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i Pró-Reitoria Acadêmica Escola Politécnica Curso de Engenharia Civil Trabalho de Conclusão de Curso REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO POR MEIO DE SIFONAMENTO HIDRÁULICO Autores: Euclides Tupinambá S. Machado e Joziel Pereira Lopes Orientador: Prof. Msc. Haroldo da Silva Paranhos Brasília - DF 2015

Rebaixamento de Lençol Freático por Meio de Sifonamento ... · lugar onde água retirada será depositada com diferentes níveis de altura e assim água escoa do reservatório de

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Pró-Reitoria Acadêmica Escola Politécnica

Curso de Engenharia Civil Trabalho de Conclusão de Curso

REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO POR MEIO DE

SIFONAMENTO HIDRÁULICO

Autores: Euclides Tupinambá S. Machado e Joziel Pereira Lopes

Orientador: Prof. Msc. Haroldo da Silva Paranhos

Brasília - DF

2015

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EUCLIDES TUPINAMBÁ SILVA MACHADO & JOZIEL PEREIRA LOPES

REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO POR MEIO DE

SIFONAMENTO HIDRÁULICO

Artigo apresentado ao curso de graduação

em Engenharia Civil da Universidade

Católica de Brasília, como requisito

parcial para a obtenção de Título de

Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Msc. Haroldo da Silva

Paranhos

Brasília

2015

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Artigo de autoria de Euclides Tupinambá Silva Machado e Joziel Pereira Lopes,

intitulado “REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO POR MEIO DE

SIFONAMENTO HIDRÁULICO”, apresentado como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel em Engenharia Civil da Universidade Católica de Brasília, em

10/06/2015, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________

Prof. Msc. Haroldo da Silva Paranhos

Orientador

Curso de Engenharia Civil – UCB

__________________________________________________

Prof. Dra. Ivonne Alejandra Gutiérrez Góngora

Examinador

Curso de Engenharia Civil – UCB

Brasília

2015

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha querida mãe a Sra. Elvira

Silva Machado, minha esposa Fáguina

Leite Bandeira, minha filha Júlia

Bandeira Silva Machado e família.

Euclides Tupinambá S. Machado

Dedico aos meus pais Maria Avelino

Pereira e Joaquim Lopes da Cruz que por

muitos sacrifícios e imponência

contribuíram na instrução e educação

para minha formação profissional no

curso de engenharia civil

Joziel Pereira Lopes

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. Aos

meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

Agradeço a minha mãe Maria, heroína que me deu apoio, incentivo nas horas

difíceis, de desanimo e cansaço.

Ao meu pai Joaquim que apesar de todas as dificuldades me fortaleceu e que para

mim foi muito importante.

A minha namorada, companheira e futura esposa Carolina Lima de Souza Dias

me apoiaram em momentos de aflição, dificuldades e que sempre esteve ao meu lado

sendo companheira nas horas boas e ruins.

Agradeço ao professor Haroldo, por ceder gentilmente sua residência para ser

realizado o experimento e pesquisa deste trabalho.

Ao Euclides, amigo e dupla de trabalho, que por sua vez com toda adversidade

conseguimos alinhar o pensamento e disposição para atividades da pesquisa.

Meus agradecimentos aos amigos e colegas da universidade, companheiros de

trabalho e irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação e que vão continuar

presentes em minha vida com certeza.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigado.

Joziel Pereira Lopes

Agradeço a Deus por ter-me concedido sabedoria para o cumprimento de mais

uma importante etapa em minha vida.

Um agradecimento especial a minha mãe a Sra. Elvira Silva Machado e a todos

os meus familiares pelo apoio e incentivo nos momentos de dificuldades.

Agradeço ao Professor Haroldo pelos valorosos ensinamentos profissionais, aos

ilustríssimos amigos do curso de engenharia civil e a uma grande amiga Gloriza Paiva

pela ajuda e apoio para o término deste trabalho.

Euclides Tupinambá Silva Machado

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REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO POR MEIO DE SIFONAMENTO

HIDRÁULICO

EUCLIDES TUPINAMBÁ SILVA MACHADO & JOZIEL PEREIRA LOPES

RESUMO

O Sistema de rebaixamento de lençol freático é naturalmente empregado para melhorar

as condições do solo, procedimento necessário em obras cujo o laudo de sondagem informe a

presença do nível d’água encontrada próximo à superfície, que venha a comprometer ou impedir

os serviços de execução de escavações, estabilização de solo e obras subterrâneas, em situações

de podendo ser temporário, em vários casos, ou permanentemente. Em diversas situações a

aplicação do sistema é primordial para a viabilidade, planejamento e logística da obra e seu

processo construtivo. Este artigo aborda um estudo de rebaixamento de lençol freático por meio

de sifonamento hidráulico de forma a viabilizar as condicionantes e particularidades de cada

obra, bem como, satisfazer critérios técnicos e econômicos.

Palavras-chave: Rebaixamento. Lençol Freático. Sifonamento hidráulico.

1 INTRODUÇÃO

A água é um elemento fundamental para a manutenção de todas as formas de vida em

nosso planeta. De toda a água doce disponível para consumo, 96% é proveniente de água

subterrânea.

Essas águas foram se acumulando nesses reservatórios subterrâneos ao longo dos

tempos e formaram o que é chamado de lençol freático que pode ser atingido quando o solo for

escavado.

Com o crescimento do mercado da construção civil que, hodiernamente, opta pelo

menor uso de espaço e maior aproveitamento, fez com que aumentasse a edificação em altura

e em profundidade requerendo cada vez mais escavação do solo possibilitando que o lençol

freático seja atingido.

Souza at al (2011) explana que,

A construção de subsolos de edifícios, barragens, túneis e galerias, ou seja, diversas

obras civis requerem escavações abaixo do lençol freático. Quando as escavações das

construções atingem o nível do lençol, trazendo como consequência o afloramento

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das águas subterrâneas, é necessário o rebaixamento da mesma para que o local

mantenha-se seco para a execução das obras.

Esse procedimento pode ser efetivado por diferentes métodos, tais como: Bombeamento

direto, rebaixamento com ponteiras filtrantes (well-points), rebaixamento com injetoras e

injetores, rebaixamento com bombas submersas e o novo método proposto de rebaixamento por

sifonamento hidráulico.

O novo modelo proposto se utiliza da teoria do sifão, onde se tem o reservatório e o

lugar onde água retirada será depositada com diferentes níveis de altura e assim água escoa do

reservatório de mais alto para o mais baixo.

Para se escolher o método para a realização do rebaixamento é necessário analisar,

dentre outras variáveis, o tipo de lençol freático, o solo, as informações de sondagem. A escolha

correta no método é fundamental para a segurança da obra, bem como, para as obras ou terrenos

vizinhos, já que o rebaixamento atinge não só a área, mas todos a sua volta, como mostra a

Figura 1 abaixo.

Figura 1 - Esquema de rebaixamento

Fonte: Santos (2014)

Outro ponto discutido são as consequências do rebaixamento do lençol freático, o

rebaixamento possibilita a escavação do terreno sem o empecilho da presença d’água, como

mostra na figura 01 um esquema de rebaixamento e como este procedimento pode atingir as

áreas vizinhas.

O efeito obtido por esses métodos é a redução do volume de água no interior do

reservatório e o recalque do solo possibilitando assim a execução das fundações da

obra, melhorando as condições de estabilidade de taludes, evitando escorregamento e

reduzindo as dimensões da área requerida para a obra, garantindo que o solo no fundo

da escavação mantenha sua densidade e características de compactação, pois a

presença da água influência nos valores desses parâmetros, reduzindo os empuxos de

terra sobre paredes de escoramento, para que não ocorra desmoronamento no canteiro

de obras influenciando na segurança dos operários, Marango (1995).

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Geral

Discutir sobre os métodos de rebaixamento de lençol freático, principalmente, o método

proposto de rebaixamento por meio sifonamento hidráulico.

1.1.2 Específico

Comentar sobre os tipos de reservatórios de água.

Relatar as consequências do rebaixamento do lençol freático.

Realizar o teste do sistema de sifonamento hidráulico, bem como, propor este

método para ser utilizado como rebaixamento de lençol freático satisfazendo os critérios

técnicos.

1.2 JUSTIFICATIVAS

Hodiernamente, as obras de engenharia têm crescido cada vez mais e isso tem forçado

o desenvolvimento de técnicas que permitam construir em qualquer tipo de terreno, seja ele,

seco, úmido ou em áreas com reservatórios de água subterrâneos. Esse tipo depósito de água é

comum em construções subterrâneas e em subsolo, e exigem conhecimento da área a ser

construída, bem como, do nível do lençol freático, pois a umidade pode comprometer toda a

estrutura.

A presença de água contida em reservatórios subterrâneos, pode danificar estruturas e

alterar a harmonia do solo, modificando o equilíbrio das terras ao seu redor e abaixo, podendo

provocar instabilidade no fundo das escavações e nos taludes circundantes.

Com o intuito de evitar esse tipo de problema, nas construções, o presente trabalho

apresenta um método para rebaixar lençol freático e permitir o controle das estruturas e evitar

a infiltração na obra proveniente dos aquíferos subterrâneos.

1.3 REFERENCIAL TEÓRICO

1.3.1 Origem da Água No Solo

Alonso, (2007, p.10) elucida que, há muita especulação sobre a origem da água na Terra.

Inicialmente, aceitava-se que esse líquido integrava a matéria que se contraiu para a formação

do Planeta. No entanto, pesquisas mais recente sugerem que pelo menos parte dele foi trazido

por cometas.

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Assim pode-se dizer que a água existe desde a origem e que ela está presente, em

diferentes estados físicos da matéria, em todo o universo observável.

Á água já existe desde a formação do universo e mais tardiamente de nosso Sistema

Solar (aproximadamente Ga), juntamente com os compostos CH4, NH3 e H2. Em

nosso sistema solar, os estados da matéria da água estão relacionados diretamente com

a distância do Sol e aos estágios de resfriamento parcial pelos quais o planeta já passou

até o momento, quanto mais próximo do “astro rei”, a água é encontrada no estado

físico gasoso, formando atmosferas densas, que no caso de mercúrio quase inexiste,

pela sua pequena massa em relação aos outros planetas de nosso sistema. Hansen

(2004, p.1)

O planeta terra tem uma posição singular que permite que a água seja encontrada nos

três estados, ou seja, líquido, sólido e gasoso. Nessa esteira, Hansen (2004, p.1) esclarece que,

“A terra é privilegiada por ter a posição em cerca de 150 milhões de quilômetros do sol, e possui

água nos três estados físicos da matéria: gasoso na atmosfera, líquido na hidrosfera e sólido na

criosfera”.

Parafraseando Alonso (2007, p.11), acredita-se que o volume de água disponível na

Terra seja, aproximadamente, 1,5 x 109 km3, cobrindo 370 x 106 km2 dos 510 milhões de km2

da superfície total do planeta.

Hansen (2004, p.1) elucida que “97% da água na Terra é salgada, 3% é água doce, sendo

2% congelada e 1% acessível. A Figura 2 ilustra a divisão de água doce e salgada.

Figura 2 - A disponibilidade da água no planeta

Fonte: Equipe Brasil Escola

Esses 3% de água estão distribuídos em 2% congelada, nas calotas polares, e apenas 1%

no estado líquido, mas não significa estão disponíveis, livremente, para uso, pois dessa

porcentagem muitos estão no subsolo.

“Esse pequeno volume de água doce e “livre” é distribuído da seguinte forma: metade

está nos livres profundos e a outra se divide em níveis subterrâneos mais superficiais,

Água doce

Água doce

Água doce acessível

Água salgada

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denominados aquíferos, na umidade do solo, do ar, e nos rios e lagos”. Iritani (2008, p. 19). A

Tabela 1 a seguir elucida com clareza as porcentagens de água doce.

Tabela 1 - Mostra que a água e suas porcentagens em diferentes estados

Partes da hidrosfera Volume de água doce – Km³ Parte total da água doce - %

Geleiras 24.000.000 84,945

Água subterrânea 4.000.000 14,158

Lagos e reservatórios 155.000 0,549

Umidade do solo 83.000 0,294

Atmosfera 14.000 0,049

Rios 1.200 0,004

Total 28.253.200 100,00

Fonte: Heath, R.C. Watter Supply paper.

1.3.2 Águas Subterrâneas

Desde a antiguidade se tenta explicar a origem das águas subterrâneas. Muitos filósofos

formularam teorias com o intuito de explicar tal fenômeno.

Nesse sentido, Barnabé (2006, p. 9) comenta,

Homero, Tales, Platão e René Descartes formularam hipóteses de que as nascentes

eram formadas por água do mar conduzida através de canais subterrâneos para baixo

das montanhas, depois purificados e dirigindo até à superfície. Aristóteles supôs que

se o ar entrasse em frias cavernas escuras sob as montanhas, ele se condensaria em

água e contribuiria para as nascentes. Sêneca e Plínio seguiram as ideias gregas e

pouco contribuíram para o assunto. Entretanto, um passo importante foi dado pelo

arquiteto romano Vitruvio, explicando a teoria da infiltração, tendo como referência

a grande quantidade de chuva que as montanhas recebem escoando através dos

estratos rochosos e emergindo para formar os cursos de água.

Barbosa (2007, p. 14), também tenta esclarecer como ocorre o fenômeno, o ciclo

hidrológico compreende o movimento contínuo da água entre a terra e a atmosfera através de

processos de evaporação da superfície da água e do solo, além da transpiração das plantas e a

precipitação. Esta água é infiltrada no subsolo, e está presente nos espaços intergranulares dos

solos ou nas fraturas das rochas.

Manoel Filho (2000, p. 391) define, “as águas subterrâneas são águas armazenadas nas

rochas e/ou depósitos sedimentares que se acumularam ao longo de milhares de anos e se

encontram, sob condições naturais, numa situação de equilíbrio governada por um mecanismo

de recarga e descarga”.

Assim, pode-se dizer que a água permeia espaços vazios que existem entre componentes

do solo, tais como grãos e rochas até alcançar esses depósitos, a Figura 3 a seguir ilustra essa

situação.

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Figura 3 - Ciclo hidrológico

Fonte: Barbosa (2007, p. 14)

Como pode se observar, na Figura 3, a água é infiltrada no solo e desce verticalmente

por causa da gravidade, até chegar ao reservatório subterrâneo, mas esse processo é lento e

demorado.

Nessa esteira, Barbosa (2007, p. 14) comenta,

o caminho subterrâneo das águas é o mais lento de todos. Por outro lado, a água de

uma chuva que não se infiltrou levará poucos dias para percorrer muitos e muitos

quilômetros. Já a água subterrânea poderá levar dias para percorrer poucos metros.

Havendo oportunidade esta água poderá voltar à superfície, através das fontes, indo

se somar às águas superficiais, ou então, voltar a se infiltrar novamente.

Depois desse caminho o excedente de água que, passa pelos poros, acumula-se em zonas

mais profundas o que acaba preenchendo totalmente os poros e formando a zona saturada, ou

seja, os aquíferos.

A zona saturada é aquela onde se localiza, no subsolo, a água infiltrada e acumulada

durante milhões de anos, enquanto a não saturada está relacionada com a região porosa que a

água percorre até chegar aos reservatórios. A Figura 4 a seguir mostra esse fenômeno.

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Figura 4 - Zona saturada e não saturada

Fonte: Golvêia (2004)

De acordo com a Figura 4, na zona não saturada localiza-se poros com ar e água o que

não ocorre na região saturada, onde foi preenchido com água e não há presença de ar.

Pinto (2005, p. 67) corrobora com essa afirmação,

a água, ao se infiltrar no solo, está sujeita, principalmente, às forças devidas à atração

molecular ou adesão; à tensão superficial ou efeitos de capilaridade; e à gravitacional.

Abaixo da superfície, em função das ações dessas forças e da natureza do terreno, a

água pode se encontrar na zona de aeração ou na zona saturada. Na primeira, os

interstícios do solo são parcialmente ocupados pela água, enquanto o ar preenche os

demais espaços livres, e na segunda, a água ocupa todos os vazios e se encontra sob

pressão hidrostática.

1.3.3 Aquíferos

Iritani (2008, p. 19) diz que, “aquífero é um reservatório de água, caracterizado por

camadas ou formações suficientemente permeáveis, capazes de armazenar e transmitir água em

quantidades que possam ser aproveitadas como fonte de abastecimento para diferentes usos”.

Para Feitosa (1997, p. 45),

Os aquíferos podem ser classificados de acordo com as pressões das superfícies

limitantes, superior também chamada de topo e inferior conhecida como base.

Também podem ser classificados a partir da capacidade de transmissão de água entre

estas camadas limitantes como camada confinante superior e camada confinante

inferior.

Ainda de acordo com o autor citado acima,

Os comportamentos hidrostáticos e hidrodinâmicos, os aquíferos são classificados em

livre, confinado e semi-confinado. Os aquíferos livres ou freáticos são os aquíferos

mais comuns e mais explorados pela população. Sua base é representada por uma

rocha ou formação rochosa impermeável e seu limite superior por uma superfície

hídrica livre, diretamente em contato com o ar, submetido diretamente a pressão

atmosférica, o que os torna mais vulneráveis a problemas de contaminação.

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Já para Mello (2013, p. 6), “os aquíferos do Domínio Freático (zona porosa) são

caracterizados por meios geológicos onde a porosidade é do tipo intergranular, ou seja, a água

ocupa os poros entre os minerais constituintes do material geológico (rocha ou solo)”.

Enquanto Rebouças et al. (2002, p. 43),

Define como sendo, aquele constituído por uma formação geológica permeável e

superficial, totalmente aflorante em toda a sua extensão, e limitado na base por uma

camada impermeável. A superfície superior da zona saturada está em equilíbrio com

a pressão atmosférica, com a qual se comunica livremente. Os aqüíferos livres têm a

chamada recarga direta. Em aqüíferos livres o nível da água varia segundo a

quantidade de chuva. São os aqüíferos mais comuns e mais explorados pela

população. São também os que apresentam maiores problemas de contaminação.

A Figura 5 a seguir representa um tipo de aquífero livre.

Figura 5 - Aquífero livre

Fonte: Associação brasileira de águas subterrâneas

Desta forma, percebe-se que os reservatórios livres são aqueles em que a água assume

uma pressão igual a atmosférica, ou seja, estão na superfície.

Rebouças et al. (2002, p 45), explica que,

Aquífero confinado ou artesiano é aquele constituído por uma formação geológica

permeável, confinada entre duas camadas impermeáveis ou semipermeáveis. A

pressão da água no topo da zona saturada é maior do que a pressão atmosférica

naquele ponto, o que faz com que a água ascenda no poço para além da zona aquífera.

O seu reabastecimento ou recarga, através das chuvas, dá-se preferencialmente nos

locais onde a formação aflora à superfície. Neles, o nível da água encontra-se sob

pressão, podendo causar artesianismo nos poços que captam suas águas. Os aquíferos

confinados têm a chamada recarga indireta e quase sempre estão em locais onde

ocorrem rochas sedimentares profundas (bacias sedimentares).

A Figura 6 a seguir esboça um tipo de aquífero confinado.

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Figura 6 - Aquífero confinado

Fonte: Associação brasileira de águas subterrâneas

Os aquíferos artesianos ou confinados possuem água submetida a uma pressão superior

à da atmosférica, isso se deve ao fato de estarem confinadas no subsolo e para se ter acesso é

necessário que se faça poços ou outra forma de captação desse líquido.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) (2007, p.12), os aquíferos ainda

podem ser classificados pela quantidade de espaços vazios em:

(a) Poroso – com água armazenada nos espaços entre os grãos criados durante a

formação da rocha; é o caso das rochas sedimentares, como os arenitos do Sistema Aqüífero

Guarani. Os aqüíferos porosos funcionam com esponjas onde os espaços vazios são ocupados

por água.

(b) Fissural (cristalino/embasamento cristalino) – a água circula pelas fissuras

resultantes do fraturamento das rochas relativamente impermeáveis (ígneas ou metamórficas),

como os basaltos, que estão sobre arenitos do Guarani.

(c) Cársticos – São os aquíferos formados em rochas carbonáticas (sedimentares,

ígneas ou metamórficas). Constituem um tipo peculiar de aqüífero fraturado, onde as fraturas,

devido à dissolução do carbonato pela água, podem atingir aberturas muito grandes, criando,

neste caso, verdadeiros rios subterrâneos. São exemplos destes, as regiões da Gruta de Maquiné,

São Domingos, Vale do Ribeira e Bonito.

Essa classificação se dá de acordo com a quantidade de espaço existente entre os

compostos conforme ilustrado na Figura 7, Tipos de aquíferos quanto a permeabilidade.

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Figura 7 - Tipos de aquíferos quanto a permeabilidade

Fonte: Ministério do Meio Ambiente.

1.3.4 A Importância da Hidrologia Subterrânea

Para Barnabé (2006, p. 6),

A relação, em termos de demanda quanto ao uso da água, varia entre os países, e

nestes, de região para região, constituindo o abastecimento público, de modo geral, a

maior demanda individual. Em 1992, a UNESCO (Organização das Nações Unidas

para a educação, Ciência e a Cultura) estimava que mais de 50% da população

mundial poderia estar sendo abastecida pelo manancial subterrâneo. Observa-se

atualmente que praticamente todos os países do mundo, desenvolvidos ou não,

utilizam água subterrânea para suprir suas necessidades, seja no atendimento total ou

apenas suplementar do abastecimento público e de atividades como irrigação,

produção de energia, turismo, indústria, etc.

As águas subterrâneas são importantes, pois o uso exacerbado e inadequado desse

recurso tem provocado sua escassez. As águas armazenadas, no subsolo, podem contribuir para

amenizar esse problema.

Nessa esteira, Barbosa (2007, p. 18) esclarece que,

O homem sempre teve a ideia de que os recursos naturais são inesgotáveis por

apresentarem-se de forma abundante no meio, passando a utilizá-los irracionalmente

e, quase sem nenhum controle. Essa falsa sensação de inesgotabilidade da água cai

por terra quando se toma consciência de que, nem toda a água do planeta pode ser

aproveitada para o consumo humano. Daí a necessidade imperiosa de preservação

deste recurso natural. Neste caso a preservação das águas subterrâneas, assume grande

importância, não só porque representa uma das maiores porcentagens das águas doces

de fácil acesso, mas também porque a sua descontaminação seria economicamente

inviável e tecnicamente complexa.

Esses reservatórios são importantes, pois abastecem rios e lagos mesmo em períodos de

seca, já que a grande maioria desse são permanente. Outra função importante é o abastecimento

para as pessoas que através de poços bem construídos e protegidos ajudam a manter a saúde da

população que utilizam essa água para satisfazer suas necessidades básicas.

Ainda com relação a esse assunto Villiers (2002, p. 23).

Outro ponto importante observado pelo uso da água subterrânea é o seu papel de

destaque, principalmente a partir da década de 50, no equacionamento do problema

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de água em regiões áridas e semi-áridas, como o Nordeste do Brasil e a Austrália, e

mesmo desérticas, como na Líbia, onde cidades ao longo da costa e grandes projetos

de irrigação têm a demanda de água atendida por poços tubulares perfurados em pleno

deserto do Saara, através de uma adutora com 1.900 km de0 distância.

1.4 REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO

Na construção civil, muitas vezes, é necessário que se faça o rebaixamento do lençol

freático, pois, o nível da água se encontra próximo ao à superfície. Esse tipo de procedimento

permite maior estabilidade na construção evitando desmoronamentos resultantes do excesso de

umidade no solo.

Nesse sentido Souza at Gaioto (2011, p. 3) destaca que,

o rebaixamento faz com que o nível da água seja reduzido, possibilitando assim a

execução das fundações da obra, melhorando as condições de estabilidade de taludes,

evitando escorregamento e reduzindo as dimensões da área requerida para a obra,

garantindo que o solo no fundo da escavação mantenha sua densidade e características

de compactação, pois a presença da água influência nos valores desses parâmetros,

reduzindo os empuxos de terra sobre paredes de escoramento, para que não ocorra

desmoronamento no canteiro de obras influenciando na segurança dos operários.

Para se realizar o rebaixamento é necessário que se faça ensaios preliminares, já que ao

realizá-lo, altera-se a composição natural do solo, tais como pressão e tensão.

Alonso (2007, p. 79),

É importante lembrar que, qualquer que seja o sistema de rebaixamento empregado,

sempre haverá uma diminuição das pressões neutras no solo e, consequentemente, um

aumento de das tensões efetivas. Esse acréscimo de pressão efetiva no solo pode

causar recalques indesejáveis às estruturas situadas no raio de influência do

rebaixamento. Isso acontece quando as estruturas têm suas fundações apoiadas em

solos muito compressíveis, como argilas orgânicas ou areias fofas submersas.

Desta feita, é necessário que se considere vários fatores antes de iniciar as atividades de

rebaixamento, tais como os que citam Souza at al (2011, p. 3).

A magnitude, os custos e a definição do tipo de sistema de rebaixamento a ser adotado

dependem principalmente: a) da permeabilidade do solo, podendo ser muito variável

em regiões próximas; b) da profundidade de escavação; c) da posição natural do lençol

freático, regiões localizadas em áreas de descarga requer um estudo mais rico de

informações para a retirada da água; d) das condições das obras situadas próximas ao

rebaixamento e das suas fundações, para não causar nenhum dano aos vizinhos,

podendo vir a ser necessário o uso de técnicas mais adequadas; e) da área e da

profundidade da escavação requerida; f) do tempo em que será necessário manter a

condição de rebaixamento.

Considerando esses fatores existem vários tipos de métodos de rebaixamento que devem

ser observados de acordo com o aquífero e com a obra.

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1.4.1 Principais Métodos de Rebaixamento

1.4.1.1 Bombeamento direto

De acordo com Alonso (2007, p. 79),

Esse sistema de rebaixamento é o mais simples de todos, consistindo na coleta da água

em valetas, colocadas no fundo da escavação e ligadas a um ou vários poços,

estrategicamente dispostos, onde a água é acumulada e, à medida que atinge

determinado nível (volume), recalcada para fora da zona de trabalho.

Ainda sobre o assunto Caputo (2008, p. 217) “relata que, este processo se faz recalcando,

para fora da zona de trabalho, a água conduzida por meio de valetas e acumulada dentro de um

poço executado abaixo da escavação”.

Figura 8 - Sistema de rebaixamento por bombeamento direto

Fonte: Alonso (2007)

Esse tipo de rebaixamento é o mais simples, mas de acordo com Alonso (2007, p. 80)

apresentam problemas, tais como:

1- No caso de escavações suportadas por cortinas estanques contínuas, conforme

figura 09, a força de percolação da água pode causar substancial perda de suporte

quando o gradiente hidráulico for elevado; isso prejudica os trabalhos e até inviabiliza

a execução de fundações rasas. Se houver uma camada argilosa, pouco permeável

pode ocorrer a ruptura do fundo da escavação;

2- Sempre que esse sistema de rebaixamento for usado, é importante verificar a

não-ocorrência de carreamento de partículas de solo, observando-se, regularmente, a

água na saída das bombas para ver se esta saindo limpa. O carreamento de partículas

de solo acarreta recalques acentuados em estruturas vizinhas à escavação, em

particular em calçamentos, dutos de água ou esgoto e outros tipos de obras apoiadas

acima da cota da escavação. Ao constatar-se o carreamento de solo, deve-se melhorar

o sistema de captação da água, dispondo-se sistemas de filtro onde ocorrem esses

carreamentos.

Esse tipo de sistema é indicado onde a camada permeável é de "pequena" espessura (em

relação à profundidade da escavação), repousando sobre um extrato "impermeável" (k da ordem

de 10(-8) cm/s).

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13

1.4.1.2 Sistema de rebaixamento com ponteiras filtrantes

Caputo (2008, p. 217) afirma que “esse tipo sistema elimina os inconvenientes causados

pelo sistema de bombeamento feito diretamente da escavação”.

Loturco (2003, p. 3) explica que,

Nesse sistema, são perfurados poços com diâmetro variando entre 10 cm e 15

cm e instaladas ponteiras conectadas a um coletor que se liga a um sistema de

bombas. Dependendo da estabilidade da parede, as laterais do poço podem ou

não ser revestidas. Com a ponteira instalada no fundo do poço é feita a vedação

na parte superior do furo - no nível do solo. No Brasil, as ponteiras mais

utilizadas têm entre 3,8 cm e 5,8 cm de diâmetro e de 0,3 m a 1,0 m de

comprimento feitas de tubos de aço galvanizado ou PVC perfurados e envoltos

por tela filtrante.

Já para Chiossi (2013, p. 208), esse sistema é utilizado empregando-se ponteiras

filtrantes de “11/2 a 21/2” de diâmetro, com 30 a 100 cm de comprimento, para drenagem por

gravidade ou a vácuo. Essas ponteiras filtrantes constituem-se de um tubo de aço perfurado e,

a seguir, um tubo metálico fechado, com 8 a 9 m de comprimento.

Figura 9 - Ponteiras filtrantes

Fonte: Loturco (2003, p. 3)

Deste feita, esse tipo de sistema consiste em envolver o lugar que se pretende drenar,

com canos coletores ligados à bomba aspirante típica para esse tipo de serviço.

Para aumentar a eficácia do sistema, o rebaixamento pode ser feito em dois ou mais

estágios. Nessas condições, as etapas subsequentes operam a partir do rebaixamento alcançado

no estágio superior.

1.4.1.3 Sistemas de rebaixamento com injetoras e injetores

Por este sistema, se força a circulação da água através de um bocal previamente

conformado para reproduzir um tubo injetor. Este injetor é instalado na extremidade inferior do

poço individual. O sistema funciona como um circuito semifechado, no qual a água é

impulsionada por bomba centrífuga através de uma tubulação horizontal geral de injeção.

Nesse diapasão Alonso (2007, p. 91) elucida,

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Uma bomba de recalque instalada em uma casa de bombas injeta água por uma

tubulação de distribuição geral à qual se ligam os tubos injetores que possuem na

extremidade inferior de um bico Venturi. A água injetada penetra no injetor e, após

atravessá-lo, sob alta pressão carrega a água do solo por outro tubo, até a superfície

onde é captada por outra tubulação coletora.

Figura 10 - Sistemas injetores

Fonte: Alonso (2007)

Alonso (2007, p. 99) comenta que, o sistema ejetor possui o mesmo princípio de dos

injetores. A diferença está na utilização de dois tubos concêntricos, injetando-se a água pelo

tubo externo e coletando-a pelo tubo interno. Mas esse processo não teve muita aceitação pela

dificuldade de manutenção dos injetores.

1.4.1.4 Sistemas de rebaixamento com bombas submersas

Para Caputo (2008, p. 229), esse método, denominado “processo Siemens”, que consiste

em recalcar a água por meio de bombas submersas colocadas no fundo de um tubo filtrante, é

indicado quando se deve executar um rebaixamento de nível d’agua a uma grande profundidade.

Esse método de rebaixamento utiliza-se bombas submersíveis instaladas no tubo-filtro,

de forma equivalente aos injetores. Esse tipo de bomba pode recalcar até mais de 100 m de

altura e com descarga de 60m3 /hora ou mais (Caputo 2008, p. 230).

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Alonso (2007, p. 99) explica que, todas as bombas de cada poço são ligadas a um painel

de controle de elétrico que deve conter, além dos dispositivos normais de operação (sistema de

controle dos eletrodos, de fornecimento de energia e de proteção do motor elétrico), dispositivos

especiais de controle e desempenho das bombas que permitam detectar, de maneira rápida,

qualquer problema nestas, pois são equipamentos sofisticados e de alto custo.

Figura 11 - Poço de bombeamento com bomba submergível

Fonte: Muller (2004, p. 32).

Segundo Muller (2004, p. 330), “esse tipo de rebaixamento pode atingir grandes áreas,

em formato de cone, chamado de cone de rebaixamento. A extensão da área é medida pela

distância máxima de ocorrência de rebaixamento a partir do poço em operação. Nos lençóis

freáticos que estão confinados ou sob pressão, essa distância a centenas de metros”.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Para o desenvolvimento do estudo em questão, no geral utilizou-se tubos e conexões de

material PVC, conforme a Tabela 2, Materiais e Equipamentos, a seguir:

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Tabela 2 - Materiais e Equipamentos

Quantidade Peça Tipo Material Diâmetro (mm)

4 Barras de 6m de Tubo Soldável PVC 25

1 Barra de 6m de Tubo Soldável PVC 32

1 Barra de 6m de Tubo Soldável PVC 40

1 Curva Soldável PVC 32

1 Bucha de Redução Curta Soldável PVC 32 x 25

2 Bucha de Redução Curta Soldável PVC 40 x 32

1 Luva Soldável PVC 40

1 Luva Soldável PVC 32

1 Luva de Redução Soldável PVC 32 x 25

1 Luva de Redução Soldável com Rosca PVC 25

3 Uniões Roscáveis PVC 32

1 Tê Soldável PVC 40

1 Tê Soldável PVC 32

4 Joelho Soldável PVC 32

2 Adaptador Curto Bolsa e Rosca PVC 32

1 Adaptador Curto Bolsa e Rosca PVC 40

1 Válvula de Esfera com Alavanca Roscável Metálico 25

1 Válvula de Pé com Crivo Soldável PVC 32

1 Válvula de Pé com Crivo Soldável PVC 40

1 Registro Esfera com Borboleta Rosca Macho e Fêmea PVC 25

1 Adesivo Plástico para PVC Frasco Incolor - -

1 Trena 30m - Metálico -

1 Segueta - Metálico -

1 Fita Veda Rosca - - -

1 Chave de Grife - Metálico -

1 Lixa - - -

1 Alicate Bomba D’Água - - -

1 Bomba Centrífuga Periférica 0,50CV - ICS-50B Metálico -

Fonte: Autor

A pesquisa foi desenvolvida tendo como principal fonte de apoio à pesquisa

bibliográfica, livros didáticos, revistas científicas, monografias, artigos e teses relativos ao

rebaixamento de lençol freático com a finalidade de embasamento técnico do conceito e

identificação dos principais tipos de rebaixamento de lençol freático e a elaboração de um

método proposto nessa pesquisa: o método de rebaixamento do lençol freático utilizando

sifonamento hidráulico. O método sugerido realizou um teste para se observar o fenômeno de

sifão, por meio de contudo forçado para o escoamento da água.

Conforme Heller, 2006 podemos estimar o valor da pressão atmosférica local em função

da altitude na Tabela 3, Alturas máximas de sucção conforme altitude e pressão atmosférica, a

seguir:

Tabela 3 Alturas máximas de sucção conforme altitude e pressão atmosférica

Altitude (m) Pressão Atmosférica (m) Limite prático de sucção

0 10,33 7,60

300 10,00 7,40

600 9,64 7,10

900 9,30 6,80

1200 8,96 6,50

1500 8,62 6,25

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1800 8,27 6,00

2100 8,00 5,70

2400 7,75 5,50

2700 7,50 5,40

3000 7,24 5,20

- - -

Brasília cota 1.172 8,96 6,50

Fonte: Adaptado de Heller, 2006

Para realizar este projeto foi utilizado dois métodos de pesquisa: experimental e

bibliográfico. No primeiro momento, foi observado um poço já construído de 5m de

profundidade e 4m de nível d’água revestido por um tubo dreno de PVC com 300mm de

diâmetro. Este tubo apresenta inúmeros furos para possibilitar a entrada da água no seu interior

bem como sua parede externa encontra-se encamisada (revestida) com geotêxtil para evitar o

entupimento deste pelas partículas de solo.

O experimento foi realizado na região do Setor Habitacional Arniqueiras – SHA,

Chácara 21, Condomínio Athenas, Brasília – DF. A Figura 12 mostra a localização onde foi

realizado o sistema de rebaixamento por sifonamento.

Figura 12 Localização do estudo,

Fonte: Google Maps

O poço encontra-se numa região característica do formato de um aquífero livre de fluxo

constante, como representado na Figura 13 a seguir:

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Figura 13 Poço em um aquífero livre de forma cilíndrica

Fonte: Adaptado de Gonçales & Giampá, 1983

O sistema de rebaixamento de lençol freático por meio de sifonamento hidráulico

consiste em utilizar o fenômeno de sifão.

De acordo com Ferreira (2013, p. 33), “sifões são dispositivos integrados nos aparelhos

sanitários ou inseridos nos ramais de descarga com o objetivo de impedir a passagem de gases

para o interior dos edifícios”.

Já Carvalho (2011, p. 74) conceitua sifões como sendo, “um conduto fechado que

levanta o líquido a uma cota mais alta que aquela da superfície livre e o descarrega numa cota

mais baixa”.

Para que haja escoamento pelo método do sifão é necessário o preenchimento do sifão

com o líquido a ser transportado e esse escoará até que ocorra o nivelamento de altura entre eles

ou quando esgotar o líquido.

Esse escoamento se dá por gravidade, onde se tem, entre o ponto de captação e

escoamento, diferentes níveis de altura H e, consequentemente, uma diferença de energia

potencial, entre o ponto mais alto (captação) e o ponto mais baixo (escoamento). A Figura 14

ilustra esse método.

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19

Figura 14 - Esquema de um sifão

Fonte: Costa (2006, p. 1)

Com base neste princípio, o funcionamento do método fundamenta-se pela equação de

Bernoulli (Eq. 01), por meio de três condições:

Primeira condição: Aplicando a Eq. 01 ao ponto de captação (E) da Figura 14, situado

no nível d’água, do reservatório, e ao ponto de escoamento (B), estabelece o nível de referência:

𝐻 + 𝑃𝑎

𝛾+ 0 = 0 +

𝑃𝑎

𝛾+

𝑉2

2𝑔+ ℎ𝑓𝐴𝐵

(01)

Onde:

H = altura

Pa = Pressão em A

𝛄 = Peso especifico da água

V = Velocidade

g = gravidade

h = altura final entre A e B

A carga no ponto E, contido no plano de carga efetiva, é nula porque o reservatório tem,

supostamente, nível d’água constante. A parcela hfAB representa as perdas de carga totais. A

pressão atmosférica é a mesma à entrada e à saída do conduto. Então, da igualdade acima, tem-

se que:

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𝑉 = 2𝑔(𝐻 − ℎ𝑓𝐴𝐵)

(02)

Desta forma, em virtude da velocidade média do fluído ser positiva a extremidade de

escoamento deve situar-se abaixo do plano de carga efetiva e ainda em patamares mais baixos

conforme o aumento das perdas de cargas totais.

Segunda condição: aplicação do Teorema de Bernoulli entre o ponto E e o vértice C,

desta feita tem se a Eq. 02 para o nível de referência conforme a Figura 14:

𝐻 + 𝑃𝑎

𝛾+ 0 = 𝐻 + 𝐻1 +

𝑉2

2𝑔+

𝑃𝑐

𝛾ℎ𝑓𝐴𝐶

(03)

onde:

𝑉2

2𝑔=

𝑃𝑎

𝛾− (𝐻1 +

𝑃𝑐

𝛾+ ℎ𝑓𝐴𝐶)

(04)

As perdas de carga totais no ramo ascendente são representadas por HfAC, H1 é a altura

do vértice em relação ao nível d`água no reservatório e Pc/ɣ representa a altura da pressão no

vértice.

Com base nessa afirmação deve-se ter:

𝑃𝑎

𝛾> 𝐻1 +

𝑃𝑐

𝛾+ ℎ𝑓𝐴𝐶

(05)

𝐻1 <𝑃𝑎

𝛾− (

𝑃𝑐

𝛾+ ℎ𝑓𝐴𝐶)

(06)

Esta expressão traduz a segunda condição para o funcionamento de um sifão sendo

verificado que a elevação do vértice acima do plano de carga efetiva deve ser sempre inferior à

altura da pressão atmosférica local. A elevação H1 será tanto menor do que Pa/ɣ quanto maiores

forem as perdas de carga no ramo ascendente. Se a pressão no vértice pudesse anular-se:

𝐻1 < 10,33 − ℎ𝑓𝐴𝐶)

(07)

Tal seria o valor máximo teórico de H1, consideradas as perdas de carga no ramo

ascendente. Entretanto, na prática, o valor de H1 raramente atinge 6 metros, porque, ao

aproximar-se deste limite, a pressão no vértice atinge baixos valores que provocam o

desprendimento do ar dissolvido e a formação de vapores que se acumulam no ápice do sifão,

perturbando ou interrompendo seu funcionamento.

Terceira condição: Aplicando a mesma equação entre o vértice do sifão e o ponto B:

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𝐻2 +𝑉2

2𝑔+

𝑃𝑐

𝛾 =

𝑉2

2𝑔+

𝑃𝑎

𝛾+ ℎ𝑓𝐶𝐵

(08)

Portanto, tem-se que:

𝑃𝑎

𝛾= 𝐻2 +

𝑃𝑐

𝛾− ℎ𝑓𝐶𝐵

(09)

Esta igualdade, traduzindo a terceira condição de funcionamento dos sifões, nos diz que

o ramo descendente não pode prolongar-se indefinidamente. Se assim acontecesse, as perdas

de carga, neste trecho do conduto, poderiam assumir valores que tornariam o segundo membro

desta expressão negativo, indicando uma situação impossível.

Pela Eq. 2 pode parecer que, aumentando H, a velocidade cresce e, com ela, a vazão.

Esta falsa impressão se desfaz pelo exame da Eq. 8 que estabelece a condição limite do valor

de H2 e, consequentemente, de H.

Os sifões podem funcionar perfeitamente se, ao invés de desaguarem livremente na

atmosfera, o fizessem em outro reservatório. Em tal caso, diz-se que a boca de saída está

afogada.

2.1 MONTAGEM DO SIFÃO

Etapa 1 – Tubulação de escorva

O mecanismo de escorva consiste na eliminação do ar existente no interior da bomba e

da tubulação de sucção. Esta operação consiste em preencher com água todo o interior da

bomba e da tubulação de sucção, antes do acionamento da mesma.

Nesta etapa foi utilizado uma barra de 6m de tudo soldável de PVC de 32mm, uma

válvula de pé com crivo soldável de PVC 32mm, um joelho soldável de 90º de PVC 32mm,

uma união roscável de PVC de 32mm e um adaptador soldável curto com bolsa e rosca de

32mm.

Com o auxílio de uma segueta pega-se a barra de 6m de tudo soldável de PVC de 32mm

e corta-o a um comprimento de 4,5m. Em seguida encaixa-se a uma das extremidades dessa

barra de tubo soldável a válvula de pé com crivo que será mergulhada no interior do poço a ser

esgotado. Essa válvula é responsável para impedir que a água que será succionada pela bomba

retorne ao poço e consequentemente esvazie a tubulação causando uma entrada de ar no sistema

e consequentemente inviabilizando o funcionamento do sifão.

Na ponta da extremidade da barra de tubo soldável de 32mm que se encontra fora do

poço acopla-se o joelho de 90º de PVC de 32mm e com o pedaço restante dessa barra através

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da união roscável e do adaptador soldável curto com bolsa e rosca de 32mm faz-se o encaixe

na entrada de sucção da bomba centrífuga utilizada.

Figura 15 - Montagem do sistema e Válvula de Pé com Crivo 32mm

Fonte: Autor

Etapa 2 – Dispositivo de alagamento da bomba centrifuga ou válvula de alívio

É importante ressaltar que a bomba centrífuga utilizada neste teste para desempenhar

seu funcionamento em perfeito estado é necessária que suas aletas de centrifugação estejam

completamente inundadas ou preenchidas por água, caso contrário, poderá sofrer danos nos

mecanismos de funcionamento.

Para evitar que esta bomba centrífuga sofra danos no momento do seu acionamento por

estar inicialmente seca foi construído um dispositivo para promover o seu alagamento e

preenchimento prévio da tubulação de escorva onde foram utilizados uma válvula de esfera

metálica com alavanca 32mm, 30cm de barra de tubo soldável de PVC de 32mm, um joelho de

90º de PVC de 32mm e um Tê soldável de 32mm.

Em relação à montagem foi promovido o acoplamento da barra de tubo soldável na saída

superior da bomba centrífuga e em seguida foi feito o encaixe do Tê e com o auxílio do joelho

de 90º promoveu-se o encaixe dos 30cm de barra de tubo soldável de 32mm e na sua

extremidade a adaptação da válvula de esfera metálica com alavanca 32mm (abre e fecha) por

onde é feito o alagamento da bomba e da tubulação de escorva.

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Figura 16 – Montagem da tubulação de escorva

Fonte: Autor

Figura 17 – Montagem do dispositivo de alagamento da tubulação

Fonte: Autor

Etapa 3 – Sistema de esgotamento / escoamento do sifão

Para a montagem desta etapa foram utilizados uma barra de 6m de tubo soldável de PVC

40mm, uma válvula de pé com crivo soldável de PVC 40mm, um Tê soldável de PVC de 40mm,

duas buchas de redução soldável curta de PVC 40 x 32mm, quatro barras 6m de tubos soldável

de PVC 25mm, uma curva soldável de PVC 25mm, uma bucha de redução soldável curta de

PVC 32 x 25mm, uma luva soldável de PVC 40mm, uma luva soldável de PVC 32mm, uma

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união roscável de PVC 32mm, uma luva de redução de PVC 32 x 25mm, uma luva Soldável

com rosca de PVC 25mm e um registro esfera rosca macho e fêmea com borboleta.

Com o auxílio de uma segueta pega-se a barra de 6m de tudo soldável de PVC de 40mm

e corta-o a um comprimento de 4,5m. Em seguida encaixa-se a uma das extremidades dessa

barra de tubo soldável a válvula de pé com crivo de 40mm que será mergulhada no interior do

poço a ser esgotado.

Na ponta da extremidade desse barra de tubo de 40mm instala-se um Tê onde na parte

superior com o auxílio de uma bucha de redução soldável curta de PVC 40 x32mm faz a união

com o barra de tubo de 32mm proveniente do sistema de escorva/alagamento e na saída frontal

do Tê de 40mm acopla-se um pedaço de tubo de 40mm com cerca de 30 cm e promove na sua

extremidade a redução do diâmetro da tubulação de 40mm para 32mm e consequentemente a

redução do diâmetro de 32mm para 25 mm e com o auxílio de uma curva alongada emenda-se

quatro barras 6m de tubos soldável de PVC 25mm e na sua extremidade é instalado um registro

esfera rosca macho e fêmea com borboleta para abrir e fechar o fluxo de escoamento.

Figura 18 – Acoplagem das conexões, Válvula de Pé com Crivo 40mm

Fonte: Autor

Etapa 4 - Funcionamento do sifão

Após a montagem do sifão antes de acionar a bomba centrífuga foi aberto o registro do

sistema de alagamento e promovido a inundação da bomba bem como a tubulação de escorva

com água. Em seguida fechou-se o registro e acionou a bomba centrífuga por um intervalo de

tempo de 30s até verificar a saída de água na extremidade da tubulação e certificar-se da

eliminação do ar no interior da tubulação do sifão. Após essas etapas e com o desligamento da

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bomba centrífuga foi observado que o fluxo de escoamento permanece contínuo e o

rebaixamento do lençol freático está sendo efetivo.

Figura 19 - Sistema Funcionando

Fonte: Autor

Visando proporcionar uma agilidade no tempo de execução do rebaixamento do lenço

freático levando-se em conta o tipo de obra e a finalidade desta recomenda-se cavar poços

adjacentes uns aos outros para executar o rebaixamento do lençol de uma área através do

método de sifonamento e a construção de um poço central para captação de toda água esgotada

dos poços adjacentes. Esse esgotamento no poço central será feito por uma bomba submersa

elétrica. As figuras a seguir mostram essa ideia sendo respectivamente, vista em planta do

terreno, vista em perspectiva do terreno e esquema do sistema de rebaixamento de lençol

freático por meio de sifonamento hidráulico.

Figura 20 Vista em planta do terreno

Fonte: Paranhos, 2015

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Figura 21 Vista em perspectiva do terreno

Fonte: Paranhos, 2015

Figura 22 Esquema do sistema de Rebaixamento de Lençol Freático por meio de Sifonamento Hidráulico

Fonte: Adaptado Paranhos, 2015

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Colocar em prática o fenômeno de escoar um líquido de um recipiente para outro em

detrimento de uma diferença de nível expressa-se um conhecimento secular, onde, em síntese,

é denominado sifão, a exemplo, toma-se a retirada de gasolina de um tanque para um galão

plástico portátil utilizando um tubo semi flexível que através de sucção coloca-se em evidência

o processo de sifonamento bem como o escoamento ou transferência desse líquido.

Tomaz, (2011) discorre que:

O sifonamento é antigo, pois, os egípcios já o faziam em 1500ac para separar a água

limpa da suja, mas não sabiam explicar o que acontecia. A explicação do

funcionamento do sifão foi feita pelo grego Tesibius de Alexandria em 240 aC.

Com base no experimento proposto utilizando a técnica de rebaixamento do lençol

freático pelo método de sifonamento hidráulico durante o teste prático em campo após o

acionamento da bomba centrífuga por 30s (trinta segundos) e sequencialmente seu

desligamento ao escorvar todo o sistema foi medido uma vazão de 14l/min (Quatorze litros por

minuto). Em seguida foi cronometrado mais 5min (cinco minutos) e feito uma nova medição

da vazão sendo apontado 10l/min (Dez litros por minutos).

Durante o efetivo funcionamento do sistema proposto após 45min (quarenta e cinco

minutos) foi observado que a altura da lâmina d`´agua no poço caiu de 4,5m para 2,30m,

estabelecendo em diante, a estabilização desta última cota.

Figura 23 - Saída d'água, esgotamento do poço.

Fonte: Autor

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3.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA DO MÉTODO

De acordo com Grandis (1998),

Para a escolha do sistema de rebaixamento a ser utilizado, é essencial a avaliação do

dano ou interferência que o fluxo do lençol freático pode causar a obra. Se for pouca

interferência pode-se utilizar apenas drenos e poços rasos para a retirada do local o

excesso da água. Se os danos forem maiores ou estiverem inviabilizando a obra, pode-

se adotar um sistema efetivo de rebaixamento temporário ou definitivo do lençol

freático.

Souza at al (2011, p. 3) pondera que,

para a escolha ser feita deve-se levar em consideração a magnitude, os custos e a

definição do tipo de sistema de rebaixamento a ser adotado dependem principalmente:

a) da permeabilidade do solo, podendo ser muito variável em regiões próximas; b) da

profundidade de escavação; c) da posição natural do lençol freático, regiões

localizadas em áreas de descarga requer um estudo mais rico de informações para a

retirada da água; d) das condições das obras situadas próximas ao rebaixamento e das

suas fundações, para não causar nenhum dano aos vizinhos, podendo vir a ser

necessário o uso de técnicas mais adequadas; e) da área e da profundidade da

escavação requerida; f) do tempo em que será necessário manter a condição de

rebaixamento.

Ainda nessa esteira Borralho (2013, p. 26) comenta,

que antes da escolha da técnica e geometria do sistema de rebaixamento, é necessária

a definição de um modelo conceptual das condições hidrogeológicas do local. Este

modelo irá depender de diversos fatores, alguns relacionados com as condições do

solo e outros que podem ser controlados. Aqueles relacionados com as condições do

solo são: propriedades e tipo de aquífero; espessura e profundidade do aquífero;

presença de aquitardos e aquiclusos; distância de influência e fronteiras do aquífero;

nível freático subterrâneo inicial e perfil de pressões intersticiais; presença de um

estrato compressível e os que podem ser controlados são: geometria da escavação;

técnica de rebaixamento a utilizar; período de bombagem e profundidade de instalação

do poço.

Para o auxílio dessa escolha pode-se utilizar ensaios que podem ser divididos em três

categorias: laboratoriais (permeâmetros e análises granulométricas), in situ em pequena escala

(ensaios em furos de sondagem) e in situ em grande escala (ensaios de bombagem). Nos ensaios

laboratoriais a estimativa da condutividade hidráulica é feita a partir de amostras recolhidas in

situ, que por não serem representativas do real arranjo das partículas podem levar a imprecisões.

Os ensaios de permeabilidade in situ são mais fiáveis: os ensaios em furo de sondagem

realizados em solos são designados ensaios Lefranc, para as rochas são realizados os ensaios

Lugeon.

Definir o método de escolha é necessário uma análise detalhada de todas as

possibilidades para evitar o equívoco, pois, esse pode resultar em consequências graves que

atingem não só o terreno onde se labora, mas toda a vizinhança.

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3.2 CONSEQUÊNCIAS E IMPACTOS DO REBAIXAMENTO

Segundo Grandis (1998), “o rebaixamento do lençol freático induz uma diminuição das

pressões neutras e, consequentemente, o aumento das pressões efetivas no solo. Nesses casos,

podem ocorrer recalques indesejáveis em estruturas localizadas na vizinhança da obra, podendo

chegar a 100 metros de distância”.

Segundo a NBR 6122:2010,

Recalque é o movimento vertical descendente de um elemento estrutural. Quando o

movimento for ascendente, denomina-se levantamento. Convenciona-se representar o

recalque com o sinal positivo. Recalque diferencial específico é a razão entre as

diferenças dos recalques de dois apoios e a distância entre eles. Nas obras em que as

cargas mais importantes são verticais, a medição dos recalques constitui o recurso

fundamental para a observação do comportamento da obra (ABNT, 2010).

Borralho (2013, p. 35) elucida que,

a utilização de técnicas de rebaixamento do nível freático deve garantir condições de

trabalho estáveis e adequadas na obra para que esta decorra em segurança e sem custos

adicionais. Estas operações de rebaixamento do nível freático irão alterar a posição

do nível freático, muitas vezes prolongando-se numa área extensa além do local de

construção e, o que em meio urbano assume um caráter importante, podendo em

determinadas circunstâncias existir consequências graves. Um sistema de

rebaixamento bem dimensionado deve assim garantir: que os assentamentos ocorrem

dentro de limites aceitáveis; a prevenção do levantamento e rotura do fundo de

escavação; a prevenção da erosão interna devido ao escoamento; o rebaixamento local

do nível freático e interseção de qualquer escoamento que possa surgir na base ou no

talude da escavação.

O problema de não se fazer um rebaixamento correto é que as consequências podem

atingir áreas próximas ao da construção causando vários problemas.

Nesse sentido Borralho (2013, p. 10),

diz que um rebaixamento inadequado pode traduzir-se em três modos de rotura: rotura

por levantamento hidráulico: sucede quando as forças de percolação ascendente atuam

na base da escavação, contra o peso do terreno, reduzindo a tensão efetiva vertical e

assim provocando um fenômeno de efervescência que irá impelir as partículas do

terreno para cima, sob a ação do fluxo de água; rotura por levantamento global: ocorre

quando a pressão intersticial instalada sob um estrato de baixa permeabilidade, ou sob

uma estrutura, ultrapassa o valor da tensão vertical média devida a esse mesmo estrato

ou estrutura, ocorrerá rotura por levantamento global. Por oposição à rotura por

levantamento hidráulico, este modo de rotura é mais frequente em solos com coesão

mais significativa, como os solos argilosos, e a rotura por erosão interna: é

caracterizado pelo colapso da estrutura do solo provocado pela circulação da água

dentro do solo, que leva ao transporte das partículas finas que o compõem e

consequente perda de estabilidade. A erosão interna tanto pode ocorrer pelo interior

de um estrato, pela superfície de contacto entre dois estratos ou pela superfície de

contacto entre um estrato e uma estrutura. Para evitar que tal aconteça deve proceder-

se à instalação de filtros, naturais ou artificiais, na entrada para o poço, onde é

expectável que se verifiquem gradientes hidráulicos mais elevados.

“A implicação desses fenômenos nas construções é o aparecimento de trincas nas

residências vizinhas e o afundamento dos pisos, devido ao fenômeno de subsidência. Fenômeno

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este que ocorre devido à compactação de camadas subjacentes porosas, decorrente da extração

de águas em quantidade superior à recarga do aquífero”. (Souza at al 2011)

Outro problema pouco estudado está relacionado com o desperdício de água quando se

realiza o rebaixamento, pois, milhares de litros de água dos aquíferos estão sendo lançadas,

principalmente na drenagem pluvial, não havendo qualquer aproveitamento da mesma.

A norma brasileira NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações sugere que haja

avaliação nos efeitos que o rebaixamento pode causar nas áreas vizinhas ao local onde ele será

executado. Porém, não há uma norma geral que regulamente o uso das diversas técnicas de

rebaixamento do nível d’água, nem como aproveitar a água que é retirada do subsolo.

Esse é um problema, pois, várias regiões brasileiras começam a enfrentar problemas em

consequência da falta de água. O Brasil deve adotar políticas que visem coibir esse tipo de

desperdícios, pois, além de agravar a falta de água esse desperdício pode contribuir com a

mudança no quantitativo de águas que passam pelos rios e em alguns casos pode a contribuir

para o assoreamento desses.

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Diante da montagem e do teste prático em campo, evidencia-se que o método proposto

para este trabalho apresentou efeitos positivos como também negativos frente ao dinamismo

encontrado em obras de escavações e particularmente obras que necessitam de ações de

rebaixamento do lençol freático.

Focando-se aos efeitos positivos gerados ao rebaixamento de lençol freático pelo

método de sifonamento hidráulico podemos apontar o baixo custo na montagem do referido

sistema de sifonamento, a simplicidade de funcionamento, bem como, sua eficiência e eficácia

quando comparado aos métodos tradicionais utilizados como bombeamento direto, ponteiras

filtrantes, com injetoras e injetores e com bombas submersas. Esses métodos possuem custo

elevado na montagem e necessitam de abastecimento energético contínuo para realizar o

esgotamento da água subterrânea ao passo que, com a implementação do método do

sifonamento a energia elétrica é utilizada apenas no processo de escorva da tubulação valendo-

se em seu funcionamento até o fim do esgotamento pelo efeito da gravidade em virtude da

diferença de altura entre o ponto de captação da água e o ponto de esgotamento proporcionando

um custo mínimo para seu funcionamento.

Neste método como efeitos negativos pode-se apontar a lentidão no processo de

rebaixamento pelo fato de estar submetido às condições naturais da ação da gravidade ao passo

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que os métodos tradicionais mencionados fazem o rebaixamento do lençol freático por meio de

bombas elétricas submersas. Outro fator importante norteia-se na interrupção do funcionamento

do sistema de rebaixamento por sifonamento caso ocorra uma possível entrada de ar no sistema

(tubulação do sifão) causando a quebra ou descontinuidade da coluna d’água.

Em consonância ao exposto pôde-se concluir que o rebaixamento do lençol freático por

sifonamento constitui-se de um método eficiente, de rápida execução e de custo baixo para as

obras de pequeno, médio e grande porte. Recomenda-se um monitoramento continuo para a

verificação da manutenção da coluna d’água para que o trabalho não seja interrompido.

Sugere-se para o destino final da água no ponto de descarga a sua utilização para fins

de irrigação caso este método seja empenhado em ambientes rurais, ao passo que, em ambientes

urbanos, mais específico nos canteiros de obras, a utilização dessa água para limpeza e

manutenção dos materiais e equipamentos ali utilizados, limpeza dos cômodos previamente

acabados. Para tal utilização dessa água deve-se estabelecer as devidas considerações e

autorizações junto aos órgãos governamentais competentes.

Lowering Water Table Using Hydraulic Siphons

Abstract: Lowering water table system is naturally used in soil conditions improvements,

necessary procedure in building works where the designed penetration test it provides

information of water presence close to superficie, that could impede or commit the excavation

execution services, soil stabilization, underground work, in situations than can be temporarily

or permanent. In many situations the lowering system application is essential to the viability of

the procedure, planning, and logistics. This study addresses a lowering water table through

hydraulic siphon in order to facilitate the conditions and peculiarities of each work, as well as

meet technical and economic criteria.

Keywords: Lowering. Groundwater. Siphon. Hydraulic.

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