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6º CONAHPA – João Pessoa – PB – 04 a 06 de setembro de 2013
Recursos Midiáticos no apoio à Coleta Seletiva: processo de
desenvolvimento e sua importância
Media Resources to Support the Selective Collection: development
process and its importance
Sílvia Pereira de Azevedo SOUSA1
Thaíse Kelly de Lima COSTA2
Universidade Federal da Paraíba/UFPB
Resumo
Com o desenvolvimento das tecnologias, o ensino também foi modificado, gerando espaço para
as novas formas de aprendizagem, abrindo campos para a construção no ensino e no
aprendizado. Atualmente, pode-se observar o constante empenho em aliar a tecnologia à
educação, por exemplo, através da incorporação e associação de recursos midiáticos. Com a
inserção dos temas transversais no currículo escolar, é importante buscar por diferentes meios
de discussão sobre estes temas, em especial a Educação Ambiental - Coleta Seletiva. Dessa
forma, o atual trabalho tem por objetivo a apresentação de recursos midiáticos que possam
auxiliar o debate sobre a temática com alunos das séries iniciais do ensino fundamental, o
processo de desenvolvimento desses recursos e a importância do seu planejamento.
Palavras-chave: Recursos midiáticos. Animação. Educação ambiental.
Abstract
Through the development of technology education has also been modified. This created space
for new forms of learning and news fields. Currently, there is a constant effort to combine
technology to education, for example, through the incorporate and association of media
resources. With the inclusion of cross-cutting themes in the curriculum, t is important to search
different modes of discussion these topics, in particular the Environmental Education - Selective
Collection. Thus, the article presents media resources that may assist the debate on
Environmental Education - Selective Collection with students the initial grades of elementary
school, the process of development of these resources and the importance of planning.
Keywords: Media resources. Animation. Environmental education.
6º CONAHPA – João Pessoa – PB – 04 a 06 de setembro de 2013
1. Introdução
A fim de se adaptar às constantes transformações nas formas de comunicação, geração e
busca de informação, a educação dos dias atuais passa por mudanças no processo de
ensino/aprendizagem. Atualmente, pode-se observar o constante empenho em aliar a tecnologia
à educação, por exemplo, através da incorporação e associação de recursos midiáticos, mas o
termo tecnologia educacional não é novidade. Guedes (1982 apud FERNANDES E
FERNANDES, 2012) já conceituava as tecnologias educacionais como “Métodos e técnicas
para favorecer a dinâmica da aprendizagem, conforme as diretrizes de um projeto acadêmico
curricular inscrito e comprometido com um projeto histórico pedagógico”.
No processo educacional, esta incorporação e associação de recursos midiáticos e outras
TICs (Tecnologias de Comunicação e Informação) possibilitam ampliar as experiências, bem
como desafiam o docente a utilizar novas metodologias com o uso das tecnologias. Segundo
Moreira e Latini (2008), os recursos disponibilizados pela Tecnologia de Informação e
Comunicação (TIC) podem se tornar instrumentos pedagógicos que, estando à disposição dos
educadores, oferecem a seus alunos uma aproximação do novo, do real e do virtual. Estas
podem proporcionar ao processo de ensino/aprendizagem um ambiente onde todos podem
vivenciar e trocar novas experiências, integrando-a em um novo contexto, dando-o significado.
As novas tecnologias, em especial os recursos midiáticos, assumem uma função educativa
e formativa, proporcionando aos alunos, professores e escolas diferentes formas de
ensino/aprendizagem que apostam na utilização de metodologias participativas e ativas. As
mídias no processo educacional podem ser utilizadas como ferramentas cognitivas, que
contribuem para a construção do conhecimento. Estes recursos tornam as experiências de
aprendizagem mais ricas e dinâmicas, apresentando um modelo mais interessante, auxiliando o
professor, possibilitando interações, além de troca de experiências e informações.
Dentre os diferentes tipos de mídia que podem ser utilizados no auxílio do processo de
ensino e aprendizagem, o atual trabalho destaca o uso de animação. As animações são recursos
midiáticos que vêm sendo bastante explorados, em especial quando se deseja transmitir
informações visualmente complexas, exemplificar ou simplesmente captar a atenção dos
utilizadores. Como recurso educacional é capaz de ultrapassar os limites da escola, quebrar a
barreira entre o ensinar e utilizar novas tecnologias, promover novos saberes e incentivar
atitudes positivas, proporcionando a criação e recriação de concepções, como também formas
didáticas de se promover o diálogo entre as diferentes realidades existentes na sala de aula.
[PAZELLI, 2012]
As escolas estão sendo orientadas a buscar diferentes abordagens e metodologias de
ensino a fim de estimular competências e habilidades nos alunos, a exemplo temos a temática
Educação Ambiental, que de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s),
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elaborados pelo Ministério da Educação e dos Desportos (MED), incluem a Educação
Ambiental como tema a ser inserido transversalmente nas diversas áreas do conhecimento. A
transversalidade no currículo escolar prioriza e contextualiza questões referentes ao meio
ambiente de acordo com as realidades locais e regionais.
Sabe-se que grande parte dos desequilíbrios ambientais está ligada à conduta que a
humanidade tem diante da natureza como: desperdício de lixo, uso inadequado dos bens que a
natureza disponibiliza, dentre outros. O reaproveitamento do lixo passou a ser uma preocupação
mundial nos últimos anos, pois representa economia de matéria-prima e de energia fornecidas
pela natureza (SCHEREINER E CRUZ SILVA, 2010). Isto ocorre através da reutilização e da
reciclagem daquilo que aparenta ser inútil, quando na verdade pode se tornar algo útil e
aproveitável pelo homem.
Para que a reciclagem possa ocorrer é necessário um processo anterior denominado coleta
seletiva. Esse tipo de coleta, apesar de existente, ainda é pouco explorada, por isso é importante
que essa conscientização seja estimulada no meio escolar. Como a escola tem a
responsabilidade de ajudar na formação para a cidadania ambiental é interessante que os
professores busquem diferentes maneiras de abordar a temática fazendo uso de recursos
midiáticos, por exemplo, as animações, que podem ajudar na sensibilização ambiental. Segundo
Paixão (2008 apud GOMES et al. 2012, p. 94) os desenhos animados ampliam a memória visual
da criança, possibilitando que participem de uma educação estética e visual de uma pessoa em
desenvolvimento.
A partir da necessidade de buscar novos meios para explorar o tema da Educação
Ambiental, em especial a Coleta Seletiva em uma escola pública do município de Rio Tinto,
foram elaboradas animações que podem incentivar a discussão do tema com crianças dos anos
iniciais do ensino fundamental. Dessa forma, o atual trabalho tem por objetivo apresentar o
processo de desenvolvimento de animações para auxiliar a conscientização ambiental de alunos
do ensino fundamental e a importância do seu planejamento.
2. Importância de Recursos Midiáticos na educação
Os recursos midiáticos têm o objetivo de enriquecer e diversificar o processo
ensino/aprendizagem. Por exemplo, através da utilização de animações educacionais o professor
pode sensibilizar o aluno para a introdução de um novo assunto, pode ilustrar um assunto que
está sendo falado em sala, pode ajudar na transmissão de um conteúdo de forma direta ou
indireta (o que permite abordagens múltiplas), entre outras muitas formas que dependem da
criatividade e da inovação da prática de cada professor.
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Arte de dar vida a imagens tem no movimento a sua essência, a animação nada mais é
que a descrição de imagens em movimento. E o movimento é a atração visual mais intensa da
atenção, o que torna o uso da animação bastante útil para expressar diversas mensagens de
forma diferente e até mesmo descontraída. De acordo com Lucena Júnior (2005 apud
SANTANA et al., 2010) com o "surgimento das ferramentas computacionais para desenho e
animação, essa arte tem se tornado cada vez mais popular e apreciada".
A animação é um tipo de mídia que vem sendo utilizado como importante recurso na
educação. Geralmente, nesse contexto, a animação tem por objetivo enriquecer a apresentação,
entreter os usuários, facilitar o entendimento do espectador, uma vez que este recebe a
informação através de diferentes sentidos e pode fixá-la de forma mais efetiva em seu cérebro.
Segundo Silva e Oliveira (2010), o uso dos recursos midiáticos, em especial a animação
inegavelmente possibilita o despertar da criatividade, à medida que estimula a construção de
aprendizados múltiplos, em consonância com a exploração da sensibilidade e das emoções dos
alunos, além de contextualizar conteúdos variados. A partir desse conjunto de possibilidades, o
educador pode conduzir o educando a aprendizados significativos que fomentem princípios de
cidadania e de ética. A animação como recurso educacional é bastante aceita pelas crianças por
diversos motivos. Feilitzen e Bucht (2002 apud GOMES et al., 2012, p. 93) destacam que as
crianças acham-na “divertida, excitante e imaginativa, e passam por experiências de
aprendizado”.
Com base nos diferentes tipos de animações disponibilizados na Internet, observa-se que
sua utilização vem sendo aplicada em vários níveis, desde o básico até o universitário. Como
exemplo de projeto que mostra o potencial da animação para o ensino básico tem-se o recurso
midiático “Moleculito”. Segundo Morais (2007), autor do recurso, o “Moleculito” tem por
objetivo fornecer uma boa ferramenta para os professores do 3º ciclo abordarem os conceitos
relacionados aos átomos e as moléculas, a fim de que os alunos possam compreender melhor
esse fenômeno (Ver Figura 1). Já no âmbito universitário tem-se o exemplo do projeto para
desenvolvimento de recursos multimídia para cálculo e detalhamento de Pilares de concreto
armado. Segundo Colombo (2006), esse recurso tem o objetivo de ilustrar as diferentes etapas
que compõem o cálculo e detalhamento de pilares de concreto armado. Para isso, são
apresentadas animações com os passos que devem ser seguidos para o dimensionamento
adequado, partindo de dados como posicionamento do pilar na estrutura, além de suas
características geométricas e mecânicas (Ver Figura 2).
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Figura 1 – Tela inicial do Moleculito
Fonte: Morais, 2007: 73
Figura 2 - Animação em flash ilustrando o processo de detalhamento de uma viga de
concreto armado.
Fonte: Colombo, 2006 : 3
Os trabalhos apresentados afirmam que o uso de animação auxiliou o ensino/aprendizado
dos conteúdos explorados e tornou mais atrativa a discussão do conteúdo a partir da sua
visualização através da animação. Assim, ela pode ser considerada uma aliada para a prática
pedagógica docente e um recurso motivador aos discentes.
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3. Recurso midiático para apoio à Coleta Seletiva
Os recursos midiáticos apresentados neste artigo estão relacionados a conteúdos de apoio
ao aprendizado sobre a coleta seletiva. Esses recursos possibilitam uma melhor compreensão
por parte dos alunos, pois permitem ilustrar ações em dimensão diferente dos recursos
tradicionais, como o livro, servindo de apoio à atividade docente como aliada à prática
pedagógica.
Deste modo, pensar na perspectiva pedagógica significa relacionar as premissas teóricas e
as práticas. O uso do recurso midiático pode provocar uma mudança não apenas na dinâmica da
aula, perpassando o fato de apresentação de recursos diferenciados, mas utilizando-o como uma
ferramenta de apoio a aprendizagem, com base em objetivos e procedimentos que viabilizem o
ensinar e aprender.
Em uma perspectiva de conscientizar a preservação do meio ambiente utilizando a coleta
seletiva, busca-se apresentar de forma atrativa para alunos do ensino fundamental o que é a
coleta, qual a sua importância, qual a importância dos 3Rs entre outros. Para isso, foram
propostas animações que serão utilizadas como um meio expressivo de comunicação e
divulgação de ideias.
Com base nas vantagens que a animação pode proporcionar como um recurso
educacional foram selecionados alguns temas para serem transformados em animações, sendo
eles:
Visão geral sobre os problemas do lixo e solução: esse conteúdo tem o intuito de
apresentar os problemas que o lixo causa à humanidade quando não é destinado de forma
correta, mostrando soluções para serem tomadas acerca do problema.
Como é feita a coleta seletiva: Esse conteúdo tem o intuito de sensibilizar os estudantes
para o agir, no dia a dia, em defesa do meio ambiente, em especial, na prática salutar da Coleta
Seletiva de resíduos, estimulando o cuidado com a limpeza urbana.
A importância dos 3Rs: Esse conteúdo tem o intuito de mostrar que através de pequenos
gestos, pode-se mudar os hábitos de vida e adotar o consumo consciente. Os 3R são práticas
simples, mas muito importantes, pois fazem a diferença no volume de lixo.
O Lixo: Esse conteúdo tem o intuito de mostrar a importância de colocar o lixo no local
correto, mostrando o que o lixo causa quando é despejado em locais inapropriados.
Embora tenham sido encontradas algumas animações que abordavam alguns desses
temas, elas geralmente possuíam algumas características que limitavam seu uso no projeto, a
citar:
A animação não contemplava totalmente os conteúdo selecionados nesse trabalho,
fugindo algumas vezes do contexto desejado;
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Algumas animações utilizavam apenas balões com diálogos para as falas dos
personagens, o que dificultava o entendimento para crianças da fase inicial do ensino
fundamental;
As animações não possuíam um padrão para relacionamento entre as histórias.
Para desenvolver as animações propostas neste trabalho foi necessário um processo
composto por atividades organizadas e bem definidas. Essas atividades estão organizadas em
fases que correspondem às etapas gerais, incluindo depois subetapas que complementam a
construção final do produto. Na figura 3, são apresentadas as fases aplicadas para o
desenvolvimento do Recurso Midiático respectivamente: i) Análise, ii) Design e iii) Produção.
Figura 3 - Fases aplicadas para o desenvolvimento dos recursos midiáticos.
“Fonte: do autor.”
A fase de Análise contempla as atividades realizadas antes da fase de modelagem e
implementação, a chamada “chuva de ideias” (Brainstorming) que segundo Costa (1991 apud
NUNES, 2008, p.13) significa uma rodada de ideias, destinada à busca de sugestões através do
trabalho de grupo, para inferências sobre causas e efeitos de problemas e sobre tomada de
decisão. Esta é a fase inicial do projeto, onde é importante conhecer o público alvo, o conteúdo
que será abordado, os recursos que serão utilizados, o objetivo do produto e os requisitos finais.
A fase de Design ocorre todo processo de modelagem como a elaboração do layout,
orientações e roteiros que são essenciais para a implementação. A má elaboração dos modelos
nesta fase pode ocasionar uma má interpretação de dados na fase de produção. Os objetivos
dessa fase consistem em construção do mapa de navegação, storyboard e interface do produto.
A fase de Produção apresenta o desenvolvimento dos conteúdos com base nos
storyboards. A produção desses conteúdos é concretizada com base na usabilidade e
acessibilidade, buscando gerar produtos qualificados para o público – alvo.
A equipe de desenvolvimento do trabalho foi composta por membros de diferentes áreas:
computação, design e ecologia. As diferentes especializações funcionais dos membros da equipe
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contribuíram para a elaboração de um material com melhor enfoque nos conteúdos e qualidade.
Os especialistas em Ecologia colaboraram com a definição dos conteúdos necessários para
trabalhar adequadamente o tema com os alunos, os especialistas em design auxiliaram na
criação do desenho dos personagens e cenários, já os especialistas em computação foram os
responsáveis pela criação dos roteiros e produção das animações, com base nos dados
fornecidos pelos demais especialistas.
4. Desenvolvendo animações para o apoio à Coleta Seletiva
O desenvolvimento dos Recursos Midiáticos (animações), ocorreu através de fases que
iniciam a partir de uma análise sobre os conteúdos abordados, passando pela fase de design, que
será o guia para a implementação, e por último a fase de produção.
4.1 Fase de Análise
Na fase de Análise a primeira ação realizada para a construção dos Recursos Midiáticos
para auxiliar a conscientização ambiental de alunos do ensino fundamental foi a investigação
dos conteúdos referentes ao lixo, a importância dos 3Rs (Reciclar, Reutilizar, Reduzir) e a
coleta seletiva, além de investigar como esses conteúdos são trabalhados dentro da escola. Para
isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre tais assuntos, entrevista com a diretora da
escola e com os professores das disciplinas de Ciências, Geografia e Artes do ensino
fundamental II da escola parceira, a fim de que fossem coletados dados para a pesquisa.
Na entrevista alguns professores confirmaram a necessidade de ter um Recurso Midiático
para auxiliar o ensino da Coleta Seletiva. Eles acreditam que a utilização de materiais auxiliares
possam motivar os alunos e ajudá-los a melhorar a compreensão de alguns conceitos.
A partir dessas informações, o trabalho optou por desenvolver recursos midiáticos que
abordassem: o problema do lixo e soluções, como a coleta seletiva é feita e a importância dos
3Rs. O tipo de recurso midiático escolhido para apresentar estes conteúdos foi a animação que,
segundo Roque et al (2009), tem o objetivo de clarificar processos de difícil ou impossível
observação, ou que não poderiam ser realizados. Assim, possibilitam a visualização de situações
esclarecidas apenas por exposições orais. Essas animações devem ter instruções e objetivos
evidentes, além de uma aparência atraente, de forma a envolver o aluno, despertando e
mantendo o seu interesse.
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4.2 Fase de Design
Na fase de Design a primeira atitude realizada foi o detalhamento dos conteúdos através
da elaboração dos storyboards, antes da fase de produção propriamente dita. Os modelos
produzidos nesta fase foram refinados com o auxílio de especialistas em Ecologia, com foco em
Educação Ambiental. Em um segundo momento, juntamente com o auxílio de especialista em
Design, foi idealizado e produzido os cenários e personagens que compõem as animações. Esses
processos ocorreram através de reuniões de equipes para apresentação do modelo, análise de
conteúdo, aspectos didáticos e, consequentemente, captação de sugestões de melhoria.
Após ter produzido todos os utensílios necessários para a produção efetiva da animação,
deu-se início a elaboração dos storyboards. Por limitações de espaço, eles não são totalmente
apresentados no trabalho, porém alguns detalhes contidos nos storyboards de cada animação são
descritos abaixo. Para exemplificar, a Figura 4 apresenta os personagens e os principais cenários
contidos em cada storyboard.
Figura 4 - Personagens e cenários: a) personagens das animações; b) Quadro – chave (animação
1), c) Quadro – chave (animação 2), d) Quadro – chave (animação 3), e) Quadro – chave (animação 4)
a)
b)
c)
d)
e)
“Fonte: O autor.”
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Animação 1: Visão geral (Problema do lixo e solução)
A primeira animação apresenta a proposta da temática de diálogo sobre os problemas que
o lixo pode causar à humanidade quando não ocorre o tratamento apropriado. Através da
animação também são apresentadas soluções para serem tomadas a cerca do problema,
buscando estimular a discussão entre os alunos.
A história contada a partir dessa animação inicia com uma palestra para alunos de ensino
fundamental. O palestrante conversa com os alunos sobre os problemas do lixo e, ao final, um
grupo de alunos se reúne para discutir e resumir o que aprendeu sobre o tema.
Essa animação possui três personagens principais:
palestrante: aborda o problema do lixo.
garoto 1: denominado Gabriel, que representa o garoto que questiona o tema ao final da
palestra.
garoto 2: denominado Sávio, que explica a Gabriel o que entendeu sobre a palestra.
Quanto ao cenário utilizado, inicialmente tem-se um auditório. Após o momento da
palestra, o cenário muda para a lanchonete da escola. Nesse momento, um grupo de alunos se
reúne para conversar e um garoto acaba fazendo uma demonstração, jogando um resto de maçã
que está no chão no coletor correto.
Animação 2: Como é feita a coleta seletiva
A segunda animação apresenta a proposta de como é feita a coleta seletiva. A animação
começa a partir de uma má conduta que um aluno comete na escola ao jogar uma garrafa de
água mineral ao chão na hora do intervalo. Um garoto, ao ver esta cena, fica perplexo e
repreende o colega ensinando boas condutas referentes à coleta seletiva e como separar o lixo de
acordo com os coletores que estão disponíveis na escola.
Essa animação possui dois personagens principais:
garoto 1: denominado Gabriel, que ensina boas condutas utilizando a coleta seletiva
para separar os tipos de lixo.
garoto 2: denominado Sávio, que comete a má conduta por não conhecer e nem saber a
importância dos coletores de lixo.
O cenário da animação é o pátio de um ambiente escolar no horário do intervalo. Nesse
cenário, o garoto 1 joga uma garrafa de água mineral no chão e outro colega (garoto 2) fica
surpreso com a má conduta do seu amigo. Na tentativa de ajudar, o segundo garoto resolve
ensinar os tipos de coletores existentes e os tipos de lixo.
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Animação 3: A importância dos 3Rs
A terceira animação apresenta a proposta da importância dos 3Rs. A animação começa a
partir de um diálogo entre pai e filho quando estão passando em uma praça e presenciam um
catador de lixo mexendo nos coletores. O garoto ao ver esta cena, pergunta ao pai o porquê do
rapaz está mexendo no lixo, já que ele aprendeu que lixo é sujo. Então o pai tem a
responsabilidade de mostrar e ensinar a importância do lixo e como reaproveitá-lo. O pai inicia
explicando o processo da coleta seletiva e complementa explicando a técnica da Reciclagem
(primeiro R). Após isso, o garoto vai ensinar a um colega o que aprendeu com o pai e, a partir
desse diálogo, o outro colega ensina o segundo R, a Reutilização. Depois a mãe do colega, que
acaba escutando o diálogo entre eles, participa da discussão e explica o terceiro R, a Redução,
como sendo a técnica que ela aplica em sua cozinha quando está preparando as refeições.
Essa animação possui cinco personagens principais:
pai do garoto 1: denominado Sátiro, ensina a importância do lixo e como reaproveitá-lo
utilizando o Processo da Coleta Seletiva e a técnica da Reciclagem.
garoto 1: denominado Sávio, que se surpreende ao ver um catador mexendo em
coletores de lixo que estão espalhados na praça.
garoto 2: denominado Gabriel. Ele é o colega de Sávio e ensina a técnica de
Reutilização que aprendeu com sua professora.
catador: é o rapaz que trabalha catando lixo como meio de sobrevivência.
mãe do garoto 2: denominada Silvania, que também passa ensinamentos aos garotos
sobre a redução do lixo.
Quanto ao cenário utilizado, inicialmente tem-se uma praça onde pai e filho veem um
catador mexendo em coletores de lixo. Em um segundo momento, o cenário muda para a casa
do garoto Gabriel. Neste novo local, eles trocam conhecimento sobre a importâncias dos 3Rs
para contribuir com a redução de lixo no planeta.
Animação 4: O lixo
A quarta animação apresenta uma proposta de diálogo sobre o tema Lixo no Lixo. A
animação começa com uma criança que diz vir do futuro para salvar o planeta e conversa sobre
os problemas referente a exposição do lixo. A criança mostra o que acontece quando o lixo que
produzimos é despejado em locais inapropriados.
Nessa animação existem três personagens principais.
garoto 1: denominado Lekinho, que veio do futuro e vai orientar as crianças de hoje
sobre o que acontece quando o lixo é despejado em locais inapropriados.
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garota: denominada Lili, que aprende sobre os problemas referente à exposição do lixo
no planeta.
garoto 1: denominado Beto, que também aprende sobre os problemas referente à
exposição do lixo no planeta.
Quanto ao cenário utilizado, inicialmente tem-se uma praça onde as crianças jogam lixo
no chão, contribuindo para vários problemas decorrentes desta má conduta. No segundo
momento, o cenário mostra as problemáticas que o lixo pode causar quando não é descartado de
maneira correta, como por exemplo, bueiros entupidos, deslizamento de casa, enchentes,
doenças entre outras. O objetivo desse cenário é mostrar o que pode acontecer quando o lixo
não é descartado da maneira correta. Assim, espera-se que as crianças discutam sobre a
importância de jogar o lixo em lugares apropriados.
4.3. Fase de Produção
Na fase de Produção as animações foram implementadas com base nos artefatos
produzidos na fase de Design. Entretanto, antes da construção efetiva das animações, foi
necessária a realização de algumas atividades que contribuíram para a criação do recurso, e por
isso merecem ser citadas, como: fotos dos ambientes reais; aquisição dos cenários e
personagens; gravação do áudio; escolha do áudio para a abertura e fechamento da animação.
Portanto, nesta seção, busca-se apresentar este processo de desenvolvimento, dividindo-o
em etapas, a citar:
1. Montagem da animação no Flash: baseada nos storyboards, de maneira a
facilitar o entendimento entre os cenários e os personagens. Foi utilizada a ferramenta Flash
para executar de fato as animações, a escolha se deu pela necessidade de uma menor curva de
aprendizagem por parte do desenvolvedor e por oferecer ferramentas poderosas e flexíveis
quando se pensa em elaborar animações, de acordo com (GROVER e VEER, 2008, p.17). Para
facilitar a produção, percebeu-se a necessidade de dividir a animação em camadas, também
chamada de layers. No Flash, as layers são folhas plásticas virtuais que podem ser empilhadas
umas sobre as outras para criar uma combinação de frames. Cada elemento da animação deverá
estar em uma layer separada.
2. Importação do áudio: como a produção das animações é composta pelo
sincronismo das cenas com o áudio, no caso particular, as falas, foi necessário importar esse
áudio para o Flash, o áudio foi previamente editado em uma ferramenta para melhorar a
qualidade do som. Feito isso, foi necessário habilitar o áudio, para escolher o tipo de
compactação mais adequada e, em seguida, dar início ao processo de animação.
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3. Processo de animação das falas: esse processo ocorreu, primeiramente, pela
aquisição dos modelos de cada boca. Para isso, foi feito um mapeamento de acordo com as falas
dos personagens da animação observando o formato que a boca faz ao pronunciar as vogais e
em algumas consoantes. Para fazer a sincronização do movimento da boca de acordo com o som
da fala do personagem utilizou-se a técnica do Lipsync. Segundo Mascarenhas e Rabelo (2012)
essa técnica em geral se baseia em um guia, que contém representações de posições chave de
uma boca durante a fala. A sincronização das falas ocorreu por meio da observação nas faixas
de cada áudio inserido na linha do tempo do Flash. A medida que o som era escutado, inseria
um modelo da boca referente à posição que ela faz quando se pronuncia uma palavra. Esse
método é bastante mecânico e requer do desenvolvedor observação para saber o exato momento
que se deve inserir um modelo para sincronizar com a fala dos personagens
5. Importância do planejamento
A importância de se planejar um projeto se baseia em detalhar todos os itens evitando
esquecimento que possa a vir por em risco a realização do projeto. Planejar não significa
apenas registrar todos os detalhes, vai bem mais além disso, planejar é o ato de ordenar as ações,
estabelecendo o passo a passo em uma sequência lógica. Quando se pensa em elaborar um
projeto, logo se pensa em minimizar todos os tipo de perdas. Assim, para se desenvolver um
Recurso Midiático deve-se seguir alguns passos básicos para sua elaboração, independente do
assunto escolhido para a produção.
Para alcançar as metas planejadas em cada fase do projeto é necessário realizar a
estruturação da equipe. Essa estruturação ocorre com a divisão de tarefas que está diretamente
relacionado à organização do tempo e com a relação entre os membros da equipe.
A falta desse planejamento acarreta no desperdício de fatores importantes para o
gerenciamento de um projeto, a citar: tempo, tarefa e recurso. Segundo Strauss (1997 apud
RIBEIRO, 2007) o tempo refere-se à quantidade de tempo disponível para realizar o projeto; a
tarefa define o âmbito do trabalho a ser realizado em termos da dimensão e da complexidade do
produto multimídia; e os recursos correspondem aos fatores financeiros, pessoas e
equipamentos envolvidos no projeto.
6. Considerações finais
Os recursos midiáticos são instrumentos que viabilizam múltiplas articulações no âmbito
educacional. Assim, o atual trabalho buscou apresentar recursos midiáticos para o auxílio de
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ensino/aprendizagem sobre Educação Ambiental, de modo especial a coleta seletiva, bem como
o processo de desenvolvimento desses recursos.
A produção de recursos midiáticos não é uma tarefa simples, sendo necessário um
planejamento prévio e, preferencialmente, a participação de equipe interdisciplinar. Com o
intuito de mostrar esse planejamento, o artigo apresentou as etapas do processo de construção
das suas mídias, sendo estas etapas: Análise, Design e Produção. A falta desse planejamento
pode acarretar no desperdício de fatores importantes para o gerenciamento de um projeto, a
citar: tempo, tarefa e recurso.
Atualmente, o projeto possui uma animação com a produção concluída, a animação que
mostra uma visão geral sobre o tema: problema do lixo e solução3. Como trabalhos futuros, o
projeto pretende dar continuidade a produção das demais animações esboçadas na fase de
design do projeto.
Os recursos midiáticos apresentados através deste trabalho servem como instrumentos
para promover o diálogo entre professor e aluno, como também entre os alunos iniciantes do
ensino fundamental. Os recursos permitem a transmissão da informação através de diferentes
sentidos de forma atrativa, podendo assim ser fixada de forma mais efetiva.
Como trabalhos futuros também serão escritos os plano de aulas para trabalhar a temática
da Educação Ambiental através dos recursos midiáticos apresentados neste atigo. Esses planos
poderão ser disponibilizados em portais educacionais (Ex.: portal do professor) para que os
docentes possam aproveitar o material em outras escolas.
Referências
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