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agostinoburla4446
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RadiofrequênciaA radiofrequência (RF) é uma forma especial de eletricidade. A que é usada em nossas casas é uma corrente alterna com uma frequência de 50 ciclos por segundo. Na RF a frequência é muito mais elevada, na ordem dos 500000 ciclos/segundo.Este tipo de tratamentos para a dor com RF é efetuado com agulhas e tem sido usado desde há cerca de 40 anos. São sempre efetuados sob controlo radiológico, pois de outra forma não seria possível colocar as agulhas no local exato. Os tratamentos eram e são executados com agulhas especiais, isoladas no seu trajeto, pelo que a ponta metálica, não isolada, fica em contacto com o ramo nervoso onde o tratamento é efetuado. A maioria dos tratamentos foi e, ainda é, em muitos centros, efetuada com
que desenvolvem uma temperatura na ponta de, cerca de 80 graus centígrados, provocando lesões junto a estruturas nervosas profundas, de modo a interromper a passagem do estímulo doloroso. Este tipo de tratamentos é usado, sobretudo, para lesão dos ramos nervosos das facetas articulares lombares, no interior dos discos para vaporização do núcleo pulposo, em particular na coluna lombar.Nos últimos anos têm tido cada vez uma maior aplicação os tratamentos efetuados com radiofrequência na forma, não de corrente contínua, mas sim pulsada ( pRF). Este tipo de tratamento não provoca lesão das estruturas nervosas, mas sim alterações na condução dos estímulos dolorosos nos troncos nervosos, através da criação de um campo electromagnético. As agulhas só atingem temperaturas até 42 graus centígrados. Com este tipo deradiofrequência na forma pulsada é possível alargar o âmbito das indicações, pois é possível fazer os tratamentos junto aos gânglios das raízes raquidianas, desde a coluna cervical até à coluna lombar e, assim fazer tratamentos:
- Junto aos Gânglios de C1, C2 e C3 para as dores cervicais altas, com irradiação para a cabeça - pRF
- Junto aos ramos posteriores das facetas articulares de C3 a C6, de ambos os lados, para as situações dolorosas cervicais com ou sem irradiação aos ombros e região interescapular - pRF ou RF
- Junto aos Gânglios de C3 a C6 para as dores cervicais irradiadas ou referidas aos membros superiores - pRF
2. Na região dorsal junto aos ramos posteriores e gânglios das raízes dorsais, nas situações dolorosas da região respectiva - RF
3- Na região lombar:
A enervação sensitiva da coluna lombar é mais complexa, assim como são mais elevadas as cargas que a mesma suporta. È a região da coluna vertebral sujeita a maior carga e, também a que apresenta um maior número de doenças e situações clínicas dolorosas.Na maioria das vezes o diagnóstico de uma situação dolorosa é óbvio e pode avançar-se, diretamente para os tratamentos. Noutros casos em que a origem da dores não é tão óbvia é necessário recorrer a testes diagnósticos, nomeadamente, bloqueios nervosos ou testes
Os tratamentos que podem ser efetuados na coluna lombar têm, em geral várias aplicações:
Nos ramos posteriores dos nervos que se dirigem para as articulações, Habitualmente comportam quatro níveis de um lado e do outro - RF
Nos gânglios das raízes lombares como na região cervical - pRF
Nos gânglios de D12 para a síndrome da 12ª costela - pRF
Nos gânglios de L1 para a síndrome dolorosa pós cirurgia lombar - pRF
Na região sacrococcígea nos casos de dor crónica no sacro e cóccix - pRF
Como noutro capítulo foi referido este tipo de tratamentos só tem indicação nas situações dolorosas crónicas ou subagudas. Nunca é um tratamento das fases agudas. O tratamento nas crises agudas encontra-se descrito no capítulo respeitante ao diagnóstico e tratamento.
Estes tratamentos de radiofrequência são efetuados em regime ambulatório e com anestesia local, por vezes com necessidade de recurso a uma sedação se a pessoa em tratamento, se encontra muito tensa, contraída, ou é muito sensível à dor. No final do tratamento é necessário um período de recobro de curta duração, ao fim do qual o doente pode ter alta para o seu domicílio, com as seguintes recomendações:
Repouso relativo no dia de tratamento, retomando a atividade habitual no dia seguinte
Aplicar saco de gelo no local dos tratamentos nos três primeiros dias
Voltar à consulta externa, somente, ao fim de 4 a 6 semanas
De um modo geral o doente sente alívio imediato. Nos dias seguintes as dores podem voltar e permanecerem durante as próximas semanas. A eficácia do tratamento só se verifica, em média, ao fim de três ou quatro semanas, podendo e devendo ser repetido se os resultados não forem, totalmente satisfatórios. A coluna vertebral é uma estrutura com uma enervação muito complexa e é, frequentemente, necessário, bloquear vários pontos, o que obriga a mais do que uma sessão. Esta afirmação aplica-se comregião lombar. No final dos tratamentos o resultado é, francamente, favorável.
Perguntas mais frequentes:
R: Como já foi mencionado os tratamentos são efetuados sob anestesia local, recorrendo-se à sedação se o doente se encontra ansioso ou muito tenso, tensão que se reflete nos músculos e dificulta o posicionamento das agulhas. Aplica-se anestesia não só à superfície como na profundidade para que o tratamento seja efetuado com o maior conforto.
Quantas sessões comporta cada tratamento?
Somente uma sessão que poderá ser repetida em caso de necessidade.
Quanto tempo permanecem os benefícios dos tratamentos?
A duração dos benefícios é diferente de pessoa para pessoa. Na maioria dos doentes varia entre um mínimo de seis meses a vários anos. Contudo se as dores regressarem o tratamento poderá ser repetido.
Os tratamentos acarretam riscos, complicações ou sequelas?
R: Atendendo a que as agulhas são finas, são colocadas na profundidade sob controlo radiológico, o tratamento é isento de riscos. Os tratamentos de radiofrequência pulsada não acarretam qualquer tipo de sequelas. No caso da radiofrequência com lesão das terminações sensitivas na profundidade é obrigatório fazer, sempre, estimulação prévia para garantir a não proximidade com os troncos nervosos principais. Havendo estes cuidados, não existem sequelas. Em relação às complicações há que prevenir situações que possam acarretar hemorragias ou hematomas, sobretudo em doentes com risco hemorrágico, em particular, os doentes em tratamento com anticoagulantes ou anti-agregantes das plaquetas.
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