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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG FACULDADE DE LETRAS - FALE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA - DCP Introdução à análise do discurso: Trabalho apresentado de introdução à análise do discurso no ano de 2013. Álvaro Augusto Moura da Silva

"Quem quiser que conte outra" Agora por nós mesmos!

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Este é um rascunho. Rascunho de um trabalho que se iniciou em 2010 e busca diagnosticar no formato panoramico, um problema da interseção da Educação e Cultura negada a quem a tem por direito, porém, permanece invisibilisada perante a "voz" dos privilegiados...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG FACULDADE DE LETRAS - FALE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA - DCP

Introdução à análise do discurso:

Trabalho apresentado de introdução à análise do discurso no ano de 2013.

Álvaro Augusto Moura da Silva

Belo HorizonteMaio de 2013

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Introdução

O objetivo deste estudo é identificar quais são os principais aspectos do discurso presente no boletim informativo edição especial FUMP do ano de 2011, no mês de outubro, bem como apontar como as contradições na resposta implícita do locutor pode influenciar, responsabilizar e se eximir da responsabilidade através do discurso polifônico, seja ele linguístico, cultural, social, econômico, da vida pública ou privada e seus privilégios. Ainda que de forma preliminar, o que a participação da sociedade organizada ou não, tem a ver com o discurso das instituições gestoras das Politicas Públicas e seus efeitos em nossas vidas.

No direito, sãoE Dentre as atribuições descritas na lei para governo, cabe ao poder Executivo a responsabilidade para a administração diária da burocracia do Estado. Uma estratégia possível no estudo das interações entre o Estado brasileiro, a sociedade e as instituições nacionais e internacionais acerca dos interesses destes grupos e as ações do Estado (gastos de recursos) podem ser traduzidas em Gestão e Politicas Públicas. Para tanto, procedeu-se à observação das premissas principais do desdobramento de tais processos, apresentados por diversos autores, confrontadas com o modelo organizativo dos atores do executivo, legislativo, judiciário e da sociedade, contrapondo-se as paradoxais convenções que influenciam a arena politica e as regras de tomada de decisões que resultam nas Politicas Públicas.

“As instituições representam as regras do jogo numa sociedade; mais formalmente, representam os limites estabelecidos pelo homem para disciplinar as interações humanas”. (Efeitos colaterais da psicanálise nas politicas publicas)

Os impostos pagos pelos cidadãos, advindos do seu trabalho é retido pelo Estado, redistribuídos para os ministérios que por sua vez transferem para planos, programas, e projetos. Estes recursos nem sempre são executados, administrados diretamente pelo Estado, como no corpus em analise critica do discurso (ACD), “Quem quiser que conte outra”, publicado por uma fundação sem fins econômicos e de direito privado. Logo, há relevante interesse em elucidar sobre as vozes contidas e não contidas com um recurso que é financiado por todos nós!

Desenvolvimento

Iniciamos este trabalho, retomando algumas consequências das múltiplas interações entre as instituições e seus reflexos efetivos na sociedade contemporânea. Para melhor compreensão deste tema, faz-se necessária uma breve caracterização da estrutura em que se dá o desenvolvimento da ação dos atores do poder executivo em questão, com destaque para os perigos que surgem do fato de que a delegação implica em transferência de poder. Isto porque as vozes dos burocratas tem direito a mecanismos de difusão do discurso desproporcional, quando comparado ao acesso da sociedade as mesmas ferramentas e infraestruturas, pois as agências consideradas não hegemônicas abrem mão da sua voz em favor da ideologia dos dominantes econômicamente, como cita Umberto Eco, dentro da ciência normal e seus mitos de neutralidade a produção dos abastados é privilegiada em detrimento dos que não tem condições económicas para desenvolver tal pleito.

É deveras importante citar o corpus escolhido novamente: Quem quiser que conte outras, “Jurídico discursivo e discurso organizacional; vertentes inclusivas, vertentes exclusivas.”

“Toda uma sub-raça nasceu, diferente - apesar de alguns laços de parentesco - dos libertinos do passado. Do final do século XVIII até o nosso, eles circularam nos porões da

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sociedade, foram sempre perseguidos, mas nem sempre em prisões; talvez estivessem doentes, mas vitimas escandalosas e perigosas, presas de um mal que também enfastiado pelo nome de vicio e algumas vezes crime. Eram crianças muito mais espertas para sua idade, garotinhas precoces, alunos escolares ambíguos, serventes e educadores dúbios, maridos cruéis ou maníacos; colecionadores solitários, vagabundos com impulsos bizarros; eles assombram as casas de correção, as colônias penais, os tribunais e os asilos; eles levavam sua infâmia ao medico e sua doença ao juiz. Essa era a incontável família dos pervertidos que eram em termos amigáveis com os delinquentes e aparentados com os loucos. (Foucault, 1978, p.40)”

O boletim informativo UFMG/FUMP, apresentado a seguir, será analisado segundo a orientação critica dos segredos de persuasão, tal como é analisada a partir de Aristóteles. É a percepção do momento em que o autor, manipula a estrutura do texto para reconstruir um contexto ou uma época dando a si mesmo uma imagem favorável, imagem que seduzirá o ouvinte e captará sua benevolência. Esta imagem do orador é designada como ethos. É necessário entender, portanto, o caráter que o orador atribui a si mesmo pelo modo como exerce sua atividade oratória.

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Discurso irónico, hipotético, falacioso, duas “verdades para validar uma mentira” ou “varias mentiras contadas insistentemente visando validar um outra mentira” ou histórias mentirosas... “Falar de modo irónico é, para um locutor L, apresentar a enunciação como expressando a posição de um enunciador. Posição de que se sabe por outro lado que o locutor L não assume a responsabilidade, e, mais que isso, que ele a considera absurda. Mesmo sendo dado como responsável pela enunciação, L não é assimilado e E, origem do ponto de vista expresso na enunciação. A distinção do locutor e do enunciador permite assim explicitar o aspecto paradoxal da ironia colocada em evidencia por Berrendoner: de um lado, a posição absurda é diretamente expressa (e não mais relatada) na enunciação irônica, e ao mesmo tempo ela não é atribuída a L, já que este só é responsável pelas palavras, sendo os pontos de vista manifestados nas palavras atribuídos a uma outra personagem, E.” [ Oswald Ducrot, pág.198].

Planos discursivos, ética figuras de retóricas, porém resposta a quem? Quais são as outras vozes?

POLIFONIA, ATOS SÊMICOS E PLANOS DISCURSSIVOS

As outras vozes, que seguem em contraponto às vozes hegemônicas, serão confrontadas nos atos sêmicos, na desconstrução dos planos discursivos insulados na corrupção. Assim, a história será complementada com fatos do período e imagens como o texto semiótico, ou seja, ferramentas do discurso.

Assim, esta escolha é limitada, lamentavelmente, aos fatores econômicos, pois um estudante que precisa trabalhar dispõe de menos tempo, energia e até dinheiro para se dedicar

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a longas pesquisas, que implicam em aquisição de livros raros, caros, viagens para centros ou bibliotecas estrangeiras, dentre outros gastos.(Umberto eco)

O ideal seria uma sociedade mais justa, onde estudar fosse garantido pelo estado ou melhor, que seus integrantes fossem capazes de garantir o acesso ao conhecimento independentemente, e que não fosse necessário ter a todo custo o diploma. Entretanto, as poucas instituições que deveriam contribuir para tal acesso, promovem a alienação como a demonstrada na ACD deste corpus: “Quem quiser que conte outra”, remontando o cenário e deliberadamente completando-o, em contraponto à uma única história contada pela “orientação do caçador” e não “pela versão do Leão caçado”.

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Vozes implícitas;

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Vozes implícitas;

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Outras vozes;Movimento Estudantil, Sociedade Civil Organizada.

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Discurso Juridico;

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Surge a perda da sociedade quando não temos conhecimento sobre as ações de um agente, ou das atividades desenvolvidas pelo mesmo. Pois, o agente pode agir contra os interesses do principal, sem o principal estar ciente da indiscrição. Se, por exemplo, os atores com poder “legal” delegado ordenam à polícia, visando cumprir uma restrição à embriaguez em público, mas há falta de informação do principal sobre as atividades da agência. Em seguida, a polícia não pode temer retaliações se não optar por impor a restrição.

 

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O poder e as regras do jogo, se manifestam nas genoestruturas, em outras palavras nas leis para estabelecer uma ordem para qualquer transformação mais substancial no sistema. Este poder, que ainda é aumentado quando se torna a única voz amplamente difundida, detém uma coerência metafórica durante a história uma narrativa, uma teoria que explica como o presente surgiu a partir do passado e, especialmente, como o futuro será se as regras forem seguidas. Em síntese, uma teleologia (teoria que explica os seres, pelo fim a que aparentemente são destinados). Este conjunto de regras as agendas positivas e negativas que eles geram e a teleologia que lhe é subjacente constitui uma convenção, ou seja, uma “representação coletiva” que estrutura as expectativas e o comportamento individual, tal como definida anteriormente.

Ironia no discurso, como mecanismo de manipulação da opinião pública, atrelado às “regras do jogo” e às relações desiguais de poder, resultam no discurso evasivo, disfarçando a responsabilidade do Locutor, a fim de promover uma imagem lúdica no 1˚ plano. Valida através da precisão estatística, forçando uma verdade pautada no raciocínio dedutivo de que se é matemático, logo é uma certeza.

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Uma convenção de desenvolvimento, seguindo a definição desta supracitada e utilizada durante todo o processo de ACD, salienta as transformações estruturais que devem ser introduzidas na sociedade, estabelecendo o que há de “errado” no presente, resultante do passado; Qual o futuro desejável, quais estruturas devem ser mudadas e as agendas de mudança, se serão positiva e/ou negativa. Conforme já apontado, uma convenção é um dispositivo cognitivo compartilhado por uma população P, que segue um comportamento C, adotado por todos os membros de P, na suposição de que todos os membros de P o compartilharão. Uma convenção surge da interação entre atores sociais, mas esta é externa a esses atores e não pode ser reduzida à cognição individual. Ou seja, é um fenômeno emergente, em que o todo não é redutível as partes, este é o argumento que o autor do texto “quem quiser que conte outra” se apóia, considerando que a força de uma convenção é proporcional ao tamanho de P e ao poder político e econômico dos seus membros. Tal força proporciona benefícios aos que aderem à convenção e sanciona os que dela se afastam. Em consequência, P contem não apenas “crentes”, como também “oportunistas”, movidos apenas por questões utilitaristas. O conteúdo cognitivo de uma convenção de desenvolvimento é composto de conhecimentos codificados e conhecimentos tácitos, estruturados por um “núcleo duro”, de natureza axintomática (Conjunto de noções primárias (Sub. axiomas= 1˚ incontestável, 2˚ admitidas sem demonstração), que organiza o conhecimento, e por um “cinturão protetor”, que operacionaliza este conhecimento e o adapta a condições específicas.

O autor Thomas Kuhn, em seu trabalho “a estrutura das revoluções cientificas” elucida sobre o perigo de se invisibilizar uma corrente relevante do pensamento sobre o conhecimento devido a preponderância de um paradigma antagônico dominante, em que os principais atores com poder executivo para implementação de Politicas Públicas, ou seja, servidores da administração pública direta e indireta na produção social e lócus da análise em voga, ao invés de fomentar a participação da sociedade, fazem o contrário. Diluem-na pelo senso comum, isto quando não a restringem. A Participação, que é fundamental para o sucesso da implementação com efetividade social está atreladas diretamente às instituições e Políticas Públicas. Os principais atores do poder executivo, ao agirem em defesa dos principais interesses dos cidadãos e ampliarem a democracia participativa, tornam-se mais responsivos. Principalmente quando observam a necessidade de inovações institucionais e incrementais para a legitimação da representação, que amplie a participação política dos cidadãos e seja desenhada de modo a garantir:

◦ Condições favoráveis e, ao alcance dos cidadãos, de fiscalização às ações dos governantes;

◦ Condições favoráveis à atuação dos representantes eleitos, no sentido de torná-los mais responsivos.

◦ Inovações cujo desenho institucional seja tal que, reduza a assimetria informacional entre representantes e representados.

“A mentira contada muitas vezes se torna verdade”, Saberes populares, a organização macro, a Educação, e a micro execução expressa pelos movimentos Sociais, Sociedade civil organizada e estudantes independentes; tem manifestado preocupação pelo estado atual do mito da democracia e o mito da neutralidade, que são o pano de fundo do recorte do corpus em análise. A pressão externa é grande, e apesar da corrente que constata que houve um grande desenvolvimento da engenharia institucional no período de “pseudo-democratização”, o que se observa é a permanência dos vícios políticos tradicionais que contribuíram para a ineficiência das instituições governamentais em responder as demandas da população. Gerando predisposições das pessoas em não acreditar, e muito menos confiar, nas regras do contrato social vigente (Umberto Eco). A desconfiança da sociedade só aumenta, proporcionando uma arena de tensão, onde um espectro obscuro pode se revelar em uma resposta de ruptura da sociedade com o sistema.

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Um dos temas preocupantes as pessoas é que, embora a economia apresente uma razoável estabilidade, houve um avanço pouco expressivo na redução da pobreza. Concomitantemente ao crescimento econômico, não se constata a criação de estruturas sociais mais justas. A pobreza e a indigência podem mudar seus números momentaneamente, porém, a tendência da degradação da qualidade de vida continua refém do paternalismo e assistencialismo dos governos. Tal situação, para alguns autores, tem um preço elevado, que continua sendo pago pelos brasileiros em nome da suposta modernização econômica com base no mercado, em favor do projeto de sociedade privatista em detrimento do bem estar, desenvolvimento emancipatório, socioeconômico e cultural da sociedade e da população pobre.

Atores tácitos do período polifônico da UFMG

Uma crise política poderia levar a uma ruptura institucional, com a queda do governo e, eventualmente, a dissolução regular do poder hegemônico em uma visão ideologicamente otimista. Entretanto o cenário que esta Análise Critica do Discurso (ACD) constata, baseando-se na literatura e nos exemplos cotidianos, é de um poder hegemônico controlando os outros através da instituição, ou seja, as regras:

1. Portaria 034;2. Código de convivência DICENTE UFMG;3. Repressão;4. O ano perdido “na onda”;5. Knauer e a moradia;6. Neves e a FaFiloCH “uma carta para o aumento”7. Margareth Thacher um dia vai morrer (portaria 034*);8. Churchill e a greve;9. UNIR, UFRJ, MINISTERIO PUBLICO; 10.Medidas Provisórias situação em que o executivo delibera “faz leis” que em tese não

são de sua responsabilidade violando as regras do Legislativo, Lei da Administração Publica N˚8 MIL.....DE 1990 valida para todos os servidores públicos.

A importância das arenas participativas, como fóruns de deliberação e compromisso realizado por forças políticas diversas é amplamente reconhecida na teoria, entretanto, a prática é outra, bem como visamos exemplificar no discurso no texto “quem quiser que conte outra” UFMG/FUMP, assinado por Seme Guebara Neto. A autoridade no interior dos executivos é normalmente mais centralizada. Nos sistemas presidencialistas, as presidências tendem a ser controladas por apenas um partido em detrimento das outras vozes, e às vezes, até por indivíduos com fraca ou mesmo nenhuma ligação com os partidos políticos. Desta forma, tornou-se “lugar comum”, afirmar que os decretos do executivo são evidências de que as assembléias estão sendo marginalizadas e de que as instituições democráticas são ineficazes.

A democracia é, portanto, enfraquecida. O processo político é reduzido às eleições (análise da reportagem do jornalista apresentada em atividade do curso de introdução a análise do discurso 2013), decretos do executivo da UFMG como a sentença tal; “portaria 034”, restringindo o acesso aos espaços públicos na universidade (vide vários abaixo assinados em favor ao acesso aos espaços públicos que variaram entre 100 pessoas a 30 mil pessoas contra politicas publicas as assistencialistas, paternalistas, fundamentalistas resultando em inversão de prioridades;

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Aumento dos Restaurantes Universitários RU’S, Alojamentos e Moradias estudantis MU’S entre outras politicas e projetos de privatização da universidade..

Erupções esporádicas de protesto (vide fotos Voz Ativa(**) mesmo ano entre outras manifestações 2011). Em contraponto, a retaliação do governo que comanda por decreto de uma forma autoritária, mas frequentemente sem muita contraposição. Todo o poder do Estado é concentrado no executivo, que é, no entanto ineficiente em gerenciar e a população tem uma remota oportunidade protestar, mas não para escolher. “Mundo que queremos e o mundo em que vivemos”.

Vozes invisibilizadas;

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Considerações finais

Esta ACD não consegue explicar a ambiguidade entre um surgimento de uma economia de mercado e uma sociedade passiva e desconfiada dos representantes eleitos e das instituições politicas (Abramo, silêncio e misticismo). Analisar as distorções emergidas da distribuição desigual de autoridade entre Estado, Mercado e a Sociedade, bem como seu (des)equilíbrio advindo dessa correlação de forças.

O poder é alcançado por diferentes instituições políticas, mas as regras de representação da parcela mais pobre da sociedade nas arenas decisórias são controladas por discursos (como este recorte de análise) que regem nossa pseudo-autonomia política, influenciando a distribuição de e canais de participação (Foucault). Tais distribuições de competências estão sob o controle das elites desde o início do processo, como mostra a identificações das vozes protagonistas e as vozes coadjuvantes. Criam um abismo assimétrico entre a elite e os pobres (maior parcela da sociedade) que, por sua vez, são silenciados ou colaboram na manutenção e perpetuação do status quo.

Finalmente, de fundamental importância são as instituições políticas que garantem a estabilidade da fórmula adotada. Impossibilita que a sociedade participe da autoridade das jurisdições transformando-a em meras unidades de retórica ou, por outro lado, as organiza. As conversões enfraquecem-na a ponto de ameaçar a unidade e estabilidade da comunidade.

A variedade de arranjos adotados pelo “núcleo duro”, de natureza axintomática (Conjunto de noções primárias (axiomas=incontestável) admitidas sem demonstração), organiza o conhecimento em um “cinturão protetor”, que operacionaliza este conhecimento e o adapta a condições especificas, tornando-se resistente a fatores externos. Por consequência, as diferentes teorias tendem a privilegiar este ou aquele tipo de instituição política como essencial. Igualmente, não há consenso nos julgamentos acerca das relações entre esta forma de Estado, a distribuição de direitos e de representação política, bem como para a garantia dos atributos de estabilidade e accountability da ordem democrática nesta Analise Critica do Discurso (ACD).

Se considerarmos válida a hipótese de que as regras institucionais "moldam" as estratégias dos atores, é igualmente válido pensar que tais regras não são estáticas, e sim resultado de

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preferências adotadas a partir de fluxos de renda esperados. Ocorre, todavia, que, numa ótica baseada no paradigma da racionalidade, os atores ao buscarem otimizar seus lucros mesmo condicionados por uma estrutura institucional obtém incentivos para tentativas de alterar ou manter as regras existentes. Assim sendo, tanto a estabilidade de políticas como a estabilidade das instituições em um sentido mais amplo podem ser vistas como resultado de determinadas preferências de atores que possuem a prerrogativa de vetar as preferências dos demais atores, ou ao menos influir nelas, mantendo ou alterando o status quo de uma execução de Politicas públicas.

Os atores do executivo estão insulados, em sua maioria, nas classes mais elitizadas e a participação da sociedade em grande maioria é manipulada e utilizada como argumento de retórica. Mesmo considerando que, a maioria das mudanças estruturais veio de um fomento dessas elites, saliento que tais alterações sempre foram incrementais e nunca romperam com o sistema vigente. Faz-se necessária a participação da sociedade como ator principal, fator para construção de uma democracia ampla e participativa, destacando os resultados advindos deste desdobramento, como: aumento da cultura política, “cultura cívica” e “controle social”.

Referencias Bibliográficas:

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Interdisciplinaridades, cultura e educação; Morrin, E. Os sete saberes necessários.