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Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro · 2016-08-17 · Demes Britto coordenador Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro Prefácio Professor Ives Gandra da Silva Martins

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Questões Controvertidas

do Direito Aduaneiro

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Demes Britto

coordenador

Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

PrefácioProfessor Ives Gandra da Silva Martins

Autoresangela Sartori

alexandre Pinto calaesBruno Tussi

Bruno Queiroz Mathiascorintho oliveira Machado

demes Brittoeduardo navarro Bezerra

Fábio Soares WuoFlávia Holanda

Felippe alexandre ramos BredaFernando Bonfá de Jesus

Fernanda drummond ParisiGerson Macedo Guerra

Gilberto de castro Moreira JuniorHélcio Lafetá reis

Ives Gandra da Silva MartinsIngrid Zanella andrade campos

Isabel Marinangelo

José Fernandes do nascimentoKaroline Lins câmara Marinho de Souza

Laércio cruz Uliana Jr.Luciano Bushatsky andrade de alencar

Luís eduardo Garrossino BarbieriLuiz roberto domingo

Luiz rogério Sawaya BatistaMarco antonio Galego

Marcos caseiroMaristela Ferreira Miglioli

Mariana de SiqueiraMilene corrêa Zerek caprano

osvaldo agripino de castro Junioroscar Benito cortessi

Paulo Henrique cremonezericardo Moisés de almeida Platchek

raphael Ulian avelarSamyr naspolini

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Sumário

apresentação ................................................................................................. 31

Prefácio .......................................................................................................... 33

importância Do Direito comparaDo para o Direito aDuaneiro ........ 35

Osvaldo Agripino de Castro Jr.

Introdução ..................................................................................................... 36

1. direito comparado: conceito ................................................................ 37

2. Microcomparação ................................................................................... 48

3. Macrocomparação .................................................................................. 49

4. elementos determinantes ...................................................................... 49

5. Método comparativo diacrônico .......................................................... 55

6. Método comparativo Sincrônico ........................................................... 57

considerações fi nais ...................................................................................... 58

referências Bibliográfi cas .............................................................................. 59

confusão entre revisão De Declaração e revisão De lançamento no DespacHo aDuaneiro ........................................................................... 61

Corintho Oliveira Machado

Introdução ..................................................................................................... 63

1. Impostos e contribuições aduaneiros ................................................... 641.1. Impostos e contribuições aduaneiros na Importação ................. 66

1.2. Impostos e contribuições aduaneiros na exportação.................. 67

2. Procedimento Fiscal aduaneiro ............................................................. 682.1. despacho aduaneiro ..................................................................... 69

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16 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

2.2. Tipos de despacho aduaneiro ...................................................... 72

2.3. etapas do despacho aduaneiro .................................................... 73

2.3.1. Processamento da declaração ............................................ 74

2.3.2. conferência aduaneira ...................................................... 75

2.3.3. desembaraço aduaneiro .................................................... 76

2.3.4. revisão aduaneira ............................................................. 77

3. Lançamento dos Tributos aduaneiros ................................................... 783.1. espécies de Lançamento ............................................................... 79

3.2. conferência aduaneira e Lançamento.......................................... 81

3.2.1. conferência aduaneira e lançamento por declaração ........ 82

3.2.2. conferência aduaneira e lançamento de ofício ................. 83

3.2.3. conferência aduaneira e lançamento por homologação ... 83

3.3. revisão aduaneira e Lançamento ................................................. 84

3.3.1. revisão aduaneira como revisão de declaração ................. 85

3.3.2. revisão aduaneira como revisão de lançamento ............... 86

3.3.3. erro de fato, erro de direito e mudança de critério jurí-dico ................................................................................. 87

conclusão ...................................................................................................... 92

referências Bibliográficas .............................................................................. 96

Definição Do estabelecimento importaDor para fins De inciDência Do icms ..................................................................................................... 99

Gerson Macedo Guerra

Bruno Queiroz Mathias

1. Introdução .............................................................................................. 100

2. o IcMS-Importação na constituição Federal e na Lei complementar nº 87/1996 .............................................................................................. 103

3. definição de destinatário para Fins de Incidência do IcMS-Impor-tação ............................................................................................... 108

4. contribuinte do IcMS nas Importações por encomenda e por conta e ordem de Terceiro .................................................................................. 112

5. destinatário Físico de Bens e MercadoriaS Importadas do exterior como Sujeito Passivo do IcMS-Importação ........................................... 116

conclusão ...................................................................................................... 120

referências Bibliográficas .............................................................................. 122

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Sumário 17

importação por conta e orDem De terceiros: teoria e prática ....... 123

Eduardo Navarro Bezerra

Laércio Cruz Uliana Junior

1. contextualização do Tema ..................................................................... 124

2. Breve Histório ........................................................................................ 125

3. Importação por conta e ordem de Terceiros: construindo um conceito 127

4. a norma que estipula a Presunção em Favor do Fisco ......................... 129

5. a conclusão crítica ............................................................................... 132

importação para inDustrialização por encomenDa ............................. 135

Fernando Bonfá de Jesus

referências Bibliográficas .............................................................................. 142

competitiviDaDe Do icms entre estaDos e o convênio nº 70/2014 - será mesmo o fim Da Guerra fiscal? .................................................. 145

Demes Britto

Fernanda Drummond Parisi ............................................................................ 145

Introdução ..................................................................................................... 145

1. competência Legislativa dos estados e o confaz .................................. 148

2. como Funciona o confaz? como são celebrados os convênios? ........ 151

3. o Que ocorre na Prática? ...................................................................... 152

4. convênio nº 70/2014 ............................................................................. 157

conclusões .................................................................................................... 161

referências Bibliográficas .............................................................................. 162

Transfer Pricing nas operações Back To Back ..................................... 163

Marcos Paulo Caseiro

Marco Antonio Galego

1. Introdução ao Tema: Transfer Pricing como derivação do Princípio “Arm’s Length” ........................................................................................ 163

2. as regras de Preço de Transferência no Brasil - a nacionalização dos Métodos para apuração do Preço arm’s Length ..................................... 168

3. as Hipóteses de aplicação das regras de Preço de Transferência - o conceito de “Partes relacionadas” adotado pela Legislação Pátria e as denominadas “operações alvo” ............................................................ 171

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18 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

4. as operações denominadas Back to Back e sua (não) regulamentação no Brasil ................................................................................................. 174

5. a aplicação das regras de Preço de Transferência às operações Back to Back - a In rfb nº 1.312/2012 ................................................................ 176

considerações Finais ..................................................................................... 181

armaDores estranGeiros que se reembolsam Das Despesas com operaDores portuários De embarcaDores e consiGnatários (tHc e outras) - iss é paGo pelos operaDores - ileGaliDaDe Da leGislação Do município De manaus que pretenDe cobrar iss no reembolso De tais Despesas com as operações Já inciDiDas pelo referiDo tributo - parecer ...................................................................................................... 183

Ives Gandra da Silva Martins

consulta ........................................................................................................ 183

resposta ........................................................................................................ 188

processo aDministrativo fiscal - uma aplicação constitucional ... 213

Laércio Cruz Uliana Jr.

1. Introdução .............................................................................................. 214

2. Processo administrativo ........................................................................ 214

3. da constitucionalidade pela administração Pública ............................. 215

4. do Princípio ImplÍcito do Processo Legal em razão do duplo Grau de Jurisdição ............................................................................................... 219

conclusão ...................................................................................................... 221

referências Bibliográficas .............................................................................. 222

reGime aDuaneiro especial para o setor De Óleo e Gás: a operação Do entreposto aDuaneiro DisciplinaDo pela instrução normativa srf nº 513/2005, por consÓrcio De socieDaDes, e a possibiliDaDe De substituição De beneficiário Do reGime ............................................ 223

Flávia Holanda

1. consórcio de Sociedades: Lei nº 6.404/1979 e Instrução normativa da receita Federal do Brasil (rFB) nº 1.199/2011 ..................................... 224

2. entreposto aduaneiro: normas Jurídicas que disciplinam a Substitui-ção do Beneficiário do regime - regulamento aduaneiro e Instrução normativa nº 513/2005 .......................................................................... 231

referências Bibliográficas .............................................................................. 240

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Sumário 19

panorama atual Do reGime aDuaneiro De DrawBack .......................... 241

Fernanda Drummond Parisi

1. o Que é o Drawback? ............................................................................ 242

2. Quem Tem direito ao Drawback? como obtê-lo? ................................. 247

3. Modalidades do Drawback ..................................................................... 2493.1. Drawback restituição ................................................................... 249

3.2. Drawback Isenção ......................................................................... 250

3.3. Drawback Suspensão .................................................................... 251

3.3.1. Drawback verde-amarelo e drawback integrado ................ 254

3.3.2. Drawback - fornecimento no mercado interno ................. 257

conclusão ...................................................................................................... 258

referências Bibliográficas .............................................................................. 259

o DrawBack suspensão e a vinculação física ...................................... 261

Luiz Rogério Sawaya

1. o regime de Drawback na modalidade suspensão ................................ 262

conclusão ...................................................................................................... 279

DrawBack e seus aspectos polêmicos no processo aDministrativo fiscal ............................................................................................................ 281

Angela Sartori

1. regimes aduaneiros especiais e sua natureza Jurídica ......................... 281

2. os regimes aduaneiros especiais existentes no direito Brasileiro ....... 284

3. definição legal - Drawback .................................................................... 288

4. Benefícios do regime especial de Drawback ......................................... 2904.1. Tributos alcançados ..................................................................... 290

4.2. dispensa de exame de Similaridade ............................................. 294

4.3. dispensa de Transporte em navio de Bandeira Brasileira ............ 295

4.4. Beneficiários do regime ................................................................ 296

4.5. Produtos aos Quais se aplica........................................................ 297

4.6. Produtos ou Situações de aplicação Vedada ................................ 298

4.7. Modalidades e Submodalidades de Drawback .............................. 298

4.8. requisitos para concessão e Processamento do regime .............. 300

4.9. operações de Industrialização Permitidas .................................... 301

4.10. Saldo comercial Positivo .............................................................. 301

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20 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

4.11. Licenciamento .............................................................................. 302

4.12. Laudo Técnico .............................................................................. 303

4.13. Termo de responsabilidade e Processo administrativo Fiscal ..... 303

5. aspectos Polêmicos no Drawback .......................................................... 3055.1. Vinculação Física - Princípio da Fungibilidade ............................ 305

5.2. obrigações acessórias e seu cumprimento.................................. 308

5.3. decadência .................................................................................... 310

5.4. conclusão ..................................................................................... 313

o planeJamento tributário, as reGras De oriGem Do mercosul e a interverência estatal na economia .......................................................... 315

Raphael Ulian Avelar

1. Introdução .............................................................................................. 316

2. normas Tributárias Indutoras e direito o Tributário ............................. 318

3. aspectos Gerais da extrafiscalidade Tributária no comércio exterior .. 321

4. a criação do Mercosul ........................................................................... 322

5. Soberania do estado x Soberania do Mercosul ...................................... 323

6. as regras de origem do Mercosul e sua Interpretação .......................... 326

7. as operações de Triangulação diante das regras de origem do Mercosul......................................................................................... 331

8. análise do Impacto Tributário nas operações Triangulares envolven-do o Mercosul ........................................................................................ 3348.1. norma Protecionista ao comércio Internacional do Mercosul .... 334

8.2. o Planejamento Tributário Internacional ..................................... 338

8.3. dos Princípios da Legalidade, Segurança Jurídica e Isonomia ..... 342

9. o conflito aparente de normas entre o Tratado de assunção e a Legis-lação Interna. Solução antinômica ........................................................ 347

10. a Isenção Tributária aplicável ao Mercosul ........................................... 354

a infração aDuaneira conHeciDa como interposição frauDulenta De terceiros ................................................................................................. 357

Felippe Alexandre Ramos Breda

1. origem Legislativa da Interposição de Pessoas ...................................... 357

2. a Interposição Fraudulenta Incorporada ao direito aduaneiro e o seu conteúdo Material ................................................................................. 359

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Sumário 21

3. Procedimento de apuração da Interposição Fraudulenta de Ter-ceiros ........................................................................................... 362

4. as Infrações Perseguidas e as consequências da Interposição Fraudu-lenta de Terceiros ................................................................................... 365

5. confronto entre o artigo 24, V, e Parágrafos, do dL nº 37/1966 e o artigo 33 da Lei nº 11.488/2007 ............................................................ 368

6. Questões Polêmicas ............................................................................... 3726.1. Prazo de apuração da Interposição de Pessoas ............................ 372

6.2. o Sigilo Bancário na apuração da Interposição de Pessoas ......... 375

6.3. a retenção de Mercadorias durante a apuração da Interposição Fraudulenta .................................................................................. 377

interposição frauDulenta De terceiros nas operações De comércio exterior ........................................................................................................ 381

Gilberto de Castro Moreira Junior

Maristela Ferreira Miglioli

1. Importação Própria ................................................................................ 383

2. Importação por conta e ordem ............................................................. 383

3. Importação por encomenda................................................................... 385

4. a Interposição Fraudulenta de Terceiros ............................................... 3884.1. Simulação ..................................................................................... 392

4.2. Fraude ........................................................................................... 393

5. Presunção ............................................................................................... 393

6. dano ao erário ....................................................................................... 397

7. decadência ............................................................................................. 406

8. Multa do artigo 33 da Lei nº 11.488/2007 ............................................ 409

interposição frauDulenta De pessoas: tipiciDaDe Da infração e a necessiDaDe Da comprovação Do Dolo ................................................ 413

Luís Eduardo Garrossino Barbieri

Introdução ..................................................................................................... 413

1. controle aduaneiro ............................................................................... 414

2. evolução Histórica da Legislação ........................................................... 415

3. Modalidades de Importação e suas características ................................ 418

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22 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

4. normas Jurídicas: Tipicidade das Infrações e Sanções aplicáveis ......... 421

5. da necessidade da comprovação do dolo ............................................ 426

conclusão ...................................................................................................... 430

contrabanDo e DescaminHo .................................................................... 433

Isabel Marinangelo

1. Breve Histórico ....................................................................................... 434

2. contrabando .......................................................................................... 436

3. descaminho ........................................................................................... 4393.1. o descaminho como Modalidade de crime Fiscal ...................... 442

3.1.1. Princípio da Insignificância ............................................... 443

3.1.2. necessária constituição definitiva do crédito tributário para a persecução penal nos crimes de descaminho ......... 446

4. contrabando e descaminho por assimilação ........................................ 4484.1. navegação de cabotagem ............................................................. 449

4.2. Fato assimilado ............................................................................ 449

4.3. Utilizar em Proveito Próprio a Mercadoria objeto da Própria re-alização do crime e receptação ................................................... 450

4.4. adquirir, receber ou ocultar Mercadoria sem a devida docu-mentação ou com documentos Falsos ......................................... 451

4.5. duplicação da Pena ...................................................................... 452

conclusão ...................................................................................................... 452

referências Bibliográficas .............................................................................. 453

Declaração De inaptiDão Da pessoa JuríDica ........................................ 455

Raphael Ulian Avelar

1. Introdução .............................................................................................. 456

2. o Princípio da Veracidade dos atos Praticados por agentes Públicos .. 458

3. Ilegalidade do ato por Sucessão por Vício no Processo administra-tivo ................................................................................................. 461

4. do excesso de Punição à Pessoa Jurídica .............................................. 469

5. do Impacto negativo em outras atividades do Interveniente .............. 473

conclusão ...................................................................................................... 475

referências Bibliográficas .............................................................................. 477

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Sumário 23

breves DiGressões acerca Da Declaração De importação, o seu cancelamento e a JurispruDência sobre o tema .................................... 479

Luciano Bushatsky Andrade de Alencar

1. Introdução .............................................................................................. 480

2. da declaração de Importação ................................................................ 480

3. da declaração de Importação como Lançamento Tributário ................. 483

4. da Possibilidade de cancelamento da declaração de Importação e os

seus efeitos ............................................................................................ 485

5. cancelamento da declaração x Parametrização aduaneira ................... 489

6. o cancelamento da declaração de Importação na Jurisprudência Bra-

sileira ...................................................................................................... 491

conclusão ...................................................................................................... 494

referências Bibliográficas .............................................................................. 495

infração aDuaneira sem prática De ilícito ............................................ 497

Luiz Roberto Domingo

1. Introdução .............................................................................................. 497

2. das Infrações de ocultação Mediante Fraude ou Simulação ................. 501

3. da Sanção sem Ilícito ............................................................................. 504

sanções aDministrativas no alfanDeGamento ....................................... 511

Fábio Soares Wuo

1. Introdução - o Terceiro Mundo do comércio Internacional - Uma opi-

nião sobre a Formação do comércio exterior no Brasil - necessidade

de aperfeiçoamento normativo ............................................................. 512

2. recintos alfandegados - alfandegamento .............................................. 518

2.1. controle aduaneiro - Sistemas Informatizados de controle - Bu-

rocracia Tecnológica ..................................................................... 524

2.2. aspectos Práticos - Breve relato ................................................... 527

2.3. conflitos com a administração aduaneira - Sanções, Processo

administrativo no Âmbito aduaneiro e Judicial .......................... 528

2.3.1. Trâmites e jurisprudência .................................................. 531

conclusão ...................................................................................................... 532

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24 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

o tratamento DaDo pela leGislação aDuaneira ao instituto De Denúncia espontânea relativamente às penaliDaDes Decorrentes Do Descumprimento De obriGações tributárias acessÓrias ..................... 533

Hélcio Lafetá Reis

Introdução ..................................................................................................... 533

1. obrigações acessórias aduaneiras e as Penalidades por seu descum-primento ................................................................................................ 536

2. a aplicação da denúncia espontânea relativamente ao descumpri-mento de obrigações acessórias aduaneiras ......................................... 541

a Denúncia espontânea Da infração aDuaneira De natureza aDministrativa à luz Da JurispruDência Do carf .................................. 547

José Fernandes do Nascimento

Introdução ..................................................................................................... 548

1. a denúncia espontânea da Infração Tributária ..................................... 549

2. a denúncia espontânea da Infração aduaneira .................................... 556

3. a Jurisprudência do carf sobre a denúncia espontânea da Infração aduaneira de natureza administrativa .................................................. 560

considerações Finais ..................................................................................... 565

referências Bibliográficas .............................................................................. 566

relevação e reDução De multas .............................................................. 569

Samyr Naspolini

Introdução ..................................................................................................... 570

1. relevação de Penalidades e redução de Multas Previstas no regula-mento aduaneiro ................................................................................... 571

2. natureza Jurídica das Multas ................................................................. 573

3. Interpretação da Lei Tributária que define Infrações e conflito apa-rente de normas ..................................................................................... 574

4. Superveniência de Penalidade menos Severa ......................................... 577

5. Legitimidade do Sujeito Passivo da obrigação Tributária ..................... 579

6. Multas aduaneiras e o elemento Subjetivo para Imputação de Penalidades . 580

conclusão ...................................................................................................... 584

referências Bibliográficas .............................................................................. 585

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Sumário 25

siscoserv no serviço De transporte: atuação Do aGente De carGa ... 587

Bruno Tussi

Ricardo Moisés de Almeida Platchek

Introdução ..................................................................................................... 588

1. Breve resumo sobre a criação, desenvolvimento e conceitos do Sis-coserv ..................................................................................................... 5881.1. conceito de Prestação e Tomação de Serviço ............................... 589

2. Serviços Prestados e contratados pelas empresas denominadas agen-tes de carga ............................................................................................ 5932.1. Serviços contratados pelos agentes de carga .............................. 596

2.1.1. agente de carga como agenciador do transportador con-tratual ................................................................................ 596

2.1.2. agente de carga como representante do remetente ou destinatário da mercadoria ................................................ 600

2.1.3. agente de carga como transportador contratual ............... 603

2.1.4. agente de carga na função de prestador de serviços cone-xos ao transporte ou à representação ................................ 608

2.2. Serviços contratados pelos agentes de carga .............................. 609

2.2.1. agente de carga como transportador contratual ............... 609

2.2.2. agente de carga como representante do remetente ou destinatário........................................................................ 611

2.2.3. agente de carga como agenciador do transportador con-tratual ................................................................................ 611

3. documentos de análise necessária ....................................................... 6123.1. Fatura comercial (Commercial Invoice) ou Fatura Pro-forma ...... 613

3.2. conhecimento de embarque (Bill of Lading) ............................... 614

3.2.1. conhecimento de embarque eletrônico ............................ 616

3.3. contrato de agenciamento entre Transportador contratual e seu representante em outro País ....................................................... 617

4. relações Jurídicas para o Siscoserv ........................................................ 6194.1. relações evidenciadas pelos conhecimentos de embarque ........ 620

4.1.1. relação evidenciada pelo conhecimento de embarque ge-nérico (master bill of lading), quando na existência de um filhote (house bill of lading) ............................................... 620

4.1.2. relação evidenciada pelo conhecimento de embarque fi-lhote (house bill of lading) ................................................. 621

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26 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

4.2. relação de agenciamento entre emissor do conhecimento de

embarque Filhote (House Bill of Lading) e seu representante ..... 621

5. agente de carga e sua relação com o Siscoserv .................................... 622

5.1. agente de carga como agenciador do Transportador contra-

tual ........................................................................................ 622

5.1.1. reflexos ao remetente ou destinatário .............................. 623

5.2.1. agente de carga como representante do remetente ou

destinatário........................................................................ 624

5.2.1. reflexos ao remetente ou destinatário .............................. 624

5.3. agente de carga como Transportador contratual ........................ 624

6. críticas à Solução de consulta nº 106 SrrF09/disit, de 10 de junho de

2013 ....................................................................................................... 626

conclusão ...................................................................................................... 631

referências Bibliográficas .............................................................................. 632

responsabiliDaDe civil Dos DespacHantes aDuaneiros nos contratos De seGuro profissional - parecer ........................................................... 633

Demes Britto

1. consulta ................................................................................................. 633

2. resposta ................................................................................................. 638

3. documentos analisados ......................................................................... 639

3.1. do contrato de Seguro de responsabilidade Geral - e & o des-

pachantes aduaneiros ................................................................... 639

3.1.1. da relação profissional entre o despachante aduaneiro e o

terceiro (empresa X) - da inexistência de responsabilida-

de profissional do segurado .............................................. 640

3.2. do contrato de Seguro e suas disposições Legais no código ci-

vil Brasileiro de 2002 .................................................................... 641

3.3. da responsabilidade civil do Segurador - Seguradora ................ 645

3.4. responsabilidade civil do Segurado - comissária de despachos

aduaneiros XXX ........................................................................... 649

3.5. responsabilidade do despachante aduaneiro .............................. 650

conclusão ...................................................................................................... 657

considerações Finais ..................................................................................... 662

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Sumário 27

responsabiliDaDe aDuaneira no contrato DelivereD ex shiPs ........... 665

Ingrid Zanella Andrade Campos

Karoline Lins Câmara Marinho de Souza

Mariana de Siqueira

1. Introdução .............................................................................................. 666

2. natureza do contrato Delivered Ex Ships ............................................... 668

3. a responsabilidade civil do Transportador .......................................... 670

4. responsabilidade do exportador pelo Pagamento do Imposto de exportação no contrato “Delivered Ex Ships” ................................. 676

conclusão ...................................................................................................... 680

referências Bibliográficas .............................................................................. 681

meDiDas De Defesa comercial: possibiliDaDes e limites Dos princípios Da razoabiliDaDe e Da proporcionaliDaDe ............................................. 683

Osvaldo Agripino de Castro Junior

Alexandre Pinto Calaes

Introdução ..................................................................................................... 684

Parte 1 - Sistema aduaneiro Brasileiro: conceito, característica, estrutura e controle .............................................................................................. 6851.1. conceito ....................................................................................... 685

1.2. característica ................................................................................ 686

1.3. estrutura organizacional do comércio exterior no Brasil ........... 688

1.4. efeitos econômicos das Barreiras comerciais e natureza Jurídica do Antidumping ............................................................................. 689

1.5. controle aduaneiro ...................................................................... 691

Parte 2 - Princípios da razoabilidade e da Proporcionalidade ...................... 6932.1. conceitos de razoabilidade e da Proporcionalidade .................... 694

2.2. análise doutrinária do Princípio da razoabilidade ...................... 695

2.3. análise doutrinária do Princípio da Proporcionalidade ............... 698

Parte 3 - Possibilidades e Limites da aplicação dos Princípios da razoabili-dade e da Proporcionalidade nas Medidas de defesa comercial ........... 7023.1. Supremo Tribunal Federal (STF) .................................................. 704

3.1.1. recurso extraordinário de repercussão geral .................... 704

3.1.2. Fundamentos jurídicos ..................................................... 705

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28 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

3.2. Superior Tribunal de Justiça (STJ) ................................................ 707

3.3. Tribunal regional Federal (TrF) ................................................. 709

conclusão ...................................................................................................... 710

referências Bibliográficas .............................................................................. 712

o proJeto De lei Do novo cÓDiGo comercial e o Direito marítimo: análise crítica à emenDa nº 56 ............................................................... 715

Paulo Henrique Cremoneze

conclusão ...................................................................................................... 771

proteção marítima .................................................................................... 775

Oscar Benito Cortessi

1. Introdução .............................................................................................. 775

2. Visão Geral das Medidas de Proteção Marítimas ................................... 778

3. o convênio Solas ................................................................................... 779

4. Qual é o objetivo do código ISPS? ....................................................... 780

5. organizações dentro do Governo .......................................................... 781

6. consciência de Proteção ........................................................................ 782

7. Plano de Proteção das Instalações Portuárias ........................................ 784

8. critérios de Planejamento para Proteção ............................................... 785

9. Plano de Proteção do navio ................................................................... 785

10. níveis de Proteção.................................................................................. 789

11. declaração de Proteção Marítima .......................................................... 789

12. Verificação e certificação ....................................................................... 791

13. declaração de cumprimento das Instalações Portuárias (dcIP) .......... 791

14. Verificação e certificação dos navios .................................................... 791

15. Informações IMo ................................................................................... 792

16. Gestão de risco ...................................................................................... 792

17. Benefícios e desafios que Implicam a Implantação das Medidas de Pro-

teção Marítima ....................................................................................... 793

18. Benefícios do código ISPS ..................................................................... 796

referências Bibliográficas .............................................................................. 796

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Sumário 29

seGurança marítima e banDeiras De (in)conveniência: possibiliDaDes De reGulação .............................................................................................. 797

Osvaldo Agripino de Castro Junior

Introdução ..................................................................................................... 797

Parte 1 - Bandeira de (In)conveniência: uma realidade Inconveniente....... 7981.1. Segurança Marítima e Bandeira de (In)conveniência .................. 803

1.2. nacionalidade da Propriedade dos navios ................................... 813

2. Possibilidade de regulação das Bandeiras de conveniência .................. 8152.1. no Âmbito Internacional .............................................................. 815

2.1.1. Gats e oMc ....................................................................... 816

2.1.2. o combate aos cartéis de transporte marítimo internacio-nal nos estados Unidos ..................................................... 817

2.2. no Âmbito doméstico .................................................................. 819

2.2.1. Possibilidade de atuação do cade e da antaq ................... 819

2.2.2. a relação do cade com as agências setoriais ..................... 821

2.2.3. o cade e a regulação da concorrência das empresas regu-ladas pela antaq ................................................................ 823

2.2.3.1. o caso envolvendo o mercado de serviços de transporte e armazenagem .................................. 825

conclusão ...................................................................................................... 828

referências Bibliográficas .............................................................................. 829

a reGularização De espaços náuticos no brasil ................................ 833

Milene Corrêa Zerek Capraro

Introdução ..................................................................................................... 834

1. Histórico ................................................................................................ 8341.1. conceitos operacionais ................................................................ 836

1.1.1. conceito de embarcação ................................................... 836

1.1.2. regulamentação ................................................................ 838

1.1.3. conceito de ação civil pública .......................................... 839

1.1.4. conceito de segurança jurídica ......................................... 839

1.2. conceitos conforme a norma de regularização dos espaços náuticos ........................................................................................ 839

2. Legislação: Portaria nº 404/2012 - SPU ................................................. 844

3. Órgãos Públicos relacionados ............................................................... 846

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30 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

4. Profissionais necessários para a regularização ..................................... 847

5. Procedimentos de regularização ........................................................... 848

6. Metodologia de cálculo ......................................................................... 849

conclusão ...................................................................................................... 852

referências Bibliográficas .............................................................................. 854

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Importância do Direito Comparado para o Direito Aduaneiro

Osvaldo Agripino de Castro Jr.

Quebrar as barreiras do seu próprio sistema jurídico (assim definido), significa aumentar o seu próprio horizonte e sua própria experiência e, sobretudo, enriquecer-se espiritualmente e descobrir os próprios limites com um espírito de modéstia que, por sua vez, comporta tolerância e liberdade.1

A Ciência do Direito tem se tornado subserviente às leis dos Estados, as fronteiras científicas estão limitadas pelas fronteiras políticas. Uma humilhante e indigna situação para uma disciplina científica.2

1. ASCARELLI, Tulio. Studi di Diritto Comparato e in tema di interpretazione. Milano: Giuffrè, 1952. p. 43.

2. VON JHERING, Rudolf. Geist des Römischen Rechts auf den Verschiednen Stufen Sei-ner Entwicklung. Erster Teil. 10th ed. 1968. p. 15 apud SCHADBACH, Kai. The Benefi ts of Comparative Law: A Continental European View. In: Boston University International Law Journal. v. 16, nº 2, Fall 1998. p. 332.

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36 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

Introdução

a advocacia internacional, aqui conceituada como a atuação de assessoria ou consultoria jurídica que envolve relações econômicas, políticas e sociais entre pessoas físicas ou jurídicas de nacionalidades diferentes, em face da evolução tecnológica, especialmente internet e da redução dos custos de transportes, tem aumentado sobremaneira. observa-se, ainda, uma insegurança jurídica decorrente de uma inter-pretação, muitas vezes, equivocada do direito doméstico, em detrimento das melhores práticas de outros sistemas jurídicos.

deve-se mencionar, ainda, que a atividade aduaneira sofre grande influência de convenções internacionais da organização Mundial do comércio e da organização Mundial das aduanas, com interpretações diferenciadas de tais normas pelos estados que as implementam, o que provoca insegurança jurídica em decorrência da falta de uniformidade.

no Brasil, o quadro é agravado, em parte, pela política de arreca-dação fiscal no controle aduaneiro, já que esse é exercido pela receita Federal, enquanto que, em países mais desenvolvidos, a aduana é exer-cida por órgão diverso daquele que arrecada tributos.

nesse cenário, para fins de aperfeiçoamento do modelo de con-trole aduaneiro, assim como combate aos abusos da receita Federal e desconhecimento, em parte, pelo Poder Judiciário das especificidades que envolvem o controle aduaneiro contribuindo para o aumento da segurança jurídica no comércio exterior e, por sua vez, perda da com-petitividade e inserção do país no comércio internacional, assume re-levância o direito comparado, ferramenta essencial para dar eficiência ao sistema aduaneiro.

dessa maneira, o direito comparado é importante, pois se trata de método que identifica elementos determinantes em mais de um sistema jurídico e pode ser útil para solucionar o conflito ou aperfeiçoar o sistema jurídico que não possui institutos jurídicos suficientes para dar maior segurança jurídica ao ambiente institucional. Sustenta-se, portanto, que quanto maior o uso do direito comparado no controle aduaneiro, maior a eficácia do direito aduaneiro.

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Importância do Direito Comparado para o Direito Aduaneiro 37

assim, sucintamente, tratar-se-á do conceito de direito comparado,

bem como suas características básicas como microcomparação, macro-

comparação e elementos determinantes para, em seguida, discorrer-se

acerca da relevância de tal método para o controle aduaneiro e, dessa

forma, para o direito aduaneiro.

1. dIreIto Comparado: ConCeIto

a justificativa do estudo do direito comparado3 decorre de que o

mesmo é uma ferramenta útil para ajudar na reforma4 da legislação e

do sistema judicial,5 bem como para solução de controvérsias que não

encontram fontes no ordenamento jurídico de um dado país, uma vez

que somente a análise de uma variedade de culturas e sistemas judiciais,

jurídicos e econômicos demonstra o que é fundamental e conceitualmen-

te necessário para um sistema, ou que é acidental, mais do que necessá-

rio para a mudança; o que é permanente, mais do que modificável nas

normas jurídicas e instituições judiciais; e o que caracteriza as crenças

e valores que o fundamentam.6

3. Para um estudo histórico da origem e evolução dos sistemas common law e civil law e seus desdobramentos nos sistemas jurídicos e judiciais dos Estados Unidos e Brasil, assim como teórico e prático do Direito Comparado e do Direito e Desenvolvimento, objetivando aperfeiçoar onze elementos do sistema judicial brasileiro, em decorrên-cia de pesquisa comparativa das diferenças e semelhanças dos citados elementos do sistema judicial norte-americano: CASTRO JUNIOR, Osvaldo Agripino de. Introdução ao Direito e Desenvolvimento: Estudo Comparado para a Reforma do Sistema Judicial. Brasília: Editora OAB Nacional, 2004, 859 p.

4. Além de reforma, Chodosh acrescenta mais dois objetivos do Direito Comparado, quais sejam: o entendimento maior do próprio sistema e a unificação internacional de nor-mas. In: CHODOSH, Hiram E. Comparing Comparisons: In Search of Methodology. In: Iowa Law Review, nº 84, p. 1068, August, 1999. .

5. DE CRUZ, Peter. Comparative Law in a Changing World. 2nd ed. London: Cavendish Publishing, 1999. p. 18. Além desse objetivo, o autor ainda inclui mais quatro funções e objetivos do Direito Comparado: i) como disciplina acadêmica; ii) como uma fer-ramenta para construção; iii) como meio para entendimento de regras jurídicas; e iv) como contribuição para unificação sistemática e harmonização do direito.

6. EHRMANN. Comparative Legal Cultures. 1976 apud DE CRUZ, Peter. Comparative Law in a Changing World, p. 11.

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38 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

desse modo, por meio da comparação, poder-se-á descobrir alter-nativas e percepções que venham a colaborar para a melhoria do siste-ma doméstico, no caso, o ambiente institucional do comércio exterior, mediante da solução de conflitos envolvendo o transporte marítimo. Trata-se de um método que proporciona não somente soluções alterna-tivas para serem usadas em reformas do sistema judicial, mas também um melhor entendimento do sistema doméstico.

o direito comparado, ao contrário da maioria dos temas estudados por advogados, não é um conjunto de regras e princípios. Trata-se, mais do que um método de análise do direito, de um processo de estudo das relações dos sistemas judiciais e suas regras e requer um conhecimento maior do que as regras de outros países.

comparar sistemas judiciais e jurídicos, bem como conceitos, é também uma avenida para novas percepções acerca do sistema judicial e jurídico do próprio pesquisador, de modo que é ferramenta de indis-pensável valor para juristas e operadores do direito, porque conduz ao enriquecimento do conhecimento, que é preexistente do próprio direi-to, proporcionando um maior entendimento e agilidade intelectual no direito, bem como mudanças positivas nos direitos material e formal.7

Quando se trata de definir direito comparado, cabe a questão: qual é a sua natureza? É uma disciplina do direito, como o direito civil, direito Marítimo ou direito Penal ou, mais profundamente, tendo em vista que o direito é algumas vezes definido como um conjunto de regras, há algum conjunto de normas conhecido como direito comparado?

a resposta para ambas as perguntas é negativa, pois, como um objeto acadêmico, ele não tem um núcleo de áreas temáticas e não se trata de um ramo de direito material. ao contrário, de acordo com Zweigert e Kroz, ele se caracteriza como “uma atividade intelectual com o direito como seu objeto e a comparação como seu processo”.8

7. SCHADBACH, Kai. The Benefits of Comparative Law: A Continental European View,p. 333-4.

8. ZWEIGERT, KOTZ. An Introduction to Comparative Law. 1977. p. 2 apud DE CRUZ,Peter. Comparative Law in a Changing World, p. 3.

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Importância do Direito Comparado para o Direito Aduaneiro 39

Trata-se de estudo da relação entre sistemas judiciais ou entre regras de mais de um sistema no contexto de uma relação histórica, em que se analisa a natureza do direito e do desenvolvimento jurídico,9 por meio da Sociologia do direito e da História do direito,10 como ferramentas essenciais para atingir o seu objeto. É que a Sociologia do direito e o direito comparado estão empenhados em descobrir a extensão com que o direito influencia e determina o comportamento do ser humano, e o papel exercido pelo direito na organização social.11

o seu objeto não é uniformizar a individualidade de um sistema, mas, sim, aperfeiçoar a análise, para evitar a imitação cega ou preconceito, pois, no caso de recepção, esta deve ser uma recriação, porque o direito com-parado enriquece os sistemas judiciais e jurídicos e não os empobrece.12

É essencialmente um método de estudo mais do que um conjunto de regras, que usa a ciência social, considerando os dados obtidos não somente como uma parte do método, mas como elementos que formam um corpo separado de conhecimento. Inexiste um padrão para o direito comparado, mas deve ser feito um esforço, inclusive para o conheci-mento da língua do país cujo elemento é comparado, para descobrir os detalhes de certos aspectos de um ou mais sistemas judiciais e jurídicos e obter proveito de tal conhecimento, por meio das semelhanças e dife-renças, o que é pré-requisito do método comparativo: beneficiar-se da comparação para mudar o que está sendo comparado.13

9. WATSON. Legal Transplants. 1974. p. 6-7 apud DE CRUZ, Peter. Comparative Law in a Changing World, p. 6.

10. Acerca da História do Direito dos Estados Unidos e Brasil, desde as suas origens euro-peias, ver: CASTRO JUNIOR, Osvaldo Agripino de. Introdução à História do Direito: Estados Unidos x Brasil. Florianópolis: IBRADD, CESUSC, 2001, 286 p., bem como sobre a importância da história na formação do estudioso do Direito Comparado: HILAIRE, J. La Place de l´histoire du Droit dans l´enseignement et dans la Formation du Comparatiste. In: Revue Internationale du Droit Comparé, Paris, nº 2, p. 319-333, apr./juin. 1998.

11. DE CRUZ, Peter. Comparative Law in a Changing World, p. 10.12. SCHADBACH, Kai. The Benefits of Comparative Law: A Continental European View,

p. 422.13. REITZ, John C. How to Do Comparative Law. In: American Journal of Comparative Law.

Fall 1998. p. 620.

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40 Questões Controvertidas do Direito Aduaneiro

a maioria dos profissionais do direito faz comparação quoti-dianamente; todavia, de forma inconsciente. a comparação não traz somente novas ideias ao cenário, mas pode mostrar também como diferentes sistemas usam as suas ferramentas metodológicas, podendo conduzir a surpreendentes e úteis ideias e resultados.14 Isso é muito comum junto aos profissionais que atuam no comércio internacional, quando buscam encontrar doutrina, lei ou jurisprudência que possam colaborar para a solução de determinado conflito complexo que não encontra solução em determinado sistema jurídico, especialmente em face de omissão do legislador.

contudo, para pesquisar outras culturas, é necessário não ter os preconceitos que podem ser adquiridos na cultura do próprio sistema doméstico. assim, em termos metodológicos, todos os esforços devem ser feitos para abordar uma cultura jurídica diversa tal como um antro-pólogo aproxima-se e estuda uma civilização alienígena.15

o direito comparado normalmente dedica um esforço substan-cial para explorar o grau que existe ou inexiste acerca de elementos comparativos equivalentes relevantes para o objeto do estudo no outro sistema que será comparado. em regra, no final, poucos elementos ou instituições, às vezes nenhuma, possui termos equivalentes precisos, ainda que haja muitas instituições que sejam profundamente similares ou similares de alguma maneira: a análise comparativa do direito ocorre na tensão entre estes dois extremos. 16

Por sua vez, o moderno direito comparado usa várias disciplinas para atingir o seu objeto. eclético, na sua seleção, reconhece a impor-tante relação entre direito, economia, relações internacionais, história e cultura, e opera com uma metodologia que considera cada sistema jurídico e judicial como uma especial combinação do espírito do seu

14. SCHADBACH, Kai. The Benefits of Comparative Law: A Continental European View, p. 370.

15. CURRAN, Vivian Grosswald. Dealing in difference: Comparative Law’s potential for broadening legal perspectives. In: American Journal of Comparative Law. v. 46, Fall 1998. p. 661.

16. REITZ, John C. How to do Comparative Law, p. 622.