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Publicação 20 Anos

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Em 2012 comemorámos 20 anos de existência. São 7305 dias de emoções fortes, arrotos criativos, muitas amizades e atividades inesquecíveis!

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DOS MOINHOS . CLEAN UP THE WORLD . CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA . CONSELHO PIRATA . CREOULA I, II, III, IV . CURSO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES . CURSO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS . CURSO DIREITOS EM AÇÃO . CURTAS-METRAGENS . CURTAS ÀS 5AS . DANÇAS DE SALÃO . DESCIDA DA COSTA ALENTEJANA I, II, III, IV . DIA SEM CARROS . DISCOVERING LISBON NO FESTIVAL MUNDIAL DA JUVENTUDE . ECO-AVENTURA (ÉVORA, PIRINÉUS, SERRA DA ESTRELA) . ENCONTRO DE REIKI . ENCONTRO DE SÓCIOS (PRAIA DAS MAÇÃS, SINES, ÉVORA, VILA NOVA DO CEIRA, MANTEIGAS, ALCÁÇOVAS, GERÊS, ALFEIZERÃO) . ENCONTRO NACIONAL DE JOVENS . ESPELEOLOGIA . ESTÓRIAS DE SOFÁ . EXPERIMENTA MAIS . EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA . EXPRESS’ARTE . FEIRA INTERCULTURAL . FESTA AFRO WORLD . FESTA DA PRIMAVERA . FESTA DA UNIDADE . FESTA DOS 100 SÓCIOS . FESTA DE NATAL . FESTA INTERCULTURAL . FESTA TINTA- FESTAS DO MAR . FORMAÇÃO EMPREENDORISMO JUVENIL . INTERNATIONAL BEACH SOCCER . KARTING . LASER GAMES . LIP DUB . LOCA TROCA . LOESJE: WORKSHOP DE ESCRITA CRIATIVA . MAIS VERÃO . MARATONA DE CASCAIS . MEETING POINT . MEGA CHALLENGE . MERCADO SOLIDÁRIO HAITI . MIX MARKET NATAL . MOSTRA JOVEM . MOVIE SESSIONS . NOITE AVENTURA EM SINTRA . O K FAZES AKI? – WORKSHOP DE MOBILIDADE JOVEM . PAINTBALL . PARAPENTE . PEDDY PAPER EM CASCAIS . POLISH WEEK . QUANTO CUSTA? . QUIZZ NIGHT! . RAFTING . RAID FOTOGRÁFICO I, II, III, IV, V, VI . RAIZ SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL . RAPIDINHA . ROTA AMBIENTE (TOMAR, OLHÃO) . ROTA AVENTURA . ROTA CULTURAL (BRAGA, MARVÃO) . ROTA NO AR . ROTA SUNSETS . ROTAS TEMÁTICAS . SÁBADOS DESPORTIVOS . SEMANA DO VOLUNTARIADO . SURF TRIPS . TIME OUT . TOOL FAIR . TORNEIO DE XADREZ . TV ROTA . VERÃO VERDE . VINDIMAS . VOLUNTARIADO AMERICA’S CUP WORLD SERIES . VOLUNTARIADO CHAMA NO CAMPEONATO DO MUNDO DE VELA . VOLUNTARIA-TE . WORKCAMPS . WORKSHOP DE ASTROLOGIA . WORKSHOP DE AUTO-CONHECIMENTO . WORKSHOP DE BATIK . WORKSHOP DE COZINHA DO MUNDO . WORKSHOP DE CASTELHANO . WORKSHOP DE CRIATIVIDADE . WORKSHOP DE ESCRITA CRIATIVA - A ARTE DE CONTAR . WORKSHOP DE FANTOCHES . WORKSHOP DE FOTOGRAFIA . WORKSHOP DE MALABARISMO . WORKSHOP DE MASSAGENS . WORKSHOP DE ORGANIZAÇÃO DE INTERCÂMBIOS . WORKSHOP DE REIKI . WORKSHOP DE TEATRO DO OPRIMIDO . WORKSHOP DE VOLUNTARIADO E ORGANIZAÇÃO DE ATIVIDADES . WORKSHOP DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL . WORKSHOP GESTÃO DE PROJETOS . WORKSHOP DE PINTURA . WORKSHOP DE STOP MOTION . WORKSHOP DE STREET DANCE . WORKSHOP DE TEATRO . WORKSHOP DE YOGA DO RISO . YOGA AOS SÁBADOS - ATIVIDADES REALIZADAS - 24H ROTA JOVEM . 5ªS À NOITE . À DESCOBERTA DE AMARANTE . AÇÃO DE RUA . ALÉM FRONTEIRAS . ARRAIAL DE SANTO ANTÓNIO . ARROTA . ARROTA OLHOS-NOS-OLHOS . ARROTAR PALAVRAS: WORKSHOP DE ESCRITA CRIATIVA . AULAS DE CONVERSAÇÃO DE INGLÊS . AULAS DE

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A Rota Jovem é uma associação juvenil sem fins lucrativos, sediada em Cascais, que promove e apoia atividades para jovens desde 1992.

O segredo da associação é ser uma porta aberta a projetos novos, uma oportunidade para os jovens concretizarem as suas ideias e sonhos, com o apoio de uma organização.

A sua estrutura promove o trabalho de jovens voluntários, cujas vontades e necessidades vão orientando a associação para as suas áreas de ação: atividades de mobilidade internacional, formação, ambiente e ocupação dos tempos livres nas áreas de desporto, aventura e cultura.

a Rota Jovemassociação Juvenil da linha de cascais - Rota Jovem

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Diz-se, na entrevista que fizemos aos presidentes e ex-presidentes arrotantes, que a Rota Jovem [RJ] é um saco do Sport Billy* por caber lá dentro (quase) tudo. Dizem os testemunhos de quem esteve na direção da associação, que a RJ é uma espécie de laboratório de ideias e projetos onde se ensaia a juventude. Diz-se que é atrevida e que tem os pés firmes no chão. Que foi capaz de se renovar, mantendo o espírito, espelhando quem a faz mexer. Diz-se que nela se

encontram amigos e companheiros de vida, e – como não poderia deixar de ser num 20.º aniversário - se vão fazendo alguns filhos. Diz quem a deixa, que a leva no bolso, que a guarda no coração.

E nós dizemos: Muito Obrigado! Um Obrigado tão grande que não cabe nesta página. A quem nos apoia, a quem nos tem acompanhado desde pequeninos, às direções, à equipa e aos voluntários, que vão dando de si a este projeto, e aos associados, por sermos todos nós que fazemos existir esta associação.

*Para quem nasceu depois de 1985, este herói dos bonecos animados tinha um saco mágico, onde guardava tudo o que precisava para as suas aventuras desportivas.

editoRialmuito obRigado! um obRigado tão gRande que não cabe nesta página.

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ASSOCIAÇÃO ‘A LA’ ROTA JOVEM,Receita para quantos mais, melhor!

Para começar, juntou-se um intercâmbio Cascais-Essen ainda quentinho a 15 jovens com ideias frescas. Colocou-se uma pitada de irreverência e boa onda para dar sabor. Misturou-se com vontade q.b. e deixou-se levedar.

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Um dos segredos desta receita de sucesso são as atividades. .. as primeiras foram a Descida da Costa Alentejana em Bicicleta e um peddy-papper por Cascais (para o intercâmbio Cascais-Biarritz).

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Para manter a ligação entre os «ingredientes», a comunicação é importante. Incrivelmente conseguia-se comunicar sem telemóveis (e mais tarde com telemóveis que pareciam tijolos) e o contacto com os sócios era feito por carta, com as etiquetas coladas à mão...

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A primeira pergunta podia ter sido a mais fácil, mas obrigou a ir ao andar de baixo buscar o livro das atas das assembleias gerais. Foi ao folhear os livros antigos que conseguimos tirar a limpo quando é que cada um tinha efetivamente ocupado o lugar da presidência. Estamos reunidos numa mesa da sede com o Quim [1994 - 1999], a Cláudia [1999 - 2002], a Vera [2002 - 2005],

a Ana [2005 - 2011] e o Gonçalo [desde 2011]. Todos deram (e dão) a cara e o litro pela associação.

O primeiro registo nos livros é de Dezembro de 1991, quando a associação ainda não existia formalmente. As atas seguintes falam da comissão instaladora, das perspetivas de criar uma agência de babysitting e de trabalhar na área da organização de eventos, um espelho das ambições do grupo que se juntou para a criação da associação. Foi após um intercâmbio organizado pela Câmara Municipal de Cascais que este grupo de jovens foi desafiado para constituir uma associação, sem saber muito bem ao que ia.

daR a caRa pela RotaentRevista a cincopResidentes aRRotantestexto: sara vieira

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Chegamos às atas de 1994 em que é destituída a direção e são convocadas novas eleições. O Quim, que foi eleito presidente nesse ano, liderou uma equipa que exigia uma direção mais ativa e presente.

Quando lhe pergunto como era a Rota Jovem na altura ele responde com outra pergunta: «É uma associação ou um grupo de amigos?». Na altura era esse o dilema. «Depois da fase de arranque, começámos como um grupo de amigos que organizava atividades», diz o Quim. Na altura, havia o dilema entre ser uma associação ou um grupo de amigos.

A Cláudia recorda que em 1996 houve um encontro de sócios na Areia Branca em que isso foi discutido até à exaustão: «Eram as dores de crescimento. O medo de perder o espírito se crescêssemos muito». Na alturaqueria-se decidir o rumo da associação, se se abria para fora ou se mantinha o grupo.

Quando perguntei qual tinha sido o veredito, a resposta foi ambígua. Ninguém identificou um momento chave em que se tenha decidido dar o passo seguinte. O Quim diz que o crescimento foi natural, alimentado pelos amigos dos amigos.

«A Rota passou por essa fase mais fechada, em que éramos todos amigos de todos, com um núcleo duro menos acessível», diz a Ana. «Neste momento estamos muito mais abertos, existem microgrupos com interesses e amizades distintas». A Cláudia confirma: «Mesmo estando na direção, agora

é impossível conhecer todas as pessoas que estão ativas neste momento. Envia-se um email ou coloca-se um post no facebook a pedir voluntários e aparece sempre alguém que não estávamos à espera».

Desde o principio que um dos aspetos que se considerava crucial para o crescimento da associação era ter uma localização. «Durante muito tempo as reuniões eram na minha arrecadação ou no Abracadabra. Um espaço era importante», diz o Quim. Foi elaborado um plano estratégico em que um dos pontos mais importantes era encontrar um espaço, que servisse de sede para a associação, mas com um plano mais arrojado: queríamos um centro de jovens em Cascais, a «Casa Encantada».

«Nessa altura fomos a uma reunião de Câmara e sentámo-nos nas filas de trás, todos com t-shirts RJ, e reivindicámos, perante o Presidente e Vereadores, um espaço para desenvolver atividades para jovens», recorda a Vera. «Na altura éramos mais irreverentes, arriscávamos um bocado. E conseguimos. Foi quando, em 1995, passámos para um apartamento em Alvide, a ter de pagar renda e gerir um orçamento, que a coisa se tornou mais formal», reforça o Quim.

«O grande passo a seguir foi quando mudámos para a atual sede, em 2002 [no Largo do Mercado]», diz a Cláudia. «Nessa altura a discussão sobre a filosofia a seguir tinha passado a outro nível: voluntários ou profissionais?».Em 2002 foi aprovado o primeiro projeto Leonardo da Vinci e sentiu-se a necessidade de ter alguém dedicado.

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Mas mais uma vez a transição foi acontecendo, os projetos de mobilidade cresceram e a equipa profissional acompanhou a evolução, permitindo chegar a mais jovens e criar mais oportunidades. Ao mesmo tempo houve uma resolução, quase instintiva: apesar da equipa profissional, o voluntariado continuaria a ser o motor da associação. E esse espírito tem-se mantido. E com isso a associação foi crescendo, quer em termos de atividades de mobilidade internacional, quer em atividades nacionais e associados.

Nessa transição uma conquista importante foi a de que, para fora, a RJ somos todos nós. Quando começámos a interagir com a Câmara Municipal (CMC), por exemplo, a RJ era o Quim. Foi preciso libertarmo-nos dessa imagem. Hoje em dia a CMC recebe não só o Presidente da RJ, a direção e a equipa, mas qualquer voluntário que esteja à frente de um projeto.

Quando pergunto como se sentem hoje ao ver a RJ, o «orgulho» é o denominador comum. Orgulho de fazer parte, de contribuir. O orgulho que dá a motivação nos momentos em que ela é mais precisa. E há quem diga: ainda agora estamos a começar!

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se a RJ fosse uma mochila, o que teria lá dentro? e que peças são essenciais para manter a associação ativa 20 anos depois?

Teria lá dentro o saco do Sport Billy! É a diversidade que mantém a Rota.

Há qualquer coisa no espírito que nos distingue. As pessoas prezam a relação com o outro, não tanto as causas. E isso tem coisas boas e más. Mas é por isso que temos na direção alguém vocacionado para receber quem chega de novo. Por outro lado, a Rota respeita o espaço de cada um e dá a possibilidade de errar. Isso é uma contra tendência. Aqui erra-se e volta-se a tentar! E as pessoas sentem-se confortáveis com isso.

Dá-se espaço para crescer.

E espaço para ter pessoas diferentes.

A Rota está todos os dias a reinventar-se.

Tem de ser, senão não tínhamos durado 20 anos!

Cláudia:

Cláudia:

Cláudia:

Quim:

Quim:

Gonçalo:

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momentos que ficam. escolhe um?

A inauguração do espaço no Largo do Mercado. Foi o culminar de um processo longo e que pôs à prova a nossa resistência.

A organização da primeira atividade, a descida da costa alentejana em bicicleta. Foi autêntica aventura. Tínhamos elementos novos que a certa altura ficaram sem dinheiro e quiseram voltar para casa. Mas em grupo conseguimos que continuassem, e até ao fim da descida partilhámos tudo.

O momento nas eleições em que o Quim me passou a chave para a mão e me disse «Toma, agora és Presidente».

Os discursos. No Voluntariado Chama do Campeonato do Mundo de Vela, no «Quanto Custa?»... As mensagens do Quim a dizer «força, força», o incentivo da Maria João (chefe de Divisão da Juventude e Conhecimento da CMC), o apoio de todos.

O Campeonato do Mundo de Vela, que foi a minha entrada na RJ. Quando me candidatei não tinha a mínima ideia da dimensão, nem do desenvolvimento pessoal que trouxe, dos amigos que fiz. Foi um momento de crescimento e afirmação.

Cláudia:

Ana:

Gonçalo:

Quim:

Vera:

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Abrir horizontes, lá fora ou cá dentro. Este é um dos objetivos dos projetos da Rota, como o Serviço Voluntário Europeu, os Intercâmbios Internacionais, os Cursos e Seminários Internacionais, os Estágios Profissionais ou todas as Atividades Nacionais que levam os participantes a descobrir novas realidades. A Rota Jovem já envolveu milhares de jovens nestas experiências. Aqui ficam 6 relatos na primeira pessoa.

Mobilidadea 6 tempos

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Foi através da Rota Jovem que, em 2010, fiz um estágio Leonardo da Vinci em Berlim, durante 5 meses. Já tinha viajado e vivido em diferentes cidades portuguesas, mas viver no estrangeiro é uma experiência de maior alargamento de visões e horizontes. É tudo novo, os desafios são mais altos: a língua, a distância, o clima, a solidão, a cultura, a saudade, a dúvida, a surpresa...… A experiência tem algo da adrenalina e do risco do recomeço: criar uma rotina, relações e espaços nossos sem raízes, referências ou precedentes; construir uma forma de estar num papel novo e numa cidade desconhecida.

É uma aventura em si e uma experiência de autoconhecimento. Num dia eu era uma estranha numa cidade estranha e no outro Berlim era a minha cidade e eu parte dela.Como estagiária, tive acesso a ser

mais do que mera observadora, pude participar, partilhar e ver a partir de dentro como é realizado o trabalho de animação, socioeducativo e comunitário com diferentes públicos de Berlim. Aprendi muito com esta cultura diferente, com as suas formas de ver e pensar e com a maneira como trabalham. Contactei com realidades e projetos que de outra forma continuaria a ignorar.E com cada descoberta, com cada nova pessoa que encontrei fiquei com mais uma peça na minha «bagagem», pequenos momentos, sensações e pensamentos, que nos mudam de alguma forma.

É isto que a Rota Jovem traz às pessoas, me trouxe a mim e traz a tantos jovens: experiências e relações que nos levam mais além, um pouco para mais longe do que conhecíamos, fazíamos e julgávamos ser. E nem sempre foi preciso sair do país em estágio, intercâmbios ou

cursos internacionais para beber desse espírito de superação e de valorização das pessoas, do que trazem e do que desejam. Está por todo o lado na associação e é o que fez/faz da Rota Jovem a minha principal escola de vida.

Leonardo da Vinci

Ver a partir de dentroCláudia Meireles

Leonardo Da Vinci é um programa de formação profissional promovido pela Comissão Europeia, no âmbito do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida.

A Rota Jovem atua a dois níveis: por um lado, é responsável pela colocação de estagiários estrangeiros em empresas e organizações da Grande Lisboa para a realização de estágios profissionais; por outro, promove o envio de jovens para diferentes países da Europa para a realização de estágios profissionais na área da animação sociocultural. Desde 2003, a Rota Jovem já recebeu 110 estagiários em Portugal e enviou 143 portugueses para países europeus.

Leonardo Da Vinci

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O meu primeiro contacto com os intercâmbios foi em 2007, quando fiz o Workshop de Organização de Intercâmbios. Dois anos depois aceitei o convite para ir como líder do 4,5,6 Azione, em Vicenza, Itália, onde vivi o espírito e a intensidade de um intercâmbio.

Sob o tema das artes circenses e com metade dos participantes sendo menores, juntámo-nos a mais 3 países para 12 dias de intercâmbio. Foi uma experiência que jamais poderei esquecer. O que se ganha num intercâmbio a nível relacional, social e cultural não tem preço.

A experiência foi tão gratificante que, no ano seguinte, organizámos o segundo follow up do intercâmbio em Cascais. Foi um trabalho de equipa, conseguido devido à relação criada

em Itália e mantida ao longo do ano seguinte. Todo o grupo português contribuiu para que o 7,8,9 Acção fosse uma realidade e fosse mais um projeto com o cunho Rota Jovem.

Foi mais uma experiência fenomenal. Tivemos de pensar em todos os aspetos logísticos, organizar atividades, atribuir responsabilidades, gerir o orçamento, contactos com parceiros e mais um turbilhão de coisas para que tudo corresse bem. E correu!

Intercâmbio

Equipa, Organização, Ação!Sofia Faísca

Um intercâmbio de jovens é um projeto que junta grupos de dois ou mais países, proporcionando-lhes a oportunidade para discutir e confrontar vários temas, conhecer os seus países e culturas.

Durante o intercâmbio, os participantes realizam atividades previstas num programa, em torno do tema pré definido. Através do contacto com outras realidades, os jovens poderão aprender uns com os outros e com o tema do intercâmbio, descobrindo e explorando semelhanças e diferenças e contribuindo para combater preconceitos e estereótipos, com impacto não só nos participantes mas também nas comunidades locais.

Desde a sua fundação, a Rota Jovem já participou em cerca de 110 intercâmbios na maioria financiados pelo Programa Juventude em Acção, envolvendo mais de 1000 jovens portugueses.

Intercâmbio

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O Serviço Voluntário Europeu [SVE] que fiz em 2010, através da Rota, conduziu o meu caminho até ao ponto em que me encontro agora. Lembro-me da entrevista que fiz nas instalações da Geração C, lembro-me do dia em que me ligaram dizendo que tinha sido selecionada e lembro-me do dia em que conheci as caras que me acompanhariam na aventura de seis meses. No dia 5 de Maio de 2010 partimos para São Vicente, Cabo Verde. Os seis meses que se seguiram foram de aventuras, de descobertas e muita partilha. Fomos recebidos pela Associação Amigos do Calhau, na pessoa de Jorge Melo, e mais do que uma associação, encontrámos uma família. Foram várias as atividades desenvolvidas: formação para professores e para associações juvenis, atividades de educação ambiental com as escolas da comunidade rural, campanha de sensibilização e proteção de tartarugas

marinhas, entre outros projetos.Para além do trabalho desenvolvido em qualquer projeto de SVE, com as especificidades próprias da associação de acolhimento e do local em que se desenvolve, há toda uma vertente pessoal que considero ser parte integrante deste tipo de projeto. A forma como esta experiência nos marca, nos transforma e nos influencia, fazendo de quem passa por ela e a vive intensamente, uma pessoa mais consciente de si e dos outros, mais consciente do mundo e mais participativa e peça fundamental no desenvolvimento da nossa sociedade.

A Rota faz hoje parte da minha vida, não só porque continuo a colaborar noutros projetos, mas porque colocou no meu trilho de vida as pessoas que me acompanharam em todo este processo e até hoje.

Serviço Voluntário Europeu

Procurar o trilho certoCristina Moreira

O Serviço Voluntário Europeu é um projeto de voluntariado juvenil promovido pela Comissão Europeia no âmbito do Programa Juventude em Acção. O SVE valoriza o trabalho voluntário na sociedade e permite aos jovens a troca de conhecimentos e experiências com organizações parceiras em países da Europa e do Mundo. Os projetos podem ser de curta (duas semanas a dois meses) ou longa duração (dois meses a um ano).

Como entidade de envio a Rota Jovem facilita a procura e seleção de entidades e de projetos, faz a preparação técnica do projeto, o acompanhamento durante a implementação e a sua avaliação. Desde 2002, já enviou 180 voluntários para todos os cantos da Europa e para países africanos como o Quénia e Cabo Verde. Como entidade de acolhimento, já acolheu cerca de 200 voluntários no mesmo período, cujo trabalho se desenvolve em diferentes organizações.

Serviço Voluntário Europeu

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Lembro-me como se fosse hoje a primeira vez que ouvi falar do Intercâmbio Cascais-Biarritz. Estava a ver as fotografias de uma amiga que tinha participado e ela contava todos os bons momentos que tinha passado, as pessoas que tinha conhecido, as atividades que tinha feito. Pensei «tenho 16 anos, não vou perder esta oportunidade».

Foi então que contactei pela 1ª vez com a Rota! Inscrevi-me e fui chamado para as reuniões de seleção, que tinham como objetivo tornar o grupo mais coeso, dar-nos a conhecer aos outros e conhecer-nos melhor a nós próprios, para além do, a meu ver, «menos importante objetivo» de selecionar os participantes finais para o intercâmbio (e isto porque no final já só importava o ambiente que se vivia no grupo e não quem era ou não selecionado). Nestas reuniões o espírito de grupo e a nossa imaginação

eram postos à prova, até ao ponto de ter cantado e dançado o «Malhão» em francês! Após algumas reuniões, eis que chegou a novidade: «Fui selecionado».O intercâmbio começou com a chegada do grupo de francesas a Lisboa e logo surgiram os primeiros troubles: o grupo francês foi parar ao Oriente quando deveria ter parado em Santa Apolónia!

Fomos numa correria para a estação do Oriente, com as nossas t-shirts, cada uma com uma letra e que inscreviam a mensagem: «Bienvenue Amis!». Durante toda a semana ficámos instalados na colónia O Século e daí partíamos para as mais diversas atividades, desde as mais culturais (como visitar Belém e os seus monumentos) às mais radicais (como um dia de atividades outdoor e em mar no

Portinho da Arrábida e um dia de surf na Praia Grande). Mas a maioria das minhas

Intercâmbio Cascais-Biarritz

Abrir a cabeçaRodrigo Roquette

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Portinho da Arrábida e um dia de surf na Praia Grande). Mas a maioria das minhas memórias são dos momentos em Biarritz. A pousada (muito diferente de outras que tinha visto), os canteiros de flores nas pequenas pontes construídas sobre o rio, a simpatia das pessoas, a curiosidade pela nossa cultura, o encontro com outro intercâmbio (entre a França e a Bélgica), a terrível viagem de sete horas de autocarro, a correria para o TGV. Mas lembro-me sobretudo da semelhança entre Biarritz e Cascais.

Também ali as atividades foram diversificadas, como as visitas ao Museu do Chocolate e ao Aquário, e o rafting, o surf, ou o espectáculo de pirotecnia assistido da varanda do Casino.

Este foi o meu primeiro contacto com um intercâmbio. Depois deste já fiz mais dois e espero fazer muitos mais.

Foi nas reuniões de seleção que me deparei com uma das melhores pessoas que conheço. Foi neste intercâmbio que fiz amizades que até hoje perduram. Foi este intercâmbio que me abriu a cabeça para o que se passa «lá fora» e para as oportunidades que existem para os jovens. Foi este intercâmbio que me fez perceber, pela primeira vez, que o mundo é mesmo pequeno e que apesar de sermos todos diferentes, somos todos iguais!

A todos os que ainda vão a tempo, aconselho vivamente! it’s a life time experience!

O intercâmbio Cascais-Biarritz é uma atividade onde jovens portugueses e franceses dos 12 aos 16 anos vivem uma série de atividades interessantes durante 15 dias, em Portugal e em França.

É realizada em parceria com a Câmara Municipal de Cascais, no âmbito do acordo de geminação entre os dois municípios.

Intercâmbio Cascais -Biarritz

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Durante o meu período na Rota Jovem (entre 2005 e 2011) tive a oportunidade de participar em diversos cursos e seminários nacionais e internacionais.

A possibilidade de participar nestes eventos teve um impacte muito significativo a nível pessoal e profissional. O facto de atualmente ter a possibilidade de ser formador na área da juventude, por exemplo, deve-se em grande medida às oportunidades que a Rota Jovem me proporcionou.

Embora todas as experiências tenham sido extremamente valiosas, a minha participação num curso de dois anos para formadores, organizado pela Comissão Europeia em parceria com o Conselho da Europa, constituiu um marco especialmente importante no meu percurso. O curso teve três seminários residenciais e seis módulos de

aprendizagem online, que nos ajudaram a aprofundar o conhecimento em várias temáticas relacionadas com a formação, trabalho com jovens e educação não-formal. Por fim, tivemos de desenvolver um projeto de aprendizagem individual e criar nós próprios um curso.

Fazer parte deste curso deu-me uma série de novas competências e pontos de vista diferentes sobre o que é ser formador e quais são os meus valores nesta área. Deu-me ainda a oportunidade de conhecer um conjunto de jovens formadores europeus extremamente inspiradores, que se dedicam a apoiar os jovens nas suas iniciativas.

Cursos e seminários

Novas competênciasSven Retore

Os cursos ou seminários internacionais são uma oportunidade de aprendizagem específica sobre temas muito variados.

Destacam-se por seguirem metodologias de educação não formal e por agregarem no mesmo espaço participantes de países diferentes, criando momentos de partilha e aprendizagem interculturais. São realizados ao abrigo de diferentes Programas Comunitários e qualquer pessoa a partir dos 18 anos pode participar.

Ao longo dos anos a Rota Jovem permitiu a participação de mais de uma centena de jovens em cursos e seminários, em países tão diferentes como a Geórgia ou a Tanzânia.

Cursos e seminários

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«Voluntaria-te!» é a mensagem da Rota para o Mundo. É uma palavra que tem por detrás valores que partilhamos. E é um projeto que tem o apoio Rota Jovem, uma ideia de duas voluntárias que se tornou realidade. Um projeto que dinamizou mais de 60 voluntários de todo o país para fazer a diferença numa pequena aldeia no interior de Portugal.

Voluntaria-te Sonhando, Voluntaria-te Criando, Voluntaria-te Ajudando! Estes jovens juntaram-se para ajudar, criar e sonhar. Um grupo diverso, que veio crescer, fazer amigos e ser um bocadinho mais voluntário. Juntaram-se para fazer o que era preciso, desde reabilitar mobiliário urbano, a criar um espaço num jardim para as crianças brincarem.

Como é que conseguimos fazer isto tudo? Passámos noites em branco e tardes no jardim a criar conceitos, a espalhar ideias, a resolver desafios, a prever problemas, a arranjar soluções. Isto tudo na nossa cabeça! Depois do conceito pronto, foi sair à rua e procurar parceiros: a Carpe Diem na Aldeia, em Cabeça Gorda, uma organização parceira da Rota há já alguns anitos foi a primeira a aceitar o desafio.

Tarefas, objetivos locais, impacto, números e datas foram as palavras-chave da primeira reunião. Desafio seguinte: procurar financiamento. Conseguido! Obrigada Instituto Português da Juventude! Obrigada Rota. Passo seguinte: fazer a magia e o sonho acontecer: abrir inscrições, divulgar, encontrar voluntários, resolver desafios e puff! Estamos lá :)

Pôr em ação uma atividade traz-nos medos, expectativas, adrenalina! No fim, saímos com amigos, experiência, competências, motivação e ideias para mais! E o resultado: já lá vão duas edições do projeto. Uma em Cabeça Gorda (Beja) e outra na Aldeia das Amoreiras (Odemira).

Quem participa não esquece e ainda pede mais. Por isso... «Voluntaria-te!», até já!

Atividade nacional

Voluntaria-te!Andreia Nascimento

Todos os membros podem propor, dinamizar ou simplesmente participar em diferentes tipos de atividades - desportivas, culturais, formativas...

Na Rota a mobilidade também se faz cá dentro.

Atividades Nacionais

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Esta continua a ser a melhor frase publicitária que espelha

a importância da RJ nestes primeiros 20 anos. É o projeto

de maior sucesso, para o qual me orgulho de continuar a

contribuir. Como teria sido a vida de cada um dos ARrotantes

se não houvesse Rota? Ar... Apenas e só :-)

de ex-dirigen

tes

Rui Dias

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Já lá vão uns aninhos do dia em que nos apresentámos. Não

foi muito diferente da maioria. Amigos comuns promoveram

o nosso encontro numa atividade. Não imaginei que

ficaríamos ligados tanto tempo, talvez para todo o sempre.

Que percorreríamos tanto caminho juntos, tantos desafios,

alegrias e amizades partilhadas. Crescemos juntos e juntos

ajudámos a crescer.

A vida afasta-nos por vezes daqueles de quem gostamos, mas

não apaga do coração e da memória esses momentos vividos.

Sobre ti, é frequente, sem permissão, surgirem-me à memória

coisas passadas, que me desenham um sorriso no rosto.

Talvez possa parecer estranho falar de ti como se uma pessoa

fosse... mas és mais!

És as pessoas que se dão a ti e através de ti. Essa tua

dimensão humana te torna singular e especial .

Manuel Ribeiro

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A Rota Jovem representa muito para mim! É formada por um

conjunto de pessoas empreendedoras, com uma visão social ,

inclusiva e com um espírito de procura de realização pessoal que

passa pela aventura. É também um sítio onde se pode voltar sempre,

com o mesmo à vontade, pois o que iremos encontrar, para além

das janelas envidraçadas, será sempre um grupo de amigos!

Tenho a certeza que a RJ deixou marcas em muitas pessoas, tanto

a nível profissional , como pessoal , já que é uma Associação de e

para as pessoas. É uma espécie de laboratório de ideias, projetos e

desafios de vida.

No meu caso, o Serviço de Voluntariado Europeu foi o ponto de

partida. Foi uma direção que quis tomar na vida. Deste ponto de

partida, seguiram-se outros rumos, outros caminhos. Todos bastante

gratificantes e estimulantes.

A Rota é o Mundo em Cascais e Cascais no Mundo!

Andreia Muchacho

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Entrei na Rota Jovem com 15 anos. A minha primeira atividade foi a «Descida da

Costa Alentejana em Bicicleta».. Comecei a pedalar e foi um nunca mais parar.

Foram anos de aventuras, sorrisos, aprendizagens, amigos para a vida. Foram mais

de 12 anos a «pedalar» diariamente... Participante, organizadora, dirigente: na RJ

o limite é a nossa imaginação. Sempre com espaço para experimentar tudo, dar

o nosso melhor, sem ter medo de errar. Haverá melhor compensação do que a

satisfação de nos termos superado? De termos superado os nossos limites?

Hoje em dia, sou uma «jovem» empreendedora e criei uma empresa de design . Penso

muitas vezes se teria tido a coragem de a criar se o meu destino não se tivesse

cruzado com o da Rota Jovem.

Da RJ trouxe na bagagem a capacidade de sonhar, de acreditar ser possível realizar

e concretizar. De ultrapassar barreiras, superar obstáculos e lidar com burocracias e

formalidades. De trabalhar numa equipa motivada para um mesmo objetivo, com

pessoas com personalidades tão diversas como as que são a riqueza da Rota. Posso

dizer que foi nesta escola «não formal» que aprendi a usar estas ferramentas, que vão

para além do know-how técnico (não menos importante) que a faculdade nos dá.

Isto podia ter acontecido sem a Rota? Podia... mas não era a mesma coisa!

Vera Coelho

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Sou mau a decorar provérbios, mas lembrei-me daquele que

assegura que há um ir e voltar a Alcobaça, e com ele refleti

sobre a Rota. Por vários motivos, a Rota não tem sido a

minha Alcobaça. À medida que vou escrevendo, apercebo-me

de que não preciso de ali voltar. Levo a Rota no bolso. Outros

farão outras sínteses, a minha tem sido esta.

Apesar de hoje lhe ser distante, não lhe sou indiferente. Se

hoje estou como estou no mundo, também à Rota o devo.

Não se esquece aquele atrevimento próprio, e aquela ânsia de

crescer, firmando, porém, bem os pés no chão. Onde se tem

um espaço para ensaiar a juventude, mas sempre lembrando

que para fazer o sonho voar é preciso dar-lhe asas, trabalhar.

Ah, e o sorriso cúmplice dos amigos também não se

esquece… No caminho que cada um percorre, ter a Rota no

bolso não é pouco. Ou, como ali se diria, com o copo meio

cheio: é muito!

Celso Rocha

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Page 45: Publicação 20 Anos

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Em 2012, a minha rota chega aos 30 anos e parte dela foi preenchida

por uma grande Rota: jovem, feliz, irreverente, internacional , sensível ao

mundo e às pessoas, inteligente e querida de muitos. Quem dela tem feito

parte sabe do que falo. Quem ainda não a conhece, desafio com um

dos nossos lemas: “Queres ter uma aventura?”

Aqui há espaço para todos os que se identificam com a associação.

Estamos em Cascais, mas também na Europa e no mundo, no

testemunho dos associados e visitantes.

São muitos os que partem para programas internacionais e muitos os que

chegam para integrar projetos nacionais. A troca é grande e as pessoas

unem-se por valores de interculturalidade, amizade, paz, proatividade,

missões locais e globais.

O meu percurso na grande Rota começou com uma visita à sede,

num final de tarde de 2005. A empatia foi imediata e, nesse Verão, ali

iniciei o meu primeiro estágio curricular. Foram muitas as atividades

nacionais e internacionais acompanhadas e lindos os laços criados

com as pessoas que tive a sorte de conhecer. Acolhemos intercâmbios,

Joana Freitas

Page 46: Publicação 20 Anos

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organizámos atividades, tive muitas e boas experiências. Uma que

destaco, que podia parecer rotineira e chata mas não, era o mailing

- preparação das cartas que enviávamos todos os meses aos associados,

com os papelinhos vermelhos, azuis, amarelos, verdes, brancos e

laranjas, onde iam as notícias e as próximas atividades. Ainda não

tínhamos o site que temos hoje e não havia facebook…

Em 2006, fui convidada para integrar a Direção, o que muito me

lisonjeou. A responsabilidade tornou-se maior. Assisti a reuniões

municipais com outras associações juvenis, fiz relatórios de atividades,

colaborei nas Rapidinhas (publicações escritas!), fiz algumas coisas

e pensei em muitas outras (também há lugar para criarmos algo de

novo). Esta minha Rota permitiu-me ainda viver quatro meses em

Inglaterra, ao abrigo do programa Leonardo da Vinci. E, no regresso,

eram tantas as saudades da minha cara-metade (também arrotante!)

que, nove meses depois, nasceu um dos primeiros bebés Rota Jovem, o

Salvador, um miúdo que todos sentem que é feliz. Como nós.

E hoje olho para trás com nostalgia e orgulho de ter integrado

esta Associação, que tem continuado a caminhar e nunca deixa

ninguém de fora.

Page 47: Publicação 20 Anos

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Quando tinha doze anos e meio fui à feira de artesanato do Estoril fazer companhia à minha mãe que tinha

por lá um negócio. Deveria ser verão. Do outro lado do corredor que separa as bancas estavam umas raparigas de

trato bastante agradável . Apresentaram-se como Carmen, Ana Paula e Mónica. Nas minhas idas à feira passei

regularmente por elas para as cumprimentar e sentar-me um pouco à conversa. Entretanto descobri que as minhas

irmãs mais velhas já conheciam este pessoal. Era malta que gostava de fazer atividades e promover a iniciativa

juvenil : se tens uma ideia, nós podemos entre todos

concretizá-la.

Volvidos dezassete anos, lembro-me com clareza

desta máxima organizacional , e de tantas ideias

diversificadas, promovidas por jovens, em que participei.

Dos 12 aos 24 anos estive envolvido ativamente na

associação. Apesar de estar afastado da Rota Jovem

há uns anos, reconheço a extrema importância

que teve para a minha desenvoltura e desembaraço

social . Permitiu-me confirmar que em conjunto se

podem concretizar ideias raras, banais ou reais.

Diogo Coelho

Page 48: Publicação 20 Anos

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Descobri a Rota Jovem em 1993 através do Centro

Comunitário de Carcavelos, onde trabalhava como

animadora de informação juvenil. Fui logo contagiada

pelo espírito positivo e pela vontade de desenvolver ideias

e projetos para a comunidade. Abracei voluntariamente

a direção da associação durante 6 anos, enquanto

trabalhava e estudava. Foram tempos de múltiplas

descobertas, onde me cruzei com pessoas espetaculares, fiz

grandes amizades e tive aprendizagens pessoais constantes.

Fui crescendo com o grupo e juntos fomos possibilitando

que cada vez mais pessoas conhecessem esse espírito

e se juntassem a nós. Fomos mudando de sede, até

conseguirmos o espaço que hoje serve para contagiar e

catalisar tantíssimos projetos e realizar experiências de

intercâmbios, voluntariado e de estágios profissionais que

mudam vidas de muitos jovens.

A Rota Jovem foi uma oportunidade única de conhecer

tantos pontos de Portugal e variadas culturas de países

europeus e do mundo. Desafiou-me, deu-me espaço

para a minha voz ser ouvida, para poder ser eu própria,

para me sentir realizada ajudando os outros, e sobretudo

permitiu-me saber que eu queria ser animadora sócio-

cultural profissionalmente.

Adorei o desafio de ser a primeira trabalhadora

oficial da associação e fico muito satisfeita por ter

contribuído de alguma forma para construir a equipa

de profissionais e de voluntários que continua a facilitar

o acesso a um mundo mágico de energia positiva, onde

aprendemos sobre

nós próprios e conseguimos inspirar e mudar o metro

quadrado à nossa volta!

Ana Paula Castanheira

Page 49: Publicação 20 Anos

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A Rota Jovem foi uma segunda mãe (de

alguns) dos meus filhos porque acompanhou

passo a passo a sua adolescência e juventude.

Desempenhou na perfeição o papel do amigo

secreto, tão necessário nestas idades, nunca lhes

tirando a adrenalina necessária para o seu

crescimento como seres humanos. Deu-lhes novas

experiências, conhecimentos, cultura, amigos

verdadeiros e valores essenciais para a vida.

Muitas vezes fui «trocada» pelos arrotantes, mas

até gostava, porque sabia que a Rota era a outra

escola de vida. Uma escola em que a rebeldia,

a loucura e a aventura eram compreendidas e

fomentadas, onde os jovens têm muita força e

valor. Jovens que hoje são adultos muito ricos

em sentimentos

Isabel Nunes

Page 50: Publicação 20 Anos

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A minha entrada na Rota Jovem em 1995 começou como participante

numa atividade mítica, a Descida da Costa Alentejana em bicicleta.

Adorei participar e rapidamente fiquei com o bichinho de organizar uma

atividade. A partir daí, ao longo dos anos em que fui sócio ativo organizei

dezenas de atividades.

Li que o empreendedorismo é o principal fator promotor do

desenvolvimento económico e social de um país. Se assim é, talvez a

sociedade devesse apostar forte nisto de ser empreendedor. Mas quantos de

nós, que tirámos cursos superiores, tivemos disciplinas de empreendedorismo?

A minha experiência na Rota Jovem permitiu-me participar, inovar, criar,

gerir pessoas, comunicar, publicitar atividades, viver com o sucesso e insucesso.

Permitiu-me aprender a ser empreendedor. Podemos perguntar-nos mas

temos de ser todos empreendedores? A resposta e simples: Devíamos. É verdade

que nem todos temos de formar empresas, mas todos temos a oportunidade

de ser empreendedores nas organizações em que nos inserimos, seja a escola,

empresa ou associação. Empreendedorismo é participar, inovar e ser criativo!

Francisco Costa

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Olá caros arrotantes,

Daqui vos escrevo, do Centro de Dia para Ex-Cronistas, em S.J. Estoril , onde me encontro

após abandonar a minha longuíssima carreira na arte de mal dizer…

Só um simpático convite (pronto, foi uma ameaça….) de uma «arrotante» persistente,

me fez voltar a pegar na minha Montblanc. É um hábito que não se perde. Pois é…

20 anos. 20 anos é uma geração, costuma-se dizer. E a verdade é que a Rota Jovem

está agora a viver a sua segunda geração de pessoas que mantêm vivo o trabalho

sempre meritório da Associação em prol do grupo alvo a que se destina. A Rota

Jovem sempre foi, para mim, uma fonte de aprendizagem para a vida e ajudou a

moldar a minha personalidade enquanto ser humano.

Nunca poderei esquecer as atividades que frequentei durante cerca de 7 anos,

com destaque para os famosos Encontros de Sócios (se bem de lembro, era o

sócio nº 54!), as caminhadas, ou o Intercâmbio com a Finlândia, em 1997.

Ou até os momentos vividos (as festas, as assembleias gerais) na antiga sede das

Fontainhas, em Cascais.

E também nunca me esqueço que no final de cada atividade, ou poucos dias antes

de sair o Arrota, o jornal de atividades da associação, muitas pessoas vinham

ter comigo algo aflitas, a querer saber o que eu ia escrever na crónica seguinte!

Eram momentos hilariantes, em que a minha caneta tinha algum poder….

Miguel Pereira

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Hoje, muito raramente visito a sede e já quase não conheço nenhum dos

membros mais novos (sim, é provável que alguns de vocês sejam meus filhos,

dadas as rambóias dos Encontros de Sócios nos anos ’90…), mas se houver

alguém disposto a aprender este ofício, estarei disponível para dar umas

dicas (só candidatos do sexo feminino, com mais de 20 anos, escolaridade

obrigatória concluída e perfil no Facebook…).

E o futuro? O futuro são os nossos filhos (lá está, alguns de vocês, no meu

caso particular…), os filhos dos antigos dirigentes que ano após ano vão

nascendo e que daqui a uns anos estão a substituir a atual geração (isto se

a Associação não for extinta por falta de apoios, entretanto…)., muito chata...

até a escrever!

É engraçado não é? Há uma constante renovação de pessoas. E é assim que

a vida funciona, em constante mutação, face às circunstâncias do meio

onde nos inserimos (a aproximação dos 40 anos, torna mesmo uma pessoa

muito chata…até a escrever!). Não há uma maneira perfeita de terminar

esta crónica (sim, estou a escrever uma) ou uma punch line perfeito para

rematar o texto. Só me resta desejar um bom futuro aos atuais «arrotantes» e

que tenham uma boa vida..

Do vosso eterno Cronista Social

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Outsidelooking in A nossa história é feita de pessoas que se juntam, de ideias que são partilhadas, de ligações que se estabelecem e de redes que se criam. Crescer, ao longo de 20 anos, implicou um percurso alicerçado em parcerias locais, nacionais e internacionais. Eis o olhar sobre a Rota, de quem tem feito connosco este percurso.

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A Rota Jovem ultrapassou a idade da maioridade e, com o tempo, é justo dizer que a associação está melhor do que nunca. Mas isto não esconde o essencial: vinte anos a servir os nossos jovens é muito tempo.

Principalmente num mundo em constante mutação que encerra desafios de enormíssima dimensão. Ao ponto de a própria conceção do que é a juventude ter mudado.

Para o bem e para o mal, ser jovem em 2012 é muito diferente do que ser jovem na minha geração. Ser jovem em 2012 é poder ter um Cartão Jovem até já se ter idade para ter filhos; é sair de casa aos trinta e ter filhos quando o mundo o permitir; é fazer parte da mais preparada, mais qualificada e mais «europeísta » geração que este país já conheceu. E, simultaneamente, apesar de todos os

mestrados e todos os doutoramentos que os da minha geração só ouviram falar, ser jovem hoje é, em muitos casos, enfrentar o drama do desemprego e do trabalho precário.

Por tudo aquilo que enfrentam, os jovens do meu país têm todo o direito de estarem indignados. Eu tenho 50 anos e também sou um indignado com este estado de coisas.

É por isso que um trabalho como o que tem sido desenvolvido pela Rota Jovem é relevante para um concelho como Cascais. Aqui gostamos da irreverência, do conhecimento e somos amigos da livre iniciativa e do risco. E, mais do que nunca, precisamos do vosso rasgo e do vosso talento para que a situação se possa inverter. Precisamos que continuem a fomentar a criatividade e a aprendizagem contínua, o diálogo entre povos e

culturas, o espírito solidário e o sentido de responsabilidade social que os jovens de Cascais orgulhosamente exibem.

Ao longo de 20 anos, a Rota Jovem não se limitou a criar oportunidades para todos. Dedicou-se, exemplarmente, à formação de melhores cidadãos.

Em 2012 a Associação Rota Jovem é uma das maiores do concelho de Cascais e uma das mais dinâmicas na persecução dos seus objetivos. Parceiros assim tornam tudo muito mais fácil.Pelas suas duas décadas de existência e pelas que estão para vir, deixo, em nome da Câmara Municipal de Cascais, os meus mais sinceros parabéns e votos de grandes sucessos para o futuro. Porque o vosso sucesso será, também, o nosso sucesso.

carlos carreirasPresidente da Câmara Municipal de Cascais

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Aqui gostamos da irreverênciaCarlos Carreiras

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No momento em que a Rota Jovem comemora os seus 20 anos de existência, a Agência Nacional do Programa Juventude em Ação saúda todos que ao longo deste tempo levantaram este projeto de Associativismo, realçando o trajeto feito em comum, espelhado num significativo número de projetos no âmbito do intercâmbio internacional de jovens, serviço voluntário europeu, iniciativas jovens e formação.

Esta intervenção pautou-se por um notório acréscimo de competências, quer ao nível da organização em si mesma, quer nas centenas de participantes que experienciaram atividades internacionais, sublinhando os valores fundamentais da cultura europeia.

No leque de participantes, a Rota Jovem conseguiu agregar em torno de si jovens provenientes de todo o país, fazendo

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Juventude em Ação Pompeu Martins

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com que o seu projeto, tendo forte implementação local, fosse também uma organização que o país conhece e que tem merecido a adesão de muitos de muitas proveniências.

Esse é um sinal de que o propósito que uniu os seus fundadores foi amplamente compreendido, interiorizado e partilhado com os demais.

A razão de ser do associativismo está, hoje, especialmente vincada enquanto forma de expressão positiva em prol das comunidades, contribuindo para um aumento de oportunidades para jovens que fora dele não as teriam, fruto da entrega de muitos e muitos voluntários que, participando na causa pública, ergueram também aí o seu projeto de vida, melhorando-se e melhorando o seu tempo e a sua circunstância.

Nestes 20 anos, pode a Rota Jovem estar certa de que, pela sua intervenção, o mundo está diferente e diferente para melhor.

Fazendo cada um a sua parte, foi possível levantar o que se julgaria quase impossível, foi possível chegar a quem se desconhecia, foi possível aprender com sorrisos e dificuldades, com comprometimento e resultados, com utopias e metas alcançadas.

Nos tempos futuros, esperamos da Rota Jovem uma implementação cada vez maior, chamando a si mais jovens, chamando para o caminho outras visões do mundo, visões que possam deixar marca, que possam realçar partilha, que possam defender uma atenção permanente ao que faz falta fazer nas diferentes comunidades, ao que é urgente em cada dia no plano

da realização dos jovens, enfim ser um elemento de coesão e de encontro de vontades com força suficiente para alavancar o que em cada um possa ser a força de progresso e de identidade de uma geração que assume por inteiro o seu papel na História.

pompeu m. martinsDiretor da Agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Ação

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Há 20 anos, também eu tinha 20 e poucos anos e iniciado a minha carreira profissional no Centro Comunitário como responsável pela dinamização de projetos para jovens. Havia muita energia e vontade de fazer coisas para e com os jovens.

Recordo-me muito bem do nascimento da Rota Jovem com total empenho e envolvimento de vários jovens e a liderança do Paulo Vitória. Foi um projeto marcante para Cascais, para muitos jovens do concelho e para muitos mais por esse mundo fora.

Muitos foram os jovens que passaram pelo Centro e depois pela Rota Jovem e vice-versa, colaborámos em muitas ocasiões dando vida a iniciativas no âmbito da educação não formal.

A Rota Jovem fez e faz a diferença, por

isso só posso desejar que continuem a contagiar e a inspirar por muitas gerações. Continuo a insistir para que criem uma “Rotinha” para os mais pequeninos.

Muitos parabéns e continuação de muito sucesso para a nova fase da vida “adulta” da Rota sempre Jovem.

natércia martinsCentro Comunitário da Paróquia de Carcavelos

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A Rota fez e faz a diferençaNatércia Martins

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A primeira vez que ouvi o nome da Rota Jovem foi em Évora, em Julho de 1997, num outro século e noutra paisagem. Ali, durante um intercâmbio promovido pelo Centro Comunitário de Carcavelos, conheci a Sara. Eu era o jovem líder do grupo italiano e quando comecei a ouvi-la falar da «turma arrotante» e dos seus projetos para dinamizar os jovens, fiquei fascinado.

Dois anos depois conheci a Cláudia, que tinha apenas 21 anos e era a Presidente da Associação! Conseguem imaginar o que isto significa para uma pessoa que vem de um país onde a média de idades para assumir uma responsabilidade destas ronda os 35/40 anos?

Estes primeiros contactos geraram projetos e aventuras entre a Rota e a minha associação italiana, Xena, e mais tarde com a minha associação espanhola,

Nexes, e ainda com outras ONG’s e pessoas que se foram envolvendo ao longo do caminho.

Sempre me impressionou como este grupo tão especial, ansioso por desafios, motivado e motivador, com competência e capacitador, em busca de divertimento e de desenvolvimento pessoal, foi capaz de fazer crescer um projeto de sucesso, bem organizado e com grande visão, capaz de se regenerar ao longo dos anos com novas pessoas, novos líderes e ideias originais concretizáveis.

No ano 2000, durante a visita de viabilidade do curso de formação Euro African bio-rhythms na Cidade do Cabo, na África do Sul, cheguei à conclusão que a Rota não era uma simples associação juvenil, é uma associação juvenil constituída por pessoas jovens a trabalhar para pessoas jovens. Isto

faz uma grande diferença, em termos de empatia, visão, energia. E «loucura», como a da Vera uns anos mais tarde, no Rio, ao mostrar-me um grande cartaz de publicidade (em metal) recolhido como souvenir num bar, durante uma festa intercultural, para levar para a Rota Jovem do outro lado do Atlântico :)

Para além de tudo isto, para mim a Rota representou a oportunidade de conhecer muitas pessoas interessantes e criar laços especiais para a vida com alguns bons amigos.

davide tononFundador das associações: Xena (Itália) e Nexes (Espanha)

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De jovens para jovensDavide Tonon

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Colaboramos com instituições locais em atividades dedicadas ao voluntariado, no sentido de promoção do envolvimento do jovem na sua comunidade e somos parceiros em rede sociais locais. As atividades desenvolvidas em parceria com a Câmara Municipal de Cascais, que nos viu nascer e desenvolver, são um exemplo do potencial de uma parceria e da forma como esta permite estender o raio de ação dos parceiros.

A nível internacional, temos vindo a crescer lado a lado com alguns parceiros. O fato de confiarmos no trabalho uns dos outros e de nos conhecermos mutuamente permite a realização de parcerias estáveis, com maior qualidade. Pertencemos a duas redes internacionais, a IYNF (International Young Nature Friends) e a Globa-l-inks (com países europeus, africanos e sul americanos), que nos permitiram explorar ainda mais o conceito da diversidade, ao termos a possibilidade de chegar a outros pontos no mundo.

Redes e Parcerias

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64 Tudo sobre a

Rota Jovem

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Tudo sobre a Rota Jovem

Missão

Contribuir para a promoção da cidadania ativa junto da juventude, com o intuito de participar na construção de uma sociedade com cidadãos mais conscientes, socialmente comprometidos, participativos e criativos.

Visão

Queremos uma sociedade em que os jovens tenham espaço para criar um futuro solidário e inclusivo, através da participação criativa, da aprendizagem entre pares e da educação não formal.Queremos pôr a juventude a realizar os seus sonhos!

Valores

Acreditamos que: - Os jovens devem ter um papel ativo na construção da sociedade, - As experiências interculturais podem criar uma união entre todos, tornando-nos mais próximos, - Todos têm potencial e são capazes de concretizar os seus sonhos, - Todos os jovens têm o direito de ter um local onde possam crescer, - Todas as nossas ações e atitudes devem respeitar os Direitos Humanos Universais, - Quando as pessoas se divertem são pessoas melhores, aproveitam melhor a vida e são mais tolerantes.

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Semexpectativas

Podemos chegar à RJ pela mão de um amigo, para participar numa noite intercultural. O ambiente agrada-nos, sentimo-nos bem recebidos e vamos ficando até ao fim da festa. Depois arriscamos a ir a um fim de semana em qualquer sítio, ou a um intercâmbio com um tema interessante.

Com o tempo percebemos que quem nos recebe não tem grandes expectativas. Não há reuniões «obrigatórias» de sócios, não há graus de mestria a atingir, cintos de cor para ganhar, anos para passar. E quem está habituado à escola, ao

Sara Vieira

Tudo sobre a Rota Jovem

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desporto, aos pais, ao trabalho, sente que ali as coisas são diferentes.

É nesse vazio de expectativa que nasce a proatividade, que se origina o primeiro movimento, o passo de quem se chega à frente para ajudar. É na ausência de um guião escrito, quando as linhas ficam vazias à nossa frente, que começamos a querer criar a nossa própria história.

E como a missão da RJ passa precisamente por isso, por criar esse momento de passagem e apoiar o seu desenvolvimento, as oportunidades vão surgindo. São precisos voluntários para a barraquinha das festas do mar! Tivemos uma proposta de um projeto giro que tem a tua cara! Não queres pegar nisso? Estamos a pensar fazer uma publicação para comemorar os 20 anos. Alinhas?

E podemos achar que não vamos ter tempo, que vai dar muito trabalho, que não conseguimos... E até podemos ponderar se não estaríamos mais confortáveis em casa.

Mas não é só a inércia que ataca - há um bichinho lá no fundo que começa a acordar.

Tudo sobre a Rota Jovem

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O bichinho da participação em algo maior, da descoberta passo a passo de que o todo é sempre maior que as partes, da revelação extraordinária de que somos capazes. Mesmo que não fique exatamente como imaginámos, ainda que não fique perfeito. A sensação de organizar uma atividade, receber as pessoas e facilitar qualquer que seja o processo que escolhemos para aquele momento. Torná-lo único. E ao fazer isso, uma e outra vez, perceber que é possível e sentir a satisfação de criar qualquer coisa para os outros.

E isso fica gravado nas nossas sinapses, e sem darmos por isso, transforma-se em vontade de mexer, mudar, participar na construção do que nos rodeia, em casa, no trabalho, na comunidade.

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Tudo sobre a Rota Jovem

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Tudo sobre a Rota Jovem

Tudo começou, há 21 anos, com um grupo de jovens que participou num intercâmbio. No regresso, após quinze dias intensos em Essen, na Alemanha, o monitor do grupo, Paulo Vitória, lançou o desafio: Não querem criar uma associação para continuarem a passear pelo mundo e a organizar as vossas próprias atividades?Não percebíamos nada de associações nem conhecíamos as burocracias que isso implicava, mas a ideia de desbravar o mundo motivou-nos a enfrentar todas as formalidades. Ao fim de um ano registámos oficialmente a Associação Rota Jovem.

E agora? O que fazemos com isto?! Começámos com coisas simples – um Peddy paper em Cascais, a Descida da Costa Alentejana em Bicicleta (no

20 anos depois continua a ser diversa, diferente e irreverente

Joaquim Dias

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tempo em que ainda não havia telemóveis), o Raid Fotográfico, a recolha de roupa usada para instituições sociais... Depois percebemos que juntos conseguíamos ir mais longe, começámos a acreditar que poderíamos mesmo mudar o mundo... O nosso mundo e o dos outros... E começámos a levar a coisa mais a sério!

Os primeiros chamaram os amigos e os amigos dos amigos... Estes trouxeram outras gentes e depressa a coisa tornou-se numa «bola de neve» que rolou, cresceu e nunca mais parou. Os intercâmbios Internacionais lançaram a associação pela Europa fora e depois pelo Mundo, com outros projetos. Criaram-se parcerias com outras entidades nacionais e internacionais, redes de mil contactos espalhados por todo o lado. A Rota Jovem continua, tal como no início, a ser um espaço aberto a todos os estilos e a todos os rumos que os jovens lhe quiserem dar, porque apesar de haver uma estrutura formal, são eles que realmente conduzem a associação.

Quem não conhece, pergunta-me: «Mas o que é que a Associação faz exatamente?». Ainda hoje tenho dificuldade em responder a essa pergunta. «Faz tudo!», respondo, «Tudo o que tu quiseres fazer... Podes realizar os teus sonhos ou um projeto que tenhas na gaveta com a ajuda de outros que têm um sonho parecido». A resposta continua a parecer-me vaga, utópica ou demasiado ambiciosa, mas ao olhar para trás, ao ver todas as atividades nacionais e projetos internacionais que foram realizados ao longo destes 20 anos, chego à conclusão que a resposta só pode ser mesmo essa «Faz tudo o que tu quiseres que aconteça!».

A Rota Jovem não se encaixa num só estilo, não se define em meia dúzia de adjetivos, não tem fronteiras... E 20 anos depois continua a ser diversa, diferente e irreverente, uma enorme fonte de inspiração e motivação, um espaço aberto de experimentação e inovação. E agora, como antes, ninguém sabe muito bem onde irá parar...

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A Rota Jovem tem vindo a crescer alicerçada nos valores do voluntariado, movida a energia e a espontaneidade. Muitos foram os que se juntaram aos fundadores: jovens com vontade de explorar e conhecer novos mundos.

Em 2002, com a aprovação da primeira candidatura ao Programa Leonardo da Vinci, surgiu uma nova etapa na associação: as vantagens de ter uma equipa técnica permanente na sede começaram a ser discutidas e a Ana Paula tornou-se no primeiro

Uma Equipa Arrotante

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A Equipa(Ana Ferreira, Cláudia Fernando, Hugo Matos,Margarida Madureira, Patricia Fernandes, Teresa Silva)

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elemento de uma equipa de trabalho. A equipa tem atualmente seis pessoas, cada um com diferentes funções, mas sempre interagindo entre si.

Assim, foi possível amplificar e diversificar as áreas de ação, nomeadamente nos estágios profissionais Leonardo Da Vinci, no Serviço Voluntário Europeu, nos cursos internacionais no âmbito do Programa Juventude em Ação, nas iniciativas juvenis, e, mais recentemente, nos campos internacionais de voluntariado. A equipa tornou possível a agilização de processos e burocracias, mas também a preparação dos jovens e o apoio necessário à sua participação nestes projetos.

No início, havia o receio de que se desvirtuasse o princípio do voluntariado que a associação tanto preza. Temia-se que a Rota pudesse passar a ser uma organização demasiado profissionalizada, sem espaço para a participação dos jovens voluntários. Contudo, os anos mostram que, apesar de existir uma equipa, os voluntários continuaram a ser o grande motor da Rota Jovem. São eles

que dão vida à associação, que utilizam o espaço, que materializam as suas ideias, que propõem e dinamizam atividades, com o apoio da equipa e da Direção.

Com uma equipa alargada e presente, conseguimos ter as portas da associação abertas todo o dia, permitindo que os jovens cheguem de uma forma mais livre e espontânea.

Quanto a nós, mantemos o espírito de iniciativa que sempre caracterizou a Rota: apostamos na solidariedade entre equipa, ajudamos a desenvolver ideias e competências e continuamos a crescer, sempre com boa disposição!

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Tudo sobre a Rota Jovem

Nesta caminhada, que já leva 20 anos, estamos agora a vislumbrar a rota realizada, saboreando as experiências inesquecíveis, as conquistas memoráveis, os momentos únicos e as aventuras mágicas que nos levam a querer percorrer mais caminho, com persistência e dedicação.

Celebrar os 20 anos da Rota Jovem é celebrar aquilo que nos marca e aquilo que somos: jovens criativos, energéticos e motivados, que acreditam numa cidadania mais ativa, participando na construção de uma sociedade com cidadãos mais conscientes, socialmente comprometidos, solidários e inclusivos. É por acreditarmos numa juventude assim que temos conseguido criar um espaço de todos e para todos, onde o espírito de grupo está sempre presente. O momento que vivemos está repleto de dúvidas. Enquanto jovens e enquanto sociedade, encaramos um futuro incerto. Na Rota, temos conseguido transformar essa incerteza em novas perspetivas, novas

Celebrar20 anos da Rota JovemA Direção(Ana Fernando, Célia Miguel , Cláudia Fernando,Cláudia Pacheco, Gonçalo Aguiar, Pedro Simão, Rodrigo Costa)

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oportunidades e novos rumos. Percebemos que temos de ser flexíveis e adaptar-nos às oportunidades, construindo o nosso próprio caminho.Somos jovens, temos as competências, a energia e a força para mudar e melhorar o mundo que nos rodeia. Temos essa responsabilidade. E é nesta direção que queremos continuar esta caminhada, num espaço de experimentação e de crescimento: um espaço em que o desafio constante é superado pela própria juventude, onde qualquer um pode ser o que quiser, experimentar o que quiser. Onde se podem realizar os sonhos, ousar quebrar a utopia e fazer dela uma realidade.

Neste vislumbre, sentimo-nos orgulhosos desta Rota, pelas conquistas feitas, pelos valores partilhados e pelas amizades criadas, numa aventura repleta de aprendizagens e vivências tão valiosas para as vidas de quem com ela se cruzou.

Apetece-nos mesmo gritar em plenos pulmões um enorme OBRIGADO a todos os que contribuíram, de alguma forma, para este percurso.

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arrotante: sócio (ou, melhor dizendo, associado) da Rota Jovem, jovem ou dinossauro, potencialmente contaminado com o bichinho do espírito arrotante (também aplicável a não-sócios).

arrota: jornal arrotante da década de 90, irreverente e informativo, produzido no publisher, fotocopiado nas máquinas da CMC e enviado por snail mail aos sócios.

beijo à vaca: cumprimento meigo e lambuzado entre arrotantes dinossáuricos, por vezes, praxando os recém-chegados. Se ainda não recebeste um, talvez tenhas essa sorte em breve.

descida (as in «descida da costa alentejana»): percurso seguido de um ponto até ao outro, com tantas subidas como descidas, cujo nome se destinava a iludir potenciais candidatos a participar na atividade.

espírito arrotante: um je ne sais quoi que se alimenta de grupos e das suas dinâmicas.

Filhos da rota ou bebés Rota: crianças concebidas por casais arrotantes, que pouco a pouco povoam Cascais e arredores (pelas contas, já vão em muitos).

mailing: momento de convívio arrotante, em que alguns voluntários se dedicavam a dobrar papel e colocá-lo em envelopes (e em tempos idos, a escrever moradas uma a uma).

mosh vertical: forma menos lamechas de dar um abraço de grupo, e que é usado sobretudo em despedidas de atividades quando a lagrimita aparece no canto do olho e o pessoal tenta disfarçar.

não-sócio: aplicável a todos os que ainda não tiveram o privilégio de conhecer a associação (ou que, por alguma razão, insistem em pagar a totalidade das inscrições) .

Rota ou Rota Jovem: nome por que é conhecida a Associação Juvenil da Linha de Cascais - «Rota Jovem».

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ATIVIDADES REALIZADAS - 24H ROTA JOVEM . 5ªS À NOITE . À DESCOBERTA DE AMARANTE . AÇÃO DE RUA . ALÉM FRONTEIRAS . ARRAIAL DE SANTO ANTÓNIO . ARROTA . ARROTA OLHOS-NOS-OLHOS . ARROTAR PALAVRAS: WORKSHOP DE ESCRITA CRIATIVA . AULAS DE CONVERSAÇÃO DE INGLÊS . AULAS DE GUITARRA . AULAS DE YOGA . AVENTURA A CAMINHO DE SANTIAGO . BANCO DE ROUPA . BMX JAM . BOOK CROSSING . CAÇA AO TESOURO . CAMINHADAS . CANOAGEM . CASCAIS (IN)SUSTENTÁVEL . CENTRO DE EXPLICAÇÕES . CENTRO DE INFORMAÇÃO E APOIO AO ASSOCIATIVISMO JUVENIL . CHALLENGE ROTA DOS MOINHOS . CLEAN UP THE WORLD . CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA . CONSELHO PIRATA . CREOULA I, II, III, IV . CURSO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES . CURSO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS . CURSO DIREITOS EM AÇÃO . CURTAS-METRAGENS . CURTAS ÀS 5AS . DANÇAS DE SALÃO . DESCIDA DA COSTA ALENTEJANA I, II, III, IV . DIA SEM CARROS . DISCOVERING LISBON NO FESTIVAL MUNDIAL DA JUVENTUDE . ECO-AVENTURA (ÉVORA, PIRINÉUS, SERRA DA ESTRELA) . ENCONTRO DE REIKI . ENCONTRO DE SÓCIOS (PRAIA DAS MAÇÃS, SINES, ÉVORA, VILA NOVA DO CEIRA, MANTEIGAS, ALCÁÇOVAS, GERÊS, ALFEIZERÃO) . ENCONTRO NACIONAL DE JOVENS . ESPELEOLOGIA . ESTÓRIAS DE SOFÁ . EXPERIMENTA MAIS . EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA . EXPRESS’ARTE . FEIRA INTERCULTURAL . FESTA AFRO WORLD . FESTA DA PRIMAVERA . FESTA DA UNIDADE . FESTA DOS 100 SÓCIOS . FESTA DE NATAL . FESTA INTERCULTURAL . FESTA TINTA- FESTAS DO MAR . FORMAÇÃO EMPREENDORISMO JUVENIL . INTERNATIONAL BEACH SOCCER . KARTING . LASER GAMES . LIP DUB . LOCA TROCA . LOESJE: WORKSHOP DE ESCRITA CRIATIVA . MAIS VERÃO . MARATONA DE CASCAIS . MEETING POINT . MEGA CHALLENGE . MERCADO SOLIDÁRIO HAITI . MIX MARKET NATAL . MOSTRA JOVEM . MOVIE SESSIONS . NOITE AVENTURA EM SINTRA . O K FAZES AKI? – WORKSHOP DE MOBILIDADE JOVEM . PAINTBALL . PARAPENTE . PEDDY PAPER EM CASCAIS . POLISH WEEK . QUANTO CUSTA? . QUIZZ NIGHT! . RAFTING . RAID FOTOGRÁFICO I, II, III, IV, V, VI . RAIZ SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL . RAPIDINHA . ROTA AMBIENTE (TOMAR, OLHÃO) . ROTA AVENTURA . ROTA CULTURAL (BRAGA, MARVÃO) . ROTA NO AR . ROTA SUNSETS . ROTAS TEMÁTICAS . SÁBADOS DESPORTIVOS . SEMANA DO VOLUNTARIADO . SURF TRIPS . TIME OUT . TOOL FAIR . TORNEIO DE XADREZ . TV ROTA . VERÃO VERDE . VINDIMAS . VOLUNTARIADO AMERICA’S CUP WORLD SERIES . VOLUNTARIADO CHAMA NO CAMPEONATO DO MUNDO DE VELA . VOLUNTARIA-TE . WORKCAMPS . WORKSHOP DE ASTROLOGIA . WORKSHOP DE AUTO-CONHECIMENTO . WORKSHOP DE BATIK . WORKSHOP DE COZINHA DO MUNDO . WORKSHOP DE CASTELHANO . WORKSHOP DE CRIATIVIDADE . WORKSHOP DE ESCRITA CRIATIVA - A ARTE DE CONTAR . WORKSHOP DE FANTOCHES . WORKSHOP DE FOTOGRAFIA . WORKSHOP DE MALABARISMO . WORKSHOP DE MASSAGENS . WORKSHOP DE ORGANIZAÇÃO DE INTERCÂMBIOS . WORKSHOP DE REIKI . WORKSHOP DE TEATRO DO OPRIMIDO . WORKSHOP

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