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Universidade Federal do Acre - UFACDepartamento de Ciências Biológicas e da Natureza - CCBN
Licenciatura em Ciências BiológicasMorfologia e Sistemática de Criptógamas e Fungos
Mônica Silva de OliveiraSidney Ferreira de Oliveira
Washington da Silva Oliveira
RELATÓRIO DA AULA DE CAMPO DO DIA 16 DE ABRIL DE 2016
Rio Branco - AC2016
Universidade Federal do Acre - UFACDepartamento de Ciências Biológicas e da Natureza - CCBN
Licenciatura em Ciências BiológicasMorfologia e Sistemática de Criptógamas e Fungos
Mônica Silva de OliveiraSidney Ferreira de Oliveira
Washington da Silva Oliveira
RELATÓRIO DA AULA DE CAMPO DO DIA 16 DE ABRIL DE 2016
Relatório apresentado à disciplina de Morfologia e Sistemática de Criptógamas e Fungos, no quarto período do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Acre (UFAC).Docente: Prof.ª Dr.ª Maria Rosélia Marques Lopes
Rio Branco - AC2016
Sumário
Introdução..............................................................................................................4
Objetivos (Geral e específicos)............................................................................5Geral:...................................................................................................................5
Específicos:..........................................................................................................5
Materiais e métodos..............................................................................................6
Área das coletas..................................................................................................6
Método de coleta dos espécimes.........................................................................7
Método de identificação e analises laboratorial dos espécimes..........................7
Resultados.............................................................................................................8
Conclusão............................................................................................................13
Referências Bibliográficas..................................................................................14
Anexo I Conjunto de imagens de gametófitos de Phlebodium sp e báculos........15
Anexo II Chave dicotômica das Pteridófitas.........................................................17
Anexo III Materiais utilizados para auxílio das análises no laboratório.................18
Introdução
As Pteridófitas são um grupo de plantas vasculares sem flores e
sementes, que compartilham várias características importantes com grupos das
briófitas, e juntas esses dois grupos de plantas – ambas com embriões
multicelulares – formam uma linhagem monofilética, as embriófitas. As Pteridófitas
são constituídas por raiz, caule e folhas e foi o primeiro grupo vegetal
vascularizado, ou seja, um sistema condutor de fluídos eficiente, consistindo em
xilema e floema, pelo quais são realizados os transportes de água e nutrientes –
seiva bruta e seiva elaborada – na planta, sendo que tal característica permitiu-
lhes atingir tamanhos maiores que as briófitas e também às conferiu uma maior
facilidade em viver longe do meio aquático, embora ainda necessitem de água
para se reproduzirem.
As Pteridófitas possuem ciclo de vida denominado alternância de
gerações heteromórficas, no qual o gametófito (n) difere do esporófito (2n), sendo
que, ao contrário das briófitas, o esporófito – de tamanho maior – é a fase
dominante (permanente) e o gametófito – tamanho menor – a fase passageira
(efêmera). Os esporos, produzidos no esporófito, ao caírem no solo absorvem
água e germinam dando origem ao protalo (gametófito). O gametófito produz
estruturas “sexuais” que irão dar origem a gametas “masculinos” (anterozóides) e
“feminino” (oosfera).
Os esporófitos das Pteridófitas são ramificados e possuem muitos
estróbilos e esporângios múltiplos (soros), sendo estes algumas vezes protegidos
por uma “capa” denominada indúsio. As partes subterrâneas e aéreas dos
esporófitos diferiam um pouco umas das outras em relação às suas estruturas.
Mas definitivamente, as plantas primitivas deram origem a plantas mais
especializadas e com o corpo mais diferenciado – Pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas.
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Objetivos (Geral e específicos)
Geral:Proporcionar aos alunos do quarto período, segundo semestre de
2015, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal
do Acre, capacidade de analisar e identificar espécimes de Pteridófitas em
campo.
Específicos:Proporcionar conhecimentos técnicos de identificação e classificação
de Pteridófitas.
Oportunizar aos alunos oportunidade de aplicar na prática o aprendido
em sala de aula relativo ao grupo das Pteridófitas.
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Materiais e métodos
Área das coletasA área onde foram realizadas as coletas compreende o Parque
Zoobotânico (PZ (Figura 1)), com exceção do gênero Phlebodium sp
(Polypodiales, Polypodiaceae), e seus respectivos gametófitos (Anexo I) que foi
coletado próxima a passarela que interliga o bloco de História (bloco Francisco
Wanderley Dantas) à banca de vendas Arlete Cheiro Doce, este se encontrava
aderido a uma palmeira. O PZ corresponde a uma área de cerca de 140 ha. Situa-
se a oeste do Campus Universitário da UFAC e tem como limites a estrada vicinal
Dias Martins, a BR-364 e o igarapé Dias Martins (9º57' 26'' S e 67º52'25'' W)
(Figura 1). Segundo a classificação de Köppen, o PZ apresenta um clima tropical
úmido, com a estação seca compreendendo o período de maio a outubro, sendo
junho o mês menos chuvoso. Sua vegetação, devido ao histórico de ocupação da
área, é formada por florestas em diferentes estágios sucessionais. Essas florestas
podem se apresentar em mosaicos ou em transições imperceptíveis na sua
estrutura vegetacional e composição florística, formando contínuos vegetacionais
(CALOURO et al., 2010).
Figura 1 - Vista aérea da área de coleta dos espécimes da aula prática, Parque
Zoobotânico (PZ/UFAC), (Fonte: Google Earth, 2014).
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Método de coleta dos espécimes As coletas foram realizadas ao longo da trilha principal do PZ, das
08:00 horas do dia 16 de Maio de 2016 até aproximadamente as 10:00 horas do
mesmo dia. A trilha principal inicia atrás do bloco de Engelharia Elétrica (anexo ao
bloco Djalma Batista), passando pelo viveiro e continuando dentre a vegetação,
findando próximo ao Conjunto Universitário. As coletas foram ao longo de
aproximadamente 75% da trilha juntamente com toda a turma da disciplina de
Morfologia e Sistemática de Criptógamas e Fungos do curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas da UFAC, tendo a professora doutora Maria Rosélia Marques
Lopes como guia de identificação, juntamente com o apoio do aluno Júlio Nauan
Caruto do Rosário, este que é um dos curadores e pesquisador de Pteridófitas
pelo Laboratório de Ecologia Vegetal da Universidade Federal do Acre (LABEV -
UFAC). Os espécimes coletados foram fotografados, com aparelho celular
Samsung Galaxy S III mini GT - 18190 L, em seu ambiente natural.
Método de identificação e analises laboratorial dos espécimes Para a identificação até ao nível de gênero foi utilizado o Guia de
Samambaias e Licófitas da REBIO Uatumã - Amazônia Central.
Logo após as coletas, os espécimes foram levados para o Laboratório
de Microscopia, onde foram observadas e analisadas algumas estruturas com o
auxílio de lupas eletrônicas, devendo ser destacada as estruturas dos esporófitos
(soros, indúsio, disposição dos soros) e classificadas em eusporangiadas ou
leptosporangiadas. Todas as partes foram fotografadas.
Para identificação como eusporangiadas ou leptosporangiadas, fez-se
necessário a remoção dos soros, destacando apenas um esporângio. Para a
remoção do esporângio foram utilizadas duas seringas descartáveis com suas
respectivas agulhas. Para o corte, tanto dos soros como dos esporângios, ou
remoção do pseudo-indúsio, já que em nenhum dos espécimes foi encontrado
indúsio verdadeiro, preferiu-se utilizar o bisel das agulhas, pois se mostrou mais
adequado para o corte devido ao pequeno tamanho de tais estruturas.
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Resultados
Foram coletados alguns exemplares de Pteridófitas, sendo identificada
apenas seis, conforme o roteiro estabelecido pela professora doutora Maria
Rosélia Marques Lopes. Os espécimes identificados estão distribuídos em seis
gêneros, cinco famílias, quatro ordens e dois Filos. Nenhum dos espécimes
coletados foi tombado na coleção do Laboratório de Ecologia Vegetal da
Universidade Federal do Acre, visto que os objetivos das coletas foram apenas
para identificação didática.
Seguindo o roteiro, no gênero Adiantum sp (Polypodiales, Pteridaceae)
os soros estão dispostos em forma de feijões nas margens superior, lateral e
inferior das pínulas, o indúsio, assim como em Lygodium sp, é apenas um
pseudo-indúsio e o tipo de esporângio é leptosporângio (Figura 2: A, B e C). Para
o gênero Ananthacorus sp (Polypodiales, Pteridaceae) a disposição dos soros
está em canaletas, formando linhas contínuas ou descontínuas ao longo das
margens das folhas, o Indúsio está ausente e o tipo de esporângio também é
leptosporângio (Figura 3: A e B). Em Lygodium sp (Lygodiales, Lygodiaceae) os
soros se encontram nas margens das pinas ou folhas, não possuem um indúsio
propriamente dito, e sim um pseudo-indúsio, e o tipo de esporângio é
leptosporângio (Figura 4: A e B). E em Phlebodium sp. (Polypodiales,
Polypodiaceae) verificou-se que os soros se encontram enfileirados, de maneira a
formar linhas em direção à margem da pina, há ausência de indúsio e os
esporângios são do tipo leptosporângio (Figura 5: A, B, C, D e E). Estes quatros
gêneros são classificados popularmente como samambaias de habitat terrestre.
No cronograma também foi solicitado à coleta e análise de uma
samambaia aquática, sendo coletada um espécime do gênero Salvinia sp
(Salviniales, Salviniaceae), e nesta se verificou que há dois tipos de folhas, as
férteis e estéreis. As folhas estéreis são arredondadas com a base em forma de
coração, com pelos na face superior que as tornam impermeáveis. As folhas
férteis são submersas, finas, compridas, muito divididas e marrons, se parecem
com raízes (Figura 6: A, B e C). E quanto aos esporocarpos, estes estão
localizados na parte inferior, entre as folhas férteis.
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O único espécime solicitado que não pertencia as samambaias foi a
Selaginella sp. (Sellaginelales, Selaginellaceae). Desta foram observado os
estróbilos, destacando o microsporângio (masculino) e megasporângio (feminino),
isolando o micrósporo e megasporo conforme as mostrado na Figura 7 (A, B, C, D
e E).
Gênero Família Ordem Filo Samambaia/habitat
Adiantum Pteridaceae Polypodiales Pteridophyta Sim/terrestre
Ananthacorus Polypodiaceae Polypodiales Pteridophyta Sim/terrestre
Lygodium Lygodiaceae Lygodiales Pteridophyta Sim/terrestre
Phlebodium Polypodiaceae Polypodiales Pteridophyta Sim/terrestre
Salvinia Salviniaceae Salviniales Pteridophyta Sim/aquática
Selaginella Selaginellaceae Sellaginelales Lycopodiophyta Não/terrestre
Tabela 1: Distribuição taxonômica e popular dos espécimes identificados.
Figura 2: Adiantum sp em seu ambiente natural (A (imagem de Mônica Silva de
Oliveira)). Disposição dos soros de Adiantum sp (B (imagem de Mônica Silva de
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A CB
Oliveira)). Esporângio fechado, contendo esporos em seu interior, de Adiantum sp
(C (imagem de Sidney Ferreira de Oliveira)).
Figura 3: Ananthacorus sp aderida ao caule de uma planta (A (imagem de Sidney
Ferreira de Oliveira)), disposição dos soros ao longo da margem de sua folha (B
(imagem de Sidney Ferreira de Oliveira)).
Figura 4: Lygodium sp ao solo (A (imagem de Mônica Silva de Oliveira)), pinas de
Lygodium sp com estróbilos nas laterais (B (imagem retirada do Guia de
Samambaias e Licófitas da REBIO Uatumã - Amazônia Central, 2008))
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Figura 5: Phlebodium sp aderida ao caule de uma palmeira (A (imagem de Sidney
Ferreira de Oliveira)), disposição dos aglomerado de esporângios formando o
soro (B (imagem de Mônica da Silva Oliveira)), soros ao longo da folha de
Phlebodium sp (C (imagem de Sidney Ferreira de Oliveira)), esporângio de
Phlebodium sp aberto, onde é possível ver o ânulo, estômio e pedicelo (D
(imagem de Mônica da Silva Oliveira)), esporângio fechado, onde é possível
observar o ânulo , estômio, pedicelo e esporos em seu interior (E (imagem de
Mônica da Silva Oliveira)).
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A
Figura 6: Salvinia sp em seu ambiente natura, açude PZ (A (imagem de Sidney
Ferreira de Oliveira)). Folhas emersas (superior) de Salvinia sp (B (imagem de
Sidney Ferreira de Oliveira)). Folhas submersas (inferior) de Salvinia sp (C
(imagem de Mônica Silva de Oliveira)).
Figura 7: Selaginella sp em seu ambiente natural (A (imagem de Mônica Silva de
Oliveira)). Estróbilos no ápice das pinas em Selaginella sp (B (imagem de Mônica
Silva de Oliveira)). Microsporângio com micrósporos em seu interior (C (imagem
de Mônica Silva de Oliveira)). Megasporângio com megásporo em seu interior (D
(imagem de Mônica Silva de Oliveira)). Microsporângio isolado (E (imagem de
Sidney Ferreira de Oliveira)).
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Conclusão
Sendo as Pteridófitas um grupo de diversidade considerável dentro das
embriófitas, a capacidade de identificar e classificar alguns espécimes é o que
pode diferencias um biólogo de um cidadão comum (de outra área), tendo em
vista toda sua diversidade e importância ecológica para o bem está do
ecossistema. Não sendo apenas a capacidade de identificá-las, mas também a
complexa capacidade de explicar a sua localização como um grupo evolutivo para
as plantas mais evoluídas. E indo um pouco mais além, apontando a sua
localização como grupo evolutivo que proporcionou, e proporciona, a vida em
nosso planeta. A aula de campo que proporcionou a confecção deste relatório
contribuiu de forma significativa para que os alunos da qual participaram
pudessem ter uma percepção real deste grupo, assim como uma fixação mais
significativa do hábito, habitat e características evolutivas deste grupo, as
Pteridófitas.
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Referências Bibliográficas
CALOURO, A. M.; SANTOS F. G. A.; FAUSTINO S. F.; SOUZA S. F.; LAGUE B. M.; MARCIENTE R.; SANTOS G. J. L.; & CUNHA A. O. 2010. Riqueza e abundância de morcegos capturados na borda e no interior de um fragmento florestal do estado do Acre, Brasil. Biotemas, vol. 23: 109-117p.
EICHHORN, S.E.; EVERT, R.F. & RAVEN, P. H. 2001. Biologia vegetal. 5. ed. Rio de Janeiro. 738p.
ZUQUIM, G.; COSTA, F. R. C.; PRADO, J. & TUOMISTO, H. 2008. Guia de samambaias e licófitas da REBIO Uatumã - Amazônia Centra. Copyright, Manaus. 320p.
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Anexo I
Conjunto de imagens de gametófitos do gênero Phlebodium sp
(Polypodiales, Polypodiaceae, Pteridophyta), encontrado e fotografado por Mônica
Silva de Oliveira e Sidney Ferreira de Oliveira, próximo a passarela que interliga o
bloco de História (bloco Francisco Wanderley Dantas) à banca de vendas Arlete
Cheiro Doce, estes se encontravam aderido a uma palmeira.
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Báculos de Phlebodium sp. (imagem de Mônica Silva de Oliveira e Sidney Ferreira de Oliveira)
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Anexo II
Chave dicotômica das Pteridófitas aqui estudadas.
1. Aquático............................................................................................... Salvinia sp
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1. Terrestres............................................................................................................ 2
2. Presença de estróbilos................................................................... Selaginella sp
2. Ausência de estróbilos........................................................................................ 3
3. Soros dispostos em canaletas................................................... Ananthacorus sp
3. Soros não dispostos em canaletas..................................................................... 4
4. Tornam-se trepadeiras ao longo do crescimento............................. Lygodium sp
4. Sempre terrestres ao longo do crescimento....................................................... 5
5. Caule recoberto por escamas compridas e alaranjadas............... Phlebodium sp
5. Caule recoberto por escamas estreitas e castanho-claras............... Adiantum sp
Anexo III
Materiais utilizados para auxílio das análises no laboratório (imagem de Washington da Silva Oliveira).
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