97
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE (SIT) NA UEFS, SOB ÓTICA DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Feira de Santana 2009

QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

ENGENHARIA CIVIL

Osvaldo Santana Ribeiro

QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA

INTEGRADO DE TRANSPORTE (SIT) NA UEFS, SOB ÓTICA DO S

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS.

Feira de Santana 2009

Page 2: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

Osvaldo Santana Ribeiro

QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA

INTEGRADO DE TRANSPORTE (SIT) NA UEFS, SOB ÓTICA DO S

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS.

Monografia apresentada ao Departamento de

Tecnologia da Universidade Estadual de Feira

de Santana, como parte dos requisitos para a

obtenção da graduação em Engenharia Civil.

Orientadora: Janeide Vitória de Souza

Feira de Santana 2009

Page 3: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

I

Osvaldo Santana Ribeiro

QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA

INTEGRADO DE TRANSPORTE (SIT) NA UEFS, SOB ÓTICA DOS ESTUDANTES

UNIVERSITÁRIOS.

Monografia apresentada ao Departamento de

Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de

Santana, como parte dos requisitos para a obtenção

da graduação em Engenharia Civil.

Feira de Santana, 27 de Março de 2009.

Orientadora: Profª. Janeide Vitória de Souza – Especialista.

Universidade Estadual de Feira de Santana

Profª. Áurea Chateaubriand A. Campos – Mestre.

Universidade Estadual de Feira de Santana

Prof. Gerinaldo Costa Alves – Especialista.

Universidade Estadual de Feira de Santana

Page 4: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

II

Dedico este trabalho às minhas mães Vilma e

Eliana e à memória de minha avó, Maria de

Lurdes, grande inspiração em minha vida.

Page 5: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

III

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que me fizeram acreditar em minha

capacidade e contribuíram para a realização deste trabalho.

À professora Janeide Vitória de Souza, Orientadora da

monografia, por sua ajuda, contribuição e grande incentivo.

Ao professor Genival Corrêa, que me indicou a idéia e o

caminho do trabalho inicialmente.

Aos amigos e colegas, Alisson Souza, Daniela Carvalho, Diego

Cunha, Fabiane Lopes, Francisco Costa, Marcelo Dantas,

Marcelo Nunes e Valdeque Pedro, que foram forças para todos

os momentos.

Page 6: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

IV

RESUMO

RIBEIRO, O. S. Qualidade do transporte público urbano do Sistema Integrado

de Transporte (SIT) na UEFS, sob ótica dos estudantes universitários. Feira de

Santana, Bahia. Monografia (Graduação). Universidade Estadual de Feira de

Santana.

O Transporte Público Coletivo por ônibus é fonte de estudos e pesquisas, discutido e

estudado nas capitais, regiões metropolitanas e nas cidades de médio e grande

porte. Por este motivo, o presente trabalho aborda os principais conceitos de

qualidade no Transporte Público Urbano por Ônibus (TPUO) e sua relação com o

usuário, caracterizando-o, além dos padrões de desempenho utilizados no Brasil.

Estes conceitos foram aplicados na avaliação da qualidade de serviços de transporte

coletivo em uma cidade de porte grande. A cidade selecionada foi Feira de Santana,

no estado da Bahia. Neste trabalho é avaliado o TPUO, que atende a comunidade

universitária da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). O objetivo de

realizar um diagnóstico da situação neste local, sob a perspectiva dos usuários do

sistema, em que foram avaliados o desempenho e a importância dos principais

fatores de qualidade. Dentro da metodologia, foi realizada a aplicação de um

questionário junto aos usuários estudantes da UEFS, em que foram medidos o nível

de satisfação e o grau de importância que os mesmos atribuem aos itens da

qualidade demandada. Desta forma, estes dados refletem a qualidade dos serviços

prestados pelo TPUO. A pesquisa aborda a situação geral do sistema de transporte.

Quanto ao nível de satisfação, grande parte dos usuários considerou o serviço como

insatisfatório e quanto à relevância foi classificado como muito importante em todos

os itens. Com destaque positivo na qualidade para a tripulação e negativo para e a

infra-estrutura. Com relação à importância, destaque para operação e infra-estrutura.

Palavras chaves: qualidade; transporte público; ônibus.

Page 7: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

V

ABSTRACT

RIBEIRO, O. S. Quality of urban public transport Integrated Transport System

(SIT) in UEFS under university perspective of students. Feira de Santana, Bahia.

Monograph (Graduation). Universidade Estadual de Feira de Santana.

Urban Collective Transportation System by Bus is the source of studies and

research, discussed and studied in many capitals, metropolitan regions and large

and medium-sized Brazilian cities. For this reason, this work treats the main quality

concepts in Urban Public Transport by Bus (UPTB) and its influence on users. It was

made a characterization according to Brazilian performance. These concepts were

applied in quality evaluation of collective transport service in Feira de Santana, a

large-sized city of the state of Bahia. In this work, the evaluated UPTB serves the

community of Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). This research

aims at achieving a diagnosis of the public transport situation in that area in

accordance with users’ point of view. According to this diagnosis, it was evaluated

the performance and the relevance of main quality factors. The application of a

questionnaire to the users at State University of Feira de Santana was carried out in

the methodology of this work. It was measured the satisfaction level and the

relevance grade that the users assigned to the demanded quality requirements.

Therefore, these data shows the quality of the UPTB services. This research

approaches the global situation of transportation system. In the item of satisfactory

level, many users said that the service was not satisfactory. On the other hand, in the

item of relevance, the service was ranked as very important in all the aspects. The

quality for crew had a positive answer and the infrastructure displayed a negative

answer. Considering the relevance, the operation and infrastructure were the

prominence aspects.

Key-words: quality, public transportation, bus.

Page 8: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

VI

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo de carruagem tipo omnibus – França (1826). ....................11

Figura 2 - Bonde com tração animal. ..............................................................12

Figura 3 - Bonde elétrico em Cardiff – Inglaterra (1902).................................13

Figura 4 – Tipos de linhas de ônibus quanto ao traçado. ...............................19

Figura 5 - Tipos de linhas de ônibus quanto a sua função..............................20

Figura 6 - Mecanismo de facilitação de acesso às pessoas com deficiência

locomoção. .....................................................................................................26

Figura 7 - Desconforto decorrente da excessiva proximidade entre as pessoas

e à limitação de movimentos. .........................................................................31

Figura 8 - Estado de conservação do veículo.................................................34

Figura 9 - Local de parada com banco e proteção contra chuva e sol. ..........35

Figura 10 – Uso do “smartcard” como sistema de bilhetagem........................37

Figura 11 – Educação dos operadores. ..........................................................38

Figura 12 – Missa solene de inauguração. .....................................................40

Figura 13 - Benção de veículos. .....................................................................41

Figura 14 - Terminais de Integração de Feira de Santana..............................48

Figura 15 - Veículo "Padron" de três portas....................................................49

Figura 16- Principais corredores das linhas troncais. .....................................51

Figura 17 - Ônibus Tronco-Diametral..............................................................51

Figura 18 - Ônibus Radial. ..............................................................................52

Figura 19 - Van alimentadora. ........................................................................52

Figura 20 - Van expressinho...........................................................................52

Figura 21 - Portão de entrada da UEFS. ........................................................55

Figura 22 - Gráfico de itens considerados de Satisfação................................65

Figura 23 - Gráfico de itens considerados de Insatisfação. ............................66

Figura 24 - Gráfico de itens considerados de Maior Importância....................67

Figura 25 - Gráfico de itens considerados de menor Importância. .................68

Figura 26 - Avaliação do desempenho dos itens de qualidade questionados.69

Figura 27 - Importância dos fatores de qualidade do transporte coletivo. ......69

Figura 28 - Gráfico de distribuição dos pesquisados por sexo. ......................77

Figura 29 - Gráfico de distribuição dos pesquisados por faixa etária. ............77

Figura 30 - Gráfico de distribuição dos pesquisados por curso. .....................78

Page 9: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

VII

Figura 31 - Avaliação Global da Qualidade. ...................................................78

Figura 32 - Relatório de Programação Operacional. ......................................79

Figura 33 - Relatório de Programação Operacional. (Continuação) ...............80

Figura 34 - Modelo do Questionário aplicado aos usuários entrevistados,

questões de qualidade....................................................................................81

Figura 35 - Modelo do Questionário aplicado aos usuários entrevistados,

questões de importância.................................................................................82

Page 10: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

VIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Divisão dos pesquisados por sexo. ...............................................60

Tabela 2 - Divisão dos pesquisados por faixa etária. .....................................61

Tabela 3 - Resultado da pesquisa - Percepção do usuário ............................75

Tabela 4 - Resultado da pesquisa - Importância. ...........................................76

Page 11: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

IX

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Padrões de qualidade para transporte público por ônibus............23

Quadro 2 - Linhas que atendem à UEFS - (dados referentes ao mês de

outubro de 2008). ...........................................................................................54

Quadro 3 - Alunos de graduação regulares da UEFS semestre 2008.1.........56

Quadro 4 - Números de matriculados em Pós-graduação..............................57

Quadro 5 - Alunos matriculados, semestre 2008.1.........................................57

Quadro 6 - Divisão dos pesquisados por curso. .............................................61

Quadro 7 - Agrupamento dos itens de qualidade por setores.........................62

Quadro 8 - Agrupamento dos itens de importância em setores......................63

Quadro 9 - Resumo das classificações por setores........................................64

Page 12: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

X

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CIS - Centro Industrial Subaé. (Feira de Santana - BA)

EBTU - Empresa Brasileira de Transportes Urbanos.

EMTU – empresa Metropolitana de Transportes Urbanos.

FDTU – fundo de desenvolvimento dos Transportes Urbanos.

NTU – Associação Nacional de Empresas de Transporte Urbano.

SIT – Sistema Integrado de Transporte.

STU – Superintendências de Transportes Urbanos.

TPUO – Transporte Público Urbano por Ônibus.

UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana.

Page 13: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

XI

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................... 1

1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 2

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA.......................................................................................... 4

1.3.1 OBJETIVO GERAL: ............................................................................................................... 4

1.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO:......................................................................................................... 4

1.4 METODOLOGIA ........................................................................................................ 5

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................................... 5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................. ............................................... 7

2.1 QUALIDADE ................................................................................................................ 7

2.2 TRANSPORTE PÚBLICO ................................................................................................... 9

2.3 HISTORICO DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO ATÉ O SURGIMENTO DO ÔNIBUS. ... 10

2.4 HISTÓRICO DO TRANSPORTE URBANO DE PASSAGEIROS NO BRASIL ........................ 14

2.5 IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE URBANO COLETIVO ........................................................ 15

2.6 INFRA-ESTRUTURA DO TRANSPORTE ................................................................................ 17

2.7 ATORES DO SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO ...................................................... 21

2.8 QUALIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO................................................................. 22

2.9 PADRÕES DE QUALIDADE PARA O TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS .................... 22

2.9.1 ACESSIBILIDADE................................................................................................................ 24

2.9.2 FREQÜÊNCIA DE ATENDIMENTO........................................................................................... 26

2.9.3 TEMPO DE VIAGEM ........................................................................................................... 27

2.9.4 LOTAÇÃO ........................................................................................................................ 31

2.9.5 CONFIABILIDADE............................................................................................................... 32

2.9.6 SEGURANÇA .................................................................................................................... 32

2.9.7 CARACTERÍSTICAS DOS VEÍCULOS ......................................................................................... 33

2.9.8 CARACTERÍSTICAS DOS LOCAIS DE PARADA ............................................................................ 34

2.9.9 SISTEMA DE INFORMAÇÕES ................................................................................................ 35

2.9.10 TRANSBORDABILIDADE .................................................................................................... 36

2.9.11 COMPORTAMENTO DOS OPERADORES................................................................................ 37

2.9.12 ESTADO DAS VIAS ........................................................................................................... 38

Page 14: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

XII

3 ESTUDO DE CASO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE S ANTANA39

3.1 CARACTERÍSTICAS DE FEIRA DE SANTANA .......................................................................... 39

3.2 HISTÓRIA DO TRANSPORTE PÚBLICO NA CIDADE ..................................................... 39

3.3 ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE (SIT) ............................... 41

3.3.1 CARACTERÍSTICAS ANTERIORES AO SISTEMA (AGKF, 2006)......................................... 42

3.3.2 PLANEJAMENTO DO SISTEMA INTEGRADO (AGKF, 2006) ............................................ 43

3.3.3 PROPOSTAS DO SISTEMA INTEGRADO (AGKF, 2006) ................................................... 44

3.3.4 FATORES COMPLEMENTARES (AGKF, 2006) ................................................................ 46

3.3.5 TRANSPORTE (AGKF, 2006) .......................................................................................... 47

3.3.6 TERMINAIS DE INTEGRAÇÃO (AGKF, 2006) .................................................................. 47

3.3.7 FROTA (AGKF, 2006)..................................................................................................... 48

3.3.8 CARACTERÍSTICAS DAS LINHAS (AGKF, 2006)............................................................... 49

3.3.9 CLASSIFICAÇÃO DA FROTA POR CORES (AGKF, 2006)............................................................. 51

3.4 SISTEMA INTEGRADO NA UEFS ....................................................................................... 53

3.4.1 LINHAS QUE ATENDEM A UEFS............................................................................................. 53

3.5 BREVE HISTÓRICO SOBRE A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA ............................. 54

3.6 INFORMAÇÕES GERAIS ................................................................................................. 55

4 METODOLOGIA DA PESQUISA............................ ........................................ 58

5 RESULTADOS E ANÁLISES .............................. ........................................... 60

5.1 PERFIL DOS QUESTIONADOS................................................................................... 60

5.2 ITENS DE QUALIDADE DEMANDADA................................................................................. 62

5.3 NÍVEL DE SATISFAÇÃO E GRAU DE IMPORTÂNCIA ................................................................. 63

6 DIAGNÓSTICO............................................................................................... 65

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................... ............................................. 70

7.1 LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA ...................................................................................... 71

7.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO E RECOMENDAÇÕES................................................................... 72

Page 15: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

XIII

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 73

ANEXOS ...................................................................................................................... 75

ANEXO A - TABELAS ......................................................................................................................... 75

ANEXO B – GRÁFICOS....................................................................................................................... 77

ANEXO C – DADOS DE PROGRAMAÇÃO ................................................................................................. 79

ANEXO D – QUESTIONÁRIO APLICADO PARA PESQUISA ............................................................................. 81

Page 16: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

1

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentado o tema escolhido para esta monografia,

estabelecendo algumas considerações iniciais sobre o sistema de Transporte

Urbano de Passageiros por Ônibus, apresentando as justificativas para o

desenvolvimento do tema, assim como os objetivos, geral e os específicos, e a

estrutura do trabalho.

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

“O sistema de transporte público e, em especial, o transporte por ônibus, é o

principal responsável pelo atendimento às necessidades de deslocamento da maior

parte da população brasileira” (AZANBUJA apud PÊGO, 2006).

O transporte público exerce papel fundamental de integração do espaço urbano, afetando diretamente a produtividade das demais atividades econômicas, em função da sua própria qualidade e produtividade. Assim, a qualidade do serviço prestado deve ser melhorada, já que existe uma ligação entre o transporte coletivo urbano e a qualidade de vida de seus usuários (FERNANDES e BODMER apud PÊGO, 2006).

De acordo com Ferraz e Torres (2004), a facilidade de deslocamento de pessoas, que dependem das características do sistema de transporte de passageiros, é um fator importante na caracterização da qualidade de vida de uma sociedade e, por conseqüência, do seu grau de desenvolvimento econômico e social.

“A qualidade no transporte público urbano deve ser contemplada com uma

visão geral, isto é, considerar o nível de satisfação de todos os atores direta ou

indiretamente envolvidos no sistema.” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Quando o assunto qualidade nos transportes é posto como tema principal de

análises, dois conceitos têm destaque: mobilidade e acessibilidade quer enfocando o

Page 17: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

2

cidadão ou o veículo. Mas cabe destacar que o veículo é encarregado de realizar o

transporte dos cidadãos, seja ele coletivo ou individual.

No transporte público urbano, o objetivo dos usuários é ter também o direito a

um transporte público de adequada qualidade e de baixo custo. O passageiro deve

ser visto como cliente do sistema e das empresas operadoras, usufruindo, portanto,

de um serviço que lhe proporcione satisfação e motivação para continuar utilizando

o sistema de transporte público.

1.2 JUSTIFICATIVA

Os modos de transporte coletivo de passageiros empregam várias

tecnologias, com características diversificadas, que atendem a faixas de demanda

específicas com maior eficiência. Os principais modos são: ônibus, trólebus, bonde,

pré-metrô, metrô e trem suburbano. Pela sua flexibilidade, custo de aquisição e de

investimentos para sua operação, mesmo com baixa capacidade, o ônibus é

atualmente o principal modo de transporte público na maioria das cidades

brasileiras, além de ser um importante complemento para os modos de alta

capacidade que operam nas maiores cidades do país.

Na crise de mobilidade que envolve as grandes cidades brasileiras,

caracterizada principalmente por velocidades de circulação cada vez mais baixas, as

manifestações populares sobre o problema começam sempre pela condicional “se

existisse um sistema de transporte público de boa qualidade...”, completada por uma

intenção de aderir a ele ou de deixar o carro em casa. Verdade ou não, nunca foi tão

importante investir no desempenho e na qualidade dos serviços.

Em cidades como Feira de Santana, com cerca de aproximadamente 600.000

habitantes, é necessário que se tenha um sistema que vise o atendimento com

qualidade no principal meio utilizado para o deslocamento diário das pessoas. Foi

observado que o sistema de transporte público da cidade de Feira de Santana-BA,

apesar de ser baseado no sistema integrado de Uberaba-MG, não possui as

mesmas características técnicas e qualitativas deste município. Sendo assim, ficou

Page 18: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

3

evidente a necessidade de uma análise desta qualidade visando identificar os

fatores fundamentais ao desempenho adequado do transporte.

O foco deste trabalho será mostrar a importância, do ponto de vista do

passageiro, do transporte coletivo como elemento principal do tráfego, a partir do

diagnóstico dos fatores que influenciam diretamente na qualidade do serviço, tendo

como base de estudo o caso da comunidade universitária da UEFS.

Acrescentando-se ainda que o transporte público seja um elemento essencial

para a cidade, pois, grande parte dos habitantes brasileiros vive em áreas urbanas.

Estes habitantes necessitam de um meio de transporte público para se locomoverem

ao estudo, trabalho, etc. Logo surge a necessidade de perceber e analisar

criticamente a qualidade dos serviços prestados sobre o sistema de transporte

coletivo por ônibus, sob a ótica dos seus usuários, visando à satisfação dos

mesmos.

Assim, a busca de instrumentos para melhoria da qualidade através da

avaliação do desempenho do sistema de transporte por ônibus justifica a relevância

deste estudo, pois as empresas de transportes, ao avaliarem seus serviços, não

contemplam as necessidades de seus clientes.

É, portanto, urgente que se conheça a visão dos usuários do sistema de

transportes sobre a qualidade dos mesmos, pois, através dos seus posicionamentos,

poder-se-á ter uma noção do grau de satisfação para com os diversos serviços

prestados por parte da comunidade.

Dentre os modais de transportes utilizados em Feira de Santana, foi escolhido

o ônibus por ser público e de massa, além de ser o modal mais criticado pela

comunidade, que com representantes civis junto às entidades estudantis e

sindicatos criaram o comitê de transporte, com a finalidade de debatê-lo.

Essa pesquisa foi realizada no campus universitário da Universidade Estadual

de Feira de Santana com os estudantes universitários para que fosse obtido um

resultado mais homogêneo e mais próximo da realidade, já que, segundo nosso

entendimento, os estudantes têm um nível cultural nivelado, com poucas diferenças,

além de uma conscientização crítica favorável a um diagnóstico mais apurado e

confiável.

Page 19: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

4

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

Os fatores considerados pelos usuários na avaliação da qualidade dos sistemas de transporte variam bastante em função da condição social e econômica das pessoas, da idade, do sexo e de país para país e até mesmo em função do porte da cidade. (MARQUES, 2003, p. 12).

A qualidade dos transportes está associada à identificação dos usuários

juntamente com a explicitação de suas expectativas e desejos. A forma de medir os

resultados alcançados é uma das principais dificuldades na caracterização do

sistema. O presente trabalho tem os seguintes objetivos:

1.3.1 OBJETIVO GERAL:

Analisar a qualidade do transporte público urbano oferecido ao estudante do

campus da UEFS.

1.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO:

.

• Realizar um diagnóstico da situação atual do transporte coletivo urbano

por ônibus, na cidade de Feira de Santana, que atende aos estudantes

universitários da UEFS, segundo a visão dos usuários.

• Identificar os fatores de qualidade e de importância avaliados pelos

usuários.

Page 20: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

5

1.4 METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho consiste em um levantamento quantitativo por

meio de questionários, para uma análise qualitativa de parâmetros de qualidade do

transporte público Urbano por ônibus.

Para a realização deste trabalho foram seguidos os seguintes passos:

• Revisão bibliográfica abordando os conhecimentos tratados no trabalho,

desde conceitos, passando por históricos e descrição técnica de

elementos que compõem o tema.

• Levantamento do ambiente do estudo de caso.

• Elaboração e montagem de questionário para aplicação e planejamento

de cronograma e local de aplicação.

• Aplicação de questionário.

• Tratamento dos resultados quantitativos e transformando-os em análises

qualitativas baseados na tabela padrão de parâmetros de avaliação.

• Diagnóstico do sistema oferecido.

• Considerações finais, observações e recomendações.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este primeiro capítulo apresenta o tema escolhido para a pesquisa com

algumas considerações iniciais, apresentando a justificativa da escolha de tal tema,

qual o objetivo geral e específico desta pesquisa, à metodologia utilizada para

alcançá-los e como está estruturado o trabalho.

O segundo capítulo é uma revisão bibliográfica necessária sobre o tema, com

conceitos de qualidade, a história do transporte, a importância do transporte público,

os conceitos técnicos do sistema, a participação dos atores do sistema, a qualidade

do transporte público urbano e dos parâmetros adotados na avaliação da qualidade

no transporte público urbano, conceituando-os.

Page 21: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

6

O terceiro capítulo é o estudo de caso em questão, iniciando com um histórico

do transporte coletivo em Feira de Santana a partir da descrição do Sistema

Integrado de Transporte, do seu planejamento e características; da coleta de dados

sobre o universo pesquisado, UEFS, e da descrição do perfil dos usuários.

O quarto capítulo descreve a metodologia da pesquisa e os seus parâmetros

de aplicação.

O capítulo 5 compreende o tratamento dos dados levantados na pesquisa e

análise dos resultados.

No sexto capítulo é realizado o diagnóstico dos resultados sobre a pesquisa.

No capítulo 7 estão às considerações finais da pesquisa com observações,

limitações, avaliação do processo e recomendações.

Page 22: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

7

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo é realizada uma revisão de literaturas relacionadas ao tema,

abordando conceitos, história e importância do transporte no geral e de toda infra-

estrutura necessária a sua implantação, assim como todos os agentes que

compõem esse sistema.

2.1 QUALIDADE

A qualidade hoje é o que almejam todas as empresas, em nível mundial como

estratégia fundamental na luta pelo mercado e conseqüentemente pelos

consumidores. Com isso é necessário se ter um entendimento do que é qualidade e

qual o significado dessa palavra para os produtores (prestadores de serviços) e

consumidores (clientes).

Existem muitos conceitos de qualidade abordados, por muitos teóricos, os

mesmos têm dificuldade de definir, precisamente, esse atributo do produto.

Alguns conceitos de qualidade são aqui abordados mostrando o ponto de

vista de diferentes autores e que desejamos adotar como parâmetros para o

presente trabalho

Segundo Garvin (apud PALADINI, 1990), qualidade apresenta diversos

conceitos de cinco abordagens gerais. Dentre as cinco pode se destacar três para

uma breve revisão.

Abordagem centrada no produto, que entende a qualidade como uma variável passível de medição e até mesmo precisa, onde as diferenças de qualidade são observáveis no produto pela diversidade de quantidades de elementos ou atributos que o produto possui (GARVIN apud PALADINI, 1990).

São exemplos de definições de qualidade dentro dessa abordagem:

“Diferenças na qualidade equivalem a diferenças na qualidade de alguns

elementos ou atributos desejados” (ABBOTT apud PALADINI, 1990).

Page 23: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

8

“Qualidade refere-se às quantidades de atributos inestimáveis contidos em

cada unidade de atributo estimado” (LEFFLER apud PALADINI, 1990).

Abordagem centrada na fabricação, que se fixa no esforço feito, em nível de fábrica, para produzir um item em completo acordo com suas especificações básicas, determinadas em nível de projeto. Assim se o processo de fabricação não pode desenvolver um produto conforme suas especificações, automaticamente a qualidade estará comprometida (GARVIN apud PALADINI, 1990).

Desta forma a qualidade já vem estabelecida dentro de expectativas de um

padrão, somente cabe observar se foram seguidas as especificações, sendo que se

não forem, a qualidade tende a cair. São exemplos de definições de qualidade

dentro dessa abordagem:

“Qualidade é o grau com que um produto específico se conforma a um projeto

ou a uma especificação” (GILMORE apud PALADINI, 1990).

“Qualidade é a conformidade do produto às suas especificações” (CROSBY

apud PALADINI, 1990).

Abordagem centrada no usuário, que se fixa no usuário como fonte de toda avaliação sobre a qualidade de produto. Segundo ela, ninguém pode pensar em qualidade se não se fixar, primeiro, no que o consumidor quer ou deseja e, a partir daí, procurar desenvolver um produto que o atenda (GARVIN apud PALADINI, 1990).

Desta forma, portanto, a qualidade está na percepção de quem observa um

produto ou bem oferecidos. São exemplos de definições de qualidade dentro dessa

abordagem:

“A qualidade de um produto é o grau em que o mesmo satisfaz as exigências

do consumidor”. (TOLEDO, 1987).

“Qualidade é adequação ao uso” (JURAN, 1997).

No contínuo pensamento de Juran (1997), “Satisfação do cliente é o resultado

alcançado quando as características do produto correspondem às necessidades do

cliente”.

Marques (2003) faz referência a outros autores, Sashkin e Kiser (...), que

desenvolvem e detalham mais o conceito de qualidade, como a “adequação de um

produto ou serviço às necessidades e desejos dos clientes na prática”.

Page 24: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

9

Apesar das diferentes abordagens que podem ser dadas para definir

qualidade, em todas é clara a importância atribuída ao cliente, pois no final do ciclo

de produção, é para ele que todo o esforço é realizado. Portanto é essencial que a

direção de qualquer tipo de organização identifique as necessidades e os desejos de

seu público alvo para oferecer produtos e serviços em conformidade com suas

expectativas.

Dentre os conceitos abordados, o que contempla de modo satisfatório, o caso

dos transportes a nosso ver é o colocado por Campos (1992), que diz: “..., um

produto ou um serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma

confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do

cliente”.

A avaliação da qualidade de um produto pode ser feita observando-se seus

aspectos elementares.

2.2 TRANSPORTE PÚBLICO

Segundo Ferraz e Torres (2004), a mobilidade é o elemento de

desenvolvimento urbano social e econômico. A mobilidade é uma ação essencial a

ser proporcionada a todas as classes sociais.

De acordo com Ferraz e Torres (2004), transporte é o deslocamento de

pessoas e de produtos. O deslocamento de pessoas é referido como transporte de

passageiros e o de produtos, como transporte de cargas. O termo transporte urbano

é empregado para designar os deslocamentos de pessoas e produtos realizados nas

cidades.

Modo de transporte é a forma como o transporte é realizado.

Para o transporte de passageiros os modos de transporte podem ser: a pé, de

bicicleta, montado em animal, motocicleta ou semelhante, carro, van, bonde (poucas

cidades), ônibus, metrô e trem suburbano (FERRAZ e TORRES, 2004).

Para o transporte de cargas temos: caminhões, camionetas (caminhonetes),

vans, carro, carreta e modos de tração animal (FERRAZ e TORRES, 2004).

Page 25: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

10

Segundo Ferraz e Torres (2004), os transportes de passageiros são divididos

em Privado (ou individual), Públicos (ou coletivos) e semipúblico.

Privado ou individual, o veículo utilizado no transporte pertence (mesmo que

temporariamente, pois pode estar emprestado ou a serviço) à pessoa que está

dirigindo. Há completa liberdade para escolha do caminho e tempo para efetuar a

viagem, o número de passageiros é pequeno e o deslocamento pode ser feito de

porta em porta (FERRAZ e TORRES, 2004).

De acordo com Ferraz e Torres (2004), Público ou coletivo se refere ao

transporte de massa, ou seja, utilizado por várias pessoas ou não simultaneamente,

por isso o preço unitário é baixo, sendo que o veículo pertence à empresa ou outra

pessoa. Não existe flexibilidade de uso e percurso, pois seus horários e itinerários

são fixos.

Semipúblico são modos que apresentam características intermediarias entre o

privado e o público. Realizando transporte de pessoas com diferentes níveis de

regulamentação (FERRAZ e TORRES, 2004).

2.3 HISTORICO DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO ATÉ O

SURGIMENTO DO ÔNIBUS.

Antes do século XVII, o deslocamento das pessoas nas cidades era realizado

a pé, montado em animal ou em carruagem própria puxada por animais, privilégio

somente para os muito ricos (FERRAZ e TORRES, 2004).

Segundo Ferraz e Torres (2004), as carruagens de aluguel puxadas por

animais, que surgiram nas cidades de Londres, em 1600, e Paris, 1612, podem ser

consideradas os primeiros serviços de transporte público urbano.

As carruagens de aluguel tiveram presença em meados de 1617 em Paris e

1634 em Londres, quando foram criadas as liteiras, carruagens de cadeira coberta

sustentada e conduzidas por dois homens (FERRAZ e TORRES, 2004).

A partir de 1662, em Paris, foi organizado o primeiro serviço regular de

transporte público contando com distribuição de cinco linhas de itinerário fixas e

Page 26: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

11

horários predeterminados. Os serviços eram realizados por carruagens de oito

lugares puxadas por cavalos (FERRAZ e TORRES, 2004).

Em 1826 na cidade de Nantes, França, surgiu o termo derivado do latim

omnibus, como está sendo ilustrado na FIG.1, que significava, “para todos”, que

eram carruagens longas que comportavam de 10 a 20 passageiros. Já haviam sido

utilizadas carruagens desse tipo em Londres por volta de 1798, mas foi na França

que adquiriu esse nome (FERRAZ e TORRES, 2004).

Figura 1 - Modelo de carruagem tipo omnibus – França (1826). Fonte: http://zrak7.ifrance.com.

De acordo com Ferraz e Torres (2004), a revolução industrial e suas

mudanças nos modos de produção passaram a obrigar os operários a se

deslocarem diariamente de suas casas às fábricas, e com essa nova necessidade

fez com que aparecesse o transporte público em várias cidades, quase que

simultaneamente.

Segundo Ferraz e Torres (2004), em 1832, em Nova York, surgiram os

primeiros bondes, veículos que se moviam pelos trilhos puxados por animais, como

podem ver na FIG. 2. Os bondes tinham uma vantagem em relação ao omnibus, que

era a de menor resistência ao movimento e a suavidade no andar, deixando-o

propício a aumentar seu tamanho e desempenhar maior velocidade (de até 7 Km/h),

além de obter maior conforto e vida útil.

Segundo Ferraz e Torres (2004), foi em 1873, em São Francisco, nos Estados

Unidos, que foi utilizado o primeiro bonde com tração mecânica, onde seu

mecanismo consistia de um cabo de aço que era permanentemente mantido em

Page 27: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

12

movimento, em um canal estreito no pavimento entre os trilhos, acionados por

grandes motores a vapor localizados nos extremos da linha. Sua grande vantagem

em relação ao bonde com tração animal foi a possibilidade de desenvolver maiores

velocidades (em torno de 15 km/h).

Figura 2 - Bonde com tração animal.

Fonte: http://zrak7.ifrance.com. Segundo Ferraz e Torres (2004), o bonde elétrico só veio aparecer na última

década do século XIX, impulsionado por motor elétrico, com a energia sendo

conduzida inicialmente pelos trilhos, onde havia problemas, pois estes ficavam

expostos no meio da rua, em seguida mudou seu meio de condução para cabos

aéreos, onde a primeira linha bem-sucedida começou a funcionar em 1888, em

Richmond, Estados Unidos.

As principais vantagens do bonde com tração elétrica em relação ao de tração

mecânica a cabo eram o menor custo de operação e a maior segurança. A

velocidade continuava a mesma (FERRAZ e TORRES, 2004).

O bonde elétrico foi um grande sucesso (FERRAZ e TORRES, 2004), sendo

utilizado por muitos anos como o principal meio de transporte urbano no mundo

(FERRAZ e TORRES, 2004). A FIG. 3 ilustra o uso do bonde elétrico em 1902, na

Inglaterra.

Page 28: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

13

Figura 3 - Bonde elétrico em Cardiff – Inglaterra (1902). Fonte: http://zrak7.ifrance.com.

De acordo com Ferraz e Torres (2004), os primeiros veículos com tração

mecânica e sem trilhos surgiram no século XIX, aproximadamente 1890, e também

levou o nome de omnibus, eram acionados por propulsão mecânica à gasolina e

foram utilizados na Alemanha, França e Inglaterra.

Os ônibus a óleo diesel começaram a operar por volta de 1920, inicialmente

na Alemanha e depois na Inglaterra. Nessa época também, os ônibus deixaram de

usar rodas de borracha maciça e passaram a usar pneus de câmaras de ar

(FERRAZ e TORRES, 2004).

A partir daí o ônibus passou a substituir o bonde no transporte urbano devido

às inúmeras vantagens: menor custo, infra-estrutura, flexibilidade nas rotas, maior

confiabilidade, etc. (FERRAZ e TORRES, 2004).

Segundo Ferraz e Torres (2004), com os avanços, inovações tecnológicas

foram sendo incorporadas aos ônibus, até chegar aos modernos que formam os

principais meios de transporte público urbano no mundo atualmente e foi adquirindo

personalidade, ganhando sofisticação tecnológica e conquistando seu espaço

próprio no mundo dos transportes.

De acordo com Ferraz e Torres (2004), além do ônibus a tração mecânica,

houve também entre 1920 e 1950, o ônibus elétrico, conhecido como trólebus, que

teve grande importância nessa época. Mas data-se de 1901, em Paris, a primeira

linha regular de trólebus. E nos Estado Unidos a partir de 1925, aproveitando a rede

elétrica dos bondes.

Page 29: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

14

Por volta de 1950 houve o apogeu do trólebus no mundo, e a partir daí houve

muitos fatores que contribuíram para o seu declínio, como, rigidez nas rotas, custo

de operação superior ao ônibus a diesel, menor confiabilidade nos horários e a

massificação do uso do automóvel, principalmente nos países ricos (FERRAZ e

TORRES, 2004).

2.4 HISTÓRICO DO TRANSPORTE URBANO DE PASSAGEIROS NO

BRASIL

Segundo Brasileiro (apud Pego, 2006), até 1955 o transporte urbano de

passageiros no Brasil era realizado por “transportistas”, como: mecânicos, motoristas

de veículos intermunicipais, proprietários de postos de combustíveis ou policiais,

que, nas horas vagas operavam ônibus de 12 a 40 lugares, microônibus de 12

lugares, pick-ups, caminhonetes, furgões e kombis.

“A partir de 1955, a responsabilidade do transporte público coletivo passou a

ser da prefeitura de cada cidade, que até então estava organização a cargo dos

governos de cada Estado do Brasil” (PÊGO, 2006).

Para que o serviço fosse realizado, era necessário um contrato entre

prefeitura e proprietários de transporte, tipo de permissão, por linha de ônibus, para

que operassem o serviço (PÊGO, 2006).

Assim, segundo Pego (2006), Como os municípios não possuíam recursos

financeiros, nem materiais e nem recursos humanos suficientes para impor às

operadoras normas rígidas e eficazes, este tipo de contrato se adequava à realidade

da época em critérios políticos, em função de amizades, de parentesco ou de

favores eleitorais.

Para tanto, foram criadas as regiões metropolitanas, a Empresa Brasileira de

Transportes Urbanos – EBTU, o Fundo de Desenvolvimento dos Transportes

Urbanos - FDTU, as Empresas Metropolitanas de Transportes Urbanos – EMTUs e

as Superintendências de Transportes Urbanos – STUs (BRASILEIRO apud PÊGO,

2006).

Page 30: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

15

Entre 1974 e 1982, foram definidos novos tipos de contratos denominados

“permissão condicionada”, em que os poderes públicos municipais definiam um

prazo, que variava de cinco a sete anos, para as empresas operarem em monopólio,

contemplando não mais linhas isoladas, mas sim setores de operação definidos

pelas prefeituras (BRASILEIRO e VERA apud PÊGO, 2006).

Nesses contratos, também constavam parâmetros e indicadores operacionais

que deveriam ser cumpridos pelas empresas, obrigando-as a recrutarem pessoal

técnico de nível superior, reforçando o processo de modernização gerencial

(BRASILEIRO; VERA apud PÊGO, 2006).

Na segunda metade dos anos 80, ocorreu um processo de desengajamento

do Estado Federal em relação à organização e financiamento dos transportes

coletivos urbanos, por exemplo, a extinção da EBTU em 1991 (BRASILEIRO apud

PÊGO, 2006).

“Ainda, percebeu-se um processo de fortalecimento do setor privado de

ônibus urbanos, que se manifestou, por exemplo, por meio da criação, em 1987, da

Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano – NTU” (PÊGO, 2006).

Atualmente, a responsabilidade sobre os transportes coletivos retornou ao

controle das prefeituras municipais. Isto aconteceu devido a Constituição de 1987,

que trata o transporte como um problema local, que deve ter gestão municipal.

Também com o retorno às eleições diretas dos prefeitos em 1985, os transportes

readquiriram um lugar de destaque nos programas de governo municipais (PÊGO

2006).

2.5 IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE URBANO COLETIVO

O transporte público representa o único modo motorizado seguro e cômodo,

acessível às pessoas de baixa renda, bem como uma importância alternativa para

quem não pode dirigir (crianças, adolescentes, idosos, alguns deficientes, doentes,

etc.) ou àqueles que preferem não dirigir. Visando a melhoria da qualidade de vida

da comunidade mediante a redução da poluição ambiental, congestionamentos,

acidentes de trânsito, necessidade de investimento em obras viárias caras, consumo

Page 31: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

16

desordenado de energia, as grandes cidades, enxergam como uma alternativa de

transporte em substituição ao automóvel, o transporte coletivo urbano (FERRAZ e

TORRES, 2004).

A literatura sobre a temática da qualidade nos transportes coletivos urbanos leva o Estado a ser questionado pela sociedade, quanto ao seu comportamento em relação aos seus compromissos adquiridos e aos resultados apresentados em relação ao seu custo, principalmente para um país empobrecido (CORDEIRO et al, 2005).

O transporte coletivo de passageiros é um serviço público de competência da

Prefeitura e conseqüentemente do Estado, explorado na maioria dos casos por

empresas municipais, através de concessão, permissão ou autorização. Essa

transferência para o setor privado obriga a Prefeitura a redefinir o seu papel,

passando de executor a regulador e fiscalizador, aumentando sua responsabilidade

sobre a qualidade dos serviços prestados aos usuários (CORDEIRO et al, 2005).

O transporte coletivo urbano apresenta muitas características positivas de

acordo com Ferraz e Torres (2004), como:

� Alternativa de transporte para substituir o automóvel, reduzindo os impactos

negativos do uso massivo do transporte individual;

� Representa o modo de transporte motorizado que apresenta segurança e

comodidade com o menor custo unitário, por isso é mais acessível à

população de baixa renda;

� Contribui para a democratização da mobilidade, por representar muitas vezes

a única forma de locomoção, para os que não têm automóvel; não podem

dirigir (crianças, idosos, deficientes, etc.); não querem dirigir etc.

� Diminuem a necessidade de investimentos em ampliação do sistema viário,

estacionamentos, sistemas de controle de tráfego, permitindo maiores aportes

de recursos em outros setores de maior importância social (saúde, habitação,

educação);

� Proporciona uma ocupação do uso do solo nas cidades mais racional

(eficiente e humana), otimizando o Consumo do espaço viário por passageiro

transportado;

� Propicia, quase sempre, segurança aos passageiros;

Page 32: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

17

Os principais inconvenientes do transporte público para os usuários,

segundo Ferraz e torres (2004), são:

� Rigidez dos horários das passagens;

� Falta de flexibilidade no percurso, acarretando em uma necessidade de

caminhar ou utilizar outro meio de transporte para completar a viagem (que

não de porta a porta);

� “Desconforto de caminhadas e esperas em condições climáticas adversas

(frio, solar, neve, chuva)";

� Geralmente maior tempo de viagem, devido à menor velocidade desenvolvida

(em torno de 20 – 30 km/h);

� “Necessidade de transbordo para uma parcela significativa de usuários”;

� “Impossibilidade de realizarem paradas intermediárias durante a viagem para

realizar alguma atividade”;

� “Impossibilidade de transportar carga”;

� “Necessidade de esperar o veículo de transporte”;

2.6 INFRA-ESTRUTURA DO TRANSPORTE

Em nosso país, o transporte público de passageiros é uma atividade

regulamentada por lei. Portanto, o transporte público ou coletivo de passageiros é o

serviço de locomoção de pessoas prestado pelo poder público, quer diretamente ou

indiretamente através de concessionários.

Sistema de transporte é o conjunto de elementos que fornecem apoio e estrutura

para que o transporte ocorra, e deve funcionar como elementos essenciais de um

sistema de transportes. (MARQUES, 2003)

Para iniciarmos são necessários alguns conceitos básicos de um sistema de

transportes.

“Veículos : são utilizados para transportar ou conduzir pessoas ao longo de uma

via” (MARQUES, 2003).

Vias : infra-estruturas utilizadas para trafegar os veículos, podem ser

pavimentadas ou não, e se classificam em rodovias municipais (que ainda pode ser

Page 33: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

18

subdividida em ruas, avenidas e caminhos), estaduais e nacionais (MARQUES,

2003).

Terminais : são posições no espaço, onde se embarca ou desembarca

bens ou passageiros; ou se prestam serviços aos veículos. Os terminais vão desde

simples pontos de embarque e desembarque, como o conhecido ponto de ônibus

até estruturas de integração entre diversos módulos de transporte e prestação de

serviços de apoio (MARQUES, 2003), como os casos de terminais com integração

tarifária.

Plano de Operação : conjunto de procedimentos usados para operar

adequadamente um sistema de transporte. Serve para assegurar o fluxo de veículos

nas vias e interseções, e fazer com que ocorra de forma ordenada e segura

(MARQUES, 2003).

“Usuário ou passageiro : é o cliente que utiliza os serviços do sistema de

transporte coletivo” (MARQUES, 2003).

“Linha : é a definição do serviço de transporte coletivo, que se constituí do

itinerário dos veículos e dos horários oferecidos aos usuários” (MARQUES, 2003).

As linhas podem ser classificadas quanto ao traçado de acordo com Ferraz

e Torres (2004), como pode ser visto abaixo e observado na FIG. 4:

• Radial: Linha que liga a área central, onde há grande concentração

de atividades, a outra região da cidade, geralmente bairros.

• Diametral: Linha que conecta duas regiões passando pela área

central.

• Circulares: Linha que liga várias regiões da cidade formando um

círculo, em um circuito fechado, pode passar pela área central ou

não. Normalmente a área central fica localizada no meio do círculo.

• Local: Linha com percurso totalmente dentro de uma região da

cidade.

• Interbairros: Linhas que ligam duas ou mais regiões da cidade sem

passar pela área central.

Page 34: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

19

Figura 4 – Tipos de linhas de ônibus quanto ao traçado. Fonte: Ferraz e Torres (2004).

Também de acordo com Ferraz e Torres (2004), as linhas ainda podem ser

classificadas segundo sua função, como alguns podem ser vistos abaixo.

• Convencional: Capta o usuário na origem, transporta e distribui no

destino.

• Troncal: Opera num corredor de grande concentração de demanda,

tem função de transportar de uma região à outra da cidade (FIG. 5).

• Alimentadora: Capta os usuários numa região e deixa-os numa

estação de linha troncal ou terminal, e vice-versa. Tem a função de

distribuição da demanda.

• Seletiva: Realiza serviço complementar ao transporte coletivo

convencional, geralmente com maior tarifa e qualidade.

• Expressa: Opera com pouca ou nenhuma parada intermediária. Tem

a função de aumentar a velocidade operacional.

Page 35: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

20

Figura 5 - Tipos de linhas de ônibus quanto a sua função.

Fonte: Ferraz e Torres (2004).

Itinerário : é o trajeto, o traçado das linhas, executado pelos veículos,

composto de ruas, avenidas, e locais servidos pelo ônibus (MARQUES, 2003).

Tabela horária : é a ordem de serviço individual por veículo, que determina

os horários de saída e chegada nos pontos inicial e final da linha (MARQUES, 2003).

Também pode ser entendido como o total de horários oferecidos aos passageiros

em determinada linha, é determinado pelo plano de operações.

Ponto inicial ou final: é o local geográfico de destino ou origem da linha

de ônibus (MARQUES, 2003).

“Órgão gestor: é a autarquia pública ou empresa de economia mista que

realiza o planejamento de todo o sistema de transporte coletivo, determinando os

itinerários, os tipos de linhas e os horários a serem cumpridos pelas operadoras”

(MARQUES, 2003).

Operadoras: são as empresas que realizam a operação do sistema de

transporte coletivo (MARQUES, 2003).

“Poder concedente: é o poder municipal, estadual ou federal que realizou

a delegação dos serviços de transporte coletivo a terceiros” (MARQUES, 2003).

Page 36: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

21

2.7 ATORES DO SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO

É importante considerar que para haver melhoria da qualidade deste serviço,

é preciso contar com o poder público, com as empresas operadoras e com os

usuários que são os três atores principais do sistema de transporte coletivo urbano

(FIGUEROA e HENRY apud PÊGO, 2006, p. 14).

Segundo Pêgo (2006), O poder público é o principal investidor no sistema de

transporte de passageiros, uma vez que é o responsável pela implantação e

manutenção da infra-estrutura viária e equipamentos de apoio ao transporte público

(pontos de parada e terminais). Dessa forma, convém aos órgãos de gerência do

sistema estar estruturados para avaliar o desempenho deste serviço e identificar

pontos prioritários do serviço a fim de garantir o retorno social dos investimentos e

saber se estão sendo atendidos os desejos dos usuários.

As atribuições das empresas operadoras consistem em proporcionar ao

usuário um serviço adequado, satisfazendo as condições de regularidade,

continuidade, eficiência e segurança (PÊGO, 2006). Tem também o direito de ter um

retorno econômico justo do investimento (FERRAZ e TORRES, 2004).

O usuário, por sua vez, espera um sistema de transporte eficaz, como uma

solução mais simples e não muito onerosa, para garantir o acesso ao emprego,

serviço, lazer e compras (NETO apud PÊGO, 2006). O usuário deve ser visto como

cliente do sistema e das empresas operadoras, tendo, portanto o direito a um

serviço que lhe proporcione satisfação (FERRAZ e TORRES, 2004).

Os trabalhadores, das empresas operadoras e do órgão do governo, têm a

obrigação de realizar as tarefas com eficiência, qualidade e segurança, respeitando

chefes, colegas e acatar ordens superiores. Tem o direito a salários compatíveis,

ambiente de trabalho saudável, jornada de trabalho adequada e direto ao respeito

do chefe e colegas (FERRAZ e TORRES, 2004).

Assim, na avaliação de um Sistema de Transportes Público, devem ser

contemplados os objetivos e necessidades dos diversos atores envolvidos. Um

método que permita identificar os pontos prioritários do transporte urbano de

passageiros constitui importante mecanismo para o controle, fiscalização,

monitoramento e para a identificação de oportunidades de aperfeiçoamento dos

Page 37: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

22

órgãos de gerência e do serviço ofertado pelas empresas operadoras (FERRAZ e

TORRES, 2004).

Para se obter a qualidade global é fundamental que cada um dos atores

tenha seus objetivos bem definidos e conheçam os seus e um o dos outros direitos e

obrigações e saiba realizar com eficiência e qualidade as suas tarefas ou ações

(FERRAZ e TORRES, 2004).

2.8 QUALIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO

Segundo Ferraz e Torres (2004), a qualidade no transporte público urbano deve ser contemplada com uma visão geral, isto é, deve considerar o nível de satisfação de todos os atores direta ou indiretamente envolvidos no sistema: usuários, comunidade, governo, trabalhadores do setor e empresários do ramo.

A insatisfação de algum grupo leva ao desequilíbrio do sistema.

A realização de uma viagem por transporte coletivo urbano compõe-se das

seguintes etapas: o percurso a pé até o local de embarque, espera do coletivo, a

espera dentro do coletivo, caminhada do desembarque até o destino (RODRIGUES,

2006). Dentro desse processo de transporte ainda existem mais outros fatores que

influem na satisfação do uso do transporte pelo usuário, que generalizando se

desenvolve em conforto, velocidade de realizações e segurança.

Esses fatores serão detalhados logo mais adiante seguindo seus critérios.

2.9 PADRÕES DE QUALIDADE PARA O TRANSPORTE PÚBLICO

POR ÔNIBUS

Alguns indicadores podem auxiliar na avaliação de sistemas já implantados e

a qualidade da operação.

Para avaliar a qualidade no transporte público urbano é preciso analisar os

fatores que influem na sua qualidade, conforme Ferraz e Torres (2004) são doze os

principais fatores, como são possíveis observar no QUADRO 1.

Page 38: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

23

Quadro 1 - Padrões de qualidade para transporte público por ônibus.

Fatores Parâmetros de avaliação Bom Regular Ruim

Distância de caminhada no início e no fim da

viagem (m)

< 300 300 - 500 > 500

Acessibilidade Declividade dos percursos não exagerada,

passeios revestidos e em bom estado de

segurança na travessia das ruas.

Satisfató

rio

Deixa a

desejar

Insatisfató

rio

Freqüência de

atendimento

Intervalo entre atendimentos (minutos) < 15 15 - 30 > 30

Tempo de

viagem

Relação entre tempo de viagem por ônibus e por

carro

< 1,5 1,5 - 2,5 > 2,5

Lotação Taxa de passageiros em pé (pass/m²) < 2,5 2,5 - 5,0 > 5,0

Confiabilidade Viagens não realizadas ou realizadas com

atendimento >3 min. e atraso >5 min. (%)

< 1,0 1,0 - 3,0 > 3,0

Segurança Índice de acidentes significativos (acidentes/100

mil km)

< 1,0 1,0 - 2,0 > 2,0

Idade e estado de conservação I < 5 bom

estado

5 < I <10

bom estado

Outras

situações

Número de portas e largura do corredor 3 portas 2 portas

corredor

largo

Outras

situações Característica

dos ônibus

Altura dos degraus Pequena Deixa a

desejar

Grande

Sinalização Na

maioria

Deixa a

desejar

Falta em

muitos

Cobertura Na

maioria

Deixa a

desejar

Em

poucos

Característica

dos locais de

parada Banco para sentar Na

maioria

Deixa a

desejar

Em

poucos

Folhetos com itinerários e horários disponíveis Satisfató

rio

Deixa a

desejar

Insatisfató

rio

Informações adequadas nas paradas Satisfa

tório

Deixa a

desejar

Insatisfató

rio

Sistema de

informações

Informações e reclamações (pessoalmente ou

por telefone)

Satisfató

rio

Deixa a

desejar

Insatisfató

rio

Transbordos (%) < 15 15 - 30 > 30 Transbordabi

lidade Integração física Satisfató

rio

Deixa a

desejar

Insatisfató

rio

Page 39: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

24

Integração tarifária Sim Não Não

Motorista dirigindo com habilidade e cuidado Satisfató

rio

Deixa a

desejar

Insatisfató

rio Comportamento

dos operadores Motoristas e cobradores prestativos e educados Satisfató

rio

Deixa a

desejar

Insatisfató

rio

Estado das vias Vias pavimentadas sem buracos, lombadas e

valetas e com sinalização adequada

Satisfató

rio

Deixa a

desejar

Insatisfató

rio

Fonte: Ferraz e Torres (2004).

2.9.1 ACESSIBILIDADE

A acessibilidade traduz a diversidade dos destinos possíveis de serem

alcançados bem como a abrangência de usuários com possibilidade de atingir tais

destinos. A acessibilidade ao sistema deve ser o mais universal possível de modo a

garantir a equidade de consumo do espaço urbano (CUNHA, 2005).

Facilidade de chegar ao local de embarque no transporte coletivo e de sair do

local de desembarque e alcançar o destino final da viagem, com uma análise do

trajeto a ser percorrido a pé, à distância, comodidade (largura, revestimento),

declividade, facilidade para cruzar ruas existentes, iluminação pública e segurança

pessoal (RODRIGUES, 2006).

A acessibilidade depende da configuração da rede de transporte coletivo e da localização e espaçamento entre as linhas e da distância entre os pontos de parada. Isto faz com que a acessibilidade possa ser medida pela distância aos pontos de parada das origens e destinos dos usuários potenciais (FARIA apud MARQUES, 2003).

Nos grandes centros urbanos, devido à situação viária das

cidades, há uma tendência em aumentar a distância entre os pontos, para aumentar a velocidade média dos veículos. Para o usuário, o ideal é ter um ponto de parada o mais próximo possível da origem e do destino de sua viagem, e procurando minimizar o tempo de viagem total (MARQUES, 2003).

Page 40: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

25

“No entanto, quanto maior a velocidade média do veículo, maior poderá ser a

distância entre os pontos de parada. Mas isto gera um aumento do tempo de

caminhada do usuário, e, portanto de insatisfação do mesmo” (MARQUES, 2003).

A acessibilidade também diz respeito à facilidade de acesso aos portadores

de necessidades físicas seguindo os critérios na NBR 14022/2006 - Transporte -

Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência em ônibus e trólebus , para

atendimento urbano e intermunicipal. Esta Norma estabelece os padrões e critérios

que visam proporcionar à pessoa portadora de deficiência acessibilidade ao

transporte em ônibus e trólebus, para atendimento urbano e intermunicipal.

(NOTA - Não estão incluídos nesta Norma os ônibus rodoviários.).

Com algumas de suas definições da NBR 14022/2006:

• Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance para utilização de

ônibus com segurança e autonomia.

• Desnível: Qualquer diferença de altura entre dois planos horizontais.

• Fronteira: Local de transição entre áreas de embarque e desembarque e o

veículo.

• Mobilidade reduzida: Condição que faz a pessoa se movimentar com

dificuldade e insegurança, usando ou não aparelhos ortopédicos ou

próteses, incluindo-se idosos, gestantes e pessoas com criança no colo.

• Ponto de parada acessível: Espaço localizado ao longo do percurso do

veículo, que permite o embarque e desembarque de pessoas com

mobilidade reduzida ou em cadeiras de rodas.

• Vão: Distância horizontal resultante da descontinuidade entre dois planos.

• Veículo acessível: Aquele que permite acesso e acomodação segura de

pessoas com mobilidade reduzida ou em cadeira de rodas.

Também são esclarecidas na NBR - 14022/2006, exigências, onde podemos

citar algumas como:

• No terminal deve ser previsto local de espera dotado de assentos

preferencialmente destinados a pessoas com mobilidade reduzida, e

identificados.

• No veículo acessível deve ser prevista pelo menos uma porta para o

embarque e desembarque, como mostrado na figura 6.

Page 41: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

26

• Deve haver espaço para duas cadeiras de rodas. A área mínima

reservada para cada cadeira de rodas deve ser de 1,20 m de comprimento

por 0,86 m de largura, complementada por uma área livre para manobra

no embarque e desembarque.

Segundo Ferraz e Torres (2004), a avaliação da acessibilidade pode ser feito

por dois parâmetros, um deles objetivo: a distância de caminhada do local de origem

da viagem até o local de embarque e do local de desembarque até o destino final. O

outro subjetivo: a caracterização da comodidade nos percursos a pé baseada nos

fatores anteriormente mencionados e se atendem aos requisitos da norma NBR

14022/2006.

Figura 6 - Mecanismo de facilitação de acesso às pessoas com deficiência locomoção.

Fonte: Foto feita pelo autor.

2.9.2 FREQÜÊNCIA DE ATENDIMENTO

Esse parâmetro representa o intervalo de tempo que os veículos de

transporte público de mesma linha levam para passar num determinado local de

parada. A freqüência é definida em função da demanda e da qualidade do serviço

que se pretende ofertar. Uma freqüência aquém da demanda compromete a

Page 42: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

27

qualidade do serviço, pois a taxa de ocupação do veículo tende a ser alta. Já a

oferta de um serviço de alta freqüência para atender pequenas demandas tende a

elevar o custo operacional do sistema.

O custo operacional do sistema tem relação direta com a freqüência do

serviço, para populações acima de 100 mil habitantes. Em algumas situações,

dependendo de como a demanda é distribuída ao longo do dia, é usual que a

freqüência acompanhe os picos de demanda buscando equilibrar os custos do

sistema, admitindo que o usuário nos horários fora de pico seja penalizado com

menor oferta dos serviços e em alguns casos baixa qualidade.

Está relacionada ao intervalo de tempo da passagem dos

veículos de transporte público, a qual afeta diretamente o tempo de espera nos locais de parada para usuários que não conhecem os horários e chegam aleatoriamente aos mesmos, bem como influi na flexibilidade de utilização do sistema para os usuários que conhecem os horários (FERRAZ e TORRES, 2004).

O intervalo entre veículos pode ser estabelecido em função da demanda de

viagens que se relaciona com a densidade populacional ao longo da linha. A

freqüência de atendimento está relacionada ao intervalo de tempo da passagem dos

veículos de transporte público, a qual afeta diretamente o tempo de espera nos

locais de parada para os usuários (MARQUES, 2003).

O usuário habitual, sobretudo em linhas onde o intervalo de atendimento é

grande, conhece os horários e, assim, procura chegar ao local de embarque pouco

antes da passagem do veículo, esperando conseqüentemente pouco nesses locais

(FERRAZ e TORRES, 2004).

Também pode ocorrer por grande intervalo entre as viagens, de o usuário ser

obrigado a chegar bem antes do desejado no local de destino e ter de esperar pelo

início da atividade que vai desenvolver (FERRAZ e TORRES, 2004).

Sua avaliação pode ser realizada com base no intervalo de tempo entre

viagens consecutivas (FERRAZ e TORRES, 2004).

2.9.3 TEMPO DE VIAGEM

Page 43: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

28

“O tempo de viagem corresponde ao tempo gasto no interior dos veículos e

depende da velocidade média de transporte e da distância entre locais de embarque

e desembarque” (FERRAZ e TORRES, 2004).

“Por características associadas ao tempo de viagem compreende-se o

indicativo do tempo que o usuário dispôs para usar o sistema. O tempo de viagem

está vinculado à possibilidade de um maior ou menor desenvolvimento da

velocidade média do veículo” (MARQUES, 2003).

A velocidade média influi, sobremaneira, no processo de escolha do modo de

viagem para os usuários. Pode ser classificada em dois tipos velocidade média de

operação (relação entre a distância percorrida e o tempo decorrido pelo veículo em

movimento) e comercial (relação entre a distância percorrida e o tempo decorrido

pelo veículo durante a viagem) (MARQUES, 2003).

Na velocidade média comercial estão incluídos os tempos gastos nas paradas

de embarque e desembarque de passageiros, tempo perdido no tráfego por qualquer

motivo. O aumento destes itens do tempo total representa um maior custo para se

operar o sistema (MARQUES,2003).

A velocidade de transporte depende do grau de separação da

via de transporte público do tráfego geral, da distância entre os locais de parada, das condições de superfície de rolamento, das condições de trânsito e do tipo de tecnologia dos veículos (RODRIGUES, 2006).

A falta de pavimentação das vias por onde passam os ônibus, assim como a

existência de buracos, lombadas e valetas, reduz a velocidade, aumentando o

tempo de percurso (MARQUES, 2003).

O movimento compartilhado com o trânsito normal em

condições de tráfego intenso também reduz a velocidade e aumenta o tempo de viagem. Velocidades maiores são conseguidas quando os coletivos utilizam vias preferenciais e transitam em faixas segregadas ou exclusivas (FERRAZ e TORRES, 2004).

“Quanto menor for à distância média entre paradas, menor será a velocidade

média de operação e maior o tempo de viagem” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Page 44: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

29

As distâncias percorridas dependem do traçado das linhas. Rotas muito aberta nas pontas, bem como sinuosas e tortuosas, aumentam tempo de viagem, pois aumentam as distâncias percorridas e exigem redução da velocidade nas conversões. Assim, um aspecto importante no tempo de viagem é a retidão das rotas, ou seja, quão reta elas são (FERRAZ e TORRES, 2004).

“Quando o sistema de transporte coletivo tende a apresentar baixas

velocidades comerciais, isto representa um fator de incômodo ao passageiro, pois

este associa a velocidade comercial ao tempo de chegada ao seu destino”

(MARQUES, 2006).

A parcela que diz respeito ao tempo gasto pelo usuário refere-se ao tempo de

espera no terminal de embarque e ao seu tempo de deslocamento da origem e do

destino aos pontos de acesso ao transporte público. Essas parcelas de tempo

dependem da freqüência de oferta do serviço de transporte público, da área de

serviço da cobertura, do ambiente apropriado aos deslocamentos a pé e da

confiabilidade do sistema. Sendo o sistema confiável, o tempo máximo de espera no

terminal é igual à freqüência de atendimento e o mínimo é igual à zero, condição em

que o usuário chega à parada no momento em que passa o veículo desejado

(CUNHA, 2005).

“Para avaliar a qualidade em relação ao tempo de viagem, pode ser

empregada à relação entre os tempos de viagem de transporte público e por carro,

devendo ser considerados os dois sentidos de viagem” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Mas para isso é preciso entender bem os conceitos relacionados.

• Tempo de Espera

“É o tempo decorrido desde a chegada do passageiro ao ponto de embarque

até a passagem do ônibus e está diretamente associado ao intervalo de tempo”

(MACEDO apud MARQUES, 2003). Representa um indicativo de “desutilidade” de a

viagem dever ser penalizado gasto no deslocamento da viagem (MARQUES, 2003).

Os sistemas de ônibus com tempo médio de espera

excessivo são indesejáveis, produzem atitudes desfavoráveis, uma vez que o tempo de espera é considerado ser mais desagradável. Caso este tempo fosse parcialmente economizado e ocupado com outra atividade psicologicamente mais conveniente, produziria uma atitude mais favorável com relação ao ônibus (FARIA apud MARQUES, 2003).

Page 45: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

30

• Intervalo

É o tempo decorrido entre passagens sucessivas de ônibus

numa mesma linha. O planejamento de um sistema de transporte público visa o equilíbrio entre a variação demanda por transporte e a oferta de veículos, sendo maior a oferta nos horário de maior demanda (horário de pico) e com um tempo máximo adequado nos demais horários (MARQUES, 2003).

• Tempo Total de Viagem

É a característica de maior importância num sistema de

transporte público, e a certeza que o usuário possa ter de que este tempo de viagem realmente se realize é um dos melhores indicadores de confiabilidade do sistema. O tempo total de viagem inclui (MARQUES, 2003):

� Tempo gasto na caminhada do passageiro até o ponto de parada e do ponto

de parada ao destino final da viagem. Isto depende da distância média entre

os pontos de parada e a acessibilidade do sistema (MARQUES, 2003);

� “Tempo de espera no ponto de parada: é o tempo que decorre da chegada do

passageiro ao ponto até a chegada do veículo” (MARQUES, 2003);

� “Tempo de embarque e desembarque: é o tempo necessário para o ingresso

ou saída do passageiro do veículo” (MARQUES, 2003);

� “Tempo de deslocamento: é o tempo em que o passageiro permaneceu no

interior do veículo durante a viagem. Sendo influenciado pelas condições de

tráfego e do sistema viário da cidade” (MARQUES, 2003).

O tempo total de viagem é inversamente proporcional à

percepção do passageiro com relação ao nível de qualidade do serviço. Ou seja, quanto maior for o tempo de viagem total, a atitude do usuário será de concordância e apoio ao sistema de transporte público, e caso contrário, haverá uma atitude negativa para com o sistema de transporte coletivo (MARQUES, 2003).

Page 46: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

31

2.9.4 LOTAÇÃO

“A lotação diz respeito à quantidade de passageiros no interior dos coletivos”

(FERRAZ e TORRES, 2004).

O ideal seria que todos os passageiros pudessem viajar

sentados. Isso, contudo, diminuiria o número de passageiros transportados por viagem ou por quilômetro conseqüentemente, isso acarretaria num aumento do custo do transporte (FERRAZ e TORRES, 2004).

“A presença de usuários em pé, desde que não excessiva, é perfeitamente

aceitável” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Segundo Ferraz e Torres (2004), o desconforto é decorrente da excessiva

proximidade entre as pessoas e à limitação de movimentos, que dificulta as

operações de embarque e desembarque, como visto na FIG. 7.

A densidade de passageiros encontrada nos transportes públicos urbanos

reflete, em parte, na incapacidade de atendimento à demanda (RODRIGUES, 2006).

De acordo com Ferraz e Torres (2004), “A avaliação da qualidade do

parâmetro lotação pode ser feita com base na taxa de pessoas em pé por metro

quadrado que ocupam os espaços livres no interior dos veículos”.

Figura 7 - Desconforto decorrente da excessiva proximidade entre as pessoas e à limitação de movimentos.

Fonte: Fotografia feita pelo autor.

Page 47: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

32

2.9.5 CONFIABILIDADE

A confiabilidade é o grau de certeza dos usuários de que o veículo de

transporte público vai passar na origem e chegar ao destino no horário previsto,

com, evidentemente, alguma margem de tolerância (FERRAZ e TORRES, 2004).

A confiabilidade pode ser mais bem definida por dois parâmetros, a

pontualidade (grau de cumprimento de horários) e a efetividade na realização da

programação operacional (porcentagem de viagens programadas realizadas). Esses

dois elementos podem ser configurados como chave fundamental para a satisfação

do usuário, de um modo geral, com o sistema de transporte (FERRAZ e TORRES,

2004).

O não cumprimento dos horários de partida e chegada programados para as

viagens, ou até mesmo a não realização de viagem, podem ser causadas por

diversos fatores: defeitos nos veículos, acidentes de trânsito, acidentes com

passageiros no interior dos veículos e nas operações de embarque e desembarque,

assaltos no interior dos veículos, congestionamentos de trânsito, falta de habilidade

dos condutores etc. (FERRAZ e TORRES, 2004).

“A avaliação da confiabilidade pode ser realizada pela porcentagem de

viagens programadas não realizadas por inteiro ou concluídas com atraso superior a

cinco minutos ou adiantamento superior a três minutos” (FERRAZ e TORRES,

2004).

2.9.6 SEGURANÇA

Segurança é compreendida desde os acidentes envolvendo os veículos de

transporte público até os atos de violência (agressões roubos etc.) no interior dos

veículos e nos locais de parada ou terminais (FERRAZ e TORRES, 2004).

“A questão da violência no interior dos veículos e nos locais de parada

extrapola o sistema de transporte público, devendo ser tratada como um problema

de segurança da comunidade” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Page 48: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

33

A segurança deve estar focada na freqüência de acidentes envolvendo

veículos de transporte coletivo (FERRAZ e TORRES, 2004).

“O parâmetro de segurança pode ser avaliado pelo índice de acidentes

significativos envolvendo a frota de veículos de transporte público a cada 100 mil

quilômetros percorridos” (FERRAZ e TORRES, 2004).

2.9.7 CARACTERÍSTICAS DOS VEÍCULOS

Dentro do parâmetro “Características dos veículos”, o que influi em suas

considerações é a tecnologia e o estado de conservação (FERRAZ e TORRES,

2004).

No que se referem à tecnologia, os seguintes fatores são

determinantes do grau de conforto dos passageiros: microambiente interno no veiculo (temperatura, ventilação, nível de ruído, umidade do ar etc.), dinâmica (aceleração horizontal e vertical, variação da aceleração, nível de vibração etc.), tipo de banco (forma anatômica e existência ou não de estofamento) e arranjo físico (número e largura das portas, largura do corredor, posição da catraca, número e altura dos degraus das escadas etc.) (FERRAZ e TORRES, 2004).

A existência de três portas e corredor largo nos ônibus facilita bastante,

principalmente nos períodos de pico, a locomoção no interior do veículo durante as

operações de embarque e desembarque (FERRAZ e TORRES, 2004).

A altura dos degraus sendo grande (principalmente do primeiro degrau em

relação ao nível do solo) faz com que haja um esforço para subir ou descer do

veículo e o risco de cair são maiores, o que causa desconforto, sobretudo para

idosos, crianças, deficientes e enfermos (FERRAZ e TORRES, 2004).

“No que diz respeito ao estado de conservação dos veículos, contam a idade,

a limpeza, o aspecto geral e a existência ou não de ruídos decorrentes de partes

soltas” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Também se pode dizer que a aparência do veículo (aspecto visual da parte

externa e interna), como pode ser visto na FIG. 8, influi no grau de satisfação dos

usuários, pois a sensação de beleza (estética), está sempre presente na natureza

humana (FERRAZ e TORRES, 2004).

Page 49: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

34

“No caso dos ônibus, a qualidade do parâmetro características dos veículos

pode ser avaliada com base nos seguintes fatores: idade, número de portas, largura

do corredor e altura dos degraus das escadas” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Figura 8 - Estado de conservação do veículo.

Fonte: Fotografia feita pelo autor.

2.9.8 CARACTERÍSTICAS DOS LOCAIS DE PARADA

“Em relação às características físicas dos locais de parada, os seguintes

aspectos são importantes: sinalização adequada, existência de cobertura e bancos

para sentar (sobretudo nos locais de maior movimento)” (FERRAZ e TORRES, 2004).

A sinalização dos locais de parada é importante para evitar a ocorrência de

paradas em distâncias curtas e paradas de outros veículos em locais de embarque e

desembarque. Por outro lado, a falta de sinalização dos locais de parada reflete

certa desorganização do sistema (FERRAZ e TORRES, 2004).

A existência de cobertura (FIG. 9) e bancos para sentar oferece maior

proteção contra sol e chuva e comodidade aos usuários, principalmente para os

idosos, crianças, deficientes, enfermos e mulheres grávidas (FERRAZ e TORRES,

2004).

A avaliação das características dos locais de parada pode ser feita com base

nos seguintes parâmetros: sinalização adequada (quadro com linhas que passam no

Page 50: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

35

local, horários e mapa), existência de cobertura e existência de banco para sentar

(FERRAZ e TORRES, 2004).

Figura 9 - Local de parada com banco e proteção contra chuva e sol.

Fonte: Foto feita pelo autor.

2.9.9 SISTEMA DE INFORMAÇÕES

O sistema de informações aos usuários envolve os seguintes pontos:

disponibilidade de folhetos com horários e os itinerários das linhas, existência de

informações sobre linhas e horários (intervalos, nos casos das linhas de maior

freqüência) nos locais de parada, informações sobre a rede de linhas no interior dos

veículos, fornecimento de informações verbais por parte de motoristas e cobradores,

posto para fornecimento de informações e recebimento de reclamações e sugestões

(pessoalmente e por telefone) etc.

O sistema de transporte coletivo são utilizados não somente pelos usuários

habituais, é importante que as pessoas da própria cidade ou de fora, que fazem o

uso do sistema , possam entendê-lo e utilizá-lo sem dificuldades.

O Sistema de informações pode ser avaliado pela disponibilidade de folhetos

com itinerários e horários das linhas, colocação do número e do nome das linhas

que passam nos locais de parada e seus respectivos horários ou intervalos e

Page 51: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

36

existência de posto para fornecimento de informações e recebimento de

reclamações e sugestões, pessoalmente e por telefone (FERRAZ e TORRES, 2004).

2.9.10 TRANSBORDABILIDADE

O termo “transbordabilidade” é um neologismo criado para designar a facilidade de deslocamento dos usuários entre dois locais da cidade, a qual é caracterizada pela porcentagem de viagens em transporte público urbano que não necessita de transbordo e pelas características dos transbordos realizados (FERRAZ e TORRES, 2004).

A “transbordabilidade” depende diretamente da configuração espacial da rede

de linha e da existência ou não de integração física e tarifaria.

O ideal é que as viagens entre dois locais da cidade pudessem ser diretas,

sem necessidade de realização de troca de veiculo. Isso, em geral, é inviável por

razões técnicas e econômicas.

A “transbordabilidade” se caracteriza por integração física e integração

tarifária (FERRAZ e TORRES, 2004).

“Física: a transferência é realizada em um local fechado e apropriado, com

proteção de abrigos e bancos para os passageiros” (MARQUES, 2003).

“Integração Tarifária: é quando o usuário pode completar a sua viagem em

outro veículo ou linha sem a necessidade de pagamento de outra passagem”

(MARQUES, 2003).

A integração tarifária também já é utilizada com auxilio do cartão “smartcard”,

no qual é cobrada a primeira tarifa de forma integral e o consequente, a depender do

tempo de registro da primeira passagem, pode ser paga só a metade. O uso do

“smartcard” pode ser feito de acordo como visto na FIG. 10.

“A ‘transbordabilidade’ pode ser avaliado com base nos seguintes parâmetros:

porcentagem de viagens com necessidade de realizar o transbordo, existência de

integração física e existência de integração tarifária” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Page 52: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

37

Figura 10 – Uso do “smartcard” como sistema de bilhetagem.

Fonte: http://people.hofstra.edu.

2.9.11 COMPORTAMENTO DOS OPERADORES

No que diz respeito ao comportamento dos motoristas, são observados os

seguintes aspectos: condução do veículo com habilidade e cuidado, tratamento dos

passageiros com educação e respeito, esperar que os usuários completem as

operações de embarque e desembarque antes de fechar as portas, responder a

perguntas dos usuários com cortesia, não falar palavras inconvenientes etc

(FERRAZ e TORRES, 2004).

“Em relação ao cobrador valem as mesmas observações, exceto as que se

relacionam ao modo de dirigir” (FERRAZ e TORRES, 2004).

“A avaliação do fator comportamento dos operadores pode ser feita com base

nos seguintes itens: condutores dirigindo com habilidade e cuidado e condutores e

cobradores prestativos e educados” (FERRAZ e TORRES, 2004), como pode ser

observado na FIG. 11.

Page 53: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

38

Figura 11 – Educação dos operadores.

Fonte: http://people.hofstra.edu.

2.9.12 ESTADO DAS VIAS

Em relação ao estado das vias por onde passam os transportes coletivos, o

aspecto mais importante é a qualidade da superfície de rolamento, a fim de evitar as

freqüente reduções e aumentos de velocidade devido à presença de buracos,

lombadas e valetas e solavancos provocados por esses elementos. A existência de

poeira ou lama no caso das vias não pavimentadas também influi no grau de

satisfação do usuário. (FERRAZ e TORRES, 2004).

“Também é importante a sinalização adequada da via, a fim de garantir

segurança e conforto aos passageiros” (FERRAZ e TORRES, 2004).

“A avaliação do estado das vias pode ser feita com base nos seguintes

aspectos: existência ou não de pavimentação, buracos, lombadas e valetas

pronunciadas, bem como sinalização adequada” (FERRAZ e TORRES, 2004).

Page 54: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

39

3 ESTUDO DE CASO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

O estudo de caso dessa pesquisa é a universidade Estadual de Feira de

Santana (UEFS), no entanto é preciso ter alguns conhecimentos tanto da cidade,

como da universidade e do sistema de transporte que a atende.

3.1 CARACTERÍSTICAS DE FEIRA DE SANTANA

De acordo com o último censo, realizado pelo IBGE (2007), O município de

Feira de Santana é uma cidade de porte médio, o segundo maior do Estado da

Bahia, sendo menor apenas que a capital, Salvador. Feira de Santana possui uma

área de 1363 Km², altitude de 256 m e localiza-se a aproximadamente 109 Km da

capital.

Segundo o IBGE (2007), Feira de Santana possui clima quente e úmido, com

temperaturas médias de 24,1ºC, sua economia é baseada no comércio,

agropecuária e indústria, possui nove distritos e uma população de 571.997

habitantes.

3.2 HISTÓRIA DO TRANSPORTE PÚBLICO NA CIDADE

Em 1951, teve a chegada das "marinetes", do Rio Grande do Sul, para

colocarem as mesmas para prestarem o serviço de transporte coletivo na cidade

(PINTO, 2005).

O Prefeito da época autorizou a realização dos serviços, contanto que

prestassem um bom serviço à comunidade. Isto ocorreu em junho de 1951,

trafegando pelos bairros Sobradinho até a Pampalona, Ponto Central via Rua

Quintino Bocaiúva, Brasília via Rua Senador Quintino, Rua Pedro Suzarte e

Page 55: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

40

Cristóvão Barreto. Meses depois, os proprietários das “marinetes” desistiram de

prestar serviço de transporte, pois não conseguiam passageiros suficientes, ao

menos para cobrirem as despesas (PINTO, 2005).

Após algumas reuniões, foi acordado o seguinte: A prefeitura patrocinaria o

combustível pelo prazo de um ano, enquanto eles conseguissem se manter nas

linhas. Eles concordaram e assim foi feito (PINTO, 2005). Após dois anos prestando

este serviço, venderam as "marinetes" a um casal local (PINTO, 2005). Algum tempo

depois, como este casal foi obrigado a vender, pois não tinham concessão da

prefeitura e não recolhiam impostos regularmente (PINTO, 2005).

Só então, em 1962, interessado em promover o transporte público para a

cidade, Antônio Ferreira Pinto e família, passou a explorar o serviço de transporte

coletivo em Feira de Santana através de veículos Kombi (PINTO, 2005).

A FIG. 12 e FIG. 13 mostram a festa que foi a inauguração com missa solene

e a benção dos veículos, respectivamente.

Figura 12 – Missa solene de inauguração. Fonte: http://www.feiradesantanna.com.br.

Page 56: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

41

Figura 13 - Benção de veículos.

Fonte: http://www.feiradesantanna.com.br.

Com o passar do tempo foram surgindo outras empresas, dentre elas o

Expresso São Cristóvão também em veículos Kombi

“Posteriormente, José Ferreira Pinto e sócios, compraram no Rio de Janeiro

21 (vinte e um) micro-ônibus, as famosas "bicudinhas" e 01 (um) ônibus grande,

semi-novos” (PINTO, 2005). Depois de registrados, receberam o batismo com o

nome de "TRANSLAR" Transportes para o Lar Ltda. E foram colocados nos roteiros

mais necessitados. Isto aconteceu em 1965 (PINTO, 2005).

“Posteriormente, outro irmão, Joviniano Ferreira Pinto Neto, mais conhecido

por "Venú Pinto", entrou na sociedade e adquiriu 15 (quinze) ônibus, colocando-os

nas linhas de Campo Limpo, Cidade Nova e Mangabeira” (PINTO, 2005).

Com o passar do tempo foram sendo criadas outras empresas como a

“Autounida”, a “Safira”, a “Autocel” e a “Transul” (PINTO, 2005).

3.3 ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA INTEGRADO DE

TRANSPORTE (SIT)

O transporte coletivo deve atuar como indutor do processo de consolidação

da estrutura urbana da região, atuando em conjunto com as diretrizes de uso de solo

e aproveitando a infra-estrutura viária existente e deverá proporcionar um bom grau

de serviço e ser acessível a toda população da região.

Page 57: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

42

Com a intenção de atingir esses objetivos, foi criado o Sistema Integrado de

Transporte Urbanos de Passageiros a ser implantado em etapas progressivas,

devendo atingir os principais corredores.

Foi realizado por uma empresa de engenharia, “AGKF ENGENHARIA E

CONSULTORIA LTDA”, um “Estudo de Racionalização e Modernização do Sistema

de Transportes Coletivos de Feira de Santana”, a serviço da Secretaria Municipal de

Transportes e Trânsito (SMTT), onde o SIT apresenta os seguintes aspectos que

serão abordados aqui.

O SIT como base a operação de terminais de integração, permitindo o

transbordo de passageiros entre as diversas modalidades de linhas que compõem o

sistema.

Mediante a implantação dos terminais de integração, objetiva-se:

• Melhorar o fluxo e a operação dos ônibus na área central,

facilitando o embarque e desembarque dos passageiros;

• Racionalizar todo o sistema com a adequação da oferta à

demanda, em função do dimensionamento ajustado ao comportamento da

demanda;

• Concentração de passageiros com maior oferta de transporte e

trechos de alimentação com oferta ajustada à demanda existente;

• Implantar um sistema de informação aos usuários, para que

possam programar suas viagens, facilitado pela concentração de linhas nos

terminais;

• Melhorar a freqüência e a regularidade nos corredores onde se

concentra o maior número de usuários;

3.3.1 CARACTERÍSTICAS ANTERIORES AO SISTEMA (AGKF, 2006)

• Sistema com baixa produtividade e, baixo aproveitamento da

frota de ônibus;

• Elevado número de linhas e excessiva capilaridade do sistema;

Page 58: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

43

• Linhas com elevados intervalos e pouca frota gerando perda de

atratividade e demanda de passageiros (85,5% das linhas com frota até 03

veículos);

• Excesso de linhas radiais ao centro da cidade (84 linhas),

gerando quantidade representativa de passageiros com pagamento de duas

tarifas;

• Concentração de linhas de Transporte Coletivo (80) e apenas 10

distritais;

• Maior participação de oferta nas linhas distritais (105 veículos),

contra as linhas urbanas (55 veículos) do Sistema de Transporte Alternativo;

• Os Corredores Norte apresentam baixo índice de rotatividade;

• No Anel Central as linhas apresentaram velocidades baixas (em

torno de 10 a 13 km/h), principalmente nos horários de pico de tráfego

(almoço e tarde);

• Permissão de estacionamento de veículos, nos dois lados da via,

prejudicando a operação de embarque e desembarque de passageiros e à

velocidade operacional do sistema.

3.3.2 PLANEJAMENTO DO SISTEMA INTEGRADO (AGKF, 2006 )

O planejamento do SIT tem como premissa básica, um sistema adequado de

transporte que consiste no equilíbrio dos seguintes elementos básicos: o veículo, o

itinerário e os terminais, além dos fatores complementares como conforto,

velocidade, comunicação, regularidade, confiabilidade e acessibilidade;

Tem como elemento básico os itinerários previstos para o Sistema Troncal, de

grande capacidade, visam atingir os principais pontos geradores de viagens em

ônibus que abrangem a área central e os corredores por menores custos e nas

linhas convencionais e alimentadoras, com aproveitamento de parte da frota

existente;

Fatores complementares:

Page 59: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

44

• Conforto: Melhorar a oferta em termos de viagens, que

beneficiará o usuário na medida em que reduzirá o tempo de espera;

• Velocidade: Priorizar o transporte coletivo, incrementando em

função da racionalização de linhas propostas nos trechos periféricos e no

trecho central;

• Confiabilidade: Rapidez e eficiência, com boa freqüência de

viagens;

Acessibilidade: Deslocamentos realizados com o pagamento de apenas uma

tarifa, abrangendo praticamente todos os setores de importância em demanda de

passageiros, agregados através das linhas integradas e alimentadoras e linhas

radiais;

• Comunicação: Divulgação dos horários das linhas, através dos

terminais de integração e de ações junto às comunidades;

• Regularidade: Execução da programação em razão dos tempos

de viagem, circulação prioritária do transporte coletivo.

3.3.3 PROPOSTAS DO SISTEMA INTEGRADO (AGKF, 2006)

Para a melhoria da acessibilidade, a proposta consiste na implantação do

SIT, em uma primeira etapa, através do corredor Norte–Sul, com alimentadores

operando com veículos do sistema de Transporte coletivo, propondo:

• Normalizar e regularizar o sistema de transportes de Feira de

Santana;

• Fiscalizar efetivamente todos os sistemas de transportes

regulares, fazendo cumprir os regulamentos;

• Combater sistematicamente serviços irregulares e não

autorizados, tais como vans, ônibus, microônibus, motocicletas que vem

operar e prejudicar o sistema regular de transporte de Feira de Santana;

• Normatizar o sistema convencional de ônibus ou o sistema

alternativo complementar, e todos teriam que cumprir horários, normas e

serem fiscalizados pela prefeitura e usuários;

Page 60: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

45

• Reformular e rediscutir todo o sistema de gratuidade do

município, criando uma única lei com regras claras e objetivas de gratuidade

e descontos;

• Cadastrar todos os usuários beneficiados com passe livre, de

modo a coibir as fraudes e irregularidades;

• Operacionar e atender com qualidade e segurança aos

deslocamentos de seus usuários;

• Integrar as linhas de bairro utilizando veículos menores, onde os

passageiros são integrados em terminais apropriados, deixando para os

corredores a operação com transporte de maior capacidade e mais rápida;

• A ocasião propícia e adequada para a implantação do Sistema

Integrado de Transportes;

• Reorganização pode ser traduzida em aumento de conforto nas

linhas tronco, aumento da velocidade operacional nos corredores, redução do

tempo de viagem e/ou custo do transporte;

• Implantar um sistema de informações aos usuários para que

possam programar suas viagens, facilitado pela concentração de linhas nos

terminais;

• Melhorar a freqüência e a regularidade nos corredores onde se

concentra o maior número de usuários;

• Racionalizar o custo de transporte, mediante o melhor

aproveitamento dos veículos e, conseqüentemente, a redução da frota e

quilometragem;

• Induzir a formação de sub-centros em volta dos terminais para

diminuir a polarização de todas as atividades no centro tradicional, inibindo a

verticalização indesejável da cidade.

A proposta consiste na implantação do SIT, em uma primeira etapa, através

do corredor Norte (Avenida José Falcão) – Sul (Avenida Araújo Pinho/Senador

Quintino) através de linha troncal Norte-Sul, com integração em três terminais

proporcionando deslocamentos com pagamento de tarifa única em ônibus “padron”

(3 portas) com ar condicionado, alimentadores operando com veículos do sistema

alternativo, implantação dos terminais (central, norte e sul) e a eliminação completa

de circulação dos veículos do STPAC, no corredor Norte-Sul.

Page 61: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

46

3.3.4 FATORES COMPLEMENTARES (AGKF, 2006)

• O conforto consiste na melhoria da oferta em termos de viagens,

que beneficiará o usuário na medida em que reduzirá de maneira significativa

o tempo de espera;

• A velocidade do sistema será incrementada em função da

racionalização de linhas propostas, nos trechos periféricos e no trecho

central, eliminando-se a utilização indiscriminada de vias e falta de prioridade

ao transporte coletivo;

• A confiabilidade consiste na certeza do transporte mais rápido e

eficiente, com boa freqüência, proposto para os corredores, o que

inevitavelmente canalizará para o sistema de transporte, usuários de outras

modalidades;

• A acessibilidade constitui o fator mais importante da proposta,

visto que a mesma proporcionará um rol de deslocamentos significativos,

abrangendo praticamente todos os setores de importância em demanda de

passageiros, agregados através das linhas integradas e alimentadoras e

linhas radiais à rede básica de transporte, sendo estes deslocamentos

realizados com o pagamento de apenas uma tarifa;

• A comunicação significa a possibilidade de programação e

divulgação dos horários das linhas, através dos terminais de integração;

• A regularidade é representada pela melhor condição de execução

da programação em razão do tempo de viagem mais curto e circulação

prioritária do transporte coletivo.

Page 62: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

47

3.3.5 TRANSPORTE (AGKF, 2006)

• Possibilidade de utilização racional da frota de ônibus, através da

locação de veículos de capacidade adequada à demanda de cada linha,

utilizando adequadamente desde ônibus de maior capacidade, até micro-

ônibus;

• Linhas Alimentadoras: com itinerários curtos e menores tempo de

viagem, o que permite melhor cumprimento da programação de horária e

maior confiabilidade;

• Linha Tronco: itinerários com prioridade de circulação e grau

adequado de segregação, o que permite o cumprimento da programação e a

regularidade dos intervalos.

3.3.6 TERMINAIS DE INTEGRAÇÃO (AGKF, 2006)

Os Terminais de Integração deverão ser fechados e seu acesso somente

permitido mediante pagamento da tarifa. Com isso os passageiros poderão

embarcar em qualquer linha dentro do Terminal sem pagamento de nova tarifa.

Deverão ser confortáveis e amplos, com disponibilidade de equipamentos,

com informação visual e informações sobre os horários das linhas.

Atividades comerciais que reforçam a caracterização do terminal como indutor

de sub-centros urbanos.

Existem atualmente três terminais de integração em Feira de Santana:

Terminal Central, Terminal Norte e Terminal Sul, como ilustrado na FIG. 14, os

Terminais central e Norte.

Page 63: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

48

Figura 14 - Terminais de Integração de Feira de Santana.

Fonte: AGKF (2006).

3.3.7 FROTA (AGKF, 2006)

Fator de grande importância na operação do SIT, a frota deve ser compatível

com a demanda projetada.

Nos corredores do SIT a grande concentração de demanda dos terminais,

associada à demanda do corredor deve ser considerada na definição do tipo de

capacidade do veículo.

Fatores cm a rotatividade dos trechos, espaçamento de pontos de parada,

existência de sinalização preferencial, forma de cobrança de tarifa, comportamento

do embarque e desembarque na área central e terminais, são complementos na

equação de definição de veículo.

Em termos operacionais, a capacidade do veículo resulta no intervalo da

oferta, o qual deverá ser ajustado à necessidade de atendimento e a não formação

de comboios. Na própria capacidade do veículo.

Em termos operacionais, a capacidade do veículo, fatores como layout

interno, características mecânicas e número de portas, etc., são decisivos,

Em termos de custos, o fator capacidade do veículo é inversamente

proporcional ao fator custo/passageiro.

Poderão ser utilizados desde microônibus e vans, nos trechos, de menor

demanda, até ônibus de maior capacidade, nos corredores principais.

Page 64: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

49

3.3.8 CARACTERÍSTICAS DAS LINHAS (AGKF, 2006)

A configuração do SIT deverá ser a seguinte:

a) Linhas Tronco (AGKF, 2006).

As linhas tronco terão características de linhas radiais ou diametrais, com

veículos de maior capacidade: ônibus tipo “Padron”, com três portas e layout interno

especial. A FIG. 15 mostra um ônibus “Padron” de três portas.

Figura 15 - Veículo "Padron" de três portas.

Fonte: Foto feita pelo próprio autor.

No SIT, as linhas tronco têm a função de suprir a necessidade de transporte

nos principais corredores, bem como captar a demanda de passageiros oriunda dos

bairros, a partir dos terminais de integração. Circular pelos corredores principais,

oferecendo intervalos favoráveis aos usuários, o que permite eliminar vias próximas

dos corredores, racionalizando a rede de itinerários.

Podendo ser radiais, essas linhas cumprem melhor a função de distributivas,

na forma de diametrais, ligando corredores fisicamente opostos e equilibrados.

As linhas diametrais são os primeiros avanços no sentido de suprir a

necessidade de ligações diretas entre bairros sem obrigatoriedade de troca de linha

no centro e pagamento de duas tarifas.

Page 65: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

50

A função principal das linhas tronco-diametrais é o de proporcionar o

atendimento das viagens intersetoriais, de modo a beneficiar e incentivar os pares

de deslocamentos entre corredores. As conseqüências imediatas desse benefício

serão a racionalização de custo e o incremento das atividades de serviço, comércio

e indústrias ao longo dos principais corredores.

b) Linhas Alimentadoras (AGKF, 2006).

Linhas com características convencionais, radiais ou circulares com função de

transportar passageiros das áreas periféricas com menor demanda, aos terminais de

integração. A frota deverá ser formada por veículos com capacidade de 80

passageiros, utilizando-se a frota existente, ou veículos de menor capacidade

(microônibus ou vans), para setores de baixa densidade populacional.

c) Linhas Interbairros (AGKF, 2006).

Corresponde às linhas de apoio ao SIT com características de linha

convencional, com itinerários entre os terminais, atendendo as áreas tangentes ao

centro, ou seja, fora dos eixos de transporte de massa. Os veículos poderão ser

idênticos aos de linhas alimentadoras, porém em melhores condições de operação,

ou seja, veículos mais novos da frota existente, ou de preferência, veículos do tipo

“PADRON” de três portas.

d) Linhas Convencionais (AGKF, 2006).

Além do sistema tronco-alimentador, permanecerão algumas linhas com

características operacionais idênticas ao sistema atual. Os veículos a serem

utilizados poderão ser os mesmos da frota existentes. As linhas convencionais

poderão ser integradas ao sistema troncal, no Terminal Central de Integração.

A FIG. 16 ilustra o Sistema dos principais corredores das linhas troncais.

Page 66: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

51

Figura 16- Principais corredores das linhas troncais.

Fonte: AGKF (2006).

3.3.9 CLASSIFICAÇÃO DA FROTA POR CORES (AGKF, 2006)

• Troncal: função de linhas tronco, transportando de terminais para terminais

e traçado de diametral, aparecem na cor verde (AGKF, 2006), conforme a

FIG. 17.

Figura 17 - Ônibus Tronco-Diametral.

Fonte: AGKF (2006).

• Radial: com itinerários de terminais para bairros e vice-versa, aparecem na

cor Vermelha (AGKF, 2006), conforme a FIG. 18.

Page 67: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

52

Figura 18 - Ônibus Radial.

Fonte: AGKF (2006).

• Alimentadoras: Vans e Micro-ônibus que tem atendimento exclusivo aos

terminais norte e sul gratuitamente, aparecem na cor Vermelha ou laranja

(AGKF, 2006), conforme a FIG. 19.

Figura 19 - Van alimentadora.

Fonte: AGKF (2006).

• Expressinhos: Vans e Micro-ônibus que transportam direto para o centro

sem passar pelos terminais de integração, aparecem na cor branca (AGKF,

2006), conforme a FIG. 20.

Figura 20 - Van expressinho.

Fonte: AGKF (2006).

Page 68: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

53

3.4 SISTEMA INTEGRADO NA UEFS

A Universidade Estadual de Feira de Santana possui uma programação de

ônibus diferenciada por sua importância diante a cidade, e sua demanda somada a

dos bairros vizinhos e outro que ficam às margens do seu corredor.

A descrição da parte do sistema que atende à Universidade e dados sobre o

corpo discente de qual é composto, vem a seguir.

3.4.1 LINHAS QUE ATENDEM A UEFS

O sistema de transporte que atende a universidade era composto de quatro

linhas (UEFS/Direta, UEFS/João Durval, UEFS/Maria Quitéria e UEFS/ Sobradinho),

com viagens diretas para o centro e retorno imediato, sem terminais de integração.

Após outubro de 2005, a universidade continua a possuir quatro linhas, porém

reestruturadas (UEFS Direta/Terminal Central, UEFS via Maria Quitéria, UEFS via

Sobradinho e UEFS/Terminal Norte), sendo as três primeiras com seu fim de

percurso de ida no terminal Central e o último no Terminal Norte.

A linha “UEFS/João Durval” passou a atuar do Terminal Norte para o Centro

Industrial Subaé (CIS) via João Durval até o Terminal Sul, com o nome, “Cidade

Nova/CIS via João Durval”, recolhendo os passageiros da UEFS que usavam a linha

quando desembarcados da linha “UEFS/Terminal Norte”.

Devido à grande demanda de passageiros que tem o corredor da UEFS, o

número de viagens de duas linhas é maior. De acordo com o “RELATÓRIO DE

PROGRAMAÇÃO OPERACIONAL DO SIT (2008), a linha “UEFS Direta/Terminal

Central”, com maior número de viagens e da frota do SIT, efetua nos dias úteis 87

viagens e aos sábados 34 viagens, sem funcionamento aos domingos, a linha

“UEFS via Sobradinho” efetua nos dias úteis 73,5 viagens, 43 viagens aos sábados

e 33 viagens aos domingos, como pode ser visto no QUADRO 2, que é um trecho

retirado das FIG. 32 e FIG. 33 do Anexo C.

Page 69: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

54

Quadro 2 - Linhas que atendem à UEFS - (dados referentes ao mês de outubro de 2008).

Nº DE VIAGENS FROTA Nº

LI

NHA

NOME DA LINHA D.Ú. SÁB DOM D. Ú SÁB DOM

EXTEN

SÃO

Km

PASS.

MENSAL

03 UEFS Direta/Terminal

Central

87,0 34,0 0,0 6 4 0 17,26 78.001

06 UEFS/Terminal Norte 35,0 17,0 0,0 1 1 0 8,46 5.099

87 UEFS via Mª Quitéria 28,5 22,5 18,0 2 2 1 23,56 26.006

88 UEFS via Sobradinho 73,5 43,0 33,0 4 3 2 19,27 69.598

SUBTOTAL 224 116,5 51,0 13 10 3 68,55 178.704

Fonte: SMTT (2008).

3.5 BREVE HISTÓRICO SOBRE A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

FEIRA DE SANTANA

Segundo o site da UEFS, a universidade nasceu como resultado de uma estratégia governamental com o objetivo de interiorizar a educação superior, até então, circunscrita à capital, Salvador. A partir da década de sessenta, as políticas de governo, tanto no plano federal como no estadual, passam a ser norteadas pela Teoria do Capital Humano, que entende a educação como um investimento pessoal e social que gera desenvolvimento econômico. Sob o influxo dessa teoria, em 1968, o governo baiano dá forma a uma política de educação (plano integral de educação), voltada para a ampliação e expansão do sistema de ensino em todos os níveis, com o objetivo de formar quadros para o processo de industrialização. Assim, o processo de interiorização teve início com a instalação de Faculdades de Formação de Professores nas principais cidades interioranas, sedes das regiões administrativas do Estado, que passam a atuar como distritos geoeducacionais.

É no âmbito dessa política que Feira de Santana – município

caracterizado no Plano Integral de Educação, pelos seus indicadores econômicos e sociais, como o mais importante centro polarizador de desenvolvimento do interior do Estado, – é contemplada, ainda em 1968, com uma Faculdade de Educação e, em 1970, com a criação da Fundação Universidade de Feira de Santana – FUFS (Site UEFS).

Page 70: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

55

3.6 INFORMAÇÕES GERAIS

A Universidade Estadual de Feira de Santana é uma Instituição Pública e

gratuita, mantida pelo governo do Estado da Bahia, fica situada na Av.

Transnordestina, BR116 Sul. Possui sete módulos onde são desenvolvidos as

atividades acadêmicas e centros administrativos onde são desenvolvidas atividades

administrativas. Conta ainda com um Centro de Informática, Parque Esportivo,

Prédio da Biblioteca, Creche, Centro de Educação Básica, Residência Universitária,

Museu Casa do Sertão e seis Clínicas Odontológicas. Ainda possui fora do campus

universitário o Observatório Astronômico, Estação Climatológica, Centro de

Treinamento Xavante, Sede de Educação Ambiental, Centro Universitário de Cultura

e Artes (Site UEFS). A imagem do portal de entrada da UEFS é mostrada na FIG.

21.

Figura 21 - Portão de entrada da UEFS.

Fonte: http://www.uefs.br.

Com objetivo de formar e capacitar novos profissionais a UEFS oferece vários

Cursos de Graduação, além dos Cursos de Pós-Graduação onde constam

Especializações, Mestrados e Doutorados (Site UEFS).

De acordo com os dados encontrados disponíveis no site oficial da UEFS, é

possível saber a situação dos alunos de cursos regulares de graduação, por curso

observando o QUADRO 3.

Page 71: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

56

Quadro 3 - Alunos de graduação regulares da UEFS semestre 2008.1.

GRADUAÇÃO

ALUNOS DA GRADUAÇÃO POR ÁREA E CURSO*

ÁREA/CURSO ALUNOS

CIÊNCIAS HUMANAS

Administração 410

Ciências Contábeis 404

Ciências Econômicas 416

Direito 405

Licenciatura em Pedagogia 325

Licenciatura e Bacharelado em Geografia 405

Licenciatura em História 301

TECNOLOGIA E CIÊNCIAS EXATAS

Licenciatura e Bacharelado em Física 261

Engenharia de Alimentos 348

Engenharia da Computação 169

Engenharia Civil 400

Licenciatura em Matemática 287

CIÊNCIAS NATURAIS E DA SAÚDE

Ciências Farmacêuticas 113

Enfermagem 337

Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas 342

Licenciatura em Educação Física 281

Medicina 152

Odontologia 259

LETRAS E ARTES

Licenciatura em Letras com Inglês 135

Licenciatura em Letras Vernáculas 325

*Licenciatura em Letras Vernáculas - Santo Amaro 01

Licenciatura em Letras com Espanhol 160

Licenciatura em Letras com Francês 120

Total 6.356

Fonte: http://www.uefs.br.

*Não freqüenta o campus universitário de Feira de Santana.

Na pós-graduação, estão divididos em Lato Sensu e Stricto Sensu, este por

sua vez em Mestrado e Doutorado. O número de alunos matriculados em Pós-

graduação está apresentado no QUADRO 4.

Page 72: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

57

Quadro 4 - Números de matriculados em Pós-graduação.

ALUNOS MATRICULADOS

DESCRIÇÃO QUANTIDADE

Lato Sensu 348

Stricto Sensu - Mestrado 246

Stricto Sensu - Doutorado 61

Total 655

Fonte: http://www.uefs.br.

O QUADRO 5 fornece os dados gerais dos alunos matriculados por nível de

graduação.

Quadro 5 - Alunos matriculados, semestre 2008.1.

ALUNOS MATRICULADOS*

DESCRIÇÃO QUANTIDADE

*Graduação 6.708

Pós-Graduação 655

Total 7.363

Fonte:<http://www.uefs.br>.

* Abrange alunos que frequentam outras unidades da universidade.

Page 73: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

58

4 METODOLOGIA DA PESQUISA

Foram aplicados os questionários elaborados, aleatoriamente, isto é, sem

prévia definição de qual usuário seria entrevistado.

Foram realizadas entrevistas com questionários, onde a avaliação dos fatores

de qualidade foi numerada de 1 a 5 (correspondentes a, 1= Muito ruim, 2= Ruim, 3=

Regular, 4= Bom e 5 = Muito bom). O mesmo foi feito com o grau de importância,

(correspondentes a, 1= Sem importância, 2= Pouco importante, 3= Importante, 4=

Muito importante e 5= Indispensável).

Os questionários aplicados são adaptações de outro já utilizado em uma

pesquisa de tema semelhante a este, na cidade de Uberaba-MG pelo autor Marques

(2003). Um exemplar do questionário está disponível no Anexo D, FIG. 34 e FIG. 35.

Os resultados foram tratados com tabelas e gráficos específicos, sempre de

acordo com a importância para com os objetivos pretendidos, realizando-se

inicialmente a contagem simples das respostas comuns, extraindo-se em seguida

os percentuais correspondentes, com análise específica de cada questão.

Não foi utilizado nenhum método estatístico específico para a análise dos

resultados, apenas foram retiradas as freqüências e as médias.

Os únicos critérios a serem seguidos para uma formação de classificação de

amostra foi os de os estudantes entrevistados serem usuários efetivos do sistema do

transporte coletivo urbano, maiores de 16 anos, sem limite máximo de idade, de

ambos os sexos, que utilizam o sistema de ônibus da Universidade Estadual de

Feira de Santana.

Na pesquisa feita, foram realizadas 352 entrevistas no período de 02/03/2009

a 06/03/2009, nos três turnos de funcionamento da universidade, dentro das salas

de aula escolhidas aleatoriamente, com a intenção de não haver escolhas de turma,

porém de forma a abranger a maioria dos cursos da universidade.

O número de pesquisados corresponde a 5,63% do total de alunos

matriculados na graduação, conforme QUADRO 3, e 5,02% de todos os alunos

matriculados, que frequentam o campus da UEFS em Feira de Santana, incluindo

pós-graduação, de acordo com o QUADRO 5.

O questionário, que é apresentado no Anexo D, é constituído de duas partes:

Page 74: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

59

Parte I: Perfil do usuário entrevistado

Registrou informações que permitem a caracterização dos usuários.

Foram levantados dados sobre, sexo, faixa etária e curso que faz parte.

Parte II: Avaliação

Os itens da qualidade demandada avaliados abrangem os seguintes

aspectos:

• Frota: refere-se às características e estado físico dos veículos;

• Operação: refere-se à execução do serviço pela permissionária;

• Tripulação: caracteriza o comportamento do motorista e cobrador.

• Infra-estrutura: Caracterizado pelo ambiente geral que dá apoio ao

sistema.

Essa parte do questionário foi construída com os seguintes objetivos:

• Medir a satisfação do usuário em relação aos 18 Itens da qualidade

demandada, por meio da escala: péssimo, ruim regular, bom e ótimo;

• Medir o grau de importância atribuído pelo usuário aos 16 Itens da qualidade

demandada, por meio da escala: sem importância, pouco importante, importante,

muito importante e indispensável.

Page 75: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

60

5 RESULTADOS E ANÁLISES

Foi realizado um pré-teste do questionário da pesquisa em quatro pessoas.

Não houve por parte de nenhuma dos entrevistados, dificuldade, no teste, de

compreenderem corretamente sobre o que tinham que responder.

Antes da aplicação dos questionários, foi esclarecido que só poderiam

responder os questionários maiores de 16 anos, que utilizavam efetivamente o

transporte coletivo por ônibus que atendiam à universidade, sem restrições às

finalidades de uso.

Os resultados obtidos por meio dessa metodologia foram:

5.1. Perfil dos usuários universitários que utilizam o transporte público urbano

por ônibus que atendem à Universidade Estadual de Feira de Santana, obtido a

partir de questionário de satisfação realizada na própria universidade;

5.2. Identificação dos itens da qualidade demandada, obtidos a partir de

questionário de satisfação realizada na universidade;

5.3. Nível de satisfação e grau de importância dos itens da qualidade

demanda, obtido a partir de questionário de satisfação realizada na universidade;

5.1 PERFIL DOS QUESTIONADOS

A análise dos dados referentes ao perfil dos usuários entrevistados, obtidos

por meio da pesquisa de satisfação, mostrou que a maioria dos questionados eram

do sexo feminino (61,9%), conforme TAB. 1 e com maior percentual na faixa etária

entre 18 e 22 anos (55,7%), conforme TAB. 2.

Tabela 1 - Divisão dos pesquisados por sexo.

SEXO QUANT. %

Masculino 134 38,1%

Feminino 218 61,9%

TOTAL 352 100%

Page 76: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

61

Tabela 2 - Divisão dos pesquisados por faixa etária.

IDADE QUANT. %

18 a 22 196 55,7%

23 a 27 112 31,8%

28 a 32 29 8,2%

Acima de 32 15 4,3%

TOTAL 352 100% Com relação aos cursos abrangidos, a distribuição por curso foi proporcional,

levando em conta que o curso de Letras possui quatro subdivisões; Letras

Vernáculas, Letras com Inglês, Letras com Francês e Letras com Espanhol por isso

teve maior participação na pesquisa. O curso de Engenharia Civil e Biologia

também tiveram grandes percentuais de participação, isso devido a serem os cursos

com qual o autor tem maior contato. São mostradas as suas participações na

pesquisa pelo QUADRO 6.

Quadro 6 - Divisão dos pesquisados por curso.

CURSOS QUANT. %

Administração 18 5,1%

Biologia 32 9,1%

Contábeis 12 3,4%

Direito 13 3,7%

Economia 12 3,4%

Educação Física 10 2,85%

Enfermagem 20 5,7%

Engenharia Civil 27 7,7%

Engenharia da computação 14 4,0%

Engenharia de alimentos 22 6,3%

Farmácia 26 7,4%

Física 14 4,0%

Formação de professores 10 2,85%

Geografia 15 4,3%

História 19 5,4%

Letras 39 11,1%

Medicina 20 5,7%

Odontologia 15 4,3%

Pedagogia 13 3,7%

TOTAL 352 100%

Page 77: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

62

5.2 ITENS DE QUALIDADE DEMANDADA

Os parâmetros de avaliação de qualidade e o grau de importância do

transporte coletivo são classificados em fatores, e estes por sua vez agrupados por

setores como infra-estrutura, operação, frota e tripulação, conforme pode ser visto

no QUADRO 7 e no QUADRO 8.

Quadro 7 - Agrupamento dos itens de qualidade por setores.

Grupo Fatores Parâmetros de avaliação Média Avaliação

Acessibilidade Distância de caminhada no início e no fim da viagem.

3,1 Regular

Estado das vias Conservação das vias que os ônibus utilizam.

2,5 Ruim

Sinalização nos pontos de parada. 2,5 Ruim

Quantidade de pontos com cobertura 2,2 Ruim Características dos locais de parada

Quantidade de pontos com banco para sentar

2 Ruim

Informações com itinerários e horários disponíveis

1,6 Muito ruim

Infra-estrutura

Sistema de informações Serviços Informações e reclamações

(pessoalmente ou por telefone) 1,9 Ruim

Freqüência de atendimento

Intervalo entre atendimentos. 2,2 Ruim

Tempo de viagem Tempo dentro do ônibus na viagem. 2,7 Regular

Lotação Quantidade de passageiros em pé. 1,8 Ruim

Confiabilidade Confiabilidade na realização dos horários. 2,1 Ruim

Operação

Transbordabilidade Quantidade de Transbordos realiza por viagem

3,1 Regular

Idade dos ônibus que servem as linhas. 2,3 Ruim

Estado de conservação e manutenção dos veículos.

2,3 Ruim Frota Características dos ônibus

Altura dos degraus. 2,7 Regular Forma como os motoristas dirigem 2,8 Regular

Tripulação

Comportamentos dos operadores Motoristas e cobradores prestativos e

educados 2,8 Regular

Qualidade Geral Opinião da situação geral de transporte coletivo.

2,1 Ruim

Geral Qualidade Global

Média das avaliações excluindo a Qualidade Geral.

2,4 Ruim

Page 78: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

63

Quadro 8 - Agrupamento dos itens de importância em setores.

Grupo Fatores Parâmetros de avaliação Média Avaliação

Acessibilidade Mais pontos de parada ou mais terminais de embarque 3,4 Importante

Ter cobertura ou abrigo nos pontos 4,4 Muito

importante Características dos locais de parada

Ter banco para sentar nos pontos 4,2 Muito

importante

Ter folhetos com itinerários e horários disponíveis

4,3 Muito

importante

Ter serviços Informações e reclamações na empresa e na prefeitura. 4,2

Muito importante

Infra-estrutura

Sistema de informações

Ir direto onde se deseja ir. 3,9 Muito

importante

Mais linhas de ônibus 4,3 Muito

importante Freqüência de atendimento Menor intervalo entre atendimentos da

mesma linha 4,4

Muito importante

Operação

Confiabilidade Horários realizados sem atrasos 4,3 Muito

importante

Lotação Viajar sentado no ônibus 4,7 Indispensá

vel

Viajar em ônibus novos e bem conservados 4,3 Muito

importante

Viajar em ônibus com três portas 3,9 Muito

importante

Frota Características dos

ônibus

Ter ônibus com degraus mais baixos para embarque e desembarque 3,8

Muito importante

Treinamento de motoristas e cobradores 4,3 Muito

importante

Forma como os motoristas dirigem 4,3 Muito

importante Tripulação Comportamentos

dos operadores

Educação dos motoristas e cobradores 4,4 Muito

importante

Geral Importância Grau de importância médio 4,2 Muito

importante

5.3 NÍVEL DE SATISFAÇÃO E GRAU DE IMPORTÂNCIA

O setor avaliado como mais satisfatório pelos usuários, do sistema de

transporte que atende a UEFS, foi o de tripulação. Sendo a questão do modo de

Page 79: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

64

dirigir e educação dos motoristas e cobradores, com uma média de 2,8, conforme

QUADRO 7, sendo considerado como regular.

Foi avaliado como um dos itens com maior importância, também o setor da

tripulação, com a questão: modo de dirigir e educação dos motoristas e cobradores,

com a média de importância de 4,4, como visto no QUADRO 8. Sendo assim

considerado como muito importante.

O setor avaliado como de menor qualidade foi o de infra-estrutura com a

média de 2,3 (QUADRO 9), tendo como questão: sistema de informação com

itinerários e horários disponíveis, com média de 1,6, sendo considerado como ruim,

de acordo com o QUADRO 7.

O Grau de importância teve o setor de infra-estrutura que possui média de 4,1

(QUADRO 9), a questão: quantidade de pontos de parada com média de 3,4

(QUADRO 8) foi a de menor valor de importância entre as questões analisadas,

porém foi considerado como importante.

Quadro 9 - Resumo das classificações por setores.

QUALIDADE IMPORTÂNCIA GRUPO

MÉDIAS CLASSIFICAÇÃO MÉDIAS CLASSIFICAÇÃO

Infra-estrutura 2,3 Ruim 4,1 Muito importante

Operação 2,4 Ruim 4,3 Muito importante

Frota 2,4 Ruim 4,2 Muito importante

Tripulação 2,8 Regular 4,3 Muito importante

Geral 2,4 Ruim 4,2 Muito importante

Page 80: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

65

6 DIAGNÓSTICO

A qualidade dos fatores de qualidade do transporte do SIT de Feira de

Santana foi avaliada como abaixo do regular, podendo considerar ruim, porém, em

termos de importância foi considerado como muito importante, se aproximando

bastante do indispensável. Dentro desse resultado pode-se fazer as observações a

seguir.

Os pontos considerados mais positivos na qualidade dos serviços foram:

Distância de caminhada até ponto de embarque; Quantidade de transbordos

realizados por viagem; Forma como motoristas dirigem o ônibus; Educação dos

motoristas e cobradores para com os passageiros; Tempo de viagem; Altura dos

degraus; Conforme FIG. 22.

9,9%2,0%

8,8%

2,3%

4,8%

5,1%

4,5%

9,1%6,5%4,8%

2,8%1,7%

1,7%

7,9%

7,4%

6,2% 1,4%

13,0%

Distância de casa até ponto deônibusIntervalo entre ônibus

Tempo de viagem dentro doveículoLotação

Confiabilidade na realização doshoráriosIdade dos ônibus

Conservação e manutenção doveículoAltura dos degraus

Sinalização nos pontos deparadaQuantidade de pontos cobertos

Quantidade de pontos combancosInformações de linhas e horários

Serviço de atendmento

Quantidade de transbordorealizaForma de dirigir

Educação dos motoristas ecobradoresConservação das ruas

Qualidade geral Figura 22 - Gráfico de itens considerados de Satisfação.

Conforme a FIG. 23, os pontos de maior insatisfação foram: Informações de

linhas e horários nos pontos e terminais; A lotação nos ônibus; A confiabilidade na

realização dos horários; Quantidade de pontos de ônibus com cobertura ou abrigos;

Page 81: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

66

2,9% 6,0%3,9%

10,6%

6,5%

5,7%

4,9%2,6%

4,7%6,6%7,3%

11,9%

2,6%3,2%

2,7%3,7%

5,7%

8,5%

Distância de casa até ponto deônibusIntervalo entre ônibus

Tempo de viagem dentro doveículoLotação

Confiabilidade na realização doshoráriosIdade dos ônibus

Conservação e manutenção doveículoAltura dos degraus

Sinalização nos pontos deparadaQuantidade de pontos cobertos

Quantidade de pontos combancosInformações de linhas e horários

Serviço de atendmento

Quantidade de transbordorealizaForma de dirigir

Educação dos motoristas ecobradoresConservação das ruas

Qualidade geral Figura 23 - Gráfico de itens considerados de Insatisfação.

A questão “Qualidade geral”, que avaliava a opinião do usuário sobre o

sistema, teve uma avaliação abaixo da média adquirida com os fatores todos sendo

julgados, como pode ser visto na figura 22.

Os pontos mais importantes considerados pelos usuários foram: Horários

executados sem atraso; Menor intervalo entre ônibus da mesma linha; Ter cobertura

ou abrigos nos pontos de ônibus; Funcionários mais educados com os passageiros;

de acordo com a figura 24.

Page 82: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

67

6,7%6,9%

5,7%

4,9%

5,9%

6,7%

5,7%6,5%5,4%

8,7%

5,9%

6,9%

5,0%

7,4%

6,2%5,5%

Mais linhas de ônibus

Mais pontos de parada outerminaisMenor intervalo entre ônibus

Horários sem atrasos

Viajar sentado

Veículos novos ouconservadosVeículos com 03 portas

Degraus mais baixos

Cobertura nos pontos

Bancos nos pontos

Folhetos com itinerário ehorárioServiço de atendimento

Treinamento de motorstas ecobradoresIr direto onde deseja ir

Motorista que dirige melhor

Funcionários mais educados

Figura 24 - Gráfico de itens considerados de Maior Importância.

De acordo com a figura 25, os menos importantes, conforme indicado pelos

usuários foram: Mais pontos de parada ou ter mais terminais de embarque e

desembarque; Ter ônibus com degraus mais baixos para embarque e desembarque;

Viajar em ônibus com três portas; Ir direto onde se deseja ir;

Page 83: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

68

3,4%

31,0%

3,4%3,4%0,0%0,0%3,4%24,1%

3,4%

3,4%

3,4%

3,4%

3,4%

6,9%3,4% 3,4%

Mais linhas de ônibus

Mais pontos de parada outerminaisMenor intervalo entre ônibus

Horários sem atrasos

Viajar sentado

Veículos novos ouconservadosVeículos com 03 portas

Degraus mais baixos

Cobertura nos pontos

Bancos nos pontos

Folhetos com itinerário ehorárioServiço de atendimento

Treinamento de motorstas ecobradoresIr direto onde deseja ir

Motorista que dirige melhor

Funcionários mais educados

Figura 25 - Gráfico de itens considerados de menor Importância.

Todos os fatores pesquisados, mesmo os considerados mais positivos,

precisam de melhoras, pois estes ainda estão enquadrados entre ruim e regular,

porém, os fatores que surtirão mais efeitos aos usuários são: os Horários

executados sem atraso, freqüência, pontos de ônibus com cobertura ou abrigos e a

educação dos funcionários, pois são os considerados de maior importância pelos

usuários. Porém, os demais também requerem atenção, mesmo sendo enquadrados

entre os de menor importância entre os pesquisados, pois ainda ficam na faixa entre

muito importante e indispensável.

Podemos observar a confirmação as satisfação e importância dos fatores de

qualidade, pelos gráficos das figuras 22 e 23, onde temos a média geral dos itens

pesquisado e a média de cada item.

Page 84: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

69

3,1

2,2

2,7

1,8

2,1

2,4

2,2

1,7

3,1

2,8

2,5

2,1

2,4

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

Acess

ibilid

ade

Frequ

ência

de

aten

dimen

to

Tempo

de

viage

m

Lota

ção

Confia

bilida

de

Carac

terís

ticas

dos

ônib

us

Carac

terís

ticas

dos

pon

tos d

e pa

rada

Sistem

a de

info

rmaç

ões

Trans

bord

abilid

ade

Compo

rtam

ento

dos

ope

rado

res

Estad

o da

s vias

Qualid

ade

Geral

Figura 26 - Avaliação do desempenho dos itens de qualidade questionados.

3,8

4,4

4,7

4,3

4,0

4,34,1

4,3 4,34,2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Aces

sibilid

ade

Freq

uênc

ia de aten

dimen

to

Lotaçã

o

Confia

bilid

ade

Carac

terís

ticas

dos

ônibu

s

Carac

terís

ticas

dos

pon

tos de

parad

a

Sistem

a de

inform

açõe

s

Tran

sborda

bilid

ade

Compo

rtamen

to dos

ope

rado

res

Figura 27 - Importância dos fatores de qualidade do transporte coletivo.

Page 85: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

70

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O resultado dessa pesquisa reflete no estado atual do sistema de transporte

de Feira de Santana que atende a UEFS.

O sistema foi qualificado como ruim, de acordo com a visão dos usuários

estudantes da universidade, que são os clientes do sistema, ao qual tem grande

importância e grande peso sua avaliação, pois a qualidade é voltada para quem o

serviço é oferecido.

O sistema de transporte foi considerado de muita importância, pois é um

serviço essencial à população e ao desenvolvimento de uma sociedade.

Dentro desse quadro de satisfação e importância, foi constatado que as

questões, “Confiabilidade nos horários”, “Lotação” e “Pontos com cobertura e

bancos”. Estas questões apresentam uma relação de insatisfação e mais

importância, de acordo com os entrevistados.

Com relação às “questões “Confiabilidade nos horários” e ”Lotação”, é

necessário repensar em uma reestruturação da programação dos itinerários, com o

intuito de amenizar o problema dos atrasos que provocam essas situações, ou então

um aumento da frota, diminuindo com isso os intervalos entre ônibus da mesma

linha.

É fato que para oferecer um sistema de transporte de qualidade, tenha que se

pensar também na sua infra-estrutura. Com isso é recomendado que para resolver o

problema de falta de abrigo e bancos de sentar nos pontos de parada, sejam

implantados uma quantidade maior de coberturas nos pontos de parada já

existentes e nos novos que venham a ser instalados, não apenas na região central

da cidade, mas também nos bairros a qual os corredores atendem.

Segundo os entrevistados, temos também como ponto de insatisfação a

questão de informações de linhas e horários nos pontos e terminais, que prejudicam

de certa forma a independência de acesso as mesmas. Pois as linhas já não

possuem o itinerário descrito nos próprios veículos, o que agravam o problema para

aqueles que não têm conhecimento da cidade ou do trajeto dos ônibus. É

recomendada pelo autor uma maior difusão de informações sobre linhas e itinerários

acessíveis aos usuários.

Page 86: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

71

Com relação à educação dos motoristas e cobradores para com o usuário, foi

dentre as pesquisadas, uma das questões avaliadas como satisfatória e muito

importante, com isso é cotado como ponto positivo para o sistema.

De acordo com Marques (2003) os mesmos itens (Confiabilidade na

realização dos horários e Pontos com cobertura e bancos) também foi avaliado

como insatisfatórios na pesquisa realizada em Uberaba-MG em 2003, mostrando

com isso que as duas cidades tem o mesmo porte e os mesmos pontos de

insatisfação dos usuários. Nessa pesquisa de Uberaba o grau de satisfação foi

regular e em termos de importância, foi considerado como muito importante.

Logo é possível observar que o sistema de transporte de Feira de Santana

não possui um quadro avaliativo de satisfatório em seu desempenho. É preciso

melhoras em todos os itens que avaliam a qualidade para se atingir um grau de

satisfação apropriado para o usuário, priorizando os pontos de maior importância e

menor satisfação do usuário, como o caso da realização dos horários, com a

estrutura dos pontos de parada e a lotação nos horários de pico.

7.1 LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA

Dentro do trabalho apresentado foram encontradas algumas dificuldades para

a sua realização, tendo como algumas das limitações:

• A dificuldade de acesso a dados referentes ao sistema de transporte no

órgão de gestor.

• A falta de conhecimento do autor de uma necessidade de aprovação desse

tipo de pesquisa por um comitê de ética.

• O número de ajudantes para aplicação dos questionários e contagem das

avaliações, tornando mais lento a forma de coleta e apuração dos

questionários.

• A dificuldade de acesso a algumas salas, devido aos questionários ser em

aplicados nos horários de aulas e resistência de professores a ceder alguns

instantes de sua aula.

Page 87: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

72

• Dificuldade de adequar os horários do autor e ajudantes para aplicação dos

questionários, também pelo motivo de ser aplicado no período letivo.

7.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO E RECOMENDAÇÕES

Apesar das dificuldades e limitações desta pesquisa, a metodologia do

trabalho atingiu os objetivos propostos, de maneira a se obter um resultado

condizente com a realidade apresentada no campus universitário, no que se diz

respeito ao transporte público oferecido.

Pela importância que é o transporte público urbano em uma cidade, é preciso

ter sempre meios de medir o grau de satisfação que o serviço está sendo oferecido

aos seus usuários, de forma a transparecer para o cliente (usuário) o estado do

serviço pelo qual paga. Deixando os resultados de atuação, do órgão gestor e da

empresa prestadora de serviço, transparentes.

À medida que uma cidade se desenvolve, é inevitável que se ocorra um

aumento no índice de motorização, pois a posse de um veículo representa uma

comodidade para as pessoas. Com isso é necessário que se tome posições que

melhorem a qualidade dos transportes públicos para torná-los atrativos ao aumento

de sua utilização, portanto reduzir o uso intenso do automóvel particular.

É relevante que se dê continuidade a esse tipo de pesquisa, com uma

amplitude maior, englobando toda a cidade, para e ter uma noção maior com relação

ao estado do sistema de transporte oferecido na cidade de Feira de Santana.

Page 88: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

73

REFERÊNCIAS

AGKF - Engenharia e Consultoria LTDA. Estudo de Racionalização e Modernização do Sistema de Transportes Coletivos de Feira de Santana. 2006. Feira de Santana, Bahia. BRAGA, G. A. Qualidade no Transporte Coletivo Urbano-Ônibus . 1995. 69 p. Dissertação de Mestrado em Transportes. Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Brasília, Brasília. CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: Controle da Qualidade Total (no estilo Japonês ). Escola de Engenharia da UFMG, Rio de Janeiro-RJ, Bloch, 1992. CORDEIRO, Célio de Oliveira et all. A visão do cliente para melhoria da qualidade do sistema de transporte coletivo por ônibus. Artigo, Universidade Federal do Amazonas, Manaus-AM. Porto Alegre-RS, 2005. <http://www.abepro.org.br> – acesso em 15/12/2008. CUNHA, Carlo Alexandre da. Relações entre Características de Linhas de Transpo rte Coletivo Urbano e de Áreas Urbanas . Dissertação de mestrado em transporte, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia. Brasília-DF, 2005. FERRAZ, Antônio Clóvis “Coca” P.; TORRES, Isaac G. E. Transporte Público Urbano . São Carlos – SP, Rima, 2004. Internet – site: < http://bus38.free.fr/hist1854eng.html > - acesso 01/02/09. Internet – site: <http://people.hofstra.edu > - acesso 01/02/09. Internet – site: <http://www.museudantu.org.br > - acesso 01/02/09. Internet – site: <http://www.uefs.br > - acesso dia 10/03/2009. . Internet – site: <http://www.ibge.gov.br > – acesso em 06/03/2009. JURAN, Joseph M. A Qualidade desde o projeto: Novos passos para o pl anejamento da qualidade em produtos e serviços. (Tradução de Niva ldo Montingelli Jr) . 3ª edição. São Paulo – SP, Pioneira, 1997.

Page 89: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

74

MARQUES, Henrique A. Avaliação da Qualidade do Sistema de Transporte Col etivo Rodoviário Municipal de Uberaba-MG . Dissertação de Graduação, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Departamento de Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, 2003. <http://www.ead.fea.usp.br> acesso em 22 /07/2008. NBR 14022 – Transporte – Acessibilidade à pessoa portadora de d eficiência em ônibus e trólebus, para atendimento urbano e interm unicipal. ABNT, 2006. PALADINI, E. P. Controle de qualidade: Uma abordagem abrangente . São Paulo-SP, Atlas, 1990. Paulo-SP, Pioneira, 1990. PÊGO, Flávia F. Aplicação da Metodologia QFD no Transporte Coletivo Urbano de Passageiros . Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Centro Tecnológico, Universidade Federal do Espírito - Vitória-ES, 2006. <http://www.infohab.org.br> acesso em 05/08/08. Pinto, José Ferreira. História do Transporte Coletivo em Feira de Santana . Feira de Santana-BA, 2005. <http://www.feiradesantanna.com.br> - acesso em 14/01/09. REINHOLD, Ivo Rogério. Qualidade em Serviço de Transporte Coletivo Urbano por Ônibus . Tese de Mestrado, Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro – RJ, 1996. RODRIGUES, Maurício Olbrick. Avaliação da Qualidade do Transporte Coletivo da Cidade de São Carlos . Dissertação, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos-SP, 2006. SMTT, Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito. Relatório de Programação Operacional do SIT . Feira de Santana-BA, 2008. TOLEDO, José Carlos de. Qualidade Industrial: Conceitos, sistemas e estraté gias . São Paulo – SP, Atlas, 1987.

Page 90: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

75

ANEXOS

Na área de anexos serão colocados os dados adicionais que complementam a

pesquisa, como tabelas, quadros e figuras.

ANEXO A - Tabelas

Tabela 3 - Resultado da pesquisa - Percepção do usuário

QUALIDADE

Questões Muito ruim Ruim Regular Bom Muito bom N/R

Quant

. % Quant. % Quant

. % Quant. % Quant

. % Quant. %

Distância até ponto de ônibus 50 14% 68 19% 92 26% 86 24% 56 16% 0 0%

Intervalos entre ônibus 106 30% 106 30% 118 34% 18 5% 2 1% 2 1%

Tempo de Viagem 64 18% 70 20% 132 38% 70 20% 16 5% 0 0%

Lotação dos ônibus 188 53% 76 22% 66 19% 18 5% 4 1% 0 0%

Confiabilidade nos horários 114 32% 102 29% 98 28% 34 10% 0 0% 4 1%

Idade dos ônibus 112 32% 78 22% 112 32% 44 13% 4 1% 2 1%

Conservação e manutenção dos ônibus 92 26% 108 31% 108 31% 40 11% 2 1% 2 1%

Altura dos degraus 40 11% 90 26% 146 41% 70 20% 4 1% 2 1%

Sinalização nos pontos d parada 78 22% 100 28% 106 30% 58 16% 6 2% 4 1%

Quantidade de pontos cobertos 120 34% 90 26% 80 23% 48 14% 8 2% 6 2%

Quantidade de pontos com banco 130 37% 114 32% 70 20% 32 9% 4 1% 2 1%

Informações de linha e horários 216 61% 72 20% 44 13% 16 5% 2 1% 2 1%

Serviço de atendimento 156 44% 78 22% 88 25% 14 4% 0 0% 16 5%

Quantidade de transbordos 42 12% 64 18% 104 30% 108 31% 34 10% 0 0%

Forma de dirigir dos motoristas 46 13% 62 18% 170 48% 66 19% 6 2% 2 1%

Educação dos operadores 44 13% 80 23% 144 41% 74 21% 8 2% 2 1%

Page 91: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

76

Conservação das vias 68 19% 90 26% 126 36% 56 16% 6 2% 6 2%

Qualidade Geral 106 30% 100 28% 132 38% 10 3% 2 1% 2 1%

Tabela 4 - Resultado da pesquisa - Importância.

IMPORTÂNCIA

Sem Importân

cia

Pouco importante Importante Muito

importante Indispen

sável N/R

Quant. %

Quant. %

Quant. %

Quant. %

Quant. %

Quant. %

Mais linhas de ônibus 2 1% 12 3% 54 15% 98 28% 174 49% 12 3%

Mais pontos de parada 18 5% 50 14% 118 34% 102 29% 52 15% 12 3%

Menor intervalo de ônibus 2 1% 10 3% 30 9% 92 26% 208 59% 10 3%

Horários sem atraso 2 1% 2 1% 16 5% 70 20% 254 72% 8 2%

Viajar sentado no ônibus 0 0% 6 2% 68 19% 94 27% 176 50% 8 2%

Viajar em ônibus conservados 2 1% 6 2% 48 14% 102 29% 186 53% 8 2%

Viajar em ônibus com 3 portas 2 1% 38 11% 84 24% 96 27% 124 35% 8 2%

Ônibus com degraus mais baixos 14 4% 32 9% 88 25% 94 27% 112 32% 12 3%

Coberturas nos pontos de parada 2 1% 4 1% 56 16% 90 26% 192 54% 8 2%

Ter bancos nos pontos de parada 2 1% 10 3% 58 16% 128 36% 146 41% 8 2%

Folhetos cm horários e itinerários 2 1% 10 3% 54 15% 86 24% 192 54% 8 2%

Serviço de atendimento e reclamações 2 1% 10 3% 64 18% 98 28% 170 48% 8 2%

Treinar os operadores 2 1% 14 4% 64 18% 82 23% 186 53% 4 1%

Viagem direta com poucos pontos 8 2% 28 8% 78 22% 104 30% 126 36% 8 2%

Motorista dirigindo melhor 6 2% 8 2% 50 14% 96 27% 186 53% 6 2%

Operadores mais educados 2 1% 6 2% 54 15% 84 24% 196 56% 10 3%

Page 92: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

77

ANEXO B – Gráficos

Feminino61,9%

Masculino38,1%

Masculino

Feminino

Figura 28 - Gráfico de distribuição dos pesquisados por sexo.

28 a 328,2%

23 a 2731,8%

18 a 2255,7%

acima de 324,3%

18 a 22

23 a 27

28 a 32

acima de32

Figura 29 - Gráfico de distribuição dos pesquisados por faixa etária.

Page 93: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

78

Engenharia Civl7,7%

Engenharia da computação

4,5%

Letras9,7%

Biologia7,7%

Contábeis3,4%

Direito3,7%Economia

3,4%

Pedagogia4,3%

Administração5,1%

Educação Fisica2,8%

Enfermagem5,7%

Física 4,8%Formação de

professores2,8%

Farmácia7,7%

Engenharia de alimentos

6,3%

Geografia4,3%

História6,3%

Medicina5,7%

Odontologia4,3%

Administração

Biologia

Contábeis

Direito

Economia

Educação Fisica

Enfermagem

Engenharia Civl

Engenharia da computação

Engenharia de alimentos

Farmácia

Física

Formação de professores

Geografia

História

Letras

Medicina

Odontologia

Pedagogia

Figura 30 - Gráfico de distribuição dos pesquisados por curso.

Avaliação global da Qualidade

Muito ruim28%

Ruim24%

Regular30%

Bom14%

N/R1%

Muito bom3%

Muito ruim

Ruim

Regular

Bom

Muito bom

N/R

Figura 31 - Avaliação Global da Qualidade.

Page 94: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

79

ANEXO C – Dados de programação

Figura 32 - Relatório de Programação Operacional. Fonte: SMTT (2008).

Page 95: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

80

Figura 33 - Relatório de Programação Operacional. (Continuação) Fonte: SMTT (2008).

Page 96: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

81

ANEXO D – Questionário aplicado para pesquisa

Figura 34 - Modelo do Questionário aplicado aos usuários entrevistados, questões de

qualidade.

Page 97: QUALIDADE DO TRANSPORTE - OSVALDO CORRE …civil.uefs.br/DOCUMENTOS/OSVALDO SANTANA RIBEIRO .pdf · Osvaldo Santana Ribeiro QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO DO SISTEMA INTEGRADO

82

Figura 35 - Modelo do Questionário aplicado aos usuários entrevistados, questões de

importância.