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Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008. Qual é o espaço para Paris na metrópole ? Seminário Brasil-França sobre Gestão Metropolitana Brasília – 14 e 15 de outubro 2008 Marie-Christine Bernard-Gélabert. Outubro de 2008.

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Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Qual é o espaço para Paris na metrópole ?

Seminário Brasil-França sobre Gestão MetropolitanaBrasília – 14 e 15 de outubro 2008

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Outubro de 2008.

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

I – A conurbação parisienseUm pouco de história e geografia …

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Paris e conurbação na Região Ile-de-France

PARIS –BERLIN- LONDRES

Rappel de quelques chiffres

Superficie population nombre d'emplois

Région Ile de France 12 000 km² 11 millions 5,5 millions

Petite Couronne 760 km² 6 millions 3,6 millions

Paris 100 km² 2 millions 1,6 millions

Berlin 880 km² 3,4 Millions 1,5 millions

Londres 2200 km² 6,7 millions 3,7millions

sources : IAURIF et APUR

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

O desenvolvimento regional desde 1994

• Crescimento em desaceleração

•Periferização do emprego

•Extensão da urbanização para a faixa periférica da região metropolitana

•Agravação da divisão social

(Sources IAURIF, synthèse des points de vue Région Etat CESR 2004)

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A zona densa, uma realidade física

Fonte : APUR segundo INSEE, 1999

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A zona densa, terra de imigração

Fonte: APUR (censo 1999, INSEE

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A zona densa, terra de contrastes Desigualdades sociais e territoriais

(baixa renda e proporção de habitação de interesse social)

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A zona densa, terra de contrastes Desigualdades econômicas

(taxa de desemprego e novos empregos)

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A zona densa, terra de contrastes Desigualdades tributárias

O coeficiente de mobilização da riqueza tributária consiste em comparar a arrecadação local de tributos efetivamente votados pelos municípios ou grupos de municípios com a riqueza tributária teoricamente arrecadável.

Source : APUR, selon direction générale des impôts, 2004.

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

II – Paris e conurbação… destinos cruzados desde sempre

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Baixo-Império (Sec.IV)Felipe Augusto (Sec XIII)

“Fermiers généraux” (Sec XVIII, XIX)

Thiers (1840)

Paris et l’Île de France, CD-Rom, Belin

Paris, ou a historia de um cercamento por muralhas sucessivas

Carlos V (Sec.XIV)

Fossos amarelos (Sec.XVII)

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A cidade do anel rodoviário (o «Périphérique »)

L’intra muros

A cidade de dentro, do intra muros

A cidade de fora, do extra muros

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

As densidades populacionais e do emprego estão concentradas em

Paris

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Paris não é uma cidade homogênea nem uniformemente rica

pobreza e proporção de estrangeiros

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Paris: cidade territórioIntramuros - Extramuros

- 300.000 moradores de Paris (1/3 da pop ativa) trabalham na periferia- em Paris, de 5 empregos, 3 são ocupados por moradores da periferia (ou seja, 1 mi de empregos)- 1/4 dos novos habitantes da periferia saíram de Paris- 90% dos deslocamentos por transporte coletivo ocorrem na zona densa, ou seja, 900.000 pessoas em tráfego cotidiano periferia/Paris- Uma oferta fundiária escassa e cara que encarece a construção em comparação às outras cidades francesas- Vontade compartilhada de contemplar as especificidades da problemática da zona densa da região Ile-de-France-A zona densa representa apenas 4 % do espaço da Ile-de-France, mas concentra 47 % da população, 60 % dos empregos e 90 % dos deslocamentos

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

François Lacour : porta da Villette

…algum lugar… entre Paris e Aubervilliers…

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Marc Verhille : Anel rodoviário

…algum lugar… entre Paris e Ivry…

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

III – A necessária cooperação

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A intermunicipalidade institucional

na Região Ile-de-France em 2008

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

SaneamentoCriado em 1970, o SIAAP (Consórcio interdepartamental para o saneamento da conurbação parisiense) administra as águas servidas de 8 milhões de habitantes dos departamentos de Hauts-de-Seine, Seine-Saint-Denis, Val-de-Marne e Paris, assim como de 180 municípios da Ile-de-France.

Resíduos sólidosNa década de 80, diante à quantidade de resíduos sólidos a ser tratada na região parisiense, municípios da conurbação parisiense resolveram se organizar. Criaram um consórcio intermunicipal de tratamento do lixo doméstico da aglomeração parisiense, o SYCTOM.

A cooperação técnica: uma intermunicipalidade já antiga

UrbanismoOs estabelecimentos públicos de ordenamento: reestruturação urbanaOs estabelecimentos públicos fundiários: o patrimônio fundiário

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

As cooperações por projetos aprender a trabalhar juntos

Ferramentas da cooperação:

• Protocolos de cooperação

• Processo participativo sobre os canais

• Cartas dos bosques

• Conferências interdepartamentais

• Projetos de cooperação (cessões fundiárias, ordenamento, habitação, deslocamentos, desenvolvimento econômico, cultura, juventude e desportes)

Assinatura da carta de cooperação entre Paris e Nogent-sur-Marne – 20.11.03

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

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94

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31

24

2314 11 7

Déplacements

Urbanisme

Emprises foncières,naturelles et techniquesVoirie

Culture

Environnement / Gestiondes déchets / PropretéDéveloppementéconomiqueJeunesse et sports

Logement, habitat etaction socialeAutre (sécurité, viecitoyenne, tourisme)

2%3%3%

5%

26%6%

22%

17%

9%

7%

Deslocamentos e Urbanismo concentram 48% das ações* em todo o período…

*sendo metade no processo participativo: PLU, PDP, expansão do estacionamento pago, VLT Maréchaux

Áreas de cooperação

Trecho do estudo Mensia Conseil

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

• • Desenvolvimento e ordenamento Desenvolvimento e ordenamento econômico, social e cultural da região econômico, social e cultural da região metropolitanametropolitana• • Ordenamento da região metropolitanaOrdenamento da região metropolitana• • Equilíbrio social da habitação na Equilíbrio social da habitação na região metropolitana região metropolitana • • « Política da cidade » na na região « Política da cidade » na na região metropolitana (requalificação urbana e metropolitana (requalificação urbana e redução das desigualdades entre redução das desigualdades entre bairros)bairros)• • Gestão dos serviços de interesse Gestão dos serviços de interesse coletivo coletivo • • Proteção e valorização do meio Proteção e valorização do meio ambiente e política do quadro de vida ambiente e política do quadro de vida • • Rede viária, saneamento, Rede viária, saneamento, abastecimento de água, instalações abastecimento de água, instalações culturais e esportivasculturais e esportivas

• Morar na conurbaçãoO centro da conurbação deve lutar contra a especulação imobiliária para atender às necessidades habitacionais

• Deslocar-se na conurbaçãoA redução da frota de automóveis, o desenvolvimento dos

modais alternativos e a otimização dos transportes públicos são desafios para o desenvolvimento econômico

• Trabalhar na conurbaçãoÉ preciso atuar sobre a disponibilidade de lotes fundiários e de prédios adaptados, a estruturação de redes de ajuda

às empresas, a adequação das empresas à bacia de emprego, para manter na zona densa a diversidade

econômica

Grupamento Urbano / Grupamento Urbano / MetropolitanoMetropolitano

Problemática da conurbaçãoO extramuros

A intermunicipalidade por projetos: uma intermunicipalidade que resta a ser

construída

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Morar: o desfio essencial da habitação social

Fonte : APUR, por DREIF 2004

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Deslocar-se: interesses compartilhados

• 90% dos deslocamentos nos transportes coletivos da Região Île-de-France são realizados na zona densa. Os deslocamentos de periferia para periferia são majoritários, embora a rede seja centralizada sobre Paris.

• 4 milhões de deslocamentos por dia entre Paris e a periferia:– 900.000 habitantes da periferia trabalham em Paris;– 300.000 parisienses trabalham na periferia.

• Desafios compartilhados: acesso de todos à mobilidade, eqüidade, luta contra a poluição e a degradação da paisagem urbana

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Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Carência do atendimento pelos transportes coletivos

Fonte : APUR, por INSEE 1999-2000

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

TrabalharCentro / periferia: o papel atrativo da

capital em prol da conurbação

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A zona densa, espaço privilegiado de instalação das grandes empresas

Fonte: APUR, 2005

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Uma competição européia

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A atualidade políticaDiscurso do Presidente da República em Roissy, em 26 de junho de 2007

Concurso « a Grande aposta da conurbação parisiense » lançado pelo Ministério da Cultura em dezembro de 2007

Imaginar as metrópoles do futuro, relatório de Dominique Perben, deputado pelo Rhône, Janeiro de 2008

Março de 2008: nomeação de Christian Blanc, Secretário de Estado de Desenvolvimento da Região Capital

Março de 2008: publicação do relatório de Philippe Dallier, Senador

Março de 2008: publicação do relatório da Comissão do Conselho Regional de Île-de-France: “Alternativas para a região metropolitana: Paris - Ile-de-France amanhã”

Junho de 2008: Fórum da Conferência metropolitana: projeto de criação de consórcio misto de estudos

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A Conferência metropolitana da conurbação parisiense

- Estrutura flexível, de composição variável mas perene, para se adaptar aos problemas e desafios da zona densa

- Espaço de trabalho onde cada autoridade pode expressar suas preocupações, trocar experiências e práticas, implementar ações concretas em conjunto

- Instância antes não institucional que contribui para desenhar uma região metropolitana mais justa e dinâmica

- Instância em processo de institucionalização

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Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Qual o modo de pilotagem política ?

Apoiar-se na criatividade institucional da Conferência metropolitana para inventar um modo de regulação e pilotagem dos muitos atores políticos, institucionais, econômicos e sociais, em volta de uma visão compartilhada do futuro da região metropolitana

104 governos locais já participaram pelo menos uma vez da Conferência metropolitana

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A organização da Conferência metropolitanaIntegrantes

- Prefeitos, membros de autarquia de cooperação intermunicipal, de associações de governos locais, de conselhos gerais e do Conselho regional da Île-de-France

-- são membros da Conferência os políticos eleitos que assim o desejarem: a lista é aberta e pode variar de uma Conferência para outra

Funcionamento- uma secretaria política a cargo de alguns políticos eleitos- uma assembléia de « pares »

Uma decisão conjunta: a organização do Fórum da Metrópole

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

A Conferência metropolitana se estrutura em Consórcio misto de estudo « Todos reconhecem a existência de problemas específicos à escala da região metropolitana, no miolo da conurbação, nos

setores da habitação, da atratividade econômica, do emprego, dos deslocamentos… »

Objetivos do Consórcio:Definir parcerias possíveis e realizar projetos de dimensões

metropolitanas, especialmente nas áreas:- do desenvolvimento econômico e do emprego

- da habitação- da mobilidade e dos deslocamentos 

- do desenvolvimento cultural-  da solidariedade financeira

Marie-Christine Bernard-Gélabert. Prefeitura de Paris (doc P. Mansat). Outubro de 2008.

Uma pergunta, à guisa de conclusão:

A cidade do anel rodoviário: onde está a cidade?

Difícil responder: a cidade transborda suas fronteiras administrativas

Tentativa de resposta:

- na continuidade das edificações, na zona densa?

- nos pólos em interação, numa zona policêntrica, concêntrica?

-Focalizar a governança política, antes que a resposta institucional