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1 Instituto de Linguística Teórica e Computacional Projeto U U m m a a E E s s c c o o l l a a M M u u l l t t i i l l i i n n g g u u e e C C o o n n s s c c i i ê ê n n c c i i a a l l i i n n g g u u í í s s t t i i c c a a , , a a p p r r e e n n d d i i z z a a g g e e m m d d e e l l í í n n g g u u a a s s e e s s u u c c e e s s s s o o e e d d u u c c a a t t i i v v o o e e m m c c o o n n t t e e x x t t o o m m u u l l t t i i l l i i n n g g u u e e Relatório Outubro a dezembro de 2012 Equipa do ILTEC: Dulce Pereira (coordenadora) Pedro Martins (investigador) Vanessa Antunes (investigadora) Projeto financiado pela:

Reellaattóórriioo - ILTEC2 RELATÓRIO 1. PREPARAÇÃO A implementação do projeto implicou várias reuniões preparatórias entre a Direção do Agrupamento, os professores e a

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Instituto de Linguística Teórica e Computacional

PPrroojjeettoo

UUmmaa EEssccoollaa MMuullttiilliinngguuee

CCoonnsscciiêênncciiaa lliinngguuííssttiiccaa,, aapprreennddiizzaaggeemm ddee llíínngguuaass ee ssuucceessssoo

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Outubro a dezembro de 2012

Equipa do ILTEC:

Dulce Pereira (coordenadora)

Pedro Martins (investigador)

Vanessa Antunes (investigadora)

Projeto financiado pela:

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RELATÓRIO

1. PREPARAÇÃO

A implementação do projeto implicou várias reuniões preparatórias entre a Direção do

Agrupamento, os professores e a equipa do ILTEC, todas elas realizadas na Escola, de

acordo com os ritmos do início do ano letivo, marcado por novas regras de

funcionamento e de colocação de professores.

Algumas reuniões destinaram-se à planificação discriminada da distribuição dos

recursos orçamentais.

CRIAÇÃO DE UMA TURMA MULTILINGUE

A diretora do Agrupamento interveio pessoalmente na criação de uma Turma

multilingue, de acordo com os parâmetros definidos no projeto:

o o número de alunos foi reduzido, pela inclusão, na turma, de uma aluna com

necessidades educativas especiais (NEE), sendo, inicialmente, de 19;

o foram escolhidos uma diretora de turma (DT) e um grupo de professores

experientes, alguns já familiarizados com a filosofia do projeto;

o foram incluídos na turma todos os alunos da anterior Turma bilingue que

transitaram para a nova Escola (11 de 18 alunos).

o foram igualmente incluídos:

3 alunos da Turma de Controlo do anterior projeto (dos quais 2,

entretanto, emigraram); a aluna que permaneceu é de origem

guineense.

3 jovens da comunidade cigana, todas com 12 anos e com um

historial de insucesso escolar, associado, entre outros aspetos, ao

absentismo e à emigração.

1 aluna de origem guineense.

1 aluno de origem portuguesa com uma história de emigração em

Inglaterra.

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PLANIFICAÇÃO DO TRABALHO COM OS PROFESSORES

Para a integração dos professores da turma na dinâmica do projeto, com vista à sua

colaboração conjunta no desenvolvimento da consciência linguística e cultural dos

alunos, em favor do sucesso educativo em contexto multilingue e intercultural:

A coordenadora do ILTEC

o fez uma análise dos programas de todas as disciplinas e das metas de

aprendizagem já definidas pelo Ministério da Educação;

o fez o levantamento dos pontos de interseção dos programas que permitem

a definição de atividades linguísticas e culturais de âmbito transversal

(como, por exemplo: realização de bandas desenhadas nas aulas de línguas

e em Educação Visual, disciplina que conta entre as suas metas com o

desenvolvimento do “discurso narrativo visual”);

o criou dois programas de intervenção linguística, na aula de Português e na

aula de Inglês, a serem acompanhados regularmente, na sua execução,

pela formadora especialista em língua cabo-verdiana.

Foram realizadas ações de formação de apresentação do projeto, da sua filosofia

e dos modos de aplicação, quer individualmente, quer formalmente, com a

presença da diretora do Agrupamento, em Conselho de Turma, e incluindo os

professores de todas as disciplinas (Português, Inglês, Educação Musical, Educação

Visual, História e Geografia de Portugal, Educação Física, Educação Tecnológica,

Matemática, Ciências Naturais, Estudo Acompanhado e Educação Cívica).

Criou-se uma rede de trabalho para possiblitar a comunicação, a cooperação e

corresponsabilização de todos os professores da Turma multilingue, da Direção do

Agrupamento e da equipa do ILTEC, de acordo com os papéis de cada um,

acentuando as diretrizes definidas no Projeto Educativo de Escola “Gestão para o

sucesso (liderança, comunicação, assunção de papéis e articulação)”.

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Os investigadores do ILTEC e a diretora de turma planificaram o modo de

integração das atividades do Projeto Escola Multilingue no Projeto Curricular de

Turma “Aprender a Comunicar e Comunicar para Aprender", transversal a todas as

disciplinas.

2. IMPLEMENTAÇÃO

2.1. AO NÍVEL DA ESCOLA

O projeto prevê uma intervenção no Agrupamento que vai muito para além do espaço

da Turma multilingue. Essa intervenção tem dois pontos chave:

o contacto com as famílias de todos os alunos da Escola, através da

realização periódica de eventos culturais e de debate sobre as suas línguas,

a par do contacto mais restrito com os familiares dos alunos da Turma

multilingue;

o formação alargada aos vários docentes e educadores de infância do

Agrupamento.

O início das formações alargadas e o primeiro evento com os pais foram remetidos

para o 2.º período, por razões de organização da Escola.

No entanto, a Escola foi já chamada a tomar parte no projeto através da participação

dos 19 diretores de turma do 2.º e do 3.º ciclos, em colaboração com os professores,

no inquérito elaborado pela equipa do ILTEC (ANEXO 1) e que tem como objetivo fazer

a caracterização sociolinguística da Escola. O inquérito é acompanhado por uma carta

aos professores com a explicação do interesse desta investigação para a criação de

uma Escola multilingue de referência (ANEXO 2) e será aplicado pelos diretores de

turma no 2.º período e, posteriormente, alargado às outras duas escolas do 1.º ciclo

do Agrupamento, incluindo os jardins de infância.

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2.2. AO NÍVEL DA TURMA MULTILINGUE

Intervenção linguística semanal nas aulas de Inglês e de Português

A intervenção linguística na turma faz-se, semanalmente, num dos tempos letivos da

disciplina de Inglês e em dois tempos letivos da disciplina de português, em parceria

pedagógica entre os professores da turma e a formadora na área do cabo-verdiano.

o Na aula de Inglês

O programa de intervenção na aula de Inglês assenta numa perspetiva

cognitiva e funcional, centrada no desenvolvimento de capacidades de

expressão linguística, como a expressão do tempo, do espaço, da quantidade,

etc.. No primeiro período, o programa aborda a expressão da quantidade,

em inglês, em contraste com outras línguas presentes na turma,

particularmente, com o cabo-verdiano e o português. Acentuou-se ainda a

distinção entre as ortografias das três línguas.

o Na aula de Português

O espaço da aula de português foi dedicado, no 1.º período, a:

dar visibilidade às línguas da turma (castelhano, português, cabo-

verdiano, guineense, inglês, fula, árabe, francês e romani

(romanon)) e à história linguística dos alunos;

reativar os saberes em língua e cultura cabo-verdianas adquiridos

pelos alunos que pertenciam à Turma bilingue;

introduzir os novos alunos nos valores do multilinguismo e no

conhecimento da língua cabo-verdiana oral e escrita, recorrendo ao

trabalho cooperativo.

Encontros periódicos com os alunos

Como forma de acompanhar e aprofundar a educação linguística dos alunos, a

coordenadora (do ILTEC)

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o conversou com cada um dos alunos, explicando os objetivos do projeto e

dialogando sobre a sua história linguística e as suas atitudes perante as

línguas e as culturas, tendo em atenção, em particular, aqueles que não

fizeram parte da Turma bilingue, em que se incluem as alunas ciganas;

o na sequência dessa conversa, deu a conhecer um manual de conversação

em romani que suscitou muito interesse na turma, pelo que irá ser

distribuído pelos alunos;

o organizou, com os alunos, um plano de pesquisa, em casa, sobre a história

de vida dos familiares mais marcantes, em termos de experiências de

migração e de conhecimentos linguísticos, que será tema de trabalhos a

realizar com a turma, com o apoio dos professores de Português, de

Educação visual e de Educação tecnológica;

o programou uma atividade de ensino, pelos alunos, de danças ciganas e

crioulas, a realizar nas duas primeiras semanas de janeiro, com a

intervenção dos professores de Educação física e de Educação musical.

Os investigadores do ILTEC acompanharam a turma numa oficina de exploração

musical e rítmica, Ritmania, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Acompanhamento dos professores e dos formadores

o Os investigadores do ILTEC, nas suas deslocações semanais à Escola,

contactam regularmente com os professores e, em particular, com a

diretora de turma, com a qual discutem o andamento do projeto e

planificam as atividades.

o A formadora na área da língua cabo-verdiana ajusta semanalmente o

programa de intervenção linguística, com as professoras de português e de

inglês.

o A coordenadora, também semanalmente, orienta e planifica a intervenção

linguística na aula, em interação com a formadora e tendo em

consideração os seus relatos de aula (ANEXO 3).

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Contacto com os pais

O contacto com os pais da Turma multilingue e a explicação dos objetivos do projeto

foram facilitados pelo facto de a maioria da turma ter participado no projeto Turma

Bilingue.

Os primeiros contactos com os pais dos restantes alunos foram feitos através

do pedido de autorização para investigação e gravação das aulas e da sua justificação.

Está programada uma reunião de pais para a primeira semana de janeiro de 2013, em

que se dará conta do trabalho em curso e se aplicará um questionário sociolinguístico.

Criação de um espaço de leitura na Biblioteca

Criou-se, na Biblioteca da Escola, um espaço próprio para livros que sejam de interesse

para alunos e professores, no âmbito do projeto. Os livros são adquiridos por indicação

destes últimos e da equipa do ILTEC.

Aquisição de recursos

o Foi adquirido um kit de material escolar para cada aluno da turma.

o Prevê-se para breve a aquisição de uma máquina de filmar e de um leitor

de CDs para uso na investigação e na sala de aula.

2.3. INVESTIGAÇÃO

A investigação está a cargo da equipa do ILTEC (Vanessa Antunes e Pedro Martins

deslocam-se semanalmente à Escola) e implica:

investigação teórica e contactos com os consultores

Nesta fase, deu-se especial atenção à recolha de informação relativa às línguas

presentes na turma sobre as quais a equipa tem menos informação, como o romani,

com levantamento e consulta de bibliografia. Para tal, fez-se uma primeira consulta

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junto de Mirna Montenegro, especialista em questões relacionadas com a comunidade

cigana.

criação e aplicação de testes e questionários para recolha de dados

Foram realizados e aplicados, nos meses de novembro e dezembro, junto de todos os

alunos da turma, os seguintes testes e questionários linguísticos cujos resultados serão

posteriormente analisados:

o Teste de avaliação da consciência e da identidade linguísticas dos alunos,

e da escrita em português. Este teste é baseado em Krumm, 20011

(atividade das silhuetas)2 e inclui uma parte escrita pelos alunos, em

português (ANEXO 4);

o Entrevista sobre hábitos de leitura e escrita e relação com as línguas

(ANEXO 5);

o Testes de diagnóstico da língua inglesa

- teste de nomeação escrita, a partir de imagens (foi aplicado,

primeiramente, um pré-teste) (ANEXO 6);

- teste sobre atos linguísticos (foi aplicado, primeiramente, um pré-

teste) (ANEXO 7);

- teste de caracterização física e psicológica (“I am…”) (ANEXO 8);

recolha de informação sobre a avaliação feita pelos professores

Pediu-se aos professores de línguas que fizessem um levantamento dos resultados das

suas avaliações em todas as suas turmas, no presente ano e em anos anteriores, para

comparação com os resultados da Turma multilingue.

1 V. Hans-Jürgen Krumm (2001) Kinder und ihre Sprachen – lebendige Mehrsprachigkeit. Viena: Eviva.

2 Pediu-se aos alunos que, escolhendo as línguas que sentiam “fazerem parte de si”, e atribuindo-lhes

cores diferentes, pintassem uma figura humana, fazendo corresponder cada cor à parte do corpo que achassem ter a ver com a língua que representava, dando razões para as suas escolhas.

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3. PRIMEIROS RESULTADOS

O Projeto já é reconhecido como fazendo parte integrante da Escola, embora, nesta

primeira fase, se tenha centrado, essencialmente, na Turma multilingue.

Os professores envolvidos manifestaram grande empenho e motivação,

interessando-se não apenas pelas atividades de aula, mas também pelas questões

teóricas e de investigação, manifestando, inclusivamente, o desejo de aprender as

línguas dos alunos. Nas palavras de uma das professoras, o projeto “é uma lufada de

ar fresco, nos tempos cinzentos em que vivemos.”

Os alunos estão a sentir um genuíno interesse, por parte da Escola, pela sua

identidade e pelos seus saberes e vivências e mostram uma total adesão às atividades

propostas e negociadas com eles. Os alunos da anterior Turma bilingue integraram

com naturalidade os novos colegas, inclusive os alunos ciganos, tradicionalmente

ausentes, que estão muito interessados nas novas atividades de reflexão linguística e

de expressão cultural. Na apreciação de uma das professoras, os alunos desta turma

distinguem-se pela sua curiosidade e por quererem aprender e trabalhar.

A coordenadora do Projeto por parte do ILTEC

____________________________________________

(Dulce Pereira)

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ANEXOS

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Anexo 1

Caracterização sociolinguística da Escola

ALUNO

Nome: ____________________________________________________________________

Idade: _____________

Sexo: M □ F □

Ano de escolaridade: __________

Línguas que falas em casa:

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

Línguas que falas fora de casa:

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

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Línguas que falas

a) Com os teus pais

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

b) Com os teus avós

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

c) Com os teus irmãos

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

d) Com os teus colegas

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

Línguas que compreendes, mas não falas.

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

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_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

Línguas em que o pai fala contigo

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

Línguas em que a tua mãe fala contigo

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

Nome: _______________________________________________________

Grau de parentesco com o educando: ______________________________

País em que nasceu: ____________________________________________

Há quanto tempo vive em Portugal?

_____________________________________________________________

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Línguas que falam entre si (mãe e pai):

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

Línguas em que o seu filho fala consigo:

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

_____________________________ Muitas vezes □ Às vezes □

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ANEXO 2

Carta aos professores

Projeto EEssccoollaa MMuullttiilliinngguuee

Caros colegas:

Como sabem, o Agrupamento Vertical de Escolas do Vale da Amoreira está

inserido numa zona em que convivem múltiplas línguas e culturas, para além do

português, devido ao número elevado de imigrantes e seus descendentes, em

particular de origem africana, que integram a sua população.

A escola reflete inevitavelmente a realidade social e linguística envolvente. No

entanto, pelo facto de o português ser a única língua de ensino e de o inglês ser,

presentemente, a única língua estrangeira ensinada no Agrupamento, todas as outras

línguas que os alunos sabem e usam, quer em casa, quer no convívio com os colegas e

amigos, tendem a ficar ocultas no quotidiano escolar.

Embora se reconheça a existência de multilinguismo, pouco se sabe geralmente

sobre os seus reais contornos, quer em termos globais, quer a nível individual, o que

põe em causa o aconselhável princípio de interligação entre os saberes escolares e os

saberes familiares, fonte privilegiada de transferências positivas, no processo de

ensino e aprendizagem.

É nesse sentido que, no âmbito do Projeto Escola Multilingue, fruto de uma

parceria entre o Agrupamento Vertical de Escolas do Vale da Amoreira e o ILTEC

(Instituto de Linguística Teórica e Computacional) e financiado pela F. C. Gulbenkian,

no âmbito do Programa EMA (Estímulo à Melhoria das Aprendizagens), que teve início

este ano letivo, se vem propor a realização de um inquérito sociolinguístico que

permita identificar, com o maior rigor possível, as línguas que fazem parte da

identidade dos nossos alunos e das suas famílias.

Pedimos, assim, aos diretores de turma, que preencham os formulários que

enviamos junto, um por cada aluno da turma.

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Gostaríamos que fosse o professor - e não os alunos - a preencher o inquérito,

uma vez que estes poderiam cometer erros devido a dificuldades de leitura ou de

compreensão da tarefa ou até, em alguns casos de alunos recém-chegados, ao mau

domínio da língua portuguesa.

Para tal, sugerimos que se recorra a várias fontes.

Em primeiro lugar, informações fornecidas pelos alunos e pelos pais ou familiares

mais próximos. Mas também:

- informações fornecidas pelos professores da turma;

- informações disponíveis na escola;

- observação do comportamento linguístico dos alunos e dos pais ou familiares

mais próximos.

Dado que os inquéritos têm sempre alguma dose de falibilidade, que decorre da

própria interpretação das perguntas e dos preconceitos muitas vezes associados aos

temas em foco, chamamos a atenção para alguns aspetos que sabemos, de antemão,

poderem vir a enviesar os dados e que urge controlar para obtermos um quadro o

mais rigoroso possível da situação linguística do Agrupamento:

1. Saber várias línguas (ser bilingue ou plurilingue) não implica necessariamente

um domínio perfeito ou equivalente de todas elas, nem o seu uso em todos os

contextos de comunicação. Por exemplo, o aluno pode compreender uma língua e não

ser capaz de a falar, pelo menos com fluência.

2. Não existe uma correspondência direta entre nacionalidade, país de origem e

língua. Por exemplo, saber que um aluno é guineense ou de origem guineense pouco

informa sobre os seus conhecimentos linguísticos. Pode, por exemplo, falar fula ou

mandinga e nem sequer saber falar crioulo guineense... Se considerarmos que, na

Guiné-Bissau, se falam mais de 20 línguas, podemos imaginar a complexidade dos

diferentes cenários possíveis, só neste caso.

3. Quando o aluno diz que fala crioulo é preciso ter em atenção que há muitos

crioulos. Em Portugal, o mais provável é que o aluno fale crioulo de Cabo Verde,

Crioulo da Guiné ou um dos três crioulos de S. Tomé e Príncipe (o santomense ou

forro, o angolar e o principense). Convém precisar de que crioulo se trata.

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4. As línguas oficiais e ensinadas nas escolas (em que se incluem a maior parte

das línguas europeias) são automaticamente identificadas como línguas pelos seus

falantes. Em contrapartida, muitas outras que não têm o mesmo estatuto nem

prestígio são frequentemente encaradas pelos seus falantes como dialetos. É o caso de

muitas línguas africanas (como o ronga) e de algumas asiáticas (como o tétum).

Também as línguas crioulas de base portuguesa são muitas vezes designadas como

dialetos.

Nestes casos, os alunos tenderão a não as incluir no rol das suas línguas, ou

porque não as identificam como tal, ou porque têm vergonha de as falar ou ainda

porque têm medo de que não sejam bem aceites pela escola. Tal acontece, muitas

vezes, com a língua da comunidade cigana (o romanon).

Cabe ao Diretor de turma estimular as respostas dos alunos e fazer a sua leitura

à luz destas informações.

O Diretor de turma pode também usar o espaço reservado a «observações» para

precisar as respostas.

Sempre que subsistirem dúvidas, poderá contactar a equipa do ILTEC, através

dos seguintes e-mails: [email protected] (Pedro Martins) ou [email protected]

(Vanessa Antunes).

Agradecemos muito a vossa colaboração neste Projeto, certos de que o nosso

trabalho conjunto irá beneficiar a aprendizagem e o sucesso escolar dos alunos, bem

como contribuir para a construção de uma Escola multilingue de referência.

Lisboa, 11 de dezembro de 2012

A equipa coordenadora do Projeto

______________________________ ______________________________

(Dulce Pereira) (Luísa Antunes)

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ANEXO 3

Relato das sessões

3.ª feira – 20/11/2012

Língua Portuguesa

Quando cheguei, os alunos estavam a ler um excerto do conto “A Floresta”, de Sofia de

Mello Breyner Andresen. Quando concluíram a leitura, sugeri que requisitassem o livro

na biblioteca para lerem o resto da história e a colega Fátima (professora de

Português) aproveitou a dica e lançou-lhes um desafio: ler um capítulo e apresentar na

aula seguinte.

A Natanaela perguntou com um grande entusiasmo: “Vamos aprender crioulo?

Eu quero aprender” e a Dina reforçou “Eu quero aprender mais coisas” (ambas as

alunas são ciganas).

Hoje falámos sobre a escrita do cabo-verdiano. Contei-lhes um pouco da história

da escrita do crioulo e em seguida dialogámos sobre as principais diferenças em

relação à escrita do português.

Enquanto falávamos sobre a história da escrita, os alunos recordaram o trabalho

de transcrição que tinham feito com os poemas de Eugénio Tavares para os “atualizar”

e lembraram-se de que o sobrinho-neto (Eugénio de Sena) estava em falta com a

turma, pois prometera ir falar do tio-avô e não apareceu. Talvez não seja má ideia

voltar a fazer este contacto.

Disse-lhes que era necessário aprender a escrever e a ler cabo-verdiano para

conseguirmos que todos compreendam os textos e os registos escritos e aprendam

também a escrever corretamente.

Perguntei se alguém queria explicar quais eram as diferenças entre a escrita do

português e a escrita do cabo-verdiano. Vários alunos se prontificaram para responder.

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O Ruben explicou que o ‘s’ é sempre com <s>, o ‘que’ é sempre com <k> e não existe o

<c> nem o <q>”.

A Miriam acrescentou que “cada letra só se lê de uma maneira”.

O José resumiu e disse que “ cada letra tem um som e as letras que não fazem

falta, não precisam de estar no alfabeto. O <k> substitui o <c> e o <k> e o <s>

substituem o <c>, o <ç> e os <ss>”.

Depois destas breves explicações, coloquei no quadro alguns exemplos:

K

Casa ----Kasa ou kaza

Queijo ---- Keju

Karaté ---- karaté

S

Sapato ---- sapatu ou sapati

Cedo ---- sédu

Açúcar --- Sukri ou asukar

Quando viram que açúcar se dizia ‘sukri’, a Dina alertou que a palavra cabo-

verdiana era parecida com a da “língua cigana” porque dizem “açucri”.

Também falámos dos valores do <x> em português:

X

Xarope ---- xaropi

Exame ---- izami

Próximo ----prósimu

Tóxico ---- tóksiku

Ainda começámos a ver o valor das letras <g> e <j>, mas, entretanto, começou a

tocar e vamos continuar na aula seguinte.

Os alunos copiaram para o caderno os registos que foram feitos no quadro.

Foi uma aula bastante animada!

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Inglês

A professora Carla, de inglês, preparou os materiais para a aula de hoje. Fez uns

slides para usar no quadro interativo e uma ficha para os alunos. Ela já está no espírito

do projeto!

O primeiro exercício era sobre os números cardinais até 10. Os alunos tinham

que escrever os números em inglês, português e crioulo de Cabo Verde e em seguida

fez-se a correção: os alunos iam ao quadro escrever o número na coluna

correspondente, de acordo com a língua. Depois, fizemos a leitura dos números em

coro: a professora Carla lia em inglês, os alunos repetiam e em seguida eu lia em

crioulo e os alunos também repetiam.

Passámos, então, para o segundo exercício, sobre o singular e o plural.

Foram projetadas duas imagens. Uma tinha apenas um cão e a outra tinha três

cães.

Analisámos as imagens e chegaram à conclusão de que, tanto no inglês como no

português, as palavras referentes a ‘cão’ estão no plural depois do numeral 3 (três

cães e three dogs), mas que, no cabo-verdiano, a palavra referente a ‘cão’ se mantinha

no singular, porque o numeral é que dá o significado plural ao nome. (tres katxor).

A aula terminou e ficámos de fazer um exercício com o uso dos artigos definidos

para acrescentar aos restantes.

A ficha não ficou concluída, continuaremos na próxima aula.

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ANEXO 4

SILHUETAS

1 – Escolhe as línguas que fazem parte de ti.

2 – Escolhe uma cor para cada uma delas.

3 – Faz uma legenda com a língua que corresponde a cada cor.

4 – Pinta a figura e põe as cores nos sítios a que achas que elas pertencem.

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ANEXO 5

Entrevista: hábitos de leitura e escrita e relação com as línguas.

GGuuiiããoo

Línguas

1) Quais eram as línguas que sabias falar quando eras bebé? 2) Qual foi a primeira língua que falaste, em bebé? 3) Qual a língua que gostas mais de falar? 4) E de ouvir? 5) Normalmente, que língua(s) falas em casa? Com quem? 6) E fora de casa? Com quem? 7) Há alguma língua que entendas mas não fales? Qual? Como é que aprendeste a compreender essa língua? 8) Em que línguas é que a tua mãe fala contigo? E o teu pai? E os teus avós? E os teus irmãos? 9) Que línguas usas quando brincas ou conversas com os teus amigos? 10) E quando sais de Portugal? 11) Que línguas usas quando estás feliz? E triste? E zangado? 12) Em que línguas sonhas? 13) Costumas escrever noutras línguas? 14) Em que língua gostas mais de escrever? 15) Que outras línguas gostavas de saber falar? E escrever? 16) Onde é que achas que podemos aprender línguas novas?

Leitura

17) Costumas ler? 18) Gostas de ler? 19) Lês sozinho ou acompanhado (com quem?)? 20) O que é que costumas ler? 21) Qual foi o livro que mais gostaste de ler até hoje? 22) Quando é que costumas ler (à noite, nos tempos livres, na escola)? 23) Tens livros em casa? Escritos em que língua?

Oralidade

24) Costumam contar-te histórias em casa? (ou já contaram?) 25) Quem? Como? (a partir de livros ou oralmente) 26) Em que línguas? 27) Lembras-te de alguma história de que gostasses muito? 28) E na escola, contam-te histórias? (ou já contaram?) Em que línguas? 29) Conversas muito em casa? Com quem? 30) Quem conversa mais contigo? Sobre o quê? Em que língua?

Televisão

31) Vês muita televisão? 32) Sozinho ou acompanhado? 33) Já aprendeste alguma coisa em inglês ou noutra língua através da televisão? 34) Os teus programas preferidos são em que língua?

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ANEXO 6

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NNoommeeaaççããoo EEssccrriittaa

Nome: ________________________________________________________________

Tarefa: Escreve o nome do que vês em cada uma das imagens, em inglês.

N.º Nome

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

N.º Nome

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

32

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Anexo 7

TESTE DIAGNÓSTICO DE INGLÊS

A – In this picture, imagine you are the son. N.E. □

1) Ask the mother a question: N.E. □

____________________________________________________________________

2) Ask the mother for something: N.E. □

____________________________________________________________________

B – In these pictures, imagine you are the mother. N.E. □

1) Give the son an order: N.E. □

____________________________________________________________________

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2) Promise something to the daughter: N.E. □

______________________________________________________________________

C – Pay close attention to the picture. N.E. □

1) Name two pieces of food that you eat at breakfast: N.E. □

a) _________________________________________

b) __________________________________________

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2) Name two pieces of food that you eat at dinner: N.E. □

a) _________________________________________

b) _________________________________________

3) Name two pieces of food that you put in soup: N.E. □

a) _________________________________________

b) _________________________________________

4) How many kinds of fruit are there in the picture? N.E. □

______________________________________________________________________

5) Diz que gostas de bolos: N.E. □

______________________________________________________________________

6) Diz que não gostas de peixe: N.E. □

______________________________________________________________________

7) Diz que gostas muito de pão: N.E. □

______________________________________________________________________

8) Diz que odeias bananas: N.E. □

______________________________________________________________________

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ANEXO 8

II aamm……

Put your name in the middle of the picture.

(Coloca o teu nome no centro da imagem.)

Complete the arrows with English words that describe you.

(Completa as setas com palavras em inglês que te caracterizem.)