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REBECA RASEL Senhora B. (Da série Vapor d’Espelho) Colagem, pastel e acrílica s/ página de revista 43x31cm 2011 uma lacuna complet- (Da série Vapor d’Espelho) O inverno durante Aquarela, pastel e nanquim s/ páginas de livro 13x20cm cada (tríptico) 2011 Vapor d’Espelho Colagem, pastel e acrílica s/ páginas de livro 20x24cm cada (díptico) 2010 Quatre heurs (Da série Folhetim) Colagem, acrílica e nanquim s/ papel 42x36 cm 2010
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REBECA RASEL
Senhora B.(Da série Vapor d’Espelho)Colagem, pastel e acrílica s/ página de revista43x31cm2011
uma lacuna complet-
Fotografia30x35cm cada (díptico)2011
(Da série Vapor d’Espelho)
O inverno duranteAquarela, pastel e nanquim s/ páginas de livro13x20cm cada (tríptico)2011
Vapor d’EspelhoColagem, pastel e acrílica s/ páginas de livro20x24cm cada (díptico)2010
Quatre heurs(Da série Folhetim)Colagem, acrílicae nanquim s/ papel42x36 cm2010
Stricto sensu IITexto s/ recorte de revistaem impressão fotográficaDimensões variadas2009/2010
para joseph, k.Flor s/ fotografiaDimensões variadas(
2011
impressão fotográficaem papel de algodão)
Moinho(Da série Vapor d’Espelho)Colagem, pastel, carvão e acrílica s/ página de livro15x21cm2010
Monumento 1: FotografiaColagem, acrílica e aquarelas/ páginas de livro17x21cm2010
Der IsterColagem, acrílica, raize linha s/ postais9x 3cm2010
MeridianoColagem (fragmentos de diário reconstruídos) 40x30cm2010
Entre o retalho e o meridiano
Cesar Kiraly
Em um lance de dados, se desejamos um resultado específico, precisamos de
alguma forma desejá-lo. Não que o desejo possa fazer algo pelo acontecimento.
Não afetaremos a disposição final dos dados, por termos com nossas mentes
pressionado o acontecimento com espera ansiosa. Mas precisamos desejar, para
dar alguma chance ao acerto. Qual a natureza dessa decisão? Aposto que seja a
crueldade. Assim, no ato de decisão é preciso que se deseje sinceramente um
resultado em detrimento de todos os outros. O que poderá acontecer? Ora, se o
desejo for sincero – por assim dizer, apaixonado –, ter-se-á dor. Pois, a não ser que
desejemos com ardor todos os lados dos dados lançados, a chance de não termos
o que precisamos é sempre maior do que a de termos. Mallarmé identificou bem
esse princípio, um lance de dados é muito mais relacionado com a crueldade contra
si do que com a sorte. Não quero dizer, contudo, que se trate de ter prazer com
a crueldade, não precisamos ser tão tendenciosos, mas admitir que a sorte, muito
embora coisa boa, não é suficiente para nos fazer lançar.
Rebeca Rasel atua no lance de dados. Um pouco porque seu trabalho segue um
belo rastro deixado pelos dados de Mallarmé, e ondulado pelos caligramas
de Apollinaire. Um caminho difícil, como todo aquele que segue uma homologia.
A indiscernibilidade da poesia com a sua visualidade, por um lado, e a visualidade
que toma ares de ação poética sobre o tempo. Mas isso que é necessário para que
um lance de dados seja um lance de dados, Rasel, numa certa dimensão, espalha
para outros cantos. Trata-se de procurar uma determinada carta perdida. Um tipo
de olhar entre os casais. Um específico rosto num selo. Se o papel não possui, como
os dados, a destreza física de saltar sobre seu próprio eixo, enquanto é vitimado
pela expectativa que não poderá corresponder, Rasel supre essa falta com uma
máquina associativa. Existe algo que saltita internamente ao papel, que expõe as
suas partes passíveis de escolha, Rasel deseja apenas uma dentre as muitas
– exercita uma intensa crueldade -, e retalho. A possibilidade de um retalho ser
capaz de funcionar na máquina associativa é sempre muito diminuta, por essa razão
todo retalho certo é uma felicidade um pouco melancólica.
Foi Celan quem nos deu o nome para sermos capazes de compreender o que liga
um retalho ao outro, num texto lido no dia 22 de Outubro de 1960, ensaio escrito
em lance de dados, em centenas de páginas reescrito, a máquina associativa
sempre frustrada, o eco em dízima dos erros, para encontrar apenas o número
escolhido, crueldade após crueldade, para ter apenas, e melancolicamente,
o esperado. “[E]ncontro algo que me consola também de ter andado diante de vós
este impossível caminho, este caminho do impossível”. Um lance de
dados-alfabeto, para lembrar a também impossibilidade de Valéry em lidar com
a própria crueldade, segundo a qual os elementos do retalho ligam-se uns aos
outros pela semelhança da duração que apresentam. Aquele tempo que se
interrompe sob a evidência de ter encontrado o lado-retalho certo.
Texto de Cesar Kiraly para o catálogo da exposição entre-vistasEAV Parque Lage, 2010/2011
Meridiano (o mu(n)do entre nós)Instalação com cadeira de 3 pernas,galho de árvore e 2 colagens200x150x200cm (aprox.)EAV Parque Lage, 2010/11
Como se esperasse alguém, como se espelhasse alguém(detalhe)
Como se esperasse alguém, como se espelhasse alguémFotografia 30x40cm cada (políptico)2009
Anteontem ou sábado(detalhe)
Anteontem ou sábadoFotografia50x60cm cada (díptico)2011
RepartiçãoPerformance em parceria com Douglas CortesEAV Parque Lage, 2008
O Processo – Materialidade, Imaterialidade, Imantação – 1/4
Guilherme Bueno
Repartição, de Rebeca Rasel investe naquilo colocado acima como o problema da invenção contínua de uma linguagem que module o diálogo não mais pelo
vocabulário técnico exigido pelo laboratório, mas, ao contrário, num fluxo em que a relação com as coisas e sua maneira de “descrevê-las” sempre renasce, reconquista
o ineditismo não da primeira fala, mas da sucedânea. O texto pertence igualmente aos dois participantes, ambos tem a mesma autoridade ou eloqüência. Postos frente
a frente em suas respectivas máquinas de escrever, interligados por uma bobina comum, o diálogo transita entre script e improvisação, entre uma fala corporal (o
esforço mental e físico exigido para tornar matérico o pensamento) e o texto, as palavras que se tornam corpos. Há a espessura de um diálogo godardiano que, por
vezes, sem requerer às palavras, mas aos silêncios, torna cada som ou mudez um percurso, um atravessamento, uma barreira espacial – mesmo que feita só de ar e
vazio – pesada e difícil de ser transposta. No caso de Rebeca, contudo, o dispositivo se inverte. É a confusão dos sons do teclar, a progressão coletiva e cúmplice da fala,
a partilha igualitária de sua tessitura (a folha comum), no qual o estímulo recíproco ao outro faz aquele espaço “entre” acontecer e transbordar ao seu redor. A possível
extenuação dos participantes, pode inclusive ser tomada como uma outra dimensão do estado de entropia segundo o qual o trabalho acontece. É bem verdade que o
esgotamento não deixa escapar o quanto este ato envolve negociações com o outro, o quanto ele às vezes demanda resistência e porosidade ao caos transcorrido ao
seu redor (a artista e seu interlocutor se vêem, inclusive, expostos a um terceiro performer que, “inscrevendo” sons em diversas partes da galeria suscita tanto novas
percepções quanto interferências de corte), ou até a estranha conversão do trabalho em seu próprio aprisionamento – isto é, a atividade exige tanto do indivíduo que
pode levá-lo ao desgaste e, a partir daí, tornar-se improdutivo. Todavia acaba emergindo disso uma “outra poesia”, a saber, quando as palavras se rompem, seus
significados se dissolvem. Quando soçobram ao próprio peso, a que outros códigos elas passam a pertencer? Nesta “outra poesia” perfaz-se o caráter experimental do
“laboratório” de Rebeca, aquele no qual a voz poética é sonora, visual, corporal e espacial; no qual o solilóquio e a dicionarização cedem à babélia multireferencial e
solidária (sem haver a renúncia das singularidades de cada contribuição a esta escrita), uma poesia / poética intersubjetiva total. A linguagem surge menos da certeza
do que do estranhamento. Sua fluência não é tão-somente a da escrita automática ou do fragmento, mas vai além, ao permitir-se irromper mais do que o
desconhecido da palavra, e sim com ela mesma enquanto unidade significativa. A sua presença no trabalho é uma possibilidade, do mesmo modo que muitas outras
formas de trocas podem ser criadas ali estranhas ao domínio logocêntrico e nisto o exercício experimental atinge uma nova intensidade (“...isaroseisarose...”) e o
potencial de agregar expansiva e infinitamente tudo aquilo que o circunda.
Texto de Guilherme Bueno para a exposição Elogio ao Tempo - Laboratório AutopoiéticoEAV Parque Lage, 2007/8
Repartição IIPerformance12 º Salão de Artes de Itajaí (SC), 2010
SuturaPerformance em parceria com Marcia Abreu1ª Mostra de Performances do Barracão Maravilha (RJ), 2008
Written in Blank IIDesenho com 90 metros de papelem paisagem urbana (Trabalho realizado em parceria com Marcia Abreu e Zé)Pátio externo do Paço Imperial (RJ), 2008
Currículo de exposições
2011
Um olhar sobre a Fotografia Carioca
Curadoria: Patrícia Gouvêa
Festival Foto em Pauta - Tiradentes (MG), 19 de fevereiro
2010
entre-vistas (Exposição Coletiva)
EAV Parque Lage/RJ, 4 dezembro 2010 a 30 de janeiro 2011
10º Salão de Artes Visuais de Guarulhos
Guarulhos/SP, 3 de outubro a 6 de novembro 2010
Das coisas que vimos pelo caminho - Eloá Carvalho e Rebeca Rasel
Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
Niterói/RJ, 7 de julho a 4 de agosto 2010
12 º Salão de Artes de Itajaí - SC
Itajaí/SC, 21 de junho a 22 de julho 2010
Zona Oculta (Exposição Coletiva)
SESC Nova Iguaçú - RJ
RJ, junho/julho 2010
Zona Oculta (Exposição Coletiva)
CEDIM - RJ
RJ, maio/junho 2010
2009
Traços Miúdos em Fugidias - Eloá Carvalho, Klaus Reis, Rebeca Rasel
FAN - Fundação de Arte de Niterói
Niterói / RJ, 10/11 a 07/12/2009
Que segredos tem o Castelo? (Exposição Coletiva)
Castelinho do Flamengo
RJ, 17/10 a 30/11/2009
ArteSonora no Parque Lage
EAV Parque Lage
RJ, 17 de julho de 2009
ArteGaragem (Exposição Coletiva)
Centro Cultural Raul de Leoni - Petrópolis, RJ
NOISESCAPES (Concerto Audiovisual)
Sérgio Porto - RJ
Um Vazio que me pare (Exposição Coletiva)
Largo das Artes - Centro, RJ
2008
NÀU (Exposição Coletiva)
Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB / RJ
Entre Outros Corpos - Universidarte 2008 (Evento de Performances)
Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas - RJ
MAC-Filé (Evento-Ocupação artística)
Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC
Condição da Escuta - Concerto Audiovisual
Sesc Vila Mariana - SP
1º Salão de Artes Plásticas de Petrópolis
Centro Cultural Raul de Leoni - Petrópolis, RJ
1ª Mostra de Performances do Barracão Maravilha
Barracão Maravilha Arte Contemporânea - RJ
Lugar
Galeria do Instituto de Artes da UERJ
RJ, Junho de 2008
2007
Elogio ao Tempo
EAV Parque Lage
RJ, 13 de novembro de 2007 a 12 de janeiro de 2008
Operação Master: Laboratório Autopoiético
(Ana Angelica Costa, Bianca Bernardo, Cristina Ribas e Rebeca Rasel)
Galeria do Instituto de Artes da UERJ
RJ, junho de 2007
REBECA RASEL(RJ, 1980)
Contato:http://[email protected]