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Na abertura do congresso, Passos respondeu às críticas feitas à sua governação quer por instituições externas, como o FMI, quer por militantes do PSD p6
O envio de trabalhadores para o sistema de requalifi cação só se iniciará quando os programas de rescisões amigáveis em curso encerrarem p17
Fundação para a Ciência e a Tecnologia vai atribuir mais bolsas de doutoramento e pós-doutoramento a candidatos do concurso individual de 2013 p52
Passos Coelho responde ao FMI e a críticos internos
Nova mobilidade na função pública só arranca em Abril
Haverá mais 300 a 350 bolsas de doutoramento
Mais de 900 edifícios do Estado podem ter amiantoGoverno está na posse de listas com cerca de 900 edifícios, sobretudo escolas, que podem conter materiais com amianto, uma substância cancerígena. Produzidas entre 2006 e 2010, as listas estão nas gavetas do Ministério das Finanças Portugal, 10/11
UCRÂNIAACORDO RECEBIDO COM FRIEZA NAS RUAS DE KIEVCOMO OS OLIGARCAS TIRARAM O TAPETE A IANUKOVICH Destaque, 2 a 5 Paulo Moura, enviado especial a Kiev
BULENT KILIC/AFP
Joana Marques Vidal proíbe acordos em sentenças penais p13SÁB 22 FEV 2014EDIÇÃO LISBOA
Ano XXIV | n.º 8716 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Miguel Gaspar, Simone Duarte, Pedro Sousa Carvalho | Directora de Arte: Sónia Matos
ISNN:0872-1548
FAZERDO PORTO CORAÇÃO
FAZERDO PORTO CORAÇÃO
ESPECIAL DESTINO EUROPEU DO ANO
2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
UCRÂNIA
Um sabor a vitória na praça. E uma sensação de fim de alguma coisa
Foi o dia de reforçar
barricadas. Apesar de ter
sido fechado um acordo,
durante a noite, entre
o Presidente, Viktor
Ianukovich, e a oposição,
muito favorável a esta, ninguém
pensou em abandonar a Praça
da Independência. Talvez nunca
tenha estado tanta gente na
Maidan, palavra que quer dizer
“praça”, mas já alargou muito o
seu signifi cado, tanto no conceito
como que diz respeito ao espaço:
Maidan é a revolução e Maidan é
todo o centro de Kiev.
Por todos os acessos, de todas
as direcções, muitos milhares
de pessoas afl uíram ao coração
da Maidan, ali onde há menos
de 24 horas mais de 100 pessoas
morreram, nos confrontos entre
manifestantes e forças policiais.
As pessoas vieram para celebrar
uma vitória, incerta, mas real.
Talvez o Presidente volte atrás
nas suas promessas de realizar
eleições antecipadas, repor a
Constituição de 2004 que atribuía
mais poderes ao Parlamento,
formar um Governo de Unidade
Nacional. Mas a derrota não
tem recuo. A humilhação de ter
matado e a seguir perdido.
E talvez os manifestantes
acabem por não se sentir
satisfeitos com a promessas
do Presidente, principalmente
porque não confi am nele, e
decidam prosseguir a luta. Alguns
grupos e porta-vozes já o disseram
— não vão retirar-se e planeiam
novos ataques, talvez deitando a
perder o que foi conseguido. Mas
ninguém lhes pode tirar este sabor
de vitória. O sentir que a acção tem
consequências.
“Temos de exigir que todos os
responsáveis pela violência sejam
investigados e julgados”, disse
Olga, de 35 anos, professora. “A
Ucrânia tem de mostrar ao mundo
que é um estado de direito, uma
democracia. Que as pessoas são
responsáveis pelos seus actos,
mesmo os governantes. Sobretudo
eles. Eu quero voltar a ter orgulho
de ser ucraniana”.
Esta é uma das sensibilidades da
manifestação. Uma percentagem
dos que protestam fá-lo porque
quer mais liberdade política,
mais direitos, mais dignidade. “A
minha geração experimentou a
liberdade”, diz Olga. “Antes de
Ianukovich chegar ao poder, houve
um período de total liberdade
neste país. Foram criados mais de
100 partidos políticos, surgiram
jornais e revistas de todas as
tendências, era permitido dizer
e escrever tudo. Entretanto
chegámos a este ponto, em que
uma pessoa pode ser assassinada a
tiro por vir para a rua manifestar-
se. As pessoas da minha geração
não se conformam com isso.
Querem viver num país normal,
europeu. A Ucrânia é um país
com cultura, com civismo, com
humanidade, com orgulho em si
próprio. Recusamo-nos a viver
em ditadura. Nunca mais, nunca
mais”.
De repente, há a sensação de
que isso foi conseguido, e que o foi
de um modo sólido e irreversível,
tão natural parece agora este
mundo de liberdade que é Maidan.
Um mundo recente e precário,
vulnerável como o sangue ainda
vermelho e húmido de algumas
das vítimas de ontem, derramado
no chão e cercado de fl ores.
Mas agora, que a zona controlada
pelos manifestantes se estende
por todas as grandes avenidas do
centro, com as suas barricadas de
mais de três metros de altura, antes
construídas com neve comprimida
e agora fortifi cadas com
pedregulhos, com as suas bancas
de distribuição de armas — pedras,
bastões e cocktails Molotov —, os
seus checkpoints de segurança, as
suas tendas de comida e bebidas,
as suas brigadas de limpeza, agora
que não é possível avistar nenhum
polícia, militar ou qualquer outro
agente de autoridade, a vertigem é
ainda maior.
Sobraram seres esquisitos
Sobraram seres esquisitos. Uma
senhora elegante, de casaco de
peles e uma tranca debaixo do
braço. Um jovem hippie com
uma barra de ferro na mão. Uma
rapariga magra, de olhos azuis,
protegendo o peito com um
escudo de ferro.
Outros, infi nitamente
mais aberrantes, revelam-se
esteticamente mais coerentes,
porém — homens musculados,
com capacetes de guerra, coletes
à prova de bala, máscaras negras,
escudos e bastões, e bandeiras de
partidos fascistas. Movimentam-
se no seu elemento: um cenário
de campo de batalha, com os
seus montes de detritos, pneus,
pirâmides de lixo, pontos
de armamento, munições e
extintores, tendas de lona verde e
uma fuligem negra cobrindo tudo
e pairando sobre as carcaças de
contentores e carros incendiados.
Alexander, de 58 anos, ex-
membro das forças especiais
soviéticas, e Oleg, de 54 anos,
treinador de luta greco-romana,
militam num partido de extrema-
direita, o Svoboda, e simpatizam
As pessoas vieram para celebrar uma vitória, ainda incerta, mas real. Dizem que querem viver num país normal, europeu. A Ucrânia é um país com cultura e com orgulho em si próprio
ReportagemPaulo Moura, em Kiev
com a Organização Nacionalista
Ucraniana (UNO), um velho
movimento conhecido pela sua
entusiástica colaboração com os
nazis, na Segunda Guerra Mundial.
“Os polícias são animais,
porque atacaram uma tenda
onde havia fi guras e vários
objectos religiosos”, disse
o surpreendentemente pio
Alexander, antes de explicar,
com pormenores de profi ssional,
como é que mais de 70 pessoas
foram mortas por snipers da
polícia estrategicamente colocados
nos edifícios circundantes.
“Ianukovich é um fascista”, disse
Oleg. “Anunciou um dia de luto
pelos mortos, fez hastear por todo
o lado as bandeiras a meia haste,
e depois lançou a polícia contra o
povo, para provocar ainda mais
mortos”.
Retratos dos mártiresAlexander e Oleg passaram a noite
na praça junto a uma banca com
velas em memória dos mártires
do movimento nacionalista
ucraniano. Por trás da banca
com os retratos dos mártires,
a bandeira vermelha e negra
do UNO, que, segundo os dois
amigos, vai agora ressuscitar como
partido legal. “A Ucrânia deve
ser para os ucranianos”, explica
Alexander com o tom enfático
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | DESTAQUE | 3
BULENT KILIC/AFP
BULENT KILIC/AFP
De todas as direcções, muitos milhares de pessoas afluíram ao coração da Maidan
Kiev. “Há uma conspiração da
maçonaria e dos milionários
americanos para destruir a
Ucrânia”, disse ele, de onde
concluiu que a situação apenas
tende a complicar-se: “Isto é o
princípio de uma grande guerra
entre a Ucrânia e a Rússia”.
Leo casou com uma rapariga
de Ternopil, uma cidade do
Oeste da Ucrânia onde o partido
direitista Svoboda detém o poder
local. Vivem lá os dois, com dois
fi lhos, e vieram para Kiev num dos
cinco autocarros fretados para
trazer manifestantes à capital.
Se o actual confl ito degenerasse
numa guerra civil, como alguns
auguram, Ternopil e Lviv seriam
os centros da facção anti-Rússia e
anti-Ianukovich.
Sveta, a mulher de Leo, admite
que está cheia de medo, mas
considera a sua presença no
protesto “uma obrigação”. Tem
também uma teoria secreta:
“Ninguém sabe, neste país, mas
eu tenho a certeza de que há
muitos russos misturados com a
Berkut (a força especial da polícia
ucraniana)”.
Tudo indica que as teorias
da conspiração são espalhadas
pelos grupos de extrema-direita.
Mas acabam por contagiar toda
a gente na Maidan. Até inocentes
manifestantes como Olga, que
apenas lutam pela democracia,
cedem a visões esotéricas (ou
simplesmente lúcidas?): “A
Europa só está a defender a
Ucrânia porque quer roubar-nos
à infl uência da Rússia. Mas nunca
nos permitirá pertencer à União
Europeia, porque nós somos
bárbaros”.
Interrogada sobre o eventual
perigo da infi ltração dos
grupos de extrema-direita no
movimento pró-democracia, Olga
desdramatiza: “Eu não concordo
com eles, mas compreendo que
queiram defender a Ucrânia. Que
signifi ca, afi nal, ser nacionalista?
Amar o seu país”.
As várias sensibilidades podem
ser antagónicas, mas não deixam
de ser também transversais. A
outra, estranhamente ubíqua pela
geografi a de Maidan, é a religião.
No palco onde os activistas
proferem os seus discursos, num
ciclo ininterrupto que inclui
também poemas patrióticos e
canções de cossacos, há uma
estátua da Virgem com um manto
branco, velas e pinturas do rosto
de Jesus Cristo.
Além disso, depois de cada
discurso, padres ortodoxos e
católicos irrompem em cânticos
intermináveis. A certas horas,
constituem completos ofícios
religiosos que ocupam o tempo do
palco da revolução.
Os muitos milhares de pessoas
ouvem os cânticos polifónicos em
silêncio, algumas com lágrimas
nos olhos, outras sem disfarçar
algum enfado. Por toda a Praça
da Independência e territórios
adjacentes, os sacerdotes
passeiam-se nas suas vestes
rigorosas, pregam sermões a
grupos restritos, cantam em palcos
dispersos. Ninguém os ignora,
a sua autoridade é indiscutível
e unânime, ao contrário do que
sucedia com os controversos
imãs na Praça Tahrir, durante a
revolução egípcia. Em comparação
com essa, ou com a de Taksim,
em Istambul, esta Primavera é
mais confusa, mais violenta, mais
silenciosa e mais sombria.
Aqui, os guerreiros parecem
mais velhos, mais pobres, mais
tristes. Enquanto ouviam os
trinados límpidos e comoventes
dos padres, uma forte explosão
fazia-se sentir ao longe, de vez
em quando. Todos sabiam
tratar-se apenas da rebentação,
pelos rebeldes, das bombas que
sobraram, como brinquedos de
triunfo e bazófi a. Mas mesmo
assim estremeciam, entreolhavam-
se cheios de medo. Como se
soubessem, ou esperassem, que a
festa que viviam não fosse o fi m de
alguma coisa, mas o princípio.
de quem formulasse uma ideia
original. “Estamos cansados de ser
subjugados pela Rússia e outras
potências”, continua Alexander.
“Eu fui obrigado a ir viver para a
Rússia, para servir numa unidade
especial do Exército Vermelho.
Muitos outros ucranianos
foram forçados a combater no
Afeganistão e no Cáucaso. Milhões
de pessoas foram deslocados. O
nosso país foi invadido e ocupado
muitas vezes por potências
estrangeiras. Nós amamos a
Ucrânia, queremos que o mundo
respeite a Ucrânia”.
Os grupos nacionalistas,
que outrora faziam gáudio do
seu anti-semitismo, mostram-
se agora grandes teóricos do
conspiracionismo. Uma cabala
orquestrada pelos americanos
e judeus para destruir a Ucrânia
está em curso e joga-se aqui,
sob os nossos olhos, na própria
revolução da Maidan, explicam
Alexander e Oleg. Cabala essa que
é, no entanto, liderada, de forma
algo incompatível, pela Rússia de
Putin, “o homem mais perigoso do
mundo”.
Uma conspiração?Leo, um georgiano de 27 anos
que desistiu de combater o poder
russo no seu país, veio aproveitar
o momento mais propício de
“Temos de exigir que todos os responsáveis pela violência sejam investigados e julgados”, diz Olga, de 35 anos, professora
“Os polícias são animais, porque atacaram uma tenda onde havia figuras e vários objectos religiosos”, afirma o surpreendentemente pio Alexander
4 | DESTAQUE | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
UCRÂNIA
A opos iç ão uc ran iana
e o Presidente Viktor
Ianukovich alcançaram
sexta-feira um acordo
que cobre quase todas
as reivindicações que
motivaram os protestos dos últimos
três meses e que fi zeram quase cem
mortos só na última semana. E ainda
conseguiram alguns brindes, como
a libertação da ex-primeira-ministra,
Iulia Timochenko. Mas as ruas não
hesitaram em pedir mais, ou seja, a
saída de Ianukovich.
O acordo espelhava as principais
exigências da oposição: o retorno
ao arranjo constitucional de 2004, a
marcação de eleições antecipadas e
a formação de um governo de “uni-
dade nacional”. Registava-se ainda
o compromisso a iniciar uma inves-
tigação à repressão policial dos últi-
mos dias e a promessa da não-instau-
ração do estado de emergência.
O texto do acordo exigia que em
48 horas fosse aprovada uma lei es-
pecial que restaurasse as emendas
constitucionais de 2004, mas basta-
ram escassas horas para o Parlamen-
to aprovar com esmagadora maioria
o diploma. Na Praça da Independên-
cia, vários milhares de manifestan-
tes assistiam à materialização das
bandeiras pelas quais lutaram, atra-
vés de um ecrã gigante.
Os deputados votaram ainda a
demissão do ministro do Interior,
Vitali Zakharchenko, odiado pelos
manifestantes, que o ligam direc-
tamente à violência das forças de
segurança. Mas a emoção veio com
a aprovação de uma lei que anula o
artigo do código penal pelo qual foi
condenada a opositora Iulia Timo-
chenko, abrindo o caminho para a
sua libertação.
Timochenko inspirou a Revolu-
ção Laranja de 2004 e, apesar de ter
perdido muita da sua popularidade
durante o seu mandato como pri-
meira-ministra, continua a ser uma
fi gura inspiradora para os manifes-
tantes. A sua condenação por abuso
de poder, em 2011, foi vista, dentro
e fora da Ucrânia, como uma for-
ma de Ianukovich afastar a principal
ameaça ao seu domínio. Durante os
últimos meses, Timochenko deixou
por diversas vezes palavras de apoio
às manifestações da EuroMaidan e
criticou duramente Ianukovich.
A vitória dentro da Rada Supre-
ma (Parlamento) foi celebrada com
abraços entre deputados, enquanto
cantavam o hino nacional. Na Praça
da Independência, contudo, a mul-
tidão mostrava-se apreensiva com
os desenvolvimentos. Aquilo por
que esperavam teimava em não ser
anunciado.
Durante toda a tarde, desfi laram
entre a multidão vários caixões dos
“mártires” da Maidan. “Os heróis
não morrem! Bandidos, fora!”, grita-
va-se, segundo o correspondente da
JOHN THYS/AFP
João Ruela Ribeiro
Apesar do acordo, violência pode voltar às ruas de Kiev
Acordo assinado entre a oposição e Ianukovich preenche quase todas as exigências dos manifestantes, mas a insatisfação mantém-se
Reuters. “Ele tem de ir embora hoje.
Não vamos aceitar eleições. Ele deu
a ordem para matar”, dizia Vasily
Zakharo, um manifestante de Lviv.
“Ele” é Viktor Ianukovich.
O acordo, comemorado pelos EUA
e por Bruxelas, não prevê a demis-
são do Presidente, indicando que irá
permanecer até às eleições antecipa-
das, que serão marcadas até ao fi m
do ano. É aqui que o divórcio entre
os líderes da oposição e as ruas mais
se faz sentir.
Depois da sessão parlamentar,
os três líderes subiram ao palco na
Praça, mas os apupos quase não os
deixaram falar, levando até o ex-
pugilista Vitali Klitschko a ter de se
afastar. Um manifestante conotado
com o Sector Direito – um grupo de
extrema-direita conhecido pela vio-
lência – aproveitou para deixar um
ultimato: Ianukovich tem até às 10
horas da manhã deste sábado (8h
em Portugal) para apresentar a de-
missão ou os confrontos regressam.
E o recado era também dirigido aos
líderes dos partidos da oposição.
“Demos-vos a vocês, políticos, a hi-
pótese de se tornarem ministros no
futuro, até presidentes, mas vocês
não querem cumprir a nossa única
exigência: que este criminoso aban-
done o cargo”,
No Parlamento, que se reúne nes-
te sábado de manhã, foi apresentada
uma proposta para a destituição de
Ianukovich. Contudo, não é certo
que seja aceite, o que pode preci-
pitar o país para mais uma jornada
de violência. Ianukovich tem sido
perito em adiar decisões importan-
tes. E agora tem até a vantagem de
poder argumentar que o acordo,
assinado pelos líderes da oposição
e testemunhado por observadores
internacionais, não implica a sua
destituição.
O dia do acordo, já considerado
histórico para a Ucrânia, deixa mais
questões em aberto do que soluções.
A formação de um novo governo se-
rá a primeira batalha. Está apenas
previsto que seja um executivo de
unidade nacional, ou seja, que inte-
gre personalidades dos vários qua-
drantes políticos. Andreas Umland,
O acordo exigia que em 48 horas fosse aprovada uma lei especial que restaurasse as emendas constitucionais de 2004. Mas bastaram escassas horas para ser aprovado
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | DESTAQUE | 5
Deputados do Parlamento também se envolveram em confrontos físicos. Acordo abriu caminho para libertação de Iulia Timochenko
MAKSYM MARUSENKO/AFP
professor de Ciência Política na Aca-
demia Kiev-Mohila, acredita que po-
derá até ser liderado por um mem-
bro do Partido de Ianukovich. “Pode
haver um primeiro-ministro relati-
vamente independente do Partido
das Regiões que seja aceitável para
os manifestantes”, afi rmou, citado
pela rádio Free Europe.
A precária situação fi nanceira da
Ucrânia pode vir a ser o próximo
grande problema. O ministro das Fi-
nanças russo, Anton Siluanov, anun-
ciou esta sexta-feira a suspensão do
pagamento da segunda tranche (de
cerca de 1,5 mil milhões de euros)
do empréstimo no valor de 11 mil
milhões de euros, acordado entre os
dois países em Dezembro. A decisão
foi justifi cada por persistirem “mui-
tas questões em como estes fundos
serão utilizados e como é que serão
pagos mais tarde”, numa clara reta-
liação ao rumo dos acontecimentos.
E, em breve, será aberta nova
frente de confl ito, quando as elei-
ções presidenciais estiverem no ho-
rizonte. Por um lado, o acordo não
refere se Ianukovich pode ou não
recandidatar-se. Por outro, é muito
provável que se venha a assistir a
divisões entre a oposição, benéfi cas
para o sector pró-russo. Volodimir,
um manifestante entrevistado pe-
la Reuters, parece expressar a des-
crença antecipada das ruas: “Não
iremos seguir Klitschko e os outros.
Eles apertaram a mão ao gangster e
dançaram com o Diabo.”
Enquanto os ministros da
União Europeia chegavam
à capital ucraniana na
quinta-feira para negociar
um acordo para pôr fim à
violência, pelo menos 20
jactos privados levantaram voo do
aeroporto de Zhuliani, em Kiev. Os
milionários, que são o verdadeiro
poder por trás do trono, enviaram
as famílias para lugares seguros,
quando Viktor Ianukovich parecia
prestes a perder o braço-de-ferro
com a oposição.
Apesar dos apelos a que fossem
estes milionários o alvo das sanções
da União Europeia para que algo
mudasse de verdade na Ucrânia, a
UE apenas anunciou que impunha
sanções contra os políticos ucrania-
nos que tivessem “as mãos man-
chadas de sangue”, nas palavras da
ministra dos Negócios Estrangeiros
italiana, Emma Bonnino. Mas, diz
a Reuters, Ianukovich só terá cedi-
do e assinado o acordo para que se
realizem eleições antecipadas e en-
tre em vigor a Constituição de 2004,
que limita os seus poderes, depois
de ter sido pressionado pelos seus
poderosos apoiantes - os oligarcas
ucranianos.
“Hoje temos de compreender que
os deputados são responsáveis pelo
futuro da Ucrânia, e que só dentro
das paredes do Verkhovna Rada
[Parlamento] é que se pode encon-
trar a solução para a crise política”,
disse à Reuters Vadim Novinski, que
é o quarto homem mais rico da Ucrâ-
nia e também um dos deputados do
Partido das Regiões que ontem fu-
rou a disciplina partidária e votou
ao lado da oposição para condenar
a repressão violenta dos manifestan-
tes pelas forças de Ianukovich.
A União Europeia não avançou os
nomes de quem poderia ser alvo de
sanções. Mas estes milionários que
têm controlado a economia e a polí-
cia ucranianas nestas duas décadas
de independência tremeram. Estes
homens que enriqueceram com as
privatizações das empresas do Esta-
do, tal como aconteceu na Rússia,
teriam muito a perder, se fossem
alvo de sanções económicas, ou
proibidos de entrar nos países da
União.
Oligarcas tiraram o tapete a Ianukovich com receio de sanções
Rinat Akhmetov, por exemplo, é
o homem mais rico da Ucrânia - se
os dez maiores oligarcas valem 33
mil milhões de dólares, ele sozinho
vale 15,3 mil milhões, diz a revista
Ukranian Week, citando números
da Comissão Estatal de Estatísti-
cas. Extracção de carvão, geração
de electricidade, minas de ferro e
siderurgias são as suas áreas de in-
teresse, bem como os media - um
interesse comum aos oligarcas. Mas
é também proprietário do aparta-
mento mais caro de Londres: em
2011, pagou 136,4 milhões de libras
(165 milhões de euros) por uma pen-
thouse.
O também proprietário do clube
de futebol Shakhtar Donetsk é da
região de Donetsk, tal como Ianuko-
vich, e tem sido o seu maior suporte
fi nanceiro. Também era membro do
Parlamento, até há pouco tempo e
continua a infl uenciar cerca de 50
deputados, diz a BBC.
Na Rússia, Vladimir Putin esta-
beleceu uma linha vermelha clara
para os oligarcas - podem continu-
ar com as suas fortunas, desde que
não se metam na política. Mikhail
Khodorkovski não cumpriu a regra
e pagou a ousadia com dez anos na
prisão. Mas na Ucrânia nunca houve
uma tal separação.
Calcanhar de AquilesCuriosamente – ou talvez não – a edi-
ção ucraniana da revista Forbes diz
que o grupo de Akhmetov fi cou com
31% de todos os concursos públicos
estatais só em Janeiro de 2014. O seu
fi lho tem resultados ainda melho-
res, diz a BBC: no mesmo período,
obteve 50% dos contratos com o
Estado.
Mas Akhmetov fez várias decla-
rações em que criticava a dureza
da repressão dos manifestantes e
apelava ao diálogo. Outros oligar-
cas que fazem parte do Parlamento,
ou são conselheiros presidenciais,
têm criticado o Presidente, afastan-
do-se dele, sublinhava Orisia Lut-
sevich, investigadora do think tank
Chatham House, num artigo publi-
cado no site da BBC. “Os grandes
clãs empresariais são o calcanhar
de Aquiles do regime. Os grandes
negócios precisam de ter acesso
aos mercados europeus. O aumen-
to da instabilidade só fará desvalo-
rizar o seu património”, escreveu.
Clara Baratadades, que põem os fi lhos a estudar.
Há limites, no entanto, para a
efi cácia deste tipo de sanções, co-
mo demonstra o caso da vizinha
Bielorrússia, a última ditadura da
Europa. “São vistas como altamente
inefi cazes, pois praticamente não
afectam o Governo de [Alexander]
Lukashenko”, escreveu a investiga-
dora Inna Melnikovska, da Universi-
dade Livre de Berlim, num artigo na
Ukranian Week. “Antes pelo contrá-
rio, acrescentaram legitimidade ao
regime e enfraqueceram as posições
das forças pró-UE, pois pode atribuir
culpas dos problemas económicos e
crises fi nanceiras às sanções e não
à má gestão das elites”.
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Por isso Lutsevich defende que
a UE deveria apostar em sanções
contra os milionários que realmente
mandam na Ucrânia. “Com sanções
inteligentes, com alvos fi nanceiros
e restrições de vistos de entrada
em países da UE, o Ocidente con-
seguiria acabar com o statu quo”,
defende. É na Europa Ocidental
que têm contas bancárias, proprie-
Ianukovich cedeu depois de ter sido pressionado pelos seus poderosos apoiantes, os oligarcas
Instituto de Direito Penal e Ciências Criminais da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) – Centro de Investigação em Direito Penal e Ciências Criminais (CIDPCC)Coordenação João Lobo Antunes (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) · Maria Fernanda Palma (FDUL-CIDPCC) Augusto Silva Dias (FDUL-CIDPCC) · Paulo de Sousa Mendes (FDUL-CIDPCC) Maria do Céu Rueff (CIDPCC)
www.idpcc.pt · www.fd.ul.pt/idpcc · E-mail: [email protected] Telefone (+351) 911 595 437
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃODIREITO DA MEDICINA E JUSTIÇA PENAL Período letivo fevereiro>maio 2014
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6 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
Passos responde ao FMI e aos críticos internos no arranque do congresso
MIGUEL MANSO
Líder do PSD dedicou longos minutos do seu discurso a argumentar que o seu programa e a sua governação se mantêm fieis à social-democracia
Passos Coelho respondeu às críticas
feitas à sua governação quer por
instituições externas, como o FMI,
quer por militantes do PSD, ontem
na abertura do XXXV Congresso do
PSD, no Coliseu dos Recreios, em
Lisboa.
O líder do PSD referiu-se a “al-
gumas vozes” que questionam a
sustentabilidade das exportações e
do défi ce, tal como fez o relatório
do FMI esta semana. “Há uma pe-
quena ironia nesta dúvida”, disse
Passos Coelho, acrescentando: “Nos
últimos quase 20 anos ninguém se
preocupou com a sustentabilidade
da economia, nem com o desempre-
go, nem com a falta de rigor [orça-
mental] que é a maior ameaça do
Estado Social”. E o próprio interro-
gou-se, para deixar um recado, que
foi também um apelo ao consenso:
“Será sustentável? Dependerá de
nós todos. A resposta curta é: com
a receita socialista, não, não é sus-
tentável”.
Já para dentro, Passos Coelho
aproveitou a abertura dos trabalhos
para confrontar e desmontar a argu-
mentação dos críticos internos quan-
do se juntam à oposição para acusar
o seu Governo de “neoliberal” e de
incompetência por poder não atingir
a meta do défi ce. “Lamento profun-
damente que haja entre nós pessoas
que tenham esta perspectiva. Respei-
to profundamente as diferenças de
opinião, nunca ninguém me ouvirá a
silenciar seja quem for. Mas ninguém
se espantará que debata com eles,
como debato com os portugueses”,
afi rmou o líder do PSD.
Fazendo um balanço de dois anos
de governação, Passos Coelho sus-
tentou que o país “está melhor”, mas
garantiu que nunca deitou foguetes.
E questionou por que razão não exis-
te vontade do PS em admitir o cami-
nho feito, acusando os socialistas de
fazerem estas críticas com fi ns eleito-
ralistas. Segundo Passos Coelho, de-
pois de medidas difíceis a expectacti-
va dos socialistas “era derrotar quem
está no Governo”. E atacou: “Ainda
pensam na possibilidade, ainda que
remota, de ganhar as eleições”. Para
disparar contra António José Seguro,
sem o nomear: “A oposição está zan-
uma hora e 20 minutos — quando
Passos Coelho regressou à História
para lembrar as revisões constitu-
cionais e voltar a desafi ar o PS de
António José Seguro.
Não deixou de elogiar líderes so-
cialistas como Mário Soares e Salga-
do Zenha para os homenagear en-
quanto construtores da democracia.
Citou também Vítor Constâncio pela
coragem que teve em rever a Cons-
tituição em 1982, em parceria com
o então líder do PSD e primeiro-mi-
nistro Francisco Pinto Balsemão.
Lançou então o desafi o a Seguro:
“Julgo que era importante que o PS
perdesse o medo”, acrescentando
que o PS “não pode fi car preso a ar-
quétipos ideológicos”.
Apesar deste desafi o, Passos Co-
elho declarou que não irá abrir
nenhum debate em torno de uma
revisão constitucional. “É mais im-
portante a recuperação económica
do que fazer esse debate”, justifi cou.
Refi ra-se que o líder do PSD dedi-
cou longos minutos do seu discurso
a argumentar que o seu programa e
a sua governação se mantêm fi eis à
social-democracia e aos princípios
fundadores do partido.
O objectivo da recuperação eco-
nómica é, para Passos Coelho, “os
portugueses ascenderem a uma
prosperidade, que não seja uma
prosperidade artifi cial cheia de men-
tiras”. Entusiasmado com essa meta,
lançou-se para a próxima legislatura:
“Não será um acaso acalentarmos
a ambição de continuar a guiar os
destinos do país, nos anos em que
o país precisa de nós”.
Líder do PSD recusa o rótulo de “neoliberal” e avisa: “A oposição está zangada (...) se recuperarmos, isso pode ser a sua desgraça eleitoral”. E prometeu não abrir um debate sobre a revisão constitucional
Congresso do PSDSão José Almeida, Sofia Rodrigues
gada (...) se recuperarmos, isso pode
ser a sua desgraça eleitoral”. ´
Passos Coelho lembrou ainda al-
guns rótulos colocados ao partido:
“Houve gente que apelidou de neoli-
berais ou pasme-se estalinistas. Nes-
tes dois anos dedicámos o melhor
de nós próprios a salvar Portugal da
bancarrota”.
O discurso do presidente do PSD
começou por assinalar os 40 anos do
partido, os mesmos de democracia.
E falou do “receio de descaracteriza-
ção” para logo de seguida concluir:
“Não há hoje menos social-demo-
cracia do que há 40 anos quando
se constituiu e quando Sá Carneiro
e outros deram os primeiros passos
na ala liberal”.
O tema haveria de ser retomado no
fi m da intervenção — que demorou
“Não há hoje menos social-democracia do que há 40 anos quando se constituiu [o PSD] e quando Sá Carneiro e outros deram os primeiros passos na ala liberal”
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | PORTUGAL | 7
A história de quase 70 anos dos Es-
taleiros Navais de Viana do Castelo
(ENVC) chegou ontem ao fi m com
apenas 11 trabalhadores resistentes,
entre eles dois dos sete elementos
efectivos da Comissão de Trabalha-
dores (CT). O despedimento é o pas-
so seguinte para estes trabalhadores,
que se sujeitarão às condições pre-
vistas na lei, como tinha avisado a
administração dos ENVC.
Do total de 607 trabalhadores que
estavam ao serviço em Dezembro úl-
timo, e de acordo com números avan-
Já só restam 11 trabalhadores nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo
çados por fonte da empresa pública,
596 já comunicaram e assinaram a in-
tenção de rescindir os contratos. Des-
tes, 209 formalizaram entretanto os
acordos e saíram da empresa. Os
restantes 387 deverão rubricar os
acordos na próxima semana, sendo
consumada a saída até fi nal do mês.
O prazo de adesão ao plano social
revisto este mês, incluindo as suges-
tões dos representantes sindicais dos
trabalhadores, terminou ontem, com
a CT e os sindicatos a remeterem-se
ao silêncio. Já o presidente da autar-
quia decidiu chamar os jornalistas
para uma declaração de despedida.
De voz embargada e lágrimas a cor-
rerem-lhe pelo rosto, José Maria Cos-
ta apontou baterias ao ministro da
Defesa. Culpou Aguiar-Branco de ter
tratado os ENVC como “mercearia
laboral num trespasse sem dignidade
e sem honra”. Mais: o autarca acusou
o governante de ter “reduzido” os
trabalhadores a “reformados com-
pulsivos” e “desempregados à força”
que fi cam agora ao “Deus dará”.
“A dignidade do trabalho e o seu
valor social foi matéria que foi descui-
dada, tendo este processo resvalado
para a mercearia laboral, confi guran-
do mais um trespasse vergonhoso, fu-
gindo das responsabilidades sociais,
traindo a dignidade do Estado e do
elevado sentido do interesse público
que qualquer governante deve pros-
seguir”, criticou. Obrigado várias ve-
zes a parar a leitura da declaração,
José Maria Costa não desarmou nas
críticas a Aguiar-Branco, que acu-
sou de “desmantelar uma empresa
única, uma arte industrial singular
e uma actividade que nos vêm dos
confi ns da história”, através de um
“despedimento colectivo sem alma”.
Para o ministério tutelado por
Aguiar-Branco, a adesão ao plano so-
cial “trabalhado em conjunto com os
sindicatos” demonstra que era “equi-
librado e positivo”.
DefesaAndrea Cruz
Fim do prazo do plano social resultou numa adesão massiva e numa despedida emotiva do autarca de Viana
Assis será apresentado depois do congresso do PSE em Roma
O PS já encerrou a discussão sobre o
nome do cabeça de lista às eleições
europeias e tudo indica que Fran-
cisco Assis será o número um da
candidatura socialista ao Parlamen-
to Europeu (PE). O anúncio deverá
ser feito na próxima semana, mas a
apresentação formal será apenas a
5 de Março.
António José Seguro e Francisco
Assis estiveram reunidos esta sema-
na para discutir de uma vez por todas
a questão e o processo fi cou encerra-
do, sem que tenha havido necessa-
PS anuncia cabeça de lista às europeias na próxima semana e deverá ser Assis
riamente um convite formal. Desde
essa altura, o ex-líder da bancada
parlamentar do PS remeteu-se ao
silêncio, mostrando-se indisponível
para qualquer contacto.
Este encontro seguiu-se a um reali-
zado na sexta-feira da semana passa-
da, um dia depois de António Costa
e o próprio Francisco Assis terem
criticado o partido pela demora na
escolha do candidato.
O nome do cabeça de lista do PS às
europeias de 25 de Maio deverá ser
conhecido na próxima semana, mas
a sua apresentação formal será ape-
nas a 5 de Março, após o Congresso
do Partido Socialista Europeu, que
decorre em Roma no primeiro dia
do mês.
Já António José Seguro recusou
responder às perguntas dos jorna-
listas que o aguardavam à entrada
da sala que acolheu mais uma sessão
da convenção Um Novo Rumo para
Portugal, ontem à noite, em Man-
gualde (Viseu).
O secretário-geral do PS compa-
receu no debate meia hora depois
de Passos Coelho ter terminado o
seu discurso de abertura no XXXV
Congresso do PSD, mas, além das pa-
lavras de cumprimento, optou por
não fazer qualquer comentário.As
respostas fi caram para o discurso de
encerramento, que decorria à hora
do fecho desta edição.
Já no interior da sala, onde autar-
cas socialistas e outros nomes do Par-
tido Socialista debatiam propostas,
António José Seguro ouviu queixas
daqueles que consideram que o país
está “muito longe de atingir a coesão
nacional” e que esta é a “oportunida-
de do PS afi rmar as suas políticas”.
O encerramento dos serviços da ad-
ministração pública no interior do
país e a falta de acessibilidades foram
outros dos temas apontadas pelos
participantes nesta convenção.
Houve também algumas vozes que
pediram a António José Seguro para
não protelar mais a questão da es-
colha do cabeça de lista do partido
às eleições europeias de 25 de Maio,
uma vez que faltam apenas três me-
ses para a sua realização. “Já deveria-
mos estar em campo”, sublinhou um
dos militantes.
Na convenção de Mangualde este-
ve Mário Rui Silva e António Rafael
Amaro, professores de economia das
universidades do Porto e Coimbra,
respectivamente.
Durante os mesmos dias de Con-
gresso do PSD, António José Seguro
participa em novas convenções nos
concelhos de Guimarães (hoje) termi-
nando em Santo Tirso (amanhã).
PartidosMargarida Gomes, Leonete Botelho
Apresentação formal do primeiro candidato da lista será a 5 de Março, depois do Congresso do Partido Socialista Europeu
António José Seguro e Francisco Assis estiveram reunidos esta semana para discutir de uma vez por todas a questão e o processo fi cou encerrado, sem que tenha havido necessariamente um convite formal
Porquê estar refém de contratos de “fidelização” forçados?
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8 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
NOS BASTIDORES DA POLÍTICA
Público e notório
A cena deu-se em pleno hemiciclo. Depois de semanas de combate político à volta da proposta de referendo sobre a co-adopção e adopção por casais homossexuais, a socialista Isabel Moreira teve o seu momento de clímax ideológico quando o plenário debateu o chumbo do TC. Desancou o “jota” social-democrata, Hugo Soares, ouviu outros fazer o mesmo e escutou o CDS a demarcar-se. Terminada a investida, fez o que qualquer fumador faria: sacou do cigarro electrónico e deu umas baforadas, mesmo em frente ao PSD. Só faltou perguntar a Hugo Soares se tinha sido tão bom para ele como tinha sido para ela.
The Lisbon Summit, a iniciativa do The Economist, foi um êxito. Os políticos do arco da governação estiveram presentes. Passos abriu, Portas fechou e Seguro lá esteve, a meio. O líder do PS colocou as suas posições. Elogiou Sines, utilizando o exemplo a que já recorreram Cavaco Silva e o primeiro-ministro na cimeira ibero-americana da cidade do Panamá. “Quando se abre a janela no Panamá, vê-se Sines”, disse o lider socialista. Apanhada sem GPS, Merrill Stevenson, a editora de negócios europeus da revista britânica, teve um sobressalto: “Where is Sines?”. Agora se percebe por que as especificidades da nossa economia não são conhecidas.
Não foi tão bom para ele como foi para ela
“Where is Sines?”
A inauguração do relógio de
countdown para a saída da troika
foi um daqueles momentos
cénicos com brilho apresentados
por Paulo Portas, tal como a
repetição múltipla que fez no
congresso de Oliveira do Bairro:
“Não se esqueçam: a troika sai a
17 de Maio e as eleições europeias
são a 25 de Maio”. Podia ser ao
contrário, mas não é: o Governo
vai a exame fi nal antes de ir a
votos. O que, convenhamos, não
dá jeito nenhum. Um exame pode
sempre correr mal, uma dor de
cabeça e lá se vai a nota…
O calendário permite, por
ora, que se diga tudo e o seu
contrário. O primeiro-ministro
pode bradar às ondas hertzianas
que, se precisar, terá um
programa cautelar com o apoio
da Europa. Isto no mesmo dia
em que o Banco Central Europeu
falava num meio caminho entre a
“saída limpa” e um cautelar.
Sem um modelo do que
seria um programa cautelar,
como Portugal esperava ter na
Irlanda, o país fi ca sem exemplo
a replicar, como teve com o
programa de ajustamento e com
o discurso dos últimos três anos.
Teria de improvisar. Mas alguém
já o fez. Em Bruxelas, Maria
Luís Albuquerque encontrou
a fórmula da quadratura do
círculo. Afi nal, não é preciso
inventar, fi car a meio caminho
ou recorrer a essa palavra já
gasta, ainda que virgem: cautelar.
Afi nal, pode atrasar-se o relógio,
como aconteceu com o de Paulo
Portas para a saída da troika.
Pode deixar-se a solução para
depois das eleições. Chame-se
o que se chamar. Nem a direita
europeia quer ondas, nem o FMI
quer deixar-nos em paz. Há-de vir
um programa, mas depois. Afi nal,
nalguns momentos, primeiro está
o povo. Ou seja, o voto.
O relógio da troika
ComentárioLeonete Botelho
Caso da semanaA magia das feiras em causa
Tornou-se um hábito tradicional e popularizou Paulo Portas como o “Paulinho das Feiras”. Desde então, muito mudou. De mercados ao ar livre, com jeans e couves misturados, passou-se à sistematização e ordenamento. Ou seja, à especialização. De praças a céu aberto mudou-se para recintos fechados, pavilhões construídos para este tipo de eventos. De hábitos populares semanais ou quinzenais, de feiras de sempre, passou-se a certames de valor acrescentado. Em qualquer das versões, lá estão os políticos. No recente SISAB, Passos e Portas provaram as virtudes do agro-alimentar nacional. Elogiaram a capacidade exportadora, dizendo que se deve às empresas e não ao Governo. Por que lá foram? Para homenagear os empresários
em nome do Governo e de todos os portugueses. Seguro por lá passou, atento ao labor deste sector. E, admite-se, para aprender. Os empresários receberam a todos com encanto e gestos generosos nos aperitivos e provas. Contentes de serem vistos ao lado de quem decide e daquele que poderá vir a decidir. É compreensível esta vaidade humana? Talvez seja, em terra madrasta do reconhecimento. Só que o relatório do FMI não conhece os lusos costumes e tradições do burgo. Vai daí, destruiu o contentamento pátrio ao pôr em causa a sustentabilidade do milagre das exportações. E questionando o orgulho empresarial. Agora que elas começaram, pôs em causa a magia das feiras. Nuno Ribeiro
DANIEL ROCHA
VERSO E REVERSO
“Com esta política nacional e europeia, só há saídas sujas”
“O único cenário sujo era precisarmos de um segundo resgate”
Jerónimo de SousaLíder do PCP
Pires de LimaMinistro da Economia
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | PORTUGAL | 9
Breve
Justiça
Treinador detido por alegado abuso de uma dezena de menoresA PJ anunciou ontem a detenção de um homem de 34 anos sobre o qual recaem suspeitas de abuso de diversas crianças entre os seis e dez anos. “É suspeito de, nos últimos sete anos, aproveitando-se do facto de ser docente e treinador desportivo, ter abusado sexualmente pelo menos de uma dezena de crianças, sendo certo que, quando a sua conduta suscitava suspeitas, o mesmo transferia-se para outra cidade”, refere a PJ.
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A Optimus vai impugnar “em todas as
instâncias que tiver ao seu dispor” a
decisão da Comissão Nacional da Pro-
tecção de Dados (CNPD) sobre o caso
das secretas. Avançada pelo Expres-
so, a notícia foi ontem confi rmada
pelo PÚBLICO junto de fonte ofi cial
da empresa, que considera a decisão
“totalmente infundada e despropo-
sitada e irá impugná-la em todas as
instâncias que tiver ao seu dispor”.
O chamado caso das secretas re-
monta a 2010, quando a funcionária
da Optimus Gisela Teixeira entregou
Optimus vai impugnar coima de 4,5 milhões de euros aplicada pela Protecção de Dados
dados relacionados com as chama-
das feitas pelo telemóvel de serviço
de Nuno Simas a um funcionário do
Serviço de Informações Estratégicas
de Defesa (SIED), Nuno Lopes Dias,
que era companheiro da funcionária.
Numa declaração por escrito em
que reage à coima, a mesma fonte
da operadora de telecomunicações
considera “lamentável que um caso
que surge de uma acção de espiona-
gem, à qual a Optimus é totalmente
alheia”, mas que “ajudou a resolver,
descobrindo o prevaricador”, resulte
numa “gravíssima acusação à sua in-
tegridade e bom-nome”. Dizendo-se
“confi ante na justiça portuguesa e no
sucesso do seu recurso”, a operadora
lamenta ainda que tenha sido dado
a conhecer à comunicação social
informação que “ainda não comen-
tou, numa clara violação do dever
de reserva”.
“É evidente que a arguida não ti-
Caso das secretas Ana Henriques, Ana Brito
Caso da divulgação de registos telefónicos do antigo jornalista do PÚBLICO Nuno Simas
aplicados os máximos legais permi-
tidos, as infracções à lei apontadas
pela Comissão Nacional de Protecção
de Dados custariam à operadora de
telecomunicações não 4,5 mas sim
oito milhões de euros. Como é ha-
bitual nestas situações, 60% deste
montante reverte para o Estado e os
40% remanescentes para a CNPD.
O Ministério Público defendeu re-
centemente, no debate instrutório
do processo-crime a que o caso deu
origem, que nem Gisela Teixeira nem
Nuno Lopes Dias deverão ser julga-
dos. O argumento da procuradora do
Departamento de Investigação e Ac-
ção Penal Teresa Almeida é que ne-
nhum deles teve consciência de estar
a cometer um crime, ao passar infor-
mação ao chefe de Nuno Lopes Dias,
Jorge Silva Carvalho, que pretendia
descobrir as fontes de informação
de Nuno Simas nos artigos que este
escreveu sobre as secretas.
nha implementadas as medidas ade-
quadas para garantir a segurança dos
dados pessoais”, lê-se na deliberação
da CNPD.
A coima aplicada, de 4,503 milhões
de euros, resulta de um cúmulo de
quatro infracções: a inexistência de
medidas adequadas para o controlo
dos suportes dos dados; a não obser-
vância das condições de tratamento e
armazenamento de dados de tráfego;
a inexistência de conciliação entre os
direitos dos assinantes com a privaci-
dade dos utilizadores; e a não obser-
vância do prazo de conservação de
dados. Para determinar o montante
da multa, a CNPD socorreu-se da lei,
nomeadamente no que diz respeito
à situação económica da Optimus.
“Não se trata de uma pequena ou
média empresa, antes se enquadra
no universo do tecido empresarial de
dimensão considerável”, pode ler-
se na sua deliberação. A terem sido
A renovação do Grande Auditório Gulbenkian torna a sala mais emblemática
da cidade de Lisboa numa das mais avançadas tecnologicamente. Com o
objectivo de melhorar as condições de climatização, acústica, instalações
eléctricas, audiovisuais e mecânica de cena, a Fundação Gulbenkian pretendeu
ainda que fosse mantido o desenho de arquitectura original da sala. Desta
forma, e apesar de parecer uma obra invisível, o público que regresse agora ao
auditório renovado, irá não só notar diferenças de detalhe nos acabamentos
mas, sobretudo, toda uma nova experiência de espectáculo e conforto.
Em simultâneo, foram também renovados os espaços que deram lugar à
nova Sala de Ensaios da Orquestra, numa sofisticada e deslumbrante sala de
ensaios, dotada de todos os meios e requisitos técnicos necessários.
Para alcançar prazos e objectivos a HCI trabalhou com uma equipa de 250
pessoas, durante 8 meses, em grande espírito de entreajuda, sem o qual o
cumprimento da obra não teria sido possível.
www.hci.pt
A HCI congratula a Fundação Calouste Gulbenkian pela concretização deste projecto, num dos mais prestigiados espaços culturais do país, e orgulha-se de ter feito parte do mesmo como empreiteiro geral para a execução dos trabalhos de Arquitectura, Estruturas e Instalações Especiais.
CONSTRUÍMOSPARA A FUNDAÇÃO GULBENKIANESPAÇOS PARA O FUTURO NO RESPEITO DO PASSADO
Grande AuditórioGrande Auditório Nova Sala de Ensaios da Orquestra Nova Sala de Ensaios da Orquestra
UMA OBRA INVISÍVEL
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
Governo possui há anos listas com 900 edifícios que podem ter amianto
A administração central possui há
anos listas com cerca de 900 edifí-
cios governamentais, sobretudo es-
colas, que podem conter materiais
com amianto — uma substância can-
cerígena. Produzidas entre 2006 e
2010, estas listas estão nas gavetas do
Ministério das Finanças, que é quem
tutela o património imobiliário do
Estado, e de outros ministérios.
É, porém, uma amostra incomple-
ta e na maior parte dos casos pouco
elucidativa. A maioria apenas regista
se os edifícios têm ou não cobertura
de fi brocimento, uma situação que,
por si só, pouco esclarece sobre ha-
ver ou não risco para a saúde.
A elaboração de uma lista dos edi-
fícios públicos contendo amianto foi
recomendada pela primeira vez em
2002 pelo Parlamento. Em 2011, a
sugestão passou a exigência, com for-
ça de lei. Só agora, 12 anos depois
da primeira recomendação, é que
houve, pela primeira vez, o anún-
cio de uma data para cumprir, o que
tem sido exigido pelos deputados.
Pressionado pela polémica recente
quanto ao amianto num edifício da
Direcção-Geral de Energia e Geologia
(DGEG), o primeiro-ministro disse há
uma semana que a lista estará con-
cluída dentro de dois meses.
Todos os ministérios deverão in-
dicar os seus edifícios que contêm
amianto. Mas o mesmo pedido já
tinha sido feito há quatro anos. Em
Dezembro de 2009, a Direcção-Geral
do Tesouro e Finanças tinha enviado
um ofício com esta solicitação a to-
das as tutelas, pedindo listas até ao
princípio de Janeiro de 2010.
O Governo tinha então 16 minis-
tros. Nove ministérios, mais a Pre-
sidência do Conselho de Ministros,
responderam ao pedido, com dife-
rentes graus de detalhe. A lista mais
completa — a das escolas — tinha já
sido produzida anos antes, por inicia-
tiva do Ministério da Educação. Em
2007, o ministério já sabia que, das
1222 escolas então sob tutela directa
do Governo, 729 tinham cobertura
de fi brocimento, um tipo de material
que pode ou não conter amianto.
O Ministério da Educação avaliou,
na altura, que se tratava de uma si-
tuação de baixo risco, “não consti-
tuindo perigo para a saúde pública”,
segundo um ofício de 2010.
O fi brocimento de fabrico mais
antigo pode conter entre 10% e 20%
de fi bras de amianto, substância uti-
lizada na construção civil sobretudo
como isolante térmico e acústico. As
fi bras libertam-se se as placas de fi -
brocimento estiverem partidas ou
degradadas. Em bom estado e sem
contacto com o ar interior, é conside-
rado como um material sem grande
risco e a sua remoção não é acon-
selhada senão quando um edifício é
demolido ou remodelado.
Mais problemáticos são os mate-
riais com amianto “friáveis”, passí-
veis de libertar fi bras , como os reves-
timentos de tubulações e caldeiras.
Apesar do seu risco relativo, o fi -
brocimento foi o alvo exclusivo da pri-
meira recomendação do Parlamento,
em 2002. A segunda recomendação,
de 2003, passou a abranger “todos
ENRIC VIVES RUBIO
Listagens produzidas desde 2007 são pouco esclarecedoras sobre os riscos envolvidos e concentram-se sobretudo na existência de coberturas de fi brocimento, consideradas menos problemáticas
SaúdeRicardo Garcia
os edifícios que contenham na sua
construção amianto”. Foi esta reco-
mendação que conduziu às primei-
ras iniciativas para a inventariação de
edifícios públicos com amianto.
O Ministério da Educação fez a sua
lista de escolas em 2007. O Ministé-
rio da Saúde publicou, em 2008, um
Guia para Procedimentos de Inven-
tariação de Materiais com Amianto e
Acções de Controlo em Unidades de
Saúde e solicitou listas às administra-
ções regionais de saúde. No mesmo
ano, o Ministério das Finanças con-
tratou o Laboratório Nacional de En-
genharia Civil para fazer um estudo
e pediu listas a todos os ministérios
com as situações de maior risco.
O resultado deste esforço fi cou em
grande parte esquecido nas gavetas
do Governo, não tendo conduzido a
nenhuma estratégia centralizada —
que viria a ser exigida pela lei de 2011
O fibrocimento está em muitos edifícios públicos, mas representa um risco menor
da Assembleia da República, até hoje
não cumprida. A lei não determina
apenas a elaboração da lista de edifí-
cios. Com base na lista, a Autoridade
para as Condições de Trabalho deve
avaliar a concentração de fi bras de
amianto em cada um dos edifícios
e determinar em quais é preciso de
facto remover o amianto.
“Não é um tema ambiental”A lei da Assembleia da República tem
sido alimento para um jogo do em-
purra dentro do Governo. Quando a
foi aprovada, ninguém sabia quem
é que a devia concretizar. E até há
um ano, o discurso do Governo de
Passos Coelho era o de que não havia
dinheiro para cumpri-la.
Para o ministro do Ambiente, Or-
denamento do Território e do Am-
biente, Jorge Moreira da Silva, não se
trata de uma questão ambiental. “O
amianto é obviamente um tema que
tem de ser acompanhado por razões
de saúde pública, sem alarme e de
uma forma muito racional”, disse ao
PÚBLICO o ministro, numa entrevis-
ta esta semana.
Segundo Moreira da Silva, a única
responsabilidade que está sob a sua
tutela diz respeito às normas para a
retirada e deposição de resíduos de
amianto. “A responsabilidade de to-
dos os ministérios é fazer o levanta-
mento, porque o amianto não é um
tema ambiental, é de saúde pública,
de condições de trabalho”, disse.
As normas para a remoção e depo-
sição de materiais de construção e
demolição com amianto dependiam
de uma portaria que estava prevista
desde 2008, mas que só foi aprova-
da pelo Governo este mês, depois do
tema ter voltado à ribalta com a polé-
mica sobre o edifício da DGEG.
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | PORTUGAL | 11
As listas entregues em 2010 à Direcção-Geral de Tesouro e Finanças sobre os edifícios governamentais
com amianto são tudo menos esclarecedoras. Na maior parte dos casos, não dizem muito sobre o risco de exposição de quem neles trabalha. Indicam sobretudo a presença de placas de fibrocimento, uma das situações de menor risco de exposição ao amianto e cuja remoção imediata não se justifica nos casos em que o material esteja em bom estado. Veja o que diziam estas listas (as designações dos ministérios são as do anterior Governo):
Ministério da EducaçãoListas produzidas já em 2007 contabilizavam 729 escolas com cobertura de fibrocimento, em 1222 sob tutela directa do Governo. Algumas listas, como a da então Direcção Regional de Educação de Lisboa, apenas indicavam se cada escola tinha ou não fibrocimento. Outras apresentavam dados mais completos, como o ano de construção da escola, a presença de cobertura de fibrocimento e o seu estado de conservação. Até ao princípio de 2013, cerca de 286.000 metros quadrados de placas de fibrocimento tinham sido removidos nas operações de remodelação feitas em 165 escolas pela Parque Escolar. No último ano, houve remoção do fibrocimento em mais uma centena de escolas.
Ministério da SaúdeO Ministério da Saúde apresentou uma lista de 46 edifícios com e sem amianto. Entre as situações que mereciam maior atenção estavam unidades de saúde com placas de fibrocimento ou tectos falsos degradados, como os hospitais de Pombal, Santarém, Curry Cabral (Lisboa), Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Mirandela, a sede da Administração Regional de Saúde do Norte e centros de saúde, como os de Cinfães e Celorico de Basto. O próprio Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que avalia o risco do amianto, apresentava cobertura degradada de
fibrocimento. Nos hospitais de Barcelos e Júlio de Matos (Lisboa) foi também identificado amianto em centrais térmicas e tubagens — onde normalmente há amianto “friável”, capaz de libertar fibras para o ar.
Ministério das Obras Públicas, Transportes e ComunicaçõesApresentou uma lista do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos a sugerir a presença de amianto no seu edifício-sede e em mais 60 outros, nos portos de Peniche, Nazaré, Sagres, Lagos, Portimão, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, casas do núcleo da Culatra, Peso da Régua, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, e Estaleiros Navais de Esposende. Indicou também a presença de amianto em divisórias interiores que estavam a ser substituídas no Instituto Nacional de Aviação Civil. Uma análise posterior feita pelo LNEC já não identificou materiais com amianto no INAC.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino SuperiorIdentificou inicialmente 25 edifícios que poderiam conter amianto, como instalações do Instituto Tecnológico e Nuclear e dos politécnicos de Coimbra, Guarda, Viana do Castelo, Lisboa, Açores e Castelo Branco. Alguns estavam em bom estado de conservação. Posteriormente apresentou uma lista suplementar com 26 edifícios. No Teatro Thalia, diante da sede do ministério, em Lisboa, tinham sido removidos 60 metros quadrados de placas de fibrocimento.
Ministério da CulturaInformou que não devia haver amianto na generalidade dos edifícios, mas detectou algumas situações, como a Biblioteca Nacional, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo e o Arquivo Distrital de Santarém. Uma inspecção posterior feita pelo LNEC concluiu que não se justificava a substituição do fibrocimento da Torre do Tombo, dado o seu bom estado de conservação, e que na Biblioteca Nacional a remoção dos materiais com amianto estava prevista nas
O que já estava nas gavetas da administração central
“O amianto não é um tema ambiental, é de saúde pública”Jorge Moreira da SilvaMinistro do Ambiente
obras então em curso, entretanto concluídas.
Ministério da JustiçaEnviou informação muito sumária, dizendo que nos palácios de Justiça de Lisboa, Porto e Arganil tinham sido removidos revestimentos com amianto. Indicou a presença de coberturas de fibrocimento nos palácios de justiça de Paredes, Peniche, Setúbal, Vila Franca de Xira e Vila Viçosa.
Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Regional e PescasNão identifica edifícios em concreto, apenas sugerindo
que haveria coberturas de fibrocimento em instalações das suas direcções regionais e outros organismos. Alguns organismos do ministério referiram não ter funcionários capacitados para identificar se havia ou não amianto nos edifícios.
Ministério do Trabalho e da Segurança SocialEnviou uma lista com alguns edifícios — por exemplo, centros de formação profissional — mas referiu que havias dificuldades técnicas em identificar o amianto.
Ministério da Administração InternaApresentou uma lista de 11
edifícios apenas da Polícia de Segurança Pública – entre esquadras, oficinas e outras instalações.
Presidência do Conselho de MinistrosLista com 13 imóveis, mas em apenas quatro tinha havido observação sobre a existência ou não de amianto e somente quanto a um tinha-se a certeza de que estava livre da substância. O LNEC avaliou posteriormente os gabinetes do ministro e do secretário de Estado, a secretaria-geral e o Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros, sem encontrar materiais com amianto.
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CANDIDATURA A REITOR DA UNIVERSIDADE DO PORTO
(MANDATO 2014 – 2018)
A Universidade do Porto anuncia concurso para Reitor, para um mandato de quatro anos.
São elegíveis para o cargo de Reitor da Universidade do Porto os professores ou investigadores doutorados, desta Universidade ou de outras instituições, nacionais ou estrangeiras, de ensino universitário ou de investigação. O candidato a Reitor deve:
Ser uma personalidade de reconhecido mérito e com experiência profissional relevante para as funções a exercer;
Possuir visão estratégica adequada à prossecução da missão e fins da Universidade do Porto, nos termos dos respetivos estatutos;
Ter demonstrada capacidade de promotor de valores científicos, humanísticos e culturais num ambiente de colegialidade e inclusão.
O edital de candidatura e mais informações sobre a Universidade do Porto estão disponíveis em www.up.pt
Todas as candidaturas deverão ser dirigidas a: Presidente do Conselho Geral da Universidade do PortoE-mail: [email protected] Reitoria da Universidade do PortoPraça Gomes Teixeira, 4099-002 Porto, PORTUGALTelf.: +351 220 408 025
O Presidente do Conselho Geral da Universidade do Porto,Juiz Conselheiro Alfredo José de Sousa
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
Promover a natalidade obrigará a
uma redistribuição do trabalho,
avisa a socióloga Margarida
Mesquita, que publicou esta
semana o livro Parentalidade —
Um Contexto de Mudanças. Para
a investigadora, convencer os
portugueses a ter mais fi lhos não
será possível sem uma redução
das jornadas laborais para ambos
os sexos, capaz de fazer reduzir
os actuais níveis de stress na
conciliação entre trabalho e
família. A actual precariedade
dos vínculos laborais é o segundo
grande factor dissuasor da
parentalidade, segundo os
resultados do inquérito que a
investigadora do Instituto Superior
de Ciências Sociais e Políticas da
Universidade de Lisboa conduziu,
no concelho da Amadora, a 358
pais e mães com crianças em idade
pré-escolar.
O objecto da sua investigação
foram as famílias nucleares,
constituídas por pai, mãe e
fi lhos. Que mudanças constatou
na forma como estes exercem a
parentalidade?
As famílias actuais vivem um
duplo constrangimento do ponto
de vista da parentalidade. Por
um lado, ser pai e mãe tornou-se
muito mais exigente e complexo,
nomeadamente porque a Ciência
nos trouxe novos conhecimentos
sobre a importância do
envolvimento de ambos com a
criança, mas também porque
nunca como agora os fi lhos
foram tão centrais nas famílias.
Há um grande investimento
e uma grande expectativa
em relação às crianças. Uma
terceira razão tem a ver com o
desenvolvimento ao nível jurídico
de protecção à criança e Portugal
foi acompanhando o assumir, do
ponto de vista da comunidade
internacional, de uma série de
direitos relativamente à criança.
Tudo isto veio tornar os papéis de
pai e mãe muito mais exigentes.
Porém, ao mesmo tempo que se
exige mais, retiram-se apoios, quer
do ponto de vista do Estado quer
também das relações das próprias
famílias. Portanto, as famílias
Trabalho a tempo parcial prejudica mulheres e não promove natalidade
Margarida Mesquita Ser pai ou ser mãe é gerador de “grandes angústias”, numa altura em que diminuem os apoios e aumenta a pressão no trabalho. Estes são factores que pesam na decisão de (não) ter um fi lho
DANIEL ROCHA
preparam o bolo para o neto, mas
avós que têm uma vida própria,
algumas ainda a trabalhar, o que
enfraquece o apoio aos pais.
A alta taxa de empregabilidade
feminina em Portugal, tida
como conquista, pode, afi nal,
no que à família e aos fi lhos
diz respeito, confi gurar um
retrocesso?
Não. Não é nos países onde as
mulheres mais trabalham que
existe uma natalidade mais
baixa. Isso é um mito. O que se
passa é que é nos países onde as
famílias têm menos apoios que
existem menos fi lhos. E, no caso
português, temos efectivamente
uma taxa de empregabilidade
das mulheres que nos coloca em
situação muito próxima da dos
menos tempo. Porquê? Porque
o trabalho a tempo parcial não
é só uma questão monetária,
traz consequências ao nível
da progressão na carreira, das
relações que se estabelecem
internamente e ao nível da
realização profi ssional destas
mulheres — e falo em mulheres
porque normalmente são elas que
assumem maciçamente o ónus de
fi car a trabalhar a tempo parcial.
Como considera então o
anúncio de que o Governo
se prepara para promover
o trabalho parcial nas
famílias com fi lhos menores,
recorrendo a verbas do QREN
para compensar as perdas
salariais?
É uma medida que poderá ter
alguma adesão, mas que me
suscita muitas reservas quanto
aos efeitos que poderá vir a ter na
promoção da natalidade.
A solução seria reduzir as
jornadas de trabalho?
Para pais e mães. Intervir na
parentalidade implica sérias
opções do ponto de vista do
trabalho. Implica promover a
tal estabilidade profi ssional e
criar condições para uma maior
disponibilidade para os fi lhos,
mas sem retirar o direito das
mães a terem iguais condições de
trabalho, inclusivamente o direito
de trabalharem a tempo inteiro.
Se virmos de uma perspectiva
sistémica, e há muito que defendo
isso, a promoção da natalidade
obriga a uma redistribuição do
trabalho, porque temos taxas
de desemprego elevadíssimas e
pessoas a trabalhar um excesso de
horas. O incentivo monetário ao
trabalho a tempo parcial é bem-
intencionado mas pode prejudicar
as mulheres, porque pode
aumentar a discriminação negativa
por parte dos empregadores.
Portanto, não haverá promoção
da natalidade sem redução
da jornada laboral de homens
e mulheres e sem que seja
insufl ada segurança nos
vínculos laborais?
Todas as outras medidas serão
meramente paliativas. Poderão,
nalguns casos, minorar os
problemas, mas não serão
com certeza medidas de efeito
duradouro e de forte impacto.
países do Norte da Europa, mas
depois, ao nível das tais respostas
de apoio, Portugal aproxima-se
dos países do Sul. Além disso,
temos das mais elevadas jornadas
diárias de trabalho das mães,
sendo que as nossas mães não
interrompem a carreira para ter
fi lhos, as nossas mães não são
adeptas do trabalho a tempo
parcial.
Não são adeptas ou não lhes
são dadas condições para que
possam aderir?
Perguntei aos pais qual era a
modalidade que eles preferiam,
os dois a trabalhar a tempo
inteiro ou um a trabalhar a tempo
parcial, e as respostas foram muito
claras: preferem estar os dois a
trabalhar a tempo inteiro, mas
Entrevista Natália Faria
vivem com esta grande tensão
que tem depois repercussões
profundas do ponto de vista da
opção de ter fi lhos e da forma
como são educados.
Quais foram as mudanças com
maior impacto na queda de
natalidade?
As razões para que os casais
decidam ter menos fi lhos estão
identifi cadas. Uma delas tem a
ver com o facto de se ter fi lhos em
idades cada vez mais avançadas,
por causa do investimento a nível
profi ssional. Por outro lado, os
constrangimentos materiais são
um factor importante e associam-
se àquele que foi indicado pelas
famílias como problema central:
o stress na conciliação da família
com o trabalho. O aumento
das horas de trabalho diário e a
precariedade no emprego são
decisivos. Mas as mudanças nas
relações entre os cônjuges também
contribuem para que não se tenha
mais fi lhos. O homem e a mulher
investem mais na dimensão
afectiva da relação, o que cria
instabilidades que os levam a não
investir em fi lhos. Depois há a
questão igualmente importante
dos apoios que existem, ou não, à
parentalidade.
Da parte do Estado?
Quer da parte do Estado, quer
da parte das famílias. No caso
do Estado, a grande difi culdade
apontada pelas famílias não está
tanto no ter quem fi que com a
criança nas situações regulares
(a rede pré-escolar desenvolveu-
se muito), mas nas situações que
não são programáveis, como as
doenças, as greves de professores.
Acresce que essas redes formais
estão organizadas de forma pouco
fl exível. Têm horários rígidos e,
portanto, não estão preparadas
para uma realidade em que há
cada vez mais pais a trabalhar,
por exemplo, ao fi m-de-semana
ou por turnos. Isto cria grandes
angústias. Quanto à rede informal,
a sociedade está cada vez mais
urbanizada e o apoio de amigos ou
vizinhos é cada vez mais diminuto.
Em relação aos avós, ainda há
algum apoio. Contudo, assistimos
a um adiar da idade da reforma,
o que signifi ca que as avós só
mais tarde estejam disponíveis.
E já não são as avozinhas que
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | PORTUGAL | 13
Joana Marques Vidal impede acordo no caso Remédio Santo
A procuradora-geral da República,
Joana Marques Vidal, emitiu ontem
uma directiva onde proíbe os pro-
curadores de realizarem acordos
em sentenças penais, uma solução
rara que foi esta semana sugerida
por alguns advogados no âmbito do
processo Remédio Santo. O tribunal
suspendeu por uma semana o julga-
mento dos 18 arguidos acusados de
burlar o Serviço Nacional de Saúde
em quatro milhões de euros, para
dar tempo às defesas de negociarem
com o Ministério Público.
Na quinta-feira, a PGR já divulga-
ra uma nota em que esclarecia que
“a hierarquia do Ministério Público
considera que o simbolismo do ca-
so, as fi nalidades de política criminal
envolvidas na sujeição dos arguidos
a julgamento, bem assim como a
circunstância de haver posições di-
vergentes no seio desta magistratura
quanto à questão dos acordos sobre a
sentença” determinam que esse não
deve ser o caminho, “até que se pro-
ceda a uma refl exão mais aprofunda-
da sobre a matéria, que permita ao
Ministério Público, no seu conjunto,
assumir uma posição unitária”.
Os advogados deste processo que
defenderam o acordo, Dantas Rodri-
gues e Artur Marques, lamentaram
ontem a directiva da PGR. “Foi um
golpe profundo numa solução que
Joana Marques Vidal proíbe procuradores de fazerem acordos em sentenças penais
não devia ser excluída por via admi-
nistrativa”, critica Artur Marques.
Ontem, Joana Marques Vidal, a
responsável máxima da estrutura
hierárquica do Ministério Público,
inviabilizou esta solução em qual-
quer caso, pondo fi m às orientações
contrárias por parte da Procuradoria
de Lisboa e da de Coimbra, que, em
2012, recomendavam aos magistra-
dos a ponderação destes acordos.
Estes implicavam que os arguidos
confessassem em julgamento os cri-
mes que lhes eram imputados após
negociar com o MP o limite máximo
da pena a aplicar. Ao juiz competiria
controlar e comprovar a validade e
a credibilidade da confi ssão e deter-
minar a pena concreta, dentro dos
limites acordados.
Sem se referir ao processo Remédio
Santo, a procuradora-geral diz que
“está em causa saber se, não existin-
do norma expressa no nosso ordena-
mento jurídico-penal, é admissível e
válido o acordo celebrado com o ar-
guido”. E argumenta: “Aceitando que
os acordos de sentença em processo
penal poderão constituir uma forma
alternativa de resolução dos confl i-
tos penais adequada à prossecução
de objectivos de justiça, celeridade,
simplifi cação e economia processual,
certo é que não existe no nosso or-
denamento jurídico norma expressa,
geral e abstracta, que os preveja e
da qual possam resultar requisitos e
pressupostos conformadores da sua
aplicação que respeitem princípios
constitucionais estruturantes do pro-
cesso penal, designadamente os prin-
cípios da legalidade e da igualdade”.
A PGR lembra ainda as divergências
entre posições assumidas por profes-
sores em direito penal e os tribunais
superiores sobre a admissibilidade
dos acordos de sentença. “A comple-
xidade jurídica da questão sugere a
necessidade de aprofundamento da
refl exão sobre a mesma, designada-
mente quanto à posição a assumir
pelo Ministério Público no âmbito
das suas atribuições no exercício
da acção penal”, lê-se na directiva.
Esta questão tem sido discutida
nos meios judiciais após, em 2011,
o reputado professor catedrático já
jubilado Figueiredo Dias ter publica-
do o livro Acordos sobre a Sentença
em Processo Penal — O Fim do Estado
de Direito ou um Novo Princípio. Pelo
menos dois tribunais, o de Ponta Del-
gada e o de Vouzela, homologaram
acordos deste tipo, tendo este último
sido anulado pelo Supremo Tribunal
de Justiça, por considerar que o “di-
reito processual português não admi-
te acordos negociados de sentença”.
JustiçaMariana Oliveira
Tribunais aceitaram pelo menos duas vezes este tipo de acordo. Um deles foi anulado pelo Supremo, por falta de base legal
A nomeação de D. António Francisco
dos Santos, bispo de Aveiro, para o
Porto foi conhecida ontem e deixou
os padres da Diocese de Aveiro des-
contentes, por considerarem, entre
outros aspectos, que o bispo deixa
trabalho a meio em Aveiro.
“A Santa Sé pensou na Diocese do
Porto, a nossa perde, sente-se em-
pobrecida. O sair dele deixa-nos al-
gumas interrogações, fi camos com
pena, mágoa. Nada fazia supor que
se fosse embora”, diz o padre João
Gonçalves, defendendo que “os bis-
Diocese de Aveiro descontente com ida de António Francisco dos Santos para bispo do Porto
pior há na Igreja”. O padre diz que
“D. António Francisco não termi-
nou a missão que lhe fora confi ada
em Aveiro” e que “não vai acres-
centar nada de especial no Porto”.
Contactado pelo PÚBLICO, man-
tém as críticas: “Cerca de um ano
para o Porto ter um bispo? Não é ad-
missível. É a maior diocese do país”,
afi rma. Acrescenta que D. António
Francisco estava a “unir os padres” e
que esse trabalho “não está pronto”:
“É um trabalho deixado a meio”.
Também D. António Francisco não
escondeu a surpresa: ”A decisão do
Santo Padre foi uma comunicação
inesperada”, disse, frisando, no en-
tanto, que se manifestou “disponível
para servir com alegria a diocese do
Porto”, sem esquecer a comunidade
aveirense, que serviu durante sete
anos. A data da tomada de posse de-
verá ser comunicada brevemente e
terá de ocorrer nos próximos três
meses. com Lusa
pos titulares das dioceses, em princí-
pio, não deviam ser mudados”.
O também responsável pelas cape-
lanias prisionais considera que “foi
um processo muito lento”: “O Porto
está sem bispo há cerca de nove meses
[desde a saída de D. Manuel Clemen-
te para patriarca de Lisboa]”, nota.
O padre Licínio Cardoso, tam-
bém de Aveiro, escreveu na pági-
na do Facebook um comentário
no qual criticava “o secretismo na
nomeação dos bispos, a exclusão
do povo de Deus na escolha do seu
pastor”, considerando um “sinal
claro e evidente daquilo que de
IgrejaMaria João Lopes
O próprio bispo foi apanhado de surpresa. Padres de Aveiro sentem “mágoa” e “pena” e criticam processo lento
D. António Francisco mostrou-se “disponível”, mas diz que nomeação foi “inesperada”
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14 | LOCAL | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
DANIEL ROCHA
Um plano de revitalização e propostas para travar a “degradação” do Areeiro
Um comerciante, uma professora de
Arquitectura do Instituto Superior
Técnico (IST) e dois moradores, um
deles arquitecto e a outra socióloga,
uniram esforços e apresentaram à
Câmara de Lisboa uma proposta para
que seja defi nido “um plano de re-
vitalização” para o território da an-
tiga freguesia de São João de Deus. O
objectivo é “inverter o processo de
abandono e degradação” da zona.
A iniciativa começou a ganhar for-
ma em Setembro de 2013, quando
os autores da proposta se juntaram
numa acção promovida pelo Movi-
mento de Comerciantes da Avenida
Guerra Junqueiro, Praça de Londres
e Avenida de Roma, por ocasião da
Semana Europeia da Mobilidade.
“Conhecemo-nos, começámos a fa-
lar e fi cámos com a sensação de que
era possível fazer qualquer coisa,
envolvendo instituições como o IST,
moradores e comerciantes”, explica
Carlos Moura-Carvalho, proprietário
da Mercearia Criativa.
Dois meses depois, a refl exão que
fi zeram deu origem a um documen-
to de oito páginas, que enviaram ao
presidente da câmara e ao vereador
do Urbanismo, Manuel Salgado. Ne-
le, Carlos Moura-Carvalho, Teresa
Valsassina Heitor, João Appleton e
Sandra Marques Pereira elencam os
pontos fortes da zona (entre eles o
seu valor histórico e arquitectónico e
a qualidade de construção), bem co-
mo os problemas de que sofre (como
o declínio populacional e o fecho de
lojas que dão lugar a outras, “desva-
lorizadoras”).
Aquilo que os quatro propõem é
que seja elaborado um documen-
to de “caracterização” da área da
“Avenida Guerra Junqueiro, Praça
de Londres, Avenida de Roma e vias
envolventes”, no seguimento do qual
se possam “identifi car os problemas-
chave que se devem enfrentar nas
propostas de revitalização e requa-
lifi cação” deste território.
“Não se pretende uma coisa acadé-
mica, mas sim participativa, acessí-
vel à maior parte das pessoas”, frisa
Carlos Moura-Carvalho, defendendo
que depois de concluído esse estudo
será possível passar à acção “no cur-
to prazo”. Poder-se-á até constituir,
diz Teresa Valsassina Heitor, toda a
zona ou apenas parte dela como um
projecto piloto, no quadro de uma
intervenção que poderá depois ser
alargada. A professora universitária
lamenta que esta área da cidade te-
nha vindo a ser “negligenciada” pe-
la câmara e sublinha que ela “teria
todas as condições” para se afi rmar
como um bairro urban friendly. No
fundo, aquilo que agora se pede ao
município, resume a socióloga San-
dra Marques Pereira, é que tenha
“uma visão antecipativa” que “pre-
vina o fi m de vida” da zona, passa-
das seis décadas da construção dos
primeiros edifícios e da fi xação dos
seus moradores originais.
A conversa com o PÚBLICO co-
meçou numa esplanada da Guerra
Junqueiro e prolongou-se por um
passeio demorado pelo território da
antiga freguesia de São João de Deus,
que se fundiu com a do Alto do Pina,
ganhando a designação de Areeiro.
Ao longo do caminho, foram várias
as paragens, boa parte das quais em
alguns dos muitos logradouros exis-
tentes no interior dos quarteirões.
Para esses espaços, muitos deles
transformados em parques de esta-
cionamento mais ou menos orde-
nados, não faltam ideias. “São áreas
com um enorme potencial”, sublinha
João Appleton, apontando a possi-
bilidade de criação no seu interior
de espaços de trabalho ou equipa-
mentos “úteis” para a comunidade
local, como por exemplo creches.
“Não têm de ser coisas impactantes,
intensivas”, apressa-se a explicar o
arquitecto, antecipando as críticas
que a sua proposta poderá gerar.
Hoje os logradouros, considera
João Appleton, “são tão pouco co-
nhecidos que nem são espaços pú-
blicos”. É por isso que o arquitecto
sugere que neles sejam feitas abertu-
ras, que possibilitem o seu atraves-
samento e a ligação entre diferentes
quarteirões. Como acontece já no Jar-
dim Fernando Peça, que une a Av.
de Roma e a João XXI, e cuja área
verde e parque infantil têm grande
procura. “Os logradouros não são do
conhecimento geral do passante, são
um elemento a explorar”, corrobora
Teresa Valsassina Heitor.
A arquitecta e professora diz ainda
que “o ambiente de traseiras” que
existe nesses espaços “hoje não é
hostil, tornou-se confortável”, com
os seus elementos da vida doméstica,
incluindo a roupa a secar.
Outra hipótese colocada pelo gru-
po é a de os edifícios desta zona se-
rem repensados, por exemplo estu-
dando-se a hipótese de divisão dos
fogos de grandes dimensões, para
atrair novos e diversos moradores.
E, acrescenta Sandra Marques Perei-
ra, promovendo-se a “refuncionali-
zação” de algumas áreas, como os
antigos quartos das criadas que para
muitos já não farão hoje sentido.
As “propostas a explorar” incluem
também o estudo da vulnerabilidade
sísmica dos edifícios e dos revesti-
mentos e acabamentos decorativos
presentes nas suas fachadas e interio-
res, “tendo em vista a sua conserva-
ção e manutenção”.
“É uma zona com uma qualidade
urbanística e arquitectónica que in-
teressa preservar”, resume Teresa
Valsassina Heitor, lembrando que
foi neste território de Lisboa que “o
modelo de vida moderna urbana” foi
posto em prática pela primeira vez
numa perspectiva de bairro.Autores da proposta dizem que esta área “tem sido negligenciada”
Uma zona que precisa de “uma visão antecipativa”, para prevenir o seu “fim de vida” aos 60 anos
A criação de ligações entre os quarteirões através dos logradouros e a construção nesses espaços de equipamentos são algumas das propostas de um grupo de residentes e trabalhadores nesta zona de Lisboa
CidadaniaInês Boaventura
Londres na assembleia municipal
A petição lançada pelo Movimento de Comerciantes da Avenida Guerra Junqueiro, Praça
de Londres e Avenida de Roma em defesa da transformação do antigo Cinema Londres num pólo cultural vai ser discutida na Assembleia Municipal de Lisboa na terça-feira. Carlos Moura-Carvalho, um dos rostos do movimento, acredita que se o plano de revitalização agora proposto (e que a câmara disse aos seus autores estar a avaliar) fosse já uma realidade, a hipótese de o antigo cinema ser transformado numa loja de produtos chineses poderia nem sequer ter emergido. As obras para ali instalar aquela loja foram suspensas pelos proprietários do cinema, na sequência da polémica ocorrida no mês passado.
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | LOCAL | 15
DANIEL ROCHA
A câmara fornece refeições a 600 crianças e agora vai também apoiar os pais
Há pouco mais de um ano, com o
aprofundar da crise social, o exe-
cutivo da Câmara de Elvas tomou
uma opção: mobilizou as suas ca-
pacidades fi nanceiras e humanas
para suster o drama da fome que
era transversal a largos extractos da
população, e aprovou o fornecimen-
to de duas refeições diárias a quase
600 crianças residentes no conce-
lho do Norte alentejano. Mas já não
está a conseguir atender a todos os
pedidos.
Na altura, Rondão de Almeida, pre-
sidente da autarquia, confi denciava
ao PÚBLICO como lhe era “penoso”
o dia de terça-feira, quando recebia
os cidadãos que lhe iam expor os
seus problemas. “As pessoas entram
no meu gabinete e começam logo a
chorar”, contou.
Há um ano, o autarca já dizia que
o “fl agelo da miséria” era cada vez
maior. Hoje, Nuno Mocinha, que
substituiu Rondão de Almeida na
presidência da câmara, lança “um
SOS” ao Governo e ao país, para que
São cada vez mais os agregados familiares com carências alimentares
encarem a crise social com a emer-
gência que se impõe. “A situação é
mesmo dramática”, garante.
Há um ano, a autarquia aprovou
o fornecimento de duas refeições a
quase 600 alunos subsidiados nos es-
calões A e B. Estes continuam a rece-
ber apoio alimentar que, a partir do
próximo mês de Março, será exten-
dido a cerca de 200 adultos, na sua
maioria pais das criançajá apoiadas.
É o projecto Abraço Solidário.
“Estamos a assistir a um profundo
agravamento da crise social”, cons-
tata Nuno Mocinha, revelando um
dado preocupante: “Até as pessoas
que ajudavam os mais pobres deixa-
ram de poder ajudar”.
Estes projectos juntam-se a outros
25 que a autarquia de Elvas disponi-
biliza aos sectores mais carenciados
da população, do nascimento até à
terceira idade. O autarca destaca as
comparticipações no pagamento
de bolsas de estudo ou no apoio ao
emprego que presta a cerca de 600
jovens, ocupando-os em actividades
de interesse público pelo salário de
250 euros mensais, “evitando assim
que eles fujam para o litoral”.
No caso dos idosos, a autarquia
assegura 75% dos encargos que su-
portam com a medicação “para
não terem que optar entre o pagar a
água, a luz ou os remédios” e é ainda
dado apoio “a cerca de 300 pesso-
as” que não auferem o rendimento
social de inserção ou o subsídio de
desemprego.
Um tal volume de compromissos
“pesa cada vez mais nas contas da
autarquia”, salienta Nuno Mocinha,
reconhecendo que está a tornar-se
“cada vez mais difícil” manter os
montantes para o apoio social. As
difi culdades não param de aumen-
tar, ao mesmo tempo que as recei-
tas próprias descem “com a perda da
actividade económica, sobretudo no
imobiliário e nas taxas associadas ao
urbanismo que neste momento são
zero”, revela o autarca. E exemplifi ca
com o Imposto Municipal para Imó-
veis (IMI) cujo aumento foi inferior
a 200 mil euros.
A câmara “já não tem capaci-
dade para continuar a substituir o
Estado nas suas funções”, sublinha
o autarca. Nos diversos programas
de apoio social o município investe,
neste momento, “cerca de oito mi-
lhões de euros por ano, uma verba
que representa 60 por cento” das
transferências do Estado.
ElvasCarlos Dias
A autarquia gasta quase oito milhões de euros por ano em apoio social e diz já não ter capacidade para manter esta ajuda
“Após nove anos de concertos, par-
tilhas, noites mágicas, cumplicida-
des”, o Ondajazz vai “fechar as suas
portas por não conseguir mais fazer
face a uma política agressiva que des-
preza a cultura”. O anúncio foi feito
no Facebook ofi cial deste bar-restau-
rante que tem vivivo sob o mote da
música ao vivo no bairro de Alfama.
“Até ao fi m, mantivemos a nossa li-
nha de conduta perante a música e
a cultura”, escrevem.
Uma das fundadoras do espaço,
Corinne Riou, resumiu entretanto
à Lusa que o encerramento é “por
causa da crise”. “Estamos em esfor-
ço há muito tempo e a crise, o po-
der de compra e a subida do IVA na
hotelaria e na cultura também não
ajudam qualquer pequeno negócio
sem apoio”, refere Riou.
No final de Fevereiro, o clube
despede-se com um “último con-
certo”, mas mantém a programação
prevista ao longo do mês. “Iremos
dar o nosso melhor para manter a
programação a que habituámos os
nossos clientes, aproveitando para
nos irmos despedindo das pessoas
que ao longo destes anos todos aju-
daram a fazer do Ondajazz o que é
hoje”, referem.
Entre agradecimentos ao público,
músicos e equipa da casa, resume-se
a quase década de vida da casa como
uma “maravilhosa aventura”.
O Ondajazz abriu em Outubro de
2004, projecto de Victor Felizardo,
Thierry e Corinne Riou. Entre mú-
sica ao vivo, copos e refeições, o
clube viveu sempre sob o mote do
jazz, embora com “uma visão am-
pla” deste género musical, incluindo
na sua programação “as músicas do
mundo”, as “sonoridades africanas
e orientais ou os ritmos latinos”. Pe-
lo seu palco passaram artistas como
Mário Laginha, Maria João, Bernardo
Sassetti, entre outros.
Com o jazz a calar-se no Ondajazz,
o espaço, segundo Corinne Riou, de-
verá mudar de mãos em breve, tor-
nando-se a nova casa de fados do
bairro onde este género musical é rei.
Há cerca de um ano, outro clube de-
dicado ao jazz fechou, o Catacumbas
Jazz Bar, no Bairro Alto.
Crise obriga Ondajazz a fechar portas em Lisboa
BaresLuís J. Santos
O encerramento do clube de Alfama está marcado para 28 de Fevereiro e o espaço deverá tornar-se uma casa de fado
Breves
Campo de Santana
LIsboa
Juntas querem esquadra da PSP no edifício do antigo TIC
Jardineiros pararam porque a câmara não pagou gás dos banhos
As Juntas de Freguesia de Santo António e de Arroios, em Lisboa, querem uma esquadra da PSP nas antigas instalações do Tribunal de Instrução Criminal, na Rua Gomes Freire. A proposta foi feita quarta-feira numa das três reuniões realizadas esta semana entre a PSP, o Ministério da Administração Interna, a câmara e os 24 presidentes de junta de Lisboa para discutir o polémico projecto que prevê o fecho de 11 esquadras na capital. Vasco Morgado, presidente da Junta de Santo António, diz que essa seria uma boa solução face ao encerrameno das esquadras do Rato e da Rua de Santa Marta, ambas “sem quaisquer condições”. O autarca do PSD apoia o previsto fecho das esquadras porque assim “haverá mais polícia na rua”.
Os cerca de 120 trabalhadores da Câmara de Lisboa que prestam serviço nos jardins não saíram para a rua durante três dias em protesto contra o facto de não poderem usar os balneários. Devido a uma dívida de 12 mil euros, o fornecedor de gás suspendeu a entrega de botijas, situação que implicou, no início da semana, a falta de água quente no posto do Departamento de Espaços Verdes do Parque Eduardo VII, informou o sindicato. Em resposta, e antes que o mesmo ocorresse nos outros cinco postos da cidade, os jardineiros decidiram permanecer nos postos sem trabalhar no exterior. A Câmara de Lisboa confirmou o caso, mas disse que o problema foi resolvido na quinta-feira, sem explicar o motivo da falta de gás.
“Estamos a assistir a um profundo agravamento da crise social”, diz Nuno Mocinha, presidente da câmara
16 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
Reforço de 1000 novos inspectores tributários preso por reclamações
Fisco ainda está a analisar alegações dos candidatos, que esperam há dois meses por novidades em relação ao processo. Foram detectados erros no exame de admissão. Finanças não prevêem repetição das provas
PEDRO CUNHA
Troika tinha exigido inicialmente ao Ministério das Finanças que o recrutamento fosse concluído em 2013
O recrutamento de 1000 novos ins-
pectores do fi sco, inicialmente pre-
visto para 2013 e adiado para o início
deste ano, continua por concluir. A
Autoridade Tributária e Aduaneira
(AT) está desde o fi nal do ano pas-
sado a analisar reclamações dos
candidatos, que fi zeram os exames
em Novembro. Têm sido levantadas
dúvidas em relação ao processo,
relacionadas nomeadamente com
erros nas provas e os requisitos de
admissibilidade ao concurso.
Este reforço foi uma medida exi-
gida pela troika e, no relatório da
Comissão Europeia das oitava e no-
na avaliações ao programa de ajus-
tamento, estabelecia-se como prazo
para conclusão o fi nal de 2013, aler-
tando-se já nessa altura para “atrasos
nos objectivos de aumento do núme-
ro de inspectores”. No Orçamento do
Estado para 2014, que já era conheci-
do quando Bruxelas deixou esse avi-
so, o Governo previa ter o processo
concluído no início deste ano.
A AT abriu o concurso ainda em
Novembro de 2012 para preencher
900 vagas nas áreas de economia,
gestão, contabilidade e auditoria,
80 de informática e 20 de estatística,
prevendo um período de um ano de
estágio. As provas de admissão acon-
teceram um ano depois, entre 23 e
30 de Novembro do ano passado. O
fi sco tinha, no máximo, dez dias úteis
para publicar as classifi cações preli-
minares, mas fê-lo em apenas dois.
Desde esse dia, os candidatos não re-
ceberam novas informações.
O regulamento previa dez dias úteis
para a apresentação de reclamações
(ou seja, até 17 de Dezembro). A partir
daí, iniciou-se a análise das alegações,
processo que o Ministério das Finan-
ças diz ainda estar a decorrer. Através
do gabinete de imprensa, a tutela res-
pondeu apenas que as reclamações
em causa são de ordem técnica e ad-
ministrativa, mas não concretizou o
seu teor. Também não esclareceu o
número exacto de reclamações, limi-
tando-se a garantir que a AT recebeu
“menos de uma centena”.
À Associação dos Profi ssionais da
Inspecção Tributária (APIT) têm che-
gado dúvidas e pedidos de informa-
ção, referiu o presidente, Nuno Bar-
possível rasurar, utilizar corrector ou
escrever qualquer outro símbolo que
não fosse um X. Ou seja, os candida-
tos que eventualmente se enganaram
por causa da repetição de respostas
já não puderam voltar atrás.
Há ainda outra incorrecção na per-
gunta nove: o código da conta rela-
tivo a depreciações de equipamento
administrativo está errado (deveria
ser 435 e foi identifi cado como 434).
O PÚBLICO não conseguiu apurar se
erros idênticos ocorreram noutras
versões da prova e nos exames das
outras áreas funcionais.
Se a AT considerar válidas even-
tuais reclamações relacionadas com
estes casos, as classifi cações poderão
ter de ser revistas. Questionado sobre
a possibilidade de as provas serem
repetidas, as Finanças adiantaram
que “nada aponta ou indicia para a
realização de novos exames”.
De acordo com a lista preliminar
de classifi cação, o número de can-
didatos aprovados fi cou aquém dos
1000 novos inspectores que se pre-
tende recrutar. A tutela de Maria Luís
Albuquerque explicou que, como o
processo de selecção ainda não che-
gou ao fi m, “não é possível afi rmar
da existência, ou não, de vagas” que
justifi quem a abertura de um novo
concurso, seja interno ou externo.
A APIT reuniu-se em Outubro
com a ministra das Finanças e com
o secretário de Estado dos Assuntos
Fiscais, Paulo Núncio, que transmiti-
ram “o interesse em ver os inspecto-
res a entrar no primeiro trimestre”,
disse o presidente da associação. No
entanto, Nuno Barroso acredita que
tal só será possível “no fi nal de Abril
ou em Maio”. O relatório de Bruxelas
sobre a décima avaliação, conheci-
do na quinta-feira, já admitia que os
inspectores só venham a estar no ter-
reno nos “próximos meses”. Ques-
tionado sobre o calendário previsto,
o ministério não respondeu.
Fisco Raquel Almeida Correia e Pedro Crisóstomo
Ministério das Finanças. A dúvida é se
houve inscrições de pessoas que tra-
balham para o Estado, mas que estão
a prazo ou com contratos individuais
de trabalho (o que não as equipara a
funcionários públicos).
Incorrecções no enunciadoO PÚBLICO comprovou que existem
dois erros no enunciado de uma das
versões da prova realizada a 30 de
Novembro pelos candidatos a inspec-
tores do ramo de economia, gestão
ou contabilidade e auditoria. Em cau-
sa está a questão número três, onde a
resposta B está repetida, tendo sido
“colada” à parte fi nal da resposta A,
que era a correcta.
Um dos inscritos contou ao PÚBLI-
CO que o aviso para ignorarem a se-
gunda parte da resposta só aconteceu
perto do fi nal do exame, “a menos
de meia hora do fi m”. A prova teve a
duração de duas horas e 15 minutos.
E, nas folhas de respostas, não era
roso, que preferiu não dar pormeno-
res sobre a natureza destes contactos.
Num blogue dirigido a inspectores
tributários, têm-se igualmente acu-
mulado comentários sobre o concur-
so. Há candidatos que se interrogam
sobre a demora na publicação da lista
de classifi cação defi nitiva, que só será
conhecida quando terminar o proces-
so de análise das reclamações.
Uma das questões diz respeito
à admissibilidade dos candidatos,
visto que o concurso é destinado a
funcionários públicos com contrato
por tempo indeterminado. Aliás, para
serem admitidos, tinham de assinar
uma declaração, sob compromisso de
honra, a atestar o vínculo ao Estado.
Mas, de acordo com as regras, a verifi -
cação destas declarações só acontece
numa última fase, depois de publica-
da a lista fi nal de classifi cações. Só
nessa altura é que “os candidatos que
não comprovem reunir este requisito
serão retirados da lista”, explicou o
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | ECONOMIA | 17
O envio de trabalhadores para o sis-
tema de requalifi cação (a nova desig-
nação da mobilidade especial) só se
iniciará a partir de Abril, quando os
programas de rescisões amigáveis
em curso encerrarem, e quatro me-
ses depois da sua entrada em vigor.
A data consta do relatório da décima
avaliação do programa português,
divulgado na quinta-feira pela Co-
missão Europeia (CE).
O novo sistema de requalifi cação,
para onde são enviados os trabalha-
dores que estão a mais nos serviços e
organismos públicos, está em vigor
desde o início de Dezembro de 2013,
“porém, a implementação do siste-
ma só começa a partir de 1 de Abril”.
Isso, alerta Bruxelas, “representa um
atraso de um trimestre”, face ao pra-
zo estabelecido pelo Governo.
O PÚBLICO apurou que este com-
passo de espera está relacionado
com os programas de rescisões dos
professores e dos técnicos superiores
que estão a decorrer. O entendimen-
to é que só depois de estes progra-
mas encerrarem — o que acontecerá
a 28 de Fevereiro, no caso dos profes-
sores, e a 30 de Abril para os técni-
cos superiores — os serviços estão em
condições de avaliar em que áreas
e sectores poderá ser necessário fa-
zer mais ajustamentos no quadro de
pessoal. No caso dos trabalhadores
menos qualifi cados, porém, o Gover-
no já manifestou intenção de lançar
um novo programa de rescisões no
segundo trimestre do ano.
No relatório da CE, não se explica
por que razão o sistema só começa a
ser aplicado quatro meses depois da
entrada em vigor. As Finanças tam-
bém não esclarecem as razões nem
consequências do atraso.
A requalifi cação é o regime que
substitui a mobilidade especial e
destina-se aos trabalhadores que
não têm lugar nos serviços em pro-
cesso de reorganização ou de racio-
nalização de efectivos. A selecção é
feita com base na avaliação do de-
sempenho ou competências profi s-
sionais.
Na requalifi cação, os trabalhado-
res recebem, nos primeiros 12 me-
ses, 60% do salário, não podendo
Novo regime de mobilidade na função pública só arranca em Abril
RequalificaçãoRaquel Martins
O Governo quer avaliar o impacto dos programas de rescisões amigáveis, antes de recorrer ao sistema de requalificação
Com apenas duas avaliações regu-
lares ao programa de resgate fi nan-
ceiro por cumprir, o Banco Central
Europeu (BCE) decidiu mudar o seu
representante máximo na troika. O
economista alemão Rasmus Rüff er,
que liderava a equipa da autorida-
de monetária para Portugal desde o
início, foi substituído pela belga Isa-
bel Vansteenkiste, anunciou ontem
o BCE, no segundo dia de trabalhos
da 11.ª avaliação dos credores. É a
quarta mudança de “rostos” da troi-
ka desde 2011.
Rüff er era, dos três chefes de mis-
são da troika (onde estão ainda as
delegações da Comissão Europeia e
do Fundo Monetário Internacional),
o único que se mantinha nestas fun-
ções desde o início da aplicação do
programa negociado por Portugal pa-
ra receber o empréstimo de 78 mil
milhões de euros.
Isabel Vansteenkiste já está em
Portugal, tendo assumido o lugar
de Rüff er na avaliação da troika que
começou na quinta-feira. A seu lado
estão Jonh Berigan (Comissão Eu-
ropeia) e Subir Hall (FMI), que são
chefes de missão desde Setembro.
Na nota à imprensa onde anuncia a
saída de Rüff er a menos de três meses
de terminar o resgate, o BCE nada
diz sobre as razões desta dança de
cadeiras.
Vansteenkiste chega à troika sem
que o Governo tenha tomado uma
posição formal quanto à modalida-
de de saída do resgate, decisão que o
executivo remete para Abril ou Maio.
Pelas responsabilidades que desem-
penha no BCE, o acompanhamento
das políticas económicas dos países
da zona euro está no centro das atri-
buições da economista.
Vansteenkiste trabalha no BCE des-
de 2002 e é a responsável pela divisão
responsável pela supervisão dos paí-
ses da União Europeia na Direcção-
Geral de Economia do BCE. É neste
departamento que são acompanha-
dos os “processos de ajustamento na
zona euro”. Antes, liderou a divisão
de Análise de Política Internacional,
onde era responsável pela prepara-
ção das posições políticas, pela aná-
lise económica e fi nanceira global, e
Saída de chefe da missão do BCE foi a quarta mudança na troika desde 2011
pelos assuntos relacionados com po-
lítica monetária internacional. É for-
mada em Economia na Universidade
Católica de Louvain, na Bélgica, onde
viria a estudar Economia Aplicada e
a concluir o doutoramento.
Com esta substituição, já não resta
nenhum dos representantes máximos
da equipa inicial do FMI, Comissão
Europeia e BCE. Nos quase três anos
percorridos desde o pedido de assis-
tência fi nanceira, o fundo já alterou
duas vezes os seus representantes e a
Comissão Europeia fê-lo uma vez.
O primeiro encontro de Vanste-
enkiste com os parceiros sociais e os
deputados da comissão parlamentar
de acompanhamento do programa
de resgate acontecerá na próxima
quarta-feira, 26 de Fevereiro.
Finanças públicasPedro Crisóstomo
Isabel Vansteenkiste substituiu Rasmus Rüffer. Dança de cadeiras na troika foi uma constante, mas esta é a primeira mudança do BCE
BCE com lucrode 1440 milhões
OBanco Central Europeu apresentou lucros de 1440 milhões de euros em 2013, mais 45% do que
em 2012. Deste montante, dois terços, o equivalente a 962 milhões de euros, resultam do rendimento líquido associado à compra de títulos de dívida por parte da autoridade monetária.
Do lucro apurado, 1430 milhões foram distribuídos pelos bancos centrais nacionais, onde se inclui o Banco de Portugal. Quando, no ano passado, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução sobre o relatório anual do BCE (ainda de 2011), a ausência de uma referência explícita aos lucros do BCE com a compra de dívida dos países em dificuldade gerou controvérsia, levando a eurodeputada portuguesa Marisa Matias (relatora do texto) a retirar o seu nome do documento e a votar contra a resolução.
Com os proveitos obtidos através da participação no total de notas de euro em circulação, o banco central totalizou 406 milhões de euros, menos 35% do que em 2012, ano em que este montante chegou aos 633 milhões de euros. Um envelo-pe financeiro de 400 mil euros foi destinado pelo Conselho do BCE como provisão para cobrir eventuais riscos. P.C.
MÁRIO AUGUSTO CARNEIRO
Programa de requalificação está com atraso face às metas da troika
exceder 1258 euros, e estão sujeitos
a um plano de formação para tenta-
rem requalifi car-se e voltar a traba-
lhar noutros organismos do Estado.
Passado um ano, passam a receber
40% do salário, com o limite de 838
euros.
Na proposta inicial, o Governo
previa que, após um ano em requa-
lifi cação, todos os trabalhadores —
excepto os nomeados — podiam ser
despedidos. O diploma revogava
uma norma de 2008 que protegia a
maioria dos funcionários públicos
dos despedimentos, mas o Tribunal
Constitucional chumbou a proposta
e o Ministério das Finanças foi obri-
gado a rever a proposta.
Embora o novo regime só comece
a ter efeitos no terreno a partir de
Abril, os seus efeitos afectam os tra-
balhadores que já estavam na mobi-
lidade especial. Desde Dezembro, as
suas remunerações tiveram um cor-
te, impacto sentido principalmente
pelos que já estavam há mais de um
ano em mobilidade. Até então, rece-
biam 50% do salário, tendo passado
a receber 40%.
No fi nal de 2013, havia 1127 funcio-
nários públicos na mobilidade espe-
cial, mas no início do processo che-
garam a estar inactivos perto de três
mil trabalhadores. O Governo nunca
concretizou quantas pessoas serão
abrangidas pelo novo regime.
Sindicatos contra corte permanente
PS exige esclarecimentos ao primeiro-ministro
Os sindicatos alertam que os salários dos trabalhadores do Estado já sofreram “uma desvalorização violenta”
nos últimos anos e rejeitam novos cortes ou que eles se tornem definitivos.
De acordo com o calendário estabelecido com os credores, o Governo compromete-se a debater já na décima primeira avaliação, que se iniciou na quinta-feira, os avanços em matéria da reforma do sistema de pensões.
Até Junho, vai apresentar uma revisão dos suplementos pagos aos trabalhadores do Estado e até Dezembro, serão feitas mudanças na tabela salarial única. Segundo o relatório feito por Bruxelas, o objectivo é que
a revisão dos suplementos e da tabela salarial substituam os cortes nos salários que estão em vigor.
Ouvidos pelo PÚBLICO, os sindicatos contestaram, sem excepção, a disposição do executivo, assinalando a contradição face ao discurso oficial do Governo, que reitera a imagem de que a situação económica do país está a melhorar.
Eurico Brilhante Dias, membro do Secretariado Nacional do PS, reiterou que “é urgente e exigível que o primeiro-ministro responda que acordo fez com a troika para mais cortes nos salários da função pública e nas pensões e que cortes são definitivos”.
18 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
Autarquias discordam do modelo de alienação pública
Todos os municípios accionistas dos
sistemas multimunicipais de trata-
mento de resíduos urbanos vão con-
testar em tribunal a privatização da
EGF – Empresa Geral do Fomento,
disse ao PÚBLICO o presidente da
Câmara de Barcelos (accionista da
Resulima), Miguel Costa Gomes.
A “posição unânime” das autar-
quias foi assumida na quinta-feira,
numa reunião da Associação Na-
cional dos Municípios Portugueses
(ANMP) promovida especifi camente
para debater o tema da privatização
da EGF. No encontro estiveram pre-
sentes mais de 70 autarcas e repre-
sentadas as 11 concessionárias dos
sistemas multimunicipais (que reú-
nem 174 municípios, de todos os qua-
drantes políticos), que gerem 60% do
lixo urbano do país.
Debateram-se as “consequências e
difi culdades do processo de privatiza-
ção” e constatou-se que “o ministro
[do Ambiente, Jorge Moreira da Silva],
ouviu, mas não respondeu” às preo-
cupações dos municípios sobre a pri-
vatização da EGF, disse Costa Gomes.
A posição consensual foi, por isso,
que “todos irão contestar a privatiza-
ção do ponto de vista jurídico, mas
também do ponto de vista político”,
sublinhou o presidente da Câmara de
Loures, Bernardino Soares. As for-
mas de actuação na esfera política
“estão ainda a ser defi nidas”, disse o
autarca de Loures, município que é
Câmaras contestam nos tribunais a privatização da EGF
accionista da Valorsul, o activo mais
importante da EGF.
Frisando que “há municípios que,
por ideologia política, até admitem a
entrada de capital privado nas suas
concessionárias”, a vice-presidente
da Câmara do Barreiro (município
que é accionista da Amarsul, que re-
úne os municípios da margem sul
do Tejo e é a quarta maior empresa
do sistema), Sofi a Martins, assegura
que nenhum aceita é que o contro-
lo passe para um privado. “O que é
unânime é que todos querem que
pelo menos 51% do capital das em-
presas permaneça no domínio pú-
blico”, referiu.
Lembrando que os municípios têm
a “dupla condição de accionistas e de
clientes das concessionárias”, Sofi a
Martins lamenta que o modelo de
privatização escolhido (que admite
que as câmaras vendam ao mesmo
preço que o Estado, mas não dá às
concessionárias a possibilidade de
adquirirem a maioria do capital) lhes
retira qualquer margem de interven-
ção sobre decisões de gestão e de in-
vestimento que vão ter refl exos nas
tarifas que cobram aos munícipes.
Embora a decisão de contestar a
privatização da EGF tenha sido toma-
da no âmbito das autarquias e não da
ANMP, a associação pediu na quarta-
feira uma nova reunião a Jorge Mo-
reira da Silva, embora “sem grandes
expectativas”. “Os argumentos são
os mesmos que já apresentámos ao
ministro, é apenas uma tentativa de
esgotar todas as vias de diálogo”, dis-
se Miguel Costa Gomes.
Em aberto está a possibilidade de
as acções judiciais partirem indivi-
dualmente dos municípios ou das
diferentes concessionárias, mas fi ca
excluída uma acção conjunta devido
à diversidade das diferentes formas
contratuais existentes no sistema.
PEDRO CUNHA
Um total de 174 câmaras dos quatro partidos autárquicos une-se contra venda da empresa pública que gere os lixos urbanos
Faria de Oliveira antecipa “consequências negativas”
A Associação Portuguesa de Ban-
co (APB), presidida por Faria de
Oliveira, avisou que a redução das
taxas interbancárias cobradas aos
comerciantes, aprovadas pelo Co-
mité dos Assuntos Económicos do
Parlamento Europeu na quinta-feira,
vai ter “consequências negativas” e
implicará uma “inevitável busca de
fi nanciamento junto de outros seus
benefi ciários”.
Em comunicado enviado nesta
sexta-feira, a APB diz que o actual
sistema de fi nanciamento dos paga-
mentos com cartões bancários no
retalho e serviços “já é defi citário”
e, além de um “impacto negativo no
desenvolvimento de sistemas de pa-
gamentos português”, acabará por
ser “desfavorável aos interesses dos
consumidores”.
No fi nal do ano passado, Faria
de Oliveira já tinha admitido que o
sector poderia começar a cobrar co-
missões pelos levantamentos e paga-
mentos através das caixas Multiban-
co (actualmente proibidas por lei).
Outra alternativa pode ser o aumento
do preço de emissão dos cartões.
Também a Federação Bancária Eu-
ropeia (FBE) já tomou posição, defen-
dendo que “a redução drástica” das
taxas pagas pelos comerciantes “é
uma ameaça à inovação e segurança
Bancos admitem que redução das taxas sobre os cartões vai ter custos para os consumidores
nas transacções com cartões”. Para a
federação, a redução não vai benefi -
ciar os consumidores. Guido Ravoet,
director da FBE, diz mesmo que, “em
vez dos comerciantes, serão os con-
sumidores a pagar a conta”.
Em comunicado envido à impren-
sa, a associação apela aos promoto-
res da iniciativa para “ponderarem”
devidamente o alcance da medida,
e considera ainda irrealista o prazo
de implementação, de um ano, lem-
brando que a introdução do merca-
do integrado para as transferências
a crédito e débitos directos (SEPA)
levou dez anos a concretizar.
A regulamentação será votada pelo
Parlamento Europeu em Abril, mas já
foi aprovada com os votos de 26 de-
putados (num total de 33 presenças)
do Comité de Assuntos Económicos.
Com a discussão política concluída,
há grande probabilidade de as novas
regras serem aplicadas. Em causa es-
tá a adopção de limites máximos das
taxas até 0,2% ou sete cêntimos no
caso dos cartões de débito, e de 0,3%
nos cartões de crédito.
Unicre esclareceContactada pelo PÚBLICO, a Unicre,
empresa portuguesa especializada na
gestão e emissão de cartões, adianta
que não vai comentar “o desejo dos
decisores políticos de imporem pre-
ços defi nidos administrativamente
para os pagamentos que a Unicre
tem de fazer”.
A empresa esclarece que “presta
serviços aos comerciantes que acei-
tam os pagamentos com cartões e
aos emissores dos cartões, nacionais
e estrangeiros, cujos clientes preten-
dem pagar as suas compras dessa for-
ma”. E que “presta um serviço aos
comerciantes e aos consumidores,
e aos bancos destes, assumindo co-
mo custos os pagamentos que tem
de fazer à Visa, Mastercard, etc., aos
processadores dos fl uxos de informa-
ção e aos emissores, que assumem o
risco da facturação”.
A Comissão Europeia acredita que
a adopção de tectos vai permitir ao
grande comércio obter ganhos ope-
racionais na ordem dos 3000 mi-
lhões de euros anuais. Estas comis-
sões custam ao sector mais de dez
mil milhões de euros por ano.
O comércio reclama, há muito,
uma redução das taxas e ontem,
ao PÚBLICO, Ana Isabel Trigo de
Morais, presidente da Associação
Portuguesa das Empresas de Dis-
tribuição (APED), dizia que o novo
regulamento é “uma primeira vitó-
ria do comércio europeu a favor dos
consumidores”.
PagamentosRosa Soares, Ana Rute SilvaParlamento Europeu aprovou regulamentação que reduz a taxa a pagar pelos comerciantes. Banca está contra A construtora aeronáutica brasilei-
ra Embraer vai criar um centro de
engenharia e tecnologia, nas suas
instalações em Évora, para o desen-
volvimento de peças e estruturas
em materiais compósitos, prevendo
a contratação de cerca de 20 enge-
nheiros.
O protocolo para a criação do
centro foi assinado ontem, em
Évora, entre a empresa, a Agência
para o Investimento e Comércio
Externo de Portugal (AICEP) e o
Instituto do Emprego e Formação
Profi ssional (IEFP), na presença do
ministro da Economia, António Pi-
res de Lima.
O novo centro da Embraer “vai,
inicialmente, dedicar-se a projectar
peças em materiais compósitos”, ex-
plicou o vice-presidente da empre-
sa para a Tecnologia e Engenharia,
Mauro Kern.
“O projecto de peças em materiais
compósitos é muito ligado às tecno-
logias produtivas, então faz todo o
sentido que nós tenhamos um nú-
cleo de engenharia, de alta compe-
tência, instalado muito próximo da
nossa operação industrial”, disse o
responsável.
O responsável indicou que o cen-
tro de engenharia e tecnologia da
empresa deve abrir “ainda este ano”
e que o processo para a contratação
de engenheiros vai arrancar “por
volta da metade do ano ou até an-
tes”. “A nossa intenção é contratar
o máximo possível de pessoas da re-
gião”, tal como já acontece no cen-
tro do mesmo género nos Estados
Unidos, disse.
As fábricas de Évora da Embraer,
a terceira maior construtora aero-
náutica do mundo, começaram a
laborar em Julho de 2012 e foram
inauguradas a 21 de Setembro do
mesmo ano pelo Presidente da Re-
pública, Cavaco Silva. As unidades,
uma de estruturas metálicas (par-
tes de asas) e outra de materiais
compósitos (componentes para
caudas), representaram um inves-
timento de quase 180 milhões de
euros. Nas duas unidades fabris,
são construídas peças para o novo
avião executivo Legacy 500 e para a
aeronave militar KC-390. Lusa
Embraer cria centro de engenharia em Évora
Desenvolvimento
Companhia brasileira centra atenções nos materiais compósitos e prevê a contratação de 20 engenheiros
Reforma do EstadoAna Brito
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | ECONOMIA | 19
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2014
PSI 20 INDEX 0,73 7228,49 149182100 7206,66 7228,49 7170,03 2,12 10,21ALTRI 1,36 2,77 221274 2,74 2,77 2,74 2,98 23,48BANIF 0,8696 0,01 66510015 0,01 0,01 0,01 -0,86 10,48BPI -0,12 1,67 1846273 1,68 1,69 1,66 6,11 37,01BCP 0,99 0,19 49546767 0,19 0,19 0,19 1,32 16,23BES 1,28 1,35 9386557 1,35 1,36 1,33 7,95 29,74COFINA -1,11 0,62 427371 0,63 0,64 0,62 -2,32 24,55EDP 1,08 2,99 5048562 2,96 2,99 2,95 2,00 11,99EDP RENOVÁVEIS 0,32 4,64 984154 4,63 4,69 4,58 4,52 20,20ESFG -0,85 4,80 21387 4,84 4,86 4,72 -0,80 -1,19GALP ENERGIA 1,06 11,91 768988 11,82 11,95 11,82 4,15 -0,04J. MARTINS 0,15 13,03 476476 13,04 13,11 12,95 -2,58 -8,34MOTA-ENGIL 2,35 5,06 278729 4,98 5,09 4,98 1,10 17,05PT 0,06 3,23 5667696 3,24 3,25 3,19 -1,88 2,28PORTUCEL 0,51 3,17 164638 3,15 3,17 3,14 0,61 8,76REN -0,41 2,70 65404 2,72 2,72 2,70 1,16 20,64SEMAPA 0,59 10,32 78455 10,32 10,35 10,29 2,04 26,67SONAECOM -7,07 2,24 865072 2,38 2,38 2,16 -3,80 -13,00SONAE IND. 3,34 0,87 812318 0,84 0,87 0,84 6,21 53,82SONAE 1,75 1,28 4949141 1,26 1,29 1,25 2,28 22,02ZON OPTIMUS 1,12 5,41 1062823 5,34 5,41 5,24 2,10 0,19
O DIA NOS MERCADOS
Acções
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juroEuribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BANIF 66.510.015BCP 49.546.767BES 9.386.557PT 5.667.696EDP 5.048.562
Sonae Ind. 3,34%Mota-Engil 2,35%Sonae 1,75%
Sonaecom -7,07%Cofina -1,11%ESFG -0,85%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
1,37260,8256140,953,2345
1,2195
0,287%0,384%
109,961321,25
2,353%4,935%
PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
2800
2900
3000
3100
3200
5750
6125
6500
6875
7250
0,300
0,325
0,350
0,375
0,400
0,73%0,32%-0,21%
ADRIANO MIRANDA
FMI alerta que negociação de dívidas não está a evitar insolvências
O Governo vai lançar em breve uma
nova linha de apoio para empresas
em difi culdades fi nanceiras, com o
objectivo de incentivar a reestrutura-
ção de dívidas e travar a falência de
negócios viáveis. Os primeiros passos
serão dados já em Março, acelerados
pelas críticas da troika aos mecanis-
mos criados para aumentar a recupe-
ração de empresas pré-insolventes.
Este projecto, espelhado no relatório
do Fundo Monetário Internacional
(FMI) sobre a décima avaliação ao
programa de ajustamento, vem re-
cuperar uma ideia antiga que tinha
sido posta de parte por causa de dú-
vidas da Comissão Europeia.
No documento, conhecido quin-
ta-feira, a instituição presidida por
Christine Lagarde refere que “na
sequência de uma revisão profun-
da do sistema nacional de garantia
mútua, foi desenhada uma nova
linha de apoio para empresas viá-
veis que tenham completado com
sucesso processos de reestrutura-
ção de dívida e reduzido os níveis
de endividamento”.
Mais à frente, no memorando que
acompanha o relatório, o Governo
escreve que esta linha servirá para
“apoiar negócios viáveis em difi cul-
dades fi nanceiras” e para “encorajar
as empresas a renegociarem a dívida
em tempo útil”, ou seja, antes de se-
rem arrastadas para a insolvência.
À semelhança do FMI, o executivo
calendariza a “fi nalização das linhas
gerais de orientação e o arranque do
projecto-piloto, dentro do envelope
orçamental existente, para o fi nal de
Março”. O PÚBLICO contactou o Mi-
nistério da Economia para obter mais
esclarecimentos, mas não obteve res-
posta. Foi, no entanto, possível con-
fi rmar que a tutela de António Pires
de Lima está de facto a estudar este
tema, em conjunto com a troika.
A ideia não é nova. Já em 2012,
quando o Governo lançou o progra-
ma Revitalizar, criando um meca-
nismo de negociação extrajudicial
de dívidas alternativo à insolvên-
cia, o objectivo era associar-lhe um
pacote de fundos para injectar di-
nheiro nas empresas que saíssem
destes processos. Nessa altura, o ex-
Governo prepara nova linha de apoio para empresas em dificuldades financeiras
dos, em Agosto último. Até Dezem-
bro, 55,5 dos 220 milhões alocados
ao programa (em que 110 milhões
são suportados por fundos comuni-
tários e outros 110 milhões por sete
instituições fi nanceiras) já estavam
comprometidos junto de 16 empre-
sas. Do valor comprometido, 25,5
milhões tinham sido executados.
Importa referir que, no memoran-
do que acompanha o relatório sobre a
décima avaliação, o Governo esclare-
ce que a linha de apoio que está agora
em estudo estará “em linha com as
regras europeias sobre auxílios es-
tatais”. Já o FMI associa este novo
projecto ao facto de Portugal estar
“a passar ao lado de um catalisador
de reestruturação da dívida” das em-
presas, acrescentando que “os dados
sobre o recurso aos mecanismos de
reestruturação [criados pelo Gover-
no] mostram que não há um elevado
número de empresas a utilizá-los”.
O fundo refere-se ao Revitalizar
e ao Sistema de Recuperação de
Empresas por Via Extrajudicial (Si-
reve), que também foi criado como
alternativa à insolvência e substituiu
um programa que já existia, permi-
tindo a negociação com os credores
fora dos tribunais. Até agora, cerca
de 1500 empresas aderiram ao pri-
meiro e pouco mais de 300 ao Sire-
ve. O FMI deixa, por isso, um aviso:
“É essencial promover a reformula-
ção dos incentivos para promover
uma maior utilização dos mecanis-
mos de reestruturação e melhorar
as perspectivas de recuperação das
empresas”. Esta nova linha surge
após a reformulação feita pelo Go-
verno ao modo de funcionamento
da sociedade de garantia mútua e
numa altura em que o banco de fo-
mento está a ser desenhado. Com Luís Villalobos
secretário de Estado da Economia
e Desenvolvimento Regional, hoje
presidente da Câmara Municipal de
Viseu, garantia que 220 milhões de
euros iriam ser destinados a apoiar
negócios em difi culdades.
O executivo acabou, no entanto,
por recuar, já Almeida Henriques
tinha sido substituído no cargo.
Os fundos Revitalizar são hoje da
responsabilidade do secretário de
Estado da Inovação, Investimento
e Competitividade, Pedro Gonçalves,
mas foram reconvertidos numa linha
destinada a empresas em fase de ar-
ranque ou expansão de actividade,
não apoiando negócios em difi cul-
dades fi nanceiras.
O travão de BruxelasEsta mudança não poderá ser disso-
ciada do facto de a Comissão Euro-
peia ter levantado dúvidas sobre o
projecto inicial do Governo. Tal co-
mo o PÚBLICO noticiou, em Julho de
2012 (antes de terem sido escolhidas
as entidades gestoras dos fundos),
Bruxelas enviou uma carta a pedir
esclarecimentos sobre o destino
destas verbas, chamando a atenção
para o facto de estarem proibidos,
ao abrigo das regras comunitárias,
auxílios estatais a empresas em difi -
culdades. Na missiva, o Governo era
instado a provar que o dinheiro não
seria usado para reestruturar dívida.
Em resposta, o executivo garan-
tiu que os 220 milhões não seriam
usados para pagar dívidas, mas sim
para salvaguardar a continuidade de
projectos viáveis. Mas a verdade é
que a ideia acabou por não avançar.
Mais de um ano depois de Almeida
Henriques ter anunciado verbas pa-
ra apoiar empresas em difi culdades,
os fundos Revitalizar para negócios
fi nanceiramente viáveis foram lança-
FinanciamentoRaquel Almeida Correia
Ministério da Economia está a desenhar o projecto em conjunto com a troika para arrancar já no final de Março
20 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
CPLP podia ser duas vezes mais rica se apostasse a sério na economia
A Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP) já vale 4% do Pro-
duto Interno Bruto (PIB) mundial,
mas podia mais do que duplicar de
valor se os políticos apostassem a sé-
rio na economia e se houvesse mais
comunicação entre os Estados para
juntar a procura de um país à oferta
de outro, consideram especialistas
ouvidos pelo PÚBLICO.
Um dia depois de os oito ministros
das Finanças dos países que falam
português se terem sentado à mes-
ma mesa, em Maputo, para debater
a crise fi nanceira mundial e a gestão
sustentável dos recursos naturais, os
especialistas na economia lusófona
alertam que, do ponto de vista de
promoção empresarial e das relações
comerciais entre os Estados, há mui-
Economia dos países da CPLP vale 1,8 biliões de euros. Especialistas pedem mais comunicação entre os países para juntar a oferta e a procura. Empresários dizem que reuniões de políticos são pouco produtivas
CooperaçãoMário Baptista, Lusa
José Alves
O relacionamento entre países da CPLP
Fonte: INE, Eurostat, CIA Factbook, Banco do Brasil, AICEP, APEX (dólares)
Indicadores fundamentais 2012, em %
Balança comercial entre o Brasil e AngolaEm milhões de dólares
Balança comercial
ANGOLA CABO VERDE GUINÉ-BISSAU PORTUGAL MOÇAMBIQUE SÃO TOMÉ TIMORBRASIL
PIB
Inflação
Saldo orçamental
Dívida pública externa
Balança comercial
Desemprego
Esperança de vida
1145107494713331974
46438494
137
2236
20122011201020092008
Balança comercial entre Portugal e os países da CPLPEm milhões de euros
1099
636453
1195
-261
10+1
6+1
28
4+515
15
502623
116
284
319272
ASEAN
SADC
CEDEAO
Mercosul
CEMAC
UE
762
PIB (mil milhões de euros)
-0,3%
3,28%
5,87%
6,76%
5,61%4,99%
Regiões de integração dos países da CPLP, 2012
População (milhões)
Estados-membros
PIB 2012 sobre 2011
Países da CPLPPortugal (UE)Angola e São Tomé e Príncipe (CEMAC)Brasil (Mercosul)Cabo Verde e Guiné-Bissau (CEDEAO)Angola e Moçambique (SADC)Timor-Leste (ASEAN)
7,50
9
8,90
19,90
41,70
25
48,4
0,90
5,84
-2,47
13,90
0,01
5,50
73,4
2,50
4,10
-9,90
94
-39,60
16,80
74,5
-1,50
2,10
-1,80
25
-6,70
ND
46,8
-3,20
2,80
-6,40
124,10
0,10
15,70
79,2
-7,40
2,10
-3,90
31,50
-18,60
27
52,1
4,00
10,40
-11,20
77,60
-39,30
13,9 (2008)
67,6
10,20
11,80
209,80
0,50
-43
nd
64,2
0
24532416
20122008
-1043
20122008
193273
20122008
72
42.792
20122008
304
71.073
20122008
5139
20122008
7
20122008
ANGOLA BRASIL CABO VERDE GUINÉ-BISSAU MOÇAMBIQUE SÃO TOMÉ TIMOR
0
0 0 0 0 0 0
751
543,3
2741
141
11.719
-689 1
Exportações para Angola Importações de Angola
to a fazer, para benefício de todos.
“A riqueza no espaço lusófono
pode passar de quatro para 10% do
PIB mundial numa década e meia se
os países se juntarem e apostarem
numa verdadeira comunidade eco-
nómica, criarem mais-valias sobre
os abundantes recursos naturais
e usarem a abençoada separação
geoestratégica” que os espalha por
quatro continentes, afi rma o presi-
dente da Confederação Empresarial
da CPLP, Salimo Abdula, que reclama
uma política diplomática mais virada
para a economia.
“Temos um diamante na mão e
ainda não o conseguimos lapidar,
mas quando o fi zermos vai ser bri-
lhante e uma coisa belíssima”, re-
conhece a directora-geral da CPLP,
Georgina Mello, referindo-se ao po-
tencial de uma área que representa
4% da riqueza mundial e que junta
mais de 250 milhões de pessoas, mas
que ainda enfrenta difi culdades nas
trocas comerciais entre os seus mem-
bros, por exemplo ao nível do fi nan-
ciamento e das barreiras ao comércio
internacional.
“Há bons projectos, mas não têm
acesso a fi nanciamento que existe
noutros países [da CPLP], e depois
temos abundância de operadores
de mercado e tecnológicos nalguns
países, ao mesmo tempo que temos
carências muito graves noutros”,
diz a responsável, sublinhando que
é preciso mais comunicação entre
os países. “A comunicação entre a
procura de um país e a oferta do ou-
tro é fundamental porque há neces-
sidades que são gritantes nuns sítios
e noutro país que nem sabe disto há
excedentes nessa área; é preciso é
comunicarem uns com os outros”,
diz Georgina Mello.
A livre circulação de pessoas, bens,
serviços e capital é, aliás, um tema
incontornável quando se fala com
Salimo Abdula, que não tem dúvi-
das de que esse é o caminho, até por-
que, já antecipando as críticas sobre
a difi culdade de harmonizar regras
rígidas como as da União Europeia
ou do Mercosul sobre a abertura de
portas, afi rma que a livre circulação
no contexto da CPLP “é um desafi o,
não é um problema, e só depende
da sensibilidade política”.
Os ministros que ontem se reuni-
ram têm, por isso, um papel central,
continua Georgina Mello, porque só
eles podem desbloquear as difi cul-
dades de compatibilização da CPLP
com as regras dos sistemas regionais,
dos quais nenhum país quer abdicar:
“Ninguém quer sair da região eco-
nómica em que está inserido, é pre-
ciso é criar margem para construir
esta comunidade paralela, que traz
grandes oportunidades, porque se
se conseguir conciliar os dois espa-
ços, cria-se uma ponte que permite
às empresas dos países da CPLP ace-
der a este espaço regional que não
seria o seu espaço próprio.”
A CPLP é um organismo mais po-
lítico que económico, mas podia
evoluir para uma verdadeira comu-
nidade de criação de riqueza se os
recursos fossem mais bem aprovei-
tados, e se houvesse uma aposta po-
lítica assertiva.
Por ocasião da terceira reunião dos
responsáveis das Finanças, desta vez
em Maputo, Salimo Abdula mostrou-
se esperançado na aposta económica
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | ECONOMIA | 21
Comparado frequentemente com
outros países lusófonos, Cabo Verde
tem dado mostras da vontade em
fazer reformas profundas, sobretu-
do nas áreas económica e fi nancei-
ra. Mas a falta de recursos naturais
relevantes e a proximidade à Euro-
pa, com o escudo cabo-verdiano
indexado ao valor do euro, torna
o país muito vulnerável a crises ex-
ternas.
Os sucessivos avisos das organiza-
ções fi nanceiras internacionais para
a redução da dívida pública têm tido
algum eco nas políticas económi-
cas do Governo, que, apesar dos
alertas em contrário, decidiu man-
ter elevada a afectação de verbas
para o Programa de Investimentos
Públicos (PIP), que ascende a 22,3
milhões de contos (202,2 milhões
de euros).
A ministra das Finanças cabo-
verdiana, Cristina Duarte, tem ar-
gumentado que a sustentabilidade
da dívida pública está “garantida”,
sobretudo por se basear na capa-
cidade de obter empréstimos e na
necessidade de aproveitar, até ao
fi m, o acesso ao fi nanciamento in-
ternacional nesses termos.
Sem recursos naturais, acabou
por ser natural que só com as apos-
tas na educação, saúde e, sobretu-
do, na boa governação, se poderia
criar um Estado “impossível” num
“possível”, tal como gosta de sa-
lientar o primeiro-ministro cabo-
verdiano, José Maria Neves, facto
já consubstanciado com a subida de
Cabo Verde a país de rendimento
médio, em 2008.
Os indicadores económicos são
positivos, mas o risco de mais um
espirro europeu poder provocar
nova constipação está bem paten-
te na fragilidade e na vulnerabili-
dade do país a choques externos.
E se o clima económico tem esta-
do a melhorar, há reformas que
são mais necessárias que outras,
sobretudo num país que depende
em quase tudo das importações,
em que as alfândegas ganham pa-
pel de relevo, com a prática de taxas
elevadas e com difi culdades a nível
da corrupção, preocupação senti-
Progresso deixa a ecomomia de Cabo Verde mais vulnerável a crises externas
da sobretudo pelos empresários
portugueses, que se congregaram
recentemente numa associação.
Em fi ns de 2013, o Governo assu-
miu que, em 2014, vai combater a
corrupção nas alfândegas, através
da entrada em funcionamento de
um novo sistema que vai controlar
toda a administração aduaneira,
mas o processo será moroso, co-
mo também já reconheceu, peran-
te o desespero dos importadores,
que se vêem obrigados a revender
os produtos no pequeno mercado
cabo-verdiano às vezes ao dobro do
preço.
Nesse sentido, a boa governação,
a gestão transparente dos recursos
fi nanceiros e a baixa corrupção em
Cabo Verde, reconhecidas pela co-
munidade internacional, têm sido
as principais “armas” que as auto-
ridades cabo-verdianas apresentam
na cena económica mundial, mas
não escondem os riscos a que o país
está sujeito.
Apesar de tudo, mantém-se a bai-
xa infl ação (entre 2% e 3%), uma
taxa de crescimento que, mesmo
assim, sobe entre 3,5% e 4,5%, as
exportações crescem (25,6% em
relação a 2012), e as importações
diminuem (8,4% comparado com
2012), resultados que não deixam de
ser surpreendentes, mas que refl ec-
tem talvez o início do retorno dos
investimentos nas infra-estruturas e
das reformas em vários sectores.
Outro dado importante, divulga-
do pelo Instituto Nacional de Esta-
tística (INE) cabo-verdiano, passa
pelo facto de o défi ce da balança de
pagamentos ter diminuído 10,9% e
a taxa de cobertura aumentado 2,6
pontos percentuais.
As remessas dos emigrantes cabo-
verdianos, apesar de terem regis-
tado uma ligeira diminuição, con-
tinuam consistentes e as famílias,
apesar da perda de poder de com-
pra devido ao quase congelamento
dos salários desde praticamente o
início do impacto da crise em Cabo
Verde, em 2009, continuam a sub-
sistir com pouco.
No entanto, quando comparada
com outros países africanos de ex-
pressão portuguesa, a performance
económica cabo-verdiana está mui-
to à frente, com uma administração
pública apoiada pelo e-government e
a variada legislação que tem vindo
a alterar a conservadora sociedade
local, avançando com medidas de
carácter liberal, impensáveis há me-
nos de uma década.
O desenvolvimento já tornou o
país, tradicionalmente de emigra-
ção, num de imigração, fruto da “in-
vasão” de cidadãos oeste-africanos,
mas também de portugueses, que en-
viaram nos primeiros nove meses de
2013 remessas para Portugal de 2,7
milhões de euros. Em Cabo Verde
José Sousa Dias, Lusa
Portugal é o mais integrado na CPLP
Portugal só ocupa 0,86% do território total dos países da CPLP, e tem apenas 4% da população, mas,
em termos económicos, é o país mais integrado no espaço lusófono, detendo sempre o maior volume de trocas comerciais com cada um dos membros.
Os dados mostram que a balança comercial portuguesa com os restantes sete países é sempre favorável, com excepção do Brasil, país com o qual Portugal regista uma desvantagem de quase 700 milhões de euros em 2012, último ano para o qual há dados comparáveis para todos os países da CPLP, que valem cerca de 2,5 biliões de dólares, quase 90% dos quais provenientes do Brasil.
Olhando para os indicadores macroeconómicos, no entanto, a realidade é outra: em 2012, Portugal era o único país em recessão, se não contarmos com a Guiné-Bissau, então a braços com um golpe de Estado, e era também o único inserido numa região — a União Europeia — com um crescimento do PIB negativo.
Os dados estatísticos do departamento para o comércio nas Nações Unidas mostram que é entre Portugal e Angola que as trocas comerciais estão mais cimentadas, tendo este país africano recebido quase quatro mil milhões de dólares de produtos portugueses, e exportado pouco mais de metade desse valor. Angola, aliás, é o maior parceiro comercial de Portugal na CPLP. As exportações, de resto, têm sido a principal aposta de Portugal, e talvez por isso Portugal é o único (com excepção de Angola, e quase totalmente por via do petróleo) com uma balança comercial positiva (0,1%), mas o reverso da medalha mostra-se na dívida pública: 124% do PIB, quase o dobro do segundo país mais endividado, São Tomé e Príncipe, com 77,6%.
destes países: “Nada é impossível se
queremos uma CPLP forte e desa-
fi ante perante este ambiente de glo-
balização.”
Abdula argumenta que “temos
condições, fomos abençoados, te-
mos recursos naturais de grande
dimensão descobertos nos últimos
dez anos, temos mão-de-obra jovem,
e se nos posicionarmos como deve
ser, levando a tecnologia necessária
para dar mais-valias às nossas rique-
zas naturais, podemos transformar a
CPLP numa estrela mundial, fazendo
o nosso PIB subir para 10% do total
mundial em dez ou quinze anos”.
Questionado sobre a razão de os
membros da CPLP não criarem con-
dições especiais para favorecer os ne-
gócios entre as empresas lusófonas,
Abdula considerou que “há pouco
trabalho de sensibilização junto da
classe política” e criticou as reuniões
que os governantes levam a cabo sem
resultados práticos. “As reuniões de
ministros têm sido pouco produtivas,
não há resultados práticos, porque
não têm ouvido a parte empresarial,
é preciso acções de boa vontade, o
empenho das instituições que repre-
sentam o sector privado para trans-
mitir com segurança estas ideias e até
contribuir com projectos e ideias que
possam ultrapassar as difi culdades”,
acrescentou o responsável.
“Esperamos que esta reunião pos-
sa começar a preparar uma integra-
ção mais competitiva da CPLP no co-
mércio internacional, tirando partido
da complexidade e multidisciplinari-
dade da CPLP, para podermos estar
em vários mercados, e que comece
a pensar numa política comercial
comum que faz destes espaços mer-
cados livres”, disse Abdula.
Os ministros das Finanças, con-
clui, “enquanto organismos-chave,
devem servir como parceiros para
o rompimento de barreiras legais e
aduaneiras que impedem a livre cir-
culação de bens e mercadorias, e é
neste contexto que a CE-CPLP espera
que esta reunião possa debater este
assunto para melhor desenvolver os
negócios dentro e além das fronteiras
da CPLP”.
A nova directora-geral da CPLP,
que defende uma vertente mais eco-
nómica para esta comunidade de pa-
íses com a mesma língua, defende a
criação de “um conjunto de meca-
nismos para suportar as intenções
dos Estados” e assume que uma das
suas tarefas é precisamente “criar
mecanismos que facilitem a criação
de propostas que dêem corpo e con-
sistência a um tecido económico ain-
da ténue, mas que já existe”.
MIGUEL MADEIRA
O primeiro-ministro, José Maria Neves, fala num Estado “possível”
2%A inflação em Cabo Verde tem-se mantido nos 2% a 3% e a taxa de crescimento tem variado entre 3,5% e 4,5%
22 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
Nicolás Maduro anuncia uma grande operação para prender opositores
“Vamos capturá-los um a um”, disse o chefe de Estado venezuelano que parece estar a perder infl uência para o presidente do Parlamento. Governo e opositores voltam a medir forças nas ruas este sábado
JORGE SILVA/REUTERS
Os protestos contra Maduro espalham-se pela Venezuela
O Governo da Venezuela quer neutra-
lizar a oposição. “Vamos capturá-los
um a um. Aqui não há um Presidente
fraco, aqui não há um povo fraco”,
disse o Presidente Nicolás Maduro,
que, na quinta-feira à tarde, foi ver a
destruição que os confrontos entre
manifestantes anti-Governo e forças
pró-Governo deixaram nas ruas de
Caracas.
Leopoldo López, líder da Vontade
Popular, está preso desde terça-feira.
De acordo com o jornal espanhol El
País, estão em curso buscas em ca-
sas particulares na procura de An-
tonio Rivero, um antigo militar que
chegou a fazer parte do Governo de
Hugo Chávez — o fundador do regime
socialista bolivariano venezuelano
— e se demitiu depois de denunciar
a interferência de Cuba nas Forças
Armadas da Venezuela.
Outro dirigente da Vontade Popu-
lar (VP), Carlos Vecchio, é procurado
pela justiça. E Maduro disse que o
presidente da Câmara de San Cris-
tóbal (a cidade onde começou a re-
volta contra o Governo), Daniel Ce-
ballos, do mesmo partido, pode ser
acusado de incitamento à violência
e conspiração.
Corina Machado, a número dois do
VP, é outro alvo: o processo para reti-
rar a impunidade parlamentar a esta
deputada já começou e o objectivo é
acusá-la no processo contra López,
acusado de actos de delinquência e
associação delinquente.
O Presidente Maduro chamou-lhes
“fascistas”, acusou os estudantes (os
primeiros a rebelar-se, em protesto
pela alta taxa de criminalidade no
país, 71 homicidios por dia) de es-
tarem a receber dinheiro para pro-
vocarem a violência e disse que há
um líder da oposição que planeava
assassinar Leopoldo López para “de-
pois culpar o Governo”. O seu nome
será divulgado em breve, prometeu,
e será preso.
Já no palácio presidencial, Maduro
prometeu prender mais pessoas: as
que, através da rede social Twitter,
o ameaçaram e ao segundo homem
do regime, Diosdado Cabello, presi-
dente do Parlamento e para muitos o
homem que, neste momento, manda
realmente na Venezuela.
Para ontem ao fi m da tarde ( já
Março do ano passado —, Nicolás Ma-
duro benefeciou do factor emocional
e venceu as eleições presidenciais,
ainda que por curta margem. Herdou
um país já com muitos sinais de fra-
gilidade e os seus críticos dizem que
não tem capacidade para o lugar.
Chávez canalizou os lucros do pe-
tróleo venezuelano para programas
sociais e diminuiu o índice de pobre-
za. Os cidadãos agradeceram-lhe e
retribuíram-lhe com apoio e adora-
ção. Porém, 15 anos depois, os vene-
zuelanos querem mais resultados e
questionam o que aconteceu a essa
tamanha riqueza natural — em 2011,
a OPEP (Organização dos Países Pro-
dutores de Petróleo) classifi cou as re-
servas venezuelanas como as mais
ricas do mundo.
A Venezuela não tem capacidade
para extrair o petróleo que tem e a
produção está muito aquém do pos-
sível. A falta de matéria-prima parali-
sou grande parte da produção indus-
trial. Não há energia para alimentar
as fábricas ou para manter as luzes
acesas (os apagões são frequentes). O
país, que depende das importações
em muitas matérias, não tem divisas
para comprar alimentos e há escas-
sez de bens essenciais — a infl ação
no ano passado foi de 56%. A taxa
de criminalidade é das mais elevadas
do mundo.
Nicolás Maduro acusa os EUA de
estarem a fazer “guerra económica à
Venezuela” com o objectivo de derru-
bar o regime socialista. Washington
acusa Cuba de ingerência na governa-
ção venezuelana. Os analistas menos
comprometidos dizem que as duas
realidades são verdadeiras.
Os erros de gestão económica e
o elevadíssima corrupção danifi ca-
ram irremediavelmente o projecto
socialista de Hugo Chávez, analisa
a Economist.
VenezuelaAna Gomes Ferreira
noite em Portugal), estava prevista
uma reunião entre Maduro e Cabello
(e outros integrantes do Comando
Nacional Antigolpe) para decidirem
a estratégia para dominar a contes-
tação ao regime. Hoje, as duas partes
medem novamente forças nas ruas.
Henrique Capriles (da ala mais mo-
derada da oposição, o Justiça Pri-
meiro), marcou manifestações em
todo o país e pediu aos apoiantes e
ao Governo para rejeitarem a violên-
cia. Maduro respondeu convocando,
para o mesmo dia e para as mesmas
cidades, marchas só de “mulheres
revolucionárias”.
Há sinais de que a tomada de de-
cisões pode não estar a obedecer à
hierarquia. Após a divulgação de um
vídeo que vídeo que mostra a Sebin
—a polícia política — a disparar con-
tra manifestantes, Maduro disse que
lhe desobedeceram, o que sustentou
ainda mais a hipótese de ter sido Ca-
bello quem deu ordens à polícia de
choque, accionou as brigadas revo-
lucionárias (constituídas sobretudo
por civis, estão a ser a guarda avança-
da da polícia antimotim, diz o jornal
venezuelano El Universal) e mandou
avançar as unidades motorizadas da
polícia que têm investido contra os
manifestantes.
“Se não é o Presidente, quem está
a dar as ordens? Diosdado Cabello é
o principal suspeito. Talvez os dois
homens estejam a representar o pa-
pel do polícia mau e do polícia bom.
Seja como for, fala-se que o descon-
tentamento dentro do exército está
a crescer e os repetidos apelos do
Governo à ‘unidade’ das Forças Ar-
madas sugere que as coisas não es-
tão bem nos quartéis”, considera a
revista Economist.
Quando se tornou o herdeiro do
chavismo — Chávez designou-o seu
sucessor político antes de morrer em
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | MUNDO | 23
A entrega das armas foi documentada em vídeo
A Comissão Internacional de Veri-
fi cação do cessar-fogo da ETA deu
conta dos últimos desenvolvimentos
do processo para a entrega e inutili-
zação do arsenal de armas da orga-
nização separatista basca, e reputou
esses passos como “credíveis e signi-
fi cativos” para o fi m do terrorismo e
a conclusão do processo de paz no
País Basco.
A ETA anunciou a cessação defi ni-
tiva da luta armada em Outubro de
2011, e no ano passado comprome-
teu-se a entregar todo o seu arma-
mento, num processo supervisiona-
do por um organismo independente.
“Há um ano, constatámos avanços
signifi cativos no País Basco, e reco-
mendámos que esses esforços fossem
intensifi cados”, referiu o porta-voz
da comissão, Ram Manikkalingam,
que antes aconselhou o Governo do
Sri Lanka nas negociações com os mi-
litantes separatistas Tigres Tâmiles.
Ao início da tarde, numa confe-
rência de imprensa em Bilbau, o res-
ponsável fez o ponto da situação das
medidas do último ano, e apresentou
um inventário das armas catalogadas
e inutilizadas debaixo da supervisão
daquela entidade internacional, cujo
mandato e actividade não é reconhe-
cida pelo Governo espanhol.
De acordo com Manikkalingam, a
ETA desactivou 16,5 quilos de explo-
sivos, dois revólveres, uma pistola
e uma espingarda, 300 balas, uma
granada, temporizadores e 180 me-
tros de cordão detonante. A entrega
desse material aos supervisores in-
ternacionais por membros do gru-
po terrorista foi documentada em
vídeo, com o registo a ser divulgado
à imprensa como prova da intenção
do “abandono defi nitivo” das armas
pela organização terrorista.
Em Madrid, o ministro do Interior,
Jorge Fernández Díaz, criticou a ini-
ciativa de Bilbau como “mais uma
encenação da ETA”, e sublinhou que,
para o Governo, compete à polícia e
Guarda Civil espanholas verifi car se
a organização separatista basca efec-
tivamente entregou e destruiu o seu
arsenal de armas. “Isto é um exercí-
cio de teatralização. Os terroristas
têm que entregar as geolocalizações
Monitores internacionais confirmam inutilização de parte do arsenal da ETA
dos esconderijos onde armazenaram
o seu armamento”, exigiu.
Já o líder do Governo Regional do
País Basco, Iñigo Urkullu, congratu-
lou-se com os avanços verifi cados
nos últimos meses “com vista ao
desarmamento absoluto e à disso-
lução defi nitiva da ETA”. “Este é um
pequeno passo, que não é sufi ciente,
mas que ainda assim constitui uma
etapa necessária para esse objectivo
fi nal. É um processo sem volta”, con-
siderou o lehendakari.
Ao longo de mais de 40 anos de
actividade terrorista em nome da
autodeterminação do País Basco, a
ETA foi responsável por mais de 800
mortes. Durante esse período, foram
decretadas tréguas por três vezes:
em 1970-71; por um breve período
em 1999, e fi nalmente em 2004-05.
No ano anterior, a justiça espanhola
ilegalizou o Batasuna, o braço polí-
tico da organização.
O programa de desmilitarização
e destruição do arsenal de armas da
ETA foi anunciado unilateralmente
pela organização em 2011, num co-
municado em que se manifestava dis-
ponível para o diálogo directo com os
Governos de Espanha e França para
“uma resolução integral do confl ito”.
A proposta foi rejeitada pelo Governo
conservador de Mariano Rajoy, que
exige uma dissolução completa e sem
condições do grupo separatista.
Em Dezembro passado, os presos
da ETA em Espanha e França pedi-
ram desculpa pelos “danos” cau-
sados pelos seus atentados, e pela
primeira vez reconheceram a legiti-
midade da política penitenciária es-
panhola. Uma posição inédita para
abrir a porta à negociação individual
das condições de detenção dos seus
membros.
EspanhaRita Siza
Governo espanhol desvaloriza “exercício de teatralização” da organização separatista basca
O líder do Partido Democrático, Mat-
teo Renzi, divulgou ontem a compo-
sição do seu Governo depois de o ter
apresentado ao Presidente, Giorgio
Napolitano, numa reunião de duas
horas, em que aceitou ofi cialmente
o cargo de primeiro-ministro.
As atenções centravam-se na pas-
ta da Economia e Finanças, que se-
rá ocupada por Pier Carlo Paodan,
economista da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) que é um “res-
peitado antigo responsável do Fun-
do Monetário Internacional [FMI]”,
segundo a agência noticiosa britâni-
ca Reuters.
Paodan, que está desde 2007 na
OCDE, será o terceiro tecnocrata no
cargo de ministro da Economia e Fi-
nanças, quando em Itália se mantém
um preocupante cenário económi-
co — o Produto Interno Bruto (PIB)
desceu 10% em termos reais, o ren-
dimento per capita é hoje menor do
que na altura da entrada no euro
em 1999, a dívida pública é 130% do
PIB, e o desemprego jovem está em
mais de 40%, enumera a revista bri-
tânica The Economist. A culpa, para
a revista: “o falhanço de sucessivos
governos em gerir o país”.
Enquanto chefe do departamento
de economia da OCDE, Paodan foi
desde cedo crítico dos profundos
cortes orçamentais nas economias
mais vulneráveis da zona euro com
dívida excessiva. Esta é uma vanta-
gem para Renzi, que quer ter uma
certa fl exibilidade no orçamento pa-
ra investimento industrial e criação
de emprego.
Com um tecnocrata a assegurar
um ministério essencial para manter
a confi ança dos investidores, Renzi
deverá preocupar-se com mudan-
ças políticas, primeira entre todas
a lei eleitoral, para que o vencedor
deixe de depender tanto de coliga-
ções frágeis e variáveis (como a que
o apoiará agora).
Nos outros cargos, mantêm-se al-
gumas caras do Governo anterior,
como Angelino Alfano, líder do par-
tido Novo Centro-Direita (NCD), que
fez da manutenção da pasta do In-
terior condição para apoiar o novo
governo no Senado (embora perca
Renzi escolhe economista da OCDE para as finanças
mercado laboral e o sistema fi scal
mais efi cientes e reformar ainda a
administração pública.
A mudança do sistema eleitoral
é necessária para evitar os contí-
nuos impasses na política italiana,
que impedem reformas, e Renzi de-
fende-se assim de ter acabado por
aceitar ser primeiro-ministro sem ir
a eleições — algo que sempre repetiu
que não faria.
Esta contradição, junto com a
manobra como afastou o seu ante-
cessor, Enrico Letta, depois de ga-
rantir que não queria o seu cargo,
prejudicaram um pouco a onda de
entusiasmo dos italianos com o que
será o seu mais jovem primeiro-mi-
nistro. Também a falta de eleições
poderá prejudicar Renzi no que é
visto como uma menor legitimida-
de para adoptar reformas pouco
populares.
Uma sondagem mostrava que 27%
dos italianos vêem Renzi como um
líder capaz de dar um futuro ao país,
mais do que qualquer outra fi gura
na lista. Mas 30% dos inquiridos es-
colheram “nenhum”.
o cargo de vice-primeiro-ministro).
Alfano, que constituiu o Novo Cen-
tro-Direita depois de romper com o
antigo primeiro-ministro Silvio Ber-
lusconi, também exigira a atribuição
ao seu partido de pelo menos outros
dois ministérios, e deverá manter
os Transportes (Maurizio Lupi) e
Saúde (Beatrice Lorenzin), que se
mantiveram.
50% de mulheresAs mulheres deverão ainda ocupar
50% dos cargos no novo Governo,
segundo a imprensa. A ministra dos
Negócios Estrangeiros, Emma Bo-
nino, sai, dando lugar a outra mu-
lher, Federica Mogherini. Também
Defesa (Roberta Pinotti) e Justiça
(Andrea Orlando) estão entregues
a mulheres.
O novo Executivo de Matteo Ren-
zi deverá tomar posse durante o
fi m-de-semana e prevê-se que seja
sujeito a um voto de confi ança do
Parlamento na segunda-feira.
Renzi tem uma agenda ambiciosa
— para além da reforma eleitoral e
constitucional, prometeu tornar o
ItáliaMaria João Guimarães
Matteo Renzi apresentou o novo governo que deverá tomar posse no fim-de-semana
AFP PHOTO / ANDREAS SOLARO
Renzi aceitou oficialmente o cargo de primeiro-ministro
24 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
Papa dá às “periferias” um pouco mais de peso no Colégio dos Cardeais
Em quase um ano de pontifi cado,
Francisco deu muitos sinais do que
pretende para a Igreja Católica, mas
poucos foram até agora tão concre-
tos como a escolha dos novos carde-
ais: dos 19 que neste sábado recebem
o barrete e o anel cardinalícios, dez
vêm do Sul, dois deles de países, o
Haiti e o Burkina Faso, que estão en-
tre os mais pobres do mundo e que
nunca tinham tido nenhum bispo
entre os chamados “príncipes da
Igreja”.
“Vindos de 12 países de todas as
partes do mundo, representam a
profunda relação eclesiástica entre
a igreja de Roma e as igrejas através
do mundo”, disse o Papa quando,
a 12 de Janeiro, revelou na Praça de
São Pedro as suas primeiras esco-
lhas para o colégio cardinalício —
nomeação que, escreveu na carta
que enviou aos novos cardeais, “não
signifi ca uma promoção, uma honra
ou uma condecoração”, mas “um
serviço que exige uma visão mais
ampla e um coração maior”.
A maioria das nomeações era es-
perada — caso dos quatro que são
membros da Cúria, incluindo o novo
secretário de Estado, Pietro Parolin
—, ou não causou surpresa. Foi o que
aconteceu com Orani João Tempes-
ta, o arcebispo do Rio de Janeiro e
organizador das Jornadas da Juven-
tude que, em Julho, proporcionaram
a Francisco os seus primeiros gran-
des banhos de multidão.
Mas o Papa que veio “do fi m do
mundo” e que quer uma “Igreja po-
bre para os pobres” começou já a im-
primir a sua marca no colégio que,
além de o aconselhar e auxiliar no
governo da Igreja, será um dia res-
ponsável por eleger o seu sucessor.
Dos 16 novos eleitores (os que têm
menos de 80 anos), cinco são oriun-
dos da América Latina e das Caraí-
bas, dois de África e dois da Ásia.
“A Igreja de hoje é feita de muitas
nações e culturas, não é já a Igreja
europeia dos séculos passados, e o
colégio cardinalício precisa de refl ec-
tir essa realidade”, escreveu Thomas
Francisco começa a imprimir a sua marca no Vaticano. Dos 16 novos eleitores que hoje recebem o barrete cardinalício, dois vêm de países que nunca tinham tido um cardeal
Reese, analista do National Catholic
Report (NCR). Não foi assim com Ben-
to XVI, que, invertendo a tendência
dos antecessores, aumentou a quota
de cardeais europeus — só os italia-
nos eram um quarto do conclave que
elegeu Francisco, mais do que toda
a América Latina, onde estão 40%
dos católicos do mundo.
“O Papa Francisco quer expri-
mir a universalidade da Igreja”, diz
ao PÚBLICO o cardeal José Saraiva
Martins, um dos três portugueses
presentes no consistório convoca-
do por Francisco para criação de
cardeais. Citando como exemplo o
facto de pela primeira vez o Haiti ter
um cardeal, o prefeito emérito da
Congregação para a Causa dos San-
tos diz que as nomeações espelham a
“preocupação” do Papa em mostrar
que a Igreja “é universal” e deve “es-
tar representada não só na Europa”,
mas também noutros continentes.
Ouvir os mais esquecidosAs nomeações que hoje se ofi ciali-
zam, dizem os observadores, con-
fi rmam a aposta do Papa nas “peri-
ferias”, não apenas as da geografi a,
mas também as da geoestratégia e
da economia.
“O Burkina Faso é um dos mais
pobres e devastados países de Áfri-
ca e esta escolha foi feita para que
no colégio se ouça a voz de uma das
partes mais esquecidas do mundo,
vinda não do terceiro, mas do quarto
mundo”, disse ao jornal católico Ob-
server o teólogo e historiador norte-
americano Lawrence Cunningham.
Com a nomeação do arcebispo de
Ouagadougou, acrescenta, o Papa
quer dar força à mensagem de que
“a Igreja existe para servir e ser teste-
munha do amor de Deus e que isso é
especialmente importante em países
onde o amor está mais ausente”.
Philippe Ouedraogo também foi
surpreendido. Em entrevista à agên-
cia de notícias do país, que as Nações
Unidas classifi cam como o terceiro
mais pobre do mundo, o arcebispo
de 69 anos contou que, quando lhe
telefonaram de Roma, pensou que se
tratava de uma partida: “Sou apenas
um pastor da savana do Burkina que
tenta fazer o seu trabalho e ajudar
ReligiãoAna Fonseca Pereira
Na carta aos novos cardeais, o Papa diz que as nomeações não são “uma promoção ou uma honra”
Francisco pede atitude “inteligente” no debate sobre a família
Inquérito mostra que leigos portugueses querem uma Igreja “inclusiva”
É um primeiro sinal dado pelo Papa sobre o que espera do Sínodo da família, que convocou para Outubro. Aos
cardeais reunidos no Vaticano, Francisco disse que a Igreja, sem abrir mão da doutrina, deve ter uma atitude “inteligente” em relação a quem não vive segundo as suas normas.
“Célula fundamental da sociedade”, a família “está hoje desvalorizada e é maltratada”, disse o Papa, na quinta-feira, ao consistório que antecedeu a entrega das insígnias aos novos cardeais. Mas se a missão da Igreja “é dar a conhecer o plano magnífico de Deus para a família”, tem de apoiar os casais
“nas muitas dificuldades” que enfrentam, praticando “uma pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor”.
O Papa tinha já dado um sinal no sentido do desejo de abertura ao convidar o cardeal Walter Kasper para proferir a reflexão que serviu de mote ao encontro dos cardeais. O alemão defende que os divorciados que voltam a casar não devem ser excluídos dos sacramentos, incluindo da comunhão — uma das mudanças mais esperadas do Sínodo. Segundo o vaticanista Andrea Tornielli, o cardeal propôs que os recasados possam voltar a comungar depois de “um período penitencial”.
Antes da reunião dos bispos, que terá uma segunda etapa em Outubro de 2015, foi enviado um inquérito pedindo que os leigos se pronunciassem sobre temas como o divórcio, a contracepção e as uniões entre pessoas do mesmo sexo. Em Portugal, as respostas já foram resumidas e enviadas para o Vaticano e, segundo o porta-voz da Conferência Episcopal, o padre Manuel Morujão, “os casos de famílias que não estão segundo as normas canónicas são apresentados como desafios pastorais para que a Igreja seja sempre mais” não só “acolhedora” mas também “inclusiva”. Nas respostas, foi
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | MUNDO | 25
no que pode.” Mas em Ouedraogo, o
Burkina tem mais do que um pastor,
escreve o Le Jeune Afrique, que des-
creve o arcebispo como “uma fi gura
ascendente do episcopado africano,
conhecido pela sua coragem quando
se trata de afrontar o poder político”.
O NCR recorda a homilia do último
Natal, em que o arcebispo denunciou
“o punhado de cidadãos que detêm
grande parte da riqueza” de um país
“caracterizado pelas desigualdades,
a injustiça e a miséria” e lamentou
as guerras fratricidas que arrastam
África “para o tribalismo, os regio-
nalismos e a intolerância religiosa”.
Nesta colheita de “cardeais-cora-
gem”, a revista de assuntos africanos
inclui também Jean-Pierre Kutwa, o
arcebispo de Abidjan que foi media-
dor na guerra civil que, em 2011, divi-
diu a Costa do Marfi m, provocando
mais de três mil mortos, e que tem
dado sinais de abertura em relação à
população muçulmana do país.
Primeira oportunidadeÉ também neste esforço de apro-
ximação às periferias que é lida a
nomeação de Chibly Langlois, o
primeiro cardeal haitiano. Além de
ser o mais novo dos nomeados (tem
56 anos), o bispo de Les Cayes é des-
crito como um líder comprometido
com o combate à pobreza no país,
que o devastador sismo de Janeiro de
2010 tornou ainda mais alarmante.
“Vivemos numa sociedade cheia
de dificuldades económicas. E a
Igreja não é extraterrestre, faz parte
dessa realidade”, disse à AFP o novo
cardeal, que se tem empenhado na
criação de escolas para as crianças
mais pobres (uma grande fatia dos
1,5 milhões de haitianos que foram
desalojados pelo sismo) e em servir
de mediador no diálogo entre as fac-
ções políticas do país — “Não quere-
mos uma crise que nos leve a cho-
rar de novo pelos mortos.” A Roma,
Langlois quer levar “a realidade da
Igreja do Haiti”, uma igreja “jovem
e dinâmica, mas cheia de limitações
no plano fi nanceiro e que precisa da
solidariedade de outras”.
Esta é, no entanto, apenas a pri-
meira das oportunidades que Fran-
cisco terá para moldar o colégio à
imagem da sua visão da Igreja, su-
blinha Thomas Reese, lembrando
que até 2016 outros 26 cardeais vão
atingir os 80 anos, o que deverá per-
mitir ao Papa mudar em pouco tem-
po mais de um terço dos cardeais
eleitores — a regra vigente, a que o
Papa não precisa de se ater, prevê
um limite de 120. Com Maria João Lopes
ANDREAS SOLARO/AFP
“acentuado” que, “na vida pastoral da Igreja, não deve haver qualquer discriminação em relação aos filhos de casais que não estão segundo as normas eclesiásticas, antes devem receber uma especial atenção e acolhimento, que envolva também os pais.”
A preocupação com a família é um dos aspectos destacados pelo cardeal José Saraiva Martins, quase um ano depois de Francisco ter sido eleito. “O Papa fez muito bem em dar relevo a este problema, em procurarmos uma solução para o futuro da família, porque é dele que derivam todos os outros”. A.F.P. e M.J.L.
A investigadora portuguesa Ana Lú-
cia Sá disse ontem que não sabe se a
pena de morte será algum dia abolida
na Guiné Equatorial uma vez que, há
apenas duas semanas, nove pessoas
foram “executadas sumariamente”
no país.
“Sabemos que a pena de morte não
foi abolida ainda na Guiné Equatorial
e não sabemos se será abolida. Sabe-
mos que, há duas semanas, foram
executadas nove pessoas na Guiné
Equatorial”, disse à agência Lusa a
investigadora do Centro de Estudos
Africanos do ISCTE, que já realizou
um estudo sobre o ciberativismo
na Guiné Equatorial, publicado em
2011. De acordo com a especialista,
estas pessoas foram “sumariamente
executadas sem direito a uma ape-
lação”.
A suspensão da pena de morte,
Investigadora denuncia nove execuções sumárias na Guiné Equatorial
que, segundo anunciaram na quinta-
feira em Maputo as autoridades da
Guiné Equatorial, está em vigor há
quatro dias, conclui o roteiro exigido
pela Comunidade dos Países de Lín-
gua Portuguesa (CPLP) para a adesão
do país ao bloco lusófono, pedida ofi -
cialmente em 2010.
Na quinta-feira, os ministros dos
Negócios Estrangeiros dos países da
CPLP recomendaram a adesão da
Guiné Equatorial ao bloco lusófono.
O país liderado por Teodoro Obiang
é observador da organização desde
2006, mas a adesão como membro
pleno foi condicionada nas cimeiras
de Luanda e de Maputo por se con-
siderar que o país não cumpria os
requisitos necessários. Uma mora-
tória sobre a pena de morte era uma
das condições, a par da promoção
do uso da língua portuguesa. “Não
existe ainda o ensino de português
na Guiné Equatorial”, referiu a inves-
tigadora do ISCTE.
CPLP
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O encontro entre o Presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, e o
Dalai Lama, ontem na Casa Branca,
mereceu o protesto e a condenação
do Governo de Pequim, que classi-
fi cou a recepção ao líder espiritual
do Tibete no exílio como uma “gra-
ve interferência” de Washington nas
“questões internas” da China, com
possíveis repercussões nas relações
bilaterais.
O Governo de Pequim exigiu o can-
celamento da reunião, mas o pedido
não foi atendido. “O Presidente está
neste momento a receber sua santi-
dade o Dalai Lama na sua capacidade
de líder religioso e cultural”, infor-
mava uma nota publicada noTwitter
do Conselho Nacional de Segurança
dos EUA.
“O encontro do líder dos Estados
Unidos com o Dalai Lama é uma gra-
ve interferência na política domésti-
ca da China, que constitui uma séria
violação dos princípios das relações
internacionais e infl igirá grande pre-
juízo para a relação da China com os
Estados Unidos”, reagiu a porta-voz
do ministério dos Negócios Estran-
geiros chinês, Hua Chunying.
Antecipando a resposta de Pe-
quim, a Casa Branca fez questão de
sublinhar que o Presidente Barack
Obama recebeu o Dalai Lama na sua
condição de “líder cultural e religio-
so respeitado internacionalmente”, e
reiterou o reconhecimento da sobe-
rania chinesa no Tibete, lembrando
que não apoia a causa separatista.
Mas “os Estados Unidos apoiam
a abordagem do Dalai Lama, que
propõe um ‘meio termo’ entre a
assimilação e a independência dos
tibetanos”, assinalou a porta-voz
do Conselho Nacional de Seguran-
ça, Caitlin Hayden, que manifestou
“preocupação” com os relatos da
“escalada da tensão e a deteriora-
ção dos direitos humanos na região
tibetana da China”.
Este foi o terceiro encontro de
Obama com o Dalai Lama, que está
a cumprir um périplo de três sema-
nas nos EUA. A reunião decorreu à
porta fechada e sem direito às decla-
rações ofi ciais que tradicionalmente
encerram as visitas ofi ciais de líderes
estrangeiros.
Encontro de Obama com o Dalai Lama irrita a China
TibeteRita Siza
Pequim protesta contra recepção na Casa Branca e alerta para “prejuízos” nas relações bilaterais
CANAL Q, JÁ ESPREITOU? no canal 15 da sua televisãowww.canalq.pt www.facebook pt/canalq
26 | CULTURA | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
A Arco outra vez numa “fase ascendente”
A quebra no mercado espanhol, em 2013, pode ter chegado aos 62%, mas não é de compradores espanhóis que se faz hoje em dia a Arco. Com a Bélgica a comprar, os galeristas dizem-se satisfeitos com a feira
GERARD JULIEN/AFP
A uma feira de arte os galeristas vão
vender, certo? Não só. Não é o mais
comum, mas enquanto vendem po-
dem acabar também a comprar. De
resto, em certos momentos — sobre-
tudo os de crise —, comprar pode ser
o melhor dos negócios.
Seriam duas da tarde, ontem,
quando Edward Tyler nos recebeu
no stand da sua galeria, a nova-ior-
quina Edward Tyler Nahem Fine
Arts, uma das galerias do Pavilhão 7
da Arco, aquele onde se concentram
mais agentes “blue chip” — os que ne-
goceiam valores mais conservadores
(ou seja, mais altos e estabelecidos).
Encerrados os dois primeiros dias,
reservados a profi ssionais, a Arco
abriu ontem ao grande público e a
essa hora era já impossível circular
no stand em frente, o da espanhola
Leandro Navarro, com a que será a
peça mais cara da edição deste ano
da Arco — um Picasso cubista, um
pequeno óleo sobre tela de 1922 mar-
cado a 1,2 milhões de euros.
O Keith Harring de 1982 que
Edward Tyler tem no seu stand está
quase ao mesmo preço: um milhão.
Dois compradores estão interessados
na tela amarelo vibrante, um terceiro
coleccionador propõe-se a ser ele a
vender ao galerista — um dos seus
desenhos do mesmo autor.
Edward Tyler não concretizou o
negócio — o que não quer dizer que
não venha ainda a concretizar. “O que
muita gente não percebe é que uma
feira é marketing”, diz-nos o galerista
a sorrir. “Ao mostrar determinado
trabalho, atraem-se pessoas que têm
obras do mesmo artista e estão in-
teressadas em comprar ou vender.”
Este é o nono ano que Edward Ty-
ler está na Arco. Passou pelo pico de
mercado anterior a 2009 e tem atra-
vessado os anos mais recentes, de
crise. “O pior ano foi o ano passado”,
diz-nos. E faz eco do que dizem as
generalidade dos agentes neste 2014:
“Este ano parece bastante melhor.
O ambiente não é esfusiante, mas é
positivo. Tendo em conta tudo o que
se passa, está bem.”
Como a maior parte dos galeris-
tas — sobretudo este ano — , Edward
Tyler recusa falar de valores, mas,
sobre o nível médio da Arco, conta
como na sua participação conheceu
portugueses que tem na sua galeria —
Gil Heitor Cortesão, Ana Manso, Dio-
go Evangelista —, Pedro Cera diz que
o recobro “vai levar o seu tempo”:
“Não voltámos ao registo de 2007 e
2008. Mas as coisas têm melhorado
de ano para ano. Não sei se vamos
voltar à velocidade pré-crash, mas
começam, de novo, a criar-se as con-
dições para isso.” Vera Cortês diz ter
começado a sentir essa recuperação
ainda em Lisboa, sobretudo nos últi-
mos meses: “Tive um bom ano, não
me posso queixar, mas desde Novem-
bro nota-se uma diferença. Estamos
numa fase ascendente.”
Na Arco, este ano, Vera Cortês
declara ser notório o renovado inte-
resse pela generalidade dos artistas
da sua galeria e não apenas por um
ou dois protagonistas. Notória foi
também, diz, a presença de alguns
compradores portugueses que há já
algum tempo não visitavam a feira.
Mas não é dos compradores por-
tugueses que mais se fala num mo-
mento em que a Bélgica parece estar
a oferecer a Madrid os seus melhores
coleccionadores.
Numa edição da Arco que come-
çou “sem grandes expectivas”, mas
em que vendeu já peças entre 11 mil
e 70 mil euros, é de coleccionadores
belgas que fala Cristina Guerra, refe-
rindo ainda o interesse de dois mu-
seus internacionais por um dos seus
artistas: Yonamine. E é da Bélgica
que se fala também na dinamarquesa
Nicolai Wallner, onde uma nova peça
de Dan Graham a 330 mil euros tem
funcionado como cartão-de-visita e
conseguiu dois interessados.
A Bélgica, mas também a Itália e os
Estados Unidos. É destas nacionali-
dades que fala, por exemplo, Manuel
Ulisses, da Galeria Quadrado Azul,
onde se expõem obras de artistas co-
mo Francisco Tropa, Paulo Nozolino,
Hugo Canoilas, Ana Manso e Mika Ta-
jima e onde as vendas, até ontem,
iam dos 5 mil aos 20 mil euros.
E falta o pós-feira. É então que Le-
andro Navarro conta vender o seu Pi-
casso. Na Arco houve interessados,
“sobretudo suíços e norte-america-
nos”, diz o galerista. Satisfeito com o
programa de coleccionadores que a
feira convidou para a sua 33.ª edição,
explica que mostrar um Picasso na
Arco é mais uma questão de “prazer”:
“Sei que vou tê-lo na galeria talvez
cerca de dois meses e depois vendê-
lo. Um Picasso vende sempre.”
Feira de arteVanessa Rato
um coleccionador espanhol com
quem foi conversando ao longo de
duas edições sem qualquer venda. “À
terceira edição fez-me uma compra
de seis milhões.”
São as excepções. Mas o optimis-
mo moderado de Edward Tyler não
é: repete-se pela maioria das galerias
internacionais, incluindo as portu-
guesas, mesmo as com mais difi cuda-
des de afi rmação — este ano 13, entre
as 219 totais, de 23 países, que até
amanha estão na feira. Pedro Cera,
que faz parte do comité de selecção
da Arco, diz que “não se pode falar
numa recuperação milagrosa, por-
que não é verdade”, mas refere “um
sentimento geral”: “Correu bem.”
Com obras vendidas de todos os
Está a anunciar-se já em Madrid a nova feira de arte contemporânea portuguesa, a Est Art Fair, cuja primeira
edição está marcada para dias 10 a 13 de Julho no Centro de Congressos do Estoril. Depois da conferência de imprensa de há três semanas em Lisboa, Luís Mergulhão, o empresário à frente da iniciativa, esteve na Arco e os postais da feira foram postos a circular entre galeristas. Com um comité de
selecção composto por três galeristas portugueses – Cristina Guerra, Pedro Oliveira e Vera Cortês – e três estrangeiros – a alemã Barbara Thumm, da galeria com o mesmo nome, o brasileiro Eduardo Brandão, da Vermelho, e o espanhol Pedro Maisterra, da Maisterra Valbuena –, a Est Art Fair conta vir a ter à volta de 30 galerias. O comité de selecção reuniu durante a Arco, mas ainda não fechou a sua lista.
A nova feira portuguesa já está em Madrid
Em cima, Compotier, bouteille et verre (1922), de Picasso; em baixo, obras de Bruno Pacheco e de João Maria Gusmão e Pedro Paiva
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | CULTURA | 27
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O Governo da Andaluzia, em Espa-
nha, anunciou esta sexta-feira que
vai pedir um parecer para saber se
tem competência para administrar
a Mesquita de Córdova, classifi cada
como Património da Humanidade
desde 1984, e actualmente sob ges-
tão da Igreja.
Esta decisão foi noticiada pelo jor-
nal El País, segundo o qual a delega-
da do governo andaluz em Córdova,
Isabel Ambrosio (PSOE), assegurou
que a Junta vai “fazer tudo o que es-
tiver ao seu alcance” para assegurar
a gestão daquele monumento como
património público.
Esta posição do governo andaluz
surge na sequência de uma petição
Governo da Andaluzia quer gerir a Mesquita de Córdova
pública lançada na internet no iní-
cio de Fevereiro, com o objectivo de
evitar que o episcopado de Córdova
assuma em defi nitivo a propriedade
do monumento, a maior mesquita
Património
O monumento passará a ser oficialmente propriedade da Igreja a partir de 2016
lei vinda do tempo do General Fran-
co, o bispo de Córdova registou a
propriedade do monumento em
nome da Igreja. Ainda segundo a
mesma legislação, esse título de
propriedade ganhará estatuto ir-
revogável passados dez anos, pelo
que a sociedade civil e a administra-
ção pública local tem até 2016 para
inverter a situação. É isso que vem
sendo exigido na petição pública
lançada pela cidadã anónima Ana
Vera no início de Fevereiro, e que,
segundo a agência Efe, já reuniu
mais de 75 mil assinaturas.
O documento em causa enumera
as seguintes exigências: que o bem
em causa seja nomeado como monu-
mento de Córdova, já que ele é tanto
uma catedral como uma mesquita; o
reconhecimento da sua titularidade
pública; uma administração pública
e transparente; e a elaboração de um
regulamento de boa gestão e salva-
guarda do monumento. PÚBLICO
A Mesquita de Córdova é Património da Humanidade
existente na Europa Ocidental, que
data do século X e que desde o sécu-
lo XIII contém no seu interior uma
catedral católica.
Em 2006, socorrendo-se de uma
Breve
Oliveira do Hospital
Restauro de santuário “não cumpre” critériosA Associação Profissional de Conservadores-Restauradores de Portugal (ARP) considerou, numa carta aberta, que a intervenção efectuada no Santuário da Nossa Senhora das Preces, em Oliveira do Hospital, “não cumpre os critérios fundamentais” do restauro. O presidente da ARP, Rui Pedro Borges, que assina a carta, diz que a intervenção realizada por Miguel Duque em 13 esculturas do santuário denota “uma ausência total do respeito pelo valor original e único de todo e qualquer bem cultural”.
MARCELO DEL POZO/REUTERS
VENHA CONHECER O RENOVADO AUDITÓRIO GULBENKIAN
GULBENKIAN PÚBLICO MÚSICA A DOBRAR
DE 22 DE FEVEREIRO A 8 DE MARÇOO Jornal Público e a Fundação Calouste Gulbenkian associam-se nesta celebração. Na compra de um bilhete para qualquer concerto da temporada Gulbenkian Música 13/14 (até Junho de 2014), receberá um bilhete gratuito para o evento escolhido, desde que apresente este Jornal.
Promoção não acumulável com outro tipo de descontosSujeita à disponibilidade de lugares
Foto
graf
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iago
Pai
xão
28 | CULTURA | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
O fotojornalista italiano Paolo Pel-
legrin, membro da cooperativa de
fotografi a Magnum, será o presidente
do júri da próxima edição do prémio
Estação Imagem/Mora, o único do
género em Portugal, que se realiza
em Abril naquela localidade alente-
jana. Pellegrin é um dos mais reputa-
dos repórteres a nível mundial, ten-
do sido distinguido com os principais
prémios da profi ssão, entre os quais
o Leica Medal of Excellence e o Ro-
bert Capa Gold Medal Award. Soma
ainda uma dezena de prémios World
Press Photo.
Paolo Pellegrin (Roma, 1964) tem
uma abordagem ao trabalho fotográ-
fi co muito inspirada na estética de
Robert Capa, um dos fundadores da
Magnum, mestre do fotojornalismo
que procurava a proximidade do
sujeito e que deixava para segundo
plano a perfeição da imagem. “Estou
mais interessado num tipo de foto-
grafi a que permanece ‘inacabada’ -
uma fotografi a sugestiva que poten-
cia a conversa ou o diálogo”, refere o
fotógrafo no site da Magnum.
Para além de Pellegrin, o júri da
competição deste ano, que distri-
buirá os prémios a 19 de Abril, será
composto por Alessandra Mauro,
curadora de fotografi a; Christopher
Morris, fotojornalista da agência VII;
Pablo Juliá, director do Centro Anda-
luz da Fotografi a; e Jérôme Sessini,
fotojornalista da Magnum. O prémio
está aberto a fotojornalistas portu-
gueses, dos PALOP e da Galiza, bem
como aos estrangeiros residentes
nestes territórios. As participações
podem ser enviadas até ao dia 30 de
Março.
O prémio foi dotado de um valor
de 3500 euros e os vencedores do
1.º prémio de cada uma das sete ca-
tegorias (Notícias, Assuntos Contem-
porâneos, Vida Quotidiana, Retrato,
Desporto, Arte e Espectáculos e Am-
biente) recebem 1000 euros. Todos
os anos é também atribuída uma bol-
sa de 4.000 euros para a realização
de um projecto documental sobre o
Alentejo. O projecto vencedor deve
ser desenvolvido durante 2014 e será
publicado em livro e mostrado de-
pois numa exposição itinerante.
Pellegrin lidera júri da Estação Imagem
Fotografia Sérgio B. Gomes
Além de Pellegrin, o júri da competição integra Alessandra Mauro, Christopher Morris, Pablo Juliá e Jérôme Sessini
OXANA IANIN
Ao abrir da cortina, depois de escla-
recido ao que vamos, os dourados
do palco e dos panos de cena do Do-
na Maria II inebriam. Dir-se-á quase
no fi m que parecem a boca de um
romeno, ao melhor estilo brejeiro,
como se o pudor há muito tivesse si-
do abandonado. O que se revela na
cena aberta e generosa é um desejo
de construir não uma homenagem a
um género que todos dizem que mor-
reu mas usá-lo em toda a sua força
para olhar para o passado e pensar
o ponto onde estamos.
Tropa Fandanga é uma surpre-
sa a todos os níveis, tanto para os
que há muito acompanham o Te-
atro Praga e lhe reconhecem a ca-
pacidade de inventariar, e inventar,
novos modos de pensar o teatro,
como para os que criticam na com-
panhia a exposição dos mecanis-
mos teatrais a troco de um exibi-
cionismo tendencialmente cínico.
O cenário não é, por isso, um de-
talhe. Assinado por José Capela, co-
director artístico e cenógrafo da com-
panhia Mala Voadora, é um primor
de dedicação e discrição que dialoga
com esses extremos onde o Teatro
Praga tem sido colocado e permite,
através de apontamentos cenográfi -
A revista está viva porque nunca esteve morta
alma portuguesa, reality shows, de-
semprego jovem, traumas históricos,
emigração e cérebros em fuga vão
surgindo como retrato de um país.
A surpresa de Tropa Fandanga
vem, afi nal, do modo como todo o
esquema de revista é exposto e tra-
balhado. Mesmo que os preceitos do
género fossem, desse há algum tem-
po, e com a devida estilização, per-
ceptíveis no discurso da companhia,
Tropa Fandanga é uma surpresa pe-
la humildade com que a companhia
trabalha um género teatral cheio de
regras mas visto como secundário.
Aquelas que eram as características
do Teatro Praga encontram-se, afi -
nal, diluídas num exercício de inte-
ligência que é muito mais contido e
controlado do que a máquina que
vemos em palco deixa supor.
Aos Praga apontava-se uma cons-
ciência aguda de que a máquina te-
atral, sendo um jogo de efeitos e de
ilusão, não deveria ser denunciada.
Nunca foi desenrascanço. Em ano
de centenário da Primeira Guerra
Mundial e dos 40 anos da revolução
de Abril, o que o Teatro Praga faz é,
afi nal, enfrentar as características da
revista à portuguesa para transfor-
mar numa história teatral a história
do país em crise.
Em 2013, com A Tempestade e Ter-
ceira Idade, o Teatro Praga falava de
um fi m de ciclo e de um desejo de
superação. Não imaginávamos que o
passo, arriscado, fosse tão bem suce-
dido. Se a revista morreu, chamamos
o quê a Tropa Fandanga? Revista, e
‘mai nada.
Crítica de Teatro
Tropa-Fandanga, pelo Teatro Praga
Teatro Nacional Dona Maria II, 20
Fevereiro, 21h. Até 16 Março. 5 estrelas
Tiago Bartolomeu Costa
mmmMM
cos que evocam paisagens, fachadas
de edifícios e símbolos-fétiche nacio-
nais, dar margem a que o texto possa
existir sem pruridos, fazendo convi-
ver referências eruditas e populares.
O texto, na sua riqueza argumenta-
tiva, usa habilmente o truque comum
do teatro de revista que é a possibi-
lidade de actualização constante,
por os espectáculos estarem vários
meses em cena. Assim, tal como o
trabalho cenográfi co propõe uma
dramaturgia que se oferece ao tex-
to, também o texto se entrega a um
modelo funcional, onde o passado
recente é revisto de forma cirúrgica,
evocativa, convocando a expectativa
do espectador. Cabe lá o país todo e é
por isso que podemos rir. Nem sem-
pre dos outros, muitas vezes de nós.
Concorre para esta organização
uma absorvente direcção musical de
João Paulo Soares (com canções ori-
ginais de Sérgio Godinho), que cria,
entre os diferentes quadros, e dentro
deles, rimas sonoras que estimulam
a atenção e proporcionam delicadas
pontes entre os novos números e a
revisitação da memória da revista.
São três, então, os elementos que,
a par de um jogo contrastante pro-
movido pelos fi gurinos, de Joana
Barrios, e os telões assinados por
diferenres artistas plásticos (Bar-
bara Says..., Vasco Araújo, Pedro
Lourenço e João Pedro Vale e Nuno
Alexandre Ferreira), fazem mais do
que recriar o teatro de revista. É um
espectáculo por inteiro que não faz
a defesa cega da revista nem cede na
gratuitidade que é a ideia de fi m a
ela associada. Fado, futebol, Fátima,
Breves
Literatura infantil
Palácios e museus
Alêtheia e Pingo Doce lançam prémio no valor de 50 mil euros
Parque e Palácio da Pena foram os mais visitados em 2013
A cadeia de supermercados Pingo Doce e a editora Alêtheia apresentam hoje em Vagos, no Museu do Brincar, um novo prémio de literatura infantil, no valor de 50 mil euros. O objectivo do prémio, disse fonte da Alêtheia Editores à Lusa, é estimular o aparecimento de novos autores e ilustradores de literatura para os leitores mais jovens. “Este será o maior prémio de literatura infantil alguma vez criado em Portugal”, acrescentou a Alêtheia. A primeira edição do prémio realizar-se-á já este ano e, do júri, que será presidido por Zita Seabra, fazem parte, entre outros, Eduardo Sá e Isabel Zambujal. A data de entrega dos trabalhos e o regulamento serão divulgados hoje em Vagos.
O Parque e o Palácio da Pena, em Sintra, receberam o maior número de visitas em 2013 entre os palácios, museus e monumentos nacionais, revela um relatório da Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) e da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC). Os dados divulgados na quinta-feira referem-se a todos os parques e monumentos administrados pela PSML e pela DGPC, que indicam que o Parque e o Palácio Nacional da Pena, sob gestão da primeira, receberam 787.163 visitantes. Na segunda posição encontra-se o Mosteiro dos Jerónimos, com 722.758, e, na terceira, a Torre de Belém, com 537.855 visitas, ambos administrados pela DGPC. O Palácio Nacional de Sintra, também gerido pela PSML, surge a seguir, com 393.059 visitantes.
35PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 CLASSIFICADOSEdif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 [email protected]
Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H
Mensagens
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TRIBUNAL DOCOMÉRCIO DE LISBOA
1.º JuízoProcesso: 11/2001-I
ANÚNCIOAção de Processo Comum (art.º 205.º do CPEREF)Autor: Ministério Público (Em representação do Estado)Réu: Sincar, Industrialização & Com. de Carnes, Lda. e outro(s)...A Dr.ª Elisabete Assunção, Juíza de Direi-to do 1.º Juízo do Tribunal do Comércio de Lisboa.Faz saber que nos presentes autos supra-identifi cados, que correm por apenso aos autos de declaração de Falência, por este Juízo e Tribunal, em que é Autor o Ministério Público e Ré Sincar - Industrialização e Co-mércio de Carnes, Lda., (NIF 502225386), Rua do Pau Queimado - 2870 Montijo, cor-rem éditos de dez dias, contados da segun-da e última publicação do anúncio, citando os credores da massa falida da requerente, para no prazo de trinta dias, fi ndos os dos éditos, contestarem a presnete acção (art.ºs205.º, n.º 1 e 207.º do CPEREF), em que o autor pretende que seja verifi cado o seu crédito no montante de €27.186,35, cujo duplicado se encontra neste Tribunal à dis-posição de quem o queira consultar dentro das horas normais de expediente.Passou-se o presente e outros de igual teor que serão legalmente afi xados.N/ Referência: 2756452Lisboa, 14/02/2014A Juíza de Direito - Dr.ª Elisabete Assunção
A Ofi cial de Justiça - Isabel David NunesPúblico, 22/02/2014 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL DE FAMÍLIA DO SEIXALProcesso n.º 6626/12.2TBSXL
Venda por Proposta em Carta Fechada
ANDAR, situado em Paivas/Amora. T3 com Área de 100 m2.Registado na Consevatória Predial de AMORA, sob o n.º 1587, fracção AF. Aceitam-se propostas acima de 75 mil euros, devidamente identifi cadas com nome, morada, NIF, telefone e valor da proposta por extenso, a remeter em car-ta registada até 07/03/2014 para: Admin. Insolvência - Ref.ª 6626/12.2TBSXL, Rua Major Neutel de Abreu, 7 - Atelier, 1500-409 Lisboa. Abertura das propostas em 13/03/2014 - 11.00 horas. A licitação será confi rmada por notifi cação ao proponente que deverá caucionar a compra no prazo de oito dias com 30% do valor proposto e restante no acto de escritura que será outor-gada no prazo de 30 dias. Para ver: Telf.: 217.789.298
Público, 22/02/2014 - 1.ª Pub.
MOTORISTA PARTICULAR
José Alexandre,Unipessoal, Lda.
SegurançaConfi ançaExperiê[email protected]
932567567
Agente de Execução Alexandra Gomes CP 4009, com endereço profi ssional na Rua Dom Sancho I, n.º 17 A e B, Almada.Nos termos do disposto no artigo 817.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda do bem adiante designado:TIPO DE BEM: ImóvelBens em VendaARTIGO MATRICIAL: 2943 urbano – Servi-ço de Finanças de Almada 2.DESCRIÇÃO: VERBA 1: Fracção autónoma destinada a habitação designada pela letra “H” em regime de propriedade horizontal, no distrito de Setúbal, concelho de Al-mada, freguesia do Feijó sito na Rua D. Francisco de Almeida n.º 54, 2.º Andar Frente, inscrito na matriz predial urbana sob o sob o artigo 2943, da União das Fre-guesias de Laranjeiro e Feijó (anteriormente inscrito sob o artigo 1441, da Freguesia do Feijó) e descrito na 2.ª Conservatória do Registo Predial de Almada sob o número 3613.PENHORADO EM: 2011/09/06INTERVENIENTES ASSOCIADOS AO BEM:EXECUTADO: João Carlos Miranda, soltei-ro, maior, NIF 195167139, Endereço: Rua
D. Francisco Almeida, n.º 54, 2.º Andar Frente, Feijó, 2810-063 Almada.MODALIDADE DA VENDA:Venda mediante proposta em carta fecha-da, a serem entregues na Secretaria do supra-mencionado Tribunal, pelos interes-sados na compra, fi cando designada data para abertura das propostas o dia 06 de Março de 2014, pelas 14:15 horas.VERBA 1:VALOR-BASE: 34.620,00 EurosSerão aceites propostas iguais ou superio-res a 29.427,00 Euros, que correspondem a 85% do valor-base.A sentença que se executa está pendente de recurso ordinário: NãoEstá pendente oposição à execução: NãoEstá pendente oposição à penhora: NãoEstá pendente sentença de graduação de créditos: NãoA Agente de Execução - Alexandra Gomes
Rua D.Sancho I, n.º 17 - A/B2800-171 Almada
E-mail: [email protected]. 210 833 058 - Fax 212 743 259
Público, 22/02/2014 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DE ALMADA4.º Juízo Cível
ANÚNCIO DE VENDA
Processo n.º 4134/10.5TBALMExecução Comum (Sol. Execução) - Ref. Interna: PE/638/2010Exequente: Administração do Condominio do Prédio Sito na
Rua D. Francisco de Almeida, N.º 54Executado: João Carlos Miranda
ALEXANDRA GOMESAgente de Execução
CPN 4009
Agente de Execução, Alexandra Gomes CP 4009, com endereço profi ssional em Rua D. Sancho I, n.º 17 – A/B, 2800-712 Almada.A NOTIFICAR: Os comproprietários do prédio sito na Quinta de Santo António da Romeira, Freguesia da Caparica, concelho de Almada.PENHORA: Penhora do direito a bem indiviso correspondente a 6 / 125 avos, que o(s) executado(s) detêm na Adminis-tração conjunta do Loteamento da Quinta de St. António da Romeira sito na Quinta de St. António da Romeira na Caparica, descrita na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Almada sob o n.º 5499 e ins-crita na respectiva matriz sob o artigo 3.ª Secção L, da Aquisição com as Ap. 22 de 1976/03/24, Ap. 74 de 1978/09/27 e Ap. 75 de 1978/09/27.QUANTIA EXEQUENDA: 117.374,40 €.OBJECTO E FUNDAMENTO DA NOTIFI-CAÇÃO: Nos termos e para os efeitos do dispos-to no art. 16.º-C da Lei das AUGI, bem
como no n.º 1 do artigo 781.º e no n.º 1 do artigo 240.º, ambos do C. P. Civil, os anúncios são publicados em dois números seguidos, notifi cando os comproprietários do prédio sito na Quinta de St. António da Romeira na Caparica, de que o direito do(s) executado(s) fi ca à ordem do Agente de Execução. Nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 781.º do C. P. Civil, é lícito aos notifi cados fazer as declarações que entendam quanto ao direito do(s) executado(s), bem como o modo de o tornar efectivo, podendo ainda os contitulares dizer se pretendem que a venda tenha por objecto todo o património ou a totalidade do bem.
A Agente de ExecuçãoAlexandra Gomes
Rua D.Sancho I, n.º 17 - A/B2800-171 Almada
E-mail: [email protected]. 210 833 058 - Fax 212 743 259
Público, 22/02/2014 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL COMARCA DE FAMÍLIA E MENORES DE ALMADA1.º Juízo
EDITALNotifi cação aos Comproprietários do Prédio sito na Quinta de Santo António da Romeira
(artigo 16.º-C da Lei das AUGI e artigos 781.º e 240.º do C.P.Civil)
Processo n.º 5882/11.8TBALMExecução Comum (Sol. Execução) - Ref. Interna: PE/684/2011Exequente: Administração Conjunta do Loteamento da Quinta
de Santo António da RomeiraExecutado(s): José Gomes Palhares e outro
ALEXANDRA GOMESAgente de Execução
CPN 4009
ARTIGOS ÓTICOSPRECISA-SE
VENDEDOR- Até 40 anos;- Viatura Própria;- Conhecedor da Zona Centro;- Empresa Líder no Mercado (artigos de grande consumo);- 4000 Produtos;- Carteira de clientes.
Os candidatos deverão enviar curriculum vitae com foto para:
A. J. Borges - Rua Cordeiro Ferreira, 13, 1 E, 1.º andar, 1750-071 Lisboa([email protected])
ORDEM DE TRABALHOS
Porto, 17 de fevereiro de 2014
A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral
25 de março de 2014 - 16h30
(Ana Maria Viegas Brito Jorge)
De acordo com os Estatutos do Sindicato dosProfessores do Norte (SPN), convoco umaAssembleia-Geral Ordinária de Sócios para odia 25 de março de 2014, com início às 16h30,a funcionar descentralizadamente na sede doSPN, nas sedes das Direções Distritais de Braga,Bragança, Viana do Castelo e Vila Real e nassedes das delegações de S.João da Madeira eSt.ª Maria da Feira, com a seguinte
1. Apreciação e votação do Relatório e Contas de 2013;
2. Análise da situação político-sindical.
Se à hora indicada não houver quórum, aAssembleia-Geral realizar-se-á meia hora mais tarde,
com qualquer número de presentes.
TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE
COMARCA DE CASCAIS4.º Juízo Cível
Processo: 475/1999
ANÚNCIOExecução OrdináriaA Mmo(a) Juíza de Direito Dr(a). Maria de Fátima R. Marques Bessa, do(a) 4.º Juízo Cível - Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Cascais:Faz saber que correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens penho-rados ao(s) executado(s) abaixo indicados, para reclamarem o pa-gamento dos respectivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começará a contar da segunda e última publicação do anúncio.Bens penhorados: TIPO DE BEM: VeículoDESCRIÇÃO: VEÍCULO AUTOMÓ-VEL Marca Citröen AX, MATRÍCULA XT-90-72PENHORADO EM: 17-8-2009, 12.30PENHORADO A:EXECUTADA: MARIA FERNANDA ALBINO FIGUEIREDO. Documen-tos de identifi cação: BI - 4652101, NIF - 114653160. Endereço: Rua do Lima 75 - 8 Dto B, Rebelva, 2775-321 ParedeEXECUTADO: Jaime José Mar-ques Pinto. Estado civil: Casado. Documentos de identifi cação: NIF - 160755972. Endereço: Rua Lima N.º 75 8.º B. Parede, Cascais.N/Referência: 12472581Cascais, 04/02/2014
A Juíza de DireitoDr.ª Maria de Fátima R. Marques
BessaO Escrivão Adjunto
Arnaldo José O. PereiraPúblico, 22/02/2014 - 2.ª Pub.
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TRIBUNAL JUDICIAL DE OEIRAS
1.º Juízo Competência CívelProcesso: 5566/13.2TBOER
ANÚNCIOProcedimento CautelarRequerente: Caixa Leasing e Fac-toring - Instituição Financeira de Crédito, S.A.Requerido: X Life - Bio Quântica, LdaNos autos acima identifi cados, correm éditos de 10 dias, contados da data da publicação do anúncio, notifi cando:Requerido: X Life - Bio Quântica, Lda, NIF - 507895762, domicílio: Rua Almada Negreiros, 14, Bloco 7, Piso 0, 2795-000 Queijas, com última residência conhecida na mo-rada indicada para, no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos édi-tos nos termos do disposto no art.º 385.º, n.º 6 do Código de Processo Civil, e em alternativa:- Recorrer em 15 dias, nos termos gerais, do despacho que decretou a providência, quando entenda que, face aos elementos apurados, ela não deveria ter sido decretada;- Deduzir oposição, no prazo de10 dias quando pretenda alegar factos ou produzir meios de prova não tidos em conta pelo tribunal e que possam afastar os fundamentos da providência ou determinar a sua redução.Fica ainda notifi cada para os efeitos previstos no artigo 21.º, n.º 7 do Dec.-Lei n.º 149/95, de 24/6.Passei o presente para ser afi xado.N/ Referência: 13316034Oeiras, 12-02-2014.
A Juíza de DireitoDr.ª Helena Amaral Brito
A Ofi cial de JustiçaEstrela Rosinha
Público, 22/02/2014 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DA MAIA4.º Juízo
ANÚNCIO DE VENDA EM NEGOCIAÇÃO PARTICULARProcesso de Insolvência n.º 4.208/12.8 TBMAIInsolvente: Maria José RodriguesAdministrador Judicial: Jorge Ruben Fernandes RegoNo âmbito do Processo de Insolvência acima referenciado, aceitam-se propostas para compra do bem abaixo identifi cado, a enviar para o es-critório do Administrador de Insolvência, sito na Rua Álvaro Castelões, n.º 821, Sala 3.2, 4450-043 Matosinhos: Verba Única - Direito à meação da fracção autónoma designada pela le-tra “M”, destinada a habitação, correspondente ao rés-do-chão do pré-dio sito na Praceta Castelo da Maia Ginásio Club, n.º 59, da freguesia de Santa Maria do Avioso, concelho da Maia, descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 295 - M e inscrita na matriz urbana com o artigo 781 – M, no montante de € 40.000,00.Valor-Base: € 40.000,00. Valor total: € 40.000,00 (quarenta mil euros).Para efeitos de observação dos presentes bens, contactar o Adminis-trador Judicial, nos dias úteis e da parte da manhã, entre as 10h00 e as 12h00, para o telefone n.º 22 935 1123.A verba é vendida no estado físico, jurídico e documental em que se encontra.NOTA: Os proponentes devem juntar à sua proposta, devidamente identifi cada (com o n.º do processo de insolvência, o nome, morada, identifi cação da verba, fotocópia do cartão de cidadão e número de con-tribuinte do ofertante, mais cheque caução visado à ordem da Massa Insolvente, no montante correspondente a 5% do valor-base oferecido (n.º 1 do art. 824.º do CPC, em envelope fechado com indicação exterior do número e nome do processo.
O Administrador Judicial - Jorge Ruben Fernandes Rego
Público, 22/02/2014
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36 | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
FICAR
CINEMAAs ServiçaisTítulo original: The HelpDe: Tate TaylorCom: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer, Bryce Dallas HowardEUA/Índia, 2011, 146 min.SIC, 16hMississípi, EUA, década de
1960. Acabada de terminar
a faculdade, Skeeter (Emma
Stone), de regresso à sua cidade,
apercebe-se da súbita ausência
de Constantine (Cicely Tyson),
a governanta negra que a criou.
Pedindo ajuda a Aibileen e a
Minny, ambas governantas e
amigas de Constantine, nasce
entre as três uma cumplicidade
que resultará num projecto
inédito e que irá abalar aquela
sociedade preconceituosa: um
livro que conta as histórias
de mulheres que, apesar de
criarem as crianças das famílias
brancas como se fossem suas,
são ostracizadas devido à cor da
sua pele.
O Destino de Um Ex-Combatente [Flawless]MGM, 15h20Walt Koontz (Robert De Niro) é
homofóbico, ultraconservador
e polícia de profi ssão. Rusty
(Philip Seymour Hoff man)
é um homossexual, travesti
e professor de canto, cujo
objectivo na vida é fazer uma
operação para mudar de
sexo. A aproximação das duas
personagens dá-se quando
Walter tem um ataque cardíaco
em consequência de uma troca
de tiros e passa a recorrer
às aulas de canto de Rusty
como forma de terapia para
recuperar a fala. Por entre as
fugas desesperadas de Rusty
a um trafi cante de droga a
quem roubou dinheiro, os dois
vizinhos acabam por se tornar
amigos e ajudar-se mutuamente.
Sem ti [The Greatest]TVC1, 15h45Quando Bennett Brewer (Aaron
Johnson) morre num acidente
de automóvel, toda a família
ameaça ruir. Enquanto a mãe
(Susan Sarandon), obcecada
com o que se passou, apenas
tenta encontrar culpados, o
pai (Pierce Brosnan), é forçado
a afastar-se da amante para
tentar consolar uma mulher que
já não ama. É então que Rose
(Carey Mulligan), a namorada
de Bennett, reaparece nas suas
vidas, grávida de três meses.
Apesar de relutantes e chocados,
todos encontram nesse facto
a forma de superar a perda e
alcançar a reconciliação.
Cidade das Sombras [City of Ember]MOV, 17h15Por várias gerações, a população
de Ember tem vivido numa
cidade próspera e com uma
iluminação radiosa. Mas,
um dia, o gerador da cidade
começa a falhar e as lâmpadas
e candeeiros a tremeluzir. Dois
adolescentes tentam então
descobrir as pistas que lhes
permitirão não só desvendar o
mistério ancestral da existência
da cidade, mas também ajudar
a fugir os seus habitantes antes
que as luzes se apaguem para
todo o sempre. De Gil Kenan,
com Saoirse Ronan, Toby Jones,
Bill Murray e Tim Robbins.
O Tigre e a Neve [La Tigre e la Neve]TVC3, 19h10Com realização de Roberto
Benigni, um fi lme sobre o amor
como o mais revolucionário
dos sentimentos. Em Roma,
Attilio (Benigni), poeta, está
apaixonado por Vittoria
(Nicoletta Braschi). Mas Vittoria
não mostra interesse por ele
e perde a paciência perante
os esforços de sedução deste
teimoso. Um dia, Attilio recebe
uma chamada de um grande
poeta iraquiano ( Jean Reno),
cuja biografi a Vittoria está a
escrever em Bagdad (Iraque),
dizendo que foi vítima de um
dos primeiros bombardeamentos
anglo-americanos na cidade e
está moribunda no hospital.
Animado pelo seu amor louco,
Attilio parte para o Iraque...
Boas Vibrações [Hysteria]TVC1, 21h30Inglaterra, meados do séc. XIX.
Com um quarto de mulheres
inglesas diagnosticadas com
histeria, o Dr. Dalrymple
tenta encontrar a cura para a
enfermidade e contrata o jovem
Dr. Mortimer Granville. Assim,
para o alívio dos sintomas,
recomenda uma técnica de
massagens manuais que, após
algumas convulsões, promete
resultados surpreendentes.
Apesar de fora do comum
e bastante inovador para a
época, este tratamento faz tanto
sucesso que os dois médicos
não têm mãos a medir… Uma
comédia de Tanya Wexler, sobre
a invenção do vibrador e a sua
ligação à tentativa de cura da
histeria.
Águas Mil [Águas Mil]RTP1, 00h41Durante os mais de 40 anos de
ditadura em Portugal, muitos
segredos foram enterrados
e muitas foram as famílias
destroçadas. A Pedro (Gonçalo
Waddington), a convulsão
política da altura “roubou-lhe” o
pai, que desapareceu sem deixar
rasto, era ele ainda uma criança.
Agora, já adulto, decide partir
em busca de respostas. Entre
Portugal e Espanha, descobre a
sua história familiar entrelaçada
com a História política do país.
Porém, esse encontro com
o passado terá um custo...
Segunda longa-metragem de Ivo
Ferreira (2009).
DESPORTO
Jogos Olímpicos de Inverno: Sochi 2014Directo. Provas na recta fi nal da
XXII edição dos Jogos Olímpicos
de Inverno: Snowboard/Slalom
Paralelo — Final Masculina e
Feminina (SPTV2, 9h10); Esqui
de Fundo — 30 km Femininos
(SPTV3, 9h20); Esqui Alpino/
Slalom — Qualifi cação Masculina
(SPTV2, 12h40); Biatlo — Final
4x7,5 km — Estafeta Masculino
(SPTV2, 14h20); Esqui Alpino/
Slalom — Final Masculina
(SPTV2, 16h10); e Bobsleigh/
As Serviçais
Os mais vistos da TVQuinta-feira, 20
FONTE: CAEM
SICSICTVITVISIC
18,913,913,613,110,7
Aud.% Share
36,427,826,226,227,6
RTP1
2:
SICTVI
Cabo
Futebol - Liga EuropaSol de InvernoJornal das 8O Beijo do EscorpiãoAmor à Vida
14,5%%2,2
22,425,8
25,7
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | 37
Four-Man — Qualifi cação (SPTV2,
17h55).
Futebol: I LigaSPTV1Directo. Continuação da 20.ª
jornada do campeonato nacional
de futebol: Em Braga, os
“arsenalistas” recebem o Arouca
(18h00) e, de seguida, o Rio Ave
enfrenta o Sporting, em Vila do
Conde (20h15).
DOCUMENTÁRIOS
Especiais A Febre do OuroDiscovery, 22h00Neste especial, regressa-se à
América mais profunda, com
o segundo episódio especial
que antecede a estreia da 4.ª
temporada da série. Em Pesquisa
a Sul, a equipa Hoff man desiste
de Klondike para procurar ouro
nos solos ricos da América do Sul.
Entretanto, os rapazes de Dakota
deitam o olho a Cahoon Creek
(Alasca). Paisagens diferentes, o
mesmo objectivo: encontrar ouro.
Em Busca de Automóveis ClássicosDiscovery Turbo, 1h00
Novos episódios da 6.ª
temporada. Wayne Carini,
conhecido como o “Indiana
Jones” dos colecionadores de
carros, é o verdadeiro génio
do restauro. É a ele que os
colecionadores mais exigentes
recorrem. Cada episódio
segue Wayne na sua missão de
encontrar, restaurar e vender
alguns dos carros mais raros do
mundo.
INFANTIL
A Casa do Mickey Mouse + Minnie ToonsDisney Júnior, a partir das 11h30Neste episódio d’A Casa do
Mickey Mouse, inspirado na
história de Cinderela, Minnie
adormece e sonha que se
transforma em Minnie-Rela
(11h30). De seguida, estreiam-
se novos episódios de Minnie
Toons (12h00). Num deles, é o
Dia da Adopção no Cabeleireiro
para Animais e um porquinho-
da-índia quer impressionar os
clientes, mas, apesar de todos os
truques, não conquista nenhum.
Ao vê-lo desanimado, Minnie
explica-lhe que só encontrará
alguém se for ele próprio.
Noutro episódio, Minnie e
Margarida realizam o sonho de
visitarem Paris, mas Margarida
perde a sua máquina fotográfi ca
com todas as memórias da
viagem. Por sorte, travam
amizade com um pombo que as
ajuda a recuperar a câmara.
A Princesa Sofia: O Amuleto e o HinoDisney Júnior, 12h10Sofi a é escolhida para cantar
o Hino de Encantamento no
Festival da Colheita mas o seu
amuleto prega-lhe uma partida
e lança-lhe uma maldição que
terá de conseguir desfazer. Mas
Sofi a conta com uma ajuda
muito especial: de princesa para
princesa, Bela dá-lhe alguns
sábios conselhos.
BladeSIC K, 00h45
Blade
é uma
das mais
conhecidas personagens da
Marvel e tem como protagonista
Eric Brooks, um herói metade
humano, metade vampiro.
Eric nasceu com este estado
transitório após a sua mãe ter
sido atacada por um vampiro
implacável chamado Deacon
Frost, enquanto estava grávida.
Noah van Helsing ajuda o herói
a manter-se num estado em que
não necessite de matar humanos
inocentes. Porém, milhões de
outras vidas continuam em
risco…
RTP16.57 África Global 2014 7.30 Fórum África 2014 8.00 Bom Dia Portugal Fim-de-semana 11.04 Uma Mesa Portuguesa... Com Certeza 11.44 Voz do Cidadão 12.10 BBC Terra - África: Congo 13.00 Jornal da Tarde 14.20 Aqui Portugal 20.00 Telejornal 21.16 Sabe ou Não Sabe 22.15 Chefs Academy 23.48 Os Filhos do Rock 00.41 Filme: Águas Mil 2.01 Janela Indiscreta com Mário Augusto 2.35 Breviário Biltre 3.23 Vivo em Portugal
RTP27.00 Zig Zag 10.49 Universidade Aberta 11.12 Consigo 11.38 Olhar o Mundo 12.10 O Tempo e o Modo 12.41 A Verde e a Cores 13.07 Disco África 2013 14.00 Parlamento 15.00 Desporto 2 19.03 Janela Indiscreta com Mário Augusto 19.36 A Teoria do Big Bang - 6.ª temporada 19.57 Zig Zag 21.10 Usain Bolt, O Homem mais Rápido do Mundo 22.13 Bairro Alto 23.03 O Fim de Uma Época 00.00 24 Horas - Directo 1.02 Palcos - Tigran Hamasyan 1.49 Euronews
SIC6.35 LOL@SIC 8.35 Disney Kids 10.15 Dragões - O Esquadrão de Berk 11.15 Os Agentes de S.H.I.E.L.D 12.10 SOS Animal 13.00 Primeiro Jornal 14.00 Alta Definição 14.35 Fama Show 15.15 E-Especial 16.00 Filme: As Serviçais 19.15 Investigação Criminal Los Angeles 20.00 Jornal da Noite 21.50 Camilo, O Presidente 22.25 Sorteio de Totoloto 22.30 Gosto Disto! 23.35 Os Vídeos Mais Loucos do Guiness World Records 00.35 Downton Abbey
TVI 6.30 Animações / Kid Kanal 9.10 I Love It 10.00 Inspector Max 13.00 Jornal da Uma 14.00 Chicago Fire 15.55 Filme: Nanny Mcphee e o Toque de Magia 18.17 Filme: Uma Noite Atribulada 20.00 Jornal das 8 21.53 O Beijo do Escorpião 22.59 Belmonte 00.10 Filme: Repo Men - Os Cobradores 2.26 Glee 3.14 O Teu Olhar
TVC1 10.55 Corações Perdidos 12.45 A Arte de Passar o Tempo 14.05 Donzelas Em Perigo 15.45 Sem Ti 17.25 Corações Perdidos 19.15 Decisão de Risco 21.30 Boas Vibrações 23.15 Sinister - Entidade do Mal 1.05 Decisão de Risco 3.20 Boas Vibrações
FOXMOVIES9.40 O Segurança do Shopping 11.09 The Express - A História de Ernie Davis 13.15 Serenity 15.11 Inveja 16.48 Academia de Polícia 3 - De Volta Aos Treinos 18.10 Duplo Team 19.41 Perseguição Sem Tréguas 21.15 Sem Escape - Vencer ou Morrer 22.51 Rambo - A Fúria do Herói 00.22 Rambo II - A Vingança do Herói 1.56 Rambo III
HOLLYWOOD11.15 O Dia Dos Pais 12.55 Olha quem Fala... Também 14.15 A Múmia 16.20 Um Sogro do Pior 18.10 Uma Mente Brilhante 20.25 A Estreia da Semana 20.30 Karate Kid - A Nova Aventura 22.25 Beleza Americana 00.30 Força Delta 2 2.20 O Último A Cair
AXN13.46 Filme: O Tigre e o Dragão 15.51 Inesquecível 16.40 Castle 17.30 C.S.I. 18.20 C.S.I. 19.10 C.S.I. 20.01 Investigação Criminal 20.58 C.S.I. 21.55 Filme: Layer Cake - Crime Organizado 23.52 Filme: Underworld: A Revolta 1.32 C.S.I.
AXN BLACK14.17 Hannibal 15.04 Filme: Confiança 16.41 Sangue Fresco 17.39 Sangue Fresco 18.38 Filme: As Quatro Penas Brancas 20.47 Chuck 21.35 Crossing Lines 22.30 Filme: Sequestro nas montanhas 00.12 Crossing Lines 1.07 Chuck 1.54 Sangue Fresco
AXN WHITE14.08 Descobrindo Nina 14.54 Descobrindo Nina 15.40 Filme: Um Belo Par... de Patins 17.32 Filme: Os Rapazes da Minha Vida 19.43 Medium 20.30 Cougar Town 21.00 Família de Acolhimento 21.50 Filme: A História de Irena Sendler 23.31 Família de Acolhimento 00.19 Filme: Os Rapazes da Minha Vida
FOX 14.04 Investigação Criminal: Los Angeles 14.49 Filme: Repo Men - Os Cobradores 16.45 Investigação Criminal: Los Angeles 17.33 C.S.I. 19.00 Inteligência 19.50 Hawai Força Especial 22.15 Filme: Rocky III 23.54 Spartacus: os Deuses da Arena
FOX LIFE 13.12 No Limite 15.33 Filme: Elas
Não Me Largam 17.14 Foi Assim Que Aconteceu 19.12 Raising Hope 20.43 Clínica privada 23.00 Filme: Feliz Acaso 00.33 Filme: He Loves Me
DISNEY15.29 Phineas e Ferb 16.05 Clássicos Disney 17.00 Boa Sorte, Charlie! 19.05 Professor Young 21.10 Phineas e Ferb
DISCOVERY16.35 Jóias sobre Rodas 17.30 Já Estavas Avisado! 18.20 Já Estavas Avisado! 19.15 O Segredo das Coisas 19.40 O Segredo das Coisas 20.05 Como fazem isso? 20.30 Como fazem isso? 21.00 Alasca: A Última Fronteira 22.00 Especiais “A Febre do Ouro” 22.55 Pesca Radical 23.45 Bem-vindos a Porter Ridge 00.10 Bem-vindos a Porter Ridge 00.35 Perdido, Vendido
HISTÓRIA 18.03 A Humanidade a Descoberto: Comê-las, Bebê-las, Fumá-las 18.28 A Humanidade a Descoberto: O Avanço Das Máquinas 18.53 A Terra Assassina: Quando os Lagos Atacam 19.40 O Preço da História: É-nos Familiar 20.00 Loucos por Carros: O Armazenista de Carros 20.25 Caça Tesouros: Moeda ao Ar 21.15 O Assassinato de JFK: O Guião Definitivo 22.50 Os Kennedy: As Sequelas: Uma Maldição Familiar de Desgraça e a Perda de Ilusões 23.35 Caça Tesouros: Moeda ao Ar 00.20 O Assassinato de JFK: O Guião Definitivo 1.55 Os Kennedy: As Sequelas: Uma Maldição Familiar de Desgraça e a Perda de Ilusões
ODISSEIA17.28 Ilhas Paradisíacas de África: S. Tomé e Príncipe 18.22 Camionistas do Mundo II: Brasil e Camarões 19.15 O Mundo sobre Carris IV: Portugal, Ferrovia do Destino 20.09 Guerra por Controlo Remoto 21.00 Desastres Domésticos: Queda de Árvores 21.22 Desastres Domésticos: O Salto da Lebre 21.44 Desastres Domésticos: Terror nas Férias 22.06 Desastres Domésticos: A Explosão da Nuvem de Farinha 22.28 A CIA a Nu: Argo, a História Secreta 23.19 A CIA a Nu: O Complot para Matar Castro 00.09 Desastres Domésticos: Queda de Árvores 00.31 Desastres Domésticos: O Salto da Lebre 00.53 Desastres Domésticos: Terror nas Férias 1.16 O Mundo sobre Carris IV: Portugal, Ferrovia do Destino
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Uma Mente Brilhante, Hollywood, 18.10UH
Blade
é uma
das mais
efinitivo: Uma a e a
8.22sil ere Carris
no 20.0921.00
38 | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
SAIR
CINEMALisboa @CinemaAv. Fontes Pereira de Melo - Edifício Saldanha Residence. T. 210995752RoboCop M16. Sala Vodafone - 14h40, 17h, 19h25, 21h50; O Sobrevivente M16. Sala 1 - 14h25, 16h50, 19h15, 21h40 Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040Blue Jasmine M12. Sala 1 - 13h15; 12 Anos Escravo Sala 1 - 15h10; O Lobo de Wall Street M16. Sala 1 - 17h35, 23h30; Voltar a Nascer M16. Sala 1 - 13h10, 21h40; Filomena M12. Sala 1 - 13h35, 15h35, 17h50, 19h45, 21h25; O Clube de Dallas M12. Sala 2 - 00h20; Golpada Americana M16. Sala 2 - 18h30, 23h40; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 2 - 15h50; Khumba M6. Sala 3 - 11h20; Chovem Almôndegas 2 M6. Sala 3 - 11h30 (V.Port.); A Estrada da Revolução M12. Sala 3 - 21h35; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 4 - 13h20, 15h40, 18h40, 21h30, 23h50 CinemaCity Campo PequenoC. Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 1 - 13h30, 18h40, 21h55, 00h10; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 1 - 13h20, 15h40, 18h30, 21h30, 23h50; Eclipse em Portugal M16. Sala 1 - 11h35, 13h25, 15h30, 17h20, 19h20, 21h45, 00h25; O Lobo de Wall Street M16. Sala 2 - 21h40, 23h35; Golpada Americana M16. Sala 2 - 21h35; O Sobrevivente M16. Sala 2 - 13h30, 15h50, 18h50, 21h50, 00h20; Filomena M12. Sala 2 - 13h35, 15h35, 17h35, 19h40; Eu, Frankenstein M12. Sala 3 - 13h40; Jack Ryan: Agente Sombra M12. Sala 3 - 19h35; Aquele Estranho Momento M16. Sala 3 - 17h40; O Clube de Dallas M12. Sala 4 - 13h40; RoboCop M16. Sala 5 - 11h20, 15h55, 00h10; A Rapariga Que Roubava Livros M12. Sala 6 - 18h45, 21h25; 12 Anos Escravo Sala 7 - 18h35; Uma História de Amor M16. Sala 7 - 123h35, 16h, 21h20, 23h55; Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 8 - 11h20 (V.Port.); Khumba M6. Sala 8 - 11h35 (V.Port.); A Revolta dos Perus M6. Sala 8 - 11h30, 15h45 (V.Port.); Chovem Almôndegas 2 M6. Sala 8 - 11h25, 15h35 (V.Port.) Cinemateca JúniorPç Restauradores - Palácio Foz. T. 213596252O Meu Tio M12. Salão Foz - 15h Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Inimigos Públicos M16. Sala Félix Ribeiro - 15h30; Le Havre Sala Félix Ribeiro - 19h; A Rapariga de Parte Nenhuma M12. Sala Félix Ribeiro - 21h30; Porque Morre o Nosso Amor? Sala Luís de Pina - 22h; Harold, Neto Amimado M12. Sala Luís de Pina - 19h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088Uma História de Amor M16. Sala 1 - 14h10, 16h35, 19h, 21h30; Filomena M12. Sala 2 -14h, 16h, 18h, 20h, 22h; Golpada AmericanaM16. Sala 3 - 14h20, 21h45; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 3 - 17h, 19h25 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223A Grande Beleza M16. Sala 4 - Cine Teatro - 13h15, 16h, 18h45, 21h30, 00h20; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 1 - 12h40, 15h, 17h20, 19h40, 22h, 00h30; Ninfomaníaca - Vol. 1 M18. Sala 2 - 12h15, 19h25; Uma
História de Amor M16. Sala 2 - 14h35, 17h, 21h45, 00h10; Ninfomaníaca - Vol. 2 M18. Sala 3 - 12h30, 14h50, 17h10, 21h45, 00h10; Filomena M12. Sala 3 - 19h30 NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Da Vida das Marionetas Sala 1 - 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Jack Ryan: Agente Sombra M12. Sala 1 - 00h30; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 1 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50; Blue Jasmine M12. Sala 2 - 19h25; A Rapariga Que Roubava Livros M12. Sala 2 - 14h, 16h40, 21h45, 00h30; Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 3 - 13h25, 15h45 (V.Port.); O Lobo de Wall Street M16. Sala 3 - 18h, 21h30; Gravidade M12. Sala 4 - 19h30; RoboCop M16. Sala 4 - 14h15, 16h50, 22h, 00h30; Uma História de Amor M16. Sala 5 - 14h, 16h35, 19h15, 21h55, 00h30; O Sobrevivente M16. Sala 6 - 14h, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25; O Clube de Dallas M12. Sala 7 - 19h15, 00h20; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 7 - 14h05, 16h40, 21h45; 12 Anos Escravo Sala 8 - 16h25, 21h35; Amor Infinito M16. Sala 8 - 14h10, 19h15, 00h20; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 9 - 14h05, 16h35, 19h10, 21h45, 00h25; Quando Tudo Está Perdido M12. Sala 10 - 14h10, 16h40, 19h05, 21h40, 00h10; Um Segredo do Passado M12. Sala 11 - 14h10, 16h40, 19h, 21h35, 24h; A Grande Beleza M16. Sala 12 - 14h30, 17h45, 21h15, 00h15; Filomena M12. Sala 13 - 14h15, 16h30, 18h55, 21h30, 23h55; Golpada Americana M16. Sala 14 - 15h, 18h10, 21h30, 00h25 ZON Lusomundo Alvaláxia Estádio José Alvalade. T. 1699612 Anos Escravo 18h; Filomena M12. 13h20, 15h40, 21h, 23h30 ; Eclipse em Portugal M16. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 00h20; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h10 ; RoboCop M16. 13h20, 16h, 18h40, 21h20, 24h ; O Lobo de Wall Street M16. 17h30; Golpada Americana M16. 14h, 21h10, 00h05 ; Eu, Frankenstein M12. 13h10, 15h30, 21h55, 00h05; Amor Infinito M16. 17h50; Uma História de Amor M16. 13h05, 15h50, 18h50, 21h35, 00h20; O Sobrevivente M16. 13h35, 16h20, 19h, 21h40, 00h25 ; Coelho Kung Fu M6. 11h, 13h40, 16h, 18h10 (V.Port.); Aquele Estranho Momento M16. 21h15, 23h40; Gravidade M12. 18h55; O Clube de Dallas M12. 13h25, 16h30, 21h20, 23h55 ; Obsessão Ardente M16. 16h40, 19h, 21h25, 23h50 ; Ao Encontro de Mr. Banks M12. 13h50; Khumba M6. 11h, 13h15, 15h20, 18h20 (V.Port.); Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. 21h45, 00h30 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 13h20, 16h10, 18h50, 21h50, 00h20; A Grande Beleza M16. 12h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Golpada Americana M16. 18h10 ; Filomena M12. 13h40, 15h50, 21h10, 23h30 ; Um Plano Perfeito M12. 12h40, 15h20, 21h40; O Lobo de Wall Street M16. 18h, 00h20; O Sobrevivente M16. 13h, 15h40, 18h20, 21h05, 23h45; 12 Anos Escravo 17h40; Uma História de Amor M16. 20h50, 23h30 ; Ao Encontro de Mr. Banks M12. 14h; O Clube de Dallas M12. 18h50; A Rapariga Que Roubava Livros M12. 13h10, 16h; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. 21h25, 24h ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996Amor Infinito M16. 13h05 ; O Sobrevivente
The Monuments Men - Os Caçadores de TesourosDe George Clooney. Com George Clooney, Cate Blanchett, Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, Jean Dujardin. EUA/ALE. 2014. 118m. Acção, Guerra. M12. A história de um grupo de
curadores e historiadores de arte
que, no fi nal da Segunda Grande
Guerra, foram enviados para uma
missão de extrema importância:
reaver obras de arte que foram
saqueadas pelos nazis e devolvê-
las aos respectivos donos. Apesar
de conscientes dos perigos que
signifi cava entrar em território
inimigo, estes homens fi zeram
tudo que estava ao seu alcance
para recuperar e evitar a destruição
de algumas das mais importantes
obras alguma vez criadas.
A Grande BelezaDe Paolo Sorrentino. Com Toni Servillo, Carlo Verdone, Sabrina Ferilli. FRA/ITA. 2013. 142m. Comédia Dramática. M16. Há já várias décadas que Jap
Gambardella vive à sombra do
sucesso angariado pelo seu único
romance. Em Roma, onde reside, a
sua existência tem sido um festival
de luxos, prazeres e festas de todos
os géneros. Apesar de sempre
se ter considerado um homem
feliz, agora, à beira do seu 65.º
aniversário, Jap está consciente
da futilidade das suas ambições.
Assim, decidido a mudar o rumo
da sua vida, regressa às memórias
de um grande amor passado e
resolve voltar a escrever...
Eclipse em PortugalDe Alexandre Valente, Edgar Alberto. Com Vítor Norte, Telmo Martins, José Wallenstein, Fernanda Serrano, Sofia Ribeiro, Ricardo Carriço, Silvia Rizzo, Pedro Lima, Sandra Cóias. POR. 2014. 88m. Comédia, Negro. M16.
O caso remonta a Agosto de 1999,
quando um casal foi encontrado
assassinado em sua casa, num
crime que a Polícia Judiciária
admitiu estar ligado a rituais
litúrgicos de apologia satânica.
Inspirados por este fatídico evento,
os realizadores Edgar Alberto e
Alexandre Valente recriam uma
história intencionalmente de “faca
e alguidar“, onde a comédia se
mistura com a tragédia.
O SobreviventeDe Peter Berg. Com Mark Wahlberg, Taylor Kitsch, Emile Hirsch, Ben Foster, Ali Suliman. EUA. 2013. 121m. Drama, Thriller, Acção. M16. Uma história de heroísmo e
coragem sobre quatro membros
SEAL da Marinha norte-americana
que, numa missão infi ltrada
para eliminar Ahmad Shah
Massoud, homem de confi ança
de Osama Bin Laden, são
enviados à província de Kunar,
no Afeganistão. Apanhados
numa emboscada por um grupo
de soldados inimigos prontos a
combater, estes homens vão ter
de formar alianças inesperadas e
superar todos os seus limites.
Obsessão ArdenteDe Iain Softley. Com Aneurin Barnard, Tuppence Middleton, Frances de la Tour. GB. 2013. 100m. Drama, Thriller. M16. Micky e Do conheceram-se na
infância, quando tudo era simples
e inocente. Depois de anos
afastadas, reencontram-se
casualmente e decidem ir passar
uns dias ao local onde, em
crianças, passaram os Verões
com as respectivas famílias.
Porém, quando nada parecia
poder quebrar aquele idílio, um
incêndio de enormes proporções
defl agra na casa onde estavam
alojadas, causando a morte de Do
e deixando Micky ferida e sem
memória.
Em [email protected]@publico.pt
M16. 15h45, 18h30, 21h30, 00h25; Uma História de Amor M16. 21h, 23h55Filomena M12. 13h20, 16h, 18h20; Eclipse em Portugal M16. 12h50, 15h30, 17h50, 21h40, 00h05 ; Ao Encontro de Mr. Banks M12. 12h40; RoboCop M16. 15h25, 18h05, 21h05, 23h50 ; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 13h, 15h35, 18h15, 21h20, 24h; 12 Anos Escravo 18h10 ; Eu, Frankenstein M12. 13h30, 15h50, 21h10, 23h40 ; O Lobo de Wall Street M16. 20h30, 00h10 ; Golpada Americana M16. 13h25, 16h30; O Clube de Dallas M12. 18h25; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. 12h55, 15h40, 21h15, 00h15; RoboCop M16. Sala Imax: 13h10, 15h55, 18h40, 21h35, 00h20 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996O Sobrevivente M16. 13h10, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; O Clube de Dallas M12. 18h20; Aquele Estranho Momento M16. 13h30, 16h10, 21h, 23h40; O Lobo de Wall Street M16. 23h50; Golpada Americana M16. 18h; Filomena M12. 12h50, 15h20, 21h40; RoboCop M16. 13h, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 13h20, 16h, 18h50, 21h50, 00h30; 12 Anos Escravo 24h; Uma História de Amor M16. 15h30, 18h10, 21h10; Ao Encontro de Mr. Banks M12. 12h40
Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996Eclipse em Portugal M16. 13h, 15h10, 17h30, 21h40, 23h50; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 12h35, 15h20, 18h, 21h10, 23h45; O Sobrevivente M16. 12h40, 15h30, 18h15, 21h30, 00h20; RoboCop M16. 12h50, 15h40, 18h25, 21h20, 00h05; Filomena M12. 13h20, 15h50, 18h35, 21h, 23h25; Gravidade M12. 18h50 (3D); Golpada Americana M16. 12h45, 15h45, 21h05, 00h10; Uma História de Amor M16. 12h30, 15h20, 18h10, 21h15, 0h05; A Revolta dos Perus M6. 13h20, 15h35 (V.Port.); A Rapariga Que Roubava Livros M12. 18h20, 21h20, 00h20; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. 12h45, 15h50, 18h40, 21h25, 00h15; Aquele Estranho Momento M16. 13h, 15h35, 18h, 21h45, 00h05; Coelho Kung Fu M6. 13h30, 15h45 (V.Port.); 12 Anos Escravo 18h20, 21h15, 00h25; O Clube de Dallas M12. 18h50; Eu, Frankenstein M12. 13h20, 16h10, 21h25, 23h45; O Lobo de Wall Street M16. 16h, 20h, 23h40; Ao Encontro de Mr. Banks M12. 13h; Jack Ryan: Agente Sombra M12. 18h30, 21h40, 00h15; Amor Infinito M16. 13h, 15h30
Amadora UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 1 - 14h05, 16h40 (V.Port.); Jack Ryan: Agente Sombra M12. Sala 1 - 19h15, 21h35, 00h05; RoboCop M16. Sala 2 - 13h45, 16h15, 18h50, 21h20, 23h55; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 3 - 13h50, 16h25, 19h, 21h35, 00h10; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 4 - 13h45, 16h15, 18h50, 21h20, 23h55; 12 Anos Escravo Sala 5 - 18h55; Amor Infinito M16. Sala 5 - 14h10, 16h35, 21h45, 00h10; Chovem Almôndegas 2 M6. Sala 6 - 14h05 (V.Port.); Filomena M12. Sala 6 - 18h45, 21h25, 23h45; Golpada Americana M16. Sala 7 - 21h20, 00h15; Aquele Estranho Momento M16.
O Sobrevivente
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | 39
Para celebrar os 300 anos do nascimento de Gluck, a Companhia Nacional de Bailado encomendou a Olga Roriz (na foto) uma releitura de uma das mais célebres obras do compositor alemão: Orfeu e Eurídice. A estreia no Teatro Camões, marcada para dia 27, é antecedida por uma introdução ao espectáculo que a coreógrafa criou com Nuno Carinhas (cenografia).
Ambos se juntam a José Pedro Serra, professor catedrático do Departamento de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, para conversar sobre a história do músico mortal que desce aos infernos para resgatar da morte a sua amada. A conferência O Mito de Orfeu tem lugar no teatro lisboeta, às 18h. A entrada é livre.
Olga Roriz: antes do palco, o mitoRUI GAUDÊNCIO
Sala 7 - 14h15, 16h45, 19h10; Uma História de Amor M16. Sala 8 - 13h45, 16h25, 21h40, 00h20; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 8 - 19h05; O Sobrevivente M16. Sala 9 - 14h, 16h30, 19h, 21h30, 00h15; Eclipse em Portugal M16. Sala 10 - 14h15, 16h35, 18h55, 21h45, 23h55; Coelho Kung Fu M6. Sala 11 - 13h55, 16h (V.Port.); O Lobo de Wall Street M16. Sala 11 - 18h, 21h30
Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 1 - 13h10, 15h40, 18h30, 21h30, 23h55; RoboCop M16. Sala 2 - 13h, 15h20, 18h20, 21h20, 23h50; Aquele Estranho Momento M16. Sala 3 - 13h05, 15h10, 17h15; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 3 - 19h10, 21h35, 00h05; Eclipse em Portugal M16. Sala 4 - 13h20, 15h30, 17h30, 19h30, 21h40, 24h
Cascais ZON Lusomundo CascaiShoppingEN 9, Alcabideche. T. 1699612 Anos Escravo 18h15; Filomena M12. 13h30, 15h50, 21h20, 23h40; Eclipse em Portugal M16. 12h50, 15h, 17h, 19h, 21h05, 23h10; Ao Encontro de Mr. Banks M12. 12h30; O Sobrevivente M16. 15h10, 17h50, 21h15, 24h; Golpada Americana M16. 18h05; RoboCop M16. 12h40, 15h20, 21h30, 00h15; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h, 23h50; O Lobo de Wall Street M16. 18h; Uma História de Amor M16. 12h35, 15h15, 21h40, 00h20; O Clube de Dallas M12. 18h30; Aquele Estranho Momento M16. 21h10, 23h20; Amor Infinito M16. 13h10, 15h30
Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Eclipse em Portugal M16. Sala 1 - 13h05, 15h20, 17h55, 21h25, 23h45; O Sobrevivente M16. Sala 2 - 12h50, 15h25, 18h, 21h15, 23h50; RoboCop M16. Sala 3 - 12h45, 15h30, 18h10, 21h20, 23h55; A Rapariga Que Roubava Livros M12. Sala 4 - 12h40, 15h20, 18h15, 21h15, 24h; Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 5 - 13h, 15h35 (V.Port.); Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 5 - 18h30, 21h20, 23h55
Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. C. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653The Monuments Men - Os Caçadores deTesouros M12. Sala 1 - 15h30, 18h15, 21h30;Filomena M12. Sala 2 - 15h45, 18h30, 21h45
Sintra Cinema City BelouraBeloura Shopping, R. Matos Cruzadas, EN 9, Quinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Cinemax - 13h20, 15h40, 18h30, 21h30, 23h50; O Lobo de Wall Street M16. Sala 1 - 17h50, 21h20, 23h30; Eclipse em Portugal M16. Sala 1 - 13h35, 15h45, 17h40, 19h35, 21h40, 00h10; RoboCop M16. Sala 2 - 11h25, 13h40, 16h, 18h50, 21h45; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 3 - 13h30, 15h50, 18h40, 21h40, 24h; Khumba M6. Sala 4 - 11h45, 13h50, 15h55, 17h30
(V.Port.); A Rapariga Que Roubava Livros M12. Sala 4 - 21h25, 00h05; Aquele Estranho Momento M16. Sala 4 - 19h25, 00h20; Golpada Americana M16. Sala 5 - 18h35, 21h35; Jack Ryan: Agente Sombra M12. Sala 6 - 17h40, 21h50; Amor Infinito M16. Sala 7 - 19h45, 23h55 Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789RoboCop M16. Sala 1 - 13h10, 15h40, 18h20, 21h50, 00h15; Eclipse em Portugal M16. Sala 2 - 13h20, 15h20, 17h20, 19h20, 21h45, 00h20; Eu, Frankenstein M12. Sala 3 - 13h, 15h; Aquele Estranho Momento M16. Sala 3 - 17h, 19h, 21h25, 23h40; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 4 - 13h20, 15h50, 18h30, 21h30, 24h; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 5 - 21h20, 23h50; Filomena M12. Sala 5 - 18h50; O Lobo de Wall Street M16. Sala 6 - 18h20; Uma História de Amor M16. Sala 6 - 21h35, 00h05; Amor Infinito M16. Sala 6 - 13h, 15h30; O Sobrevivente M16. Sala 7 - 13h30, 16h, 18h40, 21h40, 00h10
Leiria Cinema City LeiriaR. Dr. Virgílio Vieira da Cunha. T. 244845071O Lobo de Wall Street M16. Sala 1 - 21h30; Aquele Estranho Momento M16. Sala 1 - 13h45, 20h; Amor Infinito M16. Sala 1 - 21h55, 00h10; Eclipse em Portugal M16. Sala 1 - 13h40, 15h35, 17h35, 19h35, 21h40, 00h05; O Sobrevivente M16. Sala 2 - 13h25, 15h55, 18h40, 21h45, 00h15; Jack Ryan: Agente Sombra M12. Sala 3 - 19h55; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 3 - 17h40, 22h, 00h25; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 3 - 13h10, 15h45, 18h30, 21h30, 24h; A Rapariga Que Roubava Livros M12. Sala 4 - 13h20, 16h, 18h45; RoboCop M16. Sala 5 - 19h15, 21h50, 00h20; Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 6 - 11h30, 17h45 (V.Port.); Chovem Almôndegas 2 M6. Sala 6 - 11h35, 15h40 (V.Port.); Eu, Frankenstein M12. Sala 6 - 13h25, 17h25; Khumba M6. Sala 7 - 11h40, 13h50, 15h45 (V.Port.); A Revolta dos Perus M6. Sala 7 - 11h25, 15h25 (V.Port.) Cineplace - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 1 - 14h20 (V.Port.); The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 1 - 16h40, 19h10, 21h40, 00h10; O Hobbit: A Desolação de Smaug M12. Sala 2 - 13h20; O Sobrevivente M16. Sala 2 - 16h30, 19h, 21h30, 24h; Aquele Estranho Momento M16. Sala 3 - 15h10; Eclipse em Portugal M16. Sala 3 - 13h10, 17h20, 19h20, 21h20, 23h20; Uma História de Amor M16. Sala 4 - 17h10; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 4 - 12h30, 19h45, 00h20; Filomena M12. Sala 4 - 15h, 22h10; 12 Anos Escravo Sala 5 - 14h; O Clube de Dallas M12. Sala 5 - 16h40; O Lobo de Wall Street M16. Sala 5 - 22h; Golpada Americana M16. Sala 5 - 19h10; Eu, Frankenstein M12. Sala 6 - 13h20, 15h20, 19h55, 21h50, 23h50; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 6 - 17h20; RoboCop M16. Sala 7 - 13h40, 16h10, 18h40, 21h10, 23h40
Loures Cineplace - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003 - Centro Comercial Loures Shopping. O Hobbit: A Desolação de Smaug M12. Sala 1 - 13h30; O Sobrevivente M16. Sala 1 - 16h40, 19h10, 21h40, 00h10; Jack Ryan: Agente
Sombra M12. Sala 2 - 17h10; Aquele Estranho Momento M16. Sala 2 - 12h50, 15h; Amor Infinito M16. Sala 2 - 19h30; Filomena M12. Sala 2 - 21h50; 12 Anos Escravo Sala 3 - 13h40; Uma História de Amor M16. Sala 3 - 18h45, 23h50; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 3 - 16h20, 21h20; Coelho Kung Fu M6. Sala 4 - 14h (V.Port.); Eclipse em Portugal M16. Sala 4 - 16h, 18h, 20h, 22h, 00h05; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 5 - 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; RoboCop M16. Sala 6 - 13h40, 16h10, 18h35, 21h10, 23h40; O Clube de Dallas M12. Sala 7 - 19h40; O Lobo de Wall Street M16. Sala 7 - 22h10; Golpada Americana M16. Sala 7 - 14h10; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 7 - 17h
Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996RoboCop M16. 13h30, 16h, 18h40, 21h30, 00h10; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 13h10, 15h40, 18h20, 21h10, 23h40; A Rapariga Que Roubava Livros M12. 18h10; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. 13h, 15h30, 21h20, 24h; Eclipse em Portugal M16. 13h15, 15h20, 17h30, 19h40, 21h45, 00h05; Aquele Estranho Momento M16. 13h05, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; Frozen: O Reino do Gelo M6. 13h40 (V.Port.); Eu, Frankenstein M12. 16h10, 18h30, 21h, 23h30
Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. 12h50, 15h20, 18h, 21h, 23h50; RoboCop M16. 13h, 15h40, 18h20, 21h10, 24h ; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 12h50, 15h30, 18h30, 21h20, 24h ; Jack Ryan: Agente Sombra M12. 13h10, 15h50, 18h10, 21h40, 00h10; Frozen: O Reino do Gelo M6. 13h20, 16h, 18h40 (V.Port.); Eu, Frankenstein M12. 21h30, 23h40
Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 1699612 Anos Escravo 18h10; Golpada Americana M16. 12h25, 15h15, 21h05, 00h05; Uma História de Amor M16. 15h50, 18h40, 21h35, 00h20; The Monuments
Men - Os Caçadores de Tesouros M12. 12h55, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; O Sobrevivente M16. 12h45, 15h30, 18h20, 21h30, 00h15; O Clube de Dallas M12. 18h05; Filomena M12. 12h50, 15h10, 21h, 24h; A Rapariga Que Roubava Livros M12. 18h45; RoboCop M16. 13h10, 16h, 21h40, 00h25 ; O Lobo de Wall Street M16. 18h; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. 12h40, 15h20, 21h45, 00h25; Ao Encontro de Mr. Banks M12. 13h
Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMACoelho Kung Fu M6. 15h10, 18h10 (V.Port.); Golpada Americana M16. 21h10, 00h10; Aquele Estranho Momento M16. 15h,18h, 21h, 24h; RoboCop M16. 15h20, 18h20, 21h20, 00h20; O Sobrevivente M16. 15h30, 18h30, 21h30, 00h30
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 1 - 13h30, 15h45 (V.Port.); O Lobo de Wall Street M16. Sala 1 - 18h, 21h10; 12 Anos Escravo Sala 2 - 13h, 15h50, 18h30; Golpada Americana M16. Sala 2 - 21h15, 24h; Eclipse em Portugal M16. Sala 3 - 12h50, 15h20,1 7h20, 19h20, 21h40, 23h50; Aquele Estranho Momento M16. Sala 4 - 18h40; RoboCop M16. Sala 4 - 13h20, 16h, 21h20, 00h10; Jack Ryan: Agente Sombra M12. Sala 5 - 13h10, 15h40, 18h10, 21h, 23h40; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 6 - 13h40, 16h10, 18h50, 21h30, 00h20
Seixal Cineplace - SeixalQta. Nova do Rio Judeu. Chovem Almôndegas 2 M6. Sala 1 - 14h40 (V.Port.); RoboCop M16. Sala 1 - 16h50, 19h20, 21h50, 00h20; Coelho Kung Fu M6. Sala 2 - 14h30 (V.Port.); O Sobrevivente M16. Sala 2 - 16h30, 19h, 21h30, 24h; Eclipse em Portugal M16. Sala 3 - 13h20, 15h20, 17h20, 19h20, 21h20, 23h20; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 4 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h40, 00h10; Uma História de Amor M16. Sala 5 - 17h35, 22h15; Eu, Frankenstein M12. Sala 5 - 13h30; Aquele Estranho Momento M16. Sala 5 - 15h30, 20h10; Winter’s Tale - Uma
História de Amor M12. Sala 5 - 12h40, 17h20, 00h15; Amor Infinito M16. Sala 6 - 15h, 22h; Filomena M12. Sala 6 - 19h50; 12 Anos Escravo Sala 7 - 14h; O Lobo de Wall Street M16. Sala 7 - 22h; Golpada Americana M16. Sala 7 - 16h40; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 7 - 19h30
Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212O Hobbit: A Desolação de Smaug M12. Sala 1 - 11h30, 18h10; Golpada Americana M16. Sala 1 - 15h15, 21h25, 00h20; 12 Anos Escravo Sala 2 - 12h50, 18h15, 21h05, 23h55; 47 Ronin - A Grande Batalha Samurai M12. Sala 2 - 15h40; RoboCop M16. Sala 3 - 11h40, 14h15, 16h50, 19h25, 22h, 00h30; A Revolta dos Perus M6. Sala 4 - 11h20 (V.Port.); Eu, Frankenstein M12. Sala 4 - 24h; Amor Infinito M16. Sala 4 - 17h05, 21h40; Filomena M12. Sala 4 - 14h50, 19h25; Chovem Almôndegas 2 M6. Sala 5 - 11h10 (V.Port.); The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 5 - 13h45, 16h20, 18h55, 21h30, 00h05; A Ilha do Impy M4. Sala 6 - 11h (V.Port.); O Lobo de Wall Street M16. Sala 7 - 23h50; Uma História de Amor M16. Sala 7 - 13h15,15h55, 18h35, 21h15; 47 Ronin - A Grande Batalha Samurai M12. Sala 8 - 00h15; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 8 - 13h20, 16h, 18h40, 21h20; Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 9 - 11h15 (V.Port.); O Lobo de Wall Street M16. Sala 9 - 13h55, 17h30, 21h; Uma História de Amor M16. Sala 9 - 00h30
Albufeira Cineplace - AlgarveShoppingEstrada Nacional 125 - Vale Verde. Uma História de Amor M16. Sala 1 - 17h30, 00h20; Eu, Frankenstein M12. Sala 1 - 15h30, 20h10; Filomena M12. Sala 1 - 13h20; Chovem Almôndegas 2 M6. Sala 2 - 14h30 (V.Port.); RoboCop M16. Sala 2 - 16h40, 19h10, 21h40, 00h10; 12 Anos Escravo Sala 3 - 21h50; O Lobo de Wall Street M16. Sala 3 - 13h50; Amor Infinito M16. Sala 3 - 17h20, 19h35; Jack Ryan: Agente Sombra M12. Sala 4 - 14h40, 19h25, 00h15; Winter’s Tale - Uma História de Amor M12. Sala 4 - 17h, 21h50; O Clube de Dallas M12. Sala 5 - 14h; A Rapariga Que Roubava Livros M12. Sala 5 - 22h; Golpada Americana M16. Sala 5 - 19h10; Ao Encontro de Mr. Banks M12. Sala 5 - 16h30; O Hobbit: A Desolação de Smaug M12. Sala 6 - 13h40; Eclipse em Portugal M16. Sala 6 - 16h50, 18h50, 21h, 23h; The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros M12. Sala 7 - 13h50, 16h20, 18h50, 21h20, 23h50; O Sobrevivente M16. Sala 8 - 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; Frozen: O Reino do Gelo M6. Sala 9 - 16h50 (V.Port.); Aquele Estranho Momento M16. Sala 9 - 14h40, 16h50, 19h, 21h10, 23h20
TEATROLisboaA Barraca - Teatro Cine ArteLargo de Santos, 2. T. 213965360 Menino de sua Avó Enc. Maria do Céu Guerra, Adérito Lopes. De 30/1 a 30/3. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Ateneu Comercial de LisboaR. Portas de Santo Antão, 110. T. 213246060 Ça-va? Companhia de Teatro TrêsMaisUm. Enc. Ana Paula Eusébio. De 27/2 a 28/2. 5ª e 6ª às 21h30. M1/12. Duração: 75m.
AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
Caçadores de Tesouros mmmmm mmmmm – Filomena mmmmm – mmmmm
A Grande Beleza mmmmm mmmmm A
Golpada Americana mmmmm mmmmm mmmmm
O Lobo de Wall Street mmmmm mmmmm mmmmm
Ninfomaníaca - parte 1 mmmmm mmmmm mmmmm
Ninfomaníaca - parte 2 mmmmm mmmmm mmmmm
Quando Tudo Está Perdido mmmmm mmmmm mmmmm
Robocop – mmmmm –Uma História de Amor mmmmm mmmmm mmmmm
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
40 | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
SAIRInformações e reservas: 967330188. Casino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Pobre Milionário Enc. José Wallenstein. A partir de 15/1. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30 (no Auditório dos Oceanos). M/12. ChapitôR. Costa do Castelo, 1/7. T. 218855550 Dr. Jekyll and Mr.Hyde Companhia do Chapitô. Enc. John Mowat. De 23/1 a 23/3. 5ª a Dom às 22h (na Tenda). Clube EstefâniaRua Alexandre Braga, 24A. T. 217780987 O Mundo das Cores A Escola de Mulheres. Enc. Isabel Medina, Helena Isabel. De 15/2 a 2/3. Sáb às 16h. Dom às 11h30 De 16/3 a 1/6. Dom às 11h30. M/3. Reservas: 915039568. Teatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Vénus de Vison Enc. Marta Dias. De 10/1 a 30/3. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/16. Teatro BocageRua Manuel Soares Guedes. T. 214788120 O Gato das Botas - O Herói Contra-ataca! Enc. Leone de Lacerda. De 4/1 a 22/2. Sáb às 16h. M/6. Duração: 50m. Teatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 Dia Conseguido Enc. David dos Santos. De 15/2 a 2/3. 4ª a Sáb às 22h. Dom às 17h. Teatro da Cornucópia - Bairro AltoRua Tenente Raúl Cascais, 1A. T. 213961515 Ilusão Teatro da Cornucópia. Enc. Luis Miguel Cintra. De 20/2 a 9/3. 3ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Punk Rock Enc. Pedro Carraca. De 22/1 a 22/2. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/16. Teatro MeridionalRua do Açúcar, 64. T. 218689245 As Centenárias Enc. Natália Luiza. De 5/2 a 23/2. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 Tropa-Fandanga Comp.: Teatro Praga. Enc. Pedro Penim, José Maria Vieira Mendes, André e. Teodósio. De 20/2 a 16/3. 4ª às 19h. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. Teatro PoliteamaRua Portas de Santo Antão. T. 213405700 Grande Revista à Portuguesa Enc. Filipe
MÚSICALisboaCafé Teatro Santiago AlquimistaR. Santiago, 19. T. 218884503 Festival de Inverno Dia 22/2 às 20h. Balla, Anarchicks, Thomas Anahory. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Tó Trips + Kimi Djabaté Dia 22/2 às 21h (no Pequeno Auditório. CCBeat. M/3). Cinema São JorgeAvenida da Liberdade, 175. T. 213103400 Bill Callahan Dia 22/2 às 22h. Apresentação de “Dream River”. 1.ª parte: Circuit Des Yeux. CulturgestRua Arco do Cego - Sede CGD. T. 217905155 Tiago Sousa & Maria Leite + Eduardo Raon & Tomaz Grom Dia 22/2 às 21h30 (no Pequeno Auditório. Festival Rescaldo 014). MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24 - Cais do Sodré. T. 213430107 For Pete Sake + Marcos Boricua & Mr Paradise Dia 22/2 às 00h. Teatro do BairroRua Luz Soriano, 63 (Bairro Alto). T. 213473358 Festival de Inverno Dia 22/2 às 21h. Denis, O Martim, Erica Buettner. Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 The House Taken Over De Sam Holcroft (libreto). Com Asko Schönberg Ensemble. Enc. Katie Mitchell. Mús. Vasco Mendonça. De 21/2 a 22/2. 6ª e Sáb às 21h30 (Sala Principal). Teatro Municipal São LuizRua António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 Mário Laginha Novo Trio Dia 22/2 às 21h (Sala Principal. M/3). Apresentação de “Terra Seca”.
Beja
Galeria do DesassossegoRua da Casa Pia, 26/28. T. 966278887 Brando Fel Dia 22/2 às 22h. Teatro Municipal Pax-JúliaLargo de São João. T. 284315090 Paulo Colaço Dia 22/2 às 22h (M/6). “Por um par de meias solas... para a viola de Beja”.
Reguengos de MonsarazAuditório Municipal Reguengos MonsarazPç. Manuel Papanca. T. 266503329 Lara Li & Miguel Braga Dia 22/2 às 21h30.
SantarémTeatro Municipal Sá da BandeiraRua João Afonso. T. 243309460 Ary, O Poeta das Canções - Tributo Dia 22/2 às 21h30 (receitas revertem a favor da APAV).
SesimbraCineteatro Municipal João MotaRua João da Luz, 5. T. 212234034 Ala dos Namorados Dia 22/2 às 21h30 (M/3). Apresentação de “Razão de Ser”.
DANÇA Baixa da BanheiraFórum Cultural José Manuel FigueiredoRua José Vicente. T. 210888900 Romeu e Julieta - Encontro e Desencontro Comp.: Companhia de Dança Contemporânea de Évora. Coreog. Benvindo Fonseca. Dia 22/2 às 21h30. M/6.
LouléCine-Teatro LouletanoPraça da República. T. 289400600 Así Baila Argentina Com Fernando Giardinni (bandoneón), Matías Frías (piano), Marcelo Daniel Godoy (guitarra e percussão), Romina Godoy (percussão), Milton Homann (percussão e boleadeiras). Dia 22/2 às 21h30.
SAIRLa Féria. De 27/6 a 28/2. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 As Viagens de Balão Teatro Turim. De 2/2 a 23/2. Sáb às 16h. Dom às 11h. M/4. SG GIGANTE ou... as flores de plástico nunca morrem Enc. Ricardo Moura. De 19/2 a 23/2. 4ª a Dom às 21h30. M/12. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira de Melo. T. 213538586 Caixa Forte Enc. Henrique Dias. De 29/11 a 30/3. 6ª às 21h30. Sáb às 16h30 e 21h30. Dom às 16h30. Tom Sawyer Enc. Paulo Cintrão. De 12/1 a 30/3. Sáb e Dom às 11h. M/6. Duração: 60m. Informações e reservas: 938109644.
EXPOSIÇÕESLisboaCentro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 África Visões do Gabinete de Urbanização Colonial (1944-1974) De 7/12 a 28/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho, Arquitectura. CulturgestR. Arco do Cego. D.. T. 217905155 A Conclusão da Precedente De Ana Jotta. De 14/2 a 11/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (Última entrada às 18h30). Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h (Última entrada às 19h30). A convocação de todos os seres De Luisa Correia Pereira. De 14/2 a 11/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (Última entrada às 18h30). Sáb, Dom e feriados das 11h às 20h (Última entrada às 19h30). Marginalia De Pedro Casqueiro. De 14/2 a 11/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (Última entrada às 18h30). Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h (Última entrada às 19h30). Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Acesso Interdito De Ana Gaiaz, Márcia Lessa. De 15/2 a 2/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Fotografia. Galeria Arte PeriféricaPraça do Império, CCB. T. 213617100 Musa xparadisiaca De Thomas Nolle. De 22/2 a 20/3. Todos os dias das 10h às 20h.
Galeria BangbangRua Dr. Almeida Amaral, 30B. T. 213148018 Home Work De André Silva, Carlos No, entre outros. De 10/1 a 22/2. 3ª a Sáb das 12h30 às 20h. Pintura. Galeria das SalgadeirasRua das Salgadeiras, 24. T. 213460881 I = II De António Faria, Catarina Patrício, Diogo Costa, Filipe Abranches, Filipe Casaca. De 22/2 a 5/4. 4ª, 5ª e 6ª das 17h às 21h. Sáb das 16h às 21h. Desenho. Museu do OrienteAv. Brasília - Edifício Pedro Álvares Cabral - Doca de Alcântara Norte. T. 213585200 Febre De James Chu, Alice Kok, Julia Lam, entre outros. De 13/2 a 27/4. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Pintura, Escultura, Fotografia, Vídeo. Itinerários De Arlinda Frota. De 21/2 a 18/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Cerâmica. Jiang Shanqing De 6/2 a 27/4. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Pintura. Sombras da Ásia A partir de 28/6. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (gratuito das 18h às 22h). Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes, 1249. T. 213912800 Domingos Sequeira. A Adoração dos Magos (estudos preparatórios) De 17/12 a 30/3. 4ª a Dom das 10h às 17h30. 3ª das 14h às 17h30. Obra Convidada: Virgem com o Menino de Andrea del Verrocchio (c.1435-1488) De 30/1 a 18/5. 4ª a Dom das 10h às 18h. 3ª das 14h às 17h30. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX De Vários autores. A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Rubens, Brueghel, Lorrain - A Paisagem Nórdica do Museu do Prado De 3/12 a 30/3. 3ª a 6ª das 10h às 19h. Sáb das 10h às 21h. Dom das 10h às 19h. Vita Christi. Marfins Luso-Orientais De vários autores. De 7/12 a 2/3. 4ª a Dom das 10h às 18h. 3ª das 14h às 18h.
Bill Callahan apresenta Dream River no São Jorge
FARMÁCIASLisboaServiço PermanenteAurélio Rego (Estrela) - Calçada da Estrela, 139 - Tel. 213961758 Latina - Avenida António A Aguiar, 17-A - Tel. 213542312 Rainha Santa (Campo Grande - Av. do Brasil) - Rua Afonso Lopes Vieira, 57 - B - Tel. 217965262 Silmar (Hosp. S.José - Desterro) - Rua de São Lazaro, 128 - Tel. 218852829 dos Oceanos (Santa Maria dos Olivais) - Alameda dos Oceanos, Lote 3.13.01, Loja C - Tel. 213543938
Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Silva Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Piedade Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Ramalho Alcobaça - Magalhães Alcochete - Cavaquinha, Póvoas (Samouco) Alenquer - Matos Coelho Aljustrel - Pereira Almada - Brasil (Feijó), Palmeirim (Sobreda da Caparica) Almeirim - Barreto do Carmo Almodôvar - Ramos Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro
Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - D. João V, Dias e Brito Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Nova, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Santa Marta Batalha - Ferraz, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Santos Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Miguens Bombarral - Franca Borba - Central Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha - Maldonado Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - Vilar (Carcavelos), Das Fontainhas, Parque do Estoril Lda. (Estoril) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Salavessa (Cebolas de Cima) Castelo de Vide - Roque Castro
Verde - Alentejana Chamusca - Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Pedroso Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - Carvalho Estremoz - Grijó Évora - Misericórdia Faro - Almeida Ferreira do Alentejo - Salgado Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Vidigal Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Vitória Gavião - Gavião, Pimentel Golegã - Salgado Grândola - Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Sousa Pires Lagos - Neves Leiria - Vida Loulé - Chagas, Maria Paula (Quarteira), Paula (Salir) Loures - Sálvia Lourinhã - Correia Mendes (Moita dos Ferreiros), Leal (Rio Tinto) Mação - Saldanha Mafra - Rolim (S. Cosme), Falcão (Vila Franca do Rosário) Marinha Grande - Moderna Marvão - Roque Pinto Moita - Gusmão (Alhos Vedros) Monchique
- Higya Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Novalentejo Montijo - União Mutualista Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Rodrigues Mourão - Central Nazaré - Silvério, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Central Odivelas, Sena Belo Oeiras - Central Park (Linda-a-Velha), Pargana (Paço de Arcos), Trindade Brás (Paço de Arcos) Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Olhanense Ourém - Leitão Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Ideal (Águas de Moura) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Higiénica Pombal - Barros Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Chambel Suc. Portel - Misericordia Portimão - Central Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Paulitos Rio Maior - Almeida
Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Sá da Bandeira Santiago do Cacém - Corte Real São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Alves Velho (Arrentela) Serpa - Central Sertã - Lima da Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Lopes Silves - Ass. Soc. Mutuos João de Deus Sines - Monteiro Telhada (Porto Covo), Central Sintra - Campos, Almargem (Algueirão - Mem Martins), Gil (Queluz), Dumas Brousse (Rinchoa) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Montepio Artistico Tavirense Tomar - Alfa (Porto da Laje) Torres Novas - Central Torres Vedras - Simões Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Eduardo A. César, Madragoa, Central de Alverca (Alverca), Central Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia) Vila Real de Santo António - Carmo Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha Alvito - Baronia Oeiras - Progresso (Tagus Park) Setúbal - Silva Ramos
NELSON GARRIDO
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | 41
CRIANÇAS
O Barco de Papel
Texto Eugénio Roda
Ilustração André da Loba
Edição Bags of Books
22 págs., 9,60 euros
A capa desafi a de imediato o
leitor, pois parece enganadora.
O título fala de um barco, mas é
um avião que chama o olhar. Só
depois se vê o chapéu do rapaz.
E lá está ele. “O pai lia o jornal
no pequeno canto livre da sala.
Ligava o candeeiro junto da
janela em pleno dia e passava os
olhos pelas boas notícias. Com
as más, o rapaz fazia aviões de
papel. Com tanta má notícia
pela casa, a mãe andava triste,
zangada, irritada: porquê assim?
Para quê aquilo? Até quando
isto?” É com estas palavras que
se entra numa história que,
como todas as boas histórias,
não é apenas para crianças.
Será fácil concluir que o rapaz
tinha sempre bastante matéria-
-prima para os seus voos. Mas os
objectos, as estantes, as paredes,
o tecto, tudo se transformava
em obstáculo para a liberdade
de voar. E desfez-se deles. “A
mãe deitava as mãos à cabeça
e o pai deitava a cabeça nas
mãos.” Por pouco tempo. “A
mãe sempre dissera que as
novidades têm asas. Ora, se cada
um se concentrasse numa boa
novidade, conseguiria voar com
ela. Foi dito e feito.” Se Eugénio
Roda brinca com as palavras (“os
presentes demoraram a tornar-
-se ausentes”, “pela primeira
vez se ouviram cantar os cantos
à casa”), André da Loba brinca
com a escala. O resultado é um
belo livro que também ensina
a construir aviões e barcos a
partir de uma folha. O Barco de
Papel foi apresentado ontem na
Biblioteca Municipal de Aveiro. E
já voa nas livrarias. Rita Pimenta
Livros
DANÇAPalmelaTarará-tchim - Dança e música para bebésCine-Teatro São João (R. Gago Coutinho - Sacadura Cabral). T. 212336630Hoje às 15h30 e 16h30; amanhã às 11h e 12h. Dos 0 aos 36 meses. 5€ (bebé + acompanhante) e 5€ (acompanhante extra)Dança, música e outras artes unem-se num momento pensado para levar os bebés a um mundo de movimento, som e fantasia. A interacção com os intérpretes faz parte do jogo.
FEIRAPortoMini Porto BeloPraça Carlos AlbertoHoje das 12h às 19h. GrátisInserido no Mercado Porto Belo, este mercadinho é para os vendedores mais jovens. Podem trazer jogos que já não usam, “livros já lidos, roupas que já não lhes servem, brinquedos que já não convidam a brincar”. Todos os objectos podem ser reaproveitados e ter uma nova vida na casa de outra criança. Brincadeiras e dedicação enchem este mercado, mas nem tudo é para vender. Talentos escondidos são bem-vindos, assim como a boa-disposição e a amizade. Tudo por 1€ (inscrição prévia).
MÚSICAOeirasConcerto DidácticoAuditório Municipal Maestro César Batalha (Av. das Descobertas – Galerias Alto da Barra. T. 214408536Amanhã às 11h. M/6. GrátisAtravés da interpretação comentada pelo maestro Nikolay Lalov, os solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras promovem o encontro dos mais pequenos com obras de Haydn, Handel, Schubert, J. Strauss e Gardel, mostrando, através delas, como a música e a dança são “duas queridas irmãs”.
Porto
Primeira Viagem ao EspaçoCasa da Música (Av. da Boavista, 604/610). T. 220120220Amanhã às 11h30, 15h e 17h. Na Sala 2. Para crianças dos 3 meses aos 5 anos. 10€ (criança + adulto)O Capitão X, auxiliado pelos assistentes W, Y e Z, comanda uma viagem a todo um universo de rock, jazz e outras matérias, sempre em busca de pistas para a revelação de OSNI (Objectos Sonoros Não Identificados).
SintraFado Morse e Outros CaminhosCentro Cultural Olga Cadaval (Pç. Dr. Francisco Sá Carneiro). T. 219107110Amanhã às 10h e 11h30. No palco do Auditório Jorge Sampaio. Para crianças até aos 5 anos. 17,50€ (bebé + adulto)Hugo Correia toca contrabaixo, dedilha a guitarra e faz... sons estranhos. Mas os bebés não estranham nada, porque para eles tudo é novo. A partir daqui, tudo é possível, incluindo viajar sem sair do lugar nestes concertos para bebés.
CINEMAVila do CondeAnimar 9Solar – Galeria de Arte Cinemática (R. Lidador). T. 2526465163.ª a Dom das 14h30 às 18h. Até 1/6. GrátisEstá de regresso o projecto Animar, que leva filmes e actividades relacionadas com o cinema de animação às escolas da região e ao público. Como habitualmente, no centro da projecto está a exposição colectiva Rua Animada, que mostra materiais, adereços, personagens e outros elementos usados nos filmes de animação. Entre eles, estão algumas das mais recentes produções nacionais, como Do Céu e da Terra, de Isabel Aboim Inglez, ou Compositio III, de Sandra Ramos, Bernardo Sarmento, Sílvia Namorado, Miguel Pires de Matos e Miguel Simas, e internacionais como Portraits de Voyage, de Bastien Dubois. A 9.ª edição integra ainda visitas--oficina – com pequenos exercícios para os
mais novos –, ateliers, sessões de cinema e outras actividades dirigidas a escolas e famílias.
EXPOSIÇÕESLisboaPlaneta Dinossauro. Eles vivem aquiPavilhão de Portugal (Al. dos Oceanos - Parque das Nações). T. 2189198986.ª, Sáb e Dom das 10h às 20h; 3.ª a 5.ª das 10h às 18h. Até 18/5. Grátis (até 3 anos), 7€ (3-11 anos, +65), 9€ (adultos) e 25€ (bilhete-família)Cerca de 30 dinossauros, alguns deles animados, em réplicas à escala 1/1, integrados em ambientes realistas: florestas, bosques e desertos. Algumas das figuras reagem à presença dos visitantes, acrescentando assim o “realismo” à experiência. A mostra, que ocupa 2.500 m2, está dividida em vários núcleos: galeria de fósseis (cerca de 100 exemplares que incluem esqueletos completos), galeria dos grandes exemplares (30 dinossauros, 10 dos quais animatronics), video mapping (projecção de documentário) e um atelier de paleontologia onde os mais novos podem pintar e escavar.
Porto3D Magic ARTEd. da Alfândega (Centro de Congressos e Exposições). T. 916711329Sáb, Dom e feriados das 10h às 20h; 2.ª a 6.ª das 10h às 18h. Até 30/3. 5€ (criança), 7€ (adulto) e 20€ (família: 2 adultos + 3 crianças)Numa área de dois mil m2 com quadros de grande dimensão pintados em 3D, o público é convidado a interagir com a pintura, em vez de ficar simplesmente a contemplá-la. Este é o conceito-base da exposição que inverte o que habitualmente não é permitido. Aqui a ideia é mesmo fotografar--se ou filmar-se dentro do quadro. Não esquecer a câmara!
TEATROAlmadaLusíadas, Um Poema VisualFórum Municipal Romeu Correia (Pç. da Liberdade). T. 212724920Hoje às 21h30; amanhã às 17h; 4.ª às 10h30 e 14h30; 5.ª às 10h30 (para escolas, 4€). M/8. 5€Um poema povoado de objectos e marionetas para contar a história de uma viagem de descoberta. Com Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, desvendam-se territórios numa “viagem que ensinará os homens a serem senhores do seu destino”.
Olival de BastoA Cigarra e a Formiga - O MusicalCentro Cultural da Malaposta (R. Angola). T. 219383100Hoje às 16h; amanhã às 11h. No Auditório. Até 30/3. M/3. 7,50€A vida desregrada da cigarra e o trabalho árduo das formigas cantados por Violeta, uma menina com uma imaginação muito fértil, capaz de levar o público a um sítio mágico onde os animais falam...
Porto
O TesouroTeatro da Vilarinha (R. da Vilarinha, 1386). T. 226108924Hoje às 16h e 21h30; amanhã às 16h; 3.ª a 6.ª às 11h e 15h (para escolas, 3,40€, até 28/3). Até 16/3. M/6. 10€ (sujeito a desconto)A nova produção da Pé de Vento parte do conto de um dos seus fundadores, Manuel António Pina, e retoma a figura do contador de histórias para relatar a vida no País das Pessoas Tristes. Em palco, recordam-se diversos momentos de 1974, numa peça que assinala os 40 anos sobre o 25 de Abril.
FESTIVALBarreiroPalmo e MeioAuditório Municipal Augusto Cabrita (Av. Escola de Fuzileiros Navais - Parque da Cidade). T. 212147410Hoje e amanhã, vários horários. Grátis a 7€.É o último fim-de-semana do mês que o Barreiro dedicou aos seres de palmo e meio e respectivas famílias, com actividades em diversas áreas, para crianças até aos 10 anos. Hoje, Prometeu anima o público com o seu teatro de sombras e multimédia (16h, M/6, 2€). Amanhã, a oficina de origami e ilustração Peixe Japonês põe à prova a criatividade dos miúdos dos 6 aos 10 anos (15h, marcação prévia, 7€, com materiais). É ainda possível visitar a exposição interactiva de ilustração Yara-Iara, de Margarida Botelho, que recria a história do livro homónimo numa performance, juntamente com um músico (até 6/4).
ACTIVIDADESLisboaAteliers de Literatura para CriançasCasa Independente (Lg. Do Intendente, 45). T. 218875143Amanhã às 11h. GrátisAos mais habituais espectáculos para “crescidos”, juntam-se, de vez em quando, uns programas inesperados. Este é dedicado aos mais pequenos. Joana Marques de Almeida apresenta o seu PLIM – Programa de Literatura e Mediação, começando por conversar com os pais e as crianças sobre algumas obras. Às 12h, Isabel Curica faz Viagens nos Livros com as suas Histórias no Tapete, pensadas especialmente para miúdos até aos 8 anos.
SeixalAteliers de CarnavalEcomuseu Municipal do Seixal (Núcleo da Mundet – Lg. 1º de Maio e Núcleo Naval – Av. República, Arrentela). T. 210976112Hoje, das 15h às 17h (marcação prévia). GrátisO Ecomuseu Municipal do Seixal começa já este fim-de-semana a preparar o Carnaval. No espaço dedicado à construção naval decorre o atelier Máscaras de Carnaval em Madeira, enquanto no Núcleo da Mundet, situado numa antiga fábrica corticeira, se fazem as Máscaras de Carnaval em Cortiça.
[email protected] Céu e da Terra, de Isabel Aboim Inglez, integra a exposição Rua Animada, no Animar 9
DR
42 | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
JOGOSCRUZADAS 8716
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Nova
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1-1,5m
6-7m
16º
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18º1m
17º3-3,5m
07h28 2,820h05 2,8
01h10 1,113h40 1,2
07h06 3,019h43 2,8
00h44 1,313h16 1,3
07h10 2,819h46 2,8
00h38 1,113h09 1,2
4-4,5m
3-3,5m
6-7m
13º
14º
Horizontais 1. Parte do dedo na qual a unha se encaixa. Que pes-soa. 2. Centésima parte do hectare. Atrapalhado. A tua pessoa. 3. Nome de uma planta da Serra de Sintra. 4. Prefixo (repetição). Culpa (poét.). 5. Extraviado. Gume. 6. Elemento de formação de pa-lavras com o significado de ideia. Doutor (abrev.). 7. Opinião que se dá sobre o que convém fazer. Presidente da República (abrev.). 8. Contracção da prep. “de” com o pron. dem. “a”. Amolgar. 9. Sódio (s.q.). Casta de uva trasmontana. 10. Sadia. Suave. Gritos aflitivos. 11. Misturar com iodo. Dá marrada.
Verticais: 1. Cloreto de sódio. O ponto mais alto de Portugal (Açores). Sétima nota musical. 2. Atmosfera. Cada uma das partes articuladas com que termi-nam as mãos e os pés. Partícula de ne-gação. 3. Apócope de belo. Obra de ma-lha com desenhos. 4. Aguardente (gír.). Los Angeles (abrev.). 5. Elogiei. Recitar. 6. Prefixo (montanha). Casaco curto e justo usado por oficiais do exército. 7. Que é feito de cobre, de bronze ou de arame. Pessoa adulta do sexo mascu-lino. 8. Ambiciona. Porção. 9. Irritar. Fechar as asas (a ave) para descer mais rapidamente. 10. Cruel. Dar à luz filhos. 11. Luz da Lua. Destrói. Depois do problema resolvido encon-tre o provérbio nele inscrito (5 pala-vras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Ataca. Tonal. 2. Urzela. Rodo. 3. Leoa. II. Ira. 4. Alara. Nato. 5. Ad. Padre. 6. Amarar. DA. 7. Uh. Aro. Amor. 8. Rei. Alisar. 9. Grassar. Lis. 10. Oito. Sabido. 11. Lelo. Rimou.Verticais: 1. Aula. Burgo. 2. Trela. Heril. 3. Azoada. Iate. 4. Cear. Ma. SOL. 5. Al. Aparas. 6. Ai. Arolas. 7. Inda. Irar. 8. Or. Arras. Bi. 9. NOITE. Malim. 10. Adro. Dorido. 11. Loa. Bar. Sou.Título da obra: Sol da Noite.
Oeste Norte Este Sul- - 1♣ 1♥3♣ 4♥ passo passopasso Leilão: Natural, em qualquer forma de bridge.
Carteio: Saída: Três de paus. Como vê o contrato?
Solução: O leilão é natural, sendo que a voz de Norte de apoio em “quatro copas” decorre sobretudo da muito comentada lei das vazas totais, a qual, grosso modo, “aconselha” vivamente que qualquer das linhas em confronto, desde que interve-nham no leilão e conheçam com relativa fiabilidade o número de cartas do par-ceiro no naipe fitado, deve leiloar até ao nível de contrato equivalente ao número de trunfos que o fit pressupõe, décimo, no caso. Idêntico procedimento utilizou Oeste quando procedeu à “barragem em três paus”, escudado na abertura do seu parceiro, procurando assim obstruir o lei-lão adversário.Na sequência da saída, e após uma análi-se algo expedita, o carteador respirou de alívio em relação à execução do contrato, identificando três perdentes, uma a espa-das, uma a paus e uma a ouros, e com a “garantia” de que o fit décimo do naipe de trunfo seria “inexpugnável”.
Dador: EsteVul: -
Problema 5214 Dificuldade: fácil
Problema 5215 Dificuldade: difícil
Solução do problema 5212
Solução do problema 5213
NORTE♠ A63♥ 109873♦ A76♣ 82
SUL♠ K82♥ AK652♦ 102♣ K65
OESTE♠ J1075♥ QJ4♦ KJ4♣ AJ9
ESTE♠ Q94♥ -♦ Q9853♣ Q10743
João Fanha/Pedro Morbey ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
Assim, após a primeira vaza ter sido feita pelo Ás de Oeste e o mesmo ter voltado um pau, Sul entrou com o Rei e, confian-te, jogou o Ás de copas. O tecto desabou quando Oeste baldou! A partir daí, tornou-se impossível evitar a perda de quatro va-zas e, consequentemente, do contrato.Poderia Sul ter previsto a “pouco amigá-vel” repartição dos trunfos?Nós pensamos que sim. Com efeito, tudo reside na capacidade de interpretação da carta de saída e, baseado no leilão, enten-der a repartição dos paus. As vozes, por um lado, e a carta de saída (o três de paus), por outro, indicam claramente a posse de cinco cartas de paus em Oeste, o que, im-plicitamente, coloca apenas três paus na mão de Este. Qual pode ser a distribuição de uma mão que abre em “um pau” com apenas três cartas? Há três distribuições possíveis: “quatro-três-três-três”, “três-quatro-três-três” e “ quatro-quatro-dois-três”, sendo que as duas últimas não po-dem ter lugar, pela razão simples de que só há lugar para três copas no flanco. No entanto, e pelo exposto, elas estão “obri-gatoriamente” em Este, pelo que o cartea-dor deveria ter adivinhado “Dama-Valete” em Este e feito a “dupla” a copas!
Oeste Norte Este Sul1♣ 2♥ X ? O que marca com a seguinte mão?♠KQJ2 ♥10843 ♦103 ♣743
Resposta: O parceiro prometeu seis car-tas no naipe de copas, e a sua mão tem um fit claro no mesmo. Este “dobrou” mostrando “valores” e prováveis quatro cartas de espadas, e é importante decidir entre “barrar” ou “posicionar o parceiro” para a saída, em caso de a linha adversá-ria ganhar o leilão. Nós pensamos que, no caso, esta última opção será mais interes-sante e potencialmente desarmante para com E-O: marque a boa voz: “duas espa-das”! indicando a saída e escudado na “possibilidade” de fuga que o fit a copas garante.
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt/tempo
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | DESPORTO | 43
FRANCISCO LEONG/AFP
Ciclo de seis jogos sem vencer na UEFA entrou no pódio negativo do FC Porto
Mangala durante o jogo com o Eintracht Frankfurt
Depois de não ter vencido um jo-
go em casa na fase de grupos pela
primeira vez na sua história na Li-
ga dos Campeões, o FC Porto teve
anteontem uma oportunidade para
virar a página a um percurso euro-
peu que não tinha sido brilhante
até então. Mas o desempenho na
Liga Europa começou mal, com um
empate a dois golos com o Eintra-
cht Frankfurt que soube a derrota.
Mais do que isso, foi novo sinal de
uma época que, para os seus adep-
tos, está abaixo das expectativas. E
aproximou os “dragões” dos seus
piores registos nas competições in-
ternacionais.
O jogo com a equipa alemã foi o
sexto seguido sem ganhar do clu-
be “azul e branco” nas provas eu-
ropeias (três empates e três derro-
tas). Na mesma época, é inédito. E
não aconteceu muitas vezes mesmo
colando temporadas diferentes. De
resto, na longa lista de 338 encon-
tros ofi ciais internacionais do FC
Porto (entre Liga dos Campeões,
Liga Europa, Taça das Taças, Taça
das Cidades com Feira, Supertaça
Europeia e Taça Intercontinental),
só houve uma sequência em que o
jejum de vitórias foi mais compri-
do. Pode dizer-se, no caso, que os
portistas estrearam-se com o pé
esquerdo, pois não ganharam ne-
nhuma das primeiras oito partidas
realizadas nas taças europeias (seis
derrotas e dois empates), num tra-
jecto iniciado contra o Athletic Bil-
bau, de Espanha.
Para a história fi cou o autor do
primeiro golo “europeu” do FC
Porto, José Maria, mas também o
triunfo do emblema basco nas An-
tas (1-2) em Setembro de 1956, num
compromisso da Taça dos Campe-
ões Europeus. Só ao nono jogo, re-
lativo à Taça das Taças de 1964-65,
é que os portuenses conseguiram
fi nalmente triunfar. A primeira víti-
ma foi o Lyon, batido no Porto (3-0)
com dois golos de Custódio Pinto e
um de Carlos Baptista.
O ciclo actual de seis jogos sem
vitórias iguala o segundo pior da
história do clube, que entre 1996-97
e 1997-98 também não conheceu o
sabor da vitória durante meia dúzia
de encontros seguidos, sempre na
Liga dos Campeões, que incluíram
quatro desaires.
O jogo inaugural da equipa nesta
época teve um desfecho positivo,
resultando num sucesso em Viena,
mas desde então não mais conse-
guiu vencer, o que lhe valeu a eli-
minação da Liga dos Campeões e
uma entrada menos boa na Liga Eu-
ropa que, depois de desperdiçada
uma vantagem de 2-0, signifi ca que
provavelmente só com um triunfo
em Frankfurt garantirá os oitavos-
de-fi nal.
Mas o destaque mais negativo vai
para o desempenho no Estádio do
Dragão. O plantel de Paulo Fonse-
ca não foi capaz de vencer nenhum
dos quatro jogos caseiros que dis-
putou nas competições da UEFA,
o que iguala a pior série do clube
como visitado. Contudo, nenhuma
das três ocasiões anteriores (1956-
57 a 1963-64, 1996-97 a 1997-98) e
1999-2000 a 2000-01) aconteceram
numa só temporada.
O FC Porto ainda vai a tempo de
endireitar o seu percurso europeu
e de ter uma nova oportunidade no
Dragão, mas esta é mesmo a primei-
ra vez que não consegue, pelo me-
nos, uma vitória num dos quatro
primeiros jogos internacionais reali-
zados no seu estádio nas épocas em
que organizou quatro ou mais.
Um cenário bem diferente daque-
le que enfrentou na temporada an-
terior, em que obteve o pleno de
vitórias em casa, ou do que viveu
no longo período entre 1975 e 1990,
durante o qual jogou 38 vezes no
seu recinto com um saldo de 33
triunfos, quatro empates e apenas
uma derrota.
Oitavo 2-2 na primeira mãoUma igualdade a dois golos na pri-
meira mão de uma eliminatória das
provas da UEFA não é uma situação
nova para o FC Porto, que já passou
por ela sete vezes anteriormente.
Nas duas ocasiões em que cedeu o
empate em casa, tal como sucedeu
anteontem, teve desfechos diferen-
tes. Contra o Schalke 04, em 1976-
77, para a Taça UEFA, foi eliminado
(3-2 em Gelsenkirchen), mas frente
ao Grasshopper, em 2001-02, na pri-
meira eliminatória da Liga dos Cam-
peões, saiu vitorioso (2-3 em Zuri-
que). Nas cinco vezes que obteve o
2-2 na primeira mão como visitante,
seguiu em frente em quatro.
Igualdade com o Eintracht Frankfurt foi o sexto encontro seguido dos portistas sem vencer nas provas europeias. Primeiros oito jogos ofi ciais internacionais formam a pior sequência do clube
FutebolManuel Assunção
44 | DESPORTO | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
Sporting não se conforma com decisão do Conselho de Disciplina e recorre
GREGORIO CUNHA/AFP
O jogo entre o FC Porto e o Marítimo, a contar para a Taça da Liga, está no centro da controvérsia
O Sporting vai recorrer da decisão
do Conselho de Disciplina (CD) da
Federação Portuguesa de Futebol
(FPF) que puniu o FC Porto com uma
repreensão e uma multa de 383 eu-
ros pelo atraso no jogo com o Marí-
timo, para a Taça da Liga, no dia 25
de Janeiro. Rejeitada foi a aplicação
da sanção de “derrota” aos dragões,
como pretendiam os responsáveis de
Alvalade e era proposto pela Comis-
são de Instrução e Inquéritos (CII) da
Liga. O recurso para o Conselho de
Justiça (CJ) manterá suspensa a parti-
da das meias-fi nais entre os portistas
e o Benfi ca.
“Esta decisão vem confi rmar que
a verdade desportiva não é uma
cionatória abstracta que ao jogo em
análise dos autos, da 3.ª jornada da
3.ª fase da Taça da Liga, que, por es-
tar em causa o acesso às meias-fi nais,
deveria regularmente ter começado
exactamente à mesma hora do que o
desafi o que envolveu o participante
Sporting Clube de Portugal.” Mas,
apesar da divergência em relação ao
enquadramento legal, este elemento
concordou que não fi cou provado o
dolo dos “dragões”.
Confi rmado o recurso “leonino”
para o CJ da FPF, resta saber se a pró-
pria CII da Liga irá seguir o mesmo
caminho. Segundo o PÚBLICO apu-
rou, a hipótese estava ontem a ser
equacionada, mas ainda não havia
uma decisão fi nal. Até o CJ se pro-
nunciar sobre a matéria, o jogo das
meias-fi nais entre FC Porto e Benfi ca
fi cará suspenso.
Órgão federativo multa FC Porto em 383 euros, mas considera que não fi cou provado o dolo dos “dragões” no atraso do início do jogo com o Marítimo da Taça da Liga, rejeitando a sanção de derrota
Justiça desportivaPaulo Curado
tagem competitiva sobre os “leões”,
já que passaria a ter informação útil
sobre o desfecho da partida do ad-
versário lisboeta.
Mas a questão do dolo acabou por
não ter grande signifi cado na decisão
do CD, já que este órgão considerou
que o artigo do CD da Liga que previa
a pena de “derrota” (e permitiria ao
Sporting seguir em frente na compe-
tição) não seria aplicável a este caso,
como referiu ao PÚBLICO o jurista
José Manuel Meirim, especialista em
Direito do Desporto. “O dolo seria
sempre muito difícil de provar. Ape-
sar disso, esta questão perde impor-
tância na decisão do CD porque, na
minha opinião, este órgão considera
que a norma do Regulamento de Dis-
ciplina da Liga que prevê a sanção
de derrota em caso de dolo não é
aplicável à Taça da Liga, tal como é
preocupação de muitos órgãos que
tutelam o futebol português, neste
caso na FPF. Com esta decisão assis-
timos a uma eternização de um statu
quo que impede o futebol nacional
de refl ectir verdade, rigor e trans-
parência”, reagiram os “leões”, em
comunicado, ontem à tarde, anun-
ciando que vão utilizar o seu direito
de recurso.
Uma reacção que surgiu algu-
mas horas depois de ser conheci-
da a decisão do CD. O acórdão, de
48 páginas, considera que não foi
provada a intenção deliberada dos
“dragões” de atrasar o início do jogo
com o Marítimo — que deveria ter
sido disputado, obrigatoriamente, à
mesma hora que decorria a partida
Penafi el-Sporting, já que estava em
causa a passagem às meias-fi nais da
Taça da Liga — para obter uma van-
defendido pela defesa do FC Porto”,
analisou.
O CD acabou por castigar os portis-
tas ao abrigo do Artigo 119.º, número
1, que penaliza, na generalidade, uma
equipa que provoque um atraso no
início ou reinício (após o intervalo)
de uma partida de futebol, rejeitando
a aplicação do Artigo 116.º (número 1
e 2), referente a partidas de carácter
decisivo, como, por exemplo, as duas
últimas jornadas dos campeonatos.
Ou seja, entendeu que este quadro
disciplinar não se aplicaria especifi -
camente à Taça da Liga.
Esta interpretação não colheu
unanimidade no CD, com o relator
do processo a emitir uma declara-
ção de voto: “Não é justo que, ao
atraso na chegada de uma equipa a
uma partida normal, corresponda
exactamente a mesma moldura san-
A hipótese de o Benfica ou de o FC Porto, ou de ambas as equipas, alcançarem as meias-finais
da Liga Europa poderá implicar que o clássico da meia-final da Taça da Liga, a disputar entre ambas, fique sem data disponível. Para já, a partida ficou suspensa, sem data prevista para a sua realização, devido ao recurso do Sporting para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (ver texto principal). O calendário do Benfica e FC Porto está preenchido, já que ambos ainda estão a competir na Liga Europa e na Taça de Portugal, para além do campeonato, havendo ainda pausas nas provas de clubes para serem disputados jogos particulares das selecções. Caso os dois clubes, ou apenas um, vençam as três próximas eliminatórias da prova da UEFA, ficará apenas disponível a data prevista para a final da Taça da Liga, a 26 de Abril.
Para este encontro decisivo já está apurado o Rio Ave, que eliminou o Sp. Braga, na meia-final da prova, por 2-1.
Meia-final da Taça da Liga em risco
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | DESPORTO | 45
“O voto era igual. Eu era o único jo-
gador da selecção brasileira e tinha
o mesmo peso do terceiro goleiro,
ou do cara que me limpava as chu-
teiras”, dizia Sócrates Brasileiro. No
Corinthians do início dos anos 1980
era assim que se tomavam decisões
sobre tudo o que envolvia um clube
de futebol. A opinião de Sócrates va-
lia tanto como a do roupeiro, assim
como a opinião do roupeiro valia
tanto como a do treinador Mário
Travaglini. A democracia corinthia-
na não foi ideia dele, mas abdicou
muitas vezes de impor uma decisão
para partilhar este processo com os
outros membros da equipa.
Morreu ontem, em São Paulo,
com 81 anos, vítima de um tumor
cerebral, um dos mais inovadores
técnicos do futebol brasileiro do
seu tempo.
Travaglini nasceu em São Paulo a
30 de Abril de 1932 e, como jogador
(era defesa), actuou pelo Ypiranga,
Palmeiras e Nacional de São Paulo,
terminando a carreira aos 29 anos
no Ponte Preta. A carreira de treina-
dor começou no ano seguinte, em
1962, na formação do Palmeiras, on-
de fi cou até 1971, sendo campeão es-
tadual em 1966 e vencedor da Taça
do Brasil em 1967.
Nos anos 1970, mudou-se para o
Rio de Janeiro e as conquistas con-
tinuaram. No Vasco da Gama, foi
campeão brasileiro em 1974 e, pelo
Fluminense, ganhou o campeonato
carioca em 1976, integrando depois
a equipa técnica da selecção brasilei-
ra que esteve presente no Mundial
de 1978. Em 1981, voltou a São Pau-
lo para treinar o Corinthians, onde
despontava uma nova forma de ges-
tão de uma equipa de futebol.
Jogadores como Sócrates ou Wladi-
mir procuraram instituir no clube o
que ainda não era uma realidade no
país (que ainda vivia em ditadura), o
técnico não se colocou no caminho e
abraçou a democracia corinthiana. O
Corinthians democrático teve suces-
so, com títulos de campeão paulista
em 1982 e 1983, apenas o primeiro
com Travaglini. Depois do Corin-
thians, ainda treinou o São Paulo, o
Palmeiras e o Vitória, retirando-se
no início da década de 1990.
Morreu o treinador da democracia corinthiana
ÓbitoMarco Vaza
O brasileiro Mário Travaglini tinha 81 anos e foi vítima de um tumor cerebralNa primeira volta, em Alvalade, o jogo terminou empatado (1-1)
Há razões de sobra para o Sporting
redobrar as cautelas quando entrar
em campo, esta noite, para defrontar
o Rio Ave, na 20.ª jornada da Liga.
Nos últimos cinco jogos disputados
em Vila do Conde, os “leões” só ven-
ceram um. E, sob a orientação de Nu-
no Espírito Santo, os vila-condenses
somam três vitórias e um empate
frente aos “verde e brancos”.
O treinador do Rio Ave tem sido
capaz de anular a estratégia do Spor-
ting nos tempos mais recentes, mas
alerta para o facto de o único termo
de comparação possível ser o encon-
tro da primeira volta do campeona-
to (1-1 em Alvalade): “O Sporting do
ano passado não é o mesmo deste
ano. Todas as equipas do Sporting
que enfrentámos tiveram treinadores
diferentes. É pura coincidência os
resultados terem acontecido”, des-
valorizou Nuno Espírito Santo.
Coincidência ou não, certo é que
Leonardo Jardim já está alertado pa-
ra as difi culdades que vai encontrar,
frente a um adversário que rotula
como “uma das equipas com maior
qualidade técnica da I Liga”. A seu
favor, o Sporting terá a paupérrima
performance do Rio Ave em casa, nes-
ta temporada (duas vitórias em dez
jogos no campeonato), embora Nuno
Espírito Santo advogue uma inversão
da tendência: “Sermos fortes em ca-
sa é fundamental”.
Esta noite, os vila-condenses terão
Sporting vai tentar remar contra as “coincidências”
de tentar sê-lo sem contarem com a
ala direita habitual. O lateral Lionn
recupera de uma fractura da mão
direita, enquanto o extremo Ukra
cumpre castigo, depois de ter esgo-
tado uma série de cinco amarelos,
em Guimarães. Nuno Lopes e Pedro
Santos serão os mais fortes candida-
tos a entrar no “onze”.
Do lado do Sporting, Maurício é
presença confi rmada no eixo da de-
fesa e será acompanhado por Eric
Dier ou Ruben Semedo, devido ao
castigo de Marco Rojo. Mas foi ou-
tro brasileiro a centrar ontem as
atenções em Alvalade, depois de o
Flamengo ter desistido de contratar
o médio Elias, “devido à grande di-
ferença entre o [valor] proposto e o
desejado” pelos “leões”.
FRANCISCO LEONG/AFP
FutebolNuno Sousa
“Leões” visitam um Rio Ave que, sob o comando de Nuno Espírito Santo, nunca conseguiram vencer
Rio Ave 4-2-3-1
Sporting 4-3-3
EdimarRodríguezMarceloNunoLopes
Éderson
Rui Patrício
William Carvalho
Montero
CédricMaurícioEric DierJefferson
CarlosMané
Heldon
Tarantini
Hassan
PedroSantos
Estádio do Rio Ave
Árbitro: Jorge Ferreira Braga
20h15SP-TV1
FelipeAugusto
Diego Lopes Braga
Adrien André Martins
O jogo de abertura da 20.ª jornada
da I Liga, realizado ontem, entre a
Académica e o Nacional, terminou
sem golos, mas teve um mal anula-
do, a favor da Briosa. Um resultado
invulgar para duas equipas que estão
habituadas a marcar quando estão
frente a frente.
O lance da polémica surgiu aos 58’,
quando Moussa Gueye rematou pa-
ra o fundo da baliza, mas a equipa
de arbitragem invalidou o lance por
suposto fora-de-jogo. Só que a bola
chegou aos pés do jogador da Acadé-
mica vinda de um adversário.
Ainda na primeira metade do en-
contro o conjunto academista des-
perdiçou várias oportunidades para
se colocar à frente no marcador. Aos
11’, um remate cruzado de Marcos
Paulo fez a bola passar à frente da
baliza de Gottardi, sem que ninguém
a desviasse. O avançado não desis-
tiu e aos 15’ fez um “chapéu”, mas
o guarda-redes insular evitou o golo
com uma defesa acrobática.
Foram poucas as vezes que a equi-
pa de Manuel Machado criou situa-
ções de perigo no meio-campo da
Académica. Só aos 68’ o Nacional
incomodou Ricardo — Diego Bar-
cellos, de frente para o guardião da
Académica, cabeceou a bola, mas o
português evitou o pior.
No último quarto de hora, o Nacio-
nal ainda tentou virar o jogo, mas o
desfecho foi mesmo o empate sem
golos, o que não acontecia entre es-
tes dois clubes há cinco anos.
Fora-de-jogo mentiroso rouba vitória à Académica
Futebol Patrícia Rogado
II LIGAJornada 31Ac. Viseu-Benfica B hoje, 11h15, SP-TVliveDesp. Aves-Beira-Mar hoje, 15hDesp. Chaves-Oliveirense hoje, 15hSanta Clara-Portimonense hoje, 16hMarítimo B-Atlético hoje, 16h, Marítimo TVMoreirense-Sporting B hoje, 16h, SP-TV3Sp. Covilhã-FC Porto B amanhã, 11h15, SP-TV1Tondela-Farense amanhã, 15hU. Madeira-Feirense amanhã, 15hLeixões-Penafiel amanhã, 15hSp. Braga B-Trofense amanhã, 16h
J V E D M-S PMoreirense 30 14 12 4 45-20 54FC Porto B 30 16 6 8 37-26 54Benfica B 30 14 9 7 60-38 51Penafiel 30 13 13 4 29-16 52Portimonense 30 15 5 10 43-35 50Desp. Aves 30 14 7 9 29-22 49Sporting B 30 14 5 11 41-36 47Tondela 30 13 7 10 33-28 46Desp. Chaves 30 12 7 11 36-42 43Ac. Viseu 30 12 6 12 32-24 42Sp. Covilhã 30 12 6 12 31-33 42Farense 30 11 8 11 32-31 41União da Madeira 30 11 5 14 39-36 38Sp. Braga B 30 11 5 14 35-42 38Beira-Mar 30 10 7 13 32-36 37Leixões 30 10 6 14 33-38 36Marítimo B 30 10 6 14 23-32 36Feirense 30 7 14 9 28-35 35Santa Clara 30 9 6 15 27-34 33Oliveirense 30 8 8 14 42-56 32Trofense 30 5 11 14 24-49 26Atlético 30 5 9 16 20-41 24Próxima jornada Benfica B-Santa Clara, Trofense-Marítimo B, Beira-Mar-Moreirense, Penafiel-Desp. Aves, Feirense-Chaves, Oliveirense-Ac. Viseu, FC Porto B-Tondela, Sporting B-Sp. Covilhã, Atlético-Sp. Braga B, Farense-U. Madeira, Portimonense-Leixões.
MARCADORESI Liga 14 golos Jackson Martínez (FC Porto)13 golos Fredy Montero (Sporting) 9 golos Heldon (Marítimo/Sporting) e Derley (Marítimo) 8 golos Lima (Benfica)
II Liga 14 golos Pires (Moreirense) 12 golos Tozé (FC Porto B), Moreira (Leixões) 11 golos Forbes (Sp. Covilhã), Esgaio (Sporting B)
CLASSIFICAÇÃOI LIGAJornada 20Académica-Nacional 0-0Sp. Braga-Arouca hoje, 18h, SP-TV1Rio Ave-Sporting hoje, 20h15, SP-TV1Olhanense-Gil Vicente amanhã, 16hV. Setúbal-Paços de Ferreira amanhã, 16hMarítimo-Belenenses amanhã, 17h, SP-TV1FC Porto-Estoril amanhã, 19h15, SP-TVliveBenfica-V. Guimarães 2.ª feira, 20h15, BenficaTV
J V E D M-S PBenfica 19 14 4 1 36-13 46FC Porto 19 13 3 3 37-13 42Sporting 19 12 5 2 36-12 41Estoril 19 9 6 4 31-20 33Nacional 20 8 9 3 28-19 33V. Guimarães 19 9 2 8 21-18 29Sp. Braga 19 8 2 9 27-23 26Marítimo 19 6 6 7 27-31 24Académica 20 6 6 8 12-21 24V. Setúbal 19 6 4 9 22-31 22Rio Ave 19 6 4 9 14-20 22Gil Vicente 19 5 4 10 16-28 19Arouca 19 4 6 9 17-24 18Belenenses 19 3 7 9 11-22 16P. Ferreira 19 3 4 12 16-36 13Olhanense 19 3 4 12 12-30 13Próxima jornada Estoril-Olhanense, Sporting-Sp. Braga, Gil Vicente-V. Setúbal, P. Ferreira-Marítimo, Nacional-Rio Ave, Belenenses-Benfica, V. Guimarães-FC Porto, Arouca-Académica.
Académica 0
Nacional 0
Jogo no Estádio Cidade de Coimbra, em Coimbra.
Assistência 2102 espectadores
Académica Ricardo, João Dias, Halliche, João Real a75’, Djavan, Fernando Alexandre, Makelele, Marcos Paulo (Marinho, 87’), Rafael Lopes (Magique, 65’), Moussa e Salvador Agra a42’ (Diogo Valente, 78’). Treinador Sérgio Conceição.
Nacional Gottardi, Zainadine a82’, Miguel Rodrigues a45’+1’ (Saleh Gomaa, 46’), Mexer, Marçal, Aly, Claudemir, Diego, Candeias, João Aurélio a56’ (Lucas, 62’) e Djaniny (Rondon, 52’). Treinador Manuel Machado.
Árbitro Rui Silva (Vila Real)
46 | DESPORTO | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
João Sousa atingiu os quartos-de-final de um torneio ATP 500
João Sousa é o primeiro português
a atingir os quartos-de-fi nal num
torneio da categoria 500 do ATP
World Tour. Na segunda ronda do
Rio Open, o melhor tenista portu-
guês da actualidade derrotou o es-
panhol Albert Ramos, em três sets,
para marcar encontro com o líder
do ranking mundial Rafael Nadal,
agendado para a noite de ontem, no
Rio de Janeiro.
Será a segunda vez em cinco me-
ses que Sousa defronta o líder do
ranking, depois de ter perdido com
Novak Djokovic na terceira ronda do
Open dos EUA. Mas já tem garantido
pontos sufi cientes para subir ao 43.º
lugar da hierarquia mundial, ultra-
passando em quatro posições o seu
melhor ranking de sempre.
“O Nadal é considerado por mui-
tos o rei da terra batida e eu tive
esta segunda-feira a oportunidade
de treinar com ele. Já o conheço
bem e como disse anteriormente
vai ser um encontro muito difícil,
em que eu vou dar o máximo e no
fi nal faremos contas”, adiantou Sou-
sa, sobre o futuro adversário que
está a competir pela primeira vez
desde que perdeu a fi nal do Open
da Austrália.
Além do bom conhecimento de
Nadal, o vimaranense de 24 anos
está confi ante pelos dois encontros
ganhos no Jockey Club Brasileiro.
“Penso que joguei melhor do que
João Sousa já garantiu melhor ranking de sempre
na eliminatória anterior, se bem que
tive alguns altos e baixos que pode-
riam ter sido fatais, se não tivesse
tido a capacidade de estar muito
concentrado nos momentos deci-
sivos”, afi rmou Sousa, que na terça-
feira tinha afastado outro espanhol,
Marcel Granollers (35.º), igualmente
em três sets.
A vitória de Sousa (48.º ATP) so-
bre Ramos (87.º) começou a dese-
nhar-se quando recuperou de 2-5
no primeiro set e anulou um set-
point a 4-5, para se impor no tie-
break. Na segunda partida, Ramos
serviu muito bem e só perdeu um
ponto nos quatro jogos de serviço.
No set decisivo, o tenista luso sal-
vou o único break-point que enfren-
tou, no sétimo jogo, e quebrou logo
no jogo seguinte, para 5-3, antes de
fechar no terceiro match-point, com
os parciais de 7-6 (8/6), 2-6 e 6-3, em
pouco mais de duas horas.
Este é o terceiro quarto-de-fi nal
de Sousa no ATP World Tour nos
últimos cinco meses, após São Pe-
tersburgo (chegou às meias-fi nais)
e Kuala Lumpur (conquistou o tí-
tulo), ambos em Setembro, mas o
primeiro num torneio da categoria
500 do ATP — em 2012, Frederico Gil
ganhou duas rondas em Barcelona,
prova da mesma cotação, mas num
quadro de 64 jogadores o que equi-
vale aos oitavos-de-fi nal.
PASCAL GUYOT/AFP
Ténis Pedro Keul
O tenista português terá agora pela frente Rafael Nadal, actual número um mundial
43.ºAos 24 anos, João Sousa já sabe que vai tornar-se no 43.º melhor tenista mundial, a melhor posição alguma vez ocupada por um português
Michal Kwiatkowski (Omega Phar-
ma-QuickStep) deu ontem nova de-
monstração de força na 40.ª Volta
ao Algarve, convencendo até o se-
gundo classifi cado, o espanhol Al-
berto Contador, que diz que só uma
grande surpresa afastará o ciclista
polaco do triunfo fi nal.
O camisola amarela bateu tudo e
todos no contra-relógio (13,6km) da
terceira etapa e aumentou a diferen-
ça para os principais concorrentes
na geral a um dia da chegada deci-
siva ao alto do Malhão, última hipó-
tese de Alberto Contador (Tinkoff -
Saxo), segundo a 32 segundos, ou
Rui Costa (Lampre), terceiro a 38,
roubarem a liderança na geral.
Com apenas três etapas dispu-
tadas, Kwiatkowski, de apenas 23
anos, já leva duas vitórias, um re-
sultado que o deixa “muito feliz”.
No fi nal do percurso entre Vila do
Bispo e Sagres, e já depois de saber
da vitória, o polaco comentou o
seu desempenho: “Foi o primeiro
‘crono’ que fi z este ano. Sofri tanto!
Pensei que vinha demasiado rápido
na primeira parte do percurso e que
ia chegar a meio e quebrar, mas o
fi m foi muito técnico, com muitas
curvas, e deu para recuperar.”
Apesar de estar muito satisfeito,
o polaco não quis cantar vitória an-
tes da subida, que conhece “muito
bem”, parecendo genuinamente
surpreso quando soube que Conta-
dor, o quarto na etapa, a 20 segun-
dos dos seus 14m03s, garantiu que
fi caria muito admirado se o ciclista
da Omega Pharma-Quickstep não
vencesse a prova. “A sério que ele
disse isso? Que bom. É muito agra-
dável ouvir isso dele”, confessou.
Lusa
Kwiatkowski só vai surpreender se não
Ciclismo
O símbolo do Tasmânia
Em 1965, três equipas subiram de
divisão na Bundesliga. Uma delas,
o Borussia de Moenchengladbach,
seria uma das forças dominantes do
futebol alemão nos anos 1970, apre-
sentando jogadores como Jupp Heyn-
ckes, temível goleador, ou Berti Vog-
ts, um pilar da defesa, mantendo-se,
com algumas oscilações, no principal
campeonato germânico. Outra delas,
o Bayern Munique, dispensa apresen-
tações. É uma das melhores e mais
poderosas equipas da Europa, tendo
acumulado nos últimos anos múlti-
plos títulos germânicos e europeus.
Quanto à terceira, o seu único lega-
do é o de ser um termo de compa-
ração recorrente para equipas más.
Falamos do Tasmânia Berlim, a pior
equipa da história da Bundesliga.
Dois anos antes, em 1963, o futebol
alemão sofreu uma profunda remo-
delação nos quadros competitivos,
sendo criada a Bundesliga como
forma de unifi car os campeonatos
regionais. O Colónia venceu a primei-
ra Bundesliga, o Werder Bremen a
segunda e, para a época 1965-66, re-
solveu-se aumentar a I Divisão de 16
para 18 equipas. Não haveria despro-
moções e seriam promovidas duas
equipas para compor a mudança. Só
que um imprevisto obrigou a que fos-
sem três os benefi ciados — o Hertha
de Berlim sofreu uma despromoção
administrativa por pagar aos seus jo-
gadores por debaixo da mesa.
Mas tinha de haver uma equipa da
cidade dividida pelo muro e o lugar
foi parar ao colo do Sport Club Tas-
mânia 1900 Berlim. A liga regional
de Berlim era uma das mais fracas da
RFA e nenhuma das outras equipas
PlanisféricoTasmânia Berlim, a anedota da Bundesliga
da Bundesliga achava que a cidade
merecesse um representante entre
os grandes. Na verdade, Berlim nun-
ca foi uma grande cidade de futebol
e, depois do título do Hertha em
1931, nunca mais teve um campeão
na Alemanha unifi cada — a Oberliga
da RDA teve clubes como o Vorwarts
Berlim ou o Dínamo como campe-
ões, enquanto a RFA nunca teve um
campeão da cidade.
O Tasmânia não estava preparado
para esta promoção administrativa
com motivações políticas. Ainda as-
sim, conseguiu atrair Horst Szyma-
niak, um médio internacional ale-
mão que andava perdido no futebol
italiano, com passagens pelo Inter de
Milão e pelo Varese, e que exigiu co-
mo bónus uma percentagem das re-
ceitas de bilheteira. Szymaniak foi a
única contratação de peso para uma
época que muitos perspectivavam
como suicídio desportivo.
Tudo parecia correr pelo melhor
no arranque do campeonato. A 14 de
Agosto, na jornada inaugural, em ple-
no Estádio Olímpico e com mais de
80 mil pessoas a assistir, o Tasmânia
teve um início auspicioso — uma vitó-
ria sobre o Karlsruher (2-0).
Foi o momento alto de um per-
curso que quase imediatamente
teve uma queda vertiginosa rumo
a um fracasso espectacular. São do
Tasmânia quase todos os recordes
negativos da Liga alemã: menos vi-
tórias numa época (2); mais derrotas
numa época (28); menos pontos con-
quistados (8); menos golos marcados
(15); mais golos sofridos (108); menor
assistência num jogo em casa (827,
num jogo com o Moenchengladba-
ch). Tem também a maior série de
jogos sem vencer (32), só voltando
aos triunfos na penúltima jornada,
em casa frente ao Borussia de Neu-
nkirchen (que seria o penúltimo clas-
sifi cado) por 2-1.
Nesta época (1965-66) o campeão
seria o TSV Munique 1860 (o seu úni-
co título até hoje), enquanto o Tasmâ-
nia seguia sem surpresa para a II Divi-
são, onde se aguentou até 1973, quan-
do entrou em falência e foi refundado
com outro nome. Actualmente, an-
da pela VI Divisão alemã e só é lem-
brado como uma anedota para go-
zar com alguém que nunca ganha.
Futebol internacionalMarco Vaza
Quando o Bayern Munique subiu à I Divisão, teve a companhia de uma equipa que ficou famosa pelos seus recordes negativos
Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias e campeonatos de futebol periféricos
CLASSIFICAÇÃO3.ª etapa1.º Michal Kwiatkowski (Omega) 14m03s2.º Adriano Malori (Movistar) a 11s3.º Tony Martin (Omega) a 13s4.º Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) a 20s5.º Alex Downsett (Movistar) a 25s6.º Jan Barta (netapp-Endura) a 28s7.º Rick Flens (Belkin) a 29s8.º Thomas De Gent (Omega) a 30s9.º Wilco Kelderman (Belkin) m.t.10.º Alexandre Geniez (FDJ.fr) a 33sGeral1.º Michal Kwiatkowski (Omega) 9h03m36s2.º Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) a 32s3.º Rui Costa (Lampre-Merida) a 38s4.º Alexandre Geniez (FDJ.fr) a 01m00s5.º Sergei Chernetski (Katusha) a 01m03s6.º Wilco Kelderman (Belkin) a 01m08s7.º Ruben Fernandez (Caja Rural) a 01m20s8.º Simon Spilak (Katusha) a 01m23s9.º Chris Horner (Lampre-Merida) a 01m24s10.º Eduard Prades (OFM) a 01m25s
Ver mais emwww.publico.pt/planisferico
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | 47
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
CARTAS À DIRECTORA
Quem tramou Viktor Ianukovich?
Más notícias? Só depois das eleições
A imprevisibilidade é uma característica
da política ucraniana. Os
acontecimentos dos últimos dias têm
sido a prova disso mesmo. O acordo
entre a oposição e o Presidente
Viktor Ianukovich, patrocinado pela União
Europeia, chegou no dia seguinte à jornada
mais sangrenta desde que os protestos
começaram, há três meses. Surgiu num
momento em que a violência parecia ir
engolir tudo. Mas ainda é cedo para medir
quanto vale esse acordo. Em primeiro lugar,
porque Viktor Ianukovich é um homem de
assinar compromissos, mais do que respeitá-
los. Mas sobretudo porque a rua, a Maidan,
onde se instalou a fronteira entre a liberdade
e a ditadura, não esquece os mortos e exige a
demissão do Presidente.
Sem o apoio dos oligarcas, o Presidente recuou e irritou Moscovo. Tudo está em aberto
Que motivos levaram Ianukovich a recuar?
Mais do que a pressão, tímida, dos ministros
da UE, foi a evidência de que a rua não ia
ceder. E, sobretudo, porque os oligarcas
que patrocinam o Presidente e do qual ele
depende deram sinais de que iriam deixar
de o apoiar. Compreender os oligarcas
é compreender o essencial da política
ucraniana. A maioria dos actores políticos
depende dos oligarcas, que construíram as
suas enormes fortunas com a desagregação
do aparelho produtivo soviético. Os oligarcas
ucranianos, mesmo os que são culturalmente
russófonos, não gostam da Rússia, por terem
medo de serem engolidos pelos oligarcas
russos. Gostam da União Europeia, mas
preferiam não ter de respeitar as regras e o
código de conduta comunitário. E têm medo
de vir a ser atingidos pelas sanções.
Ianukovich cedeu e irritou os seus aliados
russos. Moscovo não se revê no acordo e
cortou os fi nanciamentos dos quais a Ucrânia
depende para não entrar em bancarrota. No
imediato, alguém terá que pagar essa factura.
A crise ucraniana está longe do desfecho.
Abriu-se uma porta à mudança, mas esta
ainda está longe da consolidação.
A justifi cação que foi dada por
Agostinho Branquinho —
“desenvolvimentos informáticos” —
para explicar que os novos cortes
nas pensões de sobrevivência só
iriam ser aplicados a partir de Julho,
ou seja, depois das eleições europeias,
não convenceu. E esta semana veio-
se a saber pelos relatórios do FMI e da
Comissão Europeia que o Governo já terá
apalavrado com a troika novos cortes nos
suplementos e salários da função pública,
de forma permanente. É estranho que uma
decisão que afecta a vida de milhares de
portugueses seja combinada com a troika e
seja desconhecida a nível interno. E talvez
até fosse informação relevante para uma
decisão justa do Tribunal Constitucional,
que nesta altura está a analisar o corte
temporário de salários na função pública.
Talvez um problema informático tenha
impedido o Governo de comunicar
atempadamente o que vai acontecer aos
suplementos e à tabela remuneratória.
Um esclarecimento do Conselho Nacional de Ciência e TecnologiaNa sequência dos artigos de
opinião de José Vítor Malheiros
e Carlos Fiolhais, intitulados,
respectivamente, “A chatice
das pessoas que pensam
pela sua cabeça” e “Ciência à
deriva”, publicados nos dias 18 e
19 de fevereiro de 2014, no jornal
PÚBLICO, vêm os signatários,
membros do Conselho Nacional
de Ciência e Tecnologia,
esclarecer o seguinte:
1. Na sua reunião de 23 de
janeiro de 2014, em que recebeu
informações e esclarecimentos da
Secretária de Estado da Ciência
e do Presidente da Fundação
para a Ciência e a Tecnologia, o
Conselho acordou em publicar
um documento que veio a ser
designado por “Refl exão e
Recomendações do CNCT sobre
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
as recentes alterações às políticas
nacionais de recursos humanos
em ciência e tecnologia” (www.
cnct.pt).
2. Após a elaboração de
uma versão preliminar desse
documento, entendeu o
Conselho submetê-la a todos
os participantes da reunião de
23 de janeiro, sem exceção,
para que pudessem verifi car a
fi dedignidade da informação
contida no documento e
expressar sobre ele aquilo que
livremente entendessem.
3. Tendo recebido comentários
por parte de vários participantes
da reunião, incluindo
da Secretária de Estado da
Ciência, o Conselho reuniu de
novo presencialmente a 10 de
fevereiro com o fi m de os apreciar.
O Conselho estabeleceu então, por
unanimidade dos 16 membros
presentes, o texto defi nitivo,
onde se corrigiram, em relação
à primeira versão, pequenos
detalhes factuais e se clarifi caram
expressões que poderiam dar
origem a interpretações dúbias.
4. É entendimento unânime
dos signatários que os factos
acima descritos não autorizam a
interpretação de que o Conselho
terá sido indevidamente
pressionado por qualquer
membro do Governo, sujeito a
qualquer tentativa de censura
ou limitado na sua independência
de opinião e nas suas decisões de
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
a manifestar, quando oportuno
lhe parece, ao Governo e à
opinião pública.
5. O Conselho reafi rma a
sua determinação em defender
os interesses da ciência e
da tecnologia em Portugal
e manifesta o seu repúdio por
suposições falsas que põem
em causa a sua independência
e a idoneidade de todos os
participantes neste processo.
Os membros do Conselho
Nacional de Ciência e Tecnologia:
José Miguel Caldas de Almeida,
André Azevedo Alves, Sebastião
Feyo de Azevedo, Miguel Castelo
Branco, António Coutinho,
Mónica Bettencourt Dias, Elvira
Fortunato, João Lavinha, Henrique
Leitão, Pedro Magalhães, Helder
Maiato, Maria Manuel Mota, Pedro
Portugal, João Rocha, Maria João
Valente Rosa, Luis O. Silva, José
Miguel Urbano, Francisco Veloso
48 | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
A ilusão
“As ilusões enlouquecem os homens”
(Máxima hassídica)
Vivemos numa crise provocada
pelo capitalismo fi nanceiro
dos mercados insaciáveis.
Os resgates serviram para
salvação da banca, que investe
nas dívidas soberanas. A
promiscuidade prejudica o
Estado e os cidadãos que pagam
com agonia a austeridade.
Intolerável e insultuoso.
A Islândia não resgatou a banca, mas com
moeda própria a economia recuperou e
cresce a 2,7%. O desequilíbrio e inércia da
zona euro com a política de austeridade
agravaram a crise europeia (UE).
A subversão do projecto europeu pela
deriva neoliberal acentuou assimetrias
e ameaças à coesão. Sem aprofundar a
integração e a democracia, é previsível a
desagregação.
Nas circunstâncias da crise, o discurso
político criativo — com liturgia do sucesso
— procura a mistifi cação da realidade para
iludir a opinião pública da política seguida
que conduz ao empobrecimento. Os
elogios da troika são um insulto à maioria
dos portugueses no país com mais
desigualdades da UE.
O debate político tem estado refém do
Programa de Assistência Económica e
Financeira (PAEF) e da luta partidária,
onde as pessoas são meros instrumentos
num sistema político bloqueado e numa
democracia sem cidadãos em que se violam
promessas eleitorais e direitos legítimos.
As elites autocráticas promovem
o discurso com dramatização da
inevitabilidade das opções sem alternativa e
factos políticos como manobra de diversão
das medidas de austeridade.
A distorção da linguagem criou nova
semântica sustentada no confl ito de
gerações e propaganda, com actos de
dissimulação e manipulação. Tornar o
inadmissível em aceitável para evitar a
contestação.
O desejado programa “além da troika” foi
aplicado como “revolução tranquila” (neo)
liberal sem justiça social. Contudo, a troika
é nefasta à salvação do “protectorado” —
com o profético relógio digital — criando
a ilusão de soberania. Mas é inevitável a
vigilância coerciva da UE
O Estado de “emergência fi nanceira”
sem duração — não declarado e sem força
de lei — tem gerado efeitos perversos
e prepotência com sobreposições de
competências de quem governa pela troika.
A falta de conformidade com a Constituição
enfraquece a legitimidade democrática e a
autoridade do Estado.
O fracasso da política seguida levou à
“recessão e ao incumprimento dos limites
para o défi ce e para a dívida” (Vítor Gaspar).
Foram feitas revisões do PAEF e previsões,
sem adesão à realidade, com degradação da
economia. A fl exibilidade da troika refl ecte-
se na cumplicidade da incompetência.
Todavia, a saída da troika não é o fi m da
austeridade, que passa a ser a fatalidade
da “nova normalidade” — moção da
recandidatura do presidente do PSD — e
exige habituação à pobreza. A excepção
é o crescimento e a prosperidade.
Anormalidade que reclama democracia.
Importante não é ter menos, mas partilhar
melhor, como assegura o Estado social.
Declarar sucesso antecipado do PAEF
é uma falácia deplorável. A ilusão de
não reconhecer o fracasso da política de
austeridade destrutiva — assumida por Vítor
Gaspar na carta de demissão —, que a débil
economia evidencia e os portugueses vão
sentir por muitos anos.
O Governo tem a conivência da Comissão
Europeia que, por conveniência eleitoral,
altera a retórica da crise, anunciando
Portugal como “caso de sucesso” para
disfarçar os erros. Ilusão do sucesso.
É imperativo falar verdade, sem
demagogia, explicando por que houve
mais recessão, trágico desemprego,
vaga de emigração e foi exigido o dobro
dos sacrifícios
necessários,
sem equidade
e subvenções
milionárias. E a
manutenção da
classifi cação de lixo
pelas agências de
rating.
Os cortes nas
pensões, com
efeito após as
eleições europeias,
não escondem o
crescente desespero
da sociedade
fragmentada e
sem confi ança
nos partidos.
Ignóbil encenação
eleitoralista.
O primeiro-
ministro ameaçou
com o segundo
resgate sobre um
acórdão do Tribunal
Constitucional (TC),
por não ser possível
a diminuição
da despesa de
forma sustentada.
Ainda assim, a
despesa cresce,
mesmo com um
enorme aumento
de impostos.
Inaceitável depredar os cidadãos e o Estado!
A previsível saída da troika, sem
programa cautelar, tem custos pelo
eleitoralismo irresponsável acima dos
interesses nacionais. Quem vai pagar o
fi nanciamento com taxas de juro da dívida
pública incomportáveis?
Alguns indicadores melhoraram.
Contudo, não signifi cam ainda a saída
da crise — como vozes autorizadas se
pronunciaram — nem o sucesso da
governação. O “milagre económico” é
ilusão que afronta.
A punição da austeridade inesquecível
— “sacrifício de mais para tão pouco
resultado” (Silva Peneda) — tem sugado a
“alma” lusitana com impostos e confi sco
dos salários e pensões. Mas são intocáveis os
interesses privados. Quais os “limites para
os sacrifícios” (Presidente da República)?
O país está mais endividado pelo peso dos
juros com uma economia mais fragilizada.
A saída da crise exige o equilíbrio entre
o rigor orçamental, a urgência do
investimento produtivo e o fi nanciamento
competitivo das empresas que assegurem
crescimento económico e emprego.
O primeiro-ministro sabe que o sucesso
do ajustamento é mistifi cação, por não
se atingirem os objectivos iniciais. Com a
excepção da correcção do desequilíbrio
externo, as contas públicas não estão
em ordem. O controlo da dívida falhou
pelo descontrolo do défi ce e do PIB
(rácio de 129%, devia ser 115%,) sendo
inexoravelmente insolvível. Só a
renegociação garante sustentabilidade.
Onde está o crescimento previsto de 2,5%?
A taxa de desemprego devia ser 12,5%,
mas é cerca de 20% com os inactivos
disponíveis, o subemprego e os que
emigraram. O “sucesso” do défi ce
não é a meta inicial (3%). Resulta do
empobrecimento, pesada carga fi scal,
receitas extraordinárias e excedente da
O risco grave vem do bloqueio do sistema político. E da ignorância, incompetência e falência ética do regime que degrada a relação entre o Estado e os cidadãos, gerando conflitos e tensões sociais
Por impossibilidade do autor, a crónica de José Pacheco Pereira não se publica hoje
Segurança Social. Haverá sucesso num
esforço brutal de 4,7 mil M€ para apenas 1,4
mil M€ de consolidação orçamental?
O desafi o é assegurar a consolidação
da redução do défi ce depois de repor os
cortes iníquos. E concretizar as reformas
estruturais por fazer ou falhadas,
anunciadas num Guião inconsequente sem
metas.
Porém, os novos desafi os não legitimam
a arrogância das elites do poder a reduzir
o Estado à irrelevância, afectando as suas
funções essenciais o que anuncia uma crise
de segurança.
Ao ouvir a liderança bicéfala do Governo,
tem-se a dolorosa sensação de falsa
convicção da representação da Pátria,
de quem fala em português, mas não
para Portugal. Reescrevem o passado e
projectam miragens do futuro. Fingem que
se decide sem decidir. A ilusão do poder.
Permanece o discurso incoerente
e calculista sobre os consensos e
compromissos — o primeiro-ministro
não precisava do PS, mas quer um
“memorando” —, que são a base de
entendimento para conseguir sustentar
o exigente “pós-troika”. O país reclama
concertação política e social alargada para
não hipotecar o futuro.
A oposição não se deve isentar de
alternativa patriótica e credível ao exercício
do poder. O que bloqueia a alternativa não
é a disponibilidade para governar, mas
as escolhas lúcidas, das grandes opções
para melhor governação de Portugal na
Europa. Ou seja, uma política que assegure
o crescimento económico e proteja os
interesses permanentes e públicos,
servindo os cidadãos.
Os dirigentes políticos não estão
interessados em compromissos, mas na
salvação do clientelismo da partidocracia.
Não se pode acreditar no que dizem nem
no que escrevem. Imaginável distorção dos
valores em que palavra do político não tem
valor. A honra e a dignidade também não. É
gente não-confi ável.
“Como é possível manter um Governo em
que o primeiro-ministro mente?” (Pedro
Passos Coelho em campanha). Resta utilizar
a força da razão, usando o voto como a
verdadeira “arma” da democracia.
O risco grave vem do bloqueio do sistema
político. E da ignorância, incompetência
e falência ética do regime que degrada
a relação entre o Estado e os cidadãos,
gerando confl itos e tensões sociais.
Nesta pesada encruzilhada como Nação e
Estado, é necessário manter a solidariedade,
no compromisso, para enfrentarmos com
coragem e patriotismo o desígnio nacional
que é lutar pelo futuro de Portugal.
Capitão-de-fragata SEF (Res.)
DANIEL ROCHA
Debate Crise e alternativasJosé Manuel Neto Simões
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | 49
BARTOON LUÍS AFONSO
Não é demagogia
Na quarta-feira, o PÚBLICO
online divulgava uma carta
do escritor João Tordo ao seu
pai, o cantor e compositor
Fernando Tordo, que aos 65
anos emigrou para o Recife,
no Brasil, para tentar a vida,
já que a reforma a que tem
direito em Portugal seria de
duzentos e poucos euros, a
que acresce um complemento de reforma
por ter toda a vida profi ssional descontado
dos direitos de autor para a Sociedade
Portuguesa de Autores.
No mesmo dia, o mesmo site do
PÚBLICO online noticiava que o vice-
primeiro-ministro, Paulo Portas, anunciara
que em Março serão apresentadas e
aprovadas em Conselho de Ministro
novas propostas de reformas nas áreas da
“sustentabilidade da Segurança Social”,
da “fl exibilização e requalifi cação da
mão-de-obra do sector público”, da
“racionalização das entidades do Estado,
assim como uma maior efi ciência na
Saúde e na Educação”. (PÚBLICO online
19/02/2014).
Em Novembro, Paulo Portas apresentou
um guião para a reforma do Estado em
que apenas eram manifestadas intenções,
afi rmadas convicções e enunciados
princípios — por exemplo, sobre a
Segurança Social então fi cava prometida
a constituição de uma comissão e o
relançamento do debate sobre introdução
de plafonds e sobre a privatização parcial.
Agora, e na véspera da chegada a Lisboa,
na quinta-feira passada, dos técnicos
da troika, para fazerem a 11.ª avaliação
do cumprimento do memorando por
parte do Governo português, Portas
vem anunciar reformas em que, além
de apontar para medidas que deverão
signifi car nova diminuição de rendimentos
globais dos pensionistas, fala também em
“fl exibilização” laboral dos funcionários
públicos. Mais uma vez, o que é apontado
como terreno para cortar facilmente na
despesa pública são os custos com as
pessoas, quer se trate das despesas com
salários de funcionários públicos, quer da
possibilidade de o sistema público garantir
os compromissos que assumiu com os
pensionistas.
A grandiloquência com que os
governantes em Portugal enchem a boca
com a expressão “reforma do Estado”
resvala depois para a percepção, fácil
à observação mais cuidada, de que
não há real intenção de reestruturar o
funcionamento do Estado, apenas há
intenção de baixar os custos sociais do
Estado. E a dúvida que se coloca a quem
governa, bem como as divergências
entre os partidos que desempenham à
vez a governação, é a de saber até onde
consegue cortar.
Ou seja, até onde podem diminuir as
despesas do Estado com os serviços sociais
sem que a sociedade portuguesa venha
a passar por situações de ruptura, sem
desencadear uma convulsão social e sem
que haja um gritante e clamoroso aumento
da miséria, numa sociedade em que cerca
de 40% da população vive em situação de
pobreza e em que essa percentagem tem
sido diminuída em cerca de 25% pelas
prestações sociais asseguradas pelo Estado.
Assim, a cada avaliação, a cada momento
negocial com os credores — representados
pela Comissão Europeia, o Banco Central
Europeu e o Fundo Monetário Internacional
— repetem-se as manifestações de intenção
e vão-se concretizando pequenos passos
na consumação do que é o desestruturar
do Estado-providência, construído em
Portugal nos últimos 50 anos, desde o
último Governo do Estado Novo, presidido
por Marcello Caetano, mas desenvolvido
sobretudo depois do 25 de Abril.
Pode parecer demagogia, pois o assunto
é tendente a provocar a comoção fácil,
mas parece-me gritante a necessidade
de relacionar o facto de no mesmo dia
ser divulgada a informação de que se
prepara mais cortes na Segurança Social —
eufemisticamente denominados “reforma
de Estado” — e a notícia de que uma fi gura
da música e da cultura portuguesa como
Fernando Tordo emigra para o Recife, pois
a pensão a que tem direito em Portugal é
impeditiva da sua sobrevivência.
Independentemente de o nome de
Fernando Tordo me trazer à memória
emoções associadas a canções simbólicas
como Cavalo à
solta e Tourada,
mesmo sabendo
que há “toneladas
de pessoas”
em Portugal a
tentar sobreviver
com pensões
desesperadamente
baixas, ainda que
saiba que não são
as actuais medidas
de austeridade as
responsáveis pelas
baixas reformas
em Portugal,
não deixa de me
ocorrer fazer duas
perguntas: por que
será que, 40 anos
depois do 25 de
Abril, a capacidade
de assegurar
um modelo de
desenvolvimento
viável em Portugal
tem de passar pelo
equacionar de cortes na despesa social do
Estado? Que têm os partidos da direita e
da esquerda, que integraram governos ou
que a eles se opuseram, a dizer sobre o
facto de ao longo de 40 anos a sociedade
portuguesa ter sido incapaz de assegurar
a sobrevivência digna de todos os
portugueses, incluindo os mais velhos?
Jornalista. Escreve ao sá[email protected]
Até onde podem diminuir as despesas do Estado com os serviços sociais sem que a sociedade venha a passar por situações de ruptura?
O herói dos gordos
Desde Julho de 2009, 4,5
milhões de pessoas viram
uma palestra de uma hora e
meia no YouTube. Em Sugar:
The Bitter Truth, Robert H.
Lustig mostra que a frutose é
um veneno, ao contrário de
outros açúcares. Não veja no
YouTube: vá directamente ao
site da University of California
Television, sem anúncios, sem problemas de
transmissão e cheio de outras coisas boas.
A palestra não é dirigida ao grande
público e ganha com isso. Sem
condescendência ou simplifi cações, Lustig
explica por que é que a obesidade está a
aumentar tanto em todo o mundo.
Estou a ler o livro dele, Fat Chance, de
2012, que, apesar de ser mais popularucho
e propagandístico, é o melhor livro sério
sobre a obesidade que li desde os livros de
John Yudkin: This Slimming Business, de
1958, Pure, White and Deadly: The Problem
of Sugar, de 1972, e Eat Well, Slim Well, de
1982. Este último foi o primeiro livro dele
que li, no ano em que foi publicado. Se hoje
sou obeso (tendo já sido morbidamente
obeso) foi por não ter sempre seguido os
sábios e efi cazes conselhos que ele me deu.
Lusting cita Yudkin, com razão, como
um profeta. Uma entrevista com Lustig
era o mais emalhado do New York Times
de quinta-feira. Vale a pena ler. Procure
“learning to cut the sugar” no Google e
aterrará lá imediatamente, grátis.
Engordar é cada vez mais barato, fácil e
automático. A culpa é do capitalismo e da
ignorância. A obesidade é infi nitamente
lucrativa para quem nada ganha — e só
perde — com ela.
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
São José AlmeidaA semana política
50 | PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014
ERC: necessária e independente?
Genéricos de “pedra e cal”
Uma entidade reguladora para a comu-
nicação social é vista, por vezes, como
intrusiva ou mesmo desnecessária face a
alternativas como os mecanismos de au-
torregulação ou a intervenção dos tribu-
nais. A comissão que, em 2011, a pedido
do então ministro Relvas, estudou “o con-
ceito de serviço público de comunicação
social” propôs a sua extinção. Posterior-
mente, o presidente do Governo Regional
da Madeira seguiu o mesmo caminho.
Para contrariar esta opinião, não basta naturalmente
citar os exemplos estrangeiros. É verdade que,
embora com modelos diferentes, existem entidades
de regulação dos media em todos os países europeus.
E, entre muitos outros exemplos possíveis, nos EUA,
a FCC, que abrange os setores das comunicações e da
comunicação social, completa em breve 80 anos.
Na Europa, a regulação da comunicação social
por uma autoridade administrativa independente
surgiu, nos anos 70 e 80 do século passado, na
sequência de uma tendência emergente em outros
setores económicos, associada ao licenciamento, com
independência, dos operadores privados de televisão.
As entidades reguladoras assumiriam rapidamente
outras tarefas que não poderiam ser atribuídas aos
governos, à administração pública deles dependente
ou aos tribunais, como a fi scalização do cumprimento
pelos operadores de rádio e de televisão das suas
obrigações em matéria de conteúdos e de pluralismo,
a independência dos operadores públicos face ao
poder político, as queixas sobre incumprimento do
direito de resposta ou falta de rigor informativo, a
aplicação de coimas, entre muitas outras.
É verdade que, em alguns países onde as entidades
reguladoras não dispõem de competências no
domínio da imprensa, o que não é o caso de Portugal,
se têm desenvolvido experiências de regulação
conjunta dos media e das comunicações, como
acontece, por exemplo, na Grã-Bretanha e em Itália.
Em Espanha, o Governo de Rajoy criou mesmo
recentemente uma entidade reguladora única para
todos os setores económicos, mas a oposição já
anunciou que, quando regressar ao poder, porá
cobro a esta experiência insólita e profundamente
errada. De qualquer forma, a convergência entre
telecomunicações, media e Internet, com todas as
suas consequências, conduziu a uma progressiva
articulação entre a regulação das redes e a regulação
dos conteúdos. No entanto, tem sido entendido
que essas duas formas de regulação aconselham
uma separação das instituições, uma vez que nas
comunicações predomina uma lógica económica,
enquanto na comunicação social é reconhecida
prioridade a critérios relativos aos direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos. Aliás, o CSA
(regulador francês do audiovisual) abrange mesmo
as competências relacionadas com as comunicações
eletrónicas que afetem exclusivamente os media.
Outra crítica frequentemente ouvida sobre a
ERC é a da sua alegada obediência a interesses
partidários, uma vez que, dos cinco membros da sua
direção, quatro são designados por maioria qualifi cada
de 2/3 dos deputados da Assembleia da República, e o
Oano de 2014 ainda vai no início, mas fi ca,
para já, marcado por um acontecimento:
o fi m da patente do Viagra. Após 20 anos
de exclusividade comercial, o mercado
abre as portas à introdução de genéricos
do afamado “comprimido azul”. Esta
alteração tem claras repercussões para
os utentes que carecem de tratamentos
de disfunção erétil e que, com isto,
estão a ver os preços da substância
ativa do Viagra baixar para metade. Porém, como
reage o mercado farmacêutico ao fi m da patente de
um medicamento? Através de estudos recentes, é
possível constatar que a quota de mercado da marca
patenteada tende a cair de forma pronunciada logo
nos primeiros meses. Esta queda não é homogénea,
varia entre fármacos e entre classes terapêuticas, mas
é claramente visível. Em alguns casos, e em menos de
um ano, a marca original vê a quota de mercado cair
para valores inferiores a 20 por cento.
De uma maneira geral, o mercado do medicamento
em Portugal tem-se contraído, valendo, em 2013, pouco
mais de 1,8 mil milhões de euros. De 2009 para 2013, o
setor perdeu 27 por cento do seu valor, com quebra de
apenas seis por cento no número de embalagens. Em
2013, 27 por cento das embalagens de medicamentos
vendidos em Portugal eram genéricos, valor que
corresponde a um aumento de 68 por cento desde
2009. Com o fi m da patente do Viagra, genéricos devem
somar ainda mais pontos e elevar a quota de mercado.
Para os laboratórios, o desenvolvimento de
novos fármacos é um negócio que dá resposta às
necessidades da humanidade. Porém, o caminho
é árduo: antes de poder lançar no mercado
uma molécula nova, que funcione e seja segura,
um laboratório tem que investigar milhares de
moléculas. Este processo é complexo, demorado
e repleto de incertezas. Depois, segue-se, ainda, o
processo de licenciamento.
Para benefi ciar de novos fármacos, a sociedade tem
que garantir que os laboratórios continuam a investir
no seu desenvolvimento. E isso tem-se conseguido
com a atribuição de direitos de patentes que conferem
aos seus detentores até 20 anos de exclusividade
comercial para os fármacos em questão, cobrando os
laboratórios o preço que maximizará o seu retorno.
Quando o período de exclusividade comercial
termina outros laboratórios podem comercializar
o mesmo princípio activo e, assim, surgem os
comummente designados “medicamentos genéricos”.
Os laboratórios de genéricos replicam fármacos
conhecidos, não incorrem no risco e incerteza
envolvidos no desenvolvimento e licenciamento
de novas drogas e, por isso, podem vendê-los
signifi cativamente mais baratos, logo mais acessíveis.
À medida que os genéricos conquistam quota, as
marcas têm usado a baixa do preço como principal
mecanismo para tentar contrariar a perda da quota
de mercado para os genéricos. Não lhes resta outra
alternativa: o consumidor começa, defi nitivamente,
a render-se aos preços dos genéricos e as marcas não
podem fi car indiferentes a este novo paradigma.
Professor universitário e vice-presidente do Conselho Regulador da ERC Docente do IPAM - The Marketing School
quinto é cooptado. Desta forma, sublinham os críticos
deste modelo constitucional, as decisões da ERC
resultariam da vontade das duas principais formações
políticas, que assim repartiriam o poder deliberativo.
A análise do funcionamento da ERC,
nomeadamente das deliberações aprovadas, permite,
no entanto, outras conclusões. Se tivermos em
conta dados do atual mandato, desde o seu início,
em novembro de 2011, até fi nal de 2013, o Conselho
Regulador da ERC já aprovou 1031 deliberações, das
quais 927 foram aprovadas por unanimidade, com
percentagens anuais todavia decrescentes (94,1% em
2011, 93,8% em 2012 e 85,6% em 2013).
Acresce que, se tomarmos apenas em consideração
os temas que não mereceram a unanimidade dos
dirigentes da ERC, poder-se-á concluir que, dessas
104 deliberações, a esmagadora maioria (97) foi
aprovada com votações com maiorias diversas entre
si e versavam temas como o direito de resposta,
as competências da ERC e da CNE para avaliarem
o pluralismo durante as campanhas eleitorais, as
alterações de domínio ou de perfi l de rádios locais,
as imagens violentas ou chocantes, os direitos dos
jornalistas, o rigor informativo e o pluralismo das
fontes, entre outros. Em contraste, apenas sete (em
1031!) dividiram os membros do Conselho Regulador
de acordo com as alegadas “origens partidárias”. No
entanto, os temas dessas deliberações relacionavam-
se com quatro casos de cessão das licenças de rádios
locais, uma admoestação a um operador televisivo por
incumprimento da programação anunciada, o contrato
de concessão da rádio pública no que respeita às
obrigações de emissão dos centros regionais e — aquele
que representou o caso mais polémico e o único destes
com contornos políticos — a queixa contra o ministro
Relvas por pressionar jornalistas do PÚBLICO.
Encarar a ERC como a expressão dos interesses
político-partidários é assim profundamente errado.
No anterior mandato, todos os casos mais polémicos
— queixa contra o Jornal Nacional de sexta-feira
da TVI, fi m deste serviço noticioso, acusações de
pressões políticas do Governo na cobertura noticiosa
dos incêndios pela RTP, artigo no jornal Expresso
acusando o Governo de interferir na comunicação
social, etc. — mereceram votações com maiorias
alargadas em que nunca existiu um suposto
alinhamento partidário. No atual mandato, em várias
queixas relativas a eleições autárquicas, os membros
do Conselho Regulador votaram quase sempre
unanimemente. A deliberação que condenava o
Correio da Manhã, após queixa do antigo primeiro-
ministro Sócrates, recentemente analisada, apenas
não obteve o voto favorável do presidente da ERC.
Nas congéneres europeias da ERC, a forma de
designação dos dirigentes varia entre a eleição pelo
Parlamento por maioria qualifi cada, a indicação pelo
Governo ou pelo Presidente da República e um modelo
misto em que se conjugam algumas destas formas.
Não há exemplos de representação ou de intervenção
das entidades reguladas, ou seja, das empresas e dos
grupos de comunicação social na escolha dos membros
da entidade reguladora. Precisamente porque é a
independência face aos regulados, face às empresas
do setor, que constitui, sem dúvida, o maior desafi o
da ERC e do Conselho Regulador que a dirige.
Debate Comunicação social Tribuna Mercado farmacêuticoAlberto Arons de Carvalho Filipe Sampaio Rodrigues
Não há exemplos de repre-sentação ou de intervenção das entidades reguladas na escolha dos membros da entidade reguladora. Precisa-mente porque é a indepen-dência face aos regulados que constitui o maior desafio da ERC e do Conselho Regulador que a dirige
PÚBLICO, SÁB 22 FEV 2014 | 51
MIGUEL MADEIRA
Representação nacional e hiperidentidade
Obstinada oposição
No quadro do esforço de difusão
da cultura feita em Portugal,
ou feita por portugueses, no
estrangeiro, a experiência tem-
me ensinado que a maneira
mais efi caz de promover
a cultura portuguesa, por
improvável que pareça, não é
acenar com a bandeira do país
de cada vez que um concerto
de um músico português se realiza, um livro
de um autor é editado no estrangeiro ou um
espectáculo é apresentado num teatro de
uma qualquer cidade do mundo.
Embaixadas culturais, festivais nacionais
e manifestações afi ns têm, a médio e longo
prazo, consequências limitadas. Não duvido
que sejam formas de fazer viajar artistas
e criadores que de outra forma teriam
difi culdade em o fazer, que servem para
mostrar o que “por cá” se vai fazendo. Para
um país que de forma bem objectiva se
encontra na periferia, todos os esforços são
válidos. De igual forma, invenções como
a “marca Portugal” traduzem o vazio de
uma certa visão do que o posicionamento
cultural de um país deve ser e do que a
criação artística contemporânea é hoje em
dia. Criar uma marca no domínio da cultura
mais não é do que simplifi car o que não é
simplifi cável. A cultura de um país, os seus
artistas e uma história acumulada não cabem
dentro de nenhuma marca.
A hiperidentidade de que Eduardo
Lourenço fala recorrentemente em
relação ao povo português parece assumir
dimensões inéditas. Referindo-se às
reacções hiperbolizadas aos sucessos de
Cristiano Ronaldo ou à morte de Eusébio,
este mecanismo de compensação poderá
igualmente explicar a avalancha de rubricas
na imprensa e na televisão dedicadas aos
portugueses de sucesso no estrangeiro
(já não são os estrangeirados que querem
mudar o país, são os que fi cam que querem
que os estrangeirados o venham mudar), aos
movimentos e “plataformas” dedicadas às
diferentes diásporas ou, mais recentemente,
a histeria em torno dos quadros de Miró.
As lógicas da representação nacional
mudaram nas últimas décadas, fruto da
maior facilidade de circulação, das novas
formas de difusão da informação, fruto da
multiplicação de redes, do efeito long tail
— que tem nas indústrias culturais uma das
suas mais interessantes expressões —, de um
mercado de trabalho global, da convergência
dos discursos artísticos ou de preocupações
geracionais transnacionais. Uma certa ideia
de representação nacional consubstanciou-se
no século 20 nas políticas de soft power dos
Estados Unidos no pós-guerra, na abertura
de delegações do British Council pelo mundo
ou até na visita de Mona Lisa, por empréstimo
Mais meia página dedicada
em 19/02/2014 ao cavaleiro
da ortografi a imutável.
Os mesmos fundamentos
que servem também para
fundamentar o contrário.
De novo o fantasma do
caos na ortografi a que não
se vê em lado nenhum.
Sobretudo o horror à
supressão das consoantes mudas com
o exemplo do aluno que leu — mal — a
palavra “conceção” parecida com a palavra
“concessão” que se escreve de modo
diferente. Ora a nossa ortografi a, com ou
sem acordo ortográfi co (AO), está prenhe
de palavras homófonas e homógrafas e não
vivemos no caos. Os brasileiros escrevem
“concepção” porque assim a pronunciam.
Escrevem “fato” e nós “facto”, porque não
usamos o seu vocábulo “terno” pois que,
por mais ternurento
que seja, os nossos
fatos já não incluem
o colete, mas
apenas casaco e
calças. A tese da
consoante abrir a
vogal antecedente
nem sempre valida
o argumento
(por exemplo,
“atriz”, “aptidão”,
“atividade”, etc.).
Não me sai
da memória há
décadas a cena de vergonha por que
passei numa aula da escola primária
ao ler em voz alta um texto indicado
pela professora e pronunciei “êchôdo”.
Risada geral e o ridículo perante toda
a turma e, desde então, interrogo-me
por que o vocábulo “êxodo” não se
escreve “éizodo”. Tal como a palavra
“quente” que não se pronuncia assim
em “frequente”. É a crítica que faço
ao AO por não ter simplifi cado mais.
Admito não haver ainda condições para
adotar carateres para os diferentes sons
representados pelas vogais “a”, “e”, e “o”.
Mas já se podia impedir que carateres
diferentes representem o mesmo som:
“ç”, “ch”, “s”, “x”, “z”.
O AO não se impõe a ninguém salvo nos
exames ofi ciais de português. Cada um
escreve como entender e se faça entender.
Fernando Pessoa recusou a revisão
ortográfi ca de 1911 e abominava que se
escrevesse “Rei” sem “y”. Nenhum mal
veio ao mundo, mas os opositores do AO,
numa atitude fundamentalista, querem
que este seja enterrado.
Bancário jubilado
do Governo francês, a Washington em
1963. Estes esforços eram ainda meras
apresentações, mostras, da produção cultural
destes países, no sentido mais restrito do
termo. Hoje em dia, este tipo de acções tem a
sua caricatura na anacronia que constituem
os pavilhões nacionais na Bienal de Veneza
(anacronia esta só ultrapassada pelo
esforço de alguns países em desconstruir
o princípio da representação nacional nos
seus próprios pavilhões).
No século 21, o esforço de representação
nacional ofi cial tem de ser feito de forma
bem mais inteligente e seguramente
menos identitária. O que me parece mais
importante neste momento é a necessidade
de as instituições responsáveis pela
representação assegurarem o carácter
universalista da sua actuação, no sentido
em que são veículos privilegiados de valores
partilhados entre diferentes países. Questões
como a integração social, as migrações e a
mobilidade, o diálogo intercultural, a relação
entre gerações são algumas das dimensões
que têm de ser acrescentadas à actuação
destas instituições. São dimensões que
têm de ser colocadas ao mesmo nível do
ensino e difusão da língua ou das propostas
artísticas e culturais em sentido restrito. É
esse carácter universalista que ultrapassa
estigmas, que pulveriza identidades
unidimensionais e que potencia as redes
de cidadãos, de artistas, organizações
culturais, de empresas ou de associações.
Nesse sentido será interessante observar
o que o British Council, o Goethe Institut
fazem, cuja actuação se estende bem para lá
da mera difusão da língua ou da promoção
da sua classe artística. De igual forma, a
importância dos
adidos culturais
qualifi cados
não pode ser
menosprezada.
Esta evidência, que
tem custos pouco
signifi cativos, pode
muito facilmente
fazer a diferença
necessária na
circulação e
passagem dos
artistas e criadores
portugueses nas
principais capitais
mundiais.
A um nível não
ofi cial, assistimos a
uma dinâmica bem
diferente e bem
mais entusiasmante.
Os curadores
portugueses que
começam a trabalhar
regularmente no
estrangeiro, que
são convidados
para dirigir museus
Universos artísticos singulares, competência, talento, são as razões que podem fazer de Portugal um país de sucesso e culturalmente relevante
O AO não se impõe a ninguém salvo nos exames oficiais de português
ou departamentos de museus prestigiados
um pouco por todo o mundo, as dezenas
de artistas visuais que todas as semanas
inauguram ou têm obras em exposições em
galerias e instituições internacionais — e em
França este ritmo é bastante respeitável —, as
pequenas companhias de dança ou de teatro
que vão conseguindo circular pela Europa,
os escritores portugueses traduzidos nos
principais mercados livreiros europeus,
assim como na América do Norte e do Sul,
são exemplos eloquentes de uma vitalidade
não menosprezável.
Vivemos hoje num país com uma
produção artística signifi cativa (com défi ces
de circulação), com uma classe artística
com imaginários plurais, ricos, com traços
identitários específi cos, num quadro cada
vez mais global e cosmopolita. Devemos
trabalhar, e acreditar, por uma normalidade
que, não tenho a menor dúvida, nos coloca
ao nível dos países mais interessantes e
dinâmicos. Obviamente, devemos continuar
a reclamar todos os apoios (fi nanceiros mas
também o acompanhamento qualifi cado
das nossas instituições culturais) que os
nossos artistas merecem. O Estado central,
as autarquias, as diferentes instituições
culturais têm um papel fundamental e
não podem jamais demitir-se das suas
responsabilidades. Gostaria de acreditar que
venho de um país que não tem que se pôr
em bicos de pés, que não nos obriga a acenar
permanentemente com a nacionalidade,
expressão de toda uma insegurança
identitária que não tem razão de existir.
Sem prejuízo de um pluralidade de oferta
e de realidades, não há situações em que me
sinta mais orgulhoso de ser português em
França como quando vejo um artista como
o Norberto Lobo a tocar numa pequena,
mas cheia, sala num concerto promovido
por um respeitado promotor alternativo de
música em Paris ou os Buraka Som Sistema
a encherem a Gaitê Lyrique ou o Teatro
Praga no MC93 em Bobigny. Estes artistas
enchem salas porque são grandes artistas,
porque souberam criar os seus próprios
universos artísticos, com certeza com
inúmeras referências portuguesas, mas
fundamentalmente porque o que têm para
propor é universal. Universos artísticos
singulares, competência, talento, são essas
as razões que podem fazer de Portugal um
país de sucesso e culturalmente relevante
— se é que já não o é.
Gestor cultural
Debate Cultura em Portugal Debate Acordo ortográficoMiguel Magalhães M. Gaspar Martins
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ESCRITO NA PEDRA
“Paz na terra aos homens de boa vontade. Isto é, paz para muito poucos”Millôr Fernandes (1923-2012), escritor e humorista brasileiro
SÁB 22 FEV 2014
Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Janeiro 35.772 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem
Reclamações contra erros no exame de admissão travam reforço p16/17
Nomeados pela primeira vez cardeais do Burkina Faso e do Haiti p24/25
Apesar da quebra do mercado espanhol, os galeristas estão felizes p26
Mil inspectores tributários à espera para avançarem
Papa dá mais peso às periferias no Colégio dos Cardeais
A Arco está outra fez numa fase ascendente
Euromilhões
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OPINIÃO
A decadência: o paradoxo da imitação
Educados na hipocrisia
e na imoralidade pelo
Catolicismo, na resignação
e na dependência do Estado
pelo Absolutismo e no
desprezo pelo trabalho pelas
Conquistas, os portugueses não
se recomendavam à “geração de
70”. A “geração de 70”, que veio a
público numa época de recessão
— provocada pela diminuição
das remessas do Brasil —, não
encontrava nada de redentor na
sociedade que a Regeneração
(de 1851) fi zera. Para Eça ou para
Ramalho, Portugal não passava de
uma imitação da França, traduzida
em calão ou em vernáculo. A
grande obra de Eça, Os Maias,
acaba na Avenida da Liberdade,
uma triste cópia de um boulevard,
com amargas considerações sobre
o carácter postiço da civilização
indígena e da classe média que se
passeia na rua, ociosa e ridícula.
Mas se os romances eram
copiados da literatura francesa e
também a poesia, os costumes,
a moda e o próprio regime da
Carta e do Acto Adicional, vale a
pena dizer que desde o princípio
Vasco Pulido Valente
do século sempre o tinham
sido. A “inteligência” educada
e cosmopolita pedia um país
“forte” e, sobretudo, “original”,
mas não se lembrava (excepto
no caso muito particular de Eça)
que ela mesma se alimentava da
França e um pouco da Inglaterra
e da Alemanha. Sonhando com
arroz no forno e com o Portugal
típico do Senhor D. João VI,
“modernizado” ou “regenerado”,
queria simultaneamente um
Portugal que não fosse diferente
da Europa. O que hoje se chama
“identidade nacional” coincidia,
para ela, com uma “identidade”
que se procurava nas grandes
potências do século. A imitação
acabava assim por se tornar na
nossa principal fraqueza e na
única verdadeira via de salvação.
Este paradoxo continua a
acompanhar os portugueses. Por
um lado, não há um cantinho da
nossa vida que não se compare
com a Europa e não há triunfo
que não consista em encontrar
semelhanças entre as coisas de
lá e as coisas de cá. Por outro
lado, os governos proclamam a
nossa singularidade atlântica ou
(nos casos de incurável loucura)
mundial. O país balança entre
um “papel” na Europa, que não
encontrou, e um “papel” em
Angola, no Brasil ou numa selva
qualquer da África ou da Ásia,
que manifestamente o excede.
De qualquer maneira, como
lamentava Eça, nesta apregoada
época de “globalização”, Portugal
está “desempregado”. Ninguém
precisa dele e ele precisa
urgentemente de sair da sua velha
irrelevância. Imitando, sem imitar,
claro. Como de costume e com os
resultados do costume.
JOÃO GASPAR
A Fundação para a Ciência e a Tec-
nologia (FCT) vai atribuir mais 300
a 350 bolsas de doutoramento e
pós-doutoramento a candidatos do
concurso individual de 2013, diz um
artigo da newsletter FCT de ontem.
O aumento responde ao desejo de
Miguel Seabra, presidente da FCT, de
ter mais dinheiro, quando assumiu
há semanas que tinham sido atribuí-
das poucas bolsas.
“O reforço do número de bolsas
deverá compreender aquelas que
virem revertida a decisão de não-fi -
nanciamento, na sequência de uma
audiência prévia, e aquelas que vie-
rem a ser fi nanciadas em face das
novas disponibilidades orçamentais
da FCT”, lê-se no artigo. A novidade
está de acordo com os “12 milhões de
euros” que a FCT terá disponível pa-
ra aplicar já nas próximas semanas,
anunciados pelo ministro da Ciência,
Nuno Crato, no Jornal de Negócios.
Metade destes 12 milhões de euros
é proveniente do Ministério da Eco-
nomia, que se comprometeu a pagar
anualmente as quotas à Agência Es-
Haverá mais 300 a 350 bolsas de doutoramento e pós-doutoramento
pacial Europeia (ESA). Os outros seis
milhões vêm de fundos comunitários
e de outras verbas.
Segundo a FCT, seis milhões de eu-
ros deste pacote vão ser distribuídos
pelas 140 unidades de investigação
com melhores resultados (do uni-
verso de 293 unidades), para serem
aplicados em recursos humanos.
Desde Janeiro que o ministério e
a FCT são alvo de duras críticas da
comunidade científi ca devido aos re-
sultados preliminares do concurso
de 2013 das bolsas individuais.
Ao todo, somando as bolsas indivi-
duais de doutoramento e pós-douto-
ramento, foram atribuídas 531 bolsas
em Janeiro. Se a estas se somarem as
bolsas atribuídas no âmbito dos pro-
gramas de doutoramento FCT (431
bolsas), o total é de 961 bolsas. Para
o concurso de 2012, foram atribuídas
1875 bolsas individuais, quase o do-
bro. Agora, como os outros seis mi-
lhões de euros do pacote anunciado
por Crato, o número total de bolsas
atribuídas rondará as 1311.
Quando foi ouvido na comissão
parlamentar de Educação, Ciência
e Cultura a 24 de Janeiro, Miguel Se-
abra referiu que a taxa de atribuição
de bolsas individuais não tinha sido
sufi ciente e defendeu mais dinhei-
ro. “Os compromissos plurianuais
no passado [da FCT] tinham uma
previsão de orçamento que não se
verifi cou e houve um reequilíbrio”,
disse, o que obrigou a um corte em
alguns sectores como o das bolsas.
Política científicaNicolau Ferreira
FCT vai voltar a olhar para os resultados de candidaturas do concurso de 2013 e atribuir mais seis milhões de euros em bolsas
Colecção Canto&AutoresSão nomes como Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, Jorge Palma, Né Ladeiras, José Jorge Letria ou Amélia Muge que fazem a diversidade do nosso cancioneiro. A colecção Canto&Autores presta homenagem a artistas que criaram e interpretaram algumas das mais ricas obras musicais portuguesas. Ao todo são 13 volumes, compostos por um livro, com capas ilustradas por André Carrilho e enriquecidos com fotografias de época, acompanhado de um CD. Cada volume traz uma compilação inédita e preparada pelos próprios artistas, à excepção do volume de homenagem a Zeca Afonso, que constitui uma homenagem à sua obra, interpretada por José Mário Branco, Amélia Muge e João Afonso. Os volumes dedicados a Vitorino, Fernando Tordo e Janita Salomé incluem alguns temas inéditos dos artistas. Não perca uma selecção rigorosa de grandes nomes que fazem a história da música portuguesa, todos os Sábados, com o PÚBLICO, por mais €6,95
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As Vozes
Colecção Canto&Autores
Os que cantam sem medo
Adriano Correia de Oliveira
Cantor e compositor, Adriano Correia de Oliveira destacou-se como intérprete do fado de Coimbra e cantor de intervenção. Nasceu no Porto a 9 de Abril de 1942, mas ainda recém-nascido foi residir em Avintes, onde cresceu “entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o rio”. Estudou Direito na Universidade de Coimbra e foi aí que desenvolveu o seu gosto pela música, em particular pelo fado. Ligado ao movimento antifascista estudantil e membro do Partido Comunista Português, lançou, em 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra, que se tornaria um hino da resistência dos estudantes à ditadura. Os ideais da liberdade, da democracia e do socialismo estiveram sempre presentes nos cerca de noventa temas que gravou até 1980 e que constituem uma das mais ricas obras musicais do século XX português.
Vitorino
Vitorino Salomé Vieira, ou apenas Vitorino, como é mais conhecido, nasceu na vila alentejana de Redondo, a 11 de Junho de 1942, no seio de uma família de músicos. Aos 20 anos mudou-se para Lisboa, onde se associou à noite, às tertúlias e aos prazeres boémios. Presente em alguns momentos-chave da música popular portuguesa, como o célebre concerto de Março de 1974, I Encontro da Canção Portuguesa, que decorreu no Coliseu dos
Recreios, Vitorino foi companheiro de palco e de canções de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Fausto, Sérgio Godinho e outros nomes fundamentais da música portuguesa dos últimos trinta anos. O seu disco de estreia em nome próprio começou a rodar nas rádios em 1975, do qual fazia parte o êxito Menina Estás à Janela.
Fernando Tordo
Natural de Lisboa, onde nasceu a 29 de Março de 1948, Fernando Tordo é um verdadeiro homem das artes. Conhecido como cantor, compositor, músico e intérprete, dedica-se também à escrita e à pintura. Começou por aprender guitarra com apenas 12 anos, mas a sua carreira profissional começou, em 1965, no grupo Os Deltons. Três anos mais tarde, integrava o grupo Sheiks, onde substituiu Carlos Mendes, com funções de cantor e guitarrista. Foi, no entanto, a solo que mais se destacou. Em 1969, participou pela primeira vez no Festival RTP da Canção com o tema Cantiga. Não venceu mas conheceu José Ary dos Santos, poeta com que viria a trabalhar e compor algumas das músicas mais emblemáticas do nosso cancioneiro como Tourada, Estrela Tarde, Lisboa Menina e Moça ou Cavalo à Solta. Muitas das suas criações destinaram-se a outros intérpretes como Carlos do Carmo, Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira ou Mariza.
Jorge Palma
Nasceu em Lisboa, a 4 de Junho de 1950. Tinha seis anos quando iniciou os estudos de piano ao mesmo tempo que aprendia a ler e a escrever, tendo realizado a primeira audição no Conservatório Nacional com oito anos. Foi durante a adolescência que se começou a interessar por rock n’ rol e no final da década de 1960 acabou por integrar o grupo Black Boys e, posteriormente, Sindikato. Em 1975, após regressar a Portugal, gravou o seu primeiro álbum, intitulado Com uma Viagem na Palma da Mão, com canções compostas durante o exílio político em Copenhaga. Mais tarde, durante a década de 90, suspendeu a gravação de composições originais para se dedicar à reinterpretação da sua obra, às colaborações e participações com diversos artistas e à realização de inúmeros concertos pelo país.
Luís Cília
Avante Camarada é talvez o tema mais conhecido de Luís Cília, uma vez que se tornou num segundo hino do Partido Comunista Português, mas este cantor e compositor, nascido em Nova Lisboa, Angola, em 1943, tem uma obra bastante extensa que conta com dezoito discos, alguns dedicados exclusivamente a poetas, tais como Eugénio de Andrade, Jorge de Sena ou David Mourão Ferreira. Exilado em França, onde viveu entre 1964 e 1974, Luís Cília foi um dos primeiros cantores a denunciar a guerra colonial e a
falta de liberdade em Portugal. Na capital francesa, estudou guitarra clássica com António Membrado e composição com Michel Puig. Durante este período, realizou recitais em vários países pela Europa e depois do seu regresso a Portugal, continuou a gravar discos, como compositor e intérprete e a realizar recitais. Nos últimos anos, tem-se dedicado apenas à composição, nomeadamente para teatro, bailado e cinema.
Amélia Muge
Maria Amélia Salazar Muge, conhecida por Amélia Muge, nasceu em Moçambique em 1952 e vive em Portugal desde 1984. Cantora, compositora e instrumentista, a sua música é caracterizada pela tradição e inovação, tendo como ponto de partida a música tradicional portuguesa e africana. Além do seu trabalho a solo, tem colaborado, ao longo do seu percurso, com diversos autores nacionais e internacionais e tem cantado, tanto poemas da sua autoria, como poemas de vários poetas da língua portuguesa, dos quais se destacam Fernando Pessoa e Grabato Dias. Em 1995, gravou o disco Maio, Maduro Maio – com João Afonso e José Mário Branco – dedicado à obra de Zeca Afonso, que lhe rendeu o Prémio José Afonso.
Uns emprestaram a voz ao povo. Outros encheram as ruas de músicas. Em comum, estes artistas têm a inegável marca que deixaram no panorama musical português
O ilustrador André CarrilhoDesigner, ilustrador e cartoonista, o português André Carrilho tem colaborado com algumas das mais prestigiadas publicações a nível mundial como o The New York Times, a Vanity Fair ou a New York Magazine. Já expôs individualmente no Brasil, na China, na República Checa, em Espanha, França e Portugal. Os seus trabalhos receberam já vários prémios a nível nacional e internacional, entre os quais o prémio da Society for News Design (EUA) para o Melhor Portfólio de Ilustração, em 2002, um dos mais conceituados galardões da área. Nos últimos anos tem explorado outras áreas. Em parceria como o músico e programador Nuno Correia criou o projecto de vjing Video Jack e realizou, em 2007, uma curta-metragem de animação intitulada Jantar em Lisboa, com argumento e música de JP Simões.
Janita Salomé
Cantador de fado de Coimbra nos anos 30, o pai de Janita Salomé fez questão de incutir nos filhos o gosto pela música. O seu esforço deu resultado pois dois deles acabariam por seguir a carreira musical. Irmão mais novo de Vitorino e dono de uma voz inconfundível, Janita Salomé estreou-se como baterista e vocalista do grupo de rock, Planície, em 1963, mas ao longo dos anos demonstrou ser um artista experimentalista multifacetado e versátil. Compositor e cantautor, passou pelo fado de Coimbra, pelo cantar alentejano, pela música popular e de intervenção e pela música tradicional árabe. Explorou ainda o teatro, tendo composto música para algumas produções e surgido como actor. Em 1980, lançou o seu primeiro disco, Melro, sendo que O Vinho dos Amantes, de 2007, é o seu último trabalho.
Zeca Afonso
Iniciou-se no fado de Coimbra mas acabou por ser uma figura central do movimento de renovação da música portuguesa que se desenvolveu na década de 60 e se prolongou na década de 70. José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, conhecido por Zeca Afonso, ficou indelevelmente associado não só à música de intervenção, com conteúdo de esquerda contra o regime como de facto ao derrube do próprio regime. Uma das suas composições, Grândola, Vila Morena, foi utilizada como senha pelo Movimento das Forças
Armadas, comandados pelos Capitães de Abril, que instaurou a democracia a 25 de Abril de 1974. O volume que lhe é dedicado na colecção Canto&Autores é antes uma homenagem ao autor, interpretada por José Mário Branco, Amélia Muge e João Afonso (sobrinho de Zeca Afonso), que data de 1995, aclamado por muitos como a grande homenagem à obra de Zeca Afonso.
Manuel Freire
Nasceu em Vagos, em Aveiro, a 25 de Abril de 1942, dia que, anos mais tarde, passaria a ter um significado especial para si. Ainda muito jovem, com apenas 16 anos, apoiou a candidatura do General Humberto Delgado, mas foi já como estudante em Coimbra que tomou contacto com Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira. A convite de Fernando Gusmão, entrou no Teatro Experimental do Porto, em 1967, onde fez a sua primeira actuação a sério no domínio da canção, tendo lançado no ano seguinte o seu primeiro EP. O cariz social e político dos temas, fez com que fosse alvo da censura que lhe proibiu canções como Lutaremos Meu Amor, Trova e Trova do Emigrante. Em 1969, canta no programa Zip-Zip, Pedra Filosofal, que se tornaria um ícone da canção de intervenção. Mais recentemente, colaborou com José Jorge Letria e Vitorino, num CD para crianças acerca da Revolução dos Cravos, intitulado Abril, Abrilzinho.
Pedro Barroso
António Pedro da Silva Chora Barroso nasceu em Lisboa, a 28 de Novembro de 1950, tendo crescido na terra natal do seu pai, em Riachos, Torres Novas. Aos quinze anos estreava-se na rádio, fazendo teatro radiofónico e, em Dezembro de 1969, era um dos cantautores revelados pelo programa Zip-Zip da RTP. Cantor, compositor e músico, com cerca de 30 álbuns gravados desde a década de 70, Pedro Barroso foi também docente e escritor. Autor da grande maioria das letras e músicas que interpreta, é possível encontrar entre as suas cantigas, trabalhos de autores como Cesário Verde, Sophia de Mello Breyner Andresen e até do Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, no tema Afrodite ou Nasce Afrodite Amor, Nasce o teu Corpo, incluído no álbum Água Mole Em Pedra Dura, de 1978. A 3 de Dezembro de 2009, num concerto no Teatro São Luiz, Pedro Barroso despediu-se dos palcos, celebrando 40 anos de carreira.
José Jorge Letria
José Jorge Letria nasceu em Cascais, em 1951. Estudou Direito, História e História de Arte na Universidade de Lisboa mas foi como jornalista que começou a trabalhar em 1970. Passou pelo Diário de Lisboa, República, Musicalíssimo, Diário de Notícias e Jornal de Letras, tendo sido, igualmente, professor de jornalismo. Autor de vários programas de rádio e de televisão, tornou-se militante do Partido Comunista Português em 1972, tendo sido um dos nomes mais destacados da canção da resistência. Jornalista, poeta, dramaturgo, ficcionista e autor de uma vasta obra para crianças e jovens foi agraciado com a Ordem da Liberdade pelo Presidente Jorge Sampaio em 1997.
Né Ladeiras
O nome completo é Maria da Nazaré Azevedo Sobral Ladeiras mas ficou conhecida como Né Ladeiras. Né nasceu no Porto, a 10 de Agosto de 1959, numa família com grandes afinidades à música. A sua carreira começou em 1974, com a fundação da Brigada Victor Jara e a música latino-americana, tendo, mais tarde, passado para a música tradicional portuguesa. O seu primeiro trabalho a solo, Alhur, foi editado em 1982, com letras da autoria de Miguel Esteves Cardoso e participação dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. Em 1986, participou no Festival RTP da Canção com Dessas Juras que se Fazem, um inédito de Carlos Tê e Rui Veloso. Colaborou igualmente com a rádio,
outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. Gravou mais 6 álbuns, com temas muito diversos, desde a cultura tradicional transmontana, à homenagem às canções de Fausto e participou em discos dos Heróis do Mar, Sétima Legião e UHF.
Francisco Fanhais
Mais conhecido por Padre Fanhais, Francisco Fanhais nasceu a 17 de Maio de 1941 na Praia do Ribatejo, entrou para o seminário aos dez anos e foi ordenado padre aos vinte e três. Apesar da sua actividade religiosa, assumiu desde cedo uma postura de luta contra a ditadura. Através da música tornou-se expoente máximo dos católicos progressistas, tendo lançado, em 1969, o seu disco de estreia Cantilenas, seguido de Canções da Cidade Nova, em 1970.
O carácter antifascista das suas músicas acabaria por fazer com que fosse impedido de cantar, de exercer o sacerdócio e de leccionar nas escolas oficiais. Francisco Fanhais acabaria por emigrar para França em 1971, tendo regressado a Portugal após o 25 de Abril de 1974 para colaborar nas campanhas de dinamização cultural do Movimento das Forças Armadas. Em 1995 recebeu a Ordem da Liberdade, por ocasião das comemorações do Dia de Portugal.
“Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça,
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.” As
palavras de Manuel Alegre foram
cantadas por Adriano Correia de
Oliveira, o sempre alguém que
semeou canções no vento que
passa. Com ele, tantos outros
emprestaram a sua voz ao povo
que, amordaçado, não a tinha
durante o Estado Novo. Estavam
onde era preciso, sempre que
preciso. Eram os chamados
“cantores de intervenção” que
espalhavam poesia e palavras na
rua, bastando-lhes um microfone e
uma guitarra.
Começou com Adriano Correia
de Oliveira, José Mário Branco e
José Afonso. Seguiram-lhes tantos
outros cantores, músicos, poetas
e compositores empenhados em
fazer da cantiga uma arma. “A
canção foi, nessa altura, um veículo
de dinamização de pessoas”, disse
pela altura dos 25 anos do 25 de
Abril o ex-padre Francisco Fanhais,
que se juntou aos que cantavam no
exílio em 1969. “Nessa altura, o mais
importante eram mesmo as letras,
através das quais pretendíamos criar
uma força colectiva que ajudasse as
pessoas a tomarem consciência da
situação que se vivia no país”.
Os cantores de intervenção
marcaram fortemente o panorama
musical português até aos dias
de hoje, mas que nunca estaria
completo sem aqueles que
apareceram depois e também
contribuíram, como Jorge Palma,
Vitorino, Janita Salomé ou Né
Ladeiras.
De forma a homenagear os que
sempre cantaram a alma, com e sem
medo, o PÚBLICO edita agora uma
colecção que lhes é dedicada. São
13 volumes sobre grandes cantores,
compositores ou intérpretes que
deixaram a sua marca na música
portuguesa ao longo de mais de
quatro décadas. Uma colecção que
reúne artistas com carreiras muito
distintas, desde autores que se
tornaram conhecidos no período
pré-revolução a cantores com uma
vertente mais tradicional e popular,
com carreiras musicais consagradas
até aos dias de hoje. Une-os a
cultura e a história portuguesas que
reclamaram como suas.
Cada volume inclui um booklet
com CD e livro sobre o cantor,
escrito por um especialista.
O alinhamento do CD é uma
compilação inédita e preparada
pelos próprios artistas, à excepção
do volume de homenagem a Zeca
Afonso que não será um disco de sua
autoria, mas sim uma homenagem
à sua obra, interpretada por José
Mário Branco, Amélia Muge e João
Afonso. Já os volumes dedicados a
Vitorino, Fernando Tordo e Janita
Salomé incluem alguns temas
inéditos dos artistas.
Não perca, todos os Sábados por
mais €6,95 na compra do PÚBLICO.
Vera Monteiro
A colecção
Adriano Correia de Oliveira
Volume 11 de Março1. Trova do Vento que Passa2. E Alegre se Fez Triste3. Tu e Eu Meu Amor4. Canção com Lágrimas5. Lira6. Cantar para um Pastor7. Cantar de Emigração8. Tejo que Levas as Águas9. Canção do Linho10. O Sol Préguntou à Lua11. Fado da Mentira12. Fala do Homem Nascido
Vitorino
Volume 28 de Março1. Moda Revolta (inédito)2. Cantiga de Uma Greve de Verão3. Tango da Indiferença4. Abrilinho Volta ao Ninho5. Álbum dos Retratos6. Cantiga dum Marginal (Ao Vivo)7. Maria da Fonte (Ao Vivo)8. Ando à Noite à Trovoada9. Os Mortos dos Retratos10. Carta de Um Soldado da Armada11. Hino do 31 de Janeiro12. Fado da Liberdade Livre13. Vermelho e Verde14. Não Há Terra que Resista15. Viva a Rainha do Sul16. Saias da União Cooperativa do Redondo
Fernando Tordo
Volume 315 de Março1. Bem Querer, Mal Viver2. Windmills of Your Heart
3. Cavalo à Solta4. O Café5. Tourada6. A Invenção do Amor7. Para Que o Tejo Não Esqueça8. Se Digo Meu Amor9. Adeus Tristeza10. Lisboa de Feira11. Chegam Palavras12. O Meu Bairro13. Ele Há Lá14. Circo15. Amy (Winehouse)16. Caso Perdido17. 1879 (inédito)18. 1885 (inédito)
Jorge Palma
Volume 422 de MarçoIntitulado Com uma Viagem na Palma da Mão, este CD inclui as canções que o artista gravou durante o exílio político em Copenhaga.1. Deixem Voar Este Sonho2. Labirinto3. Monólogo De Um Cidadão Frustrado4. Dizem Que Não Sabiam Quem Era5. Enquanto O Sangue Se Torna Ouro6. Com Uma Viagem Na Palma Da Mão7. Giselle8. Já Chega De Ilusões9. A Onda (Para Mwandishi)10. Poema Flipão11. Outra Onda12. O Velho No Jardim13. O Fim
Luís CíliaVolume 529 de Março1. Sou Barco2. Música do filme “O Salto” de Christian de Chalonge3. Portugal Resiste4. Pátria Lugar de Exílio5. Voz Suspensa6. Romance do Lulu do Intendente7. Elegia por Antecipação à Minha Morte Tranquila8. Inventário 19839. Fecundou-te10. No Casto Promontório dos Teus Seios11. Domínio12. Ternura13. Encantados de Servi-lo
Amélia MugeVolume 65 de Abril
Janita SaloméVolume 712 de Abril
Maio, Maduro Maio – Uma homenagem a Zeca Afonso (José Mário Branco, Amélia Muge e João Afonso)Volume 819 de Abril
1. Maio Maduro Maio2. Utopia3. De Não Saber o que me Espera4. Canção de Embalar5. Que Amor Não me Engana6. Já o Tempo se Habitua7. Lá no Xepangara8. A Cidade9. Nefretite Não Tinha Papeira10. De Sal de Linguagem Feito11. Se Voaras Mais ao Perto12. Fura-Fura13. O que Faz Falta14. Zeca
Manuel FreireVolume 926 de Abril
Pedro BarrosoVolume 103 de Maio
José Jorge LetriaVolume 1110 de Maio
Né LadeirasVolume 1217 de Maio
Francisco FanhaisVolume 1324 de Maio
Fernando Tordo
Vitorino
Jorge Palma
Esboços de André Carrilho. As capas do volume 5 em diante não são apresentadas neste destacável devido ao facto de ainda estarem em execução Luís Cília
Janita Salomé
Adriano Correia de Oliveira