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Boletim Técnico Recomendação técnica do cultivo do Abacaxi irrigado no Distrito Federal. Planaltina – DF Dezembro de 2006

Rafael Cohen Boletim Abacaxi

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Boletim Técnico

Recomendação técnica do cultivo do Abacaxi irrigado no Distrito Federal.

Planaltina – DF Dezembro de 2006

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Boletim Técnico

Recomendação técnica do cultivo do Abacaxi irrigado no Distrito Federal.

Rafael Cohen Vitalino

Orientadora: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo Co-Orientador: Prof. M.S. Cícero Célio de Figueiredo

Trabalho apresentado, como parte das exigências para a conclusão do CURSO DE AGRONOMIA

Planaltina – DF Dezembro de 2006

UPIS – Faculdades Integradas Departamento de Agronomia Rodovia BR 020, km 18

DF 335, km 4,8 Planaltina (DF) Brasil

Endereço para correspondência: SEP/Sul Eq. 712/912 Conjunto A CEP: 70390-125 Brasília (DF) Brasil Fone/Fax: (0XX61) 3488-9909 www.upis.br [email protected] Orientadora: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo Co-Orientador: Prof. M.S. Cícero Célio de Figueiredo Supervisores: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo

Prof. M.S. Adilson Jayme de Oliveira Membros da Banca:

Profa. Dra. Janine Tavares Camargo Prof. M.S. Adilson Jayme de Oliveira Prof. M.S. Cícero Célio de Figueiredo

Data da Defesa: 04/12/2006.

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ÍNDICE RESUMO...................................................................................7 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA....................................8 2. OBJETIVO...........................................................................12 3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA..........................................12

3.1 Sistemas de Plantio (Espaçamento/Densidade) .............14 3.2 Propagação .....................................................................15 3.3 Adubação .......................................................................16

3.3.1 Recomendação de adubação e calagem ..................16 3.4 Irrigação .........................................................................25 3.5 Plantio ............................................................................27 3.6 Tratos Culturais..............................................................28

3.6.1 Controle de plantas daninhas ..................................28 3.6.2 Florescimento..........................................................29 3.6.3 Fasciação.................................................................31 3.6.4 Proteção do fruto contra as queimaduras pelo sol...32 3.6.5 Desbaste de filhotes ................................................33

3.7 Doenças e métodos de controle......................................33 3.7.1 Fusariose (Fusarium subglutinans).........................33 3.7.2 Podridão parda do fruto (Penicillium funiculosum) 35 3.7.3 Podridão das raízes..................................................36 3.7.4 Podridão do olho (Phytophthora nicotiana) ...........38 3.7.5 Podridão da base da muda.......................................39 3.7.6 Doenças causadas por vírus ....................................40 3.7.7 Nematoses ...............................................................41

3.8 Pragas e métodos de controle.........................................42 3.8.1 Broca do fruto (Thecla basalides)...........................42 3.8.2 Murcha associada à cochonilha (Dysmicoccus brevipes)...........................................................................44 3.8.3 Ácaro-alaranjado (Dolichotetranichus floridanus) .45 3.8.4 Percevejo do abacaxi (Lybindus dichrous) .............46 3.8.5 Formiga ...................................................................47

3.9 COLHEITA E PÓS-COLHEITA...................................49

3.9.1 Manejo pós-colheita................................................50 3.9.2 Classificação ...........................................................50

4. ESTUDO DE CASO............................................................52 4.1. Localização ...................................................................52 4.2. Pré-plantio.....................................................................53 4.3. Obtenção de mudas .......................................................53 4.4. Análise de solo ..............................................................53 4.5. Recomendação de adubação e calagem ........................54

4.5.1. Adubação mineral ..................................................54 4.5.2. Micronutrientes ......................................................55

4.6. Plantio/espaçamento......................................................55 4.7. Tratos Culturais.............................................................57

4.7.1. Controle de plantas daninhas .................................57 4.7.2. Florescimento.........................................................58 4.7.3. Fasciação................................................................58 4.7.4. Proteção do fruto contra queimaduras pelo sol ......58 4.7.5. Desbaste dos filhotes..............................................59

4.8. Doenças e métodos de controle.....................................59 4.9. Pragas e métodos de controle........................................60 4.10. Irrigação ......................................................................60 4.11. Colheita e Pós-colheita................................................68 4.12. Classificação ...............................................................68 4.13. Comercialização e Transporte.....................................68 4.14. Promoção e Marketing ................................................69 4.15. Coeficientes técnicos para a instalação de 1 (um) hectare de abacaxi ................................................................70

5. CONCLUSÃO .....................................................................73 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................74

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LISTA DE FIGURAS: Figura 1: Sintoma de Fasciação ............................................ 32 Figura 2: Proteção do fruto com papel contra queimadura solar....................................................................................... 33 Figura 3: Sintomas de Fusariose no fruto ............................. 35 Figura 4: Sintoma interno da podridão parda do fruto.......... 36 Figura 5: Sintoma de podridão da base da muda .................. 40 Figura 6: Lagarta da Thecla basalides na inflorescência...... 44 Figura 7: Infestação de cochonilha..................................... .. 45 Figura 8: Subgrupos do abacaxi............................................ 51 Figura 9: Cronograma de plantio e colheita.......................... 56

LISTA DE TABELAS: Tabela 1: Espaçamento e sistemas de plantio para o abacaxi .. 15 Tabela 2: Concentração adequada de macro e micronutrientes para o abacaxi........................................................................... 23 Tabela 3: Tabela de adubação de produção ............................. 25 Tabela 4: Produtos registrados e recomendados para o controle da Fusariose ............................................................... 35 Tabela 5: Produtos registrados e recomendados para o controle da Podridão do olho ................................................... 39 Tabela 6: Produtos registrados e recomendados para o controle da Murcha associado à cochonilha ............................ 45 Tabela 7: Produtos registrados e recomendados para o controle do Ácaro laranjado..................................................... 46 Tabela 8: Produtos registrados e recomendados para o controle do Percevejo do abacaxi............................................. 47 Tabela 9: Produto registrado e recomendado para o controle de Formiga ............................................................................... 49 Tabela 10: Classe do abacaxi de acordo com o peso .............. 51 Tabela 11: Análise de solo do Sítio Dom Pedrito.................... 54 Tabela 12: Principais herbicidas registrados para uso na cultura do abacaxi ................................................................... 57 Tabela 13: Defensivos utilizados para controlar as doenças.... 59 Tabela 14: Defensivos utilizados para controlar as pragas ...... 60 Tabela 15: Coeficientes técnicos produção principal .............. 71 Tabela 16: Coeficientes técnicos produção de soca................. 72

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RESUMO Recomendação técnica do cultivo do Abacaxi irrigado no

Distrito Federal. Rafael Cohen Vitalino1

Janine Tavares Camargo2 Cícero Célio de Figueiredo3

Adilson Jayme de Oliveira4

Este boletim técnico tem por objetivo avaliar a viabilidade técnica da implantação de 10 hectares de abacaxi cultivar Pérola e Perolera no Distrito Federal. O abacaxi apresenta um grande potencial de exploração no mercado consumidor do Distrito Federal, pois o volume produzido na região não atende a demanda de mercado consumidor. A adoção de irrigação, poderá gerar uma escala de produção, mantendo assim, a produção e a qualidade do fruto durante todo ano, principalmente nas entressafras dos principais pólos produtores. Como para qualquer fruto, a qualidade do abacaxi é um fator limitante para sua comercialização, quando se fala do abacaxi como produto, deve-se visar toda a cadeia produtiva, e entender que o mal funcionamento de um destes componentes pode depreciar sua qualidade. Todo o caminho percorrido pelo abacaxi, da fazenda até o consumidor, deve ser analisado individualmente. Após o estudo realizado observou-se que a produção de abacaxi irrigada por microaspersão em 10 hectares é uma alternativa tecnicamente viável na região. PALAVRAS-CHAVE: Abacaxizeiro, Ananás, Ananas comusus, bromeliaceae, fruticultura. ___________________________ 1 Aluno de graduação do Dept. de Agronomia da Faculdade UPIS e-mail: [email protected] 2 Eng. Agrônoma, Dra. Profa. da Faculdade UPIS, Dept. de Agronomia e-mail: [email protected] 3 Eng. Agrônomo, M.S., Professor da Faculdade UPIS, Dept. de Agronomia e-mail: [email protected] 4 Eng. Agrônomo, M.S., Professor da Faculdade UPIS, Dept. de Agronomia e-mail: [email protected]

8 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O Abacaxi, Ananas comosus, é um autêntico fruto de regiões tropicais e subtropicais, altamente consumido em todo o mundo. Colhem-se em todo o mundo cerca de 14,7 milhões de toneladas de abacaxi por ano, participando a Ásia e as Américas com quase 81% desse total. Destacam-se como os maiores produtores da fruta a Tailândia, Filipinas e o Brasil, respectivamente (FAO, 2003).

O abacaxi possui ampla aceitação no mercado brasileiro, explorado em sua grande maioria por pequenos e médios produtores como fonte de renda e alimentação. De modo geral, a fruticultura irrigada é uma das principais atividades econômicas, gerando emprego e renda para uma parcela importante da sociedade, revestindo-se de inegável importância para a economia rural, como uma atividade fornecedora de emprego, possibilitando a permanência do produtor no campo e criando novos postos de trabalho, por se tratar de uma cultura exigente em tratos culturais (IBGE, 2004).

No Brasil a produção de abacaxi está difundida em todos os estados, da região Norte à região Sul do país. No ano de 2004 a área plantada de abacaxi no país foi de 59.353 hectares e um rendimento médio de 24.969 kg/ha, com produção nacional aproximada de 1,4 milhões de toneladas, o que representa 10% do total mundial (IBGE, 2004). Apesar do volume de produção, as exportações brasileiras de abacaxi representam apenas 1,58% do total nacional produzido, comercializado na forma de produto fresco ou seco. O produto tem como destino a Argentina, Itália, Holanda e Alemanha, além de outros países que adquirem o abacaxi na forma de preparados ou conservados e sucos (IBGE, 2004).

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Em algumas regiões do Brasil o abacaxi apresenta rendimento acima da média nacional de 26,7 t/ha, o que torna evidente as boas perspectivas da cultura principalmente para as áreas irrigadas. Alguns aspectos contribuem de forma negativa para a expansão e participação comercial da fruta, problemas que vão desde a aquisição de mudas de qualidade e sadias, falta de tecnologia para um manejo adequado, instabilidade e falta de informação de mercado (Botrel, 2001). Apesar do crescimento das exportações de frutas pelo incremento da produção na região nordeste, especialmente na área irrigada do Vale do Rio São Francisco, o Brasil ainda apresenta modesta pauta de exportações frente ao seu potencial (Botrel, 2001). A fruta apresenta de acordo com a cultivar características como dupla aptidão, usada in natura ou na indústria, diferentes índices de açúcar e acidez, o que possibilita atender algumas exigências de mercado de acordo com a sua preferência (Lima et al, 2000; Maia et al, 2001).

Em algumas cultivares de abacaxi têm sido melhoradas as condições do fruto como forma, coloração e finalidade do fruto, teores de açúcar e acidez, e tolerância a algumas doenças que limitam e oneram os custos a exploração da cultura. Para expandir os mercados nacional e internacional de frutas frescas, o Brasil conta com interesse pelo consumo de produtos “prontos para consumo”(Lima et al, 2000; Maia et al, 2001).

O abacaxi destaca-se pelo valor energético, devido à sua alta composição de açúcares, e valor nutritivo pela presença de sais minerais (cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, cobre e iodo) e de vitaminas (C, A, B1, B2 e Niacina). No entanto apresenta valor protéico e de gordura inferiores a 0,5% (Franco, 1989). O fruto apresenta alto conteúdo de bromelina, que auxilia a processo de digestão (Medina, 1987 apud Granada, 2004). Mesmo com baixo teor de pectina, o abacaxi é adequado

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para a fabricação de geléias devido ao seu teor de ácido (SENAI, 1990)

Apesar do abacaxizeiro ser amplamente cultivado em várias regiões do país trata-se de uma cultura bastante exigente no que se refere aos tratos culturais, tendo por exemplo um processo de florescimento desuniforme, comprometendo a regularidade da produção e podendo resultar em frutos não enquadrados no padrão comercial. Outro problema consiste na presença de fungos causadores de fusariose que afeta significativamente o desenvolvimento da cultura do abacaxi em alguns estados brasileiros (Vaillant et al., 2001).

É uma planta atacada por uma grande variedade de doenças causadas por fungos, bactérias e vírus, além de anomalias não parasíticas. Também graves são as podridões do olho e de raízes que, a depender das condições ambientais, podem provocar perdas consideráveis na produção nas principais regiões produtoras no mundo, incluindo o Brasil. Em pós colheita, a podridão negra é considerada a mais grave doença do abacaxizeiro principalmente quando os frutos são destinados ao consumo in natura (Matos, 1999).

O melhoramento da cultura tem como objetivo obter novas cultivares de abacaxi, como opções de produção, ampliando a diversificação de material propagativo e, conseqüentemente, diminuindo o risco de uma catástrofe que possa ocorrer na cultura (Ferreira e Cabral, 1998).

Na cultura do abacaxi, a qualidade da muda tem influência tão forte no estado sanitário, desenvolvimento, produção e rendimento das plantações, que a obtenção e utilização de material de plantio com vigor e sanidade superiores podem ser considerados fatores decisivos para se alcançar sucesso econômico no cultivo dessa frutífera (Reinhardt, 1998).

Como a cultura do abacaxi é produzida em quase todos estados do país, ela assume o seu papel no segmento da

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fruticultura como uma das frutas mais importantes, tanto do ponto de vista social quanto econômico, por ser, em grande parte, conduzida por produtores de baixa renda, que utilizam como base fundamental para o desenvolvimento da cultura a mão-de-obra familiar. O Brasil produziu no ano de 2004, cerca de 1.477,299 toneladas de abacaxi/ano, negociada a um preço médio nacional de 2,19 R$/kg. O Distrito Federal participa com cerca 1,18 % da produção brasileira. A unidade do abacaxi apresentou uma cotação média até o mês de julho de 2006, de R$ 1,69 o fruto grande de 1,5 kg e R$ 1,20 o fruto pequeno de 1,0 kg, quando a procura pela fruta apresentava-se estável (Ceasa-DF, 2006). A produção de abacaxi na região agrícola do Distrito Federal no ano de 1998, era de 410 toneladas, ao passo que a demanda pela fruta era de 1.848 toneladas/ano, um déficit de 1.450 toneladas/ano. Com o crescente aumento no consumo da fruta na região o déficit no ano de 2005 foi de 2.218 toneladas/ano (EMATER, 2005). O abacaxi é relativamente pouco internacionalizado, pois apenas 6% da produção mundial é destinada a importação (Loeillet, 1998). A participação brasileira na produção mundial da fruta, em 2003 foi cerca de 9,5%, com uma produção nacional de 1.404.210 toneladas, chegando em 2004 à 1.477.299 toneladas um aumento de 5,2% (FAO, 2004). O consumo de frutas no Distrito Federal é um dos maiores do país, com uma média de 46,5 kg ou 3,88 kg/mês (EMATER, 1999). O consumo agrocomercial de frutas no Distrito Federal sofre desabastecimento nos períodos de entressafra da produção local. A diferença entre o consumo e a produção local de frutas, mostra o grande volume deficitário na produção de Brasília para atender o mercado, principalmente na entressafra, que normalmente ocorre no segundo semestre. (EMATER, 1999).

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O volume de frutas nacionais comercializadas no CEASA-DF no mês de janeiro de 2006 foi de 164,328 toneladas, a um valor médio de R$ 3,96 o fruto de 1,5 kg (CEASA-DF, 2006). 2. OBJETIVO

Objetiva-se a implantação de um pomar irrigado por

microaspersão, de 10 hectares de Abacaxi (Ananas comosus) cultivar Pérola e Perolera no Distrito Federal, na Região Administrativa de Planaltina visando atender o mercado local para consumo in natura. 3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA O abacaxizeiro da cultivar Pérola ou Branco-de-Pernambuco apresenta as folhas compridas, com cerca de 60 a 65 cm, são de cor verde-escura, com alguma coloração vermelha na página superior, são cobertas de espinhos relativamente finos, longos e inclinados, um fator negativo na cultura porque dificulta a retirada das mudas.

A planta é considerada de tamanho médio a pequeno, apresenta uma altura até a base do fruto, de 52,3 cm. Cresce mais ereta quando comparada com outras cultivares. Depois do seu florescimento, a planta emite um pedúnculo frutífero longo, com um comprimento de 32 a 34 cm e diâmetro de 2,5 a 2,7 cm (Manica, 1999).

Produz muitos filhotes (10-15) presos ao pedúnculo, próximo à base do fruto, que apresenta forma cônica, casca com cores variando de amarelada a amarelo-esverdeada e avermelhada (em locais de noites frias) quando maduros, polpa branca, sucosa, com teor de açúcar de 14 a 16° Brix, e pouco

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ácida (Cunha et al., 1999). O fruto pesa de 1,2 a 1,5 kg e possui uma coroa grande (Almeida et al., 2004).

Apesar de suas características organolépticas, é pouco apropriado para a industrialização e a exportação in natura, pelo formato cônico do fruto, com maior diâmetro na sua base e um acentuado afinamento na sua extremidade, torna um fator que prejudica o rendimento de fatias ou rodelas durante a industrialização (Manica, 1999 & Cunha et al., 1999).

Possui certa tolerância à murcha associada por cochonilha e alta susceptibilidade a fusariose.

A cultivar Perolera, apresenta as folhas quando novas de cores arroxeadas, as adultas de cor verde-escura, com manchas arroxeadas e de bordos sem espinhos. Apresenta plantas com altura média de 100 a 115 cm e de 34,3 cm até a base do fruto e folhas longas.

A casca do fruto tem uma cor amarelo-alaranjada, a polpa é de cor amarela, de consistência firme, com pouca fibra, o pedúnculo do fruto tem cerca de 19 a 21 cm de comprimento, um diâmetro de 5,0 cm, tem um formato mais ou menos cilíndrico, de tamanho grande, com um comprimento de 17,1 cm e diâmetro de 14 cm, com peso médio de 1,8 kg, podendo chegar a 3,0 kg, não se considerando o peso da coroa (Manica, 1999 & Cunha et al., 1999).

É adaptado a altitudes elevadas de até 1.500 m, além de apresentar comportamento de resistência a fusariose, sendo amplamente utilizada nos trabalhos de melhoramento. O ciclo da cultura pode variar de 12 a mais de 24 meses, dependendo das condições climáticas, principalmente da temperatura, cuja a faixa ótima para o crescimento das raízes e das folhas se situa entre 22 e 32ºC (Py et al., 1984). Quanto ao fruto diz-se que uma variação térmica diária em torno de 12 a 14ºC entre as temperaturas máximas e mínimas, contribuem para a melhoria de sua qualidade, especialmente no tocante a sua acidez (Choairy, 1985). O Distrito Federal

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apresenta temperaturas abaixo ou igual a 15 ºC nos meses de maio à agosto, onde essas temperatura baixas não são em grande freqüência. Os meses mais quentes na região raramente ultrapassam a temperatura de 35 ºC.

3.1 Sistemas de Plantio (Espaçamento/Densidade)

A densidade de plantio por unidade de área é um dos fatores de produção mais importantes na exploração agrícola e está relacionada, diretamente, ao rendimento, custo de produção e qualidade do fruto. Deve-se considerar, todavia, que esta escolha não depende apenas do destino da produção (consumo in natura e industrialização), mas também da cultivar, tipo de solo, topografia, fatores climáticos, disponibilidade de máquinas e implementos agrícolas e mão-de-obra.

Os sistemas de plantios mais comuns, no entanto, são os de filas simples e duplas. O plantio em filas simples pode facilitar os tratos culturais, principalmente quando se trata de cultivares com folhas espinhosas, enquanto o de filas duplas permite um maior número de plantas por unidade de área e uma melhor sustentação das mesmas, evitando assim, seu tombamento quando da frutificação, por serem plantadas de modo alternado ou em ziguezague com relação às duas filas (Cunha et al., 2004).

Os espaçamentos mais recomendados para cada sistema de plantio e o número de plantas por hectare, estão descritos na tabela 1. A escolha do espaçamento a ser adotado deve seguir alguns cuidados de acordo com as condições climáticas da região, evitando plantio muito adensados em regiões com excesso de chuva no período de maturação dos frutos, pois a qualidade dos frutos pode ser prejudicado pelo espaçamento escolhido.

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Tabela 1. Espaçamentos e sistemas de plantios para o Abacaxi. Sistema de Plantio Distância entre filas e plantas (m) Plantas (ha)

0,70 x 0,30 47.600 0,80 x 0,30 41.600 0,90 x 0,30 37.000 Fila simples

0,90 x 0,35 31.700 0,80 x 0,40 x 0,30 55.500 0,90 x 0,40 x 0,30 51.200 0,90 x 0,40 x 0,35 44.000 0,90 x 0,40 x 0,40 38.400 1,00 x 0,40 x 0,40 35.700 1,20 x 0,40 x 0,35 35.714

Fila dupla

1,20 x 0,40 x 0,40 31.250

3.2 Propagação

O abacaxizeiro é uma planta de reprodução predominantemente vegetativa, por meio de mudas. A reprodução sexuada, via sementes, só ocorre quando há polinização cruzada, entre variedade e/ou espécies diferentes, tendo aplicação exclusiva na pesquisa, para a obtenção de novas variedades (Reinhardt, 1998). A propagação do abacaxizeiro pode ainda ser realizada por meio de:

-mudas tipo coroa, originadas no ápice de uma planta adulta;

-mudas filhotes, filhotes-rebentos, rebento-lateral, rebento-enraizado (rebentão), originadas da planta matriz;

-plântulas formadas em viveiros e originadas do pedaço do talo (caule), filhote, rebento ou coroa;

-plântulas originadas no processo de cultura de tecidos (Manica, 1999).

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3.3 Adubação

3.3.1 Recomendação de adubação e calagem Embora o abacaxizeiro seja uma planta acidófila existem situações em que a calagem é necessária para a cultura, sedo arriscada a generalização sobre a “preferência” da planta pelo solos ácidos, como justificativa pela não correção da acidez.

A faixa de pH ideal para a cultura do abacaxizeiro obtida em experimentos foi de 4,5 a 5,5 como ideal para a cultura. O controle dessa faixa de pH é importante pois valores mais elevados podem favorecer o desenvolvimento de microorganismos patogênicos (como o fungo do gênero Phytophthora), além de contribuir para a redução da disponibilidade e da absorção de alguns micronutrientes (como zinco, cobre, ferro e manganês) (Souza, 1999). A necessidade de calcário (NC) é normalmente definida a partir da análise de solo da área, coletado antes da implantação da cultura, de modo que a aplicação do corretivo, quando indicada, possa ser feita com uma antecedência de 30 a 90 dias em relação ao plantio, permitindo inclusive a incorporação ao solo (Souza et al., 2001).

Devem-se considerar prioritariamente, em tal avaliação, os teores trocáveis de cálcio e magnésio revelados pelas análises, visto que teores baixos desses nutrientes podem comprometer o desenvolvimento e a produção do abacaxizeiro. Quando o teor de magnésio no solo é inferior a 0,5 meq/100cm3 (equivalente a 5 mmolc/dm3), verifica-se com muita freqüência, o aparecimento de sintomas foliares de deficiência desse nutriente: as folhas velhas tornam-se amarelas, principalmente ao longo da parte central do limbo, permanecendo verdes apenas as áreas sombreadas por folhas mais jovens (Souza 1999).

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O Ca é extraído em grandes quantidades pelo abacaxizeiro. Em solos muito ácidos (pH 4,0), a aplicação do calcário é favorável. Devem ser consideradas, na calagem, as necessidades da planta em Ca e Mg trocáveis. Quando esses teores são baixos é aconselhável colocar calcário dolomítico (Paula et al.,1998). O sucesso da resposta à adubação depende não só das quantidades adequadas, mas também da localização e da época de aplicação do adubo, que facilitam a sua absorção pela planta e evitem perdas. Exigências nutricionais Quanto aos aspectos nutricionais, o abacaxizeiro é considerado uma planta exigente, demandando normalmente quantidade de nutrientes que a maioria dos solos cultivados não conseguem suprir integralmente. O nível elevado de exigência resulta quase sempre na obrigatoriedade da prática da adubação nos plantios com fins econômicos. (Cunha et al., 1999). Segundo Hiroce et al. (1977), são extraídos aproximadamente 350 kg ha-1 de N, 30 kg ha-1 de P e 500 kg ha-1de K em cultivos com 50.000 plantas ha-1. Paralelo a essa idéia tem-se que o ciclo de produção pode durar mais de 20 meses, exigindo que a aplicação de fertilizantes seja parcelada. Observa-se que há uma grande diferença entre as quantidades extraídas de nutrientes, devendo-se levar em conta as condições variáveis representada por variedade, clima, solo, adubação, manejo da cultura. Verifica-se entretanto, que, dentre os nutrientes, o potássio (K) é o elemento mais exigido, seguido de nitrogênio (N) e o fósforo (P). O cálcio (Ca) teve absorção menor que N, e o magnésio (Mg) foi absorvido em maior quantidade, quando comparado ao P (Paula et al., 1998). A maiores respostas a aplicação de nitrogênio e potássio tem sido observados em cultivos da variedade pérola (Veloso et al., 2001). Na adubação fosfatada foi encontrada baixa ou

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nenhuma resposta a adubação quando o fósforo disponível no solo encontra-se baixo (Botrel et al., 1991). Nitrogênio É um dos principais componentes da proteína. Responsável pelo crescimento vegetativo, atua no aumento de produção e no aumento de peso do fruto. Quando em deficiência, o N é transportado das folhas velhas, que se tornam amareladas, para as folhas em desenvolvimento. Há um crescimento reduzido da planta. Uma deficiência severa provoca ausência de frutos, de mudas, filhotes e rebentões ou existência de frutos muito pequenos. A ocorrência desta deficiência é favorecida em climas quentes e ensolarados. A relação N/K alta provoca excessivo desenvolvimento das folhas, acamamento das plantas, má qualidade dos frutos. Excesso de N atrasa o florescimento e provoca o alongamento do pedúnculo, o que acarreta o tombamento do fruto. O N tem efeito marcante na coloração da polpa, que parece tornar-se mais escura. Há um decréscimo na acidez, à medida que se aumenta o fornecimento de N ampliando-se a relação açúcar/acidez. Montenegro et al., citados por Corrêa e Fernandes (1989), verificaram redução no brix e acidez no suco dos frutos pelo aumento da aplicação do N (Paula et al., 1998). Fósforo Participa das reações de síntese das proteínas, síntese e desdobramento de carboidratos, óleos e gorduras. É indispensável na ocasião da diferenciação floral e no desenvolvimento do fruto. O P melhora a qualidade dos frutos, aumentando-lhes o teor de vitamina C, a firmeza da polpa e o tamanho. Em razão da fácil redistribuição deste elemento na planta, e mesmo havendo carência dele, as folhas mais velhas

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apresentam os seguintes sintomas: cor verde-azulada; murcha a partir da extremidade, começando pelas folhas mais velhas, que ficam com as pontas secas de cor marrom-alaranjada e estrias transversais marrons; folhas mais longas e estreitas; redução do crescimento. Deficiência de P acarreta a formação de frutos pequenos, com coloração avermelhada ou arroxeada. Deficiência severa ocasiona ausência de frutos, brotos e filhotes. As doses excessivas de P aceleram a frutificação e a maturação dos frutos, quando a aplicação do fertilizante é feita numa época em que as reservas de carboidratos e proteínas não são suficientes para produzir mais polpa, o que resulta em diminuição na produção (Paula et al., 1998). Potássio É um importante ativador de enzimas, sendo também responsável pela abertura e fechamento dos estômatos e transporte de carboidratos. O K aumenta o teor de sólidos solúveis totais e acidez, melhora a coloração e a firmeza da casca e da polpa e aumenta o peso médio e diâmetro do fruto. O K eleva o teor de ácido ascórbico, que reduz as quinonas produzidas pela oxidação enzimática, convertendo-se em ácido dihidroxiascórbico e atuando como inibidor da atividade polifenoloxidásica, responsável pelo escurecimento interno da polpa. Este escurecimento induzido por baixas temperaturas, é um distúrbio fisiológico importante no abacaxi, e ocasiona depreciação do produto, sobretudo daquele destinado a exportação, que passa por processo de frigoconservação. Os níveis foliares de K devem ser sempre superiores ao nível crítico do rendimento, para assegurar a qualidade do fruto com relação ao aroma, sabor, resistência ao armazenamento e transporte. Entretanto, em condições climáticas quentes e úmidas, há necessidade de maiores cuidados com a nutrição potássica, principalmente com relação ao N. A relação K/N na

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folha D (folhas em fim de crescimento), no momento da indução floral, deve ser pelo menos igual a três. A escassez de K causa, inicialmente, o aparecimento de pontuações pardas que crescem e podem se juntar sobre a borda do limbo. Há ressecamento a partir do ápice das folhas para a base, e este sintoma aparece primeiro nas folhas velhas. O pedúnculo frutífero apresenta pequeno diâmetro; o fruto fica pequeno e sem acidez; a maturação é tardia e desigual (parte superior não amadurece). A deficiência é favorecida pela adubação pesada em N, pela lixiviação em solos ricos em Ca e Mg. O excesso de K acarreta na formação de frutos muito ácidos, com miolo muito desenvolvido, polpa pálida e enrijecida, enquanto que a maturação é tardia e incompleta, ficando a parte superior sem amadurecer. Se por um lado o aumento no teor de K na planta proporciona melhor sabor e aroma aos frutos e aumenta o diâmetro do pedúnculo, evitando o tombamento, por outro, o rendimento em fatia é reduzido pelo aumento do eixo da inflorescência. Os efeitos mais marcantes do elemento sobre a cultura estão no aumento do extrato seco e da acidez do fruto (Paula et al., 1998). Cálcio É importante na diferenciação da inflorescência e no desenvolvimento dos frutos. As doses elevadas podem provocar diminuição do K nas folhas, o que ocasiona a clorose calcária e plantas menores. A adubação pesada com Ca pode diminuir a incidência da mancha negra do fruto Taches noires, causada, principalmente, pelo patógeno Penicillium funiculosum, em razão a resistência conferida à parede celular pelo Ca (Paula et al., 1998).

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Magnésio É um elemento constituinte da clorofila e ativador de enzimas transferidoras de fosfato. O suprimento de Mg é mais importante sobre a coloração do fruto do que o Ca (Paula et al., 1998). Enxofre O S é componente de alguns aminoácidos e das proteínas. Participa da síntese de clorofila e da absorção de CO2. É responsável pelo equilíbrio entre acidez e açúcares dos frutos, dando-lhe sabor. A deficiência desse elemento caracteriza-se por folhagem amarelo-pálida, tons avermelhados nas folhas, sobretudo em folhas velhas; necrose começando nas áreas cloróticas; planta de porte normal; fruto muito pequeno; buraco central do fruto e amadurecimento da ponta para a base. A deficiência raramente ocorre, exceto no caso de adubação não contendo sulfato (Paula et al., 1998). Micronutrientes Boro

Exerce influência no metabolismo dos carboidratos, na síntese da pectina e no movimento dos açucares. É essencial na formação da parede celular, na divisão e no aumento do tamanho das células. Os sintomas de deficiência de B são folhas mais espessas, duras, sendo as do centro retorcidas; separação acentuada entre os frutíolos, com formações suberosas; frutos menores com rachamento; frutos com coroas múltiplas; número reduzido de rebentões e filhotes. A deficiência aparece em solos com pH muito elevado, alto teor de Ca, baixo nível de matéria orgânica. A rachadura (cracking) aparece por causa da

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deficiência de B ou aplicação de N no final do período de formação do fruto (Paula et al., 1998). Cobre

É um constituinte das enzimas de oxidação e redução e, juntamente com o Zn, forma um par de catalizadores. Quando ocorre toxidez, a planta apresenta folhas longas, verdes-claras, com manchas avermelhadas e frutos pequenos e avermelhados. A carência de cobre torna as folhas finas, curtas e estreitas, de coloração verde-clara, bordas onduladas, pontas necrosadas. Na colheita, as folhas aparecem tombadas e de cor vermelho-vinho e a planta, raquítica. A deficiência de cobre ocorre pela complexação desse elemento com a matéria orgânica, e em solos com valores altos de pH (Paula et al., 1998). Ferro

Importante na síntese da clorofila, oxidação de carboidratos e na formação de sulfatos e nitratos. Em condições de baixa disponibilidade de Fe, o abacaxizeiro apresenta folhas amareladas, clorose semelhante à causada pela deficiência de N. Esses sintomas ocorrem só nas folhas que se formam a partir do aparecimento dessa deficiência; as folhas velhas, formadas antes, tem cor normal. A deficiência de Fe ocorre em solo com pH elevado, ricos em Mn, relação Fe/Mn alta, compactos, com condições redutoras. O excesso de Fe pode causar translucidez da polpa (Paula et al., 1998). Manganês

Participa do transporte de elétrons na fotossíntese, sendo essencial para a formação da clorofila. É pouco

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redistribuído na planta, razão pela qual os sintomas de carência aparecem inicialmente nas folhas novas. Os sintomas de deficiência não são bem definidos. As folhas tem aspecto de mármore, com coloração verde-clara, rodeada de verde mais escuro (Paula et al., 1998). Zinco

Importante na síntese do triptofano, produto intermediário na formação do ácido indolacético (AIA), que é uma auxina necessária para o aumento do volume celular, regulador da atividade enzimática. Sua deficiência acarreta diminuição do teor de auxina, com deformação da planta, que sofre uma torção inicial das folhas jovens do centro. As folhas apresentam-se cloróticas, secas e com necrose nas pontas (Paula et al., 1998). Tabela 2. Concentração Adequada de Macro e Micronutrientes para o abacaxi.

N P K Ca Mg S

Folha 15 - 17 0,8 - 1,2 22 - 30 8 12 3,0 - 4,0 2,0 - 3,0Fruto + Casca 0.7 0.08 0.9 0.15 0.14 0.07

B Cu Fe Mn Mo Zn

Folha 20 - 40 5 10 100 - 200 50 - 200 - 5 15Fruto + Casca 0.44 0.36 2.6 1.6 0.01 0.52

Órgão

Órgão

g/Kg

mg/Kg

Adaptado de Sousa et al 2004. Recomendação básica de correção em pré-plantio A recomendação de calagem para o abacaxizeiro é bastante controvertida. Py et al (1984) consideram adequado para esta cultura um solo com faixa de pH entre 4,5 e 5,5. Teiwes e Grüneberg (1963) mencionam que o pH ótimo situa-se entre 5,5 e 6,2 enquanto que Malavolta et al. (1974) consideram adequado pH em torno de 5,0.

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Segundo Sousa (2004), a saturação por base adequada para o plantio do abacaxi deve ser de 35 a 40% de saturação por base, e teor de Ca acima de 0,5 cmolc/dm3.

De acordo com Andrade (2004), faz-se: Recomendações especiais a) A adubação nitrogenada e a potássica deverão ser parceladas em cinco vezes: 10% um mês após o plantio; 20% aos seis meses; 30% aos nove meses; 20% no décimo mês e 20% no 12º mês após o plantio. Quando a adubação ocorrer no período seco, deverá ser feita a irrigação para garantir a absorção dos nutrientes. Em condições de sequeiro parcelar a adubação com N e K em três vezes sendo 30%, 1 mês após o plantio, 30% no inicio do período chuvoso seguinte e 40% de 60 a 90 dias após a segunda aplicação. b) Para a safra subseqüente (soca), aplicar metade da dose recomendada do adubo aos 60, 90 e 120 dias após a colheita da primeira safra. c) Os adubos nitrogenados e potássicos devem ser aplicados em cobertura, localizados próximos à planta, com parte dos fertilizantes colocados nas axilas das folhas basais. Evitar o uso de adubos contendo cloretos (KCl), pois eles afetam a qualidade dos frutos. Para a segunda safra (soca) aplicar metade da quantidade total de K2O, parcelada em duas ou três vezes. d) Muita atenção deverá ser dada às quantidades, localização, fonte dos adubos e a textura do solo. Nos solos arenosos, existe a possibilidade de perdas por lixiviação de N e K, uma vez que a maior quantidade dos fertilizantes, mesmo quando parcelados, é aplicada no período chuvoso. Como o intervalo entre a segunda e a terceira aplicação do K é de aproximadamente 160 dia, recomenda-se parcelar, dentro desse intervalo, o maior numero de vezes possível. Outro aspecto importante é a fonte do adubo. No caso de sulfato de amônio e uréia, as altas doses podem causar a acidificação rápida do solo.

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e) O adubo fosfatado pode ser aplicado de uma única vez, no inicio da estação chuvosa, ou parcelado junto com o N e K. Essa prática visa o escalonamento de desembolso com a compra do adubo e a utilização de fórmulas comerciais, sendo essa decisão de ordem econômica. f) A reaplicação dos micronutrientes pode ser necessária após quatro anos, baseada em dados de análise de solo e planta. Após o estabelecimento, se forem identificados deficiências de micronutrientes, aplicá-los via foliar. g) Fazer nova amostragem de solo a cada dois ou três anos e de folha, a cada 2 anos. Tabela 3. Tabela de Adubação de Produção

Baixo Médio Adequado Baixo Médio Adequadot/ha N (Kg/ha)< 20 180 90 70 35 230 180 140

20 - 30 200 120 90 45 290 230 17030 - 40 300 160 120 60 400 320 24040 - 50 400 200 150 75 510 410 310

>50 500 240 180 90 620 500 380

P2O5 (Kg/ha) K2O (Kg/ha)

Produtividade esperada Nitrogênio Nível de P no solo Nível de K no solo

Adaptado de Sousa et al. 2004

3.4 Irrigação

A irrigação é uma prática ainda pouco usada em plantios de abacaxi no Brasil. Para tanto tem contribuído a localização das principais zonas produtoras em regiões com pluviosidade relativamente alta, embora mal distribuída, custo elevado para a implantação e a manutenção de equipamentos de irrigação, aliado à escassez e/ou às dificuldades de acesso a financiamentos com essa finalidade. Além disso a insegurança quanto à comercialização e aos preços do fruto, com a conseqüente falta de garantia de retorno econômico aos investimentos relativos à irrigação, dificulta a adoção dessa técnica (Almeida et al., 1999).

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O abacaxizeiro é uma planta que conta com alguns mecanismos fisiológicos, destacando-se dentre eles a baixa taxa de transpiração, que lhe confere alta eficiência no uso da água. Mesmo com essa particularidade, se a água disponível à planta for limitada, haverá queda na produção, baixa qualidade e desuniformidade dos frutos.

A irrigação deve ser aplicada à cultura do abacaxizeiro durante todo o seu ciclo, ressaltando-se que o período crítico está na fase da floração à colheita. Para tanto, justifica-se irrigar, pois nesse período, ao ocorrer um déficit hídrico, este pode acarretar queda no peso as quais variam de 250 a 300 g/fruto, ou mais (Carvalho, 1998).

Não há informações sobre restrições de métodos de irrigação para a cultura do abacaxizeiro. Entretanto, a escolha criteriosa de um sistema de irrigação para uma determinada área envolve uma adequada caracterização de recursos hídricos, solos, topografia, clima, a cultura que vai ser irrigada e do próprio elemento humano (Cunha et al, 1999) mesmo não havendo restrição quanto ao método de irrigação a ser utilizado, o abacaxizeiro apresenta uma arquitetura foliar que permite que quase toda a água aplicada, via aspersão, dirija-se ao pé da planta, aumentando a eficiência da irrigação. O método por aspersão torna-se, portanto, o mais indicado para a cultura, devido a sua vantagem e ao seu custo inicial relativamente baixo (Carvalho, 1998).

As necessidades hídricas do abacaxizeiro variam ao longo do ciclo da planta, em geral, entre 60 e 150 mm de água/mês, dependendo do seu estágio de desenvolvimento e das condições de umidade do solo, sendo a faixa ideal de precipitação pluvial entre 1.000 mm e 1.500 mm/ano, bem distribuídos. Mesmo assim, em áreas com pluviosidade total anual dentro da faixa considerada ideal, a ocorrência de períodos de três meses consecutivos com chuvas de inferiores a 15 mm/mês ou de quatro meses com menos de 25mm/mês ou

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ainda, cinco meses com chuvas inferiores a 40 mm/mês, a irrigação se faz necessária para não comprometer o crescimento e/ou o desenvolvimento das plantas e, por conseqüência, a produtividade e a qualidade dos frutos (Almeida et al., 2001). Um bom programa de irrigação pode beneficiar a cultura do abacaxi de muitos modos: aumentando a produtividade, reduzindo o ciclo, permitindo a programação do cultivo de maneira a possibilitar a obtenção de frutos na entressafra, proporcionando a introdução da cultura em áreas onde a precipitação pluvial é insuficiente com decréscimo do risco de investimento e possibilitando maior eficiência no uso de fertilizantes (Almeida et al., 2001).

3.5 Plantio

A época de plantio tem papel relevante na exploração econômica do abacaxizeiro, pois esta planta, quando submetida a tratos culturais adequados, pode produzir comercialmente durante todo o ano, ou então fora da época de safra natural. Em geral, os plantios são realizados entre o final da estação seca e o início da estação chuvosa, porém, a depender da regularidade da chuva ou da possibilidade de irrigação, das condições de umidade do solo e da disponibilidade de mudas de qualidade e de mão-de-obra, o plantio pode estender-se durante o ano todo. A umidade do solo estabelece o desenvolvimento do sistema radicular nos primeiros meses após o plantio e, conseqüentemente, o crescimento satisfatório do abacaxizeiro. Deve-se evitar, entretanto, os períodos de chuvas intensas, por causa das dificuldades de trabalhar o solo e por problemas fitossanitários (favorecimento do ataque de algumas pragas e doenças), e os períodos de estiagem prolongados, que prejudicam o desenvolvimento inicial da planta (Cunha et al., 1999).

O plantio das mudas pode ser feito em covas, abertas com enxadas ou enxadeta, ou em sulcos, dando preferência a

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estes, quando se dispõe de sulcador. A profundidade das covas ou dos sulcos, ou seja, do plantio, deve corresponder, aproximadamente, à terça parte do comprimento da muda, tomando-se o cuidado para evitar que caia terra no “olho” da mesma (Reinhardt et al., 2001).

3.6 Tratos Culturais

O abacaxizeiro é uma planta exigente em tratos culturais, sendo a maioria deles realizados de forma manual, exigindo a disponibilidade de mão-de-obra.

3.6.1 Controle de plantas daninhas As plantas daninhas devem ser controladas por meio de capinas manuais (enxada), o método mais comum, ou mecânicas (cultivadores) ou de herbicidas. Uma outra alternativa ainda pouco empregada é a cobertura morta (“mulch”). Desde que disponível na propriedade ou na região, a palha seca de diversos produtos (milho, feijão, capins, etc.) ou restos culturais (folhas) do próprio abacaxi, devem ser uniformemente distribuídos sobre a superfície do solo sobre tudo nas linhas de plantio. Esta cobertura morta, além de reduzir o aparecimento de plantas daninhas, limita a erosão, diminui a perda de nutrientes por lixiviação, aumento do teor de matéria orgânica e conserva a umidade do solo. Dependendo da intensidade de infestação e do tipo de plantas daninhas, são necessárias de seis a dez capinas manuais, durante o ciclo da cultura, o que exige bastante mão-de-obra. Durante as capinas manuais e logo após as adubações, deve-se chegar terra às plantas (amontoa) o que ajuda a sustentá-las e aumentar a área de absorção de nutrientes. O controle de plantas daninhas com herbicidas é boa alternativa, especialmente em plantios grandes e períodos chuvosos, quando o mato cresce rapidamente, além de exigir menos mão-de-obra. Entretanto, a aplicação tem que ser feita

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com cuidado para evitar que o abacaxizeiro sofra os eventuais efeitos tóxicos dos produtos químicos (Reinhardt, 2001).

3.6.2 Florescimento Florescimento natural Um abacaxizeiro, depois de um certo período no campo,

apresenta um bom tamanho e, combinando com o efeito cumulativo do clima, com temperaturas baixas e dias curtos, ele inicia o seu florescimento natural. Mas, no caso de um rápido crescimento vegetativo, que pode ser provocado por uma nutrição nitrogenada abundante, reduz a possibilidade da diferenciação floral imediata para a planta devido ao antagonismo entre vigor vegetativo e a iniciação floral. Para mudas usadas no plantio tipo rebento enraizado e, depois, rebento lateral, elas florescem antes das mudas tipo filhote e coroa, uma vez que as duas últimas estão numa fase mais intensa de crescimento vegetativo no campo, são mais novas e com menos reservas nutritivas. Muitas vezes os rebentos-enraizados ou rebentos-laterais, quando são usados como mudas com tamanho muito grande, mostram tendência a um florescimento precoce, fato que pode ser atribuído a uma modificação brutal da alimentação hídrica de muda, provocando o seu florescimento (Py et al., 1973).

Desta forma, as plantas com determinado desenvolvimento vegetativo iniciam espontaneamente, no inverno, a diferenciação floral, quando a temperatura é mais baixa e os dias são mais curtos, ou mesmo, no caso do verão, com o aumento da nebulosidade (Manica,1999).

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Indução artificial do florescimento O tratamento de indução floral é uma das práticas

culturais mais características do abacaxi, sendo de grande importância para o bom manejo e o sucesso econômico dessa cultura. Esta prática consiste na aplicação de certas substâncias químicas (fitorreguladores) na roseta foliar ou “olho” da planta ou na sua pulverização sobre a planta, visando estimular um florescimento uniforme, reduzindo assim a ocorrência da floração natural, que, via de regra, é bastante heterogênea. Quando bem planejada e executada, permite uma melhor distribuição das operações e uso de mão-de-obra na propriedade, uniformiza a frutificação e dirige a colheita para épocas mais favoráveis à sua venda. A colheita dos frutos na região semi-árida ocorre normalmente durante o sexto mês após a data do tratamento de indução floral, sendo um pouco mais precoce para a cultivar Pérola. Em regiões mais altas, a exemplo do Norte de Minas Gerais (acima de 700m) este período pode chegar a seis meses e meio para cultivar Smooth Cayenne. A época mais adequada para a realização da indução floral depende de diversos fatores, incluindo o planejamento da data de colheita. No entanto, é importante notar que o peso de fruto é determinado, em primeiro lugar, pelo porte e vigor da planta no momento da indução floral. Assim sendo, plantas muito pequenas não devem sofrer este tratamento pois não teriam condições de formar frutos de tamanho adequado para o mercado de fruta fresca. Em geral, a indução floral deve ser feita em plantas com altura mínima de 1,00m e peso fresco mínimo de 80 g para a folha mais alta (folha D) aos 8 a 11 meses após o plantio o que resulta num ciclo da planta de cerca de 14 a 17 meses até a primeira produção. Várias substâncias podem ser usadas com finalidade de induzir a floração do abacaxi. As mais comuns são o carbureto

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de cálcio e o ácido 2-cloroetilfosfônico (Etefon) o carbureto de cálcio é mais barato, sendo muito usado por pequenos e médios produtores em todas as regiões produtoras brasileiras. Esta substância pode ser aplicada sob forma sólida ou liquida (Reinhardt et al. 2001).

3.6.3 Fasciação Fasciação é uma anomalia que ocorre em várias culturas

e caracteriza-se por um descontrole no desenvolvimento normal da planta, resultando na deformação de órgãos, como o caule e a inflorescência (Cunha et al., 1999).

No abacaxizeiro, a fasciação pode envolver simplesmente a coroa ou a partir do fruto, do seu pedúnculo ou do talo da planta. A fasciação simples ocorre unicamente na coroa, sendo que, no ápice do fruto, podem surgir duas, três ou mais coroas de tamanho semelhante, dispostas em linha, formando uma espécie de crista externa, sem prejudicar o fruto.

Quando a fasciação alcança o fruto, aparece no plano de distribuição da coroa múltipla um achatamento bilateral, que pode atingir somente a parte superior do fruto ou totalmente, formando um leque. O fruto fasciado tem valor ornamental, mas com um grande número de pequenas coroas e pequenos frutilhos torna o fruto imprestável para o consumo por ser muito fibroso e pobre em suco.

A fasciação depende de fatores genéticos e de condições ambientais no momento a diferenciação floral, com uma maior ou menor porcentagem, de acordo com as diferentes cultivares. A porcentagem de frutos com fasciação pode aumentar nos locais com excelente condição para o crescimento vegetativo, como em solos virgens, muito férteis ou que recebem grandes quantidades de adubos, ricos em matéria orgânica, com boas condições de temperatura e de água disponível no solo (Manica, 1999).

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Figura 1: Sintoma de fasciação (Cunha et al., 1999).

3.6.4 Proteção do fruto contra as queimaduras pelo sol O abacaxi cultivado em região tropical é muito sensível

às queimaduras provocadas pelo sol, especialmente nas primeiras horas da tarde, quando o fruto está próximo do amadurecimento, em locais de temperatura acima de 30ºC e, principalmente, quando não está protegido por filhotes ou tem a posição inclinada ou tombada. Quando o sol atinge o fruto de maneira menos intensa provoca uma simples descoloração da epiderme, mas é muito prejudicial na produção de frutos de primeira qualidade para o mercado interno e externo, porque a parte da casca afetada continua a deteriorar-se durante a fase de transporte a comercialização. Quando o sol muito intenso atinge diretamente o fruto, ele pode provocar um escurecimento da epiderme, aparecem manchas avermelhadas, amareladas ou brancacentas na casca do fruto, que se deforma, causa alteração e escurecimento da polpa e aumenta a translucidez.

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Figura 2. Proteção e queimadura solar do fruto (Reinhardt et al., 2001).

3.6.5 Desbaste de filhotes O desbaste de filhotes do extremo do pedúnculo, ou mesmo da base do fruto, é uma prática recomendada quando ocorre a anomalia conhecida como “colar de filhote”, dando origem a um número exagerado de mudas. Sua ocorrência é evitada pela eliminação através de seleção massal das plantas (Manica, 1999).

3.7 Doenças e métodos de controle

O abacaxizeiro é uma planta que pode ser afetada por uma grande variedade de doenças causadas por fungos, bactérias e vírus, além de anomalias de origem não parasitária (Matos, 2000).

3.7.1 Fusariose (Fusarium subglutinans) O fungo é específico da cultura, e a utilização de

material de plantio infectado possibilitou a rápida disseminação do patógeno para as principais regiões produtoras do país.

Os sintomas da doença são visualizados em todo o ciclo da cultura, resultando em perdas no valor comercial e na produção dos frutos. Mudas infectadas geralmente morrem antes da fase de floração.

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Existindo condições ambientais favoráveis ao patógeno, pode-se ter 80% ou mais de frutos infectados. Do conhecimento que se tem sobre a doença, verificou-se que as estimativas de perdas geralmente são de 30% para frutos e 20% para mudas. Além da exsudação de goma, o fungo também pode provocar o encurtamento do talo, morte do ápice, enfezamento e clorose.

O fungo pode atingir os frutos através das flores abertas, provocando a podridão dos lóculos do ovário, com exsudação de goma através dos frutilhos. Os frutos infectados, às vezes, tornam-se amarelados, mas, havendo evolução da doença, é comum a perda da rigidez e deformação.

As lesões iniciam-se no caule e posteriormente atingem a base da folha. Quando a infecção é severa pode ocorrer a morte de mudas, principalmente do tipo filhote. Posteriormente, os frutilhos apresentam coloração marrom e tornam-se deprimidos. O fungo permanece no campo na forma epífita em folhas de abacaxi e ervas daninhas. O vento, insetos e respingos de chuva atuam na disseminação da doença dentro da cultura. Para locais distantes, a disseminação é feita principalmente pelas mudas infectadas. Fusarium subglutinans infecta a planta em uma ampla faixa de temperatura, entre 15 °C a 25 °C, e em umidade relativa e precipitações elevadas. Práticas culturais: Recomenda-se a utilização de mudas sadias, eliminação dos restos de cultura e retirada das plantas doentes da plantação. Pode-se também utilizar a indução floral para que ocorra desenvolvimento da inflorescência nos períodos desfavoráveis à doença. Controle químico: Pode-se pulverizar a planta com fungicida Benomyl e Tebuconazole durante o período da inflorescência, desde o seu surgimento no olho da planta até o fechamento das últimas flores (Agrofit 2006).

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Figura 3. Sintomas de Fusariose no fruto (Matos, 2000). Tabela 4. Produtos registrados e recomendados para o controle da Fusariose.

Dosagem Produto Comercial

Ingrediente Ativo

Grupo Químico

Formulação Qtde Unid.

Cercobin 700 PM

Tiofanato-metílico

Benzimidazol WP - Pó molhável 700 g/kg

Constant Tebuconazol Triazol EC - Concentrado Emulsionável

200 g/L

Elite Tebuconazol Triazol EC – Concentrado Emulsionável

200 g/L

Folicur 200 CE

Tebuconazol Triazol EC – Concentrado Emulsionável

200 g/L

Tecto SC

Tiabendazol Benzimidazol SC – Suspensão Concentrada

485 g/L

Triade Tebuconazol Triazol EC – Concentrado Emulsionável 200 g/L

3.7.2 Podridão parda do fruto (Penicillium funiculosum) Afeta o abacaxi, causando a podridão-parda do fruto, sendo que, no Havaí (EUA), o fungo também é responsável por doenças na fase de pós-colheita, conhecidas como "interfruitlet corking", "leathery pocket" e "fruitlet core rot". O sintoma típico da doença é a podridão do fruto. O ácaro do abacaxi (Steneotarsonemus annas Tryon) favorece o desenvolvimento da doença, mas não atua como vetor do fungo. Temperatura média variando entre 16-20 °C favorece o desenvolvimento da podridão-parda e o aumento da

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população do ácaro, principalmente na fase de indução do florescimento até as primeiras flores. Controle químico: O controle da doença tem sido alcançado com a aplicação de inseticidas, utilizados para combater o ácaro (Agrofit, 2006).

Tendo em vista que o estádio de desenvolvimento da inflorescência mais suscetível a podridão parda é aquele compreendido entre a primeira e a décima semana após a indução floral, é importante iniciar as pulverizações imediatamente após a indução, ou mesmo antes dela (Cunha et al., 1999).

Em todo o mundo, a podridão parda tem sido controlada mediante aplicações do produto endosulfan (Matos, 2000). Não existe registro do produto endosulfan para a cultura do abacaxizeiro.

Figura 4. Sintoma interno da Podridão parda do fruto (Matos, 2000).

3.7.3 Podridão das raízes As espécies freqüentemente relatadas causando podridão-do-topo e podridão-de-raízes nesta cultura são Phytophthora cinnamomi e P. nicotianae var. parasitica (P. parasitica).

Phytophthora cinnamomi está presente em quase todas as regiões produtoras de abacaxi do Brasil, possuindo ampla

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gama de hospedeiras, tais como citros, castanha, eucalipto, pinho, pêra, maracujá, etc. O fungo causa principalmente a podridão do topo e das raízes, pode sobreviver por muito tempo como saprófito. No solo, sem a presença de plantas hospedeiras, Phytophthora cinnamomi sobrevive por períodos de até oito anos na forma de clamidósporo. Nas raízes, essa sobrevivência aumenta, chegando a 15 anos. Os zoósporos produzidos sobre os tecidos doentes necessitam de água livre para se locomover e infectar a planta. Portanto, umidade elevada do solo, assim como temperatura entre 21 e 30 °C são fatores que favorecem o desenvolvimento da doença. Práticas culturais: Recomenda-se evitar o adensamento e os ferimentos nas plantas. Os pomares devem estar localizados em áreas de boa drenagem e sempre utilizar mudas de boa qualidade e isentas do patógeno. Os restos de cultura e plantas doentes devem ser eliminados (Agrofit, 2006) Controle químico: Em áreas onde P. cinnamomi é considerado um patógeno grave para a cultura do abacaxizeiro, deve-se iniciar o controle da doença mediante pulverização no material propagativo pelo menos duas semanas antes de sua remoção da planta-mãe, usando-se nesta operação um fungicida sistêmico, como o fosetil Al. Os cuidados devem continuar após o plantio por meio da aplicação de outro fungicida sistêmico, de eficiência comprovada contra P.cinnamomi. O fungicida pode ser aplicado por inundação da área a ser plantada, ou por pulverização, direcionando-se a aplicação, neste caso, para o solo. O produto recomendado é o metalaxil que atua reduzindo a população do patógeno no solo, bem como protegendo as raízes emergentes (Matos, 2000).

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3.7.4 Podridão do olho (Phytophthora nicotiana) O fungo Phytophthora nicotianae var parasitica que tem como sinônimo Phytophthora parasitica Dastur é o agente causal da podridão-do-topo ou podridão-do-olho, que é uma importante doença da cultura do abacaxi. Este fungo causa o apodrecimento da região apical da planta, impossibilitando a frutificação. Quando o fungo ocorre nos estágios iniciais do desenvolvimento da planta, causa a morte das plantas infectadas, resultando em perdas significativas. P. nicotiana var. parasitica pode também causar eventualmente podridão das raízes do abacaxizeiro, doença esta causada principalmente por Phytophthora cinnamomi. Quando o fungo ocorre logo após o plantio causa clorose, murcha e morte das plantas.

Podridão do olho: Se dá a partir da base das folhas até o fungo atingir a região apical do caule. Quando esta é retirada, permanece no local uma podridão mole, de odor desagradável, promovida pela invasão de microorganismos secundários.

P. nicotianae var. parasitica, como as demais espécies do gênero Phytophthora, ocorre no solo e necessita da presença de água para dispersar-se e infectar os tecidos do abacaxizeiro.

A dispersão é feita principalmente pela água de irrigação e da chuva, tendo grande importância em culturas instaladas em terrenos sujeitos a encharcamento ou com drenagem insuficiente, como também em áreas com alto índice pluviométrico ou com irrigação mal manejada.

As condições favoráveis para a ocorrência e crescimento do fungo são umidade relativa elevada e temperaturas em torno de 30 a 32 °C. Práticas culturais: A escolha de solos bem drenados, não sujeitos a encharcamento, é a primeira medida a ser adotada para controle de P. nicotianae var. parasitica. Também deve-se realizar o plantio em camalhões com cerca de 25 cm de altura, dar preferência a utilização de mudas tipo rebentões ou filhotes,

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que são menos susceptíveis à infecção do fungo que as mudas tipo coroa, e durante a capina deve-se evitar a colocação de plantas daninhas sobre as plantas de abacaxi, para evitar a contaminação da base das folhas do abacaxizeiro por meio do solo contaminado presente nas raízes. Controle químico: É recomendado realizar pulverização com fosetyl duas semanas antes da colheita das mudas e uma semana após a indução floral. O uso de fungicida sistêmico de translocação ascendente e também de ação direta deve ser feito de três a quatro semanas após o plantio, sendo pulverizado no solo ao redor da planta e sobre a mesma (Agrofit, 2006). Tabela 5. Produtos registrados e recomendados para o controle da Podridão do olho.

Dosagem Produto Comercial

Ingrediente Ativo

Grupo Químico

Formulação Qtde Unid.

Aliette Fosetyl Fosfonato WP - Pó molhável 800 g/kg Orthocide

500 Captana Dicarboximida WP - Pó molhável 500 g/kg

3.7.5 Podridão da base da muda O agente causal da podridão da base da muda é Chalara (Thielaviopsis) paradoxa, um fungo polífago que ataca inúmeras culturas em todas as regiões tropicais do mundo. Uma muda infectada pelo patógeno apresenta em sua base uma podridão mole, de coloração inicialmente amarela intensa que, com o progresso da doença, torna-se enegrecida em conseqüência da esporulação do patógeno. Em fase mais avançada os tecidos desintegram-se restando apenas fibras na parte interna do caule, resultando na morte da muda. A podridão da base da muda pode causar prejuízos acentuados quando as mudas são empilhadas no campo, especialmente em épocas chuvosas e de temperatura em torno de 25ºC. Do mesmo modo, a utilização de mudas tipo coroa, mais suscetíveis ao patógeno do que filhotes e rebentões, pode resultar em perdas significativas devido à incidência da doença.

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Práticas culturais: Após a colheita das mudas, deve-se evitar que elas sejam amontoadas, pois tal procedimento favorece o aparecimento da doença. Ao contrario, deve-se promover a cura das mudas, com as bases voltadas para cima, a fim de promover a rápida cicatrização dos ferimentos, mediante a ação dos raios solares e do vento. Caso mudas tipo coroa sejam usadas como material de plantio, devem se remover com cuidado os fragmentos da polpa do fruto aderidos à sua base, uma vez que esses fragmentos são rapidamente colonizados pelo patógeno, resultando no desenvolvimento da doença. Controle químico: Em períodos quentes e chuvosos, favoráveis ao desenvolvimento da podridão da base da muda, deve-se efetuar o tratamento pré-plantio mediante imersão numa calda fungicida. O produto recomendado é o captan, à base de 1 a 2L/100L de água (Matos, 2000).

Figura 5. Sintoma de Podridão da base da muda (Matos, 2000).

3.7.6 Doenças causadas por vírus De acordo com Matos (2000), a principal doença virótica do abacaxizeiro no Brasil é a Mancha-amarela.

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3.7.6.1 Mancha-amarela A mancha-amarela é uma doença de etiologia viral que pode infectar o fruto e a planta do abacaxizeiro. De maneira geral, esta doença não apresenta ameaça para a cultura do abacaxi devido à implementação de medidas eficientes de controle. A mancha-amarela é causada pelo Tomato spotted wilt vírus, patógeno que, além de provocar a doença no abacaxizeiro, pode infectar culturas como tomate, berinjela, batata, fumo entre outras. Plantas invasoras como Emilia shonchifolia, Emilia sagittata, Bidens pilosa e Datura stramonium, comum nas áreas cultivadas com abacaxizeiro, são também hospedeiras do vírus. Os sintomas começam com o aparecimento de manchas pequenas, arredondadas e de coloração amarelada na parte clorofilada da folha. Com o progresso da doença, as lesões alongam-se em direção à base, coalescem e necrosam o tecido. O agente causal da mancha-amarela é transmitido de planta a planta por espécies de tripes, dentre as quais destacam-se Thrips tabaci, Frankliniella schultzei, Frankniella fusca e Frankniella occidentalis. Outra característica importante dessa doença é a ocorrência de níveis variáveis de suscetibilidade entre os diferentes materiais propagativos, sendo as coroas mais suscetíveis que os rebentões, enquanto os filhotes apresentam suscetibilidade intermediária.

3.7.7 Nematoses Os nematóides são, em diversos países, um dos

principais fatores limitantes de cultivo do abacaxi. São capazes de causar danos consideráveis nas raízes do abacaxizeiro, diminuindo a eficiência das adubações, reduzindo a absorção de nutrientes, mobilizando elementos minerais nas raízes e diminuindo sua concentração nas folhas do abacaxizeiro.

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Plantas atacadas por nematóides apresentam menor desenvolvimento, sistema radicular reduzido, clorose acentuada nas folhas, que se mostram menores e estreitas, produção retardada e frutos menores. Nematóides das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) Considerando as condições climáticas, pode-se inferir que as nematoses provocadas por P. brachyurus serão menos prejudicial ao abacaxizeiro cultivado em regiões de estação seca bem definida, pouco favorável à proliferação de nematóides, o que evitará um desenvolvimento alarmante das populações durante a estação chuvosa. Deve-se ressaltar, entretanto, que a irrigação nas estações secas representa, também, um fator favorável à proliferação deste nematóide.

3.8 Pragas e métodos de controle

Os métodos de controle são com base no (Agrofit, 2006) e (Matos, 2000).

3.8.1 Broca do fruto (Thecla basalides) A broca-do-fruto Thecla basalides é considerada uma das principais pragas do abacaxi no Brasil. Fora da família Bromeliaceae, a praga pode ser encontrada em Heliconia. O adulto pode ser encontrado, durante todo o dia, voando de um modo rápido e irregular, realizando a postura dos ovos nas inflorescências, desde a emergência destas no centro da roseta foliar até o fechamento das últimas flores. Após esta fase, não mais ocorre a oviposição na planta. Os ovos são brancos, circulares, levemente achatados e possuem 0,8 mm de diâmetro. Cerca de cinco dias após a postura, a lagarta eclode e imediatamente começa a procurar um local entre os frutilhos, onde inicia a perfuração da inflorescência, permanecendo no

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interior desta em torno de 15 dias, abrindo galerias e destruindo os tecidos. À medida que os tecidos da inflorescência vão sendo destruídos pela lagarta, ocorre a exsudação de uma resina incolor e fluida que, em contato com o ar, torna-se amarela e, ao solidificar-se, apresenta coloração marrom-escura. Mesmo que algumas vezes a lagarta também possa penetrar na inflorescência pelo olho do frutilho (cavidade floral), normalmente é possível diferenciar um ataque da broca da ocorrência da doença fusariose, pelo local da exsudação da resina na inflorescência: no ataque da fusariose, a resina exsuda a partir do olho do frutilho enquanto que aquela que exsuda entre os frutilhos, corresponde ao da broca-do-fruto. Controle: O produtor deve realizar o monitoramento periódico da praga, desde o surgimento da inflorescência no centro da roseta foliar, até o fechamento das últimas flores para observar a ocorrência da postura dessa borboleta. Em caso de baixa incidência, o controle será dispensado, evitando-se gastos desnecessários. Ocorrendo a praga, deverão ser realizadas quatro aplicações de inseticidas (pulverização ou polvilhamento) em intervalos regulares, sendo a primeira após a emergência da inflorescência (antes da abertura das primeiras flores) e as demais até o fechamento das últimas flores. Durante o preparo da calda inseticida, quando forem usados agrotóxicos de formulação pó-molhável, deve-se adicionar um espalhante adesivo à mistura, para promover a aderência e a distribuição do produto à superfície da planta (Matos, 2000).

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Figura 6. Lagarta da Thecla basalides na inflorescência (Matos, 2000).

3.8.2 Murcha associada à cochonilha (Dysmicoccus brevipes) É uma importante praga da cultura do abacaxi e pode ser encontrada em todo o território brasileiro, em várias culturas, tais como abacate, algodão, amendoim, arroz, banana, batata, caqui, coco, milho, fruta-do-conde. Este inseto, ao sugar a seiva da planta, introduz uma toxina que causa a conhecida "murcha do abacaxi". Essa praga é encontrada nas axilas das folhas, nas raízes e ainda nos frutos e rebentos, sempre sugando a seiva. Pode viver em simbiose com formigas, principalmente as lava-pé. Na fase adulta, a fêmea apresenta coloração rósea, sendo recoberta por uma secreção pulverulenta (cera branca), de modo que se formam 34 prolongamentos de tamanho e espessura iguais, situados em volta do corpo.

Os ovos desses insetos são elípticos e de coloração amarela-alaranjada. As formas jovens encontram-se formadas no interior dos ovos. Práticas culturais: Seu controle depende da integração de várias medidas. A primeira delas consiste na utilização de mudas sadias e com baixa infestação da cochonilha. Após a colheita das mudas, estas podem ficar expostas ao sol, na própria planta, com a base voltada para cima, por 1 a 2

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semanas. Este procedimento, denominado de cura, auxilia a destruição das cochonilhas que se encontram nas folhas mais externas da base da muda (Matos, 2000). Controle químico: Fazer uso de inseticidas específicos, conforme recomendação do fabricante.

Figura 7. Infestação de cochonilha (Matos, 2000). Tabela 6. Produtos registrados e recomendados para o controle da Murcha associada à cochonilha (Agrofit, 2006).

Dosagem Produto Comercial

Ingrediente Ativo

Grupo Químico Formulação Qtde Unid

Actara 10 GR Tiametoxan Neonicotinóide GR - Granulado 10 g/kg Actara 250 WG Tiametoxan Neonicotinóide WG - Granulado

dispersível 250 g/kg

Bravik 600 CE Parationa-metílica

Organosfosforado CE - Concentrado emulsionável

600 g/L

Confidor 200 SC

Imidacloprido Neonicotinóide SC - Suspensão concentrada

200 g/L

Confidor 700 WG

Imidacloprido Neonicotinóide WG - Granulado dispersível

700 g/kg

Ethion 500 Etiona Organofosforado EC - Concentrado emulsionável

500 g/L

3.8.3 Ácaro-alaranjado (Dolichotetranichus floridanus) É considerada uma praga secundária, porém, em ataques severos, pode causar redução de até 16% na produção. As condições ambientais mais favoráveis ao desenvolvimento desse inseto são temperatura elevada e umidade relativa superior a 45%.

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Os maiores danos são provocados nas plantas mais jovens, que apresentam entrada de microrganismos e má circulação de seiva. Quando as infestações são intensas provocam murcha. Esse inseto apresenta corpo alongado, achatado e de coloração vermelha-alaranjada. O macho dessa espécie apresenta a parte posterior do corpo afilada. Os ovos são de coloração alaranjada e formato oval. Práticas culturais: A destruição dos restos de cultura, assim como das plantas invasoras, é uma forma de evitar novas fontes de infestação (Matos, 2000). Controle químico: O ácaro-alaranjado também pode ser controlado pelo produtos fosforados aplicados para o controle da cochonilha Dysmicoccus brevipes, no tratamento de mudas o durante o ciclo vegetativo. Tabela 7. Produtos registrados e recomendados para o controle da Ácaro-alaranjado (Agrofit, 2006).

Dosagem Produto Comercial

Ingrediente Ativo

Grupo Químico Formulação Qtde Unid

Bravik 600 CE Parationa-metílica

Organosfosforado CE - Concentrado emulsionável

600 g/L

Ethion 500 Etiona Organofosforado EC - Concentrado emulsionável

500 g/L

3.8.4 Percevejo do abacaxi (Lybindus dichrous) Ao que tudo indica, esta praga é específica do abacaxi, aumentando ainda mais a preocupação do agricultor com o mesmo. Um fato também interessante é que esta cultura não tolera altas precipitações, portanto há uma redução da população quando as condições não são favoráveis. O ataque faz com que a infrutescência não se desenvolva ou se desenvolva pouco, e ainda causa apodrecimento do pedúnculo.

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Quando adulto, este inseto apresenta coloração vermelha-escura na cabeça, e olhos e ocelos também vermelhos. As asas são pretas, sendo que essa mesma coloração é válida também para o pronoto, e possuem margens laterais amarelo-avermelhadas. A oviposição acontece na parte inferior do pedúnculo. Os ovos apresentam coloração variável, sendo inicialmente castanho-claro, tornando-se pretos com o decorrer do tempo.

As formas jovens e também os adultos ficam agrupados na parte inferior do pedúnculo da infrutescência, sugando a seiva, e algumas vezes também são encontrados nos frutos. Tabela 8. Produtos registrados e recomendados para o controle do Percevejo do abacaxi.

Dosagem Produto Comercial

Ingrediente Ativo

Grupo Químico Formulação Qtde Unid

Sumithion 400 PM

Fenitrotiona Organofosforado WP - Pó-molhável 400 g/kg

Sumithion 500 CE

Fenitrotiona Organofosforado EC - Concentrado emulcionável

500 g/L

3.8.5 Formiga Solenopsis saevissima (F. Smith) é conhecida vulgarmente como formiga-lava-pé.

As operárias de S. saevissima são polimórficas. As maiores alcançam de 3,5 a 5 mm de comprimento. A cabeça e o tórax são de coloração marrom-clara-avermelhada. O abdome possui uma parte mais escura.

As formigas do gênero Solenopsis são agressivas, numerosas e não muito exigentes com o alimento. Seus hábitos prejudicam tanto animais como plantas. Têm importância econômica principalmente pelos danos que ocasionam na agricultura (Matos, 2000).

Esta espécie ocorre no Brasil, com registros publicados nos estados da Amapá, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais,

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Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, e São Paulo.

Solenopsis saevissima prejudica várias culturas entre a que estão registrados citros, batatinha, quiabeiro, berinjela, entre outros.

Os prejuízos podem ser ocasionados pela destruição de sementes germinadas, plantas em viveiros, ou em desenvolvimento vegetativo avançado, quando roem tronco, gemas, folhas, flores e tubérculos de diferentes culturas. O dano indireto é causado pela proteção que oferecem a insetos que prejudicam culturas importantes. A presença de formigas dentro das lavouras impede a colheita manual de frutas e verduras (Matos, 2000).

As formigas constroem ninhos que são denominados de enxame e de coleto. Os enxames são feitos para a reprodução da espécie que ocorre de agosto a novembro. Caracterizam-se por formarem montículos na superfície do solo. Nestes ninhos ficam as operárias encarregadas da criação. Machos e fêmeas alados, saem do ninho, na época apropriada do enxameio. Os ninhos de coleto são os mais comuns. Encontram-se na base dos troncos. Circundado por um montículo de terra, o ninho se aprofunda no solo. O aparecimento dos ninhos deste tipo antecede o de enxame (Matos, 2000).

A fundação da colônia ocorre de janeiro a junho. As formigas constroem os ninhos subterrâneos. Por isso, neste período não podem ser observados. Em média alcançam de 40 a 50 cm de profundidade, de 30 a 40 cm de diâmetro e de 10 a 20 cm de altura (Matos, 2000). Controle químico: Fazer uso de inseticidas específicos, conforme recomendação do fabricante.

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Tabela 9. Produto registrado e recomendado para o controle de Formiga (Agrofit 2006).

Dosagem Produto Comercial

Ingrediente Ativo

Grupo Químico Formulação Qtde Unid

Bravik 600 CE Parationa-metílica

Organosfosforado CE - Concentrado emulsionável

600 ml/L

3.9 COLHEITA E PÓS-COLHEITA

Os frutos devem ser colhidos em estágios de maturação diferentes em função do seu destino e da distância do mercado consumidor. Quando o fruto se destina à industria de suco, ele é geralmente colhido mais maduro (com casca mais amarela que verde), tendo teor de sólidos solúveis totais mais elevado e maior conteúdo de suco.

Os frutos que serão colocados nos mercados in natura, devem ser colhidos mais cedo, em geral quando estejam ainda “de vez”, isto é, com os primeiros sinais de amarelecimento da casca, que deverá estar com os frutilhos (“olhos”) achatados, a fim de chegarem, após vários dias de transporte, em boas condições ao consumidor. No caso de mercados locais ou regionais, frutos com até a metade da superfície amarela são, em geral, viáveis. Por outro lado, deve-se evitar colher frutos verdes (imaturos), pois estes não amadurecem mais na fase pós-colheita, não atingindo qualidades satisfatórias para o consumo, sobretudo apresentando teor de açucares mais baixo e sabor e aroma pouco atraentes. A colheita é feita com facão, devendo o colhedor proteger as mãos com luvas de lona grossa. O operário segura o fruto pela coroa com uma mão e corta o pedúnculo 3 a 5 cm abaixo da base do fruto, de tal forma que, na variedade Pérola, apenas duas a quatro mudas do cacho de filhotes sejam levadas para servirem de embalagem natural do fruto (processo chamado “sangria”), permanecendo as demais mudas na planta para uso como material de plantio. A parte cortada do

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pedúnculo, aderida ao fruto, deve ser tratada com fungicida para evitar podridões durante o transporte e comercialização. Frutos que se destinarem a mercados próximos ou à industria, dispensam, em geral, tal tratamento, podendo ser colhidos (“quebrados”) sem mudas. Os frutos da variedade Smooth Cayenne são também colhidos sem as mudas do tipo filhote, quase sempre inexistentes.

3.9.1 Manejo pós-colheita Após a colheita os frutos devem ser transportados para galpões, onde serão selecionados quanto à qualidade e sanidade, e classificados de acordo com o tamanho/peso, considerando-se os diferentes destinos (indústrias de rodelas ou de sucos e consumo “in natura”) (Reinhardt, 2001). A desinfecção dos pedúnculos é imprescindível, quando fruto se destina a exportação, uma vez que a presença da podridão-negra acarreta a condenação de todo o lote, independente da porcentagem de podridão encontrada. A utilização de embalagens, armazéns e transporte adequados, são alguns exemplos dos cuidados que se deve ter com o fruto (Abreu et al., 1998). Cultura atacada por vários agentes causadores de doenças, o abacaxizeiro apresenta problemas pós-colheita que podem ter duas origens: bióticos ou abióticos (Matos, 2000).

3.9.2 Classificação Esta atividade tem como objetivo a separação do produto em lotes homogêneos, obedecendo um padrão mínimo de qualidade, a classificação do abacaxi é feita de acordo com o peso do abacaxi de acordo com a tabela abaixo.

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Tabela 10. Classes do abacaxi de acordo com o peso Classe Peso (kg)

1 Maior ou igual a 0,900 até 1,200 2 Maior que 1,200 até 1,500 3 Maior que 1,500 até 1,800 4 Maior que 1,800 até 2,100 5 Maior que 2,100 até 2,400 6 Maior que 2,400

De acordo com a coloração da infrutescência o abacaxi pode ser classificado em quatro subgrupos conforme a figura 8

Verde ou verdoso Pintado Colorido Amarelo

Figura 8. Subgrupos do abacaxi. No subgrupo Verde ou verdoso, o abacaxi apresenta sua casca completamente verde; Pintado, o fruto apresenta o centro dos frutilhos amarelos; Colorido, fruto que apresenta até 50% dos frutilhos completamente amarelos; Amarelo, abacaxi

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que apresenta mais de 50% dos frutilhos completamente amarelos. 4. ESTUDO DE CASO

4.1. Localização

O plantio será realizado na Região rural de Planaltina-DF, Sítio Dom Pedrito, localizado no km 8 da DF-230. O solo é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico, de textura muito argilosa.

O Distrito Federal apresenta temperaturas abaixo ou igual a 15 ºC nos meses de maio à agosto, onde essas temperatura baixas não são em grande freqüência. Os meses mais quentes na região raramente ultrapassam a temperatura de 35 ºC. O local apresenta altitude 1025 m e declividade de 2 %.

A cultura do abacaxi precisa de uma precipitação pluviométrica anual de 1000 mm a 1500 mm ou 60 mm a 120 mm por mês (Carvalho, 1998). No Distrito Federal nos meses secos de maio a setembro, a precipitação pluviométrica média é de 75 mm, assim para garantir a produtividade esperada torna-se necessário a utilização de irrigação.

A propriedade dispõe de uma área de 10 hectares anteriormente usada para pastagem com brachiaria, além de uma área coberta de 105 m2 a qual será destinada aos tratos de pós-colheita e armazenamento dos frutos. A água utilizada para a irrigação será retirada de um riacho distante 87 metros da área. Todos os implementos agrícolas, assim como o trator necessário para a implantação do pomar serão adquiridos como semi-novos.

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4.2. Pré-plantio

Na área destinada a implantação do pomar, será necessário se fazer a eliminação da pastagem através da roçagem e gradagem nos dois sentidos do terreno, afim de facilitar o desenvolvimento do sistema radicular da planta. O combate a formiga é sempre iniciado após o preparo do terreno com o uso de iscas granuladas, evitando o ataque desse inseto após o plantio das mudas fazendo o repasse com 30 e 60 dias o plantio. Em seguida será realizado a divisão da área em dois talhões de 5 hectares para que seja feita a rotação entre as cultivares Pérola e Perolera.

4.3. Obtenção de mudas

As mudas serão clones da cultivar Pérola e Perolera comprados da Companhia de Produção Agrícola (CAMPO) em Paracatu-MG oriundas de processo de cultivo in vitro. A quantidade total de mudas necessárias para os 10 hectares é de 512.820 mudas, sendo metade da cultivar Pérola e a outra metade da cultivar Perolera.

4.4. Análise de solo

A área destinada ao plantio é próxima a um curso de água, o solo apresenta uma textura muito argilosa.

O pomar será implantado em solo cujo o resultado da análise é apresentada na tabela 11:

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Tabela 11. Análise de solo do Sítio Dom Pedrito.

pH_H2O P K K_cmol H+AL Ca+Mg SB CTC V% ---mg/dm³---- --------------------------cmolc/dm³---------------------

5,7 0,7 19,0 0,05 3,2 3,5 3,55 6,7 53 Classif.

Textural Silte Argila Areia

total

Muito Argilosa

21% 66% 13%

4.5. Recomendação de adubação e calagem

De acordo com a análise de solo da propriedade a prática da calagem será dispensada na correção do solo para a instalação do pomar, visto que a saturação por base do solo encontra-se em níveis satisfatórios. A dose de calcário a ser utilizada tem por objetivo a neutralização da acidez gerada pelo uso da uréia como fonte de nitrogênio, pois segundo Sousa et al., (2004), para cada 100 quilos de uréia é necessário a aplicação de 71 quilos de carbonato de cálcio para neutralizar a acidez gerada pela uréia.

4.5.1. Adubação mineral A aplicação dos adubos NPK, tanto no plantio quanto em cobertura, será feita somente nas linhas demarcadas para as fileiras duplas.

Serão aplicados 400 kg/ha de Nitrogênio, parcelados em cinco vezes na forma de uréia: 10% um mês após o plantio, 20% aos seis meses, 30% aos nove meses, 20% no décimo mês e 20% no 12º mês, sendo, 82 kg, 165, kg, 247 kg, 165 kg, 165 kg de uréia respectivamente, sendo ele todo aplicado a lanço.

Segundo Sousa (2004), fonte de N como a uréia, apresenta um índice de acidez 71, isso significa que para cada 100kg de uréia aplicada seria necessário aplicar o valor do índice de acidez em quilos de carbonato de cálcio para neutralizar a acidez gerada pela reação do fertilizante. A dose

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total de calcário a ser utilizada é de 585 kg/ha aplicado a cada novo preparo da área.

A aplicação de fósforo será feita toda no plantio. Segundo Sousa (2004), a recomendação é de 200 kg/ha de P2O5, ou 416 kg/ha de fosfato monoamônico-MAP, fornecendo ainda 37,5 kg de nitrogênio amoniacal.

Sousa (2004) recomenda que a adubação potássica de correção de acordo com os teores de potássio desse solo seja de 510 kg/ha de K2O ou 879 kg de cloreto de potássio, parcelados em 4 vezes sendo: 176 kg no plantio, 176 kg no 1º mês, 264 kg no 6º mês, 264 no 9º mês.

Para a safra subseqüente (soca), será aplicada a metade das doses recomendadas dos adubos, 200 kg/ha/N, 100 kg/ha/P2O5 e 440 kg/ha/K2O, parcelados aos 60, 90 e 120 dias após a colheita da primeira safra.

4.5.2. Micronutrientes Pela ausência de informação dos teores de

micronutrientes no solo Sousa (2004), recomenda e aplicação de: 18,0 kg/ha de bórax; 15,0 kg/ha de sulfato de cobre; 23,0 kg/ha de sulfato manganoso; 30,0 kg/ha de sulfato de zinco, tudo a lanço.

4.6. Plantio/espaçamento

O sistema de plantio será de fileiras duplas, e o espaçamento utilizado de 0,9 m x 0,4 m x 0,3 m, com uma população de aproximadamente 51.282 plantas por hectare. Este espaçamento proporciona um melhor arejamento entre as plantas, maior rendimento de frutos por unidade de área, além de uma faixa de 0,9 m para facilitar os tratos culturais.

A abertura dos sulcos de plantio, onde a profundidade deve corresponder, a aproximadamente, a terça parte da muda,

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tomando-se o cuidado de evitar que caia terra no “olho” da mesma. O preparo e a correção do solo nos anos de renovação do pomar será feita em toda a área incorporando o calcário o mais profundo possível.

O plantio em áreas e épocas diferentes é feito para evitar longos períodos sem receitas, assim como o escalonamento da produção e oferta do produto em épocas diferentes ao longo do ano, sendo, que na área 1 terá inicio no mês de fevereiro, com o plantio da cultivar Pérola e o plantio da área 2 iniciando no mês de junho com a cultivar Perolera, de acordo com a figura 9. A rotação entre as cultivares será feita sempre que se for realizar um novo preparo de solo no talhão. Nos três primeiros meses será realizada operações de replantio de mudas que venham a morrer. Figura 9: Cronograma de plantio e colheita. Ano

123456789

1011

Ano set out nov dez123456789

1011

mai jun jul agojan fev mar abr

out nov dez

Cronograma de plantio e colheita Área 02 (5ha)

Cronograma de plantio e colheita Área 01 (5ha)jan fev mar abr mai jun jul ago set

Prepraro do solo

Legenda:Safra principalIndução FloralSafra de SocaColheita

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4.7. Tratos Culturais

A maioria dos tratos culturais serão realizados com serviços prestados por operários de campo, sendo 3 operários fixos para as atividades rotineiras na propriedade e para atividades de colheita que demandam maior trabalho, será necessário a contratação de mais 3 operários.

4.7.1. Controle de plantas daninhas Nos primeiros cinco meses após o plantio o abacaxizeiro pode ter seu desenvolvimento prejudicado pela concorrência com plantas daninhas. Dependendo da intensidade de infestação na área será necessário um acompanhamento intenso durante todo o ciclo da cultura para evitar que as plantas daninhas possam vir a prejudicar o desenvolvimento normal da planta. A aplicação de herbicida será feita logo após o plantio, em toda a área, as aplicações posteriores serão dirigidas às entrelinhas, evitando atingir a roseta foliar da planta.

O número total de aplicações de herbicida durante o ciclo da cultura é de no máximo 3 aplicações, as plantas daninhas que surgirem após ou no intervalo entre as aplicações serão controladas por capinas manuais, de acordo com os produtos registrados para a cultura do abacaxi na tabela 12. Tabela 12. Principais herbicidas registrados para uso na cultura do abacaxi.

Nome comercial

Nome Químico Formulação Dose (kg ou l do pc./ha)

Uso

Herbipak 500 BR

Ametryn SC 2,4 a 4,0 Pós

Extrazin SC Atrazine + Simazine

SC 3,6 Pré

Gramocil Diuron + Paraquat

SC 2,0 a 3,0 Pós

Adaptado de AGROFIT. (2005).

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4.7.2. Florescimento A indução floral será feita com a aplicação de etefon (Ethrel, Arvest ou similar), a pulverização manual será feita no “olho” da planta (centro da roseta foliar). O preparo da solução é uma concentração de 1 ml do produto comercial para cada litro de água, com uréia a 2% do produto comercial e 0,35 g de hidróxido de cálcio (cal de pedreiro) por litro de água. A operação é repetida caso chova até seis horas após a aplicação.

4.7.3. Fasciação Não existem práticas culturais efetivas contra o aparecimento de problema com fasciação, por se tratar de uma anomalia fisiológica, as plantas que apresentarem problemas serão eliminadas. A cultivar que apresenta maior susceptibilidade a esta anomalia é a Perola, como não existe uma causa específica para a ocorrência desta anomalia torna-se difícil estimar a ocorrência deste problema. Assim considerou-se uma perda de 20% na produção, sendo 10% pela possível ocorrência desta anomalia, os 10% restantes por problemas de florescimento.

4.7.4. Proteção do fruto contra queimaduras pelo sol Após a aplicação do indutor floral toda planta que emitir o botão floral e iniciar o seu desenvolvimento, terá o frutilho protegido por um papel para que não ocorra a queimadura do fruto. O papel será colocado ao redor do fruto, de forma que não cause alterações na sua aparência, o jornal é trocado sempre que este se rasgue, expondo o fruto ou quando necessário, durante todo o período de desenvolvimento do fruto, devendo ser realizada uma inspeção semanal.

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4.7.5. Desbaste dos filhotes Esta prática será realizada com intuito de melhorar a produção do abacaxizeiro, pois, o excesso de filhotes na base do fruto prejudica o seu desenvolvimento, reduzindo a produção. Para evitar que os filhotes atuem como dreno à cultura será deixado apenas 3 filhotes por planta, os demais serão removidos quebrando os filhotes junto ao pedúnculo do fruto.

4.8. Doenças e métodos de controle

O abacaxizeiro é uma planta que pode ser atacada por uma grande variedade de doenças causadas por fungos, bactérias e vírus, além de anomalias não parasitária. Para que sua exploração possa ser rentável e o fruto de qualidade, é necessário a identificação correta da doença. Os principais produtos recomendados para o controle de doenças na cultura do abacaxizeiro estão descritos nas tabelas 13. Tabela 13. Defensivos utilizados para controlar as doenças.

Doença Nome comercial

Princípio ativo Formulação Dose

Tecto SC Tiabendazol SC* 485 g/L Fusariose Folicur 200 CE Tebuconazol CE** 200 g/L

Podridão-do-olho Aliete Fosetil PM*** 800 g/kg

Orthocide 500 Captana PM*** 500 g/kg

* Suspensão concentrada ** Concetrado emulsionável *** Pó molhável

Adaptado de AGROFIT. (2005).

60

4.9. Pragas e métodos de controle

É importante que o produtor faça um monitoramento freqüente de pragas e quando necessário o controle químico das mesmas de forma a evitar o nível de dano econômico. Os métodos de controle de pragas adotados no presente trabalho foram feitos baseados no AGROFIT 2005, os produtos recomendados estão descritos na tabela 14. Tabela 14. Defensivos utilizados para controlar as pragas.

Praga

Nome comercial

Princípio ativo Formulação Dose

Cochonilha

Confidor 700 WG

Imidacloprido WG* 700 g/kg

Formigas Bravik 600 CE Parationa-metílica CE*** 600 g/L

Percevejo Sumithion 400

PM Fenitrotiona PM** 400 g/kg

Broca do colo Dipterex Triclorfom CS**** 500 g/L

* Granulado dispersível ** Pó molhável *** Concetrado Emulsionável **** Concentrado solúvel

Adaptado de AGROFIT. (2005).

4.10. Irrigação

O método de irrigação que será usado é o de aspersão convencional. A irrigação é necessária nessa região, pois existem duas estações bem definidas, ou seja, período das águas e da seca, pois é nessa época que as chuvas não são suficientes para atender a exigência hídrica da cultura, sendo primordial a utilização da irrigação para conseguir produção satisfatória. O uso da aspersão convencional traz eficiência ao sistema de irrigação por apresentar um maior diâmetro irrigado por aspersor quando comparado com o gotejamento e microaspersão. O projeto terá:

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- 3 unidades operacionais. - 30 linhas laterais com 100 mm de diâmetro, 250m de comprimento e 21 aspersores espaçados entre si 12m. - Linha principal de 125mm de diâmetro, 275m de comprimento, no qual serão conectadas 3 linhas de aspersores. - Um cabeçal de controle, constando de um filtro, registro e manômetros. - Conjunto motobomba Schineider de 12,5 cv, atendendo a altura manométrica e pressão de serviço necessárias. - 21 aspersores (Agropolo NY30), pressão de serviço: 25 m.c.a., vazão de 2,43 m3/h e intensidade de aplicação de 11,25 mm/h.

Memória de Cálculo do Projeto de Irrigação CulturaProfundidade efetiva do sistema radicular 30 cmMáxima demanda de irrigação 6 mm/diaETo 7,16 mm/diaETpc 6 mm/diaFator f 0,5 50%

Capacidade de campo (CC) 29 %Ponto de murcha (PM) 18 %Densidade aparente (da) 1,09 g/cm³Velocidade de infiltração básica (VIB) 12 mm/h

Área 10 haDimensõesTopografiaAltura de sucção 1 mAltura de recalque 2 m

Modelo (Agropolo NY 30)Pressão de serviço 25 m.c.aEspaçamentoIntensidade de aplicação (IA) 11,25 mm/hVazão do aspersor 2,43 m³/hAltura do aspersor em função da cultura 1,5 mDiâmetro irrigado 31 m

Horas de trabalho do sistema (HT) 10 hEficiência do sistema motobomba (EMB) 60 %Eficiência de irrigação(Ei) 80 %F em relação ao n de aspersores (21 asp.) 0,46Tempo para mudança de linhas (min) 121 minTempo para mudança de linhas (h) 2 h

Outras Características

Características do Aspersor2851 ERL

12 x 18 m

Características da Área

500 x 200Plana

Características do Solo

Características da CulturaAbacaxi

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Água disponível Disponibilidade Total de Água (DTA)

daPMCCDTA ×−

=10

09,110

1829×

−=DTA

DTA= 1,20 mm/cm de solo Capacidade Total de Água (CTA) ZDTACTA ×= 3020,1 ×=CTA CTA= 35,97 mm Capacidade Real Necessária (CRA)

fCTACRA ×= 5,097,35 ×=CRA CRA= 17.99 mm Irrigação Real Necessária (IRN)

CRAIRN ≤ IRN= 17,99 mm Irrigação Total Necessária (ITN)

EiIRNITN =

8,000,24

=ITN

ITN= 30,00 mm Turno de Rega

ETpcIRNTR =

600,24

=TR

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TR= 4 dias Período de Irrigação

1−= TRPI 14 −=PI PI= 3 dias Tempo de Irrigação por Posição

IA

ITNTI = 25,1100,30

=TI

TI= 2,67 h (acrescentando 0,67 h para mudança de linha) O tempo de irrigação será de 3,34 horas 40 minutos gastos para mudança de linha. Número Total de Posições Laterais

LinhasEspaç

incLinhaCompNTPL.

.Pr..2×=

182752×

=NTPL

NTPL= 30 posições Número de Posições a serem Irrigadas / Dia

PI

NTPLNPI = 3

30=NPI

NPI= 10 posições/dia Número de Linhas Laterais Necessárias

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PILDNPINLL =

310

=NLL

NLL= 3 linha lateral Vazão Necessária

PIHEiIRNAQ

××××

=78,2

388,0241078,2

××××

=Q

Q= 34,84 L/seg A variável “H” na fórmula corresponde as horas de trabalho efetivo, descontando o tempo gasto para a mudança de linha. Dimensionamento da Linha Lateral Comprimento da Linha Lateral = 250 m

AspersoresEsp

LLCompLinhaAsp.

./. =

12250/. =LinhaAsp

Asp./Linha Lateral= 21 aspersores por linha Lateral Vazão da Linha Lateral

LinhaAspqQlateral .×= 568,0 ×=Qlateral Q lateral= 3,38 L/seg ou 0,003375 m3/seg Hf

PsHf ×= 2,0 252,0 ×=Hf Hf= 5 m.c.a.

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Hf’

f

HfHf =' 457,05'=Hf

Hf’= 10,94 m.c.a. em 60 m J

LLComp

HfJ.'

= 250

94,10=J

J= 0,04376m/m Hazen

09327,0

18459,01402788,001406,02788,0

63,2

63,2

54,063,2

=

×××=

×××=

DD

JDCQ

D= 0,09327 m ou 93,7 mm Não existe tubulação comercial com este diâmetro. Testando a velocidade com tubulação de 100mm

V

VAQ×=

×=007853,001406,0

V= 1,79 m/seg Como a tubulação de 100mm se enquadrou no limite de velocidade esta tubulação poderá ser usada. Recalcular o J

66

153688,0091499,001406,0

002344,01402788,001406,02788,0

54,0

54,0

54,0

54,063,2

=

×=

×××=

×××=

JJ

JJDCQ

J= 0,031173 m/m

250'031173,0

.'

HfLLCompHfJ

=

=

Hf’= 7,79 m.c.a.

457,079,7

'

Hff

HfHf

=

=

Hf= 3,56 m.c.a.

5,156,325 4

3

43

++=++=

PinhHfPsPin

Pin= 29,17 m.c.a. Dimensionamento da Linha Principal Comprimento da Linha Principal= 275 m Vazão Necessária= 0,03483 m3/seg Diâmetro Diâmetro de 150 mm

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V

VAQ×=

×=01767,003483,0

V= 1,97 m/seg Como a tubulação de 150mm se enquadrou no limite de velocidade esta tubulação poderá ser usada.

1310,02657,003483,0

006809,01402788,003483,02788,0

54,0

54,0

54,0

54,063,2

=

×=

×××=

×××=

JJ

JJDCQ

J= 0,02321 m/m

27502321,0.×=

×=Hf

LPCompJHf

Hf= 6,38 m.c.a. Dimensionamento da Motobomba Altura manométrica

17,2938,621 +++=

+++=Hman

PinhfhrhsHman

Hman= 38,55 m.c.a. Acrescentar 5% de perda de carga localizada Hman= 40,48 m.c.a. Potência

6,07548,4083,34

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××

=

××

=

P

EiHmanQP

P= 31,33 CV

68

Acréscimo de 20% na potencia da bomba. P= 34,47 CV

4.11. Colheita e Pós-colheita

Toda a produção destina-se ao mercado local, quando ao frutos apresentarem manchas amarelecidas os frutos serão colhidos por talhões.

A colheita é feita com facão, segurando o fruto e efetuando o corte de três a cinco centímetros abaixo da base do fruto.

Após a colheita, os frutos serão levados para o galpão onde será realizada a classificação de acordo com o peso e tamanho dos frutos, considerando os padrões requeridos pelo consumidor, serão tratados com uma solução de Ethefom com 1% do princípio ativo , afim de uniformizar a coloração da casca e acelerar o processo de maturação do fruto, afim de colocar no mercado frutos adequados para o consumo in natura.

4.12. Classificação

Os frutos serão separados em lotes homogêneos de acordo com as classes de peso, uma vez que o valor pago pelo produto oscila em função dessa característica, assim como determinar em que subgrupo o abacaxi se enquadra, pois este fato determinará o ponto de colheita e até mesmo o grau de maturação do fruto no momento da comercialização.

4.13. Comercialização e Transporte

Toda a produção da fruta será transportada da fazenda até as cidades satélites do Distrito Federal, através de caminhões. Os frutos serão amontoados sobre o caminhão, a cada camada de frutas deve ser colocada uma fina camada de

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material vegetal seco (palha), afim de reduzir os danos mecânicos entre os frutos. O Projeto inicial destina-se ao mercado consumidor do Distrito Federal, onde o produto será oferecido às redes de supermercados, sacolões e frutarias da região e no CEASA-DF, para consumo in natura da fruta. A produção média estimada para o projeto nos anos com maior produção é de 205.128 frutos/ano, considerando a quantidade de frutos comercializados na CEASA-DF durante o primeiro semestre de 2006, a participação da atividade no mercado local do Distrito Federal será de aproximadamente 25%, oferecendo vantagem como qualidade, menor custo de transporte, além de menor tempo para reabastecimento do mercado.

4.14. Promoção e Marketing

O marketing assume cada vez mais um papel importante dentro de uma atividade econômica, sendo talvez a principal ferramenta, de promoção das vendas. Este comportamento não se altera no caso do agronegócio. Dessa forma todos os esforços serão feitos na tentativa de atender as necessidades de clientes e potenciais consumidores satisfazendo-os através de frutos de qualidade. No caso da fruta brasileira, a cadeia caracteriza uma indústria (negócio) que tem sido eficiente para inovar em tecnologias de produção e pós-colheita (estruturas de estocagem), mas quase nada em marketing (Salomão, 2001). Conforme Batalha (2001), o marketing dentro do contexto de agronegócio utiliza basicamente os mesmos conceitos aplicados a outros setores produtivos, porém deve considerar algumas particularidades, como:

• Natureza dos produtos (perecibilidade, sazonalidade);

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• Característica da demanda (bens de consumos correntes, produtos em ascensão ou estabilizados ou em declínio, sazonalidade);

• Comportamento do consumidor (dimensão psicológica: preocupação com a saúde etc.);

• Dispersão do setor de produção agropecuária; • Concentração do setor de distribuição.

4.15. Coeficientes técnicos para a instalação de 1 (um) hectare de abacaxi

Os coeficientes técnicos para a produção de abacaxi, assim como tecnologias adotadas nesse boletim, como, mão-de-obra e necessidades de insumos, estão descritas nas tabelas 15 e 16. A tabela 15 contém os coeficientes técnicos para os anos de formação e renovação do pomar, visto que o abacaxi é uma planta bianual, e a tabela 16 traz os coeficientes dos anos de produção principal.

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Tabela 15: Exigência de insumos e serviço no ano de formação. ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Operações Mecanizadas

Gradagem Aradora HM 0,63 Gradagem Niveladora (2x) HM 0,29 Calagem HM 3,00 Sulcamento HM 0,53 Aplicação de herbicida HM 1,37 Adubação HM 1,76 Pulverização HM 1,37

Operações Manuais Marcação da área DH 0,29 Calagem manual DH 0,25 Distribuição das Mudas DH 9,03 Plantio DH 15,97 Capina manual DH 25,56 Adubação DH 2,14 Combate a Formiga DH 4,00

Insumos Calcário Sc/50kg 11,7 MAP t 0,416 Cloreto de Potássio t 0,88 Uréia t 0,82 Micronutrientes Kg 86,00 Espalhante L 0,10 Inseticida Kg 10,5 Herbicida pré emergente L 6,00 Formicida L 3,00 Mudas Mil 52

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Tabela 16: Exigência de insumos e serviço no ano de produção. ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Operações Mecanizadas

Pulverização HM 1,37 Aplicação de Herbicidas HM 1,37 Adubação HM 1,76 Erradicação da Cultura HM 1,08 Frete – mudas Viagem 2 Irrigação mm 17,99

Operações Manuais Adubação DH 2,14 Pulverização DH 0,4 Capina Manual DH 25,56 Combate a Formiga DH 4,00 Pulv. Induc. Floral DH 0,83 Cobertura dos Frutos DH 2,0 Colheita DH 8,0

Insumos Cloreto de Potássio t 0,44 Uréia t 0,41 MAP t 0,208 Micronutrientes Kg 43,00 Inseticida Kg 10,5 Formicida g 3,00 Indutor Floral kg 20,00 Herbicida L 8,00

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5. CONCLUSÃO Produzir abacaxi na região do Distrito Federal é uma

boa alternativa tanto para o produtor que tem um grande mercado consumidor, garantindo assim a venda da sua produção, como para o consumidor que terá um produto de melhor qualidade, devido a produção ser na própria região, pois o abacaxi atualmente consumido no Distrito Federal é provenientes de outros estados, o que eleva seus preços devido ao transporte. Recomenda-se sempre buscar atender às exigências do mercado consumidor, cultivando variedades de maior aceitação, e sempre inovar para garantir-se no mercado. O cultivo do abacaxi sob o sistema de irrigação potencializa a produção, ou seja, o rendimento por hectare é maior. Assim, pode-se ter produto no mercado praticamente o ano todo, onde existe uma variação de preços durante o ano. Baseado em estudos de mercado, para o abacaxi, a possibilidade de industrialização, especialmente a transformação da fruta em suco, é extremamente importante, ainda mais para que seja possível encontrar mercado para as frutas que não alcançam um padrão de qualidade mínimo suficiente para a comercialização “in natura”.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, C.M.P.; CARVALHO, V.D.; GONÇALVES, N.B. Cuidados pós-colheita e qualidade do abacaxi para exportação. Abacaxi: Tecnologia de Produção e Comercialização. EPAMIG, Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.19, n. 195, p. 70-72, 1998.

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