Psiqweb - psicopatia

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    Personalidade Psicoptica

    O psicopata caracterizado por conduta anti-social crnicaque comea na infncia ou adolescncia como Transtorno deConduta.| Forense| Personalidade|

    A psicopatologia em geral e a psiquiatria forense em especial tm dedicado, h tempo,uma enorme preocupao com o quadro conhecido por Psicopatia (ou Sociopatia,Transtorno Dissocial, Transtorno Socioptico, etc).

    Trata-se de um terreno difcil e cauteloso, este que engloba as pessoas que no seenquadram nas doenas mentais j bem delineadas e com caractersticas bastanteespecficas, a despeito de se situarem margem da normalidade psico-emocional ou, nomnimo, comportamental. As implicaes forenses desses casos reivindicam da psiquiatriaestudos exaustivos, notadamente sobre o grupo de entidades entendidas comoTranstornos da Personalidade.

    O enorme interesse que o psicopata tem despertado atualmente se deve, em parte, aodesenvolvimento das pesquisas sobre as bases neurobiolgicas do funcionamento docrebro em geral e, particularmente, da personalidade. Em outra parte, deve-se tambmao enorme potencial de destrutividade de alguns psicopatas, quando ou se tiverem acessoaos instrumentos que a tecnologia e a cincia disponibilizam.

    Estudar o potencial da destrutividade humana bastante interessante e poder esclarecercertos pontos em comum entre grandes manifestaes de destrutividade, como so asguerras, os genocdios, torturas, o terrorismo e, talvez, manifestaes incomuns dapersonalidade humana, baseadas na psicopatologia, na psicologia e nas neurocincias.

    Lorenze outros etlogos consideram a agressividade organizada uma aquisio evolutivaque aparece na espcie humana h uns 40.000 anos. Em sentido social, a agressividadeorganizada nasceu da necessidade de uma arma de sobrevivncia mais eficaz. Nasciaassim uma forma especializada de agresso comunitria e organizada, um entusiasmoque agrega o grupo contra um inimigo comum.

    Uma de suas expresses seria a parania de guerra, que afeta e afetou populaesinteiras. Atualmentepode ser representada tambm por grupos tnicos, religiosos oupolticos que se unem atravs de uma conduta agressiva em funo de alguma ameaacomum a todos integrantes do grupo (ameaa real ou acreditada).

    Devido falta de um consenso definitivo, esse assunto tem despertado um virulentocombate de opinies entre os mais diversos autores ao longo do tempo. Igualmente

    variadas tambm so as posturas diante desses casos que resvalam na tica e napsicopatologia simultaneamente. As dificuldades vo desde a conceituao do problema,at as questes psicopatolgicas de diagnstico e tratamento. Como seria de se esperar,tambm na rea forense as discordncias so contundentes.

    A evoluo dos conceitos sobre a Personalidade Psicoptica transcorreu, durante mais deum sculo, oscilando entre a bipolaridade orgnica-psicolgica, passando transitartambm sobre as tendncias sociais e parece ter aportado, finalmente, numa idia bio-psico-social que, seno a mais verdadeira, ao menos se mostrou a mais sensata (vejaartigo Personalidade Criminosa, uma reviso das dvidas sobre esse tema).

    Historia do conceitoO conceito de Psicopata, Personalidade Psicopticae, mais recentemente, Sociopataum tema que vem preocupando a psiquiatria, a justia, a antropologia, a sociologia e afilosofia desde a antigidade. Evidentemente essa preocupao contnua e perene existeporque sempre houve personalidades anormais como parte da populao geral.

    Psicopatasso pessoas cujo tipo de conduta chama fortemente a ateno e que no sepodem qualificar de loucos nem de dbeis elas esto num campo intermedirio. Soindivduos que se separam do grosso da populao em termos de comportamento,conduta moral e tica. Vejamos a opinio dos vrios autores sobre a PersonalidadePsicopticaao longo da histria.

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    Desalmado na paz, heri na guerra ?H quem, mediante rdua ginsticamental, evoca at as teorias da evoluoe sobrevivncia da espcie paraespecular sobre os psicopatas como umaespcie de indivduos dotados deatitudes naturais para a sobrevivncia daespcie, do grupo. Diante de umaemergncia seriam as pessoas capazesde responder com caractersticas nohabituais para fazer frente situaototalmente anmala, imprevista eameaadora.

    Assim, num caso de guerra, aquele quese conduz como desalmado, cruel e

    insensvel aparece como o heri, aqueleque toma a frente, que assume riscos,que leva aes adiante e que se destacada maioria. Em tempo de paz, essascondutas caracterizariam a delinqncia,criminalidade, etc. Isso seria o mesmoque afirmar que tarado uma pessoa

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    CardamoUma das primeiras descries registradas pela medicina sobre algum comportamento quepudesse se identificar idia de Personalidade Psicoptica foi a de Girolano Cardamo(1501-1596), um professor de medicina da Universidade de Pavia. O filho de Cardamof oidecapitado por ter envenenado sua mulher (me do ru) com razes venenosas. Nesterelato, Cardamofala em "improbidade", quadro que no alcanava a insanidade totalporque as pessoas que disso padeciam mantinham a aptido para dirigir sua vontade.

    Pablo Zacchia(1584-1654), considerado por alguns como fundador da Psiquiatria MdicoLegal,descreve, em Questes Mdico Legais, as mais notveis concepes que logodariam significao s "psicopatias" e aos "transtornos de personalidade".

    PinelEm 1801, Philippe Pinelpublica seu Tratado mdico filosfico sobre a alienao mental efala de pessoas que tm todas as caractersticas da mania, mas que carecem do delrio.Temos que entender que Pinel chamava de maniaaos estados de furor persistentes ecomportamento florido, distinto do conceito atual de mania (Berrios, 1993).

    Dizia, no tratado, que se admirava de ver muitos loucos que, em nenhum momento,apresentavam prejuzo algum do entendimento, e que estavam sempre dominados poruma espcie de furor instintivo, como se o nico dano fosse em suas faculdadesinstintivas. A falta de educao, uma educao mal dirigida ou traos perversos eindmitos naturais, podem ser as causas desta espcie de alterao (Pinel, 1988).

    PrichardPrichard, tanto quanto Pinel, lutavam contra a idia do filsofo Locke, o qual dizia nopoder existir mania sem delrio, ou seja, mania sem prejuzo do intelecto. Portanto, nessapoca, os juizes no declaravam insanos nenhuma pessoa que no tivesse umcomprometimento intelectual manifesto (normalmente atravs do delrio). PinelePrichardetratavam de impor o conceito, segundo o qual, existiam insanidades semcomprometimento intelectual, mas possivelmente com prejuzo afetivo e volitivo (davontade). Tal posio acabava por sugerir que essas trs funes mentais, o intelecto,afetividade, e a vontade, poderiam adoecer independentemente.

    Foi em 1835 que James Cowles Prichardpublica sua obra Treatise on insanity and otherdisorders affecting the mind, a qual falava da Insanidade Moral.A partir dessa obra, ohistoriador G. Berrios(1993) discute o conceito da Insanidade Moral como o equivalenteao nosso atual conceito de psicopatia.

    MorelMorel, em 1857, parte do religioso para elaborar sua teoria da degenerao. O serhumano tinha sido criado segundo um tipo primitivo perfeito e, todo desvio desse tipoperfeito, seria uma degenerao. A essncia do tipo primitivo e, portanto, da natureza

    humana, a contnua supremacia ou dominao do moral sobre o fsico. Para Morel, ocorpo no mais que "o instrumento da inteligncia".

    A doena mental inverteria esta hierarquia e converteria o humano em besta. Umadoena mental no mais que a expresso sintomtica das relaes anormais que seestabelecem entre a inteligncia e seu instrumento doente, o corpo.

    A degenerao de um indivduo se transmite e se agrava ao longo das geraes, atchegar decadncia completa (Bercherie, 1986). Alguns autores posteriores, como ocaso de Valentm Magnam, suprimiram o elemento religioso das idias de Moreleacentuaram os aspectos neurobiolgicos. Estes conceitos afirmavam a ideologia dahereditariedade e da predisposio em varias teorias sobre as doenas mentais.

    Koch e GrossEm 1888, Koch (Schneider, 1980) fala de Inferioridades Psicopticas, mas se refere inferioridades no sentido social e no moral, como se referiam anteriormente. Para Koch,

    as inferioridades psicopticas eram congnitas e permanentes e divididas em trs formas:

    - disposio psicoptica,- tara psquica congnita e- inferioridade psicoptica.

    Dentro da primeira forma, Disposio Psicoptica, se encontram os tipos psicolgicosastnicos, de Schneider. A Tara inclui a "as almas impressionveis, os sentimentaislacrimosos, os sonhadores e fantsticos, os escrupulosos morais, os delicados esusceptveis, os caprichosos, os exaltados, os excntricos, os justiceiros, os reformadoresdo estado e do mundo, os orgulhosos, os indiscretos, os vaidosos e os presumidos, osinquietos, os malvados, os colecionadores e os inventores, os gnios fracassados e nofracassados". Todos estes estados so causados por inferioridades congnitas daconstituio cerebral, mas no so consideradas doenas.

    Otto Gross, por sua vez, dizia que o retardo dos neurnios para estabilizarem-se depois

    da descarga eltrica determinava diferenas no carter. Assim em seu livroInferioridades Psicopticas, a recuperao neuronal rpida determinava indivduostranqilos, e os de estabilizao neuronal mais lenta, ou seja, com maior durao daestimulao, seriam os excitveis, portadores dessa inferioridade.

    KraepelinKraepelin, quando faz a classificao das doenas mentais em 1904, usa o trmino

    normal pega em flagrante.

    A tendncia em descobrir mritos nasatitudes sociopticas, pelo simples fatodelas se ajustarem perfeitamente aosrequisitos da emergncia e dasobrevivncia, caem por terra aoconsiderarmos as questes gregrias eticas associadas aos propsitos dasatitudes.

    Vamos colocar a questo da seguinte

    maneira:- Considerando os trs elementoscondutores mestres da ao humanacomo sendo o Querer, o Dever e oConseguir, na linguagem freudiana, o Id,o Superego e o Ego, sociopata seriaaquele que, no dispondo ou dispondodeficitariamente do Dever (superego),estaria autorizado, por si mesmo, aproceder da maneira mais eficiente paraSEU prazer ou SUA sobrevivncia.

    Portanto, a despeito da eficciaexistencial, o psicopata seria o exemplarhumano mais prximo da animalidade.

    Ora, aproximar-se da animalidade umfenmeno a que todos estamos sujeitos,de acordo com a existncia iminente desevera ameaa existencial. A distino eo mrito ticos de cada um se medemde acordo com o limiar, a partir do qual,recorremos animalidade para conquistade nossos objetivos.

    Quanto mais vulnervel animalidade,menor o sentido (e sentimento) tico dapessoa. Como o sociopata vive naanimalidade (das atitudes), falta-lhetotalmente a condio tica. E h quempense que, para problemas ticos...solues ticas, para problemas

    mdicos... solues mdicas. Opsicopata no aprende com certasexperincias, nem com a argumentao,e menos ainda com o discurso tico.

    Os psicopatas comeam a manifestarsua psicopatia desde a infncia eadolescncia, e no se modificam depois(veja Transtornos de Conduta). Aconduta anti-social comea desde ainfncia, caracterizada por atitudes dementir, roubar, falsificar cheques,prostituir-se, assaltar, maltratar animais,etc). Nota-se, desde tenra idade, umaausncia da capacidade de sentimento

    de culpa e de arrependimento. Quandoteatralizam esses sentimentos, o fazemsimplesmente para conseguir umaatenuao da pena.

    Personalidade Psicoptica AmoralOprof. Eunofre Marquesadota adenominao de PersonalidadePsicoptica Amoral (ou, simplesmente,PP) para o que se considera Sociopatia.Veja o que ele diz neste trechoselecionado:

    " O PP amoral um indivduo incapaz deincorporar valores. Ele funciona semprena relao prazer-desprazer imediato.

    So indivduos incapazes de se integrara qualquer grupo, devido ao seuegosmo absoluto e a no aceitaremqualquer tipo de regras. S o que elesquerem o que interessa. No incio, elesat fazem amizades com facilidade mas,

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    Personalidade Psicoptica para referir-se, precisamente, a este tipo de pessoas que noso neurticos nem psicticos, tambm no esto includas no esquema de mania-depresso, mas que se mantm em choque contundente com os parmetros sociaisvigentes. Incluem-se aqui os criminosos congnitos, a homossexualidade, os estadosobsessivos, a loucura impulsiva, os inconstantes, os embusteiros e farsantes e osquerelantes (Schneider, 1980).

    Para Kraepelin, as personalidades psicopticas so formas frustras de psicose,classificadas segundo um critrio fundamentalmente gentico e considera que seusdefeitos se limitam essencialmente vida afetiva e vontade (Bruno, 1996).

    Schneider

    Em 1923, Schneiderelabora uma conceituao e classificao do que , para ele, aPersonalidade Psicoptica. Schneider(1980) descarta no conjunto classificatrio dapersonalidade atributos tais como, a inteligncia, os instintos e sentimentos corporais evaloriza como elementos distintivos o conjunto dos sentimentos e valores, das tendnciase vontades.

    Para Kurt Schneideras Personalidades Psicopticasformam um subtipo daquilo queclassificava como Personalidades Anormais, de acordo com o critrio estatstico e daparticularidade de sofrerem por sua anormalidade e/ou fazerem outros sofrer.

    Entretanto, a classificao de Personalidade Psicoptica no pode ser reconhecida ouaceita pelo prprio paciente e, s vezes, nem mesmo por algum grupo social pois, acaracterstica de fazer sofrer os outros ou a sociedade demasiadamente relativo esubjetivo: um revolucionrio, por exemplo, um psicopata para alguns e um heri paraoutros.

    Em conseqncia dessa relatividade de diagnstico (devido relatividade dos valores),no lcito ou vlido realizar um diagnstico do mesmo modo que fazemos com as outrasdoenas. Resumindo, pode-se destacar neles certas caractersticas e propriedades que oscaracterizam de maneira nada comparvel aos sintomas de outras doenas. O Psicopata, simplesmente, uma pessoa assim.

    O psicopata no tem uma psicopatia, no sentido de quem tem uma tuberculose, ou algotransitrio, mas ele um psicopata. Psicopata uma maneira de ser no mundo, umamaneira de ser estvel.

    Como em tantas outras tendncias, tambm h um certo determinismo na concepo deSchneider. Para ele os psicopatas so assim em toda situao vital e sob todo tipo decircunstncias. Opsicopata um indivduo que no leva em conta as circunstnciassociais, uma personalidade estranha, separada do seu meio. A psicopatia no ,portanto, exgena, sendo sua essncia constitucional e inata, no sentido de ser pr-

    existente e emancipada das vivncias.Mas a conduta do psicopata nem sempre toda psicoptica, existindo momentos, fases ecircunstncias de condutas adaptadas, as quais permitem que ele passe desapercebidoem muitas reas do desempenho social. Essa dissimulao garante sua sobrevivnciasocial.

    Kurt Schneider, psiquiatra alemo, englobou no conceito de Personalidade Psicopticatodos os desvios da normalidade no suficientes para serem considerados doenasmentais francas, incluindo nesses tipos, tambm aquele que hoje entendemos comosociopata. Dizia que a Personalidade Psicoptica(que no tinha o mesmo conceito dosociopata de hoje) como aquelas personalidades anormais que sofrem por suaanormalidade e/ou fazem sofrer a sociedade.Ele distinguia os seguintes tipos dePersonalidade Psicoptica:

    1) Hipertmicos,

    2) Depressivos,3) Inseguros,4) Fanticos,5) Carentes de Ateno,6) Emocionalmente Lbeis,7) Explosivos,8) Desalmados,9) Ablicos, e10) Astnicos.

    Evidentemente o que entendemos hoje por psicopata ou sociopata seriam, naclassificao de Schnneider, os Desalmados. Muito mais tarde Mira y Lpezdefiniu aPersonalidade Psicoptica como "...aquela personalidade mal estruturada, predisposta desarmonia intrapsquica, que tem menos capacidade que a maioria dos membros desua idade, sexo e cultura para adaptar-se s exigncias da vida social". E considerava 11tipos dessas personalidades anormais muito semelhantes aos tipos de Schnneider. Erameles:

    1) Astnica,2) Compulsiva,3) Explosiva,4) Instavel,5) Histrica,

    diante dos primeiros conflitos, a suaamoralidade aparece em todo o seu

    potencial. Terminam por ser rejeitadospelos grupos em pouco t empo. So, porisso, em geral indivduos solitrios, quemigram de grupo em grupo at que norestem mais grupos para os aceitarem" .

    Esse transtorno pode aparecerprecocemente, em tenra idade, conformediz o prof. Eunofre Marques:

    "Ainda crianas j aparece o seucomponente amoral, por no aceitaremregras jamais, no respeitarem qualquerlimite e terem um comportamentoabsolutamente inadequado na escola, deonde so freqentemente expulsos.

    J na adolescncia tendem francamentepara a marginalidade e tentam integrar-se aos grupos marginais mas mesmoesses, com a sua tica marginal rgida,logo o rejeitam.

    Quando pressionado pelo ambiente,especialmente em ambientes fechados,

    como numa penitenciria, eles atual demodo primoroso, como que absorvendoos valores rgidos do meio. No entanto, s surgir uma pequena brecha nas regras

    para que a sua amoralidade venhaplenamente tona.

    Boa parte deles no chega idadeadulta porque, misturados com osmarginais, acabam sendo mortos porestes. Mesmo assim, chegando idadeadulta, terminam por serem recolhidos aalguma penitenciria, onde eles soencontrados com freqncia. Mesmodentro da penitenciria a sua existnciaest sendo constantemente ameaada,

    porque no se integram a nenhum dosgrupos que l se formam.

    Aqueles que tm um nvel de intelignciasuperior conseguem parcialmente,utilizando-se dos recursos cognitivos,manterem-se relativamente integradosno meio at a idade adulta mas, mesmoestes, acabam por serem expulsos doseu meio e tambm vo parar nos

    presdios. O PP amoral o exemplo dofracasso do ser humano"

    Crebro e PersonalidadeA personalidade inclui, em meio a t odos

    seus traos, a cognio e a percepo.Essas atividades representam umaoperao complexa baseada em redesneuronais intrincadas e perfeitamenteintegradas, as quais Eduardo Matachama de Mdulos, portanto, a atividadecerebral seria do tipo modular.

    A sobrevivncia exige funcionamentoadequado, muitas vezes automtico einconsciente, de uma quantidade demdulos que tratam muitos fatoressimultaneamente: a motivao, apercepo do ambiente, noo do que necessrio para sobreviver, regulaodos impulsos agressivos e sexuais,formao das relaes com outrosindivduos, regulao doscomportamentos intencionais e inibiodos inapropriados.

    Portanto, quanto mais eficientes foremesses mdulos (Assemblias Neuronais),

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    6) Ciclide,7) Sensitivo-paranide,8) Esquizide,9) Perversa,10) Hipocondraca, e11) Homosexual.

    CleckleyEm 1941 Cleckley escreveu um livro chamado "A mscara da sade", o qual se referia aeste tipo de pessoas. Em 1964 descreveu as caractersticas mais freqentes do que hojechamamos psicopatas. Em 1961, Karpmam disse "dentro dos psicopatas h dois grandesgrupos os depredadores e os parasitas"(fazendo uma analogia biolgica). Os

    depredadores so aqueles que tomam as cosas pela fora e os parasitas tomam-nasatravs da astcia e do engodo.

    Cleckley, estabeleceu, em "A mscara da sade", alguns critrios para o diagnstico dopsicopata, em 1976, Hare, Hart e Harpur, completaram esses critrios. Somando-se asduas listas podemos relacionar as seguintes caractersticas:

    Critrios para diagnsco do Psicopata (Hare, Hart , Harpur)

    1. Problemas de conduta na infncia.2. Inexistncia de alucinaes e delrio.3. Ausncia de manifestaes neurticas.4. Impulsividade e ausncia de autocontrole.5. Irresponsabilidade6. Encanto superficial, notvel inteligncia e loquacidade.7. Egocentrismo patolgico, autovalorizao e arrogncia.

    8. Incapacidade de amar.9. Grande pobreza de reaes afetivas bsicas.10. Vida sexual impessoal, trivial e pouco integrada.11. Falta de sentimentos de culpa e de vergonha.12. Indigno de confiana, falta de empatia nas relaes pessoais.13. Manipulao do outro com recursos enganosos.14. Mentiras e insinceridade.15. Perda especfica da intuio.16. Incapacidade para seguir qualquer plano de vida.17. Conduta anti-social sem aparente arrependimento.18. Ameaas de suicdio raramente cumpridas.19. Falta de capacidade para aprender com a experincia vivida.

    Henry EyHenry Ey, em seu "Tratado de Psiquiatria", inclui as Personalidades Psicopticasdentrodo captulo das doenas mentais crnicas, as quais considera como um desequilbrio

    psquico resultante das anomalias caracteriolgicas das pessoas. Cita as caractersticasbsicas das Personalidades Psicopticascomo sendo a anti-sociabilidade eimpulsividade (Bruno, 1996). A idia dos Transtornos de Personalidadetal como sugeridopelo DSM comeou em 1966 com Robins.

    O que mais se percebe em relao Personalidade Psicoptica so as controvrsiasentre os vrios autores e nas vrias pocas mas, de alguma forma, h uma perenetendncia em se apontar para trs conceitos bsicos.

    A primeira posio reflete uma tendncia mais constitucionalista (intrnseca, orgnica),entendendo que o psicopata se origina de uma constituio especial, geneticamentedeterminado e, em conseqncia dessa organicidade, pouco se pode fazer.

    A segunda tendncia a social ou extrnseca, acreditando que a sociedade faz opsicopata, a sociedade faz a seus prprios criminosos por no lhes dar os meioseducativos e/ou econmicos necessrios.

    Atravs da anlise de dois sistemas educacionais para problemas comportamentais, comoa escola inglesa Lymam, com um sistema disciplinar rgido, autoritrio, duro, e a escolaWiltwyck, americana, onde a idia era criar um ambiente clido, afetuoso, propenso aamistosidade, uma "disciplina de amor" segundo cita Cinta Mocha (Garrido, 1993), pode-se contra-argumentar a tendncia extrnseca da psicopatia. Os psicopatas constituram o35% da populao em ambas escolas. A instituio americana Wiltwyckteve um marcantexito inicial, mas a taxa de reincidncia em atitudes anti-sociais, ao longo de alguns anosde acompanhamento, foi o mesmo.

    A terceira escola a psicanalista, que s trata das perverses em relao com asexualidade. Quando o transtorno implica outras pulses, Freudfala de libidinizao dadita pulso, a qual havia sido "pervertida" pela sexualidade. A perverso adulta aparececomo a persistncia ou reapario de um componente parcial da sexualidade. A perversoseria uma regresso a uma fixao anterior da libido. Recordemos que, para Freud, a

    passagem plena organizao genital supe:a) superao do complexo de dipo,b) o surgimento do complexo de castrao ec) a concepo da proibio do incesto.

    Assim a perverso chamada fetichismo ligada negao da castrao. A perversoseria o negativo da Neurose, que faz da perverso a manifestao em bruto, no

    melhor desempenho ter a pessoa emelhor apreenso da situao existencial(no mundo), ou seja, a conscinciaglobal conseqncia da notvelcapacidade de organizao e integraoneuronais que o organismo possui.

    Todo esse procedimento adaptativoresultante das Assemblias Neuronaisno se faz de maneira linear, seu curso eseqncia no se pode prever. Napessoa normal parece que no basta a

    compreenso dos fenmenos qumicosou fsicos para predizer como se dar asucesso de atitudes adaptativas, taiscomo o autocontrole, a iniciativa, aregulao do afeto, do juzo, adestrutividade, o planejamento da fugaou do ataque. De modo geral, h maiorou menor probabilidade da pessoa reagirassim ou assado mas as atitudes serosempre circunstanciais, sem quetenhamos certeza da previso.

    Quando conseguimos prever a maneiracom que a pessoas reagir, como atuarem determinadas circunstncias, em

    outras palavras, quando a pessoa reagesempre dessa ou daquela maneira diantedas circunstncias, e quando essasatitudes fazem sofrer (ela ou os outros),provavelmente estaremos diante de umTranstorno da Personalidade.

    Transtornos tais como os casos dePersonalidade Mlt ipla, PersonalidadeBorderline e Transtornos Dissociativospoderiam ser considerados, pelo menosem parte, como perturbaes defuncionamento ou da integrao dasredes neuronais. Isso caracterizaria umaperturbao do sistema crebro/mente, aqual poderia ter causas biolgicas e/o

    determinadas pela experincia.

    Uma observao interessante acrescente habilidade das crianas eadolescentes para regular sua conduta, medida que o crebro amadurece. Esseamadurecimento parece serconseqncia no s da experincia,seno tambm da mielinizao dasreas pr-frontais com as conseqentesalteraes nas redes neuronais. Trata-sede um processo que continua at o fimda vida (em velocidade e quantidadedecrescentes).

    Transtorno de PersonalidadeBorderline (Limtrofe)Caracteriza-se por um padro derelacionamento emocional intenso pormconfuso e desorganizado. A instabilidadedas emoes o trao marcante destetranstorno, que se apresenta pelasflutuaes ou rpidas variaes noestado de humor de um momento paraoutros sem justificativa real, essaspessoas reconhecem sua labilidadeemocional mas para tentar encobr-la

    justificam-nas geralmente comargumentos implausveis. Seucomportamento impulsivofrequentemente auto-destrutivo.

    Estes paciente no possuem claramenteuma identidade de si mesmos, com umprojeto de vida ou uma escala de valoresduradoura, at mesmo quanto prpriasexualidade. A instabilidade tointensa que acaba incomodando o

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    reprimida, da sexualidade infantil (Laplanche, 1981).

    A maioria dos autores dessa poca procurava substituir o conceito de "constituiopsicoptica" por "personalidades psicopticas" j que sua etiologia no era claramentedefinida. Mas, apesar da etiologia no ser claramente entendida, o quadro clnico dapersonalidade psicoptica foi sendo cada vez mais cristalinamente descrito.

    K. Eissler, no final da dcada de 40, considerava os psicopatas como indivduos comausncia de sentimentos de culpa e da ansiedade normal, superficialidade de objetivos devida e extremo egocentrismo. Os irmos Mc Cord, em 1956, descrevem sua "sndrome

    psicoptica" com as seguintes caractersticas: escasso ou nenhum sentimento de culpa,capacidade de amar muito prejudicada, graves alteraes na conduta social, impulsividade

    e agresso.

    Outros autores, resumindo, nas dcadas sucessivas de 60 e 70, foram tambm definindoos traos caractersticos da psicopatia com termos tais como perturbaes afetivas,perturbaes do instinto, deficincia superegoica, tendncia a viver s o presente, baixatolerncia a frustraes. Alguns classificam esse transtorno como anomalias do carter eda personalidade, ressaltando sempre a impulsividade e a propenso para condutas anti-sociais (Glover, Henri Ey, Kolb, Liberman).

    Classicamente, hoje em dia e resumindo a evoluo do conceito, a PersonalidadePsicoptica tem sido caracterizada principalmente por ausncia de sentimentos afetuosos,amoralidade, impulsividade, falta de adaptao social e incorregibilidade.

    Neurofisiologia da Agresso necessrio entender um pouco mais sobre a fisiologia da agresso para inserir, depois,a noo da sociopatia. H nesse site um artigo sobre Crebro e Violnciaque pode

    completar o que se v aqui agora.

    Uma das hipteses importantes na compreenso do funcionamento cerebral em relao personalidade aquela que trata de uma espcie de organizao hierrquica do crebro,anteriormente proposta Jackson, onde haveria centros superiores, mdiose inferiores.Hoje se concebe a idia segundo a qual os processos cerebrais ocorrem tanto atravs deuma atitude hierrquica, como tambm homognea (veja Assemblias Neuronaisnafisiologia da conscincia.

    Dessa forma, o crebro humano resultaria da integrao de trs crebros distintos, comdiferentes caractersticas estruturais, neurofisiolgicas e, especialmente, com diferentesperformances comportamentais. Como herana de nossos antepassados, ou seja, dosrpteis, dos mamferos e dos primeiros primatas, possumos um conjunto de estruturasnervosas chamadas de Gnglios da Basee o complexo Estriado. Essa a parte maisprimitiva do crebro humano.

    Juntamente com as estruturas neuronais acima, o ser humano possui tambm a medulaespinhal, o bulbo e a protuberncia, formando parte do crebro posterior e do crebromdio, ou mesencfalo. Essas estruturas comportam os mecanismos bsicos dareproduo e da autoconservao, incluindo a regulao do ritmo cardaco, da circulaosangunea e da respirao. Nos peixes e anfbios essas estruturas formo quase o crebrotodo.

    Essa introduo importante porque mostra alguns elementos comuns ao ser humano eaos rpteis, provenientes de algumas estruturas cerebrais arcaicas. As atitudesfavorecidas por essas estruturas antigas seriam, por exemplo, a seleo do lugar, aterritorialidade, o envolvimento na caa, o acasalamento e, tambm, alguns mecanismosque intervm na formao da hierarquia social, como a seleo de lderes. Aqui que sedaria tambm a participao nos comportamentos ritualistas. So condutas que existemnaturalmente nos animais inferiores e, devidamente domesticadas, no ser humano.

    Em torno das estruturas do crebro antigo ou arque-crebro, se encontra o SistemaLmbico. Esse sistema, que o maior responsvel pela emoo, j aparece muitorudimentarmente nos rpteis, algo mais desenvolvido nos mamferos e bem maiscompleto no ser humano.

    O comportamento dos mamferos, das classes mais inferiores at as mais desenvolvidas,incluindo os humanos, difere dos rpteis por conta da enorme variedade decomportamentos possveis, sendo os rpteis bem mais limitados, e tambm porque nosmamferos j aparece a emoo, to mais elaborada quanto mais desenvolvido for oSistema Lmbico. So do Sistema Lmbicoas expresses de fria do gato, do co, algosemelhantes s atitudes de fria do ser humano. Nos rpteis no notamos nenhumaexpresso dessa natureza.

    Acrescenta-se que a quase totalidade dos psicofrmacos atua no Sistema Lmbico.Tambm os sistemas neuroendcrino, neuroimune, neurovegetativo, os ritmoscircadianos, so todos fortemente influenciados pelas emoes, pelo Sistema Lmbico.

    Uma parte importantssima dessa regio lmbica a chamada Amgdala, que tem umpapel transcendente na agressividade. Tambm existem motivos para acreditar que abase do comportamento altrusta se encontra no Sistema Lmbico. O amor, assim como ocomportamento altrusta, parecem ser aquisies do Sistema Lmbicohumano. Empesquisas, a destruio experimental dasAmgdalas(so duas, uma para cada um doshemisfrios cerebrais) faz com que o animal se torne dcil, sexualmente indistinto,

    prprio paciente que em dadosmomentos rejeita a si mesmo, por isso ainsatisfao pessoal (vejamais em Psicosite )

    HistricoO psiquiatra ingls C. Hugues utiliza,em 1884, o termo borderline paradefinir um grupo de indivduos queoscilavam entre os limites da demncia eda normalidade: o estado fronteirio(borderline) da loucura compreende um

    grande nmero de pessoas que passama vida toda prximos desta linha, tantode um lado como de outro.

    Em 1911, o psiquiatra suo EugneBleulerdescreve a esquizofrenia latente,um distrbio mental que contm, emgerme, todos os sintomas ecombinaes de sintomas que estopresentes nos tipos manifestos deesquizofrenia. Os indivduos dessegrupo, apresentavam um comportamentosocial convencional e nunca haviammanifestado seja um episdio psicticobem definido, seja um rompimento

    substancial com a realidade. Porm, emcamadas subjacentes de suapersonalidade, seriam portadores deelementos de esquizofrenia .

    Um exemplo de esquizofrenia latente,descrito por Bleuler: "...outro tipo, comuma pronunciada irritabilidade: uma

    jovem normal e inteligente se casa aosvinte anos e vive feliz por mais de cincoanos. Muito gradualmente torna-seirritvel, gesticula enquanto fala, suas

    peculiaridades aumentamcontinuamente contudo, nenhumaempregada pra na casa. Brigaconstantemente com seus vizinhos.

    Dentro de seu prprio grupo familiarconverteu-se numa tirana domsticainsuportvel, que no reconhece seusdeveres, apenas seus direitos. (...)

    provoca transtornos constantemente comsuas reclamaes e caprichos. (...) noobstante, mostra-se completamenteindiferente para coisas importantes,como a relao com seus familiares

    prximos. No gosta dos filhos, incapaz de comportar-se. (...)"

    Em 1938, o psicanalistaAdolph Sternfaz referncia s neuroses borderline,uma patologia que se caracteriza por

    narcisismo doentio, hemorragiapsquica (termo utilizado pelo autor paradescrever a impossibilidade de controle),hipersensibilidade, reaes teraputicasnegativas, sentimentos de inferioridade(ancorados constitucionalmente efincados profundamente napersonalidade), masoquismo, rigidezpsquica e fsica, estado de profundainsegurana orgnica e intensaansiedade, uso de mecanismosprojetivos e dificuldade no teste derealidade.

    Em 1953,Robert Knightapresenta umestudo sobre os estados borderlines,utilizando essa expresso para classificarpacientes muito comprometidospsiquicamente mas que no podem serconsiderados como autnticos psicticos.E observa que certos critrios geralmenteusados ruptura com a realidade,excluso recproca de neurose e psicose

    http://www.psicosite.com.br/tra/out/personalidade.htm
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    afetivamente descaracterizado e indiferente s situaes de risco.

    O estmulo eltrico agindo nasAmgdalas provoca crises de violenta agressividade. Emhumanos, a leso daAmgdalafaz, entre outras coisas, com que o indivduo perca osentido afetivo da percepo de uma informao vinda de fora, como a viso de umapessoa conhecida ou querida. Ele sabe quem est vendo, mas no sabe se gosta oudesgosta da pessoa que v.

    Localizada na profundidade de cada lobo temporal anterior, as Amgdalasfuncionam demodo ntimo com o Hipotlamo. o centro identificador de perigo, gerando medo eansiedade e colocando o animal em situao de alerta, preparando-o para fugir ou lutar,estariam assim, envolvidas na produo de uma resposta ao medo e outras emoes

    negativas.

    As reas cerebrais mais primitivas relacionadas agresso, mais precisamente agressodepredadora, so estruturas filogenticamente muito antigas, onde se inclui o hipotlamo,o tlamo, o mesencfalo, o hipocampo e, como j vimos, as Amgdalas. AsAmgdalaseo Hipotlamo trabalham em estreita harmonia, de tal forma que um comportamento deataque pode ser acelerado ou retardado, estimulado ou inibido, dependendo da interaoentre estas duas estruturas.

    Finalmente, na escala filogentica, aparece o neocrtex, a parte mais jovem do crebro.Esse neocrtex j existe em estado rudimentar nos mamferos inferiores, e sofre umdesenvolvimento impressionante nos primatas. O processo evolutivo da neocrtex explodeem velocidade na linha dos ancestrais homnidos em comparao com outros animais, eessa evoluo abrupta surpreende tambm nos grandes mamferos aquticos.

    A agresso requer a participao destas antigas estruturas cerebrais (Amgdalas, Ncleosda Basee Complexo Estriado) e sem elas no haveria a agresso. Porm, a verdadeiraagresso planejada, ou talvez, elaborada segundo algum objetivo, ou talvez ainda ossubprodutos da agresso, perversidade e destrutividade, precisa de redes neuronaiscomplexas e abrangentes e envolve principalmente o Sistema Lmbico.

    Assim, at chegar ao estgio cerebral atual, o ser humano f ruto de uma evoluoanatmica e funcional.

    Crebro e Personalidade

    A personalidade inclui, em meio a t odos seus traos, a cognio e a percepo. Essasatividades representam uma operao complexa baseada em redes neuronais intrincadase perfeitamente integradas, as quais Eduardo Matachama de Mdulos, portanto, aatividade cerebral seria do tipo modular.

    A sobrevivncia exige funcionamento adequado, muit as vezes automt ico e inconsciente,de uma quantidade de mdulos que tratam muitos fatores simultaneamente: a motivao,a percepo do ambiente, noo do que necessrio para sobreviver, regulao dosimpulsos agressivos e sexuais, formao das relaes com outros indivduos, regulaodos comportamentos intencionais e inibio dos inapropriados.

    Portanto, quanto mais eficientes forem esses mdulos (Assemblias Neuronais), melhordesempenho ter a pessoa e melhor apreenso da situao existencial (no mundo), ouseja, a conscincia global conseqncia da notvel capacidade de organizao eintegrao neuronais que o organismo possui.

    Todo esse procedimento adaptativo resultante dasAssemblias Neuronaisno se faz demaneira linear, seu curso e seqncia no se pode prever. Na pessoa normal parece queno basta a compreenso dos fenmenos qumicos ou fsicos para predizer como se dara sucesso de atitudes adaptativas, tais como o autocontrole, a iniciativa, a regulao doafeto, do juzo, a destrutividade, o planejamento da fuga ou do ataque. De modo geral,

    h maior ou menor probabilidade da pessoa reagir assim ou assado mas as atitudes serosempre circunstanciais, sem que tenhamos certeza da previso.

    Quando conseguimos prever a maneira como a pessoas reagir, como atuar emdeterminadas circunstncias, em outras palavras, quando a pessoa reage sempre dessaou daquela maneira diante das circunstncias, e quando essas atitudes fazem sofrer (elaou os outros), provavelmente estaremos diante de um Transtorno da Personalidade.

    Transtornos tais como os casos de Personalidade Mltipla, Personalidade BorderlineeTranstornos Dissociativospoderiam ser considerados, pelo menos em parte, comoperturbaes de funcionamento ou da integrao das redes neuronais. Isso caracterizariauma perturbao do sistema crebro/mente, a qual poderia ter causas biolgicas e/odeterminadas pela experincia.

    Uma observao interessante a crescente habilidade das crianas e adolescentes pararegular sua conduta, medida que o crebro amadurece. Esse amadurecimento parece

    ser conseqncia no s da experincia, seno tambm da mielinizao das reas pr-frontais com as conseqentes alteraes nas redes neuronais. Trata-se de um processoque continua at o fim da vida (em velocidade e quantidade decrescentes).

    Este modelo modular tambm consistente com as pesquisas em relao compatibilidade do humor com a memria. Partem das observaes de que quando setem determinado estado de humor, h tendncia em se ter recordaes especficas.

    e a teoria da libido so insuficientespara se chegar a um diagnstico correto,um prognstico preciso e a adequadasdirees teraputicas

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    Parece ter sido ativada pelo estado de humor uma rede neuronal especfica, parece aindaque ao ativar determinada rede neuronal h bloqueio ao acesso a outras representaes.Talvez seja por isso que o aconselhamento otimista para quem est deprimido tenha toescasso resultado, pois a depresso favorece certo tipo de lembranas, recordaes,concluses e fantasias.

    Na historia das teorias neurobiolgicas da personalidade, registra-se que no sculo IVantes de Cristo, Hipcrateshavia precisado a existncia de quatro estilos diferentes depersonalidade baseado nos humores. Mais de vinte sculos depois ainda no se tem umateoria neurobiolgica absolutamente precisa, mas, no obstante, na ltima dcada dosculo XX, a chamada dcada do crebro, produziu-se avanos significativos naneurocincia, em particular na rea da neuroqumica.

    As pesquisas sobre a Personalidade Psicopticatm enfocado ora alguns aspectossintomticos, ora outros. Alguns estudos enfocam essa alterao da personalidade emrelao s condutas delituosas, violncia, dificuldades no controle dos impulsos,sexualidade de risco e desordenada e consumo abusivo de substncias.

    Algumas linhas de pesquisa tm dedicado considervel ateno aos aspectos anti-sociaise criminais desse transtorno, enquanto outros comeam a se preocupar com a falta deempatia e loqacidade comum aos psicopatas. Ressaltam-se ainda as pesquisas emrelao ao encanto superficial dos psicopatas, falta de arrependimentos, incapacidadepara amar e gritante irresponsabilidade. So escassas ainda as pesquisas sobre aPersonalidade Psicopticae as condutas terroristas.

    Atualmente o estudo da Personalidade Psicopticapermite fazer a distino entre duasestruturas. A primeira delas (Fator 1), agrupa os sintomas de eloqncia, falta desentimentos de arrependimento ou culpa, afetos superficiais, falta de empatia, e extremadificuldade em aceitar responsabilidades. Esta variante no caracteriza necessariamente apessoa anti-social, antes disso, parece caracterizar uma grande puerilidade ou defeito namaturidade plena da personalidade.

    A segunda estrutura (Fator 2) consiste nos verdadeiros traos anti-sociais, ou seja, naagresividade e na falta de controle dos impulsos. O Fator 1no est necessariamenteassociado ao Fator 2, mas este sim,para que seja dado diagnstico de Psicopatia, deveobrigatoriamente ter como pr-requisito o Fator 1.

    Lewiscita, entre outros, as tipologias de Blackburn. Esse autor refere que, enquanto apsiquiatria norteamericana define a conduta anti-social em termos comportamentais,outras defines tm se preocupado com as alteraes emocionais.

    Existem dois grupos em relao a esse aspecto. Um deles formado por pessoas comescassos ou nenhum sentimento de arrependimento ou culpa referentes sua conduta

    anormal e tm pouca ou nenhuma empatia para com seus pares embora se faamsimpticos e agradveis (Fator 1, de Hare). Parece que o critrio de observao ticopor excelncia.

    O outro grupo formado por pessoas com tendncias neurticas: apesar da condutaanormal apresentam emotividade excesiva e queixas de conflito interno em relao culpa, ansiedade, depresso, arrependimento, parania, e outros sintomas neurticos.

    Aqui os critrios de observao so psicodinmicos, psicopatolgicos. No primeiro caso a chamada Psicopatia Primria (verdadeira), e a segunda Psicopatia Secundria.

    Segundo idias de Zuckermam(1, 2), uma das caractersticas do psicopata seria ummarcante trao da personalidade caracterizado por psicoticismo, impulsividade, busca desensaes e atitudes no socializadas, porm, esse supertrao socioptico no estariapresente s na Personalida Psicoptica, mas tambm na Personalidade Borderline.

    Fowles ressalta a falta de medo dos psicopatas, mas s na Psicopatia Primria, ou

    seja, naqueles que no sentem ansiedade. Horvath e Zuckermanafirmam que, na buscade sensaes e experincias intensas, os psicopatas assumem diversos tipos de riscos,como por exemplo, trabalhos ou esportes perigosos, inprudncia ao dirigir, exposio asituaes ilegais, uso abusivo de drogas, sexo inseguro. Na vida militar costumam aceitarvoluntariamente misses voluntrias de risco.

    Principais SintomasTem havido bastante controvrsia em relao ao conceito de Personalidade PsicopticaouAnti-social. H autores que diferenciam psicopata de anti-social, mas, em nosso caso,essa distino dispensvel em benefcio do melhor entendimento do conceito. Howardsugere que os conceitos de psicopatia podem agrupar-se em trs tipos:

    Conceitos de Psicopaa de Howard

    1) Um tipo Sociopata, caracterizado por conduta anti-social crnicaque comea na infncia ou adolescncia como Transtorno deConduta

    2) Um tipo Secundrio, caracterizado por um trao depersonalidade com alto nivel de impulsividade, isolamento social, eperturbaes emocionais (a conduta socioptica seria secundria essas alteraes emocionais e da sociabilidade) e

    3) Um tipo Primriocaracterizado apenas por a impulsividade sem

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    isolamento social e perturbaes emocionais (a qual pode-se aplicaraos criminosos comuns).

    Isso no implica que cada um desses trs tipos seja mutuamente excludente a sociopatia vista como um conceito amplo que engloba tanto a psicopatia primria como asecundria, assim como uma alta proporo de criminosos comuns.

    Otto Kembergclassifica a sociopatia de moso diferente. Para ele extremamente difcilfazer o diagnstico da psicopatia, quando a situao clnica no est claramente definida.

    Autores psicanalticos consideram a Psicopatia como uma grave patologia do Superego

    como sendo uma sndrome de Narcisismo Maligno, cujas caractersticas seriam a condutaanti-social, agresso ego-sintnica dirigida contra outros em forma de sadismo, ou dirigidacontra se mesmo em forma de tendncias automutiladoras ou suicidas sem depresso econduta paranide.

    A estrutura de t ipo narcisstica do psicopata teria a seguintes caractersticas: auto-referncia excessiva, grandiosidade, tendncia superioridade exibicionismo, dependnciaexcessiva da admirao por parte dos outros, superficialidade emocional, crises deinsegurana que se alternam com sentimentos de grandiosidade.

    Portanto, dentro das relaes de objeto (com os outros), seria intensa a rivalidade einveja, consciente e/ou inconscientemente, refletidos na contnua tendncia paraexplorao do outro, incapacidade de depender de outros, falta de empatia com para comoutros, falta de compromisso interno em outras relaes.

    Otto Kembergv neste narcisismo patolgico um componente psicodinmico para o

    diagnstico da psicopatia. O narcisismo no patolgico conseqncia de uma boaevoluo do Ego, uma aceitao da realidade e como essa realidade pode ser usada parasatisfazer as necessidades dirigidas ao exterior e ao objeto. As pessoas que norealizaram bem esta formao, por no haver interiorizado suficiente amor e estimarecebidos do meio, acabam por desenvolver defesas narcisistas muito fortes.

    Narcisismo Mali gnoMuitas vezes extremamente difcil fazer o diagnstico da psicopatia, quando a situaoclnica no est claramente definida. Por isso Otto Kernberg faz um diagnstico diferencialentre trs tipos de ocorrncias anti-sociais:

    1) ASndrome do Narcisismo Maligno, representando o Psicopatacuja eventual causada sociopatia seria fruto do meio e de elementos psicodinmicos. Aqui a conduta anti-social tem origem no Narcisismo Maligno, h incapacidade em estabelecer relaes queno sejam exploradoras, no existe capacidade de identificar valores morais, no existecapacidade de compromisso com os outros e no h sentimentos de culpa

    2) A Estrutura Anti-Social Propriamente Dita.Aqui o quadro basiacamente o mesmoda anterior, ou seja, tambm se manifestam condutas anti-sociais mas no h ofenmeno do Narcisismo Maligno. H tambm incapacidade de relaes noexploradoras, incapacidade de identificao dos valores morais, incapacidade decompromisso com outros e incapacidade de sentimentos de culpa.

    3) A Personalidade Narcisstica com Conduta Anti-social.Alm da conduta anti-socialexiste uma estrutura narcisstica. No h Narcisismo Maligno, h igualmente incapacidadede relaes no exploradoras, incapacidade de identificar valores morais, incapacidade decompromisso com os outros, porm, existe capacidade de sentimento de culpa (Kernberg,1988).

    Principais Sintomas1. - Encanto superficial e manipulao

    Nem todos psicopatas so encantadores, mas expressivo o grupo deles que utilizam oencanto pessoal e, conseqentemente capacidade de manipulao de pessoas, comomeio de sobrevivncia social.

    Atravs do encanto superficial o psicopata acaba coisificando as pessoas, ele as usa equando no o servem mais, descarta-as, tal como uma coisa ou uma ferramenta usada.Talvez seja esse processo de coisificao a chave para compreendermos a absoluta faltade sentimentos do psicopata para com seus semelhantes ou para com os sentimentos deseu semelhante. Transformando seu semelhante numa coisa, ela deixa de ser seusemelhante.

    O encanto, a seduo e a manipulao so fenmenos que se sucedem no psicopata.Partindo do princpio de que no se pode manipular algum que no se deixe manipular,s ser possvel manipular algum se esse algum foi antes seduzido.

    2. - Mentiras sistemticas e Comportamento fantasioso.

    Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentirapsicoptica. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho.Normalmente est to treinado e habilitado a mentir que difcil captar quando mente.Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada.

    O psicopata no mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-sede alguma situao. Ele sabe que est mentindo, no se importa, no tem vergonha ou

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    arrependimento, nem sequer sente desprazer quando mente. E mente, muitas vezes, semnenhuma justificativa ou motivo.

    Normalmente o psicopata diz o que convm e o que se espera para aquela circunstncia.Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situaesvantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulandotentativas de suicdio, etc.

    comum que o psicopata priorize algumas fantasias sobre circunstncias reais. Issoporque sua personalidade narcisstica, quer ser admirado, quer ser o mais rico, maisbonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade sua imaginao, seupersonagem do momento, de acordo com a circunstncia e com sua personalidade

    narcisstica. Esse indivduo pode converter-se no personagem que sua imaginao criacomo adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensao de queesto, de fato, em frente a um personagem verdadeiro.

    3. - Ausncia de Sentimentos AfetuososDesde criana se observa, no psicopata, um acentuado desapego aos sentimentos e umcarter dissimulado. Essa pessoa no manifesta nenhuma inclinao ou sensibilidade pornada e mantm-se normalmente indiferente aos sentimentos alheios.

    Os laos sentimentais habituais entre familiares no existem nos psicopatas. Alm disso,eles tm grande dificuldade para entender os sentimentos dos outros mas, havendointeresse prprio, podem dissimular esses sentimentos socialmente desejveis. Narealidade so pessoas extremamente frias, do ponto de vista emocional.

    4. - AmoralidadeOs psicopatas so portadores de grande insensibilidade moral, faltando-lhes totalmente

    juzo e conscincia morais, bem como noo de t ica.

    5. - ImpulsividadeTambm por debilidade do Superego e por insensibilidade moral, o psicopata no temfreios eficientes sua impulsividade. A ausncia de sentimentos ticos e altrustas, unidos falta de sentimentos morais, impulsiona o psicopata a cometer brutalidades, crueldadese crimes.

    Essa impulsividade reflete tambm um baixo limiar de tolerncia s frustraes, refletindo-se na desproporo entre os estmulos e as respostas, ou seja, respondendo de formaexagerada diante de estmulos mnimos e triviais. Por outro lado, os defeitos de cartercostumam fazer com que o psicopata demonstre uma absoluta falta de reao frente aestmulos importantes.

    6. - IncorregibilidadeDificilmente ou nunca o psicopata aceita os benefcios da reeducao, da advertncia eda correo. Podem dissimular, como dissemos, durante algum tempo seu carter torpe eanti-social, entretanto, na primeira oportunidade voltam tona com as falcatruas depraxe.

    7. - Falta de Adaptao SocialJ nos primeiros contatos sociais o psicopata, desde criana, manifiesta uma certacrueldade e tendncia a atividades delituosas. A adaptao social tambm ficacomprometida, tendo em vista a tendncia acentuada do psicopata ao egocentrismo eegosmo, caractersticas estas percebidas pelos demais e responsvel pelas dificuldadesde sociabilidade.

    Mesmo no meio familiar o psicopata tem dificuldades de adaptao. Durante o perodoescolar tornam-se detestveis tanto pelos professores quanto pelos colegas, emborapossam dissimular seu carter socioptico durante algum tempo. Nos empregos ainconstncia a caracterstica principal.

    Personalidade Psicoptica, Sociopata, Personalidade Anti-social ou Dissocial ?Alguns autores no vem como sinnimo, a Personalidade Psicopticae aPersonalidade Anti-social.A Personalidade Anti-social, segundo os autores que adiferenciam da psicoptica, se constitui num caso mais franco, declarado e aberto deanomalias no relacionamento, ou seja, menos dissimulado e teatral que a psicoptica.Essas pessoas costumam ser mais impetuosas, contestam com mais franqueza asnormas sociais, criam mais transtornos e animosidades com os demais e, por fim, estomais associados aos fatores de criminalidade que os psicopatas.

    De acordo com essa viso, os psicopatas costumam ser at mais perigosos que ossociopatas, tendo em vista sua maneira dissimulada de ocultar a ndole contraventora. Ossociopatas atentam contra as normas sociais mais abertamente que os psicopatas.

    Para ns, e creio que academicamente tambm, ser benfico tomar o sociopata e opsicopata como a mesma ocorrncia. O DSM.IVchama esses casos de Personalidades

    Anti-sociaise a CID.10 de Personalidades Dissociais, ambos afastando-se dadenominao Psicopata. Isso se deve, exclusivamente, natureza etimolgica da palavra.Por uma questo de coerncia, assim como a cardiopatia significa qualquer patologia queacontece sobre o corao, o termo psicopatia deveria referir-se a qualquer patologiapsquica. Portanto no correto, etimologicamente, chamar de psicopatas apenas ossociopatas. (Veja esses transtornos no DSM.IVe na CID.10como PersonalidadeDissocial).

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    F Eloqncia 2 1 0

    1 Encanto e simpaa superficiais

    1 Sensao de grandiosidade

    1 Menras patolgicas

    1 Autoridade e mando

    1 Manipulao

    1 Falta de arrependimento e culpa

    1 Afetos superficiais

    1 Instabilidade emocional

    1 Falta de empaa para com os outros

    1 No aceita responsabilidade por suas aes2 Necessidade de esmulao connuada

    2 Tendncia ao Aborrecimento

    2 Eslo de vida parasita

    2 Poiuco controle da conduta

    2 Problemas de conduta precoce

    2 Falta de metas realistas

    2 Impulsividade

    2 Irrsponsabilidade Delinqncia juvenil

    TOTAL

    Pontuao:Os traos so separados em duas categorias F1 e F2, sendo:F1= Traos centrais da psicopatia.F2= Traos de instabilidade.Valorao:- 2 Pontos: quando a conduta do sujeito consistente e se ajusta inteno do item.- 1 Ponto: a conduta do sujeito se ajusta em certa medida mas no no grau suficientepara pontuar 2. Existem dvidas, conflitos na informao que no podem resolver-se afavor da pontuao 2, nem tampouco em 0.- 0 Ponto: o item no se aplica. O sujeito no mostra o trao ou a conduta na questo queprope o item.

    Concluso:0-20: normal.21-30: grupo mdio.31 o mais: psicopata.

    Quanto maior o nmero de pontos no grupo F2 mais grave a psicopatia

    Referncia especial:Acad. Prof. Dr. Hugo Marietn, Alcmeon, nmero 27, 1998. Veja emhttp://www.alcmeon.com.ar/8/31/Marietan.htm

    Ballone GJ, Moura EC - Personalidade Psicoptica- in. PsiqWeb, Internet, disponvel emwww.psiqweb.med.br/, revisto em 2008.

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