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CONGRESSO NACIONAL COMISSÃO MISTA DE PLANOS, ORÇAMENTOS PÚBLICOS E FISCALIZAÇÃO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA PARA 2007 (Projeto de Lei nº 15/2006-CN) Presidente: Deputado GILMAR MACHADO (PT/MG) Relator Setorial: Deputado PAULO RUBEM SANTIAGO (PT/PE) , 11/12/2006 ÁREA TEMÁTICA VI EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA E ESPORTE RELATÓRIO APRESENTADO

ÁREA TEMÁTICA VI · comissÃo mista de planos, orÇamentos pÚblicos e fiscalizaÇÃo projeto de lei orÇamentÁria para 2007 (projeto de lei nº 15/2006-cn) presidente: deputado

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CONGRESSO NACIONAL

COMISSÃO MISTA DE PLANOS,ORÇAMENTOS PÚBLICOS E FISCALIZAÇÃO

PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIAPARA 2007

(Projeto de Lei nº 15/2006-CN)

Presidente: Deputado GILMAR MACHADO (PT/MG)Relator Setorial: Deputado PAULO RUBEM SANTIAGO (PT/PE)

,11/12/2006

ÁREA TEMÁTICA VI

EDUCAÇÃO, CULTURA,CIÊNCIA E TECNOLOGIA E

ESPORTERELATÓRIO APRESENTADO

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RELATÓRIO N° , DE 2006

Da RELATORIA DA ÁREA TEMÁTICA DE EDUCAÇÃO,CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA E ESPORTE sobreo Projeto de Lei nº 15, de 2006-CN, encaminhado porintermédio da Mensagem nº 94, de 2006-CN (nº 737, de2006, na origem), que estima a Receita e fixa a Despesada União para o exercício financeiro de 2007.

RELATOR SETORIAL: Deputado Paulo Rubem Santiago

I – RELATÓRIO

1 – Introdução

O Excelentíssimo Senhor Presidente da República, em cumprimento àsdisposições constitucionais do art. 84, inciso XXIII, da Constituição Federal, combinado como art. 35, § 2º, inciso III, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, submete àapreciação do Congresso Nacional, o Projeto de Lei nº 15, de 2006-CN, que estima aReceita e fixa a Despesa da União para o exercício financeiro de 2007.

Por designação do Presidente da Comissão Mista de Planos, OrçamentosPúblicos e Fiscalização – CMO, coube a esta Relatoria examinar a proposta orçamentária daÁrea Temática VI, composta pelos Ministérios da Educação, da Cultura, da Ciência eTecnologia e do Esporte.

2 – Análise da proposta

2.1 – Comparativo entre os recursos dos ministérios da Área Temática VI e asReceitas Correntes do Tesouro no período 2004 - 2007

A Tabela I apresenta os valores1 da despesa orçamentária dos órgãos destaÁrea Temática com dados da série iniciada em 2004. A tabela apresenta também, nomesmo período, as receitas correntes do Tesouro, as quais se constituem no principalagregado de receita do orçamento federal.

1 Os números apresentados neste relatório referem-se a valores nominais.

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TABELA IÓRGÃOS DA ÁREA TEMÁTICA VI

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Liquidado Autorizado PLOAMinistério

2004 2005 2006 (1) 2007Educação 18.388 20.029 23.748 26.401Ciência e Tecnologia 2.943 3.589 5.193 5.136Cultura 399 542 758 695Esporte 272 424 979 448

Total (a) 22.001 24.584 30.678 32.680

Receita CorrenteTesouro (b) 446.406 522.754 576.692 637.977

% Partic. Rec. Corrente (a) / (b) 4,9 4,7 5,3 5,1

Fontes: Siafi e PLOA/2007.(1) Valores atualizados até 28/10/2006.

Os números da Tabela I indicam que o total de dotações dos órgãosconsiderados – R$ 32,7 bilhões – representa 5,1% da Receita Corrente do Tesouro Nacionalestimada para 2007. Esse percentual encontra-se um pouco abaixo dos 5,3% do orçamentodo exercício vigente. Quando a análise foca os valores liquidados de 2004 e 2005, ficaevidente que o crescimento de 11,7% no desembolso conjunto dos órgãos ficou aquém daelevação da receita corrente (17,1%), o que levou o percentual de gasto, em proporção àreceita corrente, a diminuir de 4,9% para 4,7%.

A Tabela II apresenta o detalhamento do orçamento dos órgãos sob a ótica doidentificador de resultado primário. A análise dos números evidencia os distintos perfis dosministérios. Em um extremo há o Ministério da Educação, no qual prevalecem as despesasobrigatórias, com 68,4% do total. No outro, o Ministério do Esporte, com 97,4% de despesasdiscricionárias. Por sua vez, os Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Cultura apresentam64,8% e 59,7% de despesas discricionárias, respectivamente.

TABELA IIÓRGÃOS DA ÁREA TEMÁTICA VI: Despesa Por Identificador de Resultado Primário

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Identificador de Resultado Primário

Ministério DespesaFinanceira

DespesaPrimária

Discricionária

Despesa Primária

Obrigatória.Outros Total Part.%

Educação 1.993,8 6.352 18.055,2 0 26.401,1 80,8Ciência e Tecnologia 963,2 3.331,2 833 16 5.144,2 15,7Cultura 39 415,1 240,6 0 694,8 2,1Esporte 1 436 11,2 0 447,8 1,4

Fonte: PLOA/2007.

2.2 – Ministério da Educação - MEC

O orçamento do MEC é distribuído entre as suas 133 unidades orçamentárias,que compreendem, dentre outras, a administração direta, escolas técnicas e agrotécnicasfederais, centros federais de educação tecnológica, instituições federais de ensino superior,a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e o FundoNacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.

Considerando-se o Projeto de Lei Orçamentária para 2007 (PLOA 2007) e oautorizado para 2006, verifica-se um acréscimo de R$ 2,65 bilhões no orçamento do

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Ministério da Educação, representando 11,2% a mais de recursos. A proposta para 2007,quando comparada com a apresentada para 2006, indica um aumento nos recursosalocados a esse órgão de R$ 5,1 bilhões, ou cerca de 21%.

A proposta orçamentária para o Ministério da Educação inclui R$ 20,7 bilhõespara despesas com a função “12 – Educação”, R$ 5 bilhões para a função “09 – PrevidênciaSocial” e R$ 692,3 milhões para “28 – Encargos Especiais”2, totalizando R$ 26,4 bilhões.

A Tabela III mostra os valores do orçamento do Ministério da Educação porgrupo de natureza da despesa – GND para o período de 2004 a 2007. Os valores de 2004 e2005 são os da execução da despesa (liquidados). Para 2006, são apresentados os valoresda proposta orçamentária, da dotação inicial e do autorizado até 28 de outubro, enquantopara 2007, os valores da proposta orçamentária. A série histórica de recursos orçamentáriosdo MEC, no período de 2004 a 2007, mantém um perfil comum nos exercícios sob exame,como se pode verificar a seguir.

O projeto do orçamento para 2007 prevê gastos com pessoal no valor de R$14,9 bilhões, correspondentes a 56,4% do total das despesas. Esses gastos vêm semantendo constantes, em termos relativos, em patamar um pouco inferior a 60% do valorexecutado pelo Ministério no período demonstrado.

O restante dos gastos do MEC se refere a outras despesas correntes (38% dosrecursos para 2007) e a pequena parcela para investimentos, 4,1% do total, ou cerca de R$1 bilhão.

Tomando-se por base os valores autorizados para 2006, a proposta para 2007teve um incremento de R$ 1,4 bilhão nas dotações de pessoal e de R$ 1,5 bilhão em“Outras Despesas Correntes”, enquanto os investimentos foram reduzidos em 12%. Noentanto, os recursos desse último grupo para 2007 são 11,4% superiores aos executadosem 2005 e 28,4% acima da proposta orçamentária para 2006.

TABELA IIIMEC: GRUPOS DE NATUREZA DA DESPESA– PLOA 2007

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Liquidado 20062004 2005 Autoriz. (1) (a)

PLOA 2007 Variação%

GNDValor %

Total Valor %Total

PLOA DotaçãoInicial Valor %

TotalValor

(b)Partic.

% (b)/(a)

1 – Pessoal e Enc.Soc. 11.082 60,3 11.128 55,6 12.325 12.325 13.505 56,9 14.900 56,4 10,3

2 – Juros e Enc.Dívida 113 0,6 84 0,4 146 146 146 0,6 125 0,5 -14,9

3 – Outras Desp.Cor. 6.459 35,1 7.581 37,9 7.631 7.703 8.497 35,8 9.997 37,9 17,7

4 – Investimentos 477 2,6 965 4,8 837 1.120 1.224 5,2 1.075 4,1 -12,1

5 – Inversões Financ. 0 0,0 4 0,0 1 21 21 0,1 1 0,0 -97,1

6 – Amortização Dív. 257 1,4 265 1,3 356 356 356 1,5 304 1,2 -14,5

TOTAL 18.388 100,0 20.028 100,0 21.295 21.671 23.748 100,0 26.401 100,0 11,2

Fonte: SIAFI e PLOA 2006 e 2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

A Tabela IV detalha a despesa do Ministério da Educação pelas principaissubfunções. Para 2007, as subfunções “Ensino Superior”, “Previdência do RegimeEstatutário” e “Outros Encargos Especiais”, somadas, representam quase dois terços dasdotações do órgão. O incremento de dotações programadas na subfunção “Outros Encargos 2 Abrange despesas com Precatórios da União e Amortização e Encargos da Dívida.

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Especiais” deve-se ao fato de que foram classificados nesse item R$ 2 bilhões consignadosa título de complementação da União ao FUNDEB – fundo criado pela PEC 536-H/973 parasuceder o FUNDEF a partir de 2007. Até 2006, os recursos da União para o FUNDEFestavam classificados na subfunção “Ensino Fundamental”. O novo mecanismo de repassede recursos aos Estados e Municípios alcançará toda a Educação Básica (FUNDEB), queabrange desde a educação infantil até o ensino médio, inclusive a educação de jovens eadultos.

Destaca-se, na programação de recursos da subfunção “Ensino Superior” adestinação de R$ 287 milhões para ações de Expansão do Ensino Superior Federal, queabrange a implantação de 4 novas universidades e a criação de 39 novos campi.

TABELA IVMEC: PRINCIPAIS SUBFUNÇÕES – PLOA 2007

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Liquidado 2006 PLOA 2007(3) Variação%

Subfunção2004(2) 2005 PLOA Dotação

InicialAutorizado(1)

(a)Valor

(b)Partic.

% (b)/(a)

364 - Ensino Superior 7.792 8.233 8.203 8.470 9.158 10.003 37,9 9,2272 – Previdência do RegimeEstatut. 3.686 4.133 4.155 4.155 4.431 5.016 19,0 13,2

846 - Outros Encargos Especiais 0 - 640 640 651 2.264 8,6 247,7

122 – Administração Geral 0 - 1.664 1.676 1.865 1.906 7,2 2,2

306 - Alimentação e Nutrição 1.255 1.481 1.596 1.596 1.791 1.860 7,0 3,9

361- Ensino Fundamental 1.965 1.896 1.535 1.546 2.096 1.599 6,1 -23,7

363 - Ensino Profissional 826 1.010 999 1.054 1.130 1.203 4,6 6,4

366 - Educação de Jovens e Adultos 560 670 691 691 692 367 1,4 -47,0

362 - Ensino Médio 410 747 189 207 209 217 0,8 4,0

365 - Educação Infantil 34 37 41 62 62 156 0,6 150,5

367 - Educação Especial 52 66 73 79 79 77 0,3 -2,7

Demais Subfunções 1.808 1.755 1.508 1.493 1.586 1.734 6,6 9,3

Total 18.388 20.028 21.295 21.671 23.748 26.401 100,0 11,2

Fonte: SIAFI e PLOA 2006 e 2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.(2) As classificações por subfunções de 2004 foram ajustadas para permitir comparações.(3)No PLOA 2007, a complementação da União ao FUNDEB, no valor de R$ 2 bilhões está classificada na subfunção "846 - Outros EncargosEspeciais"

Por sua vez, a Tabela V apresenta os principais programas do Ministério daEducação e a distribuição de seus recursos por Grupo de Natureza da Despesa - GND.Destacam-se, pela ordem, Universidade do Século XXI, que representa 42,2% do total doórgão para 2007; Previdência de Inativos e Pensionistas da União, com 19%, Valorização eFormação de Professores e Trabalhadores da Educação Básica, com 8,5% e BrasilEscolarizado, com 7,8%.

Verifica-se que as despesas do MEC se destinam de maneira expressiva àeducação de nível superior. Dos principais programas diretamente envolvidos com aEducação Superior – Universidade do Século XXI e Desenvolvimento do Ensino de Pós-Graduação e da Pesquisa Científica –, desconsiderando-se os gastos previdenciários e com

3 Matéria aprovada em 06.12.2006. Depende de promulgação pelo Congresso Nacional e posterior regulamentação pelo Poder Executivo.

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o Apoio Administrativo, tem-se, para 2007, R$ 12,7 bilhões em um subtotal de R$ 20,7bilhões, o que corresponde a 61,5%.

TABELA VMEC: PRINCIPAIS PROGRAMAS – PLOA 2007

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Programa Pessoal eEncar.Soc.

OutrasDesp.Corr.

Investim. Outros Total. Part. %

1073 – UNIVERSIDADE DO SÉCULO XXI 8.551 2.066 520 0 11.137 42,2

0089 – PREVIDÊNCIA DE INATIVOS E PENSIONISTASDA UNIÃO 5.016 0 5.016 19,0

1072 – VALORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES E TRABALHADORES DAEDUCAÇÃO BÁSICA

2.240 7 0 2.247 8,5

1061 - BRASIL ESCOLARIZADO 1.913 154 0 2.068 7,8

1376 – DESENVOLVIMENTO DO ENSINOFUNDAMENTAL 83 1.303 139 0 1.525 5,8

1062 – DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃOPROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 866 350 131 0 1.348 5,1

1375 – DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DA PÓS-GRADUAÇÃO E DA PESQUISA CIENTÍFICA 778 25 0 803 3,0

0750 - APOIO ADMINISTRATIVO 106 531 13 0 649 2,50906 – OPERAÇÕES ESPECIAIS: SERVIÇO DADÍVIDA EXTERNA (JUROS E AMORTIZAÇÕES) 415 415 1,6

1060 - BRASIL ALFABETIZADO E EDUCAÇÃO DEJOVENS E ADULTOS 360 0 360 1,4

0901 – OPERAÇÕES ESPECIAIS: CUMPRIMENTO DESENTENÇAS JUDICIAIS 256 8 0 264 1,0

1378 – DESENVOLVIMENTO DO ENSINO MÉDIO 92 36 0 127 0,51065 – DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃOINFANTIL 101 23 0 124 0,5

DEMAIS 23 255 27 13 318 1,2

TOTAL 14.900 9.997 1.075 429 26.401 100,0

Fonte: PLOA 2007.

A distribuição de recursos do Ministério da Educação para 2007 por grupo deunidades orçamentárias está detalhada na Tabela VI. Às Instituições Federais de EnsinoSuperior (IFES) estão destinados R$ 15,1 bilhões, o que representa 57% dos recursos totaisdo órgão. O orçamento previsto para o FNDE, autarquia responsável pelos programasvoltados para a Educação Básica, é de R$ 6,4 bilhões, sendo a Contribuição Social doSalário Educação (cota-federal), importante fonte desta unidade orçamentária, no montantede R$ 2,9 bilhões para o próximo exercício.

Tabela VIMEC: Despesa por Grupo de Unidades Orçamentárias – PLOA 2007

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Grupo de Unidades Orçamentárias PLOA 2007 Part. %

MEC – Administração Direta 1.778,5 6,7Escolas Técnicas e Agrotécnicas 1.510,5 5,7FNDE 6.405,9 24,3Instituições Federais de Ensino Superior 15.145,8 57,4Outros 1.560,4 5,9

TOTAL 26.401,1 100,0Fonte: PLOA 2007.

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Quanto à origem dos recursos, a Tabela VII demonstra que cerca de 60% sãoprovenientes de fontes vinculadas à educação, com destaque para a fonte 112, que é afonte que abriga os recursos resultantes da vinculação constitucional de recursos deimpostos à educação4. A cota-federal da Contribuição Social do Salário-Educação (fontes113 e 913) é também importante fonte de financiamento das ações da educação básica epara 2007 alcança o valor de R$ 2,9 bilhões. As fontes da seguridade social representam22,2% do total. Já os Recursos Ordinários do Tesouro (fonte 100) respondem por 15,5% dototal previsto para 2007.

TABELA VIIMEC: FONTES DE RECURSOS– PLOA 2007

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Autorizado (1) PL

2006 2007Grupo de Fontes Código Fonte de Recursos

Valor (a) %Total Valor (b) % Total

Variação%(b)/(a)

Vinculadas àEducação

112 Manutenção e Desenv.do Ensino

11.305 47,6 12.776 48,4 13,0

113/293/913 Contrib. Salário-Educação/Prod.Aplicação

2.309 9,7 2.951 11,2 27,8

Subtotal 13.614 57,3 15.727 59,6 15,5

Tesouro Nacional 100 Recursos Ordinários 4.104 17,3 4.086 15,5 (0,4)

Subtotal 4.104 17,3 4.086 15,5 (0,4)

Seguridade Social 118/153/156/169 eOutras

Contribuições/Outr.Fontes Seguridade Soc.

4.716 19,9 5.857 22,2 24,2

Subtotal 4.716 19,9 5.857 22,2 24,2

Outras Fontes 143/144/148/149 eOutras

Tít./Resp.Tes.Nac.Op.Crédito

240 1,0 69 0,3 (71,3)

150/180/250 eOutras

Rec. Diret.Arrec./Convênios/Saldose Outras

1.074 4,5 662 2,5 (38,4)

Subtotal 1.314 5,5 731 2,8 (44,4)

TOTAL 23.748 100,0 26.401 100,0 11,2

Fonte: SIAFI e PLOA/2007(1) Valores autorizados até 28/10/2006.

Na próxima tabela, estão sintetizados os valores das principais ações doorçamento do Ministério da Educação para a Educação Básica e Profissional destinadas aapoiar os Estados e Municípios. Não estão incluídas nesse quadro as despesas commanutenção das escolas da rede federal (escolas técnicas, agrotécnicas e outrasinstituições federais de ensino fundamental e de educação especial). Com a aprovação doFUNDEB, algumas destas ações, tais como aquelas voltadas à Educação de Jovens eAdultos e ao Ensino Médio, deverão ser atendidas pelo novo fundo, o que explica a reduçãode alguns valores para 2007.

4 Art. 212 da Constituição Federal: “ A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, namanutenção e desenvolvimento do ensino.”

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Tabela VIIIMEC: Principais Ações da Educação Básica e Profissional

(U.O. 26.101 – MEC-Adm. Direta e 26.298 – FNDE)

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Código Projeto/Atividade Liquidado2005

PLOA2006

Autorizado2006 (1)

PLOA2007

0304 Complementação da União ao FUNDEF/FUNDEB 738 450 450 2.000

0513 Alimentação Escolar na Educação Básica 1.226 1.313 1.508 1.600

4046 Distrib. de Livros Did.Alunos/Prof.Ens. Fundam. 353 571 571 680

0515 Dinheiro Direto na Escola para o Ens.Fundamental

303 350 350 390

0969 Apoio ao Transp. Esc. no Ensino Fundamental 247 270 270 270

0920 Concessão de Bolsa ao Alfabetizador 198 205 205 205

0A30 Concessão de Bolsa de Incentivo à Formação deProfessores Ed.Básica

- 48 49 145

6372/3697 Implem. Uso de Tecnologia da Inform. no Ens.Fundam.(PROINFO)

29 24 81 121

0081 Apoio à Ampl.Oferta de Vagas Ens.Fund.a Jov. eAdultos/Recomeço

448 448 448 100

0A24 Apoio ao Atendimento Educ.de Crianças de até 6anos

- - - 100

6380/0529/4033

Apoio/Fomento ao Desenvolv. da EducaçãoProfissional

108 29 80 95

0507 Fomento a Proj. Esp. p/ Oferta de Ens. Fundam.Jov. e Adultos

- 16 81 14

0509 Apoio ao Desenv. da Educação Básica (2) 485 121 673 70

3694/3693/5079 e outros

FUNDESCOLA I,II e III 68 86 86 74

4045 Distribuição de Acervos Bibliográficos p/ Escolasdo Ensino Fundamental

47 49 49 54

3681/3685/3687/3688

PROEP 122 158 152 51

6322/2C16 Distribuição de Livros Didáticos para o EnsinoMédio

143 15 43 35

3680/3682/3686

3680/3682/3686 – PROMED 63 45 44 28

Outros 258 241 185 232

TOTAL 4.836 4.438 5.325 6.264

Fonte: SIAFI e PLOA 2007.(1) Atualizado até 29.08.2006(2) Em 2005, R$ 400 milhões foram executados na subfunção "121 – Planejamento e Orçamento" na atividade "6334 – Preparação doFUNDEB", referente a recursos para o PRODEBE - Programa de Equalização de Oportunidades de Acesso à Educação Básica (repasseaos Estados) – destinados ao Ensino Médio. A classificação foi ajustada para permitir comparações com os outros exercícios e melhoradequar à finalidade do gasto. Em 2006, R$ 550 milhões destinam-se também ao PRODEBE e estão classificados na ação 0509.

2.3 – Ministério da Cultura – MinC

Ao orçamento do MinC foram alocados R$ 695 milhões no PLOA/2007. Essemontante supera em R$ 109 milhões (18,6% de crescimento) os valores da propostaanterior, mas, ainda assim, é R$ 63 milhões inferior ao valor autorizado para o corrente ano.No entanto, como se sabe, esse órgão tradicionalmente recebe expressivo aporte de

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recursos durante a tramitação da proposta. Em 2006, por exemplo, as emendasparlamentares elevaram o orçamento do MinC em R$ 129 milhões (cerca de 22%).

A partir dos números constantes da Tabela IX constata-se que o orçamento doMinC apresentou crescimento significativo nos últimos anos. Enquanto em 2004 o montanteliquidado situava-se na ordem dos R$ 400 milhões, a proposta atual alcança quase R$ 700milhões, aos quais ainda serão adicionados os recursos das emendas aprovadas.

As unidades orçamentárias que integram o MinC, além da AdministraçãoDireta, são a Fundação Casa de Rui Barbosa, Fundação Biblioteca Nacional, FundaçãoCultural Palmares, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, FundaçãoNacional de Artes, Agência Nacional do Cinema e Fundo Nacional de Cultura.

A Tabela IX detalha os valores alocados a cada uma das unidades. O IPHAN ea Administração Direta são as duas principais, em termos de participação no total doorçamento do órgão, com respectivamente 29% e 23,5%. Pode-se destacar, também, ocrescimento de 52,5% entre os valores das duas últimas propostas orçamentárias daFundação Biblioteca Nacional (de R$ 40 milhões para R$ 61 milhões).

TABELA IXMinC: Por Unidade Orçamentária

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões Liquidado 2006 PLOA 2007

Unidade Orçamentária 2004 2005 PLOA Dotação

InicialAutoriz. (1)

(a)Valor

(b) Partic.%Var.%

(b) / (a)

42101 - MINISTÉRIO DA CULTURA 89 160 145 179 186 163 23,5 -12,342201 - FUNDAÇÃO CASA DE RUIBARBOSA

16 15 18 18 18 20 2,9 8,0

42202 - FUNDAÇÃO BIBLIOTECANACIONAL

38 55 40 40 48 61 8,8 27,9

42203 - FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES 9 11 10 14 15 12 1,7 -18,842204 - INSTITUTO DO PATRIMÔNIOHISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL

101 103 151 148 169 201 29,0 18,8

42205 - FUNDAÇÃO NACIONAL DE ARTES 31 32 46 73 80 61 8,7 -23,842206 - AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA 28 34 60 60 60 59 8,4 -2,042902 - FUNDO NACIONAL DE CULTURA 86 132 115 183 183 118 17,0 -35,2

Total 399 543 586 715 758 695 100,0 -8,4Fonte: SIAFI e PLOA 2006 e 2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

Por sua vez, a distribuição dos recursos por grupo de natureza da despesa(GND) é apresentada na Tabela X. Observa-se que, de acordo com o projeto em análise,46,6% do total destina-se a outras despesas correntes, 37% a gastos com pessoal e 14,7%a investimentos.

Os números evidenciam crescimento dos gastos com pessoal (GND 1) noMinC, haja vista que os R$ 257 milhões previstos para 2007 superam em R$ 94 milhões osvalores do PLOA/2006, e em R$ 50 milhões o montante atualmente autorizado.

Já os R$ 102 milhões consignados para Investimentos (gnd 4) representam R$26 milhões a mais que o total do PLOA/2006, embora essa quantia esteja R$ 31 milhõesaquém do autorizado do corrente exercício. Cabe lembrar, todavia, que as emendasnormalmente elevam de forma substancial o investimento do órgão. Em 2006, foram R$ 54milhões de acréscimo, correspondentes a 71% de crescimento.

Às despesas correntes (GND 3) foram alocadas R$ 323 milhões, valorsemelhante ao da proposta anterior e abaixo dos R$ 400 milhões autorizados. A participaçãodesse grupo de despesa sobre o total foi reduzida de 56% para 46,6% do PLOA/2006 para ode 2007.

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TABELA XMinC: Por Grupo de Natureza da Despesa (GND)

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Liquidado 2006 PLOA 2007

GND 2004 2005 PLOA Dotação

InicialAutoriz.(1)

(a)Valor

(b) Partic.%

Var.%(b) / (a)

Pessoal e Encargos Sociais 140 137 163 163 207 257 37,0 24,2Juros e Encargos da Dívida 1 1 1 1 1 1 0,2 -3,8Outras Despesas Correntes 212 330 328 403 400 323 46,6 -19,1Investimentos 45 73 76 130 133 102 14,7 -23,3Inversões financeiras 0 0 1 1 1 1 0,1 -57,6Amortização/Refinanc. daDívida

0 1 2 2 2 2 0,2 1,3

Reserva de Contingência 0 0 14 14 14 9 1,3 -37,2

Total 399 543 586 715 758 695 100,0 -8,4Fonte: SIAFI e PLOA 2006 e 2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

A Tabela XI apresenta os principais programas do MinC para 2007. Em termosde volume de recursos, constata-se que os dois principais programas finalísticos são oMonumenta – que visa a recuperação do patrimônio histórico urbano brasileiro tombado peloIPHAN e sob administração federal – com R$ 76 milhões (10,9% do total), e o Brasil, Som eImagem – que busca ampliar a produção, difusão, exibição, preservação e o acesso àsobras audiovisuais brasileiras – com R$ 70 milhões (10% do total).

Chama atenção que 62% dos investimentos do órgão estão concentrados noprograma Monumenta. Já as despesas correntes estão distribuídas de maneira maisuniforme entre os programas fins do Ministério.

TABELA XIMinC: principais programas

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Grupo de Natureza de Despesa

ProgramasPessoal Despesas

Correntes Investim. Outros Total Part.%

0750 - APOIO ADMINISTRATIVO 163 53 3 0 219 31,50813 – MONUMENTA 0 13 63 0 76 10,90089 - PREVIDÊNCIA DE INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNIÃO 75 0 0 0 75 10,80169 - BRASIL, SOM E IMAGEM 16 53 2 0 70 10,01141 - CULTURA, EDUCAÇÃO E CIDADANIA 0 46 11 0 57 8,20167 - BRASIL PATRIMÔNIO CULTURAL 0 31 10 0 41 6,01142 - ENGENHO DAS ARTES 0 30 5 0 35 5,00173 - GESTÃO DA POLÍTICA DE CULTURA 0 31 3 0 33 4,8

0171 - MUSEU MEMÓRIA E CIDADANIA 0 26 4 0 30 4,3Demais Programas 4 41 2 12 59 8,5

Total 257 323 102 12 695 100,0 Fonte: PLOA/2007.

Em relação à origem dos recursos, a Tabela XII demonstra que cerca de63,1% serão provenientes de Recursos Ordinários (fonte 100), 16,3% de ContribuiçõesSobre Concursos de Prognósticos (fonte 118), 6,8% de Operações de Crédito Externa e4,5% de Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional.

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TABELA XIIMinC: por fonte de recurso

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Fonte Autorizado(1)

2006 (a) Part. % PLOA2007 (b) Part. % Var. %

(b) / (a)100 - RECURSOS ORDINARIOS 519 68,5 438 63,1 -15,6118 - CONTRIBUICOES SOBRE CONCURSOSDE PROGNOSTICOS

121 15,9 113 16,3 -6,2

148 - OPERACOES DE CREDITO EXTERNAS -EM MOEDA

39 5,1 48 6,8 22,5

130 - CONTRIBUICAO P/O DES.DAIND.CINEMAT.NACIONAL

36 4,7 31 4,5 -13,0

169 - CONTRIB.PATRONAL P/PLANO DESEGURID.SOC.SERV.

14 1,9 27 3,9 90,5

129 - RECURSOS DE CONCESSOES EPERMISSOES

12 1,6 9 1,3 -25,6

156 - CONTRIBUICAO PLANO SEGURIDADESOCIAL SERVIDOR

8 1,1 17 2,4 99,6

Demais Fontes 10 1,3 11 1,6 10,0Total 758 100,0 695 100,0 -8,4

Fonte: SIAFI e PLOA/2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

2.4 – Ministério da Ciência e Tecnologia – MCTConforme consta da proposta para 2007, o orçamento previsto do MCT

alcança R$ 5,1 bilhões. Esse valor, apesar de superar em R$ 292 milhões o montante doPLOA/2006, é R$ 57 milhões menor que o valor autorizado no corrente exercício.

Além da Administração Direta, a estrutura do Ministério compreende ainda asunidades orçamentárias Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –CNPq, Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, Agência Espacial Brasileira – AEB,Indústrias Nucleares do Brasil S.A. – INB, Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. - NUCLEPe Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT.

Na Tabela XIII estão detalhados os valores alocados a cada uma dasunidades. A Administração Direta e o CNPq são as duas principais, em termos departicipação no total do orçamento do órgão para 2007, com respectivamente 17,5% e16,9%. Merecem destaque, também, os crescimentos de 14,5% e 10,5% entre os valoresdas duas últimas propostas orçamentárias da CNEN (de R$ 382 milhões para R$ 422milhões) e da INB (de R$ 373 milhões para R$ 427 milhões).

TABELA XIIIMCT: por unidade orçamentária

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Liquidado 2006 PLOA 2007

Unidade Orçamentária 2004 2005 PLOA Dotação

InicialAutoriz.(1)

(a)Valor

(b) Partic.%Var.%

(b) / (a)

24101 - MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA 833 1.018 860 1.119 1.170 900 17,5 -23,124201 - CONSELHO NACIONAL DEDESENVOLVIMENTO CIENTIFICO E TECNOLÓGICO

742 800 822 828 829 869 16,9 4,9

24204 - COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIANUCLEAR

329 349 382 381 390 422 8,2 8,1

24205 - AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA 84 206 222 223 241 219 4,3 -9,124206 - INDÚSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL S.A. 263 328 373 370 395 427 8,3 8,024207 - NUCLEBRÁS EQUIPAMENTOS PESADOS S.A. 64 103 89 89 89 83 1,6 -6,3

24901 - FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTOCIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

629 785 2.096 2.046 2.079 2.216 43,1 6,6

Total 2.943 3.589 4.844 5.055 5.193 5.136 100,0 -1,1Fonte: SIAFI e PLOA 2006 e 2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

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Já a distribuição dos recursos por grupo de natureza da despesa (GND) éapresentada na Tabela XIV. Observa-se que, de acordo com o projeto em análise, 48,6% dototal destinam-se a outras despesas correntes, 17,3% a gastos com pessoal, 16,4% ainvestimentos e 15,3% à reserva de contingência.

Note-se que os R$ 841 milhões consignados para investimentos (GND 4)superam em 114% o valor do PLOA/2006, embora essa quantia seja R$ 241 milhões menorque o autorizado do corrente exercício.

Outro destaque é a redução de R$ 461 milhões nas dotações destinadas àreserva de contingência, consideradas as duas últimas propostas (de R$ 1.246 milhões paraR$ 785 milhões).

TABELA XIVMCT por grupo de natureza da despesa

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Liquidado 2006 PLOA 2007

GND 2004 2005 PLOA Dotação

InicialAutoriz.(1)

(a)Valor

(b) Partic.%Var.%

(b) / (a)

Pessoal e Encargos Sociais 725 713 824 824 844 889 17,3 5,3Juros e Encargos da Dívida 37 28 31 31 31 26 0,5 -18,3Outras Despesas Correntes 1.816 2.259 2.259 2.325 2.376 2.496 48,6 5,0Investimentos 228 475 393 600 1.055 841 16,4 -20,2Inversões financeiras 0 7 11 19 21 40 0,8 87,9Amortização/Refinanc. Dív, 137 108 80 80 80 59 1,1 -26,3Reserva de Contingência 0 0 1.246 1.175 785 785 15,3 0,0Total 2.943 3.589 4.844 5.055 5.193 5.136 100,0 -1,1Fonte: SIAFI e PLOA 2006 e 2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

A Tabela XV mostra os principais programas do MCT em termos de volume derecursos. Entre eles destacam-se Ciência, Tecnologia e Inovação para a Política Industrial,Tecnológica e Comércio Exterior (PITCE), com 20,3% do total das dotações; Nacional deAtividades Nucleares, com 16,7%; Promoção da Pesquisa e do Desenvolvimento Científico eTecnológico, com 13,4%; e Formação e Capacitação de Recursos Humanos para Pesquisa,com 12,2%. O “programa” Reserva de Contingência detém parcela de 15,3% do total.

TABELA XVMCT: Principais Programas

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhõesGrupo de Natureza de Despesa

ProgramasPessoal Despesas

Correntes Investim. Outros Total Part.%

1388 - CIÊNCIA, TECN. E INOVAÇÃO P/ A POLÍTICA IND,TECNOLÓGICA E DE COMÉRCIO EXTERIOR (PITCE)

0 775 237 31 1.043 20,3

1113 - NACIONAL DE ATIVIDADES NUCLEARES 336 435 84 0 856 16,70999 – RESERVA DE CONTINGÊNCIA 0 0 0 785 785 15,30461 - PROMOÇÃO DA PESQUISA E DODESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

0 315 373 0 688 13,4

0460 - FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE RECURSOSHUMANOS PARA PESQUISA

0 623 1 0 624 12,2

0750 - APOIO ADMINISTRATIVO 351 114 3 0 468 9,10464 - NACIONAL DE ATIVIDADES ESPACIAIS - PNAE 3 113 104 9 228 4,40089 – PREV. DE INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNIÃO 195 0 0 0 195 3,81122 - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PARANATUREZA E CLIMA

0 61 31 0 92 1,8

Demais Programas 4 59 9 85 157 3,1Total 889 2.496 841 910 5.136 100,0

Fonte: PLOA/2007.

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A Tabela XVI apresenta as fontes de recursos do MCT para 2007. Como sepode ver, 86,1% são provenientes de três fontes principais, a saber: Recursos Ordinários(fonte 100), com 46,7% do total; Compensações Financeiras pela Exploração de Petróleo ouGás Natural (fonte 142), com 24,7%; e Outras Contribuições Econômicas (fonte 172), com14,7%.

TABELA XVIMCT: Por Fonte de Recursos

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social Em R$ milhões

Fonte Autorizado2006 (a) (1) Part. % PLOA

2007 (b) Part. % Var. %(b) / (a)

100 - RECURSOS ORDINARIOS 2.604 50,1 2.400 46,7 -7,8142 - COMPENS.FINANC.P/EXPL.DE PETR.OUGAS.NATURAL

1.019 19,6 1.268 24,7 24,4

172 - OUTRAS CONTRIBUICOES ECONOMICAS 817 15,7 756 14,7 -7,5250 - RECURSOS NAO-FINANCEIROS DIRETAM.ARRECADADOS

342 6,6 428 8,3 25,1

169 - CONTRIB.PATRONAL P/PLANO DESEGURID.SOC.SERV.

88 1,7 93 1,8 6,1

134 - COMPENSACOES FINANC.P/UTILIZ.DEREC.HIDRICOS

62 1,2 63 1,2 1,0

156 - CONTRIBUICAO PLANO SEGURIDADE SOCIALSERVIDOR

54 1,0 60 1,2 10,3

135 - COTA-PARTE ADIC. FRETE RENOV.MARINHAMERCANTE

37 0,7 28 0,5 -23,3

300 - RECURSOS ORDINARIOS 129 2,5 - 0,0 -100,0Demais Fontes 42 0,8 40 0,8 -2,7

Total 5.193 100,0 5.136 100,0 -1,1Fonte: SIAFI e PLOA/2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

2.5 – Ministério do Esporte – ME

Ao orçamento deste órgão foram alocados R$ 448 milhões no PLOA/2007.Esse montante supera em R$ 61 milhões (15,6% de crescimento) os valores da propostaanterior, mas é R$ 531 milhões inferior ao valor autorizado para o corrente ano. No entanto,a exemplo do que ocorre com o MinC, esse órgão tradicionalmente recebe expressivo aportede recursos durante a tramitação da proposta. Para se ter uma idéia, em 2006, as emendasparlamentares elevaram o orçamento do ME em quase R$ 500 milhões (cerca de 129%).

Os dados apresentados na Tabela XVII evidenciam expressivo crescimentonos valores liquidados de 2004 para 2005 (cerca de 55,5%). Entretanto, esses númerosainda se encontram muito aquém do montante autorizado, o que indica que percentualexpressivo da programação adicionada ao orçamento do ME via emendas não éefetivamente realizada, em grande parte devido a contingenciamento de dotações.

Na mesma tabela apresenta-se a distribuição dos recursos por grupo denatureza da despesa (gnd). Observa-se que, de acordo com o projeto em análise, 84,6% dototal destina-se a outras despesas correntes, 12,9% a investimentos e apenas 2,5% a gastoscom pessoal.

Interessa notar que na comparação entre os PLOA/2006 e 2007 as despesasprevistas com gastos correntes (GND 3) cresceram de R$ 108 milhões para R$ 379 milhões,enquanto que os investimentos (GND 4) diminuíram de R$ 269 milhões para R$ 58 milhões.Essas alterações decorrem da programação de gastos com o programa Rumo ao Pan 2007,

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que se encontra em estágio que exige menos investimentos em infra-estrutura e maiorprevisão para as despesas correntes destinadas à realização dos jogos.

TABELA XVIIMIN. ESPORTE: Por Grupo de Natureza da Despesa (GND)

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Liquidado 2006 PLOA 2007

GND 2004 2005 PLOA Dotação

InicialAutoriz.(1)

(a)Valor

(b) Partic.%

Var.%(b) / (a)

Pessoal e Encargos Sociais 10 10 10 10 10 11 2,5 11,9Outras Despesas Correntes 106 157 108 412 436 379 84,6 -13,1Investimentos 156 257 269 465 533 58 12,9 -89,2

Total 272 423 387 886 979 448 100,0 -54,3Fonte: SIAFI e PLOA 2006 e 2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

Entre os principais programas apresentados na Tabela XVIII, merecem realceRumo ao Pan 2007, com 60,4% das dotações; Segundo Tempo, com 17,3%; ApoioAdministrativo, com 6,8%; e Brasil no Esporte de Alto Rendimento, com 5,1%.

Cumpre destacar a atual importância do programa Rumo ao Pan dentro doorçamento do ME. Os R$ 271 milhões alocados para o referido programa correspondem a60,4% do total. Além disso, os R$ 50 milhões consignados a investimentos nesse programarepresentam 86,2% do total do órgão. Note-se que, com a proximidade da data derealização dos jogos no Rio de Janeiro, os valores cresceram significativamente nos últimosanos. No PLOA/2005, o governo havia destinado R$ 60 milhões para o programa, valor quepassou para R$ 261 milhões na proposta para 2006 e agora alcança R$ 271 milhões.

Observe-se que o programa Esporte e Lazer da Cidade, que detém oequivalente a apenas 3,5% do orçamento proposto para o Ministério, é o que desperta maiorinteresse dos parlamentares. Para se ter uma idéia, esse programa, que visa permitir oacesso ao esporte à parcela da população em situação de vulnerabilidade social, recebeuR$ 350 milhões durante a apreciação do PLOA/2006.

TABELA XVIIIMINISTÉRIO DO ESPORTE: Principais Programas

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Grupo de Natureza de Despesa

ProgramasPessoal Despesas

Correntes Investim. Total Part.%

1246 - RUMO AO PAN 2007 0 221 50 271 60,4%8028 - SEGUNDO TEMPO 0 76 1 77 17,3%0750 - APOIO ADMINISTRATIVO 11 18 2 31 6,8%0181 - BRASIL NO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO 0 21 2 23 5,1%1245 - INSERÇÃO SOCIAL PELA PRODUÇÃO DEMATERIAL ESPORTIVO

0 20 1 21 4,6%

1250 - ESPORTE E LAZER DA CIDADE 0 13 3 16 3,5%Demais Programas 0 9 0 9 2,0%

Total 11 379 58 448 100,0%Fonte: PLOA/2007.

Em relação à origem dos recursos, a Tabela XIX demonstra que cerca de73,3% serão provenientes de Recursos Ordinários (fonte 100) e 26,7% de ContribuiçõesSobre Concursos de Prognósticos (fonte 118).

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TABELA XIXMIN. ESPORTE: Por Fonte de Recursos

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

Fonte Autorizado2006(1) (a) Part. % PLOA

2007 (b) Part. % Var. %(b) / (a)

100 - RECURSOS ORDINARIOS 852 87,1 328 73,3 -61,5118 - CONTRIBUICOES SOBRE CONCURSOS DEPROGNOSTICOS

121 12,4 119 26,7 -1,7

Demais Fontes 5 0,5 - - -100,0

Total 979 100,0 448 100,0 -54,3Fonte: SIAFI e PLOA/2007.(1) Autorizado até 28/10/2006.

2.6 – Tópicos específicos requeridos pelo Parecer Preliminar 2.6.1– Orçamento de Investimento

Em atendimento ao item 28.1 do Parecer Preliminar, cumpre destacar que,nesta Área Temática, apenas a unidade orçamentária 24202 - Financiadora de Estudos eProjetos (FINEP), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, possuiorçamento de investimento para 2007. São R$ 7,97 milhões destinados ao programaInvestimentos das Empresas Estatais em Infra-Estrutura de Apoio. Desse total, R$ 5,1milhões se destinam à subfunção Tecnologia da Informação e R$ 2,86 milhões a ServiçosFinanceiros. 2.6.2 – Obras com indícios de irregularidades

Conforme disposto no item 26.2 do Parecer Preliminar, esta Relatoria informaque o Tribunal de Contas da União – TCU informou a ocorrência de indícios deirregularidades graves na execução de duas obras desta Área Temática (ver quadro abaixo).A primeira, que integra a programação da Agência Espacial Brasileira, é a “Complementaçãoda Infra-estrutura Geral do Centro de Lançamento de Alcântara”, com dotação de R$ 22,5milhões no PLOA/2007. A segunda, que não consta do projeto orçamentário para 2007, é a“Construção da Escola Agrotécnica Federal em Nova Andradina – MS”.

ÓRGÃO UO UF PROGRAMA DE TRABALHO SUBTÍTULO OBJETO24000 24205 MA 19.572.0464.3704.0020 COMPLEMENTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA

GERAL DO CENTRO DE LANÇAMENTO DEALCÂNTARA – NA REGIÃO NORDESTEEXECUÇÃO INTEGRADA DAS OBRAS E SERVIÇOS DEENGENHARIA E OS FORNECIMENTOS DECOMPLEMENTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA GERALDO CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA(CENTRO ESPACIAL DE ALCÂNTARA)

EDITAL AEB 03/2006

26000 26101 MS - CONSTRUÇÃO DA ESCOLA AGROTÉCNICAFEDERAL EM NOVA ANDRADINA

Além disso, registre-se que a emenda 50110001, da Comissão de Ciência eTecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, foi apresentada parareforçar a dotação do Centro de Alcântara.

Convém ressaltar que até o momento ainda não há posicionamento do Comitêde Avaliação das Informações enviadas pelo Tribunal de Contas da União, previsto no item34.3 do Parecer Preliminar, sobre a relação encaminhada pelo TCU. Assim, e com o objetivo

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de não comprometer a possível execução da obra em comento, optamos por manter osrecursos da programação acima mencionada.

No caso de deliberação do Comitê – e posterior confirmação pela CMO eCongresso Nacional – no sentido de reafirmar os problemas constatados pelo TCU, aexecução orçamentária, física e financeira da obra estará condicionada à adoção demedidas saneadoras, conforme art. 104 do Substitutivo da CMO ao PLDO/2007.

2.6.3 – Informações sobre obras em curso

O item 27.1 do Parecer Preliminar estabelece que cabe aos relatores setoriaisverificar a regularidade das obras de grande vulto mencionadas no art. 20 do Parecer daCMO ao PLDO/2007, que constarem no projeto de lei orçamentária. Registre-se que não háinformações dos órgãos desta Área Temática sobre esse assunto.

2.6.4 – Dotações destinadas à manutenção e desenvolvimento do ensino e aoFUNDEB

Segundo consta do item 25.1 do Parecer Preliminar, esta Relatoria Setorialdeve verificar o cumprimento dos limites e das ações referentes à Educação, inclusive osrelativos ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorizaçãodos Profissionais da Educação - FUNDEB no projeto orçamentário para 2007.

A receita de impostos, deduzidas as transferências constitucionais e a parceladestinada à DRU, está estimada em R$ 73.033,8 milhões. Desse valor, R$ 13.146,1 milhões(18%) estão vinculados constitucionalmente à manutenção e desenvolvimento do ensino5

(fonte 112). Além disso, a arrecadação do salário-educação, deduzidas as transferênciaslegais a estados e Distrito Federal, estimada em R$ 2.930 milhões, está vinculada a umsubconjunto da manutenção e desenvolvimento do ensino: a educação básica6.

Assim, a arrecadação, prevista para o exercício de 2007, vinculada àmanutenção e desenvolvimento do ensino é de R$ 16.076,1 milhões. Tais recursos, noentanto, não poderão ser aplicados em programas suplementares de alimentação eassistência à saúde, os quais devem ser atendidos por contribuições sociais e outrosrecursos orçamentários.7

O PLOA/2007 prevê a aplicação de R$ 20.543,8 milhões nas despesasreferentes à manutenção e desenvolvimento do ensino. Portanto, R$ 4.467,7 milhões acimado valor mínimo, o que representa 27,8% a mais.

No que diz respeito ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da EducaçãoBásica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, inicialmente cabeapontar que 2006 é o último ano de vigência do FUNDEF, instituído pela EmendaConstitucional nº 14/96, que deu nova redação ao art. 60 do ADCT. 5 “Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento,

no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento doensino.”

6 “Art. 212, §5º. A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhidapelas empresas na forma da lei” (conforme PEC do FUNDEB aprovada em 6.12.2006 e a ser promulgada).

7 “Art. 212, §4º. Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos nos art. 208, VII, serão financiados comrecursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.” A Lei nº 9.394, de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases daEducação), estabelece: “Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:(...)IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas deassistência social;”

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Proposta de emenda constitucional recém aprovada pelo Congresso Nacionalmodifica o citado artigo e cria o FUNDEB, mecanismo de financiamento semelhante aoFUNDEF, mas ampliado de forma a abranger, além do ensino fundamental, também aeducação infantil e o ensino médio.

O texto aprovado estabelece, além de um valor fixo para a complementação daUnião (R$ 2 bilhões para o primeiro ano de vigência do fundo), que os recursos decorrentesda vinculação constitucional à manutenção e desenvolvimento do ensino (fonte 112)estabelecida no art. 212 da Constituição Federal suportará, no máximo, 30% dacomplementação da União, vedada ainda a utilização dos recursos do Salário-Educação(fonte 113) para esse fim. Outro ponto que merece destaque é a ampliação do uso dessafonte 113 para toda a educação básica.

A programação de recursos constante do PLOA 2007 para fins decomplementação da União ao FUNDEB conflita com o texto aprovado, uma vez que estãoprogramados recursos no valor de R$ 600 milhões à conta da fonte 113 para acomplementação da União ao FUNDEB (Ação 0E36, constante da programação do FNDE).Em função da ordem de valores envolvidos, não foi possível corrigir esse problema na fasesetorial. Pedimos especial atenção do Relator Geral para que analise a questão e encontreuma solução na próxima fase.

O substitutivo da CMO ao PLDO 2007, em seu art. 12, inciso XV, estabeleceque a lei orçamentária discriminará em categorias de programação específicas as dotaçõesdestinadas à complementação da União ao FUNDEF ou FUNDEB, nos termos da lei. Ematenção a esse dispositivo, foram consignados recursos na proposta orçamentária de 2007para a complementação da União ao FUNDEB, no valor de R$ 2 bilhões em programaçãoespecífica. 3 – Padrões de custo unitário médio

O item 28.3 do Parecer Preliminar requer que conste do relatório informaçõessobre os padrões de custos unitários médios adotados como referenciais para o acolhimentode emendas. Informamos que esta Relatoria adotou, sempre que possível, os custosinformados pelo Poder Executivo em consonância com o art. 114 do Parecer da CMO aoPLDO/2007.

4 – Créditos especiais e extraordinários

No tocante aos órgãos desta Área Temática, no terceiro quadrimestre de 2006,foram aprovados, até a presente data, os créditos especiais ínsitos nos PLNs nºs 13, noimporte de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais), e 13-A, no valor de R$ 209.890.000,00(duzentos e nove milhões, oitocentos e noventa mil reais), pela CMO em 6.12.2006, faltandoaprovação pelo Plenário do Congresso Nacional.

Até o momento não houve aprovação de nenhum crédito extraordinário nosúltimos quatro meses do exercício corrente.

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5 – Análise das emendas

5.1 – Considerações gerais

A esta Relatoria coube apreciar 1.515 emendas cujos valores corresponderama R$ 9.197,8 milhões. Dessas, 1.433 são emendas individuais, que somaram R$ 508,9milhões, e 82 são emendas coletivas, que totalizaram R$ 8.688,9 milhões.

A análise do conjunto de emendas apresentadas revelou a preocupação dosparlamentares em reforçar, principalmente, dotações de programações orçamentárias quevisam ampliar e modernizar a infra-estrutura esportiva em municípios; modernizar erecuperar a infra-estrutura física das instituições federais de ensino superior e profissional;fomentar projetos de arte e cultura; apoiar entidades de ensino superior não-federais;implantar espaços culturais; fomentar a elaboração e implantação de projetos de inclusãodigital.

Estamos encaminhando ao Comitê de Emendas a emenda nº 50170003, daComissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, com parecer parainadmissão, por contrariar o art. 25, inciso I da Resolução nº 1, de 2001-CN.

Convém assinalar que as emendas de nºs 20180004 e 36300008, no valor deR$ 100.000,00 cada, foram retiradas pelos autores. Outras emendas foram remanejadasentre setores, como demonstrado a seguir:

Emendas recebidas de outros setores

Nº Autor Ação Valor(Em reais)

15800005 Dep. Jamil Murad Implantação e modernização de infra-estrutura para esporterecreativo e de lazer 200.000

Emendas transferidas para outros setores

Nº Autor Ação Valor(Em reais) Setor

14020002 Leonardo Mattos Fomento a projetos de combate à homofobia 200.0001 – Poderes deEstado eRepresentação

15270009 Carlos Sampaio Instalação de espaços culturais 250.000 3- Fazenda eDesenvolvimento

23170002 Roberto SaturninoInstrumental para ensino e pesquisa destinadoa instituições federais de ensino superior ehospitais de ensino

250.000 7 - Saúde

5.2 – Dos recursos para o atendimento das emendas

Em relação às emendas individuais, registre-se que os recursos necessáriospara o atendimento integral foram repassados pelo Relator Geral, conforme previsto no item40 do Parecer preliminar. As 1.431 proposições individuais receberam R$ 508,7 milhões.

O cancelamento prévio definido no item 17 da Parte Especial do ParecerPreliminar8 resultou em R$ 236,3 milhões disponíveis para esta Área.

8 15% das dotações superiores a R$ 3 milhões consignadas às despesas com investimentos (GND 4) e indicador de resultado primário

igual a dois; 7% das dotações consignadas às despesas com investimentos (GND 4) e Inversões Financeiras (GND 5), com identificadorprimário igual a três.

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Além disso, os critérios estabelecidos pelo Parecer Preliminar (itens 19 e 20)possibilitariam o cancelamento de até 40% das dotações de investimentos (GND 4) e 20%das inversões financeiras (GND 5) das unidades orçamentárias da Área em análise.

Após criterioso exame das programações dos Ministérios, decidimos utilizarapenas parte dos recursos oriundos do cancelamento prévio (R$ 54,7 milhões), com vistas aatender as emendas coletivas. Os demais recursos alocados a essas emendas foramrepassados pelo Relator Geral.

Os dados sobre o número e o valor das emendas coletivas e individuaispropostas e aprovadas estão demonstrados na Tabela XX, a seguir.

Tabela XXDemonstrativo, por Ministério, das Emendas Coletivas e Individuais:

Valor Solicitado, Valor Aprovado e Quantidade de Emendas

Orçamento Fiscal e da Seguridade Social R$ milhões

EmendasColetivas Individuais Total

ÓrgãoN° Valor

Solicitado N° ValorAprovado N° Valor

Aprovado N° ValorAprovado

MCT 18 1.870,4 18 121,9 97 42,1 115 164,0

MEC 42 4.718,5 41 367,2 469 145,5 510 512,7

MinC 8 640,0 8 92,1 234 54,8 242 146,9

MEsp. 14 1.460,0 14 86,4 631 266,3 645 352,7

Totais 82 9.197,8 81 667,6 1.431 508,7 1.512 1.176,3

Tabela elaborada pela Coff/CD e Conorf/SF.

5.3 – Dos critérios de atendimento das emendas5.3.1 – Emendas individuais

Todas emendas individuais foram atendidas integralmente tendo em vista omérito e a oportunidade da iniciativa dos parlamentares.

5.3.2 – Emendas ColetivasQuanto às emendas coletivas, esta Relatoria procurou atender as demandas

de maneira isonômica, tomando-se como referencial a população e a renda per capita decada unidade da federação. A partir dessas diretrizes, foram realizados ajustesconsiderando-se o mérito de cada emenda e levando-se em conta os recursos já disponíveisna proposta do Projeto de Lei Orçamentária de 2007, bem como o volume de recursosconsignados pelas emendas individuais para as programações objeto de emendas.

5.4 – Emendas de Relator

Por força do item 17 do Parecer Preliminar, as dotações da área temáticasofreram corte prévio de R$ 236,3 milhões. Tendo em vista a necessidade de protegerdeterminadas programações, elaboramos 125 emendas de relator de nºs 80060001 a80060125 para recompô-las, totalizando R$ 181,6 milhões.

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5.5 – Ajustes nas emendas

Foi necessário efetuar ajustes em algumas emendas. Seja para adequá-lasaos instrumentos legais, seja para corrigir inadequações técnicas. De todo o modo, restoupreservada a intenção manifestada pelos autores nas justificativas das emendas. Na maioriados casos, contatamos os gabinetes dos senhores parlamentares ou dos representantes dasbancadas ou das comissões cujas emendas foram ajustadas, com o objetivo de informá-losdo problema ou de obter informações mais detalhadas. Apenas nos casos em que acorreção era uma exigência, esse procedimento não foi seguido.

6 – Indicações ao Relator-Geral

Tendo em vista a importância das pesquisas desenvolvidas pelo CentroInternacional de Física da Matéria Condensada – CIFMC (UnB – DF), programa pioneiro empós-doutorado na área de física, recomendamos examinar a possibilidade de aportar maisrecursos na programação correspondente do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Conforme examinado no final do item 2.6.4 deste Relatório, pedimos especialatenção do Relator Geral para que proceda à troca da fonte 113, no valor de R$ 600milhões, alocada para a complementação da União ao FUNDEB, por outra que possa serutilizada para o fim mencionado, uma vez que a PEC do FUNDEB, que veda tal aplicação, jáfoi aprovada.

7 – Considerações Finais

No momento em que agradeço a oportunidade de relatar este setorial,aproveito o ensejo para tecer alguns comentários acerca das diretrizes para um orçamentorepublicano e federativo.

Assim, verifico que a tramitação do Projeto de Lei referente ao OrçamentoAnual da União tem revelado, ano após ano, uma série de distorções relacionadas com ocaráter republicano e federativo de nossa nação.

A apresentação de emendas parlamentares, individuais e coletivas, demonstra,muitas vezes, total dessintonia com os Planos Setoriais Nacionais aprovados em leisfederais e com os PPAs, LDOs, LOAs e planos estaduais e municipais, especialmente, noâmbito das cidades, com os Planos Diretores de Desenvolvimento, norma inserida na CF de1988 e, mais recentemente, na Lei nº 10.257/2001, o Estatuto das Cidades.

O recente escândalo das fraudes na execução de emendas parlamentarespara a compra de ambulâncias demonstrou que, rompendo a autonomia dos entes dafederação e as diretrizes definidas em seus instrumentos de planejamento, o Congressolançou-se a uma jornada de autêntica intervenção nessas esferas federativas, impondo, naprática, a priorização da compra de unidades móveis de saúde, em detrimento de ações queestivessem sintonizadas com os Planos Municipais de Saúde.

Outro exemplo dessa interferência ocorre na esfera da infra-estrutura noMinistério dos Esportes, com a proposição de diversas emendas para a construção dequadras esportivas. Tais equipamentos, por si só, não instauram nenhum ProgramaMunicipal de Esporte e Lazer nem significam o fortalecimento das práticas de educação

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física e desporto escolar vinculados às redes públicas municipais e às escolas estaduaislocalizadas nesses municípios.

Contrapõem-se a essa autêntica intervenção do Congresso no cotidiano daspolíticas orçamentárias locais e de seus Planos Setoriais a relação federativa hojedesenvolvida pelo SUS, a proposição do Sistema Nacional de Cultura e, a partir de 2007, aconstrução do FUNDEB.

Numa República de natureza federativa é necessário que a transferência deverbas federais do orçamento fiscal para os estados e municípios siga, de forma sinérgica,diretrizes de Planos, Diretrizes Orçamentárias e Programas Setoriais que guardem sintonianos três níveis. Para isso é necessário fortalecer a gestão democrática das políticaspúblicas, de natureza social ou de infra-estrutura para o desenvolvimento econômico. Essaorientação se expressa, sobretudo, na efetivação das diretrizes estabelecidas emconferências nacionais, estaduais e municipais, com as quais as leis orçamentárias (PPA,LDO e LOA) devem guardar sintonia.

Ao mesmo tempo vale ressaltar a necessidade de se fortalecer o processo detransparência, fiscalização e controle social da execução dos orçamentos públicos, nãoapenas no tocante à probidade, à legalidade e à moralidade, mas, sobretudo, quanto àeficácia social de sua execução.

Só com o compromisso de fazermos um orçamento efetivamente republicano,federativo, democrático e transparente, poderemos fazer com que a aplicação do dinheiropúblico em nosso país responda às necessidades fundamentais voltadas aos objetivos daRepública Federativa descritos no artigo 3º da Constituição Federal e demais normasvoltadas ao desenvolvimento econômico e à justiça social.

II – Voto do Relator

Este Relator vota pela aprovação do Projeto de Lei n° 15/06–CN, na forma daMensagem n° 94/06–CN, relativamente aos Órgãos Orçamentários integrantes da ÁreaTemática VI, com as alterações provenientes das emendas aprovadas.

Sala da Comissão Mista, 8 de dezembro de 2006

Deputado Paulo Rubem SantiagoRelator Setorial