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ANO 36 - nº 1707 10 DE JUNHO DE 2012 Jornalista Responsável JOSÉ REINER FERNANDES R$ 2,50 Rua São Bento, 785 - (15) 3251-2104 - Tatuí/SP 9912199718 IMPRESSO ESPECIAL AC TATUÍ/SPI e-mail: [email protected] Circulação: Tatuí, Quadra e Boituva Primeira mão MINISTRO TATUIANO PODE JULGAR, DESDE JÁ, PROCESSO DO “MENSALÃO” Nota da Redação: O ministro Celso de Mello utiliza em suas respostas as expressões: Litisconsórcio passivo multitudinário. Isto significa em Direito, número elevado de réus. E “extra omnes”. Trata-se de expressão latina que significa “fora, todos” e que é pronunciada pelo cardeal camerlengo (decano) ordenan- do a saída do recinto daqueles que não poderão permanecer na Capela Sistina durante a eleição do novo Papa. No domingo (3), o ministro José Celso de Mello Filho (STF) disse ao jornal “Integração” que está em condições para julgar, desde já, a Ação Penal 470, co- nhecida popularmente como “Mensalão”. Em agosto de 2007, após cinco dias que somaram 30 horas de julgamento, o STF recebeu a denúncia apresenta- da pelo Ministério Público Fede- ral (MPF) contra 40 acusados. Desses, 38 continuam respon- dendo como réus perante a Corte. Nos últimos dias, uma polê- mica envolvendo o ex-presiden- te Luís Inácio Lula da Silva e o ministro Gilmar Mendes, do STF, mobilizou a opinião públi- ca nacional. O fato repercutiu em todos os meios de comuni- cação do País e suscitou mui- tos questionamentos a respei- to do comportamento do Supre- mo Tribunal Federal no julga- mento do Mensalão. Indagado pelo jornal “Integração” sobre como será a atuação do STF no julgamento do “Mensalão”, o Ministro tatuiano Celso de Mello, deca- no da Suprema Corte do Brasil (está lá desde 1989), assim res- pondeu, de maneira particular- mente enfática, à pergunta que a reportagem lhe fez direta e pessoalmente: - “O Supremo Tribunal Fe- deral, na linha de sua longa e histórica tradição republicana, irá julgar o denominado caso do “Mensalão” da mesma for- ma como sempre julgou as demais causas penais que fo- ram submetidas à sua alta apreciação. Isso significa di- zer que a Suprema Corte deci- dirá o litígio penal em questão com apoio exclusivo na prova validamente produzida nos autos do processo criminal, respeitados, sempre, como é da essência do regime demo- crático, os direitos e garantias fundamentais que a Constitui- ção da República assegura a qualquer acusado, observan- do, ainda, em referido julga- mento, além do postulado da impessoalidade e do distan- ciamento crítico em relação a todas as partes envolvidas no processo, os parâmetros jurí- dicos que regem, em nosso sistema legal, qualquer pro- cedimento de índole penal. Em uma palavra: o Supremo Tribu- nal Federal, como órgão de cúpula do Poder Judiciário nacional e máximo guardião e intérprete da Constituição da República, garantirá, de modo pleno, às partes desse proces- so (Ministério Público e réus), o direito a um julgamento jus- to, imparcial, impessoal, isen- to e independente”. O ministro Celso de Mello informa que há vários meses, tão logo chegou de suas férias em Tatuí, iniciou o trabalho de análise deste processo. Ele in- forma que designou dois as- sessores de sua equipe para realizar pesquisas e promover levantamentos, que irão auxiliá- lo na reflexão em torno das ques- tões complexas que deverão surgir ao longo do julgamento dos 38 réus. O ministro Celso de Mello declara ao jornal “Integração”: “Estou em plenas condições de participar, desde já, do jul- gamento desse caso. Promo- vi, e ainda continuo promoven- do-as, reuniões com a minha equipe, que, além de reserva- das e discretas, ocorrem às sextas-feiras. Nessas reuni- ões, o acesso à minha sala fica inteiramente bloqueado. Em tais ocasiões, pronuncia- se um verdadeiro “extra omnes”, à semelhança do que se verifica nos conclaves cardinalícios. Somente dois assessores, de absoluta con- fiança, estão a par do que se tem discutido comigo, há me- ses, nesses encontros sema- nais. Nomes desses assesso- res? Mantenho absoluto sigilo em torno deles. Os dois as- sessores limitam-se a auxili- ar-me, sempre sob minha di- reção, na minha pesquisa e na busca de dados que possuam relevo jurídico e fático. Nas reuniões semanais, os asses- sores expõem-me os resulta- dos da pesquisa, cabendo-me, então, tomar as medidas que eu, e somente eu, julgar ne- cessárias e úteis aos esclare- cimentos dos fatos e à supe- ração das minhas dúvidas. Ve- nho discretamente realizando esses estudos e reservada- mente procedendo a esses le- vantamentos já há muitos me- ses, especialmente em face da complexidade desse pro- cesso e do caráter multitu- dinário do litisconsórcio penal passivo que nele se formou”. Celso de Mello, o mais anti- go ministro do STF e com sua experiência de quase 23 anos na Suprema Corte, acredita que a AP 470 comece a ser julgada após o recesso do próximo mês de julho. Esta data está sendo divulgada como quase certa pela grande imprensa. Este se- manário verificou que o reces- so de julho, no STF, termina numa terça-feira. Se obedecer a pauta que está sendo acerta- da nas reuniões com a presi- dência do STF e que está sendo divulgada pela assessoria de imprensa, tudo leva a crer que a data prevista para início do jul- gamento deverá ser o dia 6 de agosto, uma segunda-feira. Pela complexidade do caso, pelas 38 horas destinadas aos argumentos da defesa, cinco horas para que o Procurador Geral da República apresente os argumentos da acusação e também pela forma como é con- duzido um processo desta natu- reza, estima-se que deverá le- var, no mínimo, um mês e meio para julgar este caso. E se este cálculo estiver dentro dos prog- nósticos, acredita-se que os bra- sileiros poderão conhecer o re- sultado do julgamento, por volta do dia 20 de setembro. Isto se não houver nenhum incidente de percurso na tramitação pro- cessual. O ministro Celso de Mello é o único membro do Supremo Tribunal Federal que participou do julgamento do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Na época, Collor foi julgado por ape- nas 9 ministros do STF. O mi- nistro Marco Aurélio de Mello, ainda atuante no STF, na oca- sião, se julgou impedido de participar do julgamento por ser primo do ex-presidente e o mi- nistro Francisco Rezek, que não mais faz parte da Suprema Cor- te, também não participou por- que foi Ministro das Relações Exteriores no Governo Collor. STF - Dia 9 de junho de 2011, o ministro-relator Joaquim Bar- bosa encerrou a chamada fase instrutória da Ação Penal (AP 470) do mensalão e abriu prazo para acusação e defesa apre- sentarem as alegações finais no processo. A Procuradoria- Geral da República teve 30 dias, contados da quarta-feira (8), para apresentar suas argumenta- ções. Em seguida, foi a vez de os 38 réus no processo apresenta- rem suas alegações finais, tam- bém em 30 dias. “Entendo que a concessão de 30 dias para que as partes, sucessivamente, apre- sentem suas alegações finais mostra-se razoável e proporcio- nal à complexidade do proces- so, que apresenta elevado nú- mero de réus, inúmeros fatos a eles imputados e grande volu- me de provas”, ponderou o mi- nistro Joaquim Barbosa no des- pacho em que dá por encerrada a fase instrutória do processo. Depois que a Procuradoria- Geral e os réus apresentaram as alegações finais, o ministro Bar- bosa preparou seu voto, e será seguido pelo ministro-revisor Ricardo Lewandowski. Posterior- mente será solicitada a data para julgamento da ação em Plenário. A denúncia do mensalão acu- sa 38 pessoas, entre políticos, lobistas e empresários, de envolvimento em esquema de financiamento de parlamentares do PT e da base aliada em troca de apoio político ao governo. Dia 9 de junho de 2011, a ação penal contava com 44.265 folhas (210 volumes e 484 apensos). O ministro Joaquim Barbosa observa no despacho em que abre o prazo para as alegações finais, que este pro- cesso se diferencia de outras ações penais em trâmite no Su- premo porque foi totalmente digitalizado desde o início. “A todo o momento e até mesmo simul- taneamente, os autos estão in- teiramente acessíveis às par- tes”, ressaltou o relator. “Esse ganho tecnológico, portanto, minimiza, sem sombra de dúvi- da, as inquietações das partes quanto à exiguidade dos prazos fixados na legislação processu- al”, observou o ministro. O ministro acrescenta que as partes no processo “tiveram um extenso período para se pre- pararem para a apresentação de suas alegações”, uma vez que ele deferiu a realização das diligências finais da fase instrutória em fevereiro de 2011. O prazo de 30 dias para apre- sentação de alegações finais de- ENTENDA O CASO “MENSALÃO” terminado pelo ministro Barbo- sa foi solicitado pelo procura- dor-geral da República, Roberto Gurgel, diante da “grande com- plexidade do feito” e do “volume de provas amealhadas no curso da instrução”. Em agosto de 2007, após cinco dias que somaram 30 ho- ras de julgamento, o STF rece- beu a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 40 acusados. Des- ses, 38 continuam responden- do como réus perante a Corte. O ex-secretário-geral do Par- tido dos Trabalhadores (PT) Síl- vio José Pereira, que respondia por formação de quadrilha, con- cordou em cumprir pena alter- nativa e foi excluído da ação. Em setembro de 2010, o STF julgou extinta a punibilidade do ex-de- putado federal José Janene, também réu no processo, devi- do a seu falecimento. Princípio da Paridade de Armas No julgamento da Ação Penal 470 (mensalão), o procurador- geral da República, Roberto Gurgel, disporá de até cinco ho- ras para apresentar os argumen- tos da acusação, enquanto os defensores de cada um dos 38 réus no processo terão uma hora, cada um, para apresentar a res- pectiva defesa. Por seu turno, o relator da ação, ministro Joaquim Barbosa, poderá fazer uma leitu- ra sucinta do seu relatório em poucas páginas, tendo em vista que o texto do próprio relatório já foi disponibilizado digitalmente a todos os ministros da Suprema Corte, ao procurador-geral da Re- pública e aos réus. Esse proces- so foi o primeiro da Suprema Corte a ser inteiramente digita- lizado. Foi sob o fundamento do princípio constitucional da equidade ou paridade de armas que o relator do mensalão, mi- nistro Joaquim Barbosa, propôs a questão de ordem. “Como to- dos sabemos, essa ação penal, em razão de sua complexidade, constituirá, sem dúvida, um jul- gamento na história do Tribunal”, observou ele. Isso porque, pelos cálculos do ministro relator, o Supremo consumirá pelo menos três semanas para realizar o jul- gamento. Ainda por suas estima- tivas, a primeira semana do jul- gamento deverá ser dedicada in- teiramente às exposições orais das defesas. O ministro Joaquim Barbosa ponderou sobre a com- plexidade do processo e cita que a ação, além dos 38 réus, já conta com 234 volumes, 495 apensos e 50.199 páginas. TATUÍ PRETENDE VACINAR QUASE OITO MIL CRIANÇAS CONTRA PARALISIA INFANTIL Dia 16 de junho, a Secretaria de Saúde de Tatuí realiza a primei- ra etapa da “Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomie- lite”. A expectativa é vacinar cerca de 7.785 crianças menores de cinco anos de idade com uma dose da vacina oral Sabin. O obje- tivo da Vigilância Epidemiológica é imunizar 95% das crianças de zero a cinco anos de idade. No total, a Secretaria da Saúde disponibilizará dez mil doses. O Brasil está livre do poliovírus desde 1989, e para que a doença não retorne ao território nacional, é fundamen- tal a participação da população nesta campanha. A vacina oral contra a poliomielite é conside- rada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a única capaz de viabilizar a erradicação global da poliomielite. Nesta fase da campanha, 180 pessoas estarão trabalhan- do em 34 postos de vacinação, incluindo os postos de saúde da área urbana e rural, do Progra- ma Saúde da Família (PSF) e de creches e escolas. No dia da campanha os pais deverão levar a carteira de vaci- nação. Em todos os postos de saúde, também serão disponi- bilizadas as vacinas contra He- patite B, Difteria, Tétano, Coque- luche, Sarampo, Rubéola e Ca- xumba (tríplice viral), para as cri- anças em atraso na caderneta.

QUASE OITO MIL CRIANÇAS MINISTRO TATUIANO PODE … · “Integração” sobre como será a atuação do STF no julgamento do “Mensalão”, o Ministro tatuiano Celso de Mello,

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ANO 36 - nº 1707 10 DE JUNHO DE 2012

Jornalista ResponsávelJOSÉ REINER FERNANDES

R$ 2,50Rua São Bento, 785 - (15) 3251-2104 - Tatuí/SP

9912199718IMPRESSO ESPECIAL

AC TATUÍ/SPI

e-mail: [email protected]

Circulação:Tatuí, Quadra e Boituva

Primeira mão

MINISTRO TATUIANO PODE JULGAR,DESDE JÁ, PROCESSO DO “MENSALÃO”

Nota da Redação: O ministro Celso de Mello utiliza em suasrespostas as expressões: Litisconsórcio passivo multitudinário.Isto significa em Direito, número elevado de réus. E “extraomnes”. Trata-se de expressão latina que significa “fora, todos”e que é pronunciada pelo cardeal camerlengo (decano) ordenan-do a saída do recinto daqueles que não poderão permanecer naCapela Sistina durante a eleição do novo Papa.

No domingo (3), o ministroJosé Celso de Mello Filho (STF)disse ao jornal “Integração” queestá em condições para julgar,desde já, a Ação Penal 470, co-nhecida popularmente como“Mensalão”. Em agosto de 2007,após cinco dias que somaram30 horas de julgamento, o STFrecebeu a denúncia apresenta-da pelo Ministério Público Fede-ral (MPF) contra 40 acusados.Desses, 38 continuam respon-dendo como réus perante aCorte.

Nos últimos dias, uma polê-mica envolvendo o ex-presiden-te Luís Inácio Lula da Silva e oministro Gilmar Mendes, doSTF, mobilizou a opinião públi-ca nacional. O fato repercutiuem todos os meios de comuni-cação do País e suscitou mui-tos questionamentos a respei-to do comportamento do Supre-mo Tribunal Federal no julga-mento do Mensalão.

Indagado pelo jornal“Integração” sobre como será aatuação do STF no julgamentodo “Mensalão”, o Ministrotatuiano Celso de Mello, deca-no da Suprema Corte do Brasil(está lá desde 1989), assim res-pondeu, de maneira particular-mente enfática, à pergunta quea reportagem lhe fez direta epessoalmente:

- “O Supremo Tribunal Fe-deral, na linha de sua longa ehistórica tradição republicana,irá julgar o denominado casodo “Mensalão” da mesma for-ma como sempre julgou asdemais causas penais que fo-ram submetidas à sua altaapreciação. Isso significa di-zer que a Suprema Corte deci-dirá o litígio penal em questãocom apoio exclusivo na provavalidamente produzida nosautos do processo criminal,respeitados, sempre, como éda essência do regime demo-crático, os direitos e garantiasfundamentais que a Constitui-ção da República assegura aqualquer acusado, observan-do, ainda, em referido julga-mento, além do postulado daimpessoalidade e do distan-ciamento crítico em relação atodas as partes envolvidas noprocesso, os parâmetros jurí-dicos que regem, em nossosistema legal, qualquer pro-cedimento de índole penal. Emuma palavra: o Supremo Tribu-nal Federal, como órgão decúpula do Poder Judiciárionacional e máximo guardião eintérprete da Constituição daRepública, garantirá, de modopleno, às partes desse proces-so (Ministério Público e réus),o direito a um julgamento jus-to, imparcial, impessoal, isen-to e independente”.

O ministro Celso de Melloinforma que há vários meses,tão logo chegou de suas fériasem Tatuí, iniciou o trabalho deanálise deste processo. Ele in-forma que designou dois as-sessores de sua equipe pararealizar pesquisas e promoverlevantamentos, que irão auxiliá-lo na reflexão em torno das ques-

tões complexas que deverãosurgir ao longo do julgamentodos 38 réus.

O ministro Celso de Mellodeclara ao jornal “Integração”:“Estou em plenas condiçõesde participar, desde já, do jul-gamento desse caso. Promo-vi, e ainda continuo promoven-do-as, reuniões com a minhaequipe, que, além de reserva-das e discretas, ocorrem àssextas-feiras. Nessas reuni-ões, o acesso à minha salafica inteiramente bloqueado.Em tais ocasiões, pronuncia-se um verdadeiro “extraomnes”, à semelhança do quese verifica nos conclavescardinalícios. Somente doisassessores, de absoluta con-fiança, estão a par do que setem discutido comigo, há me-ses, nesses encontros sema-nais. Nomes desses assesso-res? Mantenho absoluto sigiloem torno deles. Os dois as-sessores limitam-se a auxili-ar-me, sempre sob minha di-reção, na minha pesquisa e nabusca de dados que possuamrelevo jurídico e fático. Nasreuniões semanais, os asses-sores expõem-me os resulta-dos da pesquisa, cabendo-me,então, tomar as medidas queeu, e somente eu, julgar ne-cessárias e úteis aos esclare-cimentos dos fatos e à supe-ração das minhas dúvidas. Ve-nho discretamente realizandoesses estudos e reservada-mente procedendo a esses le-vantamentos já há muitos me-ses, especialmente em faceda complexidade desse pro-cesso e do caráter multitu-dinário do litisconsórcio penalpassivo que nele se formou”.

Celso de Mello, o mais anti-go ministro do STF e com suaexperiência de quase 23 anosna Suprema Corte, acredita quea AP 470 comece a ser julgadaapós o recesso do próximo mêsde julho. Esta data está sendodivulgada como quase certapela grande imprensa. Este se-manário verificou que o reces-so de julho, no STF, terminanuma terça-feira. Se obedecera pauta que está sendo acerta-da nas reuniões com a presi-dência do STF e que está sendodivulgada pela assessoria deimprensa, tudo leva a crer que adata prevista para início do jul-gamento deverá ser o dia 6 deagosto, uma segunda-feira.

Pela complexidade do caso,pelas 38 horas destinadas aosargumentos da defesa, cincohoras para que o ProcuradorGeral da República apresenteos argumentos da acusação etambém pela forma como é con-duzido um processo desta natu-reza, estima-se que deverá le-var, no mínimo, um mês e meiopara julgar este caso. E se estecálculo estiver dentro dos prog-nósticos, acredita-se que os bra-sileiros poderão conhecer o re-sultado do julgamento, por voltado dia 20 de setembro. Isto senão houver nenhum incidentede percurso na tramitação pro-cessual.

O ministro Celso de Mello éo único membro do SupremoTribunal Federal que participoudo julgamento do ex-presidenteFernando Collor de Mello. Naépoca, Collor foi julgado por ape-nas 9 ministros do STF. O mi-nistro Marco Aurélio de Mello,ainda atuante no STF, na oca-sião, se julgou impedido departicipar do julgamento por serprimo do ex-presidente e o mi-nistro Francisco Rezek, que nãomais faz parte da Suprema Cor-te, também não participou por-que foi Ministro das RelaçõesExteriores no Governo Collor.

STF - Dia 9 de junho de 2011,o ministro-relator Joaquim Bar-bosa encerrou a chamada faseinstrutória da Ação Penal (AP470) do mensalão e abriu prazopara acusação e defesa apre-sentarem as alegações finaisno processo. A Procuradoria-Geral da República teve 30 dias,contados da quarta-feira (8), paraapresentar suas argumenta-ções. Em seguida, foi a vez de os38 réus no processo apresenta-rem suas alegações finais, tam-bém em 30 dias. “Entendo que aconcessão de 30 dias para queas partes, sucessivamente, apre-sentem suas alegações finaismostra-se razoável e proporcio-nal à complexidade do proces-so, que apresenta elevado nú-mero de réus, inúmeros fatos aeles imputados e grande volu-me de provas”, ponderou o mi-nistro Joaquim Barbosa no des-pacho em que dá por encerradaa fase instrutória do processo.

Depois que a Procuradoria-Geral e os réus apresentaram asalegações finais, o ministro Bar-bosa preparou seu voto, e seráseguido pelo ministro-revisorRicardo Lewandowski. Posterior-mente será solicitada a data parajulgamento da ação em Plenário.

A denúncia do mensalão acu-sa 38 pessoas, entre políticos,lobistas e empresários, deenvolvimento em esquema definanciamento de parlamentaresdo PT e da base aliada em trocade apoio político ao governo.

Dia 9 de junho de 2011, aação penal contava com 44.265folhas (210 volumes e 484apensos). O ministro JoaquimBarbosa observa no despachoem que abre o prazo para asalegações finais, que este pro-cesso se diferencia de outrasações penais em trâmite no Su-premo porque foi totalmentedigitalizado desde o início. “A todoo momento e até mesmo simul-taneamente, os autos estão in-teiramente acessíveis às par-tes”, ressaltou o relator. “Esseganho tecnológico, portanto,minimiza, sem sombra de dúvi-da, as inquietações das partesquanto à exiguidade dos prazosfixados na legislação processu-al”, observou o ministro.

O ministro acrescenta queas partes no processo “tiveramum extenso período para se pre-pararem para a apresentaçãode suas alegações”, uma vezque ele deferiu a realização dasdiligências finais da faseinstrutória em fevereiro de 2011.

O prazo de 30 dias para apre-sentação de alegações finais de-

ENTENDA O CASO “MENSALÃO”terminado pelo ministro Barbo-sa foi solicitado pelo procura-dor-geral da República, RobertoGurgel, diante da “grande com-plexidade do feito” e do “volumede provas amealhadas no cursoda instrução”.

Em agosto de 2007, apóscinco dias que somaram 30 ho-ras de julgamento, o STF rece-beu a denúncia apresentadapelo Ministério Público Federal(MPF) contra 40 acusados. Des-ses, 38 continuam responden-do como réus perante a Corte.

O ex-secretário-geral do Par-tido dos Trabalhadores (PT) Síl-vio José Pereira, que respondiapor formação de quadrilha, con-cordou em cumprir pena alter-nativa e foi excluído da ação. Emsetembro de 2010, o STF julgouextinta a punibilidade do ex-de-putado federal José Janene,também réu no processo, devi-do a seu falecimento.

Princípio daParidade de Armas

No julgamento da Ação Penal470 (mensalão), o procurador-geral da República, RobertoGurgel, disporá de até cinco ho-ras para apresentar os argumen-tos da acusação, enquanto osdefensores de cada um dos 38réus no processo terão uma hora,cada um, para apresentar a res-pectiva defesa. Por seu turno, orelator da ação, ministro JoaquimBarbosa, poderá fazer uma leitu-ra sucinta do seu relatório empoucas páginas, tendo em vistaque o texto do próprio relatório jáfoi disponibilizado digitalmente atodos os ministros da SupremaCorte, ao procurador-geral da Re-pública e aos réus. Esse proces-so foi o primeiro da SupremaCorte a ser inteiramente digita-lizado. Foi sob o fundamento doprincípio constitucional daequidade ou paridade de armasque o relator do mensalão, mi-nistro Joaquim Barbosa, propôsa questão de ordem. “Como to-dos sabemos, essa ação penal,em razão de sua complexidade,constituirá, sem dúvida, um jul-gamento na história do Tribunal”,observou ele. Isso porque, peloscálculos do ministro relator, oSupremo consumirá pelo menostrês semanas para realizar o jul-gamento. Ainda por suas estima-tivas, a primeira semana do jul-gamento deverá ser dedicada in-teiramente às exposições oraisdas defesas. O ministro JoaquimBarbosa ponderou sobre a com-plexidade do processo e cita quea ação, além dos 38 réus, já contacom 234 volumes, 495 apensose 50.199 páginas.

TATUÍ PRETENDE VACINARQUASE OITO MIL CRIANÇAS

CONTRA PARALISIA INFANTILDia 16 de junho, a Secretaria

de Saúde de Tatuí realiza a primei-ra etapa da “Campanha Nacionalde Vacinação Contra a Poliomie-lite”. A expectativa é vacinar cercade 7.785 crianças menores decinco anos de idade com umadose da vacina oral Sabin. O obje-tivo da Vigilância Epidemiológicaé imunizar 95% das crianças dezero a cinco anos de idade. Nototal, a Secretaria da Saúdedisponibilizará dez mil doses.

O Brasil está livre dopoliovírus desde 1989, e paraque a doença não retorne aoterritório nacional, é fundamen-tal a participação da populaçãonesta campanha. A vacina oralcontra a poliomielite é conside-

rada pela Organização Mundialde Saúde (OMS) como a únicacapaz de viabilizar a erradicaçãoglobal da poliomielite.

Nesta fase da campanha,180 pessoas estarão trabalhan-do em 34 postos de vacinação,incluindo os postos de saúde daárea urbana e rural, do Progra-ma Saúde da Família (PSF) e decreches e escolas.

No dia da campanha os paisdeverão levar a carteira de vaci-nação. Em todos os postos desaúde, também serão disponi-bilizadas as vacinas contra He-patite B, Difteria, Tétano, Coque-luche, Sarampo, Rubéola e Ca-xumba (tríplice viral), para as cri-anças em atraso na caderneta.