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Pág. 19 Páginas 11, 12 e 13 COOPERAÇÃO LUSO-ESPANHOLA Solidariedade no deserto Conjugação de esforços garante sucesso de resgate Uma aposta ganha Uma aposta ganha D EZEMBRO DE 2014 EDIÇÃO: 339 ANO: XXXII 1,25€ DIRECTOR: RUI RAMA DA SILVA Novo Regulamento do Transporte de Doentes Pág. 32 Pág. 18 ARMAÇÃO DE PÊRA

r Uma aposta ganha - Jornal Bombeiros de Portugal · de continuar a salvaguardar e a praticar a simplicidade, a afabilidade e a proximidade que há séculos caracteriza a sua forma

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Pág. 19

Páginas 11, 12 e 13

COOPERAÇÃO LUSO-ESPANHOLA

Solidariedadeno deserto

Conjugação de esforços garantesucesso de resgate

Uma apostaganha

Uma apostaganha

D e z e m b r o D e 2 0 1 4 eDição: 339 Ano: XXXii 1,25€ Director: rui rAmA DA SilvA

NovoRegulamentodo Transporte

de DoentesPág. 32

Pág. 18

ARMAÇÃO DE PÊRA

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2 DEZEMBRO 2014

Enriquecer para dar maisNos tempos que correm

fala-se muito em Portu-gal de enriquecimento, e

por muitas razões. SE calhar, num sentido muito próprio e redutor, fala-se mais de enri-quecimento ilícito e menos, ou nada, de enriquecimento lícito. Mas é precisamente sobre este último que quero comungar convosco algumas palavras e, inclusive, pelas melhores ra-zões.

Falo do enriquecimento mais que lícito, mais que justo e mais que meritocrata. Falo de enriquecimento em saberes e competências. Falo dos mui-tos bombeiros e bombeiras que nos últimos anos têm apostado, como porventura

nunca aconteceu com tanto empenho e expressão em gru-pos sociais, na sua preparação e formação.

Falo de saberes e compe-tências acrescidas que os bombeiros têm posto ao servi-ço do voluntariado e do socor-

ro. Uma aposta, sem dúvida, na sua formação pessoal, mas também com uma incontorná-vel extensão para a sua aplica-ção e benefício dos outros.

Seja na medicina, na enfer-magem, nas várias engenha-rias, na psicologia, no direito,

na proteção civil, e em tantos outros graus de formação aca-démica, mestrados ou pós--graduações, encontramos cada vez mais bombeiros e bombeiras.

Tem havido um notável es-forço dos bombeiros, a nível

pessoal, um esforço colectivo nas associações e corpos de bombeiros e também um re-lançar visível da actividade da Escola Nacional de Bombeiros (ENB) na oferta de formação.

Tudo se conjuga para uma revolução que nem se anuncia, porque já está em marcha.

Há um mérito duplo em tudo isto. Se, por um lado, os nos-sos bombeiros e bombeiras se apresentam na sua vida pes-soal e na actividade operacio-nal com cada vez mais compe-tências, por outro, não deixam de continuar a salvaguardar e a praticar a simplicidade, a afabilidade e a proximidade que há séculos caracteriza a sua forma de estar ao dispor

da comunidade. Isso quer di-zer que, no fundo, no mundo dos bombeiros nada se perde, tudo se ganha, tudo se trans-forma mas sempre no sentido de privilegiar e valorizar o co-lectivo e o bem.

No mundo de hoje, enquan-to uns enriquecem só para si, outros enriquecem em saberes e competências a pensar nos outros. Eis os bombeiros e bombeiras dos tempos moder-nos. Bem hajam, licenciados e doutores que, antes de tudo, sabem e querem continuar a ser bombeiros e bombeiras. Estes querem enriquecer, sem dúvida, para poder dar mais.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

Dia 10 de dezembro, os Bombeiros de Al-bufeira viram reforçada a estrutura de

comando com a tomada de posse de Rui Miguel Sequeira Fernandes, como 2.º co-mandante.

Licenciado em Geografia, pela Universi-dade de Coimbra, com sólidos conhecimen-

tos nas áreas da Proteção Civil, Segurança, Ambiente, Planeamento e Ordenamento do Território, e Sistemas de Informação Geo-gráfica (SIG), Rui Fernandes conta ainda com pós-graduações, em Segurança Inter-na, pelo Instituto Superior de Ciências Poli-ciais e Segurança Interna, e Gestão de

Emergências, pela Escola Nacional de Bom-beiros.

Reconhecendo o valor dos operacionais dos Bombeiros de Albufeira e do projeto em curso, aceitou o desafio e afirmou-se dispo-nível para a nobre causa de servir a comu-nidade.

ALBUFEIRA

Equipa reforçada

JORNAL@LBP

Quando o Natal acontece todos os diasA quadra natalícia é vivida com particular ani-

mação e emotividade nos quartéis de bom-beiros portugueses. O pinheiro decorado, as bo-las fitas e estrelas, a luzes e até o Pai Natal e suas renas, sem esquecer os completos presé-pios, por estes dias salpicam de afetos as áreas mais nobres de todas as associações humanitá-rias.

Os bombeiros sabem bem que o Natal pode ser passado longe da família, mas, não é por isso que perde significado, Na verdade, os valo-res apregoados nesta época, são afinal idênti-cos aos que norteiam os soldados da paz, no resto do ano.

Durante o mês de dezembro, a maioria das pessoas introduz no seu vocabulário uma série de palavras, de chavões que frases feitas, que após o Dia de Reis, caem em desuso. Contudo,

os bombeiros, introduziram nas suas rotinas, no dia-a-dia, conceitos como solidariedade, en-treajuda ou amor ao próximo. Nesse sentido, nos quartéis dos bombeiros de Portugal, nos mais tristes cenários, nos mais difíceis teatros de operações o Natal acontece todos os dias.

Para os bombeiros, homens e mulheres, es-

tas datas também são importantes, ainda as-sim, nestas e noutras ocasiões especiais não despem a farda, não hipotecam o lema “Vida por Vida” que os torna peculiares, que os faz sentirem-se úteis, mas, sobretudo realizados.

Em tempo de amor e fraternidade, importa atender ao exemplo destes voluntários que pro-

vam de facto, com pequenos e grandes gestos, com atos valorosos, com a coragem dos bravos, que “Natal é quando o Homem quiser”.

Resta à equipa do Jornal Bombeiros de Portu-gal endereçar a todos os que de forma abnega-da socorrem, salvam vidas e preservam bens, os votos de boas festas, de um feliz Natal e um novo ano pleno de realizações.

Cumpre-nos, ainda, agradecer todas as men-sagens que nos têm chegado de dirigentes, co-mandantes e corpos ativos, honorários, órgãos sociais e associados da Liga dos Bombeiros Por-tugueses, mas também as todas entidades liga-das ao setor, clientes assinantes, leitores e co-laboradores deste periódicos. A todos deseja-mos um Natal muito feliz e que 2015 seja, a todos os níveis, profícuo e repleto de êxitos.

Sofia Ribeiro

Barcelinhos Tavira

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3DEZEMBRO 2014

As nossas prioridades imediatasFo

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“Os patos depenam-se pena a pena”, costumava dizer o saudoso Professor Hum-

berto, a quem os Bombeiros Portu-gueses muito ficaram a dever.

O saudoso dirigente de bombeiros aplicava a expressão no sentido de encararmos sabiamente cada ques-tão, cada problema, com o rigor ne-cessário, com a atenção devida, com a ponderação adequada, etapa a eta-pa, com denodo e sobriedade, antes de qualquer decisão ou tomada de posição.

Muitos de vós também me têm ou-vido citar essa expressão no mesmo sentido e com a mesma convicção.

Essa, aliás, foi a nossa forma de estar e de ser no mandato prestes a

terminar. Essa será também a postu-ra que vamos manter no próximo, prestes a começar.

O amplo e detalhado programa que apresentámos ao Congresso, e que foi legitimado com tão grande quão significativa base de apoio, é para cumprir. Como fizemos anteriormen-te, e cumprimos.

As nossas prioridades continuam a ser a Lei do Financiamento, o novo Regulamento de Transporte de Doen-tes e o Cartão Social do Bombeiro. De momento continuam a ser a priorida-de das prioridades pelas razões que tenho referido há meses e que, tam-bém, explanei e reforcei no Congres-so de Coimbra.

Daí que, logo após a re-eleição, e

na sequência das afirmações proferi-das pelos governantes no próprio Congresso, não tardámos em reto-mar os contactos no sentido de as conseguir materializar.

As nossas prioridades, contudo, não se esgotam aí. O programa sufra-gado e o próprio Plano de Atividades para 2015 demonstram cabalmente os nossos propósitos.

Mas como dizia o nosso saudoso amigo Professor Humberto Gonçal-ves, “os patos depenam-se pena a pena”.

Importa não perder a noção do conjunto das restantes prioridades e da coerência entre as várias etapas que traçámos e vamos continuar a cumprir.

O facto de, estarmos assoberba-dos de tarefas não podem estas im-pedir, nem a nossa capacidade de análise, nem a nossa vontade e de-terminação de atingir as metas tra-çadas em prol dos Bombeiros Portu-gueses.

Passo a passo, etapa a etapa, “ pena a pena” é a metodologia que temos aplicado à nossa análise e consequente ação. Continuará a ser esta a nossa forma de ser, de estar e de agir.

Como sabemos, os tempos mais próximos estão sobrecarregados de dificuldades, não nos permitindo fa-zer poupanças de esforços, antes pelo contrário. Esses são os horizon-tes que nos esperam entre

2015/2017. Encaramo-los com a mesma determinação e convicção como a que assumimos e demons-trámos no triénio 2012/2014.

A terminar, e na certeza de que a união continuará a ser a nossa cultu-ra e o nosso ideário quero, em nome da LBP, formular a todos os Bombei-ros, Comandos, Dirigentes Associati-vos e Federativos e suas Famílias Vo-tos de Bom Natal e Feliz Ano Novo.

Permitam-me um abraço especial a todas as bombeiras e bombeiros que nas noites de Natal e Ano Novo, irão de forma exemplar abnegada e altruísta estar de prevenção nos seus quartéis para segurança dos seus concidadãos afirmando o seu lema “Vida por Vida”.

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4 DEZEMBRO 2014

O Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses (CN/LBP) aprovou por unanimidade o

Plano de Atividades e Orçamento (PA/O) para 2015 aprovado pelo Con-selho Executivo (CE). A reunião, a últi-ma do ano e do mandato 2012/2014, decorreu no salão da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras. Já ali tinha ocorrido, em 31 de março de 2012, a primeira reu-nião do CN/LBP do atual mandato.

Na apresentação do PA/O o presi-dente do Conselho Executivo, coman-dante Jaime Marta Soares, sublinhou que os dois documentos têm o “propó-sito de confirmar o que afirmámos ao tempo como compromisso que define a estratégia correspondente a um ano mas sempre numa perspetiva de hori-zontes mais alargados”.

Jaime Soares lembrou que esses ho-rizontes assentam nos propósitos afir-mados, “no seguimento das decisões tomadas no congresso da Régua e dos 20 princípios abrangentes e orientado-res sufragados em Coimbra, a que que-remos estar sem dúvida vinculados já que vão ser a nossa matriz e a base do compromisso que vamos executar”.

Ao PA/O para 2015, segundo o presi-dente da LBP, seguir-se-ão outros “na nova caminhada dos próximos 3 anos para qual queremos estar bem susten-tados e preparados, nomeadamente para encarar as situações, por mais di-fíceis que se apresentem, porventura, até, mais difíceis que as sentidas no primeiro mandato”.

O Conselho Nacional decidiu também por unanimidade extinguir a CENAFO-GO e vender à Câmara Municipal de Ar-ruda dos Vinhos, por 150 mil euros, o terreno que constitui o único bem pa-trimonial da referida empresa. A CENA-FOGO (Centro Nacional de Luta Contra o Fogo e Serviços Integrais de Segu-rança, SA) foi criada anos atrás pela LBP, pela Escola Nacional de Bombei-ros, pela Câmara e pelos Bombeiros Voluntários da Arruda e dos Vinhos e por dois outros parceiros. Vicissitudes várias vieram inviabilizar o projeto ini-cial e impossibilitar o seu arranque. Im-portava agora resolver definitivamente a situação, como foi proposto pelo Con-selho Executivo e aprovado pelo CN.

Relativamente aos regulamentos da Juvebombeiro e Eleitoral da Juvebom-beiro o CN/LBP aprovou por maioria,

com 4 votos contra, o teor dos dois do-cumentos. A propósito, o presidente do CE lembrou que os dois documentos fo-ram apresentados no CN realizado em Constância e retirados para recolha de mais contributos mas que agora em Felgueiras verificava-se que esses con-tributos afinal tinham sido mínimos.

O CN deliberou ainda por unanimida-de a atribuição da Fénix de Honra ao comandante do QH dos Voluntários de Lisboa, Álvaro Jorge, com mais de 70 anos de bombeiro.

Foram vários os temas apresentados como “Outros Assuntos”. Destacamos a questão apresentada pelo presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante António Carva-lho, relativamente ao Comité Técnico Internacional do Fogo (CTIF) e sobre uma eventual alteração de posiciona-mento da LBP relativamente a essa en-tidade internacional de que foi, aliás, uma das fundadoras.

A propósito, o comandante Marta Soares, confirmou que “continuamos no CTIF de pleno direito e envolvidos no CTIF tendo presente o interesse para potenciarmos conhecimentos e propostas com resultados palpáveis”.

O conselheiro do Porto e presidente dos Bombeiros de Felgueiras, Arnaldo Freitas, deu nota da sua preocupação relativamente a atrasos sistemáticos e comuns ocorridos com o re-embolso do IVA a associações de bombeiros. No caso da sua instituição esse atraso re-monta há um ano e ascende, compreen-dendo 2013 e 2014 mais de 42 mil eu-ros. A propósito, o presidente da Fede-ração de Bombeiros do Porto, professor José Miranda, informou que esse atraso no seu distrito ascende a 9oo mil euros.

Na sequência das condenações pro-feridas pelo Tribunal Coletivo de Júri de Vouzela em relação aos culpados pelo incêndios no Caramulo o CN/LBP apro-vou uma moção em que, sublinhando a sua intenção de não se imiscuir na de-cisão do Tribunal, em nome dos Bom-beiros de Portugal, saúda o referido Tri-bunal, e todos os que nele tomaram parte, pela posição agora assumida que vai ao encontro do sentimento de justi-ça reclamado. Noutra local desta edi-ção damos particular ênfase à esta to-mada de posição do CON/LBP.

No decurso dos trabalhos, por pro-posta do presidente do Conselho Fiscal, Lídio Lopes, foi ainda cumprido um mi-

nuto de silêncio em homenagem a três bombeiros recentemente falecidos, o bombeiro de 1ª dos Voluntários da Fi-gueira da Foz, António Paiva, o bombei-ro de 2ª de Miranda do Corvo, Luís Pin-to, e o bombeiro de 3ª dos Voluntários de Penacova, Marco Assunção.

No final do Conselho Nacional, vários conselheiros referiram o facto de ser o último do mandato e dever haver uma saudação especial para aqueles que nele tomaram parte pela primeira vez na sequência das eleições entretanto realizadas em muitas federações distri-tais.

O presidente do CE da LBP, coman-dante Jaime Soares, a propósito, diri-giu uma saudação especial aos novos conselheiros e fez questão de fazer re-ferência e “saudar calorosamente” também os que deixaram de integrar o CO. Aproveitou o ensejo para agrade-cer o excelente acolhimento prestado pelos Bombeiros de Felgueiras. Dirigiu--se ainda, em particular, aos membros da Mesa dos Congressos e ao seu pre-sidente, Duarte Caldeira, em relação ao qual “o CE não deixará de querer afir-mar publicamente o respeito, a consi-deração e a gratidão que nos merece”.

CONSELHO NACIONAL DA LBP

Unanimidade no Plano e Orçamento para 2015

O Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros, reu-nido, em Felgueiras, no

passado dia 13 de dezembro, aprovou por unanimidade uma moção que constata o “senti-mento generalizado de justiça feita”, uma posição face à con-denação em tribunal dos dois autores do grande incêndio do Caramulo, ocorrido em 2013. “Saudamos em nome dos Bom-beiros de Portugal, o tribunal e todos os que nele tomaram parte”, pela posição agora as-sumida, que vai de encontro ao sentimento de justiça ampla-mente reclamado”, pode ler-se no texto da moção aprovado um dia depois de ter sido co-nhecida a sentença.

Os dois homens acusados da autoria dos incêndios florestais

na Serra do Caramulo no verão do ano passado, que provoca-ram a morte de quatro bombei-ros, foram condenados a 18 anos e 12 anos de prisão, no passado dia 12 deste mês. O tribunal coletivo de júri consi-derou provado que, na noite de 20 para 21 de agosto de 2013, Luís Patrick e Fernando Mari-nho andaram de mota pela ser-ra a atear vários focos de in-cêndios.

Numa primeira reação, Jai-me Marta Soares disse que a condenação foi a “mais pesa-da” de sempre.

“Não tenho memória que te-nha havido uma condenação tão pesada”, sublinhando que foi “feita justiça”. “Acho que isso dá uma esperança para o futuro, demonstrando que a

justiça está atenta e aplica as penas quando as deve aplicar e com a rigidez que elas devem ter”, adiantou Jaime Marta Soares.

O presidente da LBP recor-

dou que, antigamente, quem praticava o crime de incêndio florestal ficava “quase sempre impune”, uma situação que era frequente. “De alguma forma sentimos que foi feita justiça.

Esperamos que esta condena-ção seja dissuasora e que leve os incendiários a pensarem duas vezes antes de praticarem este crime, que ceifa vidas e haveres da sociedade portu-guesa”, sustentou.

Jaime Marta Soares disse ainda que a condenação “foi um dia muito importante para os portugueses na salvaguar-da” do património florestal.

Recorde-se que os dois ar-guidos estavam acusados, em coautoria, de um crime de in-cêndio florestal, de quatro de homicídio qualificado e de 13 de ofensa à integridade física qualificada, mas a qualificação foi alterada, por não ter ficado provado que tenham agido do-losamente. Durante as alega-ções finais, o Ministério Público

tinha pedido a pena máxima para Luís Patrick, admitindo que esta poderia vir a ser redu-zida se a qualificação jurídica fosse diferente da que constava da acusação.

O procurado do Ministério Público, Carlos Guerra, consi-derou no decorrer das alega-ções finais que “a prova é ine-quívoca quanto ao local onde os incêndios se iniciaram, como evoluíram e às respetivas con-sequências”. Na sua opinião, fi-cou provado que o incêndio “com consequências mais gra-vosas” foi o de Alcofra, que provocou a morte a quatro bombeiros e ferimentos em ou-tros doze e provocou prejuízos no valor de 1,1 milhões de eu-ros e consumiu uma área supe-rior a 1500 hectares.

DOZE E DEZOITO ANOS PARA INCENDIÁRIOS DO CARAMULO

Decisão histórica confirma papel da justiça

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5DEZEMBRO 2014

O presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP), Jai-me Marta Soares, reuniu-se

com a nova ministra da Administra-ção Interna, no passado dia 16 de dezembro.

Neste primeiro encontro de traba-lho, que serviu para a apresentação de cumprimentos, Anabela Rodrigues e Jaime Marta Soares trocaram vá-rias ideias sobre os diferentes dossiês que estão a ser negociado entre bombeiros e tutela, nomeadamente a futura Lei de Financiamento que, ga-rante a nova ministra, estará concluí-da até ao “final do ano”, cumprindo--se assim o calendário previsto.

Em declarações ao ‘Bombeiros de Portugal’, Jaime Marta Soares referiu

que o encontro ficou marcado por ga-rantias de “lealdade” e “disponibilida-de” de ambas as partes no que se re-fere ao tratamento das matérias que dizem respeito ao setor.

“Fizemos uma breve apresentação da Liga e exprimimos toda a disponi-bilidade em colaborar com o Gover-no, tendo por objetivo alcançar os nossos objetivos, não esquecendo,

no entanto, aquelas que são as nos-sas reivindicações”, contou Jaime Marta Soares que convidou a ministra Anabela Rodrigues a presidir à ceri-mónia de posse dos novos órgãos so-

ciais da Liga, evento que irá decorrer em Torres Vedras, na primeira quin-zena de janeiro. A ministra agrade-ceu e aceitou o convite.

PC

O levantamento nacional está feito e as conclusões apon-

tam para a existência de 130 quartéis com amianto nas suas estruturas, num total de cerca de 100 mil metros quadrados. Segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), responsá-vel pelo trabalho de recolha da informação, em 130 dos cerca de 480 quartéis de bombeiros, incluindo alguns municipais, foi detetado este material cancerí-geno: “Este material era usado há muitos anos, por isso é nor-mal que exista uma degrada-ção, e quando há essa degra-dação pode haver contamina-ção do ar, como nos dizem os especialistas”, referiu Jaime Marta Soares. Segundo o presi-dente da LBP, a necessidade de apoio financeiro para a remo-ção do amianto já foi discutida com o Ministério da Administra-ção Interna (MAI) e com a Au-toridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), um processo que “está em bom andamento” e que poderá traduzir-se na dis-

ponibilização por parte do Esta-do de uma verba de cinco mi-lhões de euros para as obras de melhoramento. Segundo a Liga, e feitas as contas, a verba será suficiente, mas será ne-cessário analisar todos os da-dos e “decidir o que deve ser prioritário, analisando o que está mais degradado”. Jaime Marta Soares espera que as in-tervenções possam acontecer no curto prazo e a ANPC poderá vir a financiar a retirada do amianto até cerca dos 100 por

cento. Marta Soares diz que o caso deverá ser encarado com uma “prioridade”, já que se tra-ta de um problema de saúde pública.

O amianto foi muito utilizado na construção, sobretudo nos revestimentos e coberturas de edifícios, entre 1945 e 1990. Em Portugal a utilização do amianto foi proibida em 2005, depois dos técnicos terem con-cluído que se trata de uma substância cancerígena.

Patrícia Cerdeira

HÁ 130 QUARTÉIS COM AMIANTO

Liga exige ajudapara problema de saúde pública

Os bombeiros voluntários de Constância e Cernache do

Bonjardim, distrito de Santa-rém, participam na ajuda inter-nacional a Cabo Verde, na se-quência da erupção do Vulcão do Pico do Fogo, que entrou em erupção há cerca de três sema-nas. No passado dia nove de dezembro, foram enviadas duas ambulâncias dos voluntários para apoiar as forças de socorro envolvidas no apoio às popula-ções. As duas viaturas segui-ram para a Cidade da Praia num avião Hércules C-130 da Força Aérea Portuguesa (FAP), e chegaram 24 horas depois à Ilha do Fogo, onde foram entregues à ministra da Administração Interna de Cabo Ver-de. A ajuda enviada pela Proteção Civil portugue-sa insere-se no Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia (MPC-UE), que foi acionado após o pedido de assistência feito pelas autoridades cabo-verdianas àquela instância comunitária.

A Liga dos Bombeiros Portuguesas (LBP) subli-nha o “empenho” dos bombeiros portugueses neste tipo de missão, mas lamenta não ter sido oficialmente “contactada” por quem decidiu en-viar duas ambulâncias dos bombeiros. “O Estado não tem bombeiros, socorre-se das associações humanitárias, e devia por isso envolver a Liga dos Bombeiros Portugueses neste tipo de tomada de decisão. Todos sabem que somos os primeiros a querer ajudar mas há procedimentos que vão ter de ser clarificados”, alertou o presidente da LBP, que não gostou da forma como o processo foi conduzido.

Entretanto já chegou a Portugal, a Comandan-

te Operacional Distrital de Setúbal que esteve em missão durante 15 dias na Ilha do Fogo. Patrícia Gaspar integrou a missão da ONU que avalia as necessidades de socorro após a erupção vulcâni-ca. A proteção civil nacional disponibilizou ainda materiais e equipamentos, incluindo 4.000 más-caras de proteção respiratória, um telefone-saté-lite, 50 WC portáteis, 500 camas de campanha, 100 cobertores e 200 lençóis.

A erupção vulcânica na ilha do Fogo começou no dia 23 de novembro passado, destruindo to-talmente as localidades de Portela e Bangaeira. Cerca de 1.500 habitantes foram previamente re-tirados.

À data de fecho desta edição, o vulcão conti-nuava ativo, sendo que nos últimos dias as auto-ridade registaram um abrandamento da atividade vulcânica, o que tem permitido às autoridades locais focarem-se na aplicação do plano de emer-gência caso a lava venha a destruir mais localida-des.

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PORTUGAL PARTICIPA NO APOIO A CABO VERDE

Duas ambulâncias dos bombeiros no terreno

PRIMEIRA REUNIÃO DE TRABALHO

Disponibilidade e lealdadeFo

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6 DEZEMBRO 2014

Sob influência da quadra natalícia, o apontamento histórico da presente edi-

ção refere-se a dois documen-tos de outros tantos corpos de bombeiros privativos já extintos que se encontraram filiados na Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP): o Corpo de Bombei-ros da Companhia União Fabril (CBCUF) e o Corpo de Bombei-ros da Fábrica de Loiça de Saca-vém (CBFLS).

A primeira curiosidade, do CBCUF, soma 82 anos de exis-tência e faz parte do Arquivo Histórico da Confederação. Tra-ta-se de um cartão de Boas Festas, com os respectivos vo-tos manuscritos, mas não assi-nado. Era então comandante, Manuel dos Santos.

Criado em 21 de Fevereiro de 1911, por influência do grande industrial Alfredo da Silva, fun-dador da Companhia União Fa-bril (CUF), o CBCUF, aquartela-do nas instalações da empresa, no Barreiro, foi admitido como sócio colectivo da LBP a 21 de Novembro de 1932, recebendo o número 60 de inscrição.

Embora de natureza privati-

va, aquele corpo de bombeiros teve grande incremento, pres-tando relevantes serviços à co-munidade, intra e extra com-plexo da CUF. Pelo facto, mere-ceu ser agraciado com o Grau de Oficial da Ordem de Bene-merência (5 de Outubro de 1932).

Chegou a dispor de dois quartéis e de um total de 60 bombeiros, destacando-se, por exemplo, de acordo com dados estatísticos referentes ao ano de 1944, uma forte apetência para a vulgarmente designada “instrução” (138 sessões), complementada através de exercícios com material (112 realizações).

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

Dotado de elevada consciên-cia preventiva, uma vez espe-cialmente vocacionado para evitar acidentes e/ou minimizar os respectivos efeitos nas dife-rentes unidades de produção, o seu pessoal procedeu, durante 1944, a 1825 rondas na fábrica de óleos combustíveis, 1825 nos armazéns de nitratos e 2190 nos armazéns da juta, para além de 186 rondas diver-sas. Porém, tais cuidados não impediram que se registassem 33 incêndios, por combustão expontânea, dois de origem desconhecida e um devido a curto-circuito.

Refira-se, também, a título de curiosidade, em relação ao

mesmo período, que o Auto--Macas percorreu 1082 quiló-metros, atingindo o transporte de doentes ou feridos, no con-celho do Barreiro e com destino a Lisboa, um total de 63 condu-ções. Por sua vez, em Maca Ro-dada, verificaram-se 390 servi-ços.

O CBCUF foi extinto no ano de 1971, devido à criação dos Serviços de Segurança da Com-panhia União Fabril. Assim dá conta um ofício remetido ao presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses, com data de 25 de Novembro de 1971, assi-nado pelo comandante César

Santos. A partir de então ces-sou a sua filiação.

Relativamente ao CBFLS, fun-dado no dia 1 de Outubro de 1946 e inscrito na LBP a 22 de Agosto de 1947, como sócio co-lectivo, com o número 269, re-produzimos o mais antigo ofício de Boas Festas conservado em arquivo, datado de 20 de De-zembro de 1958, subscrito pelo comandante Henrique Goulart Marques.

Esteve na origem daquele cor-po de bombeiros a reconhecida limitação de meios dos Bombei-ros Voluntários locais, por parte dos responsáveis pela Fábrica de Loiça de Sacavém, face à proba-bilidade de deflagração de in-cêndios no perímetro industrial.

Tanto quanto é sabido, com base em anotações existentes no correspondente processo, o CBFLS cessou a sua actividade antes do terceiro semestre de 1971, pelo que neste e no se-guinte já não houve pagamento de quotização à então co-deno-minada “Confederação de Asso-ciações e Corporações de Bom-beiros”.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

CUF E FÁBRICA DE LOIÇA DE SACAVÉM

As Boas Festas dos Bombeiros Privativos

A Galeria de Honra é uma das áreas expositivas integra-

das no espaço reservado ao Núcleo de História e Património Museológico da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP).

Inspirada na Sala de Honra que outrora existiu nas antigas instalações da Rua Barata Sal-gueiro, onde durante mais de 50 anos funcionou a sede so-cial da Confederação, nela po-derá ser apreciada uma inte-ressante colecção de condeco-rações composta por mais de 200 peças, nacionais e estran-geiras. De resto, as vitrines onde estas se encontram ex-

postas são as mesmas que existiram na referida sala, de-pendência complementar do então Museu Júlio Cardoso.

Todas originais e de rara be-leza, as condecorações perten-ceram a alguns dos mais notá-veis bombeiros que Portugal conheceu na primeira metade do século XX, nomeadamente, co-fundadores e ferverosos apoiantes da LBP.

Entretanto submetidas, no seu conjunto, a trabalhos de conservação e restauro, tais peças são, em bom rigor, frag-mentos de história individual e colectiva, para além de símbo-

los de admirável heroicidade, já que parte significativa cor-responde a medalhas de reco-nhecimento por arriscadas in-tervenções aquando de graves sinistros que marcaram a vida do país.

Na mesma área, paralela-mente a várias curiosidades documentais, caso da reprodu-ção do diploma do primeiro Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, con-cedido ao Papa Pio XII, no ano de 1956, de destacar a exis-tência de um quadro a óleo so-bre tela, datado de 1894, onde se encontra retratado o inspec-

tor Carlos José Barreiros, vulto grande da história dos bombei-ros portugueses, a cuja acção se ficou a dever, nos finais do séc. XIX, a arrojada reforma do serviço de incêndios em Lis-boa, consubstanciada, entre outras mais-valias, na aquisi-ção das primeiras bombas a vapor e na aplicação de medi-das normativas que passaram a obrigar a instalação de bo-cas-de-incêndio nos edifícios. Da autoria do pintor António Baeta, contemporâneo dos grandes nomes do romantismo e do naturalismo nacional, aquela obra de arte foi ofereci-

da, para exposição no Museu Júlio Cardoso, por José Carlos Madeira, antigo 2.º comandan-te dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, em 14 de Outubro de 1959. É mais uma preciosi-dade da história, revestida do

maior interesse e valor artísti-co, que justifica a atenção dis-pensada pela Liga dos Bombei-ros Portugueses, durante o úl-timo triénio e em termos de futuro, à recuperação do seu património museológico.

Galeria de Honra do NHPM

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7DEZEMBRO 2014

As corporações de bombeiros dos distritos de Beja e Évora vão come-

çar a receber nos próximos dias os equipamentos de proteção individual de combate a incêndios, adquiridos através de dois concursos lançados pe-las comunidades intermunicipais.

Numa nota enviada à nossa redação, as comunidades intermunicipais do Baixo Alentejo (CIMBAL), que integra 13 dos 14 concelhos do distrito de Beja, à exceção de Odemira, e do Alen-tejo Central (CIMAC), que abrange os 14 concelhos do distrito de Évora, in-formam que já têm os equipamentos disponíveis para serem entregues aos diferentes corpos de bombeiros.

Às 13 corporações de bombeiros do Baixo Alentejo vão ser entregues 166 capacetes florestais, 327 cogulas, 392 fatos de proteção individual e 368 lu-vas e 383 botas de combate a incên-dios. Já no caso do distrito de Évora, a CIMAC vai entregar os equipamentos aos presidentes dos 14 municípios da região, os quais, posteriormente, farão chegar os equipamentos às corpora-ções de bombeiros dos respetivos concelhos.

A aquisição dos equipamentos para as 13 cor-porações de bombeiros do Baixo Alentejo custou mais de 157 mil euros e a destinada às 14 corpo-rações de bombeiros do distrito de Évora custou mais de 182 mil euros.

As duas aquisições foram financiadas em 85 por cento pelo Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), sendo as respe-tivas comparticipações nacionais repartidas pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (7,5 por cento) e pelos municípios (7,5 por cento).

CONCURSO POLÉMICO

EPI chegam, finalmente,ao Alentejo

Foto

: LUS

A

A Espírito Santo Saúde já é dona do terreno onde está localizado o quartel do Regi-mento Sapadores de Lisboa (RSB), ao

lado do Centro Comercial Colombo. Tal como já era esperado, os donos do Hospital da Luz ad-quiriram o terreno em hasta pública já este mês por mais de 15, 5 milhões de euros. A dois de outubro, a câmara de Lisboa já tinha levado a cabo uma primeira hasta pública para a ven-da do terreno, não tendo sido, na ocasião, apresentada qualquer proposta. A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou em 29 de julho deste ano a alteração do Plano de Pormenor do Eixo Urbano Luz-Benfica, onde consta a aliena-ção em hasta pública do quartel do Regimento dos Sapadores Bombeiros junto à Avenida Lu-síada. A venda deste terreno é apenas uma parte do património que a autarquia está a vender. A situação está a causar muita “apreen-são” junto dos bombeiros sapadores, já que a

câmara ainda não tem qualquer solução altera-tiva para instalar o quartel do Colombo, como é conhecido, e onde estão instalados para além do Museu do Bombeiro, a SALOC, a sala inte-grada de operações dos bombeiros da cidade. O vereador do Urbanismo da câmara de Lisboa, Miguel Salgado, garante que estão a ser “estu-dadas várias alternativas”, assegurando que não haverá “desocupação do atual quartel sem que estejam encontradas soluções”.

TERRENO DO QUARTEL DO COLOMBO JÁ FOI VENDIDO

Câmara de Lisboaainda não tem alternativa

Na última edição do “Bombeiros de Portugal”, referente a novembro, reproduzimos na íntegra a lis-ta encabeçada pelo comandante Jaime Marta Soares saída vencedora do 42.º Congresso da Liga

dos Bombeiros Portugueses (LBP) para o triénio 2015/2017.À data da apresentação da lista constava como suplente do conselho executivo a comandante dos

Bombeiros Voluntários da Vidigueira, Noémia Ramos.Posteriormente, entre a data da apresentação da lista e a votação em congresso, a comandante

Noémia Ramos tomou posse do cargo de segundo-comandante distrital de Beja da Autoridade Nacio-nal da Proteção Civil. Assim, pela ordem estabelecida, o seu lugar de suplente passou a ser ocupado pelo comandante dos Voluntários de Alcochete, Paulo Vieira.

ÓRGÃOS SOCIAIS LBP

Comandante Noémia Ramos

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8 DEZEMBRO 2014

Em janeiro de 2014 no primeiro texto desta rubrica escrevemos

“as trágicas consequências do ano de 2013 para os Bombeiros Portugueses expressas em perdas de vidas huma-nas, em lesões físicas e psicológicas graves algumas com repercussões para toda a vida, tornam imperioso a adoção de um desígnio nacional de promoção da segurança dos Bombei-ros Portugueses”.

O tema da segurança dos bom-beiros esteve presente em seminá-rios, formações e instruções inter-nas, e em muitas conversas entre bombeiros por todo o país. Feliz-mente este ano o número e gravida-de dos acidentes em serviço nos Bombeiros Portugueses não teve qualquer comparação com o ano passado.

Podemos reduzir o nível de alerta

para o tema da segurança nos bom-beiros?

O nosso entendimento é claramen-te que não. O alerta vermelho para a segurança irá permanecer em vigor em 2015! A palavra risco facilmente se confunde com a de bombeiro. Por um lado, a atividade de bombeiro tra-duz-se na exposição ao risco efetivo para a sua segurança e saúde, pre-sente em cada operação de socorro. Por outro, decorrente das diversas si-tuações onde atua, o bombeiro tem, a médio e longo prazo, um risco acrescido de desenvolvimento de problemas de saúde.

O nosso objetivo em 2014 foi de alertar a atenção dos bombeiros para um conjunto de temas abordados nas rubricas, como a cultura de se-gurança, triângulo de segurança (Formação e treino, liderança e pro-

cedimentos, e segurança pessoal), hidratação, apoio psicossocial, des-canso e alimentação, reabilitação, li-ções aprendidas e Corpo de Bombei-ros saudável.

EM 2015 em acréscimo à sensibili-zação é necessário promover mudan-ças de comportamentos, atitudes e medidas organizacionais na seguran-ça dos bombeiros.

O objetivo final da Segurança Ocu-pacional é preservar a integridade fí-sica, mental e social dos Bombeiros, através de medidas que reduzam os acidentes bem como os danos provo-cados. A implementação das diversas medidas preventivas irá refletir-se na redução dos eventos não programa-dos (acidentes ou incidentes), bem como na redução de danos e lesões.

Adicionalmente a estas medidas, importa reforçar que o Bombeiro deve estar atento a toda e qualquer alteração das condições das várias naturezas de teatros de operações onde atua. O teatro de operações é um local dinâmico que altera as con-

dições em espaços temporais bastan-te reduzidos, logo o Bombeiro deve estar pronto para aplicar uma estra-tégia de recurso para que seja salva-guardada a sua Segurança.

Como mensagem de final de ano afirmamos que ser bombeiro, é, em cada missão, superar o inesperado e resolver situações difíceis, mas ape-nas quando não está em causa a se-gurança do próprio e da sua equipa. Sem segurança não há garantia de sucesso da operação de socorro, a que acrescem os eventuais danos nas mulheres e nos homens que se dedi-cam a proteger as populações. E hoje e sempre, a primeira vida a proteger é a do bombeiro!

[email protected] – Divisão de Segurança, Saúde e

Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC)

O futuro da segurança dos bombeiros portugueses

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

O jornalista e dirigente asso-ciativo Luís Miguel Baptista

será o futuro presidente do Conselho de Administração Executivo da “Reviver Mais” – Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Por-tugueses, sucedendo a José Manuel Lourenço Baptista que, ao fim de 12 anos de exercício daquele cargo, transitará para a presidência da Mesa da Assem-bleia Geral. Por sua vez, José António da Piedade Laranjeira manter-se-á como presidente do Conselho Fiscal.

A eleição dos órgãos sociais da “Reviver Mais” referentes ao triénio 2015-2017 realizou-se no passado dia 29 de novem-bro, em assembleia geral reu-nida nas instalações da Biblio-teca Municipal de Gondomar, onde foi também aprovado, por unanimidade e aclamação, o Plano de Atividades e Estimati-va Orçamental para o próximo ano. Antes, porém, decorreu uma breve sessão de boas-vin-das, presidida pela vereadora da edilidade local, Aurora Viei-ra, que colocou em evidência a importância de todos e quais-quer projetos de solidariedade, numa sociedade manifesta-mente carente de apoios.

“Sob o lema “Garantir o Fu-turo, Inovando!”, o presente plano de atividades consagra um conjunto de mudanças ao nível do dirigismo que procura dar resposta à reconhecida ne-cessidade de desenvolver e afirmar a nossa Associação, se-gundo um processo que fortifi-que a sua estrutura e, por con-sequência, introduza mais-va-lias e confira maior visibilidade pública ao seu projeto social”, refere a introdução do mencio-nado documento, a cuja elabo-ração presidiu o discurso e a

visão programática da futura liderança.

Entre as novas opções e os novos compromissos, de desta-car a criação de condições mais atrativas para os sócios, no pla-no das vantagens e benefícios, o estabelecimento de protoco-los com diferentes entidades intervenientes nas áreas social e dos cuidados de saúde e o alargamento da relação de pro-ximidade da “Reviver Mais” aos elementos que integram os quadros de honra e ativos dos corpos de bombeiros, sem es-quecer a manutenção e o apro-fundamento da cooperação es-tabelecida ao nível da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Nabul – Associação de Bombei-ros Ultramarinos.

“O Plano de Atividades para 2015 é extenso, ambicioso mas exequível. Assim estamos con-victos, porquanto a sua concre-tização depende mais da von-tade de todos e de cada um do que propriamente de aspetos financeiros. Claro que não dei-xaremos de perseguir o objeti-vo da construção da Casa do Bombeiro, mas este é um as-sunto para ser dinamizado numa outra dimensão, pelo que se prevê a constituição de uma

comissão específica, sob a su-pervisão do Conselho de Admi-nistração Executivo, à luz de um novo conceito de corres-ponsabilização”, afirmou o fu-turo presidente.

A realização da assembleia geral de eleição e da que a an-tecedeu a fim da discussão e votação do Plano de Atividades e Estimativa Orçamental pres-tou-se ao cumprimento de um programa social, nos dias 29 e 30, com visitas a diferentes pontos de interesse de Gondo-mar e do Porto, para a organi-zação do qual concorreu o em-penho do delegado distrital da “Reviver Mais”, Fernando Bas-tos, também membro da Mesa

da Assembleia Geral e que pre-sidiu aos trabalhos.

Os diferentes momentos en-volveram a ativa participação de mais de meia centena de sócios oriundos de diferentes pontos do país, contando com os especiais apoios da Câmara Municipal de Gondomar, na disponibilização de infraestruturas, bem como dos Bombeiros Voluntários do Dafundo, dos Bombeiros Volun-tários Espinhenses e da Câmara Municipal de Arronches, em ter-mos de logística de transportes.

A tomada de posse dos novos órgãos sociais está prevista para o próximo mês de janeiro, em data e local a divulgar oportuna-mente.

REVIVER MAIS

Novos eleitos, novos projetos

Daniela Fraga, a mais recente oficial bombeira dos Bombeiros Voluntários

de Salvação Pública e Cruz Branca de Vila Real e membro da sua equipa de interven-ção permanente (EIP), defendeu no dia 27 de novembro passado a sua dissertação para obtenção grau mestre em Engenharia Florestal na Universidade de Trás os Mon-tes e Alto Douro, com o tema “Perigo de Incêndio na Interface Ur-bano-Florestal do Município de Vila Real – Caracterização destas áreas e Plano de evacuação da População”.

Este tema foi motivado pelo comandante operacional distrital de Vila Real, engenheiro Álvaro Ribeiro e pela própria atividade pro-fissional da Daniela enquanto membro da EIP.

O objetivo foi criar uma carta de “Índice de Perigo de Incêndio para a Interface Urbano-Florestal para no Município de Vila Real”, com diversas vertentes. Desde logo, contribuir para o combate aos incêndios florestais, racionalizando os meios envolvidos no teatro de operações (TO), fornecer informação para as ações de planea-mento no âmbito da Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI) e, inclusive, a sensibilização dos presidentes das juntas de freguesia e população localizada em locais mais suscetíveis a esse fenómeno.

Na sua dissertação Daniela Fraga identificada todas as áreas de interface urbano – florestal para o município em estudo, apresen-tando os principais problemas dos incêndios nestas áreas, e suge-rindo um plano de evacuação da população.

Do estudo em causa, tendo com orientador o professor doutor José Aranha e co-orientador o engenheiro Álvaro Ribeiro, a ofical--bombeira, “não querendo deixar este trabalho pela estante”, lança várias sugestões. Começa pela necessidade de realização de ações de sensibilização em conjunto com as juntas de freguesias e com as escolas, para alertar os mais novos para os cuidados a ter na preservação das florestas. Propõe também a criação de uma base de dados por aldeia, de forma a facilitar a evacuação da mesma em caso de incêndio florestal, o melhoramento e manutenção da rede viária florestal, a construção/manutenção de pontos de água para meios aéreos e terrestres, a criação de faixas de gestão de com-bustível nos aglomerados populacionais/edifícios, rede viária e rede elétrica e o pré posicionamento de meios quando o estado de alerta especial (EAE) for amarelo ou superior.

VILA REAL - CRUZ BRANCA

Bombeira desenvolve investigação

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9DEZEMBRO 2014

Instalados num quartel de excelência, muito operacio-nal, em localização privile-

giada, os Voluntários de Salva-ção Pública e Cruz Branca de Vila Real, por estes dias escre-vem mais um capítulo de ouro, numa história que começou a ser escrita a 6 de janeiro de 1897, pelo pulso de um grupo “de generosos rapazes ainda na pujança da vida”. Hoje, quase 118 anos volvidos, dirigentes, estrutura de comando e corpo ativo regem-se pelos mesmos valores que orientaram e inspi-raram os pioneiros Manuel José Morais Serrão, Comendador Barros, Francisco Ferreira da Costa Agarês António Costa Oli-veira, José Avelino, Avelino Eira de Carvalho, Domingos Vaía e o padre Filipe Borges.

Determinação é palavra de ordem nesta associação como deixam perceber o presidente da assembleia geral, Miguel Es-teves, o vice-presidente da di-reção António Savedra Costa, o comandante Orlando Matos e o 2.º comandante Ilídio Lopes que há umas semanas conduzi-ram o jornal Bombeiros de Por-tugal numa visita guiada ao complexo operacional, dando a conhecer o pulsar desta institui-ção, que embora centenária transpira juventude e vitalida-de.

O quartel Comandante Mo-raes Serrão alia espaço, funcio-nalidade, sobriedade e conforto para que nada falte ao grupo de

130 bombeiros, que serve cerca de 30 mil pessoas, em toda a margem esquerda do Rio Corgo e na única freguesia urbana do concelho - União de freguesias de Vila Real – um território que, refira-se, é partilhado com os Voluntários da Cruz Verde.

Orlando Matos assume o co-mando das “operações” e no papel de anfitrião dá a conhecer a realidade desta instituição. Dando conta de muitas mudan-ças em tão curto espaço de tempo:

“Para além de uma nova casa, os bombeiros receberam também um novo comando”, salienta, recordando a saída da estrutura do carismático Álvaro Guerreiro, para assumir as fun-ções de Comandante Operacio-nal Distrital de Vila Real.

Embora sublinhe as mais-va-lias do novo espaço consideran-do que os “bombeiros passaram do oito para o oitenta”, com al-gumas contrariedades óbvias no processo de transição:

“No centro da cidade estáva-mos perto de tudo, havia muito movimento, hoje os bombeiros só aqui vêm, praticamente, para fazer serviço, da mesma forma que se perdeu algum contacto com a população”, re-fere.

Miguel Esteves, por sua vez considera que o pior já passou e que na verdade a população in-terfere pouco na atividade da associação, “colabora no que pode mas sem grandes inge-

VILA REAL (CRUZ BRANCA)

Bombeiros que “estão sempre, onde é preciso”Há quase dois anos instalados num novo

complexo operacional, os Bombeiros Voluntários de Salvação Pública e Cruz

Branca de Vila Real, só podem fazer um balanção positivo desta mudança, que

potenciou muitas outras”.Contudo, o conforto e as condições de

trabalho não tranquilizaram estes bombeiros, que, desassossegados por

natureza, já traçam novas metas e arregaçam as mangas na concretização de

outros projetos.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

rências”. Associa-se aos even-tos promovidos pelos bombei-ros mas pouco mais, contudo os dirigentes acreditam que se fosse necessário não faltariam os apoios,

“Felizmente não temos preci-sado de fazer peditórios, nem campanhas de angariação de fundos. Podemos orgulhar-nos da estabilidade financeira desta casa”, acrescenta António Sa-vedra Costa, que dá conta no “enorme apoio da Câmara Mu-nicipal”, que para além de sub-sídio, está, verdadeiramente, atenta às necessidades dos bombeiros, à semelhança do que se passas com várias em-presas da região que sempre que solicitado não hesitam em patrocinar tão nobre causa.

Esta é corpo de bombeiros a todos os níveis bem apetrecha-do que “soube sempre aprovei-tar e aplicar” os fundos comuni-tários para se modernizar, ga-rante o presidente da assem-bleia geral, corroborado pelo comandante Orlando Matos, apenas reclama a aquisição de um veículo de combate a incên-dios urbanos e industriais, ou uma viatura polivalente que permita assegurar estas valên-cias e seja também uma res-

posta para intervenções no fu-turo túnel da Gardunha, o que, para já não passa de um proje-to só concretizável com apoio técnico e financeiro. No rol das necessidades estaria, também, um “veículo multifunções” com um sistema de contentores que permitisse apoiar as várias equipas, nas mais distintas mis-sões.

Os Bombeiros da Cruz Branca dispõem de grupos de mergu-lho, salvamento em grande an-gulo e de resgate em estruturas colapsadas, uma mais valia operacional, que o comandante faz questão de salientar, para dar conta de uma “grande aposta na formação”, apesar de todas as dificuldades, nomea-damente as relacionadas com os horários e as distâncias a vencer, que inviabilizam a parti-cipação de muitos voluntários, cuja atividade profissional não deixa margem para formações a muitos quilómetros de Vila Real e sempre em dias úteis.

Ainda assim, o comandante congratula-se com os níveis de preparação dos seus operacio-nais, sempre prontos para am-pliar o manancial de conheci-mentos teóricos e práticos, tanto que o responsável opera-

cional prepara-se para apostar em especializações tanto a ní-vel do pré-hospitalar como do combate a incêndios florestais.

Depois de alguma perturba-ção causada pela mudança de casa e por alterações na estru-tura, a situação está perfeita-mente normalizada e 2015 apresenta-se como ano de grandes alterações, de novas regras e redobradas exigên-cias, segundo anuncia Orlando Matos, falando dos grupos de trabalho que nos últimos me-ses têm vindo a gizar uma nova estratégia que responda às ne-cessidades e às especificidades do território onde operam.

O nosso interlocutor volta ao passado recente para dar conta que os Voluntários da Cruz Branca perderam cerca de 40 por cento dos elementos, “ho-mens e mulheres que tiveram que procurar trabalho noutras paragens, noutros países, um fenómeno avassalador, causa-do pela conjuntura, que deixou marcas, mas que o tempo pa-rece ter atenuado. Neste mo-mento, o corpo de bombeiros não só recuperou o número de efetivos perdidos, como já se reforçou.

O comandante não poupa elogios ao seu contingente, contudo faz questão de acen-tuar o desempenho das cerca

de 30 mulheres, que muito o têm apoiado desde fevereiro último, quando tomou posse. Para além da qualidade das suas prestações nos diferentes teatros de operações reconhe-ce-lhe o dinamismo e a deter-minação em contribuírem para o crescimento da instituição

“A Cruz Branca existe porque as pessoas precisam da insti-tuição” refere o nosso interlo-cutor, dando conta que aos operacionais de Salvação Públi-ca de Vila Real é exigido “esta-rem sempre onde é preciso”, um lema que obrigada a um enorme esforço, grande prepa-ração, prontidão e profissiona-lismo, nada que assuste este punhado de abnegados e cora-josos transmontanos.

“É preciso saber tirar partido desta massa humana, associa--la à causa, dando-lhe especia-lização e competências técni-cas”, destaca o comandante.

Dentro de dias esta associa-ção comemora 118 anos de va-lorosos serviços prestados, ao distrito, à região e ao País. Qua-se em festa direção, comando e corpo ativo unem-se para em família renovarem os compro-missos assumidos, em matéria de proteção e socorro. com a comunidade, mas também pro-jetarem o futuro desta centená-ria instituição.

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10 DEZEMBRO 2014

É notória a dinâmica no quartel-sede dos Voluntá-rios da Póvoa do Varzim

onde sobram projetos e vonta-de de fazer mais e melhor, como começa por revelar ao jornal “Bombeiros de Portugal o presidente da direção, Rui Coe-lho, contrariando algum do “cinzentismo” nacional, que atingiu, também, associações humanitárias em muitos pontos do País.

Os bombeiros poveiros sa-bem que a preservação e a dig-nificação de 137 anos de histó-ria dão muito trabalho, exigem um esforço contínuo, como re-gista Rui Coelho, garantindo que a estabilidade alcançada por esta associação deve-se, sobretudo, a uma gestão rigo-rosa, que permitiu, atempada-mente, criar “uma almofada fi-nanceira” que tem permitido amortecer os “solavancos” da austeridade. Sem sobressaltos, tem sido possível satisfazer os compromissos assumidos, no-meadamente, com os 46 fun-cionários que asseguram o fun-cionamento da associação e a operacionalidade do corpo de bombeiros.

E como nem tudo é o que pa-rece, neste aparente “desafo-go”, Rui Coelho denuncia os in-cumprimentos do Centro Hospi-talar Póvoa do Varzim - Vila Conde, traduzida numa dívida de cerca de 200 mil euros, cor-

respondente a serviços presta-dos desde 2012 até ao final do corrente ano. Tendo em conta a realidade da instituição, está é verba “astronómica”, suficiente para concretizar de inúmeros projetos.

Mais que a dívida, que au-menta todos os dias, o dirigente não esconde indignação pela “total ausência de justificações, pelos silêncios da administração do centro hospitalar”..

A alteração de regras em ma-téria de transporte de doentes teve, também na Póvoa, um efeito nefasto, contudo, “mes-mo sem credenciais” a associa-ção fez questão de continuar a assegurar esse serviço, ainda que em muitos casos, numa vertente social. Na ótica de Rui Coelho, importava que os po-veiros, na sua maioria idosos, não fossem privados de trata-mentos médicos, apenas por-que não dispunham de recursos para pagar o transporte.

Entretanto, quase como com-pensação, há cerca de um ano que, no âmbito de acordo com o Ministério da Educação, os Vo-luntários da Póvoa do Varzim, asseguram o transporte de cer-ca de uma dezena de crianças com necessidades especiais, para várias escolas do municí-pio.

Porque, como diz o povo, “para a frente é que caminho” Rui Coelho pode congratular-se

PÓVOA DO VARZIM

Incumprimentos não comprometem dinâmicaHá cerca de dois anos, rompendo com a

“tradição” secular de comandos no masculino, a venerável Real Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários da Póvoa do Varzim arroja no distrito do Porto, e convida uma

mulher para assumir a estrutura. Ilda Cadilhe não só aceitou como superou o

desafio, podendo orgulhar-se do trabalho desenvolvido em parceria com a direção e o corpo ativo que, mesmo em tempos difíceis,

permitiu consolidar o processo de crescimento, engrandecimento e valorização

desta instituição.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

com o crescimento sustentado desta real associação que con-seguiu, mesmo em tempos de crise, “reforçar o quadro de pessoal, criar estágios profis-sionais, e investir na valoriza-ção dos homens e mulheres que servem esta causa”.

O presidente diz ser “ponto de honra” satisfazer as necessi-dades identificadas pelo co-mando, sendo que a segurança e a formação são, “obviamen-te”, prioridades.

“Nos últimos dois anos apos-támos muito na formação”, re-vela Ilda Cadilhe, falando do passado e das lacunas existen-tes nesta área, que a coman-dante tratou de colmatar logo que tomou posse.

“Temos aproveitado todas as oportunidades externas, ao mesmo tempo que reforçámos

com 300 horas anuais de ações internas”, refere a responsável operacional, salientando “a enorme adesão dos bombeiros”, confirmando que, de facto, es-tavam ávidos de conhecimento.

Visivelmente satisfeita com o caminho já percorrido, a co-mandante considera poder ago-ra contar com um efetivo pre-parado para atuar nos distintos teatros de operações, num ter-ritório com vários fatores de ris-co.

“As praias, a linha de Metro, a autoestrada (A27), as áreas in-dustriais, o imenso aglomerado urbano, a degradação do par-que habitacional e ainda a flo-resta”, são apenas cenários passíveis de colocarem à prova a formação dos cerca de 80 efe-tivos do quartel da Póvoa do Varzim.

“Contamos com um corpo de bombeiros proativo, sempre disponível. Um bom grupo de gente nova que se adaptou bem às regras e exigências do novo

comando, que não hesita sabe tirar partido da experiência das chefias”, revela a comandante, considerando “o projeto está a dar frutos”.

Comando e direção apostam tudo nesta equipa, ao mesmo tempo que preparam o reforço e a renovação do corpo de bom-beiros que, registe-se, ainda recentemente, recebeu cerca de uma dezena de novos ele-mentos. Também a escola de infantes e cadetes, atualmente com 25 elementos, tem enca-minhado muita juventude para movimento do voluntariado. A comandante não esconde a sa-tisfação do trabalho desenvolvi-do neste âmbito, que já permi-tiu despertar vocações e até dar novo rumo à vida de alguns destes candidatos a bombeiros.

A missão cumprida com mé-rito e excelência é, aliás, reco-nhecida tanto pela Câmara Mu-nicipal da Póvoa do Varzim, como pelas empresas da re-gião, beneméritos, associados e

amigos, em suma a comunida-de que faz questão de apoiar os seus bombeiros.

O quartel-sede inaugurado no início deste século já apre-senta algumas debilidades, pelo que estão previstas algu-mas intervenções, nomeada-mente, a ampliação do par-queamento coberto e a criação de salas de formação de gabi-netes de apoio à atividade da associação. O presidente anun-cia, ainda, a intenção de, em breve, instalar, numa ala mais antiga do complexo, um núcleo museológico que permita dar a conhecer a rica história desta associação.

Entretanto, está em curso um plano de renovação de am-bulâncias sendo que, conforme salienta a comandante exista a necessidade de investir num novo veículo de desencarcera-mento, porque o que atualmen-te serve o corpo de bombeiros “tem mais de 20 anos e está a precisar de reforma”.

Entusiasmo não falta a esta coesa equipa, determinada em honrar o sonho dos pioneiros João Pedro de Sousa Campos, António Martinho Fiúza da Silva e Manuel Fortunato de Oliveira Mota, mas com a tenacidade de Cândido Landolt e Francisco Gonçalves que em 1891, 14 anos após a fundação, consoli-daram e acrescentaram longe-vidades sucesso e prosperidade ao projeto.

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11DEZEMBRO 2014

O presidente do conselho executivo da Liga dos Bom-

beiros Portugueses (LBP), co-mandante Jaime Marta Soares, considerou o projeto “Bombei-ros Séc. XXI” como uma “ine-quívoca aposta ganha”, fruto da parceria entre a confederação, a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) e a empresa KWL, com o

apoio do Programa Operacional de Potencial Humano (POPH) do Fundo Social Europeu (FSE) num montante global de 1,5 milhões de euros repartidos pe-los anos de 2013 e 2014.

O projeto repartiu-se em quatro segundo as regiões, Norte (34 associações), Centro (31 associações), Alentejo (14

associações) e Algarve (10 as-sociações).

Este projeto, como é sabido, pretendeu apoiar a melhoria da capacidade de gestão, eficácia e sustentabilidade da interven-ção das Associações, qualifican-do-as com novos contributos e ferramentas facultadas aos diri-gentes através de “workshops”

BOMBEIROS SÉC. XXI

Uma aposta ganha

Na primeira sessão de encerramento do Projeto Bombeiros Sec. XXI, realizada nos

Bombeiros Voluntários da Batalha, foram apresentados dois testemunhos de associa-ções envolvidas. Tomamos a liberdade de aqui transcrever excertos do testemunho apresen-tados pelo comandante Jorge Jesus, em nome dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede.

“Este projeto enquadra-se na organização atual que represento e que deveria ser a orga-nização e a realidade dos bombeiros de Portu-gal. É uma visão estratégia tanto interna como externa do meio financeiro, patrimonial e social das associações, bem como a sua imagem para o exterior. Existindo fortes pila-res de uma organização sustentável e consoli-dada, é o caminho para a continuidade e per-manência dos corpos de bombeiros, tal como conhecemos atualmente, no entanto com as melhorias e adaptações impostas pelos cons-tantes progressos e alterações dos meios en-volventes, da legislação e das exigências da nossa sociedade. Este projeto veio-nos munir das ferramentas necessárias para nos adap-tarmos às contantes mutações com que so-mos confrontados.

O projeto veio proporcionar um intercâmbio

entre as diversas associações que o integra-ram, partilhando dessa forma as suas realida-des e formas de funcionamento.

Veio também permitir o acesso a formações diferenciadas, no âmbito das nossas necessi-dades internas. O principal foco era a criação de uma base para a avaliação de desempenho dos nossos funcionários, permitindo uma ava-liação sustentada criando bases de progres-sões na carreira, tanto hierárquica como fi-nanceiramente.

A sua elaboração teve sustentabilidade tan-to nas propostas das hierarquias como dos avaliados, fazendo todos parte integrante do resultado final.

O projeto deixa um marco notável na Asso-ciação dos Bombeiros Voluntários de Cantanhe-de porque veio consolidar e confirmar que as estratégias em vigor na instituição estão em conformidade com o apresentado ao longo dos workshops.

Queremos agradecer à Liga dos Bombeiros Portugueses, à Escola Nacional de Bombeiros, à empresa KWL que nos acompanharam neste processo e nos permitiram fazer parte desta ex-periência que foi tanto agradável como provei-tosa para a nossa associação.

Testemunho sobre o projeto

temáticos e ações de formação individualizada a bombeiros em domínios novos que, inclusive, passarão a fazer parte dos mó-dulos ministrados pela ENB.

Ao apontar “um balanço mui-to positivo” do projeto, o presi-dente da LBP lembrou que “bombeiro que não sabe não salva e, no caso dos dirigentes, quem não está integrado na complexidade da gestão tam-bém não dispõe das melhores condições para a concretizar”.

“Gerir uma associação é um desafio cada vez mais complexo e exigente que se apresenta

aos bombeiros sem farda” afir-mou o comandante Jaime Soa-res no quartel dos Bombeiros Voluntários da Batalha na pri-meira de três sessões de encer-ramento do projeto “Bombeiros Séc. XXI”.

As restantes sessões estão programadas para as instala-ções dos Bombeiros Voluntários de Paredes e de Beja.

“Chegou a hora de fazer o balanço e de perspetivar a con-tinuidade do apoio que a LBP, em parceria com a ENB, preten-de assegurar no futuro” lem-brou o presidente da confedera-

ção a propósito do convite en-viado a todas as associações envolvidas no projeto.

Na Batalha, o comandante Jaime Marta Soares contou também com a presença do presidente da Associação e do vogal da direção da ENB, Vitor Reis.

O balanço ali feito à concreti-zação do projeto na zona Cen-tro, abrangendo 31 associa-ções, contou com os testemu-nhos de duas, Cantanhede e Torrejanos, e encerrou com a entrega dos diplomas de parti-cipação.

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12 DEZEMBRO 2014

O projeto Bombeiros Séc. XXI, promovido pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e desenvol-vido em quatro regiões (Norte, Centro, Alentejo e Algarve) pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB), com o apoio da empresa KWL, teve como objetivo central a promoção de processos es-

truturados e consistentes de qualificação das associações humanitárias de bombeiros, devidamente adaptados à cultura e às especificidades destas entidades, visando melhorar a capacidade de gestão, a eficácia e a sustentabilidade das suas intervenções. Integrando-se nos objetivos definidos pelo Pro-grama Operacional do Potencial Humano (POPH), o projeto foi desenvolvido no âmbito do Programa de Formação-Ação para Entidades de Economia Social.

A metodologia adotada combinou momentos de formação e de consultadoria numa ação individua-lizada, tendo por base um diagnóstico de necessidades realizado junto de cada AHB, com a conse-quente definição e implementação de um plano estratégico de intervenção.

A ENB, enquanto entidade formadora do projeto, assegurou a formação de dirigentes e a formação individualizada com base nos diagnósticos de necessidades de formação realizados pela entidade ges-tora do projeto a cada Associação. Nesse sentido, a ENB realizou formação para os dirigentes associa-tivos das associações envolvidas no projeto, sob a forma de 48 workshops que versaram 8 temáticas atuais e pertinentes para a qualificação dos 841 dirigentes e colaboradores das associações participan-tes. Realizou igualmente formação individualizada a 3558 operacionais dos Corpos de Bombeiros, inaugurando duas grandes áreas de formação: “Condução Defensiva” e “Formação Comportamental”. A procura por estas formações e os bons resultados obtidos pelos formandos evidenciaram a sua ade-quação às necessidades dos bombeiros, tendo a ENB introduzido estas formações de aperfeiçoamento técnico no plano de formação para 2015.

Com apenas 25 novos formadores de “Condução Defensiva” a nível nacional, a ENB contou com um grande esforço e enorme dedicação da sua parte para responder a todas as necessidades, tendo rea-lizado um total de 82 cursos ao longo do projeto.

Como resultado das necessidades diagnosticadas foram concebidos “por medida” cinco novos cur-sos da área comportamental exclusivamente para o projeto: “Relações Interpessoais”, “Liderança”, “Trabalho de Equipa”, “Gestão de Conflitos” e “Gestão de Tempo e Organização Pessoal”. Ainda dentro desta área iniciou-se a formação de “Primeiros Socorros Psicológicos”, formação de aperfeiçoamento técnico que também terá continuidade após o projeto. Mais uma vez foi a elevada dedicação e orga-nização dos 15 formadores desta área que permitiu ministrar 131 cursos nas quatro regiões do proje-to.

Na região Norte participaram 34 associações, tendo a região sido dividida em 2 grupos formativos:

WORKSHOPS REGIÃO NORTENº

Participantes(Grupo A)

Nº Participantes

(Grupo B)

Total Formandos

Volume de Formação

1- Gestão Estratégica 23 27 50 400

2 - Gestão de Organizações sem fins lucrativos 41 16 57 456

3- Nova legislação na área de proteção civil 38 20 58 464

4 - Comunicação com os Media 42 16 58 464

5 - Gestão de Pessoas 35 13 48 384

6 - Marketing Social 40 10 50 400

7 - Comunicação com as comunidades locais 30 12 42 336

8 - Gestão de Patrocínios 27 5 32 256

TOTAL 276 119 395 3160

Foram realizados 16 workshops nesta região, com a participação de 395 dirigentes e colaboradores das Associações:

Na região norte foram ministrados 109 cursos, alcançando 98,7% do volume de execução do pro-jeto:

FORMAÇÃO REGIÃO NORTE Total Cursos Total Horas Total Formandos

Volume de Formação

Condução Defensiva 29 725 307 7675

Primeiros Socorros Psicológicos 2 42 27 567

Relações Interpessoais 14 224 176 2816

Liderança 11 176 158 2528

Trabalho de Equipa 9 144 128 2048

Gestão de Conflitos 7 112 96 1536

Condução Fora de Estrada 6 210 30 1050

Operador de Telecomunicações 10 250 152 3800

Chefe de Equipa de Salvamento e

Desencarceramento10 250 95 2375

Condutores de Embarcação de Socorro 11 385 110 3850

TOTAL 109 2518 1279 28245

Na região Centro participaram 31 associações, tendo sido a região dividida em 2 grupos formativos:

Foram realizados 16 workshops nesta região, com a participação de 256 dirigentes e colaboradores das associações:

WORKSHOPS REGIÃO CENTRONº

Participantes(Grupo A)

Nº Participantes

(Grupo B)

Total Formandos

Volume de Formação

1- Gestão Estratégica 16 14 30 240

2 - Gestão de Organizações sem fins lucrativos 12 20 32 256

3- Nova legislação na área de proteção civil 21 26 47 376

4 - Comunicação com os Media 12 23 35 280

5 - Gestão de Pessoas 15 21 36 288

6 - Marketing Social 13 17 30 240

7 - Comunicação com as comunidades locais 11 10 21 168

8 - Gestão de Patrocínios 8 17 25 200

TOTAL 108 148 256 2048

Foram ministrados 113 cursos na região centro, alcançando 99,7% de volume de execução:

FORMAÇÃO REGIÃO CENTRO Total Cursos Total Horas Total Formandos

Volume de Formação

Condução Defensiva 30 750 351 8775

Primeiros Socorros Psicológicos 13 273 181 3801

Relações Interpessoais 11 176 157 2512

LBP/ENB

Parceria bem-sucedida

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13DEZEMBRO 2014

Liderança 6 96 87 1392

Trabalho de Equipa 18 288 261 4176

Gestão de Conflitos 14 224 203 3248

Gestão de Tempo e Organização Pessoal 6 96 89 1424

Condução Fora de Estrada 3 105 15 525

Operador de Telecomunicações 6 150 85 2125

Chefe de Equipa de Salvamento e

Desencarceramento5 125 50 1250

Condutores de Embarcação de Socorro 1 35 10 350

TOTAL 113 2318 1489 29578

Na região Alentejo participaram 13 Associações e na região Algarve participaram 10 Associações:

Foram realizados 8 workshops na região Alentejo, com a participação de 107 dirigentes e colabora-dores das Associações:

WORKSHOPS REGIÃO ALENTEJO TotalFormandos

Volume de Formação

1- Gestão Estratégica 16 128

2 - Gestão de Organizações sem fins lucrativos 17 136

3- Nova legislação na área de proteção civil 11 88

4 - Comunicação com os Media 9 72

5 - Gestão de Pessoas 16 128

6 - Marketing Social 14 112

7 - Comunicação com as comunidades locais 8 64

8 - Gestão de Patrocínios 16 128

TOTAL 107 856

Nesta região foram alcançados 99,7% de volume de execução do projeto, através dos 36 cursos ministrados:

FORMAÇÃO REGIÃO ALENTEJO Total Cursos Total Horas Total Formandos

Volume de Formação

Condução Defensiva 15 375 175 4375

Relações Interpessoais 1 16 10 160

Gestão de Conflitos 1 16 11 176

Condução Fora de Estrada 7 245 35 1225

Operador de Telecomunicações 7 175 93 2325

Chefe de Equipa de Salvamento e

Desencarceramento3 75 30 750

Condutores de Embarcação de Socorro 2 70 20 700

TOTAL 36 972 374 9711

No Algarve foram realizados 8 workshops, com a participação de 83 dirigentes e colaboradores das Associações:

WORKSHOPS REGIÃO ALGARVE TotalFormandos

Volume de Formação

1- Gestão Estratégica 14 112

2 - Gestão de Organizações sem fins lucrativos 17 136

3- Nova legislação na área de proteção civil 8 64

4 - Comunicação com os Media 5 40

5 - Gestão de Pessoas 9 72

6 - Marketing Social 16 128

7 - Comunicação com as comunidades locais 9 72

8 - Gestão de Patrocínios 5 40

TOTAL 83 664

Na região do algarve foram ministrados 34 cursos, conseguindo alcançar 99,1% de volume de exe-cução do projeto:

FORMAÇÃO REGIÃO ALGARVE Total Cursos Total Horas Total Formandos

Volume de Formação

Condução Defensiva 8 200 96 2400

Primeiros Socorros Psicológicos 5 105 64 1344

Relações Interpessoais 2 32 31 496

Liderança 3 48 38 608

Trabalho de Equipa 3 48 41 656

Gestão de Conflitos 3 48 42 672

Gestão de Tempo e Organização Pessoal 2 32 27 432

Condução Fora de Estrada 2 70 10 350

Operador de Telecomunicações 3 75 37 925

Chefe de Equipa de Salvamento e

Desencarceramento2 50 20 500

Condutores de Embarcação de Socorro 1 35 10 350

TOTAL 34 743 416 8733

No que concerne aos totais das quatro regiões:

WORKSHOPS Total Formandos

Volume de Formação

Região Norte 395 3160

Região Centro 256 2048

Região Alentejo 107 856

Região Algarve 83 664

TOTAL 841 6728

FORMAÇÃO Total Cursos Total Horas Total Formandos

Volume de Formação

Região Norte 109 2518 1279 28245

Região Centro 113 2318 1489 29578

Região Alentejo 36 972 374 9711

Região Algarve 34 743 416 8733

TOTAL 292 6551 3558 76267

A par do caráter inovador que vincou a identidade deste projeto não podemos deixar de salientar a perspetiva integradora colocada na sua intervenção formativa ao contemplar os dirigentes associati-vos e os operacionais dos corpos de bombeiros.

Concluído que está o projeto importa salientar a excelente colaboração entre todos os parceiros e entidades participantes, o que constituiu um fator decisivo para o êxito alcançado.

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14 DEZEMBRO 2014

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Fi-

gueira da Foz perdeu recentemen-te um dos seus mais activos ele-mentos do corpo ativo, o bombeiro de 1ª, António José Paiva Oliveira, aos 48 anos de idade.

O corpo do falecido bombeiros esteve em câmara ardente na se-de-quartel da instituição, tendo ali decorrido as exéquias e depois se-guido o funeral para o cemitério das Alhadas, na Figueira da Foz.

FIGUEIRA DA FOZ

Quartel de luto

O antigo membro dos órgãos so-ciais da Associação de Bombei-

ros Ultramarinos (NABUL), chefe do Quadro de Honra (QH) António Jor-ge Cardoso Monteiro faleceu recen-temente, vítima de doença prolon-gada, tendo-se realizado o seu fune-ral para o cemitério de Oeiras.

O chefe QH António Monteiro prestou relevantes serviços em An-gola, nos Bombeiros Voluntários de S. Paulo de Luanda, conforme nos informou o presidente da dire-ção da NABUL, comandante do QH, Manuel Correia.

Aos seus familiares, amigos e aos dirigentes NABUL endereça-mos sentidos pêsames pelo sucedido.

NABUL

Associação perde dirigente

O presidente da direção e ex--comandante da Associação

Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Gondomar, Joa-quim Ferreira Martins, faleceu recentemente vítima de doença prolongada.

O extinto era uma figura con-siderada no concelho, no distri-to e, em geral, entre os Bom-beiros Portugueses, em reco-nhecimento pelo trabalho de-senvolvido na Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Gondomar entre 1979 e a data do seu falecimento.

Joaquim Ferreira Martins assumiu as funções de vogal da direção entre 1979 e 1981. Foi também primeiro secretário em 94 e 95.

Em 1981 foi nomeado segundo comandante e em 1984 coman-dante do corpo de bombeiros, tendo passado ao Quadro de Honra em 2001.

Em 1998 foi eleito presidente da direção e sucessivamente re--eleito até à atualidade, fruto do excelente trabalho realizado.

O falecido era detentor de inúmeras distinções e condecorações, quer municipais, quer da Liga dos Bombeiros Portugueses, incluin-do a medalha de serviços distintos – grau ouro desta confederação.

Em 1999 foi nomeado, por unanimidade e aclamação, sócio ho-norário da sua Associação.

GONDOMAR

Presidente deixa saudade

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A Câmara Municipal de Constância homena-geou recentemente a Associação Humanitá-

ria dos Bombeiros Voluntários de Constância no âmbito da iniciativa “Gostar de Constância”, que se realiza anualmente desde 2011.

Todos os anos, em 7 de dezembro, uma data simbólica para o concelho, a Autarquia organiza uma jornada de promoção dos valores locais, em termos humanos e institucionais.

Este ano, foram homenageadas duas entida-des, os Bombeiros de Constância, à beira de co-memorarem 90 anos, a empresa “Tupperware”, há muitos anos sediada no concelho, e uma per-sonalidade, o padre Ilídio, pároco de Santa Mar-garida de Coutada durante 30 anos.

CONSTÂNCIA

Autarquia distingue bombeiros

“Desejamos desenvol-ver e potenciar esta parceria, dadas as

vantagens evidentes desta fer-ramenta para ajudar a promo-ver a gestão das associações de bombeiros e, por essa via, também, a ajudar ainda mais à prestação do socorro”, defen-deu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soa-res, ao presidir ao encerra-mento do III Encontro – For-mação promovido pela Conta-bilifénix na Batalha.

“Nós acreditamos neste pro-jeto”, afirmou o presidente da LBP, sublinhando “o apoio posi-tivo que tem dado às associa-ções face aos novos desafios que se apresentam à sua ges-tão, à sua sustentabilidade e ao suporte administrativo e

contabilístico que isso acarre-ta”.

“Este apoio – considerou o comandante Jaime Soares -, é fundamental para a assumpção de novas e mais responsabilida-des a que as associações estão sujeitas nos dias de hoje”.

A Contabilifénix, participada pela Liga dos Bombeiros Portu-gueses, reuniu mais uma vez com as associações humanitá-rias de bombeiros suas clientes numa sessão de formação, in-cluindo esclarecimentos sobre matérias relativas à gestão corrente das instituições, con-siderados fundamentais para o

cumprimento integral da legis-lação a que os bombeiros já es-tavam obrigados ou passaram a estar sujeitos recentemente.

Na abertura do encontro es-teve presente o vice-presiden-te do conselho executivo e re-presentante da LBP na admi-nistração da empresa, Adriano Capote, bem como os restan-tes administradores, António Vala e António Mesquita.

António Vala fez uma apre-sentação sob o tema genérico da “Liderança” lançando várias pistas e desafios aos dirigentes das associações face às novas realidades e António Mesquita

centrou-se, em pormenor, em vários casos - tipo administra-tivos e contabilísticos com que as associações se debatem.

Ocorreu também a apresen-tação dos testemunhos, dos Bombeiros Mistos da Amora e dos Voluntários de Estremoz, a propósito do serviço prestado pela Contabilifénix.

Esteve ainda presente o co-mandante nacional de opera-ções de socorro (CONAC) da Autoridade Nacional da Prote-ção Civil (ANPC), José Manuel Moura, que fez uma interes-sante apresentação sobre o DECIF 2014.

III ENCONTRO CONTABILIFÉNIX

Balanço positivo

Na notícia inserta na nossa edição de outubro passado, alusiva às comemorações do 93º aniversário dos Bom-

beiros Voluntários de Queluz, fizemos referência à atribuição de dois crachás de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) mas, por lapso de que nos penitenciamos, não aludi-mos a duas medalhas de serviços distintos, grau ouro da LBP. Estas foram atribuídas a dois dirigentes da Associação, Luís Mairos e Gustavo Esteves, em reconhecimento por 40 anos de dedicação à instituição como chamados “bombeiros sem farda”.

Fica assim feita a rectificação e o pedido de desculpas aos visados, tão justamente homenageados pelo seu trabalho associativo.

QUELUZ

Medalhas para dirigentes

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15DEZEMBRO 2014

Fundada em dezembro de 1979, a Associação Huma-nitária dos Bombeiros Vo-

luntários de Portel tem provas dadas no serviço prestado ao município, ao distrito de Évora, ao Alentejo e até ao País, con-tudo importa alertar os conter-râneos para a realidade da ins-tituição, esse é pelo menos a estratégia da nova direção, que três meses após a tomada de posse, garante já estar a dar nas vistas.

Jesuíno Moedas é o rosto desta nova equipa. Com vasta experiência associativa e autár-quica, o presidente não escon-de a satisfação de ter abraçado a causa, na verdade de regres-sar à casa que ajudou a fundar. Em apenas três meses “já mui-ta coisa foi feita”, contudo o projeto sufragado pelos asso-ciados é vasto e audacioso, pelo que importa não esmorecer e manter a dinâmica, como diz

aoS jornalistas o dirigente Da-mião Caeiro.

Preocupado com os poucos recursos da associação, embora assegure que herdou uma “casa financeiramente estável”, Jesuí-no Moedas defende ser neces-sário gerar receita.

Ciente que só é possível esti-mar ou apoiar o que se conhe-ce, o dirigente desafiou as bom-beiras a participarem na produ-ção de um calendário solidário. Sem preconceitos, as operacio-nais aceitaram o repto e, embo-ra ainda seja prematuro avaliar o impacto da iniciativa, não há quem não fale dos Bombeiros, mas sobretudo das bombeiras, de Portel.

Atualmente, integram o cor-po ativo cerca de 40 elementos, sendo que as mulheres assu-mem uma quota de cerca de 50 por cento neste contingente da paz, uma realidade que não surpreende e até envaidece o

PORTEL

Associação investe na proximidadeNos últimos dias, os Voluntários de Portel

ganharam enorme notoriedade, tudo porque ousaram mostrar o corpo feminino

num calendário solidário. O burburinho causado pela iniciativa permitiu dar a

conhecer a instituição.Com esta intencional “pedrada no charco” a nova direção evidência um estilo próprio de gestão assente numa abertura ao exterior,

pois esta equipa acredita ser possível assegurar apoios, que até agora têm

escasseado.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

comandante Arsénio Grilo, que enaltece o desempenho e o pro-fissionalismo no feminino. Aliás, o responsável operacional fala com orgulho de um grupo de homens e mulheres “sempre disponíveis, sempre prontos”.

Depois de um período con-turbado, o corpo de bombeiros dispõe agora de todas as condi-ções para desempenhar as mais variadas missões em distintos teatros de operações, para ser-vir, socorrer os cerca de 7 mil habitantes do concelho, embora comando e direção defendam ser necessário investir “mais” em formação.

Ainda que o quartel se apre-sente “bastante funcional” e

bem apetrechado, o futuro im-porá intervenções e aquisições. Jesuíno Moedas reconhece a necessidade de requalificar as áreas de alojamento dos bom-beiros, da mesma forma que considera essencial substituir o velhinho veículo de desencarce-ramento.

Como a necessidade aguça o engenho, neste pequeno muni-cípio do distrito de Évora muita coisa começa a acontecer com o intuito de angariar as verbas com que se concretizam proje-tos. Para além do calendário, da venda do “Bombeirito”, um sucedâneo do Pirilampo Mági-co, das noites de fado e da fes-ta de passagem de ano, a dire-

ção está a estudar outras ações, sendo certo que asso-ciação pode contar com o apoio da Câmara Municipal de Portel, bem como das juntas de fre-guesia e das empresas da re-gião.

Dinâmico, quase irrequieto, Jesuíno Moedas considera que todo o trabalho é pouco para garantir a qualidade e a pronti-dão no socorro, que o presiden-te pretende que continuem a ser a chancela deste corpo de bombeiros.

Vontade, empenho e alguma imaginação tem permitido, em três escassos meses, operar uma espécie de revolução tran-quila, suficiente para criar uma

nova dinâmica na instituição, que não poderá, obviamente, descurar o recrutamento de mais voluntários, uma ação que alias já está em marcha em to-das as oito freguesias do conce-lho.

Dirigente e bombeiros unem--se num desígnio comum de co-meçar no presente a construir o futuro.

“Posso garantir que esta equipa está unida, devidamente preparada para enfrentar com êxito o desafio”, afiança o presi-dente que pretende dar início de um novo ciclo na existência desta associação que este mês assinala 35 anos de bons servi-ços á comunidade.

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16 DEZEMBRO 2014

MAIS DE 40 MIL QUILÓMETROS PERCORRIDOS

Ao serviçodos Bombeiros de Portugal

O final de cada ano é propício a todo o tipo de balanços. Como que cedendo a essa tendência,

também o jornal “Bombeiros de Portugal”, arrisca, nesta última edição do ano de 2014, a dar conta da ação desenvolvida nos últimos 12 meses e traduzida nos mais de 40 mil quilómetros percorridos para dar a conhecer a realidade de 65 associações humanitárias e corpos dos bombeiros voluntários.A equipa arriscou fugir ao comodismo, ultrapassou territórios de conforto e feitas as contas, cumpriu um gigantesco périplo equivalente a percorrer o Pais de Norte a Sul, mais de 70 vezes. Mostramos quartéis do litoral e do

Tondela Beja Torres Vedras

Miranda do Douro Alandroal Almoçageme

Sever do Vouga

Mangualde Celorico de Basto Paredes

Valongo

Ovar Odemira Barrancos

Caneças Maceira Santa Marinha do Zêxere

Cabanas de Viriato Baião Vila Verde

Linda a Pastora Odivelas Mealhada

Viana do Castelo Penalva do Castelo Vale de Câmara

interior, instituições maiores e outras mais modestas, revelámos projetos, denunciamos as dificuldades e demos especial relevo à mestria e rigor com que são geridas estas instituições bem como à excelência do socorro prestado por centenas de voluntários, gente abnegada, talhada para o bem.Percorremos os 18 distritos de Portugal continental, fizemos escala no Porto em Lisboa, uma espécie de “regiões-modelo”, que permitem dar a conhecer realidades muitos distintas, mas não descurámos as instituições de Viseu, Vila Real, Aveiro, Castelo Branco, Santarém ou Faro, onde não faltam exemplos de boas práticas.De facto não existem duas associações iguais, mas essa diversidade não belisca a causa, pelo contrário, confere-lhe nobreza e dignidade. Todos diferentes, mas com desígnios comuns: servir o próximo, socorrer, salvar vidas,Na verdade, em 2014, demos um maior destaque a apenas algumas dezenas das 435 associações e corpos de bombeiros, contudo cedemos amplo espaço a tantas outras, com a divulgação de inúmeras e diversificadas iniciativas promovidas por muitas instituições do continente e ilhas. Cumprimos a nossa missão! Voltamos em 2015, com o mesmo compromisso: conferir a merecida notoriedade aos Bombeiros de Portugal! Até lá!

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17DEZEMBRO 2014

Peniche VouzelaVR Cruz Verde Lixa Alabergaria

Meda Valadares Bragança VR Cruz Branca

Alcabideche Guarda Pontinha Portel

Castelo de Vide Mirandela Vagos Amadora

Torrão Alcanede Abrantes Póvoa do Varzim

Ferreira do AlentejoSertã Cadaval Entre os Rios

OlhãoViseu Carcavelos Avintes

Albufeira

Almeirim

Algés

Vidago Gondomar

Lisbonenses

Cantanhede

Lordelo

Pataias

Colares

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18 DEZEMBRO 2014

No passado dia 7 de dezem-bro, pelas 11.30h., os Bom-

beiros Voluntários da Pampilho-sa estiveram empenhados nas operações de socorro de um acidente nos semáforos de San-ta Luzia, junto a uma unidade de restauração.

Da colisão de um veículo li-geiro com um pesado, resulta-ram dois feridos ligeiros, que foram transportados ao Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra.

No local estiveram 10 opera-cionais apoiados por duas am-bulâncias, um veículo de desencarceramento e um outro de comando.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) NR este-ve no local e tomou conta da ocorrência.

Ainda no mesmo dia, pelas 15:36 um novo aci-dente, na mesma estrada mas na localidade de

Carqueijo. Da colisão de quatro automóveis, re-sultou um ferido ligeiro,, que foi assistido no lo-cal.

Esta intervenção mobilizou seis bombeiros, apoiados por dois veículos e, ainda, efetivos da GNR.

PAMPILHOSA

Acidentes mobilizam bombeiros

Os Bombeiros de Alberga-ria-a-Velha foram acio-

nados pelo Centro Orienta-dor Doentes Urgentes (CODU) para um despiste de um veiculo ligeiro, na Estra-da das Marridas que liga as localidades de Frias e Ange-ja.

Uma viatura entrou em despiste na estrada e aca-bou por cair numa ribanceira com 20 metros de altura, fi-cando imobilizada numa zona de mato e eucalipto.

As equipas de emergência tiveram de percorrer cerca de 150 metros para chegar ao veículo, onde se encontrava uma víti-ma encarcerada.

Foram deslocadas para o teatro de operações uma ambulância de socorro e um veículo de de-sencarceramento dos Bombeiros de Albergaria e

ainda a Viatura Médica Emergência e Reanimação do Centro Hospitalar do Baixo Vouga de Aveiro e GNR.

Depois de estabilizada, a vítima foi transporta-da para o CHBV de Aveiro acompanhada pela equipa da VMER.

ALBERGARIA-A-VELHA

Despiste aparatoso

No passado dia 2 de de-zembro, pelas 15:02 ho-ras, o Corpo de Bombei-

ros Voluntários de Silves foi acionado pelo Comando Distri-tal de Operações de Socorro (CDOS) de Faro para um alerta recebido através do Centro Operacional 112.pt Sul, que dava conta da notícia de queda de dois indivíduos numa condu-ta de águas pluviais, na vila de Armação de Pêra.

Os Bombeiros de Silves, nos minutos seguintes seguiram para o local com seis bombeiros e dois veículos, que, conforme nos referiu o comandante Luis Simões,” após reconhecimento da situação reportaram para o CDOS, através do comandante das operações de socorro (COS), uma situação referente a um abatimento de terras pro-

vocado por rebentamento de conduta de abastecimento de agua, com cerca de 3 a 4 me-tros de profundidade, do qual resultaram duas vítimas, uma do sexo feminino, com 66 anos, que já havia sido resgatada com sucesso por populares, e outra do sexo masculino com 71 anos”. Para efetuar o resgate da segunda vítima, do sexo masculino foi solicitado o apoio de equipa de salvamento em grande ângulo (SGA). De ime-diato, numa lógica de proximi-dade, foi acionada pelo CDOS, a equipa de SGA dos Bombeiros Voluntários de Albufeira. Coube à bombeira de Albufeira e tam-bém técnica de emergência do INEM, Marisa Ramos, a missão de descer à cratera para, em esforço conjugado com os com-

panheiros, proceder ao resgate do idoso.

Segundo o comandante dos Bombeiros de Silves, “durante o reconhecimento foi imediata-mente identificada a necessida-de de proceder a trabalhos de estabilização do local, para evi-tar a queda de mais substân-cias, e também para garantir a segurança dos operacionais que iriam proceder ao resgate da segunda vítima que se encon-trava soterrada pela altura da cintura”.

“O salvamento da vítima em perigo constituiu só por si uma operação complexa, a qual exi-giu uma combinação entre mo-vimentos e equipamentos com-plementares, aliado a técnicas bem sustentadas, e nesse sen-tido foi necessário colocar em prática o trabalho em rede que

se desenvolve na Região do Al-garve entre os corpos de bom-beiros da Região, potenciando as competências dos operacio-nais envolvidos, garantindo uma maior eficácia no trabalho e maior eficiência nos resulta-dos” adiantou o comandante Luis Simões.

“O trabalho coletivo e de grande profissionalismo dos 30 operacionais envolvidos nesta operação, dos agentes de pro-teção civil, bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa, Guarda Nacional Republicana e Institu-to de Emergência Médica, assim como o apoio do Serviço Muni-cipal de Proteção Civil de Silves, contribuíram para o sucesso desta missão, reiterando que, o espírito de cooperação e intera-juda que diariamente é posto em prática no Algarve e que

tem por objetivo servir melhor todos os que aqui vivem ou passam, um socorro de exce-lência e qualidade” concluiu o

comandante dos Voluntários de Silves.

ARMAÇÃO DE PÊRA

Sucesso do resgate na conjugação de esforços

Um homem, de 72 anos, e um jovem, de 21, ficaram feridos numa colisão entre dois au-

tomóveis, na EN15, no lugar da Aldeia Bela, em Travanca, no concelho de Amarante.

Na sequência do violento embate, um dos carros acabou por capotar.

As vítimas foram socorridas pelos Voluntá-rios de Vila Meã, que estiveram no local com duas ambulâncias e uma viatura de limpeza de pavimento, e foram transportadas ao Hospital de Penafiel.

A Brigada de Trânsito de Penafiel tomou con-ta da ocorrência.

VILA MEÃ

Colisão deixa dois feridos

Uma equipa dos Bombeiros Voluntários Ma-deirenses realizou recentemente um parto

no interior de uma ambulância quando proce-dia ao transporte da parturiente em direcção ao Hospital do Funchal.

O parto ocorreu no sítio da Fundoa, Funchal. Os bombeiros estacionaram a ambulância para o efeito e contaram depois com o apoio da equipa da EMIR, viatura medicalizada VMER lo-cal)

Mãe e filha, ambas bem de saúde, foram posteriormente encaminhadas pelos bombeiros – parteiros para o Hospital Nélio Mendonça.

MADEIRA

Parto em ambulância

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19DEZEMBRO 2014

Já regressaram da Argélia os três bombeiros dos Voluntá-

rios de Bragança envolvidos numa missão humanitária nos Campos de Refugiados Saha-rauis. Está assim concluída com sucesso a 1ª fase do Projeto Sahara 2014/2015.

Esta missão de 12 dias con-sistiu em avaliar a qualidade de água captada e consumida em cinco dos seis campos de refu-giados, na entrega e colocação de depósitos familiares de água, adquiridos com fundos organização não-governamen-tal “Bomberos en Accion”.

Da passagem pela Argélia destaque, ainda, para as reu-niões com os ministérios da Cooperação e do Interior visan-do a criação de uma Brigada de Bombeiros, bem como pelas formações de manobras de su-porte básico de vida para leigos.

O grupo assumiu ainda a res-ponsabilidade de reparar o sis-

tema de saneamento numa es-cola para doentes mentais, onde já há dois anos funcioná-

rios e professores eram con-frontados com condições precá-rias.

Esta missão permitiu benefi-ciar mais de 100 famílias de re-fugiados que receberam a aju-da direta de um grupo compos-to por três bombeiros portu-gueses e outros tantos espanhóis

Já está agendado, para feve-

reiro próximo, o início da 2.ª fase do projeto, que consiste na aquisição e entrega de mais depósitos para famílias desfa-vorecidas e ainda na melhoria das condições de armazena-mento de agua armazenada, e, numa outra vertente, na imple-

mentação e formação da briga-da de bombeiros, que já conta com uma viatura de interven-ção doada pelo Ayuntamento de Zamora, e que irá servir os mais 200 mil refugiados que vi-vem em pleno deserto do Sa-hara.

BRAGANÇA

Bombeiros ajudam refugiados

A aeronave “Dornier228” oriunda do aeródromo municipal de Bragança tem um problema no

motor n.º 1 quando sobrevoa o concelho de Cas-cais, o que obrigou a uma aterragem de emer-gência no aeródromo de Tires. Ao tentar a aterrar a aeronave, com 20 ocupanates, bate com uma asa na pista incendeia-se e separa-se em várias partes. Este foi o cenário recriado no dia 3 de dezembro num simulacro que envolveu os meios das equipas do serviço salvamento luta contra in-cêndios do aeródromo, os bombeiros do concelho de Cascais, INEM, PSP, PJ, serviço municipal de proteção civil e autoridades aeroportuárias.

Sérgio Santos

CASCAIS

Simulacro de acidente com aeronave

No passado dia 12 de dezem-bro, a Câmara Municipal de

Viseu e a direção do Aeródromo Municipal Gonçalves Lobato, em coordenação com o CDOS Vi-seu, realizaram um exercício que teve como objetivo de obter do Instituto Nacional de Aviação elevação da classificação da-quela estrutura aeroportuária para o nível 3.

A certificação do Plano de Emergência do Aeródromo Mu-nicipal que ateste as condições de segurança é um dos requisi-tos a cumprir que a reativação dos voos regulares previstos para 2015,

O cenário escolhido consistiu numa “aterragem de emergência de uma aeronave determinada por um incêndio no motor. Do acidente, envol-vendo 20 passageiros resultaram cinco mortos,

três feridos graves, e cinco li-geiros”.

O CDOS Viseu procedeu ao acionamento e monitorização dos meios de socorro necessá-rios para fazer face a um aci-dente desta tipologia e dimen-são, avaliou a articulação dos meios envolvidos e assegurou que o planeamento, a coorde-nação e a condução das opera-ções estivessem de acordo com o Sistema Integrado de Opera-ções de Proteção e Socorro (SIOPS).

Participaram neste simulacro vários corpos de bombeiros do distrito de Viseu, a Autoridade Na-cional de Proteção Civil, o Serviço Municipal Pro-teção Civil da autarquia visiense, INEM, GNR, PSP, Policia Municipal, SEF, Cruz Vermelha e o Hospital São Teotónio.

VISEU

Exercício testa plano de emergência

Os Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia apoiaram recentemente mais três simulacros

destinados a testar os planos de seguranças das respectivas instalações.

O primeiro, realizado em 28 de Outubro, de-correu na unidade fabril “Havi Logistic”, situada na Rua dos Terços, Canelas, Gaia. Aqui o exercí-cio traduziu-se na simulação de um incêndio ini-ciado na casa das máquinas da produção de frio, provocando um ferido e obrigando à evacuação do edifício. Neste caso estiveram envolvidas 17 pessoas.

Os dois exercícios restantes ocorreram em es-colas, concretamente, nos jardins-de-infância de Laborim e do Cedro, do agrupamento de escolas

Soares dos Reis. No primeiro caso, envolveu 27 crianças e 7 funcionários e, no segundo, 45 crian-ças e 7 funcionários.

Os três exercícios contaram com a participação dos Bombeiros Sapadores e, também, da Prote-ção Civil Municipal de Gaia

VILA NOVA DE GAIA

Segurança em teste

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20 DEZEMBRO 2014

Os Bombeiros Voluntários de Lagos, em con-junto com a PSP, participaram num simulacro

de incêndio urbano e evacuação no Hotel Tivoli.Estas ações têm como objetivo testar o plano

de segurança interno de várias instituições desta cidade algarvia, bem como, sensibilizar e formar os seus colaboradores para eventuais situações de emergência.

Por outro lado, com este tipo de simulacros, o corpo de bombeiros afere e põe em prática os conhecimentos e procedimentos.

No local os operacionais foram apoiados por um Veículo Urbano de Combate a Incêndios, Veí-culo Escada e uma ambulância dos Voluntários de Lagos e ainda dois carros de patrulha da PSP, que acompanharam, e procederam ao corte de algu-mas ruas ao trânsito para facilitar a circulação dos meios de socorro.

Neste âmbito, os Bombeiros de Lagos promo-veram uma ação de formação em primeiros so-corros destinada aos colaboradores do Hotel Ti-voli, com o objetivo de sensibilizar para situações de primeira intervenção, até à chegada dos meios de socorro.

LAGOS

Procedimentos certificados

Os Bombeiros Voluntários do Sul Sueste (Bar-reiro) realizaram no dia 11 de dezembro, no

âmbito do Plano de Emergência Interno da FISI-PE, um exercício de simulacro de libertação de monómeros por colapso total do tanque de arma-zenamento, com a formação de uma atmosfera tóxica, sem ignição, que causou uma vítima.

O exercício teve o objetivo testar a operaciona-

lidade da brigada de emergência da empresa e do órgão de comando da empresa, bem como a ca-pacidade de resposta dos meios externos, como é o caso do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste.

O simulacro neste empresa de produção de fi-bras sintéticas envolveu 14 operacionais do Cor-po de Bombeiros do Sul e Sueste, apoiados por cinco viaturas de socorro.

BARREIRO

Sul e Sueste em simulacro na FISIPE

A colisão entre um motociclo e uma viatura li-geira de passageiros no centro dos Fetais foi

o cenário montado para a realização de um simu-lacro de acidente de viação promovido pelos Bombeiros de Camarate, com o objetivo de testar respostas.

Este “sinistro” de que resultaram três feridos,

dois com gravidade, mobilizou 15 bombeiros apoiados por quatro veículos.

Registe-se que este exercício permitiu confir-mar as capacidades técnicas deste corpo de bom-beiros, nas diversas fases das operações de so-corro.

Sérgio Santos

CAMARATE

Operacionais avaliam respostas

Decorreu de 29 de novembro e 7 de dezem-bro, na Unidade Local de Formação dos Bombeiros de Mangualde, um curso de

Combate a Incêndios Urbanos e Industriais (nível I), que contou com a presença de 15 elementos dos Voluntários de Viseu e foi ministrado por for-madores externos da Escola Nacional de Bombei-ros.

A participação de elementos dos Bombeiros de Vi-seu nesta formação, visa essencialmente dotá-los de conhecimentos e metodologias de treino, que permi-tam melhorar, a preparação e a intervenção neste tipo de sinistros.

O curso teve ainda como objetivo de treinar com os bombeiros a marcha geral das operações, os prin-cípios da ventilação tática, as diferentes técnicas de combate, de busca e salvamento e os procedimentos de segurança em operações de extinção de incêndios urbanos e industriais.

De realçar o balanço positivo feito por todos os in-tervenientes, cientes de que esta formação ajudará os formandos em missões futuras.

Fonte dos Voluntários de Viseu salientam e agrade-cem o trabalho dos formadores da Escola Nacional de Bombeiros, os adjuntos Márcio Teles e Francisco Campos, salientando-lhes “o profissionalismo com que nos orientaram esta ação”.

Maria João Santos

VISEU

Bombeiros em formação

O Corpo de Bombeiros Muni-cipais da Lousã, no âmbito

do seu plano anual de instru-ção, promoveu, nos dias 21 e 22 de novembro último uma sessão interna de aperfeiçoa-mento técnico de atuação em cenários de acidentes com ma-térias perigosas.

Este momento formativo, que contou com a participação de um significativo número de elementos do quadro ativo, foi coordenado pelo segundo co-mandante, Filipe Amado, e pelo sub - chefe Pedro Sousa, con-tando com o apoio de elemen-tos do corpo de bombeiros que participaram recentemente na formação de controlo de aci-dentes com matérias perigosas, lecionada pela Escola Nacional de Bombeiros.

A sessão de aperfeiçoamento contemplou formação técnica e prática, nomeadamente procedi-mentos em acidentes com maté-rias perigosas e vários simula-cros que requeriam diferentes tipos de atuação e contou com a colaboração da empresa AAB, através da cedência de uma via-tura cisterna que tornou os exer-cícios práticos mais reais.

Para o comandante do Corpo

de Bombeiros Municipais da Lousã, João Pedro Melo, “este tipo de sessões de aperfeiçoa-mento técnico e de partilha de conhecimento são extremamen-te importantes para a capacita-ção dos operacionais e também para fomentar o trabalho em equipa e o convívio e inserem--se no plano anual de formação definido pelo corpo de bombei-ros”.

LOUSÃ

Formação matérias perigosas

Os Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Poiares

desenvolveram recentemen-te um exercício nocturno com a duração de 12 horas consecutivas na área do trauma, abordagem, imobilização e extracção de vítimas.

O exercício envolveu mais de 3 dezenas de bombeiros e técnicos de formação “em situa-ções e cenários com dificuldade elevada e condições meteorológicas extremas onde o trabalho de equipa é fundamental”.

Ao longo das 12 horas em que decorreu o exercício foram simulados salvamentos em al-tura, em poços, ribeiros, espaços confinados e, por último, um acidente multi-vítimas. Si-tuações sempre acompanhadas com muito ruído de fundo, luzes e stress gerado para aproximar as condições do exercício o mais possível do real.

No final do exercício, ao raiar da manhã, o sentimento generalizado entre os bombeiros era o de que tinha valido muito a pena e que era de todo aconselhável dar continuidade ao trabalho ali desenvolvido.

VILA NOVA DE POIARES

Exercício intensivo de trauma

Foto

: Rita

Sim

ões

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21DEZEMBRO 2014

A presidente Filomena Pe-reira e a comandante Isaura Pinto da Rocha são

atualmente os rostos da Asso-ciação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Entre-os--Rios, uma instituição com mais de nove décadas de existência com pergaminhos na qualidade do socorro prestado até nas mais complexas situações, como a de 2001 quando a que-da da Ponte Hintze Ribeiro colo-cou à prova a operacionalidade dos bombeiros. A tragédia que ceifou cerca de 60 vidas não foi esquecida, serve aliás para manter os níveis de exigência à meia centena de homens e mu-lheres que norteados pelo lema “Vida por Vida”, servem nos Vo-luntários de Entre-os-Rios.

A formação, preparação e a segurança dos bombeiros, são questões primordiais para o co-mando, mas também para a di-reção sempre atenta às neces-sidades do efetivo.

“O plano de formação decor-re a bom ritmo”, assegura a co-mandante, salientando contu-do, todas ações são poucas, para um grupo muito motiva-do”.

Embora os recursos não abundem, a presidente faz questão de afirmar que “pode não haver dinheiro para tudo,

mas para a formação e para a proteção individual dos bom-beiros não pode faltar”.

À semelhança das congéne-res de todo o País, esta associa-ção é confrontada com dificul-dades várias, isso mesmo reve-la Filomena Pereira dando con-tas das enormes “dores de cabeça” para garantir a estabili-dade financeira desta institui-ção. A austeridade trouxe a re-boque cortes nos subsídios es-tatais e o decréscimo de todo o tipo de apoios, mas também a redução do número de serviços de transportes de doentes e, assim sendo, o presente impõe “cortes nas despesas”, para que seja possível satisfazer todos os compromissos, nomeadamente com os 14 funcionários que no dia-a-dia, asseguram não só o funcionamento da associação, mas também a operacionalida-de do corpo de bombeiros.

Há anos que os Voluntários de Entre-os-Rios anseiam con-tar com uma Equipa de Inter-venção Permanente (EIP), o que permitiria não só agilizar a resposta, mas também reforçar a qualidade do socorro presta-do a uma população que ronda as 14 mil pessoas. Isaura da Rocha denúncia a crescente in-disponibilidade dos voluntários. No topo do rol de causas do,

ENTRE-OS-RIOS

Direção e comando no femininoEm Entre-os-Rios quem mais ordena são as mulheres, que para além de assumirem um

importante papel no copo ativo, também são o rosto da direção e comando.

Em tempos pouco favoráveis à atividade desenvolvida pelas associações

humanitárias, são “elas” que num estilo muito próprio ultrapassam obstáculos e

prepararam a instituição para o futuro, até porque como defendem “a coragem tem

que ser maior que as dificuldades encontradas”.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

quase sempre, forçado afasta-mento do quartel, a emigração que nos últimos anos subtraiu das fileiras deste contingente cerca de 40 soldados da paz. “Vontade de servir o próximo não falta”, afiança a comandan-te, contudo as exigências pro-fissionais, a insensibilidade de alguns patrões para a causa, acaba por afastar muitos vo-luntários do quartel.

Perante este cenário, e como “baixar os braços” não é uma hipótese, resta a esta equipa trabalhar, para assegurar o re-forço e a renovação. Por estes dias, o quartel recebeu mais uma dezena de novos elemen-tos, enquanto na Escola de In-fantes e Cadetes 32 crianças e jovens consolidam o sonho de ser bombeiro. Este é um proje-to que enche de orgulho co-mando e direção, pois muitos jovens sem rumo têm encon-

trado neste grupo um caminho para a vida e, assim sendo, so-bram satisfação e sentido de missão cumprida, conforme re-velam estas responsáveis.

Esta é uma associação volta-da para o exterior que promove uma série de iniciativas, que se associa a tantas outras e que ainda disponibiliza vários servi-ços à comunidade, entre eles um posto de correio instalado no quartel-sede.

O dinamismo da instituição é reconhecido pela população e também por algumas empresas da região, afiança a presidente, dando ainda conta da excelente relação com Câmara Municipal de Penafiel que “dentro das li-mitações” patrocina e colabora na atividade das três associa-ções humanitárias do concelho.

Embora não escondam algu-ma apreensão com o futuro, presidente da direção e coman-

dante não deixam de sonhar com a ampliação do quartel, que inaugurado em 2006 já se revela exíguo. Ainda assim, cui-dados com a manutenção diá-ria, pequenas intervenções fei-tas pelos próprios bombeiros têm permitido acrescentar valor a um espaço moderno, arejado e, sobretudo muito operacional.

Na vertente operacional a comandante reclama a aquisi-ção de um veículo de combate a incêndios urbanos, para já um investimento inviável, tal como o desejo da presidente de dotar o complexo dos Bombei-ros Voluntários de Entre-os--Rios de uma biblioteca e de um espaço cultural.

“Projetos existem, contudo, falta dinheiro para os concreti-zar”, diz Filomena Pereira, uma dirigente de fibra e decidida a concretizar o projeto que em 2009 a levou a abraçar esta

causa. Neste desígnio, a diri-gente conta há cerca de um ano com o apoio da comandan-te Isaura da Rocha, uma jo-vem, com duas décadas de li-gação ao corpo de bombeiros, uma missão que começou a cumprir com apenas 13 anos, quando ajudou a abrir os por-tões deste quartel às mulheres. Ambas acreditam que “reman-do todos para o mesmo lado é possível levar a embarcação a bom porto”.

Questionadas sobre as dife-renças de uma gestão no femi-nino, acordam que “as mulhe-res dão um toque diferente à gestão destas casas”, nada que contudo desvirtue o projeto en-cetado em 1923 por José Olím-pio Magalhães, certamente, também, convicto de que “a coragem tem que ser maior que as dificuldades encontra-das”.

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22 DEZEMBRO 2014

Cerca de 110 homens e mulheres garantem a operacionalidade dos

Bombeiros Voluntários da Ama-dora, uma instituição que em-prega 75 pessoas e que ainda assim assume as dificuldades em assegurar a qualidade do socorro num território de pouco mais 24 quilómetros quadrados mas que acolhe, diariamente, muito mais dos que 180 mil re-sidentes.

A complexidade da missão cumprida, e as adversidades do presente contrastam, contudo, com simplicidade e humildade com que escancaram as portas da instituição à equipa do jornal “Bombeiros de Portugal”. Dire-ção e comando falam com preo-cupação do futuro, porque a operacionalidade exigida a este corpo de bombeiros sugam re-cursos de que estas associa-ções, na verdade, não dispõem.

“A nossa receita advém dos subsídios estatais, do INEM, dos serviços que prestamos, de contributos episódicos de em-presas ou da população e, ob-viamente da Câmara de Ama-dora”, esclarece o vice-presi-dente da direção Rui Fonseca, traçando assim um primeiro re-trato desta instituição que des-de 1905 labuta com o firme propósito de dar mais e melhor em prol a população, embora nem sempre esta missão seja reconhecida, como nos diz o ca-rismático comandante Mário Conde, considerando que a so-ciedade, no geral, tem a convic-ção que “o Estado paga tudo”.

Não sendo assim, importa a estas instituições apostarem na gestão rigorosa de uma magra receita, para quem, com ou sem reconhecimento da popu-

lação, o socorro nunca seja posto em causa.

O vice-presidente vai mais longe dando conta de um orça-mento anual de 1.5 milhões de euros, dos quais “apenas meio milhão provém de subsídios”, sendo que o restante tem que ser garantido pela associação.

Inaugurado no final da déca-da de 90, o quartel-sede acusa o inevitável desgaste causado pelo tempo, ainda que a deter-minação de um grupo de bom-beiros permita colmatar lacu-nas, assegurar pequenas inter-venções. Por estes dias, um grupo de bombeiros, nos seus tempos livres dedica-se à recu-peração da sala dos voluntá-rios, um espaço desconfortável, degradado, que passo a passo vai ganhando dignidade. A as-sociação apoiou na aquisição dos materiais e dentro em bre-ve os bombeiros vão poder des-cansar numa área agradável, mercê do trabalho de um grupo dinâmico, entre eles, Gilberto Nunes, Leonardo Ferreira, Pe-dro Ribeiro, José Casanova e José Almeida Borges, os mento-res do projeto.

É esta vontade férrea de mi-nimizar contrariedades, que, também, motiva direção e es-trutura de comando, como re-velam os adjuntos Fátima Diogo e João Santos.

Rui Fonseca e Mário Conde reconhecem as exigências do território e por, isso mesmo, a formação dos operacionais constitui uma enorme preocu-pação, que não pode ser negli-genciada. O emaranhado de so-brecarregadas vias rodoviárias, entre as quais o perigoso Itine-rário Complementar 19, a ferro-via, o Metro, as superfícies co-

AMADORA

Voluntários superam os desafios da cidade grandeSão necessariamente grandes os números

que traduzem a atividade de mais uma centena de operacionais que garante o

socorro e a proteção a uma população que ronda os 180 mil habitantes, num território

complexo, repleto de desafios. Embora de matriz voluntária, há muito que

os Bombeiros da Amadora são forçados a assumir-se como um corpo profissional.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marque Valentim

merciais e alguns bairros so-ciais “complicados” como os de Santa Filomena, Cova da Moura ou 6 de Maio, são só alguns dos desafios colocados, diariamen-te, aos Bombeiros da Amadora que só podem responder com eficácia, preparação e profissio-nalismo, como salienta Mário Conde.

Nas grandes cidades, parece ser mais sentida a crise no vo-luntariado. Se no interior a emi-gração se revela impiedosa, no litoral parece ganhar força uma espécie de crise de “vocações”, não menos perversa.

Rui Fonseca e Mário Conde temem pelo sucesso do inevitá-vel processo de renovação do corpo de bombeiros. Os jovens chegam a “conta-gotas” á asso-ciação, não obstante todo o tra-balho desenvolvido junto da co-munidade e nas escolas do mu-nicípio.

Comando e direção procuram a “fórmula” para chamar ao quartel os mais jovens, nesse sentido tem vindo a promover projetos como “Bombeiros na escola”, “Bombeiros por um dia” e o estágio de Verão. No balanço os nossos interlocuto-res denunciam alguma desilu-são, talvez porque o entusiamo de envergar a farda esbarre no grau de exigência imposto a um voluntário.

Do alto da sua experiência de 33 anos de bombeiro, o coman-dante considera que “servir por servir, parece já não estimular os cidadãos”.

Sobram contudo esperanças que no futuro seja possível recu-perar efetivos para este contin-gente.

As obras de remodelação do quartel, nomeadamente a subs-tituição da cobertura de amianto, a avultada reparação do grupo energético e aquisição de um novo veículo de combate a incên-dios urbanos e industriais, são necessidades que a associação terá de colmatar a breve trecho.

“O dinheiro é pouco, temos, por isso, sérios impedimentos na aquisição de material, que dado o volume de ocorrências sofre enorme desgaste”, acentua o co-mandante dando conta que a viatura de combate a incêndio urbano e industrial “está obsole-ta”, a “pedir reforma”.

“Já alertámos a câmara, o ministério da Administração In-terna e a Autoridade Nacional de Proteção Civil, para esta si-tuação que é grave, porque na verdade tememos ficarmos, neste vertente, sem capacidade de resposta”, diz o Mário Conde, deixando claro que só com fun-dos comunitários e o apoio da autarquia será possível solucio-nar o problema.

Muito trabalho e algumas ajudas, ainda que pontuais, vão permitindo suprir lacunas, a prova-lo uma nova ambulância no parque de viaturas, oferta da empresa Jerónimo Martins.

O trabalho de direção e co-mando tem que ser necessaria-mente incessante “sem folgas nem distrações”, e, assim, para além dos vários serviços à co-munidade, dirigentes e opera-cionais ainda se unem na dina-mização de muitas atividades cujos proventos revertem para os cofres da instituição, das quais se destacam os bailes de domingo á tarde, as festas de passagem de ano ou as sessões de fados, passagem de ano. Em vésperas de mais um aniversá-rio, a Associação Humanitária dos Bombeiros da Amadora sur-preende os associados com uma edição limitada de uma

Reserva 2012 de Vinho Regio-nal Alentejano e que já está à venda.

Já no próximo mês a janeiro, a instituição assinala 110 anos de existência, mais de um sécu-lo de serviço prestado à comu-nidade por um punhado de vo-luntários que, ao longo dos anos, não se deixou surpreen-der nem pelo crescimento po-pulacional desmesurado, nem pelo desordenamento do terri-tório. Pelo contrário, e não obs-tante constrangimentos de vá-ria ordem, sobretudo financei-ros, os Bombeiros Voluntários da Amadora continuam na pri-meira linha do socorro, disponí-veis, treinados e preparados para salvar vidas e para prote-ger os bens de um concelho que ocupa o 9.º lugar na lista dos municípios mais populosos do País.

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23DEZEMBRO 2014

Durante anos os Voluntá-rios de Albergaria-a-Ve-lha sonharam com um

novo quartel, enfrentando pri-vações e incómodos em insta-lações precárias, demasiado exíguas, obrigava o corpo de bombeiros a usar uma série de outros espaços na vila. Nos úl-timos anos, os operacionais ti-nham equipamentos e a viatu-ras dispersos por uma meia dúzia de improvisados quar-téis, um óbice para quem tem na matriz a prontidão.

Agora no conforto das novas instalações, dirigentes e ope-racionais não escondem satis-fação, até porque o moderno complexo oferece todas as condições a quem faz de um quartel a sua segunda casa, quem empresta tempo e dedi-cação à causa dos bombeiros e do voluntariado.

A hospitalidade dos alberga-rienses é conhecida da equipa do jornal Bombeiros de Portu-gal que, mais uma vez, é rece-bida com enorme simpatia pelo presidente Fausto Manuel Gui-marães Vidal, o comandante José Valente e o 2.º coman-dante Albano Ferreira, que “es-cancaram” as portas do novo quartel, ao mesmo tempo que anunciam os projetos definidos para este início de um novo ci-clo de uma associação que já no próximo mês de janeiro as-sinala os 90 anos de existên-cia.

A casa ainda cheira a novo, mas os bombeiros já anseiam pela construção, em terreno

contíguo ao quartel, de uma Base de Apoio Logístico. Esta estrutura tutelada pela Autori-dade Nacional Proteção Civil (ANPC) foi constituída formal-mente em 2010, mas funciona no Centro de Meios Aéreos, com 34 camas, uma oferta, re-centemente, reforçada com mais 100 de camas no antigo quartel dos voluntários alber-garienses, onde também está instalado um refeitório para servir os operacionais em trân-sito pelo país, no cumprimento das mais distintas missões.

As futuras instalações da BAL de Albergaria-a-Velha te-rão capacidade para receber uma centena de efetivos, to-das as condições de alojamen-to, para além das salas de for-mação, áreas de apoio e de parqueamento de viaturas. O processo “está bem encami-nhado”, assegura o comandan-te José Valente, aguardando, apenas, luz-verde da ANPC.

O novo quartel, que o con-tingente ocupa desde abril de 2013, resulta de um investi-mento 1.5 milhões de euros na operacionalidade, na qualidade e celeridade do socorro.

A localização do complexo, na área industrial do municí-pio, garante uma maior mobili-dade dos meios para qualquer ponto daquele território que al-berga 25 mil pessoas.

Por outro lado, “os bombei-ros têm, agora, as condições que merecem”, como faz ques-tão de evidenciar o presidente, corroborado pelo comandante,

ALBERGARIA-A-VELHA

Concluído o quartel e depois da ULF venha a BALA um mês de completar 90 anos de bons

serviços prestados à comunidade, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha vive

tempos de estabilidade. Um ano depois da inauguração de um novo e moderno

complexo operacional e já com a casa devidamente arrumada direção, comando e

corpo ativo encaram o futuro com natural otimismo e já sonham com a construção da

Base de Apoio Logística (BAL) porque, entretanto, também Unidade Local de

Formação (ULF), está garantida..

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Sérgio Santos

que defende que se tornava imperioso “cativar os homens e mulheres, assalariados e vo-luntários”, que durante anos trabalharam, serviram com enormes limitações.

A mudança permitiu, tam-bém, a proximidade com as empresas instaladas naquela área, o que até então não su-cedia. Atualmente, o corpo de bombeiros é muito solicitado para formações, tanto na área de combate a incêndios como na do socorrismo e que, ante-riormente, eram entregues a outras entidades credenciadas para a formação

Contudo, a fixação do volun-tariado nas novas instalações ainda é uma incógnita que preocupa José Valente, pois “no centro da cidade era mais fácil reunir o contingente”.

Ainda assim, o responsável operacional pode orgulhar-se pois os voluntários continuam a assegurar os piquetes notur-nos e os fins de semana, até mesmo na central de comuni-cações, o que “a nível nacional é já muito raro”.

Atualmente, servem nos Vo-luntários de Albergaria-a-Ve-lha 76 operacionais, mas im-porta acautelar o futuro. “As escolas têm vindo a perder elementos”, declara José Va-lente, lamentando ainda que “nos últimos dois anos a emi-gração tenha levado voluntá-rios, cerca de 10 por cento do contingente, pessoal ativo, al-guns dos melhores operacio-

nais”. A ampla ligação com a comunidade, as parcerias com as escolas locais e as condi-ções de excelência oferecidas pelo quartel, são trunfos que associação poderá a usar para atrair os mais jovens.

Embora os encargos com as novas instalações, não permi-tam, por agora, “voos muito al-tos”, existe pelo menos a certe-za, que a direção em tempo útil investiu em equipamentos e viaturas, antecipando um pro-cesso de modernização.

Este corpo de bombeiros dispõe dos meios adequados para o território onde opera, “está bem servido”, sublinha o comandante, ainda que já es-teja previsto o arranque do processo de renovação do par-que de ambulâncias. “Fazemos muita emergência, percorre-mos muitos quilómetros, por isso temos que começar a pen-sar na renovação das viatu-ras”, acrescenta Fausto Vidal.

A formação é uma priorida-de desta associação sempre disponível para investir na pre-paração e valorização dos ope-racionais.

“O plano de formação no distrito de Aveiro decorre a bom ritmo. Há muito trabalho feito e isso repercute-se na qualidade da resposta dada pelos vários corpos de bombei-ros” garante José Valente.

“Estamos a aproveitar todas as propostas que nos vão che-gando, sobretudo da Escola Nacional de Bombeiros”, diz o

comandante, que, no entanto, denuncia falhas na formação de Tripulantes de Ambulâncias de Socorro (TAS), aliás uma queixa generalizada, uma la-cuna que lesa muitos quartéis de todo o País.

Ainda neste âmbito, coman-do e direção anunciam a for-malização de um protocolo de cooperação que visa a criação de uma Unidade Local de For-mação, um projeto que envol-ve a associação, com a Câma-ra Municipal de Albergaria-a--Velha, a Federação dos Bom-beiros do Distrito de Aveiro e a Escola Nacional de Bombeiros.

Depois da “tempestuosa” re-lação institucional com ante-rior executivo camarário, pare-ce estar instalada a bonança. Os voluntários de Albergaria registam com natural regozijo “o diálogo, o entendimento e o apoio que traduzem reconheci-mento pelo trabalho dos bom-beiros”.

Da mesma forma também as juntas de freguesia estão atentas às necessidades dos bombeiros, como salienta o di-rigente que fala também da disponibilidade da população “sempre muito participativa nas ações promovidas pela instituição”. Fausto Vidal realça o sucesso da campanha de an-gariação de fundos que permi-tiram assegurar cerca de me-tade da verba necessária para a compra de uma Ambulância de Transporte de Doentes. Da mesma forma, a iniciativa “Co-

ração por uma Vida”, destina-da a comprar um Desfibrilha-dor Automático Externo (DAE), permitiu com a venda de por-ta-chaves, adquirir não apenas um, mas dois equipamentos.

A instituição assume, ainda, a produção de um calendário e a dinamização de muitas ou-tras atividades, numa tentativa incessante de gerar recursos. A estratégia para manter a esta-bilidade financeira passa, tam-bém, pela “poupança”, até por-que são muitos os compromis-sos assumidos, nomeadamente com os 22 funcionários.

Embora seja complexa a missão de administrar uma as-sociação humanitária, Fausto Vidal considera que “quando se trabalha com uma equipa boa tudo é mais fácil”.

“Felizmente, contamos na direção com sete elementos que aqui estão de corpo e alma”, refere, afiançando que pode contar, também, com o apoio, o entusiasmo e a vonta-de de fazer mais e melhor tan-to da estrutura de comando como dos bombeiros.

No próximo dia 22 de janei-ro os Bombeiros de Albergaria--a-Velha assinalam 90 anos de existência, nove décadas de entrega e de bons serviços prestados às causas dos bom-beiros e do voluntariado, com a certeza que continuam a fa-zer história, com o entusias-mo, o brio e o rigor com que pioneiros, em 1925, enceta-ram o projeto.

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24 DEZEMBRO 2014

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Lis-

bonenses conta com mais 9 bombeiros de 3.ª, seis deles do sexo feminino. O corpo de bom-beiros passa assim a contar agora com a Margarida Concei-ção, o José Machado, o Carlos Bruno, a Vera Vieira, a Inês Santos, a Bárbara Silva, o Bruno Rodrigues, a Catia Fernandes e a Rita Ferreira. Decorreu ainda a promoção a oficial bombeiro de 2.ª da Ana Rita Oliveira.

Antes da sessão solene que assinalou o 104.º aniversário

desta instituição decorreu no exterior a inauguração de seis novas viaturas, três ambulân-cias de socorro, um atrelado designado por unidade especial de intervenção pré-hospitalar, um veículo florestal de combate a incêndios com valência tam-bém urbana, e um autocarro. Uma das ambulâncias foi ofere-cida pela Junta de Freguesia de Santo António e o atrelado foi oferecido por Jorge Pires.

No exterior decorreu também a passagem de guião entre es-colas de estagiários desta feita

pela primeira vez acompanhada de patronos, do comandante do QH França de Sousa, patrono da escola de 2014 para o co-mandante do QH Lucas Novo, patrono da escola de 2015.

Referência também para a participação da fanfarra dos Vo-luntários Portuenses nas ceri-mónias que decorreram na zona fronteira ao quartel.

Durante a cerimónia come-morativa de mais um aniversá-rio foram entregues vários di-plomas e troféus a entidades e personalidades pelo apoio dado

em diversas vertentes e, ainda, medalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP). Destas, destaque para as medalhas, de 20 anos, atribuída ao bombeiro de 3..ª, Rui Figueira, e de 25 anos, para a bombeira de 1.ª, Elisabete Silva, e para o bombeiro de 3.ª, Daniel Silva.

Entre as distinções destaque, também, para atribuição pela direção da medalha de dedica-ção grau ouro dos Lisbonenses ao comandante do corpo de bombeiros, Jorge Fernandes.

A sessão solene foi presidida pelo vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Lis-boa, Carlos Castro, e contou comas presenças, do presiden-te da assembleia-geral, Costa Martins, do presidente da Es-cola Nacional de Bombeiros, José Ferreira, do vice-presi-dente da LBP, Rui Rama da Sil-va, do presidente da Reviver Mais, Lourenço Baptista, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lis-boa, comandante António Car-valho, do vice-presidente da

Cruz Vermelha Portuguesa, ge-neral Governo Maia, do co-mandante distrital da ANPC, Carlos Mata, do comandante dos Voluntários Portuenses, Ângelo Correia, do segundo comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lis-boa, major Tiago Lopes, do presidente da Junta de Fregue-sia de Santo António, Vasco Morgado, anfitreados pelo pre-sidente da direção, Garcia Cor-reia, e restantes órgãos so-ciais, e pelo comandante Jorge Fernandes.

LISBONENSES

Reforço de meios humanos e viaturas

O secretário de Estado da Ad-ministração Interna presi-

diu às cerimónias comemorati-vas do 60.º aniversário da As-sociação Humanitária de Bom-beiros Voluntários de Manteigas.

O programa que incluiu a tra-dicional romagem ao cemitério

em memória dos bombeiros e dirigentes já desaparecidos, teve como ponto alto a sessão solene, marcada pelo tributo aos soldados da paz.

O comandante Daniel Saraiva enalteceu o trabalho dos opera-cionais, perfeitamente adapta-do às exigências de um setor

em constante mudança, da mesma forma que falou “da persistência, da firmeza e da união de esforços” que têm per-mitido vencer dificuldades.

Por sua vez, o presidente da direção Rui Carvalho acentuou a tónica nos problemas finan-ceiros da instituição apelando

ao apoio da Câmara Municipal de Manteigas.

Durante a sessão foram pro-movidos alguns elementos e outros condecorados com me-dalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e descerra-das placas de homenagem e reconhecimento ao presidente

da direção e comandante José Abrantes Serra e aos coman-dantes José Ribeiro Francisco e Joaquim Teixeira.

Para além do secretário de Estado, João Pinho Almeida, marcaran presença nas ceri-mónias o presidente da Autori-dade Nacional de Proteção Ci-

vil, Francisco Grave Pereira; o presidente da Câmara Munici-pal de Manteigas, José Manuel Biscaia; o vice presidente da LBP, Luís Gil Barreiros e o pre-sidente da federação dos bom-beiros da Guarda, Álvaro Guer-reiro.

Sérgio Santos

MANTEIGAS

Associação assinala 60.º aniversário

Os Bombeiros Voluntários de Samora Correia estão a de-

safiar os jovens e crianças para as escolas de estagiários, infan-tes e cadetes, com o objetivo de assegurar voluntários para a re-novação e reforço do corpo ativo.

A Associação pretende for-mar bombeiros, preparados para operações de socorro,

emergência pré-hospitalar e combate a incêndios, mas tam-bém homens e mulheres com espírito ativo de cidadania e de partilha com o próximo.

Com um moderno quartel e um centro de formação e trei-no, com todas condições para a preparação dos bombeiros, esta instituição conta com quadros

experientes e preparados para assegurar a formação dos no-vos recrutas.

A aposta na formação contí-nua dos bombeiros e no recru-tamento de novos elementos visa garantir os níveis de efi-ciência e qualidade assegura-dos por este corpo de bombei-ros que garante o socorro e a

proteção de pessoas e bens numa área de mais de 320 km2 e com uma população de cerca de 18 mil pessoas.

Sob o lema “Existimos para Servir” os Bombeiros de Samo-ra Correia comemoram em 2015, 40 anos de vida ao servi-ço da comunidade.

Nelson Lopes

SAMORA CORREIA

Quartel aposta no recrutamento

Para além das ações de formação e sessões de instrução especí-fica do corpo de bombeiros habituais, os Voluntários de Esmoriz

promoveram uma ação em fogos florestais destinada aos estagiá-rios que, já em janeiro, prestam provas no pólo de S. João da Ma-deira da Escola Nacional de Bombeiros, dando assim o mais um importante passo para o efetivo ingresso no corpo ativo.

ESMORIZ

Estagiáriospreparam ingresso

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25DEZEMBRO 2014

O presidente do conselho executivo da Liga dos Bom-

beiros Portugueses (LBP), co-mandante Jaime Marta Soares, visitou a Associação Humanitá-ria dos Bombeiros Voluntários de Tarouca para se associar às comemorações do 40.º aniver-sário da instituição e homena-gem a um dos seus fundado-res.

A homenagem traduziu-se na atribuição do crachá de ouro da LBP ao fundador, antigo co-mandante e antigo presidente da direção da associação, Antó-nio Loureiro Borges.

As comemorações iniciaram--se com a habitual cerimónia de hastear das bandeiras, se-guida de missa solene, receção às entidades oficiais e bênção de novas viaturas.

Na sessão solene que se se-guiu, o presidente da direção, e

recém eleito presidente da Fe-deração de Bombeiros do Dis-trito de Viseu, lembrou o ho-menageado como “um exemplo de genuína cidadania e solida-riedade” sempre ligado às insti-tuições locais e, em especial, aos bombeiros de que foi um dos fundadores.

José António Nunes lembrou também que “ de nada nos ser-vem as viaturas, os meios e os quartéis se não houverem ho-mens e mulheres que através do seu exemplo nos conta-giam”.

Na sua intervenção, dirigin-do-se aos presentes mas, com especial ênfase, ao comandan-te Humberto Sarmento e ao presidente da direção, o presi-dente da LBP elogiou o “rigor, disciplina e organização” pa-tenteado durante a cerimónia pelo corpo de bombeiros e te-

ceu também elogios à sintonia visível entre os órgãos sociais da instituição e o seu comando, testemunhando que “reúnem todos os condimentos para fun-cionar em plenitude”.

O comandante Jaime Soares lembrou que “o futuro dos bombeiros em Portugal está nas suas próprias mãos por que sabem donde vêm, onde estão

e para onde querem ir”, subli-nhando que, como sempre, “não pedem nada para eles, apenas para estarem melhor preparados para o socorro”.

O presidente da LBP lembrou ao presidente da Câmara estar na casa do “parceiro ideal com que pode sempre contar”, facto que pode sossegá-lo certo de que “esse fenómeno único no

espaço universal que são os bombeiros voluntários” sabe sempre responder às dificulda-des. Contudo, lembrou, impor-ta também proporcionar-lhes os necessários meios. Aquele dirigente lembrou “os custos que acarretaria para o país se estas estruturas voluntárias deixassem de existir”.

A sessão solene comemorati-

va contou ainda com as pre-senças, do presidente da as-sembleia-geral da instituição, Flávio Sarmento, do coman-dante distrital de Viseu da ANPC, Lúcio Campos, e do pre-sidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar Pereira, entre outras entidades e repre-sentante de instituições congé-neres.

TAROUCA

Presidente da LBP na homenagem ao fundador

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Condeixa-a-Nova comemorou a 7

de dezembro o 37.º aniversário distinguindo os homens e mulheres que voluntariamente servem a instituição.

Uma grandiosa formatura do corpo ativo e a fanfarra da associação receberam as entidades convidadas que puderam assistir ao batismo e inauguração de uma viatura pesada de transpor-te de passageiros que irá prestar serviços diver-sos à associação.

Foi com um auditório repleto de associados, população em geral e uma comitiva dos bombei-ros de Bretten, geminados com a instituição anfi-

triã, que foi apresentado o “Maximus”, a mascote do corpo de bombeiros e ainda uma plataforma de formação interna para os operacionais e o re-modelado website da instituição.

No momento das intervenções, o comandante Fernando Gonçalves deixou um alerta para ne-cessidade do voluntariado ser olhado de uma outra forma, aproveitando para deixar rasgados elogios aos seus operacionais norteados pelo “espírito de missão”. No âmbito dos projetos de futuro, este responsável frisou a continuidade na aposta na formação do efetivo, da aquisição de duas ambulâncias e das expectativas da ce-dência de um terreno para a construção de um

novo quartel. O comandante e o presidente da direção, Daniel Costa deixaram ainda um alerta à autarquia de Condeixa, pedindo “maior reco-nhecimento” para as necessidades da institui-ção.

Ponto alto da cerimónia foi a imposição dos Crachás de Ouro da Liga dos Bombeiros Portu-gueses aos chefes António Picão e Manuel Carva-lheira, uma medalha de serviços distintos grau ouro ao subchefe Mário Melo, impostas pelo pre-sidente da câmara municipal de Condeixa, Nuno Moita; pelo comandante José Requeijo da confe-

deração dos bombeiros portugueses e pelo co-mandante distrital Carlos Luís (ANPC).

Foram ainda distinguidos pela disponibilidade e horas de serviço nas áreas de incêndio, forma-ção, emergência pré-hospitalar, transportes e serviços os bombeiros Manuel Carvalheira, Ana Telma, Daniel Costa, Renato Marques e Evaristo Ribeiro, respetivamente. Houve seguidamente a imposição de medalhas da LBP e várias e ainda a integração de nove elementos no corpo ativo após o juramento ao lema “Vida por Vida”.

Sérgio Santos

CONDEIXA-A-NOVA

Crachás de Ouro em dia de festa

A Associação Humanitária de Bombeiros Volun-tários da Pampilhosa da Serra assinalou o

45.º aniversário com um programa que incluiu a incorporação de treze novos elementos no corpo ativo, a inauguração e bênção de uma nova am-bulância de transporte múltiplo e o reconheci-mento público e distinção dos homens e mulhe-res que servem a causa, de “todos aqueles que com o seu esforço, dedicação, e com a sua sabe-doria, tem mantido viva esta família de bombei-ros” como referiu o presidente da direção João Alves.

Da mesma forma também o comandante Mar-co Alegre deixou rasgados elogios aos operacio-nais de Pampilhosa da Serra.

Direção comando e corpo ativo encaram com otimismo o futuro até porque nesta senda de apoio ao próximo podem contar com o apoio, o patrocínio e a solidariedade da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra e juntas de freguesia, uma cooperação que em muito tem contribuído para a estabilidade da instituição, tanto a nível associativo, como operacional.

Motivo de júbilo é também a escola de cadetes

e infantes que há dois anos tem vindo a crescer, dando renovadas esperanças na renovação e re-juvenescimento do corpo de bombeiros.

O programa festivo contemplou ainda uma ex-

posição de miniaturas de viaturas de bombeiros e um almoço convívio.

Associaram-se ás comemorações, entre outras entidades, o presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, José Brito Dias; o comandan-te distrital Carlos Luís; o comandante António Si-mões, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra também em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses e ainda elementos dos GIPS da GNR e de associações congéneres do distrito de Coimbra, Leiria e Castelo Branco.

Sérgio Santos

PAMPILHOSA DA SERRA

Aniversário com novos bombeiros

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26 DEZEMBRO 2014

O presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), comandante Jaime Soares,

espera que a nova ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, dê seguimento aos vários diplomas que tinham vindo a ser alvo de negociação, em particular, para o transporte de doentes e para o financiamento dos corpos de bombeiros. Neste segundo caso, Jaime Soares defendeu a necessidade de cele-ridade de resposta por parte da Associação Na-cional de Municípios Portugueses (ANMP), de quem está agora dependente a nova lei de fi-nanciamento.

“Ditosa Pátria que tais bombeiros tem”, disse o presidente da LBP a terminar a sua interven-ção na sessão solene comemorativa do 124º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Soure.

Esta celebração contou com diversos atos. Desde logo, a inauguração de duas novas via-turas, uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM) e um veículo de florestal de combate a incêndios (VFCI). Neste segundo caso, adquiri-do em segunda mão e totalmente recuperado dos elementos do corpo de bombeiros.

Procedeu-se ainda à atribuição de medalhas e promoções de diversos bombeiros e à oferta de um desfibrilhador automático externo (DAE) pela Caixa de Crédito Agrícola local.

Um intervalo na chuva que se fez sentir per-sistentemente permitiu, mesmo assim, antes da sessão solene, a realização do desfile apea-do e motorizado abrilhantado pela fanfarra.

Marcaram presença nas cerimónias diversas personalidades. Entre elas, além do presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, comandan-

te Jaime Marta Soares, um filho da casa, o co-mandante operacional distrital (CODIS) de Coimbra, Carlos Luís Tavares.

A mesa da sessão solene foi constituída pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de Soure, João Paulo Contente, pelo pároco José Cunha, pelo CODIS de Coimbra, pelo presiden-

te da LBP, Jaime Marta Soares, pelo presidente da assembleia-geral, João Gouveia, pelo presi-dente da Câmara Municipal de Soure, Mário Jorge Nunes, pelo presidente da Federação dos Bombeiros de Coimbra, comandante António Simões e pelo presidente da Direcção dos Bombeiros de Soure, Hélder Carvalho.

SOURE

Liga espera celeridade da ANMP

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Brasfemes foi distinguida pelo Ministério da Administração In-terna e pela Liga dos Bombei-ros Portugueses na passagem do seu 75.º aniversário realiza-do no passado dia 8 de dezem-bro.

O estandarte da Associação recebeu assim a medalha de mérito proteção e socorro, grau prata, do Ministério da Admi-nistração Interna (MAI) e o Crachá de Ouro da Confedera-ção dos Bombeiros Portugue-ses. Estas distinções foram im-postas pelo diretor nacional de bombeiros (DNB/ANPC) Pedro Lopes e pelo comandante Jai-me Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP).

Na sua intervenção durante a sessão solene, o comandante Marta Soares considerou “ esta

cerimónia como um corolário importante de muito do que se tem vivido nesta casa”, lem-brando que “quem não sabe analisar o seu passado não sa-berá projetar o seu futuro”. Essa postura, segundo aquele responsável, tem permitido aos Bombeiros de Brasfemes ultra-passar as dificuldades e a dar continuidade aos valores que

estiveram na mente dos funda-dores. O presidente da LBP aproveitou a oportunidade para enaltecer o papel dos familiares dos bombeiros já que consti-tuem “a frente avançada dos seus bombeiros”.

Foram também distinguidos com o crachá de ouro da LBP, o adjunto de comando Rui Gon-çalves e o subchefe Fernando

Ferraz Costa, e o vice-presi-dente da direção Arménio Fer-raz a medalha de serviços dis-tintos grau ouro da LBP.

As comemorações das bodas de diamante incluíram, ainda, a bênção de quatro viaturas, uma de combate a incêndios florestais (VFCI), duas ambu-lâncias de transporte e uma de socorro, reforçando desta for-

ma a prestação de serviços com melhor qualidade as co-munidades. Uma equipa de in-tervenção primária no corpo de bombeiros, a ampliação do quartel e a construção da casa escola são uma necessidade antiga que, quer o comandante do corpo de bombeiros, Acácio Monteiro, quer o presidente da direção, Gonçalo Santos, mani-

festaram o desejo de ver resol-vidos com o apoio do executivo da câmara municipal de Coim-bra.

A cerimónia contou ainda com a imposição de medalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugueses por 5, 10, 15, 20 e 25 anos de serviço efetivo a bombeiros e o corpo ativo viu reforçado o seu efeti-vo com o ingresso de oito no-vos elementos.

A sessão solene contou tam-bém com as presenças, do pre-sidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, do diretordirector nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lo-pes, do presidente da federa-ção de bombeiros do distrito de Coimbra, comandante António Simões e do comandante do Agrupamento Centro/Norte da ANPC, António Ribeiro.

Sérgio Santos

BRASFEMES

Bodas de Diamante devidamente assinaladas

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27DEZEMBRO 2014

A Associação de Bombeiros Voluntários do Peso da Régua comemorou, no

passado dia 30 de novembro, o seu 134.º aniversário. Após da habitual formatura, do hastear das bandeiras, da romagem aos cemitérios de Godim e do Peso e da missa na Igreja Paroquial, seguiu-se a bênção de uma nova ambulância de transportes de doentes, que teve como “pa-drinho” S. Faustino, padroeiro da cidade, acabando com uma sessão solene no salão nobre do quartel Delfim Ferreira.

Ali ocorreram diversas home-nagens. Desde logo, a 5 asso-ciados, José Manuel Clemente, António Elias dos Santos, Dulce Sequeira, José Maria Pires e José Montezinho, com a meda-lha de serviços distintos grau ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). E, com a mesma distinção, a 6 elemen-tos do Quadro de Honra, chefe Carlos Batista, subchefes La-faiete Dias e Manuel Pinto, bombeiros de 1ª António Mon-teiro e Américo Coutinho.

Procedeu-se também à atri-buição de medalhas de assidui-dade da LBP. Com 25 anos fo-ram distinguidos, o comandan-te António Fonseca, o bombeiro de 1.ª José Júlio Mendes e o bombeiro de 2.ª António Quin-tela, com 20 anos, os bombei-ros de 2.ª, Armando Silva e An-tero Carvalho, com 15 anos, os bombeiros de 3.ª, Pedro Gue-des e Bruno Pereira, e o admi-nistrativo Ernesto Pereira, com a medalha de 10 anos, os bom-beiros de 3.ª, Fernando Baldaia , Ivo Martins e José Carlos Pin-to, e a operadora Paula Gomes, e , finalmente, com 5 anos, os bombeiros de 3.ª, Bruno Parau-ta, Marta Pinto e Lélia Ribeiro.

A sessão solene contou com as presenças, do presidente da

RÉGUA

Nova ambulância de transporte de doentes

Neste dia memorável do 134.º ani-versário da Associação Humanitária

do Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, tenho a subida honra de ter a oportunidade de os saudar, de lhe ma-nifestar a minha admiração e publica-mente agradecer-lhe tudo o que têm feito ao longo dos anos em prol da po-pulações.

Os Bombeiros da Régua foram sem-pre uma referência para mim desde que nos inícios da década de sessenta, fascinado pelo Douro e pela magia das suas gentes, me instalei nesta bela e encantadora cidade.

Os Bombeiros foram o meu primeiro refúgio nas horas vagas e de lazer pas-sadas na magnífica Biblioteca que ti-nha sido remodelada pela Fundação Gulbenkian, por influência do Exmo. Sr. Dr. João de Araújo Correia para ser um Centro de dinamização da cultura e do saber.

Nessa altura este prestigiado médico e escritor solicitou a minha colabora-ção, encarregando-me de organizar a secção Agrícola com as obras que en-tendesse serem mais adequadas para a Região Vitivinícola do Douro.

Ao Dr. João de Araújo Correia devo, além de toda a sua Amizade, a integra-ção na vida social da Régua. Com ele, em longas conversas, aprendi a viver a Régua, a conhecer o Douro e a amar as

suas Gentes, procurando ao longo da vida dedicar-me, sempre que solicita-do a servir a Régua como a minha se-gunda Pátria, tal como Ele o fez.

E foi nos Bombeiros e com os Bom-beiros que eu reforcei a minha compo-nente Humanística e social, já inicial-mente trabalhada durante a minha ju-ventude.

Aos Bombeiros da Régua devo, por-tanto, muito daquilo que sou pelo exemplo vivo da disponibilidade, da

entreajuda, da generosidade, do auxí-lio nas horas da tragédia, mas também a alegria da Fanfarra na imponência dos seus desfiles e ainda a dignidade e beleza que sempre conferiram aos Eventos públicos e sociais com garbo, elegância e profissionalismo.

Aos Bombeiros devo a solidariedade e o apoio nas horas de amargura e afli-ção quando as cheias visitavam a Ré-gua. Dada a situação ribeirinha da mi-nha casa, na confluência do rio Corgo com o rio Douro, era a primeira a ser abocanhada pelas águas tumultuosas da corrente dos dois rios. A eles deve-mos o cuidado de se manterem em contacto telefónico constante durante esses momentos trágicos.

Hoje os Bombeiros comemoram o seu aniversário, conduzidos por um Homem que a Eles se tem dedicado de corpo e alma, honrando um passado de glória, lutando num presente delica-do, e com dinamismo e inteligência construindo um futuro que será, certa-mente, de heroísmo e ventura.

Hoje os Bombeiros, “Verdadeiros Soldados da Paz”, são a Instituição Hu-manitária mais respeitada e querida, tendo-se tornado na Associação mais emblemática do Douro e das suas Gen-tes pela dedicação, espírito de equipa e liderança dos seus Dirigentes motivan-do toda a Corporação, População e En-

tidades Locais e Nacionais no sentido do bem comum.

Bem pode a Régua festejar os seus Bombeiros que, com heroísmo e deno-do, acodem em todas as situações de perigo e são modelo de altruísmo e ci-vismo, tornando-se exemplo vivo do Voluntariado Humano e Social.

Para toda a Família dos Bombeiros, Corpo activo, Dirigentes, Sócios e Po-pulação da Régua, muitos Parabéns neste dia.

A Régua está em Festa!... A sua Ins-tituição mais prestigiada merece os nossos louvores.

É com muito orgulho e uma certa vaidade que me sinto um de Vós; e é com gratidão, virtude por vezes muito esquecida, que recebo a Medalha de Serviços Distintos da Liga dos Bombei-ros Portugueses – Grau Ouro, com que a Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros do Peso da Régua me quis honrar.

Aceito esta Homenagem que dedico a toda a População da Régua, pela feli-cidade de aqui viver uma vida entre Vós.

É de alma em festa que desejo à As-sociação Humanitária dos Bombeiros do Peso da Régua um futuro promissor e digno do passado gloriosamente marcado na História.

Joaquim Pires

Saudações aos Bombeiros da Régua

Câmara Municipal da Régua, Nuno Gonçalves, do vogal do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, co-mandante José Luís Morais, do comandante operacional do distrito de Vila Real da ANPC, Álvaro Ribeiro, além dos repre-sentantes de quase todas as instituições socais, cultuais e desportivas reguenses e ainda vários associados e alguns bombeiros da velha guarda.

Na oportunidade, o presi-dente da Direcção, José Alfre-do Almeida destacou a impor-

tância de reconhecer, lembrar e homenagear nesta data os

25 fundadores da associação, que em 28 de novembro de 1880, liderados pelo coman-dante Manuel Maria de Maga-lhães, criaram e dotaram um pequeno quartel das duas pri-meiras bombas, bem como os bombeiros, diretores, benfeito-res, associados e benfeitores que, ao longo de mais de um século, deram o seu contributo cívico à causa do voluntariado, do humanismo e do associati-vismo.

A sessão solene contou tam-bém com a presença da asso-ciada D. Margarida Clemente Lopes da Silva, que aproveitou a ocasião para doar ao Museu dos Bombeiros da Régua duas antigas medalhas – uma da LBP e outra da Câmara Municipal do Peso da Régua -, com que ha-viam sido reconhecidos na dé-cada de 60 e 80 os seus fami-liares, o adjunto de comando Claudino Clemente e o seu pai, o direcor Teófilo Clemente

O já tradicional cortejo de ofe-rendas da Associação Huma-

nitária de Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha realizou-se no passado dia 30 de novembro e rendeu cerca de 110 mil euros.

“Os caldenses dizem sempre presente aos seus bombeiros” sublinhou o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, presente na cerimónia que assinalou o cortejo e a to-mada de posse do segundo co-mandante, José António da Sil-va.

O presidente da LBP adiantou que “tenho razões especiais para me dirigir ao povo das Cal-das da Rainha já que tem sido nesta casa que ao longo de muitos anos adquiri muitos en-sinamentos que me ajudaram a fazer o percurso de homem e bombeiro que hoje continuo”, sublinhando ainda o facto de ter ali iniciado as duas candidatu-ras à LBP e ali ter tomado posse pela primeira vez como presi-dente da LBP.

O comandante Marta Soares lembrou ainda, a propósito da

posse do novo segundo coman-dante, que “é uma função de risco e de alta responsabilida-de” congratulando-se com o facto hoje “ainda existirem pes-soas capazes de assumir tama-nhas responsabilidades”.

O desfile da fanfarra dos bombeiros caldenses abrilhan-tou o cortejo das viaturas das juntas de freguesia do concelho com as verbas angariadas junto das populações, onde também faziam parte os próprios bom-beiros que solidariamente com a sua corporação ofereceram

8.820 euros oriundos dos servi-ços prestados durante a época dos incêndios florestais (DE-CIF).

Perante uma plateia concorri-da, repleta de associados e amigos dos soldados da paz caldenses, o presidente da dire-ção Abílio Camacho e o coman-

dante Nélson Cruz congratula-ram-se pelos valores alcança-dos num apoio extraordinário das comunidades locais para com os seus bombeiros, que possam continuar a cumprir a sua missão.

Estiveram nesta cerimónia também outras entidades con-

vidadas como, o presidente da câmara municipal das Caldas da Rainha, Fernando Tinta Ferrei-ra, o 2º comandante distrital Luís Lopes (ANPC) e o presiden-te da federação dos bombeiros do distrito de Leiria, comandan-te Mário Cerol.

Sérgio Santos

CALDAS DA RAINHA

Caldenses dizem sempre presente

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28 DEZEMBRO 2014

Próxima do meio século, fundada a 15 de setembro de 1967, a Associação Hu-

manitária de Bombeiros Volun-tários de Vidago celebrou re-centemente o seu 47.º aniver-sário, num dia particularmente preenchido com inúmeras ceri-mónias de comemoração da efeméride.

A cerimónia principal contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Cha-ves, António Cabeleira, do co-mandante José Morais, membro do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, do comandante distrital da Autori-dade Nacional de Proteção Civil (CODIS), Álvaro Ribeiro, do re-presentante da Federação de

Bombeiros do Distrito de Vila Real, Albano Maio, membros das juntas de freguesia da área de intervenção entre outros convidados, comandantes e di-rigentes das Associações de

Chaves, Flavienses, Salvação Pública e Voluntários de Boti-cas.

O hastear das bandeiras e a romagem ao cemitério para ho-menagear os bombeiros, dire-tores e sócios já falecidos abriu o programa comemorativo des-te 47.º aniversário. Prosseguiu--se com a habitual missa solene na igreja matriz, finda a qual se procedeu à imposição de divi-sas ao bombeiro de 1.ª José Zeferino Pinto Teixeira.

No decorrer da cerimónia, o segundo comandante Manuel Cesar foi agraciado com o cra-chá de ouro da Liga dos Bom-beiros Portugueses e que lhe foi imposta pelo presidente da Câ-mara Municipal de Chaves e pelo presidente da direção a convite do dirigente da Liga dos bombeiros Portugueses. O dis-tinguido disse sentir-se “honra-do com tal distinção” que não considera “um prémio seu, é mais um estímulo do trabalho desenvolvido ao longo destes 47 anos”.

As comemorações prossegui-ram com a bênção de uma nova viatura, apadrinhada pelos, vi-daguenses Rafael Pereira e Joa-na Teixeira, radicados nos EUA, que propositadamente se des-locaram a Vidago para apadri-nhar esta nova viatura.

O comandante Interino da Corporação, Manuel Cesar, mostrou-se “orgulhoso” pelo trabalho realizado, evidencian-do que os bombeiros “são sem-pre o pilar da instituição”, real-çando que, “mesmo em mo-mentos difíceis, não deixam de servir a instituição com cora-gem, empenhamento e dedica-ção, sempre com a preocupa-ção de prestar o melhor socorro e lutar pela defesa de pessoas e bens”.

O presidente da AHBVV, Francisco Oliveira, também se mostrou orgulhoso pela corpo-ração ser “cada vez mais reco-nhecida e elogiada, apresen-tando um trabalho notável que deve merecer o aplauso de to-dos, desenvolvendo uma mis-são nobre e altruísta, ao servi-ço da comunidade”. Francisco Oliveira sublinhou ainda que, “neste momento, fruto da che-gada de uma nova viatura, ad-quirida pela própria corpora-ção, os bombeiros de Vidago estão melhor equipados para prestar um melhor serviço ás

populações. Contudo, há agora a necessidade de adquirir uma viatura para combate a incên-dios florestais, já que a única que se encontra ao serviço dos bombeiros está praticamente em final de linha pois já tem 20 anos”.

O CODIS, elogiou o trabalho desenvolvido pelos Bombeiros de Vidago, felicitou a Associa-ção por mais um aniversário e agradeceu o convite para estar presente na efeméride. Apro-veitou para homenagear ”as

mulheres e homens que quoti-dianamente são protagonistas de histórias de coragem, abne-gação e altruísmo”.

Na sua intervenção, o presi-dente da Câmara Municipal de Chaves António Cabeleira evi-denciou a sua satisfação de ver a corporação “cada vez mais forte, dinâmica e ativa” e con-gratulou-se com a efeméride, realçando também o papel “importantíssimo dos Bombei-ros Voluntários na sociedade civil”.

VIDAGO

Nova viatura e crachá de ouro

Os Bombeiros Municipais do Cartaxo apresentaram, re-

centemente, no âmbito das co-memorações do 78.º aniversá-rio, um novo veículo florestal de combate a incêndios (VFCI), bem como os equipamentos de proteção individual para todo o efetivo.

Depois depositada uma co-roa de flores no monumento

aos bombeiros falecidos, o cor-po ativo, em formatura, rece-beu na parada do quartel as entidades convidadas.

Na sua alocução o coman-dante David Lobato deu conta da “entrega, do brio e do espí-rito de corpo” dos operacionais do Cartaxo nos milhares de serviços prestados à popula-ção, deixando agradecimentos

aos bombeiros e suas famílias, sem esquecer a autarquia do Cartaxo que, apesar dos cortes orçamentais, este ano investiu na aquisição de novos equipa-mentos.

O presidente da câmara mu-nicipal do Cartaxo, Pedro Ma-galhães Ribeiro falou da “dis-criminação” a que estão vota-dos os corpos de bombeiros

municipais, realçando que “to-das as corporações têm a mes-ma missão mas não tem a mesma compensação”. O au-tarca exigiu mais apoios no âmbito da proteção civil, no-madamente mecanismos que permitam agilizar a contrata-ção de mais elementos. essen-cial para reforçar a prontidão deste contingente.

Nesta ocasião foram agra-ciados alguns bombeiros com medalhas da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP).

Marcaram presença na ses-são, entre outras entidades, o comandante Adelino Gomes

em representação da LBP; o comandante distrital Mário Sil-vestre, bem como represen-tantes da Polícia de Segurança Pública e de corpos de bombei-ros do distrito de Santarém.

Sérgio Santos

CARTAXO

“Discriminação” prejudica municipais

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29DEZEMBRO 2014

Carlos Vieira, conhecido como o “bombeiro ciclista” alcançou o seu terceiro recorde mundial durante a 20.ª edição do “Impos-

sibility Challenger” que se realizou nos dias 6 e 7 de dezembro no Estádio Municipal de Leiria.

“O recorde mundial para o Guiness de resistência numa bicicleta sobre rolos em cima de um carro dos bombeiros” foi esta a meta que o antigo bombeiro de Leiria se propôs atingir e conseguiu su-perar, depois de quinze horas e treze minutos a pedalar sobre os rolos percorrendo uma distância de 310 quilómetros.

Sérgio Santos

LEIRIA

Bombeiro ciclistabate recorde

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses,

comandante Jaime Marta Soa-res, associou-se às comemora-ções do 115.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Mari-nha Grande, que tiveram como momento maior a distinção de vários soldados da paz.

O programa festivo contem-plou, ainda. a missa solene com a bênção e inauguração de duas novas viaturas, um veícu-lo de comando (VCOT) e uma ambulância de transporte múl-tiplo (ABTM), apadrinhadas, respetivamente, por “antigos comandantes” e “empresas as-sociadas”. Seguidamente, de-pois do desfile apeado pelas ar-térias do centro da cidade, a formatura acolheu as entidades convidadas no quartel.

Em breves discursos, o co-mandante Vítor Graça e o pre-sidente da direção António Gu-terres agradeceram ao corpo ativo o empenho e profissiona-lismo demonstrado nas inúme-ras tarefas operacionais e ainda às empresas e Câmara Munici-pal da Marinha Grande o apoio prestado à associação. Os res-ponsáveis deram ainda conta da importância das recentes obras nos balneários que per-mitiram dar melhores condi-ções aos operacionais.

Foram ainda sublinhados os

apoios do “grupo da amizade” promotor de várias iniciativas em prol da corporação.

A promoção de alguns ele-mentos aos postos de subche-fe, bombeiro de 1.ª e 2,ª, bem como a imposição de medalhas da Liga dos Bombeiros Portu-gueses por vários anos de ser-viço dedicados ao voluntariado, constituíram o ponto alto desta cerimónia, durante qual tam-bém os cadetes e infantes re-ceberam os distintivos, en-quanto a bombeira de 2.ª Rosa Morais e o de 3.ª José Agosti-nho foram agraciados com um louvor.

Entre as entidades convida-das, destaque, também, para o

presidente da Câmara Munici-pal da Marinha Grande, Álvaro Pereira, para o 2.º comandante distrital Luís Lopes e para o co-

mandante Mário Cerol, presi-dente da Federação dos Bom-beiros do Distrito de Leiria.

Sérgio Santos

MARINHA GRANDE

Soldados da paz distinguidos

A nova viatura de combate a incêndios urbanos dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas veio foi adquirida recentemente nos Es-

tado Unidos da América (EUA) e deverá ser inaugurada no próximo aniversário da instituição.

Para a obtenção da viatura a Associação contou com o apoio anual regular que a Câmara de Almada disponibiliza aos bombeiros do concelho para esse efeito.

A viatura foi obtida no Estado da Pensilvânia e o “fire chief” Glenn Usdin deslocou-se propositadamente a Portugal para apoiar o treino dos Voluntários de Cacilhas no manuseamento dos vários equipamentos que a compõem.

Glenn Usdin é o um velho amigo dos bombeiros portugueses, quer dos Voluntários de Cacilhas, quer dos Voluntários de Cascais. Para ambas as associações foi um elemento determinante na ob-tenção de várias viaturas, incluindo uma auto-escada LTI que os Bombeiros de Cascais possuíram durante vários anos.

O comandante Usdin é originário de Nova Iorque, a cujos bom-beiros pertenceu, e o foi o primeiro comandante e co-fundador do corpo de bombeiros voluntário “Lancaster Township Fire Depart-ment”, da Pensilvânia entre 19991 e 2006, pertencendo agora à sua direção.

CACILHAS

Nova viatura veio dos EUA

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A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Carcavelos e S. Domingos de Rana conta inaugurar este mês um novo autotanque para substi-tuir outro, entretanto avariado, com capacidade para apenas 5 mil litros e já com 30 anos de vida.

A inauguração será apadrinha-da pelo hotel Riviera, em agrade-cimento pelo apoio logístico dado à equipa de combate a incêndios (ECIN) mantida durante o DECIF.

A nova viatura, adquirida a in-teiras expensas da Associação, tem capacidade de 8 mil litros e,

segundo nos informou o coman-dante Paulo Santos, “pelas suas dimensões, é mais adequado para as intervenções na malha urbana da nossa área de inter-venção”.

O comandante dos Voluntá-rios de Carcavelos adianta que “dispomos de um outro autotan-que com capacidade de 16 mil litros que, pelas suas dimen-sões, dificulta a sua movimenta-ção nas ruas de Carcavelos es-tando mais vocacionado para actuar nas áreas mais industriais do norte da nossa área de inter-venção”.

CARCAVELOS E S. D. RANA

Autotanque substituioutro com 30 anos

Com o objetivo de sustentar e melhorar a qualidade do socorro prestado à sua população, bem como fortificar as relações com

a principal força de segurança a operar na sua área de intervenção, os Bombeiros de Águas de Moura realizaram nas suas instalações uma ação de formação de Suporte Básico de Vida” para os militares da GNR de Poceirão.

Esta ação permitirá, segundo fonte dos Voluntários de Águas de Moura, preparar os militares para situações urgentes que podem comprometer a vida das vitimas, sensibilizando-os para a adoção de procedimentos rápidos e adequados que podem fazer a diferen-ça entre a vida e a morte.

ÁGUAS DE MOURA

SBV para militares da GNR

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30 DEZEMBRO 2014

ANIVERSÁRIOS1 de janeiroBombeiros Voluntários de Vila Real (Cruz Verde)#124Bombeiros Voluntários do Montijo#106Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora#98Bombeiros Voluntários Espinhenses#87Bombeiros Voluntários de Esmoriz#84Bombeiros Voluntários de Arraiolos#814 de janeiroBombeiros Voluntários de Ourém#1035 de janeiroBombeiros Voluntários de Alcabideche#88Bombeiros Voluntários de Farejinhas#856 de janeiroBombeiros Voluntários de Esposende#124Bombeiros Voluntários de Vila Real (Cruz Branca)#118Bombeiros Voluntários de Cheires#85Bombeiros Voluntários do Entroncamento#66Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra#558 de janeiroBombeiros Voluntários de Faro#929 de janeiroBombeiros Voluntários de Mora#7510 de janeiroBombeiros Voluntários da Amadora#110

12 de janeiroBombeiros Voluntários de Canas de Senhorim#8414 de janeiroBombeiros Voluntários de Azambuja#83Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Foz Côa#81Bombeiros Voluntários de São Roque do Pico#67Bombeiros Voluntários de Ortigosa#1615 de janeiroBombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António#125Bombeiros Voluntários de Cacilhas#12417 de janeiroBombeiros Voluntários da Rebordosa#3718 de janeiroBombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães#85Bombeiros Voluntários de Provesende#8420 de janeiroBombeiros Voluntários de Marco de Canaveses#9121 de janeiroBombeiros Voluntários de Barrancos#3522 de janeiroBombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha#90Bombeiros Municipais de Santa Cruz#8324 de janeiroBombeiros Voluntários de Penamacor#77

25 de janeiroBombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores#64Bombeiros Voluntários de Côja#52Bombeiros Voluntários do Alandroal#3526 de janeiroSapadores Bombeiros de Lisboa#62027 de janeiroBombeiros Voluntários de Vale Besteiros#3728 de janeiroBombeiros Voluntários de Aveiro Velhos#133Bombeiros Municipais de Tomar#9329 de janeiroSapadores Bombeiros do Porto#287Bombeiros Voluntários da Vidigueira#2930 de janeiroBombeiros Voluntários de Póvoa de Santa Iria#72Bombeiros Voluntários de Vieira de Leiria#6831 de janeiroBombeiros Voluntários Estoris#92Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros#92Bombeiros Voluntários de Izeda#31

Fonte: Base de Dados LBP

Gabriela Caldeira, nossa cole-ga de trabalho nos serviços

da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, estreou-se agora tam-bém como autora com “Alice quer ser Bombeira”, uma obra com ilustrações de Vitor Hugo Fernandes. Está disposta a “con-tinuar a escrever” e está nos seus planos, não só continuar com “o labor da escrita”, mas também, provavelmente,” conti-nuar com a personagens Alice e o boneco bombeiro Manel, mas desta vez com a Alice já integra-da num corpo de bombeiros”.

Gabriela Caldeira adiantou--nos que “o tema bombeiros surgiu pelo facto de nos últimos seis anos ter tido um contacto institucional direto com os bom-beiros, através das minhas fun-ções profissionais na LBP” e que, considerou “esta temática fun-

damental para ser dada a co-nhecer às crianças, sobretudo sobre o que representam os bombeiros na vida das comuni-dades” já que “ são homens e mulheres que todos os dias dão um pouco de si na ajuda aos ou-tros através da sua missão de socorro de pessoas e bens”. Ga-

briela Caldeira adianta ainda que, “quis também chamar a atenção, não apenas para os va-lores da solidariedade, da parti-lha e do companheirismo, embo-ra sem a intenção de ser mora-lista, mas também para chamar a atenção para a realidade de muitas zonas despovoadas do

nosso país, principalmente nas zonas do interior, onde as crian-ças vivem sozinhas, sem o con-vívio de outras crianças”.

A apresentação do livro de Gabriela Caldeira decorreu nas instalações dos Bombeiros Vo-luntários do Montijo, na presen-ça de inúmeros jovens da fanfar-

ra da instituição, de amigos, co-legas universitários, dirigentes e elementos de comando de asso-ciações de bombeiros, do presi-dente da Reviver Mais, Lourenço Baptista, do presidente da Mesa dos Congressos da LBP, Duarte Caldeira, do presidente da Fede-ração de Bombeiros de Setúbal,

comandante José Raimundo, do vice-presidente da LBP, Rui Rama da Silva, do comandante Vitor Laginha, dos Voluntários do Montijo, do presidente da Câ-mara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e do presidente honorário da LBP, Padre Vitor Melícias.

Coube a este último fazer a apresentação da obra que consi-derou, entre outros aspetos, “um livro para aprender a ser humano”, sublinhando que “ser bombeiro é aprender a ser ho-mem, aprender a ser mulher”.

A autora, a fechar a concorri-da cerimónia de apresentação, explicou as razões que a leva-ram a esses “voos”, “com o de-safio que me foi lançado para concorrer a um concurso de lite-ratura infantil, dada a minha paixão pela escrita como forma de expressão”.

“ALICE QUER SER BOMBEIRA”

Gabriela Caldeira disposta a continuar

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Os Bombeiros Voluntários de Lagos, receberam, no passa-do dia 2 de dezembro, a visita dos utentes do Núcleo de

Educação da Criança Inadaptada (NECI), no âmbito do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

Estes visitantes tão especiais tiveram a oportunidade de conhecer o quartel, de interagir com os soldados da paz e, no final, assistir a uma largada de balões.

LAGOS

NECI no quartel

Com o intuito de desejar as boas festas á popu-

lação e, ao mesmo tempo, angariar algumas verbas, a Liga de Amigos da Sec-ção de Bombeiros de Frei-xianda (LASBF) promove, durante todo o mês de dezembro, a distribuição de calendá-rios de parede.

Em comunicado a LASBF explica que estes calendários es-tão disponíveis em estabelecimentos comerciais e edifícios pú-blicos da União de Freguesias de Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais bem como na União de Freguesias de Rio de Cou-ros e Casal dos Bernardos e ainda no quartel da Freixianda .

Nos pontos de distribuição é colocado, ainda, um “mealhei-ro”, incentivando os cidadãos a colaborar com a causa dos bombeirosr.

“Numa altura em que os calendários estão tão na moda achamos que era importante fazermos também o nosso, lem-brando as pessoas que ao longo de todos os dias do ano, os soldados da paz estão cá para os servir. Se quiserem ajudar com um donativo melhor, será sempre uma ajuda para a con-cretização de vários projetos”, refere Bruno Silva presidente da Liga de Amigos.

Refira-se que esta secção dos Bombeiros voluntários de Ou-rém assinala, em 2015, o 30.º aniversário.

OURÉM

Calendáriopara recolha de fundos

A equipa MSC Taifun Mörsch, da pequena cidade de Rheinstetten, na Alemanha, esteve em Cantanhede no dia 8 de dezembro, para um

jogo de demonstração de motoball, uma iniciativa bombeiros locais. O grupo veio a Portugal no âmbito de uma parceria com os corpos de

bombeiros de Cantanhede e Condeixa, com as quais mantém excelen-tes relações de amizade.

A equipa foi recebida pelo comandante Jorge Jesus, que a acompa-nhou numa visita guiada a Ançã. Depois de ficar a conhecer um pouco da riqueza histórica da vila, a comitiva foi recebida pelo presidente da Junta local, João Perdigão, para um Ançã de Honra onde não faltou o típico Bolo de Ançã e a jeropiga, produzida pelo próprio autarca.

O jogo de motoball realizou-se ao início da tarde, no campo de fute-bol dos Sombras Negras, de Lemede.

A curiosidade por esta modalidade praticamente desconhecida em Portugal levou a que várias dezenas de pessoas assistissem à partida. As emoções estiveram ao rubro ao longo dos 80 minutos do jogo (divi-didos em quatro blocos de 20 minutos), marcados pela rapidez e pela disputa.

Oriundo da Rússia, o motoball é um desporto em tudo semelhante ao futebol, não fosse o facto de ser disputado com recurso a motorizadas. Em campo estão 10 jogadores, cinco de cada equipa, sendo os guarda--redes os únicos a não usarem motorizada.

CANTANHEDE

Bombeiros promovem motoball

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31DEZEMBRO 2014

em dezembro de 1994

No emaranhado do vale,Num buraco escuro, fumarento…

Grita a alma que tormento,Calhou-te a ti, podia ser eu!

Esturram as árvores nas labaredas,Nesse vale encaixado, um grito agudo…Guardo para sempre o teu semblante,Ainda te vejo com arrojo em frente,

Calhou-te a ti, podia ser eu!

Agulheta na mão, cais de repente.O fumo é tanto, deixei de te ver,

Labaredas enormes que num rompante,Te cercam num brado alucinante,

Calhou-te a ti, podia ser eu!

Gritei o teu nome, silêncio gritante,Não obtive resposta, caí de joelhos…

Prostrado na cinza chorei amargamente,Partiste tão cedo, assim de repente,

Calhou-te a ti, podia ser eu!

Carlos PereiraB. V. Pinhel

Podia ser eu, Calhou-te a ti!

Quando se celebram as cerimónias do 134.º ani-versário da Associação Humanitária dos Bom-

beiros Voluntários do Peso da Régua evoca-se o convite manuscrito pelo Comandante Manuel Maria de Magalhães:

“Tendo de proceder-se no dia 28 de corrente (de novembro) à inauguração Bombeiros Voluntários do Pezo da Regoa, pelo presente são convidados os Digmos. Sócios activos da mesma associação para assistirem aos festejos que nesse dia devem ter lugar, devendo comparecer, pelas 10 horas da ma-nhã do referido dia, na Casa da extinta Associação Comercial, devidamente fardados, para dali se diri-girem em formatura à Igreja Matriz assistirem a uma missa que há-de celebrar-se para comemorar o acto de inauguração e à bênção das bombas.”

O resto do programa de 1880, que infelizmente desconhecemos, haveria de ser apresentado aos mesmos sócios durante uma reunião.

Mas, os reguenses podem já conhecer o actual convite e que a eles também é dirigido para partici-parem nas cerimónias do 134º aniversário da Asso-ciação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Peso da Régua que, no dizer do então Presidente da Câmara Dr. Joaquim Claudico de Morais, é “ins-tituição tão civilizadora, humanitária e útil” .

Esta é ainda a melhor maneira de conhecermos mais um pouco da história dos Bombeiros da Ré-gua através deste documento histórico que é o con-vite manuscrito pelo Comandante Manuel Maria de Magalhães e, sobretudo, perceber o que ele e mais 25 sócios fundadores souberam legar para o nosso futuro: uma instituição humanitária que, com ape-

sar de alguns maus momentos, ao longo da sua existência, permanece fiel aos ideais primitivos e está moderna e actuante, servindo sempre Bem Comum e cumprindo um única lema: Vida por Vida.

E, sem margem para dúvidas, aqueles nossos antepassados também nos deixaram o seu exem-plo de fraternidade e de generosidade para seguir e manter vivo.

José Alfredo Almeida

O primeiro convite

Na cerimónia recente da Comemoração do 78º aniversário dos Bombeiros Municipais do

Cartaxo, segundo o jornal “O Mirante” de 9 de dezembro, o Comandante David Lobato “consi-dera que existe por parte do Governo tratamen-to “desigual” entre corporações de bombeiros voluntários e municipais,”

Ainda segundo o mesmo jornal, “David Lobato refere que o financiamento aos bombeiros muni-cipais depende exclusivamente dos orçamentos das autarquias, enquanto que as corporações de voluntários contam com financiamento direto da administração central.”

E mais adiante, “O Mirante” refere ainda do mesmo aniversário: “As críticas do Comandante, feitas durante a cerimónia… estenderam-se tam-bém à Liga dos Bombeiros Portugueses e à Auto-ridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) que, na sua opinião, não têm sabido agir em defesa das corporações municipais.”

Também o Presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, “reiterou as críticas de David Lobato, tendo afirmado ser “urgente que o Governo acabe com a discriminação dos corpos de bombeiros municipais. Todas as corporações têm a mesma missão, mas não têm a mesma compensação, sublinhou,” segundo o referido jornal.

De facto, estas críticas têm toda a razão de ser, até porque a diferenciação de tratamento é antiga. E por isso mesmo, este modesto escriba, no Congresso de Pombal, em Outubro de 2008, apresentou uma proposta no sentido de ser constituído o FOCOBAL – Fórum dos Corpos de Bombeiros da Administração Local, que foi apro-vada, para que fosse criada uma estratégia que defendesse as 27 Câmaras Municipais que de-têm e mantêm Corpos de Bombeiros Municipais e/ou Sapadores.

No âmbito do FOCOBAL, logo no início de 2009 foram feitas várias reuniões alargadas, Coimbra, Porto, Gaia, Tomar e Cartaxo onde se desenvolveram ideias, mas na última reunião, no dia 25 de Novembro de 2009, precisamente no Cartaxo, foram ali acordadas novas estraté-

gias, aceites de forma generalizada pelos autar-cas e comandantes presentes, que o Congresso da ANMP, que se iria realizar dias depois, seria o local certo para que a defesa comum fosse acer-tada. Nunca foram conhecidos resultados dessa estratégia, mas, na eventualidade da mesma ter sido apresentada e discutida, admite-se que a mesma não tivesse obtido os resultados espera-dos. Mas o certo é que o FOCOBAL, que tinha sido criado, sob a orientação do Conselho Execu-tivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, deixou de funcionar, por desejo e vontade dos autarcas e comandantes de CBM, desde aquela data.

Nestas circunstâncias, o autor apresentou no Congresso da Régua – Outubro de 2011 – uma proposta no sentido do FOCOBAL ser mesmo ex-tinto, visto que tinha deixado de funcionar desde a reunião do Cartaxo, de 25 de novembro de 2009.

Mas, pasme-se, o Congresso devido a algu-mas movimentações de responsáveis de Bom-beiros Municipais, nomeadamente do então Co-mandante dos BM Cartaxo, recusou a proposta, certamente porque queria que o FOCOBAL fosse reativado.

Porém, nestes três anos nada terá sido feito para que o FOCOBAL voltasse a ter vida e cum-prisse a missão para que tinha sido criado em 2008.

Voltando ao princípio, as criticas dos respon-sáveis dos BM do Cartaxo têm a sua razão de ser, mas, se em boa verdade tivessem folheado a história recente, possivelmente a forma de ac-tuar poderia ter sido diferente.

No meio disto tudo, no Distrito de Santarém, o que tem a maior parte dos Corpos de Bombei-ros Municipais do país, até um CMB, - Abrantes – já passou a regime Associativo. Não sei se isso será a solução para os restantes, mas que isso aconteceu é um facto.

Resumindo e concluindo, é por estas e por ou-tras que cada vez percebo menos da problemáti-ca dos Bombeiros. Por isso, a palavra a quem perceber mais.

Carlos Pinheiro

Municipais do Cartaxo consideramque o Governo trata de forma desigual

Voluntários e Municipais

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32 DEZEMBRO 2014

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A Crónicado bombeiro Manel

Outro dia estava ali no largo da vila e vi chegar uma ambulân-

cia amarela para uma súbita. E quem estava ao meu lado, que pe-los vistos pouco ou nada sabe de bombeiros, disse logo que tinha chegado o INEM. E eu disse-lhe que não era bem assim. E pedi-lhe para ler bem o que vinha escrito na por-ta. Ela ficou espantada em ver o nome dos bombeiros cá da terra e disse-me que pensava que era mesmo o INEM, por que também é assim que costuma muitas vezes ler nos jornais e ouvir nas televi-sões. Ninguém fala dos bombeiros dizem é que é o INEM. E eu respon-di-lhe que às vezes até pode ser o próprio INEM mas que na grande

maioria dos casos são mesmo os bombeiros a trabalhar com as am-bulâncias que o INEM lhes entrega.

A pessoa então disse-me que era uma boa ideia o INEM entregar aos bombeiros as ambulâncias mas que nesse caso deviam por as letras INEM mais pequenas e as letras dos bombeiros maiores. Era mais sério que assim fizessem. Oiçam senho-res do INEM.

A mesma pessoa depois pergun-tou-me se sabia o que tinha vindo no jornal acerca do aumento dos seguros para dar mais dinheiro para o INEM. Explicou-me então que os seguros vão ficar mais caros no pró-ximo ano para o INEM receber mais 20 milhões. Perguntou-me então se

os bombeiros, já que trabalham tanto para o INEM como se sabe, se também vão receber parte desse di-nheiro. Disse-lhe que não sabia mas disse-lhe logo que duvidava até por que estão para entregar mais am-bulâncias aos bombeiros, substituir outras já velhas e nada disso tem acontecido. Ela disse-me que tam-bém não acredita por que à beira da sua casa até lhe parece que há am-bulâncias do INEM à espera de se-rem reparadas e nada.

E a tal pessoa lembrou-me que os bombeiros como também pagam seguros também vão ajudar o INEM com o aumento dos mesmos. E lembrou-me o título do jornal, “Se-guros mais caros para pagar INEM”.

E eu que já ando nisto há tantos anos cada vez vou percebendo me-nos o que se passa. Se calhar o INEM foi dando passos maior que a perna. Se antigamente se dizia que o INEM tinha dinheiro a rodos e que, dizia-se, até tinha chegado a pagar os carros oficiais dos minis-tros da Saúde, como é possível que agora não tenha dinheiro.

A tal pessoa disse-me que na no-tícia dizia que 99 por cento do di-nheiro do INEM vinha agora dos se-guros. E o Orçamento de Estado agora não dá nada diretamente perguntou-me a dita pessoa. Eu disse que não sabia mas parecia que era assim. E ela disse-me que também não percebia mas que lhe

parecia que havia uns com tanto e outros com pouco. Neste caso os bombeiros. A pessoa despediu-se de mim, desejou-me Bom Natal e eu retribuiu. E também vos desejo o mesmo a todos vós aí nas vossas terras e quartéis.

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Uns com tanto e os outros

À Escola Nacional de Bombeiros (ENB) pelo papel fulcral desempenhado a partir da par-ceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses no desenvolvimento do “Bombeiros Sec. XXI”.

Ao Estado pelos atrasos registados no re--embolso do IVA às associações de bombei-ros, nalguns casos há mais de um ano e que, num só distrito, ascende a 900 mil euros.

LOUVOR/REPREENSÃO

A Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP) “congra-tula-se” com a publicação

em Diário da República, do novo Regulamento de Transpor-te de Doentes Não Urgentes. O novo diploma, publicado no passado dia 15 de dezembro e assinado em conjunto pelos mi-nistérios da Administração In-terna e Saúde, constituiu o fim de um “processo que se arras-tava há vários anos” e que Jai-me Marta Soares lembra foi uma das “grande prioridades” do atual Conselho Executivo. “Foi um trabalho muito comple-xo, nem sempre fácil, mas que coloca os bombeiros no seu me-recido lugar, enquanto parcei-ros do sistema”, referiu ao ‘BP’ o presidente da Liga que subli-nha o “consenso” e a “disponi-bilidade” demonstrados pelos ministros das duas tutelas, ao longo de todo o processo nego-cial.

O novo diploma define os “ti-pos, características e equipa-mento das ambulâncias, bem como os requisitos dos seus tripulantes”. No preâmbulo da nova legislação, o Governo ex-plica a nova moldura legislativa com a “necessidade de atuali-zação contínua” do Regula-mento do Transporte de Doen-tes, tendo em conta o seu “im-pacto” no Sistema de Saúde. “Definindo -se novas regras, consentâneas com a necessi-

dade de disciplinar, em concre-to, e de forma distinta, o exer-cício da atividade de transporte de doentes urgentes e emer-gentes, por um lado, e por ou-tro, o exercício da atividade de transporte de doentes não ur-gentes”. “No mesmo contexto, adotam -se as regras constan-tes da norma europeia EN 1789 (relativa aos veículos de transporte sanitário e respeti-vos equipamentos - ambulân-cias) que define e caracteriza os diversos tipos de ambulân-cias, e regulamenta -se a utili-zação de veículos que permi-tem o transporte de doentes não urgentes - Veículos Dedi-cados ao Transporte de Doen-tes (VDTD)”, pode ler-se na in-trodução que conclui com a se-guinte frase: “Por fim, importa melhor definir a competência do Instituto Nacional de Emer-gência Médica no que respeita à fiscalização da atividade de transporte de doentes, impon-do e clarificando procedimen-tos que permitam assegurar o cumprimento do disposto no Regulamento do Transporte de Doentes, quer por entidades públicas, quer por entidades privadas.

A entrada em vigor do novo regulamento é precedida por um período de transição, se-gundo o qual as ambulâncias com “licença válida à data de entrada em vigor do presente

situação clínica não impõe, pre-visivelmente, a necessidade de cuidados de saúde durante o transporte.

O novo Regulamento de

Transporte de Doentes Não Ur-gentes entre em vigor após 30 dias úteis à publicação em Diá-rio da República.

PC

REGULAMENTO DE TRANSPORTE DE DOENTES NÃO URGENTES

LBP cumpre dossiê prioritário

diploma devem ser adaptadas e reclassificadas, no prazo de vin-te e quatro meses, às disposi-ções do Regulamento, nomea-damente no que se refere às características gerais, técnicas e sanitárias, e ao equipamento da célula sanitária”.

Logo no início do novo articu-lado, o Governo define que um doente, é uma pessoa que, no âmbito da prestação de cuida-dos de saúde, requer, durante o transporte, recursos humanos, veículo e equipamento adequa-dos ao seu estado ou condição; Um doente emergente, é um doente que apresenta situação

clínica com risco instalado, ou iminente, de falência de fun-ções vitais; um doente urgente é um doente que apresenta si-tuação clínica com potencial de falência de funções vitais. Já no que concerne ao tipo de viatu-ras para transporte, o diploma refere que uma ambulância, é um veículo tripulado por, no mí-nimo, dois elementos habilita-dos para a prestação de cuida-dos, e destinado ao transporte de, pelo menos, um doente em maca; um veículo dedicado ao transporte de doentes (VDTD) é todo o veículo ligeiro, destinado ao transporte de doentes cuja

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