduo, os quais no podiam ser previstos pelo seu funcionamento anterior.Refere-se a mudanas de tipo, estrutura ou organizao, como a aquisio de umalngua, por exemplo.quantitativa aquela mudana que se refere ao nmero ou a quantidade, como,por exemplo, aumento de peso, de estatura, de n. de palavras no vocabulrio etc.

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Psicologiada

Educao

A psicologia do desenvolvimento estuda o ser humanoem todos os seus aspectos: fisico-motor, intelectual, afetivoemocional e social, do nascimento a vida adulta onde supe-seque tenha atingido a maturidade e a estabilidade.

As mudanas de desenvolvimento ocorrem o tempo todo, apesar de j se saber,pelos estudos realizados, que o indivduo humano apresenta o que se entende porconsistncia bsica na personalidade e no comportamento. O que isso?So traos de personalidade ou comportamentos que persistem moderadamentenum determinado momento etrio de vida, a despeito das mudanas de desenvolvimentoque ocorrem nesse perodo.A Psicologia Desenvolvimentista, enquanto cincia, tem como objetivosdescrever, explicar, prever e modificar o comportamento humano.

Voc sabia que...Os tericos do desenvolvimento divergem quantoaos fatores causais do desenvolvimento, e, por contadisso deram origem a trs correntes, se assim podemoschamar:INATISTAS o desenvolvimento do sujeito independe do meio porque o sujeitoj nasce pronto para tal;AMBIENTALISTAS/COMPORTAMENTALISTASfundada no Behaviorismo de Watsone Skinner, esses tericos acreditam que a ao do sujeito depende de um estmulo quevem de fora e que elicia uma resposta com reforo positivo ou negativo (condicionamentooperante);AMBIENTALISTAS INTERACIONISTAS (SOCIOHISTRICOS OU SOCIOCULTURAIS)acreditam que o ser humano um ser ativo no mundo, interagindo com o ambiente emodificando-se a partir dessa interao. Fundam-se nas teorias de Piaget e Vygotsky.Outro aspecto a ser considerado no que tange diferenciao de posio tericoprtica sobre o desenvolvimento exatamente o foco sobre o qual o estudo recai, ou melhor,o aspecto do desenvolvimento que se constitui como foco de seu interesse e estudo. Assim,h teorias que se voltaram mais para o estudo e a explicao do desenvolvimento cognitivo,outras, para o desenvolvimento da personalidade etc.Os estudos desenvolvimentistas realizados nas sociedades ocidentais evidenciaramque o desenvolvimento humano complexo e ocorre desde o nascimento at a morte dosujeito, e em decorrncia disso reconheceram a necessidade de teoricamente constituir oschamados perodos do ciclo de vida para melhor compreender na prtica o que ocorrecom o ser humano durante sua vida.

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Saiba mais...Os estudos desenvolvimentistas revelaram que existepara as pessoas uma seqncia geral de desenvolvimento emque as mudanas ocorrem numa idade mdia. Contudo, essesestudos tambm revelaram que no se pode perder de vistaas diferenas individuais, que fazem essa mdia deslizar, paramais ou para menos, quanto velocidade ou quanto aosresultados do desenvolvimento.Apenas quando esse desvio extremo que se podeconsiderar que estamos diante de um distrbio nodesenvolvimento.Vamos ver o que um distrbio de desenv olvimento?verdesenv uma noo que decorreu como conseqncia da noo de que existe uma idademdia para a ocorrncia das mudanas de desenvolvimento, e que na prtica temrepercusses muito maiores que na teoria. Vejamos:Por distrbio entende-se perturbao, alterao, desarranjo, movimentodesordenado, desorientado, e este termo, aplicado noo de desenvolvimento, vmnos falar de situaes individuais, experimentadas pelo sujeito, que alteram, desarranjam,desordenam ou desorientam o curso normal do processo de desenvolvimento do mesmo,o qual, por fora disso, no se apresenta no tempo ou da mesma forma em que usualmenteocorreria para a maioria das pessoas ou se daria para o prprio sujeito.Entretanto, essa concepo nos obriga a estar atentos e a considerar maisainda as diferenas individuais antes de definir um distrbio de desenvolvimento,principalmente porque as diferenas de desenvolvimento evidenciadas por um sujeito noseu comportamento podem ser causadas pelas diferenas de maturao, ao invs de seconstituir num distrbio.

1.

Voc sabia que...

A maturidade tem a ver com a condio de estar pronto paradesenvolver certos comportamentos, em razo de ter vivido de maneirasatisfatria e no tempo usual a seqncia de mudanas fsicas, cognitivase psicossociais necessrias para a aquisio e domnio das habilidadesespecficas que se correlacionam com os comportamentos.

2.

O amadurecimento do ser humano espontneo, uma vez que oser humano tem uma tendncia natural para desenvolver-se. Alm disso,o ritmo e a integrao nesse processo de maturao so fenmenosindividuais, e isso explica porque no devemos, principalmente ns,educadores, criar expectativas rgidas em torno das conquistas dascrianas exatamente porque o momento de realizar a aprendizagem individual, subjetivo, o que nos permite concluir que existe uma relaodireta entre maturao e desenvolvimento: a criana incorporadeterminadas aprendizagens no momento em que est basicamentemadura para faz-lo.23

Da que, retomando a afirmao anterior, voc precisa entender que,no que se refere s mudanas de desenvolvimento, antes de se falar emdistrbio de desenvolvimento quando nos defrontamos com uma manifestaoPsicologia diferente, preciso considerar as diferenas individuais, as quais podem, noda Educao caso especfico, ser explicadas apenas por uma questo de imaturidade doindivduo, no tocante ao comportamento especificamente em discusso.Ainda preciso considerar outra noo cuja construo se fez necessria aosestudos desenvolvimentistas a de Aspectos do Desenvolvimento: aspectos diferentesda vida humana que sofrem mudanas de desenvolvimento e que, entretanto, estoentrelaados e so influentes entre si:desenvolvimento Fsico: mudanas no corpo fsico, crebro, capacidade sensorial ehabilidades motoras (aparato biolgico);

desenvolvimento Cognitivo: mudanas na capacidade mental (aprendizagem,memria, raciocnio, pensamento e linguagem);

desenvolvimento Psicossocial (Pessoal e Social): mudanas na Personalidadedo indivduo, ou seja, no seu modo peculiar e relativamente consistente de sentir, reagire se comportar, e no seu relacionamento interpessoal;

desenvolvimento Moral, referido capacidade de, no relacionamento interpessoal,considerar regras de conduta, envolvendo julgamentos sobre certo e errado.Ainda importa considerar que atuam de modo significativo na vida do ser humano,as chamadas Influncias sobre o desenvolvimento e essas podem ser Internas, quandodecorrem de fatores hereditrios, ou Externas quando os fatores influentes so provenientesdo meio externo, do ambiente.Por fim, vamos considerar os Princpios Gerais do Desenvolvimento,adotados por quase todos os tericos desenvolvimentistas. So eles:I.

as pessoas se desenvolvem em ritmos diferentes;

II.o desenvolvimento relativamente ordenado (certas habilidadesso desenvolvidas antes de outras, funcionando quase como prrequisito para essas ltimas);III.

o desenvolvimento acontece de forma gradual.

LEMBRE-SE: no contexto desta multiplicidade de fatores e influnciasque se deve proceder ao estudo do desenvolvimento de cada pessoa humana,e a importncia desse estudo reside na possibilidade que ele nos d, enquantoeducadores, de, compreendendo convenientemente a criana, colaborar comsua formao integral como ser humano.

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#

[ ]Agora hora de

TRABALHAR

Ateno!!!Vimos at aqui alguns conceitos que voc precisa conhecer suficientemente para compreender como aPsicologia v e explica o desenvolvimento humano, e qual a importncia disso para o educador (a saber:maturao; crescimento; desenvolvimento; mudanas de desenvolvimento; consistncia bsica; perodosdo ciclo de vida; aspectos do desenvolvimento; princpios gerais de desenvolvimento).Reflita sobre os mesmos e agora sintetize aqui o seu entendimento num texto de no mximo 15 linhas,respeitando e apontando a relao lgica que existe entre eles.

Perspectivas Tericas sobre o Desenvolvimento HumanoCiente de que na Psicologia Desenvolvimentista, muitas de suas mais importantes einfluentes teorias respaldam-se em uma das seis perspectivas tericas contemporneasda Psicologia: a Psicanlise, a P. da Aprendizagem, a P. Cognitiva, a P. Contextual, e a P.Humanista, vamos aqui estudar as teorias ou a teoria de cada perspectiva terica, que temse apresentado mais relevante ou mais contribuitiva para os nossos objetivos de estudonesse curso, ainda que brevemente.

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Entretanto, fique atento:

Psicologiada

Educao

nenhuma teoria do desenvolvimentohumano universalmente aceita;

nenhuma teoria do desenvolvimentohumano completa, nem aborda todas as facetas dodesenvolvimento humano;as teorias divergem quanto nfase que do aosfatores inatos ou ambientais; ao desenvolvimentoquantitativo ou qualitativo, e ainda quanto noo decontinuidade ou descontinuidade do processo dodesenvolvimento.

Ainda considere:As cinco perspectivas tericastm, cada uma, uma caractersticabsica fundamental. Vejamos:psicanaltica - concentra-se eenfatiza as emoes;da Aprendizagem - enfatiza ocomportamento observvel;cognitiva - enfatiza osprocessos de pensamento;contextual - enfatiza o impactodo contexto social e cultural;humanista - enfatiza opotencial do homem para odesenvolvimento positivo e saudvel.

A Perspectiva Terica PsicanaliticaPererspectivspectivaTericaExistem, nessa perspectiva, trs teorias principais e voc pode se perguntar qualseria a diferena entre elas ou qual delas explicaria melhor o desenvolvimento humano.A questo que todas elas se centram em investigar e explicar as causas docomportamento humano, reconhecendo como causa as foras inconscientes, subjascentese motivadoras do comportamento individual humano.Alm disso, elas tambm tomam como questo central de seus estudos, responderse o desenvolvimento saudvel do indivduo humano depende mais da individuao do euou da vinculao com o outro.

Num primeiro momento desua obra, intitulado A primeiraTpica, Freud estava convicto de queo psiquismo humano se estruturavaem duas partes, chamadas por ele deCONSCINCIA (menor poro e maisinsignificante, superficial de toda apersonalidade) e a INCONSCINCIA(maior e mais significativa parte dapersonalidade, sede das forasocultas responsveis por todo oimpulso do comportamento humano).Sua teoria foi sendo escritapari passo com a sua prtica clnicano atendimento a pessoas comproblemas emocionais, e assim elefoi construindo sua teoria, queresultaria, mais tarde, a chamadaSegunda Tpica, que na verdadeuma reconstruo o funcionamento doaparelho mental, agora concebido emtrs instncias: Id, Ego e Superego.

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Essa teoria se intitulapsicossexual, porque paraFreud a energia psquicaque move o ser humanooriginalmente inata esexual, o ID, e dela quederivam as duas outrasinstncias da personalidade,o Ego e o superego.Quais so essas teorias?

A Teoria Psicanaltica, conforme j vimosanteriormente no tema 1, de extrema importnciapara o estudo do desenvolvimento humano. Vamosver agora de forma mais detalhada os conceitosestudados por FREUD ( ID, EGO e SUPEREGO eas fases do desenvolvimento psicossexual humano.

Nesta teorizao v-se claramente que o desenvolvimento humano concebido comose processando em fases, as quais devem suceder-se naturalmente, quando se trata de umdesenvolvimento normal. Essas fases dizem respeito ao desenvolvimento da personalidade,concebida em trs sistemas - ID, EGO e SUPEREGO correlacionados com a energiapsquica que a fora motriz para a operao da personalidade, e, conseqentemente,para a sua manifestao pelos comportamentos.O ID a parte mais primitiva da personalidade, corresponde mais ou menos noode inconsciente. O ID busca a satisfao imediata dos impulsos, agindo de acordo com oprincpio do prazer. constitudo por foras e impulsos, inclusive os sexuais.O Ego a sede da conscincia, considerado o executivo da personalidade, namedida em que dirige a ao do sujeito, conciliando as exigncias do Id, com o mundoexterno e as ordens do superego. regido pelo princpio da realidade.O Superego, por sua vez, tm um desenvolvimento iniciado desde a primeira infnciaatravs do convvio e submisso do sujeito a regras e limites, funciona como a refernciamoral e ideal da personalidade para o sujeito, constituda pelos valores ideais e tradicionaisda sociedade, e, diga-se de passagem, do modo como foram interpretados e internalizadospela criana, a partir do ditame de seus pais, numa relao de condicionamento em quereforos e castigos foram empregados (na chamada educao domstica). Ele se colocacomo um sensor cuja atuao depende do autocontrole do indivduo.

Vejamos a concepo freudiana das fases de desenvolvimentopsicossexual humano:

I. FASE ORAL 0 a 18 meses. Nesta fase o ser humano movido pela pulso bsica desobrevivncia, associando prazer com reduo de tenso, e esse mecanismo est relacionado aoprocesso de alimentao. Necessidade e gratificao concentram-se em torno dos lbios, boca, lnguae dentes, enfim, a oralidade. Durante essa fase, a estimulao da boca, como o sugar, morder e engolir a fonte primaria do prazer;II. FASE ANAL - 18 meses a 03 anos. Correlato ao aprendizado social do controle dos esfncteres,estes, esfncteres anais e bexiga, passam a se constituir nas novas reas corporais de tenso(necessidade) e gratificao (prazer), principalmente porque esto associadas com recompensas epunies, prazer e desprazer, durante todo o aprendizado, em funo da adequao social que dizrespeito ao controle das esfncteres.Durante esse estgio as crianas podem expelir ou reter fezes,por exemplo, desafiando os pais;

Na fase oral e na fase anal a criana ainda tem sua socializao mais restrita ao ambientefamiliar, primordialmente s figuras do pai e da me, e caminha de uma situao de completa satisfaoe gratificao, como beb, para experimentar aos poucos algumas frustraes decorrentes do processode adaptao s exigncia do mundo social, como o controle de esfncteres.Freud chama a ateno para a necessidade de se viver o processo de adaptao do pequenoser ao mundo extra-uterino de uma forma que ele tenha amparo afetivo e emocional, para evitar que asfrustraes se constituam em perturbaes de comportamento a trazer danos futuros.

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III. FASE FLICA 03 a 07 anos. Nesta fase a erotizao desloca-se para asreas genitais do corpo; o perodo em que se manifestam os impulsos sexuais, e ointeresse pela diferena anatmica entre os sexos, que percebida pela criana, o quePsicologia oportuniza a vivncia da primeira etapa do complexo de dipo. Chama-se de flica, numada Educao referncia ao falo que simbolicamente representa o pnis. Ainda so desta fase o processode identificao e de sexuao da criana, que vai a partir da conhecer sua identidadesexual, feminina ou masculina. Tambm aqui se desenvolve a conscincia moral, pelo desenvolvimentodo superego.Na fase flica a socializao do ser se expande para outras figuras que no mais o pai e ame, indo do ambiente familiar para o ambiente escolar, onde as diferenas individuais e sexuaisfazem parte do interjogo das relaes. Ao mesmo tempo em que a diferena sexual entre meninos emeninas atua nas relaes com outras crianas, repercute tambm na relao com os pais (complexode dipo), a partir do qual a criana vai trilhar o seu caminho de identificao sexual com uma dasfiguras parentais, cuja importncia muda de direo, mas no se perde em extenso, sendo agoraimportantssimo o seu papel como modelo de orientao da identificao sexual.Aqui devemos destacar a importncia que Freud atribui a essas trs fases, bem como suaidia de que o desenvolvimento saudvel envolve a satisfao das necessidades sentidas pela crianaem cada perodo, que certamente ir repercutir na fase adulta.

IV. FASE DE LATNCIA 07 a 12 anos. H o declnio do complexo de dipo.Esse perodocorresponde a um enfraquecimento das pulses sexuais, pelo fortalecimento do superego, com aconseqente represso das manifestaes sexuais pelas barreiras mentais conhecidas comorepugnncia, vergonha, moralidade. A libido sexual canalizada para finalidades cognitivas e culturais,como o domnio da leitura e da escrita e corresponde, em idade, ao perodo do ensino fundamental,onde socialmente se investe na aquisio de habilidades, valores e papis culturalmente esperados eaceitos. H um distanciamento entre os sexos, e a formao social de grupos de gnero: bolinha eluluzinha.PUBERDADE 12 a 14 anos para as meninas; 14 a 16 anos para meninos. Retorno da energialibidinal aos rgos sexuais;

V. FASE GENITAL APS A PUBERDADE. Fase final do desenvolvimento biolgico epsicolgico, marcada pela conscincia das necessidades sexuais, da identidade sexual, que em geral assumida, buscando-se formas de satisfazer as necessidades sexuais.Na fase genital o reaparecimento da libido sexual, tambm aceito socialmente, leva o ser aexperimentar outros tipos de relaes, envolvendo sentimentos e afetos amorosos e sexuais, para os quaisas experincias emocionais das fases anteriores assumiro vital importncia na feio de sade e normalidadeque elas possam tomar agora.

Observa-se na teoria de desenvolvimento formulada por Freud que a fase flica afase cuja soluo mais importante para o desenvolvimento saudvel do ser humano epela prtica clnica evidenciou que os distrbios neurticos dos adultos ocidentais eram emsua maioria causados por desvios ocorridos nessa fase.Da tambm vale a ressalva para a importncia das prticas educativas nodesenvolvimento da criana, porquanto prticas inadequadas promovem desajustes quesero vividos como problemas na idade adulta. Por qu?Ora, simplesmente porque as experincias emocionais tidas pela criana na interaocom adultos significativos para ela afetam enormemente a personalidade e sua manifestaona idade adulta.

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A PERSPECTIVA TERICA COMPORTAMENTALPERSPECTIVACOMPORTAMENTALNessa perspectiva, os tericos compreendem queo desenvolvimento humano resulta de um processo deaprendizagem contnua e pode ser estudado de maneiraobjetiva e cientfica.A teoria mais representativa dessa perspectiva :a Teoria Tradicional da Aprendizagem (Behaviorismode Pavlov e Skinner), que concebe o indivduo humanocomo um mero respondedor de estmulos apresentadospelo meio, de modo que este, o meio ambiente controlao comportamento. O desenvolvimento humano, portanto,resulta da experincia individual do sujeito no meioambiente, a qual marcada significativamente por umahistria de reforos positivos e negativos, segundo osquais o indivduo desenvolve ou extinguecomportamentos especficos.

Pois bem, para Freud odesenvolvimento normal do serhumano causado por fatoresinatos modificados pelaexperincia, que so emverdade os seus impulsossexuais, e as exignciassociais, que geram conflitosnuma seqncia invarivel, aqual envolve o atravessamentode fases, o que, na verdade,significa e envolve odeslocamento da zona ergenado corpo ou da zona de tensoda libido para partes ou rgosespecficos, em temposespecficos do desenvolvimento.

O Behaviorismo de Skinner considera a criana como um organismo passvel de sermodelado, porquanto totalmente manipulvel, de tal modo que seus distrbios podem sercorrigidos atravs do condicionamento operante, pelo qual se trabalha a extino docomportamento indesejvel ou o reforamento positivo do comportamento desejvel, e dissoresulta uma aprendizagem que leva ao desenvolvimento.

Pavlov e Skinner

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A PERSPECTIVA TERICA COGNITIVAPERSPECTIVACOGNITIVAEssa perspectiva terica tem seus estudos voltados para a investigaodas mudanas qualitativas nos processos de pensamento, e compreende queda Educao estas se refletem no comportamento. Concebe o homem como um agenteativo construtor de seu mundo e de seu prprio desenvolvimento.Voc j deve ter ouvido, pelo menos, falar da teoria que mais representa a PerspectivaCognitiva: a Teoria dos Estgios Cognitivos de Piaget, a qual compreende que odesenvolvimento decorre da interao de fatores inatos e da experincia, e que odesenvolvimento cognitivo se d em quatro estgios: sensrio-motor, pr-operacional,operaes concretas e operaes formais.Psicologia

Vejamos:Piaget, em verdade tinha interesse em estudar as questes relativas aoconhecimento, o que e como se pode chegar a ele, e por entender que atravs dodesenvolvimento da criana isso seria possvel, ele se volta para o estudo da naturezado pensamento infantil e dos seus estgios de desenvolvimento, assim sendo, ascontribuies que ele tem oferecido aos educadores referem-se ao modo como a crianapensa e s mudanas que ocorrem em seu pensamento em diferentes estgios.

Para Piaget, o desenvolvimento humano cumpre uma funo: produzir estruturaslgicas que venham possibilitar ao indivduo atuar sobre o mundo.Considerando que o organismo precisa conhecer o mundo para adaptar-se a ele eque existe uma realidade externa ao sujeito que regula e corrige o desenvolvimento desseconhecimento adaptativo, Piaget dedicou-se a estudar a gnese do conhecimento: quaisos processos mentais envolvidos numa situao de resoluo de problemas e os processosque ocorrem na criana para possibilitar aquele tipo de atuao.Da a denominao de sua obra - EPISTEMOLOGIA GENTICA, cuja concepobsica a de que os processos humanos de pensamento mudam radicalmente, emboralentamente, desde o nascimento at a maturidade, porque o homem est constantementelutando para atribuir sentido ao mundo que o cerca.Desse trabalho duas conseqncias importantes advieram:a concepo de que existem quatro fatores que interagem e influenciam oprocesso de desenvolvimento humano, fatores esses que so ahereditariedade, o crescimento orgnico, a maturao neurofisiolgica e omeio;a concluso de que as espcies herdam duas tendncias bsicas depensamento, as quais ele chamou de funes invariantes: a organizao ea adaptao.

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PERSPECTIVA TERICA SCIO-INTERACIONISTAPERSPECTIVASCIO-INTERACIONISTCIONISTAA perspectiva contextual, como sua denominao evoca,baseia-se na premissa de que o desenvolvimento humano somentepode ser compreendido em seu contexto social. Concebe o indivduocomo uma parte inseparvel da cultura atuando sobre o mundo, atravsdas relaes sociais, transformando-o. E assim se d odesenvolvimento que est alicerado sobre o plano das dasinteraes.Tem seu expoente na Teoria Sociocultural de Vygotsky,tambm chamada de Psicologia Sociohistrica, a qual enfatizaa correlao entre desenvolvimento e aprendizagem, a importnciada interao social para este processo e, assim, concebe que oVygotskydesenvolvimento do indivduo se d num contexto social, emcontnua transformao.Na ausncia doComo educador voc j deve ter ouvido falar muitooutro, o homem nodeVygotsky,principalmente porque sua obra a fonte deconstri o homem. Penseinspirao do socioconstrutivismo, uma tendncia cada vezsobre isso!Vygotsky acreditavamais presente na postura dos educadores, para quem suaque o ser humano um sujeitoobra serve de orientao.ativo, inserido num contextoAinda que no tendo elaborado uma pedagogia, elehistrico e cultural do qual eledeixouidias bastante significativas para a educao, ao participante.conceber que o desenvolvimento humano produto daSuaprincipalpreocupao terica eraconvivncia sociocultural do humano, na medida em que aestudar os processos deinterao social do aprendiz com o educador pode realizar otransformaodopotencial de aprendizagem do mesmo.desenvolvimento humano,para o que concentrou seusestudos nas funespsicolgicas superiores, bemcomonasmudanasqualitativasdecomportamento que ocorremao longo do desenvolvimentohumano e sua relao com ocontextosocial,e,particularmentenessecampo, suas reflexes sobreo papel da educao nodesenvolvimento humanoforam e so at hoje muitosignificativas para voc,educador.

Voc sabia que...Vygotsky dedicou-se ao estudo daPEDOLOGIA.Voc sabe o que isso?Pois bem. a Cincia que estuda a criana emseus aspectos biolgicos, psicolgicos eantropolgicos, considerando essa disciplina acincia bsica do desenvolvimento humano, uma vezque a mesma fazia uma sntese das diferentesdisciplinas que estudam a crian,a o sujeito centralda pr-histria do desenvolvimento cultural, em facedo surgimento do uso de instrumentos e da falahumana.

Saiba mais...

Voc sabia que a obra de Vygotsky consideradapertencente ao campo da Psicologia Gentica?

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De fato, se considerarmos que o termo gentica aqui empregadorefere-se ao estudo da origem e da formao das caractersticas psicolgicasdo ser humano, ou seja, estudo da gnese, formao e evoluo dos processosPsicologia psquicos superiores do ser humano. A Psicologia gentica preconiza que oda Educao psiquismo humano se constitui e se desenvolve ao longo da vida do sujeito,no sendo uma faculdade inata.

*

as funes psicolgicas superiores tm origem cultural - se originam no social,nas relaes do indivduo com o seu contexto cultural e social, a partir dasdemandas decorrentes do trabalho; o desenvolvimento mental humano no dado a priori, nem imutvel nem universal, no passivo, nem independentedo desenvolvimento histrico, do que resulta a compreenso de que a cultura parte constituda da natureza humana;

*

a base biolgica do funcionamento psicolgico o crebro, produto de umalonga evoluo e constitudo como um sistema aberto, plstico, de estrutura emodos de funcionamento moldados pela histria da espcie e pelodesenvolvimento individual;

*

a relao do homem com o meio no uma relao direta,ela sempremediada por instrumentos, presentes em toda atividade ou trabalhohumano.

De tais teses decorrem alguns conceitos fundamentais:

MEDIADOR: elemento, instrumento ou signo, que propicia a mediao;MEDIAO: processo de interveno de um terceiro elemento intermedirio- o instrumento como agente facilitador da relao entre ohomem e seu meio ambiente.INSTRUMENTO: ferramenta auxiliar da atividade humana, da interaodo homem com o meio, e que pode ser tcnico, quandoatua no meio externo ao homem, ou Psicolgico, quandoatua internamente, na mente humana.Os primeiros so as ferramentas, enquanto os segundosso os signos, elementos que representam um objeto,situao ou realidade para o sujeito e que, por isso,controlam seu comportamento. O instrumento psicolgicode destaque para Vygotsky a linguagem.ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL (ZDP): este, por ser o maisconhecido e por sua importncia, ser objeto de um estudodetalhado logo mais.

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Saiba mais...

Vygotsky compreende que o psiquismo humano se originanas condies sociohistricas de vida do indivduo, e estasesto relacionadas ao trabalho social, o que implicou nanecessidade do emprego de instrumentos como mediadoresentre o homem e o mundo, instrumentos estes que podem sertcnicos, como as ferramentas de trabalho, e simblicos, comoa linguagem.

Tanto o uso de instrumentos quanto a funo simblica da fala humana vo seaperfeioar ao longo da histria, e funcionar fazendo a mediao entre o homem e o mundo,permitindo ao homem regular suas aes sobre os objetos e dominar este mundo e tambmregular as aes sobre o psiquismo das pessoas e o seu prprio comportamento.

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[ ]Agora hora de

TRABALHAR

Aps estudarmos alguns pressupostos bsicos da teoria sociohistrica de Vygotsky,como voc compreende o desenvolvimento humano a partir desses estudos?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Para ele, o desenvolvimento humano socialmente construdo, imprevisvel, particular,dinmico, dialtico, e se d atravs de rupturas e desequilbrios que provocam contnuasreorganizaes pelo indivduo. Decorre das constantes interaes com o meio social emque vive, sendo mediado por outras pessoas do grupo social que lhe indicam, delimitam eatribuem significados realidade. Por intermdio dessas mediaes, a criana alcanamaturidade, apropriando-se de padres de comportamentos mais sofisticados, atinternaliz-los, quando no mais se apia em signos externos, porque so agora capazesde controlar sua prpria ao psicolgica, a partir de recursos internalizados.

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Segundo Vygotsky, a evoluo intelectual da criana caracterizadapor saltos qualitativos de um nvel de conhecimento a outro, e para explicaresse processo ele desenvolveu mais um conceito de peso: a zona dePsicologia desenvolvimento proximal, que citamos antes.Por zona de desenvolvimento proximal, ele definiu a distnciada Educaoentre o nvel de desenvolvimento real e o nvel de desenvolvimento potencialda criana; em outras palavras a zona que separa o indivduo de um desenvolvimento queest prximo, mas ainda no foi alcanado.Para uma melhor compreenso, entenda-se que:desenvolvimento real refere-se s funes ou capacidades que a crianatem e domina sozinha, independente de auxlio;desenvolvimento potencial refere-se s funes ou capacidades que acriana ainda no tem sua disposio, no domina sozinha, mas capaz derealizar com o auxlio de algum, que funciona como mediador, ajudando o indivduoa desenvolver uma capacidade que ainda no tinha sido atingida por ele, sozinha.

Para refletir...Ora, d para voc agora refletir sobre o papel doprofessor nessa teoria?Vamos l!

O professor o mediador do desenvolvimento da criana, e porisso, deve atuar na zona de desenvolvimento proximal, acompanhandoa criana e auxiliando-a a avanar superando as dificuldades econquistando a consolidao das capacidades em aprendizagem. Paraisso ele precisa e deve conhecer o nvel de desenvolvimento real dacriana e organizar sua ao, sua prtica pedaggica de modo apropiciar criana, seu aluno, a consolidao do desenvolvimento deuma habilidade ou capacidade que era apenas potencial. Isso lhe exigetambm conhecer o desenvolvimento potencial do aluno e respeitar azona proximal de cada um, j que ela difere de um aluno para o outro.

Retomando a correlao entre aprendizagem e desenvolvimento, Vygotskyconsidera a aprendizagem um processo necessrio e fundamental ao processo dedesenvolvimento das funes psicolgicas superiores.Disso entende-se que o desenvolvimento depende da aprendizagem que o indivduorealiza num determinado contexto social, e por isso Vygotsky se preocupou tanto com asrelaes entre aprendizagem e desenvolvimento em sua obra, estudando-a sob doisaspectos: a relao em si mesma, entre aprendizado e desenvolvimento e as peculiaridadesdessa relao no perodo escolar.

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Agora, aps esse percurso no que toca s perspectivas tericas da Psicologia sobreo desenvolvimento humano, ainda podemos considerar dois posicionamentos tericos, asaber:

A TEORIA GESTLTICAComo j vimos no tema 1, a Gestalt se constituiu como uma teoria de protesto tendncia psicanaltica dominante na Psicologia da poca, preconizando a importncia dese perceber o todo, e a relevncia da percepo para a aprendizagem, que, ao promovermudanas bilaterais indivduo-meio promove o desenvolvimento.De sua influncia, resultou o posicionamento seguinte, que se intitula TeoriaExistencial-Humanista.TEORIA EXISTENCIAL HUMANISTAEssa teoria compartilha com a Gestalt a influncia dos filsofos alemes e doexistencialismo francs, e se configurou como uma resposta s crenas psicolgicasnegativas sobre a natureza humana, subjascentes s teorias psicanaltica e behaviorista,segundo os psiclogos humanistas.Tem-se no trabalho de Maslow, Allport, Rollo May e Carl Rogers uma evidncia danfase que se d pessoa humana em sua totalidade e unicidade, e da crena de que odesenvolvimento ou crescimento pessoal resulta do dilogo, da intersubjetividade, dacomunho e do compartilhamento mtuo das experincias.Concebe que o organismo humano tem naturalmente uma tendncia atualizao,ou seja, uma tendncia bsica para atualizar-se, manter-se e desenvolver-se de modo positivoe saudvel. O desenvolvimento, portanto, seria um estado naturalmente buscado peloindivduo como recurso necessrio para o enfrentamento da vida.

Voc sabia que...Apesar de existirem crticas a essa teoria,principalmente no que diz respeito a ela no ter formuladopropriamente uma teoria de desenvolvimento, os tericoshumanistas sintetizaram e apresentaram modelos dedesenvolvimento considerados otimistas, porque doateno aos fatores internos da personalidade, como ossentimentos, valores e esperanas, respeitam as diferenase as peculiaridades individuais.

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Aspectos do Desenvolvimento Humano:Desenvolvimento Fsico, Cognitivo e PsicossocialEsperamos que tudo o quantoda Educao estudado e discutido at o presentemomentolhepossibiliteCom Coprnico, ocompreender que o desenvolvimento humano homem deixou de estar nocontnuo, manifesta-se em mltiplos aspectos ecentro do universo. Comestes, apesar de distintos e particularizados, estoDarwin, o homem deixou deintegrados e guardam entre si uma relao deser o centro do reino animal.interferncia e influncia mtua. Por isso, o estudoCom Marx, o homem deixoudos mesmos no pode ser segmentado.de ser o centro da histriaCuriosamente, mesmo em face de nossas(que, alis, no possui umlimitaes e de nosso processo de aprendizagemcentro). Com Freud, o homemque, apenas para fins didticos, a Psicologiadeixou de ser o centro de siDesenvolvimentista compartimenta tais estudosmesmo.em segmentos de acordo com os aspectos emEduardo Prado Coelhofoco.No se deve perder de vista, contudo, anecessidade de integr-los para uma melhor compreenso da realidade evolutiva dohomem, de modo global.Psicologia

Ateno! Outra observao nos parece oportuna:Considerando o carter adaptativo das mudanas do desenvolvimento, sabemosque ele constante no ciclo vital. Entretanto, voc se lembra que falamos de perodos dociclo de vida?Pois bem, essa noo orienta tambm a observao e os estudos realizados sobrecada um dos aspectos do desenvolvimento. Isto quer dizer que cada aspecto dodesenvolvimento humano considerado em cada perodo do ciclo de vida.Isso esclarecido, vejamos os chamados:

ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIALASPECTOSDESENVOLOLVIMENTVIMENTOAs emoes vividas em conjunto so importantes nesta idade para fomentar osrelacionamentos interpessoais desejveis. J. Pikunas.A teoria que mais temsido referenciada no estudo doVimos algumas mudanas de desenvolvimentodesenvolvimento emocional docognitivo, em seus aspectos gerais. Agora, vamos discutirindivduo humano a psicanlise,teoricamente algo que voc, no seu dia a dia, constataexatamente pelo quanto essanaturalmente.teoria se preocupou em estudar apersonalidade humana e porAs mudanas de desenvolvimento fsico equanto essa importante para acognitivo sofridas pelas crianas, repercutem de formacompreenso da afetividade, dadireta e particular em sua vida emocinal e social.vida emocional do sujeito.Contudo, tambm no se pode deixar deconsiderar outro fato incontestvel - o de que o indivduohumano apresenta emoes desde o nascimento, embora em torno disso haja controvrsiasentre tericos.Essa evidncia, incontestvel, vem confrontando os desenvolvimentistas com umariqueza e variedade de situaes individuais que lhes demanda um estudo minucioso ecuidadoso.36

Voc pode se perguntaror qu?perguntarguntar;; PPorE a resposta remete a reconhecer que a personalidade a instncia no indivduohumano que rene e integra os padres individuais de ao, reao e interao do sujeitocom os outros, integrando o aspecto cognitivo e o aspecto afetivo, emocional do ser humano.

O primeiro ano de vida considerado um momento muito importante, onde ocomportamento do indivduo est correlacionado predominantemente aos ajustamentosorgnicos internos, e ainda que no existam pensamentos, existem sentimentos desdeesse momento primeiro de vida, para o qual a presena e o comportamento dos pais seapresentam como fundamentais.

Enfim, importa considerar como fundamental que as emoes assumem um valorsignificativo no comportamento do homem porque movimentam a vida e permitem osrelacionamentos interpessoais, revelam o sujeito nestas relaes. A boa capacidade deexpressar as emoes aliada capacidade de pensar anuncia um desenvolvimentoemocional satisfatrio, e, na medida em que este tem repercusses positivas nosrelacionamentos interpessoais, temos ento um desenvolvimento psicossocial satisfatriodo indivduo.

Sugesto:Pesquise mais sobre essateoria relatada anteriormente.

Ainda preciso considerar alguns outros aspectos, a saber:

A criana passa a fazer parte de grupos sociais mais diversificados, onde tambm experimentapapis sociais diversos, em torno dos quais novas e diferentes experincias so vividas, e dissoresultam novas expectativas em torno de si.A criana com suas caractersticas estruturais, suas percepes do mundo e das pessoas,bem como as aprendizagens de ordens diversificadas que experimenta compem a base, o lastro sobreo qual se do os acontecimentos importantes da vida, desde ento.Esse quadro que aqui rapidamente pintamos, exerce uma significativa influncia no processode desenvolvimento do eu, decisivamente influenciado pela cultura.A mobilidade da criana dentre os grupos sociais institudos - a famlia, a escola, os amigosetc. - este perodo da vida significativo e promove, por seuturno, mudanas tambm significativas na vida da criana.Tm-se crianas mais independentes dos pais, maisenvolvidas socialmente em grupos de amigos, onde asdescobertas sobre si mesmo, suas atitudes, valores ehabilidades se tornam mais evidentes.A criana hoje em dia, cada vez mais envolvidacom as questes familiares, sociais, numa dinmica, ondepor vezes, nem sempre a sade permanece preservada,cedendo espao para o desencadeamento dos chamadosdistrbios emocionais.

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E agora que voc j definiu, pense e responda: que papel exerce oeducador no processo de desenvolvimento psicossocial da criana?Psicologiada

Educao

O DESENVOLVIMENTO DO EUDESENVOLOLVIMENTVIMENTO

Como decorrncia do desenvolvimento cognitivo e do desenvolvimento psicossocial,na medida em que a criana convive com outros, semelhantes, ela vai desenvolver conceitosmais realistas, mais elaborados e complexos de si mesma, o que lhe permite construir eafirmar um autoconceito. O que isso? a idia que o sujeito forma de si mesmo. De logo, podemos reconhecer que oautoconceito alvo de um desenvolvimento contnuo na infncia, e guarda estreita relaocom o desenvolvimento da auto-estima. A auto-estima, por seu turno, uma dimenso queintegra os aspectos cognitivos, emocionais e sociais da personalidade, para a qual aaprovao social do outro fundamental, e a qual tambm tem influncia significativa nadefinio da identidade pessoal da criana.

Saiba mais...Apesar da diversificao de relacionamentos dacriana, e do quanto elas esto imbudas de conquistarindependncia em relao aos pais e de estar menostempo na relao direta com eles, o papel destes continuasendo decisivo, e interfere fortemente no processo dedesenvolvimento psicossocial da criana. inegvel o modo como as crianas so afetadaspelas ocorrncias familiares e parentais. Alm do mais,deve-se considerar a natureza cada vez mais variadadessas ocorrncias, no que se refere aos tipos, dimensoe fora de impacto que elas assumem, em razo dasvicissitudes da vida moderna ocidental divrcio,violncia, problemas econmicos, problemas emocionaisetc.

importnte considerar e observar o grupo social para onde a criana se dirige, apartir de um determinado momento de seu crescimento, porque este certamente vai assumirum papel relevante, e at muitas vezes determinante, no processo de desenvolvimentopsicossocial da criana e, a depender da cultura desse grupo, esse papel pode ser positivoou negativo para o desenvolvimento saudvel da criana.O primeiro grupo social para onde a criana canaliza sua expresso de desejos,conquistas, dvidas e conflitos normalmente est no contexto escolar, onde ela constitui ogrupo de amigos, e, em geral, o meu melhor amigo, inicialmente num movimento de paridadeque observa e conserva as relaes de semelhana quanto a sexo, idade, etnia, condiosocioeconmica e proximidade geogrfica.Nesse grupo social tambm temos o primeiro deslocamento da figura de autoridadesobre a criana, dos pais para o professor. Voc j deve ter ouvido falar de situaes em

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que a criana diz aos pais que no do jeito deles que se faz, que eles nosabem como fazer o que o professor diz,porque o professor que sabe!Olhe aqui a transcendncia dopapel do professor!O professor tende a receber aprojeo das figuras materna e /oupaterna, aquela que exerce autoridadesignificante sobre a criana, mas com umencargo a mais: o de oferecer outro referencial de autoridade que a criana possa confrontarcom o dos pais, at porque isso est autorizado pelos prprios pais! O professor aautoridade mxima na sala de aula, no ? Isso dito criana e reafirmado at na fala dospais que determinam criana que obedea ao professor e que a elogiam quando o faz, erepreendem, quando no o faz!

Para refletir...J pensou na sua responsabilidade como professornesse processo?

Saiba mais...Estamos a falar do grupo social e de como eleassume importncia inusitada no processo dedesenvolvimento psicossocial da criana.tncia?Por que tamanha imporimportncia?Ora, vimos que a criana quando est se desenvolvendo se volta para o grupo socialcom sede de fazer conquistas, de quebrar padres, e ali, constitui modelos que substituemou compartilham a funo com os pais.E, considerando que o primeiro grupo social para o quala criana endereada a escola, isso deve explicar paravoc, educador, o porqu de estarmos dando nfase aessa reflexo.Pensando na escola enquanto grupo social, natural compreender que, quando este propiciarelaes saudveis e positivas entre seus membros,ele impulsiona o desenvolvimento de habilidadessociais, como tambm de habilidades emocionais: osentimento de pertena, o autoconceito e a auto-estima

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da criana, condies essenciais para a continuidade do processo dedesenvolvimento em todos os seus aspectos.A aceitao social e o grau de popularidade que a criana alcana noPsicologia grupo tm influncia direta e significativa na auto-estima e conseqentementeda Educaono autoconceito. To evidente quanto esta situao aquela em que a rejeiosocial se constitui num dos fatores que causam problemas emocionais ecomportamentais. tambm no seio do grupo social onde se desenvolve a amizade, como falamosantes, sentimento diferenciado da popularidade pelo fato de envolver comprometimentomtuo e troca, de natureza afetiva significativa. Observa-se que as bases de constituiodas amizades variam com a idade, mas inegavelmente na terceira infncia a intimidade e aestabilidade dos relacionamentos aumentam em relao ao perodo anterior.

O DESENVOLVIMENTO MORALDESENVOLOLVIMENTVIMENTONaturalmente, como decorrncia do desenvolvimento psicossocial, ocorre tambmno indivduo humano mudanas no que se refere ao julgamento de certo e errado, algo desuma importncia para esse momento, em que a socializao se faz cada vez mais crescentee importante na vida do indivduo, e a esse processo de raciocnio e julgamento sobre ocerto e o errado chamamos de desenvolvimento moral.Alguns tericos estudaram brevemente o desenvolvimento moral do indivduo humanoe dentre eles temos Selman, com sua proposio dos Cinco Estgios da Tomada dePerspectiva ( voc j tinha ouvido falar desse terico?), Piaget e Lawrence Kohlberg,cujo trabalho sobre os Trs Estgios do Raciocnio Moral se fundamentou nas idias dePiaget.KOHLBERG props uma seqnciadetalhada de estgios do DesenvolvimentoMoral , e o concebeu em trs nveis.Vejamos:nvel do Raciocnio Moral Pr-convencional,em que o julgamento moral baseado apenas nasprprias necessidades e percepes da pessoa;1

nvel do Raciocnio Moral Convencional, emque o indivduo considera as expectativas dasociedade e da lei; o julgamento se baseia naaprovao dos outros, nas expectativas familiares,nos valores tradicionais;2

nvel do Raciocnio Moral Ps-convencional,no qual os julgamentos so baseados em princpiospessoais mais abstratos, como a orientao docontrato social e do princpio tico universal.3

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H muitas crticas ao trabalho de Kohlberg, mas h, por outro lado, consideraescuja evidncia ningum pode negar:

o comportamento moral influenciado pela internalizao das regrase pela modelagem, situaes s quais a criana est muito mais expostaem face da socializao crescente que passa a viver;em todos os nveis as amizades tm um papel significativo nodesenvolvimento pessoal e social do indivduo.

Para refletir...Voc como professor j se viu em situaes comseus alunos que envolveram dilemas morais? (Dilema Moral a situao na qual nenhuma escolha est clara einquestionavelmente certa.) Como voc se saiu dela?Socialize essa experincia com seus colegas.

CONCLUINDO...Ainda precisamos, enquanto psiclogos e educadores, considerar que odesenvolvimento psicossocial infantil, e conseqentemente o desenvolvimento moral, hoje, um campo que merece uma reflexo mais detalhada acerca dos efeitos da modernidadeurbana, principalmente, das sociedades ocidentais.

E por qu isso? Cotidianamente, as crianas experimentam a ao de umamultiplicidade de fatores, j praticamente inevitveis e incontrolveis, os quaispoderamos brevemente sintetizar assim:a exposio excessiva e no seleta mdia;a imerso na era ciberntica;a exposio s presses sociais por status, sucesso e xito;a exposio a expectativas de que assumam responsabilidades;a excessiva mobilidade e instabilidade conseqente da mudana vertiginosa depapis, lugares, relaes, posies, situaes etc;a exposio s presses de consumismo;a convivncia inevitvel com o medo, cada vez mais crescente em razo dacrescente insegurana decorrente do aumento e incremento dos fatores de risco(violncia, drogas etc.);a convivncia, j banalizada, com o estresse, os problemas emocionais e osdistrbios de comportamento, envolvendo transtornos de ansiedade de separaoe at mesmo a depresso, hoje reconhecida nas crianas.

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Sem pretender encenar um drama, contemporaneamente nosdeparamos com um cenrio em que:Psicologiada

Educao

a infncia se encurta, cronologicamente;

se deforma qualitativamente;

se empobrece existencialmente.

Essa realidade que se descortina cotidianamente nos tempos atuais urbanos,aumenta dia-a-dia e, na maioria das vezes, no seio das relaes escolares que seapresentam as particularidades e as conseqncias de sua atuao sobre as crianas,cujos sintomas manifestam-se nas chamadas dificuldades de aprendizagem.Desse modo, no se pode mais conceber nenhuma prtica educativa,principalmente escolar, que no esteja sensvel a este conhecimento, e capacitada paralidar com as influncias que a vida moderna exerce sobre o desempenho escolar dascrianas, desde to tenra idade.

Atividades

Complementares

1.

Elabore, um texto comparando as Teorias de Piaget e Vygotsky, citando e definindoos seus principais conceitos.

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2.

0Construa um quadro que sintetize as perspectivas tericas sobre o desenvolvimentohumano na Psicologia, sinalizando suas caractersticas mais marcantes.

3.

Faa uma sntese, por escrito, sobre o desenvolvimento psicossocial do ser humanoe o papel do grupo social nesse processo, e em seguida apresente seu ponto de vista arespeito.

4.

O objeto de estudo da Psicologia, por sua prpria natureza e essncia, amplo, empossibilidades e admite as seguintes abordagens:as funes bsicas do comportamento humano (aprendizagem, memria,linguagem, pensamento, emoes e motivaes);questes sociais, tpicas da natureza gregria e das formas de vida social do Serhumano;os ciclos de vida e os aspectos do processo de desenvolvimento do Ser humano;a sade, suas perturbaes e as patologias apresentadas pelo indivduo humano,bem como pelas organizaes humanas.Discuta e formule seu ponto de vista a respeito da seguinte questo: Quecontribuies a Psicologia tem a oferecer para a educao atravs do estudo dessasdiferentes abordagens explicitadas acima?

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Psicologiada

Educao

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PSICOLOGIA DA EDUCAO: ESTUDO DAPRTICA PEDAGGICA EM FACE DAAPRENDIZAGEM HUMANAUMA VISO PSICOLGICA DA APRENDIZAGEM HUMANA ESUAS DIFERENTES CONCEPES TERICASPanorama Terico da Pisicologia da Aprendizagem

Mltiplas e variadas so as teorias psicolgicas que se encarregaram de explicar osfenmenos e o processo de aprendizagem e voc deve se perguntar por qu, em Psicologia,sempre existem vrias teorias para explicar uma questo de estudo.Em verdade, a tentativa humana de conhecer e sistematizar o conhecimentoalcanado sobre uma determinada rea de sua vida se d inevitavelmente sob a influnciada maneira particular pela qual o sujeito v as coisas, o mundo e o homem , bem como anatureza de sua explicao. So as teorizaes, s quais esto implcitos os sistemas devalores, vises de mundo e filosofias.Por esse motivo que, buscando conhecer e explicar a aprendizagem, vrias teoriasforam elaboradas por seus estudiosos ao longo do tempo e todas elas representam o pontode vista de seu autor, a orientao de suas pesquisas e estudos, como tambm a delimitaode seu objeto de estudo. Assim ainda temos na cincia algumas teorias que buscam explicarsistematicamente o mesmo objeto de estudo, porm em aspectos determinados, diferentes,focalizados.Contudo, apesar de existirem muitas teorias, fato que todas elasconvergem para um ponto em comum, em torno da concepo bsica de queOs processos de aprendizagem desempenham um papel central nodesenvolvimento do ser humano.A aprendizagem um processo fundamental para a vida humana a talponto que a humanidade, em suas sociedades, organizou meios paratornar a aprendizagem mais eficiente, os chamados meios oucontextos educativos.A reside a justificativa para a importncia que se d aoestudo da aprendizagem, para a Psicologia e para aEducao: o fato de que o desenvolvimento humano, durante

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todo o seu ciclo vital, est intimamente ligado a esse processo, vivenciada dediversas formas.Explicar o processo de aprendizagem envolve a preocupao emPsicologia esclarecer o modo pelo qual o ser humano se desenvolve, conhece o mundo,da Educao organiza seu comportamento e se ajusta ao meio em que vive.Pois bem, j que pretendemos estudar a aprendizagem, importa deimediato buscar uma definio desse nosso objeto de estudo.O que , ffinalmenteinalmenteprendizag em?inalmente,, a aaprprendizaendizag

Formule logo sua definio, de modoque ao longo dos nossos estudos voc possaconferir e aperfeioar seu entendimento.

Devemos lembrar que, desde a Antigidade, filsofos e pensadores preocuparamse com os fatos da aprendizagem. Mas tambm, no podemos esquecer que com a evoluoda cincia concepes mo