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Profa. Dra. Sônia Ap Belletti Cruz 2017 PSICOLOGIA JURÍDICA PSICOLOGIAS (BOCK, 1999)

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Profa. Dra. Sônia Ap Belletti Cruz2017

PSICOLOGIA JURÍDICA

PSICOLOGIAS(BOCK, 1999)

PSICOLOGIA JURÍDICA: VIOLÊNCIA, CONFLITOS MENTAIS E DIREITO

- Os seres humanos constroem sua personalidade

movidos pelo impulso da libido, que aparece como

impulsos sexuais e impulsos agressivos.

- Logo, todos somos agressivos e exprimimos nossa

agressividade de diferentes formas.

Violência e criminalidade

- Desde criança, os processos de educação escolar e familiar nos ensinama reprimir os impulsos agressivos e a canalizá-los para outrasatividades, entre as quais as artísticas, as esportivas, as culturais etc.

- Usamos a agressividade para impulsionar nossa atuação nestessetores.

- Em outras oportunidades, a agressividade se exprime por meio defantasias em nossa mente, pela ironia, pela omissão de ajudar a quemprecisa.

- Nem sempre a agressividade se manifesta por meio da violência.

Violência e criminalidade

- Quando nossos mecanismos de controle são bem construídos e nossa

socialização é bem feita, internalizamos os meios de repressão da

agressividade e a controlamos na maioria dos casos, evitando

comportamentos agressivos que possam ser socialmente não aceitos.

- Quando não conseguimos controlar nossos sentimentos agressivos e

eles acabam por se manifestar em atos que ferem os sistemas sociais,

agimos com violência.

Violência e criminalidade

VIOLÊNCIA

uso desejado da agressividade, que pode se dar de dois modos:

- Voluntário: há intenção de praticar o ato, que é consciente.

- Involuntário: não há intenção consciente e em geral reflete uma troca

de objetos, tal como ensinou Freud (queria bater no meu chefe, mas

descontei no meu filho).

Violência e criminalidade

A violência é composta por dois componentes: o impulso agressivo e o estímulo social que legitima psicológica e

socialmente o emprego da agressão

- justificamos a violência usando pretextos como o combate ao inimigopolítico ou religioso, à criminalidade, os desmando da polícia etc.

- As condições de vida também são estímulos sociais importantes àviolência. A pobreza, a miséria, os exemplos de violência familiar esocial estimulam a adoção de comportamentos agressivos contra outraspessoas (roubar, matar, agredir, humilhar) e também contra nósmesmos (beber, usar drogas, suicídio etc).

Violência e criminalidade

Atualmente,

a violência é fruto das transformações sociais a que estamos submetidos:

mecanismos de contenção da violência perderam força, como se houvesse

rompimento do pacto social que nos trouxe até aqui.

Ao invés de alicerces como a solidariedade, a justiça, a dignidade e outros,

temos a banalização da violência, da crueldade, da impunidade, a

descrença na Justiça e outros sentimentos que minam a coesão social e

reforçam o “cada um por si”, estimulando a agressividade e os

comportamentos egoístas.

Violência e criminalidade

Violência e criminalidade

Nem todo ato violento é crime

No entanto, alguns o são, e devemos saber separar a gravidade e o alcance social de cada ato a fim de melhor analisarmos a punição e as

razões que resultaram em seu cometimento.

1) Transgressor. desrespeitam algumas normas sociais, sem cometeremcrimes propriamente ditos.

Normas sociais auxiliam na convivência social, como normas de conduta,como não chegar atrasado, não xingar o chefe, respeitar os mais velhosetc.A violência praticada será socialmente punida, mas não criminalmente.

Violência e criminalidade

2) Infrator. transgressor que descumpriu a lei; pena varia de leve até aprisão.

Importante se avaliar a repercussão social da conduta em relação aos bense valores sociais: estacionar na vaga de idoso é socialmente reprovável emerece punição, mas não maior do que quando se mata alguém.

3) Delinquente. identidade social daquele que, por infringir a lei, recebea punição estatal.

Ao ingressar no sistema carcerário, é acompanhado por equipemultidisciplinar para ressocialização, ou retorno seguro ao convívio social.

Busca-se conhecer sua vida anterior para compreender os motivos daconduta criminosa, a afinidade com o crime.

Direito e Moral: porque transgredir as leis

Algumas teorias:

• Nativista: o senso moral já nasce com os seres humanos.

• Unicista: senso moral se desenvolve por fases, do “conformismoobrigatório” das sociedades primitivas à introjeção dos valores sociaisaté não precisar mais de vigília do Estado, com formação do superego.Quanto mais forem reprimidos instintos (id), maior é o superego eaceitação das leis.

• Dualista: senso moral desenvolve-se em duas etapas. Na primeira, amoral vem do respeito da criança pelo adulto; unilateral, da coação.

• O justo é obedecer; não fazer é errado, injusto e merece castigo.• Na adolescência, surge a cooperação com o grupo, condutas baseiam-

se no que é socialmente certo para viver em grupo.• Comportamento julgado pelo seu resultado e não pela intenção.

Padrão Moral

• Para cada indivíduo a moral se apresenta de modo peculiar e avaloração que se dá a cada conduta também depende da educação, devalores afetivos e racionais que não podem ser padronizados.

• Produz-se juízos morais diferentes para cada situação.

• Não há única fonte para o julgamento moral, pois em sua definição asatitudes afetivas tem maior peso que as racionais.

• Não há modelo suficiente que permita padronizar as condutas morais:

• Há indivíduos ou grupos julgados imorais que são mais generosos queoutros, tidos por morais.

Conduta Moral

Senso moral depende dos resultados e dos propósitos do autor da conduta

Etapas da conduta moral:

• Infância: etapa do medo, da defensiva - determinadas condutas nãosão praticadas por medo do castigo.

• Adolescência e parte da vida adulta: etapa ofensiva, ou agressiva –tenta-se dominar com a agressividade, transformando a realidade,vivendo grandes paixões e grandes cóleras.

• Vida adulta completa: sentimentos são estabilizados e há melhorconexão com o mundo e a sociedade.

• Velhice: regressão, à etapa destrutiva, com pessimismo radical, crítica àtudo, e posterior fase do medo, sublimada com excessiva prudência edesconfiança.

Personalidades Morais

Tipos de personalidades morais, manifestadas ao longo da vida e que semanifestam em conjunto:

• Medroso: fase infantil. Comportamentos de desconfiança, pessimismo,insegurança, submissão. Não faz mal a ninguém, nem o bem a simesmo, com medo do resultado.

• Colérico: adolescência e juventude. Comportamentos: ambicioso,dominante, invejoso, rebelde. Faz o que lhe interessa, seja bom ou mal.

• Amoroso: fase adulta, estável. Comportamentos: tolerante, simpático,generoso, criador. Faz o bem e menos o mal, pensa nas consequênciassociais de seus atos.

Personalidades Morais

Louco moral

Alguns indivíduos se negam a adotar comportamentos morais e valoressociais.

Não enxergam sentido neles, não os reconhece como sistema de valores.

O resultado almejado em suas ações é o prazer que a transgressão lheproporciona.

Têm problema de adaptação social, são incapazes de aceitar a vida social esuas limitações.

Personalidades Morais

Fatores da loucura moral:

• Não é incidental, mas permanente. O louco moral, ou psicose perversa,não sofre de falta de vergonha ou de limites, ele não reconhece oslimites sociais.

• Não age impulsionado por fatores ambientais (educação, cultura,família, economia, maus exemplos etc), sendo que seus atos sãodesmotivados, sem utilidade ou resultados.

• Não sofre de doença mental nem déficit intelectual capaz deembaralhar suas decisões ou impossibilitar o entendimento de suaconduta. Age de modo consciente.

Classificação dos delinquentes morais

• Causas ambientais: meio social influencia a capacidade de absorvervalores. Exemplos: cultura defeituosa, educação defeituosa (nãodesenvolveu inibições), maus exemplos, coações de superiores,necessidades vitais imediatas (fome).

• Causas endógenas: oriundas da própria formação dos indivíduos,internas. Divide-se em:

• a) Desenvolvimento mental insuficiente: percepção da realidade não écompleta.

• b) Transtornos permanentes e temporários do equilíbrio mental: nãopodem exprimir sua vontade (psicoses tóxicas, epiléticos eesquizofrênicos em crise, maníacos-depressivos, psicopatas etc.

• c) Falta congênita ou adquirida da afetividade social (senso moral): nãoreconhecem os valores e limites sociais.

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