Redes Sociais como um suporte a inovação no pólo de confecção do agreste de pernambuco- UPE

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  • UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO FACULDADE DE CINCIA E TECNOLOGIA DE CARUARU

    BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAO

    NATHALIA ELLEN DE CARVALHO HOLANDA

    REDES SOCIAIS COMO UM FATOR DE SUPORTE A INOVAO NO PLO DE CONFECO DO AGRESTE DE

    PERNAMBUCO

    Caruaru, setembro de 2011

  • NATHALIA ELLEN DE CARVALHO HOLANDA

    REDES SOCIAIS COMO UM FATOR DE SUPORTE A INOVAO NO PLO DE CONFECO DO AGRESTE DE

    PERNAMBUCO

    Trabalho de Graduao oferecido ao curso de Sistemas de Informao da Universidade de Pernambuco (UPE), Faculdade de Cincia e Tecnologia de Caruaru (FACITEC), como requisito obteno do grau de Bacharel em Sistemas de Informao.

    Orientador: Prof. Dr. Jos Gilson de Almeida Teixeira Filho

    Caruaru, setembro de 2011.

  • ...E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistrios e toda a cincia, e ainda que tivesse toda a f, de maneira tal que transportasse os montes, e no tivesse amor, nada seria.

    I Co. 13.2

  • s mulheres da minha vida, minha av, por toda a dedicao, minha me, por toda a persistncia, e minha irm, por todo o incentivo.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo, primeiramente, a Deus. Por me mostrar toda sua bondade e misericrdia, diariamente. Por todas as bnos permitidas na minha vida. E principalmente, por ter me mostrado que, estando ao seu lado, nada ser recebido pela metade.

    Agradeo tambm a minha famlia, porque sem eles nada na minha vida teria sentido. Minha av, Maria do Carmo, por todos os conselhos e amor dado. Minha me, Mnica Carvalho, por toda experincia de vida transmitida. Minha irm, Thais Millena, por todas as horas que me incentivou a crescer na vida. Meus avs paternos, Edson e Aledir, pelo acolhimento e carinho dedicado.

    No posso deixar de mencionar a especial participao das minhas tias, Flaviane, Mrcia, Mirna, Paranag e Eliene, que sempre que possvel estavam presentes nas minhas dificuldades. Aos meus tios, Ricardo e Rubim, pela fora dada. Aos meus primos, Alline, Bruno, Diego, Camilla, Janana e Marcella, que me auxiliaram, cada um de uma maneira especial, nesta caminhada.

    Ao meu namorado, Bruno Freitas, pela pacincia, pelos conselhos, pelo apoio nos momentos de desespero e pelo incentivo nos momentos que fraquejei.

    Agradeo aos meu amigos, Laura, Clara, Sandoval, Grasielle e Nadielly que tiveram uma participao fundamental nessa minha trajetria. Quer fosse nos momentos de descontrao, ou nos momentos de desespero que antecediam as provas. Obrigada!

    Agradecimento especial aos colegas que nesses quatro anos contriburam para o meu crescimento, Edinah, Victor Laerte, Joo Eulino, Waldeildo, Heleno, Bruno Augusto, Fbio Arimatia, Diogenes, Ada e Elyda.

    Agradeo ao meu orientador, Gilson Teixeira, por todos conselhos e pela pacincia. Ao Dr Cristovo Souza Brito pelas orientaes dadas para o desenvolvimento de trabalhos futuros.

    Aos colaboradores da UPE, Praxedes e Anderson Medeiros, pelos momentos em que tirei a pacincia deles.

    A SINDIVEST-PE, principalmente Alyne, que disponibilizou informaes para que esta pesquisa pudesse ser realizada.

    Agradeo tambm a todas as empresas que tornaram este trabalho possvel. Charminho Moda Infantil, Sarados, Accost, Acr Confeces, Niran Confeces, Leinad Kids, Algodoeiro Eco Fashion, XC Clothing Confeco, Estrelita Industria e Comrcio, Galzoni.

    Por fim, gostaria de deixar o meu Obrigada para todas essas pessoas e para aquelas que por lapso meu, no foram aqui mencionadas.

  • RESUMO

    As empresas cada vez mais tm buscado conquistar seu espao no mercado. E a informao e o conhecimento apresentam um papel importante nesta conquista, pois so recursos essenciais

    para promover a inovao nas empresas. Com o crescimento acelerado da Tecnologia da Informao e o surgimento da web 2.0 o nmero de usurios das redes sociais cresceu consideravelmente. E estas acabaram tornando-se principais responsveis pela disseminao do conhecimento e da informao. Tendo em vista que os contedos produzidos nas redes sociais so o retrato da realidade dos grupos inseridos nessas redes, as empresas tiveram a necessidade de buscar essa ferramenta para obter informaes e conhecimentos especficos e assim promover a inovao. Seja essa inovao direcionada ao pblico, a produo, ou aos personagens envolvidos em todo processo. Dessa forma, essa pesquisa tem como objetivo analisar se as empresas do Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco tm utilizado as redes sociais para dar suporte inovao e como elas tm feito isso.

    Palavras-chaves: Redes Sociais, Inovao, Plo de Confeco.

  • ABSTRACT

    The companies have been searching more and more to conquer its space in the market. The information and knowledge plays an important role in this conquer, because those are essencial resources to promote innovation in the companies. With the accelerated growing on Information Technology and the rise of web 2.0, the number of users of Social Nets increased considerably. And those became the main responsible for the dissemination of knowledge and information. In view of contents produced by the Social Nets are the portrait of reality of groups inserted in those nets, the companies had the need to search for this tool to obtain specific information and knowledge and then promote innovation, whether this innovation is directed to the public, production or to the characters involved in the whole process. Thus, this research seeks to analyze if the corporations of Pernambucos Agreste region confection pole have been using the Social Nets to support innovation and how it has been done.

    Keywords: Social Networks, Innovation, Clothing Manufacture.

  • LISTA DE SIGLAS

    APL Arranjo Produtivo Local FAT Formulrio de Aprovao dos Trabalhos FCA Ficha de Crticas do Avaliador FCR Formulrio de Conduo da Reviso FRT Formulrio de Resumo do Trabalho FTP Ficha de Teste Piloto IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica MCT Ministrio da Cincia e Tecnologia MD Ministrio do Desenvolvimento PINTEC Pesquisa de Inovao Tecnolgica PRS Protocolo de Reviso Sistemtica P&D Pesquisa & Desenvolvimento SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio Micro e Pequenas Empresas SINDIVEST Sindicato das Indstrias do Vesturio do Estado de Pernambuco

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Estrutura do Trabalho----------------------------------------------------------------------17 Figura 2 - Processo de Conduo da Reviso Sistemtica-----------------------------------------19 Figura 3 - Etapas para Seleo dos Trabalhos-------------------------------------------------------24 Figura 4 - Interaes da Empresa----------------------------------------------------------------------31 Figura 5 - A Evoluo do Conceito de Redes numa Perspectiva Organizacional--------------40

  • LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1 - Ferramentas Mais Utilizadas pelas Empresas que Utilizam Mdias Sociais ------14 Grfico 2 - Quantidade de Trabalhos Relevantes por Base de Dados-----------------------------28 Grfico 3 - Quantidade de Trabalhos Relevantes por Ano-----------------------------------------29 Grfico 4 - Cargo do Respondente---------------------------------------------------------------------51 Grfico 5 - Quantidade de Funcionrios--------------------------------------------------------------52 Grfico 6 - Tempo de Funcionamento da Empresa--------------------------------------------------52 Grfico 7 - Utilizao das Redes Sociais nos Processos Internos ---------------------------------53 Grfico 8 - Redes Sociais Utilizadas------------------------------------------------------------------54 Grfico 9 - Estratgias Utilizadas para Promover a Inovao-------------------------------------54 Grfico 10 - Utilizao das Redes Sociais como Ferramenta de Apoio a Inovao -----------55 Grfico 11 - Motivos que Levaram a Utilizao das Redes Sociais -----------------------------56 Grfico 12 - Melhorias Observadas nas Empresas aps a utilizao das Redes Sociais------57 Grfico 13 - Motivos da no Utilizao das Redes Sociais --------------------------------------58 Grfico 14 Daqui a Quanto Tempo a Empresa Pretende Fazer Uso das Redes Sociais----59

  • LISTA DE TABELAS E QUADROS

    Tabela 1 - Resultado da Pesquisa Relacionando as Bases com as strings Adotadas-----------25 Quadro 1 - Fases, Atividades e Comparativo---------------------------------------------------------19 Quadro 2 - Protocolo de Reviso Sistemtica--------------------------------------------------------21 Quadro 3 - Trabalho Selecionados a partir da Reviso Sistemtica-------------------------------26 Quadro 4 - Exposio do Tempo de Fichamento dos Trabalhos Selecionados------------------29 Quadro 5 - Classificao para a Inovao------------------------------------------------------------32 Quadro 6 - Vantagens Estratgicas pelo Tipo de Inovao----------------------------------------34 Quadro 7 - Problemas da Viso Parcial da Inovao-----------------------------------------------34 Quadro 8 - Determinantes da Inovao---------------------------------------------------------------36 Quadro 9 - Determinantes das Redes Sociais--------------------------------------------------------43 Quadro 10 - Resumo das Escolhas Metodolgicas--------------------------------------------------45 Quadro 11 - Estimativa de Empresas nas Trs Principais Cidades do APL---------------------49

  • Sumrio

    CAPTULO 1 - INTRODUO ..........................................................................................13 1.1 Justificativa ........................................................................................................................13 1.2 Objetivos ............................................................................................................................16 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................16 1.2.2 Objetivos Especficos ......................................................................................................16 1.3 Relevncia do Estudo .........................................................................................................16 1.4 Estrutura do Trabalho .........................................................................................................16

    CAPTULO 2 - REVISO SISTEMTICA DA LITERATURA......................................18 2.1 Fase de Planejamento da Reviso Sistemtica ..................................................................20 2.2 Fase de Execuo................................................................................................................24 2.3 Fase de Anlise e Divulgao dos Resultados ...................................................................26 2.4 Sntese dos Resultados .......................................................................................................30 2.4.1 Inovao...........................................................................................................................30

    2.4.1.1 Caracterizao da Inovao..........................................................................................32 2.4.1.2 Inovao e as Empresas................................................................................................33

    2.4.1.3 Determinante da Inovao............................................................................................36 2.4.2 Redes Sociais ..................................................................................................................37 2.4.2.1 Caracterizao das Redes Sociais.................................................................................39 2.4.2.2 Redes Sociais e as Empresas.........................................................................................41 2.4.2.3 Determinantes da Redes Sociais...................................................................................43

    CAPTULO 3 - METODOLOGIA .......................................................................................45 3.1 Quanto a Natureza ..............................................................................................................45 3.2 Quanto aos Fins ..................................................................................................................45 3.3 Quanto aos Meios ...............................................................................................................46 3.4 Quanto a Forma de Abordagem .........................................................................................46 3.5 Instrumento de Coleta de Dados.........................................................................................47 3.6 Populao e Amostra..........................................................................................................47

    CAPTULO 4 PESQUISA DE CAMPO E ANLISE DOS RESULTADOS........................................................................................................................49 4.1 Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco.................................................................49 4.2 Fase de Coleta dos Dados ..................................................................................................50

  • 4.3 Fase de Interpretao dos Dados.........................................................................................51 CAPTULO 5 - CONCLUSES E TRABALHOS FUTUROS..........................................60 5.1 Consideraes Finais...........................................................................................................60 5.2 Limitaes do Trabalho......................................................................................................60 5.3 Contribuies......................................................................................................................61 5.4 Trabalhos Futuros ..............................................................................................................61 5.5 Concluses .........................................................................................................................61 REFERNCIAS......................................................................................................................63 APNDICES............................................................................................................................67

  • CAPTULO 1 INTRODUO

    1.1 Justificativa

    A informao e o conhecimento so considerados essenciais tanto do ponto de vista acadmico quanto profissional e, quando manipulados da melhor maneira, tornam-se ainda mais valorizados, gerando benefcios sociais e econmicos que estimulam o desenvolvimento e so, ainda, recursos essenciais para a inovao.

    No podemos ignorar que a disseminao do conhecimento e da informao se tornou ainda mais rpida e acessvel quando a Internet deixou de ser uma simples tecnologia de comunicao e passou a ser o centro de diversas atividades, polticas, econmicas e sociais. Assim como disse Castells (2003, p.7):

    [...] A Internet o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da informao hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial, em nossa poca a internet poderia ser equiparada tanto a uma rede eltrica quanto ao motor eltrico, em razo de sua capacidade de distribuir a fora da informao por todo o domnio da atividade humana [...].

    Com o surgimento da web 2.0 as redes sociais passaram a ser um dos mais importantes meios para disseminao e obteno de conhecimento e informao. As redes sociais se tornaram um instrumento valioso na comunicao com os pblicos de interesse, sendo a comunicao um fator determinante no funcionamento das organizaes, como afirma Kunsch (2003, p. 69) o sistema organizacional se viabiliza graas ao sistema de comunicao nele existente, se faz necessrio o uso das redes sociais como um suporte para viabilizar o processo de comunicao com a agilidade e eficincia necessria.

    Um estudo feito pela Deloitte (2010) afirma que 70% das empresas brasileiras fazem uso das mdias sociais, sendo as redes sociais a mais utilizada, como mostra o Grfico 1.

    As redes sociais abriram as portas para as empresas promoverem a discusso em torno de seus produtos e servios. E dessa maneira, atravs da concentrao de opinies de grandes grupos em torno de sua marca, essas empresas podem se beneficiar de uma forma de inteligncia coletiva que pode trazer inovao e diferenciao para seus produtos. E o poder desta inteligncia coletiva tratado por Anderson (2006, p.105), milhes de pessoas comuns so os novos formadores de preferncias. Esses novos formadores de preferncias no so uma super-elite, cujos componentes so melhores do que ns. Eles so ns..

  • Grfico 1 - Ferramentas mais usadas pelas empresas que

    Por estarmos inseridos em uma sociedade interligada em rede, estar ou no conectada a outras empresas, pblicos e culturas, pode significar a sobrevivncia da empresa, como afirmou Castells (1999, p.188) as redes so e sero os componentes fundamentais s organizaes.

    Na pesquisa realizada pela Deloitte (2010) podemos observar que 53% das empresas no Brasil fizeram uso das redes sociais

    As redes sociais so inrelaes sociais, onde as trocas de informaes ocorrem de maneira mais prtica e podem promover ganho comum (GULATI,1998). Essa afirmao de Gulati (1998) retrata uma situao a qual vem ocorrendpblicas e de fomento de gerao e desenvolvimento por aglomerados empresariais setoriais, justamente para que as empresas trabalhando de forma integrada consigam alcanar resultados os quais no conseguiriam trabalhando de forma isolada.

    Tendo em vista esse cenrio o setor de confeces tem recebido uma ateno espece os nmeros que comprovam

    voltados para esse setor no pas: so

    Ferramentas mais usadas pelas empresas que utilizam mdias sociais.Fonte: Adaptado de Deloitte (2010).

    Por estarmos inseridos em uma sociedade interligada em rede, estar ou no conectada a outras empresas, pblicos e culturas, pode significar a sobrevivncia da empresa, como

    9, p.188) as redes so e sero os componentes fundamentais s

    Na pesquisa realizada pela Deloitte (2010) podemos observar que 53% das empresas redes sociais para inovar o modelo de negcio.

    As redes sociais so interaes entre duas ou mais organizaes, estabelecidas por relaes sociais, onde as trocas de informaes ocorrem de maneira mais prtica e podem promover ganho comum (GULATI,1998). Essa afirmao de Gulati (1998) retrata uma situao a qual vem ocorrendo com freqncia visto que, no Brasil, tornarampblicas e de fomento de gerao e desenvolvimento por aglomerados empresariais setoriais,

    para que as empresas trabalhando de forma integrada consigam alcanar resultados no conseguiriam trabalhando de forma isolada.

    Tendo em vista esse cenrio o setor de confeces tem recebido uma ateno espece os nmeros que comprovam isto est na quantidade de Arranjos Produtivos Locaisvoltados para esse setor no pas: so sessenta e oito, dos quais vinte e cinco encontram

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    Na pesquisa realizada pela Deloitte (2010) podemos observar que 53% das empresas cio.

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    Tendo em vista esse cenrio o setor de confeces tem recebido uma ateno especial, na quantidade de Arranjos Produtivos Locais (APL)

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    regio Sudeste, e vinte e dois na regio Nordeste (MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO - MD, 2003).

    De acordo com a definio do Servio Brasileiro de Apoio Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), APL so aglomeraes de empresas localizadas em um mesmo territrio, que apresentam especializao produtiva e mantm algum vnculo de articulao, interao, cooperao e aprendizagem entre si e com outros atores locais como governo, associaes empresariais, instituies de crdito, ensino e pesquisa.

    O APL de confeces do agreste de Pernambuco tido como o segundo maior plo de confeces do Brasil, ficando atrs apenas para o plo de So Paulo. Porm, apesar da representatividade deste plo, os empresrios locais tem enfrentado algumas dificuldades, so elas: falta de cultura para cooperao, concorrncia desleal tanto externa como interna, com produtos asiticos e produtos fabricados por empresas informais, defasagem tecnolgica para lavagem e tingimento de produtos jeans, e mo-de-obra no qualificada (SOUZA, 2008).

    Ainda segundo Souza (2008), as produes deste arranjo destinam-se tanto ao mercado nacional, Norte e Nordeste, como o internacional, onde so comercializados produtos principalmente para o Sul da frica. Destaca-se que muitos desses mercados foram expandidos devido as rodadas de negcio, organizadas pelas Associaes Comerciais locais em conjunto com o SEBRAE e o Sindicato das Indstrias do Vesturio do Estado de Pernambuco (SINDIVEST).

    A cidade de Caruaru se destaca entre as cidades da regio por sua localizao geogrfica, onde seu comercio abastece 40 municpios vizinhos e tem infra-estrutura privilegiada para escoamento dos produtos (PREFEITURA MUNICIPAL DE CARUARU, 2007). De acordo com o SEBRAE (2008), o Plo de Confeco do Agreste Pernambucano apresenta grande importncia socioeconmica, uma vez que concentra 60% da produo de confeco do estado.

    Tendo em vista a relevncia das empresas utilizarem as redes sociais no processo de inovao e a importncia dessas empresas do plo de confeco para o agreste pernambucano, surge a seguinte problemtica da pesquisa:

    Como as redes sociais contribuem para a inovao das empresas do Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco?

  • #

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Objetivo Geral

    Analisar como as redes sociais contribuem para que as empresas do Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco promovam a inovao.

    1.2.2 Objetivos Especficos

    Aplicar uma Reviso Sistemtica de Literatura;

    Aplicar um questionrio nas empresas do Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco a fim de analisar se as redes sociais esto sendo utilizadas para promover a inovao;

    Analisar os resultados da pesquisa de campo;

    1.3 Relevncia do Estudo

    Este trabalho apresenta uma viso geral de como as redes sociais podem auxiliar as empresas a promoverem inovao. Esse tema foi escolhido, visto que este um assunto que tem sido abordado com frequncia.

    O presente trabalho poder contribuir com estudos futuros, por universitrios, pesquisadores e empresas, no sentido de obter uma viso sobre como as redes sociais tem sido utilizadas nas empresas do plo de confeco do agreste pernambucano para promover a inovao.

    Tambm poder estimular as empresas pesquisadas implantao das redes sociais como mecanismo de apoio para inovao, diante dos resultados obtidos atravs da pesquisa.

    1.4 Estrutura do Trabalho

    O presente trabalho, alm do captulo de introduo, apresenta mais quatro captulos, procurando responder a questo de pesquisa deste trabalho. Conforme apresentado na Figura 1.

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    Figura 1 - Estrutura do Trabalho Fonte: Autor (2011)

    Captulo 1: realizada uma apresentao contextualizada do tema de pesquisa, sua relevncia, objetivos e justificativa. Captulo 2: demonstra a aplicao do mtodo de pesquisa bibliogrfica proposto, apresentando todos os passos para identificao e seleo dos trabalhos utilizados, incluindo em detalhes o protocolo utilizado para a aplicao da reviso sistemtica. Diante dos trabalhos apresentados foi elaborado o referencial terico que procura apresentar os principais conceitos pertinentes ao tema e ao foco do trabalho. Contm a fundamentao terica sobre inovao e redes sociais. Capitulo 3: este captulo apresenta a metodologia a ser seguida para realizao da pesquisa e da anlise de dados. Captulo 4: este captulo apresenta os aspectos gerais sobre o Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco e em seguida a anlise dos resultados da pesquisa. Captulo 5: este captulo apresenta as concluses, consideraes finais, contribuies, limitaes impostas e propostas de trabalhos futuros.

    Captulo 2 Reviso Sistemtica de Literatura

    Captulo 1 Introduo

    Captulo 4 Pesquisa de Campo e Anlise dos Resultados

    Captulo 3 Metodologia

    Captulo 5 Concluses e Trabalho Futuros

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    CAPTULO 2 - REVISO SISTEMTICA DA LITERATURA

    A reviso de literatura definida por Noronha e Ferreira (2000, p. 191) como uma investigao para analisar a produo bibliogrfica em determinada rea temtica, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma viso geral ou um relatrio do estado da arte sobre um tpico especfico, evidenciando novas idias, mtodos e subtemas relacionados.

    A reviso sistemtica estabelece um processo formal para conduzir essa investigao, evitando a introduo de vieses da reviso de literatura informal, dando maior credibilidade pesquisa em andamento (SOUZA E RIBEIRO, 2009; SAMPAIO e MANCINI, 2007). A partir da pesquisa num tpico em particular, esse tipo de reviso pode induzir a identificao, seleo e produo de evidncias, considerando os conhecimentos e as iniciativas existentes no campo de interesse (MIAN et. al., 2005).

    A metodologia pode ser caracterizada por usar mtodos sistemticos e explcitos que so escolhidos com o objetivo de minimizar erros, possibilitando assim pesquisas mais confiveis que possam ser usadas, inclusive, para a tomada de decises (MAFRA e TRAVASSOS, 2006; KITCHENHAM, 2004). Dessa forma, a reviso sistemtica pode ser melhor entendida como uma sintetizao de resultados obtidos do estado da arte da literatura, sendo um tipo de estudo retrospectivo e secundrio, isto , a reviso usualmente desenhada e conduzida aps a publicao de muitos estudos experimentais sobre o tema (SAMPAIO e MANCINI, 2007).

    As fases da reviso sistemtica envolvem uma srie de atividades importantes, atreladas a etapas dentro do processo de conduo, estabelecidos dentro de um protocolo, que nortear de forma sistematizada todo o processo de conduo da reviso. Biolchini et. al. (2005) e Kitchenham (2004) estabelecem trs fases do processo de conduo: planejamento da reviso, execuo da reviso e anlise e divulgao dos resultados. Outros autores abordam as atividades de forma um pouco diferente, porm convergentes (LITTELL et. al., 2008; PAI et. al., 2004). As fases de conduo da reviso e as atividades utilizadas neste trabalho foram adaptadas dos trabalhos citados anteriormente e so apresentadas na Figura 2.

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    Figura 2 - Processo de Conduo da Reviso Sistemtica Fonte: (BIOLCHINI et. al., 2005; KITCHENHAM et. al., 2004; PAI et. al., 2004; LITTEL et. al, 2008).

    As fases do processo de reviso sistemtica so apresentadas no Quadro 1, porm estas fases no so necessariamente seqenciais, pois possuem iteraes, fazendo com que muitas atividades sejam iniciadas na fase de planejamento e refinadas posteriormente. No Quadro 1 apresentado tambm um comparativo entre a reviso sistemtica e a reviso de literatura comum.

    Quadro 1 - Fases, atividades e comparativo. Fases Atividades Reviso Sistemtica Reviso de Literatura comum

    Planejamento da reviso

    Formulao da questo

    Questo focada no objetivo da pesquisa (idia-tema)

    Questo focada no objetivo da pesquisa, embora permita uma questo mais abrangente, fora da idia-tema.

    Identificao dos estudos

    Uso de estratgia de pesquisa transparente, que leva a resultados embasados cientificamente.

    Sem uma estratgia definida, tornando os resultados menos relevantes.

    Avaliao crtica dos estudos

    Critrios especficos de incluso e excluso so utilizados para avaliao.

    De forma geral, os estudos identificados no so avaliados de acordo com critrios.

    Execuo da reviso

    Extrao dos dados

    Utilizao de formulrios padronizados para catalogao e avaliao posterior desses dados.

    Geralmente os dados so extrados de forma singular, sem a utilizao de um modelo padro.

    Anlise e Sintetizao Os dados so analisados de forma descritiva, levando-se

    Os dados so avaliados de forma isolada, sem levar em conta a

  • divulgao dos

    resultados

    dos resultados

    em conta a qualidade dos estudos, amostras extradas e outros fatores que possam intervir nos resultados.

    qualidade dos estudos nos quais foram extrados os dados.

    Interpretao dos resultados

    Os resultados interpretados esto menos sujeitos a desvios do sentido original dos estudos e opinies pessoais invasivas.

    A interpretao dos resultados tende ao acmulo de desvios do sentido original dos estudos obtidos, alm de acumular opinies pessoais.

    Fonte: Adaptado de PAI et. al., 2004; LITTEL et. al., 2008.

    A criao de um modelo de protocolo de reviso deu incio ao processo de reviso sistemtica. O protocolo foi especificado para identificar os estudos que abordavam os temas redes sociais e inovao. Alm disso, tambm foram utilizados quatro formulrios, desenvolvidos antes mesmo da fase de planejamento, que auxiliaram a aplicao da reviso tentando evitar iteraes durante a conduo da reviso.

    O formulrio de conduo da reviso - FCR (Apndice 1) serviu para a catalogao dos estudos encontrados durante a execuo das etapas descritas no processo; o formulrio de aprovao dos trabalhos - FAT (Apndice 2), serviu para a catalogao final dos estudos; o formulrio de teste piloto - FTP (Apndice 3), serviu para avaliar o protocolo antes mesmo dele ser aplicado na ntegra, ou seja, foi adotado para os testes do protocolo de reviso e o formulrio de crticas do avaliador - FCA (Apndice 4), que contribuiu para fichar as crticas construtivas e as melhorias sugeridas pelos avaliadores.

    Dos resultados obtidos com a aplicao do teste piloto e da ficha de crticas do avaliador, foram desenvolvidas trs verses do protocolo. Dentre as alteraes mais relevantes esto reformulao das palavras-chaves e strings de busca, que sofreram mudanas durante os testes, alm da incluso e excluso de fontes de busca, visto que algumas das fontes testadas no se apresentaram satisfatrias para a aplicao do protocolo no tema proposto.

    2.1 Fase de Planejamento da Reviso Sistemtica

    Durante a fase de planejamento foram estabelecidos os objetivos da pesquisa e foi criado um protocolo de reviso adaptado do modelo de Biolchini et. al. (2005) e Kitchenham et. al. (2004), contendo itens como: identificao e seleo das bases de dados, mtodos de busca e palavras-chave, estratgia de busca e critrios de incluso e excluso dos estudos (Biolchini et. al., 2005; Kitchenham et. al., 2004; Dyba et. al., 2005), seguindo ainda a mesma lgica de atividades propostas e adaptadas por Pai et. al. (2004) e Littell et. al. (2008).

  • O Quadro 2, detalha o protocolo de reviso sistemtica elaborado para esta pesquisa.

    Quadro 2 - Protocolo de Reviso Sistemtica PROTOCOLO DE REVISO SISTEMTICA (PRS)

    Verso: 03

    Foco da pesquisa

    O foco desta pesquisa est em levantar, na literatura especfica, prticas relacionadas a inovao e as redes sociais.

    Amplitude da reviso sistemtica

    Questo de pesquisa Quais as contribuies das redes sociais quando se trata de inovao nas empresas do plo de confeco? Palavras-chaves relacionadas s questes de pesquisa Devido ao foco da pesquisa apresentar um contedo de relevncia mundial, as palavras-chaves sero formuladas no idioma universal Ingls. No entanto, a pesquisa no deixar de contar com palavras no idioma Portugus, pois, alm manter uma consistncia com o idioma de escrita da pesquisa, tambm pretende mostrar a relevncia e qualidade de estudos nesse idioma. As palavras-chave foram definidas e devidamente organizadas de acordo com os termos encontrados no foco da pesquisa. Ao final foram definidas 6 (seis) palavras-chave nos dois idiomas (portugus e ingls), totalizando 12 (doze) palavras-chave para a pesquisa.

    Redes Sociais: redes sociais; mdias sociais;

    Inovao: inovao; Plo de Confeco: plo

    de confeco, plo txtil, APL, arranjo produtivo local, moda;

    Social Networks: social networks, social media;

    Innovation: innovation; Clothing Manufacture: clothing

    manufacture, textile center, APL, local productive arrangement, fashion;

    Interveno A pesquisa pretende intervir na forma como as redes sociais influenciam no quesito inovao das empresas do plo de confeco do Agreste Pernambucano.

    Efeito Esta pesquisa prope apresentar evidncias cientficas que as redes sociais podem ser utilizadas como uma ferramenta para dar suporte a inovao.

    Mtricas de Resultados Pelo menos oito trabalhos relacionados inovao. Pelo menos cinco trabalhos relacionados a redes sociais.

    Populao A populao aplicvel a esta pesquisa pode ser resumida em uma pesquisa com as empresas do ramo de confeco do Agreste de Pernambuco e trabalhos (artigos, dissertaes, teses e livros) encontrados na literatura tcnica em redes sociais e inovao.

  • Aplicao A rea de aplicao dos resultados deste trabalho visa identificar as melhorias da utilizao das redes sociais quando nos referimos inovao no plo de confeco.

    Seleo das fontes de pesquisa

    Critrios de incluso e excluso Os seguintes critrios devem nortear a incluso e excluso das fontes de busca dos trabalhos.

    As fontes devem estar na web, com exceo apenas de livros que podem ser impressos;

    As fontes devem disponibilizar os trabalhos na ntegra e gratuitamente para fins de pesquisa;

    As fontes devem possuir mecanismos avanados de busca que permitam a combinao de palavras-chave com os termos relacionais AND e OR;

    As fontes devem ser de renome cientfico-acadmico mundial, com exceo de sites web de universidades, caso seja necessrio, que contenham os mecanismos de busca exigidos.

    Procedimentos para seleo das fontes As fontes sero selecionadas por meio de testes com as palavras-chave j citadas. Caso retornem resultados satisfatrios ao teste, elas sero includas, ao contrrio sero descartadas. Idiomas de estudos Os idiomas aplicados na pesquisa e observao de trabalhos deste estudo so dois: Portugus e Ingls.

    Identificao das fontes

    Mtodo de pesquisa: a busca por trabalhos ser realizada de forma eletrnica, atravs de mecanismos de busca de web sites especializados e de renome cientfico-acadmico, podendo ser utilizados tambm sites de universidades que contenham esses mecanismos disponveis; Strings de busca: as strings ou frases de busca so baseadas nas palavras-chave j citadas. Essas strings sero aplicadas de acordo com a disponibilidade tcnica de estratgia de busca do mecanismo a ser utilizado, podendo sofrer pequenas adaptaes para que o mecanismo consiga execut-las. As strings so as seguintes: Portugus:

    (1) (redes sociais) (mdias sociais) (inovao);

    (2) (inovao) (plo de confeco) (plo txtil) (APL) (arranjo produtivo local) (moda);

    (3) (plo de confeco) (plo txtil)

    Ingls: (4) (social networks)

    (social media) (innovation);

    (5) (innovation) (clothing manufacture) (textile center) (APL) (local productive arrangement) ( fashion);

  • (APL) (arranjo produtivo local) (moda) (redes sociais) (mdias sociais);

    (6) (clothing manufacture) (textile center) (APL) (local productive arrangement) (fashion) social networks) (social media);

    Lista de fontes de busca Os seguintes sites com mecanismos de busca sero inicialmente utilizados para pesquisa dos trabalhos: SciELO, BDTD, Google Acadmico e ACM Digital Library.

    Seleo dos trabalhos

    pesquisados

    Definio dos trabalhos Os seguintes critrios devem nortear a incluso e excluso dos trabalhos.

    Devem ser exclusivamente advindos da internet; Os trabalhos devem estar disponibilizados em web sites

    especializados e de relevncia cientfico-acadmico; Os trabalhos devem estar disponibilizados por completo; Os trabalhos devem demonstrar algum embasamento cientfico que

    comprove os seus resultados; Procedimentos para seleo dos trabalhos Sero aplicadas cinco etapas para a seleo definitiva dos estudos a serem avaliados no contexto da pesquisa. Os seguintes procedimentos vo proporcionar filtrar os trabalhos mais relevantes para a pesquisa:

    ETAPA I Realizar pesquisas de acordo com as strings de busca definidas para a pesquisa.

    ETAPA II Os trabalhos retornados sero inicialmente avaliados segundo o ttulo, sem a necessidade de fichar no formulrio de conduo da reviso. Caso o ttulo seja relevante ao contexto da pesquisa e o trabalho esteja disponvel na integra, o trabalho ser potencialmente selecionado para a prxima etapa, caso contrrio ele ser excludo.

    ETAPA III Dos estudos pr-selecionados na primeira etapa, uma nova pesquisa (busca) ser realizada, aplicando-se strings de busca de forma mais refinada. Os trabalhos que retornarem resultados com esse refinamento vo ter seus resumos (abstract) lidos, depois sero selecionados para a prxima etapa e fichados no formulrio de conduo da reviso. Caso contrrio eles sero excludos.

    ETAPA IV Na prxima etapa ser realizada uma leitura da introduo e concluso de cada trabalho pr-selecionado. Se houver relevncia com o contexto da pesquisa, o trabalho ser selecionado para a prxima etapa e fichado no formulrio de conduo da reviso. Caso contrrio ele ser excludo.

    ETAPA V A ltima etapa aprimora a seleo principalmente, porque o trabalho ser completamente lido, analisado e criticado haja vista a relevncia contextual e filtro proporcionado pelas

  • "

    etapas anteriores. Nesta ltima etapa o trabalho ser considerado apto e ser fichado no formulrio de aprovao dos estudos.

    Fonte: Modelo adaptado de Biolchini et. al. (2005), Pai et. al. (2004), e Littell et. al. (2008).

    2.2 Fase de Execuo

    Na fase de execuo foi realizada a conduo e anlise dos estudos primrios. Assim, no perodo compreendido entre 10/08/2011 e 19/08/2011, os estudos foram identificados, coletados e organizados em uma lista estruturada. Aps a aplicao, os resultados ainda passaram por uma reavaliao para garantir que no foram eliminados estudos relevantes. Ao final desta fase, as informaes foram extradas somente dos estudos selecionados (KITCHENHAM, 2004; PAI et. al., 2004).

    Na etapa I de seleo definida no protocolo de pesquisa da reviso sistemtica foram considerados os critrios de qualidade e as strings de busca. Foram obtidos no total 872 estudos, conforme apresentado na Figura 3.

    Figura 3 - Etapas para seleo dos trabalhos. Fonte: Adaptado de Biolchini et. al. (2005); Kitchenham et. al. (2004); Pai et. al. (2004); Littell et. al. (2008).

    Etapa I

    Etapa II

    Etapa III

    Etapa IV

    Etapa V

    Realizar buscas de acordo com as strings pr-definidas.

    Identificar estudos relevantes atravs da leitura do ttulo.

    Realizar a leitura dos resumos (abstract) dos estudos.

    Realizar a leitura da introduo e concluso dos estudos.

    Realizar a leitura completa dos estudos considerados mais relevantes para a pesquisa. estudos.

    872

    43

    24

    13

  • '

    Na Tabela 1 so exibidos os resultados da pesquisa em cada base a partir das strings definidas no protocolo. importante destacar que as strings foram selecionadas de acordo com a disponibilidade dos estudos nos dois idiomas escolhidos, de forma que nas bases em que no havia a possibilidade de realizar a pesquisa em Ingls, no foram utilizadas as strings do respectivo idioma, da mesma forma ocorreu com o Portugus. A base Google Scholar e BDTD foram as que possibilitaram o uso de todas as strings, pois permitia pesquisar nos dois idiomas. necessrio ser levado em considerao que no perodo determinado para busca dos estudos relevantes a universidade estava em processo de mudana do usurio e senha de acesso livre aos trabalhos do portal CAPES. Portanto muitos estudos foram descartados visto que sem esse acesso feito com os dados da universidade os mesmos s poderiam ser baixados na integra mediante pagamento.

    Tabela 1 - Resultado da pesquisa relacionando as bases com as strings adotadas Portugus Ingls

    Bases/ Strings (1) (2) (3) (4) (5) (6) Total

    Scielo 2 104 0 - - - 106

    BDTD 155 21 0 40 4 0 220

    Google acadmico 80 70 55 100 80 50 435

    ACM - - - 80 27 4 111

    Total 872

    Fonte: Bases listadas no protocolo de reviso sistemtica, adaptado de Biolchini et. al. (2005); Kitchenham et. al. (2004); Pai et. al. (2004); Littell et. al. (2008).

    Na etapa II foram lidos os ttulos dos trabalhos e analisados quais estavam disponveis por completo. Sendo assim, foram selecionados 43 dos 872 artigos resultantes da busca inicial. Na etapa III, a seleo foi aprimorada com base nos critrios de incluso e excluso e a partir da leitura do resumo (abstract), foram selecionados 24 dos 43 trabalhos relatados at ento. Na etapa IV, os estudos passaram por uma leitura da introduo e concluso e dos 24 trabalhos, 13 foram selecionados ao final. A etapa V estabelece a leitura completa dos estudos selecionados. Essa leitura final foi realizada de acordo com os propsitos estabelecidos pela

  • #

    pesquisa. A lista dos 43 trabalhos identificados, incluindo os selecionados, encontra-se no Apndice 5.

    2.3 Fase de anlise e divulgao dos resultados

    Por fim, nesta fase os estudos primrios que atendiam ao propsito da reviso sistemtica foram analisados criticamente e sintetizados no formulrio de aprovao dos trabalhos, visto que essa avaliao foi de forma descritiva, conforme (LITTELL et. al., 2008; KITCHENHAM et. al., 2007). O Quadro 3 apresenta os trabalhos selecionados.

    Quadro 3 - Trabalhos selecionados a partir da Reviso Sistemtica

    FORMULRIO DE APROVAO DOS TRABALHOS (FAT) Ano Trabalho Tipo Referncia Fonte

    2000 The Diffusion of Innovations in Social Networks.

    Artigo YOUNG, H. P., 2000. The Diffusion of Innovations in Social Networks. Economics Working Paper Archive 437, The Johns Hopkins University,Department of Economics.

    ACM

    2001 Redes de cooperao produtiva: uma estratgia de competitividade e sobrevivncia para pequenas e mdias empresas.

    Artigo OLAVE, Maria Elena Len e NETO, Joo Amato. Redes de cooperao produtiva: uma estratgia de competitividade e sobrevivncia para pequenas e mdias empresas. Gesto & Produo, v.8, n.3, p.289-303, dez. 2001

    Google Acadmico

    2001 Inovao em arranjos e sistemas de MPME.

    Artigo LEMOS, Cristina. Inovao em arranjos e sistemas de MPME. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Outubro, 2001.

    Google Acadmico

    2005 Das redes sociais inovao.

    Artigo TOMAEL, Maria Ins; ALCARA, Adriana Rosecler e DI CHIARA, Ivone Guerreiro. Das redes sociais inovao. Ci. Inf. [online]. 2005, vol.34, n.2, pp. 93-104. ISSN 0100-1965.

    SciELO

    2005 Redes sociais como fatores de desenvolvimento da inovao.

    Dissertao CAMPOS, Letcia Mirella Fisher. Redes Sociais Como Fatores De Desenvolvimento Da Inovao: uma anlise multi-casos do setor de TIC do Paran. Dissertao

    BDTD

  • $

    Pontifica Universidade Catlica do Paran. (Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo de Sistemas), Curitiba, 2005.

    2005 Contribuio da anlise de redes sociais para o estudo sobre os fluxos de informaes e conhecimento.

    Artigo FREITAS, Mario Cezar e PEREIRA, Hernane Borges de Barros. Contribuio da anlise de redes sociais para o estudo sobre os fluxos de informaes e conhecimento. In Proceedings CINFORM - Encontro Nacional de Cincia da Informao VI, Salvador - Ba. 2005

    Google Acadmico

    2006 Anlise de redes sociais como mtodo para a Cincia da Informao.

    Artigo MATHEUS, Renato Fabiano e SILVA, Antonio Braz de Oliveira. Anlise de redes sociais como mtodo para a Cincia da Informao. DataGramaZero - Revista de Cincia da Informao, v.7, n.2, abril. 2006.

    Google Acadmico

    2006 Fluxo de informaes e conhecimentos para inovaes no arranjo produtivo local de confeces em Salvador BA.

    Dissertao FREITAS, Mario Cezar. Fluxo de informaes e conhecimentos para inovaes no arranjo produtivo local de confeces em Salvador BA. Dissertao (Mestrado) Instituto de Cincia e Inovao, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006.

    BDTD

    2007 Inovao e Redes Sociais: A Indstria da Moda em So Paulo.

    Tese KONTIC, Branislav. Inovao e Redes Sociais: A Indstria da Moda em So Paulo. Tese (Doutorado) Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2007.

    BDTD

    2008 Relaes Interorganizacionais e eficincia coletiva: um estudo de caso no arranjo produtivo local de confeces do Agreste de Pernambuco.

    Dissertao SOUZA, Ida Isabella de Lira. Relaes Interorganizacionais e eficincia coletiva: um estudo de caso no arranjo produtivo local de confeces do Agreste de Pernambuco. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008.

    BDTD

    2008 Redes Interorganizacionais e inovao: o caso do plo joalheiro de Belm.

    Dissertao CASTRO, Renato Brito de. Redes Interorganizacionais e Inovao:o caso do plo joalheiro de Belm. Dissertao Universidade Federal do Rio

    BDTD

  • %

    Fonte: Elaborado pelo autor (2011)

    Dos 13 estudos selecionados pela reviso sistemtica em 4 bases, observou-se que a base ACM foi a que apresentou menos resultados relevantes (1 estudo) enquanto que a BDTD foi a base que apresentou a maioria dos resultados relevantes (6 estudos), ver Grfico 2.

    Grfico 2 - Quantidade de trabalhos relevantes por base de dados. Fonte: elaborado pelo autor (2011)

    Os estudos considerados mais relevantes para este trabalho foram publicados entre os anos de 2000 e 20011. O ano de 2005 apresentou a maior quantidade de estudos relevantes (3 estudos), ver Grfico 3.

    "

    '

    #

    $

    () *

    +, +

    Grande do Norte. (Programa de Ps-Graduao em Administrao), Natal, 2008.

    2009 Uma anlise da utilizao das Redes Sociais em ambientes corporativos.

    Dissertao AFONSO, A. S.Uma anlise da utilizao das Redes Sociais em ambientes corporativos. 2009. 170f. Dissertao (Mestrado) Tecnologia da Inteligncia e Design Digital, Pontifica Universidade Catlica, So Paulo, 2009

    BDTD

    2011 O desafio das organizaes nas Redes Sociais: Um olhar no twitter da Natura, da Vivo e do Submarino.

    Artigo ROSA, Rosane. RUSSEL, Raquel. O desafio das organizaes nas Redes Sociais: um olhar no twitter da Natura, da Vivo e do Submarino. 2011. V ABRAPCORP Redes Sociais, Comunicao, Organizaes.

    Google Acadmico

  • &

    Grfico 3 - Quantidade de trabalhos relevantes por ano. Fonte: elaborado pelo autor (2011)

    Aps a identificao de cada trabalho, foi desenvolvido um modelo de formulrio de resumo de trabalho - FRT (Apndice 6) para o fichamento das principais idias apresentadas nos trabalhos selecionados. Esse modelo contm campos como o objetivo geral do trabalho, resumo do trabalho, resultados apresentados pelo mesmo, alm de campos que contm informaes de tempo de leitura e resumo para o trabalho lido.

    Dessa forma, os fichamentos iniciaram no dia 20 de setembro de 2011 e foram concludos em 26 de setembro de 2011. A maioria dos trabalhos foram lidos e resumidos no mesmo dia, salvo algumas excees. O Quadro 4 mostra o tempo decorrido para o fichamento de cada trabalho, em ordem de leitura, desde o incio de sua leitura at a concluso do resumo, finalizando com o tempo total dos fichamentos.

    Quadro 4 - Exposio do tempo de fichamento dos trabalhos selecionados N do

    Resumo Trabalho Incio

    da leitura

    Fim do resumo

    Tempo (em dias)

    01 Das redes sociais inovao. 20/08 20/08 01 02 The diffusion of innovations in social networks. 20/08 20/08 01 03 Inovao em arranjos e sistemas de MPME. 20/08 20/08 01 04 Redes de cooperao produtiva: uma estratgia de

    competitividade e sobrevivncia para pequenas e mdias empresas.

    20/08 20/08 01

    05 Contribuio da anlise de redes sociais para o estudo sobre os fluxos de informaes e conhecimento.

    20/08 21/08 02

    06 O desafio das organizaes nas Redes Sociais: Um olhar no twitter da Natura, da Vivo e do

    21/08 21/08 01

    -'

    -'

    -'

    -'

    ' # $ % &

  • Submarino. 07 Anlise de redes sociais como mtodo para a

    Cincia da Informao. 21/08 21/08 01

    08 Inovao e Redes Sociais: A Indstria da Moda em So Paulo.

    21/08 22/08 02

    09 Relaes Interorganizacionais e eficincia coletiva: um estudo de caso no arranjo produtivo local de confeces do Agreste de Pernambuco.

    22/08 23/08 02

    10 Redes Interorganizacionais e inovao: o caso do plo joalheiro de Belm.

    23/08 24/08 02

    11 Inovao em arranjos e sistemas de MPME. 24/08 25/08 02 12 Redes sociais como fatores de desenvolvimento

    da inovao. 25/08 25/08 01

    13 Inovao e Redes Sociais: A Indstria da Moda em So Paulo.

    26/08 26/08 01

    Tempo total gasto com fichamentos (leituras, resumos e levantamento de prticas)

    07

    Fonte: Elaborado pelo autor (2011).

    2.4 Sntese dos Resultados

    Os tpicos seguintes apresentam a base conceitual para o desenvolvimento desta pesquisa e relaciona as duas reas do estudo: inovao e redes sociais.

    2.4.1 Inovao

    Segundo Schumpeter (1982) a inovao entendida como uma combinao de conhecimentos e competncias existentes, englobando a inovao de produto, de processo, a inovao organizacional, o acesso a novos mercados e a descoberta de novas fontes de matria-prima.

    Quando levamos em considerao a trajetria histrica o conceito de inovao tem ganhado nova perspectiva. O ato de inovar deixou de ser considerado isoladamente, e passou a ser visto como um complexo mecanismo social, onde no existe mais um inovador individual ou uma grande empresa, mas sim a produo de novos produtos e a introduo de novos processos de produo. Dessa forma, a inovao passou a ser tratada como um processo de inovao, ou ainda, como uma atividade de inovao.

    Nos anos 70, considerava-se que o conhecimento que permitia as inovaes tecnolgicas era gerado externamente economia. Nesta poca Schumpeter fez a distino entre inveno e inovao, distino esta que utilizada at os dias atuais, como mostra Dosi (2006, p. 30):

  • Uma inveno constitui uma idia, um esboo sobre um modelo para um dispositivo, produto, processo, sistema novo ou aperfeioado. Tais invenes no

    necessariamente levam a inovaes tcnicas. Uma inovao, no sentido econmico,

    apenas se concretizaria com a primeira transao comercial envolvendo um novo

    produto, processo [...] A partir dos anos 80 passa-se a considerar a inovao como um processo que se desenvolve de forma endgena. Ou seja, entende-se a inovao como o resultado de interaes entre as atividades desenvolvidas dentro da empresa e de interaes entre esta e atividades ligada ao mercado, criao de conhecimento e aos fornecedores de bens, servios e tecnologias. Conforme mostra a Figura 4.

    Figura 4 Interaes da empresa. Fonte: adaptado de FREITAS (2006).

    Nos dias atuais existe um consenso entre os estudiosos do tema quanto ao conceito de inovao, onde a inovao considerada uma criao, podendo ser nova, mas com frequncia se apresenta como uma combinao de elementos j existentes. difcil uma empresa promover a inovao isoladamente. Existe sempre a necessidade de interaes, conforme descreve Lemos (2003), o fenmeno da inovao dependente das interaes envolvendo conhecimentos e informaes entre os atores.

    Uma das dificuldades para que as empresas promovam a inovao a disponibilidade e transmisso de conhecimentos, visto que esses por vezes encontram-se enraizados em pessoas, organizaes e locais especficos. Da surge necessidade de interaes entre os atores de um determinado grupo para fins de inovao e a conseqente gerao de fluxos de conhecimentos e informaes (MOLINA, 2003). Interaes estas que ocorrem em um contexto complexo que requer instrumentos adequados para ser compreendido. As redes sociais se apresentam como um instrumento valioso da tecnologia da informao que contribui para o entendimento das interdependncias entre estes fatores. E este trabalho ir discorrer mais adiante sobre as redes sociais e mostrar de que forma ela dar suporte a disseminao da inovao.

    Fornecedores Mercado

    Empresa

    Inovao

  • 2.4.1.1 Caracterizao da Inovao

    A inovao em uma viso mais abrangente pode ser apresentada de duas formas: inovao radical e inovao incremental.

    As inovaes radicais resultam normalmente de processos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), e assumem a forma de novos produtos e/ou processos, abrindo caminhos para novos mercados e criando novas oportunidades de investimento. Estas representam uma ruptura estrutural. Alguns exemplos de inovaes radicais so: a introduo da mquina a vapor no final do sculo XVIII e a microeletrnica, na dcada de 1950. Esta forma inovaes que causaram grande impacto e alteraram para sempre o perfil da economia mundial. Segundo Freeman (1991) os resultados de uma inovao radical nas empresas um processo demorado. Os ganhos vm como resultados de um longo processo de aprendizado, adequaes e melhorias nos produtos e processos, que resultam em inovaes incrementais.

    J as inovaes incrementais acontecem de forma contnua e em todos os setores. Como define Freeman (1991) as inovaes incrementais referem-se introduo de qualquer tipo de melhoria em processo, produto ou organizao da produo, sem alterao da estrutura industrial. Estas normalmente so imperceptveis para o consumidor final, mas so desenvolvidas para melhorar algum processo tcnico, reduzir custos, aumentar a produtividade e a qualidade de uma organizao.

    A maioria das empresas no realiza inovaes radicais, contudo muitas realizam inovaes incrementais, visto que estas so resultados de atividades de aprendizagem informais que tm lugar nas atividades cotidiana das empresas. Sendo que as inovaes incrementais podem ocorrer tambm devido a utilizao de novos produtos, novos processos ou novas formas de organizao desenvolvidas por terceiros. E esta segunda forma de ocorrncia de inovaes incrementais embasa a importncia da propagao do conhecimento para o processo de inovao.

    Na literatura encontrada outras classificaes para a inovao, elas so definidas por Higgins (1995), Olso (apud GOUVEIA, 1997) e Hendersen e Clark (apud GOUVEIA, 1997) como mostra o Quadro 5.

    Quadro 5 Classificaes para a inovao. Classificao - Inovao Caractersticas

    Do produto Criao e desenvolvimento de novos produtos ou

  • melhorias e aperfeioamento em produtos j existentes.

    Do processo Otimizao de processos de uma organizao objetivando reduo de custos, aumento da qualidade, etc.

    De marketing Promove melhoria dos elementos do mix de marketing.

    De gesto Novas tcnicas de gesto organizacional adaptadas pelas empresas.

    Modular Alterao dos componentes bsicos de um produto, sem alterao de sua arquitetura.

    Arquitetural Alterao do produto, sem alterao de seus componentes bsicos.

    Fonte: Elaborado pelo autor (2011).

    Schumpeter (2000) classificou a inovao de uma forma mais abrangente: - introduo de um novo bem, ou de uma nova qualidade, com a qual todos os consumidores ainda no esto familiarizados; - introduo de um novo mtodo de produo que ainda no tenha sido testado pela indstria de transformao e que, precisa esta baseado numa descoberta cientfica nova, que pode constituir uma nova forma de comercializar uma mercadoria; - abertura de um novo mercado ou novo nicho; conquista de uma nova fonte de oferta de matria-prima ou de produtos semimanufaturados, independente do fato de essa fonte j existir ou ter que ser criada; - estabelecimento de uma nova organizao de qualquer indstria, como a criao de uma posio de monoplio ou a fragmentao de uma posio de monoplio.

    E por esta ltima ser a definio mais abrangente, a que ser abordada com mais freqncia neste trabalho. Porm independente da definio utilizada, as empresas precisam perceber que a inovao um fator crucial para se manter neste mercado altamente globalizado, no qual as empresas esto hoje inseridas.

    2.4.1.2 Inovao e as empresas

    Quando tratamos especificamente de inovao como um processo das empresas, surgem definies mais especficas, como a apresentada por Aubert & Blais (1998), que define a inovao como a introduo original e comercialmente bem sucedida de um novo produto,

  • "

    processo ou sistema, em resposta a uma necessidade especfica do mercado. Analisando mais profundamente esta afirmao podemos concluir que a inovao a criao e comercializao de um novo produto por uma pessoa, empresa ou conjunto de empresas, cuja utilidade prtica s poder ser confirmada aps a consolidao do projeto como um negcio rentvel. Podendo a idia da inovao ter surgido por necessidade do mercado, ou como a percepo de uma nova tendncia ainda no percebida pelos consumidores.

    Levando em considerao a importncia de olhar externamente quando se pensa em promover a inovao, Tidd et. al. (1997) descreve algumas vantagens estratgicas que as inovaes podem trazer para as empresas, conforme apresentado no Quadro 6.

    Quadro 6 Vantagens estratgicas pelo tipo de inovao. Tipo de Inovao Vantagem Estratgica

    Novidade Oferecer algum produto que as outras empresas no ofereceram.

    Mudana Reescrever as regras do jogo da competio. Complexidade Dificultar que os concorrentes aprendam sua

    tecnologia criar barreiras.

    Projeto Robusto Modelo de produto ou processo visando prolongar o ciclo de vida do produto.

    Inovaes Incrementais Contnuas Contnuo melhoramento de custo/desempenho. Fonte: Adaptado de Tidd et. al. (1997).

    Desta forma Drucker (1992) define que a inovao o instrumento especfico dos empreendedores, o processo pelo qual eles exploram a mudana como uma oportunidade pra um negcio ou servio diferente.

    Portanto quando uma empresa resolve inovar, este processo deve ser feito de modo que tanto fatores internos quanto os externos sejam levados em considerao. Pois quando a inovao vista como um processo isolado de cada departamento, pode-se acarretar alguns problemas, como mostra o Quadro 7.

    Quadro 7 Problemas da viso parcial da inovao. Se a inovao vista apenas como...

    O problema pode ser...

    Alta competncia de P&D. Tecnologias que no correspondem s

  • '

    necessidades do mercado.

    Atividades de interesse de pesquisadores.

    Falta de envolvimento da organizao e conseqente falta de comprometimento.

    Resposta s necessidades dos clientes.

    Falta de progresso tecnolgico com perda de competncia em antecipar o futuro.

    Grandes rupturas tecnolgicas. Perda do potencial de inovao incremental.

    Gerada internamente. Efeito no inventado aqui, onde boas idias do ambiente externo so rejeitadas.

    Gerada externamente. Alta dependncia externa, baixo poder de liderana e competitividade. A inovao se torna apenas uma atividade de preenchimento das necessidades externas seguida de um processo de aprendizado interno.

    Fonte: Adaptado de Tidd et. al. (1997, p. 31).

    Shumpeter (1968 apud SCHLEMM & HEIDEMANN, 2002) tambm compartilha este pensamento quando diz que a inovao o resultado de novas combinaes do conhecimento existente e do aprendizado incremental que foi concretizado no passado, pois produzir outras coisas, ou as mesmas coisas por outros mtodos, significa combinar de uma nova forma estes materiais e foras. Deste modo a combinao de conhecimentos pr-existentes torna-se mais valiosa quando agregada de vrias fontes, no caso da nfase deste trabalho, de vrias empresas trabalhando conjuntamente para a produo e gerao do conhecimento e de produtos e processos inovadores.

    E Lemos (1999) enfatiza que o processo de inovao um processo de aprendizado interativo, requerendo intensas relaes entre diferentes agentes. Essas relaes, que so configuradas como redes, devem ocorrer com os agentes internos da organizao e, especialmente, com os agentes externos.

    Quando uma empresa resolve inovar ele assume os riscos e as incertezas desse novo processo, como afirma Schlemm e Heidemann (2002) a inovao impregnada pela incerteza, envolvendo, portanto, o risco como fator impulsionador ou limitador, na anlise e

  • #

    deciso do agente inovador. Portanto quando as empresas promovem a inovao colaborativamente, estes mesmos riscos e incertezas no so acarretados s organizaes individuais, caso o novo produto no venha a ter sucesso.

    Porm de acordo com uma pesquisa realizada pela PINTEC (2008) Pesquisa de Inovao Tecnolgica entre 2006 e 2008, mostra que das empresas brasileiras que investem em inovao, em sua maioria, obtm resultados positivos. Como por exemplo, das empresas pesquisadas 75,44% afirmaram que o investimento em inovao foi o principal responsvel pelas melhorias apresentadas na qualidade dos produtos, e 76,34% afirmaram que este mesmo investimento em inovao tambm foi responsvel pela manuteno da participao das empresas no mercado. Este pesquisa foi o segundo maior levantamento brasileiro com abrangncia nacional sobre inovao tecnolgica, o primeiro foi realizado em 2002, realizada pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica em parceria com MCT Ministrio da Cincia e Tecnologia. Em sntese, Tidd et. al. (1997, p. 329) diz que: a inovao pode ser representada com um ciclo de aprendizado, envolvendo um processo de experimentos, experincia, reflexo e consolidao.

    2.4.1.3 Determinantes da Inovao

    Aps toda reviso da literatura, procurou-se fazer uma reviso dos elementos mais importantes de inovao, tendo em vista apresentar os principais conceitos de alguns autores. apresentado no Quadro 8 os determinantes da inovao que iro constituir como base para a elaborao do questionrio que ser elaborado para a pesquisa de campo.

    Quadro 8 Determinantes da inovao. Fonte Determinantes

    Schumpeter (1982). A inovao refere-se a introduo de qualquer tipo de melhoria em processo, produto ou organizao da produo.

    Schumpeter (1982). A inovao entendida como uma combinao de conhecimentos e competncias existentes.

    Dosi (2006, p. 30); Aubert & Blais Uma inovao, no sentido econmico,

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    (1998). apenas se concretizaria com a primeira transao comercial envolvendo um novo produto, processo, etc.

    Lemos (2003). O fenmeno da inovao dependente das interaes envolvendo conhecimentos e informaes entre os atores.

    Drucker (1992). A inovao o instrumento especfico dos empreendedores, o processo pelo qual eles exploram a mudana como uma oportunidade pra um negcio ou servio diferente.

    Shumpeter (1968); Drucker (1992). A inovao o resultado de novas combinaes do conhecimento existente e do aprendizado incremental que foi concretizado no passado.

    Schlemm e Heidemann (2002). A inovao envolve riscos e incertezas. Tidd et al (1997,p .329). A inovao pode ser representada com um

    ciclo de aprendizado, envolvendo um processo de experimentos, experincia, reflexo e consolidao.

    Fonte: Elaborado pelo autor (2011).

    2.4.2 Redes Sociais

    Para melhor entendimento sobre redes sociais que um dos pilares deste trabalho, se faz necessrio primeiramente definir e caracterizar as redes.

    A palavra rede bastante antiga e tem sua traduo do latim retis, que significa entrelaamento de fios com aberturas regulares que formam uma espcie de tecido. Com o passar do tempo a palavra rede foi ganhando novos significados e passando a ser empregada em diferentes situaes (RITS, 2005).

    As redes podem ser caracterizadas como sendo estruturas abertas que so capazes de se expandir de forma ilimitada, integrando novos elos e ns que precisam comunicar-se entre si e dentro da rede. J a sua estrutura social trata-se de um sistema dinmico e suscetvel inovao (CAMPOS, 2005).

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    No cenrio deste trabalho os ns so caracterizados por pessoas de um grupo, podendo ser uma unidade coletiva, corporativa ou individual. J os elos so representados pelo relacionamento entre cada uma das empresas com os demais ns dentro da rede.

    Segundo Quandt (1998), em uma estrutura de redes, a informao no obedece a hierarquias, sendo transmitida de maneira horizontal, recproca e interativa. Desta maneira, para que haja a propagao da inovao e da competitividade necessrio integrar diferentes tipos de informao e coorden-las entre os elos da rede. As redes assim criam oportunidades para absoro de novas tecnologias, compartilhamento de recursos, expanso comercial e desenvolvimento de projetos em parcerias.

    Levando em considerao os estudos feitos sobre o tema, fica claro que o sentido de rede pode ser descrito de vrias maneiras, vejamos: Para Olivieri (2003, p.1): [...] redes so sistemas organizacionais capazes de reunir indivduos e instituies,

    de forma democrtica e participativa, em torno de causas afins. Estruturas flexveis e estabelecidas horizontalmente, as dinmicas de trabalho das redes supem atuaes colaborativas e se sustentam pela vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso organizacional para a estruturao social.

    Para Castells (1999, p.498): [...] redes so instrumentos para a economia capitalista baseada na inovao,

    globalizao e concentrao descentralizada; para o trabalho, trabalhadores e empresas voltadas para a flexibilidade e adaptabilidade; para uma cultura de desconstruo e reconstruo contnuas; para uma poltica destinada ao processamento instantneo de novos valores e humores pblicos; e para uma organizao social que vise a suplantao do espao e invalidao do tempo. Mas a morfologia da rede tambm uma fonte de drstica reorganizao das relaes de poder.

    E de uma forma mais simples Marteleto (2001, p. 72) diz que existem muitas definies para redes, podendo ser: sistemas de elos, ou ligaes; estruturas sem fronteiras; sistema de apoio ou sistema fsico que se parea com uma rvore ou uma rede.

    Para um conhecimento mais especfico e detalhado sobre redes Hanseclever (2002, p.351) apresenta trs formas que podem ser usadas para classificar as redes: 1) redes de subcontratao, nas quais se destaca a presena de uma empresa principal responsvel pela coordenao dos fluxos internos rede; 2) redes baseadas na aglomerao espacial de agentes em distritos industriais; e 3) redes tecnolgicas, montadas com o intuito de permitir um intercmbio de competncia a partir do qual seria possvel viabilizar a introduo da inovao no mercado.

    Sendo esta ultima forma de classificao a que receber mais nfase neste trabalho, visto que as redes sociais esto classificadas nesta categoria de redes tecnolgicas.

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    2.4.2.1 Caracterizao das Redes Sociais

    Com o crescente desenvolvimento das ferramentas tecnolgicas, principalmente as que esto relacionadas diretamente com a Internet, surge na sociedade novas formas de comunicao, organizao e relacionamento da atividade humana. Dentre estas novas tecnologias as redes sociais tm um papel de destaque.

    O primeiro relato do reconhecimento de uma Rede Social foi em 1997, segundo Boyd & Ellison (2007, p. 4), onde existia o site SixDegreed.com que permitia que os usurios criassem perfis, definissem sua lista de amigos, e somente no incio de 1998 foi possvel navegar pelo perfil de todos os amigos conectados. Esta foi a primeira rede social que juntou funcionalidades que permitiam ligar e enviar mensagens a outras pessoas conectadas, atraindo assim milhes de usurios.

    Segundo Marteleto (2001, p. 72), rede social, derivando do conceito de redes, passa a representar um conjunto de participantes autnomos unindo idias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados.

    Como se pode observar as redes sociais no surgiram a poucos anos, elas esto imersas em nossa sociedade deste a poca que a comunicao era feita atravs de desenhos nas cavernas, sinais de fumaa, passando pelas cartas, telefones e pelo fax (GIARDELLI, 2011). Sendo que com o advento da Internet e da Web 2.0, as redes sociais passaram a ter uma nova perspectiva, como definiu Golbeck (apud COSTA et. al., 2005), e passaram a serem vistas como grandes repositrios de dados que armazenam informaes sobre cada um de seus usurios. Tendo como principal objetivo a comunicao, o relacionamento e a interao entre os usurios por meios virtuais.

    Marteleto (2001, p. 72) ressalta que s nas ultimas dcadas o trabalho pessoal em redes de conexes passou a ser percebido como um instrumento organizacional, apesar de o envolvimento das pessoas em redes existirem desde a histria da humanidade.

    Como diversos autores definem sua forma de representar as redes sociais quanto ao seu contexto e forma, neste trabalho iremos utilizar a definio de Nohria & Eccles (1992), conforme apresentada na Figura 5.

  • "

    Figura 5 A evoluo do conceito de redes numa perspectiva organizacional. Fonte: adaptado de NOHRIA & ECCLES (1992).

    Conforme mostra a Figura 5 e o interesse deste trabalho o que ser tratado como primeiro plano ser as redes interorganizacionais. Outra informao que pode ser observada na Figura 5 so as caractersticas das redes que tm como principais fatores condutores: a interao, o

    Teoria de Redes

    Redes Sociais

    Interao Relacionamento Ajuda Mtua Compartilhamento Integrao Complementaridade

    Sociologia Antropologia Psicologia Biologia Molecular Teoria de Sistemas

    Redes Alianas Redes de Subcontratao; Redes de Inovao; Redes de Relacionamento; Redes de Informao; Redes de Comunicao.

    Estratgica; Vertical; Horizontal; Transacional.

    De Fornecimento; De Posicionamento; De Aprendizado.

    Joint Ventures; Consrcios; Acordos Cooperativos; Fuses e Aquisies; Franchising; Organizao Virtual; Clusters.

    Redes Interpessoais

    (Bore, Grandi, Lorenzoni, 1992)

    Redes Interorganizacionais

    (Bilateral/Multilateral; Homognea/Heterognea;

    Formal/Informal)

    Redes Intraorganizacionais

    (Caractersticas da sua cadeia de valor e do processo

    produtivo)

  • "

    relacionamento, a ajuda mtua, compartilhamento, integrao e complementaridade. O propsito das empresas trabalharem juntas, como j citado anteriormente neste trabalho, o esforo compartilhado, a minimizao dos riscos e a maior possibilidade de sobrevivncia e, muitas vezes, de sucesso.

    importante lembrar que as redes sociais esto entrelaadas ao aprimoramento de redes fsicas e de recursos da tecnologia da informao e comunicao. Castells (2000) enfatiza isso, afirmando que a tecnologia da informao tornou-se indispensvel para a implantao efetiva dos processos de reestruturao socioeconmica. E seu papel teve especial importncia ao possibilitar a formao de redes como modo dinmico e auto-expansvel de organizao da atividade humana. Portanto, afirma-se que sem a tecnologia as empresas permaneceriam sempre locais, pois no teriam condies de se expandir e trocar informaes na agilidade que a sociedade necessita.

    2.4.2.2 Redes Sociais e as empresas

    O conceito de redes de empresas refere-se a arranjos interorganizacionais baseado em vnculos sistemticos, muitas vezes de carter cooperativo entre empresas formalmente independentes, que do origem a uma forma particular de coordenao das atividades econmicas (HANSECLEVER et. al., 2002, p. 347). E Capra (2002, p.267) destaca a importncia das redes organizacionais: [...] na era da informao na qual vivemos as funes e processos sociais

    organizam-se cada vez mais em torno de redes. Quer se trate das grandes empresas, do mercado financeiro, dos meios de comunicao ou das novas ONGs globais, constatamos que a organizao em rede tornou-se um fenmeno social importante e uma fonte crtica de poder.

    Enquanto que Lemos (1999), Senz e Garca Capote (2002) discorrem sobre o funcionamento das redes sociais imersas em um ambiente corporativo. Onde afirmam que as redes sociais dependem da interao de diversos atores internos e externos organizao dispostos a compartilhar informaes e experincias, visando ao aprendizado organizacional e, conseqentemente, contribuindo para a construo de novos conhecimentos e propagao da inovao.

    Complementando a idia, Tomal, et. al. (2005, p.94) afirmam que as redes sociais trata-se de uma construo estabelecida por relaes de cooperao, sendo fundamental para o compartilhamento de informaes e experincias cotidianas. E so caracterizadas como uma estrutura no-linear, descentralizada, flexvel, dinmica, sem limites definidos e auto-organizveis, estabelece-se por relaes horizontais de cooperao.

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    Senz e Garca Capote (2002) destacam ainda a importncia das redes para o processo inovativo, onde as redes formais e informais so tratadas em todo o processo como os fatores mais relevantes para transferir conhecimento entre todos os participantes.

    Complementando esta idia, Van Aken e Weggeman (2000) destacam que as redes so mecanismos imprescindveis para otimizar os recursos organizacionais, para aumentar a capacidade tecnolgica na gerao de inovaes e para a absoro de know-how.

    De forma mais simples, podemos afirmar que as empresas so formadas por pessoas, e estas so consideradas ns das redes sociais e detentoras do conhecimento e das informaes. Quando esses conhecimentos e informaes so compartilhados transformam-se em aprendizagem organizacional, que resulta na acumulao de novos conhecimentos e assim sendo impulsiona as inovaes.

    Tratando-se de redes de empresas, segundo Grandori & Soda (1995), as redes sociais podem ser subdivididas em simtricas e assimtricas. Onde nas redes sociais simtricas no existe um plo detentor de poder, ou seja, todos os ns participantes tem a mesma capacidade de influncia. Este tipo de rede mais aconselhvel quando se deseja estimular desenvolvimentos de carter exploratrio, onde as informaes que circulam apresentam alto potencial, porm tem valor econmico desconhecido. Plos e Distritos Industriais de alta tecnologia so um exemplo clssico deste tipo de rede, j que por um lado a propagao e compartilhamento de informaes e conhecimentos entre as empresas dos distritos so bastantes eficientes e, por outro, a coordenao dessas trocas baseia-se em mecanismos informais (GRANDORI & SODA, 1995).

    J as redes sociais assimtricas so caracterizadas pela presena de um agente central, e pela presena de um contrato formal entre as firmas deste arranjo. Sendo este contrato somente para tratar das especificaes dos produtos ou servios negociados e no da organizao do relacionamento entre as empresas.

    Em sntese, as empresas que constituem um APL relacionam-se umas com as outras para

    compartilharem e trocarem informaes e conhecimentos, e esses relacionamentos

    apresentam custos e aplicaes variadas que por vezes podem acabar dificultando esse intercmbio. E neste cenrio que se propicia a utilizao das redes sociais como ferramenta para reduo de custos, riscos e para facilitar a troca de informaes e conhecimentos.

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    2.4.2.3 Determinantes das Redes Sociais

    Aps toda reviso da literatura, procurou-se fazer uma reviso dos elementos mais importantes das redes sociais, tendo em vista apresentar os principais conceitos de alguns autores. apresentado no Quadro 9 os determinantes das redes sociais que iro constituir como base para a elaborao do questionrio que ser elaborado para a pesquisa de campo.

    Quadro 9 Determinantes das redes sociais. Fonte Determinantes

    Campos (2005). As redes sociais so um sistema dinmico e propicio para inovao.

    Quandt (1998). Em uma estrutura de redes, a informao no obedece a hierarquias, sendo transmitida de maneira horizontal, recproca e interativa.

    Olivieri (2003). Redes so sistemas organizacionais capazes de reunir indivduos e instituies, de forma democrtica e participativa, em torno de causas afins.

    Olivieri (2003); Hasenclever et. al. (2002).

    As redes sociais tm como base a interao, o relacionamento e a ajuda mtua.

    Marteleto (2001). Redes so: sistemas de elos, ou ligaes; estruturas sem fronteiras; sistema de apoio ou sistema fsico que se parea com uma

    rvore ou uma rede.

    Marteleto (2001). Conjunto de participantes autnomos unindo idias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados.

    Golbeck (apud COSTA et. al., 2005). Grandes repositrios de dados que armazenam informaes sobre cada um de seus usurios.

    Lemos (1999); Senz e Garca Capote (2002).

    As redes sociais dependem da interao de diversos atores internos e externos organizao dispostos a compartilhar

  • ""

    informaes e experincias, visando ao aprendizado organizacional.

    Van Aken e Weggeman (2000). As redes so mecanismos imprescindveis para otimizar os recursos organizacionais.

    Tomal, Alcar e Di Chiara (2005). As redes scias so uma estrutura no-linear, descentralizada, flexvel, dinmica, sem limites definidos e auto-organizveis, estabelece-se por relaes horizontais de cooperao

    Fonte: Elaborado pelo autor (2011).

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    CAPTULO 3 METODOLOGIA

    O mtodo cientfico a lgica geral, tcita ou explicitamente empregada para apreciar os mritos de uma pesquisa (NAGEL, 1969 apud CERVO et. al., 2007).

    Para Cervo (2007, p. 29) o mtodo cientfico deve ser aplicado de modo positivo, e no de modo normativo, isto , a pesquisa positiva deve preocupar-se com o que , e no com o que se pensa que deve ser.

    Desta forma, essa pesquisa ser feita levando em considerao o seu objetivo principal e para isso far uso de diversos procedimentos e tcnicas apresentados no Quadro 10 e detalhado a seguir.

    Quadro 10 - Resumo das Escolhas Metodolgicas. Natureza da pesquisa Aplicada.

    Do ponto de vista de seus objetivos Descritiva e Exploratria. Abordagem da pesquisa Quantitativa e Qualitativa.

    Procedimentos utilizados na pesquisa

    Pesquisa Bibliogrfica e Pesquisa de Campo.

    Tcnica de coleta de dados para a pesquisa

    Questionrio.

    Fonte: Elaborado pelo autor (2011).

    3.1 Quanto a Natureza

    A natureza da pesquisa pode ser pura ou aplicada. Nesta pesquisa foi utilizada a natureza aplicada, pois neste tipo de pesquisa o pesquisador movido pela necessidade de contribuir para fins prticos mais ou menos imediatos, buscando solues para problemas concretos (CERVO, 2007).

    3.2 Quanto aos fins

    A pesquisa descritiva procura descobrir com a maior preciso possvel, a freqncia com que um fenmeno ocorre, sua relao e conexo com outros, sua natureza e suas

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    caractersticas. E a pesquisa exploratria tem por objetivo familiarizar-se com o fenmeno ou obter uma nova percepo dele e descobrir novas idias (CERVO, 2007).

    Esta pesquisa considerada descritiva, pois observa, analisa e correlaciona os fatos ou fenmenos sem manipul-los, abordando dados ou problemas que merecem ser estudados. E tambm se caracteriza como exploratria, pois envolveu anlise e levantamento sistemtico da literatura.

    3.3 Quanto aos Meios

    A pesquisa se caracteriza como bibliogrfica, pois procura explicar um problema a partir de referncias tericas publicadas em artigos, livros dissertaes e teses (CERVO, 2007).

    A pesquisa bibliogrfica baseou-se no mtodo de reviso sistemtica da literatura. Onde esta caracterizada como uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema. Esse tipo de investigao disponibiliza um resumo das evidncias relacionadas a uma estratgia de interveno especfica mediante aplicao de mtodos explcitos e sistematizados de busca, apreciao crtica e sntese da informao selecionada (SAMPAIO, 2007). denominada pesquisa de campo, pois a obteno dos dados feita no ambiente no qual eles ocorrem (CERVO, 2007).

    3.4 Quanto a Forma de Abordagem

    A pesquisa se dar de forma qualitativa e quantitativa. De acordo com Gil (1996) e Marconi e Lakatos (2009), a pesquisa com enfoque qualitativo baseia-se na elicitao e avaliao de modelos conceituais, a partir de descries intuitivas do pesquisador. Jung (2004) define uma pesquisa quantitativa como sendo aquela que, por meio de modelos matemticos e estatsticos, procura levantar resultados quantificveis, passveis de interpretao.

    Desse modo, essa pesquisa caracteriza-se qualitativa, pois serve para aprofundar o conhecimento do problema, buscando entende-lo e quantitativa, pois permite quantificar os dados obtidos atravs do questionrio.

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    3.5 Instrumento de Coleta de Dados

    O instrumento de coleta de dados utilizado na pesquisa ser o questionrio, pois de acordo com Cervo (2007) o questionrio possibilita medir com mais exatido o que se deseja.

    O questionrio utilizado nesta pesquisa pode ser caracterizado como questionrio estruturado, uma vez que o mesmo foi composto somente por questes fechadas de mltipla-escolha.

    3.6 Populao e Amostra

    Segundo GIL (2009), as pesquisas abrangem um universo ou populao de elemento grande que fica difcil consider-lo em sua totalidade. Com isso, muito frequente trabalhar com amostra, ou seja, pequena parte dos elementos que compe o universo ou populao (GIL, 2009). Portanto, essa pesquisa utiliza o mtodo de amostragem, visto que o nmero da populao estudada grande e que se tornaria invivel estud-la por completo.

    A populao ou universo desta pesquisa foi composto por empresas do plo de confeco que esto localizadas no agreste pernambucano.

    Dados do SEBRAE (2003) foram utilizados como base para definio da amostra, pois nele consta que, o Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco, possui em mdia 12.000 empresas no total.

    Desta forma, foi necessrio adotar a seguinte frmula para o clculo de amostras para populaes finitas (no excede a 100.000 elementos) considerada na teoria da amostragem

    (GIL, 2009):

    Onde: n = tamanho da amostra;

    = nvel de confiana escolhido, expresso em nmero de desvios-padro;

    = percentual com o qual o fenmeno se verifica;

    = percentual complementar (100 );

    N = tamanho da populao;

    = erro mximo permitido.

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    Para este estudo utilizou-se a amostragem probabilstica do tipo estratificada proporcional (GIL, 2009; MARCONI e LAKATOS, 2002). O estudo considerou a populao da pesquisa inferior a 100.000 empresas do plo de confeco, portanto observa-se, em termos estatsticos, uma populao finita. Ficou estabelecido que o nmero de empresas de confeco

    com as quais o fenmeno se verifica seja por volta de 3,0%, portanto igual a 100 3, ou seja, 97. Em seguida, adotou-se um nvel de confiana de 68,0% (corresponde a um desvios-padro) e um erro mximo de 5,0%. Aplicando-se a frmula encontrou-se o seguinte resultado:

    Logo, para atender s exigncias estabelecidas pelo estudo, o nmero de elementos da amostra deveria ser de 11,62 empresas do plo de confeco. Portanto o nmero de amostra foi arredondado para 12 empresas.

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    CAPTULO 4 PESQUISA DE CAMPO E ANLISE DOS RESULTADOS

    Neste Captulo, sero apresentados os aspectos gerais sobre o Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco, e em seguida sero apresentados os resultados da pesquisa de campo realizada com empresas que o compem este plo, a fim de verificar o nvel de utilizao das redes sociais para promover a inovao.

    4.1 Plo de Confeco do Agreste de Pernambuco

    O plo de confeco do agreste pernambucano composto por trs principais cidades, so estas: Caruaru, Santa Cruz e Toritama.

    De acordo com dados levantados pelo SEBRAE, no Brasil este APL constitui-se como o segundo maior, ficando atrs somente para o plo de confeces de So Paulo. estimado que existam 12 mil empresas neste plo, porm somente 8% so formais, como mostra o Quadro 11. Essas empresas empregam aproximadamente 76 mil pessoas, produzem 57 milhes de peas por ms e realizam um faturamento superior a R$144 milhes (SEBRAE, 2003).

    Quadro 11 Estimativa de empresas nas trs principais cidades do APL. Tipo de Empresa Caruaru Toritama Santa Cruz Total

    Formal 380 176 431 987

    Informal 2.000 2.020 7.134 11.154

    Total 2.380 2.196 7.565 12.141 Fonte: Adaptado de FADE/UFPE (2003).

    Porm, apesar da representatividade deste plo, os empresrios locais tem enfrentado algumas dificuldades, so elas: falta de cultura para cooperao, concorrncia desleal tanto externa como interna, com produtos asiticos e produtos fabricados por empresas informais, defasagem tecnolgica para lavagem e tingimento de produtos jeans, e mo-de-obra no qualificada (SOUZA, 2008).

    APL apresenta alguns problemas, como falta de infraestrutura, gua potvel, pobreza e violncia como em todo pas, mas as taxa de desemprego so quase zero nas cidades de Santa Cruz e Toritama e bem abaixo da mdia nacional em Caruaru. As casas, praticamente a totalidade delas, so transformadas em fbricas, com

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    fabricantes que confeccionam as peas e as vendem para todos os estados do pas e at para o exterior. (RAMOS, 2008, p. 16).

    O APL de confeco de Pernambuco se destaca pela sua diversidade, pois possui diversos segmentos de tipos de confeco, sendo eles: moda praia, moda ntima, moda casual feminina, moda infantil, moda urbana, camisaria masculina e moda jeansware. Sendo as feiras locais, shoppings populares, os grande e pequenos centros das trs principais cidades os principais canais de distribuio das mercadorias. J os principais compradores esto nos estados de Alagoas, Bahia, Maranho e Piau (SEBRAE, 2008).

    Ainda segundo Souza (2008), as produes deste arranjo destinam-se tanto ao mercado nacional, Norte e Nordeste, como o internacional, onde so comercializados produtos principalmente para o Sul da frica. Destaca-se que muitos desses mercados foram expandidos devido s rodadas de negcio, organizadas pelas Associaes Comerciais locais em conjunto com o SEBRAE e o Sindicato das Indstrias do Vesturio do Estado de Pernambuco (SINDIVEST).

    As associaes comerciais podem se transformar em fruns para a troca de idias e em centros de ao coletiva para a superao dos obstculos produtividade e ao crescimento. Tambm podem assumir a liderana em atividades como montagem de instalaes de teste e programas de treinamento, ou pesquisa em parceria com universidades, coleta de informaes relacionadas com os clusters, promoo de fruns sobre problemas comuns de gesto, investigao de solues sobre questes ambientais, organizao de feiras e delegaes comerciais e gesto de consrcios de compras. (PORTER, 1999, p. 108).

    Segundo Souza (2008), Caruaru abrange 42,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da microrregio do Vale do Ipojuca, que de U$ 1bi, agrupando 75,6% da atividade comercial da mesma regio e 40,3% de toda oferta de servios.

    Levando em considerao as trs cidades do APL de confeco do agreste de Pernambuco Caruaru considerada a cidade plo do APL em questo, pois nela se encontra as principais organizaes de apoio e fomento do arranjo. Sendo assim, neste ambiente que se caracteriza o cenrio da pesquisa de campo que ser realizada neste trabalho.

    4.2 Fase de Coleta de Dados

    O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionrio (ver Apndice 7), elaborado atravs da ferramenta online do Google Docs1. O link do questionrio foi enviado por e-mail (ver Apndice 8) a 140 empresas do plo de confeco pernambucano. No primeiro momento o questionrio foi enviado as empresas com data para ser respondido entre os dias 09/09 a 14/09, 16 empresas responderam. ./0011122

    203

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    Foi assegurado o compromisso tico em preservar as informaes coletadas atravs do questionrio aplicado.

    A amostra total para este estudo foi composta por 16 questionrios que foram respondidos pelas empresas. Segundo a teoria da probabilidade de Gil (2009), esta amostra estatisticamente significativa, uma vez que eram necessrios, no mnimo, 12 respondentes.

    4.3 Fase de Interpretao dos Dados

    A primeira parte do questionrio teve como objetivo identificar as caractersticas das empresas e seus respondentes. De inicio, foi possvel verificar que em maioria os respondentes desta pesquisa ocupavam o cargo ou de