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SoftwareS para projetoS elétricoS iluminação urbana top 10: a eScolha da audiência atmoSferaS exploSivaS SimpóSio internacional de iluminação um ano da lei do fio terra Eletrodutos: ENFIM, NORMALIZADOS Após 15 Anos de debAtes, sAi A novA nbR 15465, noRmA de eletRodutos plásticos que substitui A nbR 6150 e já está em vigoR. e Atenção: empResAs que descumpRiRem A noRmA teRão seus nomes divulgAdos pARA o meRcAdo www.portallumiere.com.br ano 9 nov 2007 R$9,00 115 Guia de Compras: Atmosferas explosivas novembro 2007

RE13 - - Nara - Lumiere - Eletrodutos

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  • SoftwareS para projetoS eltricoS iluminao urbana top 10: a eScolha da audincia atmoSferaS exploSivaS SimpSio internacional de iluminao um ano da lei do fio terra

    Eletrodutos: ENFIM, NORMALIZADOSAps 15 Anos de debAtes, sAi A novA nbR 15465, noRmA de eletRodutos plsticos que substitui A nbR 6150 e j est em vigoR. e Ateno: empResAs que descumpRiRem A noRmA teRo seus nomes divulgAdos pARA o meRcAdo

    www.portallumiere.com.br

    ano 9 nov 2007 R$9,00

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    as explosivas

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    D emorou mais de 15 anos, mas, enfim, os eletrodutos plsticos tm uma norma para chamar de sua. Trata-se da NBR 15465, norma criada este ano pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) para padronizar os eletro-dutos plsticos ou flexveis, utilizados embutidos, enterrados ou aparentes, a serem empregados em instalaes eltricas de baixa tenso. Os eletrodutos utilizados em linhas de sinal - telefonia, televiso a cabo, etc. - tambm se enquadram nessa norma.

    O documento foi aprovado em 2 de julho de 2007 e o prazo para a adequao terminou em agosto. Por esse motivo, para os eletrodutos continuarem nas prateleiras, os fabricantes tero de adequar seus ma-teriais s novas exigncias previstas pelas normas, e os revendedores devem ficar atentos na hora de fazer a compra do material.

    A norma foi criada para substituir a NBR 6150, editada em 1975, que padronizava apenas os eletrodutos rgidos, de ferro e Policloreto de Vinila (PVC). No perodo em que apenas a antiga norma estava em vigor, era comum encontrar tornos, tarraxas de 1/2 e 1 acompanhadas de buchas, arruelas, roscas e parafusos, o que tornava o trabalho artesanal e demorado, dificultando o andamento das obras.

    Todavia, foi nos anos 90, quando surgiram no mercado os eletrodutos plsticos flexveis e os corrugados, com a parte in-terior lisa ou no, que a antiga norma ficou ainda mais restrita, conforme avalia o engenheiro civil responsvel pelas anlises dos eletrodutos executados pela empresa de Tecnologia de Sis-temas e Engenharia (Tesis), Jairo Cukierman. Os requisitos no eram adequados, assim deixavam de especificar uma grande gama de produtos por causa disso, explica.

    Essa disparidade entre o produto encontrado no mercado e os que eram especificados na antiga norma deixava brechas para que alguns fabricantes, que no tinham especificaes tcnicas, seguis-

    sem e produzissem os eletrodutos da forma que julgavam ser mais adequado. Isso sem contar que a NBR 5410, editada pela primeira vez em 1941, cuja reviso mais recente data de 2004, estabelece que as instalaes prediais devam adotar eletrodutos antichamas, o que conflitava com a NBR 6150, a qual no tinha essa exigncia.

    Presenciando no seu dia-a-dia os problemas com a m qualidade desses materiais, o membro do Comit de Tecnologia e Qualidade do Sindicato da Indstria da Construo Civil do Estado de So Pau-lo (Sinduscon-SP), o engenheiro civil Fernando Augusto Correia da Silva, fez questo de acompanhar a elaborao da NBR 15465. Os eletrodutos que encontrvamos no mercado muitas vezes eram de pssima qualidade, tinham baixa resistncia mecnica, curta durabilidade, eram pouco maleveis e entorta-vam com facilidade, avalia.

    Mas os problemas com os eletrodutos no se restringiam qualidade do material: a quantidade de opes, com diferentes caractersticas, tamanhos, espessuras, etc., favorecia a concorrncia desleal entre os fornecedores, que ofereciam o mesmo produto com qualidade inferior e com preos at cinco vezes menores. Uma mangueira de boa qualidade, que custava, por exemplo, R$1 por metro linear, era tambm vendida a R$0,20, lembra o conselheiro e coordenador da comisso de trabalho de sistemas prediais e revestimentos do comit de tecnologia e qualidade do Sinduscon-SP, o engenheiro civil Jos Paulo Jereissati.

    Para ele, a nica maneira de evitar a concorrncia desleal e garantir a qualidade dos materiais seria a elaborao de uma norma tcnica. Para ter certeza de que o material tem a qualidade esperada, preciso dar aos fabricantes

    ApS15AnOSDEDEbATES,AASSOciAObRASiLEiRADEnORmASTcnicASEDiTOUEmjULhOAnbR15465,nOvAnORmADEELETRODUTOSpLSTicOSqUESUbSTiTUiAnbR6150EjESTEmvigOR.EmpRESASqUEDEScUmpRiREmAnORmATEROSEUSnOmESDivULgADOSpARAOmERcADO

    Por Nara Faria

    Eletrodutos: ENFIM, NORMALIZADOS

  • capa ELETRODUTOS

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    parmetros mnimos de qualidade, avalia.A mesma opinio foi compartilhada com diversos fabricantes e en-

    tidades envolvidas de alguma forma no fornecimento de eletrodutos. Chegado a esse consenso, comeou ento o trabalho de elaborao de um documento que fornecesse os padres de qualidade.

    PROGRAMA DE QUALIDADEPara definir um padro de qualidade, foi implantado em setem-

    bro de 2006 o Programa de Garantia da Qualidade de Eletrodutos Plsticos para Sistemas Eltricos de Baixa Tenso em Edificaes. Esse programa foi encabeado pela Associao Brasileira dos Fabricantes de Materiais e Equipamentos para Saneamento, Edi-ficaes, Energia e Irrigao (Asfamas), Braskem, Solvay Indupa do Brasil e o Centro de Desenvolvimento e Documentao da Habitao e Infra-Estrutura Urbana (Cediplac), uma instituio de carter privado, sem fins lucrativos, cuja essncia e atuao esto voltadas para o hbitat.

    O programa foi avaliado por uma comisso formada por diferen-tes setores interessados em normalizar o produto: consumidores, fabricantes, universidades e centros de pesquisas.

    Os trabalhos de avaliao dos materiais e elaborao do docu-mento se estenderam por um ano e foram organizados pela empresa

    Tesis Tecnologia de Sistemas de Energia, que ficou respon-svel por diagnosticar a situao dos eletrodutos

    plsticos distribudos no Brasil.A primeira etapa foi comprar,

    em 2005, os eletrodu-tos em diversas

    lojas de materiais eltricos e revendas de materiais para constru-o em diferentes cidades brasileiras. No total, foram recolhidos 260 ensaios laboratoriais de eletrodutos flexveis corrugados e planos e eletrodutos rgidos soldveis e rosqueveis, fabricados em PVC e Polietileno (PE).

    Como ainda no havia parmetros para avaliar a qualidade do material, foram usadas como referncia as normas internacionais IEC 61386-1, IEC 61686-21 e IEC 61386-22.

    Os materiais recolhidos no mercado foram submetidos, entre os anos de 2005 e 2006, a ensaios que simulavam as condies que os eletrodutos poderiam ser colocados em prtica. Para serem aprovados nos ensaios, os materiais e as suas conexes deveriam apresentar as superfcies isentas de irregularidades, salincias e reentrncias e no apresentar bolhas, rachaduras, vazios e outros defeitos visuais que indicassem descontinuidade de extruso. Alm disso, o material precisava ter cor uniforme, sendo permitidas apenas graduaes de cor por conta das diferenas de tonalidade do tipo de matria-prima utilizada na fabricao.

    Para checar essas caractersticas, os materiais foram condicionados por pelo menos duas horas temperatura entre 20 e 26 e tiveram que resistir umidade relativa entre 40% e 60%. Nessas condies, foram aplicados os testes de resistncia curvatura, que compro-varam condies de passagem do gabarito por meio do material a ser colocado prova pela ao de seu prprio peso, sem nenhuma velocidade inicial e sem apresentar fissuras a olho nu.

    Tambm foram aplicados testes de resistncia compresso. Nessa etapa, os eletrodutos no puderam apresentar diferena superior a 25% entre o dimetro inicial e o dimetro que tinham depois de serem submetidos a uma carga. Aps em mdia 60 se-gundos em que foi removida a carga, essa diferena no dimetro

    no poderia ultrapassar 10% do dimetro externo medido antes do ensaio. O material submetido ao ensaio no

    poderia apresentar quebras ou fissuras visveis a olho nu com o trmino das anlises.

    Alm disso, os materiais foram sub-metidos s anlises da rigidez

    dieltrica - ou seja, resis-tncia passagem

    de energia eltrica

    que no pode ser superior a 100mA -, e resistncia do isolamento eltrico que no deve ser inferior a 5m.

    O resultado foi surpreendente: pelo menos 80% do material recolhido apresentou alguma irregularidade, segundo estima o diretor do grupo setorial de PVC da Asfamas, o administrador de empresas Natal Jos Garrafoli.

    As irregularidades iam desde o esmagamento dos eletrodutos embutidos nas lajes por falta de resistncia mecnica, o que di-ficulta ou at impede a passagem de fios, at a propagao de chamas, considerada uma falha grave para Jos Paulo Jereissati, do Sinduscon-SP. O problema da propagao de fogo preocupante por ser um material combustvel dentro do concreto, alerta.

    ACOMPANHAMENTO DO MERCADOCom o diagnstico inicial concludo e com a norma aprovada, os

    problemas relacionados fabricao e distribuio de eletrodutos foram sanados, correto? Errado. Na verdade, aps a elaborao e a aprovao de uma norma tcnica que os trabalhos so iniciados.

    A terceira e no menos importante etapa do processo de normalizao o acompanhamento do produto distribudo no mercado para certificar se, com a aprovao da norma, os seus requisitos esto sendo cumpridos.

    Uma das estratgias da Asfamas e da Cediplac o acompanha-mento de mercado para garantir a permanncia da conformidade. No caso da NBR 15465, o acompanhamento ser feito com a rea-lizao de ensaios a cada seis meses e a divulgao do nome das empresas que esto trabalhando com o material irregular.

    De acordo com a Asfamas, o programa de garantia da qualidade avaliar de forma contnua a conformidade dos eletrodutos plsticos em todo o Pas, permitindo que os produtos sejam qualificados independentemente dos locais de produo e comercializao. Ou seja, uma empresa s considerada qualificada se os ele-trodutos plsticos, de mesma marca ou combinaes de marcas, produzidos em todas as unidades fabris pertencentes empresa, atenderem aos requisitos de qualificao, afirma Garrafoli.

    O fabricante ter seu produto avaliado periodicamente pela Tesis em auditorias em fbrica, em revendas ou ainda em canteiros de obras. De acordo com a Tesis, nessas auditorias sero realizadas as coletas de amostras para a realizao de ensaios laboratoriais com materiais recolhidos, em visitas sem serem notificados com an-tecedncia.

    Alm da avaliao contnua e individual de cada fabricante, tambm ser elaborado o relatrio setorial que apresentar trimestralmente um panorama da qualidade do setor em relao s empresas participan-tes e s marcas acompanhadas. O documento apresentar tambm a evoluo das empresas participantes em relao ao atendimento aos requisitos da NBR 15465.

    Aps a formao de um histrico de resultados, o programa identificar nos relatrios setoriais as empresas cujos produtos foram analisados durante um determinado perodo, de forma que permita o julgamento de sua conformidade em relao aos requisitos especificados na norma.

    A identificao das empresas ser feita de duas maneiras: as empresas qualificadas, ou seja, aquelas que participam do programa e que esto em conformidade com os requisitos de qualificao analisados; e as empresas no conformes, cujos produtos esto em no-conformidade com pelo menos um dos requisitos de qualificao constantes no documento normativo de referncia do programa.

    Dentro desse programa ser elaborado tambm um resumo do relatrio setorial, denominado Resumo Executivo. Tal documento ser encaminhado para as demais associaes representativas da construo civil e do comrcio de materiais de construo, a gran-des usurios, empresas, entidades e rgos de proteo e defesa do consumidor, ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Inmetro) e a demais entidades do setor, para que acompanhem e avaliem a evoluo do mercado de eletrodutos.

    Os relatrios tambm estaro disponveis pelos sites da Asfa-mas (www.asfamas.org.br) e do Cediplac (www.cediplac.org.br) ou na Central de Downloads do Portal Lumire.

    Essa avaliao da evoluo do mercado dever garantir o perodo necessrio para que as empresas se adequem s novas exigncias. O programa de qualidade no tem o objetivo de punir as revendas, mas sim alertar e divulgar as empresas que esto revendendo produtos no conformes, mesmo sabendo da existncia da norma, explica o coordenador da comisso tcnica da Asfamas, Fernando Lentes de Andrade.

    Segundo ele, o fa-

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    bricante ter a oportunidade de justificar a falha em um produto - falha esta que pode ter acontecido durante o processo de fa-bricao e que no est presente em todo o lote - a chamada no-conformidade incondicional.

    Por isso no h como prever em quanto tempo ser possvel retirar todo o material irregular do mercado, pois temos de comprovar que tipo de inconformidade o produto apresenta para depois cobrar a sua modificao, explica o diretor da Asfamas, Natal Garrafoli.

    A expectativa que os resultados apaream em um prazo entre 18 e 24 meses. So muitos os fabricantes com nveis e qualidades diferentes, por isso ser necessrio um perodo para a adaptao, afirma Cukierman.

    A AVALIAO DO MERCADOA elaborao da NBR 15465 foi uma exigncia do prprio se-

    tor. Foram fabricantes de pequeno e grande portes, entidades e consumidores que se mobilizaram para criar uma comisso e estabelecer quais os requisitos fundamentais para um eletroduto

    distribudo no mercado brasileiro, mas as discusses foram intensas at chegar ao documento final, que estabele-

    ce requisitos de desempenho para os sistemas de eletrodutos plsticos para instalaes eltricas

    de baixa tenso.As medidas foram discutidas exaustiva-

    mente pelo perodo de um ano, porm, para saber se ela est 100% correta, s com o passar do tempo, afirma o coor-

    denador da comisso de estudos da Asso-ciao Brasileira de Normas Tcnica (ABNT)

    e responsvel pelo laboratrio do Instituto de Pesquisas Tecnolgicas de So Paulo (IPT-SP),

    o engenheiro eletricista Douglas Messina.Complacentes com a opinio de Messina, Jos

    Paulo Jereissati, do Sinduscon-SP, e o diretor da Asfamas, Natal Garrafoli, tambm aprovam o re-

    sultado da NBR 15465. Como toda norma, a NBR 15465 seguiu um rigor tcnico e no

    tenho dvida quanto ao procedimento, s prescries e execuo da norma, pois teve a participao de toda a

    categoria, ressalta Garrafoli.O consultor de tecnologia do Sindi-

    cato dos Condutores Eltricos, Trefilao e Laminao dos Metais No Ferrosos

    do Estado de So Paulo (Sindicel), o engenheiro eletricista Eduar-

    do Daniel, tambm apia a iniciativa, que, segun-

    do ele, seguiu p a d r e s

    adequados para a elaborao do documento. Uma das prin-cipais referncias de uma norma ser baseada em uma norma internacional, isso garante que ela j foi colocada em prtica em vrios pases e a torna mais confivel, declara.

    Mas a satisfao com o resultado no unanimidade. O vice-presidente do Sindicato da Indstria de Instalaes Eltricas, Gs, Hidrulica e Sanitrias do Estado do Rio de Janeiro (Sin-distal-RJ), o engenheiro civil com registro em eletricidade, Joo Lustosa Valiante, reclama que categorias ligadas ao setor eltrico no foram convidadas a participar da elaborao do documento, o que, para ele, deixou dvidas e contradies. A ABNT faz as normas dentro de uma redoma, reclama.

    Valiante apontou algumas das caractersticas da norma que no concorda. A primeira so as aplicaes em que os eletrodutos e suas conexes ficam embutidos em alvenaria ou aparentes. Para ele, esse tipo de aplicao deveria ser restrito aos eletrodutos rgidos, contudo, a norma afirma que para esse tipo de aplicao podem ser utilizados eletrodutos com resistncia mecnica leve, mdia e pesada. Essa classificao uma incoerncia da norma, afirma.

    Outra irregularidade, na opinio de Valiante, o fato de no ser permitida a confeco de eletrodutos nas medidas 3/8, o que atenderia necessidade de 70% das obras de casas populares. Esses eletrodutos seriam adequados para a passagem de at cinco fios e a utilizao de eletrodutos mais finos seria uma economia para as construes de casas para famlias com baixa renda, sem prejudicar a qualidade da obra, diz.

    Jos Paulo Jereissati, do Sinduscon, responde aos questiona-mentos de Valiante, dizendo que o convite para participar da elaborao de norma foi feito pelo Comit Brasileiro de Eletricida-de (ABNT/CB-03) por meio de comunicados enviados por e-mail, carta e telefonemas para que todas as entidades participem da abertura das reunies para a elaborao de todas as normas. Se no soube, foi porque no se informou, afirma.

    Segundo ele, entidades do setor eltrico participaram da norma por meio dos fabricantes. A Associao Brasileira da Indstria Eltrica e Eletrnica (Abinee), por exemplo, delegou a funo de elaborao do documento a essa comisso, mas ficaram sabendo e apoiaram, apesar de no participarem ativamente na elaborao do documento, explica.

    Quanto s divergncias apresentadas pelo vice-presidente em relao a alguns requisitos da norma, Jereissati aconselha que sejam levadas Comisso de Estudos da norma. A norma est aprovada, o documento est em vigor, mas ele pode registrar as suas opinies, sugere.

    O QUE MUDA NA PRTICA?A norma um instrumento e o fato de existir no

    significa que todo mundo atender, diz Jairo Cukier-man, da Tesis, que alerta sobre a necessidade de disseminar informaes sobre a norma para que ela seja colocada em prtica.

    Douglas Messina, do IPT, afirma que 90% dos grandes fa-bricantes j cumpriam a norma antes mesmo de o documento ser elaborado, pois precisavam seguir o sistema de qualidade internacional para exportar o material.

    Compartilhando essa opinio, Jos Paulo Jereissati, do Sindus-con, acredita que atingir o mercado atacadista simultneo aprovao da norma, mas o problema est em atingir o comrcio varejista. Nos locais onde so vendidos materiais avulsos, preciso fazer um trabalho de formiguinha. O eletricista, o pe-dreiro ou o consumidor que vai revenda comprar os materiais para as instalaes eltricas no esto, em muitos casos, sendo orientados por engenheiros e, por isso, existe maior dificuldade em entenderem a importncia da norma, explica.

    A alternativa para chegar a esse pblico a divulgao por meio da mdia e a orientao intensiva do consumidor, para que ele perceba que, s vezes, ao comprar um produto mais barato, perde qualidade e os resultados podem ficar abaixo do esperado. A instalao de um material inadequado pode trazer problemas e, com isso, as conseqncias so mais gastos com obras para a retirada do material danificado e a recolocao do material em con-formidade. O grande problema de comprar um material inadequado que voc corre o risco de ter de quebrar a parede ou a laje depois de pronta para trocar o material que no suportou, por exemplo, a carga por falta de resistncia mecnica, explica.

    Isso acontece porque os eletrodutos e as suas conexes embutidas em concreto, por exemplo, ficam submetidos a esforos de at 750N e, por isso, deve ser usada, no mnimo, a classe de resistncia mdia para suportar a carga. J nos casos em que os esforos de compresso atingem at 1.250N, deve-se usar a resistncia mecnica pesada.

    Se os requisitos, que esto impostos nas normas, no forem respeitados, o material pode esmagar e na hora em que o eletricista for pas-sar os fios pela mangueira no conseguir, pois o dimetro diminuiu por no suportar o peso do concreto. trabalho, tempo e dinheiro perdido, define Jairo Cukierman, da Tesis.

    Alm da garantia de o material resistir ao processo, outro atrativo que deve ser salientado ao consumidor a promessa dos fabricantes de que no haver au-mento de preo com a normalizao. Com o aumento das vendas por conta da retirada de materiais inadequados do comrcio, no ser necessrio aumentar o preo do material, afirma Jereissati.

    IRREGULARIDADE X PUNIOA cadeia est praticamente fechada: a norma estabelece o

    DICAS PARA COMPRAR O SEU ELETRODUTOA partir de julho de 2007, ao adquirir um eletroduto, alguns requisitos

    devem ser identificados nas embalagens e no produto para garantir

    que o produto atenda NBR 15465. Para facilitar na hora da compra do

    material, a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) oferece

    a seguir algumas dicas para a construtora, o eletricista, o pedreiro ou o

    consumidor observarem na hora de comprar eletrodutos plsticos para

    instalaes eltricas de baixa tenso. Fique de olho:

    As conexes devem trazer o nome ou a marca de identificao do

    fabricante, o dimetro nominal e o nmero da norma impressos no

    produto;

    As embalagens das conexes devem trazer, de forma legvel, as mes-

    mas identificaes: identificao do fabricante, dimetro nominal e o

    nmero da norma;

    Nas embalagens tambm devem estar impressos o cdigo de rastrea-

    bilidade do lote e a quantidade de peas por embalagem;

    Para as conexes propagantes de chama deve estar escrito na embalagem

    a seguinte expresso: No usar aparente ou embutida em alvenaria.

    Essa mesma expresso deve ser impressa no corpo do produto; e

    As conexes devem trazer a identificao de que so flexveis

    ou rgidas e se podem ser embutidas ou no.

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    padro mnimo de qualidade e o programa de qualificao ficar responsvel pela fiscalizao deste mercado e pela divulgao das empresas infratoras.

    Para alguns fabricantes, entretanto, apenas a normalizao e a divulgao ainda so insuficientes para convenc-los de que distri-buir produtos no conformes, alm de representar um desrespeito ao consumidor, uma prtica ilegal.

    Salienta-se que uma norma tcnica tem valor legal e pode ser utilizada como ferramenta para a comprovao de irregularidades pelo consumidor que se sentir lesado. Segundo a advogada da Associao Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), especia-lista em direito do consumidor, Karin Veloso, o consumidor deve

    registrar as suas reclamaes em rgos competentes como o In-metro, a Fundao de Proteo e Defesa do Consumidor (Procon), o Proteste e o Ministrio Pblico, mas a primeira alternativa ten-tar uma negociao amigvel com a empresa que comercializou o produto no conforme. Havendo essa possibilidade, pea a troca do material ou a devoluo do dinheiro, aconselha.

    No caso do produto j instalado ou no sendo possvel o acordo com a revenda, a segunda etapa procurar por um r-go fiscalizador competente e fazer a denncia. Pelo cdigo de defesa do consumidor, vender produtos fora da padronizao uma prtica abusiva, alerta.

    Ressalta-se que o primeiro a ser responsabilizado por um produto com no-conformidade tcnica distribudo no mercado o revendedor. Uma ao judicial movida pelo consumidor contra a revenda pode gerar multa que varia entre R$7,6 mil at R$15,2 mil, dependendo do dano e se a ao foi movida pela justia comum ou por um advogado parti-cular. O valor da multa depender do dano sofrido pelo consumidor que, no caso de instalaes eltricas, podem ser desde problemas nas instalaes at casos de incndios, explica Karin.

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