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SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO CORREGEDORIA DA POLÍCIA MILITAR PORTARIA DO CMT G Nº CORREGPM-001/305/01 1. O Comandante Geral da Polícia Militar, no uso das atribuições inscri- tas no artigo 88 da Lei Complementar nº 893, de 09 de março de 2001, que instituiu o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar – RDPM, baixa, neste ato, instruções com- plementares, necessárias à interpretação, orientação e fiel aplicação do disposto no novo Regulamento. 2. As instruções complementares estão estruturadas, nesta portaria, na forma de definições, interpretações, procedimentos, modelos de documentos e formu- lários, os quais serão revistos, ampliados, aperfeiçoados e republicados periodicamen- te, até que ocorra ampla assimilação da inovadora legislação ético-disciplinar dos mili- tares estaduais paulistas. 3. As normas da Lei Complementar nº 893, de 09 de março de 2001, aplicam-se a todos os processos e procedimentos pendentes, sem prejuízo da valida- de de todos os atos já iniciados ou realizados sob a vigência do Regulamento Discipli- nar anterior, salvo o apenamento das infrações ainda não executadas e os prazos ini- ciados e não findos, hipóteses nas quais será aplicado o termo mais benigno para o acusado. 4. Todo processo ou procedimento pendente, qual seja, aquele no qual não tenha ocorrido a execução da punição imposta, deverá ser analisado e receber despacho saneador, indicativo da situação processual no momento do início da vigên- cia do novo Regulamento e certificativo da situação descrita no parágrafo anterior. 5. As autoridades competentes deverão promover a atualização imedi- ata e total do Assentamento Individual de todo policial militar, de acordo com as regras definidas no Capítulo IX – Do Comportamento – da Lei Disciplinar. 6. As presentes instruções, de cumprimento obrigatório para todos os policiais militares subordinados, poderão ser objeto de consulta, formulada em trâmite direto à Comissão de Estudos, instituída pelo ato publicado no item 18 do BG nº 38, de 22 de fevereiro do corrente ano, cujo trabalho terá duração indeterminada, até que seja

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  • SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGCIOS DA SEGURANA PBLICA POLCIA MILITAR DO ESTADO DE SO PAULO

    CORREGEDORIA DA POLCIA MILITAR

    PORTARIA DO CMT G N CORREGPM-001/305/01

    1. O Comandante Geral da Polcia Militar, no uso das atribuies inscri-tas no artigo 88 da Lei Complementar n 893, de 09 de maro de 2001, que instituiu o Regulamento Disciplinar da Polcia Militar RDPM, baixa, neste ato, instrues com-plementares, necessrias interpretao, orientao e fiel aplicao do disposto no novo Regulamento.

    2. As instrues complementares esto estruturadas, nesta portaria, na forma de definies, interpretaes, procedimentos, modelos de documentos e formu-lrios, os quais sero revistos, ampliados, aperfeioados e republicados periodicamen-te, at que ocorra ampla assimilao da inovadora legislao tico-disciplinar dos mili-tares estaduais paulistas.

    3. As normas da Lei Complementar n 893, de 09 de maro de 2001, aplicam-se a todos os processos e procedimentos pendentes, sem prejuzo da valida-de de todos os atos j iniciados ou realizados sob a vigncia do Regulamento Discipli-nar anterior, salvo o apenamento das infraes ainda no executadas e os prazos ini-ciados e no findos, hipteses nas quais ser aplicado o termo mais benigno para o acusado.

    4. Todo processo ou procedimento pendente, qual seja, aquele no qual no tenha ocorrido a execuo da punio imposta, dever ser analisado e receber despacho saneador, indicativo da situao processual no momento do incio da vign-cia do novo Regulamento e certificativo da situao descrita no pargrafo anterior.

    5. As autoridades competentes devero promover a atualizao imedi-ata e total do Assentamento Individual de todo policial militar, de acordo com as regras definidas no Captulo IX Do Comportamento da Lei Disciplinar.

    6. As presentes instrues, de cumprimento obrigatrio para todos os policiais militares subordinados, podero ser objeto de consulta, formulada em trmite direto Comisso de Estudos, instituda pelo ato publicado no item 18 do BG n 38, de 22 de fevereiro do corrente ano, cujo trabalho ter durao indeterminada, at que seja

  • 2 alcanado o objetivo proposto no segundo pargrafo deste ato.

    7. Fica revogada a Portaria do Cmt G n CORREGPM001/214/96, transcrita no item 24 do BG n 159, de 16 de agosto de 1996, que disciplinava o rito apuratrio das transgresses disciplinares simples (PATDS), o qual substitudo pelo rito descrito no Anexo III da presente Portaria, em consonncia com os artigos 27 a 29 do RDPM.

    8. Ficam revogadas as disposies contidas no item 11 do Boletim Ge-ral n 14/86, no item 29 do Boletim Geral n 103/96 e no item 01 do Boletim Geral n 86/98, referentes ao cumprimento das sanes de priso e de prises administrativas para averiguaes (artigos 36 e 47), previstas no Regulamento Disciplinar revogado.

    9. Ficam institudos os formulrios constantes do anexo II presente Portaria.

    10. Publique-se. Cumpra-se.

    So Paulo, 14 de maro de 2001

    RUI CESAR MELO Coronel PM Comandante Geral

    Responsvel pela lavratura do ato

    SRGIO TEIXEIRA ALVES Major PM Presidente da Comisso

    Responsvel pela conferncia do ato

    JOS VASCONCELLOS FILHO Coronel PM - Corregedor

  • 3 SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGCIOS DA SEGURANA PBLICA

    POLCIA MILITAR DO ESTADO DE SO PAULO CORREGEDORIA DA POLCIA MILITAR

    ANEXO I PORTARIA DO CMT G N CORREGPM-001/305/01

    Instrues para a interpretao e fiel execuo da Lei Complementar n 893, de 9 de maro de 2001, que instituiu o Regulamento Disciplinar da Polcia Militar.

    CAPTULO I Das Disposies Gerais

    Artigo 1 - A hierarquia e a disciplina so as bases da organizao da Polcia Militar.

    Observar o artigo 42 da Constituio Federal. Artigo 2 - Esto sujeitos ao Regulamento Disciplinar da Polcia Militar os mili-

    tares do Estado do servio ativo, da reserva remunerada, os reformados e os agregados, nos termos da legislao vigente.

    Quanto aos inativos, observar tambm o 4 do artigo 8. Pargrafo nico - O disposto neste artigo no se aplica: 1 - aos militares do Estado, ocupantes de cargos pblicos ou eletivos;

    Incluem-se os militares colocados disposio de outros rgos. 2 - aos Magistrados da Justia Militar. Artigo 3 - Hierarquia policial-militar a ordenao progressiva da autoridade,

    em graus diferentes, da qual decorre a obedincia, dentro da estrutura da Polcia Militar, culmi-nando no Governador do Estado, Chefe Supremo da Polcia Militar.

    1 - A ordenao da autoridade se faz por postos e graduaes, de acordo com o escalonamento hierrquico, a antigidade e a precedncia funcional.

    2 - Posto o grau hierrquico dos oficiais, conferido por ato do Governa-dor do Estado e confirmado em Carta Patente ou Folha de Apostila.

    3 - Graduao o grau hierrquico das praas, conferida pelo Comandan-te Geral da Polcia Militar.

    Artigo 4 - A antigidade entre os militares do Estado, em igualdade de posto ou graduao, ser definida pela:

    I - data da ltima promoo; II - prevalncia sucessiva dos graus hierrquicos anteriores; III - classificao no curso de formao ou habilitao; IV - data de nomeao ou admisso;

  • 4 V - maior idade. Pargrafo nico - Nos casos de promoo a aspirante-a-oficial, a aluno-

    oficial, a 3 sargento, a cabo ou nos casos de nomeao de oficiais, alunos-oficiais ou admis-so de soldados prevalecer, para efeito de antigidade, a ordem de classificao obtida nos respectivos cursos ou concursos.

    Artigo 5 - A precedncia funcional ocorrer quando, em igualdade de posto ou graduao, o oficial ou a praa:

    I - ocupar cargo ou funo que lhe atribua superioridade funcional sobre os integrantes do rgo ou servio que dirige, comanda ou chefia;

    II - estiver no servio ativo, em relao aos inativos. CAPTULO II

    Da Deontologia Policial-Militar SEO I

    Disposies Preliminares Artigo 6 - A deontologia policial-militar constituda pelos valores e deveres

    ticos, traduzidos em normas de conduta, que se impem para que o exerccio da profisso policial-militar atinja plenamente os ideais de realizao do bem comum, mediante a preserva-o da ordem pblica.

    1 - Aplicada aos componentes da Polcia Militar, independentemente de posto ou graduao, a deontologia policial-militar rene valores teis e lgicos a valores espiri-tuais superiores, destinados a elevar a profisso policial-militar condio de misso.

    2 - O militar do Estado prestar compromisso de honra, em carter solene, afirmando a consciente aceitao dos valores e deveres policiais-militares e a firme disposio de bem cumpri-los.

    SEO II Dos Valores Policiais-Militares

    Artigo 7 - Os valores fundamentais, determinantes da moral policial-militar, so os seguintes:

    I - o patriotismo; II - o civismo; III - a hierarquia; IV - a disciplina; V - o profissionalismo; VI - a lealdade; VII - a constncia; VIII - a verdade real; IX - a honra;

  • 5 X - a dignidade humana; XI - a honestidade; XII - a coragem.

    SEO III Dos Deveres Policiais-Militares

    Artigo 8 - Os deveres ticos, emanados dos valores policiais-militares e que conduzem a atividade profissional sob o signo da retido moral, so os seguintes:

    I - cultuar os smbolos e as tradies da Ptria, do Estado de So Paulo e da Polcia Militar e zelar por sua inviolabilidade;

    II - cumprir os deveres de cidado; III - preservar a natureza e o meio ambiente; IV - servir comunidade, procurando, no exerccio da suprema misso de

    preservar a ordem pblica, promover, sempre, o bem estar comum, dentro da estrita obser-vncia das normas jurdicas e das disposies deste Regulamento;

    V - atuar com devotamento ao interesse pblico, colocando-o acima dos an-seios particulares;

    VI - atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com respeito mtuo de supe-riores e subordinados, e preocupao com a integridade fsica, moral e psquica de todos os militares do Estado, inclusive dos agregados, envidando esforos para bem encaminhar a so-luo dos problemas apresentados;

    VII - ser justo na apreciao de atos e mritos dos subordinados; VIII - cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribuies legalmente defini-

    das, a Constituio, as leis e as ordens legais das autoridades competentes, exercendo suas atividades com responsabilidade, incutindo-a em seus subordinados;

    IX - dedicar-se integralmente ao servio policial-militar, buscando, com todas as energias, o xito e o aprimoramento tcnico-profissional e moral;

    X - estar sempre preparado para as misses que desempenhe; XI - exercer as funes com integridade e equilbrio, segundo os princpios

    que regem a administrao pblica, no sujeitando o cumprimento do dever a influncias inde-vidas;

    XII - procurar manter boas relaes com outras categorias profissionais, co-nhecendo e respeitando-lhes os limites de competncia, mas elevando o conceito e os padres da prpria profisso, zelando por sua competncia e autoridade;

    XIII - ser fiel na vida policial-militar, cumprindo os compromissos relacionados s suas atribuies de agente pblico;

    XIV - manter nimo forte e f na misso policial-militar, mesmo diante das di-ficuldades, demonstrando persistncia no trabalho para solucion-las;

  • 6 XV - zelar pelo bom nome da Instituio Policial-Militar e de seus componen-

    tes, aceitando seus valores e cumprindo seus deveres ticos e legais; XVI - manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida profissional, so-

    lidarizando-se nas dificuldades que esteja ao seu alcance minimizar e evitando comentrios desairosos sobre os componentes das Instituies Policiais;

    XVII - no pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou funo que esteja sendo exercido por outro militar do Estado;

    XVIII - proceder de maneira ilibada na vida pblica e particular; XIX - conduzir-se de modo no subserviente sem ferir os princpios de respei-

    to e decoro; XX - abster-se do uso do posto, graduao ou cargo para obter facilidades

    pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negcios particulares ou de terceiros; XXI - abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designaes hierrqui-

    cas em:

    a) atividade poltico-partidria, salvo quando candidato a cargo eletivo; b) atividade comercial ou industrial; c) pronunciamento pblico a respeito de assunto policial, salvo os de natureza

    tcnica; d) exerccio de cargo ou funo de natureza civil; XXII - prestar assistncia moral e material ao lar, conduzindo-o como bom

    chefe de famlia; XXIII - considerar a verdade, a legalidade e a responsabilidade como funda-

    mentos de dignidade pessoal; XXIV - exercer a profisso sem discriminaes ou restries de ordem religi-

    osa, poltica, racial ou de condio social; XXV - atuar com prudncia nas ocorrncias policiais, evitando exacerb-las; XXVI - respeitar a integridade fsica, moral e psquica da pessoa do preso ou

    de quem seja objeto de incriminao; XXVII - observar as normas de boa educao e ser discreto nas atitudes,

    maneiras e na linguagem escrita ou falada; XXVIII - no solicitar ou provocar publicidade visando a prpria promoo

    pessoal; XXIX - observar os direitos e garantias fundamentais, agindo com iseno,

    eqidade e absoluto respeito pelo ser humano, no usando sua condio de autoridade pblica para a prtica de arbitrariedade;

    XXX - exercer a funo pblica com honestidade, no aceitando vantagem indevida, de qualquer espcie;

  • 7 XXXI - no usar meio ilcito na produo de trabalho intelectual ou em avali-

    ao profissional, inclusive no mbito do ensino; XXXII - no abusar dos meios do Estado postos sua disposio, nem distri-

    bu-los a quem quer que seja, em detrimento dos fins da administrao pblica, coibindo ainda a transferncia, para fins particulares, de tecnologia prpria das funes policiais;

    XXXIII - atuar com eficincia e probidade, zelando pela economia e conser-vao dos bens pblicos, cuja utilizao lhe for confiada;

    XXXIV - proteger as pessoas, o patrimnio e o meio ambiente com abnega-o e desprendimento pessoal;

    XXXV - atuar onde estiver, mesmo no estando em servio, para preservar a ordem pblica ou prestar socorro, desde que no exista, naquele momento, fora de servio suficiente.

    1 - Ao militar do Estado em servio ativo vedado exercer atividade de se-gurana particular, comrcio ou tomar parte da administrao ou gerncia de sociedade co-mercial ou dela ser scio ou participar, exceto como acionista, cotista ou comanditrio.

    Observar comentrios aos nmeros 26 e 27 do artigo 13. 2 - Compete aos Comandantes de Unidade e de Subunidade destacada

    fiscalizar os subordinados que apresentarem sinais exteriores de riqueza, incompatveis com a remunerao do respectivo cargo, fazendo-os comprovar a origem de seus bens, mediante instaurao de procedimento administrativo, observada a legislao especfica.

    A legislao especfica a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da improbidade administrativa. O artigo 9 da mencionada lei define o ato de improbidade administrativa, que significa, importando enriquecimento ilcito, auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razo do exerccio de car-go, mandato, funo, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no artigo 1 da mesma lei. destacado, a seguir, no inciso VII, o comportamento de adquirir, pa-ra si ou para outrem, no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo pblica, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pblico.

    A forma da apurao desta espcie de infrao administrativa est pre-vista no 3 do artigo 14, e seguintes, da mencionada lei, a qual remete para os termos processuais do RDPM.

    3 - Aos militares do Estado da ativa so proibidas manifestaes coletivas sobre atos de superiores, de carter reivindicatrio e de cunho poltico-partidrio, sujeitando-se as manifestaes de carter individual aos preceitos deste Regulamento.

    4 - assegurado ao militar do Estado inativo o direito de opinar sobre as-sunto poltico e externar pensamento e conceito ideolgico, filosfico ou relativo a matria per-

  • 8 tinente ao interesse pblico, devendo observar os preceitos da tica policial-militar e preservar os valores policiais-militares em suas manifestaes essenciais.

    Observar os artigos 42 e 142 da Constituio Federal. CAPTULO III

    Da Disciplina Policial-Militar Artigo 9 - A disciplina policial-militar o exato cumprimento dos deveres, tra-

    duzindo-se na rigorosa observncia e acatamento integral das leis, regulamentos, normas e ordens, por parte de todos e de cada integrante da Polcia Militar.

    1 - So manifestaes essenciais da disciplina: 1 - a observncia rigorosa das prescries legais e regulamentares; 2 - a obedincia s ordens legais dos superiores; 3 - o emprego de todas as energias em benefcio do servio; 4 - a correo de atitudes; 5 - as manifestaes espontneas de acatamento dos valores e deveres ti-

    cos;

    6 - a colaborao espontnea na disciplina coletiva e na eficincia da Institui-o.

    2 - A disciplina e o respeito hierarquia devem ser mantidos, permanen-temente, pelos militares do Estado, tanto no servio ativo, quanto na inatividade.

    3 - A camaradagem indispensvel formao e ao convvio na Polcia Militar, incumbindo aos comandantes incentivar e manter a harmonia e a solidariedade entre os seus comandados, promovendo estmulos de aproximao e cordialidade.

    4 - A civilidade parte integrante da educao policial-militar, cabendo a superiores e subordinados atitudes de respeito e deferncia mtuos.

    Artigo 10 - As ordens legais devem ser prontamente executadas, cabendo in-teira responsabilidade autoridade que as determinar.

    1 - Quando a ordem parecer obscura, compete ao subordinado, ao receb-la, solicitar os esclarecimentos necessrios ao seu total entendimento.

    2 - Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento da ordem recebida a responsabilidade pelo abuso ou excesso que cometer.

    CAPTULO IV Da Violao dos Valores, dos Deveres e da Disciplina

    SEO I Disposies Preliminares

    Artigo 11 - A ofensa aos valores e aos deveres vulnera a disciplina policial-militar, constituindo infrao administrativa, penal ou civil, isolada ou cumulativamente.

    1 - O militar do Estado responsvel pelas decises ou atos que praticar,

  • 9 inclusive nas misses expressamente determinadas, bem como pela no-observncia ou falta de exao no cumprimento de seus deveres.

    2 - O superior hierrquico responder solidariamente, na esfera administra-tiva disciplinar, incorrendo nas mesmas sanes da transgresso praticada por seu subordina-do quando:

    1 - presenciar o cometimento da transgresso deixando de atuar para faz-la cessar imediatamente;

    2 - concorrer diretamente, por ao ou omisso, para o cometimento da transgresso, mesmo no estando presente no local do ato.

    3 - A violao da disciplina policial-militar ser to mais grave quanto mais elevado for o grau hierrquico de quem a cometer.

    SEO II Da Transgresso Disciplinar

    Artigo 12 - Transgresso disciplinar a infrao administrativa caracterizada pela violao dos deveres policiais-militares, cominando ao infrator as sanes previstas neste Regulamento.

    1 - As transgresses disciplinares compreendem: 1 - todas as aes ou omisses contrrias disciplina policial-militar, especi-

    ficadas no artigo 13 deste Regulamento; 2 - todas as aes ou omisses no especificadas no artigo 13 deste Regu-

    lamento, mas que tambm violem os valores e deveres policiais-militares. Deve haver combinao com algum dos preceitos previstos nos artigos

    7 e 8. 2 - As transgresses disciplinares previstas nos itens 1 e 2 do 1, deste

    artigo, sero classificadas como graves, desde que venham a ser: 1 - atentatrias s instituies ou ao Estado; 2 - atentatrias aos direitos humanos fundamentais; 3 - de natureza desonrosa. 3 - As transgresses previstas no item 2 do 1 e no enquadrveis em

    algum dos itens do 2, deste artigo, sero classificadas pela autoridade competente como mdias ou leves, consideradas as circunstncias do fato.

    4 - Ao militar do Estado, aluno de curso da Polcia Militar, aplica-se, no que concerne disciplina, alm do previsto neste Regulamento, subsidiariamente, o disposto nos regulamentos prprios dos estabelecimentos de ensino onde estiver matriculado.

    5 - A aplicao das penas disciplinares previstas neste Regulamento inde-pende do resultado de eventual ao penal.

    Artigo 13 - As transgresses disciplinares so classificadas de acordo com

  • 10 sua gravidade em graves (G), mdias (M) e leves (L).

    Pargrafo nico - As transgresses disciplinares so: 1 - desconsiderar os direitos constitucionais da pessoa no ato da priso (G);

    Os direitos constitucionais da pessoa no ato da priso so aqueles pre-vistos nos incisos. LXII, LXIII e LXIV do artigo 5 da Constituio Federal.

    2 - usar de fora desnecessria no atendimento de ocorrncia ou no ato de efetuar priso (G);

    3 - deixar de providenciar para que seja garantida a integridade fsica das pessoas que prender ou detiver (G);

    4 - agredir fsica, moral ou psicologicamente preso sob sua guarda ou permitir que outros o faam (G);

    5 - permitir que o preso, sob sua guarda, conserve em seu poder instrumen-tos ou outros objetos proibidos, com que possa ferir a si prprio ou a outrem (G);

    6 - reter o preso, a vtima, as testemunhas ou partes no definidas por mais tempo que o necessrio para a soluo do procedimento policial, administrativo ou penal (M);

    7 - faltar com a verdade (G); 8 - ameaar, induzir ou instigar algum para que no declare a verdade em

    procedimento administrativo, civil ou penal (G); 9 - utilizar-se do anonimato para fins ilcitos (G); 10 - envolver, indevidamente, o nome de outrem para esquivar-se de respon-

    sabilidade (G); 11 - publicar, divulgar ou contribuir para a divulgao irrestrita de fatos, do-

    cumentos ou assuntos administrativos ou tcnicos de natureza policial, militar ou judiciria, que possam concorrer para o desprestgio da Polcia Militar, ferir a hierarquia ou a disciplina, com-prometer a segurana da sociedade e do Estado ou violar a honra e a imagem de pessoa (G);

    Observar o texto do nmero 128, onde est prevista transgresso simi-lar, mais branda.

    12 - espalhar boatos ou notcias tendenciosas em prejuzo da boa ordem civil ou policial-militar ou do bom nome da Polcia Militar (M);

    13 - provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou origem de alarmes in-justificados (M);

    14 - concorrer para a discrdia, desarmonia ou cultivar inimizade entre com-panheiros (M);

    15 - liberar preso ou detido ou dispensar parte de ocorrncia sem competn-cia legal para tanto (G);

    Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares.

  • 11 16 - entender-se com o preso, de forma velada, ou deixar que algum o fa-

    a, sem autorizao de autoridade competente (M); Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-

    probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares. 17 - receber vantagem de pessoa interessada no caso de furto, roubo, objeto

    achado ou qualquer outro tipo de ocorrncia ou procur-la para solicitar vantagem (G); Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-

    probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares. 18 - receber ou permitir que seu subordinado receba, em razo da funo

    pblica, qualquer objeto ou valor, mesmo quando oferecido pelo proprietrio ou responsvel (G);

    Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares.

    19 - apropriar-se de bens pertencentes ao patrimnio pblico ou particular (G);

    Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares.

    20 - empregar subordinado ou servidor civil, ou desviar qualquer meio materi-al ou financeiro sob sua responsabilidade ou no, para a execuo de atividades diversas da-quelas para as quais foram destinadas, em proveito prprio ou de outrem (G);

    Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares.

    21 - provocar desfalques ou deixar de adotar providncias, na esfera de suas atribuies, para evit-los (G);

    Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares.

    22 - utilizar-se da condio de militar do Estado para obter facilidades pesso-ais de qualquer natureza ou para encaminhar negcios particulares ou de terceiros (G);

    Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares.

    23 - dar, receber ou pedir gratificao ou presente com finalidade de retardar, apressar ou obter soluo favorvel em qualquer ato de servio (G);

    Observar a Lei Federal 8.429, de 02 de junho de 1992, que trata da im-probidade administrativa, para a realizao dos procedimentos complementares.

    24 - contrair dvida ou assumir compromisso superior s suas possibilidades, desde que venha a expor o nome da Polcia Militar (M);

    25 - fazer, diretamente ou por intermdio de outrem, agiotagem ou transao

  • 12 pecuniria envolvendo assunto de servio, bens da administrao pblica ou material cuja comercializao seja proibida (G);

    26 - exercer ou administrar, o militar do Estado em servio ativo, a funo de segurana particular ou qualquer atividade estranha Instituio Policial-Militar com prejuzo do servio ou com emprego de meios do Estado (G);

    A dedicao integral ao servio policial-militar dever tico definido pe-la legislao policial-militar geral e pelo Regulamento Disciplinar.

    So transgresses disciplinares de natureza grave ( G): A - ADMINISTRAR OU EXERCER:

    1 - funo privada de segurana de pessoas, de bens mveis e imveis e contra incndios, urbana e rural, sob qualquer nomenclatura que venha a ser registrada

    2 - qualquer atividade estranha Instituio Policial-Militar com prejuzo do servio, demonstrado pelo cansao fsico e mental, pelo dispndio de tempo com contatos telefnicos e pessoais ou a elaborao de anotaes e de documentos, pe-la ocorrncia de seqelas fsicas e mentais e conseqente perigo ou concretizao de diminuio da capacidade laborativa em razo de restries ou afastamento mdico da atividade policial-militar, entre outros resultados materialmente verificveis.

    3 - qualquer atividade estranha Instituio Policial-Militar com emprego direto ou indireto de meios humanos, materiais e tecnolgicos do Estado, con-sistente em utilizao de mo-de-obra de telefonistas ou de motoristas ou de qualquer militar, de armamento, de papis, de fotocopiadoras, de impressoras, de fac-smile, tele-fones, de computadores, de programas eletrnicos, de viaturas, de conhecimentos e de estudos de doutrina, de tcnica e de estratgia policial, militar e de bombeiros, entre ou-tros itens de propriedade estatal.

    4 - o comrcio, que deve ser entendido no sentido amplo, como prtica costumeira de atos de comrcio, de qualquer espcie.

    B - TOMAR PARTE: 1 - na administrao de sociedade comercial com fins lucrativos

    ou dela ser scio, exceto como acionista, cotista ou comanditrio 2 - na gerncia de sociedade comercial com fins lucrativos ou dela

    ser scio, exceto como acionista, cotista ou comanditrio 27 - exercer, o militar do Estado em servio ativo, o comrcio ou tomar parte

    na administrao ou gerncia de sociedade comercial com fins lucrativos ou dela ser scio, ex-ceto como acionista, cotista ou comanditrio (G);

    Observar instrues do nmero anterior. 28 - deixar de fiscalizar o subordinado que apresentar sinais exteriores de ri-

  • 13 queza incompatveis com a remunerao do cargo (G);

    A legislao especfica a Lei n 8.429/92. Observar tambm o 2 do artigo 8.

    29 - no cumprir, sem justo motivo, a execuo de qualquer ordem legal re-cebida (G);

    30 - retardar, sem justo motivo, a execuo de qualquer ordem legal recebida (M);

    31 - dar, por escrito ou verbalmente, ordem manifestamente ilegal que possa acarretar responsabilidade ao subordinado, ainda que no chegue a ser cumprida (G);

    32 - deixar de assumir a responsabilidade de seus atos ou pelos praticados por subordinados que agirem em cumprimento de sua ordem (G);

    33 - aconselhar ou concorrer para no ser cumprida qualquer ordem legal de autoridade competente, ou servio, ou para que seja retardada, prejudicada ou embaraada a sua execuo (G);

    34 - interferir na administrao de servio ou na execuo de ordem ou mis-so sem ter a devida competncia para tal (M);

    35 deixar de comunicar ao superior a execuo de ordem dele recebida, no mais curto prazo possvel (L);

    36 - dirigir-se, referir-se ou responder a superior de modo desrespeitoso (G); 37 - recriminar ato legal de superior ou procurar desconsider-lo (G); 38 - ofender, provocar ou desafiar superior ou subordinado hierrquico (G); 39 - promover ou participar de luta corporal com superior, igual, ou subordi-

    nado hierrquico (G); 40 - procurar desacreditar seu superior ou subordinado hierrquico (M); 41 - ofender a moral e os bons costumes por atos, palavras ou gestos (G); 42 - desconsiderar ou desrespeitar, em pblico ou pela imprensa, os atos ou

    decises das autoridades civis ou dos rgos dos Poderes Executivo, Legislativo, Judicirio ou de qualquer de seus representantes (G);

    43 - desrespeitar, desconsiderar ou ofender pessoa por palavras, atos ou gestos, no atendimento de ocorrncia policial ou em outras situaes de servio (G);

    44 - deixar de prestar a superior hierrquico continncia ou outros sinais de honra e respeito previstos em regulamento (M);

    45 - deixar de corresponder a cumprimento de seu subordinado (M); 46 - deixar de exibir, estando ou no uniformizado, documento de identidade

    funcional ou recusar-se a declarar seus dados de identificao quando lhe for exigido por auto-ridade competente (M);

    47 - evadir-se ou tentar evadir-se de escolta, bem como resistir a ela (G);

  • 14 48 - retirar-se da presena do superior hierrquico sem obedincia s nor-

    mas regulamentares (L); 49 - deixar, to logo seus afazeres o permitam, de apresentar-se ao seu su-

    perior funcional, conforme prescries regulamentares (L); 50 - deixar, nas solenidades, de apresentar-se ao superior hierrquico de

    posto ou graduao mais elevada e de saudar os demais, de acordo com as normas regula-mentares (L);

    51 - deixar de fazer a devida comunicao disciplinar (M); 52 - tendo conhecimento de transgresso disciplinar, deixar de apur-la (G); 53 - deixar de punir o transgressor da disciplina, salvo se houver causa de

    justificao (M); 54 - no levar fato ilegal ou irregularidade que presenciar ou de que tiver ci-

    ncia, e no lhe couber reprimir, ao conhecimento da autoridade para isso competente (M); 55 - deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausncia deste, a qual-

    quer autoridade superior toda informao que tiver sobre iminente perturbao da ordem pbli-ca ou grave alterao do servio ou de sua marcha, logo que tenha conhecimento (G);

    56 - deixar de manifestar-se nos processos que lhe forem encaminhados, ex-ceto nos casos de suspeio ou impedimento, ou de absoluta falta de elementos, hiptese em que essas circunstncias sero fundamentadas (M);

    57 - deixar de encaminhar autoridade competente, no mais curto prazo e pela via hierrquica, documento ou processo que receber, se no for de sua alada a soluo (M);

    58 - omitir, em boletim de ocorrncia, relatrio ou qualquer documento, dados indispensveis ao esclarecimento dos fatos (G);

    59 - subtrair, extraviar, danificar ou inutilizar documentos de interesse da ad-ministrao pblica ou de terceiros (G);

    60 - trabalhar mal, intencionalmente ou por desdia, em qualquer servio, ins-truo ou misso (M);

    61 - deixar de assumir, orientar ou auxiliar o atendimento de ocorrncia, quando esta, por sua natureza ou amplitude, assim o exigir (G);

    62 - retardar ou prejudicar o servio de polcia judiciria militar que deva pro-mover ou em que esteja investido (M);

    63 - desrespeitar medidas gerais de ordem policial, judiciria ou administrati-va, ou embaraar sua execuo (M);

    64 - no ter, pelo preparo prprio ou de seus subordinados ou instruendos, a dedicao imposta pelo sentimento do dever (M);

    65 - causar ou contribuir para a ocorrncia de acidente de servio ou instru-

  • 15 o (M);

    66 - consentir, o responsvel pelo posto de servio ou a sentinela, na forma-o de grupo ou permanncia de pessoas junto ao seu posto (L);

    67 - iar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insgnia de autoridade (L); 68 - dar toques ou fazer sinais, previstos nos regulamentos, sem ordem de

    autoridade competente (L); 69 - conversar ou fazer rudos em ocasies ou lugares imprprios (L); 70 - deixar de comunicar a alterao de dados de qualificao pessoal ou

    mudana de endereo residencial (L); 71 - apresentar comunicao disciplinar ou representao sem fundamento

    ou interpor recurso disciplinar sem observar as prescries regulamentares (M); 72 - dificultar ao subordinado o oferecimento de representao ou o exerccio

    do direito de petio (M); 73 - passar a ausente (G); 74 - abandonar servio para o qual tenha sido designado ou recusar-se a e-

    xecut-lo na forma determinada (G); 75 - faltar ao expediente ou ao servio para o qual esteja nominalmente esca-

    lado (G); 76 - faltar a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir, ou ainda, reti-

    rar-se antes de seu encerramento sem a devida autorizao (M); 77 - afastar-se, quando em atividade policial-militar com veculo automotor,

    aeronave, embarcao ou a p, da rea em que deveria permanecer ou no cumprir roteiro de patrulhamento predeterminado (G);

    78 - afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por fora de dispositivo ou ordem legal (M);

    79 - chegar atrasado ao expediente, ao servio para o qual esteja nominal-mente escalado ou a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir (L);

    80 - deixar de comunicar a tempo, autoridade competente, a impossibilida-de de comparecer Organizao Policial Militar (OPM) ou a qualquer ato ou servio de que deva participar ou a que deva assistir (L);

    81 - permutar servio sem permisso da autoridade competente (M); 82 - simular doena para esquivar-se ao cumprimento do dever (M); 83 - deixar de se apresentar s autoridades competentes nos casos de mo-

    vimentao ou quando designado para comisso ou servio extraordinrio (M); 84 - no se apresentar ao seu superior imediato ao trmino de qualquer afas-

    tamento do servio ou, ainda, logo que souber que o mesmo tenha sido interrompido ou sus-penso (M);

  • 16 85 - dormir em servio de policiamento, vigilncia ou segurana de pessoas

    ou instalaes (G); 86 - dormir em servio, salvo quando autorizado (M);

    Aplica-se este dispositivo quando no presente qualquer das hipteses previstas no nmero 85, por obedincia ao princpio da especificidade.

    87 - permanecer, alojado ou no, deitado em horrio de expediente no interior da OPM, sem autorizao de quem de direito (L);

    88 - fazer uso, estar sob ao ou induzir outrem ao uso de substncia proibi-da, entorpecente ou que determine dependncia fsica ou psquica, ou introduzi-las em local sob administrao policial-militar (G);

    89 - embriagar-se quando em servio ou apresentar-se embriagado para prest-lo (G);

    90 - ingerir bebida alcolica quando em servio ou apresentar-se alcoolizado para prest-lo (M);

    91 - introduzir bebidas alcolicas em local sob administrao policial-militar, salvo se devidamente autorizado (M);

    As autoridades competentes para autorizar a introduo de bebidas al-colicas so aquelas previstas pelo artigo 31.

    92 - fumar em local no permitido (L); 93 - tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro os permitidos, em lo-

    cal sob administrao policial-militar, ou em qualquer outro, quando uniformizado (L); 94 - portar ou possuir arma em desacordo com as normas vigentes (G); 95 - andar ostensivamente armado, em trajes civis, no se achando de servi-

    o (G); 96 - disparar arma por imprudncia, negligncia, impercia, ou desnecessari-

    amente (G); 97 - no obedecer s regras bsicas de segurana ou no ter cautela na

    guarda de arma prpria ou sob sua responsabilidade (G); 98 - ter em seu poder, introduzir, ou distribuir em local sob administrao po-

    licial-militar, substncia ou material inflamvel ou explosivo sem permisso da autoridade com-petente (M);

    99 - dirigir viatura policial com imprudncia, impercia, negligncia, ou sem habilitao legal (G);

    Habilitao legal a prevista no Cdigo de Trnsito Brasileiro. 100 - desrespeitar regras de trnsito, de trfego areo ou de navegao mar-

    tima, lacustre ou fluvial (M); 101 - autorizar, promover ou executar manobras perigosas com viaturas, ae-

  • 17 ronaves, embarcaes ou animais (M);

    Manobra perigosa a geradora de perigo integridade fsica de pessoa ou patrimnio.

    102 - conduzir veculo, pilotar aeronave ou embarcao oficial, sem autoriza-o do rgo competente da Polcia Militar, mesmo estando habilitado (L);

    103 - transportar na viatura, aeronave ou embarcao que esteja sob seu comando ou responsabilidade, pessoal ou material, sem autorizao da autoridade competente (L);

    104 - andar a cavalo, a trote ou galope, sem necessidade, pelas ruas da ci-dade ou castigar inutilmente a montada (L);

    105 - no ter o devido zelo, danificar, extraviar ou inutilizar, por ao ou omis-so, bens ou animais pertencentes ao patrimnio pblico ou particular, que estejam ou no sob sua responsabilidade (M);

    106 - negar-se a utilizar ou a receber do Estado fardamento, armamento, e-quipamento ou bens que lhe sejam destinados ou devam ficar em seu poder ou sob sua res-ponsabilidade (M);

    107 - retirar ou tentar retirar de local sob administrao policial-militar materi-al, viatura, aeronave, embarcao ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do res-ponsvel ou proprietrio (G);

    108 - entrar, sair ou tentar faz-lo, de OPM, com tropa, sem prvio conheci-mento da autoridade competente, salvo para fins de instruo autorizada pelo comando (G);

    109 - deixar o responsvel pela segurana da OPM de cumprir as prescries regulamentares com respeito a entrada, sada e permanncia de pessoa estranha (M);

    110 - permitir que pessoa no autorizada adentre prdio ou local interditado (M);

    O local mencionado deve estar sob responsabilidade do militar do Esta-do transgressor.

    111 - deixar, ao entrar ou sair de OPM onde no sirva, de dar cincia da sua presena ao Oficial-de-Dia ou de servio e, em seguida, se oficial, de procurar o comandante ou o oficial de posto mais elevado ou seu substituto legal para expor a razo de sua presena, salvo as excees regulamentares previstas (M);

    112 - adentrar, sem permisso ou ordem, aposentos destinados a superior ou onde este se encontre, bem como qualquer outro lugar cuja entrada lhe seja vedada (M);

    113 - abrir ou tentar abrir qualquer dependncia da OPM, desde que no seja a autoridade competente ou sem sua ordem, salvo em situaes de emergncia (M);

    114 - permanecer em dependncia de outra OPM ou local de servio sem consentimento ou ordem da autoridade competente (L);

  • 18 115 - permanecer em dependncia da prpria OPM ou local de servio,

    desde que a ele estranho, sem consentimento ou ordem da autoridade competente (L); 116 - entrar ou sair, de qualquer OPM, por lugares que no sejam para isso

    designados (L); 117 - deixar de exibir a superior hierrquico, quando por ele solicitado, objeto

    ou volume, ao entrar ou sair de qualquer OPM (M); 118 - ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em local sob administrao po-

    licial-militar, publicaes, estampas ou jornais que atentem contra a disciplina, a moral ou as instituies (L);

    119 - apresentar-se, em qualquer situao, mal uniformizado, com o uniforme alterado ou diferente do previsto, contrariando o Regulamento de Uniformes da Polcia Militar ou norma a respeito (M);

    120 - usar no uniforme, insgnia, medalha, condecorao ou distintivo, no regulamentares ou de forma indevida (M);

    121 - usar vesturio incompatvel com a funo ou descurar do asseio prprio ou prejudicar o de outrem (L);

    122 - estar em desacordo com as normas regulamentares de apresentao pessoal (L);

    123 - recusar ou devolver insgnia, salvo quando a regulamentao o permitir (L);

    124 - comparecer, uniformizado, a manifestaes ou reunies de carter pol-tico-partidrio, salvo por motivo de servio (M);

    125 - freqentar ou fazer parte de sindicatos, associaes profissionais com carter de sindicato, ou de associaes cujos estatutos no estejam de conformidade com a lei (G);

    Observar artigo 3 do artigo 8. 126 - autorizar, promover ou participar de peties ou manifestaes de car-

    ter reivindicatrio, de cunho poltico-partidrio, religioso, de crtica ou de apoio a ato de superi-or, para tratar de assuntos de natureza policial-militar, ressalvados os de natureza tcnica ou cientfica havidos em razo do exerccio da funo policial (M);

    Observar o 3 do artigo. 127 - aceitar qualquer manifestao coletiva de subordinados, com exceo das

    demonstraes de boa e s camaradagem e com prvio conhecimento do homenageado (L); Observar 3 do artigo 8.

    128 - discutir ou provocar discusso, por qualquer veculo de comunicao, sobre assuntos polticos, militares ou policiais, excetuando-se os de natureza exclusivamente tcnica, quando devidamente autorizado (L);

  • 19 Observar o nmero 11, que trata de transgresso similar, mais grave.

    129 - freqentar lugares incompatveis com o decoro social ou policial-militar, salvo por motivo de servio (M);

    Compreende-se, preliminarmente, como lugar incompatvel, aquele em que ocorre:

    1 - ato ofensivo aos bons costumes e legislao vigente; ou 2 - comportamento ofensivo aos valores e deveres do militar do Estado,

    previstos nos artigos 7 e 8. 130 - recorrer a outros rgos, pessoas ou instituies, exceto ao Poder Judi-

    cirio, para resolver assunto de interesse pessoal relacionados com a Polcia Militar (M); Este dispositivo elide a aplicabilidade da ltima parte da letra c do inci-

    so I do artigo 2 da Lei Complementar 826, de 20 de junho de 1997 (Lei Orgnica da Ou-vidoria da Polcia), no que se refere possibilidade do militar do Estado prestar queixa, naquele rgo, sobre assunto de interesse pessoal relacionado com a Polcia Militar.

    131 - assumir compromisso em nome da Polcia Militar, ou represent-la em qualquer ato, sem estar devidamente autorizado (M);

    132 - deixar de cumprir ou fazer cumprir as normas legais ou regulamentares, na esfera de suas atribuies (M).

    CAPTULO V Das Sanes Administrativas Disciplinares

    SEO I Disposies Gerais

    Artigo 14 - As sanes disciplinares aplicveis aos militares do Estado, inde-pendentemente do posto, graduao ou funo que ocupem, so:

    I - advertncia; II - repreenso; III - permanncia disciplinar; IV - deteno; V - reforma administrativa disciplinar; VI - demisso; VII - expulso; VIII - proibio do uso do uniforme. Pargrafo nico - Todo fato que constituir transgresso dever ser levado ao

    conhecimento da autoridade competente para as providncias disciplinares. A expulso no se aplica a oficiais, em razo do disposto no artigo 24.

    SEO II Da Advertncia

  • 20 Artigo 15 - A advertncia, forma mais branda de sano, aplicada ver-

    balmente ao transgressor, podendo ser feita particular ou ostensivamente, sem constar de pu-blicao ou dos assentamentos individuais.

    Observar as instrues do artigo 39. Pargrafo nico - A sano de que trata o "caput" aplica-se exclusivamente

    s faltas de natureza leve. SEO III

    Da Repreenso Artigo 16 - A repreenso a sano feita por escrito ao transgressor, publi-

    cada de forma reservada ou ostensiva, devendo sempre ser averbada nos assentamentos in-dividuais.

    Pargrafo nico - A sano de que trata o "caput" aplica-se s faltas de natu-reza leve e mdia.

    SEO IV Da Permanncia Disciplinar

    Artigo 17 - A permanncia disciplinar a sano em que o transgressor ficar na OPM, sem estar circunscrito a determinado compartimento.

    A sano ser cumprida na OPM designada pela autoridade que a apli-cou, sendo necessrio que, em obedincia aos princpios de hierarquia e disciplina, haja fiscalizao permanente de superior hierrquico ao militar do Estado punido.

    Pargrafo nico - O militar do Estado nesta situao comparecer a todos os atos de instruo e servio, internos e externos.

    Artigo 18 - A pedido do transgressor, o cumprimento da sano de perma-nncia disciplinar poder, a juzo devidamente motivado, da autoridade que aplicou a punio, ser convertido em prestao de servio extraordinrio, desde que no implique prejuzo para a manuteno da hierarquia e da disciplina.

    A expresso autoridade que aplicou a punio ser compreendida como a autoridade que elaborou o enquadramento disciplinar.

    Este dispositivo no se aplica aos inativos. 1 - Na hiptese da converso, a classificao do comportamento do militar

    do Estado ser feita com base na sano de permanncia disciplinar. 2 - Considerar-se- 1 (um) dia de prestao de servio extraordinrio equi-

    valente ao cumprimento de 1 (um) dia de permanncia. 3 - O prazo para o encaminhamento do pedido de converso ser de 3

    (trs) dias, contados da data da publicao da sano de permanncia. 4 - O pedido de converso elide o pedido de reconsiderao de ato.

    O pedido de converso impede a reconsiderao apenas quanto san-

  • 21 o aplicada, ficando possibilitada, ainda, a reconsiderao quanto negativa da con-verso.

    Artigo 19 - A prestao do servio extraordinrio, nos termos do "caput" do artigo anterior, consiste na realizao de atividades, internas ou externas, por perodo nunca inferior a 6 (seis) ou superior a 8 (oito) horas, nos dias em que o militar do Estado estaria de folga.

    1 - O limite mximo de converso da permanncia disciplinar em servio extraordinrio de 5 (cinco) dias.

    A juzo do Comandante da Unidade, a sano disciplinar igual ou inferi-or a 5 (cinco) dias poder ser parcialmente convertida em prestao extraordinria de servio, isto , parte em permanncia disciplinar e parte em servio extraordinrio.

    2 - O militar do Estado, punido com perodo superior a 5 (cinco) dias de permanncia disciplinar, somente poder pleitear a converso at o limite previsto no pargra-fo anterior, a qual, se concedida, ser sempre cumprida na fase final do perodo de punio.

    3 - A prestao do servio extraordinrio no poder ser executada imedia-tamente aps o trmino de um servio ordinrio.

    Entre o trmino do servio ordinrio e o incio do servio extraordinrio deve existir um intervalo mnimo de 8 (oito) horas, para fins de recuperao fsica e men-tal.

    Os servios extraordinrios devero ser cumpridos seqencialmente, sem interrupo, ocupando todos os perodos de folga subseqentes, at o integral cum-primento da sano.

    SEO V Da Deteno

    Artigo 20 - A deteno consiste na reteno do militar do Estado no mbito de sua OPM, sem participar de qualquer servio, instruo ou atividade.

    A sano ser cumprida na OPM da autoridade competente, sendo ne-cessrio que, em obedincia aos princpios de hierarquia e disciplina, haja fiscalizao permanente de superior hierrquico ao militar do Estado punido.

    1 - Nos dias em que o militar do Estado permanecer detido perder todas as vantagens e direitos decorrentes do exerccio do posto ou graduao, tempo esse no computado para efeito algum, nos termos da legislao vigente.

    2 - A deteno somente poder ser aplicada quando da reincidncia no cometimento de transgresso disciplinar de natureza grave.

    A reincidncia, prevista neste dispositivo, no a especfica, uma vez que, nos casos em que se exigiu a especificidade, isto expressamente foi ressaltado pelo legislador (inciso III e 2 do artigo 36 e inciso III do artigo 42).

  • 22 Em assim sendo, quando aplicada esta sano, os rgo diretamente

    afetados pela aplicao da sano tero de adotar, principalmente, as seguintes provi-dncias administrativas, dentre outras:

    1 - excluso do valor dos dias de sano na folha de pagamento; e 2 - desconto no tempo de servio, com os necessrios reflexos deste

    perodo debitado de seu tempo de servio para a aposentao e outros benefcios. Artigo 21 - A deteno ser aplicada pelo Secretrio da Segurana Pblica,

    pelo Comandante Geral e pelos demais oficiais ocupantes de funes prprias do posto de co-ronel.

    1 - A autoridade que entender necessria a aplicao desta sano disci-plinar providenciar para que a documentao alusiva respectiva transgresso seja remetida autoridade competente.

    A autoridade que entender necessria a aplicao da pena de deteno dever remeter a documentao diretamente quela prevista no caput deste artigo, sem passagem pelas autoridades intermedirias.

    As autoridades previstas no caput deste artigo, se entenderem que o fato no constitui motivo para aplicao de deteno, devero aplicar a sano cabvel, no de-vendo restituir a documentao para que seja aplicada por autoridade subordinada.

    2 - Ao Governador do Estado compete conhecer desta sano disciplinar em grau de recurso, quando tiver sido aplicada pelo Secretrio da Segurana Pblica.

    SEO VI Da Reforma Administrativa Disciplinar

    Artigo 22 - A reforma administrativa disciplinar poder ser aplicada, mediante processo regular:

    I - ao oficial julgado incompatvel ou indigno profissionalmente para com o ofi-cialato, aps sentena passada em julgado no tribunal competente, ressalvado o caso de de-misso;

    Este dispositivo revogou a alnea c do inciso I do artigo 29 do Decreto-lei Estadual 260, de 29 de maio de 1970.

    II - praa que se tornar incompatvel com a funo policial-militar, ou nociva disciplina, e tenha sido julgada passvel de reforma.

    Este dispositivo revogou a alnea d do inciso II do artigo 29 do Decre-to-lei Estadual 260, de 29 de maio de 1970.

    Pargrafo nico - O militar do Estado que sofrer reforma administrativa disci-plinar receber remunerao proporcional ao tempo de servio policial-militar.

    SEO VII Da Demisso

  • 23 Artigo 23 - A demisso ser aplicada ao militar do Estado na seguinte for-

    ma:

    I - ao oficial quando: a) for condenado a pena restritiva de liberdade superior a 2 (dois) anos, por

    sentena passada em julgado; b) for condenado a pena de perda da funo pblica, por sentena passada

    em julgado; c) for considerado moral ou profissionalmente inidneo para a promoo ou

    revelar incompatibilidade para o exerccio da funo policial-militar, por sentena passada em julgado no tribunal competente;

    Estes dispositivos revogaram os incisos I, II e III e pargrafo nico do artigo 40 do Decreto-lei Estadual 260, de 29 de maio de 1970.

    A aplicao da pena de demisso de Oficial exige o devido processo le-gal previsto no 1 do artigo 42 e nos incisos VI e VII do 3 do artigo 142 da Constitui-o Federal, e nos 4 e 5 do artigo 138 da Constituio do Estado de So Paulo.

    II - praa quando: a) for condenada, por sentena passada em julgado, a pena restritiva de li-

    berdade por tempo superior a 2 (dois) anos; A aplicao da demisso no exige processo regular.

    b) for condenada, por sentena passada em julgado, a pena de perda da fun-o pblica;

    A demisso ser aplicada sem processo regular. Trata-se de execuo de um dos efeitos da sentena.

    c) praticar ato ou atos que revelem incompatibilidade com a funo policial-militar, comprovado mediante processo regular;

    A instaurao do processo regular ato de ofcio, obrigatrio. d) cometer transgresso disciplinar grave, estando h mais de 2 (dois) anos

    consecutivos ou 4 (quatro) anos alternados no mau comportamento, apurado mediante pro-cesso regular;

    A instaurao de processo regular ato de ofcio, obrigatrio no qual so-mente sero apuradas a existncia da transgresso disciplinar grave e o tempo de perma-nncia no mau comportamento, sem qualquer verificao de ordem moral ou subjetiva.

    O processo regular deve ser precedido de apurao preliminar do cometi-mento da falta grave, por meio de qualquer instrumento administrativo ou de polcia judiciria militar.

    Ser objeto de processo regular, nos termos deste dispositivo, apenas a falta grave praticada na vigncia do presente regulamento.

  • 24 e) houver cumprido a pena conseqente do crime de desero;

    A demisso ser aplicada sem processo regular. f) considerada desertora e capturada ou apresentada, tendo sido submetida a

    exame de sade, for julgada incapaz definitivamente para o servio policial-militar. A demisso ser aplicada sem processo regular. Estes dispositivos revoga-

    ram os incisos I a VI do artigo 45 do Decreto-lei Estadual 260, de 29 de maio de 1970. Pargrafo nico - O oficial demitido perder o posto e a patente, e a praa, a

    graduao. SEO VIII Da Expulso

    Artigo 24 - A expulso ser aplicada, mediante processo regular, praa que atentar contra a segurana das instituies nacionais ou praticar atos desonrosos ou ofensivos ao decoro profissional.

    Observar o inciso VII do artigo 14 e o artigo 48. Foram revogados os in-cisos I e II do artigo 46 do Decreto-lei Estadual 260, de 29 de maio de 1970.

    SEO IX Da Proibio do Uso de Uniformes

    Artigo 25 - A proibio do uso de uniformes policiais-militares ser aplicada, nos termos deste Regulamento, temporariamente, ao inativo que atentar contra o decoro ou a dignidade policial-militar, at o limite de 1 (um) ano.

    Sano referida no inciso VIII do artigo 14. A aplicao da sano ser feita mediante procedimento disciplinar.

    CAPTULO VI Do Recolhimento Disciplinar

    Artigo 26 - O recolhimento de qualquer transgressor priso, sem nota de punio publicada em boletim, poder ocorrer quando:

    I - houver indcio de autoria de infrao penal e for necessrio ao bom anda-mento das investigaes para sua apurao;

    II - for necessrio para a preservao da ordem e da disciplina policial-militar, especialmente se o militar do Estado mostrar-se agressivo, embriagado ou sob ao de subs-tncia entorpecente.

    Priso o local fechado, do tipo alojamento, com acesso restrito e iden-tificado na entrada com placa contendo a denominao priso seguida do posto ou gra-duao do recolhido, destinada ao cumprimento do recolhimento disciplinar de militar do Estado, nos termos do artigo 26.

    Quando no houver disponibilidade de local que atenda aos requisitos

  • 25 da priso, a autoridade que determinou o recolhimento disciplinar dever designar OPM que possa dar atendimento ao previsto, mediante prvio entendimento.

    Os Comandantes de Unidades que possuam priso, devero recolher presos de outras Unidades, bem como manter registro e controle prprios.

    As autoridades que apresentarem militares do Estado para o cumpri-mento de recolhimento disciplinar devero providenciar roupa de cama, vales de alimen-tao, bem como prestar-lhes a assistncia necessria, inclusive mdica.

    Caso o militar do Estado prefira realizar sua alimentao por meios pr-prios, dever manifestar-se por escrito, assumindo tal encargo, expondo seus motivos e indicando o modo pelo qual se alimentar, sendo certo que todas as refeies devero ser realizadas no local determinado para o cumprimento da medida.

    Devero ser disciplinados pelos Comandantes de Unidades os dias, ho-rrios, locais e condies em que o militar do Estado ser autorizado a receber visitas, consideradas as peculiaridades de cada Unidade, respeitando o intervalo mximo de 02 (dois) dias e mnimo de 02 (duas) horas.

    Devem ser asseguradas ao recolhido as garantias constitucionais, princi-palmente a de receber assistncia de advogado, independente do horrio, ainda que este no esteja de posse de procurao, conforme preceitua o inciso LXIII do artigo 5 da Constituio Federal e o inciso III do artigo 7 da Lei Federal 8.904/94 Estatuto da Advocacia.

    O executor do recolhimento, logo ao efetu-lo, indagar ao militar do Estado a quem deseja comunicar sobre sua situao, e providenciar o aviso solicitado, no mais breve prazo.

    1 - So autoridades competentes para determinar o recolhimento discipli-nar aquelas elencadas no artigo 31 deste Regulamento.

    2 - A conduo do militar do Estado autoridade competente para deter-minar o recolhimento somente poder ser efetuada por superior hierrquico.

    3 - As decises de aplicao do recolhimento disciplinar sero sempre fun-damentadas e comunicadas ao Juiz Corregedor da polcia judiciria militar.

    Todo recolhimento disciplinar, bem como a soltura, dever ser imedia-tamente comunicado por telex, fax ou qualquer meio eletrnico escrito, ao Meritssimo Juiz-Auditor Corregedor da Justia Militar Estadual, constando:

    1. Nome e RE do militar do Estado recolhido ou solto; 2. Unidade a que pertence; 3. Data-hora precisa do recolhimento ou soltura; 4. Sntese da acusao motivadora do recolhimento; e 5. Local de recolhimento.

    4 - O militar do Estado preso nos termos deste artigo poder permanecer

  • 26 nessa situao pelo prazo mximo de 5 (cinco) dias.

    Aplica-se a regra do 1 do artigo 52, ou seja, deve-se considerar o ho-rrio em que se iniciou o recolhimento para contagem do tempo em dias, por perodos de 24 (vinte e quatro) horas. O tempo de recolhimento disciplinar no ser descontado da sano aplicada ao final da apurao.

    CAPTULO VII Do Procedimento Disciplinar

    SEO I Da Comunicao Disciplinar

    Artigo 27 - A comunicao disciplinar dirigida autoridade policial-militar competente destina-se a relatar uma transgresso disciplinar cometida por subordinado hierr-quico.

    A autoridade competente para a aplicao da sano disciplinar que presenciar o cometimento de transgresso ou a transgresso for praticada contra si po-de, por despacho fundamentado, formalizar a acusao, observando o disposto no ca-put e 3 e 5 do artigo 28.

    Artigo 28 - A comunicao disciplinar deve ser clara, concisa e precisa, con-tendo os dados capazes de identificar as pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e a hora do fato, alm de caracterizar as circunstncias que o envolveram, bem como as alegaes do faltoso, quando presente e ao ser interpelado pelo signatrio das razes da transgresso, sem tecer comentrios ou opinies pessoais.

    Revogada a Portaria CORREGPM 001/214/96 (PATDS), deve-se o-bedecer o rito previsto no Anexo III da presente Portaria.

    1 - A comunicao disciplinar dever ser apresentada no prazo de 5 (cin-co) dias, contados da constatao ou conhecimento do fato, ressalvadas as disposies relati-vas ao recolhimento disciplinar, que dever ser feita imediatamente.

    2 - A comunicao disciplinar deve ser a expresso da verdade, cabendo autoridade competente encaminh-la ao acusado para que, por escrito, manifeste-se prelimi-narmente sobre os fatos, no prazo de 3 (trs) dias.

    3 - Conhecendo a manifestao preliminar e considerando praticada a transgresso, a autoridade competente elaborar termo acusatrio motivado, com as razes de fato e de direito, para que o militar do Estado possa exercitar, por escrito, o seu direito a ampla defesa e ao contraditrio, no prazo de 5 (cinco) dias.

    A instruo pode ser delegada, aps a elaborao do Termo Acusatrio. 4 - Estando a autoridade convencida do cometimento da transgresso,

    providenciar o enquadramento disciplinar, mediante nota de culpa ou, se determinar outra so-luo, dever fundament-la por despacho nos autos.

  • 27 5 - Poder ser dispensada a manifestao preliminar quando a autorida-

    de competente tiver elementos de convico suficientes para a elaborao do termo acusat-rio, devendo esta circunstncia constar do respectivo termo.

    Situao especialmente aplicvel na hiptese de conhecimento direto da infrao por uma das autoridades previstas no artigo 31.

    Artigo 29 - A soluo do procedimento disciplinar da inteira responsabilida-de da autoridade competente, que dever aplicar sano ou justificar o fato, de acordo com es-te Regulamento.

    1 - A soluo ser dada no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir do recebimento da defesa do acusado, prorrogvel no mximo por mais 15 (quinze) dias, median-te declarao de motivos no prprio enquadramento.

    A prorrogao independe de aprovao ou autorizao. Os motivos que geraram a prorrogao do prazo devero ser expostos no enquadramento.

    O descumprimento dos prazos estipulados neste artigo constitui infra-o disciplinar do responsvel, mas no gera nulidade do procedimento.

    2 - No caso de afastamento regulamentar do transgressor, os prazos su-pracitados sero interrompidos, reiniciada a contagem a partir da sua reapresentao.

    A interrupo dever gerar os efeitos da suspenso, ou seja, os prazos tero continuidade a partir da reapresentao.

    3 - Em qualquer circunstncia, o signatrio da comunicao dever ser no-tificado da respectiva soluo, no prazo mximo de 90 (noventa) dias da data da comunicao.

    4 - No caso de no cumprimento do prazo do pargrafo anterior, poder o sig-natrio da comunicao solicitar, obedecida a via hierrquica, providncias a respeito da soluo.

    SEO II Da Representao

    Artigo 30 - Representao toda comunicao que se referir a ato praticado ou aprovado por superior hierrquico ou funcional, que se repute irregular, ofensivo, injusto ou ilegal.

    A representao a que se refere o caput deve ser utilizada exclusiva-mente para assuntos que versem sobre matria disciplinar. Contra outras espcies de atos administrativos, reputados pelo representante como ilegais, irregulares, ofensivos ou injustos, deve-se observar o disposto na legislao especfica.

    1 - A representao ser dirigida autoridade funcional imediatamente su-perior quela contra a qual atribuda a prtica do ato irregular, ofensivo, injusto ou ilegal.

    2 - A representao contra ato disciplinar ser feita somente aps solucio-nados os recursos disciplinares previstos neste Regulamento e desde que a matria recorrida verse sobre a legalidade do ato praticado.

  • 28 Os recursos disciplinares prprios esto previstos no Captulo X (arti-

    gos 56 a 61). Nos termos deste pargrafo, a representao contra sano disciplinar recurso disciplinar imprprio.

    3 - A representao nos termos do pargrafo anterior ser exercida no prazo estabelecido no 1, do artigo 62.

    O prazo para representao contra sano disciplinar que contenha ile-galidade ser de 5 (cinco) anos a contar da data da publicao da mesma. O prazo de prescrio para ao disciplinar da administrao constante no artigo 85 de 5 (cinco) anos a contar da data do fato que resultou na sano.

    4 - O prazo para o encaminhamento de representao ser de 5 (cinco) dias contados da data do ato ou fato que o motivar.

    A representao contra sano disciplinar ter o prazo mencionado no 3 acima. Nos demais casos de representao aplica-se o prazo previsto no 4.

    CAPTULO VIII Da Competncia, do Julgamento, da Aplicao e do Cumprimento das San-

    es Disciplinares SEO I

    Da Competncia Artigo 31 - A competncia disciplinar inerente ao cargo, funo ou posto,

    sendo autoridades competentes para aplicar sano disciplinar: I - o Governador do Estado: a todos os militares do Estado sujeitos a este

    Regulamento; II - o Secretrio da Segurana Pblica e o Comandante Geral: a todos os mili-

    tares do Estado sujeitos a este Regulamento, exceto ao Chefe da Casa Militar; III - o Subcomandante da Polcia Militar: a todos os integrantes de seu co-

    mando e das unidades subordinadas e s praas inativas; IV - os oficiais da ativa da Polcia Militar do posto de coronel a capito: aos

    militares do Estado que estiverem sob seu comando ou integrantes das OPM subordinadas. 1 - Ao Secretrio da Segurana Pblica e ao Comandante Geral da Polcia

    Militar compete conhecer das sanes disciplinares aplicadas aos inativos, em grau de recur-so, respectivamente, se oficial ou praa.

    2 - Aos oficiais, quando no exerccio interino das funes de posto igual ou superior ao de capito, ficar atribuda a competncia prevista no inciso IV deste artigo.

    Observar o artigo 32. SEO II

    Dos Limites de Competncia das Autoridades Artigo 32 - O Governador do Estado competente para aplicar todas as san-

  • 29 es disciplinares previstas neste Regulamento, cabendo s demais autoridades as seguin-tes competncias:

    I - ao Secretrio da Segurana Pblica e ao Comandante Geral: todas as sanes disciplinares exceto a demisso de oficiais;

    II - ao Subcomandante da Polcia Militar: as sanes disciplinares de adver-tncia, repreenso, permanncia disciplinar, deteno e proibio do uso de uniformes de at os limites mximos previstos;

    III - aos oficiais do posto de coronel: as sanes disciplinares de advertncia, repreenso, permanncia disciplinar de at 20 (vinte) dias e deteno de at 15 (quinze) dias;

    IV - aos oficiais do posto de tenente-coronel: as sanes disciplinares de ad-vertncia, repreenso e permanncia disciplinar de at 20 (vinte) dias;

    V - aos oficiais do posto de major: as sanes disciplinares de advertncia, repreenso e permanncia disciplinar de at 15 (quinze) dias;

    VI - aos oficiais do posto de capito: as sanes disciplinares de advertncia, repreenso e permanncia disciplinar de at 10 (dez) dias.

    SEO III Do Julgamento

    Artigo 33 - Na aplicao das sanes disciplinares sero sempre considera-dos a natureza, a gravidade, os motivos determinantes, os danos causados, a personalidade e os antecedentes do agente, a intensidade do dolo ou o grau da culpa.

    Observar o artigo 37. Artigo 34 - No haver aplicao de sano disciplinar quando for reconheci-

    da qualquer das seguintes causas de justificao: I - motivo de fora maior ou caso fortuito, plenamente comprovados; II - benefcio do servio, da preservao da ordem pblica ou do interesse

    pblico; III - legtima defesa prpria ou de outrem; IV - obedincia a ordem superior, desde que a ordem recebida no seja mani-

    festamente ilegal; V - uso de fora para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu

    dever, no caso de perigo, necessidade urgente, calamidade pblica ou manuteno da ordem e da disciplina.

    Artigo 35 - So circunstncias atenuantes: I - estar, no mnimo, no bom comportamento; II - ter prestado servios relevantes; III - ter admitido a transgresso de autoria ignorada ou, se conhecida, impu-

    tada a outrem;

  • 30 A atenuante diz respeito apurao da autoria da transgresso.

    IV - ter praticado a falta para evitar mal maior; V - ter praticado a falta em defesa de seus prprios direitos ou dos de outrem; VI - ter praticado a falta por motivo de relevante valor social; VII - no possuir prtica no servio; VIII - colaborar na apurao da transgresso disciplinar.

    A atenuante diz respeito materialidade da transgresso. Artigo 36 - So circunstncias agravantes: I - mau comportamento; II - prtica simultnea ou conexo de duas ou mais transgresses; III - reincidncia especfica; IV - conluio de duas ou mais pessoas; V - ter sido a falta praticada durante a execuo do servio; VI - ter sido a falta praticada em presena de subordinado, de tropa ou de ci-

    vil; VII - ter sido a falta praticada com abuso de autoridade hierrquica ou funcional. 1 - No se aplica a circunstncia agravante prevista no inciso V quando,

    pela sua natureza, a transgresso seja inerente execuo do servio. 2 - Considera-se reincidncia especfica o enquadramento da falta pratica-

    da num mesmo item dos previstos no artigo 13 ou no item II do 1 do artigo 12. A reincidncia especfica do item 2 do 1 do artigo 12, caracteriza-se

    pelo cometimento de transgresso ofensiva um mesmo valor ou dever, dentre os pre-vistos nos artigos 7 e 8 , respectivamente.

    A falta que tenha resultado em aplicao de advertncia no deve ser con-siderada para efeito de reincidncia especfica, visto no ser objeto de publicao e registro em Assentamento Individual.

    SEO IV Da Aplicao

    Artigo 37 - A aplicao da sano disciplinar abrange a anlise do fato, nos termos do artigo 33 deste Regulamento, a anlise das circunstncias que determinaram a transgresso, o enquadramento e a decorrente publicao.

    Observar o artigo 33. Artigo 38 - O enquadramento disciplinar a descrio da transgresso come-

    tida, dele devendo constar, resumidamente, o seguinte: I - indicao da ao ou omisso que originou a transgresso; II - tipificao da transgresso disciplinar; III - discriminao, em incisos e artigos, das causas de justificao ou das cir-

  • 31 cunstncias atenuantes e ou agravantes;

    IV - deciso da autoridade impondo, ou no, a sano; V - classificao do comportamento policial-militar em que o punido permane-

    a ou ingresse; VI - alegaes de defesa do transgressor; VII - observaes, tais como: a) data do incio do cumprimento da sano disciplinar; b) local do cumprimento da sano, se for o caso; c) determinao para posterior cumprimento, se o transgressor estiver baixa-

    do, afastado do servio ou disposio de outra autoridade; d) outros dados que a autoridade competente julgar necessrios; VIII - assinatura da autoridade.

    Observar modelo no anexo II da presente Portaria. Artigo 39 - A publicao a divulgao oficial do ato administrativo referente

    aplicao da sano disciplinar ou sua justificao, e d incio a seus efeitos. Em se constatando a inexistncia de transgresso disciplinar, o acusa-

    do e o signatrio da comunicao devero ser cientificados da soluo da autoridade, sem necessidade de publicao.

    Pargrafo nico - A advertncia no dever constar de publicao em bole-tim, figurando, entretanto, no registro de informaes de punies para os oficiais, ou na nota de corretivo das praas.

    Para a aplicao da sano de advertncia deve-se realizar o devido procedimento disciplinar, entretanto, no deve a sano ser objeto de publicao em bo-letim e, portanto, no se insere no Assentamento Individual. obrigatria a elaborao do enquadramento disciplinar, tomando o acusado cincia da punio aplicada.

    Fica institudo o documento denominado Registro de Informaes de Punies de Oficiais com a finalidade nica de transcrio das advertncias para ofici-ais, constante no anexo II da presente Portaria. A advertncia no ser utilizada para classificao de comportamento, conforme entendimento do 4 do artigo 54.

    Artigo 40 - As sanes de oficiais, aspirantes-a-oficial, alunos-oficiais, subte-nentes e sargentos sero publicadas somente para conhecimento dos integrantes dos seus respectivos crculos e superiores hierrquicos, podendo ser dadas ao conhecimento geral se as circunstncias ou a natureza da transgresso e o bem da disciplina assim o recomendarem.

    Artigo 41 - Na aplicao das sanes disciplinares previstas neste Regula-mento, sero rigorosamente observados os seguintes limites:

    I - quando as circunstncias atenuantes preponderarem, a sano no ser aplicada em seu limite mximo;

  • 32 II - quando as circunstncias agravantes preponderarem, poder ser apli-

    cada a sano at o seu limite mximo; III - pela mesma transgresso no ser aplicada mais de uma sano disci-

    plinar. Artigo 42 - A sano disciplinar ser proporcional gravidade e natureza da

    infrao, observados os seguintes limites: I - as faltas leves so punveis com advertncia ou repreenso e, na reinci-

    dncia especfica, com permanncia disciplinar de at 5 (cinco) dias; A reincidncia especfica de falta leve implica na aplicao de permanncia

    disciplinar, sendo vedada a cominao de sano de advertncia ou de repreenso. II - as faltas mdias so punveis com permanncia disciplinar de at 8 (oito)

    dias e, na reincidncia especfica, com permanncia disciplinar de at 15 (quinze) dias; De acordo com a interpretao do contido no pargrafo nico do artigo

    16, possvel a aplicao de repreenso nas faltas mdias, desde que no haja reinci-dncia especfica. A reincidncia especfica de falta mdia implica na aplicao de per-manncia disciplinar em quantidade de dias superior aplicada na sano anterior.

    III - as faltas graves so punveis com permanncia de at 10 (dez) dias ou deteno de at 8 (oito) dias e, na reincidncia especfica, com permanncia de at 20 (vinte) dias ou deteno de at 15 (quinze) dias, desde que no caiba demisso ou expulso.

    A reincidncia especfica de falta grave implica na aplicao de perma-nncia disciplinar ou deteno, de forma mais severa, quer em relao ao tipo de san-o, quer em relao quantidade de dias.

    Artigo 43 - O incio do cumprimento da sano disciplinar depender de apro-vao do ato pelo Comandante da Unidade ou pela autoridade funcional imediatamente supe-rior, quando a sano for por ele aplicada, e prvia publicao em boletim, salvo a necessida-de de recolhimento disciplinar previsto neste Regulamento.

    Observar os artigos 31, 62 e 86. O incio do cumprimento da sano no dever ser aprovado previa-

    mente, no entanto depende ele da aprovao da reprimenda e de sua publicao, o que significa a aprovao total do ato.

    Os atos praticados pelo Comandante Geral e pelo Subcomandante PM no precisam ser aprovados, tendo em vista o disposto nos incisos II e III do artigo 31.

    Artigo 44 - A sano disciplinar no exime o punido da responsabilidade civil e criminal emanadas do mesmo fato.

    Pargrafo nico - A instaurao de inqurito ou ao criminal no impede a imposio, na esfera administrativa, de sano pela prtica de transgresso disciplinar sobre o mesmo fato.

  • 33 Artigo 45 - Na ocorrncia de mais de uma transgresso, sem conexo en-

    tre elas, sero impostas as sanes correspondentes isoladamente; em caso contrrio, quando forem praticadas de forma conexa, as de menor gravidade sero consideradas como circuns-tncias agravantes da transgresso principal.

    Artigo 46 - Na ocorrncia de transgresso disciplinar envolvendo militares do Estado de mais de uma Unidade, caber ao comandante do policiamento da rea territorial on-de ocorreu o fato apurar ou determinar a apurao e, ao final, se necessrio, remeter os autos autoridade funcional superior comum aos envolvidos.

    Entende-se por envolvidos os eventuais autores da transgresso. Nas situaes previstas no presente dispositivo, a apurao dever limitar-se coleta prelimi-nar de provas, antes da instaurao do Procedimento Disciplinar, visto que este s pode iniciar-se com a formulao do termo acusatrio, ato de competncia exclusiva da autori-dade que disponha de poder disciplinar sobre o envolvido. Na apurao preliminar, ca-racterizada pela celeridade e informalidade, dispensa-se a formalizao dos depoimen-tos.

    Artigo 47 - Quando duas autoridades de nveis hierrquicos diferentes, ambas com ao disciplinar sobre o transgressor, conhecerem da transgresso disciplinar, competir de maior hierarquia apur-la ou determinar que a menos graduada o faa.

    Pargrafo nico - Quando a apurao ficar sob a incumbncia da autoridade menos graduada, a punio resultante ser aplicada aps a aprovao da autoridade superior, se esta assim determinar.

    Neste caso, a apurao ser efetivada com a elaborao do Procedi-mento Disciplinar, decorrendo de determinao de autoridade disciplinar competente e i-niciada com a formal acusao, eventualmente embasada nas informaes obtidas na coleta preliminar de provas.

    Artigo 48 - A expulso ser aplicada, em regra, quando a praa policial-militar, independentemente da graduao ou funo que ocupe, for condenado judicialmente por crime que tambm constitua infrao disciplinar grave e que denote incapacidade moral para a continuidade do exerccio de suas funes.

    A expulso ocorrer aps o trnsito em julgado da sentena condenat-ria e elaborao do devido processo legal, na esfera disciplinar. Observar tambm o inci-so VII do artigo 14 e o artigo 24. Este dispositivo revogou os incisos I e II do artigo 46 do Decreto-lei Estadual 260, de 29 de maio de 1970.

    SEO V Do Cumprimento e da Contagem de Tempo

    Artigo 49 - A autoridade que tiver de aplicar sano a subordinado que esteja a servio ou disposio de outra autoridade requisitar a apresentao do transgressor.

  • 34 Entende-se como aplicao da sano o cumprimento da reprimen-

    da. Pargrafo nico - Quando o local determinado para o cumprimento da sano

    no for a respectiva OPM, a autoridade indicar o local designado para a apresentao do po-licial.

    Artigo 50 - Nenhum militar do Estado ser interrogado ou ser-lhe- aplicada sano se estiver em estado de embriaguez, ou sob a ao de substncia entorpecente ou que determine dependncia fsica ou psquica, devendo se necessrio, desde logo, recolhido disciplinarmente.

    Entende-se como aplicao da sano o cumprimento da reprimenda. Artigo 51 - O cumprimento da sano disciplinar, por militar do Estado afas-

    tado do servio, dever ocorrer aps a sua apresentao na OPM, pronto para o servio polici-al-militar, salvo nos casos de interesse da preservao da ordem e da disciplina.

    Pargrafo nico - A interrupo de afastamento regulamentar, para cumpri-mento de sano disciplinar, somente ocorrer quando determinada pelo Governador do Esta-do, Secretrio da Segurana Pblica ou pelo Comandante Geral.

    A interrupo tem, neste caso, os efeitos jurdicos de suspenso, ou se-ja, significa que os prazos do afastamento devero ter continuidade aps cumprida a sano disciplinar, sem que haja reincio de contagem.

    Artigo 52 - O incio do cumprimento da sano disciplinar dever ocorrer no prazo mximo de 5 (cinco) dias aps a cincia, pelo punido, da sua publicao.

    A cincia dever ser lanada nos autos do procedimento e o prazo de 5 (cinco) dias para incio do corretivo dever comear a fruir a partir do momento em que ocorrer a decadncia dos prazos recursais, previstos nos artigos 57 e 58.

    No caso de interposio de recurso disciplinar, o prazo para incio do cumprimento de 3 (trs) dias, conforme o disposto no artigo 60.

    1 - A contagem do tempo de cumprimento da sano comea no momento em que o militar do Estado inici-lo, computando-se cada dia como perodo de 24 (vinte e qua-tro) horas.

    Aplica-se a presente regra para o Recolhimento Disciplinar. 2 - No ser computado, como cumprimento de sano disciplinar, o tem-

    po em que o militar do Estado passar em gozo de afastamentos regulamentares, interrompen-do-se a contagem a partir do momento de seu afastamento at o seu retorno.

    A interrupo ter efeitos de suspenso, ou seja, os prazos tero conti-nuidade a partir do momento do retorno do militar do Estado.

    3 - O afastamento do militar do Estado do local de cumprimento da sano e o seu retorno a esse local, aps o afastamento regularmente previsto no 2, devero ser

  • 35 objeto de publicao.

    CAPTULO IX Do Comportamento

    Artigo 53 - O comportamento da praa policial-militar demonstra o seu proce-dimento na vida profissional e particular, sob o ponto de vista disciplinar.

    Artigo 54 - Para fins disciplinares e para outros efeitos, o comportamento po-licial-militar classifica-se em:

    Observar o 4 abaixo. I - excelente - quando, no perodo de 10 (dez) anos, no lhe tenha sido apli-

    cada qualquer sano disciplinar; II - timo - quando, no perodo de 5 (cinco) anos, lhe tenham sido aplicadas

    at 2 repreenses; III - bom - quando, no perodo de 2 (dois) anos, lhe tenham sido aplicadas at

    2 (duas) permanncias disciplinares; IV - regular - quando, no perodo de 1 (um) ano, lhe tenham sido aplicadas

    at 2 (duas) permanncias disciplinares ou 1 (uma) deteno; V - mau - quando, no perodo de 1 (um) ano, lhe tenham sido aplicadas mais

    de 2 (duas) permanncias disciplinares ou mais de 1 (uma) deteno. Quadro demonstrativo de correlao de comportamentos:

    R-2-PM antigo R-2A-PM antigo novo RDPM excepcional = 9 anos

    sem sano excepcional = 9 anos

    sem sano excelente = 10 anos sem

    sano timo = 5 anos sem

    sano timo = 5 anos sem

    sano timo = 5 anos com at 2

    repreenses bom = 2 anos com at

    2 prises bom = 2 anos com at

    2 permanncias

    bom = 2 anos com at 2 permanncias disciplinares

    insuficiente = at 2 prises em 1 ano

    insuficiente = at 2 permanncias na sede em 1 ano

    regular = at 2 permanncias disciplinares ou 1 deteno em 1 ano

    mau = mais de 2 prises em 1 ano

    mau = mais de 2 permanncias na sede em 1 ano

    mau = mais de 2 permanncias disciplinares ou mais de 1 deteno em 1 ano

    1 - A contagem de tempo para melhora do comportamento se far automa-ticamente, de acordo com os prazos estabelecidos neste artigo.

    2 - Bastar uma nica sano disciplinar acima dos limites estabelecidos neste artigo para alterar a categoria do comportamento.

    Visto que a sano de advertncia no objeto de publicao em bole-tim e registro em Assentamento Individual (artigo 15 e 4 do artigo 54), no deve ela

  • 36 ser utilizada para aferio de comportamento.

    3 - Para a classificao do comportamento fica estabelecido que duas re-preenses eqivalero a uma permanncia disciplinar.

    4 - Para efeito de classificao, reclassificao ou melhoria do comporta-mento, ter-se-o como base as datas em que as sanes foram publicadas.

    Para classificao do comportamento militar de que trata o presente ar-tigo, tomar-se- como base a data da publicao do ato punitivo em boletim, consoante o artigo 39.

    Para aferio do comportamento, deve-se iniciar a verificao da situa-o do militar do Estado pelo melhor comportamento, ou seja, pelo comportamento exce-lente. Caso no se enquadre no comportamento excelente, deve-se seguir a verificao pelas classificaes seguintes, at atingir o primeiro comportamento que se enquadre ao caso analisado, no qual ser classificado.

    Para essa verificao, observar-se- a escala de rigor das sanes pre-vistas no artigo 14 e no 2 do artigo 54. Isso significa que ao aferir o comportamento -timo, por exemplo, uma deteno extrapolaria o limite previsto no inciso II do artigo 54, remetendo a situao do militar do Estado a comportamento imediatamente inferior. Em outra hiptese, a existncia de pelo menos uma deteno no perodo de 2 (dois) anos tambm refutaria a classificao do militar do Estado no comportamento bom.

    As reclassificaes, efetuadas de acordo com os novos critrios estabe-lecidos pelas regras de classificao de comportamento do Regulamento Disciplinar, de-vero ser consideradas a data em que a sano foi publicada, de acordo com o 4 do artigo 54, portanto, no se computando as advertncias.

    Quadro demonstrativo de correlao de sanes: R-2-PM antigo R-2A-PM antigo RDPM novo

    priso sem fazer servio permanncia na sede sem fazer servio

    deteno

    priso permanncia na sede permanncia disciplinar deteno recolhimento permanncia disciplinar repreenso escrita repreenso escrita repreenso repreenso verbal repreenso verbal advertncia

    Artigo 55 - Ao ser admitida na Polcia Militar, a praa policial-militar ser clas-sificada no comportamento "bom".

    CAPTULO X Dos Recursos Disciplinares

    Artigo 56 - O militar do Estado, que considere a si prprio, a subordinado seu ou a servio sob sua responsabilidade prejudicado, ofendido ou injustiado por ato de superior hierrquico, poder interpor recursos disciplinares.

    Os recursos disciplinares de que trata o presente artigo versam apenas

  • 37 sobre a aplicao de sano disciplinar. Nos demais casos, o instrumento adequado a representao prevista no artigo 30.

    Pargrafo nico - So recursos disciplinares: 1 - pedido de reconsiderao de ato; 2 - recurso hierrquico.

    A representao contra sano disciplinar, prevista no 2 do artigo 30, recurso disciplinar imprprio.

    Artigo 57 - O pedido de reconsiderao de ato recurso interposto, mediante parte ou ofcio, autoridade que praticou, ou aprovou, o ato disciplinar que se reputa irregular, ofensivo, injusto ou ilegal, para que o reexamine.

    O pedido de reconsiderao de ato deve ser encaminhado autoridade que aprovou a sano. No caso em que a aprovao da sano desnecessria, a re-considerao dever ser encaminhada autoridade que praticou o ato, ou seja elaborou o enquadramento disciplinar. Observar o artigo 43.

    1 - O pedido de reconsiderao de ato deve ser encaminhado, diretamen-te, autoridade recorrida e por uma nica vez.

    Visando a agilizao da deciso, o pedido deve ser entregue diretamen-te autoridade competente, sem obedincia ao canal hierrquico ou funcional.

    2 - O pedido de reconsiderao de ato, que tem efeito suspensivo, deve ser apresentado no prazo mximo de 5 (cinco) dias, a contar da data em que o militar do Esta-do tomar cincia do ato que o motivou.

    A cincia do militar do Estado punido dever ser procedida aps a pu-blicao da sano em boletim.

    3 - A autoridade a quem for dirigido o pedido de reconsiderao de ato de-ver, saneando se possvel o ato praticado, dar soluo ao recurso, no prazo mximo de 10 (dez) dias, a contar da data de recebimento do documento, dando conhecimento ao interessa-do, mediante despacho fundamentado que dever ser publicado.

    4 - O subordinado que no tiver oficialmente conhecimento da soluo do pedido de reconsiderao, aps 30 (trinta) dias contados da data de sua solicitao, poder in-terpor recurso hierrquico no prazo previsto no item 1 do 3, do artigo 58.

    5 - O pedido de reconsiderao de ato deve ser redigido de forma respei-tosa, precisando o objetivo e as razes que o fundamentam, sem comentrios ou insinuaes, podendo ser acompanhado de documentos comprobatrios.

    6 - No ser conhecido o pedido de reconsiderao intempestivo, procras-tinador ou que no apresente fatos novos que modifiquem a deciso anteriormente tomada, devendo este ato ser publicado, obedecido o prazo do 3 deste artigo.

    Artigo 58 - O recurso hierrquico, interposto por uma nica vez, ter efeito

  • 38 suspensivo e ser redigido sob a forma de parte ou ofcio e endereado diretamente auto-ridade imediatamente superior quela que no reconsiderou o ato tido por irregular, ofensivo, injusto ou ilegal.

    1 - A interposio do recurso de que trata este artigo, a qual dever ser precedida de pedido de reconsiderao do ato, somente poder ocorrer depois de conhecido o resultado deste pelo requerente, exceto na hiptese prevista pelo 4 do artigo anterior.

    2 - A autoridade que receber o recurso hierrquico dever comunicar tal fa-to, por escrito, quela contra a qual est sendo interposto.

    3 - Os prazos referentes ao recurso hierrquico so: 1 - para interposio: 5 (cinco) dias, a contar do conhecimento da soluo do

    pedido de reconsiderao pelo interessado ou do vencimento do prazo do 4 do artigo ante-rior;

    2 - para comunicao: 3 (trs) dias, a contar do protocolo da OPM da autori-dade destinatria;

    3 - para soluo: 10 (dez) dias, a contar do recebimento da interposio do recurso no protocolo da OPM da autoridade destinatria.

    4 - O recurso hierrquico, em termos respeitosos, precisar o objeto que o fundamenta de modo a esclarecer o ato ou fato, podendo ser acompanhado de documentos comprobatrios.

    5 - O recurso hierrquico no poder tratar de assunto estranho ao ato ou fato que o tenha motivado, nem versar sobre matria impertinente ou ftil.

    6 - No ser conhecido o recurso hierrquico intempestivo, procrastinador ou que no apresente fatos novos que modifiquem a deciso anteriormente tomada, devendo ser cientificado o interessado, e publicado o ato em boletim, no prazo de 10 (dez) dias.

    Artigo 59 - Solucionado o recurso hierrquico, encerra-se para o recorrente a possibilidade administrativa de reviso do ato disciplinar sofrido, exceto nos casos de represen-tao previstos nos 3 e 4 do artigo 30.

    Artigo 60 - Solucionados os recursos disciplinares e havendo sano discipli-nar a ser cumprida, o militar do Estado iniciar o seu cumprimento dentro do prazo de 3 (trs) dias:

    I - desde que no interposto recurso hierrquico, no caso de soluo do pedi-do de reconsiderao;

    II - aps solucionado o recurso hierrquico. Artigo 61 - Os prazos para a interposio dos recursos de que trata este Re-

    gulamento so decadenciais. CAPTULO XI

    Da Reviso dos Atos Disciplinares

  • 39 Artigo 62 - As autoridades competentes para aplicar sano disciplinar, ex-

    ceto as ocupantes do posto de major e capito, quando tiverem conhecimento, por via recursal ou de ofcio, da possvel existncia de irregularidade ou ilegalidade na aplicao da sano im-posta por elas ou pelas autoridades subordinadas, podem praticar um dos seguintes atos:

    I - retificao; II - atenuao; III - agravao; IV - anulao. 1 - A anulao de sano administrativa disciplinar somente poder ser fei-

    ta no prazo de 5 (cinco) anos, a contar da data da publicao do ato que se pretende invalidar. 2 - Os atos previstos neste artigo devero ser motivados e publicados. Artigo 63 - A retificao consiste na correo de irregularidade formal san-

    vel, contida na sano disciplinar aplicada pela prpria autoridade ou por autoridade subordi-nada.

    Artigo 64 - Atenuao a reduo da sano proposta ou aplicada, para ou-tra menos rigorosa ou, ainda, a reduo do nmero de dias da sano, nos limites do artigo 42, se assim o exigir o interesse da disciplina e a ao educativa sobre o militar do Estado.

    Artigo 65 - Agravao a ampliao do nmero dos dias propostos para uma sano disciplinar ou a aplicao de sano mais rigorosa, nos limites do artigo 42, se assim o exigir o interesse da disciplina e a ao educativa sobre o militar do Estado.

    Pargrafo nico - No caber agravamento da sano em razo da interposi-o de recurso disciplinar.

    Artigo 66 - Anulao a declarao de invalidade da sano disciplinar apli-cada pela prpria autoridade ou por autoridade subordinada, quando, na apreciao do recur-so, verificar a ocorrncia de ilegalidade, devendo retroagir data do ato.

    CAPTULO XII Das Recompensas Policiais-Militares

    Artigo 67 - As recompensas policiais-militares constituem reconhecimento dos bons servios prestados pelo militar do Estado e consubstanciam-se em prmios concedidos por atos meritrios e servios relevantes.

    Artigo 68 - So recompensas policiais-militares: I - elogio;

    O elogio independe de aprovao por autoridade superior que o formu-lou. So autoridades competentes para a concesso as especificadas no artigo 31.

    II - cancelamento de sanes. Pargrafo nico - O elogio individual, ato administrativo que coloca em relevo

    as qualidades morais e profissionais do militar, poder ser formulado independentemente da

  • 40 classificao de seu comportamento e ser registrado nos assentamentos.