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RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL

RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL. TEORIA GERAL DA RECUPERAÇÃO EMPRESARIAL A recuperação é dispendiosa para o Estado e para a comunidade social. Apenas

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TEORIA GERAL DA RECUPERAÇÃO EMPRESARIAL

• A recuperação é dispendiosa para o Estado e para a comunidade social.

• Apenas empresa viável (social e economicamente) deve ser objeto de recuperação.

• A viabilidade é definida pelo juiz de falência, considerando alguns itens importantesa) Importância socialb) Mão-de-obra e tecnologia empregadasc) Volume de ativo e passivod) Tempo de existência da empresae) Porte econômico

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Meios de Recuperação da Empresa (art. 50, LF)I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou

vincendas;II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária

integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;

III – alteração do controle societário;IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos

administrativos;V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de

veto em relação às matérias que o plano especificar;VI – aumento de capital social;VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos

próprios empregados;VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou

convenção coletiva;IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia

própria ou de terceiro; X – constituição de sociedade de credores; XI – venda parcial dos bens; XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como

termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica;

XIII – usufruto da empresa;XIV – administração compartilhada;XV – emissão de valores mobiliários;XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos

créditos, os ativos do devedor.

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Recuperação Judicial• Conceito: procedimento processual de

reorganização da atividade explorada pela sociedade devedora, em benefício desta e de seus credores, empregados e da economia local, regional ou nacional.

• Órgãos específicos da recuperação judicial:a) Assembleia Geral de Credores: órgão deliberativo

responsável pela recuperação da sociedade e pelas mais importantes decisões acerca de seu destino.

– É convocada pelo juiz pelo D.O. e jornal de grande circulação com antecedência mínima de 15 dias.

– Para instalação regular, devem estar presentes os credores representantes de mais de 50% do passivo da cada classe.

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• A assembleia-geral de credores terá por

atribuições deliberar sobre:a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de

recuperação judicial apresentado pelo devedor;b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha

de seus membros e sua substituição;c) o pedido de desistência do devedor, nos termos

do § 4o do art. 52 da LF;d) o nome do administrador judicial, quando do

afastamento do devedor;e) qualquer outra matéria que possa afetar os

interesses dos credores• Em princípio todos os credores têm direito a voz

e voto na assembleia

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b) Administrador Judicial• Auxiliar do Juiz na recuperação judicial

encarregado de verificar créditos, presidir assembleias, fiscalizar e representar a sociedade recuperanda.

• Impedimentos: a) quem em recuperação anterior não a

desempenhou a contento (vedação por 5 anos a partir da destituição)

b) Parente até 3º grau de representante legal da empresa

c) Amigo, inimigo ou concorrente dos administradores da sociedade recuperanda.

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c) Comitê de Credores

• Na recuperação é órgão facultativo• Existe apenas na recuperação de grandes

sociedades que tenha potencial para absorver as despesas com o comitê.

• É instalado pela Assembleia de Credores• Constituição e atribuições iguais às estudadas

pelo comitê no processo de falência (fiscalização do administrador judicial).

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Processo da Recuperação Judiciala) Fase Postulatória:- legitimado ativo: somente empresário ou a sociedade

empresária (e só se quiser). Obs.: empregados e credores, p.ex, não têm legitimidade.

- requisitos para o requerimento: a) sociedade não pode estar falidab) deve existir regularmente há + de 2 anos

c) não pode ter obtido o mesmo benefício há menos de 5 anosd) sócio controlador e administradores não podem ter sido condenados pela prática de crime falimentar.

- Petição inicial: exposição das causas, demonstrativo contábil, relação de credores e empregados, lista de bens de sócios, relação de protestos e de ações judiciais em andamento.

- Juiz acolhe o processamento da recuperação judicial (ainda não decide nada)

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b) Fase de Deliberação• Protocolo de Plano de Recuperação Judicial

pelo devedor: 60 dias a contar da publ. do despacho que defere a recuperação, sob pena de decretação de falência.

• Conteúdo do Plano (art. 53, LF):a) Discriminação pormenorizada dos meios de

recuperação a serem empregados;b) Demonstração de sua viabilidade econômicac) Laudo econômico-financeiro e avaliação dos

ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou por empresa especializada.

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• Publicação de edital comunicando a

apresentação do plano: prazo para manifestação dos credores (30 dias a contar da publicação de edital de relação de credores – se ainda não tiver sido publicada – ou a contar da publicação do plano).I- Se o plano for aprovado poderá ocorrer as

seguintes hipóteses:a) Nenhum credor se opõe: juiz deve conceder a recuperação (57)b) Algum credor se opõe: juiz convoca a Assembleia Geral de credores para deliberar em até 150 dias.

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b.1) Assembleia Geral aprova o Plano e o Juiz concede a Recuperação: as 3 classes de credores devem votar a favor da recuperação (45)

b.2) Assembleia Geral não aprova o Plano, mas o Juiz concede a Recuperação: quando cumulativamente: 1- houver voto favorável de credores que representem mais da metade de todos os créditos, sem distinção de classe; e 2- pelo menos 2 classes de credores votarem a favor da recuperação (45); 3- Na classe que rejeitou o plano, houver a aprovação de mais de 1/3 dos votantes.

b.3) Assembleia Geral não aprova o Plano e o Juiz decreta a falência: quando não ocorrer as hipóteses acima

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• Concedida a recuperação judicial o nome

empresarial do devedor deverá ser acrescido da expressão “em Recuperação Judicial” com comunicação e averbação nas Juntas Comerciais em que o devedor tiver registro. A expressão constará de todos os atos, contratos e documentos assinados pelo devedor.

• Decisão judicial que concede a recuperação: constitui titulo executivo judicial (59, §1º) recorrível por agravo de instrumento por qualquer credor e pelo MP.

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c) Fase de Execução• Início: Concessão da Recuperação Judicial• Cumprimento do plano de recuperação aprovado em

juízo.• De início o plano é imutável – havendo desvio o

devedor corre o risco de lhe ser declarada a falência.• Possibilidade de mudança (aditamento do plano):

modificação na condição econômico-financeira do empresário + aprovação pela assembleia de credores

• Devedor não tem suprimida sua capacidade ou personalidade jurídica (pode contrair direitos e deveres). Exceção: atos de alienação ou oneração de bens ou direitos devem ser úteis à recuperação judicial.

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• Alienação ou oneração de bens e direitos

previamente previstos no plano de recuperação (presunção absoluta de benefício)

• Omissão da expressão “em Recuperação Judicial” no nome empresarial: responsabilidade civil pessoal e direta do administrador judicial em relação ao ato praticado.

• Encerramento da fase de execução1) Cumprimento do plano de recuperação em até 2

anos; ou2) Pedido de desistência do devedor que pode ser

apresentado a qualquer tempo (sempre sujeita a aprovação da assembleia geral dos credores)

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Convolação em Falência Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo

de recuperação judicial: I – por deliberação da assembléia-geral de

credores; II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano

de recuperação no prazo; III – quando houver sido rejeitado o plano de

recuperação; IV – por descumprimento de qualquer obrigação

assumida no plano de recuperação.

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Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações

contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência (pagas com precedência aos concursais previstos no art. 83).

Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação.

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RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL (art. 161 a 167, LF)

• Recuperação Judicial: a oposição da minoria pode inviabilizá-lo (injustiça).

• Recuperação extrajudicial: se for apoiado pela maioria dos credores, seus efeitos se estendem a todos (mesmo aos opoentes) = homologação judicial obrigatória.

• Se todos estiverem de acordo: basta a assinatura de instrumento de novação ou renegociação, dispensado o preenchimento dos requisitos que autorizam a rec. extraj. (dispensa da homologação judicial)

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CREDORES PRESERVADOS DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL (art. 161, §3º, LF)

• Não se sujeitam à recuperação extrajudicial os titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho.

• Também não se sujeitam os credores previstos nos arts. 49, § 3o, e 86, inciso II do caput, LF: proprietário fiduciário (nos contratos de alienação fiduciária em garantia); arrendador (nos contratos de arrendamento mercantil - leasing); proprietário ou promitente vendedor em contratos com cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade ou em contratos de venda com reserva de domínio), etc.

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Requisitos para a Rec. Extraj• Requisitos Subjetivosa) O empresário não pode estar falido e se o foi,

todas as obrigações daí decorrentes devem ter sido julgadas extintas por sentença transitada em julgado.

b) deve existir regularmente há + de 2 anosc) não pode ter obtido o benefício da rec. Judicial

ou extraj. há menos de 2 anosd) sócio controlador e administradores não

podem ter sido condenados pela prática de crime falimentar.

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• Requisitos Objetivosa)Não haver no plano previsão de pagto

antecipado de nenhuma dívida.b)Tratamento paritário de todos os credores

(sem favorecimento).c) Abrangência de pedidos constituídos até a

data do pedido de homologação.d)Alienação de bem gravado só com autorização

expressa do credor hipotecário ou pignoratício.

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Homologação Judicial Facultativa e Obrigatória

a) Facultativa: quando a recuperação extrajudicial contar com a aprovação da totalidade dos credores nela envolvidos (vantagem da homologação: maior segurança e formalismo); possibilidade de alienação judicial de filiais e unidades produtivas isoladas.

b) Obrigatória: quando a recuperação extrajudicial contar com a adesão de expressiva maioria dos credores envolvidos na recuperação extrajudicial (3/5 de cada espécie de crédito), mas uma minoria resistiu a ela. Esta hom. jud. obriga a todos os credores, mesmo aos que não aderiram, vedando que promovam execuções individuais nesse período.