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Reestruturação dos Saberes Relatório da Comissão do Conselho Geral Julho 2011

Reestruturação dos Saberes...3 2.2. Domínios essenciais da Reestruturação de Saberes Foi possível, de forma explícita ou implícita, integrar os tópicos essenciais a discutir

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Reestruturação dos Saberes

Relatório da Comissão do Conselho Geral

Julho 2011

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REESTRUTURAÇÃO DOS SABERES NA UNIVERSIDADE

DE COIMBRA

SÍNTESE DO DEBATE

1. INTRODUÇÃO

O Conselho Geral, em estrito cumprimento do art. 70º dos Estatutos da

Universidade de Coimbra, através de Comissão própria, promoveu um debate

sobre a “reestruturação dos saberes" na Universidade.

Nesta linha de análise e ponderação metódica, um primeiro documento da

Comissão de Reestruturação dos Saberes, resultante do cruzamento de

diferentes pontos de vista, identificou um conjunto de problemas. Problemas

esses que foram colocados, como se impunha, à discussão, dando-se, assim,

início ao debate, não só no seio da Comissão mas também em reuniões

alargadas a todos os docentes e investigadores da Universidade.

2. CONJUNTO DE QUESTÕES COLOCADAS À DISCUSSÃO

2.1. Herança e Futuro da Universidade

A Universidade de Coimbra é detentora, para lá de qualquer dúvida, de

um património de saber, de feitura de saber e de transmissão de saber de

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grande prestígio. O que lhe advém da sua história (mas não só, acrescente-se)

quer no contexto nacional, quer no quadro internacional. A que se junta, quase

como decorrência lógica, a qualidade do seu ensino, da sua investigação e

ainda as chamadas saídas profissionais de que beneficiam os seus licenciados,

mestres e doutores. Foi, no entanto, reconhecida a necessidade de a

Universidade levar a cabo uma reflexão relativa às mudanças de compreensão

global e de estratégia indispensáveis para, no futuro, manter e ampliar a sua

projecção, capacidade atractiva e formadora. Torna-se, pois, necessário, neste

contexto, distinguir entre a resposta conjuntural e a mudança institucional

necessária para que tal estratégia se torne sustentável a médio e longo prazo.

De igual modo, considerou-se ser necessário alcançar um desejável equilíbrio

entre o que existe e o que se pretenda instituir, traduzindo-se tal desiderato em

um programa de acção com objectivos bem escandidos no tempo, capaz,

assim, de evitar fracturas inconvenientes, mas que, simultaneamente, respeite

e desenvolva a Universidade como serviço público e a continue a projectar no

contexto nacional e internacional.

Porém, uma reestruturação dos saberes na Universidade determina, em

princípio, mudanças. O Conselho Geral deverá, por conseguinte e forçosamente,

reflectir sobre se tal implicará alterações profundas, rearranjos na actual

estrutura orgânica ou soluções mistas a partir da estrutura actualmente

existente, em uma lógica de reconhecimento e de cruzamento enriquecedor

entre o que haja de novo a fazer e o melhoramento do tanto que já é efectuado

na Universidade.

Para além disso, pretendeu-se, neste horizonte compreensivo, que o

debate no seio da Universidade levasse à explicitação dos fundamentos da

organização universitária em saberes, tendo em conta aspectos de ordem

epistemológica e organizativa que conduzissem, por seu turno, a opções quanto

à organização daqueles mesmos saberes em termos de pedagogia e de

investigação, em uma perspectiva de desenvolvimento da qualidade dos cursos

oferecidos.

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2.2. Domínios essenciais da Reestruturação de Saberes

Foi possível, de forma explícita ou implícita, integrar os tópicos essenciais

a discutir em dois grandes grupos que, em termos práticos, se sobrepõem

frequentemente, sobretudo quando abordados de um jeito institucional.

O primeiro destes grupos diz respeito às questões relativas à organização

da Universidade quando olhada a partir da afectação de áreas epistemológicas

às suas Unidades Orgânicas. Por outras palavras: incide sobre a reestruturação

dos saberes a partir de uma perspectiva epistemológica e respectivas

consequências na estrutura orgânica da Universidade.

O segundo grupo de ideias incide sobre questões relacionadas com a

estruturação e organização do ensino no quadro da formação dos diferentes

ciclos, não implicando forçosamente uma alteração do conteúdo das Unidades

Orgânicas ou, em outros casos, apontando para que estas sejam de diferente

tipo estrutural e funcional. Digamo-lo de um modo diferente: respeita à

reestruturação dos saberes a partir de uma perspectiva orgânica e

administrativa a que deve estar associado um novo estatuto organizativo

dessas mesmas unidades.

2.2.1. A reestruturação dos saberes olhada de uma perspectiva

epistemológica

Em apertada síntese e dentro de uma perspectiva epistemológica, poder-

se-á afirmar que foram identificados cinco núcleos de questões essenciais que

levaram à reflexão e ao debate no seio da Universidade. Enunciemo-los: a)

Dispersão das Ciências Sociais; b) Dispersão do ensino das Artes; c) Dispersão

das Ciências da Saúde; d) Vantagens de sinergias pela promoção de

Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade; e) Necessidade de identificar áreas

emergentes e de actuar em concordância.

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2.2.1.1. Dispersão das Ciências Sociais e Humanas na

Universidade de Coimbra

É reconhecível que a área das Ciências Sociais e Humanas se encontra

actualmente dispersa por diversas Faculdades - e.g. Ciências e Tecnologia,

Direito, Economia, Letras, Psicologia e Ciências da Educação - do que resulta

uma repetição de cursos afins e o desaproveitamento de massa crítica por parte

das Faculdades umas em relação às outras, com a consequente desagregação e

desperdício de recursos materiais, técnicos e humanos. É reconhecida a

necessidade de uma reflexão sobre a reorganização interna que permita

articular e optimizar a utilização dos recursos existentes, em contraponto à sua

actual dispersão por diversas unidades orgânicas.

2.2.1.2. Dispersão do ensino das Artes na Universidade de

Coimbra

Verificam-se, no campo do ensino das Artes e sua investigação,

sobreposições entre as diversas Unidades Orgânicas em que se enquadram.

Alguns exemplos permitiram ilustrar bem esta situação:

Na Faculdade de Letras há cursos de Estudos Artísticos e de História de

Arte, agora reunidos no Departamento de História, Arqueologia e Artes;

Os programas de 2º e 3º ciclo do Colégio das Artes aproximam-se

bastante dos programas desenvolvidos quer no âmbito da História de Arte, quer

na esfera dos Estudos Artísticos da Faculdade de Letras;

Mais: uma componente significativa da actividade desenvolvida na área

da Arquitectura, enquadrada na Faculdade de Ciências e Tecnologia, cruza-se

claramente com as actividades nucleares da História de Arte e do Colégio das

Artes.

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Tal fragmentação contém aspectos salutares que devem ser

criteriosamente ponderados, mas comporta, outrossim, sobreposições,

desarticulações e alternativas pouco razoáveis, para além de perdas de

eficiência óbvias no importante terreno da formação. Justifica-se, por isso, a

procura de soluções que permitam optimizar todos os aspectos, mormente os

funcionais.

2.2.1.3. Dispersão das Ciências da Saúde na Universidade de

Coimbra

A área das Ciências da Saúde tem sido enquadrada, tradicionalmente,

pelas Faculdades de Medicina e de Farmácia. Mais recentemente, no entanto,

parte das actividades de ensino e de investigação desenvolvidas nas Faculdades

de Psicologia e Ciências da Educação e Ciências do Desporto e Educação Física

inserem-se, da mesma forma, em um quadro que, de maneira genérica, mas

nem por isso menos rigorosa, se assumido o conceito de saúde em sentido

aberto e abrangente, se pode também designar por “Ciências da Saúde”. Para

além disso, diversas áreas da Biologia, da Economia da Saúde e da Bioética,

desenvolvidas em outras unidades da Universidade, têm também evidentes

cruzamentos e interacções com as Ciências da Saúde.

Esta situação levou a uma profunda reflexão que desembocou sobre a

conveniência de tais escolas permanecerem como Unidades Orgânicas

específicas, criando apenas uma plataforma de articulação e potenciação dos

seus recursos ou, em quadro de maior mudança, poderem vir a ser unificadas

em uma grande Unidade de Ciências da Saúde.

2.2.1.4. Promoção da Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade

A diversificação dos saberes na Universidade do Século XXI tenderá a

promover a interdisciplinaridade e mesmo a transdisciplinaridade. Tal exigirá

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uma reflexão permanente sobre o modo de conseguir uma articulação efectiva

dos saberes em desenvolvimento nas diferentes áreas disciplinares, com

resultados sensíveis na produção científica e na formação e empregabilidade

dos seus graduados. Neste contexto, deverão ser considerados dois binómios.

Um que abarcará as dimensões científica e técnica. Um outro que englobará os

horizontes ético e político. Do mesmo modo, deverão ser definidas matérias de

interesse transversal (e.g. cidadania, ética, capacidades relacionais e de

comunicação). Saliente-se ainda que o papel da Universidade não deve ficar

limitado aos resultados da livre iniciativa das equipas de investigação e dos

temas escolhidos por estas.

De uma forma geral, a concretização da transdisciplinaridade e

transversalidade deverá contribuir para aquilo que se poderá apelidar

“educação para a cidadania”. Para além disso, uma tal concretização deverá, da

mesma forma, contribuir para a aproximação de Departamentos, Professores,

Investigadores e respectivos Centros de Investigação. O que tudo potenciará e

eventualmente determinará múltiplas possibilidades de cooperação. Por

exemplo: seria desejável a criação de módulos opcionais de cultura, tanto no

âmbito das Humanidades e das Ciências Sociais, como no território das Ciências

da Natureza. De igual modo, poderia ser da maior utilidade tornar operatório

um modelo que permitisse a difusão de temas tão importantes como a Bioética,

a História da Ciência, a Democracia, etc., na formação humana, científica e

artística dos estudantes e dos docentes da Universidade de Coimbra. No sentido

de reduzir o espartilho das actuais formações disciplinares, a formação na

Universidade deveria avançar para a inclusão de uma componente cultural e

técnica, transversal a todas as Unidades Orgânicas e a todos os domínios

disciplinares, pela qual os estudantes pudessem optar.

2.2.1.5. Identificação de áreas emergentes

O avanço do conhecimento científico e a crescente divisão social e técnica

do trabalho em tempos recentes, obedecendo a uma lógica disciplinar e de

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especialização, imprimiram à formação e à investigação uma inusitada

fragmentação que se traduz na ideia, popularizada, de "sabemos cada vez mais

de cada vez menos". Ainda que o desejássemos, muito dificilmente poderíamos

regressar ao passado e tentar uma "reunificação" dos saberes que se foram,

sucessivamente, fragmentando e originando novas disciplinas. A observação e a

interiorização de um tal dado exigem uma atenção permanente, tendo em

vista, não só a identificação das áreas emergentes do saber e da sua aplicação,

mas também a avaliação da cobertura institucional que já recebem na

Universidade de Coimbra, se for o caso, a que se junta a valoração das

condições necessárias para assegurar a sua existência e desenvolvimento.

Tal discussão, que terá evidentes implicações no patamar da

reorganização dos saberes, prende-se também com a definição das áreas de

conhecimento na sua articulação com as dinâmicas sociais envolventes. Cabe

perguntar, nomeadamente, se a Universidade se revê nos saberes actualmente

contemplados nos seus planos de estudo e investigação; se entende que há

saberes que poderiam eventualmente ser dispensados ou ver diminuído o seu

peso ou se há outros saberes que, estando actualmente ausentes, poderiam e

deveriam vir a ter lugar em uma outra reestruturação epistemológica e

orgânica.

2.2.2. A reestruturação dos saberes a partir de uma perspectiva

orgânica e administrativa

Em uma perspectiva orgânica e administrativa foram também

identificadas quatro grandes questões que exigem reflexão e debate, que não

se esgotam na reestruturação pontual dos saberes, e que exigirão medidas de

actuação política continuada, qualquer que seja o quadro institucional vigente:

a) A necessidade de definir, de criar ou de apoiar áreas estratégicas;

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b) A necessidade de alcançar uma eficaz articulação funcional dos

diferentes saberes;

c) A necessidade de, institucionalmente, articular estes com a

investigação científica;

d) A necessidade de articular o desenvolvimento dos saberes e a

investigação científica levada cabo na Universidade com a promoção desta.

Em qualquer destes pontos deve ser procurada a optimização dos

retornos, de um ponto de vista privado e social, pela promoção das iniciativas

da Universidade.

2.2.2.1. Apoio a Áreas Estratégicas

A Universidade de Coimbra tem feito corresponder as principais Unidades

Orgânicas a Faculdades, embora tenha também consagrado, nos seus novos

estatutos, a existência de outro tipo de unidades orgânicas com prioridades e

objectivos diferentes. Poderiam, no entanto, ser considerados outros tipos de

organização susceptíveis de reflectir Áreas Estratégicas (eventualmente

correspondentes ao agrupamento ou à articulação de áreas existentes ou a

áreas emergentes). Tal reconhecimento poderia contribuir para tornar mais

ágeis e fluidos projectos de carácter disciplinar e interdisciplinar, incentivando,

desse modo, a iniciativa criadora e, do mesmo passo, ultrapassando alguma

tendência para a insularidade, reconhecível, aliás, na estratificação ou

absolutização dos “campos das Faculdades”.

Assumindo-se a Universidade de Coimbra como uma instituição de

prestígio e de excelência, poderia identificar os saberes que fossem realmente

importantes no futuro e, definindo as suas opções estratégicas, neles apostar.

Uma tal atitude permitiria também explorar com maior sentido estratégico o

ensino de pós-graduação, considerado de importância fundamental no

desenvolvimento da Universidade, do país e da Europa.

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Tais questões não são de todo isentas de polémica, como é fácil

reconhecer, mas constituem a essência da governação para o futuro e não para

a mera sobrevivência.

2.2.2.2. Articulação funcional dos saberes

Com uma dinâmica própria, podem surgir no seio da Universidade

componentes ou estruturas “virtuais”, relativamente efémeras, que passam

pela articulação informal de saberes promovidos, quer individualmente, quer de

modo mais colectivo (por exemplo, através da iniciativa de equipas de

investigação disciplinar que, em determinados projectos, sintam a necessidade

de agregar outros saberes ou de incluir outros investigadores). A importância

de tais abordagens deve permitir que se criem dinâmicas logísticas e

organizacionais vocacionadas para cumprimento desses objectivos. Por outro

lado, apoio de natureza administrativa, física e de docência deverá fazer parte

da política de gestão de recursos da Universidade. Assim, um tal horizonte de

realização poderá passar por estruturas já existentes (e.g. o Instituto de

Investigação Interdisciplinar, III) ou, eventualmente, implicar a definição de

uma nova estrutura ou responsabilidade permanente que incentive tais

iniciativas.

Em qualquer dos casos, diversas questões de organização funcional

devem ser alvo de reflexão em um contexto de optimização e gestão de

recursos. Por exemplo, deveriam os docentes ser afectados às Unidades

Orgânicas ou à Universidade, sendo a avaliação dos recursos feita a nível

desta?

Da mesma forma, a Universidade deverá discutir qual a melhor forma

para identificar e racionalizar as situações que evidenciem desperdícios

formativos, como ofertas de formação com sobreposições e repetições de

conteúdos e distanciamento entre investigação e ensino, tanto nos patamares

dos conteúdos curriculares como da gestão dos recursos técnico-científicos

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instalados nas diversas Unidades. Ou seja: as diferentes ofertas pedagógicas

deverão ser complementares e não concorrenciais não fazendo sentido a

existência de cursos que compitam internamente entre si.

Por um lado, há ainda que reconhecer que, na Universidade de Coimbra, a

matriz interdisciplinar é constituída sobre uma estrutura que tem por base as

Faculdades, cuja estrutura administrativa não é, regra geral, baseada em

Departamentos. Por outro lado, o actual RJIES subordina a existência de

departamentos à orgânica das Faculdades. E, no entanto, os departamentos

poderiam facilitar a identificação de áreas científicas ou de territórios técnicos

mais ou menos bem definidos, permitindo, assim, reconhecer melhor aquelas

ou aqueles em que Universidade dispõe de massa crítica e aquelas ou aqueles

em que deveria dispor dessa massa crítica. A pouca informação sobre as áreas

científicas ou técnicas não é favorável à programação das actividades de

formação e investigação na Universidade. Dever-se-á, do mesmo jeito, ter em

conta o relacionamento interdisciplinar efectivo e desejável, considerando

porventura três planos de análise distintos: i) infra-estruturas existentes e sua

rentabilidade; ii) recursos humanos existentes e sua rentabilidade; iii) formação

integral e formação técnico-científica.

Embora estas medidas tenham implicações de natureza institucional elas

não deixam de ser, por natureza, de política de gestão universitária.

Tendo as Universidades um papel essencial na cultura dos povos e dos

países em que se inserem, o facilitismo não deve ser promovido. Devem por

isso proporcionar, também, uma sólida formação cultural, mesmo correndo o

risco de, numa perspectiva mais superficial, perderem atractividade para alguns

estudantes. A atractividade deve ser incentivada por medidas paralelas ao

reconhecimento de critérios de rigor e competência, sendo estes últimos o

garante da atractividade quando temos como medida o longo prazo.

Um caminho desejável consiste na mobilidade inter-faculdades como

forma de promover o espírito universitário, a que se deve juntar a atribuição de

creditação a actividades, não só associativas mas também extra-curriculares.

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Esta é uma questão que deve ser inserida no âmbito da chamada política da

Universidade.

2.2.2.3. Reestruturação dos saberes e investigação científica

A natureza e a diversidade da investigação científica desenvolvida na

Universidade de Coimbra encontram-se já razoavelmente caracterizadas, assim

como estão claramente identificadas as Unidades de I&D do sistema científico

nacional a elas associadas. Tal facto permite reconhecer o crescente papel que

as Unidades de I&D, estruturas de geometria variável e de grande liberdade de

iniciativa, desempenham na formação pós-graduada no seio da Universidade.

Trata-se de uma realidade nova cujo potencial é indiscutível, devendo a forma

como se poderá realizar a sua articulação com a estrutura mais formal da

Universidade, sobretudo no âmbito dos segundos e terceiros ciclos, ser objecto

de explicitação em termos de princípios orientadores. Tais princípios devem

enquadrar iniciativas internas à Universidade bem como externas, nacionais e

internacionais, ligadas à vida económica e à investigação e desenvolvimento.

De realçar o papel que a Universidade já desempenha e mais intenso virá

a desempenhar por mor da unidade dos III.

2.2.2.4. Reestruturação dos saberes e promoção da Universidade

de Coimbra

A reestruturação dos saberes na Universidade representa uma excelente

oportunidade para promover, no interior e no exterior, uma imagem nova e

diferente e, assim, potenciar, de igual jeito, a internacionalização dos cursos de

Mestrado e Doutoramento. Uma tal atitude poderá constituir uma mais-valia

económica e uma fonte de prestígio para a Instituição. Será para isso

necessário realizar uma aproximação da oferta da Universidade às necessidades

do século XXI, nomeadamente em matéria de formação de quadros. A

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identificação estratégica dos hoje designados públicos-alvo que a Universidade

pretende atingir terá de ser feita claramente, desde a escala regional, passando

pela nacional e indo até à internacional. Não só o uso dos actuais recursos deve

ser feito de forma eficiente como se deverão identificar áreas de défice de

conhecimentos. A existência de planos estratégicos para estes cursos é assim

fundamental. A localização da Universidade de Coimbra, afastada

geograficamente da área do poder, dos poderes, e dos grandes centros de

emprego, torna mais imperioso e exigente o delinear de tais planos

estratégicos.

3. DESENVOLVIMENTO DO DEBATE

A identificação das questões consideradas de maior importância permitiu,

de forma muito genérica, balizar a discussão, tendo sido concretamente

solicitados à comunidade académica contributos e reflexão sobre os seguintes

pontos:

A existência de dispersão e de fragmentação dos saberes no tecido da

Universidade, devendo reflectir-se sobre a melhor forma de os reorganizar,

evitando desperdícios e fomentando complementaridades e sinergias.

Verificando-se uma deficiente articulação entre áreas de saber

estabelecidas e áreas emergentes, reflectir sobre a melhor forma de saber

manter e de saber inovar objectos de estudo e formações científicas no sentido

de uma Universidade de futuro, proporcionando uma formação susceptível de

melhorar a empregabilidade.

Necessidade de ligar eficazmente o Ensino e a Investigação na

Universidade, devendo reflectir-se cuidadosamente sobre a melhor forma de

projectar o conhecimento que nela se desenvolve, nomeadamente através da

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interacção com os Centros de Investigação e sobretudo nos segundos e

terceiros ciclos de ensino.

Observando-se uma grande heterogeneidade no que respeita à dimensão

e configuração das Faculdades e outras Unidades Orgânicas, reflectir sobre a

sua organização e sobre o desenho eventualmente mais adequado para elas.

A análise de diferentes contribuições recebidas, escritas umas, ouvidas e

percebidas outras, no âmbito de debates sectoriais, complementadas pela

auscultação a personalidades de reconhecido mérito e experiência, exteriores à

Universidade de Coimbra, permitiram identificar algumas linhas de

posicionamento no seio da comunidade académica.

3.1. Preocupação com a conservação da estabilidade estrutural

bem como da sua identidade institucional

Posições de índole maioritariamente institucional, essencialmente

produzidas por Conselhos Científicos e Directores de Faculdades,

caracterizaram-se por realçar a importância da conservação da estrutura e

identidade das mesmas (caso das Faculdades de Direito, Psicologia e Ciências

da Educação, Economia, Farmácia e Medicina) ou, noutros casos, de

subunidades ou áreas no seu seio (caso dos Departamentos de Arquitectura da

Faculdade de Ciências e Tecnologia, ou História da Arte da Faculdade de

Letras).

Considerando, em praticamente todos os casos, que o debate sobre a

reestruturação dos saberes constitui uma oportunidade para desenvolver um

processo de reflexão crítica sobre a necessária adequação da Universidade às

novas exigências e desafios da sociedade actual, não identificam, em geral, a

necessidade de mudanças, assumindo alguma reserva em relação ao processo.

Sugere-se, por exemplo, em termos genéricos, que a discussão de um plano

estratégico para a Universidade, capaz de associar tradição e vanguardismo,

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autonomia e eficiência, inovação e eficácia, deve anteceder qualquer reflexão

sobre um eventual plano de reestruturação de Unidades Orgânicas.

No entanto, em todos os casos, enfatiza-se a existência de um espírito de

grande abertura no que respeita ao desenvolvimento de colaborações

transversais, sendo, nalguns casos, reconhecida a necessidade de algum tipo de

estrutura de articulação, no âmbito da Universidade.

3.2. Discussão de possíveis convergências e criação de sinergias

A par das posições institucionais de preocupação com a manutenção da

estabilidade estrutural e identidade de Unidades Orgânicas (ou subunidades,

nalguns casos), diversas reflexões procuraram abordar a questão do actual

enquadramento das Ciências Sociais e das Artes.

3.2.1. Ciências Sociais

Reflexões conduzidas, essencialmente, por grupos de docentes e

investigadores, incidiram principalmente sobre os seguintes tópicos: a

dispersão e a fragmentação dos saberes no tecido da Universidade; a

articulação entre as áreas de saber estabelecidas e as áreas emergentes; a

ligação entre ensino e investigação; e a dimensão e configuração das Unidades

Orgânicas.

De forma implícita, emergiu a noção de que as Ciências Sociais estão

dispersas na Universidade, tendo sido referidos, como exemplos concretos,

Economia, Sociologia e Relações Internacionais, presentemente na Faculdade

de Economia, e Antropologia Social e Cultural, presentemente no Departamento

de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia. Outras áreas de

outras Faculdades poderão igualmente fazer parte desta constelação de

saberes.

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No debate surgido foram discutidos cenários hipotéticos de consolidação

das Ciências Sociais, nenhum deles reunindo consenso alargado. De forma

muito sucinta, os principais cenários discutidos podem ser assim descritos:

Eventual congregação destas áreas, envolvendo a evolução para uma

Faculdade, hipoteticamente designada de Ciências Económicas e Sociais,

partindo da actual matriz da Faculdade de Economia e potenciando a

complementaridade e interdependência dos saberes que se ocupam dos

processos e sistemas sociais. Em tal cenário, assume-se que uma evolução

deste tipo, constituindo uma aposta na integração dos conhecimentos, daria

resposta aos desafios contemporâneos.

Em alternativa ao cenário anterior, criação de uma Faculdade de Ciências

Sociais e Humanas e, paralelamente, de uma Faculdade de Economia e Ciências

Empresariais, com foco no ensino e investigação na área das ciências

económicas e empresariais, privilegiando uma perspectiva quantitativa e

critérios de empregabilidade. Tal implicaria substituir a actual Faculdade de

Economia por duas novas Unidades Orgânicas na Universidade.

Forçosamente, uma eventual opção por um dos dois cenários anteriores

implicará a abertura de um debate epistemológico aprofundado sobre as

respectivas vantagens e desvantagens, matéria que uma discussão inconclusiva

demonstrou não ser consensual entre os economistas e outros cientistas

sociais. Por outro lado, como é evidente, qualquer destes cenários só poderia

ser equacionado num plano de garantias financeiras e de instalação física e

logística condignas, o que eventualmente deve ser remetido para um período

de tempo dilatado.

Poderia ainda considerar-se, em qualquer dos cenários anteriores, que a

Faculdade de Economia, alterando ou não a sua designação, adoptasse uma

estrutura com subunidades orgânicas, partindo do pressuposto de que se

deveria conceder maior visibilidade às diferentes áreas e, simultaneamente,

desenvolver eventuais sinergias entre elas. Tal pressuposto, contudo, deve ser

contrastado com a hipótese de que, mesmo dentro de uma única Faculdade, a

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estruturação em subunidades orgânicas nas Ciências Sociais tenda a cristalizar

os conhecimentos disciplinares e, eventualmente, a inibir soluções

interdisciplinares e transdisciplinares inovadoras.

Independentemente do debate mais central havido em torno das Ciências

Sociais, é consensualmente reconhecida a necessidade de reenquadrar num

ambiente epistemologicamente mais familiar a área de Antropologia Social e

Cultural, presentemente no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de

Ciências e Tecnologia.

3.2.2. Artes

De forma explícita, emergiu um vasto consenso à volta da necessidade de

uma aposta credível nas Artes, como parte da estratégia da Universidade de

Coimbra. Esta questão, pelas mútuas implicações orgânicas, não deve ser

dissociada dos cenários relativos às Ciências Sociais.

Também neste caso foram aventados diferentes cenários que podem ser assim

resumidos:

Criação de um Departamento autónomo de Artes, no seio da Faculdade de

Letras, tendo como núcleo duro a área de Estudos Artísticos, à qual se

poderiam juntar outras com afinidades curriculares e/ou com interesse para a

afirmação do Departamento.

Criação de uma Faculdade de Arquitectura e Artes, congregando valências

dispersas pelas Faculdades de Letras (e.g. Estudos Artísticos), Ciências e

Tecnologia (e.g. Arquitectura, Design e Multimédia) e no Colégio das Artes.

Integração plena das Artes no Colégio das Artes, que se constituiria então como

Colégio de Arquitectura e Artes.

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A necessidade de uma amostra estratégica nas Artes foi assim inequivocamente

enfatizada, sendo contudo evidente que a sua implementação exigirá uma

discussão a um nível mais especializado.

A eventual evolução para a existência de uma Unidade Orgânica tendo a

Arquitectura, em associação com as Artes, como centro, acolhida de forma

extremamente favorável no actual Departamento de Arquitectura da Faculdade

de Ciências e Tecnologia, envolve uma decisão quanto ao tipo de Arquitectura

que a Universidade pretende: mais apoiada em uma vertente tecnológica ou

menos tecnológica e com um maior pendor de Belas Artes.

3.2.3. Reacções à discussão sobre as Ciências Sociais e as Artes

Em algumas tomadas de posição, advoga-se que a difusão e a discussão,

no seio da comunidade académica, das propostas contidas nos cenários acima

referidos não haviam tratado com a devida prudência um assunto tão delicado.

Por outro lado, o facto de apenas as Ciências Sociais e as Artes, em virtude das

reflexões conduzidas por grupos de docentes e investigadores, terem sido alvo

de discussão mais aprofundada suscitou sérias reservas de outros docentes ou

investigadores das Unidades Orgânicas que se veriam estruturalmente

afectadas se algum dos cenários discutidos viesse a ser concretizado. Ressalta

ainda, em diversas reacções, a preocupação com a conservação da estabilidade

estrutural e da identidade das Unidades Orgânicas.

Por outro lado, considerando não existirem na Universidade de Coimbra

casos evidentes de irracionalidade ou de patente disfuncionalidade, diversas

reflexões apontam a constituição de uma estrutura, ou estruturas, de

articulação dos saberes como o eixo central daquilo que deve ser o debate

estratégico, mais inovador, tendo em vista conduzir a um projecto integrador

para a Universidade, em que todos os seus membros se possam rever.

Enfatiza-se o facto de colaborações já existentes, nomeadamente através da

acção dos Centros de Investigação, que já são realidades disciplinares cruzadas

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e em certa medida até miscigenadas, terem pouca relação com as fronteiras

das Faculdades.

3.3. Transversalidades no tecido universitário

Diversas reflexões, essencialmente de carácter individual, consideraram

necessário concretizar e potenciar a circulação dos saberes na Universidade,

seja através da flexibilização do sistema administrativo, seja organizando

iniciativas pontuais com recurso a um mínimo de modificações institucionais. O

objectivo seria integrar, transversalmente, temas ligados a diferentes formas

culturais na formação geral dos estudantes de todas as áreas da Universidade.

De igual modo, as capacidades de comunicação e expressão escrita e oral (e.g.

Português, Inglês e Teatro) são considerados saberes úteis à generalidade das

formações. Na medida em que estas acções reduzem, de alguma forma,

conteúdos de formação mais especializada, elas apenas existirão por iniciativa

central ou colectiva.

Algumas contribuições procuraram identificar áreas a fomentar,

apontando o eventual interesse de promover o maior desenvolvimento da área

de “estudos psicanalíticos” e da investigação sobre “temas religiosos”,

nomeadamente em articulação com Centros de Investigação cujas actividades

incidam de alguma forma nestes tópicos.

Outras contribuições realçaram a importância de desenvolver e manter

um repositório dos saberes produzidos, de fácil acesso e transversal à

Universidade, facilitando a sua circulação, acumulação e viva manutenção.

Foi enfatizada, por fim, a importância do ensino do empreendedorismo

em praticamente todas as formações académicas oferecidas, visto Portugal

precisar de empreendedores e de empresas, devendo a Universidade ter um

papel fundamental nesse propósito.

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3.4. Consolidação e criação de massas críticas

No seio do próprio Conselho Geral, algumas reflexões visaram abordar,

em linha de máxima, a questão da grande heterogeneidade da dimensão e

configuração das actuais Unidades Orgânicas. Incidiram, neste caso, sobre a

vantagem ou mesmo sobre a necessidade de agregar Unidades Orgânicas, por

razões de custo e eficiência, por um lado, e também porque os saberes se

tornaram gradualmente transversais e multidisciplinares. Nesta perspectiva,

sem referência concreta a Unidades Orgânicas específicas, foi defendido o

princípio geral das vantagens decorrentes da consolidação e criação de massas

críticas, considerando-se estruturas de articulação como uma solução de

recurso, embora, por vezes, talvez a única possível. Também aqui o III terá um

papel importante a desempenhar. Em matéria de eficiência em termos de

economias de escala os dados existentes não confirmam a sua existência na

actual estrutura orgânica da Universidade.

3.5. Estruturas de articulação dos saberes

De forma geral, é reconhecida a necessidade da existência de estruturas

de articulação específicas entre grandes áreas do saber com afinidades

epistemológicas e funcionais (e.g., no caso das Ciências da Saúde, entre

Farmácia, Medicina, Psicologia e áreas do Departamento de Ciências da Vida da

Faculdade de Ciências e Tecnologia; ou na área das Humanidades, entre

Ciências Humanas e Artes etc.), podendo envolver Unidades Orgânicas e

Centros de Investigação, cujo papel é tão importante na estratégia da

Universidade. Adicionalmente, poderá existir uma estrutura de articulação

geral, de carácter ainda mais transversal entre Faculdades, capaz de, através

da constituição de equipas de geometria variável (gestão financeira e de

recursos humanos), gerar modalidades de colaboração flexível entre áreas de

saber mais distanciadas entre si (e.g. Ciências e Tecnologia e Ciências Sociais e

Humanas).

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Foi também defendida a ideia de que, para efeitos de colaboração na

docência e investigação, as fronteiras entre Faculdades deveriam ser cada vez

menos relevantes, não valendo a pena investir muito esforço na sua mudança.

Isso sem prejuízo de se poder justificar uma ou outra alteração cujos objectivos

fossem compreendidos. Foram ainda apontados como factores críticos no plano

organizativo, o desenho e o aperfeiçoamento de mecanismos financeiros, bem

como o aperfeiçoamento dos processos académicos e de contratação, entre

outros. Tudo isto tendo em vista facilitar e promover a concretização de ideias

novas, apoiando com naturalidade o trabalho das equipas mistas que se vão

formando.

Um exemplo deste tipo de articulação poderia passar por modalidades de

contratação envolvendo a pertença cruzada de professores ou investigadores a

mais de uma Faculdade (“joint appointment”), o que contribuiria também para

a resolução de problemas de integração ou de desconforto institucional ou

mesmo pessoal.

A eventual criação de estruturas de articulação dos saberes constitui, em

certa medida, um contraponto à perspectiva de consolidação e criação de

massas críticas, defendendo-se, assim, a possibilidade de, com um mínimo de

alterações estruturais, se dar resposta a solicitações estratégicas,

nomeadamente no âmbito do ensino. A criação destas estruturas estará

dependente da estratégia definida para a Universidade e das políticas que esta

entenda desenvolver para a realização daquela.

3.6. Centros de Investigação

Os Centros de Investigação, avaliados no âmbito do Sistema Científico

Nacional, desempenham, presentemente, um papel fundamental no tecido

produtivo científico da Universidade de Coimbra, não só no patamar da estrita

produção de conhecimento mas também na sua transmissão, nomeadamente

no apoio indispensável que dão à formação dos estudantes dos segundos ciclos

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e sobretudo dos terceiros ciclos. Sob muitos aspectos, no entanto, o

cruzamento e o fortalecimento destes Centros no funcionamento da

Universidade decorrem de uma estrutura informal, em que o papel das suas

logísticas e da actuação dos seus investigadores contratados não é formalmente

reconhecido.

Em uma lógica paralela, poder-se-á dizer que a diversificação dos saberes

tenderá a promover a interdisciplinaridade ou mesmo transdisciplinaridade,

devendo a Universidade de Coimbra reflectir de forma permanente sobre a

melhor forma de conseguir uma articulação efectiva das diferentes áreas

disciplinares. A tudo isto temos ainda que juntar que é imprescindível articular

a produção de conhecimento que decorre na Universidade com a sua efectiva

transmissão para a sociedade em que esta se insere.

É consensual, em termos gerais, que a Universidade deva integrar os

Centros de Investigação e os seus investigadores no seu tecido institucional,

apoiando o seu funcionamento e optimizando a sua contribuição em um quadro

que não poderá deixar de ser institucional. O modelo a aplicar não deve, no

entanto, comprometer a flexibilidade organizativa e a liberdade de iniciativa dos

Centros, pois, estas qualidades constituem um dos seus mais fortes e

sedimentados valores.

O enquadramento e a optimização das actividades bem como os recursos

dos Centros de Investigação da Universidade no âmbito do III são considerados

como uma via a aprofundar. No entanto, a promoção pelo Instituto de

programas de formação avançada, nomeadamente no âmbito de terceiro ciclo,

suscita reservas de outras Unidades Orgânicas.

A identificação de áreas emergentes na Universidade, que representa um

problema estratégico sempre renovado, deve ser conduzida como um programa

sectorial, essencialmente na frente da investigação e em relação estreita com

os Centros de Investigação, mas também não esquecendo a frente profissional

no seu relacionamento com ordens profissionais procurando estar, também

aqui, na vanguarda da empregabilidade. Áreas diferentes exigirão a aplicação

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de estratégias diferentes, realizando sempre opções cuidadosas relativamente à

estrutura e liderança dos processos.

4. NOTAS CONCLUSIVAS

Tendo em conta o conjunto de questões colocadas à discussão, a forma

como elas foram recebidas e equacionadas pela comunidade universitária e os

eixos fundamentais do desenvolvimento do debate que teve lugar sobre a

reestruturação dos saberes na Universidade de Coimbra, é agora possível

formular algumas linhas conclusivas que poderão habilitar o Conselho Geral a

tomar as suas decisões estratégicas e a pautar determinadas acções a

desenvolver na sequência desta reflexão e deste debate.

Um olhar abrangente sobre as questões mais nevrálgicas identificadas

durante o debate permite-nos agrupar em três grupos algumas das conclusões

que poderão vir a ser aprofundadas e, eventualmente, alvo de propostas de

implementação, após apreciação do relatório pelo Conselho Geral. O primeiro

diz respeito à reorganização das Unidades Orgânicas em função das respectivas

áreas científicas, o segundo prende-se com as estruturas transversais e de

acompanhamento das áreas de ensino e o terceiro diz respeito à investigação

científica, às áreas emergentes e à respectiva repercussão no ensino.

4.1. Reorganização das unidades orgânicas em função das

respectivas áreas científicas.

Identificadas diversas regiões epistemológicas em que a existência de

alguma divisão e fragmentação poderão contribuir para uma certa fragilização

do sistema de ensino da Universidade de Coimbra, o debate realizado e a

audição de diversas entidades ao longo de todo este processo permitem focar a

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atenção sobretudo nas Artes e nas Ciências Sociais, sobre as quais devem ser

perspectivadas uma intervenção reorganizativa a curto prazo, no primeiro caso,

e soluções de mais vasto alcance, a médio prazo, no segundo caso.

a) Artes

As Artes oferecem à Universidade de Coimbra um potencial estratégico de

intervenção que não deve ser desperdiçado. O percurso realizado pela

Universidade e que levou à criação do Colégio das Artes é um índice da

importância reconhecida a este potencial estratégico. Por outro lado, o

desenvolvimento de pólos de ensino na cidade com uma atenção especial às

Artes, como a Escola Universitária de Artes de Coimbra, a Escola Superior de

Educação de Coimbra e o Conservatório de Coimbra vem mostrar como a

cidade e a região oferecem possibilidades e público para uma aposta mais

consistente no ensino das Artes.

Todavia, o panorama que se regista na Universidade de Coimbra, apesar

de ter vindo a sofrer alguma evolução nos últimos anos, está longe de se

considerar satisfatório. A fragmentação por três Unidades Orgânicas (Faculdade

de Letras, Faculdade de Ciências e Colégio das Artes) é um facto que dificulta

um desenvolvimento consistente desta área. Para o conseguir, a Universidade

deveria ser capaz de proceder a uma agregação estratégica das Artes, com a

articulação dos recursos humanos e materiais disponíveis nos vários núcleos

existentes e com a abertura e o reforço do chamado ensino vocacional que

poderia passar pela oferta de novos cursos tornada possível por esta articulação

de recursos, pelo seu fortalecimento e pela sua potencialização.

A elaboração de uma proposta de implementação destas conclusões, que

forçosamente exigirá estudos de pormenor, ultrapassando as capacidades e o

mandato da Comissão da Reestruturação dos Saberes, deverá constituir uma

preocupação imediata do Conselho Geral.

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b) Ciências Sociais

O panorama oferecido pelas Ciências Sociais na Universidade de Coimbra

foi também objecto de um aceso debate motivado sobretudo pelos seguintes

factores: desagregação e fragmentação (Faculdade de Letras, Faculdade de

Ciências e Faculdade de Economia), bi-dimensionalidade, problemática para

alguns, mas fecunda para outros, da Faculdade de Economia (reunindo ou

justapondo o ensino das Ciências Sociais e das Relações Internacionais e o

ensino da Economia e das Ciências Empresariais) e artificialidade, que pode

traduzir-se em atrofia, da integração da Antropologia Cultural e Social no

Departamento das Ciências da Vida da Faculdade de Ciências.

Foram perspectivadas diversos caminhos possíveis para resolver estas

dificuldades. Todavia, nenhuma das hipóteses debatidas parece ainda

suficientemente amadurecida e recolher o consenso das principais instâncias e

agentes envolvidos, continuando a ser objecto de discussão e de reflexão.

Neste quadro, a curto prazo, parece-nos recomendável a constituição de

um grupo de trabalho destinado a reflectir sobre o ensino das Ciências Sociais

na Universidade de Coimbra e formular propostas para uma actuação mais

articulada neste domínio, com o desenho dos cenários mais apropriados ao

respectivo desenvolvimento. Adicionalmente, ainda a curto prazo, será

necessário integrar a investigação e o ensino da Antropologia Cultural e Social

na área das Ciências Sociais, sem prejuízo de formas de colaboração com a

Antropologia Física e Biológica, nomeadamente na leccionação de cursos que

envolvam as duas vertentes antropológicas.

4.2. Estruturas transversais e de acompanhamento das áreas

de ensino

Mais do que outras reorganizações que impliquem fracturas ou

reajustamentos na actual geografia das Unidades Orgânicas da Universidade de

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Coimbra, o desenvolvimento do debate apontou, de uma forma geral e com um

alargado consenso, para a necessidade de desenvolver e concretizar estruturas

transversais que permitem operacionalizar e agilizar os cruzamentos entre

diversas áreas de ensino que actualmente se encontram dispersas por

diferentes Faculdades e Unidades Orgânicas. Essas estruturas podem assumir

configurações diversas, consoante os seus objectivos, o seu alcance, a sua

dimensão e a sua natureza. O espaço de debate e de acompanhamento dessas

estruturas transversais deverá ser a Comissão de Ensino do Conselho Geral,

devido às suas competências e às suas atribuições. Entre estas estruturas

poderiam enunciar-se as seguintes: comissões de acompanhamento, espaços

de formação cultural e cívica transversal, estruturas de projecto de

configuração variável e estruturas de transversalidade na formação pós-

graduada.

a) Comissões de acompanhamento

Há algumas áreas nas quais não parece oportuno intervir em termos de

reorganização institucional e administrativa mas que veriam enriquecido o seu

funcionamento e poderiam ultrapassar a dispersão que caracteriza o seu ensino

se passassem a contar com comissões de acompanhamento dotadas da

capacidade de realizar a transversalidade necessária e o concerto de esforços,

recursos e estratégias de acção que obviassem a sua relativa dispersão.

Poderiam referir-se, a título de exemplo, as estruturas envolvidas no ensino das

Ciências da Saúde e da Vida, no ensino das Ciências Sociais, nos Estudos

Políticos e de Humanidades, na formação de professores e no ensino de Artes e

Arquitectura. Trata-se de áreas com uma relativa dispersão e fragmentação de

meios e recursos que, através destas comissões de acompanhamento,

poderiam monitorizar formas de intervenção, concertar estratégias de acção e

implementar formas de colaboração, estabelecendo assim uma articulação

entre os diversos cursos e unidades com incidência em cada uma das áreas.

Estas Comissões de acompanhamento poderiam ter um funcionamento

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permanente ou assumir a forma de fóruns anuais, constituídos como espaços

de informação e debate e de delineamento de estratégias de acção.

b) Espaços de formação cultural e cívica transversal

Foi um tópico recorrente ao longo do debate sobre a reestruturação dos

saberes a necessidade de introduzir mecanismos no ensino na Universidade de

Coimbra que permitam uma formação cultural e cívica transversal,

ultrapassando a estreiteza e a especialização disciplinares que o ensino das

matérias curriculares de cada curso inevitavelmente comporta. Tais

mecanismos podem passar por fórmulas diversas, desde a reserva de um

conjunto de ECTS em cada curso destinado a essa formação transversal,

passando pela criação de incentivos à frequência de unidades curriculares fora

da Unidade Orgânica em que está sediado o respectivo curso, à implementação

de meio semestre introdutório aos primeiros ciclos em que seja proporcionada

uma formação transversal de carácter cultural e cívico. Para estudar e apro-

fundar estas diversas fórmulas e elaborar propostas de concretização destes

espaços de formação cultural e cívica transversal deveria ser criado um grupo

de trabalho na Universidade de Coimbra encarregado de estudar a natureza e a

viabilidade das medidas a desenvolver.

c) Estruturas de projecto de configuração variável

Determinados projectos mais transversais tanto no plano do ensino como

ao nível da investigação podem carecer de estruturas que aprofundem e

concretizem as formas de realização dessa mesma transversalidade e que

obviamente devem ter uma configuração variável, de acordo com a natureza

dos projectos, os respectivos objectivos e o seu alcance. A formalização dessas

estruturas e a sua configuração a partir de modelos mais ou menos fixos

poderá ser prejudicial ao desenvolvimento dos objectivos com que são criadas.

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Por esse motivo, e tendo em conta a agilidade que as deve caracterizar, tais

estruturas não devem ser fixadas de uma forma demasiado rígida, tendo em

conta que o fundamental são os projectos que pretendem servir e para os quais

são criadas.

d) Estruturas de transversalidade na formação pós-graduada

Especial atenção deve merecer a transversalidade na formação pós-

graduada, sobretudo em projectos que envolvam a colaboração de Unidades

Orgânicas distintas. Os núcleos do saber e da investigação são de natureza

cada vez mais interdisciplinar e transdisciplinar. Por esse motivo, a par do

desenvolvimento de um ensino que aposta na especialização progressiva, há

que delinear e aprofundar projectos que cruzem áreas disciplinares distintas e

que, por isso mesmo, envolvam a colaboração de distintas Unidades Orgânicas.

É um processo que já se vem registando na Universidade de Coimbra, mas que

importa acentuar e agilizar, criando inclusivamente a possibilidade de

plurititularidade de graus por diferentes Faculdades em formações pós-

graduadas que sejam efectivamente transdisciplinares e transversais. Especial

importância deve ser dada ao papel que o Instituto de Investigação

Interdisciplinar pode desempenhar na implementação e no aprofundamento

deste processo.

4.3. Investigação Científica, áreas emergentes e respectiva

repercussão no ensino

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É no campo da investigação científica que se afirma a excelência de uma

universidade. No caso da Universidade de Coimbra há que destacar

fundamentalmente dois grandes pólos de organização da investigação

científica: os Centros de Investigação, por um lado, e o Instituto de

Investigação Interdisciplinar, por outro. Se os Centros cobrem as principais

áreas disciplinares em torno das quais se organiza a investigação, a respectiva

articulação nem sempre tem sido conseguida, sendo, por conseguinte, ainda

grande o espaço que pode vir a ser preenchido, nesse âmbito, pelo III. Deve

este Instituto não só desempenhar um papel mais interveniente na promoção

da transversalidade da investigação e afirmar-se como um pólo agregador de

Centros muitas vezes fechados na sua disciplinaridade restrita, mas também

propor-se e mostrar-se como um pólo potenciador de áreas emergentes e de

investigação de ponta e como um agenciador de sentido e de novos caminhos

para a própria investigação científica. Transformado pelos Estatutos da

Universidade numa unidade de investigação e ensino, deve criar estruturas e

plataformas de articulação com as outras unidades orgânicas, tanto as unidades

de investigação como as unidades de ensino (Faculdades). As mesmas

estruturas de transversalidade que são exigidas ao nível do ensino são também

necessárias no plano da investigação: estruturas e plataformas com geometria

variável e com uma natureza e estatuto correspondentes a cada um dos

projectos aos quais pretendem responder.

Independentemente do trabalho de articulação que o Instituto de

Investigação Interdisciplinar tem de desenvolver, também os Centros de

Investigação devem ser reconhecidos como espaços privilegiados para o

desenvolvimento da investigação e para a concretização da interdisciplinaridade

da transdisciplinaridade, sendo necessário caminhar para a sua plena

articulação com as Unidades =rgânicas em que se encontram inseridos. O

aproveitamento dos seus recursos e do seu potencial humano no próprio ensino

universitário está longe de ter atingido um ponto satisfatório, sendo necessário

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criar mecanismos que agilizem a plena participação dos investigadores no

ensino. Recomenda-se, assim, que sejam especificados os princípios

orientadores do recurso a investigadores, vinculados aos Centros, no âmbito

sobretudo dos cursos de 2º e 3º ciclos. Entretanto, a diversidade de

configurações e de fontes de financiamento dos Centros de Investigação, que

podem ser públicas, privadas, ou mistas, devem ser respeitadas no sentido de

preservarem a sua identidade própria e os caminhos que desenham para o seu

crescimento e estruturação. Devem igualmente privilegiar-se as formas e

estruturas de transferência de saber da Universidade para a sociedade em que

se integra, sendo de capital importância a afirmação e a consolidação dessas

estruturas e as necessárias pontes com a esfera empresarial, numa linha que

tem sido percorrido com assinalável êxito pelo Instituto Pedro Nunes.

Uma atenção especial da Universidade deve merecer a identificação de

áreas emergentes no delineamento dos seus planos estratégicos a médio prazo,

com o objectivo de proporcionar a sua detecção e o seu favorecimento. Essa

identificação e esse favorecimento devem ser realizados em articulação estreita

com os Centros de Investigação e com o III. Mas devem ser complementados

por uma procura de caminhos para a sua efectivação, tanto na investigação

como no ensino, dentro da própria Universidade. Áreas emergentes

reconhecidas pelo seu interesse e actualidade poderão não só determinar novos

projectos de investigação, mas também novos cursos sobretudo ao nível de

pós-graduação, que venham enriquecer a oferta formativa da Universidade.

Isto significa que a definição das áreas emergentes e a determinação de áreas

estratégicas devem andar estreitamente articuladas no estabelecimento das

opções da Universidade de Coimbra.

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ANEXO

Acções de Debate Promovidas pela Comissão de Reestruturação dos Saberes ou

em que participaram membros desta.

Debates Temáticos:

25 de Julho de 2010 (Auditório da Reitoria);

1 de Outubro de 2010 (Auditório da Reitoria).

Audição a Personalidades Externas à Universidade de

Coimbra:

Prof. Immanuel Wallerstein – 24 de Março de 2010;

Prof. Alberto Amaral – 14 de Dezembro de 2010;

Prof. António Nóvoa – 14 de Dezembro de 1010;

Prof. Júlio Pedrosa – 14 de Dezembro de 2010;

Prof. Eduardo Marçal Grilo – 19 de Janeiro de 2011;

Prof. José Veiga Simão – 19 de Janeiro de 2011.

Participação em reuniões/debates a convite de Directores de Unidades

Orgânicas:

2010-01-05 Reunião do Conselho Científico da FMUC;

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2010-01-21 Reunião do Conselho Científico da FLUC;

2010-01-26 Reunião geral de docentes, estudantes e pessoal não docente

da FLUC;

2010-01-28 Reunião geral de docentes da FPCEUC;

2010-02-17 Reunião geral de docentes da FFUC;

2010-05-27 Reunião do Conselho Científico da FLUC;

2010-06-16 Debate aberto a todos na FLUC.

Participação em sessões de debate promovidas por dirigentes

estudantis da Academia (dirigentes dos Núcleos de Estudantes e da DG-

AAC):

2010-07-01 Sessão de debate “Das Ciências Exactas e Engenharias às Ciências

da Saúde e da vida”;

2010-07-02 Sessão de debate “Das Ciências Sociais e Económicas às Leis, Artes

e Humanidades”.

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Membros do Conselho Geral que participaram nos trabalhos da

Comissão de Reestruturação dos Saberes:

Amílcar Falcão (até Dezembro de 2009)

Ana Paula Relvas

António Almeida Santos

António Gomes de Pinho

António Paranhos

Carlos Fortuna

Inês Morgadinho (até Setembro de 2010)

João Carlos Marques (Coordenação)

João Maria André

João Sousa Andrade

José de Faria Costa

Luís Carlos Rodrigues

Simonetta Luz Afonso

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Reestruturação dos Saberes

Relatório da Comissão do Conselho Geral

Julho 2011