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ANNO .XIII • • -
. . N. 10
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- Numero avulso 1$500- Dezemb~o de 1929 = ~ ~-----~-,--,--------:--:--~-~-=----,,e,-~~~-~~-,--,----
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Director: ALFREDO C. DE F. ALVIM ASSIGNATURA Para o Brasil - Um anno ......... . 15$000
8$000 Redacção : RUA 7 DE SETEMBRO, 174 6 mezes .......•..
SUMMARIO
-- Repouso n1ereeido
Francisco Prisco............ Tabagisrno
Th. Langgard Menezes...... Republica do Pana111á O. ~-...................... Con hecer a cidade
Mestre -Escola . . . . . . . . . . . . . Tres palavrinhas
Nair Pires ferreira . . . . . . . Pratica da Escola Activa
Leontina Machado.......... Historia Patria
R€ ouso meBet:IDO· --------c:c :::,,...-.-...............
O ence1·1·a»ze1zto do periodo de azilas 1 pões de Jrtto1zta1l}ta, ou de bei,-·ct-rtiar, 111as nas escolas p, .. imaria«s e pr·ofissio,,_ae~ ert- co»to se ~o, .. ,ta dzfficil fazei-o co11t ~e11,cit1·artdo as férias an,iziaes, qzte cozrtcide11t }J1e1ztos ,rtlll[JZtados e .(J1·andes comp1·0111 zssos. co11t a época ,nais es!afante,~pela e_leva~a A iniciativa privada poderia certat e11ipe:atiira, para os que te»i residencta mente arnparada q1ianto possivel pela 1to Rio dá-,zos e1tsanclta de volver a as- . , . .., . _
t ) · ~ ~ · s t, .. atado nesta co· ad111z1zist1·açao, obte,· co11tb1,1zaçoes .~1taves szi71Jzp O JCt va, .ias vez e . nas esta,zcias de aqzias otz nas si1t1JJles ci-lti1!t1ta, ~ que vunos_ COJII prazer que conS!i- dades das montanÍzas para que se effe-tz~ui _obJecto ~e _cuid~;~s de alg,en,as asso- ctuasse a r~tirada rl; .Rio dos professores ciaçoes de P~ ofesso, e que o deseJasse11z, e al_qtuts fosse,n 1nes11to
Os p1·ofesso1'es chegani e:t'te,zz~ados a i,iduzidos a /a.gel-o. Desejo rião lltes /ateste fim de. a,ino . E ca:da vez 1nais e.xt~- ta) po,· certo. Hou1 esse conz1tlotlirlade de f!Uados, pois as conqzizstas da pedago,qza p, eços e á ,,zaioria rlos ex~te,z,earlos cloce1t»zocle1·1ia se f aze11t tí custa d~ esfo, .. ço _do tes poderia se,· dado o ,·epotlso 111e1·ecirlo 11iest1·e. . Pa,·a qzte ~ edzicaçao e,º e,tsi~o e iridispe1isave/. clo disctpzilo llze se1a,1i srtaves, e p11eczso que o t1·abalho do p,~o fessor se .,1ir1,ltipliq.zie. Desdobra-se este, dando de sz o r1iaxi11io qzie se pode i11iagina1·. Não é, po.ré»z, i111punente1lte qite se abz,sa da ca_pacidad~ de t,·aballto do 01·.qa1iis1110: este fica a exi,qi,· repa110, restazz,~ação, co11t0 qnalqiie,· 111 achirta qzte p11oduz ztt e11t excesso.
Tal ,·estaztr·acíJo só 11ode se,· efficie1lte11te1ite ,·ealizaclá j'ó,·a rio Rio, e11t esta-
A ad»iinist,·açtio elo e,isirlo 1tão ltave, .. ia certa,,tente de 1·ec1tsa1· szia collabo,·,içcio a obra tão i1rtpo1·ta,zte e q1te Jt{io é, pa, .. a ella, caridade 1te111, de pl1ila1ttl11·opia, 11ias de ptll10 i1lte, .. esse: ci co1tseruaçt7o rias 11tachinas, e de qzie ad11ti1·aveis 11iaclti1tr1s, fle que depende e11t ztlti,1,a palav,·a tofla a victo,·ia ele szlas icléa,), todo o [J1·il}to tle .~tla
1·ep1ttação . ..
Toda a co1~respondencitt deve se1' dirigida á Redacção: Rua Sete de Setembro) 174
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214 · A ESCOLA PR.iMAR!A
' , ' TABAGIS
I
O,·ige»i do tabaco - Desc,·ipção da planta - Nicotina -Nicotiana - Nicotianina - Ofu,no no Brasil- O tabaco elJ'i tl1e1·aqeutica - . Vias de eli»iinação do. veneno - _ Antidotos-1'abagis11to agudo, _supe1·-agn_d? e chronico - . A.cçcto do tabaco sob,·e a intelligencia e a activzdade.
Ainda não é ponto liquido o saber-se a origem do tabaco. Dizem uns que a planta é originaria de S. Domingos (Ulysses Paranhos); outros que é originaria do Brasil (Miguel Calmon, Bu1·ton ... ); outros mais que é originaria das Indias Occidentaes (01·tolan) e ainda entendem outros que o tabaco já existia na Europa antes de 1492, isto é, em epoca anterior á viagem de Christovam Colombo ás plagas americanas.
' Como quer que é, sô depois do desco-brimento da America, foi que se vulgarizou na Europa o uso do tabaco.
E' ponto tambem em duvida quem o transportou para a Europa. Assseguram estes foi André .'l'hevet, que do Rio de Ja-
, neiro levou as sementes; affirmam aquelles que foi o embaixador francês eni Portugal Jean N icot, que disseminou . de Lisbôa para o resto do continente o uso do tabaco, e outros ainda afiançam que tal empresa quem a desempenhou, em 1560, foi Francisco de Toledo.
Litigioso é ainda o conhecimento da origem da palavra tabaco. Ha quem assegure ser o nome da plânta devido a ter sido ella encont1·adiça na ilha de Tabago, no archipelago das Antilhas e ha quom opine ser o nome originario do masso de folhas, que os indigenas saboreavam, a tirar ft1maças, masso a que davam a designação de tabaco ...
A menos que por palpite, não é possível dizer com · quem está a verdade.
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E entre dar um palpite, mera hypo· these sem f11ndamento, e relatar apenas o que ha de positivo sobre o assumpto (e de positivo aqui sà ha as opiniões, todas sem supporte), não nos cabe a minima vacillação: só diremos as opiniões existentes, sem arriscar nenhuma po1· nossa conta, que seria, tal as demais, tambem sem base e ainda agrava1·ia o problema., fazendo delle um verdadeiro quebra-cabeças ...
O tabaco é uma planta da familia das sola11aceas, tribu das nicotianeas, genero das nicotinas . .. E' a Nicotiana tabacum de Linneu.
O genero das plantas a que pertence o tabaco conta mais de 30 especies, tendo sido a Nicotiana Langsdo,·ff a que primei1·0 foi entre nós cultivada.
A Nicotiana tabacum é um arbusto de 50 a ~50 centimetros de altura, de folhas lanceoladas, grandes, largas, verdeescuras. Dá fiôres, que se dispõem em paniculo: têm 5 estames, insertos no tubo da co1·olla e 1 pistillo.
As analyses feitas nas folhas do ~umo revelá1·am nellas a presença de ammontaco, potassio, calcio, oxydo de n1anganez, oxydo de ferro, magnesia, acidos sulfu1·ico, ?hlorhydrico, azotico, tannico, prussico, gall1co ... além de outras substancias, taes como formol, collidina, resina verde, resina amarela, nicotiana, nicotianina, etc.
De tudo, porém, quanto se encont~a · nas folhas do fumo, é a nicotina o que mais importa.
A ,zicotina, cuja formula chimica é
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A ESCótA PRIMARIA 1
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010 HI4 Az2, é um ~lcaloide liquido, sem nação dos petgnegua,·as, petym, fumo; cõr, de sabo1· caustico, soluvel na agua,. guara, comedo1·; petymguara, comedor de no alcool e no ether. Exposta ao ar, torna- fumo. ·· se amarelada e depois escura. . O tubo de fumar, o cachimbo, era o
A nicotina, que é encont1·ada no fum~ petymbau, combinada ao acido malicu ( 04 H6 0 5 ), foi Era tambem o fun10 emp1·egado pelos preparada pela primeira vez por Vauquelin, selv·agens em cerimonias 1·eligiosas, a modo em 1809. · · de incenso e e1·a signal de amizade e de
E' substancia extremamente venenosa, tregua a passagem de mão em mão do pesendo 20 millig1·aman1as a dose mortife1·a tyrrt~au, de que cada q11al por sua vez se para cada kilo de anin1ai. See considera-f\ se1·v1a. na classe dos venenos vasc11lo-cardiacos. Os ir1digenas da Amer·ica ainda ti-
A quantidade de nicotina varia segundo nham ·o -tabaco como a1·ma de guerra. Scieno terreno em que é cultivado o fumo e tes de que encerra um veneno, elles embevaria tamben1 de accordo con1 a mat111·i- biam em s11cco concentrado de tabaco a dade · das folhas: quanto mais madura a ponta de suas . flechas. folha, tanto maior a quantidade de nico- Em quas1 todos os nossos estados se tina que encerra. cultiva o fumo, occupando os primeiros 111-
},.s foll1as do fumo são revestidas de gares na escala da producção Pará, Bahia, p,ellos gland11lares, dos quaes, ao parecer S. Paulo, Goyaz e Minas.
· de Semler, transuda un1 liquido . viscoso, Ttn1 ·o Bràsil o 3° lugar no mundo pe1·ceptivel ao tacto, e que terr1 grande im- como produ.ctor de fumo. portancia, porque serve para distinguir o O fumo brasilei1·0 que_ goza de ma~o_r
. fumo verdadei1·0 do que o não é, pois, ate fama é o ori11ndo de S. Fel1x e de Mur·1t1-
. hoje, os falsificadores nao conseguiram ba, na Bahia. De Minas, é ap1·eciado o obter esse liquido · nas folhas . do f11mo fa · fumo de Barbacenà.
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bricado. · A 1zicotia,za é tamben1 um alcaloide' O TABACO EM THERAPEUTICA
existente nas . folhas do tabaco. E' um cor-po liquido, tem a côr an1arelada e é i11soluvel . " · Assim.que descoberto, grande enthuna agua; no alc0ol e no ether. Fo1·ma com' s1asmo '~usc1to? () tabaco, com? capaz de os acidos saes incrystalizaveis, iusoluveis ve1·dade1ros milagres en1 n1ater1a de the1·a-e insípidos, decompondo-se, porém, pela, pe11ti~a. . . . . . . ammonia, e pelo calo1·. . · IIav1do a pr1nc1p10 como remed10 para
A nil:otianirta é outro alcaloide do fumo. todos os male's, não ta,rd!o11 que em pePouco soluvel na agua, dissolve-se, no en- 1·igos immensos se tra,nsfo1·?1.ªsem os até tanto, 110 alcool e no , etber. então surpreendentes benef1,:1os do fumo.
, J ayme I escreveu contra elle; Isabel, de O FU1'10 NO BRASIL · Inglaterra; Richelieu; o Sultão ; o Shah ...
prohibiram o uso do fu~o; até os papas, Logo depois do descobrimento, foi a Urbano VIII .e lnnocenc1~ XII ª?~aram que
cultura do f11mo iniciada ent1·e nós · :(>elos era cas? de excommunhao o v1c10 de f11-europeus. · mar. · . .
Da Bahia foi q11e para os out1·os pon- , . Tudo, pore~, foi em l)u1·a pe:·da. Os tos do te1·rito1·io pat1·io se ir1·adiou essa ; jesu1tas da Polon1a 1·ef~taram o l1vr~ . de cultu1·a. . Jayme I; o papa Bened1cto XIII, o p1·1s10-
. J{t os nossos indige11as ' faziam 11so '. nei1•0 de Avi11hão, anul.1011 as b11llas de do tabaco, pet1,11n ou petym. Ensinà·nos Urbano VIII_ ·e I11nocen.c1? XII .. Theodoro Sa,mpaio q11e houve um·a nação Oatha1·1na de. Med1ce_s foi. a grande guer1·eira na Pa1·ahyba., cujos índios tinham protecto1·a do f11mo, que veio ate a se chao habito de t1·azer u111a folha de fumo na ma1· a a,·vo,·e da ' rainlza. bocca, entre os labios e os ·dentes. Era a · Oo'nta Dubois q11e, sob o reinado .de
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2i6 A ESCOLA PRiMARiA
Luiz XIV, era de bom tom. apparecer.em .mais prej11dicial ao pr_oprio in~ividuo . do todos na alta sociedade de narjz lambusado q,u.e á sua descend_enc1a .. Assim, P.oi·em, com tabaco. E foi a.ssim se generalizando .º não-e~tende Gal~p1n, pa1·a qu~m deixa o uso do fumo, e o seu emprego, aomo medi- tabagismo chronico traços mais ou menos camento se tornou quasi universal... . profundos . ~m todas as gerações duma
Foi o fumo preconizado para debelai· mesma familia, gerações e~ervadas e m?ras mais variadas entidades mo1·bidas : co- tas em estado . e~bryona_r10 ou em baixa queluche, erysipela, doenças de pe~le, epi... idade .Pela. me~1n~ite. e _mil _011tras doenças lepsia, hysteria, paralysia,. 11neumon1a, rheu- propr1as a pr1me1ra infanc1a. matismo, etc. Na mulher ainda mais grave é o sulco
Entre nós, foi muito corriq~eii·o ~ em- deixado pelo tabagis~o. Drysdale enco~p1·ego do tabaco em lavagens 1ntestinaes trou, a nicotina no leite de m11lhe1·es manicontra os asca,·ides lombricoides. . puladoras de fumo, mulheres em cujo meio
Ainda sob a forma de clysteres, foi é commum o aborto. o tabaco muito prec?nizado no tratamento Stolz achou forte cheiro de tabaco no do tetan~ e, ao ,que dizem, c~m alg;um ne~ul- liquido ammiotico, a.ffi1·mando que as critado. HoJe, porem, ~om o soro ant1-tetanico, anças nascidas em taes condições poucos não vale a pen~ a1·:1sca1·-se_ a gente com ª dias tinham de vida. Infelizmente não fez exdruxula medic_açao tabagica. Stolz a analyse do amnio, de modo que não
Tan:ibem foi, larga mamu, usado so:ti ª 'verificou se nelle havia, de facto, nicotina. forma de loções, pomadas, etc., com o 1n- . . tuito de combater affecções cutaneas. Hoje, 'llabagzsmo - O tabag_ismo pode ser porém, mercê dos envenenament~ que ha- :agudo, super~agudo e chronico. bitualmente provocam, taes praticas for,am O tabagismo agudo raramente apr~-relegados. senta gravidade. Denuncia-se _por vert_1-
Citam os auctores casos de morte gens, cephaléa, sensações de frio, depo1s produzidas por fumigações de tabaco, com suores frios nas faces e nas mãos, nauseas o intuito de acalmar dores hem01·rhoidarias; e vomitos. Em seguida apparece o somno: casos de morte provocadas por lavagens com -o doente dorme longamente. Quando acorinfusões de tabaco e innumer ~ outros, · da . está fatigado, ainda com dores d-e Clapor onde se demonstra a absorpÇão por "\sia• ibeça e sente que ha pertu~açõe~ para os cutanea. Ia:dos do apparelho gast1·0-1ntest1nal, per-
Isto serve de provar que deve o taba- turbações que persistirão por muito tempo. co ser proscripto do nosso receituario, sob o tabagismo supe,·-a_qudo apresenta a fo:ma de loções, cataplasmas, pomadas, ·phenomenos mais serios, de que i·es11lta a fum1gações, etc. morte do enfermo. Segundo Rénon, ha
VIAS DE ELIMINAÇÁ0 DO VEJNENO
A pelle, os pulmões e os rins são as, vias,na;. turaes de eliminação da nicotina, eliminação que se faz mui~o lentamente. V.erific_ou Straub que depois de ter fumado um urr1co cha,1·uto, o organismo elimina, em media, d11rante oito longas horas, grandíes quantidades de nicotina.
Antidotos da 1zicoti1za. - Os antidotos da nicotina são as substancias alcoolicas e tambem o café que, a precipita, graças ao tannino que contem.
Heredita,·iedade E' opinião d·e Ape1·t que o uso immoderado do tabaco é
duas phases de intoxicação_. Na primeira, em que prevalecem as
perturbações di_gestiva~, ha vom_itos, dia1·· rhéa, cephalalg1a, vertigens, pall1dez, . contracção pupilla1·; na segund~, pred?minam os accidentes ne1·vosos, agitação intensa, tremores, convulsões, e~torpeciment?. Ha depois dilatação das pup1llas, a 1·esp1ração torna-se mais fraca, o pulso fica tenso, sobrevêm prof11sos suo1·es e, como remate, a mo:ct.e. · . , . . '
O tabagis11io elironzco e o mais im-portante pelos males que produz na prole. Entende Rénon que elle ra1·amente ~e apresenta como intoxicação unica: as mais
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A ESCOLA PRIMARIA 217
das vezes conconita com o alcoolismo, o Ca1·rion põe-nos ao par dun1a expe-absinthismo, o saturnismo, etc. riencia feita por Baumberger e Ma1·tin em
Quando fuma o individuo respira acido varios telegraphistas, experiencia pela q11al cai·bonico oxydo' de carborno hydrogenio chegaram á conclusão de que nos fumantes sulfurado; oxydo cyanhydrico, nic0tina, o resultado do trabalho é de começo excelbases py1·idicas. . . len~e, mas, para a ta1·de, a fadi~a os colhe
As bases a pyridicas são, ao pa1·ece1· de . mais cedo, de modo qne,, nas ~lt1n1as ~oras, Roger, as mais perigosas. São corpos to· , o resultado do trabalho e muito med1oc1·e. xicos e paralysantes. São tambem corpos toxicos, cuj,1, respi1·aç,ão é ~1·andement~ p1·e- ! F,·ancisco P,· isco. j11dicial ao org1·nismo o acido . carbonico, o 1
oxydo de ca1·bono o hyd1·ogenio sulfur.ado, Do liv1·0 Taba,qisrno, em p1·epa1·ação. ' 1 . t 1 etc. de onde se pode cone u11· com acer o
que' o vicio de fumar é, em ulti~a analy~e, ,1 • • • • • • • • •• •11> ~ ~ '"' unia intoxicação lenta d,o o1·gan1smo, cuJas REPUBLICA DO PANAMA' 1·eservas de energia tahto deprime, que
acaba por extinguir. A Republica do Panamá fez a sua Ho11ve tempo ~m que o alcool ~ 0 ta-· independencia a 3 de novembro de
baco eram preconizados como excitaíntes, 1903, tendo antes sido um Departacapazes de facilitar o trabalho cerebral. mento da Columbia, está fadada a um
Riant é de opinião q11e em dose mode- futuro maravilhoso, pois o seu clima, o rada em verdade o tabaco é propicio ao seu territorio, çis suas possibilidades trab~lho intellect11al; 11zais l' abu_s dzz _tabac em fim são extraordinarios. p1·oduit ~'an~a,ztissemer~t ~e l'~1~telligenc~ o' territorio da Repuqlica compreet a_bqu_tzf fznale1ne,zt a l abolzt101z de l ' hende a faixa continental que forma o actzvtte z,ztellectitelle. Isthmo. a sua estructura é a de um
O. D1·. Ulyss~s Paranhos, de accoi·do arco estendido entre as duas Americas, com R1chet, _cons1de1·a O alc?ol e_ 0 fu!Ilo cujo seio ,constitue o Grande Golfo de como ve1·da~eii·os venenos da 1ntelligenc1a. Panamá, dentro do qual se encontra o Ne~ outro e tambem o pensamento d~ Eu._ famoso archipelago das Perolas, assim ~en10 9eorge, quando assevera que a intel- denon1inado pela abundancia dessás l1genc1a soffi·e p1·ofundas p~1·t~rbações _sobª preciosas excrescencias marinhas, que acção do tabaco. A~ estatzsticas 1netzczzlo· a Ili se produzem. sas dos D,·s. Bertillol'z e Goube,·t p,·ova-, Está situado entre 6º,50' e 9°,41' ,·am qzzé e111, Pa,·_is, e1zt1·e ostzzda,ztes d~ de latitude norte e 77º,14'45'' e 83º,32, Escola Polgteclzntca e 4a Escola ele Mi- de longitude oéste do meridiano de ritas, as notas de ap1·_ovetta11zerito e de exa- Gree·nwich. ,nes daz1a1ft a col'zszde,·avel va1ttage11z de Em ·toda a sua longitude, que é, 40 °!0 aos não fu11za1ztes. em linha recta, de approximadamente
O que é fóra de duvida é qL1e: tal qual 250 kilometros qesde o ponto extremo o alcool, o fumo, em dose 1noderada, cons_ti- da fronteira Colombiana até os confins tue um excitante cerebi·al, n1as de effeito com Costa Rica, é atravessado por uma transitorio. Em pouco, com a continuaçã,? Serra cujo cume mais alto é de11ominado vicioi o resultado é, ao envês, depr1- do Vulcão de C}líriqui, com a altitude mente acabando po1· embotar de todo as-fa- de 3.433 metros sobre o nivel do mar. culda,des intellectuaes. Essa Serra derrama as suas vertentes
Sabe-se que em ge1·al ac~b~m . o~ fu- sobre ambos os Oceanos, com declive mantes po1· soff1·er grande d1m1nu~çao no suave, formando planicies, como a~ de seu vocab11lario, esquecem o no1ne as cou- Anton, Boquette e Potrerillos de clima sas, têm a me1noria sobrecar,regada de ameno, que são regiões ideaes para o grande deficit. cultivo do café.
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218 .A. ESCOLA PRIMARIA .
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Esse territorio tem uma extensão ri genes, O, 9 º1 0 d e cl1i nezes e i 11 d ús e o •
superftcial de 87 .480 kilomettos qua- re>=tante, ou seja 71 º10 de mesclas das drados. Uma faixa de 5 milhas de cada diversas · raças, nas mesmas proporlado do Canal, isto é, de 16 kilometros ções. de largura approxin1adamente, está _ar- O actual Presidente da Rept1blica , rendado por 99 annos ao governo dos . E t d U ·d d A · b sr. Don f. H. Arosemena. muito se s a os n1 os a mer1ca, para a er- t . t d d tura e exploração da grande via inter- em ,n e~essa 0 , 0 que e resto ta,n-
. s b ''Zo · d. 1 C betn o fizeram os seus antecessores, ocean1ca. o re essa na e a- · _ . , n l' ' a R;:i ublica de Panamá não exer- 1 pela construcçao _continua d~ estradas ª ·' · d. p ã 'm co se a be Ide rodage11s, quas1 todas de cimento ou
ce iuris icç 0 , pore , n rva so · macadame betuminoso, o que tem con-ranta. · ·d · t- d , corri o 1mmensamen e para o gran e
O clima da Republica e, natural- JJrogresso automobilistico, que actualmente tropical, .porém, a temperatura menre se verific:1. varia segundo a altura do terreno, des-de 36° em alguns pontos das costas a Os Correios e os Telegraphos es-15" e menos, nas partes mais eleva:- tão admiravelmente bem installados em das. : Edificios arejados, grandes e modernos.
Politicamenteª Republica do Pàna- , A instrucção publica merece e tem má está dividida em nove · Provi11cias e sempre merecido, por parte do goverum Territorio de lndigenas, _chamado· no o mais acce11tuado carinho. Para San-Blas. As Provincias,segundo su:1 im- se fazer uma idéa desse interesse é portancia são: - Panamá 1 Colon, Chi- bastante dizer-se que 2Sºr das rendas riqui, Veraguas, Coclé, Los Santos, nacionaes são çonsumidls com a eduHerrera, Bo,cas d~I Toro e Dar!en. cação publica, pagando o Estado 11m
Panam a. capital da Republica, com corpo docente prirnario composto de uma. população apenas de 60.000 habi- l ·. 400 professores de ambos os sexos e tantes, já possue 4. 000 automoveis, <J um corpo de professores de educação que dá perfeitamente uma idéa do movi- secur1daria e profissional de 300 unidamento commercial da cidade: . des, egualmente de · ambos os sexos.
O primeiro Presidente da Repubii- O mais alto estabelecimento educativo ca foi o dr. M. Amador Guerrero, que da Nação é o Instituto Nacional, que com Espinosa Baptista, Frederico . Boyd, consta da Escola Normal, Lyceu, EsJosé Agostin Arango, Thomas Arias, colas de Direito, de Pharmacia, de Domingo Diaz, Carlos A .. Mendoza, Oeodesia, de Commercio e uma Escola Pedro A. Diniz e outros grandes pa- Primaria a11nexa, onde se aperfeiçoam_ triotas, levélram avar1te, não po.upando os estudantes da Escola Normal duransacrificios a Independencia de Panamá, te os dois ultimos annos de estt1dos. O que, apen'as com 26 annos já possue .l Instituto está alojado em um magnifico lindas cidades, com ruas .e avenidasJ_edificio constante de oito Pavilhões s~modernissimas, lojas e .Hoteis · q_e pr!- J parados, que occupam uma. á_rea de · meira classe. A população da Repµbl1- 1 8. 000 metros qttadrados, ex1st1ndo ao ca é de 600.000 almas, 'tendo um .ter-j lado. um terreno das mesmas ditnensões ritorio de 87 .400 kilometros ·quadrados, para fins desportivos. Existe ainda o que dá 1 kilometro para cada 7 habi- · un1a outra Escola Normal, para senhotantes. Ethnicamente, a gr.ande . maio- rinhas, que aloja actual1nente 500 alu- · ria da população do Isthmo é mestíç~,. mnas, e ainda uma E~cola Profissi~nal, como succede em quasi , todos os pai: egua'lmente para meninas, .que all1 rezes sul-americanos. . . . cebem cursos de commerc10, de tele-
Existe uma media de 15 º1 0,de bràn- graphia, de modas e de economia do· cos, 9 °1
0 de negros, 5 º10 ~e in<;ljos,.abor . . mestica,
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A ESCOLA PRIMARI~ 219 ----------------------------------
Além desses collegios, ~uja instru- As principaes exportações da Re-cção, quer primaria . ou .secun?aria, . é publica são: gratuita, sendo a primari.a obrigatoria, ''Bananas, cõcos , borracha, batata , existem boas Es;colas particulares, como salsaparrilha, pelles de caiman, plumas o Collegio S. José para meninas .e · 0 de garça, conchas, pero las e madeiras, La Salle para meninos· ExiS tem em para cujas transacções possue o paiz Panamá orphanatos da primeira ºrdem, bancos fortes e apparelhados para esse onde as creanças . se aperfeiçoam em t· 1m. diversos officios.
A Cruz Vermelha do Panamá é Em conclusão: - Panamá é uma uma organização perfei!a, onde as crean- pequena Republica, jovem, governada ças pobres, são protegidas s?b todos com patriotismó e acerto, em um terrios pontos de vista e onde existe uma torio fertil e rico em mineraes, gozanMater11idade Modelo. do um bom credito nos mercados fi-
Panamá abunda em bosques que nanceiros e com ums situação geograpossuem arvores seculares, de mãdeiras phica unica no mundo. preciosissimas e a sua exploração e in- \ dustrias derivadas, constituem uma de suas industrias mais prosperas.
Rio de Janeiro, novembro de 1929. - Theodor Langgaard de Menezes, con· As perolas e madre-1Jerolas são va-
liosíssimas. sul, •
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·"-"º"·"4t"-"8"·"«·"~-~~~~-"9 "·"9"-~ PREPARE-SE PARA TER UM FIM DE ANNO SOB OS ME
LHORES AUSPICIOS :
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AS MELHORES COMPRAS DO FIM DO ANNO SÃO AS QUE
FIZER NO
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Aproveitem as suas vantagens • • 1ncomparave1s
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220 A tSCOL_I\ PRIMARIA -------- =·-·------
Conhecer a cidade as palavr,ls 1·aras, po1·tanto entre as qt1e t1ma pessoa culta está exposta a encontrai· pela p1·imei1·a vez, depois . q~e
Coisa que tem ·sido injustan1ente ' dei- ~ossue farto vocabularío, a g1·and~ ma1o_r1a xada de lado nos ultimos ten1pos, nas a,u-
1 e na v~1·dade das proparoxytona_s, dah1 a
las prin1arias, é o co1!hecimento da ~idade gene1·al1zação, que nem. sempre da ce1·to. e do Districto, por meio de longas v!agens Com o vocabulo Nzobe, nome da my: simuladas ou figuradas, por meio da ~hologia, raro, mas que se encontrou aqui planta. e ali algumas vezes,_ dá-se ? facto.
E' pi·eciso realmente, fazer it geogra- E na Anthologia Nacio11al de T. Ba1·-pl1ia districtal, do pepuenino toi·i·ão en1 que 1·eto e Laet que se_ enc?ntra o ~xcerpto de se vive, poi·em não apenas como pretexto Octaviano qt1e assim diz: «A Niobe ~a f~para enti·ar -pela geologia a de1!tro ot1 iner- bula foi punida ~o orgul~o que lhe insp1-crulha1· na historia e 11a c,hronica. E . 11e- 1·ava a sua fecundidade, viu mor1·er todos os ~essario tamb.em, e muito, que á criança das seus filhos, e a dõ1· a conve1·tet1 em roescolas diurnas e ao adolescente ou ao chedo. » adulto dos cursos nocturnos se offe1·eça Pois é q11asi infallivel: o alumno, ao meio de co11hecerem a cidade, os arrabal- te1· esse t1·echo, pronuncia Niobe, accento des os povo,tdos da zona rural, os mo1·ros, o i. as pi·aias, as ilhas, os meios de viação·. Tanto pela accent11ação grega como
Os passeios e as excu!sões, s~~u1~do pela latina a ve1·dadeira p1·on11ncia é a _qu~ a planta, da1·âo um esplendrdo e ut~l1ss1mo faz paroxytona a palavra. O q1;1e vai·!~ e conhecimento aos alum11os, que p1·ec1sam de o timbre do o, .pois uns pronunciam Niobe, saber lscomove1·-se. En1 meu tempo de es- Nióbe. A primei1·a é mais cor·i·ente enti·e cola e não se falava em tanta moder- pessoas cultas. nice'. eu aprendi a andar na ~idad_e pela Alarde. - A verdadei1·a palav1·a planta. Se1·vii·-se das plantas e cois,1, es- em portuguez é ala,·do, que significa resencial para o hon1en1 e sen1 embargo como Aista de forças militares, tambem ostentaé raro encontrai· quem o faça sen1 emba- ção, apparato. raço ! . . . E11cont1·amos hoje a toda l101·a as ex-
Pelos passeios figu1·ados com rtt1x1l10 pressões « por alarde», «fazer alarde», mas dri ca1·ta, pois impossivel é fazel-os todos c1·eio que se poderá ir tentando a corre, effectivamente, palmilhando t·uas, praças e cção, por se t1·ata1· apenas de ~ma vogalestradas, muito . conhecin1ento accessorio se não accentuada, pouco pe1·ceb1d:1 n,t proadquire: o dos monumentos e do que elles 1·ep1·esentam, a historia; o funccionamento das a.ssembléas e das 1·epa1·tições que estão installadas nos edificios, isto é, a instrucção
• • ClVlCà.
De tal so1·te, o ma11ejo da planta é conhecimento por si p1·oprio e meio de acqui; sição impo1·t,intissimo, que nunca se pod~ra desdenhai·.
• O. R.
TRES PALAVRINHAS
• nu11c1a. L1.--.str·e e lust1.~o. - O caso é
simples e bem sabido: lzzst,·e significa o brilho ou polin1ento, a gloria, a fama, e tambem o candelab1·0 que se suspende ao tecto; lust,·o é o pe1·iodo de cinco a11nos . Emprega o povo freque~temente lzi~t,·o tambem no sentido de JJoli11ze1zto, mas isso não é abonado pelas pessoas c11ltas. O q~e é raro, mas encontrei ha dia~ . em ,um diario lJem informado e mal red1g1do e lrtstre no sentido de pe,·iorlo de ci1zco art,zos. Era unia noticia ci1·cumstanciada, com photo-
Niobe. - A p1·es11mpçíto de p1·0- graphia, da f~sta que haviam _1·ealizad? paroxytono é facto observado em ~ossa alg~ns bachare1s, em co_mmemo1·açao do przlingua. Quando ás pessoas de aprecrav~l 11-iez,·o lzzst,:e de sutt vida foren~e. O l~scultu1·a. se apresenta palavra que ~unca an- · t~e. não foi qualque1· g1·ande tr1u~pho JU· tes encontrára, tendem ellas muito natu r1d1co, mas apenas o tempo decorrido. , . ralmente a pronúncial-·a proparoxytona, si tiver tres ou mais syllabas, E' que entre
•
Mestre-Escola,
•
•
1
A ESOOJ...A· PRIMARIA 221 ----------·-----·-· -- ·-- - ·-------·---
Pratica da Escola Activa . , • -
Centro de interesse; Alimentação e vestuario
•
1. 0 ANNO 1 associar a ma teria que rnais f)ossa atrahir a attenção da criança e ao mesmo
de tempo que lhe en_riq~eça o ~erebro, dando-lhe noções 1nd1spensave1s a sua vida presente e futura.
De acôrdo com o p,ogramma idéas associadas, encaradas sob o ponto .de vista dos interesses capitaes _da criança, foi organizado o centro_ de interesse. « Alimentação e vestuar10 >,
No desenvolvimento do assumpto, visou-se a vida diaria de um pequeno escolar.
Sentindo-se o principal agente, estando sempre em fóco a sua individualidade, ora só, ora em contacto com o meio em que vive, observando_ o seu
Pequeninos exercícios de linguagem, arithmetica e desenho, feitos pelos alumnos do 1.0 anno do Grupo Escolar Basílio da Gama, mostrarão como foi desenvolvido, de acôrdo co1n o centro de interesse, a parte de expressão, quer abstract-a quer concreta.
1. 0 t\NNO proprio eu, comparando a sua vida com
1 • • •
a dos collegas, a criança, naturalmente, . Centro de interest._e . é levada a interessar-se pelas aulas. mais comrnuns e vestuar10.
Nosso intuito, neste trabalho, foi Schema geral:
A crea.nça. La.va-se, veste-se, alimenta-se segue desperta para a escola
Voltit a criança da esco l,i
Troca de vestuario Lava as mãos Almoça Brinca
Após o brinquedo a creanç.a sente fome 1 )Ierenda
A criança vê chegar o pa11ae de volta do tra.bal ho
A criança sente somno
•
Preparo para o jantar
Janta
/ mil.os lava.-se
cientes
troca ele roupa deita-se
., adormece
arranjo de ca • bellos, mãos a
roupas
Alimentos
Nota: As professoras que trabalharem e~ 2. tur110 ou em turno 1uixta farão_ ligeira moclificação na or<lem df) qf)senvolytment9 <lo <19 centr9 de 1nteresse; adaptarão este ao re~1me de v1d a de se1.1s a,lum11os,
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'
•
222 ESCOLA PRIMARIA ·----~--------------- -----·----------
Desenvolvimento Uniforme - ( exame das peças de vestuario que o compõem.)
Despertar da criança- ( gestos de espreguiçar, bocejo.) Limpeza de roupas e sapatos.
Modo de vestir-se : Cuidados no Asseio corporal- banho ( quente t· d · · - ·
f · ) Lt' mp d d t h ves tr e esptr para nao rasgar a roupa. ou rto eza e e11 es, un as, ore-lhas e cabeça. 1 • Trato da r_oup~: O que a estraga:
(fazer a criança lavar os dentes e I J?gal -a ao chao~ ttral-.a bruscamente,
mãos; emprego da escova, do sabão e , limpar nella as maos su1as, etc. da toalha.) j O que a conserva: escovai-a, pas-
Vestt1ario para ir á escola: í sal-a a ferro, pendurai-a no armario: 1
Grossos de
TECIDOS DAS ROUPAS CONFORME AS ESTAÇÕES
lã (carne iro)
algodão (planta)
Capotes
Agasalhos
•
no inverno frio
meiado do anno ; marihãs, neblina. Dias e noites comparados aos 'de verão Chuvas, trovoadas, innundações.
Leves de linho (planta)
\ no verão - calor seda leve (a11imal) ·,
Fim e principio do anno Perigos de insolação Banhos de · sol, de mar.
' .
Antes da partida para a escola,:
A refeição matinal : o café
•
De que se compõe
leite café 1 café
pão manteiga
com leite
Objectos que se collocam á mesa: toalha, guardanapos, 'chícaras, pires, talheres, cesta de pão, manteigueira, assucareiro, leiteira, cafe teira.
Serventia desses objectos: forma. Preparo caso seja possível de uma mesa de café. Confecção em classe, de café. Gosto : amargo, doce côr do leite, café, manteiga.
Proveniencia dos principaes ali- pão-trigo (planta.) manteiga-leite ( vacca.)
•
mentos da 1. ª refeição: leite-vacca (animal.) café-cafeeiro (planta.) assucar-canna ( _planta.)
Acabada a 1 °. refeição, 1 Reco1nendações 1 a partida para a escola 111aternas
'
•
A·· ESCOLA. PRIMAR1.Ã. 223 •
•
De valta da escola ao 11teio dia, cltega,iclo a casa :
Troca de. vestuario · roupa de casa limpa, e1nbora mais usada
Ilygiene das mãos : perigo das mãos suj as limpeza ao ,,ol ta r da rua e antes ele qualquer refeição.
'
toalhas guarda11apos
• talheres Pre1iaro da mesa copos
pratos • Jarras
• mor1ngues
Limpeza e
arrumação
2ª refeição: o al1noço Como se deve comer Bastante, mas não em excesso Mastigar bem os alimentos Comer a horas certas
Alimentos mais communs ao almoço
Carne feijão arroz farinha ovos legumes frutas
•
Animaes de onde provêm os alimentos.
mercado de peixes, etc. Comparação e11tre bipedes e qua
drupedes. ( Visita, se possivel, a um açougue,
Vacca Boi Gallinha l'eixe Carneiro Perú Pata
•
·-> 5 "' "' "O
"' "O ·-.... -" :::,
leite animal que serve para puxar o arado ovos comer mosquitos lã
ovos-pen nas
Vegetaes de onde provê1n os ali-
carne-mi udo1-chi f re-cou ro > ,, • >
carne carne carne carne carne
mentos. Legumes couve, bertalha, abobora, ch11chú
Cereae$ ) trigo - pão
Frutas
( Visita a uma horta ou á feira.)
lara11ja,s bananas tangerinas abacates mangas
'fan1.anl10, forma, irosto, cl1eiro cõr, maciez ou aspereza da casca.' Logar onde se encontram : poma-
res-hortas- quintaes; quita11das, feiras, mercados.
Nomes de algumas arvores frutíferas . •
) arroz Como são vendidas :
). peso (Kgr.) Uma a uma Preç,os differentes A duzia
Durante o dia, das 2 ás 3 horas, a mamãe prepara a 3.ª refeição :
A' noite, ao voltar o papae do tr abalho, reunião da familia para a 4.' re-
, Café com leite Pão Doces A Jllerenda
Frqtas
feição: o jantar. ·
Preparo da mesa : novos objectos collocados - sopeira, pratos fundos.)
•
•
• J
•
224 A ESCOLA PRIMARIA _________________ _:_ ______ ----- ---------
sopa Alimentos mais co1umuns ao jan tar carne assada
gallinha legumes
fru tas (perigo das frutas vP.rdes e quente . . b d s , go1a a a
Sobremesa doces jpecegadij, !marmelada
queijo (leite-nata)
agua ( agua 111ineral ) Bebidas cerveja 1 . .
vinho I 1nconven1entes
A 's 8 horas -- preparo da criança para dormir.
Hygiene da bocca e das mãos.
Hygiene do q11a,rto
Troca de vestuario
Hygiene da respiração
camas indi viduaes
asseio da roupa de cama
Vestuario da 11oite
camisola
Quarto betn arejado - ar puro
J anellas abertas. Dormir com a bocca fechada 1
Expressão abstracta
Palestras: Lev qr a cria11ça a falar, co11tand0 na sua ling t1age n1 singela o seu acordar, o banl10 n1atinal, seu ves . tuario, suas primeiras refeições.
Lavo minhas unhas com a escova de unhas.
Gosto de lavar minhas mãos.
Depois do banho visto meu uniform e.
Vi sto meu uniforme IJara ir á escola.
Mett uniforme é bonito. A's qt1i11tas- feiras e domingos
não visto meu uniforme. A saia do 1neu unif arme é de lã
azul.
A blusa de meu uniforme é de linho branco.
etc. .
Expressão abstracta-escripta.
Copia de phrases que se prendam ao centro trata do.
( illttstral-as com desenhos. ) 'Dictado de phrases. Recomposição de phrases desor
denadas.
F~rmação de phrases com elementos dados.
Completar phrases.
F azel-a descrever co·mo se prepara. Iniciação mathen1atica. uma mesa para café, almoço ou jantar.
•
Pedir-lhe para dizer a serventia Arithmetica. do~ principa~s objectos e dos animae_s Contagem de objectos encontra-mais c<:nhec1dos, ~mpregados na al1- Idos á mesa, de animae-s que figurem mentaça~. . . ' em gravuras ; de numero de patas de
Recitação de quadrtnhas, relacto- animaes. nadas com o assumpto. No a- d d b t d L ·t o · - d b ç o e o ro e me a e.
qu et urad- rgaiitz~çaod : Pt rases Pequenas vendas simuladas de fru-
e se pren am ao cen ro e tn eresse. tas1
lea umes etc. ( phrases curtas. ) "' ' Exs. Acordo e vou tomar banho. Conhecimento de moedas de 100 rs,
Tomo banho tados os dias. 200 rs, 400 rs, 500 rs e 1$000 rs. No verão tomo banho frio. Pequenos problemas oraes - ( 4 Tomo b;;nho quente no inverno. operações dentro da 2.ª dezena.)
Loto de numeras até 100. Lavo meus dentes todos os dias· Geometria. Lavo bem meus dentes com a es- ' Pela comparação da forma das
cova. frutas tornar conhecida .a esphera. 1 • • '
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1 •
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A ESéül A PRIMARíA • .
225 -- -- - --···--· -------------~·~---~ -- --- - --- ·- ·---- ----·- - . -- -----
'
F]xpressão concreta
Recorte e collagem '
1 1
\
Desenho
1 Copia do natural - peças elo vest11ario objectos de 1uesa
(
Frutas Vegetaes Animaes
•
Trabalhos de imaginação :
cl1icara pratos bules copos
•
O alumno escovando os dentes Uma menina toma11do café Um escolar indo 11ara a escola.
· A sala de jantar . etc.
, o bej ectos de mesa frutas
'
· 1fodelag·e111 vegetaes mais comrnuns
• an1maes
'
um escolar indo para a escola , um pequeno sentado á 111 esa do a\1uoço
Expressão concreta :
obj ectos de mesa · fructas vegetaes
• an1maes· peças do vestltario infantil
organização . de quad ros e alb11ns trabalho collectivo
ou individual
Alinhavos Em cartões perfurados, representando objectos e anin1aes de.
accôrdo co111 o centro de inte resse
Jogos motores
•
Põr 11111a 111esa
Imitar como se
' toma banl10 \ veste
come; c01no se descasca 11ma fru ta senta anda
ÍJoto de palav ras Separação ele palavras e111 pl1rases dadas e re
composiçãs de phrases .
Jogos de Jeitur,t e rle calculo Co llocação de tampas de caixas co 111 etiquetas
-- ( ca-ixas ele phosphoros, contenrlo assnca r, · fe ijão, arroz, etc.
Loto de n11meros até 100. Lo to elas quatro operações dentro <l a 2. 1í e 3.ª
dezenas .
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•
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.Segr1en1-se do11s t rabalhos de aluu1nos: Nai,· Pi,·es Fe,,,·ei,·a
' . , •
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226 ESCOLA PRIMÁRIA ---------·--- ---- --·=~----------- ------
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A ESCOLA PRIMAR!A 227 - - --·---~---------------~-------- - --------
Historia Patria
A MORTE DE ESTAGIO DESA'
D1·a11<1atizaçt7o (3° a/'t110)
Willegaignon, co11ten1plando tt G L1anaba1·a
Em meio á bahia, no ameno verdor, U 01 templo ergueremos, na paz do Senl1or, Que tenha da França na torre o pendão, De mestra e rainha dos mares d'além, Emqu\l,nto mil povos ?º~vados r~têm Despojos sagrados de 1m1ga naçao !
Do orgulho dos lusos o jugo execrando Nas forças tamoyas sustento buscando Os campos e as selvas iremos varrer. E quando da França, na pr~ia a ba~deira Subir sobre as azas da gloria altaneira , Trophéo de victoria iremos erguer.
Cidade orgulhosa I Dormido a teus pés Terás o selvagem, rincão dos pagés; E quando Henriville seu povo acclamar, Teu canto de guerra fazendo terror, Aos poucos vencidos levando o pavor, Os francos soberbos te irão adorar!
•••
FRANCEZES coií ENTHUSIA.S~IO
''Pela França e seu pendão, Todo o nosso coração.
Wittega~q ,1.011, rto rltef e 'l'r1111oyo
Trazei- me, Tamoyo, da força o poder· Iremos unidos vencer ou morrer .
•
'
CH!~FE T.~i\fOYO
Sou filho das selvas, Na matta cresci. Do luso cruento O jugo senti!
'IVIL,LEGAIGNON
Queres co1n os francos lactar, E os ltisos exterminar?
CHEFE 'l'A!l'IO'YO
1
, i\íeu odio é de morte De morte cruel ! Aos lusos desejo Venenos e fel!
2
Meu dardo certeiro Não vacillará.
4
Jacy apparece Nos 1non tes, além ; Na volta da lua Não viva ninguem l
G
O grito da guerra/ Tamoyos, soltai !
•
A setta partindo A morte dará !
Ao campo d.os lusos, . 'l'amoyos, voltai !
3
Valentes Tamoyos, Vencer ou morrer! Chegou a vinganç.a, Q,11em pode temer ?
•
. GRITO DOS TAllfOYOS
Guerra! Guerra! Tnpan ! (,issobios). l~ormam uma roda e danç,a.m uma dança cabalística.
. .. .. . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ••••••••• •• •••• •• ••
~[l<~M DE SÁ 1'011te111pla11do o 111ovi1ne11to dos tr, 111oyos
Eis que ha dois lustros hei deixado a terra E aqui soffrendo a mingua, á tua espera. Dos franc~s e tamoyos alliados Nada consigo. Fortes sii.o temidos
/ Valentes quaes panth~ras elo dese;to 1 J ámais em !neta alguma sã.o vencido~ !
•
•
'
•
,
. . , ESTAGIO DE SA
Da luzitana gente, és varão forte, Descendente de quem não teme a morte, Ao campo de batalha, portuguezes ! Mais uma vez da patria eleve o non1e Aquelle que por ella se consome Nas luctas destemidas com os francezes !
•
~1EM DE SA'
1 J
'
A ESCOLA PRIMAÍ<ÍÁ
As armas portuguezas Dos mares têm a gloria, Dos feitos portentos os Cheg·aram á. victoria,
Cidade, és tu fundada Com sangue e sacrificio. 1\lil vidas se perde11do ·Para o teu beneficio .
O CAPITÃO-Af OR a,1,11111icia ct 111,011/e de Estctcio de Sá
Povo, a quem Deus concedeu Domar ó povo viril Das selvas incomparaveis Do bello e grande Brasil.
•
CAPITÃO
A fina flor da lusitana raça
A' sombra da cruz de Christo. Seus filhos cl1ristanisar · E da terra brasileira
· Esvahida em seu sangue, sen1 conforto, Eis que do céo á porta está batendo! - Brasil ! Por teu amor. . . Estacio é morto ! Estacio, o fundador deste portento, , Desta linda cidade o pioneiro,
O protestante expulsar· Eis que por ti, Brasil, calmo e sere110 ' A vida deu no Rio de Janeiro!
ESTAGIO DE SA'
Ao largo, irmão, eis as frotas Do francez e do tamoyo. Ao Santo desta cidade, Peça1nos clemencia, apoio.
(ajoelham-se)
Começa o combate entre portuguezes, francezes · e ta1noyos (settas, tiros, etc .) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . •· . . . . . . . . . . . . . . . ... .
Uma setta atravessanclo o ar, fere Estacio <le Sá no rosto. Gritos, lamentos, carregam-no. •••• •1 • • • • • • • • • • • • • • • • • ••• • •••••••••••••••••••
Termina o com bate.
l\JE1'I DE SA', rli1·1.11i11flo-se á cidade tio Rio clP .Trt11eiro : •
•
Portuguezes e brasileiros chora1n.
A CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Adeus, (ias luctas companheiro ingente ! Nós, braRileiros, que por tl choramos 'l'eu nome eleva.reinos na legenda, Como un1 altar na alma, levantamos ! ,
CAE O PANNO
Leontina Machado
Do Grupo Fiscolar Joaquim Nabuco
•
I
J